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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ - UENP

CAMPUS DE JACAREZINHO

CADERNO PEDAGÓGICO

OS RECURSOS DIDÁTICOS E SUA FUNÇÃO MEDIADORA NA

DISCIPLINA DE MATEMATICA PARA AS AULAS PRATICAS DO

CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES

Siqueira Campos 2011

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LUCIA DE DÁTIMA CARVALHO GOUVEIA

OS RECURSOS DIDÁTICOS E SUA FUNÇÃO MEDIADORA NA

DISCIPLINA DE MATEMATICA PARA AS AULAS PRATICAS DO

CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES

Caderno Pedagógico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE da Secretaria de Estado de Educação sob orientação do Professor Doutor José Carlos da Silva.

Siqueira Campos 2011

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 04

1 - ASPECTOS DO ENSINO DA MATEMÁTICA ..................................................... 07

1.1- QUAL O CAMINHO PARA TORNAR A MATEMÁTICA MAIS FASCINANTE? .. 07

1.2- A MATEMÁTICA EM NOSSA VIDA ................................................................... 10

1.3- A APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E OS RECURSOS DIDÁTICOS .......... 15

2 - DIFICULDADES ENFRENTADAS NO ENSINO – APRENDIZAGEM DA

MATEMÁTICA .......................................................................................................... 17

2.1- DIFICULDADES EM MATEMÁTICA .................................................................. 17

2.2- AREAS DE DIFICULDADE QUE PODEM INTERFERIR NO DESEMPENHO EM

MATEMÁTICA ........................................................................................................... 19

2.3- COMO APARECEM OS ERROS DE MATEMÁTICA ......................................... 21

2.4- ALGUMAS NOÇÕES NECESSÁRIAS PARA UMA BOA APRENDIZAGEM DA

MATEMÁTICA ........................................................................................................... 22

3 - MEIOS DISPONÍVEIS PARA CRIANÇAS QUE APRESENTAM DIFICULDADES

COM MATEMÁTICA ................................................................................................. 25

4- ESTRATÉGIAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA ................................................ 28

4.1- REALIZAÇÃO DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DO ABACO

.................................................................................................................................. 28

4.1.1- O QUE É UM ÁBACO ..................................................................................... 28

4.1.2- OBJETIVO ...................................................................................................... 29

4.1.3- COMO CONSTRUIR O ÁBACO ..................................................................... 29

4.1.4- OPERAÇÃO ADIÇÃO COM O USO DO ÁBACO ........................................... 34

4.1.5- OPERAÇÃO DE SUBTRAÇÃO ....................................................................... 36

4.1.5.1- SUBTRAÇÃO COM EMPRESTIMOS .......................................................... 38

4.2- TRABALHANDO COM MATERIAL DOURADO E NAS SÉRIES INICIAIS ...... 39

4.2.1- PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................. 39

4.3- JOGOS .............................................................................................................. 40

4.3.1- JOGOS LIVRES .............................................................................................. 40

4.3.2- MONTAGEM ................................................................................................... 41

4.3.3- DITADO ........................................................................................................... 41

4.3.4- FAZENDO TROCAS ....................................................................................... 42

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4.3.5- PREENCHENDO TABELAS ........................................................................... 43

4.3.6- PARTINDO DE CUBINHOS ............................................................................ 44

4.3.7- VAMOS FAZER UM TREM? ........................................................................... 45

4.3.8- UM TREM ESPECIAL ..................................................................................... 46

4.3.9- JOGO DOS CARTÕES ................................................................................... 46

5 - CONHECENDO AS FAIXAS DE NÉPER ............................................................ 49

6 - SUGESTÃO DE ATIVIDADES PARA TRABALHAR AS OPERAÇÕES ............ 59

6.1- QUEBRA CABEÇA TRIANGULAR .................................................................... 59

6.2- SEMPRE 15 ....................................................................................................... 63

6.3- BOLICHE DOS NÚMEROS ............................................................................... 65

6.4- BINGO DA ADIÇÃO ........................................................................................... 66

6.5- DOMINÓ DE TABUADA ..................................................................................... 66

6.6- JOGO DO NUNCA DEZ ..................................................................................... 69

7 – REFERENCIAS ................................................................................................... 70

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INTRODUÇÃO

Este Caderno Pedagógico foi elaborado para cumprir com as exigências da

idéia que defendo em meus estudos é a utilização de materiais concretos e do

cotidiano para explicar conteúdos tão abstratos aos nossos alunos. Programa de

idéia que defendo em meus estudos é a utilização de materiais concretos e do

cotidiano para explicar conteúdos tão abstratos aos nossos alunos. Desenvolvimento

Educacional da Secretaria de Educação do Estado do Paraná (PDE). Cuja

implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica será desenvolvida no Colégio

Estadual Professor Segismundo Antunes Netto – EFMN, com os alunos do curso de

Formação de Docentes, sob o título “Os recursos didáticos e sua função mediadora

na disciplina de matemática para as aulas praticas do curso de Formação de

Docentes”.

O principal objetivo deste material pedagógico é de apresentar um trabalho

de fundamentação teórica, estratégias e atividades matemáticas para que os alunos,

na busca de suprir a expectativa que os mesmos têm no processo de ensinar e

aprender matemática durante as aulas práticas, procurando contribuir para o

enfrentamento dos problemas diagnosticados no curso em questão.

Sabe-se que a matemática está presente no dia a dia de cada pessoa, e que

os conhecimentos matemáticos são essenciais na vida de todo e qualquer cidadão,

porém, observa-se que esse ensino vem acumulando ao longo do tempo muitas

mazelas, evidenciando que os alunos aprendem muito pouco do que se pretende

ensinar nas salas de aula.

Existe uma lacuna entre o que se deseja o que realmente se alcança. A

matemática, ainda é considerada por uma grande maioria dos alunos como uma

disciplina difícil e abstrata, além de ser transmitida como um ciência pronta e

acabada, na qual o aluno aprende os conceitos matemáticos memorizando regras

ou repetindo exercícios de uma forma mecânica. Depara-se ainda, com alguns

professores que limitam suas aulas ao quadro-negro e giz, ou seja, não motivam o

aluno a construir o seu pensamento. Na sala de aula verifica-se a dificuldades que

os alunos possuem em absorver e compreender determinados conteúdos

matemáticos, com a aplicação do método tradicional de aprendizagem,

apresentados apenas em aulas expositivas e dialogadas.

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Faz-se necessário, portanto, o uso de estratégias motivadoras no ensino

com o objetivo de facilitar a aprendizagem do aluno, tentando superar as

dificuldades ou até mesmo essa aversão à Matemática encontrada em alguns

alunos.

Pretende-se abordar a disciplina de matemática para os alunos do Curso de

Formação de Docentes em suas aulas práticas de uma forma significativa, com o

emprego dos Recursos Didáticos como mediadores neste processo de ensinar e

aprender, na busca de favorecer a compreensão e construção do conhecimento. Os

alunos terão a oportunidade de conhecer o trabalho com o ábaco (passo a passo),

material dourado e vários jogos os quais serão confeccionados em forma de oficina.

Esses materiais serão utilizados pelos futuros docentes em suas aulas práticas nos

Centros de Educação Infantil e nas Escolas Municipais.

O projeto tem por objetivo fundamental a elaboração e execução de

atividades práticas utilizando recursos didáticos, materiais manipuláveis, confecção

e aplicação de jogos matemáticos de forma que desenvolvam a habilidades

necessárias para a resolução de problemas envolvendo as quatro operações, e

assim, os futuros educadores percebam a necessidade de uma ressignifacação no

processo de ensinar e aprender matemática. E de suma importância que sejam

selecionados recursos didáticos que auxiliem o aluno a pensar matematicamente,

que sirvam de apoio ao professor na mediação do conhecimento, visando o sucesso

no processo.

O ensino da matemática não pode ser pautado somente em transmissões

verbais, por meio de aulas expositivas e explicações orais, pois é sabido que esse

enfoque pedagógico conduz os alunos a deixarem de lado seu raciocínio lógico,

ensinando-os a adaptarem-se às exigências da escola, mas não a aprenderem.

Na intenção de renovar o ensino da matemática que atualmente se oferece

nas escolas, será necessário dar mais oportunidades e estímulos aos alunos para

desenvolver o interesse e gosto pelos assuntos estudados em sala de aula.

Enquanto professora da disciplina de Estágio Supervisionado, pode-se verificar que

muitas vezes em situações de ensino-aprendizagem ocorrem limitações e

dificuldades na seleção e adequação dos recursos didáticos no estudo de

determinados conteúdos, principalmente na área da matemática, portanto, pode se

perceber que é de fundamental importância para os alunos este tema abordado.

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Os recursos didáticos são auxílios que o professor utiliza para trazer mais

clareza e compreensão ao ensino, tornando-o eficiente, prazeroso e duradouro,

Salienta-se que é de extrema importância ao docente e ao discente na construção

do seu próprio material didático.

Um bom recurso didático por si só não poderá garantir o sucesso no

ensino, mas o conhecimento, a competência são ferramentas importantes para esse

sucesso. O professor precisa manter-se atualizado quanto ao processo do ensino

aprendizagem, tornando a sua aula interativa e interessante. Esses, se bem

escolhidos, de qualidade e adequados ao planejamento do professor, são

considerados grandes instrumentos de apoio, pois contribuirão para despertar nos

alunos o interesse pelo conhecimento de forma a proporcionar prazer em aprender,

além de uma aprendizagem significativa.

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1. ASPECTOS DO ENSINO DA MATEMÁTICA

1.1 - QUAL O CAMINHO PARA TORNAR A MATEMÁTICA MAIS FASCINANTE?

A Matemática além de matéria escolar, ela é também parte importante do

nosso cotidiano, torna elemento significativo para a compreensão de mundo.

Segundo NUNES (1999) surge um novo conceito: o conceito da numeralização, que,

comparando como a alfabetização, que ocorre no contexto de todas as disciplinas

escolares e fora dela.

Ser numeralizado não é o mesmo que saber calcular. É ser capaz de pensar

sobre e discutir relações numéricas e espaciais, utilizando convenções da nossa

própria cultura. Ser numeralizado significa pensar matematicamente sobre as

situações e, para tal, é preciso estar familiarizado com os números, ter habilidade de

compreender as informações que são apresentadas em termos matemáticos e usá-

las como meio de comunicação. Por exemplo, poder compreender uma tabela com

os resultados de uma pesquisa sobre eleições municipais ou sobre a incidência de

acidentes em determinados locais da cidade, assim como perceber diferenças dos

valores de compara de um determinado equipamento com pagamento à vista ou a

prazo.

Durante as aulas de matemática o professor precisa estar atento às

alternativas que os alunos encontram para solucionar os problemas matemáticos

escolares e da vida diária, assim ele estará compreendendo os processos de

pensamento dos mesmos. Pensar é construir opções, criar novos recursos, novas

hipóteses e poder entender esta aprendizagem para a vida cotidiana. Faz-se

necessário utilizar recursos e metodologias que colaborem para o desenvolvimento

do pensamento lógico-matemático.

