relatório final de estágio - ensino fundamental
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC
CENTRO DE CINCIAS DA EDUCAO CED
DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO MEN
ESTGIO ENSINO DE LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA I
DBORA CORREA
DIEGO RAFAEL VOGT
RELATRIO FINAL DE ESTGIO DE DOCNCIA NO
ENSINO FUNDAMENTAL
Da Carta ao Email: percorrendo os gneros, desvendando histrias
Florianpolis, Novembro de 2013
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SUMRIO
APRESENTAO ......................................................................................................... 4
1 O CONTATO COM A ESCOLA E A TURMA ....................................................... 5
1.1 SOBRE A ESCOLA ................................................................................................... 5
1.2 DA OBSERVAO DAS AULAS ........................................................................... 6
1.2.1 Relato das observaes Dbora ......................................................................... 6
1.2.2 Relato das observaes Diego .......................................................................... 11
1.3 DIAGNSTICO DA TURMA ................................................................................. 18
2 O PROJETO DE DOCNCIA ................................................................................. 20
2.1 INTRODUO ........................................................................................................ 20
2.1.1 Justificativa .......................................................................................................... 21
2.2 REFERENCIAL TERICO ..................................................................................... 21
2.2.1 Concepo de lngua e ensino ............................................................................. 21
2.2.1.1 A concepo de linguagem em Bakhtin .............................................................. 21
2.2.1.2 Os gneros do discurso ...................................................................................... 22
2.2.1.3 Letramento .......................................................................................................... 24
2.2.2 O ensino-aprendizagem de Lngua Portuguesa na escola ................................ 25
2.2.2.1 A produo de textos .......................................................................................... 26
2.2.2.2 A leitura de textos ............................................................................................... 28
2.2.2.3 A anlise lingustica ........................................................................................... 30
2.3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 31
2.3.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 31
2.3.2 Objetivos especficos ............................................................................................ 31
2.4 CONHECIMENTOS TRABALHADOS ................................................................. 31
2.5 METODOLOGIA ..................................................................................................... 32
2.5.1 Procedimentos ...................................................................................................... 32
2.5.2 Cronograma ......................................................................................................... 32
2.6 RECURSOS ............................................................................................................. 33
2.7 AVALIAO .......................................................................................................... 33
2.8 REFERNCIAS ....................................................................................................... 34
3 PLANOS DE AULA COMENTADOS .................................................................... 35
4 A AVALIAO DOS ALUNOS .............................................................................. 82
5 O PROJETO EXTRACLASSE ................................................................................ 84
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6 CONSIDERAES FINAIS .................................................................................... 85
APNDICE ENSAIOS
Reflexes sobre o Ensino (des)caminhos de uma prtica docente de Lngua
Portuguesa, por Dbora Corra
Discente a docente formao e profisso, por Diego Rafael Vogt
ANEXOS
Anexo 1: Projeto Extraclasse / Literaturas Africanas histrias (re)contadas ao redor
da fogueira
Anexo 2: Produes Textuais dos Alunos
Anexo 3: Fotos
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APRESENTAO
Neste relatrio, sero apresentados os resultados e documentaes relativos s
atividades desenvolvidas no estgio curricular obrigatrio de docncia no Ensino
Fundamental, realizado no curso de licenciatura em Letras Lngua Portuguesa e
Literaturas de Lngua Portuguesa da Universidade Federal de Santa Catarina,
correspondente disciplina MEN 7001 Estgio de Ensino de Lngua Portuguesa e
Literatura I. O estgio foi realizado pela dupla de alunos Dbora Correa e Diego Rafael
Vogt, orientados pela Profa. Dra. Daniela Bunn. A escola em que acolheu o projeto de
estgio dos alunos foi a Escola de Educao Bsica Porto do Rio Tavares. O projeto foi
desenvolvido com a turma de 6 ano do Ensino Fundamental, no perodo matutino.
As atividades desenvolvidas no decorrer do estgio observao das aulas e
prtica de docncia possibilitaram aos alunos estagirios um treinamento para o futuro
exerccio da carreira de professor de Lngua Portuguesa e Literatura de Lngua
Portuguesa, profisso a qual estaro habilitados com a concluso do curso de graduao.
Em acrscimo s atividades tradicionais de estgio de docncia, foi desenvolvido, na
escola, um projeto extraclasse que contemplou a leitura de textos de literatura africana,
como forma de retorno da universidade para com a escola que acolhe os estgios.
Este relatrio tem a finalidade de registrar as experincias e resultados obtidos
durante esse treinamento para a profisso, configurando-se como documento requisito
para a avaliao final dos alunos na disciplina. O relatrio est organizado em seis
sees que dispe sobre o desenvolvimento do estgio: na primeira seo, relata-se a
experincia dos estagirios quanto observao das aulas; na segunda seo, exposto
o projeto de docncia das aulas que foram ministradas pelos alunos estagirios, do qual
se apresentam o referencial terico, a metodologia, os procedimentos, os recursos e o
cronograma adotados para a realizao das aulas; na terceira seo, compartilham-se os
planos das aulas ministradas, acrescidos de algumas descries e reflexes sobre o
acontecimento das mesmas; na quarta seo, descreve-se como foi feita a avaliao das
produes e atividades realizadas pelos alunos da turma; na quinta seo, comenta-se a
realizao e os resultados do projeto extraclasse; por fim, na sexta e ltima seo, so
tecidas algumas consideraes finais a respeito do balano do estgio. Ao final, so
acrescentados alguns anexos relevantes que completam a documentao do relatrio.
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1 O CONTATO COM A ESCOLA E A TURMA
1.1 SOBRE A ESCOLA
Fundada em 1929, a Escola de Educao Bsica Porto do Rio Tavares (EEB
Porto do Rio Tavares) implantou, oficialmente, em 1997, as antigas 5 a 8 sries do
Ensino Fundamental. Atualmente a escola compreende dois ciclos da educao bsica: o
Ensino Fundamental I 1 ano ao 5 ano e o Ensino Fundamental II 6 ano ao 9
ano. A escola est situada no bairro Rio Tavares, no sul da ilha de Florianpolis. A
escola atende o Ensino Fundamental I e o Ensino Fundamental II. Os alunos da escola
residem, em sua grande maioria, no bairro do Rio Tavares, prximo escola. O perodo
letivo dirio do turno matutino se d entre 8h e 12h, distribudas entre cinco aulas de 45
minutos (hora/aula) e um intervalo de 15 minutos, que se d aps as trs primeiras
aulas.
Sobre o espao fsico da escola, percebeu-se que o prdio j antigo e
demanda algumas reformas e pintura. Quanto distribuio do espao fsico, a escola
est dividida em dois blocos: o primeiro se situa mais a entrada do prdio e compreende
o setor administrativo (secretaria, coordenadoria e direo), a sala dos professores, a
sala de vdeo, a cozinha e os banheiros feminino e masculino; o segundo bloco
compreende, em dois andares, as salas de aula, a sala de informtica e a biblioteca. H
uma rea coberta entre os dois blocos onde so encontradas mesas que so usadas
durante o lanche dos alunos e em realizao de atividades. Ao lado da rea coberta h
pequeno espao no coberto onde os alunos costumam desenvolver seu lazer no horrio
de intervalo. A rea esportiva, destinada s aulas de educao fsica, fica nos fundos da
escola.
A sala de aula dos alunos da turma 601, onde ocorreram as observaes, uma
sala de tamanho mdio e est separada de outra sala por uma divisria improvisada, que
no da estrutura original do prdio. A entrada de acesso para as duas salas se d pela
mesma porta. A sala da turma 601 pintada em um tom de verde claro, tem piso
cermico, duas janelas basculantes nas paredes do fundo, dois ventiladores de teto e um
ventilador de parede, uma lousa branca, um armrio, carteiras e cadeiras para os alunos
e uma mesa e uma cadeira para o professor. A pintura da sala precria, bastante
desgastada. No h recursos de som, vdeo e projeo na sala.
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1.2 DA OBSERVAO DAS AULAS
1.2.1 Relato das observaes Dbora
O presente relatrio uma sntese das observaes realizadas na Escola de
Educao Bsica Porto do Rio Tavares, na turma de 6 ano 1, da professora Nadia Nardi
Martins. A escola est localizada no bairro Rio Tavares, em Florianpolis, atende
alunos do ensino fundamental I e ensino fundamental II, nos turno matutino e
vespertino.
A observao um momento importante de anlise metodolgica e
conhecimento do campo de estgio. Os principais objetivos so conhecer as regras que
regem as aulas, bem como a dinmica entre professor e aluno no processo de ensino-
aprendizagem de lngua materna.
RELATO DAS OBSERVAES
As anlises expostas neste relatrio so resultados da Observao do Estgio
Supervisionado da Licenciatura em Letras-Portugus, da UFSC, realizado na EEB Porto
do Rio Tavares, no perodo de 21 de agosto a 04 de setembro de 2013. Diego, meu
companheiro de estgio, e eu acompanhamos a turma 601, no perodo matutino.
Deixarei de lado, em certa medida, a impessoalidade do discurso, para narrar a
experincia singular que tive ao voltar a escola onde entrei pela primeira vez em sala de
aula, como professora ACT no ano de 2010. O reencontro foi acolhedor e festivo,
professores, os que ainda persistem na escola, a direo, a equipe de apoio pedaggico,
alguns ex-alunos crescidos, agora no 8 ano receberam-me com muito carinho.
Estava curiosa para ver o que haveria mudado nesses dois anos e oito meses, o que o
Estado teria feito, ou deixado de fazer por esta escola de sujeitos to carismticos, com
falares to tpicos do sul da Ilha.
O primeiro dia de observao foi marcado pelo primeiro obstculo, o trnsito.
Diariamente a pista de acesso ao Rio Tavares fechada no sentido centro-sul, para que
o fluxo de carros do Campeche seja possvel, ento para chegar a tempo na escola foi
necessrio descer do nibus e ir caminhando at a escola.
Chegando escola, na quarta-feira dia 21 de agosto, dirigi-me a sala dos
professores, encontrei a professora Nadia e subimos para a sala aps o toque do sinal.
