the portuguese tribune, february 1st 2011

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Portugal de C avaco e Sócrates www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Habitantes 10.632.482 Habitantes + 65 anos 1.887.681 Beneficiários da ADSE 1.353.272 Caixa Geral de Aposentações: Subscritores 603.840 Reformados e aposentados 428.752 Pensionistas 135.312 Segurança Social: Beneficiários activos 4.457.784 Ensino: Diplomados por ano 76.567 Doutoramentos 1.569 Biblioteca Nacional: Livros 2.694.904 Leitores atendidos 46.450 Administrações Públicas (AP) Despesas, receitas e défice público: Despesas das AP 80.990.3 Receitas das AP 65.298.4 Défice público -15.700.9 Dívidas das AP em % PIB 74.9 Dívida bruta das AP 142.916.2 Efectivos da Função Pública: Central 536.063 Regional e Local 124.547 Desemprego + 600.000 Residentes no estrangeiro + 5.000.000 Governo actual: PS minoritário Vencimento do Presidente 6.523 euros Vencimento 1° Ministro 5.400 euros Vencimento de Deputado 3.700 euros Deputados na A. Republica 230 Deputados nos Açores (240.000)) 57 Deputados pelo Corvo (468 pesssoas) 2 Dados da PORDATA Cavaco Silva foi re-eleito Presidente com 52,95 % dos votos. A abstenção foi de 53.48 % no Continente e 68.8 % nos Açores QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 1 a Quinzena de Fevereiro de 2011 Ano XXXI - No. 1102 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual

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The Portuguese Tribune, February 1st 2011

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Page 1: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Portugal de Cavaco e Sócrates

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

Supreme Council Officers of PFSA 2010-2012 -

Habitantes 10.632.482

Habitantes + 65 anos 1.887.681

Beneficiários da ADSE 1.353.272

Caixa Geral de Aposentações:

Subscritores 603.840Reformados e aposentados 428.752Pensionistas 135.312

Segurança Social:

Beneficiários activos 4.457.784

Ensino:

Diplomados por ano 76.567

Doutoramentos 1.569

Biblioteca Nacional:

Livros 2.694.904Leitores atendidos 46.450

Administrações Públicas (AP)Despesas, receitas e défice público:

Despesas das AP 80.990.3Receitas das AP 65.298.4Défice público -15.700.9Dívidas das AP em % PIB 74.9Dívida bruta das AP 142.916.2

Efectivos da Função Pública:

Central 536.063Regional e Local 124.547

Desemprego + 600.000

Residentes no estrangeiro + 5.000.000

Governo actual: PS minoritário

Vencimento do Presidente 6.523 eurosVencimento 1° Ministro 5.400 eurosVencimento de Deputado 3.700 eurosDeputados na A. Republica 230Deputados nos Açores (240.000)) 57Deputados pelo Corvo (468 pesssoas) 2

Dados da PORDATA Cavaco Silva foi re-eleito Presidente com 52,95 % dos votos. A abstenção foi de 53.48 % no Continente e 68.8 % nos Açores

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1a Quinzena de Fevereiro de 2011Ano XXXI - No. 1102 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

Page 2: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Year XXXI, Number 1102, Feb 1st, 2011

EDITORIALActuações dos nossos Artistas

Um dia, alguém em Portugal (sempre os mesmos), pensou que fazia sentido que os portugueses resi-dentes no estrangeiro votassem para a Presidência da República. Será que alguma vez pensaram em

perguntar-nos o que é que achávamos dessa ideia? Será que os políticos portuguese à beira mar plantados pensam que o mundo é só eles? Será que eles pensam que podem decidir por nós? Ainda estou à espera do dia que eles nos olhem de frente, sem manias de serem os "maiores" e os "melhores", porque para essa junta de freguesia já demos bastante.

A abstenção em qualquer parte do mundo é uma coisa que nos deve fazer pensar. Porque razão tanta gente fica em casa sem querer manifestar a sua opinião?Casos recentes mostram a importância de não se votar. Aqui na America, os Republicanos tiveram uma vitória his-tórica no Congresso, não porque o POVO quisesse mudanças radicais. Os Republicanos ganharam porque os Democratas não foram votar. E porquê?Em Portugal, Cavaco Silva foi eleito por 23 % da população. A sua percentagem de voto foi de 52,95 %, e a abstenção de 53,48 % no Continente e quase 68,88 % nos Açores.A abstenção é um perigo para o futuro da nossa vida demo-crática. Como é que protestamos por tudo e por nada se não votamos? Os políticos ainda não compreenderam a impor-tância de ser sério, de ser honesto, de falar verdade, de ser coerente, de não se vender por meia duzia de lentilhas.Até quando pode a democracia aguentar tudo isto? jose avila

Oferecer o que não queremos...Alcides MachadoFevereiro 5 Villa St, Mountain View, CA - Ma-

tançaFevereiro 11 Clube dos Azuis, Lowell, MA -

Valentine's DayFevereiro 12 Académica, Fall River, MA -

Valentine's DayFevereiro 13 Restaurante Funchal, New Bedford,

MA - Valentine's DayFevereiro 25 Stevinson, CA - Dinner DanceMarço 12 Chowchilla, CAMarço 26 Buhach, CA

Chico AvilaFevereiro 5 FDES, Monterey - Crab DinnerFevereiro 12 Vénus de Milo, Swansea, MA -

Valentine's DayFevereiro 13 Portuguese Hall, Peabody, MA -

Valentine's Day

Ramana VieiraFevereiro 18 Steynberg Gallery, San Luis Obis-

po, CAFevereiro 19 Soho Restaurant, Santa BarbaraFevereiro 20 Tango del Rey, San Diego, CA

2 1 de Fevereiro de 2011SEGUNDA PÁGINA

Page 3: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

fotos de Diliana Pereira

3PATROCINADORES

Page 4: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

É só uma questão de escolha!

Um dia destes recebi um email de uma amiga em que ela me falava sobre a situação da Igre-ja Nacional Portuguesa das

Cinco Chagas, em São José. O mais in-teressante é que a solução que essa amiga apresenta para o problema, prácticamente, é a mesma que eu tenho e que por achar que muita gente iria pensar ser um dispa-rate muito grande, nunca me pronunciei sobre o assunto.Como eu já disse algumas vezes, eu não sei a situação financeira da Igreja, mas sei que já algumas Igrejas neste país foram vendidas e foram desmoronadas para dar lugar a que se fizessem centros cormeciais ou outros edifícios rendáveis. E tenho a certeza que o local da nossa Igreja, alí mesmo à beira do freeway, deve fazer co-biça a alguns capitalistas que possam ver uma fonte de riqueza. E sei lá se a Dio-cese não ficaria mais contente em encher os cofres com uns milhões de dolares de uma vez, do que despender tempo a contar notas de dolar das colectas que recebe aos Domingos. Depois disto dito, alguém deve já estar a perguntar:- Mas afinal, Raposo, qual é a solução que tu tens para a Igreja?Bem, na minha opinião e na opinião da minha amiga, é muito fácil: nós, portugue-ses, estamos aqui neste Estado já há alguns anos. E o que é que temos para mostrar? Onde é que há um lugar onde possamos ver, presenciar e estudar, para os que não sabem, a nossa história nestas paragens do

Pacífico?Onde é que há um lugar onde possamos guardar as nossas relíquias, o nos-so patrimómio artístico, cultural, etc. etc.? Há um salão aqui e outro acolá e algumas organizações fraternais, mas um lugar espaçoso onde se pudesse ter uma coleccção com-pleta de tudo o que fomos, somos e poderemos ser, penso que não há.Se há, eu não conheço. Adjacente à Igreja, há sa-lões que talvez precisem alguma remodelação e que serviriam para centros de conferência e que arren-dados pelo justo preço, poderiam trazer um bom rendimento. Mas, e a Igreja?A Igreja, com aqueles San-tos todos (o Padre Noia me disse quantos eram, mas eu já me esqueci), o que vamos fazer dela?Eu só encontro uma solução: faça-se da Igreja um museu. Museu esse que daria orgulho a todos nós, Portugueses, que fosse um ponto de paragem onde os turistas que viessem vi-sitar o Silicon Valley tivessem que pagar uma quantia para entrar. Segundo parece, a Igreja não faz dinheiro para se manter. Oh! E alguém estará a perguntar: se a Igre-

ja não faz, como vai fazer um museu? Eu penso que se poderá fazer e os salões se fo-rem arrendados e alugados para conferèn-cias, casamentos, baptizados etc., etc., po-derão ser uma boa fonte de rendimentos. Ok! Ficaremos sem uma igreja. Não, não ficaremos. Ficaremos sem um lugar onde se possa dizer missa. E, será que é neces-sário uma Igreja para se rezar? Para os que não são crentes isso não fará falta e para os que são, façam do seu corpo uma Igreja e do seu coração um sacrário. Se o fizerem

tenho a certeza que entrarão no reino dos céus.Ou, então, façam como outras religiões: para manterem as suas Igrejas, incentivam seus fieis a dar o dízimo todos os meses (como ensina Malaquias 3/10), além das ofertas que dão normalmente. Só assim nossas igrejas terão dinheiro para se man-terem e ainda fazer obra de assistência so-cial na comunidade. É só uma questão de escolha!

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

Aqui estou novamente esvazan-do emoções e estabelecendo pontes com os leitores deste nosso jornal. Do ano que pas-

sou partilhei convosco algumas nuvens cinzentas que atravessaram o céu da nos-sa existência, mas que lá vão sendo leva-das pela brisa da vida e quando teimam vedar o Sol, este oferece-nos um arco íris para que possamos ver a dor através co-res mais belas. É claro que para trás vão deixando grandes manchas de saudade e dor, mas olhamos agora em frente e já com o verde da esperança vamos sabo-reando o momento presente, o unico que temos. Estamos quase no fim do primeiro mês desta década e confesso, estou chegando à conclusão que do futuro, a unica cer-teza é sem dúvida a incerteza do que nos espera, mas não estou dizendo isto em forma de queixume ou mesmo de medo, apenas estou tentando abrir o coração às surpresas que a vida tem para nos ofere-cer. Também confesso, que as incertezas do futuro se irão tornando certezas dum presente cheio de coisas belas. Quanto ao que quero dar à vida, disso tenho quase uma certeza... quero dar o melhor que tenho (embora isso seja irrisório e míni-mo) mas, se é o melhor que tenho, já me contento.O melhor para a família, em forma de amor, compreensão e total doação.Para os amigos, mais do que a palavra amizade, cada vez mais comum e vul-garizada, o sentimento de dedicação, solidariedade e presença, mesmo na au-sência. Para os inimigos, compreenção e até razão, porque quem diz que não fui a causa dessa inimizade, mesmo que invo-luntariamente?

Para as comunidades portuguesas, o que mais desejo é mesmo o senso de COMU-NIDADE, que o denominador comum seja o BEM DO TODO, através as dife-renças que nos enriquecem em vez de di-vidir, através a lingua que nos identifica, a cultura que nos valoriza, e a solidariedade que nos humaniza. Será assim tão difí-cil? Será que se tentarmos ser todos mais autênticos, mais cheios de ideais comuns menos cheios de nós, se partilharmos es-forços para bem de todos, tudo se tornaria melhor? Vamos tentar reavaliar o que nos motiva, pensando no bem dos outros em vez de usar os outros pensando em nós, naquilo que vale a pena, para que a co-munidade portuguesa e lusa se distinga, não pelo silêncio que nos é peculiar, mas pela voz segura e clara, que nos identifica como povo que não deixará de existir por-que os números diminuem e a imigração envelhece. Aqui está o muito que se es-pera da nossa juventude, mas ela precisa que as portas se abram, que a experiência dos que há muitos anos trilham estes ca-minhos da diáspora, lhes seja transmitida, sem reticências nem reservas. Tenho mui-ta fé nos nossos jovens, eles merecem um lugar onde possam ser criativos e lideres, porque generosos e orgulhosos das suas origens já o são.Afinal isto não passa de mais um dos meus desabafos, que ouso ter de vez em quando, obrigada pela necessidade de co-municar com a minha gente, usando como pódio as páginas deste nosso jornal. E no remato deste desabafo, que creio não ter intencões utópicas, desejo a todos, que as incertezas que vos esperam, sejam as certezas de muitos momentos felizes que a vida tem para vos oferecer.Até à volta

Coisas da Vida

Maria das Dores Beirã[email protected]

4 1 de Fevereiro de 2011COLABORAÇÃO

Page 5: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

COLABORAÇÃO

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

Prosseguindo neste cami-nhar saudosista pela Rua Direita da Ribeira Grande em S. Miguel dos Açores

nos anos 1950, eis-nos chegados ao edifício dos Correios, Telégrafos e Telefones, cuja sigla C.T.T., na gíria popular de então significava "Continua Tudo Torto".Um pouco acima ficava a Casa do Faria, ou Loja dos Farias, bem ape-trechados com fazendas, sapatos, retrosaria, ourivesaria, louçaria, papelaria, tintas, ferragens, etc. Uma particularidade curiosa era, sem dúvida, aquela espécie de pe-queno "púlpito", onde se sentava o gerente p'ra ir recebendo os di-nheiros e fazendo os trocos. Um pouco adiante situava-se a lojinha "Liquidadora do Cristiano", onde se vendiam objectos usados, uns com mais valor, interesse ou curio-sidade do que outros.Do outro lado da rua, via-se a oficina do relojoeiro José Ernes-to Amaral, que ali trabalhava na companhia dos filhos. Logo a se-guir era o conhecido "Moinho da Rua Direita". Era explorado pelo moleiro João Inácio Vieira, umafigura respeitada e típica desses tempos antigos. Por cima do moi-nho, no primeiro andar, estava instalada a sede do "Ideal Futebol Clube". Vinha a seguir o estabe-lecimento de Manuel Rocha de Sousa Pontes, fornecendo fazen-das, louças, quinquilharias, fer-

ragens, tintas e madeiras. Ao tempo, através da ironia popu-lar, era costume traduzir a sigla M.R.S.P. p'ra "Muito Reza o Se-nhor Pontes".Seguidamente entrava-se na Mercearia Vieira, cujo proprie-tário, Joaquim Vieira, sempre vestido com o seu garrido guar-da-pó, recebia os clientes commuita amabilidade. Era ali que se marcavam e compravam os bilhetes com destino a Ponta Delgada. A saída era às 8 e às 9 horas de manhã, e o regresso ao fim da tarde. A exploração das camionetes e respectivas carrei-ras, era feita por João Teixeira, mais conhecido por João Calca Sacos.Adjacente à Mercearia Vieira localizava-se a Loja do Bara-teiro, p'rà venda de fazendas e de tapetes, dirigida pelas irmãs Maria Vera e Bárbara Peixotode Oliveira. A família residia no andar superior e tinha um lindo quintal.Na gíria popular, este estabele-cimento era mais conhecido por "Loja da Barbarinha". A Rua Direita terminava, a este ponto, com a Sapataria Costa e o popu-laríssimo Café Central do Jaime de Sousa Terceira.Do outro lado da rua, em fren-te à Loja do Pontes, recordo-me da tenda de barbearia do genui-namente patusco Mestre Lino,

Recordações da Rua Direita (2)

igualmente conhecido por LinoBarbeiro. Dentre o rol de gratas recordações juvenis, apraz-me registar a Livraria-Papelaria do Conde de Caminha, pelas opor-tunidades de acesso à aquisição de livros e revistas. Lembro-me, também, embora nunca lá tivesseentrado, do pomposo Bar Hollywood, que teve uma exis-tência de curta duração e viria a transformar-se numa taberna local.Logo a seguir era a Barbearia do José Duarte, um excelente gui-tarrista, que depois se transferiu p¹rà Terceira, juntamente com a família, onde continuou a exercer a profissão de barbeiro na Base das Lajes. Os irmãos, Manuel eHerculano, eram alfaiates, e to-dos eles eram meus vizinhos na Rua da Ponte Nova. Mais tarde, no sítio e dependências da barbe-aria, viria instalar-se o dinâmico Viriato José Tavares Moreira, cujo comércio incluia artigos deelect r icida-de, máquinas de costura, aparelhos de rádio e televi-são, etc. Con-s a g r o u - s e campeão de vendas a ní-vel nacional, revelando-se sempre e so-

bretudo um benfiquista ferrenho.Atingindo agora o Largo do Te-atro, marcando o fim da Rua Di-reita, só me resta acrescentar que esta lista de recordações é tão somente uma ligeira e nostálgica lembrança do que me assomou à memória ao percorrer o tempo e espaço de há meio século atrás. Arrimando-me embora à dúzia de artigos do Ezequiel Moreira da Silva, incumbe-me confessar que muito e muito ficou por dizer e escrever, quer pormenores pes-soais quer referências históricas.Neste intervalo de seis décadas (1950-2010) é altamente óbvio que uma considerável parcela de tudo quanto acima deixei mencionado, há já desaparecido. Coisas novas e diferentes hão surgido ao longo da Rua Direita.Daqui a seis outras décadas, quem se der ao cuidado de es-crever àcerca da Rua Direita, certamente apresentará outros assuntos e novidades de envolta

com outras recordações que, ad-missivelmente, irão enriquecer a história da nossa terra e contri-buir p'rà dignidade e civismo da nossa gente.Parafraseando Moreira da Silva: "Apesar de oficialmente triparti-da com nomes diferentes, p'rós ribeiragrandenses, a Rua Direita será, p'ra sempre, a Rua Direita".É da autoria de Virgílio de Oli-veira (1901-1967) este mimoso par de quadras:

Minha Terra, vais ouvirO que não disse a ninguém:Quando eu um dia partir,Comigo partes também.

Ó minha Terra, sacrárioDa saudade mais sentida;Livro de missa e rosárioQue hei-de rezar toda a vida.

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IV International Conference on the Holy Spirit FestasMiguel Valle Ávila

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Page 6: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

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Nova Direcção do Artesia D.E.S.

Na reunião da Assembleia Geral no mês de Dezembro, foi eleita a nova Direcção para o cor-rente ano, a qual tomou posse

durante a reunião do dia 9 de corrente mês de Janeiro. Como é costume dizer-se - dia de contas e entrega das chaves. A Assem-bleia Geral, que continua por mais um ano é composta por:

Paulo Lima - presidente, Alfredo Silveira - Vice PresidenteJosé Nunes - secretário.

O secretário deu início à reunião com a apresentação de algumas propostas para serem ratificadas ou rectificadas. O pre-sidente cessante Paulo Barcelos, fez uma minuciosa explicação das obras e respecti-vas despesas, também esclareceu da forma como decorreu o ano do seu mandato, real-mente um ano de muito trabalho, recheado de resultados positivos e admiráveis. Tam-bém apresentou todos os seus directores e respectivas esposas. São estas que durante um ano empregam todo o seu esforço em prol da comunidade, com enormes prejui-zos nas suas lides familiares, e por tal me-recem um significativo reconhecimento. Após algumas intervenções por parte de alguns membros, algumas sem sentido, a assembleia continuou com a apresentação das contas e apresentação da nova Direc-ção, com a seguinte constituição:

Presidente - Jimmy EnesVice-Presidente - José Carlos SousaSecretário - Jason MachadoTesoureiro - Paulo Medeiros Ivo Esteves - responsável pela cozinhaManuel Aguiar -limpeza geral, Jerry Gomes - manutençãoGary Gaspar - inventários Darren Cota- arrendamentos Norberto Cardoso, Tony Rodrigues - secção desportiva Manuel Mendes - filarmónica.

