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V I S I T A C A M D E N SA S ANTA ISABEL.

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Em a Santa Cafa da Mifericordia de Lisboa,

P E L O R E V E R E N D IS S IM O P A D R E M E S T R E

Fr . FER N A N D O D E S . A U G U S T I N H O da Ordern de S.Jeronymo,Padre da Provincia na

fuaReIigiaó,& Examinador das tres Ordens M ilitares ,em 2 .de Ju lho de i6 8 6 .

0 F F E E C 1 t ) 0A O E X C E L L E N T I S S I M O S E N H O R

D . J O S E P H L U I S D E L A N C A S T R O , Condede Figueiro, Villa Nova,& Sortelha.

L I S B O ANa Officina de J O A O G A L R A 5*

m 7 d c . L X X X V I . "

Cumudäsá s l k e n f A S W A R 'R Ä

BIBLIOTECA üeHÜMANiDADES

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D E D I C A D OA O E X C E L L E N T I S S I M O S E N H O R

D. JO SE P H LUIS D E L A N C A S T R O , Conde de F igueiró , Villa Nbva,& Sprtelha,

Cotnmendador Mor de A vÍ2.

Ao f e i f e affeños de coriofos,fe acer- tos de entendidos , ohrigdrao aaU guns devotos a pedirme ejle Ser- mao,parao daremáemprenta ,

como eu jd me tinhá efcufado de dar outros, que préguei nejla Corte,ú^ na Sata Cafa da 5\di- fericordia,pelos recejos da cenfura,que Ihepo- diao dar os ju ico s mais releioantes, &■ menos i apayxonoídbs da.áf'ei^ao yCom que o ouyirao y nao me atreVi a negar e ^ e , confderando, que farafairjilu%podiaíer algua difcvlpa, quan- " ’'''' ''Wap'rote^faíde^l^. 'S. porquefó o

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amparo de tao IlIuBre fangu ì7 ^ d esiperìet^ eia da honra,que è u , meu irmao, que ^Deos tem ,alcanzamos nagrandefa de V. S. pódem jerefcudo^que defenda OS golp es dos que ca­lumniar em o defeituofo da obra ;& -fe adi>erti' rem, que prime ir o quetod^s, euJou oque com o conhecimentoproprio protejlo o achaque da in' fu fjiciencia ,pódefucceder ,que difjimulem par- te da cenfura,&'perdQem o quetÍDerdedefet- to ,por '^erem tao bem empregado o difcurfo,&^ oa ffe llod e o amparar co abeneDolenciadeV, S.porque affim attendo moílrar ao mundo o A‘ certo da minha efcolha, o conhecimento de ehrigado a tuo Jingularprotec(¡ao. “D éosguar­de a F..SwmuitoS)(^ f e l i c e s annos.

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D e VofTa Senhoría. ‘. . ■■■■

Frey Feritando de S'¿i)tá Jugujliühói

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E X U % G E K S J !B 1 1 T I Hmontana cwnfeJlinatione:IntraVttin domum Zacha*

JaltitaVu E hfSeth , Lue. cap. i .

Q . Ü E L L E C eo purinìnio, & animado da Virgcm Sant¡íTima,cjueeflava im m ovel no mais occulto retiro ao mundo, fe na prefen^a Divina por contempla^a5,of- ferecendoa Deos affeftiiofas preces, & efficazes íuppU- cas pelos remedios do m undo, & redemp^nó dos ho- m ensifend o de D e o s o u v id a ,& em as iuns peii^oes

¿€fpachada,lhe enviou hum Anjo : U ìjfu s eji jìfig c lu s à Deo^ a annunciar- Ihe a Encarna^aodo V eibo D ivin o, ce as iuas viitudes, & mere- cimentes pela enchente da gra^a, a haviào ¿e fazer M ay : ic c e ccncipies*, Scaflim co m ofe obrou o m aravilhofo m yiìciio d a Encaina^ào pelo ri4i da Senhora, fem o Anjo dizer m ais palavra , feapartonda Virgem : U o x u t 4 'tfceffit Attgtlui^ & a Senhora fé partió a toda a preiTa paraas montaivhas, a vificdr Santa Ifabel : Exurgens AÒijt cutn fe ftin a tio n e . Duas circunftatkias dignas de reparo'confidero aqui, a p iin ieira , em qne ad- vettem muitos dos Santos Padres, be, que fendo o retiro, & aeftreita, & voluntatia claufura do recolhimento da Senhora , & a fuá admira- vel contem plagáocom Deos, os méritos para alcanzar fer M ay do Ver­bo Divino, no mefmo tem po, em que fe ve com a cignidade de M ay de Deos, deixa o mefmo que Ihe inculcava o nrerecimento, & a toda a preíD fe ve ja ir efta Senhora a viíicar Santa Ilabel :M o x i/ t d ifcejftt A n ge- IhSj exw g en s M arta a b ijt 'y a ( e g m d í i circunftancia , que he advertencia minha, he, que ficando efta Senhora por M ay de Deos, Rainhados An- ;os, dos homer^s, & de todas as creatura®, & conhecendo S. Gabriel o myfterio por revela^áo de D eo s, nao fa^a húa fauda^áo'á V ifgem , que fi<ava conftituida pot fuá Senhora 5 fe rnt^s de feu confentimento,prof- trad oo Anjo Ihe diz : A v e g ra tta p len a , D om tnui tecum, Spiriius sa n ñ u s fu *

& m m - M i i j f m s fm m h a H t r/íi, depois nao Ilic dina

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6 S i r m a o d a V lf i t d Ç Â Ï d e U . S .Gabriel Com fubmîlTa reverencia ; A ve R cg in d C A Ìm m ,À V Ì D o m in io n * gelorum , mais que aiBoi como diiTe F u t m t h i , defapparece, fem confiai; do E'/angelho nenhùa faudaçâo reverencial defte Anjo Ì Da tepofta da pr.imcira siccunñancia reparada de alguns, ticarcmos a (oluçâo da fe- gunda.

He opiníáojque na creaçîo do mundo a O m nipotencia creira todaa as coiífas'em o prímciro ínftante j & em os feis días Ihesfoi dando ás crea:ura; as diveifidadcs dos officios, & occupaçôes de fuá obrigaçâo, fegíido a fuá nacureíaj io quarco día poz Déos o Sol no quarto Ceo, cu- jo corpo prim^iro cinha creada fobre a cerra, com o tem m uitos com Saiko Achanaíií), 6c Ihe deu a obcigaçao de lú fir , & vivificac as crea- turas fubÍLinares, aos Ceos deu cambem a incumbencia do beneficiad a cerra : ú e t tibi O iu sá e r o r e C d i^ o Sol vendofe com a obrigaçâo de alu- miar, & vivificar creacuras, logo começou a rñoverfe,fem parar de huoi para oucro em isfcrio, por repaccic igualmente ao mundo fuas influen- c lu í , & os Cv'os em quancoo Sol nao foi colocado e m o quarto, efta- yáa i T im ovcií, $c tanto que o Sol fe m oveo, tambam os Ceoscom eçà- ráo.íiíu m ovim jnto, para o beneficio das niefmas «^aturas j & feda niovimentodr) Sol,.Se dos Ceos havia de depender a v id a , & o reme­dio das creacuras, S’jljSc Ceos fe mpváo fem dem ora, tanca que o Sol, & Ceos fe v irio com a obrigaçâo de influir.

