psicologia somatica aplicada ao esporte - gilberto gaertner
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Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Ps-Graduao em
Engenharia de Produo
Gilberto Gaertner
PSICOLOGIA SOMTICA APLICADA
AO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO
Dissertao de Mestrado
Florianpolis
2002
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Gilberto Gaertner
PSICOLOGIA SOMTICA APLICADA
AO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO
Dissertao apresentada ao
Programa de Ps-Graduao da
Universidade Federal de Santa Catarina
como requisito parcial para obteno
do grau de Mestre em
Engenharia de Produo
Orientador: Prof. Francisco Antonio Pereira Fialho
Florianpolis
2002
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Gilberto Gaertner
PSICOLOGIA SOMTICA APLICADA
AO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO
Esta dissertao foi julgada e aprovada para a obteno do grau de
Mestre em Engenharia de Produo no Programa de Ps-
Graduao em Engenharia de Produo da Universidade Federal deSanta Catarina.
Florianpolis, 18 de junho de 2002.
____________________________
Prof. Ricardo Miranda Barcia, Ph.D.Coordenador do Programa de Ps-Graduao
BANCA EXAMINADORA
Prof. Francisco Antonio Pereira Fialho, Dr.Universidade Federal de Santa Catarina
Orientador
Prof. Carlos Alberto Afonso, Dr.
Pontifcia Universidade Catlica do Paran
Profa. Christiane Coelho de Souza Reinisch Coelho,Dra.Universidade Federal de Santa Catarina
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Dedico esse estudo, com carinho:
Ao meu pai Guilherme (in memorium), pela sua filosofia.
minha me Clia, pela sua objetividade.
minha esposa Muriel, companheira incansvel de todas as horas.
Aos meus filhos Pablo e Rafael por podermos
compartilhar juntos essa aventura humana.
Ao meu filho Ferno Bruno (in memorium) pelos
ensinamentos deixados.
A todos os amigos do corao.
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Agradecimentos
Ao meu orientador Prof. Dr. Francisco Antonio Pereira Fialho, pelo seu
profissionalismo, presteza e incentivo.
Aos meus mestres e inspiradores: Wilhelm Reich, Ida Rolf, Alexander Lowen, David
Boadella, Gichin Funakoshi, Shiva, Sidarta Gautama e Bodhidharma.
Aos meus professores e amigos, que foram generosos ao compartilhar seu
conhecimento e experincia: Jos ngelo Gaiarsa, Ralph Viana, Juraci Canado,
Takuo Arai, Hidetaka Nishiyama, Sonia Guidi, Nelson Coutinho, Rubens Kignel,
Liane Zink, Jos Alberto Cotta, De Rose, Maria Regina Brando e Tasuke
Watanabe.
Ao Bernardo Rezende e ao Jos Incio Sales Neto pela confiana e respeito e por
me apresentarem o universo do voleibol.
Ao Hlio Ricardo Griner, Ricardo Gomes Tabach, Marcos Antonio Jardim, Guilherme
Tenius, e a todos os integrantes da comisso tcnica e administrativa da equipe do
Rexona, pela confiana e parceria.
A todas as atletas do time do Rexona pela cooperao, confiana e respeito.
Aos amigos que compartilharam idias, tempo e material para este estudo: Rodrigo
Moreira Teixeira, Luiz Fernando Nascimento, Julimar Pereira, Jos da Silva Nunes,Cludia Menegatti, Cida Stier, Carlos Alberto Afonso e Jlio Bisinelli.
Aos que foram indispensveis na operacionalizao deste estudo: Prof. Benedito
Costa Neto, Prof. Euzbio Labadier Neto, Marcelo Azevedo, Fernanda Todeschini e
Cinthia Ribeiro Neves.
E a todos que direta ou indiretamente contriburam para a realizao deste trabalho.
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O ser humano no tem um corpo distinto de sua alma.
William Blake
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Resumo
GAERTNER, Gilberto. Psicologia somtica aplicada ao esporte de alto
rendimento. 2002. 211 f. Dissertao (Mestrado em Engenharia de Produo)
Programa de Ps-Graduao em Engenharia de produo, UFSC, Florianpolis.
