sistema integrado de urbanismo
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FANOR | DEVRY
ARQUITETURA E URBANISMO
ANTONIO ARRUDA
HAÉRICA HOLANDA
RAPHAEL MALHEIROS
RENÉ PARENTE
ROCHELE TEXEIRA
SAMYLLE BRANDÃO
WEST SANDRO
ESTUDOS URBANOS NO BAIRRO CENTRO
DA CIDADE DE FORTALEZA - CE
FORTALEZA – CE
09/02/2015
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INTRODUÇÃO
O estudo do bairro Centro partiu da análise do mapa fornecido, de onde
formamos questionamentos sobre a morfologia urbana e os fatos históricos que a
determinam. Posteriormente realizamos a zoneamento urbano por tipos de uso do
solo e o classificamos como bairro de uso misto, que possui determinadas áreas
onde predominam o uso comercial e serviços e outros residenciais.
Dentre os estudos de caracterização, selecionamos mapas temáticos,
como o de equipamentos públicos por setor: saúde, educação, segurança e
administração pública.
Além disso, realizamos estudos de mobilidade, com o auxílio de
ferramentas como o Google Maps e Earth para a identificação de conflito, onde
ocorrem transtornos ligados à infraestrutura, acessibilidade, sinalização viária e
meios de transporte.
Com base na caracterização e em informações de fonte segura, no caso,
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Prefeitura Municipal de
Fortaleza compomos uma lista de potencialidades e carências da área para a melhor
compreensão do espaço.
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CARACTERIZAÇÃO GERAL
O Centro da Fortaleza é o símbolo de identidade da cidade, nele
encontra-se uma intensa atividade comercial.
De acordo com o anuário de fortaleza de 2010, o centro da cidade conta
com 28.538 habitante, em uma área de 5,6255 km².
Possui 23 espaços de praça e áreas verdes, 36 imóveis considerados
patrimônio arquitetônico, 10 equipamentos de saúde hospitalar, 140
estacionamentos e 660 imóveis (prédios ou terrenos) vagos ou subutilizados, dos
quais aproximadamente um terço tem potencial para habitação.
Mapa 1: Setorização.
Fonte: fundação de desenvolvimento habitacional de Fortaleza – HABITAFOR.
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DIRETRIZES DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE FORTALEZA PARA O
BAIRRO CENTRO
Fonte: Prefeitura de Fortaleza.
Art. 153. As Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Paisagístico, Histórico,
Cultural e Arqueológico (ZEPH) são áreas formadas por sítios, ruínas, conjuntos ou
edifícios isolados de relevante expressão Das Zonas Especiais de Preservação do
Patrimônio Paisagístico, Histórico, Cultural e Arqueológico (ZEPH), arquitetônica,
artística, histórica, cultural, arqueológica ou paisagística, considerados
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representativos e significativos da memória arquitetônica, paisagística e urbanística
do Município.
I — ZEPH Centro
(ZEPH):
Art. 154. São objetivos das Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio
Paisagístico, Histórico, Cultural e Arqueológico
I — preservar, valorizar, monitorar e proteger o patrimônio histórico, cultural,
arquitetônico, artístico, arqueológico ou paisagístico;
II — incentivar o uso dessas áreas com atividades de turismo, lazer, cultura,
educação, comércio e serviços;
III — estimular o reconhecimento do valor cultural do patrimônio pelos cidadãos;
IV — garantir que o patrimônio arquitetônico tenha usos compatíveis com as
edificações e paisagismo do entorno;
V — estimular o uso público da edificação e seu entorno;
VI — estabelecer a gestão participativa do patrimônio.
Art. 158. O Município poderá instituir novas áreas como Zonas Especiais de
Preservação do Patrimônio Paisagístico, Histórico, Cultural e Arqueológico (ZEPH),
levando-se em consideração os seguintes aspectos:
I — referência histórico-cultural;
II — importância para a preservação da paisagem e da memória urbana;
III — importância para a manutenção da identidade do Município ou de algum de
seus bairros;
IV — valor estético, formal ou de uso social, com significação para a coletividade;
V — representatividade da memória arquitetônica, paisagística e urbanística;
VI — tombamento federal, estadual e municipal.
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Art. 159. Deverão ser previstos, para as Zonas Especiais de Preservação do
Patrimônio Paisagístico, Histórico, Cultural e Arqueológico (ZEPH), planos
específicos para conservação, restauração ou reabilitação.
Art. 160. Serão aplicados nas Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio
Paisagístico, Histórico, Cultural e Arqueológico (ZEPH), especialmente, os seguintes
instrumentos:
I — direito de preempção
II — direito de superfície;
III — tombamento;
IV — transferência do direito de construir;
V — estudo de impacto de vizinhança (EIV);
VI — estudo ambiental (EA).
