psicopatologia (1)

94
Roberto Alves Banaco PUC-SP / Núcleo Paradigma

Upload: psyedgerfeson

Post on 08-Aug-2015

47 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: psicopatologia (1)

Roberto Alves BanacoPUC-SP / Núcleo Paradigma

Page 2: psicopatologia (1)

.

▪ Em ambos os casos:

Procedimentos específicos de avaliação para posterior intervenção

Procedimentos específicos de intervenção (tratamento)

Procedimentos experimentais de manipulação de variáveis

ou

“Meros” procedimentos de descrição como forma de identificar relações

sujeito-ambiente específicas

Page 3: psicopatologia (1)

“Um erro freqüente é [considerar] que os eventos privados tais como pensamentos, sentimentos e estados fisiológicos são excluídos de uma análise funcional comportamental. Isto é incorreto (Skinner, 1989, Cap. 1).

... Eventos privados dão origem a dois tipos de problemas para uma análise funcional comportamental. Sturmey, 1996, pp. 15-16

Análise Funcional Comportamental DescritivaAnálise Funcional Comportamental Descritiva

Eventos abertos

observáveis mensuráveis

Eventos privados

Relato verbal (pode ser falseado)

Podem adquirir status causal na

análise

Page 4: psicopatologia (1)

� Ensina ao cliente como fazer análise funcional de seu próprio comportamento§ Ex.: Miller (1978) ensinou seus clientes em um

grupo de alcoolistas a reduzirem sua taxa de grupo de alcoolistas a reduzirem sua taxa de beber por identificar e modificar os antecedentes do beber e a identificar estratégias alternativas ao comportamento de beber.

Page 5: psicopatologia (1)

� A proposta por Skinner: inclui tanto correlações quanto descrições mais completas das relações entre eventos, obtidas por meio de manipulação obtidas por meio de manipulação experimental

Page 6: psicopatologia (1)

§ Descrição e explicação são atividades essencialmente idênticas▪ Noção de explicação deve ser reduzida à noção ▪ Noção de explicação deve ser reduzida à noção

de descrição

§ Noção de causa deve ser substituída pela noção de função: explicar um fenômeno é igual a descrever a análise funcional do fenômeno.

Page 7: psicopatologia (1)

� Causa e efeito (descrições “tudo ou nada” )§ forma primitiva de descrição.§ Presta-se melhor ao conceito de eliciação

� Probabilidade: ocorrência de uma resposta variacontinuamente ao longo dos extremos tudo-ou-nada.

� Probabilidade: ocorrência de uma resposta variacontinuamente ao longo dos extremos tudo-ou-nada.§ variáveis não "causam a ocorrência de um determinado

comportamento“§ tornam a ocorrência mais provável.§ permite lidar com o efeito combinado de várias destas variáveis.

Skinner, 1953

Page 8: psicopatologia (1)

� Portanto: relação funcional substitui relação causal

Relação funcional

� Relações entre as duas variáveis são as leis de umaciência” .

Condições externas (variáveis

independentes)

Comportamento (variável

dependente)

Page 9: psicopatologia (1)

� Apoio em:1. Selecionismo como modelo causal e funcionalismo

como princípio de análise2. Externalismo como recorte de análise2. Externalismo como recorte de análise3. Complexidade, variabilidade e caráter

idiossincrático das relações comportamentais4. Critério pragmático na definição do nível de

intervenção5. Distinção entre alcance da avaliação e alcance da

intervenção Neno, 2003

Page 10: psicopatologia (1)

� Na clínica:

Relação funcional

� Relações entre as duas variáveis devem serobservadas

Condições externas (variáveis

dependentes)

Comportamento (variável

independente)

Page 11: psicopatologia (1)

Comportamento

DepoisDepoisDepoisDepois

Reforçador

Aversivo

Considerável?

Provável?

Imediato?

Relação comporta-mental:

Apresentação

Remoção

Prevenção da

Contingência:

Reforçamento

Punição (positiva)

Punição (negativa ou penalidade)

Fuga

Esquiva

Comportamento – alvo

freqüência

DepoisDepoisDepoisDepois

Não se observa mudança

Prevenção da apresentação

Prevenção da remoção

Antes:

Condição motivadora

Operação

estabelecedora

Extinção?