O esporte de alto rendimento na atualidade recebe altos investimentos, ampladivulgao e sofre grandes transformaes em sua estrutura. Como conseqnciadireta temos o atleta efetivado como profissional e envolto em exigncias que olevam a atuar no limite de suas possibilidades. Estas demandas passam porestresse e ansiedade, desenvolvimento de leses por esforo repetitivo tpicas das
exigncias da modalidade esportiva, leses por estresse, burnout, etc. A psicologiado esporte, que tem como campo de interesse o comportamento humano no cenrioesportivo, une o conhecimento da psicologia ao da motricidade. Dentro das vriasabordagens psicolgicas que compem a psicologia do esporte no existempesquisas envolvendo a psicologia de base somtica. O presente estudo teve porobjetivo investigar se os paradigmas terico-metodolgicos da psicologia somticapossuem estruturao adequada para aplicao no esporte de alto rendimento econseqentemente integrar as linhas psicolgicas que aliceram a psicologia doesporte. O estudo de campo foi feito com a equipe Rexona de voleibol feminino econstou do levantamento de informaes psico-scio-fisiolgico-antropomtricaspara a formatao de um perfil geral do grupo. Para a investigao psicolgica foi
utilizado um sistema conjugado de avaliaes com oito instrumentos que atuaram napercepo interoceptiva, exteroceptiva e proprioceptiva. As demandas do perfilobtido foram comparadas com os instrumentais de quatro abordagens de psicologiasomtica: Orgonoterapia, Anlise Bioenergtica, Psicoterapia Somtica Biossntesee Mtodo Rolf (Rolfing) de Integrao Estrutural. As principais concluses obtidasforam: a) que a equipe estudada tem um perfil predominantemente emocional, tmdificuldades com o esquema corporal, com a integrao entre pensamento,sentimento e ao e tambm apresenta um ndice de coeso de aproximadamente76%. b) a psicologia somtica apresentou instrumental adequado para intervenojunto a demanda da equipe e com abrangncia psico-scio-fisiolgica. c) apsicologia somtica rene suporte terico-metodolgico adequado para fazer parte
do repertrio das linhas psicolgicas que fundamentam a psicologia do esporte, poisacrescenta o aspecto e a interveno psicossomtica sem deixar de atender asdemandas psico-emocionais.
Palavraschave: Psicologia Somtica, Esporte, Psicologia do Esporte, Voleibol,Ergonomia.
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Abstract
GAERTNER, Gilberto. Somatic Psychological application in high performance
sport. 2002. 211f. Dissertation (Master in Engineering of Production) Program of
Masters Degree in Engineering of Production, UFSC, Florianpolis.
The high performance sport nowadays gets high levels of investments, a highpublicity and is changing its own structure. Due to it, the athlete, as a professionaland covered by demands that takes him to act on the limit of his possibilities. Thesedemands go through stress and anxiety, developing typicals injuries from theexigencies of the sport, stress lesions, burnout, etc. The sports psychology, that is a
matter of consequence to the human behavior in the sporty scene, puts togetherthe knowledge and the motricity. Inside the many psychological approaches thatcompose the sports psychology, there are no researches involving the somaticpsychology. This research has as a goal to investigate if the theorical andmethodological paradigms from the somatic psychology have a right basis for theapplication in the high performance sport and as a result, puts together thepsychological approach that build the sports psychology. The research has beenmade with the team Rexona of female volleyball and from the risen psychological,social, physiological and anthropometrical informations that shape a general profilefrom the group. For the psychological investigation, had been used a shared systemof evaluations with eight instruments that acted on the in and out self perception. The
demands from the obtained profile were compared to the instruments of fourapproaches of somatic psychology: Orgonomy, Bioenergetics Analysis, SomaticPsychotherapy Biosynthesis and Rolfing. The main conclusions obtained were: a) thestudied team has an emotional profile; difficulties with the body scheme, the union ofthought, sentiments, action and also presents a level of cohesion of 76 per cent. b)the somatic psychology presented a right way for intervention together with the teamdemands and with a psychological, sociological and physiological reach . c) thesomatic psychology puts together the theoretician and methodological supportadequate to be part of the psychological approaches that base the sportspsychology, because it addes the aspect and the psychosomatic intervention withoutforgetting the phychoemotional demands.
Key-words: Somatic Psychology, Sport, Sport Psychology, Volleyball, Ergonomic.
