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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO – PEDAGÓGICO.
PÓS GRADUAÇÃO” LATO SENSO”.
IN ( DISCIPLINA )
Por: Gisele Aparecida Caldas Torres.
Orientadora: Professora Fabiana Muniz.
Rio de Janeiro
2002
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO – PEDAGÓGICO.
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSO”.
IN (DISCIPLINA)
Projeto de pesquisa apresentado como requisito
parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Psicopedagogia.
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AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus, a família, parentes
e amigos que,direta ou indiretamente
contribuíram para a confecção deste
trabalho.Ao meu grupo de colegas
a aos professores do Curso de Pós
Graduação.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu esposo e filhos que tanto
colaboraram, emprestando a sua paciência e
compreensão durante o tempo em que foi elaborado.
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EPÍGRAFO
DEPENDE DE NÓS!
Depende de nós Quem já foi ou ainda é criança Que acredita ou tem esperança Que faz tudo por um mundo melhor Depende de nós Que o circo esteja armado Que o palhaço esteja engraçado Que o riso esteja no ar Sem que a gente precise sonhar Que os ventos cantem nos galhos Que as folhas bebam o orvalho Que o sol descortine Mais as manhãs. Depende de nós Se esse mundo ainda tem jeito Apesar do que o homem tem feito E a vida sobreviverá Depende de nós Quem já foi ou ainda é criança Que acredita ou tem esperança Quem faz tudo para um mundo melhor!!
( Ivan Lins , 1989) iv
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RESUMO
As questões indisciplina e disciplina são consideradas por muitos
professores aspectos extremamente complexos e relevantes. O repensar à
prática educativa, para verificar possíveis manifestações de comportamento, é a
senha para invadir o cotidiano escolar e desmistificar as questões acima.
A proposta deste trabalho monográfico é em torno de uma só temática, a
“(IN)DISCIPLINA”. Abordada de uma forma holística, perpassa pelas partes que
a compõe como: sua importância, suas causas e conseqüências.
Em uma linha de tempo, o “comportamento necessário” é reconhecido e
compreendido como um dos elementos, do processo educacional, que
acompanha o momento histórico de uma determinada época. Tanto a escola
tradicional quanto a escola contemporânea traçam estratégias para assegurá-lo.
A importância da (IN)DISCIPLINA é a preocupação central entre os
professores. A entrevista feita com professores da rede particular retrata que a
transição desta “obediência” para a “construção de comportamento”, proposta
pelo binômio professor - aluno, assusta sob o ponto de vista que o nosso grupo
de alunos não vêm com uma bula: “siga às instruções” ou “a receita é esta”.
O professor com a oportunidade de estar envolvido nos capítulos
subseqüentes, tem como analisar a (IN)DISCIPLINA como uma aliada, pois a
sinalização do que está dando certo ou o que não está bem, ajuda ao professor a
investigar novos rumos para equilibrar sua turma ou seu aluno.
A investigação segue um longo caminho a pesquisar, pois as causas de
uma (in)disciplina abre um leque de fatores que contribuem para este
comportamento que não é adequado. A responsabilidade não fica apenas com
um dos agentes do processo educacional.
Fechando o trabalho, a criatividade tem um papel relevante no
processo escolar. Considerando-a como peça de expressão tanto do professor
quanto do aluno,é uma parceira na construção das relações sociais e
pedagógicas.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO -------------------------------------- CAPÍTULO I -------------------------------------- CAPÍTULO II --------------------------------------- CAPÍTULO III --------------------------------------- CAPÍTULO IV --------------------------------------- CAPÍTULO V -------------------------------------- CONCLUSÃO -------------------------------------- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ------------------ BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ---------------
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INTRODUÇÃO
A educação é uma tarefa que se realiza como respostas às exigências
sociais, às aspirações e expectativas dos alunos.Tais aspirações são
conseqüências de seus meios familiar e social.
Os conflitos existentes entre os diferentes grupos da sociedade possibilitam
refletir que garantir a educação de um povo é a “ mola mestra “ para se conseguir
o caminhar diferente no aspecto desenvolvimento.
A educação responde,também, ao seu desenvolvimento produtivo cultural
de um povo,bem como ao tipo de organização econômica.
A forma de pensar em educação está intimamente relacionada com a visão
do mundo que se tenha.Considerando que as mudanças sociais levam o mundo à
transformação e a engrenagem se faz EDUCAÇÃO/MEIO.
As instituições educativas,tanto quanto os educadores,devem ter
consciência do significado da intenção das práticas educativas,que surgem com
as mudanças do mundo,como alavanca para a educação que se pretende dar. As
praticas educativas,contêm, explicita ou implicitamente,tendências pedagógicas e
conseqüentemente as abordagens pedagógicas,ligadas a uma postura ideológica.
Este trabalho trata de agendar a “ in(disciplina)” como um elemento
importante no processo educativo,analisando-as com uma visão histórica/social.
Temos como questionamento qual a influência da in(disciplina) na
construção do processo ensino-aprendizagem tendo como bagagem uma série de
“ desinteresses” , tanto do discente quanto do docente,no que diz respeito ao
comportamento.
A justificativa do trabalho é caracterizar que dentro de uma linha histórica
vivenciamos momentos onde está claro a necessidade de serem restabelecidos
limites na educação das crianças.
Quando a abordagem tradicional embasava as escolas, o” controle” da
classe era muito mais fácil,já que o poder estava nas mãos do agente da ação
educativa:o professor. O aluno era mero expectador do processo,produzindo ou
não.
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Seguindo a linha do tempo, a abordagem seguinte enfocava que quando o
professor ensinava o aluno conseqüentemente aprendia em uma relação
democrática.
Sob essa ótica, nada mais claro que se o professor tiver como rotina um
domínio de conteúdo, consciência de seu papel de educador e zelar pela
aprendizagem dos alunos os resultados aparecem, tanto no aspecto pedagógico,
quanto na relação interpessoal.Desvalorizar a relação professor/aluno não
combina com o nosso mundo em transformação.
Chegando bem próximo das instituições de ensino, percebemos que os
alunos estão sinalizando que o “comportamento” altera o processo de ensino-
aprendizagem, levando –os ao desinteresse, repetência e até evasão escolar.
Analisar as causas do problema é preocupação sobre a qual hoje se
debruçam todos que estão envolvidos com a educação que desejam um processo
educacional de qualidade.
O objetivo geral é repensar prática educativa para verificar possíveis
manifestações de comportamento.Os objetivos específicos são caracterizar em
uma linha histórica a questão do “comportamento necessário”, identificar a
importância da disciplina e da indisciplina no processo educacional, interpretar a
indisciplina como uma conseqüência de uma insatisfação ou frustração em
relação a determinados aspectos, identificar as principais causas da indisciplina,
levando em conta o dueto social/orgânico e reconhecer a criatividade como
instrumento e aliado na construção do processo educativo.
Tem-se como hipótese que de acordo coma tendências/abordagens
pedagógicas de cada momento histórico, percebe-se um olhar diferente ao
analisar “comportamento”.
Sabe-se que disciplina é indispensável na vida, e mais especificamente no
processo educativo, pois nenhuma instituição de ensino poderá ir a frente sem a
parceria da mesma.É o resultado da aprendizagem interligada a todas as áreas.
