ptwebpage101509

32
QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 2 a Quinzena de Outubro de 2009 Ano XXX - No. 1073 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual Amália 10 anos de Saudade TAUROMAQUIA Pág. 24 Forcados de Turlock na Playboy de Portugal A Revista Playboy editada em Portugal, publicou uma excelente reportagem de dez páginas, de Sandra Nobre, com fotos de Gonçalo Santos, sobre a partici- pação dos Forcados de Turlock no dia 20 de Agosto na Corrida realizada na Praça do Campo Pequeno. É a visão de uma jornalista sobre o sentimento destes jovens americanos que durante um ano inteiro per- correm as nossas praças com amor e arte. Disse-te adeus e morri E o cais vazio de ti Aceitou novas marés. Gritos de buzios perdidos Roubaram dos meus sentidos A gaivota que tu és. do fado “Disse-te adeus e morri” de Vasco de Lima Couto A saudade da nossa maior artista de sempre continu- ará forever. Viva Amália. TELEVISÃO RTA vai mais longe Rádio Televisão Ar- tesia acaba de realizar o seu maior sonho de sempre. Precisa- mente a sua expansão para outras localidades e outras cidades (Cerritos, Lakewood, Norwalk, Long Beach, Bellflower). Fi- nalmente e após várias tentativas, o sonho tornou-se realidade. Esperaram-se dezoito anos mas valeu a pena. O que parecia uma miragem acabou por acon- tecer e esta Estação Televisiva acabou por alcançar os seus objectivos. Óbviamente que este enorme aumento de telespectadores quase instantâneo, fo- menta uma maior responsabilidade a todos aqueles que geram este meio de comunicação. SOCIEDADE Foi fundada no Estado de Virginia uma nova orga- nização cuja missão é a seguinte: The National Organization of Portuguese-Amer- icans (NOPA) is a national non-profit organization that supports and works with communities and orga- nizations to advocate for and empower Portuguese- Americans.” Na próxima edição publicaremos mais informações. RECORDAÇÃO Igreja de Santa Isabel celebrou 100 anos www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Faleceu Padre Carlos Macedo Chamava-se Carlos Borges Pacheco Amaral Macedo, nasceu no dia 30 de Novembro de 1924 em Ponta Delgada, São Mi- guel, Açores. Começou os seus estudos na escola Oficial de São José, Ponta Delgada. Depois de acabar os seus estudos primários, foi ad- mitido no Seminário Episcopal de Angra do Heroísmo, Tercei- ra, até 1946. Veio para a California como estudante e foi para o Seminário St. Patrick em Menlo Park. No dia 18 de Dezembro de 1948 foi ordenado Padre para a Arquidiocese de San Francisco, pelo Arcebispo John J. Mitty, na Catedral de St. Mary em San Fran- cisco. Em Dezembro de 2008 celebrou o seu 60ª aniversário da sus ordenação. Faleceu no dia 1 de Outubro de 2009, em New Bethany Skilled Nursing, Los Banos. Paz à sua alma. Pág. 9, 28 SACRAMENTO - 100 anos da Igreja de Santa Isabel, fundada por portugueses Páginas 14,16,17,19,27

Upload: tibi

Post on 13-Jun-2015

329 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: PTwebpage101509

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2a Quinzena de Outubro de 2009Ano XXX - No. 1073 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

Amália 10 anos de Saudade

TAUROMAQUIA Pág. 24

Forcados de Turlock na Playboy de Portugal

A Revista Playboy editada em Portugal, publicou uma excelente reportagem de dez páginas, de Sandra Nobre, com fotos de Gonçalo Santos, sobre a partici-pação dos Forcados de Turlock no dia 20 de Agosto na Corrida realizada na Praça do Campo Pequeno.É a visão de uma jornalista sobre o sentimento destes jovens americanos que durante um ano inteiro per-correm as nossas praças com amor e arte.

Disse-te adeus e morriE o cais vazio de tiAceitou novas marés.Gritos de buzios perdidosRoubaram dos meus sentidosA gaivota que tu és.

do fado “Disse-te adeus e morri” de Vasco de Lima Couto

A saudade da nossa maior artista de sempre continu-ará forever. Viva Amália.

TELEVISÃO

RTA vai mais longeRádio Televisão Ar-tesia acaba de realizar o seu maior sonho de sempre. Precisa-mente a sua expansão

para outras localidades e outras cidades (Cerritos, Lakewood, Norwalk, Long Beach, Bellflower). Fi-nalmente e após várias tentativas, o sonho tornou-se realidade. Esperaram-se dezoito anos mas valeu a pena. O que parecia uma miragem acabou por acon-tecer e esta Estação Televisiva acabou por alcançar os seus objectivos. Óbviamente que este enorme aumento de telespectadores quase instantâneo, fo-menta uma maior responsabilidade a todos aqueles que geram este meio de comunicação.

SOCIEDADE

Foi fundada no Estado de Virginia uma nova orga-nização cuja missão é a seguinte:“The National Organization of Portuguese-Amer-icans (NOPA) is a national non-profit organization that supports and works with communities and orga-nizations to advocate for and empower Portuguese-Americans.”Na próxima edição publicaremos mais informações.

RECORDAÇÃO

Igreja de Santa Isabel ce lebrou 100 anos

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

Fa leceu Padre Car los MacedoChamava-se Carlos Borges Pacheco Amaral Macedo, nasceu no dia 30 de Novembro de 1924 em Ponta Delgada, São Mi-guel, Açores. Começou os seus estudos na escola Oficial de São José, Ponta Delgada. Depois de acabar os seus estudos primários, foi ad-mitido no Seminário Episcopal de Angra do Heroísmo, Tercei-ra, até 1946. Veio para a California como estudante e foi para o Seminário St. Patrick em Menlo Park. No dia 18 de Dezembro de 1948 foi ordenado Padre para a Arquidiocese de San Francisco, pelo Arcebispo John J. Mitty, na Catedral de St. Mary em San Fran-cisco. Em Dezembro de 2008 celebrou o seu 60ª aniversário da sus ordenação.Faleceu no dia 1 de Outubro de 2009, em New Bethany Skilled Nursing, Los Banos. Paz à sua alma. Pág. 9, 28

SACRAMENTO - 100 anos da Igreja de Santa Isabel, fundada por portugueses Páginas 14,16,17,19,27

Page 2: PTwebpage101509

2 15 de Outubro de 2009SEGUNDA PÁGINA

Year XXX, Number 1073, Oct 15, 2009

E agora...

EDITORIAL

Eu adoro taxistas. Não sei se muitos de vós sabem que os taxistas foram os percursores do GOOGLE. Mes-mo assim, penso que são melhores, porque, além de definirem situações, dão sentimento a elas, o que não acontece no Google.Googlar com um taxista é a melhor coisa que nos pode acontecer. Os ta-xistas são mesmo uma relíquia.Por exemplo, se eu perguntar ao Google sobre a Doca da Vila da Ma-dalena, o Google é capaz de me dar o comprimento, a largura, a localiza-ção, a profundade do mar.Por sua vez, quanto eu pergunto ao taxista da Madalena, ele responde assim: “A Doca da Madalena é o maior aborto da engenharia portu-guesa. Razão tinham os pescadores em serem contrários àquela cons-trução. Mas, os pescadores só tem a quarta classe e os nossos engenhei-ros têm muitos estudos.”Estão ver a diferença?

E as estradas do Pico? Resposta:“As estradas principais do Pico es-tão impecáveis, as secundárias dos Concelhos da Madalena e de São Roque estão muita boas, mas as das Lajes são uma miséria. A Presidente da Câmara das Lajes ainda não com-

preendeu isso.”(Ultima hora: a Presidente das Lajes perdeu as eleiçõs e até houve fogue-tes na Vila).Pessoalmente pude verificar que a estrada que dá acesso ao maior em-preendimento turístico do Pico, na Silveira (Aldeia da Fonte), está mui-to mal tratada. Como é que uma Pre-sidente de Câmara não comprendeu isso? Será que ela sabe o que é que quer dizer turismo?

O táxi lá seguia o seu caminho. A meio da viagem perguntei: E o José d’Almeida **?Éh senhor, o Jose d’Almeida foi a me-lhor lotaria que saíu à gente. À gente e a São Jorge. Podiam São Jorge e Pico viver sem o José d’Almeida? Podiam, mas não era a mesma coi-sa.Isto é como aquele anúncio da SIC. É giro, não é, ria-se o nosso amigo taxista?”

No outro dia conhecemos outro ta-xista. Uma senhora.As mesmas opiniões do seu colega. E mais disse: “Eu só faço compras no hipermercado do Sr. Almeida, porque é ele que investe no Pico, e não os senhores de São Miguel.”

O Pico impressiona pelas novas contruções. Se um turista viesse de outro País, sem perceber o que tem acontecido naquela ilha, poderia pensar que o Pico só foi povoado há menos de quarenta anos, tal é a enorme percentagem de novas cons-truções, no lugar das velhas.Impressionante, mas a custo de mui-tos sustos, com abalos de terra e outros fenómenos naturais, que têm assustado 14,000 habitantes que lá vivem.

Já agora um desabafo ao José d’Almeida, dono do Hotel Caravela da Madalena.Pagar $159.00 dólares por uma noite, em meados de Setembro, é carote, não acha?Em Lisboa e ao pé do Campo Pe-queno, no Hotel Berna, pagámos $85.00.Se querem turismo nos Açores, não penso que será assim o caminho.

** José d’Almeida é o maior indus-trial das Ilhas do Triângulo. Nasceu em Portugal Continental e veio para São Jorge depois do 25 de Abril, após o seu regesso de Angola.

As eleições nos Açores foram muito positivas para o Par-tido Socialista. Ganhou 12 das 19 Câmaras Municipais em disputa, com relevo para Santa Cruz da Graciosa, Velas e Lajes do Pico (as três pela primeira vez).Só podemos esperar que estes novos autarcas trabalhem para aqueles que votaram neles e não sejam “paus man-dados” do partido a que pertencem, como já se tem visto no passado.Em geral ficámos muito contente por todos os “paraque-distas” terem perdido, porque o povo é mais esperto do que os partidos pensam.

A Embaixada de Portugal em Washington teve a brilhan-te ideia de fazer um encontro entre políticos americanos de raíz portuguesas e empresários portugueses residentes neste País.O grande problema que tem havido no passado com este tipo de ideias, é que depois são esquecidas, ninguém pro-cura resultados e daqui a dez anos poderá haver mais um embaixador que tente fazer a mesms coisa.Esperemos que desta vez tudo corra bem e que tenhamos resultados visíves e encorajadores para todos nós.Compreendemos que Portugal, como pequeno País que é, atravessando uma crise mais profunda do que outros mais ricos, não tenha tempo de pensar na America, mas se o fizer só tem a ganhar. Continuamos muito atrasados em compreender os benefícios que poderíamos ter, se as re-lações entre os dois Países, a todos os níveis, fossem me-lhores.

Portugal, futebolísticamente falando, continua a dar sus-tos a todos aqueles que gostam do desporto-rei. Estamos sempre com as “calças na mão” a depender de outros e a esperar até à ultima hora pela qualificação do Mundial.O meio milhão de portugueses residentes na África do Sul merecem ver a nossa Selecção. jose avila

Crónicas do Perrexil

J. B. Castro Avila

Podiam São Jorge e Pico viver sem o José d’Almeida? Podiam, mas não era a mesma coisa!

Page 3: PTwebpage101509

3COLABORAÇÃO

Contando um contoTribuna da Saudade

Ferreira Moreno

Com a devida vénia, embora em formato assaz conciso atenden-do às limitações do espaço em reserva p’ra estas ligeiras cróni-

cas semanais, tenciono transcrever o con-to Mr. Joe veio às Ilhas, extraído do livro Destinos no Mar, do saudoso padre Dinis da Luz (1915-1987).“Eu gosto do Mr. Joe. Há quem se ria dele, talvez com uma pontinha de despeito, tal-vez por um sentimento de inveja, talvez devido a um excesso de ridículo, talvez (quem sabe?) pelos benefícios demasiado extensivos que ele traz à terra e os favores nem sempre são agradecidos, antes pelo contrário.Mr. Joe embarcou p’rà América em 1920. Deixou casado o irmão mais velho e nos braços da mãe o mais novo. Fez uma pro-messa ao Senhor Santo Cristo: se Deus lhe desse vida, saúde e fortuna, quando um dia regressasse, mandaria cantar missa e daria cem dólares p’rà festa do padroeiro e padrinho dos emigrantes ilhéus. Aos rapa-zes da aldeia prometeu: se tudo correr bem contem comigo p’ra comprar o tambor, o cornetim e a requinta p’rà banda.Disse adeus aos parentes e aos amigos, fa-lou pela última vez à Maria num domingo à tarde, sorriu antecipando a vitória certa, e uma bela manhã abalou de casa com uma saca de retalhos quadriculados ao ombro e uma viola desafinada na mão. Depois, passaram anos e anos. E nunca mais se ou-viu falar dele ao certo. Vagamente, sabia-se que estava na Califórnia, que casara lá, que tinha um farm, que tivera sorte”.Como fora tudo isso? Diz-nos a narrativa que Mr. Joe havia aportado a New Be-

dford, mas arreliado com o clima e traba-lho na fábrica de tecidos, decidira embar-car p’rà Califórnia, onde, eventualmente, havia enriquecido como excelente vaquei-ro cheio de ranchos. Até que um dia, após a Segunda Guerra Mundial, Dinis da Luz encontrou-se com ele em Ponta Delgada.Na troca de impressões, Mr. Joe desaba-fou: “O senhor não vê como eles se riem dum home que vem da América? Vão meia

hora com os olhos em riba duma pessoa. O que eles queriam todos era ir p’ra lá, mas como não podem ir, vingam-se em quem foi e quem vem. Eu tinho tido argumen-tos com poderios de pessoas por via dis-so. Que não há terra c’má América, que lá todos vivem c’ma homens e c’ma irmãos, que lá tanto respeito tem o rico c’ma tem o pobre, que lá só não trabalha quem não pode, qu’até os ricos trabalham, mas que todos vivem bem.Só eu pago aos meus vaqueiros 280 dóla-res, com cama, roupa lavada e o leite que

quiserem p’ràs famílias. O que por aqui há de bom é tudo da América. Cigarros finos, meias de vidro, macarrão asseado! Aqui só os ricos é que compram coisas assim. Pois na América, é toda a gente. Veja como o dinheiro português é amarelo, até parece tuberculoso. Veja ago-ra este dólar: isto é outra coisa, é verde e como até que tem saúde”.A conversa continuou animada, junto aos

Arcos das Por-tas da Cidade, na companhia dumas cane-cas de cerveja. Quando Dinis da Luz pergun-tou que motivo, sabendo que a ilha não valia nada, teria le-vado o Mr. Joe a fazer aquela visita, ele con-fessou a custo, mas com since-

ridade, quase de lágrimas nos olhos:“Vim porque não podia deixar de vir. Ti-nha de ser. Se não viesse, morria. Há vinte e tal anos que trabalho p’rós meus filhos, mas sempre pensando nesta ilha, na minha freguesia, nos meus parentes, nos meus amigos. Mas devia ter vindo mais cedo. Já não tenho pai nem mãe vivos, os meus irmãos estão casados e não parecem os mesmos, os meus amigos estão casados e parecem outros. A minha mulher e os meus filhos estão longe. Não quiseram vir. Quem mos dera cá! É melhor não virem,

porque se viessem e quisessem talvez eu cá ficasse de vez, p’ra descansar e morrer descansado”.Mr. Joe disse ainda: “Na América só quem é muito rico é que pode morrer descansa-do, sem trabalhar. Tenho muita dor é de ver os outros a fazer pouco da gente, lá porque somos pobres de espírito e ricos de dinheiro”.No post scriptum, adicionado ao conto, lê-se: “Ontem, recebi carta do Mr. Joe a dizer que não há terra no mundo como S. Miguel. Mais ano menos ano está de novo na ilha”.

Minha terra, minha terra,Mais doce do que o mel,Quem voltasse àquela terraDo meu rico S. Miguel.

A América, com ser América,É só a fama que tem;Não há terra c’má nossaP’ra amar e querer bem.

Já fui à terra d’América,Já fui uma, já fui duas;Nada me ia matando,Senão as saudades tuas.

Califórnia, ó Califórnia,Terra de tanta riqueza,Tenho lá tudo o qu’eu amo,Aqui só tenho tristeza.

Page 4: PTwebpage101509

4 15 de Outubro de 2009COLABORAÇÃO

A Escola JARDIM INFANTIL DOM DINIS apresenta Portu-guês Para Crianças, que terá iní-cio em Setembro. Este programa tem como objectivo assistir fa-mílias que tentam ensinar as suas crianças a manter e desenvolver a língua portuguesa durante a in-fância.