Caso curioso - alguém disse que este ano a sociedade teria o presidente mais novo

nesta sociedade durante a sua existência. Afinal tem 27 anos, no entanto foi há seis anos que John Costa, também com 27 anos, foi o presidente mais novo, com uma diferenca de quatro ou cinco meses um do outro, de qualquer modo seré de admirar e de congratular a juventude portuguesa que trilham os caminhos dos antepassados, or-gulham os presentes e dão exemplos aos vindouros. Para a nova direcção e respectivas famí-lias, votos de um Ano Feliz repleto de prosperidades. Para a direcção cessante, inúmeros parabéns pelos êxitos obtidos.

Prosseguindo a tradição e simultânea-mente comemorando o décimo primeiro aniversário da sua fundação, este grupo coral festejou o seu convívio natalício, en-tre o meio-dia e as quatro horas da tarde do dia 11 do passado mês de Dezembro, no Centro Cívico desta cidade. Deu início ao evento, o mestre de cerimónias e direc-tor geral, António Coelho, apresentando o programa e Alice Pacheco procedeu à Oração de Graças. Sob regência do mes-tre Manuel Madruga, o grupo coral inter-pretou: Pai Natal, Natal de Esperança, A Vida, Nas Terras do Oriente, Hino do Na-tal, Canção do Grupo de Amizade, Feliz Natal e Parabéns a Você, dedicado a todos os aniversariantes no mês de Dezembro. Seguidamente, Rafael Ferreira, acompa-nhado pelo sobejamente conhecido acor-deonista Manuel Ivo Cota e Larry Coelho ao violão, cantou maravilhosas canções natalícias. Pelas 13:30 horas, foi servido um lauto lanche com diversidade culinária portuguesas, incluindo as sempre aprecia-das lapas. Pela primeira vez, o artista Ma-nuel Cabral, com o seu excelente reportó-rio alegrou todos os presentes. Seguiu-se a Banda de Metais do Artesia D.E.S., que sob a orientação do mestre David Costa, interpretou diversas musicas relacionadas

com a época natalícia, incluindo algumas em conjunto com o Grupo Coral. Além do mes-tre Manuel Madruga, acompanharam o su-pracitado grupo, ao violino - António Sou-sa, bandolim - João Esteves, saxofone - Manuel José Martins, violão - Larry Coelho e acordeão - Manuel Ivo Cota. Tudo mui-to bem organizado e concluído, parabéns a todos os intervenien-tes, principalmente ao grupo aniversariante por mais um mag-nífico evento. Para todos em geral, vo-tos de um Ano Novo feliz repleto de pros-peridades.

Comunidades do Sul

Fernando Dutra

Natal do Grupo da Hora Social

Portuguesa

Rafael Ferreira acompanhado por Manuel Ivo e Larry Coelho

Grupo de Metais do Artesia DES e Grupo Coral Hora Portuguesa de Artesia

6 1 de Fevereiro de 2011COMUNIDADE

Page 7: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Anda já a bater-nos à porta. Cá na diáspo-ra até vem mais cedo e não apresenta des-

culpas. Sem qualquer cerimónia atendemos e damos-lhe logo o desconto. Pudera não. É Carna-val e basta.

À moda da minha terra, sem vergonha alguma na cara, tem a mania de nicar em tudo e todos fingindo não ofender ninguém. Pode ser divertido mas, às ve-zes, também se torna descarado demais. Com tanta piada à solta nestes dias aí por fora, algumas mesmo de muito fraco gosto, há-de haver sempre quem se pique. “Ora, deixá-lo!”, absolve a aben-çoada cultura popular, fiada na tolerância como madrinha. “…Quem se pica é porque se sente.”O picado sentimento lá ao longe, ao menos na conversa afiada do renhido jogo da bola à portugue-sa, é o de que – são favas conta-das – o Porto já é campeão. Enco-mendem as faixas!Tão débil e previsível é a morna competitividade futebolística lá no nosso Portugalzinho que, o campeonato ainda não ia a meio e já se dizia: “Nem vale a pena ten-tar.” Da dúzia e meia de equipas que medem forças a doer na Liga Maior, apenas três denominadas Grandes se apresentam anual-mente com legítimas aspirações ao festejado banquete do título. Três, como quem diz…duas já é muito bom. As outras, desgraça-das, sem as mesmas armas nem iguais argumentos, estrabucham entre si pelas míseras migalhas dos suados pontinhos que restam e não chegam para que todos se salvem.É o salve-se quem puder – “…porque os árbitros são uns ga-tunos!”, opina fanática a febre clubística ao puxar a brasa à sua sardinha.Torna-se mais do que apaixo-nante, como bem sabemos, o “futebólico” cavaquear semana a semana que nos liga fervorosa-mente à pátria-mãe mas não nos leva a lado algum. “Foi penalty

ou não foi?”, “…bola na mão ou mão na bola?”, “…fora de jogo ou só em linha?”, “Há ou não verda-de desportiva?”Cada cabeça…cada sentença – as opiniões e os nervos colidem – a conclusão esfrangalha-se.E enquanto for só no campo do futebol, vai que não vai.

Na arena política, lastimosamen-te, também se passa o mesmo. Ainda pior, por se tratarem de coisas sérias e jogadas cruciais na vida do povo que já nem se quer dar ao trabalho de votar. Anda mais do que escaldado e não esconde o seu preocupante descontentamento.É mau demais o que se está a passar. As pessoas parecem de-positar cada vez menos confiança nos representantes que elegem em sua defesa. O descrédito dos politicos que não dão conta do recado, duma forma geral, é por demais patente. Por uns, pagam todos. “São uma gatunagem”, ouve-se mais e mais, de boca em boca, em desabafo desolante.Ainda há poucos dias, na liga maior da politica nacional, as prestimosas eleições presiden-ciais, o fiasco repetiu-se. A abstenção voltou a ser a clara vencedora. Mais de metade dos eleitores optaram de novo por ficar em casa, porventura desen-cantados com o chocho “show” à sua frente. Um “show” empobre-cido por desinspirados candida-tos que, como toda a gente viu, merecia ser reproduzido em có-mico enredo de Carnaval.Caricata figura fizeram os sisu-dos concorrentes na sensaborona corrida a Belém. Alguns nem me-recem comentário. Fazer da cam-panha uma palhaçada, diz tudo. Por vezes, mais parecia tratarem-se das presidenciais abertas na república das bananas.Fiquei abananado. Ficamos em-basbacados. Habituados às re-centes proezas do Ronaldo ou à premiada excelência do Mouri-nho, para não falar dos geniais momentos do celebrado Eusébio

Choradinha Choradeira

Santos-Robinson Mortuary

San Leandro

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Madeline Moniz GuerreroConselheira Portuguesa

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– isto sem sairmos da popular analogia desportiva – julgávamos Portugal merecer um pouco mais e melhor.Até o melhor de todos – no des-fecho global dos numeros re-dondos, após a contagem final dos votos, mesmo vencendo por margem que não deixa quaisquer dúvidas, na hora da vitória e da celebração – o catedrático pro-fessor Cavaco, com vários anos de experiência no cargo, demons-trou-se um líder perturbado e ofendido, a ler nervosamente por um papel escrito à mão frases fei-tas de emoções mal disfarçadas. Em vez de procurar inspirar oti-mismo e confiança no futuro da nação e tentar acalmar as hostes com o recomendado bom senso, preferiu “picar-se” por ter sentido todos os outros candidatos a “pi-carem-no” desrespeitosamente. E não quis escondê-lo em direto ao

país, desiludido com o fado des-consolado duma vitória que sabe a pouco.Pior do que o triste papel do pro-fessor (que ao menos se sagrou vencedor em larga escala) foi a patética figura do poeta – uma desilusão desconcertante. Com a sua pesada derrota, toda a lesada esquerda se picou a fundo e ficou

também sem saber bem como en-golir o sapo. Quase dava vontade de chorar ver-se o folgazão do “Manel” Alegre sem alegria ab-solutamente nenhuma.Valha-nos, apesar da choradinha choradeira, não sermos um povo assim tão triste.O Carnaval bate-nos à porta. Já não era sem tempo.

Carnaval na Vilanova - A Dança da Forca, da autoria de Fortunatoin Carlos Enes Facebook

7COLABORAÇÃO

Page 8: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

COLABORAÇÃO

1600 Colorado AvenueTurlock, CA 209-634-9069

Uma campanha desagradável

Agua Viva

Filomena [email protected]

Quadras PopularesOh terra da California,Terra da minha alegria,Tu sempre me estás lembrandoQuer de noute, quer de dia

Oh ilha de S. MiguelA desgraça que lá vai;Tanta mulher sem marido, Tanto filhinho sem pae.

S. Miguel unha na palma, Terceira faca sem ponta,Pico, Fayal, Graciosa,Tudo vae na mesma conta

Na Terceira são alferes,Em S. Jorge capitães;No Pico são picarotos,No Fayal finos ladrães.

A Terceira veste seda,S. Miguel chamalote, O Pico pano da trerra, O Fayal de toda a sorte.

in Concioneiro das Ilhas

Tanta tinta fez correr, tanto discurso feito de acusações sem retorno e sem nexo, tanta palha-

çada feita, que é como está o País, um Circo onde cada um tem o seu determinado papel, e a meu ver, fraquinho. Será isto que Portugal merece? Valha-me Deus! Tanto candidato a um cargo tão im-portante, como é o de Presidente da República, e fez-me pena ver como se tratam em campanha, numa caça ao voto fácil. Alguém apresentou soluções para a cri-se? Eu nunca ouvi! Era o que os Portugueses queriam mais ouvir, mesmo os de fora de portas. Es-tes ilustres candidatos, pareciam pessoas que se odiavam entre si, que nunca se tinham conhecido,

que nunca se tinham cumprimen-tado, que nunca se tinham visto no mesmo rectângulo ou ilhas de Açores e Madeira, por que é formada a Nação e tão pequena, que poderia caber neste Estado da California umas quantas vezes à vontade...

No final, apenas se tratou de uma campanha “desagradável”, como disse Mário Soares, e nisso estou absolutamente de acordo. Salvo alguma comicidade que se foi vendo, numa simplicidade ingé-nua que de algum modo divertiu os populares e resultou em votos inesperados, como foi o caso de José Manuel Coelho, o concor-rente madeirense que visitou lugares remotos do país, onde

ninguém ainda tinha ido, o que se viu foram acusações, palavras atiradas ao vento da discórdia, que no fundo podiam resultar em ofensas pessoais, em desconfian-ça, anarquia, ajustes de contas. Que gente mais pobrezinha! De espírito! Pareceram pessoas sem formação académica. Aqueles sem tantos estudos, mas com mais carácter, talvez se tivessem portado melhor. Com mais edu-cação e dignidade. Mais à altura do cargo que buscavam. Afinal, para fazerem o que está a ser fei-to, quase qualquer um o faz.

Tão mal está o País, em tantos aspectos que te-mos pena até de sentir saudades do que já vi-

vemos mesmo sem grandes espe-ranças de mudança. Tanta menti-ra, tanta corrupção, tanto engano vil aos adultos, às crianças. Nos Campos, nas Cidades, no Ensino, nos Bancos, nos Hospitais, nos Centros de Saúde, nas Farmá-cias... Os abusos estão por todo o lado, venha o diabo e escolha, incluíndo nos Tribunais que não dão conta do recado para salvar amigos, conhecidos e familiares. E tanto que se luta, que se traba-lha, que se estrabucha para ir ver a terra amada... É uma desilusão, para quem vê de longe, as notí-cias!

Para mal, já bastam as catástro-fes naturais que nos deixam tris-tes e com vontade de socorrer os

que sofrem no meio delas. Nem só em Portugal, mas também no Brasil e tantos outros países, onde a Natureza tem sido madrasta. O ano só começou e já tantas tragé-dias surpreenderam os habitantes deste planeta que aos poucos pa-rece querer desintegrar-se. E as-sim será se o Homem não se unir a Deus no sentido do equilíbrio que todos necessitamos.

POESIA CONTEMPORÂNEA

Vende-se livro de poesia contemporânea. Pode comprá-lo através do Xlibris.com, amazon.com ou barnsandnobles.com. Também pode chamar para o autor para (909) 393-8285. O preço é de $20.00 + portes do correio.

A foto da QuinzenaCasa e burras de milho na Vilanova, Ilha Terceira in carlosenesefacebook

Lançamento de novo livro

Retalhos da Vivência de um PovoUma coleção impresionan-te de relíquias tradicionais Açorianas desde as Petas às Desfolhadas com uma con-centração especial na Ilha do Pico. Este livro tem como autoras Aurélia Alvernaz e

Luzia Lima.Para adquirir um exemplar ($20 cada) contactar Maria Alice emmar ial icej@comcast .net ou chamando para o telefone408-318-2878.

8 1 de Fevereiro de 2011

CANTIGAS AO DESAFIONovidades de 2010, em DVD e CD

. Cantoria da Senhora da Luz, 2010

. Cantoria da Filarmónica de S. João, 2010

. Cantoria p. o Pequeno Jonathan, 2009

. IV Encontro de Veteranos, 2010Cantorias editadas anteriormente:. Guerra de Cantigas ao Desafio, 2005. Grande Tarde do Improviso, 2005. Cantigas ao Desafio no S. Maria, 2006. Nova Guerra de Cantigas, 2007. Só Desgarradas, 2008. Cantadores de Guerra Cantam Paz, 2009

Livros de cantigas ao desafio também à venda.. Vasco Aguiar, Meio Século a Cantar ao Desafio..José Plácido, Quarenta Anos a Cantar ao Desafio. José Gaudino, Quase M. Século a Cantar ao Desafio

Encomendas. Escreva ou telefone para: José Brites

(Por favor fazer cheques em nome da editora.)Peregrinação Publications USA Inc.P. O. Box 4706, Rumford, RI 02916 USATel: (401) 435-4897 Fax: (401) [email protected] www.portuguese-books.com

Page 9: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

A Ilha transforma-se para receber visitantes

Funchal, Madeira - Chegámos ao Fun-chal depois de um longo dia de voos.

Saímos de casa, depois de enorme nevão, e conduzimos até Boston ao romper da ma-drugada. Às tantas da manhã chegámos ao Funchal, mas a minha mala ficou noutro sí-tio.

E lá fomos para o Hotel Tivo-li na zona hoteleira, em frente ao mar, um dos muitos exis-tentes na parte sudoeste do Funchal.

2010 não foi amável para a Região da Madeira. Em Fe-vereiro de 2010 foram as grandes enxurradas que levaram estrutu-ras, materiais e pessoas. Depois vieram os incêndios de Agosto que vieram a destruir uma parte da floresta e em Dezembro mais chuva que veio causar pânico.

“Não havia memória que nos dissesse que há anos não cho-via tanto como este ano aqui na Madeira. As enxurradas foram um grande pesadelo, mas mesmo assim ainda tivemos sorte terem sido naquela área, porque se fos-sem na outra parte da ilha teriam sido afectados os hoteis e o hos-pital” – explicou o simpático Dr. Goncalo Nuno dos Santos das Comunidades Madeirenses, que nos explicou os dramas que ali se viveram e nos mostrou onde os maiores prejuizos tive-ram lugar.Além das questões cli-matéricas da Madeira, tambem o vulcão da Is-lândia veio a cancelar os voos que se destinavam ao espaco aéreo da Péro-la do Atlântico.Mas apesar das intempé-ries, aqueles que não ti-veram conhecimernto da situação, não se tinham apercebido delas. A ci-dade foi limpa, decora-da, iluminada e preparada para os festejos natalícios e a celebra-ção do Reveillon 2010. A cidade transforma-se em De-zembro. Centenas de luzes, co-brem os troncos da árvores. Os coros, as bandas, os ranchos, as organizações artisticas saem para a rua e enchem os espaços de sons agradáveis, de vozes de crianças, de som de música para proporcionar aos locais e aos

transuentes uma quadra com des-canso, paz e harmonia.

E tornar os dias agradáveis e com surpresas. É o que se chama co-locar todos os recursos ao dispor das pessoas. Não há que guardar-los, se são treinados e preparado ano inteiro.

A cidade vestiu-se de novo, re-flectiu e preparou-se para receber os milhares de visitantes que ali se deslocam e buscam algo dife-rentes. E o Pai Natal lá está para colectar brinquedos para os mais necessitados, os cruzeiros atra-cam ao largo do mar para apreciar o espectáculo. As ruas enchem de pessoas, alegres, joviais. E natal na Madeira E apreciam a beleza da ilha, um enorme pico com subidas e des-

cidas ingremes, com vegetacao luxuriantes, com lindas flores e muitos espacos nos hoteis.

Para alem da preparacao natali-cia, o Funchal, a maior regiao da Madeira, com cerca de 140 mil habitantes, tem pontos interessan-tes para visitor. Se comecar pela baixa, tem a Avenida Marginal e a Marina, e os grandes cruzeiros que ai vem atracar. No jardim en-tre outras estatuas existem uma

dedicada a todos os Madeirenses que vivem foram da regiao auto-noma, perto o forte e Assembleia lesgislativa. Uma cidade com muita historia, a Se Cathedral e a Casa de Vinhos Blandy. Duas Equipas de futebol e a casa para o grande craque Cristiano Ronaldo que se fez futebolista no Nacional antes de ir para o Sporting.Subindo a montanha para uma visita ao Jardim Botanico dai se deslumbra uma das melhores vis-tas panoramica do porto. O gran-de numero de tuneis que ligam os varios pontos e as pontes altissi-mas. Vale tambem uma paragem nas lojas da especialidade para apreciar os bordados da Madei-ra. E a sexta feira uma paragem mandatoria e no Mercado dos La-vradores.

A grande sessao de fogo de artificio para a cele-bracao da passagem de ano, num anfiteatro que se avista de todos os la-dos. Os foguetes sao lancados de barcos e de outros lugares das encos-ta da ilha. E o povo vem para a rua e ocupa todos os espacos para ver o es-pectaculo.Chegamos a Madeira in-tegrado num grupo orga-nizado pela Silveira Tra-

vel, em que tudo estava planeada com perfeicao. Desde o hotel, ao jantar de fim de ano, a visita do fogo e as visitas guiadas. Se tem ferias marcadas para a Madeira nao as cancela nem as altere. E se tem vontade de ate viajar va. A ilha esta pronta a receber-lo, bem de saude e recomenda-se.

fotos de Madalena Freitas

Cláudia Cardoso é a nova Secretária Regional da Educação e Formação.

