psicossociologia do trabalho
DESCRIPTION
Psicossociologia do Trabalho: - Riscos Psicossociais - Stress - Erro HumanoTRANSCRIPT
Psicossociologia do Trabalho
1Carina Mano | 2014
Psicossociologia do trabalho
• Tem como objeto de estudo as interações
entre os diversos atores do mundo do trabalho;
• O objetivo é estudar de que forma é que as
características desses atores (individualmente
ou em grupo) influenciam a organização e de
que modo são influenciados por ela.
2Carina Mano | 2014
Ausências ao trabalho
Doença natural
Outras causas
Acidente de trabalho
Doença Profissional
Maternidade
Assistência inadiável
3
Psicossociologia do trabalho
Carina Mano | 2014
Riscos Ocupacionais (OIT)
Mecânicos
Elétricos
Físicos
Químicos
Biológicos
Ergonómicos
Ordem e Limpeza
Incêndios
Psicossociais
4Carina Mano | 2014
Riscos Psicossociais
Os riscos psicossociais decorrem de
deficiências na conceção, organização e
gestão do trabalho, bem como de um
contexto social de trabalho problemático,
podendo ter efeitos negativos a nível
psicológico, físico e social tais como stresse
relacionado com o trabalho, esgotamento ou
depressão.
https://osha.europa.eu/pt/topics/stress/index_html
5Carina Mano | 2014
Riscos Psicossociais
6Carina Mano | 2014
INTERAÇÕES
Meio ambiente laboral
Satisfação no trabalho
Condições de
organização
Capacidades, necessidades
e expectativas
Costumes e cultura
Condições pessoais fora do
trabalho
REPERCUSSÕES
Rendimento no Trabalho Saúde Satisfação no Trabalho
Exemplos:
• Cargas de trabalho excessivas;
• Exigências contraditórias e falta de clareza na definição das
funções;
• Falta de participação na tomada de decisões que afetam o
trabalhador e falta de controlo sobre a forma como executa o
trabalho;
• Má gestão de mudanças organizacionais, insegurança
laboral;
• Comunicação ineficaz ou inexistente, falta de apoio da parte
de chefias e colegas;
• Assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.
Carina Mano | 2014 7
Novas velhas realidades
Outsourcing, subcontratação
Just in Time
Lean organization, downsizing
Trabalho precário
Envelhecimento da população ativa
Mobbing e violência
Carina Mano | 2014 8
De volta ao século XIX…?
Qual a dimensão do
problema?Sondagem de opinião de âmbito europeu conduzida pela
EU-OSHA – causas mais comuns dos riscos psicossociais:
• reorganização do trabalho e a insegurança de emprego
(indicadas por cerca de 7 em cada 10 inquiridos)
• acréscimo das horas de trabalho, carga de trabalho excessiva,
assédio ou intimidação no local de trabalho (cerca de 6 em
cada 10 inquiridos)
• cerca de 4 em cada 10 trabalhadores consideram que o
stresse não é tratado de forma adequada no local de trabalho.
Carina Mano | 2014 9
Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e
Emergentes (ESENER) – 2009
• 8 em cada 10 dirigentes manifestaram preocupação com o
stresse nos respetivos locais de trabalho.
• Menos de 30% admitiram ter implementado procedimentos
para lidar com os riscos psicossociais.
• Quase metade das entidades empregadoras inquiridas
considera que os riscos psicossociais são mais difíceis de
gerir do que os riscos "tradicionais" ou mais óbvios de
segurança e saúde no trabalho.
Carina Mano | 2014 10
Qual a dimensão do
problema?
• Diretiva-Quadro 89/391, CEE, art. 6.º, n.º 2 g):
“Planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a
organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais
e a influência dos fatores ambientais no trabalho”
• Lei 102/2009, de 10 de Setembro, art. 15.º:
“Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes
químicos, físicos e biológicos e aos fatores de risco psicossociais
não constituem risco para a segurança saúde do trabalhador;
Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à
conceção dos postos de trabalho, à escolha de equipamentos de
trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a,
nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho
repetitivo e reduzir os riscos psicossociais (…)”
Carina Mano | 2014 11
Prevenção e atuação?
