tese phd set2008

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To climb steep hills requires slow pace at first. William Shakespeare. iii

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Tese

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  • To climb steep hills requires slow pace at first.

    William Shakespeare.

    iii

  • iv

  • v

    Ao Amigo,

    Prof. Tavares de Oliveira.

  • vi

  • AGRADECIMENTOS

    Ao longo deste trabalho, iniciado em Outubro de 2004, contei com a ajuda e

    colaborao de diversas pessoas que, atravs da sua confiana, apoio e incentivo, me

    ajudaram a concluir este projecto com um final feliz.

    Assim, gostaria de comear por agradecer aos meus orientadores, Professor Doutor

    Pedro Saraiva e Professor Doutor Antnio Guimares Rodrigues, por toda a motivao

    e esprito de profissionalismo que me incutiram, bem como por toda a amizade com que

    me brindaram ao longo destes ltimos quatro anos.

    De seguida, gostaria de agradecer aos amigos e colegas Ana Cristina Braga e Lino

    Costa do Departamento de Produo e Sistemas (EENG/UM), pelas suas palavras de

    incentivo, motivao e ajuda. Foram certamente as pessoas que, depois dos meus

    orientadores, mais de perto me acompanharam durante este perodo.

    Universidade do Minho, em especial ao Departamento de Produo e Sistemas,

    agradeo por me ter fornecido as melhores condies para a realizao da minha Tese

    de Doutoramento e por toda a formao e informao que me tem proporcionado desde

    o tempo da minha licenciatura.

    Associao Portuguesa de Certificao, a minha primeira entidade empregadora ps-

    licenciatura, gostaria de agradecer toda a colaborao prestada, sem a qual no teria sido

    possvel este trabalho.

    Ao Marco Seabra e Patrcia Moura e S, da Universidade de Coimbra, reconheo e

    agradeo toda a ajuda e colaborao.

    Aos amigos Accio Costa (Departamento de Produo e Sistemas), e Hermano Correia

    (Associao Portuguesa de Certificao), o meu muito obrigado por todos os conselhos

    e recomendaes.

    vii

  • Presto ainda o meu agradecimento a todas as empresas que participaram neste projecto,

    em especial s que permitiram a realizao dos casos de estudo, pela disponibilidade e

    colaborao.

    Quero agradecer ainda Fundao para a Cincia e Tecnologia pelo apoio financeiro

    cedido para a realizao desta Tese de Doutoramento, no mbito da bolsa

    SFRH/BD/16032/2004.

    viii

  • RESUMO

    A implementao e certificao de sistemas de gesto da qualidade segundo a norma

    ISO 9001 , hoje em dia, um aspecto de extrema importncia para a realidade de um

    nmero significativo de organizaes a nvel mundial. A comprovar este facto, pode-se

    verificar a evoluo do nmero de certificados ISO 9001 anualmente emitidos em todo

    o mundo e constatar que a tendncia tem sido de claro crescimento. Segundo os dados

    mais recentes, existem no mundo 897.866 organizaes com sistemas de gesto da

    qualidade certificados segundo a norma ISO 9001, sendo a Europa, por razes

    histricas, responsvel pela maior percentagem de empresas certificadas (46,24%),

    seguida pela sia, responsvel por 33,51% dos certificados ISO 9001 mundialmente

    emitidos.

    Analisando, em retrospectiva, a evoluo do nmero de empresas certificadas pela

    norma ISO 9001 nos ltimos anos, aparentemente, regista-se uma tendncia para

    estabilizar na vizinhana dos valores actuais, permitindo-nos avanar com a tese de que,

    caso as condies actuais se mantenham at publicao da nova verso da norma, que

    est prevista para 2009/2010, o comportamento das curvas evolutivas nas diferentes

    regies do globo no sofrer alteraes significativas. Por um lado, face a esta

    estabilizao do mercado e, por outro, face necessidade cada vez mais emergente da

    realizao de estudos cientficos aprofundados e detalhados em torno das normas ISO

    9000, esta tese de doutoramento pretende dar um contributo significativo nesta rea de

    investigao.

    Como ponto de partida, a reviso bibliogrfica efectuada teve como principal objectivo

    fazer o levantamento de todas as questes abordadas pela literatura cientfica

    relacionada com as normas ISO 9000 e, a partir da caracterizao do estado arte,

    formular e identificar as reas para as quais ainda no h respostas ou onde, apesar de j

    existirem, as mesmas so de natureza contraditria.

    Na segunda parte da tese, comeou-se por efectuar um conjunto de anlises estatsticas

    qualitativas e quantitativas, com base nas quais se pretendeu relacionar o nmero de

    ix

  • empresas certificadas pela norma ISO 9001 de determinado pas ou regio com diversas

    outras variveis, bem como efectuar uma primeira abordagem anlise das curvas

    evolutivas nos diferentes pases com entidades certificadas, anlise essa que estaria na

    base do captulo dedicado modelao do fenmeno ISO 9000.

    Outro dos contributos desta tese prende-se com a modelao matemtica do fenmeno

    ISO 9000. Atravs do trabalho desenvolvido pretendeu-se caracterizar a evoluo da

    certificao nos diferentes pases, bem como efectuar previses de curto e mdio prazo

    sobre como poder evoluir o mercado da certificao ISO 9001. Nesta rea

    desenvolveu-se tambm um modelo que permite prever a evoluo do nmero absoluto

    de certificados a nvel mundial.

    A identificao das motivaes segundo as quais as organizaes avanam para a

    implementao e certificao de um sistema de gesto da qualidade uma questo

    amplamente explorada na literatura cientfica. Contudo, esta tese pretendeu abordar essa

    temtica sob a perspectiva de um problema de classificao. Nesse sentido,

    desenvolveram-se metodologias de classificao, modelos matemticos e regras

    heursticas de classificao, que permitem categorizar as empresas certificadas em

    funo da motivao predominante, usando para o efeito perfis dos respectivos

    relatrios de auditoria.

    A anlise do impacte da implementao e certificao de sistemas de gesto da

    qualidade segundo a norma ISO 9001 no desempenho econmico-financeiro das

    organizaes uma questo amplamente analisada na literatura cientfica, mas sem

    respostas definitivas, sendo as concluses, em diversos trabalhos publicados,

    contraditrias. Uma das concluses interessantes deste captulo, e que vai ao encontro

    das concluses de outros trabalhos publicados, que o tipo de motivao predominante

    para a implementao e certificao do sistema uma varivel importante e vital no

    impacte do mesmo no desempenho financeiro das empresas. Como se poder verificar

    posteriormente, conclumos que nas empresas que apresentam motivaes internas

    como predominantes verificam-se melhores desempenhos nos indicadores financeiros

    analisados do que nas empresas com motivaes externas.

    Palavras-Chave: ISO 9000; Certificao; Sistemas de Gesto da Qualidade

    x

  • ABSTRACT

    Quality management systems implementation and certification according to the ISO

    9001 standard is a worldwide phenomenon, extremely important for a significant

    number of companies and entities. According to the last data available, in December of

    2007 there were 897.866 ISO 9001 certified entities in the world. Namely for historical

    reasons, the European continent does present the highest number of certified companies

    (46.24%), followed by the Far East region, with 33.51%.

    Using this scenario as a general background, this PhD thesis tries to identify and clarify

    some ISO 9001 issues previously addressed in the open literature, and give answers and

    insights to questions that were not analyzed previously.

    An exhaustive literature review was carried out, and allowed us to identify a group of

    issues that ISO 9001 research studies have tried to address in the past, as well as the

    most commonly used methodologies employed and main conclusions reached so far by

    the different authors. Then, using such a state-of-the-art as a starting point, we point out

    a number of questions that seem to be relevant but have not been so far addressed in the

    open literature, at least in terms of coming up with clear and precise answers, as well as

    others that were positioned at the core of our work.

    We have performed both qualitative and quantitative statistical analysis of ISO 9001

    certification data, in order to identify important relationships between the number of

    ISO 9001 certified entities in any given country or region and some other relevant

    features. For that purpose we have also analyzed the ISO 9001 certification longitudinal

    evolution in the different countries.

    For prediction of the world overall number of ISO 9001 certificates, we have developed

    a prevision model which allows us to forecast the evolution of the number of ISO 9001

    certified entities in the world. We have also derived specific statistical models to

    forecast the evolution of the number of entities certified in a given country across the

    forthcoming years. Furthermore, we also tried to derive a general forecasting model,

    xi

  • able to be applied to particular clusters of countries, presenting similar evolution

    patterns.

    Issues related to ISO 9001 certification motivations were already deeply analyzed in the

    open literature. Companies become certified according to two main motivations: 1)

    internal motivations and 2) external motivations. Internal motivations are related with

    organizational improvement goals, while external ones are mainly related with

    promotional and marketing issues. Based on this categorization, we have developed

    statistical models and classification algorithms in order to predict what were the kinds

    of predominant motivations from the contents of the corresponding companies audit

    reports. For that purpose, we have examined in detail the contents of 100 of such

    reports.

    A number of studies have also been carried out that try to relate the impact of quality

    management practices over organizational performance. The majority of them do

    conclude that there is a positive relationship between the implementation of quality

    management practices and organizational performance improvement. However, when

    we look closer into the relationships between quality management systems

    implementation and companies financial performance, results of a contradictory nature

    are reported. Some authors conclude that there is a positive relationship between ISO

    9001 certification and companies financial improvement, but others do not find

    evidence to support such a relationship. We have conducted six case studies, in order to

    analyze the ISO 9001 impact over companies financial performance. Our main goal

    here was to reconstruct the economic-financial companies history with the aim of

    identifying the benefits and costs directly related to their quality management systems

    implementation and certification. There seems to be a strong relationship between the

    companies certification motivations and resulting benefits. When firms are reacting to

    external pressure, they may face ISO 9001 certification as the prime objective and adopt

    a minimalist approach to achieve it. Such firms obtain ISO 9001 certification, but they

    may not fully value quality management systems, and thus may achieve only limited

    benefits.

