tecnicas de estudo - triunfus - educação e tecnologia · técnicas de estudo apresentação 2...

75
Técnicas de Estudo João Mattar Wanderlucy Czeszak

Upload: lykhuong

Post on 09-Nov-2018

221 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

João MattarWanderlucy Czeszak

Page 2: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Sumário

APRESENTAÇÃO 2

AULA 01: O Aprendiz Virtual 3

AULA 02: História da EaD 8

AULA 03: Distância na EaD 16

AULA 04: Informática e Internet 22

AULA 05: Gerenciamento do Tempo 26

AULA 06: Fontes de Informação 29

AULA 07: Estratégias de Leitura 42

AULA 08: Trabalhos em Grupo 48

AULA 09: Língua e Internet 53

AULA 10: Direitos Autorais 58

AULA 11: Avaliação em EaD 65

AULA 12: O Futuro da Educação 70

AUTORES 73

Page 3: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Apresentação

2

Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância. Ele o orientará, portanto, com técnicas e estratégias para o seu estudo.

Como você perceberá, este Guia de Auto-Estudo não está voltado apenas para o estudo na universidade, mas para o aprendizado contínuo, que é uma característica da sociedade do conhecimento em que vivemos hoje.

Em cada aula, serão apresentados os objetivos e a importância do tema, será proposto um desafi o (para esquentar!) e, após o texto da aula, serão propostas atividades e listadas as referências.

Esperamos que você aproveite bem o material e que ele o ajude a se tornar um aprendiz virtual de sucesso!

Venha conosco...

Page 4: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 1Aula 1O Aprendiz Virtual

3

1. Objetivos do tema escolhido 1. Defi nir o conceito de ‘aprendiz virtual’ 2. Discutir o papel e o perfi l do aprendiz virtual de sucesso 3. Demonstrar a importância de aprender a aprender

2. Importância do tema e implicação na área do cursoNa sociedade da informação e do conhecimento, a capacidade de aprender tornou-se uma exigência não só para os alunos de instituições de ensino, mas também para os profi ssionais de qualquer ramo de atividade, assim como para as próprias empresas.

3. DesafioNeste guia de auto-estudo, poderia ter sido utilizada a expressão ‘aluno virtual’. Ela é bastante comum, e é inclusive o título de um livro importante, que será citado nesta aula.

Por que então você acha que foi escolhida a palavra ‘aprendiz’ e não ‘aluno’?Pense um pouco nisso antes de continuar a leitura desta aula, e também ao fi nal dela.

Refl ita também sobre a expressão ‘aprender face a face a distância’, cada vez mais utilizada hoje em dia. Ela parece contraditória. Afi nal de contas, o que ela quer dizer?

4. O Aprendiz VirtualO desenvolvimento do aprendizado a distância criou um novo tipo de personagem em nossa sociedade, que pode ser batizado de ‘aprendiz virtual’.

Em primeiro lugar, o centro do processo de ensino e aprendizagem não é mais o interesse do professor na disciplina, mas sim o que o aprendiz precisa aprender. O aprendiz, nesse caso, deve ser considerado na fase do planejamento e da implementação da experiência de aprendizado a distância, e não apenas no fi nal, quando o conteúdo de algum curso a distância esteja pronto.

Page 5: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 1Aula 1O Aprendiz Virtual

4

Em segundo lugar, esse aprendiz não precisa mais estar fi sicamente presente em um ambiente de aprendizagem para aprender: ele aprende em qualquer lugar. Além disso, seu aprendizado é também contínuo e permanente: o estudo não é mais encarado, em nossa sociedade, como algo que deva ocorrer somente em determinado momento de nossa vida, mas sim como algo que deve nos acompanhar por toda a vida. Ou seja, tempo e espaço não são mais limites para as ambiçõesde conhecimento do aprendiz virtual.

Ele é curioso e gosta de caminhar sozinho, por conta própria, mas não se incomoda de, antes e durante o caminho, pedir ajuda aos mais experientes.

Na verdade, o aprendiz não é uma pessoa isolada: comunidades e organizaçõestambém aprendem nesse novo cenário, não apenas indivíduos.

4.1. Aprender a AprenderO aprendizado é uma das marcas da sociedade da informação e do conhecimento, e, nessa nova sociedade, a educação a distância é essencial porque permite que os aprendizes aprendam ‘face a face a distância’.

Mudanças nas condições socioeconômicas da educação tornaram importante o aprendizado independente e auto-organizado, e também o aprendizado em grupo.

O desafi o para você, aprendiz virtual, é, portanto, constituir um repertório de abordagens para o seu aprendizado – assim você pode aprender a aprender em diferentes situações que enfrentará na vida, não apenas na escola, tornando-se capaz de aprender nas mais diversas situações. O essencial, portanto, não é se entupir de conhecimentos, mas sim como você aborda o estudo, e neste guia você aprenderá diversos objetivos, estratégias e atitudes para utilizar em seus estudos.

Connie Dillon e Bárbara Greene, em um interessante artigo denominado ‘Diferenças entre Aprendizes em Aprendizagem a Distância: Encontrando Diferenças que Importam’1 ,

1 Learner differences in Distance Learning: fi ndind differences that matter. In: MOORE, Michael Grahame; ANDERSON, William G. (Ed.). Handbook of distance education. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum, 2003. p. 235-244.

Page 6: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 1Aula 1O Aprendiz Virtual

5

diferenciam o ‘aprendizado de superfície’, associado à leitura e memorização, da estratégia de ‘aprendizado profundo’, em que o aprendiz deve processar novas informações em função de como elas se relacionam ao conhecimento já existente, o que resulta numa compreensão mais adequada: “A informação a-ser-aprendida é elaborada sobre e integrada com o conhecimento já residente na memória” (p. 240).

Outra estratégia importante para o aprendiz virtual, destacada no mesmo artigo, mas que já é comum nos textos sobre EaD, é o que se denomina ‘metacognição’: avaliar continuamente a sua compreensão, avaliar abordagens alternativas, selecionar uma ou mais abordagens e reavaliar sua compreensão (p. 246), ou seja, observar e avaliar continuamente sua própria aprendizagem, auto-avaliar-se.

4.2. Perfil e Papel do Aprendiz Virtual de SucessoMas você já deve estar pensando faz tempo: afi nal de contas, qual é o papel e o perfi l desse aprendiz virtual?

Rena Palloff e Keith Pratt traçam um interessante perfi l do aluno virtual de sucesso. O aluno virtual precisa ter acesso a um computador e a um modem ou conexão de alta velocidade e saber usá-los; ter a mente aberta e compartilhar detalhes sobre sua vida, seu trabalho e outras experiências educacionais; não pode se sentir prejudicado pela ausência de sinais auditivos ou visuais no processo de comunicação; deseja dedicar uma quantidade signifi cativa de seu tempo semanal a seus estudos e não vê o curso como ‘a maneira mais leve e fácil’ de obter créditosou um diploma; os alunos virtuais são, ou podem passar a ser, pessoas que pensam criticamente; a capacidade de refl etir é outra qualidade fundamental para o aluno virtual de sucesso; fi nalmente, o que talvez seja o mais importante: o aluno virtual acredita que a aprendizagem de alta qualidade pode acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento.2

2 PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes online. Trad. Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 25-35.

Page 7: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 1Aula 1O Aprendiz Virtual

6

Os aprendizes devem ter novas habilidades para serem capazes de estudar em ambientes informatizados de aprendizagem, característicos da sociedade da informação e do conhecimento: autodeterminação e orientação, capacidade de selecionar, de tomar decisões e organização. Esperam-se também novas atitudes, e são propostas novas atividades nos ambientes de aprendizagem virtuais, como aprender de um modo autônomo, desenvolver estratégias de estudo adequadas, e utilizar e explorar os novos recursos de comunicação. Esperam-se também insightspedagógicos do aprendiz virtual, confi ança no uso da tecnologia, e uma motivação extra para os estudos. Muita responsabilidade, né? Mas fi que tranqüilo porque todos esses pontos serão abordados neste guia, cuja função é justamente auxiliá-lo no desenvolvimento dessas competência, habilidades e atitudes. Afi nal, você é um aprendiz virtual!

4.3. Auto...Hoje é comum falar em pedagogia autodirigida e aprendizagem autodirecionada, tendo o aprendiz como gestor e programador de seu processo de aprendizagem.

Espera-se que, nesse novo cenário, você monitore e regule seu próprio estudo. Espera-se também que você tenha confi ança em abordar e realizar novas atividades. Espera-se que você aprenda através do auto-estudo, mas também em ambientes sociais, interagindo com outras pessoas.

O ensino a distância exige, assim, um aprendiz autônomo e independente, mais responsável pelo processo de aprendizagem e disposto à auto-aprendizagem.Com a alteração da cultura do ensino para a cultura da aprendizagem, o estudo passou a ser auto-administrado e automonitorado por um aprendiz autônomo.

Neste novo ambiente, podemos falar de aprendizagem auto-responsável, autoplanejada, auto-organizada, independente e auto-regulada, além de não linear e não seqüencial, em que os aprendizes trilham seus próprios caminhos e alcançam seus próprios objetivos. As atividades mais importantes, neste novo modelo de aprendizagem, passam a ser: buscar, encontrar, selecionar e aplicar, e não mais receber e memorizar.

Page 8: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 1Aula 1O Aprendiz Virtual

7

Neste novo paradigma da educação, é o aprendiz, e não mais o professor, quem passa a dominar o processo de ensino e aprendizagem. Mais ativos, os aprendizes agora assumem a responsabilidade por sua própria aprendizagem.

O aprendiz virtual deve ter compromisso com o aprendizado. A organização, e a escolha das ferramentas e da seqüência do material a ser explorado, deixaram de ser uma atribuição do professor, e são agora suas responsabilidades.

Você se tornou auto...Boa sorte nessa viagem!

5. Atividades e OrientaçõesVocê já ouviu falar da palavra ‘heutagogia’? Muito estranha, né? Nem em dicionários você encontra esta palavra! Mas ela tem sido cada vez mais utilizada quando se fala de Educação a Distância (EaD). Pesquise o seu signifi cado.

Pesquise também a origem e o signifi cado do prefi xo ‘auto’ (isso você já encontrará com facilidade em dicionários).

Faça uma lista de palavras que começam com o prefi xo ‘auto’ e que se relacionam ao papel e ao perfi l do aprendiz virtual. Você perceberá que, talvez, o termo que mais defi ne o aprendiz virtual é esse prefi xo. Se, daqui por diante, você começar a prestar atenção nos textos que lê sobre EaD, sua lista aumentará continuamente.

6. ReferênciasPALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Trad. Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004.DILLON, Connie; GREENE, Barbara. Learner differences in Distance Learning: fi ndind differences that matter. In: MOORE, Michael Grahame; ANDERSON, William G. (Ed.). Handbook of distance education. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum, 2003. p. 235-244. 1.

Page 9: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 2Aula 2História da EaD

8

Objetivos do tema escolhido 1. Traçar uma breve história da educação a distância, no mundo e no Brasil 2. Apresentar as teorias de Otto Peters sobre a EaD

2. Importância do tema e implicação na área do cursoÉ essencial o conhecimento da história da EaD para que tanto as instituições de ensino, quanto as empresas e os aprendizes possam aproveitar algumas experiências de sucesso e incorporá-las ao seu cotidiano, que envolve cada vez mais o ensino e a aprendizagem contínuos.

3. DesafioO que Ford tem a ver com a EaD?

Pense um pouco nisso. Que relação mais maluca, né? Use um pouco a sua criatividade para traçar uma ponte entre o inventor da linha de produção de automóveis e esta nova modalidade de educação.

Esta relação, para muitos autores, defi ne a história da educação a distância.

4. Breve História da EaDCom a invenção da escrita, torna-se possível a comunicação a distância.

Alguns autores consideram as cartas de Platão e as Epístolas de São Paulo como exemplos iniciais e isolados de exercícios de educação a distância. Outros defendem que o ensino a distância tornou-se possível apenas com a invenção da imprensa, no século XV.

4.1. Primeira Geração: Cursos por CorrespondênciaHá registros de cursos de taquigrafi a a distância, oferecidos através de anúncios de jornais, desde a década de 1720. Entretanto, a EaD surge efetivamente em meados do século XIX, em

Page 10: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 2Aula 2História da EaD

9

função do desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação (como trens e correio), especialmente com o ensino por correspondência. Costuma-se apontar como sua primeira geração os materiais que eram primordialmente impressos e encaminhados pelo correio.

4.2. Segunda Geração: Novas Mídias e Universidades AbertasA segunda geração da EaD já apresentou o acréscimo de novas mídias como a televisão, o rádio, as fi tas de áudio e vídeo, e o telefone.

Um momento importante é a criação das universidades abertas de ensino a distância, infl uenciadas pelo modelo da Open University britânica, fundada em 1969, que se utilizam intensamente de rádio, tv, vídeos, fi tas cassetes e centros de estudo, e em que se realizaram diversas experiências pedagógicas. A partir dessas experiências, surgiram as megauniversidades abertas a distância em diversos países.

4.3. Terceira Geração: EaD on-lineUma terceira geração introduziu a utilização do videotexto, do microcomputador, da tecnologia de multimídia, do hipertexto e de redes de computadores, caracterizando a educação a distância online.

A terceira geração da evolução da EaD é marcada pelo desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação. Por volta de 1995, com o desenvolvimento explosivo da Internet, ocorre um ponto de ruptura na história da educação a distância.

4.4. Fordismo, Pós-Fordismo e Neo-FordismoOtto Peters, um dos fundadores e primeiro reitor da Universidade a Distância da Alemanha, a FernUniversität, é internacionalmente reconhecido por seus estudos sobre EaD. Em obras como Didática do Ensino a Distância e A Educação a Distância em Transição, ambas traduzidas para o português (e indicadas na Bibliografi a desta aula), ele sintetiza as principais descobertas feitas nestas últimas décadas neste campo de estudos, analisando em detalhe a transição entre o que ele chama de ensino industrializado (fordismo) e o ensino pós-moderno (pós-fordismo). São leituras essenciais para quem deseja se sentir “por dentro” da discussão teórica sobre EaD.

Page 11: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 2Aula 2História da EaD

10

Para Peters, a Educação a Distância, sobretudo nas décadas de 60 e 70, possuía características industriais, com divisão de trabalho, economia de escala e processos de produção tipicamente industriais. Os primeiros interessados no ensino a distância foram empresários que queriam ganhar dinheiro, não necessariamente educar. Teria ocorrido, então, uma revolução nos métodos de ensino e aprendizagem, através da divisão e do planejamento do trabalho, tendo o ensino se tornado mecanizado (e mais tarde automatizado), padronizado, formalizado, objetivado, otimizado e racionalizado. O ensino torna-se, em suma, industrializado, produzido e consumido em massa, para o que contribui decisivamente o modelo da Open University inglesa. Este modelo fordista, para Peters, deveria ser considerado ultrapassado.

O neofordismo envolveria alta inovação no produto e alta variabilidade nos processos, mas ainda pouca responsabilidade dos empregados. Não são, então, mais produzidos grandes cursos, mas sim cursos menores que podem ser atualizados constantemente.

