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* Sit-and-go * Bahamas * BSOP E mais: É o momento de eleger os melhores entre os ases brasileiros de 2008 Flop Prêmio

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Page 1: Revista Flop

*Sit-and-go *Bahamas *BSOPE mais:

É o momento de eleger os melhores

entre os ases brasileiros de 2008FlopPrêmio

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A brimos o ano de 2009 preparando o mercado do poker brasileiropara o que deve ser uma grande festa de reconhecimento: o PrêmioFlop. Estamos trabalhando a todo vapor para acertar detalhes fi-

nais da cerimônia de premiação, ao mesmo tempo em que nos movimen-tamos entre dezenas de novos projetos ligados ao poker.

2008 foi um ano muito importante com a conquista do primeiro braceletede WSOP brasileiro, feito do paranaense Alexandre Gomes, mas nós, quetrabalhamos com o poker há bem mais que um ou dois anos, esperávamosum crescimento mais contundente entre a sociedade brasileira.

Grande parte das barreiras que intimidaram esse crescimento foi sendoderrubada mais ao final do ano, com maior exposição positiva do poker emdezenas de revistas, jornais e programas de rádio e televisão. Nesse ano quecomeça, a situação mostra-se mais promissora ainda: estamos sendo procu-rados por jornalistas e investidores querendo capitalizar suas marcas comprojetos ligados ao nosso amado jogo e esporte. Da nossa parte, temos quecontinuar mantendo nossas normas, regras e padrões rígida e seriamente,evitando que um deslize particular ponha o trabalho de todos a perder. Essaé a nossa obrigação.

Em nossas páginas, vocês poderão acompanhar todo o trabalho e os resul-tados de amigos e parceiros que seguem colocando onome do poker de forma saudável perante a sociedade.

Que 2009 seja tudo aquilo que esperamos!

UMA REVISTA DE

Editora Flop Ltda.Av. Angélica, 2.582 - cj.1101228-200 - São Paulo, SP(11) [email protected]

Editor-ChefeJuliano Maesano

Diretor de ArteThiago Frotscher

Estagiário de DiagramaçãoMarcelo Dabus

RevisãoJussemara Varella

Tratamento de imagensMarcela Banduk

ColunistasAndré Akkari, Christian Kruel, Felipe Ramos,Gustavo Andrade, Igor Trafane, IsabelleMercier, Ivan Santana, James Keane e Paul Wasicka.

ImpressãoIGIL

PublicidadeRegina [email protected](11) 3237-3210 / 7869-5800

Las Vegas Representation OfficeMario [email protected]+1 (702) 672-3144

AssinaturaPelo site: www.revistaflop.com.br ou envie pedido para:[email protected]

Flop é uma publicação bimestral.Distribuição gratuita.Tiragem: 15.000 exemplares.A revista Flop não se responsabiliza poropiniões e conceitos emitidos em artigos ecolunas assinadas. É vedada a reproduçãoparcial ou total de qualquer conteúdo semautorização expressa.

Juliano Maesano Editor-Chefe

[email protected]

EDITORIAL

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Page 6: Revista Flop

SUMÁRIO EDIÇÃO 11 – FEVEREIRO/2009

46

28

SEÇÕES

10 | CARTAS

12 | SHUFFLE UP

66 | GLOSSÁRIO

70 | SOCIAL

71 | CALENDÁRIO

73 | RANKINGS

CONTEÚDO

28 | SIT-AND-GO FLOP

A Batalha Online

36 | SUPERPOKER

O Melhor Ranking do Brasil

38 | PRÊMIO FLOP

Saiba detalhes do evento

44 | JOGADORES AO MAR

Vem aí o Tower Cruise III

46 | BRASIL EM BAHAMAS

Os Bons Resultados no PCA

52 | PIONEIROS DO POKER

O Sucesso do BSOP e CPH

69 | POKER BENEFICENTE

Jogadores Fazem Boa Ação

COLUNAS

14 | FEDERAL

Controlando o Pote

16 | AKKARI

Aprendendo com o Limit

18 | ISABELLE MERCIER

Minha Atuação em Varsóvia

22 | FELIPE MOJAVE

Grande Resultado no PCA

26 | FULL TILT

Fazendo Anotações no Online

56 | CHRISTIAN KRUEL

Aplicando o Re-Steal

58 | SPORTINGBET

As Ligas Americanas

60 | MAIS EV

Jogando Deep Stack

64 | JURÍDICA

Poker Online na Europa

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PREMIAÇÃOQual o maior prêmio já pago em um

torneio realizado dentro do Brasil? Equal o torneio com maior número dejogadores?

Flávio BarraschiCuiabá, MT

Bem, Flávio, o maior prêmio já pagono Brasil foi no LAPT do Rio de Ja-neiro, que teve 314 jogadores e um pri-ze pool de mais de R$ 1,3 milhão,sendo que cerca de R$ 370 mil ficarampara Julien Nuijten, o campeão. Já otorneio com maior número de jogado-res foi o Rio Poker Fest, com 506 joga-dores. O paulista Rogério Whitaker, o“Pistola”, foi quem ficou com a maiorparte dos R$ 750 mil, distribuídos atodos os que chegaram in the money.

RANKINGVejo, com frequência, torneios rea-

lizados na América do Sul com par-ticipação de brasileiros, argentinos,uruguaios e outros. Existe algum ran-king sul-americano de poker? Afinal,quero saber se o Hold’em é mais umesporte em que os hermanos são nos-sos fregueses!

Fábio BlotaSão Paulo, SP

Fábio, ainda não existe nenhum ran-king sul-americano mas, pelos resulta-dos mostrados, a briga aqui na Amé-rica do Sul polariza-se entre Brasil eArgentina, com vantagem para o Bra-sil. Essa é a conclusão a que chegamosao analisar resultados e nomes de ex-pressão dos dois países. Os argentinosnão possuem tantos nomes internacio-

nalmente reconhecidos, mas sempreconseguem bons resultados nos even-tos locais, engrossando a disputa comos brasileiros. Entre nós, brasileiros,pode-se levar em conta o RankingSuperPoker como o mais realista.

REGRASQual a regra oficial para quando,

dentro de um torneio, um jogadordeve ser movido de uma mesa paraoutra, para se equilibrar o númerode jogadores em cada uma delas?

Carla KrepskiPorto Alegre, RS

Aqui no Brasil, o mais comum é seguiras normas da ADTP – Associação dosDiretores de Torneios de Poker, Quan-

do se quebra uma mesa inteira, todosos jogadores são sorteados para posi-ções aleatórias nas mesas restantes.Quando se retira apenas um jogadorde uma mesa, procuramos tirar o queestá na posição de BB ou UTG, assimele não será prejudicado em nenhumaposição que seja direcionado. É bomnotar que o diretor tem autonomia pa-ra alterar o padrão, desde que hajaboa razão para isso, como é o caso detorneios televisionados ou quando exis-tem problemas pontuais entre joga-dores em uma mesa.

PRÊMIO FLOPO Prêmio Flop ocorrerá todos osanos? Como eu faço para quemeu nome seja considerado pelosjurados? Outra coisa, a festa deentrega é aberta? Eu quero muitoassistir!

Marcos MelloBelo Horizonte, MG

Olá, Marcos. A ideia é que o PrêmioFlop cresça a cada ano, junto com opoker no Brasil. Uma lista de pré-indicados já se encontra no site darevista para que os leitores possamvotar, incluindo um campo onde vo-cê pode escrever um indicado de suapreferência, clicando em “Outros”.Os nomes mais votados serão subme-tidos a um corpo de especialistas quedará o veredicto final sobre cada ca-tegoria. A festa ocorrerá em SãoPaulo, provavelmente em março. Se-rá um evento fechado com convitesmuito disputados, e criaremos umapromoção pelo site para que nossosleitores tenham a oportunidade defazer parte da comemoração. Vocêencontra mais detalhes na nossa re-portagem especial.

ETIQUETAExiste no Brasil o hábito de

dar gorjetas para os dealers?O que diz a etiqueta?

Renato Carneiro Maceió, AL

Caro Renato, é muito comum,sim, que os jogadores tanto decash quanto de torneios deemgorjetas aos dealers. No caso dostorneios, muitas vezes os finalistaschegam a um acordo e retiramparte do prêmio para uma cai-xinha aos funcionários. Já nasmesas de cash, o mais comum éque o jogador dê a gorjeta no mo-mento em que ganha a mão. Aquantia varia muito de jogadorpara jogador e do tamanho dospotes, mas o mais indicado, inter-nacionalmente, é que você dê umaficha da menor denominação pre-sente na mesa em que joga.

ENVIE SUAS SUGESTÕES, INFORMAÇÕES E OPINIÕES PARA [email protected]

CARTAS DOS LEITORES

10 | FEVEREIRO American Airlines, Bullets, Pocket Rockets, Pardais A A

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ATENÇÃO:LEITORES DA REVISTA

A Revista Flop tem uma excelente notícia para seus leitores!

Em decorrência de grandes negociações com nossos anunciantes, a dis-tribuição da revista voltará a ser gratuita para todos os clubes, circuitos etorneios, assim como para os leitores que recebem seus exemplares no con-forto de sua casa.

Além dessa boa notícia, temos mais um ótimo sinal para o Mercadobrasileiro de poker: fruto dos grandes acordos acima citados, a partir dapróxima edição que celebra dois anos de sucesso, a de número 12, aumen-taremos nossa tiragem impressa e dobraremos a distribuição da revista,chegando a 30.000 exemplares por edição.

Fica uma pergunta: e aqueles leitores e amigos que já pagaram a assinatu-ra anual por depósito, cartão ou boleto bancário? Bem, eles já estão sendopessoalmente contatados para que a Revista Flop devolva seu investimen-to de diversas formas. É só escolher.

Agradecemos aos muitos leitores que se tornaram assinantes pagos,acreditando no material de boa qualidade que nós procuramos entregar acada dois meses. Tanto é que buscamos algumas formas especiais detraduzir esse agradecimento em forma de brindes e bônus extra para aque-les que assinaram a revista, além de devolver seus investimentos.

Caso algum assinante ainda não tenha recebido nosso contato, pedimosque nos enviem um email para que possamos solucionar o método para suadevolução, através de [email protected].

A Revista Flop está muito feliz de trazer esta notícia para a comunidadedo poker brasileiro e conta com a colaboração de todos os leitores para quecontinuem divulgando a Revista Flop, que é o mais importante meio decomunicação do poker brasileiro.

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Page 12: Revista Flop

SHUFFLE UP AND DEAL

Mais um mo-mento his-tórico parao poker bra-

sileiro ocorreu com avitória de Ricardo Ra-magem, no segundoevento da série FTOPSXI do Full Tilt.

O jogador de 22 anos, morador de Brasília, foi o melhor entre 1.428jogadores no torneio Pot Limit Omaha Hi/Lo, de US$ 200 mil garanti-dos. Durante quase nove horas o brasileiro enfrentou um field dos maisdifíceis. Se contarmos apenas os profissonais do Full Tilt que disputaramo título, foram trinta jogadores com nomes como Chris Ferguson, MikeMatusow, Chip Jett, Robert Williamson III e os brasileiros LeandroBrasa e Christian Kruel.

Agora, Ramagem tem a honra de estar ao lado de Fábio “Deu Zebra”Monteiro, que também possui um título da respeitada série FTOPS nocurrículo. Fábio ganhou, em 2007, um desses disputados eventos, de PLOmaha com re-buys.

Pela vitória, além do prêmio em dinheiro, o brasileiro ganhou umavatar personalizado do FTOPS, um casaco exclusivo e uma camisaedição especial do Full Tilt Poker.

Parabéns, Ricardo Ramagem, pelo seu grande feito, que esperamoster sido apenas o primeiro de muitos.

Muitos brasileiros visitaram abela cidade de Viña delMar para mais uma etapa

do Latin American Poker Tour.Com a torcida do amigo Alexan-

dre Gomes, também de Curitiba,Leandro Balotin, o “Amarula”, ficoucom a melhor posição da esquadraverde-e-amarela, conquistando umótimo quarto lugar.

Outro jogador brasileiro que ob-teve grande resultado foi Fábio Es-cobar, o “capinhabr”, ficando logoatrás de Amarula, em uma belaquinta colocação.

A próxima parada da série latinaacontece na cidade de Punta delEste, no Uruguai, iniciando no dia18 de março. Muitos nomes de pesojá conseguiram carimbar suas vagasatravés de satélites online, como BrunoGT, MestreFilipe e Rodrigo Seiji.

GRANDE RESULTADO

Leandro Balotin, o “Amarula”

LAPT Chile

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Conheça mais sobre o Sit-and-Go da Flop nessa edição. Como funciona?Simples! Nove jogadores serão escolhidos e vão disputar este single table,com asprincipais jogadas expostas,para que os leitores possam acompanhar esse torneiona revista. Dois leitores serão selecionados,por sorteio,para jogar contra cincojogadores brasileiros e dois internacionais em um SNG Single Table Turbo online.Nesta edição os felizardos foram Marcio Guazzelli e Victor Vieira,que enviaram seucadastro pelo e-mail [email protected] com nome completo e telefone paracontato. Não perca esta grande oportunidade para aprender com essas feras emostrar aos leitores as suas estratégias!

Começou a ser

transmitido,

em fevereiro, a primeira

temporada do conceituado pro-

grama Poker After Dark.

A transmissão ocorre de segun-

da a sábado, a 1h30 da madruga-

da, com narração de Ivan Zim-

merman e comentaristas convi-

dados. As duas primeiras sema-

nas tiveram Leandro Brasa e Ju-

liano Maesano nos microfones, e

Christian Kruel, Igor Federal e

Raul Oliveira serão os próximos

convidados.

O canal por assinatura fechou

contrato de seis meses, garantin-

do as primeiras temporadas da

série e, dependendo do sucesso e

da audiência,mais material sobre

poker pode ter espaço na rede.

O Poker After Dark traz seis jo-

gadores mundialmente conheci-

dos disputando uma mesa única

em que somente o campeão leva

tudo. Cada jogador convidado en-

tra com US$20 mil e o campeão

leva todos os US$120 mil. Os ven-

cedores dos primeiros programas

foram ninguém mais, ninguém

menos do que Gus Hansen e Da-

niel Negreanu.

Sit-and-Go Flop

Interessados em comprar fotos que saíram na Flop, consulte-nos em [email protected]

Faça uma Pose - criado por Bobby Crosby – www.plusev.net

POKERAFTERDARK

Brasa e Zimmerman

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Page 14: Revista Flop

14 | FEVEREIRO

COLUNA IGOR FEDERAL

No último artigo da revistaFlop abordei sobre comocontrolar o pote duranteuma mão. Escrevi sobrecomo agir no pré e pós-flop

para não aumentar demasiadamente otamanho do pote e, consequentemente,não encarecer demais as apostas doturn e river. Essas técnicas de controlede pote servem para não se ver envol-vido em uma situação em que coloquetodas as suas fichas em risco de formadesnecessária, precipitada, e sem a cer-teza de possuir uma mão vencedora nahora do showdown.

Acontece que, quando se fala decontrolar o pote, a primeira sensaçãoque se tem é que o jogador em questão

não deve apostar e tem somente queficar pagando as apostas de seu adver-sário, dessa forma controlando a quan-tidade de fichas no meio da mesa eatingindo seu objetivo. Mas isso estálonge de ser verdade. Muitas vezes, oato de fazer uma aposta adequada – nomomento e no tamanho certo – fazcom que o pote fique menor do que sevocê ficasse somente pagando as apos-tas de seu adversário.

Como sempre digo, é difícil ser pro-fundo, em um curto artigo, ao tratar detemas que necessitam algumas dezenasde páginas para discutir todas as técni-cas e exemplos possíveis. Mas sempretento passar a mensagem principal,então vamos a ela.

Usaremos de exemplo a seguinte mão:Blinds: 100 / 200Você – A�J� – 26.000 fichasOponente – ??? – 31.000 fichasVocê obviamente não sabe a mão de

seu oponente, mas joga com posiçãosobre ele (age depois dele).

PRÉ-FLOP: seu adversário aposta 500,você somente paga (o pote tem 1.300 fi-chas, contando os blinds) e tanto o smallquanto o big blind dão fold.

Seu adversário aposta 1.000 fichas(aproximadamente 3/4 do pote).

O que você faz? Somente paga, paracontrolar o pote?

Vamos ver as possibilidades, analisaras alternativas e fazer as contas.

CASO 1Seu adversário aposta 1.000 fichas.

Você só paga. Agora o pote vai para3.300 fichas.

TURN: aqui bate uma carta que em nadate ajuda (blank), seu adversário conti-nua enfiando mais do que 2/3 dopote. Ele aposta 2.500 e você paga.Ele vai desconfiar seriamente quevocê está no flush draw, pelo seu com-portamento.

RIVER: há duas possibilidades nestemomento. 1A – vem outra carta quenão te ajuda. Seu adversário aposta6.000 fichas e você larga facilmente.1B – vem uma carta de espadas eassim você faz flush. Seu adversário,quase certo de que você acaba de for-mar uma mão vencedora, dá check.Você aposta 6.000 fichas. O call doseu adversário é irrelevante, masseguramente você tem menos chan-ce de ser pago jogando desta forma.

RESUMO: gastou 4.000 fichas até oriver. Perderá a mão de 60% a 70%das vezes. Quando acertar seu drawterá menores chances de ser pago.

APOSTAR PARA CONTROLAR

O POTEA importância de bloquear osmovimentos dos seus adversários

FLOP:

Cowboys, King Kong, Kangaroos, Ace Magnets, Kaká K K

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FEVEREIRO | 15WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

CASO 2

Seu adversário aposta 1.000 fichas.Você, ao invés de somente pagar,aumenta para 2.500. Seu adver-

sário tem três grandes possibilidades:

• Está apenas continuando a apostarsem ter acertado nada no flop (c-bet,com AQ, KQ, 44, etc). Nesse caso, oseu re-raise fará com que seu adversáriodê fold e você ganhará as fichas ali,mesmo ainda não tendo nada.

• Tem uma mão justa, mas tambémnão é nenhum monstro (AT, TJ, 99, 88,etc). Nesse caso, seu adversário se sen-tirá bastante desconfortável para jogaro restante da mão, pois terá que arriscarmuitas fichas com uma mão extrema-mente vulnerável. Ele tenderá a entre-gar o pote, na grande maioria das vezes.

• Tem um “monstro” (trinca ou QQ,KK AA). Nesse caso, o seu adversáriodeve agir metade das vezes com re-raise.E você abandonará seu draw sem maio-res problemas, gastando 3.000 fichas.

Na outra metade das vezes ele somen-te dará call, tentando esconder o “mons-tro” que possui, para deixar você apos-

tar novamente no turn eextrair mais fichas na jo-gada. Nesse caso, ele dei-xará você ver o turn e o ri-ver de graça.

Para efeito didático, va-mos supor que seu adver-sário somente pague seure-raise. O pote vai para6.300 fichas.

TURN: bate uma carta queem nada te ajuda (blank).Seu adversário dá check, es-perando a sua ação. Vocêpensa e dá check também.

RIVER: novamente conta-mos com duas possibilida-des. 1A – vem outra blankcard. Seu adversário aposta5.000 fichas e você larga fa-

cilmente. Afinal, você não tem absoluta-mente nada. 1B – cai o seu flush. Seu ad-versário, confuso com o que você possater, ainda acha valor na trinca dele e apos-ta. Nesse caso, um re-raise pequeno seráseguramente pago. Ou então ele dá check,lamentando não ter apostado quando ti-nha certeza de que estava vencendo amão. Nesse caso, você fará uma value betno river, que seguramente será paga.

RESUMO: você ganhará a mão 60% dasvezes, arriscando somente 3.000 fichas esem precisar ver o turn e o river.

Outras 20% das vezes você per-derá, mas gastará somente 3Kem fichas. E, finalmente, ga-

nhará outras 20% das vezes, mas comenormes chances de faturar um potebem maior, caso sua carta entre, do quese você jogasse de outra forma.

É claro que o grau de complexidadede uma mão como esta é muito maiordo que aquilo que pode ser exposto emuma coluna. E se o flush já vem logo noturn? E se uma carta dobra no board? Ese meu adversário me dá um re-raise(three-bet) tão pequeno no flop que con-tinue me dando odds para buscar o meu

flush no turn e river? E se meu adver-sário dá somente call na minha apostado flop, mas depois sai apostando noturn? E se bate um A ou J no turn ouriver, que não me dá o flush mas me fazacertar top pair?

Para piorar, e se você não tem posi-ção sobre seu oponente? Sair apostan-do ainda é uma forma de controlar opote? A resposta é sim, mas todas assuas decisões dali para frente serãomuito mais difíceis, além de suas possi-bilidades de extrair muitas fichas delenum eventual “showdown” vencedor fi-carem bastante restritas.

Como sempre digo, uma mão, se qui-ser ser explorada à exaustão, compreen-de possibilidades de ação e possíveiscomportamentos de reação que, se in-terpolados com um imprevisível nú-mero de fichas que pode ser apostado,pago ou não pago por cada um dos jo-gadores envolvidos em cada uma dasquatro rodadas de apostas, se atinge umnúmero de cenários a serem analisadosimpossível de se abranger.

Oque estamos falando é de men-sagens genéricas e de tendên-cias de comportamento. Dessa

forma o leitor pôde perceber que, mui-tas vezes, ao contrário daquilo que pa-rece primariamente, apostar pode seruma maneira interessante, inteligente eeficiente de controlar o pote, arriscarmenos e obter maiores possibilidadesde ganhos.

No artigo passado mostrei como con-trolar o pote não apostando, não dandore-raises e não encarecendo o pote. Nestemostrei matemática e analiticamentecomo controlar o pote fazendo exata-mente o contrário: apostando e dandore-raises. Mescle essas duas estratégias,sabendo usá-las de acordo com as cir-cunstâncias certas e da forma correta,que o seu padrão de jogo se tornará maiscompleto e menos previsível, mais eficaze, consequentemente, aquilo que todojogador almeja: mais lucrativo.

Igor “Federal” Trafane

Presidente da Confederação Brasileira deTexas Hold’em (CBTH).

[email protected]

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Page 16: Revista Flop

16 | FEVEREIRO

COLUNA ANDRÉ AKKARI

Se pensasse nesse título aci-ma, há dois anos, eu nun-ca acreditaria que fui eumesmo que escrevi estacoluna. Mas, realmente, o

Limit Hold’em vem mudando a mi-nha história como jogador e a minhapercepção do jogo como um todo.Antes de começar a jogar essa modali-dade, eu era um dos que tiravam mui-to sarro dos meus amigos que jogavamFixed Limit, dizendo que o jogo erachato demais, que todo mundo davacall em todas as mãos e em todas asstreets, e eu não conseguia me ver jo-gando esse tipo de jogo.

O No Limit me parecia muito maisagressivo, muito mais adrenalizante, ecom uma capacidade de variação dejogadas muito maior. Isso não chega a

ser mentira, na minha opinião, mas averdade é que no Limit Hold’em estra-tégia, perspicácia e a análise de infor-mação são maiores do que em qual-quer outro tipo de jogo.

Posso começar a explicar essaminha visão da forma mais sim-ples: quantas vezes isoladas vo-

cê blefa, a cada dez minutos, no jogoNo Limit? Se você for um jogador mé-dio ou avançado, tenho certeza de quea resposta será: poucas vezes! Já noLimit Hold’em, é bem diferente. Aadrenalina vem em doses homeopáti-cas e potes menores, mas muitas dosesa cada dez minutos.

O poker é um jogo de informação epadrão. Primeiro você colhe todas asinformações dos adversários, ou, pelo

menos, o máximo possível quandoeles não estão jogando mãos contravocê, para que, depois, quando estiveros enfrentando, você possa usar todaaquela biblioteca que criou, para elena sua cabeça, contra ele próprio.

Não existe jogo melhor parafazer isso, e treinar isso diaria-mente, do que jogando Fixed

Limit. Nesse jogo, todos os jogadoressentados à mesa são máquinas de acú-mulo de informações, e você desenhao raio x completo dos seus adversáriosem horas e horas de jogo, para depoisjogar mais dois meses contra essesmesmos adversários e saber quais sãoos pontos fortes e fracos deles, tentan-do lucrar com isso. Jogando Limit vocêsabe perfeitamente quando um joga-dor é iniciante, quando um jogador éintermediário e quando ele é avança-do pela forma que ele te ataca e pelaforma que te traz para o jogo, tentan-do te induzir, mão após mão, a ganharapenas mais um ou dois bets de você.

O Limit Hold’em é também a maiorescola para aprender o conceito de po-sição na mesa e entender a sua importân-cia. Você consegue, depois de um tempo,saber realmente qual é o range de mãos

A importância dessa modalidadede Hold’em na vida do jogador

APRENDENDO COM

O LIMIT

Ladies, Bitches, Mulheres, Minas, Siegfried and Roy Q Q

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FEVEREIRO | 17WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

que vale a pena atacar ou contra-atacarde cada posição. Depois de jogar muitasmãos de Limit, você vai usar isso para oresto da sua vida em todas as formas emodalidades de poker. Você conseguever na prática o que antes apenas ouviaos profissionais dizerem sobre posição,sobre com que grupo de cartas vocêdeve sair para o jogo e, principalmente,você consegue ver, na pele, o poder deter posição sobre um jogador.

Acada uma das etapas da mão,como pré-flop, flop, turn e river,existem estratégias avançadas

para maximizar o seu jogo. Ao adqui-rir experiência, jogando Limit, vocêconsegue atuar em cada uma dessasstreets de forma estratégica e cirúrgica.Nada irá lhe ajudar mais nesse ponto,até para o No Limit, do que essa expe-riência que adquire ao jogar o FixedLimit. Qual é a melhor hora para oblefe, que hora você deve abandonar

a mão, o momento de entregar os pon-tos e decidir apenas pelo call, tudo issoé aprendizado, e o No Limit é umaescola em que iria sair muito caro paraaprender. No Fixed Limit você temtudo isso à sua disposição por um cus-to muito menor.