    Keywords: ISO 9000; Certification; Quality Management Systems

    xii

  • NDICE GERAL

    AGRADECIMENTOS .................................................................................................vii

    RESUMO ........................................................................................................................ ix

    ABSTRACT.................................................................................................................... xi

    NDICE GERAL..........................................................................................................xiii

    NDICE DE FIGURAS ............................................................................................... xix

    NDICE DE TABELAS.............................................................................................. xxv

    GLOSSRIO.............................................................................................................. xxix

    INTRODUO............................................................................................................... 1

    MOTIVAO................................................................................................................. 1

    ESTRUTURA DA TESE................................................................................................ 4

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.......................................................................... 6

    PARTE I ESTADO DA ARTE E OBJECTIVOS..................................................... 9

    CAPTULO 1 A CERTIFICAO DE SISTEMAS DE GESTO DA

    QUALIDADE DE ACORDO COM A NORMA ISO 9001....................................... 11

    1.1 INTRODUO........................................................................................................ 11

    1.2 BREVE HISTRIA DAS NORMAS ISO 9000 ...................................................... 14

    1.3 AS NORMAS DA SRIE ISO 9000:2000............................................................... 17

    1.4 A CERTIFICAO ISO 9001:2000 EM PORTUGAL........................................... 21

    1.5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 24

    CAPTULO 2 TRABALHOS DE INVESTIGAO CENTRADOS NAS

    NORMAS ISO 9000...................................................................................................... 25

    2.1 INTRODUO........................................................................................................ 25

    2.2 EVOLUO QUANTITATIVA DA CERTIFICAO ISO 9001........................ 29

    2.3 CERTIFICAO ISO 9001: MOTIVAES E BENEFCIOS, BARREIRAS E

    OBSTCULOS .............................................................................................................. 33

    2.3.1 Motivaes para a certificao ISO 9001 .......................................................... 33

    xiii

  • 2.3.2 Benefcios resultantes da certificao ISO 9001................................................36

    2.3.3 Relao entre as motivaes e os benefcios da certificao ISO 9001.............39

    2.3.4 Barreiras e obstculos certificao ISO 9001..................................................41

    2.4 IMPACTE NO DESEMPENHO ORGANIZACIONAL..........................................43

    2.5 ISO 9001 E TQM: COMPLEMENTARES OU INDEPENDENTES? ....................54

    2.6 CONCLUSES.........................................................................................................56

    2.7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS......................................................................58

    CAPTULO 3 QUESTES EM ABERTO E OBJECTIVOS DA

    INVESTIGAO EFECTUADA................................................................................69

    PARTE II CONTRIBUTOS E RESPOSTAS DECORRENTES DA

    INVESTIGAO CONDUZIDA ................................................................................73

    CAPTULO 4 O FENMENO ISO 9000: ANLISES QUALITATIVAS E

    QUANTITATIVAS .......................................................................................................75

    4.1 INTRODUO ........................................................................................................75

    4.2 A CERTIFICAO ISO 9001 NO MUNDO...........................................................76

    4.2.1 Evoluo da certificao ISO 9001 no mundo...................................................81

    4.2.1.1 Anlise do nmero de certificados ISO 9001 por 1000 habitantes .............81

    4.2.1.2 Anlise em base percentual (% ISO 9000)..................................................87

    4.2.2 A certificao ISO 9001 e o desenvolvimento econmico dos pases ...............88

    4.3 A CERTIFICAO ISO 9001 NA UNIO EUROPEIA........................................89

    4.3.1 A certificao ISO 9001: relao per capita versus relao percentual .............91

    4.3.2 A certificao ISO 9001 e o nvel de competitividade dos pases .....................92

    4.3.2.1 Anlise em base percentual .........................................................................92

    4.3.2.2 Anlise em base per capita ..........................................................................93

    4.3.3 A certificao ISO 9001 e os investimentos em I&D ........................................94

    4.3.4 A certificao ISO 9001 e a dimenso das empresas.........................................95

    4.3.5 A certificao ISO 9001 e as empresas com actividades de inovao...............98

    4.3.6 A certificao ISO 9001 e os sectores de actividade .......................................100

    4.3.7 A certificao ISO 9001 e o desenvolvimento econmico dos pases .............103

    4.3.8 A certificao ISO 9001 e o modelo de excelncia da EFQM.........................104

    4.3.9 Evoluo da certificao ISO 9001 na Unio Europeia...................................107

    xiv

  • 4.3.9.1 Anlise em base per capita........................................................................ 107

    4.3.9.2 Anlise em base percentual....................................................................... 111

    4.4 A CERTIFICAO ISO 9001 NAS REGIES ULTRAPERIFRICAS............. 112

    4.4.1 A certificao ISO 9001 e o desenvolvimento econmico das regies ........... 113

    4.4.2 A certificao ISO 9001: relao per capita versus percentual ....................... 114

    4.4.3 A certificao ISO 9001 e a dimenso das empresas ...................................... 115

    4.4.4 Evoluo da certificao ISO 9001 nas Regies Ultraperifricas ................... 117

    4.4.4.1 Anlise em base per capita........................................................................ 117

    4.4.4.2 Anlise em base percentual....................................................................... 119

    4.5 A CERTIFICAO ISO 9001 EM PORTUGAL.................................................. 120

    4.5.1 A certificao ISO 9001: relao per capita versus percentual ....................... 120

    4.5.2 A certificao ISO 9001 e os sectores de actividade ....................................... 121

    4.5.3 A certificao ISO 9001 e os investimentos em I&D...................................... 125

    4.5.4 A certificao ISO 9001 e a dimenso das empresas ...................................... 126

    4.5.5 A certificao ISO 9001 e o Vol. de Negcios das regies Portuguesas......... 129

    4.5.6 A certificao ISO 9001 e o Vol. de Exportaes das regies Portuguesas.... 130

    4.5.7 A certificao ISO 9001 e o desenvolvimento econmicos das regies

    Portuguesas ............................................................................................................... 131

    4.5.8 Evoluo da certificao ISO 9001 nas regies Portuguesas .......................... 131

    4.6 CONCLUSES ...................................................................................................... 134

    4.7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................... 136

    CAPTULO 5 MODELAO DO FENMENO ISO 9000 ............................... 139

    5.1 INTRODUO...................................................................................................... 139

    5.2 ANLISE DE CLUSTERS ..................................................................................... 143

    5.2.1 Medidas de proximidade.................................................................................. 146

    5.2.2 Mtodos de anlise de clusters ........................................................................ 150

    5.2.3 Resultados da anlise de clusters..................................................................... 153

    5.3 MODELAO....................................................................................................... 158

    5.3.1 Regresso linear mltipla................................................................................. 158

    5.3.1.1 Mtodos de seleco de variveis na regresso mltipla.......................... 162

    5.3.1.2 Mtodos para validao do modelo de regresso ..................................... 164

    5.3.2 Desenvolvimento dos modelos de regresso ................................................... 167

    5.3.2.1 Anlise Univariada ................................................................................... 168

    xv

  • 5.3.2.2 Cluster 1 Desenvolvimento do Modelo .................................................169

    5.3.2.3 Cluster 2 Desenvolvimento do Modelo .................................................174

    5.3.2.4 Cluster 3 Desenvolvimento do Modelo .................................................178

    5.3.3 Validao dos modelos.....................................................................................182

    5.3.4 Validao dos modelos desenvolvidos com dados referentes a 2006..............189

    5.3.5 Curvas evolutivas no perodo de 1993 a 2006 .................................................192

    5.3.6 Modelo para caracterizar a evoluo da certificao ISO 9001 no mundo......195

    5.4 CONCLUSES.......................................................................................................202

    5.5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS....................................................................203

    CAPTULO 6 ANLISE DE RELATRIOS DE AUDITORIA A SISTEMAS

    DE GESTO DA QUALIDADE CERTIFICADOS SEGUNDO A NORMA ISO

    9001 E ABORDAGEM DAS MOTIVAES DA CERTIFICAO ENQUANTO

    PROBLEMA DE CLASSIFICAO .......................................................................207

    6.1 INTRODUO ......................................................................................................207

    6.2 REGRESSO LOGSTICA ...................................................................................209

    6.2.1 Introduo.........................................................................................................209

    6.2.2 Modelo de Regresso Logstica Binria...........................................................210

    6.2.2.1 Ajuste do Modelo de Regresso Logstica................................................213

    6.2.2.2 Anlise da Significncia dos Coeficientes Estimados...............................214

    6.2.2.3 Interpretao dos Coeficientes de um Modelo de Regresso Logstica....216

    6.2.2.4 Estratgia para a Construo do Modelo Seleco de Variveis ...........218

    6.3 AVALIAO DA PERFORMANCE DO MODELO CURVAS ROC .............223

    6.3.1 Metodologia No Paramtrica para Comparao de Curvas ROC ..................224

    6.4 TRABALHO DESENVOLVIDO...........................................................................230

    6.4.1 Anlise Estatstica dos Relatrios de Auditoria ...............................................230

    6.4.1.1 Nmero de NC por Clusula da Norma ISO 9001....................................231

    6.4.1.2 Nmero de NC por captulo da Norma ISO 9001.....................................232

    6.4.1.3 Clusulas com maior nmero de NC por captulo da Norma ISO 9001 ...233

    6.4.1.4 Nmero mdio de NC por Sector de Actividade (EAC)...........................234

    6.4.1.5 Nmero mdio de NC por tipo de empresa...............................................235

    6.4.1.6 Nmero mdio de NC por auditor e por auditoria ....................................235

    6.4.1.7 Distribuio do nmero de NC por entidade auditada ..............................236

    6.4.2 Classificador.....................................................................................................236

    xvi

  • 6.4.2.1 Recolha de informao ............................................................................. 238