O pós-fordismo, por fi m, agregaria à alta inovação na produção e à alta variabilidade nos processos, também um alto nível de responsabilidade no trabalho. Os cursos são agora produzidos on demand e just in time. A divisão do trabalho é, no limite, eliminada. Os cursos, dessa maneira, poderiam ser produzidos e adaptados rapidamente.

O neofordismo implicaria pequenos grupos, descentralizados, responsáveis e autônomos:“[...] as formas clássicas de ensino e aprendizagem no ensino a distância (cursos padronizados, assistência padronizada) deveriam ser substituídas ou complementadas por formas muito fl exíveis quanto a currículo, tempo e lugar (variabilidade dos processos). Conceitos como estudo autônomo, trabalho autônomo no ambiente de aprendizagem digital, teleconferência, aconselhamento pessoal intensivo, estudo por contrato e combinação com e a integração de formas do ensino com presença indicam em que direção poderia ir o desenvolvimento. Isso equivaleria a uma revolução.”1

1 PETERS, Otto. Didática do ensino a distância: experiências e estágio da discussão numa visão internacional. Trad. Ilson Kayser. São Leopoldo, RS: Ed. Unisinos, 2001. p. 208.

Page 12: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 2Aula 2História da EaD

11

E Peters continua, mais à frente:“Como a exagerada divisão do trabalho é revogada e se busca a descentralização, as clássicas equipes de desenvolvimento de cursos já não têm mais razão de ser. Em seu lugar são desenvolvidos cursos variáveis e de curta duração por grupos de trabalho em áreas especializadas e de trabalho com responsabilidade própria. Os professores universitários integram esses pequenos grupos de trabalho, que passam a ser responsáveis por todas as etapas de seus cursos, não apenas pelo planejamento e o design como também pela produção, distribuição, avaliação e pelo acompanhamento continuado do curso. Para isso também deveriam dominar técnicas de produção na área gráfi ca e de vídeo, o que, inclusive, é facilitado por modernos meios técnicos […]. Enquanto que até agora os meios técnicos tendiam a favorecer a divisão do trabalho no ensino, com esses novos meios eletrônicos as operações podem ser novamente reunidas.”2

Atualmente, dezenas de países, independentemente do seu grau de desenvolvimento econômico, atendem milhares de pessoas com sistemas de ensino a distância em todos os níveis, utilizando sistemas mais ou menos formais.

São inúmeras as instituições que oferecem cursos a distância, desde disciplinas isoladas até programas completos de graduação e mesmo pós-graduação. Em alguns casos, esses cursos são oferecidos por instituições que também oferecem cursos presenciais, mas, em outros casos, trata-se de instituições de ensino voltadas exclusivamente para o ensino a distância, as universidades virtuais, que não possuem campus, apenas um banco de dados de colaboradores e uma oferta de cursos a distância. O que Arthur E. Levine3 chama de click universities, em oposição às tradicionais brick universities (universidades de tijolo).

As universidades abertas européias oferecem cursos somente a distância. Fora da Europa, também há um grande número de instituições especializadas em EaD, fundadas em geral nas décadas de 1970 e 1980. Nos Estados Unidos, a EaD alcançou grande desenvolvimento,

2 PETERS, Otto. Didática do ensino a distância: experiências e estágio da discussão numa visão internacional. Trad. Ilson Kayser. São Leopoldo, RS: Ed. Unisinos, 2001.p. 213-214.3 LEVINE, Arthur E. The future of Colleges: 9 inevitable changes. The Chronicle of Higher Education, 20 out. 2000. Disponível em: <http://chronicle.com>.

Page 13: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 2Aula 2História da EaD

12

pioneiramente com as International Correspondence Schools (ICS), direcionadas para os estudos em casa. Além disso, inúmeras associações, instituições, organizações, consórcios, joint-ventures, centros de estudo e programas procuram direcionar os esforços em educação a distância, como o International Council of Distance Education (ICDE).

4.5. EaD no BrasilComparando o desenvolvimento da EaD no Brasil com a experiência mundial, algumas diferenças saltam aos olhos. Num primeiro momento, a EaD brasileira segue o movimento internacional, com a oferta de cursos por correspondência. Entretanto, mídias como o rádio e a televisão serão exploradas com bastante sucesso em nosso país, através de soluções específi cas e muitas vezes criativas, antes da introdução da Internet. Além disso, no Brasil a experiência das universidades abertas é retardada praticamente até hoje, com a criação da Universidade Aberta do Brasil – UAB.

Considera-se marco histórico a implantação das “Escolas Internacionais” em 1904, representando organizações norte-americanas. Eram instituições privadas que ofereciam cursos pagos por correspondência em jornais.

Várias iniciativas então se sucederam: em 1923, um grupo liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto criou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, oferecendo diversos cursos. Tinha início, assim, a educação pelo rádio no Brasil. Em 1934, Roquete-Pinto instalou a Rádio-Escola Municipal no Rio. Os alunos tinham acesso prévio a folhetos e esquemas de aulas, e a Rádio-Escola utilizava também correspondência para contato com alunos. Em 1936, a emissora Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi doada ao Ministério da Educação e Saúde, e no ano seguinte foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação.

Os primeiros institutos brasileiros a oferecerem sistematicamente cursos a distância por correspondência - profi ssionalizantes em ambos os casos - foram o Instituto Rádio Monitor, em 1939, e o Instituto Universal Brasileiro, em 1941. Os dois continuam em atividade. Juntaram-se a eles outras organizações similares, que foram responsáveis pelo atendimento de milhões de alunos em cursos abertos de iniciação profi ssionalizante a distância, até hoje.

Page 14: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 2Aula 2História da EaD

13

Em 1947, SENAC, SESC e emissoras associadas fundam a Universidade do Ar, com o objetivo de oferecer cursos comerciais radiofônicos. Os alunos estudavam nas apostilas e corrigiam exercícios com o auxílio dos monitores. A Universidade do Ar durou até 1961. A experiência invovadora do SENAC com EaD, entretanto, continua até hoje, com o CEAD - Centro Nacional de Educação a Distância (CEAD).

Importantes foram também o Movimento de Educação de Base (MEB4), marco na EAD não formal no Brasil; o Projeto Saci e o Projeto Minerva.

Na década de 70, a Fundação Roberto Marinho-lançou o programa de educação supletiva a distância para 1o e 2° graus. Hoje, denominado Telecurso 20005, utiliza livros, vídeos e transmissão por tv, além de disponibilizar salas pelo país para que os alunos assistam às transmissões e aos vídeos, e tenham também a oportunidade de acessar material de apoio. Calcula-se que mais de 4 milhões de pessoas já foram benefi ciadas pelo Telecurso.

O programa “Jornal da Educação - Edição do Professor”, concebido e produzido pela Fundação Roquette-Pinto, teve início em 1991. Em 1995, com o nome de “Salto para o Futuro”, foi incorporado à TV Escola (canal educativo da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação), tornando-se um marco na EaD nacional. É um programa para formação continuada e aperfeiçoamento de professores (principalmente do Ensino Fundamental) e alunos dos cursos de magistério, utilizando diversas mídias como material impresso, TV, fax, telefone e Internet, além de encontros presenciais, nas tele-salas, que contam com a mediação de umorientador de aprendizagem.

No fi m da década de 80 e início dos anos 90, nota-se um grande avanço da EAD brasileira, especialmente em decorrência dos projetos de informatização.

4 Disponível em: <http://www.meb.org.br/>.5 Disponível em: <http://www.telecurso2000.org.br/>.

Page 15: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 2Aula 2História da EaD

14

As iniciativas apresentadas acima se desenvolveram basicamente no ensino fundamental e médio, e na capacitação de professores. Mas sabemos que, com as novas tecnologias da informação e da comunicação, e a abertura da legislação, a partir da década de 80, o ensino superior tornou-se virtual.

4.6. EaD no Ensino Superior BrasileiroEm 1972, o Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo de educadores, liderados pelo conselheiro Newton Sucupira. Cabe lembrar que a Open University havia sido criada em 1969. Um relatório fi nal, resultado da viagem, para muitos autores marcou uma posição reacionária às mudanças no sistema educacional brasileiro, colocando um grande obstáculo à implantação da Universidade Aberta e a Distância no Brasil.

A Universidade de Brasília foi pioneira no uso da EaD no ensino superior, com o Programa de Ensino a Distância (PED), que ofertou um curso de extensão universitária em 1979. Outros cursos foram produzidos e ofertados inclusive por jornal, até 1985, além de terem sido traduzidos cursos da Open University. Em 1989, foi criado o Centro de Educação Aberta, Continuada, a Distância (CEAD–UnB6), que hoje utiliza diversas mídias como correio, telefone, fax, CD-ROM, e-mail e Internet.

A partir da década de 90, Instituições de Ensino Superior começaram a desenvolver cursos a distância baseados nas novas tecnologias de informação e comunicação. Várias instituições de ensino superior brasileiras já estão credenciadas para oferta de cursos de graduação a distância.

O Brasil já foi sede de diversos eventos nacionais e internacionais de educação a distância. Em 2006, por exemplo, o Rio de Janeiro sediou a 22ª Conferência Mundial de Educação a Distância do ICDE – Conselho Internacional de Educação a Distância. Existe hoje no Ministério da Educação e do Desporto uma Secretaria de Educação a Distância (SEED7). Possuímos também uma Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED8), que organiza com freqüência diversos eventos de EaD.

6 Disponível em: <http://www.cead.unb.br/>.7 Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/>. 8 Disponível em: <http://www2.abed.org.br/>.

Page 16: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 2Aula 2História da EaD

15

5. Atividades e OrientaçõesMuita gente costuma perguntar: cursos de graduação a distância são reconhecidos pelo MEC? Sim, há muito tempo, e hoje já são muitos! Cheque a lista desses cursos no site do MEC9. Veja quais são os cursos da sua área de atuação, totalmente a distância, que já são autorizados.

O termo e-learning é utilizado principalmente em referência à educação a distância corporativa. Nesta aula, avaliamos poucos exemplos do uso da EaD por empresas. Entretanto, as empresas aproveitaram o potencial da EaD, principalmente no Brasil, muito mais rapidamente do que as escolas e universidades. Há inclusive vários livros publicados sobre o tema. Pesquise pelo menos um caso de sucesso na utilização do e-learning por empresas. Aproveite para refl etir sobre como o e-learning poderia ser utilizado para treinamento em sua empresa. Prepare então um relatório e faça sugestões para seus chefes.

O Brasil, com muito atraso, fi nalmente montou sua Universidade Aberta, a UAB - Universidade Aberta do Brasil. Muitos autores apostam que este será o grande salto na história da EaD no Brasil. Pesquisa um pouco sobre a nossa UAB.Quais são os seus objetivos? Como ela está estruturada? Que mídias ela pretende utilizar? Que tipo de aprendizes ela pretende atingir?

6. ReferênciasPETERS, Otto. Didática do ensino a distância: experiências e estágio da discussão numa visão internacional. Trad. Ilson Kayser. São Leopoldo, RS: Ed. Unisinos, 2001.PETERS, Otto. A educação a distância em transição: tendências e desafi os. Trad. Leila Ferreira de Souza Mendes. São Leopoldo, RS: Ed. Unisinos, 2004.

9 Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=content&task=view&id=61&Itemid=190>.

Page 17: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 3Aula 3Distância na EaD

16

1. Objetivos do tema escolhido 1. Discutir o conceito de ‘distância’ em Educação e EaD 2. Apresentar a teoria da distância transacional, de Michael Moore

2. Importância do tema e implicação na área do cursoComo você já viu na primeira aula, estudar a distância implica autonomia e uma série de outras palavras que começam com “auto...”. Nesse sentido, o aprendiz virtual precisa compreender o signifi cado da distância que caracteriza a EaD, pois, tanto na escola quanto profi ssionalmente, cada vez mais ele terá a oportunidade (e a obrigação) de aprender a distância.

3. DesafioEducação a distância.

Mas, afi nal, o que signifi ca a palavra “distância” nessa expressão? Distância física? Geográfi ca? Distância temporal? Que você não aprende necessariamente no mesmo momento em que o professor ensina? Ou no mesmo momento em que seus outros colegas também aprendem? A Internet torna a aprendizagem menos distante que o correio, por exemplo? E outras mídias, como o rádio e a televisão?

O que signifi ca aprender “face a face a distância”?

Medite um pouco sobre o signifi cado de “distância” em EaD, antes de prosseguir na aula.

4. Distância TransacionalA separação entre professores e aprendizes, na educação a distância, afeta consideravelmente o processo de ensino e de aprendizagem. A partir dessa distância ‘física’, surge um novo ‘espaço’

Page 18: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 3Aula 3Distância na EaD

17

pedagógico e psicológico, quando comparado à educação tradicional e presencial, em que ocorre uma forma diferente de comunicação, uma nova ‘transação’. Esse novo espaço, criado pela EaD, pode ser denominado de ‘distância transacional’.

Ou seja, à distância transacional não interessa a distância física entre instrutor e aprendiz, ou mesmo entre os aprendizes, mas sim as relações pedagógicas e psicológicas que se estabelecem na EaD. Portanto, independente da distância espacial ou temporal, os professores e os aprendizes podem estar mais ou menos distantes em EaD, do ponto de vista transacional. Assim, a distância transacional varia consideravelmente em EaD, e é importante que você entenda isso, para ter consciência, nas situações de aprendizado, se está mais próximo ou mais distante de seus professores e colegas.

Neste sentido, três variáveis pedagógicas (e não físicas) afetam diretamente a distância transacional: a interação entre aprendizes e professores, a estrutura dos programas educacionais, e a natureza e o grau de autonomia do aprendiz.

4.1. InteraçãoQuanto maior é a interação entre os participantes de um processo de ensino e aprendizagem, menor a distância transacional.

A natureza interativa das mídias utilizadas para a EaD infl ui diretamente na quantidade e qualidade do diálogo que se estabelece entre professores e aprendizes. Algumas mídias, como um livro, programas gravados como uma fi ta de áudio ou vídeo, ou programas de rádio e televisão, não permitem respostas dos aprendizes, então não possibilitam a interação. Ocorre, nesses casos, somente um diálogo interno e silencioso, virtual, pois se estabelece apenas na mente do aprendiz, muitas vezes com o produtor do conteúdo acessado. De outro lado, a Internet possibilita elevado nível de interação, um diálogo intenso e dinâmico, através de ferramentas como fóruns e chats, assim como videoconferências em que os aprendizes podem participar com comentários. A manipulação das mídias permite ampliar o diálogo entre aprendizes e professores e, por conseqüência, diminuir a distância transacional.

Page 19: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 3Aula 3Distância na EaD

18

Outros fatores sem dúvida infl uenciam o diálogo e, por conseqüência, a distância transacional: o número de aprendizes por professor; a freqüência das oportunidades para comunicação; o ambiente físico em que os professores ensinam e os aprendizes aprendem; o ambiente emocional de professores e aprendizes; a personalidade do professor e dos alunos; e o conteúdo a ser ensinado e aprendido.

4.2. Estrutura do ProgramaO projeto de um curso infl uencia também diretamente na distância transacional.As estruturas dos cursos de EaD podem ser mais rígidas ou mais fl exíveis, e isso é determinado não apenas pelas mídias utilizadas, e pelas características dos professores e alunos, mas principalmente pelas fi losofi a e cultura das instituições educacionais ou das empresas responsáveis pelos cursos.

