sou pai de um atleta... e agora?

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ALCINO RODRIGUES SOU PAI DE UM ATLETA… E AGORA??? Ser pai ou mãe de um atleta implica um esforço, quer do filho na prática da modalidade de eleição, quer dos pais, no seu acompanhamento… Mas será assim tão simples?

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Ser pai ou mãe de um(a) atleta implica um esforço, quer do filho na prática da modalidade de eleição, quer dos pais, no seu acompanhamento… Mas será assim tão simples? Este é o meu último Ebook gratuito.

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ALCINO RODRIGUES

SOU PAI DE UM ATLETA… E AGORA??? Ser pai ou mãe de um atleta implica um esforço, quer do filho na prática

da modalidade de eleição, quer dos pais, no seu acompanhamento…

Mas será assim tão simples?

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AUTOR

ALCINO RODRIGUES � Coach Profissional Certificado, actua

em Business, Career, Life, Sports Coaching and

Coaching for Young.

� Empresário, Consultor e Formador em

várias Áreas de Desenvolvimento Pessoal,

Gestão de Conflitos, Liderança e Motivação,

Inteligência Emocional, e em Áreas de Gestão,

Inovação e Empreendedorismo, Marketing,

Webmarketing, Gestão de Websites e

Webdesign.

� Formação em Coaching e Programação

Neuro-Linguística, Comunicação, Public

Speaking, Marketing, Psicologia Desportiva.

� Orador e Dinamizador de Equipas.

Pode-me encontrar por aí…

http://www.arcoaching.pt

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INTRODUÇÃO

O objectivo desta publicação surgiu naturalmente, através da observação quase diária de jovens atletas do clube onde sou treinador da formação, conversas com os seus pais, das convivências e experiências de vida que vou captando, dos problemas naturais que as fases da infância e adolescência acarretam, mas principalmente da necessidade que senti de transmitir aos próprios pais algum tipo de feedback relativamente aos seus comportamentos e atitudes, quer sejam elas positivas ou negativas, próprias ou impróprias.

Sendo verdade que existe uma grande variedade de realidades económico-sociais entre os pais dos atletas, desde aqueles que têm grandes dificuldades financeiras, até aos que pertencem à classe média-alta, que até conseguem patrocinar e ajudar o clube, é também transversal a existência de alguns padrões de comportamento latentes em alguns grupos de pais, apesar de na verdade, em geral (exceptuando alguns pais que também foram atletas no passado e têm noção do que é estar em equipa e do espírito de grupo) a maior parte dos pais não terem nem formação nem informação acerca de toda a envolvência desportiva dos filhos.

O conhecimento das regras, quer da modalidade, quer do clube, é essencial para os pais não se sentirem perdidos na comunicação com os filhos, ao longo do seu dia-a-dia desportivo. Conhecerem a modalidade é meio caminho andado para os pais entenderem as opções dos treinadores. Conhecer o espírito que se respira num balneário penso ser importantíssimo numa fase em que os filhos, de tenra idade, iniciam a prática desportiva. Talvez num escalão entre os 8 e 10 anos seria interessante os pais conhecerem como as coisas funcionam no balneário. Perceberem os conceitos de trabalho em equipa é fulcral pois só assim se consegue entender as dinâmicas do grupo e perceber os pressupostos que compõe uma equipa e o seu trabalho.

A prática desportiva na minha opinião é uma extensão importante da educação das crianças, que tendo várias ramificações, como a escola com os professores, a família com os pais, irmão, avós, etc., a comunidade com os vizinhos e amigos ou até grupos de jovens de diversas orientações (religiosas, solidárias, voluntárias, etc.), tem no

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desporto uma actividade-chave para o bem-estar e bem crescer, saudável, social, físico e emocional…

A sociedade impõe regras saudáveis (embora muitas não o sejam mas essas não importam para aqui, neste momento) que fazem com que o trabalho em equipa, trabalho para a comunidade, o desporto, sejam actividades que fazem a manutenção do equilíbrio físico, social e psicológico das pessoas que as praticam. Trazem um sentimento de pertença e propósito aos jovens e adultos, e um forte grau de realização pessoal, que por sua vez leva ao autoconhecimento, gerador de auto-estima e autoconfiança.

