relatório sobre os efeitos causados pela defasagem de...
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Relatório sobre os efeitos
causados pela defasagem de
Analistas-Tributários da
Receita Federal no âmbito
orgânico e de fronteiras
Índice
1. Introdução ................................................................................................................... 1
2. Defasagem de servidores .............................................................................................. 2
2.1. Situação atual.............................................................................................................................. 2
2.2. A distorção entre vacâncias e ingressos no quadro de servidores da Receita Federal............... 4
2.3. Efeitos da defasagem de servidores na arrecadação .................................................................. 5
3. Fronteiras Brasileiras .................................................................................................... 6
3.1. Situação Atual ............................................................................................................................. 6
3.2. Combate à pirataria, contrabando, descaminho e seus efeitos na Economia ............................ 7
3.3. Combate ao tráfico de drogas e armas de fogo e seus efeitos na Segurança Nacional ............. 8
3.4. Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 ....................................................................... 10
Referências Bibliográficas .................................................................................................. 11
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1. Introdução
No ano de 2012 foi realizado o concurso público para o preenchimento de 750 vagas
destinadas ao cargo de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, regido pelo
Edital ESAF nº 23 de 6 de Julho de 2012(1). Segundo o referido edital, 1501 candidatos
estão aprovados e aptos a assumir esse cargo, divididos em 1402 da Área Geral e 99
da Área de Informática.
Fomos selecionados em um rol de quase 90 mil inscritos. Vencemos duas provas
objetivas que exigiam um aproveitamento de 40% em cada disciplina e 60% na pontuação
geral, além de uma prova discursiva com exigência semelhante. Por isso, estamos
plenamente habilitados e prontos para assumir todas as tarefas e responsabilidades que o
cargo demanda e acreditamos que a Receita Federal do Brasil possui uma necessidade
urgente de servidores a ser suprida em um curto prazo.
Diante do cenário em que se encontra o atual quadro de servidores, mais
especificamente quanto ao cargo de Analista Tributário da Receita Federal, o qual
detalharemos exaustivamente neste documento, demonstraremos que a chamada de
todos os aprovados não se traduz em um encargo financeiro para a administração pública,
mas em um grande avanço para o desenvolvimento nacional na área de controle fiscal e
aduaneiro de fronteiras e aeroportos, na área econômica e na segurança
nacional.
Tomando como base o Decreto 6.944/2009(2) que permite ao Ministério do
Planejamento (MPOG) autorizar 50% das vagas inicialmente disponibilizadas, além da
possibilidade legal de convocação de 100% dos excedentes através de um decreto
presidencial, contamos com o Apoio Parlamentar, da Secretaria da Receita Federal
do Brasil (RFB) e do Ministério do Planejamento (MPOG) para que esta demanda
não fique apenas no papel, mas venha a auxiliar de forma grandiosa no desenvolvimento
nacional.
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2. Defasagem de servidores
2.1. Situação atual
Segundo a Portaria MPOG No 1.992, de 30 de novembro de 2012(3), o
Ministério da Fazenda é o segundo com o maior número de cargos vagos entre todos os
ministérios, ficando atrás apenas do Ministério da Saúde. A tabela abaixo,
disponibilizada pela RFB, detalha ainda mais este dado estarrecedor: o cargo de
Analista Tributário da Receita Federal – ATRFB possui 9.438 cargos vagos ou 39,82%
de todos os cargos vagos no Ministério da Fazenda, o que o torna o segundo cargo com
maior número de vagas não preenchidas em todo o quadro de servidores públicos
federais.
Tabela 1 – Cargos Aprovados x Cargos Ocupados
Em outras palavras, dos 16.677 cargos de ATRFB já aprovados e prontos para
serem preenchidos, apenas 43,4%, ou pouco mais de 7.000, estão ocupados. Com
estes dados, foi apurado que, mesmo a realização de concursos anuais, com 1400
aprovados (tomando por base o número de aprovados do último concurso), não seria
suficiente para preencher todas as vagas necessárias para fazer frente à demanda da
RFB.
Por meio do relatório nº 026.156/2011-3(4), o TCU apontou a não ocupação das
vagas autorizadas como a maior causa da escassez de servidores da carreira de
Auditoria.