Para quem é fã do poker online,com o Limit Hold’em vocêaprende uma coisa muito im-

portante, o tempo da aposta. Eu sei quemuitos já sabem desta variável em to-dos os jogos online, da importância dese analisar o tempo de aposta de cadaum dos jogadores, mas, em Limit, issoé elevado ao extremo. Com a análisecomportamental do seu adversário emrelação ao tempo, você cria padrõesque serão lucrativos demais para vocêa longo prazo com aquele adversário,principalmente em mãos que seu ad-versário está muito forte, e você come-ça a identificar isso de forma clara e

passa a perder o mínimo possível, fol-dando mãos que você não vê os outrosjogadores largarem normalmente, tudoisso apenas pela velocidade da aposta.É claro que você também começa a verquem usa a velocidade como arma, eacaba machucando, com o tempo, es-tes jogadores também.

Escrevi esta coluna com o intuito deconvocar os brasileiros a conheceremcada vez mais esta modalidade que pa-rece chata e monótona, mas, na ver-dade, é a maior escola de poker que játive. Li isso uma vez no blog do Ne-greanu e, até não testar na pele, euachava um tédio jogar Limit, mas ago-ra vejo por que o homem é o homemno poker mesmo, ele sabe exatamenteo que está falando.

[email protected]

André Akkari

Membro do Team PokerStars e um dos maioresjogadores de Texas Hold'em do País. Seusresultados online e ao vivo crescem a cada dia,desde que decidiu se dedicar somente ao poker.

Akkari_11 09/02/09 7:47 PM Page 17

Page 18: Revista Flop

18 | FEVEREIRO

COLUNA ISABELLE MERCIER

Éum novo ano e um novoinício para mim no mun-do do poker. Eu obtive al-guns grandes resultadosnos últimos 12 meses, mas

ainda tenho muito apetite. Há muitacoisa que pretendo alcançar em 2009.E se puder construir em cima da per-formance do ano passado, esse podeser o ano em que eu realmente faça ocircuito pegar fogo.

Eu viajo tanto que é muito raro ir a umlugar novo, então foi fantástico poder ira Varsóvia para o EPT! Depois do Mas-ter Classics em Amsterdã, em que jogueimuito bem e por pouco fiquei fora dodinheiro, eu fui direto para a Polônia. Euhavia ouvido muito sobre a cidade e

estava em boa forma, então estava mui-to empolgada para chegar lá.

Aprimeira noite em Varsóvia foimuito relaxante. Fui a um res-taurante cinco estrelas chamado

Belvedere, que foi incrível. Eu posso atéviver da minha mala de viagens, mas souuma grande apreciadora da boa comida eessa foi uma das melhores refeições quetive em toda a minha vida! Após o jantarfui direto para o poker room – eu queria veros jogadores que iria enfrentar e o am-biente em que iria jogar. Era um localincrível. Muito pequeno e aconchegante.O cassino do Hyatt Regency não é imen-so, mas eles colocaram todas as mesas depoker no fundo, o que tornou uma at-

mosfera muito intimista. Eu amo isso.Não sou fã de poker rooms enormes emque você fica espremida com mais 700jogadores ao mesmo tempo. Tambémfoi um torneio relativamente pequeno:359 jogadores, incluindo 100 classifi-cados pelo PokerStars.

Se isso já foi bom, a estrutura então foiperfeita. Como profissional, às vezes vocêé obrigada a arriscar-se logo cedo se aestrutura é muito acelerada. Mas o EPTde Varsóvia conseguiu a estrutura perfei-ta, o que significou que os bons jogadorespodiam ter calma e jogar o seu jogo.

Aminha primeira mesa foi bem du-ra. Havia um bom jogador fran-cês, Nicholas Levi, duas posições

à minha direita. Diretamente depois demim estavam dois rapazes suecos – e eununca gosto de ter suecos com posição emmim... esses caras sabem jogar! O primei-ro era Jonas Molander, um rapaz muitosimpático e um jogador impressionante.Logo ao seu lado estava Nikolas Liakos,que acabara de ganhar 170 mil euros nodia anterior, terminando em quarto lugarem Amsterdã – então eu imagino que eleestava se sentindo muito bem!

Fechando o ano de 2008 com muitagarra para alcançar bons resultados

MINHA ATUAÇÃO NO EPT DE

VARSÓVIA

Isabelle conseguetempo para conhecer

melhor a cidade

Jokers, Hooks, Ganchos, Anzóis, Jay Jay J J

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Comprovando meus temores, Jo-nas era muito agressivo e os ou-tros jogavam muitíssimo bem.

Foi um tamanho desafio e eu realmenteaproveitei o tempo ao jogar com todoseles. Na primeira mão do dia recebi6�7� em early position, com blinds em25/50. Aumentei para 150 e recebi umcall, com posição, de um jogador super-super tight. O big blind também pagou eo flop veio com Q84 e uma carta de es-padas. O bb deu mesa, eu apostei 250 eo jogador tight deu instafold. O big blindentão aumentou mais 250 e eu paguei –imaginei que ele estava apenas me tes-tando. O turn foi virado, um 3�. Eleaposta 1.200 e eu paguei – eu tenho mui-tos draws nessa mão, então nunca tivedúvida. O river trouxe o 2� e eu acerteimeu flush. Ele aposta 1.800. Agora eupenso “quantas fichas eu consigo extrairdele?”… Então aumentei mais 3.000 eele pensou por muito tempo até dar fold.Talvez devesse ter apostado um poucomenos para atraí-lo, quem sabe se eletinha mesmo uma mão ou estava só ble-fando o tempo todo...

Um pouco mais tarde, os blinds esta-vam em 100/200 e Nicholas Levi dá call

em middle position. Eu também pago aaposta, em posição, com 22. Os doisblinds – os suecos – ficam na deles. O floptraz 366 e check, check, check e check. O turné um 2, e como eu amo essa carta. Ni-cholas aposta 500. Eu sei que ele estároubando, tentando levar o pot ali mes-mo, então eu brinco com ele um pouco eaumento o mínimo – e ele paga. O rivertraz um 5, que me deixa muito feliz. Eledá mesa, eu aposto 2.500 e ele paga! Eunão sei o que ele tinha e, como eu ganheio pot e ele muckou,eu nunca saberei, masele parecia pensar que tinha chance deestar ganhando o tempo inteiro!

Alguns níveis mais tarde eu au-mento do cut-off para 900, comKQo, e Jonas – logo atrás de

mim – faz tudo 2.400. Isso não era inco-mum. Ele estava jogando um pokeragressivo e nós dois estávamos dandoraises um no outro o dia todo! Todomundo foldou. Então decidi pagar aaposta. O flop trouxe AQ e um lixo, tudode paus. Dei mesa, Jonas apostou 2.600,eu aumentei para 7.000 no total, saben-do que ele tinha 9.000 para trás. Eu esta-va praticamente forçando-o a entrar de

all-in. Eu realmente queria umaresposta dessa vez. Ele deu fold ime-diato, então tive a minha resposta:foi um belo raise da minha parte.

Daí a mesa quebrou, com cercade uma hora, apenas, para o fimdo Dia 1. Eu estava triste. Estavame divertindo muito jogando comesses rapazes. Eu ganhei umasduas mãos ao final do dia, na novamesa, e passei para o Dia 2 comum stack bem decente.

Quando cheguei no segundodia, a Suécia estava lá denovo! Não Jonas e Nikolas,

dessa vez, mas Patrick Martensen,que estava sentado a duas posiçõesà minha esquerda. Ele é outro caramuito legal. Nós conversamos porhoras sobre estratégia e nos diverti-mos demais à mesa – assim era Var-sóvia, um grande prazer em estar lá.Na primeira mão, com blinds em

300/600 e ante de 75, eu já me encon-trei com AQo no botão. Um jogadorem middle position, com cerca de 12.000à sua frente, aumentou para 1.800. Eufiz tudo 5.100 e sabia que se ele mo-vesse all in com mais 7.000 eu certa-mente pagaria. Imaginei que ele tinhaum kicker pior – um 7, 8, talvez um J, ouum par médio ou pequeno. Eu tinhamuita certeza de que ele iria largar. Masele não largou. Ele entrou de all in comAK e conseguiu segurar, então perdi12.000 na primeira mão do dia.

Na mão seguinte recebi KQo no cut-off.Todo mundo foldou. Eu aumentei para1.725. O big blind pagou e o flop veio comum J high, todos naipes diferentes. Decididar mesa. Em 95% das vezes eu não façoisso, mas em alguns momentos faz senti-do, especialmente quando você sente quevai levar um check-raise – e daí tem quelargar e mostrar fraqueza. O turn trouxeoutro lixo qualquer e o big blind deu mesade novo. Eu não queria dar outra free carda ele, então apostei 5.000. Eu só tinha8.500 no meu stack, então estava pratica-mente me comprometendo com a mão.Ele largou as cartas, então o meu check noflop acabou sendo uma ótima saída.

Isabelle e MarcinHorecki na coletiva

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bita eu recebo AK e a mesma coisa acon-tece. Todo mundo dá fold e ele aumentade novo do small blind. Eu entrei de all in.Ele pensa um pouco e larga novamentesua mão! Eu achei que ele ia se irritar epagar, mas ele ficou calmo.

Poucas mãos depois, eu aumentode early position com 88. Nova-mente, sem ação. Estava sendo

ótimo. Construía o meu stack gradual-mente, mas estava indo bem. Mais oumenos uma hora depois, eu me vi nosmall blind com A4o. Todo mundo fol-dou e eu só completei: o big blind nãotinha mais muitas fichas e eu não queriaassustá-lo. Ele deu mesa. O flop trouxeum A. Eu realmente não imaginei queele iria me pôr com um A, já que eu ape-nas completei pré-flop, então dei mesa.Achei que poderia armar uma para ele,mas ele também não apostou. O turntrouxe um K. Outra vez dei mesa, es-perando uma aposta. E ele... mesa... Eunão consigo envolver esse cara! O rivertraz um jacaré qualquer, e eu finalmenteaposto 6.500 – para ele pensar que euestou roubando o pote. Finalmente, elepaga! Ele tinha um K, que me surpreen-deu. Com tantas poucas fichas, foi es-tranho ele não ser mais agressivo no iní-

cio da mão ou até mesmo depois daminha aposta no final, mas quem seimporta – eu continuava aumentan-do o meu stack.

Logo depois a nossa mesa que-brou. Eram apenas duas me-sas que restavam – e nova-

mente me vi contra Arnaud Mat-tern, só que agora ele estava muitoshort-stacked. Ele entrou de all in doUTG. Eu sabia que ele faria isso seachasse qualquer coisa decente namão, ou mesmo sem nada. Ele seriao próximo big blind e acabara de fi-car sem fichas. Eu abri um 88 e pa-guei. Ele tinha 69o mas conseguiuachar um 9 no flop e mais um no ri-ver… então acabou levando metadedo meu stack naquela mão!

Agora os dois estavam numa pior.Poucas mãos depois ele voltou a en-

trar de all in de early position. Eu estava nobig blind com KQo e dei instacall. Tinhacerteza de que ele faria aquilo com qual-quer coisa e senti que tinha cartas de-centes. Ele mostrou AJ, só que, dessavez, eu achei um K no flop e sou favorita.E daí acontece que ele faz uma sequên-cia mágica no final e me elimina na 16ªposição! Eu fiquei muito desapontada.

Estava jogando bem e ganhando ospotes, mas acabei batendo de frentecontra dois pesadelos! Pior ainda foique tive que voar logo cedo na manhãseguinte para outro torneio em Van-couver, então nem pude ficar para tor-cer pelo meu amigo Dario Minieri, namesa final. Ele terminou em 3º lugar eganhou mais de $150 mil, então eu es-tava muito empolgada por ele. Esperoque, neste ano, os amigos do Team Po-kerStars tenham uma chance de torcerpor mim em uma grande mesa final.Me diverti muito em 2008, mas este no-vo ano será maior. Eu melhorei bastan-te nos últimos 12 meses, e a minha horaestá chegando. Eu posso sentir.

Isabelle “No Mercy” Mercier

Nascida em Victoriaville, Canadá, é uma dasprincipais jogadoras de seu país e membrodo Team PokerStars. Isabelle morou em Paris,onde trabalhou no poker room do AviationClub de France.

Pouco tempo depois, algo mágicoaconteceu com meu big blind. Euolhei para baixo e vi um par de ases!Eu tinha apenas 14.400. O cut-off au-mentou para 2.200. Pensei em mesegurar e aplicar um slowplay, masnão pude me conter e acabei en-trando de all in. Ele pagou com QQ,mas meus ases seguraram. De re-pente eu estava em ótima forma ejogando muito bem.

Um pouco depois, eu me encon-trei com AK no botão. Havia umjogador muito loose, um russo, quedeu call do UTG. Nessa hora osblinds estavam 800/1.600 e aindahavia um jogador novo à minhadireita, uma espécie de palhaço,que fez tudo 8.000. Eu entrei de allin com os 20.000 que eu tinha a essaaltura – e todos largaram –, entãoconsegui muitas fichas de graça.

Os blinds subiram para 1.000/2.000com ante de 200. Todo mundofoldou e eu, que estava no small

blind com J9o, percebi que essa era umamão importante para mim. Eu apenaspaguei e o big blind deu mesa. O flop trou-xe J75 com duas espadas. Apostei 3.000.Foi uma aposta fraca, mas fiz isso de pro-pósito. Eu havia feito isso umas duasvezes com cartas piores e fui forçada alargar, então imaginei que poderia atraí-lo dessa forma. Funcionou. Ele aumen-tou para 10K. Eu instantaneamente mo-vi all in com meus 33.000 restantes.Houve apenas um problema: ele pagouna hora! Eu entrei em pânico por umsegundo. Achei que ele tinha um J me-lhor que o meu, mas ele estava indo paraum flush draw e uma broca de sequência.– e nenhuma bateu. Então eu dobrei eestava novamente em ótima forma. Lo-go eu já estava dentro do dinheiro e indopara o Dia 3.

No início do dia seguinte éramos 27jogadores e iríamos jogar até cair o 9º echegar à mesa final. Logo na primeiramão do dia eu estou no big blind e receboQQ. Arnaud Mattern, à minha direita,no small blind, aumenta. Eu dou re-raise,ele pensa um pouco e larga. Na outra ór-

COLUNA ISABELLE MERCIER

Dimes T T

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Eaí pessoal, como estão vo-cês? Nesta edição vou escre-ver sobre como foi o meutorneio no PCA, que ocor-reu no começo de janeiro

nas Bahamas. O Main Event teve buy-inde US$ 10 mil e contou com cerca de1.400 jogadores, incluindo a nata da natado poker mundial, ou seja, todo mundoestava lá. Foi o maior torneio já realizadofora dos Estados Unidos na história. Comstack de 20K em fichas e blinds começan-do com 50-100, o torneio tinha uma es-trutura muito boa, pois os blinds subiam acada 75 minutos, significando que o tor-neio teria duração de cinco dias.

Dos cinco dias, tive a felicidade de par-ticipar de quatro deles e terminar na 22ªposição, restanto apenas três mesas e sen-do eliminado, classicamente, com AA.Vou contar para vocês como joguei o tor-neio de forma resumida e detalhando al-gumas mãos importantes.

Comecei em uma mesa muito tight,sendo que o jogador à minha esquerdaera Poorya Nazari, o canadense que foi ocampeão desse PCA, um jogador ultra-tight. Sendo assim, logo que identifiquei amesa comecei a jogar muitos potes, o queera a minha estratégia original e, assim,consegui um belo upgrade para 27K noprimeiro nível de blinds. Na volta do in-tervalo me envolvi em uma mão contraum jogador bem conhecido do online,TheOmaholic, e perdi em torno de 15Kem fichas. A mesa rodou em fold e eu, nobotão, abri raise de 2,5x com A�8�.Oma-holic,no big blind,dá call. O flopvem AQ7,o que teoricamente é um bom flop paramim. Ele pede mesa, eu disparo 2/3 dopote e recebo call instantâneo. O turn éum 2�, que me deixa agora com o redraw

do flush, pois a Q também era de ouros.Mais uma vez ele pede mesa e eu resolvoapostar 1/2 pote, pois, se eu achava quejá estava na frente na mão com top pair,agora com o flush draw não tinha por quetemer o river. Um T� vem no river e, de-pois de pensar um pouco, ele sai apostan-do o pote. Uma aposta muito forte. Nãoconsegui definir uma mão para ele, o queme fez pensar que ele estava floating emcima do meu raise no botão e, então, eleteria que apostar forte no river. Dificil-mente ele teria KJ e acertado o straight noriver, e seria bem improvável ele dar doiscalls atrás da broca (gutshot). Tambémachei muito difícil ele ter uma trinca dan-do check-raise no flop e check-call no turn.Seguindo este raciocí-no, dei o call e ele tinhaKJ. Fiquei muito furio-so, pois ele realmenteestava floating e eu es-tava completamentecerto. Ele deu muitasorte, pois eu tinha oflush draw e se o T�

viesse no river iria tra-zer muitos problemaspara ele. Depois dessestrês outs, caí para 12Kem fichas e, na mão se-guinte, puxei 5K, ter-minando o segundo ní-vel com 17K.

Os blinds voltaram100/200 ante 25 e eu,no small blind, recebiAQo. Depois de umraise de 550 com qua-tro calls, resolvi dar re-raise para 2.100. O jo-gador que estava no

botão foi o único que resolveu dar call (eleera o big stack da mesa com 45 mil fichas).O flop veio A75 com duas cartas de copase eu tinho cartas pretas. Resolvo sair apos-tando 3.700 e ele prontamente me dá call.O turn é um 2 preto e resolvo dar mesacom cerca de 11,5K no stack, frente a umpote de 14K. Ele pede mesa também. Oriveré outro 5 e o bordo fica assim: A7525.Me senti bem no river e pensei que, sefizesse uma aposta por valor, possivel-mente seria pago, mas, se desse all in, nãoseria. Portanto, apostei 3K, até porquenão acreditava que ele pudesse apostarno river. Para minha surpresa, assim queminhas fichas caem na mesa ele me pedea contagem de quanto sobra no meustack. Eu tinha 7,5K para trás e ele anun-cia raise para 12K. Eu juro por tudo o queé mais sagrado que, na minha concepção,não existia uma mão com que ele pu-desse estar ganhando de mim. Parei parapensar mais um pouco e anunciei meu allin, que era pouca coisa a mais do que eleapostou, cerca de 1,5K num pote de maisde 30K. Quando voltei all in, percebiuma certa hesitação do cara em pagaro restante, mas, como o pote era gigan-

COLUNA FELIPE MOJAVE

GRANDE RESULTADO

NO PCACom jogadas bem pensadas, conseguigarantir meu terceiro ITM em cinco EPTs

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Phil Hellmuth, Wayne Gretzky 9 9

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te, ele tinha que dar call e mostrar o parde 6 que ele segurava. Eu mostrei or-gulhoso o meu AQ e puxei um pote lin-do, que me deixou numa situação mui-to confortável.

Com mais fichas, meu jogo evoluiubastante e cheguei a 55K. Foiquando Jordan Kickz, jogador

bem conhecido do online, foi movidopara a minha mesa, no UTG. E nestaprimeira mão ele abre raise, no blind 300-600, para 1.700. Eu, no UTG+1, tenhoA�K� e anuncio re-raise para 5.100. Amesa roda em fold até Jordan, que meconhece bem do online. Ele pensa por unsdez segundos e dá outro raise para 22K.O detalhe é que Jordan tem 65K emfichas e eu tenho pouco mais de 50K, nototal. Essa mão é muito complicada, poissei que ele pode estar fazendo um grandemovecom qualquer suited connector, achan-do que eu estou lhe dando as boas-vindasà mesa. Essa possibilidade é muito maiordo que ele sentar à mesa e receber AA ouKK. Nesse momento pensei que, se ele ti-vesse AK ou QQ, seria bem provável eledar fold se eu voltasse all in (o pote já eramaior do que a média do torneio). E,olhando para ele, empurrei todas as mi-nhas fichas para o centro da mesa e falei:“É, parece que você tem um par muitogrande e, uma vez que você ‘quadribe-tou’, eu acredito que você não ‘folda’mais”. Ele fez uma cara feia, do tipo:“Acho que ele quer call, mas eu não voujogar fora isso aqui”. E, assim, ele deu ocall e abriu QQ. Nesse momento, passouum grande filme na minha cabeça, doEPT de Barcelona que disputei algunsmeses atrás, em que fui eliminado na bo-lha com AK x QQ, e a situação aqui era amesma: ou ficava gigante ou ia emborapara casa de bolso vazio. Clássico. O tor-neio parou para assistir a um pote de maisde 110K em fichas, que criaria um mons-tro de mais de 180 big blinds! O flop vem889 com duas espadas e eu “flopei” umflush draw com overcards, gritando bemalto e acordando o salão: “Essa é minha!One Tiiiiiiime!” O turn é um 6 vermelhoe o river é outra carta vermelha, mas é oA�! “É tudo nosso!” – como diria meu

amigo Bruno Foster. E co-mo a Alê Braga torceu paramim nessa mão! Ela estavaali do lado chamando o Áse ele veio.

Daí para frente foi fazer oque eu mais gosto de fazer:jogar mais solto que o arrozda vovó. E foi vendo muitosflops e pressionando os adver-sários que cheguei aos incrí-veis 360K em fichas e termi-nei o Dia 1 como chip leaderdo PCA, com uma média emeia de vantagem frente aosegundo em fichas. A médiaera em torno de 75K.

Comecei muito agres-sivo no Dia 2 e, emum blefe mal-sucedi-

do, caí bastante em fichas, masainda tinha mais que o dobroda média. E foi numa mãoperigosa que ganhei um bompote. James “mig.com” Mackey, jogadormuito forte do live e online – campeão doWCOOP de US$ 2 milhões garantidosno ano passado –, foi transferido para aminha mesa. Ele abriu raise do cut-off,sendo que o small blind deu call e eu comT�5� completei no big blind. O flop veio8�8�6�. Dei check e ele apostou 22Knum pote aproximadamente com 30K.O small folda e eu dou re-raise para 50K.No momento tenho 200K e ele 125K nostack. Ele pensa bastante e, olhando fixopara o meu rosto, faz o call. Agora tinhacerteza absoluta de que ele estava flu-tuando em posição, pois eu tentei ‘com-prar’ o 8 do big blind e ele, inteligentecomo é, não botou fé no meu re-raise. Oturn foi um 2�e demorei muito pra tomarminha ação. Oras, já que ele estava flu-tuando, na minha concepção, se dou me-sa ele vai atirar muito forte, comprome-tendo-se com o pote, e talvez vá de all in,e não seria possível pagar a aposta delecom T high! (lol) Seguindo este raciocínio,resolvi arriscar e confiar também na mi-nha capacidade de dar outplay em joga-dores muito fortes. Foi o que fiz. Apostei100K praticamente colocando ele em all

in e vi ele dar o fold mais rápido da his-tória. É óbvio que eu mostrei o blefe paradesestabilizá-lo, e foi justamente o queaconteceu. Na próxima mão ele foi de allin com 30bb no cut-off. Mark Seif anun-ciou all in por cima com AQs e o pegoudominado com KQo, e foi o fim do tor-neio para ele. Confesso que foi uma jo-gada de muita coragem mesmo, e, parajogar bem nesse tipo de torneio e terchances reais de vencer, é esse tipo de fe-ra que a gente vai ter que enfrentar na me-sa, não tem molezinha, não. No últimonível de blind, eliminei outro jogadorcom AK x AQ e quebrei um AA comQQ em um pote de 120K (briga deblinds). Passei o Dia 2 na quarta coloca-ção, com 653K em fichas. A média es-tava em torno de 250K.

Oinício do Dia 3 foi muito bom,quando eliminei dois jogadoreslogo de cara e cheguei perto de 1

milhão de fichas. A jogada que me im-pulsionou para esse stack foi a seguinte:cut-off aumenta 3x e dou call no botãocom AA, visto que o small e big blind eramdois shortstacks que estavam em all in ��

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milhão em fichas e entroude limp do UTG. Em middleposition, olho minhas cartase encontro AA. Com blindsem 12K-24K e ante 2K, deiraise para 91K, fazendo umaaposta pré-flop um poucomais alta do que o normalpara que, se ele quisesse medar call com qualquer parbaixo ou suited connectors,não tivesse odds nem posi-ção, e também não teriaimplied odds, pois sobrariacom 450K em fichas em umpote de 200K, com o stackdele em 1,7 milhão. Mesmoassim, ele resolve dar o call.O flop vem J64 com duascartas de copas e Chen abreapostando 110K. Parei parapensar que tipo de mão elepoderia ter para somentedar call pré-flop e sair apos-tando nele. Cheguei à con-clusão de que ele poderiater um par médio, AJ ou até mesmo umflush draw, me colocando em AK e achan-do que me tiraria da mão com a aposta.

Havia também a possibilidade deuma armadilha, dando só callpré-flop com KK ou QQ. Depois

de pensar por dois minutos, anuncio allin de 450K. O pote já tinha em torno de350K e achei que essa era a melhor de-cisão, sabendo que poderia tomar call dasmãos que eu previ. Para minha infelici-dade, ele me dá um call rápido e abre trin-ca de 4. Só me restava saber se aparece-ria aquele Ás que vemos bater toda horano river, ou running copas (duas cartas decopas para o flush, pois tinha o A�). Obordo não me ajuda e sou eliminado na22ª posição. Foi frustrante demais paramim essa queda, pois fiz um torneiomuito bonito, sempre recheado de fichase mandando nas mesas, mas, ao mesmotempo, estou muito feliz com o resultado.Foi o meu quinto EPT e o meu terceiroITM, lembrando que fui bolha em Bar-celona quando entrei de all in com amédia em fichas.