Durante a caminhada de professora e pedagoga na rede pública nas escolas

onde atuei percebe-se que a disciplina de matemática sempre foi vista como a

matéria aterrorizadora dos alunos. Na época de entrega de boletins em algumas

turmas percebia-se que as menores médias eram com as disciplinas que envolviam

cálculos. Quando se pergunta nas escolas qual a disciplina que os alunos mais

gostam, aparecem com maior freqüência a Língua Portuguesa, Ciências, Geografia

e História, sendo que a Matemática é a menos citada na grande maioria das vezes.

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Outra observação que realizei foi com avaliações realizadas pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), o desempenho dos

estudantes brasileiros, especificamente em matemática, pode ser considerado muito

baixo. Observa-se que o cenário não é nada animador quanto a avaliação das

habilidades de compreensão matemática, com 52% dos estudantes em situação

“crítica” ou” muito crítica”. Segundo o estudo, 12% dos alunos não conseguem

transpor para uma linguagem matemática específica comandos operacionais

elementares compatíveis com a quarta série. Outros 40% desenvolvem algumas

habilidades elementares de resolução de problemas, mas o nível de aprendizado

está bem abaixo do exigido nesta fase da escolarização.

Os alunos demonstram dificuldades em lidar com localização espaço-

temporal quando questionados sobre direção (frente/direita/esquerda) e distância

(longe/perto/ao lado) e reconhecer o intervalo de tempo decorrido entre o início e o

término de um evento. Vários deles não conseguem dividir um número com três

algarismos por outro com um dígito e somar valores monetários com casas

decimais.

Há um grupo, que representa 41% dos alunos, classificado no nível

intermediário. Eles também desenvolveram algumas habilidades de interpretação de

problemas, porém insuficientes ao esperado para a quarta série. Apenas 7%

interpretam e sabem resolver problemas de forma competente, apresentando as

competências compatíveis com a série cursada, pode-se perceber que em

Matemática a situação é muito delicada.

Quando se apresentam esses números, a tendência mais visível é crucificar

a escola e, em particular seus professores. Trata-se de uma análise muito simplista.

O mau rendimento escolar não decorre apenas de fatores internos. Há fatores

externos muito poderosos, como pobreza familiar, marginalização social de grandes

maiorias, contexto neoliberal, políticas públicas mal postas e corruptas, descaso

governamental, ambientes familiares e pessoais conturbados, infiltração de drogas,

etc.

No entanto, diante desse contexto, não podemos ficar parados; ao contrário,

parece aumentar nossa responsabilidade como professores para enfrentar o desafio

de reverter essa situação. Proporcionar um ambiente propício, com recursos

didáticos adequadamente escolhidos, parece compensar, pelo menos em parte,

esses fatores.

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O que se percebe, em sala de aula é que cada dia é mais difícil conquistar

os estudantes para que se envolvam nas atividades propostas pelo professor. Diante

dessa realidade, é constante nossa busca por materiais que possam contribuir para

essa necessária arte da conquista, de como chegar aos nossos alunos, de como

torná-los disponíveis para a prazerosa tarefa de aprender.

Durante as observações realizadas pelos alunos do Curso de

Formação de Docente constatou-se que na Educação Infantil é o espaço privilegiado

para trabalhar os conteúdos matemáticos através de atividades lúdicas. Com

propostas que permitam a criança experimentar e expressar, em diferentes

linguagens, as suas descobertas certamente favorecerão a ampliação das suas

concepções. Sempre que a criança for colocada como sujeito ativo do processo,

suas hipóteses, combinadas com as informações do meio vão promover a

descoberta e a construção de conhecimentos. Porém o que se constata é que no

decorrer das séries essas oportunidades vão diminuindo, chegando a esvaziar

quase que totalmente. Este fato faz com que os alunos do Curso de Formação de

Docentes conscientizem-se deque o recurso didático como ferramenta deve estar

voltado não apenas para “crianças” da Educação Infantil, e sim, quando estão já no

Fundamental ou no Ensino Médio.

Outra observação realizada pelos futuros professores é a forma como são

introduzidos tais materiais. Um exemplo é o trabalho com os blocos lógicos. Na

Educação infantil, muitas vezes os professores restringem-se apenas a deixar os

alunos “brincarem” com o material, montando casinhas, carrinhos e robozinhos, etc.,

e muitas vezes perdem o foco do trabalho com este material. Às vezes até

trabalham a questão das formas geométricas, porém estagnam.

Quando esses alunos chegam no 1º, 2º ano ou 2ª e 3ª séries do Ensino

Fundamental não querem mais trabalhar com os blocos, pois acham que são só pra

“criancinhas”. Para que tal fato não ocorra, o professor deve deixar bem claro aos

alunos a importância desse material, traçando assim seus objetivos, mesmo que não

trabalhe com todas as possibilidades.

Só para ressaltar, com os blocos lógicos é possível trabalhar no Ensino

Fundamental ou até mesmo no Ensino Médio, fazendo um Jogo de Dominós,

utilizando todas suas características e propriedades. O que precisa é ter criatividade

nas metodologias adequadas em sala. Ao trabalhar as operações, os alunos

geralmente manifestam muitas dificuldades. Para que o conceito seja construído de

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maneira significativa, o professor precisa realizar uma ação planejada que

oportunize situações variadas frente às quais os alunos possam se deparar com

dificuldades e encontrar subsídios para construir conceitos considerados relevantes

dentro desse domínio do conhecimento.

Já as atividades com as operações em formato tradicional e resolução de

problemas com papel e lápis não são suficientes para que a maioria dos alunos

adquira o referido conhecimento ou o domínio. Em função disso, defendo o uso dos

recursos didáticos, e o lúdico, pois o aluno que consegue desenvolver as atividades

propostas com desenvoltura e autonomia certamente conseguiu apropriar do

conteúdo trabalhado. A idéia que defendo em meus estudos é a utilização de

materiais concretos e do cotidiano para explicar conteúdos tão abstratos aos nossos

alunos.

A sala de aula deve ser um lugar para pensar os problemas e suas

diferentes estratégias de resolução, com contribuição criativa por parte dos alunos e

com conteúdos significativos, e não um espaço onde os conceitos devam ser

aprendidos e utilizados mecanicamente. Um processo significativo de ensino-

aprendizagem deve lançar desafios, provocar os interesses dos alunos, ativar seus

esquemas de pensamento.

A partir do momento que o aluno tomar consciência de que a matemática

pode ser entendida e não só decorada; é encontrada ao seu redor e não como algo

vindo do além (abstrato) pode-se mudar esse quadro e encontrar com mais

freqüência a resposta MATEMÁTICA para a pergunta: qual a matéria que você mais

gosta?

1. 2 – A MATEMÁTICA EM NOSSA VIDA

Segundo Oliveira (2008) a matemática está presente na vida do ser humano

desde muito cedo. Quando o bebê é amamentado de três em três horas, ele pode

vivenciar determinados intervalos de tempo; quando estranha pessoas que não

pertencem a sua família, está procedendo a uma classificação. Ao começar a brincar

com outras crianças, demonstra ter noção de quantidade quando pega para si a

maior porção de peças de um determinado brinquedo.

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Desde os primórdios dos tempos mostra-se que as brincadeiras fazem parte

da vida das crianças, pois elas sempre brincaram e continuarão brincando. Smole

(2006) vem reforçar que o brincar está sendo cada vez mais utilizado na educação,

constituindo-se uma peça importantíssima na formação da personalidade, nos

domínios da inteligência, na evolução do pensamento e de todas as funções mentais

superiores, transformando-se num meio viável para a construção do conhecimento e

uma forma de desenvolver a capacidade de manter-se ativo e participante.

Sabe-se que mesmo antes de chegar à escola, a criança já conhece

algumas funções dos números, utilizando-os para indicar, entre outros sua idade,

número de telefone, da casa, nomear dos dedos, a quantidade de irmãos etc.

Algumas sabem os números e também sabem usá-los para realizar seqüência.

A Matemática está presente na vida da criança, pois, ela vive e brinca com a

mesma durante grande parte do seu tempo, independente da atividade em que

estiver realizando. Até mesmo nas relações que estabelece com os outros, ela

vivencia a Matemática. Por exemplo: Fui o primeiro a fazer. Sou mais rápido que

você. Sou mais alto que você. São confrontações que com freqüência são utilizadas

pelas crianças.

A criança ao organizar suas brincadeiras em seu dia a dia utiliza de

situações matemáticas por meio de movimento e da manipulação de objetos,

desenvolvem noções espaciais importantes para o estudo da geometria. Utilizam-se

da contagem, agrupam, repartem, distribuem.

Aqui se faz um questionamento: se a Matemática é algo tão natural para a

maioria das crianças mesmo antes da idade escolar, por que após o seu ingresso na

escola tornar-se uma das grandes dificuldades para muitas delas?

Para Oliveira, (1998) o brincar é a principal atividade da criança pequena e

sabendo-se que a criança aprende brincando, motivada pela alegria e pela

curiosidade de descobrir os segredos que a vida lhe oferece, não podemos ignorar a

relevância desta atividade no que concerne a construção do conhecimento

matemático. Esse conhecimento precisa ser construído pautado em situações

concretas ou utilizando material concreto.

Após as leituras realizadas conclui-se que uma das formas de viabilizar o

ensino da Matemática, na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental,

por exemplo, é trabalhar de forma lúdica como jogos e brincadeiras que podem

propiciar troca de informações, os quais poderão criar situações que favoreçam o

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desenvolvimento da sociabilidade, da cooperação e do respeito mútuo entre os

alunos, ensinando-os a lidarem com regras e reconhecerem que as atividades

corporais podem se constituir numa forma deles aprenderem noções e conceitos

matemáticos. Kishimoto (2001) afirma que o jogo na educação matemática se torna

justificado, pois à medida que a criança começa a manipular esses tipos de jogos

com finalidades pedagógicas de forma lúdica, pouco a pouco o ensino começa a se

desenvolver, a criança utiliza os materiais concretos para encontrar respostas a

situações-problema a ela colocadas, assim, usam formas originais de resolver

problemas a elas colocados, não têm medo de ousar e não se intimidam diante do

novo.

Oliveira (2008) faz uma comparação da matemática com o lobo mal. Onde

ela coloca se ao lobo mal foi atribuído o papel de vilão das histórias infantis, à

Matemática tem sido atribuído o mesmo papel na vida escolar de nossas crianças.

Sabemos, no entanto, que essas crianças não se acovardam diante do lobo mau.

São capazes de inventar inúmeras maneiras para derrotá-lo.Onde ela faz algumas

indagações: Por que, então, se acovardam frente à Matemática? O que escola

poderá fazer para ajudá-los a enfrentar esse desafio?

A criança traz o lobo das páginas do livro para um mundo real, onde poderá

utilizar-se de sua capacidade de fantasiar, do que conhece ou sabe que existe para

dominá-lo; cordas, armas, injeção com anestésico, etc. Mas com a Matemática tem

acontecido o processo inverso: a escola a tem retirado da vida do aluno para colocá-

la em livros e cadernos. E aquele que era capaz de dominá-la no seu cotidiano não

o que fazer com números sobre folhas de papel.

