revista documento reservado

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Caçando marginais Polícia Militar e Civil e Forças Armadas deflagram guerra ao crime no Rio, com prisão de traficantes e apreensão de drogas O criminalista Cláudio Dalledone Júnior assumiu a defesa do ex-goleiro Bruno, a quem espera tirar da cadeia em breve POLÍTICA ECONOMIA EDUCAÇÃO AGRONEGÓCIO TURISMO SAÚDE SEGURANÇA TECNOLOGIA REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 31 - NOVEMBRO/2010 - R$ 5,00 www.documentoreservado.com.br Caçando marginais Polícia Militar e Civil e Forças Armadas deflagram guerra ao crime no Rio, com prisão de traficantes e apreensão de drogas Advogado da pesada O criminalista Cláudio Dalledone Júnior assumiu a defesa do ex-goleiro Bruno, a quem espera tirar da cadeia em breve A maioria da população paranaense apostou em Beto Richa que agora terá o desafio de arrumar o Estado: um novo ciclo de governo somado à ansiedade de um povo descrente Legislativo paranaense sinaliza com o fim do clientelismo Como Beto Richa governará o Paraná? Como Beto Richa governará o Paraná?

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Edição novembro 2010

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Page 1: Revista Documento Reservado

Caçando marginaisPolícia Militar e Civil e Forças Armadasdeflagram guerra ao crime no Rio, comprisão de traficantes e apreensão de drogas

Advogado da pesadaO criminalista Cláudio Dalledone Júniorassumiu a defesa do ex-goleiro Bruno,a quem espera tirar da cadeia em breve

POLÍTICA ECONOMIA EDUCAÇÃO AGRONEGÓCIO TURISMO SAÚDE SEGURANÇA TECNOLOGIA

REVISTA DOCUMENTO RESERVADONº 31 - NOVEMBRO/2010 - R$ 5,00

www.documentoreservado.com.brCaçando marginaisPolícia Militar e Civil e Forças Armadasdeflagram guerra ao crime no Rio, comprisão de traficantes e apreensão de drogas

Advogado da pesadaO criminalista Cláudio Dalledone Júniorassumiu a defesa do ex-goleiro Bruno,a quem espera tirar da cadeia em breve

A maioria da população paranaense apostou em Beto Richa que agora terá o desafio de arrumaro Estado: um novo ciclo de governo somado à ansiedade de um povo descrente

Legislativo paranaense sinaliza

com o fim do clientelismo

Como Beto Richagovernará o Paraná?

Como Beto Richagovernará o Paraná?

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4Documento Reservado / Novembro 2010

Jornalista responsável e editor-chefePedro Ribeiro

Coordenação Geral e EdiçãoSilvio Oricolli

RedaçãoNorma Corrêa, Pedro Ribeiro,Silvio Oricolli e Lucian Haro

RevisãoNilza Batista Ferreira

FotosShutterstock

IlustraçõesDavidson

Projeto Gráfico e DiagramaçãoGraf Digital

ImpressãoAjir Gráfica

Tiragem10.000 exemplaresImpresso em papel couché foscoLD 150 g, com verniz UV (capa)e couché fosco LD 90 g (miolo)

EndereçoRua João Negrão, n0. 731Cond. New York Building - 120. andar -sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR

Telefones(41) 3322-5531 / 3203-5531

[email protected]

REVISTA DOCUMENTO RESERVADONº 31 - NOVEMBRO/2010

expediente

Cerco aonarcotráfico

editorial

á muitos anos o Brasil não via uma mobilização militar como a ocorri-da no final de novembro no Rio de Janeiro e que resultou na tomada do

morro do Complexo do Alemão, reduto da criminalidade ligada ao narcotrá-fico e ao crime organizado. Foi uma resposta à força paralela, comandada dedentro das penitenciárias de segurança máxima, pelos chefões do tráfico.

Dias e noites de horror, com tiros, mortes, correrias, carros, motos eônibus incendiados, criminosos presos e um arsenal de armas apreendidas,além de mais de 40 toneladas de maconha, 200 quilos de cocaína, 10 quilos decrack e uma grande quantidade de drogas sintéticas. A população aplaudiu aoperação que envolveu 2.700 homens da Polícia Militar, Polícia Civil, PolíciaFederal, do Exército, Marinha e Aeronáutica.

A presença das Forças de Segurança Nacional foi decisiva para que anação e o mundo pudessem ver a Bandeira do Brasil fincada no morro doComplexo do Alemão. Essa guerra, no entanto, não pode sofrer solução decontinuidade, caso contrário, o crime organizado volta a se mobilizar e areassumir o controle.

Existem outros pontos críticos no Rio de Janeiro e em outros estados ondese exige a presença maciça da inteligência e das Forças Armadas do País.Esperamos que essa conquista, essa vitória, sirva de exemplo às demais políci-as dos outros estados que sofrem com a criminalidade ligada ao narcotráfico eque possam também, tomar a frente em uma batalha igual a esta.

É preciso desinfetar. É preciso fazer uma limpeza, a começar pelas frontei-ras tidas como rotas do tráfico. É de conhecimento de todos que fronteirascom a Bolívia, Paraguai, Peru e mais acima, a Colômbia, são pontos críticos notráfico de armas e principalmente drogas.

Nesta edição, Documento Reservado faz, também, um balanço sobre o queo governador eleito, Beto Richa (PSDB) enfrentará já no início de sua adminis-tração, revela as principais medidas que o novo presidente da AssembléiaLegislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB) adotará para sanear o Legislativo.Ainda: o advogado paranaense, Cláudio Dalledone, afirma que vai tirar dacadeia o goleiro Bruno, do Flamengo.

Pedro Ribeiro

H

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5Documento Reservado / Novembro 2010

índice

08MAIS EMBAIXOEquipe de transiçăo do governador que as-sume no dia 1ş de janeiro faz minuciosolevantamento das contas da atual adminis-traçăo e conclui que Beto Richa herdaráum quadro desolador em quase todas asáreas. O déficit nas contas públicas estáem torno de R$ 1,5 bilhăo 26

FIM DA TOLERÂNCIAO Estado, enfim, decidiu agir e mobilizouseu poderio, representado pelas Forças Ar-madas e polícias Federal, Militar e Civil,para desbancar os chefőes do tráfico noRio de Janeiro, por fim ao poder paraleloque “desmandava” na cidade há anos egarantir um pouco de paz ŕ populaçăo

44PELA AUTOSSUFICIĘNCIAPara se livrar da dependęncia da importa-çăo de insumos agrícolas, consorcio deempresas e cooperativas se articulam paraviabilizar a instalaçăo de uma fábrica deuréia no Estado, com capital chinęs. O in-vestimento supera os US$ 300 milhőes

10QUESTĂO DE ESTILOO governador eleito Beto Richa (PSDB)optou por montar aos poucos o seu quadrode auxiliares. Por isso, năo tem tido pressaem anunciar os nomes de seus secretários,pois quer ter uma equipe afinada em “com-petęncia técnica, integridade pessoal ecapacidade para o diálogo”

14SEM REMENDOSDecidido a garantir a presidęncia da Assem-bleia Legislativa, o deputado Valdir Rossoni(PSDB), após assegurar acordos fieis, ago-ra procede com cautela a uma costura po-lítica com os partidos mais reticentes aocupar cargos na mesa executiva da Casa

22ALÍVIO URBANOEnumerando investimentos acima de R$ 2bilhőes, a execuçăo de mais de 5 mil obras,sem contar as intervençőes em infraestru-tura nos 399 municípios do Paraná ao lon-go de oito anos, o secretário de Desenvol-vimento Urbano, Wilson Bley Lipski, admiteque ainda há muito o que fazer

30DATA VENIAReconhecido como incisivo e provocador, ecom sucessos importantes na carreira, o cri-minalista Cláudio Dalledone Júnior se animacom o caso do ex-goleiro do Flamengo, Bru-no Fernandes, que, em sua avaliaçăo, temtudo para ganhar a liberdade em breve

36IMPASSE NO AREngenheiro e ex-controlador de voo do Afon-so Pena aposta que as reformas no aero-porto para a Copa năo sai do papel, além dedescartar a construçăo da terceira pista; oGoverno Federal avisa que tem dinheiro paraisso, mas está esperando que o Estado façaa sua parte

40NATAL GORDOComerciantes esperam que as vendas paraas festas deste final de ano superem os 16%em relaçăo ao ano passado, segundo pesqui-sa ACP/Datacensus. De modo geral, os lojis-tas estăo animados com os rumos da econo-mia, mas esperam uma “măozinha” do clima

48FESTA E EMOÇĂOPara se transformar na Capital do Natal,Curitiba preparou uma longa e variada pro-gramaçăo, com muitos espetáculos, apre-sentaçăo de corais, manifestaçőes religio-sas, feiras livres, com guloseimas da épocae exposiçőes. É para agradar todos os tiposde público

52SABOR NOSTALGIAA lendária banda norte-americana Creeden-ce passou por Curitiba com a bagagem re-cheada com os grandes sucessos que em-balaram multidőes de făs na década de1970. E com o show Creedence Clearwa-ter Revisited, o grupo mostrou que aindamantém a “forma”

54BOM CAMINHOPublicaçăo “Caderno Intec – Valoraçăo deempresas inovadoras” destaca temas quecontribuem para o desenvolvimento de mi-cro e pequenas empresas, a partir de infor-maçőes sobre os aspectos envolvidos naavaliaçăo de empresas inovadoras

58PERFIL DE SUCESSOAos 65 anos de idade e dono de 62 empre-endimentos, o megaempresário Joel Malu-celli năo esconde deamigos e parentes quepretende diminuir o rit-mo de trabalho em2012. Os mais chega-dos năo acreditam nis-so. Nem mesmo queele vá abrir măo daspartidas pelo Malu-trom Master

5Documento Reservado / Novembro 2010

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6Documento Reservado / Novembro 2010

Auditoria no governoO governador eleito, Beto Richa (PSDB), já avisou a sua equipe de transiçăo que a partir doprimeiro dia de sua posse pedirá uma auditoria em cada secretaria e cada órgăo da administraçăoestadual. Richa disse que os números que lhe passaram năo săo bons e que há muita sujeira pordebaixo do tapete. Para fazer o trabalho de consultoria, o novo governador deverá contratar aFundaçăo Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, nos informou uma fonte da transiçăo.

Luga ao solO deputado Reinhold Stephanes Junior(PMDB) já sinalizou que aceitaria uma

secretaria no Governo Beto Richa(PSDB). Desde que năo seja a

secretaria da Administraçăo, avisou.Outro deputado que também está de

olho em uma secretaria é o parceiro deBeto, Mauro Moraes.

Sorriso de orelha Quem está feliz da vida é o deputado Ale-xandre Curi. Além de ter tido uma ex-pressiva votaçăo, será pai de gęmeos edeixará o pepino da primeira secretaria daAssembléia Legislativa. Já pensou em terque demitir mais de 1.500 cargos em co-missăo? Sai de retro.

Briga pela mesaO futuro presidente da AssembléiaLegislativa, deputado Valdir Rosso-ni (PSDB) está com uma baita bata-ta quente nas măos. Já escolheucomo seu primeiro vice, o deputadoZuquinho, do qual năo abre măo. Aporca torce o rabo na escolha damesa, onde o PMDB de Luiz Cláu-dio Romanelli e Reinhold Junior

brigam pela primeira secretaria e o DEM, de Elio Rush, também quer uma fatia do bolo.

Baixa no MalutromO atacante Wilson de Lara está fora,

temporariamente, dos campos doMalutrom Máster, no Barigui. Ele que,

ao lado de Joel Malucelli, forma a dupla“Nem mar e Nem bom”, segundo otécnico Sergio Malucelli (Felipinho),

acabou se contundindo ao tentar maisum gol em sua brilhante carreira. Fica

tręs meses fora, para a alegria doConstantino e do próprio Joel.

Waldemar também está fora. Problemade “esporăo”.

r

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7Documento Reservado / Novembro 2010

sintonia fina

Dante na APLDois belos discursos. Um do jornalista e

publicitário, Hernani Buchmann, e outrodo jornalista, diretor teatral e

cartunista, Dante Mendonça. Foi naposse de Dante, que assumiu a cadeira

número um na Academia Paranaense deLetras. Buchmann relatou a trajetória

do catarinense Dante Mendonça emCuritiba e Mendonça fez um histórico

do poeta e escritor Rocha Pombo.Buchmann: “Dante é o milagre da

Madre Paulina.” Dante: “Năo tenhosaudades do passado. Tenho do

futuro.”

Tráfico diminuirá?O jornalista Gilberto Dimenstein escreve:“Foi um grande presente de fim de ano paratoda a naçăo ver a polícia ocupar os morroscariocas, retomando territórios dosmarginais. Mas há uma pergunta simples,que faz com que tenhamos cautela dianteda euforia: o tráfico vai diminuir? Vaidiminuir se o consumo diminuir. Mas oconsumo está diminuindo? Năo há nenhumaevidęncia.” O que combate o tráfico, defato, săo programas de educaçăo, empregoe saúde pública.

Ferro VelhoEste é o apelido dado pelo empresário

Joel Malucelli ao seu novo escritório, noEdifício do Relógio, na rua Carlos de Carvalho,

no Centro de Curitiba. Um belo espaço, deandar inteiro, com decoraçăo de Julio

Pechmann, quadros do De Bonna, móveismodernos. Um luxo. Porém, o apelido de“ferro velho” é em funçăo dos parentes

do chefe que estăo se aposentandoe assumindo salas no novo escritório. O

primeiro a chegar foi Waldemar Malucelli.

Eleiçăo no TCNo Tribunal de Contas do Estado do

Paraná, o conselheiro Fernando Guima-răes assumirá o cargo de presidente, em subs-

tituiçăo a Hermas Brandăo. O conselheiro Arta-găo de Mattos Leăo será o vice-presidente.A eleiçăo acontecerá no dia 9 de dezembro e a

posse, no dia 15 de janeiro de 2011. O correge-dor deverá ser o conselheiro Caio Soares.

De arrepiar os pelosFernando Eugęnio Ghignone, um dos coordenadores da campanha de

Beto Richa ao Governo, assumirá a presidęncia da Companhia de Saneamento

do Paraná (Sanepar). De acordo com informaçőes obtidas pela

revista Documento Reservado, os problemas financeiros e de obras na

companhia săo de tirar o sono de qualquer administrador público.

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8Documento Reservado / Novembro 2010

política

O bicho é mais feioara a equipe de transição do governadoreleito Beto Richa (PSDB), que assume o

Executivo estadual no dia 1º de janeiro, o ce-nário é desolador, com problemas de gestãoem praticamente todas as áreas. A começarcom um déficit nas contas públicas do Estadoque pode chegar a R$ 1,5 bilhão, no ano quevem. Carlos Homero Giacomini, coordena-dor do grupo que avalia o atual Governo, dis-se que a “situação é bastante delicada em to-das as áreas, com destaque para saúde, educa-ção, segurança e nas finanças do Estado. Cabeao novo Governo o desafio de reverter essasituação e temos um planejamento para isso,com um choque de gestão”.

A equipe de transição de Beto Richa en-controu uma série de inconsistências na pro-posta orçamentária encaminhada pelo Gover-no atual à Assembleia Legislativa do Paraná.Foi apresentado, por exemplo, um conjuntode propostas à Lei Orçamentária, com emen-das aditivas no valor de R$ 202 milhões, paracobrir despesas em áreas como saúde, educa-ção, agricultura, meio ambiente, trabalho eassistência social.

Segundo Giacomini, o futuro Governo estápreocupado, principalmente no que se refereao descumprimento da Lei de Responsabilida-de Fiscal (LRF), decorrente de decisões de gas-tos nos últimos meses de 2010 do Governo Or-lando Pessuti. Essas medidas podem deixar oEstado sem recursos em caixa no Tesouro Pú-

blico para cumprir compromissos a serem pa-gos já no início do próximo ano.

Preocupam também atos (Leis, Decretos,Portarias, Resoluções etc.) de política tributá-ria, administrativa e financeira que podemresultar em decréscimos (“renúncia fiscal”) ouantecipações de receitas, com respectivo im-pacto financeiro e as medidas necessárias parasuas compensações.

Foi observado, também, que os valoresprevistos na Proposta de Lei OrçamentáriaAnual (PLOA) do Estado do Paraná para 2011são insuficientes para o cumprimento de cus-teio de pessoal, de contratos e compromissosvigentes para funções essenciais nas áreas desaúde, educação, segurança, agricultura e abas-tecimento, infraestrutura, entre outras.

Segundo a equipe de transição, há obrassociais concluídas ou por concluir ainda em2010 para as quais não foram programadosrecursos orçamentários para a devida operaci-onalização (despesas com pessoal, com equi-pamentos, materiais de consumo etc.).

A equipe também manifestou preocupaçãocom a dificuldade do atual Governo para pagaro 13º salário do funcionalismo estadual. Os re-cursos não foram contingenciados ao longo doano e o atual governo dá sinais de que, paraobter os recursos, tentará antecipar receitas.