Cláudia Cardoso acaba de ser indigitada pelo Presidente do Governo dos Açores, Carlos Cé-sar, para o cargo de Secretária Regional da Educação e For-mação, substituindo Maria Lina Mendes, que cessa, a seu pedido, aquelas funções.Cláudia Alexandra Coelho Car-doso Meneses da Costa, de 37 anos de idade, licenciada em Português/Inglês pela Univer-sidade dos Açores, é natural da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, concelho de Angra

do Heroísmo. O cargo a que agora é chamada constituirá a sua se-gunda experiência governativa, já que foi Secretária Regional da Presidência do VIII Governo Regional dos Açores entre 2002 e 2004.Deputada pelo Partido Socialista à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores desde Novembro de 2000, presidiu e integrou diversas comissões permanentes daquele órgão e foi também mem-bro da Assembleia Municipal da Praia da Vitória entre Dezembro de 2001 e Dezembro de 2002.Cláudia Cardoso, que leccionou em vários estabelecimentos de en-sino desde que concluiu a sua licenciatura, em 1996, está presente-mente a concluir o seu Mestrado de Cultura e Literatura Portuguesas da Universidade dos Açores, ultimando uma tese de dissertação su-bordinada ao título «Dispersão e Unidade na Crónica Nemesiana», sob a orientação do Professor Doutor Machado Pires.Colaboradora assídua da imprensa regional, designadamente dos jornais “Diário Insular” e “Açoriano Oriental”, lançou em 2010 um livro intitulado “Por um fio de Escrita – 10 anos de crónicas”, com prefácio de Maria de Belém Roseira.O Representante da República já assinou o decreto de nomeação de Cláudia Cardoso, prevendo-se que a sua tomada de posse, no parla-mento regional, ocorra ainda esta semana.O Presidente do Governo dos Açores manifestou entretanto a Maria Lina Mendes o seu reconhecimento pelo serviço público prestado.

GaCS/CT

Notícias dos Açores

Fernando G. Rosa

9 COLABORAÇÃO

Page 10: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Memorandum

João-Luís de [email protected]

1 – emigrar será ‘grito sepa-ratista’ de liberdade individu-al...?

Não é demais relem-brar que até finais da primeira metade do século passado,

a generalidade das pessoas da nossa terra natal pouco falava (ou entendia) línguas estranhas à sua. Era no tempo em que o isolamento forçado (que não era apenas físico) não lhes permitia ‘abeirar’ou ‘penetrar’ no atrevi-mento mental que costuma aci-catar os espíritos aspergidos pelo proibido perfume da curiosidade libertária. Talvez valha a pena re-cordar que os que tinham a cora-gem de se zangar com o destino (e ‘botavam’ a alma da verdade pela ‘boca fora”’) pagavam bem caro a pecaminosa ousadia da sua temeridade... Apesar das tormentosas limita-ções impostas pela filosofia pos-sidónia do nacional-salazarismo, milhares e milhares de compa-triotas nossos conseguiram es-gueirar-se pela frinchas da exis-tência, rumo ao desconhecido: embarcavam em silêncio, sem ba-ter com a porta, para não assustar os donatários da ilha...Acontece que ao longo dos sécu-los, os ilhéus açorianos nem sem-pre repararam que a maré (políti-ca) enchia e vasava sem consultar o ‘querer’ do povo. No meu caso pessoal. apesar de ter sido promo-vido à sumida qualidade de emi-grante (vivendo algures a cereca de 3.000 milhas a oeste do paraí-

so da açorianidade enamorada do dote europeu – 1985/2005), co-mecei a observar que a diáspora lusófona começou a ser romanti-zada pelos ‘feirantes’ da saudade – profissionais tacticamente sim-páticos que depressa se especiali-zaram no ofício de alargar o cano da mangueira do paternalismo étnico... Espero não perder o “fio da mea-da” do sabor desta (ros)quilha da memória, quando proponho um breve parêntesis para facilitar a compreensão da nossa (própria) demora em sair da Ilha, h’a 500 anos dedicada ao arcanjo Mi-guel. (Estou a mencionar “ar-canjo”, porque Miguel continua a ser o mais famoso “arcanjo” da hierarquia angélica católica (em-bora haja ainda quem continue a aceitar o veredicto de que o mais badalado ‘serafim’ da recente es-tória açoriana dá pelo nome de João-Bosco)... A propósito, vamos regressar ao desafio da chamada “primavera marcelista” (1969-73) que a meu ver chegou atrasada, todavia ain-da a bom tempo para sossegar a impaciência da maioria dos democratas da minha geração. Com muita ou pouca convicção (não interessa quantificar!) fiz também questão de não resistir ao chamamento do “pancalismo” das alvoradas prometidas (mas sempre adiadas) do milagre da reconciliação da alcoviteirice politico-cultural do período mar-celista (1969-73). Naquele tempo, também fui (ingenuamente) ali-

(Ros)quilha da Memória

ciado para cooperar com alguns dos chamados ‘atrevimentos tác-ticos’ do catolicismo militante, que rezava e cantava em voz alta ‘no queremos ser beatos / ni de cabeza torcida / sino ser santos alegres / como son los cursillis-tas’.Pois é. Pois é! Na época havia ain-da o ‘Focolare Movement’, fun-dado por Chiara Lubich (1943); e mais não digo sob pena de me de-morar nos‘segredos’gostosos do ‘meu’ socialismo cristão – segre-dos que desembarcaram comigo, nos Açores, disfarçados no meu bornal de soldado expedicionário (1963-66) em terras moçambica-nas...Entretanto, em finais de 1976, cerca de dois anos após a che-gada da carruagem revolucioná-ria à estação do sonho de Abril, depressa reparámos que haviam lugares reservados aos tiranetes que haviam entretanto saído do país, por que incapazes de disfar-çar as nodosidades fascistas do seu percurso teo-oportunista. Tal como hoje em dia, a maioria des-ses atletas da cobardia política não possuíam a fibra teocrática do salazarismo; eram simples-mente passageiros oportunistas da boleia política, enfermos da ‘gripe suina do carácter,’, gente muito avessa à prevenção da va-cina da fraternidade...

Nada de novo se afirma quando lembramos que a decisão de emi-grar está quase sempre subordi-nada ao imperativo da necessida-de. A maioria dos emigrantes que

se despediram do torrão natal chegou ao destino bem treinada na doutrina multívola dos tirane-tes da terra natal... Parafraseando Antero, diria que os emigrantes eram gente formada ‘na escola da tortura repetida e no uso do penar tornado crente...’

2 – será a emigração um factor lutuoso da história da portuga-lidade atlântica ...?

Não sei. A tarefa glo-rificante de celebrar Portugal, a sua me-mória colectiva, a

genialidade dos seus antepas-sados navegadores, sobretudo o comportamento martirológio dos arautos da Nova Ideia – essa tarefa pode ser vista a posteriori como fogo de artifício para ce-lebrar a epopeia da solidaridade cristã. Todavia, os ilhéus da Atlântida sentem o direito de manter ac-tualizado o ‘relatório de contas’ da multicentenária diplomacia portuguesa, quase sempre dis-traída do facto de que as onze maiores ilhas que compõem a ‘atlanticidade lusitana’ não foram territórios colonizados, mas sim-plesmente penedos povoados por gente corajosa, porventura mani-pulada pelas elites do parasitismo resultante da aposta vaticana nas famigeradas cruzadas. Mas isso é outra estória...A propósito, conviria repensar que a nossa comum ancestralida-de íbero-mediterrânea (composta por diversos povos que já ali vi-

viam àcerca de cinco mil anos antes de Cristo) pode também ser uma pertinente jornada de medi-tação cultural).

Vamos adiante. Deixemo-nos de magalomanias patrioteiras. Amar a verdade relativa inerente à por-tugalidade histórica pode ser um acto de cultura e de civismo. Se é correcto dizer que os Fenícios descobriram as ilhas Canárias (hoje região autónoma da Coroa espanhola) não creio ser crime “lesa-açores” sugerir a hipótese (repito, a hipótese) de que nave-gadores cartagineses tenham, eventualmente, sido dos primei-ros a encontrar a outrora “orfã” ilha do Corvo...

Repetimos: celebrar Portugal. Muito bem: Viva Portugal! Mas... de que Portugal estamos a falar? Do Portugal dos actuais (re)candidatos à Presidência da República? Do Portugal dos com-padres? Do Portugal do corpora-tivismo legionário da excelentís-sima mediocridade promovida à revelia da realidade? ... Nada disso! Estamos ainda a falar daquele Portugal que con-tinua muito intrigado pela verve cívico-política da açorianidade que não receia nadar de ilha em ilha, rumo à versão século XXI do ideal autónomo... com ou sem estatuto!Vamos juntar a nossa voz ao coro de Zeca Afonso: “Venha a maré cheia / de uma ideia / para nos empurrar.../”

João Pinheiro, nasceu na freguesia dos Altares, ilha Terceira, Açores, no dia 26 de Novembro de 1938. Vive em Cerritos, Califórnia, USA.

Tive o prazer de conhecer o amigo João Pinheiro há uns anos, precisamente no casamento da filha do nosso comum ami-go José Plácido, em Fall River, no ano de 2001, Já cantou duas vezes em cantorias organizados por nós e a Peregrinação Pu-blications e está incluído com cantorias completas em alguns dos nossos livros de cantigas ao desafio, atrás listados. Faz par-te de dois DVDs e CDs gravados ao vivo no Centro Cultural Santa Maria, East Pro-vidence, Rhode Island, USA, também da responsabilidade da nossa editora: o pri-meiro intitulado “Guerra de Cantigas ao Desafio”, 2005; e o segundo, “Nova Guer-ra de Cantigas”, 2007.A nossa amizade pegou com esses encon-tros e contactamos de quando em vez tele-fonicamente ou por escrito. Já foi meu con-vidado de casa como diz nesta entrevista. Convivemos longas horas em conversas profundas sobre assuntos que normalmen-te não se abordam com qualquer pessoa: da política à religião, das cantigas às in-trigas entre cantadores, disto e daquilo. O João fala pelos cotovelos quando se sente à vontade com as pessoas, e a sua graça res-salta quando menos se espera. Sabe bem parodiar com este amigo, cuja experiência de emigração em si é factor de experiên-

cias diversas, culturais e não só.A sua personalidade é propícia ao desen-volvimento de amizades, e as suas canti-gas através de uma voz muito melódica trazem muitas vezes bonita poesia pelo

meio, numa métrica muito certinha. As suas quadras e sextilhas pautam-se nor-malmente por elevado respeito pelo adver-sário no palco, dentro de uma linguagem moderada, evitando a ofensa ou a provo-cação.Em conversa com o João, várias vezes me disse ter-se arrependido de coisas ditas

no palco, sobretudo a amigos. Ele gosta de se moderar na linguagem e nas ideias, mas sob pressão em frente do público nem sempre tem controle sobre o que “sai”, se-gundo confessa. Pecar é próprio do homem, todos o sabe-mos. Reconhecer as próprias falhas é de Homem. Pedir desculpa aos ofendidos é de HOMEM. Conselho de amigo: se estás em falta com algum colega ainda estás a tem-po de remediar a falha, ou falhas. “Quem se humilha será exaltado”.

Nota à margem:

No último desafio que ouvi do amigo João Pinheiro, quando passou aqui pela Nova Inglaterra a meu convite para a cantoria (aqui leia-se evento) a que dei o título de Nova Guerra de Cantigas², extraí do desa-fio com seu amigo da Lombinha a seu lado a abertura da cantoria:

José Plácido

Com as maiores simpatias Vos saúdo meus senhores Que não são todos os dias Que temos estes tocadores.

À esquerda irmãos Lima Que são a doçura do mel P’ra mim duas obras primas Da ilha de S. Miguel.

João Pinheiro

Tocadores destemidosFazem da terra o paraísoSão rouxinóis nos ouvidosDos cantores do improviso.

Eles tocam como mimo Fazem a todos felizesNão te esqueces que teu primo³Está ouvindo o que dizes.

1 In “Cantigas ao Desafio Vistas pelos Cantadores”, José Brites e José Plácido, Peregrinação Publications USA Inc., obra a sair em 2011.

2 Centro Cultural Santa Maria, Fevereiro de 2007, East Providence, Rhode Island, USATocadores: Abel Lima, António (Tony) Lima, José Luís Medeiros e Luís Melo

3 O primo de Plácido a que se refere é José Luís de Medeiros, tocador de violão. Nas cantorias na Costa Leste normalmente to-cam dois tocadores, à guitarra e à viola (ou violão); por vezes três, e muito raramente quatro.

Coisas e Loisas de Ontem e de Hoje José Brites [email protected]

Cantigas ao Desafio João Pinheiro¹

10 1 de Fevereiro de 2011COLABORAÇÃO

Page 11: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Temas de Agropecuária

Egídio Almeida

[email protected]

O dilema do leite cru

Anuncie no Tribuna e sinta-se feliz

Hoje, o leite devidamente produzido e pasteurizado é considerado um dos mais seguros e nutritivos alimentos.

Miguel Canto e Castro está em www.kigs.com

11COLABORAÇÃO

Hoje esta indústria de lacticínios tem um verdadeiro conflito entre alguns consu-

midores que, por razões várias desejam comprar a produção de leite não pasteurizado (cru), di-rectamente como sai das vacas. Por outro lado consumidores em grande maioria e agências regu-ladoras governamentais querem proibir determinantemente essas vendas devido à potencial causa de doenças humanas alimenta-res.

Há pessoas que sempre beberam leite cru, e não toleram ser for-çados a beber leite pasteurizado, acrescentando que ninguém pode contrair doenças por beber leite, que tenha sido higiénicamente produzido. Há ainda outros gru-pos que acreditam que o processo

da pasteurização destroi algumas das mais apetecíveis qualidades do leite, junto com a perda de valiosos nutrientes, microorga-nismos, e sabor distinto. Outros têm a percepção de um aumento nas alergias causadas pelo leite devido às extremas temperaturas (frio/quente) utilizadas no pro-cesso.Os reguladores governamentais, que são responsáveis pela pro-tecção da saude pública, estão apreensivos e preocupados com as vendas a retalho de leite cru diretamente do produtor para o consumidor. No entanto, o que representa um verdadeiro dile-ma para os reguladores locais, é que as leis federais proibem essas vendas cruzando as fronteiras es-taduais, e as agências locais e es-taduais encaram intensa pressão

vinda dos votantes, para que as restrições sejam menos severas ou eliminadas.Leite de animais produtores foi usado pelas mais remotas popu-lações, como substituto ao leite maternal, para atender às neces-sidades de infantes sem mãe. O leite manteve-se como alimento local durante milhares de anos de história agropecuária, sendo produzido em pequenas quanti-dades e rápidamente consumido localmente. Pequeníssimas quan-tidades eram tranportadas fora dos círculos produtivos antes dos 1800 A.D. Tudo mudou rápida-mente com a revolução industrial do século 19 quando uma multi-tude de trabalhadores trocaram a agricultura por empregos nos meios urbanos desenvolvendo rápidamente outras indústrias e

produtores tornaram-se consu-midores.Para atender a estas tranforma-ções e exigências de um novo mercado, com grandes respon-sabilidades na saude publica, a pasteurização iniciou-se vagaro-samente entre 1920-1940, mui-tos consumidores rejeitaram em princípio esse processo, alegando e debatendo as suas convicções, tais como de diferente sabor “co-sido” e menos valor nutritivo.Não resta nenhuma dúvida cien-tífica, de que a pasteurização do leite é favoravel à saude pública, e por isso motivo apoiado pelos nossos governantes em geral. Ao mesmo tempo o conflito continua e estes consumidores sentem-se no direito de correr os seus riscos e fazer as suas próprias escolhas.“The Center for Disease Control”,

a mais alta “polícia” nacional na saude humana, indicou que antes de 1920 quando a pasteurização foi largamente iniciada, na ocor-rência de epidemias originadas nos produtos alimentícios, o lei-te era considerado o número um. Hoje o leite devidamente produ-zido e pasteurizado é considerado um dos mais seguros e nutritivos alimentos.Curiosamente, afinal em que nú-meros estamos falando? Connie Tipton, Presidente e CEO de “In-ternational Dairy Foods Associa-tion” indicou que apenas 1% de leite comercializado em líquido nos Estados Unidos, não é pas-teurizado.É muito fumo, para pouco lume.

Page 12: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

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José MourinhoÍdolo e Símbolo de Portugal

Estávamos a meados de Setembro do ano 2000, quando a imprensa desportiva Portuguesa especula-va sobre os potenciais nomes de

treinadores para ocupar a vaga de treinador principal do Sport Lisboa e Benfica. Espe-culou-se sobre vários nomes, menos aquele que foi o escolhido. Numa conferência de imprensa, o presidente do Benfica naquela altura, João Vale Azevedo, apresentou um senhor de 37 anos, desconhecido por qua-se todos, e que até então, nunca tinha sido treinador principal de qualquer equipa, esse senhor era José Mourinho. Seu pai era futebolista, mas Mourinho cedo reconheceu que tinha mais aptidão para treinar e liderar um grupo de joga-dores. Mourinho começou a sua trajetória no futebol no Estrela da Amadora, como treinador adjunto de Manuel Fernandes. Após esta experiência, trabalhou ao lado de Bobby Robson, o conceituado treinador Inglês que na altura foi contratado pelo Sporting Clube de Portugal. Mourinho era o tradutor de Robson, mas na verdade fazia muito mais do que simplesmente traduzir. Por esta altura, Robson já sabia que Mou-rinho tinha potencial para se tornar num fenómeno do mundo desportivo. Mouri-nho tornou-se no braço direito de Robson e continuaria a sê-lo mais tarde no FC Porto e eventualmente no Barcelona para onde seguiu com Robson em 1996. Quatro anos depois, apareceu o convite do Benfica, a oportunidade que catapultou Mourinho para um década onde acabou por treinar clubes como o FC Porto, FC Chelsea, Inter de Milão, e agora o Real Madrid. Foi um década onde Mourinho ganhou tudo o que havia para ganhar passando de desconhe-cido a melhor treinador do mundo.

