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REPENSANDO A EXPERTISE INTRODUÇÃO E CAPÍTULO 1 Damaris Santana Elisa Vidigal Fernanda Gatti Gabriela Godoi Maria Vitória Ayres Marina Gondim Tiago Lucinda Vitor Salim

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Page 1: R EPENSANDO A E XPERTISE I NTRODUÇÃO E C APÍTULO 1 Damaris Santana Elisa Vidigal Fernanda Gatti Gabriela Godoi Maria Vitória Ayres Marina Gondim Tiago

REPENSANDO A EXPERTISEINTRODUÇÃO E CAPÍTULO 1

Damaris SantanaElisa Vidigal

Fernanda GattiGabriela Godoi

Maria Vitória AyresMarina Gondim

Tiago LucindaVitor Salim

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AGENDA Introdução

Capítulo 1: A Tabela Periódica de Expertises 1

Apresentação da Tabela Periódica

Expertises Ubíquas

Expertises Especializadas

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AGENDA Introdução

Capítulo 1: A Tabela Periódica de Expertises 1

Apresentação da Tabela Periódica

Expertises Ubíquas

Expertises Especializadas

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A PERSPECTIVA DA “SABEDORIA POPULAR”

- Alegação de que as pessoas comuns são mais sábias que os experts em determinadas áreas técnicas

“Boa parte do público - longe de carecer de uma boa compreensão da ciência - está bem informada sobre os avanços científicos e as novas tecnologias, além de apresentar alto grau de sofisticação em sua forma de pensar sobre tais assuntos. Muitas pessoas ‘comuns’ demonstram um entendimento meticuloso de questões como a incerteza: de fato, o público está a frente de muitos cientistas e conselheiros políticos na sua percepção instintiva de que é necessário agir com precaução.” The Politics of GM Food

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Visão dos autores sobre a perspectiva da “Sabedoria Popular”

É a pessoa comum quem entende o mundo fechado e estreito da ciência simplesmente

observando a sua superfície

COLONIZADORES NATIVOS

COMPREENSÃO SEM

EXPERIÊNCIA DIRETA

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Tudo isso vai de encontro a outro tema chave da análise da ciência: a ideia de que a compreensão genuína envolve o conhecimento tácito.

“ A distância leva ao encantamento”

IMERSÃO SOCIAL EM GRUPOS QUE A

POSSUEM

CONHECIMENTOTÁCITO

COMPREENSÃOPROFUNDA

“SABEDORIA POPULAR” X CONHECIMENTO TÁCITO

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Como as ideias teóricas são facilmente caricaturáveis, os autores propõem algumas advertências aos leitores:

1. “Metaexpertise”2. Todas as decisões técnicas não devem ser deixadas

a cargo dos experts, já que nem os autores sabem sempre quem são os experts

3. A escolha política não é uma área que consideram técnica

4. Não a distinção entre experts que têm integridade e sujeitos que adquirem expertise, genuína ou fictícia, para buscar interesses próprios disfarçados

5. A ciência como instituição tem tido um monopólio pouco saudável sobre o julgamento científico e tecnológico.

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PROBLEMA DA LEGITIMIDADE X PROBLEMA DA EXTENSÃO

“Como continuar a introduzir novas tecnologias diante da crescente desconfiança sobre certas áreas da ciência e tecnologia?”

PARTICIPAÇÃO POPULAR

Um maior envolvimento do publico tem, contudo gerado o “Problema de Extensão”: como podemos saber de que maneira, quando e por que limitar a participação na tomada de decisões tecnológicas para que não desapareça a fronteira entre o conhecimento do expert e o do leigo?

Problema da Legitimidade

Problema da Extensão“O diálogo direto com o público deveria deixar de ser simplesmente um item suplementar opcional na elaboração de políticas baseadas na ciência e nas atividades das organizações de pesquisa e das instituições de ensino para que se torne uma parte usual e integral do processo.”

Recomendação do Comitê dos Lords da Ciência e Tecnologia do Reino Unido

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CIENTIFICISMO O argumento dos autores é fundamentado na crítica da

ciência e da tecnologia que tem sido desenvolvida, mais notadamente, nas últimas três décadas

“Fomos e seremos tachados de proponentes de uma visão pró-ciência que remonta aos anos de 1950.”

Argumentos propostos no livro têm sido chamados de “Cientificismo”

Cientificismo 1: Um apego excessivamente pedante a algum modelo canônico do pensamento ou do método científico

Cientificismo 2: Fundamentalismo Científico: uma visão fanática de que apenas na ciência ou no método científico é que se encontra uma resposta confiável e sólida a qualquer questão

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Cientificismo 3: A visão de que “questões proposicionais” estreitamente delimitadas e colocadas por experts constituem o único modo legítimo de se abordar um debate acerca da ciência e da tecnologia no espaço público

Cientificismo 4: A visão de que a ciência deveria ser tratada não apenas como um recurso, mas como um elemento central da nossa cultura

Na medida em que a posição defendida no livro é pró-ciência, ela se enquadra no cientificismo 4. O que faz parte deste cientificismo é uma preferência pelas normas e pela cultura do argumento científico baseado em evidências.