O objectivo final desta publicação é basicamente a tomada de consciência pelos pais da forma como podem mais ajudar do que prejudicar, naquilo que é tão importante para os seus filhos.

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SER PAI DE UM ATLETA

O que os Pais de Atletas "fazem" ou "desfazem" na sua

experiência desportiva

Como um pai, um facto importante a lembrar é que você pode "fazer" ou "desfazer" a experiência desportiva do seu filho.

Embora existam muitos exemplos excepcionais de pais que fazem o melhor pelos seus filhos no seu desporto, existem inúmeros exemplos de pais que são a razão pela qual as crianças ou o abandonam ou têm comportamentos errados, desajustados e desrespeitosos.

Um dos aspectos mais críticos de ser um pai é como exemplo ou modelo de comportamento para os nossos filhos. Uma coisa é certa, as nossas crianças estão sempre a ver, a observar e a aprender connosco - o bom, o mau e o feio! Eu sei da minha própria experiência a alegria que tenho e como eu me sinto quando vejo os meus filhos copiar algo que eu faço bem e o amargo da decepção quando vejo uma minha cópia do meu comportamento não-tão-bom.

Quando se trata de desporto e dos nossos filhos, precisamos de saber como ser o tipo de modelo que os apoia, para eles desfrutarem ao máximo de tudo o que faz parte desse desporto e entender o que o verdadeiro significado do que sucesso no desporto é.

Aqui estão as cinco principais dicas para os pais serem melhores quando se trata do desporto dos seus filhos:

1. Entender o motivo, as verdadeiras razões, para os seus filhos participarem num desporto. De acordo com pesquisas recentes, o desporto pode proporcionar quatro oportunidades vitais para os nossos filhos se desenvolverem.

• As crianças aprendem como melhorar suas interacções sociais com os outros.

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• Eles podem aumentar o seu nível de autoconfiança. • Eles podem melhorar suas habilidades de comunicação. • Podem melhorar a sua saúde.

O facto é que as crianças que fazem desporto desde tenra idade são mais susceptíveis a serem adultos saudáveis e bem ajustados, que possam fazer contribuições mais significativas no trabalho e na sociedade em geral.

Por favor tenha em conta que a razão pela qual devemos querer que os nossos filhos façam desporto não é para que eles possam "bater" a sua concorrência, vencer a qualquer custo ou melhorar o seu status como uma "lenda desportiva" entre os outros pais.

Recomendo que esteja sempre claro na sua própria mente sobre qual é o seu resultado? O que é que quer que o seu filho ganhe com a sua experiência desportiva? O que você quer com a experiência desportiva do seu filho?

Até a idade de cerca de 14/15, a maioria das crianças só se querem divertir no seu desporto. Quando eles têm cerca de 15 anos de idade, eles começam a entender mais sobre o que significa competir. Com um considerado e deliberado resultado do envolvimento do seu filho no desporto, você pode sempre verificar consigo mesmo sobre se está mais perto ou mais longe do significado que o desporto tem, para si e para ele, quando você observa a forma como você e ele, se estão a comportar e a interagir.