Não operante?

Page 12: psicopatologia (1)

1959: Skinner (Cumulative records) 1955 - What is psychotic behavior?1955 - What is psychotic behavior?

1957 - Psychology in the understanding of mental disease

FreqüênciaObedece a leis científicas

Causa problemas

Page 13: psicopatologia (1)

� História da Medicina§ Necessidade de classificação das “doenças

mentais”§ Divergências nas nomenclaturas c/ ênfases em§ Divergências nas nomenclaturas c/ ênfases em

▪ Fenomenologia (descrição)▪ Etiologia (causa)▪ Curso (desenvolvimento)

Page 14: psicopatologia (1)

Medicina (psiquiatria)Medicina (psiquiatria) Análise do Análise do ComportamentoComportamento

Fenomenologia Fenomenologia 22 na filosofia de William Hamilton (1788na filosofia de William Hamilton (1788--1856), a 1856), a descriçãodescrição imediata, anterior a qualquer imediata, anterior a qualquer explicação teórica, dos fatos e ocorrências psíquicasexplicação teórica, dos fatos e ocorrências psíquicas

Topografia não explicaTopografia não explica

explicação teórica, dos fatos e ocorrências psíquicasexplicação teórica, dos fatos e ocorrências psíquicas

EtiologiaEtiologia(causas (causas –– em geral, em geral,

orgânicas)orgânicas)

ProbabilidadeProbabilidade(freqüência, intensidade, (freqüência, intensidade,

latência) latência) CursoCurso

(desenvolvimento)(desenvolvimento)Relações mantenedorasRelações mantenedoras(organismo & ambiente)(organismo & ambiente)

Page 15: psicopatologia (1)

Medicina (psiquiatria)Medicina (psiquiatria) Análise do ComportamentoAnálise do Comportamento

Além disso...

Doença mentalDoença mental Comportamento é sempre Comportamento é sempre adaptadoadaptado

Normal X AnormalNormal X Anormal(critério estatístico (critério estatístico ––origem do DSM)origem do DSM)

Leis gerais para todos os Leis gerais para todos os comportamentoscomportamentos

Page 16: psicopatologia (1)

� “Patologia comportamental”§ Déficit ou excesso comportamental§ Comportamento adaptado...

▪ Prevê reforçamento em um nível mais importante (o que justificaria a manutenção)

▪ Prevê também punição em nível menor

§ ... que leva a sofrimento em algum grau...§ ... com manifestações emocionais bastante

intensas

Page 17: psicopatologia (1)

� “... O comportamento mal adaptado pode ser resultado de combinações quantitativas e resultado de combinações quantitativas e qualitativas de processos que são, eles próprios, intrinsecamente ordenados, absolutamente determinados, e normais em sua origem”

Sidman, 1960

Page 18: psicopatologia (1)

� Categorias específicas do comportamento (cujas freqüências devem ser analisadas), encontradas na literatura clínica ou encontradas na literatura clínica ou deduzidas da experiência comum

Page 19: psicopatologia (1)

� Ausência pronunciada de certos itens no comportamento§ Déficit comportamental

� Aumentos na freqüência de outros comportamentos§ Excessos comportamentais

§ (Ferster, 1968)

Page 20: psicopatologia (1)

� Pergunta importante: Por que esta pessoa persiste em [seu comportamento] inapropriado?

Comportamentos indesejados são punidos � Comportamentos indesejados são punidos por agências sociais formais e informais. § Algumas vezes isso é eficaz; § freqüentemente não é.

Page 21: psicopatologia (1)

Falk & Kupfer, 1998� Deve-se perguntar se o comportamento

“transtornado” é primariamente§ Uma resposta anormal para uma situação § Uma resposta anormal para uma situação

normal▪ Indica problema físico e deve ser respondido por

outras ciências

§ Uma resposta normal para uma situação extrema ou desordenada▪ Âmbito de estudo da análise do comportamento

Page 22: psicopatologia (1)

� Com a introdução da função, as questões a serem respondidas são: § De que variáveis este comportamento é função?§ O que muda sua probabilidade (aumento e

diminuição) de ocorrência?

