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Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7, Janeiro de 2014

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2 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

5

NESTE NÚMERO»

9

22 Mais de doismilhões de fiéisem adoração àmãe do coração

33 Grupo de Rebita“Os Novatos daIlha de Luanda”

40 País conservahegemoniado basquetebolafricano

PR prioriza empregoe formaçãoprofissional dos jovens

6 Acto central do 38.ºaniversárioda Independênciade Angola

Kabuscorp campeão...Nova forçado futebol angolano

Copyrigth 2011 CiamTodos direitos reservados

SERVIÇO E ESPAÇO IDEALPARA JORNALISTAS E EXECUTIVOS

� Vitrinas para exposição de material fotográfico e publicitários �� Sala de Conferências com tradução

simultânea para 3 línguas �� Espaço confortável e ideal para Executivos,com Serviço de Telefones, Fax, Internet e Snack-Bar �� Oferta de Press Tourpara Luanda e arredores, por via rodoviária, ferroviária e marítima.Telef.: 222 334 888 / 222 395 222 394 628- Eimail: [email protected] /[email protected] Sequeira Lukoki n.º 124 - Luanda - Fax: 222 397 731 / 222 397 033 /222 393 445

F I C H A T É C N I C A

PERIODICIDADE: Trimensal

PROPRIEDADECentro de Imprensa Aníbal de Melo-CIAM

DIRECTOR GERALAntónio Mascarenhas

TEXTOSManuel SantanaTomás TeixeiraMagalhães Neto

FOTOSSão PiedadeEugénio BaptistaRosa Neto

ARTE E PAGINAÇÃOSaturno Lda.Telem.: 926 22 88 92

PUBLICIDADE: (+244) 222 334888/ 222 394628ENDEREÇO: Rua Serqueira Lukoki nº 124, C.P. nº 2805E-mail: [email protected]: www.ciam-angola.comREGISTO N.º MCS-703/B/2013

Page 3: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

3REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

editorial

Abertura

Campeão antecipado é obra!»

OKabuscorp do Palanca sagrou-se antecipadamentecampeão angolano de futebol, depois de bater, no es-tádio de Ombaka, em Benguela, o 1º de Maio, por 2-1,

em encontro da 26ª jornada do Girabola 2013. Este acabou por ser um título inédito, cujo grande obreiro éBento Kangamba, presidente desta agremiação, que muito teminvestido no clube do Bairro Palanca, subúrbio de Luanda.A formação orientada pelo búlgaro Edouard Antranik dominouo Girabola 2013 desde o início e quase conseguiu algo inéditoe pouco vulgar no mundo do futebol: terminar a prova semqualquer derrota, feito conseguido por poucos clubes noMundo, não fosse o Progresso do Sambizanga colocar entravesna caminhada vitoriosa na 27ª ronda.A equipa do Palanca sucede ao Recreativo do Libolo na galeriade vencedores do principal campeonato do país, num mo-mento em que totalizou 64 pontos a quatro jornadas do fim emais nenhuma formação poderia alcançar tal marca, para de-salento da concorrência.O sucesso do plantel deve-se à experiência de treinadores e jo-gadores contratados para atacar a época, pelo que agoraKangamba aumentou as expectativas para fazer o inédito naLiga dos Clubes Campeões Africanos de 2014.É natural que o Kabuscorp vai apostar na equipa técnica actuale nos futebolistas experientes, bem formados tecnicamente, atéporque esta foi a “arma do segredo" para a conquista doGirabola 2013. Nessa batalha difícil, os atletas escolhidos pelopresidente do clube souberam dignificar o futebol com elegân-cia técnica do grémio do bairro Palanca.Não é à toa que Bento Kangamba, na hora da consagração,dedicou o título à família, que sempre esteve ao seu lado e àmassa associativa que tem apoiado muito o Kabuscorp emtoda a campanha concluída com o desalojar do Libolo dotrono. Que venha a Liga Milionária, porque o estreante repre-sentante angolano está preparado para as encomendas...�

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4 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

política

Discurso do PR»

José Eduardo dos Santos Presidente da República de Angola

A SITUAÇÃO DO PAÍS É ESTÁVELE A PAZ ESTÁ A CONSOLIDAR-SE

O Presidente da República, JoséEduardo dos Santos, declarou (15de Outubro 2013) no seu discursosobre o Estado da Nação na aber-tura da II Legislatura da III Legis-

latura da Assembleia Nacional,em Luanda, que a “situação do

país é estável e a paz está aconsolidar-se”.

“Os angolanos estão a trabalhar seri-amente para recuperar o tempo perdidodurante a guerra, vencer as dificuldades

e melhorar as condições em que vivem”,apontou.Do ponto de vista desportivo, o PR, desta-cou o basquetebol e o andebol feminino,sublinhando que as recentes conquistas emÁfrica são fruto de trabalho abnegado feitocom sacrifício. Frisou que o país tem poten-cial para ir mais longe e o ajustamento daestratégia de desenvolvimento do desportodeverá definir melhor os objectivos, os pro-gramas específicos e as metas a atingir amédio prazo pelas diferentes federações,nas modalidades e disciplinas.

Sobre o ensino, disse que Angola temhoje 7,4 milhões de alunos matriculadosem todos os níveis não universitários,dos quais 5,1 milhões no primário e 2,3milhões no secundário, além de recon-hecer que ocorreu rápido alargamentoda oferta pública e privada no país noensino superior e que no segundotrimestre deste ano estavam matricula-dos 198 mil e 700 estudantes, o que ul-trapassa em 8,8% a meta fixada para2013.Em relação à política cultural, avançouque será reajustada e revitalizada na suaexecução, para maior valorização dolivro e incentivos à leitura, para a realiza-

ção de actividades culturais regularesnos municípios, províncias e a nível na-cional, tanto no domínio do folclore e doartesanato como no das manifestaçõesde cultura popular e erudita.O PR referiu que, paralelamente,prossegue a implementação do SistemaNacional e da política de ciência, tec-nologia e inovação, bem como a criaçãoda rede nacional de instituições de in-vestigação científica, tecnológica, públi-cas e privadas, existindo 28 unidades deinvestigação e desenvolvimento, queabrangem mil e 200 investigadores e mile oito técnicos auxiliares de investi-gação.�

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5REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

política

Fórum Nacional da Juventude»

Por essa razão, prosseguiu, o Executivocompromete-se em criar mais centrosde formação profissional em todo o país,

durante este mandato e vai também criarcondições para aumentar o investimentopúblico em infra-estruturas e o investimentoprivado nos sectores produtivo e da prestaçãode serviços por forma a criar cada vez maispostos de trabalho.“As entidades competentes já foram orien-tadas no sentido de fiscalizar com mais rigor aaplicação das normas da Lei Geral do Trabalhoque protegem o emprego dos cidadãos na-cionais, sem esquecer as normas legais quegarantem o acesso ao primeiro emprego” sub-linhou.Segundo José Eduardo dos Santos, não éjusto que as empresas nacionais ou es-trangeiras prefiram dar emprego a cidadãosestrangeiros no nosso país para realizaremtrabalhos que os angolanos podem fazer e asvezes apenas mediante alguns cursos de for-mação profissional, referindo também queaos quadros recém-formados não se podemexigir experiência profissional como condiçãopara o primeiro emprego. “Tem de ser garan-tidas as condições de estágio para que essesquadros recém-formados possam ter imedi-atamente acesso ao primeiro emprego”, sus-tentou.O Chefe do Executivo afirmou que “hoje, cercade dois terços da nossa população tem menosde 25 anos de idade e estamos conscientes deque esta é a nossa principal riqueza que temosde saber mobilizar, gerando empregos e qual-ificando muitos milhões de jovens angolanospara fazer o país crescer cada vez mais e de-senvolver-se”.

“A juventude é, sem dúvida, o maior factor dedesenvolvimento do país e temos de saber in-seri-la no processo de transformaçõeseconómicas e sociais em curso para melhorara sua qualidade de vida e garantir também ofuturo das gerações vindouras”, referiu.O Presidente disse que o Executivo tomou boanota das outras preocupações, tais como oacesso à habitação, a melhoria da qualidadedo ensino, a necessidade do aumento daoferta dos cursos de formação superior e dasbolsas de estudo, o acesso à água potável e aenergia eléctrica e etc.Garantiu a intenção de recomendar ao Go-verno a aprovação dos programas municipais,provinciais de apoio à juventude desdobradosde um programa nacional que tenha em contaas conclusões e propostas deste fórum.“A execução destes programas deverá seracompanhada e fiscalizada nos diferentes es-calões por representantes do Conselho Na-cional da Juventude”, assegurou.Para o Chefe do Governo, o Fórum Nacional daJuventude foi mais um passo na direcção certa,todavia, “acho que podemos melhorar as for-mas de participação activa da juventude e dassuas organizações da sociedade civil, com osurgimento e desenvolvimento do associa-tivismo juvenil em diferentes actividades, referiu.

Dessas actividades citou o estabelecimento deformas saudáveis e socialmente estimulantesde ocupação dos tempos livres da juventude,o diálogo salutar e profícuo entre a populaçãojovem e a comunidade.A promoção de valores, princípios e atitudesalinhados em cada momento com as políticaspúblicas para a juventude e para a promoçãoda mulher, assim como a promoção da con-sciência cívica, do patriotismo e da cidadaniaactiva no seio da juventude, a promoção daconstrução de infra-estruturas de apoio às ac-tividades juvenis, o intercâmbio juvenil, e o es-tímulo da troca de experiências entre os jovensde várias proveniências e culturas regionaistambém fazem parte das actividades.O governante não esqueceu a democratizaçãodo acesso a novas tecnologias de informaçãoe de comunicação e o combate à info - ex-clusão, bem como a promoção e valorizaçãode iniciativas dos jovens empresários, cientis-tas, investigadores, inventores e artistas, entreoutros.O encontro que decorreu no Centro de Con-ferências de Belas contou com mais de três mildelegados e foi assistido pelo vice-presidenteda República, Manuel Vicente, por membrosdo Executivo, governadores provinciais, entreoutros convidados. �

PR prioriza emprego

e formação profissioaldos jovens

O emprego e a formação profissional são os principais desafios que se colocam aos jovens

O Presidente da República de Angola,José Eduardo dos Santos, declaroudurante o Fórum Nacional da Juventudeque o emprego e a formação profissionalsão os principais desafios que se colocamaos jovens, considerando-os assuntosprioritários na agenda de trabalhodo Governo.

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6 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

política

Manuel Vicente em Benguela

ACTO CENTRAL DO 38.º ANIVERSÁRIO»

DA INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA

Discursando para os milhares de An-golanos presentes, que efusivamenteo aplaudiram, Manuel Vicente, afirmou

a necessidade de independentemente dolugar do território nacional onde nascemos ouvivemos, é irreversivel lembrarmos que somoso mesmo povo, que constrói com orgulho emuito sacrifício o seu próprio destino.O Vice presidente destacou o “gigantescosalto” dado por Angola nos últimos 11 anosde paz, rumo ao progresso e à modernidade.Manuel Vicente, fez ainda a reafirmação doExecutivo no seu plano de redução da po-breza para baixo de 35 por cento, atravésde acções como a diversificação da econo-mia nacional, concedendo prioridade à ex-ploração das grandes potencialidadesagrícolas e industriais.

