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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
NATHÁLIA PEREIRA BENTANCUR
EFEITOS DO EXERCÍCIO AQUÁTICO TERAPÊUTICO NA
FUNCIONALIDADE DE MULHERES PÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO
PARA CÂNCER DE MAMA: UMA SÉRIE DE CASOS
Palhoça, 2021
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NATHÁLIA PEREIRA BENTANCUR
EFEITOS DO EXERCÍCIO AQUÁTICO TERAPÊUTICO NA
FUNCIONALIDADE DE MULHERES PÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO
PARA CÂNCER DE MAMA: UMA SÉRIE DE CASOS
Trabalho de Conclusão de Curso de
Graduação apresentado ao Curso de
Fisioterapia da Universidade do Sul de
Santa Catarina como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em
Fisioterapia.
Orientador (a): Prof. Dr. Rômulo Nolasco de Brito
* Trabalho de conclusão de curso de graduação em fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina
UNISUL/Pedra Branca - apresentado sob a forma de artigo científico. Este artigo será submetido para
Revista Brasileira de Cancerologia (as normas da revista encontram-se anexada neste documento).
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NATHÁLIA PEREIRA BENTANCUR
EFEITOS DO EXERCÍCIO AQUÁTICO TERAPÊUTICO NA
FUNCIONALIDADE DE MULHERES PÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO
PARA CÂNCER DE MAMA: UMA SÉRIE DE CASOS
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi
julgado adequado à obtenção do título de
Bacharel em Fisioterapia e aprovado em
sua forma final pelo Curso de Fisioterapia
da Universidade do Sul de Santa
Catarina.
Palhoça, 7 de julho de 2021.
______________________________________________________
Prof. Orientador Rômulo Nolasco de Brito, Dr.
Universidade do Sul de Santa Catarina
__________________________ ____________________________
Prof.ª Luana Meneghini Belmonte, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof.ª Viviane Pacheco Gonçalves, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
4
Dedicado a Rose Barbosa, que em sua luta contra
o câncer, me inspirou a desenvolver este estudo, para ela...Em memória, que Deus te
receba de braços abertos.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me guiar em seus caminhos e me amparar nas
dificuldades, pois sem ele não sou nada.
Aos meus pais Carlos e Eliana por sua criação que me trouxe até aqui e que me ampara
para conquistar cada vez mais.
Ao meu noivo Lucas que está e esteve comigo em todos os momentos me apoiando e
motivando.
Ao meu irmão Pedro Inácio que acompanha meus estudos e pelo qual me esforço para ser
inspiração para ele.
Aos meus sogros por serem minha segunda família.
A minha colega de profissão e amiga Giovana Steinbach pelo apoio ao desenvolver esse
trabalho e durante toda a graduação, que nossos caminhos ainda se cruzem durante nossa
carreira.
Ao meu orientador Dr. Rômulo Nolasco por ter feito parte deste projeto que se tornou
muito mais que um estudo.
E aos meus mestres destes 5 anos que me tornaram a profissional que sou hoje Doutores
e Doutoras Cintia Vieira, Luiz Belmonte, Luana Belmonte, Viviane Gonçalves, Karoliny
Isoppo, Kadine Berner, Andréa Delfino, Mirella Dias, Inês Lima, Daiana Salm, Ana Paula
Piovezan e demais professores.
A todos vocês meu muito obrigado, hoje e sempre.
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Efeitos do Exercício Aquático Terapêutico na Funcionalidade de Mulheres Pós
Tratamento Cirúrgico para Câncer de Mama: Uma Série de Casos
Effects of Therapeutic Aquatic Exercise on Functionality in Women After Surgical
Treatment for Breast Cancer: A Case Series
Efectos del ejercicio acuático terapéutico sobre la funcionalidad en mujeres después del
tratamiento quirúrgico para el cáncer de mama: una serie de casos
Exercício no Pós Cirúrgico de Câncer de Mama
Nathália Pereira Bentancur1; Rômulo Nolasco de Brito1,2#
1Discente do Curso de Graduação em Fisioterapia (UNISUL), Palhoça 88137-270, SC,
Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa em Neurociências e Farmacologia UNISUL
(NEUROFAR).
2 Fisioterapeuta, Doutor em ciências da saúde, Docente do Curso Graduação em
Fisioterapia (UNISUL), Palhoça 88137-270, SC, Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa
em Neurociências e Farmacologia UNISUL (NEUROFAR).
# Autor correspondente: Rômulo Nolasco de Brito. Universidade do Sul de Santa
Catarina (UNISUL), Campus Grande Florianópolis, Avenida Pedra Branca, 25, Palhoça,
SC, Brasil, 88137-270. Tel. + 55 48 99137 0304. E-mail:
[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0539-7476.
Declaração de Conflito de Interesses: Nada a declarar.
