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SERVIÇOS DE APOIO AO PLANEJAMENTO DE REVISÕES SISTEMÁTICAS DA LITERATURA Rafael do Espirito Santo Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Sistemas e Computação, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Sistemas e Computação. Orientador(es): Guilherme Horta Travassos Rio de Janeiro Março de 2012

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SERVIÇOS DE APOIO AO PLANEJAMENTO DE REVISÕES SISTEMÁTICAS DA

LITERATURA

Rafael do Espirito Santo

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Engenharia de

Sistemas e Computação, COPPE, da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Mestre em Engenharia de Sistemas e

Computação.

Orientador(es): Guilherme Horta Travassos

Rio de Janeiro

Março de 2012

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SERVIÇOS DE APOIO AO PLANEJAMENTO DE REVISÕES SISTEMÁTICAS DA

LITERATURA

Rafael do Espirito Santo

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO

LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM

CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE SISTEMAS E COMPUTAÇÃO.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Guilherme Horta Travassos, D.Sc.

________________________________________________

Profa. Cláudia Maria Lima Werner, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Márcio de Oliveira Barros, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Jorge Calmon de Almeida Biolchini, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO DE 2012

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Espirito Santo, Rafael

Serviços de Apoio ao Planejamento de Revisões

Sistemáticas da Literatura / Rafael do Espirito Santo – Rio de

Janeiro: UFRJ/COPPE, 2012.

XII, 155 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Guilherme Horta Travassos.

Dissertação (Mestrado) – UFRJ/COPPE/Programa de

Engenharia de Sistemas e Computação, 2012.

Referências Bibliográficas: p. 104-110.

1. Engenharia de Software Experimental. 2. Revisão

Sistemática da Literatura. 3.Ontologias. 4. Gerência de

Conhecimento Científico. I. Guilherme, Horta Travassos II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de

Engenharia de Sistemas e Computação. III. Título.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, por me capacitar e guiar em todos os desafios que sou

submetido.

Aos meus pais, Rita e Pedro, por estarem sempre presentes na minha

formação com a maior atenção do mundo e amor. Cada um teve um papel

fundamental para conquista deste objetivo.

Ao meu irmão André, que sempre esteve presente para me ajudar e

aconselhar.

Ao meu orientador Prof. Guilherme Horta Travassos, pelo tempo, confiança e

compromisso depositados para garantir a qualidade final desta dissertação. Desde a

época de estagiário tenho aprendido muito com você.

Aos companheiros do grupo ESE, pela troca de conhecimento e pelo apoio

fornecido desde a minha entrada no grupo de pesquisa. Em especial ao companheiro

Vítor Pires Lopes, pelas idéias e ajuda fornecida enquanto este trabalho estava

apenas no início e ao Thiago Ferraz pelo apoio na configuração de parte do apoio

ferramental desenvolvido neste trabalho.

À professora Cláudia Maria Lima Werner e ao Rodrigo Pereira dos Santos pela

passagem de conhecimento e apoio fornecidos durante o período de graduação e

mestrado.

Aos professores Jorge Calmon de Almeida Biolchini, Márcio de Oliveira Barros

e Cláudia Maria Lima Werner, por participarem da banca de defesa de mestrado.

Aos amigos que fiz desde os tempos de graduação. Fico muito feliz por tê-los

conhecido, de modo que torço para que a amizade perdure por muito tempo. Em

especial ao amigo Alexandre Sardinha, pela amizade e companheirismo em todos os

momentos.

À fundação CAPES, Fundação COPPETEC e FAPERJ, pelo apoio financeiro

durante o mestrado.

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Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

SERVIÇOS DE APOIO AO PLANEJAMENTO DE REVISÕES SISTEMÁTICAS DA

LITERATURA

Rafael do Espirito Santo

Março/2012

Orientador: Guilherme Horta Travassos

Programa: Engenharia de Sistemas e Computação

Nesta dissertação apresentamos uma abordagem para evolução de um

repositório de conhecimento sobre experimentação em Engenharia de Software por

meio da inclusão de uma ontologia de estudos secundários e um guia de apoio ao

processo de condução de revisões sistemáticas da literatura. Além disto, fez-se

também uma revisão da literatura com o intuito de identificar tecnologias existentes

que apoiassem alguma das etapas de uma revisão sistemática. A partir das limitações

identificadas nas tecnologias existentes, é proposto um conjunto de serviços de apoio

ao planejamento, execução e empacotamento de revisões sistemáticas. Por fim, foi

construída e avaliada a utilidade e facilidade de uso de uma ferramenta voltada para

apoiar pesquisadores inexperientes a planejar revisões sistemáticas, tendo como base

o repositório de conhecimento anteriormente citado.

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Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

SERVICES TO SUPPORT PLANNING OF SYSTEMATIC LITERATURE REVIEWS

Rafael do Espirito Santo

March/2012

Advisor: Guilherme Horta Travassos

Department: Computer Science and Systems Engineering

This dissertation presents an approach for the evolution of a body of knowledge

on experimentation in Software Engineering through the inclusion of an ontology

of secondary studies and a guide to support the process of conducting systematic

literature reviews in software engineering. Furthermore, it was conducted a literature

review in order to identify the existent technologies that would support any of the

phases of a systematic review. From the identified limitations in such technologies, we

proposed a set of services to support the planning, execution and packaging of

systematic reviews. Finally, a support tool has been built and evaluated regarding its

utility and facility of use. This tool aimed at supporting inexperienced researchers in the

planning of systematic reviews based on the body of knowledge previously mentioned.

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Índice

1 Introdução ........................................................................................................................................... 1

1.1 Motivação .................................................................................................................................. 1

1.2 Problema ................................................................................................................................... 3

1.3 Objetivo ...................................................................................................................................... 4

1.4 Contexto .................................................................................................................................... 4

1.5 Metodologia ............................................................................................................................... 5

1.6 Organização .............................................................................................................................. 5

2 Introdução ao Ambiente de Apoio à Experimentação eSEE....................................................... 7

2.1 Introdução.................................................................................................................................. 7

2.2 eSEE: experimental Software Engineering Enviroment ..................................................... 8

2.3 Repositório de Conhecimento em Engenharia de Software Experimental ................... 11

2.3.1 Glossário de Termos ......................................................................................................... 12

2.3.2 Modelos Conceituais (Ontologias) .................................................................................. 13

2.3.3 experimental Studies Planning Assistant (eSPA) ......................................................... 15

2.4 Conclusão................................................................................................................................ 19

3 Revisões Sistemáticas da Literatura............................................................................................. 21

3.1 Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura ................................... 21

3.2 Dificuldades e Lições Aprendidas no Contexto de Revisões Sistemáticas ................... 24

3.2.1 Aplicação de Revisões Sistemáticas da Literatura no Contexto de Estudos Qualitativos ....................................................................................................................................... 24

3.2.2 Emprego de Critérios para Avaliação de Qualidade de Estudos Primários .............. 25

3.2.3 Metodologia para Extração de Dados de Estudos Primários e Reporte dos Resultados ........................................................................................................................................ 26

3.2.4 Elaboração de Estratégias de Busca para Identificação de Estudos Primários ...... 26

3.2.5 Tempo e Esforço Gasto na Elaboração e Execução de Revisões Sistemáticas da Literatura ........................................................................................................................................... 27

3.2.6 Evolução da Aplicação de Revisões Sistemáticas na Engenharia de Software ...... 28

3.2.7 Definição de Escopo para Busca por Estudos Primários ............................................ 29

3.2.8 Cenário Mais Atual a Respeito da Aplicação de Revisões Sistemáticas da Literatura no Contexto da Engenharia de Software ................................................................... 30

3.3 Tecnologias de Apoio a Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura ................ 31

3.3.1 Ferramentas de Gerência de Referências Bibliográficas ............................................ 32

3.3.2 Uso de Text Mining para Avaliação de Artigos que Descrevem Estudos Primários 35

3.3.3 Abordagem Visual para Auxiliar a Seleção e Revisão da Seleção de Estudos Primários ........................................................................................................................................... 36

3.3.4 EPPI Reviewer ................................................................................................................... 38

3.3.5 SLR-TOOL - A Tool for Performing Systematic Literature Reviews .......................... 38

3.3.6 StArt ..................................................................................................................................... 40

3.3.7 Review Manager (RevMan) .............................................................................................. 41

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3.4 Conclusão................................................................................................................................ 43

4 Evolução do Repositório de Conhecimento do eSEE ................................................................ 45

4.1 Introdução................................................................................................................................ 45

4.2 Processo para Construção dos Modelos Conceituais ...................................................... 46

4.2.1 Planejamento ...................................................................................................................... 46

4.2.2 Especificação ..................................................................................................................... 47

4.2.3 Conceitualização ................................................................................................................ 47

4.2.4 Formalização ...................................................................................................................... 47

4.2.5 Integração ........................................................................................................................... 55

4.2.6 Implementação ................................................................................................................... 55

4.2.7 Manutenção ........................................................................................................................ 55

4.2.8 Documentação ................................................................................................................... 56

4.2.9 Avaliação ............................................................................................................................. 56

4.3 Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura ... 56

4.4 Inspeção dos Modelos Conceituais sobre Estudos Secundários e Guia de Apoio...... 63

4.4.1 Experiências obtidas com a Aplicação do Método de Inspeção dos Modelos Conceituais e Guia de Apoio.......................................................................................................... 69

4.5 Conclusão................................................................................................................................ 71

5 Ferramenta de Apoio ao Planejamento de Revisões Sistemáticas da Literatura .................. 72

5.1 Introdução................................................................................................................................ 72

5.2 Abordagem Proposta ............................................................................................................. 72

5.3 Arquitetura e Funcionalidades do Componente de Planejamento ................................. 80

5.4 Conclusão................................................................................................................................ 88

6 Estudo de Avaliação de Utilidade e Facilidade de Uso da SSPlan.......................................... 90

6.1 Introdução................................................................................................................................ 90

6.2 Modelo para Avaliação da SSPlan ...................................................................................... 90

6.3 Resultados da Avaliação da SSPlan ................................................................................... 94

6.4 Conclusão................................................................................................................................ 98

7 Conclusão ......................................................................................................................................... 99

7.1 Conclusões .............................................................................................................................. 99

7.2 Contribuições ........................................................................................................................ 100

7.3 Limitações ............................................................................................................................. 101

7.4 Perspectivas Futuras ........................................................................................................... 102

Referências Bibliográficas .................................................................................................................... 104

Apêndice I – Introdução sobre Ontologias ......................................................................................... 111

Linguagem LINGO e OntoUML para Representação Visual de Ontologias ......................... 113

Linguagem OWL para Representação Formal de Ontologias ................................................ 114

Referências Bibliográficas ................................................................................................................ 115

Apêndice II – Introdução às Tecnologias Utilizadas na Construção da Ferramenta de Apoio ao Planejamento de Revisões Sistemáticas da Literatura .................................................................... 116

Joomla e ProjectFork .................................................................................................................... 116

JBoss Seam.................................................................................................................................... 120

jBPM ................................................................................................................................................ 122

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Referências Bibliográficas ................................................................................................................ 125

Apêndice III – Ferramentas de Gerência de Referências Bibliográficas Identificadas ............... 127

JabRef ................................................................................................................................................. 127

EndNote .............................................................................................................................................. 127

Reference Manager ........................................................................................................................... 127

Mendeley ............................................................................................................................................. 128

Zotero .................................................................................................................................................. 128

CiteULike ............................................................................................................................................. 129

RefWorks ............................................................................................................................................ 129

Outras ferramentas identificadas .................................................................................................... 130

Apêndice IV – Modelos Ontológicos de Estudos Secundários ....................................................... 131

Apêndice V – Diagramas do Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura .................................................................................................................... 133

Apêndice VI – Agrupamento dos Defeitos Relativos à Inspeção da Ontologia de Estudos Secundários, Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas e Documento de Requisitos para Construção de Serviços de Apoio ao Planejamento, Execução e Empacotamento de Revisões Sistemáticas ...................................................................................... 138

Apêndice VII – Respostas dos Participantes do Estudo de Avaliação da Ferramenta SSPlan 145

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Índice de Figuras

Figura 1 - Processo de Execução de Estudos Experimentais estendido (adaptado de (MAFRA, et al.,

2006)) ........................................................................................................................................................... 8 Figura 2 - Organização da estrutura conceitual do eSEE (adaptada de (MIAN, 2006)) ............................. 11 Figura 3 - Arquitetura eSEE com seus macro-componentes (adaptada de (LOPES & TRAVASSOS,

2009)) ......................................................................................................................................................... 11 Figura 4 - Repositório de Conhecimento (adaptada de (LOPES & TRAVASSOS, 2008)) ....................... 12 Figura 5 - Glossário de Termos do eSEE (extraída de http://ese.cos.ufrj.br/wikiese) ................................ 13 Figura 6 - Ontologia de Pesquisa Científica (adaptada de (LOPES & TRAVASSOS, 2009)) ................... 14 Figura 7 – Sub ontologia de Estrutura do Estudo (adaptada de (BIOLCHINI et al., 2007)) ...................... 15 Figura 8 – Sub ontologia de Procedimento Metodológico (adaptada de (BIOLCHINI et al., 2007)) ........ 15 Figura 9 – Sub ontologia de Qualidade do Estudo (adaptada de (BIOLCHINI et al., 2007)) .................... 15 Figura 10 - Mapeamento de conceitos nas linguagens LINGO e OWL (extraída de LOPES (2010)) ....... 17 Figura 11 - Interface Web da ferramenta eSPA (extraída de LOPES (2010)) ............................................ 17 Figura 12 - Sub ontologia de Estratégia do Estudo (extraída de LOPES (2010))....................................... 18 Figura 13 - Escolha da Estratégia de Estudo (extraída de LOPES (2010)) ................................................ 18 Figura 14 - Template de Protocolo de Estudo Primário (extraída de LOPES (2010)) ............................... 19 Figura 15 – Processo de condução de revisão sistemática (adaptada de (BIOLCHINI et al., 2005)) ........ 23 Figura 16 - Template de Protocolo de Revisão Sistemática (extraída de (BIOLCHINI et al., 2005)) ....... 23 Figura 17 - Modelo para extração de Dados (adaptada de (STAPLES & NIAZI, 2007)) .......................... 26 Figura 18 - Adição de novos campos na ferramenta JabRef ...................................................................... 33 Figura 19 - Interface da ferramenta Zotero................................................................................................. 34 Figura 20 - Funcionalidade timeline e notas de uma referência ................................................................. 34 Figura 21 - Análise estatística realizada pela ferramenta Mendeley .......................................................... 35 Figura 22 - Workflow de técnicas de text mining no contexto da revisão sistemática (adaptada de

(ANANIADOU et al., 2009)) ..................................................................................................................... 36 Figura 23 - Visualização de artigos incluídos e excluídos e, sob critérios de qualidade (extraída de

(FELIZARDO et al., 2009)) ....................................................................................................................... 37 Figura 24 - Rede de relacionamento entre artigos (extraída de (FELIZARDO et al., 2009)) .................... 38 Figura 25 - Funcionalidade de apoio à etapa execução oferecida pela ferramenta SLRTool (extraída de

(FERNÁNDEZ-SÁEZ et al., 2010)) .......................................................................................................... 39 Figura 26 – Resultados da classificação dos estudos considerados pela revisão (extraída de

(FERNÁNDEZ-SÁEZ et al., 2010)) .......................................................................................................... 39 Figura 27 – Interface gráfica da StArt (extraída de (ZAMBONI et al., 2010)) .......................................... 41 Figura 28 - Criação do protocolo/relatório de revisão sistemática ............................................................. 42 Figura 29 - Interface da ferramenta RevMan ............................................................................................. 42 Figura 30 - Identificação de modificações importantes no protocolo de revisão sistemática ..................... 43 Figura 31 - Organização das atividades da Methontology (adaptada de (FERNÁNDEZ et al., 1997)) ..... 46 Figura 32 – Primeiro nível da hierarquia da Ontologia de Estudos Secundários........................................ 48 Figura 33 – Sub ontologia de Estrutura do Estudo ..................................................................................... 48 Figura 34 – Sub ontologia de Qualidade do Estudo ................................................................................... 49 Figura 35 – Sub ontologia de Procedimento Metodológico ....................................................................... 50 Figura 36 - Sub ontologia Protocolo de Revisão Sistemática ..................................................................... 50 Figura 37 - Sub ontologia Questão de Pesquisa ......................................................................................... 51 Figura 38 - Sub ontologia Fontes de Estudos ............................................................................................. 52 Figura 39 - Sub ontologia Estudos Selecionados ....................................................................................... 53 Figura 40 - Sub ontologia Dados Extraídos ................................................................................................ 54 Figura 41 - Sub ontologia Dados Sumarizados .......................................................................................... 54 Figura 42 - Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas ....................................... 57 Figura 43 - Sub atividade Selecionar Pesquisadores .................................................................................. 58 Figura 44 - Sub atividade Reunir com Pesquisadores ................................................................................ 58 Figura 45 - Sub atividade Atribuir Atividade aos Pesquisadores ............................................................... 58 Figura 46 - Sub atividade Preencher Protocolo .......................................................................................... 59 Figura 47 - Sub atividade Preencher Dados Relacionados à Seleção de Fontes de Estudos ...................... 60 Figura 48 - Sub atividade Preencher Dados relacionados a Sumarização dos Resultados ......................... 62 Figura 49 - Sub atividade Avaliar Protocolo .............................................................................................. 62

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Figura 50 - Comparação de modelos antes e após a inspeção da ontologia ............................................... 67 Figura 51 - Comparação entre versões do guia antes e depois da inspeção ................................................ 68 Figura 52 - Comparação de versões da sub ontologia Estudos Selecionados ............................................. 70 Figura 53 - Estrutura Conceitual eSEE ....................................................................................................... 74 Figura 54 - Componentes de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas ......................... 74 Figura 55 - Versão estendida do repositório de conhecimento ................................................................... 75 Figura 56 - Mecanismo de integração entre Joomla/Projectfork e SSPlan ................................................. 82 Figura 57 - Uso do JBPM para apoiar a geração do plano da revisão sistemática ..................................... 83 Figura 58 - Estrutura interna da SSPlan ..................................................................................................... 84 Figura 59 - Listagem de tarefas executadas na SSPlan .............................................................................. 84 Figura 60 - Listagem de tarefas associadas ao perfil de um pesquisador ................................................... 84 Figura 61 - Preenchimento de conceitos da Ontologia de Estudos Secundários ........................................ 85 Figura 62 - Tarefa que representa uma tomada de decisão ......................................................................... 85 Figura 63 - Diagrama jPDL do processo de preenchimento do protocolo de RSL ..................................... 86 Figura 64 - Preenchimento da estrutura PICO ............................................................................................ 87 Figura 65 - Prenchimento da estrutura Population ..................................................................................... 87 Figura 66 - Preenchimento da string de busca ............................................................................................ 88 Figura 67 - Download dos artefatos da revisão na SSPlan ......................................................................... 88 Figura 68 - Listagem de estudos executados na SSPlan ............................................................................. 88 Figura 69 - Uso do paradigma GQM para avaliação de tecnologia ............................................................ 91 Figura 70 - Formulário de avaliação da SSPlan ......................................................................................... 94 Figura 71 - Funcionalidade de edição de tarefas e informações sobre as seções do protocolo................... 97 Figura 72 - Tela de informações para preenchimento de seções do protocolo de RSL .............................. 97 Figura 73 - Ciclo de vida da Methontology (adaptada de (CORCHO et al., 2003)) ................................ 112 Figura 74 - Representação visual da linguagem LINGO (adaptada de (FERNÁNDEZ et al., 1997)) ..... 113 Figura 75 - Taxonomia da OntoUML (adaptada de (GUIZZARDI, 2005)) ............................................. 114 Figura 76 - Arquitetura do CMS Joomla (adaptado de (JOOMLA, 2011)) .............................................. 116 Figura 77 - Tela inicial do CMS Joomla com o componente Projectfork ................................................ 117 Figura 78 - Criação de grupos e usuários no Projectfork ......................................................................... 118 Figura 79 - Criação de um projeto no Projectfork .................................................................................... 119 Figura 80 - Criação de uma tarefa em um projeto .................................................................................... 120 Figura 81 - Ordenação de tarefas no Projectfork ...................................................................................... 120 Figura 82 - Relacionamento entre tecnologias presentes no framework Seam (adaptada de (ALLEN,

2009)) ....................................................................................................................................................... 121 Figura 83 - Editor gráfico de processos .................................................................................................... 123 Figura 84 - Linguagem jPDL para representação de processos ................................................................ 124

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Índice de Tabelas

Tabela 1 - Heurísticas de conversão de LINGO para OWL (adaptada de LOPES (2010)) ........................ 16 Tabela 2 - Níveis de apoio oferecidos pelas ferramentas investigadas quanto às etapas da RSL ............... 44 Tabela 3 - Distribuição dos artefatos entre as equipes ................................................................................ 65 Tabela 4 - Discrepâncias e defeitos identificados na Ontologia de Estudos Secundários .......................... 65 Tabela 5 - Discrepâncias e defeitos identificados no guia de apoio ao PCRSL ......................................... 65 Tabela 6 - Distribuição dos defeitos na ontologia ...................................................................................... 67 Tabela 7 - Distribuição dos defeitos no guia de apoio ao PCRSL .............................................................. 68 Tabela 8 - Modelo de interpretação do método Fleiss Kappa .................................................................... 76 Tabela 9 - Distribuição de discrepâncias e defeitos relativas ao documento de requisitos ......................... 78 Tabela 10 - Distribuição de defeitos no documento de requisitos por componente ................................... 78 Tabela 11 - Requisitos para o componente de planejamento ...................................................................... 78 Tabela 12 - Requisitos para construção do componente de execução ........................................................ 80 Tabela 13- Objetivo G1 .............................................................................................................................. 91 Tabela 14 - Objetivo G2 ............................................................................................................................. 91 Tabela 15 - Questões para avaliação da SSPlan ......................................................................................... 92 Tabela 16 - Ordenação decrescente das respostas possíveis para as questões do estudo ............................ 92 Tabela 17 - Métricas para avaliação da SSPlan .......................................................................................... 92 Tabela 18 - Configuração do valor atribuído a cada questão do modelo GQM ......................................... 93 Tabela 19 - Modelo de interpretação da facilidade de uso da SSPlan ........................................................ 93 Tabela 20 - Modelo de interpretação da utilidade da SSPlan ..................................................................... 93 Tabela 21 - Organização dos participantes do estudo ................................................................................. 94 Tabela 22 - Quantitativo de respostas fornecidas pelos pesquisadores ...................................................... 95 Tabela 23 - Percentual de respotas para cada pergunta do estudo de avaliação da SSPlan ........................ 95 Tabela 24 - Classificação das limitações identificadas na SSPlan ............................................................. 96 Tabela 25 - Nova configuração de níveis de apoio às etapas da RSL ...................................................... 100 Tabela 26 - Estruturas oferecidas pelo do framework jBPM (adpatada de (SALATINO, 2009)) ............ 124

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1

1 Introdução

Neste capítulo apresentamos o contexto do trabalho, o que motivou

esta pesquisa e a questão de investigação. São também

apresentados os objetivos, a metodologia de pesquisa adotada e a

organização deste texto.

1.1 Motivação

Em Engenharia de Software (ES), experimentação visa desenvolver uma base de

evidência para compreensão e intervenção científica nos processos envolvidos no

desenvolvimento de tecnologias de software (TRAVASSOS, et al., 2008). A partir de

estudos experimentais, é possível gerar evidências que permitam caracterizar, avaliar,

prever, controlar e melhorar produtos, processos e teorias, entre outros. Com isto, a ES

pode se beneficiar do uso de experimentação visando à melhoria contínua de seus

processos.

O processo de execução de pesquisas com base em experimentação é apoiado

pelo uso de diferentes tipos de estudos. Estes estudos visam descobrir algo

desconhecido ou colocar à prova algo conhecido e podem ser classificados em estudos

primários, secundários e terciários. Os estudos primários são aqueles direcionados pelas

hipóteses as quais se deseja verificar ou inferir. Estes são conduzidos quando há a

necessidade de caracterizar uma determinada tecnologia em uso dentro de um contexto

específico. Segundo WÖHLIN et al. (2000) os estudos primários podem ser

classificados em três categorias: estudos de caso, survey e experimento. Recentemente,

novas estratégias vêm sendo acrescentadas, tais como pesquisa-ação (SANTOS &

TRAVASSOS, 2008) e estudo de observação (ROBINSON et al., 2007). Em relação

aos estudos secundários, seu objetivo é integrar os resultados provenientes de diversos

estudos primários correlatos. É importante observar que a execução de um estudo

secundário depende do resultado de estudos primários executados anteriormente.

Citando um exemplo de estudo secundário, (KITCHENHAM et al., 2007) revisaram

evidências sobre a utilização de modelos de estimativa de custos de projeto, de modo

que concluíram que é necessário determinar se, ou sobre que circunstâncias, os modelos

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de estimativa de custos derivados de repositórios de dados podem apoiar as estimativas

para uma companhia específica. Já os estudos terciários representam a agregação ou

síntese de estudos secundários, podendo aqui assumir a mesma estratégia de

investigação dos estudos secundários (KITCHENHAM et al., 2009).

Este trabalho de pesquisa se relaciona com estudos secundários, particularmente

com a estratégia de revisão sistemática da literatura, de modo que esta abordagem de

pesquisa representa geralmente uma das primeiras atividades a ser executada em um

processo de pesquisa. A execução de uma revisão é importante, por exemplo, para o

mapeamento do conhecimento prévio adquirido sobre a pesquisa em questão. No

entanto, as revisões da literatura são comumente conduzidas de forma ad-hoc, sem um

protocolo pré-estabelecido, o que faz com que estas revisões sejam pouco abrangentes

(fontes importantes de estudos podem ser omitidas), não passíveis de repetição e

dependentes dos indivíduos que a conduziram, aumentando possivelmente o viés em

seus resultados (MAFRA & TRAVASSOS, 2006). Com o intuito de amenizar estes

problemas, a revisão sistemática da literatura consiste de uma abordagem de pesquisa

científica que vai além de uma revisão tradicional. Sua eficácia está no fato de ser uma

abordagem rigorosa, confiável e passível de auditagem (KITCHENHAM, 2004), já que

uma revisão sistemática deve possuir um protocolo, o que permite que a revisão possa

ser repetida e auditada por outros pesquisadores.

A carência de aplicação do método científico, no que se refere à revisão da

literatura, não é uma constatação exclusiva da área de Engenharia de Software (ES). No

final da década de 80, estudos conduzidos para avaliar a qualidade das publicações

médicas chamaram a atenção para o baixo nível de qualidade das revisões

convencionais (COCHRANE, 2011a). As primeiras iniciativas para a definição de uma

abordagem para condução de revisões da literatura ocorreram a partir da década de 70.

No trabalho elaborado por FELDMAN (1971), atividades para revisão da literatura são

descritas, enquanto que em LIGHT & SMITH (1971), uma abordagem de variações em

resultados de estudos primários foi desenvolvida. Além disso, psicólogos e cientistas

sociais tiveram suas atenções voltadas para a criação de diretrizes que minimizassem os

viéses e erros de futuras revisões da literatura.

Uma revisão sistemática da literatura é mais abrangente que uma revisão

tradicional, pois permite que dados coletados possam ser mais bem analisados com o

objetivo de gerar evidências. Além disto, a execução de revisões sistemáticas permite

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um mapeamento de conceitos relacionados a um determinado tópico de pesquisa. Desta

forma, a partir da integração de resultados de estudos primários, é possível identificar

lacunas de conhecimento e direcionar novos esforços em pesquisas nos temas de

interesse da investigação. Consequentemente, a condução de revisões sistemáticas

enfatiza a descoberta de princípios gerais, em um nível mais elevado de abstração

conceitual no campo de pesquisa, além de incentivar o diagnóstico e análise de

inconsistências encontradas ao comparar estudos individuais com resultados

contrastantes entre si (MAFRA & TRAVASSOS, 2006).

O emprego de revisões sistemáticas na ES pode beneficiar diferentes

stakeholders. Devido ao alto nível de abrangência dos estudos primários obtidos a partir

da condução de uma revisão sistemática, pesquisadores podem identificar oportunidades

de pesquisa a serem investigadas. Além disto, o fato do protocolo de revisão sistemática

ser elaborado a partir de uma questão de pesquisa bem definida, auxilia o pesquisador a

manter o foco na pesquisa, evitando eventuais desvios ocasionados pela leitura de

artigos não relacionados ao escopo da investigação. Em relação à comunidade

acadêmica, a condução de revisões sistemáticas possibilita a contínua caracterização

experimental de diversas tecnologias em uso. Com isso, é possível gerar evidências

sobre a viabilidade, eficácia e eficiência de produtos ou processos. Por fim, a indústria

de software pode se utilizar dos resultados de revisões sistemáticas para apoiar a tomada

de decisões referentes a aquisição de tecnologias. Exemplos de aplicação de revisões

sistemáticas da literatura na área de ES podem ser encontrados em (SILVA et al., 2011).

1.2 Problema

Apesar da aplicação de estudos com base em revisão sistemática na ES ter

aumentado ao longo destes anos (SILVA et al., 2011), existem algumas questões que

necessitam ser tratadas visando à melhoria de sua aplicação. Dentre estas, cita-se o

tempo e esforço necessários para condução de uma revisão, principalmente quando

executada por pesquisadores menos experientes. Em (BABAR & ZHANG, 2009)

realizou-se um estudo cujo objetivo era capturar opiniões sobre a condução de revisões

sistemáticas por parte de pesquisadores em ES e identificar oportunidades de melhoria

para sua condução. Dentre os maiores desafios identificados, nota-se que há uma

preocupação com a elaboração do protocolo, principalmente em aspectos relacionados a

formulação de questões de pesquisa.

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Outra questão está relacionada a diferenças entre bases de dados eletrônicas de

artigos científicos. Cada base possui diferentes linguagens e algoritmos para realização

de consultas ao conjunto de documentos indexados, o que demanda a elaboração e

aplicação de diferentes estratégias de busca (DIESTE & PADUA, 2007). Além disso, a

o reporte de resultados de estudos primários no contexto da ES tende a ser de baixa

qualidade, o que pode comprometer a extração de evidências destes estudos. Por fim, há

uma carência de bases de dados que armazenem resultados provenientes de condução de

revisões sistemáticas. Antes de conduzir uma revisão sistemática, deve-se buscar por

revisões conduzidas anteriormente relacionadas ao tema de pesquisa. Diferentemente da

área médica, a ES não possui uma infra-estrutura satisfatória que apóie a busca por

revisões sistemáticas executadas anteriormente. Conforme mencionado anteriormente, a

revisão sistemática da literatura é de grande auxílio para pesquisadores que desejam

realizar uma revisão da literatura com foco de pesquisa bem definido. No entanto, caso

haja necessidade de realizar uma revisão em curto prazo de tempo, pode não ser viável a

condução de uma revisão sistemática da literatura.

1.3 Objetivo

O objetivo deste trabalho é investigar, projetar, construir e avaliar um conjunto

de serviços que apóiem o Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura

(PCRSL), visando guiar pesquisadores com pouca experiência nessa abordagem a

elaborar o protocolo de estudo secundário. Este trabalho possui ainda um segundo

objetivo, que aponta na agregação de conhecimento sobre revisões sistemáticas em um

repositório de conhecimento em experimentação em ES. Além de servir como fonte de

consulta, as estruturas de conhecimento presentes no repositório são empregadas como

insumos para a construção dos serviços de apoio ao PCRSL. Assim, espera-se amenizar

as dificuldades ligadas ao planejamento e execução de RSL.

1.4 Contexto

Este trabalho se encontra no contexto do eSEE (experimental Software

Engineering Enviroment) (TRAVASSOS et al., 2008), um ambiente de apoio a

experimentação (larga escala) em ES que vem sendo desenvolvido pelo grupo de

Engenharia de Software Experimental (ESE) da COPPE/UFRJ

(http://ese.cos.ufrj.br/ese). O eSEE provê facilidades para a instanciação de ambientes

de apoio às atividades de definição, planejamento, execução e empacotamento de

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estudos em ES. Maiores detalhes da arquitetura do eSEE são apresentadas no Capítulo

2.

1.5 Metodologia

A metodologia adotada neste trabalho considerou a realização de uma revisão

informal da literatura visando identificar trabalhos que abordassem o uso de revisões

sistemáticas, sem restrições quanto às áreas de pesquisa. Tal revisão permitiu encontrar

dois grandes grupos de trabalhos, aqueles direcionados a identificar dificuldades e

questões que devem ser tratadas a fim de melhorar a aplicabilidade de revisões

sistemáticas e aqueles que propõem tecnologias visando facilitar a adoção deste tipo de

revisão. A justificativa para condução de uma revisão informal da literatura se deu pelo

prévio conhecimento a respeito do baixo número de tecnologias que apoiasse de alguma

forma a aplicação de revisões sistemáticas. Paralelamente, identificou-se a oportunidade

de evoluir o repositório de conhecimento sobre experimentação em ES do ambiente

eSEE por meio da elaboração de uma ontologia de estudos secundários. A construção

dos novos modelos baseou-se na metodologia utilizada para a construção da primeira

versão do repositório de conhecimento (LOPES & TRAVASSOS, 2009). Após a

construção dos novos modelos a respeito de estudos secundários, estes foram

inspecionados com o intuito de garantir maiores níveis de corretude e completude. Após

a investigação dos trabalhos relacionados a revisões sistemáticas e evolução do

repositório de conhecimento, foi proposta uma arquitetura e um conjunto de requisitos

para a construção de uma ferramenta que utilizasse as estruturas para representação de

conhecimento como insumos para prover serviços de apoio ao planejamento, execução e

empacotamento de revisões sistemáticas da literatura. Tendo os requisitos sido

inspecionados e a arquitetura discutida com o grupo de Engenharia de Software

Experimental da COPPE/UFRJ, partiu-se para a construção dos serviços que apoiassem

o planejamento de RSL. Por fim, fez-se um estudo de avaliação das funcionalidades

construídas que permitiu que a ferramenta construída fosse evoluída.

