tiago fernandes a. meier gino luiz strobino paulo douglas...
TRANSCRIPT
Tiago Fernandes A. Meier
Gino Luiz Strobino
Paulo Douglas Dziura
ANALISE DAS CAUSAS E ORIGENS DAS MANIFESTA90ES
PATOLOGICAS NO REVESTIMENTO EXTERNO DE UM EDIFiclO
RESIDENCIAL EM CURITIBA
Monografia apresentada Curso de
Especializa~ao em Patologia nas Obras eivis, da
Universidade Tuiuti do Parana, como requisito
parcial para obten9ao do grau de EspeCialista
Orientador: Prof. Esp. Cesar Henrique Sata Daher
CURITIBA
2007
SUMARIO
LlSTA DE FIGURAS .
LlSTA DE TABELAS E QUADROS ...
LlSTA DE ABREVIATURAS ..
RESUMO __.
INTRODU<;:iio ..
1.1 Justificativa .
1.2 Problema .
1.3 Hipolese ..
1.4 Objetivo Geral .
1.5 Objelivos Especificos __.__.
1.6 Procedimentos Metodologicos ...
2 ARGAMASSA __ .
2.1 CompOSi(f30 e Classifica(f30 ..........................................•
2.2 Argamassa de Revestimento .
2.2.1 Fun<;6es..
2.2.2 Propriedades da Argamassa ..
2.2.2.1 Propriedades da Argamassa no Estado Fresco ..
2.2.2.2 Propriedades da Argamassa no Estado Endurecido ..
2.3 Argamassa Colante ..
2.4 Dosagem ..
viii
ix
xi
2
2
3
3
3
3
4
5
5
7
7
8
8
10
12
15
19
SISTEMAS DE REVESTIMENTOS ..
3.1 Rejuntes.. 20
3.2 Juntas.... 20
3.3 Normas e Especifica~6es.. 23
3.3.1 NBR 7200 (1998).. 23
3.3.2 NBR 13277 (2005).. 26
3.3.3 NBR 13278 (2005).. 26
3.3.4 NBR 13279 (2005).. 26
3.3.5 NBR 13280 (2005).. 26
3.3.6 NBR 13281(2005).. 27
3.3.7 NBR 13528 (2005).. 27
3.3.8 NBR 13529 (1995).. 27
3.3.9 NBR 13530 (1995).. 27
3.3.10 NBR 13749 (1996).. 28
4 MANIFESTA<;:OES PATOLOGICAS EM REVESTIMENTOS EXTERNOS 29
4.1 Destacamento entre camadas.. 31
4.1.1 Esfarelamento.. 33
4.1.2 Vesiculas.. 34
4.2 Fissuras e Trincas.. 35
4.3 Eflorescimcia.. 38
4.4 Forma~ao de mane has de umidade e desenvolvimento de bolor.. 39
4.5 Tipos de manifesta,!(oes patol6gicas; sintomas, causas, origense recomendac;oes de reparos em revestimento$ externos.. 40
44
vi
ESTUDO DE CASO ..
5.1 Identificac;:ao de Problemas ..
5.2 Vistoria e Ensaio para Oiagnostico ..
5.2.1 Vistoria ..
5.2.2 Ensaios ...
5.2.3 Resultado dos ensaios ..
5.2.4 Interpreta9iio dos resultados ..
6 CONSIDERA<;:OES FINAlS ..
6.1 Sugest6es para futures trabalhos ..
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..
45
48
48
48
49
52
55
59
61
vii
LlSTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Juntas de movimenta<;ao ou de dessolidariza<;ao emfachadas revestidas com ceramicas ..
FIGURA 2 - Representa<;ao esquematica da base para receberrevestimento ceramico ...
FIGURA 3 - Fluxograma esquematico de planejamento e execu<;ao dorevestimento ..
FIGURA 4 - Fachada ....
FIGURA 5 - Destacamento das pastilhas de revestimento ..
FIGURA 6 - Destacamento das pastil has de revestimento - fotoaproximada ..
FtGURA 7 - Estufamento das pastil has de revestimento ..
FIGURA 8 - Destacamento das pastil has de revestimento dos pilares ..
FIGURA 9 - Oestacamento das pastllhas no pilar. Concreto e armaduraexpostos a agressao ..
FIGURA 10 - Fissuras causadoras de infittra<;6es ..
FIGURA 11 - Ausencia de juntas de movimenta<;ao ..
viii
22
23
25
44
45
46
46
47
47
48
48
LlSTA DE TABELAS E QUADROS
TABELA 1 - Espessuras admissiveis de revestimento interne eexterno para parede ..
TABELA 2 - Requisitos de argamassa calante ..
QUADRO 1 - Aspectos a serem considerados na definiC;<3odo tra(foda argamassa ...
TABELA 3 - Atividades e equipamentos de produ<;ao de argamassas ..
TABELA 4 - Manifesta~6es patol6gicas: sintomas, origens, causase reparos..
TABELA 5 - Resultados dos ensaios do estudo de caso ..
TABELA 6 - Identifica<;ao das manifesta<;oes patol6gicas, causas e origensno edificio residencial em estudo ...
ix
14
16
18
42
50
54
LlSTA DE ABREVIATURAS
ABNT - Associac;ao Brasileira de Normas Tecnicas
Ra - Coeficiente de Reten9ao de Agua
A - Densidade da Massa
AI - Tear de Ar incorporado a massa
RESUMO
MEIER, T. F. A.; STROBINO, G. L.; DZIURA, P. D. (2007). Analise dasManifesta,oes Pato/6gicas em Revestimentos Externos em Edificios. Monografia.P6s-gradua<;ao em Patologia nas Obras Civis, Universidade Tuiuti do Parana.
Orientador: Prof. Esp. Cesar Henrique Sato Daher
o presente trabalho tern como meta analisar a questao das manifesta<;oespatol6gicas que atuam nos revestimentos externos das edifica<;6es. Trala desde acomposi<;ao da argamassa, abordando suas propriedades e funl{oes, normas,especifica<;6es, alem de sua dosagem, ate as diversos tipos de patologia que estaosujeitas a oearrer nestes tipos de rev8stimento, quais sejam: a retrac;ao; 0
destacamento entre camadas; a falta de aderencia da ceramica; fissuras e trincas;eflorescencia; forma<;ao de machas de umidade e desenvolvimentos de bolor. Esteestudo aborda quest6es de identificayao das manifesta<;6es patol6gicas nosrevestimentos, utilizando para tanto urn estudo de casa detalhado sabre 0 EdificiaA~ores, localizado na cidade de Curitiba, Estado do Parana. Assim, a questaofundamental que se tern e com rela<;ao as transformayoes que 0 panorama social,politico e econ6mico vern sofrendo, pois e a principal respons8vel pela buscaincessante das empresas e profissionais ligados a constru<;ao. Alem disso, aracionaliza<;ao de recursas tern sido uma das prioridades e a tentativa de tratamentodas manifesta<;oes patalogicas nos revestimentas externas das edifica<;6es podem,par vezes, se tamar urn onus tao grande, que quando nao tratadas ocasianam,inclusive, a comprometimento da seguran<;a do bern mais precioso que se tem: avida.
Palavras-chave:Descolamento.
Patologia; Revestimenta; Argamassa; Eflarescencia;
xi
INTRODUc;:Ao
No presente trabalho e abordado um assunlo que tem repercutido
nacionalmente entre os diversos grupos da classe da constru<;ao civil. Atualmente,
hi! uma busca constante pela uracionalizactao da produyao", pais a crise economica
mundial que S8 instala tern sido visfvel. E tudo, desde a composiy80 ate a dosagem
de todos as produtos que comp6em uma obra, deve ser cuidadosamente observado,
a fim de evilar problemas fuluros (BAIA & SABATINI, 2000).
o espac;o urbano sempre registrou de forma sutil, mas consistente, os
avanc;os tecnol6gicos. A hist6ria construtiva das obras busca cada vez mais
qualidade e garantias, pais qualquer erro OU mau procedimento executado poderia
implicar perdas irreparaveis. No entanto, algumas vezes, na tentativa de fazer
ueconomia" nas obras, ha uma mitigac;:ao da "qualidade". Isto acaba par trazer
cansequencias nada favaraveis, elevando sobremaneira 0 custo da obra. Nesse
contexto, as manifesta(foes patol6gicas em revestimentos externos, que sao 0 foco
do presenle estudo, podem aparecer com muito mais rapidez (AZEREDO, 1987).
No capitulo 1, sera realizada uma introdu(fao do tema e serao apresentados
justificativa, objetivos gerais e especificos e a metolologia do trabalho. Ja no capitulo
2, sera abordada a conceitua(fao de argamassas, e este destinar-se-a a avalia(foes e
fun(foes, propriedades, dosagens e pad roes tecnicos a serem seguidos. No capitulo
3, sera analisado 0 sistema de revestimento, bem como as componentes do sistema
com as respectivas defini(foes, fun(foes e propriedades inclusive prescri(foes
baseadas nas normas da ABNT. No capitulo 4 serao analisadas as manifesta(foes
patol6gicas que ocorrem com mais frequencia nos revestimentos, quais sejam, a
destacamento entre camadas, as fissuras, as efloreSCElncias e as manchas de
umidade, estufamentos. No capitulo 5, sera feita uma integrac;:ao entre 0 conieudo
dos capitulos 2, 3 e 4 mediante 0 estudo de caso do Condominio ediffcio residencial,
localizado em Curitiba, Estado do Parana, identificando seus problemas e causas e
apontando soluc;6es. Por fim, no capitulo 6, serao tecidas algumas considerac;6es
finais sobre 0 tema. Espera-se que 0 presente trabalho traga sua parcela de
contribuic;:ao na busca pela amenizac;:ao e eliminac;:ao de manifestac;6es patol6gicas
em revestimentos externos de edificac;6es.
1.1 Justificativa
De acordo com Baia e Sabattini (2000), a questao das manifesta~6es
patol6gicas nos revestimentos externos e bastante frequente nas edificac;:6es, alem
do que, seu tratamento consiitui um servic;o de alta demanda. Oiante disso, fazem-se
necessarios a especializac;ao e 0 aprofundamento do tema enfocado, pOis 0
profissional da area deve buscar urn constante aprimoramento na tentativa de
amenizar tais problemas.
Kloss (1991) menciana em sua bibliografia que a ma caracteriza<;ao dos
materiais de constru<;:ao e de sua iecnica de emprego leva a ocorrencia de muitas
manifesta<;:6es patol6gicas e, conseqOentemente, desastres na constru<;:ao civil. De
acordo com a NBR 7200 (1998), a etapa de execu~ao do revestimento e a principal
responsavel par fen6menos patol6gicos observados.
Assim, a presente trabalho justifica-se pela relevancia social e profissional do
tema que tern sido altamente debatido nos congressos e simposios da area de
Engenharia.
1.2 Problema
Quais as causas e as origens das manifesta<;6es patol6gicas existentes em
urn edificio residencial na cidade de Curitiba?
1.3 Hipolese
A causa principal das rnanifesta<;6es patol6gicas do edificio estudado foi a
aus€mcia das juntas de movirnenta<;ao e dissoJarida<;ao. E, quanto a sua origem, foi
a ausencia de projeto de revestimentos externos.
1.4 Objelivo Geral
Determinar as causas e origens das rnanifesta<;6es patol6gicas em
revestimentos extern os de urn edificio residencial em Curitiba.
1.5 Objelivos Especificos
• Conceituar e analisar as argamassas de revestirnento e argarnassa
colante, apresentando suas propriedades, fun<;6es, componentes e suas
deriva~6es;
discorrer sobre as manifesta<;5es patol6gicas mais freqLientes em
revestimentos externos, bem como suas origens e causas;
• realizar um estudo de caso, mediante analise de uma edifica<;ao e
constata<;ao de causas e origens de manifesta<;6es patol6gicas em
revestimento externo.
1.6 Procedimentos Metodologicos
Para a realiza<;ao deste trabalho foram feitos uma intensa revisao
bibliografica, laudos tecnicos e fatografias ilustrativas/documentais, completados
cam 0 estuda de caso, mediante vista ria tecnica em Condominia em Curitiba,
Parana.
2 ARGAMASSA
Neste capitulo abordaremos 0 material argamassa e suas caracteristicas
proprias e pertinentes a revestimentos externos. para que seja consistente 0
entendimento das origens das manifestac;oes patologicas apresentadas neste
trabalho.