Page 23: psicopatologia (1)

� Vista como um comportamento ou conjunto de comportamentos

Disfuncional§ Disfuncional§ Prejudicial§ Anormal

Page 24: psicopatologia (1)

� Resulta em autolesão, lesão de outros, prejuízo significativo em propriedades, e aprendizagem danosa que cria obstáculo para viver em comunidade (Pagel & Whitling, para viver em comunidade (Pagel & Whitling, 1978, in Sprague & Horner, 1999).

Page 25: psicopatologia (1)

� “PSICOPATOLÓGICO”: NORMAL x ANORMAL§ Critério estatístico

▪ Normal: o que é freqüente▪ Anormal: o que só se vê em alguns casos

§ Critério científico§ Critério científico▪ Normal: o que obedece a leis▪ Anormal : o caótico, o inexplicável

§ Critério da reversibilidade▪ Normal: mesmo ocorrendo, reverte▪ Anormal: não reverte

§ Critério do indivíduo▪ Normal: não leva a sofrimento▪ Anormal: conduz a sofrimento

Page 26: psicopatologia (1)

1. O comportamento é chamado de psicopatológico, mas é ordenado

(obedece a leis)1. Não importa se é visto só em alguns casos... Explicação

pode ser encontrada na História de Vida do indivíduo1. Critério estatístico

2. Procura-se SEMPRE uma ordenação para explicá-lo1. Critério científico

3. Se permanece é porque “alguma operação” o mantém1. Critério da reversibilidade

4. Causa sofrimento porque é passível de controle aversivo.

Page 27: psicopatologia (1)

� “Punição tem sido [um processo] mais difícil de estudar porque não pode ser estudada por si só.

� Quando se tem um comportamento para ser punido, significa que esse comportamento tenha sido ou ainda esteja sendo reforçado.”

Page 28: psicopatologia (1)

Causa sofrimento porque é passível de controle aversivo.

Do ponto de vista de quem analisa:§ R à S punidor :causa estranhamento§ R à S punidor :causa estranhamento§ Mas resposta em extinção “precisa” ser punida?

• Se é mantida...• R à S reforçador• à S aversivo

Page 29: psicopatologia (1)

R à S punidor : causa estranhamentoà S reforçadorà S punidor mais potente que o primeiro

Page 30: psicopatologia (1)

2. A análise do comportamento lida com os problemas que são essencialmente reações normais a trajetórias históricas de contingências ambientais que dirigiram o comportamento para ambientais que dirigiram o comportamento para padrões “disfuncionais”

(outras questões devem ser respondidas por outras ciências)

Page 31: psicopatologia (1)

Controle respondenteControle respondenteControle operanteIndução por esquemasInterações operantes-respondentes

Page 32: psicopatologia (1)

� Evolução Biológica e Cultural são importantes na determinação do comportamento (inclusive o psicopatológico)Infelizmente essas variáveis não são � Infelizmente essas variáveis não são facilmente identificáveis e suas relações com a psicopatologia não podem ser acessadas diretamente.

� Além disso, elas não podem ser manipuladas durante a terapia.

Page 33: psicopatologia (1)

� (Skinner, 1953) Sob Seleção Natural� Aprendizagem reflexa reflete aspectos do

ambiente que não mudam de geração a geração tais como gravidade ou ameaças à geração tais como gravidade ou ameaças à integridade física do organismo

Page 34: psicopatologia (1)

� Cunninghan (1998, p.520):§ “Um dos mais intrigantes aspectos do

condicionamento pavloviano é a habilidade adquirida do Estímulo Condicionado (CS) eliciar ou adquirida do Estímulo Condicionado (CS) eliciar ou controlar uma nova resposta na ausência do Estímulo Incondicionado (US) previamente associado ao CS. Esta alteração nas propriedades funcionais do CS (...) ilustra uma notável adaptação às condições ambientais (...)”