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RESUMO
Introdução: As sequelas do tratamento cirúrgico, são as principais causas das
complicações oncológicas, que afetam diretamente a qualidade de vida e a funcionalidade
das pacientes. Objetivo: Avaliar os efeitos do exercício aquático terapêutico na
funcionalidade de mulheres pós tratamento cirúrgico para câncer de mama. Método:
Série de casos com quatro participantes, sete atendimentos presenciais em ambiente
aquático, duas vezes por semana com duração de cada intervenção de 50 minutos.
Resultados: Idade média de 43 ± 7,74 anos, tempo médio de pós operatório de 2 anos e
5 meses, obteve-se melhora nas variáveis de funcionalidade, qualidade de sono, melhora
do déficit entre membros nos aspectos de amplitude de movimento do ombro (flexão,
extensão, abdução e adução), força de preensão palmar, edema de membro superior e
alterações sensoriais. Conclusão: Conclui-se que o exercício aquático terapêutico foi
uma estratégia fisioterapêutica com bons resultados para as pacientes que participaram
do estudo.
Palavras-chaves: Neoplasias da Mama; Hidroterapia; Fisioterapia em Grupo.
ABSTRACT
Introduction: The sequelae of surgical treatment are the main causes of oncological
complications, which directly affect the quality of life and functionality of patients.
Objective: To evaluate the effects of therapeutic aquatic exercise on the functionality of
women after surgical treatment for breast cancer. Method: Series of cases with four
participants, seven face-to-face visits in an aquatic environment, twice a week, lasting 50
minutes each. Results: Mean age of 43± 7,74 years, mean postoperative time of 2 years
and 5 months, there was an improvement in the variables of functionality, sleep quality,
improvement in the deficit between limbs in aspects of shoulder range of motion (flexion,
extension , abduction and adduction), grip strength, upper limb edema and sensory
changes. Conclusion: It is concluded that therapeutic aquatic exercise is an effective
resource for patients who underwent surgical treatment for breast cancer.
Keywords: Breast Neoplasms; Hydrotherapy; Group Physiotherapy.
RESUMEN
Introducción: Las secuelas del tratamiento quirúrgico son las principales causas de
complicaciones oncológicas, las cuales afectan directamente la calidad de vida y
funcionalidad de los pacientes. Objetivo: Evaluar los efectos del ejercicio acuático
8
terapéutico sobre la funcionalidad de la mujer tras el tratamiento quirúrgico del cáncer de
mama. Método: Serie de casos con cuatro participantes, siete visitas presenciales en
medio acuático, dos veces por semana, de 50 minutos cada una. Resultados: Edad
promedio de 43 ± 7,74 años, tiempo postoperatorio promedio de 2 años y 5 meses, hubo
mejoría en las variables de funcionalidad, calidad del sueño, mejoría en el déficit entre
miembros en aspectos de rango de movimiento del hombro (flexión, extensión, abducción
y aducción), fuerza de prensión, edema de miembros superiores y cambios sensoriales.
Conclusión: Se concluye que el ejercicio acuático terapéutico es un recurso eficaz para
las pacientes sometidas a tratamiento quirúrgico por cáncer de mama.
Palabras llave: Neoplasias de mama; Hidroterapia; Fisioterapia grupal
9
INTRODUÇÃO
O câncer de mama é uma doença que tem origem nas estruturas lobulares e nos ductos
mamários, no seu crescimento desordenado pode ocorrer disseminação para linfonodos
axilares, sendo o prognóstico mais importante uma vez que indica a possível ocorrência
de metástase e tamanho do aporte cirúrgico (1,2).
No mundo, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres, em 2018 ocorreram
2,1 milhões de casos novos, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados, esse
valor corresponde a um risco estimado de 55 pessoas doentes para cada 100 mil
habitantes. Para o Brasil, estimam-se que cerca de 67 mil novos casos de câncer de mama,
para cada ano do triênio 2020-2022 (3).
O tratamento clínico e cirúrgico, são as principais causas das complicações oncológicas,
por sequelas que afetam a qualidade de vida e a funcionalidade do indivíduo, pois a região
da mama envolve estruturas anatômicas responsáveis pelo movimento, vascularização e
inervação que se direcionam para o membro superior, dentre as sequelas que as pacientes
vivenciam estão: a dor na mama que foi realizada a cirurgia, os distúrbios de sono, a
limitação da amplitude de movimento do complexo do ombro, lesões nervosas de
componentes do plexo braquial e fraqueza dos músculos da cintura escapular (1).
Segundo estudo de Oliveira et. al (2018) cerca de 85% das mulheres, mesmo um ano
após a cirurgia, ainda referem ao menos uma queixa de complicação, em especial, a dor,
a limitação da amplitude de movimento do ombro e o linfedema (4).
Neste contexto o exercício aquático terapêutico pode ser eficiente na recuperação, por ser
capaz de possibilitar movimentos e funções livres de sintomas, por conta das propriedades
físicas da imersão e da cinesioterapia na água, bem como das respostas fisiológicas,
importante durante a intervenção, sendo capaz de auxiliar o terapeuta e potencializar o
processo de intervenção fisioterapêutica. Tais características fornecem um ambiente ideal
para terapia em uma temperatura em torno de 33 a 35o celsius durante a imersão,
promovendo analgesia, controlando o ciclo habitual da dor, diminuindo também a ação
da gravidade e proporcionando uma menor descarga de peso nas articulações (5). Em
conjunto com os métodos e técnicas de mobilização segmentar promove-se a recuperação
em aspectos funcionais e sensoriais (6).
