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Experimento 5: Calibração de Termômetro. Disciplina: BC1707 - Métodos Experimentais em Engenharia. Discentes: Fernando Henrique Gomes Zucatelli Manuela Petagna Raian Bolonha Castilho Spinelli Turma: A/Diurno Prof ª. Dra. Léia Bernardi Bagesteiro. Santo André, 25 de Julho de 2011

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Experimento 5: Calibração de Termômetro.Métodos Experimentais em Engenharia.Fernando Henrique Gomes ZucatelliManuela PetagnaRaian Bolonha Castilho Spinelli

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Experimento 5: Calibração de Termômetro.

Disciplina: BC1707 - Métodos Experimentais em Engenharia.

Discentes: Fernando Henrique Gomes Zucatelli Manuela Petagna Raian Bolonha Castilho Spinelli

Turma: A/Diurno

Prof ª. Dra. Léia Bernardi Bagesteiro.

Santo André, 25 de Julho de 2011

Page 2: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

Sumário

1. RESUMO ........................................................................................................................... 2 2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3 3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 4 4. PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................................ 4

4.1. Materiais ...................................................................................................................... 4 4.2. Métodos ....................................................................................................................... 5

4.2.1. Construção de escala termométrica ...................................................................... 5 4.2.2. Calibração da escala termométrica ....................................................................... 5 4.2.3. Medidas de temperatura........................................................................................ 6 4.2.4. Determinação da constante térmica de resfriamento de um resistor .................... 6

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 9 5.1. Construção de escala termométrica ............................................................................. 9 5.2. Calibração da escala termométrica ............................................................................ 10 5.3. Medidas de temperatura ............................................................................................. 11 5.4. Determinação da constante térmica de resfriamento de um resistor ......................... 12

6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 20 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 21 8. APÊNDICES .................................................................................................................... 22

8.1. Medidas de dispersão ................................................................................................. 22 8.2. Mínimos quadrados adaptado a este tipo de calibração ............................................. 22 8.3. Aplicação em engenharia ........................................................................................... 23 8.4. Dedução matemática da constante de resfriamento k ................................................ 27 8.5. Dedução matemática do erro uk ................................................................................. 28

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1. RESUMO

Desde a antiguidade os termômetros vêm sendo desenvolvidos pela

necessidade de se medir temperaturas, tanto de objetos parados com em

movimento. Inicialmente diversos materiais poderiam ser utilizados como referencia

para escalas termométricas, hoje, utiliza-se o ponto triplo da água para esse padrão.

Neste relatório um termômetro de mercúrio foi calibrado a partir de um termômetro já

calibrado que se utilizava do mesmo princípio de funcionamento. Após a calibração

do mesmo foi possível observar que quanto maior a temperatura medida maior o

erro cometido pelo termômetro sendo que os erros variaram entre 0,17 e 0,03 em

uma faixa de 80 a 47 °C, mesmo assim tendo erros relativos baixos. Em uma

segunda fase foi determinada a constante de resfriamento de um resistor de 120

ohm, obtendo-se o resultado de k = 0,00840 s-1.

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2. INTRODUÇÃO

A temperatura se caracteriza por medir o grau de agitação das moléculas em

um sistema em equilíbrio térmico. Essa medida não tem um valor fixo, ela depende

da referência adotada.

Hoje em dia existem diversas escalas de medição de temperatura, sendo as

mais utilizadas as escalas Celsius (°C), Kelvin (K) e Fahrenheit (°F). Para se

determinar uma escala é normal que se utilize como parâmetros fixos as

temperaturas de fusão e ebulição da água e depois se determinam os pontos além e

entre essas duas medidas. A substância água destilada é utilizada por seu fácil

acesso.

Uma nova escala termométrica pode ser determinada a qualquer momento

dependendo do experimento que uma pessoa queira realizar, tudo depende dos

pontos de referência adotados, pois pode ser que seja interessante que o ponto de

ebulição do álcool seja adotado como o 0 da escala ao invés do ponto de ebulição

da água como na escala Celsius.

Os termômetros podem ser construídos a partir de diversos ramos da física. A

princípio os mais conhecidos provêm de escalas térmicas a partir da dilatação da

coluna de um líquido com coeficiente de dilatação bastante sensível. Também

podem ser encontrados outros tipos como, por exemplo, alguns que se utilizam da

resistência elétrica e outros da intensidade do espectro, da radiação eletromagnética

para determinar temperatura, e estes muitas vezes mais precisos que os primeiros

mais tradicionais [1].

Além do já dito sobre diversos tipos de termômetro também é importante

salientar que dependendo da situação em que o material a ser medido está, um tipo

de termômetro é utilizado, por exemplo, objetos em movimento não podem medir

temperatura por contato como um termômetro convencional mede a febre de uma

criança, ou um material muito pequeno não pode ser medido por contato também pó

conta do equilíbrio térmico que acabará por elevar ou diminuir sua temperatura.

Cada situação pede um tipo de termômetro, mas todos eles têm um ponto em

comum, o fato de terem de ser calibrados sempre e terem definidas uma escala a

qual qualquer pessoa que os estude possa utilizá-los de forma clara e repassar

essas informações a qualquer outra pessoa.

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3. OBJETIVOS

Construir uma escala de temperatura a partir de um capilar com mercúrio,

determinando-se dois pontos fixos, ponto triplo e ponto de ebulição da água. Calibrar

o termômetro a partir de um termômetro pré-calibrado e determinar seu erro a partir

do método de mínimos quadrados. A partir desse novo termômetro calibrado,

determinar o ponto de ebulição do álcool etílico e a temperatura ambiente. Utilizando

um termopar, determinar a constante térmica de resfriamento de uma resistência

elétrica e estimar as incertezas obtidas.