    6.4.2.2 Desenvolvimento do Modelo de Classificao............................................. 241

    6.4.2.3 Avaliao dos Modelos de Classificao Desenvolvidos......................... 252

    6.4.2.4 Desenvolvimento do Classificador ........................................................... 255

    6.5 CONCLUSES ...................................................................................................... 268

    6.6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................... 268

    CAPTULO 7 IMPACTE ECONMICO DA IMPLEMENTAO E

    CERTIFICAO DE SISTEMAS DE GESTO DA QUALIDADE NAS

    ORGANIZAES...................................................................................................... 273

    7.1 INTRODUO...................................................................................................... 273

    7.2 DEFINIO DOS INDICADORES A ANALISAR............................................. 277

    7.3 DEFINIO DOS GRUPOS DE ESTUDO.......................................................... 278

    7.3.1 Ranking das Melhores Empresas da Revista Exame ....................................... 279

    7.4 ANLISE EVOLUTIVA DOS INDICADORES .................................................. 280

    7.4.1 Produtividade ................................................................................................... 281

    7.4.2 Resultados operacionais sobre Activo ............................................................. 282

    7.4.3 Resultados operacionais sobre Vendas ............................................................ 282

    7.4.4 Resultados operacionais, Volume de Vendas e Activo ................................... 283

    7.5 ANLISE ESTATSTICA..................................................................................... 284

    7.5.1 Anlise estatstica univariada........................................................................... 287

    7.5.1.1 Teste de Wilcoxon-Mann-Whitney............................................................ 287

    7.5.1.2 Teste Exacto de Fisher para Tabelas de Contingncia 2 x 2 .................... 289

    7.5.1.3 Teste de hipteses para mdias provenientes de duas distribuies normais

    e varincias desconhecidas ................................................................................... 291

    7.5.2 Resultados obtidos na anlise estatstica univariada........................................ 293

    7.5.3 Anlise estatstica multivariada ....................................................................... 300

    7.5.3.1 Comparao entre dois vectores de mdias quando a matriz de

    varincia/covarincia desconhecida................................................................... 300

    7.5.4 Resultados obtidos na anlise estatstica multivariada .................................... 306

    7.6 CASOS DE ESTUDO ............................................................................................ 314

    7.6.1 Empresa A........................................................................................................ 317

    7.6.1.1 Anlise Qualitativa ................................................................................... 317

    7.6.1.2 Anlise Quantitativa ................................................................................. 319

    xvii

  • xviii

    7.6.2 Empresa B ........................................................................................................321

    7.6.2.1 Anlise Qualitativa....................................................................................321

    7.6.2.2 Anlise Quantitativa..................................................................................323

    7.6.3 Empresa C ........................................................................................................325

    7.6.3.1 Anlise Qualitativa....................................................................................325

    7.6.3.2 Anlise Quantitativa..................................................................................328

    7.6.4 Empresa D........................................................................................................329

    7.6.4.1 Anlise Qualitativa....................................................................................329

    7.6.4.2 Anlise Quantitativa..................................................................................332

    7.6.5 Empresa E ........................................................................................................334

    7.6.5.1 Anlise Qualitativa....................................................................................334

    7.6.5.2 Anlise Quantitativa..................................................................................337

    7.6.6 Empresa F.........................................................................................................338

    7.6.6.1 Anlise Qualitativa....................................................................................338

    7.6.6.2 Anlise Quantitativa..................................................................................341

    7.7 CONCLUSES.......................................................................................................343

    7.8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS....................................................................346

    CAPTULO 8 CONCLUSES E SUGESTES DE TRABALHO FUTURO ..349

  • NDICE DE FIGURAS

    Figura 1.1 Fluxograma do processo de certificao de um sistema de gesto da

    qualidade......................................................................................................................... 13

    Figura 1.2 Modelo de um sistema de gesto da qualidade baseado em processos. ..... 20

    Figura 1.3 Evoluo mundial do nmero de certificados ISO 9001 emitidos. ............ 22

    Figura 1.4 Evoluo do nmero de certificados ISO 9001 emitidos em Portugal....... 22

    Figura 2.1 Principais questes identificadas a partir da reviso bibliogrfica............. 26

    Figura 2.2 Evoluo do nmero de empresas certificadas em Itlia: percentagem de

    empresas certificadas (Franceschini et al. 2004). ........................................................... 31

    Figura 2.3 Impacte das prticas de gesto da qualidade sobre o desempenho das

    empresas (Garvin , 1984, citado em Sousa e Voss, 2002).............................................. 45

    Figura 4.1 Evoluo mundial do nmero de certificados ISO 9001 emitidos. ............ 76

    Figura 4.2 Evoluo mundial do nmero de pases com entidades certificadas pela

    norma ISO 9001.............................................................................................................. 77

    Figura 4.3 Categorizao de acordo com os valores ISO 9000pc para os diferentes

    pases............................................................................................................................... 82

    Figura 4.4 ISO 9000pc (2004) > 1,00.......................................................................... 83

    Figura 4.5 0,5

  • Figura 4.14 ISO 9000pc versus ndice IMD. ...............................................................93

    Figura 4.15 % ISO 9000 versus %PIB investido em I&D. ..........................................94

    Figura 4.16 Percentagem de empresas com 10 ou mais colaboradores. ......................95

    Figura 4.17 Relao entre rcios da Equao (4.1)......................................................96

    Figura 4.18 Anlise per capita......................................................................................99

    Figura 4.19 Anlise percentual.....................................................................................99

    Figura 4.20 Percentagem de empresas por Sector de Actividade na UE. ..................101

    Figura 4.21 Relao entre rcios das Equaes (4.2) e (4.3). ....................................102

    Figura 4.22 ISO 9000pc versus GNIpc. .....................................................................104

    Figura 4.23 Certificao ISO 9001 e Modelo de Excelncia da EFQM (empresas

    finalistas do EQA). ........................................................................................................105

    Figura 4.24 Certificao ISO 9001 e o Modelo de Excelncia da EFQM (empresas

    premiadas no EQA). ......................................................................................................106

    Figura 4.25 Evoluo ISO 9000pc na UE entre 1993 e 2004. ...................................107

    Figura 4.26 Evoluo mdia ISO 9000pc na UE e em Portugal para o perodo de 1993

    a 2005. ...........................................................................................................................108

    Figura 4.27 Pases com ISO 9000pc (2004) > 1,00. ..................................................109

    Figura 4.28 Pases com 0,50 < ISO 9000pc (2004) < 1,00. .......................................109

    Figura 4.29 Pases com ISO 9000pc (2004) < 0,50. ..................................................110

    Figura 4.30 Evoluo da percentagem mdia de empresas certificadas pela norma ISO

    9001...............................................................................................................................112

    Figura 4.31 Anlise da certificao ISO 9001 versus desenvolvimento econmico. 113

    Figura 4.32 Relao ISO 9000pc versus % ISO 9000. ..............................................114

    Figura 4.33 Relao entre rcios da Equao (4.4)....................................................116

    Figura 4.34 Evoluo de ISO 9000pc para o perodo de 1993 a 2004.......................117

    Figura 4.35 Evoluo de ISO 9000pc entre 2000 e 2005...........................................118

    Figura 4.36 Evoluo da % ISO 9000 entre 2000 e 2005. .........................................119

    Figura 4.37 ISO 9000pc versus % ISO 9000. ............................................................120

    Figura 4.38 Sectores de Actividade nas regies Portuguesas. ...................................122

    Figura 4.39 Relao entre rcios das Equaes (4.5) e (4.6). ....................................123

    Figura 4.40 Percentagem de empresas certificadas por sector de actividade nas regies

    NUT II. ..........................................................................................................................124

    Figura 4.41 Relao ISO 9000pc versus Despesa I&D pc.........................................125

    Figura 4.42 Percentagem de empresas por regio NUT II. ........................................126

    xx

  • Figura 4.43 Relao entre rcios da Equao (4.7). .................................................. 127

    Figura 4.44 Relao ISO 9000pc versus Volume Negcios per capita. .................... 129

    Figura 4.45 Relao ISO 9000pc versus Exportaes per capita. ............................. 130

    Figura 4.46 Relao entre ISO 9000pc e % ISO 9000 versus GDPpc. ..................... 131

    Figura 4.47 Evoluo ISO 9000pc nas regies NUT II (1996-2005) e de Portugal

    (1993-2005). ................................................................................................................. 132

    Figura 4.48 Evoluo % ISO 9000 nas regies NUT II (1996-2005) e Portugal (1993-

    2005). ............................................................................................................................ 133

    Figura 5.1 Disperso dos pases que constam do ISO Survey (2005) em termos de ISO

    9000pc........................................................................................................................... 142

    Figura 5.2 Tipos de clusters tendo em conta os aspectos de coeso interna e/ou

    isolamento externo........................................................................................................ 145

    Figura 5.3 Fases de uma anlise de clusters. ............................................................. 146

    Figura 5.4 Evoluo do indicador ISO 9000pc nos pases do Cluster 1. .................. 154

    Figura 5.5 Evoluo do indicador ISO 9000pc nos pases do Cluster 2. .................. 155

    Figura 5.6 Evoluo do indicador ISO 9000pc para Chipre, Malta e Eslovnia. ...... 156