2.1 Composi~ao e Classificat;ao
Inicialmente, cumpre salientar a distin/tao que fazem Baia e Sabattini (2000)
sobre composicyao e dosagem. De forma simples, mas expressiva, assim discorrem:
"a composicrao da argamassa diz respeito aDs seus materiais constituintes. Ja a
dosagem, comumente denominada tra90 de argamassa, e referente ao
proporcionamento dos materiais",
Azeredo (1987) da extrema importancia a argamassa na constru9ao civil,
principalmente de urn edificio, pais tern como func;ao frxar as materia is entre si como
uma cola. A NBR 7200 (1998) define as argamassas como a mistura de
aglomerantes e agregados com agua, passu indo capacidade de endurecimento e
aderencia. Kloss (1991) denomina argamassa como misturas intimas de um ou mais
aglomerantes, agregado miudo e agua. Exemplos:
cimento+areia+agua;
• cal+areia+agua;
cimento+cal+areia+agua.
Para melhor compreensao se fara uma analise mais detalhada de cad a
componente com sua definiyao e forma de atuayao na argamassa.
o cimento e um aglomerante hidraulico obtido pela moagem do clinquer mais
gipsita. 0 clinquer e um produto obtido da func;ao da mistura de calcario e argila
(KLOSS, 1991). Dentre os aglomerantes hidraulicos, os cimentos Portland sao os
mais empregados na produc;ao das argamassas de revestimentos no Brasil. Tais
cimentos precisam da agua para que se processem as reac;oes de hidratac;ao, como
tambem, ap6s este processo, formam produtos resistentes a agua.
A areia, denominada como agregado miudo, provem da desagregac;ao de
rochas em consequencia da ac;ao de agentes atmosfericos. E retirada de depositos
natura is, margens ou fundos de rios e cavas (KLOSS, 1991).
A cal e produto da calcinac;ao dos calcarios a temperaturas elevadas (850 a
1000°C). 0 calcario (carbonato de calcio) se apresenta na natureza em diversas
variedades, dependendo do seu grau de impureza (Ibid.).
o fen6meno ocorrido na calcinac;ao do calcaria e 0 seguinte:
CaC03 + Calor = CaO + C02
A cal e um aglomerante que desenvolve seu endurecimento por meio da
transformac;ao da cal em carbonato de calcio, par fixac;ao do gas carbonico existente
no ar (processo de carbonata<;ao) (BAUER, 2005).
Azeredo (1987) classifica as argamassas de acordo com sua func;ao:
• argamassa de aderencia - chapisco;
• argamassa de junta;
• argamassa de regularizac;ao - emboc;o;
• argamassa de acabamento - reboco; e
• argamassas especiais.
A norma da ABNT - NBR 7200 (1998) classifica os revestimentos como:
argamassa de chapisco; e
• argamassa de emboyo au revestimento de camada (mica.
Conclui-se pela NBR 7200 (1998) que a superficie de revestimento de
camada unica e composta pelo chapisco e pela camada de argamassa com 0
acabamento da superficie, estabelecidos pelo item 10 da mesma.
A argamassa de chapisco tern como finalidade proporcionar condir;:oes
asperas em superficies muito lisas, criando condir;:oes de reeeber Dutro tipo de
argamassa e, portanto, argamassa de suporte (AZEREDO, 1987).
A argamassa de regulariza930 (emboc;:o) tern como finalidade evitar a
infiltrayao e penetra<;ao de aguas, sem, porem, impedir a 89ao capliar que transporta
a umidade de material da alvenaria a superficie exterior desta (Ibid.).
A argamassa de acabamento (rebaca) atua como suporte para pintura,
portanto, necessaria mente deve ter superficie perieitamente lisa e regular, pouca
porosidade e pequena espessura, devido a presen~a excessiva do aglomerante cal
que leva a fissura~ao por retra~ao (Ibid.).
A norma brasileira NBR 13530 (1995) define a classifica~ao dos diversos tipos
de argamassas, entretanto, nela institufda a argamassa de chapisco, argamassa de
embo~o e argamassa de reboco como criterio na fun~ao no revestimento.
A norma brasileira NBR 13749 (1996) define as espessuras admissiveis de
revestimentos intemos e extemos para parede, representadas na Tabela 1:
TA8ELA 1 - Espessuras admissiveis de revestimento interne e externo para parede
Camadade reve&imentEl;pesrura(mm)
Inema Brtema8nbo!p 5a20 15a25
8nbo!p e F€booo 10a30 20a30Camadaunica 5a30 15a30
Fonte: ABNT - NBR 13749 (1996)
2.2 Argamassa de Revestimento
De acordo com Baia e Sabattini (2000), a argamassa de revestimento e uma
das partes integrantes das vedac;6es de edificios e constrUl;oes, devendo
necessaria mente apresentar propriedades que iraQ contribuir para 0 adequado
comportamento das veda<;oes e da obra como um todo, as quais ver-se-ao a seguir.
2.2.1 Fun<;6es
As func;oes dos revestimentos de argamassa sao diversas. Segundo Baia e
Sabattini (2000). sao:
proteger os elementos de vedac;ao dos edificios da ac;ao direla dosagenles agressivos;auxiliar as vedac;oes no cumprimento das suas func;oes, como, parexemplo, 0 isolamenlo lermoacuslico e a eslanqueidade a agua e aosgases;regularizar a superficie dos elementos de vedaC;ao, servindo de baseregular e adequada ao recebimento de outros reveslimenlosconslituir-se no acabamento final:contribuir para a esletica da fachada (SArA & SABATTINI, 2000).
Wiecnewski (2006) destaca como lun90es gerais, alem das ja citadas, as
seguintes: unir solidariamente elementos construtivQs, resistindo aos esfon;os;
distribuir os eslor90s e absorver delorma90es; selar juntas; e, por lim, proteger os
elementos portantes dos ediffcios contra a aCfao do intemperismo e agentes
agressivos ambientais.
Cumpre salientar que naD e fungao da argamassa de revestimento dissimular
imperfeig6es grosseiras da base, muitas vezes desaprumada e desalinhada devido afalta de cuidado no momento da execu9ao da estrutura (BAIA & SABATTINI, 2000).
2.2.2 Propriedades da Argamassa
Quanto as propriedades, para que a argamassa de revestimento cumpra as
suas fun90es e necessaria que ela apresente propriedades especificas, tanto em
seu estado fresco como no estado endurecido. Pois sao essas propriedades que
permitem uma previsa.o do comportamento do revestimento nas mais variadas
situa90es de uso (BAIA & SABATTINI, 2000).
o estado fresco e 0 do perfodo decorrido entre a mistura de aglomerantes e
agregado miudo com agua e 0 inicio das rea90es de pega. Ja 0 estado endurecido
refere-se a argamassa que ja ultrapassou a idade necessaria para Ihe conferir
resistencia mecanica suficiente para resistir a esfor90s (WIECNEWSKI, 2006).
2.2.2.1 Propriedades da Argamassa no Estado Fresco
sara e Sabattini (2000) enumeram cinco propriedades neste estado: mass a
especifica e teer de ar; trabalhabilidade; reten9;3o de agua; ader€mcia inicial e
retra9ao na secagem.
to
A massa especffica trata da rela9aOentre a massa do material e 0 volume
dele, podendo ser absoluta ou relativ8. Na determina~ao desta propriedade, nao sao
considerados as vazios existentes no volume do material. A massa unitaria, que e a
junc;:ao dessas qualidades, influenciara nas demais propriedades da argamassa
(BAIA & SABATTINI, 2000).
A trabalhabilidade trata de uma avalia9ao qualitativa da argamassa, que s6
sera trabalMvel quando
deixa de penetrar facHmente a colher do pedreiro, sem ser f1uida:mantem-se coesa aD ser transportada, mas naD adere a colher aD serlanr;:ada;distribui-se facilmente e preenche todas as reentrancias da base;nao endurece rapidamentequando aplicada (Ibid.).
A presenC;:8 de aditivos incorporadores de ar e de outros materials interferem
nestas propriedades, sendo que podern. de acordo com sua constituiC;:80 e
proporcionamento, alterar para melhor ou para pior a trabalhabilidade (Ibid.). A
argamassa tambem possui a propriedade de reter agua de amassamento contra a
SUC9aOda base ou evapora9M. Esta qualidade e a responsavel por permitir que as
rea~oespara 0 endurecimento da argamassa sejam gradativas, promovendo uma
adequada hidrata9ao do cimento e urn ganho de resistencia (Ibid.).
Ja a aderencia inicial e "relacionada ao fen6meno mecanico que ocarre em
superficies porosas, pela ancoragem da argamassa na base, mediante a entrada da
pasta nos paros, reentrancias e saliencias, seguida da endurecimento progressiv~
da pasta" (Ibid.). Esta propriedade depende tanto das outras como das
caracteristicas da base de aplica~ao,porosidade, rugosidade, condi~6esde limpeza,
superficie de cantata efetiva entre argamassa e base. Porem, para que esta
II
aderencia seja ideal, a argamassa deve ser trabalhavel e reter agua adequada a
suc,ao da base e as suas condi,oes de exposi,ao (Ibid.).
Par fim, a ultima propriedade nominada pelos autores diz respeito a retrayao
na secagem, que ocorre devido a evaporaC;3o da agua de amassamento da
argamassa e pelas reac;:oesde hidratac;:ao e carbonata<{ao dos demais materiais
componentes. Esta propriedade pode causar uma manifestac;:ao patol6gica que sera
abordada posteriormente: as fissuras no revestimento.
Guimaraes (2002) en uncia tambem como propriedades a consistencia, a
retenC;Elo da consistencia, a coesao, a tixotropia e a plasticidade.
A consistencia e a capacidade de a argamassa opor resistencia a uma dada
deforma(fao. Aqui S8 tern uma classificaC;8o das argamassas quanto a esta
propriedade: secas, plasticas au fluidas (Ibid.).
A reten9ao da consistencia e a capacidade de manter a consistencia mesmo
apos 0 contato com 0 substrato, enquanto a coesao e a propriedade de manter
unidos e homogeneos as componentes constituintes da argamassa (Ibid.).
A lixotropia e uma propriedade extremamente ligada a coesao e e exigida
tanto em argamassas de assentamento como nas de recupera9ao; para alcan9a-la
pode-se usar adilivos (Ibid.).
Par fim, a plasticidade e a propriedade que permite uma deforma,ao da
argamassa apos uma reduyao das tens5es que Ihe foram impostas (Ibid.).
2.2.2.2 Propriedades da argamassa no estado endurecido
Oe acordo Baia e Sabaltini (2000), as propriedades neste estado "equivalem
as propriedades do proprio revestimento". Sao elas: aderencia; capacidade de
absorver deforma95es; resistencia mecanica; permeabilidade; e durabilidade.
12
A aderencia e a propriedade do revestimento que 0 faz manter-S8 fixo ao
substrata, par meio da resistencia as tens6es normais e tangenciais que surgem na
inlerface base-revestimenlo (Ibid.).
Sabre a ader€mcia, Chinelli (2007) deslaca que "para garantir a aderencia
entre 0 revestimento e 0 substrata, utiliza-S8 0 chapisco (em aplicag80 manual au
mecimica), que tambem controla a sucgao e auxilia na proteg8o do substrata contra
a umidade", Ele acrescenta que "as bloeDs de cimento, par sua vez, porosos e com
boa capacidade de abSOry80 e aderencia, geralmente naG necessitam preparo para
a aplica,ao do revestimenlo" (Ibid.).
Wiecnewski (2006) trala sobre as condi,6es para se obter uma boa
aderencia:
a) Os 9raos agregados devem ser hidr6filos (que absorvem bem a agua).b) Os graos devem ser molhados pela agua direlamente au pela pasta,permitindo adenancia entre as graos de aglomerante em fase deendurecimento e os graos do agregado.c) A rela~ao de aderencia entre aglomerante e agregado deve ser deafinidade, ou seja, a~oes moleculares individuais. ( ... )d) A limpeza dos graos do agregado €I fundamental para a aderencia entreeles e a aglomerante. ( ... )e) 0 perfeito envolvimento dos graos pelos filmes de uma pasta comviscosidade levada apresenlara dificuldades caso a finura dos graos sejaelevada e a energia empregada para a mislura raramente e suficienle paraa dispersao regular e homogenea dos graos mais finos na pasta.
A capacidade de absorver deforma,6es trata do fato de 0 revestimenlo
suportar tens6es sem que hajam rompimento e/ou apresentayaO de fissuras
prejudiciais, inclusive nao perdendo aderencia. Essa capacidade depende de alguns
fatores como 0 modulo de deformay.3o da argamassa, a espessura das camadas, as
juntas de trabalho do revestimento e a tecnica de execuy.3o a ser utilizada (BAiA &
SABATTINI,2000).
13
A resistencia mecanica e assim comentada par estes auto res:
Propriedade dos revestimenlos de suportarem as a~aes mecanicasde diferenles naturezas. devidas a abrasao superficial, ao impacto e aconlra<;ao termoigrospica. Essa propriedade depende do consume eda natureza dcs agregados e aglomerados da argamassa empregadae da lecnica de eXeCU9:30, que busca a compactaqao da argamassadurante a sua aplicaqao e acabamenlo (Ibid.).
