revolução francesa - do absolutismo à queda da bastilha
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Governo do Estado do Rio de JaneiroSecretaria Estadual de Educação
Colégio Estadual Leopoldina da SilveiraColégio Estadual Nicarágua
HISTÓRIAProfessor Luiz Valentim
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Aula II – 2ª Série – Ensino Médio
REVOLUÇÃO FRANCESADo Absolutismo à Queda da Bastilha
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Frutos do IluminismoMuitos historiadores concordam que a
sociedade contemporânea nasceu do pensamento iluminista. Transformações políticas e econômicas iniciadas na segunda metade do século XVIII deram origem ao modelo de mundo e de sociedade em que vivemos. Enquanto a Revolução Industrial surge na Inglaterra e se expande para todo o mundo, o modelo político adotado por grande parte dos países atualmente foi inspirado no processo que se inicia com a Revolução Francesa.
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“Luíses” de França
Luís XIVLuís XV
Luís XVI
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Luís XIVConhecido como Rei Sol e famoso por ter proferido a frase que se tornou símbolo do poder absoluto – L’État c’est moi! –, Luís XIV reinou sobre a França por 72 anos e foi reconhecido como a expressão máxima do absolutismo europeu. Em seu reinado, Luís XIV esvaziou o poder dos parlamentos provinciais, subordinando justiça, polícia e finanças diretamente ao rei, reforçou o Estado militarmente, equilibrou as finanças, revogou o Édito de Nantes, que há quase um século permitia o culto protestante na França e empreendeu guerras contra o Sacro Império e os Países Baixos, afirmando a hegemonia francesa na Europa ocidental, além de fazer-se presença constante em medalhas, quadros e festas.
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Luís XVSucessor de Luís XIV, o bisneto do rei Sol também subiu ao trono da França aos cinco anos de idade, em 1715, mas não herdou o brilho e a força daquele. Após confiar a administração por décadas a regentes e ministros, Luís XV só assumiu o poder em 1743, aos 33 anos. Tendo como principal feito a Guerra dos Sete Anos, contra a Inglaterra e que levou a França a perder territórios na América, restou ao rei administrar forte crise financeira até sua morte, em 1774.
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Luís XVIO último rei francês antes da Revolução que transformou a França em República, Luís XVI assumiu o trono após a morte do avô e herdou um Estado falido, tendo de enfrentar desde o começo forte oposição. Em 1777, buscando se fortalecer internamente através de uma vitória sobre a Inglaterra, em revanche pela derrota na Guerra dos Sete Anos, o rei enviou tropas francesas para lutar ao lado dos colonos rebeldes das colônias inglesas da América do Norte, o que prejudicou ainda mais o tesouro real. Diante da crise, agravada por sucessivas colheitas ruins na década de 1780, o rei perdia apoio até mesmo da nobreza, que buscava limitar seu poder.
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A Tentativa de Esclarecimento e a Assembleia dos Notáveis
Desejando tornar-se um déspota esclarecido, Luís XVI aceitou fazer as reformas que mostravam-se necessárias ao fortalecimento da economia, com a condição de que não afetassem seu poder absoluto. Para tanto, o rei convocou a Assembléia dos Notáveis, composta pela nobreza e pelo alto clero, para discutir acerca do pagamento de impostos pelos Primeiro e Segundo Estados, medida considerada fundamental para o fortalecimento do reino francês. No entanto, nobres e clérigos mostraram-se totalmente irredutíveis à possibilidade de perder os privilégios que mantinham desde os tempos medievais.
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Os Estados-Gerais
Conselho consultivo e deliberativo formado pelos três estados que compunham a sociedade de então, os Estados-Gerais podiam ser convocados de tempos em tempos, quando o rei encontrava-se diante de uma decisão importante. Todavia, o mesmo não se reunia desde 1614. Diante da recusa da nobreza e da Igreja em acatar a decisão real, não restou outra alternativa ao monarca a não ser convocar a assembleia que, contra toda expectativa, deflagraria aquele que seria o golpe definitivo no Antigo Regime. Em 5 de maio de 1789, no Palácio de Versalhes, tem início a Assembleia dos Estados-Gerais.
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Os Estados-Gerais
O grande problema da composição desta assembleia era o fato de o voto ser dado por estado ou ordem, e não por cada indivíduo. Cada ordem deveria se reunir em um salão e decidir seu voto, que representaria todo aquele grupo. Ou seja, independente do número de pessoas representando o Terceiro Estado, este só teria direito a um voto. Por outro lado, a nobreza e o clero, unidos contra o fim de seus privilégios, detinham dois votos e estavam ansiosos por limitar o poder real e barrar propostas mais radicais do Terceiro Estado.