Não poupo elogios a este senhor, pois ele é um ídolo meu. Muitos admiram-se quan-do digo que o meu ídolo é um treinador de futebol, pois para a maioria das pessoas, os ídolos são estrelas que têm habilidades fora do comum, como o Cristiano Ronal-do, o Tiger Woods, ou o Albert Einstein. Mas Mourinho não é só um treinador, aliás a minha admiração e a de tantos ou-tros fãs de Mourinho não se baseia só no José Mourinho treinador, mas também na pessoa que é José Mourinho. Os títulos, as taças, e os prémios são utilizados para avaliar o sucesso e estes refletem o suces-so tremendo alcançado por Mourinho em apenas 10 anos de carreira, mas ele é mui-to mais do que um conjunto de números ou estatísticas, é acima de tudo um ser huma-no com capacidades raras.Mourinho não é apenas mestre do futebol, é também mestre da psicologia. O livro “Liderança - As Lições de Mourinho” é uma pequena representação do conheci-mento que Mourinho tem do aspeto men-tal no desporto. Após ter lido aquele livro e ter seguido de perto a carreira de Mou-rinho ao longo da última década, só posso concluir que se trata de um indivíduo com uma capacidade de liderança raríssima. E digo mais, as suas lições de liderança não se aplicam apenas ao desporto. Aliás, eu tenho utilizado vários dos seus métodos no meu dia-a-dia, quer seja na preparação mental para um exame, a liderar um pro-jeto organizado por colegas, ou mesmo a ensaiar um bailinho de carnaval. Liderança e auto-confiança são conceitos que andam sempre de mão dada e como é patente nas suas conferências de imprensa ou maneira de estar nos jogos, o líder Mou-rinho tem auto-confiança para dar e ven-der. Esta será provávelmente a sua carate-

rística mais marcante. Seja ele Português, Italiano, Inglês...todo o jogador que já foi treinado por Mourinho nunca acreditou tanto em si próprio até ser treinado por ele. Mourinho tem uma capacidade anormal de transmitir confiança aos que com ele trabalham, que o digam jogadores como Maniche, Deco, ou Paulo Ferreira, jogado-res que até serem treinados por Mourinho não eram mais do que vulgares. Eu claro, nunca fui treinado por Mourinho, mas confesso que este tem sido uma fonte de inspiração tremenda. Seguindo Mourinho de perto ajudou-me a desenvolver a minha

auto-confiança e capacidade de liderança, caraterísticas que me têm ajudado imenso a nível pessoal e profissional.Para além desta vida profissional, Mouri-nho é também marido e pai de dois filhos. E embora seja um profissional ocupadíssi-mo, este já referiu e demonstrou publica-mente que para ele, a família está acima de tudo. Mourinho faz questão de arranjar tempo para passar com a família e até vai à escola buscar os filhos. A família é fonte de motivação e é também com a família que ele celebra o seu sucesso profissional. Após vencer a primeira liga dos campões da sua carreira, Mourinho saltou do banco e correu para junto da família para cele-brar, algo pouco habitual num profissional com aquela dimensão. Mourinho é Especial. É admirado por tantos pela suas capacidades, pela manei-ra como trabalha, e pela forma confiante com que encara a vida. Mourinho não é o melhor treinador de futebol pelo facto da FIFA lhe ter entregado essa distinção no passado dia 10 de Janeiro, mas sim pelo facto da sua capacidade e trabalho no dia-a-dia o mostrar. Mourinho é líder, não só para a sua equipa (Real Madrid), mas também para a sua família e para a comunidade. Mourinho é um símbolo não só para os jogadores e equipas que já trei-nou, mas acima de tudo é um símbolo para a nação onde nasceu. José Mourinho, tal como Cristiano Ronaldo, são o orgulho e representam forças motivadoras para uma nação que se encontra deprimida devido à sua situação económica atual.

12 1 de Fevereiro de 2011COLABORAÇÃO

Page 13: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Ao Cabo e ao RestoVictor Rui Dores

Muito Bons Somos Nós

Joel [email protected]

Naquele tempo, a escola do Alto das Covas ficava situado no Largo Salazar. Os alunos daquele estabeleci-

mento de ensino (e eu fui um deles) aguar-davam, com impaciência, aquele dia espe-cial.Nesse dia não havia preposições para de-corar, não soletrávamos as sílabas, não re-duzíamos metros a quilómetros, não apren-díamos as estações dos caminhos-de-ferro da linha da Beira Alta nem os afluentes do Cávado e até esquecíamos as reguadas e verdascadas do professor J.A…. Estáva-mos livres de tomar o óleo de fígado de bacalhau (era preciso apertar o nariz para engolir aquele líquido horroroso) e, na can-tina, não tínhamos que comer aquele quei-jo americano, muito amarelo, que sabia a sabão… Não havia galhofa nem retoiço de recreio e o Picanço, por ser gordo e pitos-ga, não tinha que jogar à baliza…O nosso professor já nos havia avisado:-Meninos, amanhã venham todos bem ata-viados. Tragam as batas brancas bem la-vadinhas, os cabelos penteados, as unhas cortadas e não quero ver ninguém descal-ço aqui na escola, entendido?-Sim, senhor professor! O referido dia era o da vinda de militares americanos à nossa escola. Vinham, uma vez por ano, fazer a filantrópica distribui-ção de umas apetecíveis “caixinhas”… As “caixinhas” eram, no seu exterior, ver-melhas, azuis e brancas, com umas estreli-nhas onde se podia ler: “People to people” e, no seu interior, continham lápis de cera (para nós, uma novidade naquela altura), vistosas bolas de berlinde, borrachas, lá-pis, canetas, guaches, caramelos, chewing-gums e chocolates…

Precedidos do director escolar e de todos os professores, os americanos chegavam, delambidos e impecáveis, nas suas fardas e nos seus sorrisos rasgados e, curiosa-mente, não esfregavam os pés no capacho à entrada da escola...-Então, o que é que se diz, meninos? – per-guntava-nos o director escolar.-Tanquiú! Tanquiú! – respondíamos nós à medida que, cheios de deslumbramento, recebíamos a tão aguardada oferta.-Os americanos são uns porras-tontas! – dizia o Picanço, meu companheiro de car-teira, nos seu jeito habitual de tirar muco-sidades das narinas e colá-las no rebordo da carteira…-E uma chapada no focinho? – rosnou, entre dentes, o nosso indigesto professor,

que, de passagem, ouvira a conversa. Pi-canço disfarçou, coçando a cabeça.Eu e o Picanço éramos grandes amigos, apesar de andarmos sempre pegados à ta-pona… Ele tinha lá a sua veneta, mas era rapaz de bom fundo.-All right, “camòniesse”… - gozava o meu parceiro naquele ódio de estimação que nutria pelos americanos, e isto porque, dizia-se, a mãe dele tinha sido desonrada, num saguão, por um sargento da Base…-Tanquiú! Tanquiú!……………………………………………………………………………………………… Nesse tempo, o quotidiano angrense era redondo e sonolento. Do Alto das Covas avistava-se São Jorge e o Pico em dias de céu despido. Havia um cheiro a maresia

que inebriava. O polícia sinaleiro lá estava a dirigir tanto os automóveis que andavam a 20 km à hora, como as lesmíssimas car-roças de carga…Rua da Sé abaixo, os nabiças, carregando cestos às costas, apregoavam:-Charrinho fresco, cavala grada, pueixe!Os vendedores ambulantes vendiam milho torrado, pevides, favas, caramelos rebuça-dos de alfenim e “malaguetas”:-Ora mais, ora mais, ora mais!Angra do Heroísmo era a sua baía mansa, o Monte Brasil, o Castelo, o Relvão, as casas nobres, as lojas, o Jardim Público, o Porto de Pipas, as camionetas do Largo do Prior do Crato, os engraxadores da Praça Velha e os degraus do Pátio da Alfândega…Nas ruas daquela “mui nobre, leal e sempre constante cidade” abundavam magalas, polícias e naiões. E não faltavam tabernas, cafés, pastelarias e repartições públicas. O Lusitânia rivalizava com o Angrense. Aos fins-de-semana, os “bandos de estor-ninhos” (seminaristas) passeavam-se aos pares pelas principais artérias da urbe e, a partir de Maio, o povo voltaria a ser festivo e festeiro…………………………………………………

Ah, as delícias das “caixinhas” america-nas…-Tanquiú! Tanquiú!(“Abençoada América que tantos favores nos fazes”, haveria de escrever mais tarde o poeta Santos Barros).- Então, Picanço, o que é que se diz a este senhor americano? – perguntou o nosso circunspecto professor, franzindo a testa.E o Picanço, fitando com altivez o militar, respondeu com um sorriso escarninho:-Foquiú, Joe!

As "caixinhas" americanas

Desalojado por uma in-filtração que, apesar da boa fama da mete-orologia lisboeta, se

transformou no ano passado em duas infiltrações e este ano em dois chafarizes, dei por mim, nas últimas semanas, à procura de casa. A ideia não me desagradou. Se não mudo de poiso de cinco em cinco anos, é porque dá um trabalhão encontrar casa nova, dá um trabalhão ainda maior mudar os móveis e os livros e dá um tra-balhão superlativamente maior ainda mudar a morada às contas domésticas, encontrar o café e o quiosque certos para a nova roti-na e, grosso modo, levar o novo bairro todo a decorar o nosso nome. Pode-se tirar o rapaz da Terra Chã, mas não se pode tirar a Terra Chã do rapaz.De resto, as casas são sempre mais caras do que deviam, mas os valores indicados nunca dei-xam de ser “para negociar”. Os metros quadrados também se revelam sempre menos do que aqueles que vêm anunciados no site, mas a certa altura um tipo aprende que tem, logo à partida, de contar com menos trinta por cento de área. Nada a fazer: são as idiossincrasias da psique pá-tria. E, de qualquer forma, nunca é completamente desagradável a ideia de começar de novo, num

lugar novo, com cheiros novos, rodeado de rostos novos e muni-do de esperanças novas também.Adiante. Encontrei a casa que pretendia ao fim de cinco minu-tos apenas. Nem de propósito: fi-cava precisamente do outro lado da rua, janela do novo quarto e varanda do velho escritório mi-rando-se uma à outra, como que disputando-me. Acontece que sou casado, por sinal com uma mulher – e, como tal, enquanto duravam as negociações, não tive outra alternativa senão ir à pro-cura de planos B, visitando tudo muito bem visitadinho e fazendo uma shortlist, visitando tudo no-vamente e reduzindo a shortlist, visitando outra vez e elegendo um top3, visitando só mais uma vez e escolhendo, enfim, a me-lhor de todas as casas alternati-vas, para o caso das tais negocia-ções falharem (e que, por acaso, por essa altura até já nem devia estar disponível).De caminho, experimentei os bairros ricos e os bairros pobres. Fui às zonas da moda e às peri-ferias – conversei até sobre uma moradia nos subúrbios, hipótese sobre todas as outras absurda. Era indiferente: a vencedora estava escolhida, tudo o resto era con-versa apenas. Mas o facto é que algumas das casas que vi diverti-ram-me e outras deprimiram-me.

Diver t iram-me as casas com luz, nichos curiosos e divisões ines-peradas, que o mediador revela-va com um gesto teatral, abrindo uma porta como um ilusionista que me tirasse de trás da orelha um ovo cozido. E deprimiram-me as casas minima-listas.Eu ainda consigo perceber a arqui-tectura minima-lista, mas jamais perceberei – e toda esta crónica, afinal, para dizer isto – a decora-ção minimalista de uma casa. Entra-se numa casa minimalista e simplesmente não se percebe do que se ocupam aquelas pessoas: o que lêem, o que ouvem, do que falam, no que pensam. Aparente-mente, ocupam-se em exclusivo de fotografar-se a si próprias na sua casa – e no resto do tempo ficam ali, de novo a olhar para a sua casa: para o sofá enorme, com uma só almofada ocre ao meio, e para o candeeiro de pé alto, com abat-jour do mesmo pantone; para o pufe a um canto da sala,

onde ainda ninguém se sentou a ver se não engelha, e para a plan-ta no canto oposto, que tem nome e tudo (chama-se “Julie”, com pronúncia inglesa); para a apare-lhagem Bang & Olufsen, segura-mente destinada a ouvir a RFM, e para o ecrã plasma em torno do qual tudo o resto gravita, e onde se podem ver os programas da SIC Mulher.Pensava que apenas os solteirões viviam em casas assim? Acredi-tem: famílias inteiras também. E, no entanto, é como se, ali, tudo batesse certo. Os livros, prova-velmente, estão no iPad. O discos

talvez no iPod. Para necessida-des primárias, há o ginásio. E se, entretanto, a alma pede trejeitos, então o melhor é ir exercê-los no carro, para não engelhar tam-bém.A ideia que dá é que são elas próprias, aquelas pessoas, peças de decoração nas suas casas – e que, se algum dia precisarem mu-dar de uma casa para outra, lhes bastará alterar as coordenadas do GPS. Se querem que vos diga, não há solidão igual à de uma casa de revista.

Casas de Revista

13 COLABORAÇÃO

Page 14: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Ilha das FloresA Ilha das Flores situa-se no Grupo Oci-dental do arquipélago dos Açores, sendo a maior das ilhas que compõem aquele Gru-po. Ocupa uma área de 141,7 km², na sua maior parte constituída por terreno monta-nhoso, caracterizado por grandes ravinas e gigantescas falésias. O ponto mais alto da ilha é o Morro Alto, a 914 m de altitude. A população residente é de 3 995 habitantes (2001), repartindo-se pelos concelhos de Santa Cruz e Lajes das Flores. É frequen-temente considerada como o ponto mais ocidental da Europa (obviamente fora do continente europeu) e uma das mais belas do arquipélago, cobrindo-se de milhares de hortênsias de cor azul, que dividem os campos ao longo das estradas, nas mar-gens das ribeiras e lagoas.

Da Descoberta e Povoamento

As ilhas do Grupo Ocidental do arquipé-lago dos Açores - Flores e Corvo - foram encontradas em 1452, quando do retorno da viagem de exploração de Diogo de Tei-ve e seu filho, João de Teive, à Terra Nova. No início do ano seguinte, a 20 de janeiro de 1453, Afonso V de Portugal fez a do-ação das ilhas de "Corvo Marini" ao seu tio, Afonso I, Duque de Bragança. Nesse

documento de doação não é mencionada a ilha das Flores, uma vez que, à época, não tinha um nome. Entretanto era esta a ilha doada, uma vez que a do Corvo era, à épo-ca, considerada apenas um ilhéu anexo à primeira. As ilhas seriam posteriormente doadas ao Infante D. Henrique, Mestre da Ordem de Cristo, que, em seu testamento, as nomeia como ilha de São Tomás e ilha de Santa Iria. Com a morte deste passam para o Infante D. Fernando, Duque de Viseu.A atual toponímia "Flores", em uso desde em 1474 ou 1475, deve-se à abundância de flores de cor amarela ("cubres") que recobriam a costa da ilha, cujas sementes possivelmente foram trazidas por aves mi-gratórias desde a península da Flórida, na América do Norte.O primeiro capitão do donatário destas ilhas foi Diogo de Teive, passando a capi-tania a seu filho, João de Teive. Este ce-deu-a a Fernão Teles de Meneses a 20 de janeiro de 1475. Com a morte acidental de Teles de Meneses, a viúva deste, D. Maria Vilhena, que as administrava em nome do seu jovem filho, Rui Teles, negociou es-tes direitos com Willem van der Haegen. Desse modo, este nobre flamengo que por volta de 1470 havia chegado com avultada comitiva à ilha do Faial, de onde passara à ilha Terceira, passa para as Flores por

volta de 1480, pagando à viúva apenas direitos de capitão do donatário, e iniciando-lhe o povo-amento. Fixou-se junto à foz da Ribeira de San-ta Cruz, cuja povoação começou a se formar, iniciando o cultivo do pastel, planta tinturei-ra em cuja cultura era experimentado. Aí per-maneceu durante cerca de dez anos, findo os quais resolveu deixar a ilha, motivado pelo iso-lamento e pela dificul-dade de comunicações da mesma, indo fixar-se na ilha de São Jorge.Mais tarde, Manuel I de Portugal faz a doação da capitania-donataria a João da Fonseca, a 1 de março de 1504, que retoma o povoa-mento com elementos vindos da Terceira e da ilha da Madeira, aos quais se somou, por volta de em 1510, nova leva de indi-víduos de várias regiões de Portugal, com predomínio dos do norte do país. Este po-

voamento distribuiu-se ao longo da costa da ilha, com cada família ou grupos afins ocupando a data ou sesmaria que lhes coubera, com base na cultura de trigo, cevada, milho, legumes e na exploração da urzela e do pastel. Desse modo, ainda no século XVI recebem car-ta de foral as povoações de Lajes das Flores (1515) e de Santa Cruz das Flores, assim elevadas a vila. Data de 6 de agosto de 1528, a confirmação régia da posse da Capitania a Pedro da Fonseca, filho de João da Fonseca. Com o falecimento de Pedro da Fonseca, e do seu filho mais velho, João de Sousa, João III de Portugal, faz a doação da capitania-donataria da ilha a Gonçalo de Sousa (12 de ja-neiro de 1548).Nos séculos seguintes, os poucos habitantes manter-se-iam isolados em várias partes da ilha, receben-do raras visitas das autoridades régias, e de embarcações de co-

mércio das ilhas do Faial e Terceira em busca em busca de azeite de cachalote, mel, madeira de cedro, manteiga, limões e laranjas, carnes fumadas e, por vezes, lou-ça (deixando panos de lã e linho e outros artigos manufaturados) e outras que ali fa-ziam aguada e adquiriam víveres.

Da Dinastia Filipina aos nossos dias

No contexto da Dinastia Filipina, a ilha foi invadida por corsários britânicos: a 25 de Julho de 1587 cinco navios desembarca-ram tropas que invadiram e saquearam a vila das Lajes e seus arrabaldes, tendo a população em pânico se evadido para os matos vizinhos. Na ocasião foi incendia-da e destruída a primitiva matriz da vila, a Igreja do Espírito Santo. Entre outras embarcações de corsários e piratas que aportaram à ilha, de acordo com a tradição local uma delas terá procurado refúgio na gruta dos Enxaréus.A 2 de Junho de (1???) a ilha foi novamen-te atacada por corsários ingleses.Em 1593, Filipe I de Portugal nomeou para capitão-do-donatário das ilhas, Francisco de Mascarenhas, conde de Santa Cruz.Em meados do século XIX, passou a ser visitada por baleeiros estadunidenses, ati-vidade que também passou a ser praticada pelos habitantes da ilha.

O isolamento da ilha apenas foi quebrado com a instalação, em 1966, da Base Fran-cesa das Flores. Nos anos seguintes, foram erguidos um hospital, uma central eléctri-ca e um aeroporto, infra-estruturas que trouxeram grande desenvolvimento à ilha.

Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO

Esta ilha foi incluída em 27 de Maio de 2009 na lista da Rede Mundial de Reser-vas da Biosfera da UNESCO, juntando-se à ilha Graciosa e à ilha do Corvo que tam-bém já incluem a lista.Facto que é relevante para a protecção e

valorização do ambiente nos Açores. Esta decisão de incluir a ilha das Flores na lis-ta dos sítios com relevância ambiental foi tomada pelo Conselho Coordenador inter-nacional do programa “O Homem e a Bio-sfera”, durante a reunião realizada ontem na ilha de Jeju, (não sei se é pegado ou se-parado) na República da Coreia do Sul.A UNESCO salienta que esta reserva in-clui toda a ilha, e que esse facto se deve a esta ilha apresentar aspectos uma nature-za bem conservada onde se observa uma grande abundância de floresta caracterista das florestas da Laurisilva típicas da Ma-caronésia, uma paisagísticos, geológicos, ambientais e culturais de grande importân-cia, e ainda áreas marinhas adjacentes. O documento da UNESCO refere, ainda, as particularidades de excepcional interesse do novo sítio classificado, nomeadamente a existência de “altas escarpas que domi-nam a maior parte da linha da costa, que é ponteada por pequenos ilhéus”.