Foi cita difpoiîçâo no principio do mudo húacom o profecía do myf* terio ,q ueh oje veneramos. Era María Santiffimahum Ceo animado, C e o e m q íe h .iv ia de collocar o verdadeico S o l,e m quanto a Virgcm eílava no feu retiro, no conhecimento proprio de creatura, contempiá- do na gr- indefa de Déos, & ní fuabondade , eftava im m ovela.Virgem na fuá claufura, no feu retiro do mundo j fe na prefença de. Déos nao dá paíTos, nao fe m ove efte Ceo Î o b Virgo^ oh C a Iuíh ! Allim Ihe chnmáo os Sancos Padres. T anto que encarnou o Veibo D ivino nac fuas encra- Tihas, tanto que fe enxerio efle Solnefte Ceo, m ove*if o Sol, move-fe o. •Ceo : Portails portantem f e ; efte Sol vinha a alum;iar,óc vivificar ó mun­do : Ego fu lu x mundiyego fu m W M .Náohavia de parar.efte Sol,o Ceo ha- via de 1er mayor b^n. ficio dos homés depois defte Sol : S^ín^a Marta ftíC'- (u n e m ife iis J íiv ^ p u fiU a n m e s i álfiií»,pois Sol, ÔC Ceo, mo váoíecom to«

, da a prelTa, deixe o retiro, deixe a claufura voluntaria, caminhe So!,&' C eo f Exurgens a b ijt j porque Solj ÔC.Çieo v^p a dar v id a , a fazer benefi; ciosdc mitericordia. . .

D^íla rafap fe pode colegir a repofla da minha du vid a,& Á o meu re- . p iro : em ver o fileucio do Evangelho na deípedida do A n ;o , & o íilen-

fio do Anjoj fein ïevetenciar aScnhoüA.ctímo £ua. Raioha : Av.s-" c d ç r m 't

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d S à n ù í p h e ñ ' 7quanto o A njoeftevenapielen^ada V irgerñ; náo fe mo-

veoaVirgem . Apartoufe o A n jo , logo aSenhora fe poz a caminho : M9X ut d i/cefit Ángelus,(x>Aigens a h ijt ,& c . eíTes paíTos que a Scnhora der, para ir fazer obras de mifericotdiaja publicaráo Rainha ; admíravel dif.’ poíi^áo da providencia, que fem exercitar a Senhora o l’er beneficio dos homens, como Ceo animado,fe calle a reverencia de Senhor¿i, & Raí- nha, aínda que feja M ay de Déos j porque nao era conveniente ao k u amorfefaudaíTeRainha, fem ferm áy de mifericordia , Í6 qu.indo be m u t m tfiricordtA , encáo quer fer, Sálve R eg in a : fe os p aílos, que dava crac para obras de piedade,calle*íe o AnjOjCm quanto a Senhora fe náo move,que com oo An;o fe apartas, logo o m undo, as creacuras a confeflaraó Rainha poE m áyd e mifciicordia. Veftio efta Senhora ao Verbo Divino de carne humana : Veftio o Verbo Divino a Senhora das propriedades de Soljq propriedades havia de ter erte Sol ? Erte Sol C hri- flo ? So entao fe publicou, 6c conientio o titulo de Rey, quando cxet- citon a mifericordia no m ayor extremo: muirás vefes quKeráo acíamac Rey a Chr¡ftOj5c o náo coníentioj& na C ru z o náo regeitou : na C ru z faavia de obrar o mayor exceflb de mifericordia : Apud O o n m u m ifctico Y “ í/iííj , entáo íe publique R ey* JefusN az^itrenus R ex :Calle o Anjo logo a reverencia de R ainha, em quanto e fte C e o le n á o movepara a mifericordia, que a obra de mífericoidia a publicará, S A lve

^ e g in ííjid 4te r íf íife r ü o r d i( t ': ,p Q t 'ií^ o n Á o c o n (e n z io a Virgem demoras .* WíXjd^f.porque íé era M ay de Déos,devia fer Rainha do univerfojCcos, terra, Anjos, & homés ; mas fe havia de fer Senhora, logo havia de. fec máy de mifericordia, por iíTo vai coiw tanta preíTa.

C u m fefiin A tio m , & porque, foberana Senhora, com tanta prertefa,que parece impoíHvel á confidera^áo humana,ver,que hua donzella de téra idade,havédo c5ceb id o,& fó (como qUeré muitos Doutores)por carni- rhos cáoafpero-,8c por longes tao diftantqs, vencetre em hum dia tant¿i diílancia , q quem menos a conta Ihe dá quarenta m ilhas, & oucros trínta & duas legoas ? Sim , que aqucllc C eo move-fe com as proprie- dades daquelle Sol, a quem tinha veítídoda hum anidade.Viiihaaquel- le Sol defempenhat a palavra do feu Profeta , que tinha intimado ao mundo>q havia detrazer a faude com remedio dos neceüitados em as a z a s , com o obríga^áo do Am or daquelle Sol D ivino : San'ihts in p e f jn h t ju i j enílnando nlfto, como fe havia fer Provedor, & Irmáo da M ifeii- Cotdia j porqueospalToi para acoáir com o remedio aos pobres háo de ter as Ügeirefas dos voos, & náo vagares de paíTos : nos paíTos vagaio- fos afrifca-fe muitas vcfes^ m ifetia,que pode chegar adelefpeta^áo, 6c fec v ic io , fe faó apreíTados os paífos, temedea-l'e a nectílidade, 6c

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5. 'S e rm ^ Q ¿fe H j í f i í f a ^ de- ÍT'. í^.evíca-fe o ríTco tí.-fníí.« tnpennis^cumfefiinAÚone^^ COmOeíTeeta o brc deft S:>1, quanJo ] i íi:uado nefte Ceo da Virgem : efta era cambem a empreía de M a m SanciflSínaj porque feveftiad as propiedades defta Sol, ^

E fte h e o m yfterioda vifaó do Ev'angelifta no A pocalypfe : Si^««w ^n(ígniim ,^\z-ú\Q^íipp*ruic in c< thm :iífer a m ici^ S o le , grande matavilha, h ú i rnoiher no Cso vertida de Sol? Q.uem jfenáoa Virgé,nofentídodos Sancos Padres, & a V irg l,q cínha cócebido? & diz m aisjq Ihe íoráo da­das azas de Aguia : E td A ta ftint c iá u a a U A q u iU m *gnA \ 8c paca que tenj azas erti t-nolhir?Sjfá5 para íobir de hum Gèo para oucro Ceo,mais fu- pecior ? N ii), mas fao para voar para o deferto : F u g it in d e je r t m itilo-* cum Jtut'H, foi fazeríe mslhor lugar ao deferto ? M olhw ,que tinha cóce- bido,a VirgemfSc feu Filho o Divino Sol^quando ufa das azas^nao vea para o alto do E npyreo,fetiáo para o baixo do deferto ? C om rafao Ihc chama m atavilha ; s i g n i í n n g m l E q he o m yfterio defta vifao, fenao ertas preífas da Virgé depois de cóceber: C u f e ( i in 4t Í 9n i i\ t asm ontanha d- J idea a b afear aquella voz do deferto : Vox cU m A titis i n d e fe r to ’, poi pergunco, ahi fe faz aielhor lugìc,qu e em fi m efm a,qu:rodizer, qu* no C eo, aonie eftà o Divino Sol : Ift lo c n m fm m : V oa de M ay de Dece para lugar proprio, quando fehum ilha, para ir fó a toda a pceffa a viiì* tar Saiua liabel ? Agora parece que fe explica a palavra do T e x to • L xu rg em , de que o í mais dos Santos Padrc> entendem moralífando,quet fignihca levancarfe a mayor grandefa, & fobeiania. E ifto he voar: Duá a íx : &c ha m iyo r g'andsfa, nem póde.haver, do que fer M ay de Deos § p o rM áyd e Deos nao,ficava aSenhora ehvada a tanta foberania » qufl nem Deos podía fazer melhor M a y , na rafao de M ay 5 porque nao po«