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Cahiers de Doléances
Aos mais pobres restava menos ainda. Sem representantes nem mesmo no Terceiro Estado, do qual fazia parte, mas que só tinha enviado burgueses à assembleia, buscaram escrever suas queixas e reivindicações nos Cadernos de Reclamações feitos em diversas vilas do reino, e que eram entregues aos deputados burgueses, numa tentativa de que fossem ouvidas.
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O que é o Terceiro Estado?
“O que é o Terceiro Estado? Tudo. Que tem sido ele até agora na ordem política? Nada.
Que pede ele? Tornar-se alguma coisa.”
Abade Emanuel Sieyés, vigário-geral de Chartres
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Sociedade Estamental?Como pudemos observar na fala do Abade Emanuel Sieyés, as ordens não encontravam-se em homogeneidade. Enquanto bispos e arcebispos mostravam-se conservadores, o baixo clero tendia a apoiar as reformas, assim como alguns nobres esclarecidos. Por outro lado, muitos burgueses enobrecidos apoiavam a nobreza. Apesar disto, era clara a inclinação dos Estados-Gerais a uma conclusão conservadora, ainda que com profundas reformas econômicas.
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Assembleia NacionalMesmo com o provável resultado, Luís XVI, temendo ter sua autoridade afetada, resolveu dissolver a assembléia. Insatisfeitos com os rumos dos acontecimentos, os representantes do Terceiro Estado invadiram, no dia 9 de julho de 1789, um salão de jogos onde se encontrava a nobreza e juraram só sair quando fosse votada uma constituição para o reino. O evento ficou conhecido como o Juramento da Sala do Jogo da Pela e deu início ao processo revolucionário. Estava criada a Assembleia Nacional, que logo depois se tornaria Assembleia Constituinte.
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Os sans-culottes e a BastilhaChamados “sem calções” por não usarem o calção justo no joelho utilizado pela nobreza, os sans-culottes eram os grupos mais pobres da população que, após tomar conhecimento do que havia acontecido no Palácio de Versalhes, deflagram sua própria revolução no campo e nas cidades, exigindo, dentre outras coisas, propriedade plena da terra cultivada, melhores condições de vida e participação política. Temidos tanto pela aristocracia quanto pela burguesia, os levantes populares obrigaram a Assembleia revolucionária a organizar uma milícia, que recebeu o nome de Guarda Nacional e foi entregue ao comando do Marquês de La Fayette. Esta, no entanto, não foi suficiente para frear a explosão popular e em 14 de julho de 1789 a Bastilha foi tomada.
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Os sans-culottes e a BastilhaSimbolizando a luta popular contra o absolutismo e servindo de inspiração para outras ações, como incêndio e saques de castelos e propriedades no campo e nas cidades, a queda da Bastilha deu início ao Grande Medo, período que se estendeu de julho a agosto de 1789 e que levou muitos nobres a deixarem a França. Estes refugiaram-se em Estados absolutistas, como a Prússia e a Áustria, de onde passaram a conspirar contra a revolução.
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Revolução X ReformaAtualmente a Europa atravessa séria crise econômica e, mais uma vez, os maiores prejudicados são as classes mais pobres. Obviamente a situação atual nem de longe se compara com a vivida pelos franceses nas vésperas da Revolução de 1789, todavia, as medidas empregadas para reverter a situação podem ser consideradas análogas às medidas que se tentou adotar na ocasião. Os governos europeus, assim como o governo de Luís XVI, tentam reformas emergenciais que levariam a economia para um outro caminho, mantendo o status quo político-social. Por outro lado, o povo europeu do século XXI, assim como desejou o povo francês do século XVIII, anseia por mudanças radicais e urgentes no estado atual das coisas.
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Revolução X Reforma
Após assistir ao clipe Revolução, gravado em Portugal e que retrata bem a situação vivenciada pelos europeus atualmente, busque em dicionários e enciclopédias as definições dadas aos termos Reforma e Revolução.
Feito isto produza um texto analisando a preferência dos grupos dominantes por reformas e o desejo dos grupos mais pobres e marginalizados pela revolução.
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Mãos à Obra!
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Bibliografia• VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila
de Castro; FERREIRA, Jorge; SANTOS, Georgina. História: o longo século XIX. Vol. 2. São Paulo: Saraiva, 2010.
• VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila de Castro; FERREIRA, Jorge; SANTOS, Georgina. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
• Enciclopédia Novo Século. Volume 8. São Paulo: Editora e Gráfica Visor do Brasil, 2002.