Divisão administrativa

A ilha das Flores está dividida em dois municípios: no nordeste da ilha situa-se o concelho de Santa Cruz das Flores, com sede na vila do mesmo nome; a sudoeste situa-se a vila de Lajes das Flores, também sede de concelho.O concelho de Santa Cruz das Flores, o mais povoado da ilha, é composto pelas seguintes freguesias:Santa Cruz, a maior povoação da ilha, onde se localiza a Escola Básica e Secun-dária Padre Maurício de Freitas, a única secundária da ilha, o Centro de Saúde, o

aeroporto e as principais estruturas admi-nistrativas e económicas da ilha;Caveira e Cedros ePonta Delgada, sita no extremo norte da ilha e local onde funcionaram as estrutu-ras técnicas da Base Francesa das Flores.

O concelho das Lajes das Flores é compos-to pelas seguintes freguesias:Lajes, a vila sede do concelho e a povo-ação onde se localiza o porto que serve a ilha.Lomba; Fazenda; Lajedo; Mosteiro; Fa-jãzinha;Fajã Grande, a povoação mais ocidental da ilha é o principal centro populacional da costa ocidental.

in wikipedia.com

Roteiro das Ilhas

Santa Cruz

14 1 de Fevereiro de 2011 COMUNIDADE

Page 15: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Num sonho antigo faço-me ao mar...

Eram três, Luís Cabe-ceiras, José Leal e José Carlos, mas afinal só dois partiram de São Jorge para a volta ao Atlântico.O Zé Carlos ficou no cais das Velas a chorar. Outras possibilidades hão-de-lhe aparecer no futuro.Esta viagem vai servir de preparação para futuros sonhos.António Severino, poeta e cantor do Tributo, até já tinha escrito uma canção dedicada a eles e às suas aventuras:

GanhoaOs amigos da aventuraPartem ao fim da maréTem pela frente a lonjuraNo peito esperança e fé

Partem do cais da SaudadeQue um dia há-de chegarNuma lágrima que sabePelo rosto a recordar

De sonho à proa De vela erguidaParte o GanhoaNa despedida

Num sonho antigoFaço-me ao mar

Parto à sombra da velaE o destino à minha proaP'ra trás a Ilha mais belaQue viu partir o Ganhoa

Lua minha companheiraDas noites sem terra à vistaIluminando a bandeiraQue vão comigo à conquista

A partida das Velas teve lugar no dia 7 de Novem-bro de 2010. O regresso está planeado para Julho deste ano.

Hoje a Ganhoa está nas Ca-raíbas, em Barbados. De-pois de percorrerem várias ilhas apontarão à Bermuda onde farão a última escala, antes de seguirem para São Jorge.Se querem acompanhar esta viagem podem fazê-lo através do Facebook em Ganhoa SJorge.

Boa viagem e bom regresso.

De São Jorge, passando pelas Canárias, Cabo Verde, Caraíbas, e com a última paragem na Bermuda antes de regressar às Velas, São Jorge. Uma viagem de preparação para outras

Em Santa Maria, Luís Cabeceiras e Zé Leal quiseram "aconselhar-se" com Cristovão Colombo, que fez a mesma viagem há 518 anos

Luís Cabeceiras, jorgense e José Leal, faialense, partiram mais uma vez à aventura do Atlân-tico. Embaixo: despedida a São Jorge a 7 de Novembro de 2010. Hoje estão nas Caraíbas.

15 VIAGENS

Page 16: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Pesca do BacalhauA história da pesca do bacalhau pelos portugueses (muitas vezes referida por a Faina Maior) aparece pela primeira vez referenciada em 1353, quando D. Pedro I e Edward II de Inglaterra estabelecem um acordo de pesca para pescadores de Lisboa e do Por-to poderem pescar o bacalhau nas costas da Ingla-terra por 50 anos. A necessidade de estabelecer um acordo indicia que esta actividade já se realizava em anos anteriores, e em tal quantidade, que justificasse a necessidade enquadrar esta actividade nas relações entre os dois reinos.Pelo menos desde o século X que os mercadores escandinavos vinham buscar o sal a Portugal, e aí estabeleceram colónias ou feitorias, como indicam as construções ovais, do tipo viking em Pedrinhas, perto de Fão. Do século XI existem registos dos nor-mandos estabelecerem relações amigáveis com as populações do litoral, e terão sido estes a transmitir os conhecimentos da navegação atlântica. Em 1504 já havia colónias de pescadores de Viana do Minho e de Aveiro na Terra Nova. No entanto seria impossível criar em 4, 5 anos uma estrutura destas se não hou-vesse já antes uma industria de conservação e distri-buíção do pescado. O investimento seria demasiado elevado para apostar em tão larga escala em algo to-talmente novo. Só voltam a haver novas referencias a estas colónias para o período de 1520 a 1525.Ler mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pesca_do_bacalhau

16 1 de Fevereiro de 2011HISTÓRIA

Page 17: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

COMUNIDADE 17

Matança em Easton, Fresno

Easton (antes chamada Covel e Covell) é um curato de Fresno. A população é de pouco mais de 2,000 pessoas. Fica a 7.5 milhas da Ci-dade de Fresno.É lá que reside a Colónia Portuguesa N° 1 do Es-pirito Santo, fundada em 1925. A primeira Rainha foi Josephine Ventura em 1926.Hoje, esta organização alberga e é responsável por várias festas anuais - Espirito Santo, N. S. de Fátima, São Pedro.Com a presença de muita gente (numa noite de in-tenso nevoeiro), realizou-se no dia 22 de Janeiro, a matança, com morcela feita à moda do Pico.Seguiu-se baile com Al-cides Machado.

Responsáveis pela Festa de São Pedro e matança

João Gomes tinha o mais bem recheado prato da festa. Até a sua esposa fechou os olhos de susto

António Belo, José Rocha, José e Rute Silva saboreando a boa comida da matança

Luisa Pacheco e todos os suas companheiras /os preparan-do-se para ser-vir o jantar

foto de alcides machado

Page 18: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

A Magia da Dívida

A direita americana, espicaçada pelas brigadas do “Chá”, está fazendo uma política popu-lista com a dívida do país. E

as pessoas ficam medrosas, e com razão. Mas eu, que ouço as opiniões e conselhos de Paul Kruggman, da Harvard, e Prémio Nóbel de Economia, estou convencido que há muita propaganda política emiscuida. Primeiro, meter medo ao povo, com a fi-nalidade de dar um pontapé nos fundi-lhos de Barack Obama, parece-me que é um dos principais objectivos de tal cam-panha. Dizem que a política é uma porca, mas, infelizmente, é assim que funciona a democracia. E a democracia, parece que não pode funcionar sem este impecilho. Há dias vi num jornal de New Jersey uma parangona gritando “ó da guarda”, dizen-do que cada residente de New Jersey, deve ao Estado $3.478.00. E isto decerto infun-diu o receio em muitas pessoas que a le-ram. Recordam-se quando há anos atraz, os bancos brasileiros pagavam cem por cento de juro, e a inflação era também de cem por cento? O que aconteceu ao Bra-sil? O que aconteceu é que, presentemente o Brasil é uma das maiores potências eco-nómicas do mundo. As pessoas e seus bens, são limitados, as-sim como as suas vidas. Mas as nações são eternas. E os seus bens são incalcu-láveis. Não há dinheiro que chegue para comprar uma nação. Por exemplo, o meu vizinho, com 40 anos, tem uma dívida em cima de si, muito maior do que os habitan-tes de New Jersey. Ele comprou uma casa, deu 50 mil dólares de entrada, e o banco emprestou-lhe 150 mil. Ele, a mulher e um filho, são três pessoas. Quer isto dizer que, cada um deles - usando a lógica do governante de New Jersey - tem às cos-tas uma dívida de 50.000 mil dólares. E neste momento, a casa vale menos do que pagou por ela. E além disso, ele poderá morrer antes de pagar a hipoteca. Mas as nações, são eternas. As nações nunca pagam totalmente as dividas. Tudo o que precisam de pagar é os juros. No tempo da Segunda Guer-ra Mundial, quase toda a gente comprou “bonds”, ou títulos da divida interna ame-ricana. E agora, além da China, não falta quem queira comprar títulos da divida do Tio Sam. E depois, a América, como to-dos os países civilizados, não pode deixar

morrer à fome os seus desempregados. Nem deixar destruir as suas infraestru-turas, as suas pontes e autoestradas. E as lágrimas que alguns políticos encartados choram em público, ao falar da “dívida que os nossos meninos vão ter de pagar”, são apenas lágrimas de crocodilo, e não lágrimas de compaixão cristã, pelos ir-mãos que não puderam ou não souberam realizar-se.

Paul Krugman, é um dos econo-mistas que não concordam com o demasiado aperto do cinto. Ele prefere uma concepção de

justiça, lógica e equidade. Uma vez que Deus - se a crença das gentes do Chá é sincera - criou o mundo para todos, de-certo não toleraria que 5 por cento dos seus filhos americanos, arrecadem aqui e nos seus cofres do offshore, tanta rique-za como os 95 por cento restantes. Tan-to aqui como em Portugal e no resto do mundo a disparidade entre ricos e pobres, nunca foi tão grande. Com excepção dos tempos em que a Igreja e as monarquias, eram donas de tudo. A democracia tem tentado estabelecer uma sociedade mais justa e humana, mas não tem conseguido realizar totalmente a sua missão. O último quarto de século tem sido de enriqueci-mento contínuo dos principais donos do dinheiro. Dizia o Presidente Roosevelt, o homem que iniciou a revolução demo-crata, que o seu objectivo, era estabelecer um “capitalismo com face humana”, em vez do capitalismo selvagem que levou à Grande Depressão. E a crise que o mun-do está vivendo agora, foi um regresso espúrio ao capitalismo selvagem que an-tecedeu a grande catástrofe económica e financeira das décadas de vinte e trinta. Dizem os defensores dos “valores fami-liares”, que as sociedades devem ser como “familias”. Mais uma razão para que haja mais humanidade e justiça entre os “ir-mãos”. E menos disparidade. E esta res-ponsabilidade cabe mais àqueles a quem Deus ou a Natureza concedeu mais altas qualidades de inteligência, criatividade, e até robustês fisica, dons importantes nas sociedades tecnológicas dos nossos dias.

FADO - Os nuestros hermanos Espanhois cantam e dançam o "Flamenco", que representa a expressão musical e cultural da

nossa vizinha Espanha. Os Germânicos a valsa e a Polca. No continente Sul-Ame-ricano, o povo-irmão Brasileiro o samba. Os Argentinos e Uruguaios o Tango. O es-critor Salvador Madariaga declara, que o Português é um Espanhol de costas volta-das para Castela e com os olhos postos no Oceano Atlântico. Isto sintetiza o sonho expansionista de Espanha para absorver Portugal, como mais uma província liga-da à Hispanidade e à missão de Portugal de dar novos mundos ao Mundo, através dos descobrimentos marítimos. Durante a II guerra mundial, de acordo com a opi-nião de Roland Vintras, oficial da RAF (Força Aérea Inglesa), que em estreita co-laboração com Humberto Delgado, então oficial subalterno e servindo fielmente a política do Dr. Salazar, tornaram possí-vel a construção e instalação das forças Anglo-Portuguesas na Base das Lajes, na Iha Terceira. Humberto Delgado, foi a trave-mestra na construção desta base, que tinha como missão de servir a causa aliada, contra as forças do Eixo. Posterior-mente seria bárbaramente assassinado pela PIDE, por ter a ousadia de concorrer de forma democrática como candidato Presidencial contra a Ditadura. Para o Povo era conhecido como o General Sem Medo. Cerca de 1943, o regime proibiu o fado por ser muito triste e nostálgico. Salazar, receando e perante a ameaça de uma invasão tanto por parte do Eixo como dos aliados-esta mais previsível e realista - mandou ocupar os Açores por um forte corpo expedicionário de tropas provenientes do Continente. No auge da guerra colonial, encontrava-me a prestar serviço militar em defesa da Pátria em Moçambique. Ao tempo propalava-se à boca pequena que o governo tinha proi-bído, a transmissão radiofónica de uma canção muito sentimental intitulada Mãe. Em ambos os casos o Estado alegava a necessidade de preservar o moral das tro-pas, que se encontavam longe do torrão natal. Longa vida ao nosso Fado.

FÁTIMA - A primeira Repúbli-ca fundada em 1910, e portanto centenária, era orientada por governantes de ideologia predo-

minante e manifestamente laica, maçóni-ca e sobretudo anti-clerical. A execução desta política foi perpetrada por Afonso Costa, que ao longo de 6 anos de gover-nação multi-facetada, desencadeou uma virulenta e destrutiva campanha contra

o clero, o que lhe grangeou o apelido de mata frades. Os Jesuítas e outras ordens religiosas foram extintas e as suas proprieda-des sumáriamente confiscadas. O en-sino religioso foi peremptóriamente proibído nos esta-belecimentos de ensino. Prometeu erradicar a religião Católica no espaço de três gerações, isto num país maio-ritárimente Católi-co. A propensão e tendência anti-cle-rical em Portugal

tem constituído um facto histórico; tanto no tempo da Monarquia como da Repú-blica. D. Manuel I com a a imposição da lei da reconversão forçada ao Cristia-nismo ou expulsão dos Judeus do Reino de Portugal. O Marquês de Pombal no século XVIII, ao serviço do rei D. José. Mouzinho da Silveira e Joaquim António de Aguiar, que através do decreto de 1834 que lhe valeu a alcunha de mata-frades. Ambos faziam parte do séquito ministe-rial de D. Pedro IV, o tal que se auto-proclamou Imperador do Brasil. A partir dos Açores embrenhou-se em intentonas liberais, contra o regime extremamente confuso vigente no continente Portu-guês. Mouzinho da Silveira, que pela sua legislação anti-feudalista, em benefício das ilhas do grupo Ocidental grangeou o respeito e reconhecimento do Povo Cor-vino. No seu testamento final, manifestou a preferência de os seus restos mortais serem sepultados na Ilha do Corvo, na eventualidade de ser considerado persona non grata em Castelo de Vide, sua terra natal. Afonso Costa, em 1917 foi demi-tido e exilado por Sidónio Pais. A parti-cipação de Portugal na I guerra mundial revelava-se catastrófica e desmoralizante. No mesmo ano na Rússia, os Bolchevis-tas desencadearam uma revolução contra o Czar Nicolau II, que instituicinalizou a doutrina Comunista, como contrapartida ao Capitalismo. Neste quadro negro tanto nacional como internacional, era impe-rioso a intervenção Divina. A 13 de Maio de 1917 aconteceu o Milagre de Fátima, que restaurou a confiança, ao pobre e martirizado Povo Português. O governo de Sidónio Pais viu-se compelido, a res-tituir ao País a liberdade religiosa. Era o lenitivo espiritual que o Povo Português tanto carecia e almejava.

FUTEBOL - José Mourinho foi hoje, dia 10 de Janeiro de 2011, sagrado o melhor treinador do mundo. Fez menção em proferir

o seu discurso na lingua de Camões em sinal de reconhecimento por ter recebido este prestigioso prémio, para demons-trar a sua Portugalidade e patriotismo. O desporto e o futebol em particular, está totalmente desprovido do sentimento pa-triótico, porque os grupos desportivos, são constituidos por elementos de diver-sas nacionalidades. Ninguém duvida do seu valor técnico, os números estatíticos falam por si. É o capo di tuti cappi, como dizem os Italianos. El Especial como é conhecido em Espanha. É um joguete na globalização Internacional. Está à mercê e a soldo de quem paga mais. O futebol atingiu os píncaros da irracionalidade. Jacob Zuma, presidente da África do Sul, onde se realizou o Mundial 2010, afir-mou que isto era o acontecimento mais importante para o seu país, desde 1994 data da eleição do primeiro Presidente de cor, Nelson Mandela, figura carismática de relevo internacional e incontestado herói da luta contra o brutal regime do Apartheid, que foi instaurado e impera-va naquele país desde 1948. José Manuel Coelho, considerado o inimigo número 1 do Dr. Alberto João Jardim da Madeira e candidato à eleição para Presidente da República Portuguesa, apregoou a quatro cantos, que o seu herói predilecto era o treinador-condottiero de nome José Mou-rinho. Neste último caso, o povo diria: Os cães ladram mas a caravana passa. Boa sorte!

Do Tempo e dos Homens

Manuel Calado

[email protected]

Do Pacifíco ao Atlântico

Rufino Vargas

Portugal - País dos 3 F's

18 1 de Fevereiro de 2011COLABORAÇÃO

Page 19: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

COLABORAÇÃO

Momentos Históricos

Pergunte à Judite

Judy Teixeira [email protected]

Livros sobre história e biografias são os meus favoritos e muitos me têm porporcionado

momentos de grande proveito literário. Uns mais controversos do que outros mas todos interes-santes.Foi precisamente o que me acon-teceu ao ler o segundo volume de, Amores da Cadela “Pura”, Confissões da Marquesa de Já-come Correia , a autobiografia de Margarida Victória. Confes-so que, ao ler o título, acheio de certo modo provocador e audaz, o que, de facto, se veio a confir-mar através do seu conteúdo.Embora já tivesse ouvido falar da Marquesa Jácome Correia, só agora tive o ensejo de descobrir o que ela representou dentro do mundo aristocrático e político açoriano.Margarida Victória Borges de Sousa Jácome Correia nasceu em Ponta Delgada, São Miguel, em 31 de Março de 1919, e fale-ceu em Lisboa a 21 de Julho de 1996.Para muitos da sua Fajã natal, ela era tratada como a marquesi-nha. Apesar de ter sido criada no meio de uma família aristocrá-tica e rica, Margarida não teve uma infância feliz, pois foi do-minada pela forte índole do seu pai e pela formação conserva-dora da sua mãe. Julgavam, até, que ela sofria de perturbações histriónicas de personalidade. Procurava satisfação imediata se não fosse o centro de atenções. Chegou a ser internada forçosa-mente numa clínica suiça para tratamento psicológico. Contraíu matrimónio três vezes

e teve dois filhos mas nunca sentiu o sublime amor materno.A marquesa teve inúmeras rela-ções amorosas, incluindo uma

com o escritor Vitorino Nemé-sio que não foi bem aceite pelas suas famílias nem pelo público, pois como Nemésio era “tradi-cionalista, tinha ligações imagé-ticas com o salazarismo católico e era pai de quatro filhos não era de se esperar aventuras extra-conjungais.”Ao ler a autobiografia, um dos capítulos mais interessantes, foi o que ela descreveu sobre o seu envolvimento com a FLA, o movimento separatista açoria-no formado, em parte, devido ao gonçalvinismo cujo governo não era aceite pelos açorianos. Houve várias reuniões da FLA na casa da Fajã da marquesa e José de Almeida e Melo Bento os dois dirigentes eram quem a contactavam a dar informações acerca do evoluir da situação. Uma das reuniões da FLA teve lugar no ilhéu de Vila Franca durante um almoço de caldeira-da de peixe e bom vinho. Ali foi proposto a Vitorino Nemésio ser o Presidente da República se os Açores se tornassem indepen-dentes. Segundo afirmou a mar-quesa: “A FLA estava em peso no almoço. Foi um momento muito emocionante.” Nemésio não se comprometeu e disse que tinha de reflectir , pois apesar de partilhar ideais independentes, ele era mais virado para a auto-nomia e concordava de os Aço-res serem independentes mas unidos a Portugal.Durante a tensa situação políti-ca que se passava nas ilhas, ou mais propriamente em São Mi-guel, foi mencionado, um pouco em segredo, que do “continente estavam dispostos a enviar tropa e aviões para acalmar os ânimos dos ilhéus.”Após mais algumas reuniões da FLA em que também participou a escritora Natália Correia, esta e a marquesa resolveram partir para Lisboa porque nada podia ser resolvido em São Miguel.