Crianças entre os três e os seis anos de idade:

Segundas-feiras e/ou Quintas-feiras das 9.30h às 11.00h

Crianças entre os cinco e os nove anos de idade:

Segundas-feiras e/ou Quintas-feiras das 15:30h às 17.00h

Chame já e reserve um espaço para a sua criança para Setembro. Para mais informações chame para o número

(408) 993-0383

ou visite

www.domdinis.com

Saudade advém de solidão

Português para Crianças

A Wikipédia, a enciclo-pédia livre, define a palavra saudade como a palavra mais usa-

da na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular. E cito “Uma visão mais específica aponta que o termo saudade advém de solidão e sau-dar, onde quem sofre é o que fica a esperar o retorno de quem par-tiu, e não o individuo que se foi, o qual nutriria nostalgia.” Quan-do os meus pais e eu emigrámos, deixámos família e amigos. Sem dúvida que tiveram saudades ao sentir a nossa falta. Mais tarde, um grande número deles imi-graram também para os Estados Unidos e Canadá. Escusado será dizer que a vida que vivi e as pessoas com quem convivi nos Açores já não existem — cresce-ram, envelheceram, emigraram, morreram.O embaixador da Inglaterra Ale-xander Ellis, quando pelas co-memorações do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Por-tuguesas, compara dois conceitos nas suas Crónicas de um Embai-xador: Portugalidade e Portugue-sismo. Ele escreve que, depois de falar com colegas portugueses sobre estes dois conceitos, chegou à conclusão que “Portugalidade” representa “o melhor de Portugal e dos portugueses; uma abertura ao mundo, uma universalidade de correr o mundo e acolher o mun-do; é um conceito dum Portugal que tem peso no mundo, por cau-sa da sua língua e da sua atitude, e até da diáspora que prospera em todos os continentes.” (http://aeiou.expresso.pt/10-de-junho)Enquanto que “Portuguesismo” representa o que a “Portugalida-de” não é; .”atitudes de descon-

fiança e pouca força...os com-portamentos que envergonham, ou até mesmo o fechar-se na sua própria dimensão. Por exemplo (alguns referiram) estar no es-trangeiro mas manter hábitos da terra natal, tal como comer cro-quetes, se calhar de qualidade duvidosa, quando há tanta coisa boa para comer...”O embaixador termina com a pergunta: “Mas será que as saudades fazem parte da Portugalidade, ou o Portugue-sismo—ou, como os croquetes, tudo depende do contexto?”Achei imensa graça a dos cro-quetes e, terminado o riso, pensei que a analogia acertara no alvo. Antes não compreendia porque às vezes me irritava ouvir as len-galengas de muitas pessoas que estão sempre a falar das sauda-des que têm do seu rico Portugal e das suas ilhas de encanto. Ao ouvir estes arrebates, pensava com os meus botões que se me sentisse assim tão desconsolada, decerto que descobriria a manei-ra de fazer a viagem ao contrá-rio e, permanente. Estas pessoas, sem o saberem, trabalham para o turismo da emigração, chamado ultimamente “turismo da sauda-de”. Tentei nunca falar da minha irritação, não fosse mal interpre-tada e acusada de traição e falta de “Portuguesismo”.Penso que a realidade desta sau-dade necessita ser demitizada. Não vamos agora sentir sauda-des precisamente daquilo que antes considerávamos detestável ou insuportável. Seria bom defi-nir a palavra saudade. Afinal de que é que sinto saudades? Qual é o mecanismo por detrás de toda esta ideologia? Muitos emigrados açorianos passaram as suas fé-rias indo aos Açores e perderam

a oportunidade de visitar outros países ou de melhor conhecer a grande nação que os recebera. O meu pai, por exemplo, todos os anos ia aos Açores “matar sauda-des”. Enquanto ele gastava todas as suas férias nos Açores, os seus amigos que não tinham emigra-do, passavam as suas visitando o resto do mundo ou então rindo-se dos seus anglicismos.Acho que será mutuamente van-tajoso o facto que a fonte do tal turismo da saudade nos Açores se está a esgotar. Talvez assim os açorianos se sintam obrigados a aprender como se recebe, como se acolhe um grupo de turistas que tanto contribuiu e contribui para a economia dos Açores. Em contrapartida, a minha geração, que decerto não necessita ir as Açores pagar promessas ou ma-tar saudades, mas sim levar os seus filhos e amigos a visitar as suas raízes, exigirá dos Açores o que já está acostumada a en-contrar por outros lados onde faz turismo: passar umas boas férias; admirar lindas paisagens; comer comida de qualidade e bem con-feccionada; pernoitar em hotéis de qualidade; preços competiti-vos, incluindo as passagem de ida e volta e entre-ilhas; e, muito em especial, respeito e gratidão pela sua presença.Ora gostar e comer croquetes simplesmente porque são portu-gueses é tomar o risco de comer uma mistura de ingredientes de origens duvidosas — quiçá, os restos que outros deitaram fora. Atenção, não vá a “desconfian-ça e pouca força” mascarar-se de saudade para assim melhor nos isolar numa Décima ilha rodea-da de desconfiança por todos os lados.

Traços do Quotidiano

Margarida da [email protected]

A Casa da Tia Vieira

Julgo que muitos dos estimados leitores recordam algum tem-po de criança passado em casa dos seus vizinhos, pois, quase sempre, havia um local onde a malta convergia para as suas brincadeiras. No meu caso, era a casa da Tia Vieira que ficava

abaixo da residência dos meus avós paternos com quem passei os primeiros anos da minha infância.A casa tinha um grande pátio e uma enorme figueira que não servia só para dar figos. Como a casa era terreira, a chaminé ficava um pouco mais alta do que o balcão da casa dos meus avós que era o lugar ideal para se atirar pequenas pedras que caíam dentro da fri-gideira em que a Tia Vieira fritava o peixe. Ela , pequena, franzina e irrequieta saía logo para a rua a barafustar e a amaldiçoar os res-ponsáveis que logo se escondiam para não serem apanhados. Mas, quase sempre, eram os mesmos autores que ela bem conhecia e de quem fazia queixa.O seu filho, Amaro, pedreiro de profissão, quando construiu a sua casa adjacente à casa dos seus pais, deixava-nos cimentar e caiar as paredes, pois ele era muito pachorrento e afável com as crianças. Lembro-me que ele tinha uma pequena colher de pedreiro que eu julgava, por direito, ser minha e que usava para estender e alisar o cimento. Portanto, no dia que eu ajudava o vizinho Amaro, mais ninguém podia usar aquela ferramenta.O esposo da Tia Vieira, o Ti João Inácio, pessoa calma e de poucas palavras, era pedreiro, pincelador, retelhador de profissão e pes-cador nas suas horas livres. Estou a vê-lo, descalço, de cócoras, limpando as telhas e repondo as quebradas para que o tecto ficasse vedante, ou, ainda, sobre uma escada pincelando as casas com um pincel feito de bracéu que ele apanhava na costa.Quando o Ti João Inácio ia à pesca, muitas vezes à noite, depois de um dia de árduo trabalho, apanhava sempre peixe para o gasto de casa. Porém, um dia não teve sorte e chegou a casa só com o caniço. O peixe tinha ficado a dar ao rabinho contente por não ter sido apanhado...A Tia Vieira, que já tinha o caldeirão ao lume com a água e os temperos para o desejado caldo de peixe para a ceia, ficou tão cha-teada com a falhada pescaria que o seu ralho chegou até aos ouvi-dos dos vizinhos que, é claro, ficaram com muita pena do Ti João Inácio. Afinal, não tinha sido culpa sua o peixe não ter pegado na isca naquele dia. Mas, que eu saiba, não foi ninguém para a cama com fome.Ainda agora, quando alguém na família vai pescar ou à peixaria, costumamos falar no caldo da Tia Vieira. Por isso, é preferível esperar que cheguem primeiro a casa com o peixe antes de se co-meçar a preparar o caldo.Ao recordar com saudade estes bons vizinhos da minha infância, lembro-me do que me contava a minha avó paterna quando havia alguma desavença na vizinhança.Um dia Jesus perguntou a São Pedro o que ele mais desejava e este disse que o seu maior desejo era ter um bom vizinho. Jesus, então, respondeu: “Muito me pedes, Pedro!”

A Outra Voz

Goretti Silveira

[email protected]

Page 5: PTwebpage101509

5

Muito Bons Somos Nós

Joel [email protected]

COLABORAÇÃO

Bem-vindos de volta às cavernas

Juro-vos: eu não queria es-crever esta crónica. Não agora. Malhar nos vegeta-rianos é tão fácil que che-

ga a ser cobardia – e um homem precisa de ter uma ou duas cró-nicas cobardes de molho para a eventualidade de, em semana de maior aflição, todas as demais fa-lharem. Mas não resisto. Jornais e televisões, rádios e sites, redes sociais e spamming: toda a gente se esforçou, nos últimos dias, por recordar-me a passagem de mais uma Semana Mundial Vegeta-riana, incluindo o Dia Mundial do Vegetarianismo. E, portanto, aqui vai. Quem vier atrás que fe-che a porta. Na verdade, eu esta-va desertinho.Assim por alto, devo dizer que acho o vegetarianismo (qual é aquela palavra?) uma idiotice. Tanto quanto sei, a maior parte dos vegetarianos aderiu à moda por razões de natureza (passe a redundância) naturalista. Ora, Deus (ou o Big Bang, ou o demó-nio, que sei eu?) fez-nos omnívo-ros, com necessidade de comer um tanto de tudo – e um vegeta-

riano, para poder sobreviver, tem de andar a tomar comprimidos (chamam-lhes “suplementos”, ao que sei) com doses cavalares de ferro, zinco, magnésio, sódio e potássio, entre outros nutrientes em que a carne é rica. Não me parece lá muito (como é que se diz agora?) biológico. Quer di-zer: um comprimido com uma dose de vitaminas do complexo B equivalente à de 37 bifes do lom-bo – parece-lhe natural, isso?Entretanto, e a acreditar no triun-falismo com que foi assinalado mais um dia mundial da dita re-ligiãozinha, “há cada vez mais portugueses” (é o que leio por todo lado, ipsis verbis) vegetaria-nos. Vegetarianos ou semi-vege-tarianos (também ditos pixo-ve-getarianos), que são aqueles que admitem o consumo esporádico de peixe ou marisco – mas que também contam para o campeo-nato. Acho bem que contem: para mim, não fica ninguém de fora. Não vale a pena sermos funda-mentalistas. Sei-o por experiên-cia própria: não é por ter deixado de fumar que me furto a um ou

outro bafinho em dia de festa, a uma ou outra cigarrilha em mo-mento de maior loucura – e, no entanto, faço questão de conti-nuar a contar como não fumador (ou, vá lá, pixo-não fumador).De qualquer maneira, não é ape-nas por dedução que se diz que os vegetarianos têm aumentado entre nós. De facto, Portugal está um rectangulozinho cada vez mais tonto – e, portanto, o mais natural é que tenha mais vegeta-rianos também. Mas há igualmen-te dados estatísticos. Segundo um inquérito online conduzido pelo insuspeito Centro Vegetariano, aliás, os devoradores de vegetal podem mesmo atingir, por esta altura, cerca de 40% da popula-ção portuguesa. Pronto, pronto, não devemos acreditar em todas os inquéritos online. Da última vez que levámos em linha de con-ta um inquérito online, já andá-vamos a apregoar que a taróloga Maya (que saudades eu tinha de citar a taróloga Maya) era a por-tuguesa mais sexy, esquecendo-nos de que ainda existe a senhora dona Júlia Pinheiro. Mas, quer

dizer, sempre hão-de querer dizer alguma coisa, estes inquéritos.E os resultados, apoiados em 589 respostas de portugueses e por-tuguesas, trazem-nos algumas conclusões expectáveis e outras tantas (rufem os tambores) im-pressionantes. Motivos ético-filo-sóficos, motivos de saúde, mesmo simples motivos económicos – as razões que levam as pessoas ao vegetarianismo são da mais di-versa ordem. Mas eu permito-me destacar um dado: aquele que diz que, em cada 100 portugueses vegetarianos, 26 são-no por “ra-zões espirituais”. É um número inesperado – e que, tanto quanto sei, surpreendeu o próprio Centro Vegetariano. Mas, enfim, talvez não tenha sido muito sensato des-pachar o inquérito quase todo nas lojas de mobiliário da Almirante Reis (sobretudo sem o cuidado de sublinhar que estavam em causa todos os tipos de carne, não ape-nas a de vaca).E, pronto, assim se passou mais um dia mundial: o dia mundial que recordarei para sempre como aquele em que descobri que até

para gatos já há comida vegeta-riana. Entretanto, porém, fiquei com uma dúvida. Perdão, duas. Primeira: se ninguém comesse carne, será que continuaríamos a criar vacas, ou deixaríamos sim-plesmente extinguir a espécie? Segunda: e, se ninguém comes-se carne e a criação continuasse, não se tornariam as vacas tantas (e, aliás, tão pouca a relva, ainda por cima disputada connosco) que não lhes restaria outra solu-ção senão tornarem-se carnívo-ras, acabando, então sim, por se-rem elas a devorarem-nos a nós? Bom, nesse caso, não será boa ideia deixar amaricar os gatos: vamos precisar de tantos aliados quanto pudermos arranjar , que a guerra prevê-se dura.

Foi através da 7ª arte que despertei para o conhecimento das coisas, da vida e do mundo.A viver nos estreitos limites de

uma pequena ilha (Graciosa), sem acesso à televisão, eu era uma criança bisonha para quem o cinema era o fascínio e o sortilégio que me restavam. Recordo, com nostalgia profundamente sentida, esses tempos em que, de calção, me entregava às cinefilias e descurava os trabalhos da escola…O cinema era, então, uma experiência de sonho, uma entrada no reino da fantasia, que não residia apenas nas histórias que via no écran, mas nos próprios instrumen-tos que davam vida às imagens. E quem me ajudou a cimentar esse amor pelas fitas foi o sr. Belchior, projeccionista da velha casa de espectáculos da vila da minha in-fância. Havia, entre nós, uma grande cum-plicidade e uma estima profunda e recípro-ca. Eu faltava à escola só para o ver, na sua oficina, enredado em fitas e bobines, a re-bobinar o filme que havia passado na noite anterior. De vez em quando a fita reben-tava e era preciso cortar e depois colar os fotogramas. Eu guardava, religiosamente, os que caíam no chão, coleccionando-os numa caixinha de supositórios da minha avó.Homem generoso, que fazia do seu ofício um apostolado, o sr. Belchior, em noites de cinema, deixava-me entrar na cabine de projecção. Aquele era um espaço sagrado, onde se destacava a valiosíssima máquina de projectar, cujas entranhas causavam em mim um profundo espanto. O sr. Belchior, com gestos meticulosos, fazia deslizar a fita por labirintos de prismas, espelhos, lentes, obturadores, diafragmas, rodas e rodinhas… Depois fechava a portinhola e ouvia-se o trac-trac do movimento circular da fita. Apagavam-se as luzes, rompia um sururu na sala. Com truques de mágico, o sr. Belchior caprichava na focagem. E aquele tremelicante feixe de luz que saía da

lente exercia em mim um imenso fascínio. Era então que eu subia para um banco para chegar ao postigo e, deslumbrado, regala-va-me com os murros do John Whayne, os tiros do Humphrey Bogart, os sorrisos de Clark Gable, os músculos de Charlton Heston, os olhos de Kim Novak, os beijos de Ingrid Bergman…

A maior parte desses filmes não era para a minha idade. O sr. Pacheco polícia andava de olho em mim... Mas eu, beneficiando da cumplicidade do sr. Belchior, enfiava-me na cabine de projecção uma hora antes do filme começar… O meu pai fazia vis-ta grossa a tais desmandos. A minha mãe

afligia-se com as minhas frequentes “esca-padelas” às fitas…Era mais forte do que eu: o cinema, sen-do a minha curiosidade maior, fora a mi-nha iniciação. Com o passar do tempo, a inocência do meu olhar foi dando lugar a sorrisinhos marotos, sobretudo quando no écran apareciam aqueles perversos e

deliciosos beijos na boca… Às vezes eu saía sub-repticia-mente da cabina e, no escuro, escondia-me nas pregas de re-posteiros sorumbá-ticos, para acariciar, com dedos sonhado-res, partes baixas em ebulição…Na catequese, o se-nhor padre Genuíno Madruga alertava-nos para os inimi-gos da alma e para os perigos do cine-ma… Era preciso rezar muito. E todos éramos obrigados a decorar as quatro virtudes: prudência, justiça, fortaleza e temperança…O celulóide enleva-va-me. Os filmes de aventuras, de capa e espada, enchiam-me a vida, transporta-vam-me para uma outra dimensão; por

umas duas horas transformava-me no Zor-ro ou no Cavaleiro Solitário, cumpriam-se todos os meus sonhos: por arte de magia, o bom recuperava-se da mazela e das feri-das, soltava-se das amarras e dos cepos e ficava com a rapariga, os dois a beijarem-se em primeiro plano enquanto nas suas

costas brilhava o sol ou a lua e uma or-questra de cordas e sopros fazia ouvir mú-sica lânguida. Eu não resistia aos “westerns” (em que os índios eram quase sempre os maus da fita), pois nesse tempo o mau era sempre vencido pelo bom e pagava os seus crimes com a morte ou com a prisão. Eu e o Ar-naldo, meu amigo de infância, tornámo-nos irmãos de sangue: um dia ferimos os pulsos com um canivete, atando-os depois um contra o outro, com um lenço, como os índios nos filmes. Eu era o “cow boy”, Arnaldo, o apache…E depois havia os filmes de Charlot que despertava o riso e o choro. E havia o Bus-ter Keaton, os Três Estarolas, o Bucha & Estica… E foi assim, empoleirado numa cabine de projecção, que aprendi a descobrir e a inventar o mundo. Um dia percebi que, afinal, a vida não era como o cinema. Nesse dia chorei perdidamente, mas em mim nunca mais se perdeu o encanto do celulóide. Fiz-me homem e alguns filmes mudaram a minha vida (incluindo um em que me revi como protagonista: Cinema Paraíso, de Giuseppe Tornatore…).Continuo a lançar muitos e múltiplos olha-res às cinefilias com o mesmo gozo com que, de calção, espreitava pelo postigo da cabine de projecção da velha casa de es-pectáculos da minha infância. Ou seja, continuo a acreditar no cinema – essa po-derosíssima máquina dos sonhos. E saio dos filmes reconciliado com a vida, mes-mo que o real da rua me devolva o sentido da realidade.Todos os sábados vou ao cinema. Por ca-tarse: pois preciso de um écran que pro-jecte quase tudo o que me falta para tornar ilusoriamente plena a minha vida sem his-tória, sem glória e sem mérito.