2. Seja estratégico no planeamento de que "lições de vida" você gostaria que seus filhos aprendam.

Vários estudos acham que o desporto é um excelente veículo para promover as seguintes lições de vida:

• O valor de criar e possuir uma atitude consistentemente positiva

• O Conceito do Fair-play • O que é desportivismo: como ganhar e perder com orgulho

e dignidade

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• A Importância da Prática • Dedicação e Compromisso

Um exercício rápido que você pode fazer é medir (ou seja, dar uma pontuação de 5) como o seu filho está a desenvolver-se no seu desporto actual, nas lições de vida acima. Se eles estão bem em algumas das áreas (o que você valoriza com 4 ou 5) e precisam de apoio em outras áreas (de 3 para baixo), procure formas para ajudá-los a desenvolver ainda mais. Pode ser a forma como você fala com o seu filho e o que você foca, ao conversar com ele acerca do seu treino ou competição. Assim, grande parte da nossa experiência e percepção das coisas é o que se deve focar. Fazendo isso de forma encorajadora pode beneficiar outras áreas da sua vida também (e, potencialmente, ajudá-lo com outras questões de parentalidade também).

3. Esteja lá para seus filhos e recompense o esforço (não os resultados).

Esta é uma escolha óbvia. Isto significa estar presente e ser parte da experiência desportiva do seu filho como um observador objectivo - o que significa, não como seu treinador (a menos que tenha formalmente esse papel). Os pais fazem sempre o melhor para os seus filhos quando eles apoiam o que o treinador está a tentar alcançar e não contradizem as suas mensagens. Se você quer ser um treinador, então, pelos meios que existem, faça um curso, estude e aprenda a ser um treinador.

A pesquisa mostra que o factor contribuinte mais importante para o sucesso desportivo é a qualidade da relação treinador-atleta. Mesmo que o treinador não seja o treinador mais tecnicamente brilhante, se o que o seu filho quer é divertir-se e fazer algum exercício físico, e eles estão a receber isso, então não há nenhuma necessidade para que você possa interferir nas especificidades de uma sessão de treino ou num jogo.

Os pais também ajudam seus filhos quando eles simplesmente incentivam e recompensam o seu esforço e não os seus resultados. Que lição é que você está a ensinar ao seu filho se você lhe der os parabéns numa vitória numa corrida, quando eles nem sequer deram o seu

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melhor. Mais uma vez, isso se resume às lições que promovem nas acções que você toma.

4. Não esteja lá o tempo todo.

Eu sei... Parece uma contradição com o ponto anterior. O que quero dizer é que há momentos em que o que você deve fazer é simplesmente deixar os seus filhos nos jogos ou treinos e ir buscá-los depois. Como podemos ajudar nossos filhos a desenvolver a independência quando nós, como pais nunca os deixamos sozinhos?

5. Controle-se sempre.

A dica mais importante que eu tenho para todos os pais é que mantenham a calma e a compostura quando vê o seu filho a participar em qualquer evento ou competição desportiva. De facto haverá momentos em que o árbitro tomará uma decisão errada... e então? É igual na vida. Aceite e viva com isso e assim pode ensinar o seu filho que a vida nem sempre é justa e que o árbitro, por vezes, vê as coisas de uma maneira diferente de como você as vê.

Saiba que os pais ou adultos aos berros na bancada são vistos pelas crianças (menores de 14 anos de idade) como sendo agressivos. Estudos mostram que as crianças não conseguem diferenciar o comportamento e simplesmente o percepcionam como sendo violento. Como tal, eles sentem-se emocionalmente e até fisicamente ameaçados. Posso assegurar-vos, as crianças não têm bom desempenho quando se sentem assim (ninguém tem). Por isso, acima de tudo, mantenha o controlo das suas emoções!

Lembre-se que você pode "fazer" ou "desfazer" a experiência desportiva do seu filho. As nossas crianças estão sempre a olhar, a observar e a aprender. Eles são bastante propensos a fazer o que você faz, do que fazer o que você diz!

O desporto oferece uma importante oportunidade para ensinar habilidades vitais para os nossos filhos. Os pais têm a oportunidade de melhorar a experiência dos seus filhos e promover estas lições positivas. Pelo que ouço de muita gente, de clubes desportivos, a

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realidade de muitos desportos, hoje, é que são os pais que promovem as lições erradas aos seus filhos.