O amplo sacrifício e o enfrentar de gran-des dificuldades durante quatro décadas,pelo povo angolano, resultaram na con-quista da tão almejada paz, que permitehoje os angolanos viverem em harmoniae com dignidade, disse o Vice Presidente.Durante a sua intervenção, Manuel Vi-cente, que falava em representação doPresidente da República, José Eduardodos Santos, disse que as condições indis-pensáveis para aumentar a oferta deemprego e tornar o processo de desen-volvimento menos vulnerável e mais sus-tentável, passa pelo apoio ao comérciorural, a reabilitação das vias secundárias eterciárias, a melhoria dos transportes e apassagem do mercado informal para oformal.

O Vice Presidente salientou ainda que oExecutivo tem vindo a aumentar, noOrçamento Geral do Estado, as verbasatribuídas ao sector social, para atenderpaulatinamente àsexigências da popu-lação em questões relacionadas coma educação, saúde, energia eléctrica eágua, produção alimentar e combate àfome e a pobreza.A experiência do Presidente José Eduardodos Santos, na condução dos destinos dopaís, também mereceu destaque na suaintervenção: “Não é por acaso que muitosdirigentes estrangeiros continuam a vir aténós colher ensinamentos da experiênciaangolana na resolução de conflitos”, disseo dirigente. �

Na presença de pelo menos 35 mil pessoas, Manuel Vicente, Vice Presidenteda República de Angola, presidiu ao Acto Central das Festividades comemo-rativas ao 38º Aniversário da Independência Nacional.

Manuel Vicente Vice-Presidente da República de Angola nno Acto Central do 38.º Aniversário da Independência, em Benguela

Page 7: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

7REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

Política

Efeméride - 11 de Novembro

Houston festejou Dia da Dipandacom espectáculo músico e cultural

»

Severina Júnior, Miss Angola Estados Unidos 2013

Page 8: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

8 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

política

Efeméride - 11 de Novembro»

Manuel Santana,em Houston

Oevento, organizado pelo ConsuladoGeral da República de Angola emHouston, emparceria com a multi-

nacional Chevron, Cobalt InternationalEnergy e Schlumberger, foi marcado poruma variedade de ritmos musicais, desdeo folclórico ao kuduro, R&B, guetozouk,semba e kizomba.O ponto mais alto do espectáculo aconte-ceu com a realização do discurso de aber-tura, procedido pela cônsul geral deAngola em Houston, Júlia CiprianoMachado, que aproveitou a ocasião pararecordar o tema central das celebraçõesdo 11 de Novembro. “Para atingirmos o desenvolvimento e ajustiça social que pretendemos énecessário que todos trabalhemos juntos.É com trabalho e esforço abnegado quevamos atingir este desiderato queé a construção de uma nação forte, unidae próspera”, asseverou a diplomata an-golana, que anunciou a atribuição de umprémio aos estudantes angolanos emHouston que se destacarem durante a suaformação. A actividade músico-cultural foi ante-cedida de um desfile de moda, propor-cionado pela estilista angolana radicadanos Estados Unidos, Potenciana Tati, queapresentou trajes típicos usados nas 18províncias de Angola, com destaque parapeças que exibiam a imagem do pensador,símbolo da cultura nacional. Os Lambas deNagrelha, Bruno King e Yola Semedolevaram os presentes ao delírio.Bastante concorrido pela comunidade an-golana em Houston e arredores, o espec-táculo contou com a presença da cônsulgeral da República de Angola, Júlia Cipri-ano Machado, dos vice-cônsul NelsonCláudio Carneiro de Sousa e LucomboJoaquim Luveia, respectivamente, da dele-gação da Embaixada de Angolaem Washington. �

Um espectáculo músico-culturalrealizado dia 9, no salão Ayva Cen-ter em Houston, no Texas, EstadosUnidos da América, marcou oencerramento das festividades alu-sivasaos 38 anos da IndependênciaNacional

Houston festejou Dia da Dipandacom espectáculo músico e cultural

Yola Araújo (em cima) e os Lambas (em baixo) animaram a festa em Houston

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»

ECONOMIA ANGOLANAEM CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL

9REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

notíciaseconomia

Por Patrice Cambuandy

A economia angolana, em ter-mos de “Produto, Desemprego eNível de Preços” está num“período de expansão”, no âm-bito da Estratégia do Executivoassente no Desenvolvimento eGestão dos Recursos Humanos,na exploração racional e susten-tável dos recursos naturais e nacriação de condições para o au-mento da riqueza nacional.

Amáxima da Estratégia do ExecutivoAngolano “é produzir mais riquezanacional e distribuí-la melhor”, dan-

do atenção à dimensão sócioeconómica doPaís, reduzir as assimetrias regionais, parauma sociedade mais equilibrada.

À semelhança dos anos anteriores (2011,2012), Angola conheceu no corrente ano(2013), índices de crescimento significativos,com valores irreversíveis na melhoria dascondições de vida dos cidadãos.Os grandes ganhos da economia angolana,em 2013, consubstanciam-se na contínuaestabilidade macroeconómica, crescimentoeconómico perene, acima de 7%, do PIB edo PNB (Produto Interno Bruto e do Pro-duto Nacional Bruto) e uma política fiscal,orçamental, monetária e cambial coerente.Estes factores justificam que, actualmente,

as reservas cambiais internacionais do paísestejam calculadas em mais de 30 mil mil-hões de dólares americanos.A Agricultura, pelos seus feitos multipli-

cadores, é o sector eleito naeconomia real,por garantir maior índice de emprego di-recto e indirecto aos cidadãosEmpreendimentos (económicos) há que,

pela sua dimensão, importância e efeitosmultiplicadores que produzem na econo-

mia, marcam, necessariamente, uma épocano desenvolvimento dos povos, dos países,da sociedade.A escassos dias do final de 2013, muitos

feitos já foram registados na economia na-cional, nos domínios da Agricultura,Petróleos, Infra-estruturas, Transportes,Hotelaria e Turismo e nas Políticas Mon-etárias e Cambial. Estes são, certamente, osimportantes ganhos do país no presenteano.Na Agricultura, a produção de arroz em

grande escala, pela primeira vez, na FazendaLonga, no histórico município do Kuito Kua-navale, na província do Kuando Kubango, ede milho na Fazenda Pungo Andongo, noComplexo Agro-Industrial de Kapanda, nomunicípio de Cacuso, província de Malanje,são factos que marcam a sustentabilidadeda economia nacional na diversificação.No sucesso da economia angolana, asso-ciam-se também ao Complexo Agro-Indus-trial de Kapanda, a Fazenda Pedras Negras

Os pagamentos do sector petrolífero são feitos exclusivamente em Kwanzas

Page 10: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

economia

As reservas petrolíferas de Angolas estãoestimadas em 12 biliões e 667 milhões debarris. O país produz, actualmente, um mil-hão e 751 barris de petróleo por dia, es-perando alcançar os dois milhões/dia acurto prazo,Já no sector diamantífero, o governo an-

golano prevê aumentar a produção de dia-mantes no país, até 5% ao ano, de modo aexpandir e de forma sustentável, os valoresactuais dessa mesma produção.E para se atingir esse objectivo, é necessárioinserir a actividade diamantífera nas difer-entes fases da indústria mundial de dia-mantes, de forma a colocar Angola nos trêsprincipais produtores em termos mundiais,admitiu uma fonte próxima do sector.

Sobre Fiscalidade e Política Orçamental,Monetária e Cambial

Em termos de Estabilidade Macroeconómica,passos gigantes foram dados na economianacional com a implementação de políticasmonetárias e cambiais coerentes.Um passo significativo no caminho para ofim da desdolarização da economia an-golana veio da decisão do Executivo an-golano em determinar que, a partir de 2013,os pagamentos do sector petrolífero, grandecontribuinte no PIB, fossem feitos exclusiva-mente em Kwanzas, nos bancos comerciais,para mais valorização da moeda nacional.Esta medida inédita, já em vigor desde

Julho, traduz-se na obrigatoriedade de osgrandes contribuintes do sector petrolíferodomiciliar as suas contas em Angola e opagamento de impostos inerentes à activi-dade serem pagos apenas em Kwanza.Assim, os agentes económicos, residentes enão residentes, concretamente as petrolí-feras, têm hoje as suas contas domiciliadasnos Bancos Comerciais que operam em An-gola e a colecta é feita em Kwanza.

O lançamento da nova família doKwanza, em 2013, é um acto de Sobera-nia Nacional.

Esta medida tornou o Kwanza e a banca an-golana mais fortes, e garantiu mais maiorcapacidade, estabilidade cambial e liquidezinterbancária.A introdução de novas moedas e notas no

mercado financeiro nacional, com elemen-tos de maior segurança figura, também,como um grande ganho da economia an-golana no corrente ano.

A taxa de inflação acumulada em Angola,dos últimos 12 meses, fixou-se nos 8,97%,tendo-se verificado um ligeiro decréscimo,passando de 9,04% para 8,97%., no en-tanto, abaixo de dois dígitos como é desejodo ExecutivoNo que respeita ao mês Agosto/2013, ataxa de inflação mensal situou-se nos0,54%, um decréscimo em 0,06 pontos per-centuais face ao igual período de 2012. No sector do Comércio, em Agosto do cor-rente, foi lançado o novo alvará comercial,no âmbito da reforma legislativa do sector.A nova célula do alvará contém uma sériede medidas de segurança físicas e in-visíveis, que dificultam a falsificação. A en-trada em vigor do novo documentopossibilita o combate à fraude.

OGE2013

O Orçamento Geral do Estado (OGE) para2013, em termos de objectivos macro-económicos como “Produto, Desemprego,Nível de Preços e Estabilidade Cambial” in-dicia uma mudança significativa na gestãoe cumprimento de metas a curto prazo, so-bretudo, no sector económico e social.A implementação eficaz do OGE/2013 per-mitiu já que, no mês de Agosto, a taxa deinflação acumulada tenha atingido 8,97%,o índice mais baixo obtido nos últimosanos, com efeitos tangíveis noutros indi-cadores macroeconómicos como a taxa deCâmbio e o IPC (Índice de Preços ao Con-sumidor).Estimado em 6.635,5 mil milhões de Kwan-zas, em despesas e igual montante em re-ceitas, o OGE/2013 destina para o sectorsocial um terço (1/3) do total das verbasprevistas, o que traduz uma grande vi-ragem na perspectiva orçamental.Hoje é cada vez mais evidente a estabiliza-ção do sistema monetário angolano, como Banco Nacional de Angola (BNA) a jogaro seu papel preponderante na Banca.Estes resultados satisfatórios, para todos osefeitos, dignos de realce, decorrem da co-existência das políticas orçamental e mon-etárias coerentes implementadas peloExecutivo neste ano económico.Dando mérito a políticas orçamental emonetáriacoerentes, muitos indicadoresmacroeconómicos como a Inflação, o PIB(Produto Interno Bruto), o IPC (Índice dePreços ao Consumidor) e IDH (Índice deDesenvolvimento Humano), entre outros,começam a despontar crescimento e esta-bilidade, criando novas expectativas paradias melhores.Os resultados alcançados, nos domínios daAgricultura, Infra-estruturas, Transportesferroviários, rodoviários e aéreos, daHabitação, Comércio e Ensino, reflectem aafirmação de “Economia angolana emcrescimento sustentável”.�

e o Projecto de Biocom, a produzir biocom-bustíveis.O grande ganho do país, com o desen-

volvimento da agricultura, consubstancia-se na absorção de elevado número de

pessoas (mão de obra não qualificada), semformação técnica, proporcionando em-prego directo e mais rendimento familiar.A par do emprego extensivo garantido, so-bretudo no meio rural, a agricultura é osector que mais contribui para a melhoriada dieta alimentar das populações e dorendimento familiar. O Executivo angolanoencara o sector com prioridade.

