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  • 7/25/2019 Tese Lepto

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

    SETOR DE CINCIAS AGRRIAS

    CINTICA DA RESPOSTA IMUNE HUMORAL EM CES IMUNIZADOS COM

    Leptospira interrogans SOROVARES icterohaemorrhagiae , canicola, pomona

    E grippotyphosa

    CURITIBA

    2005

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    DEISE CRISTIANE FERRONATO DE SOUZA JASZCZERSKI

    CINTICA DA RESPOSTA IMUNE HUMORAL EM CES IMUNIZADOS COM

    Leptospira interrogans SOROVARES icterohaemorrhagiae , canicola, pomona

    E grippotyphosa

    Dissertao apresentada como requisito parcial obteno do grau de Mestre. Curso de Ps-Graduao em Cincias Veterinrias, rea deConcentrao: Patologia, Setor de CinciasAgrrias, Universidade Federal do Paran.

    Orientador:Prof. Dr. Jos Francisco Ghignatti Warth

    CURITIBA

    2005

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    AOS MEUS PAIS

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    AGRADECIMENTOS

    Ao meu marido MARCO AURLIO e aos meus filhos EMANUELLE e MARCUSVINCIUS que conseguiram driblar o tempo e a organizao do lar sem a presenada mame.

    Aos professores FOGAA e ROMILDO que confiaram em mim.

    Ao professor ALEX que conhece os obstculos da pesquisa cientfica e quenobremente cedeu os ces para este experimento.

    Ao MARCOS VINCIUS que abriu mo do seu sbado e do seu conhecimento emgrficos para enriquecer este trabalho.

    minha irm DANIELLE que me ajudou com os ces e no transporte dedocumentos e filhos.

    Ao meu sogro JOO CARLOS que me deu orientaes.

    s mdicas veterinrias NANCY e KARINE e estagiria MARIAN que no mediramesforos para assistir to bem os ces.

    s bibliotecrias SIMONE e VERA que se esforam, e muito, contribuindo com asinformaes necessrias para que este e muitos outros trabalhos cientficos possamser concludos.

    mdica veterinria MARIA LUZA, do Centro de Diagnstico Marcos Enrietti-SEAB-PR, que contribuiu com a bibliografia.

    MARIA JOS, da Ps-Graduao do Departamento de Medicina Veterinria queme atendeu prestativamente em relao aos prazos e documentaes exigidos.

    Aos meus chefes TCel MELO e Maj STONOGA que me permitiram o tempo-livre.

    E principalmente a ELE:Que me encheu de gs, quando eu s pedi mais um pouquinho de fora;

    Que s ps gente amiga no meu caminho;Que me deu a luz necessria para enxergar alm;Que me permitiu chegar ao fim;Que a minha razo para continuar.

    AGRADECIMENTO ESPECIAL

    Ao meu orientador, Prof. Dr. JOS FRANCISCO, por ter me aceito; pelo constanteotimismo e bom-humor; por ser to incansvel; por no medir esforos; por envolvera prpria famlia, abrindo mo do tempo e da privacidade; por nunca ter dito no;pela vontade de descobrir e questionar; pelo envolvimento e disposio; pela

    honestidade; e finalmente, por sempre dizer: Fica tranqila, vai dar tudo certo!

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    SUMRIO

    LISTADETABELAS ................................................................................................. vi

    LISTADEFIGURAS................................................................................................. vii

    RESUMO....................................................................................................................xi

    ABSTRACT............................................................................................................... xii

    1 INTRODUO .......................................................................................................1

    2 REVISO DE LITERATURA ..................................................................................4

    2.1 HISTRICO DA LEPTOSPIROSE.......................................................................4

    2.2 ETIOLOGIA E CLASSIFICAO.........................................................................5

    2.2.1 As Espiroquetas ...............................................................................................52.2.2 Leptospira interrogans......................................................................................5

    2.3 EPIDEMIOLOGIA.................................................................................................7

    2.4 PATOGNESE ..................................................................................................11

    2.5 SINAIS CLNICOS .............................................................................................15

    2.6 DIAGNSTICO IMUNOLGICO DA LEPTOSPIROSE.....................................17

    2.7 DIAGNSTICO DIFERENCIAL .........................................................................23

    2.8 VACINAS ...........................................................................................................233 MATERIAL E MTODOS.....................................................................................28

    3.1 ANIMAIS DO EXPERIMENTO...........................................................................28

    3.2 IMUNGENO UTILIZADO.................................................................................28

    3.3 VACINAES ...................................................................................................28

    3.4 COLHEITA DE SANGUE E OBTENO DE SOROS.......................................29

    3.5 BASE FSICA LABORATORIAL ........................................................................29

    3.6

    TCNICA SOROLGICA EMPREGADA ..........................................................29

    4 RESULTADOS .....................................................................................................31

    4.1 TTULOS PR-VACINAIS..................................................................................31

    4.2 TTULOS PS-VACINAIS AOS 30 DIAS...........................................................33

    4.3 TTULOS PS-VACINAIS AOS 60 DIAS...........................................................36

    4.4 TTULOS PS-VACINAIS AOS 90 DIAS...........................................................39

    4.5 TTULOS PS-VACINAIS AOS 120 DIAS.........................................................42

    4.6 TTULOS PS-VACINAIS AOS 150 DIAS.........................................................45

    4.7 TTULOS PS-VACINAIS AOS 180 DIAS.........................................................47

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    4.8 TTULOS PS-VACINAIS AOS 210 DIAS.........................................................50

    5 DISCUSSO ........................................................................................................56

    6 CONCLUSES ....................................................................................................64

    REFERNCIAS.........................................................................................................65

    ANEXOS ...................................................................................................................71

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 TTULOS SOROLGICOS, PR-VACINAIS PARA L. interrogans,

    SOROVARES icterohaemorrhagiae,canicola, copenhageni, pomona

    e grippotyphosa, DOS 16 CES, NO DIA CONSIDERADO 0 (zero) ...31

    TABELA 2 -TTULOS SOROLGICOS AOS 30 DIAS PS-VACINAIS PARA L.

    interrogans, SOROVARES icterohaemorrhagiae,canicola, copenha-

    geni, pomona egrippotyphosa, DOS 16 CES EXPERIMENTAIS.......33

    TABELA 3 TTULOS SOROLGICOS AOS 60 DIAS PS-VACINAIS PARA L.

    interrogans, SOROVARES icterohaemorrhagiae,canicola, copenha-

    geni, pomona e grippotyphosa,DOS 16 CES EXPERIMENTAIS.......37

    TABELA 4 TTULOS SOROLGICOS AOS 90 DIAS PS-VACINAIS PARA L.

    interrogans, SOROVARES icterohaemorrhagiae,canicola, copenha-

    geni, pomona e grippotyphosa, DOS 16 CES EXPERIMENTAIS.......40

    TABELA 5 TTULOS SOROLGICOS AOS 120 DIAS PS-VACINAIS PARA L.

    interrogans, SOROVARES icterohaemorrhagiae,canicola, copenha-

    geni, pomona e grippotyphosa, DOS 16 CES EXPERIMENTAIS.......43

    TABELA 6 TTULOS SOROLGICOS AOS 150 DIAS PS-VACINAIS PARA L.interrogans, SOROVARES icterohaemorrhagiae,canicola, copenha-

    geni, pomona e grippotyphosa, DOS 16 CES EXPERIMENTAIS.......45

    TABELA 7 TTULOS SOROLGICOS AOS 180 DIAS PS-VACINAIS PARA L.

    interrogans, SOROVARES icterohaemorrhagiae,canicola, copenha-

    geni, pomona e grippotyphosa, DOS 16 CES EXPERIMENTAIS.......48

    TABELA 8 TTULOS SOROLGICOS AOS 210 DIAS PS-VACINAIS PARA L.

    interrogans, SOROVARES icterohaemorrhagiae,canicola, copenha-geni, pomona e grippotyphosa, DOS 16 CES EXPERIMENTAIS.......50

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 - TTULOS SOROLGICOS PR-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR copenhageni..................................................32

    FIGURA 2 - TTULOS SOROLGICOS PR-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVARES icterohaemorrhagiae, canicola, pomona E

    grippotyphosa.......................................................................................32

    FIGURA 3 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR copenhageni aos 30 DIAS...........................34

    FIGURA 4 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR canicola AOS 30 DIAS ...................................34

    FIGURA 5 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR grippotyphosaAOS 30 DIAS..........................35

    FIGURA 6 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR pomonaAOS 30 DIAS ...................................35

    FIGURA 7 - TTULOS SOROLGICOS PR E PS-VACINAIS PARA

    Leptospira interrogansSOROVAR icterohaemorrhagiae DURANTE

    OS 210 DIAS DE EXPERIMENTO.......................................................36FIGURA 8 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVARcopenhageni AOS 60 DIAS...........................37

    FIGURA 9 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR canicola AOS 60 DIAS ...................................38

    FIGURA 10 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans sorovar grippotyphosaaos 60, 90, 120, 150, 180 E 210

    DIAS.....................................................................................................38FIGURA 11 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR pomonaAOS 60 DIAS ...................................39

    FIGURA 12 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR copenhageni AOS 90 DIAS.........................40

    FIGURA 13 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR canicola AOS 90 DIAS ...................................41

    FIGURA 14 -

    TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospirainterrogans SOROVAR pomonaAOS 90 DIAS ...................................41

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    FIGURA 15 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR copenhageni AOS 120 DIAS.......................43

    FIGURA 16 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR canicola AOS 120 DIAS .................................44

    FIGURA 17 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR pomonaAOS 120 DIAS..................................44

    FIGURA 18 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR copenhageni AOS 150 DIAS.......................46

    FIGURA 19 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR canicola AOS 150 DIAS .................................46

    FIGURA 20 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR pomonaAOS 150 DIAS..................................47

    FIGURA 21 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR copenhageni AOS 180 DIAS.......................48

    FIGURA 22 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR canicola AOS 180 DIAS .................................49

    FIGURA 23 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR pomonaAOS 180 DIAS..................................49FIGURA 24 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR copenhageni AOS 210 DIAS.......................51

    FIGURA 25 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR canicola AOS 210 DIAS .................................51

    FIGURA 26 -TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR pomonaAOS 210 DIAS..................................52

    FIGURA 27 -

    GRFICO COMPARATIVO ENTRE OS TTULOS AGLUTINANTESDOS TRS PRINCIPAIS SOROVARES DURANTE OS 210 DIAS

    DE EXPERIMENTO ANIMAL 01.......................................................53

    FIGURA 28 -GRFICO COMPARATIVO ENTRE OS TTULOS AGLUTINANTES

    DOS TRS PRINCIPAIS SOROVARES DURANTE OS 210 DIAS

    DE EXPERIMENTO ANIMAL 03.......................................................53

    FIGURA 29 -GRFICO COMPARATIVO ENTRE OS TTULOS AGLUTINANTES

    DOS TRS PRINCIPAIS SOROVARES DURANTE OS 210 DIAS

    DE EXPERIMENTO ANIMAL 05.......................................................54

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    FIGURA 30 -GRFICO COMPARATIVO ENTRE OS TTULOS AGLUTINANTES

    DOS TRS PRINCIPAIS SOROVARES DURANTE OS 210 DIAS

    DE EXPERIMENTO ANIMAL 07.......................................................54

    FIGURA 31 -GRFICO COMPARATIVO ENTRE OS TTULOS AGLUTINANTES

    DOS TRS PRINCIPAIS SOROVARES DURANTE OS 210 DIAS

    DE EXPERIMENTO ANIMAL 09.......................................................55

    FIGURA 32 -GRFICO COMPARATIVO ENTRE OS TTULOS AGLUTINANTES

    DOS TRS PRINCIPAIS SOROVARES DURANTE OS 210 DIAS

    DE EXPERIMENTO ANIMAL 11.......................................................55

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    LISTA DAS ABREVIATURAS

    ALT Alanina Aminotransferase

    AST Fosfatase Alcalina

    BUN Nitrognio Sangneo Proveniente da Uria

    C Clulas Completas

    CP Cilindros Protoplasmticos

    DNA cido Desoxirribonucleico

    ELISA Ensaio Imunoenzimatico (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay)