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Futebol de formação: pais e filhos

Este artigo que agora cito foi retirado do site PTJornal, num

espaço de crónicas, e é da autoria do Sr. Zé Fernando, que não conheço

mas que reconheço uma grande competência naquilo que escreve.

Tomei a liberdade de copiar e colar aqui o seu artigo mas deixo aqui o

Link para quem quiser ver outras crónicas suas

(http://www.ptjornal.com/201204016626/ze-fernando/futebol-de-formacao-pais-e-filhos.html).

“Nós, que durante tantos anos trabalhamos no futebol de formação, várias vezes nos vimos confrontados com casos típicos de pais problemáticos que, na ânsia de ajudarem os filhos, quase se tornam inimigos dos treinadores. Há jovens atletas, cheios de talento, que ficam pelo caminho por não suportarem a pressão e as várias atitudes negativas dos pais.

É com relativa facilidade que encontramos vários tipos de pais que de tal forma interferem na personalidade desportiva do filho que este, ao não ver cumpridas as metas impostas por eles, opta pelo abandono da prática desportiva. Há pais que geralmente nunca estão de acordo com as decisões dos árbitros e dos treinadores, e dificilmente apoiam a equipa optando por unicamente, apoiar o seu filho. São os pais fanáticos. Encontramos pais que costumam gritar e insultar árbitros, jogadores e treinadores com uns pulmões fora do comum. São pouco pacientes, escutam poucas vezes os outros e nunca estão dispostos a mudar. Os que fazem isto perto do banco de suplentes são os piores, pois o jovem filho sente-se humilhado ao ouvi-lo vociferar.

E aqueles pais que se colocam estrategicamente junto à linha lateral, enquanto o filho joga? Que dispõem de umas enormes cordas vocais e de um código de sinais para indicar a táctica a seguir em cada momento do jogo? Estes ficam furiosos quando o seu filho, para poder seguir a táctica do treinador, não liga às suas instruções. Critica abertamente os árbitros, diverge do treinador e discute com os directores que não concordam que o seu filho é o melhor e que, por exemplo, é ele que tem de marcar os livres todos. Quando o filho chega a casa, começa a segunda parte do jogo.

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Os pais “treinadores sem título” deveriam tomar consciência de 3 consequências que gera a sua conduta:

a. O seu filho perde concentração, porque sente ter de se preocupar mais com as suas instruções do que propriamente com o andamento do jogo;

b. O seu filho fica nervoso. Sabe que se não jogar ao gosto do pai tem medo de o perder e, logo que chegue a casa, tem certeza de ouvir bronca da grossa;

c. O seu filho fica confundido, ao entrar em contradição com as instruções do pai e a táctica do treinador.

Num clube dos nacionais, onde tive o prazer de treinar durante 6 anos consecutivos, encontrei também um pai a que chamei “pai camareiro” porque, entre outras coisas, não autorizava que o seu filho bebesse da mesma água dos companheiros, que trazia de casa água e líquidos especiais para recuperar e, mal o jogo terminava, ia ao balneário ajudar o filho a despir, tomar banho e vestir, acabando a recolher o equipamento acabado de sujar. Com esta sua atitude ridicularizava o filho diante dos colegas.

Há ainda os chamados “pais de ida e volta”, que eu entendo serem muito maus para o crescimento desportivo de um jovem. Eu dou-lhes este nome porque mudam constantemente o seu filho, de clube ou desporto, conforme lhes dá na real gana ou porque não gostam do treinador. A maioria volta a levar o seu filho de volta ao primeiro clube quando dá conta, se calhar demasiado tarde, que o seu filho prefere estar com os amigos e jogar sempre, em vez de estar sujeito a uma convocatória por nível técnico.

Claro que também há os pais desinteressados que não reconhecem o valor do desporto na educação dos mais jovens e não assistem nunca nem aos jogos nem aos treinos e que seguramente não lerão isto que agora escrevo.