1.6 Organização

Além deste capítulo de introdução, este trabalho possui mais seis capítulos. No

Capítulo 2 é apresentado o ambiente de experimentação eSEE e seu repositório de

conhecimento sobre experimentação em ES, constituído por um glossário de termos e

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uma ontologia de pesquisa científica. No Capítulo 3, é feita uma revisão da bibliográfica

a respeito do emprego de RSL. Este capítulo apresenta ainda uma análise sobre

dificuldades encontradas na aplicabilidade deste tipo de revisão bem como são

apresentados trabalhos que visam propor soluções para facilitar a condução do PCRSL.

O Capítulo 4 aborda e expansão do repositório de conhecimento, de maneira a

contemplar conhecimentos sobre estudos secundários. Neste capítulo, é feita ainda uma

avaliação da contribuição oferecida pela expansão do repositório. O Capítulo 5

apresenta a abordagem para construção de uma ferramenta de apoio ao PCRSL. Em

seguida, o Capítulo 6 apresenta os resultados obtidos com a execução de um estudo que

buscou avaliar a ferramenta construída quanto à utilidade e facilidade de uso. Por fim, o

Capítulo 7 apresenta as contribuições obtidas com a execução deste trabalho e discute

sobre as limitações existentes e perspectiva de trabalhos futuros.

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2 Introdução ao Ambiente de Apoio à

Experimentação eSEE

Neste capítulo, é apresentado o ambiente de apoio à

experimentação denominado eSEE e suas estruturas para

representação de conhecimento.

2.1 Introdução

Um experimento deve ser tratado como um processo da formulação ou

verificação de uma teoria. A fim de que o processo ofereça os resultados válidos, ele

deve ser propriamente organizado e controlado ou, pelo menos, acompanhado

(TRAVASSOS et al., 2002). Assim, o processo de execução de estudos experimentais

em ES, originalmente apresentado por WÖHLIN et al. (2000) e estendido por

AMARAL (2003), é composto por cinco etapas: definição, planejamento, execução,

análise e interpretação, e empacotamento. A modificação do processo original foi feita

de forma que a etapa empacotamento seja conduzida paralelamente ao processo de

experimentação. A etapa definição expressa o estudo em termos dos problemas e

objetivos, visando definir o projeto do estudo, a instrumentação a ser utilizada e as

formas de analisar e validar os resultados obtidos. Na etapa planejamento, o plano do

estudo é definido. Este plano deve conter as atividades a serem realizadas, com o intuito

de minimizar a probabilidade de ocorrência dos possíveis riscos do estudo durante a

etapa execução. Uma vez que o plano do estudo esteja pronto, o estudo é executado e os

resultados obtidos são analisados e avaliados na etapa análise e interpretação,

utilizando os métodos definidos na etapa anterior. Para que o processo tenha maiores

chances de êxito, é importante que os indivíduos não afetados pelo estudo possam

participar, realizando revisões nos produtos de trabalho produzidos em cada etapa. Caso

algum tipo de problema seja identificado, volta-se à etapa anterior a fim de corrigir os

defeitos existentes. A Figura 1 exibe o processo de execução de estudos experimentais.

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Figura 1 - Processo de Execução de Estudos Experimentais estendido (adaptado de (MAFRA, et al.,

2006))

Executar um estudo requer uma série de cuidados, em especial a necessidade de

um rigoroso planejamento considerando amplamente os detalhes de escolha das

estratégias de estudo, ou como também são denominados os diferentes métodos

experimentais aplicáveis. A condução de estratégias de estudo demanda que diferentes

questões de arranjo sejam consideradas, sendo todas específicas da estratégia escolhida.

A não-observância dos principais detalhes pertinentes a uma dada estratégia pode

introduzir ameaças à validade do estudo. A solução para esse desafio, a princípio,

requer: (1) explicitar o conhecimento sobre as diferentes estratégias de estudo e (2)

disponibilizar adequadamente o conhecimento ao pesquisador, de modo a apoiar as

diferentes tomadas de decisão comuns a essa atividade de planejamento.

Com o objetivo de atender os desafios citados anteriormente, o ambiente eSEE

(experimental Software Engineering Environment) (TRAVASSOS et al., 2008),

desenvolvido pelo grupo ESE (Experimental Software Engineering) da COPPE/UFRJ,

visa ampliar as possibilidades de uso e apoio efetivo da experimentação em Engenharia

de Software (ES). Assim, este capítulo tem por objetivo apresentar o referido ambiente,

tendo como foco as suas estruturas para representação de conhecimento. Para isto, a

Seção 2.2 apresenta a arquitetura conceitual do ambiente, enquanto que, na Seção 2.3,

são apresentadas as estruturas que o ambiente utiliza para representação do

conhecimento a respeito de experimentação em ES. Por fim, a Seção 2.4 apresenta a

conclusão do capítulo.

2.2 eSEE: experimental Software Engineering Enviroment

O ambiente eSEE fornece apoio à definição de meta-modelos de processo de

experimentação, que podem ser configurados pelo pesquisador a fim de acrescentar ou

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remover atividades e ferramentas conforme as necessidades do estudo em questão e, a

organização de uma infra-estrutura conceitual que fornece ao pesquisador subsídios para

planejar, executar e empacotar um estudo em ES conforme suas reais necessidades. Os

requisitos do eSEE foram identificados a partir dos trabalhos de DIAS NETO et al.

(2004), CHAPETTA et al. (2004) e CHAPETTA (2006). A partir dos requisitos

identificados, a estrutura conceitual do eSEE foi organizada em três camadas, conforme

exibe a Figura 2:

Meta-eSEE: o meta-nível do ambiente contém o conhecimento geral sobre

experimentação, incluindo conhecimento sobre ES. Neste nível, estão definidos

um processo de experimentação padrão, modelos de documentos e serviços;

eSEE Configurado: no nível de configuração de experimentos, encontra-se o

conhecimento sobre os tipos específicos (TRAVASSOS & BARROS, 2003).

Nesse nível, é realizada a instanciação dos ambientes de experimentação

específicos. No momento da instanciação, deve-se definir qual tipo de estudo

experimental se necessita executar. O ambiente instanciado, então, é gerado com

o conhecimento específico a este tipo de estudo;

eSEE: ambiente de apoio à definição, planejamento e execução de estudos

experimentais. A cada novo estudo, um eSEE deve ser instanciado para

gerenciar aquele estudo experimental específico.

Adicionalmente, DIAS NETO et al. (2004) propôs uma arquitetura inicial para o

eSEE, composta por três macro componentes. A arquitetura proposta permite que seus

macro componentes possam existir de forma independente e estar distribuídos

geograficamente. Posteriormente, a arquitetura foi evoluída por SANTOS (2007), de

modo a incluir o componente de Mapeamento de Associações, responsável por integrar

o Repositório de Modelo de Processos, o Repositório de Modelo Processos e o

Repositório de Serviços Configurados. Em seguida, SOUZA (2007) evoluiu novamente

o ambiente ao adicionar o Componente de Configuração de Processos. O

relacionamento entre os macro componentes do eSEE é exibido na Figura 3:

Meta-Configurador: define e configura meta elementos que serão usados em

outros níveis. É composto pelos seguintes meta-elementos:

o Modelo de Documento: são descrições que servem como base

instanciação de artefatos produzidos ao longo do Processo de

Experimentação. O Meta-Configurador descreve modelos de documentos

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a partir dos modelos de documentos estabelecidos em (AMARAL, 2003)

e que constituem a estrutura da base de conhecimento do eSEE;

o Modelo de Processo: serve como base para a definição e instanciação de

Processos de Experimentação. O Meta-Configurador descreve modelos

de processos de software configuráveis a partir de um meta-modelo de

processos pré-estabelecido. Entende-se como sendo um modelo

configurável de processo aquele que possui:

Alguma atividade opcional, ou;

Alguma atividade que não faz parte do processo padrão, ou;

Alguma ferramenta opcional, ou;

Algum papel opcional, ou;

Alguma pergunta.

o Serviço Configurado: são informações relativas à utilização de serviços

Web que possam apoiar diferentes atividades do Processo de

Experimentação. Esses serviços Web, ou simplesmente serviços,

disponibilizados têm de ser capazes de ter seus usos customizados para

serem disponibilizados na infra estrutura do eSEE.

Ambiente de Instanciação: provê funcionalidades para a instanciação de um

ambiente que permita o acompanhamento e execução de estudos experimentais,

baseados nos modelos de documento e processo (definidos pelo Meta-

Configurador) e no mapeamento das associação (definido neste componente)

entre modelo de documento, processo e serviço configurado;

Ambiente de Execução: provê facilidades para monitorar as atividades

relacionadas ao planejamento e execução de um estudo experimental. Este

monitoramento é realizado através do processo definido, respeitando o controle

de acesso à informação e às atividades do processo.

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Figura 2 - Organização da estrutura conceitual do eSEE (adaptada de (MIAN, 2006))

Figura 3 - Arquitetura eSEE com seus macro-componentes (adaptada de (LOPES & TRAVASSOS,

2009))

2.3 Repositório de Conhecimento em Engenharia de Software Experimental

Para que o conhecimento relacionado ao domínio de Experimentação em ES

possa ser melhor explorado, é importante que os conceitos ligados ao domínio possam

ter suas definições, restrições e relacionamentos semânticos definidos armazenados em

um repositório de conhecimento de experimentação em ES. A organização deste

conhecimento foi concebida inicialmente no trabalho proposto por (LOPES &

TRAVASSOS, 2008) em uma estrutura que contém dois mecanismos de representação

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do conhecimento (conforme exibe a Figura 4): glossário de termos (dicionário) e

modelos conceituais (ontologias), ambos pertencentes à camada Meta-eSEE.

Figura 4 - Repositório de Conhecimento (adaptada de (LOPES & TRAVASSOS, 2008))

2.3.1 Glossário de Termos

O Glossário de Termos é uma estrutura organizada através de uma ferramenta

Web do tipo Wiki que possui a definição de termos ligados a ESE nos idiomas inglês,

português e espanhol, além de referência de apoio (disponível em

http://ese.cos.ufrj.br/wikiese). Sua construção se deu a partir da reunião de

pesquisadores da comunidade ISERN (International Software Engineering Research

Network) e de edições do evento ESELAW (Experimental Software Engineering Latin

American Workshop). Com a construção do eSEE e a necessidade de um repositório de

conhecimento, o glossário passou a ser utilizado também como um mecanismo de

representação de conhecimento dentro deste repositório.

Ao acessar o glossário de termos, o pesquisador visualiza uma lista de termos

em ordem alfabética, cuja navegação se dá pelo uso de hiperlinks ou por meio do uso de

um hipergrafo. Ao acessar o link (ou nó do hipergrafo) correspondente a um

determinado conceito, o pesquisador é redirecionado para a página (Figura 5) que

possui a definição do conceito nos idiomas inglês, português e espanhol, e a lista de

referências para maiores detalhes sobre o conceito.

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Figura 5 - Glossário de Termos do eSEE (extraída de http://ese.cos.ufrj.br/wikiese)

2.3.2 Modelos Conceituais (Ontologias)

Apesar do glossário de termos explicitar a definição dos termos ligados ao

domínio de Experimentação em ES, este não representa os relacionamentos e restrições

existentes entre os termos. Assim, o emprego de modelos conceituais (ontologias) pode

superar esta deficiência. Dentre as vantagens do advento de ontologias estão: (i) ex-

plicitação do conhecimento existente sobre um determinado domínio; (ii) definição de

um vocabulário comum entre aqueles que desejam compartilhar informações; (iii)

possibilidade de realizar inferências sob conceitos que compõe o domínio; e (iv)

reutilização de conhecimento (NOY & MCGUINNESS, 2001). No Apêndice I, é feita

uma introdução sobre o uso de ontologias, de modo que possa haver um melhor

entendimento a respeito dos termos e metodologias utilizadas no escopo desta

dissertação.

LOPES (2010) propõe uma Ontologia de Pesquisa Científica, que engloba

conceitos gerais sobre experimentação, contemplando as abordagens de pesquisa e

método científico (Figura 6). Para facilitar o entendimento dos modelos, o eSEE adota a

linguagem gráfica LINGO (FALBO et al., 1998) e organiza a Ontologia de Pesquisa

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Científica através de sub ontologias. Desta forma, o modelo representado pela Figura 6

é especializado em sub ontologias. Dentre as sub ontologias presentes, podemos citar

(destacadas por meio de retângulos): (i) Sub ontologia de Estratégia de Estudo – define

uma classificação taxonômica para estudos primários; (ii) Sub ontologia de Método de

Pesquisa – define o conhecimento sobre os métodos de pesquisa quantitativo,

qualitativo e semi-quantitativo; e (iii) Sub ontologia de Tipo de Estudo – define os

conceitos relacionados a estudos in-vivo, in-vitro, in-virtuo e in-silico (TRAVASSOS

& BARROS, 2003). No entanto, a Ontologia de Pesquisa Científica não explora a fundo

conceitos relacionados a estudos secundários, notadamente do tipo Revisão Sistemática

da Literatura.

Figura 6 - Ontologia de Pesquisa Científica (adaptada de (LOPES & TRAVASSOS, 2009))

BIOLCHINI et al. (2007) propõem modelos ontológicos para representação de

conceitos referentes ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas. Devido à

íntima relação entre estudos primários e secundários, estruturas para representação de

estudos primários também são apresentadas. Os conceitos relacionados a estudos

primários presentes em BIOLCHINI et al. (2007) também são contemplados em

LOPES (2010). Já em relação a estudos secundários, são representados conceitos

ligados a estrutura do estudo, procedimento metodológico e qualidade do estudo.

Cada um destes conceitos é então especializado através de sub ontologias, conforme

exibem as Figuras 7, 8 e 9. No entanto, tais sub ontologias não são especializadas, o que

dificulta a criação de mecanismos de apoio à tomada de decisão.

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Figura 7 – Sub ontologia de Estrutura do Estudo (adaptada de (BIOLCHINI et al., 2007))

Figura 8 – Sub ontologia de Procedimento Metodológico (adaptada de (BIOLCHINI et al., 2007))

Figura 9 – Sub ontologia de Qualidade do Estudo (adaptada de (BIOLCHINI et al., 2007))

2.3.3 experimental Studies Planning Assistant (eSPA)

A partir do Glossário de Termos e dos modelos conceituais, é possível construir

ferramentas inteligentes que consultam os artefatos constituintes do repositório de co-

nhecimento sobre experimentação em Engenharia de Software e ofereçam funcionalida-

des de apoio às atividades de planejamento, execução e empacotamento de estudos.

Visando atender pesquisadores no planejamento de estudos primários, o eSEE possui

uma ferramenta, denominada experimental Studies Planning Assistant (eSPA),

constituinte da camada eSEE Configurado. A ferramenta se caracteriza por recuperar

conhecimento do repositório de conhecimento sobre experimentação, disponibilizando-

o na forma de questões e respostas associadas aos conceitos de estratégias de estudo

e de subdomínios de conhecimento correlatos. Opções de resposta são fornecidas para

cada questão, na qual a ferramenta expõe o significado dos principais conceitos para

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auxiliar o pesquisador na tomada de decisão sobre a resposta apropriada tendo em vista

as características do estudo que pretende planejar. Além disto, a ferramenta gera um

template para o documento de plano do estudo, com seções específicas e aderentes às

decisões tomadas pelo pesquisador. Esse template é organizado de acordo com as

respostas dadas para cada questão, e servirá de roteiro para o planejamento do estudo

(LOPES & TRAVASSOS, 2010).

Para que o conhecimento representado pelo repositório de conhecimento do

eSEE possa ser utilizado pela eSPA houve a necessidade de converter os modelos

conceituais estruturados na linguagem LINGO para a linguagem OWL (Web Ontology

Language) (W3C, 2011a), uma linguagem que implementa uma fração da lógica de

primeira ordem e, assim, permite que ontologias sejam passíveis de processamento.

Para que isto fosse possível, LOPES (2010) elaborou uma heurística de conversão de

alguns elementos de representação em LINGO para elementos OWL. Nesta heurística,

os principais elementos da notação UML são representados em elementos OWL

específicos, conforme sintetiza a Tabela 1.

Tabela 1 - Heurísticas de conversão de LINGO para OWL (adaptada de LOPES (2010))

Elemento LINGO (UML) Elemento OWL

Classe com esteriótipo “Conceito” e “Documento” Class

Atributo cujo tipo primitivo é string Data Property

Generalização/Especialização entre classes com

estereótipo “Conceito” Hierarquização

Agregação/ Composição entre classes com estereótipo

“Conceito” Object Property

Agregação/Composição entre classes com estereótipo

“Documento” Object Property

Associação Object Property

Atributo de classes com estereótipo “Documento” Object Property

Para a conversão dos modelos originais desenvolvidos na linguagem LINGO

para OWL, adotou-se a ferramenta Protégé (PROTÉGÉ, 2011). Na Figura 10, é possível

observar alguns conceitos modelados nas duas linguagens.

Com base nos conceitos representados em OWL, a ferramenta pode percorrer os

conceitos da ontologia de maneira organizada e por meio de uma interface Web

apresentar questionamentos ao pesquisador acompanhado por um conjunto de opções de

resposta (Figura 11). Com base na resposta fornecida, eSPA continua processando os

demais conceitos da ontologia, de maneira a apresentar novos questionamentos, porém

considerando apenas o sub-conjunto de conceitos pertencentes à hierarquia do conceito

fornecido como resposta ao questionamento imediatamente anterior.

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Figura 10 - Mapeamento de conceitos nas linguagens LINGO e OWL (extraída de LOPES (2010))

Figura 11 - Interface Web da ferramenta eSPA (extraída de LOPES (2010))

Para facilitar o entendimento do processamento da Ontologia de Pesquisa

Científica pela eSPA, considere o questionamento apresentado pela ferramenta na

Figura 11. Observe que as opções de resposta para o questionamento sobre a abordagem

de pesquisa correspondem a conceitos que herdam de Abordagem de Pesquisa

Científica, conforme ilustra a Figura 10. Ao supor que a opção de resposta escolhida

tenha sido Estudo Primário, será apresentado ao pesquisador um novo questionamento,

de maneira a identificar a estratégia de estudo (representado pelo conceito Estratégia de

Estudo) a ser adotada. Ao processar a sub ontologia de Estratégia de Estudo (Figura

12), eSPA apresenta o questionamento sobre a estratégia e oferece as opções de

respostas possíveis para o questionamento.

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Figura 12 - Sub ontologia de Estratégia do Estudo (extraída de LOPES (2010))

Ao observar a Figura 13, nota-se que as opções de respostas ao questionamento

sobre estratégia de estudo correspondem a conceitos que herdam do conceito Estratégia

do Estudo (por se tratar ainda de um protótipo, nem todos os conceitos da Ontologia de

Pesquisa Científica foram convertidos da linguagem LINGO para OWL). Supondo que

a resposta fornecida tenha sido Survey, prossegue-se no processamento da ontologia, de

forma a considerar a partir de agora somente aspectos ligados ao planejamento de

Surveys. Ao término dos questionamentos, a ferramenta disponibiliza o template de

protocolo de estudo primário adaptado às respostas fornecidas ao longo do

planejamento, conforme exibe a Figura 14.

Figura 13 - Escolha da Estratégia de Estudo (extraída de LOPES (2010))

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Figura 14 - Template de Protocolo de Estudo Primário (extraída de LOPES (2010))

2.4 Conclusão

A Engenharia de Software Experimental provê meios pelos quais melhores

evidências provenientes da pesquisa possam ser integradas com experiência prática e

valores humanos no processo de tomada de decisão, considerando o desenvolvimento e

a manutenção do software (LOPES, 2010). Entretanto, executar um estudo

experimental, especialmente em Engenharia de Software, não é trivial, consome tempo

e recursos, gera um grande volume de informação e conhecimento cujo gerenciamento é

complexo (SHULL et al., 2001). Desta forma, o emprego de ambientes de apoio ao

planejamento e execução de atividades em um processo de experimentação, a partir de

uma infra estrutura computadorizada, pode trazer benefícios. Nesse sentido, este

capítulo apresentou a arquitetura do ambiente de experimentação eSEE, que consiste em

uma infra-estrutura capaz de instanciar ambientes para gerenciar o processo de

experimentação em ES. Este ambiente contempla estruturas para representação de

conhecimento acerca de experimentação de estudos primários. Além disso, o ambiente

possui uma ferramenta que auxilia pesquisadores na elaboração de templates de estudos

primários.

Conforme mencionado anteriormente, a Ontologia de Pesquisa Científica até

então não considerava conceitos a respeito de estudos secundários. Com isto, a

ferramenta eSPA, que consulta a ontologia representada na linguagem OWL, não é

capaz de apoiar pesquisadores na elaboração de templates de protocolo de RSL. Tendo

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isto mente, o primeiro passo para evolução do ambiente eSEE e seu Repositório de

Conhecimento sobre Experimentação do eSEE se dá no sentido de expandir os modelos

de representação de estudos secundários elaborados por BIOLCHINI et al. (2007) e

incluí-los na Ontologia de Pesquisa Científica. Assim, no Capítulo 4, será apresentada a

abordagem utilizada para a evolução do repositório de conhecimento, bem como a

definição dos conceitos que tratam a respeito de estudos secundários. No entanto, para

que possa haver uma melhor compreensão destas definições, no Capítulo 3, é feita uma

introdução sobre revisões sistemáticas da literatura.

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21

3 Revisões Sistemáticas da Literatura

Neste capítulo, apresenta-se uma revisão bibliográfica a respeito de

revisões sistemáticas da literatura. Além disto, são apresentados

trabalhos que apontam questões que precisam ser tratadas visando

a melhoria da aplicação desta abordagem na Engenharia de

Software. Por fim, são apresentadas também tecnologias que visam

prover algum tipo de apoio à esta abordagem de pesquisa.

3.1 Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura

O Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura (PCRSL) em

ES, inicialmente proposto por KITCHENHAM (2004), é composto por três etapas:

planejamento, execução e publicação dos resultados. No entanto, sob um ponto de vista

mais operacional, o processo é executado sob cinco etapas iterativas: formulação do

problema, coleta dos dados do estudo, avaliação dos dados coletados, análise e

interpretação dos estudos considerados válidos, conclusão e apresentação dos resultados

do estudo.

A primeira etapa, formulação do problema, possui o objetivo de identificar que

tipo de evidência o estudo deve investigar. Através da formulação do problema, é

possível definir que estudos são relevantes para a investigação em curso. Nesta etapa, é

definido o procedimento metodológico a ser utilizado na revisão, de modo que é

possível escolher entre uma quasi revisão sistemática (que representa um estudo de

caracterização, porém com rigor equivalente de uma revisão sistemática), revisão

sistemática (que considera a comparação de estudos executados anteriormente), meta-

análise (onde a síntese da pesquisa é produzida a partir da aplicação de métodos

estatísticos quantitativos), síntese e agregação. Em seguida, define-se a questão de

pesquisa que guiará o estudo. Uma vez que a questão de pesquisa tenha sido definida,

esta é organizada sob a estrutura PICO (Population, Intervention, Comparison e

Outcome)(PAI et al., 2004), de modo que seja possível traduzir a questão de pesquisa

sob a forma de strings de busca que serão aplicadas às bases de dados de artigos

científicos em busca de trabalhos que descrevam estudos de interesse. O termo

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population corresponde às pessoas, grupos ou aplicações “afetadas” pela intervenção

(como indivíduos que atuam como inspetores, por exemplo). O termo intervention

corresponde às tecnologias/procedimentos que geram resultados (ex: técnica de

inspeção) enquanto que o termo outcome lista os fatores de interesse que devem ser

observados com a execução do tipo de estudo investigado (como tempo necessário para

identificação de defeitos ou número de defeitos identificados, por exemplo). Por fim, o

termo comparison é utilizado nos casos em que se deseja incluir qualquer tipo de

restrição em tipos de estudos (ex; outro tipo de intervenção) a serem considerados pela

revisão.

Uma vez que o protocolo tenha sido concluído, em uma etapa seguinte,

correspondente à coleta dos dados do estudo, o pesquisador deve seguir os

procedimentos definidos durante o planejamento, ou seja, aplicar as strings de busca

elaboradas nas diferentes bases de dados selecionadas para o estudo. Ressalta-se que a

escolha das bases de dados é feita com base em critérios definidos no planejamento da

revisão e que tais bases podem incluir aquelas que requerem buscas manuais (como

bibliotecas e anais de eventos, por exemplo). Já a terceira etapa tem a preocupação de

avaliar os dados coletados, onde critérios para separar os estudos que podem ser

considerados válidos daqueles considerados inválidos para a pesquisa são aplicados.

Recomenda-se que esta avaliação seja conduzida por mais de um pesquisador, de modo

a confrontar os resultados da avaliação e, assim, diminuir as chances de uma

classificação incorreta dos dados. Além disso, há situações em que se faz necessário

avaliar o grau de qualidade dos estudos considerados válidos com o intuito de

maximizar a validade interna (visando prevenir a ocorrência de inconsistências internas

que comprometam a revisão) e externa (de modo que os resultados sejam aplicáveis fora

do contexto de estudo) da revisão. Em seguida, dos estudos considerados válidos,

extrai-se os dados de interesse para a revisão (definidos anteriormente na etapa

planejamento). A quarta etapa tem por objetivo analisar e interpretar os estudos

considerados válidos. O objetivo desta etapa é definir que procedimentos devem ser

executados a fim de inferir teorias sobre os dados coletados como um todo. Um aspecto

importante desta etapa se deve ao fato de que um estudo pode ser interpretado de

maneira distinta por diferentes pesquisadores. Assim, faz-se necessário (no

planejamento da revisão) definir critérios para resolução de divergência entre

pesquisadores. Por fim, a quinta etapa está relacionada a conclusão e apresentação dos

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resultados do estudo. Nesta etapa, é importante definir quais informações são

importantes de serem destacadas a fim de representar o conhecimento obtido através da

execução do estudo.

A partir desse processo, BIOLCHINI et al. (2005) organizam a execução de uma

revisão sistemática em fases, conforme ilustra a Figura 15. Neste processo, considera-se

a etapa empacotamento, que deve ser realizada paralelamente às etapas citadas

anteriormente. Nesta etapa, são organizados os artefatos gerados ao longo da condução

do processo, de modo que seja possível entender as decisões tomadas ao longo do

processo e que seja possível re-executar o estudo ou evoluir o protocolo de revisão

sistemática. Além disto, durante a execução da revisão sistemática, é importante que o

protocolo e o conjunto de dados extraídos da condução da revisão sejam avaliados para

diminuir a probabilidade da existência de defeitos. No entanto, embora organizadas

sequencialmente, nada impede que as etapas da revisão sejam executadas de forma

iterativa. Por fim, BIOLCHINI et al. (2005) propõem também um documento template

(Figura 16) para organização do protocolo de RSL.

Figura 15 – Processo de condução de revisão sistemática (adaptada de (BIOLCHINI et al., 2005))

Figura 16 - Template de Protocolo de Revisão Sistemática (extraída de (BIOLCHINI et al., 2005))

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3.2 Dificuldades e Lições Aprendidas no Contexto de Revisões Sistemáticas

As primeiras iniciativas de emprego de Revisões Sistemáticas da Literatura

(RSL) em ES ocorreram a partir de 2004, incentivados pela elaboração de um guideline

proposto por KITCHENHAM (2004) que adapta a abordagem de pesquisa,

originalmente empregada nas áreas da saúde e ciências sociais, para o contexto da ES.

Desde então, a RSL propiciou melhorias na condução de estudos voltados a

identificação de novas frentes de pesquisas e identificação de limitações em tecnologias

existentes. Entretanto, por se tratar de um assunto relativamente recente no contexto da

ES, é importante que dificuldades e lições aprendidas na condução de RSL sejam

compartilhadas com a comunidade acadêmica para a contínua melhoria da abordagem.

Tendo isto em mente, esta seção procura abordar trabalhos que apontem nesta direção.

3.2.1 Aplicação de Revisões Sistemáticas da Literatura no Contexto de Estudos Qualitativos

DYBÅ et al. (2007) afirmam que boa parte dos guias de apoio a condução de

revisões sistemáticas e meta-análise são voltados para estudos quantitativos. No entanto,

a aplicação deste tipo de estudo é predominantemente menor no contexto da ES. Com

isso, os autores reportam a experiência na condução de uma revisão sistemática

envolvendo diferentes tipos de estudos primários. Neste trabalho, é apontada a

existência de dois tipos de revisões sistemáticas: integrativa – recomendada para síntese

de estudos quantitativos; e interpretativa – recomendada para síntese de estudos

qualitativos. Outro fato constatado está relacionado com a carência de métodos de

avaliação de qualidade e extração de dados de estudos qualitativos. Atualmente, não

existe consenso se os métodos de avaliação de estudos qualitativos devem ser iguais ou

diferentes aos utilizados em estudos quantitativos. A partir desta constatação, os autores

desenvolveram um método de avaliação de qualidade de artigos composto por 11

questões baseado no Critical Appraisal Skills Programme (CASP) (CASP, 2011). O

foco das questões leva em consideração o rigor, credibilidade e relevância das

informações reportadas em estudos primários. Já para interpretação dos dados, foi

utilizada a técnica meta-etnografia (DIXON-WOODS et al., 2005).

Durante a revisão, destacou-se a importância de execuções piloto como

indicador de pontos de melhoria no protocolo, bem como o esforço necessário a

adaptação de strings de busca para as diferentes bases de dados. O processo de

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avaliação levou em consideração os títulos e resumos de cada artigo. Em uma primeira

fase, artigos foram excluídos com base no título. Na segunda fase, os resumos de cada

artigo foram lidos por dois revisores e um resultado de concordância entre as avaliações

foi atribuído utilizando o coeficiente Kappa (COHEN, 1960). Como forma de apoio,

foram utilizadas as ferramentas EndNote (REUTERS, 2011) e Excel. Para síntese de

dados qualitativos, foi utilizada a ferramenta NVivo (QSR, 2011). Esta síntese se

mostrou de difícil execução, devido a falta de informações presentes nos artigos

avaliados. No reporte dos resultados, é recomendado explicitar tabelas que indiquem o

sumário de revisões sistemáticas realizadas anteriormente, os resultados de avaliações

dos artigos, a organização das informações relacionadas aos estudos primários e os

resultados obtidos com a revisão. Por fim, os autores recomendam a união da

experiência do pesquisador com o conjunto de evidências obtidas através da condução

de uma revisão sistemática.

3.2.2 Emprego de Critérios para Avaliação de Qualidade de Estudos Primários

No trabalho desenvolvido por STAPLES & NIAZI (2007), os autores

compartilham as experiências obtidas na primeira experiência de condução de revisão

sistemática. Mais uma vez, é destacada a importância de elicitar critérios para avaliação

da qualidade dos artigos (possivelmente baseado em checklists para evitar o viés na

avaliação). Além disso, é reconhecida importância da participação de pesquisadores que

atuem como revisores dos produtos de trabalho produzidos. Durante a condução da

revisão, os autores utilizaram o coeficiente Kappa (COHEN, 1960) como índice de

concordância de avaliação dos artigos considerados na revisão. Os autores também

definiram um modelo para extração dos dados dos artigos, conforme exibe a Figura 17.

Após a conclusão da revisão, os seguintes pontos foram destacados: (i) a importância

de armazenamento do tempo gasto nas etapas da revisão, de modo que um timeline da

revisão possa ser construído; (ii) a importância de se conduzir estudos piloto, embora

não haja um consenso de quando a execução-piloto deve ser finalizada; (iii) em alguns

artigos, houve a necessidade de leitura das conclusões devido a baixa qualidade dos

títulos e resumos; e (iv) os autores reconhecem a dificuldade de extração de dados

automatizada, embora a ontologia desenvolvida por (HARS, 2001) seja um primeiro

passo nesta direção.

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Figura 17 - Modelo para extração de Dados (adaptada de (STAPLES & NIAZI, 2007))

3.2.3 Metodologia para Extração de Dados de Estudos Primários e Reporte dos Resultados

BRERETON et al. (2007) também destacam lições aprendidas através da

condução de revisões sistemáticas. Dentre as lições aprendidas, destaca-se a importância

de anteriormente estudos que envolvam o mesmo tema em pesquisa, a uniformização

dos métodos de investigação e atenção na elaboração da conclusão da revisão. Segundo

os autores, somente a apresentação dos dados extraídos em forma de tabelas não é

suficiente para entendimento da revisão da literatura. Outros pontos de destaque no

estudo realizado apontam para o entendimento de como os critérios de avaliação de

qualidade são úteis para e a etapa de análise dos dados e a importância de definição de

guias de apoio a extração de dados.

3.2.4 Elaboração de Estratégias de Busca para Identificação de Estudos Primários

No trabalho proposto por DIESTE et al. (2009), os autores investigam

estratégias de elaboração de strings de busca. Para efeito de comparação, os autores

definem o termo estratégia ótima, calculado a partir dos valores de precisão e cobertura

(DICKERSIN et al., 1994). O intuito desta estratégia é obter o maior número de

evidências com baixo custo e esforço. No entanto, para poder comparar estratégias de

elaboração de string de busca, os valores de precisão e cobertura devem ser conhecidos

a priori. Assim, para poder obter estes valores, foi considerado o estudo elaborado por

SJØBERG et al. (2005) como baseline de comparação (o estudo abordava a condução

de experimentos no contexto da ES). Durante a execução das estratégias, os autores

identificaram dificuldades na manipulação das máquinas de buscas relacionadas a

limitação de documentos indexados, diferenças nos algoritmos de busca, falha no

reconhecimento de plural e falta de resumos ou artigo completo. O resultado do estudo

apontou uma variação de termos na denominação de experimentos ao longo dos anos.

Para cobrir todos os estudos considerados relevantes, diferentes strings de busca

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tiveram de ser elaboradas para cada base de dados. Além disso, os autores apontaram

que esforços devem ser empreendidos na melhoria dos títulos e resumos de artigos que

tratem de estudos primários no contexto da ES.

3.2.5 Tempo e Esforço Gasto na Elaboração e Execução de Revisões Sistemáticas da Literatura

Já o trabalho elaborado por BABAR & ZHANG (2009) têm como objetivo a

coleta de informações a respeito de percepções e experiências de pesquisadores na

condução de revisões sistemáticas, a identificação de desafios e melhores práticas para

condução de revisões sistemáticas e avaliação dos guias existentes atualmente. O

processo de investigação se deu a partir de entrevistas (survey) com 17 pesquisadores

com experiência na condução de revisões sistemáticas. O survey foi elaborado com

questões abertas, de forma a capturar o máximo de informação dos pesquisadores

entrevistados. Após a coleta das respostas fornecidas pelos pesquisadores, métodos de

análise qualitativa foram empregados (SEAMAN, 1999).