Petróleo na diversificação económica

Angola é um potencial produtor depetróleo, diamantes e outros minérios devalor comercial importantíssimo, recursoseconómicos não renováveis, uma condiçãoque coloca este país num posto chave emtermos de hidrocarbonetos na África Aus-tral e não só.Apesar do grande peso (actual) do petróleona economia nacional ele é um recursomineral não renovável e, outro senão, é queo sector petrolífero cria, relativamente àsoutras áreas económicas, poucos postos deemprego trabalho e, contra isso, o Execu-tivo aposta na diversificação da economia,com programas de apoio e incentivo ao in-vestimento noutros sectores, quer para na-cionais, quer para estrangeiros quepretendem apostar no país. Porém, o sector petrolífero continua a ser,por enquanto, factor chave na diversifi-cação e desenvolvimento da economia an-golana, quer na concretização de receitaspara o Orçamento Geral do Estado (OGE)quer do ponto de vista do PIB e do PNB(Produto Interno Bruto e Produto NacionalBruto)..Um dos dos grandes feitos, em 2013, no

domínio dos petróleos, foi a exportação,pela primeira vez, de Gás Natural para oBrasil, a partir do Projecto LNG, no Soyo, naprovíncia do Zaire, marcando uma nova di-recção na história da exploração e expor-tação do Crude em Angola.

REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 201310

Page 11: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

Conferência Nacional

ANGOLA CRIA SISTEMA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL»

11REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

notíciassociedade

O ministro da Assistência eReinserção Social, João Bap-tista Kussumua, anunciou naabertura da Conferência Na-cional da Assistência Social,que o Executivo está agoraem condições de criar um sis-tema público para integrar asacções de protecção social

João Baptista Kussumua defendeu adefinição de uma política de AssistênciaSocial e a sua regulamentação e apli-

cação, informando que, é intenção doGoverno encontrar uma plataforma quepossa auxiliar melhor os serviços sociaisprestados à população.“Vamos propor aos vários departamentosque cuidam da acção social, como osMinistérios da Saúde, Educação, AntigosCombatentes e o da Família e Promoçãoda Mulher, que em conjunto encontremuma plataforma que possa auxiliar melhoros serviços sociais da população”, asse-gurou.Segundo o ministro, o encontro permiteconhecer ao pormenor o diagnóstico davulnerabilidade em Angola, bem como asprioridades de intervenção e lembrou queo país passou de um período de assistênciapuramente humanitária para entrar na as-sistência normal. Para o responsável, é preciso trabalhar numconjunto de legislações para nos vários es-tratos da população identificar-se aquelesque, não tendo condições, devem merecera assistência social.Sublinhou que a melhoria da vida doscidadãos é uma prioridade do Executivo eo modelo de desenvolvimento sustentávelassenta num sistema justo de distribuiçãonacional que permite o progresso material eespiritual de toda sociedade. De acordo com o governante, o desenho eimplementação de políticas que promovama qualidade de vida da sociedade de formaequitativa, exercendo, em forma de lei, a

João Baptista Kussumua, ministro da Assistência e Reinserção Social

Page 12: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

função de planeamento, financiamento, in-centivo e fiscalização, constitui o ensejo.“Por isso, estamos aqui, com o objectivo deconsolidar este grande projecto. Com osnossos ilustres convidados, de vários Países,que com as suas experiências ricas e vividas,partilham connosco, este momento ímparde debate e de participação no sentido daconsolidação deste desiderato, em prol dopovo angolano”, concluiu

Unicef considera de positivorealização da conferência

O representante do Fundo das NaçõesUnidas para a Infância (Unicef) em Angola,Francisco Songani avaliou de positivo a real-ização da conferência Nacional sobre As-sistência Social, por permitir a consulta devários agentes e sectores para a implemen-tação da política da assistência social no país.Segundo o responsável, a realização daconferência é uma iniciativa louvável que foitomada pelo Ministério da Reinserção So-cial de Angola porque isto permite escutarvárias opiniões para as implicações práticas

e os aspectos a ponderar e a considerar naimplementação da política de AssistênciaSocial no país.Destacou ainda o facto dos métodos de con-sulta já terem sido amplos, abertos e profun-dos sobre as diversas questões, o qualconsiderou ter sido uma conferência bemsucedida a julgar pelos resultados obtidos.Manifestou, contudo, a contínua colabo-ração do Unicef na vertente dasaúde, educação, justiça e com o Ministériode Assistência e Reinserção Social, visandoo reforço e a melhoria da assistência socialda população no país.No fórum que decorreu, de 21 a 23 de Ou-tubro, foram debatidos temas como "De-senvolvimento Social e Económico -Desafios para Políticas Sociais" e "Fontes deFinanciamento dos Programas de Assistên-cia Social complementares ao OrçamentoGeral do Estado" e "os Mecanismos de Ar-ticulação e Coordenação Inter-Ministerial,no Âmbito da Assistência Social".O acto contou com a participação demembros do Executivo, Deputados, mem-bros do corpo diplomático e países convi-dados, entre os quais Portugal, Ghana eQuénia. �

“Vamos propor aosvários departamentosque cuidam da acçãosocial, como os Min-istérios da Saúde, Edu-cação, AntigosCombatentes e o daFamília e Promoção daMulher, que em con-junto encontrem umaplataforma que possaauxiliar melhor osserviços sociais dapopulação”

UNICEF considera de positivo realização da Conferência

REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 201312

Page 13: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

In FocoIn Foco»

O camaronês Albert Meyong esteve bem tanto a atacar como a defender

KABUSCORP CAMPEÃO...NOVA FORÇA DO FUTEBOL ANGOLANO

OKabuscorp SC do Palanca é o oitavoclube a inscrever o seu nome comocampeão angolano de futebol

desde a criação do Girabola. E Meyongtornou-se no primeiro estrangeiro a liderara lista dos melhores marcadores da princi-pal prova desportiva do país. O camaronêschegou, viu e venceu.O Petro de Luanda continua a ser o em-blema mais titulado, com 15 vitórias,seguido pelo 1º de Agosto (nove vezescampeão), e pelo ASA, que soma três títu-los. Com duas vitórias surgem o 1º de Maio deBenguela, o Interclube e o Recreativo do Li-bolo do Kwanza Sul, vencedor em 2011 e2012. O Sagrada Esperança da Lunda Norte,campeão em 2005, e o Kabuscorp, no cor-rente ano de 2013, completam a lista. Comtodo o mérito, a equipa de Kangambavenceu e convenceu a concorrência.Campeão justo!

Champanhe aberto em Benguela

Cautelosos, os homens do Palanca, mesmo com as evidênciasjamais entravam em euforias, até que na 26ª jornada final-mente consumaram o que se previa. Com o endereço

definido, o 1º de Maio de Benguela foi a vítima, no estádio de Om-baka. Vitória sobre os proletários (2-1) foi suficiente para carimbaro passaporte e encomendar as faixas de campeão. Incontestavelmente, o momento especial pôs ponto final nomatematicamente possível. A invencibilidade só foi quebrada na28ª jornada frente ao Progresso do Sambizanga (2-3).Esta flagrante superioridade demonstrada pelo Kabuscorp, talcomo admitiu o treinador do 1º de Agosto (Daúto Faquirá), princi-pal opositor, que chegou a dizer, por mais de uma vez, que o clubedo Palanca estava a competir num patamar e todos os outrosclubes noutro.Este assumir da candidatura ao título por um clube que tem apenas19 anos de vida, será curial não esquecê-lo, é a primeira conse-quência das estruturas profissionais que lhe foram criadas peloúnico presidente que teve até agora. Com paciência, determinação e com humildade, Bento Kangambaconstruiu um clube capaz de ombrear com os melhores, em An-gola, cumprindo-se o que o próprio chama de "primeira fase",porque o seu olhar vai mais longe, localiza-se na liderança do con-tinente africano. E como também sabe que as infraestruturas são imprescindíveispara coroar de êxito o futuro do clube, Kangamba partiu para aconclusão de outro dos seus sonhos: a construção de um estádio."O Kabuscorp, para ser grande, como todos nós, que temos o clubeno coração, não pode depender de terceiros no que quer que seja,tem de ser ele a mandar na sua própria vida", afirmou o presidentea dado momento da época. �A equipa do Palanca teve um ataque demolidor no Girabola de 2013

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In Foco

»HHHEEERRRÓÓÓIIISSS DDDEEE KKKAAANNNGGGAAAMMMBBBAAA EEEMMM 222000111333

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Para enfrentar feras do futebol comoPetro de Luanda e 1º de Agosto, oclube mais querido do bairro Palanca

e que conquista espaço em todo territórionacional, o Kabuscorp depositou plena con-fiança na dupla técnica (Edouard Antranik eZora Maki) e nos 20 jogadores inscritos. As balizas foram asseguradas por Nuno,Abelá e Rúbia, enquanto o sector defensivoesteve a cargo de Libengué, Silva, Hernani eLunguinha. Ao meio do campo, Dax, Lamy,Seleó, Kibeixa, Breco, Adawa e o "capitão"Fiston garantiram a tranquilidade nestazona do terreno, deixando o ataque sob re-sponsabilidade de Mbala Biscoite, DanielMpelempele, Saviola, Love Kabungula e Al-bert Meyong.Para já 70% dos jogadores do plantel sãoangolanos,25% da RD Congo e 5% dos Ca-marões, o que representa 14 futebolistasnacionais e seis estrangeiros. Antranik con-tou com uma equipa cuja média de idade éde 25, 26 anos, e 1.79 de altura, além doequilíbrio assente em 74 kgs. � Kabuscorp do Palanca campeão do Girabola 2013

Origens

Do subúrbioao estrelatoO Kabuscorp Sport Clube do Palanca foi fundado em 1994.Tem a sede na Rua F do bairro Palanca, em Luanda. Os passosiniciais para o surgimento do emblema partiram do municí-pio do Cazenga, altura em que os jovens do bairro se de-safiam nos finais de semana, num intercâmbio que inclua osdo Palanca e Rangel. De jogos comunais e inter-municipais,nascia assim a ideia de se criar uma agremiação mais séria.Foi assim que passado pouco tempo, formou-se uma equipacom inclusão de jovens de dois bairros vizinhos (Cazenga ePalanca) que, unidos por causa comum, juntaram tudo quetinham para realizar jogos amigáveis em Luanda. O projectocomeçou a ganhar forma. Etapa seguinte foi a oficialização dos estatutos do clube emais tarde reconhecido pela direcção provincial do Ministérioda Juventude e Desportos. Cumprido esse passo regulamen-tar, inscreveu-se para participar nos campeonatos provinciaisde Luanda e nas competições nacionais, inicialmente a Taçade Angola. �

Segredo do sucesso do Kabuscorp esteve na organização

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15REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

In Foco

TRAJECTÓRIA NO GIRABOLA»

Em 1996, depois de disputar oProvincial de Luanda, atingiupela primeira vez o Girabola,mas no ano de estreia caiu, aoterminar em último lugar. Maistarde em 1998, a equipa defutebol voltou a descer, destana secretaria, por má inscriçãode futebolista

Regressou ao escalão maior em 2008 eacabou em 10º lugar, permanecendona elite. Em 2009, por ter ficado em