    IFD Prova de Imunofluorescncia Direta

    Ig Imunoglobulinas Tipo A, G e M (IgA, IgGe IgM)

    IOC Instituto Osvaldo Cruz

    LDH Desidrogenase Ltica

    M Mol

    MAT Teste Microscpico de Aglutinao

    ME Membrana Externa

    NaCl Cloreto de Sdio

    OMC Outer Membrane ComplexPCR Reao em Cadeia Polimerase

    RPM Rotaes Por Minuto

    SAM Teste de Soroaglutinao Microscpica

    UFPR Universidade Federal do Paran

    WHO World Health Organization

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    RESUMO

    Com o objetivo de verificar as respostas imunes humorais para Leptospira

    interrogans, 16 ces da raa Beagle foram vacinados com bacterina inativada

    comercial contendo como antgenos os sorovares icterohaemorrhagiae, canicola,

    pomona e grippotyphosa.As imunizaes, em nmero de duas, foram realizadas no

    dia considerado zero e no 90 dia. As sete colheitas de amostras sangneas foram

    efetuadas a partir do dia da primo-vacinao com intervalos de 30 dias entre elas,

    sendo submetidas a tcnica de Soroaglutinao Microscpica sob microscopia de

    Campo Escuro. Verificou-se aos 30 dias ps-vacinais, um aumento, do tipo booster,

    nos ttulos direcionados para o sorovar copenhageni, quando comparados com os

    pr-vacinais, demonstrando a ntima relao antignica deste, com o sorovar

    icterohaemorrhagiae,j relatada anteriormente. Os ttulos aglutinantes ps-vacinais

    direcionados para os demais sorovares, mantiveram-se entre 1/25 e 1/100, no

    sendo detectados nesta ltima titulao, aps o 90 dia. Neste estudo demonstrou-

    se, diante da literatura pesquisada, a carncia de parmetros cientficos que

    avaliem a eficincia vacinal das bacterinas anti-leptospira, assim como, informaes

    a respeito da titulao ideal que seja protetora frente a infeces naturais. Apresente pesquisa alerta para os riscos infeco a que esto submetidos os ces,

    mesmo vacinados, devido a efemeridade dos ttulos ps-vacinais alcanados,

    devendo ser efetuadas imunizaes com intervalos mais curtos entre elas, com o

    emprego de vacinas direcionadas unicamente para sorovares de Leptospira e no

    includas em vacinas anti-virais polivalentes, como as atualmente utilizadas .

    PALAVRAS-CHAVE: vacinao, ces, bacterinas, microaglutinao, Leptospira

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    ABSTRACT

    Sixteen beagles dogs had been vaccinated against Leptospira (commercial

    bacterin with icterohaemorrhagiae, canicola, pomona and grippotyphosa serovars)

    the objective was verify the humoral immune response of these animals. Two

    vaccinations had been carried, one in the 0 day and another after 90 days. Seven

    blood samples had been collected after the first vaccination with a period of thirty

    days between them. All samples were submited to serological microscopic

    agglutination test in dark camp. After 30 days to vaccination it verified an increase

    (booster type) in titters to copenhageniserovar. It demonstrates the close antigenic

    relation between this serovar with the serovar icterohaemorrhagiae, according to

    literature description. The titters after vaccination to anothers serovars maintain

    between 1/25 e 1/100 and do not be detected in the last samples collected. In this

    study it was demonstrated the absence of scientific parameters to evaluate the

    vaccinal efficiency of bacterins against leptospirosis and informations about the titters

    to be effective in a natural infection. This research shows infection risks that the dogs

    are submitted, when they are vaccinated, because had the short duration of the after

    vaccination titters. Thus, it is suggested to reduce the time between the vaccinationsand use vaccine with Leptospiraserovars do not together in multi antiviral vaccines.

    Key words: vaccination, dogs, bacterin, microscopic agglutination, Leptospira

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    1 INTRODUO

    A Leptospirose uma enfermidade cosmopolita grave que acomete

    diferentes espcies de animais domsticos, silvestres e o homem. Sua ocorrncia

    pode levar a elevados prejuzos econmicos na indstria pecuria e refletir

    significativamente na sade pblica (RUSSELL; RUSSELL, 1994; LANGONI et al.,

    2002).

    Dados da Organizao Mundial de Sade (WHO, 2003) no precisam o

    nmero exato de casos no mundo, mas a sua prevalncia estimada em 0.1-1 caso

    para cada 100.000 pessoas ao ano nas demais regies do globo, aumentando para

    10-100 casos para cada 100.000 pessoas ao ano nas regies de clima tropical

    mido.

    No Brasil, esta zoonose endmica. De acordo com a Fundao Nacional

    de Sade do Brasil (FUNASA, 2001), considerada como uma doena sob

    influncia scio-econmica, por possuir relaes estreitas com a falta de

    saneamento que ocorre em propores aceleradas nas reas urbanas e rurais,

    como o crescimento descontrolado de favelas e a carncia de uma poltica

    educacional e de infra-estrutura.Somente as melhorias nas condies de habitao e saneamento, suprindo

    a deficincia de urbanizao e drenagem, paralelamente com investimento em

    educao e sade, podero minimizar a sua incidncia em populaes humanas

    (LANGONI et al., 2002). Seu controle depender obrigatoriamente das aes

    envolvendo o governo, os laboratrios e indstrias farmacuticas e o

    comprometimento social.

    Segundo dados doCentro de Informao em Sade para Viajantes (CIVES,2005),entre 1985 e 1997, foram notificados no Brasil 35.403 casos de leptospirose,

    com 3.821 bitos (letalidade mdia de 12,5%). Apenas os casos mais graves

    (ictricos) so, geralmente, diagnosticados e, eventualmente notificados, o que

    representa apenas uma pequena parcela (provavelmente cerca de 10%) do nmero

    real de casos no Brasil (FUNASA, 2001) (ANEXO 10).

    A Secretaria de Sade do Paran rene dados que apresentam uma taxa de

    letalidade que atinge 17% verificando-se um aumento progressivo desde 1997(SESA, 2004).

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    Segundo MASUDA et al. (2003), o nmero de casos entre ces vem

    aumentando gradativamente, particularmente na regio metropolitana de Curitiba-Pr,

    onde observaram tambm alterao na dinmica da ocorrncia dos sorovares mais

    freqentes, o que concluram ser uma conseqncia do crescimento populacional,

    bem como, do resultado de uma seleo vacinal. Atravs de inqurito sorolgico

    levantaram que 30,27% da populao canina teve contato prvio com o agente

    infeccioso.

    A epidemiologia e a incidncia desta zoonose urbana favorecida pelas

    condies reinantes nas grandes cidades onde so encontradas grandes

    populaes caninas e de roedores, bem como, bolses periurbanos de pobreza,

    favorecendo a disseminao e a manuteno do agente infeccioso de maneirapermanente.

    O rato de esgoto (Rattus novergicus) o principal responsvel pela infeco

    humana, em razo de coexistir, em grande nmero, na proximidade de seres

    humanos. A Leptospira interrogans multiplica-se nos rins destes animais sem

    causar danos, sendo eliminada pela urina, s vezes por toda a vida do animal, o que

    torna estes roedores o seu principal propagador. O homem infectado casual e

    transitoriamente, no tendo importncia como transmissor da doena de umapessoa para outra (VASCONCELLOS et al., 1997; CIVES, 2005).

    O controle da leptospirose urbana s poder ter sucesso atravs de um

    programa de sade pblica adequado que vise prticas de higiene, eliminao de

    roedores e isolamento de animais infectados, com conseqente tratamento

    quimioterpico, aliado ao uso de vacinas na populao canina como medida

    profiltica (RUSSELL, RUSSELL, 1994).

    A vacinao contra a leptospirose em animais uma prtica comum e ummtodo eficaz de controle, geralmente adotado por proprietrios que possuem

    condies econmicas razoveis. Muitas vacinas esto disponveis comercialmente,

    mas existem evidncias conflitantes em se tratando da eficcia das mesmas

    (BLOOD, RADOSTITS, 2002). Pesquisas sobre o tempo de manuteno desta

    imunidade ps-vacinal, que realmente seja capaz de neutralizar uma possvel

    infeco, no so encontradas na literatura cientfica especializada.

    A grande quantidade de vacinas sendo oferecida no mercado, a tendncia

    ao uso de vacinas polivalentes, a distribuio sazonal da doena em um pas

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    continental como o Brasil, a diversidade e a dinmica dos sorovares levam a

    necessidade de atualizaes constantes no que se refere aos aspectos

    imunoprofilticos desta doena, justificando o presente estudo.

    Com o objetivo de verificar a resposta sorolgica ps-vacinal e o tempo de

    manuteno da mesma, idealizou-se a presente pesquisa.

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    4

    2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 HISTRICO DA LEPTOSPIROSE

    Esta sndrome ictrica com falncia renal foi descrita pela primeira vez em

    1880, no Cairo, por Larrey, provavelmente introduzida na Europa pelo Rattus

    norvergicus proveniente da sia no sculo XVIII. Os estudos deram seqncia

    atravs dos trabalhos de Landouzy, em 1883, mas foi Weil, porm, que em 1886,

    descreveu-a minuciosamente, observando quatro casos clnicos em seres humanos.

    Posteriormente, a leptospirose foi designada, por Goldschmidt, como Doena de

    Weil. A etiologia bacteriana foi estudada concomitantemente, em meados do ano de

    1915, por Inada e Ido, no Japo, e por Uhlenhuth e Frommer, na Alemanha. Estes

    ltimos detectaram as espiroquetas na corrente sangnea de porcos inoculados

    com sangue de soldados infectados pela Doena Francesa. Porm, foram os

    estudos de Inada que deram origem as primeiras publicaes de trabalhos sobre

    leptospirose (LEVETT, 2001; WHO, 2003).

    No Brasil, de acordo com RIQUELME (1985), o interesse pela leptospirosecanina, comeou com os estudos de Dacorso Filho, em 1940. Desde ento,

    inmeras pesquisas foram realizadas por diversos autores, entre eles Hagiwara e

    Santa Rosa (1975), que detectaram anticorpos contra 18 sorotipos de leptospirasem

    7,5% de ces investigados na cidade de So Paulo. De acordo com este mesmo

    trabalho, Guida (1949) encontrou, tambm em So Paulo, 31% de casos; Veronesi

    et al. (1956) 9,6% e Santa Rosa (1970) 13,8%. Dando seqncia ao levantamento

    epidemiolgico, Caldas e Sampaio (1977) investigaram 888 casos em Salvador (BA),que resultaram em 15% de casos positivos para leptospirose. Yasuda et al.(1980),

    em So Paulo, analisaram 1428 soros da espcie canina, detectando 21,6% de

    soropositivos.