Asaga de bons resultados pós-WSOP continua. De quebra, fizos comentários da mesa final

em espanhol, no dia seguinte, no EPTlive, em que meu amigo Alexandre Go-mes estava lá e terminou na quarta co-locação, trazendo mais um belíssimoresultado para o Brasil.

Queria agradecer a força de todos osbrasileiros que torceram demais e, alémde parabenizar o Alê Gomes por maisum belo resultado, mando também umabraço para meus amigos Leandro Bra-sa e João Marcelo, que chegaram ITMno torneio, Eduardo Sequela, que caiuna mesa semifinal do evento de 2K, e oFlávio Imamara, que ficou em quartolugar nesse mesmo evento.

Muito obrigado a todos, podem avi-sar que, ano que vem, teremos mais bra-sucas fazendo a festa nas ilhas para-disíacas do Caribe!

Felipe “Mojave” Ramos

É o primeiro brasileiro a conquistar trêspremiações em cinco etapas do EPT epretende jogar mais dois eventos da sérieno ano de 2009.

COLUNA FELIPE MOJAVEmode. A armadilha para eles não deucerto e o flop veio 369 rainbow. O jogadordeu check e eu apostei meio pote. Ele deucall e um K bateu no turn; novamente eledeu mesa e eu apostei outra vez meiopote tentando irritá-lo ou mesmo fazê-lome pagar com qualquer par. Para minhasurpresa, ele deu re-raise all in e paguei nahora. Ele abriu KQ e eu AA. Nada noriver e fiquei com um bom stack parasuportar a pressão do Dia 3. Contudo, emuma mão muito bem jogada por MaxPescatori, me vi obrigado a dar fold e cairpara 350K. Após essa mão, fiquei emsituação de alto risco no torneio, pois amédia era de 600K e, apesar de ter cercade 35 bb, na minha mesa Benny Chentinha eliminado Eric Liu e o Kevin Saul(BelowAbove) tinha eliminado MaxPescatori, e ambos ficaram com aproxi-madamente 2,5 milhões de fichas, e euestava esmagado entre eles. Sem medo,voltei all in duas vezes no BelowAbove elevei os potes. Dei um call em posiçãocom K�Q� contra ele e ganhei outrobelo pote quando Q� 8� 3� veio em umflop todo vermelho e eu só com cartas pre-tas. Ele apostou forte e dei call. No turnbateu um 5 preto, ele deu mesa e fui de allin. Depois do fold dele fiquei com 600Kfichas e estava classificado para as últimasquatro mesas do torneio, ou seja, estavaentre os 32 finalistas do próximo dia.

ODia 4 começou bem turbulentoe fui sendo consumindo pelosblinds, pois estava bastante pres-

sionado pelos big stacks e sem cartas boas.Numa bela jogada com 9�7� contraBenny Spindler, recuperei meu stack pa-ra 550K quando a média era 1,3 milhão.Spindler subiu do cut-off e dei call. O flopveio 2�3�8� e ambos deram mesa. Oturn veio com um 6�, me deixandostraight e flush draw. Pedi mesa nova-mente e ele apostou 40K em um pote de60K. Dei call e vi um 5� no river medando o nuts. Depois de enrolar muito,apostei 120K e fui prontamente pago porBenny, que deu muck. Com 22 jogadoresrestantes e pouco menos do que a metadeda média, encontrei uma grande situaçãopara dobrar: Benny tinha cerca de 1,8

Kevin Saul, maisconhecido comoBelowAbove

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Snowmen, Bonecos de Neve 8 8

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COLUNA FULL TILT

Quando você está jogandopoker ao vivo, as únicasanotações que você podefazer – ao menos disfar-çadamente – são notasmentais. Já no poker on-

line você recebe uma tremenda oportu-nidade que não existe no jogo live. Éimportante você tirar vantagem disso emanter uma lista de anotações sobreseus adversários. E, se vai fazer isso,você tem que fazê-lo direito. Isso sig-nifica que você deve incluir detalhesimportantes para que suas anotaçõestenham relevância quando precisar de-las mais tarde.

Uma coisa que muitos jogadores depoker não percebem é a importânciade incluir a data. Eu sempre digito adata ao lado da minha anotação sobreum jogador porque, se eu topar comessa notinha ao jogar contra ele seismeses depois, eu sei que devo seguircom cuidado, já que o estilo de um jo-gador pode variar bastante nesse inter-valo de tempo. Por outro lado, se eujogar com ele alguns dias depois, tudoindica que o seu jogo não deve ter me-lhorado demais em poucos dias.

Na primeira vez que eu observo algu-ma característica específica em um jo-gador, eu coloco um ponto de interro-gação após a anotação. Então, se perce-ber alguém tentando blefar com Kinghigh depois que deram check duas vezes,eu posso escrever algo como: “É só darcorda a esse jogador que ele não seaguenta?” Já que estou baseando a ano-tação apenas em uma mão que ocor-reu, uso a interrogação. Se notar essejogador blefando assim mais duas outrês vezes, eu apago o ponto de interro-

gação. Só porque você vê algo uma vez,não quer dizer que é uma marca cons-tante do estilo de jogo de alguém.

Também é muito importante quevocê faça suas anotações o maisdetalhadamente possível. Algo co-

mo “esse jogador não tem ideia de comojogar contra shortstacks” é um bom co-meço, mas você deve seguir com coisasespecíficas, para que a anotação tenhapeso quando precisar dela mais tarde.Você deve adicionar mais informação,como: “Deu call em raise de $ 70 de umshortstack fora de posição com 44 e deucheck-raise all in em flop com três overcardse sem draws”. Uma anotaçãodessas já diz tudo.

Uma coisa que eu sempreanoto é sobre qualquer joga-dor que paga o blind na horaem que sentam na mesa decash game, em vez de esperarum pouco até o big blindchegarnele. Eles estão mesmo comtoda essa pressa para jogaruma mão? Colocar um blindfora de posição é uma jogadaterrível, especialmente UTG.Passa a sensação de impaciên-cia. Eu prefiro escrever umanota e incluir o tamanho doseu stack, algo como: “Postoublind em segunda posição comum stack de 20BBs”. Isso mefala muito sobre a impaciênciadesse jogador.

Claro que há sempre os doislados em todos os aspectos dopoker: lembre-se de que os ou-tros jogadores também podemestar escrevendo anotações so-

bre você. Isso é uma ótima razão para quevocê sempre esteja mixando o seu jogo. Écrucial que você saiba adaptar o seu jogo,especialmente online, pois as pessoas estãoprocurando por padrões muito mais doque no jogo ao vivo. Se você for pego ble-fando e perder algum dinheiro, não é sem-pre uma coisa ruim. Se você acha que seuadversário prestou atenção na jogada epode ter feito uma anotação sua, use esseconhecimento contra ele. Deixe-o ima-ginar que você é agressivo e depois façacom que pague seus value betsquando vocêtiver uma boa mão.

Você pode até criar notas de comoacha que certo adversário enxerga o seujogo, isso é um exemplo de quão avan-çado e detalhado o sistema de notas po-de ser. Comece fazendo anotações sim-ples das tendências dos seus adversá-rios. Se você incluir os detalhes certos,será recompensado em potes futuroscontra esses jogadores.

Saiba como transcrever a maneira dejogar de seus oponentes na internet

[email protected]

Paul Wasicka

Ganhou mais de US$6 milhões como vicecampeãodo Main Event da WSOP no ano de 2006, quandoJamie Gold foi o vencedor. Fez também uma mesafinal de etapa do WPT, em 2007.

FAZENDO ANOTAÇÕES NO

ONLINE

Sunset Strip, Walking Sticks, Bengalas 7 7

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Nesta nova seção da re-vista, vamos descrevere debater as principaisjogadas do SNG turbopromovido pela Flop erealizado no Full TiltPoker. A intenção é pas-sar estratégias, na práti-

ca, de como jogar este tipo de poker para osnossos leitores, pois muitos profissionais co-meçaram assim e, para quem é profissionaldos SNGs, pode-se notar que é uma modali-dade bem lucrativa.

Para realizar este sit-and-go foram convidadasnove pessoas que disputaram um torneio turbona modalidade NL Hold’em, com os blindsaumentando a cada cinco minutos e começan-do em 30/60. Cada jogador tem um stack inicialde 1.500 fichas, e a premiação é dividida entreos três primeiros colocados. O jogo teve dura-ção de 59 minutos. Conheça os jogadores par-ticipantes e suas colocações:

batalhaA

online1º Hellzito – William Arruda.Jogador regular de Sit & Go Turbo entre $ 27 e

$ 60 até 20 mesas.

2º DecanoBR – Thiago Decano. Jogador regular de torneios turbo de dez

mesas, migrou para os MTTs live e online.

3º victorbvieira – Victor Vieira. Leitor convidado da Flop, joga poker há

quase um ano e costuma frequentar os SNG de $ 1 a $ 3 e torneios de $ 1.

4º caiodream – Caio Brites. Jogador regular de SNG turbo de stakes entre

$ 27 e $ 60 até 20 mesas.

5º harryy88 – James Bordovski. Jogador inglês regular de cash game

online NL1000 até 12 mesas.

6º sampson724 – Joe Banks. Jogador americano, conhecido também

como "ender555", profissional online de MTT altamente respeitado.

7º pitaoufmg – Peter Mercini. Jogador regular de SNG entre $ 18 e $ 60

de até cinco mesas.

8º FELIPE_MOJAVE – Felipe Ramos. Conhecido jogador regular de MTT e

cash game live e online.

9º GUAZZELLI – Marcio Guazzelli. Leitor convidado da Flop.

Kicks, Route 66 6 6

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MÃO 1Blinds 30/60 e victorbvieira abre mini-raise do UTG e har-

ryy88 no UTG+1 dá re-raise para 225. Mesa roda em fold até oUTG que dá fold também.

victorbvieira: Recebi 77 e, como estava no UTG, fiz um mini-raise para sentir a mesa. Quando harryy88 voltou re-raiseresolvi largar a mão, pois não estava disposto a comprometermeu stack na primeira mão por um par de sete.

harryy88: Esta jogada é bem comum, ou seja, jogadoresoptarem por mini-raise em SNGs turbo. Como estava comuma mão forte, grupo 1 (AKs), dei um re-raise bem considerá-vel de 3,75x sobre o raise do UTG, ou seja, se ele resolvesse mepagar fora de posição, não teria odds, e já demostrei que se elevoltasse all in eu pagaria.

MÃO 5No mesmo nível de blinds sampson724 abre raise para 90 no

cutoff e FELIPE_MOJAVE, no big blind, folda com A5o.

Mojave: Normalmente não procuro defender meu blind nocomeço dos SNGs, a não ser que eu tenha uma mão grande.Tentar um move não é uma boa ideia para ganhar 100 fichas.

MÃO 8Essa mão foi o típico exemplo de como não se jogar no

começo de um SNG. Victor, nosso leitor, abre raise de middleposition para 90 com TJo. Guazzelli, outro assinante convida-do, dá re-raise com AKo do SB para 270 (uma boa apostapadrão). Victor dá call no re-raise e acerta o flop TAT. Guazzelliaposta 390 em um pote de 570 e toma call. Um 2 vem no turn e

Guazzelli vaiall in, das 855 fi-chas restantes,recebendo insta-call de Victor. Um 9no river não ajudaGuazzelli, que é o primeiroeliminado do SNG.

victorbvieira: Aumentei a aposta no pré-flop em 3BB, apostan-do num flush ou straight. Com o re-raise do Guazzelli, achei queele estava tentando roubar a mesa e paguei para ver o flop. Coma trinca que fiz, sabia que estava com a melhor mão da mesa,então resolvi apenas pagar os 390 do Guazzelli, para tentartirar o máximo de fichas dele. No turn ele deu all in e eu sabiaque tinha acertado o A ou estava tentando roubar o pote.Paguei instantaneamente e a adrenalina foi a mil.

e��

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Guazzelli: Com relação à minha eliminação,acho que cometi um único erro – pensei quetodos ali eram bons jogadores. Eu havia partici-pado de apenas uma mão, em que tinha A�Q� eaumentei três vezes o blind pré-flop, suficiente

para ganhar a mão ali mesmo. Logo depois eu tenho AKo nosmall blind e um jogador aumenta três blinds em posição média.Eu apliquei um re-raise de três vezes, principalmente para tentardeterminar a força da mão de meu oponente. Ele apenas pagou,o que para mim não é sinal de uma grande mão (na minhaopinião, em SNGs o slowplay não se aplica, principalmente nosprimeiros níveis de blinds, portanto, se ele tivesse uma mão forte,como AA, KK ou QQ, ele teria, ou deveria ter, aumentadonovamente). O flop trouxe TAT (duas de paus) – um bom floppara mim –, eu aposto cerca de 2/3 do pote (faria a mesma coisaem 80% dos flops. Em flops com o A ou o K eu apostaria a mesmaquantia de fichas. Se o flop não me ajudasse, apostaria um poucomenos e desistiria da mão após qualquer sinal de resistência porparte do adversário) e meu oponente deu call. Achei que elepoderia ter um Ás e um kicker pior que o meu (AQ ou até AJ).Não achei que ele poderia ter o T, nem algum tipo de draw. Como 2 no turn, e com 1.350 fichas no pote, estava seguro que tinha amelhor mão e não tinha outra opção a não ser apostar todas asminhas fichas. Recebi o call e meu oponente mostrou TJo. Sóum A me salvaria no river, e ele não apareceu. Não imagineininguém aumentando pré-flop daquela posição, no primeironível de blinds, com TJ, muito menos pagando um re-raise. Acheique só estaria perdendo de um AA ou TT. Nesse caso, parabénse paciência... Qualquer outra mão com um T ali não deverianem aumentar pré-flop, muito menos pagar um re-raise (emborao call com o TT também seja discutível). Restaram 120 fichas, eeu as coloquei em jogo logo depois com A� 4�. O big blind tinhaAK e ganhou a mão, me eliminando do torneio.

MÃO 16Com blinds em 25-50, Mojave abre raise no cut-off para 150

com QQ. No small blind, Caio dá re-raise para 555 com AKs.Mojave vai de all in e Caio paga prontamente. Aparece um Ano flop e Mojave é eliminado na primeira mão que joga.

Mojave: Situação clássica por aqui. Nada afazer. Por ser a minha primeira mão e o Caiosaber que não vou abrir raise de KQ no blindbaixo, eu achei que o raise de 555 foi muito alto,lhe custando muito pela informção, mas de-

monstrando também que ele não daria fold se eu voltasse all in.É fato que ele me daria call com AQ, AJ, JJ, TT e 99 domina-do, pois eu subi do cut-off e, mesmo sendo a minha primeira

mão jogada, a desconfiança aumenta nessa posição de roubo(só não sei se ele daria re-raise com essas mãos). Segundo amatemática dos SNGs, o call no meu all in se torna correto comQQ+, ou seja, QQ, KK, AA e AK.

Caio: Na verdade o re-raisepara 555 é praticamente um 3bet, mas,como o Mojave mesmo observou, significa que não vou largar opote. No momento tinha cerca de 1.350 fichas, 225 fichas, queera o pote, já representam quase 20% do meu stack, o que é umaquantidade de fichas que faz muita diferença em um SNG. Por-tanto, optei por dar o re-raise alto mesmo para que ele não inven-tasse de dar call na posição com pares menores. A partir domomento em que executei o re-raise, a ação já estava decidida:caso o Mojave desse call, seria all in com qualquer bordo.

MÃO 25Com blinds 30/60, caiodream abre raise para 188 com KK

de middle position (lembrando que já estávamos seven-han-ded). Do small blind, pitaoufmg dá re-raise para 455 com 99.Caio volta all in e pitaoufmg dá call. Caio vence a mão e setorna o chipleader do torneio com 4.360.

pitaoufmg: Acredito que o call foi umajogada precipitada de minha parte, umavez que tomei o re-raise all in. Era fato que amelhor situação para mim, se eu desse call,seria um coinflip.

Caio: Jogada padrão, raise 3x pré-flop e, ao tomar o re-raise,optei pelo push, pois sabia que, caso fosse 77+, levaria call,portanto, para não perder a ação que o flop assustasse,optei pelo all in.

Nickels, Presto, Speed Limit 5 5

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MÃO 26Já six-handed, sampson724 abre raise do botão de 3x, har-

ryy88 dá re-raise para 386 e toma all in quase que instantâneo.Harry dá fold e perde preciosas fichas, ficando com 1.204.

sampson724: Jogadas de re-steal que não se-jam de all in normalmente não funcionam emSNGs single table. E se ele realmente não tinhauma mão forte, a melhor opção mesmo seriadar fold e perder apenas 60 fichas.

MÃO 27Na mão seguinte harryy88 comete o mesmo erro. Sampson

mostra 88 e acumula 2.650 fichas. Até o momento Deca-noBR e Hellzito ainda não jogaram mãos e pareciam ser osjogadores mais experientes nessa modalidade de SNG.

MÃOS 28, 29 e 30DecanoBR abre raise do UTG e não toma call. Na mão se-

guinte ele é BB e, após raise do botão, Decano volta all in eHellzito dá fold. Na próxima mão Hellzito abre raise comAJ para 3x e toma call de caiodream no botão, com 88.Decano vai de all in no small blind pela segunda vez segui-da. Todos dão fold. Será que ele realmente tinha uma mãoou aproveitou a situação para fazer um move e arrecadarfichas? Sua estratégia foi aguardar os blinds subirem earrecadar fichas pré-flop?

Decano: Sem dúvida. Nas duas primeiras mãos, tinha AT.O all in na segunda mão é mais pelo takedown. Sabia que orange de mãos para o Will subir do botão era muito grandee que foldaria grande parte delas, já que meu all in eramuito alto em relação ao pote. Já no squeeze, os stacks eramperfeitos para o move. Havia 520 fichas no pote e muitotakedown, pois sabia que Will estava acelerando com po-sição e que, se Caio tivesse uma mão decente, daria re-raisecomo havia feito em duas oportunidades. Incrementei meustack em quase 50% em duas mãos sem showdown e sem cor-rer grandes riscos. Isso é muito importante quando se jogaum SNG, ainda mais se for turbo.

MÃO 32Caio abre raise de 3x com AJo no UTG+1 e Harry, no BB

com 66, dá call (ficando com 569 fichas para trás). O flop vem526 rainbow, Harry pede mesa e Caio vai de all in. Harry dácall com trinca no flop e dobra.

harry88: Resolvi dar call e ir para um stop-and-go. Já queacertei a trinca, dei mesa e ele veio com tudo, o que é bemcaracterístico nesse estilo de torneio.

Caio: Essa mão joguei equivocadamente. Um jogador deSNG regular daria call para um possível stop-and-go, por-tanto, no momento deveria ter analisado que o check deleera uma armadilha. Mesmo assim não imaginava que seriauma trinca, então acreditava que, caso levasse o call, joga-ria por seis outs.

MÃO 36Nos blinds 50-100, Hellzito, com nove big blinds, vai all in

no gap com A5o. Sampson faz um bom call com 77, mas o Ásaparece no flop e Hellzito dobra.

Hellzito: Este push do cut-off tem detalhes interessantes. Porexemplo, contra o range de mãos que meu adversário iriapagar, no caso 66+ AJ+ (menos do que isso, para o blind50/100, com certeza não seria bom contra um range de umdesconhecido), esse range representa 7,7% das mãos. Por cál-culos de ICM e EV+ que não caberiam na revista, três pes-soas para falar que só vão me pagar com 7,7% das mãos e,quando me pagarem, vou ter 28% de equity, sendo que é maisequity que A7o, por exemplo. Contando o fold equity, a joga-da passa a ser EV+.

O jogo fica mais estudado com uma série de raises pré-flopsem calls, ou seja, os jogadores estavam aplicando bem a es-tratégia de manutenção de stack. Por várias vezes tivemoswalk para o big blind. ��

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MÃO 61Ainda six-handed, Hellzito dá fold em ATo no UTG+1.

Hellzito: O fold em ATo no UTG é bem standard com blinds60/120 e 1.730 de stack. No momento tenho aproximadamente15 BB e tenho sido, junto com o Decano, o jogador mais ativoda mesa. Arriscar um raise de ATo sem posição certamente nãoé uma boa estratégia.

MÃO 65Blinds 100/200 e Sampson, no UTG, vai de all in com 1.300

fichas (cinco BBs) com A8s.

sampson724: Com cinco big blinds em uma mesa six-handed,eu sempre procuro ir de all in quando tenho uma mão média,pois é muito importante que consiga trabalhar na manutenção.Do contrário, terei que ir de all in na próxima rodada com qual-quer mão no big blind.

MÃO 67Ainda nos blinds 100/200, Hellzito no UTG+1 vai all in com

dez BBs com QJs. Sampson, no botão, dá call com ATs. De-pois de um T no flop e um K no turn, a vantagem ainda é deSampson, mas um J aparece no river e Hellzito acerta um deseus seis outs e derruba Sampson.

sampson724: Acho a jogada dele muito ruim. Abrir all in com10BBs fora de posição com QJs é muito arriscado. Meu callé bemstandard e vai ser vencedor a longo prazo. Infelizmente não corrimuito bem nesse SNG, pois perdi sempre que fui favorito.

Hellzito: Meu stack era de 1.904 e custava 300 a volta, ou seja,um pouco mais de 17% do meu stack. Pela frente tinha o caio-dream (3.441), DecanoBR (2.442) e victorbvieira (2.610).Eles têm um range muito restrito para me dar call por causade seus stacks. Não me dariam call com menos que AJs+ 99+,mesmo estando muito ativo, já que, se dão call, a longo prazopelo cálculo de ICM contra o meu range e pelos stacks, comcerteza a longo prazo eles perderiam dinheiro. Consideran-do o fold equity mais minha posição na mesa e o range que euvou tomar call desses três jogadores, o push com certeza ébom. Relembrando que com os blinds em 100/200 já existe anecessidade de se movimentar, uma vez que ficar sem take-down em um SNG é um dos maiores erros que podem sercometidos. Já o sampson724 fez o call certo, porém, mesmoassim, não é standard. Para concluir, tinha JQo contra ATo e aequidade é de 41% a 58% – nenhum absurdo.

MÃO 82Harry, com 975 fichas, vai all in no UTG com A3o e toma

call de Victor no BB com KJs. Um Ás aparece no flop e dá avitória para Harry.

victorbvieira: Nesse momento do jogo, estavacom 3.395 fichas e acreditei que o Harry estavatentando roubar os blinds. Nessa hora resolvitorcer para virar meu flush, mas infelizmente veioo Ás dele, o que me levou um bocado de fichas.

Até o momento, Hellzito é de longe o jogador mais agressi-vo e faz movimentos de all in frequentes para roubar os blinds.Decano também pratica esses movimentos em posição.

Decano: Percebendo que a mesa estava bem tight, resolviroubar três blinds seguidos five-handed. Eu tinha Q2s,K6o eQ8o. De 2.397 fui pra 3.777 sem showdown. Fichas muito va-liosas nesta modalidade.

MÃO 86Com blinds 150/300 e ante 25, Hellzito vai all in no botão

com A2o para roubar os blinds. Caio, com 1.841 fichas, dácall no small blind com ATo. Desta vez ele não ganha, mastambém não perde, pois dois pares aparecem no bordo e opote é dividido.

Caio: Jogada standard tanto o push quanto o call , eu acredito.

Sailboats, Barcos a Vela 4 4

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Hellzito: Eu estava no botão e a situação de fichas do torneioera esta: DecanoBR (3.777), victorbvieira (2.710), harryy88(1.710), Hellzito (3.287) e caiodream (2.016). Notem que estáse aproximando da bolha e existem dois shortstacks (caio-dream e harryy88). Ambos são os favoritos para caírem nabolha, portanto o range do Decano para pagar meu all in seriamuito restrito, e por saber que ele é um grande jogador deSNG, provavelmente só iria me pagar com 99+ AKs, querepresenta somente 4% das mãos. Da mesma forma queposso ser eliminado nesse all in, ele também pode perdertoda sua chance de ficar no dinheiro. O range do Caio, parapagar, com certeza é A8+ 55+, o que representa 12% dasmãos. Colocando num software que calcule equidade,chega-se à conclusão de que a jogada é 0,9 vencedora, lem-brando que há 600 no pote e meu fold equity é muito bom.

MÃO 89Mesa roda em fold e Harry, no small blind, vai de all in de

1.335 fichas com 59s. Hellzito dá call com K9 e vence a mão.

harry88: Eu tinha 4,5 BBs e optei por tentarroubar o blind, o que não foi uma boa ideia.Só depois fui ver que o BB era o chipleadercom4k em fichas.

MÃO 92Agora, four-handed e na bolha, Caio vai all in no botão com

KJo. Decano dá instacall no SB com A8. Caio acerta middle paire straight draw, mas, quando seu segundo par vem no turn,Decano faz sequência até A.

Caio: KJ no button em sit-and-go turbo é umamão muito forte e pede um push, para ma-nutenção do stack. Na verdade este KJ estámuito acima do range normal de push no botãonaquela situação.

Decano: Pelo range de mãos em que o Caio roubaria os blinds,eu sabia que meu A8 provavelmente estava na frente. Aliás,foi meu primeiro showdown neste SNG.

Agora todos estão ITM (three-handed).

MÃO 94Com os blinds ainda em 150/300 ante 25, Victor, assinante

da revista, abre all in de 1.585 fichas do botão com A7s. Hell-zito dá fold em A5o e Decano, com 5.631 fichas, dá call com J2s.Victor acerta o 7, mas Decano acerta seu flush no river e elimi-na Victor, que fez uma boa jogada.