12º, a equipa inexperiente na época foi rele-gada aos play-offs, tendo sobrevivido e semantido na primeira divisão. A tranquilidadecomeçou em 2010, momento em que oplantel se posicionou em oitavo. Na época,classificação saudada pelos adeptos em or-ganização. Fruto do aprendizado adquiridonas temporadas turbulentas de então, oKabuscorp definiu como meta atacar o pódioe deixou de ser uma equipa qualquer. Quaseconseguiu. Porém, por um ponto, falhou o tí-tulo, em 2011, para o Recreativo do Libolo(56/57). Daí em diante, Bento Kangamba apostouforte e abriu a bolsa para contratar jogadoresde renome internacional, na ânsia de obter odesejado título. A primeira tentativa foi trazera Angola o campeão mundial e antigo craquebrasileiro do Barcelona de Espanha Rivaldo,que em Novembro do mesmo ano depois doGirabola 2012 anunciou fim de vínculo. O Girabola deixou de ser como antes ecomeçou a despertar as atenções do mundofutebolístico. Com a presença de Rivaldo, oKabuscorp ambicionava a conquista do título,mas a equipa terminou em quarto, o queobrigou a alteração da estratégia. Com os erros do passado, o clube cresceu ereforçou-se à campeão. Kangamba investiufortemente e finalmente chegou ao almejadotrono, um sonho que demorou, mas que pelainsistência do seu líder e apoio incondicionalda claque mais organizada do momento de-salojou o Recreativo do Libolo. �

Formação da turma do Palanca em 2010

Sede social inaugurada em Dezembro de 2010Preocupado com a imagem do clube, Bento Kangamba lançou mãos à obra e apostouna melhoria das condições administrativas do emblema do Palanca. Para isso, inauguroua sede social do clube em 18 de Dezembro de 2010, cuja placa foi descerrada por AvelinoPaulino Eduardo dos Santos, uma figura social da República de Angola. Graças a esta aposta assinalável e a entrega, dedicação e sábia condução do seu líder, oclube dá corpo a fortes acções humanitárias, sempre apoiando os esforços do governona criação de melhores condições de vida dos angolanos, sobretudo as camadas maisvulneráveis.Diante desta realidade evidente, outros empresários e clubes poderiam seguir o exemplode Bento Kangamba, uma personalidade que aos poucos conquistou espaço e carismajunto das populações, justificando o estatuto actual de "empresário da juventude". �

Acto da inauguração da Sede Social do Kabuscorp do Palanca

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In Foco

KANGAMBA realiza sonho do título»

O presidente do Kabuscorpdo Palanca, Bento dos Santos“Kangamba”, investiu forte-mente para a presente tempo-rada, em que conta erguerum estádio, centro de altorendimento, recuperação deatletas, lojas, fábrica paraequipamento

Com isso, não tinha outra meta: ape-nas o título. "Ser campeão de Angolaé o meu grande sonho. Claro que

também me deixará feliz ver o campo ter-minado, mas sonho com o dia da festa decampeão do Kabuscorp", dizia no começoda campanha. O passo seguinte deste empresário, depoisde conquistar o Girabola, é partir paraÁfrica. Segundo Kangamba, um dia poderáter condições de ganhar a Liga dosCampeões Africanos. "É disso que estamos à procura, estamos aespreitar. Há dois anos e no ano passadofalhámos. Este ano quero chegar lá. Comcalma, disciplina, dedicação", continuavaKangamba, quando era abordado sobre aluta pela conquista de África. Depois da saída do brasileiro Rivaldo,Kangamba foi buscar em Portugal o ca-maronês Meyong para atacar o título, factoconsumado ainda antes do fim do Girabola2013. O homem golo não defraudou.Cumpriu na íntegra. �

"Ser campeão de An-gola é o meu grandesonho. Claro que tam-bém me deixará felizver o campo terminado,mas sonho com o diada festa de campeão doKabuscorp"

Depois da conquista do Girabola, Bento Kangamba sonha com a Liga dos Capeões Africanos

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17REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

notíciasIn Foco

Para uma equipa comPara uma equipa commenos de 20 anos,menos de 20 anos,poderia ser absurdopoderia ser absurdopensar-se que jápensar-se que jáconstruiu em tão poucoconstruiu em tão poucotempo um império, comtempo um império, comnomes sonantes donomes sonantes doplaneta futebol. Trouxeplaneta futebol. Trouxeestrelas universaisestrelas universais

No princípio ninguém acreditavaque fosse possível, mas quemtem Kangamba o sonho facil-

mente se torna realidade. Foi assim que na primeira tentativa deconquistar o título, o presidente do clubecontratou o brasileiro, Rivaldo, campeãodo mundo pelo escrete e campeão eu-ropeu pelo Barcelona de Espanha. Em uma época, o craque brasileiromostrou que era possível chegar-se aotopo, mas uma falha administrativa daFederação Angolana de Futebol (FAF) in-viabilizou a conquista, já que o órgão re-itor do futebol nacional se precipitou eatribuiu o título ao rival Recreativo do Li-bolo. Com a lição bem estudada, atacou 2013de frente e foi em busca de jovens talen-tos, como o camaronês Albert Meyong,Love Kabungula, Daniel Mpelempele eDoctor Lamy. A aposta deu certo… �

Love e Meyong a dupla demolidora do ataque doKabuscorp

O brasileiro Rivaldo é uma das maiores estrelas mundial que jogou pela equipa do Palanca em 2012

In Foco

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ESTRELAS DO KABUSCORP

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Antranikrendeu título inédito

EDUARD ANTRANIK ERANOSYANEDUARD ANTRANIK ERANOSYAN,treinador búlgaro, rendeu o ucraniano ViktorBondarenko no início da temporada. O presi-dente do clube ao aperceber-se das capaci-dades do técnico apostou nele, mesmosabendo que estava afastado do futeboldesde Dezembro de 2008 pela FIFA,Kangamba não hesitou

ALBERT MEYONG»

Eduard Antranik Eranosyan, treinador búlgaro ao serviço da formaçãopalanquina

O camaronês Albert Meyong foi uma contratação acertada

In Foco

Depois de cumprir uma suspensão de quatro anos e trêsmeses imposta pela FIFA, Antranik voltou em grandeforma. Aos 51 anos, depois de ter deixado em Dezem-

bro de 2008 o Apop Kinyras do seu país, decidiu mudar de arese deu-se bem em África. Sob castigo, o seu adjunto Zora Makimanteve os níveis da equipa.Na primeira época, garantiu título histórico ao clube do Palanca,situação similar apenas conseguida na estreia pelo brasileiro Car-los Mozer ao serviço do Interclube. Praticamente, assumiu oKabuscorp em Abril, altura em que terminou a suspensão da FIFA,um mês antes do arranque do Girabola 2013. �

Chegado esta temporada ao clube angolano, tal como o seucompanheiro de ataque Love, Meyong é hoje o trintão maistemido no Girabola. Para desgraça dos adversários, o

avançado camaronês vai ficar no clube por mais uma época e comdireito a uma de opção. Aos 32 anos, o melhor marcador da Liga Portuguesa em 2005/2006,pelos Belenenses, continua a ser o foco de todas atenções, tantoque em Portugal ainda não foi esquecido e houve inclusive tenta-tiva de ser “roubado” pelo Estoril, porém a pronta-intervenção dopresidente, proprietário do clube, impediu que o desejo de outrosemblemas se consumasse. Dono de um sentido de oportunidade impressionante, Meyong écertamente a maior dor de cabeça de muitos defesas do futebolnacional e em 2014 o continente vai sentir o peso e classe do ca-maronês, que Bento Kangamba foi tirar ao Vitória de Setúbal emFevereiro de 2013. �

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CLAQUE DA VITÓRIA...»In Foco

Começou nos areais da periferia de Luanda, concretamente na ruaF do bairro Palanca. Gente que encontrou no desporto umamaneira diferente de viver o futebol, com organização e disci-

plina, incentivada pelo seu ‘patrono’ Bento Kangamba. Aliás, sempre que o empresário da juventude entra em cena, nos recin-tos desportivos, é recebido com euforia, uma química jamais vista nosrelvados angolanos, e que agora se prepara para invadir os estádios deÁfrica, com o acesso garantido da equipa para as eliminatórias deacesso à fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões Africanos defutebol de 2014. Em menos de 20 anos, a claque do Kabuscorp do Palanca é hoje umadas espectaculares existentes em Angola e abafa inclusive os até entãopapões do futebol nacional, nomeadamente Petro de Luanda e 1º deAgosto. Uma certeza é evidente, o estádio dos Coqueiros, quartel-general daequipa no Girabola, já se vai tornando pequeno para receber os “filhos”

de Kangamba, numa altura em que outras agremiações não têm comoconcorrer fora dos relvados com a entusiasta orquestra que vem dasbancadas e empurra os mestres da bola para a vitória. Hoje, o clube movimenta adeptos em todo o país e disputa palmo apalmo com os dois gigantes. É caso para dizer…África se prepare para ver,dançar, ouvir e contagiar-se com a alegria e ritmo da claque mais ruidosade Angola. Todos esperam pela entrada em cena do Kabuscorp do Palanca e seusmagníficos seguidores… É a única que recebe e visita todos os adver-sários do clube, numa simbiose só vista em grandes palcos do futebolmundial. Em 2012, quando membros da claque sofreram acidente e causou amorte de 23 e 29 feridos, depois do jogo em Calulo, frente ao Libolo, oChefe de Estado enviou ao clube uma mensagem de condolências, ondeJosé Eduardo dos Santos manifestou o seu sentimento de pesar pelopassamento físico dos adeptos do Palanca. �

Desde o surgimento do Kabuscorp do Palanca que a forma de viver o futebol nacional nas bancadas mudou.Transformou-se para melhor. O responsável pela paixão do adepto ao desporto rei foi justamente o campeãodesta temporada do Girabola: Kabuscorp Sport Clube

Claque da vitória

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In Foco

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Desde cedo o Kabuscorp do Palancaassumiu-se como “dono” do Estádiodos Coqueiros, retirando este es-

tatuto ao Progresso do Sambizanga, atéentão soberano do recinto dos temposidos. Do mesmo modo, transformou o “isolado”recinto de outros tempos para casa cheianos dias que correm, a ponto de agorapensar-se, com o crescimento estrondoso

da claque se, não é altura de mudar dequartel-general para as próximas épocas. Dez mil lugares, começa a ser pequeno.Ainda assim, o estádio dos Coqueiros é otalismã do clube e também o palco daprimeira queda dos campeões nacionais noGirabola de 2013, frente ao Progresso doSambizanga.Entretanto, uma data ficará na memóriados adeptos e presidente do clube popu-

loso de Luanda, Bento Kangamba. Foi a12 de Outubro que viu interrompido osonho de terminar o campeonato na-cional de futebol da primeira divisão semderrotas, ao cair diante do Progresso, por2-3.Além disso, foi também o dia em que aequipa sofreu pela primeira vez, em 2013,três golos. Para não variar, na condição devisitado. �

O Estádio dos Coqueiros tornou-se pequeno para albergar os adeptos do Kabuscorp do Palanca

COQUEIROS foi palco predilectodas festas dos palanquinos

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In Foco

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HISTORIAL DE CAMPEÕES DO GIRABOLA

1979 1.º de Agosto1980 1.º de Agosto1981 1.º de Agosto1982 Petro1983 1.º de Maio1984 Petro1985 1.º de Maio1986 Petro1987 Petro1988 Petro1989 Petro1990 Petro1991 1.º de Agosto1992 1.º de Agosto1993 Petro1994 Petro1995 Petro1996 1.º de Agosto