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    2.2 ETIOLOGIA E CLASSIFICAO

    2.2.1 As Espiroquetas

    A ordem Spirochaetales inclui a famlia Spirochaetaceae e Leptospiraceae,

    cujos gneros de importncia em animais e humanos so: Serpulina, Treponemae

    Borrelia(famlia Spirochaetaceae) e Leptospira(famlia Leptospiraceae) (ANEXO 6).

    Como o prprio nome define, as espiroquetas so formas bacterianas gram-

    negativas que se apresentam como espiras delgadas, mveis, flexveis, unicelulares,

    medindo de 0.1 a 0.3m de dimetro e 6 a 20m de comprimento. A parede externa

    da clula bacteriana composta por uma membrana completamente coberta deflagelos periplasmticos que compe o filamento axial ou endoflagelo, o qual permite

    movimentos de saca-rolhas (spin) e de flexo-extenso facilitando a mobilidade

    bacteriana no ambiente. O cilindro helicoidal (corpo celular) consiste de material

    nuclear, citoplasma, membrana citoplasmtica e a poro de peptidioglicano da

    parede celular. O flagelo periplasmtico envolvido pelo cilindro e est no espao

    periplasmtico celular. A poro final de cada flagelo est inserida prxima a um

    plo de cilindro protoplasmtico firmemente aderido por estruturas denominadasdiscos de insero. O ponto distal de cada flagelo se estende para o centro da clula

    e pode se sobrepor por flagelos originados no plo oposto (QUINN et al., 1994)

    (ANEXO 1 e 2).

    2.2.2 Leptospira interrogans

    No gnero Leptospira esto includas tanto as formas livres (no

    patognicas) quanto as formas parasitrias (patognicas) onde as duas espcies

    principais deste gnero eram subdivididas em: L. interrogans (parasita) e L. biflexa

    (saprfita) (FORBES et al., 1998; ACHA; SZYFRES, 2001).

    medida que as tcnicas de diagnstico molecular foram se aperfeioando,

    os membros deste gnero passaram a ser classificados atravs de hibridizao do

    DNA, por YASUDA et al. (1987) que definiram primeiramente mais de seis espcies

    com diferentes genomas. Podem ocorrer sorovares patognicos e no patognicos

    pertencendo mesma espcie. Estudos recentes demonstraram tambm

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    heterogenicidade gentica entre os sorovares (BAROCCHI et al., 2001; OLIVEIRA;

    PIRES NETO, 2004).

    Atualmente, a diversidade taxonmica da Leptospira est baseada em

    anlises de DNA, compreendendo 11 espcies, subdivididas em 31 sorogrupos,

    sendo estes compostos de mais de 250 sorovares identificados laboratorialmente

    atravs de suas composies antignicas (BAROCCHI et al., 2001) (ANEXO 3, 4 e

    5).

    microscopia observa-se morfologia em espiral, e freqentemente um

    gancho nas extremidades da clula bacteriana e por isto denominada por Stimson,

    de Spirochaeta interroganspor assemelhar-se a um ponto de interrogao.

    Fisiologicamente as formas saprfitas diferenciam-se das patognicas pelasua facilidade de crescer a 10C ou at 5C menos que a temperatura requerida

    para as patognicas (BARON et al., 1994). As patognicas tambm reagem

    positivamente ao teste de converso de clulas espirais em formas esfricas, pela

    adio de um molar (1M) de cloreto de sdio (NaCl), temperatura de 20 a 30C em

    2 horas (QUINN et al., 1994).

    O agente infeccioso sensvel luz solar direta, aos desinfetantes comuns,

    dessecao, s variaes de pH (no resistem a pH abaixo de 6 ou acima de 8) e temperaturas superiores a 40C. Todavia, pode sobreviver por vrios dias em gua

    (comprovadamente por at 180 dias) com pH neutro (7,2 a 7,4) e em solos com

    grande umidade, demonstrando sua preferncia por estes locais. No entanto, s

    resistem a 30 minutos quando o solo est seco. No solo com condies ideais de

    umidade, a sobrevivncia da L. interrogansprovavelmente de no mnimo 42 dias.

    Rios e lagos podem ser fontes de infeco, assim como aerossol de urina em

    estbulos, leite e smen de animais infectados. Sobrevivem tambm ao frio emesmo ao congelamento (100 dias a 20C negativos), mas a temperatura ideal do

    ambiente de 25 a 28 C (DICKESON; LOVE, 1993; QUINN et al., 1994; GARCIA;

    MARTINS, 2004).

    O co o hospedeiro primrio das espcies L. canicola e L. bataviae,

    geralmente associadas aos sinais clnicos mais graves. Apesar de menos freqente,

    o co pode tambm ser um hospedeiro acidental das outras espcies de leptospira,

    como L. grippotyphosa, L. pomona, L. icterohaemorrhagiae e L. bratislava

    (HARTMAN, et al., 1984; CIVES, 2005). Anlises sorolgicas realizadas na Frana,

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    durante os ltimos anos, tm demonstrado que o sorovar icterohaemorrhagiae o

    que mais vem prevalecendo entre os ces, bem como, em seres humanos (ANDR-

    FONTAINE; GANIRE, 19_?).

    2.3 EPIDEMIOLOGIA

    A Leptospirose uma enfermidade de distribuio mundial. Tem sido

    detectada em praticamente todos os pases que realizam investigaes adequadas.

    Possui sorovares universais, como por exemplo, L. interrogans, sorovar

    icterohaemorrhagiae e sorovar canicola, bem como, aqueles que se apresentamsomente em determinadas regies. Cada regio caracteriza-se por manter um

    sorotipo determinado pela sua ecologia. de alta prevalncia nos pases tropicais

    onde h grandes precipitaes pluviais e onde o solo neutro ou alcalino (ACHA;

    SZYFRES, 2001).

    Teoricamente, qualquer mamfero pode ser infectado pela L. interrogans. De

    uma maneira geral, a L. interroganspode infectar inclusive rpteis, anfbios, peixes,

    pssaros e invertebrados. O homem torna-se infectado atravs de contato direto ouindireto com a urina ou sangue de animais infectados (FORBES et al., 1998).

    A doena mantida na natureza por portadores com infeco crnica e pela

    presena bacteriana nos tbulos renais de hospedeiros adaptados. Nestes, a

    infeco mantida independentemente das condies ambientais (OLIVEIRA;

    PIRES NETO, 2004). O sorovar adaptado determinada regio pode tornar-se apto

    a infectar uma ou mais espcies, como tambm pode infectar acidentalmente

    (THIERMANN, 1984) (ANEXO 7 e 8).BLOOD e RADOSTITS (2002), classificam a epidemiologia da leptospirose

    de duas formas com relao ao hospedeiro: a forma adaptada ao hospedeiro,

    hospedeiro de manuteno ou reservatrio, onde o animal no desenvolve a

    doena. E a no adaptada ao hospedeiro, onde este susceptvel a doena,

    resultando em doena acidental. No primeiro caso, o hospedeiro passvel de

    infeco e de transmissibilidade a outras espcies. A patogenicidade baixa, com

    fraca resposta a imunizao e com tendncia a provocar doena crnica. O

    hospedeiro acidental caracterizado pela doena aguda, resposta eficiente s

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    vacinas, alta patogenicidade e alto ttulo de anticorpos facilitando o diagnstico

    sorolgico.

    considerada como uma doena ocupacional, com grande prevalncia em

    pecuaristas. A leptospirose em humanos acomete principalmente trabalhadores

    rurais, fazendeiros, magarefes e veterinrios (DICKESON; LOVE, 1993; SNASHALL,

    1996; RENDE; VILA, 2003). Em pases desenvolvidos a leptospirose est

    associada com atividades recreacionais aquticas (NASCIMENTO et al., 2004).

    Segundo VILA et al. (1998), atualmente a leptospirose j no pode mais ser

    relacionada apenas com atividades profissionais, mas com o statuseconmico, haja

    vista a situao de misria em que vive grande parte da populao dos pases de

    terceiro mundo, aumentando a proliferao de roedores facilitando o convvio destescom os animais domsticos e com o prprio homem.

    TAVARES NETO et al.(1996), registraram a prevalncia de soros reagentes

    em 45,3%, das 106 amostras provenientes de pessoas da zona rural. A forma de

    contgio humano, provavelmente ocorre pelo contato com a urina ou contedo

    uterino dos animais infectados. Apesar das leptospiras poderem estar presentes no

    leite por poucos dias durante o pico febril, em caso de infeco aguda, a bactria

    no sobrevive muito tempo no leite, no resistindo igualmente pasteurizao.Entretanto, os trabalhadores das fazendas que realmente ordenham as vacas, so

    altamente suscetveis infeco pela L. interroganssorovares hardjo e pomona.

    A apresentao em animais concentra-se primeiramente nos roedores

    silvestres e domsticos e em aproximadamente 160 espcies de mamferos. Cada

    sorovar possui o seu hospedeiro predileto, mas cada espcie animal pode ser

    hospedeira de um ou mais sorovares. Como exemplo, o sorovar pomonaque tem

    como hospedeiro principal o gado bovino, podendo infectar de forma transitriaoutras espcies de animais (ACHA; SZYFRES, 2001)(ANEXO 7e 8).

    Reservatrios podem apresentar o fenmeno de leptospirria por toda a

    vida, com taxa de portadores chegando a 50% ou mais. Animais domsticos,

    geralmente, eliminam leptospiras intermitentemente, por meses, podendo chegar a

    um ano, com declnio na intensidade (RUSSELL; RUSSELL, 1994).

    A alta incidncia de reagentes a infeco bovina, como relatado por RENDE

    e VILA (2003), com taxas cujas freqncias variam de 58,6% e 57,3%,

    respectivamente, em bovinos de leite e corte na regio de So Paulo, tambm

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    mostrou-se alarmante, pois a doena clnica nesses animais compromete o

    desempenho reprodutivo por causar abortamento, natimortalidade, nascimento de

    crias fracas e inviveis, alm de queda na produo de leite e custos relacionados

    assistncia veterinria, medicamentos, vacinas e testes laboratoriais para

    diagnsticos (VASCONCELLOS et al., 1993; BLOOD; RADOSTITS, 2002).

    GENOVEZ et al., (1993), trabalhando com fetos abortados isolaram

    bactrias causadoras de aborto bovino tendo identificado a Brucella abortus em

    6.4% doscasos,Leptospira interrogans em 6.2% eStaphylococcus aureusem 5.4%

    como os principais agentes abortivos.

    Sunos, com freqncia, so infectados pelo sorovar L. pomona, mas

    recentes estudos indicam a importncia do sorogrupo L. australiscausando aborto einfertilidade. Apesar de mais resistentes, rebanhos de ovinos tambm so

    acometidos pela infeco onde se pode relatar agalactia, aborto e distrbios

    reprodutivos (THIERMANN, 1984).

