trabalho guilherme

Upload: carolchieratto

Post on 15-Jul-2015

11 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Trabalho Guilherme: I O Corteso de Baltassare Castiglione. Um breve resumo. Sendo esta obra a espinha dorsal deste ensaio o que privilegia o papel da etiqueta e da arte de vestir-se, tornou-se prudente que fosse elaborado ao menos uma sntese sobre ela. Dividido em 4 apartes, o livro O Corteso de Baldassare Castiglione, escrito em at os dias atuais um grande tratado que estrutura-se com dia logos cuja pretenso construir a figura perfeito do homem homem social em que predomina a Idia de solidariedade das espritos eleitos.1 Os dilogos descritos por Castiglione mostram a educao e os costumes praticados na corte de urbino, propriedade de Greidubaldo de Montepeltro, cuja enfermidade (Gota distrbio metablico causado pelo excesso de cido crico no organismo que provoca inchasso nos ps e dores insuportveis nos mesmos) o fazia se retirar a seus aposentos cedo, ficando para sua esposa, Elisabetta de Gonzagas a incumbncia de entretir as pessoas da corte, cuja tarefa ela desempenhava de forma explendida; o livro primeiro trata da origem do corteso e da nobreza de nascimento e das exigncias de sua formao que devem abrangir o conhecimento das letras da retrica da musica e das artes figurativas. 2 O livro segundo um acrscimo do primeiro onde h enfoque nas faculdades do carter, cuja descrio equilbrio e prudncia so essenciais no exerccios da vida pblica e nos mais variados assuntos como poltica e intelectualidade, que formam pessoas de agradvel companhia. J o terceiro livro dedicado a formao da cortes e todas as preocupaes com sua figura que deve ser sempre ligada a leveza e claro a beleza; muito alm de uma criatura frgil e subalterna, a mulher detem dentro de si as mesmas qualidades do homem, portanto so seres que pertencem ao mesmo patamar. H vrias resalvas para as mulheres manterem-se puras e no carem na vulgaridade, muito, menos mancharem sua figura teria com murmuros maldosos, algo corriqueiro mesmo em um ambiente que primordialmente deve ser agradvel (e todos se moldam para tal). O quecoito ltimo livro trata dos elementos da uert principesca que so. Por toda obra temos a busca da perfeio a qual essencial para a figura do corteso se manter nesta sociedade regida por estruturas e etiquetas regidas.

Outra celebre obra Galateo ou dos costumes de Giovani Della Casa, que tal como Castiglione elaborou uma srie de conselhos de conduta que a sociedade da corte deveria seguir afim de que este ambiente fosse sempre agradvel. Ambas as obras tambm temo intuito de evidenciar elegncia e bom gosto que o corteso deveria ter. O intuito de educar atravs do discurso social e civil onde maneiras e hbitos so listados, sendo o bom gosto algo inato o mau intolerado. A arte de vestir-se: Muito alm de panos que cobrem os corpos, as roupas da corte erma verdadeiras obras de arte. As rendas, bordados organizas, sedas, tafets enfim todos os tecidos eram luxuosos; os bordados repletos por pedras preciosas eram reflexo da grandiosidade e brilho da corte. Toda liturgia da confeco das peas tinha como inteno manter a aparncia alegre ressaltando seus dotes sem se tornar vulgar. Desta forma o grande fosso social e econmico existente entre ricos e pobres fica bem evidente graas ao glamour das roupas, sapatos e acessrios aliadas ao estilo de vida extravagante. O grupo era uma importante indicao social, sendo que elas transpareciam a posio de cada um na corte, certos tecidos s podiam ser usados por membros da famlia real, como o caso da corte parisiense na poca de Carlos V, que de acordo com a lei apenas um seleto grupo de nobres, os mais prximos ao rei e a rainha podiam usar Seda. Todas as roupas da moda cortes eram muitos raras e pouco prticas. Os sapatos elegantes eram frgeis (feitos de veludo, seda louro macio), os espartilhos das mulheres e cales dos homens eram ricamente bordados, sendo que eram feitos cortes para mostrar os adornos da roupa de baixo que eram no menos ostenta dores. A etiqueta e sua funo na corte de acordo com Norbert Elias a grande marca da sociedade da corte que est determinou a passagem do cavaleiro para o corteso, elemento essencial para a elaborao e funcionalidade do processo civilizado. 3

Todos os conceitos de boa aparncia, apresentao e comportamento firmaram-se nesta sociedade que atravs da etiqueta e todas, as rgidas regras que as permeavam. Aos olhos do homem contemporneo, o corteso e todo seu cdigo de conduta social algo suprfulo (suprfluo) e desnecessrio; entretanto a conduta, gosto e gestos so peas fundamentais e racionais que expresso a hierarquia e condio de sua manuteno e neste sentido condio da prpria existncia social dos membros da corte. A vida na Corte exige de seus participantes um grande domnio das emoes, chegando ao ponto de modificar sua personalidade, j que a presso e intenso esprito competitivo por prestigio social determinam esta moldagem, chamada por Elias de habitus. A intensa busca por reconhecimento social, onde dinheiro no era o elemento determinante, proporcionava ao rei uma comportvel estabilidade e reconhecimento de seu status, em um lugar cercado pela beleza e virtuosidade decorada pelos mais perfeitos seres. Desta forma ao escrever a obra O corteso Baldassare Castiglione evidncia de formao do corteso perfeito. Esta intensa preocupao em lapidar o corteso e transform-lo em um membro perfeito algo latente nesta poca, sendo que a obra Galateo, ou dos costumes do autor Giovanni Della Casa foi escrita com o mesmo intuito de Castiglione (e na mesma temporalidade): o de formar e guiar o Corteso perfeito. A construo desta personalidade de pacifista criou o repudio a violncia (salvo quando esta for frusta, segundo Castiglione), instituindo complexos fogos de gentileza bem como a propagao de intrigas para eliminao de intrigas para eliminao de concorrentes, mtodos esses consideradas pacificos. Outro aspecto imprescindvel para a corteso sua formao intelectual e cultural, sendo que se exigia o domnio de diversos assuntos e saberes, para que desta forma dilogos agradveis se extendessem (estendesse) e criassem um vinculo harmonioso entre os freqentadores desta sociedade. O explendor (esplendor) da Etiqueta se d no reinado de Luis XIV, sendo que o explendor (esplendor) de Versalhes abrilhantou a cotidiana etiqueta, transformando-a em um requisito de beleza e equilbrio.