E, verdade seja dita, também encontrei pais bem orientados psicologicamente, que confiavam na preparação e conhecimentos do treinador e demonstravam autocontrolo, reforçavam o esforço, a progressão e apoiavam nos momentos difíceis. Cediam o seu filho ao treinador e aceitavam que parte da admiração que o seu filho lhes destinava passasse para o treinador, não se mostrando competitivos com seus filhos e não comparando as vitórias deles com as pequenas guerras de quando jogava futebol. Davam importância ao esforço, à

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progressão e ao desfrutar jogando. Quando não viam o jogo, mal o filho chegava a casa a primeira pergunta que faziam era: Então! Correu tudo bem?

A todos estes pais quero dizer que as suas responsabilidades começam por:

• Facilitar a assistência e as deslocações; • Evitar paralelismos com o desporto profissional; • Facilitar o trabalho do treinador (não interferir nem tentar

substitui-lo, não criticar diante dos jovens e dos outros pais; não provocar situações em que obrigue o seu filho a decidir entre os critérios do treinador ou do pai; evitar-lhe situações embaraçosas quando se encontra entre pessoas que aprecia; trocar opiniões - nunca técnicas - com o treinador, mas em momento e lugar adequados);

• Aceitar os êxitos e fracassos desportivos dos seus filhos, nunca considerando uma derrota como sendo um fracasso;

• Aceitar os acertos e os erros como parte do processo formativo;

• Ajudar os jovens a tomar as suas próprias decisões. Facilitar que os filhos tomem decisões em função dos seus objectivos e expectativas desportivas e aconselhados por quem entende de verdade e quem de verdade pode facilitar a sua progressão desportiva e futuro;

• Propiciar o compromisso e a responsabilidade ante as suas decisões;

• Interessar-se pela actividade desportiva do seu filho de uma maneira razoável. Não é aconselhável ignorar a prática desportiva nem pressionar em excesso;

• Ser um modelo de comportamento em treinos e jogos. A imitação é um mecanismo de aprendizagem muito potente. Em muitas ocasiões, a forma como nos comportamos, é mais eficaz que as explicações ou instruções;

• Respeitar os árbitros, os adversários e os colegas dos nossos filhos;

• Exigir e propiciar uma comunicação fluida entre pais, dirigentes e treinadores. Fomentar uma disposição positiva de

entendimento.”

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CONCLUSÃO

Aqui chegado, vou deixar-vos como conclusão, um diálogo entre pai e filho, que li não sei aonde e que vem muito a propósito do acompanhamento que devemos dar aos nossos filhos:

- Pai quanto ganhas por hora?

- Oh meu filho, essas coisas nem a tua mãe sabe, vens tu agora incomodar-me com isso, que estou cansado.

- Mas, pai - insistia a criança - quanto ganhas por hora?

- 10 € - disse o pai com voz um pouco severa.

- Pai podes emprestar-me cinco?

O pai cheio de cólera e tratando o miúdo com brusquidão, disse:

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- É para isso que queres saber quanto ganho? Vai dormir e não me chateies.

Já tinha caído a noite. O pai ficou a pensar no sucedido e sentiu um sentimento de culpa. Talvez o filho quisesse comprar alguma coisa. De consciência pesada dirigiu-se para o quarto do filho.

- Estás a dormir filho?

- Não - respondeu o filho sonolento.

- Aqui tens o dinheiro que pediste.

- Obrigado pai, disse o pequeno ao mesmo tempo em que metia a mão debaixo da almofada e tirava de lá outros 5 € dizendo:

- Já está. Já completei os 10€. Pai, podes vender-me uma hora do teu tempo?

Pergunto: Quanto tempo dedicamos nós aos nossos filhos?

Vamos repensar a nossa atitude porque amanhã pode ser tarde.

Grato pela atenção!

Alcino Rodrigues