    Em vrios locais do mundo, investigaes sobre a presena de sorovares de

    Leptospira interrogans em animais silvestres tm sido demonstradas em roedores,

    edentatas, carnvoros e artiodctilos, os quais podem atuar como fonte de infeco

    (MICHNA, 1970). Os mamferos da Ordem Carnvora so espcies importantes nacadeia epidemiolgica devido as suas funes no equilbrio dos ecossistemas, de

    uma maneira geral, onde so o topo da cadeia alimentar. So assim, indicadores de

    sade ambiental e por este motivo, no pode ser desconsiderada a sua importncia

    na transmisso da leptospirose para o homem (GUERRA NETO et al., 2004).

    Estudos revelaram a baixa ocorrncia de infeco por leptospirose em gatos.

    A virulncia varia entre as cepas. Evidncias sorolgicas indicam que uma variedade

    de cepas pode infectar gatos, mas a doena demonstra ser incomum nestesanimais, nas quais, os microorganismos parecem no tomar parte na infeco renal

    nesta espcie.

    LANGONI et al. (1998), detectaram a presena de anticorpos aglutinantes

    em gatos em nove amostras (4,5%) com ttulos que variaram de 100 a 400, sendo

    que 4 (44,4%) reagiram para o sorovar L. icterohaemorrhagiae, 2 (22,2%) para o

    sorovar L. patoc, 1 (11,1%) para L. canicola, 1 (11,1%) para L. grippotyphosa e 1

    (11,1%) para L. andamana.

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    DICKESON e LOVE (1993), no acharam diferena significativa de

    prevalncia de soros reagentes na populao canina em relao felina. Das 107

    amostras positivas obtidas dos procedimentos de rotina dos Hospitais Veterinrios

    da Austrlia, 16,9% dos soros eram de gatos, 9.8% de ces e 28.6% de cavalos.

    Dentre os animais domsticos sujeitos a infeco por Leptospira, os ces

    destacam-se como os mais susceptveis a ela. Em filhotes alta a letalidade

    exterminando ninhadas inteiras e o seu aparecimento, geralmente sbito, no

    permite nem mesmo que se possa tomar alguma medida, quer seja curativa ou

    preventiva (GENOVEZ, 1996).

    Atualmente, o co tambm desponta como a principal fonte de infeco

    humana devido a sua relao e convvio estreitos, que crescem a cada dia. Estaimportncia perde apenas para os roedores, reservatrios naturais da doena, que,

    histrica e epidemiologicamente sempre assumiram posio de destaque como fonte

    de infeco para os humanos e outros animais. Dentre os roedores domsticos, as

    espcies mais comuns so: Rattus norvergicus(ratazana, rato de esgoto ou gabiru),

    Rattus rattus(rato de telhado, rato preto) e Mus muscullus(camundongo ou catita).

    Nas zonas rurais, embora as trs espcies sejam prevalentes, podemos encontrar

    pequenos roedores do campo chamados, genericamente, ratos da lavoura ou ratosdo campo representados, principalmente, pelo Holochillus sp. Os animais de vida

    livre que so predadores para estes roedores, no parecem exercer um papel

    relevante na rota natural de transmisso da infeco (RENDE; VILA, 2003).

    No Brasil, inquritos soro-epidemiolgicos em vrios estados tm revelado

    resultados variados quanto ocorrncia dos diferentes sorovares na leptospirose

    canina (GENOVEZ, 1996; VILA et al., 1998; ALVES et al., 2000; FAVERO et al.,

    2002). Segundo VILA et al.(1998), os principais sorovares encontrados em ces,no municpio de Pelotas-RS, no ano de 1995 foram: L. canicola (58,1%); L.

    icterohaemorrhagiae (20,9%); L. copenhageni (11,4%); L. grippotyphosa e L.

    castellonis (2,7%); L. andamana, L. autumnalis e L. pyrogenes com 1,4% dos

    reagentes, onde 34,8% foram reagentes positivos com ttulos maiores ou iguais a

    1/100. Corroborando com os achados de YASUDA e SANTA ROSA (1981),

    notificando prevalncia do sorovar canicola como sendo o melhor adaptado aos

    ces depois de ter isolado 91,4% deste sorovar, seguido dos sorovares copenhageni

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    pelas manifestaes clnicas de doenas como meningites e disfunes hepticas e

    renais (MURRAY et al., 1998).

    A fase de localizao heptica e renal , provavelmente, resultado da

    capacidade de aderncia das leptospiras virulentas s diferentes clulas, alm da

    capacidade de penetrao atravs das clulas endoteliais e da dissociao dos

    hepatcitos. esta interao celular que d origem s coagulopatias, hipxia

    tecidual e agregao plaquetria com ativao do sistema de coagulao e

    fibrinlise (ANDR-FONTAINE; GANIRE., 19_?).

    Tambm penetram no tero gravdico e multiplicam-se nos fetos, podendo

    levar a morte e reabsoro fetal, aborto ou prole fraca. No feto bovino, se a infeco

    acontecer durante o terceiro trimestre, pode ocorrer produo de anticorposespecficos que, ocasionalmente, superam a manifestao da doena (QUINN et al.,

    1994).

    Algumas cepas produzem hemolisina que , provavelmente, a responsvel

    pela hemoglobinria em animais infectados. Protenas citotxicas tambm so

    produzidas por cepas virulentas, mas a funo destas toxinas ainda desconhecida

    (QUINN et al., 1994).

    A ao txica bacteriana ainda no est bem compreendida. Sabe-se que, aatividade hemoltica dependente dos fosfolipdios da membrana dos glbulos

    vermelhos que podem ser sensveis, ou no a fosfolipase produzida pelas

    leptospiras (ANDR-FONTAINE; GANIRE., 19_?).

    A hemolisina produzida na fase septicmica pode estar em quantidade

    suficiente para provocar extensa hemoglobinria, resultante de hemlise

    intravascular intensa. Essa hemlise depender da capacidade de um sorotipo em

    produzir hemolisinas como ocorre com o sorovar ballom, em hamsters e o sorovarpomona,em bovinos (BLOOD; RADOSTITS, 2002).

    Os sorovares pomonae copenhagenielaboram uma protena citotxica cuja

    atividade detectada no plasma dos animais infectados que provoca infiltraes de

    macrfagos e outras clulas polimorfonucleares em rgos afetados (LEVETT,

    2001).

    Entre o 4 e 11 dia de infeco, a bactria invade a corrente sangnea

    multiplicando-se rapidamente, dando origem a leptospiremia. No incio desta fase

    observam-se febre, leucocitose e albuminria. Em animais susceptveis, pode

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    ocorrer a septicemia ao dar-se a invaso nos rgos pelos quais a bactria tem

    maior tropismo, como fgado, rins, bao, sistema nervoso central e globo ocular,

    podendo ocasionar grandes danos teciduais. A Leptospirapode provocar petquias

    ou equimoses, ictercia, infiltrado inflamatrio difuso de clulas plasmticas nos rins,

    necrose focal de parnquima heptico, colestase intra-heptica com leso heptica

    severa. Neste estgio da doena o animal poder sucumbir devido insuficincia

    renal ou heptica. Ao final da bacteremia (sete a dez dias aps a infeco),

    geralmente a febre diminui e a bactria eliminada da circulao sangnea devido

    presena de anticorpos, o que possibilita a recuperao. Esta mais rpida

    quanto menor forem as leses orgnicas. No entanto, as bactrias que se alojaram

    em locais onde os anticorpos no tm acesso, como crneas e tbulos renais,podem levar uvetes e leptospirria. O fenmeno de leptospirria ocorre em uma

    fase mais tardia da enfermidade. Ela pode permanecer por meses, at mesmo anos,

    constituindo-se uma fonte de contaminao ambiental e de infeco para os outros

    animais. Nesses animais portadores e eliminadores da bactria, a concentrao de

    anticorpos decai, j que o microorganismo se encontra situado nos tbulos renais,

    no estimulando o sistema imune podendo apresentar-se soronegativos quando

    testados (CIVES, 2005).ACHA e SZYFRES (2001) descrevem a doena no homem e nos animais,

    particularmente bovinos e ces, da seguinte maneira:

    - Em seres humanos em geral, distinguem-se dois tipos clnicos: o anictrico, que podeser discreto, sendo freqentemente rotulado de sndrome gripal ou virose; e o ictricoou hepatonefrtico (Doena de Weil) tipo clnico mais grave, com disfuno renal,fenmenos hemorrgicos, alteraes hemodinmicas, cardacas, pulmonares e deconscincia, associadas a taxas de letalidade que variam de 5% a 20% nas diversascasusticas. Na forma clssica da Doena de Weil os sintomas se instalam bruscamente

    com febre, dores de cabea, mialgias, conjuntivites, nuseas, vmitos, diarrias econstipao. A prostrao marcante. Petquias na pele, hemorragias gastrointestinaise proteinria so comuns.Se o paciente evolui at a cura, a diurese se restabelece ediminui a ictercia. Qualquer sorovar pode determinar as diversas formas deapresentao clnica, sendo que alguns esto mais comumente relacionados a casosmais graves, como o sorovar icterohaemorragiae. Na forma anictrica muitas vezes ocurso benigno e o paciente se recupera dentro de um ms.

    - Em bovinos tm-se isolado mais de 13 sorovares onde os universais so pomona ehardjo, este ltimo vem se comprovando com cada vez mais freqncia. A infecopode se dar na forma aguda, subaguda ou permanecer clinicamente inaparente. Aenfermidade se manifesta por uma febre de quatro a cinco dias, anorexia, conjuntivite ediarria. A leptospiremia comea a desaparecer quando se formam os anticorpos,desaparecendo as leptospiras da corrente sangnea em uma semana devido a

    imunidade humoral. As leptospiras sobreviventes alojam-se nos tbulos convolutos dosrins e a infeco passa a uma fase crnica. Nos primeiros meses a leptospirria eliminagrandes quantidades de leptospiras diminuindo ou cessando com o tempo. O sorovar

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    hardjo, cuja leptospirria mais prolongada que o pomona, caracteriza-se por causaragalactia, ou reduo de leite e abortos ou crias fracas. Infeces por hardjo podemresidir nos rgos genitais o que pode indicar transmisso venrea. A infertilidade podeser seqela da infeco. Em casos graves h ictercia. So susceptveis animais detodas as idades, sendo mais severa em bezerros.

    - Nos ces os sorovares predominantes no mundo so canicolae icterohaemorrhagiae. Ainfeco pode variar desde uma forma assintomtica at quadros clnicos mais graves.A hemorrgica a forma mais grave, instalando-se repentinamente em trs a quatrodias com sinais de febre seguida por rigidez e mialgias dos membros posteriores,hemorragias na cavidade bucal podendo levar a necrose e faringite, seguidasposteriormente de hemorragias gastrointestinais, nefrite aguda e ictercia.

    A ictercia ocorre principalmente devido leso heptica e no hemlise

    intravascular. Os rins comeam a ter problemas de filtrao ocorrendo a seguir

    quadro de uremia onde o animal apresenta hlito de amnia. Este o quadro agudo

    da doena no homem e no co com durao de quatro a sete dias (GARCIA;

    MARTINS, 2004).