Face aos dados e cálculos efetuados, o estudo apresentou uma planilha que
dimensiona os ingressos necessários para a manutenção dos quadros ARFB até o ano
de 2014 e a ampliação desse quadro de 2015 a 2020, conforme a Tabela 2 abaixo.
Tabela 2 – Estimativa de vagas necessárias para a SRFB.
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Fonte: Secretaria da Receita Federal do Brasil
Essa situação de deficiência pode ser bem ilustrada pela seguinte tabela(4),
elaborada pela Coordenação de Gestão de Pessoas da RFB – COGEP, que demonstra,
por Regiões Fiscais, a quantidade de unidades que apresentam insuficiência de
servidores e o percentual dessa defasagem.
Tabela 3 – Déficit de servidores nas unidades administrativas da RFB
Ainda segundo o TCU, o quantitativo de Auditores Fiscais da Receita Federal
(AFRFB) e Analistas Tributários da Receita Federal (ATRFB) lotados nos aeroportos
internacionais, especialmente em Guarulhos/SP e Galeão/RJ, é insuficiente. Essa
defasagem de servidores da carreira de auditoria da Receita Federal interfere
negativamente na segurança e qualidade do controle aduaneiro.
Conforme a tabela abaixo, no aeroporto do Galeão/RJ, desde 2003, enquanto
houve uma redução de 29% em relação ao número de servidores, verificou-se um
aumento de 89% em relação ao fluxo de passageiros. Em Guarulhos/SP, aeroporto que
concentra 62% dos passageiros internacionais, houve uma redução de 9%. Em
contrapartida, neste mesmo aeroporto, houve um incremento de 64% no número de
passageiros internacionais no mesmo período.
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Tabela 4 – Evolução do número de servidores e de passageiros de voos
internacionais
Fonte: Infraero e Secretaria da Receita Federal do Brasil.
2.2. A distorção entre vacâncias e ingressos no quadro de servidores
da Receita Federal
Dados da Agência Nacional de Aviação Comercial (ANAC)(5) informam que o
número de passageiros em trânsito internacional cresceu, em média, 11% ao ano,
entre o período de 2007 e 2012. Já a corrente de comércio brasileira, no mesmo
período, aumentou 65,58%, segundo relatório da Secretária de Comércio
Exterior (SECEX)(6). Em contrapartida, conforme tabela abaixo disponibilizada pela
RFB, o número de Analistas Tributários, que são habilitados a fiscalizarem os fluxos
internacionais de bens e pessoas, sofreu um decréscimo nestes 5 anos.
Como resultado do baixo investimento no quadro de servidores da carreira de
auditoria da RFB, houve, nos anos recentes, uma tendência de os ingressos na carreira
serem inferiores às vacâncias. Mesmo com o ingresso de quase 800 candidatos
aprovados no concurso de 2009, as vacâncias superaram os ingressos em 342
servidores.
Tabela 5 – Ingressos e Egressos de Analistas-Tributários da RFB
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Como consequência deste problema, podemos citar a perda de qualidade no
controle aduaneiro tanto nas fronteiras quanto nos aeroportos. Além disso, como ficará
evidenciado no próximo tópico, o correspondente aumento de arrecadação, que deveria
obrigatoriamente ocorrer devido ao maior fluxo de bens e pessoas, simplesmente não
ocorre de forma satisfatória.
2.3. Efeitos da defasagem de servidores na arrecadação
Com a intenção de verificar uma possível correlação entre a defasagem de
servidores da RFB e o déficit na arrecadação tributária, o TCU elaborou um estudo
estatístico que respondesse a este questionamento. Na comparação entre a taxa de
rotatividade calculada para medir a substituição de trabalhadores antigos por novos e
as variações anuais de arrecadação, identificou-se que picos de rotatividade são
sucedidos por picos de arrecadação no mesmo ano ou no ano seguinte.