§ Que mudam rapidamente, diria Skinner

Page 35: psicopatologia (1)

� Condicionamento de estímulos neutros a estímulos aversivos incondicionados � fobias e ansiedade� Transtorno do Stress pós-traumático;

Problemas psicossomáticos (asma; alergias)� Problemas psicossomáticos (asma; alergias)� Náusea induzida por quimioterapia

Sturmey, Ward-Horner, Marroquin & Doran, 2007

� Falhas em Inibição latente � Esquizofrenia

Page 36: psicopatologia (1)

� Efeito contrário de drogas

Page 37: psicopatologia (1)
Page 38: psicopatologia (1)

Curva do efeito da droga no tempo nas primeiras administrações. Efeito não é modulado por qualquer resposta antecipatória

Administração da droga não é seguida somente por seus efeitos: dicas ambientais “preparam” o corpo com efeitos contrários

Explica tolerância, abstinência e

Efeitos das dicas ambientais são bem pronunciados. Efeitos da droga mínimos

abstinência e recaída

Page 39: psicopatologia (1)

� Efeitos sobre temperatura corpórea

DROGA US CS (AMBIENTE)

Cunninghan, 1998

Morfina

Álcool

hiper

hipo

hiper

hiper

Page 40: psicopatologia (1)

� Fatores a serem levados em conta:� Natureza dos estímulos

� (intensidade>, resposta >, latência <)� Relações temporais entre estímulos� Relações temporais entre estímulos

� Condicionamento atrasado, simultâneo, traço e reverso

� Número de pareamentos entre os estímulos� Exposições prévias aos estímulos

condicionados (inibição latente)

Page 41: psicopatologia (1)

� Pacientes com câncer, medicados com quimioterapia

Sorvete de laranja Sensação de

quimioterapia náusea

S1 R1

Sorvete de laranja Sensação de gosto agradável

S2 R2

Schwartz, B. & Robbins, S.J. (1995). Psychology of Learning and Behavior. New York: W.W. Norton @ Co.

Page 42: psicopatologia (1)

� PROCEDIMENTO: emparelhamento repetido de S1 com S2, sempre na ordem S1, S2, S1, S2, ...

Sorvete de laranjaSensação de gosto agradável

quimioterapia náusea

llPROCESSO: S1 (SORVETE DE LARANJA) passa gradualmente a PROCESSO: S1 (SORVETE DE LARANJA) passa gradualmente a controlar a nova resposta CR (NÁUSEA), que pode assemelharcontrolar a nova resposta CR (NÁUSEA), que pode assemelhar--se à R2 se à R2 (NÁUSEA) de S2 (QUIMIOTERAPIA)(NÁUSEA) de S2 (QUIMIOTERAPIA)

••RESULTADO: S1 (SORVETE DE LARANJA) elicia seguramente uma RESULTADO: S1 (SORVETE DE LARANJA) elicia seguramente uma CR (NÁUSEA).CR (NÁUSEA).

náusea

Page 43: psicopatologia (1)

� Novos estímulos são mais “associáveis” do que estímulos já conhecidos a S2

� Então entre:Arroz§ Arroz

§ Feijão§ Batata§ Couzcouz marroquino

Costumeiros na alimentação do paciente

Novo na alimentação

Pareamento pavloviano dar-se-á mais provavelmente entre couzcouz marroquino e quimioterapia

(por inibição latente dos outros alimentos)

Page 44: psicopatologia (1)

Revista

� Generalização do condicionamento respondente: Evitação de banca de jornais

Revista

(Leitura na sala de espera)

Ruído da broca

Broca do dentista Dor (UR)

dor

• Contração muscular

• Aumento bat. cardíaco

• Stress• Medo• ansiedade

banca

• Contração muscular

• Aumento bat. cardíaco

• Stress• Medo• ansiedade

Page 45: psicopatologia (1)

� Pode ocorrer entre estímulos físicos e estímulos verbais§ Morte à estados de tristeza (são evitadas)§ Raio de sol à estados de alegria

(Dygdon, Conger & Strahan, 2004; Wu et al, 2005, citadosem Sturmey, Ward-Horner, Marroquin & Doran, 2007)

� Problemas sexuais podem ser adquiridos desta forma

Page 46: psicopatologia (1)
Page 47: psicopatologia (1)

� Controle pela conseqüência� Em problemas de atraso de

desenvolvimento, 4 principais categorias:

1. Auto-estimulação (auto-reforçadora)� (hipótese dos opiáceos em autolesão)� Estereotipia (vibração)� Manipulação (tricotilomania)

Page 48: psicopatologia (1)

2. Obtenção de atenção social (generalizado)3. Obtenção de reforçadores tangíveis4. Esquiva de tarefas indesejadas

Indicam problemas na comunicação social � Indicam problemas na comunicação social para obtenção ou remoção de reforçadores� Função comunicativa (Sprague & Horner,