A Matemática e brincadeira tornam-se uma mão dupla. A criança muitas

vezes precisa da matemática para brincar e precisa brincar para aprender

Matemática. Cabe à escola não impedir que isso aconteça, pois a criança privada

dessa atividade poderá ficar com traumas profundos dessa falta de vivência. Se a

criança aprende brincando, portanto, estes momentos devem ser privilegiados

durante as aulas, deixando-se de lado atividades mecânicas e sem significado.

Quando uma criança brinca, demonstra prazer e alegria em aprender e tem

oportunidade de lidar com suas energias em busca da satisfação de seus desejos.

Dessa forma seria oportuno buscar conciliar a alegria da brincadeira com a

aprendizagem escolar.

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Outro aspecto importante na aprendizagem é o afetivo, o qual se encontra

implícito no próprio ato de jogar, uma vez que o elemento mais importante é o

envolvimento do indivíduo que brinca. A atividade lúdica é, portanto, um grande

laboratório em ocorre experiências inteligentes e reflexivas, e essas experiências

produzem conhecimento e possibilitam o desenvolvimento integral da criança, do

ponto de vista afetivo, social e mental.

Acredita-se que uso de materiais concretos no ensino da Matemática tem o

objetivo de fazer com que as crianças gostem de aprender essa disciplina ou área

do conhecimento, mudando a rotina das aulas e despertando o interesse dos alunos,

levando-os a compreenderem os processos matemáticos. A aprendizagem por meio

de jogos, como baralho, boliche, dominó, quebra cabeça, palavras cruzadas,

memória e outros, permitem que as crianças façam desse momento um processo

interessante e até divertido. O uso dos materiais concretos poderá ser utilizado para

atenuar as falhas que venham ocorrer durante as atividades escolares do dia a dia.

É relevante no trabalho com a disciplina de Matemática utilizar os jogos e as

brincadeiras como forma de ensinar e aprender, pois, assim o aprendizado torna-se

mais prazeroso. Vygostky (1988) diz que o “lúdico influencia enormemente o

desenvolvimento da criança”. É através do jogo que a criança aprende a agir, sua

curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona o

desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração.

O professor precisa compreender que as atividades lúdicas não é perder

tempo, é ganhar, pois, enquanto a criança brinca, ela aprende. A necessidade do

homem em desenvolver atividades lúdicas, ou seja, atividades cujo fim seja o prazer

que a própria atividade pode oferecer, determina criação de materiais tais como

jogos e brincadeiras. Realizar atividades lúdicas representa a necessidade para as

pessoas em qualquer momento de suas vidas.

Os jogos, as brincadeiras, enfim, as atividades lúdicas exercem um papel

fundamental para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e moral das crianças e

representam um momento que necessita ser valorizado nas atividades infantis. O

que se observa é que a criança, quando vai à escola, leva consigo um grande

conhecimento sobre as brincadeiras e os jogos que está acostumada a praticar em

sua casa ou na rua com seus amigos. É comum observar-se, no recreio, muitas

dessas brincadeiras se desenvolvendo. Em muitos momentos das aulas práticas

com os alunos do Curso de Formação de Docentes se constatou essa realidade.

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Retornando à sala de aula questiona-se: por que no recreio a criança brinca de

forma descontraída? Seria possível trabalhar em sala de aula utilizando jogos com

objetivo de construir alguns conceitos matemáticos, tradicionalmente trabalhados

pela escola?

Após várias leituras sobre a importância dos recursos didáticos para a

aprendizagem na disciplina de matemática foi possível adquirir uma sólida

fundamentação tornou-se possível analisar as possibilidades do jogo no ensino

desta disciplina, percebendo vários momentos em que as crianças, de uma maneira

geral, exercem atividades com jogos em seu dia-a-dia, fora das salas de aula.

Percebe-se que muitas vezes a escola se mostra alheia a uma realidade trazida

pelas crianças que são os jogos cultural-espontâneos que estão incutidos de noções

matemática em que elas vivenciam durante sua realização dos mesmos.

Wallon (2007) aponta que a criança aprende e constrói atitudes sociais e

morais e aprende a controlar seu comportamento por meio de jogos. Das situações

acadêmicas, provavelmente a mais produtiva é a que envolve o jogo, quer na

aprendizagem de noções, quer como meios de favorecer os processos que intervêm

no ato de aprender e não se ignora o aspecto afetivo que, por sua vez, se encontra

implícito no próprio ato de jogar, uma vez que o elemento mais importante é o

envolvimento do indivíduo que brinca.

Ao ensinar Matemática é importante proporcionar momentos de alegria,

desconcentração, paixão e envolvimento pela atividade lúdica que o jogo representa.

Sendo que a Matemática está presente na vida de cada pessoa, é fundamental

trabalhá-la de maneira desafiadora, concreta propiciando ao educando o

desenvolvimento da criatividade para refletir, analisar e tomar decisões na resolução

dos problemas cotidianos. Assim é de suma importância que se prepare os futuros

educadores para que procurem construir seu material didático, utilizar jogos,

brincadeiras e desafios matemáticos em suas aulas, e que levem a criança a

participar da referida disciplina ou área de conhecimento por meio da ludicidade que

os materiais poderão oferecer.

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1 . 3 - A APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E OS RECURSOS DIDÁTICOS

Os recursos didáticos são considerados elementos essenciais no trabalho

dos conteúdos escolares com os alunos. Neste estudo tentarei mostrar que eles têm

a função de mediar as relações didáticas que ocorrem na sala de aula.

De acordo com leituras realizadas pode-se concluir que os recursos

didáticos são essencialmente mediadores já que possibilitam uma efetiva relação

pedagógica de ensino-aprendizagem. Podendo ser mediadores tanto no trabalho

dos professores nos momentos em que expõem os conteúdos escolares como nos

trabalhos de grupos dos alunos, momento em que realizam reflexões sobre o

conteúdo escolar abordado na aula. Existe um gama de recursos didáticos que

poderão contribuir em muito para um bom trabalho em sala de aula, porém adeter-

me-ei apenas nos recursos didáticos direcionados para a disciplina da Matemática,

principalmente com as quatro operações.

Os recursos didáticos parecem exercer considerável influência na

aprendizagem matemática, como afirma Freitas e Bittar (2004) que não acreditam

que as dificuldades para o aprendizado da Matemática tenha origem na Matemática

em si, pois essa disciplina apresenta uma coerência interna, como já foi dita está

presente na vida das pessoas, além de ser útil pra resolver os problemas do dia a

dia. Para Freitas e Bittar essas dificuldades também não estão nas pessoas, na

capacidade de gostar ou não, de dar-se bem ou mal em Matemática, eles acreditam

que todos têm condições de compreender e produzir matemática. Desse modo o

problema estaria na forma como a Matemática está sendo apresentada ao aluno,

isto é a metodologia que o professor adota em sala de aula para apresentar os

conteúdos, envolvendo os recursos didáticos utilizados.

Durante as aulas os recursos e materiais de manipulação podem fazer com

que a criança focalize com atenção e concentração o conteúdo matemático a ser

aprendido, atuando como catalisadores do processo natural de aprendizagem do

processo natural de aprendizagem, aumentando a motivação, estimulando-o de

modo a aumentar sua aprendizagem qualitativa e quantitativa.

De acordo com Edgar Dale, (2011) pode-se definir recurso didático como

sendo todo e qualquer recurso utilizado no contexto de um procedimento de ensino

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visando estimular o aluno e objetivando o aprimoramento do processo ensino-

aprendizagem.

Os recursos didáticos são componentes do ambiente de aprendizagem que

estimulam a criança. Podendo ser recursos físicos, utilizados com a maior ou menor

freqüência em todas as disciplinas, áreas de estudo ou atividades, dessa forma, tudo

o que se encontra no ambiente onde ocorre o processo ensino-aprendizagem pode

se transformar em ótimo recurso didático, desde que seja utilizado de forma

adequada.

Não se pode esquecer que os recursos didáticos são instrumentos

complementares que ajudam a transformar as idéias em fatos e em realidades,

auxiliando na transferência de situações, experiências, demonstrações, sons,

imagens e fatos para o campo da consciência, onde então eles se transformam em

idéias claras.

Quando se usa os recursos didáticos de maneira adequada estes

contribuem pra motivar e despertar o interesse das crianças, favorecem o

desenvolvimento da capacidade de observação, aproxima-a da realidade, permite a

fixação dos conteúdos propostos, ilustram as noções mais abstratas.

Os recursos didáticos mais utilizados são chamados de recursos

audiovisuais, porque estão ligados aos sentidos da visão e audição. São os sentidos

de captação mais forte na aquisição de conhecimento e apresentação de

informações. Conforme proposto por Edgar Dale, o ensino puramente verbal, que

utiliza apenas palavras deve ser evitado,pois a aprendizagem torna-se mais eficaz

com recurso orais e visuais.

Sabe-se que o ensino da Matemática não pode ser pautado em apenas

transmissões verbais, somente por meio de aulas expositivas e explicações orais, na

medida em que se dá esse enfoque pedagógico conduz os alunos a deixarem de

lado seu raciocínio lógico, ensinando-os a adaptarem-se às exigências da escola,

mas não aprenderem a matemática. Porém, é importante observar que o uso de

materiais concretos não dispensa a necessidade da passagem para o abstrato, ao

contrário, a utilização dos mesmos deve auxiliar, servir como alicerce, para que o

aluno construa conceitos e reconhecimentos a serem aplicados em situações de

abstração (FREITAS E BITTAR, 2004).

Atualmente nas escolas por onde os alunos do Curso de Formação de

Docentes estagiaram percebeu-se uma tendência na prática de ensino de

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Matemática que valoriza em excesso, a memorização de regras, definições, com

problemas voltados para reprodução de modelos ao invés da compreensão

conceitual. Não é possível ensinar matemática se não for ensinado a criança a

pensar. Os recursos didáticos como jogos, materiais manipuláveis e mídias

tecnológicas contribuirão para a elaboração do conhecimento mediante a realização

de atividades dinâmicas nas quais ela é incentivada a pensar, analisar, agindo sobre

o objeto de seu aprendizado.

2. DIFICULDADES ENFRENTADAS NO ENSINO – APRENDIZAGEM

DA MATEMÁTICA

2 . 1 - DIFICULDADES EM MATEMÁTICA

Um grande número de estudantes apresenta dificuldade de aprendizagem

da matemática e, uma porcentagem significativa considera que essa área de

aprendizagem é um tormento. As dificuldades envolvidas no seu ensino e

aprendizagem e os maus resultados escolares transformam a matemática numa

área de preocupação. Isto provocou um questionamento em nossas aulas da

disciplina de Estágio Supervisionado do ensino e da aprendizagem da matemática.

Com o passar do tempo às necessidades da sociedade mudam e os

avanços tecnológicos transformaram na era da informação. Assim, faz-se necessário

repensar as mudanças necessárias para a educação. Dentre essas mudanças hoje,

em uma aula de matemática devemos ter em conta que a tecnologia tem um papel

importante em nossas aulas. A matemática deve ser relacionada com a vida diária;

mostrar a disciplina de matemática como uma ferramenta importante na resolução

dos problemas do dia a dia.