Diagnóstico Extrapolação do limite financeiro para

a cobertura de serviços de saúde de média ealta complexidade ambulatorial e hospitalarno valor de R$ 4,5 milhões mensais;

Recursos orçamentários insuficientespara cumprir a Constituição Federal na saúde.A Lei Orçamentária Anual de 2011 prevê recur-sos no montante de R$ 2,565 bilhões para osetor de saúde. Seriam necessários R$ 356 mi-lhões a mais para cumprir a Emenda Constitu-cional nº. 29, que prevê o mínimo de 12% daReceita Corrente Líquida (RCL);

Insuficiência do estoque de medicamen-tos da farmácia especial, que deve durar ape-nas até fevereiro de 2011, e não há previsão deempenho para os meses a partir de agosto de2010;

Falta de condições para atendimento

do que pareceDiagnóstico da equipe detransição do Governo Beto

Richa mostra quadrodesolador em praticamente

todas as áreas daadministração estadual,com destaque no déficit

das contas públicas,que pode chegar a

R$ 1,5 bilhão em 2O11

P

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9Documento Reservado / Novembro 2010

Da Redação

em hospitais públicos: existência de deze-nas de hospitais inaugurados semiacabados,com inadequações de ordem estrutural, in-suficiência de equipamentos e precarieda-de de quadro de pessoal, da ordem de 4.000profissionais de diversas categorias, que im-possibilitam o adequado funcionamento nocurto prazo;

Salas de aula em número insuficiente:descumprimento da Lei com a abertura de 120turmas em turno intermediário no ano letivode 2010 e o planejamento da repetição do pro-cedimento para 2011 (87 turmas previstas);

Funcionamento de escolas em caráterprecário: existência de inconformidades queimpossibilitam a autorização de funcionamen-to em cerca de 1.500 escolas estaduais;

Insuficiência de recursos do Estado parao transporte escolar: os recursos previstos naLei Orçamentária Anual 2011 praticamente re-petem os valores do exercício anterior (cercade R$ 27 milhões);

Professores em número insuficiente: fo-ram autorizadas contratações de apenas 9.550professores temporários para o início do pró-ximo ano letivo;

Descumprimento de regras que podemafetar a merenda escolar: a atualização dofuncionamento dos Conselhos de Alimenta-ção Escolar se encontra pendente e a presta-ção de contas não está regularizada junto aoFundo Nacional de Desenvolvimento da Edu-cação (FNDE);

Atrasos no prazo de conclusão de obrasna educação: existência de 333 obras em an-damento na área da educação, num montan-te de R$ 136.809.534,96, com previsão de atrasonos prazos de conclusão em aproximadamen-te 280 delas;

Descumprimento das obrigações gover-namentais com o Fundo Previdenciário dosservidores estaduais do Paraná: conforme oTribunal de Contas do Estado, o referido Fun-do necessita de medidas administrativas e fi-nanceiras que corrijam desequilíbrios e rever-tam o passivo que, em 30/06/2010, acumulavadéficit de R$ 3,204 bilhões;

Antecipação de utilização de receita: oGoverno do Estado antecipou contrato com aCaixa Econômica Federal (CAIXA) (firmado em18/11/2010) de gestão da folha de pagamentosdos beneficiários da ParanaPrevidência, refe-

rente ao período de 10/01/2011 a 10/01/2016,no valor de R$ 90 milhões, com apropriaçãoimediata de 1/3 deste valor pelo tesouro esta-dual;

Despesas com pessoal próximas do li-mite máximo (prudencial) da Lei de Respon-sabilidade Fiscal: os gastos com pagamentoda folha de pessoal atingiram 45,03% das re-ceitas correntes líquidas no segundo quadri-mestre de 2010, próximos ao limite prudenci-al de Lei (que é de 46,55%) o que é preocupan-te e exige especial atenção a todos os procedi-mentos de evolução de salários, carreiras equadro de pessoal, num primeiro momento;

Dívida e incapacidade operacional pre-ocupantes no setor de habitação: o valor dadívida do Estado do Paraná com o GovernoFederal, por conta da renegociação dos débi-tos da Companhia de Habitação do Paraná(Cohapar), é de R$ 450.731.877,53 e há ne-cessidade de desembolso de aproximada-mente R$ 12 milhões pela Cohapar junto àCAIXA para que se possa retomar o anda-mento das obras de 3.376 unidades habitaci-onais inacabadas em dezenas de municípiosdo Paraná.

Equipe de transição apresenta relatório sobre a atual situação do Estado

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10Documento Reservado / Novembro 2010

política

Composição do

Beto Richa anunciou,no último dia 3O, os nomes demais seis secretários que sesomarão ao vice-governadoreleito, Flávio Arns, escolhido

ainda durante a campanha, nacomposição de seu Governo

governador eleito Beto Richa (PSDB),está, aos poucos, montando sua equi-

pe de governo. A divulgação dos nomes quevão compor o primeiro escalão do Governoaconteceu no dia 30 de novembro, quando otucano anunciou os titulares de seis secretari-as de Estado, que vão se somar ao vice-gover-nador eleito, Flávio Arns (PSDB), anunciadocomo secretário de Educação, ainda durantea campanha eleitoral. Até então, tudo o que sefalava sobre o assunto era especulação, o queacabava alimentando a imaginação e a cobiçade muita gente. Richa, porém, avisou que tematé o dia 15 de dezembro para anunciar todo oseu secretariado e que a divulgação não seráem pacote fechado. Será aos poucos, à medi-da que for convocando e o convidado aceitara missão.

O

Governo Richa

O governador eleito Beto Richa jáavisou que até o dia 15 de

dezembro anuncia todo o seusecretariado e que a divulgação

será feita aos poucos

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11Documento Reservado / Novembro 2010

Os secretários de Beto Richa

Norma Corrêa

Durval Amaral — CASA CIVILAtual deputado eleito pelo DEM,Amaral é advogado e foi profes-sor de Direito Público na Universi-dade Estadual de Londrina. Foitambém vereador e vice-prefeitode Cambé; chefe de Gabinete daSecretaria de Estado da Fazenda;consultor Técnico da Secretaria deEstado da Fazenda; secretário de Estado do Trabalho e AçăoSocial (1992 a 1994) e presidente do Conselho Estadual daCriança e Adolescente. Em 1990, foi eleito deputado esta-dual e, desde entăo, reeleito sucessivamente. Flávio Arns — EDUCAÇĂOVice-governador eleito, Flávio Arnsé formado em Direito pela Univer-sidade Federal do Paraná (UFPR) eem Letras pela Pontifícia Univer-sidade Católica do Paraná (PUC-PR). Mestre em Letras pela UFPRe PhD em Lingüística, pela Univer-sidade Northwestern, EUA. Foi eleito deputado federal em1991, reelegeu-se em 1994 e 1998. Em 2002, elegeu-sesenador e, no Senado, foi presidente da Comissăo de Edu-caçăo, Cultura e Esporte e da Subcomissăo da Pessoa comDeficięncia. Ivan Bonilha — PGEAdvogado (UFPR - 1989), mestreem Direito do Estado pela Pontifí-cia Universidade Católica de SăoPaulo. Foi conselheiro estadual daOAB/PR e membro consultor daComissăo de Assuntos Legislati-vos do Conselho Federal da OAB.Ex-Procurador Geral do Município de Curitiba, integrou oconselho do Instituto dos Advogados do Paraná e foi vice-presidente do Fórum dos Procuradores gerais das capitais. José Richa Filho — INFRAES-TRUTURA E LOGÍSTICAEngenheiro civil formado pela Pon-tifícia Universidade Católica doParaná (PUC-PR) e pós-graduadopela Sociedade Paranaense de En-sino e Informática. Foi diretor ad-ministrativo e financeiro do Departamento de Estradas deRodagem (DER) do Paraná e diretor administrativo-finan-ceiro da Agęncia de Fomento do Paraná S.A. Foi secretárioMunicipal de Administraçăo da Prefeitura de Curitiba. Luiz Carlos Hauly — FAZENDAFormado em Economia e Educa-çăo Física pela Universidade Es-tadual de Londrina, foi vereador eprefeito de Cambé, secretário deEstado da Fazenda (1987 a 1990)

e presidente do Conselho de Administraçăo do Banco doEstado do Paraná. Em 1991, foi eleito deputado federal e,desde entăo, reeleito sucessivamente. Luiz Eduardo Sebastiani — ADMINISTRAÇĂOEconomista graduado pela Universidade Federal doParaná (UFPr), cursou mestrado em Teoria Econô-mica pela Universidade Estadual de Campinas (Uni-camp). Foi presidente do Conselho Regional de Eco-nomia do Paraná, representante do Paraná no Con-selho Federal de Economia e diretor de Transporteda URBS. É secretário municipal de Finanças deCuritiba. Michele Caputo Neto — SAÚDEFarmacęutico, servidor público da Secretaria deEstado da Saúde desde 1985. Foi chefe de gabineteda Fundaçăo Nacional de Saúde, chefe da VigilânciaSanitária Estadual, diretor geral do Centro de Medi-camentos do Paraná e diretor dos Órgăos Produto-res de Insumos e Imunobiológicos da Secretaria deEstado da Saúde. No Município de Curitiba, foi duasvezes Secretário Municipal de Saúde. É secretário de As-suntos Metropolitanos da Prefeitura de Curitiba.

Fernando Ghignone - SaneparFormado em Administraçăo de Empresas pela Fa-culdade de Administraçăo e Economia da Universi-dade Católica do Paraná. Foi Secretario da Cultura,Esporte e Turismo do Estado do Paraná (1983-1986), secretário de Atividades Sócio Culturais doMinistério da Cultura (1986). Presidente da Em-brafilme S.A. (1987-1988) e secretário Municipal de Co-municaçăo Social de Curitiba (2005). É diretor de Transpor-tes da URBS S.A., em Curitiba. Tem 60 anos.

Lindolfo Zimmer - CopelEngenheiro mecânico e economista (UFPR), compós-graduaçăo em administraçăo industrial, é ser-vidor público concursado da Copel desde 1965. Foidiretor de Marketing (2000-2003), diretor de Ope-raçăo (1995-1999), diretor de Engenharia e Cons-truçőes (1979-1982), presidente do Comitę deGestăo da Copel Telecomunicaçőes e Copel Trans-missăo, membro do Comitę de Gestăo da Copel Geraçăo eCopel Distribuiçăo, gerente da Divisăo de ManutençăoMecânica da Diretoria de Operaçăo, gerente da Divisăo deEngenharia Mecânica da Diretoria de Engenharia e Cons-truçăo, entre outros cargos de geręncia e direçăo na empre-sa. Natural de Canoinhas (SC), tem 68 anos.

Mounir Chaowiche - CohaparAdministrador de empresas com especializaçăo emconsultoria empresarial e gestăo pública. Funcioná-rio de carreira da Caixa Econômica Federal, onde foigerente e superintendente em diversos municípiosdo Paraná. Presidiu a Companhia de Habitaçăo Po-pular de Curitiba (Cohab), de 2005 a 2010. Naturalde Joaquim Távora (PR), tem 49 anos.

“São nomes que preenchem integralmen-te os critérios de competência técnica, inte-gridade pessoal e capacidade para o diálo-go, que estabelecemos para formação denossa equipe de Governo”, afirmou Richa,ao explicar que a integração das secretariasde Transporte e Obras, que passará a serchamada de Secretaria de Infraestrutura eLogística, porque “vai atender ao objetivode dar mais eficiência à gestão pública”.Assessores próximos adiantaram que o tu-cano, além da escolha dos nomes de suaequipe, também tem estudado formas parapromover o enxugamento da máquina ad-ministrativa, diminuindo o número de se-cretarias, que hoje somam 23 pastas, alémde outras oito especiais.

Os seis nomes anunciados no dia 30 fo-ram: o deputado Durval Amaral (DEM) será osecretário-chefe da Casa Civil; Ivan Bonilhaserá o Procurador Geral do Estado; o deputa-do federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) será osecretário de Estado da Fazenda; Luiz EduardoSebastiani, secretário da Administração; Mi-chele Caputo Neto será o Secretário da Saúdee José Richa Filho assumirá a nova Secretariade Infraestrutura e Logística.

Além dos nomes anunciados, as especu-lações no Centro Cívico, em torno do grupoque irá assumir a administração das váriasáreas do Governo, continuam a todo vapor.Nos bastidores, é dada como certa a presen-ça dos membros da equipe de transição, quejá teriam postos garantidos no Governo. Doscinco integrantes do grupo, dois já foramanunciados (Ivan Bonilha e Luiz EduardoSebastiani), faltando apenas Deonilson Rol-do (cotado para ocupar a Secretaria de Co-municação), Norberto Anacleto Ortigara eCarlos Homero Giacomini, cujos postos aindanão estariam definidos. Os comentários dãoconta, ainda, que o deputado federal Gusta-

Page 12: Revista Documento Reservado

12Documento Reservado / Novembro 2010

política

Secretaria de ComunicaçăoPode ser ocupada pelo jornalista Deonilson Roldo

Secretaria de Estado da Administraçăoe da PrevidęnciaLuiz Eduardo Sebastiani(Anunciado no dia 30 de novembro)

Secretaria de Estado da Agriculturae do Abastecimento CEASA CODAPAR EMATER IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná)

Secretaria de Estado da Cięncia,Tecnologia e Ensino Superior

Secretaria de Estado da Criança e da Juventude

Secretaria de Estado da Cultura Biblioteca Pública do ParanáMuseu Oscar NiemeyerTeatro Guaíra

Secretaria de Estado doDesenvolvimento Urbano

Secretaria de Estado da EducaçăoFlávio Arns (Anunciado durante a campanha eleitoral)

Paraná Esporte

Secretaria de Estado do Emprego,Trabalho e Promoçăo Social

Secretaria de Estado da Fazenda eReceita EstadualLuiz Carlos Hauly (Anunciado no dia 30 de novembro)

Agęncia de Fomento

Secretaria de Estado da Indústria,Comércio e Assuntos do Mercosul

Ipem

Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania

Procon

Secretaria de Estado do MeioAmbiente e Recursos Hídricos

Secretaria de Estado de Obras Públicas Foi incorporada ŕ Secretaria de Transportes

Secretaria de Estado de Planejamentoe Coordenaçăo Geral

Ipardes

Secretaria de Estado da SaúdeMichele Caputo Neto(Anunciado no dia 30 de novembro)

Secretaria de Estado da Segurança Pública (Fala-se em Fernando Francischini, deputado federaleleito e que já ocupou a Secretaria Antidrogasda Prefeitura de Curitiba)Polícia CivilPolícia Militar Detran

Secretaria de Estado dos Transportes / DER –Passará a ser Secretaria de Estado deInfraestrutura e Logística - José “Pepe” RichaAdministraçăo dos Portos de Paranaguá eAntonina - APPA

Secretaria de Estado do Turismo

Secretaria de Estado do Planejamentoe Coordenaçăo Geral

Secretaria de Estado do Trabalho,Emprego e Promoçăo Social

Secretaria de Estado do Turismo

Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos

Secretaria Especial da Corregedoria eOuvidoria Geral

Secretaria Especial de Relaçőes com aComunidade

Secretário Especial para Assuntos daCopa do Mundo de 2014

Secretário Especial de Controle Interno

Secretário Especial da Chefia deGabinete do Governador

Secretário Especial para Assessoramentoao Governador

Secretária Especial para Coordenaçăo doMuseu Oscar Niemeyer

Secretário Especial para aCoordenaçăo de Projetos Sociais

Casa CivilDurval Amaral (Anunciado no dia 30 de novembro)

Imprensa Oficial

Casa Militar

Procuradoria Geral do EstadoIvan Bonilha (Anunciado no dia 30 de novembro)

Provopar

Celepar

CohaparMounir Chaowiche

CopelLindolfo Zimmer

Compagás

SaneparFernando Ghignone

BRDE

Atual estrutura do EstadoConfira a atual composiçăo administrativa do Estado, com 23 secretarias – Casa Civil, Casa Militar,

Procuradoria Geral do Estado tęm status de Secretaria – e órgăos da administraçăo direta.

vo Fruet (PSDB) – que concorreu a uma dasduas vagas ao Senado e não se elegeu – esta-ria certo na equipe e poderia ocupar a Secre-taria de Justiça ou da Ciência e Tecnologia.O vereador Mario Celso (PSB), que ocupou aliderança do Governo na Câmara de Curiti-ba, ainda conforme comentários de bastido-res, estaria cotado para ocupar a Secretariada Copa, no Governo do Estado.

Fala-se também que o governador elei-to estaria disposto a convidar para comporo primeiro escalão do Governo, deputa-dos do PMDB. A sugestão a Richa teria par-tido de deputados tucanos, que apostamna divisão da bancada peemedebista paragarantir a maioria dos parlamentares nabancada governista. Na próxima legislatu-ra, a bancada do PMDB será formada por13 deputados, e tucanos asseguram que seisou sete já se manifestaram favoráveis àcomposição com a base do Governo, e anomeação de um peemedebista para a equi-pe de Beto Richa iria avalizar esse apoio.Esta engenharia já foi experimentada, comsucesso, pelo ex-governador Roberto Re-quião (PMDB), que tinha como secretárioo deputado tucano Nelson Garcia. A estra-tégia de “dividir para governar” deu certo,tanto é que dos oito parlamentares doPSDB, apenas três mantiveram na oposi-ção a Requião. Os demais sempre votaramcom o Governo peemedebista.

Fernando Ghignone foi convidado, e acei-tou, para presidir a Sanepar. Também foramconfirmados Lindolfo Zimmer, como diretor-presidente da Companhia Paranaense de Ener-gia (Copel), e Mounir Chaowiche, diretor-pre-sidente da Companhia de Habitação do Para-ná (Cohapar).

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Em busca da força Embora a decisão de lançar

candidato único para apresidência da AssembleiaLegislativa, para agregarunidade e força entre os

deputados, a chapaencabeçada por

Valdir Rossoni enfrentadificuldades na indicação de

nomes para ocupar postosna mesa executiva.

A disputa mais acirrada épela primeira-secretaria, o

segundo cargo maisimportante na direção do

Legislativo paranaense

Foto

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ação

política

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Norma Corrêa

e da unidadeuando fevereiro chegar, junto com anova formação de parlamentares, a

Assembleia Legislativa deverá aclamar outramesa diretora, que tem como candidato únicoà presidência Valdir Rossoni (PSDB), da basedo futuro Governo do tucano Beto Richa. Elegarante que está trabalhando para formar umachapa forte e com representatividade de todosos partidos. Segundo suas contas, ele já teriagarantido hoje o apoio de 34 parlamentaresde 12 partidos (A Casa tem 54 deputados e 13legendas), o que lhe permitiria ser eleito semo apoio do PMDB, que se debate na escolhado nome para compor a chapa e pode perderespaço para o DEM. Na articulação que estásendo feita para o preenchimento dos novecargos existentes na direção, o tucano está to-mando todo o cuidado para não melindrarnenhum parlamentar ou partido. Por isso, osnomes que vão compor a chapa estão sendoguardados a sete chaves, sob a justificativa denão contrariar interesses de quem foi preteri-do, embora todos os partidos devam ser con-templados.

