tecnologias de informaÇÃo e … por meio da tecnologia desenvolvemos a técnica que, segundo essa...
TRANSCRIPT
1
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA ESCOLA:
possibilidades na prática pedagógica
Glacy Terezinha Macedo Benk1
Rosilda Aparecida Kovaliczn2
Resumo
Neste artigo apresentamos os resultados dos estudos, pesquisas e atividades práticas desenvolvidas no Programa de Desenvolvimento Educacional – (PDE 2010). O tema desenvolvido aborda as possibilidades para o uso educacional das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), disponíveis na escola. Tem por objetivo propor possibilidades para utilização dessas tecnologias, de forma adequada, no cotidiano escolar, visando potencializar o ensino-aprendizagem dos saberes pelo professor e pelo educando. Para isso, foram aplicados questionários prévios para 65 professores da educação básica e através destes identificadas as dificuldades de uso das TICs presentes na escola pública. Assim, foi proposto um curso/grupo de estudos para professores de Ciências, Biologia e demais áreas, com 32 horas, em encontros semanais, sendo 16 horas presenciais e 16 horas à distância. Os encontros foram realizados no laboratório de informática Paraná Digital e Proinfo do Colégio Estadual Professor Júlio Teodorico – EFMP. Este curso/grupo de estudos apresentou resultados positivos, identificados através de avaliação qualitativa pelo professor e realçados durante o curso, despertando nos educadores maior interesse no uso das TICs para o ensino-aprendizagem. Conclui-se que há necessidade de se repensar sobre métodos e maneiras de ensinar e aprender no dia a dia do professor e do aluno, uma vez que as tecnologias de informação e comunicação já fazem parte da realidade e podem potencializar o ensino e a aprendizagem, basta ao professor se disponibilizar às novas possibilidades.
Palavras-chave: Tecnologias de Informação e Comunicação; Escola; Prática pedagógica.
1 Professor do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) PR. Licenciada em Ciências e
Biologia, especialista em Ecologia. Colégio Estadual Professor Julio Teodorico – EFMP, Ponta Grossa, PR. e-mail: [email protected]. 2 Professor Orientador do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) PR. Farmacêutica
Bioquímica, Mestre em Educação. Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR. e-mail: [email protected].
2
I Introdução
As novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) afetam várias
áreas da sociedade, e isso significa um novo contexto para a educação, tanto social
quanto tecnológico.
Existe um potencial de inovações tecnológicas capazes de interferir
profundamente na organização dos sistemas educacionais, e no próprio processo
ensino-aprendizagem, em termos de conteúdo e organização da aprendizagem,
habilidades de pensamento e funções de professores e alunos.
Compreender as tecnologias de informação e comunicação e os benefícios
para a prática pedagógica implica em dominar as habilidades e valores necessários
para atuar efetivamente numa sociedade cada vez mais dependente do computador
e da tecnologia da informação.
Este trabalho apresenta os resultados de estudos, pesquisas e atividades
práticas desenvolvidas durante a nossa participação no Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE - 2010), de formação continuada dos
Professores da Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do Paraná, da
Secretaria Estadual de Educação (SEED). O PDE acontece em parceria com as
Instituições de Ensino Superior (IES) do Paraná e proporciona o retorno do
Professor da Educação Básica às atividades acadêmicas de sua área de formação
superior, propiciando condições de atualização e aprofundamento de seus
conhecimentos.
No primeiro e segundo períodos do referido programa realizamos atividades
teórico-práticas, conduzidas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
com reflexões sobre a ação no dia-a-dia pedagógico na escola. Desenvolvemos,
entre outras atividades, estudos sobre as contribuições que as TICs proporcionam
no aprendizado dos alunos em sala de aula e as possibilidades de uso pelos
educadores em sua ação pedagógica, sempre fundamentados pelas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica - Biologia. (PARANÁ, 2008).
Entre as ações realizadas que justificam o desenvolvimento da proposta
aplicamos questionários prévios a alunos e professores do Colégio Estadual
Professor Júlio Teodorico – EFMP, escola de atuação do professor PDE.
