psicologia somatica aplicada ao esporte - gilberto gaertner

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    Universidade Federal de Santa Catarina

    Programa de Ps-Graduao em

    Engenharia de Produo

    Gilberto Gaertner

    PSICOLOGIA SOMTICA APLICADA

    AO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO

    Dissertao de Mestrado

    Florianpolis

    2002

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    Gilberto Gaertner

    PSICOLOGIA SOMTICA APLICADA

    AO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO

    Dissertao apresentada ao

    Programa de Ps-Graduao da

    Universidade Federal de Santa Catarina

    como requisito parcial para obteno

    do grau de Mestre em

    Engenharia de Produo

    Orientador: Prof. Francisco Antonio Pereira Fialho

    Florianpolis

    2002

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    Gilberto Gaertner

    PSICOLOGIA SOMTICA APLICADA

    AO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO

    Esta dissertao foi julgada e aprovada para a obteno do grau de

    Mestre em Engenharia de Produo no Programa de Ps-

    Graduao em Engenharia de Produo da Universidade Federal deSanta Catarina.

    Florianpolis, 18 de junho de 2002.

    ____________________________

    Prof. Ricardo Miranda Barcia, Ph.D.Coordenador do Programa de Ps-Graduao

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Francisco Antonio Pereira Fialho, Dr.Universidade Federal de Santa Catarina

    Orientador

    Prof. Carlos Alberto Afonso, Dr.

    Pontifcia Universidade Catlica do Paran

    Profa. Christiane Coelho de Souza Reinisch Coelho,Dra.Universidade Federal de Santa Catarina

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    Dedico esse estudo, com carinho:

    Ao meu pai Guilherme (in memorium), pela sua filosofia.

    minha me Clia, pela sua objetividade.

    minha esposa Muriel, companheira incansvel de todas as horas.

    Aos meus filhos Pablo e Rafael por podermos

    compartilhar juntos essa aventura humana.

    Ao meu filho Ferno Bruno (in memorium) pelos

    ensinamentos deixados.

    A todos os amigos do corao.

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    Agradecimentos

    Ao meu orientador Prof. Dr. Francisco Antonio Pereira Fialho, pelo seu

    profissionalismo, presteza e incentivo.

    Aos meus mestres e inspiradores: Wilhelm Reich, Ida Rolf, Alexander Lowen, David

    Boadella, Gichin Funakoshi, Shiva, Sidarta Gautama e Bodhidharma.

    Aos meus professores e amigos, que foram generosos ao compartilhar seu

    conhecimento e experincia: Jos ngelo Gaiarsa, Ralph Viana, Juraci Canado,

    Takuo Arai, Hidetaka Nishiyama, Sonia Guidi, Nelson Coutinho, Rubens Kignel,

    Liane Zink, Jos Alberto Cotta, De Rose, Maria Regina Brando e Tasuke

    Watanabe.

    Ao Bernardo Rezende e ao Jos Incio Sales Neto pela confiana e respeito e por

    me apresentarem o universo do voleibol.

    Ao Hlio Ricardo Griner, Ricardo Gomes Tabach, Marcos Antonio Jardim, Guilherme

    Tenius, e a todos os integrantes da comisso tcnica e administrativa da equipe do

    Rexona, pela confiana e parceria.

    A todas as atletas do time do Rexona pela cooperao, confiana e respeito.

    Aos amigos que compartilharam idias, tempo e material para este estudo: Rodrigo

    Moreira Teixeira, Luiz Fernando Nascimento, Julimar Pereira, Jos da Silva Nunes,Cludia Menegatti, Cida Stier, Carlos Alberto Afonso e Jlio Bisinelli.

    Aos que foram indispensveis na operacionalizao deste estudo: Prof. Benedito

    Costa Neto, Prof. Euzbio Labadier Neto, Marcelo Azevedo, Fernanda Todeschini e

    Cinthia Ribeiro Neves.

    E a todos que direta ou indiretamente contriburam para a realizao deste trabalho.

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    O ser humano no tem um corpo distinto de sua alma.

    William Blake

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    Resumo

    GAERTNER, Gilberto. Psicologia somtica aplicada ao esporte de alto

    rendimento. 2002. 211 f. Dissertao (Mestrado em Engenharia de Produo)

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia de produo, UFSC, Florianpolis.

    O esporte de alto rendimento na atualidade recebe altos investimentos, ampladivulgao e sofre grandes transformaes em sua estrutura. Como conseqnciadireta temos o atleta efetivado como profissional e envolto em exigncias que olevam a atuar no limite de suas possibilidades. Estas demandas passam porestresse e ansiedade, desenvolvimento de leses por esforo repetitivo tpicas das

    exigncias da modalidade esportiva, leses por estresse, burnout, etc. A psicologiado esporte, que tem como campo de interesse o comportamento humano no cenrioesportivo, une o conhecimento da psicologia ao da motricidade. Dentro das vriasabordagens psicolgicas que compem a psicologia do esporte no existempesquisas envolvendo a psicologia de base somtica. O presente estudo teve porobjetivo investigar se os paradigmas terico-metodolgicos da psicologia somticapossuem estruturao adequada para aplicao no esporte de alto rendimento econseqentemente integrar as linhas psicolgicas que aliceram a psicologia doesporte. O estudo de campo foi feito com a equipe Rexona de voleibol feminino econstou do levantamento de informaes psico-scio-fisiolgico-antropomtricaspara a formatao de um perfil geral do grupo. Para a investigao psicolgica foi

    utilizado um sistema conjugado de avaliaes com oito instrumentos que atuaram napercepo interoceptiva, exteroceptiva e proprioceptiva. As demandas do perfilobtido foram comparadas com os instrumentais de quatro abordagens de psicologiasomtica: Orgonoterapia, Anlise Bioenergtica, Psicoterapia Somtica Biossntesee Mtodo Rolf (Rolfing) de Integrao Estrutural. As principais concluses obtidasforam: a) que a equipe estudada tem um perfil predominantemente emocional, tmdificuldades com o esquema corporal, com a integrao entre pensamento,sentimento e ao e tambm apresenta um ndice de coeso de aproximadamente76%. b) a psicologia somtica apresentou instrumental adequado para intervenojunto a demanda da equipe e com abrangncia psico-scio-fisiolgica. c) apsicologia somtica rene suporte terico-metodolgico adequado para fazer parte

    do repertrio das linhas psicolgicas que fundamentam a psicologia do esporte, poisacrescenta o aspecto e a interveno psicossomtica sem deixar de atender asdemandas psico-emocionais.

    Palavraschave: Psicologia Somtica, Esporte, Psicologia do Esporte, Voleibol,Ergonomia.

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    Abstract

    GAERTNER, Gilberto. Somatic Psychological application in high performance

    sport. 2002. 211f. Dissertation (Master in Engineering of Production) Program of

    Masters Degree in Engineering of Production, UFSC, Florianpolis.

    The high performance sport nowadays gets high levels of investments, a highpublicity and is changing its own structure. Due to it, the athlete, as a professionaland covered by demands that takes him to act on the limit of his possibilities. Thesedemands go through stress and anxiety, developing typicals injuries from theexigencies of the sport, stress lesions, burnout, etc. The sports psychology, that is a

    matter of consequence to the human behavior in the sporty scene, puts togetherthe knowledge and the motricity. Inside the many psychological approaches thatcompose the sports psychology, there are no researches involving the somaticpsychology. This research has as a goal to investigate if the theorical andmethodological paradigms from the somatic psychology have a right basis for theapplication in the high performance sport and as a result, puts together thepsychological approach that build the sports psychology. The research has beenmade with the team Rexona of female volleyball and from the risen psychological,social, physiological and anthropometrical informations that shape a general profilefrom the group. For the psychological investigation, had been used a shared systemof evaluations with eight instruments that acted on the in and out self perception. The

    demands from the obtained profile were compared to the instruments of fourapproaches of somatic psychology: Orgonomy, Bioenergetics Analysis, SomaticPsychotherapy Biosynthesis and Rolfing. The main conclusions obtained were: a) thestudied team has an emotional profile; difficulties with the body scheme, the union ofthought, sentiments, action and also presents a level of cohesion of 76 per cent. b)the somatic psychology presented a right way for intervention together with the teamdemands and with a psychological, sociological and physiological reach . c) thesomatic psychology puts together the theoretician and methodological supportadequate to be part of the psychological approaches that base the sportspsychology, because it addes the aspect and the psychosomatic intervention withoutforgetting the phychoemotional demands.

    Key-words: Somatic Psychology, Sport, Sport Psychology, Volleyball, Ergonomic.