10
Portanto, em vista no cenário clínico foi a base para o desenho do presente estudo, que
tem como objetivo investigar o efeito do exercício aquático terapêutico sobre a
funcionalidade, a partir de aspectos funcionais em mulheres pós tratamento cirúrgico para
câncer de mama, para a análise da melhora da dor, qualidade de sono, amplitude de
movimento do ombro, força de preensão palmar, perimetria e alteração sensorial do
membro superior.
11
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da
Universidade do Sul de Santa Catarina-UNISUL, registrado sob o número de parecer
3.949.812. Além disso, todas as participantes do estudo receberam esclarecimentos sobre
os objetivos e procedimentos do mesmo, assinando o termo de consentimento livre e
esclarecido
Trata-se de uma série de casos composto por uma amostra de quatro participantes, na
faixa etária de 35 a 60 anos, que realizaram tratamento cirúrgico combinado ou não com
técnicas de linfadenectomia ou biópsia do linfonodo. Foram excluídas do estudo as
participantes que possuem comorbidades não controladas, que apresentassem alterações
funcionais no complexo do ombro prévia ao diagnóstico de câncer de mama, que
estivessem em tratamento de radioterapia, e que estivessem realizando outro tipo de
tratamento fisioterapêutico. A avaliação compreendeu métodos objetivos e subjetivos
antes e após as intervenções, sendo eles: Questionário Disabilities of the Arm, Shoulder
and Hand (DASH) que avalia o impacto da funcionalidade nos membros superiores de
mulheres que passaram por cirurgia de câncer de mama, que informa sobre o grau de
dificuldade no desempenho de atividades de vida diária e sobre os sintomas de dor,
fraqueza, rigidez e parestesia. O escore total varia de 0 (sem disfunção) a 100 (disfunção
grave) (7); Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR) usada para avaliação
da qualidade do sono e de possíveis distúrbios no último mês. A soma dos valores
atribuídos aos componentes varia de 0 a 21 no escore total do questionário indicando que
quanto maior o valor pior é a qualidade do sono (8,9) os questionários são autoaplicáveis
porém no momento das avaliação as pacientes foram auxiliadas ao seu preenchimento;
também foi utilizado a goniometria dos movimentos do ombro (flexão, extensão, abdução
e adução), dinamometria para avaliar a força de preensão palmar, perimetria (medidas
acima e abaixo da linha do olecrano) e estesiometria (região correspondente aos nervos
radial, mediano, ulnar e intercostobraquial) (10–12). Foram sete intervenções
fisioterapêuticas presenciais em ambiente aquático, duas vezes por semana com duração
de 50 minutos cada. As condutas utilizadas durante os atendimentos estão descritas na
Tabela 1.
Tabela 1 Condutas realizadas durante os atendimentos
Condutas
Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7
Ambientação: Caminhada anterior, posterior e lateral em grupo; deslocamento posterior com uso de espaguete como apoio para flexão de ombro; caminhada circular em grupo
com mudanças de sentido esporádicas; corrida estacionária
Alongamento: Individual com flutuador em movimento de rotação lateral de tronco e flexão de ombro e alongamento de cadeia anterior com uso de flutuador em dupla;
Exercícios de Codman adaptado: Realizados
com o membro superior submerso;
Exercícios Ativos: Circundação de ombro; movimento deflexão e extensão
de ombro com uso de flutuador; movimento de rotação interna e externa
com uso de halteres associando a corrida estacionária;
Método Bad Ragaz: Padrões de escápula e
membro superior;
Mobilizações
Segmentares*
Deslizamento
individual **
Alongamento cadeia
ântero-interna de
braço***
Mobilizações
Segmentares*
Deslizamento
individual**
Mobilizações
Segmentares*
Deslizamento
Individual**
Legenda: *Mobilizações Segmentares: Mobilização cervical em flexão, extensão e inclinação lateral associando deslocamento anterior; mobilização escapular e de MMSS; deslizamento individual e em flutuação por toda a extensão
da piscina; **Deslizamento Individual: Deslizamento com o paciente em flutuação; ***Alongamento cadeia ântero-interna de braço: Técnicas aplicadas com o paciente em flutuação.
RESULTADOS
Participaram inicialmente deste estudo 12 mulheres, oito não puderem e não seguiram as
etapas previstas, totalizando quatro participantes. A amostra apresentou idade média de
43 ± 7,74 anos e tempo médio de pós operatório no início do estudo de dois anos e cinco
meses. Com predomínio de mulheres de cor branca, casadas, com formação em ensino
superior completo e com ocupações distintas (professora, manicure, fisioterapeuta e
assistente acadêmica), não tabagistas e se auto classificavam como uso social de bebidas
alcoólicas, duas participantes realizavam atividade física (caminhadas). As comorbidades
apresentadas foram hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hipertireoidismo e
depressão em tratamento clínico. Em relação ao tratamento clínico todas realizaram
quimioterapia com número médio de 10,6 ± 6,403 intervenções, radioterapia com número
médio de 25,25 ± 7,320 intervenções, onde os locais de aplicação foram a parede torácica,
mama, fossa supraclavicular e região axilar, com relato de radiodermite de grau I e II.