3
Em resposta aos resultados obtidos a partir dos questionários, elaboramos o
material didático, como sugestão e com possibilidades de uso das TICs para
educadores da Rede Pública do Estado do Paraná. A produção pedagógica foi
aplicada e avaliada durante a implementação do projeto de intervenção pedagógica,
junto à escola e a participantes do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), e aconteceu
no terceiro período do programa, segundo semestre de 2011.
2 Tecnologias
As tecnologias estão presentes e fazem parte de todas as histórias possíveis
e vividas pela humanidade no seu curso. Desde o início da atividade humana mais
primitiva aos tempos atuais o homem transita culturalmente por intermédio das
tecnologias. Elas transformam suas maneiras de pensar, sentir, agir. Mudam
também suas formas de se comunicar e de adquirir conhecimentos. Brito e
Purificação (2008) apresentam o desenvolvimento da tecnologia associado ao
desenvolvimento da ciência. De acordo com as autoras, “o homem criou ciência e
tecnologias (...). A tecnologia é a aplicação do conhecimento científico para obter um
resultado prático”. (BRITO; PURIFICAÇAO, 2008, p. 22).
Conforme Kenski (2007), a tecnologia faz parte da nossa vida. Diariamente
convivemos com ela. Para que possamos escrever, ler e aprender foram construídos
equipamentos (tecnologias) como lápis, cadernos, canetas, lousas, giz e outros.
Ainda, por meio da tecnologia desenvolvemos a técnica que, segundo essa autora, é
a “habilidade de lidar” com cada tipo de tecnologia para executar ou fazer algo.
(KENSKI, 2007, p. 24).
Na percepção de Brito e Purificação (2008), o termo tecnologia vai além de
meros equipamentos. Ela permeia em toda a nossa vida. Para Bueno apud Brito;
Purificação (2008), tecnologia é:
[...] um processo contínuo através do qual a humanidade molda, modifica e gera a sua qualidade de vida. Há uma constante necessidade do ser humano de criar, a sua capacidade de interagir com a natureza, produzindo instrumentos desde os mais primitivos até os mais modernos, utilizando-se de um conhecimento científico para aplicar a técnica e modificar, melhorar,
4
aprimorar os produtos oriundos do processo de interação deste com a natureza e com os demais seres humanos. (BUENO apud BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p.32).
Portanto, a evolução tecnológica impõe-se e transforma o comportamento
individual e social dos indivíduos.
A contemporaneidade pressupõe uma sociedade em transformação
constante, e a partir da evolução das tecnologias ampliam-se a comunicação e a
interação. Para o filósofo francês Lytoard (1993, apud KENSKI, 2007) a humanidade
deve entender a tecnologia como um grande desafio e um caminho sem volta, sendo
que o único meio do ser humano acompanhar a evolução é pela adaptação às
complexidades impostas pelas tecnologias.
Masetto (2003) traduz as novas tecnologias em educação desta maneira:
Por novas tecnologias em educação, estamos entendendo o uso da informática, do computador, da Internet, do CD-ROM, da hipermídia, da multimídia, de ferramentas para educação a distância – como chats, grupos ou listas de discussão, correio eletrônico etc, – e de outros recursos e linguagens digitais de que atualmente dispomos e que podem colaborar significativamente para tornar o processo de educação mais eficiente e mais
eficaz. (MASETTO, 2003, p. 152).
Conforme Kenski (2007), para a educação o tema apresenta-se como um
duplo desafio, pois, além de adaptar-se aos avanços das tecnologias, também é
preciso “orientar o caminho de todos para o domínio e a apropriação crítica desses
novos meios”. (KENSKI, 2007, p.18).
As transformações que vêm ocorrendo em diversos setores da sociedade
exigem atitude contemporânea por parte dos educadores, e também que estejam
em constante atualização para com a nova realidade que se transforma dia a dia.
De acordo com Moran (2007)
Com as escolas cada vez mais conectadas a internet, os papéis do educador se multiplicam, diferenciam e complementam, exigindo uma grande capacidade de adaptação, de criatividade diante de novas situações, propostas, atividades. (MORAN, 2007, p.35).