Hellzito: Victor estava jogando muito tight e se segurando bas-tante. Não achei que meu A5o estivesse na frente, e, se esti-vesse, com certeza seria muito pouco. Não vale a pena com-prometer meu stack nesse call.

victorbvieira: Nesse momento do jogo os blinds estavam aca-bando rapidamente com meu stack. O Decano e o Hellzitoestavam com quase 6.000 fichas cada um e a única forma deme manter vivo no jogo era dobrar minhas fichas ou, na piordas hipóteses, ganhar 525 fichas dos blinds, o que me daria maisum fôlego para esperar por uma mão melhor. Infelizmente, noturn virou o meu par de 7 e o flush do Decano. ��

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Decano: Matemática pura! Pelo stack de Victor, sabia queele teria any two. J2 é 42% favorito neste caso, dando-me potodds de sobra.

Vamos ao heads-up entre Hellzito, com 5.434 fichas, eDecanoBR, que lidera com 7.566 fichas.

Mão 99Uma mão muito interessante no HU. Blinds 200/400 ante

50, e DecanoBR, com 45o, dá raise para 989. Hellzito, comQQ, dá somente call. O flop vem ATJ rainbow. Decano apos-ta 1.325 e Hellzito dá call. O turn trás outro A e Decano con-tinua apostando, desta vez colocando 1.725 fichas num potede 4.728 fichas. Hellzito dá call novamente e ambos joga-dores dão check no river, que é um 2. Hellzito puxa belopote e Decano fica com 3.000 fichas.

Decano: No HU, especialmente turbo,leva mais vantagem o mais agressivo.Resolvi dar raise com posição em pratica-mente todas as mãos. Mesmo se tomasseum re-steal, pelo valor da minha aposta e

pelo pote, minha estratégia seria EV+ e obrigaria Will ajogar sem posição. O flop foi excelente para mim, poissabia que se Will tivesse o Ás me voltaria pré-flop.Apostei pouco menos de 2/3 do pote e, quando ele deucall, dei-lhe um J ou T. O turn foi péssimo. O novo A deuao segundo par muita força. Apostei para que Willfoldasse um T ou um pocket menor que o board. Nosegundo call desisti do pote, já que sabia que Will pagariameu all in no river por pot odds. Will deu um slowplay

muito bom, mas, caso o turn fosse outra carta, eu provavel-mente compraria o pote.

Hellzito: Quando só dei call foipor slowplay mesmo. Achei queo Decano estava num steal, en-tão achei melhor só pagar e ten-tar arrumar pelo menos um c-betque viria. O flop aparece comTAJ. Não achei que o Decanotinha esse A, já que, se tivesse,provavelmente colocaria tudopré-flop. Preferi o check-call e se-gui meu plano de slowplay. No

turn dei bastante sorte, outro A facilitou muito meu traba-lho. Mais uma vez dei check-call para induzi-lo a um segundoblefe, e funcionou. Mais uma vez não voltei nele, já que emnenhum momento ele iria largar um A e provavelmentelargaria todas as outras mãos nesse momento. No river nova-mente dei check para ver se ele tentava um último blefe e, derepente, se ele tivesse um J, poderia achar que tem a melhormão e dar um all in no river por valor, mas infelizmente eledesistiu da mão.

Mão 103Decano vai all in no SB com 45o e toma call de K4o de

Hellzito. Decano acerta o 5 no turn, mas o K aparece no riverpara Hellzito.

Fim de jogo. Hellzito vence o primeiro SNG da Flop. �

Crabs, Caranguejos 3 3

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De acordo com a definiçãodo Dicionário Houaiss daLíngua Portuguesa, ran-king é uma “classifica-

ção ordenada de acordo com critériosdeterminados”. Nas diferentes modali-dades esportivas, rankings são organi-zados para classificar os competidoresao longo de vários campeonatos ou tor-neios. Os critérios variam conforme oesporte, o país, a época, etc. – mas, ain-da que sua aplicação sempre gere algu-ma polêmica, todo ranking busca sualegitimação. E é isso que o ranking bra-sileiro SuperPoker vem conseguindo acada ano que passa, tendo sido o pio-neiro em termos de rankings nacionaise até hoje o mais respeitado termôme-tro dos resultados dos jogadores de tor-neios brasileiros.

A partir de janeiro de 2008, o rankingSuperPoker começou uma nova fase,

sendo atualizado constantemente, desegunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas,e, a partir daí, pegou de uma vez por to-das. O site, criado em 2005 por AndréAkkari, Leandro “Brasa”, Victor Mar-ques e Fábio “Deu Zebra” sempre tevecomo um de seus carros-chefes o ran-king brasileiro de poker. Atualmente,divide-se em quatro categorias: o princi-pal é o Ranking Brasileiro, que conta to-dos os resultados em torneios ano a ano.Só são válidos torneios com o mínimode 40 participantes e buy-in acima deUS$ 3 ou seu correspondente em reais.Além deste, há o Ranking Anual Live eo Ranking Online, separados para queexista um melhor estudo e comparaçãosobre jogadores que apenas jogam umdos formatos. Finalizando, foi criado oRanking SuperPoker All Times, quesoma os pontos do Ranking Brasileirodesde a criação do site.

SUPERPOKER RANKING

corrida

Cerca de mil jogadores doPaís participam do rankingSuperPoker desde sua es-treia, incluindo muitos dos

maiores jogadores do Brasil na moda-lidade de torneios multi-table. Nomesconsagrados do poker brasileiro comoAndré Akkari, Christian Kruel, Ale-xandre Gomes, Leandro “Brasa”, Igor“Federal”, Léo Bello e João Marcelodisputam posições com as revelaçõesdos últimos anos como Thiago “The-Decano” Nishijima, Luiz Filipe de An-drade, o “Mestrefilipe”, Caio Pimen-ta, BrunoGT, Kima e Diego Nakama,em uma saudável briga pelos primei-ros lugares.

No ano de 2008, a disputa pela lide-rança foi emocionante. No primeirosemestre, Thiago Decano e Mestrefi-lipe travaram uma boa batalha pelo pri-meiro lugar, mas não contavam com o

topoA

para o

10 9 8 7 6

Ducks, Dois Patinhos 2 2

superpoker_11 07/02/09 12:45 AM Page 36

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surgimento de uma nova fera dosMTTs, Caio Pimenta, que, a partir dasegunda metade do ano, pulou nafrente para não mais sair. Caio joga pre-dominantemente no PokerStars, FullTilt e Best Poker. Seu desempenho em2008 o coloca como um dos favoritosao Prêmio Flop de revelação do ano, jáque o rapaz tem apenas 18 anos e surgiucomo um cometa nos noticiários espe-cializados.

Thiago Decano – vencedor doranking em 2007 – acabou fi-cando com a segunda posiçãoem 2008, mostrando nova-

mente que é um dos mais sólidos con-correntes, sobretudo nos torneios onli-ne. Decano abriu uma grande vanta-gem sobre os demais competidores noranking de todos os tempos (All Ti-mes). Ele joga principalmente no sitePokerLoco, no qual seu nick “TheDe-cano” tornou-se famoso. Em 2008, eletambém conseguiu a façanha de chegarem terceiro lugar no WPT de Barce-lona, um feito acompanhado ao vivopelos brasileiros, via internet.

Luiz Filipe Ferreira de Andrade ficoucom a terceira posição, consolidandoseu sugestivo nick de “Mestrefilipe”,que, a cada ano que passa, parece maisadequado ao desempenho desse jo-gador de Curitiba. Outro forte concor-rente ao prêmio de revelação de 2008,Luiz Filipe joga principalmente noPokerStars e obteve um grande resulta-do em torneio paralelo no EPT deMonte Carlo.

Bruno Gonzales Terra é um nomepouco conhecido no cenário do poker,mas seu nick “BrunoGT” já é muito res-peitado aqui e lá fora, graças aos in-

críveis desempenhos do brasiliense noPokerStars. Com dezenas de mesas fi-nais do US$ 109 com re-buys, entre ou-tros belos resultados, ele terminou emquarto lugar no ranking de 2008. Aindanão alcançou grandes resultados ao vi-vo, apesar de ter chegado perto de umbom prêmio no LAPT do Rio.

Em quinto lugar ficou Christian Kruel,o “CK”, pioneiro do Texas Hold’em noBrasil, que dispensa apresentações. Em2008, ele foi um dos jogadores brasilei-ros contratados para a equipe de profis-sionais do FullTilt, juntamente comRaul Oliveira e Leandro “Brasa” Pi-mentel. Entre dezenas de ótimos re-sultados online, CK também conquis-tou uma grande mesa final no torneiomilionário do Conrad.

Sérgio Penha, ou “shg18”, é um joga-dor que nunca saiu da lista dos top 10.Teve um final de ano com muitos bonsresultados e terminou em sexto lugar.Penha é um dos mais regulares joga-dores online do Brasil, chegando sem-pre em torneios importantes e de altonível técnico. Ele dá mostras de quenão será diferente em 2009, pois ini-ciou o ano a todo vapor, brigando cor-po a corpo no topo do ranking.

Norson Saho foi o jogadorque mais rapidamente gal-gou posições no ranking de2008, aparecendo no ran-

king apenas na metade do ano e conse-guindo terminar entre os dez melhores,na sétima posição. Norson tem a seufavor um volume de jogo impressio-nante, jogando em diversos sites dife-rentes, com múltiplas mesas. Entre seusnicks – que são particularmente origi-nais – há o “Newbie_Dog” do Full Tilt,

o “BrazilianEye” no PokerStars, e “Jenni-ferWood” no Everest. Assim como Sér-gio Penha, Norson abriu 2009 com for-ça total e, se tudo seguir como o mês dejaneiro, tem grandes chances de lideraro ranking para o ano inteiro.

Diego Nakama é outro dosgrandes nomes brasileirosdos MTTs, conhecido nãosomente por seus excelentes

resultados, como por seus artigos sobretorneios multi-table que escreve para osite MaisEV. Com seu nick “Nakama-tor”, fechou o ano em oitavo lugar.

Em nono lugar vem outra fera respei-tada no cenário internacional do pokeronline: Humberto Kim, mais conhecidopor todos como Kima. O jogador deSão Paulo teve um excelente ano jo-gando os maiores torneios online do pla-neta. Seus nicks mais conhecidos são“KtheKing” no PokerStars e “K7MA”no FullTilt.

Em 2009, além de continuar com umbom ritmo de apuração e aprovação deresultados, a equipe do site prometeainda algumas novidades, como umapremiação para os primeiros coloca-dos. Essa e outras possíveis mudançasestão ainda em fase de estudo e, assimque divulgadas, vocês poderão ficarsabendo de tudo pelo site e aqui tam-bém, na Flop. Portanto, mandem seusresultados, e que os melhores termi-nem o ano com o nome no alto da lista,ganhando o respeito de toda a comuni-dade do poker brasileiro.

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1

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POKER PRÊMIO FLOP

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FEVEREIRO | 39WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

no ao mesmo tempo, com uma festa ani-mada e bem-feita. “É importante termostroféus bonitos e de qualidade, uma boafesta com bebida e música, bons apre-sentadores, iluminação e, claro, algumassurpresas para o pessoal presente e quemacompanhar a cobertura de casa”, expli-ca nosso editor-chefe.

Junto com o fechamento desta edi-ção, estão sendo finalizados os últi-mos detalhes para a festa, que vai

acontecer em março, em São Paulo. Oespaço comportará cerca de 200 pes-soas e os convites são restritos aos indi-cados e personalidades do poker na-cional, com seus acompanhantes.

Antes de chegar ao dia da premiaçãode fato, muito planejamento e pré-pro-dução ocupou os escritórios da EditoraFlop e a cabeça dos envolvidos. O prin-cipal deles foi a própria premiação: osistema de votação pelo site, a lista deindicados e o vencedor. O sistema depré-indicados pelo site surgiu após umextenso debate entre os envolvidos,que estavam divididos entre duas for-mas: ou colocavam-se as categorias eum campo em branco para que o elei-tor sugira o nome desejado, ou já tra-riam uma lista de nomes indicados.

No primeiro caso, muita gente não te-ria na memória os candidatos, e assimos resultados mais recentes, do fim de2008 ou até do início de 2009, estariammais frescos na cabeça dos eleitores, oque poderia criar um resultado irreal,além de pulverizar demais votos diver-sos. Então foi decidido que seria criadauma lista de pré-indicados, mesmocom os organizadores tendo a certezade que nomes seriam esquecidos, al-guns seriam injustiçados, outros seriamquestionados e tudo o mais.

A partir daí, foi feita grande pesquisanos sites e rankings nacionais, foramresgatadas notícias de resultados em todoo ano, e houve muita conversa com de-zenas de pessoas em diversas regiões do

Meses depois do lança-mento da ideia donosso editor-chefe,Juliano Maesano, es-tamos nos aproxi-

mando da concretização de um dos pro-jetos que mais podem solidificar o pokernacional: a entrega do Prêmio Flop2008. Quando chamou André Akkari,então sócio da revista, e entraram nasala do companheiro Igor Federal, aideia que Maesano passou a eles eraespelhar-se na história da Academia deFilmes norte-americana e do Oscar, quecomeçou em 1929 com um jantar bemsimples, para menos de 250 pessoas, nosalão do Roosevelt Hotel, em Holly-wood, e hoje tornou-se um dos maiscaros programas de televisão, assistidoanualmente no mundo inteiro.

O projeto do Prêmio Flop, para seucriador, não é megalomaníaco a ponto devislumbrar uma festa televisionada para omundo inteiro, mas sim começar comalgo charmosa e atraente, para, com osanos, crescer em tamanho e importância,e então atingir seus dois maiores obje-tivos: o primeiro, de premiar aqueles quevivem o dia-a-dia do poker brasileiro elutam pelo seu crescimento, e o segundo,como o Oscar, de fazer com que a própriaindústria do poker nacional e mundialseja mais reconhecida pela sociedade.

Para isso, o evento contará com tudo oque for possível dentro do atual estágiode desenvolvimento do poker nacional.“Nossa ideia é ter uma assessoria de im-prensa e documentar o evento paraceder o material a sites, jornais, revistas,rádio e televisão, tentando até atrair algu-mas dessas mídias para a própria festa depremiação, o que não acho que será fácilno primeiro ano”, conta Maesano, “mas,dependendo do sucesso e do crescimen-to do prêmio e do poker brasileiro, nadaimpede que, com o tempo, tenhamos es-paço na mídia em geral.”

Para viabilizar esse crescimento sus-tentável, a ideia é pensar grande e peque-

País e áreas do poker, como gerentes edonos de clubes, jogadores, organi-zadores, dealers e membros da mídia.Com todos esses dados foi-se criandouma lista de indicados, levando em contaos nomes mais lembrados pela maioria.

Uma alteração feita pouco antes dosite entrar no ar, foi a inclusão docampo “Outros” em todas as ca-

tegorias, em que o eleitor pode nomearqualquer pessoa ou instituição em seuvoto. “Como a lista de indicados sem-pre será incompleta, acho que foi a me-lhor forma de tentar solucionar esseponto”, conta Maesano, “e olhem, aprévia da votação está apresentandomuitos votos em ‘Outros’.” Obviamen-te que, no caso de alguém surgir commuita força em uma categoria, ele aca-bará por ter grandes chances de figurarentre os cinco finalistas.

Igor Federal revela os detalhes daescolha final: “A ideia é pegar a votaçãovia internet e selecionar os cinco maisvotados em cada categoria. Daremosesses nomes a uma lista de cinco a dezespecialistas selecionados, e eles darãoseus votos colocando todos selecionadosem ordem, do primeiro ao quinto. Cadaposição equivale a uma diferença depontos, e assim teremos a seleção final,sendo que a própria votação via internetconta com um especialista, também”.Federal nos explicou que ele e Maesanochegaram a esse formato a fim de evitarque alguém pedisse a muitos amigos queentrassem só para votar em seu nome, ouconseguisse invadir o sistema de votaçãoe manipulá-lo. “Portanto, a votação viainternet é apenas o início de todo o pro-cesso”, explica Juliano Maesano.

Outros momentos esperados para afesta serão os prêmios especiais da re-vista Flop e mais uma ou outra surpresaque já está sendo preparadas pelos or-ganizadores e parceiros. Acompanhemas novidades pelo site da revista, ondetodos os detalhes serão divulgados se-mana a semana. ��

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Tower Cruise II

LAPT Rio

Rio Poker Fest

Zahle 300K

Melhor Torneio no Brasil

Melhor Série de Torneios

Ases do Poker

BSOP

Circuito ABC

Circuito Mineiro

Circuito Paulista

Circuito SanJoanense

Circuito Santista

Floripa Open

Liga Blumenauense

Liga Curitibana

Rio Series of Poker

RSPOKER

D.C.

Elton Cz

Heitor Miguel

Igor Federal

Juliano Maesano

Robigol

Rodrigo "Bud"

Melhor Dealer

Aline Lopes Souza (SP)

Amir Harbache (RJ)

Andrea Lopes Souza (SP)

Bruno Paschoal (SP)

Dener Melo (SP)

Diana Katherine (SP)

Diego Eduardo (SP)

Fernando Soares (SP)

Jason (SP)

Juliano Camargo (SP)

Juninho (SP)

Larissa Bonci (SP)

Martinha Dias (SP)

Natália (CE)

Patrícia Pinho (SP)

Pedro Neto (SC)

Raí (SP)

Renilson Batista (RJ)

Thiago Reis (SP)

Vernoil Henrique (SP)

AbsolutePoker

BestPoker

BetBoo

CakePoker

Everest

FullTiltPoker

JogoBrasil

ParadisePoker

PartyPoker

PKR

PokerRoom

PokerStars

TitanPoker

TowerTorneos

UltimateBet

Melhor Organização de Torneios

ABC

Full House

Nutzz

Stack Eventos

Melhor Diretor de Torneios

Melhor Software de Poker

CATEGORIAS

Big Slick, Anna Kournikova A K

premio flop_11_B 07/02/09 3:16 AM Page 40

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FEVEREIRO | 41WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

Melhor Jogador de Sit-and-go

Zidane Marcos XT Roberto RiccioWilliam Arruda

Caio PessagnoDiego BrunelliRodrigo SeijiCaio Brites

Bellagio Las Vegas

Caesars Las Vegas

Casino Iguazú

Casino Trésor Bariloche

Conrad Punta del Este

Horseshoe Las Vegas

Mandalay Bay Las Vegas

Mantra Punta del Este

MGM Grand Las Vegas

Mirage Las Vegas

Monte Carlo – Mônaco

Paris Las Vegas

Rio Las Vegas

Stratosphere Las Vegas

Tower Cap Cana

Tower Yacht Golf Club Asunción

Treasure Island Las Vegas

Venetian Las Vegas

Wynn Las Vegas

Melhor Jogador de Mixed Games

Melhor Cassino

Melhor Jogador

de Cash Live

Academia do Poker

All In Moema

All In Tatuapé

APOKER

Caiçara

Dealer Alphaville

Espaço Zahle

Grêmio Itaim

H2

LaTorre

Liga Curitibana

Omega

Rock Poker

Royal Texas Itu

Texas Fortaleza

Tronicx

Único Texas Club

Melhor Clube

André Akkari

Daniel Cantera "Tevez"

Felipe Mojave

Gamarra

Igor Federal

Juliano Maesano

Kleber Kaplar

Robigol

Zezão

Alex Terra

Alexande Rodrigues

Fabio Colonese

Felipe "Pipo"

Felipe Rocha

Igor Federal

João Marcelo

Leonardo "Lelé Guarita"

Marcelo Amadeu

Paulo Cesar – PC

Piragibe Lindolfo

Rafael Vieira

Rodrigo "Zidane"

Rodrigo Tatisawa

Salsicha

Sérgio AT

Vinicius Marques

Wagner "Indio"

premio flop_11_B 10/02/09 12:10 PM Page 41

Page 42: Revista Flop

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Alessandra Braga

Alexandre Gomes

André Akkari

André Pardal

Bruno Foster

Caio Fan

Christian Kruel

Christian Toth

Cinthia Escobar

Claudio Baptista

Cristiano Fernandes

Eduardo Marra

Eduardo Sequela

Felipe Mojave

Fernando Issas

Gabriel Almeida

Gabriel Otranto

Giovanni "Tr3CooL"

Igor Federal

Kima "KtheKing"

Leandro Brasa

Leo Bello

Luiz "Mestrefilipe" Andrade

Luiz Geraldo Campêlo

Marcelo Dabus

Maridu

Nelson Dantas

Newton Valério

Rafael Caiaffa

Raul Oliveira

Robigol

Rodrigo Garrido

Rodrigo Grow

Rogério Halpern

Rogério Whitaker

Salim Dahrug

Salsicha

Sergio Braga

Sergio Brun

Thiago Decano

Tito Feltrin

Ton Azevedo

Virgilio Aoki

Rafael Caiaffa

Luiz “Mestrefilipe”

KimaDaniel Hoory

Bruno GT

Caio Pimenta

Giovanni “Tr3CooL”

Gualter Salles

Jogador Revelação

Melhor Jogador de Torneios Live

Daniel Cantera "Tevez"

Fábio Deu Zebra

Felipe Mojave

Guilherme Chenaud

Igor Federal

Jorge Breda

Rodrigo Tatisawa

Melhor Jogador de Cash Online

Albert "r3vbr"

André Akkari

Felipe Mesquita

Giovanni "Tr3CooL"

Ivan Santana

Jorge Breda

Leonardo Bueno

Marcelo "urubu111"

Raul Oliveira

Rodolfo Lacerda

Rodrigo "Zidane"

Melhor Jogador de Omaha

Big Chick, Little Slick A Q

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Page 43: Revista Flop

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Hércules Lutkus

Juliano Maesano

Leo Bello André Akkari Igor Federal

Melhor Jogador de 2008

Melhor Fórum de Poker

Personalidade de 2008

André Akkari

Bruno GT

Caio Pimenta

Christian Kruel

Daniel Hoory

Diego Nakama

Felipe Mojave

Gabriel Almeida

Giovanni "Nordeste"

Gualter Salles

Hugo Adametes

Igor Federal

Jean Carlo Martins

João Marcelo

Joel Oliveira

Kima "KtheKing"

Leandro Brasa

Luiz "mestrefilipe" Andrade

Maridu

Mauro Nomura

Norson Saho

Raul Oliveira

Salim Dahrug "LICO01"

Sergio Penha

Thiago Decano

Melhor Jogador de Torneios Online

ClubedoPoker

PokerMania

MaisEVAlexandre Gomes

André Akkari

Bruno GT

Caio Pimenta

Christian Kruel

Felipe Mojave

Kima "KtheKing"

Leandro Brasa

Luiz "mestrefilipe" Andrade

Rafael Caiaffa

Raul Oliveira

Thiago Decano

Melhor Cobertura de Torneios

Melhor Trabalhopara Divulgação

do Poker

PokerNews

CardPlayer Brasil

Revista Flop

SuperPoker

Aprendendo a Jogar Poker

Programas da ESPN

Programa Tower Torneos

Revista CardPlayer Brasil

Revista Flop

Melhor Site de Conteúdo

ClubeDoPoker

MaisEV

MeBeliska

PokerNews

PokerWorks

SuperPoker

premio flop_11_B 07/02/09 3:17 AM Page 43

Page 44: Revista Flop

44 | FEVEREIRO

No dia 1º de abril come-çará mais um dos ines-quecíveis torneios brasi-leiros: o Tower Cruise

III. Desta vez os jogadores de pokerembarcarão no Mistral, da CVC. Outrodetalhe é que as vagas são extremamentelimitadas, com menos de 220 inscriçõesdisponíveis para o Main Event. Metadedessas vagas estão sendo disputadas pe-los satélites online do Tower Torneos, quedão direito a diversos tipos de pacotescom sistema all-inclusive, que prometemuita festa para os participantes.

Todos os pacotes incluem o trasladode São Paulo a Santos, o buy-in de US$800 e, para quem conseguir a vaga pelosite, há também US$ 500 para despe-sas de transporte até São Paulo, já que

muitos jogadores do site vêm de diver-sas regiões da América Latina.

Dos pacotes online temos o maiordeles, o Diamante, equivalente a US$3.500. Com ele, o jogador leva umacompanhante para uma suíte externacom varanda. Os satélites disputadosno site do Tower para o pacote Dia-mante ocorrem aos domingos, segun-das, quintas e sábados, com buy-in deUS$ 36, dois re-buys e um add-on. É otorneio mais técnico da grade de sa-télites. Outra boa opção é o pacote Ou-ro, de US$ 3.000, que inclui uma ca-bine com varanda. Esses satélites acon-tecem às terças, com buy-in de US$ 30,re-buys ilimitados e um add-on. Fina-lizando, temos o pacote Prata, de US$2.600, que contempla o vencedor com

TOWER CRUISE III

uma cabine interna. Essas ocorrem àsquartas e sextas, com buy-in de US$ 20,re-buys ilimitados e um add-on.

É bom lembrar que todas as etapascontam pontos para um ranking da Co-pa Cruise, que dará dois pacotes espe-ciais na Suíte Royal, um para o lídergeral do ranking e outro para o cam-peão da final, um torneio com os 60melhores qualificados. Esta suíte incluio quarto com sala e varanda, televisãoLCD, jacuzzi e até sauna.

Sobre o evento em si, quem acompa-nhou as duas primeiras edições sabe daqualidade e experiência agradável que épassar alguns dias jogando poker em umcruzeiro, ainda mais se houver uma aju-dinha dos mares. O Tower Cruise III ga-rante R$ 350.000 e tem a seguinte estru-

ao

Jogadores

marao

Jogadores

mar

Johnny Moss A T

towercruise_11 09/02/09 7:11 PM Page 44

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FEVEREIRO | 45WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

tura: buy-in de US$ 800 (3.000 fichas),dois re-buys de US$ 400 (3.000 fichascada) e add-on de US$ 800 (6.000 fichas).Os níveis de blinds são de 35 minutos,com uma estrutura bem similar à do RioPoker Fest. “Nós estamos estudando amelhor estrutura de blinds possível parao evento, cientes de que ela só não podeser mais suave porque é uma viagemcurta e o torneio tem que terminar e serdesmontado quando o navio atracar emSantos”, explica a direção da Stack Even-tos, empresa responsável pela organiza-ção do Rio Poker Fest e garantidos doZahle, que também ficará a cargo desteTower Cruise.