Das participantes, duas estavam em tratamento de hormonioterapia e continuarão até
completar 60 meses.
Os tratamentos cirúrgicos adotados foram por meio das técnicas mastectomia radical
associada a linfonodectomia axilar e quadrantectomia também associada a cirurgia axilar,
sendo que duas participantes realizaram a cirurgia no hemitórax esquerdo e duas no
direito, e reconstrução com retalho do músculo grande dorsal ou prótese de silicone. As
complicações incluíram infecção, seroma em excesso, deiscência e necrose. Os dados
referentes a funcionalidade do membro superior e qualidade de sono são descritos na
Tabela 2. Foram descritos os resultados do déficit entre membros quando comparado a
avaliação pré e pós intervenção, tais valores são expressos nas Tabelas 3 e 4.
Tabela 2 Resultados funcionalidade do membro superior e qualidade de sono.
Variável Média DP Coeficiente de
Variação
DASH 48,5(31,8) 42,1(26,7) 0,9(0,8)
PSQI-BR 5,5(8,0) 4,9(1,4) 0,9(0,2)
Legenda: Valores são referentes a pré intervenção e entre parêntese ao pós intervenção.
Questionário Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH); Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR)
14 Tabela 3 Déficit entre membros nas amplitudes de movimento ativas na articulação do ombro; déficit de força de preensão palmar
entre membros; déficit entre membros de medidas de membro superior, pré e pós intervenção.
Variável Média DP Coeficiente
de Variação
Goniometria (graus)
Flexão 23,3 (15,5) 20,7 (12,7) 0,9 (0,8)
Extensão 19,5 (13,5) 7,1 (10,3) 0,4 (0,8)
Abdução 20 (16,5) 16,8 (13,8) 0,8 (0,8)
Adução 20,8 (11,8) 14,5 (6,9) 0,7 (0,6)
Dinamometria (kgf)
Déficit de força 5,9 (3,9) 5,5 (2,6) 0,9 (0,7)
Perimetria (cm)
Supra
21 1,7 (0,3) 1,2 (0,5) 0,7 (1,5)
14 1,3 (1) 1,6 (1) 1,2 (1)
7 0,9 (0,5) 0,3 (0,2) 0,4 (0,3)
Infra
21 1 (0,8) 1,1 (0,5) 1,1 (0,6)
14 1,3 (0,9) 1,2 (0,8) 1 (0,9)
7 0,5 (0,8) 0,6 (0,7) 1,2 (0,9)
Legenda: Valores são referentes a pré intervenção e entre parêntese ao pós intervenção.
Tabela 4 Percepção sensorial do trajeto nervosa através da gramatura de monofilamentos.
Estesiometria (g)
Nervos Pré MSD (g) Pós MSD (g) Pré MSE (g) Pós MSE (g)
Nervo Radial 0,7 (0,9;1,4) 0,7 (0,9;1,4) 0,2 (0;0) 0,2 (0;0)
Nervo Mediano 0,7 (0,9;1,4) 0,7 (0,9;1,4) 0,7 (0,9;1,4) 0,2 (0;0)
Nervo Ulnar 1,1 (1;0,9) 0,7 (0,9;1,4) 0,7 (0,9;1,4) 0,2 (0;0)
Nervo
Intercostobraquial 78,1(148;1,9) 3,1 (4,7;1,5) 75,2(149,9;2) 0,7 (0,9;1,4)
Legenda: Os dados foram expressos em média (desvio padrão; coeficiente de variação); MSD: membro superior
direito; MSE: membro superior esquerdo.
15
DISCUSSÃO
Neste estudo as participantes desta série de casos (n=4) apresentavam tratamento
cirúrgico com técnicas de mastectomia radical associada a linfonodectomia axilar, com
reconstrução mamária e realizaram também tratamentos clínicos como quimioterapia,
radioterapia e hormonioterapia.
A funcionalidade analisada por meio do Questionário DASH permite delimitar o impacto
do câncer de mama e das intervenções terapêuticas nessa população de estudo. Observou-
se melhora significativa na funcionalidade geral e específica das participantes, assim
como no estudo de Schlemmer e colaboradores (2019) que avaliou a funcionalidade e
obteve resultados positivos neste grupo através da fisioterapia aquática (13). Em relação
a qualidade de sono, verificada pelo Índice de Qualidade de Sono de Pittesburg não foram
encontrados resultados significativos, porém quando avaliado previamente a cirurgia,
como no estudo de Ceolim e colaboradores (2017), onde foi aplicado o mesmo
questionário juntamente com o Inventário de Depressão de Beck e Escala de Esperança
de Herth em um grupo de 102 mulheres mostrou que a presença de depressão e dor,
contribuiu para o aumento do escore global no Índice de Pittesburg, o que indica pior
qualidade de sono (9).