    Alm da ocorrncia de hemorragia difusa, de anemia e ictercia, os animais

    tambm apresentam na leptospirose aguda, edema pulmonar, fgado plido, frivel e

    corado por bile. Os rins aparecem tumefeitos e escuros devido impregnao

    hemoglobnica. Mais tarde, no curso da doena, os rins apresentam focos plidos

    causados por infiltrados de clulas inflamatrias no interstcio. As hemorragias so

    numerosas e disseminadas. Diante do envolvimento heptico notvel em ces a

    hepatomegalia, onde o fgado tambm se apresenta frivel e com colorao

    amarelo-acastanhado. Freqentemente os tecidos esto ictricos. O fgado pode

    no exibir alteraes notveis, presumivelmente porque a disfuno heptica pode

    ser causada por toxina que produz, basicamente, leso subcelular. A infeco

    crnica com o sorogrupo grippotyphosa tem-se caracterizado por hepatite crnica,

    fibrose heptica e a presena do microorganismo no fgado. A infeco persistente e

    a hepatite crnica parecem ser raras com este sorovar, porque apenas poucosartigos documentaram este desfecho. Ces que morrem de leptospirose aguda

    representam hemorragias disseminadas e necrose heptica focal. Os rins

    consistentemente apresentam leses e, na forma aguda da doena, esto

    tumefeitos e apresentando hemorragias equimticas subcapsulares e corticais. Mais

    tarde, no curso da doena crnica, tornam-se diminudos de tamanho com

    aderncias capsulares superfcie cortical e vrios graus de fibrose cortical

    (GREENE, 1998).

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    O sorogrupo icterohaemorragiae est associado leso heptica, enquanto

    o sorogrupo canicolaest associado insuficincia renal, com rins hipertrofiados e

    plidos. Acredita-se que a infeco por outros sorotipos seja, na maioria das vezes

    inaparente, embora a infeco persistente com o L. interrogans, sorogrupo

    grippotyphosatenha sido associada hepatite crnica em ces (GREENE, 1998).

    2.5 SINAIS CLNICOS

    A severidade dos sinais clnicos em ces depende da idade, statusvacinal,

    virulncia do sorovar, da rota de infeco e do grau de exposio. As formas clnicaspodem variar de hiperaguda, aguda, subaguda, crnica e assintomtica. Raas de

    ces acima de 15 kg, agravados pelo fato de viverem ao ar livre, so mais afetadas.

    Uma infeco hiperaguda decorrente de uma leptospiremia massiva pode levar a

    morte e ocorrer sem o aparecimento de sinais prvios (GREENE, 1998).

    A leptospirose canina afeta animais de diferentes raas ou idades e de

    ambos os sexos. A doena possui um espectro extremamente amplo, indo de uma

    infeco subclnica a uma sndrome severa de vrios rgos com alta mortalidade.Pode manifestar-se inicialmente com sinais de letargia, febre, vmito, diarria,

    mialgia evoluindo para petquias e sufuses em mucosas, ictercia e dores

    abdominal e lombar (GREENE, 1998; ACHA; SZYFRES, 2001; LEVETT, 2001).

    Segundo GENOVEZ (1996), os sorovares icterohaemorrhagiae e canicola,

    prevalentes em ces, determinam aspectos clnicos distintos. Em ambos verifica-se

    infeco aguda com febre de 39.5 a 40 C, calafrios, conjuntivite e fraqueza como os

    primeiros sinais. Aps, surgem os vmitos, a desidratao e o colapso perifricovascular.

    No caso do sorovar canicola comum a evoluo para as formas aguda ou

    subaguda, onde no primeiro caso tambm conhecida como Doena de

    STUTTGART, atingindo nveis crticos de desidratao (10 a 15%), melena, devido

    as hemorragias intestinais; odor oral ftido, devido s estomatites e glossites, que

    evoluem para necrose da mucosa e perda do bordo anterior da lngua. A taxa de

    letalidade elevada, com bitos ocorrendo entre 36 horas e quatro dias. Sinais de

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    nefrite, sbitos de febre, edema renal sensvel palpao e morte so freqentes na

    forma subaguda deste sorovar.

    O sorovar icterohaemorrhagiae tambm responsvel pela forma hiper-

    aguda da doena, denominada Sndrome de Weil canina. de evoluo mais

    fulminante que a precedente e em cerca de dois dias aps o aparecimento dos

    primeiros sinais, ocorre visvel piora do estado geral do animal. As dores musculares

    ou a hiperestesia paraespinhal limitam o animal em seus movimentos, o que

    GREENE (1998) atribui como uma conseqncia da inflamao muscular, meningeal

    ou renal.

    A temperatura corporal pode cair abaixo da normalidade (36 C) e so

    visualizadas hemorragias por leso vascular, principalmente das mucosas oral econjuntival, bastante ictricas, com saliva espessa e sanguinolenta (GENOVEZ,

    1996). A leso renal severa evolui para insuficincia renal aguda com poliria,

    oligria ou anria e conseqente uremia. A ictercia responsvel pela eliminao

    da urina rica em bilirrubina e albumina (ANDR-FONTAINE; GANIRE., 19_?).

    A morte ocorre em 85% dos casos no tratados e pode ser abrupta dentro

    de algumas horas ou dias (GENOVEZ, 1996).

    A ictercia ocorre mais freqentemente na fase aguda da doena,relacionada s infeces pelo sorovar icterohaemorrhagiae.Nesta fase podem ser

    observadas fezes de colorao acinzentada, em virtude da colestase heptica

    resultante de uma inflamao no fgado. Os ces com hepatite ativa crnica

    manifestam sinais de inapetncia, perda de peso, ascite e, em casos crnicos,

    hepatoencefalopatia. As manifestaes pulmonares, como a pneumonia intersticial,

    so menos freqentes em ces do que em seres humanos, sendo acompanhadas

    de respirao difcil e tosse. J, as intussuscepes ocorrem mais vezes nestesanimais associadas com inflamaes gastrointestinais (RIBEIRO et al., 2003).

    SHCREIBER et al. (2005), inocularam cepas virulentas de L.

    icterohaemorrhagiae e de L. canicola em ces do grupo controle, que no

    receberam a pr-imunizao com bacterinas comerciais destes sorovares.

    Observaram os seguintes sinais clnicos: hipotermia (35.6 C), depresso, anorexia,

    dor abdominal, desidratao, ictercia e perda de peso. Na hematologia, foram

    verificadas leucocitose e trombocitopenia, enquanto na anlise bioqumica, aumento

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    nas taxas de uria, creatinina e bilirrubina total, alm de leses como petquias e

    nefrite subaguda.

    Em gatos os sinais clnicos so raros e variam de suaves a inaparentes

    mesmo na presena de leptospiremia e leptospirria e inflamaes renais e

    hepticas (GREENE, 1998; ACHA; SZYFRES, 2001).

    LARSSON et al. (1985), com o objetivo de verificar a susceptibilidade dos

    felinos infeco por leptospirose constataram que, dos dez gatos inoculados com

    os sorovares icterohaemorrhagiae e canicola nenhum deles apresentou sinais

    clnicos nem laboratoriais e, 90 % apresentaram aglutininas antileptospricas aps a

    inoculao bacteriana, que ainda eram detectveis na urina por at 12 semanas.

    Trabalho de NAVARRO et al. (1981) ao inocularem Leptospira interrogans

    sorovar icterohaemorrhagiae em cinco ces, observaram sinais clnicos diferentes

    que variavam de febre, como nica manifestao inicial detectvel, at severa

    ictercia, uremia e morte. necropsia, foram detectadas petquias na mucosa

    intestinal e hemorragia subpleural nos pulmes.

    NAVARRO e KOCIBA (1982) dando seqncia a estes estudos verificaram

    entre os dez ces inoculados com Leptospira interrogans sorovar

    icterohaemorrhagiae, que trs desenvolveram a forma subclnica com febrepersistente de 39,4 a 40.5 C, durante trs dias. Quatro animais desenvolveram a

    forma branda, com febre mais persistente, suave ictercia, esclera congesta e incio

    de desidratao. E os trs ltimos animais fizeram a forma severa da doena com

    sintomas de febre alta, anorexia, ictercia, diarria, depresso at a morte no stimo

    dia ps-inoculao.

    2.6 DIAGNSTICO IMUNOLGICO DA LEPTOSPIROSE

    Segundo TIZARD (1998), as respostas imunolgicas podem auxiliar na

    obteno do diagnstico da doena de duas formas. Primeiramente, de forma direta,

    atravs de anticorpos especficos que identificam ou detectam o antgeno em

    tecidos, lquidos ou rgos do animal infectado. Ou ento, de forma indireta,

    detectando-se o anticorpo especfico no soro que acusar se houve ou no

    exposio do animal ao agente infeccioso. A presena de anticorpos no soro de um

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    animal indica a exposio prvia a um determinante antignico. Entretanto, esta

    forma indireta de diagnstico, no propicia automaticamente uma prova de que

    existe infeco ativa. Em geral, testes imunolgicos utilizados em diagnstico de

    infeces bacterianas ou virais, variam em sensibilidade, especificidade, e

    complexidade de execuo, muitas vezes exigindo alto grau de destreza tcnica e

    sofisticados equipamentos necessrios para a sua realizao.

    De acordo com a Organizao Mundial de Sade (WHO, 2003), os mtodos

    laboratoriais atualmente em uso para o diagnstico da leptospirose incluem: provas

    sorolgicas de detectao de anticorpos (ELISA, Fixao de Complemento,

    Soroaglutinao Microscpica), Cultura da bactria, visualizao atravs de

    Microscopia de Campo Escuro, Microscopia de Imunofluorescncia, e maisrecentemente, mtodos genticos utilizados somente em grandes centros que

    dominem as tcnicas de Hibridizao de DNA, Endonucleases de Restrio e a

    Reao em Cadeia pela Polimerase (PCR).

    Os resultados de testes sorolgicos aplicados ao diagnstico da leptospirose

    dependem da tcnica empregada, da coleo de antgenos utilizada, do ponto de

    corte da reao e tambm de variveis relacionadas localizao das propriedades,

    perodo do ano em que as colheitas foram efetuadas e da movimentao dosanimais (FAINE et al., 1999).

    Quando ocorre o fenmeno da leptospiremia a bactria comumente

    encontrada no sangue perifrico, fluido cerebroespinhal, urina e tecidos podendo ser

    colhidos em diferentes fases da infeco. Estas clulas bacterianas apresentam

    movimentos serpentiformes e so melhor visualizadas pelo exame de lquidos em

    microscopia de campo escuro, onde aparecem como espirilos delgados

    apresentando extrema mobilidade. Este tipo de pesquisa pode ser realizado a partirde uma gota de sangue, at o quarto dia de infeco, ou de uma amostra de urina,

    entre a primeira e segunda semana. A demonstrao de microorganismos atravs

    de microscopia de campo escuro em lquidos orgnicos e emulses teciduais,

    colhidos necropsia, requer que os tecidos estejam frescos. A Leptospira pode ser

    excretada na urina intermitentemente e ttulos de anticorpos, nesses animais

    portadores podem variar consideravelmente, dificultando o diagnstico correto

    (MURRAY et al., 1998).