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Sumrio
Lista de Figuras................................................................................................. p.14
Lista de Quadros............................................................................................... p.15
Lista de Tabelas................................................................................................ p.16
1 INTRODUO.............................................................................. p.17
1.1 Justificativa................................................................................................ p.18
1.2 Problema de Pesquisa............................................................................... p.181.3 Objetivos..................................................................................................... p.18
1.4 Importncia do trabalho............................................................................ p.19
1.5 Estrutura do Trabalho................................................................................ p.20
1.6 Limitaes do Trabalho............................................................................. p.22
1.7 Definio de Termos.................................................................................. p.22
2 ESPORTE..................................................................................... p.25
2.1 Treinamento Esportivo.............................................................................. p.292.2 Princpios Cientficos do Treinamento Esportivo................................... p.28
2.3 Treinamento Esportivo de Alto Rendimento........................................... p.29
2.3.1 Comisso tcnica...................................................................................... p.32
2.3.2 Periodizao de um treinamento de alto rendimento............................... p.34
2.4 A Mulher no Esporte.................................................................................. p.38
2.4.1 Diferenas anatmico-fisiolgicas............................................................ p.39
2.4.2 Capacidade de desempenho da mulher nas principais formas de
exigncia motora...................................................................................... p.42
2.4.3 Menstruao e rendimento esportivo....................................................... p.42
2.4.4 Gnero e esporte...................................................................................... p.43
2.5 Atividade fsica e sade............................................................................ p.44
2.5.1 Atividade fsica e aspectos gerais da sade............................................. p.44
2.5.2 Depresso e ansiedade............................................................................ p.46
2.5.3 Idosos....................................................................................................... p.47
2.5.4 Auto-conceito............................................................................................ p.48
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2.5.5 Atletas....................................................................................................... p.48
2.5.6 Doenas cardiovasculares........................................................................ p.49
2.5.7 Ginstica laboral....................................................................................... p.49
2.5.8 Sistema imunolgico................................................................................. p.49
3 VOLEIBOL.................................................................................... p.51
4 PSICOLOGIA DO ESPORTE....................................................... p.58
4.1 Histrico .................................................................................................... p.58
4.2 Abrangncia e princpios.......................................................................... p.60
4.3 Definies de psicologia do esporte........................................................ p.60
4.4 Psicologia e cincias do esporte............................................................. p.62
4.5 Formas de atuao.................................................................................... p.62
4.6 Linhas e orientaes................................................................................. p.63
4.6.1 Psicodrama............................................................................................... p.63
4.6.2 Anlise do comportamento....................................................................... p.64
4.6.3 Psicanlise................................................................................................ p.64
4.6.4 Psicologia analtica................................................................................... p.64
4.6.5 Terapia rogeriana...................................................................................... p.65
4.6.6 Psicologia somtica.................................................................................. p.65
4.7 Personalidade............................................................................................ p.66
4.8 Aplicabilidade da Psicologia do Esporte................................................. p.67
4.9 Treinamento e Desenvolvimento de Habilidades Psicolgicas............ p.69
4.10 Programas de Psicologia do Esporte Aplicados.................................. p.71
4.11 Perfil Psicolgico..................................................................................... p.72
4.12 Grupo........................................................................................................ p.74
4.13 Estresse, Supertreinamento e Burnout................................................. p.774.13.1 Estresse.................................................................................................. p.77
4.13.2 Fadiga e Burnout.................................................................................... p.83
4.13.3 Supertreinamento................................................................................... p.84
4.14 Motivao................................................................................................. p.85
5 PSICOLOGIA SOMTICA........................................................... p.89
5.1 Orgonomia ou Orgonoterapia................................................................... p.94
5.1.1 Dados Biogrficos de Wilhelm Reich........................................................ p.945.1.2 Principais idias........................................................................................ p.96
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5.1.2.1 Economia sexual e a funo do orgasmo.............................................. p.96
5.1.2.2 Anlise do carter.................................................................................. p.97
5.1.2.3 Encouraamento caracterial e muscular................................................ p.98
5.1.2.4 Orgone ou bioenergia............................................................................ p.99
5.1.2.5 Psiquismo, corpo e sociedade............................................................... p.100
5.1.2.6 Auto-regulao....................................................................................... p.100
5.1.3 Orgonoterapia e esporte........................................................................... p.101
5.2 Anlise Bioenergtica............................................................................... p.101
5.2.1 Dados biogrficos de Alexander Lowen................................................... p.102