4. PARTE EXPERIMENTAL

4.1. Materiais

• Termômetros de mercúrio com e sem escala

• 2 Béqueres

• Placa de aquecimento

• Água quente, gelo e álcool etílico

• Régua

• Lápis

• Cronômetro

• Fonte de Alimentação

• Protoboard

• Termopar

• Resistor

• Multímetro

• Planilha Microsoft Excel 2010®

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Tabela 1 – Caracterização dos materiais utilizados

Marca Modelo Valor de Fundo Menor divisão

da escala Incerteza

Fonte de

Alimentação Minipa MPL-3303 30 V 0,1 V 0,05 V

Cronômetro Cronobio - 99:9999 00:0001 0,005s

Termômetro Incoterm L-057/07 10°C<T<110°C 1°C 0,5°

Béquer J Prolab - 250 mL 5 mL 2,5 mL

Régua Acrimet - 300 mm 1 mm 0,5 mm

Placa de

Aquecimento Diag Tech DT3120 Tamb<T<400°C - -

Multímetro digita Minipa ET-2510 Ajustável De acordo com

escala de fundo Eq. (7)

4.2. Métodos

4.2.1. Construção de escala termométrica

Inicialmente foi colocar dentro de um béquer uma mistura composta por água e

gelo. Colocou-se o termômetro já graduado e o termômetro a ser graduado dentro

da mistura e quando temperatura esperada de 0° foi atingida no primeiro

termômetro, a altura da coluna de mercúrio do segundo foi marcada em uma fita que

estava grudada a ele. Assim obteve-se a M1 = Tmin = 0°C, ponto de fusão da água.

Um segundo béquer cheio de água foi colocado sobre uma chapa para

aquecer, quando o líquido entrou em fervura, o mesmo procedimento anterior foi

realizado, inseriram-se os dois termômetros e quando as colunas de mercúrio

estabilizaram-se foi feita uma segunda marca, M2 = Tmáx = a temperatura de fervura

da água no local do experimento.

Após as duas medidas foi determinada a altura de M2 em relação a M1, e

depois, a partir de uma regra de três foi estipulada uma primeira aproximação para a

escala termométrica do termômetro novo a ser graduado.

4.2.2. Calibração da escala termométrica

Foi colocado dentro de um béquer cerca de 100 mL de água aquecida a 50°C.

Dentro do béquer foram inseridos os dois termômetros (o já graduado e o a ser

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graduado) e quando as duas colunas de mercúrio foram estabilizadas no seu

máximo marcou-se esse ponto no termômetro a ser graduado e depois foi repetida

essa marcação a cada diminuição de 2 graus no termômetro já graduado. Foram

feitas 9 marcações.

A partir destas medições foi possível determinar a curva que melhor se

aproxima dos pontos obtidos pelo método dos mínimos quadrados adaptado (Anexo

8.2) e assim determinar a real escala termométrica e seu erro associado.

4.2.3. Medidas de temperatura

Os dois termômetros utilizados foram inseridos nas outras etapas dentro de um

béquer com água em temperatura ambiente e após as duas colunas de mercúrio

estabilizarem foi marcada a altura da coluna na fita grudada no termômetro a ser

graduado.

O mesmo procedimento foi feito em um béquer com aproximadamente 20 ml

de álcool etílico (99,5%). Colocou-se o béquer para esquentar em cima da chapa

quente e quando este começar a ferver, utilizou-se os termômetros para determinar

a altura da coluna de mercúrio no termômetro a ser graduado.

A partir da equação determinada pelo método dos mínimos quadrados foi

possível determinar o valor da temperatura ambiente na nova escala termométrica

determinada.

4.2.4. Determinação da constante térmica de resfriamento de um

resistor

O termopar foi conectado ao multímetro, observando se os seus terminais

estão corretamente conectados ao aparelho de medida, e em seguida o termopar e

um termômetro graduado de referência foram colocados num béquer com água e

álcool etílico (99,5%) para ter a referência da temperatura ambiente, sendo anotadas

a temperatura indicada no termômetro e a tensão no multímetro. Em seguida o

procedimento foi repetido colocando os equipamentos em um banho de água

fervente.

Para aquecer o resistor, ele foi posicionado na protoboard (com seus terminais

bem afastados entre si) e conectado à fonte de tensão contínua.

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De acordo com a especificação da potência máxima sobre o resistor utilizado,

ajuste a fonte de tensão para uma tensão abaixo da máxima que o resistor pode

suportar dado pela equação (1). Este procedimento é adotado a fim de aquecer o

resistor para posterior medida de sua temperatura.

2

.V

P V P RR

= ⇒ = + (1)

Foram realizados três procedimentos de resfriamento anotando a tensão

indicada no multímetro em intervalos regulares. No primeiro resfriamento foram

anotados de 15 em 15 segundos, nos dois seguintes de 10 em 10 segundos, pois se

percebeu que a variação inicial dos valores era rápida e a escala de 15 em 15 não

contemplava muito bem estes dados iniciais.

A conversão dos valores de tensão para valores de temperatura foram

calculados a partir de um ajuste ao polinômio descrito equação (2).

20 1 2 ... n

nT a a X a X a X= + + + + (2)

Sendo coeficientes constantes que dependem do termopar

utilizado e X é o valor da tensão medida dado em milivolts. Estes coeficientes podem

ser ajustados por interpolação dos dados coletados. No experimento, por terem sido

tomados 2 pontos de referência, foi ajustada uma reta, i.e., foram usados apenas a0

e a1, calculados de acordo com o procedimento descrito na equação (3).

2 10 1 1 0 1 1

2 1

( )( ) ; ;

( )

T TT V a a X a a T a X

X X

−= + = = −

− (3)

Onde Ti e Xi são os respectivos valores de temperatura e tensão medidos com

auxílio do termômetro de referência.

O cálculo da constante de tempo térmica, dada pela equação (4) (cuja dedução

se encontra no Anexo 8.4) e seu respectivo erro é dado por (5) (cuja dedução se

encontra no Anexo 8.5).