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    BLOOD e RADOSTITS (2002) defendem que o exame de amostra urinria

    representa a melhor oportunidade para a demonstrao da infeco. Aps a

    infeco inicial, um grande nmero de leptospiras eliminado na urina por diversas

    semanas, com declnio progressivo em seguida, que pode estar associado com um

    aumento considervel dos ttulos de anticorpos antileptospiras, das classes IgG e

    IgA, na urina.

    A tcnica de isolamento do microrganismo por cultivo ou inoculao de

    material suspeito em animais de laboratrios requer a presena de organismos vivos

    e a sua multiplicao pode levar semanas at que se chegue a um resultado

    conclusivo. Esta dificuldade de ordem prtica desestimula a utilizao deste tipo de

    diagnstico, principalmente se o objetivo for verificar o estado de portador renal deleptospiras (YASUDA; SANTA ROSA, 1981; RIQUELME, 1985; RENDE; VILA,

    2003)

    Por se tratar de uma doena que no apresenta sinais patognomnicos, faz-

    se necessrio aliar os exames laboratoriais ao diagnstico clnico a fim de serem

    tomadas medidas que possam evitar uma epidemia, j que a eficcia do tratamento

    vai depender do diagnstico precoce da doena (RIBEIRO et al., 2003).

    Em relao aos mtodos de diagnstico laboratorial destacam-se: os gene-especficos e os sorogrupo-especficos (LEVETT, 2001).

    O teste de Soroaglutinao Microscpica (SAM) ou teste Microscpico de

    Aglutinao (MAT), sorovar-especfico sendo a tcnica de referncia padro mais

    utilizada por pesquisadores de todo o mundo para o diagnstico da leptospirose

    devido a sua praticidade, rapidez de execuo, baixo custo e baixo risco de infeco

    para o operador (SANTA ROSA, 1970).

    O teste Microscpico de Aglutinao (MAT) realizado colocando-se frentea frente microorganismos vivos, juntamente com o soro teste. Caso haja anticorpos

    no soro, ocorre a aglutinao que poder ser visualizada pelo aglomerado de

    leptospiras. uma tcnica excelente para detectar preferencialmente anticorpo IgM

    conseqentemente, detectar surtos recentes e distinguir animais infectados de

    vacinados (TIZARD, 1998).

    Esta tcnica indicada pela Organizao Mundial de Sade (WHO, 2003),

    por apresentar elevada sensibilidade e especificidade.

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    Seu principal inconveniente a necessidade de infra-estrutura laboratorial

    com o emprego de mltiplos antgenos vivos e a necessidade de se manter um

    grande nmero de culturas em constante renovao para obteno de antgenos

    novos. A demora em at dez dias para que o limiar de aglutininas sricas atinja nvel

    detectvel pode implicar no retardo do tratamento, o que pode ser fatal (YASUDA;

    SANTA ROSA, 1981; RIQUELME, 1985). Para COLE et al. (1973) a principal

    desvantagem desta tcnica que somente leptospiras aglutinantes so observadas.

    Apesar de ser uma tcnica de uso universal, difcil obter resultados

    consistentes e idnticos entre os laboratrios. Anticorpos resultantes do uso de

    bacterinas multivalentes podem interferir no diagnstico, que depende de anlise

    subjetiva no diferenciando entre doena e imunizao (THIERMANN, 1984).Para melhor aproveitamento desta tcnica, so utilizados pools contendo

    vrios sorotipos de Leptospira em cada pool. Os resultados positivos so

    visualizados em campo escuro onde se verificam as aglutinaes das mesmas.

    Caso se verifiquem microaglutinaes, procede-se a microaglutinao em separado

    para cada sorovar contido no pool.As disponibilidades de reagentes comerciais para

    a confeco dos meios de cultura facilitam o emprego desta tcnica (FORBES et al.,

    1998).Para RIBEIRO et al. (2003), esta prova requer cuidados em sua

    interpretao para a obteno de um diagnstico definitivo. Como no caso dos

    animais que apresentarem reaes positivas onde pelo menos 50% de Leptospiras

    encontrar-se-o aglutinadas. Estes soros so testados novamente em diluies ao

    dobro, at verificar-se ausncia da aglutinao para o respectivo sorovar. No

    entanto, alguns animais podem reagir para vrios sorovares ou podem apresentar

    reaes cruzadas com sorovares do mesmo grupo (co-aglutinao), dificultando ainterpretao de uma nica amostra sorolgica. Nestes casos e, sempre que

    possvel, recomenda-se a realizao da sorologia pareada, que consiste na

    execuo de duas provas sorolgicas intercaladas de duas a quatro semanas. Ttulo

    maior ou igual a 100, na primeira tomada de sangue, seguido da quadruplicao

    deste ttulo numa segunda tomada, uma prova de soroconverso, confirmando

    assim, a infeco. Ttulos elevados da ordem de 1600 ou maiores so considerados

    significantes, juntamente com dados clnicos compatveis. Um nico exame com

    ttulo maior ou igual a 100 pode ser interpretado como residual de infeco

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    pregressa, resposta inicial a uma infeco corrente ou vacinao. Mesmo ttulos

    elevados so questionveis se a amostra testada advm de animais sujeitos a

    sucessivas vacinaes, pois, ttulos vacinais podem ser detectados at trs meses

    aps a vacinao. Na avaliao sorolgica dos animais importante questionar o

    histrico vacinal contra leptospirose. Ces vacinados recentemente podem

    apresentar resultados falso-positivos, j que anticorpos vacinais no so

    diferenciados daqueles provenientes de infeco.

    O MAT um teste especfico para um sorogrupo e todos os sorogrupos

    suspeitos devem ser testados. O teste detecta o anticorpo da classe IgM com mais

    facilidade que o da classe IgG. Na leptospirose crnica, o teste apresenta pouca

    sensibilidade em detectar hospedeiros de manuteno. Ele tambm no determina ograu de imunidade infeco, pois a vacinao promove a elevao de IgG com

    ttulos baixos (100 a 400) e transitrios (um a quatro meses). A imunidade

    normalmente persiste em animais vacinados por um longo tempo, mesmo aps os

    ttulos, obtidos atravs do MAT, tornarem-se negativos (BLOOD; RADOSTITS,

    2002).

    Tambm como diagnstico, faz-se mister ressaltar o mtodo da Reao em

    Cadeia Polimerase (PCR), do Centro Nacional de Referncia para Leptospirose doInstituto Oswaldo Cruz (IOC), da FIOCRUZ (2005 in: FAPESP) onde, segundo

    aqueles pesquisadores, o principal problema das tcnicas utilizadas a demora nos

    resultados. O exame sorolgico s consegue identificar a infeco uma semana

    aps o incio dos sintomas da doena, enquanto a cultura das bactrias pode levar

    at dois meses. O PCR amplifica em escala potencial o DNA bacteriano permitindo o

    diagnstico em poucas horas. capaz ainda de identificar a presena deste DNA

    mesmo em pessoas ou animais que apresentem poucas bactrias na correntesangnea.

    O teste de PCR identifica geno-espcies, mas no o sorovar. Tem sido

    usado para diferenciar sorovares patognicos dos no patognicos (SMYTHE et al.,

    2002; OLIVEIRA; PIRES NETO, 2004).

    Mtodos sorolgicos possuem limitaes e por isto, devem ser

    complementados com o isolamento do agente causal (THIERMANN, 1984;

    RIQUELME, 1985; WHO, 2003;).

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    A prova de Imunofluorescncia Direta (IFD) valendo-se de rins, trato genital

    e urina, tem se mostrado uma tcnica diagnstica alternativa mais rpida que as

    demais. Comparada tcnica de Isolamento, a Imunofluorescncia Direta, segundo

    RIQUELME (1985), detectou maior nmero de casos positivos recomendando o seu

    uso como prova complementar ao diagnstico da leptospirose.

    THIERMANN (1983) comparou as sensibilidades apresentadas atravs das

    tcnicas de MAT e ELISA onde obteve os seguintes resultados: dos 200 soros de

    bovinos colhidos, observou a presena de reagentes em 29 (14.5%) soros pela

    tcnica de MAT contra 79 (39.5%) pela tcnica de ELISA. Ambas as tcnicas

    indicaram hardjocomo sorovar predominante.

    No diagnstico bioqumico pode-se verificar na hematologia: petquias etrombocitopenia (em ces severamente afetados), leucocitose com desvio

    esquerda (>20.000 leuccitos/dl) e um aumento no fibrinognio plasmtico, alm de

    graus variveis de anemia. Nas provas bioqumicas podem estar aumentados:

    nitrognio sangneo proveniente da uria (BUN), alanina aminotransferase srica

    (ALT), desidrogenase ltica srica (LDH), aspartato aminotransferase srica (AST),

    fosfatase alcalina srica (FA) e bilirrubina srica. Estes se constituem nos principais

    exames de monitoramento da evoluo do quadro clnico e, conseqentemente, doprognstico de animais com leptospirose. A urinlise revela piria, proteinria, e/ou

    bilirrubinria, densidade baixa e glicosria, acompanhadas de elevao de cilindros

    granulosos, leuccitos e eritrcitos no sedimento urinrio (NAVARRO et al., 1981).

    No pos-mortemverificam-se hepatomegalia, degenerao e fibrose heptica,

    congesto pulmonar, petquias e sufuses pleurais, lceras na lngua, edema,

    congesto e necrose renal, hemorragias e aderncia de cpsula renal, congesto,

    edema e hemorragias gastrintestinais. Os rins esto aumentados em animais quemorrem durante a fase aguda. A necropsia de grande valia para o diagnstico. O

    sorovar icterohaemorrhagiae pode provocar pronunciada ictercia de serosas e

    conjuntivas. O diagnstico histopatolgico realizado principalmente com base em

    fragmentos renais ou hepticos, corados por tcnicas de impregnao pela prata

    (coloraes de Gomori, Warthin-Starry ou Levaditti). Rins e fgado constituem-se nos

    rgos de eleio para que o agente seja isolado (GREENE, 1998; RIBEIRO et al.,

    2003).

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    A histopatologia melhor visualizada em rgos como rins, fgado, corao

    e pulmes, porm outros rgos podem ser afetados de acordo com severidade da

    infeco (LEVETT, 2001).

    2.7 DIAGNSTICO DIFERENCIAL

    Em ces, o diagnstico diferencial inclui (GREENE, 1998):

    Erliquiose e Riquetsiose

    Anemia Hemoltica Auto-Imune

    Hepatite Canina (Doena de Rubarth)

    Brucelose

    Cinomose

    Herpes Vrus

    Piroplasmose

    2.8 VACINAS

    O controle ambiental do agente da leptospirose mostra-se extremamente

    dificultado pelas caractersticas especficas desta bactria sendo capaz de

    sobreviver por muito tempo nos solos midos, esgotos, banhados e reservatrios de

    gua (NASCIMENTO et al., 2004).

    Em razo de ser uma enfermidade que abrange uma ampla variedade de

    hospedeiros, sua transmissibilidade e as conseqncias que pode gerar, medidascomo: vigilncia, higiene e, especialmente, a imunoprofilaxia atravs da vacinao,

    so as armas mais eficazes utilizadas nos procedimentos de controle da leptospirose

    (MURRAY et al., 1998). Considerando atualmente em nossa sociedade, a estreita

    relao do homem com o co e, a fim de prevenir danos causados por esta doena

    zoontica, a imunizao ainda a forma mais contundente de se evitar a infeco

    humana frente facilidade de contato direto ou indireto com o animal infectado

    (THIERMANN, 1983; LEVETT, 2001).