5.2.2 Principais idias........................................................................................ p.103
5.2.2.1 Carter................................................................................................... p.1045.2.2.2 Grounding.............................................................................................. p.104
5.2.2.3 Tcnica.................................................................................................. p.105
5.2.3 Bioenergtica e esporte............................................................................ p.105
5.3 Psicoterapia Somtica Biossntese......................................................... p.106
5.3.1 Dados Biogrficos de David Boadella....................................................... p.108
5.3.2 Principais idias........................................................................................ p.109
5.3.2.1 Camadas embrionrias e seus desdobramentos.................................. p.1095.3.2.2 Grounding, centring e facing.................................................................. p.113
5.3.2.3 Estrutura de carter............................................................................... p.113
5.3.2.4 Tnus, intencionalidade e campos motores.......................................... p.114
5.3.2.5 Processo formativo e campo organizacional......................................... p.116
5.3.2.6 Polaridades............................................................................................ p.116
5.3.2.7Ressonncia........................................................................................... p.117
5.3.2.8 Bioespiritualidade................................................................................... p.1185.3.3 Biossntese e esporte............................................................................... p.118
5.4 Integrao Estrutural Mtodo Rolf (Rolfing)........................................... p.119
5.4.1 Dados biogrficos de Ida Rolf................................................................... p.119
5.4.2 Fscia....................................................................................................... p.120
5.4.3 Principais idias........................................................................................ p.121
5.4.4 Mtodo Rolf e esporte............................................................................... p.125
6 MOTRICIDADE E IMAGEM CORPORAL.................................... p.126
6.1 Motricidade................................................................................................. p.126
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6.1.1 Comportamento........................................................................................ p.126
6.1.2 Motricidade, corporalidade e intencionalidade.......................................... p.127
6.1.3 Tnus, psiquismo e movimento................................................................ p.128
6.1.4 Sistema nervoso autnomo e musculatura.............................................. p.130
6.1.5 Propriocepo.......................................................................................... p.131
6.1.6 Inteligncia e motricidade......................................................................... p.132
6.1.7 Emoo e movimento............................................................................... p.133
6.1.8 Ao, comportamento e controle motor.................................................... p.135
6.1.9 Desenvolvimento e aprendizagem motora............................................... p.138
6.1.10 Psicomotricidade..................................................................................... p.139
6.2 Imagem corporal........................................................................................ p.1477 METODOLOGIA........................................................................... p.147
7.1 Tipo de Pesquisa....................................................................................... p.147
7.2 Populao Amostra................................................................................ p.148
7.3 Local .......................................................................................................... p.148
7.4 Procedimentos........................................................................................... p.148
7.5 Instrumentos.............................................................................................. p.150
7.5.1 Inventrio de atribuio de qualidades..................................................... p.1507.5.2 Inventrio de motivao esportiva............................................................ p.150
7.5.3 Inventrio de desempenho esportivo........................................................ p.150
7.5.4 Inventrio de satisfao com a imagem corporal..................................... p.151
7.5.5 Levantamento sociomtrico...................................................................... p.151
7.5.6 Testes projetivos....................................................................................... p.152
7.5.7 Tipologia de estresse................................................................................ p.152
7.5.8 Inventrio comportamental....................................................................... p.1528 RESULTADOS E DISCUSSO.................................................... p.154
8.1 Caracterizao Geral da Equipe............................................................... p.154
8.1.1 Faixa etria............................................................................................... p.154
8.1.2 Escolaridade............................................................................................. p.155
8.1.3 Idade de incio no voleibol........................................................................ p.156
8.1.4 Tempo de atuao profissional................................................................. p.157
8.1.5 Estado civil................................................................................................ p.1588.1.6 Origem...................................................................................................... p.159
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8.2 Levantamento Antropomtrico................................................................. p.160
8.2.1 Estatura..................................................................................................... p.160
8.2.2 Massa corporal......................................................................................... p.161
8.2.3 Percentual de gordura estimado............................................................... p.162
8.3 Freqncia Cardaca e Respiratria......................................................... p.163
8.3.1 Freqncia cardaca................................................................................. p.163
8.3.2 Freqncia respiratria............................................................................. p.164
8.4 Levantamentos Psicolgicos................................................................... p.165
8.4.1 Atribuio de qualidades.......................................................................... p.165
8.4.2 Motivao esportiva.................................................................................. p.168
8.4.3 Desempenho esportivo............................................................................. p.1718.4.4 Imagem corporal....................................................................................... p.174
