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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PARANÁ GOVERNO DO ESTADO
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO- ARTIGO FINAL
PROFESSOR PDE - 2012
Título do Artigo: Fonética e Fonologia: suas contribuições para o ensino e aprendizagem de Língua Inglesa a partir de uma pesquisa colaborativa
Autor: Marcia Regina Miquelino Campos
Disciplina/ Área: Língua Estrangeira Moderna/Inglês
Escola de atuação: Colégio Estadual Barbosa Ferraz
Município da escola: Andirá
Núcleo Regional de Educação: Jacarezinho
Professor Orientador: Maria Virgínia Brevilheri Benassi
Instituição de Ensino Superior: UENP- Campus Cornélio Procópio
Relação Interdisciplinar: O trabalho Interdisciplinar contará com a contribuição das disciplinas de Língua Portuguesa e Biologia.
Público Alvo: Com a finalidade de desenvolver atividades voltadas para a Abordagem Comunicativa, esse trabalho contemplou os alunos do 1º ano do Ensino Médio, no período matutino do Colégio Estadual Barbosa Ferraz, no município de Andirá – Paraná.
Localização: Colégio Estadual Barbosa Ferraz. – EFM
Travesso Nestor Carlos Cunha, número 62 – Andirá - Paraná.
Resumo:
O presente artigo tem por finalidade relatar os resultados obtidos do processo de implementação do projeto de intervenção pedagógico sobre fonética e fonologia. O trabalho foi elaborado durante o primeiro ano do Programa de
Desenvolvimento Educacional 2012, e foi desenvolvido numa escola Pública da cidade de Andirá – Paraná. A tarefa está alicerçada na necessidade de desenvolver uma prática pedagógica voltada para a compreensão, comunicação e utilização da palavra quanto à pronúncia e o contexto em que está inserida. Dessa forma, desenvolveu-se uma Sequência Didática sobre o Gênero Textual Entrevista, contemplando os aspectos mencionados anteriormente, bem como a estrutura do gênero textual a fim de que aconteça apropriação das partes composicionais e elementos textuais que o caracteriza. Insere-se também o trabalho interdisciplinar com as disciplinas de Ciências e Língua Portuguesa com o intuito de melhor contextualização e entendimento do conteúdo apresentado. A metodologia utilizada contou com material impresso e também uso de fontes tecnológicas, uma vez que as atividades envolvem o processo comunicativo. Conclui-se que o uso do material impresso e recursos mediáticos, na disciplina de Língua Inglesa, contribuíram para que o ensino e aprendizagem acontecessem de forma a chamar a atenção dos alunos para aspectos do idioma que até então eles ainda não tinham tido contado, proporcionando tarefas diferenciadas do cotidiano, trazendo para sala de aula dinamicidade, fazendo com que a aprendizagem seja significativa no âmbito escolar.
Palavras-chave: Fonética – Fonologia – Pronúncia – Abordagem Comunicativa
1Professora da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, participante do PDE – Turma 2012, e-mail: [email protected] 2Professora Orientada da Universidade Tecnológica do Estado do Paraná (UFT) , e-mail: [email protected]
FONÉTICA E FONOLOGIA: SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENS INO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA A PARTIR DE UMA PESQ UISA COLABORATIVA
Marcia Regina Miquelino Campos 1
Maria Virgínia Brevilheri Benassi 2
RESUMO O presente artigo tem por finalidade relatar os resultados obtidos do processo de implementação do projeto de intervenção pedagógico sobre fonética e fonologia. O trabalho foi elaborado durante o primeiro ano do Programa de Desenvolvimento Educacional 2012, e foi desenvolvido numa escola Pública da cidade de Andirá – Paraná. A tarefa está alicerçada na necessidade de desenvolver uma prática pedagógica voltada para a compreensão, comunicação e utilização da palavra quanto à pronúncia e o contexto em que está inserida. Dessa forma, desenvolveu-se uma Sequência Didática sobre o Gênero Textual Entrevista, contemplando os aspectos mencionados anteriormente, bem como a estrutura do gênero textual, a fim de que aconteça a apropriação das partes composicionais e elementos textuais que o caracteriza. Insere-se também o trabalho interdisciplinar com as disciplinas de Biologia e Língua Portuguesa com o intuito de melhor contextualização e entendimento do conteúdo apresentado. A metodologia utilizada contou com material impresso e também uso de fontes tecnológicas, uma vez que as atividades envolvem o processo comunicativo. Conclui-se que o uso do material impresso e recursos mediáticos, na disciplina de Língua Inglesa, contribuíram para que o ensino e aprendizagem acontecesse de forma a chamar a atenção dos alunos para aspectos do idioma que até então eles ainda não tinham tido contado, proporcionando tarefas diferenciadas do cotidiano, trazendo para sala de aula dinamicidade, fazendo com que a aprendizagem seja significativa no âmbito escolar.
Palavras-chave: Fonética – Fonologia – Pronúncia – Abordagem Comunicativa. 1. INTRODUÇÃO
Relatos históricos marcam toda a trajetória do ensino de Língua Estrangeira
(LE) na educação pública, muitos foram os fatores que contribuíram para que atualmente a
disciplina de Língua Inglesa fizesse parte da grade escolar juntamente com as demais
disciplinas. Dessa forma, todos os esforços que visam melhorar e transformar, tanto o corpo
docente como o discente, com o intuito de criar uma nova sociedade, são enobrecedores,
pois é no questionamento, na pesquisa colaborativa e social que nos constituímos como
sujeitos no relacionamento entre eu – outro (VYGOTISKY, 1930; BAKHTIN, 1977; FREIRE,
1970/1987), ao fazermos parte de um grupo social é que existimos enquanto pessoa,
respeitando o outro como aquele que vem para somar seus conceitos e assim nos
construirmos juntos.