• Definição rigorosa e mais consensual do que é o risco psicossocial;
• Stresse – que stresse?
• Que tipo de riscos psicossociais: stresse, violência no trabalho, o
assédio moral, o assédio sexual, burnout, trabalho emocional,
sobrecarga de trabalho, etc.?
• Como interatuam estes riscos: são causas, são efeitos?
• Que abordagem de prevenção: apenas dos aspetos negativos do
trabalho (enfoque patogénico) ou também dos aspetos positivos
(enfoque salutogénico)?
• Que tipo de avaliação: Geral? Específica? Avaliação também por
peritos?
• Que princípios aplicáveis: legais, teóricos e de boas práticas de
prevenção?
• Que instrumentos?Carina Mano | 2014 12
Prevenção e atuação?
Riscos Psicossociais relacionados
com a tarefa
• Conteúdo e significado do trabalho:
utilidade social do trabalho e
desenvolvimento de competências
• Carga de trabalho: sobrecarga e subcarga
• Autonomia e empowerment
• Grau de automatização: o homem e a
máquina, monotonia e repetitividade
13Carina Mano | 2014
• Duração e distribuição do horário de
trabalho
• Horário por turnos
• Descansos e pausas
14Carina Mano | 2014
Riscos Psicossociais relacionados
com a organização do tempo
Carina Mano | 2014 15
• Definição da tarefa
• Estrutura da hierarquia
• Canais de informação e comunicação
• Relações entre departamentos e
trabalhadores
• Desenvolvimento profissional
• Sistema de recompensas ou compensações
16Carina Mano | 2014
Riscos Psicossociais relacionados
com a estrutura da organização
• Imagem social da organização
• Localização e distância (de casa e locais de lazer)
• Atividade: a atividade da empresa pode gerar "conflito de função" se o trabalhador realizar uma tarefa não conforme aos seus interesses ou valores, e pode chegar a envergonhar-se do trabalho quando este entra em conflito com os interesses ou valores da sociedade, tornando-se uma fonte de insatisfação.
• Futuro inseguro no emprego
• Contexto físico perigoso: ex. sniper
17Carina Mano | 2014
Outros Riscos Psicossociais
Metodologias e técnicas de avaliação
dos fatores psicossociais
18Carina Mano | 2014
Carina Mano | 2014 19
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Continua a ser válido o repto lançado em 2001 por
Kristensen e Kompier:
«O grande desafio é pois o de transformar o
corpo impressionante de conhecimentos […] já
existente em prevenção efectiva»
O desafio deve ter como objetivo central a
avaliação sistemática (e cíclica) dos riscos
psicossociais.
Carina Mano | 2014 20
Não há ainda uma prevenção efetiva de
riscos psicossociais no trabalho
Apesar da maior sensibilização e do conhecimento científico existente,
não se verifica ainda uma prevenção efetiva de riscos psicossociais no
trabalho (ESENER, 2009).
São várias as razões:
Ausência de um quadro teórico consensual e bem definido;
Ausência de uma abordagem prática de gestão de riscos;
Ausência de uma abordagem organizacional e de gestão do risco
psicossocial;
Desconhecimento e atitudes dos gestores para lidarem com os
riscos psicossociais.
Abordagem de Gestão de Riscos
• Abordagem da Gestão de Riscos: processo
faseado, sistemático e cíclico;
– Fases do processo de prevenção;
– Métodos e técnicas a aplicar em cada fase (de
recolha de informação, de avaliação e de controlo);
– Definição precisa de um catálogo de medidas de
intervenção a aplicar:• Sobre as chefias;
• Sobre o indivíduo;
• Sobre o ambiente ou organização do trabalho.