Certeza, até agora, é Valdir Rossoni na pre-sidência, e Augustinho Zucchi (PDT), na pri-meira vice-presidência. O pedetista, que é vice-presidente estadual do partido, foi o primeiro

Q

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nome confirmado, e Rossoni justificou a esco-lha, ao dizer que o atual 2º vice-presidente damesa tem a experiência necessária para exer-cer a função e é de sua confiança. Emborapertença ao núcleo central do senador OsmarDias (PDT), derrotado por Beto Richa (PSDB)na disputa ao Governo do Estado, Zucchi foiuma escolha “natural” conforme o tucano, quelembra que o pedetista foi cotado para ser ovice na chapa de Richa, na eleição deste ano.“Se o Zucchi servia para ser vice do Beto, porque não pode ser meu vice?”, questiona. Mas,além disso, comentários sobre nomes, nestemomento, é pura especulação, já que a com-posição da mesa executiva é mantida em sigi-lo para evitar “surpresas” e desistências emrazão da exposição antecipada de nomes epartidos. Compreensível, uma vez que, alémda composição da direção da mesa executi-va, estaria em jogo a formação da bancadaque dará sustentabilidade para o GovernoRicha. E, pelo que tudo indica, o governadortucano terá uma bancada forte no Legislativoparanaense.

O assunto sobre a sucessão de Nelson Jus-tus (DEM), que manifestou desinteresse emconcorrer novamente à presidência da AL,começou a ser discutido tão logo encerrou aeleição, em outubro, quatro meses antes daescolha da nova mesa diretora, marcada para1º de fevereiro. A princípio, eram dois os pre-tendentes ao comando do legislativo parana-ense: Durval Amaral (DEM) e Rossoni. Elescolocaram seus nomes como pré-candidatose poderiam protagonizar situação constrange-dora ao novo Governo, já que ambos perten-cem à futura bancada governista. Mas, o bate-chapa, que há 11 anos não ocorre na Assem-bleia Legislativa, foi descartado, em defesa dacomposição de apenas uma candidatura fortepara presidir a Casa. Coincidência ou não, oúltimo bate-chapa aconteceu em 1999, quan-do o então presidente Anibal Khury faleceu efoi necessária uma nova eleição, e o deputadoNelson Justus (DEM) concorreu e derrotou otambém candidato ao cargo Valdir Rossoni(PSDB). “Não haverá disputa entre nós, por-que uma disputa entre líderes poderá expor

desnecessariamente o governador Beto Richa,além de não criar um ambiente saudável naCasa, entre os deputados”, defende Rossoni,sugerindo uma chapa única, fortalecida comapoio da base do Governo e do governadoreleito. A saída para essa situação foi encontra-da por Richa, que nomeou Durval Amaral paraa Casa Civil.

Nas especulações em torno da chapa queestá sendo formada, é possível antever que,além da futura base governista, com o PSDB,DEM, PTB, PP, PSB, PPS, PSL e PMN, a mesadeverá contar com representantes, possivel-mente do PMDB, do PT e do PV. Pelo menos éessa a intenção manifestada por Rossoni. “Es-tamos conversando com a oposição para for-mar uma chapa forte, contemplando partidoscomo o PMDB e o PT com um bom espaço namesa diretora”, disse Rossoni, que ainda espe-ra contar com apoio ou participação na chapacom o PDT e o PSC, que estavam na aliança

Luiz Cláudio Romanelli enfrentaria resistência de alguns parlamentares da futurabase governista, por “lembrar muito o estilo Requião”

Stephanes Júnior diz que tem apoio da maioriada bancada do PMDB e do governador eleito Beto

Richa para ocupar a primeira-secretaria

política

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que defendeu a candidatura do senador Os-mar Dias (PDT) ao Governo do Paraná.

Queda de braçoDos cargos em disputa para a composição

da mesa executiva da Assembleia Legislativa, aprimeira secretaria é considerada o segundocargo mais importante, atrás apenas da presi-dência. Pois esta jóia da coroa é disputadapelo PMDB e pelo DEM. E é aí que as articula-ções para a formação da chapa de Rossoniemperram. Os peemedebistas alegam que sãoo maior número na Casa (13 deputados elei-tos) e não podem ficar de fora da direção.Mas, internamente, nem eles se entendem,porque o racha está estabelecido e entre ostrês nomes que disputam o cargo de primeiro-secretário – Stephanes Júnior, Luiz CláudioRomanelli e Artagão Júnior – não há uma de-finição e cada um deles faz a sua própria cam-panha para ocupar o cargo. No DEM, a justifi-cativa para ocupar a posição na mesa foi adesistência de Amaral da disputa pela presi-dência, deixando o caminho livre para ValdirRossoni. “O DEM já tinha a presidência certacom o Durval. Se ele abriu mão do cargo maisimportante, é natural que o partido fique coma primeira-secretaria”, argumentou Élio Rus-

ch (DEM).O impasse está estabelecido, porque nem

O PMDB e nem O DEM estão dispostos a abrirmão do posto. Rossoni, por sua vez, disse quese não houver acordo, a primeira-secretariadeve ficar mesmo para um deputado do DEM,que já foi escolhido: Plauto Miró Guimarães,de Ponta Grossa. Atualmente, a primeira-se-cretaria é comandada pelo deputado Alexan-dre Curi (PMDB). A justificativa de Rossonipara optar pelo DEM, caso o impasse conti-

nue, está no fato de o partido ter sido o pri-meiro a apoiá-lo em sua intenção de concor-rer à presidência, embora o mesmo ocorracom metade da bancada peemedebista, inde-pendente do cargo que ocuparia na mesa exe-cutiva. No entanto, o deputado admitiu a difi-culdade quanto à ocupação da primeira-se-cretaria, mas afirma que defende um acordoentre os dois partidos. “A escolha do nomepara o cargo é a questão mais difícil para sersolucionada. Vamos sentar e discutir para verqual a melhor saída. Vai ter um momento queos partidos precisarão compreender que doisdeputados não podem ocupar o mesmo car-go”, argumenta, ao assegurar que não tem in-tenção de isolar o PMDB e deixar o partidofora da chapa. “Não tenho nenhuma intençãode isolar o PMDB, mas é preciso entrar emacordo para solucionar o problema”, avisa.

Mas Romanelli insiste que o PMDB só vaiparticipar da chapa se puder indicar o pri-meiro-secretário. “Só aceitamos participar deuma chapa de consenso se for na primeira-secretaria. Não aceitamos nenhuma outra

Valdir Rossoni, únicocandidato à presidência daAL, faz certo mistério emtorno das propostas para asua gestão e sobre acomposição da mesa

Augustinho Zucchi foio único parlamentar

que já foi anunciadocomo primeiro vice-

presidente na chapade Rossoni

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posição”, disse, ao reafirmar que o cargo é“inegociável”. O DEM, por sua vez, tambémnão tem a menor intenção de abrir mão docargo para os peemedebistas. “O DEM fechouquestão pela primeira-secretaria e vamos atéo fim”, assegura Miró. Nos bastidores, comen-ta-se que o PMDB, se insistir na indicação deRomanelli para a primeira-secretaria, seriaprejudicado, uma vez que o deputado, quefoi líder do governador Roberto Requião(PMDB) na AL, enfrentaria resistência de al-guns parlamentares da futura base governis-ta, por “lembrar muito o estilo Requião”. Asaída, então, seria a escolha entre StephanesJúnior, que diz contar com apoio de Richapara ocupar o cargo, e Artagão Júnior. Mas,até o final de novembro, nada ainda haviasido decidido no partido.

Porém, não é só o cargo na primeira-se-cretaria que estaria sendo disputado na chapade Rossoni. Ele contou que entre os aliadosoutras posições na mesa executiva tambémsão alvo de disputas. A exceção do PDT, quereivindicou a primeira vice-presidência e foi

atendido, com a indicação de Augustinho Zuc-chi, outros partidos também procuram espa-ço. O bloco PSB/PSC/PRB quer a segunda-se-cretaria; e o PPS, a segunda vice-presidência. ERossoni garante que será possível acomodar atodos, “com boa vontade”.

Divergências e convergênciasCom a determinação de que a sua chapa

pretende dar lugar para todos os partidos,

Rossoni também está conversando com o PT,partido que está dividido quanto à possibili-dade de ocupar um cargo na mesa executiva,ao lado do PSDB. Metade dos seis deputadospetistas eleitos em outubro – José Lemos,Péricles de Mello e Toninho – defende a par-ticipação na chapa do tucano. Contra elesestão os deputados Tadeu Veneri e LucianaRafagnin, que pregam que o partido não devecompor com os tucanos. O presidente dopartido, Ênio Verri, ainda não tomou umaposição. Ele defende que, para compor, Ros-soni deve aceitar todas as cláusulas do proje-to da transparência que foi apresentado naCasa, que prevê, entre outras questões, a nãoreeleição da mesa diretora. O petista se refe-re à Proposta de Emenda Constitucional(PEC), que impedia a reeleição para todosos nove cargos da mesa executiva. A PEC foiarquivada, a pedido da própria bancada doPT, depois que o relator da Comissão Espe-cial, Ademar Traiano (PSDB), alterou váriositens do texto, restabelecendo a reeleição erejeitando a representação proporcional namesa. “Desconfigurou completamente oprojeto”, justificaram os petistas para reti-rar a PEC de votação. Verri esclarece que foi

Nelson Justus, depois das eleições, anunciou que não pretendia concorrer à reeleição,deixando aberto caminho para outras propostas para o cargo

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exatamente a posição dos tucanos em rela-ção à PEC que está dificultando um acordocom o PT para compor a chapa de Rossoni.“Se estamos discutindo um projeto de au-mento da transparência, teríamos que ter aproporcionalidade. Porque isso define a es-sência da modernização”, afirma o petista,acrescentar que tudo será feito para acabarcom a divisão e que haja apenas uma únicaposição da bancada.

O dirigente petista, porém, diz que exis-tem divergências e convergência entre o PT eo PSDB. A convergência, segundo ele, está emações para avançar no processo de moderni-zação e transparência da Casa. A divergênciase acentua quando se trata da eleição para ocomando do legislativo. Verri diz que o PTdefende que a presidência da AL seja preen-chida de acordo com a proporcionalidade dasbancadas, nos moldes do Congresso Nacio-nal, onde os partidos com as maiores banca-das ocupam a presidência do Senado e daCâmara Federal.

Sobre esse assunto, Rossoni garante quehá mais pontos convergentes do que diver-gentes, mas se não tiver apoio do PT, a decisãoserá uma questão política, uma vez que, nocenário nacional, PSDB é oposição ao PT e é

possível que os petistas não votem num depu-tado do PSDB para a presidência da AL. Istoporque, o entendimento da cúpula estadualdo PT é pela preferência de a bancada estadu-al fique fora da mesa executiva, porque já estápensando nas eleições de 2012 e 2014. Pelomenos foi o que deram a entender deputadosfederais, deputados estaduais, o ministro doPlanejamento, Paulo Bernardo, e a senadoraeleita Gleisi Hoffmann que, reunidos, decidi-ram que a posição majoritária é de manterdistância da chapa tucana, para que a bancadanão tenha impedimentos para fazer oposiçãoao Governo de Beto Richa. Os petistas alegamque o partido não poderia apoiar uma chapaencabeçada pelo presidente estadual do PSDB,o principal partido de oposição ao GovernoFederal.

Novo modeloValdir Rossoni, como único candidato à

presidência da AL, fez também certo misté-rio em torno de suas propostas. Disse ape-nas que vai imprimir novo modelo admi-nistrativo. “Jamais aceitaria essa missão de

ser presidente da Assembleia Legislativa, senão puder implantar o meu sistema de ad-ministrar a Casa. Teremos a oportunidadede colocar a Assembleia no seu devido lu-gar, como um poder independente, onde osparlamentares poderão se sentir bem e se-rão respeitados pela sociedade”, assegura.Segundo o deputado, uma das grandes me-didas a serem tomadas será o resgate da cre-dibilidade da AL e, para isso, diz que pre-tende tomar atitudes contundentes, sem es-pecificar quais são elas. Ele se refere às de-núncias de corrupção que assolou o Legis-lativo paranaense, comprometendo a suacredibilidade junto à opinião pública.

“Parte desse trabalho já foi iniciado, maseu não tenho dúvida que a próxima mesa di-retora terá um papel decisivo para reorganizare colocar a Assembleia Legislativa, realmente,como um dos três poderes do Estado. Se eufor presidente, tomaremos atitudes duras, fir-mes e determinadas. É isso que a sociedadeespera e os deputados sabem disso”, acrescen-ta Rossoni, que parece não ter medo de mexerno vespeiro.

Alexandre Curi, o atual primeiro-secretário,assiste à disputa acirrada pelo seu cargo

entre quatro pretendentes

Ênio Verri quer a unidade do PT sobre acomposição da mesa executiva, mas a tendênciaé de que o partido não indique nenhum nome

para a chapa de Rossoni

Plauto Miró é o nome do DEM para ocupar aprimeira-secretaria na mesa executiva da

Assembleia Legislativa

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cidades

Gargalossufocam asgrandes cidades

Aqui o prefeito terá um sim ou um não.Entendo e aprendi com meu pai, que uma

conversa franca faz bons amigos.Wilson Bley Lipski

arceria estreita com os municípios. Esta é uma espéciede código operacional e palavra de ordem no gabinete

do secretário de Desenvolvimento Urbano do Estado do Pa-raná, Wilson Bley Lipski, 40 anos. As portas de sua sala estãosempre abertas e o seu principal interlocutor, Isaias Tecker(Zazá), entra a cada minuto levando, literalmente de mãosdadas, um prefeito para conversar com o chefe. Neste entrae sai, milhões de reais são despejados em formas de obrasnos municípios paranaenses. Uma creche, um hospital, umaescola, recapeamento de rua, um ícone em uma praça, qua-dras de esporte... “Investimos, em oito anos, R$ 2,30 bilhõesde recursos na realização de mais de 5.100 obras e ações deinfraestrutura urbana em todos os 399 municípios do Esta-do, independentemente de política partidária”, afirma Lip-ski.

Depois de afirmar que o Governo do Estado investiu mais deR$ 2 bilhões em obras e ações de infraestrutura, secretário Lipski,diz que agora é preciso centrar nas obras estruturantes

P

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Pedro Ribeiro

Mesmo com este investimento, que resul-tou na redução das desigualdades regionais epromoção do desenvolvimento econômicosustentável, Lipski, que passou de Diretor Ge-ral para secretário de Desenvolvimento Urba-no em maio desse ano, sustenta que ainda hámuito a fazer e o foco está em obras estrutu-rantes. Existe saturação nas estruturas de en-trada e saída das principais cidades do Estado,o que vem dificultando o fluxo de veículos epessoas e entravando o desenvolvimento. Es-ses gargalos precisam de reparos urgentes, diz,ao explicar que uma dessas obras é a do AnelViário, de 25 quilômetros, no entorno da re-gião central da capital. “Com a onda verde,que é a sincronização dos semáforos nos tre-chos do Anel Viário, teremos uma fluidez dotrânsito e poderemos atingir uma velocidademédia de 60 quilômetros, o que facilitará odeslocamento entre os bairros e a cidade”,

prevê.Lipski também detecta problemas em mu-

nicípios como Mandaguari, uma vez que todoo tráfego de veículos da capital em direção aoNorte e Noroeste do Estado passa dentro da-quela cidade. “É preciso fazer um desvio ouum contorno para tirar o tráfego, principal-mente o pesado, de caminhões e ônibus, dedentro da cidade”, diz. Londrina, Maringá, Fozdo Iguaçu e Cascavel também estão precisan-do de contornos, desvios e trincheiras, afir-ma. Para que essas obras saiam do papel, osecretário defende uma ampla discussão entregovernos estadual e municipal e a própriacomunidade. Tudo tem que ser feito de formaorganizada, com planejamento conjunto, paraatender às demandas.

Causas públicasEmbora esteja de saída no dia 1º de janei-

ro de 2011, Lipski confessa que tem sanguepolítico nas veias e se dedicará à função deadvogado, sem no entanto, perder o foco daadministração pública, principalmente emrelação à sua cidade, a Lapa. Com a experiên-cia de oito anos no governo, em sua secretariade desenvolvimento urbano, acredita que po-derá contribuir para que não haja solução decontinuidade. “O meu futuro político está cen-trado nas causas públicas e jamais vou aban-doná-las”, garante.

No dia 23 de novembro, quando a repor-tagem da revista Documento Reservado estevefalando com o secretário, ele atendeu 25 pre-feitos e havia outros 20 na agenda do dia. Nanossa frente estava o prefeito de Lunardelli,Célio Pinto de Carvalho, que deixou o gabine-te satisfeito com a promessa da construção deum Centro de Referência e Assistência Social,além de alguns quilômetros de recape nas ruas

Hospital regional de Ponta Grossa

Pedro Ribeiro

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cidades

da cidade. “Aqui o prefeito terá um sim ou não, pois entendo e aprendicom meu pai que uma conversa franca faz bons amigos. Não gosto deenrolar”, fulmina.

Lipski faz questão de ressaltar a importância das parcerias com osórgãos públicos federais e estaduais, com a população e os municípi-os para a concretização de qualquer cenário. “Foi por meio dos par-ceiros que conseguimos avançar na construção do Paraná que sonha-mos”, destaca. Atualmente, lembrou, 389 municípios paranaenses,portanto, mais de 97% do Estado, estão com os seus planos diretoresem andamento ou concluídos. Em 2003, apenas 28 deles tinham estaferramenta de planejamento urbano atualizado. “Isto proporciona aorganização e o planejamento das obras e ações de interesse da comu-nidade, e não apenas dos dirigentes ou de pequenos grupos. Até o fimdeste ano, esperamos que todos os municípios tenham seus planos

diretores”, revela, aoafirmar que 208 destesplanos foram financia-dos pelo Paranacidade,com investimentos decerca de R$ 10 milhões.