    Figura 5.7 Evoluo do indicador ISO 9000pc nos pases do Cluster 3. .................. 156

    Figura 5.8 Evoluo do indicador ISO 9000pc nos pases anglo-saxnicos

    pertencentes ao Cluster 3. ............................................................................................. 157

    Figura 5.9 Mtodo regressivo .................................................................................... 164

    Figura 5.10 ISO 9000pc versus GNIpc...................................................................... 167

    Figura 5.11 Modelo 1: homogeneidade da varincia dos resduos............................ 171

    Figura 5.12 Modelo 1: distribuio dos resduos....................................................... 171

    Figura 5.13 Modelo 1: teste normalidade dos resduos. ......................................... 173

    Figura 5.14 Modelo 2: homogeneidade da varincia dos resduos............................ 175

    Figura 5.15 Modelo 2: distribuio dos resduos....................................................... 176

    Figura 5.16 Modelo 2: teste normalidade dos resduos. ......................................... 177

    Figura 5.17 Modelo 3: homogeneidade da varincia dos resduos............................ 180

    Figura 5.18 Modelo 3: distribuio dos resduos....................................................... 180

    Figura 5.19 Modelo 3: teste normalidade dos resduos. ......................................... 181

    Figura 5.20 Cluster 1: representao grfica dos intervalos de previso. ................. 185

    Figura 5.21 Cluster 1: valores observados versus valores previstos (Dez. 2005). .... 186

    Figura 5.22 Cluster 2: valores observados versus valores previstos (Dez. 2005). .... 188

    xxi

  • Figura 5.23 Cluster 3: valores observados versus valores previstos (Dez. 2005)......189

    Figura 5.24 Cluster 1: valores previstos versus valores observados (Dez. 2006)......190

    Figura 5.25 Cluster 2: valores previstos versus valores observados (Dez. 2006)......191

    Figura 5.26 Cluster 3: valores previstos versus valores observados (Dez. 2006)......192

    Figura 5.27 Cluster 1: evoluo de 1993 a 2006........................................................193

    Figura 5.28 Cluster 2: evoluo de 1993 a 2006........................................................194

    Figura 5.29 Cluster 3: evoluo de 1993 a 2006........................................................195

    Figura 5.30 Evoluo do nmero de certificados ISO 9001 em termos mundiais.....196

    Figura 5.31 Passado, presente e futuro do nmero de certificados ISO 9001 no mundo.

    .......................................................................................................................................200

    Figura 6.1 Comparao baseada em rectas de amostragem.......................................225

    Figura 6.2 rea parcial entre curvas ROC .................................................................228

    Figura 6.3 Nmero de NC por Clusula da norma ISO 9001. ...................................231

    Figura 6.4 NC por Captulo da Norma. ......................................................................232

    Figura 6.5 Distribuio das NC por entidade auditada. .............................................236

    Figura 6.6 Esquema do Classificador.........................................................................237

    Figura 6.7 Pirmide Populacional das probabilidades estimadas (Modelo 1). ..........245

    Figura 6.8 Curva ROC para o Modelo 1. ...................................................................246

    Figura 6.9 Pirmide Populacional das probabilidades estimadas (Modelo 2). ..........249

    Figura 6.10 Curva ROC para o Modelo 2. .................................................................250

    Figura 6.11 Curvas ROC dos diferentes modelos desenvolvidos. .............................252

    Figura 6.12 Pirmide Populacional do Modelo 1 sem a varivel x1..........................257

    Figura 6.13 Curva ROC do Modelo 1 sem a varivel x1...........................................257

    Figura 6.14 Relaes entre as diferentes variveis xi. ................................................261

    Figura 6.15 Relaes entre a varivel x2 e as motivaes. ........................................262

    Figura 6.16 rvore de Classificao com x1. ............................................................264

    Figura 6.17 rvore de Classificao sem x1..............................................................266

    Figura 7.1 Anlise evolutiva da Produtividade (2003 - 2005). ..................................281

    Figura 7.2 Anlise evolutiva do rcio RO/A (2003 - 2005).......................................282

    Figura 7.3 Anlise evolutiva do rcio RO/V (2003 - 2005).......................................282

    Figura 7.4 Anlise evolutiva de diversos indicadores (2003 - 2005).........................283

    xxii

  • Figura 7.5 Intervalos de confiana (a 95% de grau de confiana) para os valores

    mdios de cada uma das variveis. ............................................................................... 295

    Figura 7.6 Distribuio das observaes da varivel RO/A nas empresas do ranking

    da Exame....................................................................................................................... 297

    Figura 7.7 Distribuio das observaes da varivel CV para as empresas do ranking

    da Exame....................................................................................................................... 299

    Figura 7.8 Empresa A: projeces dos Resultados Operacionais.............................. 319

    Figura 7.9 Empresa A: previso do diferencial de Resultados Operacionais. ........... 320

    Figura 7.10 Empresa B: projeces de Resultados Operacionais.............................. 323

    Figura 7.11 Empresa B: previso do diferencial de Resultados Operacionais. ......... 324

    Figura 7.12 Empresa C: projeces de Resultados Operacionais.............................. 328

    Figura 7.13 Empresa C: previso do diferencial de Resultados Operacionais. ......... 329

    Figura 7.14 Empresa D: projeces de Resultados Operacionais. ............................ 332

    Figura 7.15 Empresa D: previso do diferencial de Resultados Operacionais. ......... 333

    Figura 7.16 Empresa E: projeces de Resultados Operacionais. ............................. 337

    Figura 7.17 Empresa E: previso do diferencial de Resultados Operacionais. ......... 338

    Figura 7.18 Empresa F: projeces de Resultados Operacionais. ............................. 341

    Figura 7.19 Empresa F: previso do diferencial de Resultados Operacionais........... 342

    xxiii

  • xxiv

  • NDICE DE TABELAS

    Tabela 1.1 Nmero de certificados emitidos em Portugal no ano de 2006 ................. 23

    Tabela 2.1 - Principais publicaes cientficas publicadas no mbito das normas ISO

    9000, agrupadas por metodologia de trabalho adoptada................................................. 28

    Tabela 2.2 Benefcios mais comuns resultantes da certificao ISO 9001. ................ 37

    Tabela 4.1 Top 30 de pases em funo do nmero absoluto de certificados ISO 9001

    emitidos (valores a 31 de Dezembro de 2004). .............................................................. 78

    Tabela 4.2 Top 30 em funo de ISO 9000pc em 2004. ............................................. 80

    Tabela 4.3 Top 10 de valores ISO 9001 e valores ISO 9000pc em 2004. ................... 81

    Tabela 4.4 Pases da UE agrupados por categoria de valores de ISO 9000pc............. 97

    Tabela 4.5 Pases da UE agrupados por categoria de valores de ISO 9000pc........... 102

    Tabela 4.6 Valores de ISO 9000pc para as regies ultraperifricas da UE. .............. 116

    Tabela 4.7 ISO 9000pc nas regies NUT II............................................................... 123

    Tabela 4.8 ISO 9000pc nas regies NUT II............................................................... 127

    Tabela 5.1 Descrio das variveis em estudo. ......................................................... 168

    Tabela 5.2 Modelos de regresso linear univaridados. .............................................. 169

    Tabela 5.3 Modelo desenvolvido para o Cluster 1. ................................................... 170

    Tabela 5.4 Anlise da linearidade do modelo............................................................ 170

    Tabela 5.5 Modelo desenvolvido para o Cluster 2. ................................................... 174

    Tabela 5.6 Anlise da linearidade do modelo............................................................ 175

    Tabela 5.7 Anlise colinearidade entre as variveis explanatrias. ........................ 177

    Tabela 5.8 Modelo desenvolvido para o Cluster 3. ................................................... 178

    Tabela 5.9 Anlise da linearidade do modelo............................................................ 179

    Tabela 5.10 Anlise colinearidade entre as variveis explanatrias. ...................... 182

    Tabela 5.11 Resultados da validao dos modelos.................................................... 183

    Tabela 5.12 Cluster 1: intervalos de previso............................................................ 185

    Tabela 5.13 Cluster 2: intervalos de previso............................................................ 187

    Tabela 5.14 Cluster 3: intervalos de previso............................................................ 188

    xxv

  • Tabela 5.15 Valor do parmetro do modelo...............................................................198

    Tabela 5.16 Estatsticas da qualidade do modelo.......................................................199

    Tabela 5.17 Resultados obtidos com o modelo definido em (5.5). ............................199

    Tabela 5.18 Comparao entre os valores previstos por Saraiva e Duarte (2003) e pelo

    modelo desenvolvido.....................................................................................................201

    Tabela 6.1 Caractersticas dos diferentes mtodos de anlise....................................210

    Tabela 6.2 Valores do Modelo de Regresso Logstica com varivel de resposta

    dicotmica .....................................................................................................................217

    Tabela 6.3 Clusulas com maior nmero de NC por captulo norma ISO 9001........233

    Tabela 6.4 Nmero mdio de NC por Sector de Actividade (EAC). .........................234

    Tabela 6.5 Nmero mdio de NC por tipo de empresa. .............................................235

    Tabela 6.6 Caracterizao das variveis em estudo. ..................................................240

    Tabela 6.7 Exemplo de clculo de y. .........................................................................241

    Tabela 6.8 Modelos de regresso logstica univariados.............................................242

    Tabela 6.9 Modelo de regresso logstica multivariado (Modelo 1)..........................243

    Tabela 6.10 Modelos de regresso logstica univariados (Modelo 2)........................247

    Tabela 6.11 Modelo de regresso logstica multivariado (Modelo 2)........................248

    Tabela 6.12 Comparao dos valores de prova e das reas das curvas ROC para

    diferentes variantes do Modelo 2. .................................................................................251