Gráfico 1 – Turnover x Incremento na Arrecadação
Fonte: Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Por fim, foi questionado se a contratação de novos servidores da Receita
Federal ou a sua realocação para o trabalho de inspeção de bagagens acompanhadas,
refletiria de alguma forma na arrecadação de tributos. Tomou-se como espaço amostral
os aeroportos do Galeão/RJ e em Guarulhos/SP. A auditoria constatou que um
percentual muito baixo dos passageiros passa pela inspeção devido à falta de pessoal
da RFB para fiscalizar um número maior de pessoas. Assim, presume-se que o aumento
de pessoal geraria um aumento linear na arrecadação. Ou seja, um aumento de 10%
na equipe aumentaria em 10% a arrecadação. A partir dos valores e intervalos
definidos, foram gerados dez mil cenários e, em 90% desses cenários, a arrecadação
média mensal por agente no controle de bagagem acompanhada do aeroporto do
Galeão aumentaria em, no mínimo, R$ 140 mil e no máximo em R$ 190 mil reais a
arrecadação por mês.
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Fica demonstrado que a nomeação de novos servidores, além de aumentar a
segurança do mercado brasileiro contra os produtos estrangeiros e a segurança
aduaneira, elevaria a arrecadação tributária. Tendo em vista que temos 11 aeroportos
internacionais, certamente a situação se repetiria em todos os que estivessem
preparados com o pessoal necessário para a recepção de bens e pessoas em trânsito
internacional.
3. Fronteiras Brasileiras
3.1. Situação Atual
O Brasil possui cerca de 17 mil km de fronteiras que dão acesso a 10 países
vizinhos e permitem a entrada e saída de mercadorias, pessoas e veículos de forma
muito ampla e distribuída. Ao mesmo tempo em que esse cenário beneficia a
importação e exportação para países próximos, também tem gerado enormes prejuízos
para a economia e segurança nacional.
Um estudo realizado pelo Sindicato dos Analistas Tributários da Receita Federal
– SINDIRECEITA e pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal –
SINDIFISCO relata a situação de abandono e a real necessidade de novos servidores
para controle da região fronteiriça.
Segundo o livro Fronteiras Abertas – Um retrato do abandono da
Aduana Brasileira do SINDIRECEITA(7), o Brasil mantém apenas 31 postos de
fronteira onde atuam 245 auditores e 351 analistas para cobrir a totalidade da
extensão fronteiriça de 16,8 mil km entre 10 países. A título de comparação, a
fronteira do Chile com a Argentina, com apenas 5.140 km, possui 51 postos de
fronteira.
Se analisarmos as regiões isoladamente, o que parece ruim, torna-se ainda
pior. A região centro-oeste, por exemplo, que faz fronteira com o Paraguai e Bolívia,
possui apenas 67 servidores para cobrir 4,7 mil km de fronteira. Algo totalmente
inimaginável para um país que tem a intenção de se destacar no cenário internacional.
Um exemplo mais específico do déficit de servidores pode ser notado em
Tabatinga/AM que faz fronteira com a Colômbia e o Peru. Nesta cidade, a Receita
Federal do Brasil mantém 4 prédios sendo que somente um deles está em
funcionamento e com a lotação de apenas 1 auditor e 1 analista para fiscalizar a
entrada e saída de mercadorias, pessoas e veículos dos 2 países.
Uma região tão grande e desprotegida acaba produzindo efeitos catastróficos
para o país. Na questão econômica, os produtos pirata, contrabandeados e fruto de
descaminho entram em nosso país sem passar pelo controle aduaneiro, prejudicando a
indústria nacional, a criação de novos empregos e a arrecadação tributária.
Além disso, a entrada desenfreada de drogas e armas de fogo no país gera
uma economia paralela e tem se traduzido em níveis alarmantes de violência e
criminalidade por todo o país, comprometendo inclusive, a segurança nacional.
Em 2011, foi instituído, através do Decreto Presidencial Nº 7.496 de 2011(8), o
Plano Estratégico de Fronteiras que tem como diretrizes a atuação integrada dos
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órgãos de segurança pública e da Secretaria da Receita Federal do Brasil,
assim como a integração com países vizinhos. Certamente não se pode falar em
integração entre povos ou em ampliação das relações comerciais e sociais, sem que
todos esses movimentos venham acompanhados por uma presença mais efetiva dos
Estados Nacionais. Sem o número correto de servidores e postos aduaneiros, o
despacho de importação e de exportação se torna mais demorado e, nesse caso, o
tempo perdido na aduana reverte-se em prejuízos para o mercado interno e
consequentemente no crescimento da economia nacional.