Assim, a resistencia mecanica aumenta ou diminui de acordo com os
componentes da argamassa e seu modo de execuc;ao (Ibid.).
A permeabilidade esla diretamente relacionada Ii passagem de agua pela
camada de argamassa, bem como aD conjunto bas8-revestimento. Depende tanto
da natureza da base, como da composic;ao e dosagem da argamassa, da tecnica de
execu~ao e da espessura da camada de revestimento e do acabamento final (Ibid.).
Por fim, a durabilidade que resulta das propriedades do revestimento do
estado endurecido, refletindo 0 desempenho frente as a~6es externas, depende de
fatores que a prejudicam como fissura~ao, espessura excess iva, cultura e
prolifera~ao de microorganismos, qualidade da argamassa e falta de manutengao
(Ibid.).
Com base no exposto, pode-se afirmar que sao essas as propriedades que
fazem com que as argamassas de revestimento cumpram seu papel, atendendo
suas fun~6es a medida que se combinam suas propriedades.
2.3 Argamassa Colante
As argamassas colantes vem sendo utilizadas em diversos servic;os, para
fixagao de elementos construtivos e como camada de transigao, substituindo 0
14
chapisco convencional (FIORITO, 1994). Elas sao aplicadas no assentamento de
revestimentos em geral, ceramicos, ladrilhos hidraulicos, pastilhas ceramicas e
pedras naturais como ardosia e granitos (Ibid.).
Sao diversos os tipos e categorias de argamassas colantes industrializadas, a
base de cimento e/ou resinas, cada uma indicada para determinados tipos de usos.
Segundo a norma brasileira NBR 14081 (2004) a defini<;ao de argamassa
calante e a mistura constituida de aglomerantes hidr<3Ulicos, agregados minerais e
aditivos, que possibilita, quando preparada em obra com a adi980 exclusiva de agua,
a forma<;ao de uma pasta viscosa, plastica e aderente.
A norma brasileira NBR 14081 (2004) define as argamassas colantes da
seguinte forma:
• argamassa calante industrializada: produto industrial, no estado seeD,
composto de cimento Portland, agregados minerais e aditivos quimicos,
que, quando misturado com agua, forma uma massa viscosa, plastica e
aderente, empregada no assentamento de placas ceramicas para
revestimento;
• argamassa colante industrializada - AC I: argamassa colante
industrializada com caracterfsticas de resistemcia as sOlicitayoes
mecanicas e termoigrometricas tipicas de revestimentos intern~s, com
exceyao daqueles aplicados em saunas, churrasqueiras, estufas e outros
revestimentos especiais;
• argamassa colante industrializada - AC II: argamassa colante
industrializada com caracteristicas de adesividade que permitem absolVer
os esfon;os existentes em revestimentos de pisos e paredes internos e
externos sujeitos a ciclos de variayao termoigrometrica e a ayao do vento;
15
• argamassa col ante industrializada - AC III: argamassa calante
industrializada que apresenta aderrmcia superior em rela(fao as
argamassas dos tipos I e II;
• argamassa colante industrializada - tipo E: argamassa calante
industrializada dos tipos I. II e 111.
De acordo com 0 que preconiza a norma brasileira NBR 14081 (2004). as
argamassas colantes industrializadas devem atender aos requisitos estabelecidos na
Tabela 2:
TABELA 2 - Requisitos de argamassa colante
1) 0 cnsaio do dcslizamento nao e necessaria para argamassa u\iliZ<lda em oplico¢es com rovoslimenlo horizontal.
Propriedade Metoda de UnidadeArgamassa colanle Induslrializada
ensaio ACI ACII ACtll
Tempo em aberto ~BNT NBR 14083 min "5 '20 , 20
ResistEmcia de aderencia a tra~ao Argamassa do
aos 28 dias em MPatipo I, II au HI, com
~ 0,5 ;;: 0,5 :<! 1,0 tempo em abertocura nonnal BNT NBR 14084 MPa estendido em no
cura submersa~0,5 ~0,5 ~ 1,0
minima 10 min doMPa 2::0,5 2:: 1,0 especificado nesla
cura em estufa tabeta.
Deslizamento 11 ABNT NBR 14085 SO,7 SO,7 sO,7
Fonte: ABNT - NBR 14081 (2004)
A colagem ocorre de duas formas principais:
• ancoragem mecEmica: depende da penetrac;ao da mistura nos paras enos
intersticios da placa ceramica e do substrato, indicada para materia is
porosos;
• ancoragem quimica: ocorre quando existem aditivos quimicos (polimeros)
na argamassa, indicada para ceramicas e substratos lisos e po lidos elou
que nBo absorvem agua (BAUER. 2003).
16
Conforme preconiza norma ABNT - NBR 13755 (1996). 0 assentamento das
placas ceramicas 56 deve Dcorrer apes urn minima de cura da base de 14 dias sabre
o emboc;o.
Hi! uma caracteristica das argamassas colantes que deve ser observada: 0
tempo em aberto.
A norma brasileira NBR 14081 (2004) define tempo em aberto como 0 "maior
intervale de tempo para 0 qual uma placa ceramica pode ser assentada sabre a
pasta de argamassa calante, a qual proporcionara, ap6s urn perfodo de cura,
resistencia a trac;ao simples au direta". Para Fiorito (1994), 0 tempo em aberto e 0
tempo decorrido desde a opera9ao de pentear ate 0 in stante que ainda e passive I
assentar e fazer aderir uma placa ceramica. Vencido este periodo, a argamassa nao
tern mais aproveitamento.
a tempo de maturayao e 0 intervalo de tempo de descanso da argamassa
calante apos sua mistura, entre 10 a 15 minutos, e serve para que os aditivos
possam iniciar sua reayEio. Apes este tempo, a argamassa deve ser rapidamente
remisturada e esta pronta para 0 uso. Portanto, 0 espalhamento da pasta sobre um
emboyo depende das condiyoes ambientes e da pratica do oficial assentador em
imprimir maior ou menor velocidade aos serviyos de assentamento (NBR 14081,
2004).
2.4 Dosagem
A do sag em e comumente denominada de "trayo da argamassa" e refere-se
ao proporcionamento dos materiais (BAiA & SABATIINI. 2000). 0 tra,o de uma
17
argamassa e a indica<;ao das propor<;6es de seus componentes (FIORITO, 1994).
De acordo com Baia e SabaUini (2000), a "argamassa dosada no canteiro ecomposta, normalmente, par cimento, cal, areia, aditivos au adic;oes e agua" e para
S8 definir 0 tralfO da argamassa precisam ser considerados alguns aspectos, de
acordo com 0 Quadro 1.
QUADRO 1 - Aspectos a serem considerados na defini9ao do !rayo da argamassa
MATERIAlS ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NACOMPOSI<;AO E DOSAGEM
Cimentolipo de cimenlo (caracterislica) e cia sse de resislenciadisponibilidade e Gustocomporlamento da argamassa produzida com 0 cimenlo
Cal
tipo de cal (caracterfsticas)forma de produC;:3omassa unilariadisponibilidade e custocomportamenlo da argamassa produzida com 0 cal
Areia
granulometriadimens6es do agregadoforma e rugosidade superficial dos graosmassa unilariainchamenloimpurezas organicascomporlamenlo da argamassa produzida com areia
Agua caraclerislicas dos componenles da agua quando essa nao forpOlilvel
AditivosIipo de aditivo (caracterfstica)finalidadecomporlamento da argamassa produzida com a adicaodisponibilidade. manulencao das caraclerislicas e custo
FONTE. BAIA & SABATT1NI. 2000
Alem dos materiais a serem utilizados e de suas caracteristicas, existem
outros fatores que devem ser considerados nessa definiyao: as condiyoes de
exposiyao do revestimento, as caracteristicas da base de aplicay8o, as propriedades
18
requeridas para argamassa e para 0 revestimento, as condic;6es de produc;ao e
controle da argamassa de revestimento e 0 custo (Ibid.).
A importElncia do trago esta em que, primeiramente, e preciso definir
"racionalmente 0 trarto das argamassas e testa-Io no canteiro antes do seu emprego
para que nao sejam adotados traqos determinados empiricamente no ambiente de
obra" (Ibid.).
Como ja S8 expos, na produc;ao da argamassa realiza-s8 uma mistura dos
materia is que a constituem, em proponfoes previamente estabelecidas - trago.
Pon§m sao necessarios do is Qutros fatores ainda: 0 tempo e a utiliza930 de
equipamentos especificos (Ibid.).
Para Fiorito (1994), "0 tr8go em peso nos daria seguranc;a absoluta quanta as
qualidades da argamassa e quantidades no consumo e apropriaC;3o de custos", Mas
"13 impraticavel no canteiro da obra" e, por isso, "as tra905 das argamassas sao
tradicionalmente indicados em volumes".
Ele ainda completa:
Assim, uma argamassa de cimento e areia 1:3 significa que 0 seu preparoenlra um volume de cimenlo para cada Ires volumes de areia. Quanto aesla e imprescindivel que se adicione a informayc3o sabre 0 seu tear deumidade. ou se !rala de areia seca. E isso devido ao fen6meno doinchamento da areia em fun9ao do teor de umidade.A pr6pria tabela 1 da NBR·7200 indica Ira90s em volume de argamassaspara revestimenlo, informando que para a areia 0 tear de umidade e de 2%a 5%. e seu volume Mio foi corrigido quanta ao inchamenlo.Isso signilica que na avalia9c3o das quanlidades dos componenles eindispensavel delerminar ou adolar valores para a massa especificaabsolula ou real e para a massa especifica aparente ou peso unitario paraa areia. cimenlo e cal ulilizados.Para a areia carac!erizada a seguir, esludamos cinco Irayos deargamassas ilustrando alguns comenlarios sobre a rendimento em funyaoda composi9c30 e do modo de aplicar a argamassa (Ibid.).
Importante destacar que as argamassas podem ser classificadas quanta a
forma de produ9ao: "a argamassa preparada em obra, a industrializada, a dosada
19
SABATTINI,2000).
em cenlral e a mistura semipronta, conforme a NBR 13530 (ABNT, 1995)" (BAiA &
Na Tabela 3, a seguir, proposta par Baia e Sabattini (2000). pode-s8 verificar
como cada tipo de argamassa interfere no trat;o, na escolha das ferramentas e dos
canteiro de obras.
equipamentos necessarios para a produ~ao e ate mesmo na organiza~ao do
ARGAMASSA
TABELA 3 - Atividades e equipamentos de produyao de argamassas
EQUIPAMENTOS
Induslrializada (fornecida Coloca9ao da quantidade especificada Argamassadeira e as recipientesem sacos - materiais em do material em po no equipamenlo de para a coloca98o de agua
eslado seeo e mislura, seguida da adilf80 da aguahomogeneo)
Medi980 mecanizada. UrnInduslrializada (fornecida equipamento de mislura pode serem silos - materiais em acoplado no pr6prio silo ou um oulro
estado seeo e equipamento de mistura especifico,homog€meo) localizado nos pavimentos do edificio,
efetua a mistura
Preparada em obra
ATIVIDADES
Medi9ao, em massa ou em volume,das quantidades de todos os materia is
constituintes; transporte dessesmateriais ate 0 equipamento de
mislura; coloca921o dos materiais noequipamento; mistura
Equipamentos de mistura(betoneira ou argamassadeira);recipientes para a medi9210 dosmateriais (carrinhos-de-mao oupadiolas); pas, peneiras paraeliminar torroes e materiais
estranhos ao agregado
Equipamentos de misturaespecfficos
FONTE. BA1A & SABATTIN1, 2000
Segundo Azeredo (1987), na dosagem de uma argamassa para defini~ao do
tra\fo devem-s8 levar em considera\fao a resistencia, a granulometria, a
trabalhabilidade e, necessaria mente, 0 controle no canteiro de obra. 0 autor
ressalva a necessidade da normaliza,ao da produ~ao de cal semelhante ao cimento,
pois 0 que se tem hoje, no que tange a cal, e uma divergencia grande quanta a
20
qualidade e rendimento, devido a qualidade da jazida, da queima e da hidrata<;ao,
resultando-se em produtos com qualidades as mais diversas possiveis.
3 SISTEMAS DE REVESTIMENTOS
Como ja visto no capitulo primeiro, urn sistema de revestimento e composto
por urn conjunto de materia is e camadas, como argamassa de revestimento,
argamassa calante, rejuntes, juntas, selantes e impermeabilizantes, junto com
OP90es como pe9as ceramicas, subsistemas com pintura consorciados aargamassa, sistemas com 0 emprego de piacas de granitos e marmores. No
presente capitulo este assunto sera abordado de maneira mais especifica alguns
elementos que fazem parte desse sistema.