Um programa de televisão gravado, por exemplo, é altamente estruturado e, portanto, não aberto ao diálogo. Já cursos que se utilizam de computadores ou teleconferências, por exemplo, são menos estruturados e, portanto, permitem mais diálogo entre os participantes. Ou seja, quanto mais estruturado um programa, menor o diálogo entre professores e aprendizes, e, portanto, maior a distância transacional. Como afi rma Michael Moore:

“Em programas com pouca distância transacional os alunos recebem instruções e orientação de estudo por meio do diálogo com um instrutor, no caso de um programa que tenha uma estrutura relativamente aberta, projetado para dar respaldo a tais interações individuais. Em programas mais distantes, onde menos ou pouco diálogo é possível ou permitido, os materiais didáticos são fortemente estruturados de modo a fornecer toda a orientação, as instruções e o aconselhamento que os responsáveis pelo curso possam prever, mas sem a possibilidade de um aluno modifi car este plano em diálogo com o instrutor.”

E, mais à frente:

Page 20: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 3Aula 3Distância na EaD

19

“O sucesso do ensino a distância depende da criação, por parte da instituição e do instrutor, de oportunidades adequadas para o diálogo entre professor e aluno, bem como de materiais didáticos adequadamente estruturados. Com freqüência isto implicará tomar medidas para reduzir a distância transacional através do aumento do diálogo com o uso de teleconferência e do desenvolvimento de material impresso de apoio bem estruturado. Na prática isto se torna um assunto bastante complexo, pois o que é adequado varia de acordo com o conteúdo, o nível de ensino e as características do aluno, e principalmente com a sua autonomia. Muito tempo e esforço criativo, bem como a compreensão das características de aprendizagem do público-alvo, devem ser empregados para identifi car o quanto de estrutura é necessário em qualquer programa, e para projetar adequadamente interações e apresentações estruturadas. É preciso muita habilidade para facilitar o grau de diálogo que seja sufi ciente e adequado para determinados alunos. Superar desta forma a distância transacional através da estruturação adequada da instrução e do uso adequado do diálogo é bastante trabalhoso. Requer o envolvimento de muitas habilidades diferentes e exige que estas habilidades sejam sistematicamente organizadas e aplicadas. Requer ainda mudanças no papel tradicional dos professores e fornece a base para a seleção dos meios para a instrução.”

Os seguintes processos devem ser estruturados em programas de EaD: apresentação; apoio à motivação do aprendiz; estímulo à análise e à crítica; aconselhamento e assistência; organização de prática, aplicação, testagem e avaliação; e organização para a construção do conhecimento por parte do aluno.

É também necessária a seleção e integração entre os meios de comunicação, em função das características dos alunos e do conteúdo a ser ministrado. Assim, métodos como manuais de auto-estudo (como este), gravações de áudio e vídeo, correio, teleconferências, audioconferências e conferências pelo computador podem ser usados e combinados para procurar diminuir a distância transacional.

4.3. A Autonomia do AlunoA tradição humanista defende o diálogo pouco estruturado em educação, enquanto a tradição behaviorista defende o projeto sistemático da instrução, baseado em objetivos comportamentais com o máximo de controle do processo de aprendizagem por parte do professor.

Page 21: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 3Aula 3Distância na EaD

20

Alguns aprendizes preferem sistemas menos estruturados e mais dialógicos, enquanto outros, ao contrário, preferem menos diálogo e mais estrutura. Como já vimos na primeira aula, um aprendiz virtual é autônomo, no sentido de que ele determina os objetivos, as experiências de aprendizagem e as decisões de avaliação do programa de aprendizagem. Aprendizes autônomos precisam menos da participação do professor no processo de aprendizagem, e muitas vezes não fazem questão do diálogo. Mas, em geral, mesmo os aprendizes adultos não estão totalmente preparados para a aprendizagem independente, e um dos objetivos deste guia é justamente desenvolver essas habilidades em você.

Assim, os programas de EaD podem ser avaliados em função de quanto o professor ou o aprendiz controlam os principais processos de ensino-aprendizagem, e, portanto, quanta autonomia fornecem ao aprendiz.

Chegamos a um nível de extremo desenvolvimento de meios de telecomunicação interativos, como as redes interativas de computadores, vídeo e áudio, que tornaram possível um diálogo mais ágil e pessoal com o professor, e principalmente entre os próprios aprendizes. Assim, eles viabilizam programas menos estruturados que os meios de comunicação impressos ou gravados. Os grupos aprendem através da interação e da construção do conhecimento, o que deu origem à expressão “inteligência coletiva”. Cada aprendiz pode interagir com as idéias dos outros, no seu próprio tempo e ritmo, o que não era possível no passado, nem na educação convencional nem na EaD. Em outra aula, você desenvolverá suas habilidades para participar de atividades em grupo a distância, tamanha a importância que essas atividades interativas têm adquirido no aprendizado online.

Professores treinados podem organizar atividades online interativas que não apenas reduzem a distância transacional, mas que também aumentam a autonomia dos alunos. Esse seria o cenário mais criativo e inovador para a EaD, em relação à distância transacional: alto nível de interação entre os participantes, programas pouco estruturados (em que o tutor tem liberdade para produzir, organizar e alterar o currículo conforme o próprio curso progride) e autonomia para o aluno.

Page 22: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 3Aula 3Distância na EaD

21

5. Atividades e OrientaçõesMichael Moore é um dos mais destacados teóricos mundiais sobre a EaD, e não apenas pelo desenvolvimento do conceito de “distância transacional”. Ele é, por exemplo, um dos editores do importante Handbook of distance education.

Pesquisa, na biblioteca ou na Internet, um pouco mais sobre suas idéias. Mantenha-se sempre informado sobre novas publicações relacionadas a seu nome. É um autor a quem vale a pena prestar atenção, pois ele continua acompanhando e refl etindo sobre os desdobramentos da educação a distância.

Detalhe: não o confunda com o cineasta e crítico ferrenho do capitalismo, seu homônimo.

6. ReferênciasMOORE, Michael G. Teoria da distância transacional. Trad. Wilson Azevedo. Brazilian Review of Open and Distance Learning. Disponível em: <http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23&sid=69&UserActiveTemplate=2ing>. Acesso em: 15 abr. 2007. (Publicado originalmente em: Keegan, D. Theoretical principles of distance education. London: Routledge, 1993. p. 22-38.)

Page 23: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 4Aula 4Informática e Internet

22

1. Objetivos do tema escolhido 1. Ressaltar a importância do equipamento eletrônico para o aprendiz virtual 2. Orientar a construção de uma caixa de ferramentas eletrônicas

2. Importância do tema e implicação na área do cursoNa aprendizagem a distância, assim como nas atividades profi ssionais, o computador e a Internet tornaram-se essenciais.

3. DesafioO que há de mais moderno em hardware, e quais as vantagens desses equipamentos para o seu aprendizado?

Quais são os softwares importantes para o seu aprendizado a distância? O que você deveria ter mas ainda não tem?

Faça uma lista antes de continuar. Vamos em seguida conferir a sua lista.

4. Caixa de Ferramentas EletrônicasPara você progredir em seus estudos a distância, é necessário que você se equipe.

Um computador é um instrumento de estudo essencial nos dias de hoje. Se você não possui um que possa utilizar com freqüências para os estudos, em sua casa ou no trabalho, programe-se então para freqüentar o laboratório de uma faculdade, biblioteca ou instituição, ou algum outro lugar (a casa de um amigo ou familiar, por exemplo) em que você possa usar um computador. Você usará o computador basicamente para trabalhar com números, digitar e imprimir textos(então uma impressora é também essencial) e para acessar a Internet.

Page 24: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 4Aula 4Informática e Internet

23

Escolher os softwares básicos para o seu computador é também essencial para o sucesso nos estudos. Você precisa montar uma caixa de ferramentas eletrônicas para começar seu trabalho.

Para rodar o seu computador você precisa de um sistema operacional. O Microsoft Windows já vem instalado em muitos computadores, mas existe hoje uma opção bastante popular e sem custo, o Linux.

Mantenha sempre um antivírus atualizado e ativo em seu computador. O Norton é um dos pacotes mais utilizados, mas existem boas opções sem custo, como o AVG ou o Avast. Um dos dramas mais comuns nos estudantes é a inoportuna chegada de um vírus que destrói arquivos e tudo o que foi construído em meses e até anos de estudo. Por isso, além do antivírus, é importante (importantíssimo!) que você se programe para fazer backups periodicamente dos seus arquivos. Vale a pena insistir: fazer backups sistematicamente, apesar de chato, é uma dos métodos mais importantes de estudo que você precisa começar a praticar.

Você certamente precisará de um processador de textos e muito provavelmente de uma planilha eletrônica. Programa bastante popular e cheio de recursos (mas pago!) é o Microsoft Offi ce, pacote que contém o Word (processador de textos) e o Excel (planilha). Existem hoje ofertas sem custo, como o Open Offi ce, que você pode baixar de graça pela Internet.

Por fi m, você precisará também de alguns programas para ler arquivos, como o Adobe Acrobat Reader (para ler arquivos pdf) e o Flash Player (para rodar programas em fl ash). Estes são alguns dos padrões utilizados no mundo todo, e você poderá baixar os programas para ler esses arquivos gratuitamente pela Internet.

Enfi m, para montar a sua caixa de ferramentas eletrônicas você não precisa gastar nada, pois em todos os exemplos citados existem opções sem custo. Mas é essencial que você defi na logo quais softwares vai utilizar e torne-se um especialista neles – isso trará uma contribuição muito grande para o seu trabalho na faculdade e inclusive profi ssional.

Page 25: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 4Aula 4Informática e Internet

24

O acesso à Internet é hoje um pré-requisito para o estudo e será um dos temas do nosso curso. Procure escolher um computador que tenha acesso à Internet por banda larga, pois a intensa utilização de animações, sons e vídeos exige hoje um acesso mais dinâmico à Web. Teremos a oportunidade de discutir as estratégias de utilização da Internet em seus estudos.

Você também precisará de um navegador instalado em seu computador. O Internet Explorer é o navegador mais popular, mas existem outras opções interessantes como o Netscape e o Mozilla.

É importante também que você comece a freqüentar uma biblioteca. Teremos também a oportunidade de discutir as maneiras de você aproveitar melhor os muitos recursos que uma biblioteca tem para oferecer. Além da biblioteca de uma faculdade, identifi que uma que fi que perto de sua casa e que você possa freqüentar nos fi nais de semana, por exemplo, pois isso será de grande utilidade para as suas pesquisas. Bata um papo com os bibliotecários: eles são profi ssionais preparados para orientá-lo na procura de livros e outros documentos e estão à disposição para se tornarem seus parceiros.

Você deve também começar a montar a sua biblioteca pessoal. Livros custam caro, todos sabemos, mas sempre que possível vale a pena você adquirir um livro que consultará com freqüência. Bons exemplos são: uma gramática (que você poderá consultar em vários momentos, quando tiver alguma dúvida de português); um bom dicionário (também consulta constante; e é interessante lembrar também que existem excelentes opções eletrônicas, como o Aurélio e o Houaiss em CD.); alguns livros técnicos da sua área; e assim por diante.

5. Atividades e OrientaçõesHá muitos outros softwares utilizados hoje por aprendizes, como: Flash (para produzir animações), InDesign (para produzir arquivos pdf), Photoshop (para trabalhar com imagens e fotos), Première e AfterEffects (para trabalhar com vídeo), Sonar, Sound Forge, Finale, Fruity Loops e Acid (para produzir, gravar e editar som) etc.

Page 26: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 4Aula 4Informática e Internet

25

Informe-se sobre alguns desses softwares. Procure compreender o que eles fazem, como eles funcionam, e se possível baixar suas versões trial pela Internet, para testar seu funcionamento. Eles podem ser úteis mais rapidamente do que você imagina.

6. ReferênciasADOBE. Disponível em: <http://www.adobe.com/br/>. Acesso em: 16 abr. 2007.AVAST anti-vírus. Disponível em: <http://www.avast.com/>. Acesso em: 16 abr. 2007.AVG anti-vírus. Disponível em: <http://www.symantec.com/pt/br/index.jsp>. Acesso em: 16 abr. 2007.CAKEWALK. Disponível em: <http://www.cakewalk.com/>. Acesso em: 16 abr. 2007.FINALE Music. Disponível em: <http://www.fi nalemusic.com/>. Acesso em: 16 abr. 2007.FL Studio. Disponível em: <http://www.fruityloops.com/>. Acesso em: 16 abr. 2007.LINUX. Disponível em: <http://br-linux.org/>. Acesso em: 16 abr. 2007.MICROSOFT Brasil. Disponível em: <http://www.microsoft.com/brasil/>. Acesso em: 16 abr. 2007.MOZILLA. Disponível em: <http://br.mozdev.org/>. Acesso em: 16 abr. 2007.NETSCAPE. Disponível em: <http://www.netscape.com/>. Acesso em: 16 abr. 2007.OPENOFFICE.ORG. Disponível em: <http://www.openoffi ce.org/>. Acesso em: 16 abr. 2007.SONY Acid. Disponível em: <http://www.sonycreativesoftware.com/products/acidfamily.asp>. Acesso em: 16 abr. 2007.SONY Sound Forge. Disponível em: <http://www.sonycreativesoftware.com/products/soundforgefamily.asp>. Acesso em: 16 abr. 2007.SYMANTEC. Disponível em: <http://www.symantec.com/pt/br/index.jsp>. Acesso em: 16 abr. 2007.

Page 27: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 5Aula 5Gerenciamento do Tempo

26

1. Objetivos do tema escolhido 1. Desenvolver a capacidade de planejar o estudo 2. Desenvolver habilidades para gerenciar o tempo dedicado ao estudo 3. Desenvolver a capacidade de defi nir objetivos e prioridades no estudo

2. Importância do tema e implicação na área do cursoO gerenciamento adequado do tempo de estudo servirá para o resto do seu curso, para as suas atividades profi ssionais e para todas as situações de sua vida que envolverem aprendizagem.

3. DesafioVocê é um aprendiz virtual, e por isso não tem mais horário fi xo para aprender, não tem mais um sinal indicando que é hora de começar nem de parar. E agora, como você se vira?

Pense um pouco na organização do tempo do seu aprendizado. Nesta aula, você terá a oportunidade de aprender técnicas para desenvolver sua capacidade de autogerenciamento.

4. AutogerenciamentoHá uma ruptura no ritmo de estudos e do aprendizado do ensino presencial para a EaD. Nesta, o aluno tem mais liberdade para o estudo, o que também gera maior necessidade de organização e de gerenciamento do tempo e das atividades a serem realizadas. É necessário maior comprometimento e você precisa aprender a se autogerenciar.

Muitos alunos demoram a perceber que as exigências do ambiente universitário são diferentes das exigências do ensino médio, e principalmente que as exigências da EaD são distintas das exigências do ensino presencial, e resistem a admitir que têm defi ciências e precisam modifi car

Page 28: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 5Aula 5Gerenciamento do Tempo

27

seus hábitos. Dentre outras coisas, é essencial ter um plano em que os horários de estudo estejam bem distribuídos. É necessário que você se organize.