Os organizadores farão dois turnosiniciais nos dias 1º e 2 de abril, e a final,com os jogadores sobreviventes, du-

rante todo o último dia e madrugada. Ocruzeiro visitará Búzios e Angra dosReis, onde o navio ficará próximo auma ilha privativa da CVC. “É comgrande prazer que garanto minha pre-sença em mais uma viagem da Tower,pois sei que jogarei um torneio commuita gente boa e irei rever vários ami-gos. Como os cruzeiros anteriores,além de aproveitar um ótimo passeio,terei a chance de faturar um belo prê-mio e garantir o meu ovo de Páscoa.Sonho?”, pergunta Marcelo Lopes, o“Bicheiro”, que já garantiu seu pacoteem um satélite do Tower.

Brigando pelo prêmio certamente es-tarão outras figuras carimbadas dos tor-neios do Tower, como Fernando Issas,Paulo “Cheroki” Peres, Giovanni “Nor-

deste” Brillantino e José Roberto Ra-mos, o “Fumo”. Além da alegria e infor-malidade dos participantes, algumascoisas são certas: muita gente vai apro-veitar o sistema de comidas e, principal-mente, de bebidas all-inclusive, e muitagente vai aproveitar também o side gameformado no rastro do evento, que con-tará com bastante action.

Virgílio Aoki, vencedorda segunda edição

Os finalistas do Tower Cruise I

Os finalistas do Tower Cruise I

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PCA BAHAMAS

A temporada 2009 do poker mundial começoumais uma vez em grande estilo, com a disputado PCA 2009, primeiro “major” do ano e etapaválida para o European Poker Tour (EPT). Nabela cidade de Nassau, capital das Bahamas,

1.347 jogadores (cerca de 200 a mais do que em 2008) dediversas regiões do planeta se reuniram no belíssimo AtlantisResort para uma semana de poker de primeira qualidade.

O buy-in para o evento principal foi de US$ 10.000, mas agrande maioria dos jogadores se classificaram por satélitesonline e, por isso, acabaram investindo bem menos para par-ticipar do torneio. O prize pool gerado pelo número recordede inscrições foi de US$ 12.674.000, que seriam distribuídosaos 199 melhores no evento. O prêmio estipulado para oprimeiro colocado foi de US$ 3 milhões, um milhão a maisdo que levou o vencedor em 2008, Bertrand “ElkY” Gros-pellier. A primeira faixa de premiação (do 199º ao 131º) pa-garia US$12.500.

No primeiro dos dois dias iniciais do evento havia 668jogadores no field, e a esquadra brasileira foi representadapor Diego Vilela, Sérgio Braga, Felipe “Mojave” Ramos eLeandro “Brasa” Pimentel. Dos quatro, apenas Vilela não se

AsestrelasBahamasnas

classificou para o Dia 2. Sérgio Braga e Brasa passaram comstacks modestos, respectivamente 31.000 e 39.000 fichas. JáFelipe Mojave teve um dia incrível e, ao final, tinha aumen-tado seu stack inicial, de 20.000 fichas, em cerca de 18 vezes,terminando o dia como chip leader entre os 188 que avan-çaram, com 360.100 fichas.

Mojave, detentor dos melhores resultados brasileiros emtorneios do EPT, com até então dois ITMs em quatrotorneios disputados, começou a crescer quando dobrou seustack pela primeira vez ao vencer um coinflip com A�K� con-tra QQ. O famoso ace on the river deu o pote a Mojave, quesubiu para cerca de 100.000 fichas, ficando entre os líderesdo torneio. Mantendo o jogo sólido e de qualidade que o fezser um dos mais respeitados jogadores brasileiros no circuitomundial, Mojave continuou crescendo e já havia dobradomais uma vez – ao conseguir uma trinca no flop – quando seenvolveu em uma mão com QQ e pegou um par de ases pelafrente. Mas o domínio do adversário terminou logo após oflop, que trouxe uma Q. Ao puxar mais esse pote e ficargigante, o brasileiro – então chip leader com folga sobre osdemais – virou o centro das atenções no salão, atraindo aimprensa mundial e outros jogadores, que vinham ver quem

Foto

Christo

pher B

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Dead Man's Hand, Mão do Morto A 8

PCA_11 07/02/09 1:02 AM Page 46

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era aquele que tinha um verdadeiro castelo de fichas à suafrente, já no primeiro dia de disputa.

Entre as feras internacionais que estiveram no field no Dia1A, Gavin Smith, David Pham, Gavin Griffin, Chad Brown,Erik Seidel, Chris Ferguson, Alex “AJKHoosier1” Kam-beris, Isaac “WestmenloAA” Baron, Johan “busto_soon”Van Til, Ryan Young, Joe Hachem, Daniel Negreanu e StevePaul Ambrose foram eliminados no primeiro dia, e muitosdeles já se encaminharam para a fila de inscrições dos de-mais eventos paralelos, que incluíam um torneio HighRollers, de buy-in de US$ 25.000, além de mais três torneios,com buy-ins entre US$ 1.000 e US$5 .000.

No Dia 1B, que contou com 676 jogadores, os demais bra-sileiros estrearam no torneio. E cinco deles conseguiram seclassificar para o Dia 2, juntamente com mais 200 joga-dores. André Akkari passou com cerca de 30.000 fichas,João Marcelo passou um pouco melhor, com 70.000. Thia-go “TheDecano” Nishijima e Rodrigo Seiji também avan-çaram. Mas o melhor entre os brasileiros ao final do dia eraAlexandre Gomes – companheiro de Akkari no PokerStarsTeam Pro –, que tinha cerca de 120.000 fichas e já dava indí-cios do que estaria por vir.

Os demais jogadores brasileiros no field – Gualter Salles,Maria Eduarda “Maridu” Mayrinck, Luiz Noal, ChristianKruel (profissional do Full Tilt), Waltinho “The Terrific”,Eduardo “Sequela” Fernandes, Giovanni “Tr3CooL”, Hélio eSidney Chreem, Caio Brites, Flávio Imamura, Negrelli, Olím-pio, Eduardo Parra e Vilela (pai), infelizmente, acabaram cain-do durante o dia e foram esfriar a cabeça curtindo as belezasde Nassau, um verdadeiro paraíso do Caribe.

O Dia 1B também foi cruel com diversos grandes nomes dopoker mundial, que acabaram sendo eliminados do torneio. PhilIvey, Chris Moneymaker, Dario Minieri, Gus Hansen, KatjaThater, Freddy Deeb, Layne Flack, Noah Boeken, Hevad Khan,Isabelle Mercier e Robert Mizrachi foram alguns dos quedeixaram a disputa neste dia. O campeão do ano passado, Ber-trand “ElkY” Grospellier, também acabou caindo, perdendo achance de ser o primeiro bicampeão no torneio. Entretanto,“ElkY” não sabia que ainda teria momentos de alegria nas Baha-mas quando, alguns dias depois, sagrou-se campeão do torneioHigh Rollers, superando um field quase que exclusivamentepovoado por estrelas e levando um prêmio de mais de US$ 400mil para sua conta, além do status de vencer um evento em queestão somente os melhores entre os melhores. ��

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O chip leader ao final do Dia 1B foi Chris Fernandez, mas seustack de 280K em fichas ainda estava muito distante de Mojave,que começou o Dia 2 como chip leader entre os 393 jogadoresrestantes. A emoção aumentava à medida que a bolha se apro-ximava. Dos oito brasileiros ainda no torneio, quatro acabarameliminados antes da faixa de premiação. O primeiro a cair foiThiago Decano, que, muito short, anunciou all in de 14K, segu-rando KJ. Um oponente com 88 pagou e o flop deu esperançasao brasileiro ao trazer um K. Mas a alegria durou pouco, comum 8 aparecendo logo no turn.

Rodrigo Seiji acabou sendo eliminado após perderum coinflip. Seu A8 não bateu o 22 do adversário,que ainda trincou no flop. O próximo brasileiro acair foi André Akkari que, ao tentar roubar os blinds,com 98 de copas, foi pago por um oponente com

KQ, mão que segurou até o river. Sérgio Braga foi o último brasi-leiro a deixar o torneio ainda antes da zona de premiação, apósver seu par de ases quebrado por um adversário.

Não muito tempo depois da eliminação de Braga, Alex Stern-berg acabou caindo no 200º lugar, ficando com a amarga po-

sição de “bolha” do tor-neio. E assim os brasi-leiros Leandro Brasa,João Marcelo, Alexan-dre Gomes e FelipeMojave já garantiramalgum lucro sobre o in-vestimento.

Mas a alegria de JoãoMarcelo durou pouco.Ele deixou o torneiologo em seguida, emuma mão mais do quedolorosa. Com TT, eleanunciou all inde cercade 50K fichas e foi pa-go por um oponente

que também tinha TT. Com quatro cartas de paus no bordo,sendo a última no river, o flush tirou o brasileiro da disputa.Pela 194ª posição, João levou US$ 12.500.

No último nível do dia, quem deixou o torneio foi Brasa.Na mão derradeira, ele aumentou com AK e um adversárioem middle position anunciou re-raise. Brasa voltou tudo paracima dele, que deu instacall, com KK. O Ás salvador nãoapareceu, e Brasa ficou com o 117º lugar, levando um prê-mio de US$ 15.000 por seus esforços.

O dia acabou com 103 jogadores classificados, e Mojavecontinuava entre os líderes, com 653.000 fichas. AlexandreGomes também cresceu durante o dia, terminando com223K, mas ainda estava abaixo da média. Ainda. Quando oDia 3 começou, os sobreviventes saberiam que teriam quejogar ainda melhor se quisessem terminar entre os 32 jo-gadores que se classificariam para o Dia 4.

E Alexandre Gomes, que estava na mesma mesa que PeterEastgate – atual campeão do Main Event da WSOP –, já co-meçou o dia mostrando que não estava para brincadeiras, aodobrar seu stack em um flop com AXX. Ele apostou 50.000 apóso check de um oponente, que aplicou um re-raise de 70.000. Obrasileiro, que tinha AQ, voltou all in e foi prontamente pagopelo vilão, que se viu dominado com seu AJ. Nada no bordo eAlexandre subiu para cerca de 450K em fichas.

No 16º nível de blinds (4.000/8.000 e ante de 1.000), os doisbrasileiros estavam acima da média, que era de cerca de350.000 fichas. Alexandre Gomes tinha 530.000 e Mojave jáacumulava 815.000 fichas.

Porém, Mojave acabou perdendo um pote imensopara Max Pescatori, que então estava entre os líderesdo torneio, e ficou com cerca de 350K em fichas, dei-xando Pescatori ainda maior. Mas o italiano acabou,não muito tempo depois, se envolvendo em disputa

contra Kevin “BeLOWaBOVe” Saul, que o tirou do torneio eassumiu a liderança com uma boa margem sobre os demais.Dois níveis de blinds depois, com a média em 540.000, osbrasileiros estavam se segu-rando, Mojave com as mes-mas 350K e Alexandre Go-mes com 505.000 fichas.

Mas Alexandre, que vinhahá algum tempo perdendopotes pequenos, logo cresceunovamente, começando comuma mão em que teve umabela ajuda dos deuses do ba-ralho: com 99, após um raisedo oponente, o brasileiro vol-tou all in e tomou instacall. Aover o par de ases na mão doadversário, Gomes estavapróximo de deixar a disputa.O flop com 7TJ deu mais qua-

Leandro Brasa

João Marcelo

André Akkari eGualter Salles

na mesma mesa

Hunting Season A 2

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tro outs para o brasileiro, que já não dependia apenas de um 9para vencer. O turn trouxe um 3, o que mantinha o brasileiro vir-tualmente eliminado. Mas como a sorte costuma estar ao ladodos que trabalham e têm talento, a maravilhosa ‘broca’ no riverapareceu e deu o pote ao brasileiro. Um pouco depois, Ale-xandre Gomes eliminou mais um jogador e, pela primeira vezno torneio, ultrapassou a barreira de um milhão em fichas.

Porém, no último nível de blindsdo dia, Alexandre se envolveuem uma mão com a norte-americana Kathy Liebert e voltou aficar abaixo da média: com 55, o brasileiro deu raise e Liebertvoltou all in. Gomes pagou mais 170.000 e se viu dominado pelopar de reis, que segurou até o final, deixando o brasileiro com407.000 em fichas para o Dia 4.

Mojave, que continuava crescendo devagar, também con-seguiu sua classificação, passando com um stack de 553K. Kevin“BeLOWaBOVe” Saul, graças ao pote puxado contra Pescatori,terminou o dia na liderança com um impressionante stack de2.675.000 fichas.

Eentão começou o Dia 4, com a torcida brasileira –tanto no rail do Atlantis quanto na internet – se tor-nando cada vez mais intensa, graças às boas chancesde colocarmos dois jogadores na mesa final, que seriadisputada no dia seguinte, com oito jogadores. Os

dois brasileiros começaram bem e, ainda no primeiro nível dodia, conseguiram melhorar seus stacks. Mojave ganhou um bompote do alemão Benny Spindler, e Alê Gomes começou aindamelhor, conseguindo dobrar suas fichas para cerca de 900.000:após um flop com JT3, Jan Fernandez apostou 70.000 e Alêvoltou tudo 150.000. Fernandez, que tinha AJ, voltou all in e foipago pelo brasileiro, que tinha um par de reis.

Quando restavam apenas 24 jogadores, Alexandre Gomesfoi escolhido para ser um dos jogadores da mesa televisionada,para alegria da torcida brasileira, que acompanhou ao vivo viainternet todos os movimentos desse grande jogador. Mas comonem tudo são flores, enquanto Alê seguia firme, Felipe Mojave– que até então vinha se mantendo longe de confusões – acabousendo eliminado, na 22ª colocação: Benny Chen entrou de limpcom 44 e pagou raise de Mojave, com AA. Chen trincou no flope os dois entraram de all in logo ali. Apesar de decepcionadocom sua eliminação, o brasileiro já se dirigiu ao rail para torcerpor Alexandre, certo de que fez novamente um bom trabalho.Afinal, três ITMs em cinco EPTs disputados não é para qual-quer um, sendo que dois desses ITMs foram bem deep.

E assim todas as atenções dos brasileiros se concentraram emAlexandre Gomes, que no restante do dia proporcionou a todosemoções que somente os de coração forte são capazes de supor-tar. No nível 21, o brasileiro, no big blind, deu raise e foi pago porGiuseppe Galluzzo. O flop mostrou 7�2�3� e Galluzzo foi allin com 9�7�, com top pair. O brasileiro pagou com 9�5�,e umT� no turn deu mais um pote gigante para ele, que mandouGalluzzo para o rail na 18ª posição.

Após o breakdo jantar, quando restavam apenas 16 jogadores,Alê perdeu um pote grande para um adversário que acertou

sua sequência no river, ficando com cerca de 1.400.000 fichas,um pouco abaixo da média. Mas, não muito tempo depois, comuma aposta forte no turn, fez outro adversário largar sua mão evoltou para 1.800.000. Mais tarde, mais um bom pote puxado,desta vez pré-flop: Alê subiu 70K, um jogador pagou e outro deuraise para 235K. Alê voltou tudo 700K, fazendo o adversáriolargar novamente.

Não muito tempo depois, ele conseguiu dobrar seu stack emdisputa contra Adam Geyer: ambos acabaram entrando em allin após um flop com 5�T�6�. O brasileiro tinha A5 e se viudominado pelo par de valetes de Geyer. Nada apareceu no turn,mas um milagroso Ás no river colocou Alê entre os líderes, comcerca de 5.000.000 fichas.

Amontanha-russa continuou e Alê acabou novamentesendo fatiado, perdendo um pote de quase 2.000.000em fichas. Mais alguns potes pequenos perdidos e elecaiu para aproximadamente 2.800.000 fichas. Masainda era o segundo colocado, atrás apenas de Saul,

que tinha então 4.700.000. No nível 24, Alê e Durstin Dirksentrocaram alguns raises pré-flop, até que o brasileiro colocou to-das as suas fichas no pote, segurando Q�J�. O adversáriomostrou AA. O flop trouxe K55 e o turn um 6, nenhuma depaus, deixando Alê sem outs para o river. Depois dessa mão, eleacabou caindo para 1.400.000 fichas.

Sem se abalar, Alê continuou jogando, puxando potes pe-quenos e, após um all in no river, em que o adversário nãopagou, ele voltou a 2.300.000. O dia já se aproximava do final ��

elo Felipe Mojave

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No começo da disputa, Gomes perdeu um pote para Dirksen,dobrando o stack do adversário: o brasileiro, com QJ, pagou oall in de Dirksen, que tinha AK. Depois, mais uma fatiada, destavez em disputa contra Nazari: após um flop com cartas baixas eum Ás no turn, ambos deram check. Um valete apareceu no rivere o brasileiro apostou 650.000 e recebeu call de Nazari. Ao verque o adversário tinha a melhor mão (A9), o brasileiro deu muckem suas cartas.

Depois de uma boa sequência de roubos de blinds, Alê acabouperdendo um pote grande contra Dan Heimiller. Após apostar255K pré-flop, Heimiller voltou all in de 590K. Com T�8�, obrasileiro pagou e Heimiller mostrou A�J�. No flop, Q�9�T�,colocando o brasileiro na frente. Mas um 7� no turn e um 8�no riverderam a sequência para o americano, que levou um poteenorme, com quase 2.000.000 em fichas.

Mas a recuperação veio novamente em mais um re-raiseagres-sivo pré-flop, desta vez depois de um raise de Nazari, que nãopagou a aposta do brasileiro. Enquanto isso, Kevin Saul e DanHeimiller eram eliminados, respectivamente em oitavo e séti-mo. Os próximos a cair foram Dustin Dirksen e Pieter Tielen,respectivamente em sexto e quinto lugares.

Com o quarto lugar e US$ 750.000 garantidos, falta-va apenas uma posição para que Alê atingisse outramarca histórica para o poker brasileiro: ser o pri-meiro jogador do País a conquistar um prêmio mi-lionário em torneios, como lembrou André Akkari,

que vibrava no rail com a torcida brasileira: “Mais um e o prê-mio é milionário!”, gritou Akkari, após a eliminação de Tielen.

Mas quis o destino que esse recorde não viesse desta vez, eAlexandre Gomes acabou caindo em quarto lugar, em uma mãoem que ele não tinha praticamente como escapar da eliminação:com AA novamente nas mãos, Alê fez full house no flop, quetrouxe JJJ. O brasileiro deu check e Spindler apostou 800.000.Após pensar um pouco, o brasileiro deu apenas call. Um 5 apare-ceu no turn e Alê deu check novamente. Spindler apostou2.000.000 e o brasileiro voltou all in, já que apenas um imprová-vel valete nas mãos de Spindler seria a única mão que bateriaseu full house. Mas, para surpresa e decepção de Alê e da torcidabrasileira, o alemão deu call, mostrou o temido valete e, com suaquadra, tirou o brasileiro da disputa.

Mesmo com o pote gigante que levou ao eliminar Alê Go-mes do torneio, o alemão Spindler aca-bou caindo na terceira posição, ficandocom o prêmio de US$ 1.100.000. Apon-tado por muitos como um dos melho-res à mesa, sua técnica e vantagem emfichas não foram suficientes para levá-lo ao título. O heads-up final – entre Poo-rya Nazari e Anthony Gregg – foi rápi-do, durando exatas quatro mãos, o su-ficiente para o big stack Poorya Nazari,do Canadá, levantar o título do PCA noinício deste ano.

ALEXANDRE GOMES 8.080.000POORYA NAZARI 6.790.000BENNY SPINDLER 3.352.000PIETER TIELEN 2.510.000ANTHONY GREGG 2.245.000KEVIN SAUL 1.640.000DANIEL HEIMILLER 1.440.000 DUSTIN DIRKSEN 765.000

quando, com uma dobrada em cima de Poorya Nazari (KKx JJ) –, que viria a se tornar mais tarde o campeão do evento– o brasileiro subiu para 4.600.000 em fichas e voltou comtudo para a briga. Mas o melhor momento do dia ainda nãotinha chegado.

Após a eliminação de Ryan Carp, na décima colo-cação, os nove jogadores restantes foram agrupadosna mesa televisionada para jogar até que mais umfosse eliminado, definindo os oito mesa-finalistasdo torneio. Um pouco antes da eliminação de Jan

Fernandez, na ‘bolha’ da mesa final, veio o grande momentodo dia para o brasileiro: com o bordo mostrando 2666Q,Kevin “BeLOWaBOVe” Saul – o líder, até então – apostou1.300.000 e o brasileiro voltou all in. Depois de pensar muito,Saul, que havia acertado a dama no river, pagou, e Alê mostrouo par de ases, que foi espetacularmente escondido do adversáriodurante a mão. A vibração da torcida no rail e de Alê Gomes namesa foi de arrepiar qualquer um, já que, com esse pote, elechegou aos 8.000.000 em fichas e tomou a liderança do torneio.

E assim Alexandre Gomes, que em julho de 2008 entrou paraa história como o primeiro brasileiro a conquistar um cobiçadobracelete da WSOP, chegou a outra mesa final de um grandetorneio internacional, mostrando mais uma vez que o primeirobracelete veio para a pessoa certa.

No dia seguinte, os oito finalistas retornaram para decidir otorneio, com os seguintes stacks:

Poorya Nazari

Alê Gomes

Foto

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Marriage, Casamento, Royal Couple, Casal Real K Q

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Oano de 2008 foi demais pontos altos doque baixos para o po-ker nacional. Muitostorneios aconteceram,

novos clubes surgiram, tivemos váriasconquistas e marcas memoráveis de bra-sileiros pelo mundo e novos nomes des-pontaram como promessas de vitóriasainda maiores para o futuro. É nesse ce-nário que tivemos, em dezembro e janeiroúltimos, o fechamento das temporadas 2008do CPH (Circuito Paulista de Hold’em) e doBSOP (Brazilian Series of Poker), com oTorneio dos Campeões, no Clube H2, emSão Paulo. O circuito teve, em 2008, a suaquarta temporada e o BSOP rodou o Paíspelo terceiro ano consecutivo, consagran-do os dois torneios como as mais tradicio-nais séries no Brasil.

Os

TORNEIOS BSOP E CPH

pioneiros

pokerdo

BSOP e CPH continuam crescendoano após ano, graças ao esforço daequipe e sócios da Nutzz

Foto

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Kojak, King John K J

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��

BSOPNove Estados, quase

um milhão de reais empremiações, mais de 750competidores e muitopoker. Os números de-monstram nada mais do

que o incrível sucesso da terceira ediçãodo BSOP – Brazilian Series of Poker. OBSOP começou o ano trazendo algu-mas mudanças na estrutura dos tor-neios. Apesar de a grade de blinds tersido muito elogiada nas temporadasanteriores, o jogo ficou ainda melhorcom um stack de fichas maior e níveisde blinds revisados, com o ante aumen-tando de forma ainda mais gradual.

Em 2008, o BSOP adicionou no-vos destinos no seu calendário evisitou as maiores concentrações

de competidores de Texas Hold’em doPaís, trazendo uma média de 105 com-petidores por etapa. Iniciando a tempo-rada em São Paulo, o torneio seguiu paraBalneário Camboriú, Rio de Janeiro,Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Bra-sília, Belo Horizonte e Florianópolis e,em cada destino, figurinhas carimbadasdo poker brasileiro e novos competi-dores se enfrentavam para brigar pelospontos que os deixariam mais próximosde poder levar, ao final do ano, o bra-celete de campeão brasileiro de poker.

O começo da temporada marcoutambém a pré-inauguração do DealerClube Alphaville, em São Paulo, palcoda disputa dos quase 100 participantesque, durante os dois dias de torneio,mostraram que habilidade e técnica

que os baianos estão com um excelentenível de jogo, fazendo em São Paulouma mesa final marcada por um feitoímpar: os três finalistas, Cláudio “JáMorreu” Ramos, “Juan Mamão” e Gui-lherme “Guiga” Chenaud são da capi-tal da Bahia.

Salvador foi apenas a primeira no-va cidade no calendário do BSOPe, logo em seguida, o torneio visi-

tou pela primeira vez Porto Alegre e Bra-sília. Até chegar ao Rio Grande do Sul,nunca uma etapa havia sido conquistadapor um jogador do Estado onde o torneioestava sendo realizado. Essa marca foialcançada pelo gaúcho de Canoas, FelipePesce, que levou o troféu de campeão emPorto Alegre. Além disso, a etapa foi mar-cada pela eliminação mais rápida em trêsanos: o profissional de cash game onlineLuiz Verle, o “RapeladoR”, conseguiudobrar o seu stack inicial de 15.000 fichase depois ser eliminado do torneio, em 17minutos de disputa. Além disso, a com-petição marcou um ponto importantepara o poker nacional, ao ser filmada poruma equipe de repórteres que transmitiuas imagens no programa da Rede GloboProfissão Repórter. A matéria editada nãofoi lá essas coisas, mas abriu-se uma portaque depois seria mais explorada em ou-tros programas, como o do Jô Soares.

são essenciais para vencer um torneiono formato deep stack. “Participo doBSOP desde 2006. Considero o me-lhor torneio regular live hoje no Brasil,em questão de organização e estrutura.Um torneio onde prevalece a técnicapara chegar a ser campeão”, diz o ca-tarinense Juscelino Toshio.

Aprova disso foi uma das mesasfinais mais bem jogadas da tem-porada, tendo representantes

de sete Estados diferentes. Quem su-perou todos os outros competidores foio mineiro Gabriel Almeida, que dei-xou o brasiliense Marcelo Horta com asegunda colocação.