    Tabela 6.13 Comparao das reas abaixo das curvas e nmero de cruzamentos.....253

    Tabela 6.14 Medidas de extenso. .............................................................................254

    Tabela 6.15 Resultados da aplicao do teste Bootstrap. ..........................................255

    Tabela 6.16 Modelo de regresso logstica multivariado sem x1. .............................256

    Tabela 6.17 Comparao do Modelo 1 com e sem a varivel x1...............................258

    Tabela 6.18 Coeficientes do Modelo de Regresso Logstica Multivariada com e sem

    x1...................................................................................................................................259

    Tabela 6.19 Percentagem de empresas de cada tipo em funo do grupo de NC. .....262

    Tabela 6.20 Validao das rvores de classificao. .................................................267

    Tabela 7.1 Principais estudos realizados na Europa sobre o efeito da adopo de

    prticas de gesto da qualidade nos resultados das empresas .......................................275

    Tabela 7.2 Percentagem das melhores empresas de cada sector certificadas. ...........284

    Tabela 7.3 Exemplo de uma tabela de contingncia 2 x 2 .........................................290

    xxvi

  • Tabela 7.4 Teste W-M-W s empresas do ranking da Exame................................... 294

    Tabela 7.5 Teste W-M-W s empresas do gold standard.......................................... 294

    Tabela 7.6 Teste W-M-W aos rankings das empresas Exame. ................................. 295

    Tabela 7.7 Tabela de contingncia para as empresas do gold standard. ................... 296

    Tabela 7.8 Resultados do teste t-student s empresas do ranking da Exame. ........... 297

    Tabela 7.9 Teste W-M-W s empresas do ranking da Exame (valores normalizados).

    ...................................................................................................................................... 298

    Tabela 7.10 Resultados do teste de t-student s empresas Exame (valores

    normalizados)................................................................................................................ 298

    Tabela 7.11 Teste de Box homogeneidade das matrizes de covarincia das empresas

    do ranking da Exame. ................................................................................................... 306

    Tabela 7.12 Teste multivariado s empresas do ranking da Exame. ......................... 307

    Tabela 7.13 Teste de Levene homogeneidade das varincias das empresas do

    ranking da Exame. ........................................................................................................ 307

    Tabela 7.14 Resultados das comparaes mltiplas s empresas do ranking da Exame.

    ...................................................................................................................................... 308

    Tabela 7.15 Determinantes das matrizes de varincia/covarincia das empresas do

    ranking da Exame. ........................................................................................................ 309

    Tabela 7.16 Teste de Box homogeneidade das matrizes de covarincia das empresas

    do ranking da Exame (valores normalizados). ............................................................. 311

    Tabela 7.17 Teste multivariado s empresas do ranking da Exame (valores

    normalizados)................................................................................................................ 311

    Tabela 7.18 Teste de Levene homogeneidade das varincias das empresas do

    ranking da Exame (valores normalizados). .................................................................. 312

    Tabela 7.19 Resultados das comparaes mltiplas s empresas do ranking da Exame

    (valores normalizados).................................................................................................. 312

    Tabela 7.20 Determinantes das matrizes de varincia/covarincia das empresas do

    ranking da Exame (valores normalizados). .................................................................. 313

    Tabela 7.21 Caracterizao das empresas dos casos de estudo. ................................ 315

    xxvii

  • xxviii

  • GLOSSRIO Sigla Significado

    % ISO 9000 Percentagem de empresas certificadas segundo a norma ISO 9001

    APCER Associao Portuguesa de Certificao

    BS British Standard

    BSI British Standards Institute

    CT Comisso Tcnica

    DP Desvio Padro

    EA Equipa Auditora

    EAC Cdigo de Actividade Econmica

    EP Erro Padro

    FFP Fraco de Falsos Positivos

    FVP Fraco de Verdadeiros Positivos

    GDPpc Produto Interno Bruto per capita (Gross Domestic Product per capita)

    GNIpc Produto Nacional Bruto per capita (Gross National Income per capita)

    IMD ndice de Competitividade da IMD Business School

    IPQ Instituto Portugus da Qualidade

    ISO International Organization for Standardization

    ISO 9000pc Nmero de certificados ISO 9001 por 1000 habitantes

    ISO/TC ISO Technical Committee

    ME Motivaes Externas

    MI Motivaes Internas

    NC No Conformidade

    NP EN Norma Portuguesa European Norm

    OM Oportunidade de Melhoria

    RA Relatrio de Auditoria

    RMSE Erro Quadrtico Mdio (Root Mean Square Error)

    RMSEC Erro Quadrtico Mdio de Calibrao (Root Mean Square Error of Calibration)

    RMSECV Erro Quadrtico Mdio de Validao Cruzada (Root Mean Square Error of Cross

    Validation)

    RMSEP Erro Quadrtico Mdio de Previso (Root Mean Square Error of Prediction)

    ROA Rentabilidade do Activo (Return on Assets)

    ROC Receiver Operating Characteristic

    SGQ Sistema de Gesto da Qualidade

    TQM Total Quality Management

    UE Unio Europeia

    VIF Variance Inflaction Factor

    xxix

  • xxx

  • INTRODUO

    MOTIVAO

    Reunindo num todo coerente um conjunto de boas prticas de gesto, que visam a

    satisfao contnua dos requisitos dos clientes e a preveno de problemas, a norma ISO

    9001 , de facto, um referencial para a implementao de sistemas de gesto da

    qualidade. Orienta as organizaes no sentido de alcanarem nveis de qualidade

    satisfatrios, uma vez compreendida a filosofia em que as mesmas esto suportadas

    (Leung e Chan, 1999). Segundo Escanciano et al. (2001a), as normas ISO 9000

    auxiliam as organizaes enquanto ferramenta de gesto, so fonte de vantagens

    competitivas e fomentam a implementao da filosofia TQM. Gotzamani e Tsiotras

    (2002) defendem que as normas ISO 9000 permitem s organizaes desenvolverem e

    implementarem um sistema da qualidade eficaz e dinmico, com nfase na melhoria

    contnua.

    Tais prticas encontram-se compiladas num conjunto de requisitos normativos ISO

    9001:2000, e de orientaes para a melhoria do desempenho ISO 9004:2000, cuja

    implementao independente do tipo, dimenso e sector de actividade das

    organizaes. Com estruturas e formatos alinhados, estas duas normas constituem assim

    um par consistente de normas.

    A adopo mais ou menos generalizada da norma ISO 9001 tem sido justificada, quer

    por factores de competitividade, quer por exigncias formais dos clientes e da socie-

    dade. A aposta, a nvel mundial, na implementao de sistemas de gesto da qualidade

    nas organizaes e a sua posterior certificao por entidades independentes bastante

    clara. Uma das razes apontadas para esta opo pelas organizaes espanholas que

    1

  • Introduo

    participaram no estudo realizado por Escanciano et al. (2001a), foram as melhorias

    substanciais que se conseguem obter a todos os nveis das organizaes, findo o

    processo de certificao. Segundo as empresas inquiridas, os outputs da certificao

    satisfazem as expectativas criadas, chegando mesmo a ultrapass-las. Os benefcios

    alcanados com a certificao ISO 9001 no se restringem apenas s organizaes

    (melhoria da imagem no mercado, melhoria da qualidade dos produtos/servios,

    melhoria na gesto de recursos e tempo), aos seus colaboradores (aumento da motivao

    e melhoria do ambiente de trabalho), mas tambm encontram reflexos em clientes,

    principais responsveis pela sobrevivncia das organizaes no mercado, pois estes

    vem assim aumentados os seus nveis de satisfao (Escanciano et al., 2001a).

    Face a esta tendncia e sua dimenso actual, torna-se, na nossa opinio, interessante e

    pertinente tentar caracterizar o fenmeno ISO 9000 em vrias vertentes de uma forma

    rigorosa, bem como procurar averiguar qual o retorno econmico que a certificao ISO

    9001:2000 tem proporcionado s empresas, dado que os indicadores financeiros so

    indiscutivelmente importantes para traduzir o estado de sade de uma organizao.

    Segundo Corbett et al. (2002), as empresas que no conseguem alcanar a certificao

    sofrem perdas substanciais em termos de Rentabilidade do Activo (Return on Assets),

    produtividade e volume de vendas, enquanto que as empresas certificadas so geridas de

    forma a evitar tais perdas. Estas ltimas no conseguem alcanar uma melhoria de

    desempenho absoluta, mas sim uma melhoria de desempenho relativa,

    comparativamente s empresas concorrentes no certificadas (Corbett et al., 2002).

    Segundo os mesmos autores, a melhoria dos indicadores financeiros nas empresas

    certificadas pela norma ISO 9001:2000 pode decorrer da adopo de boas prticas de

    gesto e no apenas da implementao da norma e posterior certificao da

    organizao.

    Dos estudos publicados sobre este tema pode constatar-se que poucos procuraram

    retratar comparativamente o fenmeno de certificao ISO 9001:2000 de uma forma

    exaustiva e detalhada. Segundo Leung e Chan (1999) h necessidade de se realizarem

    estudos que procurem averiguar o tipo de diferenas que existem na certificao ISO

    9001:2000 entre os diferentes sectores empresarias, averiguar quais os factores que

    determinam a supremacia dos benefcios econmicos da certificao sobre os custos que

    2

  • Introduo

    a mesma acarreta, e se esses benefcios so dependentes de caractersticas prprias das

    organizaes, tais como dimenso, localizao, maturidade na certificao, entre outras.

    Heras et al. (2002b) afirmam que, apesar da existncia de uma diversidade de artigos

    cientficos que associam o fenmeno de certificao ISO 9000 ao sucesso financeiro das

    organizaes, poucos so os que conseguem provar essa causalidade.