A análise dos dados indicou que os guias mais influentes para condução de

revisões sistemáticas no contexto da ES foram desenvolvidos por KITCHENHAM

(2004) e KITCHENHAM & CHARTERS (2007). No entanto, guias de outras ciências,

como medicina e ciências sociais, por exemplo, devem ser considerados como fontes de

melhoria para os guias da ES. Em relação a avaliação da qualidade, todos os

pesquisadores apontaram a necessidade de elaboração de guias detalhados que auxiliem

os pesquisadores na processo de avaliação. Quanto às dificuldades ao se conduzir

revisões sistemáticas, as entrevistas indicaram deficiências nos algoritmos de busca das

bases de dados e carência de infra-estrutura responsável por armazenar resultados de

revisões sistemáticas. Entre as melhores práticas identificadas estão a condução de

estudos-piloto, armazenamento de tomadas de decisão e detalhamento e foco na

elaboração de questões de pesquisa. Além disso, alguns dos pesquisadores apontaram a

preocupação com o canal de comunicação em equipes grandes. Por fim, os principais

desafios apontados se relacionam à diminuição do tempo/esforço para condução da

revisão, formas de extrair evidências da literatura e elaboração de guias de apoio a

revisão.

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3.2.6 Evolução da Aplicação de Revisões Sistemáticas na Engenharia de Software

O trabalho desenvolvido por KITCHENHAM et al. (2009), apresenta os

resultados de um estudo terciário (revisão sistemática feita a partir de outras revisões

sistemáticas) sobre o status da Engenharia de Software Baseada em Evidência (ESBE) a

partir do ano de 2004. O termo revisão sistemática da literatura só foi amplamente

utilizado a partir deste ano, embora os autores reconheçam que esforços na condução de

revisões sistemáticas foram empregados antes de 2004. O protocolo da revisão foi

elaborado a partir de 4 questões de pesquisa: (i) o quão tem se investido em revisões

sistemáticas desde 2004; (ii) quais são os tópicos de pesquisas investigados?; (iii) quem

investe mais em condução de revisões sistemáticas? e (iv) quais são as limitações das

pesquisas conduzidas atualmente?. Em relação à questão sobre as limitações atuais na

condução de revisões sistemáticas, 4 questões adicionais são consideradas: (i) aonde os

tópicos de pesquisa são limitados?; (ii) existe alguma evidência que a limitação de uso

de revisões sistemáticas é ocasionada pela limitação de estudos primários?; (iii) a

qualidade de revisões sistemáticas é apropriada, se não, está melhorando? e (iv) a

condução de revisões sistemáticas tem contribuído para definição de guias práticos de

apoio?.

O processo de busca por estudos secundários foi executado de forma manual e

utilizou como critério de inclusão/exclusão revisões sistemáticas que destacassem:

questões de pesquisa, o processo de busca, a extração e apresentação de informações.

Para a avaliação da qualidade dos artigos, foi utilizado o critério Database of Abstracts

of Reviews of Effects (DARE) (UCSF, 2011), que é baseado nos itens: (i) os critérios de

inclusão/exclusão são descritos e são apropriados?; (ii) a busca da literatura aparenta

ter coberto todos os estudos considerados relevantes?; (iii) os pesquisadores avaliaram

a qualidade/validade dos estudos incluídos?; e (iv) os dados dos estudos primários são

apresentados de forma apropriada?. Após o término das buscas, 18 artigos foram

considerados para extração de informações. Os resultados obtidos apontaram que o

número de revisões sistemáticas vem aumentando, embora poucas revisões tenham sido

executadas. Em relação a tendências de pesquisa, identificou-se que os maiores esforços

tem sido empreendidos nas áreas de estimativa de custos, métodos de teste e condução

de experimentos em ES. Foi observada também uma predominância por parte de

pesquisadores europeus na condução de revisões sistemáticas. Essa predominância se dá

pela existência de um banco de dados de estudos primários que aborda diversas áreas de

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pesquisa. Por fim, identificou-se uma limitação de tópicos de ES que são abordados por

revisões sistemáticas.

3.2.7 Definição de Escopo para Busca por Estudos Primários

No trabalho desenvolvido por KITCHENHAM et al. (2009), estratégias de

condução de revisões sistemáticas são comparadas. Para realizar esta comparação, os

autores consideraram as seguintes questões de pesquisa: (i) o quão se pode restringir

uma questão de pesquisa de modo a responder uma questão de pesquisa específica?;

(ii) qual a extensão do uso de estudos com níveis menores de formalidade (grey

literature) em revisões sistemáticas? e (iii) é preferível utilizar estratégias de busca que

considerem buscas automatizadas a buscas manuais no contexto da ES? As questões de

pesquisa foram investigadas através de um estudo de caso participante-observador

baseado em (YIN, 2003). Para efeito de comparação das estratégias, foi utilizado como

baseline a revisão sistemática conduzida por KITCHENHAM et al. (2009). Além disso,

reutilizaram-se os critérios de inclusão/exclusão e os critérios de avaliação da qualidade

dos artigos considerados na revisão conduzida anteriormente. Para extração das

informações, 4 ou 5 artigos foram alocados a 5 revisores de modo que cada artigo fosse

avaliado por 2 revisores. Adicionalmente, um sexto revisor foi responsável por extrair

os dados de todos os artigos. Por fim, os autores afirmam (porém sem detalhes) que os

dados extraídos foram agregados utilizando mediana para a avaliação de qualidade dos

artigos e moda para a categoria.

Os resultados obtidos apontaram que a definição de uma busca mais ampla

retorna um conjunto maior de artigos. No entanto, esta busca retornou um alto número

de artigos de baixa qualidade e que contestavam o resultado obtido na revisão utilizada

como baseline. Em relação às fontes de artigos, identificou-se que textos provenientes

de livros e relatórios técnicos normalmente possuem baixa qualidade, geralmente

ocasionada por falta de revisões. No entanto, não se pode generalizar esta afirmação

para artigos provenientes de workshops. Neste caso, deve ser feita uma análise

cuidadosa do artigo. Por fim, em relação a automatização de buscas, observou-se que a

busca automatizada requer um esforço maior por parte dos pesquisadores. A busca

automatizada retorna um conjunto maior de artigos a serem avaliados. No entanto, este

resultado não implica que a busca automatizada seja necessariamente melhor que busca

manual.

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3.2.8 Cenário Mais Atual a Respeito da Aplicação de Revisões Sistemáticas da Literatura no Contexto da Engenharia de Software

SILVA et al. (2011) apresentam os resultados de um estudo terciário, cujo

objetivo é atualizar os resultados obtidos pelos trabalhos produzidos por

KITCHENHAM & BRERETON (2009) e KITCHENHAM et al. (2009). Os autores do

estudo utilizaram o mesmo protocolo adotado no estudo original elaborado por

KITCHENHAM & BRERETON (2009). No entanto, diferentemente dos trabalhos

predecessores, SILVA et al. (2011) realizaram uma investigação de artigos que

descrevessem resultados de RSL através de uma estratégia que combinou buscas

manuais e buscas utilizando bases de dados de artigos científicos. Além disso, houve

uma preocupação em descobrir o número de RSL executadas nos períodos entre: (i)

janeiro de 2004 a dezembro de 2009; (ii) janeiro de 2004 a junho de 2008; e (iii) julho

de 2008 e dezembro de 2009.

A aplicação do procedimento de busca por artigos identificou um conjunto de

1389 artigos. Seis pesquisadores atuaram então nas etapas de análise dos artigos e

extração de dados. Para isto, os autores elaboraram um procedimento para definição de

consenso nos casos em que houvesse conflitos de interpretações. De forma semelhante

ao estudo original, os autores também empregaram o método DARE como instrumento

de avaliação de qualidade. Ao término da análise, foram considerados válidos 67

artigos.

Os resultados obtidos indicam que houve um aumento no número de trabalhos

que relatam resultados de RSL. Dentre os estudos identificados, 43% foram produzidos

entre julho de 2008 e dezembro de 2009. Além disso, mais áreas da ES estão sendo

contempladas (24 ao total). Outro ponto positivo indica que mais pesquisadores e de

diferentes instituições tem adotado RSL em suas pesquisas. Como pontos considerados

negativos, o estudo aponta que ainda há deficiências quanto a definição e aplicação de

critérios para avaliação de qualidade. Além disso, são raras as ocasiões onde métodos de

integração de resultados de estudos primários são empregados (como meta-análise, por

exemplo). Por fim, considera-se muito baixo o número de guias que provêem algum

tipo de auxílio para condução deste tipo de estudo.

Com base na análise dos trabalhos citados anteriormente, são identificadas

algumas questões que necessitam ser tratadas com o intuito de evoluir a aplicação de

RSL no contexto da ES:

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Não observar-se a existência de um repositório central que organize RSL

conduzidas anteriormente. Isto dificulta a identificação de iniciativas prévias de

pesquisa a respeito de um tema que poderiam ser evoluídas por outros

pesquisadores;

Embora este cenário esteja evoluindo, diferentemente dos artigos científicos da

área médica, os artigos científicos na ES não são estruturados de modo que

possa identificar-se rapidamente o problema investigado, os métodos utilizados

e as conclusões obtidas acerca de um estudo realizado. Desta forma, acaba-se

tendo que investir mais tempo na leitura de artigos visando identificar se um

determinado estudo é relevante ou não no contexto de uma RSL;

Não há um consenso entre os pesquisadores na identificação de padrões que

facilitem a aplicação de critérios para avaliação de qualidade de estudos

primários. Além de facilitar o processo de revisão de artigos que descrevem

estudos primários, estes padrões poderiam inclusive servir de guia para

execução e reporte de estudos primários;

A RSL é uma abordagem de pesquisa que requer muito investimento em tempo

de planejamento e esforço para sua aplicação. As especificidades das bases de

dados de artigos científicos requerem a elaboração de diferentes estratégias de

busca. Além disso, há o desafio de “calibrar” as strings de busca de modo a

identificar um conjunto de artigos satisfatório para a revisão. Para que a revisão

possa gerar resultados adequados, é necessário que seja investido tempo no

planejamento da revisão (e na elaboração do protocolo que guiará sua

execução). Isto requer sólidos conhecimentos por parte dos pesquisadores a

respeito dos itens que compõem um protocolo de RSL.

3.3 Tecnologias de Apoio a Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura

A partir do entendimento das dificuldades envolvidas no Processo de Condução

de Revisões Sistemáticas da Literatura (PCRSL), tecnologias e ferramentas podem ser

propostas visando diminuir o impacto causado por tais dificuldades. Desta forma, esta

seção visa abordar trabalhos existentes que proponham soluções para facilitar o

emprego de RSL. De uma maneira geral, o PCRSL pode ser contemplado pelo uso de

diferentes ferramentas, embora se tenha identificado que tais ferramentas apresentem

um foco maior na etapa de execução de RSL.

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3.3.1 Ferramentas de Gerência de Referências Bibliográficas

O emprego de ferramentas de gerência de referências bibliográficas pode ser

muito útil no contexto de condução de revisões sistemáticas. Seu uso se dá na etapa

avaliar os dados coletados (Seção 3.1), uma vez que nesta etapa o pesquisador precisa

gerenciar os documentos (artigos) obtidos a partir das fontes de estudos para então

poder extrair as informações necessárias de cada estudo primário. Estas ferramentas

permitem o cadastro de diversos tipos de documentos através do preenchimento de

campos de informações relativas ao mesmo (título, abstract etc.) em arquivos que

funcionam como bibliotecas. Algumas ferramentas oferecem a seus usuários a

facilidade de criação de novos campos de informações. Essa facilidade permite o uso da

própria ferramenta como formulário de extração de dados referentes a estudos

primários. Após o cadastro, consultas relativas a questões de pesquisa podem ser

formuladas e aplicadas aos campos dos documentos gerenciados por este tipo de

ferramenta.

Observando as vantagens oferecidas por este tipo de ferramenta, uma

investigação foi realizada com o intuito de identificar ferramentas de gerência de

referências bibliográficas existentes e as funcionalidades oferecidas por estas. O

resultado desta investigação encontra-se no Apêndice III. Dentre as ferramentas

identificadas, destacam-se: JabRef, Zotero e Mendeley.

JabRef (JABREF, 2011) é uma ferramenta de referência bibliográfica open

source criada na linguagem de programação Java. A ferramenta possui compatibilidade

com diversos formatos de arquivo de referência bibliográfica (Refer/Endnote, RIS etc.)

tanto para importação como para exportação das referências. Possui ainda suporte para

catálogo de diversos tipos de documentos (artigos, livros, periódicos, revistas etc.).

Além disto, campos de informações adicionais podem ser incluídos (conforme em

destaque na Figura 18), a fim de customizar as informações necessárias para o

gerenciamento de referências bibliográficas. No contexto de revisões sistemáticas, tendo

como exemplo, novos campos podem ser adicionados com o intuito de armazenar se um

determinado artigo foi incluído ou não na lista de arquivos selecionados para leitura,

com base nos critérios de seleção da execução de uma revisão sistemática.

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Figura 18 - Adição de novos campos na ferramenta JabRef

A ferramenta Zotero (ZOTERO, 2011) é um plugin open source do browser

Firefox. O plugin permite que referências bibliográficas disponíveis em várias máquinas

de busca sejam facilmente adicionadas a biblioteca de referências (Figura 19). Além

disso, permite o arquivamento de conteúdo proveniente de páginas Web, figuras, links,

arquivos etc. Uma funcionalidade interessante oferecida pela Zotero é o

compartilhamento da biblioteca de referências com outros usuários que utilizem a

ferramenta e a possibilidade de sincronização de referências presentes em uma

biblioteca entre outras instâncias da ferramenta (referências armazenadas em outros

computadores). Além disso, a funcionalidade timeline permite a visualização gráfica da

presença de determinados termos escolhidos pelo usuário da ferramenta nos resumos

(abstracts) de cada referência ao longo do tempo (Figura 20). Apesar de oferecer muitas

funcionalidades úteis para a condução de revisões sistemáticas, esta ferramenta não

oferece um mecanismo explícito de adição de novos campos, embora isso possa ser

feito através da adição de notas à referência (também exibido na Figura 20).

A ferramenta Mendeley (MENDELEY, 2011) permite que bibliotecas de

referências bibliográficas possam ser gerenciadas a partir de aplicativo desktop ou

interface Web. Assim, é possível sincronizar o conteúdo de uma biblioteca entre as duas

versões. Além das funcionalidades presentes em outras ferramentas, é oferecida a

possibilidade de indexar o conteúdo de documentos PDF (Portable Document Format)

e adicionar comentários ao conteúdo do documento. Isto permite que consultas possam

ser feitas ao conteúdo do documento e não somente aos campos oferecidos para

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cadastro da referência (nome do artigo, abstract etc.). A interface Web oferece ainda

análises estatísticas que permitem identificar autores e publicações (e.g. Lecture Notes

in Computer Science) que contêm mais referências dentro de uma biblioteca. Esta

análise pode ser aplicada somente à biblioteca de um usuário ou a todos os usuários que

utilizam a ferramenta (Figura 21). Desta forma, é possível identificar tendências de

pesquisa, embora esta análise seja feita apenas com base em referências cadastradas por

usuários que utilizem esta ferramenta, o que pode não refletir a realidade de tendências

de pesquisa. Por fim, existe um mecanismo de integração com a ferramenta Zotero, que

permite que toda referência cadastrada na Zotero também seja cadastrada na Mendeley.

Figura 19 - Interface da ferramenta Zotero

Figura 20 - Funcionalidade timeline e notas de uma referência

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Figura 21 - Análise estatística realizada pela ferramenta Mendeley

3.3.2 Uso de Text Mining para Avaliação de Artigos que Descrevem Estudos Primários

O trabalho desenvolvido por ANANIADOU et al. (2009) descreve o projeto

ASSERT, que utiliza técnicas de Text Mining como instrumento de apoio a diversas

etapas da revisão sistemática. As principais funcionalidades oferecidas pelo projeto são

organizadas em um workflow, levando em consideração as etapas da revisão

sistemática, conforme exibe a Figura 22. A extração de termos permite que trechos de

texto considerados relevantes possam ser identificados e ranqueados. A identificação

destes trechos é feita a partir da técnica de extração denominada C value (FRANTZI et

al., 2000) e da ferramenta TerMine. Outra ferramenta utilizada no projeto, denominada

Carrot2, permite o agrupamento de artigos considerados semelhantes em forma de

clusters, o que facilita identificar artigos alinhados com o foco da revisão sistemática.

No entanto, para que os resultados sejam satisfatórios, um grande volume de artigos é

necessário.

Além da formação de clusters, é possível também utilizar algoritmos de

classificação de artigos. Estes algoritmos permitem a identificação de padrões

subjacentes e características distintas em artigos que façam parte de um grupo ou classe

definida e, utiliza essas informações para atribuir novos artigos incluídos a classes

conhecidas. No contexto da revisão sistemática, artigos de controle podem ser utilizados

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como base de aprendizado para algoritmos que visem classificar novos artigos incluídos

na revisão. Além disso, a identificação de termos sinônimos ou relacionados permite

que estratégias de busca mais bem elaboradas possam ser formuladas. Neste sentido, o

projeto ASSERT utiliza técnicas de busca associativa com o intuito de expandir

consultas através da adição de novos termos. Por fim, o projeto oferece ainda a

funcionalidade de sumarização de conteúdo de artigos.

Figura 22 - Workflow de técnicas de text mining no contexto da revisão sistemática

(adaptada de (ANANIADOU et al., 2009))

3.3.3 Abordagem Visual para Auxiliar a Seleção e Revisão da Seleção de Estudos Primários

No trabalho elaborado por MALHEIROS et al. (2007), além do uso de

ferramentas de Text Mining, são empregadas também ferramentas de visualização de

dados. Os autores demonstram as funcionalidades da ferramenta open source Projection

Explorer (PEx), desenvolvida na Universidade de São Paulo, como instrumento de

apoio a etapa de avaliação de artigos. No entanto, a ferramenta possui a desvantagem de

necessitar converter o texto do artigo para o formato aceito pela ferramenta. Uma vez

que os artigos tenham sido importados, estes são representados como círculos, dispostos

em um mapa 2D, de maneira que artigos considerados similares tendem a estar

próximos. A ferramenta permite a formação de clusters de artigos. Além disso, em cada

cluster gerado, termos considerados como relevantes nos artigos são destacados como

labels. Outra funcionalidade de interesse é a formação de uma rede de relacionamentos

entre as referências bibliográficas de artigos. Em conjunto, essas funcionalidades

reduzem o tempo gasto pelo pesquisador na avaliação de artigos.

Como exemplo de demonstração, os autores realizaram um estudo comparativo

entre um pesquisador que realizou a avaliação dos artigos de forma manual (pesquisador

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A) e dois pesquisadores que realizaram a avaliação através da ferramenta PEx

(pesquisadores B e C). Como oráculo do estudo, foi considerado um conjunto de 40

artigos que tratavam sobre efetividade de aplicação de testes de software como forma de

melhorar a qualidade final do produto. Para medição de eficiência do processo de

avaliação dos artigos, considerou-se o número de artigos selecionados e o tempo gasto

na atividade. Os resultados obtidos indicaram que o pesquisador A selecionou 26 artigos

em 3 horas de atividades, o pesquisador B selecionou 22 artigos em 49 minutos e o

pesquisador C selecionou 23 artigos em 51 minutos. Já em relação a precisão dos

artigos ao tema proposto, o pesquisador A obteve 83.87%, enquanto que os

pesquisadores B e C obtiveram 81.28% e 92% de precisão.

FELIZARDO et al. (2009) também utilizam a ferramenta PEx como instrumento

de auxílio a avaliação de artigos no contexto de revisões sistemáticas. No entanto, no

trabalho apresentado, os autores demonstram a ferramenta como instrumento de auxílio

a revisão dos artigos selecionados anteriormente. Com este intuito, a ferramenta permite

a coloração de artigos baseado em critérios definidos pelo pesquisador. Este esquema de

coloração permite que artigos incluídos e excluídos da revisão possam ser agrupados em

clusters. Desta forma, é possível investigar inconsistências no processo de avaliação,

como o exemplificado na Figura 23.a. Neste exemplo, dois artigos considerados

semelhantes e pertencentes a um mesmo cluster possuem avaliações distintas (cluster

marcado com o número 1). Além disso, é possível colorir os artigos baseado em

critérios de qualidade definidos para a revisão (Figura 23.b). Outra funcionalidade de

apoio ao processo de revisão dos resultados permite a visualização da rede de

relacionamentos das referências dos artigos incluídos e excluídos (Figura 24). Através

dessa visualização é possível identificar, por exemplo, estudos que não estão conectados

aos demais, ou seja, não compartilham referências.

Figura 23 - Visualização de artigos incluídos e excluídos e, sob critérios de qualidade (extraída de

(FELIZARDO et al., 2009))

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Figura 24 - Rede de relacionamento entre artigos (extraída de (FELIZARDO et al., 2009))

3.3.4 EPPI Reviewer

A ferramenta EPPI Reviewer (EPPI-CENTRE, 2010) é um aplicativo Web que

visa facilitar a etapa execução do Processo de Condução de Revisões Sistemáticas. Esta

oferece as funcionalidades de gerenciamento de artigos de forma similar às ferramentas

de gerência de referências bibliográficas (características deste tipo de ferramenta serão

abordadas na próxima seção), classificação de artigos a partir de critérios de

inclusão/exclusão definidos pelos participantes da revisão, criação de formulários de

extração de dados, suporte à meta-análise e geração de gráficos. Até o momento da

escrita desta dissertação, não foi possível ter acesso à ferramenta, o que impede obter

maiores detalhes sobre as funcionalidades oferecidas pela ferramenta.

3.3.5 SLR-TOOL - A Tool for Performing Systematic Literature Reviews

A ferramenta SLRTool (FERNÁNDEZ-SÁEZ et al., 2010) é um aplicativo

desktop voltado para o armazenamento de informações referentes às etapas

planejamento, execução e análise dos resultados do Processo de Condução de

Revisões Sistemáticas. Em relação ao planejamento, a ferramenta permite o cadastro

de dados relativos a questões de pesquisa, critérios de inclusão/exclusão, critérios de

avaliação de critérios de qualidade, pesquisadores envolvidos na revisão, estratégias de

pesquisa e comentários sobre critérios para extração de dados, resolução de conflitos,

síntese de dados e apresentação das conclusões do estudo. Referente à etapa execução, a

ferramenta facilita o gerenciamento das informações relacionadas aos estudos obtidos

através das fontes de estudos definidas no protocolo da revisão, conforme exibe a

Figura 25. A ferramenta permite ainda a classificação dos estudos em relação a critérios

definidos pelo usuário da ferramenta (incluindo critérios de qualidade) e a indicação de

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quais estudos se enquadram nos critérios de inclusão e exclusão. Por fim, em relação à

etapa análise dos resultados, é possível visualizar a classificação dos estudos em

relação aos critérios definidos na etapa anterior (Figura 26). Adicionalmente, é possível

visualizar quais estudos atenderam aos critérios de qualidade, inclusão e exclusão, além

de poder exportar os resultados no formato de planilha eletrônica e as referências no

formato utilizado por ferramentas de gerência de referências bibliográficas.

Figura 25 - Funcionalidade de apoio à etapa execução oferecida pela ferramenta SLRTool (extraída

de (FERNÁNDEZ-SÁEZ et al., 2010))

Figura 26 – Resultados da classificação dos estudos considerados pela revisão (extraída de

(FERNÁNDEZ-SÁEZ et al., 2010))

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3.3.6 StArt

State of Art Through Systematic Review (StArt) (ZAMBONI et al., 2010)

consiste em um projeto de reestruturação da ferramenta Systematic Review Automatic

Tool (SRAT) (MONTEBELO et al., 2007). O objetivo da StArt é automatizar tarefas

envolvidas durante a execução de RSL, com o intuito de tornar a execução deste tipo de

estudo mais ágil, precisa e replicável. A ferramenta, que contempla todas as etapas do

Processo de Condução de Revisões Sistemáticas, organiza a condução de RSL em três

grupos: planejamento, execução e sumarização dos resultados. A interface gráfica da

ferramenta é exibida na Figura 27.

A ferramenta possibilita ao pesquisador o preenchimento do protocolo de RSL.

No entanto, o template de protocolo utilizado pela ferramenta é estático, o que implica a

necessidade de conhecimento sob quais partes do template devem ser preenchidas de

modo a atender às necessidades do estudo. Neste quesito, a ferramenta não oferece um

apoio efetivo à tomada de decisão relativa ao planejamento do estudo. Uma vez que o

protocolo tenha sido preenchido, a ferramenta permite que, para cada base de dados de

artigos científicos, sejam criadas sessões de busca. Nestas sessões, o pesquisador deve

fornecer as strings de busca adaptadas às sintaxes utilizadas pelas bases de dados. Para

cada sessão de busca, deve-se fornecer o arquivo Bibtex que contenha os artigos

retornados pela aplicação de uma determinada string de busca.

Após a execução das consultas e a importação dos arquivos Bibtex na

ferramenta, StArt apóia as atividades de aplicação dos critérios de inclusão/exclusão,

avaliação de qualidade de estudos primários e extração de dados com base nos critérios

contidos no protocolo do estudo. Durante a análise dos artigos, a ferramenta permite

demarcar quais são os artigos que deverão ser utilizados para extração de dados. Em

relação à etapa de extração de dados, a ferramenta disponibiliza ainda o template do

formulário de extração (com base no protocolo que guia o estudo). Por fim, a ferramenta

permite gerar o relatório do estudo no formato de arquivo PDF.

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Figura 27 – Interface gráfica da StArt (extraída de (ZAMBONI et al., 2010))

3.3.7 Review Manager (RevMan)

Review Manager (RevMan) (COCHRANE IMS, 2010) é uma ferramenta

destinada a elaboração e publicação de revisões sistemáticas disponibilizada pela

Instituição Cochrane (COCHRANE, 2011b). A ferramenta funciona como um editor de

protocolos e relatórios de revisão sistemática, que visa facilitar as tarefas de descrição

do estudo, inserção de tabelas comparativas etc. Permite também a condução de meta-

análises e apresentação de resultados de forma gráfica.

RevMan permite a elaboração de revisões que abordem estudos do tipo

diagnostic test accuracy studies, reviews of studies of methodology e overviews of

reviws (Figura 28.a). Permite ainda que seja criado o protocolo ou o relatório completo

da revisão (Figura 28.b). Após escolher o tipo de estudo desejado, é apresentada a tela

que permite a edição dos dados do protocolo (ou relatório), que é dividida em duas

partes (demarcadas por retângulos), conforme exibe a Figura 29. A parte da esquerda

exibe as seções contidas no documento correspondente ao protocolo proposto pela

instituição, enquanto que a parte direita exibe o conteúdo de cada seção. Embora a

ferramenta tenha sido concebida com o intuito de elaborar protocolos (ou relatórios) de

revisões voltados para publicação na instituição Cochrane, é possível elaborar

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protocolos com outros fins. Desta forma, a ferramenta permite que algumas seções do

protocolo possam ser excluídas ou reordenadas.

Figura 28 - Criação do protocolo/relatório de revisão sistemática

Figura 29 - Interface da ferramenta RevMan

RevMan também permite que modificações no protocolo possam ser

identificadas. Isto é extremamente útil quando se deseja atualizar os dados de uma

revisão já publicada. Para isto, duas funcionalidades são oferecidas: What´s New e

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History (Figura 30). A funcionalidade What´s New permite que modificações no

protocolo atual sejam destacadas a partir de três eventos: (i) amended – modificação

genérica; (ii) feedback incorporated – opinião externa incorporada; (iii) new citation:

no major change – novo estudo primário identificado que não apresenta grandes

impactos na revisão; e (iv) new citation: major change – novo estudo que acarreta em

grandes modificações na revisão. Já a funcionalidade History identifica as modificações

no protocolo que não sejam referentes à versão atual.

Por fim, RevMan permite que o protocolo da revisão possa ser editado de forma

colaborativa. Para que isto seja possível, os usuários que desejam participar da

elaboração do protocolo devem possuir uma conta de acesso ao serviço Archie, um

repositório de documentos e usuários pertencentes à Rede de Colaboração Cochrane.

Assim, é possível compartilhar e/ou editar (caso o responsável pela criação do

documento permita) protocolos de revisão sistemática (ou relatórios) com a comunidade

de usuários que utilizem este serviço. O esquema de edição colaborativa do protocolo

funciona a partir de um sistema de controle de versões que emprega um mecanismo de

lock pessimista. Cada documento armazenado no repositório possui identificador de

versão do documento, data em que o documento foi modificado, status do documento

(rascunho, aguardando revisão para ser publicado ou publicado) e usuário responsável

pela modificação. Apesar das vantagens oferecidas, esta ferramenta não oferece apoio a

tomada de decisão ou entendimento em como os elementos presentes no protocolo se

relacionam. Um pesquisador inexperiente na condução de revisões sistemáticas pode ter

dificuldades em identificar quais seções oferecidas pela ferramenta são necessárias para

o tipo de revisão sistemática que planeja.

Figura 30 - Identificação de modificações importantes no protocolo de revisão sistemática

3.4 Conclusão

As tecnologias identificadas neste capítulo representam uma importante

iniciativa da comunidade acadêmica em apresentar soluções que facilitem a condução

de RSL. No entanto, de uma maneira geral, observa-se que estas tecnologias são focadas

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na execução da RSL em detrimento da etapa de planejamento, etapa fundamental para

que uma revisão possa apresentar resultados satisfatórios. Na Tabela 2, é feita uma

análise quanto aos diferentes níveis de apoio que cada tecnologia investigada oferece

em relação às etapas da RSL (com exceção da ferramenta EPPI Reviewer, a qual não foi

possível investigar). Além disso, embora haja guias para elaboração de documentos

correspondentes ao protocolo de RSL e relatório de reporte de resultados, acredita-se

que não há um consenso geral a respeito da definição e organização dos itens que

devem compor tais documentos. Assim, a identificação de limitações e oportunidades

de melhoria nos trabalhos citados neste capítulo permite pensar em requisitos adicionais

para a construção de serviços que apóiem o PCRSL: (i) facilitar o entendimento e

compartilhar os conceitos ligados ao PCRSL; (ii) apoiar pesquisadores com pouca

experiência nesta abordagem a planejar e executar RSL; (iii) oferecer mecanismos que

facilitem a execução deste tipo de revisão de forma colaborativa; e (iv) apoiar o

empacotamento dos artefatos produzidos pelo planejamento e execução deste tipo de

revisão. Para contemplar tais requisitos, este trabalho propõe uma ferramenta que possa

auxiliar o planejamento (auxiliando também o empacotamento dos artefatos produzidos

durante o planejamento) de estudos secundários seguindo uma abordagem semelhante à

ferramenta eSPA (apresentada no Capítulo 2).

Tabela 2 - Níveis de apoio oferecidos pelas ferramentas investigadas quanto às etapas da RSL

Planejamento Execução Análise dos

Resultados Empacotamento

JabRef Baixo Médio Baixo Baixo

Mendeley Baixo Médio Baixo Baixo

Zotero Baixo Médio Baixo Baixo

Assert Nenhum Alto Alto Baixo

PEx Nenhum Alto Alto Baixo

SLR-TOOL Médio Médio Alto Médio

Start Médio Médio Médio Médio

RevMan Médio Médio Alto Médio

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4 Evolução do Repositório de Conhecimento do

eSEE

Neste capítulo, é apresentada a metodologia utilizada na evolução

do repositório de conhecimento do ambiente eSEE por meio de uma

ontologia de estudos secundários e um guia de apoio ao processo

de condução de revisões sistemáticas da literatura.

4.1 Introdução

Conforme mencionado no Capítulo 2, o ambiente eSEE possui um Repositório

de Conhecimento sobre Experimentação em Engenharia de Software fundamentado na

interdependência entre dois mecanismos de representação de conhecimento, que são um

glossário de termos (dicionário) de experimentação em ES e modelos conceituais

(ontologias). No entanto, apesar do repositório tratar conceitos gerais sobre

experimentação, este possui em sua primeira instância foco maior em estudos primários

(LOPES & TRAVASSOS, 2009). Com isto, conceitos ligados a estudos secundários

não são explorados de forma detalhada. Assim, o próximo passo para a evolução do

repositório de conhecimento do eSEE se dá na direção da inclusão de mecanismos para

representação do conhecimento a respeito de estudos secundários, tendo a preocupação

em garantir maiores níveis de corretude e completude dos novos modelos.

Neste capítulo, é apresentada a evolução dos mecanismos de representação de

conhecimento e o procedimento adotado (juntamente com as experiências obtidas

através da aplicação do método) para revisão dos modelos ontológicos referentes a

estudos secundários em ES constituintes do ambiente. Além desta seção, estrutura deste

capítulo esta organizada da seguinte forma: a Seção 4.2 apresenta o processo adotado

para construção das ontologias com base na metodologia Methontology e apresenta os

modelos conceituais elaborados neste trabalho. A Seção 4.3 aborda a construção de um

Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura,

enquanto que a Seção 4.4 apresenta os procedimentos e resultados obtidos com a

aplicação de um procedimento de inspeção nas ontologias e guia de apoio. Por fim, a

Seção 4.5 apresenta a conclusão do capítulo.

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4.2 Processo para Construção dos Modelos Conceituais

A metodologia adotada para expansão do repositório de conhecimento do eSEE

foi a Methontology (FERNÁNDEZ et al., 1997). Desenvolvida no laboratório de

Inteligência Artificial da Universidade Politécnica de Madri, a Methontology está em

conformidade com o processo padrão para desenvolvimento de software recomendado

pela IEEE e é amplamente utilizado pela comunidade acadêmica. A metodologia possui

um processo no qual suas etapas são divididas em três fases: gerenciamento,

desenvolvimento e suporte, conforme ilustra a Figura 31. A seguir, será abordado como

cada etapa foi conduzida ao longo da elaboração dos modelos que abordem estudos

secundários.