Redija seu Plano de Estudos. Ele deve estabelecer objetivos e precisa ser revisado periodicamente.

Planeje também o tempo de estudo necessário, indicando em cada dia da semana o que você estudará. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o estudo a distância toma mais tempo do que cursos presenciais. Então, você precisa desenvolver habilidades para gerenciar seu tempo de estudo. Quanto tempo é necessário para suas atividades diárias? Para o estudo independente? Para o estudo online? Para a realização dos trabalhos?

Deve-se também procurar evitar, com o Plano de Estudo, a sobrecarga natural para o aprendiz virtual. Programe folgas durante a semana, assim como semanas de folga quando você julgar conveniente.

Aprenda também a gerenciar prioridades. O que é mais importante? O que é urgente? Essa refl exão deve sempre guiar suas atividades.

Anote também os prazos de entrega das atividades e trace então seu calendário para todo o semestre. Procure sempre se antecipar aos prazos, porque as coisas sempre dão erradas em cima da hora.

Mas simplesmente um bom plano de estudos não resolve o problema. Várias pesquisas indicam que boa parte dos alunos, no ensino superior e em EaD, não utiliza métodos efi cientes em seus estudos. Em geral, há defi ciência de concentração, não são utilizados métodos proveitosos de leitura, não são feitas anotações adequadas, as bibliotecas não são exploradas e mesmo a pesquisa na Internet é inefi caz.

A efi ciência de seu estudo como aprendiz virtual dependerá diretamente do método que você utilizar. A EaD exige interesse, curiosidade, pró-atividade, atenção e concentração, senso crítico, raciocínio lógico e persistência. Você deve estar disposto, em todos os momentos, a

Page 29: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 5Aula 5Gerenciamento do Tempo

28

relacionar o que estiver estudando, tanto com outras disciplinas do curso quanto com situações fora do ambiente acadêmico, principalmente profi ssional. Deve estar preparado para analisar criticamente tudo o que estuda, resumindo e fazendo esquemas quando conveniente.É importante, também, que você sempre procure respostas para as suas dúvidas em diversas fontes, independente das sugeridas pelo professor. Você precisa se acostumar a questionar constantemente e ir atrás das respostas para as perguntas que você mesmo formulará, durante seu curso.

5. Atividades e OrientaçõesDepois de todas essas dicas, agora chegou a hora de você se organizar.

Trace primeiramente os seus objetivos de estudo, ou seja, o que você deseja aprender, e para quê.

Planeje o tempo de estudo necessário. Redija então seu Plano de Estudos, indicando em cada dia da semana o que você estudará, e incluindo os dias, semanas e meses de folga.

Anote também os prazos de entrega das atividades e trace então seu calendário para todo o semestre. Procure sempre se antecipar aos prazos, porque as coisas sempre dão erradas em cima da hora!

6. ReferênciasPALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Trad. Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004.Especialmente o capítulo 7, ‘Tempo e Comprometimento’.SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografi a. 10. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. (Ensino Superior). Especialmente o capítulo 1, “O método do estudo efi ciente”, p. 33-47.

Page 30: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

29

1. Objetivos do tema escolhido 1. Desenvolver sua capacidade para acessar diferentes fontes de informação para seu estudo 2. Desenvolver habilidades para a avaliação da credibilidade dessas fontes 3. Desenvolver habilidades para o uso da Internet como fonte de informação

2. Importância do tema e implicação na área do cursoMais ainda do que o aprendiz presencial, o aprendiz virtual precisa ser competente na busca de informações e na avaliação das fontes mais adequadas para seu aprendizado.

3. DesafioA Internet tem tudo o que você precisa para seu estudo? Você pode encontrar na Internet toda a informação de que precisa em sua atividade profi ssional?

Pense um pouco sobre isso. Que tipos de fontes e de informações não estão disponíveis na Internet? Onde você pode encontrá-las?

Esse será o tema desta aula, portanto pense um pouco nisso antes de continuar a leitura.

4. Fontes de InformaçãoExistem diferentes tipos de pesquisa, como a pesquisa bibliográfi ca, experimental e de campo, dentre outras, que se utilizam de diversos métodos e técnicas. Os diferentes tipos de pesquisa, e seus respectivos métodos e técnicas, defi nem como buscar e analisar informações.

Fontes primárias formam a literatura na qual informações são produzidas diretamente por autores sobre determinados assuntos, e podem incluir papers, trabalhos acadêmicos, artigos científi cos, livros etc.

Page 31: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

30

Fontes secundárias têm função de referência, pois procuram organizar o acesso às informações disponíveis nas fontes primárias. Como exemplos, podemos citar enciclopédias, bibliografi as, índices, abstracts e diretórios, dentre outros.

Você deve estar pensando: quais são os principais tipos de fontes, sejam elas fontes primárias ou secundárias?

As aulas (presenciais ou on-line) são normalmente desprezadas como fontes para pesquisas, apesar de sua importância. Durante as aulas, você pode esclarecer dúvidas com professores experientes e colher indicações para outras fontes sobre os assuntos que estão sendo tratados.

Mesmo com a explosão da Internet, os livros continuam sendo uma das mais importantes fontes de informação. É sempre importante lembrar que a maior parte dos livros não está disponível por completo na web. A produção e impressão de um livro envolve uma equipe de profi ssionais, que inclui um ou mais autores, editores, comissões editoriais, revisores de diversas naturezas (técnicos, de língua, de tradução etc.), dentre outros, que acabam funcionando como um fi ltro natural de qualidade e garantindo um elevado grau de confi abilidade para essas fontes.Nesse sentido, a reputação e autoridade da editora (na sua área de pesquisa) e dos autores, assim como a data da publicação (para os casos em que a atualização das informações é um fator crítico) devem funcionar como critérios de avaliação da confi abilidade do livro.

Tão importantes quanto livros são os artigos publicados em periódicos científi cos, sejam eles impressos, em CD-ROM ou on-line. Muitos serviços de indexação e resumo permitem que se pesquise artigos por assuntos, autores e outras opções.

Jornais e revistas genéricas e de divulgação científi ca podem também ser fontes de informação para os seus estudos. Muitos oferecem também versões em CD-ROM e on-line.

Fontes secundárias são importantíssimas para a localização de livros e artigos científi cos. Assim, os trabalhos de revisão ou reviews, os guias, os dicionários especializados,

Page 32: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

31

as enciclopédias, os manuais ou handbooks, bem como os índices, os abstracts e os diretórios são fontes secundárias que podem auxiliar na identifi cação de fontes primárias para as pesquisas.

Encontros científi cos, como congressos, colóquios, fóruns, reuniões, jornadas, simpósios, seminários, mesas-redondas e sessões de comunicações, além de conferências e palestras, são também interessantes fontes de informações para trabalhos e pesquisas. Esses encontros podem se constituir apenas de apresentações orais e/ou pôsteres, mas normalmente disponibilizam os abstracts, ou mesmo os papers, em anais impressos, eletrônicos e mesmo on-line.

Publicações governamentais e documentos jurídicos podem também ser interessantes fontes de informações, que hoje podem ser acessadas on-line com grande facilidade. Os ministérios, o Senado e diversas entidades governamentais brasileiras possuem sites que podem ser explorados para busca de informações.

Pesquisas em andamento, teses de mestrado e dissertações de doutorado podem também ser fonte valiosa de informações para as pesquisas. O CNPq mantém um cadastro dos grupos de pesquisa no Brasil. Buscas por esses tipos de fontes podem também ser realizadas nos sites das instituições de ensino superior, do IBICT, da CAPES etc.

As empresas de serviço, comerciais e industriais, a literatura comercial, os relatórios e as normas técnicas, além de patentes, são também fontes de informação. Entretanto, as empresas não são o único tipo de organizações que podem fornecer informações para pesquisas: as organizações educacionais e de pesquisa, bem como as sociedades científi cas, as organizações profi ssionais, as ONGs e organizações internacionais genéricas também podem ser fontes preciosas de informação, e muitas vezes podem ser acessadas on-line.

Nesse sentido, cabe ressaltar também o importante papel desempenhado pela entidade multidisciplinar SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) no fomento à ciência e tecnologia no país.

Page 33: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

32

Interessante fonte de pesquisa é a literatura cinzenta, ou grey literature, que engloba documentos de caráter provisório ou preliminar, não convencionais e semipublicados, produzidos nos âmbitos governamental, acadêmico, comercial e da indústria, e reproduzidos em número limitado de cópias, as quais não estão disponíveis comercialmente. 1

Você não deve esquecer também da importância de tabelas, mapas e dados estatísticos necessários às pesquisas quantitativas.

Por fi m, cabe lembrar que vídeos e DVDs, músicas, partituras, pinturas, esculturas, obras de arquitetura e outros objetos de arte também se constituem como importantes fontes de informação para muitas modalidades de pesquisas.

4.1. Credibilidade das Fontes de InformaçãoAnalisar criticamente a confi abilidade das informações levantadas, observando a credibilidade da fonte ou veículo, bem como a experiência do autor no assunto, e a sua data da publicação, é essencial no processo de busca e coleta de informações. A confi abilidade é uma das características específi cas do conhecimento científi co. Uma informação identifi cada em determinada fonte só é confi ável, do ponto de vista científi co, quando ela tiver sido obtida ou produzida a partir da utilização de métodos científi cos, e julgada (ou exposta a julgamento) pela comunidade científi ca.

As ciências possuem um fl uxo de comunicação e de publicações que as caracterizam de modo estritamente particular, e as fontes e as informações colhidas dentro desse sistema de comunicação e dessa literatura científi ca são em princípio consideradas confi áveis. Essa confi abilidade diminui conforme caminhamos para a literatura menos científi ca e acadêmica para a mais comercial. Informações colhidas em empresas devem ser avaliadas com mais atenção, e sempre que possível devemos procurar reforçá-las com fontes científi cas que tratem do mesmo assunto.

1 GOMES, Sandr L. R.; MENDONÇA, Marília A. R.; SOUZA, Clarice M. de. Literatura cinzenta. In: CAMPELLO, Bernardete Santos; CENDÓN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette Marguerite (Org.). Fontes de informação para pesquisadores e profi ssionais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000. p. 97-103.

Page 34: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

33

4.2. Pesquisa em BibliotecasNem todos os documentos que podem interessar a pesquisas, quer sejam impressos ou eletrônicos, estarão disponíveis em bibliotecas.

Associações e empresas em geral, ou ainda repartições públicas, igrejas, hospitais, instituições educacionais, instituições de pesquisa, ONGs e até mesmo arquivos particulares podem ser o depósito de preciosos tesouros para pesquisas.

A pesquisa de campo não serve apenas para a coleta de dados, realizada por meio da aplicação de formulários, questionários e entrevistas, mas deve também ser vista como uma possibilidade de acesso a documentos não disponíveis em bibliotecas.

As bibliotecas, entretanto, mesmo com o desenvolvimento da Internet, continuam sendo um dos locais mais importantes para a identifi cação de fontes de informação destinadas à realização dos trabalhos científi cos. Grande parte dos textos impressos, incluindo os livros, não está disponível on-line, além de que as bibliotecas não contêm exclusivamente material impresso. Mesmo as pesquisas de campo e experimentais recorrem constantemente à biblioteca.

Uma das portas de entrada para o acesso às bibliotecas são os seus catálogos, que, normalmente, estão organizados por assuntos, títulos e autores. Outro guia para as pesquisas em bibliotecas são as obras de referência, que podem conter fontes gerais ou especializadas, como as enciclopédias,

as bibliografi as, os abstracts e os índices.

As bibliotecas são um importante depósito de periódicos, incluindo revistas e jornais acadêmicos, publicações especializadas, publicações de assuntos genéricos e populares. Muitas vezes, na própria biblioteca, o pesquisador poderá acessarcatálogos que o auxiliam a localizar, nesses periódicos, artigos de seu interesse.

Page 35: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

34

As bibliotecas, assim como muitas organizações, arquivam também documentos visuais, como desenhos, gravuras, mapas, plantas e fotografi as, e audiovisuais, como slides, vídeos, discos, CDs e DVDs, que podem ser úteis em pesquisas.

Bibliotecas universitárias possuem também preciosos arquivos de trabalhos de conclusão de cursos, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Esses trabalhos normalmente são desenvolvidos sob a orientação de um pesquisador experiente no assunto e seguindo padrões de metodologia científi ca, trazendo preciosas indicações bibliográfi cas comentadas.

As bibliotecas, principalmente as de instituições e faculdades de Direito, possuem valiosos arquivos de textos jurídicos, incluindo pareceres, processos, portarias, normas, decretos e leis, os quais podem servir de referência para diversas pesquisas.

Certos documentos quase sempre são ignorados em pesquisas, como se não tivessem estatuto científi co, tais como: folhetos, diários, cartas, manuscritos, comunicações pessoais, anotações, partituras e mapas, os quais estão também disponíveis em bibliotecas e podem constituir-se em fonte valiosa para pesquisas mais apuradas no campo científi co.

Muitos documentos, como jornais e revistas antigas, são arquivados nas bibliotecas em formato de microfi lmes, para que se evite, assim, a perda de suas características físicas. Pesquisas que remontem ao passado mais longínquo podem também encontrar nos documentos microfi lmados importante fonte de informações.

Todavia, as bibliotecas não têm a oferecer apenas documentos impressos. As grandes e boas bibliotecas oferecem também organizados, sistematicamente, certos arquivos de documentos eletrônicos, como enciclopédias eletrônicas (em CD-ROM e DVD), catálogos e bancos de dados bibliográfi cos, periódicos disponíveis em formato digital etc.

Page 36: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

35

Além de tudo isso, as bibliotecas estão atualmente, de uma forma geral, interligadas por sistemas de redes de computadores, e caso você identifi que um documento não disponível em sua biblioteca, ele pode muitas vezes ser solicitado por meio de empréstimo entre bibliotecas.

Mesmo no caso da Internet, as bibliotecas continuam a desempenhar um papel essencial, pois garantem, muitas vezes, o acesso gratuito para seus associados a serviços que, por assinatura individual, teriam um custo muito elevado.

4.3. Busca na InternetA Internet é uma mídia interessantíssima, mas é preciso compreendê-la e saber explorá-la bem para que ela sirva mais adequadamente à sua pesquisa.

A Internet trouxe, sem dúvida, uma série de vantagens para as pesquisas científi cas e acadêmicas. Você pode rapidamente localizar informações e comunicar-se com especialistas em determinados assuntos; pode também rapidamente encontrar grupos de discussão sobre um determinado tema.

Os documentos estão disponíveis on-line sem que seja necessário esperar sua devolução por parte de outros usuários que os estejam consultando, como se faz no caso do uso de material emprestado em bibliotecas. Muitas vezes, as bibliotecas não possuirão versões impressas de fontes já disponíveis na Internet, principalmente documentos governamentais recentes e informações gerais a respeito de muitas companhias e instituições, incluindo faculdades e universidades. Muitas publicações periódicas impressas, nem sempre de fácil acesso, estão também disponíveis on-line pela Internet.

Entretanto, a Internet não é a solução para todos os problemas das pesquisas científi cas, pois apresenta também uma série de desvantagens. Ao contrário do que muitos acreditam, não encontramos na Internet tudo o que precisamos para as pesquisas científi cas.