No que tange a funcionalidade também avaliado através das medidas de déficit entre
membros, onde obteve-se melhora significativa, nas amplitudes de movimento do ombro,
para os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução de ombro, e na força de
preensão palmar, sugerindo diminuição de desequilíbrios musculares, diminuindo a
predisposição a dor e possibilidade de lesões por adaptações posturais durante a vida
diária (14,15) Cruz, Lorena e Wells (2013) (10) mostraram em seu estudo que a avaliação
da força de preensão palmar em pacientes mastectomizadas auxilia também na
identificação da redução na saúde em câncer, sendo um importante marcador de saúde
muscular.
Em relação à análise de edema de membro superior obteve-se melhora da diferença de
tamanho nos pontos na região acima e abaixo da linha do olecrano. Carvalho e Azevedo
(16) mostraram que a fisioterapia aquática quando utilizada no tratamento do linfedema
mostrou redução quando comparou-se o pré e pós intervenção com pacientes que
16
receberam a fisioterapia convencional, pois a pressão hidrostática promove uma melhor
distribuição dos fluídos corporais o estimula os receptores de volume que por sua vez,
provocam aumento da diurese sendo benéfica nos casos de edema, auxiliando o retorno
de líquido para a circulação linfática (17). Em relação avaliação sensorial obteve-se
melhora no trajeto dos nervos ulnar e intercostobraquial bilateralmente, onde Nogueira e
Bergmann (2010) concluíram em uma revisão da literatura de 7 artigos que a alteração da
função sensorial após o tratamento foi frequente, com foco na lesão do nervo
intercostobraquial que está associada a presença de dor e alteração de sensibilidade (11).
Tais resultados corroboram com as respostas fisiológicas proporcionadas pela imersão e
o exercício aquático terapêutico, aspectos termodinâmicos da água aquecida como a
vasodilatação e consequentemente aumento do fluxo sanguíneo, promovendo
relaxamento muscular. Com o auxílio da flutuação é reduzida a sobrecarga articular o que
restaura a função da amplitude de movimento e potencializa a movimentação e aplicação
de exercícios de força, aumentando também o limiar de dor durante os movimentos (17).
Os resultados da eficácia do exercício aquático terapêutico, hidroterapia, encontrados no
presente estudo corroboram com o de Neuhouser e colaboradores (2017) que mostrou a
terapia de exercício por imersão, como integrante do grupo de práticas manipulativas e
baseadas no corpo, juntamente com massagem terapêutica, usadas por 27% dos
participantes diagnosticados com câncer de mama, que procuravam por técnicas de
relaxamento e promoção da funcionalidade e qualidade de vida (18).
17
CONCLUSÃO
Conclui-se que o exercício aquático terapêutico foi uma estratégia fisioterapêutica com
bons resultados para as pacientes que participaram do estudo. Recomenda-se a realização
de novos estudos com a aplicação da proposta terapêutica aplicada nesta pesquisa com
um número maior de participantes para que uma seja possível uma associação e análise
mais profunda das variáveis estudadas bem como da compreensão dos mecanismos de
ação da imersão e do exercício aquático terapêutico nesta população.
LIMITAÇÕES
O estudo realizado apresentou limitações importantes quanto ao tamanho da amostra, que
ao se apresentar em número reduzido e de forma heterogênea, permite considerar os
resultados encontrados apenas para o grupo, não refletindo um perfil para a população
geral.
As intervenções foram interrompidas durante duas semanas entre os atendimentos quatro
e cinco, sendo substituídos por encontros remotos devido as restrições da pandemia de
SARS – COVID -19.
18
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x
20
ANEXO - NORMAS DA REVISTA BRASILEIRA DE CANCEROLOGIA
Preparo do Manuscrito
O processador de textos utilizado deve ser o Microsoft Word, margens de 3 cm em ambos
os lados, em folha de tamanho A4, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5 em
todas as seções. Não são aceitas notas de rodapé.
O original deve ser escrito na terceira pessoa do singular, com o verbo na voz ativa.
Recomenda-se que a estrutura dos manuscritos obedeça às diretrizes de redação científica
de acordo com delineamento da pesquisa. As diretrizes para redação de ensaios clínicos,
revisões sistemáticas e estudos observacionais podem ser acessadas no site da
iniciativa EQUATOR Network.
Os manuscritos aceitos para publicação poderão ser modificados para se adequar ao estilo
editorial-gráfico da Revista, sem que, entretanto, nada de seu conteúdo técnico-científico
seja alterado. Nesse caso, os autores serão previamente comunicados das mudanças
ocorridas.
Principais Orientações sobre cada Seção
1. Folha de Rosto
Deve conter:
a) Título do artigo com até 150 caracteres sem espaços, alternando letras maiúsculas e
minúsculas, em português, inglês e espanhol e sem abreviações.
b) Título abreviado com até 50 caracteres sem espaços.
c) Autores
Nome(s) por extenso do(s) autor(es).