23ª jornada,1º de Agosto- Kabuscorp um jogo muito bastante disputado

1997 Petro1998 1.º de Agosto1999 1.º de Agosto2000 Petro2001 Petro2002 ASA2003 ASA2004 ASA2005 Sagrada Esperança2006 1.º de Agosto2007 Interclube2008 Petro2009 Petro2010 Interclube2011 Rec. Libolo2012 Rec. Libolo2013 Kabuscorp

TÍTULOS POR CLUBE

Petro.......................................................15

1.º de Agosto........................................9

ASA............................................................3

1.º de Maio............................................2

Interclube...............................................2

Rec.Libolo...............................................2

Sagrada Esperança............................1

Kabuscorp..............................................1

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22 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

MAIS DDE DDOIS MMIEM AADORAÇÃO ÀÀ M

Peregrinação à Muxima/2013Peregrinação à Muxima/2013»reportagem

Cerca de dois milhões e 600 mil peregrinos estiveram na Muxima

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23REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

MILHÕES DE FFIÉISMÃE DDO CCORAÇÃO

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24 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

Crentes católicos durante a Peregrinação

Dom Almeida Canda, Bispo da Diocese de Ndalatando

Peregrinação à Muxima/2013»reportagem

O último dia de Agostoe o primeiro de Setem-bro foram marcantespara milhões de fiéisda Igreja Católica emAngola, que foram àperegrinação. Naquelefinal de semana, todosos caminhos foram darà Muxima, onde de 24de Agosto a 1 deSetembro, segundoinformações doComando da Polícialocal, recebeu cerca dedois milhões e 600 mildevotos

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Viajar de Luanda para aquela vila daKissama, província do Bengo, nãoconstituiu problema para os que

queriam fazer parte da peregrinação. Linhasde autocarros devidamente sinalizadas fiz-eram a ligação ininterrupta de vários pontosde Luanda, ao preço único de 400Kz. Quempreferisse comboio também tinha ascondições garantidas para o efeito. Os com-boios dos Caminhos-de-Ferro de Luandafizeram viagens regulares de Luanda eDondo para a vila de Catete. A partir daí, osperegrinos tomavam os autocarros directospara a vila da Muxima.

Ponte de acesso

Desde a inauguração, a ponte 17 de Setem-bro sobre o Rio Kwanza entre a comuna daCabala (município de Icolo e Bengo) e aMuxima (Kissama) na província do Bengotêm facilitado a circulação de pessoas e bens.Na altura da maior peregrinação católicaem Angola, a romaria ao Santuário daNossa Senhora da Muxima, cujo principalacesso é a travessia sobre o Rio Kwanza, asviaturas atravessavam sem dificuldade. Elatem um quilómetro e 534 metros de com-primento e 14,60 de largura, aliviando assimo fluxo do tráfego rodoviário. Segundo a peregrina Madalena Diogo,antigamente a travessia do rio era feita dejangadas, o que punha em risco a vida daspessoas. “Antes era muito difícil atravessaro Rio Kwanza de jangada. Era um risco paratodos que o faziam. Só mesmo com muitafé no coração, a gente conseguia atraves-sar”, recordou.“Hoje, as coisas estão muito melhor, já

podemos atravessar o Rio sem nenhumapreocupação”, concluiu visivelmente emo-cionada. A ponte 17 de Setembro é uma das mais

importantes obras de arte construídas emAngola desde o alcance da paz definitiva. Onome é uma homenagem ao primeiro Pres-idente de Angola, Dr. António AgostinhoNeto, nascido a 17 de Setembro de 1922naquela localidade.

Chegada à Vila

A menos de 1km, antes da vila da Muxima,as viaturas com livre-trânsito B viravam àesquerda para ter acesso ao parque deestacionamento. Os que tinham livre-trân-sito A eram autorizadas a entrar na vila, des-viando à esquerda, junto do Hotel Ritz, paraoutro parque de estacionamento próximo àpraça da alimentação.À chegada, a circulação de várias pessoas eviaturas demonstravam logo a aderênciados peregrinos àquela romaria. Logo à en-

trada da vila ficava a praça da alimentação,onde o cheiro dos pratos típicos como ca-cusso seco, feijão de olho de palma,moamba de galinha pairava no ar,chamando a atenção de quem passasse nolocal. Mas o que mais chamava atenção eraa falta de bebidas alcoólicas na praça,fazendo jus aquilo que foi preconizadopelos organizadores. Afinal um dos lemas

para esta peregrinação era “Álcool zero”.Quem quisesse satisfazer as suas necessi-

dades fisiológicas não teve dificuldades,porque várias latrinas e balneários públicosestavam expostos em toda vila.

Vendedores ambulantes aproveitavamcomercializar os seus produtos, visto que osfiéis queriam comprar alguma recordação,nomeadamente panos ou camisolas estam-

Momento de exaltação à Nossa Senhora da Muxima

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padas com imagens da Mamã e dizeres re-ligiosos, como “Mamã Muxima rogai pornós”, “Mamã Muxima, Paz e Vocações”,“Mamã Muxima liberta a nossa família”,“Mamã Muxima rogai pelas famílias”, oucrucifixos, fios com medalhas com imagensda Mamã e esferográficas.Adiante, milhares de tendas de várias cores,tamanhos e feitios estavam montadas nosdevidos lugares, nas quais alguns peregri-nos aproveitavam tirar um soninho pararetemperar o corpo, outros preparavam asrefeições e uns acarretavam água em baldese panelas. Dois postos médicos avançados, ambulân-cias, viaturas de apoio, motos ambulâncias,viaturas do corpo de bombeiros e polícia,estacionados em pontos estratégicos,demonstravam a prontidão dos profission-ais para travar a sinistralidade.Junto do Santuário estavam instalados ospalcos das celebrações litúrgicas, do coro edas entidades, e do outro lado da igreja,junto ao rio, se encontrava o Jardim dasConfissões.

Mensagens aos peregrinos

A abertura da peregrinação 2013 esteve a 640 pacientes foram atendidos pelos serviços de emergências médicas

Ambulâncias em prontidão para acudir qualquer sinistralidade

Membros do Governo também marcaram presença no local

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27REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

Vista parcial do Santuário da Nossa Senhora da Muxima

Escuteiros transportando réplica da estátua da Nossa Senhora da Muxima

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cargo do Bispo de Viana Dom FerreiraLopes, com uma solene eucaristia, ao princí-pio da noite de sábado (31 de Agosto).Nessa noite, o Bispo desejou as boas-vindasaos presentes e manifestou o desejo de quetodos passassem momentos de profundareflexão espiritual e, no final, regressassemà procedência felizes pelo reencontro com avirgem Maria. Dom Ferreira Lopes recordou o encerra-mento do ano da fé pelo Papa Francisco,a fé em Deus e a preservação da culturapela família. Segundo o Bispo, “a culturaé muito importante e tem de ser preser-vada a todo custo, pois se trata de umvalor imprescindível que não se podeperder. Não devemos ter medo de ilumi-nar a nossa cultura com a luz do Senhor”,afirmou.Nessa noite houve a procissão da luz e umavigília de oração até madrugada. Já namissa pontifical de encerramento da Pere-grinação à Muxima, realizada no domingo,1 de Setembro, o apelo à renovação dos

cristãos à fé divina dominou as mensagensdo Bispo da Diocese de Ndalatando, DomAlmeida Canda.Durante o mediático culto, Dom AlmeidaCanda sublinhou a importância de todo ocristão refazer a história da sua vida, da fé eda vocação e reflectir sobre o baptismo as-sumido de forma livre e responsável. “Estesaspectos constituem o início do longo pere-grinar da fé do cristão e trata-se de umcaminho que dura a vida inteira, poiscomeça com o baptismo e termina com apassagem através da morte para a vidaeterna”, disse. Na peregrinação que teve como lema“Creio senhor, aumenta a minha fé”, o Bispoda Diocese de Ndalatando referiu que ocristão deve assumir explicitamente a total-idade da vida, como uma peregrinação nafé, como um sinal da transformação, oper-ada pelo baptismo e como um testemunhode graça da comunhão com Deus."Apesar da nossa condição de baptizados,a fé não pode ser dada assim. Precisa ser al-

imentada a cada dia, porque quando elanão é alimentada corre o risco de se apagarcomo uma chama que não encontra ali-mentos”, lembrou.A missa pontifical foi co-celebrada pelo

Bispo da Diocese de Viana, Dom JoaquimFerreira Lopes, vigários episcopais e sacer-dotes vindos de várias dioceses do país.Contou com a participação de membros doGoverno Central, do Governo Local e teste-munhado por cerca de dois milhões decrentes provenientes de várias partes deAngola e do exterior.

Satisfação dos peregrinos

Vinda da província de Malanje com umaamiga, Docas João visitava pela primeira vezo Santuário da Muxima. Gostou imenso deestar no local e já fazia planos para a próx-ima peregrinação. “Estou a gostar muitoestar aqui e, com certeza, a próxima vezvirei novamente, pois tenho Jesus em meucoração”, afirmou.

latrinas e balneários públicos expostos em toda a extensão da vila.

PEREGRINAÇÃ0 ÀÀ MMUXIMA // 22013

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29REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

Marlene de Brito Fernandes, emocionada,disse que estar no Santuário é uma bênçãopara todos e foi agradecer a Mamã portudo que tem proporcionado. “Viemosagradecer a Mamã por aquilo que recebe-mos e fizemos diariamente. E gostei de par-ticipar da primeira missa”.Já habituado a peregrinar, quem não queriaperder a oportunidade de rever o local foiFernandes Manuel. Confessa ter gostadomuito de estar novamente na Muxima: “Vimpedir à Mamã bênção para minha família,meus estudos, meu emprego e para osmeus vizinhos também”. Para si, Jesus Cristosignifica um símbolo, um irmão, um pai. Emsuma, o Criador.Jesus Cristo é o pai e a salvação para IsabelFrancisco Manuel, outra malanjina que es-teve no local propositadamente em buscade bênção para toda família. “Este é um diaabençoado para todos nós. A Mamã con-hece as nossas necessidades e ela atende,inclusive, daquelas pessoas que não se fiz-eram presentes”, observa Idalina José, en-quanto “biculava” o funge para o almoço.Segundo ela, o Santuário é sua casa: “Nãoperco nenhuma oportunidade de estar aqui,pois esta é a nossa casa”. Quanto a JesusCristo, afirmou que Ele é muito importantepara todos, por ter se sacrificado por todos.“Eu já sabia que você me queria entrevistar”,disse simpaticamente a famosa cozinheira eDiva do Povo, Mamã Kuiba, notando aaproximação do repórter do CIAM.Vestida como sempre à “bessa ngana”, frisouser muito importante para todos a viagem eesteve na vila para agradecer a Mamã portudo o que tem feito. “Ela é a mãe de todosos angolanos. Então, viemos pedir que nosdê mais saúde e vida para continuarmos acontribuir para o bem-estar de todos”.Quanto à juventude, Kuiba aconselhou anão enveredar aos maus caminhos. "Ela (ajuventude) sabe que isto é errado, masgosta de levar tudo na brincadeira. Acon-selho que respeite sempre o próximo”, re-forçou.