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    Sumrio

    Lista de Figuras................................................................................................. p.14

    Lista de Quadros............................................................................................... p.15

    Lista de Tabelas................................................................................................ p.16

    1 INTRODUO.............................................................................. p.17

    1.1 Justificativa................................................................................................ p.18

    1.2 Problema de Pesquisa............................................................................... p.181.3 Objetivos..................................................................................................... p.18

    1.4 Importncia do trabalho............................................................................ p.19

    1.5 Estrutura do Trabalho................................................................................ p.20

    1.6 Limitaes do Trabalho............................................................................. p.22

    1.7 Definio de Termos.................................................................................. p.22

    2 ESPORTE..................................................................................... p.25

    2.1 Treinamento Esportivo.............................................................................. p.292.2 Princpios Cientficos do Treinamento Esportivo................................... p.28

    2.3 Treinamento Esportivo de Alto Rendimento........................................... p.29

    2.3.1 Comisso tcnica...................................................................................... p.32

    2.3.2 Periodizao de um treinamento de alto rendimento............................... p.34

    2.4 A Mulher no Esporte.................................................................................. p.38

    2.4.1 Diferenas anatmico-fisiolgicas............................................................ p.39

    2.4.2 Capacidade de desempenho da mulher nas principais formas de

    exigncia motora...................................................................................... p.42

    2.4.3 Menstruao e rendimento esportivo....................................................... p.42

    2.4.4 Gnero e esporte...................................................................................... p.43

    2.5 Atividade fsica e sade............................................................................ p.44

    2.5.1 Atividade fsica e aspectos gerais da sade............................................. p.44

    2.5.2 Depresso e ansiedade............................................................................ p.46

    2.5.3 Idosos....................................................................................................... p.47

    2.5.4 Auto-conceito............................................................................................ p.48

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    2.5.5 Atletas....................................................................................................... p.48

    2.5.6 Doenas cardiovasculares........................................................................ p.49

    2.5.7 Ginstica laboral....................................................................................... p.49

    2.5.8 Sistema imunolgico................................................................................. p.49

    3 VOLEIBOL.................................................................................... p.51

    4 PSICOLOGIA DO ESPORTE....................................................... p.58

    4.1 Histrico .................................................................................................... p.58

    4.2 Abrangncia e princpios.......................................................................... p.60

    4.3 Definies de psicologia do esporte........................................................ p.60

    4.4 Psicologia e cincias do esporte............................................................. p.62

    4.5 Formas de atuao.................................................................................... p.62

    4.6 Linhas e orientaes................................................................................. p.63

    4.6.1 Psicodrama............................................................................................... p.63

    4.6.2 Anlise do comportamento....................................................................... p.64

    4.6.3 Psicanlise................................................................................................ p.64

    4.6.4 Psicologia analtica................................................................................... p.64

    4.6.5 Terapia rogeriana...................................................................................... p.65

    4.6.6 Psicologia somtica.................................................................................. p.65

    4.7 Personalidade............................................................................................ p.66

    4.8 Aplicabilidade da Psicologia do Esporte................................................. p.67

    4.9 Treinamento e Desenvolvimento de Habilidades Psicolgicas............ p.69

    4.10 Programas de Psicologia do Esporte Aplicados.................................. p.71

    4.11 Perfil Psicolgico..................................................................................... p.72

    4.12 Grupo........................................................................................................ p.74

    4.13 Estresse, Supertreinamento e Burnout................................................. p.774.13.1 Estresse.................................................................................................. p.77

    4.13.2 Fadiga e Burnout.................................................................................... p.83

    4.13.3 Supertreinamento................................................................................... p.84

    4.14 Motivao................................................................................................. p.85

    5 PSICOLOGIA SOMTICA........................................................... p.89

    5.1 Orgonomia ou Orgonoterapia................................................................... p.94

    5.1.1 Dados Biogrficos de Wilhelm Reich........................................................ p.945.1.2 Principais idias........................................................................................ p.96

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    5.1.2.1 Economia sexual e a funo do orgasmo.............................................. p.96

    5.1.2.2 Anlise do carter.................................................................................. p.97

    5.1.2.3 Encouraamento caracterial e muscular................................................ p.98

    5.1.2.4 Orgone ou bioenergia............................................................................ p.99

    5.1.2.5 Psiquismo, corpo e sociedade............................................................... p.100

    5.1.2.6 Auto-regulao....................................................................................... p.100

    5.1.3 Orgonoterapia e esporte........................................................................... p.101

    5.2 Anlise Bioenergtica............................................................................... p.101

    5.2.1 Dados biogrficos de Alexander Lowen................................................... p.102

    5.2.2 Principais idias........................................................................................ p.103

    5.2.2.1 Carter................................................................................................... p.1045.2.2.2 Grounding.............................................................................................. p.104

    5.2.2.3 Tcnica.................................................................................................. p.105

    5.2.3 Bioenergtica e esporte............................................................................ p.105

    5.3 Psicoterapia Somtica Biossntese......................................................... p.106

    5.3.1 Dados Biogrficos de David Boadella....................................................... p.108

    5.3.2 Principais idias........................................................................................ p.109

    5.3.2.1 Camadas embrionrias e seus desdobramentos.................................. p.1095.3.2.2 Grounding, centring e facing.................................................................. p.113

    5.3.2.3 Estrutura de carter............................................................................... p.113

    5.3.2.4 Tnus, intencionalidade e campos motores.......................................... p.114

    5.3.2.5 Processo formativo e campo organizacional......................................... p.116

    5.3.2.6 Polaridades............................................................................................ p.116

    5.3.2.7Ressonncia........................................................................................... p.117

    5.3.2.8 Bioespiritualidade................................................................................... p.1185.3.3 Biossntese e esporte............................................................................... p.118

    5.4 Integrao Estrutural Mtodo Rolf (Rolfing)........................................... p.119

    5.4.1 Dados biogrficos de Ida Rolf................................................................... p.119

    5.4.2 Fscia....................................................................................................... p.120

    5.4.3 Principais idias........................................................................................ p.121

    5.4.4 Mtodo Rolf e esporte............................................................................... p.125

    6 MOTRICIDADE E IMAGEM CORPORAL.................................... p.126

    6.1 Motricidade................................................................................................. p.126

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    6.1.1 Comportamento........................................................................................ p.126

    6.1.2 Motricidade, corporalidade e intencionalidade.......................................... p.127

    6.1.3 Tnus, psiquismo e movimento................................................................ p.128

    6.1.4 Sistema nervoso autnomo e musculatura.............................................. p.130

    6.1.5 Propriocepo.......................................................................................... p.131

    6.1.6 Inteligncia e motricidade......................................................................... p.132

    6.1.7 Emoo e movimento............................................................................... p.133

    6.1.8 Ao, comportamento e controle motor.................................................... p.135

    6.1.9 Desenvolvimento e aprendizagem motora............................................... p.138

    6.1.10 Psicomotricidade..................................................................................... p.139

    6.2 Imagem corporal........................................................................................ p.1477 METODOLOGIA........................................................................... p.147

    7.1 Tipo de Pesquisa....................................................................................... p.147

    7.2 Populao Amostra................................................................................ p.148

    7.3 Local .......................................................................................................... p.148

    7.4 Procedimentos........................................................................................... p.148

    7.5 Instrumentos.............................................................................................. p.150

    7.5.1 Inventrio de atribuio de qualidades..................................................... p.1507.5.2 Inventrio de motivao esportiva............................................................ p.150

    7.5.3 Inventrio de desempenho esportivo........................................................ p.150

    7.5.4 Inventrio de satisfao com a imagem corporal..................................... p.151

    7.5.5 Levantamento sociomtrico...................................................................... p.151

    7.5.6 Testes projetivos....................................................................................... p.152

    7.5.7 Tipologia de estresse................................................................................ p.152

    7.5.8 Inventrio comportamental....................................................................... p.1528 RESULTADOS E DISCUSSO.................................................... p.154

    8.1 Caracterizao Geral da Equipe............................................................... p.154

    8.1.1 Faixa etria............................................................................................... p.154

    8.1.2 Escolaridade............................................................................................. p.155

    8.1.3 Idade de incio no voleibol........................................................................ p.156

    8.1.4 Tempo de atuao profissional................................................................. p.157

    8.1.5 Estado civil................................................................................................ p.1588.1.6 Origem...................................................................................................... p.159

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    8.2 Levantamento Antropomtrico................................................................. p.160

    8.2.1 Estatura..................................................................................................... p.160

    8.2.2 Massa corporal......................................................................................... p.161

    8.2.3 Percentual de gordura estimado............................................................... p.162

    8.3 Freqncia Cardaca e Respiratria......................................................... p.163

    8.3.1 Freqncia cardaca................................................................................. p.163

    8.3.2 Freqncia respiratria............................................................................. p.164

    8.4 Levantamentos Psicolgicos................................................................... p.165

    8.4.1 Atribuio de qualidades.......................................................................... p.165

    8.4.2 Motivao esportiva.................................................................................. p.168

    8.4.3 Desempenho esportivo............................................................................. p.1718.4.4 Imagem corporal....................................................................................... p.174