Indicar afiliação institucional completa, localização geográfica, e-mail e Orcid iD para
cada autor.
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Todos os tipos de documentos, sem exceção, devem ter autoria com especificação
completa das instâncias institucionais e localizações geográficas (cidade, estado e país)
de quando a pesquisa foi realizada e o manuscrito preparado. Cada instância institucional
é identificada por nomes de até três níveis hierárquicos ou programáticos em ordem
decrescente, por exemplo, universidade, faculdade e departamento.
Quando um autor é afiliado a mais de uma instância, cada afiliação deve ser identificada
separadamente. Quando dois ou mais autores estão afiliados à mesma instância, a
identificação da instância é feita uma única vez. No caso de autores sem nenhuma
afiliação, a instituição é identificada como Pesquisador Autônomo.
d) Autor correspondente
Nome, endereço completo com CEP, telefone e e-mail do autor responsável pela
correspondência sobre o manuscrito.
e) Critérios de autoria (contribuições dos autores)
A designação de autoria deve ser baseada nas deliberações do ICMJE, que considera autor
aquele que: 1. contribui substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo;
2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou
revisão crítica e aprovação final da versão publicada.
Em estudos institucionais (de autoria coletiva) e estudos multicêntricos, os responsáveis
devem ter seus nomes especificados e todos considerados autores devem cumprir os
critérios anteriormente mencionados.
f) Agradecimentos
Os demais colaboradores, que não se enquadram nos critérios de autoria anteriormente
descritos, devem ter seus nomes referidos nesse item especificando o tipo de colaboração.
h) Declaração de conflito de interesses
É de responsabilidade dos autores a declaração sobre possíveis conflitos de interesse,
incluindo interesses políticos ou financeiros associados a patentes ou propriedade,
provisão de materiais, insumos ou equipamentos utilizados no estudo.
Quando não houver, escrever “Nada a declarar”.
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i) Fontes de financiamento
Em virtude da Portaria Capes número 206, de 4 de setembro de 2018, que dispõe sobre a
obrigatoriedade de citação da Capes, os autores devem declarar todas as fontes de
financiamento ou suporte, público ou privado, para a realização da pesquisa (incluindo as
agências de fomento).
Quando houver fornecimento de material, insumo ou equipamento, gratuito ou com
desconto para a realização da pesquisa, estes também devem ser mencionados, incluindo
a empresa e a origem (cidade, estado e país). Na ausência de financiamento, os autores
devem declarar que a pesquisa não recebeu financiamento para a sua realização.
2. Resumo e Palavras-chave (descritores)
Os resumos dos artigos (exceto de opinião) deverão ser redigidos em parágrafo único,
em português, inglês e espanhol, e ser estruturados em introdução, objetivo, método,
resultados e conclusão. Neles, não devem ser feitas citações de referências, bem como de
quadros, tabelas ou figuras. As abreviaturas devem ser evitadas. Os resumos
de Relato/Série de Casos possuem a seguinte estrutura: introdução, relato do caso
(resultados) e conclusão.
Todos os resumos deverão conter no mínimo 150 e no máximo 250 palavras e vir
acompanhados das palavras-chave (de três a cinco) e de suas respetivas key words e
palabras clave.
Os descritores são palavras fundamentais que auxiliam na indexação dos artigos em bases
de dados nacionais e internacionais. Para determiná-los, deve-se consultar a lista
de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) elaborada pela BIREME.
3. Introdução
O referencial teórico e as razões para executar a pesquisa devem estar detalhados de forma
objetiva e clara. Citar referências atuais e pertinentes. Deve conter o(s) objetivo(s) da
pesquisa.
4. Método
Deve ser claramente descrito como e por que o estudo foi realizado. O detalhamento de
como o estudo foi realizado deve permitir que o leitor possa reproduzir a pesquisa
realizada. O método inclui a descrição de delineamento, de seleção dos sujeitos da
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pesquisa, os critérios de inclusão e exclusão e a descrição da população-alvo, das técnicas
de coleta, das variáveis coletadas, análise e interpretação dos dados.
Nos estudos quantitativos, os métodos estatísticos devem ser descritos com detalhes
suficientes para que o leitor possa julgar sua adequação e conferir os resultados. Definir
os termos estatísticos, as abreviações e símbolos. Se for usado algum pacote de programa
estatístico, especifique a versão utilizada.
Nos estudos qualitativos, detalhar a teoria, as fontes de informação, os sujeitos da
pesquisa (quando pertinente), e as técnicas empregadas para coleta, síntese e análise.
Quando forem relatados experimentos com seres humanos, indicar se os procedimentos
seguidos estiveram de acordo com os padrões éticos do Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) em seres humanos da instituição que aprovou a pesquisa, com a Declaração de
Helsinque (última versão de 2013) e com as Resoluções números 466/2012 e 510/2016
do Conselho Nacional de Saúde. Não usar os nomes dos pacientes, iniciais ou números
de registro, especialmente no material ilustrativo. No caso de experimentos envolvendo
animais, indicar se foram seguidas as normas das instituições, dos Conselhos Nacionais
de Pesquisa ou de alguma lei nacional sobre uso e cuidado com animais de laboratório.