5
Assim, precisamos reinventar a organização escolar com a finalidade de
oferecer a todos um aprender mais humano, integral, de forma ética e afetiva,
“integrando o individual e o social, os diversos ritmos, métodos, metodologias,
tecnologias, para construir cidadãos plenos em todas as dimensões.” (MORAN,
2007, p. 11).
Para Kenski (2003), o uso das tecnologias educacionais pode auxiliar na
aprendizagem:
Na atualidade, as tecnologias precisam ser vistas como geradoras de oportunidades [...], não pelo simples uso da máquina, mas pelas várias oportunidades de comunicação e interação entre professores e alunos, todos exercendo papéis ativos e colaborativos na atividade didática. (KENSKI, 2003, p. 66).
Segundo Behrens (2003), na utilização do computador como recurso
pedagógico, a questão fundamental é como esse instrumento é compreendido pelos
professores e aproveitado pelos alunos. Portanto, a inserção do computador, no
meio educacional, deve vir acompanhada de proposta metodológica que favoreça a
construção, o exercício de reflexão e a busca ativa e compartilhada de saberes.
Menezes (2010) enfatiza que há razões para os professores utilizarem as
novas tecnologias visto que seus alunos já fazem ou farão uso delas. Também é
provável que muitos de seus alunos segurem o lápis com menos desenvoltura do
que manuseiam um mouse.
2.1 As inovações tecnológicas na escola
Para uma melhor compreensão de como aconteceu a chegada das novas
TICs na escola pública do Paraná anotamos um breve histórico das Tecnologias de
Informação e Comunicação no contexto escolar, atualmente. Conforme Tono (2006)
No Estado do Paraná, as Políticas Públicas referentes à informatização das escolas são de cunho federal através do Programa Nacional de Informática
6
na Educação – PROINFO, de 1997 e que permanece até os dias atuais, e de cunho estadual através do Programa de Extensão e Melhoria do Ensino Médio – PROEM, implementado de 1997 até o ano de 2002 e do Programa Paraná Digital em vigor desde o ano de 2003. (TONO, 2006, p. 165).
Em 1998, chegam computadores para colégios públicos estaduais por meio
do Programa de Extensão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio do Paraná
(PROEM).
O uso da informática nas escolas, entre 1998 e 2002, era mais instrumental
do que pedagógico, pouco inserido no contexto das disciplinas da Educação Básica.
Para dar suporte à inclusão digital e universalização de acesso ao uso das
TICs, teve início a Política Pública denominada Paraná Digital (PRD), a partir do ano
de 2006, com a implantação de 2.100 laboratórios de informática e conectividade a
todas as Escolas Públicas Estaduais do Paraná, 22 mil televisores multimídia e mais
de 2.100 kits de sintonia da TV Paulo Freire. (PARANÁ, 2010).
A inserção das TICs na escola permite a professores, alunos e demais
componentes das escolas públicas acesso a essa tecnologia. Porém não garante a
utilização em sala de aula pelo professor, dos recursos disponibilizados, porque de
acordo com Leite (2011) “para que o professor desempenhe seu papel pedagógico
com competência e sintonizado com os desafios da contemporaneidade [...] é
necessário que ele possua domínio técnico, pedagógico e crítico da tecnologia”.
(LEITE, 2011, p.74). Concordamos com essa posição, por acreditar que o uso
pedagógico das TICs pelo professor deve ocorrer na ação, pois são importantes
recursos para a aprendizagem, também para a formação de cidadãos, em uma
sociedade em constante transformação.
Atualmente, muitas escolas públicas no Brasil já contam com laboratórios de
informática e acesso à Internet, porém autores como Moran (2003), Kenski (2003,
2007) e Behrens (2003) alertam que não basta apenas a aquisição de
equipamentos, mas que o uso das novas tecnologias deve ocorrer de forma
consciente e com conhecimento das possibilidades de uso.