Na aprendizagem da matemática estão envolvidas as competências

cognitivas como a utilização da informação numérica, a memória de trabalho, a

atenção e a concentração, destrezas espaços-temporais, destrezas perceptivo-

motoras, competências de raciocínio lógico e outras mais. Á margem destes

aspectos, a dificuldade nesta área tem muito a ver com a forma como ela é

abordada; com as estratégias didáticas utilizadas para o seu ensino-aprendizagem e

as situações emocionais que afetam seu desempenho.

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A aprendizagem da matemática é de suma importância para que seja

possível organizar o pensamento e para estimular o raciocínio dedutivo da criança.

Quando se faz uma análise do ensino da matemática percebe-se que antes

o conteúdo estudado estava focado nas quatro operações elementares com

números naturais e racionais, mais algumas definições geométricas de áreas e

volumes, porém de uma forma muito simplista. Atualmente, considera-se que a

criança não somente façam as quatro operações, mas sim, pensem e comecem a

raciocinar. A criança deve participar do processo de ensino. Os jogos e problemas

colocados devem motivá-los a buscar respostas por si mesmo. O professor por meio

de estratégias adequadas pode desenvolver a curiosidade e dar possibilidade de

utilizar vários canais para chegar às respostas.

A essência da Matemática é a compreensão. Envolve esforço constante

unido à informação acumulada para adquirir vários conhecimentos. As crianças não

aprendem com informação carente de sentido. Se elas concentram-se nas relações

ao invés de pura memorização, sua aprendizagem será mais significativa, duradoura

e prazerosa.

A informação memorizada é esquecida depois de uma prova. Se o

conhecimento da matemática vai sendo construído de uma forma ativa, a criança

compreenderá e, seu esforço estará orientado para a busca de soluções, e, estará

capacitada para resolver os problemas com dados reais. O professor não pode

esquecer que em seu plano de trabalho deve estar presentes os recursos didáticos,

os quais, em muito contribuirão para todo esse sucesso.

É importante compreender que para a aprendizagem significativa é

necessário que seja dado tempo para a criança. De fato, a matemática é aprendida

de forma gradual; é necessário compreender cada passo para passar ao próximo. O

tempo adequado para reorganização do pensamento, para integrar novas

aprendizagens às anteriores é indispensável.

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2 . 2 - AREAS DE DIFICULDADE QUE PODEM INTERFERIR NO DESEMPENHO

EM MATEMÁTICA

Segundo Gómes e Teran (2007) nos mostra que as seguintes áreas de

dificuldade de aprendizagem podem interferir no desempenho em matemática são:

HABILIDADES ESPACIAIS: crianças que têm dificuldades em relações

espaciais, distâncias, relações de tamanho e para formar seqüências. Estas

dificuldades podem interferir em habilidades como medir, estimar, resolver.

PERSEVERANÇA: crianças que têm dificuldades de passar mentalmente de

uma tarefa para outra, por exemplo, o desempenho em problemas que exigem

múltiplas operações ou em operações que exigem vários passos.

LINGUAGEM: a criança pode ter dificuldade para compreender alguns

termos matemáticos como primeiro, último, seguinte, maior que, menor que e outros.

Também são encontradas crianças que não compreendem um problema matemático

quando este precisa ser lido, o que dificulta sua resolução.

RACICÍNIO ABSTRATO: crianças que tem dificuldade de compreender

conceitos abstratos e que usualmente requerem material concreto ou situações reais

para compreender.

MEMÓRIA: crianças que têm dificuldade de relembrar informações que lhes

foram apresentadas. Exigem mais repetições e, em muitos casos necessitam

verbalizar pra reter informações.

PROCESSAMENTO PERCEPTIVO: crianças que apresentam dificuldades

nesta área podem apresentar problemas na leitura e escrita de quantidades, na

realização de operações em alguns casos na resolução de problemas.

PROBLEMAS EMOCIONAIS: as crianças com interferências emocionais

têm mais dificuldades em matemática que outras crianças, pois esta área de

aprendizagem requer persistência é concentração.

As destrezas espaciais são um componente essencial do funcionamento

matemático. A maioria dos modelos e diagramas utilizados pelos professores para

introduzir conceitos aritméticos necessitam da compreensão de conceitos espaciais

e geométricos. Muitas das dificuldades nos conceitos numéricos estão baseadas na

falta de compreensão dos modelos utilizados para ilustrá-los ou na falta de

estratégias com materiais concretos ou jogos adequados.

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Alguns pesquisadores, entre eles Piaget, consideram que a manipulação de

objetos concretos constitui a base do conhecimento humano. As crianças pequenas

ao manipular objetos, mudá-los de lugar, agrupá-los e, qualquer que seja a atividade

que signifique atuar sobre eles, ou seja, que envolva uma transformação da

realidade, estão aprendendo uma série de funções e desenvolvendo algumas

competências que mais tarde lhes permitirão aprender alguns conceitos

matemáticos.

Na matemática podemos ver isso claramente. As manipulações físicas são

internalizadas e se generalizam. A partir disto os conceitos são formados. Estes

conceitos podem ser associados com símbolos, seja na forma de palavras ou de

símbolos matemáticos. Por exemplo, Piaget menciona que na etapa das operações

concretas ou anteriormente, as crianças não podem manejar símbolos que não

estejam relacionados com objetos concretos ou com ações físicas, sejam estas reais

ou imaginárias. Percebe-se que muitos alunos do segundo grau que apresentam

dificuldades em matemática aparentemente ainda dependem de conceitos espaciais

para compreender algo em qualquer das áreas de matemática.

Supõe-se também uma das grandes dificuldades dos alunos para a

compreensão de alguns conceitos matemáticos como os diagramas ou modelos

utilizados pelos professores para introduzir alguns conteúdos da disciplina é a falta

de compreensão dos conceitos espaciais e geométricos. Alguns alunos tem

dificuldade até para compreender a reta numérica por meio de gráficos, a linha do

tempo, uma lista de preço para representar custos, desenhos geométricos, etc,

talvez por não dominarem a noção de idéias espaciais e não espaciais.

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2. 3 - COMO APARECEM OS ERROS DE MATEMÁTICA

Durante as observações realizadas pelos alunos do Curso de Formação de

Docentes em alguns momentos apareceram alguns erros em matemáticas que no

momento que o estagiário indaga a criança sobre a resposta escrita em seu

caderno, ela acabava dando a resposta correta oral. Assim, conclui-se que é muito

importante o professor mostrar para a criança onde está o erro. Muitas vezes essas

respostas parecem ser adivinhadas pela criança, porém isso não é real, o que ela

está errando muitas vezes é a forma de somar. Esses fatos também são relatados

por Gomes e Teran (2007) quando falam dos principais erros ocorridos na disciplina

de matemática com as crianças com exemplos idênticos aos relatados pelos alunos

durante as observações.

EXEMPLO:

A criança em lugar de somar verticalmente fez assim:

A criança somou na horizontal, por exemplo, 2 + 3 = 5 e 3 + 1 = 4

Veja outro exemplo:

A criança sabia que 7 mais 7 mais 7 são 21, porém colocou o 2 e elevou o 1

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Muitas vezes a criança posiciona mal as quantidades para realizar as

somas ou subtração, motivo pelo qual o resultado é equivocado. É muito comum a

criança errar devido a erros na linguagem do cálculo matemático ou erros na

resolução de problemas ocasionados por leitura, que habitualmente se equivocam

na resolução de problemas porque não compreenderam o leram.

2 .4 - ALGUMAS NOÇÕES NECESSÁRIAS PARA UMA BOA APRENDIZAGEM

DA MATEMÁTICA

No capítulo em que fala que a aprendizagem da matemática existe noções

básicas que, se não forem adquiridas, podem causar problemas nas aprendizagens

futuras Gómes e Teran (2009) esclarece-se cada uma dessa noção para que seja

suprida essa dificuldade e aconteça aprendizagem.

CORRESPONDÊNCIA: agrupar um objeto com outro é uma destreza básica

para a aprendizagem de vários conceitos matemáticos. É necessária para uma

melhor compreensão da numeração e da representação. Podemos ver esta

correspondência em situações da vida diária como, por exemplo: ao colocar uma

mesa deve corresponder um lugar a cada pessoa; indo ao cinema, uma entrada

para cada um; ao distribuir papéis na sala de aula, um para cada estudante.

CLASSIFICAÇÃO: é a habilidade de agrupar os objetos em categorias, de

acordo com determinados critérios, por exemplo: pela cor, pelo formato, pelo

tamanho, etc. Muitas crianças demonstram um interesse natural de ordenar e

classificar.

SERIAÇÃO: é similar a classificação e também depende do reconhecimento

dos objetos. Na seriação o ordenamento depende do grau em que o objeto possui o

atributo. Por exemplo, ao ordenar uma série de acordo com o tamanho dos objetos

(do maior para o menor), de acordo com o peso, etc.

CONSERVAÇÃO: é uma operação mental indispensável para a construção

do pensamento lógico. Permite a existência do objeto independente da percepção

que a criança tem dele. O descentra mento (tomada de consciência por parte da

criança de sua ação e da possibilidade de inverter a sua ação) e a reversibilidade

são condições para a conservação. Uma das primeiras conservações é a

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constituição do objeto permanente: o objeto existe mesmo quando sai do campo de

visão do bebê.

REVERSIBILIDADE: é a aquisição estável da tripla capacidade de fazer,

desfazer ou refazer uma ação motora interiorizada. Segundo Piaget na etapa

sensório-motora a ação é reversível. Falamos de uma reversibilidade na qual parte-

se de um ponto “A”, vai-se ao ponto “B” e regressamos ao ponto “A”. Depois dos

doze (12) anos, Piaget fala da dupla reversibilidade.

PROPORCIONALIDADE: pode ser qualitativa ou quantitativa. A

proporcionalidade formal assegura a compreensão das noções lógico-matemáticas,

das frações e das probabilidades.

NUMERAÇÃO: a numeração é instrumento fundamental para a matemática.

Para aprender a numeração a criança tem que ter assimilado as noções de

classificação, seriação e equivalência. A criança deve entender uma associação

correta do número com os objetos que representa e conceber o número como a

união de duas operações: classificação e seriação. O número não é uma simples

“palavra” para designar um elemento como poderia ser a palavra “mesa”. O

conceito do número refere-se a um todo, composto por unidades incluídas nele e

guardando uma relação de ordem com o restante dos números. Pode acontecer que

uma criança que saiba contar e nomear um número não necessariamente

compreende este conceito. Quando se trabalha a numeração é necessário de muita

repetição para que a criança possa fixar. É aconselhável que o trabalho seja

realizado sempre com equivalência conforme exemplos abaixo.

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Pode-se também já introduzir a noção de adição e subtração, porém não

esquecendo de utilizar materiais concretos para a realização das atividades. Esses

materiais concretos poderão ser: tampinhas, palitos, pedrinhas, e até mesmo os

dedinhos da criança.