Em contrapartida, a indisciplina também é importante, pois sinaliza que
algo está desajustado em relação ao processo educativo como um todo: binômio
social/educacional.todos os dias ele vai à escola, com uma rotina que não tem
fim, o seu rendimento pedagógico e até social vão desabar desencadeando uma
“guerra de nervos”, tanto para o discente quanto para o docente.
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O binômio aluno-professor deve ser embasado em uma estratégia que
respeite o aluno e que o leve em conta o seu potencial. Os professores, as “tias”
devem estar bem próximos, (quando destaca-se “próximo”, refere-se uma
atenção que transcenda a relação professor/aluno) para ajudar no que for
necessário, não para dar ordens e fazendo imposições, pelo contrário,
construindo junto.
Uma observação relevante é que a o fato dos alunos serem chamados pelo
nome e não pelo número ameniza a relação deixando-os mais à vontade e
confiantes nas pessoas que irão “guiá-los”.
O incentivo ao diálogo, a possibilidade de divulgação/reflexão dos
sentimentos e das coisas que cercam os elementos do grupo, acaba de ser um
método mais em conta e agradável para superação da chamada “indisciplina”.
Os depoimentos citados nas próximas linhas, dados por alguns discentes,
revelam que a primeira condição para entender o outro é possibilitar uma
dialogicidade durante o processo educacional.
Faz-se necessário declarar os depoimentos, imediatamente, para abrir o
foco sobre o estudo da (in) disciplina e suas causas e conseqüências.
Os questionamentos aos discentes foram os seguintes: “Você faz bagunça
na escola? Por quê?” “O que o sua professora faz quando acontece isso?”.
Sim. Eu faço bagunça quando...
“... a professora não está dando um assunto interessante, e eu não sei
para que estou aprendendo isso..., converso mesmo...”.
“... a minha professora me tira da sala...”.
“... já terminei o trabalho, vou conversar um pouco... porque não tem nada
para fazer...”.
“... o meu professor tira ponto...”.
(Renato – 3ª série)
Não. Eu não faço bagunça.
“... Só faço bagunça quando a tia sai da sala. Quando ela chega fico
quietinho, nem converso...”.
(Luiz Henrique - 2ª série)
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“... Minha tia combina com a gente um horário de” bagunça “...”.
“... Se meu amigo começa a bagunçar o aluno monitor fala logo...”.
(Ana Maria - 2 série)
“... se eu conversar a tia pode não gostar...”.
“... ela deve brigar...”.
(Fafá - 2ª série)
Observa-se que na maior parte das vezes tende-se a confundir conversa na
sala de aula com indisciplina. É questionável, porque conversar é uma forma de
interação do ser humano. Indisciplina é quando a postura do aluno impede que a
instituição de ensino cumpra os seus objetivos. Este tipo de procedimento
realmente pode ser caracterizado por indisciplina.
O trabalho será desenvolvido tendo como base à observação de crianças de
04 a 10 anos de idade de classe média, depoimentos de alunos de 07 a 10 anos
de idade, também de classe média, e pesquisa de campo com professores da
rede privada.
Com base para enriquecer a monografia serão consideradas a pesquisa
bibliográfica e as observações indiretas e diretas através do estágio.
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CAPÍTULO I
PROCESSO EDUCACIONAL E O COMPORTAMENTO NECESSÁRIO
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EDUCAÇÃO NUMA LINHA HISTÓRICA A educação tem sua passagem, levando em consideração o processo
histórico de várias décadas.
(...) “No Brasil Colonial a instituição era realizada majoritariamente pela Igreja Católica. Inicialmente, sua preocupação era conversão dos indígenas ao catolicismo...” (...) “No Período Monárquico, embora o poder fosse imperial, era controlado por grandes fazendeiros de formação católica...Come çaram a surgir escola administradas diretamente pelo Estado.... Eram escolas públicas e gratuitas como o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e as faculdades de Medicina e Direito, em vários estados. As faculdades de direito formavam bacharéis que comporiam a classe política...” (...) “No Período Republicano ocorreram grandes mudanças no ensino. As idéias positivistas queriam o Estado forte, separado da Igreja e com responsabilidades sociais. A liderança positivista queria diminuir a influência dos fazendeiros sobre a sociedade...As demandas dos grupos urbanos, que viam na Educação uma forma de ascensão social, pressionaram e conseguiram que o governo mantivesse a educação pública e gratuita...Atendendo aos novos tempos, houve a inclusão de disciplina de cunho científico no ensino básico e na formação superior...” (...) “A Revolução de 30 deu maior poder aos grupos urbanos, especialmente as burguesias industrial e comercial...O grupo da Escola Nova propôs profundas transformações no sistema educacional...O Manifesto dos Pioneiros (1932) e os artigos das Constituições de 34, 37 e 46 expressam e consolidam as idéias destes grupos sobre a educação... (...) O Período de Ditadura Militar (1964/1985), significou uma nova estrutura do poder do Estado. Apesar do controle militar sobre a política...Alguns estudiosos acreditam que a correlação de forças, então estabelecida, explica as características tecnicistas e repressivas da educação brasileira naquele período...Citam como expressão da nova mentalidade a Lei 5540, de 1971, que reformulou o ensino superior seguindo o modelo americano...” ( Roberto Martins Ferreira)
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Autor citado no capítulo II do livro Sociologia da Educação, Editora Vozes, 1999,Petrópolis - RJ
Processo educacional e o comportamento necessário.
Ao longo do século XX, a educação, antes de padres, depois do Estado foi
ganhando novas mãos para ampará-las. Nesse momento se consolidou a idéia de
que o futuro de um país dependia da educação de um povo.
É fato notório, de que a educação é um processo iminentemente histórico que,
marca e também é marcado pelas pessoas. As caracterizações de diferentes
conceitos de educação surgem como decorrência desse processo político-social,
tendo como base o relacionamento entre as pessoas que pretendem perpetuar as
novas gerações.
Estas delineações não aparecem sem respaldo, surgem das percepções que os
grupos têm o papel que a educação deve desempenhar em determinadas épocas.
As modificações aparecem desde o momento em que os moldes adotados
evidenciam inadequados para satisfazer as necessidades que apontam
“ A questão da (in)disciplina em sala de aula
ocupa um lugar em destaque no quadro das
preocupações dos docentes, por serem
conseqüências do, para eles, não esperado.”
(Vasconcelos, 2000 p 21)
Na escola tradicional, os professores foram “moldados”, acreditando que, se
bem desenvolvesse seu trabalho, suas turmas seriam naturalmente receptivas,
organizadas e produtivas.
Seguindo a linha de tempo, o binômio relação professor/aluno e o
comportamento “necessário” tomou outro formato , como a própria visão da
escola. Hoje, diferentemente do passado( não tão longínquo), o aluno é o agente
do processo. Seu desenvolvimento social passou a ter , paralelamente com o
desenvolvimento cognitivo, um “foco” direto e especial no dia a dia educacional.