7
3 Material e Métodos
Entre setembro e outubro de 2010, foram aplicados questionários prévios
(Apêndice A) para 65 professores da Educação Básica do Colégio Estadual
Professor Júlio Teodorico – EFMP, com faixa etária entre 24 e 30 anos (21,53%) e
acima de 31 anos (78,46%). O questionário foi organizado de forma a diagnosticar
os conhecimentos, dificuldades de usos e aplicações das TICs pelos professores do
Colégio.
Segundo as respostas obtidas, quando indagados sobre o nível de
conhecimento em informática, (32,30%) disseram ter conhecimentos de simples
usuário, (46,15%) disseram ter conhecimento médio, (20,00%) se consideram
usuários experientes e (1,53%) não respondeu.
Na questão sobre a formação para uso pedagógico das TICs, atualmente
presentes na escola pública, (66,15%) dizem não ter participado de cursos e
(32,30%) afirmam que já realizaram cursos de formação, (1,53%) não respondeu.
Sobre a formação pedagógica para o uso das TICs oferecida pela SEED – PR, até o
momento da investigação, (30,76%) consideram suficiente, enquanto (69,23%)
dizem ser insuficiente.
Quanto às dificuldades relacionadas ao uso das TICs presentes na escola
pública: (21,53%) disseram apresentar dificuldades no uso dos aplicativos BrOficce
(impress, editor de textos e calc) nos computadores do PRD e PROINFO; (46,15%)
em baixar vídeos para uso na TV Multimídia, e (50,76%) relataram dificuldades em
fazer a conversão de vídeos, imagens e sons para o uso na TV Multimídia, (29,23%)
no uso da TV Multimídia, e ainda, (41,53%) com o uso do Linux Educacional dos
computadores do PROINFO.
3.1 A produção pedagógica
Em forma de um manual, a produção pedagógica norteou a implementação
do projeto de intervenção na escola e contemplou conteúdos atuais para a temática
TICs. Tem o objetivo de orientar o professor e o educando a utilizarem de forma
8
adequada as TICs, além de propor sugestões ao uso dos instrumentos tecnológicos
como meios para desenvolver atividades expressivas e repensar sobre temas que
constroem a prática do professor. Também, motivá-los a utilizar computadores e
aplicativos bem como recursos educacionais disponíveis pela rede mundial de
computadores - Internet.
Os recursos apresentados nessa produção pedagógica podem ser explorados
juntamente com os alunos na busca por soluções originais e com a intenção de
representar os conhecimentos que estão construindo, de forma cooperativa,
interativa e criativa.
3.2 Implementação do projeto na escola básica
Diante das dificuldades, previamente elencadas pelos professores, optamos
por desenvolver um curso/grupo de estudos em TICs, com base na produção
pedagógica, no decorrer do terceiro período do PDE, segundo semestre de 2011. O
curso teve a finalidade de familiarizar os docentes com a linguagem digital e
apresentar possibilidades para o uso das tecnologias de informação e comunicação
presentes na escola pública atualmente.
Com o apoio da UEPG, optamos pelo formato de curso teórico-prático com 32
horas de formação, sendo 16 horas presenciais e 16 horas à distância. Foi realizado
nos meses de setembro a novembro de 2011, observando-se o Calendário Escolar
da Secretaria Estadual de Educação do Paraná (SEED / PR) para as escolas
públicas.
O Curso foi divulgado junto a professores, equipe pedagógica e gestores do
colégio Estadual Professor Julio Teodorico - EFMP. Deu-se prioridade aos
professores das disciplinas de Biologia e Ciências da Rede Pública Estadual de
Ensino em Ponta Grossa PR, e por tratar-se de aulas práticas, foram ofertadas 12
vagas, priorizada a ordem de inscrição. Uma vaga foi destinada para acadêmico do
curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UEPG.
As atividades de formação presencial, com aulas às sextas-feiras, das 18h às
22h, foram realizadas no laboratório Paraná Digital (PRD) e laboratório Proinfo
9
(MEC), instalados no Colégio Estadual Professor Júlio Teodorico – EFMP. (Figuras 1
e 2).