Serviços médicos disponíveis

Para uma actividade de tamanha enver-gadura, em matéria de saúde, o Santuário

estava apetrechado com dois Postos Médi-cos Avançados.De acordo com Constantino Francisco, su-pervisor de Emergências Médicas, para estaedição de peregrinação, foram mobilizados10 médicos, 50 enfermeiros e 15 técnicos.Também foram disponibilizados 10 am-bulâncias, cinco motos ambulância e trêsviaturas de apoio.Para os casos mais frequentes durante asviagens ao Santuário, apontou que “habit-ualmente os casos que dão mais trabalhotêm a ver com os acidentes de viação”.Visivelmente admirado, aproveitou infor-mar que “felizmente, isto deve serressaltado, nesta edição pelo menos nãofoi registado pelos serviços de emergênciasmédicas caso de acidente de viação. Nen-hum caso de coma por ingestão de bebidasalcoólicas e até ao momento não houveregisto de caso de óbito ligado directa-mente à peregrinação, o que demonstra otrabalho de conscientização nas pessoas”.Segundo o responsável médico, os postosavançados atenderam 640 pacientes, dosquais oito foram transferidos para o Hospi-tal da Quissama e uma grávida com umparto pré-termo foi transferida para Lu-anda.Três crises convulsivas foram consideradasos casos mais graves, onde os registos dehipertensão arterial, cefaleia, doenças diar-reicas agudas e gastro enterite foram con-siderados normais.

Muxima por dentro...

Até a presente data, ainda não se conhece averdadeira história da Muxima. Sabe-se quePaulo Dias de Novais chegou ao Kwanza emMaio de 1560 com alguns Padres e IrmãosJesuítas, chefiando uma embaixada a pe-dido dos reis de Ngola. Em 19 de Setembrode 1571, fundou a capitania do Kwanza.Voltou a Portugal e regressou poucos anosdepois, desembarcando na Ilha de Luandaem 1975. Em 1976, fundou a cidade de S.Paulo de Assunção de Loanda, seguindodepois para Massangano onde se instalouem 1582 e faleceu em 1589. A ele é atribuída a fundação das ermidasdedicadas à Virgem Maria no Curso doKwanza: Senhora da Muxima (Muxima),Senhora da Vitória (Massangano), Senhorado Rosário (Cambambe). Num relatório en-viado à Santa Sé registam-se informaçõesacerca da prática missionária e presença dePárocos no Reino do Congo e no Reino deNgola. Fora de Luanda: Massangano, Cam-bambe e Benguela, próximo: São José deCalumbo e Nossa Senhora da Muxima. A Paróquia da Nossa Senhora da Muxima jáaparece no Século XVII. De então para cá,nunca a devoção à Muxima deixou de serpraticada, nem no momento de instabili-dade política que o país atravessou.A peregrinação à Muxima decorreu entre 31de Agosto e 1 de Setembro, sob o lema“Creio, Senhor aumenta a minha Fé”. �

Até a presente data, ainda não se conhece averdadeira história da Muxima. Sabe-seque Paulo Dias de Novais chegou ao Kwanzaem Maio de 1560 com alguns Padrese Irmãos Jesuítas, chefiando uma embaixadaa pedido dos reis de Ngola

Na peregrinação que teve como lema “Creio senhor, aumenta a minhafé”, o Bispo da Diocese de Ndalatando referiu que o cristão deve as-sumir explicitamente a totalidade da vida, como uma peregrinação nafé, como um sinal da transformação, operada pelo baptismo e comoum testemunho de graça da comunhão com Deus

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Acreditação

CIAM CONFIRMA EFICÁCIA DOS SEUS SERVIÇOS»

30 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

entre nós

O Centro de Imprensa Aníbalde Melo (CIAM),em estreita colaboraçãocom o ComitéOrganizador do Campeonato

do Mundo em Hóquei em Patins (COHOQUEI), realizou com êxito o processo de acreditação de todas as entidades que participaram do primeiro campeonato do mundo da modalidade

Os Campeões do Primeiro Mundial em África aquando do credenciamento

Atletas austriacos aguardam pelo credenciamento

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31REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

»

Num processo completamente orga-nizado, célere, cômodo e profis-sional, o CIAM deu mais uma vez

provas de como a instituição estápreparada para responder satisfatoria-mente as solicitações de credenciamentodos órgãos de comunicação social, enti-dades protocolares, membros do governoe da sociedade civil em actos de grande di-mensão que a República de Angola acolhe.Em5 dias, o Centro de Imprensa Aníbal deMelo efectuou de modo primoroso aacreditação de toda a franja social que so-licitou os serviços para o efeito, sendopreenchida de elogios devido ao excelentetrabalho. As declarações feitas durante o credencia-mento das personalidades acolhidas noCIAM garantem as qualidades dosserviços. O secretário de Estado da ComunicaçãoSocial, Manuel da Conceição, felicitou oCentro de Imprensa Aníbal de Melo peloêxito profissional como dirigiu o processode credenciamento.Já o embaixador de Portugal em Angola,João da Câmara, enalteceu a rapidez e a

eficácia do processo de acreditação.“Nunca vi um processo tão simples erápido como este para o Mundial deHóquei”, afirmou o diplomata.Na sequência, José Carlos Mendonça Tei-xeira Carmo, Comandante da Polícia deCavalaria e Cinotecnia, disse que oprocesso foi muito eficiente e bem organi-zado. O Centro de Imprensa Aníbal de Melo é oórgão do Ministério da Comunicação So-cial, cuja responsabilidade consiste, entreoutras, na organização e coordenação dotrabalho da imprensa internacional naRepública de Angola, bem como a divul-gação dos feitos do Executivo angolanodentro e fora das fronteiras.A realização com êxito do processo deacreditação para o 1º CampeonatoMundial de Hóquei em patins, que decor-reu em África, é a mais recente prova docompromisso com a inovação e qualidadedos seus serviços, numa aposta clara e evi-dente da actual direcção, cujo lema é“comprometidos com a inovação, quali-dade e serviço... rumo à modernização”. �

Armando Manuel, Ministro das Finanças sendo credenciado no CIAM

Page 32: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

entre nós

CIAM cada vez mais interventivo socialmente»

32 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

entre nós

Como um órgãotutelado pelo es-tado, o Centro deImprensa Aníbal deMelo(CIAM) temvindo a ganhar oseu espaço no meioda comunicação so-cial, tornando-secada vez mais influ-ente junto das insti-tuições e não só

A Criança tem voz no CIAM

António Mascarenhas, director-geral do CIAM (ao centro)

Page 33: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

33REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

Assim, o CIAM criou mecanismosconsubstanciados num planode actividades, traçado pela di-

recção, e derivou a criação de parce-ria entre o Centro e outrasinstituições afins, dos quais se desta-cam a estreita colaboração com o Instituto Nacional da Criança (INAC),com o Comité Organizador doMundial de Hóquei em Patins (Co-

hóquei) e com o Gabinete Central doCenso (GCC).Dada a importância que o CIAMatribui às crianças, como factor di-namizador para prosperidade de umanação, realiza, em parceria com oINAC, palestras firmadas na defesa edesenvolvimento dos interesses dosmenores, no âmbito dos 11 compro-missos assumidos pelo executivo an-golano.

Dada a importância queo CIAM atribui às cri-anças, como factor di-namizador paraprosperidade de umanação, realiza, emparceria com o INAC,palestras firmadas nadefesa e desenvolvi-mento dos interesses dosmenores, no âmbito dos11 compromissos assumi-dos pelo executivo an-golano

As Crianças sempre atentas ao ciclo de paletras sob o lema “A Criança tem voz no CIAM”

O ciclo de palestras, cujo lema “A Cri-ança tem voz no CIAM”, tem decor-rido de forma interactiva, onde ascrianças demonstram bastante inter-esse em relação aos temas e é di-rigido aos encarregados de educação,sociedade civil e as próprias crianças,para que possam conhecer os seusdireitos.Durante o 41º Mundial de Hóquei emPatins, disputado de 20 a 28 deSetembro do corrente ano, nasprovíncias de Luanda e Namibe, oCentro de Imprensa Aníbal de Melofoi um parceiro privilegiado doComité Organizador do Mundial deHóquei.Para além de ter sido o “quartel-gen-eral” para actulização de informaçõesrelacionadas ao primeiro Campe-onato do Mundo de Hóquei emPatins realizado em África, o CIAMdemonstrou eficácia no processo deacreditação de toda a franja socialque solicitou os seus serviços,tendorecebido pelo feito elogios de váriaspersonalidades.Actualmente, o Centro de ImprensaAníbal de Melo e o Gabinete Centraldo Censo têm promovido uma sériede palestras dirigidas a vários sec-tores sociais para dotar todos an-golanos de informações sobre oRecenseamento Geral da População eHabitação, a decorrer de 16 a 31 deMaio de 2014. �

Page 34: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

34 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

Por outro lado, destaca-se também ohastear da Bandeira-Monumentono Museu Nacional de História Mil-

itar, ex-Fortaleza de S. Miguel,inauguradanas comemorações do 11º aniversário do4 de Abril, dia da Paz e Reconciliação Na-cional. É a homenagem dos heróis da Pá-tria e todos que se dedicaram ao alcanceda independência, da paz, do progresso edo desenvolvimento de Angola.Anualmente, a bandeira será hasteada 12vezes. Primeiro a 4 de Janeiro (Dia dosMártires da Repressão Colonial Baixa deKassanje), 4 de Fevereiro (Inicio da Luta Ar-mada de Libertação Nacional), 8 de Março(Dia Internacional da Mulher), 4 de Abril(Dia da Paz e da Reconciliação Nacional),1.º de Maio (Dia Internacional dos Traba-lhadores) e a 25 de Maio (Dia de Africa).Inclui os primeiros domingos de Julho,Agosto e Outubro, a 17 de Setembro (Diado Fundador da Nação e do Herói Na-

cional), a 11 de Novembro (Dia da Inde-pendência Nacional) e a 25 de Dezembro(Dia de Natal e da Família).A obra é constituída por um mastro de 75metros de altura e 25 toneladas de peso,sob uma base de 1,5 metros de diâmetro,em 200 metros cúbicos de betão armado,enquanto no topo de 30 centímetros estáembutida uma luz de sinalização aeronáu-tica.O ano também foi assinalado com a con-quista do prémio Leão de Ouro, na 55ªedição da Bienal de Veneza (Itália), por An-gola. A atribuição do Leão de Ouro aoPavilhão de Angola representa o recon-hecimento extraordinário da arte contem-porânea do país. Participaram na Feiramais de 70 países. �

cultura

Feira»

Museu Nacional de História Militar

REALIZAÇÕES CULTURAIS EM ANGOLA

Angola conquistou o prémio Leão de Ouro, na 55ª edição da Bienal de Veneza (Itália)

A Feira dos Municípios e Cidades de Angola, sob o lema “Avida faz-se nos Municípios”, realizada em Luanda, foi umadas grandes realizações do governo, com objectivo de pro-mover as potencialidades económicas, culturais e turísticasdos municípios e cidades do país. Os municípios e cidades de Angola demostraram na feira osserviços prestados em várias áreas como a educação, saúde,habitação, combate à pobreza, água, saneamento básico,tratamento dos resíduos sólidos, agro- pecuária, electrici-dade, comércio e empreendedorismo

Page 35: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

35REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

notícias

Bartolomeu Manuel Napoleão, JaburúNapoleão ou simplesmente “Ma-lanha”, é o único sobrevivente dos el-

ementos que formaram “Os Novatos da Ilhado Cabo” há 59 anos. Para dar continuidadeao estilo de dança exibida pelos mais velhosdaquela área, Malanha e companheiros uni-ram-se em 31 de Outubro de 1954. Mestrena arte de tocar reco-reco, não se fez ro-gado e muito simpaticamente abriu ocoração à Revista CIAM para falar da trajec-tória e dos projectos do grupo.