Para que a criança memorize e tenha facilidade em cálculos mentais faz-se

necessária muita repetição.

Nos exemplos acima são importantes, por que a medida que a criança

realiza essas atividades ela perceberá que existe várias combinações que poderá

chegar a um mesmo resultado, isto é a mesma soma.

Para que a criança compreenda a numeração é necessária a compreensão

de alguns conceitos tais como:

A cardinalidade de cada um dos dígitos, do 0 (zero) ao 9;

Padrões de agrupamentos;

Valor posicional.

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Para obter sucesso na matemática a criança precisa compreender as

operações, e para que essa compreensão aconteça é necessário que:

Possua um automatismo quanto à composição e decomposição dos

números inferiores a 10

Tenha compreendido na prática, por meio de atividades manipulativas, isto

é, o que significa cada operação. Por exemplo: juntar, separar, faltar, repetir, etc.

Para a verdadeira compreensão das operações é importante que a criança

tenha aprendido uma série de regras que dependerão da interiorização das noções

anteriores. A estrutura espacial de cada operação. Ao somar e subtrair, ordenar

verticalmente dezenas com dezenas, unidades com unidades, etc. Na subtração

colocar a quantidade maior em cima; na multiplicação percorrer as quantidades para

a esquerda em cada fila, na divisão compreender a disposição espacial e colocar as

quantidades corretamente, além de compreender a combinação das diferentes

operações que intervêm.

3. MEIOS DISPONÍVEIS PARA CRIANÇAS QUE APRESENTAM

DIFICULDADES COM MATEMÁTICA

As dificuldades com matemática são às vezes, as mais difíceis de remediar.

Em muitos casos, as crianças com dificuldades de aprendizagem ou inclusive as que

não as têm, apresentam problemas nesta área porque não adquiriram alguns

conceitos básicos. As crianças com dificuldade de aprendiza, especialmente as têm

uma percepção visual ou auditiva deficitária, um problema de organização espacial

ou temporal ou dificuldade de memorização manifestam diferentes problemas na

área de matemática.

Para que a construção das competências próprias da matemática seja

efetiva é necessário que:

Exista uma seqüência progressiva na aprendizagem;

A aprendizagem ocorra num contexto significativo;

Exista prática e experiências concretas, fazendo uso dos recursos

didáticos de forma que permita à criança interiorizar os conceitos novos;

Exista coerência no processo de aprendizagem;

O aluno compreenda os conceitos matemáticos e possa aplicá-los;

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O aluno tenha sempre uma atitude positiva frente ao aprendizado da

matemática.

Na matemática a criança precisa construir conceitos sólidos quanto aos

números e quantidades. Esse processo acontece quando durante as aulas o

professor oferece oportunidades para que a criança possa experimentar com

diferentes objetos começam a conhecer suas semelhanças e diferenças. Quando já

conhecem as semelhanças e diferenças podem classificar os objetos. Ao poder

classificar os objetos pode reconhecer, copiar, aumentar e criar estruturas e assim

podem ordenar grupos da mesma categoria. Desta maneira podem comparar grupos

de elementos que mais e os que têm menos e assim apreciar a quantidade e

desenvolver o conceito de número.

Para tanto, os professores devem ser orientados sobre a necessidade de

colocar a criança em contato com matérias e objetos variados, possibilitando a

interação, o questionamento, a contra-argumentação e o desequilíbrio, porque

assim, a criança é levada a raciocinar e a construir respostas que sejam

verdadeiramente suas e não aquela exaustivamente treinada por exercícios

repetitivos do tipo copie 10 vezes.

A partir do momento que os professores compreendem que a criança é

capaz de elaborar relações entre objetos, esta fonte de conhecimentos é totalmente

interna, porque a concepção de semelhança e diferença entre os objetos não se

encontra neles em si, mas, na mente da criança, é uma ação adaptativa. A estrutura

mental relativa ao número é um exemplo lógico-matemático.

Portanto, é essencial que as crianças tenha oportunidades de trabalhar com

os mais variados tipos de objetos, para que possa compreender a construção do

número. Nesta atividade o professor pode lançar mão dos mais diferentes recursos,

utilizando as sucatas como: tampinhas, pedrinhas, copinhos etc. O importante é que

haja fixação para cada número, ou para cada passo das operações, pois, se a

criança não tem conhecimentos adequados para um novo conhecimento, não

poderá ver as conexões com o anterior e sentirá uma grande frustração.

Quando se consegue uma aprendizagem significativa, a criança estará mais

motivada e será mais efetiva. Quando existe uma conexão entre o que é ensinado e

os conhecimentos prévios ou as experiências das crianças, elas compreenderão

melhor os novos conhecimentos.

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A aprendizagem significativa exige tempo. É necessário que exista uma

compreensão de cada passo para que ocorra uma assimilação e integração

adequada do conhecimento. A criança aprende brincando e manipulando objetos,

desta maneira vão experimentando e construindo conceitos. É importante que a

criança passe do concreto ao simbólico para poder passar para o abstrato.

Atitude positiva em relação à aprendizagem da matemática contribuirá para

diminuir a dificuldade. Muitas vezes a criança fica tensa, cometem erros em função

do nervosismo, erram nas provas, tem vergonha de ir à lousa, não se atrevem a

perguntar, etc. Isto se torna cada vez pior se não há uma intervenção adequada.

Esta ansiedade que é produzida nas crianças requer não somente o uso de material

interessante e divertido, mas também de um suporte específico no qual seja

compreendido quais são as dificuldades e de onde elas vêm. É importante ajudar a

criança a encontrar formas de enfrentá-las. Muitas vezes os problemas não partem

de uma dificuldade específica de aprendizagem, mas sim podem vir de diversas

situações, tais como:

A criança não teve oportunidade de ter contato suficiente com jogos e

de exploração que tenham permitido a ela desenvolver habilidades necessárias

antes de entrar em contato com os símbolos matemáticos;

Dificuldade que nasceu por situações específica em sala de aula ou

que o professor que a fez pensar que não era capaz;

A criança pela sua ansiedade ou bloqueio, perde certos passos,

processos ou conceitos que não lhe permitem adquirir novos conceitos;

A criança não conseguiu aprender pelo método utilizado pela

professora em função do seu estilo de aprendizagem.

É muito importante no trabalho com as crianças que apresentam dificuldades

em Matemática, ou que tem ansiedade ou frustrações frente esta disciplina

demonstrar que seus medos e angústias muitas vezes são uma resposta a situações

desfavoráveis. Deve-se demonstrar confiança nas suas capacidades e oferecer à

criança experiências que ajudem a superar a sua ansiedade e trabalhar de uma

forma mais efetiva e com materiais concretos de forma a superar as dificuldades de

aprendizagem.

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4. ESTRATÉGIAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA

4.1 - REALIZAÇÃO DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DO

ABACO

Nesta unidade será abordada a utilização do Ábaco na adição e subtração.

Esse estudo será embasado na fundamentação do texto da Profª. Eliane Gerhardt

da área de Metodologia da Matemática e Supervisora de Estagio no Curso Normal

no Instituto Estadual da Educação Gomes Jardim de Guaíba/ RS, na revista do

professor nº. 92 de outubro 2007.

Ao ler o texto sobre a construção do número inteiro, percebe-se a

importância em trabalhar com ábaco com os alunos do Curso de Formação de

Docentes, pois o conhecimento deles está muito superficial. Segundo a profª. Eliane

Gerhardt trabalhar com o ábaco permite construir a noção real do número inteiro, na

passagem da unidade para a dezena, da dezena para a centena, da centena para a

unidade de milhar, da unidade de milhar para a dezena de milhar e assim por diante.

Pode, também, ser usado para executar a adição, a subtração, a divisão e a

multiplicação.

4.1.1 O QUE É UM ÁBACO

É a primeira máquina de calcular inventada pelo homem, sendo o seu

inventor desconhecido. O ábaco que nos é mais familiar desenvolveu-se

provavelmente na China. Os chineses colocavam pequenas contas em fios presos

numa armação, moviam as contas para cima e para baixo, efetuando deste modos

os seus cálculos. Ainda hoje os chineses usam o ábaco.

No Brasil, o Soroban (ábaco japonês) é usado com exclusividade para

deficientes visuais. Trata-se de um instrumento de cálculos extremamente útil

também para os videntes, embora quase não usados pelos mesmos.

O ábaco, na escola, é uma máquina de calcular indispensável no processo

de aprendizagem matemática dos alunos. Pretende-se na oficina de material

didático construir com os alunos do Curso de Formação de Docentes vários ábacos

e mostrar a eles como poderão utilizar como um recurso adequado, em suas aulas

práticas, o qual facilitará a compreensão de vários conteúdos, tais como: compor e

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decompor o número, a partir do valor posicional dos algarismos; noção de sucessor

e antecessor. Com o ábaco facilita a compreensão da verdadeira noção do vai um;

as operações de adição e subtração etc.

4.1.2. OBJETIVO

Levar a criança ter noção real do número inteiro;

Compreender o sistema de numeração decimal;

Contribuir para a compreensão de agrupamento;

Valor posicional dos algarismos;

Reconhecer as ordens dos numerais;

Compreender o processo de adição e subtração.

4.1.3. COMO CONSTRUIR O ÁBACO

Dicas de Gerhardt (2007) para a construção do ábaco e utilização do mesmo

em sala de aula.

Materiais necessários: uma base, pinos e argolas da mesma cor, algarismos

e marcadores do Sistema de Numeração Decimal (SND).

BASE: caixa de creme dental, caixa de ovos, madeira ou isopor.

PINOS: palitos de churrasquinho, taquarinhas bem fininhas, ferrinhos,

madeira de cabides.

Neste caso, estará sendo usados cinco pinos, que marcarão o lugar de cinco

ordens do Sistema de Numeração Decimal.

ARGOLAS: de miçangas, de cortinas, de taquara ou bambu serradas, de

mangueira de chuveiro.

As argolas deverão ser todas do mesmo tamanho, mesma cor, e

confeccionadas do mesmo material.

Para cada ábaco deverá dispor de aproximadamente quarenta argolas, para

que possa compor numerais de até cinco ordens.

ALGARISMO: para escrever os numerais, são necessárias 5 séries de

algarismo, do 0 ( zero ) ao 9. Poderão ser confeccionado em EVA, cartolina,

papelão.

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Serão utilizadas tantas séries quantas forem as ordens nas classes de SND

a serem trabalhadas.

Os algarismos devem ser colocados no ábaco, da direita para a esquerda,

começando, então, pela unidade, para a composição do numeral.

Seis regras são definitivas para o bom andamento deste processo de

trabalho com o ábaco.

1º - O ábaco deve ser somente de uma cor.

2º - O zero é um guardador de lugar.

3º - Cada argola representa uma unidade.

4º - Nunca dez! Quer dizer que, sempre que houver dez argolas num pino,

devemos substituí-las por uma argola retirada do monte, que será colocada no pino

seguinte. As argolas substituídas são retiradas do pino de vão para o monte comum.