    8.4.5 Sociometria............................................................................................... p.177

    8.4.6 Desenho da figura humana....................................................................... p.180

    8.4.7 Desenho da equipe................................................................................... p.181

    8.4.8 Estresse.................................................................................................... p.182

    8.4.9 Comportamento........................................................................................ p.184

    8.5 Comparao de Variveis......................................................................... p.1858.5.1 Atribuio de qualidades x motivao...................................................... p.186

    8.5.2 Atribuio de qualidades e desempenho esportivo.................................. p.186

    8.5.3 Motivao esportiva x desempenho esportivo.......................................... p.186

    8.5.4 Satisfao com a imagem corporal x desenho da figura humana............ p.186

    8.5.5 Sociometria x desenho da equipe............................................................ p.186

    8.5.6 Comportamento x desenho da figura humana......................................... p.187

    8.5.7 Comportamento x desempenho esportivo................................................ p.1888.5.8 Tempo de atuao profissional x desempenho esportivo........................ p.188

    8.5.9 Forma de comportamento x faixa etria .................................................. p.188

    8.5.10 Coeso de grupo x liderana.................................................................. p.189

    8.5.11 Coeso x homogeneidade de respostas................................................ p.189

    8.6 Perfil geral da equipe................................................................................ p.190

    8.6.1 Perfil scio-fisiolgico-antropomtrico...................................................... p.190

    8.6.2 Perfil psicolgico....................................................................................... p.192

    8.6.2.1 Qualidades e potencialidades................................................................ p.192

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    8.6.2.2 Dificuldades e fragilidades..................................................................... p.192

    8.7 Aplicabilidade da Psicologia Somtica como Instrumento de

    Interveno no Esporte de Alto Rendimento.......................................... p.193

    8.7.1 Sustentao terica da aplicabilidade da psicologia somtica................. p.193

    8.7.2 Instrumentos de psicologia somtica para intervenes focadas no

    esporte de alto rendimento....................................................................... p.197

    8.7.2.1 Diagnstico............................................................................................ p.197

    8.7.2.2 Imagem ou esquema corporal e auto-estima........................................ p.197

    8.7.2.3 Dinmica de grupo................................................................................. p.197

    8.7.2.4 Motivao, ativao e relaxamento....................................................... p.197

    8.7.2.5 Ateno e concentrao........................................................................ p.1988.7.2.6 Movimento............................................................................................. p.198

    8.7.2.7 Postura e refinamento do movimento.................................................... p.198

    8.7.2.8 Estresse e controle emocional............................................................... p.198

    8.7.2.9 Mentalizao e recuperao de leses................................................. p.198

    8.7.2.10 Desenvolvimento pessoal e da carreira esportiva............................... p.199

    9 CONCLUSES E SUGESTES PARA FUTUROS

    TRABALHOS................................................................................ p.2009.1 Concluses................................................................................................. p.200

    9.2 Sugestes para futuros trabalhos............................................................ p.203

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................ p.204

    ANEXO A Protocolo de Caracterizao Geral........................................ p.222

    ANEXO B Inventrio de Atribuio de Qualidades................................. p.223

    ANEXO C Inventrio de Motivao Esportiva......................................... p.224

    ANEXO D Inventrio de Desempenho Esportivo.................................... p.225

    ANEXO E Inventrio de Satisfao com a Imagem Corporal................ p.226

    ANEXO F Levantamento Sociomtrico.................................................... p.227

    ANEXO G Tipologia de Estresse.............................................................. p.228

    ANEXO H Inventrio Comportamental..................................................... p.229

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    14

    Lista de figuras

    Figura 1 : Fatores que Influenciam o Desempenho em uma Competio........ p.27

    Figura 2 : Modelo simplificado dos Componentes do Desempenho Esportivo. p.29

    Figura 3 : Hierarquia dos Componentes do Treinamento Esportivo................. p.31

    Figura 4 : Aptido fsica Relacionada Sade................................................. p.45

    Figura 5 : Modelo de Performance de Drexler & Sibbets................................. p.56

    Figura 6 : Modelo de Sinergia........................................................................... p.57

    Figura 7 : Modelos de Forma de Treinamento Psicolgico no Esporte............ p.69

    Figura 8 : Modelo de Motivao Interacional Indivduo Situao.................. p.88

    Figura 9 : Interao das Abordagens em Biossntese ..................................... p.108

    Figura 10 : Desenvolvimento e Relao das Trs Camadas Embrionrias..... p.111

    Figura 11: Integrao entre Pensamento, Sentimento e Emoo................... p.112

    Figura 12 : Integrao das Estruturas Corporais............................................. p.122

    Figura 13 : Atribuio de Qualidades............................................................... p.167

    Figura 14 : Motivao Esportiva....................................................................... p.170

    Figura 15 : Desempenho Esportivo.................................................................. p.173

    Figura 16 : Satisfao com a Imagem Corporal............................................... p.176

    Figura 17 : Relao entre Preferncias e Rejeies........................................ p.178

    Figura 18 : Classificao Sociomtrica da Equipe............................................ p.179

    Figura 19 : Tipologia do Estresse.................................................................... p.183

    Figura 20 : Perfil Scio-Fisiolgico-Antropomtrico.......................................... p.191

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    15

    Lista de quadros

    Quadro 1 : Atividades de Treinamento Total Distribudas entre os Membros

    da Comisso Tcnica....................................................................... p.33

    Quadro 2 : Planejamento de Periodizao para o Voleibol............................... p.37

    Quadro 3 : Definies sobre Psicologia do Esporte.......................................... p.61

    Quadro 4 : Manifestaes Fisiolgicas do Estresse.......................................... p.78

    Quadro 5 : Manifestaes Psicolgicas do Estresse......................................... p.79

    Quadro 6 : Cortes Epistemolgicos nas Concepes de Freud e Reich........... p.92

    Quadro 7 : Cortes Epistemolgicos nas Concepes de Freud, Reich e

    Boadella...........................................................................................

    p.106

    Quadro 8 : Ciclo de Amadurecimento, Direitos Primrios e Comparao entre

    as Concepes de Carter de Lowen e Lake.................................. p.114

    Quadro 9 : Capacidades Fsicas........................................................................ p.133

    Quadro 10:Esquema Sinptico da Gnese da Imagem do Corpo..................... p.143

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    16

    Lista de tabelas

    Tabela 1: Distribuio por Faixa Etria.............................................................. p.155

    Tabela 2 : Distribuio por Escolaridade........................................................... p.155

    Tabela 3 : Distribuio por Idade de Iniciao no Voleibol................................ p.156

    Tabela 4 : Distribuio por Tempo de Atuao Profissional.............................. p.157

    Tabela 5 : Distribuio por Estado Civil............................................................. p.158

    Tabela 6 : Distribuio por Origem.................................................................... p.159

    Tabela 7 : Distribuio por Estatura................................................................... p.160

    Tabela 8 : Distribuio por Massa Corporal....................................................... p.161

    Tabela 9 : Distribuio Percentual de Gordura Estimado.................................. p.162

    Tabela 10 : Freqncia Cardaca....................................................................... p.163

    Tabela 11 : Freqncia Respiratria.................................................................. p.164

    Tabela 12 : Atribuio de Qualidades................................................................ p.166

    Tabela 13 : Motivao Esportiva........................................................................ p.169

    Tabela 14 : Desempenho Esportivo................................................................... p.172

    Tabela 15 : Satisfao com a Imagem Corporal................................................ p.175

    Tabela 16 : Classificao Sociomtrica da Equipe............................................ p.178

    Tabela 17 : Desenho da Figura Humana........................................................... p.181

    Tabela 18 : Desenho da Equipe......................................................................... p.182

    Tabela 19 : Forma de Comportamento.............................................................. p.184

    Tabela 20 : Perfil Scio-Fisiolgico-Antropomtrico.......................................... p.190

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    17

    I

    INTRODUO

    1.1 Justificativa

    O esporte e sua magnitude na atualidade suscitam a necessidade de estudos

    amplos e pluridisciplinares. Dentro desse vasto espectro, esto includos osaspectos psicolgicos, que necessitam ser instrumentalizados e aplicados

    adequadamente. No basta a literatura afirmar a importncia e necessidade da

    preparao psicolgica, uma vez que esta precisa ocupar seu espao para poder

    estar inserida dentro das comisses tcnicas das vrias modalidades esportivas

    para poder comprovar sua eficcia atravs de intervenes pertinentes.

    Na interveno psicolgica, muitos aspectos do esporte devem ser considerados,

    desde a cultura especfica de cada modalidade at as macro influncias scio-

    culturais imersas nestas atividades. De acordo com SIMES, KNIJINIK & MACEDO

    (2000), o esporte um fenmeno cuja dimenso social se mescla com os valores

    culturais das diferentes sociedades.

    Outro aspecto a ser analisado cuidadosamente a transformao que o esporte

    sofreu e vem sofrendo na medida que foi se tornando espetculo, produto de

    consumo e um grande mercado para investimentos e lucros. Estes aspectos acabam

    se refletindo amplamente e chegando at o atleta, criando novos papis e imagens

    acompanhadas das exigncias psico-scio-fisiolgicas proporcionais a tal

    gigantismo. Dar conta destes aspectos e do equilbrio do ser humano postado em

    cada atleta faz parte dos atributos da psicologia do esporte.