Page 37: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

36

Pouquíssimos livros estão publicados por completo on-line; sendo assim, você precisará utilizar ainda, no desenvolvimento de suas pesquisas, fontes impressas e outros tipos de fontes eletrônicas, tais como: jornais, revistas, fi lmes, gravações, CDs, DVDs etc., as quais, em muitos casos, não estarão disponíveis na web.

As páginas da web, que você acessa em um determinado momento, podem simplesmente sumir ou ter sido radicalmente modifi cadas no minuto seguinte. Algumas fontes eletrônicas apresentam um custo muito alto para assinatura ou exigem hardware e softwares extremamente caros para viabilizar o acesso às informações que se procuram.

Além disso, estar publicado na Internet não é garantia de qualidade; ao contrário, como é muito mais fácil e barato publicar na web do que na mídia impressa, há muito mais material de baixa qualidade na Internet. Grande parte da informação disponível na Internet não passou por nenhuma revisão.

A web oferece ainda alguns recursos de busca bastante sofi sticados, pois contém alguns softwares especializados que permitem a pesquisa de informações publicadas na Internet. Neste sentido, podemos realizar buscas a partir de:@ catálogos ou diretórios on-line;@ índices (por exemplo, de páginas úteis, ou por assunto);@ sites de busca ou searches (por assunto, por palavras etc.);@ páginas de informações (por exemplo, contendo endereços de instituições ou editoras);@ lista de cursos, ou mesmo homepages pessoais;@ bancos de dados que normalmente oferecem recursos mais sofi sticados de busca; e@ grupos de discussão (nos quais as FAQs podem ser valiosas para pesquisa).

Outro uso importante da Internet para pesquisa diz respeito ao acesso a bibliotecas. Podemos utilizar a Internet para localizar livros em bibliotecas, já que muitos dos seus catálogos estão hoje disponíveis on-line. Algumas bibliotecas oferecem textos completos de jornais e revistas, bem como enciclopédias, índices e bancos de dados, oferecendo download dos mais diversos tipos de documentos.

Page 38: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

37

É interessante também acessar as livrarias e editoras on-line para identifi car os livros disponíveis comercialmente, que nem sempre fazem parte do catálogo das bibliotecas. Muitas livrarias oferecem inclusive comentários sobre os livros, reprodução da introdução, prefácio e/ou sumário, e indicações que podem ser úteis para o pesquisador avaliar se aquele livro em particular interessa ou não à pesquisa, além de refi namento das buscas por outros livros que tratem do mesmo assunto.

Os sites das instituições de ensino são também excelentes portas de entrada para a busca de informações on-line, pois normalmente trazem links interessantes, disponibilizando documentos úteis e apresentando as linhas de pesquisa que podem ser desenvolvidas na instituição. Sites de instituições de ensino a distância, ou presenciais que ofereçam também cursos a distância, podem ser excelente fonte de informação para pesquisas, já que normalmente são disponibilizados os programas e a bibliografi a básica de muitas disciplinas.

Muitos guias oferecem ainda listas de links para páginas com informações específi cas para as diferentes áreas de interesse, como: ciência da computação, marketing etc.

Além dessas e outras opções, há pelo menos dois tipos distintos de buscas genéricas que a Internet permite fazer: por meio de diretórios e por meio dos chamados searches.

Uma maneira interessante, e muitas vezes ignorada, de realizar buscas na Internet é examinar diretórios ou listas organizadas hierarquicamente por categorias, e em seguida procurar indicações de outros diretórios ou de outras páginas que possam interessar à pesquisa. Outra maneira é utilizar os searches ou dispositivos de busca por conteúdo.

Devemos diferenciar os dispositivos de busca(search engines) dos navegadores (browsers), pois osbrowsers permitem apenas o acesso à informação

Page 39: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

38

disponível na web, enquanto os searches permitem realizar buscas por conteúdos específi cos. Os novatos consideram que uma mesma busca, realizada em diferentes searches, deveria fornecer os mesmos resultados, mas não é bem isso o que acontece.

Na verdade, cada dispositivo tem suas próprias regras de catalogação e busca da informação, e cada um gera resultados de acordo com essas regras.

Nos searches de busca por conteúdo é possível delimitar a busca de diversas maneiras. Quase sempre os primeiros resultados de uma pesquisa em um site de buscas são insatisfatórios, porque são muito amplos ou bastante reduzidos. Neste caso, torna-se necessário, então, o refi namento da busca por conteúdo. Para tal, utiliza-se uma query, ou seja, uma cadeia de palavras ou ainda uma frase, correlacionadas a partir de operadores lógicos.

As buscas nos search engines tendem a tornar-se demoradas e cansativas, e precisam ser muitas vezes interrompidas. Assim, é importante manter um cadastro dos resultados obtidos, em cada fase da pesquisa, para que não se perca tempo desnecessário ao repetir reiterados procedimentos, percorrendo páginas já avaliadas.

Além disso, sempre que se identifi car uma página que interesse à pesquisa, deve-se registrá-la em marcadores ou bookmarks (sempre lembrando de fazer backup desses marcadores). Outra maneira de precaver-se é fazer o download do seu conteúdo, gravando-o no computador, ou ainda imprimir o documento.

4.3.1. Credibilidade de Fontes OnlinePodemos utilizar diversos critérios de avaliação no tocante às informações colhidas via Internet:• a formação, a experiência e o conhecimento do(s) autor(es);• a autoridade da entidade responsável pela publicação e pela informação;• a data de publicação e da atualização do site;• as características das fontes às quais o site faz menção;• as referências feitas ao próprio site por autoridades na área;

Page 40: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

39

• a audiência para a qual as informações estão direcionadas;• o propósito da publicação; e• a estruturação lógica com que a informação está exposta.

As credenciais do(s) autor(es) são um dos principais critérios para avaliarmos a confi abilidade das informações obtidas on-line. Em muitas páginas da Internet, não estará claro a princípio quem é o seu autor, mas clicando na opção Voltar ou Backtrack do seu navegador, ou procurando retornar ao endereço principal, em muitos casos você conseguirá descobrir o autor do texto ou site, pois a página pesquisada pode ser parte de uma página maior e mais genérica, em que as informações sobre o autor estão disponíveis. No caso em que isto não for possível, outros critérios devem ser utilizados para julgar a fonte.

Nos casos de listas, grupos de discussão e outras comunidades virtuais, as credenciais do autor nem sempre estarão disponíveis, e o grau de conhecimento dos participantes sobre o tema discutido pode variar muito. Além disso, nestas comunidades as informações são em geral transmitidas sem documentação das fontes, o que as torna bem pouco confi áveis. Estas fontes devem ser utilizadas, portanto, com extremo cuidado, sendo que as informações obtidas devem sempre ser comparadas com outras fontes, que denotem mais autoridade sobre o assuntopesquisado. Uma utilidade interessante destas fontes, entretanto, é servir como um espaço de brainstorm, em que várias idéias sobre um tema são recolhidas e depois desenvolvidas, a partir de fontes mais confi áveis.

Para descobrir a entidade responsável pela publicação de uma página, também muitas vezes será necessário retornar seu navegador até uma página principal. Muitas páginas podem em princípio parecer fora de contexto, quando lidas independente das páginas mais genéricas às quais estão subordinadas.

Normalmente, informações colhidas em sites de empresas comerciais tendem a refl etir os interesses dessas empresas, e são por isso menos confi áveis do que as páginas independentes. Informações obtidas por meio de sites ligados a organizações com reputação científi ca e acadêmica

Page 41: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

40

têm também mais relevância do que páginas individuais, principalmente quando nelas não estão disponíveis as credenciais dos autores. Mas, isto não deve ser tomado como uma regra sem exceções, pois muitas vezes universidades com centros de pesquisa altamente renomados, um exemplo de instituições confi áveis para pesquisas científi cas, costumam hospedar páginas (de alunos, por exemplo) que não passaram por nenhum tipo de crivo qualitativo.

As datas de publicação e atualização de uma página podem indicar com que cuidado a página tem sido revisada. Sites abandonados devem ser considerados menos confi áveis do que aqueles que são atualizados com maior freqüência. No caso de pesquisas de cunho histórico, é também importante atentar para o fato de que conforme nos afastamos dos eventos que estão sendo analisados, nossa compreensão normalmente se torna maior e mais ampla.

Cabe ainda lembrar que a Internet tornou-se uma mídia propícia para a propagação de um tipo de mensagem falsa denominada hoax, ou seja, boatos que visam muitas vezes causar pânico, e que acabam sendo retransmitidos em forma de rede (ou corrente) para um número enorme de pessoas. Quando você desconfi ar que a informação colhida na Internet pode ser um hoax, faça uma pesquisa em sites de provedores ou fabricantes de antivírus, pois eles costumam manter arquivos com estes tipos de mensagens, analisando-as e confi rmando se são falsas ou não.

Levando todas estas variáveis em consideração, podemos concluir que você precisa ler com extremo senso crítico todo o material que acessar na Internet. A princípio, cabe adotar a postura de Descartes, ou seja, de duvidar de tudo, e procurar sempre comprovar ou fundamentar as informações coletas on-line.

5. Atividades e OrientaçõesVisite uma biblioteca a que você possa ter acesso constante. Converse com uma bibliotecária. Compreenda todos os serviços que a biblioteca lhe oferece, além dos livros: jornais, revistas, áudio, vídeo, bancos de dados digitais etc. Todos esses recursos serão muito úteis em seus estudos e suas atividades profi ssionais.

Page 42: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 6Aula 6Fontes de Informação

41

Monte também sua lista de sites favoritos para seu aprendizado virtual. Selecione sites de interesse para a sua área, diretórios, jornais e revistas etc. Procure manter esses favoritos em algum serviço online, como o Netvibes ou a Google Toolbar, de maneira que você tenha acesso aos endereços independente de estar no seu computador de uso mais constante. A organização e reorganização constantes dos seus links favoritos é uma atividade que gerará efi cácia e produtividade para o seu trabalho.

6. ReferênciasCAMPELLO, Bernardete Santos; CENDÓN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette Marguerite (Org.). Fontes de informação para pesquisadores e profi ssionais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000.GOOGLE Toolbar. Disponível em: <http://toolbar.google.com/T4/>. Acesso em: 17 abr. 2007.NETVIBES. Disponível em: <http://www.netvibes.com/>. Acesso em: 17 abr. 2007.

Page 43: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 7Aula 7Estratégias de Leitura

42

1. Objetivos do tema escolhido 1. Defi nir o conceito de ‘leitura’ 2. Apresentar diferentes estratégias de leitura 3. Desenvolver o papel crítico do leitor

2. Importância do tema e implicação na área do curso“Aprender a ler é não só uma das maiores experiências da vida escolar. É uma vivência única para todo ser humano” (Bencini, 2003).

Ler é interagir com tudo que está a nossa volta. Por meio da leitura, entramos em contato com tudo o que nos cerca e apreendemos o mundo.

3. DesafioObserve com atenção esta poesia concreta de Augusto de Campos - Psiu! (1965):http://www2.uol.com.br/augustodecampos/images/04_03.gif

Qual sua leitura deste texto?

4. Estratégias de leitura e Papel Crítico do LeitorO ato de ler não se dá de maneira linear, contínua, tranqüila. Trata-se de uma operação complexa marcada por tensões, envolvendo ativamente a pessoa.

Quem lê está em contato com quem escreveu o texto, com as idéias de uma ou de várias pessoas. E recorre às próprias idéias.

Portanto, a leitura só desperta interesse quando interage com o leitor, quando faz sentido e traz conceitos que se articulam com as informações que já se tem.

Page 44: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 7Aula 7Estratégias de Leitura

43

Quando lemos, comunicamo-nos com o texto lido naquele momento e com tudo o que já lemos sobre aquele assunto, num contínuo processo dialógico, acrescentando mais e mais dados na construção de nosso conhecimento sobre o tema em questão.

4.1. O que é ler?“Leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto; neste processo tenta-se estabelecer uma relação entre os objetos que guiam sua leitura”. Este conceito de leitura apresentado por Sole (1998) envolve a presença de um leitor ativo que processa e examina o texto. Ou seja, o leitor assume postura ativa e crítica frente ao texto. Além disso, este conceito considera também que sempre deve existir um objetivo para guiar a leitura: sempre lemos no intuito de alcançar alguma fi nalidade.

É amplo o leque de objetivos e fi nalidades envolvidos na decisão de uma leitura: lemos por entretenimento, para buscar informações, para seguir uma pauta ou instruções para realizar uma determinada atividade, para confi rmar ou refutar um conhecimento prévio, para aplicar a informação obtida com a leitura de um texto na realização de um trabalho etc.

Dessa forma, quando dois leitores têm fi nalidades diferentes, eles poderão extrair informações bastante distintas de um mesmo texto.

É o leitor quem constrói o signifi cado do texto. Às vezes tal signifi cado pode até coincidir com aquele imaginado pelo autor do texto, mas este não é um detalhe importante. O signifi cado que o leitor atribui ao texto é conseqüência de seus conhecimentos adquiridos anteriormente e de sua visão de mundo, que lhe são particulares e que não se repetem: cada um tem seu próprio repertório e, conseqüentemente, cada um, ao ler um texto, lhe atribui diferentes signifi cados.

Mas então, você deve estar se perguntando, é um vale-tudo? Cada um pode interpretar um texto da maneira que bem entender?

Page 45: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 7Aula 7Estratégias de Leitura

44

É claro que não é assim! A leitura sempre envolve a compreensão do texto escrito e essa compreensão está atrelada a parâmetros do texto que, por mais abrangentes que sejam, possuem uma área delimitada de possibilidades de interpretação. Um texto é passível de várias interpretações, mas todas elas caminham na mesma direção.

O que faz com que um mesmo texto possa ser interpretado de várias maneiras é que o leitor utiliza simultaneamente seu conhecimento do mundo e seu conhecimento do texto para construir uma interpretação sobre ele.

Para ler, ressalta Sole (1998), ”é necessário dominar as habilidades de decodifi cação e aprender as distintas estratégias que levam à compreensão. Também se supõe que o leitor seja um processador ativo do texto, e que a leitura seja um processo constante de emissão e verifi cação de hipóteses que levam à construção da compreensão do texto e do controle desta compreensão – de comprovação de que a compreensão realmente ocorre”.

4.2. Estratégias de leituraO ato de ler implica uma tomada de atitude por parte do leitor.

Ainda que na maioria das vezes de maneira intuitiva, estar diante da leitura de um texto requer o desenvolvimento de uma série de processos que são desencadeados a partir das estratégias de leitura descritas por Sole (1998):

1. “Compreender os propósitos implícitos e explícitos da leitura. Equivaleria a responder às perguntas: que tenho que ler? Por que/ para que tenho que lê-lo?

2. Ativar e aportar à leitura os conhecimentos prévios relevantes para o conteúdo em questão. Que sei sobre o conteúdo do texto? Que sei sobre conteúdos afi ns que possam ser úteis para mim? Que outras coisas sei que possam me ajudar: sobre o autor, o gênero, o tipo do texto...?

Page 46: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 7Aula 7Estratégias de Leitura

45

3. Dirigir a atenção ao fundamental, em detrimento do que pode parecer mais trivial em função dos propósitos perseguidos. Qual é a informação essencial proporcionada pelo texto e necessária para conseguir meu objetivo de leitura? Que informações posso considerar pouco relevantes, por sua redundância, seu detalhe, por serem pouco pertinentes para o propósito que persigo?