Segundo Bauer (2003), 0 sistema de revestimento pode ser entendido como
urn conjunto de subsistemas. As funyoes de urn sistema de revestimento VaG desde
a proteyao a alvenaria, regularizac;:ao das superficies, estanqueidade, ate func;:6es de
natureza estetica, uma vez que constitui 0 elemento de acabamento final das
vedac;:oes.
Os sistemas de revestimento atuam em suas func;:6es e propriedades em
conjunto com 0 substrato, razao pel a qual se define aderencia argamassa-substrato.
As func;:6es atribuidas a utilizac;:ao dos sistemas de revestimento variam
enormemente de edificio para edificio, ou seja, depend em em grande parte da
concepc;:ao do edificio, suas fachadas, paredes e do sistema de revestimento
selecionado (Ibid.).
21
3.1 Rejuntes
Tal qual a argamassa adesiva, a argamassa para rejuntamento tern sua
funC;8o muito importante no sistema de revestimento, aplicado em ceramicD. Ah3m de
preencher as juntas entre as placas ceramicas e dar acabamento ao sistema de
revestimento, suas principais caracteristicas devem contemplar a baixa
permeabilidade, a estabilidade de cor, a capacidade de absolVer deforma<;oes e a
limpabilidade. Em geral, as argamassas de rejunte sao coloridas a base de cimento
branco estrutural, agregados minerais, aditivos, polimeros e pigmentos organicos. A
norma brasileira que estabelece criterios e classificay80 para 0 rejuntamento
cimenticio e a NBR 14992 (2003) (BAiA & SABATTINI, 2000).
3.2 Juntas
As construc;:oes, de uma maneira geral, sofrem muito com as varia<;6es de
temperatura e tambem com as sobrecargas. Consequentemente, a revestimento
tambem esta submetido a tens6es. Para aliviar estes esfor<;os impostos ao
revestimento cen3mico, especialistas indicam a elabora<;ao de um projeto de
revestimentos ceramicos em fachadas, propondo preyer formas de absorver ou
aliviar movimenta<;oes que causam 0 destacamento da ceramica (AZEREDO, 1987).
De acordo com Fioritto (1994), uma forma de aliviar estas tens6es e preyer
juntas no sistema de revestimento ceramico, que, por sua vez,
22
• absorvem as deformar;:6es da base;
• impedem que S8 acumulem grandes tens6es na parte inferior dos
pavimentos, funcionando como amortecedores;
• melhoram a aderencia, pois as argamassas de rejuntamento aderem aD
canto das pe<;as e a argamassa colante.
As juntas em fachadas podem ser classificadas como: junta de
dessolidariza<;ao e junta de movimenta<;ao (Ibid.).
As juntas de dessolidarizac;:ao sao 0 espar;:o regular, cuja fun<;ao e subdividir 0
revestimento aliviando tens6es provocadas pela movimenta<;ao da base au do
proprio revestimento.
As juntas de movimenta<{ao sao 0 espayo regular que define divisoes da
superficie revestida com placas c8r<3micas. Sua funr;:ao e permitir 0 alivio de tens6es
originadas pela movimentar;:ao da base, onde e aplicado a revestimento, ou pela
propria expans30 das placas ceramicas. Em fachadas, as juntas de movimenta930
devem ser a cad a 3 m na horizontal; e as juntas de dessolidariza9ao a cada 6 m na
vertical (Fiorito, 1994; ABNT 1996).
As normas brasileiras NBR 13753 (1996a), NBR 13754 (1996b) e NBR 13755
(1996c) estabelecem os criterios para execu930 e detalhes das juntas citadas. As
juntas devem ser preenchidas com material elastico. A aplicay30 do selante deve ser
feita com uma pistola de extrusao, cortando 0 bico aplicador de acordo com a largura
da junta, inclinando de 30 a 45°C. 0 selante devera ser aplicado continua e
regularmente para obten93o de um cordao uniforme no interior da junta.
Em seguida, as Figuras 1 e 2, extraidas da norma brasileira NBR 13755
(1996c), apresentam as camadas pertencentes para revestimentos em pastilhas e
base em argamassa.
FIGURA 1 - Junlas de movimenta~ao ou de dessolidarizatyao em fachadasrevestidas com ceramicas
Par.""
---J'-----FONTE: NSR 13755 (1996c).
AfllQmassador·lluIQt'la~60
Emba~o
23
24
FIGURA 2 - Representac;ao esquemalica da base para receber reveslimento ceramico
FONTE: NBR 13755 (1996c)
3.3 Normas e Especificat;:oes
Para que haja qualidade e a fim de evitar manifestac;oes patol6gicas nas
argamassas de rev8stimento, sao editadas normas tecnicas pela ABNT. 0 objetivo e
que sejam seguidos pad roes correlos e coerentes, que atendam aos requisitos do
C6digo de Defesa do Consumidor. Assim, ve-se a importancia do destaque de tais
narmas, pois 0 assunto esta intima mente ligada ao contexto do presente trabalho.
3.3.1 NBR 7200 (1998)
Esta norma "fixa a procedimento de execu.yao de revestimento de paredes e
telos quanta as seguintes eta pas: preparo e aplicaC;8o dos diversos tipos de
argamassas, preparo da base de revestimento, acondicionamento das argamassas,
cuidados de aplica<;ao". ou seja, ela estabelece especifica<;6es para projetos,
25
visando a programa(fao da execu(fao, a fim de evitar as possiveis improvisa(foes
durante ° serviyo. A seguir, apresentamos 0 fluxograma extraido da norma NBR
7200 (1998) que dil as diretrizes para melhor qualidade no acompanhamento do
servi(fo de revestimento, para evitar futuros problemas de origem patologica.
Nele pode-se observar a devida aten<;ao desde 0 planejamento ate a
execuc;ao, detalhando passo a passo os procedimentos adequados a fim de se
evitar possiveis manifestar;oes patol6gicas no decorrer do tempo.
FIGURA 3 - Fluxograma esquemalico de planejamenlo e execuyao do revestimenlo.
FONTE: NBR 13755 (1996)
26
27
3.3.2 NBR 13277 (2005)
A NBR 13277 "prescreve 0 metodo para a determina,ao da reten,ao de agua
em argamassas para assentamento de paredes e revestimento de paredes e telos",
efetuando inclusive calculos e apresentando resultados para S8 analisar 0 fator de
reten,ao (Ra) (ABNT, 2005a).
3.3.3 NBR 13278 (2005)
A NBR 13278 visa prescrever e indicar 0 metoda para determina~ao da
densidade da massa (A) e do teor de ar incorporado a ela (AI). Esta regra e valida
para argamassas de assentamento de paredes e para as de revestimento de
paredes e tetos (ABNT, 2005b).
3.3.4 NBR 13279 (2005)
Esta norma faz 0 delineamento do metoda para determina~ao da resislencia acompressao nas argamassas para assentamento de paredes e para as de
revestimento de paredes e tetos. Apresenta tambem possibilidades de resultados da
resistencia individual, media e desvio maximo relativo (ABNT, 2005c).
3.3.5 NBR 13280 (2005)
A NBR 13280 tra,a parametros para a determina,ao da densidade de massa
aparente no estado endurecido das argamassas de revestimento de paredes e tetos
(ABNT, 2005d).
28
3.3.6 NBR 13281 (2005)
Esta norma e bastante expressiva, pais especifica os requisitos das
argamassas para assentamento e para revestimento de paredes e tetos. Ao final,
estabelece inclusive as condi90es de aceitay80 e rejei<{ao de argamassas (ABNT,
2005e).
3.3.7 NBR 13528 (2005)
Esta norma "prescreve 0 metoda para determinay30 da resistencia de
aderencia a tra980 de revestimento de paredes e tet05 de argamassas inorganicas",
ou seja, ela traz os criterios e valores para ensaios de aderEmcia a tra980 (ABNT,
2005r).
3.3.8 NBR 13529
Esta norma "define as termos relativos a revestimentos de paredes e tet05 em
argamassas inorganicas a base de cimento, cal, ou ambos, e a materiais e
instrumentos auxiliares de aplicac;ao", ou seja, todos os termos e definic;oes de
argamassas sao normatizadas claramente bem como os seus campos de atuac;ao
(ABNT, 1995a).
339 NBR 13530
Esta norma "define a classificaC;ao dos revestimentos de paredes e tetos
executados em argamassas inorganicas misturadas em canteiro, dosadas em
centra is, preparadas no proprio local da obra ou fora dela, ou em argamassas
29
industrializadas". Nela constam a classificac;ao dos revestimentos e a classificaC;80
das argamassas (ABNT, 1995b).
3.3.10 NBR 13749
A NBR 13749 (1996) "fixa as condi~6es exigiveis para 0 recebimenlo de
revestimentos de argamassas inorganicas aplicadas sabre paredes e tetos de
edificac;oes", abordando desde aspectos ligados a aderencia e a espessura, ate a
queslao de aceila~ao e rejei~ao delas (ABNT, 1996a).
30
4 MANIFESTAC;;OES PATOLOGICAS EM REVESTIMENTOS EXTERNOS
Nos capitulos anteriores apresentamos as componentes dos revestimentos,
bern como suas func;oes, apliC8c;oes e narmas tecnicas que determina os
procedimentos quantitativDS desempenho dos materiais e praticas executoras ideais
a fim de evitar problemas patol6gicos au vieios aparentes e ocultos em urn
revestimento. Neste capitulo sera abordado as manifesta<;5es mais comuns em
revestimentos externos das edific8c;:oes, inclusive suas origens e causas prov;3veis.
Inicialmente, e importante destacar a origem das manifestac;oes pato16gicas
dos revestimentos: "as origens para a ocorrencia dos problemas patol6gicos no
revestimento de argamassa podem estar associadas as fases de projeto, execuc;ao
e utilizac;iio desse revestimento ao longo do tempo" (BAiA & SABATTINI, 2000).
Para Azeredo (1987), a preocupac;iio com 0 concreto em relac;iio a dosagem,
trayo, fator agua-cimento, impurezas dos agregados, resistEmcia e trabalhabjlidade edevida a funyao do concreto na estrutura de um edificio. Entretanto, 0 autor ressaUa
que, da mesma forma, e necessaria atenc;ao com a argamassa, pOis 0 que se
constata nas obras e que nao existe urn controle com relaC;ao aos trayos
preestabelecidos quanto as diversas finalidades das argamassas. Esta e a razao
pela qual uma grande parte das manifestayoes patologicas surgem em
revestimentos extern os e seus acabarnentos.
Na fase de projeto, poderao ser originadas manifestac;oes patologicas futuras
por diversos fatores: detalhamento insuficiente ou deficiente dos elementos
construtivos do revestimento; e selec;ao inadequada de materiais ou tecnicas
construtivas, entre outros, seja com 0 objeto de diminuir os cuslos e 0 lempo, seja
por nao levar em consideraC;3o 0 desempenho do revestimento. Entretanto, na fase
31
de execuc;ao, poderao ser geradas estas manifestac;6es S8 as especificac;oes de
projetos nao forem adequadamente seguidas (BAjA & SABATTINI, 2000).
Ainda, de acordo com Baia e Sabattini (2000), na fase de utiliza~ao, "os
problemas patol6gicos podem ser devidos a remodela~ao e/ou altera~ao mal
estudadas, a degradayao dos materiais par rna utilizac;ao dos usuarios, ausencia au
insuficiencia de manutenc;ao".
Mas 0 que S8 pergunta e: quando acontece urn problema patol6gico? Baia e
SabaUini (2000) respondem da seguinte forma:
o problema palo16gico aconleee quando 0 desempenho do produtoultrapassa 0 seu limite minima de desempenho desejado. No caso dosrevestimentos de argamassa, as problemas patol6gicos rnais frequentessao:
forma<;ao de manchas de umidade, com desenvolvimento de bolor;descolamento da argamassa de revestimento;formayao de fissuras e Irincas na argamassa;deslocamento entre a camada de reboco e emboc;:o.
Oenlre esses, merece ser deslacado 0 problema da fOrmayclO de fissuras eIrincas, que, alem de evidenciar um problema no reveslimento deargamassa, pode ser sinal do campromelimenlo da seguran<;a eslrulural edo desempenha da vedac;:ao quanto a estanqueidade, durabilidade eisolac;:ao acustica.
Para lima (2005), dentro do tema das manifesta~5es patol6gicas, um
importante assunto a ser abordado e a sintomatologia que e, segundo ele, 0 quadro
que torna evidente que a constru\=ao e acometida por algum processo patol6gico.
De acordo com ele, os sintomas mais comuns sao:
fissurayao;desagregac;:oes;deslocamenlos;falhas de concretagem;deformabilidade excessiva;manchas de umidade;balor e/ou oulros microorganism os;efloresc€mcias;mau funcionamenlo de esquadrias;vibrac;:clo excessiva;problemas de venlilac;:clo;mudanyas de coloray.3o.