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Preconiza-se uma escola democrática, formadora de cidadãos autônomos e
conscientes de seus papéis sociais, capazes de analisar os fatos que lhes são
dados, criticando-os. O aluno é encarado como um sujeito questionado da
realidade que o cerca e é estimulado para sê-lo. A vida adulta vem logo abraçar
este futuro participante, pedir seu posicionamento e solução para os problemas.
Observa-se, contudo, que junto a essa liberdade de ação dos alunos, os
professores necessitam ser “atendidos” e obedecidos. De uma relação bilateral
educador/educando.
A educação encontrando-se ainda em transição, esta “obediência”, fica em
processo de reconstrução, já que uma linha de educadores não encara bem a
intensa interação dos alunos. Este grupo não convive satisfatoriamente com a
crítica, muito menos com a autocrítica.
“Encontramo-nos numa fase de transição, onde
a realidade, teoricamente, explicitada, de liber-
dade e criatividade nas ações pedagógicas,
não encontra eco no ideário,ainda em nós inculcado
do aluno submisso, “silenciosamente cooperador”
( Maria Lúcia Carvalho, 1999. P. 123)
A preocupação com a questão disciplinar cresceu entre os professores., que
muitas das vezes, é obrigado a acrescentar mais um objetivo na sua tarefa de
educar para atender as questões do comportamento de seus alunos. O mais
relevante do que formar, para uma linha de docentes, é manter “suas turmas
disciplinadas”.
Levanta-se a questão do limite....”Limite? Quem dá ao aluno de hoje a noção
de seus próprio limites?” Os docentes culpam as famílias por deslocarem a
responsabilidade à escola, as famílias culpam a estrutura educacional e a última
devolve a culpa para ambos a responsabilidade que ninguém quer assumir.
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Categorias 1549-1930
Escola Tradicional
Constituições 1824 e
1891
1930 á 1960
Escola Nova
Constituições
1934,1937 e
1946
1964 á 1985
Escola Tecnicista
Constituições 1967
e 1969
1985
EscolaCrítica
Constituição
1988
Professor È o transmissor dos
conteúdos aos
alunos.Poder
professoral.Reprodução
do contexto social no
espaço social.
O PROFESSOR
È o orientador /
facilitador da
aprendizagem.
O
ORIENTADOR
È o técnico que
seleciona,organiza
e aplica um
conjunto de meios
que garantem a
eficiência e eficácia
do ensino.
O
TÈCNICO/INSTRU
TOR
È o educador que
direciona e conduz o
processo ensino-
aprendizagem.Cosm
ovisão
A AUTORIDADE
COMPETENTE
O EDUCADOR
Aluno Um ser passivo que deve
assimilar os conteúdos
transmitidos pelo
professor. Permissividade
Um ser ativo;
centro do
processo
ensino-
aprendizagem.
Respeito à sua
individualidade,l
iberdade de
ação,iniciativa,a
utonomia e
interesses.
Um elemento para
quem o material é
preparado:objeto da
preparação dos
módulos
instrucionais;ausênc
ia do senso crítico.
Uma pessoa
concreta,objetiva,que
determina pelo
social/político/econô
mico/individual(pela
história) participação.
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Objetivos
Educacionais
Obedecem a seqüência
lógica dos conteúdos
programados.Não são
muito
explicitados.Baseados em
documentos
legais.Transmissão do
saber;ensino
enciclopédico;conteúdos
fechados e ausência de
transformação
Obedecem ao
desenvolviment
o psicológico do
aluno.ênfase na
auto- realização
pessoal.Aprend
er a aprender
Operacionalizados
e categorizados a
partir de
classificações:Gerai
s(educacionais) e
Específicos
(instrucionais),com
versos
precisos;orientados
por planos de ação
e planejamentos
amplos e inflexíveis.
Definidos a partir das
necessidades
concretas dos
alunos,a partir da
contextualização
histórico-social no
qual se encontram os
sujeitos.Promoção de
consciência
crítica:desenvolver
autonomia e poder
de decisão.
Metodologia Aulas centradas no
Professor(Expositivas).Ex
ercícios de fixação.
(leituras-cópias)
Atividades
centradas no
aluno.Trabalhos
em
grupos/pesquis
as.Jogos/criativi
dade.Experiênci
as
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O momento social mostra a necessidade de restabelecer limites
na educação das crianças e dos jovens.
A preocupação se faz presente e é aceitável, já que, hoje, o papel da escola
transcende ao somente de educar. Contudo, falar, questionar e achar culpados
não resolve o problema.
É fundamental na estruturação da personalidade de uma pessoa canalizar seus
limites, significado do sim e do não, o que pode, o que não pode.
Como escreve Tânia Zagury em seu livro “Limites sem trauma”:
“...É fundamental acreditar que dar limites aos filhos é iniciar o processo de
compreensão e apreensão do outro. Ninguém pode respeitar seus semelhantes
se não aprender quais são os seus limites – e isso inclui compreender que nem
sempre se pode fazer tudo que se deseja na vida. É necessário que a criança
interiorize a idéia de que poderá fazer muitas, milhares de coisas – mas nem tudo
e nem sempre. Entre satisfazer o próprio desejo de pensar no direito do outro,
muitos tendem a preferir
Satisfazer o próprio desejo e pensar no direito do outro, muitos tendem a preferir
satisfazer o próprio desejo, ainda que, por vezes, prejudique alguém”
Não há uma fórmula pronta, nem uma cartilha para ensinar a lidar com este
nova vértice da educação. Os professores devem lidar com o limite de uma forma
crítica e criativa.
A sala de aula é o melhor lugar para se desenvolver a consciência de que “o
seu direito começa, quando o do outro termina.” A sensibilização é a primeira
parte do processo de construção de interação.
A solidariedade é um aliado decisivo para o nosso tempo; é o avesso do
individualismo, da competição que marca as relações de forma brusca e nociva.
Deve-se ressaltar que a solidariedade não pode se dar onde não há limites.
A análise do cotidiano revela que o comportamento desejado deve começar com
abertura de um diálogo franco. Quanto mais solidariedade existir entre educador e
o educando , tanto mais possibildades de aprendizagem democrática se abrirão
na escola
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“De quem é a bola ?”
“É de Adão e Eva?
É do governo?
É do sistema?
É do pai..da mãe?
É da escola?
Afinal, de quem é a bola?
Adão e Eva: No princípio do mundo, Adão e Eva cometeram a primeira falta
contra Deus. Os homens passaram a atribuir todo mal do mundo – as doenças, as
Crises foram aumentando, o mundo evoluindo, o homem conscientizando-se e
concluindo que o problema não era de Adão e Eva, jogando assim a bola para o
governo.
O Governo: O governo passou a ser responsável por todos os problemas, por
todos os males do mundo que envolviam a humanidade.
O povo passava fome por causa do governo...
A educação não ia bem, por causa do governo.
Professores e alunos eram incompetentes por causa do governo...
Jogaram a bola para sua mão, responsabilizando-o dos grandes e pequenos
problemas.
Acontece que o povo percebeu que a bola não era do governo, mas do sistema, e
levaram a bola para o sistema.
Sistema: Quem é o senhor sistema? O que ele significa?
Todas as famílias achavam que o sistema era responsável pelos problemas.
Responsabilizavam pais e educadores, ao senhor sistema, pelo elevado número
de marginais, adolescentes que aparecem nas grandes capitais.