O uso da etiqueta como meio de afirmao social extrapola as alegaes de que est um aparato ftil desta sociedade igualmente vazia. Muito alm de meras coadvantes as mulheres eram seres imprescindveis na sociedade palaciana, que ao lado do homem formavam o equilbrio e perfeio exigida pela Corte Diferindo-se do homem em alguns pontos, a mulher palaciana deveria se policiar mais; sua ateno deve abranger seu tom de voz, o uso das palavras e a execuo de gestos, que devem ser sempre delicados e doces. A dama do palazzo perfeita deveria, segundo Castiglione, evidenciar seu posicionamento sempre equilibrado perante a sociedade, sendo que o respeito a etiqueta era algo imprescindvel. Sua capacidade em conduzir um dilogo deve ser primorosa e este deve ser sempre agradvel, com todos mantendo o ambiente pacifico, desta forma ao deparar-se com presenas indesejveis seu posicionamento deve ser igual, no demonstrando seus sentimentos. Outro aconselhamento oportuno que Castiglione destina a mulher que esta, mais frgil criando o assunto o atentado a sua honra, deve manter-se longe de fofocas todos os atos e gestos devem ser leves e graciosos mostrando destreza em todas as execues de manobras corriqueiras, at mesmo na dana, mesmo vestindo quilos de tecidos e espartilhos pouco confortveis. Um celebre exemplo de comportamento pacifico e do respeito as etiquetas o vazio dialogo entre a ento princesa Maria Antonieta e o amante do rei Luis XV Madame Dri Barry. Por no aprovar a lcita relao de Du Barry com rei, Maria Antonieta no se dirigia a ela, esta no podia comear um dialogo com a princesa pois pertencia a um lugar mais baixonesta rgida hierarquia palaciana. Aps presses do seu conselheiro austraco e sua me, que no julgavam prudente que Maria Antonieta esnobasse a favorita do rei, esta diz: H muitas pessoas hoje em Versalhes e a resposta feliz e entusiasmada de Du Barry : Sim tem muitas pessoas em Versalhes! A diplomacia aliada a convenincia e a estrutura palaciana, repleta por etiquetas e aes permeadas por uma mascara de docilidade, so a estrutura deste dialogo de cifrar os interesses > maior do circulo de conversas).

* O ato vestir-se, uma preocupao que segundo Castiglione possui uma mstica mais feminina tambm fonte de preocupaes temos Clebres reis como Luis XIV o rei sol. Seu modo de vestir-se sinnimo de luxo, bom gosto e sofisticao sendo que suas roupas bem como o designe de todos seus moveis e interior do palcio de Versalhes pertencem ao estilo que leva seu nome, Luis XIV (ou rococ); muito alem de um pano que cobre os corpos, a roupa era a vitrine do status da pessoa e decifrava sua posio social. Desta forma o fosso social existente tornava-se mais aparente explicitando o luxo e a pobreza. Alm de mostrar o contraste entre o brilho suntuoso das pedras preciosas pregadas na mais pura seda e o mais simplrio algodo, temos a demonstrao de tudo o que se desejava ter e ser e nunca aconteceria. Esta vontade latente em ser uma cortes levava at mesmo as moradoras do campo a se vestirem (ou ao menos tentarem) de forma anloga as moradoras dos palcios. O aprimoramentos da personalidade e aes do corteso, atravs de livros como o de Baltassare Castiglione e de Giovanni Della Casa so profundas leituras sobre um comportamento sofisticado ( claro que vrios no so funcionais na sociedade contempornea) e a formao de vrios costumes adquiridos por nossa sociedade. [E evidente a preocupao de Castiglione com as mnimos detalhes da formao do corteso perfeito. Desta maneira a roupa no deve passar como mero detalhe, mas sim como uma escolha que deve, no caso das mulheres, harmonizar seu esprito leve e gracioso com cores vivas e alegres, capazes de provocar uma sensao agradvel na pessoa que veste e em todos a sua volta]. A apresentao da cortes, portanto depende no s de gestos graciosos e conversas agradveis, mais tambm em um senso esttico apurado, que destaque suas virtudes fsicas sem que cometa uma gafe e passe a imagem de vulgar. Os vestidos, sapatos e penteados da Rainha Maria Antonieta ditaram a moda da Corte e serviram como afirmao social em um corte que priorizava a aparncia, alm claro de provocarem a ira da populao faminta, em episdios como o do colar (enigma do calor).

Sua postura social ligada aos exageros e luxos da corte so sempre exploradas pelos cinemas, criando um mito em torno de Maria Antonieta, transformando-a em um smbolo da cultura pop, tanto por suas atitudes (por vezes contestadora, das inmeras regras e etiquetas rgidas) como por suas roupas e penteados, sempre excntricos vivos e alegres.