Crónicas Terceirenses

Victor Rui Dores

[email protected]

As alegrias do Cinema

... um vegetariano, para poder sobreviver, tem de andar a tomar comprimidos (cha-mam-lhes “suplementos”, ao que sei) com doses cavalares de ferro, zinco, magnésio, sódio e potássio, entre outros nutrientes em que a carne é rica. Não me parece lá muito (como é que se diz agora?) biológico.

Page 6: PTwebpage101509

6 15 de Outubro de 2009PATROCINADORES

LÍDER DO FUTEBOL AGORA PODE VER A LIGA ESPANHOLA NO ESPNLIGA PORTUGUESA NA RTP E SPT NO PACOTE LUSO $24.99

RTP $4.00+100 CANAIS TURBO BRONZE $19.99 AO MÊS

Especial válido por 12 meses Instalamos de 1 a 4 Tv’s com contrato de 2 anosANTENA ESPECIAL SÓ PARA A RTP E RADIO E CANÇÃO NOVA COMPRE A ANTENA E NÃO PAGA NADA POR MÊSLIGUE AGORA MESMO PARA LUCIANO COSTA

1-559-435-1276 CELL 1-559-347-8257Falamos Português

COSTA ELECTRONICS DEALER AUTORIZADO DO DISH NETWORK

CASAL OFERECE-SE PARA TRABALHARem limpesas, quer em casas particulares

ou em escritórios.Contactar 209-664-0352

Assine o Tribune e fique informado do que se passa na Comunidade

Page 7: PTwebpage101509

7COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Talento único, pessoa íntegra, artista multifa-cetado – até hoje – não creio que a ilha tenha

parido algum como ele.É poeta consagrado, dramaturgo de renome, escritor de nomeada e, acima de tudo, amigo dos ami-gos, que muito o estimam e des-culpam perfeitamente por “já não gostar de chocolates”. Quantos poemas já esculpiu, quantas peças ensaiou, quantos enredos concebeu, quantas mar-chas coreografou, quantos corais dirigiu, quantas almas sensibili-zou, francamente, não faço a mí-nima ideia.Quantos livros já publicou, bem ao certo, tambem desconheço. O que eu sei e reconheço é que, do seu fértil talento e da sua pro-saica inspiração, desfrutei dos mais ternos e descontraídos mo-mentos que uma boa leitura nos pode oferecer cá nos longínquos confins da diáspora imensa, onde não é nada fácil lermos com lu-síada avidez ácerca do que nos-tálgicamente nos corrói a alma. O nosso melodramático percur-so imigrante, nas suas múltiplas componentes, não é fácilmente sentido por quem não teve a co-ragem de dar “o salto”.Romanceá-lo com requinte e muito bom gosto ao seu mais alto nível literário não está ao alcance de qualquer um.

José Henrique não imigrou mas viu a família imigrar. A sós, lá na ilha, sentiu-se im-pelido a vir cá amiúde matar as saudades. Paralelamente, os con-tactos anuais com os amigos em oportunos convites de benéfico intercâmbio cultural abriram-lhe os olhos, amadureceram-lhe as ideias e acabaram por lhe fecun-dar a veia inspiradora. “Já Não Gosto De Chocolates” é o titulo feliz dum romance de-licioso cuja posterior tradução para inglês e japonês acaba por oferecer uma dimensão extra de prestígio mais do que merecido pelo carismático autor, que a ilha adora e a diáspora lusa tem muita necessidade de ler. Se o fizes-se atempadamente, não tenho a mínima dúvida que tambem iria adorar.“I No Longer Like Chocolates”, a autorizada tradução para inglês, rubricada por Dinis Borges e Ka-therine Baker, é uma alternativa de peso a reconsiderar e a repro-mover entre nós. Em geral, por motivos de força maior, cada vez mais afastados do nosso mimoso idioma de berço, os nossos filhos e netos bem precisam que lhe ofertamos essa prenda.

E José Henrique Álamo Oliveira bem o merece.Não é um escritor vaidoso mas,

por razões que eu ca sei, antes fosse. Talvez beneficiássemos to-dos um pouco mais do muito que tem para nos oferecer.Confidenciava-me ele há dias à mesa dum informal almoço a três num luso cantinho local do tre-mendo orgulho que sente quando cá vem e tem a oportunidade de dialogar por aí com alguns dos seus jovens leitores bilingues.O moço, cá nascido e educado com a sua formação académi-ca galardoada em inglês, havia gostosamente lido e saboreado “I No Longer Like Chocolates” – dispensando-lhe largos elogios. Porem, após ter amadurecido e aperfeiçoado mais tarde por ini-ciativa própria o seu elogiável português, ao ler confortável-mente “Já Não Gosto De Cho-colates”, os elogios duplicaram: “Em português ainda cai melhor, sr. Álamo.”A moça, tambem lusoamericana, se calhar doida por chocolates, confessou-lhe com a voz a vibrar de emoção que aquilo nunca lhe havia acontecido antes: “Mal levei o livro para casa, agarrei-me a ele de tal forma que não o larguei mais até conseguir lê-lo por completo. Consolei-me, sr. Álamo.”É pena a generalidade dos moços e moças das nossas comunidades locais não terem mais fácil aces-so a este tipo de leitura que os

O meu pecadilho

aproxima um pouco melhor das suas raízes culturais.

Tem sido notável e mais do que louvável o formidável esforço de divulgação da Portuguese Heri-tage Publications Of California neste sentido. Presenceei, na UPEC em San Leandro, ao recente lançamento da edição bilingue do livro de poesia de Vasco Pereira da Cos-ta, “My Californian Friends”, em conjunto com a versão em inglês da magnífica obra de Eduardo Mayone Dias, “The Portuguese Presence In California”. Con-fesso que gostei. À semelhanca do que já acontecera em sessão similar no PAC em San José, foi bonito ver um muito apreciável numero de pessoas a comprarem livros para lerem ou simplesmen-te para oferecerem a amigos e fa-miliares.É um saudável hábito que se vem

repetindo com sucesso em cada promoção da PHPC e que muito nos apraz registar. Iniciativas do género devem merecer-nos sem-pre o mais amplo apoio. O nosso legado cultural não pode ficar por mãos alheias.

Foi mais ou menos isso que me deu a entender o nosso consagra-do poeta e particular amigo, Ála-mo Oliveira, por quem sempre nutri profunda admiração mas de quem ainda me retraio, incapaz de confessar-lhe o meu guloso pecadilho. É que, apesar de me continuar a deliciar com a adocicada temáti-ca da sua elogiada obra (ensan-duichado entre a fição e a realida-de), não o posso negar: “cada vez gosto mais de chocolates”.

Page 8: PTwebpage101509

8 15 de Outubro de 2009ENTREVISTA

Desde quando é que a música foi a tua paixão?

Na casa dos meus pais, nos rádios dos car-ros, a música de filarmónica e fados foi sempre muito apreciada. O meu pai tem uma grande admiração pelas filarmónicas e pelo fado. Eu desde que me lembro sem-pre gostei de apreciar a mesma coisa. Foi assim que criei a paixão para a música.

Tinhas algum familiar músico?

O meu pai aprendeu a tocar trompete e foi músico da Filarmonica da Ribeira Seca. O irmão mais novo do meu pai, e meu padri-nho e grande amigo Fernando Amaral, foi músico na Filarmónica da Ribeira Seca e na Banda Portuguesa de San José. Era um músico sério e muito dedicado ao seu instrumento (Tuba). Estas duas pessoas foram os meus primeiros exemplos no in-teresse que tive pela música.

Conta-nos como é que tudo começou e que passos é que deste para prosseguir o teu sonho? Estudos?

Eu tive muita sorte de ter bons professores. O primeiro foi o senhor Trajano Teixeira, da Banda Portuguesa de San José. Ele en-sinou-me a ler música e tocar trompete. Era uma pessoa que tinha muito interesse em continuar a tradição das filarmónicas para o futuro. Ele ensinou-me muitas lições importantes mas a melhor delas era quado ele dizia que “A banda tem que sempre ser unida como uma família”. O próximo pro-fessor que ainda é um grande amigo, foi o Bill Nicholosi. O Nicholosi é um gran-de trompetista, e um grande professor de música no Distrito Escolar de Alum Rock, em San José. Professores como ele há pou-cos. A educação que ele me deu, foi a ra-zão que decidi estudar música. O próximo professor que teve um grande impacto na minha vida foi o Dr. Vernon Reed, Mestre de Bandas da Universidade de San José. Quando eu assumi a responsabilidade de Mestre na PBSJ, o Dr. Reed foi o professor que me ensinou a ler partituras, regência e a lição mais importante: “O respeito dos músicos não é dado, é merecido”. Com o Dr. Reed também aprendi a estudar e a apreciar a música dos grandes composito-res, Mozart, Beethoven, Berlioz, Chopin, Stravinski, Tchaikovski, Mahler, Rossini, Shostakovich, Strauss, etc... Toquei trom-pete de baixo da regência do Dr. Reed por 4 anos. Todos os ensaios eram uma lição na execução da música.Estudei com professores de trompete, Jim Dooley (Trompetista na Orquestra Sinfó-nica de San José), Rich Armstrong (Trom-petista de Jazz de San Francisco), Donald Rhineberg, Laurie Mcgaw e Glen Fischthal da Orquestra Sinfónica de San Francisco.

Qual foi a primeira Filarmónica em que emprestaste todo o teu valor e toda a tua ideia de fazer música?

Eu comecei como Mestre na PBSJ há 18 anos e até hoje aquí estou. E enquanto as Direcções me quiserem, eu vou continuar a fazer o melhor possível.

No tempo que vai passando, como é que deve ser uma Filarmónica hoje? Quais devem ser os seus interesses?

As Filarmónicas de hoje tem que ser como sempre. Temos que continuar a ensinar música à malta nova. Temos que respeitar os músicos mais velhos que fundaram e mantiveram as várias filarmónicas. Temos que executar as músicas dos grandes com-

positores do mundo inteiro. Finalmente, trabalhar juntos para continuar esta linda tradição.

Como é que se define uma boa Filarmó-nica? Qual o número mínimo de execu-tantes numa banda?

Eu nunca me preocupei com quantidade de músicos que uma banda tem. O mais im-portante é os músicos que aparecem para tocar no dia da tocata e dos ensaios. A filarmónica para ser boa tem que ter mú-sicos que respeitam a música e o mestre é ainda mais importante. Um mestre que respeita a música e os músicos.

O que é que pensas do Festival das Ban-das?

O Festival das Bandas foi uma belíssima ideia que o Mestre David Costa, da Fi-larmonica Artesia teve. É um dia que as Filarmónicas de California juntam-se para celebrar a música e a amizade. É sincera-mente um dos dias mais especiais do ano inteiro. O festival é também o dia onde to-das as Filarmónicas se esmeram para apre-sentar músicas bem executadas.

Quantos Californianos é que temos a es-crever música para Filarmónicas?

O Julio Matos, Mestre da Filarmónica de Santa Clara, tem composto várias marchas de parada e de concerto, belíssimas. O David Costa, da Filarmonica da Artesia e o Abel Martins, Mestre da União Popular têm composto várias marchas de Carnaval e de São João também muito bem feitas. O Mestre Manuel Monteiro, que regeu a União Popular e a Nova Aliança, também tem várias composições suas.

Porque não fazer Concertos públicos quando as bandas estão livres de Festas e responsabilidades?

Isso é uma grande ideia. A nossa Filar-moica faz pelo menos 3 a 4 concertos por ano, onde convidamos outra filarmónica, vários grupos de metais, cantores, para uma noite de música. Todos os concertos têm sido um sucesso, porque as pessoas que assistem a estes concertos vem para ouvir música e não fazem barulho durante as actuações. Estes concertos são geral-mente às sexta-feiras. Nestes concertos nós explicamos o sentido de cada peça, informação de quando e quem compôs as várias peças. Mas o melhor de tudo é o silêncio e a atenção que os ouvintes ofere-cem aos músicos.

Como serão as nossas Bandas daqui a 25 anos?

O futuro das Bandas está nas mãos daque-les que se interessam bastante para conti-nuar a ensinar e desenvolver os músicos actuais. E oxalá que daqui a 25 anos, nós que estamos à frente das bandas, sejamos bons exemplos para outros continuarem no nosso lugar, para isto nunca morrer.

O apoio da juventude tem sido funda-mental no sucesso de todas as bandas. Podes comentar?

Sem dúvida. É formidável ver as filarmó-nicas recheadas de juventude. Mas temos que agradecer àqueles mais velhos que fo-ram instrumentais em ensinar a juventude a ter prazer de fazer parte de uma filarmó-nica.

Quais são os passos necessários para ou-tros jovens serem iguais a Joe Amaral?

Ensair todos os dias sem falta, respeito à música, aos compositores, à comunidade, muito respeito aos músicos, colegas novos

e mais velhos, às pessoas que assistem às tocatas, e muito respeito ao seu instrumen-to, porque o instrumento não perdoa.

Joe Amaral, Mestre da BPSJ

Ensaiar todos os dias, respeitar a música, os compositores, a comunidade e os colegas

Page 9: PTwebpage101509

9CONVENÇÃO

Ig re ja Nac iona l das C inco Chagas

Tomada de posse do novo Pastor

FalecimentoCarlos Borges Pacheco Amaral Macedo was born on November 30, 2924 in Ponta Delgada, Sāo Miguel, in the Azores Islands. His parents were Carlos Pacheco dos Santos Macedo and Efigenia Estefania Borges.For his elementary education, Carlos attended the Escuela Ofi-cial de San Jose in Ponta Delga-da. After finishing his elemen-tary education, he entered the Seminario Episcopal de Angra do Heroismo, Terceira in the Azores until 1946.He came to California as a student and entered St. Patrick’s Semina-ry in Menlo Park. On Decem-ber 18, 1948, he was ordained a priest for the Archdiocese of San Francisco by the Most Reverend John J. Mitty, then archbishop of San Francisco at St. Mary’s Ca-thedral. Last December 2008, he celebrated 60 years of faithful ministry as priest. Following ordination, he was

assigned to St. Louis Bertrand in Oakland. At the same time, he attended St. Mary’s College in Moraga. In 1953, he moved to Tucson, Arizona where he worked as chaplain of St. Mary’s Hospital in that city. Fr. Macedo loved working in hospital ministry. He was subsequently transferred to Nogales, Arizona as chaplain of St. Joseph Hospital while also caring for the missions of Tubac and Amado in Arizona. In 1963, he returned to San Fran-cisco and took assignment at Five Wounds Portuguese National Pa-rish, first as the associate pastor from 1963 to 1971. On June 22, 1971, he assumed the role of pas-tor of Five Wounds Parish until his retirement on June 1, 1986 due to health reasons. After his retirement, he took up residence at St. Albert the Gre-at Rectory in Palo Alto, where he lived until 2008. Earlier this

year, he moved to St. Joseph Re-tirement House in Cupertino. Father Macedo opted to move to Bethany Nursing Facility in Los Banos where he died on Thurs-day, October 1, 2009.

TRAIÇÃOA mágoa da traição é tão profundaque me roi as entranhas do espírito.

Pessoa errou ao afirmartudo vale a pena”!

Não valeu, não,nem vale,

pois há HÁBITOS que incorporamalmas bem pequenas,

mesquinhas,ornamentadas com falsa ingenuidade,

lobas vestidas de cordeiras,capazes de tudo

para satisfazerem suas ambições.Sinto-me deprimido,

humilhado,perante este cenário aviltante.

Apunhalaram a minha dignidade,destruiram a minha fé em Deus e nos homens.

Pensar que se é, sem o ser,melhor esquecer, ignorar,

jogar tudo ao abandono dos Deuses,ao cinismo da crença,

à camuflagem da verdade,e ao rosto da hipocrisia religiosa.