Onde T0 é a temperatura na qual se desligou a fonte de tensão e iniciou o

processo de resfriamento, Tf é a temperatura final medida no resfriamento, esta

temperatura pode ser interpretada como a temperatura T no instante t em que se faz

a medida como se as medições terminassem naquele instante t, e Ta (Tamb) é a

temperatura ambiente considerada fixa durante todo o resfriamento.

00

1 ( )( ) ( ) lnkt amb

amb amb

amb

T t TT t T T T e k

t T T

− −

= + − ⇒ = −

(4)

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8

0

2 22 20( )

0 0

( ) .

( ( ) ) ( ) ( ( ) )( )ambT f TT t t

k

amb amb amb amb

u T T uu k uu

t T t T t T T t T t T T T t

− ∴ = + + +

− − − − (5)

O cálculo do erro associado à temperatura é dado por (6)

( )

( )2

10 1 ( 1)

( )1

... nn

n i

T t X i i X

i

a a X a Xu u a X u

X

=

∂ + + + ∴ = = ∂

∑ (6)

O erro uX de leitura do multímetro é dado por (7)

0,0005( ) 2X V lido

u u V D∴ = = + (7)

Onde D é a casa decimal do último digito exibido no multímetro.

Outra forma de se obter o valor da constante k é por meio do ajuste de uma

função exponencial aos dados coletados. Todavia o software escolhido realiza ajuste

de funções exponenciais do tipo bxy ae= , portanto é necessário retrabalhar a partir

da equação (4) para se obter o correto ajuste.

0 0( ) ( ) ( ) ( )kt kt kt

amb amb amb ambT t T T T e T t T T T e T Ce

− − −= + − ⇒ − = − ⇒ ∆ = (8)

Para todas as medições, foram anotadas as tensões até 0,1 mV nos

respectivos intervalos de tempo, depois, percebendo-se o comportamento do

experimento, optou-se por usar os dados até o mesmo intervalo de tempo, sendo

escolhido o total de 6 minutos (360 segundos) de resfriamento.

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Figura 1 – Layout planilha Excel® para coleta de dados e cálculo da constante de resfriamento de

Newton (Há uma tabela para cada resfriamento).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Construção de escala termométrica

A Tabela 2 apresenta valores relacionados de temperatura e alturas medidos

com um termômetro e uma régua, respectivamente. Estes valores foram

correlacionados conhecendo-se a altura em 0°C e a altura no ponto 94°C e os

demais valores foram obtidos a partir de uma proporção linear entre estas

temperaturas.

Tabela 2 – Valores iniciais de calibração do termômetro

Temperatura (°C) 0 11,75 23,5 35,25 47 58,75 70,5 82,25 94

Altura (mm) 0 15,5 31 46,5 62 77,5 93 108,5 124

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Figura 2 – Gráfico de relação entre a altura e a possível temperatura a ela associada.

Na Figura 2 se nota uma possível relação inicial entre a temperatura do

termômetro e a altura da coluna de mercúrio. Esta relação foi obtida admitindo-se

uma relação linear entre temperatura e altura da coluna de Hg dada pela equação

geral y a bx= + e os parâmetros a e b foram determinados com os pontos de altura

em 0°C e 94°C e então se obteve a equação y=0,758x que é uma primeira

aproximação para essa calibração.

5.2. Calibração da escala termométrica

A Tabela 3 mostra os valores de temperatura e altura obtidos a partir dos dois

termômetros, sendo a temperatura Tk o valor obtido pela equação de reta usada

para calibrar o novo termômetro. A incerteza de todas as alturas é de 0,5mm e da

temperatura real é de 0,5°C. A incerteza associada à temperatura k é dada por (9):

2

20,758 0,758 0,758.0,5 0,379 0,4k k

kk T x T

T TT y x u u u

x x

∂ ∂ = = ⇒ = ∴ = ⇒ = = ≅

∂ ∂ (9)

Tabela 3 – Valores de temperatura obtidos a partir da equação de reta da calibração inicial do

termômetro.

N 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Altura da coluna de mercúrio (mm) 63 61 57 55 53 50 47 44 41

Temperatura "real" (°C) 47 45 43 41 39 37 35 33 31

Temperatura k (°C) 47,8 46,2 43,2 41,7 40,2 37,9 35,6 33,4 31,1

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A partir do método de mínimos quadrados foi possível obter os fatores de

correção a partir de (10) para cada temperatura k obtida. Na Tabela 4 esses valores

podem ser observados e também o erro associado a cada uma delas.

0( ) 0,0842 0,0358 ; b T x x T T= − = − (10)

Tabela 4 – valores de temperatura corrigidos.

N 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Valor de temperatura corrigido (°C) 46,77 45,32 42,40 40,94 39,49 37,30 35,11 32,93 30,74

fator de correção aplicado b(T) -0,99 -0,93 -0,81 -0,75 -0,69 -0,61 -0,52 -0,43 -0,34

u²[b(T)] 0,06 0,06 0,05 0,05 0,05 0,04 0,04 0,03 0,03

É possível observar na Tabela 4 que, à medida que o valor da temperatura

corrigido diminui a incerteza relacionada ao valor de b(T), fator de correção da

temperatura, também diminui e isto era esperado, pois o cálculo dessa incerteza

depende da diferença entre a temperatura medida e a temperatura ambiente e esta

diferença diminui com a diminuição da temperatura medida se aproximando da

ambiente.

5.3. Medidas de temperatura

A Tabela 5 mostra os valores das variáveis necessários para o cálculo da

Temperatura k, temperatura medida com o termômetro calibrado. Estes cálculos

foram utilizados para estimar a temperatura ambiente e a temperatura de ebulição

do álcool etílico 99,5% PA.