Nesse contexto, destaca-se a necessidade de um trabalho voltado para a Abordagem
Comunicativa de Língua Inglesa, entendendo que “a língua é concebida como instrumento
de comunicação ou de interação social, concentrada nos aspectos semânticos, e não mais
no código linguístico” (DCE – Língua Estrangeira Moderna), portanto, esse trabalho se
justifica no intuito de propiciar o estudo, conhecimento e entendimento por meio dos
parâmetros da Fonética (Phonetic) e Fonologia (Phonology), para melhor compreensão e
utilização da palavra quanto a pronúncia e o contexto em que está inserida. Para esse
propósito, (CAGLIARI, 2008) sugere-se que os alunos aprendam o Alfabeto Fonético
Internacional (IPA - International Phonetic Alphabet), pois, ao estudar a fonética, o aluno vai
perceber que a maneira como ele acredita que seja o som de uma palavra pode não
corresponder ao seu som verdadeiro.
Sabemos de todas as dificuldades que encontramos quando falamos de
valorização do ensino e aprendizagem da Língua Inglesa no ambiente escolar,
comentários tais como, “Para que estudar Inglês?”, “Não sei falar nem o Português,
quanto mais essa Língua”, “Eu não vou para os Estados Unidos mesmo!”, essas
colocações nos empobrecem enquanto professor, muitas vezes, faz-nos sentirmos
fracassados e sem importância quanto ao conteúdo que ministramos, talvez, professor e
professora, seja hora de tentarmos reverter esse cenário, “o papel do professor é
fundamental para a aprendizagem da pronúncia e de outra língua, mas o aluno deve
participar do processo e ser responsável para adquirir uma boa pronúncia” (Cagliari,
1970). Dessa forma, trabalharemos para criar em nós e nossos alunos uma postura
consciente das realidades fonéticas e fonológicas do Alfabeto Fonético Internacional, bem
como seu valor para se adquirir uma segunda língua (L2), no caso a língua inglesa.
Segundo Bollela (2002) apesar da pronúncia, como componente de comunicação
oral, receber uma atenção cada vez maior, na literatura sobre o ensino de línguas, os
livros didáticos, em sua maioria, não refletem esse interesse. Portanto, desenvolver
metodologias, materiais e atividades voltadas para o ensino e aprendizagem comunicativa
da língua, utilizando meios tecnológicos, que tanto agrada os alunos na adolescência, em
vista de que as atividades desenvolvidas teve a participação dos alunos do 1º ano do
Ensino Médio.
Essa proposta começa pela necessidade, de nós professores, conhecermos os
materiais voltados para o ensino comunicativo, conduzindo os alunos a se apropriarem do
IPA, (International Phonetic Alphabet) fazendo com que eles desenvolvam habilidades
comunicativas conscientes do que estão falando. O trabalho com vídeos e músicas,
focando falantes nativos do idioma será mais um colaborador na construção do ensino e
aprendizagem. Nesse sentido, talvez possamos pensar que seja um desafio trabalhar
sobre essa abordagem, mas devemos pensar também que só mudaremos nossa conduta
e abordagem se enfrentarmos o desafio que se inicia na necessidade de aprofundarmos
nosso conhecimento.
Utilizando os recursos tecnológicos oferecidos pelo colégio, o trabalho teve a
colaboração dos professores da disciplina de Biologia sendo respaldada por profissionais
da Fonoaudióloga, e a disciplina de Língua Portuguesa, ressaltando os aspectos
estruturais do Gênero Textual Entrevista. Esse tecer de atividades valorizou e
contextualizou o material pedagógico produzido.
O objetivo geral proposto se culmina no investigar a relevância e conscientização
dos alunos e professores quanto aos parâmetros fonéticos e fonológicos para um
aprendizado dinâmico e reflexivo, bem como seu domínio para a aquisição de um
segundo idioma.
A estruturação desse artigo contou com cinco seções: seção 1: aborda a temática
do trabalho, seção 2: a fundamentação teórica, seção 3: a metodologia utilizada, seção 4:
a análise dos resultados, seção 5: a contribuição da pesquisa.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
“… there are many more non-native users of English in the world then are native speakers. In addition, there are many more non-native teachers than there are native-speaking teachers. Their needs and abilities can no longer be ignored.” (Jenner, 1996, p. 414)
Muitas foram as mudanças apresentadas, nos últimos anos, pela Linguística
Aplicada para o ensino e aprendizagem de línguas, essas modificações muito têm
contribuído para que conceitos obsoletos fossem superados e dessem lugar a
abordagens e métodos mais coerentes no campo de Línguas Estrangeiras (LE). Nesse
aspecto de modificações, a revisão bibliográfica tem a contribuir no sentido de refletir de
como o ensino da pronúncia por meio da fonética e fonologia pode ajudar no processo da
aquisição da segunda língua (L2).
Por muitos anos, o ensino da pronúncia foi considerado desnecessário por algumas
teorias e abordagens tais como, o Método Direto que segundo as Diretrizes Curriculares
de Língua Estrangeira (DCE), “se baseava na teoria associativa da psicologia da
aprendizagem que tem na associação o princípio básico da atividade mental” (PARANÁ,
2008, P. 41), esse método não se fortaleceu devido condições propícias para seu
desenvolvimento e predomínio da gramática. Logo após surge os Métodos Audiosivual e
Audio-Oral que pressupunha que todo ser uma seria capaz de falar uma segunda língua
fluentemente, desde que fosse submetido a uma constante repetição de modelos
(PARANÁ, 2008, P. 44), ou seja, preparava os alunos para memorizar estruturas
linguísticas por meio de exercícios orais de repetições tais como (drills).