ra . dia haver me Ihor Filho : M í/ w w Aíáímíi quÁm M Atrem D ei nenpoJfef4* c e ie Oeus ? C om o logo voa, & como fe engrandece , & fe faz melhor lu­gar : in b c u m fu u m ? a rafao he s porque veftia as propriedades delíe Sol D ivin o ; /;j/>í«;/»jqueera o mefmo F ilho de Deos ;efte Divino V erb o , fendo por n.icurefa o mcfmr) fec infinito, & coda a grandefa ín- comprehenfivel, tanto que fe fez Provedoc da M lfericordia, ifto he,Re- dempcor do m und o, fobio de ponto na fuá msfma grandefa, ou deu a ¿nt :ii1ei-,que elevava a fuá foberania, em quanto Deos por remediar ne* lein ados; S A n ita sh ip e n n is .

Sendo táo íabio Salam áonos fegrcdos da naturela, por privilegios da gra^.i, entre oucras difficuldades, queenconctou o/eu difcurfo, foí búa o veo de húa Aguia ; Ir ta m ibi difficüta f u n t , viatn a q u iU voU ntU CW«wi orem ontarfetanconos voos, cau favaaflom broa S'alamáojSS diifeíaeu, fe in cc ia fu a fciencia^.que Ihenáo achava canto-iByftecío;

porqu?

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i t S s n î i ì f . é c ì . 9porque em todos os generes ha huas efpecies de m ayor perfelç.iô nas proprieciades,que oucras. N o genero das planras ha a roberania de hum Cedro, o viftolo de hum Placano, o util da Oliveíra, o odorífero de ta­tas flores, & muicas,que aínda que tcnhao a propriedade de v iv e r , n¿o lem aucilidadede aproveicar. N ogenero dos brutos ha a generofidade do Leáo, aprudenciado Elefante.a ligeírefa do T ig r e , & a imperfei-

[ §áo de tantos,que todos fernem, & huns té(Tí mclhor feiuim enco, que ' cueros. Se as aves tem por propridadc o voar : V o lm a c d i , porqu e- náo ! voaiáohúas mais rem ontadas, que outras ? E por iíTo feja a Agiiia ' R aín h ad etodascom acoro a,qu eIíiedeu an atu reíade plumasjporque ' fe remonta ao C eo mais que nenhua : V i m A q u iU v o U n ú s in hiia \ coufa diziaSalam áo,Gc outra quería dizec; no que fe Ihe reprefentava '• nosvooida A guiahe, que ach avao m yñerío, & a difficuldade,porque

fegundo diz Santo Am broíio, contemplava Salamáo a Encarnaçâo do Verbo O ivíno : Fmw A g u ila fo la n tis^ id eß ^ C h r iß iD om im a dven tan tiSy ago- |a>he, que eu náo entendo:voode A guiarem ontandofejheavinda do Verbo D ivino defcendo ásentranhas de María ? Seos Textos d o T c f- tam entoV e ÿ o , & N o v o n o s e n íín á o ,q u c o Verbo D ivino defceodo Seyo do Eterno x ln c lin A v it caíqs^ & d e f c e n d i t i ^ n o Credo fe nos p ß i m ,raanda crer > que defceo por noflb amor : Propter nos bom ines d e fc c n d it de ( d is como he efte defcer,voaï ; yoU titis in (diurni Se voar he remontar ao a lto , bem digo e u , que agora a difficuldade " ’ ^is im perceptivel,ife lie que ñas m efmas palavtas do Ciedo náo tras a folu^áo : E tp ro p u r noj^ tr a m fa lu w n .

O ra vejamos a foluçao, ptim eíto no rigor T h e o lo g ic o , & depoís ao intento moral. Affim com o o Verbo D ivino defceo, 6c fe íituou aquel­lo Divino Sol C h tiílo naquelle foberano C eo de M aria, foi o Verbo D ivino fe ito h o m em , S a lvad o r, & R edem ptor ; aiïïm odevem oscrer, ß c o teftíficátáo m uitos Santos Padres com S. Pedro Chryfologo : M ox f itg e m e r is invoca Salvatorem y & 'Redemptorem 5 & no fer Redem ptor, & di o Salvador accrefceoao Verbo D ivino m ais aigúa grandefa accidental i C h r y Parece que firn. Porque o Filho de Déos,em quanto no Seyo do Eter- no Padre, em quanto neffauniáo da eflencia, náo podia íerRedcmptoc em a ñ o , fenáo por decretos de futuro > porque pata redemir os homens havia de padecer, & na"Divindade náo he po(nveloferpalIivel,& o feu Salvador, ócRedem ptor em a ílo d e m erecim ento, 6¿ de Îatisfaçâo; a juftiça era prerogativa decorofa nos olhos do Padre, que fó pertcncia pelos decretos a feu U n igen ito F ilho : T iliu s m m dtU cius, in quo m ih i b i - fie com p U íüi: l e g o \í{o que parece defcida, como era n o f r a m fa -i u i m , etáo voos com <3ue fe semontava no mefmo que dçfçia ,& 1er R e­

f i dempíoc

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1 o S e r m c ío I a V t j ltd ^ a o d e N . S .riem ptof, era com o fec Provedor da M iferícordía ¡ que Óremc3k¿ qualquer m ííeiia he redemilía da oppreíTaó, & a liv ia ik da neceíEdaoeí por iiío lh e parcceaSalam áo voo de Aguia, que fe remonta, avindado V eibo Divino quando defce, porque Ihe via afobetania de Redempcoj em a£lo : M o x u t R etin á is invoca SalVAtorem*

Ilio conheceo melhor D a v id , & nao o conheceo tambem Ezequiasj D a v id , pedindoa Déos orem edio da redemp^áo , dizia a D e o s ;£ m -

g e D om ine a d ju v a nos,exurge. Sebi, levantaívos, Senhor, para nos reme* diar 5 & porque nao D efien d e D om ine adjtiVA «w.Se cfles remedios haviáo de fer pela d^fcida do Verbo D ivino da gloria ao mundo ? Porque en- tendeo, que quando remediaíTe, fe engrandecía no exercicio de Prove« dordaM ifeiicordia , ou R edem p tor. N ao o entendeo tambem Eze- quias j porque quando fe v io necefficado por enferm o, & vio que erao nceiras as fuas preces da Mifericordia D ivina, incimandolhe o Profeta

•di parce de Déos mais quinze annos de vida bavendo de efcolher o fi­nal dp Sol, para feguto da promeíTa, q uiz que defceíTe a fombra do Sol no relogio Achaz dez lin h as, 8c que nao fobilíe, E porque San-* to R e y , efcolheis antes a deicida do Sol,que a fobida ? Eftefano Diaco* no dá a rafao, falatido em nome do mefmo R ey com grande m yñerio í