Tabela 5 – Temperaturas obtidas para a temperatura ambiente e de fusão do álcool etílico

T ambiente T álcool (99,5%)

Altura 25,00 102,00

Temperatura "real" 19,50 77,30

Temperatura k 18,95 77,33

bk (Tr-Tk) 0,55 -0,03

θk (Tk-Tamb) -1,05 57,33

temperatura corrigida 19,08 77,41

fator de correção 0,12 0,09

Erro 0,01 0,17

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É possível observar na Tabela 5 que o erro na medida da temperatura de

ebulição do álcool etílico 99,5% PA é maior que no caso da medida da temperatura

ambiente e este valor de erro maior era esperado devido à incerteza relacionada a

b(T), i.e., quanto maior a temperatura medida, maior será o erro associado a esta

medida.

Para comparar os valores de temperaturas entre o termômetro padrão e o

termômetro calibrado foi calculado o erro relativo e estes valores estão dispostos na

Tabela 8.

Tabela 6 – Erro relativo entre a medida de referência e a medida do termômetro calibrado.

n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 T. ambiente T. álcool

Er (%) 0,48 0,70 1,39 0,14 1,25 0,81 0,32 0,22 0,84 2,17 0,14

Observando-se os resultados da Tabela 6, pode-se perceber que os erros

relativos entre as medidas são pequenos e estes ocorreram devido a erros

relacionados às medidas de altura da coluna de mercúrio, pois além da incerteza do

instrumento, houve incerteza correspondente ao operador do instrumento, à posição

não vertical do termômetro no momento da medição e dificuldade em marcar a

posição da coluna de mercúrio no instrumento na fita adesiva que estava colada no

mesmo.

5.4. Determinação da constante térmica de resfriamento de

um resistor

A Tabela 7 mostra os valores das temperaturas de referência medida com o

termômetro e a respectiva tensão dada pelo termopar. O erro da medida da

temperatura ambiente, que também será usado nos demais cálculos para cada

resfriamento, é metade da escala graduada do termômetro de referência.

Tabela 7 – Referências do Termopar

T ref V ref

Ambiente 22,00 °C -0,20 mV

Água em Ebulição 93,00 °C 2,80 mV

uTamb 0,50 °C

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Com estes dados e uso da equação (3) foram calculados os coeficientes da

reta sendo estes valores usados para calcular todas as colunas “Temperatura (°C)”

das tabelas dos resfriamentos.

0 126,73; 23,67a a= = (11)

A fonte de tensão foi ajustada em 21V em todos os procedimentos.

A Tabela 8 apresenta os valores das tensões dadas pelo termopar após o

tempo de desligamento da fonte de tensão que aquecia o resistor, tal como a

temperatura calculada a cada instante e o coeficiente de resfriamento considerando

o caso do experimento para naquele mesmo instante e os respectivos erros.

Tabela 8 – 1º Resfriamento

Tempo (s) Tempo (min:s)

Tensão (mV)

uV Temperatura

(°C) ± uT (°C) k (1/s) ± uk (1/s)

0 00:00 7,6 0,2 206,600 0,005 --- ---

15 00:15 6,4 0,2 178,200 0,005 0,01114 0,00003

30 00:30 5,5 0,2 156,900 0,005 0,01046 0,00003

45 00:45 4,7 0,2 137,967 0,005 0,01033 0,00004

60 01:00 4,0 0,2 121,400 0,005 0,01032 0,00004

75 01:15 3,4 0,2 107,200 0,005 0,01031 0,00004

90 01:30 2,9 0,2 95,367 0,005 0,01025 0,00005

105 01:45 2,5 0,2 85,900 0,005 0,01010 0,00005

120 02:00 2,2 0,2 78,800 0,005 0,00982 0,00005

135 02:15 1,9 0,2 71,700 0,005 0,00972 0,00005

150 02:30 1,6 0,2 64,600 0,005 0,00978 0,00006

165 02:45 1,4 0,2 59,867 0,005 0,00960 0,00006

180 03:00 1,2 0,2 55,133 0,005 0,00954 0,00007

195 03:15 1,0 0,2 50,400 0,005 0,00960 0,00008

210 03:30 0,8 0,2 45,667 0,005 0,00978 0,00009

225 03:45 0,7 0,2 43,300 0,005 0,00960 0,00009

240 04:00 0,6 0,2 40,933 0,005 0,00949 0,00010

255 04:15 0,6 0,2 40,933 0,005 0,00893 0,00009

270 04:30 0,5 0,2 38,567 0,005 0,00893 0,00010

285 04:45 0,4 0,2 36,200 0,005 0,00900 0,00011

300 05:00 0,4 0,2 36,200 0,005 0,00855 0,00011

315 05:15 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00872 0,00013

330 05:30 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00833 0,00012

345 05:45 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00796 0,00011

360 06:00 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00763 0,00011

De acordo com Tabela 8, o valor da constante de resfriamento k = 0,00763 ±

0,00011 s-1, pois este é o valor da última linha da Tabela 8.

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A Figura 3 exibe as temperaturas em função do tempo e a função exponencial

ajustada, nota-se que o ajuste não ficou satisfatório e a constante obtida a partir do

gráfico é 0,00509 s-1, que é bem distinta do calor calculado pela Tabela 8. Dessa

forma construiu-se o gráfico da Figura 4 utilizando a manipulação descrita pela

equação (8), ou seja, os valores ∆T do gráfico são os valores das linhas da Tabela 8

subtraídos da temperatura ambiente (Tabela 7). A partir do ajuste da função

exponencial deste gráfico, obteve-se o valor de k =0,00809 s-1, nota-se que neste

gráfico a função possui coeficiente de ajuste (R²) de 98,08%, maior que 94,14% do

gráfico da Figura 3.

Figura 3 – Gráfico com as temperaturas medidas com o termopar em função do tempo.

Figura 4 – Gráfico com as temperaturas medidas com o termopar em função do tempo usando a

equação (8).

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15

Os dados do 2º resfriamento encontram-se na Tabela 9. Neste resfriamento o

valor de k = 0,00832 ± 0,00014 s-1.