Histórico dos Bens Tombados no Centro de Fortaleza:
Observação: O termo preempção tem sua origem no latim (praeemptione), cuja
tradução é compra antecipada, direito de precedência (preferência) na compra.
DIAGNÓSTICOS
Diagnóstico das dificuldades encontradas no Centro Histórico:
Falta de calçadas adequadas;
As calçadas existentes são utilizadas por ambulantes, o que torna o transito
de pedestre inviável, principalmente de pessoas com limitações de mobilidade
(crianças, idosos e deficiente);
Poluição visual causada por placas e letreiros de lojas;
Fiação de energia e telefone sem um padrão, causando um grande
emaranhado de fios e retirando a beleza das estruturas existente;
Veículos estacionados em local errado e até nas calçadas;
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Prédios abandonados;
Edificações com uso somente da parte térrea, deixando o andar ou andares
superiores desocupados e degradados;
Praças degradadas, falta de mobiliário;
Patrimônio histórico necessitando de restauração;
Após o horário de expediente comercial, ruas desertas;
Mapa 2: Imóveis vazios ou subutilizados na região central de Fortaleza.
Fonte: fundação de desenvolvimento habitacional de Fortaleza – HABITAFOR.
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ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL E PROPOSTAS
Calçadas existentes:
Figura 1, observamos obstáculos nas
calçadas além da irregularidade dos
elementos e o desnível o qual torna a
calçada declinando para o sentido da rua
e falta de continuidade do calçamento.
Figura 2; os comerciantes estendem
seus estabelecimentos até a calçada
Proposta:
Das Calçadas: Propomos uma padronização de calçadas, para que sejam
acessíveis a todos, segundo a NBR 9050.
Figuras 3 e 4, espaçamento adequado para a mobilidade, postes de iluminação,
mobiliário urbano, arborização dentro de um espaço planejado e piso tátil.
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Figura 3
Figura 4
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Liberação da Poluição visual: Em busca de uma visão harmônica, e
liberação da beleza das estruturas existente, em especial dos patrimônios históricos;
atendendo as orientações do Plano Diretor de Fortaleza de 2008, artigo 291,
propomos a liberação placas de publicidades e propagandas fixadas em fachadas e
postes, e que as lojas obedeçam um padrão pré estabelecido num intuído de melhor
harmonizar a visão, assim também propomos que todas a fiação seja subterrânea,
deixando que o centro tenhas apenas postes para a iluminação.
Placas e fiação existentes:
Figuras 5 e 6, placas e letreiros de forma desordenada
Figura 5, placas e letreiros de
forma desordenada
Figura 6; os comerciantes estendem seus
estabelecimentos até a calçada placas e letreiros de
forma desordenada
Proposta:
Figuras de 7 a 9, padronização de placas das lojas e comércios de edificações
antigas e modernas. Beleza, leveza e harmonia.
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Mercado Central da Cidade de Rio Branco - Acre
Mercado Central da Cidade de Rio Branco – Acre – Restauração das fachadas históricas, padronização das placas de identificação dos comércios.
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Memorial dos Autonomistas – Cidade de Rio Branco – Acre, arquitetura contemporânea e placa de identificação da estrutura, obedecendo o padrão adotado pela cidade.
Rede elétrica e telefônica: O emaranhado de fios que se verifica no centro
Histórico de Fortaleza, não só retira a beleza da cidade, como também proporciona
risco ao ceder e ficar exposto a possibilidade de danos, em especial por veículos
com baú mais elevados, os quais transitam nas ruas do centro.
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Proposta: tornar a rede elétrica e telefônica subterrânea, livrando a cidade da
necessidade de postes pesados os quais podem causar grandes danos ao cair e
proporcionar uma visão plena da paisagem vertical, proporcionando beleza e leveza
a cidade. A exemplo de cidades da Europa, em algumas cidades brasileiras, a rede
elétrica e telefônica subterrânea já são realidade, como por exemplo na cidade de
Belo Horizonte
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Falta de espaço para os pedestres transitarem: devido ao grande número de
ambulantes e obstáculos encontrados nas calçadas do centro, transitar é uma tarefa
que exige paciência e flexibilidade, onde os pedestres mais apresados, optam por
concorrer com os veículos que transitam na rua.
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Proposta: Seguindo orientação da NBR 9050, idealizamos vias livres com acesso
exclusivo para pedestres, e encontrar avenidas com potencial de se tornarem
Boulevardes para pedestres, com espaço verde e área de atividades. Também
idealizamos a implantação de quiosques padronizados em locais estratégicos para
contemplar os profissionais autônomos que se enquadrarem aos padrões pré
estabelecidos de seleção para a área que será instalado o quiosque, pois deverá
ocorrer distribuições de acordo com a modalidade de comercio.
Implantação de uma linha de bondinho, percorrendo um trecho que contemplará as
principais estruturas arquitetônicas do centro, tornará o acesso de melhor
comodidade aos turistas e a população local.