Outubro 12, 2009 M.R

Aspecto da Missa Solene da tomada de posse do novo Pastor da Igreja Nacional das Cinco Chagas, Donald Morgan, presidida pelo Bispo dioce-sano Patrick McGrath. Pag. 13 foto de Filomena Rocha

Page 10: PTwebpage101509

10 15 de Outubro de 2009COLABORAÇÃO

Memorandum

João-Luís de [email protected]

Barack Obama e a nova

maneira de vermos o mundo

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

É comum dizer-se que a distância geográfica e o rodopiar do tem-po são considerados cúmplices inocentes do silencioso latejar da

nostalgia. Os sons do infindável diálogo marítimo com a pobreza à beira-mar plan-tada, a simplicidade rural do toque das trindades (que servia de aviso às mulheres para aligeirar a fervura das couves para “sossegar” o estômago camponês de quem chegava a casa depois duma eternidade a cavar terra alheia), continuam a fazer parte do memorial da nossa própria meninice.Atrevo-me a exercer a saudável provoca-cão de sugerir que, de há meio século a esta parte, a freguesia de São Roque tem sido gradualmente “(des)promovida” à condição de fronteira oriental da capital micaelense. Rosto de Cão foi em tempos o maior laranjal da ilha, chegando a ser agraciado como “presépio” politico do fa-moso Prior do Crato, mercê da clarividen-te hospitalidade do morgado Jorge Nunes Botelho, neto do “grande” Goncalo Vaz Botelho... Mas não será por aí que a “causa democrá-tiva vai à praça”... Em pleno contra-relógio da globalização, o projecto da união açoreana não depende do cómico pundonor de antigas rivalidades bairristas baseadas no ciúme brejeiro das toiradas à corda; nem se baseia no delírio comparativo da percentagem da prata que aformoseia as coroas do Espírito Santo; e muito menos na partitura musical da pro-núncia dos falares típicos da insularidade

açoriana... Como estamos em vésperas de eleições autárquicas, decidimos adiar a tentação de falar do arraial politico em curso. Vamo-nos cingir ao arraial da memória colectiva da comunidade de Rosto do Cão: embora à distância de 6.000 milhas, decidimos cele-brar uma efeméride singular na vida duma freguesia com cerca de 470 anos de exis-tência (curiosamente, nascida no tempo em que Luís de Camões era ainda rapazote de quinze anos). Vamos, portanto, integrar o cortejo (imaginário) dos celebrantes da

fundação da Banda Filarmónica “Lira de São Roque”. Já lá vão 110 anos!Creio que o estorial do aparecimento da Filarmónica está bem conservado, com algumas referências credíveis, na impren-sa micaelense (vidé Diário dos Açores, 27 de Setembro de 1899). Pessoalmente, estou vivamente recordado do tempo em que os “ensaios” da filarmónica “Lira de

São Roque” eram realizados no interior da “desafortunada” ermida de Santa Ma-ria Madalena, ali mesmo no canto sul do Bêco Pedro Júlio, onde a familia Medeiros possui (desde 1946) a singela mas inegoci-ável moradia.Os ouvidos da memória não esquecem as ressonâncias musicais daqueles rústicos ensaios preparativos para a tradicional procissão comemorativa do “16 de Agos-to”. Alguns dos mais antigos executantes falavam-me amiúde da presença do nosso futuro pai (mais conhecido pela alcunha de

Manuel “Cabrinha”) no elenco efectivo da filarmónica: na época – diziam – ele era ainda um rapagão jovem, mas inseparával da sua trompa de harmonia, que estimava como “sacho” artístico para conviver de-pois das cavações... Entretanto, parece que ainda estou a ver e a ouvir alguns dos saudosos e briosos exe-cutantes musicais de épocas transactas:

José Balagaio, Jacinto Lampanha, Car-los Manica, Manuel Germano, ti Jaquim Côco, o saxofonista António Madeira, o soloísta Francisco “tornista”... (sem des-primor para aqueles cujos nomes foram embaciados pelo nevoeiro do tempo) – todos aprumados sob a batuta camarada mas exigente do maestro A. Mendonça – saudoso sargento-músico da banda militar dos Açores. Para quem (como é o nosso caso pessoal) permanece há cerca de três décadas ausen-te da sua ilha natal, não seria prudente ar-riscar comentários actualizados àcerca do percurso “triunfante” da “Lira de São Ro-que”. Assim, o nosso propósito limita-se a enaltecer a tenacidade das prestimosas gerações de dirigentes e executantes que souberam manter vivo o entusiasmo ru-ral pela arte músical (estou agora mesmo a recordar a dedicação pastoral do padre Jacinto Monteiro). Finalmente, gostaria de dirigir efusivas saudações aos actuais dirigentes associa-tivos da “nossa” Filarmónica, presidente João M. Moniz Costa e vice-presidente Raul Medeiros, e bem assim à valiosa equipa de actuais executantes musicais, que oferecem a garantia da perenidade da missão cívica e artística da já centenária “Lira de São Roque”.

O arraial da memória“Lira de São Roque” - celebra 100 anos

“Barack Obama, no poder há menos de um ano, transformou a forma de nos vermos a nós próprios e de vermos o mundo em que vivemos e

criou a esperança de um mundo em paz consigo mesmo.” Estas foram as palavras do Comité do Nobel ao atribuir o Nobel da Paz ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Esta é indubitavlemente uma escolha interessante. É que mais uma vez, o comité norueguês tomou uma deci-são audaz. Mais uma vez, o comité teve a visão de ver neste líder americano, uma esperança para o mundo. Um mundo que tem sido vítima do cinismo, da descon-fiança, do medo e da guerra. “Ao atribuir-lhe o seu prémio mais pres-tigiado, o Comité recompensa o seu compromisso determinado para com os direitos humanos, a justiça e a propaga-ção da paz através do mundo. Ele faz também justiça à sua visão de tolerância e de diálogo entre os Estados, as culturas e as civilizações.” De facto, para quem pergunta: mas que fez o presidente para merecer tal prémio? Há que relembrar que no mesmo dia em que tomou posse da presidência dos EUA, assinou um decreto exigindo que Guantanamo (a famosa pri-são em Cuba onde se cometeram as piores atrocidades de tortura) fosse encerrado o mais breve possível; começou uma retira-da gradual das tropas americanas no Ira-que; fez um discurso brilhante dizendo ao mundo árabe que os Estados Unidos não estavam em guerra contra o Islão; iniciou conversações com o Irão, entre outras me-didas. Aliás, se olharmos objectivamente aos últimos 9 meses desta administração, podemos concluir, sem qualquer dúvi-da que fez-se mais pela construção dum mundo em paz, desde Janeiro de 2009, do que nos últimos 8 anos. É que passou-se da política de invadir e disparar primeiro e

depois talvez se possa conversar, para uma política de auscultar os outros, de aceitar as diferenças, de respeitar todas as vidas, quer elas sejam americanas, quer sejam de outros países. O Comité soube, mui-to bem, que estes são apenas os primeiros passos. Mas é do conhecimento geral, e dos princípios mais rudimentares, que os primeiros passos são sempre imprescindí-veis para o caminho da paz, do respeito mútuo, do entendimento entre as nações,

os povos e até mesmo entre as religiões.Segundo o Comité o presidente americano “demonstrou uma liderança extraordiná-ria ao propor um mundo desnuclearizado e um compromisso inabalável para com a diplomacia, o respeito mútuo e o diálogo como principais meios para a resolução de conflitos.” Este chefe de estado america-no compreende, quer pela sua intelectuali-dade, quer pelo seu temperamento, que o mundo só poderá estar em paz quando os seres humanos se respeitarem e abandona-rem o fanatismo, quer nacionalista, quer religioso que tem sido a praga da huma-nidade.

O prémio Nobel da Paz, Barack Obama recebeu felicitações de todo o mundo. Houve até quem dissesse que este pré-mio “consagra o regresso da América ao coração de todos os povos.” É que o baluarte da democracia, esta ideia única da América, tinha ficado esfran-galhada com a “cowboiada” de George W. Bush e o seu nefasto vice-presiden-te Dick Chenney. É que se o mundo perdeu com os 8 anos de Bush filho, a América perdeu muito mais. Mas toda esta euforia é mais do que suficiente para que colocar as forças conservadoras do Partido Republica-no numa esquizofrenia total. É que como não sabem reagir a um mun-do que respeita a América, as forças mais retrógradas deste país têm utili-zado este prémio para a sua contínua difamação do presidente americano. Desde os “faladores”da rádio da ultra direita, até à classe política, a resposta foi igual, desprestigiar a presidência america-na, exautorar o chefe de estado deste país, com os mais repugnantes comentários. É que se fosse Republicano (mas graças aos deuses que não sou) sentir-me-ia en-vergonhado das forças vivas do meu par-tido estarem a denegrir num prémio que vem, apenas pela segunda vez na história do Nobel da Paz, para um chefe de estado norte-americano, em pleno exercício das suas funções. Claro que já ouvi que há republicanos que não concordam com a vituperação e os discursos aleivosos que se tem feito contra Barack Obama, antes e depois do anúncio do Nobel da Paz. Po-rém, não se esqueçam que “quem cala con-sente.” É que os republicanos que “metem o rabo entre as pernas” e permitem que as vozes viperinas dos seus “faladores da rá-dio e televisão” pronunciem as frases mais abomináveis sobre a escolha do Presidente

para o Nobel da Paz, são tão responsáveis como os que nas ondas hertzianas da rádio e nos pequenos ecrãs semeiam a intolerân-cia, o pavor e o racismo. Como se diz às crianças: shame on you!

Por sinal, e como ponto final, relembro a quem tem paciência de ler estes rabiscos, que esta é a centésima edição destes re-flexos. Já lá vão cem edições do Tribuna em que começámos este pequeno espaço de reflexão. Depois deste jornal publicar centenas de crónicas minhas sobre o mun-do norte-americano e as nossas comunida-des, algumas das mesmas extremamente académicas e publicadas em outras publi-cações, desde jornais a revistas, decidi que seria mais oportuno estar aqui com uns re-flexos menos formais. Daí que aqui esta-mos há cem edições, muito informalmen-te, a reflectir sobre o mundo americano, as nossas comunidades e as nossas vivências neste mundo entre dois mundos.

Page 11: PTwebpage101509

11COLABORAÇÃO

Este e outros cabeçalhos seme-lhantes têm ornamentado a im-prensa agrária, e não só, nos ultimos 10 meses, não faltando

acusações e mal entendidos, procurando elucidar produtores e criadores de gado leiteiro, para que estes possam compreen-der a dura realidade de uma mudança tão rápida, cujos resultados financeiros se es-tão fazendo sentir nesta e outras indústrias de uma forma ou outra relacionadas com esta. Neste momento, uma imensidade de grupos e entidades ligadas à agropecuária estão pressionando o sistema corrente, re-sultado de uma fórmula mal concebida do Departamento da Agricultura do Estados Unidos (USDA) estabelecida em 2000, que veio empurrar os produtores de leite para uma posicao desvantajosa quanto à fixação dos preços do leite. Uma série de propostas estão a ser analizadas para a dis-tribuição de auxílio financeiro, muito em-bora a realidade seja que não há solução viável, a curto prazo, quando a realidade presente é de sobrevivência. No entanto esta indústria tem provado no passado que é capaz da recuperar financeiramente das piores situações.

Um outro assunto importante para a agri-cultura e todos nós, são as presente reser-vas de água na California. Aqui juntinho de nós, o reservatório de São Luís, a principal fonte de água para muitas explorações no “west side” do Vale de San Joaquin, está apenas a 20% da sua capacidade; entregas à agricultura nesta região foram apenas 10% do normal, eis algumas das realida-des políticas desta situação que não parece

fácil de resolver.Desde 1990, inventários de água Estadual e Federal têm sido reduzidos, como resul-tado de acções reguladoras que têm trans-ferido essas águas para usos ambientais. Resultando em que mesmo anos de chuvas normais a California reduz as entregas de água, causando uma crise a longo prazo com esta (seca regulada) que piorou recen-temente com a decisão de dois tribunais, que ordenaram que duas bombas gigantes, que tranportam água do San Joaquin Del-ta, fossem fechadas, restringindo a água aos agricultores do Vale de San Joaquin, num esforco de protejer o “Delta smelt” e salmão. Estas decisões baseadas no “En-dangered Species Act” (ESA) foram re-centemente implementadas por U.S. Fish and Wildlife Service.Estas opiniões biológicas que não conside-ram adequadamente o impacto ambiental na produção agrícola e vidas humanas, são um exemplo da necessidade de uma pro-funda reforma na (ESA) baseada no sen-so comum, como a que o ex-congressista Richard Pombo, o congressista Dennis Cardoza e outros advogaram, infelizmente sem resultado. Esta situação está presente-mente agravada devido a três anos de seca na California.

Já no passada abordámos o assunto e enco-rajamos todos aqueles estudantes que te-nham vocação para Medicina Veterinária, a completarem os seus cursos para pode-rem preencher muitas vagas que existem no departamento da agricultura animal. Apraz-nos mencionar que o Governador Schwarzenegger da California, assinou re-

centemente uma proposta de lei, da legis-ladora Cathleen Galgiani (D-Livingston) e Connie Coway (R-Tulare) que vem faci-litar transferências, de licenças de outros Estados para a Califorrnia, e oferecer exa-mes duas vezes por ano. Segundo a análise da Comissão de Apropriações do Senado,

esta lei aumentará o número de candidatos numa centena anual aqui na California, Esta como tantas outras é uma nobre pro-fissão.

O Reservatório de San Luis ainda tinha este aspecto em Março de 2008 foto de jose avila

Temas de Agropecuária

Egídio [email protected]

Bem-vindos a San Jose Gastroenterology (SJGI)Agradecemos a oportunidade de oferecer os melhores cuidados médicos em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva.

Dois escritórios para o servir em San JoseMONTPELIER OFFICE: 2340 Montpelier Dr., Suite AO'CONNOR OFFICE: 231 O'Connor Dr.

Telefone: (408) 347-9001

SJGI tem o prazer de apresentar

Eduardo daSilveira, M.D.Diplomado em Gastroenterologia.Especialista em Doenças do Fígado e do Aparelho Digestivo.

O Dr. Eduardo da Silveirafala múltiplas línguas incluindo o Português, Inglês, Espanhol e Francês.

Produtores de leite precisam de ajuda finaceira imediata

Page 12: PTwebpage101509

12 15 de Outubro de 2009COMUNIDADE

Apontamentos da Diáspora

Caetano Valadão [email protected]

A Cuada, o pequeno povoado adormecido no alto de um ou-teiro, entre a Fajã Grande e a Fajãzinha, na ilha das Flores,

desabitado com o grande êxodo migratório das décadas de 60 e 70, goza agora do esta-tuto de destino preferido da ilha e, entre o turismo de elite, um dos mais selecciona-dos nos Açores. Um lugar recluso, fechado ao progresso da máquina, que nunca co-nhecera a luz eléctrica nem tão pouco uma estrada betumada, renasceu e continua a crescer na plena companhia de primevas pedras e árvores aromáticas, ornado de ar-tefactos de uma época que já não existe. A visão grátis do mar e do céu, no regaço da cordilheira montanhosa da rocha altiva das fajãs que se estende dos Terreiros ao Risco da Rocha da Ponta, com dezenas de graciosas e imponentes quedas de água, sempre ofereceram às povoações das fajãs um fascínio único.A alguns metros da estrada principal, encontra-se o aldeamento da Cuada, com as boas-vindas em antiga residência rural adaptada a sala de recepção, devidamente decorada com ar de acolhimento simples e franco como nos tempos idos quando não se preanunciava a chegada. Mesmo que ninguém estivesse em casa, era só entrar e esperar. Uma sala sem recepcionista, acolhedora e franqueada, um computador sobre o leito de um carro de bois servindo de secretária, brochuras alusivas ao alde-amento, várias cadeiras que não sabem a idade e, sem pretensões, uma viola afinada que a Lourdes dedilhou e cantou ao sabor da ocasião. (Mesmo nessa altura, discreto, por lá andava o alto comissário das Nações Unidas, António Guterres, com a esposa e um filho, que nos disse ser veraneante da

ilha já há alguns anos a esta parte.)Um quilometro e meio mais adiante, entre a Fajã Grande e o curato da Ponta, quando a Ribeira das Casas chega à planície em salto gigantesco e espectacular, o Poço do Bacalhau, que melhor se chamaria Poço das Enguias, espera-nos e surpreende-nos. Fica mesmo no coração da rocha, numa crosta de basalto negro, pouco acessível a quem o pretende visitar, envolvo em silên-cio quase perfeito, quebrado apenas pela queda precipitada da água, já um pouco rarefeita, que bem poderia servir de bate-ria a qualquer trecho de música concreta. Barómetro de pluviosidade, que se mostra na face da rocha durante o percurso da sua descida de várias centenas de metros de al-tura e onde o arco-íris mais vezes aparece e desaparece em reflexos de magia e sím-bolo de aliança com a mãe natura. Ali, até ao sol é permitido chegar atrasado. O neto de três anos e meio, grandemente impres-sionado, absorveu tudo o que a sua mente tenra conseguiu assimilar; a neta, essa, com apenas dezasseis meses, ficou um pouco intimidade enrolando-se nos braços e pescoço da mãe.A vereda pela margem direita da ribeira que lá nos conduz é difícil, mesmo, de certo modo, perigosa para as pessoas mais idosas e crianças, que bem mereceria um pouco mais de atenção por parte da edi-lidade ou da junta de freguesia, com um orçamento mais modesto para festas, con-vidados e fogos de artificio, até seria possí-vel reabilitar alguns dos moinhos de água, antigas azenhas da ribeira, ao abandono, desfeitas por longos anos de inactividade. Exemplo do que se pode fazer, ao lado, a estrada do ramal da Ponta e a electrifica-ção do percurso estão primorosas.

A Ribeira das Casas considerada histo-ricamente um marco de divisão entre a Ponta e a Fajã, fronteira de rivalidades e preconceitos, hoje, é um oásis de encanto e descontracção que merece percorrer a pé pelo Vale do Linho e da respectiva baía até ao fim da aldeia, passando à sombra da montanha que não deixa o sol ‘nascer’ antes das dez da manhã e permite a água cristalina saltar rocha abaixo em queda livre e beleza invulgar. Por aqui não é possível passar indiferente ao que nos ro-deia. Não é apenas a beleza das flores nas bermas da estrada ou o cantar dos pássa-ros e das águas, é o perfil de conjunto de um todo perfeito em jorros irresistíveis de elegância. Algo imponente e grandioso que transcende a pequena aldeia da Ponta, mesmo para além do imaginário, sem lhe podermos escapar e resistir. Até a última casa do povoado, a casa da

tia Ribeira, está a ser reabilitada por mão estrangeira com gosto de artista e respeito pelo meio ambiente. Antes de lá chegar, à direita, depois de passar a pequena igreja, olho sempre a minha antiga escola, vazia e abandonada, onde aprendi as primeiras letras e números. De lá, até podíamos es-preitar o Monchique que desconhecia ser o ‘território’ mais ocidental da Europa. Éra-mos cerca de vinte estudantes de ambos os sexos, a Ponta, nesse tempo, contava com cerca de 200 habitantes, mais que a maior parte das actuais freguesias da ilha. Felizmente, a Cuada e a Ponta, quais Fénix Renascidas, reconstroem-se, tornando-se acessíveis, procuradas e novamente dese-jadas e visitadas. Sem dúvida, dos mais belos recantos das Flores e dos Açores, hoje, óptimos cartazes da ilha e do arqui-pélago.