£ p f . F .icile e íi umbr,tm crejcere, hoc m n volo, fa c i le e ji u t Sol ju f l it ia a fie n d a t fupit D ia c . novem choros Angebrum ^ & fe d e a t in th ro n o Patris^ in u n it A t e S p if i t u s San¿ii^

in f im i m u n d ih u ju s ,V 9*i n m - revertatur retrorfum decem g r a d tb ü s,& m in o rA n g elis f f f i i ia tu r jn ca rn e hu- % 'm t . 5 o Sol de Jufti^a dez linhas, ilTo tem por naturefa fobre os

nove chofos dos Anjos, & n o th ro n o d a fu a Divindade. M a sifto nao remedea a minha m iferia , def^a da linha defte throno , & baíxe as no­ve linhas dos nove choros dos Aojos r M in u if i i eu m p a u lo 'm im s AÍf Angelis^ & tom ecarnehum ana, qiieentáo teremos os remedios para as mife- rias, & nefta deicida eftará anoíTafaude j mas fe aíGmdefceo entáo o Sol, porqueera em fombras efte myfterio ; quando fe vé em realidades, remonca-fe o mefino Sol> he odofcer voar, porque he redemir j fobre ef-* íiis mefmas dez linhas vo a ,& eleva a fuítgrandeía, que he o que náo conhece Ezequias, & o que conheceo ptofeticamence D avid, que com tan taclarefao exp lico u , pondo o . olhos no Verbo D ivino, & vendoo Pfovedor da M ifeiicordia no mundo : Propter m ifcria m in o p u m , & g em i*

in m ps(uperum nunc exurgAm ^dicit D &m inus,exurge Dom ine^adjuV4 n o s , agora que vou acodir ás vozes dos pobres, 6c ao remedio dos neceíBcados 5 agora Nh»?sxuygAm , feeleva m u s a foberania Ja minha grandeía,fendo infinita .* & feeíla he propriedade deíle Divino Sol : SAnitas i n p en m s, 6C eíie D ivino S o l veñio as fuas proptiedades no Ceo,que o veílio de cania

humana.5

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a. S A n ta ì f a h d . ï thum ana; 3 diga o Texro ¿cíle Ceo animado V¡c-gem, que defpois'da grandefa de M ay de Dc'os accrelceo na Senh ora.a grandefa eie M ây de Mifecicordia ; Isu m exurg am à icit D o m in u s , exnrgcns M aria,' E agora viremos em con hecimcnto da ra fa o , porque para haverem de fer Irtnlos da Mifericordia nefta fanca C afa, fe apuráo tanto os fo* geícos,que háo de íervir j iendo que parecía mais importante, a tcdos os quefeolfeteccmjabraçar, & admictir, & a nenhum efcufar í & a rafao he> porque os írm áos militas vefes vem difpender do proprio, & exet- cicarfeem fadigasdeadm iniftraraos vivos , & acompanhar aos mor­tosi & os grandes faltáo ao feu tecreyo, os nobres ás fuas occupa^oes, os mecánicos aos féus officios j & quem affim fe oíTerece , parece q fem fe apurar,fe devia admittir 5 & náo primeiro apurar. Com muirá rafao difpoem os Eftacutos, que fe inquira do fangue,vida,8c coftumes de co­dos os que háo de m iniárar na Mlfericordia j porque como avulca mais cada hum no feu eftado por Irmáo da M ifericord ia, & fobe na fuaef- fera a m ayorgrandeía 5 he neceflario que haja os merecimentos para tfte premio $ porque o Rey,fendoo por naturefa, he mais por Provedoc da Mifericordia, ogrande he m ayor, on obrefobe,om ecan icoau th oií- fa-fej como vem os no exemplo de C hiifìo Nhw exurgAm^ & da M ay dû Deos, S x u r g m M a ri* a b ijt.

Confiderei eu algúa hora nefte lugar,que hum pobre, 6c hum necef- íitado era hum Sacramento j Acquando menos hum Sacramento da E ucariftíaí & a rafao he 5 porque no Sacramento da Eucariftia ve­mos páOjÓc nao he p a o , vem os v in h o , & nao he vinho , fao acciden­tes , & efpecies de páo,& vinho, & he C orp o,& Sangue de Chrifto ; & com o fe fazem eftas tràfubftanciaç5es?co a força das palavras de Chrif- lo; E x v i perícrww. Vem os hú pobre,& hú neceíTuado em codo o genero de miferias ( falo do pobre,& necelTitado verdadeiro,&: nao do fingido) parecenoa fulano,quea(ïim fe cham a, conhecemos, que be fu lan o, fi- iho de fulano,& que mora em tal p arte, Se nao he cal fulano , faó a cc i­dentes de fulano, que a fubftanciam oral na rafao de pobre,he Chi ifto;S e quem faz efta mudança ? a força das palavras do mefmo C h tiftó : 'Qjfod u n i e x m inim is m eisfeci{ìi} ,tn ih ifecifliS irìa . rafao natural he fulano,na t ila o moral faó accidentes, & na fubftanciahe C h ú d o : M ib i fec ifiisy o adminiftrar o Sacramento na E ucariííia, he húa tao alta dignidade^ que hum Sacerdote he como Chrifto; N e iiíe taftgere Chriflos w m j tio n ju is p f (Chtyfoftomo)síí/ííí/fur /crwflmÍMí , quando o Sacerdote admi- niftra pode mandar le\’antar da mefa ao que indigno vem areceber o •Corpo de C hiifto , feja Empeiador , feja R e y , & íe ja Monarca j

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T i - S e r m a o d i V lf i la ç ^ o d e N . S .

M 'j à r e m i l i o p o t ¿ l í a t m h u ù e s , & p a r a e f t e m i n i f t e r i o d i f j p o e m o s C o n c i *

l i o ì , C á n o n e s , & : o s E f t a c u c o s S y n o d a e s , q u e f e a p u r e T a n g u e , v i d a . S e

e o íU i iT í e s : p o i s p . i r a f e r e r t i e d i a r e m n e c e ( i ì c a d o s , q u e h e a d m i n i f t r a c e f t e

c o m o S a c r a m e n t o d a E u c a r i f t i a : M i h i f e c i ¡ l i s » V e j a - f e q u e f e a p u r á o j

p o r q u e f o b e m a t á o a l c a d i g n i d a d e : N u m e x u r g m ^ e x u r g m ^ U a m ^ & c .

E fe o pobre he hña reprefenta^áo de Chrifto facramentado, pela for­ça d.i5 palavras : M ih ifeciftis^ hum Irmáo da M ifericordia, he húa te- pfefcnM çio de Déos Poderofo> & m ifeticoídiofo. D izia David , que era pobre, & mendigo j ou conílderemos o Proféra pobre em íí » cu em nom^ de cada pobre : E g o m t m m endicus f u m , & pAüper, Oca dizeim e, janeo Píof.-ta, nelTa pobrefa tendes quem vos foccorra & remedee ?