Tabela 9 – 2º Resfriamento

Tempo (s) Tempo (min:s)

Tensão (mV)

uV Temperatura

(°C) ± uT (°C) k (1/s) ± uk (1/s)

0 00:00 7,8 0,2 211,333 0,005 --- ---

10 00:10 6,8 0,2 187,667 0,005 0,01335 0,00004

20 00:20 6,1 0,2 71,100 0,005 0,01194 0,00004

30 00:30 5,5 0,2 156,900 0,005 0,01130 0,00004

40 00:40 5,1 0,2 147,433 0,005 0,01029 0,00003

50 00:50 4,4 0,2 130,867 0,005 0,01107 0,00004

60 01:00 4,0 0,2 121,400 0,005 0,01074 0,00004

70 01:10 3,6 0,2 111,933 0,005 0,01063 0,00004

80 01:20 3,3 0,2 104,833 0,005 0,01033 0,00004

90 01:30 2,9 0,2 95,367 0,005 0,01053 0,00005

100 01:40 2,5 0,2 85,900 0,005 0,01086 0,00005

110 01:50 2,2 0,2 78,800 0,005 0,01095 0,00006

120 02:00 2,1 0,2 76,433 0,005 0,01039 0,00005

130 02:10 1,9 0,2 71,700 0,005 0,01029 0,00006

140 02:20 1,8 0,2 69,333 0,005 0,00990 0,00006

150 02:30 1,6 0,2 64,600 0,005 0,00994 0,00006

160 02:40 1,5 0,2 62,233 0,005 0,00968 0,00006

170 02:50 1,3 0,2 57,500 0,005 0,00985 0,00007

180 03:00 1,2 0,2 55,133 0,005 0,00968 0,00007

190 03:10 1,1 0,2 52,767 0,005 0,00956 0,00007

200 03:20 1,0 0,2 50,400 0,005 0,00949 0,00007

210 03:30 0,8 0,2 45,667 0,005 0,00990 0,00009

220 03:40 0,8 0,2 45,667 0,005 0,00945 0,00008

230 03:50 0,7 0,2 43,300 0,005 0,00950 0,00009

240 04:00 0,7 0,2 43,300 0,005 0,00910 0,00009

250 04:10 0,6 0,2 40,933 0,005 0,00921 0,00010

260 04:20 0,5 0,2 38,567 0,005 0,00937 0,00011

270 04:30 0,5 0,2 38,567 0,005 0,00902 0,00010

280 04:40 0,4 0,2 36,200 0,005 0,00925 0,00012

290 04:50 0,4 0,2 36,200 0,005 0,00893 0,00011

300 05:00 0,4 0,2 36,200 0,005 0,00863 0,00011

310 05:10 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00894 0,00013

320 05:20 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00866 0,00012

330 05:30 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00840 0,00012

340 05:40 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00815 0,00012

350 05:50 0,2 0,2 31,467 0,005 0,00856 0,00014

360 06:00 0,2 0,2 31,467 0,005 0,00832 0,00014

Page 17: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

16

Tal como no 1º resfriamento foram construídos os gráficos com os dados do

resfriamento e com a subtração da temperatura ambiente. Novamente o valor de k

de 0,00516 (Figura 5) sem a correção da temperatura ambiente está bem distante

do valor de k = 0,00830 da Figura 6 com a correção para o correto ajuste por parte

do software e coeficiente de ajuste de 98,91%.

Figura 5 – Gráfico com as temperaturas medidas com o termopar em função do tempo.

Figura 6 – Gráfico com as temperaturas medidas com o termopar em função do tempo usando a

equação (8).

A Tabela 10 apresenta os dados coletados durante o 3º resfriamento. Neste

resfriamento foi obtido k= 0,00901 ± 0,00019 s-1.

Page 18: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

17

Tabela 10 – 3º Resfriamento

Tempo (s)

Tempo (min:s)

Tensão (mV)

uV Temperatura

(°C) ± uT (°C) k (1/s) ± uk (1/s)