    Neste caminho, Casal (apud SANTOS & SHIGUNOV, 2000), entende que as

    repercusses emocionais frente a situaes competitivas geram respostas cognitivo-

    somticas. Partindo desta mesma concepo e observao junto ao esporte de alto

    nvel, surgiu a proposta da presente pesquisa de eleger uma linha psicolgica que

    integrasse estes trs aspectos: emocional, somtico e cognitivo. Esta linha a da

    psicologia de base somtica.

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    1.2 Problema de Pesquisa

    A psicologia de base somtica tem estruturao adequada para:

    a) ser utilizada como instrumental de interveno junto ao esporte de alto

    rendimento?

    b) integrar as linhas psicolgicas que sustentam a psicologia do esporte?

    A hiptese levantada no presente estudo a de que a psicologia somtica pela

    forma de abordagem integrando o aspecto fsico, cognitivo e emocional pode ser um

    suporte adequado para intervenes no esporte de alto nvel. A conseqncia direta

    a possibilidade de ocupar espao entre as linhas tericas da psicologia das quais

    se utiliza a psicologia do esporte.

    1.3 Objetivos

    Geral

    O estudo tem como objetivo geral descobrir a validade ou no da aplicabilidade

    da psicologia somtica como instrumento de interveno no esporte de alto nvel a

    partir de possveis demandas evidenciadas atravs da elaborao do perfil geral de

    uma equipe de vlei profissional.

    Especficos

    - Entender a dinmica funcional do time de voleibol profissional feminino do

    Paran Vlei Rexona.

    - Selecionar instrumentos de leitura diagnstica que possam fornecer medidas

    de carter psico-fisiolgico que reflitam a mdia representativa do grupo.

    - Estabelecer as correlaes possveis entre os dados obtidos pelos

    instrumentos a serem utilizados.

    - Estabelecer um perfil geral da equipe.

    - Confrontar os fundamentos terico-metodolgicos e estabelecer pontes entre a

    Psicologia Somtica, o Esporte de Alto Nvel, o Voleibol, a Motricidade, o

    Esquema ou Imagem Corporal, a Psicologia do Esporte e as demandas da

    equipe.

    - Sugerir instrumentos especficos de interveno para a equipe estudada a

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    partir de quatro abordagens de Psicologia Somtica: a Orgonoterapia, a

    Anlise Bioenergtica, a Psicoterapia Somtica Biossntese e a Integrao

    Estrutural Mtodo Rolf (Rolfing).

    - Estender as sugestes de instrumentalizao para interveno aos tpicos mais

    abordados em Psicologia do Esporte.

    1.4 Importncia do Trabalho

    O norteador deste trabalho foi o princpio bsico da ergonomia que segundo

    GRANDJEAN (1998) o de adaptao das condies e meios de trabalho s

    capacidades e realidades do ser humano. O esporte de alto rendimento terreno

    frtil para esta preocupao, uma vez que as condies de trabalho so extremas e

    uma vez que sempre se trabalha nas fronteiras do limite humano. Os atletas so

    submetidos continuamente a altas cargas de presso fsica e psquica. No vlei

    profissional feminino acrescentam-se alguns agravantes como a profissionalizao

    precoce, viagens constantes, a dificuldade para estudar e para manter

    relacionamentos familiares e afetivos estreitos, e o equacionamento da condio de

    mulher e de atleta.O atleta de alto nvel, imerso nos paradigmas competitivos, no utiliza o esporte

    como meio especfico de melhorar a sade, mas se torna um profissional do esporte

    sujeito a todas as demandas que profissionais altamente exigidos de qualquer outra

    rea de atuao apresentam. Estas demandas podem passar por estresse e

    ansiedade, desenvolvimento de leses por esforo repetitivo tpicas das exigncias

    motoras da modalidade esportiva, leses por estresse, fadiga, etc. O esporte

    competitivo de alto nvel necessita de uma avaliao dentro de um enfoque distinto,bem diferenciado do esporte voltado a finalidades educativas, de lazer e de sade.

    O atleta profissional, por sua vez, fruto da expanso emergente do esporte

    competitivo precisa de um suporte no s da psicologia do esporte, mas tambm da

    ergonomia, quando faz a passagem de atleta amador para atleta profissional.

    O corpo do atleta de alto nvel acaba sendo usado, em grande parte, de forma

    mecnica e o prazer de jogar muitas vezes substitudo pela necessidade de

    resultados impostos pela torcida, pelo calendrio competitivo, pela mdia, pelo clube

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    e pelos patrocinadores. Para sobreviver a este quadro de exigncias o atleta

    necessita de uma grande dose de esforo e sacrifcio.

    Visando minimizar este quadro existente no alto nvel, que muitas vezes

    reforado por trabalhos psicolgicos com enfoque mecanicista e dirigidos

    especificamente melhora da performance, buscou-se estudar alternativas

    psicolgicas mais adequadas ao quadro descrito.

    O presente trabalho tem sua justificativa expressa na necessidade de uma

    instrumentalizao adequada de interveno no esporte de alto nvel, que possa

    servir de interface segura entre o atleta e sua modalidade esportiva.

    Esta justificativa tem eco nas concluses do estudo de reviso de SANTOS &

    SHIGUNOV (2000), de que no Brasil a preparao psicolgica ainda encontra-se emestado incipiente e continuam denunciando a necessidade de instrumentalizao

    adequada, pois a produo cientfica brasileira na rea, ainda carente. Os autores

    destacam tambm que as publicaes esto restritas a diagnsticos, mas no a

    resoluo de problemas e finalizam afirmando que os trabalhos terminam, onde

    deveriam comear.

    Dentre as vrias abordagens psicolgicas, a Psicologia Somtica parece ter

    caractersticas prximas desta interface e, por ter uma viso sistmica, estarenvolvida na humanizao do atendimento, na busca do entendimento da pessoa e

    no do sintoma. A Psicologia Somtica d conta ainda de uma abordagem que

    contempla os aspectos fsico, cognitivo e emocional.

    Outro fato de relevncia e que justifica este estudo a falta de referncia

    especfica deste tema na literatura e a necessidade de este ser investigado.

    1.5 Estrutura do Trabalho

    Esta dissertao foi formulada em oito captulos, com a seguinte disposio e

    contedo:

    O Captulo I composto de uma viso geral do trabalho, em que esto situadas a

    justificativa, os objetivos, a importncia e as limitaes do estudo.

    A reviso de literatura desta dissertao ocupa os Captulos de II a VI. No

    captulo II o tema abordado o esporte, quando so vistos os princpios dotreinamento desportivo, o esporte de alto nvel e as especificidades da mulher no

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    esporte. Finalizando este captulo apresentado um subitem a respeito de atividade

    fsica e sade abordando os efeitos da atividade fsica sobre a psique e o sistema

    orgnico.

    O Captulo III trata do voleibol e suas caractersticas especficas enquanto

    atividade desportiva.

    No Captulo IV o tema a psicologia do esporte, que inicia pela abordagem

    histrica, abrangncia e ainda pelos princpios, definies, cincias do esporte,

    formas de atuao, linhas e orientaes, e aplicabilidades. Tambm so abordados

    alguns dos principais temas pesquisados em psicologia do esporte como o

    estabelecimento do perfil dos atletas, funcionamento de grupo, estresse,

    supertreinamento, burnout, e a motivao.O Captulo V apresenta a Psicologia Somtica, seu desenvolvimento e seus

    princpios. Traz tambm a apresentao. Neste captulo tambm se faz um

    comparativo entre quatro abordagens especficas, atravs de um breve histrico do

    seu autor e as influncias que sofreu. Na continuao discorre-se sobre a

    fundamentao terica bsica e formas de interveno. As abordagens so tratadas

    na seguinte ordem: Orgonomia, Anlise Bioenergtica, Psicoterapia Somtica

    Biossntese e Integrao Estrutural Mtodo Rolf.No captulo VI so estudados a imagem ou esquema corporal e a motricidade

    humana. A abordagem da imagem corporal feita a partir da estruturao do seu

    conceito, sua gnese, a relao do desenho da figura humana e o esquema

    corporal. Na motricidade humana abordada a relao entre tnus e psiquismo,

    ao, comportamento e controle motor, ao e aprendizagem motora e

    psicomotricidade.

    O Captulo VII traz a descrio da metodologia e os procedimentos queorientaram o presente trabalho.

    No Captulo VIII esto apresentados os resultados obtidos e uma breve

    discusso sobre cada um. Na seqncia so feitas as correlaes e a discusso

    pertinente, posteriormente apresentado um perfil do grupo completado com a

    articulao sobre a aplicabilidade da psicologia somtica na equipe estudada e nas

    principais demandas estudadas pela psicologia do esporte.