3.2. Combate à pirataria, contrabando, descaminho e seus efeitos na
Economia
O Brasil, assim como o mundo inteiro, vem pagando um preço alto pelos
prejuízos financeiros e sociais provocados pela pirataria, contrabando e descaminho. A
pirataria, por exemplo, mostra-se mais lucrativa que o próprio tráfico de drogas,
movimentando cerca 600 bilhões de reais por ano. Evidencia-se também que nos
últimos anos, a economia subterrânea tem crescido na mesma velocidade do Produto
Interno Bruto (PIB). O gráfico a seguir demonstra o tamanho dessa indústria que tanto
prejudica o país.
GRÁFICO 2 – NÚMEROS DA PIRATARIA NO BRASIL(9)
Apesar do crescente aumento da fiscalização e das apreensões nos principais
portos, aeroportos e em áreas de fronteira, os produtos falsificados, assim como drogas
e armas, continuam entrando no País devido ao baixíssimo contingente de servidores
da RFB presente na extensa faixa de fronteira terrestre.
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Estudos realizados pelo SINDIRECEITA e pela própria Receita Federal do Brasil
mostram que a força de trabalho deveria ser de no mínimo 1032 servidores nestes
locais. Isto é: o número de servidores hoje é pouco superior à metade do
necessário.
A recente reportagem do jornal ZERO HORA sob o título “Fiscalização frágil nas
fronteiras não consegue impedir entrada ilegal de produtos no Estado” (10), apurou que
o Rio Grande do Sul se tornou rota do contrabando em razão de falta de pessoal e
estrutura para fiscalizar. ”Com apenas 20% do efetivo necessário na Receita
Federal, as fronteiras gaúchas têm fiscalização insuficiente, facilitando a
entrada de contrabando, inclusive de drogas e animais”, afirma . Conforme
Sérgio Castro, diretor do SINDIRECEITA, dos 12 postos da RFB mantidos na
fronteira com o Uruguai e a Argentina, só 2 têm condições razoáveis de conter o
descaminho. O número de servidores é o mesmo da década de 1980, quando o Brasil
negociava US$ 40 bilhões, ante os atuais US$ 300 bilhões. Com o quadro atual, diz
Castro, é impossível fiscalizar no Estado. Diversos produtos sem indicação de
procedência entram no Rio Grande do Sul.
A prática de falsificação e sonegação, além de estimular uma competição
desigual entre as empresas que atuam na legalidade e trafegam na contramão,
compromete os investimentos em saúde, educação, políticas sociais e geração de
empregos, uma vez que ingressa menos dinheiro nos cofres públicos.
O fim da pirataria e da circulação de produtos contrabandeados no Brasil
poderia aumentar a arrecadação em 30 bilhões de reais por ano e gerar cerca de
2 milhões de empregos formais. A estimativa é do secretário executivo do
Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto: “Há um custo social muito alto por trás da
pirataria que gera muitos prejuízos para o Brasil. Por isso temos que conscientizar o
consumidor que comprar produto pirata é um mau negócio, em vários aspectos”.
Se a Receita Federal do Brasil contasse com um maior número de servidores
trabalhando principalmente nos postos de entrada e saída de mercadorias do país, a
circulação de produtos potencialmente nocivos à economia nacional seria drasticamente
reduzida.
3.3. Combate ao tráfico de drogas e armas de fogo e seus efeitos na
Segurança Nacional
A Receita Federal do Brasil possui papel fundamental na fronteira para coibir a
entrada de drogas e armas de fogo, uma vez que ambas financiam o crime organizado
no país e comprometem a segurança nacional. A preocupação com as portas abertas
não se resume apenas em evitar o contrabando de entorpecentes, mas também em
controlar as áreas de limite com os países que abastecem essa ilegalidade.
O tamanho do problema é proporcional à extensão das nossas áreas limítrofes.
O Brasil é ligado aos três maiores produtores de cocaína do mundo – Peru,
Bolívia e Colômbia. Somente os dois primeiros, respondem por 60% a 70% dessa
droga que entra no território nacional tanto para o mercado interno como para outras
regiões do mundo. Segundo o relatório das Nações Unidas sobre drogas e crime, o
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Brasil se tornou o maior intermediário sul-americano do tráfico para a Europa em
termos de cargas apreendidas.