6º - O trabalho com o ábaco inicia da direita para a esquerda. O primeiro

pino é das unidades; o segundo é das dezenas, o terceiro é das centenas, o quarto

é das unidades de milhar e o quinto é das dezenas de milhar.

A seguir será apresentada uma das muitas formas para trabalhar com o

ábaco onde o trabalho será realizado através de uma aula oficina, com diálogo entre

professor e aluno seguindo os passos de Gerhardt (2007) do texto o ábaco.

Se possível que cada aluno ou dupla de aluno tenha o seu ábaco, caso

contrário o professor realizará com o seu material o qual deverá ser construído em

um tamanho um pouco maior para que os alunos possam observar todos os passos

realizados pelo professor.

Inicialmente será apresentada aos alunos do Curso de Formação de

Docentes a sugestão dos passos da aula da Profª. Eliane Gferhardt e em seguida os

alunos realizarão outros passos ou outras atividades durante as oficinas.

Para iniciar, tomamos o ábaco livre das argolas, somente com a base e com

os pinos, e perguntamos às crianças:

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Existe alguma argola aqui no primeiro pino?

Qual é o algarismo que representa a ausência de argolas?

OBS: neste momento mostrar que o zero me muito importante por que ele é

um guardador de lugar, isto é, ele vai guardar o lugar para a próxima unidade ou

argola que vai entrar no pino.

Agora se coloca uma unidade, uma argola no pino da unidade.

Quantas unidades foram colocadas?

Como se representa esta unidade?

Colocam-se mais uma unidade no pino. Quantas unidades têm?

Qual o algarismo que representa duas unidades?

Vou colocar mais uma unidade no pino das unidades. Quantas

unidades têm agora? Continua-se o processo até chegar à nona unidade.

E se for colocada mais uma unidade, com quantas unidades

ficaremos?

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Agora é o momento de mostrar de como representar dez unidades, se

só é possível marcar em cada pino com apenas um algarismo. Existe uma regra que

diz que toda a vez que tenho dez unidades, então tenho uma dezena e essa dezena

vai para o pino das dezenas. E assim realizo esse processo: pego as dez unidades,

tiro todas juntas do pino e troco por uma argola valendo uma dezena que coloco no

pino das dezenas, que é o segundo pino, a partir da direita.

E assim posso representar o número dez com um algarismo em cada

casa.

Quantas argolas eu tenho no pino da unidade?

Coloca-se o zero abaixo do pino da unidade.

Quantas argolas eu tenho no pino das dezenas

Então uma dezena é igual a dez unidades

Ao trocar as dez unidades por uma dezena, o professor mostrar às crianças

o que está realizando. Depois de colocar a argola de dezena no pino da dezena,

poderá juntar as dez unidades que ficaram ao monte das argolas.

Deixar bem claro às crianças que uma dezena é igual a dez unidades e

forma o número 10.

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33

Como poderá forma o número 11?

As crianças e professor continuam construindo os nºs até chegar ao

número de 19.

Esclarecer às crianças de dez unidades é igual a uma dezena. (realiza-

se o mesmo processo anterior)

Como ficou o pino das unidades?

Quantas dezenas eu tenho?

Portanto, duas dezenas são iguais a 20 unidades.

O professor poderá explorar a construção do número até 99, fazendo passo

por passo: primeiro coloca a argola no pino e depois o algarismo abaixo do pino, de

acordo com as argolas em cada pino. Assim que chegar ao número 99, coloca-se

mais uma unidade no pino das unidades, juntam-se todas as unidades e troca-se

por uma dezena colocada no pino das dezenas que também ficará com dez.

Juntam-se, as dez dezenas e troca-se por uma argola que vale uma centena e

coloca no pino da centena. Agora se tem uma o número 100, se chegar mais uma

unidade. Como fica?

O professor coloca argolas nos pinos.

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Quantas unidades?

Quantas dezenas?

Quantas centenas?

Que número formou?

E como ficará se colocar mais uma unidade?

Os alunos seguem construindo números até 109.

Novos números deverão ser construídos até que chegue a 999. Têm-se 999

e chegar mais uma unidade que será reunida e transportadas, depois que trocar por

uma argola, para o pino das dezenas. O pino das dezenas ficará com 10 dezenas

(regra nunca dez) que deverão ser trocada por uma argola e colocada no pino da

centena. A centena também ficará com dez centenas (regra do nunca dez) e deverá

ser trocada por uma argola valendo uma unidade de milhar e colocada no pino das

unidades de milhar.

4.1.4 – OPERAÇÃO ADIÇÃO COM O USO DO ÁBACO

Após o domínio da construção dos números, utilizando o ábaco como

recurso, comece a somar a partir das unidades.

Exemplos: 8 + 1 = 9

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Agora será representada no ábaco uma operação, onde a primeira parcela é

representada com o numeral de dois algarismos e a segunda parcela com o numeral

de um algarismo.

Exemplo: 26 + 3 =

Ao colocar as parcelas no ábaco, o registro deve ser feito como se fosse

calculadora: primeiro as argolas do número 26 e depois as argolas do número 3.

Agora será mostrada uma operação com três parcelas com dois algarismos

em cada parcela.

Exemplo: 32 + 21 + 40 =

Ao colocar as parcelas no ábaco, o registro deve ser feito como se fosse na

calculadora: primeiro as argolas do número 32, depois as argolas do número 21 e,

por último, as argolas do número 40. Mas para encontrar o total, somar primeiro as

argolas do pino das unidades, depois as pino das dezenas.

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Agora será trabalhado operação números maiores

Exemplo: 26 + 48 =

Aqui tem-se: 6 unidades + 8 unidades = 14 unidades.

Ficam 4 unidades no pino das unidades e as dez unidades restantes (igual a

uma dezena) são mandadas para o pino das dezenas, usando-se uma argola,

totalizando 74.

4.1.5 - OPERAÇÃO DE SUBTRAÇÃO

Para iniciar o trabalho com as operações de subtração é necessário antes

explorar o raciocínio das crianças.

O que nos lembra a subtração?

O que vocês já realizaram que fosse necessário subtrair, tirar uma

parte?

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Quais os problemas de nossa vida precisamos tirar ou subtrair?

Na subtração, só são colocadas as argolas do minuendo e retirada a

quantidade que está no subtraendo.

EXEMPLO:

Eu tinha 6 unidades, tirei 5 unidades. Quanto sobrou?

6 – 5 =

Nesta operação será envolvida unidade e dezena

Exemplo:

Eu tinha 68 unidades e tirei 26 unidades. Quantas unidades restaram?

Veja a subtração envolvendo unidade, dezena e centena.

EXEMPLO:

492 – 101 =

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4.1.5.1 - SUBTRAÇÃO COM EMPRÉSTIMO

Para iniciar o trabalho com as operações de subtração com empréstimo

também é necessário antes explorar o raciocínio das crianças:

O que é um empréstimo?

Por que se faz empréstimo?

O que significa pedir emprestado?

Pedir emprestado é retornar para o pino da direita.

EXEMPLO:

82 – 6 =

Deve-se colocar somente argolas do minuendo e retirar a quantidade que

está no subtraendo, iniciando pelo pino das unidades.

Tenho duas unidades e preciso retirar 6 unidades. Como farei?

A resposta é simples: tirar 1 dezena do pino das dezenas e retornar em

10 unidades para o pino das unidades.

Feito assim: quantas unidades restaram?

Havia 8dezenas, mas uma retornou para o pino das unidades. Das 7

dezenas que ficaram no pino da dezena, não preciso retirar nada, assim, mantenho

as 7 dezenas no resto.

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Durante as oficinas para confecção dos recursos didáticos proposto pela

profª. PDE na implementação do projeto todos os alunos do Curso de Formação de

Docentes construirão o seu ábaco, e assim possam realizar todos os passos

acima sugeridos pela da Profª. Eliane Gferhardt para a construção do número inteiro

e para realizar operações de adição e subtração. Terão oportunidade elaborar novas

atividades para que tenham conhecimento e habilidade no uso do ábaco para as

aulas práticas.

4.2 - TRABALHANDO COM MATERIAL DOURADO E NAS SÉRIES INICIAIS

Nesta unidade sobre o recurso didático “Material Dourado” será realizado

com os alunos do Curso de Formação de Docentes um estudo sobre o mesmo. Os

alunos terão oportunidade de Manusear o material dourado, pois será

disponibilizado um jogo para cada dupla para a realização do estudo.

4.2.1 - PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DO ESTUDO

1º PASSO

Inicialmente os alunos serão encaminhados à sala do laboratório de

Informática onde realizarão uma sobre o material Dourado pesquisando e estudando

os seguintes tópicos:

As principais contribuições do Material Dourado para o ensino da

matemática;

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Porque a educação deve ser efetivada em etapas gradativas,

respeitando a fase do desenvolvimento da criança, através de um processo de

observação e dedução constante, feito pelo professor sobre o aluno?

Um estudo sobre a escola criada por Montessori, pois, o Material

Dourado é um dos muitos materiais idealizados pela médica e educadora italiana

Maria Montessori para o trabalho com matemática.

O uso do material dourado em atividades que auxiliam o ensino e a

aprendizagem do sistema de numeração decimal-posicional e dos métodos para

efetuar as operações fundamentais (ou seja, os algoritmos).

A diferença do ensino tradicional, onde as crianças acabam

"dominando" os algoritmos a partir de treinos cansativos, mas sem conseguirem

compreender o que fazem e o ensino dos algoritmos utilizando o material dourado a

situação.

Trabalhar as relações numéricas abstratas utilizando uma imagem

concreta, mostrando que assim facilita a compreensão. Acredita-se que assim,

obtém-se, então, além da compreensão dos algoritmos, um notável desenvolvimento

do raciocínio e um aprendizado bem mais agradável.

O material, mesmo sendo destinado ao trabalho com números (na

matemática) pode ser utilizado com crianças de até seis anos de idade, para

desenvolver a criatividade, motricidade e o raciocínio lógico-matemático.

2º PASSO

Realizar as atividades com os alunos do Curso de Formação de

Docentes para que depois eles possam realizar essas atividades e ou outras

organizadas por eles com as crianças na Educação Infantil e Séries Iniciais do

Ensino Fundamental das Escolas Municipais

4.3. JOGOS

Os jogos do uso do material dourado, abaixo relacionados foram retirados do site

http://www.somatematica.com.br

4.3.1 JOGOS LIVRES

Objetivo:

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Tomar contato com o material, de maneira livre, sem regras.

Os alunos realizam atividades lúdicas com o material, fazendo

construções livres.

O material dourado é construído de maneira a representar um sistema de

agrupamento. Sendo assim, muitas vezes as crianças descobrem sozinhas relações

entre as peças. Por exemplo, podemos encontrar alunos que concluem:

- Ah! A barra é formada por 10 cubinhos!

- E a placa é formada por 10 barras!

- Veja, o cubo é formado por 10 placas!

4.3.2 - MONTAGEM

Objetivo:

Perceber as relações que há entre as peças.

O professor poderá sugerir as seguintes montagens:

- uma barra;

- uma placa feita de barras;

- uma placa feita de cubinhos;

- um bloco feito de barras;

- um bloco feito de placas;

O professor estimula os alunos a obterem conclusões com perguntas como estas:

- Quantos cubinhos vão formar uma barra?