Na submissão de manuscritos, é obrigatória a inclusão de declaração de que a pesquisa
foi aprovada ou isenta de submissão pelo CEP.
Toda revisão sistemática deverá ter seu protocolo publicado ou registrado em uma base
de registro de revisões sistemáticas, como por exemplo, o PROSPERO.
5. Resultados
Apresentar os resultados relevantes de acordo com o objetivo do trabalho e registrando
primeiro os principais ou os mais importantes. Devem ser descritos somente os resultados
encontrados, sem incluir interpretações ou comparações. Fornecer as informações
referentes aos desfechos primários e secundários identificados na seção de métodos.
Apresentar os resultados, tabelas e ilustrações em sequência lógica, atentando para que o
texto complemente e não repita o que está descrito em tabelas e ilustrações. Restringir
tabelas e ilustrações àquelas necessárias para explicar o argumento do artigo e para
sustentá-lo. Usar gráficos como uma alternativa às tabelas com muitas entradas; não
duplicar os dados em gráficos e tabelas.
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Evitar uso de termos técnicos de estatística, tais como: “random” (que implica uma fonte
de aleatorização), “normal”, “significante”, “correlação” e “amostra” de forma não
técnica. Definir os termos estatísticos, abreviações e símbolos.
6. Discussão
Deve conter a interpretação dos autores, comparar os resultados com a literatura,
relacionar as observações a outros estudos relevantes, apontar as limitações do estudo,
enfatizar os aspectos novos e importantes do estudo e as conclusões derivadas, incluindo
sugestões para pesquisas futuras. Não repetir em detalhe dados ou outros materiais
colocados nas seções de “introdução” ou “resultados”. Somente nos estudos
qualitativos, a discussão pode ser redigida junto com os resultados, se for da
preferência do autor.
7. Conclusão
Deve ser fundamentada nos resultados encontrados e vinculada aos objetivos do estudo.
Afirmações não qualificadas e conclusões não apoiadas por completo pelos dados não
devem constar dessa seção. Na conclusão, não devem ser feitas citações de referências,
bem como quadros, tabelas ou figuras.
8. Referências
Devem ser numeradas no texto por números arábicos, em sobrescrito (ex.: A extensão da
sobrevivência, entre outros1), de forma consecutiva, de acordo com a ordem que são
mencionadas pela primeira vez no texto e sem menção aos autores. A mesma regra aplica-
se às tabelas e legendas.
Quando as citações forem sequenciais, devem ser separadas por um traço (3-7). Se forem
intercaladas, devem ser separadas por vírgula (1,4,6,9). Sequenciais com apenas duas
citações devem ser separadas por vírgula (3,4).
As referências devem ser verificadas nos documentos originais. Quando se tratar de
citação de uma referência citada por outro autor deverá ser utilizado o termo “apud”. No
entanto, essa possibilidade deve ser evitada ou empregada limitadamente.
A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores. Deve constar apenas
referências relevantes e que realmente foram utilizadas no estudo.
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Não há limites quanto ao número de referências. Porém, a quantidade de palavras será
contabilizada no total permitido para cada tipo de manuscrito.
As referências devem seguir os padrões resumidos no documento original em inglês do
ICMJE intitulado Recommendations for the Conduct, Reporting, Editing and Publication
of Scholarly Work in Medical Journals: Sample References ou os padrões apresentados
na íntegra na publicação Citing Medicine 2nd Edition (conhecidos como ‘Estilo de
Vancouver’).
Para a padronização dos títulos dos periódicos nas referências, é utilizado como guia o
LocatorPlus, fonte de consulta da National Library of Medicine, que disponibiliza, na
opção Journal Title, o título e/ou a abreviatura utilizada.
Para a indicação de autoria, incluem-se os nomes na ordem em que aparecem na
publicação até três autores, iniciando-se pelo sobrenome seguido de todas as iniciais dos
prenomes separando cada autor por vírgula. No caso de a publicação apresentar mais de
três autores, são citados os três primeiros; utiliza-se vírgula seguida da expressão et al.
Quando o sobrenome do autor incluir grau de parentesco – Filho, Sobrinho, Júnior, Neto
– este deve ser subsequente ao último sobrenome: João dos Santos de Almeida Filho =
Almeida Filho JS, José Rodrigues Junior = Rodrigues Junior J.
Para padronização de títulos de trabalhos, utilizam-se letras minúsculas em todo o
período, com exceção da primeira palavra que começa, sempre, com letra maiúscula.
Fogem à regra nomes próprios: nomes de pessoas, nomes de ciências ou disciplinas,
instituições de ensino, países, cidades ou afins, e nomes de estabelecimentos públicos ou
particulares.
As abreviaturas devem estar de acordo com a lista de periódicos no PubMed.
Todas as referências deverão vir com seus respectivos Digital Object Identifier (DOI).