A melhoria daprestação do serviçopúblico também foiapontada por Lipskicomo uma das princi-pais ações realizadaspela Secretaria do De-senvolvimento Urba-no. O Programa Líde-res Públicos teve aparticipação de 6.380gestores municipais, além disso, o Estado está investindo na quali-ficação dos servidores municipais, num trabalho conjunto entre a Sedu,o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a Escola de Governo.

“Financiamos a pavimentação de quase três mil quilômetros devias urbanas, com investimento de R$ 722 milhões, bem como a cons-trução de 187 barracões industriais, de 70 creches, 35 postos de saúde,60 escolas municipais, 8 hospitais (entre eles o Regional de Ponta Gros-sa), 87 praças, 31 rodoviárias, 37 paços e câmaras municipais, 14 cen-tros culturais, 23 centros comunitários e 50 ginásios de esportes”, enu-mera. Lipski ressalta ainda o financiamento de 904 máquinas e equipa-mentos rodoviários no valor de R$ 178 milhões. E anuncia que, emdezembro, começarão as obras de implantação do anel viário de Curi-tiba (25,38 quilômetros), no valor de R$ 27,3 milhões, dos quais R$ 18,6milhões financiados à Prefeitura.

Revitalização em Foz do Iguaçu

Trincheira em São José dos Pinhais

Quadra de esportes em Figueira

Centro de Saúde da mulher e da criança em Planalto

Barracão Industrial em Palmas

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segurança

Abusados são pela força

Forças Armadascolocam traficantese criminosos para

correrem e reconquistamterritórios infectados

pelo tráficono Rio de Janeiro

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27Documento Reservado / Novembro 2010

Da Redação

rechaçadosmilitar nacional

guerra contra o poder paralelo no Riode Janeiro está apenas começando. De-

pois da operação envolvendo 2.700 homensda Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federale Forças Armadas – Exército, Marinha e Aero-náutica –, que possibilitou à Segurança Naci-onal dominar o “Morro do Alemão” e fincar aBandeira do Brasil, como sinal de vitória, opasso seguinte é manter o local desinfetado demarginais. Para isso é preciso a presença doefetivo militar na região, o que foi confirmadopelo governador do Estado do Rio de Janeiro,Sérgio Cabral (PMDB), ao anunciar a presençada força em 2011.

Os territórios da Vila Cruzeiro e do Com-plexo do Alemão serão vigiados dia e noite,até que seja possível instalar duas Unidades dePolícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades.Com o apoio das Forças Armadas, a políciaocupou o Complexo do Alemão praticamentesem resistência dos traficantes na manhã dedomingo (28), após uma série de atentadosocorridos na cidade desde o dia 21, com 106veículos queimados, atribuídos justamente auma resistência dos criminosos à instalaçãode UPPs em 13 favelas cariocas.

Na quinta-feira (25), policiais já tinhamentrado na Vila Cruzeiro, favela vizinha aocomplexo. A previsão é que as duas UPPs mo-bilizem entre 2 mil e 3 mil policiais militares,

A

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28Documento Reservado / Novembro 2010

segurança

a serem escolhidos entre os 7 mil novos policiais quese formarão em 2011. A função do Exército, diz Ca-bral, será “um policiamento ofensivo permanente” nafase de transição até a implantação das UPPs. Em ou-tras comunidades já pacificadas, essa tarefa coube aoBatalhão de Operações Policiais Especiais da PolíciaMilitar (Bope).

Cabral afirmou que após esta batalha, “não pode-mos dormir nos louros das conquistas. Nós acorda-mos desde cedo com os desafios de hoje e dos próxi-mos dias, semanas e meses que é a reconquista dosterritórios ainda ocupados pelo poder paralelo. Essespróximos passos passam por essa integração com oMinistério da Defesa e com a Polícia Federal, tanto emações pontuais de inteligência, quanto em ações maisostensivas, no caso da Vila Cruzeiro e do Complexodo Alemão”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tambémafirmou que dará todo o apoio necessário para a per-manência das Forças Armadas no Rio de Janeiro, omesmo acontecendo com o Congresso Nacional quejá sinalizou com recursos financeiros para manter aordem e a paz no Rio. Moradores do Complexo doAlemão aplaudiram a ação militar e a imprensa degrande parte do mundo elogiou a guerra brasileira nocombate ao narcotráfico e ao crime organizado.

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29Documento Reservado / Novembro 2010

DOMINGO (21)

2 veículos săo incendiados e 1carro da Aeronáutica é metralhado

na Linha Vermelha por homensarmados com fuzis

Outros dois ataques ocorrem naPavuna e em Laranjeiras

SEGUNDA-FEIRA (22)

4 veículos incendiados 1 ataque a cabine blindada da PM

no Irajá, na zona norte do Rio

TERÇA-FEIRA (23) Na madrugada, quatro

homens săo flagrados emCopacabana colocando bombas em

carros PM inicia operaçőes em 18 favelas

em toda a cidade Dezenas de veículos săo

queimados ŕ noite

QUARTA-FEIRA (24)

31 veículos incendiados, a maiorparte na zona norte do Rio

50 homens do Bope entram nafavela Vila Cruzeiro, no

Complexo da PenhaQUINTA-FEIRA

(25) 37 veículos incendiados

1 ataque a posto de polícia em Mesquita Operaçăo conjunta do Bope, das polícias

Militar e Civil, com apoio logístico daMarinha, expulsa o tráfico da Vila Cruzeiro Debandada dos traficantes para o vizinho

Complexo do Alemăo é transmitidaao vivo pelas TVsSEXTA-FEIRA (26)

9 veículos queimados 800 homens da Brigada Paraquedis-

ta do Exército entram na guerracontra o tráfico e iniciam cerco

ao Complexo do Alemăo

SÁBADO (27)

4 veículos incendiados em doispontos diferentes de Nova

Iguaçu, na BaixadaFluminense

DOMINGO (28) cerca de 20 presos

40 toneladas de maconhaapreendidas

cerca de 50 fuzis apreendidos 10 mil muniçőes apreendidas

mais de 50 coletes ŕ prova debala apreendidos

Mapa da violência no Rio

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30Documento Reservado / Novembro 2010

justiça

Nas pegadas m mural despretensiosamente co-locado em uma parede, atrás da

porta, numa das salas do confortável es-critório, dá a dimensão da trajetória pro-fissional do advogado criminalista, Cláu-dio Dalledone Júnior. Ali estão coladosrecortes de jornais sobre os casos vitorio-sos em que atuou, a maioria de granderepercussão nacional. Além de avivar amemória, o mural serve também para “darum rumo” a outros trabalhos, incentivan-do a investigação. E foi num cenário comoesse, que mais parece ter saído das telasde cinema, nos melhores filmes policiaiscom forte apelo para o suspense, que ocriminalista recebeu a reportagem da re-vista Documento Reservado para contar,em capítulos, sobre a defesa de seu maisrecente cliente: o ex-goleiro do Flamen-go, Bruno Fernandes, acusado pelo desa-parecimento da namorada Eliza Samudio.

A Justiça de Minas Gerais aceitou a de-núncia do Ministério Público contra Brunoe outros oito envolvidos no desaparecimen-to de Eliza. O goleiro Bruno; Luiz HenriqueFerreira Romão, o Macarrão; Sérgio RosaSales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor daSilva; Flávio Caetano; Wemerson Marquese Fernanda Gomes de Castro respondemna Justiça por homicídio triplamente quali-

ficado, sequestro e cárcere privado, ocultaçãode cadáver e corrupção de menor. MarcosAparecido dos Santos, o Bola, é o único queresponde por dois crimes: por homicídio tri-plamente qualificado e ocultação de cadáver.Todos negam o crime.

Dalledone substitui no processo, que cor-re na Justiça de Minas Gerais, o advogado Ér-cio Quaresma, que anunciou publicamente serdependente de crack. O paranaense que eraadvogado de Luiz Henrique Romão, o Macar-rão, amigo do jogador, informou que agoradefende apenas Bruno. O atleta está preso napenitenciária de segurança máxima NelsonHungria, em Contagem (MG). Com “certezaabsoluta” na inocência de Bruno, Dalledonediz que a maior aposta para o sucesso nestecaso está na sua equipe, “composta por profis-sionais que podem enfrentar tudo o que oEstado tem para fazer com que uma condena-ção prevaleça”, para reverter a situação dogoleiro. “Eu tenho profissionais tão aptos, oumais preparados, para fazer frente ao Estado,quando se enxerga uma injustiça iminente”,acrescenta, orgulhoso. Com a preocupaçãode quem tem a responsabilidade de uma vidalivre em suas mãos, o criminalista conta quefoi “convocado” para fazer a defesa de Bruno,mas diz que “por dever ético”, não revela ques-

tões sobre quem o chamou, quanto cobrou, equanto vai custar todo o trabalho. “Tomamosesse cuidado para que o assunto não seja in-devidamente explorado na imprensa. Isto por-que, o que você disser, a imprensa inteira vaipara cima de você, vão querer explorar. E euprefiro preservar determinados temas, porquetemos grande responsabilidade nisso”, expli-ca.

E o seu trabalho na defesa de Bruno, se-gundo ele, vai a todo vapor, alimentado nacerteza de que “vou vencer mais esta”. De acor-do com o advogado, no dia 24 de outubro, eleprotocolou um habeas corpus para paralisaro processo. Mas, Dalledone quer, também, queo Tribunal reconheça o cerceamento de defe-sa, pela não inquirição dos três delegados res-ponsáveis pela investigação. Para ele, esse éum suposto homicídio, sem corpo, com re-percussão internacional, e que para dar umaresposta à sociedade, a polícia se precipitou.“O processo apresenta vários procedimentosirregulares. Um deles, por exemplo, é o que ajuíza não permitiu que os delegados do casofossem ouvidos, daí o cerceamento de defe-sa”, conta. Sobre o menor, o primo de Bruno,que contou pelo menos três versões sobre ocaso, Dalledone diz que o jovem sofre de mi-tomania – tendência patológica mais ou me-

U

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Norma Corrêa

da lei

Criminalista reconhecido porser incisivo e provocador,

Cláudio Dalledone Júnior falasobre os casos que defendeu

e que tiveram granderepercussão. Ele diz que

comemorou muitas vitórias eaprendeu muito com as

derrotas. A sua mais nova lutaé a defesa do ex-goleiro doFlamengo, Bruno Fernandes

nos voluntária e consciente para a mentira. Normalmente, asmentiras dos mitomaníacos estão relacionadas a assuntos es-pecíficos, mas podem ser ampliadas e atingir outros assuntosem casos considerados mais graves. “Isso pode ser compara-do à dependência química. É uma doença. O rapaz estava sobforte pressão e disse tudo aquilo para acusar o Bruno”, diz oadvogado, ao reforçar a sua “plena convicção” na inocênciado cliente.

Segundo ele, os órgãos competentes para desvendar essecrime, que considera virtual já que não foi encontrado ocorpo, que são o Ministério Público e a Polícia, elegeram osculpados. “A partir daí passaram a buscar provas para incrimi-

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justiça

nar esses culpados por eles eleitos. Essas auto-ridades não procuraram elucidar um possívelhomicídio. Se você me perguntar: a Elisa Sa-mudio está viva? Eu te respondo que morta elanão está. Em nenhum momento houve umadescrição de como Elisa teria sido morta. Nãoexistem provas, porque Elisa não foi morta”,garante. Dalledone diz que acompanhou inte-gralmente as 11 horas de exaustivo interroga-tório a que Bruno se submeteu. “O depoimen-to foi transcrito e também filmado. E, nestas11 horas, tudo o que diz respeito a ele (Bru-no), à Elisa Samudio e ao pequeno Bruni-nho, Bruno esclareceu. Por isso vou continu-ar na tese de negativa do crime”, informa, aoafirmar que acha que Bruno tem todos osrequisitos necessários para responder o pro-cesso em liberdade. “Ele tem ficha penal cris-talina, emprego certo, domicílio, arrimo defamília e, pela exposição a que foi submeti-do, a possibilidade de fugir não existe”,assegura. O criminalista acredita que o moti-vo de Bruno ainda estar preso, mesmo semque o corpo de Elisa tenha sido encontrado,é a voz das ruas, causada por uma opiniãopublicada, que não foi trabalhada. “Isso faz oPoder Judiciário tomar decisões acovardadas.

Estão sendo induzidos pela opinião publica-da. A voz das ruas está retraindo o PoderJudiciário. Bruno tem todas as condições epreenche todos os requisitos para respondero processo em liberdade”, afirma.

Trabalho artesanalAo afirmar que trabalha de forma artesa-

nal, o criminalista conta, orgulhoso, que nãoé advogado de muitas causas, mas as selecio-nadas, na maioria das vezes, ganham granderepercussão. “Sou um advogado de poucascausas, mas muito complexas”, diz. E, paraenfrentar essa “complexidade” ele dá a recei-ta: trabalhar com apoio fiel e compromissadode uma equipe formada por pessoas habilita-das, que vai desde a secretária, passando, pelaassessoria de imprensa, ao perito criminal,médico legista, investigador, até aos seus sóci-os. “O meu maior patrimônio, hoje, é a minhaequipe, que está intacta há 10 anos. São osmeus sócios, meus conselheiros, meus ami-gos”, afirma.

No seu currículo estão casos como o doestudante Rafael Rodrigo Zanella, de 20 anos,assassinado em uma operação policial desas-trosa, em 1997, em Santa Felicidade, o bairro

“italiano” de Curitiba. Um dos acusados deenvolvimento na morte do rapaz, o investiga-dor da Polícia Civil, Airton Adonski Júnior, foidefendido por Dalledone. Segundo a acusa-ção, na noite de 28 de maio de 1997, Zanella eoutros três rapazes tiveram o carro cercadopor três policiais – Airton Adonski, ReinaldoSiduvoski e Jorge Élcio Bressan –, pelo estu-dante de Direito Guilherme Vieira Doni e porAlmiro Deni Schmidt. Eles estavam de tocaiana frente de uma casa que suspeitavam quemorava um traficante. Doni e Schmidt nãoeram policiais, mas prestavam serviços de for-ma irregular no 12° Distrito. E foi Schmidt,que portava arma e distintivo, quem deu otiro na cabeça do estudante, tão logo o carroparou. Adonski, Siduvoski e Schmidt foramcondenados pelos crimes de denunciação ca-luniosa e fraude processual.

O criminalista também atou, desta vez naacusação ao lado do promotor Cássio Chasta-lo, conseguindo a condenação de OtavianoSérgio Carvalho Macedo, 48 anos, o Serginho,acusado da morte do bicheiro Almir José Hla-dkyi Solarewcz, em 20 de setembro de 2000.Durante o julgamento, a surpresa: o caso es-cancarou uma rede de contravenção atuante

Se você me perguntar: morta ela não está. Em Elisa teria sido morta. “

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em Curitiba, com ramificações no Rio de Ja-neiro e envolvimento de policiais. Duas teste-munhas da acusação confirmaram o envolvi-mento de Almir com a cooperativa do jogo dobicho, que estaria por trás do assassinato. “Nósestamos colocando no banco dos réus, o cri-me organizado. Pela primeira vez isso aconte-ce no Paraná. A morte de Almir não é um fatoisolado. Foi um crime premeditado, encomen-dado e que ocorreu por causa de dinheiro, demuito dinheiro”, disse Dalledone, na época.E, embora não tenham sido apresentadas pro-vas materiais, as testemunhas promoveram acondenação de Sérgio, golpeando duramentea máfia do jogo do bicho que opera no Para-ná. O juiz Ronaldo Sansone Guerra anuncioua sentença: 19 anos e 6 meses de reclusão, emregime fechado, por crime hediondo, sem obenefício de apelar em liberdade, além dopagamento das multas processuais.

Ou, ainda, o caso da suposta vidente, Va-lentina Andrade, líder da seita LUS (Lineamen-to Universal Superior). Aos 73 anos, ela foi ajúri popular em Belém (PA) para responderpela acusação de autoria intelectual do assas-sinato e castração de 9 meninos, de 8 a 14anos, em Altamira, no Pará, entre 1989 e 1993.

Segundo a acusação, as vítimas eram atraídaspara densos matagais e tinham os órgãos geni-tais cortados para serem usados em rituais demagia negra. Embora a acusação de sacrifíciohumano em rituais satânicos tenha ganhadoas ruas e gerado comoção social, Dalledoneconseguiu a absolvição de Valentina, depoisde 17 dias de julgamento, convencendo seisjurados da inocência, contra apenas um quevotou pela condenação da mulher. Para absol-ver Valentina, o advogado conta que fez cone-xão entre os crimes do Pará e do Maranhão,onde o mecânico Francisco das Chagas Rodri-gues de Brito, de 39 anos, foi preso e confes-sou ter atacado 41 meninos (30 foram mortosno Maranhão e 11 em Altamira, se contar astrês vítimas que sobreviveram, a soma doscrimes pula para 44). Considerado o maiorassassino em série do País, Francisco, quedemonstra ter distúrbios mentais, alegou queuma voz comandava os seus atos, especial-mente na hora de cortar os órgãos genitaisdas crianças. Em suas declarações, o mecâni-co inocentou as pessoas que estavam presas,acusadas dos crimes. Entre elas, além de Va-lentina, estava o médico Césio Flávio CaldasBrandão, que já havia sido julgado e conde-

nado a 57 anos de prisão. “Alguém falou queos cortes (emasculação nos meninos) tinhamprecisão cirúrgica e resolveram apontar ummédico, no caso eu. Precisão cirúrgica comum facão? Não sei como seria possível”, rea-giu, na época, o médico que procurou o aten-dimento profissional de Cláudio Dalledone.Césio disse que as acusações que pesaramcontra ele foram armação das autoridadesdo Pará, que precisavam dar uma resposta àpopulação sobre os meninos mutilados.