? fa im . S im .'d iz 0 . \ v 'iá '.D o w n u s f o l i c im e ¡ ln t e i , O Senhoi he o que anda fo- Jicito nore-iTiedioj como aflim, ícfalais alludindo ao tempo de voíTa neîetïi'iade? N ao vosfoccorrérao n e lla máos humanas I A b iga il, nao v o s a c o d i o em tempo que vos viftes pobre de raantímentos ? Abime« l e c h Sacerdote nao vos íoccorreoíom os páes da propofiçâo-, quando chegaftesco;nextrem anecefíidadefúgidoáfuá porta? E fe falais em n o m e d o s p o b r e s , nao vemos cada dia as alcofas de pao ñas máos dos I r m á o s d a M ifericordia paraos íam intos, asbolfas com d in h áío para v i u v a s n e c e í f i t a d a s , Irmandade, & tumba para enterrar m ortos, dotes para orfas; ifto nao adminiftráo m áosde homens, com odizei^ DomitiHS jo U citu s e í i j fe d o s horneas he o cuidado, com o d ize is , que de Déos he o d c f v e l o , 0o>«¿n«í?Hearafa55 porque aínda que pareçao máos de h o m e n s , as que a c o d e m , Cao de D éos, pelo que rem edeáo, 8c fendods h o m e n s p o r n a t u r e f a , parecem de Déos na mifericordia : D om inus f i l id » íííífjÍwfi.adm lniftca^áo dos homens fe VÇ, occupaçâo de Déos fe con f i d e r à , & fe o p o b r e reptefenta a Chrifto no S a c r a m e n t o , o

I r m á o d a M i f e r i c o r d i a reptefenta a Déos no exercicioda Mifericordia î D m i m s fo itciíus e ñ mei^ Sc a efta esfera fobe, quem fe e{i)prega,& quein adminíftra no f e r v i ç o da Mifericordia î Exurgens»

Confiderava D avida Divindade d eD eo sn afu a eíTencía, 8 eattribuì tos, & rcmpso húa hora aeftas palavras : U ife r ic o id U p n tc ed etfa ciem í«- vtí», difficukofa T h eología, & quaíiínexpiicavel concento pela face ds O toscntendem com m iiiïm ente os Santos P adresa fuá eíTencia,fe» gundo a tepofta que d ju a M oyfes 5 pedía M oyfes a Deos^ que ihe mq.f-

.rraííe a fuá eíTencia pelo termo da face : o flen iíe wíé;/4f?íw.í«áW,refponí- de D é o s á M o y k s ,N o n v id e tií m c h o m o ,& v i p e í i N i o haduvida, que a pa- lavra Aá?, figniiicaem Déos o.íer, fe a fice fieaeíTencia , como diz D avid, que a M ifericordia precede ao fer de DeoSj S cáeflen cia? Que­ría dizec o Píofeta, a meu ver, que íeado em D. íos fe r , U actributos,

t u d e

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a S d n t a l f a M , i jtfldoInfim tojtudoinCom prehenfiveloafto da mifericordia -^recediaa toda¿as majsprerogacivas. H e o R ey, R ey por naturcfa, & herancd , ícheProve^ord-'iM ifetícordia,hem aÍ8 6¡ueReypor exeicicio da nn- fericordia ; M if e m o r d ia p m è d e t f a c im , he o grande, grande pelo illuilre dagera^ao, fe he Irmáo da M ifericordia,he m ayor, Pra ccdeifa ctem ^ he o nobre, nobre por nafcim encoje he Irmáo fobe n:i nobrefa, Fr£ce.-iet fa c i-

he 0 m ecánico,m ecánico pelo officio, fe he Irmáo d i M iiericoidi.i aiichorifa-fe, PrAcedet fa ciem , he o Filho de Deos grande infiniramcnte, poi fer igual com o Padre, defce da fua grandefa a fer Redemptor, a k i Pfovedor univerfal da IVlifetìcordia, eleva effa grandefa : Propter m iferia ifiopum^ m n c exurgam . H e a M ay de Deos Rainha do univerfo y dos An-- jo s,& dos homens por M áy de D eos, fobe eiTa grandefa,& v o a c o a z a s de A guìa, quando fe vai fazer lugar ao deferto, quando vai fei M áy de Mifericordia : Exurgens M aria A b ìjt in niontana cu m fefiin a tio n e .

Tem os vifto como o exercicio da Mifericordia engrandece aqueni oadminiftra, & c o m o a q u e lle C e o animado da Virgem Santiffìma, iendo M ay de Deos, logo fem demoras foi a fec M á y d e m ifericordia, fazendodos paffos voos : fiVi/«« <*/<£, veftindo as propriedadesdoSol, que fe iìcuavanaquelle C eo, que trazia OS remedios nas azas;

Agora vejamos areparti^áo da m iiericordia, qne faz o Provedor D ivino, & a M áy de Mifericordia ; In tra v ìt in domum Z a cha ritì, & fa iu ta v it E l i f d e t h . Q u t cfta vifita fbiTe fibra de mifericordia,conila dos mefmos T e x to s do Evangelho : U a g n ifica v it m ifericerdia w fu a m cum o como fe repartirào osdoes della mifericordia he o que devemos pon« derar BapdÌla levou m ayor parte, defpois Ifabeli mas menos que o Bapciíla, defpois Zaeharias >mas menos que Ifabel, &c que Jo á o ; por** que ainda ñcou mudo pela culpa de náo dar credito ao Anjo > aoB ap- tifta enchente, Vieplebitur'y & delle fe comm unicou á m áy Santa Ifabe^ a Ifabel com grandefa, M a g n ifica v it i porque náo reve o defeito de duvi- dar j a Zacarías,o que era importante para o arrependimento j porque aínda fícou privado da v o z , que defpoifrde nafcer o B aptiza fe lherefí:i> tuhio. Grande reparo fe pode fazet, confíderando, que fendo Chrifto^ Deos jufto,reño, mifericordiofo, & D ivin o Provedor da Mifericordii?,& a Virgem SantiíGma M áy uníverfal'das piedades , reparta remedrofe com dcfigualdade, a h u in a ís , & aoutro menos; mais, & menos nadeí* ttibui^áo, parecedefiguald»de,po(ém fe parece q u :h e , náo be com o pnrcce. j.

Efta differenza vai de^Deos aos homens, que os homéns todos prc- tendem igualdades nos logeicos j Se Deos fó iguala premio c o m ie r e - tinjeiitos,, 6c remedies com as mifeiias, a cad“a hum íegundo a fua difw

B ii j PGfiiá%

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1 4 S e r m a o ¿ A t l f i f i f a o Í € N . S .poli telo v o m ítico. Efii O l i e r a hor.i coquei já elte perito m a i s a m p l i a r l o ;

agoni l'ó nos valéremos do que nefta doucrina tem fuá cadencia. Ata­dos 05 Elpiricos Angelicor, que adorarlo, & creráo no Verbo humana, do de futuro,deu agrandeíade D jos as íuas cadeiras na gloria j & per­gunco eu ? T jrá o todos igual afliftencia diante de Deos f communicac- leha Deos igualmente a codos ? Parete que lim aporque codos ciéráo, adoráráo.&c merecéráo j tnasfegundo a dourrina Cacholica, náo fe deu a codos igüdl g lo r ia , & parcicipa^ao 3 porque os Serafins eftáo piimei- ro,defpo;s os Ciiierubins,&,derpois os mais Coros por í'ua deílribui^áoj &C o malmo fe v e ,& fe verá com as almas, que occupio a gloria, poc a merecerem pela gra^aj 5c hafe Deos com defigualdade ? N áo ,* porque iguala premio com merecimencos. O s Serafini cem feis azas,os Queru- b m squacro, & o u cro s duas 5 as azas íignificáo os merecimencos, fe-

S U ie - meu Padre S.Jerony mo : Vet alas tn telU ge velocitatem oiedi-10». j merecimencos, haja voos para m ayor lug-u

de premio, & havendo mais, & menos, mais a hun«, 8c menos a ou- tros, fe vé a inceirefa, & igualdade de Deos j porque deftribue fegundo os mélicos.