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Boulevard para pedestre na Turquia
Boulevard idealizado para implantação no Rio de Janeiro
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Padronizar os quiosques comercial
Unir padrão com reuso de materiais, nesse exemplo, dando novo uso a containers
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Imóveis (prédios ou terrenos) vagos ou subutilizados: Segundo pesquisa
realizada pela consultora PAA (Piratininga Arquitetos Associados), há no centro de
Fortaleza 660 imóveis (prédios ou terrenos) vagos ou subtilizados. Em uma rápida
visita observamos que há edificações históricas e muitas que podem ser
requalificadas.
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Proposta: Percebemos a necessidade de fomentar habitações obedecendo a NBR
15.575 que trata de habitações e NBR 15.565 que orienta o retrofit, e agregar
valores que incentivarão os moradores a adotarem medidas de responsabilidade
ambiental para seus deslocamentos, evitando assim o uso de equipamentos
motorizados. Dando prioridade a funcionários públicos cujos postos de trabalho são
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no centro e aos comerciantes em geral que também atendam ao mesmo critério,
oferecendo residências sem vaga de garagem.
Seguindo orientações do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável
(CBCS), que é um grande incentivador de ações em prol do retrofit e da
requalificação urbana, Entendemos que a requalificação de edificações e espaços
urbanos trarão diversos benefícios e agregarão valores de sustentabilidade.
Segundo o CBCS “Através deste instrumento (requalificação urbana e retrofit) é
possível alcançar maior sustentabilidade no viés ambiental, através da diminuição da
demanda por recursos e portanto, da pressão sobre os recursos naturais; na
dimensão econômica, com potencial incremento por valorização imobiliária do
entorno, viabilização financeira de obras que devem aumentar o valor agregado de
espaços antes subutilizados ou degradados, e o incremento da vida útil; e social,
com a melhora da qualidade de vida daqueles que utilizam ou vivenciam tais
espaços.”
Centro Cultural Banco do Nordeste - edificação requalificada
Anexo da edificação Centro Cultural Banco do Nordeste, nesse espaço funciona uma loja comercial
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Moradores de rua no Centro Histórico: Em muitas ruas e praças do centro
encontramos moradores de rua; entre estes moradores, muitas mulheres, crianças e
idosos.
Proposta: Eleger uma ou duas edificações a 500 metros do centro histórico, de
acordo com a necessidade de quantitativo de atendimento, para acolhimento dessas
pessoas (albergues), durante o período das 17:30 às 8:00hs. Esse local terá como
fundamento a possibilidade de dar condições de higiene, dormida digna e duas
refeições para essas pessoas, além de ser um local onde profissionais das áreas de
saúde e serviço social poderão proporcionar atendimento, e as entidades
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filantrópicas e de cunho social também poderão atuar de diversas formas a bem de
ressocializar essas pessoas.
Edificação pertencente a Diocese de Fortaleza, antiga Escola de Jesus, Maria e
José, é patrimônio tombado e alienado a Prefeitura de Fortaleza, a qual solicitou um
prazo de 10 anos para concluir a restauração e requalificação. A estrutura
permanece até os dias atuais sem nenhuma reforma ou obra iniciada.
Praças e parques públicos degradados: Há várias praças com sua área na
totalidade ou parcialmente degradadas, e também contabilizamos dois Parques
públicos, que não estão sendo utilizados em seu potencial, o qual tem possibilidade
de ser melhor aproveitado pela população local e turistas. Com uma área
considerável o Parque Pajeú (15.335m2) e o Parque da Liberdade – popularmente
conhecido como Parque das Crianças ou Cidade das Crianças (27.671,10m2), não
são prestigiados e usufruídos na totalidade de seu potencial.
Proposta: Fomentar o Orçamento Participativo (OP), o qual foi criado através do
Decreto 13.142, de 22 de abril de 2013, para que os parques e praças sejam
adotados pela iniciativa privada e por condomínios da região, criando assim um
ambiente participativo, utilizado e adotado de forma direta pela população local.
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A exemplo de praças localizadas em outras regiões da cidade de Fortaleza, o
orçamento participativo tornou ambientes antes abandonados e considerados
inseguros, em ambientes bem cuidados os quais são frequentados e utilizados na
totalidade de seu potencial.
Zonas Exclusivas para pedestres, ciclistas e VLT em baixa velocidade
durante os horários comerciais, que só será liberada para os demais veículos após o
termino desse horário. Essa medida se torna viável e interessante por essa área
central ter características de comercio e lazer. Com pontos para bicicletas
compartilhadas e mobiliários urbanos que possibilitem a interação com toda a área.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fundação de desenvolvimento habitacional de Fortaleza – HABITAFOR. Disponível
em: http://www.moradiacentral.org.br/index.php?mpg=08.02.04. Acessado em:
fevereiro de 2015.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Prefeitura de Fortaleza.