21Carina Mano | 2014
Abordagem organizacional e de gestão
22Carina Mano | 2014
Principais problemas
23Carina Mano | 2014
Multiplicidade e desajustamento de
instrumentos
Avaliações esporádicas/ académicas
Conceito não integra o sistema de avaliação de riscos nas organizações
Métodos de avaliação de riscos
psicossociais
24Carina Mano | 2014
Listas de verificação e despiste
COPSOQ: trabalho em geral, trabalho e vida
privada, conflitos, stresse, burnout, mobbing e
violência
ProQOL: satisfação e fadiga de compaixão
Carina Mano | 2014 25
“Muito do stress que as
pessoas sentem não
vem de terem coisas
demais para fazer. Ele
vem de não terminarem
o que começaram...”
David Allen
STRESS
Definição de Stress
• No dicionário de língua portuguesa, STRESSE está
definido como:
stress (palavra inglesa) s. m.
Conjunto das perturbações orgânicas e psíquicas
provocadas por vários estímulos ou agentes agressores,
como o frio, uma doença infecciosa, uma emoção, um
choque cirúrgico, condições de vida muito activa e
trepidante, etc.
26Carina Mano | 2014
Definição de Stress
Tensão e deformação (stress e strain):
Strain é proporcional à intensidade do stress
Elasticidade dos corpos (elasticidade emocional)
27Carina Mano | 2014
Tensão e deformação (stress e strain):
Strain é proporcional à intensidade do stress
Elasticidade dos corpos (elasticidade emocional)
No início o stress seria um processo excecional,
despoletado por ameaças pontuais
Atualmente o stress é um problema crónico, uma
“epidemia” (OMS)
… ou será apenas o “sal da vida”?
Definição de Stress
O stress como resposta:
“(…) propensão do organismo para reagir de forma idêntica a estímulos muito diversos. Quando confrontado com exigências que ameaçam
ultrapassar as capacidades individuais para lidar com elas, o sistema psicofisiológico dos indivíduos
responde de uma forma geral e não específica. Esta tendência recebeu a designação de síndrome
geral de adaptação.“(Seyle, 1980)
28Carina Mano | 2014
Definição de Stress
29Carina Mano | 2014
ALARME
RESISTÊNCIA
EXAUSTÃO
O STRESS no trabalho
O STRESS no trabalho é uma das principais causas de
absentismo e acidentes.
Guia do Stress Ocupacional da Comissão Europeia:
“padrão de reações emocionais, cognitivas, comportamentais
e psicológicas a aspetos adversos e nocivos (…) O stress é
causado pelo desajustamento entre nós e o nosso trabalho,
os conflitos entre os nossos papéis relacionados com o
trabalho e outros papéis que lhe são exteriores, e pela
ausência de um razoável grau de controlo sobre o nosso
próprio trabalho e a nossa vida.” (1999)
30Carina Mano | 2014
Modelos Teóricos
31Carina Mano | 2014
Teoria dos
Acontecimentos
da Vida (1967)
Crítica: não considera as “maçadas quotidianas”
Modelos Teóricos
32Carina Mano | 2014
Modelo de Ajustamento Pessoa-Ambiente:
Valores e motivações do
indivíduo para o trabalho
(ex.: sucesso, poder)
Satisfação que o trabalho
proporciona
(ex.: dinheiro,
oportunidades de carreira)
Modelos Teóricos
33Carina Mano | 2014
Modelo Exigência-Controlo (Karasek, 1979)
Exigências psicológicas do trabalho
Controlo sobre
o trabalho
(latitude de
decisão,
autonomia)
Motivação para
desenvolver novos
tipos de
comportamento
Risco de tensão
psicológica e
doença
Diferentes tipos de Stress
É necessário um certo nível de stress para a
motivação, crescimento e desenvolvimento (Seyle):
• Eustress: Stress Positivo
• Distress: Stress Negativo
34Carina Mano | 2014
Stress Positivo
• É agradável e construtivo;
• Ajuda-nos a conseguir os nossos objetivos, a ser bem sucedidos nos
desafios e nas novas atividades a que nos propomos;
• Situação interpretada como não ameaçadora;
• Garante a ativação óptima antes e durante um evento;
• Proporciona confiança nas qualidades pessoais e nas experiências
passadas;
• Resulta em sentimentos de satisfação.