Cerco he,que o Baptifta figurava hum neceíiicado em todo o genero de neceffiJadej o Bapcifta eítava enferm o: M iferere m ú q m n ia m tn fr n m /«;w, era pobre ; M endicus fu m ¡ & pxuper^ eftava debido Pauper, & dolens, o -Bapciftaeftava prefo, como diz S.M^aximo, oB aprifta eftava cactivo: S u ífp otejia ti D iaboli, o B.ipcifta eftava cegó ; C d su sijie e(l g c m s humanum,o Bapcifta eftava defpido : Nudus egrejfusfum e x Utero , o Baprifta eftava cond.^nado : MoJíe worim í, o Bapcifta eftava arrifcado a mayores pee« cados pela culpa original, a Alma do Bapcifta eftava o rfá a d e p a y , & -máy, fegundo a doucrina de Chrift<f, que eníínou , que náo chamaíTe* rnos pay na cerra 5 porque : U n u se(lp a ter v e fte r ,q u i eft tn C<«//í,falcavalhí paraefte Pay a vecdadeira M ay,que era a gra^a ; Fí/ííí en u triv i^ o Bap« tifta eftava morco .* Peccatm n g e n e r a i mortem 5 cudo que fe póde confide- rar dem ifería cínha,& reprelentava o Bapt¡fta,que e ra o o b je d o dami» fecicocdia, mais circunftancias cínha o Bapcifta,eftava impoflibilírado de pedirjíra filho de pays honrados,havia de fer irtíporcance ao mundo o leu preftim o, m ais queo de codosos homens ; N i« /« rr^ f míí^or, cudo iftoeráo a z is na neceííídade, com que incicava a mifericordiaj nos pays | i o Efpirico Sanco cinha com m unicado o que imporrava para cerem aquellü ^ho,que ambos procediáo juftificadümenréj aflim ! pois no dia

.da vifita da M ifericordia reparca-fe m ai,, & m en o i, fegiindo a neceíli- dade, 6c íegundo as circunftancías da miferia , 5c encáo fe reparte com igualdade, quando (c deftábue menos j porque fe iguala a mí-ie a co cd ía co H ia m iícú a , Digno

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ñ S a n ta I fA h e l. 1 5 "

l 5ìgno de íepaío he ó eftylo, com que u Profeta Rey fala com os qiiü cXercitaó o remediaría pobreia, & neceíTidade: B eaius qm in t e l í ig it ¡a ^ t£T eg em m ,& p a M p erem , diz o Sanio Profeta. Bemaventurado o que tu- tende fobie o pobre,Se neceííicado. Cerro he, que por efta palavra Jwtf/-. í^íí, fe entendeorem ediarj pois para o remedio buí'ca o Profeta a ia- lelHgencia ì & porque nao a vifta^ou os OLividos ? O í oihos nao vem as miíerias? os m iíeiaveis nao pedem, que ponhaó os olhos na lúa po« brefa : osouvídosnao ouvem as laftimas, asqueixas, asfuppiicas ì nao diíTera melhor : B eatus qui vid et^ & audit fu p er eg em m ^ & p a u p erem ? Seiiaó Jntelligitf nao períuade mais o ob)e¿ío dos olhos na nuoeja que vcm ,nas chagas que dóem, nos ferros queprendem, nas lagiym as que ch oiaó ? Nao ellim uU ó os fulpiros que fe o u vem , os ays, que le eaó , as iaíUr m a s c o m que fe pede? nao ferábemavencurado, oq u e vendo a co d e ro que ouvindo remedea ?S¿nao o que encende?Sim j porque os olhos

■dos homens nao fa ó c o m o o i olhos de Dcosjos olhos de D éos, allim como vem a miferia, affim a remedeaó í porque a fua vitta he a íua in-

ktlligenciaj o que nao fao os olhos dos homens.Piataó enfin^indo a íeus difcipulos, o modo com que os olhos vem,

k percebem os objeítoSjComoenfí fa6,dizía, que dos mefmos olhos,6c da potencia vifiva^ fahiaó huns futís rayos,que tetm inavaóno ob jeílo , le fe formava a vifta, dando os olhos de íi para o objcílo. V eyo A riltq- eles deipois5& achou grande repugnancia na doutrina defeuM eftte^ Í£ que nao podia fubíiílir 3 porque os objeflos erao osque m andavaó

aos oihos húas efpecies intencionaes, 6¿ dos olhos paíTavaÓ ao fencidocommum, & dahi ao entendimento j & conheciümos as couías com o

-erao em fi > Se ella opiniaó foi a mais adm ittidaj por fer conforme com a rafaó. D e forte, q no fentír de P la ta ó , para fe forrrac a vifta,os olhos daode fi : na de Ariftoteles os olhos attahem a íi : lá tem feu fundamé- to a primeita, falando moralmente a refpeito dos olhos de Déos, que os olhos de Deos ícmpre dao de fi aonde fe empregao : ^ejpice^ & imferere^ refpicere, idem ejÍ^ac m ifererij diz o Padie Cerda ; os dos íiomens tudo ha atrahic para C^naó he muitOjfe fa5 olhos humanos , que por iiío le diz ,commumm2nte, que fe vaó atras dos objeílos^ poique tudo quereni latrahirj os olhos de Deos faó olhos Platónicos, os dos homens faÓ Arif** jtocelicosj por iiío dizia David : R efpice i« m eiqu i* unicus^ & pauper fu w .

A perfuafóes deSara, lan^ou fÓEí'i de cafa Abrahaó a Agar com feu 'filho lim aci. E entrando m áy, 6c filho pelo deferto, vio A g a r , q u e.If-I mael eftalava á fede, 8c o nao podia remediar j deixou-o a o p é d e húa arvore, & virouas coftas, á i z e n d o N o n v id d o m o r te fu e w p u eru tn , n aS Vctei eftalai; eftí meaino, Q¿ie lie i^o AgadaHún deix^is velíu iilho na-

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S c y j n i o d a T 'i f i t n c ì o à i N . S . qa;:!!“ d ^ f i m p a r o ? d u u m naó dirà q u e f ò i t y r a n i a ; mas refpondefìi A g ir, q u ¿ OS ibu3 o l h o i n.ì5 p o d i a 5 d a r r e m e d i o a o m e n i n o , & f ó lei-»

v u ó de a ccra h ir m a g o a s a o c o r a ^ a ó > p o is q u a n d o o s ]o lh o s n a ó pódern

a c o d l r a o refr.L'iìio, ¿c ló f e r v e m de a ccra h ir l a f t im a S jS c p en as , vo item fe