4. Avaliar a consistência interna do conteúdo expressado pelo texto e sua compatibilidade com o conhecimento prévio e com o ‘sentido comum’. Este texto tem sentido? As idéias expressadas nele têm coerência? É discrepante com o que eu penso, embora siga uma estrutura de argumentação lógica? Entende-se o que quer exprimir? Que difi culdades apresenta?

5. Comprovar continuamente se a compreensão ocorre mediante a revisão e a recapitulação periódica e a auto-interrogação. Que se pretendia explicar neste parágrafo – subtítulo, capítulo? Qual é a idéia fundamental que extraio daqui? Posso reconstruir o fi o dos argumentos expostos? Posso reconstruir as idéias contidas nos principais pontos? Tenho uma compreensão adequada dos mesmos?

6. Elaborar e provar inferências de diverso tipo, como interpretações, hipóteses e previsões e conclusões. Qual poderá ser o fi nal deste romance? Que sugeriria para resolver o problema exposto aqui? Qual poderia ser – por hipótese – o signifi cado desta palavra que me é conhecida? Que pode acontecer com este personagem?”

A observação dessas estratégias de leitura torna a leitura mais dirigida e sua absorção mais abrangente e defi nitiva, trazendo-lhe como resultado mais subsídios para a construção de seu conhecimento.

Quanto mais atenta sua leitura, no que diz respeito aos processos nela envolvidos, maior será o grau de aproveitamento que você fará do conteúdo do texto lido.

E lembre-se: quando um texto que você precisa ler lhe parecer incompreensível, é porque está havendo problemas de interação entre você e o texto. Em situações como esta, é preciso que você pare e refl ita um pouco sobre as estratégias de leitura apresentadas acima.

Page 47: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 7Aula 7Estratégias de Leitura

46

Na maioria das vezes, basta que você releia o texto em questão para que essas estratégias sejam colocadas em prática e você vá se apropriando da leitura.

4.3. O papel crítico do leitorO leitor dialoga com o texto, na medida em que se estabelecem entre ambos relações complexas que vão evoluindo conforme a leitura avança.

O texto é aquilo que o leitor faz dele. Conforme os interesses e a visão de mundo do leitor vão se modifi cando, o texto vai se remodelando e tomando novas formas.

Fazer uma leitura é, portanto, interpretar. É absorver as características do texto, defrontá-las com aquilo que já conhecemos e criar novas relações.

Daí o papel crítico do leitor. Todos nós assumimos papel de críticos daquilo que lemos e dessa leitura interpretativa, num constante processo dialógico entre cada novo texto e nosso repertório adquirido anteriormente, é que vai se construindo nosso conhecimento.

Você está aí agora aparentemente quietinho lendo este texto na tela de seu computador, mas dentro de você está acontecendo neste momento um turbilhão de conexões resultante do contato entre as informações existentes neste texto e todo o seu repertório sobre este tema.

Dessa forma, toda e qualquer leitura é transformadora, não apenas pelo conteúdo que ela traz em si, mas pelas novas relações que ela desencadeia dentro de cada leitor.

Por isso, é importante que você, sempre que possível, leia um texto mais de uma vez. A cada nova leitura novos horizontes vão se abrindo e você vai fazendo interpretações mais surpreendentes e reveladoras.

Page 48: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 7Aula 7Estratégias de Leitura

47

5. Atividades e OrientaçõesComo afi rma Marisa Lajolo, “na vida de cada leitor, quando criança, existiu um adulto que o introduziu no mundo dos livros”.

Escreva um texto contando sua história enquanto leitor. Qual o primeiro livroque marcou sua vida? Por quê?

6. ReferênciasBENCINI, Roberta. Compreender, eis a questão! Revista Nova Escola, edição 160, São Paulo, Abril, março 2003.LAJOLO, Marisa, Do mundo da leitura para a leitura do mundo, São Paulo: Ática, 2003.SOLE, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Page 49: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 8Aula 8Trabalhos em Grupo

48

1. Objetivos do tema escolhido 1. Defi nir os conceitos de ‘interação’, ‘colaboração’ e ‘trabalho em equipe’ 2. Discutir e demonstrar a importância do trabalho colaborativo para a construção de conhecimento na educação a distância 3. Desenvolver atitudes de interação, colaboração e trabalho em equipe

2. Importância do tema e implicação na área do cursoA adoção de habilidades específi cas envolvendo interatividade é fundamental para se aprender a distância, como forma de construir conhecimento por meio de troca de experiências e associação das aptidões individuais.

3. DesafioHá muitas pessoas que preferem trabalhar individualmente, não há?

Por que então insistirmos na importância do trabalho em equipe, se individualmente podemos respeitar nosso próprio ritmo e caminhar mais rapidamente em direção àquilo que buscamos?

Pense nisso antes de continuar esta aula.

4. Desenvolvimento de Atitudes: interagir, colaborar,trabalhar em equipeComo estamos acostumados com um processo tradicional de aprendizagem, tendo como base o modelo expositivo, em que o professor ensina por meio de apresentação de conteúdos e o aluno aprende de forma passiva por meio de absorção desses conteúdos apresentados, o desenvolvimento de atitudes de aprendizagem por parte do aluno raramente se dá de forma natural, fazendo-se necessário, dessa forma, que refl itamos a respeito de estratégias para a obtenção de resultados satisfatórios na busca de construção de conhecimento em ambientes de aprendizagem virtuais.

Page 50: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 8Aula 8Trabalhos em Grupo

49

4.1. InteragirQuando falamos em interação, pensamos logo em um bate-papo agradável com os colegas, não é?

E quando pensamos em interação virtual, temos um leque de possibilidades: chats, fóruns de discussão, troca de mensagens por e-mail etc. Você deve estar pensando que ninguém precisa de orientação nem estratégias para bater papo com os colegas e com o professor, mas em se falando do processo de ensino e aprendizagem é preciso que tais ferramentas virtuais de interação sejam utilizadas da maneira mais proveitosa possível.

Interagir de maneira proveitosa é ler as colocações postadas pelos colegas e pelo professor, refl etir sobre tudo o que é dito na discussão e enriquecê-las com comentários e questões pertinentes ao assunto em questão.

Nos chats: siga as regras estabelecidas pelo moderador, que é aquele responsável pela condução do debate, podendo ser o professor, um monitor ou um aluno designado pelo professor. Acompanhe atentamente o desenrolar da discussão e faça comentários, bem como perguntas, pertinentes.

Nos fóruns de discussão: procure acessar o fórum ao menos duas ou três vezes por semana e participe, postando comentários e questões.

Quanto aos e-mails: nunca deixe de respondê-los! Sua resposta, ainda que curta e aparentemente insignifi cante, tem um papel importantíssimo na comunicação por meio deste veículo, pois ela assegura ao remetente que você recebeu a mensagem e está ciente do assunto ora discutido.

Independentemente da ferramenta de interação utilizada, sinta-se à vontade para indicar textos, fi lmes, reportagens ou sites que de alguma forma relacionem-se com o tema em discussão. Essas contribuições são sempre muito bem-vindas, além de demonstrarem que você é uma pessoa ‘antenada’!

Page 51: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 8Aula 8Trabalhos em Grupo

50

É necessário entender a natureza da interação on-line: você precisa ter claro que se espera que você interaja, enviando mensagens de resposta às perguntas propostas nas atividades das aulas, além de, muitas vezes, refl etir e enviar mensagens comentando as respostas dos colegas.

O professor poderá pedir que você participe livremente das discussões, como também poderá pedir que você faça isso de forma estruturada, como, por exemplo, pedir que você envie comentários para grupos de respostas de seus colegas ou que escolha uma ou mais respostas para comentar, com algumas refl exões positivas e outras críticas.

Lembre-se de que você também é responsável na criação de uma comunidade de aprendizagem virtual!

4.2. ColaborarExistem muitas formas de assumir uma postura colaborativa num grupo de estudos virtual, seja por meio da participação em grupos pequenos, seja por simulações, trabalhos com estudos de caso etc.

Trabalhar colaborativamente é importante porque proporciona oportunidades para que você traga para o grupo seus pontos fortes, contribuindo positivamente para o desenvolvimento das atividades com aquilo que você sabe fazer melhor.

Além disso, a atividade colaborativa lhe possibilita caminhar juntamente com seus colegas numa forma de co-criação do conhecimento, desenvolvendo um pensamento crítico mais amplo, complexo e melhor elaborado do que em processos individuais, já que no trabalho colaborativo são levados em consideração todos os pontos de vista do grupo.

Quando você tem tempo para discutir e pensar um proje- to no qual o grupo todo está trabalhando conjuntamente, vocês todos se envolvem, num processo intenso de troca de idéias

Page 52: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 8Aula 8Trabalhos em Grupo

51

e opiniões, refl etindo numa prática colaborativa que traz como resultado uma aprendizagem consistente, transformadora e signifi cativa, além de um conhecimento mais amplo e concreto do objeto estudado.

4.3. Trabalhar em equipeSe por um lado trabalhar em equipe pode ser geralmente mais enriquecedor do que trabalhar individualmente, por outro lado esta prática exige de seus participantes maturidade e paciência para saber ouvir os colegas e valorizar seus pontos de vista, muitas vezes bastante distintos dos seus.

É importante ressaltar que o trabalho em equipe requer bastante senso de responsabilidade, de organização e capacidade de crítica. Prazos precisam ser respeitados para que o andamento das atividades programadas pelo grupo não seja prejudicado. É preciso saber quando e como opinar de forma a contribuir para o desenvolvimento do trabalho.

Seja criativo: aproveite que você tem a internet a seu dispor e pesquise, busque soluções novas para os problemas encontrados!

Seja compreensivo: não se esqueça de que todo trabalho em equipe requer divisão de tarefas e é preciso que todas as partes do trabalho sejam desenvolvidas com igual empenho e dedicação, por mais enfadonhas que algumas delas possam ser.

É importante que toda equipe de trabalho eleja um líder antes do início das atividades. Tal escolha deverá ser democrática, isto é, todos deverão participar dela. Os critérios da escolha desse líder deverão fi car por conta dos integrantes do grupo, no entanto, eles deverão estar pautados em algumas características do candidato a líder, como: sua disponibilidade de tempo, empatia com os demais integrantes, facilidade de comunicação, acessibilidade, solicitude, senso de responsabilidade etc.

E você? Está pronto para trabalhar em equipe?

Page 53: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 8Aula 8Trabalhos em Grupo

52

5. Atividades e OrientaçõesVocê sabia que a palavra “colaborar” vem do latim? Pesquise seu signifi cado e você perceberá a importância desta palavra no desenvolvimento de atividades em grupo. Escreva um pequeno parágrafo relacionando o que você encontrou no dicionário e o que vimos discutindo até aqui.

Pense num tema para um trabalho envolvendo um assunto do seu interesse e esquematize a divisão de tarefas para um grupo desenvolvê-lo colaborativamente.

Qual seu ponto forte? Qual etapa deste trabalho sugerido você pretende desenvolver?

6. ReferênciasPALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Trad. Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Page 54: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 9Aula 9Língua e Internet

53

1. Objetivos do tema escolhido 1. Refl etir sobre as diferenças entre língua falada, língua escrita e língua usada na internet 2. Discutir o que é qualidade de texto em EAD

2. Importância do tema e implicação na área do cursoA escrita na educação a distância corresponde, muitas vezes, à fala na educação presencial. Em decorrência disto, é importante falarmos da relação entre língua e internet, na tentativa de derrubar, ou pelo menos discutir alguns dos tabus envolvendo os elementos que caracterizam a boa escrita em EAD.

3. DesafioComo você escreve quando se comunica pela internet?

Por que tanta gente adota formas como ‘vc’, ‘tc’, ‘naum’, quando se comunica pela internet, sobretudo os jovens? Será que para nos comunicarmos com amigos e colegas essas formas são válidas? E para participar de cursos pela internet tais formas também podem ser adotadas?

Você já parou para pensar na origem deste ‘internetês’?

4. Língua e InternetComo a escrita em sala de aula virtual equivale à língua falada em sala de aula presencial, é preciso que refl itamos um pouco sobre o que é escrever de forma adequada em EAD.

Se por um lado, o professor não deverá corrigir a ortografi a e a gramática de suas mensagens de forma sistemática, já que ela é o equivalente da fala no curso on-line, por outro lado, haverá exigências para que você apresente trabalhos com um texto de qualidade, incluindo boa ortografi a, gramática e formatação.

Page 55: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 9Aula 9Língua e Internet

54

4.1. O ‘Internetês’No que tange às mensagens trocadas entre você e seus colegas, bem como entre você e o professor no dia-a-dia do ambiente virtual, podemos considerar uma equivalência entre a língua falada da sala de aula presencial e a língua escrita do ambiente virtual, ainda que, no que diz respeito às normas adotadas, não se trate de língua falada nem escrita.

Trata-se de uma modalidade diferente com características próprias, que também pode ser observada em outros idiomas, como no inglês, por exemplo.

Objetivando economia de espaço e rapidez na transmissão de dados da comunicação, o ‘internetês’ caracteriza-se sobretudo pela abolição de pontuação e acentuação. Essa preocupação com a economia de espaço e rapidez na transmissão originou-se devido às limitações dos primeiros programas de computador, que tinham poucos recursos para caracteres especiais.

No caso dos torpedos enviados por celular, seu uso justifi ca-se também pelas limitações tecnológicas, como o tamanho da tela e do teclado do aparelho celular.

Nos chats também é comum seu uso devido à necessidade de agilidade e rapidez na comunicação.

Existe uma sistematicidade e uma lógica nas siglas adotadas que também pode ser observada no netspeak (o equivalente ao internetês no idioma inglês), como supressão de vogais, além do uso mínimo de letras maiúsculas.

Abreviar as palavras sempre que possível resulta em economia de espaço e tempo, possibilitando agilidade e rapidez imprescindíveis, sobretudo, nas comunicações síncronas, como os chats, que equivalem a situações de uso da língua falada nos cursos presenciais.

Outras características do ‘internetês’ são a quebra de convenções ortográfi cas em busca de uma opção mais curta: ch por x, qu por k; observa-se também a supressão de vogais; ‘blz’ (beleza), ‘tb’ (também).

Page 56: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 9Aula 9Língua e Internet

55

Exemplo: Oieee: Vc tb eh tranks com essa língua kbca da garotada ou eh de fi k tipow assim contra 9da10 biz? (“Oi, você também é tranqüilo com essa língua cabeça da garotada ou é de fi car tipo assim contra as novidades beleza?”).

Especialistas acreditam que é preciso conhecer as normas da língua para ser capaz de codifi cá-la e decodifi cá-la. Tal afi rmação é baseada no fato de que aqueles que não conhecem a língua inglesa não são capazes de entender as codifi cações utilizadas pelos jovens falantes de inglês. Para o êxito na decodifi cação é necessário o domínio do padrão culto. Dessa forma, afi rma-se que o ‘internetês’ não pode ser taxado de desregrado nem simplista; pelo contrário, ele é sistemático e tem sua lógica própria.