O Paraguai, por sua vez, é considerado o maior produtor de maconha na
América do Sul, sendo responsável por mais da metade da produção da droga na
região. De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Mundial de Controle de
Narcóticos (INCB), vinculado à ONU, cerca de 80% da maconha consumida no Brasil
entra pela fronteira com o Paraguai e apenas os 20% restantes advém de produções
internas.
Apesar do esforço empreendido pelas autoridades federais em ações de
combate ao tráfico de drogas nas fronteiras, os Relatórios Anuais do Escritório da
Organização das Nações Unidas contra Drogas e Crimes (UNODC) (11) mostram
que o consumo de drogas no Brasil vem crescendo nos últimos anos. E a razão é
simples. Nosso país está evoluindo economicamente, e, quanto maior a renda, maior o
consumo de drogas. Atualmente somos o maior mercado de cocaína na América do Sul,
com cerca de 1 milhão de usuários.
Outro problema causado pela ineficiência no controle aduaneiro das nossas
fronteiras é a entrada irregular de armas de fogo. De acordo com dados levantados
pelo Sistema Nacional de Armas (SINARM), cerca de 16 milhões de armas circulam
no Brasil. Desse total, estima-se que somente pelas fronteiras do país tenha ingressado
algo em torno de 1,2 a 1,6 milhões de armas.(12)
Recentemente foi divulgado o balanço de um ano e cinco meses do Plano
Estratégico de Fronteiras: foram apreendidas 2.235 armas. Em outras palavras, dentre
o total de armas que já entraram pelas fronteiras, apenas 0,18% foi apreendido em um
ano e meio. Isso demonstra que o efetivo atual ainda é pífio para fazer frente ao
comércio irregular de armamento.
Apesar de o governo ter feito um balanço positivo do Plano de Fronteiras,
parlamentares e especialistas criticam a falta de segurança que ainda existe nas áreas
que fazem limite com outros países. Na avaliação dos deputados, falta investimento em
pessoal e tecnologia.
Segundo o presidente da Comissão de Segurança Pública e de Combate ao
Crime Organizado, deputado Efraim Filho (DEM-PB), a situação das fronteiras se tornou
crucial no combate à criminalidade no País, já que o problema tem foco nas drogas e
nas armas. “Tem que haver ações que vão desde a valorização do servidor da
segurança pública ou da Receita que presta serviços nas fronteiras. Eles têm que ter
uma gratificação a mais por estarem cumprindo esse papel”, salientou. (13)
Em entrevista ao site G1, o Procurador da República Alexandre Collares, que
atua em Foz do Iguaçu (PR), fronteira com Paraguai e Argentina, ressaltou que a falta
de pessoal é hoje um dos principais problemas para combater a entrada de armas. "O
tráfico de armas e as quadrilhas são bastante especializadas. Se houvesse efetivo
maior, haveria mais repressão e, consequentemente, mais dificuldade para entrada de
armas. Elas entram misturadas com mercadorias lícitas, descaminhadas."
Diante dessa realidade, fica demonstrada a extrema necessidade de aumento
do efetivo de Analistas-Tributários da Receita Federal, visto que estes possuem a
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prerrogativa de realizar o controle de mercadorias que podem ingressar no país,
ajudando na prevenção da entrada de drogas, armas e munições ilegais que abastecem
o mundo do crime.
3.4. Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016
A Copa do Mundo de 2014, a ser realizada em todo o território nacional, e a
Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, são os dois eventos esportivos mais
importantes que o país já sediou em toda a sua história. Ao mesmo tempo em que
esses eventos são motivo de orgulho para a população brasileira, trazem grandes
obrigações para a nação. Apesar do visível crescimento da economia, o Brasil ainda é
limitado por ineficiências de infraestrutura.
De acordo com o Documento Referencial Turismo no Brasil
2011/2014(14), elaborado pelo Ministério do Turismo em parceria com empresas
privadas e com a Fundação Getúlio Vargas - FGV, o número de turistas estrangeiros no
Brasil deve aumentar de 5 milhões ao ano para 10 milhões ao ano até 2016 e gerar
2 milhões de empregos formais e informais de 2010 a 2014(15).
Somente durante a Copa estima-se que 600 mil turistas desembarcarão em solo
nacional(16). Isso significa que a Receita Federal do Brasil terá uma demanda
extraordinária já que ocorrerão desembarques 24 horas por dia, em grande quantidade
e em aeroportos distribuídos por todo o país.