1999)� Podem indicar também operações

estabelecedoras (aversividade)

Page 49: psicopatologia (1)

� Aquisição de novas respostas, ou modificação de respostas operantes§ Magnitude da conseqüência§ Privação e/ou operação estabelecedora§ História prévia de reforçamento

� Para ser efetiva, a conseqüência deve ser§ Imediata§ Contingente§ Intermitente

Page 50: psicopatologia (1)
Page 51: psicopatologia (1)

� Andrew – 21 anos quando foi admitido no Hospital§ Desde esse dia não emitiu uma palavra§ 19 anos de silêncio, desde então§ Participava de grupo terapêutico conduzido por Dawn, com pacientes

que falavam▪ Resposta-alvo: falar▪ Resposta-alvo: falar

� Em uma sessão, Dawn acidentalmente deixou cair um chiclete de seu bolso, quando ia pegar uma caneta

� Andrew olhou para o chiclete§ Dawn imaginou que o chiclete pudesse ser um reforçador para

Andrew

Page 52: psicopatologia (1)

� Para testar se chiclete era ou não reforçador§ Dawn segurou um chiclete em frente ao rosto de Andrew e

esperou até que ele olhasse para o chiclete§ Quando ele olhou, Dawn imediatamente deu-lhe o § Quando ele olhou, Dawn imediatamente deu-lhe o

chiclete§ Dawn abriu a boca e mastigou o chiclete§ Depois de 2 semanas, Andrew olhava para o chiclete (uma

resposta operante) todas as vezes em que Dawn o colocava perante sua face. A visão do chiclete reforçava o olhar para ele (reforçador apropriado)

Page 53: psicopatologia (1)

� Dawn queria que Andrew falasse.� Mas para poder reforçar o falar, o falar deveria ocorrer antes

do reforçamento e Andrew não falava por mais de 19 anos.� 3a. Semana: Dawn viu Andrew movendo seus lábios

ligeiramente – reforçou o movimento dos lábios (nova ligeiramente – reforçou o movimento dos lábios (nova resposta) com chiclete (o reforçador)

� No final dessa semana, Andrew estava freqüentemente olhando para o chiclete e movendo seus lábios – demonstrou que chiclete continuava sendo reforçador

� Extinção para apenas olhar para o chiclete.

Page 54: psicopatologia (1)

� Dawn segurou o chiclete em frente ao rosto de Andrew, mas não deu o chiclete para apenas olhar.

� Andrew emitiu um som (nova resposta) e Dawn imediatamente entregou-lhe o chiclete (reforçador)

� Não havia mais chiclete para apenas mover os � Não havia mais chiclete para apenas mover os lábios

� No final dessa semana, Andrew freqüentemente emitia um som de resmungo (chiclete continuava sendo reforçador)

Page 55: psicopatologia (1)

� Depois de Andrew emitir um “resmungo”, Dawn lhe diz: “Diga gum, gum” (chiclete em inglês)

� Andrew passa a fazer seu resmungo depois do pedido de DawnAndrew passa a fazer seu resmungo depois do pedido de Dawn§ Primeiro, seu resmungo sai bem parecido com o

das primeiras vezes e Dawn lhe dá o chiclete§ Em seguida, ela espera até que o resmungo de

Andrew se pareça mais com “gum”: só então ela lhe entrega o chiclete.

Page 56: psicopatologia (1)

� Dawn havia acabado de pedir a Andrew que dissesse “gum”, quando ele disse claramente: “Gum, por favor”.

� Antes que a sessão terminasse, Andrew estava respondendo a questões tais como seu nome e sua respondendo a questões tais como seu nome e sua idade.

� Depois daquele dia, ele respondia a qualquer questão que Dawn lhe fizesse.

� Ele também passou a conversar com ela em qualquer momento ou lugar que não fosse a sessão terapêutica

Page 57: psicopatologia (1)

� A propósito, atente para o fato de que o falar complexo de Andrew foi obtido em apenas 6 semanas de intervençãoIsto ocorreu porque ele já podia falar 19 anos � Isto ocorreu porque ele já podia falar 19 anos antes.