Sorte ou inteligência?A atração por grandes casos seria uma ação

da sorte fortuita, ou a resposta pelo trabalhointeligente e competente? Cláudio Dalledone,humilde, prefere dar nome às pessoas que otransformaram num profissional bem sucedi-do: o desembargador João Kopytowski e o tio,Ricardo Lacerda. O tio, por parte de mãe, foiassassinado aos 37 anos, por causa de umabriga de trânsito. “Ele ouvia som alto no carroe um motorista, ao invés do diálogo, preferiumatar o meu tio. E ele acabou sendo o artíficede eu ter procurado a advocacia, como profis-são. Eu queria ver o assassino do meu tio nacadeia”, recorda.

a Elisa Samudio está viva? Eu te respondo que nenhum momento houve uma descrição de como Não existem provas, porque Elisa não foi morta.”

Criminalista Cláudio Dalledone Júnior

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justiça

Mas, segundo ele, a sua carreira porém,começou de forma curiosa. Em 1994, o entãoestudante de Direito sentia-se fascinado pe-los debates em plenário no Tribunal do Júri.Foi a partir dessa paixão pelo júri, que ojovem passou a pedir para ajudar nos julga-mentos. “E quem foi determinante para orumo da minha carreira foi o então juiz JoãoKopytowski, hoje desembargador. Ele me deuoportunidade de participar de julgamentos,porque eu já havia feito dois júris simulados,e tinha ido muito bem. Kopytowski permitiuque eu fizesse um júri, defendendo pessoasde rua, uma vez que não havia advogado paradefender aquelas pessoas. Participei juntocom um advogado e dividi o tempo”, conta.De acordo com Dalledone, isso aconteceuem 1995 e, a partir dali, ele começou a parti-cipar com maior frequência desses tipos dejulgamentos, sempre acompanhado de ad-vogados, mas, na verdade, era Dalledonequem ocupava grande parte do tempo fazen-do a defesa. “Ele (Kopytowski) confiou a mimessa forma de advogar. Então, eu devo aodesembargador João Kopytowski, a minhacarreira. Ele me deu a oportunidade de par-ticipar de um julgamento. Porém, não medeu o peixe; me deu a linha e o anzol e euaprendi a pescar. Se eu tenho que agradecera alguém, hoje, as causas que o Brasil inteirome entrega para defesa, em crimes contra avida, eu tenho que agradecer ao doutor JoãoKopytowski e ao plenário do Júri de Curiti-ba”, confessa.

Entre as histórias que tem para contar,sobre as dezenas de júris que fez, ele fala sobreum momento desagradável quando atuava nocaso de Valentina de Andrade, dos emascula-dos de Altamira (Pará). Segundo ele, era umaacusação de sacrifício humano em rituais sa-tânicos, “e a imprensa tentou fazer com queesse rótulo ficasse marcado em mim. Imedia-

tamente recusei, porque sou um homem cris-tão, temente a Deus”, diz, ao voltar-se parauma mesa lateral, onde estava uma Bíblia aber-ta e colocar a mão sobre o Livro Sagrado,numa expressão de fé em Deus. “Eu jamaisiria admitir um rótulo tão pesado como esse,que foi levado pela voz das ruas. As pessoasme criticavam porque eu defendia aquela queera tida e havida como um demônio. Essa si-tuação aconteceu num Estado (Pará) que tema maior manifestação católica do mundo, queé o Círio de Nazaré. Então, era inevitável queas pessoas aliassem as situações e me ligassemcom os supostos rituais satânicos. Tentaram,mas não pegou. Sou tido e havido como umadvogado incisivo, combativo, mas a minhacrença em Deus é inabalável”, acrescenta.

Os casos, apesar de não serem muitos,mas de grande repercussão, foram suficien-tes para notabilizar este criminalista que éreconhecido, ainda, como o maior defensorde policiais, que dão a Dalledone a condiçãode considerar a sua trajetória profissional desucesso, em apenas 12 anos de profissão. “Souum incorrigível admirador do trabalho poli-cial. Porém, ressalte-se: do bom trabalho po-

licial. Tanto é assim que a maioria dos polici-ais civis e militares me procura para defendê-los, quando são acusados de crimes contra avida. Tenho dezenas e dezenas de casos queforam a júri ou ainda estão em julgamento,envolvendo policiais civis e militares. Paramim, é uma honra muito grande ter a confi-ança dessas duas corporações. Sou o maiordefensor da polícia que o Paraná já teve notí-cia”, afirma. Mas, ele não nega que quer maise diz que está trabalhando para se notabilizarem causas de Tribunal do Júri, que é a suaespecialidade, dos crimes contra a vida, oschamados crimes de sangue.

De bem com a vida e sempre de bomhumor, Dalledone procura encarar o traba-lho com otimismo, mas diz que não se furtaa “comprar briga”, com pessoas que ele con-sidera “maus acusadores” e explica: “São pes-soas que esquecem o dever constitucionalque deveriam defender e passam a fazer deuma acusação um vedetismo ou procuramalavancar a carreira em cima de acusações.Esses eu combato com toda a veemência ecom toda a força que possa buscar na lei e naConstituição”, avisa.

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infraestrutura

Decola ou não?Engenheiro não acredita que reforma do Afonso Pena saiaantes da Copa; Governo diz que sai e há dinheiro para isso

stão brincando de aviãozinho com agente.” É assim, utilizando de uma boa

dose de ironia, que o engenheiro civil aposen-tado do Departamento de Estradas e Rodagem(DER) do Paraná, Meron Kovalchuk, situa ademora no início da execução das tão anunci-adas readequações – incluindo ampliações ea construção da terceira pista – do AeroportoAfonso Pena, em São José dos Pinhais, que fazparte do projeto de infraestrutura necessáriopara preparar Curitiba para a realização daCopa do Mundo de 2014. E afirma que o valordos recursos anunciados pelo Governo Fede-ral – cerca de R$ 300 milhões – é suficienteapenas para a ampliação da pista em 475 me-tros. “Isso, sim, é possível realizar em doisanos para o terminal cumprir as exigências daFifa e poder atender à demanda que será gera-da com a realização da Copa”, avalia.

Mesmo assim Kovalchuk, que foi contro-lador de voo no Afonso Pena entre março de1961 e fevereiro de 1971, mas começou a seinteressar por aviões já aos três anos de idade,por intermédio do tio, Paulo Kovalchuk, querecebia a revista norte-americana Em Guarda,com propaganda da guerra e “recheada deaviões”, diz que não acredita que o “dinheiroseja liberado e a obra realizada a tempo” paraque o aeroporto passe a ter o perfil exigidopela Fifa. Primeiro, porque o projeto não estáandando, e segundo, por retaliação política.Ele acredita que a presidente eleita DilmaRousseff (PT), que perdeu para José Serra(PSDB) no Sul do Brasil na campanha para a

Presidência da República, vai ignorar a região.“Vão nos tratar a pão seco e mofado, ou seja,o dinheiro não virá. Eu acho que a Dilma vaidizer: ‘essa polacaida que vá trabalhar. Eunão mando nada para eles’. Por isso, não es-pero que os recursos sejam liberados para oAfonso Pena”, avalia.

Sem retaliaçãoNo entanto, Gleisi Hoffmann (PT), eleita

com 3.196.468 votos para o Senado nas elei-ções de 3 de outubro, discorda frontalmenteda opinião do engenheiro Kovalchuk, ao lem-brar que “o presidente Lula sempre perdeuaqui e os investimentos que promoveu nasmais diversas áreas demonstram o contrário,nunca houve qualquer tipo de retaliação con-tra o Paraná. E isso vai continuar ocorrendocom a Dilma na Presidência”. Além disso,

afirma que o Governo Federal não tem umprojeto específico para o Paraná porque visaao desenvolvimento global do Brasil, sem pri-vilégios eleitorais ou partidários. “Todos osinvestimentos estruturantes são direcionadospara o desenvolvimento do País, ou seja, paraque o Brasil avance é preciso investir em to-dos os estados. Este é o projeto do Governo eo que tem sido feito e continuará a ser feito.Portanto, supor retaliação do Governo Dilmaao Paraná é, no mínimo, um pensamento in-sustentável, até mesmo pela importância polí-tica e econômica do Estado no cenário nacio-nal”, argumenta.

Gleisi sustenta ainda que o Brasil se empe-nhou para sediar a Copa do Mundo de 2014 e,por isso, fará de tudo para corresponder alémda expectativa dos promotores do torneio, dasseleções que participarão das disputas e das

“E

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Sílvio Oricolli

torcidas que virão ao País assistir aos jogos.Salienta, porém, que não se deve pensar eminvestimentos em infraestrutura motivada peloevento esportivo. “Não há projetos voltadosapenas para a Copa, pois ela está inserida noprograma de investimentos do Governo Fede-ral, que é muito mais amplo. Tanto que a pre-visão dos investimentos nos aeroportos, in-cluindo o Afonso Pena, é anterior à questão daCopa”, acrescenta.

Gleisi sustenta que o Programa de Acelera-ção do Crescimento (PAC), inclusive com do-tação orçamentária, prevê investir R$ 300 mi-lhões para o Aeroporto Afonso Pena. “O di-nheiro ainda não veio para cá, porque não seresolveu a questão das desapropriações deresidências para fazer a ampliação da pista. Eisso é responsabilidade do Governo do Esta-do, não da União”, esclarece.

História antigaNa redação da revista Documento Reser-

vado, Kovalchuk, que se aposentou com qua-se 40 anos de serviços prestados ao DER eatualmente, aos 70 anos, permanece na “ativa”

como integrante do Banco de Ideias do Insti-tuto de Engenharia do Paraná (IEP), lembraque o terminal há muito tempo necessita dereformas e ampliações, incluindo a constru-ção de uma terceira pista. Segundo ele, o Afon-so Pena foi construído, como base aérea, noinício da década de 1940, quando os norte-americanos fizeram a pista para receber o aviãocargueiro DC-3, mas já pensando na possibili-dade de precisar utilizá-la, em caso de guerra,para as operações com os bombardeiros B-17e B-29 dos Estados Unidos. Por isso, foi usadacomo base aérea da FAB, que posteriormentese transferiu para o Aeroporto do Bacacheri,em Curitiba. Em 1946, o Afonso Pena foi desti-nado ao transporte aéreo comercial. No en-tanto, só em 1957 foram feitas novas cabecei-ras na pista, o pátio e a estação de passageiros.A inauguração, no entanto, ocorreu no dia 5de fevereiro de 1959, durante o Governo Moy-sés Lupion.

Kovalchuk ainda recorda que um poucoantes da “revolução de 1964”, quando os mili-tares tomaram o poder no País, além do reca-pe, a pista de 1,8 mil metros foi ampliada para2.215 metros. Mas foi uma obra incompleta.“A pista de táxi para a cabeceira não existe atéhoje”, diz, ao lembrar que esta é uma reclama-ção unânime dos pilotos. “Temos batido mui-to nisso: o avião quando chega na cabeceira

da pista 11, se houver uma aeronave, pousan-do terá de esperar que esta operação seja con-cluída. Conclusão: considerando que o gastoé de 50 litros de combustível por minuto, aespera significará que 240 litros de queroseneserão jogados fora, sem contar que essa de-mora na decolagem representa perda de tem-po para os passageiros”, acrescenta.

Na avaliação do engenheiro, o que serápreciso fazer com urgência e visando à Copade 2014 é aumentar a pista em mais 375 me-tros, com pista de táxi, ampliar a cabeceira 33e mais 100 metros na cabeceira 15, para com-portar a decolagem de grandes aeronaves; “Sãoobras que demandam R$ 300 milhões e po-dem ser feitas a tempo de atender as necessi-dades da Copa”, sinaliza. A terceira pista, noentanto, para ele, apesar de necessária jamaisficaria pronta em tão pouco tempo, além deexigir investimento superior a R$ 2 bilhões. “Éuma obra que ficaria pronta em 2018, a come-çar pelas suas implicações ambientais, umavez que na área há três nascentes de rios, comotambém devido à complexidade de sua cons-trução”, acentua.

Gleisi, por sua vez, pontua que o recursoreservado para o Aeroporto Afonso Pena con-templa investimentos na terceira pista. “É oque ficou acordado com a equipe técnica daInfraero, ou seja, está tudo embasado em pro-jetos e estudos técnicos”, afirma.

Kovalchuk: “vão nos tratar a pão secoe mofado, ou seja, o dinheiro não virá”

Gleisi: “o dinheiro ainda não veio para cá, porque não se resolveu a questão das desapropriações”

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Pneus usados transformaram-se num gran-de problema para o ambiente em todos os luga-res, em todas as cidades e em Almirante Taman-daré năo é diferente. Existem atualmente noMunicípio aproximadamente cinquenta empresasatuantes no ramo de pneus (borracharias e re-venda de pneus) que năo possuíam uma formaadequada de descarte dos inservíveis.

Buscando evitar danos ao meio ambientee obedecer ŕ normatizaçăo do CONAMA (Con-selho Nacional de Meio Ambiente), que aborda

Tamandaré inaugura sistema de vigil No último dia 12, a Prefeitura Municipal de

Almirante Tamandaré inaugurou o Núcleo de Pro-teçăo e Vigilância Municipal (NPVM), que fará aguarda e vigilância de todos os prédios públicosmunicipais durante 24 horas.

Estiveram presentes ŕ solenidade de instala-çăo do NPVM, o Prefeito Vilson Goinski, a Vice-Prefeita Dete Pavoni, o Secretário (ao qual oNúcleo estará diretamente subordinado), Ger-son Colodel, e demais secretários municipais,funcionários e convidados.

O secretário Municipal de Administraçăo ePrevidęncia, Gerson Colodel, falou sobre as ati-vidades do Núcleo de Proteçăo. “Quarenta Agen-tes de Segurança foram treinados e capacitadospara atuar na área de segurança e proteçăo,com o objetivo de prestar um serviço especializa-do em todos os prédios públicos municipais, comronda e monitoramento ininterruptos (24 Horas)”,disse Gerson.

Uma central de monitoramento, localizada

ao lado do Centro Administrativo da Cachoeira,equipada com modernos sistemas de controle,faz o trabalho de observaçăo de alarmes, instala-dos em todas as Escolas Municipais, (CMEIS),Unidades de Saúde e outros prédios públicos.Além disso, os Agentes fazem as rondas emveículos e motocicletas, cobrindo todo o períme-tro do Município, enquanto estăo em contato viarádio com a Central.

O Prefeito Vilson Goinski destacou a impor-tância do projeto: “Essa é uma açăo que pensa-mos desde o início da nossa gestăo, mas que sóagora pode ser implantada, devido ŕs dificulda-des financeiras que passam todos os municípiose também o nosso. Mas, com esforço, consegui-mos implantar esse sistema que deverá coibir aaçăo de ladrőes que invadem os prédios públicosem busca de equipamentos de informática, me-renda escolar, medicamentos, equipamentos ele-trônicos, etc, além da açăo de vândalos que de-predam o patrimônio público”, disse Goinski.

Tamandaré dá exemplo de reciclagem de pneuso tema através da Resoluçăo nş. 416/2009que “Dispőe sobre a prevençăo ŕ degradaçăoambiental causada por pneus inservíveis e suadestinaçăo ambientalmente adequada, e dáoutras providęncias” ou seja, obriga as em-presas produtoras de pneus a coletar e dardestino aos pneus inservíveis, a PrefeituraMunicipal de Almirante Tamandaré, através daSecretaria Municipal de Agricultura e MeioAmbiente firmou uma parceria com a Empre-sa XIBIU Reciclagem LTDA, que providencia a

correta destinaçăo dos pneus coletados noMunicípio.

Para isso, a Empresa instalou um posto decoleta de pneus inservíveis no Km 16 da Rodoviados Minérios (ao lado do Posto Pedra Branca),onde os estabelecimentos depositam os pneusdescartados. Deste local, a Empresa XIBIU Re-ciclagem encaminha os pneus ŕ Empresa Voto-ram localizada no Município vizinho de Rio Brancodo Sul, onde os pneus săo incinerados e co-pro-cessados em fornos controlados e licenciadospelo IAP – Instituto Ambiental do Paraná.

De acordo com o Secretário Municipal deAgricultura e Meio Ambiente, Wilson Muraro,“A parceria que firmamos foi a melhor soluçăoencontrada para o descarte de pneus que vinhaocorrendo de forma errada, prejudicando sobre-maneira o ambiente”, disse o Secretário.

Já no início da parceria, que ocorreu no iní-cio de agosto deste ano, a Coordenaçăo de Fisca-lizaçăo Ambiental da Prefeitura Municipal visitoutodos os estabelecimentos (borracharias e re-vendas de pneus) levando orientaçőes sobre aforma de coleta e a localizaçăo do posto (Rodoviados Minérios). De acordo com um levantamentoefetuado pela Coordenaçăo, em pouco mais deum męs de instalaçăo do Posto de Coleta, foramrecolhidos cerca de 10 toneladas de pneus.

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ância 24 horas nos prédios públicos

Mortalidade Infantil diminui significativamente emAlmirante Tamandaré – uma das metas do Milęnio

Muito tem sido feito nos últimos anos noBrasil para a promoçăo da Saúde da Criança e areduçăo da Taxa de Mortalidade Infantil (TMI),um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milę-nio, compromisso assumido pela ONU (Organiza-çăo das Naçőes Unidas) no ano 2000. Mortesinfantis săo mortes precoces e, em sua maioria,consideradas evitáveis, conseqüęncia de umacombinaçăo de fatores biológicos, sociais, cultu-rais e de falhas do sistema de saúde. A TMI(Taxa de Mortalidade Infantil) vem caindo no Bra-sil, porém a velocidade de queda e o padrăo dedistribuiçăo no país estăo aquém do desejado.Os níveis atuais săo incompatíveis com o nívelde desenvolvimento econômico e tecnológico dopaís e essas mortes precoces se concentramnas populaçőes mais vulneráveis, refletindo asdesigualdades socioeconômicas e étnico-raciais.