35Carina Mano | 2014
Stress negativo
• É desagradável, prejudicial e causador de doenças;
• Deriva de pressões internas e externas a que estamos sujeitos
diariamente: medo de falhar e de não corresponder às expectativas
que depositam em nós;
• Desencadeia-se quando o indivíduo se apercebe do desequilíbrio
entre as exigências da situação e a sua própria capacidade de
desempenho;
• Resulta em frustrações, ressentimentos, raiva, desespero, para além
dos problemas físicos.
36Carina Mano | 2014
Carina Mano | 2014 37
Potenciais fatores de stress
38Carina Mano | 2014
39Carina Mano | 2014
Fatores Organizacionais
Características do papel
Liderança
Relações de Trabalho
Condições físicas
Injustiças
Estrutura e clima organizacional
Consequências do Stress
“O stress é como um carro desportivo. Se o
conduzir correctamente, é rápido e divertido.
Se não, pode ser assustador
e mesmo mortal.”
(Executive Digest, Abril 2000)
40Carina Mano | 2014
41Carina Mano | 2014
O stress verifica-se em três níveis:
Físico/ Fisiológico
42Carina Mano | 2014
Consequências do Stress
Comportamental
Psicológico
Cognitivo
Emocional
Físico/Fisiológico
• Dores de cabeça
• Dores musculares
• Indigestão
• Mudança de apetite
• Alterações de peso
• Gastrite/ Úlcera
• Queda de cabelo
• Insónia => Olheiras => Rugas
43Carina Mano | 2014
• Aumento da pressão arterial
• Colestrerol
• Problemas cardíacos
• Disfunção sexual
• Esgotamento físico
• Degradação do desempenho
• Aumento da taxa de acidentes e erros
• Comportamentos agressivos
• Aumento do absentismo
• Consumo de drogas
• Distúrbios emocionais
• Excesso do tabaco e de álcool
44Carina Mano | 2014
Comportamental
Psicológico-Cognitivo
• Lapsos de memória
• Memória fraca
• Apatia
• Falta de concentração
• Incapacidade para tomar decisões
• Sensação “não sou capaz”
45Carina Mano | 2014
• Nervosismo
• Agressividade
• Falta de paciência
• Depressão/ Burnout
• Ataques de pânico
• Frustração/ Desmotivação
• Isolamento e introspeção
• Sentimentos de perseguição
46Carina Mano | 2014
Psicológico-Emocional
Gestão do stress
47Carina Mano | 2014
48Carina Mano | 2014
Fatores de preocupação (EU-27):
Dados ESENER, 2009
Gestão do stress
49Carina Mano | 2014
1. Reconhecimento do stress
2. Tratamento dos sintomas: medicamentos,
massagens, ioga, etc.
3. Mudança das pessoas: estratégia interpessoal,
mudança física
4. Métodos organizacionais: definição de funções,
comunicação, gestão da mudança, autonomia,
ambiente físico
Gestão do stress
50Carina Mano | 2014
Carina Mano | 2014 51
Erro Humano
Carina Mano | 2014 52
Erro Humano
Carina Mano | 2014 53
Erro Humano
O comportamento humano nem sempre é constante e racional por isso
não segue padrões rígidos pré-estabelecidos;
O fator humano pode influenciar de maneira substancial a confiabilidade
de um sistema e as perdas decorrentes de um acidente;
CELLIER (1985) diz que o erro humano é um desvio anormal com relação
a uma norma ou padrão estabelecido;
Os processos de perceção e aceitação do risco e de tomada de decisão
(que nem sempre dependem do comportamento visível do operador, mas
principalmente das suas características cognitivas), caracterizam-se como os
principais catalizadores do erro humano.