    A grande maioria dos casos de estudo realizados at ao momento no consegue, de

    facto, provar que a certificao ISO 9001 est associada melhoria de desempenho

    financeiro das organizaes, mas sim que o mesmo poder ser possvel (Heras et al.,

    2002b). Segundo os autores, existe uma grande variedade de estudos a comprovar o

    aumento da quota de mercado e da qualidade dos produtos aps a implementao de

    sistemas de gesto da qualidade, mas muito poucos a demonstrarem quais so

    efectivamente as vantagens econmicas que a certificao ISO 9001 proporciona s

    organizaes.

    O trabalho de investigao realizado no mbito deste projecto de doutoramento, face ao

    enquadramento acima efectuado, procurou tentar colmatar algumas das lacunas

    referidas, atravs da realizao de uma descrio comparativa e aprofundada da

    certificao ISO 9001:2000 que permitisse caracterizar globalmente o fenmeno e

    evidenciar os contrastes desse retrato de grupo.

    A maioria das empresas certificadas no indica quais os verdadeiros motivos que esto

    na base da certificao ISO 9001, apontando na generalidade para a melhoria da

    qualidade e satisfao dos clientes como motivos para a mesma. Segundo Gotzamani e

    Tsiotras (2002), os verdadeiros motivos que levam as empresas a certificarem-se so as

    presses de mercado, certificao da concorrncia e necessidades promocionais.

    Relativamente aos aspectos relacionados com os eventuais retornos econmicos e

    financeiros da certificao ISO 9001, e dando ateno aos resultados obtidos no estudo

    realizado por Heras et al. (2002b), os autores conseguiram encontrar melhorias

    significativas a nvel do volume de vendas das organizaes, comparando empresas

    certificadas e no certificadas. Contudo, ao analisarem o volume de vendas antes e

    depois da certificao das organizaes, no encontraram qualquer evidncia que

    3

  • Introduo

    suportasse a ligao causal entre a certificao ISO 9001 e o aumento do mesmo. As

    mesmas concluses foram encontradas em termos de anlise da rentabilidade das

    organizaes. Os autores concluram ento que os elevados nveis de desempenho

    alcanados pelas entidades certificadas se devem ao facto de as mesmas possurem uma

    grande propenso para alcanar a certificao ISO 9000 (Heras et al., 2002b).

    O tema da certificao ISO 9001:2000 faz hoje parte do dia-a-dia das empresas, pelo

    que se acredita que o desenvolvimento deste projecto de investigao veio proporcionar

    um contributo relevante para o sector empresarial em geral e, em particular, para as

    empresas certificadas e para as entidades certificadoras.

    Este projecto surgiu numa altura crucial para as entidades certificadoras, visto que, aps

    o trmino do perodo de transio para a norma ISO 9001:2000, os prximos anos at

    2009/2010 sero de claro abrandamento/estabilizao do mercado da certificao de

    sistemas de gesto da qualidade. Neste sentido, e com os resultados obtidos a partir da

    realizao deste projecto de doutoramento, as entidades certificadoras podem fazer

    melhores projeces de evoluo da sua actividade.

    ESTRUTURA DA TESE

    Esta tese de doutoramento desenvolve-se ao longo de oito captulos, agrupados em duas

    partes distintas. A primeira parte, Estado da Arte e Objectivos, composta pelos

    seguintes captulos:

    Captulo 1 A certificao de sistemas de gesto da qualidade de acordo com a norma ISO 9001.

    Captulo 2 Trabalhos de investigao centrados nas normas ISO 9000. Captulo 3 Questes em aberto e objectivos da investigao efectuada.

    A segunda parte da tese Contributos e respostas decorrentes da investigao

    conduzida composta pelos seguintes captulos:

    Captulo 4 O fenmeno ISO 9000: anlises qualitativas e quantitativas. Captulo 5 Modelao do fenmeno ISO 9000.

    4

  • Introduo

    Captulo 6 Anlise de relatrios de auditoria a sistemas de gesto da qualidade certificados segundo a norma ISO 9001 e abordagem das motivaes da

    certificao enquanto problema de classificao.

    Captulo 7 Impacte econmico da implementao e certificao de sistemas de gesto da qualidade nas organizaes.

    Captulo 8 Concluses e Sugestes de trabalho futuro.

    No Captulo 1 pretendeu-se efectuar o enquadramento do tema que norteou este

    projecto de investigao, apresentando, para o efeito, os diferentes passos associados a

    um projecto de certificao de um sistema de gesto da qualidade segundo a norma ISO

    9001, uma breve histria das normas ISO 9000, desde a sua criao at aos dias de hoje,

    a famlia de normas ISO 9000 actualmente em vigor e terminando com uma

    apresentao breve do estado da certificao ISO 9001 em Portugal.

    O Captulo 2 dedicado reviso bibliogrfica efectuada sobre o tema, no sentido de

    caracterizar o estado da arte, identificando as diferentes reas analisadas pelos trabalhos

    cientficos j publicados e potenciais reas por onde a investigao a nvel de sistemas

    de gesto da qualidade poder evoluir. A reviso bibliogrfica efectuada permitiu

    identificar os temas relacionados com a certificao ISO 9001 ainda no estudados, e

    aos quais este projecto de doutoramento procurou dar respostas.

    No Captulo 3 enumeram-se as diversas questes ainda no respondidas pelos trabalhos

    cientficos at agora realizados no mbito das normas ISO 9000 e, com base nisso,

    definem-se os objectivos especficos da investigao efectuada.

    O Captulo 4 o primeiro captulo da Parte II. Este captulo dedicado a um conjunto

    exaustivo e detalhado de anlises qualitativas e quantitativas efectuadas, atravs das

    quais se procurou identificar diferentes relaes entre o nmero de empresas

    certificadas e diversas outras variveis. Estas anlises foram efectuadas a nvel mundial,

    a nvel dos pases da Unio Europeia, a nvel das regies ultra-perifricas da Unio

    Europeia e, finalmente, a nvel das Regies NUT II de Portugal.

    No Captulo 5 retratam-se esforos direccionados para modelar matematicamente a

    evoluo da certificao ISO 9001, bem como efectuar previses dessa evoluo em

    5

  • Introduo

    termos futuros. A definio dos modelos foi efectuada a nvel de pases, mas tambm

    em termos mundiais.

    O Captulo 6 est estruturado em duas partes. Na primeira parte apresentam-se os

    resultados obtidos atravs de uma anlise estatstica detalhada, efectuada a 100

    relatrios de auditoria ISO 9001 aleatoriamente escolhidos. Na segunda parte deste

    captulo, apresentam-se as metodologias de classificao desenvolvidas, modelos

    matemticos e regras heursticas de classificao resultantes do uso da metodologia de

    rvores de classificao, que permitem classificar as empresas certificadas tendo em

    conta a motivao predominante para a implementao e certificao dos sistemas de

    gesto da qualidade, usando para o efeito variveis identificveis nos relatrios de

    auditoria.

    No Captulo 7 apresentam-se os resultados obtidos a partir da anlise do impacte da

    implementao e certificao de sistemas de gesto da qualidade no desempenho

    econmico-financeiro das organizaes certificadas.

    Por fim, so apresentadas as concluses gerais sobre o trabalho realizado e propem-se

    algumas linhas de orientao para futuros trabalhos de investigao no domnio dos

    sistemas de gesto da qualidade.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Corbett, C., Montes, M., Kirsch, D., Alvarez-Gil., M. (2002), Does ISO 9000

    certification pay?, ISO Management Systems (July-August).

    Escanciano, C., Fernndez, E., Vasquez, C. (2001a), ISO 9000 certification and quality

    management in Spain: results of a national survey, The TQM Magazine, 13(3), pp. 192-

    200.

    Gotzamani, K. e Tsiotras, G. (2002), The true motives behind ISO 9000 certification:

    their effect on the overall certification benefits and long term contribution towards

    TQM, International Journal of Quality & Reliability Management, 19(2), pp. 151-169.

    6

  • Introduo

    Heras, I., Dick, G., Casadus, M. (2002b), ISO 9000 registrations impact on sales and

    profitability: a longitudinal analysis of performance before and after accreditation,

    International Journal of Quality & Reliability Management, 19(6), pp. 774-791.

    Leung, H., Chan, K., Lee, T. (1999), Costs and benefits of ISO 9000 series: a practical

    study, International Journal of Quality & Reliability Management, 16(7), pp. 675-690.

    7

  • Introduo

    8

  • PARTE I ESTADO DA ARTE E OBJECTIVOS

    9

  • 10

  • CAPTULO 1 A CERTIFICAO DE SISTEMAS DE GESTO DA

    QUALIDADE DE ACORDO COM A NORMA ISO 9001

    Neste primeiro captulo da tese de doutoramento pretende-se efectuar um

    enquadramento do tema em estudo. Nesse sentido, comea-se por introduzir o tema da

    certificao de sistemas de gesto da qualidade. De seguida, apresenta-se um breve

    historial da evoluo das normas ISO 9000 at aos dias de hoje, e numa terceira seco

    efectua-se uma apresentao da srie de normas ISO 9000:2000, dando particular

    ateno norma ISO 9001:2000. Por ltimo, faz-se uma ligeira abordagem

    certificao ISO 9001 em Portugal.

    1.1 INTRODUO

    O processo de certificao de um sistema de gesto da qualidade segundo a norma ISO

    9001:2000 um acto voluntrio de uma organizao, com vista ao reconhecimento, por

    parte de uma entidade externa e independente, do cumprimento dos requisitos da norma

    pelo sistema de gesto da qualidade da organizao auditada.