A Cuada e a Ponta nas Flores - um passado transformado

Pomar das CastanhasAmaral Chestnut Orchard

Serafim (Sam) & Maria (Zita) Amaral

1009 Timbell Road, P.O.Box 1248

Waterford, CA 95386Phone 209-874-3237

[email protected]

A venda começou na primeira semana de Setembro

Sales began the first week of September

WE SHIP ANYWHERE IN THE USA

Casamento eleganteRealizou-se no dia 25 de Julho de 2009, o casamento de Orlando Cos-ta e Debbie Rosa, filhos de João e Maria de Lourdes Costa, de Dublin, e de José e Honória Rosa, residentes em Gilroy. Na foto também se po-dem ver as avós dos nubentes, que vão residir em Dublin, California.

Tribuna Portuguesa congratula os jovens Orlando e Debbie.

FalecimentoFRANK R. SANTOS

Dez 16, 1925 - Set 27, 2009

Frank Rocha Santos, de Ceres, faleceu a 27 de Setembro com 83 anos. Nasceu na Ilha Terceira e lá casou com Maria Santos em 1952. Emigraram para a California em 1955. Trabalhou em leitarias, mas o melhor que gostava de fazer era ser músico. Durante alguns anos teve um conjunto musical com a esposa, o irmão Isalino e o filho mais velho à bateria. Também to-cou em várias filarmónicas e foi mesmo director/mestre de uma

delas.Compunha as suas próprias mú-sicas e tinha o condão de saber escrever música para uma or-questra de quantos instrumentos fosse preciso, mal ouvisse uma canção que gostasse. Era capaz de tocar qualquer instrumento mesmo sem nunca o ter tocado.O saxofone era o seu favorito.Deixa a chorar a sua morte, sua esposa de 57 anos, Maria, seus fi-lhos Rui Santos e esposa Richie, Fernando Santos e esposa An-drea e Lubelia (Santos) Martin. Seis netos, Joey, Timmy, Tanya (Nicholson, marido David), De-vin, Aaron and Willie (Martin). 8 bisnetos, uma trineta, além de

seu irmão Isalino Santos e irmã Diamantina Linhares. Foi a enterrar no St. Stanislaus Catholic Cemetery em Modesto.Paz á sua alma.

Page 13: PTwebpage101509

13COLABORAÇÃO

Se tem uma pessoa da sua família, amigo, ou vizinho que recebe pagamentos do Se-guro Social como reforma, SSI, e não pode tomar conta dos seus casos financeiros, você pode considerar ser o representante, “Representative Payee”, para essa pessoa. Vamos talvez pedir informação ao médico para confirmar que esta pessoa não pode tomar conta dos seus negócios por causa da condição mental ou fisica. O represen-tante não é a mesma coisa que o poder de advogado, power of attorney. Você pode ter o poder de advogado mas não pode ajudar-lhe com o seu caso do seguro so-cial. Quando o seguro social é informado que uma pessoa não pode fazer os seus pagamentos, por causa da sua condicao física ou mental, nós podemos investigar o caso. O dever do “representante” é para receber o pagamento do seguro social para essa pessoa e pagar todas as contas: como renda, comida, luz, etc. O represen-tante pode telefonar e fazer todo o negócio com o seguro social. Todos anos o seguro social vai mandar uma carta para pedir in-formação sobre o dinheiro. Mais de sete milhões de pessoas que recebem o seguro social ou SSI têm representantes. Pode aprender mais através da internet: www.socialsecurity.gov/pubs/10076.html ou visitar o escritorio do seguro social.

Sabe qual foi o nome mais popular?

Emma é o nome mais popular em meni-nas nascidas nos Estados Unidos. O se-gundo nome mais popular foi Isabella, e depois Emily. O nome mais popular para meninos nos últimos dez anos, foi Jacob, depois Michael e Ethan. Pode ver a lista de nomes: www.socialsecurity.gov/ba-bynames. Também pode saber informa-ção sobre os números do seguro social e

os benefícios de crianças.

Não se esqueça que pode aplicar para os seus benefícios de refor-ma por meio da internet: www.socialsecurity.gov. Mas você sabe que o seu esposo/esposa também pode aplicar por meio da internet?

É muito fácil! Talvez não saiba que pode receber beneficios do seu esposo ou esposa. Se está casado e nunca trabalhou ou tra-balhou mas ganhou pouco, pode receber um benefício igual ou metade do beneficio do seu espo-so/esposa. Se você é divorciado, talvez possareceber benefícios do seu esposo. Para receber benefi-cios do seu esposo, você tem que ter 62 anos de idade ou ter uma criança com menos de 16 anos a viver consigo, ou que recebe benefícios de incapacidade. A quantidade da sua reforma como esposo/esposa depende na idade da sua reforma. Se receber be-nefícios antes do máximo ano de reforma 66 ou 67 anos de idade, o seu beneficio vai ser reduzido.

Pode receber benefícios debaixo do seu numero do seguro social como trabalhou no passado. Se o beneficio é mais do que o seu esposo/esposa, o seguro social paga o beneficio mais alto. Com-paramos os dois benefícios para ver qual é o que lhe dá maiores beneficios.

Se já tem a máxima idade de re-forma 66/67 anos, e pode qualifi-

car para o beneficio do seu espo-so/esposa também, pode escolher para receber o benefício de espo-so/esposa para continuar a rece-ber créditos de reforma atrasados de baixo do seu numero. Depois pode aplicar para benefícios mais tarde e receber mais baseado nos créditos de reforma atrasados. Para aprender mais pode visi-tar: www.socialsecurity.gov/pubs/10035.htm.Aplicar para a sua reforma ago-ra? www.socialsecurity.gov/ap-plyonline.

Serviço do seguro social por meio do telefone.

Milhões de pessoas usam a inter-net para saber do seguro social. Também oferecemos serviço de telefone, 24 horas por dia 7 dias por semana e recebemos serviços automáticos. Pode telefonar: 1-800-772-1213 e falar com um representante entre as 7 da manhã até às 7 da noite, de segunda a sexta-feira.

1-800 com 20 anos

O serviço do 1-800 celebra 20 anos de serviço, e ja atendeu mais de um bilião de chamadas. Este ano já atendeu mais de 60 milhões de chamadas! O serviço é mais ocupado durante a primei-ra semana do mês. Deve telefo-nar mais tarde no mês para ter um serviço mais rápido. Temos representantes que falam portu-guês.

Agua Viva

Filomena [email protected]

Entrou Outubro… Já com o sabor de Outono, sorratei-ro, melancólico, agreste, frio, sem tempero certo e como quem não quer a coisa, a pedir chuva que não chega à Terra bem necessitada nalgumas partes, quando demasia-do abundante e até desastrosamente inundante noutras. Dizem os cientistas que a Natureza está desiquilibrada, Acredito que sim, sinais dos tempos provocados pela mão ambiciosa do Homem, que agora se desdobra em progra-mas e cuidados de maneira a emendar o que estragou, não se sabendo se chegará a tempo do reparo. Tempo é sempre o que nos falta quando já não vamos a tempo de realizar coisas mais importantes, sobretudo se já perdemos demasiado tempo com as que não valiam nada. Até mesmo no falar se perde tempo. Para mim, que se encarregue a chuva, pois já não há palavra mole que fure tanta pedra que tenho encontrado no caminho. Cami-nho é o que devíamos todos fazer, ainda que diferente dos que já percorremos, sobretudo se não queremos tropeçar de novo com a mesma pedra. Para isso é preciso mudar de vida, deixar de ser-se obstinado, ter fé, ter confiança.É também de Fé, de Esperança e muita Caridade, que o Mundo de hoje precisa, pois apesar da tão avançada tec-nologia, nem tudo se resolve à velocidade do foguetão en-viado para outros planetas para averiguar o que se passa no desconhecido ou de um míssil para destruir o amigo ou inimigo. Nem tudo se resolve à velocidade da internete, por mais lindas e agradáveis que sejam as mensagens que todos os dias enchem o espaço cibernético. Que lindo é podermos comunicar com os amigos e conhe-cidos no mesmo tempo e espaço, em vez de esperar horas, semanas, meses para saber novas e mandadas da outra ilha assente no mesmo Mar ou pior ainda, do outro lado do Oceano. Mas se para umas coisas esta velocidade nos aproxima e faz bem, por outro lado tornou-se uma com-petição para a mão-de-obra que passou a ser substituída pela máquina. Agora há que reinventar um processo que de novo coloque o Homem no lugar da dignidade humana, de forma que todos tenham a oportunidade a que têm di-reito: Trabalho para ganhar o pão de cada dia, em vez do pão que o Diabo amassou.Bem que muitos tentam fugir desse e será por isso que ainda se refugiam nas igrejas, templos onde mais se prega a Caridade e nem sempre esta corresponde às necessida-des actuais. Que tudo afinal chegue a concenso, apesar do mundo controverso em que vivemos. Que a Esperança se reno-ve na comunidade em que cada um vive, nesta época de eleições. Que as pessoas com novos cargos os saibam de-sempenhar pelo conhecimento, justiça e lealdade, onde a soberba e a vaidade não cegue os valores de cada ser humano à sua mercê.Também na Igreja Nacional Portuguesa das Cinco Cha-gas, deu-se finalmente a instalação do actual Pastor, Fa-ther Donald Morgan, presidida pelo Bispo diocesano Pa-trick McGrath, em Missa de Festa, seguida de recepção, momentos a que já os paroquianos se vão habituando, depois da partida amarga e triste do Padre Leonel Noia, por quem já só a Saudade reza no coração dos que sin-ceramente o amaram e acreditaram ter sido uma pessoa inteira, o sacerdote que fez falta com as suas homilias, o timoneiro que soube dirigir e levar a bom porto a Escola das Cinco Chagas. Agora, o silêncio das suas salas, ouve-se mais alto do que as vozes alegres das crianças. Que pena! - Felicidades Padre Morgan!.

1600 Colorado AvenueTurlock, CA 95382Telefone 209-634-9069

Colocar o Homemno lugar da dignidade humana

1-800 fez 20 anos

Pergunte a JuditeJudite [email protected]

OraçãoEspírito Santo, Vós que me esclareceis tudo, Vós que me iluminais todos os caminhos para que eu atinja o meu ideal, Vós que me dais o Dom Divino de perdoar e esquecer o mal que me fazem, e que em todos os instantes da minha vida estás comigo, eu quero, neste curto diálogo, agradecer-vos por tudo, e, confirmar mais uma vez, que nunca me quero separar de Vós, por maior que seja a ilusão material, não haverá o míni-mo de um dia sem estar convosco e todos os os meus irmãos na glória perpétua.Obrigado mais uma vez.

A pessoa deve fazer esta Oração três dias seguidos sem dizer o pedido.Dentro de três dias será alcançada a graça por mais difícil que seja. Publicar assim que receber a graça. FR

Assine este jornal e partilhe com a família as nossas festas

Page 14: PTwebpage101509

14 15 de Outubro de 2009COMEMORAÇÃO

Dia Grande em Sacramento - 100 anos da Igreja Portuguesa de Santa Isabel e Festa dedicada a Nossa Senhora de Fátima

Igreja de Santa Isabel, Sac. - 100 anos

100 anos é sempre uma data para recordar.A nossa comunidade é rica em datas destas. Já são mais que muitas aquelas organizações que passaram um cente-nário de muito trabalho, de muito amor e de muita comunidade. Sem estes ele-mentos não poderão haver centenários de espécie alguma. E é isto que nos dá orgulho. A história simples desta tão bela Igre-ja, está neste programa que passamos a transcrever, e que foi distribuido pe-las pessoas que participaram na festa de Nossa Senhora de Fátima na sua Igreja:

“Em 1902, João V. Azevedo veio de Portugal afim de completar os seus es-tudos no seminário de S. Patrick em Menlo Park, Ca. Foi ordenado Padre em 1904 pela Diocese de Sacramen-to. Foi, como Pároco assistente, para Yreka e depois nomeado Pároco e en-viado para Fort Jones. Em 1909, a já numerosa comunidade Portuguesa na área de Sacramento, pediu ao Bispo Grace para nomear o Padre J.V. Azevedo como seu Pároco. A lgreja de St. Stephen na rua 3 e O, foi usada no início pela nova Paró-quia Portuguesa. O Mercado de M. S. Williams serviu como lugar de encon-tro para os fundadores da nova Igreja a ser construída. Foi o início duma ta-refa difícil para o jovem e energético Padre Azevedo para os seus colegas e para a comunidade Portuguesa, mas eles tinham a vontade e o grande de-sejo para entrentarem o trabalho. O senhor e senhora Williams, donos do Mercado Williams na rua 11 e Q, ofe-receram generosamente o local para a construcão da Igreja.A igreja foi construída e a 2 de Feve-reiro de 1913 St. Elizabeth (Sta Isabel) foi dedicada pelo Bispo Grace. Em

1947, Bispo Armstrong reconheceu a Paróquia nomeando o seu Pároco, Monsenhor. Em 1955, Monsenhor Azevedo aposentou-se e o Padre V.M. Fagundes foi nomeado seu sucessor. Em 1957, uma linda reitoria foi cons-truída completando assim as planos iniciados em 1909. Sob a liderança do já Monsenhor Fagundes foi levada a efeito uma completa remodelação da Igreja, terminando em 1982. Em 1985, Monsenhor Fagundes apo-sentou-se por motivos de saúde. Padre José F. Ribeiro, S.J. estava a servir a comunidade Portuguesa de Sta Clara quando foi nomeado Pároco de St. Elizabeth. Padre Ribeiro serviu a Paróquia durante 9 anos aposentan-do-se em 1991. Em 1991, Bispo Francis Quinn trans-feriu o Padre Eduino Silveira do Igreja de Our Lady of Assumption, em Car-michael, Ca, para a Igreja de St. Eliza-beth. Padre Eduino é natural da llha de S. Miguel, Acores. Em Janeiro de 2005, Bispo William Weigand transferiu o Padre Silveira para a comunidade de Redding, Ca. Padre Januário Rodrigues serviu a nossa paróquia desde Janeiro 2005 até Julho 2005. Desde Julho 2005 a Paróquia de St. Elizabeth tem estado aos cuidados da Congregação dos Sagrados Estig-mas representada por Padre Giancarlo Mittempergher, CSS e dos vigários paroquiais Padre António dos Santos, CSS e Padre Edwin Limpiado, que em Abril partiu para a Diocese de Mon-terey. Unamo-nos em espírito de fraterni-dade neste centenário da fundação da Paróquia de St. Elizabeth, uma Paró-quia dedicada ao culto Divino e a pre-servação das tradições Portuguesas, para as futuras gerações.”

Page 15: PTwebpage101509

15 PATROCINADORES

Page 16: PTwebpage101509

16 15 de Outubro de 2009FESTA EM SACRAMENTO

A presença do Youth Council # 4 de Sacramento

Nova Artista Açoriana de Tracy sob a Direcção do Mestre Frank Silva

Os Três Pastorinhos estiveram sempre muito bem dispostos, quer na Missa quer na Procissão

Rainha Selena Dorothy e aias Isabela Machado e Alissa

Padres Giancarlo Mittempergher (italiano, tendo vivido 40 anos na África do Sul e Botswana), e António Luis dos Santos (brasileiro). Ambos os padres pertencem à Congregação dos Sagrados Estigmas.

Durante a Comunhão

José Ornelas, Lurdes Ornelas, Stephanie Ornelas, Maria Ornelas, José Carlos da Silva (Presidente), Maria Ornelas e Deodata Silva

Veja a reportagem da sua Festa sempre que anuncie no Tribuna

Page 17: PTwebpage101509

17

A Imagem de Nossa Senhora de Fátima desfilhando em frente à centenária Igreja de Santa Isabel em Sacramento

Aspectos da Missa Solene e da Procissão que percorreu algumas ruas de Sacramento, Capital da California

Rainha Pequena Laila acompanhada pelas suas aias Riana e Sofia

FESTA EM SACRAMENTO

Page 18: PTwebpage101509

18 15 de Outubro de 2009COMUNIDADE

A ternura dos 80’s Quinta de Castanhas

Também têm abóboras para venda.Boas para sopas, doces, paios ou mesmo para assar no forno.

SAN JOSÉ - Em pé: Alexandria Moules, Tiago Moules, Maria de Fátima e Raul Moules e Amanda Moules. Sentados: Luís e Maria dos Santos Toste

ESCALON - Olivia, David,André, João e Bernardete Martins, Frank Jr, Briana, Frank e Nancy Martins

Page 19: PTwebpage101509

19FESTAS

Isto era mais do que um pelotão, parecia mesmo um batalhão

Aspecto do Salão durante as Sopas

Altar de Nossa Senhora de Fátima no Salão de Festas O novo Cônsul Geral de Portugal em San Francisco Antonio Costa Moura (terceiro na segunda fila) assistiu às Festas em comemoração dos 100 anos da Igreja de

Santa Isabel em Sacramento bem como participou nos festejos em honra de Nossa Senhora de Fátima.