O repensar do ensino continuou, na década de 70 vários outros métodos foram
surgindo na Europa e se expandia no cenário pedagógico brasileiro, tendo como objetivo
tornar os alunos fluentes em Língua Inglesa, mas ainda era ineficaz para atingir tal meta.
Nesse contexto que as contribuições de Widdowson (1978), Halliday e Hymes (1972), no
intuito de que não bastava dominar a competência linguística, é que houve uma
verdadeira mudança no que diz respeito ao ensino. Os modelos estruturais da língua
deram lugar a Abordagem Comunicativa que de acordo com as (DCE) a língua é
concebida como instrumento de comunicação ou interação social, concentradas nos
aspectos semânticos, e não mais no código linguístico, (PARANÁ, 2008, p. 46).
Fez-se resumidamente o cenário histórico de métodos e abordagens para marcar a
trajetória do ensino de Língua Estrangeira, bem como a ineficácia de tais abordagens
para tratar do ensino e aprendizagem da pronúncia de Língua Inglesa. A questão principal
a ser discutida de agora em diante está no aspecto comunicativo do ensino, dessa forma
a Abordagem Comunicativa será o foco das atenções para que possamos construir
conceitos voltados para a aquisição da segunda Língua (L2), mediados pela
aprendizagem da fonética e da fonologia. Salienta-se que tal abordagem não prioriza a
aquisição nativa, mas sim um nível satisfatório de inteligibilidade. Como enfatiza Morley:
The advent of communicative language teaching (CLT) has created a dilemma for methodology. The view that intelligible pronunciation is an essential component of communicative competence is generally accepted, and it the necessity of teaching pronunciation on the segmental and suprasegmental levels. (1991)
As contribuições de Vygotsky ao escrever sobre o conceito de Abordagem
Comunicativa são de grande importância para nosso entendimento, primeiramente o
papel do professor aqui precisa ser de mudança de abordagem, ou seja, a forma como
entendemos e trabalhamos a Língua Inglesa (LI) em seu aspecto comunicativo, a esse
respeito ele relata, “Essa mudança de abordagem torna-se imperativa para os estudos da
linguagem e do pensamento” (1998, p.02).
Tal proposição pressupõe que haja uma mudança na forma como abordamos o
ensino e aprendizagem de LI, pois enquanto não fizermos uma inter-relação do que
pensamos e falamos a mudança não pode ocorrer. Não tem como considerar o
pensamento e a fala independentes isso impede qualquer estudo das relações intrínsecas
entre a linguagem e o pensamento. A esse respeito o autor destaca:
A psicologia encontra-se no mesmo beco sem saída quando analisa o pensamento verbal em seus componentes, o pensamento e a palavra, e os estuda isoladamente. No decorrer da análise, as propriedades originais do pensamento verbal desaparecem. Ao pesquisador resta apenas tentar descobrir a interação mecânica dos dois elementos, na esperança de reconstruir, de modo puramente especulativo, as propriedades desaparecidas do todo (Vygotsky, 1998).
Ao refletir sobre a questão do estudo isolado, pensemos no ensino e aprendizagem
da Phonetic and Phonology, dois elementos contribuintes e a priori no âmbito
comunicativo da LI, uma vez que pensamento e palavra não devem ser dissociados então
no ensino e aprendizagem da Phonetic, ou seja, som e falas não podem ser separados,
pois se isso acontecer, se a separação predominar, acontece também à esterilidade da
Fonética e Fonologia e também da semântica. Como a firma o autor:
O ponto de vista de que o som e significado, nas palavras são elementos separados e com vidas separadas, tem sido muito prejudicial para o estudo tanto dos aspectos fonéticos quanto dos aspectos semânticos da linguagem. (Vygotsky, 1998)
Em vista de que estudar o som e significado separados faz com que não atinjamos
o valor real do ensino e aprendizagem, principalmente em seus aspectos comunicativos,
há de se refletir, o modo como em nossa prática docente estamos abordando esses
elementos. Fica aqui o convite para que possamos buscar meios de contemplar em
nossas aulas de LI, valorizar o ensino da Fonética, buscando mudar nossa abordagem e
conceitos sobre o assunto. Ensinar os símbolos pelos quais a palavra se constitui
enquanto som, bem como a análise do significado da palavra, pois segundo Vygotsky
(1998) “é no significado da palavra que o pensamento e a fala se unem em pensamento
verbal”. Se tivermos a intenção de inserir em nossas aulas a linguagem comunicativa,
parece coerente que primeiramente, mudemos nossa forma de abordar o ensino da língua
alvo em nossa prática docente.
O conceito de Abordagem Comunicativa nas Diretrizes Curriculares do Estado do
Paraná para Língua Estrangeira segue a abordagem dos lingüistas Widdowson, Halliday e
Hymes, que parte do pressuposto de que a competência linguistica não é suficiente para
comunicação. Para atingir tal abordagem “a língua é concebida como instrumento de
comunicação ou de interação social concentradas nos aspectos semânticos, e não mais
no código lingüístico” (PARANÁ, 2008, p. 6).
Esse conceito, com certeza, já foi lido ou ouvido por todos os professores
envolvidos com o ensino e aprendizagem de LI, sabe-se das dificuldades que temos com
o ensino, mas a proposta aqui é que tentemos modificar nossas práticas docentes para a
aquisição da segunda língua (L2), de acordo com as Diretrizes Curriculares “o professor
deixa de ser o centro do ensino e passa à condição de mediador do processo pedagógico.