0 00:00 7,5 0,2 204,233 0,005 --- ---

10 00:10 6,6 0,2 182,933 0,005 0,01243 0,00004

20 00:20 6,0 0,2 168,733 0,005 0,01083 0,00003

30 00:30 5,4 0,2 154,533 0,005 0,01062 0,00003

40 00:40 4,8 0,2 140,333 0,005 0,01079 0,00004

50 00:50 4,3 0,2 128,500 0,005 0,01074 0,00004

60 01:00 3,9 0,2 119,033 0,005 0,01050 0,00004

70 01:10 3,5 0,2 109,567 0,005 0,01047 0,00004

80 01:20 3,1 0,2 100,100 0,005 0,01059 0,00005

90 01:30 2,8 0,2 93,000 0,005 0,01047 0,00005

100 01:40 2,6 0,2 88,267 0,005 0,01012 0,00005

110 01:50 2,3 0,2 81,167 0,005 0,01023 0,00005

120 02:00 2,1 0,2 76,433 0,005 0,01007 0,00005

130 02:10 1,8 0,2 69,333 0,005 0,01037 0,00006

140 02:20 1,7 0,2 66,967 0,005 0,01000 0,00006

150 02:30 1,5 0,2 62,233 0,005 0,01007 0,00006

160 02:40 1,3 0,2 57,500 0,005 0,01022 0,00007

170 02:50 1,2 0,2 55,133 0,005 0,01003 0,00007

180 03:00 1,1 0,2 52,767 0,005 0,00988 0,00008

190 03:10 1,0 0,2 50,400 0,005 0,00978 0,00008

200 03:20 0,9 0,2 48,033 0,005 0,00973 0,00008

210 03:30 0,8 0,2 45,667 0,005 0,00972 0,00009

220 03:40 0,7 0,2 43,300 0,005 0,00976 0,00009

230 03:50 0,6 0,2 40,933 0,005 0,00985 0,00010

240 04:00 0,6 0,2 40,933 0,005 0,00943 0,00010

250 04:10 0,5 0,2 38,567 0,005 0,00959 0,00011

260 04:20 0,4 0,2 36,200 0,005 0,00982 0,00012

270 04:30 0,4 0,2 36,200 0,005 0,00945 0,00012

280 04:40 0,4 0,2 36,200 0,005 0,00911 0,00012

290 04:50 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00943 0,00014

300 05:00 0,3 0,2 33,833 0,005 0,00911 0,00013

310 05:10 0,2 0,2 31,467 0,005 0,00954 0,00016

320 05:20 0,2 0,2 31,467 0,005 0,00924 0,00016

330 05:30 0,2 0,2 31,467 0,005 0,00896 0,00015

340 05:40 0,1 0,2 29,100 0,005 0,00954 0,00020

350 05:50 0,1 0,2 29,100 0,005 0,00927 0,00019

360 06:00 0,1 0,2 29,100 0,005 0,00901 0,00019

Page 19: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

18

Para este resfriamento o valor sem correção (Figura 7) de k = 0,00536, distante

do valor obtido por meio da Tabela 10, com a correção da temperatura (Figura 8) o

valor de k = 0,00907 com coeficiente de ajuste de 99,64%

Figura 7 – Gráfico com as temperaturas medidas com o termopar em função do tempo.

Figura 8 – Gráfico com as temperaturas medidas com o termopar em função do tempo usando a

equação (8).

Page 20: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

19

A Tabela 11 é um resumo das constantes de resfriamento obtidas em cada

procedimento.

Tabela 11 – Resumo dos três resfriamentos.

1º Resfriamento 2º Resfriamento 3º Resfriamento

k (tabela) (s-1) 0,00763 ± 0,00011 0,00832 ± 0,00014 0,00901 ± 0,00019

k (gráfico) (s-1) 0,00809 0,00830 0,00907

A média das constantes calculadas com base nas tabelas é 0,00832 s-1 e a

média com base nos gráficos é 0,00849 s-1, sendo então a média dos dados de

0,00840 s-1.

A pequena diferença nos valores de k obtidos nos três resfriamentos mostrados

na Tabela 11 deve-se ao tempo de atraso do operador em olhar a contagem do

tempo mostrada no cronômetro e o valor de tensão mostrado no visor do multímetro

e este atraso ocorreu principalmente nos valores de tensão iniciais do resfriamento,

pois estes decrescem mais rapidamente no tempo. Buscando minimizar esta fonte

de incerteza, foi incluído mais um operador neste procedimento para minimizar o

tempo de atraso na medida.

O procedimento experimental para determinação de uma escala termométrica

para um termômetro apresenta algumas incertezas relevantes nas medidas. Por

exemplo, na medida da altura da coluna de mercúrio, há o erro do operador, pois

este deve posicionar a régua em uma posição paralelamente vertical ao termômetro

para que a medida seja realizada com maior precisão, o que não ocorre em todos os

casos. Também relacionado à medida da altura da coluna de mercúrio, a pessoa

que está realizando a experiência deve marcar a posição, em uma fita adesiva presa

ao termômetro, da altura da coluna de mercúrio em uma determinada posição e

essa medida é difícil de ser realizada, pois o operador tem que virar o termômetro

para uma posição, olhar a altura, e virar o termômetro para outra posição, que não

dá para verificar a correspondência da altura, e assim realizar a marcação gerando

assim uma incerteza a mais na medida. Outra medida apresentada neste

experimento que apresenta fonte de incerteza que influência de forma considerável

na medida é o tempo de atraso na leitura do tempo no cronômetro e a leitura da

tensão correspondente no multímetro, sendo esse atraso mais significativo no inicio

das medidas, pois a variação da tensão era maior nestes pontos iniciais.

Page 21: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

20

6. CONCLUSÃO

Este experimento mostrou que a temperatura de um corpo pode ser

determinada de diferentes formas como, por exemplo, através de um termômetro de

mercúrio ou através de um termopar.

Estes diferentes métodos apresentam suas incertezas associadas

características e pela análise dos dados e resultados, percebeu-se que a maior

incerteza se concentra nas medidas realizadas com um termômetro de mercúrio

calibrado com o método comparativo entre altura e temperatura, pois há mais fontes

de incertezas que no caso de um termopar, que mede a tensão em função da

temperatura, pois os dados são coletados com um multímetro, que possui maior

precisão que uma régua para medição de altura. Porém este método mostrou-se

eficiente, pois a incerteza no valor de correção da temperatura, do termômetro de

calibração, foi, em média, de 0,05°C.

Por outro lado, as medidas de temperatura de diversos métodos podem

determinar valores de variáveis importantes como o coeficiente de resfriamento de

Newton calculado, neste experimento, realizado com um termopar, valor encontrado

0,00840 s-1 com uma incerteza de ±0,00015 s-1 mostrando a eficiência deste

método.

Page 22: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

21

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] BALBINOT, Alexandre; BRUSAMARELLO, Valner J. Instrumentação e

fundamentos de medidas. Rio de janeiro: LTC, 2006. V.1.

[2] TERMORRESISTÊNCIAS. Disponível em

<http://www.automacaoindustrial.com/instrumentacao/temperatura/termorresistencia.

php>. Acesso em 04 de ago. 2011

[3] FREIRE, Amaury. Instrumentação Industrial: Temperatura Disponível em

<http://www.faatesp.edu.br/publicacoes/Intrumenta%E7%E3o%20Industrial_Temper

atura_pg1_40.pdf>. Acesso em 04 de ago. 2011

[4] TERMÔMETROS de Radiação. Disponível em:

<http://www.fem.unicamp.br/~instmed/Temperatura_2.pdf>. Acesso em 03 de ago.

de 2011

[5] SODRÉ, Ulysses. Matemática Essencial: Equações Diferenciais Ordinárias

Disponível em <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/superior/fourier/

edo.pdf>. Acesso em 05 de ago. 2011

Page 23: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

22

8. APÊNDICES

8.1. Medidas de dispersão

As medidas de dispersão como média, variância, incerteza da média e desvio

padrão foram calculadas de acordo com as equações (12), (13), (14) e (15)

respectivamente.