Figura 31 - Organização das atividades da Methontology (adaptada de (FERNÁNDEZ et al., 1997))

4.2.1 Planejamento

Nesta etapa, foi definido que os modelos que compõem a ontologia seriam

organizados em sub ontologias, visando facilitar a leitura dos modelos. Optou-se por,

inicialmente, construir a ontologia utilizando a linguagem LINGO. A escolha pela

linguagem foi para manter a compatibilidade com os modelos iniciais desenvolvidos por

LOPES & TRAVASSOS (2009). Ressalta-se que está linguagem não oferece suporte

adequado para expressão de cláusulas de existência. Entretanto, considerando a forma

como os modelos foram utilizados no escopo desta dissertação, a representação dos

modelos por meio de LINGO mostrou-se suficiente. Por fim, por não representar

impacto relevante nesta dissertação, características como tempo e custo de construção

da ontologia não foram alvo de avaliação.

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4.2.2 Especificação

A etapa de Especificação envolveu definir a razão para a construção e a forma

de utilização da ontologia. Fundamentalmente, a razão e a forma de utilização estão

relacionadas diretamente com a construção do Repositório de Conhecimento sobre

Experimentação em ES do eSEE.

4.2.3 Conceitualização

A Conceitualização consistiu em investigar trabalhos que pudessem agregar

novos conceitos para a Ontologia de Estudos Secundários. Nesta etapa, os principais

trabalhos considerados para extração de conceitos foram KITCHENHAM (2004),

BIOLCHINI et al. (2005) e KITCHENHAM & CHARTERS (2007), tendo em vista seu

reconhecimento na comunidade de experimentação em Engenharia de Software.

4.2.4 Formalização

Na etapa Formalização, o modelo semi-formal da etapa Conceitualização foi

gerado utilizando a linguagem de representação visual de ontologias denoninada

LINGO (FALBO et al., 1998). Os modelos foram construídos utilizando a ferramenta

Enterprise Architect (SPARK SYSTEMS, 2012) e estão disponíveis no endereço

http://lens-ese.cos.ufrj.br/ontologiarevisaosistematica. Ao clicar em um dos conceitos, é

possível visualizar sua descrição. De forma semelhante à Ontologia de Pesquisa

Científica, a Ontologia de Estudos Secundários também foi organizada através de sub

ontologias. Assim, o primeiro nível da ontologia corresponde ao modelo apresentado na

Figura 32. Ainda se aproveitando da organização dos modelos contemplados em

BIOLCHINI et al. (2007), o conceito Estudo Secundário é composto de outros

conceitos, que são estruturados por meio de sub ontologias: (i) sub ontologia de

estrutura de estudo – define uma classificação taxonômica para estudos secundários;

(ii) sub ontologia de qualidade do estudo – define conceitos a respeito da qualidade e

validade do estudo; e (iii) sub ontologia de procedimento metodológico – define

abordagens de estudos secundários e conceitos ligados à elaboração do protocolo e

relatório de revisão sistemática. Ressalta-se que s modelos apresentados a seguir

correspondem à versão mais atualizada da Ontologia de Estudos Secundários.

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Figura 32 – Primeiro nível da hierarquia da Ontologia de Estudos Secundários

Figura 33 – Sub ontologia de Estrutura do Estudo

A sub ontologia Estrutura do Estudo foi reorganizada, de modo que os

conceitos Intervention, Control, Outcome e Medição (Measurement) foram movidos

para outras partes da ontologia. Além disso, conceitos presentes na Ontologia de

Pesquisa Científica foram agregados à sub ontologia Estrutura do Estudo. Desta forma,

os conceitos presentes em ambos os modelos são destacados por meio de um retângulo

de cor cinza. No entanto, diferentemente da estrutura proposta por LOPES (2010), a

estrutura do conceito Objetivo de Pesquisa foi reorganizada de modo a contemplar os

conceitos Problema e Hipótese (e os conceitos que herdam de Hipótese, Hipótese Nula

e Hipótese Alternativa). Além disso, foram incluídos relacionamentos entre os conceitos

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Objetivo de Pesquisa, Questões Primárias e Questões Secundárias. Esta modificação

foi realizada devido à necessidade de distinguir o conjunto de questões primárias do

conjunto de questões secundárias, no escopo da ferramenta de apoio ao planejamento de

estudos secundários.

A estrutura da sub ontologia Qualidade do Estudo não sofreu muitas

modificações em relação à versão original proposta por BIOLCHINI et al. (2007). As

modificações implementadas dizem respeito a agregação de conceitos que herdam do

conceito Validade do Estudo e a inclusão de relacionamento de influência entre os

conceitos Efeito do Tamanho e Validade do Estudo e entre os conceitos Viés do Estudo

e Validade do Estudo, conforme ilustra a Figura 34.

Figura 34 – Sub ontologia de Qualidade do Estudo

A sub ontologia Procedimento Metodológico (Figura 35) foi reorganizada de

forma a incluir conceitos ligados ao desenvolvimento do protocolo do estudo, ferra-

mentas possíveis de serem adotadas na condução do estudo e das possíveis abordagens a

serem aplicadas (Agregação, Meta-análise, Síntese e Revisão Sistemática e quasi

Revisão Sistemática). Além disso, o conceito Protocolo de Revisão Sistemática também

é especializado por meio de sub ontologias, de modo a conter conceitos ligados a

formulação de questão de pesquisa, seleção de fontes de estudos, seleção de estudos,

extração de dados e sumarização das informações do estudo, conforme exibe a Figura

36. A organização das sub ontologias Questão de Pesquisa, Fontes de Estudos,

Estudos Selecionados, Dados Extraídos e Dados Sumarizados se deu com o intuito

de estar aderente a organização das principais seções dos documentos que representam

templates de protocolos de RSL propostos por (KITCHENHAM, 2004), (BIOLCHINI

et al., 2005) e (KITCHENHAM & CHARTERS, 2007).

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Figura 35 – Sub ontologia de Procedimento Metodológico

Figura 36 - Sub ontologia Protocolo de Revisão Sistemática

A sub ontologia Questão de Pesquisa expressa as questões que norteiam a

execução do estudo de modo mais estruturado. Ao visualizar o modelo apresentado na

Figura 37, observa-se que este apresenta os conceitos relacionados à elaboração de

strings de busca, de modo que estas strings possam ser aplicadas às bases de dados de

artigos científicos. Desta forma, os conceitos Intervention, Control (neste modelo

traduzido para Controle) e Outcome, originalmente pertencentes a sub ontologia

Estrutura do Estudo, foram incluídos neste modelo. Além disso, foi incluído também

o conceito Study Design, que permite restringir os resultados provenientes da aplicação

de uma string de busca em uma base de dados a tipos específicos de estudos primários

(estudo controlado, survey, action research etc.). Repare também que cada conceito que

compõe a estrutura PICO (Population, Intervention, Comparison e Outcome) possui um

relacionamento de agregação com o conceito Termo, de modo a representar os termos

que irão compor as strings de busca. Desta forma, é possível gerar strings de busca por

meio da aplicação dos conectores AND e OR aos termos contidos nos conceitos que

representam a estrutura PICO. Por fim, o conceito String de Busca Adaptada visa

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representar as strings de busca adaptadas às especificidades das bases de dados de

artigos científicas adotadas no estudo.

Figura 37 - Sub ontologia Questão de Pesquisa

A sub ontologia Fontes de Estudos (Figura 38) representa o conhecimento

relacionado a restrição de idiomas de artigos científicos e os procedimentos e critérios

para seleção de fontes de estudos. Neste modelo, as fontes de estudos são representadas

pelos conceitos Base de Dados, Base de Dados Eletrônica (representa as máquinas de

busca de artigos científicos) e Base de Dados Manual (representa fontes de estudos

como bibliotecas, manuais, anais de eventos etc.). Repare que o relacionamento entre os

conceitos Fontes de Estudos, Bases de Dados Eletrônicas e Bases de Dados Manuais

permite distinguir as bases de dados selecionadas para avaliação sob os critérios de

seleção estipulados pelo pesquisador (representado pelo conceito Critério de Seleção de

Fontes de Estudos). Esta organização permite identificar quais os critérios de seleção

satisfeitos por cada base de dados. Além disso, esta sub ontologia representa também a

adaptação de strings de busca para a sintaxe adotada pelas diversas máquinas de busca.

Para que isto seja possível, o conceito Adaptação de String de Busca se comporta como

associação entre os conceitos Questão de Pesquisa e Base de Dados Eletrônica.

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Figura 38 - Sub ontologia Fontes de Estudos

Os conceitos que tratam o conhecimento acerca de procedimentos e critérios

para inclusão/exclusão, avaliação de qualidade, hierarquização de estudos e

estabelecimento de procedimentos para resolução de divergência entre pesquisadores

são representados na sub ontologia Estudos Selecionados. Os estudos primários

selecionados pela aplicação do procedimento de seleção (considerando os critérios de

seleção especificados) são representados pelo conceito Estudos Primários Selecionados.

O conceito Revisão dos Estudos Primários Selecionados visa expressar o processo de

revisão dos estudos selecionados para extração de dados. Já conceito Características de

Qualidade (e suas especializações) foi concebido com o intuito de distinguir as

características de qualidade a serem observadas nos estudos em avaliação. Além disso,

este modelo permite representar os estudos em avaliação sob a seguinte taxonomia: (i)

in vivo – envolvem as pessoas em seus próprios ambientes; (ii) in vitro – executados e

controlados em ambientes tais como laboratórios ou comunidades controladas; (iii) in

virtuo – conduzido em um ambiente virtual, composto por modelos computacionais que

são manipulados por pessoas; e (iv) in silico – conduzido em um ambiente onde o

comportamento dos indivíduos envolvidos também é descrito por modelos

computacionais. O modelo que representa a sub ontologia Estudos Selecionados é

ilustrado na Figura 39.

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Figura 39 - Sub ontologia Estudos Selecionados

A sub ontologia Dados Extraídos, ilustrada pela Figura 40, representa o

conhecimento sobre as ferramentas adotadas para catalogação e análise dos estudos

primários selecionados, a descrição do formulário para extração dos dados provenientes

dos estudos primários selecionados, o procedimento adotado para extração dos dados e

informações sobre os resultados da execução piloto do protocolo e possíveis

divergências entre os pesquisadores decorridas da aplicação do procedimento de

extração. Por fim, com o intuito de facilitar a organização dos dados a serem extraídos,

são contemplados os conceitos Dados Objetivos e Dados Subjetivos.

O último modelo que compõe os conceitos ligados ao protocolo de revisão

sistemática, a sub ontologia Dados Sumarizados (Figura 41), inclui conceitos

relacionados à análise de sensibilidade dos resultados obtidos e aos viéses do estudo.

São considerados, também, a análise de métodos estatísticos empregados no estudo

(normalmente empregados em estudos que contemplam meta-análises), a exibição

desses dados em formato gráfico (por meio do conceito Dados Plotados) e o resumo

final das conclusões obtidas com a execução da revisão.

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Figura 40 - Sub ontologia Dados Extraídos

Figura 41 - Sub ontologia Dados Sumarizados

Por fim, o último modelo representado na Ontologia de Estudos Secundários é a

sub ontologia Template de Protocolo de Revisão Sistemática, cujo objetivo é filtrar os

conceitos pertencentes a Ontologia de Estudos Secundários de modo a exibir apenas os

conceitos que fazem parte do template do protocolo do estudo. Por questões de espaço,

o modelo da sub ontologia Template de Protocolo de Revisão Sistemática é

apresentado no Apêndice IV.

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4.2.5 Integração

Planeja-se futuramente integrar a Ontologia de Estudos Secundários a Ontologia

de Pesquisa Científica elaborada por LOPES (2010). Neste sentido, conforme citado na

seção anterior, demarcou-se os conceitos presentes na Ontologia de Estudos

Secundários que também façam parte da Ontologia de Pesquisa Científica por meio de

um retângulo de cor acinzentada. No entanto, ainda não há um planejamento que aponte

os passos a serem contemplados para a integração das ontologias.

4.2.6 Implementação

A etapa Implementação especifica que a ontologia seja codificada através da

representação dos conceitos e relacionamentos utilizando uma linguagem formal para

ontologias, tornando-a assim passível de processamento, ou seja, em seu estado atual, a

ferramenta não executa qualquer tipo de inferência em cima dos conceitos presentes na

ontologia.

Na Ontologia de Estudos Secundários, não foram definidas as cláusulas que

definem as condições de existência dos conceitos propostos. Diferentemente da

ferramenta eSPA (ver Capítulo 2), o mecanismo de apoio a tomada de decisão se dá pela

consulta a um guia de apoio ao PCRSL. Desta forma, a ontologia atua como indicador

dos conceitos que devem ser tratados ao planejar-se um estudo secundário, não sendo

necessário convertê-la para notação de uma linguagem com maiores níveis de

formalidade (como OWL, por exemplo). Nesse sentido, os modelos desenvolvidos na

linguagem LINGO (que consiste num subconjunto de elementos UML) foram

convertidos para a notação da linguagem de programação utilizada na construção da

ferramenta de apoio ao planejamento de estudos secundários (classes Java).

4.2.7 Manutenção

Para realizar a manutenção dos modelos constituintes da Ontologia de Estudos

Secundários, é necessário registrar informações sobre a necessidade de modificação dos

modelos, usuário responsável pela modificação e a descrição da alteração realizada.

Além disso, recomenda-se também que a cada modificação feita seja criada uma nova

versão do arquivo correspondente à ontologia para fins de manutenção do histórico de

atualizações.

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4.2.8 Documentação

Na etapa Documentação, o planejamento e a execução do processo foram

descritos, detalhando a construção dos artefatos em cada etapa. Foge ao escopo deste

trabalho fornecer detalhes de cronograma e outras informações que não estão

relacionadas diretamente ao conteúdo dos modelos.

4.2.9 Avaliação

A avaliação das ontologias se deu por meio de sessões de inspeção nos modelos

desenvolvidos na linguagem LINGO, conduzidas por alunos de pós graduação da

COPPE/UFRJ. Em conjunto a inspeção das ontologias, houve também a inspeção de um

guia de apoio ao PCRSL e de um documento de requisitos para construção dos serviços

que apóiem o planejamento e execução de RSL. Maiores detalhes sobre o procedimento

de inspeção adotado serão abordados na Seção 4.4.

4.3 Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura

Apesar da Ontologia de Estudos Secundários representar os principais conceitos

envolvidos no planejamento e execução de revisões sistemáticas, não há uma definição

clara em como estes conceitos se relacionam com o Processo de Condução de Revisões

Sistemáticas da Literatura (PCRSL). Desta forma, integrou-se ao repositório de

conhecimento do eSEE, um guia de apoio ao PCRSL. Este guia contempla as principais

atividades ligadas ao planejamento e execução de revisões sistemáticas. O acesso ao

guia está disponível em http://lens-ese.cos.ufrj.br/guiarevisaosistematica.

Para representar o guia de apoio, foi adotado o diagrama de atividades em raias

da UML. As atividades foram divididas considerando quatro perfis de pesquisadores

atuantes em revisões sistemáticas: (i) coordenador da revisão – responsável pelo ge-

renciamento dos demais pesquisadores e atribuição de tarefas; (ii) desenvolvedor do

protocolo – responsável pelo planejamento da revisão; (iii) executor do protocolo –

responsável por aplicar as strings de buscas nas bases de dados, avaliação e extração

de dados; e (iv) revisor: responsável pela validação dos artefatos produzidos durante o

planejamento e execução da revisão sistemática.

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Figura 42 - Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas

Na Figura 42, as atividades envolvidas através de um retângulo tracejado são

especializadas por meio de sub diagramas. A primeira sub atividade descrita pelo guia

de apoio, a atividade Selecionar Pesquisadores (Figura 43), contempla a seleção dos

responsáveis pela elaboração do plano do estudo, os responsáveis pela revisão dos

artefatos produzidos ao longo do PCRSL e os responsáveis pela execução do protocolo.

A sub atividade Reunir Pesquisadores, ilustrada na Figura 44, prevê que estes

utilizem algum meio de comunicação (síncrona ou assíncrona) para estipular um

cronograma inicial para as atividades a serem executadas e definirem possíveis apoios

ferramentais a serem empregados no planejamento e execução da revisão sistemática.

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Figura 43 - Sub atividade Selecionar Pesquisadores

Figura 44 - Sub atividade Reunir com Pesquisadores

Uma vez que o cronograma inicial das atividades tenha sido estabelecido, a sub

atividade Atribuir Atividades aos Pesquisadores (Figura 45) recomenda que o

coordenador da revisão (mas não o obriga) divida as atividades de elaboração do

protocolo entre os pesquisadores com base nas principais seções do template de

protocolo de revisão sistemática.

Figura 45 - Sub atividade Atribuir Atividade aos Pesquisadores

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Com o intuito de estruturar o preenchimento do protocolo de revisão sistemática,

a atividade Preencher Protocolo contempla as quatro principais seções do template de

protocolo descrito em BIOLCHINI et al. (2005): (i) formulação da questão de pesquisa;

(ii) seleção de fonte de estudos; (iii) seleção de estudos; e (iv) sumarização dos

resultados. Cada uma das atividades citadas anteriormente é sub-especializada em

demais diagramas de atividades, de forma a indicar os passos a serem seguidos no

preenchimento do protocolo de revisão sistemática. Neste sub diagrama, são

consideradas também as atividades relacionadas ao registro do tempo e modificações

feitas no protocolo, conforme exibe a Figura 46.

Figura 46 - Sub atividade Preencher Protocolo

As atividades ligadas à definição da questão de pesquisa, pertencentes a sub

atividade Preencher Dados Relacionados à Definição do Estudo e Questão de

Pesquisa, incluem o preenchimento de informações de identificação do protocolo,

resumo do contexto da revisão, definição do objetivo do estudo e especificação de

questões de pesquisa. Para definição do objetivo do estudo, é adotado o paradigma

GQM (Goal Question Metric) (BASILI et al., 1994). Ainda neste sub diagrama, é

definido também o procedimento metodológico a ser empregado no estudo, podendo-se

optar por conduzir uma quasi Revisão Sistemática, Revisão Sistemática ou Meta

análise. Outro ponto importante neste sub diagrama está relacionado à definição da

estrutura PICO (Population, Intervention, Comparison e Outcome) para cada questão de

pesquisa formulada (incluindo questões secundárias). Esta definição será útil na

elaboração de strings de busca com base nos termos pertencentes à estrutura PICO. Por

questões de espaço, o sub diagrama Preencher Dados Relacionados à Definição do

Estudo e Questão de Pesquisa é exibido no Apêndice V.

A sub atividade Preencher Dados Relacionados à Seleção de Fontes de

Estudos (Figura 47) inclui a definição do procedimento e critérios para seleção das

bases de dados (eletrônicas e manuais). Uma vez que tenha se definido um conjunto

inicial de bases de dados, estas devem ser avaliadas segundo os critérios e

procedimentos definidos anteriormente. Em seguida, deve ser conduzida uma revisão da

aplicação dos critérios com intuito de verificar se alguma base de dados foi

indevidamente incluída no conjunto de bases selecionadas para aplicação das strings de

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busca definidas na sub atividade anterior. Por fim, a última atividade prevista neste

diagrama indica a elaboração de strings de busca adaptadas à sintaxe das bases de dados

eletrônicas selecionadas.

Figura 47 - Sub atividade Preencher Dados Relacionados à Seleção de Fontes de Estudos

A próxima sub atividade, Preencher Dados Relacionados à Seleção de

Estudos, prevê a definição dos critérios e procedimentos para inclusão e exclusão de

artigos que relatem estudos primários. Caso se julgue necessário, tais critérios e

procedimentos podem ser redefinidos. De forma semelhante, este sub diagrama inclui

também atividades de definição e revisão de critérios para avaliação de qualidade e

hierarquização dos estudos primários. Por fim, são consideradas atividades que tratam a

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definição dos dados a serem extraídos dos estudos primários. Devido ao tamanho do

diagrama correspondente a está sub atividade, este é exibido no Apêndice V.

Já a sub atividade Preencher Dados Relacionados à Sumarização dos

Resultados, ilustrada na Figura 48, inclui a especificação de tabelas para apresentação

dos resultados, a definição de procedimentos a serem adotados para análise de

sensibilidade, análise estatística e a plotagem de gráficos correspondentes aos resultados

obtidos com a execução da revisão.

Ao término do preenchimento do protocolo de revisão sistemática, inicia-se a

sub atividade Revisão do Protocolo (ver Figura 42). Nesta sub atividade, representada

pela Figura 49, destaca-se a importância de registrar o relatório de avaliação do

documento correspondente ao plano de forma a manter um histórico de possíveis

alterações no plano do estudo.

Após a aprovação do protocolo por parte do(s) revisor(es) alocados ao estudo,

executa-se a sub atividade Executar Piloto. Nesta sub atividade há uma preocupação

em verificar se as strings de busca elaboradas se mostram adequadas às necessidades do

estudo. Caso se identifique a necessidade de reelaborar as strings de busca, tais

modificações devem ser registradas para entendimento da evolução do plano do estudo.

Uma vez que as strings de busca estejam adequadas, parte-se para remoção de artigos

duplicados e aplicação dos procedimentos de inclusão/exclusão de artigos. Para

executar tais atividades, recomenda-se o uso de algum apoio ferramental. Neste

processo de avaliação dos artigos, destaca-se a importância de registro de possíveis

divergências e consenso entre os pesquisadores alocados às atividades de avaliação dos

artigos. O mesmo procedimento adotado para a inclusão/exclusão de artigos é

empregado também na avaliação de qualidade e hierarquização dos estudos primários

(caso necessário). Por fim, são aplicados os procedimentos de extração dos dados e

análise dos resultados obtidos. Quanto a análise dos resultados, esta também é

representada como sub atividade e permite a elaboração de tabelas para exibição dos

resultados obtidos, aplicação de métodos de análise estatística e plotagem de gráficos

(caso necessário), relato de possíveis ameaças ao estudo e escrita do relatório de

conclusão do estudo. Devido ao tamanho do sub diagrama Executar Piloto, este é

exibido no Apêndice V.

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Figura 48 - Sub atividade Preencher Dados relacionados a Sumarização dos Resultados

Figura 49 - Sub atividade Avaliar Protocolo

Uma vez que a execução piloto do protocolo tenha obtido resultados

satisfatórios, este é armazenado em forma de baseline e parte-se para real execução do

protocolo. A diferença entre a execução piloto do protocolo e a execução real é uma

questão de escala, de modo que as mesmas atividades previstas para execução do piloto

também são previstas no sub diagrama relativo à execução do protocolo. Em seguida, os

pesquisadores alocados como revisores avaliam os artefatos produzidos pela execução

do protocolo. Mais uma vez, destaca-se a importância do registro da avaliação para

entendimento de possíveis modificações na forma como o protocolo foi executado. Por

fim, as duas últimas atividades do guia de apoio ao PCRSL prevêem a análise dos

resultados obtidos com a execução do estudo (seguindo o mesmo procedimento adotado

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na execução piloto do protocolo) e o empacotamento de todos os artefatos produzidos

ao longo do planejamento e execução do estudo.

4.4 Inspeção dos Modelos Conceituais sobre Estudos Secundários e Guia de Apoio

A metodologia adotada para construção de ontologias, denominada Me-

thontology (FERNÁNDEZ et al., 1997), indica a elaboração de um documento que

contenha a descrição dos procedimentos e técnicas adotadas, os tipos de defeitos

identificados durante o processo de construção e as fontes de conhecimento adotadas

para avaliação dos modelos ontológicos. No entanto, ainda nota-se uma carência de

descrições mais detalhadas em como executar as atividades envolvidas nesta etapa.

Considerando a necessidade de avaliar os modelos conceituais e guia de apoio

constituintes do eSEE e a carência de detalhes em como proceder com as atividades de

revisão dos modelos, foi necessário elaborar uma estratégia que permitisse que a revisão

dos modelos fosse conduzida de maneira a garantir maiores níveis de corretude e

completude. Para isso, considerou-se a realização de inspeção nos artefatos produzidos.

Tendo como base o procedimento realizado por LOPES & TRAVASSOS (2009) para

inspeção dos modelos que descrevem estudos primários, a inspeção dos modelos que

descrevem estudos secundários foi realizada no contexto de uma disciplina de ESE,

onde nove alunos, dois de doutorado e sete de mestrado, obtiveram, durante um período

de três meses, contato com os principais tópicos de estudos primários e secundários.

Durante a disciplina, os alunos receberam como atividade, a elaboração e execução de

um protocolo de revisão sistemática na área de atributos de qualidade de casos de uso, o

que permitiu a esses alunos absorver os conceitos relacionados ao planejamento e

execução de estudos secundários. Além disso, imediatamente antes da atribuição das

atividades e artefatos para inspeção, realizou-se um treinamento, de modo a relembrar

os principais conceitos e as atividades ligadas ao PCRSL. Neste treinamento, abordou-

se também a arquitetura conceitual do ambiente eSEE, suas estruturas para

representação de conhecimento acerca de estudos primários e a motivação de expandir o

repositório de conhecimento do ambiente. Em seguida, foram apresentados os conceitos

que compõem a ontologia de estudos secundários e como estes foram organizados sob a

forma de sub ontologias. Após isto, os inspetores foram apresentados ao guia de apoio

ao PCRSL. Nesta etapa do treinamento, explicou-se o papel dos perfis de pesquisadores

envolvidos na condução do processo (coordenador, desenvolvedor, executor e revisor) e

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as principais atividades executadas por cada papel. Por fim, foi realizado um

treinamento sobre o uso de técnicas de inspeção e o procedimento para relato de

discrepâncias dos artefatos. Para auxiliar os inspetores na inspeção na identificação de

possíveis defeitos nos artefatos, foi disponibilizada uma série de referências

bibliográficas sobre revisões sistemáticas.

Para realizar as atividades de inspeção, os inspetores foram divididos em três

equipes (Earth, Wind e Fire), cada uma contendo três integrantes. Cada equipe ficou

responsável pela avaliação de dois artefatos, conforme exibe a Tabela 3: (i) ontologia de

estudos secundários; (ii) guia de apoio; (iii) documento contendo os requisitos para

construção da ferramenta de apoio ao planejamento e execução de revisões sistemáticas.

A escolha na distribuição dos artefatos foi feita de forma que cada artefato fosse

avaliado por duas equipes (6 inspetores). No entanto, apesar de os inspetores terem sido

divididos em equipes, com exceção da equipe Earth, estes realizaram as inspeções ad-

hoc individualmente.

Uma vez que a estrutura do eSEE foi evoluída por meio da inclusão da ontologia

de estudos secundários e o guia de apoio, identificou-se a oportunidade de construir

uma ferramenta que apóie o planejamento e execução de revisões sistemáticas. Com

base no estudo das limitações de ferramentas existentes, propôs-se um conjunto de

requisitos adicionais para construção de serviços de apoio ao PCRSL (SANTO &

TRAVASSOS, 2010). Estes requisitos foram propostos de modo a focar na etapa de

planejamento da revisão e estabelecer mecanismos de comunicação com ferramentas

existentes para apoiar a etapa de execução da revisão. Desta forma, os inspetores

também foram incumbidos de inspecionar o documento de requisitos com o intuito de

capturar novas idéias para construção da ferramenta bem como avaliar a corretude e

completude dos requisitos. Maiores detalhes sobre os requisitos e a avaliação dos

mesmos são abordados no Capítulo 5.

Para avaliação da ontologia, foi considerada a seguinte taxonomia de defeitos:

(i) omissão de conceitos; (ii) omissão de descrição de conceitos; (iii) descrição incorreta

de conceitos; (iv) relacionamento incorreto entre conceitos; e (v) omissão de ontolo-

gias/sub-ontologias. Para o guia de apoio, foi considerada a seguinte taxonomia: (i)

omissão de atividades; (ii) nome equivocado de atividade; (iii) seqüenciamento equivo-

cado de atividades; e (iv) atividades que não fazem parte do processo. Por fim, para

avaliação do documento de requisitos, utilizou-se a seguinte taxonomia de defeitos: (i)

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omissão – informação necessária não incluída; (ii) ambigüidade – informação

passível de ter múltiplas interpretações; (iii) inconsistência – informações conflitantes;

(iv) fato incorreto – informação que não é verdadeira para as condições especificadas;

e (v) informação estranha – informação desnecessária. Neste contexto, o termo

discrepância é utilizado para denominar os relatos feitos pelos inspetores, sendo que

uma discrepância pode se configurar como falso positivo ou defeito. Para o relato das

discrepâncias foram elaboradas planilhas eletrônicas, com o objetivo de padronizar os

relatos dos inspetores e facilitar a identificação de defeitos nos artefatos avaliados. Cada

planilha possuía espaço para descrição da discrepância identificada, espaço para

classificar a discrepância segundo as taxonomias descritas anteriormente, campo para

classificação da discrepância em leve/grave/catastrófica e espaço para indicação da(s)

referência(s) bibliográfica(s) utilizada(s) como subsídio para relato da discrepância.

Tabela 3 - Distribuição dos artefatos entre as equipes

Equipe Artefatos avaliados

Earth Guia de Apoio

Documento de Requisitos

Wind Ontologia

Documento de Requisitos

Fire Guia de Apoio

Ontologia

Tabela 4 - Discrepâncias e defeitos identificados na Ontologia de Estudos Secundários

Equipe Inspetor Omissão de

conceitos

Omissão de

descrição

de conceitos

Descrição

incorreta de

conceitos

Relacionamento

incorreto entre

conceitos

Omissão de

ontologias/sub-

ontologias

Outros

Wind

Inspetor 4 0 (0) 31 (31) 0 (0) 5 (2) 0 (0) 0 (0)

Inspetor 5 0 (0) 20 (20) 0 (0) 8 (6) 0 (0) 0 (0)

Inspetor 6 1 (1) 5 (5) 1 (0) 2 (2) 6 (0) 0 (0)

Fire

Inspetor 7 3 (2) 1 (1) 4 (4) 2 (1) 0 (0) 1 (1)

Inspetor 8 3 (1) 0 (0) 0 (0) 1 (1) 0 (0) 0 (0)

Inspetor 9 0 (0) 45 (45) 0 (0) 1 (1) 0 (0) 4 (0)

Tabela 5 - Discrepâncias e defeitos identificados no guia de apoio ao PCRSL

Equipe Inspetor Omissão de

atividade

Nome

equivocado de

atividade

Sequenciamento

equivocado entre

atividades

Atividades que

não fazem parte

do processo

Outros

Earth ------------ 8 (8) 2 (2) 16 (8) 0 (0) 0 (0)

Fire

Inspetor 7 1 (1) 1 (1) 5 (5) 1 (1) 0 (0)

Inspetor 8 5 (5) 0 (0) 1 (1) 0 (0) 0 (0)

Inspetor 9 1 (1) 3 (0) 0 (0) 0 (0) 6 (5)

Após o prazo de uma semana para realização das atividades de inspeção, foi

dado início à atividade de discriminação de defeitos. O número de discrepâncias e o

número de defeitos reportados pelos inspetores na Ontologia de Estudos Secundários e

no guia de apoio ao PCRSL são discriminados nas Tabelas 4 e 5 (os valores entre

parênteses correspondem ao número de defeitos em relação ao número de discrepâncias

por categoria). As discrepâncias relacionadas ao documento de requisitos para

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construção da ferramenta de apoio ao planejamento e execução de estudos secundários

serão abordadas no Capítulo 5. Em relação à analise da ontologia e do guia de apoio, a

primeira etapa da discriminação teve como objetivo a filtragem dos dados, com o intuito

de evitar que discrepâncias reportadas por mais de um pesquisador fossem

contabilizadas mais de uma vez. Após esta etapa, o procedimento para descarte de

discrepâncias se deu a partir da avaliação dos itens reportados em conjunto com um

especialista (doutor) em ESE.

Ao término da análise, foi identificado um total de 59 defeitos na ontologia de

estudos secundários (a distribuição dos defeitos entre as categorias é apresentada na

Tabela 6), 26 defeitos no guia de apoio e 9 defeitos no documento de requisitos. Os

defeitos encontrados na ontologia foram, em sua maioria, motivados pela omissão de

descrição de conceitos (45 defeitos). Ainda em relação a este tipo de defeito, o Inspetor

9 reportou cada defeito isoladamente, enquanto que o Inspetor 7 reportou as omissões

como um único defeito. Estes defeitos possuem baixo impacto e não ocasionam

mudanças na organização dos conceitos da ontologia. O único defeito classificado como

Outros considera que a propriedade descrição dos conceitos Questão Primária e

Questão Secundária deveria ser movido para o conceito Questão de Pesquisa, uma vez

que tal descrição é compartilhada por ambos os tipos de questões. Já em relação aos

defeitos considerados mais impactantes em termos de mudanças na organização de

conceitos, podemos citar aquele que identificou a omissão de conceitos e

relacionamento incorreto de conceitos que descrevem as hipóteses de uma questão de

pesquisa. Ao analisar a Figura 50.a, observa-se que, na organização antiga, não havia

conceitos que representassem hipóteses nulas e alternativas. Outro ponto de destaque é

o fato de o conceito Hipótese estar diretamente ligado ao conceito Objetivo de Pesquisa

por uma relação de composição, sendo que não há obrigatoriedade de existência de

hipóteses em uma RSL. Além disso, as propriedades que definem o objetivo de uma

questão de pesquisa sob o paradigma GQM (Goal, Question, Metric) (BASILI et al.,

1994) estavam sendo consideradas no conceito Objeto de Estudo. A análise dos

defeitos identificou que uma hipótese pode ser derivada a partir de diferentes questões

de pesquisa e não a partir do objetivo da pesquisa. Além disso, no contexto de uma

pesquisa científica, o conceito Questão de Pesquisa não está relacionado apenas ao

conceito Objetivo de Pesquisa, de modo que a nova ligação entre estes conceitos se dá

por um relacionamento de agregação. Por fim, foram incluídos os conceitos que

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descrevem hipóteses nula e alternativa e propriedades que organizam o objetivo de uma

questão de pesquisa sob o paradigma GQM, conforme ilustra a Figura 50.b. Para evitar

se alongar na descrição de todos os defeitos encontrados, as planilhas contendo as os

defeitos de cada artefato inspecionado são apresentadas no Apêndice VI.

