sem fronteiras para os pets -...
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As caminhas na lavanderia deram lugar a projetos pensados para gatos e cachorros vivenciarem a casa junto aos donos. Uma adaptação da sociedade
no jeito de lidar com os bichos, que trouxe benefícios a essa relaçãoTexto S t é p h a n i e D u r a n t e Vi
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Se somarmos o número de cães e gatos no Brasil, o resultado será muito maior do que a quantida-de de crianças. Segundo a última pesquisa nacional de saúde feita pelo IBGE, os domicílios brasi-
leiros contam com mais de 52 milhões de ca-chorros e mais de 22 milhões de felinos contra 50 milhões de crianças até 14 anos. “Os pets parti-cipam intimamente da vida familiar. Assim como bebês, eles demandam cuidados, alteram nossa rotina e são muito carinhosos. E essa troca é mui-ta rica, tanto para eles, quanto para nós”, conta a veterinária e psicóloga Ceres Faraco, que é vice-presidente da Associação Médico-Veterinária Brasileira de Bem-Estar Animal.
Foi-se o tempo em que os animais de estima-ção ficavam restritos a uma única área da casa. Atualmente, a grande maioria deles tem acesso livre e irrestrito a todos os ambientes e até ser-vem de inspiração para projetos de decoração, como você verá nas páginas a seguir. A casa sem fronteiras para os bichos já é uma realidade, mas requer cuidados. “É preciso verificar se o am-biente apresenta algum perigo para a saúde e a segurança deles, especialmente se forem filho-tes, como produtos que possam causar uma in-toxicação ou ambientes onde eles corram o risco de se acidentar”, afirma o zootecnista Alexandre Rossi, fundador da Cão Cidadão e conhecido como Dr. Pet. Para evitar acidentes, instale te-las de proteção em janelas e varandas, esconda fios de eletricidade, deixe produtos de limpeza fora do alcance e evite cultivar plantas tóxicas, como copo-de-leite, avenca e azaleia. Também é preciso redobrar o cuidado com a higienização das áreas que o animal frequenta. Aspire os cô-modos pelo menos três vezes por semana, retire diariamente qualquer resíduo de urina e fezes e limpe todos os dias o local onde ficam o come-douro e o bebedouro.
passagem especial No apartamento reformado pelo escritório a:m studio de arquitetura, todas as portas têm recortes que permitem a circulação dos três gatos do casal
liberdade A vira-lata Caçula, que descansa sobre os almofadões na sala de estar, tem passagem liberada por todos os cômodos do apartamento. Projeto dos arquitetos Regina Strumpf e Rogério Gurgel
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VEJA MAIS: CONHEÇA PLANTAS RESISTENTES À CURIOSIDADE DOS ANIMAIS E OUTRAS QUE
OFERECEM RISCO À SAÚDE DELES EM CASA E JARDIM.COM.BR
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passagem secreta Além de abrigar livros, a estante criada pelo escritório estadunidense Bfdo Architects permite que os gatos acessem o segundo pavimento da casa
nas alturas Pensando nos gatos, o escritório japonês ALTS design apostou em prateleiras suspensas que percorrem toda a extensão da sala de estar e da cozinha
BFDO Architects/Divulgação
Mas, de acordo com pesquisa realizada pela equi-pe de pediatria do hospital de Kuopio, na Finlân-dia, o contato com os animais pode, na verdade, diminuir o risco de tosses e espirros no primeiro ano de vida da criança. Os médicos descobriram que nas casas com pets os bebês eram 44% menos propensos a desenvolver infecções respiratórias e tinham 29% menos chances de precisar de anti-bióticos. Isso porque o contato com as bactérias e germes presentes nos animais faz com que o sistema imunológico dos bebês amadureça mais rapidamente. “Essa relação também ajuda a de-senvolver as habilidades motoras das crianças e é um ótimo estímulo sensorial”, afirma Ceres. Se-gundo ela, é importante tomar cuidado para não se esquecer dos bichinhos ou descontar neles a irritação de uma noite mal dormida. Ela também lembra que, com a chegada de um novo membro
dupla função Criada pelo estúdio francês fabbricabois, a mesa de centro Nidin também pode ser utilizada como caminha para gatos e cachorros. inspirada nos origamis japoneses, ela é composta de oito partes reunidas por elásticos
entretenimento garantidoEnriquecer o ambiente com brinquedos e
promover exercícios físicos diários são boas ma-neiras de gastar a energia acumulada dos peludos e garantir que os móveis e objetos de decoração permaneçam ilesos. “Deixar a casa cheia de ativi-dades para que o cão possa farejar, se movimen-tar e buscar alimento ajudará a entreter e cansar o animal quando ele estiver sozinho em casa. Uma boa dica é comprar brinquedos interativos que dispensam comida em vez de deixar o ali-mento à disposição de maneira tediosa”, afirma Alexandre. Prefira brinquedos de borracha, que são mais resistentes e fáceis de lavar. Para os ga-tos, os arranhadores são ótimos aliados para evi-tar cortinas, colchas e sofás desfiados. Explorar verticalmente o ambiente também é uma forma de deixar o espaço mais interessante para os feli-nos. “Eles adoram explorar o espaço aéreo. Para mantê-lo ocupado, crie um circuito com estan-tes e prateleiras em diferentes alturas. Ter uma
fonte em casa também é uma boa opção, pois eles adoram água corrente”, explica a veteriná-ria Luciana Deschamps, especialista em gatos e presidente da Ong Felbras – Felinos do Brasil.