Além disso, espera-se que nesse período ocorram diversos eventos paralelos.
Todos, juntos, incluem a entrada de diversas mercadorias para compôr suas
infraestruturas, trazidas do exterior sob regime de admissão temporária. Isso quer dizer
que toda uma infraestrutura vinculada a esses eventos deverá passar pelo controle
aduaneiro, responsabilidade da Receita Federal do Brasil.
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Referências Bibliográficas
1) Edital ESAF nº 23 de 6 de Julho de 2012, disponibilizado em:
http://www.esaf.fazenda.gov.br/concursos/concursos_selecoes/Analista_Tributario_RF_
2012/Editais/Edital_23_2012_ATRFB.pdf
2) Decreto 6.944/2009, disponibilizado em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6944.htm
3) Portaria MPOG No 1.992, de 30 de novembro de 2012, disponibilizado em:
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Legislacao/Portarias/2012/121205_
port_1992.pdf
4) Relatório de auditoria operacional que avaliou a qualidade e a segurança
do controle migratório, realizado pela Polícia Federal, e aduaneiro, realizado
pela Receita Federal, nos aeroportos brasileiro, disponibilizado em:
http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/programas_governo/are
as_atuacao/transporte/Relatorio_aeroportos.pdf
5) Controle de Frequências – ANAC, disponibilizado em:
http://www2.anac.gov.br/frequencias
6) Relatório da Balança Comercial Brasileira – SECEX, disponibilizado em:
http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1358532623.doc
7) Fronteiras Abertas - Um retrato do abandono da Aduana Brasileira do
SINDIRECEITA, disponibilizado em:
http://issuu.com/sindireceita/docs/livro_fronteiras_abertas/1
8) Decreto Presidencial Nº 7.496 de 2011 - Plano Estratégico de Fronteiras,
disponibilizado em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7496.htm
9) Números da pirataria no Brasil, disponibilizado em:
http://www.souzacruz.com.br/group/sites/sou_7uvf24.nsf/vwPagesWebLive/DO7VAR9E
/$FILE/medMD8M5R3V.pdf?openelement
10) Jornal ZERO HORA - Fiscalização frágil nas fronteiras não consegue
impedir entrada ilegal de produtos no Estado, disponibilizado em:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2012/05/fiscalizacao-fragil-nas-
fronteiras-nao-consegue-impedir-entrada-ilegal-de-produtos-no-estado-3756674.html
11) Relatório de Auditoria Operacional - Sistema Nacional de Políticas sobre
Drogas - TCU, disponibilizado em:
http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/programas_governo/areas
_atuacao/seguranca_publica/Relat%C3%B3rio_pol%C3%ADtica_nacional_sobre_drog
as.pdf
12) Agência Brasil - Número de armas que entram pelas fronteiras é irrisório,
disponibilizado em:
12
http://www.teleios.com.br/2010/numero-de-armas-que-entram-pelas-fronteiras-e-
irrisorio-diz-pesquisador/
13) Câmara dos Deputados - Deputados criticam Plano de Fronteiras e
cobram combate mais efetivo ao tráfico, disponibilizado em:
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/434000-DEPUTADOS-
CRITICAM-PLANO-DE-FRONTEIRAS-E-COBRAM-COMBATE-MAIS-EFETIVO-AO-
TRAFICO.html
14) Documento Referencial - Turismo no Brasil 2011-2014, disponibilizado em:
http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publicacoes/21D
ocumento_Referencial.html
15) Notícia veiculada pelo site R7 - Copa e Olimpíada vão dobrar número de
turistas estrangeiros no Brasil, disponibilizado em:
http://noticias.r7.com/economia/noticias/copa-e-olimpiada-vao-dobrar-numero-de-
turistas-estrangeiros-no-brasil-20100621.html
16) Notícia veiculada pelo site UOL - Governo espera 600 mil turistas
estrangeiros na Copa e 1 milhão de brasileiros viajando pelo país,
disponibilizado em:
http://esporte.uol.com.br/futebol/copa-2014/ultimas-noticias/2011/10/12/governo-
espera-600-mil-turistas-estrangeiros-na-copa-e-1-milhao-de-brasileiros-viajando-pelo-
pais.htm