1

1 n

i

i

x xn =

= ∑ (12)

2 2

1

1( )

( 1)

n

i

i

s x xn =

= −−∑ (13)

2

msu

n= (14)

2u s= + (15)

8.2. Mínimos quadrados adaptado a este tipo de calibração

A calibração será feita a partir da comparação entre valores lidos de

temperatura Tk e do termômetro de referência Tc o desvio é dado por

k c kb T T= − (16)

De onde se obtêm a curva linear de calibração

1 2 0( ) ; b T y y x x T T= + = − (17)

Onde: y1 é o coeficiente linear da curva, y2 é o coeficiente angular da curva , T

é um valor qualquer de temperatura na qual se deseja aplicar a correção ao

termômetro (é a variável independente); b(T) é a correção que deve ser aplicada ao

termômetro no valor de temperatura T (é a variável dependente); T0 é uma

temperatura exata qualquer de referência convenientemente escolhida, que servirá

de localização da curva (deve ser escolhida de preferência abaixo do primeiro valor

de temperatura medido).

Definindo 0k kT Tθ = − e ( )

22k k

N θ θ∆ = −∑ ∑ , sendo N o número de amostras,

tem-se as equações para y1 e y2:

2

1k k k k k

b by

θ θ θ−=

∑ ∑ ∑ ∑ (18)

2k k k k

N b by

θ θ−=

∑ ∑ ∑ (19)

Page 24: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

23

Os respectivos desvios-padrão dos coeficientes são dados por:

1

22 2y k

σσ θ=

∆∑ (20)

2

22y N

σσ =

∆ (21)

A medida de incerteza total do ajuste dada por (22)

2

2 [ ( )]

2k k

b b T

−=

∑ (22)

Após encontrar o valor previsto para a correção do termômetro a uma

determinada temperatura, calcula-se a incerteza dessa correção que resultará em

um intervalo. Esta é calculada a partir da seguinte expressão:

1 2 1 2

2 2 2 21 2[ ( )] 2 ( , )c y y y yu b T u x u xu u r y y= + + (23)

e “r” é o coeficiente de correlação dado por (24)

1 21 2 1 2

( ). ( ).( , ) ( . )

y yr y y y y

n= −

∑ ∑∑ (24)

8.3. Aplicação em engenharia

Termômetro de Resistência (RTD)

Um dos métodos elementares para medição de temperatura envolve mudança

de resistência elétrica de certos materiais em função da temperatura. Estes tipos de

termômetros são geralmente chamados de bulbo de resistência e são largamente

utilizados nas indústrias por ter alta estabilidade e repetitividade, baixa

contaminação, menor influência de ruídos e uma boa exatidão. Devido a essas

qualidades, tornou-o um instrumento padrão internacional (ITS-90) para medição de

temperatura na faixa de -259°C a 962°C.

O princípio de funcionamento deste sensor consiste no princípio de variação da

resistência ôhmica em função da temperatura. Seu elemento sensor consiste de

uma resistência na forma de fio de platina de alta pureza, de níquel ou de cobre

encapsulado num bulbo de cerâmica ou vidro.

Page 25: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

24

A equação matemática que modela a variação da resistência em função da

temperatura chama-se de equação Callendar-Van Dusen dada por (25) para faixa de

temperatura de -200°C a 0°C e (26) para a fixa entre 0 a 850°C.

2 30.1 .( 100)Rt R At Bt Ct t = + + + − (25)

20 1Rt R At Bt = + + (26)

Onde Rt é a resistência na temperatura t, R0 a resistência a 0°C, t a

temperatura em °C e A,B e C são coeficientes determinados pela calibração e seus

valores são 3,90802.10³ (°C-1), -5,802.10-1 (°C-2) e -4,27350.10-12 (°C-4),

respectivamente. O número que expressa a variação da resistência em função da

temperatura é denominado alfa e se relaciona de acordo com (27) e a unidade no SI

é °C-1.

100 0

0100.

R R

−= (27)

Onde R100 é a resistência a 100°C e R0 é a resistência a 0°C [2].

Termômetro à dilatação de sólido (termômetro bimetálico)

O termômetro bimetálico baseia-se no fenômeno de dilatação linear dos metais

com a temperatura, dado por (28) e a variação de temperatura dada por (29).

0 (1 )t

L L Tα= − ∆ (28)

0T T T∆ = − (29)

Onde T é a temperatura do metal em °C, T0 a temperatura de referência do

metal em °C, L0 o comprimento do metal à temperatura de referência e Lt o

comprimento do metal à temperatura T em °C e α o coeficiente de dilatação linear

dado em °C-1.

Baseado no fato de que dois metais diferentes modificam as suas dimensões

de modo desigual ao variar a temperatura, o termômetro bimetálico consiste em

duas lâminas de metal justapostas, formando uma só peça e geralmente na forma

helicoidal. Uma extremidade da hélice é fixa e a outra é ligada a um ponteiro que

pode girar livremente sobre uma escala circular graduada.

Page 26: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

25

Para a construção de um termômetro bimetálico, normalmente usa-se o Invar

(64%Fe e 36%Ni) como metal de baixo coeficiente de dilatação e o latão como metal

de alto coeficiente de dilatação, porém, para temperaturas mais elevadas, utiliza-se

também o níquel como metal de alto coeficiente de dilatação térmica.

Estes termômetros têm aplicação similar às dos termômetros de vidro, porém,

por serem resistentes, admitem condições de estresse mais rígidas. Então estes

tipos de dispositivos de temperatura medem temperaturas na faixa de -50°C a 500°C

com precisão de ±1%, no qual respostas rápidas não são exigidas [3].

