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Aspectos do Desenvolvimento dos Cegos Catarina Shin Lima de Souza [email protected]

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Page 1: s com deficiência visual

Aspectos do Desenvolvimento dos

Cegos

Catarina Shin Lima de Souza

[email protected]

Page 2: s com deficiência visual

Deficientes Visuais (DV)Graus de

Comprometimento

Visual

Acuidade visual no olho de melhor visão

com a melhor correção possível

Máxima Mínima

Baixa Visão Perda moderada 20/70

(6/21)

20/200

(6/60)

Baixa Visão Perda grave 20/200

(6/60)

20/400

(6/120)

Baixa Visão Perda profunda 20/400

(6/120)

20/1200

(6/360)

Cegueira Grave Cegueira grave 20/1200 Percepção da luz

Cegueira Total Cegueira total Ausência da

percepção da luz

-

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Desenvolvimento e Aprendizagem

“Em geral, o crescimento e desenvolvimento das

crianças com deficiência visual não é diferente

dos seus pares; no entanto, a perda da visão

causa impacto na aprendizagem e

comportamento em diversas áreas: orientação e

mobilidade, atividades da vida diária, leitura e

escrita, conceituação e desenvolvimento

cognitivo, desenvolvimento psico-social, e

escolhas vocacionais.” (Hardman, Drew, & Egan,

2002 apud Adamek e Darrow, 2008, p. 216)

Page 4: s com deficiência visual

Da forma de aparição (súbita ou gradual)

Do grau de perda da visão (parcial ou total)

Do momento de aparição dos problemas visuais (congênita ou adquirida) “quanto mais tarde a deficiência ocorre, mais coisas

serão lembradas pela pessoa.” (Smith, 2008)

Do suporte familiar.

Da intervenção educacional

Da convivência social

Das conotações que a deficiência visual tem no âmbito cultural ou microcultural em que cresce.

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Teoria da Compensação:

“A compensação refere-se à plasticidade do sistema

psicológico humano para utilizar em seu desenvolvimento

e sua aprendizagem vias alternativas que as usadas

pelos videntes.” (Ochaíta e Spinosa, 2004, p. 152)

Tato – um dos principais sistemas sensoriais de conhecimento do mundo.

Audição – localização e identificação de objetos e pessoas no espaço.

Olfato – importante para o reconhecimento de pessoas e ambientes.

Sistema Proprioceptivo – proporciona informação imprescindível para a orientação e mobilidade.

Page 6: s com deficiência visual

“o comportamento dos cegos é organizado

exatamente como se organiza o comportamento

das pessoas absolutamente normais,

excetuando-se apenas que os órgãos

analisadores ligados ao olho, que lhes faltam,

são substituídos no processo de acumulação da

experiência por outras vias analisadoras, o mais

das vezes táteis e motoras.”

(Vygotsky, 2004, p. 383)

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Primeira Infância

As crianças cegas possuem vias alternativas para a visão suficientes para interagir com os adultos: Sons, ritmos, contatos corporais e movimentos.

Desde as primeiras semanas de vida Prestam atenção seletiva às vozes do pai e da mãe;

Podem distinguir o odor dos seres humanos, principalmente o da mãe.

Apresentam um gesto inato de relaxamento do rosto – geralmente interpretado como sorriso.

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Estímulos táteis (carícias, balanços, cócegas) sempre provocam o “sorriso” do não-vidente.

A partir do final do 1º mês, tocam os rostos das pessoas como forma de conhecimento não visual

Entre o 5º e 7º mês - manifestam reação de medo aos estranhos.

A partir do 7º e 8º mês – orienta-se principalmente pela audição das vozes, exploração tátil e dados olfativos para perceber a presença das pessoas estranhas.

Page 9: s com deficiência visual

Quanto ao desenvolvimento motor, nos primeiros

meses de vida, não aparecem diferenças entre

as crianças videntes e não-videntes.

Posteriormente surgem algumas desigualdades:

Não costuma engatinhar – supõe um atraso em seu

caminhar.

Atraso também na motricidade fina;

Estereotipias – condutas de balanço corporal e de

cabeça, sacudidas violentas e esfregação dos olhos.

Sorriso em alguns não existe ou é estereotipado

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As etapas do desenvolvimento espacial são

iguais nas crianças cegas e nas videntes:

Nas crianças com DV a aquisição é mais lenta.

Aos 14 anos se igualam neste aspecto.

Coordenação audio-manual x visomanual

Brincam de maneira diferente e são mais lentas

nas atividades de lazer sendo necessária a

intervenção do adulto. (Smith, 2008)

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A Etapa Escolar

Quanto ao desenvolvimento da linguagem há

poucas diferenças (Ochaíta e Espinosa, 2004):

Desenvolvimento fonológico

Aquisição do léxico

Quantitativo – idade média de emissão da 1ª

palavra (14,7 meses) e idade de emissão das 10 a

50 palavras (15,1 e 20,1 meses)

Qualitativo

Atrasos na compreensão do significado das palavras,

principalmente advérbios- amenizado aos 10-12 anos

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É mais difícil para elas realizar tarefas de

conteúdo figurativo e espacial do que aquelas

baseadas na lógica verbal.

Ausência de gestos nas conversas.

Telefone – brinquedo preferido

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Seriação

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Classificação

Page 15: s com deficiência visual

Conhecimento espacial

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Imagens mentais

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Adolescência

A adolescência pode ser uma etapa difícil para os não

videntes, podendo ocorrer problemas na aceitação de

sua própria imagem, em seu autoconceito, nas

relações com o grupo e com o outro sexo.

Graças à linguagem, conseguem remediar os

problemas figurativos resultantes de suas dificuldades

visuais.