parte da famÍliaQuando descobriram que estavam esperan-
do o primeiro filho, a advogada Maria Fernanda Horta e o arquiteto Pedro Kastrup, do escritório PKB Arquitetura, temeram que Sushi, seu sim-pático lulu da pomerânia, sofresse com a chegada do bebê. “Queríamos que ele se sentisse incluído nessa nova fase. Desenhei um móvel multifun-cional que reúne o berço do Gabriel, o trocador e a cama do Sushi”, explica Pedro. A peça conta ain-da com um visor entre o berço e a caminha para incentivar a interação entre os dois.
Diferentemente de Maria Fernanda e Pedro, alguns pais de primeira viagem temem que a convivência com gatos e cachorros, por soltarem pelos, seja prejudicial para os recém-nascidos.
ALTS Design/Divulgação
Florence Joubert/Fabbricabois/Divulgação
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na família, os donos acabam mudando o dia a dia dos pets e, com isso, eles podem encarar a criança como um inimigo. “A dica é mudar a rotina do ani-mal com antecedência para que ele não associe as alterações à chegada do bebê”, diz.
mudança de aresOutro momento importante na vida dos pets
é a mudança de casa. “Nesses casos, as pessoas tendem a querer comprar tudo novo, mas é mui-to importante levar para o novo endereço o pote de ração e a cama que o animal já utilizava. Reco-nhecer esses elementos na nova morada torna a adaptação mais fácil”, afirma Ceres. Se possível, faça essa transição aos poucos e tome cuidado com possíveis resíduos de obra. “No caso dos cães, mostre o novo local a eles e deixem que cheirem, explorem e brinquem para fazer associações po-sitivas com o novo espaço. Já os gatos costumam demorar um pouco mais para se adaptarem em novos territórios. O ideal é que, no início, fiquem restritos a um só cômodo e, aos poucos, possam explorar e se ambientar”, ensina Alexandre. CJ C
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Apaixonado por cachorros, o designer japonês Kenya Hara convidou 13 profissionais renomados para criarem microambientes inspirados em determinadas raças. Os designers Winy Maas, Jacob van Rijs e Nathalie de Vries, do escritório holandês MVRDV, levaram em conta a natureza agitada do beagle para desenhar essa casinha que balança ao puxar a corda (1). Já os dachshunds serviram de inspiração para o misto de banco e circuito de exercícios projetado por Yoshiharu Tsukamoto e Momoyo Kaijima, do escritório japonês Atelier Bow-Wow (2). O papelão que dá
forma aos rolos de papel-alumínio se transformou em um labirinto divertido para os papillons, graças ao arquiteto japonês Shigeru Ban (3). E as diversas possibilidades de tosa fizeram com que o designer alemão Konstantin Grcic criasse uma espécie de palco para os poodles, com direito a iluminação típica de camarim (4). Chamado architecture for dogs, o projeto tem design aberto, ou seja, que permite cópia ou modificação. No site architecturefordogs.com é possível baixar arquivos com o grau de dificuldade, o tempo de produção e as instruções de como construir cada projeto.
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integração desenhado por Pedro Kastrup,
do escritório PKB Arquitetura, o
móvel é um misto de berço para o
pequeno Gabriel, bicama, trocador, gaveteiro e cama
para o lulu da pomerânia Sushi
mobilidade Projetada pelo
arquiteto Gabriel de Lucca, a
porta vaivém de mdf com
acabamento de palhinha permite
a passagem da boston terrier
Pennyleia entre a cozinha e a área
de serviço
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PKB Arquitetura/Divulgação
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