Culpam o senhor sistema de não tê-lo educado, e não possuírem família...
Afinal , a bola é do sistema?
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O povo continua a questionar: De quem é a bola?
Acharam como resposta que a bola é do pai e da mãe...
O pai e a mãe: O pai e a mãe entram em polêmica.
O pai joga para a mãe, acusando-a como responsável pela educação dos filhos.
Se os filhos apresentam problemas, ele diz: “Você não pára em casa, você não os
acompanham, quer ter os mesmos direitos dos homens. Só pensa em
emancipação, trabalhar dois horários...”
Essa família vai mal...
A mãe por sua vez, sentindo-se injustiçada joga a bola para o pai, acusando-o por
não estar presente no lar, nos momentos difíceis de educar, dizendo-lhe que ele,
só tem tempo para o futebol, trabalho, amigo e cerveja no boteco.
Essa família vai mal...
Acontece que os dois em crise, resolvem justificar um erro de responsabilidade
jogando a bola para a escola.
A escola: A escola recebe os reflexos dos problemas familiares e sociais,
traduzidos em alunos subnutridos, carentes, de aprendizagem lenta e agressivos.
Mas a escola resolve se isentar desta responsabilidade de educar e diz que “a
bola” é do pai, da mãe, do governo, do sistema e que vai fazer aquilo que lhe
compete..
Acontece que a “bola” continua solta...O mundo em decadência, as
crises vão aumentado, homens se violentando, crianças se degenerando e o
mundo que foi criado para ser o paraíso, passa a ser um campo de concentração
de regras e desamores... “A bola” está sendo jogada para lá e para cá. O
problema não chega a uma solução, porque todos tornam-se alheios, distantes de
amor e responsabilidade...
... A responsabilidade compete a cada um que a possui...Portanto:
BOLA É DE TODOS NÓS!!!”
( Revista Nós na escola, 2000, p. 12 )
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CAPÍTULO II
Importância:disciplina e indisciplina
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Importância: disciplina e indisciplina
Em regra geral a disciplina é a forma de agir do educando, com sentido de
cooperação nas tarefas escolares e respeito pelos colegas, funcionários e
professores. É uma garantia de que tudo vai ser e ficar do jeito que se precisa ser.
Abrindo uma outra possibilidade de função para a disciplina, observamos
que também pode ser útil, quando está a disposição do aluno. O mesmo pode
enfrentar determinada dificuldade, que vai saber solucioná-la, pois vai encará-la,
com calma e sabedoria.
A indisciplina é um comportamento, não desejável pelo professo, de uma
criança/adolescente, sinalizando a sua insatisfação, o seu desinteresse ou
frustração diante de determinada situação.
Intrinsecamente, este comportamento não desejado nos é útil, pois mostra
que alguma coisa não vai bem... É hora de repensar alguns pontos importantes e
que convivem o tempo todo com o aluno e professor de hoje.
Num tempo de desafios e incertezas, onde as mudanças ocorrem com uma
velocidade imprescindível, o papel da escola na “educação do futuro” fica ainda
mais dinâmico, e consequentemente o professor segue esta linha de atuação e
relação.
Quando a “atuação” é mencionada, o enfoque é meramente pedagógico, (
procedimento, estratégia, incentivação ); e “relação” é quando tratamos da
direção de classe, entender e ouvir o outro.
Entre tantas descobertas , incertezas e reflexões, uma única via se faz
presente: a escola e o professor. Os mesmos terão que se adaptar às
necessidades de seu tempo ou não mais darão conta de cumprir o papel de
transformadores.
“O fundamental é que o professor e alunos saibam que a postura deles é diabólica,aberta,curiosa, indagadora e não apassivada,enquanto fala ou
enquanto ouve.O que importa é que o professor e aluno se assumam epistemologicamente curioso.” ( Freire,1996,p.16)
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Atualmente é uma tarefa complicada inserir o papel e as competências do
professor no círculo complexo das relação com o outro, quando até mesmo a
escola e as modalidades tradicionais de ensino estão sendo questionadas.
Agiganta-se a importância da ética como carro-chefe, como parceira no
combate contra as carências sociais.
“A educação deve conduzir à “antropo-ética, levand
em conta o caráter ternário da condição humana,
que é ser ao mesmo tempo indivíduo/sociedade/
espécie[...]. A ética[...] deve formar-se nas mentes
com base na consciência de que o ser humano e,
ao mesmo tempo,, indivíduo, parte da sociedade,
parte da espécie. Carregamos em nós esta tripla
realidade. Desse modo, todo desenvolvimento
verdadeiramente humano deve compreender
o desenvolvimento conjunto conjunto da auto-
nomias individuais, das participações comunitá
rias e da consciência de pertencer à espécie hu
mana.
( Morin, 2000. P.17)
Possibilitando informações é um novo meio de até “controlar” nosso aluno.
Enquanto um processo educativo é um processo de dinamização da informação,
também cria parcerias com o coletivo e/ou com o individual.
O professor buscando ser um profissional ético no meio das diversas crises
da contemporaneidade, tem pouca clareza de como identificar a importância das
chamadas “disciplina” e “indisciplina” do processo educacional.
Temendo não ser respeitado e atendido, o docente assume, em muitos
casos, uma atitude autoritária/arbitrária, apregoando diante de um grupo de
alunos seu poder de comando.
Diante deste monólogo o grupo pode reagir tanto com o silêncio imposto,
como com agressividade desafiadora conceituada como INDISCIPLINA.
Em outros casos, na necessidade de conseguir ser simpático com seu
grupo de alunos, o professor, buscando ser um líder democrático desvinculando-
se do seu papel de “autoridade”, o grupo já não mais consegue encará-lo como
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um líder natural do processo, pois iguala-se aos seus alunos descaracterizando-
se.
Neste caso, a turma reage com indiferença e/ou com dispersão e/ou com
desinteresse, chegando a famosa INDISCIPLINA..
“A questão da (in) disciplina em sala de aula de aula ocupa um lugar em destaque
no quadro das preocupações dos docentes por serem conseqüências do, para
eles, não esperado”( Vasconcelos, 2000 p.21)
Os professores são formados acreditando que se bem desenvolvem seu
trabalho, suas turmas seriam receptivas, organizadas e produtivas. “Mesmo bons
professores, algumas vezes, têm problemas de disciplina. Mas uma aula
disciplinada é algo mais que conservar a classe em ordem. O objetivo último da
disciplina é desenvolver no aluno o respeito por ele e pelo o outro.”
A verdadeira disciplina, portanto, não se origina do exterior. Ela vem do
interior do sujeito, que age dentro dos limites estabelecidos por ele próprio.
Contudo, sabe-se que o indivíduo não nasce “disciplinado”. Como na
maioria de nossos comportamentos, a disciplina é resultado de aprendizagens:
afetiva, cognitiva e motora.
A questão da importância da DISCIPLINA e INDISCIPLINA no processo
educacional também deve ocupar um espaço em destaque nas reflexões e
preocupações dos docentes por serem frutos do não esperado.