Do aluno, é esperado que desempenhe o papel de sujeito de sua aprendizagem. De
acordo com essa concepção, as atividades pedagógicas devem priorizar a
comunicação...” (PARANÁ, 2008, p.47).
Com o objetivo de desenvolver práticas pedagógicas voltadas para a comunicação
é que a linguística tem focado seus estudos. Na Abordagem Comunicativa a noção de
ensino de língua é voltado, primordialmente para a comunicação. Nesta perspectiva
Celce-Murcia, Brinton e Goodwin (1996, p.7 -11), “o ensino da pronúncia se faz
necessário, porque mesmo quando o aprendiz alcança o domínio da gramática e do
vocabulário, pesquisas indicam que isso não garante o seu sucesso na comunicação”
(Hinofotis e Bailey, 1980) apud Celce-Murcia, Brinton e Goodwin (1996).
Levando em conta que um dos objetivos desse trabalho é o trabalho comunicativo,
dessa forma, priorizemos, a partir de agora, nossa concepção e reflexão de alguns
elementos que nortearão nossa prática pedagógica para atingirmos o ensino e
aprendizagem da pronúncia. O termo pronúncia (pronunciation) foi e continua sendo
linked aos conceitos de Fonética e Fonologia, vale lembrar que esses aspectos do ensino
e aprendizagem da LI ganham força e importância a cada dia, portanto definir conceitos
sobre esses elementos que contribuirão para desenvolver a prática comunicativa faz-se
necessário. Para tanto vejamos o que salienta Small ao definir Fonética e Fonologia:
A maior distinção entre fonética e fonologia é que a primeira foca o estudo dos sons, suas características acústicas e perceptuais e como eles são produzidos pelo organismo, sem se referir à maneira como os sons são combinados e usados na língua. A fonologia, por sua vez, tem como foco as regras linguísticas fonológicas usadas para especificar a maneira na qual os sons são organizados e combinados em unidades significativas para formar sílabas, palavras e frases. (SMALL, 2005)
Com o advento da Abordagem Comunicativa o ensino e aprendizagem da
fonética e fonologia tornam-se muito importante, pois para se entender e ter uma boa
pronúncia, e aqui não se refere ao fato de o aluno falar como um nativo, mas sim de
poder comunicar de forma inteligível, entender e se fazer entendido no processo da
comunicação. De acordo com Cagliari (1978), “ensinar uma pronúncia adequada
(falada ou lida) é tornar o aluno consciente das posturas fonéticas que devem realizar,
a fim de articular corretamente os sons”.
Nesse contexto, na prática pedagógica em sala de aula, parece não ser tão
simples tomar essa postura diante do cenário que muitas vezes se enfrenta, de
questionamentos e desinteresses, mas também diante desse mesmo cenário, não é
possível ficar sem ao menos tentar uma nova abordagem no ensino e aprendizagem de
LI, é desafiador, porém só saberemos se vai funcionar se tentarmos, se lançarmos o
desafio para nós e nossos alunos.
Primeiramente é o professor que precisa acreditar em seu trabalho e se
preparar, buscando se capacitar sobre o assunto, lendo e refletindo, posteriormente
envolver os alunos, tanto professor quanto os alunos precisam ter noção e
familiaridade com as técnicas lingüísticas de descrição de língua. Para o professor, por
mais que tenha tido uma formação acadêmica precária, já se interou mais do que os
alunos, então é preciso levar essas noções básicas para o aluno, e a partir daí
desenvolver o trabalho por meio de metodologias diferenciadas. A autora Souza (2009)
argumenta “o papel do professor é fundamental para a aprendizagem da pronúncia de
outra língua. Porém, o aluno deve participar ativamente de seu aprendizado e ser
responsável por adquirir uma boa pronúncia”.
Em relação a esse aspecto Vygotsky salienta que:
A linguística moderna utiliza o fonema, a menor unidade fonética indivisível que afeta o significado, característica, portanto, da fala humana, enquanto distinta de outros sons. Sua introdução como unidade de análise trouxe benefícios tanto para a psicologia quanto para a linguística. As vantagens concretas obtidas pela aplicação desse método provam os eu valor. (Vygotsky, 1998, p.08)
Refletindo sobre a colocação de Vygotsky de que estudar e entender as unidades
fonéticas traz benefícios para o ensino e aprendizagem de LI, enfatiza-se aqui, mais uma
vez, de que é preciso inserir tal postura de estudo em nossa prática. Quando pensamos
em mudança de abordagem em prol de um ensino voltado para comunicatividade em sala
de aula, a proposta desse trabalho de intervenção na escola começa por introduzir o
ensino e aprendizagem do Alfabeto Internacional de Fonética (IPA – International
Phonetic Alphabet), juntamente com atividades que promovam a comunicação.