    O Captulo IX apresenta as concluses desta dissertao e sugere futuros

    trabalhos.

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    1.6 Limitaes do Trabalho

    Esta pesquisa teve como primeira limitao a falta de referncias especficas

    sobre o objeto de estudo na literatura, o que acarretou uma necessidade de estudos

    correlatos e complementares para poder-se delimitar a temtica em foco.

    De acordo com esta limitao, imposta pelo estado da arte, optou-se por uma

    proposta de investigao e no de interveno.

    O universo de estudo foi restrito ao esporte de alto nvel e a uma modalidade

    esportiva que o voleibol feminino imerso em uma cultura prpria e com muitas

    particularidades especficas, como pode ser visto mais detalhadamente no captulo

    III.

    A proposta de interveno ficou restrita Psicologia Somtica e do seu repertrio

    foram selecionadas quatro abordagens. Trs destas abordagens tem um

    encadeamento cronolgico e conceitual que so respectivamente a Orgonoterapia

    ou Orgonomia, a Anlise Bioenergtica e a Psicologia Somtica Biossntese. Dentre

    elas, a abordagem mais recente e atualizada a Biossntese. A quarta abordagem

    estudada foi a Integrao estrutural Mtodo Rolf, por estar ligada diretamente aos

    aspectos posturais e com o refinamento da motricidade.

    1.7 Definio de Termos

    Anlise do carter: sistematizao da tcnica de interpretar as expresses do

    carter ou atitudes tpicas.

    Auto-regulao: capacidade do ser humano para construir a vida sustentada na

    autonomia, na liberdade e na promoo da sade.Ansiedade: percepo emocional do organismo quando limitado por uma

    contrao oposta expanso. Sensao desagradvel de opresso ou preocupao

    vaga e informe.

    Bioenergia: energia do organismo vivo que o prov da capacidade de funcionar.

    Bonhome bizarro: desenho infantil que atravs de crculos busca reproduzir um

    ser humano

    Burnout : sndrome de esgotamento e exausto.

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    Centring: tcnica usada na Biossntese que se baseia no restabelecimento do

    ritmo do fluxo de energia metablica e do equilbrio entre as duas metades do

    sistema nervoso vegetativo.

    Cognio: todo processo em que o ser vivo obtm conhecimento de um objeto ou

    toma conscincia do seu ambiente. So processos de cognio: percepo,

    descoberta, reconhecimento, imaginao, juzo, memria, aprendizagem,

    pensamento, e tambm a linguagem.

    Couraa: soma total das atitudes musculares (espasmos musculares crnicos)

    que a pessoa desenvolve como defesa contra a avalanche de emoes e de

    sensaes vegetativas, especialmente da ansiedade, da raiva e da excitao sexual.

    funcionalmente idntica armadura do carter.Economia sexual: regulao da energia sexual do indivduo. Segundo Reich os

    fatores envolvidos nesta regulao so de natureza psquica, social e biolgica.

    Ego motor: parte do ego que coordena os movimentos transformando-os em

    aes efetivas.

    Ego sensor ou sensorial: parte do ego que d sentido percepo e organiza um

    mapa mental do mundo.

    Energia orgone: energia csmica primordial, presente universalmente;demonstrada visvel, trmica, eletroscopicamente e pelo contador Geiger-Muller. a

    energia biolgica dos seres vivos.

    Facing: trabalho utilizado na Biossntese que feito atravs do contato visual e

    vocal, e da integrao entre sentimento, linguagem e percepo.

    Garatujas: rabiscos infantis

    Grounding: conceito utilizado na Bioenergtica e na Biossntese e baseia-se no

    estabelecimento de uma boa relao entre os movimentos voluntrios, semi-voluntrios e involuntrios, e na recriao de um tnus muscular apropriado.

    Id: reservatrio dos sentimentos primitivos, corresponde carga de energia

    emocional que est associada aos sistemas orgnicos profundos do endoderma.

    Libido: energia sexual. Energia no organismo que, depois de um certo nvel,

    vivenciada como excitao sexual.

    Parassimptico: parte do sistema nervoso vegetativo que nos prepara para

    desistir de lutar ou fugir e est associado emoes contrastantes: um relaxamento

    sadio e agradvel e um abandono na tristeza e no pesar.

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    Potncia orgstica: capacidade de total abandono s contraes involuntrias do

    corpo e descarga completa da excitao sexual.

    Reflexo orgstico: contrao e expanso involuntrias e totais do organismo por

    inteiro, verificadas quando este se encontra em repouso e o fluxo livre da energia

    no est bloqueado.

    Simptico: parte do sistema nervoso autnomo que nos prepara para situaes

    de luta ou fuga e est associado s sensaes de raiva e medo.

    Vegetoterapia caractero-analtica: conceito desenvolvido por Wilhelm Reich que

    relaciona dialeticamente a unidade somato-psquica do sujeito, o momento

    teraputico do paciente, a preveno e a recuperao das psicopatologias, e o

    contexto espao-temporal da relao social do homem com o mundo em que vive.Volitivo: relativo vontade.

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    II

    ESPORTE

    O esporte em geral subdividido como escolar, participativo e de alto nvel. Os

    dois primeiros esto mais voltados educao, ao lazer e sade, j o terceiro visa

    o desempenho.

    A hiperexposio mundial do esporte, mais acentuadamente o de alto nvel na

    mdia impressa, eletrnica e digital e os grandes investimentos na rea levaram os

    esportes competitivos a um campo de evidncia muito grande. Suas influncias no

    campo scio-cultural tambm so claramente visveis. Devido dimenso que

    ocupa, um fenmeno que necessita de estudo interdisciplinar cuidadoso para

    poder ser bem administrado e compreendido.

    Lima (apudMACHADO, 1997, p.23), postula a universalizao do esporte como

    fenmeno social caracterizante de todas as sociedades do nosso tempo. O que

    sem dvida bem visvel e maximizado pelo marketinge pela mdia.

    Cruz (apud BECKER & SAMULSKI, 1998), reafirma esta idia apontando o

    esporte como um dos fenmenos scio-culturais mais importantes do sculo XX.

    SINGER (1977), entende que quase todas as pessoas, como atores ou

    espectadores, encontram-se envolvidos com o esporte. Entende ainda que a

    quantidade de programas e artigos esportivos na mdia em geral, os ndices de

    audincia e as finanas est diretamente ligado magnitude que os esportes

    atingiram na sociedade.

    SIMES, KINIJNIK & MACEDO (2000), analisando o esporte na atualidade,

    observam que este nunca disps de tantos recursos cientficos e tecnolgicos para

    poder ser reconhecido como uma das grandes organizaes financeiro-institucionais

    como agora. Como conseqncia disto, enfatizam que o objetivo do esporte est

    cada vez mais na direo de um crescente processo mercantilista que envolve a

    produtividade esportiva.

    Para ratificar estas afirmaes, basta observar os investimentos destinados scompeties olmpicas e s copas mundiais de futebol nos ltimos dez anos. Tais

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    eventos passaram de meros espetculos desportivos a mega produes e a

    movimentar mega investimentos. O fator globalizao tambm foi determinante, pois

    em tempo real todo o planeta assiste mesma competio e esta sofre tambm o

    impacto do marketing das marcas de produtos vinculados aos eventos.

    2.1 Treinamento Esportivo

    O treinamento esportivo a soma dos meios para se otimizar o desempenho

    esportivo. Est envolvido pela interdisciplinaridade, pela pesquisa e tanto pelo

    conhecimento cientfico-acadmico quanto pelo pragmtico desenvolvidos dentro

    das cincias do esporte e tambm em reas correlatas.

    Samulski (apud BENDA & ENNES, 2000), tem uma viso sistmica do

    treinamento e o situa como uma abordagem completa do comportamento humano.

    Entende ainda que seu objetivo o desenvolvimento sistemtico das habilidades e

    capacidades para o rendimento esportivo.

    Este pensamento endossado por Martin (apudWEINECK, 1999), para quem o

    treinamento um processo que favorece alteraes positivas dos estados fsico,

    motor, cognitivo e afetivo.Segundo BARBANTI (1990), que leva em conta o esporte de alto nvel, fala-se

    em treinamento no sentido de preparar o atleta para nveis elevados de

    performance, da o termo treinamento esportivo, que seria basicamente a

    preparao tcnica, ttica, psicolgica e intelectual do indivduo por meio de

    exerccios fsicos.

    MATVIEV (1986) inclui o campo pedaggico a esse raciocnio entendendo que

    o treinamento esportivo a preparao sistemtica organizada por meio deexerccios que de fato constituem um processo pedagogicamente estruturado de

    conduo do desenvolvimento do atleta.

    O fator planejamento acrescentado por DANTAS (1985), entendendo que o

    treinamento esportivo o conjunto de procedimentos e meios para se conduzir um

    atleta sua plenitude fsica, tcnica e psicolgica dentro de um planejamento

    racional, visando executar uma performance mxima num tempo determinado.