- E quantos formarão uma placa?

- Quantas barras preciso para formar uma placa?

Nesta atividade também é possível explorar conceitos geométricos, propondo

desafios como estes:

- Vamos ver quem consegue montar um cubo com 8 cubinhos?

Será que é possível?

- E com 27? É possível?

4.3.3 - DITADO

Objetivo:

Relacionar cada grupo de peças ao seu valor numérico.

Metodologia

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O professor mostra um de cada vez, cartões com números. As crianças devem

mostrar as peças correspondentes, utilizando a menor quantidade delas.

Variação:

O professor mostra peças, uma de cada vez, e os alunos escrevem a quantidade

correspondente.

4.3.4 - FAZENDO TROCAS

Objetivo

compreender as características do sistema decimal.

fazer agrupamentos de 10 em 10;

fazer reagrupamentos;

fazer trocas;

estimular o cálculo mental.

Metodologia

Para esta atividade, cada grupo deve ter um dado marcado de 4 a 9.

Cada criança do grupo, na sua vez de jogar, lança o dado e retira para si a

quantidade de cubinhos correspondente ao número que sair no dado.

Veja bem: o número que sai no dado dá direito a retirar somente cubinhos.

Toda vez que uma criança juntar 10 cubinhos, ela deve trocar os 10 cubinhos por

uma barra. E aí ela tem direito de jogar novamente.

Da mesma maneira, quando tiver 10 barrinhas, pode trocar as 10 barrinhas por uma

placa e então jogar novamente.

O jogo termina, por exemplo, quando algum aluno consegue formar duas placas.

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O professor então pergunta:

- Quem ganhou o jogo?

- Por quê?

Se houver dúvida, fazer as "destrocas".

O objetivo do jogo das trocas é a compreensão dos agrupamentos de dez em dez

(dez unidades formam uma dezena, dez dezenas formam uma centena, etc.),

característicos do sistema decimal.

A compreensão dos agrupamentos na base 10 é muito importante para o real

entendimento das técnicas operatórias das operações fundamentais.

O fato de a troca ser premiada com o direito de jogar novamente aumenta a atenção

da criança no jogo. Ao mesmo tempo, estimula seu cálculo mental. Ela começa a

calcular mentalmente quanto falta para juntar 10, ou seja, quanto falta para que ela

consiga fazer uma nova troca.

* cada placa será destrocada por 10 barras;

* cada barra será destrocada por 10 cubinhos.

Variações:

Pode-se jogar com dois dados e o aluno pega tantos cubinhos quanto for a soma

dos números que tirar dos dados. Pode-se utilizar também uma roleta indicando de 1

a 9.

4.3.5 - PREENCHENDO TABELAS

Objetivo:

Relacionar cada grupo de peças ao seu valor numérico;

Compreender as características do sistema decimal;

Fazer agrupamentos de 10 em 10;

Fazer reagrupamentos;

Fazer trocas;

Estimular o cálculo mental.

Preencher tabelas respeitando o valor posicional;

Fazer comparações de números;

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Fazer ordenação de números.

As regras são as mesmas da atividade 4.

Na apuração, cada criança escreve em uma tabela a quantidade conseguida.

Olhando a tabela, devem responder perguntas como estas:

- Quem conseguiu a peça de maior valor?

- E de menor valor?

- Quantas barras Lucilia tem a mais que Gláucia?

Olhando a tabela à procura do vencedor, a criança compara os números e percebe o

valor posicional de cada algarismo.

Por exemplo: na posição das dezenas, o 2 vale 20; na posição das centenas vale

200.

Ao tentar determinar os demais colocados (segundo, terceiro e quarto lugares) a

criança começa a ordenar os números.

4.3.6 - PARTINDO DE CUBINHOS

Objetivo

Compreender as características do sistema decimal.

Fazer agrupamentos de 10 em 10;

Fazer reagrupamentos;

Fazer trocas;

Estimular o cálculo mental.

Metodologia

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Cada criança recebe certo número de cubinhos para trocar por barras e depois por

placas.

A seguir deve escrever na tabela os números correspondentes às quantidades de

placas, barras e cubinhos obtidos após as trocas.

Esta atividade torna-se interessante na medida em que se aumenta o número de

cubinhos.

4.3.7 - VAMOS FAZER UM TREM?

Objetivo

Compreender que o sucessor é o que tem “um a mais" na seqüência

numérica.

Metodologia

O professor combina com os alunos:

- Vamos fazer um trem. O primeiro vagão é um cubinho. O vagão seguinte terá um

cubinho a mais que o anterior e assim por diante. O último vagão será formado por

duas barras.

Quando as crianças terminarem de montar o trem, recebem papeletas nas quais

devem escrever o código de cada vagão.

Esta atividade leva à formação da idéia de sucessor. Fica claro para a criança o

"mais um", na seqüência dos números. Ela contribui também para a melhor

compreensão do valor posicional dos algarismos na escrita dos números.

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4.3.8 - UM TREM ESPECIAL

Objetivo

Compreender que o antecessor é o que tem “um a menos" na

seqüência numérica.

Metodologia

O professor combina com os alunos:

- Vamos fazer um trem especial. O primeiro vagão é formado por duas barras

(desenha as barras na lousa). O vagão seguinte tem um cubo a menos e assim por

diante. O último vagão será um cubinho.

Quando as crianças terminam de montar o trem, recebem papeletas nas quais

devem escrever o código de cada vagão. Esta atividade trabalha a idéia de

antecessor. Fica claro para a criança o "menos um" na seqüência dos números. Ela

contribui também para uma melhor compreensão do valor posicional dos algarismos

na escrita dos números.

4.3.9 - JOGO DOS CARTÕES

Objetivos:

Compreender o mecanismo do "vai um" nas adições; estimular o

cálculo mental;

Contribui também para uma melhor compreensão do valor posicional

dos algarismos na escrita dos números.

Metodologia

O professor coloca no centro do grupo alguns cartões virados para baixo.

Nestes cartões estão escritos números entre 50 e 70.

1º sorteio:

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Um aluno do grupo sorteia um cartão. Os demais devem pegar as peças

correspondentes ao número sorteado.

Em seguida, um representante do grupo vai à lousa e registra em uma

tabela os números correspondentes às quantidades de peças.

2º sorteio:

Um outro aluno sorteia um segundo cartão. Os demais devem pegar as

peças correspondentes a esse segundo número sorteado.

Em seguida, o representante do grupo vai à tabela registrar a nova

quantidade.

Nesse ponto, juntam-se as duas quantidades de peças, fazem-se as trocas e

novamente completa-se a tabela.

Ela pode ficar assim:

Isto encerra uma rodada e vence o grupo que tiver conseguido maior total.

Depois são feitas mais algumas rodadas e o vencedor do dia é o grupo que mais

rodadas venceu.

Os números dos cartões podem ser outros. Por exemplo, números entre 10

e 30, na primeira série; entre 145 e 165, na segunda série.

Depois que os alunos estiverem realizando as trocas e os registros com

desenvoltura, o professor pode apresentar a técnica do "vai um" a partir de uma

adição como, por exemplo, 15 + 16.

Observe que somar 15 com 16 corresponde a juntar estes conjuntos de

peças.

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Fazendo as trocas necessárias,

Compare, agora, a operação:

* com o material:

*com os números:

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Quando as crianças terminam de montar o trem, recebem papeletas nas

quais devem escrever o código de cada vagão.

Esta atividade trabalha a idéia de antecessor. Fica claro para a criança o

"menos um" na seqüência dos números. Ela contribui também para uma melhor

compreensão do valor posicional dos algarismos na escrita dos números.

5 - CONHECENDO AS FAIXAS DE NÉPER

As faixas de Néper é um recurso didático que poderá ser trabalhado a

operação de multiplicação. Esse recurso contribui para o aluno compreender o

processo da multiplicação, trabalhando com as tabuadas da multiplicação,

decompondo os números inteiros maiores que 10. Realizando multiplicações

parciais e tendo a adição como operação intermediária para encontrar o produto

final.

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Segundo Rita de Cássia Santos Almeida em seu artigo “Faixas de Néper” da

Revista do Professor nº 97, 2009 descreve o material colocando que a matemática

pode ser prazerosa; tudo depende de como ela é apresentada às crianças. Se em

determinadas circunstâncias, a disciplina assusta ou embaralha o raciocínio dos

pequenos, talvez seja culpa da metodologia utilizada pelo professor. À medida que

se estimula a criança com maneiras diferentes de aprender, certamente, estes

passarão a ter novos olhares para a Matemática.

Objetivos:

Trabalhar a multiplicação;

Resolução de cálculo mental;

Trabalhar os termos da multiplicação;

Trabalhar com a tabuada da multiplicação, decompondo os números.

Material:

Esse material é constituído por onze faixas, conforme desenho abaixo com as

seguintes especificações:

A – A primeira faixa é a faixa dos multiplicadores está dividida em nove

segmentos numerados de 1 a 9;

B – As demais faixas contém no primeiro segmento, os multiplicando de

0 (zero) a 9 e, nos seguintes, os respectivos resultados: múltiplos de 0 (zero) a

9.

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Materiais

Confecciona-se um conjunto de onze faixas de papel cartão, EVA ou papel

pardo com os dados. Esse material seria interessante que seja construído

pelo menos para os alunos trabalharem em duplas.

Confecciona-se um conjunto em tamanho grande para que o professor possa

manusear e os alunos acompanhar os procedimentos deste modelo, diante

da classe.

Procedimentos

Quando o multiplicando é um numeral com um dígito

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Tomemos o exemplo de cálculo que tem como fatores “3” e “4”. O aluno

deverá pegar a faixa do multiplicador e a dos múltiplos de 4, conforme mostra a

ilustração abaixo.

À esquerda fica a faixa dos multiplicadores e à direita, a do multiplicando (4)

e seus produtos.

Ao deixar as duas faixas lado a lado, destacar (a tira de cartolina, com

mostra na ilustração) a linha em que se encontra o multiplicador 3 e, ao lado

identificar o resultado da operação 3 x 4 que é 12.

Quando o multiplicando é um numeral com dois dígitos

Tomemos como exemplo a multiplicação de 5 x 47. Decompor 47 em 4 dezenas e

7 unidades e tomar as faixas 5, 4 e 7. A esquerda ficará a faixa do multiplicador e,

à direita, das faixas do multiplicando decomposto: a do 4 e a do 7. (Destacar os

valores que os algarismos ocupam de acordo com a posição em que estão dezenas

e unidades, respectivamente). Alinhar aas faixas e sinalizar (com a tira de cartolina,

como no exemplo) a linha em que se e encontra o multiplicador 5 e, ao lado,

identificar os seguintes numerais: 20 e 35.

3 x 4 = 12

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O passo seguinte é realizar a adição dos valores, começando da direita para a

esquerda, conforme mostra o quadro a seguir e achar o produto.