Em sua quarta etapa, o BSOP passoupela primeira vez por Salvador e, comuma estrutura invejável na cobertura de

um hotel à beira dapraia, os competido-res foram saudadoscom um torneio sen-sacional: jogando aoar livre e com um vi-sual de cinema, osbaianos receberamquem veio de foracom muita festa eacarajé. Na etapaseguinte, a turma deSalvador mostrou

O salão lotado nasexta etapa, emPorto Alegre

Os campeões das etapas do BSOP em 2008 foram:

1ª Etapa São Paulo Gabriel Almeida

2ª Etapa Balneário Camboriú Gustavo Sobral

3ª Etapa Rio de Janeiro Cláudio Sobral

4ª Etapa Salvador Marcos Rebibout

5ª Etapa São Paulo Cláudio 'Já Morreu' Ramos

6ª Etapa Porto Alegre Felipe Pesce

7ª Etapa Brasília Thiago Boita

8ª Etapa Curitiba Newton Valério

9ª Etapa Belo Horizonte Gabriela Pereira Belisário

10ª Etapa Florianópolis Renatinho Barroso

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A etapa seguinte, na capital federal,marcou mais dois recordes para o BSOP.Até então nenhum jogador da cidade quesediou o torneio havia ganho uma etapa.O brasiliense Thiago Boita subiu mais altono pódio depois de derrotar o maior fieldda temporada, com 141 participantes e umprize pool de quase R$ 125 mil.

Outras duas marcas que o BSOP alcan-çou no ano passado mostram o carátercompetitivo e indiscriminado do poker.Na etapa de Florianópolis, houve a con-quista do torneio pelo mais jovem cam-peão da série até o momento, o para-naense Renato Barroso Jr., de 18 anos. Aetapa de Belo Horizonte coroou a primei-ra campeã, a mineira Gabriela Belisário.

Oranking do BSOP ficou extre-mamente disputado já na me-tade da série e, entre os bons

nomes que despontavam nas primeirascolocações estavam Cláudio Baptista,Leandro Brasa, Floriano Dantas e Cláu-dio “Já Morreu” Ramos. Com uma re-gularidade impressionante, CláudioBaptista acumulou pontos suficientespara lhe render o topo do ranking aofinal da décima etapa. Em segundo lu-gar na disputa estava Leandro Brasa,que, assim como Cláudio Baptista, nãoganhou nenhuma etapa durante estatemporada, mas a regularidade deboas colocações lhe garantiu uma boapontuação.

E foi nesse cenário de indefinição e dis-puta acirrada que o clube H2 recebeu oTorneio dos Campeões do BSOP, em de-zembro. Com grandes nomes do pokernacional como Sérgio Brun (campeãobrasileiro em 2007), Felipe Mojave eCaio Pimenta, o torneio prometia umaboa briga pelo bracelete. Se o líder doranking, Cláudio Baptista, chegasse àmesa final, teria ganho pontos suficientespara que nenhum outro competidor lheultrapassasse. Mas como diz a máximado poker nacional: “Ninguém dormetranquilo”, Cláudio foi eliminado na 32ªcolocação e, portanto, restava agora tor-cer para que Leandro Brasa não chegasseentre os três primeiros colocados. Se Bra-sa ficasse pelo menos em terceiro, garan-tiria o bracelete de campeão brasileiro.

Uma jogada agressiva de Brasa namesa final não teve sucesso e eleacabou eliminado na sétima co-

locação, garantindo assim para CláudioBaptista o título de Campeão Brasileirode 2008. Ele levou para casa o braceletede prata e uma passagem para Las Vegas!Leandro Brasa, que já levou o título em2006, ficou com o vice-campeonato.

O Torneio dos Campeões terminoucom alto nível, tendo o gaúcho Gusta-vo Sobral na terceira colocação (e tam-bém terceiro colocado no ranking bra-

sileiro de 2008), Maycon Rosa em se-gundo lugar e o cearense Bruno Fostercomo campeão.

Esse foi o fechamento de uma tem-porada de muito sucesso e reco-nhecimento para o BSOP, que

volta em fevereiro de 2009 com muitomais novidades, na etapa de abertura, emSão Paulo. O buy-in do torneio vai passara R$ 1.000 + 150 e, a partir da primeira,todas as etapas contarão com a premia-ção garantida de R$ 100 mil. Em 2009, aNutzz promete que o BSOP vai visitarnovos destinos e pretende que o eventoseja ainda maior.

CIRCUITO PAULISTA

A temporada iniciouem fevereiro de 2008com um torneio espeta-cular. Batendo todos osrecordes do circuito, a eta-pa de abertura contou com 181 partici-pantes em São Paulo. Foi uma disputaacirrada e, além do recorde de público,veio uma premiação também inédita,que beirou os R$ 80 mil. Naquele tor-neio, um nome até então pouco conhe-cido do circuito, Tiago Piu, de Santos,mostrou grande nível técnico, superan-do os outros competidores e cravandoa primeira colocação. Depois de maisde 15 horas de disputa, ele levou paracasa R$ 20 mil reais, as premiaçõesextras e um lugar já garantido no tor-neio dos campeões.

Para o ano passado, a Nutzz Eventos(empresa que organiza o Circuito Pau-lista e o BSOP) havia planejado devolverao torneio uma característica marcanteda primeira e segunda temporada: passarpor várias cidades do Estado. Infelizmen-te, por diversos problemas logísticos e deestrutura fora da capital, apenas a terceiraetapa foi disputada fora de São Paulo,levando o circuito para Santos. Lá noCaiçara Clube os participantes puderamapreciar uma das melhores estruturas declubes do litoral paulista.

O quarto ano do circuito trouxe algu-mas mudanças em sua estrutura que fo-ram muito bem recebidas pelo público.O buy-in foi modificado junto à estrutura

Sérgio Brun

Cláudio Baptista

Katie K T

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de blinds , para melhorar o nível técnicodo jogo. A temporada contou com umamédia de 110 participantes por etapa etrouxe para as mesas mais de 500 com-petidores distintos, distribuindo um totalde quase meio milhão de reais em prê-mios ao longo das dez etapas. Cada cam-peão dos torneios garante sua partici-pação na disputa dos campeões, ao finalda temporada, e também recebe do pa-trocinador e parceiro do circuito, o Con-rad Punta del Este Resort & Casino, umpacote para passar um fim de semana noUruguai, com tudo pago. Esses númerosmostram que o circuito manteve umacaracterística que contagia todos os par-ticipantes desde a primeira temporada: oclima de descontração e competiçãosaudável. “O CPH foi onde tudo come-çou. Lá foram descobertos muitos talen-tos e é uma reunião mensal de amigos. Sehá um torneio que eu não abro mão é oCircuito Paulista”, garante Stetson Fraiha,jogador assíduo da competição.

Osistema de pontuação utilizadono circuito também foi outroponto que favoreceu uma das

competições mais acirradas que o pokernacional já teve. O ranking premia a re-gularidade, pontuando todos os parti-cipantes e dando um número maior depontos quanto maior for a quantidade decompetidores da etapa, recompensandoo campeão adequadamente.

Próximo do fim do ano, o rankingmostrava uma disputa extremamente

acirrada, com pelo menos seis nomesbrigando etapa a etapa pelos pontos,com diferenças muito pequenas entreeles. Luiz Fernando, de Indaiatuba, nametade da disputa provou ter um nívelextremamente apurado de jogo e assu-miu a liderança do ranking. O interes-sante é que ele não chegou a ganhar ne-nhuma etapa em 2008, mas a impres-sionante marca de cinco mesas finaisem dez etapas lhe colocou à frente nacorrida pelo bracelete de prata de cam-peão paulista.

O ano de 2008 havia terminado, masa temporada ainda estava sem um cam-peão, que ficou para ser definido no Tor-neio dos Campeões, em janeiro de 2009.O ranking continuava bastante impre-visível, com Luiz Fernando, Grow, CaioFan e Mauro Biancalana muito próxi-mos entre si. Como o Torneio dos Cam-peões conta com pontuação em dobropara os participantes, alguns cálculosindicavam que, dependendo do tama-nho da etapa, até o 10º colocado, Rodri-go Lasmar, com 876 pontos, teria chan-ces de ultrapassar o líder Luiz Fernando,que tinha 1.328 pontos.

OTorneio dos Campeões trouxepara o clube H2 muitos nomesconhecidos do poker nacional e

a incerteza que a disputa pelo primeirolugar no ranking depositava nos competi-dores. Na metade do torneio, a maioriadaqueles que teriam chances de ultrapas-sar o líder já estavam eliminados e, cain-do na 18ª colocação, Luiz Fernando en-frenta a ansiedade de ver ainda doisnomes que poderiam lhe “roubar” o títu-

lo: Levy Vianna, chipleader do torneionaquele momento, com mais de 120 milfichas – enquanto a média estava emcerca de 35 mil –, e Caio Fan, com poucomais de 60 mil fichas. Para conquistar aliderança, Caio precisava ser pelo menoso oitavo colocado no torneio e Levy pre-cisava chegar pelo menos em sétimo. Asituação pareceu melhorar para Luizquando Levy perdeu um coinflip que lhecustou quase dois terços de seu stack, eSalim Dahrug, por sua vez, fatiou Caio.Pouco depois, Levy foi eliminado na 12ªcolocação. Agora a briga era apenasentre Caio Fan e Luiz Fernando.

Aestrela do santista brilhou maisforte e Caio fez uma bela recupe-ração. Chegou na mesa final en-

tre os três maiores stacks e, quando o com-panheiro da baixada, Sato, foi eliminadona oitava colocação, a organização anun-ciou que Caio Fan havia se sagradocampeão paulista de poker de 2008.Além do bracelete de prata, Caio tam-bém ganhou uma passagem para Las Ve-gas na época da World Series. Em meio aum agradável clima de festa, o torneioterminou com o mineiro Marcelo Vala-dares levando a melhor no heads-up, dei-xando Rafael Barbosa com o troféu device-campeão. Caio Fan agora se junta aLeandro Brasa, Leo Bello e André Pardalno hall dos melhores jogadores de pokerde São Paulo.

Para mais informações:

BSOP: www.bsop.com.br

CPH: www.circuitoholdem.com.br

Caio Fan

Luiz Fernando

Os campeões das etapas

de 2008 foram:

1ª Etapa Tiago “Piu”

2ª Etapa Ernest Kajiura

3ª Etapa Levy Vianna

4ª Etapa Rodrigo “Grow”

5ª Etapa Carlos Eduardo Vega

6ª Etapa Rodrigo Lasmar

7ª Etapa Caio Fan

8ª Etapa “Boy”

9ª Etapa Felipe Rocha

10ª Etapa Denis Andrade

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COLUNA CHRISTIAN KRUEL

Como todos sabemos, um ob-jeto pode ser observado porvários ângulos. Quem olhaum edifício pela frente nãovê a mesma coisa que a pes-

soa que o observa por trás. O objeto dessanossa coluna será o re-steal, e vamos ob-servá-lo sob um ângulo um pouco dife-rente do habitual.

Numa definição bem simples, o re-stealpode ser descrito como o famoso “ladrãoque rouba ladrão”, ou seja, você percebeque o oponente está fazendo um movi-mento para levar o pote e tenta “roubar oroubo” dele com um aumento.

O exemplo clássico de re-steal é o 3-betlight: a mão chega em fold até o botão, queaumenta 3x bb; o small folda e o big blind,com uma mão fraca, força o fold do botãocom um re-raise. Isso acontece porque a ga-ma de mãos com que o botão aumentariapara roubar os blinds é muito grande e,sabendo disso, o big blind explora a partemais fraca dessa gama de mãos com umaumento que, na grande maioria dos ca-sos, faz o oponente desistir da mão.

Porém, existem outras situações em queo re-steal pode ser aplicado, que fogem aoesquema dessa situação-padrão. Obser-

vem a seguinte mão de um MTT 6-maxcom um re-buy e um add-on disputado noFull Tilt. Não tenho a leitura dos joga-dores, então considero a situação comopadrão em termos de reads. O torneio é 6-max, o que faz com que a gama de mãosiniciais dos oponentes seja maior, inde-pendentemente da posição na mesa. Comos blinds 100/200, o UTG abre raise para555, um pouco menos que três vezes o bigblind. Numa mesa 6-max, assumi que elepossa fazer isso com 20% das mãos iniciaiscomo 22, A9s, KTs, QTs, J9s, T9s, 98s,ATo, KTo, QTo ou JTo.

Estou no botão com 88. Usando umprograma chamado Poker Stove,descobri que este par tem uma

equidade de 52,6% contra essa gama demãos. Porém, aumentar aqui não é umaboa ideia. Por quê? Porque um aumeto ex-ploraria apenas a parte mais forte dessagama de 20%, fazendo a parte mais fracadesistir da mão. A minha mão é vulnerá-vel, mas a melhor maneira de jogá-la nomomento é com um flat call em posição.

O small blind também entra na onda epaga, e, quando a mão chega até o big,ocorre um aumento para 1.950. Aqui é

uma situação interessante paraanalisar. Por eu ser um profis-sional do Full Tilt e ter um perfilagressivo, aliado ao fato de a me-sa ser 6-max, o big blind poderiaassumir uma gama de mãos ain-da maior para mim. Com o potecontendo uma quantidade já ra-zoável de fichas, essa poderia seruma excelente situação para ojogador defender seus blindscomum steal que chamamos de squee-ze, em que ele tentará levar o pote

explorando a parte mais fraca da minhagama de mãos e do jogador no UTG. Ge-ralmente o squeeze é feito com um all in,mas nesse exemplo o jogador em questãofez um raise propositalmente mensuradode forma a não comprometê-lo com o po-te, talvez na intenção de demonstrar força.

Com o fold do jogador no UTG, ficocom a palavra, imaginando que osmall entre nós estava apenas en-

trando de carona. Pela “textura” e valor doraise consegui perceber a situação de re-steal. Ele não precisaria necessariamenteblefar, mas, nesse exato momento, mes-mo estando em posição, a melhor formade jogar meu 88 com o pote já grande eraexplorando a parte mais fraca da gama demãos do meu oponente com um 4-bet,que, nesse caso, pode até ser um 4-bet light.Até porque o flat call já me deixaria com-prometido com o pote e deixaria minhaschances de takedown praticamente nulasnum pós-flop. Além disso, tem o fato deque o oponente, ao ser o primeiro a falardepois do flop, teria a oportunidade de irall inem um flopque, provavelmente, seriaperigoso para meu par de oito, caso nãotrincasse. Optei pelo re-steal, dando all in,e acabei levando um bom pote.

A dica final é prestar atenção para nãodeixar passar em branco oportunidadesde levar bons potes com bons movimen-tos. Normalmente, nessa situação, a ten-dência seria o fold automático, mas outrosfatores que exigem uma certa sensibili-dade do jogo, que muitas vezes não se ex-pressam em palavras, me fazem acreditarque, naquela 6-max, o all in é uma jogadade expectativa positiva. Logicamente, sãojogadas extremamente agressivas e que,quando dão errado, são muito frustrantes,mas, sinceramente, ter apetite e percepçãonessas situações e jogadas é que diferen-ciam um grande jogador dos demais.

No momento estou escrevendo deDeauville, na França, atrás do EPT. Es-treio no Dia 1B e volto na próxima Flopcom mais debates!

Saiba aproveitar as oportunidadespara crescer em fichas nos torneios

APLICANDO ORE-STEAL

Christian “CK” KruelNascido no Rio de Janeiro, é um dos pioneirosdo Texas Hold'em no Brasil. Com seus bonsresultados online e nos torneios afora, agorafaz parte do FullTilt Poker Team.

[email protected]

Canine, Mongrel, Vira-Lata K 9

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Total – Ao invés de apostar no vence-dor da partida, outra aposta popularem esportes americanos é o total depontos do jogo. O ganhador é irrele-vante nesse mercado, onde o total depontos somados dos dois times é oúnico fator considerado. Esse merca-do é bem similar ao total de gols dapartida que temos no futebol tradi-cional, só que nesse caso temos valo-res bem maiores devido aos altos pla-cares esperados em esportes ameri-canos, principalmente na NFL e NBA.O total de pontos estipulado em nossoexemplo entre os Chargers e os Rai-ders é de 42,5 (c). Se você acreditarque o placar ficará acima disso, deveentão apostar em A 42,5 (Acima de42,5), caso contrário vá de B 42,5 (Abai-xo de 42,5 pontos). Vale lembrar queo total de pontos da partida corres-ponde à soma dos pontos marcadospelos dois times.

Uma vez que o total de pontos esti-pulado para uma partida reflete aquiloque o trader (responsável pelas apostase cotações) acredita que acontecerá, ascotações de Acima/Abaixo (d) sãosempre muito próximas. No nossoexemplo, ambas pagam R$ 1,909 pa-ra cada real apostado.

Moneyline – Por fim, temos o money-line (e), que nada mais é do que a apos-ta no vencedor do encontro, tambémmuito similar à principal aposta dofutebol tradicional. A diferença é quena maioria dos esportes americanosnão existe a opção de empate. Assim,o mercado moneyline considera qual-quer possível prorrogação ou mortesúbita, até que haja um vencedor, di-ferente do vencedor do encontro, emque vale apenas o resultado do temporegulamentar.

Além desses mercados, considera-dos principais, cada modalidade deesporte americano tem suas própriasapostas ou mercados específicos. Con-fira na página ao lado os esportes eseus tipos de apostas.

Antes de entrarmos no te-ma desta coluna temosuma boa notícia para osapostadores brasileiros:nossa última coluna so-

bre apostas múltiplas surtiu efeitoimediato. Em novembro, tivemos oprimeiro brasileiro a ganhar uma bo-lada na Sportingbet.com, exatamen-te com uma aposta múltipla. Ele apos-tou R$ 1.600 em uma acumulada deseis jogos, acertou todos e embolsouR$ 100 mil. Como dissemos no arti-go, apostas múltiplas podem ser maisarriscadas, porém oferecem um re-torno excelente.

Nesta coluna vamos tratar dos es-portes americanos que têm um sistemaum pouco diferente de oferecer suasapostas. Estamos falando do FutebolAmericano (NFL/AFL), Basquete(NBA/WNBA), Baseball (MLB) eHóquei (NHL).

Na imagem abaixo temos o mode-lo básico para apostas nesses es-portes, no nosso exemplo uma apos-ta da NFL:

É possível observar, na figura abaixo,que temos três tipos de apostas (merca-dos) diferentes no mesmo display:

Lado / Handicap – Esse é o mesmo tipode aposta (mercado) com handicap degols que temos no futebol tradicional, etem o objetivo de tornar o jogo maiscompetitivo do ponto de vista da aposta.Nesse mercado, o time considerado fa-vorito aparecerá com um número nega-tivo (a) correspondente ao seu handicap,que é chamado em inglês de point spread.Já o outro time terá um número positivo(a). No nosso exemplo temos:

San Diego (Chargers) -9,5

Oakland (Raiders) +9,5

Caso você aposte no favorito, Char-gers, eles precisarão vencer a partidapor dez pontos ou mais de diferençapara que sua aposta seja vencedora, jáque eles começam o jogo teoricamenteperdendo por 9,5 pontos. Caso elesvençam por nove pontos ou menos, oupercam para os Raiders, então sua aposta

já era. A Spor-tingbet cotouesse mercadoem 1,909 emambos os ca-sos (b), o que

significa que, se você apostar R$ 100 eacertar o resultado, recebe de volta R$190,90 (1,909 x 100).

O handicap oferecido (a) pode variarpara mais ou para menos, dependendodo favoritismo de cada time e das cir-custâncias de cada partida, assim comoas cotações ou odds (b).

COLUNA

AS LIGASAMERICANASSaiba como funciona o sistema de apostasnas competições nos Estados Unidos

(a) Handicap estipulado para o jogo

(Point Spread)

(b) Cotações para apostas no Handicap(odds)

(c) Total de Pontos estipulado para o

jogo – A: Acima de, B: Abaixo de

(d) Cotações para apostas no Total de

Pontos do jogo (odds)

(e) Cotações para o vencedor do

Encontro (odds)

Kokomo K 8

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FUTEBOL AMERICANONFL – National Football League

Primeira jogada de pontuação – Essemercado oferece seis opções de apostas:Touchdown, Field Goal ou Safety tanto parao time A ou B. Basicamente, é apostar emqual time abrirá o placar e como. Para osiniciantes em esportes americanos, Touch-down, Field Goal ou Safety são as três ma-neiras possíveis de se marcar pontos nofutebol americano.

First Touchdown – Muito similar à apostaem que jogador marcará o primeiro golno futebol tradicional, nesse mercado épossível apostar no jogador que marcaráo primeiro touchdown. Caso você acrediteque não haverá nenhum touchdown, tam-bém tem a opção de apostar em nenhumtouchdown no jogo.

BASQUETENBA – National Basketball

Association

Team Points – Esse é um mercado tipoAcima/Abaixo em que é possível apos-tar em quantos pontos cada time irá mar-car na partida. Muito similar ao total depontos, porém aqui valem só os pontosde um time e não o total da partida.

Half-Time/Full-Time – Mais um merca-do parecido com o que temos no futeboltradicional, em que é possível apostarem quem estará à frente no intervalo equem vencerá o jogo. A diferença é quenão há empate na NBA, assim qualquerpossível prorrogação é considerada.

Corrida aos dez pontos – Esse é um mer-cado bem particular do basquete ameri-cano em que se aposta qual dos timeschegará a dez pontos primeiro. A emo-ção dessa aposta se deve ao fato de quevocê sabe se ganhou ou perdeu bem rá-pido, não precisando esperar até o fim dapartida. Também pode haver a opção dacorrida aos 20 pontos, que segue o mes-mo princípio.

BEISEBOLMLB – Major League Baseball

Total Runs in Game – Mais um merca-do do tipo Acima/Abaixo em que seaposta quantos runs (ou “corridas” quevalem um ponto no beisebol) aconte-cerão na partida. Funciona no mesmoprincípio do total de pontos em que éconsiderado o total de pontos marca-dos por ambos os times.

Run-Line – Aposta tipo handicap em queo time favorito começa com um handicapnegativo, -1,5 por exemplo, e deve ga-nhar o jogo por mais de dois pontos dediferença para a aposta ser vencedora.

A primeira equipe a marcar – Primeirotime a marcar, praticamente a mesmaaposta que temos em diversos esportes.

HÓQUEINHL – National Hockey League

Match Result/Moneyline – No hóqueisobre o gelo existem dois tipos de apos-tas no resultado da partida. Uma, matchresult, considera a possibilidade de umempate ao fim do tempo regulamentar,enquanto a outra, moneyline, só consi-dera o vencedor da partida ao fim dojogo e de eventuais prorrogações oumorte súbita.

Puck Line – Aposta tipo handicap em queo time favorito começa com um handicapnegativo, -1,5 por exemplo, e deve ga-nhar o jogo por mais de dois pontos dediferença para a aposta ser vencedora.

Period Winner – No hóquei é possívelapostar no resultado ao fim de cadatempo de 20 minutos. Nesse mercadosão possíveis três resultados (three-way):Time A, Time B ou Empate.

James Keane

Vice-Presidente de Mercados Internacionaisda Sportingbet.com

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COLUNA MAIS EVhttp://www.maisev.com

F ó r u m d e P o k

Este artigo é voltado, no ge-ral, para cash game, já que émais fácil encontrar mesasneste estilo. Quando digodeep stack em cash game es-

tou me referindo a potes em que os jo-gadores envolvidos têm 200 ou maisbig blinds. Essa situação é comum, prin-cipalmente no live, em que o buy-in má-ximo da mesa costuma ser mais do queos 100 BBs “padrão” do online. Na in-ternet a situação mais comum para terque jogar deep stacké quando se está emuma session há um bom tempo e comum bom lucro, e você enfrenta joga-dores na mesma situação, com mais deum buy-in “pra frente”. Alguns sitestambém oferecem mesas deep, como oAbsolute Poker e o Full Tilt.

Quanto mais fichas estiver jogandocontra um fish, melhor, pois vai extrairo máximo dele. Outro ponto é quepoucos jogadores se ajustam bemquando começa a ficar deep stack, amaioria continua jogando como se es-tivesse com 50 a 100 BBs. Fora isso, aparceirada dos jogos live costuma serum sonho. Sabendo se ajustar nas oca-siões deep stack, você aumentará suavantagem sobre os outros jogadores.

Agora escrevo sobre o principal con-ceito de deep stack: posição, e como issoinfluencia no modo geral de jogar, in-cluindo o pré-flop. Depois falarei um

pouco sobre raised pots, 3bet pots e 4betem deep stack.

Quanto mais deep, mais impor-tante a posição e menos as car-tas. Pode parecer até conselho

de iniciante, mas é de longe o conceitomais importante ao se jogar deep stack,e vou bater várias vezes nessa tecla:quando se joga deep stack, posiçãoimporta muito.

Se está jogando com 20 BBs, AA vaiser uma mão forte em qualquer posi-ção, enquanto que 56s só será útil parasteal. Já com 100 BBs 56s se torna umamão bem mais interessante. A diferen-ça da força entre essas mãos vai dimi-nuindo à medida que aumenta seustack, e em contrapartida a força de suaposição na mesa vai aumentando.

Algumas coisas que fazem da posi-ção algo importante em deep stacke quese deve estar atento:

Com posição, tem-se muito maiscontrole do pote. Quanto mais

deep, maiores as apostas nas últimasrodadas, e salvar uma aposta ou con-seguir value em outra vai ser vital parao seu balanço no final do jogo.

Draws jogam melhor em posição.No deep stack raramente se faz um

move no flop com draws – como um rai-

se all in no bet de um oponente ou bet-3bet/push. Isso porque, diferentementedo jogo entre 50 a 100 BBs, na maioriadas vezes o pote será pequeno em re-lação à quantidade que você e o opo-nente ainda podem apostar. E, porisso, quando estamos deep, torna-semais complicado jogar draws fora deposição. Quando jogar agressivamen-te e tomar call, a situação se torna chatano turnou river, tendo que optar por de-sistir da mão ou lançar 2barrels/ 3barrelsbem caros. Em contrapartida, com po-sição você poderá pegar free cardsquan-do achar necessário, fazer um semible-fe quando sentir fraqueza (geralmenteé mais fácil depois de um check dooponente, do que sendo o primeiroa falar), e consegue extrair mais quan-do acertar o draw.