Dirigiram-se ao Conselho da Revolução para explicar que a “vida açoriana era completa-mente diferente da do continen-te.” Mas, infelizmente, nada de concreto resoltou dessa reu-nião.Nessa altura, Nemésio encon-trava-se muito doente e estava ausente em Espanha a visitar um filho. Natália Correia e a marquesa imploraram para que ele regressasse a Lisboa, pois que só ele, com o seu “prestí-gio poderia explicar a realidade açoriana.” Além disso, Nemésio havia per-tencido à Comissão que elabo-rou o Estatuto da Região Autó-noma o qual seria reconhecido na Constituição.Nemésio aceitou o pedido e re-gressou a Lisboa. Foi marcada uma entrevista com o General Ramalho Eanes, Presidente da República, Natália Correia e Vitorino Nemésio. A marquesa preferiu ficar ausente numa sala ao lado e, por isso, não soube relatar o que lá foi dito. Porém, quando as portas se abriram e apareceram a Natália Correia e Nemésio a marquesa descreve o seguinte: “Vi na expressão deles calma e satisfação. Compreendi que tudo tinha corrido bem e que o futuro seria diferente para os Açores. Natália devia ter ex-posto com muita realidade todos os factos passados na ilha, visto que havia acabado de chegar de lá. Fiquei com admiração pelo General Ramalho Eanes, pois ele entendeu a nossa difícil situ-ação.”Foram aqueles momentos his-tóricos narrados pela Margari-da Victória Jácome de Correia, por mim desonhecidos, que me levaram a pensar quão diferente poderia ter sido a nossa “Açoria-nidade.”

Traços do Quotidiano

Margarida da [email protected]

FalecimentosConnie Cardoso

Faleceu no dia 25 de Dezembro de 2010, Connie Cardoso, residente em Escalon.Nasceu em São Miguel a 17 de Dezembro de 1954.Deixa a chorar a sua morte seu marido Manuel Cardoso e seus filhos Mike, An-

thony e Manny, além de sua mãe e irmãos em Taunton, Massachussetts.

Humberto Francisco Fagundes

Faleceu a 19 de Janeiro, no Hospital de Tracy, Humberto Francisco Fagundes, com 68 anos de idade. Nasceu na Fregue-sia da Matriz, Horta Faial a 2 de Julho de 1942.Deixa a chorar a sua morte, sua esposa Maria do Céu Fagundes e cinco filhos, Humberta Maria, Roberto Carlos, Karla Maria, Mário Jorge, Tina Maria, além de 7 netosO finado era irmão de Carlos Fagundes, de San José e de Mário Fagundes, residente em Riverbank, Ca. Tribuna Portuguesa envia sentidas condo-lências às famílias enlutadas.

19

Visite o novo website do seguro social. O novo website é mais fácil de achar tudo o que você

precisa para o seguro social. Pode aplicar para a sua reforma ou in-capacidade, pode receber a esti-mativa para a sua reforma, infor-mação sobre o Medicare, serviços para pessoas que estão recebendo benefícios, e informação sobre os documentos para o cartão do se-guro social.

Informação para 2011:

As pessoas devem preparar-se para o ano novo.Peça uma estimativa da sua refor-ma, para saber quanto vai receber. Esta informação é importante. www.socialsecurity.gov/estima-torTambem é importante que sempre que receba uma carta leia-a com atenção as informações sobre o seguro social. Dois or três meses antes do seu aniversário, você re-cebe o Social Security Statement que tem informação sobre quanto recebeu em salários e quanto vai receber com 62 anos, 66, 70 anos.Visitando o “ballpark”. www.choosetosave.org/ballpark ajuda r-lhe-á a poupar para o futuro. Nunca é tarde. Seguro Social celebra 75 anos!

É fácil ver a diferença que o se-guro social tem feito em 75 anos. Já desde 2010, você pode aplicar para o Medicare na internet em vez ir ao escritório. Mas também-pode visitar o escritorio do seguro social, telefonar para 1-800-772-1213. Se tem uma doença séria, podemos ajudar a decidir o seu caso mais rápidamente.

Perguntas/respostas:

Eu recebo o meu cheque do se-guro social no correio, mas não recebi o cheque este mês, que devo fazer? Deve esperar 3 dias depois do dia que normalmente recebe o seu cheque. Se não receber depois de três dia, telefone para 1-800-772-1213. Pode pedir por um in-térprete português, se necessário. Seria bom considerar receber o seu pagamento direitamente para a sua conta bancária. Pode pedir a informação no seu banco. Como devo pedir prova do meu benefício? Pode usar o SSA-1099. Também pode visitar: https://secure.ssa.gov/apps6z/BEVE/main.html ou telefonar 1-800-772-1213. Tenho 62 anos, quanto posso re-ceber no meu salário sem afec-tar a minha reforma do seguro social em 2011?

Pode receber até $14,160.00 por ano de trabalho, depois o seguro social conta $1 para cada $2 que você ganha. Como posso informar-me quan-do é que eu tenho a minha refor-ma máxima? Visite www.socialsecurity.gov/retire2/agereduction.htm ou pode visitar o escritorio.

Judy Teixeira Deputy Area Director Northern Area Office

Telephone: (916) 339-4858FAX: (916) 339-4864

Page 20: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

COLABORAÇÃO

Quem inventou o automóvel? (2)

(conclusão da ultima edição)

A companhia FIAT foi estabele-cida em 1899, data do fabrico do seu primeiro automóvel 3 1/3 de 679 cc., capaz de conseguir 35km por hora. FIAT é a maior e a mais diversificada fabricante automotiva da Itália, mas não é a única. Nas primeiras décadas, mais de 10 companhias fabrica-doras de produtos automobilísti-cos acorreram a marcar presença em várias zonas da península itálica; algumas desapareceram, gradualmente, mas ainda existem outras tantas, tais como as famo-sas FIAT, FERRARI, ALFA RO-MEO, BUGATI, BERTONE etc., que empregam mais de 250.000 operários e técnicos. Na INGLATERRA, a exploração de veículos accionados a vapor havia obtido alguns resultados limitados, mas positivos, espe-cialmente sob a orientação do en-genheiro THOMAS RICKETT, que, em 1860, havia conseguido produzir carros de patrulha mo-vidos a vapor. No entanto, a História aponta que a primeira produção de motores e veículos de combustão interna efectuada na Inglaterra foi feita por DAIMLER MOTOR COM-PANY, firma fundada em 1896 por HARRY J. LAWSON (1852-1925) (desenhador de bicicletas e pioneiro automobilístico), após ter comprado os direitos de usar os motores da firma alemã DAI-MLER. Os primeiros automóveis assim equipados e apresentados foram lançados no mercado britânico em 1897. Nas décadas seguintes, a indústria do automóvel britâ-nico desenvolveu-se conside-ravelmente e, desde então, tem produzido vários modelos bem recebidos nos mercados nacio-nais e internacionais.Não incluindo as 5 ou 6 compa-nhias estrangeiras estabelecidas no Reino Unido, actualmente mais de 10 companhias britâni-cas, tais como AC CARS, ALE-XANDER DENNIS, ARIEL, ASCARI, BRISTO CARS, ROS ROCCA, etc., servem os merca-dos nacionais e internacionais. Os apreciados JAGUAR e LAND ROVER, entre outros, são fabri-cados na Inglaterra. Nos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, o inventor nascido em Delaware OLIVER EVAN (1755-1819), foi o primeiro reci-piente de uma patente pelo seu veículo accionado a vapor, o qual, curiosamente, era também anfíbio, pois funcionava não só em terra, como também no mar, mediante uma roda de rodízio.Todavia, o primeiro desenho de um engenho de combustão in-terna accionado por gasolina foi empreendido em 1877 pelo enge-nheiro e inventor norte-america-no GEORGE SOLDEN, de Ro-chester, no Estado de New York. o qual já em 1895. havia recebido uma patente pelo seu motor de dois “strokes”. Esta patente foi disputada durante longos anos por HENRY FORD e por outros empresários norte-americanos, sendo finalmente revogada em 1911. Os historiadores citam que

estas disputas atrasaram os de-senvolvimentos dos engenhos de combustão interna nos EUA. HENRY FORD (1863-1947), natural de Dearborn, no Estado de Michigan, EUA, aperfeiço-ador do então recém-inventado sistema de “assembly line” para produção em massa dos modelos fabricados pela sua Ford Motor Company), foi um genial e muito prolífico inventor e recipiente do espantoso número de 161 paten-tes pelos produtos desenhados e produzidos pela FORD MOTOR COMPANY por ele fundada e di-rigida até ao seu falecimento em 1947. Saliente-se que o seu sis-tema de produção em massa “em linha” não só acelerou o fabrico dos automóveis da companhia Ford como também, ao ser imi-tado, revolucionou as indústrias norte-americanas e outras por todo o mundo. Note-se que a ideia e a invenção do sistema de produção “em li-nha” em massa havia sido expe-rimentada e usada primeiro por RANSOM OLDS (1864-1950), pioneiro da indústria automobi-lística nos EUA no fabrico dos seus automóveis OLDSMOBILE em 1912, mas HENRY FORD conseguiu não só aperfeiçoar como também grandemente ace-lerar esse processo para o fabrico dos seus menos dispendiosos au-tomóveis em 1914. Os automóveis da Ford saíam completos da linha de produção em intervalos de 15 minutos e apenas após 12,5 horas de labor, muito mais rapidamente (8 ve-zes) do que em outros sistemas. Refira-se também que em 1914 um operário da Ford poderia comprar um carro da Companhia com apenas 4 meses de trabalho. Os muito populares e famosos Modelos T tornaram-se a grande e cobiçada jóia daquele tempo. O enorme e rapidíssimo êxito da indústria automotiva norte-americana resultou também na expansão e no aperfeiçoamento dos sistemas de produção de au-tomóveis não só no continente europeu como também nos emer-gentes mercados asiáticos, Tudo isto ocasionou e tem motivado muitos e altamente úteis avanços tecnológicos nos vários modos de transporte contemporâneos, com promessas de mais e melhor, e de mais conforto e maior segurança no futuro.Talvez os factores mais influentes no enorme sucesso de HENRY FORD foram a sua aceitação e o seu inteligente e imediato aperfei-çoamento do sistema “em linha” de produção em massa do seu competidor RANSOM OLDS. O grande sucesso de FORD foi, na realidade, o resultado da conjuga-ção da sua visão globalista e co-rajosa em querer fabricar um au-tomóvel acessível aos recursos e aos meios pecuniários do POVO, coisa inédita naqueles tempo. O desenvolvimento tecnológico automotivo acelerou-se rapida-mente em todas as companhias que desejavam capturar a atenção e o favoritismo dos compradores. Desde a década de 1920 pratica-mente quase todos os automóveis passaram a ser fabricados ao sis-tema de produção em massa.

O preto era a cor dominante dos automóveis. O grande empresá-rio e engenheiro norte-americano ALFRED P. SLOAN (1875-1966) (nascido em New Haven, Con-necticut) foi quem estabeleceu a ideia do uso de várias cores, de acordo com a preferência do consumidor. Esse dinâmico e inovador génio, eleito Presidente e Chairman de GENERAL MO-TORS CORPORATION respec-tivamente em 1933 e 1937, foi o orientador da gigantesca organi-zação que abrangia as divisões de Chevrolet, Pontiac, Oldsmobile, Buick e Cadillac. Durante os 70 anos sob a sua firme e inteligente direcção, GMC dominou não só como a mais poderosa e influen-te corporação norte-americana, mas também como a maior em todo o mundo.

ENTRADA ASIÁTICA NOS MERCADOS AUTOMOTI-VOS INTERNACIONAIS A entrada asiática no competitivo mercado automotivo internacio-nal começou quando a companhia japonesa TOYODA AUTOMA-TIC LOOM WORKS, liderada pelo seu fundador, o grande em-presário KIICHIRO TOYODA (1894-1952), e estimulada pelo governo japonês, decidiu abrir novos horizontes comerciais. KIICHIRO após viagens de in-vestigação através da Europa e dos EUA em 1929, determinou em 1930 que a sua Companhia iria experimentar e introduzir um novo motor accionado a gasolina. Em 1935, o engenho Tipo A foi introduzido no Modelo A1 para passageiros e no modelo de “tru-ck” G1 para carga. Um ano mais tarde, surgiu o modelo AA para passageiros.

Com o rolar dos anos e o sucesso e a multifacetada ex-pansão do Grupo Toyota veio a TOYOTA MOTOR COMPANY, fundada em 1937, e estabelecida como companhia separada e in-dependente. A mudança do origi-nal nome Toyoda para TOYOTA foi formulada para significar essa independência. Depois de produ-ção quase exclusiva de “trucks” no período dos conflitos bélicos do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, Toyota regressou à produção de carros de passageiros, e após difíceis e complicados anos de reorganização interna e externa, em 1957 recomeçou a exportação dos seus automóveis e outros pro-dutos automotivos para os gran-des mercados norte-americano e brasileiro. O resto é história. Os seus merca-dos internacionais expandiram-se e multiplicaram-se por todos os continentes, e, até recentemente, a TOYOTA, com os seus eficien-tes, económicos e progressivos automóveis e camiões, conquis-tou o favoritismo internacional, colocando a Companhia na cúpu-la dos produtores automotivos.Saliente-se que a expansão, o au-mento e o ascendente asiáticos envolveram não só Toyota como também várias outras proemi-nentes firmas nipónicas tais como NISSAN, MAZDA, HONDA, SUBARU, MITSUBISHI, etc., além de outras e mais recentes companhias automotivas estabe-lecidas na COREIA DO SUL e na CHINA. COMO SERÁ O AUTOMÓ-VEL DO FUTURO ? Antes de findar este artigo, aqui fica um esclarecimento que pode-

rá ser surpreendente para muitos leitores. A ideia do fabrico de au-tomóveis com motores acciona-dos por electricidade não é tão re-cente como possa parecer. Já em Novembro de 1881, o engenheiro eléctrico e inventor francês GUS-TAVE TROUVÉ (1839-1902), na EXIBIÇÃO INTERNACIONAL DE ELECTRICIDADE, efectua-da em Paris na mesma data, apre-sentou e fez a demonstração de seu veículo a três rodas propul-sionado por electricidade.Embora ainda experimentais, automóveis eléctricos começam a ser vistos pelas nossas estra-das. Tudo indica que o seu uso será incrementado rapidamente à maneira que apropriadas e tec-nologicamente mais avançadas baterias sejam utilizadas, e as in-dispensáveis estações de recarga eléctrica sejam construídas para servirem os motoristas dos novos e futuros automóveis eléctricos. Mais distante, mas também im-prescindível virá a energia solar. O mundo virar-se-á para estas e para outras renováveis energias cujo uso poderá evitar o contínuo aumento da temível poluição at-mosférica actual, tão nociva para toda a Criação. E convém não es-quecer que os combustíveis pro-venientes do óleo, além de serem dispendiosos, são também exau-ríveis, e têm os dias contados… O automóvel do futuro será me-lhor, mais eficiente, mais confor-tável, e tecnologicamente muito mais avançado. Não seria mara-vilhoso se a sensatez de todos os motoristas também melhorasse sensivelmente por todo o Mundo ???…

FALECIMENTOJesuina do Coração de Jesus Melo Soares nasceu no Norte Pequeno, Capelo, Faial, Açores a 9 de Abril de 1913. Faleceu a 7 de Dezembro de 2010.Foi casada durante 60 anos com Virgílio Soa-res, já falecido. Do seu casamento nasceram 15 filhos: Leopoldino, José, Palmira, Avelino, Etel-vina, Maria de Jesus*, Conceição, Lúcia Maria*, Olímpia, António, Lúcia, Judite, Lino, Hercula-no*, e Mário. (*falecidos) Por razões de saúde e sugestão médica, Jesui-na emigrou com o marido para a Califórnia em 1969. Viveram nesta cidade durante muitos anos, onde ela se dedicou à família e no verão traba-lhou numa fábrica de conserva de frutas. Nos últimos anos viveu em Los Banos na companhia de seu filho Lino e esposa Lúcia, até que a sua condição exigiu o seu internamento na casa de repouso New Bethany.Jesuina era uma mulher muito humilde, de boas maneiras, delicada, que dedicou toda a sua vida a procriar e em dedicação total ao marido e aos muitos filhos. Era uma mulher de trato fino que nunca se entreteu no mexerico ou a criticar quem quer que fosse, mesmo quando certos comporta-mentos a desgostavam imenso.Era uma mulher de uma profunda fé e religiosi-dade. Raramente alguém a terá ouvido lamentar a sua sorte ou infortúnio, ou até mesmo as dores no final da sua longa vida. As suas conversas terminavam sempre com um resignado “graças a Deus”.Jesuina ocupou a maior parte do seu tempo nas tarefas domésticas, apoiando e encorajando to-dos os que viviam à sua volta. Foi uma dedicada esposa e mãe.

Nos seus poucos tempos livres – o que só acon-teceu depois dos filhos saírem de casa – dedi-cou-se ao croché, executando trabalhos lindís-simos que decoram as casas de todos eles e dos seus netos.Os que lidaram mais de perto com ela dizem que ela interiorizava e guardava no seu íntimo a sua dor, os desapontamentos da vida, as desilusões, dificuldades e frustrações e nunca se lastimava ou culpava outros dos seus males.Jesuina Soares foi uma mulher que viveu uma vida pacata, orientada exclusivamente para a família, altruísta, dedicada ao serviço dos que fizeram parte do seu “mundo”.A sua falta será profundamente sentida pelos fa-miliares e amigos.