AS PESSOAS…
• Geralmente desenvolvem as suas atividades enquanto pensam em outras
coisas;
• Geralmente são impacientes no que diz respeito ao tempo necessário
para observar as precauções;
• Nem sempre lêem as instruções e etiquetas de modo correto ou não
prestam a devida atenção;
• Após o desempenho de um procedimento não verificam o seu trabalho
para identificar possíveis erros.
Carina Mano | 2014
Erro Humano
54
AS PESSOAS…
• Em geral, respondem irracionalmente em situações críticas ou de
emergência;
• Geralmente são relutantes em admitir erros;
• Com o passar do tempo, tornam-se desatentas no manuseio de
equipamentos e ferramentas;
• Relutam em admitir diminuição de visão e/ou reflexos;
• Muitas vezes erram em estimativas e conclusões.
Carina Mano | 2014
Erro Humano
55
Carina Mano | 2014 56
Erro Humano
A ocorrência de acidentes de trabalho está ligada a várias
causas:
Organizacionais;
Tecnológicas;
Humanas.
Não é somente o trabalhador que comete erros!
Carina Mano | 2014 57
Erro Humano: Causas
Falta de consciencialização dos riscos de trabalho e formas
de evitá-los;
Falta de atenção;
Falta de conhecimento do trabalho que deve ser feito;
Falta de EPI´s e EPC´s;
Falta de formação e informação;
Falta de organização;
Excesso de confiança;
Máquinas e equipamentos com defeito;
Falta de prevenção para os operadores.
Carina Mano | 2014 58
Erro Humano: A velha visão
O erro humano é a principal causa de acidentes;
Para explicar falhas os investigadores devem procurar falhas;
Deve-se encontrar falhas de avaliações, decisões erradas e
julgamentos inadequados das pessoas.
Esta visão defende a existência de pessoas de baixa ou pequena
confiabilidade em sistemas seguros; é uma teoria que aponta
outros culpados e assume que as pessoas podem agir
corretamente, independentemente do mundo que as cerca.
Carina Mano | 2014 59
Erro Humano: A nova visão
O erro humano é sintoma de problemas profundos do sistema;
Não se deve tentar saber no quê as pessoas estavam erradas
para explicar falhas;
Deve-se procurar saber como as avaliações e ações das
pessoas faziam sentido para elas na hora em que ocorreram,
dadas as circunstâncias que as cercavam.
Esta visão defende que a abordagem de erros humanos não se
refere apenas às pessoas, mas também a equipamentos, tarefas
e ambiente de trabalho que sistematicamente influenciam o
desempenho humano.
Carina Mano | 2014 60
Erro Humano
Errar é constantemente dramatizado,
o que provoca inércia, falta de sentido crítico e aversão ao risco
Tomar decisões Não agir
Correr o risco de errar Considerada opção mais
sensata, sinal de cautela
Confundir erro com má fé, incompetência ou desleixo serve
apenas para diluir ainda mais o conceito de responsabilidade.
Carina Mano | 2014 61
Erro Humano: Classificação
• Resultam do comportamento automático, subconsciente
• Raramente ocorrem durante a aprendizagem porque o comportamento ainda não é automatizado
• Decorrem da fata de atenção
LAPSOS
• Resultam de processos conscientesEQUÍVOCOS
Carina Mano | 2014 62
Erro Humano: Classificação
Erro Humano
Erros Violações
Erros
Inadvertentes
Erros
Técnicos Rotineiras Excepcionais
Baseados na
Habilidade
Baseados em
Procedimentos
Baseados em
Conhecimentos
63
Baseados na Habilidade
Trabalhando a partir de Rotinas Automáticas
Baseados em Procedimentos
Trabalhando a partir de Regras e Instruções
Baseados em Conhecimentos
Trabalhando a partir de Principíos
Comportamento
Automático
Comportamento
Consciente
Erro Humano: Classificação
Carina Mano | 2014
Carina Mano | 2014 64
• erros devido aos órgãos sensoriais (falha em perceber um sinal, identificação incorreta de informação, erros de codificação…)
PERCEÇÃO
• ocorrem durante o processamento das informações pelo sistema nervoso central (erros de lógica, avaliações incorretas, escolhas incorretas…)
DECISÃO
• erros que dependem de ações musculares (posicionamento errado, troca de controlos, demoras na ação)
AÇÃO
Erro Humano: Classificação
• Erros de projeto - resultante de projetos inadequados.