Através da análise da Tabela abaixo, nota-mos que desde o ano de 2002 o histórico daMortalidade Infantil no Município de Almirante

Tamandaré vem apresentando um decréscimosignificativo. Sendo que nos últimos anos (2008e 2009) foi de 35,4%. Sabendo que esta é umadas prioridades estabelecidas pelo Pacto da Saú-de, podemos concluir que certas açőes realiza-das no Município vęm apresentando resultados.Alguns fatores contribuíram com isso: aumentoda cobertura do Pré- Natal segundo Programa deHumanizaçăo no Pré-natal e Nascimento (PHPN),Grupos de Gestantes, com uma Equipe Multipro-fissional que aborda assuntos relacionados aoPré-Natal e que enfatiza o Aleitamento Materno.Este encontro acontece mensalmente em parce-ria com APMI (Associaçăo de Proteçăo a Mater-nidade e a Infância) e Pastoral da Criança, com aentrega de Kits Gestantes segundo critérios es-tabelecidos pela Secretaria Municipal de Saúde –Saúde da Mulher, e a implantaçăo do Comitę dePrevençăo a Mortalidade Materno-Infantil a qualanalisa os óbitos, identifica os problemas relaci-onados com os óbitos, consolida periodicamente

os dados de investigaçăo para envio ao ComitęRegional/Estadual e elabora propostas para aconstruçăo de políticas municipais dirigidas ŕ re-duçăo da mortalidade materna/infantil.

Outro fator muito importante é a implanta-çăo da Puericultura nas Unidades de Saúde e aexemplo disto temos este trabalho sendo realiza-do na Unidade de Saúde Săo Joăo Batista, há 02anos, pela Técnica de Enfermagem Rita e pelaEnfermeira Nanci. Este trabalho visa a avaliaçăodas crianças menores de 01 ano, mensalmente.Observa-se o peso, altura, perímetro cefálico,perímetro torácico, desenvolvimento neurológi-co, orientaçőes quanto a higiene, aleitamentomaterno e introduçăo de alimentos, cuidados comos bebęs, desenvolvimento motor. As criançasque săo acompanhadas neste programa, devidoŕs orientaçőes que as măes recebem, năo neces-sitam de constantes avaliaçőes médicas e adoe-cem menos, assim como năo desenvolvem qua-dros de desnutriçăo. Até agora, desde a suaimplantaçăo, já foram atendidas 96 crianças. Aadministraçăo municipal fará a implantaçăo dosserviços de Puericultura em todas as Unidadesde Saúde pois este trabalho é muito importantepara diminuiçăo dos índices de mortalidade infan-til e para que as crianças tenham um melhoracompanhamento.

Índice de Mortalidade Infantil por nascidos vivos noMunicípio de Almirante Tamandaré nos anos de 2002 ŕ 2009

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 200917,9 14,9 15,5 17,2 15,3 16,4 14,7 9.5

Fonte: SIM /SINASC

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economia

Comércioespera vendas 16,5% maiores

om o Natal se aproximando e a chega-da de uma “grana” extra para ajudar

nas despesas de final de ano, não há quemresista aos apelos do comércio. As lojas de ruae os shoppings capricharam na decoração e sepreparam para atender o consumidor até maistarde, abrindo a temporada de promoções efacilidades no pagamento das compras. A datamais importante do calendário comercial des-te ano tem animado os lojistas de Curitiba,que esperam movimento até 16,5% maior queos negócios realizados em igual período de 2009,de acordo com pesquisa da Associação Co-mercial do Paraná (ACP) e Instituto Datacensorealizada com 200 comerciantes de Curitiba,dos quais 40,7% manifestaram otimismo com o

período, que deve resultar em comercializaçãosuperior à da época do ano passado.

O empresário Camilo Turmina, vice-pre-sidente da ACP, cita que esse otimismo decor-re do “aumento da renda, resultado do ganhoreal de salários que várias categorias tiveram,níveis de prazo maiores, estabilidade dos ju-ros e a taxa cambial que deixou grande partedos produtos mais baratos em comparação aoano passado”. E Cláudio Shimoyama, do Insti-tuto Datacenso, adiantou que a maioria doscomerciantes acredita que o pagamento dascompras será feito à vista, em cartão de crédi-to ou dinheiro, seguido do parcelamento nocarnê, com cartão de crédito, à vista com car-tão de débito, parcelado no cheque e à vista

no cheque. Para alavancar as vendas, 35,2%dos lojistas pretendem fazer algum tipo depromoção ou campanha de Natal, com des-contos para o pagamento à vista, distribuiçãode brindes, prêmios ou promoção do tipo“pague 1, leve 2”.

Por sua vez, o economista Cid Cordeiro,do Departamento Intersindical de Estatísticase Estudos Socioeconômicos (Dieese), ponde-rou que a entrada do 13º salário na economianesse período, o que ajuda a incrementar omovimento no comércio, não será totalmenteutilizado nas compras, ao estimar que cercade 40% do benefício será usado pelos consu-midores para quitar dívidas antigas. No entan-to, este procedimento, indiretamente, tambémsinaliza para o consumo, pois os inadimplen-tes pagam as contas em atraso com o objetivode recuperar o crédito e poderem retornar àscompras. “A previsão é de que quase metadedo 13º dos trabalhadores seja destinada aopagamento de contas pendentes, para que elespossam recuperar o crédito e comprar denovo,” disse o economista. Segundo Cor-deiro, a outra parte do dinheiro seráusada nas sonhadas compras dos pre-sentes de Natal, despesas com viagens elazer. E ainda há uns poucos que apro-veitarão o dinheiro extra para “en-gordar” a poupança.

Umarenda extrae que deve

ser bemutilizada.

Cid Cordeiro

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Lucian Haro

Cordeiro afirmou também que a boa fasedo mercado de trabalho e a geração de novosempregos ao longo do ano, colaboraram paraum aumento de 20% no total nacional do 13º,em relação ao que foi pago aos trabalhadoresem 2009. A estimativa do Dieese é que, noBrasil, 74 milhões de pessoas recebam o bene-fício, num total de R$ 102 bilhões. No Paraná,o salário extra representará a entrada de R$5,44 bilhões na economia, o que significaaumento de 21% em relação ao valordo período anterior. Em Curitiba, aeconomia deve ser aquecida comR$ 1,7 bilhão.

A recomendação do econo-mista para os consumidores, noentanto, é que seja feito umplanejamento das despesasdo final de ano, já preven-do as contas que vãochegar depois do révei-llon. “O consumidorprecisa entender que o13º é uma renda extra eque deve ser bem utili-zada. Lembrando que,no período de dezembro

até fevereiro, novascobranças chegam,como a matrícula naescola das crian-

Salário extra vai injetar mais de R$ 5 bilhões na economia do Paranáneste final de ano, animando o consumidor a ir às compras

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ças, compra do material escolar, os impostosda casa, do carro, a fatura das compras parce-ladas. O consumidor tem de estar preparadopara tudo isso”, alertou.

Recuperação de créditoJá que os consumidores inadimplentes não

querem ficar de fora da temporada de com-pras, o que aumenta também, nesta época doano, é a negociação para “limpar” o nomedos devedores junto aos órgãos de proteçãode crédito. Segundo Turmina, a procura da-queles que querem recuperar o crédito, do-brou desde o começo de outubro. “A médiaaté agosto, era de 700 a 800 solicitações pordia, mas depois de outubro, esse número pas-sou para 1.500 procuras por dia”, afirmou.

Para Turmina, o aumento na demanda éreflexo da aproximação das compras de Na-tal - onde invariavelmente as pessoas preci-sam ter dinheiro ou crédito para comprarpresentes - e por conta da chegada do 13ºsalário, que incrementa a renda familiar.“Com a chegada do final de ano, os consu-midores precisam dispor de recursos extraspara a compra de presentes e despesas emgeral. Mesmo com a entrada do 13º, algunsainda necessitam ter crédito para adquirirprodutos ou serviços que ultrapassem o va-

lor do benefício,” explicou, ao acrescentarque “sem falar, que com as facilidades definanciamento e compra disponíveis hoje,ninguém quer ficar sem crédito para gastarno mercado”.

Mesmo tendo aumentado em 100% a pro-cura dos devedores que querem quitar as dívi-das, o vice-presidente da ACP afirmou que ain-da existem muitas pessoas com o nome “sujo”no mercado, em Curitiba. “A estimativa é deque em Curitiba e Região Metropolitana, exis-

economia

tam cerca de um milhão de pessoas com algu-ma pendência no Serviço Central de Proteçãoao Crédito (SCPC)”, informou. Segundo ele,mesmo atendendo as 1.500 solicitações diári-as, isso não representa nem 15% do total dedevedores, que continuam com o nome sujono mercado.

Para recuperar o crédito, o devedor deveentrar em contato com a ACP, que fará umacordo com a empresa credora para acertara situação. No caso de parcelamento da dívi-da, o nome do consumidor será retirado doregistro do sistema de proteção ao créditoassim que efetuar o pagamento da primeiraprestação, determinado pela negociação. Porexemplo, se o consumidor tem uma dívidade R$ 1.000 e faz acordo para pagá-la emcinco vezes, no momento em que a loja rece-ber a primeira parcela, o consumidor já re-cupera o direito de novamente poder com-prar a crédito.

Mercado de consumoOs reflexos da entrada do 13º salário já

estão sendo sentidos em diversos setores docomércio varejista. No ramo infantil, por exem-plo, as vendas devem ter um incremento de15% em relação ao ano passado, segundo pre-visão da comerciante e sócia-proprietária da

Turmina: “ninguém quer ficar sem crédito para gastar no mercado”

Machado: “as vendas aumentam bastante com a chegada do verão”

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Xiquita Moda Infantil, Nádia Uthman MajidAguiar. Segundo ela, o movimento está inten-so nas lojas, mas deve aumentar ainda maisem função da chegada do dinheiro extra. “Aentrada do 13º favorece as compras de final deano e estamos bem otimistas quanto a essatemporada de vendas”, disse, ao adiantar quea maior procura dos consumidores tem sidopor brinquedos.

No setor de confecções, o quadro tambémé favorável ao comércio. De acordo com o

empresário e coordenador da Câmara Setorialde Confecções da ACP, Rui Machado, a expec-tativa é de que as vendas superem o movimen-to de 2009. “O ramo das confecções tambémestará aquecido durante a temporada de Nataldeste ano, e esperamos que o faturamento sejaaté 10% melhor que foi no ano passado”, afir-mou. Disse também que 2010 tem sido, de umamaneira geral, positivo para os negócios e atendência é que a situação melhore mais, deacordo com a elevação da temperatura. “O

clima é um fator importante para nós e asvendas aumentam bastante com a chegada doverão”, esclareceu. As peças que mais estãosaindo, segundo ele, são as femininas - pelofato das mulheres sempre estarem “antenadas”na moda e fazerem questão de comprar novi-dades - e as da seção infantil, por uma questãosimples de explicar. “Geralmente quando co-meça a esquentar, as mães tiram do armário asroupas que as crianças usaram no verão pas-sado e percebem que as peças já não servemmais. E aí, elas têm de comprar roupas no-vas”, explicou.

No ramo dos calçados, no entanto, a ex-pectativa de vendas não é tão otimista. Se-gundo o empresário Antônio Espolador Neto,que é sócio das lojas Planeta Pé e ScarpinniCalçados, a previsão é de que o volume devendas seja apenas 5% maior em relação a2009. Espolador afirmou, ainda, que o movi-mento de final de ano ainda não se intensifi-cou nas lojas e ficará difícil bater as vendasdo ano passado. “O ano de 2009 foi muitobom para o setor, com boas vendas. Nesteano, porém, já percebemos uma fase falhadesde o segundo semestre e não esperamosgrande aumento nas vendas”, afirmou. Aindasegundo o empresário, os produtos mais pro-curados nas lojas são as sandálias e os tênis.

Nádia: “estamos bem otimistas quanto a essa temporada de vendas”

Espolador: “não esperamos grande aumento nas vendas”

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economia

Para quebrara dependência

Consórcio articula a instalação defábrica de ureia para tornar o

Paraná autossuficiente e se prepararpara o aumento da demanda do insumo

Consórcio articula a instalação defábrica de ureia para tornar o

Paraná autossuficiente e se prepararpara o aumento da demanda do insumo

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Sílvio Oricolli

onsiderado o País mais promissor nosetor agropecuário e que pode respon-

der, em dez anos, pela exportação mundial deaproximadamente 20% da carne suína e 60%da carne bovina, sem falar no papel que de-sempenha atualmente na produção de grãos,o Brasil pode ter esse potencial comprometi-do devido à sua alta dependência à importa-ção de insumos para o setor, especialmente defertilizantes. A constatação de todos que atu-am na atividade foi avalizada pelo senadorNeuto de Conto (PMDB-SC) no início de no-vembro no Plenário do Senado, quando, emdiscurso, pediu ao Governo Federal empenhopara reverter esse quadro. Segundo ele, a agro-pecuária nacional importa cerca de 75% detodos os insumos que utiliza, apesar de existirno País jazidas de fosfato e potássio capazesde abastecer as necessidades nacionais. “Se-remos o País que abastecerá parte do mundoem alimentos, mas, para isso, é preciso pla-nejar e investir. A Petrobras deve participardeste esforço da agropecuária brasileira”, re-comendou, ao afirmar que a estatal tem con-dições de aumentar a produção de fertilizan-tes nitrogenados, outro insumo importadoem larga escala.

No Paraná, o principal produtor nacionalde grãos, os produtores rurais mostram-se háalgum tempo preocupados com a questão dosfertilizantes. Por isso as cooperativas do setoragropecuário têm pensado em projetos que,além de reduzir a dependência, contribuampara a redução do custo de produção e, comisso, melhorem a rentabilidade no campo. Euma dessas propostas, a de aumento da pro-dução de ureia, começou a tomar corpo nodia 20 de setembro deste ano, com a união daCooperativa Nacional Agroindustrial (Coona-gro), que congrega 21 cooperativas paranaen-ses, com as empresas Macrofértil, Península e

Unisoft S.A. dando origem ao Consórcio Azo-to Paraná (Conapar), que visa garantir ao Es-tado a autossuficiência na produção de ureia,em um projeto que prevê investimentos deUS$ 300 milhões, com capacidade de produ-zir 300 mil toneladas por ano do produto egeração de 300 empregos diretos. Se tudo dercerto, é provável que o empreendimento,com participação de chineses, entre em ope-ração até 2013.

E dispor de uma empresa que irá contri-buir para praticamente zerar a necessidade deimportar este insumo é muito importante parao setor rural, pois contribuirá para a reduçãode custos, por exemplo. De acordo com da-dos do Sindicato e Organização das Coopera-tivas do Estado do Paraná (Ocepar), os fertili-

Garantir aautossuficiência

do Paraná.João Paulo Koslovski

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zantes – ureia, fósforo e potássio – represen-tam impacto de 11,5% no custeio da soja e de24% no gasto com as lavouras de milho. Equalquer iniciativa que contribuir para a re-dução dos custos será muito bem vinda paraos agricultores, na análise do presidente daOcepar, João Paulo Koslovski, que se mostrouotimista com a possibilidade de o Estado teroutra fábrica de ureia: “A dependência inter-nacional em relação a nitrogenados, que che-ga a 75% do total da demanda do País, justificaa realização desse consórcio. A instalação deuma indústria pode nos dar segurança e ga-rantir a autossuficiência do Paraná. Será umafábrica importante para o agronegócio e a eco-nomia paranaense.”

O gerente técnico e econômico da Oce-par, Flávio Turra, considera o projeto ureiaanimador: além da tecnologia chinesa, inclu-indo a planta industrial modular, que seráconstruída na China, o empreendimento seráinstalado em um município próximo de Curi-tiba, e irá se localizar em uma região que faci-

litará o escoamento do insumo até o interiordo Estado, por trem. Ele ainda destacou que,com a garantia de consumo da produção e aparticipação do Conapar nas negociações como Governo Federal e, sobretudo, com a Petro-bras, para assegurar o fornecimento contínuoe o fornecimento com preço competitivo degás natural à fábrica, será possível “garantirparte da demanda do insumo no Estado a umpreço diferenciado”.

De acordo com Turra o Paraná utiliza en-tre 700 e 800 mil toneladas de ureia por ano.Atualmente, parte desse volume é produzidopor uma empresa local, a Ultrafértil. O insu-mo é utilizado na adubação de cobertura dasculturas de milho, trigo, nas lavouras perenese em adubo formulado. A fábrica terá investi-mentos da empresa de engenharia chinesa

Chengda, gigante mundial na área de plantasquímicas e plataformas de petróleo, e da Si-chuan, maior fabricante de ureia e de produ-tos agroquímicos na China.

O senador Conto, no discurso proferidono Plenário da Casa, deixou claro que o Go-verno Federal não pode esquecer que a agro-pecuária contribui com 33% na composiçãodo Produto Interno Bruto (PIB) e respondepor 34% das exportações nacionais. “Além dis-so, o campo oferece hoje 37% de todos osempregos do País”, afirmou.

Garantia de matéria-primao diretor executivo da Coonagro, Daniel

Fontes Dias, relembrou que o Brasil atualmentedepende da importação de 70% do nitrogênioque demanda. E lembrou que o Paraná temuma fábrica que opera por apenas algunsmeses do ano, utilizando resíduos asfálticoscomo fonte de energia. A nova fábrica vai uti-lizar gás natural, pois a intenção é ter umaempresa que produza o ano todo e reduza adependência da importação do produto”, dis-se. Para ele, isso é estratégico, uma vez quereduz a pressão das internacionais sobre omercado, além de se preparar para o aumentodo consumo da ureia no Brasil já a partir de2012, quando os veículos movidos a dieselterão de utilizar catalisadores à base deste in-sumo para reduzir a emissão de poluentes.