    Segundo a norma NP EN ISO 9000:2005, o conceito de auditoria definido como

    processo sistemtico, independente e documentado para obter evidncias de auditoria e

    respectiva avaliao objectiva com vista a determinar em que medida os critrios da

    auditoria so satisfeitos. Assim, de acordo com o mesmo referencial normativo, as

    auditorias podem ser categorizadas em:

    Auditorias Internas, por vezes denominadas auditorias de primeira parte, que so auditorias realizadas pela ou em nome da prpria organizao, por razes

    internas, podendo constituir o suporte para autodeclarao de conformidade.

    11

  • Captulo 1

    Auditorias Externas, que compreendem as auditorias de segunda parte e auditorias de terceira parte. As primeiras so realizadas pelas partes com

    interesse na organizao, tais como clientes, e as segundas auditorias de

    terceira parte, so realizadas por organizaes externas independentes, com

    vista a fazer-se uma certificao ou a emisso de registos de conformidade de

    acordo com os requisitos de determinado referencial.

    O processo de certificao de sistemas de gesto da qualidade apresenta, em geral, o

    mesmo fluxo de actividades, independentemente das entidades certificadoras. Assim, o

    mesmo tem incio com a adjudicao, por parte da empresa candidata certificao, da

    proposta comercial da entidade auditora. De seguida efectuada a Instruo do

    Processo, ou seja, a abertura do processo de certificao na entidade certificadora,

    sendo analisada toda a documentao enviada pela empresa candidata. Caso a

    documentao enviada esteja conforme o exigido pela entidade certificadora, e na

    situao em que a empresa candidata assim o solicite, efectuada uma Visita Prvia.

    Desta Visita Prvia resulta o Relatrio de Visita Prvia, que pode ser ou no

    enviado entidade certificadora, ficando esta deciso a cargo da empresa candidata. No

    entanto, a empresa candidata pode avanar directamente para a Auditoria de Concesso

    1 fase sem realizar a Visita Prvia. Desta Auditoria de Concesso 1 fase resulta

    um relatrio do qual constam apenas Oportunidades de Melhoria (OM). Esta auditoria

    tem como finalidade averiguar o estado de implementao do sistema de gesto da

    qualidade, com vista a prosseguir ou no para a fase seguinte, no sendo determinante

    para a deciso final da entidade certificadora. De seguida realizada a Auditoria de

    Concesso 2 fase, da qual resulta tambm outro relatrio. Desta auditoria de 2 fase

    resulta a deciso de certificao (ou no) da empresa candidata. No relatrio de

    Auditoria de Concesso 2 fase constam as No Conformidades (NC) identificadas,

    bem como Oportunidades de Melhoria que a empresa poder implementar com vista a

    um melhor desempenho do seu sistema de gesto da qualidade. Aps o envio do Plano

    de Aces Correctivas por parte da empresa candidata, e anlise do mesmo por parte

    da entidade certificadora, reunida uma Comisso de Deciso, com o intuito de

    decidir-se ou no pela certificao do sistema de gesto da qualidade da empresa

    candidata. Caso a deciso seja negativa necessrio realizar-se nova auditoria

    Auditoria de Seguimento. No entanto, no caso da deciso ser no sentido da

    certificao, emitido um certificado ISO 9001:2000 vlido por trs anos. Aps o

    12

  • A certificao de sistemas de gesto da qualidade de acordo com a norma ISO 9001

    primeiro e o segundo ano de certificao so realizadas Auditorias de

    Acompanhamento, das quais resultam os Relatrios das Auditorias de

    Acompanhamento. Com base em cada um desses relatrios decidido se a certificao

    ISO 9001 se mantm. No final do terceiro ano, e caso a empresa assim o deseje,

    efectuada uma Auditoria de Renovao, resultando nos mesmos moldes da Auditoria

    de Concesso. Na Figura 1.1 apresentado o fluxograma de um processo de

    certificao do sistema de gesto da qualidade de uma empresa.

    INSTRUO DO PROCESSO

    INFORMAO / ORAMENTOCADERNO DE CANDIDATURA

    ANLISE DA DOCUMENTAO

    VISITA PRVIARELATRIO VISITA

    PRVIA

    AUDITORIA DE CONCESSOPRIMEIRA FASE

    AUDITORIA DE CONCESSOSEGUNDA FASE OU AUDITORIA DE

    RENOVAO

    RELATRIO AUD.CONCESSO 1 FASE

    REL. AUD. CONCESSO 2 FASEOU RENOVAO

    RECEPO DE PLANO DE ACESCORRECTIVAS DA ORGANIZAO

    ANLISE RELATRIO E RESPOSTADA ORGANIZAO

    COMISSO DE DECISO

    EMISSO DE CERTIFICADO

    AUDITORIA DE ACOMPANHAMENTONO 1 ANO DE CERTIFICAO

    RELATRIO AUD.ACOMPANHAMENTO

    COMISSO DE DECISO

    SANES

    EFECTUADA NOVA AUDITORIA DE ACOMPANHAMENTO NO 2 ANO.NO 3 ANO EFECTUADA UMA AUDITORIA DE RENOVAO

    sim

    no

    no

    no AUDITORIA SEGUIMENTO

    RELATRIO AUD.SEGUIMENTO

    sim

    sim

    no

    REFORMULAO

    CLIENTE REQUER VISITA PRVIA?

    CERTIFICAO

    MANUTENODA CERTIFICAO?

    CERTIFICADO

    sim

    Figura 1.1 Fluxograma do processo de certificao de um sistema de gesto da

    qualidade (APCER, 2008).

    13

  • Captulo 1

    1.2 BREVE HISTRIA DAS NORMAS ISO 9000

    Durante a Segunda Guerra Mundial o Ministrio da Defesa do Reino Unido deparou-se

    com um problema a nvel das bombas que estavam a ser produzidas. As mesmas tinham

    cada vez menos qualidade, o que afectava significativamente o desempenho dos Aliados

    na guerra. Nesse sentido, o Ministrio designou um grupo de inspectores para cada uma

    das fbricas, de forma a inspeccionarem a qualidade do armamento produzido. As

    directrizes que foram publicadas na altura e que tinham de ser cumpridas pelas

    empresas fornecedoras de armamento, foram, segundo Seddon (2000), as seguintes:

    As empresas tinham de ter procedimentos escritos relativos ao processo de fabrico dos produtos.

    As empresas tinham de garantir o cumprimento dos procedimentos pelos seus colaboradores, atravs da inspeco dos produtos produzidos.

    Iriam ser efectuadas inspeces regulares s empresas, no sentido de verificar se as mesmas estavam a cumprir com as directrizes exigidas.

    Com base nestas directrizes, que assentavam nos conceitos de controlo e inspeco,

    surgiu um novo conceito de Qualidade. Desta forma, o Governo Britnico conseguiu

    resolver o problema da falta de qualidade das bombas, mas no o problema de como

    fazer bombas com melhor qualidade. Neste contexto o conceito de Qualidade estava

    associado ao cumprimento das especificaes dos produtos, e no melhoria e garantia

    da qualidade.

    O desenvolvimento de normas da qualidade foi o reflexo da vontade do Governo

    Britnico em substituir a inspeco efectuada pelos Inspectores Governamentais s

    fbricas de armamento (inspeces de segunda parte) por inspeces de terceira parte,

    realizadas por entidades externas e independentes.

    Em 1959 os Estados Unidos desenvolveram o Mil-Q-9858a Quality Program

    Requirements, referencial vocacionado para a indstria militar, com o intuito de definir

    requisitos de qualidade para os seus fornecedores. Mais tarde, em 1962, a NASA criou

    tambm o seu conjunto de Quality Program Requirements, para ser cumprido pelos

    fornecedores do programa espacial. Contudo, os problemas de falta de qualidade dos

    14

  • A certificao de sistemas de gesto da qualidade de acordo com a norma ISO 9001

    produtos no se verificavam apenas na indstria militar, reflectindo-se, desta forma, a

    necessidade cada vez maior de se definirem requisitos em termos de qualidade que

    teriam de ser cumpridos pelas diferentes indstrias. A NATO, em 1968, deu um grande

    contributo nesse sentido, criando os AQAP Allied Quality Assurance Procedures,

    especificaes da qualidade que tinham de ser cumpridas por todos os seus

    fornecedores. Em 1969, a UKs Central Electricity Generating Board e a Ontario

    Hydro no Canad desenvolveram normas de garantia da qualidade que tinham de ser

    cumpridas pelos seus fornecedores. J no ano de 1966 o Governo Britnico tinha criado

    a primeira campanha nacional para a qualidade e fiabilidade com o tema Quality is

    Everybodys Business.

    Nos finais da dcada de 60, incios da dcada de 70, os fornecedores estavam sujeitos a

    inspeces pela maioria dos seus clientes, o que originava uma duplicao e um

    consumo de recursos desnecessrios. Em 1969, o Coronel G. W. Raby era responsvel

    por um comit cuja misso consistia em supervisionar as inspeces efectuadas no

    mbito dos sistemas da qualidade militares do Reino Unido. Este comit props que os

    fornecedores deveriam assumir a responsabilidade do cumprimento dos requisitos de

    garantia da qualidade por parte dos seus produtos e fazer recomendaes no sentido de

    os seus mtodos de trabalho serem auditados com base em referenciais genricos de

    garantia de qualidade. Estava, desta forma, lanado o conceito de auditorias/inspeces

    de terceira parte. Como resultado, nos incios dos anos 70 deu-se um boom significativo

    de criao de entidades auditoras e consultoras no Reino Unido.