No dia-a-dia escolar , os professores, alertas com o fenômeno da
indisciplina, resgatam os mais variados motivos para este tipo de comportamento
não desejado.. Alguns se colocam e dizem que a indisciplina é “um sinal dos
tempos modernos”, como se fosse relevante transferir a causa para uma
nostalgia: “no meu tempo o professor era autoridade, ele era respeitado não só na
escola mas em toda sociedade”.
De acordo com Arroyo, levanta-se a possibilidade de que esse processo
nostálgico é um “saudosismo romântico” que mistura-se ao medo e `a prevenção
quanto ao que vem no futuro. Essa linha educacional conserva-se o passado,o
passado ideal.
Abrilhantando o parágrafo acima, Aquino, posiciona-se que o professor
provoca a indisciplina, justamente porque parece esquecer que no passado a
obediência era conseguida através de pressões. O retorno ao passado mostra a
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resistência à atualização de sua relação com o aluno frente à sociedade
contemporânea.
O mundo de hoje se apresenta de forma diferenciada, pois existe uma
variedade de atividades que incentivam o aluno. As mudanças de comportamento
são velozes, e o professor deve acompanhar na mesma intensidade seu público-
alvo.
A sala de aula é o lugar que ocorre o momento crucial da educação escolar,
também, no aspecto formador. É o encontro de duas vias, ambas buscando
crescer e alcançar a plenitude, a comunhão entre as pessoas.
Ainda analisando a sala de aula, como parceira no desenrolar da relação
professor/aluno, pode-se afirmar que múltiplos fenômenos que nela se originam e
desenvolvem dão condição de se trabalhar com a integração e interação
Este assunto não pode ser levantado com a responsabilidade nas costas de
apenas um agente do processo. Professor/aluno são elementos – chave num
único objetivo.
A relação entre o professor e os alunos , portanto, detém uma face
importantíssima: o grupo é o espaço onde cada elemento constrói sua
individualidade. Diferentes aspectos surgem na construção do “coletivo” e do
“individual” : domínio intelectual, domínio ético, domínio profissional e finalmente o
domínio humano.
O professor, como o facilitador do processo educacional, deve desenvolver
nos alunos a autodisciplina, destacando alguns aspectos consideráveis em sua
estratégia:
· Utilizar maneiras positivas de orientar os alunos;
· Considerar o “comportamento indesejável” de acordo com o fato, pessoas
envolvidas e a causa;
· Promover um clima de respeito e confiança mútuo;
· Ajudar os alunos a compreender a razão de ser dos regulamentos e traçar
“combinados” de acordo com os mesmos.
· Procurar as causas do comportamento infantil, ao invés de reprimi-la ou forçá-
la a mudanças para as quais não está preparada.
26
· Possibilitar os alunos a reconhecer as causas de seu próprio comportamento e
das ações dos outros, preparando-os para, que eles próprios, busquem meios
para solucionar seus próprios conflitos.
A importância da disciplina e/ou da indisciplina deve ser analisada em
várias situações do processo educacional. O ato pedagógico é, para o aluno e
para o professor, um momento de descoberta e de construção juntos, o momento
do nascer das falas, do movimento de rebeldia, da oposição, do crescimento. É
um momento de “troca” que com certeza pode render grandes frutos.
27
CAPÍTULO III
Interpretar a disciplina como uma conseqüência.
28
Interpretar a indisciplina como uma conseqüência.
Nos anos 60, o diretor de cinema Stanley Kubrick fez “2001 – Uma
odisséia no espaço”, que siginificava, na época uma “viagem ao futuro”. Um futuro
que estava longe( ? ), tão longe( ? )... quanto a imaginação de Kubrick, e tão perto
quanto a “viagem” que a humanidade fazia (e faz ) a todo instante,
acompanhando cada época.
Finalmente século XXI (2002) ! A educação é a grande odisséiia do
homem, porque representa o elo entre o futuro, a memória e a esperança. A
memória que armazena subsídios para embasar e/ou modificar o futuro, e o futuro
que não sobrevive sem a educação do homem.
O novo milênio apresenta desafios para os educadores e
especialistas. Analisando o cotidiano da sala de aula, constata-se que a
Indisciplina tem causas e podem ser apontadas na sociedade, na escola, no
professor e no aluno.
A sociedade apresenta-se no rol, porque as desigualdades entre as
classes social , a violência, as drogas e a formação familiar são extremamentes
graves e colaboram para o comportamento indesejável. A própria sociedade em
transformação pode acarretar um transtorno comportamental.
Para os alunos a escola é um espaço no qual eles não se sentem à
vontade. Aqueles com características de faladores, espertos e curiosos, dentro da
escola vão ficando reprimidos. “A escola não tem nada que ver com sua vida de
todo o dia. “Dentro dela não há lugar para seus problemas e preocupações.(
Ceccon, 1982. P.16-7). Devagar os alunos vão perdendo a motivação para
continuar se esforçando, vão se sentindo incapazes de satisfazer as propostas da
escola. Registra-se como um aluno “in vitro”.
A relação “comportamento” aluno/professor é muito complexo. Em
geral, reproduzem um saber elaborado, completamente acrítico do conteúdo e
exigem ( desejam ) um comportamento necessário (disciplina) para seguirem o
caminho.
A prática nos tem mostrado que os docentes utilizam uma práxis
pedagógica e uma cobrança de comportamento decorrentes da formação
29
acadêmica, que por ventura tiveram. Sua estratégia de ação é inspirada em
docentes que marcaram a sua própria trajetória.
Esta informação pode ser muito rica desde que não se torne nociva
ao binômio social-pedagógico do processo ensino-aprendizagem e/ou não caía na
armadilha do ciclo viciosos: a reprodução única do que lhe foi emitido. A “imtação”
sem análise e questionamentos falha, porque uma acomodação aos padrões
determinados e verdadeiros.
Este ciclo vicioso de “caminhar” sempre do mesmo jeito no que diz
respeito à aprendizagem, o professor depara-se, com certeza, com a inquietude
do educando. Esta inquietude ultrapassa os assuntos acadêmicos e traz a
reboque sua bagagem enquanto indivíduo socialmente envolvido.
O ser humano nasce com potencial para aprender. Este potencial
vem acoplado com a experiência própria e vivida. Contudo, isso não é levado em
conta e o professor termina sendo visto como uma pessoa nada amiga, que está
ali para castigar “este” ou “aquele comportamento.
O aluno, propriamente dito, pode colaborar para um comportamento
não desejado. As causas são de natureza biológica(orgânica), social, cognitiva,
psicológica e até pedagógica. Inúmeras características diferenciam cada aluno de
uma mesma turma.
A construção biofisiológica do sujeito com certa defasagem, pode
acarretar alterações nos órgãos sensoriais que o impedirão de se relacionar e se
“comportar” de acordo com o esperado. Diferentes problemas do sistema nervoso
central acarretarão alterações comportamentais que comprometem a andamento
do processo educativo.
Pode-se, ainda, citar a falta de alimentação que gera uma carência de
vitaminas e proteínas necessárias importantes à máquina humana. A quantidade
insuficiente de vitaminas no organismo humano pode provocar vários distúrbios
ou alterações.
No meio social, o aluno depara-se com a perpectiva da sociedade que o
sujeito está inserido, com os problemas inerentes ao convívio.