    Unindo os fatores pedaggicos, de planejamento e de rendimento Carl (apudWEINECK, 1999), entende o treinamento esportivo como o processo ativo,

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    complexo, regular, planificado e orientado para a melhoria do aproveitamento e do

    desempenho esportivos.

    A forma de treinamento leva a formulaes e propostas diferenciadas em como

    se obter a excelncia na performance atravs de propostas diversificadas.

    Para MATVIEV (1986) as principais leis e conseqentes proposies para o

    treinamento desportivo so:

    1. a orientao para a mxima realizao, para a especializao intensa e para

    a individualizao;

    2. a unidade entre a preparao geral e a especial do atleta;

    3. a continuidade do processo de treinamento;

    4. a interdependncia da graduao e da tendncia para as cargas mximas;5. o carter ondulatrio da dinmica das cargas;

    6. o carter cclico do processo de treinamento.

    A testagem da eficincia dos mapeamentos posta prova nas competies,

    nas quais so levadas a termo as propostas de preparao em suas mltiplas

    facetas.

    WEINECK (1999) entende que as competies esportivas servem para o

    desenvolvimento e a mensurao do estado de treinamento e tambm paradesenvolver e estabilizar o desempenho. O autor seleciona alguns fatores que

    considera influrem significativamente no desempenho competitivo: psiquismo,

    sade, condicionamento, alimentao e ttica.

    Figura 1: Fatores que Influenciam o Desempenho em Uma CompetioFonte: adaptado de Weineck (1999)

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    individual s poder ser obtido atravs do desenvolvimento harmnico de todos os

    fatores determinantes do desempenho expostos na figura 2.

    Figura 2: Modelo Simplificado dos Componentes do Desempenho Esportivo

    Fonte: adaptado de Weineck, 1999

    DANTAS (1985), fazendo uma reflexo sobre a evoluo do esporte entende que

    foram os princpios do treinamento total e da periodizao do treinamento os

    responsveis pela revoluo que ocorreu no esporte nos ltimos 20 anos.

    No treinamento total, o atleta visto sistmica e biopsicossocialmente, o que

    gera a necessidade, para o seu treinamento, de uma equipe multidisciplinar.

    Somando-se isso ao treinamento total, necessria uma perfeita organizao do

    tempo disponvel para treinamento, atravs do estabelecimento de objetivos que

    devem ser alcanados a curto, a mdio e a longo prazo.

    2.3 Treinamento Desportivo de Alto Rendimento

    O treinamento esportivo no alto rendimento visa a excelncia no desempenho e a

    superao de limites. Para este fim necessita de estruturao multifacetada que

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    contemple plenamente as necessidades da modalidade especfica e tambm do

    atleta. Neste treinamento, a exigncia do praticante vai aos extremos e a superao

    sempre a palavra de ordem.

    RBIO (1997), numa viso crtica, situa o esporte de alto rendimento na

    atualidade como a instituio que movimenta as maiores somas de dinheiro do

    planeta, que transforma o lazer em trabalho alienante, que submete o corpo do

    atleta a um uso contnuo, resultando em inmeras contuses e na interrupo

    prematura de grandes talentos.

    O sistema de preparao de um atleta de alto nvel compreende trs

    componentes no enfoque de VOZNIAK (1997):

    - o sistema de competies;- o sistema de treinamento;

    - o sistema de fatores que incidem sobre os dois primeiros.

    A preparao psicolgica desponta no alto nvel como uma necessidade

    premente, pois os atletas trabalham sob presso crescente e continuada. Saber

    administr-la uma questo de sobrevivncia e de resultados.

    De acordo com Jones & Hardy (apud DE ROSE JR, 1997), o esporte de

    rendimento no simplesmente o produto de fatores fisiolgicos e biomecnicos,mas tambm de aspectos psicolgicos que tm papel fundamental no desempenho.

    No esporte de alto nvel, a performance do atleta determinada,

    aproximadamente, em 70% pelo fator psquico. Isso que leva a inferir que o

    rendimento vai depender diretamente de um trabalho interdisciplinar. Puni, Tutko &

    Richards (apudBRANDO, 1993).

    Na concepo de TUBINO (1984), o treinamento desportivo de alta competio

    pode ser considerado resumidamente em termos organizacionais como umacomposio de trs preparaes fundamentais (tcnico-ttica, fsica e psicolgica),

    sob um controle (mdico, alimentar e de hbito de vida dos atletas) e dentro de uma

    adequao de fatores influenciadores e condicionantes que porventura possam vir a

    intervir no xito do atleta (material desportivo, clima, etc.).

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    Segundo Tubino (apud DANTAS, 1985), existe uma hierarquia dentro dos

    componentes do treinamento esportivo, demonstrada na figura que segue:

    Figura 3: Hierarquia dos Componentes do Desempenho Esportivo

    Fonte: Dantas (1985)

    Para DANTAS (1985), o treinamento desportivo passa a ser um conjunto de

    atividades bastante complexo, compreendendo:

    - atividades de medicina preventiva;

    - desenvolvimento da capacidade cardiopulmonar;

    - desenvolvimento da capacidade neuromuscular;

    - aquisio de tcnica;

    - apreenso da ttica;

    - mobilizao das foras psquicas;

    - atividades de medicina desportiva;

    - interveno social;

    - treinamento invisvel (ou preparao complementar) alimentao, hbitos de

    vida e recuperao.Conforme WEINECK (1999) o treinamento de alto desempenho tem os seguintes

    objetivos:

    1. introduo ao alto desempenho individual;

    2. mximo aumento possvel da intensidade e do volume do treinamento;

    3. especificao adicional dos mtodos e programas de treinamento;

    4. aperfeioamento, estabilizao e variabilidade da tcnica esportiva;

    Preparao Psicolgica

    Preparao Ttica

    Preparao Tcnica

    Preparao Fsica

    Preparao Mdica(manuteno dascondies de sade)

    Aumentaonmero

    deParticipantes

    Aumentam

    asexigncias

    daPerformance

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    5. aprimoramento e manuteno da capacidade de desempenho esportivo por

    um perodo mximo de tempo possvel (prolongamento da fase de alto

    desempenho).

    2.3.1 Comisso tcnica

    Dentro da concepo interdisciplinar na preparao do atleta as pessoas ligadas

    a este processo necessitam de integrao e coordenao para somar esforos

    sintonizadamente em uma mesma direo.

    Segundo TUBINO (1984), a denominao de comisso tcnica refere-se ao

    grupo de pessoas reunidas num processo de treinamento, que trazem

    especializaes nas diferentes reas da preparao.

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    Quadro 1: Atividades de Treinamento Total Distribudas entre os Membros da

    Comisso Tcnica

    FUNO ATIVIDADE RESPONSVELPreparao Fsica Preparao neuromuscular.

    Preparao orgnica (cardiovascularpulmonar).Periodizao do treinamento.

    Preparador Fsico

    PreparaoTcnico-Ttica

    Preparao tcnica.Preparao ttica.Controle direto dos atletas.

    Tcnico

    PreparaoMdica

    Planejamento e fiscalizao da alimentao.Profilaxia e recuperao de doenas e leses.Preveno de acidentes atravs da inspeo delocais e material de treinamento.Realizao de testes, exames e controles.

    Preveno da aplicao das cargas de trabalhoexcessivas.Outras atividades da medicina desportiva.

    Mdico

    PreparaoPsicolgica

    Psicodiagnstico.Socializao dos atletas.Abordagens psicolgicas individuais.Regulagem e controle do stress e tensespsicolgicas.Correo de desvios ou deturpaes decomportamento.Orientao da comisso tcnica quanto ao modode agir de cada atleta.

    Psiclogo

    Preparao

    Complementar

    Providncia e gerenciamento de alojamento,

    materiais e locais de treinamento, transporte,vesturio e concentrao.Confeco e atualizao da caderneta detreinamento de cada atleta.Providncia de atividades para as horas de lazer.Providncia das solicitaes da comisso tcnica.Verificao do correto cumprimento do quadro detrabalho semanal e do planejamento de trabalhodirio.Superviso das atividades dos auxiliares tcnicos.

    Supervisor

    Fonte: Dantas (1985)

    Para SANTOS & SHIGUNOV (2000) uma comisso tcnica composta por

    diversos profissionais, com a inteno de proporcionar o suporte ideal na preparao

    do atleta.

    medida que os meios cientficos e tecnolgicos evoluem, e as exigncias de

    desempenho aumentam, tambm havendo alterao na concepo e na

    composio da comisso tcnica.

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    realizada dentro de blocos de treinamento. Nestes blocos so planejadas as

    composies de cada ano, ms, semana, dia e sesso de treinamento. Analisando

    os blocos ou fases tem-se:

    - macrociclo (ano de treinamento);

    - mesociclo (grupo de meses ou ms de treinamento);

    - microciclo (semana de treinamento);

    - sesso de treinamento (treino);

    Para ZAKHAROV (1992), na estrutura de preparao do atleta, convm destacar

    cinco nveis de organizao:

    1. sesso de treino;

    2. microciclo;3. mesociclo;

    4. macrociclo;

    5. preparao de longo prazo.