    Assim, em 1971, foi publicada pelo British Standards Institute (BSI) a primeira norma

    britnica de garantia da qualidade sectorial BS 9000, especialmente desenvolvida para

    a indstria electrnica, no sentido de combater os graves problemas de qualidade que a

    mesma enfrentava. Em 1974, o BSI publicou a norma BS 5179 Guidelines for Quality

    Assurance, tendo-se assumido como incubadora natural do debate mundial em torno do

    conceito de garantia da qualidade. No final da dcada de 70, e aps um trabalho

    conjunto entre as diferentes partes interessadas neste processo Governo, empresas,

    entidades consultoras e auditoras, foi publicada em 1979 a primeira norma britnica de

    garantia da qualidade BS 5750. O grande objectivo desta norma era o de fomentar a

    existncia de um documento contratual entre as empresas, que

    15

  • Captulo 1

    assegurasse/demonstrasse o controlo feito a nvel da produo, independentemente do

    sector de actividade a que pertencessem.

    Segundo Seddon (2000), a norma BS 5750, no seu contedo fundamental, no era mais

    do que uma compilao dos mtodos usados durante a II Guerra Mundial para eliminar

    a falta de qualidade do armamento produzido, ou seja, a norma era, essencialmente, uma

    metodologia para controlar o output. Uma das vozes menos favorveis a este referencial

    foi a do Vice-almirante Rickover, que afirmou que a mesma no promovia uma melhor

    teoria de gesto, mas sim o desenvolvimento de uma teoria de controlo (Seddon, 2000).

    Em 1982 o Governo Britnico deu um grande impulso ao mercado emergente da

    normalizao, atravs da criao de um documento denominado Standards, Quality and

    International Competitiveness, tendo o BSI assumido a responsabilidade por esta nova

    rea de negcio.

    Seddon (2000) afirma que o documento criado pelo Governo foi o primeiro passo no

    sentido de se estabelecer alguma confuso entre os conceitos de garantia da qualidade e

    melhoria da qualidade. Durante a dcada de 70, inmeros empresrios britnicos

    visitaram o Japo, com o intuito de aprenderem sobre o milagre Japons no campo da

    qualidade. Quando regressaram, os industriais britnicos comearam a implementar as

    boas prticas de gesto da qualidade nipnicas na sua realidade, independentemente de

    procurarem compreender as filosofias subjacentes a essas metodologias e ferramentas

    de gesto. Sem dar importncia a esse facto, o Governo Britnico promulgou a norma

    BS 5750 como metodologia para a melhoria da qualidade nas empresas e melhoria do

    seu desempenho econmico-financeiro, tendo surgido nos incios dos anos 80 os

    primeiros fundos estatais para fomentar a implementao de sistemas da qualidade nas

    empresas e sua posterior certificao, aparecendo tambm ento as primeiras entidades

    certificadoras.

    Durante a dcada de 80, o BSI, com o apoio do Governo Britnico, exerceu um papel

    extremamente activo na divulgao e promoo da norma BS 5750 junto da

    comunidade internacional, tendo este processo culminado em 1987 com a aprovao

    das normas ISO 9000. Estava assim lanada a primeira pedra para a difuso mundial

    de sistemas da qualidade que actualmente conhecemos. Segundo Seddon (2000), as

    16

  • A certificao de sistemas de gesto da qualidade de acordo com a norma ISO 9001

    normas ISO 9000 foram criadas com o principal objectivo de facilitar o negcio

    mundial.

    Em 1994, as normas ISO 9000 foram revistas, tendo o mesmo sucedido no ano 2000,

    dando origem norma actualmente em vigor, ISO 9001:2000 Sistemas de Gesto da

    Qualidade, Requisitos. A norma actual especifica os requisitos de um sistema de gesto

    da qualidade, podendo a mesma ser usada para aplicao interna da organizao, para

    certificao ou para fins contratuais (NP EN ISO 9001:2000).

    1.3 AS NORMAS DA SRIE ISO 9000:2000

    A International Organization for Standardization (ISO) uma organizao no

    governamental composta por 157 estados membros e que tem como misso a promoo

    do desenvolvimento da normalizao e actividades relacionadas, em termos mundiais,

    como elemento facilitador das trocas comerciais de bens e servios, enquadrado nos

    princpios da Organizao Mundial do Comrcio.

    As normas da famlia ISO 9000 so referenciais para a implementao de sistemas de

    gesto da qualidade, representando o consenso internacional sobre boas prticas da

    qualidade e com a finalidade de garantir o fornecimento de produtos que satisfaam os

    requisitos dos clientes, bem como a preveno de problemas e a nfase na melhoria

    contnua (APCER, 2003).

    A famlia de normas relativas a sistemas de gesto da qualidade constituda pelas

    seguintes normas:

    NP EN ISO 9000:2005 Fundamentos e vocabulrio. NP EN ISO 9001:2000 Requisitos. NP EN ISO 9004:2000 Linhas de orientao para melhoria de desempenho. NP EN ISO 19011:2003 Linhas de orientao para auditorias a sistemas de

    gesto de qualidade e/ou de gesto ambiental.

    As normas ISO 9001 e ISO 9004 formam o chamado par consistente, com estruturas e

    formatos alinhados.

    17

  • Captulo 1

    A massiva adopo destas normas justificada por factores de competitividade e por

    exigncias formais de clientes e da sociedade, constituindo-se como referenciais aceites

    em termos multissectoriais e internacionalmente, com vista definio de um sistema

    de gesto da qualidade que potencia a satisfao dos diversos clientes de uma

    organizao.

    Segundo as metodologias de desenvolvimento de normas adoptadas pela ISO, os

    referenciais normativos so desenvolvidos por delegaes nacionais de peritos dos mais

    variados sectores de actividade, seleccionadas pelos organismos nacionais de

    normalizao, participando estes peritos em comits tcnicos especficos, tendo em

    conta o referencial em causa. Em 1979 foi aprovada pela ISO a formao do comit

    tcnico 176, ISO/TC 176 ISO Technical Committee 176, com o objectivo de abordar

    todos os assuntos relativos gesto e garantia da qualidade. Actualmente, o ISO/TC 176

    conta com a presena de 81 pases como membros efectivos e 20 pases como

    observadores. Portugal faz parte da lista de membros efectivos, sendo representado no

    mesmo pelo Instituto Portugus da Qualidade (IPQ).

    O ISO/TC 176 desenvolveu as suas primeiras normas em 1987, com a designao de

    ISO 9000, sendo igualmente responsvel pela sua reviso em 1994, da resultando a

    famlia de normas ISO 9000:1994 e mais tarde, no ano 2000, a reviso das normas de

    1994, conduzindo s normas actualmente em vigor srie de normas ISO 9000:2000 (a

    norma ISO 9000 conheceu uma nova verso posterior, em 2005).

    Em Portugal, a traduo e publicao das normas da responsabilidade do IPQ, atravs

    do comit tcnico 80 CT 80.

    Os referenciais de suporte aos sistemas de gesto da qualidade so alvo de avaliaes e

    revises regulares, com o objectivo de melhorar a sua adequabilidade e aceitao, e

    introduzir novas abordagens de gesto. Em 1990, o ISO/TC 176 previa uma

    actualizao das normas ISO 9000:1987 em duas etapas. Uma primeira fase em que se

    efectuaria um pequeno ajuste e melhoria de redaco, o que aconteceu em 1994, e uma

    segunda fase que teria como objectivo uma reviso geral da abordagem, que teria de

    estar terminada at ao final do ano 2000. Como se verificou, o final do perodo de

    18

  • A certificao de sistemas de gesto da qualidade de acordo com a norma ISO 9001

    transio para a verso da norma ISO 9001:2000 terminou a 15 de Dezembro de 2000,

    16 dias antes do prazo inicialmente previsto (APCER, 2003).

    A reviso do ano 2000 alterou completamente a filosofia inerente s normas de sistemas

    de gesto da qualidade, passando a fomentar a adopo, por parte das organizaes, de

    uma abordagem por processos que, quando se desenvolve, implementa e melhora a

    eficcia de um sistema de gesto da qualidade, com vista a aumentar a satisfao do

    cliente, indo, para isso, ao encontro do seus requisitos (NP EN ISO 9001:2000).

    De acordo com a norma NP EN ISO 9001:2000, uma abordagem por processos reala a

    importncia:

    De entender e ir ao encontro dos requisitos dos clientes. Da necessidade de considerar processos em termos de valor acrescentado. De obter resultados do desempenho e da eficcia dos processos. Da melhoria contnua dos processos baseada na medio dos objectivos.

    Um sistema de gesto baseado em processos assume um papel significativo para os

    clientes na definio dos requisitos como entradas do mesmo, bem como a

    monitorizao da satisfao do cliente atravs da avaliao da informao relativa

    percepo por parte deste, relativamente ao facto da organizao ter ido ao encontro dos

    seus requisitos.

    19

  • Captulo 1

    Figura 1.2 Modelo de um sistema de gesto da qualidade baseado em processos

    (APCER, 2003).

    No se pode deixar de referir que o desenvolvimento das normas NP EN ISO

    9001:2000 Sistemas de Gesto da Qualidade. Requisitos e NP EN ISO 9004:2000

    Sistemas de Gesto da Qualidade. Linhas de orientao para a melhoria do

    desempenho, tem por base os oito princpios de gesto da qualidade. O propsito do

    ISO/TC 176, ao definir tais princpios de gesto da qualidade, foi de:

    Estabelecer uma base slida para os novos referenciais normativos. Facilitar a definio de objectivos da qualidade. Potenciar a sua utilizao como elementos fundamentais para a melhoria do

    desempenho das organizaes.

    Promover uma aproximao e alinhamento dos referenciais normativos com a maioria dos modelos de excelncia e de qualidade total.