Instalei-me na ltima carteira da fila da parede ao lado direito da sala. A professora
aguardou a chegada do meu companheiro Diego para a apresentao dos estagirios aos
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alunos. Na sequncia deu incio a sua aula fazendo a chamada e cobrando as tarefas,
passou de carteira em carteira carimbando os cadernos de todos, especificando quem fez
ou quem deixou de fazer a tarefa. Passados alguns minutos chegou na sala um aluno, e
com ele a professora Rosangela, segunda-professora que est incumbida de auxili-lo
nas atividades. Professora Nadia registrou no dirio os alunos que no fizeram tarefa e
falou da importncia em realizar esse tipo de atividade extraclasse. A seguir fez uma
breve reviso sobre o gnero crnica e corrigiu as tarefas com a participao oral dos
alunos, circulou na sala para ver o andamento e ficou a frente para coordenar a correo
da tarefa. Professora Rosangela chamou ateno para o fato de um aluno especial gostar
bastante das aulas da professora Nadia, informou que o aluno quer acompanhar o livro
didtico apesar das dificuldades. Ela nos informou ainda que h um caso de aluno
especial na sala que no dispe de laudo, mas apresenta grandes dificuldades. A turma
estava comportada no primeiro encontro conosco, tranquilamente terminou a primeira
aula de observao.
Permanecemos na sala para a nossa segunda aula de observao, na quarta-feira
a turma 601 tem aulas de portugus geminadas. Os alunos da sala ao lado, cuja diviso
se faz por uma parede divisria, fina e de lminas de madeira, voltaram da Educao
Fsica fazendo grande barulho, professora Nadia saiu de sala para fechar a porta do
corredor, tentando amenizar o barulho, j que a sala da turma 601 no tem porta porque
foi destruda h dias e no h nem sinal de reposio. Professora ento retorna e retoma
Verssimo. Iniciam ento a releitura, porque a leitura j deveriam t-la feito em casa. A
professora Nadia chamou a ateno dos alunos distrados durante a leitura, e instigou
todos com questes de interpretao do texto. Na sequncia os alunos foram
nder questes e
apresentar na prxima aula. Por fim a professora Nadia fez a chamada e o sinal tocou
marcando o final da aula. Interessante destacar que o aluno Jos ficou bastante inquieto,
apontou vrios lpis, sujou a carteira e o cho, rasgou e amassou vrias folhas do
caderno, virou vrias vezes para trs, professora Rosangela chamou a ateno dele
vrias vezes.
Aps as aulas de Lngua Portuguesa, conversamos com a professora Marinia e
pedimos permisso para assistirmos as aulas de Ingls. A terceira aula de observao
iniciou um pouco atribulada, os alunos estavam agitados e as carteiras desorganizadas.
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Houve um tumulto no corredor porque um aluno da turma 601 agrediu outro aluno da
603. Professora apagou o quadro e encaminhou uma atividade de cpia de palavras em
ingls. O exerccio de vocabulrio consistia na cpia de palavras e seus respectivos
smbolos. Professora chamou a ateno dos alunos de forma serena, embora alguns
alunos estivessem conversando bastante durante a realizao da atividade. Enquanto
alunos trabalhavam, professora sentou para fazer seus registros no dirio de classe. O
aluno Jos pediu para se retirar da sala porque estava com dor de cabea, ele havia
apontado todo o lpis que ganhou da professora Nadia na segunda aula. Enquanto as
atividades so feitas de maneira tranquila, fora da sala alunos sem aula conversam e
atrapalham a concentrao dos alunos.
A aula termina e inicia a quarta aula de observao, os alunos continuam a
desenvolver a atividade de ingls porque as aulas so geminadas. Quando o sinal toca
Jos volta para a sala. Alunos da sala ao lado voltam para a sala e ligam o ventilador
porque o interruptor da sala 601 fica alocado na sala da turma 603, essa atitude causou
um pequeno tumulto que foi ligeiramente resolvido pela professora. Alunos concluem a
atividade de vocabulrio e comeam a trabalhar com o livro didtico. Professora leu um
dilogo e fez a traduo oralmente. Na sequncia props uma atividade de
reconhecimento das cores e objetos em ingls, alunos erguiam os objetos das cores que
a professora citava. A aula foi brevemente interrompida pelo toque do celular de um
aluno, a professora ento recolheu o aparelho. Professora no conseguiu circular na sala,
nem conversar com alunos especiais ou falar com a professora Rosangela. Ao final da
aula, a professora passou exerccio do livro que ficou como tarefa. Estavam presentes
nesse dia 21 alunos, Igor, que aluno especial saiu mais cedo que os demais alunos.
Na semana seguinte, no dia 27 de agosto, tera-feira, acompanhamos a quinta
aula de observao, na disciplina de Lngua Portuguesa. Professora Nadia iniciou
falando das redaes produzidas no dia 17/08 sobre o tema Paz, entregou os textos aos
alunos, no pediu reescritura, apenas devolveu com apontamentos sobre pontuao e
pargrafo, escritos com caneta vermelha. Na sequncia iniciaram as apresentaes dos
grupos acerca das crnicas lidas na ltima semana. Os grupos tiveram grande
dificuldade em falar sobre os textos, professora precisou ajudar com perguntas.
A sexta aula de observao foi assistida na sequncia, acompanhamos a aula do
professor Sidnei, da disciplina de Geografia. Alunos ficaram alegres com a presena do
professor que chegou brincando com os alunos e tratando-os de maneira carinhosa. A
aula iniciou uns minutinhos depois porque alunos estavam terminando as apresentaes
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das crnicas. Professor organizou os dirios e comeou a chamada parando para
conversar com os alunos a medida que iam aparecendo no dirio. Notou a presena dos
gmeos e perguntou se estavam bem, agiu de maneira atenta, e os alunos demonstraram
gostar da atitude do professor. Aps a chamada o professor comeou a passar matria
no quadro e dar aula expositiva sobre os pontos cardeais, e coordenadas geogrficas.
A ltima aula da manh, stima aula de observao, foi de Lngua Portuguesa,
professora Nadia aplicou um teste sobre questes fonticas. Entregou a prova e fez a
leitura em voz alta para os alunos. Como a professora Rosangela estava ausente,
substituindo professor faltante em outra turma, dois alunos estavam completamente
desorientados, com muita dificuldade em ler e responder a prova. Em silncio os alunos
realizaram a prova, ao final da aula a professora recolheu o material e todos foram pra
casa.
Retornamos a escola na manh seguinte, dia 28 de agosto, para mais um dia de
observao. Primeiramente a professora organizou os faltantes para fazerem a prova do
dia anterior. Na sequncia entregou redaes aos alunos e disse o que deveriam
melhorar, fez a chamada e pediu aos alunos que cortassem uma folha ao meio para
dividir com o colega. Iniciam, ento, uma atividade de treino ortogrfico, eu ajudei
alguns alunos com dificuldades na escrita, foi necessrio ditar as palavras letra a letras.
Aps o ditado, a professora autoriza alunos a irem biblioteca trocar os livros, eles
descem aos poucos enquanto outros comeam a trabalhar o 3 captulo do livro didtico.
Toca o sinal marcando o trmino da primeira aula, incio da segunda.
Continuam a trabalhar com livro didtico e a copiar matria que a professora
passou no quadro, a nona aula de observao de Lngua Portuguesa, ento o trabalho
iniciado na primeira aula teve continuidade. Aps anotao do cronograma de
atividades no quadro, um aluno chamado a frente para apresentar sua atividade de
leitura de revista aos colegas. O aluno mostrou a imagem do parque Beto Carrero e
relacionou ao Brinca Mundi, colegas corrigiram dizendo que no era o Brinca Mundi,
mas o parque Beto Carrero, parece que tal correo no surtiu efeito algum, Jos parecia
desconhecer o local citado pelos colegas. Professora ento perguntou se ele j foi a
algum parque, e, ele disse que no, mas que gostaria de ir. Voltou para sua carteira e
abriu a revista na imagem do parque, parece que havia encontrado algo que lhe
interessasse de verdade. Enfim, voltaram ao livro didtico leram um aplogo e
responderam questes de interpretao sobre o texto.
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A dcima aula de observao ocorreu na semana seguinte, no dia 03 de
setembro, observamos a primeira aula de Portugus do dia, professora Nadia iniciou
dizendo que entregaria as provas e os exerccios de vocabulrio. A seguir fez a correo
da tarefa, chamou a ateno daqueles que no responderam as perguntas em casa. Na
sequncia colocou a data no quadro, pediu que os alunos pensassem em dois objetos,
local, quando, estao do ano, problema entre eles, fez uma atividade de memorizao
de uma pequena narrativa envolvendo objetos. A seguir, professora pediu que
escrevessem dois objetos num papel e colocasse numa caixa colorida que ela trouxe.
Enquanto os alunos pensavam nos objetos, professora pediu que os estagirios
entregassem as provas e os exerccios corrigidos aos alunos. Entregue as provas e
observei que a maior nota da sala foi 7,7, a maioria dos alunos tirou nota abaixo de 3,0 e
apresentavam dificuldade em fazer separao silbica. Professora orientou-os a fazer
correo da prova no caderno como recuperao paralela.
Aps um intervalo de aulas, a dcima primeira aula de observao ocorreu no
mesmo dia, alunos chegaram na sala suados e agitados, estava fora de sala devido falta
de professor da aula anterior. Professora pediu que trouxessem fbulas e uma almofada
e a professora fez perguntas sobre o texto. Na sequncia registraram no caderno a tarefa,
fazer uma pesquisa sobre Esopo. Professora comeou a dinmica com a caixa de
objetos, retirou dois objetos e comeou uma histria, cada aluno deu sequencia a
histria a medida que a caixa passa por eles. Depois, cada aluno sorteou uma dupla de
objetos e iniciou a produo de um aplogo em sala, desse modo terminou a aula.
Quarta-feira, dia 04 de setembro, apreciamos o ltimo dia de observao,
momento privilegiado de nosso estgio onde alunos compartilharam suas produes
textuais. A dcima segunda aula iniciou com a partilha dos aplogos que os alunos
produziram em casa, surpreendeu-me o fato de a grande maioria ter realizado a
atividade de maneira bastante satisfatria. A professora elogiou as produes, ajudou
um aluno que estava com vergonha de ler e cobrou dos alunos que no fizeram.
A dcima terceira aula foi uma sequncia literria, aps a leitura dos seus textos,
os alunos apresentaram a pesquisa sobre Esopo e por fim leram as fbulas que
trouxeram de casa. Os alunos participaram de maneira efetiva, leram as suas produes
e ouviram atentamente os trabalhos dos colegas.