� Em outras palavras, o discurso já estava em seu repertório.

Page 58: psicopatologia (1)

� Quando reforço ocorre, o indivíduo está variando, emitindo as respostas que já tem em seu repertório

� Reforço opera sobre respostas que já ocorrem no repertório do indivíduo

� Reforço opera também sobre a variabilidade� Reforço opera também sobre a variabilidade� Extinção da resposta que vinha sendo reforçada à

emissão de variabilidade� Nova resposta: reforço ocorre de novo,

selecionando a nova resposta, e fortalecendo a variabilidade

Page 59: psicopatologia (1)
Page 60: psicopatologia (1)

� Identificação de reforçadores e preferências§ Humanos verbalmente competentes: cpto. Verbal

▪ Entrevistas▪ escalas▪ escalas

§ Escolha (lei da igualação)§ Princípio de Premack (atividades como reforçador)

▪ Reforçadores naturais X arbitrários

§ Esquemas de razão progressiva§ Saciação§ Extinção

Page 61: psicopatologia (1)

A

BE B

CD

E

Page 62: psicopatologia (1)

A

BA

C

D

E

Page 63: psicopatologia (1)

A

BA B

DE

A

Page 64: psicopatologia (1)

A

B

CD

E

Page 65: psicopatologia (1)

Parâmetro do reforço

Imediaticidade

Cpto. Problema

Atrasado

Cpto. solução

Imediato

Pierce & Epling, 1995

Imediaticidade

Taxa

Qualidade

Custo

Atrasado

Reduzir ou eliminar

Usar baixa Eliminar alta

Alto

Imediato

Aumentar

Eliminar baixa Usar alta

Baixo

Page 66: psicopatologia (1)

� Aumento do responder mais “adaptado” (sem ou com menor aversividade)§ Se os reforçadores forem substituíveis

§ Por meio de:▪ Melhoria no esquema de reforçamento▪ Atraso no reforçamento da resposta “menos” adaptada▪ Aumento na magnitude do reforço para a resposta mais

“adaptada”

Page 67: psicopatologia (1)

� Diminuição do responder menos “adaptado” (com maior aversividade)§ Se os reforçadores forem substituíveis

§ Por meio de:▪ Reforçamento diferencial de respostas alternativas▪ Atraso no reforçamento da resposta “menos” adaptada▪ Aumento na magnitude do reforço para a resposta mais

“adaptada”

Page 68: psicopatologia (1)

Avaliação do controle de estímulosAvaliação do controle de estímulos

Page 69: psicopatologia (1)

� Estabelecido por meio de história consistente de conseqüências associadas a (pelo menos) dois conjuntos de estímulos:

Cada um deles associado a um esquema de § Cada um deles associado a um esquema de reforço (usualmente um dos dois é Extinção)

Page 70: psicopatologia (1)

� Controle de estímulos§ Condições precipitantes do comportamento§ Aquisição incompleta de controle de estímulos

(ADHD)(ADHD)

Page 71: psicopatologia (1)

Joana Singer VermesOrientador: Roberto Alves Banaco

Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento – PUC – SP

Objetivo: identificar, em casos únicos, qual é o efeitoObjetivo: identificar, em casos únicos, qual é o efeitoda introdução de atividades com diferentes graus depreferência e de estímulos aversivos sobre aocorrência e duração de rituais de limpeza

Page 72: psicopatologia (1)

SujeitoSexo Idade Obsessões Rituais Estímulos

ansiogênicosAtividades aversivas

Tratamento paralelo ao estudo

1 M 9a. e 5m.

Contaminação; necessidade de

lamberterceiros ou a

si mesmo.

Lavar as mãos;

lamber-se e lamber

terceiros; colecionism

o.

Fezes e substâncias

viscosas

Tarefas dematemática

Medicaçãopsiquiátrica

2 M 9a. e 1m.

Contaminação; blasfêmia

Lavar as mãos; evitar

contato com chão;

rezar repetidas

vezes

Nãoespecificado

Tarefas de matemáticageografia e compreen-

são de textos

EPR

3 F 10a. Contaminação Lavar as mãos, lavar

objetos.