31
Diante do exposto, para que haja uma tentativa eficaz de minimizar as
problemas patol6gicos, e necessaria atentar para alguns detalhes que sefao
apontados a seguir, quando serao pormenorizados os tipos de manifesta\oes
patol6gicas mais presentes nos revestimentos.
Todos esses fatores infiuenciam 0 desempenho do revestimento de
argamassa aD longo da vida uti I esperada. Assim, e necessaria considerar a
defini<;ao da argamassa, as espessuras das camadas do revestimento, os detalhes
construtivDs, as procedimentos de execu<;ao e contrale do revestimento e a
manutenyao adequada, para minimizar a ocorrencia dos problemas patol6gicos nos
revestimentos de argamassa (LIMA, 2005).
4.1 Destacamento entre camadas
Como S8 vera no decorrer deste estudo, 0 destacamento entre camadas
tambem e conheddo como descolamento. Ven;oza (1991) trata do tema de forma
bastante detalhada, e este autor sera utilizado como referenda neste tipo de
manifestac;ao.
De acordo com este,
Diz-se que houve um descolamento quando 0 reboco se solta da parede. 0descolamento tambem pode acontecer entre camadas do reboco: entre 0chapisco e 0 reboco, ou entre 0 emb090 e 0 guarnecimento. Reconhece-seum descolamento pelo som cavo ao se bater no reboco. A medida que 0deslocamento avan9a, surgem fissuras e, na fase mais adiantada, 0 rebococai.
Para 0 autor, esses descolamentos podem ter muitas causas, as quais serao
brevemente analisadas a seguir.
32
Ha uma especie de descolamento que e caracterizado par formar "bolsoes"
sob 0 rebaco, sendo que ha uma acentuayao da patoJogia com 0 tempo,
ocasionando 0 "desabamento" do rebaco, que pode ser causado par infiltrac;ao de
umidade, par exemplo. A soluyao e eliminar a umidade e, depois, remover e rerazer
o rebaco.
Ha tambem urn Dutro tipo de descolamento, que inicia com a formayao de
vazios em grandes areas, em diversos locais, Dcorrendo um descolamento do
reboca em placas. As suas causas podem variar: argamassa pobre demais au rica
demais, falta de chapisco, rebaca demasiadamente grosso, tijola sem porosidade,
entre Qutros. Ainda, pela experiencia pratica, tem-S8 verificado inclusive que tanto as
argamassas que eontem pouco aglomerante, como as que contem muito, causam
destacamento entre camadas (Ibid.).
De acordo com Ver(foza (1991), as argamassas pobres (com pouco
aglomerante) possuem baixa, por vezes nula, adesividade aos tijolos, e a solu(fao
para descolamentos devido a este fato e a execu(fao de novo 0 reboco, pois 0
simples recobrimento com verniz somente elimina 0 esfarinhamento, porem mantem
a mesma ausencia de aderencia.
Jil, quanto as argamassas ricas (com alta taxa de aglomerante), 0 motivo da
ocorrencia de descolamentos e a ocorrencia de excessiva retra(fao na secagem:
A retrac;:ao podera ser mais forte que a ancoragem e 0 reboco descola.Reconhece-se esse Iipo de defeito porque antes aparecem as fissurastipicas de secagem prematura, e porque as placas sao muito duras. Les6esdeste Iipo geralmente tambem implicam em remover e refazer 0 reboco.mas se ela se limila a uma area pequena as vezes basta lazer 0 concertonessa area, porque e um descolamenlo que s6 aparece nas primeirasida des (VERt;OZA. 1991).
33
o auter supracitado tambem cita a cal que nao foi completamente hidratada
como urn dos responsaveis pela forma~aD de descolamento. Para ele, "se ela fa;
aplicada ainda na forma de oxido, precisa primeiro se transformar em hidr6xido para
de pais carbonatar. Essa reac;ao intermediaria implica em varia9ao de volume, com 0
consequente deslocamento",
Outra causa que ocorre frequentemente e a execuc;:ao de rebaca espesso.
Neste casa, a fOf9a de aderencia nao e suficiente para suportar 0 peso do
revestimento, que se descola, de acordo com a NBR 13749 (1996).
Ainda de acordo com Ver90za (1991), diante desta manifesta<;ao, verifica-se
que a falta de aderencia e 0 seu principal motivQ, razao pela qual, para a sua
prevenc;:ao e necessaria que a qualidade do rebaco, da ceramica, enfim, do
revestimento, bem como a sua execuyao, seja primada em todas as obras. 0
simples fato de uma colocayao do reboco sem molhagem da parede, por exemplo,
poderia causar este problema.
A seguir serao apresentados dois tipos especificos de descolamento au
destacamento entre camadas: 0 esfarelamento e a formayao de vesiculas.
4.1.1 Esfarelamento
Verc;oza (1991) estabelece a definic;ao de esfarelamento e fixa as causas
dessa manifestayao da seguinte forma:
o esfarelamento e uma forma especial de desGolamento. 0 reboGo nao caiem pia cas ou bloGos: ele vai se desagregando em graos ou em po. Ha umdesgaste.A causa mais frequente desse defeito e 0 emprego de argamassa fraca,com pouco aglomerante. Entao ete na~ e suficiente para colar todos osgraos de agregado. Outra causa pode ser a carbonatayao demasiado teniada cal. E 0 caso das argamassas magnesianas, ou quando e feila umapintura impermeavel antes do endurecimento tala I do reboco (0 ar cusla apenetrar), au se a local e pobre em gas carbonico. Nestes casas, a
34
problema 5e corrige com 0 tempo. mas este pade ser longo. e mesmoassim as les6es ja exislentes permanecem.Evenlualmenle 0 esfarinhamento pade ser causado pela gelividade, au parargamassa expansiva, ou par lungos. E lambem pela presem;a desubslancias expansivas no agregado, como a mica.
o esfarelamento e um frequente problema que par vezes passa
despercebido, eis que 0 desgaste Dcorre lentamente, e 56 S8 torna perceptivel muito
tempo apes seu inicio. Porem, logo no inicio, S8 identificado, pade ser corrigido com
a aplica9ao de vernizes de alta colatividade. Porem, ainda de acordo com Venfoza
(1991), S8 a falta de coesao for grande, 0 deslocamento aparece tambem nas
camadas mais profundas.
4.1.2 Vesiculas
Vesiculas sao descolamentos pontuais isolados no reboco, com forma<;ao de
pequenas crateras de ate 7 em de diametro, geralmente devido a criptoflorescencia
(Ibid.).
A criptoflarescencia consiste na forma<;ao de crista is no interior da parede ou
estrutura pela a<;ao de sais, podendo causar rachaduras e ate a queda da parede
(LIMA ef al., 2007). As vesiculas tambem podem ser causadas por magnesio na cal,
par deposita de efloresdmcias entre a tijola e a reboco, au pela presen<;a de mica na
areia, pela presen<;a de residuas metalicos (a ferrugem e expansiva), ou a madeira
que incha ao umedecer (VER<;:OZA, 1991).
Uma forma rara de forma<;ao de vesiculas ocorre quando a propria cal da
argamassa fai levada ao reboco antes de estar bern extinta, a que "normalmente
resulta em descolamento e fissuras, mas as vezes pode se manifestar par vesiculas,
tambem como um ponto branco no lunda" (Ibid.).
35
A solu980 para todos os casas de destacamento entre camadas e retazer
todD 0 rebaco, principal mente porque "0 defeito generaliza-s8 par toda a superffcie e
nao se pode prever quando vai parar" (Ibid.).
4.2 Fissuras e Trincas
As fissuras podem ser geradas par variados fatares. De acordo com Venfoza
(1991), na maior parte das ocasioes elas sao uma consequEmcia de Qutros defeitos,
tais como rachaduras nas paredes au deslocamentos, que ja fcram objeto do
subcapftulo anterior.
Se uma parede racha, e natural que 0 reboca a ela aderente tambem S8
rache. Se urn rebaca S8 separa da parede, fica sem apoio e flexiona. Como ele e urn
material nilo-armado, quebra na zona tracionada (Ibid.).
Par issa, aparecendo fissura em embo90, a primeira providEmcia e retirar 0
rebaca em uma pequena area em torna da fissura e verificar S8 atras do mesmo a
alvenaria nao esta tambem rachada. Deve-se, tambem, observar S8 os tijolos estao
soltos da argamassa de assentamento, ou, ainda, se a adere!ncia do reboco e boa.
Havendo rachadura nos tijolos, esse defeito deve ser corrigido primeiro; havendo
descolamento, determinar sua causa e elimina-Ia (Ibid.).
De acordo com Lima (2005), as fissuras podem ser classificadas em 4
classes:
A classe 1 e composta par fissuras que indicam problemas estruturais
imediatamente identificaveis, quais sejam: les6es com grandes aberturas que
acusam que a colapso e iminente, que uma grande redu<tao da seguranya e que
lrazem a deslocamento de partes da estrutura.
36
A cia sse 2 compoe-s8 de fissuras que podem levar a uma redur;ao da
seguranC;8 devido a posterior corrosao da armadura.
JiI, na classe 3, tern-S8 as fissuras que podem levar a urn mal funcionamento
da estrutura, mostrado par infiltrar;oes, passagem de sons, danos a acabamentos
etc.
Na cia sse 4, encontram-se as fissuras que sao esteticamente inaceitaveis,
sendo a limitar;ao para aparencia estetica critica de 0,1 mm. Nesta classe, as
objer;oes esteticas quanta aD fissuramento devem considerar fissuras que causam
alarme sabre a seguranC;8 da estrutura e estabilidade da edific8c;ao e fissuras que
modificam a textura visual dos acabamentos, dando a aparencia de construyao
pobre e mal feita. Ainda quanta as fissuras alocadas na classe 4, existem aquelas
devidas exclusivamente ao reboco, que em geral s6 afetam a aparencia e quase
sempre param de aparecer depois de algum tempo, quando termina a secagem ou a
expansiio (VER<;:OZA, 1991).
Lima (2005) prop6e criterios para a caracteriza9ao das fissuras:
Para a caracterizar;ao das fissuras deve-se considerar:a incidencia, configurar;ao, comprimento, abertura e rocalizar;ao;a idade aproximada da fissura e da edificar;ao acometida;sa a fissura aprafunda-se por loda a espessura do camponenleafetada:se lesoes semelhanles aparecem em pavimenlos contiguos;sa lesoes semelhanles aparecem em componenles paralelos ouperpendiculares aquele sob exame;se lesoes semelhanles aparecem em edificar;oes vizinhas;se 0 aparecimenlo de fissuras e inlermilenle ou se a aberlura variasazonalmenle;se a fissura ja fai reparada anteriarmenle;se no enlorno da lesao aparecem oulras manifestar;6es patal6gicas,cam a umidade, efloresc€mcias, descolamenlas, manchas de ferrugem.balor etc.;se na proximidade da lesao exislem embulimenlos;se exislem caixilhos comprimidos;se as les6es manifeslam-se preferencialmente em alguma dasfachadas da edifica<;:aa;se existem deslocamentos relativos na superficie do componenteafelado;
37
S8 a aberlura da lesao e constante au S8 ocorre estreitamento numadada direc;:ao;S8 a lesao €I acompanhada par escama96es indicativas decisalhamenlo;S8 esla ocorrendo condensa9Bo ou penelra<;ao de agua na edifica9ao;se a edificar;ao esla sendo corretamente utilizada (LIMA, 2005).
De acordo com Verc;oza (1991), ha urn tipo de fissuramento comum nos
rebocos, as fissuras na direc;;ao horizontal, que sao "motivadas pelo assentamento
da alvenaria. Quando uma parede e rebocada muito cedo, antes que a argamassa
seque, ha uma reduyao na velocidade de evapora<;ao da agua da argamassa"
o tipo de fissura<;:8o mais comum em rebocos e aquele em forma de
desenhos irregulares com linhas bern finas, parecidos com teia de aranha au mapas.
Elas aparecem quando a argamassa apresenta expansao ou retrac;ao durante a fase
de endurecimento. A diferenya de dilatayao termica entre reboco e tijolos tambem
pode causar trincas (Ibid.).
Diante disso, necessario se faz definir 0 conceito de retrayao e expansao:
As retrayoes ocorrem quando a argamassa seca muito rapidamente. Umreboco em parede ensolarada deve ser mantido umido uns tres dias, paraque adquira resistencia antes de ser submetido as tens6es da secagem.Esle defei!o e mais pronunciado nos rebocos com mais cimento enos!rayos mais ricos.As expans6es podem aconlecer, por exemplo, quando hi.! magnesio na cal,ou quando a cal nao foi bem extinla. Ja se mostrou que nesses casos hi.!expansao depois de algumas semanas de secagem da argamassa de cal.No caso mais comuns, essa expansao e acompanhada de vesiculas ( ... ). Aexpansao no reboco lambem pode oearrer par efeito de criploflorescencias.presen9a de pirita etc. (Ibid.).