Festa de Nossa Senhora de Fátima

Grupo Coral da Igreja teve uma excelente actuação

Parede lateral esquerda da Igreja de Santa Isabel em Sacramento

Page 20: PTwebpage101509

20 15 de Outubro de 2009COLABORAÇÃO

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

Ultimamente, tenho pen-sado no trabalho que va-mos ter para reaprender o Português, por causa do

acordo ortográfico. Em Portugal os políticos votaram o acordo que resultou do estudo de muitos linguístas.Pergunto: se os políticos podem deci-dir sobre a mudança da nossa língua, por que não dar ao povo o mesmo di-reito? Neste caso aí vai a minha sugestão e só espero que os filólogos de plantão não se ofendam com a brincadeira.Eu até sou em favor de suprimir algumas letras que existem no alfabeto portu-guês. Temos algumas que têm sons definidos, portanto, para quê usar outras?Se o “Z” têm o som de “Z”, acabem com esses “s” entre as vogais que tem o som do “Z”; acabem com o “Ch” e escrevam xocolate; acabem com o “Q” nove” e usem o “K”; escrevam “arrox” e não “arroz”; escrevam xá-vena da mesma forma que se escreve xícara. E já agora que o Xá da Pérsia não existe, escrevam Xá para a bebida, seja ele verde ou preto.E como eu penso desta forma, aqui vai como eu escreveria com as novas regras.

Kuando extava na excola, levei al-gunx bolox kom a régua por kauza

dox errox que kometia nox ditadox.Ao ler um komentário no meu “fa-cebook” e ao ver a maneira komo algunx dox meux amigox do internet exkrevem, pensei: se o meu profesor fose vivo dar-lhe-ia um atake kardí-ako e meu pai lá em kaza não fikaria nada satixfeito se me vise exkrever dexta forma. O interesante é ke sertax palavrax, não importa kual a maneira komo se exkreve, a pronúncia é a mexma. A minha amiga Elen teve a jentileza de me mandar, komo oferta de anox, além de outrax koisax, um livro sobre o akordo ortográfico entre ox paísex de língua Portugeza. Kontinuam, ain-da, sertax diverjênciax entre o Portu-guêx falado no Brazil e o Portugêx de Portugal e da maneira ke a malta maix nova extá a uzar ax palavrax, tenho a serteza ke podem fazer ox akordox ke quizerem, vai aver sempre kem excreva doutra forma kualker.Na minha opinião, não averá manei-ra alguma de parar exte progreso ou retroseso, komo lhe keiram xamar. E ixto akontese kom todax ax línguax. Por ezemplo, a palavra “night”, em Inglêx, extá a ser subxtituida por “nite”. Klaro ke temox outra pala-vra kom a mexma pronúnsia e kuja ortografia é diferente, ke é o kazo de “Knight”. E kualker dia o “enough” pasará a ser “enouf”. Eu já me pronunsiei váriax vezex sobre o kazo do noso Portugêx e do

Portugêx Brazileiro. Ker a jen-te keira, ker não, o Brazil tem kuazi 200 milhõex de pesoax ou já ultrapasou iso. Portanto, um paíx komo o noso ke tem, sei lá, unx 10 milhõex, nunka poderá fazer konkorência em koiza alguma, inkluindo a pró-pria língua.Quando estava a terminar este meu artigo, resolvi dá-lo ao meu filho para ler. Embora ele tenha menos estudo do que eu em Português o que ele sabe, sabe! Valeu-lhe o latim que aprendeu em Berkeley nas aulas do dis-tinto professor e nosso amigo Dr. Fernando Silva. De uma forma ou outra, em poucos anos o Português so-frerá uma transformação e não haverá maneira alguma de parar isso.O Português é a língua dos “XX”. Já agora escrevam Lix-boa. O meu filho viu que nesta minha cantilena eu havia eliminado por completo o ”C” da língua Portugue-sa e pergunta:Ó pai! E o que vamos fazer com o “C”? Eu respondi:Ke vá p’ro karasax!

Ke vá p’ro karasax

Vende- se Leitaria de Cabras8.9 acres com irrigação própriaCasa com 3700 pés quadrados, 5 quartos de cama, 3 quar-tos de banho, toda remodulada.Perto da auto-estrada e Shopping CenterFica situada a 1 milha do novo Hospital do Kaiser Permanente, em Dale Road, Modesto, CaliforniaPerto do novo Liceu Extraordinário investimento de $990K dolaresOs animais existentes não estão incluídos

Contactar AHMAD SHAMA (209) 505-5268

Page 21: PTwebpage101509

21 COLABORAÇÃO

Brasil, o País do presenteSabor Tropical

Elen de [email protected]

Custo: $150,000.00 dolares.Aceitam-se ofertas

Ao ser escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016 os olhos do mundo se voltam, de-

finitivamente, para o Brasil. De repente somos o país do presen-te e não mais, como sempre ouvi dizer, o do futuro. Pelo menos no que diz respeito aos esportes. Ja-mais pensei que viveria para ver chegar esse dia. Aleluia!Trazer os Jogos para a América do Sul pela primeira vez foi, tal-vez, o que mais pesou na decisão dos jurados do Comitê Olímpi-co Internacional. Essa escolha, como publicou o Wall Street Journal “cristaliza a ascensão do Brasil como poder econômico e político”. E continua: “Tal con-quista chega num momento em que o Brasil se tornou uma força econômica com suas recém des-cobertas reservas de petróleo e crescente influência no diálogo internacional sobre comércio”.Para os brasileiros, a escolha ele-va a auto-estima do povo, acende novas esperanças e concede o incentivo que precisávamos para dar crédito aos nossos políticos – os honrados! - de que doravante todo empenho há de ser feito para se colocar o Brasil nos trilhos da modernidade e para que se dimi-nua a desigualdade social. Atualmente, a economia do Bra-sil é a décima maior do mundo e a previsão é que seja a quinta até 2016 e a sua força, mesmo no contexto internacional atual, per-mite que o Governo garanta os investimentos necessários para os eventos de 2014 e 2016

Porém, há quem veja com maus olhos a realização do Mundial de Futebol e das Olimpíadas no nos-so país por causa dos seus custos elevadíssimos. Acham que tanto dinheiro teria melhor utilidade se fosse investido em educação, na saúde, em novas frentes de tra-balho e de muito mais coisas que necessitamos. Dizem que além do mais só a cidade do Rio de Ja-neiro será beneficiada. Eles têm lá suas grandes razões, entretanto, a maioria que está a favor da realização dos dois even-tos, argumenta que o povo preci-sa de divertimentos saudáveis e importantes como esses. E para não dizer com minhas palavras, evoco a letra da música de um conjunto nosso, os “Titãs”, que diz: “A gente não quer só comi-da, a gente quer comida, diver-são e arte... A gente não quer só comer, a gente quer prazer para aliviar a dor... A gente não quer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade”.Segundo estatísticas, nosso país tem 65 milhões de jovens com menos de 18 anos e espera-se que os Jogos Olímpicos desper-tem nesses jovens o amor a ou-tros esportes, além do futebol.O Rio de Janeiro - cidade ma-ravilhosa que não me canso de celebrar e amar, se bem que me faça derramar muitas lágrimas, prerrogativa que só às grandes paixões e aos amores eternos se permite – sediou os Jogos Pana-mericanos de 2007, será sede do Mundial de Futebol de 2014 e com os Jogos Olímpicos de 2016 tornar-se-á, talvez, uma das cida-des mais conhecidas do planeta.

É natural, então, que haja rei-vindicação e até certo ciúme das outras cidades brasileiras tão ou mais importantes que o Rio, po-rém, segundo os organizadores que viabilizaram o projeto, a ci-dade foi escolhida levando em consideração que metade das ins-talações para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos já está pronta e tais instalações, segundo eles, são verdadeiras obras-primas, construídas para os Jogos Pana-mericanos de 2007.Há muito que ser feito em sete anos. Unidos, Governos Federal, Estadual e Municipal prometem que todo projeto terá sido exe-cutado até lá. Comprometem-se, ainda, a dar transparência total aos gastos com as obras e inclusi-ve prestar con-

tas através de um site que estará aberto a quem queira visitá-lo e conferir.Desejo ardentemente, como já disse, que o sorriso do carioca – e do brasileiro em geral – em 2014 e 2016 se abra, luminosamente branco de puro orgulho e felici-dade, para o mundo, pela alegria de haver cumprido o que se propôs e por entregar aos visitantes uma cida-de que verdadeiramente mereça o título de “cida-de maravilhosa”.Que venham os turistas! E que ao olharem a cida-de do alto do Corcovado, digam como o agnóstico do Jose Raposo: “Se há Deus, passou por aqui!”

ou, ao contemplarem as belezas naturais da nossa cidade e o en-tusiasmo do nosso povo, excla-mem como o Papa João Paulo II: “Deus é brasileiro!”

Page 22: PTwebpage101509

22 15 de Outubro de 2009DESPORTO

A selecção portuguesa de futebol quali-ficou-se hoje para o “play-off” de aces-so à fase final do Mundial de 2010, ao golear Malta (4-0), em Guimarães, e assegurar o segundo lugar do Grupo 1 europeu de apuramento.Nani (13 minutos), Simão (45), Miguel Veloso (52) e Edinho (90) apontaram os tentos da formação das “quinas, que concluiu o agrupamento com 19 pontos, atrás da Dinamarca. Malta acabou no sexto e último posto, sem qualquer golo marcado.

A formação nórdica já tinha assegurado sábado o apuramento para a África do Sul, ao bater em casa a Suécia (1-0), re-sultado que permitiu a Portugal ascender ao segundo posto e afastou, praticamen-te, os suecos - terminaram com 18 pontos - da fase final.Portugal será cabeça-de-série no “play-off”, tal como França, Rússia e Grécia, e poderá defrontar Ucrânia, República da Irlanda, Eslovénia e Bósnia-Herzegovi-na, a 14 e 18 de Novembro.

A selecção portuguesa de futebol termi-nou hoje a fase de grupos da qualificação para o Mundial de 2010 com o pior registo desde o apuramento falhado para o cam-peonato do Mundo de 1998, disputado em França.Sob o comando de Carlos Queiroz, Portu-gal repete os números de 1998, com uma enorme diferença: então ficou no terceiro lugar, falhandoo “playoff”, o que agora não sucedeu, já que a equipa das “quinas” foi segunda.Ainda assim, este é o pior registo do novo e “jovem” milénio, pelos números e, so-bretudo, porque Portugal tinha consegui-do sempre o apuramento directo, evitando disputar um sempre perigoso “play-off”.Na corrida para o Euro2000, o conjunto comandado por Humberto Coelho somou 23 pontos em 10 jogos e seguiu para a fase final como o “rei dos segundos”, já que fi-cou atrás da Roménia, que totalizou mais um ponto.No apuramento seguinte, para o Mundial de 2002, o “onze” de António Oliveira conseguiu sair sem um único desaire de um grupo de qualificação muito complica-do, com Holanda e República da Irlanda.A selecção lusa venceu o agrupamento com 24 pontos (sete vitórias e quatro em-pates), os mesmos do conjunto irlandês, isto depois de vários jogos para a lenda, sobretudo a recepção aos holandeses (0-2 para 2-2 sobre o fim).Seguiu-se o apuramento automático para o Euro2004, na condição de anfitrião, e uma exemplar participação na qualificação para o Mundial de 2006, com nove triun-fos e três empates: 30 pontos, contra 23 da Eslováquia, segunda.No que respeita ao Euro2008, Portugal baixou muito, ficando-se pelos 50 por cen-to de triunfos (sete em 14) e pelo segundo lugar do agrupamento, que, ao contrário do que sucede agora, valia o apuramento directo.

In Sapodespor

Mundial 2010Portugal no “play-off”, após golear Malta

São já 22 as equipas apuradas para o Mundial-2010, que esta noite ainda vai conhecer mais duas. Na Europa e na América do Sul está tudo decidido, com a Suíça, Eslováquia e Argentina a garantirem presença na África do Sul. Quanto ao play-off, também está tudo decidido com Portugal a ser cabeça-de-série.Eis as equipas apuradas para o Campe-onato do Mundo: Europa: Dinamarca, Suíça, Eslováquia, Espanha, Inglaterra, Sérvia, Itália, Alemanha e Holanda

Ásia: Austrália, Coreia do Sul, Coreia do Norte e Japão

América do Sul: Brasil, Paraguai e

Chile

África: África do Sul , Costa do Mar-fim e Gana

CONCACAF: México e Estados Unidos

Apurados para o play-off da Europa:

Cabeças-de-série: Rússia, França, Por-tugal e Grécia

Outros: Rep. Irlanda, Bósnia, Eslovénia e Ucrânia

Apurado para o play-off América do Sul/CONCACAF

Uruguai

Todos os apurados e os “play-off”

Pinto da Costa recebeu 700 000 euros (1015000 dolars) brutos na última época na qualidade de presidente da FC Porto, SAD. Este valor consta no relatório en-viado à Comissão Comissão do Merca-do de Valores Mobiliários (CMVM).Ao todo, os quatro elementos remunera-dos da administração da SAD portista auferiram quase dois milhões de euros (1,9) entre 1 de julho de 2008 e 30 de junho de 2009: Pinto da Costa (700 000), Adelino Caldeira, Fernando Go-mes (cada um 420 000) e Reinaldo Teles (375 000). Como exerce as funções de administrador não executivo, Jaime Lo-pes não aufere qualquer vencimento.As contas do exercício da última épo-ca clarificam que destes 1,9 milhões de euros, 1,075 correspondem à remunera-ção fixa, enquanto 840 000 referem-se à parte variável (prémios).Os salários dos administradores excecu-tivos da FC Porto SAD são definidos por uma Comissão de Vencimentos, que es-tipulou que o título nacional é premiado com mais 75 por cento do valor bruto dos ganhos dos administradores, enquanto

o segundo ou terceiro lugares me-recem mais 50 por cen-to, embora na última assembleia-geral da SAD a Ad-ministração tenha rejeitado os prémios caso a equipa de futebol termine em se-gundo ou terceiro lugares.A conquista da Taça UEFA, agora Liga Europa, merece ser premiada com o do-bro do vencimento bruto, enquanto a Liga dos Campeões vale mais 120 por cento.É também explicado no mesmo docu-mento que o presidente do Conselho de Administração da SAD tem ainda direi-to a dois por cento dos lucros apresen-tados no final da última temporada (5,1 milhões de euros), enquanto os restantes administradores executivos recebem um por cento. in Record

Pinto da Costa ganhou 700,000 euros em 2008

Oito equipas vão disputar4 vagas no “Playoff”

Concluída a fase europeia de qualificação para o Mundial da África do Sul, oito selecções ainda terão “trabalho suple-mentar” para lograr o apuramento para o certame a ter lugar em 2010.Assim, para além de Portugal, também França, Irlanda, Bósnia, Rússia, Ucrânia, Grécia e Eslovénia estarão em luta pelas derradeiras 4 vagas para o Velho Conti-nente.Portugal, Rússia, França e Grécia benefi-ciarão do estatuto de cabeças-de-série, ra-zão pela qual não poderão defrontar-se nos embates que terão lugar, em duas mãos, nos próximos dias 14 e 18 de Novembro. Quer isso dizer que a Selecção Nacional irá jogar o “tudo por tudo” diante uma destas quatros equipas: Irlanda, Ucrânia, Bósnia ou Eslovénia.O sorteio terá lugar na próxima segunda-feira, em Zurique (Suíça), pelas 13 horas (hora de Portugal Continental).

Portugal conhece opositor no dia 19

Portugal com pior registo desde 1998

Page 23: PTwebpage101509

23PATROCINADORES

A Revista da Tertúlia Tauromáquica Terceirense “Festa na Ilha” já chegou à Califor-nia. Custa $4.50 euros ou seja $6.50 dólares.Estará à venda na Padaria Popular (San José), Rosa Trade Rite Market (San José), Fer-nandes Linguiça (Tracy), Tribuna Portuguesa (Modesto).Sao 93 páginas de belas fotos e bons artigos sobre a Festa Brava da Terceira, Graciosa, São Jorge e até da California. Não perca o melhor das Ilhas.

Page 24: PTwebpage101509

24 15 de Outubro de 2009TAUROMAQUIA

Quarto Tércio

José Á[email protected]

João Simões e a sua Tertúlia

Tiro o meu chapéu à Feira de Thorton, por ser a melhor Feira da Cali-fornia e que todos nós devemos apoiar.Não faltem!

Todos nós temos as nossas manias de coleccionar qualquer coisa. Há quarenta anos comecei a coleccionar números 1’s de revistas, jornais, etc. O meu amigo Helio Cunha Melo, da Terceira, é possívelmente o maior colecionador de selos de Portugal. O Dimas Alves possui a mais com-pleta colecção de fotografias de toiros antigos e corridas de Toiros nas Praças da Terceira. O António Nunes, de Merced, é o maior colecionador de chocalhos do mundo. E muito mais.Em Almeirim, o ex-cabo de forcados do Grupo de Forca-dos da Moita, João Simões, tem uma Tertúlia com uma colecção de artefactos e fotografias taurinas, de pôr qual-

quer pessoa fora de si. Uma extraordinária colecção tau-rina, merecedora de uma visita de todos os amantes da Festa Brava. Vou deixar aqui neste espaco, uma pequena amostra dessa encantadora tertúlia.

Praça do Campo Pequeno feita em cortiça. Uma pequena maravilhaAspectos da vasta coleccao de fotografias taurinas, bem com fatos de toureio e também uma boa colecção de whisky.

Em cima: João Simões e Donaldo Mota

Page 25: PTwebpage101509

25PATROCINADORES

Page 26: PTwebpage101509

26 15 de Outubro de 2009ARTES & LETRAS

Charles Darwin in the Azores - who knew?