8.4.5 Sociometria............................................................................................... p.177
8.4.6 Desenho da figura humana....................................................................... p.180
8.4.7 Desenho da equipe................................................................................... p.181
8.4.8 Estresse.................................................................................................... p.182
8.4.9 Comportamento........................................................................................ p.184
8.5 Comparao de Variveis......................................................................... p.1858.5.1 Atribuio de qualidades x motivao...................................................... p.186
8.5.2 Atribuio de qualidades e desempenho esportivo.................................. p.186
8.5.3 Motivao esportiva x desempenho esportivo.......................................... p.186
8.5.4 Satisfao com a imagem corporal x desenho da figura humana............ p.186
8.5.5 Sociometria x desenho da equipe............................................................ p.186
8.5.6 Comportamento x desenho da figura humana......................................... p.187
8.5.7 Comportamento x desempenho esportivo................................................ p.1888.5.8 Tempo de atuao profissional x desempenho esportivo........................ p.188
8.5.9 Forma de comportamento x faixa etria .................................................. p.188
8.5.10 Coeso de grupo x liderana.................................................................. p.189
8.5.11 Coeso x homogeneidade de respostas................................................ p.189
8.6 Perfil geral da equipe................................................................................ p.190
8.6.1 Perfil scio-fisiolgico-antropomtrico...................................................... p.190
8.6.2 Perfil psicolgico....................................................................................... p.192
8.6.2.1 Qualidades e potencialidades................................................................ p.192
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8.6.2.2 Dificuldades e fragilidades..................................................................... p.192
8.7 Aplicabilidade da Psicologia Somtica como Instrumento de
Interveno no Esporte de Alto Rendimento.......................................... p.193
8.7.1 Sustentao terica da aplicabilidade da psicologia somtica................. p.193
8.7.2 Instrumentos de psicologia somtica para intervenes focadas no
esporte de alto rendimento....................................................................... p.197
8.7.2.1 Diagnstico............................................................................................ p.197
8.7.2.2 Imagem ou esquema corporal e auto-estima........................................ p.197
8.7.2.3 Dinmica de grupo................................................................................. p.197
8.7.2.4 Motivao, ativao e relaxamento....................................................... p.197
8.7.2.5 Ateno e concentrao........................................................................ p.1988.7.2.6 Movimento............................................................................................. p.198
8.7.2.7 Postura e refinamento do movimento.................................................... p.198
8.7.2.8 Estresse e controle emocional............................................................... p.198
8.7.2.9 Mentalizao e recuperao de leses................................................. p.198
8.7.2.10 Desenvolvimento pessoal e da carreira esportiva............................... p.199
9 CONCLUSES E SUGESTES PARA FUTUROS
TRABALHOS................................................................................ p.2009.1 Concluses................................................................................................. p.200
9.2 Sugestes para futuros trabalhos............................................................ p.203
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................ p.204
ANEXO A Protocolo de Caracterizao Geral........................................ p.222
ANEXO B Inventrio de Atribuio de Qualidades................................. p.223
ANEXO C Inventrio de Motivao Esportiva......................................... p.224
ANEXO D Inventrio de Desempenho Esportivo.................................... p.225
ANEXO E Inventrio de Satisfao com a Imagem Corporal................ p.226
ANEXO F Levantamento Sociomtrico.................................................... p.227
ANEXO G Tipologia de Estresse.............................................................. p.228
ANEXO H Inventrio Comportamental..................................................... p.229
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Lista de figuras
Figura 1 : Fatores que Influenciam o Desempenho em uma Competio........ p.27
Figura 2 : Modelo simplificado dos Componentes do Desempenho Esportivo. p.29
Figura 3 : Hierarquia dos Componentes do Treinamento Esportivo................. p.31
Figura 4 : Aptido fsica Relacionada Sade................................................. p.45
Figura 5 : Modelo de Performance de Drexler & Sibbets................................. p.56
Figura 6 : Modelo de Sinergia........................................................................... p.57
Figura 7 : Modelos de Forma de Treinamento Psicolgico no Esporte............ p.69
Figura 8 : Modelo de Motivao Interacional Indivduo Situao.................. p.88
Figura 9 : Interao das Abordagens em Biossntese ..................................... p.108
Figura 10 : Desenvolvimento e Relao das Trs Camadas Embrionrias..... p.111
Figura 11: Integrao entre Pensamento, Sentimento e Emoo................... p.112
Figura 12 : Integrao das Estruturas Corporais............................................. p.122
Figura 13 : Atribuio de Qualidades............................................................... p.167
Figura 14 : Motivao Esportiva....................................................................... p.170
Figura 15 : Desempenho Esportivo.................................................................. p.173
Figura 16 : Satisfao com a Imagem Corporal............................................... p.176
Figura 17 : Relao entre Preferncias e Rejeies........................................ p.178
Figura 18 : Classificao Sociomtrica da Equipe............................................ p.179
Figura 19 : Tipologia do Estresse.................................................................... p.183
Figura 20 : Perfil Scio-Fisiolgico-Antropomtrico.......................................... p.191
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Lista de quadros
Quadro 1 : Atividades de Treinamento Total Distribudas entre os Membros
da Comisso Tcnica....................................................................... p.33
Quadro 2 : Planejamento de Periodizao para o Voleibol............................... p.37
Quadro 3 : Definies sobre Psicologia do Esporte.......................................... p.61
Quadro 4 : Manifestaes Fisiolgicas do Estresse.......................................... p.78
Quadro 5 : Manifestaes Psicolgicas do Estresse......................................... p.79
Quadro 6 : Cortes Epistemolgicos nas Concepes de Freud e Reich........... p.92
Quadro 7 : Cortes Epistemolgicos nas Concepes de Freud, Reich e
Boadella...........................................................................................