Um outro ponto é a não aceitação, da diversidade cultural construindo nos
alunos uma baixa-estima, o sentimento de inferioridade que carregam e distorcem
seu comportamento.
30
Basicamente ligados ao desenvolvimento e o funcionamento das estruturas
cognitivas interagem no procedimento de nossos alunos. Numa visão
piagetiana, o desenvolvimento cognitivo é um processo de construção que se dá
na “interação entre o organismo e o meio”.
A saúde mental do aluno propicia seu estado de “estar bem para” ou
desencadeia alguns distúrbios que só a psicologia ajudará a desvendar. Um
comportamento difícil, por exemplo, expressa uma dinâmica que algo não vai
bem.
“A produção dos homens tem a marca de seus sonhos” (Marx, 1976. P.245)
O aspecto pedagógico, demonstra que a causa pedagógica para a
indisciplina, segue, muitas vezes para o aparecimento de uma “função reativa” à
metodologia de ensino utilizada, à avaliação e à dosagem de informações.
Cada um tem o seu limite: uns maiores outros menores. O importante é que
o educador, em consonância com a escola e família, os tenha de maneira
transparente e lide com as situações com paciência e persistência.
Afinal, os alunos aprendem e se espelham nos adultos, principalmente
naqueles que são os mais significativos.
31
Receitas infalíveis para resolver o problema da indisciplina. 1 – De volta para o Futuro I
Se você é daqueles que vive falando que “no meu tempo” era melhor, entre numa máquina do tempo e volte para dar aula “no seu tempo”...
2 – De volta para o Futuro II Se você não aceita a realidade de hoje, mas também não é saudosista, entre numa máquina de congelamento, deixando instruções para ser acordado quando as coisas na escola e na sala de aula melhorarem...
3 – De volta para o Futuro III Se você é daqueles que acredita no “pisco-tapa”, volte aos tempos dos trogloditas, quando não havia esta estória de Direitos Humanos, de Estatuto da Criança e do Adolescente, e se podia dar uns bons puxões de orelha na meninada...
4 – Solução eletrizante Já está disponível no mercado uma maquininha de choque, da Inglaterra, que não deixa marcas de aplicação nos alunos rebeldes...
5 – Solução Espiritualizante Mude para alguma religião que afirme que o sofrimento aqui é caminho para a recompensa na eternidade...
6 – Solução Transcendental Ore a Javé... Obs.: modelo de oração: “Meu Deus, o quê que eu faço diante destes pestinhas???”...
7 – Solução Cinematográfica Aproveite suas experiências para montar o enredo do filme “O Pestinha III, IV,V, ...
8 – Solução educada “Calem a boca!” obs.: sem culpa, para ser convincente.
9 – Revolução Pedagógica Chave On-Off (liga/desliga) para alunos indisciplinados. Resolva seus problemas de disciplina em sala de aula: basta um “ click” - desligue seu aluno-problema por alguns minutos...
10 – Toma lá, dá cá Ofereça figurinhas aos meninos e papel ilustrado de carta para as meninas em troca de alguns minutos de silêncio enquanto explica o ponto para que façam a lição de casa...
11 – Saída Corujão Incentive os alunos bagunceiros a assistirem a programação de TV da alta noite e madrugada, pois como se sabe, aluno dormindo em sala não dá problema de disciplina...
32
12 – Papai não sabe tudo Dispense os alunos por algumas semanas e coloque os pais na sala de aula para serem (re)educados...
13 – Saída Patriótica Mude para uma país que tenha na bandeira, por exemplo, uma acertiva do tipo: “Ordem e Progresso”...
14 – Outras Receitas Mande o aluno para fora de sala Ameace o aluno com nota Considere dado determinado ponto Faça cara feia Faça grandes ameaças (mesmo que não possam ser cumpridas) Faça sermões para a classe Encha a lousa com matéria para os alunos copiarem Não se preocupe mais com a indisciplina (deixe como está para ver como fica)
15 – Saída Honrosa I diga que está deixando de ser professor porque recebeu uma
herança... 16 – Saída Honrosa II
Monte um negócio de congelados. 17 – Solução Sumária
Solicite demissão
Diante do problema da indisciplina, basicamente, ao que parece, existem duas grandes alternativas para o professor;
· Se demitir da luta · Enfrentar o combate
(Celso Vasconcelos, 1993 pgs. 1 e 2)
33
CAPÍTULO IV
CRIATIVIDADE
34
A CRIATIVIDADE. Ao analisar o processo criativo pode-se descreve-lo como “relacionar previamente coisas não relacionadas”. ( Alice Miel, 1998, p. 76). Compondo o processo criativo, descobre-se alguns elementos relevantes que em parceria, explicam a CRIATIVIDADE. O indivíduo deve: Þ dar espaço para a própria experimentação; Þ focalizar a sua experimentação; Þ elaborar suas próprias ações para efetuar a focalização; Þ levar a atividade a um fechamento Dar espaço para a própria experimentação se faz necessário, pois o “ eu”abre-se às novas experiências. Faz parte do jogo o “arriscar”, o “sair do porto”, não ficar só com que está pronto. A busca de outras estratégias de se fazer algo é um ponto de grande influência na conquista da criatividade. Focalizar a experiência, faz com que o indivíduo trabalhe com a lapidação das informações que o indivíduo permite receber. Esta permissão pode ser feita conscientemente, intuitivamente ou por “insight”. O importante é que, a experiência que circula no nível do inconsciente venha eclodir a nível de consciência para ser manuseada, lapidada e assimilada. O indivíduo ao elaborar as suas próprias ações vai delineando como a “disciplina” interfere no comportamento de pessoas criativas. O elemento chave é a maneira pela qual se trabalha com a focalização em que se empenham. Finalmente o “fechamento é a explosão do processo educativo. É o momento que mostramos a culminância de nossas conquistas e como podem interferir e modificar nosso dia a dia. As pessoas criativas tem capacidade de: Þ fixar e relembrar experiências anteriores; Þ observar e discernir; Þ concentrar e desviar a atenção no momento oportuno; Þ captar e produzir idéias adequadas ao problema. De um modo geral, todas as pessoas são criativas, embora em diferentes níveis. A liberdade interna, que acompanha o nível do poder criativo, tem como pilares redimencionar as experiências e manipular símbolos. As pessoas que já dominam o processo da criatividade gostam de desafiar a inteligência. Examinam o significado profundo das coisas, procurando não apenas uma solução nova, mas também uma bela solução. Na criança encontramos o “cientista” que investiga, o “inventor” que descobre e o “fazedor” de coisas que produz, não temendo romper com as ” verdades” e as “convenções”. Sente-se a vontade quando tem que faze-lo.