Como foi que surgiu a ideia de formar OsNovatos da Ilha do Cabo?

A ideia surgiu da seguinte forma… Aqui na Ilhaexistia um grupo de Rebita que era dos nossospais e que se chamava União Tristeza. Quandovimos que eles já estavam a ficar mais velhos,pensamos em criar um grupo para dar con-tinuidade àquilo que eles faziam, para queaquele estilo de dança não morresse aqui nazona. Quando iniciamos a tocar, começamoscom a harmónica da boca, e o reco ainda não

era feito de bordão. Naquele tempo havia unsarcos nos barris de vinho. Quando os barris es-tivessem vazios nós tirávamos esses arcos paratocar. Mais tarde é que comecei a usar o recofeito de bordão. E eu mesmo é que produzoos meus recos. Desde a fundação do grupo eusó toco reco-reco.

Quem foram os fundadores do Grupo?

Os principais fundadores foram cinco ele-mentos. Infelizmente, quatro já são faleci-

cultura / entrevista

GRUPO DE REBITA “Os Novatos da Ilha de Luanda

“TEMOS QUE ENSINAR OS MAIS NOVOSPARA QUE A REBITA NÃO DESAPAREÇA EM ANGOLA”

»

A dança Rebita corre risco de extinção

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GRUPO DE REBITA “Os Novatos da Ilha de Luanda”»

36 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

cultura / entrevista

dos e eu sou o único sobrevivente. Faleceuo Vasco Manuel que era o comandante dogrupo, o Zé André que era o presidente, oJoão Tempo e o Sabú que eram tocadoresde acordeão, mas que, começaram tambéma tocar com a harmónica da boca.

E hoje, quantos elementos compõemo grupo?

Hoje, o grupo é composto por 38 elemen-tos. E com a perspectiva da abertura dasede do grupo, estou com a ideia de for-marmos uma escola de Rebita aqui na Ilha.Pretendo incentivar a juventude, os ilhéus enão só, a frequentarem a escola.

Para além da Rebita, que outros estilosde dança exibem?

Os Novatos da Ilha não apresentam só aRebita. Apresentamos três estilos de dançaque são, a Rebita, o Dissekela (dança do es-tilo xinguilamento) e o Ungu.

Qual é a aceitação pelo público?

A recepção é muito boa. Somos muitoapoiados pelo público. O povo da Ilha gostamuito deste estilo de dança, principalmentea juventude. Por isso é que vou incentivaros jovens a dançar Rebita para que estegenéro não desapareça.

Que avaliação faz da trajectória dogrupo?

A avaliação é positiva. Quando iniciamos, sódançavamos nos óbitos de “kombas di-tokwa”. A partir dos anos 60 começamos ater fama na cidade de Luanda. Assim,sur-giam convites para actuarmos nos centrosculturais e cinemas. Actuamos no cine Colo-nial, Nacional, Restauração, no cine Avis,nos Centros Recreativos Maxinde, Ginásio…Portanto,actuamos na maior parte dos cen-tros culturais da cidade de Luanda. E nosanos 70, realizavam-se vários concursos deRebita. Para além dos Novatos da Ilha, haviaos grupos Muxima Ngola, Dr. Agostinho

A Rebita é um estilo de dança que faz parte da nossa cultura

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37REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

notícias

Manuel Sebastião, delegado da Cultura,para que agisse de modos a se criar maisgrupos. Conforme já referi, depois de ter-mos a nossa sede, eu vou abrir uma escolade Rebita para jovens a partir dos dozeanos. Temos que ensinar os mais jovenspara que a rebita não desapareça em An-gola.

JOSEFA FRANCISCO:

“Todo Ilhéu é adepto do União Mundo daIlha”

Josefa Francisco, nasceu, cresceu e aindavive na Ilha do Cabo. Entrou para o grupoem 1989 por incentivo do falecido coman-dante Vasco Manuel. Para além de ser baila-

cursos como antigamente. Hoje só temosum grupo, enquanto nos anos 70, haviamais e realizavam-se vários concursos dedança no Quintalão do S. Paulo. E nessesconcursos, os Novatos da Ilha se classi-ficaram em terceiro lugar por três vezes.

Já que estamos a falar de dança, nãopoderíamos deixar de falar sobre oKuduro. O que pode nos dizer acercadesta dança?

O Kuduro é uma dança virada mais para osjovens. E eu não posso criticar o Kuduro,pois também gosto de ver a juventudedançar.

Vejo muita juventude no grupo. Seráuma forma para passagem do teste-munho?

Com certeza. Aliás, eu e os meus colegasfundadores do grupo, tínhamos essa ideiadesde o início. Sempre quisemos ter umasede para ensinar os mais novos. Com asede que teremos em breve, ai sim, vamospassar o testemunho à juventude.

Que apelo deixa ao Ministério da Culturapara o resgate da dança Rebita?

O apelo que eu deixo, é que o Ministério daCultura incentive mais a juventude para cri-ação de grupos de Rebita na província deLuanda, e não só. Nós queremos que hajamais grupos para fazermos concursos comoantigamente. Inclusive, já falei com o Sr.

Neto, que era do Centro Kilamba, e o SantaBárbara que era do mestre Geraldo. Opróprio mestre Geraldo também tocouconnosco. E digo mais, foi ele quem deu onome de Novatos da Ilha do Cabo, porqueantes dele formar os Santa Bárbara, tocoupelo nosso conjunto. E também já represen-tamos Angola numa actividade cultural em1988, na Espanha. Fizemos lá cerca de ummês. Havia vários grupos de outros países e oúnico africano no evento era o nosso. Isso sómostra o valor dos Novatos da Ilha do cabo.

E actualmente têm recebido muitos con-vites para actuar?

Sim. Apesar de não ser como antigamente,ainda temos recebido alguns convites.

Quais são as dificuldades que o grupotem enfrentado neste momento?

A Maior dificuldade é a falta de uma sedepara. Isto faz com que a gente trabalhepouco para a divulgação do trabalho. Mas,dentro em breve teremos a nossa sede e aivamos pedir a todos os jovens da ilha paradar continuidade ao projecto para que aRebita não acabe.

O que mais tem preocupado o grupo?

O que mais preocupa o grupo é mesmo asede. Mas, estamos esperançosos que issose resolva, pois temos garantias da FESApara a resolução do problema.

Têm recebido apoio de alguma institu-ição?

Sim. Temos recebido apoios do Ministérioda Cultura. A FESA também nos tem dadoalgum apoio.

Quantos grupos de Rebita ainda existemem Luanda?

Aqui na Ilha o único grupo de Rebita queexiste é só mesmo os Novatos da Ilha. Osoutros são grupos carnavalescos. E pelo queeu saiba, até agora nós somos o únicogrupo que ainda dança a Rebita, porque osoutros grupos desapareceram. Só os No-vatos da Ilha estão em acção.

O que acha do estado da dança folclóricaem Angola?

Penso que a dança folclórica tem estadobem. Eu até sugeria que aparecesse maisgrupos de Rebita para que se fizesse con-

Bartolomeu Napoleão em conversa com Manuel Santana, repórter do CIAM

Josefa Francisco também faz parte do grupo Car-navalesco União Mundo da Ilha

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GRUPO DE REBITA “Os Novatos da Ilha de Luanda”»

38 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

cultura / reportagem

rina dos Novatos da Ilha, também faz partedo grupo Carnavalesco União Mundo daIlha. Segundo ela, “Todo ilhéu de verdade-pertence ao União Mundo da Ilha. Sesomos todos daqui para quê ir para outrogrupo? Juntamos o útil ao agradável”, dizcom um sorriso no rosto.A indumentária é essencial para exibição deum grupo de dança. Josefa Francisco afirma

que a muito não têm recebido apoios paraaquisição da mesma. “Recebemos apenasuma ou duas vezes. E quando temos umaactividade e ganhamos um bocado de din-heiro compramos alguma coisa. De restonão temos tido apoio para adquirir indu-mentária”, lamenta.Instada a falar um pouco sobre o Kuduro, abailarina acha que “é a nova dança da juven-tude que apareceu agora. Então, temos queapoiar, mas desde que haja respeito. Algunskuduristas usam palavras obscenas, estesnão apoiamos. Desde que haja respeito, nósos mais velhos vamos apoiar” diz.Para Josefa, tem de haver mais incentivospara os jovens começarem a dançar a Rebita.“Há alguns anos atrás havia incentivos. Porisso, apareciam muitos grupos na televisão adançarem Rebita. Como isso já não se fazsentir, hojenão vemosmais grupos. Restouapenas os Novatos da Ilha”, finalizou.

RAÚL TOLLINGAS

“Os jovens estão conscientes de que se nãoaprenderem a tocar estes instrumentos(concertina) com os mais velhos, a rebitapoderá desaparecer em Angola”

Entrou para o mundo da música em 1965.Toca conga, dicanza, bateria, violão e con-

certina, este último ensinado pelo seu pai.Raúl Fernandes da Fonseca ou RaúlTollingas, como é conhecidos no mundoartístico, faz parte do grupo “Os Novatosda Ilha do Cabo” há cerca de um ano. En-trou para o grupo a um convite formuladopelo Sr. Horácio Mesquita. “Ele veio para ogrupo tocar a concertina e ouviu por al-

Marineth Napoleão, a cassula do grupo

Grupo de Rebita Os Novatos da Ilha do Cabo

João de Meneses Francisco aconselha os jovens a teremuma ocupação, mesmo que não seja remunerado

Page 39: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

39REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

guém que eu também tocava este instru-mento. Então convidou-me para cá vir edesde o primeiro dia que cheguei até hoje,continuo a dar o meu contributo para quee Rebita não desapareça em Angola”,recorda.Segundo Raúl Tulingas, em Angola a rebitaestá praticamente em via de extinção, porisso, “criamos um núcleo de jovens para en-sina-los a tocar concertina e sou um dosprofessores. Há jovens que estão con-scientes de que se não aprenderem a tocarestes instrumentos com os mais velhos, arebita poderá desaparecer no país”.

MARINETH BERNARDO NAPOLEÃO“A CASSULA”

“É uma grande honra dançar com essesmais velhos”

Jovem, bonita e simpática, MarineteBernardo Napoleão, a “cassula” dos No-vatos da Ilha do Cabo, entrou para o grupohá 6 anos sob influência de seu pai Bar-tolomeu Manuel Napoleão “Malanha”.Para a sobrinha do falecido soba Napol-eão da Ilha de Luanda, é uma honra fazerparte de um grupo composto maioritaria-mente por mais velhos. “É para mim umagrande honra estar aqui a dançar comesses mais velhos, pois bebe-se muito de-les e ganha-se mui-tos conhecimentos”.“Aos mais jovensaconselho a con-vivência com os nos-sos mais velhos, poiseles são uma escolaviva. Só eles podempassar o teste-munho”, concluiu.

JOÃO DE MENESESFRANCISCO“O CASSULE”

“Aconselho os jovensa ter uma ocupação,mesmo que não sejaremunerado”

Ao ver familiares evizinhos exibirem arebita ganhou ogosto pela dança. Em2009 decidiu entrarno grupo para darcontinuidade àquiloque os mais velhosda Ilha faziam.