    Observa-se que da mesma maneira que a composio da comisso tcnica foi se

    alterando com o crescimento das exigncias, aumentaram tambm no treinamento

    desportivo as variedades da sua organizao. Isso fica claramente exposto na

    proposta de etapas e formas de organizao do treinamento desportivo formuladaspor GOMES & TEIXEIRA (1997):

    - sesso de treino;

    - unidade de treino;

    - microciclo de treino;

    - mesociclo de treino;

    - macrociclo de treino;

    - ciclo olmpico de treino;- treinamento de muitos anos.

    Segundo TUBINO (1984), chama-se periodizao de um treinamento de alto

    rendimento sua diviso em etapas, as quais tero como propsito:

    1. estabelecer um prognstico com base na constatao das possibilidades de

    performance dos atletas;

    2. canalizar o treinamento para que os atletas cheguem a uma condio, que

    servir de suporte para uma forma desportiva tima;

    3. preparar os atletas para que possam atingir a forma desportiva desejvel numa

    determinada poca, a qual dever corresponder poca da performance;

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    4. prosseguir nos estmulos de treinamento para que os atletas se apresentem

    durante as performances com a forma alcanada;

    5. orientar a reduo de estmulos de treinamento em pocas determinadas, para

    que haja uma recuperao fsica e psicolgica.

    Sero expostos na seqncia, dois planejamentos de treinamento, um resumido,

    voltado ginstica aerbica e enfocando o aspecto temporal, e outro de vlei,

    especificando e detalhando as atividades de cada fase. Como j mencionado, a

    periodizao e o planejamento so fatores diferenciais expressivos na preparao

    desportiva de alto-rendimento.

    GOMES & MOREIRA (1997) descrevem a periodizao do treinamento de um

    grupo de Ginstica Aerbica Esportiva que contou com 26 semanas de preparao:1. etapa de incorporao (4 semanas);

    2. etapa bsica geral de desenvolvimento (8 semanas);

    3. etapa bsica especial de desenvolvimento (7 semanas);

    4. etapa pr-competitiva (6 semanas);

    5. etapa de competio (2 dias).

    HERNANDES JR. (2000) descreve dentro de sua concepo e atendendo s

    demandas especficas da modalidade, um planejamento de periodizao para otreinamento de voleibol:

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    Quadro 2: Planejamento de Periodizao Para o Voleibol

    Fases/Mesociclos Contedo/Objetivos

    PreparaoBsica

    * Aumento da Fora Mxima e da massa muscular atravs damusculao e diminuio do percentual de gordura.* Condicionamento Global, especialmente as capacidades em que seencontrem maiores deficincias.* Treinamento da Potncia Aerbica atravs de treinamento intervalo(Ex.: tiros de 1000 a 1500m, perfazendo um total mximo de 5 a 9 kmde volume por sesso).* Utilizao de exerccios aerbicos de durao contnua. (Ex.:Corridas com durao entre 15 a 30 minutos, o que equivale aaproximadamente 3 a 5 Km).* Incio do desenvolvimento da resistncia anaerbica atravs deexerccios de durao entre 50 segundos e 3 minutos comintensidades mximas, dentro das previstas para o perodo. (Ex.: tiros

    de 600 a 800 , perfazendo um total mximo de 3 a 6 km de volumepor sesso).* Incio do trabalho com pliometria em baixa intensidade.* Treinamento Tcnico dos aspectos em que o atleta apresentadeficincias.*Utilizao de coletivos para a observao das caractersticas tticasda equipe.

    PreparaoPr-competitiva

    * Incio do treinamento da Fora Rpida em musculao e da Forade Potncia atravs de exerccios com medicine-ball, priorizando asmusculaturas dos membros inferiores e cintura escapular.* Incremento do treinamento da resistncia anaerbica, iniciandoexerccios em que, estejam envolvidos gestos tcnicos damodalidade em vez de utilizao de exerccios de corrida.

    * Aumento da intensidade do trabalho pliomtrico, buscando a fusoda fora de potncia desenvolvidas nos movimentos de musculaopara movimentos especficos da modalidade.* Aprimoramento da potncia aerbica.* Aumento do volume dos treinos tcnicos e tticos, e incio dotreinamento psicolgico, visando ao aprimoramento do esprito deequipe.

    PreparaoCompetitiva

    * Busca do mximo desempenho da fora rpida e da fora depotncia atravs de treinos com movimentos tcnicos especficos damodalidade.

    * Utilizao de treinos em que se combinem movimentosexplosivos de musculao (fora rpida) com pliomtricos (fora

    de potncia) - treinamentos complexos, sendo estes pliomtricosadaptados s situaes reais de desempenho.* nfase no treinamento da resistncia anaerbica atingindo omximo de intensidade e simulando os possveis tempos de aointervalo das situaes de competio.* Treinamento para manuteno da potncia aerbica obtida nasfases anteriores.* Aumento no volume das preparaes tcnicas e tticas doatleta, visando adaptao s caractersticas da competio.* Ateno especial preparao psicolgica do atleta,preparando-o para o estresse decorrente das situaes de jogo edo calendrio esportivo, alm da integrao mxima do espritode equipe.

    Fonte: Hernandes Junior (2000)

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    2.4. A Mulher no Esporte

    Os diferentes esportes, historicamente, foram concebidos para os homens. Nos

    Jogos Olmpicos da Grcia Antiga, por exemplo, no era permitida a participao de

    mulheres. As provas esportivas da Antigidade favoreciam as caractersticas fsicas

    masculinas (eram necessrios um considervel volume muscular, fora e

    velocidade). Esse caminho tambm se manteve na reinstaurao do ideal olmpico.

    O Baro Pierre de Coubertin (fundador dos Jogos Olmpicos modernos) era contra a

    participao feminina nas competies olmpicas por considerar que o esporte

    trabalhava caractersticas indesejveis para a mulher. As mulheres iniciaram sua

    participao olmpica em 1900, na Frana, com apenas onze representantes.

    FRANCO (2000); TAMBURRINI (1999).

    No transcorrer do sculo XX, mais acentuadamente aps a dcada de 60, a

    mulher conseguiu conquistar um espao de maior significado no esporte

    impulsionado, sem dvida, pela maior participao na produo scio econmica,

    poltica e cultural. Os avanos conquistados pela mulher, a ampliao de seu papel

    e sua representatividade tambm lhe trouxeram um nus, que o equivalente ao

    que a mulher atleta tambm experimenta na atualidade.Simes, Knijnik & Macedo (2000, p. 63), situando o esporte inserido na categoria

    de sistema dominante enfocam sua exposio como palco que tem levado as

    mulheres a aceitar os desafios de competir e encarar de frente as situaes

    problemticas como as relaes de gnero, cor, raa e ideologia.

    Dessa participao cada vez mais efetiva das mulheres na cena esportiva tem-se

    nitidamente a analogia com um do retorno das amazonas. Para Tamburrini (1999,

    p.2), as mulheres tm aperfeioado o nvel de suas apresentaes esportivasaproximando-se do nvel tcnico dos atletas masculinos.

    O paralelo tambm observvel na vida em geral, onde as mulheres esto se

    igualando e superando os homens, intelectual e profissionalmente.

    Sobre os conflitos e armadilhas apresentadas pela participao da mulher no

    esporte, Knijnik (2001, p. 2) reporta o seguinte:

    O esporte para mulheres parece se manter, historicamente, preso a

    armadilhas. Nos primrdios do movimento olmpico, s mulheres era vedada

    a participao, cabendo-lhes apenas a entrega dos louros aos vencedores.

    Com a evoluo feminina na sociedade, a participao da mulher no

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    esporte de rendimento na atualidade um fato inexorvel; porm, as

    atletas, por estarem envoltas nestes ideais de beleza que percorrem o

    imaginrio social, por tentarem se encaixar a todo custo nos padres

    exigidos por uma sociedade que insiste em priorizar outros quesitos que no

    aqueles indispensveis para o rendimento esportivo, parecem se sacrificar

    ao mximo para cumprir com estas exigncias.

    Na viso de KNIJNIK (2001) os preconceitos que versavam sobre as limitaes

    femininas em praticar diversas modalidades esportivas, migraram atualmente para o

    fato de as mulheres serem reconhecidas mais pelos seus dotes fsicos do que pelas

    suas proezas atlticas.

    KOSAKA (2000), fazendo uma anlise da participao feminina no ambiente

    esportivo, a partir de sua experincia pessoal como atleta olmpica, aponta que emrelao a equipes, as masculinas so mais valorizadas. Em relao a valores

    econmicos identifica salrios mais baixos e investimentos menores nas equipes

    femininas. Como desafios para a mulher ser bem sucedida no esporte aponta que

    alm dos adversrios, treinamentos intensos, presses e viagens constantes,

    tambm tem que ser administrada a falta de apoio e o reconhecimento de amigos e

    familiares. Conclui que o custo para a atleta ser bem sucedida bastante elevado.