Figura 50 - Comparação de modelos antes e após a inspeção da ontologia

Tabela 6 - Distribuição dos defeitos na ontologia

Sub ontologia/Tipo de Defeito

Descrição

Incorreta de

Conceitos

Omissão de

Conceitos

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Omissão

de

Ontologia

Relacionamento

Incorreto entre

Conceitos

Outros

Estrutura do Estudo 1 1 0 0 0 1

Extração de Dados 0 0 3 0 1 0

Formulação de Questão de

Pesquisa 0 2 4 0 3 0

Procedimento Metodológico 2 1 15 0 0 0

Protocolo de Revisão Sistemática 0 0 5 0 0 0

Seleção de Estudos 0 0 8 0 1 0

Seleção de Fonte de Estudos 0 0 4 0 1 0

Sumarização dos Resultados 0 0 6 0 1 0

Em relação ao guia de apoio, a maior parte dos defeitos encontrados

(apresentados na Tabela 7) se deu pelo sequenciamento incorreto de atividades (13

defeitos), sendo a maioria concentrada nos diagramas que representam a definição da

questão de pesquisa e a execução da revisão. Algumas atividades apresentavam

ausência de rótulos nas condições de desvios, de modo que estes defeitos foram

classificados como Outros. Os defeitos classificados como ausência de atividades se

relacionam a: (i) incluir notas no protocolo visando informar mudanças realizadas no

mesmo; (ii) incluir atividade que considera a avaliação da precisão das strings de busca

elaboradas; e (iii) dividir em duas a atividade que considera a necessidade de

implementar melhorias nos critérios de inclusão e exclusão (uma para critérios de

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inclusão e outra para critérios de exclusão). Um exemplo de defeito ocasionado pelo

seqüenciamento equivocado de atividades é ilustrado nas Figuras 51.a (antes da

inspeção) e 51.b (após a inspeção). Ao analisar as figuras, percebe-se que a definição de

hipóteses só pode ocorrer após a elaboração das questões de pesquisa que guiaram a

revisão. Por fim, os defeitos identificados nas inspeções foram devidamente corrigidos,

incorporando novos conceitos, propriedades e relacionamentos, o que contribuiu

significativamente para aprimorar a corretude e completude dos artefatos inspecionados.

Desta forma, os modelos disponibilizados na Web encontram-se devidamente corrigidos

e disponíveis à comunidade.

Figura 51 - Comparação entre versões do guia antes e depois da inspeção

Tabela 7 - Distribuição dos defeitos no guia de apoio ao PCRSL

Diagrama/Tipo de Defeito

Atividade

que Não Faz

Parte do

Processo

Nome

Equivocado

de

Atividade

Sequenciamento

Equivocado de

Atividade

Omissão

de

Atividade

Outros

Processo de Condução de Revisões Sistemáticas 1 0 1 0 0

Preencher Dados Relacionados a Definição e

Questão de Pesquisa 0 1 4 0 1

Preencher Dados Relacionados a Seleção de

Fonte de Estudos 0 0 1 0 1

Preencher Dados Relacionados a Seleção de

Estudos 0 0 1 1 0

Realizar Análise dos Resultados 0 1 1 0 0

Preencher Dados Relacionados a Sumarização

dos Resultados 0 0 1 1 1

Executar Revisão 0 0 4 4 1

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4.4.1 Experiências obtidas com a Aplicação do Método de Inspeção dos Modelos Conceituais e Guia de Apoio

Do ponto de vista de garantir maiores níveis de corretude e completude dos

modelos ontológicos e do guia de apoio, o procedimento de inspeção se mostrou

adequado ao objetivo inicial de qualidade. Além disso, a aplicação do procedimento

permitiu observar alguns pontos que podem, no futuro, facilitar o processo de

desenvolvimento de ontologias. Tais impressões foram capturadas por meio de

entrevistas informais com os inspetores após o término das atividades de inspeção.

Identificou-se que deve haver uma preocupação com o número de sub ontologias

presentes em um modelo de ontologia. Apesar da Ontologia de Estudos Secundários ter

sido dividida em vários sub modelos, visando facilitar a visualização dos mesmos, os

inspetores comentaram que um número excessivo de sub modelos exigia a constante

consulta aos demais modelos para o entendimento da ontologia como um todo. No

entanto, acredita-se que o elevado número de sub modelos esteja diretamente

relacionado à complexidade da ontologia, de modo que a diminuição do número de sub

modelos poderia afetar negativamente a expansão da ontologia e a compreensão dos

relacionamentos entre os conceitos. Outro fato observado foi que, por ter optado por

conduzir a inspeção em grupo, a equipe Earth reportou 26 discrepâncias no guia de

apoio, diferentemente dos inspetores 7, 8 e 9, que reportaram em média 8 discrepâncias

no artefato. No entanto, a equipe Earth apresentou também maior número de falsos

positivos (8 itens marcados como falso positivo), isto é, discrepâncias que não

correspondiam a defeitos reais. Este fato pode levar a consideração de que a realização

de atividades de inspeção em grupo tende a identificar um número maior de

discrepâncias. No entanto, esta é uma hipótese que deve ser posta sob prova.

Conforme mencionado anteriormente, a elaboração da Ontologia de Estudos

Secundários e do guia de apoio faz parte da iniciativa do desenvolvimento de uma

ferramenta que possa apoiar o PCRSL. Após o término das atividades de análise de

discrepâncias, iniciou-se o desenvolvimento da ferramenta. Durante esta etapa, foram

identificados novos defeitos na ontologia, o que indica que, mesmo os inspetores terem

tido contato durante 3 meses com os principais conceitos de estudos primários e

secundários, não foi possível identificar todos os defeitos existentes, de modo que os

modelos sofreram algumas evoluções ao longo do tempo. Na Figura 52.b, que

representa a versão final da sub ontologia Estudos Selecionados, foram incluídos novos

conceitos que descrevem o procedimento para resolução de divergência entre

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pesquisadores, critérios para hierarquização e as características qualitativas e

quantitativas de estudos primários. No entanto, a inclusão destes conceitos não foi

motivada a partir do reporte de defeitos por parte dos inspetores, ou seja, os inspetores

não conseguiram identificar a necessidade destes novos conceitos. Na Figura 52.a, é

possível observar a organização antiga (anterior ao procedimento de inspeção) da sub

ontologia. Já as demais diferenças entre as duas versões da sub ontologia foram

motivadas pela identificação de defeitos por parte dos inspetores.

Figura 52 - Comparação de versões da sub ontologia Estudos Selecionados

Dentre as ameaças ao procedimento de inspeção, podemos citar a falta de

experiência por parte dos inspetores a respeito de metodologias para construção de

ontologias e a possível ausência de critérios para classificação de discrepâncias. Neste

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sentido, o inspetor 9 teve dificuldade em classificar algumas das discrepâncias

identificadas na ontologia e no guia de apoio (que foram classificadas como Outros nas

Tabelas 4 e 5). Além disso, nenhum dos pesquisadores era especialista em RSL. Desta

forma, há a necessidade de refinar o procedimento de inspeção proposto. Para alcançar

este objetivo, pretende-se elaborar um questionário que vise capturar de forma mais

detalhada as impressões dos inspetores e identificar oportunidades de melhoria para o

procedimento de inspeção. Futuramente, planeja-se também realizar novas atividades de

inspeção dos modelos tendo como participantes especialistas em RSL.

4.5 Conclusão

Executar um estudo em ES requer uma série de cuidados, em especial a neces-

sidade de um rigoroso planejamento considerando amplamente os detalhes de escolha

das estratégias de estudo, ou como também são denominados os diferentes métodos

experimentais aplicáveis. Para evitar que a falta de tratamento desses cuidados ameace a

validade do estudo, pode-se pensar na disponibilização de mecanismos de representação

de conhecimento que contemplem os principais detalhes que compõem as diferentes

estratégias de estudos. Neste sentido, o ambiente eSEE disponibiliza um repositório de

conhecimento sobre experimentação em ES, composto por um dicionário de termos e

ontologias. Com o intuito de aumentar a cobertura desse repositório de conhecimento,

este capítulo apresentou uma iniciativa de agregação de conhecimento através da

elaboração de uma ontologia de estudos secundários e um guia de apoio ao PCRSL. A

construção dos modelos ontológicos e do guia de apoio baseou-se nas principais

literaturas que abordassem estudos secundários. Além disso, os artefatos construídos

foram inspecionados com intuito de garantir maiores níveis de corretude e completude.

Acredita-se que a disponibilização dos modelos ontológicos e do guia de apoio,

elaborados com um nível maior de detalhes em relação a trabalhos anteriores, possam

facilitar a aplicação de estudos secundários em Engenharia de Software. Assim, no

Capítulo 5, será apresentado o próximo passo dado na evolução do ambiente eSEE, que

se deu na direção de propor um conjunto de serviços de apoio ao planejamento,

execução e empacotamento de estudos secundários, tendo como base as limitações

identificadas nas tecnologias de apoio a estudos secundários existentes e as estruturas

para representação de conhecimento sobre revisões sistemáticas.

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72

5 Ferramenta de Apoio ao Planejamento de

Revisões Sistemáticas da Literatura

Neste capítulo, é apresentada a abordagem adotada para

construção de uma ferramenta de apoio ao planejamento de

revisões sistemáticas da literatura. Além da abordagem, são

apresentadas também algumas das funcionalidades oferecidas pela

ferramenta.

5.1 Introdução

A partir da identificação de limitações nas ferramentas de apoio ao planejamento

e execução de estudos secundários (ver Capítulo 3) e na evolução do repositório de

conhecimento de experimentação em Engenharia de Software, descritas no Capítulo 4,

foi possível propor um conjunto de requisitos adicionais para evolução do ambiente

eSEE, de modo a oferecer funcionalidades que apóiem o planejamento, execução e

empacotamento de RSL, tendo como foco, pesquisadores inexperientes nesta

abordagem. Assim, o segundo passo para a evolução do eSEE se deu na direção de

propor uma arquitetura conceitual e um conjunto de requisitos para guiar a construção

de uma ferramenta de apoio ao planejamento, execução e empacotamento de RSL. Para

garantir maiores níveis de corretude e completude, os requisitos foram inspecionados,

de modo que só após a consolidação destes é que partiu-se para a construção dos

serviços de apoio ao planejamento de RSL.

Este capítulo está organizado da seguinte forma: a Seção 5.2 apresenta a

abordagem proposta para organização dos serviços de apoio ao planejamento, execução

e empacotamento de RSL; na Seção 5.3, são apresentados os requisitos elicitados,

arquitetura e principais funcionalidades da ferramenta construída; por fim, a Seção 5.4

apresenta a conclusão do capítulo.

5.2 Abordagem Proposta

Além de servir como fonte de consulta para pesquisadores que desejem interar-

se sobre a terminologia do domínio de revisões sistemáticas, a Ontologia de Estudos

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Secundários e o guia de apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da

Literatura (PCRSL) também podem ser empregados como insumos para a construção de

um ambiente que apóie o planejamento e execução de revisões sistemáticas. Com isto,

pesquisadores em ES, principalmente aqueles inexperientes no planejamento deste tipo

de estudo, podem ser beneficiados. Conforme citado anteriormente (ver Capítulo 1), um

dos aspectos mais importantes do PCRSL é a definição do plano de estudo (através da

elaboração do protocolo de revisão sistemática). Durante o preenchimento do protocolo,

existem aspectos relacionados a tomadas de decisão que não podem ser negligenciados,

caso contrário o estudo terá alta probabilidade de ser inviabilizado. Para que isto não

ocorra, é importante que o pesquisador tenha conhecimento sobre todos os conceitos

envolvidos no processo. Desta forma, o repositório de conhecimento de experimentação

em ES poderia ser explorado no sentido de disponibilizar o conhecimento adequado ao

pesquisador para que este possa preencher o plano de estudo. Assim, uma ferramenta

responsável pelo planejamento de estudos secundários pode recuperar informações do

repositório e, através de uma sequência de questionamentos e opções de resposta, guiar

os pesquisadores na elaboração do plano que guiará o estudo. Embora a complexidade

do processo dificulte a automatização da elaboração do protocolo por completo,

acredita-se que geração deste parcialmente preenchido seja de grande utilidade. Com

isto, espera-se uma diminuição no tempo necessário para criação do plano de revisão

sistemática por parte de pesquisadores em ES.

Conforme mencionado no Capítulo 2, a estrutura conceitual do eSEE é dividida

em três camadas: (i) Meta-eSEE; (ii) eSEE Configurado; e (iii) eSEE. Na abordagem

proposta nesta dissertação, a primeira camada (Meta-eSEE) é evoluída por meio da

inclusão da Ontologia de Estudos Secundários no repositório de conhecimento de

experimentação em ES. Com isso, as demais camadas poderão utilizar a ontologia para

o planejamento e execução de estudos secundários. Em relação às camadas eSEE

Configurado e eSEE, estas são evoluídas através da construção de uma ferramenta

contendo dois componentes: componente de apoio ao planejamento e componente de

apoio a execução. A nova organização conceitual do eSEE, abrangendo a abordagem

proposta destacada por meio de um retângulo tracejado, é exibida na Figura 53,

enquanto que o relacionamento entre esses componentes e o processo é exibido na

Figura 54.

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Figura 53 - Estrutura Conceitual eSEE

Figura 54 - Componentes de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas

O componente de planejamento, que atua na camada eSEE Configurado,

funciona como um meta-ambiente configurável, sendo responsável por apoiar os

pesquisadores no preenchimento do protocolo da revisão sistemática e na instanciação

de ambientes de execução adequados para o protocolo descrito. Este componente

recebeu maior enfoque nesta dissertação, uma vez que a etapa do processo

planejamento é crítica para o sucesso da revisão e que, através de revisão informal da

literatura, observou-se a carência de apoio ferramental que apoiasse fortemente esta

etapa.

Tendo como base o repositório de conhecimento estruturado pelas ontologias, o

componente consulta o repositório para disponibilizar ao pesquisador conhecimento

sobre as principais características da revisão sistemática relacionadas as tomadas de

decisão na etapa planejamento. Assim, a partir do fornecimento de respostas pelo

pesquisador, o componente é capaz de disponibilizar um template do protocolo da

revisão sistemática parcialmente preenchido e gerar um arquivo de configuração

contendo informações de acordo com as decisões tomadas ao longo do planejamento do

protocolo. O arquivo de configuração pode então ser passado para o componente de

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execução, de modo que este componente irá fornecer apoio à execução da revisão

seguindo os procedimentos adotados durante o planejamento. Isto permite que os

componentes de planejamento e execução possam existir independentemente, de

maneira que estes se comuniquem apenas através do arquivo de configuração gerado

pelo componente de planejamento. No futuro, espera-se que os arquivos de

configuração criados pelo componente de planejamento possam ser utilizados como

insumos para alimentação do repositório de conhecimento de experimentação em ES,

conforme exibe a Figura 55, que ilustra o relacionamento entre o ambiente eSEE e o

Repositório de Conhecimento de Experimentação em ES.

Figura 55 - Versão estendida do repositório de conhecimento

Com o intuito de apoiar o preenchimento do protocolo da revisão sistemática, o

componente de planejamento provê serviços que permitem ao pesquisador identificar e

realizar modificações e controlar as diferentes versões do protocolo da revisão. Estes

serviços são necessários, pois, uma vez que o processo de elaboração do protocolo

ocorre de maneira evolutiva, é importante que tais modificações sejam identificadas e

registradas, visando entender as decisões tomadas ao longo do tempo de vida do proto-

colo da revisão sistemática. Por fim, também é fornecido apoio às atividades de revisão

do protocolo.

Embora faça parte da abordagem conceitual, devido à questões de tempo, o

componente de execução, não foi alvo de trabalho no escopo desta dissertação, de

modo que a construção deste componente se dará em uma etapa posterior. No entanto,

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houve uma preocupação em elicitar os requisitos que guiaram a construção do

componente de execução. Desta forma, este componente deverá conter um conjunto de

serviços que permitam aos pesquisadores executar a revisão sistemática de forma

cooperativa e distribuída. Para isto, deverão estar disponíveis serviços de comunicação

(mensagens, chats e fóruns), distribuição de artigos e o empacotamento dos artefatos

produzidos ao longo da execução de uma revisão. Para o desenvolvimento dos serviços

ligados ao componente de execução, pretende-se integrar tecnologias e/ou ferramentas

identificadas através de revisão de literatura que possam ser reaproveitadas e que não

afetem a arquitetura atual do eSEE.

Durante a revisão da literatura realizada para investigação de tecnologias que

apoiassem de alguma forma a condução de estudos secundários, observou-se que,

principalmente na área da medicina, os pesquisadores envolvidos na coleta e análise de

dados de estudos de interesse para a revisão utilizam um mecanismo de medição de

conformidade entre resultados de avaliações. O método utilizado é o Fleiss Kappa

(FLEISS, 1971), um método estatístico que considera um número fixo de participantes

atribuindo categorias a um conjunto de itens posto sob avaliação. Com base em uma

fórmula matemática, o método é capaz de gerar um valor k no intervalo -∞ < k ≤ 1, que

serve como indicador geral sob o nível de conformidade na aplicação de um processo de

classificação de itens. LANDIS & KOCH (1977) propõem um modelo de interpretação

do valor k, conforme exibe a Tabela 8. Assim, considerando o cenário onde vários

pesquisadores participam da etapa de avaliação de estudos, aplicando os critérios de

inclusão/exclusão (e também nos casos onde opta-se por aplicar critérios para avaliação

de qualidade), este método estatístico poderá apontar possíveis desvios na aplicação de

critérios definidos no planejamento da revisão sistemática, permitindo aos

pesquisadores definir procedimentos para resolução de divergências na avaliação dos

estudos considerados no contexto da revisão em execução. Assim, no momento em que

for construído o componente de apoio à execução, pretende-se oferecer algum tipo de

apoio a aplicação deste método.

Tabela 8 - Modelo de interpretação do método Fleiss Kappa

Valor k Interpretação

k < 0.0 Pobre

0.0 < k ≤ 0.2 Baixo

0.2 < k ≤ 0.4 Aceitável

0.4 < k ≤ 0.6 Moderado

0.6 < k ≤ 0.8 Substancial

0.8 < k ≤ 1.0 Quase perfeito

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A fim de organizar a distribuição de tarefas ligadas ao PCRSL, os componentes

de planejamento e execução classificam os pesquisadores em ES nos seguintes papéis:

(i) coordenador da revisão – responsável pela distribuição de tarefas e coordenação dos

demais pesquisadores; (ii) desenvolvedor do protocolo – responsável pelo planejamento

da revisão; (iii) executor do protocolo – responsável por executar o protocolo, de forma

a obter artigos que descrevam estudos primários, aplicar critérios de

inclusão/exclusão/avaliação de qualidade, extrair e analisar dados obtidos de estudos

primários; e (iv) revisor – responsável por auditar o protocolo e produtos produzidos a

partir da sua execução.

Para guiar a construção dos componentes de planejamento e execução, um

documento contendo um conjunto de requisitos funcionais foi elaborado, de maneira

que a independência entre os componentes de planejamento e execução permitiu que a

elicitação de requisitos para os componentes também se desse de forma independente.

Assim, o documento também foi inspecionado com o intuito de identificar defeitos e

possíveis novos requisitos a serem contemplados com base em sugestões feitas pelos

inspetores. A inspeção do documento ocorreu em conjunto com a inspeção da ontologia

e do guia de apoio, de modo que a inspeção do documento ficou a cargo das equipes

Earth e Wind, e os procedimentos adotados na inspeção dos requisitos foram os mesmos

aplicados aos modelos ontológicos e guia de apoio.

De forma semelhante a inspeção das ontologias e do guia de apoio (ver Capítulo

4), no contexto da inspeção do documento de requisitos, novamente, o termo

discrepância é utilizado para denominar os relatos feitos pelos inspetores, sendo que

uma discrepância pode se configurar como falso positivo ou defeito. No entanto, para

classificação das discrepâncias em relação aos requisitos, utilizou-se uma taxonomia

diferente da utilizada na inspeção dos modelos ontológicos e guia de apoio: (i) omissão

– informação necessária não incluída; (ii) ambigüidade – informação passível de ter

múltiplas interpretações; (iii) inconsistência – informações conflitantes; (iv) fato

incorreto – informação que não é verdadeira para as condições especificadas; e (v)

informação estranha – informação desnecessária. Após a análise das discrepâncias, foi

considerado um conjunto de 14 defeitos, conforme expressam as Tabelas 9 e 10. Na

Tabela 9, os valores entre parênteses correspondem ao número de defeitos em relação

ao número de discrepâncias por categoria, sendo que o primeiro valor contido nos

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parênteses corresponde ao número de defeitos identificados no componente de

planejamento e o segundo relativo ao componente de execução.

Tabela 9 - Distribuição de discrepâncias e defeitos relativas ao documento de requisitos

Equipe Inspetor Omissão Ambiguidade Inconsistência Fato incorreto Informação

estranha

Earth ------------ 7 (5, 2) 0 (0, 0) 0 (0, 0) 0 (0, 0) 1 (1, 0)

Wind

Inspetor 4 7 (5, 2) 0 (0, 0) 0 (0, 0) 1 (1, 0) 0 (0, 0)

Inspetor 5 4 (2, 2) 3 (2, 1) 0 (0, 0) 0 (0, 0) 1 (1, 0)

Inspetor 6 4 (2, 2) 4 (3, 1) 0 (0, 0) 0 (0, 0) 2 (2, 0)

Tabela 10 - Distribuição de defeitos no documento de requisitos por componente Componente/Tipo de

Defeito Omissão Ambiguidade Inconsistência Fato Incorreto

Informação

Estranha

Planejamento 4 4 0 1 1

Execução 2 2 0 0 0

Quanto aos defeitos do Componente de Planejamento, os da categoria Omissão

tratam a respeito de: (i) definição dos papéis dos usuários que atuam como coordenador,

desenvolvedor e revisor de protocolos de RSL; (ii) armazenamento do pesquisador

responsável e tempo gasto para realização de cada atividade; e (iii) definição do item

Comparison, da estrutura PICO, como obrigatório nos casos em que tenha-se optado

por conduzir uma Revisão Sistemática ao invés de uma quasi Revisão Sistemática. O

defeito considerado como Informação Estranha trata dois requisitos que estavam

duplicados e, por fim, os defeitos da categoria Ambiguidade tratam as funcionalidades

de comunicação entre pesquisadores, definição de um possível mecanismo de controle

de versão de artefatos, definição de conceitos que tratam a validade interna e externa do

estudo e definição de procedimentos para resolução de possíveis divergências entre

pesquisadores. A descrição final dos requisitos funcionais do componente de

planejamento é apresentada na Tabela 11.

Tabela 11 - Requisitos para o componente de planejamento

# Requisitos

RF01 O software deve permitir a classificação do estudo secundário em revisão sistemática ou quasi

revisão sistemática

RF02 Para os casos em que o estudo secundário for do tipo Revisão Sistemática, o preenchimento do

conceito Comparison, da estrutura PICO, deverá ser obrigatório

RF03 O software deve organizar os pesquisadores por perfil de uso (gerente da revisão – responsável

por atribuir tarefas aos pesquisadores; desenvolvedor do protocolo – responsável pelo

preenchimento do protocolo da revisão; e revisor – responsável pela avaliação e aprovação do

protocolo da revisão)

RF04 O software deve permitir que o desenvolvedor do protocolo especifique mecanismos de

resolução de divergência entre revisores na avaliação de artigos.

RF05 O software deve permitir o armazenamento de laudos de execução piloto do protocolo da revisão

sistemática

RF07 O software deve permitir ao desenvolvedor do protocolo a definição de um conjunto de critérios

que permita avaliar a validade interna (relacionamento tratamento-resultado), externa

(generalização do resultado), de construto (relação entre teoria e observação) e de conclusão

(análise estatística) da revisão

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RF08 O software deve permitir o armazenamento do pesquisador responsável por executar determinada

tarefa e o tempo gasto na atividade

RF09 O software deve oferecer a possibilidade de construir strings de busca a partir da estrutura PICO.

No entanto, o desenvolvedor do protocolo poderá modificar a string de busca gerada

RF10 O software deve ser capaz de exportar as informações do plano da revisão através de um

documento Word/RTF parcialmente preenchido ou XML.

RF11 O software deve permitir que o desenvolvedor do protocolo informe modificações no protocolo

da revisão (contendo justificativas de modificação), de forma que se possa manter um controle

sobre a evolução do protocolo

RF12 O software deve permitir a definição de procedimentos e critérios para inclusão/exclusão de

artigos que relatem estudos primários

RF13 O software deve permitir, caso seja necessário, a definição de procedimentos para avaliação de

qualidade de artigos relatando estudos primários

RF14 O software deve oferecer ao desenvolvedor do protocolo a escolha de critérios pré-definidos para

avaliação de qualidade de artigos relatando estudos (DARE). No entanto, o software deve

permitir que o desenvolvedor do protocolo defina novos critérios (podendo ser quantitativos e/ ou

qualitativos)

RF15 O software deve ser capaz de exibir textos de ajuda para a elaboração do protocolo de revisão

sistemática

RF16 O software deve prover mecanismos de comunicação entre os envolvidos na elaboração do

protocolo (desenvolvedor do protocolo e revisor) através de fórum de discussão e salas de chat

RF17 O software deve permitir a organização dos usuários por áreas de pesquisa

RF18 O software deve permitir que o desenvolvedor do protocolo possa definir os dados a serem

extraídos de cada artigo que relate estudos primários. Além disso, deve-se permitir também a

definição do procedimento a ser adotado para extração dos dados

RF19 O software deve permitir ao desenvolvedor do protocolo a definição de apoio ferramental a ser

empregado durante a execução do protocolo

RF20 O software deve permitir que o pesquisador que atue como revisor possa avaliar o plano de

revisão sistemática e emitir laudos de avaliação

RF21 O software deve empacotar os produtos criados durante a elaboração do plano de revisão

sistemática (protocolo, ontologia laudos de execução piloto e laudos de avaliação do revisor)

RF22 O software deve permitir que o objeto de estudo da revisão seja descrito a partir da abordagem

GQM (Goal Question Metric).

RF23 O software deve permitir que o desenvolvedor do protocolo defina critérios e procedimentos para

seleção de bases de dados

RF24 O software deve, caso seja possível/necessário, permitir ao desenvolvedor do protocolo a

definição de métodos estatísticos para análise de dados e execução de meta-análise

RF25 O software deve permitir o cadastro de referência de artigos de controle (estes possivelmente

serão utilizados como base para avaliação da sensibilidade de strings de busca)

RF26 O software deve permitir o cadastro de bases de dados a serem avaliadas e as bases selecionadas

para servir como fonte de estudos primários

RF27 O software deve permitir, caso seja possível/necessário, que critérios e procedimentos para

hierarquização de estudos primários sejam definidos

Em relação ao componente de execução, fora identificados quatro defeitos,

sendo dois relativos a Omissão e dois a Ambiguidade. Estes defeitos abordaram

questões como ausência de definição do papel do pesquisador que atua como executor

do protocolo, a especificação dos mecanismos de comunicação entre os pesquisadores, a

ausência do laudo de execução piloto do protocolo de revisão sistemática no pacote do

estudo e na definição do mecanismo de colaboração entre os pesquisadores. Assim, os

requisitos foram corrigidos e encontram-se disponíveis na Tabela 12. Entretanto,

conforme mencionado anteriormente, o foco maior desta dissertação se deu na

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especificação do componente de planejamento, de modo que no momento em que for

construído o componente de execução, deve-se realizar uma nova análise sob estes

requisitos.

Tabela 12 - Requisitos para construção do componente de execução

# Requisitos

RF01 O software deve organizar os pesquisadores por perfil de uso (gerente da revisão – responsável

por atribuir tarefas aos pesquisadores; executor do protocolo – responsável pela aplicação das

strings de buscas, avaliação dos artigos identificados, extração de dados e sumarização do

estudo; e revisor – responsável pela avaliação e aprovação do protocolo da revisão)

RF02 O software deve permitir que o desenvolvedor do protocolo defina uma estratégia de distribuição

de artigos entre executores do protocolo

RF03 O software deve ser capaz de importar documentos XML que representam as decisões tomadas

durante o planejamento de revisões sistemáticas

RF04 O software deve permitir que a execução do protocolo seja feita de forma colaborativa, de forma

que a avaliação de artigos (identificados após a aplicação das strings de busca) seja distribuída

entre os pesquisadores

RF05 O software deve prover mecanismos de comunicação entre os envolvidos na execução do

protocolo (executor do protocolo e revisor), através de fórum e chats

RF06 O software deve armazenar arquivos que contenham lista de referências bibliográficas

RF07 O software deve auxiliar a distribuição de artigos entre os pesquisadores que atuem como

executor do protocolo. Esta distribuição deve levar em conta a restrição de que um pesquisador

não possa avaliar um artigo de sua autoria

RF08 O software deve registrar o pesquisador responsável pela avaliação de um documento

RF09 O software deve armazenar os produtos produzidos pela execução do protocolo. A estrutura do

pacote da revisão é composta de: (i) arquivo contendo referências de artigos obtidos após

aplicação de strings de busca; (ii) arquivo contendo referências de artigos selecionados após

aplicação dos critérios de inclusão/exclusão; (iii) formulário contendo a pontuação dos artigos

com base nos critérios de avaliação de qualidade definidos no protocolo (requerido caso tenha se

optado por avaliar a qualidade de estudos primários); (iii) protocolo da revisão; (iv) laudos de

avaliação da execução da revisão, incluindo execuções piloto; (v) formulário contendo os dados

extraídos de cada estudo primário incluídos para análise; e (vi) relatório da execução da revisão.

Em virtude da ferramenta de apoio a ser utilizada durante a análise dos artigos, um ou mais

produtos podem estar agrupados em um único arquivo.

RF10 O software deve permitir que o pesquisador que atue como revisor possa avaliar os produtos

produzidos pela execução da revisão sistemática e emitir laudos de avaliação

RF11 O software deve ser capaz de avaliar a sensibilidade de uma string de busca

RF12 O software deve fornecer apoio à utilização do método estatístico Kappa, de modo a calcular o

índice de concordância entre os pesquisadores. Caso o índice seja inferior a 0.61, deve ser

emitido um aviso aos pesquisadores.

RF13 O software deve permitir a classificação de artigos com base em critérios de inclusão/exclusão e

critérios para avaliação de qualidade (caso tenha se optado por avaliar a qualidade dos estudos)

5.3 Arquitetura e Funcionalidades do Componente de Planejamento

Para construção do Componente de Planejamento foram utilizadas três

tecnologias: (i) joomla/Projectfork; (ii) jboss seam; e (iii) jbpm. Estas tecnologias

foram selecionadas por oferecerem a oportunidade de reaproveitar funcionalidades

previamente construídas, por apresentarem facilidade na construção de novas

funcionalidades e por apresentarem uma estrutura que permite construir funcionalidades

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sob uma abordagem de processos de negócio. Maiores detalhes a respeito do

funcionamento destas tecnologias estão disponíveis no Apêndice II desta dissertação.

Ao analisarmos as características do planejamento de uma revisão sistemática, é

possível tratá-la como um projeto, uma vez que o plano da revisão é exclusivo,

temporário, iterativo, executado por pessoas e possui recursos limitados (PMI, 2011).

Assim, identificou-se a oportunidade de uso do framework Joomla (JOOMLA, 2011)

em conjunto com o componente Projectfork (PROJECTFORK, 2011). Projectfork atua

como um sistema gerenciador de projetos, apoiando o planejamento e acompanhamento

de atividades atribuídas a projetos. Com isso, o coordenador da revisão pode contar com

funcionalidades que o auxiliem na distribuição e controle de atividades e comunicação

com os pesquisadores envolvidos na elaboração e revisão do protocolo de revisão

sistemática. No entanto, por não ser orientado a workflow, Joomla/Projectfork não é

suficientemente adequado para conduzir a elaboração do protocolo de revisão

sistemática com base no guia de apoio ao Processo de Condução de Revisões

Sistemáticas da Literatura (PCRSL) proposto por esta dissertação. Desta forma, foi

construída uma ferramenta com o intuito de superar esta limitação.

Visando direcionar os pesquisadores no planejamento da revisão sistemática e

disponibilizar o protocolo do estudo parcialmente preenchido, foi construída uma

ferramenta baseada em workflow, denominada Secondary Study Planner (SSPlan), de

forma que esta ferramenta possa executar uma instância do processo descrito pelo guia

de apoio ao PCRSL. Na construção da SSPlan foi adotado o framework Web JBoss

Seam (SEAM, 2011) e a tecnologia de workflow JBPM (Java Business Process

Management) (JBOSS, 2011a), que permite a modelagem de processos através de uma

linguagem gráfica e que também oferece mecanismos de integração com outras

ferramentas. No entanto, o apoio oferecido pela SSPlan é restrito à sub atividade

preencher protocolo do guia de apoio ao PCRSL (ver Capítulo 4). Desta forma, as

atividades descritas no guia que tratam a organização e comunicação dos pesquisadores

se dão pelo uso do Projectfork.

Com base no que foi comentado anteriormente, o fluxo do planejamento de uma

revisão sistemática se inicia pela organização dos participantes do estudo no

componente Projectfork. Após a organização dos pesquisadores responsáveis pelo

planejamento e revisão do protocolo, o coordenador responsável pelo estudo define e

atribui as atividades entre os pesquisadores. Ressalta-se que neste ponto, as atividades

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definidas pelo coordenador podem não estar necessariamente relacionadas àquelas

definidas no guia de apoio ao PCRSL, de forma que possam ser consideradas atividades

de suporte ao planejamento (e.g. criação de contas de acesso a ferramentas de busca). Já

as atividades de comunicação entre os envolvidos no planejamento do estudo são

apoiadas pelos componentes de chat e fórum disponibilizados pelo Joomla. Para apoiar

as atividades de elaboração do protocolo de revisão sistemática foi feita uma

modificação no componente Projectfork, de modo que este componente disponibiliza

um hiperlink de acesso a ferramenta SSPlan contendo informações necessárias para

identificação do projeto de revisão sistemática e do pesquisador que esteja utilizando o

Projectfork, conforme ilustra a Figura 56.