Para comprovar, fazer os cálculos pelo processo de composição, conforme segue:

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Quando o multiplicando é um numeral com três ou mais dígitos

Seja a operação 7 x 537, em temos o multiplicador 7 e o multiplicando 537. À

esquerda ficará a faixa do multiplicador e, à direita, as faixas do multiplicando (já

decomposto em CUD, com as faixas do 5, do 3 e do 7). Reforçar as crianças os

valores que esses algarismos possuem de acordo com a posição que ocupam (5

centenas, 3 dezenas e 7 unidades, respectivamente). Ao deixar as quatro faixas

alinhadas, destacar (com a tira de cartolina) a linha em que se encontra o

multiplicador 7 e, ao lado, identificar os seguintes números: 35, 21 e 49.

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O passo seguinte é realizar a adição, começando da direita para a esquerda,

conforme indicado a seguir, e encontrar o produto.

Fazendo o cálculo com o multiplicando decomposto, conforme demonstrado a

seguir, obter o resultado: 3.759

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Quando o multiplicando é um numeral com dois ou mais dígitos

Seja a operação 36 x 92, em que o multiplicador é 36 e 92 o multiplicando.

Primeiro, decompor o multiplicador em dezenas e unidades: sendo assim 3

dezenas e 6 unidades. Destacar faixa correspondente aos multiplicadores.

Selecionar as faixas 9 e 2 correspondente aos multiplicadores. Selecionar as faixas

9 e 2 correspondentes ao multiplicando 92.

Organizar as faixas em dois momentos, da seguinte maneira:

A – No primeiro, alinhar a esquerda a faixa do multiplicador 6, seguida, ao lado,

das duas faixas do 9 e do 2 correspondente ao multiplicando (92). Sinalizar, com

a tira de cartolina, a linha em que se encontra o multiplicador 6 e, ao lado,

identificar os resultados da multiplicação de 6 por 9 e por 2, a saber, 54 e 12;

B – No segundo, alinhar a esquerda a faixa do multiplicador 3, seguida, ao lado,

das duas faixas do 9 e do 2, correspondentes ao multiplicando (92).

Sinalizar, com a tira de cartolina, a linha em que se encontra o multiplicador 3 e ao

lado, identificar os resultados da multiplicação de 3 por 9 e por 2, a saber, 27 e 6.

Como o 3, neste caso, vale 30 unidades, os resultados serão 270 dezenas (2.700

unidades) e 6 dezenas (60 unidades).

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Partir para a soma das parcelas resultantes de ambos os cálculos, como

demonstrado a seguir.

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Utilizando-se como recurso didático, conhecido como as Faixas de Néper

publicado por Rita de Cássia Santos Almeida, (2009) revista do professor pretende

se trabalhar com os alunos do Curso de Formação de Docentes a operação de

multiplicação, decomposição dos números inteiros. Aqui se encontra alguns passos

do trabalho. Durante as oficinas será confeccionado o material o qual será utilizado

pelos alunos, os quais realizarão os passos propostos pela autora acima citada e

outros passos até que os alunos possam dominar o uso do material para que

possam trabalhar com as crianças do Ensino Fundamental em suas aulas práticas.

Após a leitura do artigo conclui-se que é necessário esse trabalho, pois os

futuros educadores devem tornar-se capazes realizar o calculo mental e aplicá-lo

com automaticidade. Conforme Parra (1996), o cálculo mental é uma expressão de

muitos significados, que gera dúvidas e expectativas quanto a sua aprendizagem,

embora ninguém discuta a utilização do mesmo.

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6. SUGESTÃO DE ATIVIDADES PARA TRABALHAR AS

OPERAÇÕES

6.1 - Quebra Cabeça Triangular

Esse jogo é formado por peças triangulares que contêm em cada um dos

lados uma operação envolvendo adição e subtração, ou o resultado de uma

operação. As peças devem ser encaixadas de modo que as operações fiquem

sobrepostas às respectivas respostas.

Objetivos

Trabalhar os termos corretos da operação;

Memorização;

Levar o aluno a ter organização;

Desenvolver o raciocínio lógico;

Percepção visual;

Concentração;

Noção de espaço

Metodologia do jogo

Em sala, depois de ter trabalhado a construção do conceito de adição e

subtração, por meio de variadas atividades, é que se propõem o uso do quebra-

cabeça triangular. Distribuem-se os alunos em duplas (ou individual). Cada dupla

recebe um quebra-cabeça, inclusive com a moldura (nome dado à peça de fora

passo nº 2) e, junto, a tarefa a ser executada.

O professor deve usar sua criatividade e propor alguns desafios com as

operações para as duplas. Basta os alunos saberem que a tarefa é um jogo para

que a animação tome conta da classe. O professor poderá elaborar o material de

acordo com o grau de domínio dos alunos

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Confecção do jogo

Inicia-se a construção do jogo, o “quebra-cabeça triangular” cortando tantos

pedaços de EVA no formato de trapézio irregular, conforme (PASSO 01).

Na seqüência, desenha-se no EVA um pentágono irregular e nele traçamos

triângulos. (PASSO 02 E 03)

Em seguida serão colocadas nas laterais dos triângulos, operações de

(adição e ou de subtração) e resultados, de tal modo que somente o encontro da

operação com seu respectivo resultado permitirá a montagem do quebra cabeça por

completo.

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Esta atividade é sugerida para alunos da 1ª série ou 2º ano do Ensino

Fundamental com certo domínio dos alunos nas operações de adição e subtração.

Somente depois de tudo pronto é que os triangulas do quebra cabeça serão

recortados.

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Dica:

Caso alguma dupla não consiga terminar a montagem do quebra-cabeça,

deverão ser questionadas pelo professor sobre os procedimentos adotados e sugerir

que revisem o que fizeram, assim, provavelmente encontrão o erro.

O professor poderá sugerir aos alunos que utilizem o caderno ou uma folha

para resolver as operações.

O professor poderá confeccionar vários jogos de acordo com o grau de

conhecimento dos alunos.

6.2 – SEMPRE 15

O jogo sempre 15 é a palavra cruzada da matemática. O objetivo deste

quebra-cabeça é que todos os números encaixados somem 15. (Em qualquer linha

vertical, horizontal e diagonal o resultado deverá ser sempre 15).

Objetivos

Concentração;

Cálculo mental;

Memorização

Metodologia

Desencaixe os nove números da placa, distribua-os aos alunos (individuais

ou em duplas) e peça para o aluno montar de maneira que os resultados de

qualquer vertical, horizontal ou diagonal sempre somem 15.

Modo de fazer

O professor poderá confeccionar o material em placa de papelão, EVA, ou

madeirite (20cmx20cm) dividindo-o em três partes. Cada parte deverá ter três

aberturas circulares onde os números serão encaixados.

OBS: O professor poderá confeccionar o jogo com outro valores. Poderá ser

utilizado tanto na adição como na subtração. É muito importante que o professor

faça um trabalho contínuo de adição ou subtração para que o aluno tenha domínio

mental do processo.

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MODELO DO MATERIAL SEMPRE 15

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6.3 - BOLICHE DOS NÚMEROS

Objetivos:

Memorização;

Levar o aluno a ter organização;

Desenvolver o raciocínio lógico;

Percepção visual;

Concentração;

Noção de espaço

Metodologia

Forma-se equipes de -4 colegas para jogar. A cada jogada, o aluno deve falar o

resultado da soma, subtração ou multiplicação das garrafas que foram derrubadas,

conforme o comando do professor. Cada equipe irá marcando, no quadro ou no

papel, os números obtidos. Será vencedora a equipe que alcançar o maior número

de pontos

Material necessário

Garrafas de plástico (água mineral, vinagre ou qualquer outra).

Colocar um pouco de areia dentro de cada garrafa;

Pintar as garrafas;

Colar ou escrever, com pincel atômico em cada garrafa, números de 1

a 9;

Bola de borracha ou meia

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6.4 - BINGO DA ADIÇÃO

Objetivos

Desenvolver o raciocínio lógico;

Percepção visual;

Concentração;

Metodologia

Cada aluno recebe um cartela, onde o professor escreve aleatoriamente, de 0

(zero) a 18 colocando um número em cada quadrado. Os números poderão

ser repetidos apenas em dois quadrados.

Depois faça 20 cartões com números. Escreva legivelmente “0” em dois

cartões, “1” em dois cartões, e “2” em dois cartões. Continue até chegar ao

número “9” e inclua-o. Embaralhe os cartões. Coloque-os com a face para

baixo entre os jogadores. Dê aos participantes marcadores de jogo.

Reveze, retirando os dois primeiros cartões da pilha. Cada jogador soma os

dois números. Se o resultado da soma for um número que está na cartela de

um jogador, ele ou ela coloca o marcador sobre o número. Se o número

estiver coberto por um marcador, cubra-o novamente.

Continue até que os jogadores obtenha quatro número marcados numa fileira,

coluna ou diagonal e grite: “bingo” o jogador com a maior quantidade de

números marcados na cartela será o vencedor.

6.5 - DOMINÓ DE TABUADA

Objetivos:

Estimular o gosto pela matemática;

Desenvolver o raciocínio;

Trabalhar a tabuada de forma lúdica;

Levar a criança sentir prazer em aprender a tabuada;

Memorizar a tabuada.

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Número de participantes

Individual ou em duplas

Metodologia

Coloque as peças com os números voltados para baixo e misture-as bem.

Distribui-se um conjunto de peças para a dupla. Inicia-se se o jogo com as peças

quadradas e em seguida deverá ser encaixado os triângulos. O jogo é realizado

como um quebra cabeça.

O jogo para 2ª Série e 03ª Série composto de 06 peças quadradas e 10

triângulos;

O jogo para 4ª Série será composto de 8 peças quadradas e 12 triângulos

Vencedor

Será vencedor a dupla que terminar de montar primeiro o dominó.

Dica

O Professor poderá confeccionar vários jogos (como do exemplo), poderá

fazer de acordo com o grau de dificuldade de sua turma.

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6.6 - JOGO DO NUNCA DEZ

Objetivos:

Contribuir para a compreensão do agrupamento e troca

Materiais

Caixas de material dourado planificado, cartolina e ou papel cartão, dados.

Metodologia

Construir o material o material dourado planificado. Para tanto, reproduzir em

grande quantidade e as cartelas seguintes numa folha, colar em cartolina e ou

papel cartão e recortar.

Procedimentos

Organizar a turma em grupos de4 alunos.

Propor o “jogo do nunca dez” conforme o “modo de jogar”

MODO DE JOGAR

O grupo decide quem inicia o jogo;

Cada aluno, na sua vez de jogar lança o (s) dado (s) e retira a quantidade de

cubinhos ou quadradinhos conforme a quantidade que saiu no dado;

Quando o jogador conseguir mais do que dez cubinhos ou quadradinhos,

deve trocá-los por uma barra ou tira;

Quando o jogador conseguir dez tiras, deve trocá-las por uma placa;

Vence o jogador que conseguir primeiro dez placas ou um número de

placas, antecipadamente combinado;

Com variação, pode-se combinar um tempo determinado para jogar, Nesta

variação ganha o jogador que tiver obtido maior número de barras ou tiras e

cubinhos ou quadradinhos.

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REFERÊNCIAS

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