“Os estudos a respeito, baseados na teoria piagetiana,

permitem concluir que não existem diferenças entre cegos e

videntes na resolução de tarefas do chamado ‘pensamento

formal’. (Ochaíta e Espinosa, 2004, p. 162)

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Intervenção educacional na escola

O tipo e o grau da deficiência, a história familiar

e educativa, condicionarão o tratamento

educativo que devem receber.

Aproveitar ao máximo a visão funcional.

Os deficientes visuais podem participar

praticamente de todas as atividades da escola.

Os professores devem esperar a mesma

qualidade de trabalho por parte de todos os

alunos.

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“Quando se leciona a um cego a tarefa

consiste em substituir os vínculos de

uns estímulos por outro, mas neste

caso continuam em vigor todas as leis

psicológicas e pedagógicas em que se

baseia a educação.” (Vygotsky, 2004,

p. 384)

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A intervenção deve ser feita nas tarefas:

Mobilidade e conhecimento do espaço,

desenvolvimento motor e conhecimento do

próprio corpo.

Integração entre os estudantes desenvolver uma melhor compreensão da cegueira,

melhorar o autoconceito e a competência social das

crianças com dv.

Facilitar as interações entre crianças videntes e com dv.

Incentivar a colaboração e o respeito às diferenças.

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Estimulação visual para os que têm resquícios

visuais – adaptação de textos trabalhados em

sala de aula.

O acesso à língua escrita - Braille

Sistema de leitura tátil criado por Louis Braille

(1809-1852) – baseado na combinação de seis

pontos em relevo, dispostos em duas colunas

verticais e paralelas de três pontos cada uma –

podendo formar 64 combinações diferentes.

É utilizado também para a música.

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Considerado o melhor sistema disponível, no entanto

poucas pessoas estão usando-o como método de

leitura:

Para muitos, o Braille pode ser realmente difícil e demorado

(42/min dv, 103/min Trend e Truan, 1997 apud Smith,2008);

O Braille usa diferentes letras para diferentes tipos de leitura

como a matemática e a música;

Pouca disponibilidade de porfessores que saibam ensinar;

Grande acessibilidade dos áudios;

Imediata tradução computadorizada de textos para voz;

Dificuldade de custo e tempo para ter versão de livros.

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“E embora o alfabeto Braille seja o mais econômico e

adequado do ponto de vista psicológico, não podemos

reconhecê-lo como adequado uma vez que essa escrita

separa o cego da massa geral das pessoas.” (Vygotsky,

2004, p. 384)

Existem tentativas de melhorar a velocidade da leitura

Braille que podem ser resumidos em dois grupos:

aqueles que tentam mudar o código

e os que procuram melhorar as habilidades perceptivas e

o movimento das mãos dos leitores.

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Dificuldades da musicografia Braille na educação musical

“Alunos que usam a musicografia Braille precisam de mais

tempo para aprender suas músicas. Ler musicografia

Braille é tedioso, lento, e requer memorização da música.”

(Adamek e Darrow, 2008)

Requer que o aluno leia a música e a memorize.

Memorizar leituras à primeira vista e livros de técnica

consumiria muito tempo e poucos alunos conseguiriam

completar todas as tarefas. (p. 222)

Poucos professores conhecem a musicografia Braille.

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Adapação para a aula de música Falar enquanto escreve no quadro ou enquanto rege;

Mover para perto do aluno para que ele ou ela possa ouví-

lo mais facilmente;

Pedir para um colega fornecer descrições verbais de

ações na sala ou de um vídeo;

Fornecer cópias das músicas/materiais didáticos em

tamanho grande para alunos com baixa visão e gravações

para alunos cegos;

Aceitar e incluir o aluno em todos os aspectos do

programa de música.

Coreografias – dar instruções verbais e assistência física.

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Bibliografia

ADAMEK, Mary S.; DARROW, Alice-Ann. Music in special education.

USA: The American Music Therapy Association, Inc., 2008.

BLUHM, Donna L. Teaching the retarded visually handicapped. Indeed

they are children. USA: W. B. Saunders Company, 1969.

GASPARETTO, Maria Elizabete R. Freire; NOBRE, Maria Inês R. De

Souza. Avaliação do funcionamento da visão residual: educação e

reabilitação. In: MASINI, Elcie F. Salzano (org.). A pessoa com

deficiência visual: um livro para educadores. 1ª ed. São Paulo: Vector,

2007.

GONZÁLEZ, Maria del Pilar; DÍAZ, Juana Morales.Deficiência visual:

aspectos evolutivos e educacionais. In: GONZÁLEZ, Eugenio (coord.).

Necessidades educcacionais específicas. Trad. Daisy Vaz de Moraes.

Porto Alegre: Artmed, 2007.

Page 27: s com deficiência visual

Bibliografia MASINI, Elcie F. Salzano. As especificidades do perceber: diretrizes para

o educador de pessoas com deficiência visual. In: MASINI, Elcie F.

Salzano (org.). A pessoa com deficiência visual: um livro para

educadores. 1ª ed. São Paulo: Vector, 2007.

OCHAÍTA, Experanza; ESPINOSA, Aria Ángeles. Desenvolvimento e

intervenção educativa nas crianças cegas ou deficientes visuais. In:

COOL, César; MARCHESI, Álvaro e PALÁCIOS, Jesús (orgs.).

Desenvolvimento psicológico e educação. Trad. Fátima Murad. 2ª ed.

Porto Alegre: Artmed, 2004. 3v

SMITH, Deborah Deutsch. Introdução à educação especial: ensinar em

tempos de inclusão. Trad. Sandra Moreira de Carvalho. 5ª ed. Porto

Alegre: Artmed, 2008.

VYGOSTSKY, Lev Semenovitch. Psicologia pedagógica. Trad. Paulo

Bezerra. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.