Figura 56 - Mecanismo de integração entre Joomla/Projectfork e SSPlan

Com base nos dados enviados pelo Projectfork, SSPlan pode localizar a

instância do processo de preenchimento de protocolo de revisão sistemática associada

ao projeto de revisão. Assim, a ferramenta consulta o processo instanciado e, com base

no mapeamento entre as atividades do guia e os conceitos da ontologia (ver Capítulo 4),

instancia os conceitos da ontologia de revisão sistemática necessários para

contemplação da atividade em execução. Com base nos conceitos associados a cada

atividade do processo, SSPlan apresenta páginas HTML contendo os campos

necessários para o preenchimento do plano da revisão. A partir das decisões tomadas e

das respostas fornecidas, a ferramenta disponibiliza o documento correspondente ao

template do plano da revisão parcialmente preenchido e o arquivo de configuração

contendo as decisões tomadas ao longo do planejamento, conforme ilustra a Figura 57.

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Figura 57 - Uso do JBPM para apoiar a geração do plano da revisão sistemática

A organização dos pacotes que compõem SSPlan é exibida na Figura 58. Nesta

figura, observa-se que a ferramenta foi construída utilizando o padrão MVC (Model,

View, Control). Ao criar uma instância de processo, a ferramenta consulta o diagrama

que descreve o processo de planejamento (escrito na linguagem jPDL) com o intuito de

descobrir em que tarefa o processo se encontra. Em seguida, o fluxo de execução da

aplicação é repassado para as classes de controle. Para cada tarefa contida no arquivo

jPDL, há um controlador responsável pela instanciação dos conceitos da ontologia e

exibição de páginas XHTML. Em sua grande maioria, há uma página XHTML para

cada conceito da ontologia que retrate o template de protocolo de RSL. Isso permite que

cada página possa oferecer funcionalidades específicas que auxiliem o pesquisador a

preencher determinada seção do template. No entanto, em casos de manutenções na

ontologia, é necessário também atualizar as páginas XHTML correspondentes.

Ao acessar a ferramenta, é possível visualizar dois agrupamentos de tarefas,

conforme exibem as Figuras 59 e 60. No primeiro agrupamento (Figura 59), são listadas

as tarefas já executadas no contexto da instância do processo e as tarefas possíveis de

serem executadas. Note que as tarefas já executadas são destacadas por um ícone que

indica sua conclusão. Além disso, para cada tarefa concluída é possível também

visualizar o conteúdo das informações preenchidas no contexto da tarefa. Ainda no

primeiro agrupamento de tarefas, é possível observar as tarefas possíveis de serem

executadas e que não foram atribuídas ao perfil de um pesquisador (destacadas pelo

ícone +). Desta forma, para que uma tarefa possa ser executada, ela deve ser atribuída

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antes ao pesquisador que esteja utilizando a ferramenta. Uma vez que uma tarefa tenha

sido atribuída ao perfil de um pesquisador, este pode optar por preencher as informações

associadas a atividade em questão ou devolver a atividade ao agrupamento de tarefas

possíveis de serem executadas, de modo a permitir que outros pesquisadores possam

atribuir a tarefa a seus perfis, conforme ilustra a Figura 60.

Figura 58 - Estrutura interna da SSPlan

Figura 59 - Listagem de tarefas executadas na SSPlan

Figura 60 - Listagem de tarefas associadas ao perfil de um pesquisador

Ao optar por preencher as informações associadas a uma tarefa, o pesquisador

visualiza os campos correspondentes aos conceitos da Ontologia de Estudos

Secundários associados à atividade em questão em conjunto com um texto de ajuda ao

preenchimento dos conceitos, como mostra a Figura 61. Ao término do preenchimento

das informações, SSPlan encerra a tarefa atual e avança no processo descrito pelo guia

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de apoio, de modo a disponibilizar a próxima tarefa prevista no agrupamento de tarefas

possíveis de serem associadas ao perfil de um pesquisador.

Figura 61 - Preenchimento de conceitos da Ontologia de Estudos Secundários

Outro tipo de tarefa que a SSPlan disponibiliza ao pesquisador durante o

planejamento do estudo secundário está relacionada à tomada de decisão. No exemplo

ilustrado pela Figura 62.a, o pesquisador deve optar por qual procedimento

metodológico de pesquisa a ser adotado. Ao optar por uma das opções e concluir a

tarefa, SSPlan verifica em qual fluxo do processo deve-se prosseguir e disponibiliza

novas tarefas para serem executadas. Neste exemplo, observa-se no diagrama do

processo descrito na linguagem jPDL (Figura 63) que a escolha por uma revisão

sistemática disponibiliza um conjunto de tarefas que não seriam apresentadas ao

pesquisador, caso este optasse pela opção quasi revisão sistemática. Já no caso em que

o pesquisador optasse pela opção Revisão Sistemática, a próxima tarefa a ser

disponibilizada permitiria que este escolhesse por contemplar Meta-análise, conforme

ilustra a Figura 62.b.

Figura 62 - Tarefa que representa uma tomada de decisão

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Figura 63 - Diagrama jPDL do processo de preenchimento do protocolo de RSL

Dentre as tarefas previstas pela SSPlan para preenchimento do protocolo de

RSL, destacam-se as tarefas de que contemplam o preenchimento das seções Artigos de

Controle, Estrutura da Questão de Pesquisa e Elaboração da String de Busca. Na

atividade que contempla os artigos de controle, a SSPlan permite que, para cada questão

de pesquisa contemplada pela revisão, o pesquisador associe o arquivo Bibtex que

contém a descrição dos artigos de controle. Com base nos conteúdos do arquivo Bibtex

(que incluem nome do artigo, abstract etc.), a SSPlan utiliza a API (Application

Program Interface) Lucene (APACHE, 2011) para identificação de possíveis termos

para compor a lista de keywords que irão estruturar as strings de busca a serem

aplicadas nas bases de dados de artigos científicos. Na escolha dos termos que servirão

como sugestão, SSPlan utiliza a API Lucene para indexar os títulos e os abstracts dos

artigos contidos no arquivo Bibtex e utiliza um algoritmo da API Lucene que identifica

termos considerados estatisticamente relevantes, tendo a preocupação em evitar que

termos comuns (conhecidos também como stop words) que compõem a descrição dos

títulos e abstracts sejam sugeridos como itens relevantes.

Na atividade que contempla a estruturação da questão de pesquisa, a SSPlan

permite que o pesquisador defina os itens que irão compor a estrutura PICO

(Population, Invervention, Comparison, Outcome). Na Figura 64, observam-se os links

que permitem o preenchimento da estrutura. No exemplo da Figura 64, o pesquisador

optou por realizar uma Quasi Revisão Sistemática, de modo que a ferramenta não exibe

um link que permita que a estrutura Comparison seja preenchida. Ao clicar nos links, é

exibida uma janela que solicita a descrição do item a ser preenchido (no exemplo da

figura, solicita-se o preenchimento da definição da população) e o conjunto de keywords

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que compõem a estrutura, agrupadas por itens considerados como sinônimos (Figura

65).

Figura 64 - Preenchimento da estrutura PICO

Figura 65 - Prenchimento da estrutura Population

Uma vez que se tenha definido os artigos de controle e a estrutura da questão de

pesquisa, a SSPlan sugere ao pesquisador uma string de busca construída através da

permutação das keywords definidas na tarefa que define a estrutura PICO.

Externamente, os termos constituintes de cada item da estrutura são combinados por

meio do operador AND (conjunto de termos Population AND conjunto de termos

Intervention AND conjunto de termos Comparison AND conjunto de termos Outcome),

enquanto que os termos sinônimos pertencentes a cada item da estrutura são

combinados por meio do operador OR. No exemplo da Figura 66, a estrutura

Population possui dois sub conjuntos de termos sinônimos (sendo o sub conjunto 1

composto por keyword1, keyword 2 e keyword 3 e o sub conjunto 2 composto por

keyword 4 e keyword 5). Assim, o conjunto de termos do item Population é constituído

por: keyword 1 keyword 4 OR keyword 1 keyword 5 OR keyword 2 keyword 4 OR

keyword 2 keyword 5 OR keyword 3 keyword 4 OR keyword 3 keyword 5. O mesmo

procedimento se aplica para cada item da estrutura PICO. Além disso, caso o

pesquisador tenha optado por considerar a utilização de artigos de controle, a SSPlan

sugere também possíveis termos a serem incluídos na elaboração da string de busca,

conforme ilustra a Figura 66.

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Figura 66 - Preenchimento da string de busca

Ao término das tarefas previstas pela SSPlan, a ferramenta disponibiliza ao

pesquisador links para o download do documento correspondente ao template de

protocolo de RSL contendo as informações fornecidas ao longo da elaboração do

protocolo e um arquivo XML contendo todas as decisões tomadas ao longo do

preenchimento do protocolo (Figura 67). Por fim, SSPlan permite também visualizar

todos os artefatos gerados para cada instância de processo de revisão sistemática

executada pela SSPlan (Figura 68).

Figura 67 - Download dos artefatos da revisão na SSPlan

Figura 68 - Listagem de estudos executados na SSPlan

5.4 Conclusão

Por meio da construção de uma ferramenta de apoio ao planejamento de revisões

sistemáticas, espera-se facilitar a condução do PCRSL por parte de pesquisadores em

ES, principalmente aqueles com pouca experiência nesta abordagem. Além disso, será

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possível conduzir o processo de forma mais transparente, ou seja, todos os envolvidos

poderão ter acesso às informações relacionadas às atividades existentes no processo e o

acesso às informações geradas pelos envolvidos no planejamento da revisão. Com o

intuito de verificar a contribuição feita pela construção do componente de planejamento,

o próximo capítulo apresenta os resultados da aplicação de um plano de avaliação da

ferramenta SSPlan. Os resultados obtidos com a execução do plano foram úteis para

evolução da ferramenta, de modo a disponibilizar novas funcionalidades de apoio ao

planejamento de RSL.

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6 Estudo de Avaliação de Utilidade e Facilidade

de Uso da SSPlan

Esse capítulo apresenta o procedimento adotado para avaliação da

ferramenta SSPlan quanto a utilidade e facilidade de uso e discute

os resultados obtidos pela avaliação

6.1 Introdução

O Capítulo 5 abordou uma proposta para evolução do ambiente eSEE por meio

da construção de uma ferramenta denominada SSPlan (Secondary Study Planner), que

oferece um conjunto de serviços de apoio ao planejamento de RSL, com foco em

pesquisadores inexperientes nesta abordagem. Para isso, a ferramenta direciona o

preenchimento do protocolo de estudo secundário por meio de um guia de apoio ao

Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura (PCRSL) e uma

Ontologia de Estudos Secundários. Ao completar o guia de apoio, a SSPlan

disponibiliza um template de protocolo de estudo secundário parcialmente preenchido e

um arquivo de configuração contendo as decisões tomadas ao longo do planejamento.

Como passo posterior a construção da SSPlan, partiu-se para a elaboração de um

modelo que permitisse avaliar a utilidade e a facilidade de uso da ferramenta. Desta

forma, o objetivo deste capítulo é abordar o procedimento adotado para avaliação do

conjunto de serviços oferecidos pela SSPlan (Seção 6.2) bem como apresentar e discutir

os resultados oriundos da aplicação do procedimento (Seção 6.3).

6.2 Modelo para Avaliação da SSPlan

O modelo de avaliação da contribuição oferecida pela SSPlan consiste em uma

adaptação do modelo descrito em HERNANDES et al. (2010), que por sua vez utilizou

o modelo TAM (Technology Acceptance Model) (DAVIS, 1993), o qual procura

determinar os aspectos de utilidade e facilidade de uso de tecnologias. Para isso, TAM

se baseia em dois conceitos: (i) percepção sobre utilidade (PE – perceived usefullness) –

mede o quanto o usuário acredita que usando uma determinada tecnologia ele possa

melhorar seu desempenho; (ii) percepção sobre facilidade de uso (PEU – perceived ease

of use) – mede o quanto o indivíduo acredita que usando determinada tecnologia ele

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possa ficar livre de esforço físico ou mental. Na Figura 69, observa-se o modelo

adaptado adotado no presente estudo, com base no paradigma goal/question/metric

(GQM) (BASILI et al., 1994). A definição dos objetivos (goals) do modelo são

descritas pelas Tabelas 13 e 14.

Figura 69 - Uso do paradigma GQM para avaliação de tecnologia

Tabela 13- Objetivo G1

Analisar A ferramenta SSPlan

Com o propósito de Caracterizar

Com respeito a Facilidade de uso

No contexto de Um Planejamento de RSL

Sob o ponto de vista de Pesquisadores de ES realizando o planejamento de RSL

Tabela 14 - Objetivo G2

Analisar A ferramenta SSPlan

Com o propósito de Caracterizar

Com respeito a Utilidade da ferramenta

No contexto de Um Planejamento de RSL

Sob o ponto de vista de Pesquisadores de ES realizando o planejamento de RSL

Observa-se na Figura 69 que há 7 questões (Q1 à Q7) associadas aos objetivos

G1 e G2 do modelo GQM. Tais questões foram elaboradas visando capturar as

dimensões de utilidade e facilidade de uso da SSPlan, conforme descreve a Tabela 15.

Para fornecer as respostas a cada questão, adotou-se um conjunto de atributos

organizados sob uma escala ordinal, conforme descreve a Tabela 16 (os valores são

apresentados em ordem decrescente de valor). Além disso, para cada questão,

disponibilizou-se um campo textual para que os participantes pudessem fazer

comentários sobre a motivação da resposta fornecida.

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Tabela 15 - Questões para avaliação da SSPlan

Questões Descrição Dimensão

Q1 Foi fácil aprender a utilizar a SSPlan Facilidade de Uso

Q2 Consegui utilizar a SSPlan da forma que eu queria Facilidade de Uso

Q3 Entendi o que acontecia na minha interação com a

SSPlan Facilidade de Uso

Q4 Foi fácil lembrar como planejar uma revisão

sistemática com o uso da SSPlan

Facilidade de Uso

Utilidade

Q5 Considero SSPlan útil para realizar o planejamento

de protocolos de revisão sistemática Utilidade

Q6

A SSPlan permite realizar o planejamento do

protocolo da revisão sistemática em conformidade

com o processo definido no guia de apoio

Utilidade

Q7

O uso da SSPlan permite melhorar o desempenho do

pesquisador durante o planejamento do protocolo da

revisão sistemática

Utilidade

Tabela 16 - Ordenação decrescente das respostas possíveis para as questões do estudo

Concordo Totalmente

Concordo Amplamente

Concordo Parcialmente

Discordo Parcialmente

Discordo Amplamente

Discordo Totalmente

Finalmente, para cada questão considerada no estudo, há um conjunto de

métricas que se relacionam com as questões definidas anteriormente, conforme descreve

a Tabela 17.

Tabela 17 - Métricas para avaliação da SSPlan

Métrica Descrição

M1 Número de pessoas que escolheram “Concordo totalmente”

M2 Número de pessoas que escolheram “Concordo amplamente”

M3 Número de pessoas que escolheram “Concordo parcialmente”

M4 Número de pessoas que escolheram “Discordo totalmente”

M5 Número de pessoas que escolheram “Discordo amplamente”

M6 Número de pessoas que escolheram “Discordo parcialmente”

Para computar o valor final de cada questão presente no modelo, levou-se em

conta os valores contabilizados para as métricas do estudo, de forma a seguir a

configuração descrita pela Tabela 18.

Uma vez que cada questão tenha sido computada, parte-se para o modelo de

interpretação a respeito da facilidade de uso e utilidade da SSPlan. Devido ao elevado

número de combinações possíveis para a configuração de cada resposta, optou-se por

separar o modelo de interpretação da facilidade de uso e utilidade. Desta forma, são

considerados os conceitos atribuídos a cada questão do modelo GQM, com base na

configuração descrita pelas Tabelas 19 e 20.

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93

Tabela 18 - Configuração do valor atribuído a cada questão do modelo GQM

Configuração das métricas Conceito atribuído

M1 > M2 + M3

M4, M5, M6 = 0 Concordo Totalmente (CT)

M1 ≤ M2 + M3

M2 > M3

M4, M5 = 0

M6 < M3

Concordo Amplamente (CA)

M1 ≤ M2 + M3

M2 ≤ M3

M4 = 0

M6 < M3

M6 > M5

Concordo Parcialmente (CP)

M1, M2, M3 = 0

M4 > M5 + M6 Discordo Totalmente (DT)

M1, M2 = 0

M4 ≤ M5 + M6

M5 > M6

M6 > M3

Discordo Amplamente (DA)

M1 = 0

M4 ≤ M5 + M6

M5 ≤ M6

M6 > M3

M3 > M2

Discordo Parcialmente (DP)

Tabela 19 - Modelo de interpretação da facilidade de uso da SSPlan

Configuração Interpretação

Q1, Q2, Q3, e Q4 = CT

SSPlan é fácil de ser utilizada, não sendo necessário implementar melhorias

na ferramenta quanto a aspectos de usabilidade, de modo que pode ser

empregada imediatamente no apoio ao planejamento de estudos secundários.

Q1, Q2, Q3 e Q4 = CA, CP ou DP SSPlan é fácil de ser utilizada. No entanto, os pesquisadores identificaram

oportunidades de melhorias quanto à facilidade de uso. Assim, depois de

implementadas melhorias na ferramenta, um novo estudo deve ser realizado.

Q1, Q2, Q3 e Q4 = DT ou DA SSPlan não possui facilidade de uso. Desta forma, o projeto de usabilidade da

ferramenta deve ser revisto, baseando-se em heurísticas de usabilidade

descritas na literatura técnica e nos comentários realizados pelos participantes

do estudo. Após o tratamento das limitações identificadas, um novo estudo

deve ser realizado com o intuito de verificar o efeito das melhorias

implementadas.

Tabela 20 - Modelo de interpretação da utilidade da SSPlan

Configuração Interpretação

Q4, Q5, Q6 e Q7 = CT

SSPlan é de grande utilidade para o planejamento de estudos secundários, não

sendo necessário implementar melhorias na ferramenta quanto a aspectos de

utilidade, de modo que pode ser empregada imediatamente no apoio ao

planejamento de estudos secundários.

Q4, Q5, Q6 e Q7 = CA, CP ou DP SSPlan é útil para o planejamento de estudos secundários. No entanto, os

pesquisadores identificaram oportunidades de melhorias quanto à utilidade da

ferramenta. Assim, depois de implementadas melhorias na ferramenta, um

novo estudo deve ser realizado.

Q4, Q5, Q6 e Q7 = DT ou DA SSPlan não é de grande utilidade para o planejamento de RSL. Desta forma,

o conjunto de requisitos que regem o desenvolvimento da ferramenta deve ser

revisto, de forma a identificar funcionalidades que possam prover maior

utilidade para o planejamento de estudos secundários. Após o tratamento das

limitações identificadas, um novo estudo deve ser realizado com o intuito de

verificar o efeito das melhorias implementadas.

Para execução do estudo de avaliação da SSPlan, contou-se com a participação

de 11 alunos de pós-graduação (1 doutorando e 10 mestrandos) da disciplina

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Engenharia de Software Experimental II, ministrada na COPPE/UFRJ. Após o

treinamento dos participantes do estudo nas funcionalidades básicas da ferramenta, estes

foram organizados em equipes (conforme descreve a Tabela 21) e incumbidos de

aprimorar um protocolo de revisão sistemática cujo tema aborda características de

qualidade para especificação de casos de uso. Para que os participantes pudessem

avaliar a ferramenta, foi disponibilizada uma planilha eletrônica, conforme ilustra a

Figura 70.

Tabela 21 - Organização dos participantes do estudo

Equipe Apelido do Participante

Grupo 1 Participante A

Participante B

Grupo 2 Participante C

Participante D

Grupo 3

Participante E

Participante F

Participante G

Grupo 4 Participante H

Participante I

Grupo 5 Participante J

Participante K

Figura 70 - Formulário de avaliação da SSPlan

6.3 Resultados da Avaliação da SSPlan

Após a entrega dos formulários de avaliação da SSPlan pelos participantes do

estudo (disponíveis no Apêndice VII desta dissertação), foi dado início à etapa de

avaliação das respostas fornecidas. A primeira etapa consistiu no agrupamento das

respostas nas possíveis categorias propostas na etapa de planejamento do estudo. Tais

resultados são apresentados na Tabela 22. Em seguida, para cada questão, aplicou-se o

modelo de configuração descrito nas Tabelas 18 e 19.

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Tabela 22 - Quantitativo de respostas fornecidas pelos pesquisadores

Uma vez que o número de combinações possíveis para atribuição de uma

resposta a uma dada pergunta é consideravelmente alto, optou-se por tratar apenas os

casos mais prováveis de ocorrência. No entanto, ao tentar categorizar o cenário descrito

pela Tabela 22 nas possíveis configurações descritas pela Tabela 18, observou-se que a

existência de algumas respostas do tipo Discordo Amplamente e Discordo Totalmente

faz com que este cenário não se encaixe com exatidão nas configurações descritas pela

Tabela 18. Entretanto, de uma maneira geral, observa-se uma tendência de concordância

com as questões propostas para avaliação da SSPlan. Assim, optou-se por realizar uma

análise mais ampla, considerando o percentual de respostas do tipo Concordo e

Discordo. Desta forma os resultados atribuídos a cada questão são apresentados na

Tabela 23. Por fim, tendo em mãos as respostas atribuídas a cada pergunta do estudo,

pode-se aplicar o modelo descrito pelas Tabelas 19 e 20, de modo que a interpretação

obtida nos diz que a SSPlan possui utilidade e facilidade de uso para o planejamento de

protocolos de revisão sistemática mas tendo necessidade de implementar melhorias para

tornar o uso da ferramenta plenamente satisfatório.

Tabela 23 - Percentual de respotas para cada pergunta do estudo de avaliação da SSPlan

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Tabela 24 - Classificação das limitações identificadas na SSPlan

Outra análise realizada a partir das respostas fornecidas pelos participantes do

estudo se deu na direção de organizar as principais críticas realizadas em categorias, de

modo a facilitar o entendimento destas críticas e também propor soluções que amenizem

ou solucionem as limitações identificadas. Na Tabela 24, é possível observar alguns dos

comentários realizados pelos participantes do estudo, bem como a categoria na qual tal

comentário se encaixa. De uma maneira geral, as principais críticas realizadas pelos

pesquisadores estão relacionadas à dificuldade de editar seções do protocolo

previamente preenchidas e na quantidade de informações prestadas pela ferramenta que

esclareçam como cada seção do protocolo deve ser preenchida.

A limitação de edição de seções do protocolo foi solucionada. Na Figura 71,

observa-se a existência de um ícone que permite a edição de seções já preenchidas. No

entanto, esta funcionalidade não permite repetir tomadas de decisão, somente editar o

conteúdo de seções que já tenham sido preenchidas anteriormente. Isto se deve a uma

característica da tecnologia JBPM, que não permite executar tarefas já concluídas. Para

entender melhor tal situação, considere um exemplo onde um pesquisador ao utilizar a

ferramenta tenha decidido inicialmente por não considerar critérios para avaliação de

qualidade de artigos que descrevam estudos primários. Assim, a ferramenta não oferece

a possibilidade de reconsiderar a tomada de decisão de incluir tais critérios e então

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preenchê-los. Já no caso em se tenha, desde o início, decidido considerar tais critérios, é

possível voltar atrás e editar tais critérios. Além disso, a funcionalidade de edição de

seções do protocolo só está disponível enquanto não for gerado o documento final que

representa o template do protocolo, ou seja, uma vez que o processo tenha sido

concluído, não é mais possível editar o protocolo a partir da ferramenta, somente

manualmente a partir de um processador de texto.

Figura 71 - Funcionalidade de edição de tarefas e informações sobre as seções do protocolo

Para solucionar a limitação relacionada à quantidade de informações prestadas

pela ferramenta para preenchimento das seções do protocolo, desenvolveu-se uma

funcionalidade que exibe, para cada atividade considerada pela ferramenta, os conceitos

da Ontologia de Estudos Secundários (contendo a descrição formal dos conceitos) e a

atividade do Guia de Apoio ao PCRSL associados à atividade em questão. Ainda na

Figura 71, observa-se a existência de um ícone que permite exibir maiores informações

sobre uma determinada atividade. Uma vez que o pesquisador clique no link, uma nova

janela é apresentada ao usuário contendo um recorte da Ontologia de Estudos

Secundários e um recorte do guia de apoio (Figura 72). Por questões de tempo, não foi

possível ainda tratar as demais críticas realizadas pelos participantes do estudo de

avaliação da SSPlan.

Figura 72 - Tela de informações para preenchimento de seções do protocolo de RSL

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98

6.4 Conclusão

Este capítulo apresentou um procedimento para avaliação da ferramenta SSPlan

quanto aos aspectos de utilidade e facilidade de uso. Os resultados obtidos indicam que

a ferramenta desenvolvida é fácil de usar e útil para o planejamento de revisões

sistemáticas. Além disso, algumas das limitações identificadas pelos participantes do

estudo foram solucionadas por meio do desenvolvimento de novas funcionalidades. No

entanto, entende-se que a ferramenta necessita ser evoluída para atender

satisfatoriamente as necessidades de pesquisadores em ES. Uma vez que novas

funcionalidades sejam implementadas, um novo estudo deverá ser realizado com o

intuito de verificar o efeito das melhorias desenvolvidas.

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7 Conclusão

Esse capítulo apresenta as principais conclusões, contribuições,

limitações e perspectivas de trabalhos futuros

7.1 Conclusões

Nesta dissertação realizou-se um estudo sobre tecnologias de apoio à condução

de Revisões Sistemáticas da Literatura (RSL). O estudo identificou que o emprego de

RSL em ES tem evoluído nos últimos anos (SILVA et al., 2011). No entanto, observou-

se também que existem desafios a serem perseguidos no sentido de auxiliar

pesquisadores em ES na condução da revisão, principalmente aqueles que possuem

menos experiência neste tipo de abordagem de pesquisa. Assim, este trabalho

apresentou uma proposta para evolução do ambiente de apoio à experimentação em ES

denominado eSEE de modo a contemplar serviços de apoio ao planejamento, execução

e empacotamento de RSL.

Para atingir o objetivo proposto, a metodologia adotada considerou evoluir o

Repositório de Conhecimento sobre Experimentação em Engenharia de Software (ver

Capítulo 2), contemplando estruturas para representação de conhecimento acerca de

estudos secundários e elaborar um conjunto de requisitos que guiam a construção de

serviços de apoio ao planejamento, execução e empacotamento de RSL. Após a

evolução do repositório de conhecimento, inspeções conduzidas na disciplina de

Engenharia de Software Experimental da COPPE/UFRJ permitiram identificar

oportunidades de melhoria tanto nos modelos ontológicos quanto no guia de apoio ao

PCRSL, contribuindo assim para melhoria da completude e corretude de ambos. Por

fim, construiu-se uma ferramenta fundamentada na ontologia e no guia de apoio que

auxilia pesquisadores no planejamento de RSL por meio de uma abordagem baseada em

perguntas e repostas. Ao término do planejamento, a ferramenta disponibiliza o

documento correspondente ao protocolo de RSL e um arquivo contendo as decisões

tomadas ao longo da elaboração do protocolo. No futuro, espera-se que os arquivos de

configuração criados pela ferramenta possam ser utilizados como insumos para

alimentação do Repositório de Conhecimento de Experimentação em ES.

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100

Conforme mencionado no Capítulo 2, as tecnologias que apoiam a aplicação de

RSL possuem foco maior nas atividades relativas à etapa Execução do processo

proposto por Biolchini et al. (2005). Ao disponibilizar a ferramenta SSPlan, acredita-se

que a limitação de apoio ferramental para planejamento deste tipo de estudo tenha sido

superada. Assim, uma nova configuração de níveis de apoio às etapas do processo pode

ser definida (conforme descreve a Tabela 25). Atualmente, SSPlan não oferece apoio às

etapas Execução e Análise dos Resultados, embora tal apoio esteja previsto no

componente de execução da arquitetura da SSPlan. Quanto à etapa Empacotamento, as

tecnologias Joomla/Projectfork oferecem apoio ao empacotamento dos artefatos gerados

no planejamento da revisão. Entretanto, com exceção do template de protocolo de

revisão e o arquivo de configuração gerados após o planejamento, os demais artefatos

gerados devem ser empacotados manualmente (descritos no RF09 do documento de

requisitos do componente de execução da SSPlan). Por fim, embora os modelos

ontológicos, o guia de apoio e a ferramenta SSPlan tenham sido construídos de modo a

facilitar a aplicação de revisões sistemáticas em Engenharia de Software, tais

tecnologias podem ser empregadas em outras áreas de pesquisa.

Tabela 25 - Nova configuração de níveis de apoio às etapas da RSL

Planejamento Execução Análise dos

Resultados Empacotamento

SSPlan Alto Nenhum Nenhum Médio

JabRef Baixo Médio Baixo Baixo

Mendeley Baixo Médio Baixo Baixo

Zotero Baixo Médio Baixo Baixo

Assert Nenhum Alto Alto Baixo

PEx Nenhum Alto Alto Baixo

SLR-TOOL Médio Médio Alto Médio

Start Médio Médio Médio Médio

RevMan Médio Médio Alto Médio

7.2 Contribuições

As principais contribuições apresentadas por este trabalho foram:

Identificação, por meio de uma revisão informal da literatura, de tecnologias

que apoiam o planejamento e a execução de Revisões Sistemáticas da

Literatura (RSL);

Evolução das estruturas para representação de conhecimento do ambiente

eSEE por meio da evolução da Ontologia de Estudos Secundários

inicialmente proposta por BIOLCHINI et al. (2005) e da construção de um

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101

Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da

Literatura (PCRSL);

Definição de uma proposta e um conjunto de requisitos para construção de

um ambiente que apoie o planejamento, execução e empacotamento de RSL

com base no estudo das limitações nas ferramentas identificadas na revisão

da literatura;

Construção de uma ferramenta que apóie o planejamento de RSL

fundamentada na Ontologia de Estudos Secundários e no guia de apoio ao

PCRSL. Assim, a ferramenta guia o pesquisador na elaboração do protocolo

de RSL seguindo uma abordagem de perguntas e respostas, gerando ao

término do planejamento o documento que formaliza o protocolo e um

arquivo de configuração contendo as decisões tomadas ao longo da

elaboração do protocolo;

Definição de um pacote de laboratório visando realizar avaliação de

ferramentas de apoio à experimentação;

Evolução da arquitetura do ambiente eSEE.

7.3 Limitações

Ao longo da elaboração deste trabalho, identificaram-se as seguintes limitações:

A revisão da literatura que identificou tecnologias de apoio ao planejamento

e execução de RSL se deu de maneira ad-hoc. Apesar de a revisão não ter se

restringido à área de ES, é possível que outras tecnologias que apoiam RSL

não tenham sido identificadas;

Atualmente, a Ontologia de Estudos Secundários está representada apenas na

linguagem LINGO. Além disto, não foram definidas cláusulas de restrições

de existência dos conceitos da ontologia, de modo que não é possível realizar

inferências sobre os modelos;

O procedimento para inspeção dos modelos ontológicos e do guia de apoio

contou com uma participação relativamente pequena de inspetores. Além

disto, estes participantes não possuíam profundos conhecimentos sobre RSL.

Assim, não é possível garantir que todos os defeitos presentes na ontologia e

no guia tenham sido identificados;

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102

Ao construir a ferramenta de apoio à elaboração de protocolos de RSL,

houve a necessidade de conversão dos modelos representados em LINGO

para a linguagem Java. Isto faz com que a arquitetura da ferramenta seja

fortemente dependente da forma como a ontologia é representada. Uma vez

que haja mudança na forma como os conceitos são organizados na ontologia,

é necessário que haja manutenção nos códigos fonte da ferramenta. Esta

limitação também se dá quanto a evoluções no guia de apoio ao PCRSL;

A ferramenta de apoio à elaboração de protocolos de RSL não permite editar

as seções do protocolo de RSL uma vez que o planejamento tenha sido

concluído. Assim, após a geração do documento correspondente ao

protocolo, se for necessário realizar alguma modificação no protocolo, esta

deverá ser realizada manualmente no documento;

De forma semelhante ao procedimento para inspeção das ontologias e do

guia de apoio, a inspeção da ferramenta de apoio à elaboração de protocolos

de RSL considerou um pequeno conjunto de inspetores.

7.4 Perspectivas Futuras

Ao término da pesquisa que resultou neste trabalho, foram identificadas as

seguintes oportunidades de trabalhos futuros:

Realizar a conversão dos modelos ontológicos desenvolvidos em LINGO

para a linguagem ONTO UML, visto que esta linguagem possui mais

estruturas para representação de conhecimento e possui também maiores

níveis de aceitação por parte da comunidade acadêmica;

Realizar uma nova rodada do procedimento de inspeção dos modelos

ontológicos e do guia de apoio considerando um conjunto maior de

pesquisadores em ES;

Evoluir a ferramenta de apoio ao planejamento de RSL com base nas

observações feitas pelos participantes do estudo de avaliação da ferramenta.

Dentre as evoluções previstas, inclui-se a funcionalidade que permite editar

protocolos previamente concluídos;

Construir o componente de execução previsto na abordagem apresentada

neste trabalho;

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103

Realizar novos estudos de avaliação da funcionalidade e facilidade de uso

das ferramentas desenvolvidas considerando um conjunto maior de

pesquisadores em ES;

Avaliar a utilização da ferramenta por usuários inexperientes e experientes,

visando identificar oportunidades de melhoria na infra-estrutura

disponibilizada.

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111

Apêndice I – Introdução sobre Ontologias

Uma ontologia representa “a descrição formal de conceitos de um domínio, de

propriedades de cada conceito descrevendo funcionalidades e atributos e, uso de

regras de restrição” (NOY & MCGUINNESS, 2001). Entre as vantagens do advento

de ontologias estão: (i) explicitação do conhecimento existente sobre um determinado

domínio; (ii) definição de um vocabulário comum entre aqueles que desejam

compartilhar informações; (iii) possibilidade de realizar inferências sob conceitos que

compõe o domínio; e (iv) reutilização de conhecimento.

Ontologias são representadas a partir das estruturas: indivíduos, propriedades e

classes. Os indivíduos são as instâncias, representando os objetos que pertencem à

ontologia. As propriedades são as relações a serem construídas entre os indivíduos

(relação binária) ou para o indivíduo (função, característica). As propriedades podem

ser inversas, transitivas ou simétricas. As classes podem ser vistas como conjuntos que

contem indivíduos, ou seja, a representação concreta de um conceito.