p.106
Quadro 8 : Ciclo de Amadurecimento, Direitos Primrios e Comparao entre
as Concepes de Carter de Lowen e Lake.................................. p.114
Quadro 9 : Capacidades Fsicas........................................................................ p.133
Quadro 10:Esquema Sinptico da Gnese da Imagem do Corpo..................... p.143
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Lista de tabelas
Tabela 1: Distribuio por Faixa Etria.............................................................. p.155
Tabela 2 : Distribuio por Escolaridade........................................................... p.155
Tabela 3 : Distribuio por Idade de Iniciao no Voleibol................................ p.156
Tabela 4 : Distribuio por Tempo de Atuao Profissional.............................. p.157
Tabela 5 : Distribuio por Estado Civil............................................................. p.158
Tabela 6 : Distribuio por Origem.................................................................... p.159
Tabela 7 : Distribuio por Estatura................................................................... p.160
Tabela 8 : Distribuio por Massa Corporal....................................................... p.161
Tabela 9 : Distribuio Percentual de Gordura Estimado.................................. p.162
Tabela 10 : Freqncia Cardaca....................................................................... p.163
Tabela 11 : Freqncia Respiratria.................................................................. p.164
Tabela 12 : Atribuio de Qualidades................................................................ p.166
Tabela 13 : Motivao Esportiva........................................................................ p.169
Tabela 14 : Desempenho Esportivo................................................................... p.172
Tabela 15 : Satisfao com a Imagem Corporal................................................ p.175
Tabela 16 : Classificao Sociomtrica da Equipe............................................ p.178
Tabela 17 : Desenho da Figura Humana........................................................... p.181
Tabela 18 : Desenho da Equipe......................................................................... p.182
Tabela 19 : Forma de Comportamento.............................................................. p.184
Tabela 20 : Perfil Scio-Fisiolgico-Antropomtrico.......................................... p.190
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I
INTRODUO
1.1 Justificativa
O esporte e sua magnitude na atualidade suscitam a necessidade de estudos
amplos e pluridisciplinares. Dentro desse vasto espectro, esto includos osaspectos psicolgicos, que necessitam ser instrumentalizados e aplicados
adequadamente. No basta a literatura afirmar a importncia e necessidade da
preparao psicolgica, uma vez que esta precisa ocupar seu espao para poder
estar inserida dentro das comisses tcnicas das vrias modalidades esportivas
para poder comprovar sua eficcia atravs de intervenes pertinentes.
Na interveno psicolgica, muitos aspectos do esporte devem ser considerados,
desde a cultura especfica de cada modalidade at as macro influncias scio-
culturais imersas nestas atividades. De acordo com SIMES, KNIJINIK & MACEDO
(2000), o esporte um fenmeno cuja dimenso social se mescla com os valores
culturais das diferentes sociedades.
Outro aspecto a ser analisado cuidadosamente a transformao que o esporte
sofreu e vem sofrendo na medida que foi se tornando espetculo, produto de
consumo e um grande mercado para investimentos e lucros. Estes aspectos acabam
se refletindo amplamente e chegando at o atleta, criando novos papis e imagens
acompanhadas das exigncias psico-scio-fisiolgicas proporcionais a tal
gigantismo. Dar conta destes aspectos e do equilbrio do ser humano postado em
cada atleta faz parte dos atributos da psicologia do esporte.
Neste caminho, Casal (apud SANTOS & SHIGUNOV, 2000), entende que as
repercusses emocionais frente a situaes competitivas geram respostas cognitivo-
somticas. Partindo desta mesma concepo e observao junto ao esporte de alto
nvel, surgiu a proposta da presente pesquisa de eleger uma linha psicolgica que
integrasse estes trs aspectos: emocional, somtico e cognitivo. Esta linha a da
psicologia de base somtica.
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1.2 Problema de Pesquisa
A psicologia de base somtica tem estruturao adequada para:
a) ser utilizada como instrumental de interveno junto ao esporte de alto
rendimento?
b) integrar as linhas psicolgicas que sustentam a psicologia do esporte?
A hiptese levantada no presente estudo a de que a psicologia somtica pela
forma de abordagem integrando o aspecto fsico, cognitivo e emocional pode ser um
suporte adequado para intervenes no esporte de alto nvel. A conseqncia direta
a possibilidade de ocupar espao entre as linhas tericas da psicologia das quais
se utiliza a psicologia do esporte.
1.3 Objetivos
Geral
O estudo tem como objetivo geral descobrir a validade ou no da aplicabilidade
da psicologia somtica como instrumento de interveno no esporte de alto nvel a
partir de possveis demandas evidenciadas atravs da elaborao do perfil geral de
uma equipe de vlei profissional.
Especficos
- Entender a dinmica funcional do time de voleibol profissional feminino do
Paran Vlei Rexona.
- Selecionar instrumentos de leitura diagnstica que possam fornecer medidas
de carter psico-fisiolgico que reflitam a mdia representativa do grupo.