• Erros de fabricação - resultante dos erros que ocorrem nos diversos
estágios de fabricação. Por exemplo: soldas incorretas, utilização de
material inadequado, erros de especificação, etc.
• Erros de operação - resultante da falha do pessoal de operação em seguir
os procedimentos corretos.
• Erros de manutenção - resultante das operações de campo. Normalmente
devido à instalação ou reparo incorretos dos equipamentos.
• Erros contributivos - resultante de erros que são difíceis de definir como
erro humano ou de equipamento.
Erro Humano: Classificação
65Carina Mano | 2014
66
• Erros de inspeção - resultante da aceitação de componentes/equipamentos fora de
tolerância ou rejeição de equipamentos/componentes dentro da tolerância.
• Erros de manuseio - resultante de armazenamento ou transporte
inadequado (muitas vezes não estão de acordo com as recomendações
do fabricante
• Condição insegura:
– defeitos mecânicos de equipamentos ou na forma como é executado o trabalho
– causam cerca de 80% dos acidentes.
• Atitudes insegura:
– acontecem muitas vezes pela falta de experiência,
– causam 90% dos acidentes em geral.
Carina Mano | 2014
Erro Humano: Classificação
Erro aleatório: devido à variabilidade da ação humana;
Erro sistemático: causado pela inadaptação das características do
indivíduo ou da conceção do material;
Erro esporádico: deslize, ação de caráter pouco frequente e pouco
explicável.
67Carina Mano | 2014
Erro Humano: Classificação
segundo o grau de dispersão
1. Campo Percetivo (distorções percetivas)
Limitações físicas, auditivas e visuais contribuempara as distorções percetivas
Falhas nestes sistemas trazem consequênciascomo:
◦ desorientação espacial
◦ leitura errada dos instrumentos
◦ diminuição da sensibilidade
◦ ilusão
68Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
1. Campo Percetivo (distorções percetivas)
Uma das consequências imediatas para asegurança é a atenção
Fatores que afetam a atenção:◦ Interromper a sequência de trabalho◦ Distração - perda do raciocínio
◦ Desatenção - por fadiga, interferência de terceiros ou problemas psicológicos
◦ Fadiga - acumulação de tarefas, monotonia ou excesso de estímulos
69Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
2. Integração dos Dados
Há situações em que os mecanismos fisiológicos
vão influenciar e comprometer as capacidades
psicológicas
Exemplo: com a ingestão de bebidas alcoólicas
◦ uma imagem pode duplicar-se
◦ um facto pode passar despercebido ou não ser
associado
70Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
71Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
2. Integração dos Dados
A questão da atenção ficará certamente
prejudicada e muitos acidentes ocorrem nestes
lapsos, onde uma informação não é integrada no
seu contexto.
3. Interpretação dos Dados
Deve ser cuidadosa e baseada no conhecimento
teórico e prático
Equívocos na interpretação conduzem a erros de
julgamento, tendo como consequência atitudes
operacionais equivocadas que podem resultar em
acidentes
72Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
3. Interpretação dos Dados
o Planeamento deficiente
o Análise errada da situação
o Erro de cálculo de altura, distância e velocidade
o Escolha da decisão errada
o Demora na decisão
o Decisão prematura
o Confusão no uso dos controlos (descoordenação)
o Influência de terceiros na tomada de decisão
73Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
4. Personalidade
O temperamento, o caráter e as atitudes, entre
outros aspetos, fazem parte da personalidade de
um indivíduo.