9. Tabelas
As tabelas são utilizadas para exibir informações de maneira concisa e de fácil
visualização. A inclusão de dados ou informações em tabelas, em vez de descritas no
texto tem como finalidade reduzir o tamanho do texto.
Numerar as tabelas sequencialmente de acordo com a ordem de sua citação no texto e dar
um título curto a cada uma. As tabelas deverão ser apontadas no corpo do texto, porém
enviadas em laudas separadas.
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Definir para cada coluna um cabeçalho abreviado ou curto. Colocar as explicações no
rodapé das tabelas e não no cabeçalho. Explicar, em notas de rodapé, todas as abreviações
não padronizadas usadas em cada tabela. Utilizar símbolos para explicar as informações
(letras do alfabeto ou símbolos como *, §, †,‡).
Nas tabelas e quadros, cada célula deve conter apenas um conteúdo, sem utilização de
espaços, como “enter”. O conteúdo referente a uma célula em uma coluna deve estar na
mesma linha, também em uma única célula, em todas as colunas seguintes. Caso um
conteúdo de uma célula faça referência a mais de um conteúdo em outra coluna, deve-se
usar, para essa célula, o recurso “mesclar células”. Não enviar as tabelas como imagem
para que seja possível proceder à sua edição.
Identificar medidas estatísticas de variações, tais como: desvio-padrão e erro-padrão.
Constatar que cada tabela esteja citada no texto por sua numeração e não por citação
como: tabela a seguir, tabela abaixo.
O uso de tabelas grandes ou em excesso, em relação ao texto, pode produzir dificuldade
na forma de apresentação das páginas.
10. Ilustrações
As ilustrações (figuras, quadros, tabelas e gráficos etc.) devem estar inseridas no texto
com os títulos completos, indicação de fontes, legendas e notas adicionais quando
necessárias. Todas as ilustrações mencionadas deverão ser enviadas em formato editável.
Não colocar os títulos e explicações nas ilustrações e sim nas legendas.
Se forem usadas fotografias de pessoas, os sujeitos não devem ser identificáveis ou suas
fotografias devem estar acompanhadas por consentimento escrito para publicação.
As ilustrações devem ser numeradas de acordo com a ordem em que foram citadas no
texto. Se uma ilustração já foi publicada, citar à fonte original e enviar a autorização
escrita do detentor dos direitos autorais para reproduzir o material. A autorização é
requerida, seja do autor ou da companhia editora, com exceção de documentos de domínio
público. Disponível em: (http://locatorplus.gov/cgi-
bin/Pwebrecon.cgi?DB=localHYPERLINK "http://locatorplus.gov/cgi-
bin/Pwebrecon.cgi?DB=local&PAGE=First).
Fotografias devem ser fornecidas da seguinte forma: arquivo digital em formato. TIFF,
JPG, EPS, com resolução mínima de: 300 dpi para fotografias comuns; e 600 dpi para
fotografias que contenham linhas finas, setas, legendas etc.
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Gráficos, desenhos, tabelas e quadros devem ser enviados em arquivos: Word, Excel,
PowerPoint em formato editável (arquivo aberto). Para desenhos e gráficos, a resolução
mínima é de em 1.200 dpi.
11. Nomenclatura
Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura biomédica, assim como
abreviaturas e convenções adotadas em disciplinas especializadas.
Recomenda-se que, no uso dos principais vocábulos relacionados ao câncer, sejam
adotados os conceitos dos Glossários Temáticos Controle de Câncer e Fatores de
Proteção e de Risco de Câncer.
Recomenda-se também evitar o uso de siglas ou acrônimos não usuais. Siglas ou
acrônimos só devem ser empregados quando forem consagrados na literatura, prezando-
se pela clareza do manuscrito.
Exemplos de siglas consagradas: ONU, HIV, aids.
Confira o Siglário Eletrônico do Ministério da Saúde.
Os originais em língua portuguesa deverão estar em conformidade com o Novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa.
Requisitos Técnicos para a Apresentação de Manuscritos
Antes de submeter o manuscrito, confira se as “Instruções para Autores” foram seguidas
e verifique o atendimento dos itens listados:
• Submeter o arquivo integral do manuscrito em Microsoft Word.
• Utilizar espaçamento 1,5 em todas as partes do documento.
• Revisar a sequência: folha de rosto; resumos e palavras-chave (de três a cinco e
respectivas key words e palabras clave) e a estrutura (seções) do artigo.
• Tabelas, quadros e figuras (com legendas) devem ser inseridos e citados no
decorrer do texto, não no final do documento na forma de anexos.
• Referências devem ser numeradas, em sobrescrito, na ordem de aparecimento no
texto, corretamente digitadas. Verificar se todos os trabalhos estão na lista de
referências e se todos os listados estão citados no texto.
• Formulário de Submissão e Declaração de Direitos Autorais preenchido e
assinado somente pelo autor responsável pela submissão.
• Adicionar permissão para reproduzir material previamente publicado ou para usar
ilustrações que possam identificar indivíduos.
• Preencher o checklist.