35
A escola deve aproveitar-se dessa predisposição das crianças para criar e oferecer atividades das quais os alunos sejam preparados para encontrar as próprias soluções. A criatividade deve estar presente em todas as atividades do currículo. Não há momento específico para se criar algo. Todas as oportunidades, nas diferentes áreas do currículo, podem transformar-se em momentos criativos. A problemática da criatividade surge, principalmente, pela inadequação do currículo, sem flexibilidade para atender às necessidades infantis, decorrentes de falta de um ambiente favorável e oportunidades para o desenvolvimento adequado das atividades escolares. A possibilidade de se incrementar a criatividade no processo educativo, leva os educadores e educandos a uma renovação, a um caminhar diferente no que diz respeito a educação. Através dela, deve-se liberar os indivíduos para desenvolverem suas múltiplas inteligências, com um propósito de adapta-los ao processo de simultaneidade de pensamento e ação. As potencialidades avançadas no homem devem ser produto de um desenvolvimento mental criador, sobretudo, em termos de qualidade. É necessário, portanto, introduzir na educação a perspectiva criadora, tanto na inovação das formas de ensino, dos sistemas educacionais, como técnicas de aprendizagem. Uma escola criativa deve favorecer a mobilização do potencial criativo em todas a disciplinas e assuntos, dando valor ao pensamento produtivo, uma vez que a criatividade estará presente em várias situações e em pluralidade de assuntos. A priori, o desenvolvimento da criatividade dependerá da mudança de atitude tanto por parte do educador como dos alunos. Devemos considerar que a criatividade é potencialidade que apresenta diferenças qualitativas. Assim, ensinar para a criatividade pressupõe inicialmente promover não só atividades criadoras, mas sobretudo atitudes, excluindo-se que o indivíduo é criador apenas por efeito de hereditariedade, desenvolvendo:
36
Þ dar espaço para a própria experimentação; Þ focalizar a sua experimentação; Þ elaborar suas próprias ações para efetuar a focalização; Þ levar a atividade a um fichamento Originalidade: Convém lembrar que muito do que é criativo na vida humana consiste na redescoberta que outros descobriram antes. Daí o respeito aos produtos originais.
Apreciação do novo : Para isso deve-se fazer uma análise do que existe e das lacunas nos conhecimentos, pois o conhecimento é criado pelo próprio homem. Muitos professores não atendem as indagações dos alunos, e muitos menos pelas possíveis respostas a essas indagações. Sabe-se, porém, que quanto mais descobrimos, mais sabemos quão incompleto é o nosso conhecimento.
Inventividade: Encorajar a expressão espontânea, inventar soluções, histórias, idéias, estimular o aluno à fluência das idéias. O aluno seguro está apto a criar. A criação surge da sua inventividade
Curiosidade e pesquisa: estudar as implicações ds diversas idéias nos diversos campos de conhecimento, procurando traduzir o próprio pensamento. Parte-se da sensibilidade aos problemas.
Auto-direção: Aprender pela própria iniciativa, levando-se em conta que é preciso tentar uma série de diferentes abordagens. Essa pluralidade de abordagens abre um leque de opções tanto para o docente quanto para o discente.
Percepção da Realidade: A fim de, consciente do mundo que o circundam, cultivar os sentidos e desenvolver a sensibilidade. O professor criativo favorece a explosão da energia criadora dos alunos.
37
A importância da criatividade do ensinante. O professor ao se deparar com a Nova Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional, sancionada em 20 de dezembro de 1996, percebe que o foco da aprendizagem, vai muito além do que apenas ensinar.
“...Art. 13 – Os docentes incumbir-se-ão de: I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III – zelar pela aprendizagem dos alunos; ... (LDB – 994/96)
analisando o inciso III, o “zelar pela aprendizagem”, é cuidar de uma forma profunda, o que será resultado depois de intervenção do educador. Porém, durante este processo, que chamamos aprendizagem, outros elementos
relevantes aparecem como protagonistas.
A estratégia de zelar pela aprendizagem, traz a reboque, a necessidade da criatividade do ensinante. O educador deve favorecer um espaço transicional como sugere Winnicott. Sintetizando, quer dizer, o espaço deve ser de confiança, de criatividade, lúdico, no qual a criança faz, espontaneamente, uma participação. O professor aproveita e dá sentido criativo/lúdico ao trabalho pedagógico, “temos de relacionar alguns conteúdos com vivências, de forma que os alunos possam desenvolver algumas potencialidades, descobrindo aplicações para o que precisam aprender. Garantir o espaço para o desenvolvimento da criatividade é essencial”. (Diva Maranhão, 2001, pg 46)
38
CAPÍTULO V
ENTREVISTAS
39
ENTREVISTAS. Este trabalho monográfico cujo assunto é (IN) Disciplina, foi abrilhantado
com uma pesquisa de campo que teve, num total de colaboradores, 40
professores entre dois colégios da rede privada. As escolas foram identificadas
como ESCOLA “A” e ESCOLA “B”, sendo utilizados 20 professores de cada
escola.
Realizou-se em Outubro de 2002, nos próprios
estabelecimentos de ensino onde os entrevistados lecionavam na
cidade do Rio de Janeiro. Os entrevistados trabalhavam desde a
Educação Infantil até Ensino Fundamental ( CA à 4ª série). A faixa
etária dos alunos era 04 a 10 anos, freqüentando o período
vespertino, com média de 15 alunos/ classe.
Profissionais da educação escolar estão enfrentando neste início de
século novos desafios. Um sentimento de impotência faz com que acompanhem
as mudanças necessárias e inerentes ao progresso da humanidade
Em foco, a (in) disciplina seguem às mudanças com vida própria.
A in(disciplina) é hoje, nas instituições de ensino um fato freqüente e
um dos assuntos que mais preocupam a escola e o professor.
Mas afinal, o que disciplina? E indisciplina? Como se tem
manifestado no interior das escolas?...Com estas questões discutidas
informalmente, deu-se início à entrevista com professores de duas
escolas particulares.
Universidade Cândido Mendes
40
Estudo monográfico sobre (IN) Disciplina.
Caro(a) professor(a), esperando sua valiosa contribuição nas
respostas às questões que se seguem, apresento-lhe este questionário para
abrilhantar o trabalho monográfico “(IN) Disciplina
O que você entende por disciplina, dentro de um processo educacional?
“ “ “ “ “indisciplina , “ “ “ “ “?
A sua escola tem algum tipo de “prêmio” ou “castigo” para os
respectivos aspectos : (in) disciplina?
Quais os problemas disciplinares mais freqüentes?
A sua turma participa dos “combinados” sobre um comportamento
adequado e necessário?
O professor pode provocar a indisciplina?
Direção de classe é:
A (in) disciplina pesa no fechamento da sua avaliação?
8.1. Por quê?
Você acredita que a família colabora para a (in) disciplina da sala de
aula?
9.1. Por quê?
Investir no diálogo com seu aluno é uma estratégia relevante para o
sucesso de qualquer convivência?
10. 1.Por quê?
Apresentação e análise dos dados obtidos pelo questionário.
41
RESPOSTAS
Pergunta 1:
* comportamento
necessário de acordo com
regras
* comportamento
indispensável para um
aprendizagem eficaz.
* respeito ao próximo
aluno/aluno –
aluno/professor
* sem resposta
Pergunta 2:
* desrespeito às regras de
comportamento
* procedimento que
atrapalha o andamento da
aula.
* falha de educação
* sem resposta
Pergunta 3:
SIM
NÃO
Pergunta 4
* brigas/palavrões
* conversas paralelas e
piadas para provocar risos
*agressões e desrespeito
aos colegas, funcionários
e professores.