Figura 1. Laboratório Paraná Digital (PRD) instalado no Colégio Estadual Professor Júlio Teodorico – EFMP, em Ponta Grossa, PR. 2011. Fonte: (Autoras)
Figura 2. Laboratório Proinfo (MEC) instalado no Colégio Estadual Professor Júlio Teodorico – EFMP, em Ponta Grossa, PR. 2011. Fonte: (Autoras)
Para a aula de abertura contamos com a palestrante Professora MSc. Denise
Zanon (UEPG) a qual abordou o tema "TICs e a Formação de Professores".
Na aplicação dos conteúdos no decorrer do curso constaram ações como:
apresentação dos laboratórios Paraná Digital e Proinfo e suas características de
funcionamento; demonstração de links, atualmente disponíveis ao professor da rede
pública estadual do Paraná nos Portais Educacionais Dia-a-dia-educação e Portal do
Professor do MEC; aplicativos para uso educacional: Impress, Editor de texto, GIMP;
apresentação da TV Multimídia: funcionamento, características e aplicações para
uso educacional; noções de colaboração e interação por meio de ambientes virtuais
10
de aprendizagem (AVAs); ambiente pedagógico colaborativo (APC), FOLHAS,
objeto de aprendizagem colaborativa (OAC); mídias televisivas: conteúdos para uso
pedagógico da TV Paulo Freire e TV Escola e noções de Webquest com proposta de
construção.
Ao final da formação, organizamos uma saída técnica ao Núcleo de
Tecnologia em Educação Aberta e à Distância (NUTEAD), da Universidade Estadual
de Ponta Grossa (UEPG).
Os participantes avaliaram o curso de forma qualitativa, por escrito, após o
encerramento das atividades.
3.3 Grupo de Trabalho em Rede (GTR)
O Grupo de Trabalho em Rede (GTR) faz parte do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação (SEED)
PR. Tem por objetivo socializar as produções pedagógicas elaboradas pelo
professor PDE com os demais professores da rede de todo o Estado e oferecer
debate, troca de informações e experiências on line.
O GTR 2011 aconteceu paralelamente à implementação do projeto de
intervenção na escola, no terceiro período do PDE, segundo semestre de 2011,
intitulado “Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola: possibilidades na
prática pedagógica”. Foi desenvolvido on-line no ambiente Moodle, no período de 10
de outubro a 21 de novembro de 2011.
Inscreveram-se quinze professores da Rede Pública do Estado do Paraná, e
desses, treze professores concluíram os trabalhos propostos e dois professores
desistiram das atividades.
O GTR 2011 foi estruturado pela SEED – PR em três temáticas, segundo as
produções realizadas pelo professor PDE. Temática 1: Projeto de Intervenção
Pedagógica na Escola; Temática 2: Produção Didático-Pedagógica; Temática 3:
Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola.
Aos professores inscritos no GTR “Tecnologias de Informação e
Comunicação na Escola: possibilidades na prática pedagógica” foi oportunizado
discutir as produções por nós realizadas durante o PDE.
11
4 Resultados e Discussão
No terceiro período do PDE, segundo semestre de 2011, ocorreu a
implementação do projeto de intervenção, com aplicação da produção pedagógica, e
paralelamente a tutoria no GTR. Todas as atividades foram desenvolvidas em
curso/grupo de estudos com Professores da Rede Pública de Educação do Paraná e
sob a orientação do professor da IES.
A intervenção pedagógica ocorreu por meio de curso teórico-prático com o
tema "Tecnologias Educacionais". Contou com 11 (onze) participantes, sendo 09
(nove) professores da rede pública estadual, 01 (um) do Ensino Superior e 01 (um)
acadêmico do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UEPG. Além da
formação presencial, aconteceram atividades à distância por meio de correio
eletrônico (e-mail) no qual eram postadas atividades e disponibilizados tutoriais,
textos, vídeos e artigos. Dúvidas eram esclarecidas, além da troca de experiências
entre os cursistas.
No encerramento do curso, o grupo participou de uma visita técnica ao Núcleo
de Tecnologia e Educação a Distância (NUTEAD) da UEPG, onde os participantes
puderam conhecer e manusear recentes tecnologias para o uso na sala de aula:
lousa, caneta e mesa digitais, e tiveram, igualmente, noções da Educação à
Distância e do ambiente virtual de aprendizagem Moodle. (Figuras 3, 4 e 5).