Quanto as movimentac;oes termicas em argamassas de revestimento, estas
podem ser causa de fissuras nas mesmas. Sua ocorrencia dependera do modulo de
deforma<;iio da argamassa (THOMAS, 1989).
Esse tipo de fissura induzida por movimentac;oes termicas no corpo do
revestimento, em geral, e bem distribufda e apresenta aberturas bastante reduzidas,
38
assemelhando-se as fissuras provocadas par retrayeo de secagem, que ameniza 0
problema e a existencia de juntas de movimentayao au dissolidariza98o.
4.3 EflorescEmcia
Fiorito (1994) faz um breve hist6rico, antes de abordar a manifesta,ao
denominada eflorescencia:
Ate 0 ana de 1970, as placas ceramicas nao eram esmaltadas como asatuais. Era muito comum 0 usa de ladrilhos nas cores vermelha, preta.amarela ou areia. Em algumas ocasioes, lais piscs apresenlavam manchasesbranquiyadas OU, as vezes, manchas escuras que denunciavamclara mente a presenqa de umidade excessiva. ( ... )o inicia do usa de revestimentos ceramicos esmallados para pisas, entrenos, remonta aos anos de 1970, quando as conceitos de permeabilidade eabsory30 dos materiais ceramicos para pisos, se jil nao eram bementendidos, acabaram ficando mais confusos para alguns consumidores.Naquela epoca, quando exam ina vamos PISOS com manchasesbranqui<;:adas ou escuras, ja de antemao sabiamos que havia ali umafalha conslruliva intimamenle ligada a uma impermeabiliza<;:ao ouinexislenle.
Assim, no inicio do uso dos revestimentos, os defeitos de impermeabilizac;ao
se manifestavam nao s6 como manchas esbranquit;adas ou escuras, mas por
afloramentos de liquido viscoso at raves de furos extremamente pequenos no
esmalte, ou ao longo das juntas nas quais havia percepc;ao clara de trincas ou faltas
de preenchimento.
De acordo com Fiorito (1994), atualmente, esse tipo de problema tem
diminuido sensivelmente, 0 que
moslra melhor conhecimento do problema pelos conslrulores, maior emelhor divulga<;:ao do uso de impermeabilizantes e efeilos da mudan<;:agradativa no metoda de assentamenla, que na canvencional, com usaabundante de agua, pas sou para 0 Metoda de Calagem cam pe<;:asceramicas e cantrapisas secas.
39
A eflorescencia e 0 fen6meno do aparecimento de manchas esbranquijfadas
e afloramentos acima descritos pelo autor, que tern como elemento determinante a
presen"a e a a"ao dissolven!e da agua (Ibid.).
Para este autor, "a origem de tais espa~os e em parte devida a aQua usada
no preparo, para comunicar a massa uma trabalhabilidade desejavel, a18m da agua
necessaria as rea90es de hidrata\=ao no casa da argamassa e concreto", par isso ele
mesma observa que "nac e exagero afirmar que sem agua nao havera
eflorescencia" (FIORITO, 1994).
Ainda, para 0 autor, as operayoes de misturar e amassar tambem sao
responsaveis pela existencia de ar e pelo aparecimento de espa<;os vazios.
Par Hm, aponta que urn fluxo de quantidade apreciavel de agua pode ocorrer
no interior destes materiais, ou por capilaridade (abson;ao), ou por pressao
(permeabilidade) (Ibid.).
Diante disto, a fim de evitar a efloresc€mcia, sao sugeridos alguns cuidados
basicos, que foram extraidos das experiencias praticas dos autores em trabalhos e
experimentos desta natureza, quais sejam:
• nao executar pinturas sobre superficies umedecidas por agua;
• aguardar a cura do reboco antes de iniciar a pintura;
verificar a existencia de pontos de infiltra\=ao de agua, eliminando-os
quando existirem.
4.4 Forma':1ao de manchas de umidade e desenvolvimento de bolor
Para melhor compreensao desta manifesta9ao patol6gica, primeiramente, e
necessaria a definic;ao de alguns conceitos.
40
A forma~ao de manchas de umidade ocorre porque a agua aD atravessar uma
barreira fica aderente, a mesma resultando dar uma mancha. A infiltrac;ao, por sua
vez, ocorre quando a quantidade de agua e maior. Ela pode pingar au ate fluif,
resultando numa infiltra9ao. Ja 0 mofo e 0 bolor sao a ocorrencia de fungos vegetais
aderentes a alvenaria, escurecendo sua superficie e desagregando-a. As manchas
de umidade tambem sao devidas a eflorescencias, bolor e limo, sendo muito
frequentes nos revestimentos (LIMA et a/., 2007).
De acordo com Verc;:oza (1991), 0 aparecimento de uma mancha no reboeD
pode ter varias origens, inclusive 0 propria material da argamassa, ou ate bloeDs
ceramicos. Para 0 autor, as substfmcias causadoras de manchas aparecem em
ambos as materia is, sendo que a SOlUy30 mais faeil e a elimina(fao da umidade. Por
vezes, pade ser mais econ6mica a remo(fao de toda a reboca e a substitui(faa por
um novo, que seja pur~. Para a autor, a pintura sabre as manchas raramente da
bom resultado e a consequemcia imediata e 0 reaparecimento das manchas.
4.5 Tipos de manifestayoes patologicas; sintomas, causas, origens e
recomendayoes de reparos em revestimentos externos
Para melhor compreensao da Tabela 4, sao apresentadas as defini(foes a
seguir, elaboradas por Antonio Carmona Filho (2006).
Manifesta90es patologicas: sao todas as altera(foes em uma obra, que
geram desconforto aa usuario, afetam as condi(foes de estabilidade e
servicibilidade.
41
Sintomas: caracterizaC;8o e efeitos resultantes da atuac;:ao dos agentes
causadores das manifesta<;:oes patol6gicas.
Causa de uma manifestagao patologica: e 0 fen6meno que despertou a
manifesta98o.
Origem de uma manifestac;ao patol6gica: e a inconformidade
construtiva au dana que proporcionou a causa de determinada
manifesta«ao.
Reparos: sao as correc;:oes dos problemas evidentes ja diagnosticados,
estabelecidos atraves de uma investiga<;ao profunda, tendo pleno
conhecimento da implic3C;80 das manifesta(foes patol6gicas.
A Tabela 4 apresenta de maneira didalica as manifesta<;:oes patol6gicas mais
comuns nos revestimentos externos das edifica90es, inclusive mostrando os
sintomas pertinente e diferenciando origem de causas provaveis, e com a
indica9aO dos reparos necessarios para solucionar 0 problema.
MANIFESTA-SINTOMAS CAUSAS
~OES ORIGEMPRovAvEIS
REPAROSPATOL6GICAS
-Manchas de -Umidade constante. -Etiminag.3.o da infillra\f8.oumidade. -Sais soh.iveis presenles de umidade.-Acumulagao de no componente da -Secagem do
Etlorescencias sais lixiviados Intillragoes alvenaria. revestimento.sobre a superficie. -Sais soluveis presenles -Escovamento da
na agua de superficie.amassamento. -Reparo do revestimento-Cal na~ carbonatada. I auandQ.£..ulverulento.
-Manchas -Elimina9ao da infillra\fao
esverdeadas ou ·Umidade constante. de umidade.Bolor escuras. Infillra90es de -Area nao exposta ao -Lavagem com solU9ao
-Reveslimento em umidade. sol. de hipoclorito.-Reparo do revestimentodesagrega98.o. ! quando pulverulento.
-Empolamento da -Falhas -Hidrata98.0 retardadapintura. executivas. de 6xido de calcio daApresentando-se -Ausencia de cal.as partes intemas controle -Presen9a de pirita audas empolas na tecnol6gico. de maleria orgilOica na -Renovat;:ao da camadacor: areia. de rebaco.
Vesiculas 'Branca -Presen9a de-Preta concre96es'Vermelho ferruginosas na areia.castanho-Bolhas conlendo - Falhas -Aplica\faO premalura de -Elimina9ao da infiltra9aoumidade no executivas. tinta impermeavel. da umidade.interior. -Intiltrar;;ao de umidade. -Renova9aa da pintura.
·A superficie do -Erro na -Hidrata9ao retardadarebaca descola do execu9aa. do 6xido de magnesioemboc;o farmanda -Ausencia de dacal.bolhas, cujas controle
Deslocamento diametros tecnal6gico.-Renova9ao da camada,om aumentamde rebaca.Empolamento. progressivamente.
-0 rebocaapresenta somcavosob
I oercussao.-A superficie de contatocom a camada inferiorapresenta placas
-Aplaca frequentes de mica. -RenOva9.3o dorepresenta·se -Ausencia de -Argamassa muito rica. revestimento.endurecida, controle -Argamassa aplicadaquebrando com tecnolOgico em em camada muitodificuldade. planejamento e espessa.-Sob percussao a execu\fao. -A superficie da base erevestimento - Falhas muito lisa.
Deslocamento apresenta som executivas. -A superficie da base-Renova93o doem placas cava. esla impregnada comrevestimento.subslancia hidrofuga.
-Ausencia da camadadechapisco.
42
43
-A placa ·Ausencia de -Argamassa magra. -Renoval):ao doapresenta-se centrale -Ausencia da camada reveslimento.cndurecida, mas lecnol6gico em de chapisco.quebradic;a planejamento edesagregando-se execuc;8o.com facilidade. - Falhas-Sob percussao 0 executivasreveslimentoapresenla somcavo.-A pelicula de linla -Ausencia de -Excesso de fines no -Renovac;ao da cam adadescola arraslando contrale agregado. de rabaca.o reboco que se tecnol6gico em -Trac;o pobre.
Deslocamenlo desagrega com planejamento e -Trac;o rico em cal.com facilidade. execu~oJ -Auselncia dePulverulencia. -0 reboco Falhas carbonatac;ao da cal.
apresenla som execulivas -0 rebaco foicava sob aplicado em camadapercussao. muilo espessa.
-Expansao da -Renovar;ao doargamassa de revestimento apOsassentamento par hidratar;ao completa da
-Ausencia de hidralar;ao relardada de cal da argamassa de
-Apresenta-se ao centrale 6xido de magnesio da assentamento.
longo de loda a tecnol6gico emcal.
parede. pfanejamento eFissuras -Descolamenlo do execur;ao.Horizontais reveslimento em -Ausencia de -Expansao da -A solur;ao a adolar eplacas, com scm fiscalizar;ao na
cavo sob execur;ao daargamassa de funr;ao da intensidade da
percussao. obra. assentamento par rear;ao expansivarear;ao cimento-sulfato,ou devida a presenc;ade argilo-mineraisexpansivos noagregado.
-Ausencia decentrale -Retrar;ao da
-AsfissuraSlem lecnol6gico argamassa de base. -Renovar;ao doformas variadas e -Ausencia deFissuras dislribuem-se par planejamenlo e reveslimenlo.Mapeades loda a superficie. projeto. -Renovar;ao de pinlura.
TABElA 4 - Manlfeslar,;oes palologlcas. smtomas, orrgens, causas e reparos
FONTE: MEIER, adaptado de Maria A. Cincotta (GUIMARAES, 2002)
44
5 ESTUDO DE CASO
Neste capitulo sera realizada uma analise tecnica do caso de urn condominia
residencial, na cidade de Curitiba, Estado do Parana. para 0 qual foi elaborado
parecer lecnico (Iaudo) pela empresa Bianco Tecnologia do Concreto.
45
5.1 Identifica9ao de Problemas
Foram verificadas as seguintes manifestayoes patologicas, de acordo com 0
relatorio fotografico a seguir.
- Oestacamento e estufamento das pastilhas ceramicas de revestimento
FIGURA 6 - Deslacamenlo das Paslilhas de Reveslimenlo - Foto Aproximada
FONTE: MEIER, 2007
FIGURA 7 - Eslulamenlo das Paslilhas de Revestimenlo
FONTE: MEIER, 2007
45
FIGURA 8 - Destacamento das Pastil has de Revestimento dos Pi lares
FONTE: MEIER, 2007
FIGURA 9 - Destacamento das Pastilhas e do embolfo do Pilar.Concreto e armadura expostos a agressao
FONTE: MEIER, 2007
46
47
- Visualiz89ao de trincas e fissuras e presen<;8 de umidade
FIGURA 10 - Fissuras causadoras de infiltra90es
FONTE: MEIER. 2007
- Ausemcia de juntas de dessolidarizayil.o
FONTE: MEIER. 2007
48
5.2 Vistoria e ensaio para diagnostico
Para a identifica<;8o de causas fcram realizados ensaios e vista ria no local,
necessarios para obten980 de dados reais conclusivos para diagnostica.