Pirômetro

O pirômetro mede a temperatura de corpos a partir da radiação emitida por

eles. Para cada intensidade espectral, dependendo da faixa do espectro

eletromagnético (Figura 9), existe uma temperatura associada e cada aparelho que

se utiliza da radiação como método de medida utiliza uma faixa, no caso do

pirômetro, a faixa do espectro utilizado é o vermelho, 0,65 µm (Figura 10) [4].

Figura 9 – Temperatura associada a cada comprimento de onda dependendo da intensidade

espectral. Fonte http://www.ir-impac.com/englisch/Pyrometerhandbook.pdf

Page 27: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

26

Figura 10 – Esquema de funcionamento do pirômetro.

A medição de temperatura com esse método é utilizada para corpos em

movimento ou longe do alcance de contato, o que não pode ser realizado na

utilização de termopares ou termômetros, por exemplo, pois além de não necessitar

do contato também mede a intensidade do espectro de forma instantânea ao invés

de necessitar do alcance de “equilíbrio” como em outros aparelhos. A grande

desvantagem deste método é que a emissividade, ε, do objeto a ser medido deve

ser conhecida (Tabela 12) e essa é alterada dependendo da rugosidade e

irregularidade da superfície, tais desvios são levados em consideração ou antes de

fazer a medição ou depois no momento de se calcular o erro.

Tabela 12 – Emissividade de alguns materiais.

Material ε óxido de magnésio 0,9

preto 0,82

ouro 0,82

ferro 0,14-0,38

quartzo 0,93

porcelana 0,92

Para efeito de cálculos qualquer procedimento que se utilize da radiação

eletromagnética para determinar a temperatura de corpos se utiliza das mesmas

equações, as mudanças são referentes ao comprimento de onda utilizado. Os erros

relacionados às medidas são muito pequenos devido a se utilizar como referencia

inicial o corpo-negro (ε = 1) em que o erro não existe.

A temperatura aparente medida inicialmente pelo procedimento é dada pela

Equação (30) .

Page 28: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

27

1

4a

a

ET

σ

=

(30)

Para se determinar o erro associado a esse valor utiliza-se a Equação (31)

1

41 1a aT T T

ErroT T

ε−

= = − = − (31)

8.4. Dedução matemática da constante de resfriamento k

A demonstração a seguir é baseada nas notas de aula do profº Ulysses Sodré

[5].

Considerando a equação diferencial para a variação da temperatura em função

do tempo quando este está cedendo calor ao meio ambiente e, considerando que o

meio ambiente como um reservatório infinito, i.e., não sofre variações de

temperatura de acordo com a variação de temperatura de corpos em seu interior.

( )amb

dTk T T

dt= − − (32)

Por notação, prefere-se utilizar a letra “k” na posição descrita por (32), dessa

forma “k” terá unidade de “s-1” (Hz), outra forma de se definir tal constante para que

tenha unidade de tempo é considerando o inverso de k como 1kτ −= .

A EDO em (32) é do tipo separável, assim:

0ln( )( ) amb

amb

dTkdt T T kt k

T T= − ⇒ − = − +

−∫ ∫ (33)

Aplicando a função exponencial e reunindo as constante em uma única:

( ) ( )kt kt

amb ambT t T Ce T t T Ce

− −− = ⇒ = + (34)

Sendo a temperatura no instante t=0 conhecida e denotada por T0, obtém a

constante C:

00 0(0)

amb ambT T T Ce C T T= = + ⇒ = − (35)

Logo, tem-se a equação (36):

0( ) ( ) kt

amb ambT t T T T e

−= + − (36)

Da qual foi isolada a constante k na equação (4) da seção 4.2.4

Page 29: Relatório_Exp5_Calibração de Termômetro_Métodos Experimentais em Engenharia_Trim3.2

28

8.5. Dedução matemática do erro uk

A equação (37) é a forma geral do erro na medição da constante de

resfriamento k.

0

2 22

( )0( ) ambk T t T T

amb

k k ku u u u

T t T T

∂ ∂ ∂= + +

∂ ∂ ∂ (37)

Calculando as derivadas parciais

0

2

( )ln amb

amb

T t T

T Tk k

t t t

−∂ − = =∂

(38)

0

0

0 0

0

0

0

( )1

( )

1( ) ( ( ) )( 1)1

( )

( )1 1

( )

amb amb

amb amb amb amb

amb amb amb

amb amb amb

amb amb amb

T T T t Tk k

T t T t T T T T

T T T T T t Tk

T t T t T T T

T T tk

T t T t T T T

− −∂ − ∂=

∂ − ∂ −

− − − − − −∂ −=

∂ − −

−∂ −=

∂ − −

(39)

( )

( )

0

0 0 0

02

0 0

0 0

( )1

( )

( )1

( )

1

( )

amb amb

amb amb

ambamb

amb amb

amb

T T T t Tk k

T t T t T T T T

T t TT Tk

T t T t T T T

k

T t T T

− −∂ − ∂=

∂ − ∂ −

− − −∂ −= ∂ − −

∂ −=

∂ −

(40)

( )

0

0

0 02

0

( )1

( ) ( ) ( )

1

( ) ( )

1

( ) ( ( ) )

amb amb

amb amb

amb amb

amb amb

amb

T T T t Tk k

T t t T t T T t T T

T T T Tk

T t t T t T T T

k

T t t T t T

− −∂ − ∂=

∂ − ∂ −

− −∂ −= ∂ − −

∂=

∂ −

(41)

Reunindo os termos tem-se a equação utilizada no experimento:

0

2 22 20( )

0 0

( ) .

( ( ) ) ( ) ( ( ) )( )ambT f TT t t

k

amb amb amb amb

u T T uu k uu

t T t T t T T t T t T T T t

− ∴ = + + +

− − − − (42)