“Mas para isso, é necessário a garantia porparte do Governo Federal de fornecimento degás natural a um preço competitivo, que torneo produto nacional mais barato que o impor-tado, uma vez que o gás representa 70% docusto do insumo. E isso é essencial porque aureia, o elemento mais importante da nutri-ção vegetal, nada mais é que ‘gás ensacado’”,esclareceu Dias, ao acrescentar que a Coona-gro decidiu arregaçar as mangas e participardo projeto, até como articuladora, para se li-vrar, aos poucos, do domínio das multinacio-

economia

Garantir parteda demanda do

insumo no Estado.Flávio Turra

Precisamos buscaraliadas no

Governo Federal.Marcio Freitas

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nais, que lucram muito com a situação atual.“Basta ver que as empresas internacionais ga-nham, por exemplo, em logística, pois o mes-mo navio que traz o fertilizante que precisa-mos para a agricultura retorna carregado coma nossa matéria-prima. Daí a importância deincentivar o investimento na planta de ureia,pois representa o meio de buscar o nossoacesso à produção de grãos no mercado in-ternacional, afinal o Brasil ainda é um Paísvirgem neste setor de insumos, tanto que acada dia se descobrem novas reservas queacentuam nossa potencialidade no setor defertilizantes”, destacou.

Além disso, ele lembrou que o mercadode consumo da ureia tem expansão garantidaem outros setores, pois, desde janeiro de 2010,em várias partes do mundo todos os motoresmovidos a diesel são obrigados, por lei, a usareste insumo como catalisador, proporcionan-do a emissão de gás limpo. No Brasil, a exigên-cia passa a vigorar a partir de 2012. “Portanto,haverá aumento de demanda muito grande deureia no mundo todo. E é estratégico para oPaís produzir este insumo para fazer frente aoseu consumo, bem como fornecer a outrosmercados”, destacou Dias.

Para multiplicar os efeitos da articulaçãodas empresas nacionais e provocar eco nasvárias instâncias do Governo Federal, é ne-cessário o engajamento dos políticos parana-enses à causa. Por isso, a manifestação do ex-ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes,no dia 16 de novembro, em reunião no Mi-nistério de Minas e Energia, quando defen-deu o fornecimento de gás natural para via-bilizar o projeto da fábrica de ureia no Para-ná, liderado pelo Conapar, teve boa reper-cussão no setor. Ao enfocar que “o Brasilprecisa definir uma estratégia para o setor,um marco regulatório, já que a questão ten-de a se agravar”, Stephanes argumentou queos preços agrícolas vão continuar em alta e,ao mesmo tempo, a demanda por fertilizan-tes crescerá nos próximos anos. Atualmente,o impacto do uso de fertilizantes na produ-ção agrícola é de 25% sobre os custos e 50%dos insumos utilizados pelos produtores são

distribuídos por cooperativas, acrescentou.Neste sentido, o presidente da Organizaçãodas Cooperativas Brasileiras (OCB), MarcioFreitas, acrescentou que é importante encon-trar um caminho para o que chamou de “fér-til dependência” no sentido de reverter o ris-co estratégico que o País corre. Ele lembrouque o Brasil tem 1.615 cooperativas e todassão dependentes da importação de insumos.“Um milhão de famílias está ligada às coope-rativas, por isso, precisamos buscar aliadosno Governo Federal”, concluiu.

(Com Agência Brasil e Agência Senado)

Definir umaestratégia para

o setor.Marcio Freitas

A Petrobrasdeve participardeste esforço.

Neuto de Conto

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especial

Capital do NatalCuritiba já se aprontou

para comemorar amaior festa do

calendário cristão,com variada programação

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programação natalina de Curitiba deveatrair, neste ano, mais de 350 mil pes-

soas. A estimativa é do Instituto Municipal deTurismo (IMT), da Prefeitura da cidade, e re-presenta um aumento de 16% em relação aonúmero de pessoas que visitaram a capital noano passado. Em 2010, as atividades da cam-panha “Curitiba Capital do Natal” são as maisvariadas e incluem espetáculos, apresentaçãode corais, manifestações religiosas, feiras li-vres e exposições para agradar todos os tiposde público.

Em 2009, aproximadamente 300 mil turis-tas prestigiaram as atrações da época na capi-tal. Segundo o IMT, a maioria dos visitantesveio de outras cidades do próprio Estado (35%),seguido por moradores de São Paulo (20%) ede Santa Catarina (16%). Mais do que partici-pação nos eventos da cidade, a pesquisa reali-

zada pelo Instituto, revelou também que osvisitantes gastam em média, R$ 202,00 por diana cidade, incluindo gastos com hospedagem,alimentação, transporte, lazer e compras.

Para a presidente do IMT, Juliana Vosnika,o crescimento no número de visitantes é refle-xo das ações promovidas pela administraçãopública e pelos comerciantes, no decorrer dosúltimos anos. “O Natal é uma grande oportu-nidade para o fortalecimento das atividadesturísticas em Curitiba. Devido ao calendário eàs ações desenvolvidas nos anos anteriores,cada vez mais visitantes estão procurando nossacapital nesta época do ano”, afirmou.

O tradicional espetáculo de Natal do HSBCterá neste ano, o tema “Unidos por Um MundoMelhor”. Nas janelas do Palácio Avenida, ocoral formado por crianças de instituiçõessociais irá se apresentar sempre às sextas-fei-

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Curitiba Capital do Natal Natal HSBC

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Lucian Haro

Na vizinha São José dos Pinhais, na Região Metropolitana deCuritiba (RMC), a atração mais esperada é a Casa do Papai Noel,que ficará aberta até o dia 23 de dezembro. O espaço tem oficinasde bolachas artesanais e feira de artesanato, com produtos natali-nos e rurais, além de praça de alimentação. Haverá também apre-sentações de corais, grupos folclóricos, trenó do Papai Noel e expo-sição de presépios em tamanho real.

Na RMC

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ras, aos sábados e domingos, às 20h30, até odia 19 de dezembro. Outros pontos estratégi-cos do Centro da cidade também ganharamum colorido todo especial. Estão iluminadoso prédio da Prefeitura, a Praça da Espanha, oCalçadão da Rua XV, a Avenida Cândido deAbreu, a Riachuelo, o portal do Passeio Públi-co, a imagem de Nossa Senhora da Luz (atrásda Catedral) e o pinheiro do marco zero, naPraça Tiradentes. Nas praças Osório e SantosAndrade, o público pode comprar produtostípicos da época e saborear a gastronomia devários países nas Feiras Livres de Natal, quefuncionarão até o dia 23.

Auto de Natal na Regional Pinheirinho

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12 de dezembroNatal das Etnias - Natal das Naçőes do Bosque do PapaComemoraçőes alusivas ao Natal entre diversas etnias.Horário: o dia todoLocal: Bosque Joăo Paulo II – Bosque do PapaRua Wellington Oliveira Vianna, s/nş - Centro CívicoTelefone: (41) 3313-7194Entrada: franca - Site: www.fccdigital.com.br

Dias 13 e 143ş Concerto de Natal da Universidade PositivoHorário: ŕs 20h30Local: Teatro Positivo – Grande AuditórioRua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Campo CompridoTelefone: (41) 3317-3107 - Entrada: 1 quilo de alimento năo perecível

De 15 a 20Musical de Natal - Botas VermelhasData: 15, 17, 18,19, 20Horário: ŕs 20 horas. No dia 19, ŕs 9 e ŕs 19 horasLocal: Primeira Igreja do Evangelho QuadrangularR. Alberto Folloni 143 - JuvevęTelefone: (41) 3252-7215Entrada: 2 quilos de alimento năo perecívelSite: www.primeiraieq.com.br

De 16 a 22Bosque de JesusCelebraçőes de Natal com passeios no bosque iluminado, pre-sépio, mensagens e apresentaçőes de corais.Data: 16, 17 e 22 de dezembroHorário: ŕs 20 horas - Local: Bosque de JesusRua Joăo Guariza, 135 – Săo LourençoTelefone: (41) 3254-6730 - Entrada: franca

Até o dia 18O Quebra Nozes - Ballet Teatro Guaíra e Orquestra Sinfônicado ParanáData: 11, 12, 16, 17, 18Horário: quinta a sábado ŕs 20h30; domingo, ŕs 18 horas

Local: Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto -Guairăo - Endereço: Praça Santos Andrade, s/n°– Centro - Telefone: (41) 3304-7982Entrada: antecipada – R$ 20, 1ş e 2ş balcăo R$10. No dia do espetáculo – R$ 30 e R$ 20Site: www.teatroguaira.pr.gov.br

Dia 19Teatro Para o Povo - O Quebra Nozes - BalletTeatro Guaíra e Orquestra Sinfônica do ParanáData: 19 de dezembroHorário: ŕs 11 horasLocal: Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto -Guairăo - Endereço: Praça Santos Andrade, s/n°– Centro - Telefone: (41) 3304-7982Entrada: francaSite: www.teatroguaira.pr.gov.br

Até o dia 19Natal HSBC - Unidos Por Um Mundo MelhorData: 25, 26, 27 e 28 de novembro, 3, 4, 5,10,11, 12, 17,18 e 19 de dezembroHorário: ŕs 20h30Local: Palácio Avenida - HSBCRua das Flores, s/nş - Entrada: francaSite: www.hsbc.com.br

Até o dia 19Fábrica do Papai NoelHistória fantástica do desaparecimento do PapaiNoel e do risco de o Natal acabar. Muito humor ealegria numa aventura inesquecível.Do dia 1ş a 19Horário: ŕs 20h30 - Praça Santos AndradeEntrada: francaSite: www.teatroguaira.pr.gov.br

Até o dia 23Natal de Luz - Um Natal Diferente, Um NatalPara Iluminar a Vida da Gente

especial

Programação de Natal em Curitiba

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Data: 11 a 23 de dezembroDias: 11, 12, 17, 18, 19: apresentaçăo cęnicanatalina e um espetáculo de luzes próprias doNatal; outros dias aberto somente para visitaçăo.Horário: 20h30 - Local: Bosque Nossa Senhora daSalette - Rua Lange de Morretes, 889 - JardimSocial - Telefone: (41) 3262-3132Entrada: R$ 3,00 ou 1 quilo de alimento năoperecível

Até o dia 23Auto de Natal BisbilhotecaApresentaçőes Cia. GirolęData: 7 a 23Horário: terças e quintas, ŕs 18h30Local: Bisbilhoteca - Rua Carlos De Carvalho, 166-A - Telefone: (41) 3223-3038Entrada: franca

Até o dia 23Natal no Paço - Envolvimento das Pessoas PorMeio das MúsicasData: de 7 a 23 de dezembroHorário: diversos - Local: Paço da LiberdadePraça Generoso Marques, 189 - CentroTelefone: (41) 3234-4224 - Entrada: franca

Todo o męs de dezembroNatal Mais Iluminado de PinhaisDecoraçăo Natalina nas ruas da cidade – Ilu-minaçăo e ornamentaçăo com garrafas PETData: de 1ş a 31 de dezembro

Em Curitiba:Árvore de CristalÁrvore de Cristal, toda iluminada e decoradacom materiais reciclados - 4.000 garrafas PET.Data: a partir do dia 9Local: Rua XV de Novembro esquina com RuaMonsenhor Celso

Até o dia 22Árvore Encantada – Hotel RadissonDatas: 3, 10, 17 e 22Horário: ŕs 21 horasLocal: Radisson Hotel CuritibaAvenida Sete de Setembro, 5.190 – BatelTelefone: (41) 3351-2222 - Entrada: franca

Até o dia 23Săo José dos PinhaisCasa do Papai NoelData: 26 de novembro a 23 de dezembroHorário: das 18h ŕs 22h30Rua Almirante Alexandrino, 1410 (esquina comRua Tavares de Lyra) - Telefone: (41) 3381-5812Entrada: R$ 5 (menores de 12 anos e maiores de65 anos năo pagam) - Site: www.sjp.pr.gov.br

EXPOSIÇŐES

Lucian Haro

FEIRASAté o dia 23Feira Especial de Natal Praça OsórioData: 20 de novembro a 23 de dezembroHorário: Segundas a sábados, das 10 ŕs 22 horas eaos domingos, das 14 ŕs 20 horas.Local: Praça OsórioTelefone: (41) 3250-7763/3250-7746Entrada: franca

Até o dia 23Feira Especial de Natal Praça Santos AndradeData: 20 de novembro a 23 de dezembroHorário: Todos os dias das 10 ŕs 21 horasLocal: Praça Santos AndradeTelefone: (41) 3250-7763/3250-7746Entrada: franca

PRESÉPIOSAté o dia 22Bosque de JesusCelebraçőes de Natal com passeios no bosqueiluminado, presépio, mensagens e apresenta-çőes de corais.Data: 16, 17 e 22 de dezembroHorário: ŕs 20 horasLocal: Bosque de JesusRua Joăo Guariza, 135 – Săo LourençoTelefone: (41) 3254-6730 - Entrada: franca

Até 5 de janeiroPresépio do Bairro NovoData: 22 de novembro a 5 de janeiroLocal: Rua da Cidadania Bairro NovoEntrada: franca

Até 6 de janeiroExposiçăo do II Concurso de Presépios Natali-nos Comunidade EscolaPresépios confeccionados por crianças ou jovensde 8 a 14 anos.Data: 13 de dezembro a 6 de janeiroHorário: a confirmar - Local: Espaços PúblicosMunicipais - Entrada: franca

Até 31 de janeiro29Ş Exposiçăo de Presépios PolonesesData: 1ş de dezembro a 31 de janeiroHorário: o dia todoLocal: Bosque Joăo Paulo II – Bosque do PapaRua Wellington Oliveira Vianna, s/nş - Centro CívicoTelefone: (41) 3313-7194 - Entrada: francaSite: www.fccdigital.com.br

MANIFESTAÇŐESRELIGIOSAS

De 20 a 25 de dezembroNataleluia 2010 - De Volta Para Casa1Ş Igreja Batista de CuritibaData: 20, 21, 22, 23 e 25Horário: ŕs 20 horasLocal: Primeira Igreja Batista de CuritibaAvenida Bento Viana, 1.200 - BatelTelefone: (41) 3091-4308Entrada: 2 quilos de alimentosSite: www.nataleluia.com.br

No dia 24Missa do Galo - Catedral Basílica de CuritibaMissa natalina da Catedral Basílica de Curitiba.Horário: a confirmarLocal:Basílica Menor Nossa Senhora da Luz dosPinhais - Praça Tiradentes - Entrada: franca Missa de Natal do Asilo Săo Vicente de PauloMissa natalina do Asilo Săo Vicente de Paulo.Horário: a confirmarLocal: Asilo Săo Vicente de Paulo R. Săo Vicente, 100 - JuvevęTelefone: (41) 3313-5353Entrada: franca - aceita-se doaçăo de leiteSite: www.asilosaovicente.org.br

Paróquia Nossa Senhora da SaleteMissa natalina da Paróquia Nossa Senhora daSalete.Horário: ŕs 20 horasLocal: Rua Lange de Morretes, 19 - Jardim SocialTelefone: (41) 3256-3625 - Entrada: franca Santuário Nossa Senhora do CarmoMissa natalina do Santuário Nossa Senhorado Carmo.Horário: a confirmarLocal: Santuário Nossa Senhora do CarmoR. Marechal Floriano Peixoto, 8.520 – BoqueirăoTelefone: (41)3276-1936Entrada: franca

Informações: www.curitibacapitaldonatal.com.br

FEIRAS

PRESÉPIOS

MANIFESTAÇŐESRELIGIOSAS

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cultura

Creedenceinesquecível refrão “I want to know,have you ever seen the rain?” (Eu que

ro saber, você alguma vez viu a chuva?) dalendária banda de rock americana CreedenceClearwater Revival, foi cantado por mais de 3mil curitibanos, que lotaram o Curitiba Mas-ter Hall, no dia 13 de novembro. Depois depassar quatro anos sem vir ao Brasil, a bandaretornou à América do Sul, na versão Creeden-ce Clearwater Revisited para relembrar as can-ções que “estouraram” na década de 70.

Antes do show, os músicos da primeiraformação da banda, Stu Cook (baterista) eDoug Clifford (baixista), falaram sobre os no-vos projetos do Creedence e sobre os showsque eles farão no Brasil. Antes, porém, Stuenalteceu primeiramente o País e disse queespera que a turnê deste ano seja boa comofoi a de 2006. “O Brasil está crescendo comoPaís e se tornando cada vez mais importanteno mundo em que nós vivemos. Espero queseja maior e melhor. Estivemos aí pela últimavez em 2006 e fizemos uma ótima turnê. Esta-mos todos ansiosos por isso de novo. Ótimosshows para todos os nossos fãs”, disse o bate-rista. Doug igualmente declarou a paixão pe-los países sul-americanos e disse que eles gos-tam de vir para cá, porque as pessoas são maisanimadas. “Nós amamos a América do Sul e oBrasil. Nós achamos que os sul-americanossão os mais animados e os que mais gritam.Gostamos de voltar porque a música é umagrande parte da cultura e nós nos sentimos

revisitadaO

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Lucian Haro

Na bagagem da banda norte-americana,em visita ao Brasil, sucessos que embalaram

multidões na década de 197O

honrados em fazer parte dessa cultura,” afir-mou.