20 1 de Fevereiro de 2011

Perspectivas

Fernando M. Soares Silva

[email protected]

Page 21: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

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Page 22: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

22 1 de Fevereiro de 2011PATROCINADORES

Page 23: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

LIGA ZON SAGRES Benfica a 11 pontos do Porto (um jogo a mais)

FC Porto bate Nacional por 3-0

in açorianooriental

O líder FC Porto aumentou para 11 pontos a vantagem sobre o cam-peão Benfica na Liga Zon Sagres de futebol, ao vencer em casa o Nacional por 3-0, em encontro an-tecipado da 20ª jornadaO FC Porto ampliou para 11 pon-tos a vantagem sobre o Benfica na Liga Zon Sagres de futebol, após vencer, no estádio do Dragão, o Nacional por 3-0, em desafio ante-cipado da 20ª jornada.Hulk (quatro e 33 minutos) e James Rodriguez (45) construíram o tran-quilo triunfo dos “dragões”, que assim aumentaram a pressão para o seu mais directo perseguidor.O facto de o Nacional de Jokanovic ter sido a única equipa a vencer esta época o FC Porto em jogos oficiais prometia um desafio duro para os locais, mas Hulk resolveu e depois a equipa soltou-se mais.O brasileiro, que já vai em 19 go-los e sete assistências na Liga Zon Sagres, continua a ponta-de-lança, enquanto Falcao não recupera. Hulk começou por mostrar dotes de cabeceador, logo aos quatro mi-nutos, enviando para o fundo das redes um cruzamento de Belluschi na direita.Mesmo em desvantagem, o Na-cional revelou-se pouco ambicioso e inofensivo, mesmo com a defesa

portista a revelar alguma permea-bilidade, com destaque para Emi-dio Rafael na esquerda, bem mais eficaz a atacar.O gelo apertava nas bancadas quando os adeptos puderam voltar a festejar. João Moutinho tocou de cabeça para Hulk (33), que meteu o “turbo” e avançou uns 20 metros até optar pelo disparo que surpre-endeu Bracalli, com a bola a passar junto ao seu corpo.O desafio ganhou finalmente ritmo e, depois de falhar o “hat-trick” (42), Hulk isolou James Rodriguez, que, na cara do guarda-redes, fez um “chapéu” de belo efeito, fechan-

do as contas ao intervalo e no jogo.Apesar das alterações promovidas ao intervalo pelos insípidos insula-res, o desafio tinha sentido único: os pupilos de André Villas-Boas proporcionavam melhor espectácu-lo e foi a trave a negar o golo a João Moutinho (59), com desvio pelo meio, e a voo de Hulk (68).Com o tempo, os portistas baixaram a intensidade – ainda assim, várias vezes perto do golo - e limitaram-se a gerir até ao fim.

Lusa/AO onlinefoto de fernando veludo

Taça de Portugal"Bis" de Cardozo colocou Benfica nas meias-finais

O Benfica venceu por 2-0 no reduto do Rio Ave e qualificou-se para as meias finais da Taça de Portugal em futebol, marcando en-contro com o FC Por-to, vencedor das duas últimas ediçõesO Benfica assegurou a presença nas meias-fi-nais da Taça de Portu-gal em futebol, depois de vencer o Rio Ave, por 2-0, numa partida decidida com dois go-los de Cardozo e em que foram assinaladas quatro grandes penali-dades.Os “encarnados”, que já sabem que na próxi-ma fase da competição vão defrontar o FC Porto, numa eliminatória a duas mãos, não tive-ram vida fácil perante um Rio Ave aguerrido no primeiro tempo, mas que quebrou na etapa complemen-tar.Os vila-condenses foram, aliás, os primeiros a criar perigo na partida, desperdiçando, logo aos nove mi-nutos, uma grande penalidade, com João Tomás a rematar para defesa de Júlio César.O Benfica não demorou a recuperar do susto e, praticamente na jogada seguinte, respondeu com um re-mate de Maxi Pereira, a que Mário Felgueiras se opôs com qualidade.A partida era nesta fase disputada em “altas rotações” e com opor-tunidades divididas junto às duas balizas, com Sálvio e Tarantini em

destaque nas duas equipas.Já depois da meia hora, acabou por ser o Benfica, que entretanto vinha a ganhar algum ascendente, a dispor de uma grande penalidade, também desperdiçada, por Cardozo.E, quando parecia que o empate se iria manter até ao intervalo, João Ferreira voltou a assinalar um cas-tigo máximo.Cardozo foi novamente chamado a marcar e, desta vez, não falhou, levando os "encarnados" em vanta-gem para o descanso.No reatamento, os vila-condenses perderam o fulgor do primeiro tempo, permitindo que o Benfica assumisse o controlo do desafio e criasse as mais evidentes situações de perigo.Gaitan e Saviola, com um par de remates, um deles ao poste, estive-ram perto de aumentar a vantagem

dos forasteiros, perante um Rio Ave que parecia adormecido.A 15 minutos do final, nova gran-de penalidade no desafio, mais uma vez a favorecer as “águias”. Chamado à conversão, David Luiz mostrou displicência no remate, atirando por cima.O lance terá motivado os locais, que, aos 80 minutos, viram Bruno Gama, num remate cruzado, a per-mitir grande defesa a Júlio César.A eficácia que faltou ao avançado do Rio Ave teve-a Cardozo, a três minutos do final, num remate que ainda embateu em Tarantini, antes de fixar o 2-0 final.

Lusa/AO online

Liga Zon Sagres 2010/2011 J V E D P

FC Porto 17 15 2 0 47Benfica 17 13 0 4 39Sporting 16 8 4 4 28Guimarães 17 8 4 5 28Nacional 17 7 4 6 25U. Leiria 17 7 4 6 25Sp. Braga 17 7 3 7 24Beira-Mar 17 5 8 4 23Olhanense 17 5 7 5 22Paços Ferreira 17 4 8 5 20Marítimo 16 4 7 5 19Académica 17 5 4 8 19Setúbal 17 4 5 8 17Rio Ave 17 3 5 9 14Portimonense 17 2 4 11 10Naval 17 2 3 12 9

Liga Orangina 2010/2011 J V E D P

Trofense 15 7 5 3 26Oliveirense 15 6 7 2 25Arouca 15 6 6 3 24Gil Vicente 15 6 6 3 24Feirense 15 7 3 5 24Leixões 15 5 6 4 21Desp. Aves 14 5 4 5 19Moreirense 14 5 4 5 19Varzim 15 3 9 3 18Belenenses 15 4 6 5 18Estoril 15 4 5 6 17Santa Clara 15 4 5 6 17Penafiel 14 4 5 5 17Freamunde 15 2 10 3 16Sp. Covilhã 14 4 3 7 15Fátima 15 2 4 9 10

II Divisão Zona Sul 2010/2011 J V E D P

Atlético CP 16 10 6 0 36Torreense 16 9 3 4 30Mafra 16 8 6 2 30Madalena 16 9 2 5 29Operário 16 7 6 3 27Pinhalnovense 16 7 5 4 26Juventude 16 6 6 4 24Atlético SC 16 7 1 8 22Louletano 16 5 7 4 22Oriental 16 5 6 5 21Carregado 16 5 4 7 19Casa Pia 16 4 4 8 16Lagoa 16 3 3 10 12Farense 16 1 9 6 12Real 16 3 3 10 12Praiense 16 1 5 10 8

III Divisão - Série Açores 2010/2011 J V E D P

Angrense 13 8 3 2 27Lusitânia 13 7 5 1 26Santiago 13 6 6 1 24Boavista 13 4 6 3 18Prainha 13 4 5 4 17Capelense 13 4 4 5 16Vilanovense 13 4 3 6 15U. Micaelense 13 3 5 5 14Sp. Ideal 13 3 3 7 12Vitória 13 0 4 9 4

23DESPORTO

Page 24: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Atiro-me para o chão de contente, dou d

Tiro o meu chapéu a todos os fundadores da Tertulia Tauromá-quica Terceirense que num rasgo de visão aficionada souberam criar uma organização de que tanto nos orgu-lhamos.Este ano a Tertulia Terceirense vai ser a responsável pelo Cartel das Sanjoaninas. Temos a certeza que eles vão tentar, dentro das possibilidades económicas da nossa Ilha Terceira, que o cartel seja de classe superior, para agrado de todos os aficionados de lá e daqueles que se deslocam às Sanjoaninas este ano.A Tertulia não se esqueceu de homenagear os fundadores da mesma, oferecendo-lhes uma placa de reconhecimento.

Que dizer da California? As organizações mais impor-tantes das nossas festas já começaram as suas démarches àcerca dos cartéis deste ano. É justo que não queiram anunciar nada ainda porque tudo está em discussão. Em Artesia poderemos ver este ano pelo menos três corridas, o que é muito bom para a aficion do Sul da California. Thornton também já mexe os cordelinhos para a sua tão esperada Feira, que continua a ser um sucesso de ano para ano. Modesto, Turlock, Gustine, Stevinson, Elk Grove, Stockton, Tracy e possívelmente outros, também já estão discutindo as suas escolhas e as suas opções.Os ganaderos, por sua vez, esperam que este tempo nevo-ento passe depressa, para poderem começar as suas ferras e tentas.Viva sempre a Festa Brava!

Inauguração do Monumento ao Toiro

Ana Cristina Botelho, recebeu por seu avô Rui do Vale, Guilherme Cota (um dos fundadores ainda vivo) e Luís António Borba recebeu a placa de seu pai António Cons-tantino Borba.

24 1 de Fevereiro de 2011TAUROMAQUIA

No passado sábado 22 de Janeiro decorreu, em Angra do Heroísmo, a inauguração do monumento que, segundo as conclusões do crítico taurino espanhol Paco Aguado, é o que de maiores dimensões existe em todo mundo. Obra do artista terceirense Renato Costa e Silva, o grupo es-cultórico constituído por três toiros eleva-se até aos onze metros de altura, estando situado na rotunda em frente à Monumental Praça de Toiros Ilha Terceira.A obra ascendeu a cerca de 220.000 euros, dos quais 150.000 euros foram financiados pelo Governo Regional dos Açores e a parte restante foi conseguida junto de inú-meros apoios de particulares e empresas que se juntaram com entusiasmo ao projecto.A obra artística conjuga na sua estrutura ferro, cimento, cimento-cola, fibra de vidro, cinza vulcânica e bronze. Os actos de inauguração, presenciados por centenas de aficionados, contaram com a presença do Representante da República para Região Autónoma dos Açores José An-tónio Mesquita, o Secretário Regional da Saúde e antigo cavaleiro amador, Miguel Correia, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores, a Presiden-te da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Andreia Cardoso, o Presidente da Tertúlia Tauromáquica Tercei-rense, Arlindo Teles, o Presidente da Comissão para o

Monumento ao Toiro João Paes, acrescentando-se ainda os prestigiados nomes de João Queiroz, director da Re-vista Novo Burladero e Paco Aguado crítico taurino es-panhol, que interviram na sessão solene na Câmara Mu-nicipal de Angra do Heroísmo.À consumação do monumento, junta-se ainda a emissão de um selo comemorativo, numa parceria do Núcleo Fila-télico de Angra do Heroísmo e dos Correios de Portugal, invocando a inauguração do Monumento ao Toiro, assim como o 45.º Aniversário da fundação da Tertúlia Tauro-máquica Terceirense.O Monumento ao Toiro reforça o conceito da “Rota do Toiro”, integrada no projecto turístico «TauroTur», com o qual se pretende dar a conhecer os valores culturais tau-rinos terceirenses, enclave de numerosas ganadarias de bravo e de grande aficion às corridas de toiros na sua ver-tente mais erudita e na sua vertente mais popular com as touradas à corda.Parte importantísima nesta defesa ao toiro bravo levada a cabo nos nossos dias foram sem dúvida os fundadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense que precisamente no dia 22 de Janeiro comemorou o seu 45.º aniversario, ho-menageando as 31 pessoas que deram prigem à sua cria-ção. O dia de 22 de Janeiro foi um dia de aficion abrangen-

te de exaltação ao toiro de lide e aos valores que o rodeiam, cons-tituinte único da cultura da Ilha Terceira e que sem dúvida são parte integrante da vivência de um povo.A obra de Rena-to Costa e Silva é uma afirmação da cultura tauri-na, relevando o elemento central da Festa Brava: O Toiro.

Fotos de RL-Photo, João

Paes e Edgar Vieira

Page 25: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Atiro-me para o chão de contente, dou d

Arte Taurina “El Matador”

Venda de:* DVD’s* Toureio a Cavalo* Toureio a pé* Quadros de touros* Posters de tourosDivulgando a Festa Brava

Contactar Alejandro “El Matador” 408-856-5462

25PATROCINADORES

Page 26: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

26 1 de Fevereiro de 2011ARTES & LETRAS

Olá

O nosso Dinis-professor está ocupado com as suas aulas e bem precisam os alunos que ele lhes preste toda a aten-ção. Desta vez fomos nós que escolhe-mos o tema para esta página, sobre um grande escritor florentino. jose avila

Navegação entre as ilhas dos Açores em embarcações de madeira

Entrevista de Afonso Quental

Nome, naturalidade e onde reside?

João António Gomes Vieira, natural daVila e Concelho das Lajes das Flores – Açores, nascido em 23 de Janeiro de 1939, embora tenha passado algum tempo fora da Ilha, é nas Flores que passo quase me-tade do ano.

O Primeiro livro que leu?

A Bíblia ou as Sagradas Escrituras. Atéum pouco depois da 2ª Guerra Mundial,muito poucas pessoas possuíam livros emcasa. Quando frequentava o Liceu Nacional da Horta, sempre que podia frequentava a Biblioteca Municipal da Horta. O respon-sável pela instituição, Sr. Raúl Camacho, que tinha idade para ser meu avô, deixava-me ler todos os livros dos autores que eram proibidos pela igreja de então; achava o Sr. Camacho que tinha uma formação moral que não seria afectada pelas leituras. Por outro lado, a casa em que estava instalado havia pertencido a um antigo SecretárioGeral do Governo Civil da Horta, moradia que havia recebido e hospedado VitorinoNemésio, quando teve de concluir o cursogeral dos Liceus. Nesta casa, havia umabiblioteca com alguns autores do séculoXIX e princípios do século XX. Quando já possuía algum domínio da língua francesa comecei a ler Victor Hugo. Havia algumas colecções de Júlio Verne e Piérre Loti, e foi por este último que li “O Pescador da Islândia” – Pechêur d’Islande. Foi um bom treino para a língua francesa, que possui notáveis escritores de temática marítima.

Quando sentiu o chamamento?

Publicar o que quer que fosse, nunca foium projecto que eu estivesse propriamente interessado. Quando dirigia o Museu dasFlores em colaboração com amigos fran-ceses, participei em dois eventos de natu-reza etnográfica que foram publicados em ediçãobilingue, português-francês.Estava em vias de me aposentar, corriao ano 2001, quando a RTP Açores noticiou a “queima” do velho navio a motor – desig-nado por Terra Alta. Um meio de transpor-te que durante meio século prestou tantos e valiosos serviços de transporte marítimoaos Açores, particularmente entre as ilhasdo grupo central e oriental. Foi uma escola de grandes marinheiros que tive o privilé-gio de conhecer e a sorte de privar.Com este acontecimento fechou-se 500anos de história de navegação inter-ilhasem navios de madeira. Desaparecia parasempre praticamente a única relíquia marí-tima dos Açores – mais exactamente dogrupo Central. Restava no grupo Oriental o iate “Santo António” que ainda resistia depois de servir o grupo Oriental ao longo de um século e meio, havia passado para um particular.A mudança dos tempos e a ausência daconsciência do valor do património maríti-mo Açoriano, fazia recear que as embarca-

ções construídas em madeira estavamameaçadas a desaparecer.Foi uma chamada de atenção para a preser-vação do património marítimo açoriano.Assim, em 2002 veio a lume, a série o Ho-mem e o Mar, “Embarcações dos Açores”profusamente ilustrado com imagens raras e muitas inéditas, em edição bilingue –português e inglês. Mais meia dúzia vie-ram depois a razão de um por ano. Em 2008, saiu o último da série – Portos e Ma-

rinas dos Açores – publicado no mesmo molde do primeiro – edições de autor com colaboração da minha editora.

Qual é o seu género literário?

Confesso que não sei qual ao certo – aqui-lo que faço é sobre a cultura marítima aço-riana, considero monografi a – trabalhosem torno do Mar e das suas Gentes.

Na escola primária era habitual ter

boas classifi cações nas redacções?

Não era dos piores. Naquele tempo, estaparticularidade não era estimulada, a pre-ocupação era aprender a ler, escrever e sa-ber a tabuada. Conhecimentos no campo marítimo, arte de marinheiro e velejar, era o que ambicionava e considerava necessá-rio para uma carreira de marinheiro.

Há algum livro dos seus que gostariade reescrever?

Praticamente todos, posto que gostava de ir mais longe. Como tenho que abordar to-das as ilhas; sem qualquer patrocínio paraa investigação nem subsídio para a publi-cação, ainda para mais, sendo um livro volumoso, torna-se difícil a sua comercia-lização.Por outro lado, os revendedores cobramentre 40% a 50%, pagando apenas após olivro ser vendido, mesmo assim, nem sem-pre é fácil…Até ao último trabalho publicado, valeuos nossos patrocinadores que compraram à caixa 20, 30, 40, se 50 volumes. São em-presas que entendem que é uma oferta, onde vem publicado o seu nome na página dos patrocinados.

Quais os livros que publicou?

Portos e Marinas dos Açores – edição li-mitada, está fora do mercado.

Indique-me um livro de um escritor açoriano de que gostaria de ter sido o autor.

Difícil de indicar. Há tão bons livros pu-blicados, alguns que eu gostaria de os ter escrito, sobretudo aqueles que abordam temas marítimos ou viagens - aqueles que falam da nossa condição insular.Como se relaciona com outros escritores?Como sou muito velho, conheci todosos bons escritores açorianos, alguns já hádécadas. Temos o grande cronista Emanuel Jorge Botelho, o único que não conheço

pessoalmente mas que muito admiro. Com todos tenho as melhores relações, laços deamizade e estima.

Pensa enriquecer como escritor?

É verdade que enriqueci em meio séculoa escutar o mar e as suas gentes, a ouvirhistórias e acontecimentos que estavamcondenados a desaparecer. Dei voz a quem não a tinha, muitos deles já partiram na via-gem sem regresso.Em termos monetários tive grandes per-das. Sendo pequenas tiragens em termos de edições bilingues, profusamente ilustra-das. Muitas ilustrações são caras porque se tratam de raridades. Uma vez que tenho de andar vagueando pelos Açores durante 7 a 8 semanas, são despesas a que não posso fugir, nem poderei reaver na edição.A preparação de um livro até ficar em ma-quete (não incluindo a tradução) ronda uma despesa global na ordem dos 10 000/11 000€ à qual não posso escapar, tem desair inevitavelmente do meu bolso. Quando o livro é editado é incluído o IVA e o cus-to de tradução (calculado à linha). Se não vender os livros tenho perdas avultadas, razão pela qual as edições são limitadas – Pequenas edições elevam o custo de cada exemplar.As difi culdades económicas que atravessa uma parte do mundo e o nosso país, obriga a cortes no orçamento, que obrigatoriamen-te se reflectiram nas últimas duas edições. A ponto do oitavo volume da sérieO Homem e o Mar – “Transportes Maríti-mos no Arquipélago dos Açores – 500 Anos de Memória”, já vai para 2 anos que aguar-da publicação. Só sairá quando conseguir 1000 exemplares com venda garantida.

Que livro nunca recomendaria a umamigo?

Não me sinto com autoridade para nãorecomendar livros. Cada um sabe daquiloque gosta ou não.