February 12 marked the bicenten-nial of the birth of not only Pre-sident Abraham Lincoln but also British science pioneer Charles

Darwin, who – with the 1859 publication of On the Origin of Species, based on data he began collecting at age 21 during a round-the-world voyage as ship’s scientist aboard the H.M.S. Beagle – revolutionized the way the Earth’s biological and geologi-cal development are studied.Among the least known facts about this trip is that the Beagle made her final stop in September 1836 at the Azores Islands for six days in order to resupply provisions and check for mail before returning to Gre-at Britain. Lamentably, later editions of Darwin’s The Voyage of the Beagle (first published in 1839, based on his journal) of-ten reduce this episode to a half-sentence passing reference.In fact, after the Beagle docked at Angra do Heroísmo, Terceira, Darwin called on the British Consul, who arranged for hor-ses and guides to provide him a day-tour of the island. Considering Darwin was still only 27 and had been away from home for 4¾ years, his disappointment over a pro-mised active crater in the center of the is-land that proved to be merely small steam jets shooting out of several large fissures is understandable. However, based on detai-led descriptions of people, agriculture and nature he observed – in Angra and Praia as well as the countryside and small villages – that he recorded in his journal, he seems to have enjoyed his stay nonetheless.This September a scientific symposium, “Setting the record straight: Darwin’s mis-take and what we are doing to correct it,” was held at the University of the Azores in Ponta Delgada, São Miguel, in response to Darwin’s dismissive 1836 comment. Even Darwin himself later reconsidered his initial judgment of the archipelago in an 1881 letter to Azorean mollusk researcher Francisco Arruda Furtado: “I consider it a fortunate event for science, that a man like yourself... should inhabit a group of oceanic islands... You have a splendid field for observation and I do not doubt but that your researches will be very valuable.”Reproduced here is Charles Darwin’s ac-count of his Azores visit, with original spellings and punctuation. Readers fami-liar with Terceira and São Miguel may still recognize, after 173 years, locations that he vividly describes.

20th – In the morning we were off the East end of the Island of Terceira, and a little after noon reached the town of An-gra. The island is moderately lofty & has a rounded outline with detached conical hills evidently of volcanic origin. The land is well cultivated, & is divided into a multitude of rectangular fields by stone walls, extending from the water’s edge to high up on the central hills. There are few or no trees, & the yellow stubble land at this time of year gives a burnt up and unpleasant character to the scenery. Small hamlets & single whitewashed houses lie are scattered in all parts. In the evening a party went on shore; – to the town or rather city of Angra. We found the city a very

Katharine Baker

Esta edição da Maré Cheia celebra a pas-sagem de Charles Darwin pelos Açores com um texto introdutório de Kathari-ne Baker e o texto do próprio Darwin. Estes textos são na nossa outra língua, inglês. Aliás, cada vez mais a Califór-nia portuguesa fala inglês. Uma refle-xão que precisamos ter sobre as nossas comunidades e a presença da língua portuguesa na mesma. Não podemos, nem devemos fugir à realidade. Nem podemos andar por aí a lamentarmo-nos como se ainda estivéssemos nas comuni-dades das décadas de 1970 e 1980. Mas esse debate será para outro momento e outra coluna. A Maré Cheira deste Outono e Inverno de 2009/2010, tem muito para vos ofere-cer. Nas próximas edições teremos tra-balhos de Onésimo Almeida, Vamberto Freitas, João-Luís de Medeiros, Victor Rui Dores e Art Coelho, entre outros. Abraçosdiniz

clean & tidy little place, containing about 10,000 inhabitants, which includes nearly the fourth part of the total number on the island. There are no good shops, & little signs of activity, excepting the intolerable creaking of an occasional bullock waggon. The churches are very respectable, & there were formerly a good many convents: but Dom Pedro broke up destroyed several; he levelled three nunneries to the ground, & gave permission to the nuns to marry, which, excepting by some of the very old ones, was gladly received. – Angra was formerly the capital of the whole archipe-lago, but it has now only one division of the islands under its government, and its glory has departed. The city is defended by a strong castle & line of batteries whi-ch encircle the base of Mount Brazil, an extinct volcano with sloping sides, which overlooks the town. – Terceira was the first place that received Dom Pedro, & from this beginning he conquered the other is-

lands & finally Portugal. A loan was scra-ped together in this one island of no less than 400,000 dollars, of which sum not one farthing has ever been paid to these

first supporters of the present right royal & honourable family.

21st – The next day the Consul kindly lent me his horse & furnished me with guides to proceed to a spot, in the centre of the island, which was described as an active crater. – Ascending in deep lanes, borde-red on each side by high stone walls, for the three first miles, we passed many hou-ses and gardens. We then entered on a very irregular plain country, consisting of more recent streams of hummocky basaltic lava. The rocks are covered in some parts by a thick brushwood about three feet high, and in others by heath, fern, & short pasture: a few broken down old stone walls comple-ted the resemblance with the mountains of Wales. I saw, moreover, some old English friends amongst the insects, and of birds, the starling, water wagtail, chaffinch and blackbird. There are no houses in this elevated and central part, and the ground

is only used for the pasture of cattle and goats. On every side, besides the ridges of more ancient lavas, there were cones of va-rious dimensions, which yet partly retained

their crater-formed summits, and where broken down showed a pile of cinders such as those from an iron foundry. – When we reached the so called crater, I found it a slight depression, or rather a short valley abutting against a higher range, and wi-thout any exit. The bottom was traversed by several large fissures, out of which, in nearly a dozen places, small jets of steam issued, as from the cracks in the boiler of a steam engine. The steam close to the ir-regular orifices, is far too hot for the hand to endure it; – it has but little smell, yet from everything made of iron being bla-ckened, and from a peculiar rough sensa-tion communicated to the skin, the vapour cannot be pure, and I imagine it contains some muriatic acid gas. – The effect on the surrounding trachytic lavas is singular, the solid stone being entirely converted either into pure, snow white, porcelain clay, or into a kind of bright red or the two colours marbled together: the steam issued through the moist and hot clay. This phenomenon has thus gone on for many years; it is said that flames once issued from the cracks. During rain, the water from each bank, must flow into these cracks; & it is pro-bable that this same water, trickling down to the neighbourhood of some heated sub-terranean lava, causes this phenomenon. – Throughout the island, the powers below have been unusually active during the last year; shaken off some of their lethargys; their movements have caused a succession several small earthquakes, and during a few days a jet of steam issued from a bold precipice overhanging the sea, not far from the town of Angra.

I enjoyed my day’s ride, though I did not see much worth seeing: it was pleasant to meet such a number of fine peasantry; I do not recollect ever having beheld a set of handsomer young men, with more good humoured pleasant expressions.

(conclui na página seguinte)

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

Page 27: PTwebpage101509

27 COLABORAÇÃO

A surprising number of the boys had white or lightly coloured hair, which from its strangeness to our eyes made it the more pleasing. The men and boys are all dres-sed in a plain jacket & trowsers, without shoes or stockings; their heads are barely covered by a lit-tle blue cloth cap with two ears and a border of red; this they lift in the most courteous manner to each passing stranger. Their clo-thes although very ragged, appe-ared singularly clean, as well as their persons; I am told, that in almost every cottage, a visitor will sleep in snow white sheets & will dine off a clean napkin. Each man carries in his hand a walking staff about six feet high; by fixing a large knife at each ex-tremity, they can make this into a formidable weapon. – Their ru-ddy complexions, bright eyes & erect gait, made them a picture of a fine peasantry: How how diffe-rent from the Portugeese of Bra-zil! – The greater number, which we this day met, were employed in the mountains gathering sticks for fire-wood. – A whole family, from the father to the least boy, might be seen, each carrying his bundle on his head to sell in the town. Their burthens were very heavy; this hard labour & the ragged state of their clothes too plainly bespoke poverty, yet I am told, it is not the want of food, but of all luxuries, a case parallel to that we described of Chiloe. – Hence, although the whole land is not cultivated, at the present time numbers emigrate to Brazil, whe-

re the contract to which they are bound, differs but little from slavery. It seems a great pity that so fine a population should be compelled to leave a land of plenty, where every ar-ticle of food, meat, vegetables & fruit, – is exceedingly cheap & are most abundant; but the labourer finds his labour of proportionally little value.

22nd – I staid the greater part of the day on board.

23rd – Another day I set out early in the morning to visit the town of Praya seated on the NE end of the island. – The dis-tance is about fifteen miles; the road ran the greater part of the way not far from the coast. The country is all cultivated & scat-tered with houses & small villa-ges. I noticed in several places, from the long traffic of the bullo-ck waggons, that the solid lava, which formed in parts the road, was worn into ruts of the depth of twelve inches. This circums-tance has been noticed with sur-prise, in the ancient pavement of Pompeii, as not occurring in any of the present towns of Italy. At this place the wheels have a tire surmounted by singularly large & projecting iron knobs, perhaps the old Roman wheels were thus furnished. The country during our morning’s ride, was not inte-resting, excepting always the ple-asant sight of a happy peasantry. The harvest was lately over, & near to the houses the fine yellow

heads of Indian corn, were bound, for the sake of drying, in large bundles to the stems of the poplar trees. These seen from a distan-ce, appeared weighed down by some beautiful fruit, – the very emblem of fertility. – One part of the road crossed a broad stream of lava, which from its rocky & black surface, showed itself to be of comparatively recent origin; indeed the crater whence it had flowed could be distinguished. The industrious inhabitants have turned this space into vineyards, but for this purpose it was neces-sary to clear away the loose frag-ments & pile them into a multitu-de of walls, which enclosed little patches of ground a few yards square; thus covering the country

Call Today For a Free Consultation

2 0 9-54 5-8727www.ModestoBacktoNeck.com

Charles Darwin with a network of black lines.

The town of Praya is a quiet for-lorn little place; many years since a large city was here overwhel-med by an earthquake. It is asser-ted the land subsided, & a wall of a convent now bathed by the sea is shewn as a proof: the fact is probable, but the proof not con-vincing. I returned home by ano-ther road, which first leads along the Northern shore, & then cros-ses the central part of the Island. – This North Eastern extremity is particularly well cultivated, & produces a large quantity of fine wheat. The square, open fields, & small villages with white washed churches, gave to the view as seen from the heights, an aspect resembling the less picturesque parts of central England. – We soon reached the region of clou-ds, which during our whole visit have hung very low & concealed the tops of the mountains. For a couple of hours we crossed the elevated central part, which is not inhabited & bears a desolate appearance. When we descen-ded from the clouds to the city, I heard the good news that ob-servations had been obtained, & that we should go to sea the same evening. The anchorage is expo-sed to the whole swell of the Sou-thern ocean, & hence during the present boisterous time of year is very disagreeable & far from safe.

24th – In the morning, we were off the Western end of St Micha-els; to the capital of which we were bound in quest of letters. A contrary wind detained us the whole day,

25th – but by the following mor-ning, we were off the city, & a boat was sent on shore. – The Isld of St Michaels is considerably larger & three times more popu-lous & enjoys a more extensive trade than Terceira. – The chief export is the fruit, for which a fleet of vessels annually arrives. Although several hundred ves-sels are loaded with oranges, the-se trees on neither island appear in any great numbers. No one would guess that this was the great market for the numberless oranges imported into England. St Michaels has much the same open, semi-green, cultivated pa-tchwork appearance as Tercei-ra. The town is more scattered; the houses & churches there & throughout the country are white washed & look from a distance neat and pretty. The land behind the town is less elevated than at Terceira, but yet rises considera-bly; it is thickly studded or rather made up of small mammiformed hills, each of which has sometime been an active Volcano. – In an hours time the boat returned wi-thout any letters, and then getting a good offing from the land, we steered, thanks to God, a direct course for England.

Page 28: PTwebpage101509

28 15 de Outubro de 2009ENGLISH SECTION

portugueses e r v i n g t h e p o r t u g u e s e – a m e r i c a n c o m m u n i t i e s s i n c e 1 9 7 9 • e n g L i s h s e c t i o n

Ideiafix

Miguel Valle Á[email protected]

St. Elizabeth Church celebratescentennial

When the top two political parties in Portugal — Partido Socialis-

ta (PS) and Partido Social De-mocrata (PSD) — selected two Azoreans as candidates for the Portuguese National Assembly representing the emigrant elec-toral circle outside of Europe, it was time to rejoice. PS selec-ted the former mayor of Horta, Faial and member of parliament, Renato Leal, to head its list and PSD chose University of Azores professor and former California resident Rosa Simas as an alter-nate.

While PSD didn’t conduct any electoral campaign in the most populous American state in ter-ms of Portuguese citizens — Ca-lifornia —, PS sent Renato Leal in a “parachute visit” to San José to be interviewed on KSQQ/KLBS radio and a presentation at the Portuguese Athletic Club before an audience of 23. But little, very little was understood of his political program and how he planned to represent the Portuguese communities in the Portuguese Parliament. He li-mited himself to pointing to the political manifesto, in very ge-

neral terms — a style that PSD national leader Manuela Ferreira Leite copied a few weeks later. As for the reasons for his selec-tion to head the list of candidates for the electoral circle outside of Europe, Leal excused himself on the Law of Parity that requires no more than two candidates of the same sex on a list of candi-dates which excluded him from the Azorean electoral circle, that he was selected by his “bosses” at the party, for being flexible, and for his executive experien-ce as mayor of Horta. Little, or nothing, on his qualifications in knowing our Portuguese com-munities across the world (outsi-de of Europe).

Was this enough for our Portu-guese citizens who live outside Europe to send in their mail-in ballots? Apparently not. And are we surprised that over 90.8% of them didn’t vote? No, we’re not!

According to Portuguese elec-toral law, a citizen with double nationality — Portuguese and another — can be a candidate to the Portuguese Parliament, but cannot occupy a seat in that National Assembly if the candi-date has a nationality from the emigration electoral circle he/she represents. Portuguese go-vernments in the last few years have strongly encouraged our Portuguese emigrants to beco-me American citizens. Was this to prevent the repatriates? Was this to exclude electoral parti-cipation? Many reasons can ex-plain this policy, but ultimately the result is a total disconnect between our Portuguese emi-grants and the Portuguese elec-toral process.

And as for our “parachutist,” Renato Leal was unable to win one of the two seats in the Por-tuguese Parliament. PSD’s José Cesário of Viseu, Portugal, and Carlos Páscoa Gonçalves of Bra-zil, won reelection. Has anyone seen these men in California in the last four and a half years? Me neither

Des(Leal)dade dasComunidades?

Join us in bringing more content and even better quality to the oldest Portuguese bilingual newspaper on the West Coast. Subscribe TODAY for only $40/year!

In 1902, João V. Azevedo, a nati-ve of the Azorean island of Pico, came to California to complete his studies at St. Patrick’s Se-minary in Menlo Park. He was ordained into the priesthood in 1904 for the Diocese of Sacra-mento, being the first seminarian to be ordained at the Cathedral.

In 1909, the Portuguese commu-nity in Sacramento petitioned

then Bishop Grace to appoint Fa-ther Azevedo as their pastor. The Portuguese used the St. Steven’s Church to start their parish, whi-ch began October 24, 1909. That date marked the beginning of the Portuguese National Church.

Father Azevedo and the parish organizers then met at the Willia-ms Market at 11th and Q Streets, owned by the Portuguese-Ame-ricans Mr. and Mrs. Manuel S. Williams, to plan their new chur-ch on the land at the corner of 12th and S Streets generously do-nated by Mr. and Mrs. Williams. The church committee consisted of 8 men in addition to Manuel Williams. The men would sit on the barrels of sugar and coffee, tea and flour in the Williams’ sto-re to discuss how to raise funds for the new church.

The well-known San Francis-co church architects Frank Shea and John Lofquist were hired to design the building to resemble a church in Angra do Heroismo, Terceira. One of the first reinfor-ced concrete buildings in Sacra-mento, it gained prominence not only from its imposing size and design, but from its unusual dia-gonal setting facing the corner. Many of the local Portuguese contractors and individuals dona-ted their talents and skills to help build the church. SPRSI Council No. 12 donated the altar.

On February 2, 1913, the beauti-

ful new church was dedicated in a grand ceremony presided over by Father Azevedo and Bishop Gra-ce. It was named Igreja da Santa Isabel, or St. Elizabeth’s, after the beloved queen of Portugal.

St. Elizabeth’s is now the oldest Portuguese National Church west of New England and the only one north of San José.St. Elizabeth’s has since stood

as the religious and cultural cen-ter for the Portuguese in North-Central California, and has been the scene of countless baptisms, first communions, confirmations, marriages, and funerals.In 1916, the basement was enlar-ged to construct a church hall. The hall has been used consis-tently through the years as a meeting place for Portuguese or-ganizations. Portuguese langua-ge classes, receptions, dinners, countless cultural events, and sometimes for community break-fasts when the pleasant smell of food in preparation finds its way to the nostrils of those attending Sunday mass.

During the first fifty years, the parish experienced serious finan-cial difficulties, collections some-times averaging only $7 a week. During the Depression, solicitous parishioners often left live chi-ckens on Father Azevedo’s front porch. Meanwhile, Father Azeve-do had been financing the semina-ry education in Angra do Herois-mo in Terceira and at St. Patrick’s Seminary in Menlo Park, CA, of Valdemiro Machado Fagundes, a young man from Santa Barbara, Terceira. Father Fagundes was ordained in 1951 and assigned to St. Elizabeth’s as associated pas-tor. Monsignor Azevedo retired in 1955, and Father Fagundes was appointed administrator of the parish. Monsignor Azevedo died in 1957 and that same year Father Fagundes was appointed pastor

of St. Elizabeth’s. In 1977, he was given the title Monsignor.