05 oliios, & nao vej^ó : Non vìdebo, Apparece hum Anjo em repieÌcnEar góes de D jos, & moJflra a Agar ficio aonde eftava agoa para acodii ao m enino, & rem ed iaranecelFidade, t ir a a m a y agoa do po^o jfoccorre iTmael, da-fe nome ao po^o : ? u te u i D ei v tv e n tis , & videntts^ de Deos, que vive, & que vè j naó baftava dizecde Deos vivo /en aó de Deos,que v è j Sim ; porque poz os olhos Deos, & deu o remedioj etaÓ olhos Pla­tónicos, da6 de fi .* Refpice^ & m ijerere j feos de A garerao fó olhos de ac< trahir magoasjos olhos humanos fervem de attrahirjOs de Deos de dar»

£ Te OS olh os vem a5 m iferias, &: vendo*as pódem remediar, como naó diz D avid : Bcatus^^ui v id ei fu p et e g e n u m ,& p itu p erem ^ Ìem ó Q u i intei'' l ìg it ? porque falava o Profeta com os adminiftradcres da Miiericordiaj que ainda que pelo exetcicio ie paie^ao com Deos ; D o m m s folieitus ejl wi«, Como jà diiTemos, corno homens naó pódem ter as efficacias de D eos, 6c pódem padecer OS enganos de h u m an o sj& porque le naó en­gañem os olhos com applicar os remedios, valhaofe do entendimento, paraacodir com as piedades j porque a rafaó defengana, & porque ad* ve¿ce aonde he mais urgente a mìferia, & m ayor a neceflìdade, & COiU mais azas de merecimenco para a mifeiicordia do temedio«

Q u in tas vefes vem os noiTos olhos a muicos pobres defpidos, & que necefIìca5 deoscobEÌr;porém enfinanos a experiencia, que huns lao neceilkados, outros que vendem o veftido, que Ihe d a o , & fe tornaó a defpìr para promover a v if ta , a que os foccorraó 5 pois ahi attente a ra- fa ó , & con h e§a oq u e o fa z por v ic io , & o q u e padece por miferia : B e a tu s q u i i«te//<¿‘i/>‘quantas vefes vemos muitos chagados, & fe te m al­canzado, que alguns fazem as chagasartifìciofas,para incitaiem a pie- dade, outros que as padecem por achaque ; & deve-fe acodir á miferia,

6 fugir do fingimento : B^atus q u i im e l l ig i t , os olhos vem muitos prefos nos carceces, todos padecem,todos clam ao ,deftinga 0 entendimento «quellei, aos quaes poz a defgra^a dos tempos na prifao, dos outios, a qnem tem pofto a culpa : advirta a rafaó nos que nafceraó mais honra* dos, Sr a fortuna os poz naquella miferia j foUcite a rafaó por parte da- quelles j aos quaes o accidente foi impenfado, ou o ponto dahonrafes culpados, d.iquelies que por officio fa ó la d ró e s , & affafÌìnos, que fa* vorecerefteselU taóionge de fer mifericordia, que he injufti^a com a conlcquencia de refticui^aó ao bem com m um , & á República j he a caufa ¿ porque fc fe pcidotìaoladrA g, fe fvlicica 0 feu liviiamento ,' ...............--

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a S d r fiâ 7f . h í l . 1 7fomao exemplo outroladráo par,: h ictar, fazendo conta, qneo livra- ràô, com oiivráraó ao ou tro i & já cudo o que lefurca por aquelleexé- )lo he jeftituiçâo de quem o patrocina, fe le perdca a hum ai]afì]nc,diz 5 oucro que m atta, que tambem petdoaráó a e ile ,& aquellas vidas,que e tira o poraquelieexem plo ,1e devem , S c o s in lu lto s , que, Îecom- Tieccerojavivaofe cora a dc-fenla,que achâo es iniulcos j por ilfo, nem os olhos, nem ouvidos remedeem ; porque todos fe vem , & fe o u vem cla- niar, & pedir j mas o encendimenco acuda, & defìirga : S ea tu s q u i i t i te l- ig iU v c m osoihos os orfàas, & codas eftáo fazendo pape! de cbjefto da

Mii^ncordia na fua miferia j porém até os fantos ïnrticucos dcfta lan­ía Cafa, advercc, que o cuidado ieja nas m aisbem parecidas, porque vivemno mundo mais arriícadasj & nas mais nobres, & na certefà lïioraldas mais honradas, eftas háo de preferir, & fe Ihe deveaccrelcen- tarj porque cem mais azas de merccimenco para a Miiericordia .* B eatus ^ u iin te llig it jÇ o m p a d Q C e -Î t a Chriftandade desque fao cactivos em ter- jasdeM ouros, codos pedem o refgate; porém ha-fede attender ptim ti- toà mayor neceffidadei que he a dos m eninos, porque nao .pcriguem na ’é, & a i molheres.como fexo mais frágil, ainda que cuftcm mais;:ada hum> fegundo as azas da neceiEdade 5 & deiencender quando náo la para todos, dos que por a malicia de roubarem a fazenda a lh ey a , le îficregao voluncariamence ao cacciveiro, para com iflo fatisfazerem co os acrèdores, & cem deixado os effeicos alheyos em terra : S ea tu s q u i in - ■elligity & em todos eftes cafos baja m ais, ÔC m enos, fegundo a necelii- dadede cada hum , & o eftado, que nifTo fevè a igualdade, no que pa- e c e deiîgualdade î porque fe iguala a mifericordia com a miferia j 8c guando aiGm fe reparte com m ais,& menoSj aonde^vai o menos fe en­grandece a mifericordia canco com o aonde Vai o mais. Grande exemplo :emos no mefmo ccxco de S X u cas.

Ao neceíGcado Bapcifta imporrava dat mais graça , que a Sanca Ifa- ^ e l î porque do Bapcifta fe communicou a füa M ay , & coni tuí^o diz o

Texto, falanda.de Santa líabel.que engrandecéra Deos a fua m ifeycor- ia com ella ; U a g n ifica vit m ifcricord ia m fuam citm i l l a , & porque nao diz o Bapciftá,que levou táo grande enchente? R e p le h im e x utero w atris (u^ ; lorquenos q uizd ar a conhecer,que a M ifericordia, que reparte fegun- 0 a miferia,ainda que feja píenos do que a oucro necefïîcado,fe engran- iece, porque acodio íegundo a rafao da miferia : qu i in te lU g it,

Aínda nos dá. mais doucrina nefta deftribui^áo o T exco do Evange-hoj 6ca incelligencia de D avidj que podendo a M ifeticordia 3 & o s lr -

náos acodir a alguns parentes, ou am igos, nao fe ha de por o fim na ra- aç de íHnigosj ^ parentes j poique íe fe olha o atnigg Ç W Q am igO j^

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\ s S e r m a o d<t V tfitd ^ iio d e N . S .nao coni') polire, jà a mirericordia n à n he mifericordiajhe attiifadejqi’é corno as coiiuis le elpeciH :àj pebs o b je d o s, o d a mii'encordià he 16 miferia,Ce fe olha a rafao do parentefco, náo he mifericordia, he pagan cbriga^áo.Müico para advertir he,que quando o Anjo veyo a annunciau á Senhora o m yfìetio da Encarna^ao, Ihe crasóexem plo de Sanca Ifa b e l , chamaiidolhe fua parenca : Ecce E h ftù e th cognata t u a , & quando S. L acas nos refüre efla v ifica , nao Ihechama parenca : I n t r m t indomum Z .i c h m A > & f d i i t m t ElifAbetb j & porque nao diz patenta, fe o Anjo o ci. nha ditto ? porque nella Viíica^áo hia-fe exercitar a m ifericordia, & a mifericordia nao tem por objeílo mais que a neceílidade, & nao o pa- rencefco:54/«r i»ií E lifa b eth , m .xgm ficavit m ifericord 'um fu a m citm com o era mifericordia, nao fe dilTeíTe que era obriga^ao 5 & por líTo fa calla o parencefco, 5c amifade , & ifto he o entender da mífeticordia ; B u m q u iin te lh g t t .