Que livro gostaria de deixar e queainda não escreveu?

Seria o livro que gostaria de deixar pararegisto da “Memória dos Últimos Cavalei-ros dos Mares”. Não creio que consiga rea-lizar esse projecto, o que tenho a certeza,é que as notas vão fi car, para um dia se houver interesse serem publicadas, comlargas dezenas de imagens que ao longo de 60 anos foi recolhendo..

Tertulia Açoriana - João Vieira, escritor

“É verdade que enriqueci em meio século a escutar o

mar e as suas gen-tes, a ouvir histó-

rias e acontecimen-tos que estavam

condenados a desa-parecer.

Dei voz a quem não a tinha, muitos de-

les já partiram...”

João Gomes Vieira com Eduino de Jesus e Norberto Avila

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"Thank you dinner" de Joe ParreiraJoe Parreira todos os anos ofe-rece um jantar de agradeci-mento a todos os seus clientes e amigos. O jantar realizou-se no Salão de Festas de Turlock com a presen-ça de muita gente.Constou de bife confeccionado por Fernando Aviz e compa-nheiros.Houve muita abundância de bo-los, pudins, arroz doce, numa demonstração da culinária por-tuguesa, feita por mãos açoria-nas.

A festa teve a presença do Gru-po de Matança da Casa dos Açores de Hilmar, que animou a noite fria de inverno.

Joe Parreira com Fernando Aviz e companheiros

27 PATROCINADORES

Enviam-se encomendas através do USPS ou UPS

Page 28: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

28 1 de Fevereiro de 2011ENGLISH SECTION

Page 29: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

ENGLISH SECTION

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A Irmandade de Nossa Senhora de Fátima de Santa Clara celebrou a sua festa nos passados dias 9 e 10 de Outubro de 2010. A 56ª festa anual foi presidida por Elizabeth Gaspar e vice-presidente Henrietta e Manuel Silveira. A rainha foi Sydney Esco-bar acompanhada por Vanessa and Brianna Laranjo. A procissão encer-rou a Lafayette Street em direção à Igreja de St. Clare onde foi celebrada a missa cantada. O almoço de sopas e carne foi servido no salão da SES.

After being selected as Ranking Member on the Rural Development, Research, Bio-technology and Foreign Agriculture Sub-committee, Congressman Jim Costa (D-Fresno) made the following statement:“Our smaller cities and rural areas are a critical part of our Valley’s economy,” said Costa. “By serving as Ranking Member of the Rural Development, Research, Bio-technology and Foreign Agriculture Sub-committee, I intend to bring much need-ed attention to the priorities of our rural towns. From Selma to Parlier, Kettlemen City to Weedpatch, the Valley has a great deal of need.”“As Ranking Member, I am also commit-ted to protecting research programs at our Valley’s great agricultural colleges like my alma mater, Fresno State and defend-ing successful export initiatives like the Market Access Program that have helped to expand markets and promote U.S. agri-culture products abroad.”

Costa will continue as a member of the Resources Subcommittee on Water and Power.“Water and jobs continue to be among my highest priorities as I represent the needs of farmers, farm workers, and farm communities in our Valley. Even as rain and snow are falling throughout the state, we know that our Valley’s water is-sues are far from over. I look forward to working in a bipartisan fashion with my colleagues on the Water and Power Sub-committee and this Administration as we look for real solutions to our state’s water challenges.” Congressman Costa will serve on the fol-lowing subcommittees: Committee on Agriculture:· Subcommittee on Rural Development, Research, Biotechnology, and Foreign AgricultureJurisdiction: Rural development; farm security and family farming matters; ag-

ricultural research, education, and exten-sion services; biotechnology, foreign ag-riculture assistance and trade promotion programs, generally.· Subcommittee on Conservation, Energy & ForestryJurisdiction: Soil, water, and resource conservation, small watershed program, energy and biobased energy production, rural electrification, forestry in general and forest reserves other than those cre-ated from the public domain. Committee on Resources· Subcommittees on Water and PowerJurisdiction: Generation and marketing of electric power from Federal water projects by Federally chartered or Federal regional power marketing authorities, water re-sources planning conducted pursuant to the Water Resources Planning Act, water resource research and development pro-grams and saline water research and de-

velopment, interstate waters, water rights and major interbasin water or power move-ment programs, irrigation and reclamation projects, water resources development and recycling programs, Indian water rights and settlements, international water pro-grams· Energy & Mineral ResourcesJurisdiction: U.S. Geological Survey, ex-cept for the activities and programs of the Water Resources Division or its successor, geothermal resources, conservation U.S. uranium supply, Mining interests, con-servation and development of oil and gas resources of the Outer Continental Shelf, petroleum conservation on the public lands and conservation of the radium sup-ply, transportation of natural gas from or within Alaska and disposition of oil trans-ported by the trans-Alaska oil pipeline, rights of way over public lands for under-ground energy-related transportation.

Congressman Jim Costa claims ranking member

Ramana tours SoCalPortuguese-American Fado singer Ramana Vieira begins her Southern California Tour on Friday, February 18th, 2011 in San Luis Obispo at the Steynberg Gallery, continues the next day to Santa Barbara’s well-known Soho Restaurant & Music Club, and culminates at Tango del Rey in San Diego. A full whirlwind weekend of Fado by Ramana Vieira.Labeled “The new voice of Portuguese world music” by Mundo Português magazine, Ramana Vieira pulls traditional Portuguese fado music into the 21st century with her powerful vocals and unique stylings. Juxtaposing unconventional instrumental layers over fado’s haunting melodies and melancholy stories of heartache and disappointment, she updates old-world ballads while maintaining the integrity of this time-honored tradition. Joined by Laura Boytz on cello, Jeffrey Luiz on classical guitar, Stephen La Porta on percussion, and Alberto Ramirez on electric bass, Ramana sings songs both traditional and original, some of them off her newest CD, Lágrimas de Raínha “Tears of a Queen.”Born in San Leandro, California, to Portuguese immigrants, Ramana’s personal relationship to fado lies deep in her family history. Her grandfather was a famous musician and composer from Madeira Island, and Ramana was exposed to the voices of Portugal’s past at a young age. Many of the songs on her recordings are inspired by Ramana’s main influence, Amália Rodrigues, known as the “Queen of Fado,” which she heard on her mother’s record collection as a child. San Luis Obispo, Friday, February 18, 2011, 7:30pmRamana Vieira & Ensemble~Fado Performance Steynberg Gallery1531 Monterey Street, 805.547.0278$15 in advance,. $18 at the doorhttp://www.steynberggallery.comSanta Barbara, Saturday, February 19, 2011, 6:00-7:30pmSoho Restaurant & Music Club1221 State Street, Suite 205, 805.962.7776$15 in advance, $20 at the doorhttp://sohosb.comFor Tickets: http://www.ticketfusion.com/store/one/index.html?store_id=7453&page_type=schedGail [email protected] Diego, Sunday, February 20, 2011, 7:00-9:00pmRamana Vieira & Ensemble~Fado Performance Tango Del Rey, 3567 Del Rey St, 858.794.9044$17 in advance, $20 at the doorhttp://web.me.com/cpsociety/Tango_Del_Rey/Home.html

Last Tuesday night, the National Organization of Portuguese Americans (NOPA) watched with the rest of the country as President Obama delivered his State of the Union address. For the second year, the president focused on our economic future, stressing the need for job creation and a strengthened economy that will restore the nation’s competitiveness. NOPA agrees with President Obama’s call for responsible investments by Congress that repair our economy and put the nation and future generations of Americans on sustainable economic footing. We urge President Obama to pursue a legislative agenda that provides real solutions to the challenges that plague our nation. Jobs and the Economy: We applaud the president’s call to invest in science, education, and technology to jump-start economic growth, but innovation relies on more than a few inventors. True American competi-tiveness depends on fair access to quality workforce preparation and jobs. Directing investments in trans-portation to the communities that need them most is a smart way to tackle unemployment in the short term and sow the seeds for a stronger economy in the long term.Education: NOPA agrees with President Obama that to be globally competitive, we must adequately prepare all American children to contribute to our economy. Immigrants are a growing proportion of the future workforce, thus federal education reform must incentivize states to improve the quality of education for students who are immigrants or children of immigrants. Achieving this goal requires that schools be held accountable for holding all children to high academic standards and preparing them for success in college and the increasingly global economy. However, these reforms cannot stand alone. Congress and the Obama administration must support these efforts with strong investments in programs that support student achieve-ment. Without these reforms, the United States will continue to shortchange children and put American competiveness at risk.Health: We agree with President Obama: Congress should not repeal the health care reform legislation that passed last year, but rather improve upon it. The repeal will not pass in the Senate and will be a wasted effort. While not perfect, the law has already expanded health coverage for many who were un-insured and contains other important provisions that stand to improve immigrant and minority health outcomes, including funding for community health centers, investment in community-based prevention efforts, and diversification of the health care workforce. Congress needs to reform health care in a way that is fiscally responsible, sustainable, and with the capacity to keep our nation healthy.Immigration: As the 112th Congress gets started, we need to continue urging members of Congress to reject the politics of division that have dominated the immigration debate and work together to find real solu-tions to fix our broken immigration system. We must stand together to reject federal and state proposals that further marginalize the immigrant community and instead work toward a fair and workable immigration system that restores the rule of law. Wealth-Building: Families have not recovered from mass foreclosures. Troubled borrowers continue to be shuffled into a dual-track system that processes loan modification papers while their foreclosure forms are signed off at a quicker pace. Many Americans still seek relief from unsustainable loans, a market rife with fraud, and blatant discrepancies. We have run out of time, and we hope that 2011 brings opportunities for creditworthy families to buy a home, better accountability measures for loan servicers, and a more effective foreclosure prevention strategy.About NOPA: The National Organization of Portuguese-Americans (NOPA) is a national non-profit, tax exempt organization that supports and works with communities and organizations to advocate for and em-power Portuguese-Americans. For more info, go to www.nopa-us.org.

NOPA Reacts to President Obama’s State of the Union

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Page 30: The Portuguese Tribune, February 1st 2011

California Chronicles

Ferreira Moreno

Contra Costa County was orga-nized and named in 1850, whe-reas the neighboring Alameda County was created in 1853, at

which time the vast acreage of Rancho San Ramon lay mostly within the Contra Cos-ta area. The Rancho was the property of Jose Maria Amador, (1794-1883), to whom the Governor Jose Figueroa had awarded it as a four-league land grant in the early 1830's.According to one source, (The Suburbs of San Francisco, 1969 Edition), Jose Ama-dor "was married three times, sired 28 chil dren and 1ived to be 86." He was born in San Francisco on December 18, 1794, one of eleven children of Sergeant Pedro Amador who had come to California from Mexico with the 1769 expedition led by Gaspar de Portola.Pedro Amador (1739-1824) was in com-mand of an exploring party which visited the southern part of Alameda County in 1795. In his report to Governor Diego de Borica, Pedro Amador used the name of Alameda (the first known official use of that designation) for the creek resembling a tree-lined roadway. (Historic Spots in California).When Mission San Jose was founded in 1797, Sergeant Pedro Amador was there as the leader of a small group of soldiers, who not only-witnessed the historic event, but also "erected temporary mission buildings in an enclosure and diverted water from the creek so it flowed through the plaza." (Philip Holmes, Two Centuries at Mission San Jose).It is not surprising, then, that Jose Ma-ria Amador would follow, on his father's footsteps and join the military. He served as a private in the San Francisco Company from 1810 to 1827. He took part in the

expedition of Luis Arguello to the Sacra-mento Valley in 1821 and went with Ga-briel Moraga to Fort Ross and Bodega that same year. He was stationed in the milita-ry guard at Sonoma from 1824 to 1827, the year he was discharged.In April 1840 Amador succeeded Jose de Jesus Vallejo as majordomo (administra-tor) of Mission San Jose, but resigned from that position a year later.Once Amador got settled down on his vast property, later known as Rancho San Ramon, he stocked it with great herds of cattle, sheep and horses and began manu-facturing soap, leather, saddles, blankets, shoes, harnesses and even wagons in the adobe workshops at his rancho, with the use of both Mexican and Native American labor. Around those adobes a town gradu-ally grew up, known until 1860 as Ama-dor Valley. The Amador's two-story adobe home served, for a time, as a wayside sta-tion and Amador himself soon became one of the local wealthiest rancheros.In 1848, when word of the gold disco-very at Sutter's Mill reached Rancho San Ramon, Amador decided to prospect for gold. at the American River. Assisted by

a number of Native American laborers, he established a mining camp. where he also functioned as a successful trader, selling cattle and provisions to nearby miners. Af-ter being at the mines for about nine mon-ths off and on, Amador 1eft for good early in 1849, and returned to his rancho. (Elliot Koeppel, The California Gold Country). However, Amador's name remained atta-ched to the Creek where he mined, later a settlement known as Amador City, which gave its name to the new county created in 1854 and called Amador County. Appa-rently the early successes of enterprising Amaor went sour. Facing financial straits, Amador gradually sold portions of his es-tate to various newcomers.I was unable to collect any further detailed information on Amador, except that onJuly 1877 he was being interviewed by Thomas Savage at San Andreas Ranch near Watsonville. (Lands of Promise & Despair, edited by Rose Beebe & Robert Senkewicz, 2001).In fact, as Savage described: "The old man was in great poverty on a ranch four anda half miles from Watsonville, under the care of his youngest daughter, who was

married and had many children. Nice things in the way of edibles were taken to the old gentleman and the children, and oc-casiona1ly a bottle of Old Bourbon to warm his heart. Even thou-gh Amador could not move much and had his 1eft side partial1y paralyzed, his mind seemed quite clear and his cheerfulness

under adversity was truly remarkable." (Testimonios, book edited by Beebe & Senkewicz and pub1ished in 2006).In closing, it should be noted that in prepa-ration for his "History of California",and in addition to having a good number of Spanish and Mexican-era documents copied or summarized, Hubert Howe Ban-croft (1832-1918) sent two members of his staff, Thomas Savage and Enrique Cerru-ti, to interview many old residents of Cali-fornia. Included in this group were scores of men and women who had lived in Cali-fornia, before the United States takeover in 1846.

Soldier, rancher, trader & miner

PALCUS Internship Program The PALCUS Internship Pro-gram, was established in 1994 to provide Portuguese-American students with work experience in their field of interest. Using its connections with government, ci-vil-society and business leaders, PALCUS helps these students find internships which will give them the experience needed for success in a future career. Since its inception, over 130 internship opportunities have been provided to university students.This program provides both undergraduate and graduate Portuguese-American students with the opportunity to obtain invaluable work and career expe-rience in government, business, and international organizations throughout the United States and Portugal.Recent internship positions have been offered at embassies, con-

sulate offices, U.S. senate and congres-sional offices, the PALCUS headquarters, large private compan ies , and other government a g e n c i e s . Some have also been placed at at-

torneys offices and businesses related to their field.Previous interns have been given positions in Washington D.C., and at the hometown offices of Congressmen such as Devin Nu-nes, Dennis Cardoza, Jim Costa, Patrick Kennedy, Barney Frank, Brian Bilbray, Lincoln Chafee, and George Radonovich. Some have interned at Portuguese con-sulates in Newark, New York City, San Francisco and Provi-dence. Others have interned at the Luso-American Development Foundation in Lisbon, as well as the U.S. Embassy in Lisbon. Interns receive a stipend to help cover their living expenses. Some of the internships also include travel and housing expenses.We are currently accepting appli-cations for the Summer of 2011. If you would like help finding a specific internship throughout the year, please contact us at [email protected].

Available Positions Office of Congressman Jim CostaLocation: Washington, D.C.Description: Answering telepho-ne calls, assisting constituents in obtaining information from va-rious state agencies, researching legislation, drafting responses to constituent inquiries, coordina-ting meetings and scheduling ite-ms, and attending district events. Office of LusoAmericano News-paperLocation: Newark, NJDescription: Answer telephones and respond to client's inquiries, input data into computer databa-se, assist handling corresponden-ce and work product, internal and external productions, attend local functions, and assisting journa-lists and staff. Consul Geral de Portugal em Boston Location: Boston, Masssachuset-ts for March 30 to June 11thDescription: Help organize the 2011 Festival events at the Con-sulate General of Portugal in Boston; take on responsibilities to design the BPf's web page (www.bostonportuguesefestival.org), catalogues and other prin-ted materials; Help plan festival's events and contribute to their success. Prefer Portuguese spe-

aking along with extensive expe-rience and skills in web design; microsoft office, microsoft excel. Work w/a team 20 hrs. per wk. Work closely w/Education and Cultural Department. Certicate of Completion will be issued. PALCUS Social Media ManagerLocation: Work from homeDescription: PALCUS is looking for someone to help manage our social media outlets - Facebook, Twitter, YouTube and Yahoo-Group mailing list. The job will entail researching relevant infor-mation to post to these outlets, responding to posts and help grow our following. Because this position is a work from home po-sition, we need someone who is extremely detail oriented, a self-starter and trustworthy. PALCUS Newsletter EditorLocation: Manassas, VA or work from homeDescription: PALCUS is in need of someone to help write it's mon-thly newsletter. This job entails collecting information about the organization's activities, member accomplishments, interviewing individuals and writing articles. Knowledge of the Constant Con-tact newsletter application is a plus. In addition to these specific po-sitions, many of the local Portu-

guese Consulates are accepting interns for the summer. Please send all applications with letters of recommendations to [email protected] or mail to: PALCUS9255 Center Street, Suite 404Manassas, VA 20110 Need and Intern?

Are you interested in having an intern work in your office for the summer or during the year? Providing internships to young Portuguese-Americans is an ex-cellent way to help our youth gain valuable real-world experience that will prepare them for a suc-cessful career.Please contact PALCUS with the details of any available internship positions you have in your office and we will help to find a student that is a fit for your team.Send your internship job descrip-tions to [email protected].

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COMUNIDADE

Santo Antão de Gustine

Matança em Sacramento

A matança em Sacramento seguiu todas as regras aprendidas nos Açores. Consoante a Ilha o porco é pendurado pela cabeça (Graciosa, Pico e Flores) ou pelos pés, nas restantes Ilhas

Realizou-se no Salão de Festa da Sociedade Portuguesa do Divino Espírito Santo em Sacramento nos dias 8 e 9 de Janeiro, a habitual matança de porco, que atrai muita gente que vive na área da capital da California.Esta tradição está enraizada na nossa comunidade e seria interessan-te saber-se quantas é que o fazem.Se os nossos avós vissem estes porcos de agora, perguntariam onde é que estava a gordura. Habituaram-se tanto a viver com ela, que fica-riam abismados em saber como é que hoje se criam porcos.

Esta festa de Santo Antão que se realiza sempre no dia 17 de Janeiro, dia do Santo Padoeiro dos animais, tem por ojectivo ajudar New Bethany, em Los Banos.Depois da missa da festa realizou-se a Procissão até ao Salão do GPS, onde se ofereceu o jantar de sopas e carne a todos os presentes. A Banda de Tracy abrilhantou a Procissão

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Comissão da festa

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