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    A vacinao humana contra leptospirose no confere imunidade permanente

    aos imunizados, no sendo ainda praticada ou disponvel no Brasil. Em alguns

    pases utilizada em pessoas sob exposio ocupacional, em reas de alto risco. A

    vacinao canina disponvel evita a doena clnica mas no impede a infeco nem

    a transmisso para seres humanos, principalmente atravs da urina (CIVES, 2005).

    Segundo HARTMAN et al. (1984), os primeiros experimentos vacinais com

    ces resultando em sucesso, deram-se em 1926 por Dalling e Okell com cepas

    inativadas de icterohaemorrhagiae, seguidos por Ottosen, em 1946, com o sorotipo

    canicola.

    De uma maneira geral, a alta capacidade de proteo e antigenicidade

    conferida pelas vacinas atenuadas tornaram-nas preferidas quando comparadascom vacinas inativadas, consideradas agentes imunognicos pobres. Porm, a

    inocuidade e a ausncia de riscos de reverso no seu uso mantm as vacinas

    mortas como uma opo segura e preferida em muitos casos, sendo esta a razo

    de sua utilizao na leptospirose animal (TIZARD, 1998).

    No entanto, a exposio de ces vacinados com leptospiras vivas resulta em

    rpida elevao de ttulos de anticorpos ps-vacinais, que atingem os seus picos

    com duas semanas aps a primeira dose imunoprofiltica, dando boa proteocontra o desenvolvimento da doena, apesar dos baixos ttulos e da curta durao

    da resposta imune humoral (KRAMER, 1978; GREENE, 1998).

    Diante disto, vacinas com cepas de leptospiras vivas e atenuadas, apesar de

    serem capazes de induzir a ttulos de anticorpos mais elevados do que os induzidos

    pelas bacterinas quimicamente inativadas, ainda no conseguiram aceitao dos

    laboratrios farmacuticos devido aos riscos inerentes ao seu uso (RUSSELL;

    RUSSELL, 1994).De acordo com APPEL (1999), embora a maioria das vacinas comerciais

    confira segurana e eficcia, existem as excees onde a doena induzida pela

    prpria vacina ou no traz a proteo adequada para o animal.

    Atualmente, a preveno da leptospirose em ces se d atravs de vacinas

    provenientes de bacterinas quimicamente inativadas contendo vrios sorotipos e seu

    uso amplamente disseminado (HARTMAN et al., 1984).

    Vacinas contra leptospirose so inativadas em grande parte, por formalina

    produzidas a partir de leptospiras patognicas, contendo um ou mais sorotipos, que

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    apresentam a desvantagem de induzirem respostassorolgicas baixas e por apenas

    um curto perodo de tempo (BLOOD; RADOSTITS, 2002; NASCIMENTO et al.,

    2004).

    BEY e JOHNSON (1982), estudando a imunogenicidade humoral em

    resposta a vacinas produzidas somente com a membrana externa (ME) da clula

    bacteriana, cilindros protoplasmticos (CP) ou clulas completas (C) de Leptospira

    interrogans, verificaram que as primeiras (ME) produziram melhor resposta humoral

    sorovar-especfica.

    Vacinas contra leptospirose com adjuvante completo de Freund induzem a

    uma maior resposta humoral, no significando necessariamente maior proteo,

    alm de ser um complemento que apresenta caractersticas carcinognicas(TIZARD, 1998; BLOOD; RADOSTITS,2002;).

    O crescimento bacteriano de leptospiras em meios de cultura sintticos, sem

    a utilizao de soros de animais como forma de enriquecimento nutritivo,tem levado

    produo de vacinas sem os riscos usuais, como a ocorrncia de reaes de

    hipersensibilidade soro-mediadas que podem levar a um quadro de choque

    anafiltico (BEY; JOHNSON, 1982; BROUGTON; SCARNELL, 1985).

    Na profilaxia das doenas infecciosas caninas, de uma maneira geral, tem-se levado ao uso de vacinas mistas polivalentes, cujo emprego ganhou notoriedade

    graas a considervel economia de tempo e esforo despendida por parte do

    veterinrio aplicador e do cliente. No entanto, a sua utilizao, que na grande

    maioria abrange antgenos virais atenuados e bactrias mortas, relativamente

    complexa, onde muitas de suas vantagens podem ser perdidas no que tange a

    imunidade conferida, na qual os ttulos sorolgicos ps-vacinais no so

    obrigatoriamente homogneos e igualmente protetores contra todas as doenas aque se prope o imungeno (TIZARD, 1998).

    Com relao s vacinas empregadas no controle da leptospirose animal, a

    imunidade conferida a um sorovar extremamente restrita aos sorovares homlogos

    ou muito prximos, portanto so sorovares-especficos, no permitindo proteo

    cruzada, perdendo sua eficcia em relao a outros sorovares (FAINE et al.,1999;

    LEVETT, 2001). Da, a necessidade de vacinas polivalentes para a leptospirose.

    Vacinas comerciais para ces incluem geralmente os sorovares canicola e

    icterohaemorrhagiae (GREENE, 1998). Onde o sorovar icterohaemorrhagiae,

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    segundo BROUGTON e SCARNELL (1985), apresenta maior antigenicidade.

    Atualmente, os laboratrios que a produzem j trabalham com a adio dos

    sorovares grippotyphosae pomona.

    A utilizao de imungenos para esta enfermidade visa apenas o seu

    controle. Segundo THIERMANN (1983), nenhum pas erradicou a enfermidade. A

    eliminao completa do patgeno atravs de vacinas muito pouco provvel, o que

    se deve no somente ao estado de portador renal, mas tambm pelas prticas

    descontinuadas dos esquemas de vacinao, alm do envolvimento de animais de

    vida livre que contribuem na transmisso.

    Em muitos casos o sorovar enzotico predominante em um pas, no

    conhecido e a ausncia do sorovar problema torna a vacinao uma medida ineficazj que, os anticorpos especficos para cada sorovar no oferecem a proteo

    adequada e ainda confundem os exames sorolgicos (THIERMANN, 1984).

    No Brasil, o sequenciamento dos genomas dos sorovares iniciado pelo

    copenhageni realizado pelo Instituto Osvaldo Cruz (RJ), abre a possibilidade de

    utilizao de 23 protenas na produo de uma nova vacina para leptospirose. Hoje,

    o sorovar copenhageni o principal responsvel pela prevalncia da leptospirose no

    Brasil (2005 in: FAPESP).BLOOD e RADOSTITS (2002) apresentam como uma desvantagem terica

    da vacinao o fato desta proteger contra uma invaso sistmica, mas no contra a

    colonizao renal, permitindo a ocorrncia de uma leptospirria transitria, fenmeno

    este que no invalida a vacinao. BOLIN (1991) afirma que a vacinao em

    bovinos, depois de ocorrida a infeco, no reduz a colonizao renal dos

    infectados. Em contrapartida, especificamente em relao vacinao canina, nos

    trabalhos de HUHN et al. (1975) e SCHREIBER et al. (2005) a sua utilizaoconferiu boa proteo contra a leptospiremia, leptospirria e infeco renal.

    MARSHALL e KERR (1974) verificaram ausncia de leptospiremias e de

    portadores renais em ces previamente vacinados e posteriormente desafiados com

    inculos contendo altas concentraes de icterohaemorrhagiae. No entanto, os

    autores admitem que os resultados obtidos neste aspecto, podem ser diferentes

    devido a muitas variveis como no caso de uma infeco prvia na qual j se

    estabeleceu o status de portador renal tendo como conseqncia a manuteno

    permanente da colonizao renal e do estado de portador.

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    Nos trabalhos de HUHN et al. (1975), BEY e JOHNSON (1982),

    BROUGTON e SCARNELL (1985) e SCHREIBER et al. (2005) nenhum dos ces

    inoculados ps-imunizao, indiferentemente do tipo de vacina ou dosagem,

    apresentaram sinais clnicos de leptospirose, confirmando a boa proteo vacinal.

    Assim, proteger contra a infeco renal um importante critrio de qualidade

    imunognica a ser alcanado para uma vacina contra a leptospirose ser considerada

    eficiente (BEY e JOHNSON, 1982).

    O esquema de vacinaes caninas, de um modo geral, um tema polmico,

    que causa profundas divergncias (APPEL, 1999). Considerando apenas as vacinas

    inativadas, o intervalo entre as doses de reforo exige reforos freqentes. Por outro

    lado, vacinas vivas ao produzirem imunidade mais duradoura podem requererreforos apenas anuais. Clnicos veterinrios recomendam a revacinao anual

    contra as diversas doenas. Outros recomendam a dose reforo a cada trs anos,

    quando se tratando de vrus. Os fatores que causam tal discusso vo desde a

    primeira imunizao, em detrimento aos nveis de anticorpos maternos, vacinas

    vivas atenuadas ou vacinas inativadas, at o uso de vacinas polivalentes ou

    monovalentes (AVMA, 1989; PHILLIPS et al.1989; TIZARD, 1998; APPEL,1999).

    RUSSELL e RUSSELL (1994) sugerem um calendrio de imunizao onde avacina contra leptospirose deve ser realizada a cada seis meses. Este procedimento

    no usado na prtica, visto que, as vacinas comerciais polivalentes associadas

    com vrus preconizam a revacinao anual. LEWIS et al.(1988) recomendam trs a

    quatro doses com intervalo de duas a trs semanas, com proteo assegurada por

    seis a oito meses. FORD (1992), recomenda uma revacinao aps duas a trs

    semanas em animais adultos vacinados pela primeira vez.

    Com os 23 sorogrupos sorologicamente classificados para L. interrogansedivididos em mais de 250 sorovares ainda h muito que ser pesquisado entre as

    caractersticas moleculares desta espcie, pois pouco se sabe a respeito dos seus

    antgenos protetores (GITTON et al., 1992).

    Para RIBEIRO et al. (2003), o levantamento da ocorrncia de diferentes

    sorovares como pomona, hardjo, grippotyphosa e bratislava induz a relevncia da

    pesquisa continuada no desenvolvimento de novas vacinas contra leptospirose

    canina e a necessidade de incluso de novos sorovares, visando a elaborao de

    vacinas mais eficazes e de respostas mais prolongadas.

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    3 MATERIAL E MTODOS

    3.1 ANIMAIS DO EXPERIMENTO

    O experimento contou com animais provenientes do Laboratrio

    Experimental da BASF-UFPR, Curitiba-Pr, constitudo de 16 ces da raa Beagle

    sendo 06 machos e 10 fmeas, todos com idades entre dois e trs anos,

    alimentados com a mesma rao comercial balanceada para manuteno de ces

    adultos, oferecida duas vezes ao dia e gua ad libitum, em regime semi-aberto deconfinamento.

    3.2 IMUNGENO UTILIZADO

    Foi utilizado como imungeno bacterina produzida pelo Laboratrio Fort

    Dodge (Duramune Max5-CvK/4L) contendo os seguintes sorovares: L.

    icterohaemorrhagiae, L. canicola, L. pomona e L. grippotyphosa.