Figura 3. Demonstração da lousa digital para professores. NUTEAD - UEPG, Ponta Grossa,
PR. 2011. Fonte: (Autoras)
12
Figura 4. Atividade prática com a mesa e caneta digital. NUTEAD - UEPG, em Ponta Grossa,
PR. 2011. Fonte: (Autoras)
Figura 5. Atividade prática com a lousa digital. NUTEAD - UEPG, em Ponta Grossa, PR.
2011. Fonte: (Autoras)
Todos os participantes do grupo de estudos (100%) responderam aos
formulários, em uma avaliação qualitativa, e consideraram que as atividades
corresponderam as suas expectativas e que conheceram as tecnologias da
informação e comunicação (TICs) disponíveis na escola pública. Ainda, todos os
participantes se cadastraram em algum Portal Educacional, Portal Dia-a-Dia-
Educação ou Portal do Professor (MEC), e indicariam o curso para outros colegas.
Entre as habilidades, segundo as respostas das avaliações, consideraram
que aprenderam:
Baixar vídeos do YouTube para uso na TV Multimídia;
conversão de vídeos para uso na TV Multimídia;
uso do Linux Educacional (Lab. Proinfo);
trabalhar com a Webquest;
13
outros ainda, citaram: manuseio na lousa digital e da caneta digital no
NUTEAD.
Sobre os benefícios para suas atividades, destacamos os seguintes
depoimentos:
- “estou mais segura para usar as tecnologias”. (Professor A).
- “percebi que não devo ficar apenas no quadro e livros – posso diversificar
com as tecnologias disponíveis na escola”. (Professor B).
- “o curso demonstrou as inúmeras possibilidades e alternativas
metodológicas para trabalhar com o aluno”. (Professor C).
- “ajudou a conhecer novas tecnologias”. (Professor D).
- “possibilitou o conhecimento e aprendizagem de alguns recursos de
multimídia nos quais facilitaram a utilização desses recursos na sala de aula,
tornando as aulas mais dinâmicas e atraentes”. (Professor E).
Dos participantes, (82%) deles tiveram contato com computadores do
laboratório ProInfo e PRD, lousa digital, FOLHAS, OACs, plataforma Moodle e
Webquest. Também consideraram sua participação no curso satisfatória e que a
carga horária foi suficiente.
Conforme depoimentos pode-se constatar que o curso foi significativo para a
atuação dos professores. Houve a inscrição de apenas uma acadêmica do Curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas, a qual avaliou:
- “Na graduação não temos contato com as TICs que são extremamente
importantes na nossa área de trabalho”. Também acrescenta: “mais pessoas
deveriam ter acesso a esse conhecimento”, e ainda “poderia até ser uma matéria
semestral nos cursos de licenciatura”. (acadêmica do Curso de Licenciatura em
Ciências Biológicas – UEPG).
O relato da acadêmica destaca uma nova visão acerca da formação dos
futuros profissionais no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas com o
aprimoramento da grade curricular, e é um alerta à Rede Estadual de Ensino
Superior do Paraná para a questão de professores e acadêmicos de curso de
Licenciatura presencial os quais não usufruem atualmente das mesmas tecnologias
para uso educacional disponíveis na Escola Básica da Rede Pública Estadual do
Paraná.
Conforme análise quali-quantitativa dos questionários pós-evento, e os
depoimentos aqui transcritos, o Curso foi considerado satisfatório porque atingiu os
14
objetivos de familiarizar e de incentivar professores da rede pública para a utilização
significativa de computadores e seus aplicativos, e ainda, utilizar os recursos
tecnológicos educacionais disponíveis pela Internet; ou seja, o uso adequado das
TICs com fins pedagógicos.
Destacamos, também, as interações ocorridas paralelamente no GTR
“Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola: possibilidades na prática
pedagógica”, pois foram importantes as contribuições dos professores participantes
e seus depoimentos para o desenvolvimento das nossas atividades no PDE:
- “As aplicações tecnológicas nas escolas é (sic) uma poderosa ferramenta
para o processo de ensino-aprendizagem, porém pedagogicamente devem ser bem
elaboradas”. (Professor 1).