    KNIJNIK (2001), relatando uma pesquisa realizada com jogadoras de handebol,chama ateno para as contradies e os conflitos encontrados em relao

    imagem corporal. De acordo com o autor em um momento as jogadoras desejam

    uma imagem corporal forte e atltica, mas em seus sonhos relatam o desejo de um

    corpo frgil e socialmente feminino.

    O paralelo com a situao da mulher profissional de qualquer outra rea tambm

    verdadeiro, pois esto em cena os valores atuais em choque com os da mulher

    tradicional.

    2.4.1 Diferenas anatmico fisiolgicas

    Existem inmeras diferenas antomo-fisiolgico-funcionais entre homens e

    mulheres conforme a descrio feita por GHORAYEB, LOPES & BAPTISTA (1999) e

    WEINECK (1999), as quais so abaixo sintetizadas:

    - Do ponto de vista fisiolgico, existem diferenas entre os sexos. Essasdiferenas manifestam-se com importante papel na capacidade fsica pois,

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    tanto o aspecto fisiolgico quanto o aspecto estrutural desfavorecem a mulher

    em atividades que tm como exigncia a fora. J para elevar o VO2 mx.

    (consumo mximo de oxignio) em ambos os sexos, no h diferena na

    necessidade exigida, quanto freqncia, intensidade e durao do

    exerccio.

    - Comparando o metabolismo basal da mulher ao do homem, a mulher apresenta

    um metabolismo basal 10% menor do que o do homem.

    - Quanto aos nveis de presso arterial, a sistlica e a diastlica esto entre

    5mmHg e 10mmHg mais elevadas no homem (at 18 anos, quando tende a

    igualar). Na mulher, a presso sistlica eleva-se ligeiramente no climatrio.

    - Na mulher as vias respiratrias (como fossas nasais, traquia e brnquios) so

    menores, assim como o pulmo, tanto em peso quanto em tamanho. Em

    relao ao esgotamento e aproveitamento perifrico de oxignio, a mulher est

    em desvantagem em relao ao homem. Tambm existem diferenas em

    relao a depsitos celulares de energia.

    - A mulher possui uma absoro mxima de oxignio de 2000 200 ml (absoluto)

    e 32 40 ml/Kg (relativo) enquanto que no homem a absoro chega a 3300

    200 ml e 40 55 ml/Kg.- Os sistemas cardiovascular e sangneo apresentam algumas diferenas: na

    mulher o nmero mdio de hemcias em repouso 10% menor do que no

    homem. No grupo etrio de 20 a 30 anos, as mulheres apresentam cerca de

    15% menos hemoglobina e 6% menos hemcias por mm3, indicando ento, que

    nos homens existe maior capacidade de transporte de oxignio.

    - O homem tem maior freqncia cardaca do que a mulher pelo tamanho do seu

    corao, que maior. O transporte de 1 litro de oxignio de 9 litros de sangue,nas mulheres, com um contedo mdio de O2 sangneo de 16,7 ml/100ml. Nos

    homens a capacidade de 8 litros e o O2 sangneo de 19,2 ml/100ml. Isso

    ocorre pela maior concentrao de hemoglobina e maior tamanho do corao.

    Em resumo, correspondendo menor massa corporal total e massa muscular,

    as medidas de corao e circulao so menores na mulher do que no homem.

    O menor tamanho do corao implica maior necessidade de oxignio, alm de

    apresentar valores menores de sangue, hemoglobina e eritrcitos que ohomem.

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    - No que se refere musculatura, a mulher dispe tanto de forma relativa quanto

    de forma absoluta de uma menor massa muscular que o homem. Na puberdade

    a parcela de msculos aumenta de 27% para 41,8% nos meninos e para 35,8%

    nas meninas. Em relao s fibras musculares, no existem diferenas sexuais

    especficas. Em se tratando de fora, dependendo do grupo muscular a fora da

    mulher equivale de 54% a 80% fora do homem.

    - Na mdia, as mulheres so de 10 a 15 cm mais leves do que os homens. As

    mulheres tm formao ssea 25% mais leve do que os homens. O homem

    possui extremidades mais longas do que as mulheres, mas o tronco feminino

    tem um comprimento relativamente maior. Na mulher o tronco equivale cerca de

    38% do comprimento do corpo, enquanto que no homem equivale a 36%. Amulher tem ombros mais estreitos que o homem. Em mdia a largura dos

    ombros excedem cerca de 3 cm a largura dos quadris nas mulheres faz diferena

    de 15 cm.

    - As maiores diferenas de esqueleto entre homens e mulheres aparecem na

    regio da bacia ssea. Na mulher esta equivale a 54% do comprimento do

    tronco e no homem equivale a 50%.

    - A mulher apresenta 1,75 vezes mais gordura do que o homem. A porcentagemdo depsito corporal total equivale na mulher a 28,2% e no homem 18,2%.

    - A adaptao da mulher ao calor diferente. A temperatura cutnea

    mais alta nas estaes quentes e mais baixas nas estaes frias, por possurem

    10% a mais de tecido adiposo, que funciona como isolamento e previne perda

    de calor pelos rgos internos. A tolerncia ao calor basicamente menor nas

    mulheres e a possibilidade de termorregulao biologicamente menos

    acentuada que nos homens.- Em relao perda de gua, devido transpirao, parece que as mulheres

    so menos tolerantes que os homens, pois, j num grau menor de desidratao

    aparecem sinais de esgotamento.

    Segundo Androizola (apud SIMES, KNIJINIK & MACEDO, 2000, p.67), nem

    todas as diferenas fisiolgicas entre os sexos esto a favor dos homens e afirma

    que as mulheres tendem a ser mais resistentes a certas leses como tendinites ou

    distenses musculares, devido s inseres dos msculos e ligamentos no

    esqueleto. O autor entende que isto pode facilitar o desempenho feminino em

    modalidades que necessitem de mobilidade e flexibilidade.

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    2.4.2 Capacidade de desempenho da mulher nas principais formas de

    exigncia motora

    As principais capacidades de desempenho referem-se coordenao, fora,

    mobilidade, resistncia e velocidade. Os comparativos destas capacidades entre os

    sexos sero descritos com base na sintetizao das idias apresentadas por

    WEINECK (1999) e TUBINO (1984).

    - a coordenao semelhante entre homens e mulheres;

    - a fora mxima at os 12 anos equivalente para ambos os sexos e no incio

    da vida adulta os homens ficam um tero acima das mulheres;

    - as mulheres possuem maior capacidade de mobilidade e flexibilidade, pois

    seus

    msculos e ligamentos so mais elsticos e flexveis;

    - a capacidade de resistncia da mulher menor que a do homem, devido a

    esta

    possuir medidas cardiopulmonares menores;

    - a velocidade na mulher inferior do homem devido a sua reduzida taxa de

    testosterona

    2.4.3 Menstruao e rendimento esportivo

    Durante a menstruao (1 dia ao 4 dia), cerca de 70% das mulheres alcanam

    um desempenho igual ou melhor no esporte. Em 30% ocorre uma diminuio do

    desempenho, mesmo que em propores reduzidas. Considera-se a fase

    intermenstrual (12 dia ao 22 dia) uma fase de reduzida capacidade de

    desempenho. Na maioria das mulheres o desempenho ideal alcanado na fase

    ps-menstrual (23 dia ao 28 dia). Disfunes menstruais, em particular a

    amenorria, podem ocorrer em mulheres que se exercitam muito, pela liberao da

    prolactina que leva anovulao e ao hipoestrogenismo. O retardo da puberdade

    pode acontecer em atletas jovens. Tais dados encontram-se em WEINECK (1999);

    LOPES & BAPTISTA (1999)

    Esses dados so relevantes e precisam ser levados em conta, pois so variveisque podem interferir diretamente no desempenho. So acentuados tambm por se

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    apresentarem como um fenmeno comum e interessante que a sincronizao dos

    ciclos menstruais entre mulheres que trabalham juntas. Como exemplo, no time do

    Paran Vlei Rexona de 2001-2002, em torno de 60% do grupo tinha o ciclo

    menstrual sincronizado.

    2.4.4 Gnero e esporte

    Segundo GARCIA & LEMOS (2000), gnero o que enfatiza as qualidades

    fundamentalmente sociais baseadas nas distines dos sexos. Explica que as

    diferenas entre sexos referem-se s diferenas biolgicas entre homens e

    mulheres, e gnero refere-se s caractersticas e comportamentos psicolgicos e

    sociais associados a homens e mulheres.

    Os papis sociais institucionalizados so os geradores de boa parte das

    dificuldades e conflitos encontrados na insero social e esportiva da mulher dentro

    de uma sociedade que apesar dos avanos ainda se sustenta sobre os pilares do

    patriarcado.

    Sears (apudGARCIA E LEMOS, 2000) entende socializao como o processo no

    qual