Ao entrar em contato com o alfabeto fonético, o aluno vai perceber que a maneira
como ele acredita que seja o som de uma palavra pode não corresponder ao seu som
verdadeiramente (Souza, 2009). Segundo a autora ainda, isso acontece primeiramente
porque os alunos estão bastante ligados à escrita, e segundo porque, geralmente, sua
noção do que seja os sons das palavras é equivocada. Dessa forma, parece ser
importante inserir essa prática no trabalho pedagógico como postula Cagliari:
...parece ser vantagem o ensino de transcrição fonética antes do ensino da escrita ortográfica da língua estrangeira. As correlações entre ortografia (letras) estimulam os alunos a aprenderem realmente e fazer uma leitura correta. A discriminação dos sons da fala somada à consciência do valor fonológico desses sons, beneficiará grandemente o aluno a se auto-controlar ao usar a LE, quer como falante, quer como ouvinte. (Cagliari, 1978)
Ao se trabalhar o IPA, como introdução e entendimento da Fonética e Fonologia no
desenvolvimento comunicativo, o trabalho interdisciplinar será um colaborador para
formação de conceitos. Segundo as Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira,
“estabelecer relações interdisciplinares não é uma tarefa que se reduz a uma
readequação metodológica curricular, a interdisciplinaridade é uma questão
epistemológica e está na abordagem teórica e conceitual dada ao conteúdo em estudo,
concretizando-se na articulação das disciplinas cujos conceitos, teorias e práticas
enriquecem a compreensão desse conteúdo” (PARANÁ, 2008, P.27).
Nessa perspectiva, abordar-se-á disciplinas que realmente irão colaborar para essa
formação de conceito, tais como, a Língua Portuguesa e o trabalho comparativo do
Alfabeto Fonético da Língua Portuguesa (AFLP), pois de a acordo com Kenworthy (1987)
apud Souza (1996),” a língua nativa é um fator importante para o aprendizado da
pronúncia da LI, ou seja, quanto mais diferenças houver entre as línguas maiores serão
as dificuldades para o aprendiz aprender a pronúncia da LI”. Portanto, o trabalho
interdisciplinar com a língua materna focando (AFLP), permitirá ao aluno traçar essas
diferenças e relacionar com IPA, contribuindo para sua aprendizagem e internalização. Da
mesa forma, contar com a disciplina de Ciências, para entender a forma como som é
produzido, levando em conta a explicitação do aparelho fonador no processo de ensino e
aprendizagem de Fonética e Fonologia, suas implicações na pronúncia e aquisição de L2.
O uso das tecnologias será outro colaborador no processo do ensino e
aprendizagem de LI para o desenvolvimento da pronúncia. De acordo com Masetto:
“por novas tecnologias em educação, estamos entendendo o uso da informática, do computador, da Internet, do CD-ROM, da hipermídia, da multimídia, (...) e linguagens digitais de que atualmente dispomos e que podem colaborar
significativamente para tornar o processo de educação mais eficiente e mais eficaz”. (2003, p.152)
Se levarmos em conta a quantidade de material impresso que podemos contar
para desenvolver a prática pedagógica em LI, principalmente no conteúdo em questão,
concluiremos que para o ensino e aprendizagem de Fonética e Fonologia precisaremos
recorrer às ferramentas tecnológicas, se assim quisermos ter sucesso em nossa prática
em relação à abordagem comunicativa. O material didático que dispomos, quando o
temos, não enfatiza tal abordagem, cabe então planejar as atividades com a colaboração
das TICs, de forma a ampliar o cenário educacional de Língua Estrangeira, as tecnologias
abrem caminhos para pensar em novas metodologias de ensino para levar o aluno a
internalizar o conteúdo em questão.
Esses teóricos aqui arrolados são estudiosos da língua sob a Abordagem
Comunicativa, todos colaborando com sua visão para que o ensino da Fonética e
Fonologia, como elementos norteadores para a aquisição da pronúncia, sejam
fundamentada em base sólida e promova a credibilidade de que a mudança de métodos
e abordagens é um dos possíveis caminhos na formação de conceitos e aprendizagem da
LI.
Dessa forma, seus conceitos e teorias vêm complementar a proposta aqui
elaborada, no intuito de proporcionar aos educandos a habilidade necessária para a
aquisição da competência comunicativa por meio de práticas pedagógicas inovadoras que
viabilizem a aplicação do projeto de intervenção em sala de aula.
3. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
É fato que em várias partes do mundo educadores vem se dedicando às pesquisas
sobre métodos de aprendizagem para auxiliar os alunos a obterem sucesso na
aprendizagem de Língua estrangeira. A esse respeito, Cohen et all (1966) faz a seguinte
consideração:
...estratégias de aprendizagem e de uso da língua estrangeira são passos ou ações selecionados pelos aprendizes para melhorar a aprendizagem ou o uso da língua, ou ambos. (...), são pensamentos e comportamentos conscientes que os alunos utilizam para facilitar as tarefas de aprendizagem e personalizar o processo de aprendizagem da língua.
Ao refletir sobre quais metodologias desenvolver, com o intuito de melhorar a
prática pedagógica que colaborassem para o ensino e aprendizagem da Língua Inglesa,
buscou-se meios que fossem ao encontro da concepção arrolada por Cohen et al (1966),
essas práticas teriam que desencadear caminhos a fim de que os aprendizes atingissem
o processo reflexivo e consciente ao aprender LI, metodologias que facilitassem o
entendimento do conteúdo em questão.
Com a mesma preocupação de proporcionar um ensino de qualidade em LI,
seguindo o cunho interacionista, as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE), de Língua
Estrangeira Moderna do Paraná, relata que “(...) a Abordagem Comunicativa tem
orientado o trabalho em sala de aula. Esta opção favorece o uso da língua pelos alunos,
mesmo de forma limitada, e evidencia uma perspectiva utilitarista de ensino, na qual a
língua é concebida como um sistema para a expressão do significado, num contexto
interativo” (PARANÀ, 2008, p. 50).