- “Claro que esses recursos hoje em dia são indispensáveis para o processo
de ensino-aprendizagem, mas usá-los adequadamente é um desafio para muitos”.
(Professor 2).
- “Gostei muito do seu projeto e o título me chamou a atenção, pois pretendo
me interar (sic) mais sobre as tecnologias educacionais para proporcionar aos meus
alunos uma aprendizagem melhor e mais rica utilizando-se de recursos que fazem
parte do cotidiano dos mesmos”. (Professor 3).
- “Os educadores de hoje não nasceram nem se formaram numa realidade de
tamanha (sic) evoluções tecnológicas e dos processos de interatividade, mas ele
deve se atualizar através de capacitações ou vontade própria para utilizar essas
ferramentas na sua prática pedagógica como aliada, facilitando seu trabalho
docente”. (Professor 4).
- “O mundo mudou, inovou, as coisas acontecem muito rápido (sic) e não
temos como continuar com o ensino nas velhas bases, precisamos acompanhar as
mudanças, as tecnologias surgiram pra ficar e vão se desenvolver ainda mais, para
a nova geração é parte do dia a dia, nossos alunos tratam o computador como um
velho amigo e nós professores não podemos ficar parados no tempo só com o
quadro e giz”. (Professor 5).
Diante dos relatos dos participantes do GTR, das observações e discussões,
percebemos que essa atividade foi relevante para todos, pois aprendemos novas
maneiras de nos comunicarmos, seja através de fóruns, chats, e-mail. Enfim, as
possibilidades de interatividade permitem a construção de novos conhecimentos,
15
teorias e conceitos, em sistema de rede, oportunizando a participação de docentes
da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná.
5 Conclusão
Este artigo apresenta os resultados das produções pedagógicas realizadas
durante nossos estudos no Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná
(PDE 2010 – 2012). As produções pedagógicas propuseram possibilidades para o
uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no cotidiano escolar, a
professores de Biologia e Ciências e demais áreas, por meio de curso/grupo de
estudos pelo qual puderam interagir e socializar suas dúvidas e conhecimentos e,
ainda, aprender a explorar as TICs de forma crítica, refletindo sobre as
possibilidades e desafios de uso.
Da mesma forma, intencionou-se a colaborar com a reorganização da cultura
do professor, auxiliando-o a ser um profissional imerso e participativo na rede
mundial de computadores, que trabalha em conjunto, colabora com o outro
partilhando saberes, experiências e expectativas.
Os depoimentos dos professores e acadêmica, participantes do Curso
Teórico-Prático "Tecnologias Educacionais", demonstraram o impacto que as
tecnologias têm causado nos diversos aspectos da vida, da sociedade e na prática
pedagógica, que o ambiente educativo pode se tornar um espaço de construção
colaborativa com a participação de educadores e educandos, configurando a
necessidade da formação continuada dos professores, para apreender novos
conhecimentos e transformar-se com as mudanças.
Acreditamos que a partir das novas possibilidades, do desafio em remodelar o
tradicional, da vontade de desvendar novos saberes somos estimulados a conhecer,
a caminhar por ambientes desconhecidos e a adotar outros encaminhamentos na
nossa prática em sala de aula.
Conclui-se que há necessidade de se repensar sobre métodos e maneiras de
ensinar e aprender no dia a dia do professor e do aluno, uma vez que as tecnologias
de informação e comunicação já fazem parte da realidade e podem potencializar o
16
ensino e a aprendizagem, basta ao professor se disponibilizar às novas
possibilidades.
6 Referências
BENHRENS, M. A. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: J.M. Moran; M.T. Masetto; ______. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7. ed. Campinas: Papirus, 2003.
BRITO, G. S.; PURIFICAÇÃO, I. Educação e novas tecnologias um re-pensar. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2008. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=evgdRehYn-YC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 20 fev. 2012.
KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2007. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=ncTG4el0Sk0C&printsec=frontcover&dq=KENSKI&hl=ptBR&ei=aYCeTLSsI8P8AbK2pXuDw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCgQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 12 set. 2010.