Quando questionado sobre o lançamentode novas músicas ou projetos da banda, Studesanimou os fãs, ao dizer que a intenção de-les, agora, é apenas tocar as músicas que jásão conhecidas. “Nós não vamos fazer nadanovo, o propósito, neste ano, é só tocar músi-

cas do Creedence, ao vivo para os fãs”, disse obaterista, que completou: “ Não tenho tempo,nem interesse em sentar e compor. Nós somospessoas mais velhas agora. (risos) Temos coi-sas melhores para fazer com a nossas vidasagora. Então, nós não podemos… E não que-remos confundir o que estamos fazendo, comcoisas novas”, enfatizou o músico. Doug já foi

mais categórico na resposta e afirmou que elesapenas estão fazendo a vontade do público.“Na verdade, nós fazemos o que o públicoquer, e eles querem Creedence. Nós pensa-mos sobre isso, mas ficamos muito na estrada.Então quando estamos em casa, queremos pas-sar tempo com as nossas famílias. Não quere-mos ficar num estúdio, gravando músicas queo púbico não conhece,” disse.

O recado final para os fãs foi dado pelobaixista Doug Clifford: “Se você gosta de Cre-edence, venha nos ver e nós faremos uma fes-ta juntos. Nós gostamos de tocar nossas músi-cas pra vocês e gostamos da reação que vocêstêm com a nossa música. Let’s make somenoise!” ( Vamos fazer barulho!)

HistóriaQuem acompanha a trajetória da banda,

lembra que o quarteto, formado por John For-gety (guitarra e vocal), Tom Forgety (guitarra)Stu Cook (baixo) e Doug Clifford (bateria) seseparou em 1972. O vocalista John foi o únicoque conseguiu fazer sucesso ao seguir carreirasolo, mas a vontade de tocar ficou mais fracaquando o irmão dele, Tom Forgety, morreude AIDS, em 1990. Depois de 25 anos de silên-cio, as batidas “rock in roll” do Creedencevoltaram a ser ouvidas pelos fãs quando Stu eDoug reuniram-se com o Steve Gunner (mul-ti-instrumentista), Tal Morris (guitarrista) e JohnTristão (vocalista/guitarrista) para criar o Cre-edence Clearwater Revisited, uma versão ge-nérica da banda original, formada para relem-brar os sucessos. Desde então, a performanceda atual formação da banda vem embalandopessoas em todo o mundo. Depois de viajarpela América do Norte, Nova Zelândia, Euro-pa, Ásia e agora América do Sul, incluindo oBrasil, a Creedence Revisited também se apre-sentou em Florianópolis (SC), Porto Alegre(RS), São Paulo (SP) e Brasília (DF).

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mídia

Inovaçãoroduzido com recursos da Agência Bra-sileira de Desenvolvimento Industrial

(ABDI), por meio do projeto Encontro Técni-co Valor de Mercado de Empresas Inovadoras,e reunindo pareceres e informações sobre osaspectos envolvidos na avaliação de empresasinovadoras, foi lançado no dia 18 deste mês,na sede do Serviço de Apoio às Micro e Peque-nas Empresas (Sebrae), em Curitiba, o Ca-

e valorPublicação da Intec destaca temas quecontribuem para o desenvolvimento de

micro e pequenas empresas

derno Intec – Valoração de empresas inova-doras. A publicação é resultado das discus-sões do I Encontro Intec: Valoração de Empre-sas Inovadoras, promovido, em agosto, pelaIncubadora Tecnológica de Curitiba (Intec),pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Te-cpar) e pela Agência Paranaense de Proprieda-de Intelectual (APPI).

Segundo o diretor técnico do Tecpar, Bill

Jorge Costa, a obra tem como objetivorealçar temas importantes para o de-senvolvimento de micro e peque-nas empresas. “Nesse caderno fo-ram reunidos pareceres emitidosdurante o encontro realizado emnosso instituto, que contribuempara o estabelecimento de valordos ativos intangíveis”, ressaltou.

Por sua vez, o gerente em exer-cício da Intec, Jorge Takeda, disseque “nós reunimos informaçõesque as empresas incubadas ao lon-go dos 20 anos da Intec nos trouxe-ram diante da necessidade de valo-ração. Esperamos que esse cadernopossa ser útil também para as empre-sas que estão entrando no concorridomercado empreendedor”.

EstímuloO lançamento do caderno fez parte das

ações organizadas pelo Instituto Superior deAdministração e Economia (Isae) e pela Fun-dação Getulio Vargas (FGV ) durante a Sema-na Global do Empreendedorismo, promovi-da pelo Instituto Empreender Endeavor, cujo

P

Costa: “estabelecimento de valor dos ativos intangíveis”

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Da Redação

objetivo é estimular as atitudes empreendedoras e a divulgação e discussãode temas e práticas do empreendedorismo.

Para Rubens Mazzali, coordenador do Escritório de Sustentabilidade daIsae/FGV, o Caderno Intec vai suprir uma carência na divulgação da impor-tância da valoração dos ativos intangíveis. “Os assuntos abordados no ca-

derno são fundamentais para que o pequeno empreendedor veja suaprópria importância dentro do contexto das grandes em-

presas, que vão valorizar os ativos intangíveis, o queatualmente ainda é pouco conhecido. Assim, é funda-mental divulgar esse assunto”, destacou.

O coordenador das atividades do Sebrae/PR com aIntec, Rainer Junges, parabenizou a Intec “pela iniciativa

de fazer um caderno envolvendo informações sobre essetema, que ainda é novo, e também pelo movimento da incu-

badora, que contribui para o desenvolvimento de micro epequenas empresas”.

Mazzali: “importância dentro do contexto das grandes empresas”

Junges: “desenvolvimento de micro e pequenas empresas”

Takeda: “entrando no concorrido mercado empreendedor”

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agenda

Eventos

Congresso de MatemáticaSerá realizado, em Curitiba, de 6 a 10 de dezembro, o II Congresso “Matemática e suas aplicaçőes”, do Sistema daFederaçăo das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). O evento será na sede da Fiep (Avenida Comendador Franco,1.341) e a entrada é franca. Informaçőes pelo (41) 3361-3709.

Sucesso em vendasA Câmara Brasil Alemanha promove, nos dias 7 e 8 de dezembro, o curso “Sucesso em vendas”. O evento será conduzido pelo palestrante Alan Sant´Anna,que abordará temas como marketing pessoal e as características de um vendedor de sucesso. O curso será realizado na sede AHK Curitiba das 18h30 ŕs22h30. Informaçőes: (41)3323-5958 ou [email protected].

ArrancadăoA 17Ş ediçăo do Festival Brasileiro de Arrancada, versăo Curitiba, será realizada de 10 a 12 de dezembro no Autódromo Internacional de Pinhais. Aorganizaçăo do evento é por conta da Força Livre Motorsport. Informaçăo: (41) 3667-3636 ou www.forcalivre.com.br

Para BateristasNos dias 15 e 16, das 20 ŕs 22 horas, tem o Workshop de bateria com Cuca Teixeira e Northon Vanalli, no auditório do Teatro Universitário de Curitiba(TUC). Os ingressos custam R$ 12.

Conservatório de MPBTodo final de semestre o Conservatório de MPB realiza o Afina-se. Nas apresentaçőes, o público pode acompanhar o trabalho e a revelaçăo de talentos dosalunos matriculados nos cursos de instrumentos, canto e práticas de conjunto. As apresentaçőes văo até o dia 18 de dezembro, principalmente nos Teatros daFundaçăo Cultural e no Auditório Nhô Belarmino do Conservatório de MPB, além de espaços alternativos. Informaçőes: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br

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Exposições

Universidade Sem FronteirasA coordenaçăo do Programa Universidade Sem Fronteiras (USF) promove, até o dia 17 de dezembro, no Palácio das Araucárias, a Mostra de Fotografias“Terra Sem Males”, produzida pelo fotógrafo Joka Madruga. A mostra é composta por cem fotografias, impressas em papel reciclado originado de bagaçode cana-de-açúcar, retratando o cotidiano dos bolsistas e beneficiários, assim como o cenário dos projetos. Informaçőes: (41) 3281-7338.

Impressőes BrasileirasO Quintana Café & Restaurante promove, até o dia 20 de dezembro, a exposiçăo de desenhos “Impressőes Brasileiras”, do artista plástico, Marc Breyer.Săo 15 desenhos feitos com lapis carbon sobre papel que retratam diversos locais do Brasil - como a Serra Gaúcha, a Chapada Diamantina e a Ilha do Mel- além de imagens de pontos turísticos tradicionais de Curitiba, como o Passeio Público. Informaçőes: (41) 3078-6044.

Vertedor: homenagem a Miguel HernándezAté o dia 31 de dezembro é possível ver no Instituto Cervantes de Curitiba a exposiçăo ”Vertedor: homenagem a Miguel Hernández”, 27 pinturas do artistaplástico José Vertedor Rodriguéz, que comemora os 100 anos de nascimento do poeta espanhol Miguel Hernandez, conhecido mundialmente como “Poetado Povo”. Informaçőes: (41) 3362-7320.

“Fronteiras: uma jornada pelas Américas”Fica aberta, até o dia 13 de fevereiro, no Museu da Gravura de Curitiba, a mostra em fotografias e vídeos da percepçăo do artista Cleverson Antunes deOliveira sobre uma viagem pelo Estado do Texas (EUA), passando pelo México e América Central, até chegar ao Brasil. A entrada é gratuita e horários devisitas săo de terça a sexta-feira, das 9h ŕs 12h e das 13h ŕs 18h. Sábados, domingos e feriados, das 12h ŕs 18h.

Pequenos FormatosExposiçăo coletiva composta por gravuras, desenhos, fotografias, pequenos objetos, publicaçőes, catálogos e muito mais, na Loja da Gravura - Solar doBarăo. O evento é gratuito e fica aberto para visitaçăo até o dia 13 de fevereiro, de segunda a sexta-feira das 9 ŕs 12horas e das 13 ŕs 18horas.

“ Eussoutro Soumos” – Museu da Gravura de CuritibaA exposiçăo reúne artistas que investigam o fluxo que dá origem e mantém em permanente movimento imagens relacionadas aoindivíduo contemporâneo, com curadoria de Ana González. Artistas: Alex Cabral, Daniel Duda, Lailana, Dach, Clovis Cunha,Denise Roman, Jucimarley Totti, Luiz Rodolfo Annes, Maikel da Maia, Pierre Lapalu, Ricardo Humberto e Rui Werneck. A entradaé franca e as visitas podem ser feitas de terça a sexta-feira das 9 ŕs 12 horas e das 13 ŕs 18horas / sábados, domingos e feriadosdas 12 ŕs 18horas. Até 13 de fevereiro. Informaçőes: (41)3321-3275

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Shows

Espetáculos

“A Arca de Noé”Destinado ŕ crianças, o espetáculo “Show do Menestrel em a Arca de Noé”, no teatro de Bonecos Dr. Botica, diverte enquanto alerta o público sobre aresponsabilidade de cada um dos cidadăos, na soluçăo dos problemas que atingem a saúde e o equilíbrio do meio ambiente. As apresentaçőes săo de 9 a12 de dezembro com duraçăo de 50 minutos e os ingressos custam R$ 5 e R$10.

Antes do FimAté o dia 12 de dezembro, o público pode conferir o espetáculo “Antes do Fim”, no teatro Novelas Curitibanas. A peça dialoga tantocom a tradiçăo por meio da mitologia clássica, quanto com as estratégias mais influentes da dramaturgia contemporânea, para falardo mundo atual. O enredo trata de uma longa espera, permeada pelas confissőes, remorsos e discórdias de uma família que aguardao retorno da filha mais velha. Os ingressos custam R$ 5 e R$ 10 e as apresentaçőes săo de quinta a domingo, ŕs 20 horas.

3ş Concerto de Natal da Universidade PositivoNos dias 13 e 14, será realizado o 3ş Concerto de Natal promovido pela Universidade Positivo. O repertório deste ano vai resgatar e valorizar as cançőesnatalinas brasileiras, sem deixar de lado as tradicionais. Sob a regęncia e direçăo artística do Maestro Norton Morozowicz e direçăo geral de Hélio Brandăo,o Concerto contará com a participaçăo do Coral Infantil Curumim, de um coro adulto com 40 vozes e de uma orquestra com 50 músicos curitibanos. A grandeatraçăo é a participaçăo do cantor Pery Ribeiro. Entrada: 1 quilo de alimento năo perecível. Os ingressos deverăo ser retirados até o dia 8 de dezembro e o quilode alimento entregue no dia do evento. Os ingressos săo limitados ŕ disponibilidade de lugares. Informaçőes: (41) 3317- 3446 ou [email protected]

“Labirinto do Mundo”Fica em cartaz até o dia 19 de dezembro, no Teatro Piá, a peça “Labirinto do Mundo”. Na montagem, a atriz Alessandra Flores faz o papel de mestra decerimônias que tece o fio narrativo de uma pequena fábula na criaçăo de imagens e personagens inesquecíveis. Com uma técnica de manipulaçăo expressivae sensível, os bonecos e demais objetos do espetáculo criam empatia e ganham vida ao serem utilizados de maneira inusitada e criativa. A entrada égratuita e as apresentaçőes săo sempre ŕs 11 horas.

Bem ou mal terapia de casalInspirado na obra de Robert Stevenson, “O Médico e o Monstro”, o espetáculo conta um pouco sobre o cotidiano da maioria dos casais. O casal Ebenézer e Patrícia passa por uma crise no casamento, que já tem 10 anos. Ele (Ebenézer) só tem olhos para o futebol e sua TV LCD 42 polegadas. Ela (Patricia)reclama que ele năo faz nada. Depois de muitas brigas, eles decidem procurar um terapeuta de casais. Uma revolucionária técnica de hipnose promete sera salvaçăo para este casamento. Estaria tudo bem, se o tratamento năo fosse parar nas măos de um estagiário. As apresentaçőes văo até o dia 19 dedezembro, de quinta a sábado, ŕs 21horas e aos domingos, ŕs 19 horas e os ingressos custam R$20.

PittyNo dia 10 de dezembro, a rockeira Pitty faz única apresentaçăo no CuritibaMaster Hall. O show faz parte da turnę de divulgaçăo do mais recente álbum dacantora, “Chiaroscuro”. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Marcelo D2No dia 11, o rapper carioca Marcelo D2 faz única apresentaçăo no CuritibaMaster Hall. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Curitiba Reggae FestivalNo dia 11, a Arena Expotrade Pinhais sedia o Curitiba Reggae Festival, que receberá as bandasNatiruts, Armandinho, Planta e Raíz e Maskavo. Ingressos a venda pelo Disk Ingressos. Informaçőes:(41) 3315-0808.

Canja de Viola no TUCUm dos mais tradicionais programas de música sertaneja da cidade, mantido pela Fundaçăo Cultural deCuritiba, o programa “Canja de Viola” transformou o TUC, na Galeria Júlio Moreira (Setor Histórico),numa referęncia da cultura popular. Com mais de 20 anos de existęncia, o espetáculo sempre tevecasa cheia e revelou talentos da nossa música de raiz. As apresentaçőes serăo nos dias 12 e 15, ŕs15 horas e os ingressos custam R$2.

Bom Gosto e ConvidadosNo dia 17, o grupo de samba Bom Gosto se apresenta noCuritiba Master Hall para o lançamento do DVD “Roda deSamba do Bom Gosto”. Informaçőes: (41) 3315-0808.

MonoblocoO Monobloco, um dos mais conhecidos blocos carnavalescosdo Brasil retorna ao Paraná no dia 1ş de janeiro e se apresen-ta no Hyddra Lounge Caiobá, em Matinhos. Ingressos ŕ ven-da pelo Disk Ingressos. Informaçőes: (41) 3315-0808.

ExaltasambaNo dia 28, o grupo de pagode Exaltasamba realiza showno Hyddra Lounge Caiobá, em Matinhos. Ingressos ŕ ven-

da pelo Disk Ingres-sos. Informaçőes:(41) 3315-0808.

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No Ferro Velho

perfil

ono de 62 empresas, o empresário JoelMalucelli, 65 anos, afirma, a amigos e

parentes, que vai tirar o pé do acelerador em2012. Em seu lugar, na presidência do GrupoJ. Malucelli, assumirá o filho, Alexandre Ma-lucelli, 40 anos, atual presidente da segura-dora do complexo formado por empresas nasáreas de energia, construção pesada, comér-cio, turismo, agropecuária, consultoria, mí-dia e time de futebol.

Do terceiro andar do Edifício do Relógio,na rua Carlos de Carvalho, no Centro de Curi-tiba, Jota, como é chamado, inclusive pelosfilhos, comanda todo o grupo que hoje faturaR$ 1,6 bilhão por ano. São 45 reuniões pormês e três terapias por semana nos gramadosdo campo do Barigui e de Morretes, onde ain-da encontra tempo para pedalar a bicicleta ejogar tênis. Aos domingos, pela manhã, são 90minutos de teimosia lidando com a bola.

Nunca vi o Joel bravo. Sempre sorrindoe de bem com a vida. Quando o assuntonão lhe interessa, faz uma piada e foge. Achegada de um “mala” na roda também nãoo incomoda, o que, aliás, é motivo paragozação e mais risadas. Pai exemplar, curteos fins de semana com o filho mais novoGabriel, sempre de olho na filha, tambémmais nova, Julia.

Embora sustente que vai desacelerar,os amigos mais chegados não acreditam. Nofamoso “Ferro Velho”, onde está instalado,ao lado do primo Waldemar Malucelli, exis-tem outras salas para futuros “aposentados”que se negam a pendurar as chuteiras. Acre-ditamos, no entanto, que Joel estará aindano comando do grupo por muitos anos ten-do, na retaguarda, os filhos Alexandre, Cris-tiano e Paola.

Da mesma forma não acreditamos que vápendurar as chuteiras no Malutrom onde, ain-da, consegue fazer seus gols que já somam, nototal da carreira, 6.787. Quem não acredita é

só conferir, ou contar.

Por Pedro Ribeiro

D

Empresário simples, Joel Malucelli ainda encontra um tem-pinho em sua agenda para atender a dezenas de pedidos,principalmente de amigos que fazem parte da confraria doMalutrom Master, time de futebol que viaja todos os anospara a Europa em busca de vitórias ou de lazer. Neste ano ogrupo foi para o Canadá e já está agendado para a Itália emsetembro de 2011.

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