A legitimidade da língua utilizada na internet é um assunto polêmico cuja discussão mais aprofundada não cabe aqui.

O que é preciso deixar claro é que, em se tratando de cursos a distância, você poderá fazer uso do ‘internetês’ desde que respeitadas as situações nas quais ele se encaixa, como encontros sincrônicos caracterizados por certo grau de informalidade e necessidade de agilidade e rapidez nas suas inserções.

O conhecimento da norma padrão é imprescindível para que você seja capaz de entender e produzir textos em geral. Além disso, acredita-se que “a capacidade de decodifi car mensagens na interação virtual esteja atrelada à intuição lingüística aguçada” (Freitag, 2006).

4.2. A qualidade do textoEm cursos on-line, ao enviar suas mensagens pelo fórum ou por e-mail, você não precisa ser tomado pela “angústia do desempenho” (Palloff & Pratt, 2004, p. 79). Isso quer dizer que você não precisa fi car se sentindo constantemente policiado e avaliado pela forma como você escreve.

No entanto, pela característica assíncrona dos e-mails e dos fóruns, isto é, você tem algum tempo para refl etir e revisar sua mensagem antes de enviá-la, você não pode perder de vista que está

Page 57: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 9Aula 9Língua e Internet

56

num ambiente de aprendizagem e que suas mensagens devem ser escritas de forma a transmitir o mais satisfatoriamente possível aquilo que você pretende comunicar.

Suas mensagens não precisam seguir rigidamente as regras da língua padrão, mas elas precisam ser escritas de forma clara e objetiva, a fi m de evitar ambigüidades. Escrever de forma clara e objetiva na maioria das vezes signifi ca seguir as regras da norma padrão, sem que, para isso, você precise escrever de forma rebuscada e erudita.

Quanto aos trabalhos desenvolvidos e enviados ao longo do curso, não se discute a necessidade de que eles sejam escritos fazendo uso da norma padrão da língua. Um texto de qualidade implica boa ortografi a, gramática e formatação.

4.3. Diferentes níveis de linguagemEntão como se comportar, lingüisticamente falando, num ambiente virtual de aprendizagem?

Você deverá ter discernimento para distinguir as diferentes situações das quais você fará parte no seu dia-a-dia do ambiente virtual de aprendizagem.

Em situações e ambientes de interação, como e-mails ou fóruns de discussão, o mais adequado é o uso da linguagem informal. Mas não confunda linguagem informal, que é aquela caracterizada pelo uso de expressões do dia-a-dia e vocabulário comum, com linguagem vulgar, que inclui uso de termos chulos e palavras de baixo calão (palavrões).

Para o desenvolvimento de trabalhos a serem enviados para o professor e para o grupo, faça uso da linguagem formal, respeitando as normas gramaticais da nossa língua. Isso não quer dizer que você deve, necessariamente, fazer uso de expressões raras e vocabulário erudito e rebuscado, a menos que este seja seu estilo de escrever.

O fundamental é que seu texto apresente suas idéias de forma clara e organizada.

Page 58: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 9Aula 9Língua e Internet

57

Mesmo nos fóruns e e-mails, ou seja, nos ambientes de interação com a turma e com o professor, tome cuidado com o uso das gírias, pois elas muitas vezes não são do conhecimento de todos e isso poderá prejudicar a compreensão do que você pretende comunicar.

A ambigüidade verbal na comunicação pela internet é algo perigoso, pois, diferentemente das interações presenciais, a escrita é o único canal entre você e seu interlocutor, não havendo como corrigir pequenos mal-entendidos e incompreensões com um olhar ou um gesto. Por isso é tão importante escrever de forma clara! Procure, sempre que possível, revisar sua mensagem antes de postá-la.

Você deve estar se perguntando: mas afi nal, eu posso ou não posso usar o ‘internetês’ nos ambientes virtuais de aprendizagem? A resposta é não. Com exceção dos encontros síncronos como chats, nos quais a rapidez e a agilidade são importantes.

5. Atividades e OrientaçõesA Internet trouxe muitos vocábulos novos para nosso idioma, a maioria deles da Língua Inglesa. Antes restritos a usuários especializados da área da informática, tais vocábulos já fazem parte de nossos dicionários da Língua Portuguesa e são utilizados dentro e fora do ambiente virtual, como e-mail, chat, hacker, homepage, download e blog, entre outros. Pesquise a origem dessas palavras, seu signifi cado e refl ita: por que esses termos não foram traduzidos para o português?

6. ReferênciasFREITAG, Raquel Meister Ko. A Internet e a Língua Portuguesa: mudanças à vista? Comunicação apresentada no III Congresso ONLINE – Observatório para a Cibersociedade, 2006. Disponível em: <http://www.cibersociedad.net/congres2006/gts/comunicacio.php?id=96&llengua=po>. Acesso em: 20 abr. 2007.PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Trad. Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Page 59: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 10Aula 10Direitos Autorais

58

1. Objetivos do tema escolhido 1. Gerar a consciência dos diferentes tipos de propriedade intelectual 2. Alertar o aprendiz virtual dos problemas potenciais de direitos autorais

2. Importância do tema e implicação na área do cursoO desenvolvimento da Internet trouxe várias complicações, metodológicas, éticas e legais, para o terreno da propriedade intelectual; o aprendiz virtual, que utiliza intensamente a Internet, precisa estar ciente dos riscos que corre.

3. DesafioTudo que está na Internet é domínio público, então posso copiar e colar à vontade.

Isso é verdade? Quais são os limites? O que você pode copiar, e onde? O que não pode copiar, a menos que tenha autorização? E autorização de quem?

Você sabe responder a estas questões?

Na aula de hoje, discutiremos esses e outros pontos. Portanto, antes de prosseguir, registre as suas respostas provisórias para essas questões.

4. Propriedade IntelectualÉ possível diferenciar pelo menos quatro tipos de proteção da propriedade intelectual: o registro de marcas, o registro de patentes, os direitos autorais e o segredo de negócio. Várias questões de ética da computação surgem em função da complexidade desses sistemas de proteção.

Segredos de negócio são informações que as empresas consideram essenciais em suas atividades, como listas de clientes ou planos estratégicos, e que por isso são mantidas em

Page 60: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 10Aula 10Direitos Autorais

59

segredo. O código fonte e os algoritmos de um programa, por exemplo, podem ser mantidos pela empresa desenvolvedora do software como um segredo de negócio.

As marcas, ou seja, os sinais distintivos visualmente perceptíveis, são registráveis no Brasil por um período de dez anos, admitindo-se sua prorrogação por períodos iguais e sucessivos.

As patentes, por sua vez, protegem as criações industrializáveis relativas a produtos e invenções. O titular de uma patente passa a ter o direito de impedir que terceiros produzam, comercializem, importem e mesmo utilizem produtos ou processos objetos da patente sem a sua licença.

O sistema de patentes visa incentivar o inventor a prosseguir em suas pesquisas, garantindo proteção aos seus investimentos, além de incentivar os concorrentes a buscarem alternativas, o que supostamente geraria um benefício para a sociedade. Além disso, com a divulgação da invenção pelo documento de patente, a sociedade se benefi ciaria também com o conhecimento de uma tecnologia que, de outra forma, poderia permanecer restrita a um segredo comercial. 1

No Brasil, marcas, patentes e desenhos industriais são registrados no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial)2 e regidos pela lei 9.279/963. A proteção à Patente de Invenção dura vinte anos e é válida somente em território nacional, sendo necessário estender a patente a outros países para garantir os mesmos direitos.

Segundo o Art. 8º da Lei de Propriedade Industrial, “é patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.”

Diversas atividades desenvolvidas na Internet, especialmente comerciais, passaram a ser patenteadas, como por exemplo o ato de fazer o download de dados, a forma de efetuar pagamentos através de sites seguros, o uso de carrinhos eletrônicos para realizar compras on-line, a análise de como os usuários percorrem sites na Internet por conteúdo etc. Isso, é claro, tem gerado inúmeras disputas legais.

1 Patentes. INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/faq/patentes/patentes.htm?tr2>. Acesso em: 15 maio 2005.2 Disponível em: <www.inpi.gov.br>. Acesso em: 15 maio 2005.3 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9279.htm>. Acesso em: 15 maio 2005.

Page 61: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 10Aula 10Direitos Autorais

60

4.1. Direitos AutoraisO sistema de direitos autorais, por sua vez, procura proteger as obras literárias ou criativas.

Os direitos autorais, ao contrário das patentes, não necessitam de registro. Isso quer dizer que quase tudo na Internet está, automaticamente, protegido por direitos do autor. O simples ato de fazer uma cópia de uma página da Internet no seu computador, mesmo que involuntariamente, quando realizada pelo próprio sistema e sem a interferência do usuário, pode se constituir em violação dos direitos autorais, assim como o xérox de um livro, a cópia de um software ou a utilização de imagens ou músicas em um site. Escanear um texto e disponibilizá-lo na web, por exemplo, é uma violação de direitos autorais. Os direitos autorais proíbem terceiros de copiar, distribuir e mostrar um trabalho, mas não de utilizar as idéias nele contidas. Proíbem terceiros, ainda, de criar trabalhos derivativos, o que também pode ser encarado por seu lado negativo.

Alguns exemplos que podem trazer problemas de direitos de propriedade intelectual são: links a imagens; difamações com links para páginas onde indivíduos sejam identifi cados; um link que pode levar o usuário a concluir que um site é afi liado, aprovado ou patrocinado por uma determinada marca; e a inclusão de metatags em páginas, fazendo com que a página apareça em buscas de marcas concorrentes.

Um interessante exemplo ocorreu quando o Google propôs-se, em 2005, a digitalizar milhões de livros de grandes bibliotecas do mundo, através do Google Print. A atitude foi criticada por associações de editoras norte-americanas e, imediatamente, a organização de escritores Author’s Guild processou o Google, acusando-o de violação de direitos autorais. Além disso, diversos países sentiramse marginalizados, inclusive a França, pois o projeto incluía basicamente livros em inglês. Logo em seguida, o Google interrompeu o projeto em relação aos livros sujeitos a direitos autorais, renomeando-o posteriormente para Google Book Search.4 O Yahoo, por sua vez, propôs um projeto semelhante, o Internet Archive, disponibilizando apenas trechos de livros que já estejam em domínio público ou autorizados por seus autores.

4 GOOGLE Book Search (Beta). Disponível em: <http://books.google.com/>. Acesso em: 13 jan. 2006.

Page 62: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 10Aula 10Direitos Autorais

61

Outro tema interessante, ligado a direitos autorais na Internet, ocorre em relação ao material dos alunos que participam de cursos a distância.5 Quem detém a propriedade do trabalho quando ele é colocado em um fórum de discussões? Seria necessário pedir permissão aos alunos de cursos on-line para que suas contribuições fossem arquivadas no servidor da universidade? Seria necessária a assinatura de uma renúncia legal por parte dos alunos que participam do ensino a distância on-line, para permitir o uso de sua imagem e de suas contribuições? Os alunos on-line são proprietários de seu trabalho; portanto, têm o direito de dizer como será e como não será utilizado. Os alunos têm ainda direito, mesmo com a renúncia, de saber como os cursos serão arquivados, quem terá acesso aos arquivos, o propósito para o qual o material será usado e por quanto tempo o arquivo será mantido. Se os alunos contribuem signifi cativamente e suas contribuições são incorporadas às novas edições do curso, eles precisam de alguma maneira ser recompensados.

Além disso, a maior parte dos plágios, por parte dos alunos, ocorre como resultado da ignorância das regras de citação, não sendo em geral uma atitude intencional. No caso dos cursos on-line e da utilização da Internet, aumenta ainda mais a confusão sobre como e quando citar. Pelo fato dos sites da Internet serem muito fáceis de acessar, os alunos podem, por engano, achar que tudo é domínio público, estando assim dispensados do uso da citação. Apesar disso, o entendimento dos meios acadêmicos não é esse, e até programas anti-plágio passaram a ser desenvolvidos para ‘pegar’ os alunos. Além disso, indicar a fonte de uma citação não é condição para se livrar de problemas de direitos autorais e acusações de plágio. O reconhecimento do crédito da autoria é uma questão ética de metodologia científi ca, mas não exime necessariamente o autor de processos por violação de direitos autorais.

Como conciliar, por exemplo, o fato de que, no caso de obras multimídia, os direitos autorais pertencem aos criadores dos sons, imagens, fotos etc., ou aos organizadores (no caso de obras coletivas), enquanto os direitos autorais sobre o software pertencem ao encomendante, empregador ou contratante dos serviços?

5 Cf. o capítulo ‘As questões legais e o aluno virtual’, em que este parágrafo está baseado, em: PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Tradução Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 125-133.

Page 63: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 10Aula 10Direitos Autorais

62

No Brasil, para dirimir algumas dessas questões do ponto de vista legal, deve-se levar em consideração inicialmente a Legislação de Direitos Autorais, 9.610/98.6 Eis alguns de seus artigos: Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1º de janeiro do ano subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil.

Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:

IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aquelas a quem elas se dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou;

VI - a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou, para fi ns exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em qualquer caso intuito de lucro;

VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustifi cado aos legítimos interesses dos autores.

Art. 87. O titular do direito patrimonial sobre uma base de dados terá o direito exclusivo, a respeito da forma da expressão da estrutura da referida base, de autorizar ou proibir: I - sua reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo; II - sua tradução, adaptação, reordenação ou qualquer outra modifi cação; III - a distribuição do original ou cópias da base de dados ou a sua comunicação ao público; IV - a reprodução, distribuição ou comunicação ao público dos resultados das operações mencionadas no inciso II deste artigo.

6 LEI nº 9.610, de 19.02.98. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/legis/leis/9610_98.htm>. Acesso em: 13 jan. 2006.

Page 64: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 10Aula 10Direitos Autorais

63

Mundialmente, sites de trocas de arquivos têm sido processados e usuários inclusive adolescentes têm sido presos por troca de fi lmes e download de músicas na Internet, além de pessoas e empresas que comercializam arquivos pirateados. A ABES7 – Associação Brasileira das Empresas de Software tem procurado coordenar esforços antipirataria em nosso país. Alguns de seus Grupos de Trabalhos denominam-se ‘Anti Pirataria Corporativa’ e ‘Anti Pirataria Consumo’. As iniciativas antipirataria de software no Brasil começaram em 1989 através da parceria entre a ABES e a BSA – Business Software Alliance. Desde então, essas entidades unem esforços para educar e conscientizar consumidores sobre o uso correto e o gerenciamentode software, conforme a legislação em vigor. Pode-se acessar em seu site o Relatório Ofi cial CNI – Pirataria de Software no Brasil.8

Muitos defendem que o desenvolvimento da Internet acabará por decretar o fi m do copyright. Enquanto isso não ocorrer, se é que vai ocorrer algum dia, procure sempre ter certeza de que o material que você está utilizando, tanto em seus estudos quanto nas suas atividades profi ssionais, não esteja protegido intelectualmente, ou que você tenha autorização ou direito de utilizá-lo.

5. Atividades e OrientaçõesNesta aula, você leu algumas citações da legislação de Direitos Autorais. Faça uma leitura mais atenta e completa da Lei. Copie os artigos que você acha importantes e procure lê-los com freqüência, para se familiarizar com a legislação.