CIENTIFICISMO

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AGENDA Introdução

Capítulo 1: A Tabela Periódica de Expertises 1

Apresentação da Tabela Periódica

Expertises Ubíquas

Expertises Especializadas

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AGENDA Introdução

Capítulo 1: A Tabela Periódica de Expertises 1

Apresentação da Tabela Periódica

Expertises Ubíquas

Expertises Especializadas

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A TABELA PERIÓDICA DE EXPERTISES

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AGENDA Introdução

Capítulo 1: A Tabela Periódica de Expertises 1

Apresentação da Tabela Periódica

Expertises Ubíquas

Expertises Especializadas

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EXPERTISES UBÍQUAS

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EXPERTISES UBÍQUAS Definição: Todas as habilidades infinitamente

indescritíveis necessárias para se viver em uma sociedade humana, outrora concebidas como triviais.

Exemplos: Fluência na língua natural da sociedade; Senso moral e discernimento político.

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EXPERTISES UBÍQUAS O conhecimento tácito permeia a aquisição

de conhecimento de duas formas:

Aquisição de mais conhecimento tácito especializado;

Aplicação do conhecimento ao longo da aquisição de informações. Exemplo: Utilização da língua natural para a quisição

de novas informações (leitura, audição).

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AGENDA Introdução

Capítulo 1: A Tabela Periódica de Expertises 1

Apresentação da Tabela Periódica

Expertises Ubíquas

Expertises Especializadas

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EXPERTISES ESPECIALIZADAS

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EXPERTISES ESPECIALIZADAS

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EXPERTISES ESPECIALIZADAS: CONHECIMENTO TÁCITO UBÍQUO Conhecimento de Buteco

Conhecimentos pouco consistentes adquiridos de uma maneira muito rápida e informal. Exemplos:

Movimento do bispo noxadrez;

Papel de bandeja doMc Donald’s comcuriosidades.

Esse conhecimento não capacita ninguém a

fazer nada além do que essa pessoa seria capaz de fazer sem saber esta

regra.

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EXPERTISES ESPECIALIZADAS: CONHECIMENTO TÁCITO UBÍQUO Compreensão popular da ciência

Nível bem superior ao conhecimento de buteco; É obtido quando se juntam informações sobre

um campo científico apresentadas na mídia ou em livros populares;

Inferências do tipo: “antibióticos não curam viroses; a gripe é uma virose; logo, antibióticos não curam a gripe”;

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EXPERTISES ESPECIALIZADAS: CONHECIMENTO TÁCITO UBÍQUO Compreensão popular da ciência

É, em certa medida, transmissível de pessoa para pessoa;

A lacuna entre a compreensão popular e o entendimento mais profundo não é tão importante quando a ciência está firmada e é consensual , mas é muito relevante quando a ciência se encontra em contestação.

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EXPERTISES ESPECIALIZADAS: CONHECIMENTO TÁCITO UBÍQUO Conhecimento de fonte primária

É o tipo de conhecimento que vem com a leitura da literatura primária ou quase primária;

Até mesmo as fontes primárias oferecem apenas uma apreciação superficial ou equivocada da ciência em áreas profundamente contestadas: ler a literatura primária é tão difícil e o material pode ser tão técnico que se tem a impressão de que se está alcançando o real domínio técnico de dada matéria.

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EXPERTISES ESPECIALIZADAS: CONHECIMENTO TÁCITO UBÍQUO Conhecimento de fonte primária

No caso das controvérsias científicas, o conhecimento de fonte primária não é muito melhor com relação à ciência do que o entendimento de um jogador de xadrez novato com relação ao movimento do bispo.

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EXPERTISES ESPECIALIZADAS

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EXPERTISES ESPECIALIZADAS: CONHECIMENTO TÁCITO ESPECIALIZADO Modelo mais baseado em competências ou

sabedoria.

Principal influência é a ideia de Wittgenstein de que o significado de um conceito pode ser compreendido apenas a partir do seu uso: encontra-se conhecimento especializado nas práticas dos especialistas em vez de nos livros.

A única maneira de dominar as expertises especialistas, que envolvem bastante conhecimento tácito especializado, é através da imersão na cultura especialista.

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O QUE É POR A MÃO NA MASSA?

PEDREIRO INSTALANDO AZULEJO

FILHO DO PEFREIRO – NUNCA ASSENTA AZULEIJOS MAS OBSERVA TODOS

ARQUITETO – NUNCA ASSENTA AZULEIJOS MAS SEMPRE OBSERVA

QUAL É O TIPO DE EXPERTISE DO FILHO E DO ARQUITETO?

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ORIGEM DA EXPERTISE POR INTERAÇÃO Emergiu como resultado de experiências práticas.

Essa expertise é adquirida através de conversas com o expert e observação da atividade.

Nem sempre pode ser obtida com sucesso.

À medida que o entendimento sobre o assunto aumenta, a expertise por interação progride:

Entrevista Discussão Conversação

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Quando se atinge o estágio de conversação:Piadas e ironias são facilmente reconhecidas

pelo analistaOs cientistas não se sentirão tentados a dar

respostas simplesOs cientistas conversarão com o analista da

mesma maneira como eles conversariam com um colega

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A natureza parasitária da Expertise por Interação

“A diferença entre a expertise por interação e a contributiva é que a contributiva é auto-sustentável, enquanto a por interação não é.”

“A expertise por interação é aprendida somente através da interação com comunidades que possuem a expertise contributiva.”

“Telefone-sem-fio”

pág 54 e 55