A rectory, or home for the priests, was built in 1957 in fulfillment of the original plans made in 1909. In 1982, a major $140,000 resto-ration project, under the leader-ship of Monsignor Fagundes, was completed to repair and restore the church to its original splen-dor, and the church was rededica-

ted. In February 1983, the histo-ric church was placed on the State Point of Historic Interest list.

Monsignor Fagundes served as the spiritual leader of Sacramento’s Portuguese community for three decades, until his retirement for reasons of health in 1985. He was succeeded by Father José F. Re-beiro, SJ, who was assigned to St. Elizabeth’s Church in 1985. In 1991, Father Eduino Silvei-ra came to serve as pastor of St. Elizabeth’s for 14 years. Father Silveira was transferred to St. Joseph’s Parish in Redding, CA in 2005.

St. Elizabeth’s now has its first non-Portuguese pastor, Father Giancarlo Mittempergher, CSS, and his assistant parochial vicar, Father António Madeiros, CSS. Both priests are shared with Holy Cross Parish in West Sacramen-to.

Source: www.stelizabethsac.org

Page 29: PTwebpage101509

29ENGLISH SECTION

Rev. Carlos (Charles) Macedo passed awayHelen Cunha Kerner conducted an interview with Rev. Carlos Macedo earlier this summer to be part of the upcoming book The Power of the Spirit (Portuguese Heritage Publications of Califor-nia, 2010).

“Father Charles Borges Macedo was born on November 30, 1924 in Ponta Delgada on Sao Miguel in the Azores Islands, Por-tugal.

He was the second oldest of five children born to Carlos Macedo (born in Santo An-tonio Nordestinho, Sao Miguel) and Efige-nia (born in Brazil). At the time of Char-les’ birth his father was the Vice Chief of Police of Ponta Delgada and his mother was a housewife. His father served as a sergeant in the army during World War I.

From a young age Fr. Macedo knew that he wanted to become a priest. Although his father wanted him to become a doctor no family member discouraged his decision. His grandmother had an uncle that was a priest and he had heard of him but he was deceased when Charles was born. There also were distant uncles that were priests in the family that he had never met.

His family belonged to the parish of Sao Jose but his mother and sisters liked to go to Matriz. It was at Matriz that Charles met Father Jose Ferreira who would have a profound personal impact on his life and deepen his desire to want to become a priest. Fr. Ferreira told Charles that he wanted to become his godfather when he became confirmed. Life was liturgical in Ponta Delgada during Charles’ childhood and religion was woven into the fabric of everyday life and measured in holy days, baptisms, masses, and festas.

Charles’ birthday was the last day of No-vember and he entered Seminario Episco-pal of the Diocese of Angra at the age of ten and remained there for eleven years until the age of twenty-one. He was a de-dicated and disciplined pupil and his trai-ning included two years of English, two years of Hebrew, two years of Greek, and six years of Latin.

In 1944 he completed his seminary studies but at the age of twenty-one he was too young to have a parish and officiate becau-se to become a priest he had to have been twenty-four. The Bishop of Angra, Guil-lerme Augusto da Cunha Guimaraes, used to come to Sao Miguel to confirm and he knew that Charles lived in Ponta Delga-da. The Bishop stayed at the College Sena Freitas with Fr. Jose Gomes while he was there and he would go and talk with Char-les asking him to assist him in the role of secretary in the different parishes where he went to confirm. This was during the summer when Charles was on vacation and he enjoyed visiting the different pari-shes and assisting the Bishop.

At the time that Charles was close to fi-nishing his course it happened that Father Mario Cordeiro from San Jose, California was in Sao Miguel on vacation. Charles spoke with Fr. Cordeiro and told him of his age situation and expressed an interest in going to California. Fr. Cordeiro told him that he could arrange that and that he would contact the office of the Archdio-cese of San Francisco in San Francisco, California. The office of the archbishop contacted Charles informing him to write

a letter stating his interest in going to Ca-lifornia. John J. Mitty, the Archbishop of San Francisco, replied to Charles’ letter of interest informing him that he was accep-ted at St. Patrick Seminary in Menlo Park, California where he could remain until he became twenty-four years of age.

Charles came to California on a student visa and went to Saint Patrick Seminary as a student and remained until he became ordained. This arrangement provided him an excellent opportunity to learn English with his classmates and to learn how the church in the United States operated. The class that he was put into was ordained on December 18 of 1948 and he was ordained into the priesthood along with his classma-tes in 1948 at St. Mary’s Cathedral in San Francisco, California by Archbishop John J. Mitty.

The following day, December 19, at the age of twenty-four and nineteen days, Fr. Macedo said his first mass at St. Louis Bertrand in Oakland, California where he had gotten to know Monsignor John Sil-va who was from the island of Sao Jorge, Azores. He was assigned to St Louis Ber-trand Parish for five years. Although there weren’t any masses said in Portuguese Fr. Macedo did say confessions in Portuguese during those five years.

Once ordained he applied for regular resi-dency but still had to go to school for two more years to fulfill the residency require-ment of the state. He was sent to St. Lou-is Bertrand in Oakland while commuting daily for two years to St Mary’s College in Moraga. When the two years ended he ap-plied to become a permanent resident and was given a choice of going to Portugal, Mexico, or Canada. At that time people had to leave the country to reenter. Not having money to go to Portugal or Cana-da he chose to go to Tijuana to meet with the American Consulate. He drove to San Diego and rented a hotel which was three dollar a night at that time. When he got to the border he showed his papers and was told he couldn’t go in because he had to go to the Department of Immigration. After much bureaucracy he finally became a na-turalized citizen in 1956.

After a five-year residency at St Louis Bertrand Fr. Macedo became Chaplain at Saint Mary’s Hospital in Tucson, Arizona. While there he heard that the Chaplain of Saint Joseph’s Hospital in Nogales, Ari-zona had died so he asked the Bishop if he could be transferred to Saint Joseph’s in Nogales. The transfer happened and Fr. Macedo became Chaplain and lived in the hospital. Since both the town and hospi-tal was small he was also put in charge of the missions Tubac and Amado and was responsible for saying mass in the hospi-tal and at the two missions. He remained, on loan, Chaplain at Saint Joseph’s for five years and then in 1963 he received a letter from the Archbishop of San Fran-cisco informing him that they needed a Portuguese-speaking priest in the diocese to take care of the Portuguese community in San Jose, California and to please make arrangements for the move. At the time they had a priest who was of Portuguese descent, Fr. Thomas, but he didn’t know a word of Portuguese.

Upon arriving at Five Wounds the young Fr. Thomas, who had been at Five Woun-ds for a few months, informed Fr. Macedo that he didn’t speak Portuguese although his father was from Flores and his mother was from Sao Jorge.

He told Fr. Macedo, “Charlie, I don’t speak

a word of Portuguese but I am the Pastor and you are the Associate Pastor but you and I are going to run this parish because I can not say a word in Portuguese.” A few years later Fr. Thomas called the ar-chbishop requesting another assignment and eventually he was transferred to San Bruno in 1971.

Fr. Macedo remained at Five Wounds from 1963 to 1986. In 1981 San Jose became a Diocese independent from San Francisco. In 1986 he became quite ill and required open heart surgery. The Bishop of San Jose came to visit Fr. Macedo because he knew of the surgery and Fr. Macedo was asked to be relieved from his responsibili-ties and he was sent to St. Albert the Great in Palo Alto, California to retire at the age of sixty-one.

When Fr. Macedo left he had been plan-ning to build a gymnasium at Five Wounds and he left $283,000 dollars for the gym-nasium and $37,000 for the school fund to pay summer school expenses. He wrote a letter to the parishioners with the financial information and it was also was put in the Church bulletin along with a note that Five Wounds was the best parish he had ever had and would miss the people because he was treated royally.

Among his many accomplishments are: 1) he left the church solvent for the incoming priest; 2) in 1971 he worked with Mr. Eleu-terio Borba in establishing a Portuguese band in San Jose; 3) along with three other priests set up the Catholic Association for Seminary Education (CASE) Foundation to give scholarships to students who are studying to become priests. The scholar-ships are for Azorean seminarians and Luso-American students in California se-minaries; 4) introduced computer classes at Five Wounds School.

Fr. Macedo has seen many changes in the church during his thirty-eight years as a

priest. There has been Vatican II. Trai-ning in the seminaries is very different. Attendance has been decreasing and there are less young people in the church; he re-members that when he was a priest there was good attendance. Life in the Azores and life in the United States is complete-ly different and he is grateful that he went to St. Patrick Seminary to learn how the church operates in the United States be-cause without that information it would have been difficult.

During his time in Sao Miguel, some priests were home for three or four years after being ordained waiting for a vacancy. Today, the situation is completely diffe-rent because there is a shortage of priests. With the shortage of priests lay people are practicing to run the church and the priest will only say mass in the future.

Life as a priest has been fruitful for Fr. Macedo. He has been blessed in his pas-toral duties. He had the opportunity to travel throughout Europe and Asia and has fond memories of his three trips to Rome. What he liked best about being a priest at Five Wounds were the people who were good to him and the community and ap-preciated that he spoke both Portuguese and English.

Currently, Fr. Macedo lives in a Diocese of San Jose retirement center behind Saint Joseph of Cupertino Parish in Cupertino, California. He has had numerous surge-ries and has convalesced at the retirement home in Los Banos with the Sisters that used to be at Five Wounds School when he was the Pastor at Five Wounds Church. He has a pace maker and macular degene-ration so his time is occupied with doctor appointments for his ongoing health along with daily mass and listening to KGO ra-dio.

Page 30: PTwebpage101509

30 15 de Outubro de 2009

In the first volume of As Boias de Correio no Mar dos Açores, Portuguese for Postal Buoys on the Sea of

the Azores, (second edition, re-vised and updated, Ponta Delga-da 2000), Manuel Vieira Gaspar wrote that “in order to respect the centuries-old alliance with En-gland, Portugal was forced to en-ter into World War I, after acce-ding to the British government’s request, in February of 1916, to apprehend all German ships found on Portuguese waters and harbors.’ It is estimated that 72 ships (Ger-man as well as Austrian) were confiscated. Some of them were added to the Portuguese fleet of military transports, others were sunk for being defective, and 42 were delivered to England. Germany, which at the time con-sidered Portugal to be a neutral country, demanded the imme-diate return of its ships. Portugal disregarded the ultimatum, and Germany dispatched a declara-tion of war in March of 1916. Meanwhile, the crews and pas-sengers of the captured ships, as well as the Austrian and German citizens residing in Portugal, who could not leave the Portuguese territory, were made prisoners of war and sent to newly created concentration camps in Portugal, Azores and Mozambique. In the Azores islands, the con-

centration camp was established at the Castelo de São João Baptis-ta, a mighty 16th century fortress located on Monte Brasil on the western side of the Bay and City of Angra, Terceira Island. According to Vieira Gaspar, the exact number of Germans detai-ned at the Castelo for the dura-tion of the war is not known. It is said to have been between five to seven hundred, even though it is alleged to be over a thousand. From several accounts published in the local newspaper, A União, we are informed that the Ger-mans were always treated with civility, equally by the military authorities and by the local po-pulation. Actually, the Germans were allowed not only to walk downtown to shop, but also were able to organize musical concerts and theatrical performances ei-ther at the Castelo or at Angra. Some Germans passed the time practicing various sports or enga-ging in diverse literary activities, while others had music classes or gave piano and violin lessons.They also founded an orchestra, a choral group and a theater group. All detainees enjoyed a variety of amenities, such as access to a library, recreation room, infirma-ry, dentist ffice, barbershop, shoe shop, bakery and fish market. For those whose pastimes were horti-culture and aviculture, there was plenty of land at their disposal.

At the end of the war, the process of repatriation began. So, in De-cember of 1919, “it was ordered that all Germans detained at the Castelo could leave, once they were ready to pay the expenses of transportation to the localities where they would like to esta-blish residence.” The majority left aboard the ship Lothar Bohien, purposely sent from Germany. At the wharf of embarcation, a great crowd of Terceira’s socialites and peasants gathered to embrace and say goo-dbye to the departing Germans. It is worth recalling that only nine people died during those four ye-ars at the concentration camp. Among several German citizens who decided to stay and live on the island, the following deserve mention: Georg Carl Adolf Hans Walter be-came a merchant, professor of En-glish at Angra High School and, later, Vice Consul of Germany at Angra. He married Celeste Au-rora de Barros Magalhães, had a son and two daughters. Augusto Paulus, another former P.O.W., opened a delicatessen at Pico da Uze, and achieved popu-larity as a chef for the social fes-tivities at the Lawn Tennis Club at Angra. He married and raised a family. In closing, António Cordeiro (1641-1722), in his Historia In-sulana, wrote that the work of

building the Castelo started in 1591, whereas Manuel Luis Mal-donado (1644-1711), in his Fenix Angrense, wrote that it was in 1601. Cordeiro and Maldonado were priests and historians, both natives of Terceira Island. Further information culled from another native historian, Fran-cisco Ferreira Drumond (1796-1858), in the first of his four vo-lumes. Annals of Terceira Island, seems to corroborate the fact that

the Castelo was already under construction in 1597, when the British Earl of Essex unsuccess-fully tried to attack Angra, where Spanish Captain Juan Guterres Guarivai had taken refuge and transferred a treasure of millions in gold to the safety of the for-tress.

ENGLISH SECTION

California Chronicles

Ferreira MorenoConcentration Camp in Azores

COMUNICADOA Fundação Portuguesa de Educação para o Centro da California leva a efeito o seu Banquete Anual no Salão Paroquial de Nossa Senhora da Assunção dos Portugueses o dia 20 de Novembro de 2009 com o seguite programa:

18 horas – Hora Social (No-host Cocktails) 19 horas – Jantar 20 hors – Apresentação das Bosas de Estudo e Reconhecimentos 22 horas – Sarau Dançante 1 hora – Encerramento

Além da apresentação das bolsas de estudo, serão reconhecidos o estudande, empresá-rio, professor e cidadão do ano 2009.

O custo do bilhete é de $35.00 por pessoa e os mesmos encontram-se à venda com to-dos os membros desta Fundação. Reservas poderão ser feitas até ao dia 6 de Novem-bro de 2009. Para mais informações poderão ligar para Sergio Pereira (209) 564 6863 ou John Dias (209) 668-9468.

Não haverá venda de bilhetes à porta.

Actividades para os meses de Outubro e Novembro 2009

October 25 - Council #74 Los Banos in conjunction with Council #169 Dos Palos

November 7 - Council #110 Visalia

November 15 - Council #94 Tulare

November 21 - Council 8 Pleasanton

November 22 - Council #21 Selma

State Youth President Ashley da Silva, Supreme President Marie Kelly and Next Generation President Monique Vallance

NascimentoNo dia 16 de Março de 2009, nasceu Charles Michael Pren-ger, com 8 libras, 8 onças e 21 polegadas de comprimento.Seus pais são Alena e Joe Pren-ger (neto de Leocádia Hernan-dez).Charles é neto de Jeanette e Ke-vin Prenger e bisneto dos nossos assinantes e amigos de Kansas City, Leocádia e Richard Her-nandez.Para quem tem boa memória podemos dizer que o Joe Pren-ger, quando era ainda muito jo-vem, escreveu um artigo sobre a avó Leocádia, onde contava a história da vinda dela para a America, na nossa edição de 1 de Outubro de 1996.Parabéns a todos.

Page 31: PTwebpage101509

31VIAGEM

Pico, a Ilha Montanha

São Roque ainda mantém muitas características do Pico de antigamente

A viagem foi rápida de mais porque o mau tempo inesperadamente caíu sobre a Ilha Montanha, o que nos obrigou a reduzir a nossa estadia. Mesmo assim demos a vol-ta à Ilha e nas Lajes assistimos a um dilú-vio, tal era a quantidade de chuva que caíu naquele lado da ilha. Pudemos apreciar as belezas de algumas das suas Igrejas agora restauradas em todo o seu esplendor. A da Madalena é monumento nacional e a de São Mateus tem uma beleza singela diferente da generalidade de muitas Igrejas açorianas.Só mesmo para ver as Igrejas vale a pena uma visita a esta Ilha, chamada de futuro desde há mais de um século, mas devido à sua pouca população nunca poderá crescer ao ritmo que todos desejavam.Sempre pensámos que o Pico seria a ilha ideal para ter a Universidade dos Açores, se pensássemos na necessidade do crescimen-to harmónico de todas as ilhas. Infelizmen-te são os políticos que definem estas coisas e foi o que se viu. Ponta Delgada tendo uma Universidade ou não a tendo, seria sempre uma grande cidade, ao passo que o Pico com ela seria uma outra Ilha. Convencer os “senhores doutores” a viver no Pico não seria fácil. O bem-estar de alguns não se compadece com o desenvolvimento da ilha. Uma decisão dessas só poderia ter vindo de alguém com força política necessária, o que em 1976 durante o PREC não havia.O Pico precisa mesmo de crescer em po-pulação. Que venham ucranianos, russos, eslovacos, portugueses, até chineses, se for preciso, para que o Pico seja mesmo a Ilha do Futuro, porque condições é quantas queira e estão à vista de todos.

Esq - Igreja de São Mateus onde se realiza a grande festa ao Senhor Bom Jesus.Direita e embaixo: a renovada e linda Igreja da Madalena. Só para ver o seu altar e os seus painéis vale mesmo a pena visitar o Pico

Page 32: PTwebpage101509

32 15 de Outubro de 2009ÚLTIMA PÁGINA