A implementação desse projeto deu-se no 3º período do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), que é uma política pública que viabiliza o diálogo
entre professores da Educação Superior e os da Educação Básica, por meio de atividades
teórico-práticas orientadas, tendo como resultado a produção de conhecimento e
mudanças qualitativas na prática pedagógica escolar da escola pública paranaense (PDE-
2012), oferecido pela Secretaria Estadual de Educação (SEED), do Estado do Paraná,
utilizando uma Sequência Didática com atividades sobre Fonética e Fonologia,
envolvendo o trabalho interdisciplinar com as disciplinas de Biologia e Língua Portuguesa,
com o intuito de contextualizar o conteúdo e assim dar oportunidade para que o aluno se
aproprie do Alfabeto Fonético na Língua Inglesa (IPA), como subsidio para entender o
idioma em sua a estrutura básica, envolvendo o Gênero Oral Entrevista, em seus
aspectos estruturais, viabilizando a produção escrita e oral desse gênero em Língua
Inglesa.
No mês de fevereiro de 2013, foi apresentado o Projeto para a Direção e a Equipe
Pedagógica, mostrando a importância do mesmo e sua implementação. Sendo assim, foi
desenvolvido nesse período com os alunos do 1º ano do Ensino Médio. Na semana
Pedagógica, o Projeto foi apresentado para os professores e funcionários com o objetivo
de tomarem ciência de como o projeto seria desenvolvido.
No início do ano letivo, com a ajuda do data show, foi feito a apresentação do
trabalho que seria desenvolvido no primeiro semestre para os alunos, falei da importância
de se conhecer os aspectos Fonéticos e Fonológicos da Língua Inglesa para melhor
compreensão da pronúncia da palavra. Mostrei a Sequência Didática que todos iriam
utilizar durante as aulas por meio de material impresso, para a resolução de atividades,
atividades estas subsidiadas pelo uso sites, com intuito de além de manusear as
atividades, o aluno pudesse ouvir nativos na Língua Materna e perceber a pronúncia
correta da palavra. Muitos sites foram utilizados, em sala de aula, por meio de vídeos
gravados em pendrive, pois infelizmente o colégio não disponibiliza internet a longa
distância, isso dificultou bastante o trabalho, pois o uso dessa ferramenta foi de
fundamental importância por se tratar de desenvolver o trabalho sobre Gênero Oral, mas
mesmo assim as atividades foram desenvolvidas.
Com o material impresso em mãos e subsidiada por meio da projeção do data
show, para facilitar a compreensão dos alunos. A Unidade Didática foi intitulada Have you
ever been report for a Day? , iniciamos a Class 1, a primeira aula apresenta uma série de
questionamento ao aluno como: Do you know these magazine? Have you ever read
some? Do you Know how they are structured? Estes questionamentos vêm
acompanhados por imagens de capas de revistas tais como: “People”, “Time”, “OK”, “SC
Super”, “Época”, “Veja”, o objetivo dessa seção da Unidade Didática foi o de fazer com
que os alunos entrassem em contato com o Gênero Textual Entrevista, trazendo
conceitos sobre esse gênero.
Depois de algumas atividades realizadas, foi apresentada na Class 2 a primeira
entrevista, o texto escrito em Inglês foi apresentado também por meio de vídeo, onde os
alunos, além de ler, ouviram a entrevista com o falante nativo, sendo entrevistado pela
revista Época, pois o entrevistado estava no Brasil durante essa entrevista, nessa aula as
atividades objetivaram perceber a pronúncia de algumas palavras destacadas e analisar
os aspectos organizacionais do gênero.
Vale ressaltar alguns comentários de professores no Grupo de Trabalho em Rede
(GTR), sobre a viabilidade do desenvolvimento da Unidade, bem como o assunto em
questão:
P(A): As atividades são sequênciais e apresentam grau de dificuldade gradativo, e, faz sim o aluno conceituar sobre qual gênero textual ele está trabalhando. P(B): Raciocínio linguístico sempre gera certo desconforto quando se está desenvolvendo o aprendizado de uma língua. A maior dificuldade ocorre na assimilação do vocabulário e na sintaxe como ocorre na Língua Materna.
A terceira aula da Unidade Class 3, apresenta algumas atividades de Speaking, e
apresentação do International Phonetic Alphabet (IPA), de primeiro momento os alunos
acharam difícil entendê-lo devido a toda a simbologia , mas subsidiados pelo dicionário,
trabalhando palavras já vistas na entrevista do início da Unidade eles foram assimilando e
conseguindo entender. A Class 4 , uma continuação do trabalho com IPA, foram
apresentados vídeos que discorriam sobre o assunto, realizando atividades de
transcrição fonética, os educandos foram compreendendo o funcionamento do IPA e
suas contribuições para melhor aprender a pronunciar as palavras. Nesse aspecto
ressalto os comentários dos alunos.
A(1): Nunca vi tantos desenhos, nunca vou entender isso, é muito difícil.
A(2): E pra acha isso no dicionário, como é que acha?
Os vídeos foram de grande importância para auxiliar na compreensão do IPA,
principalmente o site, www.bbc.co.uk/worldservice/learningenglish, pois, por meio deste
site, os símbolos foram trabalhados individualmente, trazendo exemplos de palavras e
sua pronúncia, bem como vários Quizzes,
Portanto, o trabalho interdisciplinar com a disciplina de Biologia, Class 5 foi
respaldado por meio de uma palestra com uma Fonoaudióloga, esta apresentou o
funcionamento do aparelho fonador e suas implicações para a aquisição de um segundo
idioma. Além da palestra, que foi muito valiosa para o processo de contextualização do
conteúdo, foram apresentados vídeos e realização de atividades no material impresso.