Deep stack você não costuma fi-car pot commited antes do turn ou

river. Aqui quase sempre os joga-dores vão estar “para trás” para jogartodas as rodadas. O turn e o river sãostreets que um bom jogador costumater um edge maior ainda sobre fishsdo que no flop. E esse edge é sempremaior jogando em posição.

UNRAISED/RAISED POTS Aqui o pote ainda é pequeno e vale a

velha máxima: potes grandes são paramãos monstros. Não se afunde comoverpairs e top pair top kicker. Um AK ouAQ, por exemplo, tem muito valorquando flopar trips ou um straight, mascom TPTK você normalmente não vaiconseguir muito, e, se for fundo namão, provavelmente perderá um bompote. Jogue cautelosamente quandoflopar um top pair em um pote que ain-da não está grande. Não precisa jogarweak, e sim com inteligência, tomando

Alguns conceitos para ajustar seucash game live e também online

DEEP STACK

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cuidado contra jogadores mais tights etentando controlar o tamanho do potequando possível.

Tenha um pouco de cautelaquando acertar um draw baixocom suited connectors. Um exem-

plo é acertar um 56s com o board 789ou fazer um flush. Claro, se quandoacertar sua mão (independentementeda street), já tiver 100 BBs no pote, vocênão vai conseguir evitar de colocarmais 100 BBs, mas, se acertar a mãoquando o pote estiver muito pequeno,você tem que tomar cuidado. Potesgrandes costumam acontecer entre oembate com as duas melhores pos-síveis mãos, e, quando acerta um drawbaixo, não se esqueça de que está coma segunda melhor mão.

Por isso AXs ganha valor. Normal-mente, jogos deep são um pouco maisloose, pois a relação do quanto se estáinvestindo pré-flop para o quanto po-tencialmente o pote pode chegar é me-nor, e AXs fica melhor de se jogar empotes com muitos jogadores. Em todocaso, o motivo dessa mão ganhar valoré que você estará buscando um drawpara o nuts, e pode ganhar umpote monstro, se outro jogadortambém acertar o flush. Emposição é mais fácil extrair omáximo dos jogadores, princi-palmente contra os bons quedariam fold com flush médio oubaixo se encontrassem algumaresistência depois de fazer ojogo. Quando eles estão fora deposição e acertam um draw,ficam em uma situação compli-cada: check ou call e perder va-lor? Betou fold sabendo que po-dem enfrentar um blefe? Quan-do estão em posição, arriscar

um check-raise ou já apostar? Check-raisepode perder valor, e apostando, o opo-nente com draw baixo estaria bem,dando apenas um call, pois saberia queo raise em muitas situações tem poucovalor. Esse exemplo é só para justificarque é mais fácil extrair em posição, e aimportância de jogar mãos com po-tencial de draws em posição.

Tome cuidado com set contra setquando você tiver um bottom set.É difícil foldar um set, mas quan-

do você joga muito deep em potes quenão têm raise (ou apenas um raise nor-mal pré-flop), há situações em que o foldé a melhor jogada. Eu tomaria um pou-co de cautela em multiway pots com dryboarde muita ação. Se você tem um parde 4, por exemplo, em um flop 48Trainbow e encontra muita ação já noflop, pense duas vezes antes de conti-nuar na mão. Eu não teria tanto medode comprometer 100 BBs nesse pote,mas não iria comprometer 300 BBs,quando está claro que alguém tem 88ou TT. Mesmo com um draw ou outro,pense bem, pois poucos players jogamdraws muito agressivamente quando

estão deep stack. Contra um NIT, mes-mo em HU, também tome cuidado.Se ele der raise pré-flop, e você com 33encontrou A93 no bordo, pense bemse encontrar resistência; há NITs queclaramente não vão pôr todo dinheirono flopcom AK e não dão raisepré-flopcom A9, portanto, pode ser uma situa-ção em que é melhor recuar.

3BET POTSAqui o jogo também muda muito

em relação a jogar entre 50-100BB.3bet light fora de posição não é tão sim-ples, pois o oponente aqui tem impliedodds para jogar com muito mais mãosdo que quando tinha 100 BBs. No ge-ral, aconselho ter muito cuidado aorealizar esta jogada fora de posiçãocontra bons oponentes que vão te pa-gar com muitas mãos para dar outplayou tentar ganhar um pote monstro.

Vou comparar duas mãos típicas(pares baixos e suited conectors) em umjogo com 100 BBs e 300 BBs.

Começando por pares baixos, co-mo 22 ou 66, com 100 BBs, se você to-ma um 3bet, tanto em posição comofora dela, eles normalmente não vão

jogar bem o pós-flop. Vocênão tem odds suficientes prajogar por set value, e sua mãovai estar definida, na maioriadas vezes, sendo que quandofizer um move e tomar um callestará praticamente drawingdead. Em contrapartida, elesjogam muito bem pelo setvalue. Os maiores potes que jáganhei jogando deep stack fo-ram sets que fiz em 3bet pots.Poucos oponentes largamoverpair depois de dar um3bet, sendo que quando vocêfaz um set não costuma ser

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COLUNA MAIS EV

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difícil colocar todo o dinheiro no pote.Tanto em posição quanto fora de posi-ção, pares baixos ou médios jogammuito bem nessa situação.

Suited conectors são ótimos em 3betpots com 100 BBs para fazer moves noflop. Por quê? Com um suited conectorvocê pode flopar:

• Mãos feitas (dois pares): 5,6%• Combo draws (straight flush draw, par + straight draw e etc.): 6,9%

• Draws (straight draw ou flush draw): 13,2%

Ou seja, aproximadamente 25%das vezes você vai ter umamão boa para fazer um move,

fora isso também pode fazer um movequando tiver um par em um boardbem dry (por exemplo, 248 com 87s),em que mesmo que enfrente um over-pair você ainda tem cinco outs para fa-zer dois pares ou trips (diferentementede apenas dois outs quando você fazum move com um par baixo). Resu-mindo: se enfrentar um oponentebem agressivo que dá muito 3bet light(e normalmente estes dão pelo menos90% das vezes continuation bet), com100 BBs você pode dar call com suit-ed conectors pensando em fazer ummove em boa parte dos flops tantocom ou sem posição.

Deep a coisa muda, você não vaiconseguir fazer um move no flop emum 3bet pot, a relação do tamanhodo pote para o quanto você tematrás ainda é muito pequena, e jogarsuited conectors fora de posição já nãoé tão interessante.

Draws não jogam tão bem fora deposição, e assim como com 50 a 100BBs nas blinds, não costuma ser bomdar um call com 67s de um raise deearly ou middle position, não costuma

ser bom também dar call sem po-sição com 67s para um 3bet em umjogo de 300 BBs.

Em posição, o call já é bem mais in-teressante, pois você terá mais con-trole sobre o tamanho do pote e terámais facilidade de colocar todo dinhei-ro quando acertar seu draw. E vocênão só vai alcançar implied odds me-lhores em posição, como também po-de aplicar um float em alguns flops.

No geral, pode-se dar mais call emposição, e deve-se ter cuidado ao dar3bet light sem posição, porque muitosoponentes bons sabem que podemdar call com uma variedade boa demãos e jogá-las em posição.

4BET POTS - 4BET LIGHT

Atualmente rola muita 3bet light(o que muitos chamam de re-stealquando o raisevem em la-

te position). No jogo com 100 BBs, é co-mum bons jogadores darem 4bet lightscolocando cerca de 22 a 25 BBs dostack em cima de uma 3bet, tendo es-paço para o fold pré-flop. Essa é umaestratégia muito boa, e bons jogadoressabem mixar bem um range de 4betpor valor com AA, KK, QQ ou AK,em que eles dão 4bete pagam um push,e alguns blefes em que vão dar a 4bet eter espaço para desistir da mão.

Em deep stack, a 4bet light se tornauma estratégia ainda mais efetiva.Um push em cima de uma 4bet sairámuito caro para o jogador que dáuma 3bet, e quando estiver em posi-ção, coloca o oponente em uma si-tuação difícil, caso ele pretenda con-tinuar: ou ele joga um pote grandefora de posição contra um oponenteque demonstrou muita força pré-flop,ou ele investe um stack de 200 BBsem um push ou 5bet.

Com 100 BBs, quando vocêdá raise para 3 ou 4 BBs, umvalor normal de 3bet é de 10

a 15 BBs. Quando está deep stack,pode dar uma 4bet entre 20 a 30 BBssem problemas (normalmente temque ser um pouco maior o valor da4bet do que com 100 BBs). Um exem-plo é você com 200 BBs abrir trêsBBs do button, o jogador na big blindque defende muito as blinds dá 3betpara 12, e você dá uma 4bet para 26BBs. Pagando, ele joga um pote quecomeça com 56 BBs fora de posi-ção, dando 5bet, ele fica relativa-mente commited, e push ele investe ostack inteiro. Você, por outro lado,está investindo 23 BBs a mais na mãopara ganhar um pote que já contém15,5 BB. Para o 4bet ser uma jogadaEV+, ele teria que funcionar pelomenos 60% das vezes, mas como orange do oponente é bem grandepara defender os blinds e você o dei-xa em posição delicada, a 4bet farácom que ele folde a mão bem maisdo que 60% de vezes.

Não estou falando para sair dando4bet pré-flop feito louco, mas joga-dores bons dão 3bet light com umrange muito alto de mão, e seu 4betvai ter uma taxa de takedown muitoalta contra esse tipo de jogador. Tam-bém não saia dando 4bet light emcima de jogadores “baralhões”, quetêm tendência a pagar ou dar pushcom mãos marginais. Contra eles, dê4bet sempre por value. Mas o princi-pal aqui é que 4bet light é uma estraté-gia possível e deve ser incluída noseu jogo deep stack.

Ivan SantanaConhecido pelo nick RoyalSalute, é jogadorde poker profissional e moderador dofórum MaisEV.

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COLUNA JURÍDICA

Ocontinente europeu apre-senta situações absoluta-mente divergentes quandoo assunto é a regulamenta-ção do poker online. En-

quanto a Itália, que já regulamentou aatividade, Portugal, França e Suíça estãoabertos à discussão, ainda há espasmos deretrocesso em outros países europeus,como é o caso da Noruega.

A posição norueguesa é ainda mais se-vera do que o famigerado UIGEA ame-ricano, na medida em que não restringeapenas as transações online, mas toda equalquer espécie de jogo disponibilizadona internet. A justificativa norueguesapara tal proibição é a proteção das pessoasque possuem algum problema de com-pulsão e vício em jogos.

O que não se discute é o fato de que asuposta “proteção” dos doentes esbarrano direito individual daqueles que, sempossuir qualquer distúrbio relacionado aojogo, ficarão privados da sua prática por

ato autoritário e pretensamente altruístado governo norueguês.

Não vou me estender a respeito doabsurdo dessa justificativa queconsegue ser ainda pior do que

aquela utilizada por países que encaram aproibição do jogo online como ação afir-mativa de combate à lavagem de dinhei-ro. Ora, se alguém está doente, o que seprecisa é tratamento. Se criminosos uti-lizam atividades lícitas para realizar lava-gem de dinheiro, o que se faz necessário éa atuação contundente do Estado na pre-venção e combate dos crimes que origi-nam o tal “dinheiro sujo”.

Pensar de outra forma soaria comoproibir a produção e comércio de bebidasalcoólicas no Brasil para proteger os al-coólatras. Em suma, a proibição do pokeronline não é terapêutica, não soluciona,nem mesmo parcialmente, o problemada compulsão pelo jogo ou a lavagem dedinheiro, ou quaisquer outros males que

Avanços da legislação sobre o pokerna internet podem servir de exemplo

O POKER ONLINE NA

EUROPApossam ser direta ou indiretamente rela-cionados ao jogo.

No caso da Noruega ainda há um fatoirônico a respeito do tema, vez que a únicamodalidade de jogo que permanecerápermitida é a loteria estatal, caso típico dejogo de azar. Assim, se o compulsivo nãopoderá gastar todo o seu dinheiro em jo-gos pela internet, poderá fazê-lo tranqui-lamente se o destino dos seus recursos foros cofres públicos.

Oexemplo norueguês é interes-sante, pois traz contradições co-muns na maioria dos países ain-

da refratários ao jogo online. No entanto,essa não é a única batalha travada pelopoker online em solo europeu. Outro pon-to extremamente complicado é o confli-to entre os países que defendem o mo-nopólio estatal na exploração de tais jo-gos e aqueles que entendem o contrário,em nome da livre circulação dos servi-ços na União Européia.

Portugal e França são dois dos paísesque defendem o monopólio estatal e, portal razão, resistentes à legalização da ativi-dade de jogos online para a iniciativa pri-vada. No entanto, há notícias de que aFrança, ao contrário da histórica orien-tação em prol do monopólio estatal, po-derá legalizar o poker online já em 2010.Isso porque foi encomendado um estudoque trouxe a conclusão de que tal medi-da não traria qualquer repercussão ne-gativa à sociedade.

Assim, a França adotaria o modelo jáexistente em países como Alemanha eHolanda, fruto do comando trazido noartigo 49 do Tratado da União Européia,que diz respeito à livre prestação de ser-viços na zona comunitária.

Reino Unido e Itália foram precursoresda atualização legislativa para a regula-mentação do jogo online e, a reboque, Po-lônia e Espanha já demonstraram inte-resse de tratar a questão. A Suécia, por suavez, já quebrou o monopólio estatal da ex-ploração dos jogos online e tudo indicaque realizará a atualização legislativa nosentido de regulamentar a atividade.

A Dinamarca, país de origem do últimocampeão do Main Event da WSOP, tam-

Doyle Brunson T 2

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bém impunha restrições ao poker online,mas, tendo em vista pressões externas, jádá sinais que alterará o tratamento do jogopela internet, assim como o fará para ostorneios ao vivo. O mesmo ocorre com aBélgica, cujo governo vem sendo pres-sionado pela Comissão Nacional de JogoBelga, o que pode levar ao reconhecimen-to e regulamentação do jogo pela internet,assim como foi feito com o jogo ao vivo,já que a Bélgica possui até mesmo cassi-nos em seu território.

Esses poucos exemplos da reali-dade atual européia, no tocante aopoker online, bastam para demons-

trar que a tendência atual é pelo reco-nhecimento da licitude da atividade. Naverdade, além do preconceito demons-trado por países como a Noruega e oprotecionismo estatal de outros paíseseuropeus, é fato que o maior impedi-mento para a total legalização do pokeronline é a efetiva atualização legislativaem cada região, e a modernização das

leis e regulamentações deverá ocorrer,na maioria dos países europeus, empouquíssimo tempo.

Isso porque o poker online é uma rea-lidade mundial, e a lei não se prestaa outro fim que não seja adequar a

situação fática ao universo jurídico demodo a regulamentar atividades e situa-ções já existentes. Desse modo, a totalregulamentação do poker online em soloeuropeu deve atingir a grande maioriados países em curtíssimo prazo, não sen-do exagero esperar que essa tendênciaseja observada também em outros con-tinentes na mesma velocidade em que ojogo explodiu por todo o mundo.

Nessa esteira, obviamente a situaçãobrasileira pode ser beneficiada pela ten-dência européia, tendo em vista que,diferentemente da Europa, o Brasil ain-da não impôs restrições ao poker online,ainda que a modalidade não seja regu-lamentada ou reconhecida pela legis-lação nacional.

Ocorre que, uma vez regulamen-tada a atividade no ambiente dainternet, o poker em si poderá

ser beneficiado em todas as suas varian-tes, sendo que assim o Brasil trilharia ocaminho inverso dos países europeus.Isso porque, se na Europa o caminhopara a regulamentação do poker onlinemigra da legalidade dos jogos ao vivopara a regularização do jogo na inter-net, no Brasil a regulamentação do po-ker via internet poderia trazer resulta-dos significativos para o reconhecimen-to da prática ao vivo e o seu reconhe-cimento definitivo, como atividade líci-ta, via reforma da legislação.

Assim, não é exagero dizer que o tra-tamento da questão em outros paísespode, efetivamente, culminar numa so-lução positiva para o poker no Brasil, oque se espera ansiosamente para umfuturo próximo.

Gustavo “GM” Andrade

Natural de Assis (SP) e residente em São Paulo,é advogado criminalista e jogador de poker.

[email protected]

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GLOSSÁRIO OS TERMOS DO POKERBubble – Bolha. A posição, em um torneio,do jogador que é eliminado logo antes deentrar na faixa de premiação. Quando estejogador é eliminado, diz-se que a bolhaestourou, e dali para a frente todos entramna faixa de premiação.

Button – Outro nome para a posição dedealer na mesa, que é representada por umdisco branco, um botão, à frente do jogador.

Buy-In – O montante de dinheiro exigidoque um jogador pague para se sentar numdeterminado jogo de poker, ou o valor deinscrição de um torneio.

CCall – Pagar uma aposta.

Cold Call – Quando o jogador paga maisde uma aposta ou repiques sem ainda terposto nada na mesa.

Calling Station – Um jogador passivo quenão costuma repicar, e que paga maisapostas do que deveria.

Cap – Efetuar o último repique permitidoem uma rodada. Em jogos limit há o limitede três repiques.

Cards Speak – Termo que indica que o quevale são as cartas do jogador, mesmo queele anuncie verbalmente um jogo errado.

Cash Game – O jogo a dinheiro, sem sertorneio, no qual você pode entrar e sairquando desejar. Também chamado de ring

game.

Cash Out – Sacar o dinheiro.

Check – Dar check é continuar no jogo semapostar; passar a vez; bater mesa.

Check-Raise – Quando o jogador primeirodá check e, depois que alguém aposta, elerepica.

Chip – Ficha.

Chip Leader – O líder em fichas, o primeirocolocado em um torneio.

Chop – Devolver os blinds aos jogadoresque os colocaram e seguir para a próximamão, se mais nenhum outro jogador entrouna jogada. Também significa 'dividir a mesa'e normalmente só existe em jogos ao vivo.Também é usado em finais de torneioquando se pretende propor um acordo.

Clubs – Naipe de paus.

Coinflip – Situação em que dois jogadorestêm chances quase iguais de ganhar a mão.

Collusion – Conluio. Comportamento

desleal feito por dois ou mais jogadoresque atuam de forma ilegal, em parceria.

Connectors – Duas cartas em seqüência.

Cut-off – Posição do jogador na mesaanterior à posição do dealer.

DDeal – Acordo.

Dealer – A pessoa que manuseia as cartas,distribui a mesa e monitora o jogo, tambémconhecido como croupier.

Dealer's Position – O último jogador aapostar numa rodada.

Deep Stack – Estilo de torneio que trazmuitas fichas no stack inicial e níveis deblinds longos e de subida leve, beneficiandojogadores mais técnicos.

Diamonds – Naipe de ouros.

Door Card – A primeira carta exposta, oucarta aberta, numa mão em jogos Stud.

Draw Lowball – Modalidade de poker emque cada jogador recebe cinco cartas coma opção de trocar uma ou mais cartas poroutras, em que a mão mais baixa ganha.

Draw Poker – Modalidade de poker em quecada jogador recebe cinco cartas fechadas,com a opção de trocar uma ou mais cartaspor outras, para tentar formar uma mãomelhor. Também chamado de poker fechadoe Five Card Draw.

Draw – Quando um jogador ainda não estácom a mão feita, mas espera que com aspróximas cartas consiga uma boa mão.Ocorre para seqüência (straight draw) ouflush (flush draw).

Drawing Dead – Quando o jogador está emum draw, esperando uma carta para fecharseu flush ou seqüência; mas mesmo que eleconsiga não terá chances de vencer, pois ooponente já possui mão superior.

EEarly Positions – As quatro primeirasposições da mesa.

FFee – Em um torneio, é o valor da inscriçãodestinado aos organizadores, não entrandono prize pool.

Field – Refere-se ao número departicipantes de um torneio.

AAdd-On – Compra adicional de fichas.Torneios com re-buy permitem add-on

imediatamente após o período de re-buys,liberado a todos os jogadores,independentemente da quantidade de fichas.

All In – Quando um jogador aposta todasas suas fichas em uma mão.

All In Mode – Quando um jogador tempoucas fichas em relação aos blinds,estando sujeito a aplicar um all in aqualquer momento.

Ante – “Pingo”. Aposta colocada na mesa,antes da mão começar, por todos osjogadores.

Average – Média de fichas de um torneioou mesa, normalmente calculada pegando-seo número total de fichas e dividindo pelosjogadores restantes.

BBad Beat – Jogada onde o favorito perdea mão quando seu oponente, com poucaschances, consegue acertar uma carta.

Bankroll – Cacife. Montante de dinheiroque alguém possui para jogar.

Belly Buster – "Racha". Carta de meiode seqüência.

Bet – Apostar.

Big Bet – Em jogos fixed limit, é a apostaque acontece no turn e river.

Big Blind – Aposta obrigatória, colocadapelo jogador sentado na segunda posição.

Blank – Uma carta comunitária inútil, quenão faz muita diferença para ninguém.

Blind – Aposta obrigatória.

Bluff – Blefe.

Board – As cartas que são distribuídasviradas para cima, para que todos osjogadores as vejam. Em jogos com flop,são cinco cartas comunitárias no centro damesa. Nos Stud são quatro cartas pessoais,à frente de cada jogador.

Bounty – Recompensa em prêmio oudinheiro que um jogador ganha por tereliminado outro de um torneio.

Bring-In – Abertura. Aposta forçada naprimeira rodada, pelo jogador que recebeua carta aberta mais baixa, no Seven Card

Stud. No Razz, quem faz a abertura é quemtem a carta aberta mais alta.

Chuck Norris 9 3

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FEVEREIRO | 67WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

Five-Card Stud – Modalidade de poker emque cada jogador recebe cinco cartas, umafechada e quatro abertas, com apostas apósa 2ª, 3ª, 4ª e 5ª cartas. Também conhecidocomo Stick de cinco cartas.

Flop – No Texas e Omaha Hold'em, as trêsprimeiras cartas comunitárias que sãoabertas no centro da mesa, todas aomesmo tempo. O flop também indica asegunda rodada de apostas.

Flush – Cinco cartas do mesmo naipe,independentemente do valor.

Flush Draw – Tentativa de flush. Quando umjogador tem quatro cartas, todas do mesmonaipe, e espera receber uma quinta parafazer um flush.

Fold – Correr, desistir da sua mão quandoé a sua vez de jogar.

Four of a Kind ou Quads – Quadra.

Free Card – Carta grátis, que você vê semter que pagar nenhuma aposta, pois todosbateram mesa.

Freeroll – Torneio gratuito, com prêmiosem dinheiro.

Freezeout – Formato de torneio onde nãosão permitidos re-buys.

Full House – Uma trinca e um par.

GGap – Conceito que diz, em resumo, quepara pagar uma aposta ou aumento umjogador deve ter cartas melhores do que eleteria para ser o primeiro a apostar ourealizar um aumento.

Grinding – Jogar num estilo com poucosriscos e lucro modesto durante muito tempo.

Gut Shot Straight – Seqüência que aindaprecisa de um "racha", carta de meio deseqüência, para ser formada. O mesmoque Inside Straight

HHeads-up – Mano-a-mano. Quando apenasdois jogadores estão envolvidos numa mão,torneio ou jogo, um contra o outro.

Hearts – Naipe de copas.

Hi-Lo – Também chamados de high/low ouhi-low, são os jogos de divisão da mesa entreos jogadores com as melhores mãos alta ebaixa.

High Card – Uma mão de cinco cartas quenão contém nenhum jogo formado, usando

apenas a carta mais alta.

High Stakes – Jogo de cacifes altos.

Hole Cards ou Pocket Cards – Cartasque o jogador recebe e somente ele podever e usar.

IImplied Odds – Probabilidade implícita.Cálculo semelhante ao pot odds, mas queleva em conta informações que o jogadortem de seus adversários, podendo assimalterar as probabilidades com suas ações.

Insta-Call – Quando um jogador pagaimediatamente uma aposta ou raise.

In The Money ou ITM – Classificaçãodo jogador que já entrou na faixa depremiação em um torneio.

KKansas City Lowball – Também conhecidocomo Razz Deuce-To-Seven, é um tipo depoker em que a pior mão vence. A diferençadeste para o Razz normal é que o Ás só valecomo maior carta e as seqüências e flushes

atrapalham o jogador, portanto a melhor mãopossível seria 2-3-4-5-7 de naipes diferentes.

Kicker – Carta de desempate, é a mais altacarta sem par na mão de um jogador, a quegeralmente resolve a jogada em caso deempate caso dois ou mais jogadorestenham mãos iguais. Se todos tiverem omesmo kicker, analisa-se o segundo kicker

e segue-se até haver desempate.

Kill – Nesta modalidade, as apostasdobram quando um mesmo jogador ganhaa mesa duas vezes seguidas.

LLate Positions – As duas últimas posiçõesda mesa.

Live – Jogo ao vivo.

Limp – Ato de apenas pagar a aposta do big

blind. O jogador que deu limp, ou sempre ofaz, é chamado de limper.

Loose – Estilo do jogador que joga muitasmãos, mesmo com jogos de médio valor.

MMain Pot – O valor principal da mesa.Quaisquer outras apostas são colocadasnuma mesa paralela (side pot) e são

disputadas pelos jogadores restantes. Istoocorre quando um jogador fica all in.

Middle Positions – As posiçõesintermediárias da mesa.

Move – Jogada.

Muck – Sair do jogo sem mostrar a mão.Também designa o monte de cartas quejá não estão em jogo.

Multi-table tournament ou MTT – Torneiocom várias mesas, que são remanejadas afim de manter o eqüilíbrio de participantes.

NNuts – A melhor mão possível em umadeterminada altura do jogo.

OOdds – A probabilidade de se fazer uma mão.

Offsuit – Cartas de naipes diferentes.