Ao fim e ao cabo, permanecemos na sala para assistir a dcima quarta aula de
observao que foi gentilmente autorizada pelo professor de Geografia. Ele chegou na
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sala de maneira alegre, brincou com os alunos, falou de futebol, enquanto ele
organizava seu material, uma aluna apagou o quadro. Aps a chamada o professor
iniciou uma reviso no quadro sobre pontos cardeais, escalas e coordenadas geogrficas,
informou os alunos que dia 10 de setembro realizaria a prova sobre esse contedo.
Alunos conversaram durante a reviso, para conter os nimos professor Sidnei fez
registros no dirio e pode voltar s explicaes. Encerramos, portanto, nesta quarta-feira
gelada o nosso momento de observao.
CONSIDERAES FINAIS
Reitero que a observao foi um momento privilegiado de explorao e
conhecimento do nosso campo de estgio, uma maneira sutil de entrarmos nesse espao
to rico e complexo que a sala de aula, por vezes mais desafiador que o discurso vazio
sobre educao pode prever. Resta-me agora o desejo instigante de iniciar o projeto de
docncia e empreender a rdua jornada de mediar o processo de ensino-aprendizagem.
1.2.2 Relato das observaes Diego
O presente relatrio descreve sucintamente o contato com a escola e as aulas de
Lngua Portuguesa da turma de 6 ano matutino da E.E.B Porto do Rio Tavares, turma
601. A carga horria da observao foi de 14 horas/aula, no perodo 21/08/2013 e
04/09/2013. O perodo de observao corresponde primeira etapa do estgio de
docncia, momento no qual os estagirios tm um primeiro contato com a escola e a
turma com os quais iro trabalhar. Esse contato possibilita aos estagirios uma
experincia que os ajuda a encaminhar melhor as atividades e metodologias que
escolhero adotar em sua prtica de docncia.
O relatrio est dividido em trs etapas: a primeira se refere descrio das
caractersticas da escola e do seu espao fsico; a segunda diz respeito observao das
aulas; e a terceira trata de algumas consideraes finais do estagirio quanto a sua
experincia na observao.
DA OBSERVAO DAS AULAS
Conforme previsto no planejamento da disciplina, os estagirios observaram 14
horas/aulas da turma 601, sendo as 10 horas/aula obrigatrias na disciplina de Lngua
Portuguesa e outras 4 horas/aula opcionais entre outras disciplinas. A opo por
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acompanhar a turma em outras disciplinas se deu pelo interesse de acompanhar a turma
em outros momentos, visando conhecer a turma de um ponto de vista mais amplo. A
supervisora dos estagirios foi professora da disciplina de Lngua Portuguesa da turma,
Nadia Nardi Martins. As aulas foram observadas sempre nas teras e quartas-feiras,
sendo duas aulas na tera-feira e duas aulas na quarta-feira. As duas aulas de tera-feira
eram distribudas em horrios diferentes, sendo a primeira entre 8h00 e 8h15 e a
segunda entre 11h15 e 12h00. J as duas aulas de quarta-feira eram aula-faixa,
ocorrendo entre 8h00 e 9h30. O perodo de observao ocorreu entre 21/08/2013 e
04/09/2013.
Aulas do dia 21/08/2013, quarta-feira
Foram assistidas quatro aulas nesse dia, duas de Lngua Portuguesa e duas de
Lngua Inglesa (10h30 12h00), sendo as duas aulas-faixa.
Ao chegar sala de aula, a professora Nadia apresentou os estagirios, eu e
minha colega Dbora, aos alunos da turma, informando que estaramos realizando
estgio com eles at outubro. Aps essa apresentao, a professora iniciou a aula.
O contedo da aula tratava do gnero crnica. A partir da leitura e
interpretao de uma crnica presente no livro didtico dos alunos Portugus, 6 ano,
de Barreto (2010) a professora explicou os aspectos do gnero composicionais do
gnero. A professora fez questionamentos sobre o texto aos alunos. Aps, a professora
passou questes para os alunos responderem no caderno, nos ltimos quinze minutos de
aula. A chamada foi realizada enquanto os alunos respondiam as questes. Ao passarem
os quinze minutos, a aula foi encerrada e o trmino das respostas das questes ficou
para os alunos resolveram em casa, para a prxima semana.
Nessa aula estavam presentes vinte alunos, sendo que um possua necessidades
especiais e era acompanhado por uma professora auxiliar. Havia tambm outro aluno
que visivelmente necessitava de apoio especial, mas no tinha laudo. A professora
auxiliar tentava ajud-lo na medida do possvel.
Em geral, os alunos participaram da aula, desenvolvendo as atividades
propostas pela professora. Em poucos momentos houve conversas paralelas e tumulto,
sendo o principal deles quando a professora Nadia teve de sair da sala para fechar a
porta do corredor que estava batendo.
Durante o intervalo (10h15 10h30), pedimos autorizao professora de
Lngua Inglesa para podermos assistir s suas aulas com a turma 601 nos dois horrios
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aps o intervalo, explicando que havamos conversado com a supervisora a respeito da
observao desta e outras aulas que no fossem de Lngua Portuguesa. A professora,
muito cordialmente, nos deu a permisso.
Voltamos, ento, aps o intervalo, sala da turma 601 para acompanhar a aula-
faixa de Lngua Inglesa. Os alunos haviam acabado de voltar do intervalo e ainda
estavam agitados por conta das brincadeiras e correria da hora do recreio. A sala estava
desorganizada, com carteiras e cadeiras fora do lugar. A professora de Lngua Inglesa
pediu aos alunos que organizassem a sala, houve certo tumulto para organizar as
carteiras e cadeiras, pois muitos alunos o fizeram arrastando os objetos.
Enquanto a professora organizava a atividade que seria desenvolvida na aula
colando figuras com expresses nominais em ingls, no quadro houve muitas
conversas paralelas e agitao. A professora fixou no quadro vinte e quatro desenhos de
animais, frutas, objetos, etc acompanhados dos nomes em ingls que designam as
representaes dos desenhos. Foi pedido aos alunos que copiassem os desenhos e os
respectivos nomes. Houve conversas durante as atividades, mas os alunos no deixaram
de trabalhar. Os alunos, em geral, tendiam a conversar com os colegas sentados
prximos a eles. A professora chamou a ateno de alguns alunos para conversas em
dois momentos da atividade. A atividade durou cerca de quarenta e cinco minutos. Aps
o trmino da atividade, a professora comeou a retirar o material do quadro. Nesse meio
tempo, os alunos voltaram a conversar.
No segundo momento da aula, foi realizada atividade de leitura em ingls a
partir do livro didtico. Depois foi desenvolvida uma atividade em que a professora
mencionava nomes de cores em ingls e os alunos tinham de mostram um lpis colorido
referente ao nome da cor que a havia mencionado. Os alunos pareceram gostar da
atividade, pois demonstraram ateno e participaram. A ltima atividade da aula foi
resolver alguns exerccios do livro didtico. Houve conversas durante a resoluo dos
exerccios. Ao trmino da aula, a professora solicitou que os alunos terminassem os
exerccios em casa.
Comentrio: As aulas de Lngua Inglesa foram mais conturbadas do que as aulas de
Lngua Portuguesa, com mais conversas e demonstrao de menos interesse por parte
dos alunos. Minha impresso sobre este fato de que os alunos estavam mais agitados e
desconcentrados nas aulas de Lngua Inglesa pelo fato destas terem ocorrido logo aps o
horrio de intervalo. Os alunos voltaram do intervalo com a adrenalina elevada, o que
influenciou seu comportamento.
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Aulas do dia 27/08/2013, tera-feira
Foram assistidas trs aulas nesse dia, duas de Lngua Portuguesa e uma de
Geografia (8h45 9h30).
A professora Nadia iniciou primeira aula de Lngua Portuguesa (8h00 8h45)
anotando no quadro o contedo e as atividades que seriam desenvolvidos. Logo aps,
fez a chamada. Apenas 15 alunos estavam presentes durante a chamada. A manh
estava chuvosa e j se previa que alguns alunos chegariam atrasados ou no viriam.
Alguns alunos foram chegando ao longo da aula, sempre trazendo bilhetes dos pais
como justificativa para o atraso.
Num primeiro momento da aula, a professora comentou sobre as produes
textuais que os alunos haviam desenvolvido no dia 17/08/2013, antes ainda do nosso
perodo de observao comear. Na sequncia, a professora deu incio a atividade que
havia sido programada na aula anterior, do dia 22/08/2013 (tratou-se uma aula extra,
imprevista, em que a professora Nadia substituiu outro professor e, por isso, no foi
acompanhada pelos estagirios). Na atividade, os alunos, em pequenos grupos, iam
frente da turma e relatavam suas leituras das crnicas elencadas para a apresentao na
aula anterior. Os alunos comentaram suas impresses a respeito das crnicas e houve
espaos para perguntas da professora e dos demais alunos que assistiam. Tambm
houve encenao de um trecho da crnica por cada grupo. Ao todo, quatro grupos
apresentaram. A aula encerou aps as apresentaes.
Praticamente todos os alunos acompanharam com bastante ateno as
apresentaes dos alunos e alguns se envolveram na atividade fazendo questionamentos
durante as apresentaes. Houve conversas paralelas apenas nos momentos em que a
atividade no estava acontecendo (momentos de troca de grupos ou de anotaes).
No horrio seguinte, assistimos aula de Geografia (8h45 9h30), com a
devida autorizao do professor da disciplina. Durante o espao de tempo de troca de
professores (Lngua Portuguesa Geografia) houve bastante conversa e baguna por
parte dos alunos.
O professor de Geografia iniciou a aula com a chamada. Houve bastante
conversa e tumulto por parte dos alunos durante a chamada. Durante a aula o professor
teve de chamar a ateno dos alunos vrias vezes por conta das conversas, mas essa
medida obteve pouco resultado. A aula foi, basicamente, de reviso para a prova da
semana seguinte. Foi uma aula expositiva, em que o professor interagiu com os alunos
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por meio de perguntas sobre contedos j ensinados. Vrios alunos mostraram pouco
interesse pela aula e muitos passaram quase toda a aula conversando.
Acabada a aula de Geografia, os estagirios se dirigiram sala dos professores
para aguardar a segunda aula de Lngua Portuguesa do dia, no ltimo horrio da manh.