Ainda nessa unidade, fez-se uma ponte com a disciplina de Língua Portuguesa, o
professor apresentou o Alfabeto Fonético da Língua Portuguesa (AFLP), por meio de
projeções fez se a comparação ente IPA e o AFLP, mostrando semelhanças e diferenças,
e a importância de entender seus funcionamentos. Outro aspecto abordado pela
professora de Língua Portuguesa foi a estrutura do Gênero Textual Entrevista,
trabalhando textos oriundos de revistas de grande circulação a professora desenvolveu o
trabalho, além de semântico, também estrutural, pois um dos objetivos do trabalho,
envolveu também a necessidade do aluno compreender como produzir um texto nesse
gênero, para que no final da Unidade Didática, o aluno, fosse capaz de produzir textos
levando em conta tudo o que havia aprendido.
Com certeza a contextualização por meio da interdisciplinaridade é um grande
aliado para melhor formação de conceito e entendimento do conteúdo, uma prática
pedagógica valiosa, pois permite que aluno relacione conceitos, e também incentiva o
trabalho do professor. Para ilustrar abaixo está o comentário do professor no GTR (2013):
P(C): Evidentemente a interdisciplinaridade é um ponto que contribui para a produção final, inclusive para o aluno não nos perguntar “pra que serve isso?”, ele já vai ter uma aplicação prática e vai vivenciar a importância de agregar a língua
inglesa com outros conhecimentos. O diálogo interdisciplinar, por si só já incentiva uma interação comunicativa e um uso da linguagem interativo.
A Class 6, nominada “Return in the interview”, “Would you like be a reporter for a
day”, sendo essa a última seção de exercícios, a principal proposta de atividades foi a
produção de uma entrevista. Os alunos em pequenos grupos escolheram um assunto
sobre, saúde pública, educação, esporte, transporte, enfim, a temática que mais o
atraíssem, em seguida elaboraram perguntas tendo em mente que pessoa da sociedade
entrevistariam. Entrando em contado com a pessoa escolhida realizaram a entrevista e
trouxeram para sala de aula. Toda essa tarefa foi norteada pelas atividades do material
impresso que os orientava sobre a melhor forma de realizar uma entrevista de qualidade.
O principal trabalho logo após a realização da entrevista foi passar a entrevista para a
Língua Inglesa, não foi tarefa fácil, pois além dos problemas tecnológicos do colégio,
havia também a dificuldade de organizar as orações de forma coerente, ortograficamente
e sintaticamente corretas. Apesar dos obstáculos a tarefa foi realizada, e para concluir
cada grupo apresentou para sala de aula seus trabalhos por meio de exposição da
entrevista e pequenas análises de palavras em seus aspectos fonéticos e fonológicos.
Pôde-se perceber por meio da produção final que os alunos se apropriaram das
propostas da unidade, o de entender e produzir o Gênero Textual Entrevista, bem como
saber utilizar o IPA e as contribuições que este alfabeto fonético pode trazer para aqueles
que querem aprender a pronunciar corretamente uma palavra na Língua Inglesa.
As atividades desenvolvidas visavam sempre a retomada de conceitos sobre o
Gênero textual Entrevista, bem como a aquisição do IPA por meio de encadeamentos de
tarefas, favorecendo aos alunos a formação de princípios fundamentais para se tornarem
donos do seu próprio saber, sem dicotomia. Sob esse norte as oportunidades de
aprendizagem foram inúmeras facilitando o entendimento e apreensão do conteúdo,
fazendo com o aluno seja o coautor no processo de ensino e aprendizagem.
4. ANALISE DOS RESULTADOS
Em fevereiro de 2013 foi realizado o primeiro contado com os alunos do 1º ano do
Ensino Médio do Colégio Estadual Barbosa Ferraz, em Andirá, visto que era o momento
de iniciar a implementação na escola. Nesse primeiro contato foi exposto aos alunos o
programa PDE e a sua importância para melhor entendimento do uso da Língua Inglesa
no processo comunicativo, bem como a produção do Gênero Textual Entrevista, sendo
este um gênero bastante utilizado nos meios de comunicação.
Portanto, conhecer seus aspectos organizacionais contribuiria sobremaneira para
melhor escrevê-lo. Foi apresentado também a necessidade de se trabalhar o International
Phonetic Aphabet (IPA), uma vez que para muitos estudantes pode-se apresentar
dificuldades para reconhecer os sons da Língua Inglesa como realmente são, nessa
situação o uso do IPA e a transcrição fonética servem como mecanismo que podem
facilitar o aprendizado do aluno.
Depois de toda essa explanação vários comentários surgiram na sala de aula, pois
estavam diante de um assunto que até então eles não tinham tido contado mais
profundamente. De início o trabalho com IPA não foi bem aceito, deixando os alunos sem
muito interesse, até entenderem e poderem utilizá-lo no dicionário de Língua Inglesa, uma
vez que a maioria dos dicionários trazem os símbolos fonéticos logo após a palavra, fato
esse que passa despercebido nas aulas de Inglês, e que a meu ver não deveria, pois ao
entendê-lo o professor estaria contribuindo para que o aluno aprimorasse seu
conhecimento, com certeza seria valioso o compartilhar dessa informação para com os
alunos. Uma vez trabalhado e entendido o IPA tornou elemento integrador nas atividades
desenvolvidas, e a mudança de postura dos educandos ao passo que avançávamos
também me motivou a persistir nessa prática pedagógica.
Todas as seções da Unidade Didática foram desenvolvidas minuciosamente, com a
utilização de material impresso, site via internet, vídeos oportunizando o contato do aluno
com falantes da Língua Inglesa para melhor apreensão de vocabulário. Pode-se dizer que
não foi um trabalho simples, pois trabalhar o aspecto comunicativo de um idioma não foi
tarefa fácil, principalmente com o numero de alunos que temos em sala, e a falta de
fundamentação básica com que nossos alunos chegam ao Ensino Médio. Destaco uma
questão nesse sentido de que o ensino com Língua Estrangeira Moderna, de modo geral,
precisa ser revista no ambiente escolar, na formação do professor, ou seja, na qualidade
de aulas que estamos ministrando.