Para a construção destes modelos, existem diferentes abordagens descritas na

literatura técnica (CORCHO et al., 2003). Essas abordagens têm como preocupação

abordar questões a respeito de atividades padronizadas e ciclos de vida, bem como

apresentar um conjunto bem-definido de critérios de projeto, técnicas e ferramentas para

tornar o desenvolvimento de ontologias uma atividade de engenharia (FERNÁNDEZ et

al., 1997). Além disso, é importante que os conceitos representados por tais ontologias

estejam de acordo com o domínio ao qual a ontologia deseja representar. Assim, grande

parte das abordagens existentes indica verificação e validação como uma das etapas do

processo de construção de ontologias. Essas etapas visam garantir maiores níveis de

corretude e completude dos modelos ontológicos.

Dentre as abordagens para criação de ontologias existentes (CORCHO et al.,

2003), destaca-se a Methontology (FERNANDEZ et al., 1997), que apóia a construção

de ontologias de forma sistemática e organizada, permitindo que modelos possam ser

elaborados desde o início, a partir do reuso de modelos existentes ou a partir de

atividades de reengenharia nestes modelos. Ao observar a Figura 73, nota-se que o

framework provido pela Methontology inclui:

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Identificação do processo de desenvolvimento de ontologias: identifica quais

tarefas devem ser executadas para construção de ontologias (planejamento,

controle, garantia da qualidade, especificação, aquisição de conhecimento,

conceitualização, formalização, integração, implementação, avaliação,

manutenção, documentação e gerenciamento);

Ciclo de vida para evolução de ontologias: identifica os estágios ao qual a

ontologia passa durante seu ciclo de vida, bem como as interdependências com o

ciclo de vida de outras ontologias;

Atividades para construção de ontologias: especifica quais técnicas devem ser

empregados em cada atividade, os produtos de cada atividade e como estes

podem ser avaliados.

Segundo CORCHO et al. (2003), a principal etapa no desenvolvimento de

ontologias utilizando Methontology é a conceitualização. Nesta etapa são identificados

os termos da ontologia. Diversas técnicas podem ser empregadas, inclusive aquelas

comumente empregadas em desenvolvimento de software ligadas à elicitação de

requisitos. Modelos semi-formais podem ser construídos para expressar o

relacionamento entre estes conceitos. Estes modelos são preferíveis no sentido de que

são mais formais que uma lista de termos em linguagem natural.

Figura 73 - Ciclo de vida da Methontology (adaptada de (CORCHO et al., 2003))

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113

Linguagem LINGO e OntoUML para Representação Visual de Ontologias

Conforme citado anteriormente, durante a etapa conceitualização da

metodologia Methontology, linguagens visuais podem ser empregadas para modelagem

de ontologias. Dentre as linguagens existentes, a linguagem LINGO (FALBO et al.,

1998) consiste num subconjunto de elementos UML que, por ser amplamente utilizada

pela comunidade de ES, facilita o entendimento dos modelos. Além disso, como a

notação UML é considerada uma linguagem intermediária para construção de

ontologias (FERNANDEZ et al., 1997), detalhes de formalização da ontologia com

linguagens baixo-nível não precisam ser abordados nesta etapa inicial de construção dos

modelos. Os elementos utilizados para representação de conhecimento na linguagem

LINGO podem ser observados na Figura 74.

Figura 74 - Representação visual da linguagem LINGO (adaptada de (FERNÁNDEZ et al., 1997))

Para não prevalecer a semântica de “classe” em UML, a linguagem LINGO

adota o mecanismo de extensão de estereótipos. Classes com estereótipo <<conceito>>

representam conceitos da ontologia, da mesma forma que relações que contém

propriedades ou que possuem cardinalidade maior que dois, são representadas como

classes associativas com estereótipo <<relação>> (LOPES, 2010).

As relações binárias sem propriedades são definidas como associações

nomeadas. As propriedades de conceitos e relações são representadas como atributos de

classes estereotipadas. Relações de subtipo e todo-parte são representadas como

relações de generalização/especialização e de agregação/composição, respectivamente.

(MIAN, 2003). Além disso, LINGO permite que ontologias possam ser divididas em

subontologias com o intuito de facilitar a organização e visualização dos conceitos

representados.

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114

De forma semelhante à linguagem LINGO, a OntoUML (GUIZZARDI, 2005)

também utiliza a UML como linguagem visual para representação de ontologias. No

entanto, OntoUML possui maior quantidade de estereótipos (Figura 75), o que permite

maior nível de riqueza para representação de conhecimento.

Figura 75 - Taxonomia da OntoUML (adaptada de (GUIZZARDI, 2005))

Linguagem OWL para Representação Formal de Ontologias

Dentre as linguagens para representação formal de ontologias (RDF, RDF-

Schema, DAML+OIL e OWL), a que possui maior destaque e oferece maiores

vantagens é a OWL (Web Ontology Language). Recomendada pela W3C (World Wide

Web Consortium) (W3C, 2011a), esta linguagem permite o uso de lógica descritiva

(fragmento da lógica de primeira ordem), o que permite verificar a consistência da

ontologia e o processamento automático da hierarquia de conceitos. A criação de

ontologias OWL pode se dar a partir da escolha de três sub-linguagens: OWL Lite,

OWL DL, OWL Full. OWL Lite é a versão mais simples e permite apenas a definição

de hierarquia de conceitos e regras de restrição simples. Esta pode ser empregada na

elaboração de Thesaurus (dicionário de sinônimos). OWL DL suporta a lógica

descritiva e é computável. Por fim, OWL Full permite o emprego de métodos de

modelagem mais complexos (e.g. meta-classes), mas não é computável. Assim, um

critério para escolha da sub-linguagem a ser utilizada deve levar em consideração a

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115

complexidade dos conceitos a serem modelados e a necessidade de computação

automatizada.

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116

Apêndice II – Introdução às Tecnologias

Utilizadas na Construção da Ferramenta de Apoio

ao Planejamento de Revisões Sistemáticas da

Literatura

Joomla e ProjectFork

Joomla (JOOMLA, 2011) é um framework CMS desenvolvido na linguagem de

programação PHP com o intuito de facilitar a gerência de conteúdo Web para usuários

com pouco conhecimento em programação de computadores. Entre as vantagens de uso

do Joomla estão a facilidade de instalação, de integração com banco de dados e de

configuração de um ambiente Web. A arquitetura do Joomla é exibida na Figura 76. As

facilidades apontadas permitem que um site esteja disponível para uso em um curto

espaço de tempo. Além disto, por se tratar de um framework amplamente utilizado pela

comunidade, existem várias extensões com o intuito de adicionar funcionalidades extras

ao site que esteja sendo desenvolvido.

Figura 76 - Arquitetura do CMS Joomla (adaptado de (JOOMLA, 2011))

Dentre as funcionalidades básicas oferecidas pelo Joomla estão: (i) controle de

usuários que têm acesso ao portal (criação de contas de acesso, restrição de acesso,

classificação do usuário por papéis etc.); (ii) controle de conteúdo textual (criação e

controle de notícias); (iii) criação de enquetes; (iv) criação de tópicos no fórum, de salas

de chat e de listas de discussão; (v) envio de e-mails; (vi) versionamento de conteúdo; e

(vii) ferramentas colaborativas (e.g., edição colaborativa de documentos). Através de

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um menu especial, o administrador do portal tem a possibilidade de gerenciar o

conteúdo do site através da adição e remoção dos componentes de interesse.

O framework Joomla permite a classificação dos usuários do sistema em sete

papéis: registered, author, editor, publisher, manager, administrator e super

administrator. Estes papéis podem ser divididos em duas categorias: (i) public front-

end: usuários que irão interagir com o portal de uma maneira geral por meio de escrita

de artigos, participação em enquetes etc.; e (ii) public back-end: usuários responsáveis

pelo gerenciamento do conteúdo e estrutura do portal (adição de enquetes, controle dos

usuários que podem acessar o portal, criação de menu e de links etc.). Os usuários da

categoria public front-end são classificados como: registered, author, editor e publisher.

Já os usuários da categoria public back-end são classificados como: manager,

administrator e super administrator.

Conforme mencionado anteriormente, Joomla permite a adição de componentes

que agreguem novas funcionalidades. Neste sentido, o componente Projectfork

(PROJECTFORK, 2011) atua como um sistema gerenciador de projetos, apoiando o

planejamento e acompanhamento de atividades atribuídas a projetos. Ao acessar o

componente, é possível visualizar as tarefas disponíveis em um projeto bem como

selecionar outro projeto ao qual o usuário faça parte. Além disso, existe uma série de

opções que permitem a criação de novos projetos, tarefas, grupos de usuários, controle

de arquivos etc (destacadas por meio de um retângulo), conforme ilustra a Figura 77.

Figura 77 - Tela inicial do CMS Joomla com o componente Projectfork

Para que seja possível criar um novo projeto, o primeiro passo a ser dado é a

configuração de grupo de usuários. Esta opção permitirá definir as funcionalidades

permitidas a um determinado grupo de usuários. Conforme exibe a Figura 78.a, há uma

série de permissões a serem atribuídas, sendo as mais importantes aquelas relacionadas

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a projetos e tarefas. Após este passo, é necessário cadastrar os usuários no Projectfork.

Reparem que neste passo é possível indicar a quais grupos o novo usuário irá pertencer

(representado por meio de um retângulo na Figura 78.b). Uma vez que usuários e

grupos tenham sido definidos, pode-se então partir para a criação de um novo projeto.

Neste passo, o usuário responsável pela criação do projeto fornecerá o nome do projeto

e uma descrição sobre o mesmo, além de poder atribuir uma data limite para seu

término. Por fim, é possível informar quais usuários irão participar do projeto

(considerando as permissões que cada usuário possui) e informar se o projeto aceitará

que novos usuários façam requisições para ingresso no projeto (Figura 79).

Figura 78 - Criação de grupos e usuários no Projectfork

Uma vez que um projeto tenha sido criado, é possível atribuir tarefas aos

participantes do projeto. Tais tarefas podem ser criadas isoladamente ou podem ser

associadas a um determinado marco (milestone) do projeto. Ao criar-se uma tarefa é

possível indicar a data estimada para conclusão, definir nível de prioridade e indicar os

responsáveis pela execução da tarefa, conforme exibe a Figura 80. Os usuários

responsáveis pela execução de uma tarefa podem então informar o percentual de

conclusão da tarefa bem como realizar comentários sobre as ações realizadas.

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Figura 79 - Criação de um projeto no Projectfork

Embora o Projectfork ofereça diversas funcionalidades de apoio a

gerenciamento de projetos, este componente não oferece um controle rígido sobre a

ordem com que as tarefas de um projeto possam ser executadas. Conforme é possível

observar na Figura 81, a ordem com que as tarefas devem ser executadas é definida pela

atribuição de um algarismo (destacada por meio do retângulo situado ao lado esquerdo

da figura) à tarefa (quanto menor o algarismo maior a precedência da atividade). No

entanto, nada impede ao usuário participante do projeto indicar o término de uma

atividade (modificando o grau de conclusão da tarefa destacada pelo retângulo situado

ao lado direito da figura) sem respeitar a ordem de precedência das tarefas criadas.

Além disso, não há garantias que a modificação do grau de conclusão seja de fato

decorrente da execução de ações que contribuam para o término da atividade.

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Figura 80 - Criação de uma tarefa em um projeto

Figura 81 - Ordenação de tarefas no Projectfork

JBoss Seam

O framework Web JBoss Seam (SEAM, 2011) se apresenta como uma iniciativa

de união de diversas tecnologias de desenvolvimento para a plataforma de Java

Enterprise Edition (ORACLE, 2011a). A integração de tecnologias de desenvolvimento

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121

tende a ser uma das etapas mais complicadas no processo de desenvolvimento de

produtos de software, caso tais tecnologias não tenham sido projetadas para este fim. O

framework Seam permite que as principais tecnologias relacionadas a desenvolvimento

de visões para o usuário, persistência de dados e desenvolvimento de regras de negócio

sejam mais facilmente integradas, permitindo que os desenvolvedores possam dedicar

mais tempo às regras de negócio, que tangem o problema abordado. Por apresentar esta

proposta, muitos desenvolvedores preferem classificar o Seam como Application Stack

ao invés de um framework (ALLEN, 2009).

O framework Seam foi originalmente desenvolvimento para trabalhar com as

tecnologias JSF (ORACLE, 2011b) (Java Server Faces, para desenvolvimento de

visões para o usuário), JPA (ORACLE, 2011c) (Java Persistence API, que pode utilizar

as implementações Hibernate e Top Link para persistência de dados) e EJB (ORACLE,

2011d) (Enterprise Java Beans, para desenvolvimento de regras de negócio). O

relacionamento entre estas tecnologias está destacado na Figura 82.

Figura 82 - Relacionamento entre tecnologias presentes no framework Seam (adaptada de

(ALLEN, 2009))

Embora a Figura 82 faça referência ao uso da tecnologia EJB, este uso não é

obrigatório (o presente trabalho não utiliza a tecnologia EJB). A mesma observação vale

para a implementação do JSF (representada na Figura 82 pela implementação

Facelets/RichFaces). Entre as tecnologias de desenvolvimento de visões para o usuário,

existe o suporte nativo às tecnologias RichFaces e IceFaces (o presente trabalho utiliza a

tecnologia Facelets/RichFaces). No entanto, outras tecnologias para desenvolvimento

de visões para o usuário podem ser integradas (como a tecnologia Google Web Toolkit

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122

(GOOGLE, 2011)). Todas estas tecnologias oferecem o uso de requisições AJAX

(W3C, 2011b) (Asynchronous Javascript And XML) para tornar as páginas Web mais

interativas com o usuário. Para apoiar a adoção do framework Seam, o presente trabalho

utilizou o servidor de aplicações JBoss Application Server (JBOSS, 2011b) em conjunto

com o servidor de banco de dados MySQL (MYSQL, 2011).

Uma das principais vantagens oferecidas por este framework é a criação de um

contexto que permite que instâncias de objetos permaneçam ativas durante a troca de

requisições HTTP. Isto permite ao desenvolvedor evitar o uso excessivo da sessão do

servidor de aplicação para persistência temporária de informações, o que, em muitos

casos, ocasiona um uso excessivo de memória. Outras vantagens de interesse oferecidas

por este framework estão relacionadas à criação de mecanismos que facilitam a

interação entre as tecnologias JSF, JPA e EJB. Estes mecanismos diminuem o número

de estruturas de adaptação para o funcionamento integrado destas tecnologias (glue

code). Além disto, algumas propostas de melhoria para problemas existentes nas

tecnologias utilizadas por este framework foram apresentadas (e.g., todas as requisições

HTTP na versão 1.2 do JSF são feitas por POST).

Além das vantagens citadas anteriormente, Seam possui ainda integração com o

framework de gerência de processo jBPM (JBOSS, 2011a). Tal integração diminui a

necessidade de criação de estruturas de comunicação entre os dois frameworks. Desta

forma, o desenvolvedor pode se concentrar mais na elaboração do processo a ser

executado e na codificação das regras de negócios descritas pelos requisitos do sistema

em questão.

jBPM

jBPM é um framework Java (também pode ser classificado como um BPMS –

Bussiness Process Management System) (BPMI, 2011) que auxilia o desenho de

processos de negócio. Além disso, oferece também um ambiente de execução de

processos e ferramentas que auxiliam no monitoramento de processos visando

identificar oportunidades de melhorias. Dentre as vantagens do uso deste framework,

destaca-se a facilidade de entendimento por parte dos analistas de negócios, cuja

responsabilidade é analisar e especificar processos de negócio, e por profissionais

responsáveis pela transformação do processo de negócios em sistemas de informação.

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123

jBPM utiliza a abordagem Graph Oriented Programming (GOP) (SALATINO,

2009), que permite desacoplar a especificação do processo de negócio de cláusulas de

linguagens de programação. Nesta abordagem, processos de negócios são representados

visualmente através de um grafo. Para clarificar a abordagem GOP, considere o

processo descrito na Figura 83. Em uma abordagem de desenvolvimento tradicional, a

conversão do processo de negócio para cláusulas de linguagens de programação

envolveria a codificação de estruturas do tipo if e/ou switch ao longo do código fonte da

aplicação. Considere agora que, por algum motivo, chegou-se a conclusão que o

processo de negócio necessite de uma atividade extra. No caso da abordagem

tradicional, o desenvolvedor da aplicação terá que investigar o código fonte da

aplicação na busca pela cláusula que represente o ponto de transição entre atividades a

ser modificado, enquanto que na abordagem GOP o processo poderia ser modificado

por meio do editor de processos. Além disso, há um aumento no entendimento entre

analistas de negócios e desenvolvedores uma vez que ambos utilizam a mesma

linguagem para especificação de processos de negócio. Internamente, o jBPM interpreta

o processo de negócio e cria um ambiente que permite sua execução e monitoramento.

Para que isto seja possível, o grafo correspondente ao processo é representado através

de uma linguagem de marcação denominada jPDL (jBPM Process Description

Language) (SALATINO, 2009). Desta forma, a representação do processo descrito na

Figura 83 na linguagem jPDL pode ser observada na Figura 84.

Figura 83 - Editor gráfico de processos

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Figura 84 - Linguagem jPDL para representação de processos

Tabela 26 - Estruturas oferecidas pelo do framework jBPM (adpatada de (SALATINO, 2009)) Estrutura Descrição

Start Representa o início do processo.

End Representa o término do processo.

State Empregado nos casos onde se deseja que a fluxo de execução do processo seja

interrompido até que algum evento externo ocorra.

Fork Utilizada nos casos onde se deseja dividir o fluxo de execução do processo de modo

a executar tarefas paralelamente.

Join Utilizada para unificação de fluxos distintos do processo. Desta forma, a execução do processo só é prosseguida caso todos os fluxos tenham sido concluídos.

Decision Representa pontos de desvio no processo com base em alguma variável a ser testada.

Node Utilizada para automatização de funcionalidades a serem executadas pelo

framework.

Task Node Representa tarefas que dependem da participação do usuário para sua conclusão

Mail Node Utilizada nos casos onde se deseja que o próprio framework se encarregue de enviar

e-mails.

ESB Service Utilizada nos casos onde se deseja conectar o processo a outras aplicações por meio da arquitetura Enterprise Service Bus.

Process State Representa sub-fluxos de tarefas, ou seja, a estrutura aponta para outro arquivo que

contem uma definição de processo.

Super State Utilizada quando se deseja agrupar as demais estruturas em blocos. Útil nos casos

em que um conjunto de estruturas represente uma fase do processo.

Transition Utilizada para conexão entre as demais estruturas

Ao visualizar a Figura 83, observa-se que existem 13 estruturas que podem ser adotadas para

desenho do processo de negócio. A descrição sobre a funcionalidade exercida por cada estrutura é

descrita na Tabela 26. Além das estruturas citadas anteriormente, jBPM possui ainda uma estrutura para

representação de atores (ou grupo de autores) responsáveis pela execução de uma tarefa. Isto permite que

processos possam ser executados de forma colaborativa. Cada ator possui um identificador e pode

participar de vários grupos de atores. No exemplo apresentado pela Figura 84, observa-se que a tarefa

atribuir atividade aos pesquisadores pode ser desempenhada somente pelo ator cujo identificador seja

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coordenador (por meio da tag XML assignment), enquanto a tarefa elaborar protocolo pode ser

desempenhada por qualquer ator que faça parte do grupo pesquisadores.

Referências Bibliográficas

ALLEN, D. Seam In Action. 1 ed. Manning, 2009.

BPMI. Business Process Management Iniative, 2011. Disponível em

<http://www.bpmi.org/, 2011>, acesso em 10/01/2011.

GOOGLE. Google Web Toolkit, 2011. Disponível em <http://code.google.com/intl/pt-

BR/webtoolkit/>, acesso em 10/10/2011.

JBOSS. jBPM, 2011a. Disponível em <http://www.jboss.org/jbpm >, acesso em

10/01/2011.

JBOSS. JBoss Application Server, 2011b. Disponível em <http://jboss.org/jbossas >,

acesso em 10/01/2011.

JOOMLA. Joomla Content Management System, 2011. Disponível em

<http://www.joomla.org/>, acesso em 10/01/2011.

MYSQL. MySQL, 2011. Disponível em <http://www.mysql.com/>, acesso em

10/01/2011.

ORACLE. Java Enterprise Edition, 2011a. Disponível em

<http://www.oracle.com/technetwork/java/javaee/overview/index.html>, acesso

em 10/01/2011.

ORACLE. Java Server Faces, 2011b. Disponível em

<http://www.oracle.com/technetwork/java/javaee/javaserverfaces-139869.html>,

acesso em 10/01/2011.

ORACLE. Java Persistence API, 2011c. Disponível em

<http://www.oracle.com/technetwork/articles/javaee/jpa-137156.html>, acesso

em 10/01/2011.

ORACLE. Enterprise JavaBeans, 2011d. Disponível em

<http://www.oracle.com/technetwork/java/index-jsp-140203.html>, acesso em

10/01/2011.

PROJECTFORK. Projectfork, 2011. Disponível em <http://projectfork.net/>, acesso em

10/01/2011.

SALATINO, M. jBPM Developer Guide. 1 ed. Packt Publishing, 2009.

SEAM. JBoss Seam, 2011. Disponível em <http://www.seamframework.org>, acesso

em 10/01/2011.

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126

W3C. Asynchronous Javascript And XML, 2011b. Disponível em

<http://www.w3.org/standards/webdesign/script.html >, acesso em 10/01/2011.

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Apêndice III – Ferramentas de Gerência de

Referências Bibliográficas Identificadas

JabRef Categoria: Opensource

Plataforma: Windows, Linux, MacOS

Funcionalidades:

Trabalha com arquivos nos formatos BibTex, CSA, Refer/Endnote, ISI Web of Science,

SilverPlatter, Medline/Pubmed (xml), Scifinder, OVID, INSPEC, Biblioscape, Sixpack, JStor e

RIS;

Permite a realização de consultas nas coleções de referências (somente nos campos cadastrados);

Permite a classificação de referências por palavras-chave ou outros campos;

Permite a exportação de referências nos formatos HTML, Docbook, BibTeXML, MODS, RTF,

Refer/Endnote e OpenOffice.org;

Permite a criação de novos campos de dados;

Permite o armazenamento e visualização de arquivos PDF/PS;

Permite a inserção de citações nos editores LyX, Kile, LatexEDitor, Emacs, Vim e WinEdt;

Permite adição de informações (meta-dados) em documentos PDF;

Permite integração com o SGBD MySQL;

Permite o desenvolvimento de plugins com o objetivo de estender as funcionalidades oferecidas

pela ferramenta;

Permite a identificação de referências duplicadas.

EndNote Categoria: Proprietário

Plataforma: Windows, MacOS

Funcionalidades:

Possui serviço Web que permite a transferência de referências entre a ferramenta desktop e o

serviço Web (e o contrário também), busca por referências e identificação de referências

duplicadas;

Permite o compartilhamento de bibliotecas de referências com outros usuários;

Permite a criação de grupos dentro de uma biblioteca, cujo objetivo é facilitar a organização de

referências;

Possui plugin de integração com a ferramenta MS Word que permite que citações sobre

referências gerenciadas pelo EndNote sejam inseridas em documentos do Word (permitindo a

customização do formato de citação);

Permite a identificação de referências duplicadas;

Permite o armazenamento e visualização de arquivos PDF, imagens e outros tipos de arquivos;

Permite a importação de referências em diversos formatos;

Permite a exportação de referências bibliográficas nos formatos RTF, HTML, XML e TXT;

Permite a classificação de referências por palavras-chave ou outros campos (permite também

que termos sinônimos possam ser relacionados a um determinado termo);

Permite a realização de consultas nas coleções de referências (não ficou claro se a consulta é

feita somente a partir dos campos cadastrados ou se o documento PDF também é considerado na

consulta);

Permite a identificação de erros de ortografia em referências cadastradas;

Não foi possível identificar se a ferramenta permite a adição de novos campos;

Permite que consultas realizadas sejam salvas para posterior visualização.

Reference Manager Categoria: Proprietário

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Plataforma: Windows

Funcionalidades:

Possui serviço Web que permite a transferência de referências entre a ferramenta desktop e o

serviço Web (não ficou claro se o contrário também é permitido);

Permite a identificação de referências duplicadas;

Possui plugin de integração com a ferramenta MS Word que permite que citações sobre

referências gerenciadas pelo Reference Manager sejam inseridas em documentos do Word

(permitindo a customização do formato de citação);

Permite a importação de referências em diversos formatos;

Permite a exportação de referências bibliográficas nos formatos RIS, MEDLARS, Comma

Delimited, Tab Delimited, XML;

Permite a identificação de erros de ortografia em referências cadastradas;

Permite a criação de novos campos de dados;

Permite o armazenamento e visualização de arquivos PDF, imagens e outros tipos de arquivos;

Permite a classificação de referências por palavras-chave ou outros campos (permite também

que termos sinônimos possam ser relacionados a um determinado termo);

Permite a realização de consultas nas coleções de referências (não ficou claro se a consulta é

feita somente a partir dos campos cadastrados ou se o documento PDF também é considerado na

consulta);

Permite a identificação de referências duplicadas;

Permite que consultas realizadas sejam salvas para posterior visualização.

Mendeley Categoria: Freeware

Plataforma: Windows, Linux, MacOS

Funcionalidades:

Permite o armazenamento e visualização de arquivos PDF, imagens e outros tipos de arquivos;

Permite a importação/exportação de referências nos formatos EndNote, BibTex, RIS;

Permite complementar dados sobre uma referência através de consulta ao Google Scholar;

Permite que resultados de provenientes de diversos sites (IEEEXplore, Google Scholar,

CiteseerX, SpringerLink, ScienceDirect etc.) sejam facilmente adicionados a biblioteca de

referências;

Possui serviço Web que permite a transferência de referências entre a ferramenta desktop e o

serviço Web (e o contrário também);

Possui serviço Web que permite realizar análises estatísticas sobre termos sinônimos, autores e

journals mais populares etc.;

Permite marcar referências como “favoritos”;

Permite a realização de consultas nas coleções de referências (também considerando o conteúdo

de documentos PDF);

Permite que trechos de um documento PDF possam ser destacados ou anotações sejam

adicionadas ao conteúdo do documento;

Permite a classificação de referências por palavras-chave ou outros campos;

Permite o compartilhamento de referências com outros usuários;

Possui plugin de integração com a ferramenta MS Word (possui integração também com as

ferramentas Open Office, Látex e editores de texto) que permite que citações sobre referências

gerenciadas pelo Reference Manager sejam inseridas em documentos do Word (permitindo a

customização do formato de citação);

Permite a criação de grupos dentro de uma biblioteca, cujo objetivo é facilitar a organização de

referências;

Possui integração com as ferramentas Zotero, CiteULike, EndNote e RefWorks;

Zotero Categoria: Opensource (plugin Firefox)

Plataforma: Todos

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Funcionalidades:

Permite a identificação de referências duplicadas;

Permite o armazenamento e visualização de arquivos PDF, imagens e outros tipos de arquivos;

Permite que citações sobre referências gerenciadas pelo Zotero sejam inseridas em documentos

de texto (permitindo a customização do formato de citação);

Permite a criação de pastas dentro de uma biblioteca, cujo objetivo é facilitar a organização de

referências;

Permite que resultados de provenientes de diversos sites (e páginas Web) sejam facilmente

adicionados a biblioteca de referências;

Permite a classificação de referências por palavras-chave ou outros campos;

Permite que relacionamento entre referências seja criado;

Permite que consultas realizadas sejam salvas para posterior visualização;

Permite a sincronizar referências;

Permite a importação/exportação de referências em diversos formatos;

Possui serviço Web que permite a transferência de referências entre a ferramenta desktop e o

serviço Web (e o contrário também);

Permite que o serviço seja acessado através de dispositivos móveis;

Permite o compartilhamento de referências com outros usuários;

Permite a realização de consultas nas coleções de referências (também considerando o conteúdo

de documentos PDF);

Permite a criação de timelines, cujo objetivo é identificar o uso termos relevantes por faixas de

tempo;

Permite a geração de relatórios sobre referências;

Permite a adição de comentários/notas sobre uma determinada referência;

Permite o desenvolvimento de plugins com o objetivo de estender as funcionalidades oferecidas

pela ferramenta.

CiteULike Categoria: Serviço Web (gratuito)

Plataforma: Todos

Funcionalidades:

Permite a importação/exportação de referências nos formatos BibTex e RIS;

Permite o armazenamento e visualização de arquivos PDF, imagens e outros tipos de arquivos;

Permite a realização de consultas nas coleções de referências (também considerando o conteúdo

de documentos PDF);

Permite que resultados de provenientes de diversos sites (PubMed, SpringerLink, Google Reader

etc.) sejam facilmente adicionados a biblioteca de referências;

Permite a atribuição de prioridade na leitura de documentos inclusos na biblioteca;

Permite a identificação de referências duplicadas;

Permite a classificação de referências por palavras-chave ou outros campos;

Permite o compartilhamento de referências com outros usuários;

Permite a recomendação de novos documentos a serem lidos com base nas referências

cadastradas na biblioteca;

Permite identificar outros usuários que possuam bibliotecas que contenham referências

semelhantes;

Permite a adição de comentários/notas sobre uma determinada referência;

Permite que comentários sobre a referência sejam compartilhados entre os usuários da

ferramenta;

Permite a criação de uma rede de relacionamento entre os usuários que utilizam a ferramenta;

Permite que páginas que possuam documentos de interesse possam ser monitoradas com o

objetivo de identificar atualizações (também possui a opção de receber feeds RSS);

Oferece acesso a ferramentas de fórum e blog;

RefWorks Categoria: Serviço Web (pago)

Plataforma: Todos

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Funcionalidades:

Permite a criação de pastas dentro de uma biblioteca, cujo objetivo é facilitar a organização de

referências;

Possui plugin de integração com a ferramenta MS Word (possui integração também com as

ferramentas Open Office, Látex e editores de texto) que permite que citações sobre referências

gerenciadas pelo RefWorks sejam inseridas em documentos do Word (permitindo a

customização do formato de citação);

Permite a importação/exportação de referências em diversos formatos;

Permite que referências sejam importadas através de feeds RSS;

Permite o armazenamento e visualização de arquivos PDF, imagens e outros tipos de arquivos

(embora esta opção, descrita no manual, não tenha sido encontrada após investigação da

ferramenta);

Permite o compartilhamento de referências com outros usuários;

Permite que consultas realizadas sejam salvas para posterior visualização;

Permite que resultados de provenientes de diversos sites sejam facilmente adicionados a

biblioteca de referências (desde que os resultados possuam como informação ISBN, PubMed ID

ou DOI);

Permite a identificação de referências duplicadas;

Permite que o serviço seja acessado através de dispositivos móveis.

Outras ferramentas identificadas

2collab;

Aigaion;

Bebop;

BibDesk;

Bibliographer;

Biblioscape;

BibSonomy;

Bibtex;

Bibus;

Bibwiki;

Bookends;

Cb2Bib;

Citavi;

Connotea;

GradeGuru Citation Manager;

I, Librarian;

Jumper 2.0;

KBib;

KBibTeX;

Papers;

Procite;

Pybliographer;

Refbase;

RefDB;

Referencer;

Reference Manager;

Scholar's Aid;

Sente;

Synapsen;

Wikindx.

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Apêndice IV – Modelos Ontológicos de Estudos Secundários

Template de Protocolo de Revisão Sistemática

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Apêndice V – Diagramas do Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura

Sub-diagrama Preencher Dados Relacionados à Definição e Questão de Pesquisa

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Sub-diagrama Preencher Dados Relacionados à Seleção de Estudos

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Sub-diagrama Executar Piloto

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Apêndice VI – Agrupamento dos Defeitos

Relativos à Inspeção da Ontologia de Estudos

Secundários, Guia de Apoio ao Processo de

Condução de Revisões Sistemáticas e

Documento de Requisitos para Construção de

Serviços de Apoio ao Planejamento, Execução e

Empacotamento de Revisões Sistemáticas

Defeitos da Ontologia de Estudos Secundários

Localização Conceito Tipo de

Defeito

Severidade Descrição

Sub-ontologia

de Estrutura do

Estudo

Objeto de

Estudo

Descrição

Incorreta de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

Mudar o nome do conceito para Objetivo

de Estudo, o objeto é algo dentro do objetivo, como uma técnica ou um

produto...

Sub-ontologia

de Estrutura do

Estudo

Questão de Pesquisa

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

Subir o atributo descrição para a "super classe", já que ambos os sub conceitos têm.

Sub-ontologia

de Estrutura do

Estudo

Hipótese Omissão de Conceitos

Problema grave - alta prioridade para

consertá-lo

Como descrever se a hipótese é nula ou alternativa?

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Escrita de Relatório de

Execução

Descrição Incorreta de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

Acho que esse conceito não existe, parece mais uma atividade que resulta em um

outro conceito (Relatório de Execução de

Revisão Sistemática)

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Formulação

de Protocolo

Descrição

Incorreta de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

Acho que esse conceito não existe, parece

mais uma atividade que resulta em um

outro conceito

Sub-ontologia

de Formulação

de Questão de

Pesquisa

String de

Busca

Omissão de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

Faltou Coeficiente de Precisão

Sub-ontologia

de Seleção de

Estudos

Resultados da Revisão de

Estudos

Primários e Estudos

Primários

Selecionados

Relacionamento Incorreto entre

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

Deveria ser composição, já que o nome é "contem"?

Sub-ontologia

do Relatório de

Execução de

Revisão

Sistemática

Análise de

Sensitividade

Descrição

Incorreta de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

Não deveria ser "Sensibilidade"?

Sub-ontologia

de Formulação

de Questão de

Pesquisa

Questão Primária e

Secundária

Omissão de Conceitos

Problema grave - alta prioridade para

consertá-lo

Os conceitos de questão primário e secundário (caso houver) não estão

tratadas. Acredito que elas devam ser

herdadas do conceito Foco da Questão.

Sub-ontologia

de Seleção de

Fonte de

Estudos

String de

Busca

Adaptada

Relacionamento

Incorreto entre

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

Cada string de busca adaptada deveria

estar relacionada ao conceito Base de

Dados Identificadas, e não à Base de Dados.