______. Tecnologias e Ensino Presencial e a Distância. São Paulo: Papirus, 2003. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=dWdWPHkGCEkC&printsec=frontcover&dq=Tecnologias+e+Ensino+Presencial+e+a+Dist%C3%A2ncia.&hl=ptBR&ei=SVK_TbP0DIe_gQenm7jTBg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CDsQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 12 set. 2010.
LEITE, L. S. Mídia e a perspectiva da tecnologia educacional no processo pedagógico contemporâneo. In: FREIRE, W. (Org.). Tecnologia e Educação: As mídias na prática docente. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011.
MASETTO, M. T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: J.M. Moran; M.T. Masetto; M.A. Behrens. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7. ed. Campinas: Papirus, 2003.
MENEZES, L. C. Ensinar com a ajuda da tecnologia. Revista Nova Escola. n. 235, p.122. set. 2010.
MORAN, J. M. A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007. Disponível em:
17
<http://books.google.com.br/booksid=PiZe8ahPcD8C&printsec=frontcover&dq=moran+jose&hl=ptBR&ei=Sl2eTOy3B8P48Ab7IA6&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CC8Q6AEwAQ#v=onepage&q=moran%20jose&f=false>. Acesso em: 10 set. 2010.
______. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: M.T. Masetto; M.A. Behrens. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7. ed. Campinas: Papirus, 2003.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Biologia. Curitiba, 2008.
______. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretoria de Tecnologias Educacionais. Paraná digital: tecnologias de informação e comunicação nas escolas públicas paranaenses. Curitiba: SEED/PR. 2010.
TONO, C. C. P. Diretrizes das Políticas Públicas de Alfabetização Digital do Estado do Paraná. In: XXVI CONGRESSO DA SBC XII WORKSHOP DE INFORMÁTICA NA ESCOLA. Campo Grande, 2006. Anais... Disponível em: <http://natalnet.dca.ufrn.br/sbc2006/pdf/arq0232.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2012.
19
PREZADO PROFESSOR, PROFESSORA da REDE ESTADUAL EDUCAÇÃO.
Sou a professora Glacy, Licenciada em Ciências e Biologia e Professora da Rede Estadual de Educação do Paraná. Atualmente estou cursando o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE – 2010).
O PDE é um programa de Formação Continuada e visa proporcionar ao professor o retorno às atividades acadêmicas de sua área de formação inicial, e conta com a orientação de um professor de Instituição de Ensino Superior (IES). No desenvolvimento do PDE estão previstas várias etapas de atividades, entre elas a elaboração de um Plano de Trabalho com uma proposta de intervenção na realidade escolar.
O questionário apresentado neste documento é parte do meu Plano de Trabalho, e espero contar com a sua contribuição, a qual será de grande valia para os estudos e intervenção pedagógica na escola e ainda contribuir para a melhoria da educação básica. Sua identidade será preservada. Agradeço a valiosa contribuição.
Professora Glacy Benk Col. Est Professor Júlio Teodorico - EFMP
___________________________________________________________________1) Faixa etária, idade: ( ) 24 / 30 anos ( ) acima de 31 anos 2) Escolha o seu nível de conhecimentos em informática: ( ) Conhecimento de simples usuário ( ) Conhecimento médio ( ) Usuário experiente 3) Já participou de cursos de formação sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs) como ferramenta pedagógica? ( ) sim ( ) não 4) A formação pedagógica, para o uso das tecnologias, oferecida pela SEED é suficiente para o efetivo uso pedagógico das tecnologias em suas aulas? ( ) sim ( ) não 5) Informe (caso tenha) qual(is) dificuldades apresenta com o uso das tecnologias da informação e comunicação disponíveis na escola pública do Paraná. ( ) uso dos aplicativos do BrOffice (processador de textos, planilhas, impress) ( ) baixar vídeos do YouTube para uso na TV Multimídia ( ) conversão de vídeos para uso na TV Multimídia ( ) uso do Linux Educacional (Lab. PROINFO) ( ) uso da TV Multimídia