- Estabelecer as correlaes possveis entre os dados obtidos pelos
instrumentos a serem utilizados.
- Estabelecer um perfil geral da equipe.
- Confrontar os fundamentos terico-metodolgicos e estabelecer pontes entre a
Psicologia Somtica, o Esporte de Alto Nvel, o Voleibol, a Motricidade, o
Esquema ou Imagem Corporal, a Psicologia do Esporte e as demandas da
equipe.
- Sugerir instrumentos especficos de interveno para a equipe estudada a
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partir de quatro abordagens de Psicologia Somtica: a Orgonoterapia, a
Anlise Bioenergtica, a Psicoterapia Somtica Biossntese e a Integrao
Estrutural Mtodo Rolf (Rolfing).
- Estender as sugestes de instrumentalizao para interveno aos tpicos mais
abordados em Psicologia do Esporte.
1.4 Importncia do Trabalho
O norteador deste trabalho foi o princpio bsico da ergonomia que segundo
GRANDJEAN (1998) o de adaptao das condies e meios de trabalho s
capacidades e realidades do ser humano. O esporte de alto rendimento terreno
frtil para esta preocupao, uma vez que as condies de trabalho so extremas e
uma vez que sempre se trabalha nas fronteiras do limite humano. Os atletas so
submetidos continuamente a altas cargas de presso fsica e psquica. No vlei
profissional feminino acrescentam-se alguns agravantes como a profissionalizao
precoce, viagens constantes, a dificuldade para estudar e para manter
relacionamentos familiares e afetivos estreitos, e o equacionamento da condio de
mulher e de atleta.O atleta de alto nvel, imerso nos paradigmas competitivos, no utiliza o esporte
como meio especfico de melhorar a sade, mas se torna um profissional do esporte
sujeito a todas as demandas que profissionais altamente exigidos de qualquer outra
rea de atuao apresentam. Estas demandas podem passar por estresse e
ansiedade, desenvolvimento de leses por esforo repetitivo tpicas das exigncias
motoras da modalidade esportiva, leses por estresse, fadiga, etc. O esporte
competitivo de alto nvel necessita de uma avaliao dentro de um enfoque distinto,bem diferenciado do esporte voltado a finalidades educativas, de lazer e de sade.
O atleta profissional, por sua vez, fruto da expanso emergente do esporte
competitivo precisa de um suporte no s da psicologia do esporte, mas tambm da
ergonomia, quando faz a passagem de atleta amador para atleta profissional.
O corpo do atleta de alto nvel acaba sendo usado, em grande parte, de forma
mecnica e o prazer de jogar muitas vezes substitudo pela necessidade de
resultados impostos pela torcida, pelo calendrio competitivo, pela mdia, pelo clube
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e pelos patrocinadores. Para sobreviver a este quadro de exigncias o atleta
necessita de uma grande dose de esforo e sacrifcio.
Visando minimizar este quadro existente no alto nvel, que muitas vezes
reforado por trabalhos psicolgicos com enfoque mecanicista e dirigidos
especificamente melhora da performance, buscou-se estudar alternativas
psicolgicas mais adequadas ao quadro descrito.
O presente trabalho tem sua justificativa expressa na necessidade de uma
instrumentalizao adequada de interveno no esporte de alto nvel, que possa
servir de interface segura entre o atleta e sua modalidade esportiva.
Esta justificativa tem eco nas concluses do estudo de reviso de SANTOS &
SHIGUNOV (2000), de que no Brasil a preparao psicolgica ainda encontra-se emestado incipiente e continuam denunciando a necessidade de instrumentalizao
adequada, pois a produo cientfica brasileira na rea, ainda carente. Os autores
destacam tambm que as publicaes esto restritas a diagnsticos, mas no a
resoluo de problemas e finalizam afirmando que os trabalhos terminam, onde
deveriam comear.
Dentre as vrias abordagens psicolgicas, a Psicologia Somtica parece ter
caractersticas prximas desta interface e, por ter uma viso sistmica, estarenvolvida na humanizao do atendimento, na busca do entendimento da pessoa e
no do sintoma. A Psicologia Somtica d conta ainda de uma abordagem que
contempla os aspectos fsico, cognitivo e emocional.
Outro fato de relevncia e que justifica este estudo a falta de referncia
especfica deste tema na literatura e a necessidade de este ser investigado.
1.5 Estrutura do Trabalho
Esta dissertao foi formulada em oito captulos, com a seguinte disposio e
contedo:
O Captulo I composto de uma viso geral do trabalho, em que esto situadas a
justificativa, os objetivos, a importncia e as limitaes do estudo.