Sub-ontologia

de

Sumarização

dos Resultados

Plotagem dos

dados

Relacionamento

Incorreto entre Conceitos

Problema grave - alta

prioridade para consertá-lo

Relacionamento com Sumarização dos

resultados deve ser de agregação, visto que Plotagem dos dados pode não existir

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Sub-ontologia

de Formulação

de Questão de

Pesquisa

Population Relacionamento

Incorreto entre

Conceitos

Problema grave - alta

prioridade para

consertá-lo

Acredito neste casso que o relacionamento

seja de Composição (Mais forte que a

agregação, já que estamos seguindo a abordagem PICO). Outro ponto reside em

por que o conceito está em Inglês e todos

os outros em português?

Sub-ontologia

de Formulação

de Questão de

Pesquisa

Intervention Relacionamento

Incorreto entre

Conceitos

Problema grave - alta

prioridade para

consertá-lo

Acredito neste casso que o relacionamento

seja de Composição (Mais forte que a

agregação, já que estamos seguindo a abordagem PICO). Outro ponto reside em

por que o conceito está em Inglês e todos

os outros em português?

Sub-ontologia

de Formulação

de Questão de

Pesquisa

Outcome Relacionamento

Incorreto entre

Conceitos

Problema grave - alta

prioridade para

consertá-lo

Acredito neste casso que o relacionamento

seja de Composição (Mais forte que a

agregação, já que estamos seguindo a abordagem PICO). Outro ponto reside em

por que o conceito está em Inglês e todos

os outros em português?

Sub-ontologia

de Extração de

Dados

Execução

Piloto

Relacionamento

Incorreto entre

Conceitos

Problema grave - alta

prioridade para

consertá-lo

Parece ser obrigatório a execução de um

único piloto. Apesar de a descrição falar da

possibilidade de várias execuções, a representação não me fez entender que

podem ser executadas 0 .. * pilotos. Acho

que tentar colocar a cardinalidade pode melhorar

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Procedimento

metodológico

Omissão de

Conceitos

Problema grave - alta

prioridade para consertá-lo

O mais importante (talvez) dos

procedimentos metodológicos - a Revisão Sistemática - foi omitida. A diferença entre

este conceito e o conceito da Revisão

Quasi Sistemática é que na Revisão Sistemática existe uma baseline para

comparação, o que não acontece na Quasi

Sistemática

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Agregação Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Agregação Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Apoio

Ferramental

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Codificação

dos dados

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Escrita do relatório de

execução

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Formulação

de protocolo

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Gerência da

unidade de análise

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Gerência de dados

omissos

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Meta-análise Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Método de

análise

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Protocolo de revisão

sistemática

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

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140

Metodológico

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Relatório de

execução de revisão

sistemática

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Revisão quasi sistemática

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Síntese Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Template de

Protocolo de Revisão

Sistemática

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Procedimento

Metodológico

Template de Relatório de

Execução de

Revisão Sistemática

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Protocolo de

Revisão

Sistemática

Extração de

dados

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Protocolo de

Revisão

Sistemática

Formulação de questão de

pesquisa

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Protocolo de

Revisão

Sistemática

Seleção de

estudos

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Protocolo de

Revisão

Sistemática

Seleção de

fontes de estudos

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Protocolo de

Revisão

Sistemática

Sumarização

dos

resultados

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Extração de

Dados

Dados

objetivos

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Extração de

Dados

Dados

subjetivos

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Extração de

Dados

Resolução de

divergências entre

revisores

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Formulação

de Questão de

Pesquisa

Comparison Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Formulação

de Questão de

Pesquisa

Outcome Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Formulação

de Questão de

Pesquisa

Efeito Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito. Conceito

criado na Sub-ontologia de Estrutura do Estudo, porém o defeito foi detectado na

Sub-ontologia de Formulação de Questão

de Pesquisa, onde a inspeção foi realizada.

Sub-ontologia

de Formulação

de Questão de

Pesquisa

Aplicação Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito. Conceito

criado na Sub-ontologia de Estrutura do

Estudo, porém o defeito foi detectado na Sub-ontologia de Formulação de Questão

de Pesquisa, onde a inspeção foi realizada.

Sub-ontologia

de Seleção de

Estudos

Coeficiente de adequação

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Estudos

Critérios de avaliação de

qualidade

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

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141

Sub-ontologia

de Seleção de

Estudos

Critérios

qualitativos

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Estudos

Critérios

quantitativos

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Estudos

Estudo in-

silico

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Estudos

Estudo in-

virtuo

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Estudos

Estudo in-

vitro

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Estudos

Estudo in-

vivo

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Fonte de

Estudos

Base de

dados

eletrônica

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Fonte de

Estudos

Base de

dados manual

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Fonte de

Estudos

Base de dados

identificadas

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de Seleção de

Fonte de

Estudos

Base de

dados

selecionadas

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Sumarização

dos Resultados

Análise de

sensitividade

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Sumarização

dos Resultados

Aplicação

dos

resultados

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Sumarização

dos Resultados

Apresentação

dos resultados em

tabelas

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Sumarização

dos Resultados

Métodos de análise

estatística

Omissão de Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Sumarização

dos Resultados

Plotagem dos

dados

Omissão de

Descrição de

Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para

consertá-lo

O conceito não foi descrito

Sub-ontologia

de

Sumarização

dos Resultados

Variação de

conclusão entre

pesquisadores

Omissão de

Descrição de Conceitos

Problema leve - baixa

prioridade para consertá-lo

O conceito não foi descrito

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142

Defeitos do Guia de Apoio ao Processo de Condução de Revisões Sistemáticas da Literatura

Localização Atividade Tipo de Defeito Severidade Descrição

Processo de

Condução de

Revisões

Sistemáticas

Iniciar Revisão Atividade que

Não Faz Parte do

Processo

Problema leve

- baixa

prioridade para consertá-

lo

Pra que serve essa atividade? Não seria

melhor deixa direto do nó de início para

a atividade seguinte? Ou algo é realizado nessa atividade?

Processo de

Condução de

Revisões

Sistemáticas

Reunir com Pesquisadores Sequenciamento Equivocado de

Atividade

Problema leve - baixa

prioridade

para consertá-lo

Atividades não paralelas

Preencher

Dados

Relacionados

a Definição e

Questão de

Pesquisa

Atividade que Não Faz Parte do

Processo

Problema leve - baixa

prioridade

para consertá-lo

Atividades não paralelas

Preencher

Dados

Relacionados

a Definição e

Questão de

Pesquisa

Definir Termos para a Estrutura Comparision

Nome Equivocado de

Atividade

Problema leve - baixa

prioridade

para consertá-lo

Comparision? --> Comparison

Preencher

Dados

Relacionados

a Definição e

Questão de

Pesquisa

Avaliar Necessidade de Restringir Design de

Estudos Primários

Sequenciamento Equivocado de

Atividade

Atividades antes do PICO, pois pode alterar População

Preencher

Dados

Relacionados

a Definição e

Questão de

Pesquisa

Avaliar Necessidade de Gerar String de Busca

Padrão a Partir da

Estrutura PICOS

Sequenciamento Equivocado de

Atividade

Problema grave - alta

prioridade

para consertá-lo

Deveria vir antes da definição do PICO, não faz sentido vir depois.

Preencher

Dados

Relacionados

a Seleção de

Estudos

Avaliar se os Critérios de Inclusão/Exclusão São

Suficientes

Omissão de Atividade

Problema grave - alta

prioridade

para consertá-lo

Na verdade, o problema é na decisão "Critérios São Suficientes?". Não tem o

fluxo em caso da resposta ser "não"

Executar

Piloto

Avaliar Sensibilidade da

String de Busca e Verificar se Artigos de

Controle Foram

Identificados

Sequenciamento

Equivocado de Atividade

Problema

grave - alta prioridade

para consertá-

lo

Só fazem sentido se foram determinados

controles no protocolo. Deve haver uma decisão antes.

Realizar

Análise dos

Resultados

Aplicar Procedimento

para Análise de

Sensitividade

Sequenciamento

Equivocado de

Atividade

Problema

grave - alta

prioridade para consertá-

lo

Falta fluxo para a atividade Verificar se

a Metodologia Escolhida Contempla

Meta-Análise

Preencher

Dados

Relacionados

a

Sumarização

dos

Resultados

Especificar Tabelas para Apresentação da

pontuação dos critérios de

qualidade dos estudos.

Omissão de Atividade

Problema leve - baixa

prioridade

para consertá-

lo

A tabelas para serem preenchidas, seuguindo os critérios de qualidade dos

estudos (caso houver), devem ser

listadas no protocolo.

Preencher

Dados

Relacionados

a Definição e

Questão de

Pesquisa

Avaliar

Necessidade/Possibilidade

de Definir Artigos de Controle

Sequenciamento

Equivocado de

Atividade

Problema

grave - alta

prioridade para consertá-

lo

Esta atividade deveria vir antes da

anterior (Avaliar Necessidade de Gerar

String de Busca Padrão a Partir da Estrutura PICOS), pois os artigos de

controle podem conter termos que deveriam estar na string de busca.

Executar

Piloto

Registrar mudança no

protocolo

Omissão de

Atividade

Problema

grave - alta prioridade

para consertá-

lo

Caso haja a necessidade de redefinir os

critérios para avaliação da qualidade de estudos primários, as mudanças devem

ser reportadas no protocolo.

Executar

Piloto

Registrar mudança no

protocolo

Omissão de

Atividade

Problema

grave - alta

prioridade para consertá-

Caso haja a necessidade de redefinir os

critérios para Hierarquização de estudos

primários, as mudanças devem ser reportadas no protocolo.

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143

lo

Executar

Piloto

Registrar mudança no

protocolo

Omissão de

Atividade

Problema

grave - alta prioridade

para consertá-

lo

Caso haja a necessidade de redefinir

Dados a Serem Extraídos dos estudos primários, as mudanças devem ser

reportadas no protocolo.

Preencher

Dados

Relacionados

a

Sumarização

dos

Resultados

Verificar necessidade de

plotar dados

Problema

grave - alta

prioridade para consertá-

lo

Ausência do ponto de transição referente

a condição de guarda [não] para

"Plotagem de dados necessária?"

Preencher

Dados

Relacionados

a Definição e

Questão de

Pesquisa

Problema leve

- baixa prioridade

para consertá-

lo

Ausência de rótulos [sim][não] para

algumas condições de guarda

Preencher

Dados

Relacionados

a Seleção de

Fonte de

Estudos

Problema leve

- baixa prioridade

para consertá-

lo

Ausência de rótulos [sim][não] para

algumas condições de guarda

Executar

Piloto

Problema leve

- baixa prioridade

para consertá-

lo

Ausência de rótulos [sim][não] para

algumas condições de guarda

Executar

Piloto

Omissão de

Atividade

Problema

grave - alta

prioridade para consertá-

lo

O modelo não considera a atividade

"Avaliar precisão da string de busca"

Preencher

Dados

Relacionados

a Seleção de

Fonte de

Estudos

Avaliar Lista de Fontes de Estudos Obtida Após

Aplicação de Critérios de

Seleção

Sequenciamento Equivocado de

Atividade

Para os casos em que a Lista não for adequada deverá ser redefinido os

critérios para seleção de fontes de

estudos primários. Nestes casos fluxo de

controle deve direcionar a atividade

"Definir Critérios para Seleção de Fontes de Estudos Primários".

Preencher

Dados

Relacionados

a Seleção de

Estudos

Avaliar se os Critérios de

Inclusão/Exclusão São Suficientes

Sequenciamento

Equivocado de Atividade

Problema

grave - alta prioridade

para consertá-

lo

Redirecionamento do fluxo de controle

de negação ( quando os critérios não são suficientes ) deve ser realizado a partir

do simbolo de decisão para o inicio do

diagrama.

Preencher

Dados

Relacionados

a

Sumarização

dos

Resultados

Verificar Necessidade de

Plotar Dados

Sequenciamento

Equivocado de

Atividade

Problema leve

- baixa

prioridade para consertá-

lo

Nos casos em que não será necessario

eecutar a "Definir Procedimento para

Plotagem de dados" o fluxo de controle deve ser redirecionado para o fim do

diagrama.

Executar

Piloto

Avaliar aplicação do

Procedimento para Inclusão/Exclusao de

Estudos Primarios

Sequenciamento

Equivocado de Atividade

Problema

grave - alta prioridade

para consertá-

lo

Caso Criterio nâo foi aplicado

corretamente retornar o fluxo para atividade "Aplicar Procedimento para

Inclusao/Exclusao de estudos primarios"

Executar

Piloto

Avaliar aplicação do

Procedimento para

Avaliação de Qualidade de Estudos Primarios

Sequenciamento

Equivocado de

Atividade

Problema

grave - alta

prioridade para consertá-

lo

Caso Criterio nâo foi aplicado

corretamente retornar o fluxo para

atividade "Aplicar Procedimento para Avaliação de Qualidade de estudos

primarios"

Executar

Piloto

Avaliar aplicação do Procedimento para

Hieraquização de Estudos

Primarios

Sequenciamento Equivocado de

Atividade

Problema grave - alta

prioridade

para consertá-lo

Caso Criterio nâo foi aplicado corretamente retornar o fluxo para

atividade "Aplicar Procedimento para

Hierarquização de estudos primarios"

Realizar

Análise dos

Resultados

Relatar possiveis ameaças

a validade de Construção

Nome

Equivocado de Atividade

Problema leve

- baixa prioridade

para consertá-

lo

Alterar o nome da atividade para

"Relatar possiveis ameaças a validade do Construto"

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144

Defeitos do Documento de Requisitos

Localização Componente Tipo de

Defeito

Severidade Descrição

RF02 Planejamento Omissão Problema leve -

baixa prioridade para consertá-lo

Na RN02 eu sugiro que um perfil de 'Lider'

também seja criado além dos desenvolvedor do protocolo e revisor.

RF02 Planejamento Omissão Problema grave -

alta prioridade para consertá-lo

Falta definir os papéis desenvolvedor do

protocolo e revisor

RF03 Planejamento Ambiguidade Problema leve - baixa prioridade

para consertá-lo

Não está claro se o mecanismo Kappa seria utilizado como opção default para resolução

de divergências entre revisores, no caso em

que o desenvolvedor do protocolo não especifique nenhum mecanismo.

RF06 Planejamento Ambiguidade Problema grave -

alta prioridade para consertá-lo

Não está claro o que seria a validade interna

e externa da revisão.

RF07 Planejamento Omissão Problema leve -

baixa prioridade para consertá-lo

Além do tempo, o software poderia

armazenar o usuário que está executando a atividade também.

RF10 Planejamento Ambiguidade Problema leve -

baixa prioridade para consertá-lo

As modificações informadas e justificadas

formariam uma espécie de controle de versão do protocolo?

RF15 Planejamento Ambiguidade Problema grave -

alta prioridade para consertá-lo

Não é possível determinar que tipos de

mecanismos de comunicação o software poderá prover. É necessário explicitar

melhor.

RF22 Planejamento Informação Estranha

Problema catastrófico – é

imperativo

consertá-lo

O requisito RF25 é igual ao requisito RF22.

RF28 Planejamento Omissão Problema leve -

baixa prioridade

para consertá-lo

Novo Requisito - Para os casos em que o

estudo secundario informado for do tipo

revisão sistematica no item do protocolo do padrão o Pico o software deverá considerar o

elemento comparision como obrigatório.

RF01 Execução Omissão Problema leve - baixa prioridade

para consertá-lo

Falta definir o papel de executor do protocolo

RF02 Execução Ambiguidade Problema leve - baixa prioridade

para consertá-lo

O que se entende por colaborativa neste contexto? Seria comunicação entre os

revisores?

RF04 Execução Ambiguidade Problema leve - baixa prioridade

para consertá-lo

Não é possível determinar que tipos de mecanismos de comunicação o software

poderá prover. É necessário explicitar

melhor.

RF08 Execução Omissão Problema grave -

alta prioridade

para consertá-lo

Falta incluir o laudo de execução do piloto,

entre os documentos a serem empacotados.

Também é importante que sejam listados os artigos de controle selecionados no estudo.

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145

Apêndice VII – Respostas dos Participantes do

Estudo de Avaliação da Ferramenta SSPlan

Grupo 1

Pesquisador A

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a utilizar a SSPlan Concordo

parcialmente

Consegui utilizar a SSPlan da forma que eu queria Discordo

totalmente

Entendi o que acontecia na minha interação com a

SSPlan

Discordo

amplamente

Foi fácil lembrar como planejar uma revisão

sistemática com o uso da SSPlan

Discordo

amplamente

Utilidade

Foi fácil lembrar como planejar uma revisão

sistemática com o uso da SSPlan

Concordo

parcialmente

Considero SSPlan útil para realizar o planejamento de

protocolos de revisão sistemática

Discordo

totalmente

A SSPlan permite realizar o planejamento do protocolo

da revisão sistemática em conformidade com o

processo definido no guia de apoio

Concordo

parcialmente

O uso da SSPlan permite melhorar o desempenho do

pesquisador durante o planejamento do protocolo da

revisão sistemática

Discordo

totalmente

Page 158: SERVIÇOS DE APOIO AO PLANEJAMENTO DE REVISÕES …objdig.ufrj.br/60/teses/coppe_m/RafaelDoEspirtoSanto.pdf · Rafael do Espirito Santo Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

146

Pesquisador B

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a utilizar a

SSPlan

Concordo

parcialmente

Os textos dos linques não são intuitivos. A falta de um

linque para ajuda e um glóssário também foi sentida.

Consegui utilizar a SSPlan da

forma que eu queria

Discordo

amplamente

A ferramenta tem o propósito de guiar o pesquisador para

planejar seu protocolo. Mas não poder desfazer ações feitas

não permitiu que o procolo ficasse exatamente da forma

como intencionava. (Ex: Marquei sem querer que não faria

avaliação qualitativa e não pude mudar de idéia)

Entendi o que acontecia na minha

interação com a SSPlan

Concordo

amplamente

Foi fácil lembrar como planejar

uma revisão sistemática com o

uso da SSPlan

Concordo

amplamente

Utilidade

Foi fácil lembrar como planejar

uma revisão sistemática com o

uso da SSPlan

Concordo

amplamente

Considero SSPlan útil para

realizar o planejamento de

protocolos de revisão sistemática

Concordo

parcialmente

Não entendi exatamente em que a ferramenta é melhor que

um template. Mas acredito que existam mais funcionalidades

que ainda não foram implementadas. O conceito de

workflow poderia ser melhor explorado.

A SSPlan permite realizar o

planejamento do protocolo da

revisão sistemática em

conformidade com o processo

definido no guia de apoio

Concordo

amplamente

O uso da SSPlan permite melhorar

o desempenho do pesquisador

durante o planejamento do

protocolo da revisão sistemática

Concordo

amplamente

Desde que permita que o protocolo seja editado

completamente conforme a vontade do pesquisador.

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147

Grupo 2

Pesquisador C

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a utilizar a SSPlan Concordo

totalmente

Consegui utilizar a SSPlan da forma que eu queria Concordo

amplamente

Entendi o que acontecia na minha interação com a

SSPlan

Concordo

totalmente

Foi fácil lembrar como planejar uma revisão

sistemática com o uso da SSPlan

Concordo

totalmente

Utilidade

Foi fácil lembrar como planejar uma revisão

sistemática com o uso da SSPlan

Concordo

totalmente

Considero SSPlan útil para realizar o planejamento de

protocolos de revisão sistemática

Concordo

totalmente

A SSPlan permite realizar o planejamento do protocolo

da revisão sistemática em conformidade com o

processo definido no guia de apoio

Concordo

totalmente

O uso da SSPlan permite melhorar o desempenho do

pesquisador durante o planejamento do protocolo da

revisão sistemática

Concordo

amplamente

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148

Pesquisador D

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a

utilizar a SSPlan

Discordo

parcialmente

O menu está quebrando e o logotipo está abaixo do sistema, o que leva

a confundi um pouco. Também não é intuitivo os botões em texto, do

lado direito, com a definição do projeto, do lado esquerdo.

Consegui utilizar a

SSPlan da forma que eu

queria

Concordo

parcialmente

Consegui, mas com um certo esforço. Tive receio de acrescentar

tarefas e me ative as atividades do protocolo.

Entendi o que acontecia

na minha interação com

a SSPlan

Concordo

parcialmente

Sim, entendi. Depois de aprendido, o restante se comporta igualmente,

mas tem alguns pontos que podem ser revistos, para melhorar a

navegabilidade.

Foi fácil lembrar como

planejar uma revisão

sistemática com o uso

da SSPlan

Discordo

amplamente

Na verdade, precisei preencher totalmente o protocolo papel, para me

guiar. A falta de saber o que tem por vir e o não ter como voltar,

dificulta o entendimento do protocolo completo.

Utilidade

Foi fácil lembrar como

planejar uma revisão

sistemática com o uso

da SSPlan

Concordo

parcialmente

O sistema é bom, mas precisa melhorar. Ter a visibilidade do protolo

completo, com antecedência, assim como as perguntas que estão por

vir. Talvêz uma divisão por capítulos facilitaria. Ainda não terminei o

preenchimento, estou com dúvidas na pergunta de meta-análise e ainda

assim, não sei o que falta, mesmo tendo preenchido tantos campos. Não

sei se preenchi os campos corretamente, ou de forma redundante. O não

ter o "back", a navegação para trás, dificulta este tipo de ajuste.

Considero SSPlan útil

para realizar o

planejamento de

protocolos de revisão

sistemática

Concordo

parcialmente

Acredito ser bem legal, tem potencialidade, mas precisa ter sua

nevegação melhorada.

A SSPlan permite

realizar o planejamento

do protocolo da revisão

sistemática em

conformidade com o

processo definido no

guia de apoio

Concordo

totalmente

Com certeza. É rígido e vai orientar. Conforme viemos aprendendo e

vendo neste ano, o campo de experimentação de TI é flexível e

suscetível a erros. Este tipo de protocolo formal irá orientar.

O uso da SSPlan

permite melhorar o

desempenho do

pesquisador durante o

planejamento do

protocolo da revisão

sistemática

Discordo

parcialmente

Não acredito. O saber realizar a revisão é inerente ao processo, não a

ferramenta. Quem não conseguir sem a ferramenta, não irá conseguir

com a ferramenta. A ferramenta vem para apoiar e facilitar, se houver

estes ajustes.

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149

Grupo 3

Pesquisador E

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a utilizar a

SSPlan

Concordo

totalmente

A aula de como utilizar o SSPlan foi bem ministrada, com

exemplos. Além disso, as tarefas são simples (basta responder o

que é pedido.

Consegui utilizar a SSPlan da

forma que eu queria

Concordo

parcialmente

Como o protocolo foi gerado por 3 pesquisadores, preferiu-se

juntar os pesquisadores numa mesma máquina e preencher o

protocolo juntos, deixando de lado o caráter colaborativo

Entendi o que acontecia na

minha interação com a SSPlan

Concordo

totalmente

Por ter acesso a um "fluxograma" explicando os passos da

iteração com o SSPlan, eu pude entender com mais facilidade.

Mas o único pré-requisito para utilizar a aplicação seria

entender conceitos de uma revisão sistemática.

Foi fácil lembrar como planejar

uma revisão sistemática com o

uso da SSPlan

Concordo

parcialmente

A especificação de tabelas para aprensentação de resultados

poderia ser melhor.

Utilidade

Foi fácil lembrar como planejar

uma revisão sistemática com o

uso da SSPlan

Concordo

totalmente

O programa auxilia em cada etapa da elaboração de um

protocolo de revisão sistemática.

Considero SSPlan útil para

realizar o planejamento de

protocolos de revisão

sistemática

Concordo

amplamente O único problema seria o idioma, que é sempre em português.

A SSPlan permite realizar o

planejamento do protocolo da

revisão sistemática em

conformidade com o processo

definido no guia de apoio

Concordo

parcialmente

Não comparei os passos do SSPlan com o "fluxograma" que ele

deveria seguir, mas pelo que eu ouvi dos integrantes do meu

grupo, nem tudo saiu como deveria.

O uso da SSPlan permite

melhorar o desempenho do

pesquisador durante o

planejamento do protocolo da

revisão sistemática

Concordo

totalmente Evita erros e esquecimentos.

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Pesquisador F

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a

utilizar a SSPlan

Concordo

parcialmente

Embora algumas partes sejam intuitivas, algumas questões de

usabilidade podem ser melhoradas. Por exemplo, o uso de dicas

(tooltips) sobre determinados itens permitiria saber, de antemão, qual é

a funcionalidade implementada por eles.

Consegui utilizar a

SSPlan da forma que eu

queria

Discordo

parcialmente

Acho que faltaram informações mais completas para pessoas que nunca

realizaram uma revisão sistemática. Embora exista uma ontologia que

apóia o processo, é preciso que todos os conceitos estejam claramente

descritos. Se o objetivo da ferramenta é apoiar o processo, considero

que eu não deveria precisar ir a outro lugar entender o conceito.

Entendi o que acontecia

na minha interação com

a SSPlan

Concordo

parcialmente

Uma coisa que realmente incomoda é não saber quais são os próximos

passos. A partir de um determinado momento, tivemos que fazer com a

ontologia do lado, porque vimos que estávamos preenchendo alguns

dados antecipadamente, e eles eram solicitados em seguida. Como não

podíamos voltar atrás (isto foi realmente uma limitação grave), senti

falta desta visão geral de "em que momento do processo eu estou".

Foi fácil lembrar como

planejar uma revisão

sistemática com o uso

da SSPlan

Discordo

amplamente

A ferramenta foi utilizada duas semanas depois de a turma ser

apresentada a alguns conceitos e formalismos. Ainda "não entrou no

sangue". Talvez a ferramenta apoie especialistas em RS, mas não acho

que seja adequada a pessoas que estejam iniciando (embora a

estruturação que "força" o seguimento ao processo seja bastante útil

para não "atropelar" as etapas).

Utilidade

Foi fácil lembrar como

planejar uma revisão

sistemática com o uso

da SSPlan

Idem acima?

Considero SSPlan útil

para realizar o

planejamento de

protocolos de revisão

sistemática

Concordo

amplamente

É uma iniciativa muito interessante e que merece ser continuada.

Embora seja um protótipo acadêmico, o próprio grupo ESE e os demais

grupos da COPPE poderiam se beneficiar - e muito - com as facilidades

que a ferramenta busca trazer.

A SSPlan permite

realizar o planejamento

do protocolo da revisão

sistemática em

conformidade com o

processo definido no

guia de apoio

Discordo

parcialmente

Encontrei duas inconsistências (pelo que me lembro) entre o processo e

a ferramenta. Uma inconsistência foi na ordem de algumas tarefas,

alguns passos que estão mais adiante são antecipados, e a outra

inconsistência está no fork das atividades, que só vi acontecer ao final

(no processo ocorre mais de uma vez).

O uso da SSPlan

permite melhorar o

desempenho do

pesquisador durante o

planejamento do

protocolo da revisão

sistemática

Concordo

amplamente

O fato de se ter um processo bem definido (e, pelo que disseram,

avaliado) ajuda para que o pesquisador não tenha que "ir e voltar" em

algumas atividades por não saber a ordem exata de sua execução. No

entanto, para avaliar o desempenho, creio que este estudo não seja

suficiente.

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Pesquisador G

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a

utilizar a SSPlan

Concordo

amplamente

Alguns campos como 'design da tabela tal' não me parecem adequados.

Não estava claro como preenche-los, e não foi útil (no final das contas,

tive que colocar a tabela manualmente no documento gerado)

Consegui utilizar a

SSPlan da forma que eu

queria

Concordo

parcialmente

A funcionalidade de Adcionar a atividade e depois preencher fica

bastante cansativa com o uso. Podia ter único botão "Adicionar e

Preencher". Alguma atividades que o preenchimento é apenas um

checkbox também poderiam ser concatenas com outras, para reduzir o

trabalho de preenche-las (se eu marquei o checkbox, dizendo que vou

realizar tal atividade, então faria sentido que o preenchimento dessa

atividade já ocorresse na mesma tela

Entendi o que acontecia

na minha interação com

a SSPlan

Concordo

totalmente

Ao adcionar novos itens (ex: critérios de exclusão) o sistema não

mostrar nenhuma indicação de que está carregando.. Eu clicava em

incluir, e nada acontecia, e depois de algum tempo o critério era

incluído.

Foi fácil lembrar como

planejar uma revisão

sistemática com o uso

da SSPlan

Concordo

totalmente

Utilidade

Foi fácil lembrar como

planejar uma revisão

sistemática com o uso

da SSPlan

Concordo

totalmente

Considero SSPlan útil

para realizar o

planejamento de

protocolos de revisão

sistemática

Concordo

totalmente

A SSPlan permite

realizar o planejamento

do protocolo da revisão

sistemática em

conformidade com o

processo definido no

guia de apoio

Concordo

parcialmente

Algumas coisas que existiam no procolo de exemplo fornecido, não

estavam na ferramenta. Além disso, a existencia de uma estrutura PICO

e uma string de busca para cada pergunta (primaria/secundária) não me

pareceu adequado ao que aprendi em sala. Deveria estar claro que a

string de busca da questão secundária deve ser um sub-conjunto dos

resultados da questão primária.

O uso da SSPlan

permite melhorar o

desempenho do

pesquisador durante o

planejamento do

protocolo da revisão

sistemática

Concordo

amplamente

Algumas melhorias precisam ser feitas para melhorar a eficiencia de

uso (vide comentários acima)

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Grupo 4

Pesquisador H

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a utilizar a

SSPlan

Concordo

amplamente

Ao começo tivemos dificuldades com a edição das tarefas já

preenchidas, mas já foi solucionado

Consegui utilizar a SSPlan da

forma que eu queria

Concordo

parcialmente

Não foi fácil preencher todas as tarefas consecutivamente, já

que trabalhamos em duplas e cada quem tinha tarefas diferentes

Entendi o que acontecia na

minha interação com a SSPlan

Concordo

amplamente

Foi fácil lembrar como planejar

uma revisão sistemática com o

uso da SSPlan

Concordo

totalmente Muito bom, tem todos os passos para a SLR

Utilidade

Foi fácil lembrar como planejar

uma revisão sistemática com o

uso da SSPlan

pergunta repetida

Considero SSPlan útil para

realizar o planejamento de

protocolos de revisão

sistemática

Concordo

amplamente

A SSPlan permite realizar o

planejamento do protocolo da

revisão sistemática em

conformidade com o processo

definido no guia de apoio

Concordo

totalmente

O uso da SSPlan permite

melhorar o desempenho do

pesquisador durante o

planejamento do protocolo da

revisão sistemática

Concordo

totalmente

Reduze o tempo de planejamento, devido a que o pesquisador

já conhece que tarefas tem que fazer

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Pesquisador I

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a utilizar a

SSPlan

Concordo

parcialmente

Consegui utilizar a SSPlan da forma

que eu queria

Discordo

parcialmente

Não foi possível editar seções do protocolo já salvos. Além

disto, a ferramenta permitiu acesso indevido ao resultado

de outro grupo.

Entendi o que acontecia na minha

interação com a SSPlan

Concordo

amplamente

A ferramenta permite ao usuário perceber o processo de

planejamento de um estudo secundário.

Foi fácil lembrar como planejar

uma revisão sistemática com o uso

da SSPlan

Discordo

parcialmente

Algumas limitações da ferramenta tornaram seu uso

inapropriado, trazendo consigo mais problema do que

solução. A simples edição de um template no formato

Word resultaria no mesmo documento com maior

facilidade.

Utilidade

Foi fácil lembrar como planejar

uma revisão sistemática com o uso

da SSPlan

Concordo

parcialmente

Considero SSPlan útil para realizar

o planejamento de protocolos de

revisão sistemática

Discordo

amplamente

A ferramenta precisa ser bastante melhorada para permitir

maior produtividade no processo de planejamento.

A SSPlan permite realizar o

planejamento do protocolo da

revisão sistemática em

conformidade com o processo

definido no guia de apoio

Concordo

totalmente

O uso da SSPlan permite melhorar

o desempenho do pesquisador

durante o planejamento do

protocolo da revisão sistemática

Discordo

totalmente

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Grupo 5

Pesquisador J

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a utilizar a SSPlan Concordo

amplamente

Consegui utilizar a SSPlan da forma que eu

queria

Concordo

amplamente

Entendi o que acontecia na minha interação

com a SSPlan

Concordo

amplamente

Foi fácil lembrar como planejar uma revisão

sistemática com o uso da SSPlan

Concordo

parcialmente

Utilidade

Foi fácil lembrar como planejar uma revisão

sistemática com o uso da SSPlan

Concordo

parcialmente

Falta uma ajuda baseada em uma revisão

sistemática em cada tarefa, explicitanto exemplos.

E uma ideia do todo em formato de tutorial.

Considero SSPlan útil para realizar o

planejamento de protocolos de revisão

sistemática

Concordo

totalmente

A SSPlan permite realizar o planejamento do

protocolo da revisão sistemática em

conformidade com o processo definido no

guia de apoio

Concordo

totalmente

O uso da SSPlan permite melhorar o

desempenho do pesquisador durante o

planejamento do protocolo da revisão

sistemática

Concordo

totalmente

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Pesquisador K

Quesito Questão Avaliação Comentários

Facilidade

de Uso

Foi fácil aprender a utilizar a SSPlan Concordo

totalmente

Com o treinamento dado, foi bem fácil utilizar a

ferramenta.

Consegui utilizar a SSPlan da forma que eu

queria

Concordo

parcialmente

Durante a execução de alguns passos ocorreram

erros que limitaram um pouco o trabalho e a falta

da opção de editar contribuiu um pouco para isso

também.

Entendi o que acontecia na minha interação

com a SSPlan

Concordo

totalmente

Foi fácil lembrar como planejar uma revisão

sistemática com o uso da SSPlan

Concordo

amplamente Se tivesse um help ajudaria mais um pouco.

Utilidade

Foi fácil lembrar como planejar uma revisão

sistemática com o uso da SSPlan

Concordo

amplamente Se tivesse um help ajudaria mais um pouco.

Considero SSPlan útil para realizar o

planejamento de protocolos de revisão

sistemática

Concordo

totalmente

A SSPlan permite realizar o planejamento do

protocolo da revisão sistemática em

conformidade com o processo definido no

guia de apoio

Concordo

totalmente

O uso da SSPlan permite melhorar o

desempenho do pesquisador durante o

planejamento do protocolo da revisão

sistemática

Concordo

totalmente