A segunda aula de Lngua Portuguesa consistiu na aplicao de uma avaliao
escrita, para compor parte da nota do 3 bimestre. A professora leu a avaliao escrita
com os alunos e explicou alguns detalhes sobre como deveriam proceder na resoluo
das questes. Os alunos responderam a prova em silncio, por toda a aula. A professora
fez a chamada durante a realizao da prova. Ao final da aula, a professora recolheu as
avaliaes.
Aulas do dia 28/08/2013, quarta-feira
Foram assistidas duas aulas de Lngua Portuguesa nesse dia.
A professora Nadia iniciou a aula pontualmente as 8h00. Ela comeou
aplicando a avaliao escrita da aula anterior aos alunos que haviam faltado, explicando,
rapidamente, como proceder na resoluo. Em seguida, devolveu corrigidas as
produes textuais dos alunos que foram desenvolvidas no dia 17/08/2013, comentando
algumas questes com os alunos individualmente. Ao terminar de devolver as
produes textuais, fez a chamada. Os alunos permaneceram em silncio e,
aparentemente, atentos.
A primeira atividade da aula foi treino ortogrfico, a partir de ditado. A
professora elaborou o ditado a partir dos problemas ortogrficos mais recorrentes nas
produes textuais dos alunos. Aps o ditado, a professora dirigiu a ida dos alunos
biblioteca para escolherem um livro para levar para casa. Os alunos foram de trs em
trs, organizadamente, de modo que a aula no teve que parar.
Assim que todos os alunos buscaram um livro na biblioteca, a professora
iniciou a leitura da Unidade 3 do livro didtico. Os alunos foram separados em duplas
para resolveram as questes pr-textuais da unidade do livro. As duplas discutiram e
anotaram as respostas das questes. Aps essa atividade, a professora coordenou a
leitura em grupo do texto da unidade, Um Aplogo, de Machado de Assis. A leitura do
texto de seu com vrios alunos lendo uma fala do conto cada um. A aula se encerrou
com comentrios sobre o texto. Aps o sinal de fim da aula, os alunos largaram tudo e
saram correndo, pois teriam aula livre naquele prximo horrio.
-
Comentrio: A aula foi bastante produtiva, pois a professora desenvolveu atividades
diversificadas e estimulou a participao dos alunos na leitura. Os alunos, apesar de
serem agitadas e gostarem de conversar durante as aulas, sempre realizam as atividades
que lhes so solicitadas. Aparentemente, quanto mais atividades prticas e
diversificadas comporem as aulas dessa turma, mais a aula ser produtiva.
Aulas do dia 03/09/2013, tera-feira
Foram assistidas duas aulas de Lngua Portuguesa nesse dia.
A professora iniciou a aula retomando a leitura de Um Aplogo. Aps, os
alunos que terminaram as atividades Unidade 3 do livro didtico leram suas respostas
para as questes da discutidas em dupla na aula anterior. A participao dos alunos na
discusso das repostas foi muito boa, quase todos prestaram ateno resposta dos
colegas. Alguns poucos alunos ficaram desatentos, fazendo coisas paralelas, como
desenhar, mas sem atrapalhar a aula dos colegas. No entanto, a maioria dos alunos no
havia terminado a atividade em casa, como a professora havia solicitado. A professora
chamou a ateno da turma em relao a esse aspecto.
A segunda atividade da aula fui ldica. A professora pediu para os alunos
anotarem num pedao de papel o nome de dois objetos quaisquer. Em seguida, ela
recolheu os bilhetes, colocando-os dentro de uma caixa. Ao depois de recolher os
bilhetes, a professora solicitou aos estagirios que entregassem as avaliaes escritas e
ditados realizados nas aulas anteriores, para que fossem se familiarizando com os nomes
dos alunos. Nos ltimos minutos da aula, a professora fez uma rpida correo da prova
com os alunos.
Ao trmino da primeira aula, os estagirios se dirigiram sala dos professores
para aguardar a segunda aula de Lngua Portuguesa, no ltimo horrio da manh.
Na segunda aula, a professora Nadia leu para os alunos a fbula O leo e o
rato, de Esopo, relacionando-a com o dia-a-dia. A professora pediu para que os alunos
pesquisassem, em casa, curiosidades biogrficas sobre Esopo e que trouxessem fbulas
para as prximas aulas. Em seguida, dois dada continuidade atividade ldica iniciada
na aula anterior. A professora retirou um dos bilhetes da caixa e comeou o mote de um
aplogo tomando os dois objetos anotados no bilhete como personagens. O mote foi
desenvolvido pelos alunos que, um a um, foram continuando um pequeno trecho da
narrativa oralmente. Depois que todos contaram um pedao da narrativa, a professora
finalizou a estria.
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Na sequncia, iniciou-se uma nova atividade, em que a professora distribuiu os
papis que ficaram armazenados na caixa entre os alunos para que, a partir desses
papis, eles criassem seus prprios aplogos individualmente. Enquanto produziam
seus textos, a professora atendeu os alunos individualmente. Ao terminar a aula a
professora instruiu os alunos a terminarem a atividade em casa.
Comentrio: Mais uma vez, nesse dia, os alunos responderam bem dinmica de aula
proposta pela professora. A diversidade das atividades torna a aula interessante para
essa turma. Contatou-se tambm que a maioria dos alunos no realiza as atividades que
so deixadas como tarefa de casa, o que obriga o professor a propor as produes
textuais e resoluo de exerccios em sala de aula.
Aulas do dia 04/09/2013, quarta-feira
Foram assistidas trs aulas nesse dia, duas de Lngua Portuguesa e uma de
Geografia.
A proposta da aula-faixa desse dia consistiu em duas atividades de
socializao, a socializao das produes textuais dos aplogos e a socializao das
pesquisas sobre Esopo. Nessa aula estavam vinte e dois alunos presentes.
A professora iniciou a aula organizando os alunos em um crculo. Os alunos
leram os aplogos que eles produziram e, a cada leitura, o autor foi aplaudido. Houve
boa participao da maior parte dos alunos. Trs alunos no fizeram a atividade de
produo do aplogo, Joo Henrique, Joo Domingos e Guilherme. Um aluno, Jaison,
no quis ler seu texto, por timidez. A professora leu junto com ele.
A atividade de socializao das pesquisas sobre Esopo foi pouco produtiva,
pois poucos alunos fizeram a pesquisa biogrfica. A socializao das fbulas tambm
deixou a desejar, pois a maioria dos alunos no trouxeram fbulas para serem lidas em
sala. A professora encerrou a aula a leitura da fbula Dois ladres, fazendo uma
reflexo sobre ela.
Comentrio: Nessa aula, mais uma vez, ficou aparente que boa parte dos alunos no
desenvolve as atividades que so propostas para serem feitas em casa.
Terminada a aula de Lngua Portuguesa, os estagirios assistiram aula de
Geografia aps solicitarem autorizao do professor. Houve baguna, por parte dos
alunos, no intervalo de tempo em que se deu a troca de professores.
O professor de Geografia iniciou a aula com a aula com a chamada. O
desenvolvimento da aula se deu em funo de outra reviso de contedos para prova. Os
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alunos participaram da aula com questionamentos e dvidas. Observou-se que houve
mais conversa e tumulto que nas aulas de Lngua Portuguesa. Durante a aula, um aluno
saiu sem permisso e o professor trouxe-o de volta. O incidente criou um pouco de
tumulto, mas cessou aps o professor chamar a ateno da turma. A aula encerrou ao
toque do sinal, as 9h30.
Comentrio: Novamente os alunos mostraram comportamentos diferentes entre as
aulas de Lngua Portuguesa e Geografia. Nas aulas de Geografia h um grau
sensivelmente mais elevado de conversas, bagunas e desateno, por parte dos alunos.
Em hiptese, acredita-se que as diferentes metodologias adotadas pelos dois professores
seja o principal motivo para essa diferena.
CONSIDERAES FINAIS
O perodo das observaes das aulas possibilitou a conhecer a turma de um ponto de
vista privilegiado. Sentado ao fundo da sala, tendo acesso a tudo o que acontece em
aula, quase que anonimamente, pude perceber aspectos que influenciam a dinmica e o
rendimento das aulas que nunca antes havia imaginado. Como sntese da minha
experincia de observao, concluo em defesa da tese de que a metodologia e os
procedimentos didticos adotados pelo professor na sala so os fatores mais decisivos
para o bom funcionamento da aula: quanto mais atividades diversificadas e quanto mais
convite participao dos alunos nessas atividades acontecerem, maiores sero as
chances de que o objetivo da aula seja alcanado.
1.3 DIAGNSTICO DA TURMA
O presente diagnstico foi fruto de uma pesquisa realizada atravs de um
questionrio que visava perceber o carter sociocultural dos alunos, as dificuldades
enfrentadas no espao escolar e o contato que estes possuem com a internet. O
questionrio foi aplicado no dia 27 de agosto de 2013, durante uma aula vaga em que o
professor da disciplina estava afastado por motivos de sade. A atividade ocorreu aps
uma conversa coletiva onde alunos e estagirios se apresentaram e puderam se conhecer
um pouco.
Percebe-se que a respeito do carter scio cultural dos alunos h certa
regularidade nas respostas, a maioria dos alunos so filhos de trabalhadores do terceiro
setor. De modo geral, os pais e as mes trabalham para contribuir na renda familiar. Em
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relao organizao familiar 10 alunos moram com os pais, 4 alunos moram apenas
com a me, 1 aluno moram com a me e o padrasto e 1 aluno mora com pais, avs e
tios.
Acerca do rendimento escolar, dos 16 alunos que responderam ao questionrio,
10 alunos nunca reprovaram, 6 alunos j reprovaram, dentre os alunos reprovados 4
deles reprovaram no 5 ano, 1 no 3 ano e o outro alunos no informou qual a srie de
reprovao. Dentre as matrias citadas quanto a reprovao esto: Portugus,
Matemtica, Ingls e apenas um aluno citou ter reprovado em todas as matrias. Os
alunos citaram ter mais dificuldades nas seguintes disciplinas: Portugus, Matemtica,
Cincias, Geografia e Ingls.
Investigando o contato com dos alunos com a internet foi possvel identificar
que 10 alunos acessam a internet, possuem email e utilizam as redes sociais, os outros 6
alunos no possuem email e no acessam a internet.
A pesquisa realizada atravs do instrumento questionrio foi importante para
entendermos o contexto familiar dos alunos, as relaes que eles tm com as disciplinas
escolares e o contato que possuem com a internet. O ltimo levantamento foi
fundamental para a preparao das atividades de docncia que envolve a produo do
gnero email.
