Aula: Tratamento Acústico de um Pequeno AuditórioPor Larissa Tollstadius

Como projetar um pequeno auditório?

Uma das principais necessidades de um auditório é ter um bom desempenho acústico. Um espaço com bom desempenho acústico necessita se adequar em 3 parâmetros:

1. Isolamento Acústico2. Absorção Acústica3. Tempo de reverberação

Além disso, uma geometria adequada favorece uma melhor audibilidade.

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1. O que vem a ser isolamento acústico?

“Isolar acusticamente um recinto fechado consiste em bloquear os ruídos externos a patamares compatíveis com a atividade a ser desenvolvida no seu interior” (CARVALHO, 2010, p.88)

É preciso conhecer o nível de ruído externo. O ideal é situar o auditório em uma área distante de zonas potencialmente ruidosas, como próximo às casas de máquinas, ventiladores, sistemas de ar-condicionado com ruídos ou emparedados com banheiros.

Segundo a NBR 10152 o nível de ruído aceitável para auditórios está entre 30 e 45 dB(A)

O nível de isolamento acústico está relacionado à transmissividade dos materiais usados na construção e revestimento do espaço. Quando queremos isolar um espaço, devemos optar por materiais com baixa transmissividade. Materiais com baixa transmissividade são aqueles considerados “pesados”, como: concreto, chumbo e vidro.

Recursos arquitetônicos como foyers, halls e antecâmaras contribuem para o amortecimento de ruídos externos

2. E o que é absorção acústica?

Quando uma onda sonora atravessa um “meio” parte da energia sonora é transformada em energia térmica. Já que parte do som vai ser absorvida, um material com boa absorção acústica permite reduzir a reflexão do som.

2.1 O que é coeficiente de absorção acústica?

O coeficiente de absorção acústica, como o termo sugere, indica o percentual de energia sonora absorvido pelo material.

O coeficiente de absorção acústica (α) de um dado material varia de acordo com a frequência do som a qual está ele está sendo submetido.

Os αs dos materiais muitas vezes são indicados pelo fornecedor ou podem ser encontrados tabelados em livros sobre acústica.

2.2 Como calcular o coeficiente de absorção acústica de um auditório?

A partir da soma dos coeficientes de absorção dos materiais usados multiplicados pelas suas respectivas áreas.

A=∑(Si x αi)

Onde:

A = coeficiente de absorção acústica médio

Si = Área revestida pelo material (m²)

αi = coeficiente de absorção acústica do material

2.2.1 Exemplo

Material Si (m²) αi Si x αi

Lambri de Madeira 74 0,06 4,44

Carpete 48 0,1 4,8

Gesso 48 0,03 1,44

A = 4,44 + 4,80 + 1,44A = 10,68

2.3 Como obter um bom coeficiente de absorção acústica?

Novamente, especificando os materiais adequados. Normalmente são utilizados materiais “leves”, fibrosos ou de poros abertos, como: lã de vidro, espumas de poliéster, tecidos, carpetes, etc.

Um erro comum é especificar poltronas feitas com materiais duros como plástico, vinil e madeira, que tornam a acústica dos auditórios problemática.

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3. O que é tempo de reverberação?

3m

PLANTA BAIXA

6m

8m

gesso

Lambri de madeira

carpete

“É o intervalo de tempo necessário para que o nível de intensidade de um determinado som decresça 60dB após o término da emissão de sua fonte” (CARVALHO, 2010, p.93)

O tempo de reverberação varia de acordo com o volume (m³) da sala.

3.1 Como calcular o tempo de reverberação?

Aplicando a fórmula de Sabine, onde:

T = 0,161 . V/A

Sendo:T = tempo de reverberação (s)V = volume do ambiente (m³)A = coeficiente de absorção médio do ambiente

3.1.1 ExemploConsiderando a mesma sala do exemplo anterior, teremos:V = 48 x 3 = 144m³A = 10,68

Então:T = 0,161 x 144/10,68T = 23,184/10,68T = 2,17 s

Para saber se o tempo de reverberação obtido é adequado consulta-se o gráfico de BOLT BERANEK e NEWMAN.

4.2 Como obter um bom tempo de reverberação?

Notemos que o tempo de reverberação está diretamente relacionado ao coeficiente de absorção dos materiais usados no auditório. Para um bom tempo de reverberação deve-se ajustar o equilíbrio entre superfícies refletoras e absorventes.

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4. A geometria indicada para um pequeno auditório

Superfícies muitos próximas e paralelas podem gerar ecos, assim como distâncias excessivamente grandes entre as paredes. Por isso não são aconselhados auditórios “compridos”.

A opção ideal, quando possível, é o formato em leque. Que permite a plateia ficar mais próxima do palco. Caso contrário, um retângulo áureo (1/1,618) é uma boa solução.

Além do formato em planta, recomenda-se o uso de inclinações nos pisos e tetos.

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Referências Bibliográficas

CARVALHO, Régio Paniago. Acústica Arquitetônica. Brasília: Thesaurus, 2010.

NBR 10152- Níveis de ruído para conforto acústico, 2000.