· sem resposta
ESCOLA A
10
5
5 ---------
3 17 10 ---------- 16 4 6 10 3 1
ESCOLA B
8
6
5
1 8 8 4 ---------------
16 4
4 13 3 -------
42
RESPOSTAS ESCOLA A ESCOLA B
Pergunta 5:
Sim
6
5
Não 7 8
Ás vezes 7 7
Pergunta 6:
SIM
15
8
Não 5 12
Pergunta 7
§ Controlar bem seu
grupo:
5
6
§ Organizar sua turma
para uma boa
produção
4
3
§ Faz-se necessária em
qualquer grupo
9
8
§ Sem resposta 2 3
Pergunta 8:
SIM
20
20
Não ---------- ----------------
8.1: Porque:
§ Está no Regimento
Escolar
15
17
§ O comportamento
também é um aspecto
para fazer parte da
avaliação
5
3
43
Respostas ESCOLA A ESCOLA B
PERGUNTA 9:
Sim
15
17
Não
3
1
Às Vezes
2
2
9.1 Porque:
· A educação deve
vir de casa
7
8
· O aluno é o reflexo do adulto
8
9
· O meio escolar vai
adapta – lo de
acordo com a
sociedade.
5
3
Pergunta 10: Sim
9 12
Não 11 8
10.1 Porque:
· A conversa esclarece às necessidades
10
10
· Ouvir o outro faz muito bem
2 5
· O diálogo para a reflexão e o espírito crítico
8
5
44
ANÁLISE DOS DADOS DO CAPÍTULO V
Logo após apresentação do registro das respostas da
entrevista feita em Outubro de 2002,faz-se-á necessário analisar os
dados obtidos pelo questionário.
Quando perguntado aos professores,”o que você entende
por disciplina,dentro de um processoeducacional?”, a maioria dos
entrevistados da ESCOLA A e da ESCOLA B disseram que a
disciplina era um comportamento necessário de acordo com
regras.Um entrevistado da ESCOLA A não deu resposta. Da ESCOLA
B todos responderam.
Ao enfocar, “o que você entende por indisciplina,dentro
de um processo educacional?”,a maior parte dos professores da
ESCOLA A respondeu que há uma falha na educação.Já na ESCOLA
B houve empate em duas respostas,registrou-se que a indisciplina é o
desrespeito às regras de comportamento e que é um procedimento
que atrapalha o andamento da aula. Todos os entrevistados
responderam.
Destacando a questão,”a sua escola tem algum tipo de “
prêmio” ou “castigo” para os respectivos aspectos : “(in) disciplina”,os
professores entrevistados das duas ESCOLAS A e B
responderam,quase em totalidade,que “ SIM”. Todos os entrevistados
responderam.
Ao ser perguntado,”quais os problemas disciplinares mais
freqüentes?”,uma boa parte dos professores das ESCOLAS A e B
respondeu que são as conversas paralelas e piadas para provocar
risos.Todos da ESCOLA A responderam. Contudo,na ESCOLA B um
entrevistado não respondeu.
45
No questionamento seguinte,” a sua turma participa dos “
combinados” sobre um comportamento adequado e necessário?” as
respostas dos entrevistados das ESCOLA A e B ficaram
contrabalançadas.Sendo que em uma análise geral,”às vezes”, fazem
os combinados.
Dando continuidade a entrevista,ao ser perguntado,”o
professor pode provocar a indisciplina?”, a maioria dos professores se
colocou com” SIM “, na ESCOLA ª Em contra partida,a grande maioria
da ESCOLA B posicionou-se que “ NÃO “.
Na questão,”direção de classe” a maoir parte dos
entrevistados afirma que faz-se necessária em qualquer grupo.Na
ESCOLA A dois professores não responderam e na ESCOLA B três.
“A ( in ) disciplina pesa no fechamento da sua avaliação?
Por quê?”,foi também perguntado aos professores,e teve o seguinte
retorno: as duas ESCOLA A e B foram unânimes em afirmar que “
SIM “. Na justificativa,as duas mantiveram a maior registro quando
responderam que este procedimento está no Regimento Escolar.
Ao enfocar o aspecto familiar,os entrevistados foram
questionados,”você acredita que a família colabora para a (in)
disciplina da sala de aula!”, e em sua grande maioria os professores
das ESCOLAS A e B responderam “ SIM” Contudo,é relevante
destacar que dois professores de cada escola esponderam “ ÀS
VEZES”. Na justificativa,os professores da ESCOLA A
responderam,na maioria,que a educação deve vir de cãs,e os
professores da ESCOLA B, também na maioria,que o aluno é o
reflexo do adulto.
Finalizando a análise dos dados da entrevista,a questão
levantada foi “investir no diálogo com seu aluno é uma estratégia
46
relevante para o sucesso de qualquer convivência?”.Os professores
tanto da ESCOLA A quanto da ESCOLA B, foram unânimes que
“SIM”.Porém, as justificativas foram diferentes.Os entrevistados da
ESCOLA A colocaram que o diálogo colabora para a reflexão e o
espírito crítico e o entrevistados da ESCOLA B colocaram que a
conversa esclarece as necessidades.
47
CONCLUSÃO
O ser humano precisa do outro para viver,para construir um
“mundo com qualidade de vida”.Esta qualidade está condicionada a
sociedade que o homem construiu e constrói durante um caminhar
histórico.Toda sociedade humana depende da educação,do mesmo
modo que a educação depende de todas as grandezas do homem.
O professor surge como um educador,com um papel de agente
Produtivo e renovador de se trabalhar com seu aluno,de forma a
desenvolver suas capacidades,acreditando na existência de um
caminho de aprendizagem que cheque à criatividade e a um caminhar
diferente,respeitando as diferenças individuais.
É fundamental que o educador reforce e pratique uma
experiência de ação integrada,organizando as situações de
aprendizagem concomitamente aos acontecimentos que rodeiam o
cotidiano de seus grupos de alunos,que devem ser vistos como um
ser social e político,sujeito do seu próprio desenvolvimento.
A educação é muito mais que apenas transmitir noções
conteudístas.è um repensar constante na responsabilidade e nós
educadores temos em relação à formação integral dos seres que
estão em nossas mãos.
A valorização da relação professor/aluno é a peça chave para
transformar o fantasma “(in) disciplina”.Estes aspectos”contornados” e
compreendidos já é um passo para dissolve-los e não se começar
com o círculo vicioso:
48
causa
Relação conseqüência
Professor/aluno indisciplina problemas
“doente” na aprendizagem
conseqüência
Nosso momento histórico beneficia a liberdade de se
repensar da prática educativa para verificação de possíveis
manifestações de comportamento.è relevante que o professor atual
busque novas estratégias para compreender que o processo de
socialização é um dos determinantes de uma aprendizagem sadia e
que concomitantemente está construindo um indivíduo ético e
cidadão.
A “ disciplina” e ou “indisciplina” são úteis para apenas
sinalizar que há uma satisfação ou insatisfação.E o professor,como
um educador deve aproveita-la(s) para não se tornarem nocivas:ao
processo educacional.
“Educar é aprender a aprender”
( Guimarães Rosa)
49
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