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2 O PROJETO DE DOCNCIA
2.1 INTRODUO
O Projeto Poltico Pedaggico (PPP) da EEB Porto do Rio Tavares
fundamenta-se nos princpios de democracia e ao solidria, objetivando formar seus
alunos para a cidadania:
A Escola objetiva sua ao educativa fundamentada nos princpios
da universalizao de igualdade de acesso e permanncia da
obrigatoriedade do Ensino Fundamental e da gratuidade escolar.
Tem como proposta, a construo de uma Escola de qualidade,
democrtica, participativa e comunitria, como espao cultural de
socializao e desenvolvimento do educando, preparando-o para o
exerccio de direitos e cumprimento dos deveres, sinnimo de
cidadania. (E.E.B. PORTO DO RIO TAVARES, Projeto Poltico
Pedaggico, 2012. p. 3)
A escolha dos gneros carta pessoal e email como contedos norteadores deste
projeto de docncia buscou atender tanto aos objetivos do PPP da escola quanto s
diretrizes dos Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs). O planejamento das aulas foi
concebido a partir de uma concepo scio-interacionista de linguagem, apresentada na
seo 2 deste projeto. Buscou-se planejar as aulas em trs frentes: leitura, produo
textual, anlise lingustica. Para esse trabalho, adotou-se a proposta de Geraldi (1991),
apresentada na seo 2.2 deste projeto. Planejou-se o desenvolvimento da oralidade e da
interpretao de textos juntamente com atividades de leitura. O objetivo maior do
projeto visa potencializar habilidades e conhecimentos dos alunos para as prticas de
uso da lngua oral e escrita no seu contexto sociocultural cotidiano.
O delineamento do projeto se estabeleceu a partir do dilogo dos estagirios
com a professora regente da turma. Os professores estagirios sugeriram o trabalho com
os gneros carta pessoal e email e com tpicos gramaticais referentes ortografia,
visando, a partir destes, potencializar a competncia escrita dos alunos. A professora
regente da turma sugeriu os tpicos de anlise lingustica numeral e adjetivo, visando
compor contedos constantes do planejamento anual das aulas de Lngua Portuguesa
para o 6 ano. Tratou-se de se desenvolver 11 planos de aula para atender
obrigatoriedade de regncia de turma em 20 horas/aulas, 10 horas/aulas por estagirio.
-
2.1.1 Justificativa
O projeto visou atender, em primeiro lugar, proposta curricular da escola para
o 6 ano e, em segundo lugar, ao interesse pessoal dos estagirios pelo tema.
Acreditamos que trabalhar os gneros carta pessoal e email como um movimento
histrico do primeiro para o segundo permitir que os alunos compreendam aspectos
sociais e culturais que transcendem a aula de Lngua Portuguesa tradicional, como a
percepo da carta pessoal como um meio de aproximao entre as pessoas ao longo da
histria da escrita humana e o advento do email como mais uma consequncia
imponente presena da tecnologia digital na sociedade contempornea.
2.2 REFERENCIAL TERICO
2.2.1 Concepo de lngua e ensino
O ensino de lngua portuguesa deve atender s necessidades dos alunos quanto
aos usos da lngua em suas diferentes esferas sociais, seja na modalidade oral ou escrita.
Para isso, deve estar amparado em uma teoria que leve em conta o modo como
articulamos a linguagem para que ela cumpra sua funo no meio social. Dentro de uma
perspectiva sociointeracionista, os conceitos de gneros do discurso e de letramento se
mostram importantes para o ensino de lngua portuguesa, pois possibilitam uma melhor
compreenso da relao entre linguagem, desempenho em leitura e escrita e contexto
sociocultural.
2.2.1.1 A concepo de linguagem em Bakhtin
A filosofia de Bakhtin se enquadra na corrente existencialista. Filosofias da
existncia no priorizam a constituio de grandes sistemas abstratos, mas elaboram
uma epistemologia conceitual considerando a existncia como ponto de partida. Nessa
abordagem, o pensamento no pode estar dissociado da existncia. Desse modo, a
filosofia de Bakhtin se enquadra em um pensamento radicalmente histrico, em que
vivemos no concreto do tempo, da cultura e das relaes sociais.
A filosofia de Bakhtin axiolgica, uma concepo em que ns nos
constitumos, agimos e vivemos sempre nos posicionando frente a um conjunto de
apud FARACO, 2002, p. 45). Desse modo, os usos sociais da linguagem, que
-
so manifestaes humanas por excelncia, esto sujeitos s conjecturas de fatores
scio-histricos os envolvem.
Linguagem , na perspectiva bakhtiniana, o processo de interao social em
que a troca de signos entre as conscincias individuais institui, sempre a partir da
relao entre um eu e um tu. Os signos s afloram no terreno interindividual, na
linguagem em uso, na comunicao. Um sistema de signos, uma linguagem, s se
estabelece se o eu e o tu estiverem socialmente organizados. A partir dessa perspectiva
temos que a conscincia individual um ato socioideolgico, ou seja, ela s se constitui
a partir das trocas que acontecem entre os vrios eu e tu ao longo do tempo.
Para Bakhtin (2002 [1929]), o signo verbal, a palavra o fenmeno ideolgico
por excelncia e a palavra o modo mais puro e sensvel de relao social. atravs da
palavra que se estabelece a interao verbal, isso porque a palavra possui duas facetas:
que procede de algum, como pelo fato de que
se dirige para algum. Ela constitui justamente o produto da interao do locutor e do
ao outro. Atravs da palavra nos definimos em relao coletividade. Metaforicamente,
a interao verbal se d por meio de ponte entre o eu e os tu. A ponte a palavra. A
palavra conecta os interlocutores e tudo o que expresso pelo eu, na interao verbal,
pisa primeiro no solo da palavra antes de chegar ao tu.
2.2.1.2 Os gneros do discurso
fato de que os indivduos de uma sociedade demonstram a capacidade de se
expressar linguisticamente de diferentes maneiras e estilos, de acordo com suas
necessidades de adequao a diferentes situaes e contextos sociais em que se faz
necessrio o uso da linguagem. Em Bakhtin (2003[1979]), encontra-se uma genuna
reflexo sobre esse fato, pois apresenta um modo de conceber que os diferentes usos da
linguagem, os gneros do discurso, so regulados pelo contexto social que envolve a
situao do uso. Para se definir gneros do discurso, preciso, primeiramente,
apresentar a noo de enunciado no sentido em que Bakhtin a concebe:
O emprego da lngua se d em forma de enunciados (orais e
escritos) concretos e nicos, proferidos pelos integrantes desse ou
daquele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem as
condies especficas e as finalidades de cada referido campo no
-
s por seu contedo (temtico) e pelo estilo da linguagem, ou seja,
pela seleo dos recursos lexicais, fraseolgicos e gramaticais da
lngua, mas, acima de tudo, por sua construo composicional.
(2003 [1979], p. 261)
A partir dessa definio de Bakhtin, podemos afirmar que os enunciados se
caracterizam por trs elementos: o contedo, o estilo e a construo composicional.
Cada enunciado desencadeia um novo acontecimento, um evento nico e irrepetvel da
comunicao discursiva, pois a maneira como o falante se projeta no discurso de uma
determinada situao.
Os enunciados no podem ser separados da situao social que os constitui;
eles possuem vida, podem ser verdadeiros ou falsos, sinceros ou maliciosos, crticos,
autoritrios, etc. A expressividade uma caracterstica do enunciado, uma instncia da
posio valorativa do seu autor frente ao objeto de seu discurso. Enunciados possuem
incio e fim absolutos. As fronteiras de cada enunciado se delimitam pela alternncia de
sujeitos no discurso. O interlocutor sempre toma uma postura de resposta em relao ao
enunciado do outro, gerando, assim, a cadeia discursiva.
Os enunciados so nicos, particulares e individuais, porm h tipos
relativamente estveis de enunciados, os quais so denominados gneros do discurso.
Koch (2003) apresenta os gneros do discurso como marcados scio-historicamente e
situaes que determina, pois, um gnero, com caractersticas temticas, composicionais
der desde uma conversa
de bar at uma tese cientfica. Por haver uma variedade to grande, Bakhtin distingue os
gneros em primrios e secundrios. Os gneros primrios so aqueles ligados s
situaes de comunicao cotidianas como dilogos informais, cartas, bilhetes, e-mail,
etc. Ainda como sugere Koch (2003), os gneros secundrios so aqueles esto
mediadas pela escrita e apresentando uma forma composicional monologizada,
Em cada campo, existem e so empregados gneros que correspondem s
condies especficas de dado campo; a esses gneros que correspondem
determinados estilos de determinadas esferas da atividade humana e da comunicao.
Uma determinada funo (cientfica, tcnica, oficial, cotidiana, etc.) e determinadas
-
condies de comunicao discursiva, especficas de cada campo, geram determinados
gneros. A escolha do gnero se d em funo dos parmetros da situao que guiam
um sujeito a agir discursivamente numa situao definida. Dominar um gnero e
dominar a situao comunicativa, fato que se d atravs do uso recursivo das inmeras
possibilidades de expresso lingustica.
2.2.1.3 Letramento
O conceito de letramento surgiu no meio acadmico como uma maneira de distinguir
os estudos sobre o impacto social da escrita dos estudos sobre alfabetizao. Conforme Rojo
(2009), o termo letramento busca recobrir os usos e prticas sociais de linguagem que envolvem
a escrita de uma ou de outra maneira, sejam eles valorizados ou no valorizados, locais ou
globais, recobrindo contextos diversos. Letramento uso social da escrita em suas diferentes
finalidades.
J os eventos de letramento, como nomeia Street (2003), so todas as prticas
que envolvem o uso da leitura e da escrita. a partir das prticas sociais de letramento
que exercem em diferentes contextos de suas vidas que os sujeitos vo constituindo seus
nveis de desenvolvimento de leitura e escrita.
Rojo (2009) apresenta uma distino feita por Soares (1998) sobre uma verso
fraca e uma verso forte do conceito de letramento. A verso fraca estaria ligada ao
modelo autnomo
mecanismos de adaptao da populao s necessidades e exigncias do uso de leitura e
verso forte de letramento estaria mais prxima do modelo ideolgico de letramento, na
boraria no para a adaptao do cidado s exigncias sociais, mas
as verses, tanto a fraca quanto a forte, esto situadas principalmente nas prticas
escolares de letramento.