Fezes Tarefas de matemática

e LínguaPortuguesa

MedicaçãoPsiquiátrica

Page 73: psicopatologia (1)

1. Mesa de brincadeiras e atividades aversivas

2. Mesa da experimentadora

3. Câmeras filmadoras

4. Pia

Page 74: psicopatologia (1)

0102030405060708090

100110120130140150

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Tempo

(s.)

Figura 1: Comportamentos obsessivo-compulsivos e relacionados à ansiedade em doze sessões - Sujeito 1.

LB1 MP1 LB2 AP1 AP2 LB3 TAV1 TAV2 LAB4 BP1 BP2 LB5

Sessões

Lavar as Mãos Permanecer parado Lamber aos MãosLimpar superfícies Roer unhas

LB1, LB2, LB3, LB4 e LB5: Média preferência TAV1: Tarefas aversivasMP1: Média preferência TAV2: Tarefas aversivas e sujeira

AP1: Alta preferência AP2: Alta preferência e sujeiraBP1: Baixa preferência BP2: Baixa preferência e sujeira

Page 75: psicopatologia (1)

0102030405060708090

100110120130140150

1LB1

2MP1

3LB2

4BP1

5BP2

6LB3

7AP1

8AP2

9LAB4

10TAV1

11TAV2

12LB5

Tempo

(s.)

Figura 3: Comportamentos obsessivo-compulsivos e relacionados à ansiedade em doze sessões - Sujeito 2.

LB1 MP1 LB2 BP1 BP2 LB3 AP1 AP2 LAB4 TAV1 TAV2 LB5

Sessões

Permanecer parado Lavar as Mãos Limpar as mãos

LB1, LB2, LB3, LB4 e LB5: Média preferência TAV1: Tarefas aversivasMP1: Média preferência TAV2: Tarefas aversivas e sujeira

AP1: Alta preferência AP2: Alta preferência e sujeiraBP1: Baixa preferência BP2: Baixa preferência e sujeira

Page 76: psicopatologia (1)

0102030405060708090

100110120130140150

1LB1

2MP1

3LB2

4TAV1

5TAV2

6LB3

7AP1

8AP2

9LAB4

10BP1

11BP2

12LB5

Tempo

(s.)

Figura 5: Comportamentos obsessivo-compulsivos e relacionados à ansiedade em doze sessões - Sujeito 3.

LB1 MP1 LB2 TAV1 TAV2 LB3 AP1 AP2 LAB4 BP1 BP2 LB5

Sessões

Limpar as mãos Limpar superfícies Roer unhas Permanecer parada

LB1, LB2, LB3, LB4 e LB5: Média preferência TAV1: Tarefas aversivasMP1: Média preferência TAV2: Tarefas aversivas e sujeira

AP1: Alta preferência AP2: Alta preferência e sujeiraBP1: Baixa preferência BP2: Baixa preferência e sujeira

Page 77: psicopatologia (1)

Aquisição do controle de estímulosAquisição do controle de estímulos

Page 78: psicopatologia (1)

Fisher, Kuhn & Thompson (1998)Treino de comunicação funcional

Crianças com atraso no desenvolvimento + ADHDADHD

Só recebiam os brinquedos pedidos (de uma maneira “educada”) caso houvesse na sala uma foto do brinquedo, indicando que ele

estava disponível“por favor, eu gostaria do meu brinquedo agora”

Page 79: psicopatologia (1)

Regina Cristiane Nascimento (1998)Jogos e brincadeiras como condição de ensino

do movimento da escrita em crianças com paralisia cerebral. paralisia cerebral.

Dissertação (Mestrado em Educação Especial ) (Educação do Indivíduo Especial)

Universidade Federal de São Carlos.Orientadora: Olga Mitsue Kubo

Page 80: psicopatologia (1)

Modificando apresentação de Modificando apresentação de antecedentes

Page 81: psicopatologia (1)

Malerbi & Matos (1998)Descrições de sintomas de hipoglicemia e de hiperglicemia por pacientes

diabéticos Oito pacientes com diabetes tipo I (15 a 37 anos de idade; 5 do sexo feminino

e 3 do sexo masculino, com duração de diabetes variando de 6 meses a 9 anos, sem complicações) anos, sem complicações)

1. Relato de sintomas relacionados com a glicemia (sintomas-crenças). 2. Treino:

1. observação do que e há quanto tempo comiam2. Estimativa de glicemia3. Comparação com glicemia corretaTodos os sujeitos omitiram, no relato inicial, vários sintomas relevantes.