As tarefas que envolveram a compreensão e aquisição do Gênero Textual
Entrevista, foram muito bem acolhidas, por meio de vídeos trabalharam-se muitas
entrevistas, de assunto do cotidiano, com pessoas da sociedade Americana, ativistas,
músicos, isso motivou muito o desenvolvimento das atividades, principalmente porque a
música faz parte do dia a dia do jovem estudante, então trabalhar Reading, Speaking foi
tarefa agradável, isso viabilizou o envolvimento dos aspectos organizacionais do gênero
e destacar aspectos fonéticos e fonológicos das palavras, bem como elas são
pronunciadas pelos falantes nativos.
O trabalho interdisciplinar realizado pelo professor de Língua Portuguesa e Biologia
criou pontes para amarrar os assuntos, ao trabalhar com textos do gênero entrevista e
sua estrutura deu aos alunos suporte para que conseguissem elaborar seu próprio texto,
bem como as palestras viabilizadas pela professora de Biologia sobre o Aparelho
Fonador, assunto este bastante explorado pelos alunos, pois além da principal questão
que foi discutir sobre as implicações do aparelho fonador para produção de voz e
aprendizagem de um segundo idioma, muitas foram outras curiosidades e
questionamentos dos alunos para o profissional da saúde, foi muito gratificante.
Um dos objetivos de todo o trabalho com a Unidade Didática foi criar meios para
que os alunos ao final conseguissem produzidos seus textos por meio de entrevistas. Em
pequenos grupos escolheram o assunto e a pessoa da sociedade para ser entrevistado,
primeiramente em Língua Portuguesa com a ajuda do professor dessa disciplina,
elaborou-se as questões para serem feitas. Feito a entrevista a tarefa foi passar o texto
para Língua Inglesa, que também não foi tarefa fácil, mas como foi desenvolvida em
grupo, então, foi possível essas traduções para o Inglês.
Sendo assim, ao término de todas as correções e revisões e treino de pronuncia,
cada grupo expôs seus trabalhos para a classe, houve muitas limitações nessa tarefa,
medo, vergonha, não foi realizada com todos os méritos, mas aconteceu com o meu
auxilio e incentivo. O que posso dizer quanto a isso é que o trabalho foi recompensador, o
acreditar no trabalho que se quer desenvolver é passo primordial para que aconteça, não
importando se todos os resultados serão positivos ou negativos, penso que nossa
profissão envolve vitórias e derrotas, talvez pela complexidade do conteúdo trabalhado,
momentos de desânimo ocorreram, mas as vitórias foram maiores. Percebi que os alunos
se envolveram e buscaram entender cada objetivo proposto nas tarefas desenvolvidas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta pesquisa abordou-se o tema o ensino da Língua Inglesa no que se refere à
pronúncia, bem como a apropriação do Gênero Textual Entrevista, como gênero oral,
para subsidiar as tarefas no processo comunicativo. Esse trabalho surgiu devido a
necessidade de oportunizar aos alunos o contato com conteúdos da Língua que muitas
vezes é deixado de lado por matérias didáticos e pelo professor.
A hipótese que norteou esse estudo foi a crença que o IPA, a transcrição fonética e
o Gênero Textual Entrevista seriam fundamentais para facilitar aos alunos a
aprendizagem da pronúncia da língua inglesa, bem como o entendimento da produção
escrita do gênero textual em questão. Portanto fica evidente que trabalhar aspectos
fonéticos e fonológicos faz o aluno ter outra visão do ensino e aprendizagem de inglês, e
poder praticar por meio de sua própria produção escrita o processo comunicativo, faz com
que o aluno esteja envolvido em situações concretas do uso da língua, antes
descontextualizada agora passa a ser realmente prática social.
Ao compartilhar essas práticas, o objetivo desse artigo, espera-se de alguma forma
contribuir para que o ensino de Língua Inglesa seja norteado também por questões
fonológicas, levando o aluno a entender o funcionamento do processo comunicativo do
idioma arrolados nas atividades desenvolvidas na Unidade Didática.
A oportunidade de participar do PDE 2012 foi certamente gratificante, pois permitiu
tempo para leituras e estudos, proporcionando assim um real sentido para formação e
capacitação do professor. Houve muitas dificuldades, trabalho exaustivo, mas poder se
apropriar de novos conhecimentos só contribuiu com a prática do professor em sala de
aula. Diante das expectativas em relação ao ensino e aprendizagem de língua inglesa
espera-se ter contribuído com as reflexões sobre as inovações que precisam acontecer
na nossa prática pedagógica em sala de aula, levando em consideração que o ensino é
um processo e não um fim em si mesmo.
7. REFERÊNCIAS BOLLELA, M. F. P. Uma proposta de ensino da pronúncia da língua ingle sa com ênfase nos processos rítmicos de redução vocálica . [Doutorado]. Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”, Araraquara, 2002. BRONCKART, J. P. Atividades de linguagem e textos e discursos : por um interacionismo sócio-discursivo. Tradução de Ana Raquel Machado e Péricles Cunha. São Paulo: EDUC, 1999. CAGLIARI, L. C. A fonética e o ensino de língua estrangeira . Campinas, SP: UNICAMP, 1978. ______. Análise fonológica: Introdução à teoria e à pratica com especial destaque para
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