O modelo ideolgico considera o letramento como um evento que no se
desvincula do contexto cultural e social dos quais ele emerge, sendo um modelo que
oferece uma viso com maior sensibilidade cultural das prticas de letramento, na
medida em que elas variam de um contexto para outro, de acordo com Street (2003).
Para o modelo ideolgico, segundo o autor, o letramento jamais pode ser encarado como
uma habilidade neutra, pois est sempre refletindo os princpios epistemolgicos
socialmente construdos que o envolvem.
-
J Oliveira (2009) aponta que, independentemente do seu grau de letramento,
todos os indivduos de uma sociedade possuem algum conhecimento sobre a escrita e
seu uso em prticas sociais, pois as pessoas sabem reconhecer a funo de cartas,
bilhetes, jornais, revistas, etc. Tanto a criana que chega escola quanto o calouro que
chega universidade j trazem consigo um letramento anterior que deve ser encarado
como ponto de partida para o desenvolvimento de novas prticas de leitura e escrita nas
esferas escolar e acadmica.
2.2.2 O ensino-aprendizagem de Lngua Portuguesa na escola
Geraldi, em seu clssico Portos de Passagem, apresenta como a
democratizao do ensino possibilitou as camadas as camadas antes marginalizadas o
ingresso escola. Esse ingresso de um nmero enorme de alunos que se deu entre as
dcadas de 70 e 80 obrigou tambm o aumento rpido do nmero de professores.
rpido
chegamos ao incio da grande problemtica que circunda o ensino de lngua materna nas
professores, partiu-se da ideia de se adotar o livro didtico como soluo, um livro que,
sozinho, ensinasse aos alunos tudo o que fosse preciso, como frisa autor. Isso gerou um
mtodo tal em que, na escola atual, o ensino comea pela sntese, pelas definies e
pelas regras abstratas. Assim, no que confere ao ensino de lngua materna, o que acabou
ganhando espao, nessa ocasio, foi o ensino de metalinguagem da lngua e o
aprendizado de exerccios estruturais e categoriais, criando-se uma confuso de que
ensina lngua e ensinar Gramtica.
Geraldi apresenta que a lngua pode ser encarada tanto como instrumento de
comunicao, o que implicaria na escola um ensino sobre o conhecimento dos usos da
lngua, quanto como sistema cujos mecanismos de funcionamento procuram-se
descrever, fazendo com que a escola ensine o saber sobre a lngua. O autor defende a
exposto no seu dia-a-dia, as mesmas prticas que o levaram aquisio de sua lngua
Deve-se prover, assim, a insero do aluno no quadro social dos direitos que lhe so
conferidos.
-
solidificando-
Assim, o autor prope que o ensino de lngua materna nas escolas deve ser composto
em trs frentes, as quais ele organizou na seguinte ordem: a) A produo de textos; b) A
leitura de textos; e c) A anlise lingustica. a partir desses trs eixos que Geraldi faz
uma reflexo sobre diversas prticas epilingusticas que forneceriam ao aluno o
desenvolvimento e o aprimoramento dos usos sociais da linguagem voltados para a
prxis.
2.2.2.1 A produo de textos
A produo textual o ponto de partida e chegada de todo o processo de
aprendizagem da lngua, porque na primeira que a segunda se revela em toda a sua
totalidade. O autor passa a estabelecer uma distino entre produo de textos e
redao. A redao a produo feita para a escola, visando apenas ao cumprimento de
uma tarefa ou obteno de uma nota. A produo de textos fundamentada em
objetivos maiores, que visam desenvolver as habilidades no aluno que o possibilitem
produzir uma escrita em que a ponte comunicativa entre ele e seu interlocutor se
mantenha estvel, eficiente e significativa. Para isso, Geraldi aponta cinco itens que
elementares para a produo textual em qualquer modalidade e descreve como devem
ser trabalhados em sala de aula.
Primeiramente, para que se d uma produo textual, preciso que se tenha o
que dizer, conforme aponta Geraldi. A escrita consiste sempre em partir de uma
referncia e, seguindo-se de tal, o aluno deveria enumerar a sequncia de afirmaes
que ele articula a partir de sua viso e conhecimento de mundo acerca dessa referncia.
Apesar disso, v-se que ainda h um grande nmero de professores que no trata essa
habilidade dessa maneira. Em vez disso, a produo de texto exercida como uma
obrigao, alunos escrevendo aos professores e ento, usando a lngua de um modo
artificial.
Em segundo lugar, faz-se necessrio ter uma razo para dizer o que se tem a
dizer. A razo do aluno para escrever no deveria ser apenas cumprir o objetivo de
entregar uma produo escrita para o professor e este avali-la (apesar disso acontecer
muito nas escolas), mas deveria partir de razes que sobrepujam razo artificial da
produo proposta como redao, razes as quais o professor s confirmaria caso lesse
o texto como interlocutor do aluno. As motivaes que regem a escrita sempre se
-
consequ
passa a refletir, com o tempo, a meu ver, sobre o parmnio que o difere enquanto sujeito
fsico e sujeito do texto, sendo que as razes para se dizer partem do sujeito fsico, mas
se manifestam para o interlocutor atravs do sujeito do texto, ou autor, como se preferir.
O terceiro ponto refere-se a que se tenha para quem dizer. O aluno que produz
um texto deve ter cincia de quem seu interlocutor e deve agenciar a linguagem de
mo
redaes sempre a funo-professor e no o sujeito-
o aluno fica restringido a algum com quem ele no est interagindo, mas a algum que
o est constantemente avaliando, no conseguindo perceber um interlocutor real como
aqueles com quem vivencia no seu cotidiano. Do nosso ponto de vista, uma boa
produo textual em sala de aula deve se dar em vista do iderio bakhtiniano do
dialogismo, em que a relao locutor-interlocutor seja concebida pelo aluno a luz dos
gneros do discurso, pois assim o educando poder agenciar as motivaes que o
levaram a escrever de maneira que atinja com clareza e conciso o seu interlocutor
(objetivo da comunicao).
O quarto item apontado por Geraldi que o aluno se constitua como locutor
que se compromete com o que diz. Escrever textos faz com que o aluno desenvolva a
capacidade de autoria e, desse modo, ele se torna protagonista de sua prpria histria.
Dessa ma
Assim, ele deve estar preparado para desenvolver idas e voltas, lendo, relendo,
revisando e modificando seu texto de modo a constitu-lo como um produto do
posicionamento de suas motivaes que o levaram a escrever. O aluno dever entender
que o texto em si precisa ser suficiente para justificar esse posicionamento, pois todas as
perguntas que surgiram sero feitas ao texto e ser o texto quem dever respond-las.
Por fim, em quinto lugar, aparece a importncia da escolha das estratgias
para se agenciar a produo textual. Este item engloba o encadeamento dos quatro itens
aluno tiver algum sen Grosso modo, se a
leitura do texto causar algum efeito sobre o interlocutor, seja de admirao ou revolta, o
objetivo da produo textual estar cumprido. O importante no agenciamento das
estratgias conseguir estabelecer um modo eficaz, coerente e conciso para se expressar
-
um ponto de vista, de modo a se estabelecer, pela modalidade escrita, sujeitos capazes
de se desvelarem para as mais diversas discusses de cunho ideolgico.
2.2.2.2 A leitura de textos
permite que o leitor modifique o conjunto de conceitos que tem a respeito dos objetos e
fatos do mundo. Quando algum l, esto em jogo no apenas o texto produzido e as
informaes contidas nele, mas tambm as particularidades de compreenso do leitor,
ou seja, seu horizonte apreciativo.
O processo dialgico da leitura proposto por Geraldi na figura de um
bordado:
O produto do trabalho de produo se oferece ao leitor, e nele se
realiza a cada leitura, num processo dialgico cuja trama toma as
pontas dos fios do bordado tecido para tecer sempre o mesmo e
outro bordado, pois as mos que agora tecem trazem e traam
outra histria. (GERALDI, 1991, pg. 166)
As mos que tecem o bordado no so mos amarradas, tampouco mos livres.
Elas emprestam os seus fios para tecer sempre um novo bordado, pelas particularidades
de compreenso, mas simultaneamente persiste um mesmo bordado, levando em conta
os sentidos que o autor do texto props em sua produo. O encontro de cada um dos
fios, tanto os tecidos pelo autor quanto os tecidos pelo leitor, que produz o sentido da
leitura. Desse modo, o leitor passa a conhecer as estratgias escolhidas pela experincia
de produo do autor e marcado por elas no processo de leitura. Subsequentemente o
prprio autor se deixa marcar pelos leitores com os quais vai interagir por meio de sua
produo escrita.
Ler uma relao um lugar de encontro, encontro concreto das diversas
leituras que materializam o texto escrito. Se fosse de outro modo, seria apenas uma
mera atribuio de sen
buscados por sujeitos que, querendo aprender, vo a eles cheios de perguntas prprias.
170). do dever da escola proporcionar esse encontro real; entretanto, quando um texto
lido em sala de aula, ele acaba acompanhado de propostas de trabalho que o tornam
-
um meio de realizao de operaes mentais, quando que, ao contrrio, ele deveria ser
um meio de produzir conhecimentos por operaes mentais. Quando isso acontece, o
processo acaba no estabelecendo o dilogo entre o autor e o leitor.
preciso que haja motivao para a leitura. Geraldi entende que um texto pode
ser lido de quatro maneiras:
Primeiramente, pode-se ir ao texto em busca de respostas, perguntando ao
leitura-busca-de-informaes
previamente esperadas sero alcanadas algo que indeterminado, pois as novas
leituras sempre modificam a compreenso do leitor e, aps elas, talvez ele j nem
suscite as mesmas respostas e sim outras. O ponto principal que essa finalidade de
compreenso sobre esse algo se modifica a cada leitura, indo alm, eu diria que se
aprimora.