Acompanhe também os casos que têm sido publicados pela mídia, que envolvam questões de direitos autorais. Como o do Google, citado nesta aula. Em geral, as decisões que as cortes tomarem nesses casos servirão de padrão para regular as relações de propriedade intelectual na Internet. Portanto, procure sempre acompanhar esses casos que vêm sendo noticiados de perto, para estar sempre por dentro das tendências nestes campo complexo que é o da propriedade intelectual no universo virtual.

7 Disponível em: <www.abes.org.br>. Acesso em: 13 jan. 2006.8 ABES; BSA. Relatório ofi cial CNI: pirataria de software no Brasil. Disponível em: <http://www.abes.org.br/old/gruptrab/antipira_comsumo/relofi piratariaswbr-cni.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2006.

Page 65: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 10Aula 10Direitos Autorais

64

6. ReferênciasLEI nº 9.610, de 19.02.98. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/legis/leis/9610_98.htm>. Acesso em: 13 jan. 2006.PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. As questões legais e o aluno virtual. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Tradução Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 125-133.

Page 66: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 11Aula 11Avaliação em EaD

65

1. Objetivos do tema escolhido 1. Apresentar diferentes tipos de avaliação em EaD 2. Orientar como o aprendiz virtual deve se preparar para as avaliações

2. Importância do tema e implicação na área do cursoEm qualquer curso que você fi zer a distância, seja em escolas, faculdades e universidades, seja em treinamentos corporativos, você será avaliado de alguma maneira; por isso, é essencial que você saiba como se preparar para as avaliações.

3. DesafioTente se lembrar de todos os tipos de avaliação que você já realizou em sua vida. Procure classifi cá-las, em função das suas características. Prepare uma listinha antes de continuar a leitura desta aula. Procure também se lembrar das maneiras como você se preparou para essas avaliações. Anote as diferentes estratégias que você utilizou. Vamos falar disso também em seguida.

4. Avaliação em EaDMuito do que será discutido nesta aula serve não apenas para avaliações em EaD, mas para provas em geral, incluindo treinamentos e cursos para certifi cados técnicos.

É importante que você se conscientize de que a avaliação é um processo contínuo, ao qual você está submetido desde o início de um curso, por sua participação e pela realização de atividades, e não apenas no dia de uma prova ofi cial.Portanto, aproveite todo o feedback que receber de seus professores durante o curso como sinais de que você está sendo avaliado, e procure decifrar esses sinais, para saber se você está progredindo – ou não – no seu aprendizado. Aproveite as avaliações também como uma injeção de ânimo e motivação para o seu estudo.

Page 67: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 11Aula 11Avaliação em EaD

66

4.1. Tipos de AvaliaçãoHá diversas atividades utilizadas para avaliação em EaD. Vejamos algumas das principais.

1. FórunsEm outra aula, abordaremos algumas estratégias de como você deve se portar em atividades de grupo, como é o caso de fóruns.

Fóruns podem ser de conteúdo (envolvendo perguntas e respostas), de interação (em que o debate é livre), de controvérsias (em que o debate é controlado) e role-playing (em que os aprendizes assumem determinado papel ao preparar suas respostas).

O professor (ou mesmo os próprios alunos) podem propor questões para a turma, e as respostas dos aprendizes são publicadas em uma área em que todos podem lê-las. Em geral, espera-se que os aprendizes leiam os comentários de seus colegas e, quando conveniente, comentem-nos.

2. ChatsChats, ao contrário dos fóruns, são atividades síncronas, ou seja, você precisa estar conectado ao mesmo tempo que seus colegas para participar da discussão. Ler um chat, depois que ele já ocorreu, gera uma sensação muito diferente daquela de estar participando do chat, no momento em que as discussões estão fervendo.

Pode ser proposto um texto para leitura antes do chat, ou o professor pode iniciar a “aula” sem que tenha sido proposta uma leitura prévia. Durante o chat, é possível realizar atividades paralelas, abrir páginas da web etc.

3. Resolução de problemas ou projetosNestes casos, o professor propõe um problema a ser desenvolvido ou um projeto a ser elaborado, muitas vezes em grupo. As avaliações podem ser cruzadas (os aprendizes e grupos trocam e comentam os trabalhos dos outros).

Page 68: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 11Aula 11Avaliação em EaD

67

4. ExercíciosApesar da resistência de muitos educadores, exercícios (que podem ser inlusive corrigidos pelo próprio sistema) são altamente efi cazes como uma das atividades do mix proposto de avaliações em um curso.

5. Web QuestTrata-se de uma proposta de pesquisa na Internet. No caso do Blended Quest, outras fontes devem ser utilizadas além da Web.

6. Estudo de Caso (PBL - Problem Based Learning)Uma situação real ou simulada é apresentada para os aprendizes, que devem então tomar uma decisão.

4.2. Preparação para ProvasEstudar em cima da hora é um dos grandes vícios dos estudantes, uma estratégia que em geral produz um resultado abaixo do potencial e através da qual não se obtêm notas boas. Normalmente, precisamos de um tempo de maturação para absorver e trabalhar as informações, e inclusive para sermos capazes de aplicá-las, analisá-las, sintetizá-las e avaliá-las, para o que o estudo em cima da hora não contribui. Precisamos de tempo e maturação para que o aprendizado seja mais efi ciente. Portanto, o ideal é que você estude desde o início do curso, não apenasna véspera ou no dia da prova.

Revise suas anotações regularmente. Se possível, re-escreva as anotações após cada aula. Teste também seus conhecimentos freqüentemente, para checar o nível de seu aprendizado. Participe de grupos de estudos, que servem para dirimir dúvidas e como motivação para o estudo. E, principalmente, utilize diferentes estratégias de estudo.

Há diferentes maneiras que você pode estudar pensando em uma prova: estudar para obter informações, para aprender informações, para checar o aprendizado, para refrescar a informação e para melhorar as habilidades do aprendizado.

Page 69: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 11Aula 11Avaliação em EaD

68

O site indicado em referências desenvolve de uma maneira bastante interessante cada uma dessas estratégias.

Por fi m, esteja descansado e bem alimentado no dia da prova. Calma e pensamento positivo também ajuda a melhorar seu desempenho – você aprendeu alguma coisa, confi e no que estudou. Procure também não chegar atrasado, pois isso, além de limitar seu tempo para realizar as atividades propostas, gera também certa confusão e desorientação, uma sensação de que você já perdeu alguma coisa, o que em geral acaba prejudicando seu rendimento na avaliação.

Leia e se necessário releia as instruções e as questões com cuidado – muitos alunos têm suas notas prejudicadas porque não leram com atenção as instruções ou as perguntas da prova, e acabam não respondendo o que a prova solicitava. Analise a prova com cuidado e planeje suas atividades em função do tempo que tem para realizá-la. Defi na suas prioridades e seu foco: gaste seu tempo naquelas questões que você conseguirá responder, e não perca tempo, pelo menos no início, nas questões em que você acha que terá mais difi culdades.

Por fi m, procure sempre revisar sua prova antes de entregá-la ao professor.

5. Atividades e OrientaçõesEm primeiro lugar, aproveite as dicas desta aula para se preparar para as avaliações contínuas a que você será submetido, em seu aprendizado a distância.

Além disso, siga também as orientações para se preparar para as suas provas, daqui por diante.

E, é claro, pesquise, nas referências indicadas a seguir e mesmo em outras fontes, outras dicas para prepará-lo para avaliações e provas.

Page 70: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 11Aula 11Avaliação em EaD

69

6. ReferênciasPALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. Avaliação dos alunos e do curso. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Trad. Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 111-124.SIMONSON, Michael et al. Teaching and learning at a distance: foundations of distance education. 2nd ed. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 2003.UCF. Student academic resource center. Disponível em: <http://www.sarc.sdes.ucf.edu/studyhandouts.html>. Acesso em: 20 abr. 2007.

Page 71: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 12Aula 12O Futuro da Educação

70

1. Objetivos do tema escolhido 1. Refl etir sobre os vários pontos abordados nas aulas anteriores 2. Apresentar um panorama do futuro da educação

2. Importância do tema e implicação na área do cursoO cenário do ensino e da aprendizagem tem se modifi cado com uma velocidade intensa, o que tende a se ampliar ainda mais; portanto, é importante que o aprendiz virtual possa visualizar alguns cenários para o futuro da educação, para que possa se preparar e mesmo se antecipar ao que deve ocorrer, e que afetará diretamente suas atividades.

3. DesafioPense um pouco em tudo o que você estudou nestas aulas. Você com certeza montou um panorama da educação, ampliou a sua visão.

Na sua opinião, restam ainda fronteiras entre educação presencial e a distância?

E agora, o que deve acontecer daqui para frente? Que novas tecnologias devem infl uenciar diretamente o seu processo de aprendizado?

Pense um pouco nisso, antes de prosseguir nesta aula que conclui o seu guia de auto-estudos. Tente exercer seus poderes de profeta ou adivinho.

4. O Futuro da EducaçãoO ensino aberto e a distância já não é mais uma miragem, uma aventura ou um risco: é uma realidade que vem crescendo de forma espantosa, desafi ando diversos padrões da educação tradicional. E você, como aprendiz virtual, precisa se adaptar a essa nova realidade.

Page 72: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 12Aula 12O Futuro da Educação

71

Rápidos progressos nas tecnologias, como streaming de áudio e vídeo, podcast e computadores handheld, possibilitaram soluções de ensino/aprendizado inimagináveis anos atrás.

Conceitos que vocês estudo neste guia, como os de estudo independente, aprendizado aberto (open learning) e fl exível (fala-se hoje inclusive de just-in-time learning) tendem a se aperfeiçoar e defi nir as regras da educação do futuro. E você já está acompanhando essas mudanças, não está por fora.

Utilizam-se também, cada vez mais, conceitos como os de distributed learning, ubiquitous learning e pervasive learning, que apontam para a idéia de que a universidade e o aprendizago estão em toda a parte, distribuídos por diferentes lugares.

Um conceito também cada vez mais em voga é o de work-based learning (educação pelo trabalho), que considera que as atividades desenvolvidas no trabalho e a experiência profi ssional do aprendiz, ou seja, sua aprendizagem informal, devem ser incorporadas à sua aprendizagem, através de um novo papel desempenhado pela universidade. O work-based learning pressupõe que não é mais possível separar o estudo do trabalho, além de que, em muitos casos, abre-se umabismo entre os currículos universitários e o mercado de trabalho.

Já estamos também vivendo a fase do mobile learning, o aprendizado por celulares. Cada vez mais são também aperfeiçoadas as experiências em salas de aula interativas, com professores e alunos conversando e se enxergando. Não estamos longe das cavernas digitais, ambientes simulados para a aprendizagem virtual.

E, por que não viajar um pouco? Hologramas tridimensionais com contato virtual. Tele-transporte. Etc.

As instituições e os aprendizes virtuais serão então desafi ados a montar seus mixes, combinando diversas dessas soluções para ensino e aprendizado. Outro termo comum, hoje em dia, é o de blended learning, que aponta justamente para essa idéia de que o aprendizado se dá através de

Page 73: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Aula 12Aula 12O Futuro da Educação

72

diversos canais. Soluções que misturem EaD com encontros presenciais, com maior liberdade para os aprendizes traçarem seus currículos (estudos individualizados) e interdisciplinaridade, devem atingir vantagem competitiva.

5. Atividades e OrientaçõesProcure informar-se sobre os conceitos de que você nunca tinha ouvido falar, e que aprendeu rapidamente nesta aula, como, por exemplo, o de blended learning. Eles se tornarão cada vez mais correntes, e a sua compreensão adequada deles certamente o ajudará em sua viagem como um aprendiz virtual.

Guarde também as suas previsões, e as previsões desta aula. Talvez você tenha sido mais arrojado, talvez mais conservador. Volte a elas daqui a alguns anos. Provavelmente você perceberá que algumas coisas, que pareciam distantes, chegaram muito rapidamente. Talvez algumas não se realizem. E com certeza muitas outras, não previstas aqui, terão sido colocadas em prática em poucos anos.

O ideal é que você procure exercitar continuamente suas habilidades de vidente. Essa é uma das habilidades necessárias para o sucesso de um aprendiz virtual, para mantê-lo atualizado – é preciso prever o futuro, senão quando ele chega não estamos preparados e não conseguimos acompanhá-lo.

Construa e reconstrua continuamente sua visão do futuro da educação.

6. ReferênciasBUNK, Curtis J.; GRAHAM, Charles R. The handbook of blended learning: global perspectives, local designs. San Francisco, CA: Pfeiffer, 2005.

Page 74: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Autores

73

João Augusto Mattar NetoBacharel em Letras – Inglês, Francês e Português – pela USP, Bacharel em Filosofi a pela PUC-SP, Pós-Graduado em Administração pela FGV-SP, Doutor em Literatura pela USP e Pós-Doutorado pela Stanford University (USA).

Foi professor autor e tutor on-line na UVB e atualmente é professor da Universidade Anhembi Morumbi.

Nos últimos anos, tem desenvolvido material didático e disciplinas de EaD para diversas instituições de ensino.

Tem também apresentado trabalhos em diversos eventos e publicado artigos em periódicos científi cos sobre EaD.

Foi colaborador do livro A Educação a Distância e o Professor Virtual - 50 temas e 50 dias on-line.

Tem vários livros publicados, dentre os quais se destacam: Metodologia científi ca na era da informática e Filosofi a e Ética na Administração, ambos pela editora Saraiva.

Page 75: tecnicas de estudo - Triunfus - Educação e Tecnologia · Técnicas de Estudo Apresentação 2 Este material foi elaborado para desenvolver sua habilidade de aprender a distância

Técnicas de Estudo

Autores

74

Wanderlucy Angélica Alves Corrêa CzeszakBacharelado e Licenciatura em Letras – Francês e Português – pela USP, Mestre em Linguagem e Didática pela USP e Doutoranda em Didática, Teorias de Ensino e Práticas Escolares na USP.

Professora Universitária de Língua e Literatura há catorze anos, lecionando Comunicação e Expressão na Universidade Anhembi Morumbi há 9 anos em turmaspresenciais e há 6 anos em turmas on-line.

Uma das responsáveis pela implementação, desenvolvimento e tutoria das Ofi cinas de Formação de Professores on-line da Universidade Anhembi Morumbi (2004-2006).

Atuou como “Researcher Affi liates” no Departamento de Collaborative Intelligence da Universidade da Califórnia em Berkeley - EUA, entre 2003 e 2004, desenvolvendo pesquisas a respeito de Educação a Distância e Inteligência Colaborativa, junto ao Prof. Dr. Americ Azevedo, chefe do Departamento de Inteligência Colaborativa.

Esteve na Redlands Community College, em Oklahoma, Estados Unidos fazendo pesquisas a respeito de cursos a distância, do tipo vídeo-interativo e teleconferência, em 2001.

Nos últimos anos tem apresentado trabalhos em diversos Congressos de Educação a Distância, como Virtual Educa Brasil e Virtual Educa Bilbao, Congresso Internacional da ABED, Onlinelearning etc.

Foi colaboradora do livro A Educação a Distância e o Professor Virtual - 50 temas e 50 dias on-line e tem também publicado trabalhos sobre EaD em diversas revistas científi cas.