5.2.1 Vista ria
A vista ria na edificaC;8o deu-se em tres visitas tecnicas a tim de levantar as
manifestac;oes pato16gicas presentes, roi executada pelo autor integrante desse
trabalho Tiago Meier, a qual realizou registros fotogrilficos para identificac;ao das
anomalias presentes, bern como observac;oes pertinentes a essas manifestac;oes.
Os sintomas observadas fcram:
Destacamento das pastilhas;
• Estufamento das pastilhas em locais especificos;
Destacamento do emboyo em locais especificos;
Fissuras nas aproximidades das esquadrias;
Infiltra(foes e lixivia(foes;
Eflorescencias;
• Esfarelamento do rejunte;
5.2.2 Ensaias
Foram realizados ensaios para avalia(fao da condic;:ao geral de aderencia dos
revestimentos das fachadas do pn3dio, objetivando 0 diagnostico das quedas
localizadas de pastilhas ceramicas.
49
o laudo foi executado utilizando-se como metodologia a ensaio de
determinat;ao da resistencia a trac;ao de revestimento em pastil has ceramicas das
fachadas, seguindo as determinac;5es da norma ABNT - NBR 13258 (1995).
Para realiz8C;80 do ensaio foram empregados equipamentos como 0 aparelho
"5010tes1",para ensaio a tray80 de aderencia de revestimento, par meio de
arrancamento (acionamento hidraulico I leitura direta da forC(a de tra980 na celula
eletr6nica do man6metro / mostrador digital sensivel a 1kgf).
Foram definidos 6 (seis) locais aleat6rios para ensaio de trac;ao realizados in loco:
- dois na fachada norte: prumada em pastil has de 25 x 25 mm x espessura =
4 mm, em porcelana com glasura azul;
- dais na fachada oeste: ambos em prumada de pastil has azuis (25 x 25 mm x
espessura = 4 mm);
- um na fachada sui: prumada de pastilha azuis (25 x 25 mm x espessura = 4 mm);
- um na fachada leste: prumada de pastilha azuis (25 x 25 x espessura = 4 mm).
5.2.2 Resultado dos ensaios
Em seguida e apresentada a Tabela 5, com os resultados obtidos nos ensaios
de determinac;ao da resistencia a trac;ao de revestimento em pastilhas ceramicas das
fachadas citadas, conforme norma ABNT - NBR 13528 (2005) - teste de
arrancamento, at raves da determinac;ao da resistencia de aderencia a trac;ao.
TABELA 5 - Resultados dos ensaios do estudo de caso
PONTO N' lI"A" - FACHADA NORTE
For~a Sec~ao nomaxima de plano detra~ao rupturaobtida (Kg!) (em)'
TenSilo Espessuramaxima Embo~o Se~ao de ruptura(MPa) (mm)
100% interface entre
Ponto A N° 01/01 37 58,5 0,06paslilhas ceramicas 1argamassa colante deassenlamenlo
Ponto A N° 01/02 66 60,8 0,11 IdemPonto A W 01/03 61 60,1 0,10 IdemPonto A N° 01/04 78 60,1 0,13 IdemPonto A N° 01/05 45 59,2 0,08 IdemPonto A N° 01/06 89 59,2 015 Idem
MEDIA 4 MELHORES RESULTADOS 0,12
PONTO N' 1/"8" - FACHADA NORTE
100% na interface entreargamassa calante e a embo'Yode regulariza~ao"Arrancou "pele~ do emboGO
Ponto B W 01/01 115 60,1 0,19
Ponto B N° 07102 118 63,2 0,19
Ponto B N°07104 136 60,8 0,22
Ponto B135 48,4 0,27
N° 07105Ponto B
65 50,9 0,13N° 07106
MEDIA 4 MELHORES RESULTADOS 0,22
PONTO N' 2/ FACHADA NORTE
100% na camada da argamassado embo'Yo de regularizac;ao"ruptura a 3 mm da superficie100% na camada do emboc;o"ruD!ura a 6 mm da sUDerficieIdem"ruptura a 5 mm da superficieIdem"ruplura a 10 mm da superficie
100% interface entre pastilhasPonlo N° 02/01 82 43,9 0,19 ceramicas I argamassa colante
de assentamento100% na camada de argamassa
Ponto N° 02/02 96 67,2 0,14 do embo'Yo de regularizac;ao"ruplura a 20 mm da superficie
Ponto N° 02/03 107 49,0 0,22 100% interface pastilha I cola
Ponto N° 02/04 120 60,6 0,20 100% na camada do emboc;o"ruptura a 19 mm da superficie
Ponlo N° 02105 126 66,4 0,19100% na camada do emboc;o"ruptura a 20 mm da superficie
Ponto N° 02106 120 50,8 0,24100% na camada do emboc;o"ruotura a 19 mm da sUDerf[cie
MEDIA 4 MELHORES RESULTADOS 0,21
50
51
PONTO N" 3 f FACHADA NORTE
Ponto N° 03/01 160 58,S 0,27
Ponto N° 03102 94 60,1 0,16
Ponlo N° 03/03 71 60,8 0,12
Ponto N° 03/04 76 60,1 0.13
Ponto N° 03/05 84 60,1 0,14
Ponto N° 03/06 100 59,2 0,17
MEDIA 4 MELHORES RESULTADOS 0,19
PONTO N" 4 f FACHADA OESTE
100% na camada do emboQo~ruptura a 40 mm da superficie
100% na cam ada deargamassa do emboQo deregularizayao°ru lura a 20 mm da suoerficie100% interface entre pastilhasceramicas I argamassa colantede 8ssentamenlo100% interlace pastilha I cola100% na cam ada do emboyo"ruplura a 19 mm da superficie100% interface oastilha I cola
80% no substrata (interfacePonto N° 03/01 102 59,2 0,17 36 chapisco I bloeD ceramico) e
20% na cam ada do emboco
Ponlo W 04/02 65 60,1 0,11ruptura na camada do embo90'r",plura a 20 mm da suparticie
Ponto N° 04/03 88 59,2 0,15 38100% interface emboc;o 1chapisco100% interface entre pastilhas
Ponto ND 04/04 61,6 0,01 ceramicas 1 argamassa colantede assentamento
Ponto N° 04/05 50 60,1 0,08 100% interface paslitha 1 colaPonto N° 04/06 5 61,6 0,01 100% interface oastilha I cola
MEDIA 4 MELHORES REUSL TADOS 0,13
PONTO N" 5 f FACHADA SUL
Ponto ND 05/01 69 60,1 0,11 42100% Interface chapisco Isubstrato vi a de concreto
Ponto N° 05/02 123 60,0 0,21100% na cam ada do emboc;:o'ruotura a 5 mm da superficie50% na interface chapisco 1
Ponto N° 05/03 72 61,6 0,12 44 substrato50% na camada do emboQo20% na interface chapisco 1
Ponto N° 05/04 81 62,4 0,13 44 substrato80% na camada do emboyo
Ponto ND 05/05 72 61,6 0,12 4685% na interface chapisco15% na camada do embOGO
Ponto N° 05/06 97 60,8 0,16100% na camada do emboc;:o'ruptura a 7 mm da superficie
MEDIA 4 MELHORES RESULTADOS 0,16
52
PONTO N° 6/ FACHADA LESTE
Ponto N° 06/01 59 60,8 0,10100% na cam ada do emboc;o°ru lura a 31 mm da superficie20% na interface chapisco I
Ponto N° 06/02 74 60,1 0,12 34 substrata80%na camada do emboco
Ponto N° 06/03 128 61,6 0,21100% na camada do embo(fo'ru lura a 30 mm da s~~rficie20% na interface chapisco ,
Ponto ND 06/04 143 61,6 0,23 31 substrata.80% na camada do embo 0
Ponto N° 06/05 101 59,2 0,17 100%, na cam ada do embo<;o100% interface entre pastilhas
Ponto N° 06/06 78 60,1 0,13 ceramic8s I argamassa calantede assentamento
MEDIA 4 MELHORES RESULTADOS 0,19
FONTE. Blanco Tecnoiogla do Concreto, relatono de enS810 ND 13528 (2005)
5.2.3 Interpreta,ao dos resultados
Segundo as Normas e Especifica,6es Brasileiras atuais NBR 13749 (1996),
NBR 14081 (2004) e NBR 14084 (2004), a exigencia minima de resislencia de
aderencia a traqao para argamassa do revestimento de regularizaqao em face
externa e de O,3MPa; e, para a argamassa colante de assentamento do
revestimento ceramico e de O,5MPa.
Os resultados dos ensaios de resistencia de aderencia, por arrancamento de
pastllhas metalicas, coladas com resina ep6xi a superficie do revestimento ceramico
nas fachadas, foram:
• 50% das pastilhas tracionadas produziram ruptura na camada do
embo((o de regulariza((ao da parede, com valores de resistencia entre 0,10 e
0,27MPa.
53
- Media: 0,18MPa
- Desvio Padrao: 0,05MPa
- Coeficiente de variar;ao: 28,7%
Segundo Bianco 2005, atraves do ensaio, registrou-se 0 valor caracteristico
para a resist€!ncia a tra«ao na argamassa do emboc;o de regularizar;.3o S8 situ a em
0,1MPa.
• 35% das pastilhas tracionadas produziram ruptura na interface entre a
revestimento ceramico e a argamassa calante de assentamento, com valores de
resistencia entre 0,01 e 0,22MPa.
- Media: 0,11 MPa.
- Desvio Padrao: 0,05MPa.
- Coeficiente de variar;ao: 53,6%.
Segundo Bianco 2005, atraves do ensaio, 0 valor caracteristico para a
resistencia a trac;ao nesta inteJiace S8 situa em 0,06 MPa.
• 10% dos casas de ruptura ocorreram na interiace chapisco I substrata,
com valor media de resist€!ncia a tra«ao de 0,13MPa.
• 5% dos casas de ruptura ocorreram na interface argamassa colante I
embo~o, com valor medio de resistencia a trac;clo de 0,19MPa.
Diante desses resultados obtidos pelo ensaio de determinaC;8o da resistencia
de aderencia a traC;8o apresentado pelo laude executado pela empresa Bianco
Tecnologia do Concreto, e tambem as vistorias realizadas no local, se faz possivel
identificar as manifestac;oes patologicas inclusive causas e origens do edificio
residencial em questao, conforme tabela 6 a seguir:
54
TABELA 6: Idenlificac;:ao das manifestac;:5es patol6gicas. causa e origem no edificio residencial em
estudo
Manifestas;6esPatologicas
OrigemCausa
- Oesiacamento daspastil has.
pastilha e argamassa calanle. argamassa calante na epoca-Ausencia de junta de da execuc;ao dodissolaridalfao. revestimenlo.
-Ausencia de projeto de
-Baixa resistencia deancoragem na interface
- Ausencia e ensalo paraverifica<;:ao da qualidade da
revestimento externo.
- Estufamento daspastil has.
- Gradiente de temperatura.- Ausencia de junta dedissolaridac;ao.- Incidencia de raias solares.(Ambos as ilens acima
-Falla de especificac;ao deprodutos adequados para 0
revestimento externo asuportarem ac;:ao dasvari8<;oes externas
-Baixa resistencia disponivelna camada de embo({o.
causam tensoes devido a ambientais, como umidade,movimenta({80 diferencial das temperatura e incidenciacamadas do revestimento.) solar.
- Destacamento doembo({a.
-Ausencia de controletecnol6gico emplanejamento e eXeCU({80.- Falhas executivas.
- Lixivia({oes
-Fissuras
dissolarida({80 para alivio das revestimento externo.tensoes.- EXpan({80 ou retra({80 da -Ausencia de controleargamassa de revestimento, tecnol6gico emlevando a excesso de planejamento e eXeCU({80.plasticidade ou enrijecimento.
-A fissura({ao que induz apenetra.yao de agua quecausa 0 efello lixiviante.-Ausencia da junta de
- Ausencia de manuten.yaopreventiva peri6dica visandoimpermeabilizar os rejuntes.-Ausencia de projeto de
FONTE: Elabarada par MEIER, (2007)
Para melhor esclarecimento desse trabalho, bern como as inforrna~6es dadas
no caso do edificio residencial em Curitiba PR, sera apresentado no proximo
capitulo, algumas conclus6es obtidas desta analise, entretanto, 0 resultado do
realizayao da mesma.
problema e da hip6tese exposto no inicio desta pesquisa como inspira«;ao da
55
6 CONSIDERAC;:OES FINAlS
Infelizmente, na pratica atual da engenharia, sao poucos as profissionais que
seguem a ri5ca as orienta~6es dadas nas normas de engenharia citadas nesse
trabalho, bern como urn controle minucioso das elapas de uma construt;ao que
deveria sar realizada por engenheiros e fiscais de obras. Islo S8 pode comprovar ao
S8 observar as edifica~6es de hoje, em cujos revestimentos S8 verificam diversas
manifesta<;5es patol6gicas. IS50 tern side comprovado por varios laudos tecnicos da
engenharia civil, al8m de artigos tecnicos publicados e discuss6es em congressos
com as maio res especialistas na area.