Conclui-se que sem um treino sistemático, as descrições dos sintomas de hipoglicemia e de hiperglicemia são uma forma imprecisa e

inconsistente de os pacientes diabéticos identificarem seus estados glicêmicos.

Page 82: psicopatologia (1)
Page 83: psicopatologia (1)

� Podem ser colocados ao longo de pelo menos três dimensões funcionais:§ (a) origem dos estímulos temidos ou que despertam

ansiedade ▪ (por exemplo, interna ou corporal vs. externa ou ambiental); ▪ (por exemplo, interna ou corporal vs. externa ou ambiental);

§ (b) especificidade do estímulo ▪ (geral vs. específico); e

§ (c) a natureza das respostas psicofisiológicas avaliadas negativamente ▪ (abrupta e imediata vs. crônica e contínua).

Page 84: psicopatologia (1)

Especificidade Específica Geral

Origem Interna ou corporal Externa ou ambiental Interna ou corporal Externa ou ambiental

Transtornos de ansiedade

NaturezaAbrupta

e imediata

Crônica e

contínua

Abrupta e imediata

Crônica e

contínua

Abrupta e imediata

Crônica e contínua

Abrupta e imediata

Crônica e continua

Transtorno de Ansiedade

Fobias específicas

Transtorno do Pânico

Transtorno Obsessivo-compulsivo

Transtorno de Ansiedade generalizada

Transtorno do Stress pós-

traumático

Page 85: psicopatologia (1)

� Dentro desta estrutura, transtornos de ansiedade são compreendidos como envolvendo relações entre eventos; eventos que podem ser vistos como tendo funções tanto verbal quanto não verbal de estímulos e respostas que podem ser estabelecidas e podem ser modificadas de modos podem ser estabelecidas e podem ser modificadas de modos sutis e complexos como uma função de fatores contextuais.”

Forsyth, J.P. (1999) A process-oriented behavioral approach to the etiology, maintenance, and treatment of anxiety-related disorders. In M.J. Dougher (ed.) Clinical Behavior Analysis. Chapter. 7, 153-180. Reno: Context Press.

Page 86: psicopatologia (1)
Page 87: psicopatologia (1)

� Dados: § um choque elétrico liberado em um tempo fixo (por exemplo 60

segundos)§ Uma resposta (p.ex., pressão à barra) que, caso ocorra pospõe a

ocorrência do choque por mais 60 segundos (resposta de esquiva)§ Nenhum aviso exteroceptivo (não sinalizado)

� Processo:§ Eventualmente o animal pressiona a barra. O choque é posposto, o que

torna “Pressão à barra” nunca associada à apresentação de choque. A própria pressão à barra passa a sinalizar um “período de segurança” (ausência de choque).

Page 88: psicopatologia (1)

� Processo 2:§ Respostas à barra gradativamente passam a ocorrer

próximas ao período programado para a liberação dos choques

� Resultado:� Resultado:§ Mesmo em extinção (ou seja, com a suspensão da

liberação dos choques), o animal continua respondendo em tempo inferior ao anteriormente designado para programar os choques.

§ Se impedido de apresentar a resposta, o animal apresenta intensa agitação e agressividade, com respondentes ligados à ansiedade.

Page 89: psicopatologia (1)

� Tem sido utilizada enquanto modelo experimental dos rituais do transtorno obsessivo-compulsivo

Page 90: psicopatologia (1)

Impossibilidade evidente de fuga(pânico)

Antecipação da punição(fobias, TOC, “doenças psicossomáticas”, transtorno do stress pós-traumático)

Separação do apoio (“insegurança”, timidez, agorafobia, fobia social)

Resposta de esquiva / fuga é importante para a definiçãotratamento prevê prevenção da resposta (de esquiva e/ou de fuga)

Page 91: psicopatologia (1)

Separação do apoio(“insegurança”, timidez, agorafobia, fobia social)

Page 92: psicopatologia (1)

“Ruminação Obsessiva”

Page 93: psicopatologia (1)

Transtorno Obsessivo-compulsivo

Page 94: psicopatologia (1)

Efeitos iatrogênicos