Omaha Hold’em – Jogo em que cadajogador recebe quatro cartas fechadas comcinco cartas comunitárias. Para fazer a suamão é obrigado a usar duas de suas cartase três das cartas comunitárias.

On the Button – O último a falar numarodada de apostas. Posição do dealer.

Online – O jogo pela internet.

Open – Abrir, fazer a primeira aposta.

Open-Ended Straight – Seqüência de duaspontas, que ainda precisa de uma carta paraser completa, em qualquer um dos lados.

Opening Hands – Mãos que o jogadorseleciona para entrar em uma jogada.

Outs – O número de cartas restantes nobaralho que podem melhorar a sua mão.

Over Aggressive – Estilo de jogador muitoagressivo, que aposta e repica muitas mãos.

Over the Top – Quando um jogador dáum raise ou all in over the top, ele estáapostando por cima de uma aposta ouraise de um jogador anterior.

Overcard – Carta da mesa maior do que opar que está em sua mão.

Overpair – par em sua mão que seja maisalto do que qualquer uma das cartas na mesa.

PPot – Dinheiro ou fichas no centro da mesa,que os jogadores tentam ganhar.

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GLOSSÁRIO OS TERMOS DO POKER

Straight Flush – Cinco cartas consecutivasdo mesmo naipe.

Stud Games – Poker aberto, jogos em queos participantes recebem cartas fechadas eabertas, também chamados de Stick.

Suckout – Quando um jogador conseguevencer um jogo melhor, nas últimas cartas.

Suit – Naipe.

Suited – Cartas do mesmo naipe.

TTakedown – Vencer a mão com o fold dosoutros jogadores.

Tell – Uma espécie de pista ou dicainvoluntária que um jogador faz sem perceber.

Texas Hold'em – Modalidade do jogo depoker mais popular atualmente. Aqui cadajogador recebe duas cartas pessoais e sãoviradas mais cinco cartas comunitárias namesa. Cada jogador deve fazer uma mão decinco cartas, podendo usar quaisquer dassete cartas disponíveis a ele.

Three of a Kind – Trinca.

Tight – Um jogador que não joga muitasmãos, que é seletivo; também pode ser aindicação de um jogo que não tem muita ação.

Tilt – Um jogador entra em tilt quando sofreuma derrota e fica tão abalado que começaa jogar de forma irracional.

Top Pair – Par maior. Quando um jogadorusa a carta mais alta do flop para fazer umpar com uma das suas cartas.

Trap – Armadilha. Quando um jogador temuma mão enorme e induz outro a entrar najogada, fazendo-o pensar que pode vencer.

Turn – Em jogos de flop, é a quarta carta aser distribuída. É a terceira rodada deapostas.

Two Pair - Dois pares.

UUnder the Gun ou UTG – A primeiraposição depois do big blind.

VValue Bet - Aposta de valor, quando umjogador tem claramente o jogo vencedor(nuts), mas aposta pouco, para conseguirextrair mais fichas dos seus oponentes, semassustá-los com apostas muito grandes.

Pot Committed – Situação onde o jogadorjá pôs tantas fichas no pot, e este está tãogrande, que mesmo sem ter o melhor jogoele acaba pagando mais apostas.

Pot Odds – Cálculo do custo-benefício parapagar uma aposta relacionado ao valor quejá existe no pot, levando em conta aschances de você acertar a carta necessáriapara ganhar a mão.

Prize Pool – Valor total das premiações emum torneio.

RRack – Espécie de bandeja de plásticotransparente que comporta 100 fichas depoker em cinco fileiras de 20 fichas.

Railbird – Alguém que permanece numasala de poker, observando os jogos.

Rainbow – Quando as cartas do board sãode naipes diferentes, não abrindopossibilidade para flush.

Raise – Aumentar. Repicar.

Rake – Comissão. Porcentagem de fichasretiradas da mesa (pot) pelo cassino ou salade poker, pela organização do jogo.

Razz – Jogo semelhante ao Seven Card

Stud, só que a menor mão ganha a mesa.No Razz, não existe flush ou seqüência,então o melhor jogo seria A-2-3-4-5.

Re-Buy – Recompra.Alguns torneiospermitem recompras, normalmente na primeirahora, para os jogadores que perderam suasfichas, limitado apenas aos jogadores quepossuem um cacife ou menos fichas.

Re-raise – Também conhecido como contra-repicar, dar re-raise é aumentar novamenteuma aposta que já tenha sido aumentada.

Ring Game – Ver Cash Game.

River – Esta é a última carta. No Hold'eme no Omaha, também é conhecida como5th street ou 5ª carta comunitária. Emjogos Stud, também é denominada 7th

street ou 7ª carta.

Royal Flush ou Royal Straight Flush –Sequência máxima do mesmo naipe, T-J-Q-K-A. É a melhor mão possível no Hold’em.

SSatellite – Um torneio onde a premiaçãosão entradas para um torneio maior.

Scoop – Rapelar, ganhar toda a mesa, com

as mãos alta e baixa em um jogo Hi-Lo.

Session – Sessão de jogo.

Set – Ter uma trinca, sendo um par na mão euma carta formando a trinca na mesa.

Seven Card Stud – Stick de sete cartas, éum jogo de poker em que os jogadoresrecebem três cartas fechadas e quatro cartasabertas. Faz-se a mão com as cinco melhorescartas dessas sete.

Shootout – Formato de torneio onde não háremanejamento entre mesas e é precisovencer todos em sua mesa para avançar.

Short-Handed – Jogo com poucosjogadores, normalmente entre três e seis pormesa.

Short Stack – O jogador que possui menosfichas em uma mesa ou torneio.

Showdown – Abertura das cartas. Narodada final de apostas, quando todos osjogadores ativos revelam as suas cartas paraver quem ganhou a mesa.

Side Pot – Mesa paralela, uma mesa (pot)separada que é disputada pelos jogadoresativos restantes, quando um ou maisjogadores estão all in.

Sit-and-Go ou SNG – Torneio onde não háhorário para início, formando-se quandocompletar o número de jogadoresnecessários.

Sitting out – Quando um jogador estáausente da mesa.

Slowplay – Quando um jogador tem umamão muito forte e não aposta muito,permitindo que outros continuem no jogo,tentando aplicar uma armadilha (trap).

Slowrolling – Quando um jogador tem amelhor mão e demora, pensando na jogada,para pagar um all in do adversário. Éconsiderado falta de respeito.

Small Bet – Em jogos fixed limit, é a apostaque acontece no pré-flop e flop.

Small Blind – Aposta obrigatória, colocadapelo jogador sentado na primeira posição.

Spades – Naipe de espadas.

Split – Empate, divisão do pot.

Stack – Pilha de fichas.

Steal – “Roubar” os blinds ou o pot.

Stick – Termo usado no Brasil para jogosStud.

Straight – Cinco cartas sequenciais dequalquer naipe.

Heinz 5 7

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FEVEREIRO | 69WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

várias cidades colaboraram enviandorecursos de diferentes valores. SérgioMotta, da equipe MeBeliska, abraçou acampanha e comandou a arrecadação:em pouco mais de um mês foram arre-cadadas 150 cestas básicas de 15 quilos,mostrando a solidariedade dos joga-dores brasileiros.

Os amigos dos sites PT.-PokerNews e do Su-perPoker disponibi-

lizaram espaços para a divul-gação da campanha, diversosclubes de São Paulo e regiãoparticiparam das arrecada-ções, com destaque para oRock Poker, de Santo André,que não só levantou verbas, co-mo esteve presente na distri-buição dos alimentos, repre-sentado pelo sócio Edu Max.

INICIATIVAS BENEFICENTES

pokerA entrega das doações ocorreu nos

dias 23 e 24 de dezembro. O jogadorpaulista Roni Villani, numa demons-tração de amor e solidariedade, partici-pou dos dois dias da festa, sob uma tem-peratura de mais de 30 graus, vestido dePapai Noel. Junto de alguns jogadores depoker que fizeram questão de entregaros presentes com a família de VirgílioAoki, o Papai Noel se emocionou com ascentenas de crianças que se aglomera-vam ao seu redor.

“Juntamente com o Sergião, do MeBe-liska, desde já anunciamos que o Natalsem Fome 2009 vem com mais força egrande ajuda do poker nacional. Tenhocerteza de que a adesão será muitomaior”, conta Virgílio.

Outras iniciativas vêm pipocando portodo o País. Ainda no final de 2008, mui-

tos grupos se uniram para enviarajuda às vítimas das enchentes deSanta Catarina. Jogadores envia-vam transferências online e as pes-soas mais próximas das cidadesatingidas juntaram essa verba paracomprar cestas básicas, manti-mentos e bens de necessidade.Três centros de auxílio a essa causaforam as comunidades Poker Ma-nia e MeBeliska, e o fórum Mais-EV. “O Igor Turci abriu um tópico

no fórum MaisEV para arrecadarmosfundos e revertermos em cestas básicaspara os atingidos pelas enchentes emSanta Catarina. Com o montante arre-cadado pelos jogadores que participamdo fórum, conseguimos comprar maisde 40 cestas básicas”, explica Jorge Bre-da, um dos jogadores que ajudou bas-tante na operação.

O

fazendo o

Com a crescente uniãodos jogadores, nãotardaria que a ami-zade e os encontros

resultassem em projetos benefi-centes e filantrópicos em nomedo poker brasileiro. Uma das pri-meiras investidas nesse territóriodeu-se por iniciativa de VirgílioAoki, conhecido jogador dos tor-neios paulistas e grandes eventosnacionais, vencedor do Tower Cruise II,em 2008. Tudo começou há três anos,com um grupo de amigos da região deSão Mateus, zona leste de São Paulo. In-centivados pelo amigo Valter Machado,uniram-se e criaram a campanha Natalsem Fome, em que famílias moradorasdas comunidades carentes da região sãoatendidas com a distribuição de cestasbásicas e centenas de crianças fazemuma verdadeira festa ao receber brin-quedos, que em muitos casos são os úni-cos que ganham no Natal.

No ano de 2008 a campanha ganhouum novo reforço na arrecadação dos ali-mentos graças a Virgílio Aoki, que desde2006 participa do grupo. Ele convocouos jogadores de poker do Brasil para seunirem ao Natal sem Fome e o resultadonão poderia ter sido melhor. Por meiodas comunidades do orkut PokerManiae MeBeliska, dezenas de jogadores de

bemVirgílio (de branco),

ao lado das pessoasque ajudaram no projeto

A distribuição dosmantimentos na rua

Por Daniele Aoki

beneficente_11 07/02/09 1:44 AM Page 69

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Em janeiro foi realizada a Mesa dos Cam-peões de 2008 e aberta a nova tempo-rada. No ano que passou, cada etapa

reuniu cerca de 90 jogadores, entre elesalgumas feras como Federal, Akkari, Fábio“Deu Zebra” e Marcos XT. O campeão do bra-celete de 2008 foi Neto Estevam, premiadocom uma viagem para o Conrad, no Uruguai.Já a Mesa dos Campeões terminou com avitória de Tiãozinho Grama.

Circuito Sanjoanense de Pokercomeça o ano de 2009 com tudo

POKER NO INTERIOR

soc_sajoao.qxp 07/02/09 12:39 AM Page 66

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4 FLOP

Calendário WSOP 2009Evento Data Hora Modalidade Dias Buy-In

1 27 de maio 12:00 Casino Employees No-Limit Hold’em 2 $ 5002 28 de maio 12:00 40th Annual No-Limit Hold’em 4 $ 40.0003 29 de maio 12:00 Omaha Hi-Low Split-8 or Better 3 $ 1.5004 30 de maio 12:00 No-Limit Hold’em 4 $ 1.0005 01 de junho 12:00 Pot-Limit Omaha 3 $ 1.5006 01 de junho 17:00 World Championship Seven Card Stud 3 $ 10.0007 02 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 1.5008 02 de junho 17:00 2-7 Draw Lowbal 3 $ 2.5009 03 de junho 12:00 No-Limit Hold’em/Six Handed 3 $ 1.500

10 03 de junho 17:00 Pot-Limit Hold’em/Omaha 3 $ 2.50011 04 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 2.00012 04 de junho 17:00 World Championship Mixed Event 3 $ 10.000 13 05 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 2.50014 05 de junho 17:00 Limit Hold’em/Six Handed 3 $ 2.50015 06 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 5.000 16 06 de junho 17:00 Seven Card Stud 3 $ 1.50017 07 de junho 12:00 Ladies No-Limit Hold’em World Championship 3 $ 1.000 18 07 de junho 17:00 World Championship Omaha Hi-Low Split-8 or Better 3 $ 10.000 19 08 de junho 12:00 No-Limit Hold’em/Six Handed 3 $ 2.500 20 09 de junho 12:00 Pot-Limit Hold’em 3 $ 1.50021 09 de junho 17:00 HORSE 3 $ 3.00022 10 de junho 12:00 No-Limit Hold’em Shootout 1 3 $ 1.50023 10 de junho 17:00 World Championship 2-7 Draw Lowball 3 $ 10.00024 11 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 1.500 25 11 de junho 17:00 Omaha/Seven Card Stud Hi-Low-8 or Better 3 $ 2.50026 12 de junho 12:00 Limit Hold’em 3 $ 1.500 27 12 de junho 17:00 Pot-Limit Omaha Hi-low Split-8 or Better 3 $ 5.00028 13 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 1.500 29 13 de junho 17:00 World Championship Heads Up No-Limit Hold’em 3 $ 10.00030 14 de junho 12:00 Pot-Limit Omaha 3 $ 2.50031 14 de junho 17:00 HORSE 3 $ 1.500 32 15 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 2.00033 15 de junho 17:00 World Championship Limit Hold’em 3 $ 10.000 34 16 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 1.50035 17 de junho 12:00 Pot-Limit Hold’em 3 $ 5.00036 18 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 2.00037 18 de junho 17:00 World Championship Seven Card Stud Hi-Low Split-8 or Better 3 $10.00038 19 de junho 12:00 Limit Hold’em 3 $ 2.00039 20 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 1.50040 20 de junho 17:00 World Championship Pot-Limit Omaha 3 $ 10.00041 21 de junho 12:00 No-Limit Hold'’em Shootout 1 3 $ 5.00042 21 de junho 17:00 Mixed Event 3 $ 2.50043 22 de junho 12:00 Seniors No-Limit Hold’em World Championship 3 $ 1.00044 22 de junho 17:00 Seven Card Razz 3 $ 2.50045 23 de junho 12:00 World Championship Pot-Limit Hold’em 3 $ 10.00046 23 de junho 17:00 Omaha Hi-Low Split-8 or Better 3 $ 2.50047 24 de junho 12:00 Mixed Hold’em (Limit/No-Limit) 3 $ 2.50048 25 de junho 12:00 Pot-Limit Omaha Hi-low Split-8 or Better 3 $ 1.50049 26 de junho 12:00 World Championship HORSE 5 $ 50.00050 26 de junho 17:00 Limit Hold’em Shootout 1 3 $ 1.50051 27 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 1.50052 28 de junho 12:00 Triple Chance No-Limit Hold’em 3 $ 3.00053 28 de junho 17:00 Seven Card Stud Hi-Low-8 or Better 3 $ 1.50054 29 de junho 12:00 No-Limit Hold’em 3 $ 1.50055 29 de junho 17:00 2-7 Triple Draw Lowball (Limit) 3 $ 2.50056 30 de junho 12:00 No-Limit Hold’em / Six Handed 3 $ 5.000

02 de julho 14:00 Ante Up For Africa Charity 1 $ 5.00057 03 a 14 de julho 12:00 World Championship No-Limit Texas Hold'em 2 13 $ 10.000

1Limite máximo de mil jogadores. | 2 Dia 1A – 03 de jul,Dia 1B – 04 de jul,Dia 1C – 05 de jul,Dia 1D – 06 de jul (limite de três mil jogadores por dia).Obs: este ano não haverá torneios com re-buy e add-ons.A Final Table do Main Event será marcada entre os dias 07 a 10 de novembro.

calendario_11.qxp 07/02/09 1:56 AM Page 4

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Calendário Internacional

FTOPS XI - Full Tilt Online Poker Series

Evento Data Hora Modalidade Detalhe Buy-In Garantido1 04 de fev 21:00 No-Limit Hold’em – $ 200 + $16 $ 1.000.0002 05 de fev 14:00 PL Omaha/8 Knockout $ 240 + $16 $ 200.0003 05 de fev 21:00 Stud – $ 200 + $16 $ 100.0004 06 de fev 14:00 No-Limit Hold’em 3x Shootout $ 300 + $ 22 $ 200.0005 06 de fev 21:00 Limit Hold'em 6-max $ 200 + $16 $ 150.0006 07 de fev 14:00 PL Omaha 6-max $ 500 + $ 35 $ 300.0007 07 de fev 16:00 No-Limit Hold’em Re-buy $ 100 + $ 9 $ 500.0008 08 de fev 14:00 No-Limit Hold’em Knockout 6-max $ 240 + $16 $ 600.000 9 08 de fev 16:00 No-Limit Hold’em Heads-up $ 500 + $ 35 $ 500.000

10 08 de fev 18:00 No-Limit Hold’em – $ 300 + $ 22 $ 1.500.00011 09 de fev 14:00 HA (half PL Hold 'em, half PL Omaha) – $ 200 + $16 $ 150.00012 09 de fev 21:00 No-Limit Hold’em Second Chance $ 1.000 + $ 60 $ 1.500.000 13 10 de fev 14:00 No-Limit Hold’em 1 Re-buy e 1 Add-on $ 200 + $ 16 $ 300.00014 10 de fev 21:00 HORSE – $ 500 + $ 35 $ 300.000 15 10 de fev 21:00 No-Limit Hold’em Turbo 6-max $ 200 + $ 16 $ 500.000 16 11 de fev 14:00 Omaha/8 – $ 200 + $ 16 $ 150.00017 11 de fev 21:00 No-Limit Hold’em 6-max Re-buy $ 300 + $ 22 $ 1.000.000 18 12 de fev 14:00 PL Omaha Heads-up $ 200 + $ 16 $ 100.000 19 12 de fev 21:00 No-Limit Hold’em 4x Shootout 6-max $ 300 + $ 22 $ 300.00020 13 de fev 14:00 No-Limit Hold’em 6-max $ 200 + $ 16 $ 400.000 21 13 de fev 21:00 Razz – $ 300 + $ 22 $ 150.00022 14 de fev 14:00 No-Limit Hold’em 2 dias de evento $ 5,000 + $ 200 $ 2.000.00023 14 de fev 16:00 PL Omaha Re-buy $ 100 + $ 9 $ 350.000 24 15 de fev 14:00 No-Limit Hold’em Knockout $ 120 + $ 9 $ 750.000 25 15 de fev 18:00 No-Limit Hold’em – $ 500 + $ 35 $ 2.500.000

Fevereiro12/02 a 25/02 WSOP CIrcuit Event Horseshoe Council Bluffs Council Bluffs, Iowa, EUA17/02 a 21/02 EPT Scandinavian Open Casino Copenhagen Copenhagen, Dinamarca25/02 a 19/03 The Wynn Classic Wynn Las Vegas Las Vegas, Nevada, EUA21/02 a 26/02 WPT - LA Poker Classic Commerce Casino Commerce, Califórnia, EUA28/02 a 02/03 WPT - Celebrity Invitational Commerce Casino Commerce, Califórnia, EUA

Março04/03 a 14/03 WSOP CIrcuit Event Caesars Atlantic City Atlantic City, New Jersey, EUA10/03 a 14/03 EPT German Open Casino Hohensyburg Dortmund, Alemanha16/03 a 20/03 WPT - Bay 101 Shooting Stars Bay 101 Casino San Jose, Califórnia, EUA 18/03 a 20/03 LAPT - Punta del Este Mantra Resort Spa Casino Punta del Este, Uruguai19/03 a 29/03 WSOP CIrcuit Event Harrah's Rincon Casino Valley Center, Califórnia, EUA31/03 a 25/04 7th Annual Five Stars World Poker Classic Bellagio Hotel Casino Las Vegas, Nevada, EUA

Abril04/04 a 09/04 WPT - Foxwoods Poker Classic Foxwoods Resort Casino Mashantucket, Connecticut, EUA11/04 a 29/04 WSOP CIrcuit Event Caesars Palace Las Vegas, Nevada, EUA18/04 a 23/04 EPT - San Remo Casino San Remo San Remo, Itália 18/04 a 25/04 WPT - World Championship Bellagio Hotel Casino Las Vegas, Nevada, EUA28/04 a 03/05 EPT - Monte Carlo Grand Final Monte Carlo Bay Resort Mônaco, Itália

Maio08/05 a 20/05 WSOP CIrcuit Event Harrah's New Orleans Nova Orleans, Louisiana, EUA18/05 a 25/05 Deep Stack Tournament The Bicycle Casino Bell Gardens, Califórnia, EUA

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1 Daniel Negreanu US$ 5.527.5102 Tuan Le US$ 4.490.6433 Michael Mizrachi US$ 4.168.7664 Gus Hansen US$ 4.051.7825 Alan Goehring US$ 3.995.7876 Joseph Bartholdi US$ 3.760.1657 David Chiu US$ 3.615.6468 JC Tran US$ 3.103.2989 Nick Schulman US$ 3.102.76210 Phil Ivey US$ 2.926.41211 Martin De Knijff US$ 2.810.16812 Eric Hershler US$ 2.549.50513 Eugene Katchalov US$ 2.524.78614 Nenad Medic US$ 2.522.37715 Hasan Habib US$ 2.461.44716 Dan Harrington US$ 2.444.08117 Erick Lindgren US$ 2.423.84718 Ted Forrest US$ 2.310.57519 Hoyt Corkins US$ 2.301.28620 Barry Greenstein US$ 2.296.284

1 Phil Hellmuth 11 braceletes2 Johnny Chan 10 braceletes2 Doyle Brunson 10 braceletes3 Johnny Moss 9 braceletes4 Erik Seidel 8 braceletes5 Billy Baxter 7 braceletes6 Men Nguyen 6 braceletes6 T.J. Cloutier 6 braceletes6 Jay Heimowitz 6 braceletes6 Layne Flack 6 braceletes7 Berry Johnston 5 braceletes7 Chris Ferguson 5 braceletes7 Allen Cunningham 5 braceletes7 Scotty Nguyen 5 braceletes7 Phil Ivey 5 braceletes7 Ted Forrest 5 braceletes7 Stu Ungar 5 braceletes8 Gary Berland 5 braceletes8 David Chiu 4 braceletes8 Mickey Appleman 4 braceletes

Rankingswpt – Career Earnings wsop

1 Caio Pimenta 23.3072 Norson Saho 22.0983 Marcos XT 18.2244 Sérgio Penha 18.1865 Luiz Filipe Andrade 17.482

6 Bruno GT 17.4007 Guilherme Chenaud 16.4348 Luan Estradioto 13.9269 Kima 12.81210 Leandro Balotin 11.47311 Beto Cajú 11.12912 Alexandre Gomes 10.95013 Christian Kruel 10.75814 Gualter Salles 10.29315 Lucas Coutinho 10.09916 André Akkari 9.61917 Gabriel Almeida 9.16418 Daniel Hoory 8.65019 Rodrigo Seiji 8.33820 Marcelo MGP 8.098

dados atualizados em 05/02/09

superpoker

Medalha de OuroAlexandre Gomes

Pelo quarto lugar no PCA de Bahamas.

Ricardo Ramagem

Pelo título do evento FTOPS.

Medalha de PrataCláudio Baptista

Pela boa performance na

temporada 2008 do BSOP.

Medalha de BronzeNorson Saho

Pela ótima arrancada no Ranking

Brasileiro SuperPoker no início do ano.

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AA 220:1AKs 331:1AKo 110:1Qualquer par 16:1Qualquer Ás 6:1Qualquer connector 5:1Qualquer suited connectors 25:1

Como utilizarExemplo 1: Você tem quatro cartas para fazer um flush, portanto vê que possui 9 outs, pela tabela 3. Consultando alinha de 9 outs na tabela 4, você sabe que a chance de acertar o seu naipe para o flush no turn é de 19,1%, e de 19,6%de acertar no river. A chance combinada, de acertar no turn ou river, é de 35%.

Exemplo 2: Você tem uma seqüência de duas pontas, portanto possui 8 outs. A chance de acertar sua seqüência no turné de 17%. Caso não acerte, tem mais 17,4% de chance de acertar no river. A chance combinada, de acertar sua seqüênciano turn ou river, é de 31,5%.

Tabelade Outs e OddsChances de receber mãos iniciais

Número de outs que melhoram sua mão

Ao menos um par sem ter par na mão 2:1

Trinca, tendo um par na mão 7,5:1

Quatro para um flush, tendo duas do mesmo naipe 8:1

Flush pronto, tendo duas do mesmo naipe 118:1

Seqüência de duas pontas, tendo connectors 11:1

Seqüência pronta, tendo connectors 78:1

Chances aproximadas de acertar no flop

Chances de acertar as outs

Se você tem Possui Para fazerPar 2 outs TrincaDois pares 4 outs Full HouseMeio de seqüência (racha) 4 outs SeqüênciaDuas pontas 8 outs SeqüênciaQuatro para um flush 9 outs FlushDuas pontas de straight flush 15 outs Seqüência, Flush ou Straight Flush

Outs Acertar no turn (%) Acertar no river (%) Acertar no turn ou river (%)20 42,6 43,5 67,519 40,4 41,3 65,018 38,3 39,1 62,417 36,2 37,0 59,816 34,0 34,8 57,015 31,9 32,6 54,114 29,8 30,4 51,213 27,7 28,3 48,112 25,5 26,1 45,011 23,4 23,9 41,710 21,3 21,7 38,409 19,1 19,6 35,008 17,0 17,4 31,507 14,9 15,2 27,806 12,8 13,0 24,105 10,6 10,9 20,404 8,5 8,7 16,503 6,4 6,5 12,502 4,3 4,3 8,401 2,1 2,2 4,3

1 2

3

4

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