Para corroborar com essas afirma~6es LOBO e FERREIRA (2003), citam que
as manifesta<;oes patologicas decorrentes de vieios e defeitos construtivos, sao, por
vezes, provenientes da negligencia, imprudencia ou impericia de profissionais
tecnicos que atuam na construc;ao civil, projetando, construindo, fiscalizando. 0
mesmo se diga de sua atuac;ao na condu<;ao de obras de Engenharia.
Sao inumeras as manifesta¢es patol6gicas existentes nas maiorias das
edificac;oes na atualidade, entretanto, esse trabalho teve como area de estudo as
manifesta<;oes patol6gicas em revestimentos externos nas fachadas das edifica<;oes.
Primeiramente constata-se a problematica do trabalho em desvendar as
causas e origens das manifestac;6es pato16gicas existentes em urn edificio
residencial na cidade de Curitiba, para tanto, foi tra/iado a hip6tese de que a causa
principal seria a ausencia de juntas de movimentat;ao e dissolarida/iao, e quanto a
origem, seria a ausencia de projeto de revestimentos externos.
56
Para solucionar 0 problema exposto acima, roi trayado como objetivo geral de
determinar as causas e origens das manifesta~6es patol6gicas em revestimento
externo de urn edificio em Curitiba, para cumprir com essa finalidade, buscou-se
conceitos atraves da revisao bibliografica pertinente ao lema e para conclusao desse
problema analisou-se os resultados de um laudo tecnico de resistencia de aderencia
a tra~ao no revestimento ceramico conforme ABNT-13528 (2005), realizado no
edificio residencial em questao, pela empresa Bianco Tecnologia do Concreto
Diante da revisao bibliografica, e do estudo de casa trazidos no corpo deste
trabalho, podem ser tecidas algumas considera~6es.
Quanta a hip6tese levantada de que a causa principal das manifestac;oes do
edificio estudado, nao roi apenas a ausEmcia de juntas de movimentayao, e sim uma
serie de fatores contribuintes para tais anomalias apresentadas no trabalho. A falta
de juntas de movimentactao e dessolidarizactao provavelmente aceleraram as
ocorrencias de manifesta'toes patol6gicas, mas como ja mencionado acima nao foi 0
unico motiv~, e com relactao a hipotetica origem de ser a ausencia de projeto de
revestimento, esse real mente foi constatado no corpo desse trabalho. No estudo de
caso em questao nao consta projetos de revestimento, inclusive a exeCUctaO atual
nao apresenta, crilerios como juntas, que sao rigorosamente especificada em urn
projeto de revestimento, bern como prote<;3o de vedactoes verticais contra agentes
agressivos.
o tra'to da argamassa de revestimento, utilizactao adequada da argamassa
calante e de rejuntamento, indicac;oes de usa e manutenc;ao do revestimento sao
itens especificados num projeto de revestimento, e uma vez que a abra nao disp6em
desse planejamento, colabora para 0 decrescimo da durabilidade dos revestimentos
de fachada de edificios. Cabe aqui salientar que a utilizaC;ao de mao-de-obra nao
57
capacitada e a utiliza~ao de tecnicas construtivas inadequadas durante a fase de
execuyao tambem fazem parte do conjunto de fatores causadores de problemas
patol6gicos em revestimentos externos.
Com relayao aD objetivo geral que era determinar as causas e origens das
manifestac;6es patol6gicas em revestimentos externos de um edificio em residencial
em Curitiba, foi atendido, eis que fcram analisados os resultados do laudo tecnico e
observal{oes feitas nas vistorias realizadas no edificio em questao, que ambas
favoreceu 0 apontamento das causas e as origens indagadas no objetivo, que
estarao descritas ainda nesse capitulo.
Quanta aDs objetivos especificos, tem-S8 que foram realizadas conceitua((oes
das argamassa de revestimento e argamassa calante, inclusive as analises quanta
suas propriedades, fun~6es, componentes e suas deriva~6es. Foram levantadas as
manifesta~6es patol6gicas mais comuns em revestimentos externos bem como suas
origens e causas constatadas nas literaturas bibliograficas mais referentes da
atualidade. E por fim atendenda ao ultima objetivo especifico, aplicou-se tais
conceitos em correla~ao com os dados obtidos no estudo de caso de urn edificio
residencial em Curitiba que apresenta manifesta~6es patal6gicas no revestimento
externo.
Diante do exposto acima e a fim de concluir as itens mencionados, cumpre
considerar que
• a ocorrencia dos problemas patologicos no revestimentos externos de um
edificio esta diretamente associadas as fases de projeto, execut;aO e
utiliza~ao desse revestimento ao longo do tempo;
• as manifestat;6es patol6gicas rna is comuns em revestimentos externos
sao:
58
Fissurac;:ao na argamassa, desagregar;:6es, descolamentos de
revestimento ceramico, manchas de umidade, efloresc€mcias,
descolamentos entre camadas de emboc;:o e rebaco, esfarelamento de
rejuntes, vesiculas e balor;
• Para evitar manifestac;oes patol6gicas S8 faz necessaria seguir as padr5es
exigidos pelas normas tecnicas que os regulam tais sao as NBR 7200
(1998), NBR 13749 (1996), NBR 13281 (2005), NBR 13755 (1996), NBR
13280 (2005), NBR 13279 (2005), NBR 13278 (2005), NBR 13277 (2005) e
NBR 13276 (2002);
• Argamassa de revestimento e urn elemento de estrema imporiancia para
as edificac;5es, pais e 0 principal integrante das vedat;:6es, e precisa de
atenc;ao especial no seu prepare e execuc;ao, casa contra rio, sao passiveis
de serem vitimas de manifestac;oes patologicas;
• As manifestac;6es patol6gicas presentes no estudo de casa apresentado
sao:
- Destacamento de pastilhas; estufamento de pastilhas, eflorescencias,
fissuras, esfarelamento dos rejuntes;
• Conciui-se atraves dos resultados apresentados pelo laude tecnico
realizado pela Bianco Tecnologia do Concreto que 0 destacamento e 0
estufamento das pastil has ceramicas de revestimento ocorrem devido a
baixa resistencia de aderencia da pastilha e da argamassa colante com 0
reboco. Em seis locais aplicado 0 ensaio, fazendo uma confronta\=ao dos
para metros conseguidos na sua rela\=ao, atraves dos resultados obtidos,
em conjunto com a observa\=Elo atenta das condi\=oes atuais. a situac;:ao
existente e inaceitavel segundo os padr6es normativos e preceitos da
59
engenharia, a resistencia disponivel na camada de emboyo e baixa, e
deficiente. A causa esta relacionada a baixa resistencia de ancoragem,
consequentemente levando a ruptura por fadiga, somada aD gradiente
termico que originam tens6es variaveis par movimenta\=ao diferencial entre
a base e 0 revestimento ceramico.
• A ausencia das juntas de movimenta<;aoe dissolidariza<;ao NBR 13755
(1996), nao e a principal causa dos problemas presentes no revestimento
externo da edific89ao em estuda, embora, sim, contribuem para 0
aceleramento de surgimento das manifestayoes patol6gicas, pois a
presen<;a das juntas aliviariam as tens6es que induzem a fissura<;ao que
consequentemente permite a infiltrattao de agua que favoreee ao
descolamento e 0 efeita lixiviante.
Este estudo de casa refon;:a rna is uma vez a importancia de se construir
seguindo os padr5es normatizados da engenharia, os quais tem como fundamento
decadas de estudos e experimentos comprovados e definidos. A busca de economia
no momento de planejamento de uma obra, bern como a pressa na sua execuyao
nao justificam a perda de rigor e de qualidade das construy5es civis.
6.1 Sugest6es para trabalhos futuros
Prop5em se realizar pesquisas cientificas a fim de analisar as manifestayoes
patol6gicas, causas e origens especificas em argamassas de revestimento, pois e
tema de discuss5es e debates em congressos de engenharia, onde se observa
poucas pesquisas e bibliografias que aborda tal assunto.
60
Projeto de elaboraC;3o de uma norma tecnica que prescreva a obrigac;ao da
realiz8c;ao de projetos de revestimentos externos ceramico, apresentando as
criterios e para metros de dimensionamento e especific8c;oes visando a minimizac;ao
de ocorrencias de manifestac;oes patol6gicas.
61
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ASSOCIA<;:AO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR 13749.Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorganicas - Especificac;6es.ABNT,1996a.
__ NBR 13755. Reveslimento de paredes externas e fachadas com p/acasceramicas e com utilizaqao de argamassa colante - Procedimento. ABNT, 1996b.
__ NBR 13276. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes etetos - Preparo da mistura e determina,ao do indice de consistencia. ABNT, 2002.
__ NBR 13277. Argamassa para assen/amenia de paredes e revestimento deparedes e tetos - Determina,ao da retenqao de agua. ABNT, 2005.
__ NBR 13278. Argamassa para assen/amenla de paredes e revestimento deparedes e tetos - Determinac;ao da densidade de massa e do teor de af incorporado.ABNT,2005.
__ NBR 13279. Argamassa para assentamento de paredes e revestimento deparedes e tetos - Determinar;ao da resistencia a compressao. ABNT, 2005.
__ NBR 13280. Argamassa para assentamenio de paredes e revesfimenfo deparedes e tetos - Determinaqao da densidade de massa aparente no estadoendurecido. ABNT, 2005.
__ NBR 13281. Argamassa para assentamento de revestimento de paredes etetos - Requisitos. ABNT, 2001.
__ NBR 13528. Determinaqao da resist€mcia de aderencia a traqao derevestimento ceramico em fachadas - Metodo. ABNT, 1995.
__ NBR 13529. Reves/imento de paredes e lelos de argamassas inorganicas -Termin%gia. ABNT, 1995.
__ NBR 13530. Revestimento de paredes e lelos de argamassas inorganicas-C/assifica,ao. ABNT, 1995.
__ NBR 13755. Revestimento de paredes externas e fachadas com p/acasceramicas e com uli/izaqao de argamassa co/ante - Procedimento. ABNT, 1996.
__ NBR 14081. Argamassa colante induslrializada para assentamento de placasceramicas - Requisitos. ABNT, 2004.
__ NBR 14082. Argamassa colante industrializada para assentamento de placasceramicas - Execuqao do substrato·padrao e aplicaqao de argamassa para ensaiosABNT,2004.
__ NBR 14083. Argamassa colante industrializada para assen/amenlo de placascefamicas - Determinaqao do tempo em aberlo. ABNT, 2004.
__ NBR 14084. Argamassa colante industrializada para assentamento de pia cascefamicas - Determinac;ao da resislencia de ader€mcia a trac;ao. ABNT,2004.
__ NBR 7200. Execuc;ao de revestimento de paredes e tetos de argamassasinorganicas - Procedimentos. ABNT, 1998.
AZEREDO, H. A. 0 Edificio e Seu Acabamento. Sao Paulo: Edgard Blucher, 1987.
BAiA, L. L. M.; SABBATINI, F. H. Projeto e Execuq80 de Revestimento deArgamassa. Sao Paulo: ° Nome da Rosa, 2000.
BAUER, E. Revestimentos de Argamassa: Caracteristicas e Peculiaridades. SaoPaulo, 2005.
CARMONA F. A. Apostila, Disciplina: Ensaios, Sintomatologia, Vida Util eDiagnosticos. Curitiba: UTP, 2006
FIORITO, A. J. S. I. Manual de Argamassas e Revestimentos: Estudo eProcedimentos de Execuq8o. Silo Paulo: Pini, 1994.
GUIMARiiES, J. E. P. A Cal Fundamentos e Aplicaqoes na Engenharia Civil. SaoPaulo: Pini, 2002.
KLOSS, C. L. Materiais para Construq8o Civil. Curitiba: CEFET, 1991
LIMA, A. J. M. Diagnostico das Patologias. Curitiba: CEFET, 2005.
LIMA, L. S. L. T.; MONTEIRO, E. C. B.; BARKOKEBAS Jr., B. Estudo dasmanifeslac;6es patol6gicas encon/fadas nos servigos de impermeabilizac;ao.Disponivel em: <http://www.ufrn.brlsites/producaoctisec34.html>. Acessado em 23fev. 2007, as 16h.
THOMAS, E. Trincas em Edificios: causas, prevenr;ao e recuperaqao. Sao Paulo:Pini, 1989.VER<;:OZA, E. J. Patologia das Edificaqoes. Porto Alegre: Sagra, 1991.
WIECNEWSKI, L. C. Apostila, Discipfina: Qua/idade das Argamassas - Composiq8odo Sistema de Revestimentos. Curitiba: CEFET, 2006.