No trabalho, a personalidade de um trabalhador
pode ser decisiva num acidente de trabalho.
74Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
4. Personalidade
Grande parte dos problemas expressam-se através de:
75
• Impulsividade
• Agressividade
• Auto-estima baixa
• Auto-estima elevada
• Temperamento tenso
• Perfecionismo
• Problemas de relacionamento
• Fobia
• Improvisação
• Subestimar informações
recebidas
• Apatia
• Irritabilidade
• Angústia
• Ansiedade
• Pânico
• Atitude de complacência
• Invulnerabilidade
• Desinteresse
• Exibicionismo
Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
5. Formação
Descontinuidade na formação
Qualquer processo de aprendizagem deve seguir um tempo
lógico, podendo a descontinuidade conduzir a retrocessos
na formação devido a esquecimento ou inconsistência
demonstrado pelo formando
Informações erradas na formação
Necessidade de profissionais da pedagogia na condução e
no aperfeiçoamento dos processos de aprendizagem
76Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
5. Formação
Insuficiente para o tipo de ação pretendido
Deficiência no planeamento e na fixação de
objetivos
Inexistência de formação de prática simulada
Tirar dúvidas, esclarecer a teoria e familiarização
com a prática
77Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
5. Formação
Reciclagem insuficiente
Reciclagem é fundamental para o processo contínuo
de aprendizagem: ninguém retém 100% do que é
transmitido nem aprende tudo de uma só vez
Pouca experiência na atividade
Escasso período de formação e pouca familiarização
com o instrumento de trabalho
78Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
6. Comunicação
79Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
7. Gestão
Pressão psicológica
Da parte de pessoas, clima e políticas da
organização
Integração / Diferenciação
Identificação entre os membros de um mesmo
grupo e diferenciação entre indivíduos de grupos
diferentes
80Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
7. Gestão
Organização e métodos
Processos adequados evitam a ocorrência de erros
Seleção
Adequado processo de recrutamento e seleção de
trabalhadores envolvidos em atividades de risco
Afastamento da atividade por longo período
Necessidade de um programa de readaptação para
otimizar a condição operacional do trabalhador
81Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
7. Gestão
Relação chefia/subordinado
Necessidade de prevalência de respeito e diálogo
Supervisão deficiente
Qualquer atividade precisa de ser constantemente
supervisionada para ser aperfeiçoada
Dimensionamento da estrutura ocupacional
Existência de pessoal qualificado e em quantidade
proporcional à atividade
82Carina Mano | 2014
Erro Humano: Causas e
Consequências
Carina Mano | 2014 83
Erro Humano: Como prevenir?
• Pensar que os erros humanos podem ser
eliminados é ilusório.
• O erro deve ser encarado como
aprendizagem, coragem e perseverança,
desafio, progresso…
• Substituir o homem pela máquina em tarefas
simples e repetitivas ou ainda naquelas que
exijam grandes forças.
• Avaliar e controlar os fatores de risco
psicossociais.
• Selecionar a pessoa certa para o lugar certo.
• Fornecer formação e informação adequada.
84Carina Mano | 2014
Erro Humano: Como prevenir?
• Proficiência técnica
• Profissionalismo - estar comprometido com a execução da
atividade
• Praticar uma liderança eficaz – escutar ativamente a equipa
e usar todos os recursos para decidir
• Procurar e incentivar a sinergia de grupo
• Procurar a auto-consciência e o auto-controlo
• Não ser complacente com atitudes ligadas à violação
operacional
85Carina Mano | 2014
Erro Humano: Como prevenir?
“Diga-me, e me esqueço.
Mostre-me, e me lembro.
Envolva-me, e compreendo.”
Confúcio (551-479 a.C.)
86Carina Mano | 2014