João de Menezes Francisco, o mais jovemelemento masculino do grupo, afirmouque a juventude deve ter uma ocupação eque deve procurar fazer alguma coisa, querseja na dança, música ou desporto, aindaque não seja remunerado, porque essasactividades fazem bem ao corpo e amente.Quanto ao gosto pela rebita disse que foiganhando consoante o tempo. “Comecei asentir ainda muito cedo o gosto por este es-tilo de dança. Desde pequeno que acom-

panhava as actuações dos meus avós etios”.O “Cassule” diz que sente a cultura nosangue e para além de ser bailarino tam-bém leva o jeito para a música. “Sinto ogosto pela dança e pela música. Já canteiem algumas maratonas, e inclusive já canteino exterior, concretamente em Portugal,onde representei a Universidade Lusíada, noqual, interpretei músicas nacionais muitoconhecidas”, referiu. �

Raúl Tollingas, homem de 5 instrumentos O mais velho Malanha produz os seus reco-reco

O grupo em exibição

Page 40: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

desporto

Resumo Desportivo /2013

MUNDIAL DE HÓQUEIMUNDIAL DE HÓQUEI e conquistasdo basquetebol marcam o ano

40 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

Volvidos 38 anos de in-dependência, Angolacontinua a trilhar o

caminho da estabilidade edesenvolvimento sustentável.E olhando para trás, in-úmeros são os ganhos al-cançados pelo país, desdeque se tornou livre de poder

decidir sobre o seu própriodestino. A colecção de con-quistas alcançadas nas maisdiversas esferas da vidapolítica, economia, social,cultural e desportiva é evi-dente. A exemplo disso, asemelhança dos anos passa-dos, o ano de 2013 voltou a

testemunhar vários outrosganhos, sobretudo no capí-tulo desportivo, onde a orga-nização, pela primeira vez, doMundial de Hóquei em An-gola e a conquista de trêsmedalhas de ouro no bas-quetebol assumem principaldestaque. �

Selecção Angolana de Hóquei em Patins

Page 41: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

Angola orgulhou Áfricacom organizaçãoexemplar

A nível do desporto, osmaiores proventos al-cançados em 2013 residemsem sombra de dúvidasnas novas infra-estruturasque o país acaba de gan-har, por ocasião da organi-zação em Setembro últimodo Campeonato do Mundode Hóquei em Patins, nascidades de Luanda eNamibe

Àsemelhança do que já havia aconte-cido com as experiências do CAN ecampeonatos africanos de basquete-

bol e andebol, Angola voltou a deixar umaimagem exemplar da sua capacidade organi-zativa, facto que serve de exemplo para osdemais países africanos. Ao assumir a re-sponsabilidade de assumir uma competiçãoque antes era impensável acontecer emÁfrica, os angolanos não só deram uma provaclara do seu potencial organizativo, comojustificaram a atribuição da competição.O mérito, em 38 anos de independência e 11de paz efectiva, permitiu ao nosso país gan-har mais três pavilhões de alto nível, emMalanje, Namibe e Luanda, com destaquepara os de Luanda e Namibe, os maiores er-guidos pelo Executivo para acolher os jogosdo Mundial de Hóquei. Os multiusos são hojedas infra-estruturas de maior referencia parao país, cujos seus praticantes podem gozarde mais espaços para a prática do desporto.A província de Luanda ganhou o maior detodos eles, com capacidade para 12 mil es-pectadores, seguido do de Namibe comcinco mil, e o de Malanje com três mil adep-tos. Qualquer um deles foi projectado paraacolher várias outras modalidades de salão,além do hóquei, a exemplos do basquetebol,andebol e futebol de salão.

41REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

notícias

País conservahegemonia do bas-quetebol africanoSe em termos de infra-estruturas os pavil-hões foram as acções mais visíveis, em ter-mos desportivos o décimo lugar alcançadopela selecção de hóquei no Mundial e asmedalhas de ouro conquistadas pelas se-lecções seniores de basquetebol masculinoe feminino e juniores masculino foram asprincipais obras do desporto em 38 anosde independência.O país continua a coleccionar inúmerasmedalhas no desporto. Com as conquistasdo ouro nos Afrobasket's de Madagáscar,Costa do Marfim e Moçambique, Angolaconservou a hegemonia do basquetebolcontinental e confirmou a presença nosMundiais de basquetebol da Turquia, emfemininos, em 2014, e em Espanha, nomesmo ano.Realmente o ano de 2014 assinalou o"boom" do basquetebol feminino que,pela segunda vez consecutiva, deu tam-bém o ar da sua graça e chegou ao pódiocom a conquista do segundo títuloafricano, este ano, em Maputo, abrindocaminho para a segunda presença nocampeonato do Mundo. O feito alcançadocom brio e profissionalismo mereceu altoselogios e levou o Executivo a ponderar aorganização, em 2015, o Afrobasket femi-nino. Nada mais justo, já que as infra-es-truturas conquistadas com a organizaçãodo Mundial de Hóquei servem de bomlegado.

Jiu-jitsu conquista 13medalhas As conquistas do desporto em 2013, nos 38anos de independência, não se resumem aobasquetebol e andebol. Em todas as outrasmodalidades, com mais relevância de umassobre outras, houve resultados que muitoengrandeceram o nome de Angola e ele-varam bem alto a bandeira nacional.A selecção nacional de Jiu-jitsu brasileiro fezo pleno no campeonato africano disputadoem Fevereiro, no East London, África do Sul,ao conquistar 13 medalhas. A equipa an-golana, composta por 11 atletas seniores eum juvenil, afectos aos clubes Z1 AcademyAngola e Angola Demolition Team, conquis-tou oito medalhas de ouro, quatro de pratae uma de bronze.O feito inédito alcançado pela modalidade,que ainda agora começou a ganhar espaçosno mosaico desportivo nacional, orgulhou opaís e serve também de destaque entreaquelas que ajudaram a elevar bem alto abandeira de Angola no contexto interna-cional. Com o jiu-jitsu, os angolanos deramuma prova clara das suas aptidões emostraram que não são apenas bons no bas-quetebol, no andebol ou noutra modalidade.Na categoria dos -83 kg (faixa preta), SérgioViera Lopes, da Z1 Academy, conquistou amedalha de ouro e apurou-se para o campe-onato mundial, a decorrer em Abu Dhabi.Nos +92 kg (faixa roxa) Délcio Lopes, da Z1Academy, conquistou duas medalhas deouro, sendo uma da sua categoria e a outrana classe aberta, e carimbou o passe para acompetição mundial. Nos -65 kg, RicardoXimenes, da equipa ADT, arrecadou amedalha de ouro, enquanto nos -74 kg, Ste-fan Semedo, também da ADT, conquistou amedalha de prata. �

Nacissela Maurício MPV do Africano de Basquetbol Sénior Feminino

Page 42: Revista CIAM - Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Luanda Angola, Edição nr 7

desporto

Resumo Desportivo /2013

42 REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

Andebol prestigiao país com duasmedalhas de ouro

As conquistas do desporto em 2013,em 38 anos de independência, nãose resumem ao basquetebol e ao

Jiu-Jitsu. O andebol é outro exemplo doquanto Angola foi capaz de mostrar lá foraatravés do desporto o seu potencial. As selecções nacionais feminino de cadetes

e de juniores conseguiram uma dupla con-quista nos campeonatos africanos de an-debol, disputado em Setembro, naRepública Democrática do Congo (RDC). Oscadetes conquistaram o terceiro títuloafricano consecutivo, ao vencer na final aTunísia, por 29-18, ao passo que os junioressomaram o seu oitavo troféu de campeãafricana, ao bater na final a anfitriã RDC por23-21.O feito alcançado pelas equipas nacionaisfemininas na prova continental veio igual-mente provar a hegemonia que Angolatambém ostenta nesta modalidade, cujosmaiores louros pertencem a selecção na-

cional sénior, onze vezes campeã continen-tal e que, em Janeiro de 2014, vai defendero título no campeonato africano da Argélia.Em suma, o número de medalhas que o paíscoleccionou este ano (três do basquetebol,13 do Jiu-jitsu e duas do andebol) servemde prova inequívoca dos ganhos que o de-sporto proporcionou a Nação em 38 anosde independência. E se dúvidas houvessemmais em relação ao potencial desportivodado a ver por Angola no contexto interna-cional, olhando para a dimensão dos lourosalcançados este ano, estas acabaram total-mente dissipadas. �

Selecção Angolana de Basquetbol campeã africana

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43REVISTA CIAMOUTUBRO A DEZEMBRO 2013

notícias

PASSATEMPOS

PPaallaavvrraass CCrruuzzaaddaass

lazer

AAnneeddoottaass

Dor na Perna Direita

O velhinho vai ao médico reclamandode dor na perna direita. O médico ex-amina, examina e não acha nada deerrado.- A sua perna não tem nada- Conclui.-Está perfeita!- Então, porquê que dói?- Deve ser por causa da idade!-Xé! Como é que a outra perna tam-bém tem a mesma idade e nãodói?????

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Marcando ConsultaApós enfrentar uma longa fila no Hos-pital, a velhinha consegue chegar até arecepcionista.- Sinto muito minha Senhora! Sótemos vagas para consultas dentro detrês meses!- Pôxa, mas até lá eu já morri!...-Reclama a velhinha.- Então! Nesse caso a senhora peça aoseu marido para telefonar desmar-cando a consulta…!

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Localização da InglaterraJoãozinho estava lendo um livro sobregeografia. Sua mãe chegou e pergun-tou:- O que está fazendo, filho?-Estudando para a prova- Respondeuele.- Que bom! Então, onde fica aInglaterra?- Essa é muito fácil, mãe! - Então me diz, onde fica….- Na página 97, mãe!

HORIZONTAIS1. Aplane.6. Unha aguçada e curva de feras e aves de rapina.11. Dividido.13. Verídico.14. Jornada.15. Trecho musical para três vozes ou instrumentos.17. Contr. da prep. a com o art. def. o.18. Contr. da prep. de com o art. def. o.19. Veículo automóvel descapotável.21. Pedra ornamental de cor esverdeada.22. A tua pessoa.23. Sumo.24. Verdadeiro.26. Pref. que exprime a ideia de dois, duas vezes.27. Resmungo (fig.).29. Assentara arraial.32. A mim.33. Imposto Automóvel (abrev.).34. Espécie de avental ou quase vestido, com mangas,para as crianças não sujarem a roupa.35. Misericordioso.36. Ourela.38. Que há-de ir ou desaparecer.40. O m. q. louro.41. Tostar

VERTICAL1. Funcionário agregado a outro, como auxiliar, ou queestá além do número fixado no respectivo quadro.2. Entendido.3. Acrónimo de Imposto sobre o Valor Acrescentado.4. Sétima nota da escala musical.5. Circunstância em que se está e se permanece.7. Qualidade do que é afoito.8. Graceja.9. Que tem de facto existência.10. Azebre.12. Globo.16. Caminhar.19. Cair cacimba.20. Metal precioso de cor amarela, dúctil e maleável.21. Crina do leão.24. Caminho estreito.25. Casa, lugar em que se guarda pólvora e outros ape-trechos de guerra.27. Mestre.28. Medo.30. Dispendioso.31. Letra grega correspondente a p.32. Dilação.35. Autocarro.37. Medida itinerária chinesa.39. Aqueles.

SSOOPPAA DDEE LLEETTRRAASSEncontre no quadro abaixo nome das Selecções Nacionais que fizeram parte do CAN 2013.As mesmas podem ser encontradas na posição horizontal, vertical, oblíqua e inversa.

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