Em segundo lugar, pode-se ler o texto apenas para escut-lo
retirar dele uma resposta pontual a uma pergunta que lhe prvia, mas para retirar dele
tudo o que ele possa me fornecer. o que se pode chamar de leitura-estudo-do-texto
(p. 172). Essa modalidade de leitura demanda um esforo maior, pois o dilogo entre
imprescindvel, porm no se esperam respostas prvias, qualquer nova contribuio
que o texto trazer para o conhecimento de quem o l j estar atendendo ao que suscita
esse tipo de leitura, porm, para que isso ocorra, a compenetrao do leitor no texto
deve ser intensa, ele dialogando incessantemente com o autor, pois na refrao de
signos contidos no texto que se geram novos significados a partir do dilogo entre as
ideologias do leitor e do autor.
us-lo na produo de outras
obras, inclusive outros textos [...] leitura-pretexto
leitura de textos, em sala de aula, como pretexto para se estudar regras sintticas. Essa
atitude ilegtima, porque a leitura de qualquer texto nos permite refletir sobre estrutura
sinttica, visto que esse um mecanismo inerente a todos os textos. No a leitura do
texto que se fez como pretexto que permite a descoberta dos (ou de alguns) mecanismos
sintticos e, por esse fato, esse pretexto uma atitude ilegtima.
Por fim, tambm possvel se ir ao texto por nico e exclusivo desejo de
fruio leitura-fruio. No a imediatez a linha
-
condutora desta relao com os outros, mas a gratuidade de estar com os outros, e com
considerar que mesmo se indo ao texto com o nico intuito de fruio, no h como
escapar de apropriar-se de novos significados, pois a perspectiva do dialogismo prev
que qualquer interao entre interlocutores, no caso autor e leitor, refrate e altere, por
meio do dialogismo, qualquer significado ideolgico antes concebido.
2.2.2.3 A anlise lingustica
A anlise lingustica pretende refletir sobre a linguagem como objeto com o
qual os indivduos interagem, refletem e sobre o qual agem, considerando esses
indivduos como sujeitos sociais transpassados por bagagens culturais e histricas, ou
seja, o sujeito histrico situado em um tempo e espao especficos, capaz de realizar
aes com a linguagem e sobre a linguagem.
Geraldi identifica trs aes lingusticas: as aes que se fazem com a
linguagem, sobre a linguagem e as aes da linguagem. As aes que se fazem com a
linguagem pressupem que o locutor no faa enunciaes sem inteno. Sendo assim,
todo enunciado remete a um sistema de referncia para o entendimento do mundo e
constri determinada realidade que modifica o conjunto de informaes de que cada um
dispe. As aes que se fazem sobre a linguagem levam em considerao os prprios
recursos expressivos para constituir sentidos aos discursos. E as aes da linguagem
estabelecem um padro que serve de referncia para a produo de enunciados. Tais
aes da linguagem demarcam as formas de raciocnio enquanto as aes com e sobre a
linguagem as extrapolam.
Para Geraldi, importa pensar a questo da anlise lingustica, tendo em vista
que essa deve ser epilingustica, ou seja, deve-se refletir na escola com os alunos a
linguagem em uso, na interao com o outro, a partir da premissa de que a linguagem
uma mediadora dessas interaes, considerando o que o aluno tem a dizer e para quem
dizer, e, ento, depois da reflexo no uso, talvez as anlises possam ter um significado
efetivo para os alunos.
Pode-se fazer uma ressalva s ideias de Geraldi (1991) quanto prtica de
anlise lingustica em sala de aula, enquanto uma atividade que se prope a parte. A
anlise lingustica pode ser desenvolvida simultaneamente s prticas de leitura e
produo escrita, verificando-se o agenciamento dos usos das unidades lingusticas
dentro do texto escrito e de que maneira contribuem para o significado da leitura.
-
2.3 OBJETIVOS
2.3.1 Objetivo geral
Potencializar habilidades e conhecimentos dos alunos para as prticas de uso da
lngua oral e escrita, por meio do trabalho com os gneros textuais carta e email
e atividades epilingusticas focadas na compreenso de aspectos da norma
ortogrfica oficial e da funcionalidade dos numerais e adjetivos.
2.3.2 Objetivos especficos
Compreender a funo social dos gneros carta e e-mail dentro da sociedade;
Reconhecer as caractersticas dos gneros carta e e-mail quanto configurao
composicional e o contedo;
Aprimorar o uso de elementos lingustico-textuais no processo de produo
textual;
Desenvolver a prtica de leitura do gnero carta;
Desenvolver a prtica de leitura do gnero email;
Desenvolver a prtica de composio do gnero carta;
Desenvolver a prtica de composio do gnero email;
Identificar semelhanas e diferenas entre os gneros carta e e-mail;
Reconhecer as funes lingusticas envoltas no emprego dos numerais;
Reconhecer as funes lingusticas envoltas no emprego dos adjetivos;
Desenvolver a competncia escrita quanto ao emprego da ortografia oficial.
2.4 CONHECIMENTOS TRABALHADOS
Gnero carta;
Gnero e-mail;
Semntica e funcionalidade dos numerais;
Semntica e funcionalidade dos adjetivos;
Aspectos lingusticos de ortografia oficial (acentuao grfica).
-
2.5 METODOLOGIA
2.5.1 Procedimentos
Aulas expositivas-dialogadas;
Leituras coletivas e individuais;
Produo de textos;
Prtica de oralidade;
Dinmicas de grupo;
Atividades ldicas.
2.5.2 Cronograma
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Carta
Data Atividades H/a Horrio Local Professor
01/10 Aspectos lingusticos: Adjetivo 2 8h 8h45 11h15 12h
Sala Diego
02/10 Introduo ao gnero Carta leitura de
cartas
Aspectos estruturais da carta, nveis de
formalidade.
2
8h 9h30
Sala
Diego
08/10 Aspectos lingusticos: Numeral 1 8h 8h45 Sala Dbora
08/10 Apresentao da proposta de escritura de
carta.
1 11h15 12h Sala Dbora
09/10 Atividade ldica
Recapitulao dos aspectos
composicionais do gnero carta
Produo textual: Carta.
2
8h 9h30
Sala
Dbora
16/10 Devoluo e anlise lingustica das
produes dos alunos.
Ditado (ortografia).
Entrega e correo do ditado.
Reescritura do texto.
2
8h 9h30
Sala
Diego
22/10 Confeco de envelopes e garrafas. 2 8h 8h45 11h15 12h
Sala Dbora
23/10 Atividade de interpretao textual sobre
Carta e Email.
Leitura e socializao das produes
textuais, exposio das garrafas.
2
8h 9h30
Sala
Dbora
Email
29/10 Introduo ao gnero Email, comparao
com a Carta.
Criar e acessar email.
2
8h 8h45
11h15 12h Sala
Lab. Inf.
Diego
30/10 Proposta de escritura de email.
Leitura de email e elaborao de
respostas.
2
8h 9h30
Lab. Inf.
Dbora
-
06/11 Entrega da correo e anlise lingustica
das produes dos alunos.
Exerccio. (acentuao)
Correo do exerccio.
2
8h00 9h00
Sala
Diego
2.6 RECURSOS
Lousa;
Fotocpias;
Acesso a computador e internet;
Materiais de Uso Comum (MUC).
2.7 AVALIAO
Antunes (2010) defende que a avaliao est na interdependncia do ensino, de
modo que os resultados da avaliao contribuam para a definio das atuaes de ensino
subsequentes. A avaliao deve ajudar o professor a repensar suas prticas e estratgias
de ensino, assim como deve servir aos alunos, mostrando-lhes como e em que podem
melhorar sua aprendizagem.
Tendo em vista essa perspectiva, realizaremos nossa avaliao em duas frentes,
uma relacionada s produes textuais dos alunos e outra levando em conta a
participao dos mesmos durante o andamento das atividades.
Quanto avaliao das produes textuais, esperamos colocar em prtica a
proposta de Geraldi (1991), promovendo ida e vinda do texto entre aluno e professor,
uma ponte dialgica entre sujeito enunciador (o aluno que produz o texto) e seu
interlocutor (o professor e demais colegas que lero as produes). A avaliao se
basear na evoluo que as produes textuais apresentarem medida que o dialgico
autor-leitor for se desenvolvendo.
A avaliao dos alunos quanto sua participao nas aulas levar em conta o
interesse dos mesmos pelas atividades desenvolvidas e a sua disposio para com o
desenvolvimento destas. A colaborao dos alunos com os colegas e professores nos
trabalhos em grupo, sua atitude em relao s reflexes sobre os contedos e prticas
desenvolvidos e sua integrao com a turma tambm sero levadas em conta na
avaliao.
-
2.8 REFERNCIAS
ANTUNES, I. Aula de Portugus: encontro e interao. So Paulo: Parbola Editorial,
2003.
BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. So Paulo/SP: Hucitec, 2002.
___________. Esttica da Criao Verbal. So Paulo/SP: Martins Fontes, 2003.
BRASIL. Secretaria da Educao Fundamental. Parmetros Curriculares nacionais:
lngua portuguesa. Braslia, MEC/SEF, 1997.
DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequncias didticas para o oral e a
escrita: apresentao de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ,
Joaquim. Gneros orais e escritos na escola. Campinas/SP: Mercado das Letras, 2004.
E.E.B. PORTO DO RIO TAVARES. Projeto Poltico Pedaggico. Florianpolis,
2012.
FARACO, Carlos Alberto. O estatuto da anlise e interpretao dos textos no quadro do
crculo de Bakhtin. In: Interacionismo Sociodiscursivo Questes Epistemolgicas e
Metodolgicas. Campinas/SP: Mercado das Letras, 2007. Pg. 43-50.
GERALDI, Joo Wanderley. Portos de passagem. 1 ed. So Paulo: Martins Fontes,
1991.
KLEIMAN, Angela. (Org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva
sobre a prtica social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.
KOCH, I. Desvendando os segredos do texto. 2 ed. So Paulo/SP: Cortez, 2003.
OLIVEIRA, Eliane Feitoza. Letramento acadmico: principais abordagens sobre a
escrita dos alunos no ensino superior. Campinas/SP, IEL/UNICAMP, 2009. Disponvel
em: http://www.ichs.ufop.br/memorial/trab2/l113.pdf
RODRIGUES, R. H. Os gneros do discurso na perspectiva dialgica da linguagem: a
abordagem de Bakthin. In: Gneros: teorias, mtodos, debates. So Paulo/SP: Parbola,
2005. Pg. 152-161.
ROJO, Roxane. Letramentos mltiplos, escola e incluso social. So Paulo: Parbola
Editorial, 2009.
STREET, B. V. Literacy in theory and practice. Cambridge University Press, 1984.