N ao poíTo deixat de advertir,que fendo o Bapcifta o prímeiio obje» £lodeílavifica, 5c m ifericordia, na5 fe nomea no Evangelho oBap. tifta. 5c fó fe fala em Zacarías, 5c Ifabel ; In tra vit in domum ZAcharia^ & .

f a lu U v i i E//p^fí/j.Seria por ventura, porque deve haver landos da mi« fericordia,em quem fe ha de exercitar, 6c fe deve encobrir : porque fe* n a5 faiba o defeito fe ha de occultar a caridades he hum homem hon­rado, hehiupeíToa nobre,he importante que conferve a reputazao, cal* le-fe, 6c occulce-fe, quanto puder a efmola, porque fe conferve a honra; & í ifto havendo hüa m axim a no mundo taó erronea, que diz fei mais licito a hum homem honrado fiutar, que pedir j fe a mifericordia ,que hia acod iraoB ap tiftí fe publicara , publícava-fe a miferia do peccado original d o Baptifta ; era o Baptífta hum homem honrado , 6c tao im­portante ao mundo, occulte-fe a mifericordia,porque nao fe publique a cJefeico,& feja com enchente : R e p ld m r ; fegundo .1 fua qualidade, poE- £jue ha no Baptifta mais azas de merecimento na miferia 5 a(Tim o faz a M ifericordia Divina. Q yando Deos mandava aqueile Anjo a curar hü enfermo na Pifcina, primeiro que entraíTe o neceííicadó. m ovía o Anjo as agoas, para que feenlodaíTem ; & pergunto eu : nao era melhorque

.eftivelTe a agoa clara, que turva, para lavar a enfermida'de ? N a o , porque na agoa clara verfehia o defeito de enfermo, & m e lh o r h e , que efteja turva,para que fe nao conhe^a a miferia nos olhos dos o utro s-en ferm o s,

que affiñiao; que aflim cura Deos, 8c aíiim acode a o s feus ncceffitados« ciando mais, fegundo a impor.t;incia da peííoa, & occultando ;a miíerí* cordi:¡, por n a o fe defcobrir a m ife'ia , 5c ífto fó o faz a ra faó : Beam i ^ui inteU igít^ Se fo aííÍn deftríbae hú Provedor D ivino da M ifericord ia ,

fiC aM áy á iJ íA [íu ÍQ O íá iA \ lj¡tr > m p i)f d om u Z M h A rÍ£ ^ & fa lu íitv it B lip ib ithTemos

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'a S a n t à l p t h d .

Tem os áCíibado o Sermaój poce n devemos advertir hií.’ círciinftAn- cia n a mifericordiaj que pa:.i efte attributo le excrcit.ir, hj coino ne- ceíTciriooacompanhem o iu r o s jo que nao tem a A jafti^iTebe deftr¡butiva,dá a cada hum o qu¿ he íeu, 6c para dar a cada hiim o que he leu , o m eím o merecimento o adquire. A punitiva d i a pena fe- gim doaculpa. A culpaeftá deíi pedindoa fuá pena, 6c fe nao houvcc culpa, nao haverá pena, 6c mais a jufti^a fica no leu fer. A mifericordia ha de acom panhalla voncade, 6c poder 3 le naó hoLiver vontade,nn5 fe exercitará a n.í.ericotdia j 6c íenaÓ houvet poder para acodir, ; i na<> ferámifericoidia para remediar, ferá com payxaó para fentir jgíTini fuccedenos que tem boa vontade de acodit aos neccfllcados , 6c nao pódem, naó he rigotofamente mifericordia , he com payxaó ; porque a mifericordia rigorofamente diz remedio da miferia. ÁÍIim o declarou aquelle D ivino Provedor da mifeiicoEdia, para as miferias do mundo, que mandou intimar aos homens,que vinha por fuá vontade fer noíTa Rcdecnptor : O bU tus eji^qutA ip fi voluit^ 8c exaqui vai a vontadc > 5c na noite antes do dia, em q havia de exetcitac o mayor a£to de miíericoc- dia ; Apud Dom inum m ifeTÌcordia^& copiofa re d e m p ú o , declarou aos D ifci- pulos,que Ihe fota dado o poder do Padre ñas máos : Vater dedtt ommA in ViMuSj 6c máos de hum Ptovedor da Mifericordia com poder^chegárao a dará hum D eos: A ccip ite^ & m anducate', hoc efi Corpus m eum ^ m o ñ io u q quando curava enfermos dava de comer a fam intos, acodio íios neceffi- tados \ Bene o m n U fecity fu r d o s fe c it <tudir?y& m atos l o q u i , que tinha o po­der do Padre ñas máos : P a t e i¿ e d i t om nia in manus.

Paca a mifericordia acodir,ha de fer ajudada da vontade, 6c poder >• a Vontade pódem ter codos os Irmáos da M ifericordiaj mas héjneceííario, quea'ajudeo poder. Os Irmáos chegaó até aonde pódem com a von* tade 5 mas muitas vefes oaó pódem chegar aonde querem as miferias j porque Ihés falca a ajuda do attributo do poder j 6c nefte cafo confide­rò eu, que foi particular providencia affiftiíTem nefte dia, 6c a efta func- ^áo as caberas dos dous Eftados, E ccie íia ftico , 6c Secular, affim para ferem certificados do com o os Irmáas da Miferifiocdia deftribuem ñas miferias as rendas, 6cefm olas , q u ev em á Mifericiordiajcomo tambem paraencenderem,qiíea'Mlferi.cocdia pede foccorros ao poder p araaco- óir ás miferias ; Venháo ouvir os que tem as rendas Ecciefiaftica9,6c as fiquefas fecularesj como a M ifericordia deftribue, 8c com o o poder de queneceíliciahedasíuas concurrencias de h u m a o u tro eftad o;q u ep oc faltarem efte anno,fe nao fez a vifica géralj porque faltou o poder,aínda quenáofalcou a vontade. E vejaó Ecclefíafticos,6c Seculares podero- ios, que fe os Irmáos adm iniílundo aos pobies, reprefentáo a D¿os m í-

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2 O S t r m d o I d V í f i t a c / í t d e N . S .I’üricordlofo; Dom inus f o lic u m e íi m n , os que coacorrem cóm'as efmolas rcpreícnráo a Deos Podctolo : ? *ter ded it oynm* in m m a , d>ir, & concor- lec os q 13 p óieoi, he dar o poder ñas máos, parn que a Mifericordia di­gnaos pobres': A c á p ite ,& im nduca try U concorrcado h u n s, 5c delpen- deudo outros, 5c receb,*ndo os pobres. Se dirá dancíHi Cidade,8c das do nolTj R^yno : M .-¡ericordU O o m im p len a e ñ terra^ 5c os que dáo,6c os que defp¿;ndem,5co3 quereceberniograráo os fruitos da M ifericordia, que íaó osd.i gca§a, paca vivetem ecernaínence na g l o i iA , Q u a m m tIñ f& v tH1>ÍS^&Í,

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