    Esta vacina comercial liofilizada polivalente, constituda de cepas virais

    atenuadas contra as seguintes doenas caninas: Cinomose, Hepatite Infecciosa

    Canina, Adenovrus Canino Tipo 2, Parainfluenza, Parvovirose e Coronavirose.

    As fraes Leptospirada vacina so preparadas a partir de componentes de

    membrana externa, atravs da tecnologia usada para extrair os antgenos altamente

    imunognicos das clulas desta bactria, designados de O.M.C. (Outer MembraneComplex).

    3.3 VACINAES

    O protocolo utilizado consistiu na vacinao de todos os animais no dia

    considerado zero, realizando-se um reforo vacinal (booster) 90 dias aps a primo-

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    vacinao, aplicando-se a dose de um mililitro, por via subcutnea, recomendada

    pelo fabricante.

    3.4 COLHEITA DE SANGUE E OBTENO DE SOROS

    No dia considerado zero, foram colhidas amostras de sangue obtidas por

    puno da veia ceflica utilizando-se seringas descartveis e agulhas calibre 25/7,

    no volume de cinco mililitros, sendo alocados em tubos previamente esterilizados.

    Uma vez obtido o cogulo, o soro foi centrifugado a 2.000 r.p.m. durante

    quatro minutos, de modo a obter soros lmpidos. O mesmo procedimento foirealizado aos 30, 60, 90, 120, 150, 180 e 210 dias ps-vacinais perfazendo um total

    de sete colheitas ps-vacinais.

    3.5 BASE FSICA LABORATORIAL

    As amostras de soro foram processadas no Laboratrio Veterinria

    Preventiva, em Curitiba-Pr.

    3.6 TCNICA SOROLGICA EMPREGADA

    As amostras de soro foram submetidas ao Teste de Soroaglutinao

    Microscpica (SAM) preconizado por COLE et al.(1973), padronizado pelo Ministrio

    da Sade (2001), utilizando-se antgenos vivos cedidos pelo Centro de Diagnstico

    Marcos Enrietti-SEAB-PR, em Curitiba, onde as reaes aglutinantes foram testadas

    frente a cinco sorovares: canicola, icterohaemorrhagiae, copenhageni, pomona e

    grippotyphosa utilizando-se as diluies de 1/25, 1/50/, 1/100, 1/200 e 1/400.

    Consideraram-se como soros reagentes aqueles que apresentaram qualquer reao

    ao teste. Os ttulos obtidos foram anotados e comparados com objetivo de

    elaborao de grficos das flutuaes observadas. Quanto a utilizao do sorovar

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    copenhageni, foi devido a literatura, no decorrer do trabalho, ter apresentado um

    grande aumento da presena deste sorovar na regio de Curitiba.

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    4 RESULTADOS

    As tabelas a seguir apresentam os resultados dos exames de

    Soroaglutinao Microscpica realizados nos 16 animais do estudo.

    Os ttulos de anticorpos aglutinantes foram obtidos nas sete colheitas

    distintas.

    4.1 TTULOS PR-VACINAIS

    Os valores descriminados na Tabela 1 apresentam os ttulos de anticorpos

    pr-vacinais, considerados, ento, a partir desta primeira titulao, como dia 0

    (zero). Somente as amostras 05, 08, 09, e 11 mostraram-se no reagentes para o

    sorovar copenhageni. No se obteve reao aglutinante para os sorovares canicola,

    grippotyphosa, icterohaemorrhagiae e pomona.

    TABELA 1 TTULOS SOROLGICOS, PR-VACINAIS PARA L. interrogans,

    SOROVARES icterohaemorrhagiae, canicola, copenhageni, pomona e

    grippotyphosa, DOS 16 CES, NO DIA CONSIDERADO 0 (zero)

    AnimaisL.icterohaemorrhagiae

    L.canicola L.copenhageni L.pomona L.grippotyphosa

    1 - - 1/25 - -2 - - 1/25 - -3 - - 1/25 - -4 - - 1/25 - -5 - - - - -

    6 - - 1/50 - -7 - - 1/50 - -8 - - - - -9 - - - - -10 - - 1/25 - -11 - - - - -12 - - 1/100 - -13 - - 1/25 - -14 - - 1/25 - -15 - - 1/25 - -

    16 - - 1/25 - -

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    FIGURA 1 - TTULOS SOROLGICOS PR-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR copenhageni

    FIGURA 2 - TTULOS SOROLGICOS PR-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVARES icterohaemorrhagiae, canicola, pomona E

    grippotyphosa

    Sorovarcopenhageni Pr-vacinal

    25%13% 6%

    56%

    0%0%

    No reagente - 4 (1/25) - 9 (1/50) - 2

    (1/100) - 1 (1/200) - 0 (1/400) - 0

    Pr-vacinais para os sorovaresicterohaemorrhagiae, canicola, pomona e

    grippothyphosa

    100%

    0%0%0%0%0%

    No reagente - 16 (1/25) - 0 (1/50) - 0

    (1/100) - 0 (1/200) - 0 (1/400) - 0

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    4.2 TTULOS PS-VACINAIS AOS 30 DIAS

    Aps 30 dias da administrao da vacina comercial os resultados ps-

    vacinais obtidos para os sorovares copenhageni, canicola, pomonae grippotyphosa

    esto descritos na Tabela 2; Figuras 3, 4, 5 e 6.

    No se observou ttulo aglutinante para o sorovar icterohaemorrhagiae

    (Tabela 2; Figura 7).

    As amostras sorolgicas pertencentes aos animais nmeros 01, 02, 03, 13 e

    16, que no exame pr-vacinal apresentaram ttulos 1/25, frente ao sorovar

    copenhageni, tiveram os mesmos aumentados para 1/400. Nas amostras 04 e 10

    observou-se uma alterao na titulao ps-vacinal de 1/25 para 1/200. A amostra

    nmero 06 evoluiu de 1/50 para 1/200 no ps-vacinal e a amostra nmero 07 de

    1/50 para 1/400. As amostras 05 e 08, inicialmente no reagentes, evoluram, para

    1/200, e as amostras 09 e 11, igualmente no reagentes, aumentaram para 1/400. A

    amostra 12, com ttulo inicial de 1/100, passou para 1/200. A amostra 14 de 1/25

    aumentou para 1/100 e a amostra 15 de 1/25 para no reagente.

    TABELA 2 - TTULOS SOROLGICOS AOS 30 DIAS PS-VACINAIS PARA L.

    interrogans, SOROVARES icterohaemorrhagiae, canicola, copenha-

    geni, pomona egrippotyphosa, DOS 16 CES EXPERIMENTAIS

    AnimaisL.icterohaemorrhagiae

    L.canicola L.copenhageni

    L.pomona L.grippotyphosa

    1 - 1/100 1/400 - 1/252 - - 1/400 - 1/253 - - 1/400 1/25 1/254 - - 1/200 -5 - 1/50 1/200 - 1/256 - 1/50 1/200 - -7 - - 1/400 1/25 -8 - - 1/200 - -9 - - 1/400 1/25 -10 - 1/50 1/200 - -11 - - 1/400 - -12 - 1/25 1/200 1/25 1/5013 - 1/50 1/400 - 1/2514 - - 1/100 - 1/2515 - - - 1/25 1/25

    16 - 1/100 1/400 - 1/50

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    FIGURA 3 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR copenhageni aos 30 DIAS

    FIGURA 4 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR canicola AOS 30 DIAS

    Sorovar copenhageni aos 30 dias

    7%

    40%

    0%0% 0%

    53%

    No reagente - 0 (1/25) - 0 (1/50) - 0

    (1/100) - 1 (1/200) - 6 (1/400) - 8

    Sorovarcanicola aos 30 dias

    56%

    6%

    25%

    13%0% 0%

    No reagente - 9 (1/25) - 1 (1/50) - 4

    (1/100) - 2 (1/200) - 0 (1/400) - 0

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    FIGURA 5 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR grippotyphosaAOS 30 DIAS

    FIGURA 6 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR pomonaAOS 30 DIAS

    Sorovargrippothyphosa aos 30 dias

    43%

    44%

    13%0%

    0%

    0%

    No reagente -7 (1/25) - 7 (1/50) - 2 (1/100) - 0 (1/200) - 0 (1/400) - 0

    Sorovar pomona aos 30 dias

    69%

    31%0%0%0%0%

    No reagente - 11 (1/25) - 5 (1/50) - 0

    (1/100) -0 (1/200) -0 (1/400) - 0

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    FIGURA 7 - TTULOS SOROLGICOS PR E PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogansSOROVAR icterohaemorrhagiae DURANTE OS 210 DIAS

    DE EXPERIMENTO

    4.3 TTULOS PS-VACINAIS AOS 60 DIAS

    Observou-se aos 60 dias uma queda dos ttulos sorolgicos, principalmente

    naqueles obtidos para o sorovar copenhageni. Quatro amostras que apresentavam

    ttulos de 1/400 baixaram para 1/200 (amostras 01, 03, 07 e 16); trs amostras com

    mesmo ttulo de 1/400 baixaram para 1/100 (amostras 02, 09 e 11) e uma amostra

    de mesmo ttulo (1/400) baixou para 1/50 (amostra 13). Cinco amostras com ttulos

    de 1/200 baixaram para 1/100 (amostras 05, 06, 08, 10 e 12); uma amostra comttulo de 1/200 manteve o mesmo ttulo (amostra 04). Somente duas amostras no

    reagiram: uma amostra j anteriormente no reagente (amostra 15) e outra que

    apresentou anteriormente ttulo de 1/100 (amostra 14) (Tabela 3; Figura 8).

    Sorovar icterohaemorrhagiae durante os 210 diasde experimento

    100%

    0%0%0%0%0%

    No reagente -16 (1/25) - 0 (1/50) - 0

    (1/100) - 0 (1/200) - 0 (1/400) - 0

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    TABELA 3 TTULOS SOROLGICOS AOS 60 DIAS PS-VACINAIS PARA L.

    interrogans, SOROVARES icterohaemorrhagiae, canicola,

    copenhageni, pomona e grippotyphosa, DOS 16 CES

    EXPERIMENTAIS

    AnimaisL.icterohaemorrhagiae

    L.canicola L.copenhageni L.pomona L.grippotyphosa

    1 - 1/25 1/200 - -2 - - 1/100 - -3 - - 1/200 1/25 -4 - - 1/200 - -5 - 1/50 1/100 - -6 - 1/25 1/100 - -

    7 - - 1/200 - -8 - - 1/100 - -9 - - 1/100 - -10 - 1/50 1/100 - -11 - - 1/100 - -12 - - 1/100 - -13 - 1/25 1/50 - -14 - - - - -15 - - - - -

    16 - 1/50 1/200 - -

    FIGURA 8 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVARcopenhageni AOS 60 DIAS

    Sorovar copenhageni aos 60 dias

    50%

    31%

    13%

    6%

    0%0%

    No reagente (1/25)-0 (1/50) - 1(1/100) - 8 (1/200) - 5 (1/400) - 0

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    FIGURA 9 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR canicola AOS 60 DIAS

    FIGURA 10 - TTULOS SOROLGICOS PS-VACINAIS PARA Leptospira

    interrogans SOROVAR grippotyphosaAOS 60, 90, 120, 150, 180 E 210

    DIAS

    Sorovargrippotyphosa aos 60