____________. Abordagens alternativas ao letramento e desenvolvimento.
-
3 PLANOS DE AULA COMENTADOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC
CENTRO DE CINCIAS DA EDUCAO CED
DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DO ENSINO MEN
ESTGIO DE LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA I
PLANO DE AULA
DISCIPLINA: Lngua Portuguesa e Literatura
PROFESSOR: Diego Rafael Vogt
SRIE: 6 ano do Ensino Fundamental
PROFESSORA REGENTE: Nadia Nardi Martins
CARGA HORRIA: 2 horas/aula (90 min.)
HORRIOS: 8h00 8h45 / 11h15 12h00
DATA: 01/10/2013, Tera-feira
1. Tema: Da Carta ao Email: percorrendo os gneros, desvendando histrias.
2. Contedo: Adjetivo
3. Objetivo Geral:
Compreender funes lingusticas dos adjetivos em textos.
4. Objetivos Especficos:
Localizar adjetivos em textos;
Diferenciar as funes predicativas e restritivas do adjetivo;
Distinguir adjetivos predicativos e restritivos em textos do ponto de vista semntico;
Relacionar a funo do adjetivo (predicativa ou restritiva) com a posio sinttica que ele ocupa no sintagma ou na sentena.
5. Metodologia/procedimentos: Primeiro momento (8h00 8h45min)
Apresentao da proposta do estgio e exposio do contedo da aula. (5 min.)
Apresentao da definio de adjetivo e exemplos a partir do poema Retrato, de Ceclia Meireles (ANEXO 1). (15 min.)
- Parindo dos adjetivos presentes no poema Retrato, ser apresentada a definio
de adjetivo como qualificador de um substantivo; ser feita a distino entre
substantivo e adjetivo: O brasileiro jovem X O jovem brasileiro; e ser mostrado
que o adjetivo concorda em gnero e nmero com o substantivo que qualifica.
Leitura e interpretao do poema Jogo de bola, de Vincius de Morais (ANEXO 2). (10 min.)
-
- Os alunos lero o poema Jogo de bola e exporo sua interpretao do mesmo.
O professor chamar a ateno para o efeito esttico causado pelos adjetivos do
poema.
Atividade: identificar os adjetivos no poema Jogo de bola. (5 min.) - Nessa atividade ser solicitado aos alunos que sublinhem todos os adjetivos
que encontrarem no poema Jogo de bola.
Correo da atividade de identificao dos adjetivos. (10 min.) - O professor corrigir a atividade em grupo, destacando os adjetivos caso a caso
e explicando por que so adjetivos.
Chamada. (3 min)
Segundo momento (11h15 12h00)
Breve retomada do contedo trabalho no primeiro momento da aula. (5 min.)
Explicao a respeito da distino semntica das funes predicativa e restritiva do adjetivo e a relao dessas funes com a posio sinttica que o adjetivo
ocupa no sintagma ou na sentena. (15 min.)
- O professor far uma distino semntica entre os adjetivos: apesar de todos
qualificarem o substantivo, alguns so apenas predicativos e outros so
restritivos. O professor mostrar as diferentes posies sintticas que o adjetivo
ocupa no sintagma ou sentena: a) O meu amigo velho; b) O meu velho amigo; e
c) O meu amigo velho. Em cada uma das posies o adjetivo possui diferentes
funes e interpretaes.
Leitura do poema As borboletas, de Vinicius de Morais. (5 min.)
Atividade: reconhecer da funo dos adjetivos (predicativa ou restritiva) do poema As borboletas. (5 min.)
- Ser solicitado que os alunos sublinhem todos os adjetivos do poema e
sublinhem duas vezes os adjetivos restritivos.
Correo da atividade de reconhecimento da funo dos adjetivos. (15 min.)
- O professor corrigir o exerccio mostrando caso a caso cada adjetivo, por que
adjetivo restritivo ou predicativo. O professor tambm explicar como efeito
de restrio de alguns adjetivos ajuda na identificao das diferentes borboletas
do poema.
Chamada. (3 min.)
6. Recursos:
Quadro, caneta para quadro branco e fotocpias.
7. Avaliao:
Os alunos sero avaliados de acordo com o envolvimento nas atividades propostas.
8. Referncias:
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramtica da Lngua Portuguesa. 37. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
ROSENTHAL, Marcelo. Gramtica para concursos: teoria e mais de 1000 questes.
5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
-
P.S. [Post-scriptum]: A aula do primeiro horrio foi iniciada com a apresentao do
professor estagirio Diego aos alunos. Aps, comentou-se brevemente com os alunos o
projeto do estgio, Da Carta ao Email. Em seguida, o professor estagirio deu incio
aula sobre adjetivo. Durante a aula expositiva sobre o conceito e caractersticas do
adjetivo, o professor estagirio buscou sempre interagir com os alunos, fazendo-lhes
perguntas que incitavam a reflexo sobre o contedo proposto e tentava traz-los se
concentrarem na aula. Os alunos participaram ativamente da aula: responderam as
perguntas que lhes foram feitas, leram os poemas propostos no plano de aula e no se
acanharam em opinar sobre o contedo.
Aps a exposio do contedo, o professor estagirio props a atividade de
resoluo do exerccio proposto no planejamento para o primeiro momento da aula do
dia. Todos os alunos se esforaram para resolver o exerccio, que consistia em sublinhar
os adjetivos do poema Jogo de bola, de Ceclia Meireles. O professor estagirio
encerrou o primeiro momento da aula corrigindo o exerccio proposto com os alunos.
A segunda aula, do ltimo horrio de tera-feira, foi tambm ministrada pelo
professor estagirio Diego. A aula foi iniciada com uma rpida reviso dos conceitos
apresentados na aula anterior. Em seguida, o professor estagirio introduziu,
expositivamente, novos conceitos, o de adjetivo restritivo e adjetivo predicativo. Depois
a introduo dos conceitos, foi realizada a leitura do poema As borboletas, de Vincius
de Morais. Aps a leitura do poema, o professor estagirio apresentou exemplos de
adjetivos restritivos e predicativos constantes no poema, sempre fazendo perguntas aos
alunos que os estimulavam a descobrirem os adjetivos no poema.
Apresentadas a noes de adjetivo predicativo e restritivo, o professor
estagirio iniciou a proposta prevista para a segunda aula, na qual os alunos deveriam
destacar os adjetivos do poema as borboletas. Os destaques deveriam ser diferentes para
adjetivos restritivos e adjetivos predicativos. A maioria dos alunos fez a atividade. O
professor encerrou a aula iniciando a correo da atividade. O sinal da escola, que
indica o trmino da aula, bateu s 11h50min, dez minutos antes do previsto no
planejamento da aula, o que implicou falta de tempo para se terminar a correo da
atividade, correo que ficou para a prxima aula.
As duas aulas desse dia correram muito bem. Os alunos participaram da aula,
interagiram entre si e com o professor estagirio e desenvolveram as atividades
propostas. No houve nenhum contratempo inesperado que pudesse atrapalhar o
andamento a aula. Da parte do professor estagirio, tudo correu muito bem, pois ele
conseguiu cumprir o plano de aula exatamente como havia planejado. Foi uma aula
muito gratificante, uma aula que aconteceu.
-
ANEXO 1 ANEXO 2
Retrato
Eu no tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos to vazios, nem o lbio
amargo.
Eu no tinha estas mos sem fora,
to paradas e frias e mortas;
eu no tinha este corao que nem se
mostra.
Eu no dei por esta mudana, to
simples, to certa, to fcil: Em que
espelho ficou perdida a minha face?
(Ceclia Meireles)
ANEXO 3
As borboletas Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.
Borboletas brancas
So alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
So to bonitinhas!
E as pretas, ento. . .
Oh, que escurido!
Jogo de Bola
A bela bola
Rola:
A bela bola do Raul.
Bola amarela, A da Arabela.
A do Raul,
Azul.
Rola a amarela
E pula a azul.
A bola mole,
mole e rola.
A bola pula.
bela e pula.
bela, rola e pula,
mole, amarela, azul.
A de Raul de Arabela,
E a de Arabela de Raul.
(Ceclia Meireles)
(Vinicius de Moraes)
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39
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC
CENTRO DE CINCIAS DA EDUCAO CED
DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DO ENSINO MEN
ESTGIO DE LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA I
PLANO DE AULA
DISCIPLINA: Lngua Portuguesa e Literatura
PROFESSOR: Diego Rafael Vogt
SRIE: 6 ano do Ensino Fundamental
PROFESSORA REGENTE: Nadia Nardi Martins
CARGA HORRIA: 2 horas/aula (90 min.)
HORRIOS: 8h00 9h30
DATA: 02/10/2013, Quarta-feira
1. Tema: Da Carta ao Email: percorrendo os gneros, desvendando histrias.
2. Contedo: Gnero Carta Pessoal.
3. Objetivo Geral:
Fazer com que o aluno escreva uma breve carta pessoal a partir dos conhecimentos adquiridos na aula.
4. Objetivos Especficos:
Ler, interpretar e analisar diversos gneros de cartas;
Apresentar o gnero carta pessoal, comparando aspectos composicionais, funo comunicativa e linguagem com outros gneros de carta;
Discutir os nveis de formalidade presentes nas diferentes gneros de cartas.
5. Metodologia/procedimentos:
Exposio do contedo e definio geral. (5 min.)
Leitura, interpretao e anlise da estrutura de diferentes gneros de cartas: carta comercial, carta de informao, carta de reclamao, carta de solicitao, carta
ao leitor, carta argumentativa e carta pessoal. (35 min)
- O professor entregar fotocpias de diferentes gneros de cartas (ANEXOS 1,
2 e 3) aos alunos. Ser solicitado que alunos leiam as cartas em voz alta,
voluntariamente. Aps a leitura de cada carta, ser feito um levantamento das
caractersticas da estrutura e funo comunicativa da carta lida. Aps a leitura de
todas as cartas, ser feito um levantamento geral sobre as caractersticas comuns
a todas as cartas lidas.
Discusso sobre os nveis de formalidade presentes nas diferentes gneros de cartas. (10 min.)
- Nesse momento o professor explicar os diferentes nveis de formalidade e
tipos de formas de tratamento empregadas nas diferentes cartas lidas, fazendo
-
40
perguntas aos alunos: como o remetente est se dirigindo ao destinatrio? Que
expresses ele usa para saudar e referir?
Apresentao do gnero carta pessoal. (15 min.) - A partir da leitura de uma carta pessoal (ANEXO 4), o professor ir apresentar
as principais car