A reviso de literatura desta dissertao ocupa os Captulos de II a VI. No
captulo II o tema abordado o esporte, quando so vistos os princpios dotreinamento desportivo, o esporte de alto nvel e as especificidades da mulher no
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esporte. Finalizando este captulo apresentado um subitem a respeito de atividade
fsica e sade abordando os efeitos da atividade fsica sobre a psique e o sistema
orgnico.
O Captulo III trata do voleibol e suas caractersticas especficas enquanto
atividade desportiva.
No Captulo IV o tema a psicologia do esporte, que inicia pela abordagem
histrica, abrangncia e ainda pelos princpios, definies, cincias do esporte,
formas de atuao, linhas e orientaes, e aplicabilidades. Tambm so abordados
alguns dos principais temas pesquisados em psicologia do esporte como o
estabelecimento do perfil dos atletas, funcionamento de grupo, estresse,
supertreinamento, burnout, e a motivao.O Captulo V apresenta a Psicologia Somtica, seu desenvolvimento e seus
princpios. Traz tambm a apresentao. Neste captulo tambm se faz um
comparativo entre quatro abordagens especficas, atravs de um breve histrico do
seu autor e as influncias que sofreu. Na continuao discorre-se sobre a
fundamentao terica bsica e formas de interveno. As abordagens so tratadas
na seguinte ordem: Orgonomia, Anlise Bioenergtica, Psicoterapia Somtica
Biossntese e Integrao Estrutural Mtodo Rolf.No captulo VI so estudados a imagem ou esquema corporal e a motricidade
humana. A abordagem da imagem corporal feita a partir da estruturao do seu
conceito, sua gnese, a relao do desenho da figura humana e o esquema
corporal. Na motricidade humana abordada a relao entre tnus e psiquismo,
ao, comportamento e controle motor, ao e aprendizagem motora e
psicomotricidade.
O Captulo VII traz a descrio da metodologia e os procedimentos queorientaram o presente trabalho.
No Captulo VIII esto apresentados os resultados obtidos e uma breve
discusso sobre cada um. Na seqncia so feitas as correlaes e a discusso
pertinente, posteriormente apresentado um perfil do grupo completado com a
articulao sobre a aplicabilidade da psicologia somtica na equipe estudada e nas
principais demandas estudadas pela psicologia do esporte.
O Captulo IX apresenta as concluses desta dissertao e sugere futuros
trabalhos.
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1.6 Limitaes do Trabalho
Esta pesquisa teve como primeira limitao a falta de referncias especficas
sobre o objeto de estudo na literatura, o que acarretou uma necessidade de estudos
correlatos e complementares para poder-se delimitar a temtica em foco.
De acordo com esta limitao, imposta pelo estado da arte, optou-se por uma
proposta de investigao e no de interveno.
O universo de estudo foi restrito ao esporte de alto nvel e a uma modalidade
esportiva que o voleibol feminino imerso em uma cultura prpria e com muitas
particularidades especficas, como pode ser visto mais detalhadamente no captulo
III.
A proposta de interveno ficou restrita Psicologia Somtica e do seu repertrio
foram selecionadas quatro abordagens. Trs destas abordagens tem um
encadeamento cronolgico e conceitual que so respectivamente a Orgonoterapia
ou Orgonomia, a Anlise Bioenergtica e a Psicologia Somtica Biossntese. Dentre
elas, a abordagem mais recente e atualizada a Biossntese. A quarta abordagem
estudada foi a Integrao estrutural Mtodo Rolf, por estar ligada diretamente aos
aspectos posturais e com o refinamento da motricidade.
1.7 Definio de Termos
Anlise do carter: sistematizao da tcnica de interpretar as expresses do
carter ou atitudes tpicas.
Auto-regulao: capacidade do ser humano para construir a vida sustentada na
autonomia, na liberdade e na promoo da sade.Ansiedade: percepo emocional do organismo quando limitado por uma
contrao oposta expanso. Sensao desagradvel de opresso ou preocupao
vaga e informe.
Bioenergia: energia do organismo vivo que o prov da capacidade de funcionar.
Bonhome bizarro: desenho infantil que atravs de crculos busca reproduzir um
ser humano
Burnout : sndrome de esgotamento e exausto.
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Centring: tcnica usada na Biossntese que se baseia no restabelecimento do
ritmo do fluxo de energia metablica e do equilbrio entre as duas metades do
sistema nervoso vegetativo.
Cognio: todo processo em que o ser vivo obtm conhecimento de um objeto ou
toma conscincia do seu ambiente. So processos de cognio: percepo,
descoberta, reconhecimento, imaginao, juzo, memria, aprendizagem,
pensamento, e tambm a linguagem.
Couraa: soma total das atitudes musculares (espasmos musculares crnicos)
que a pessoa desenvolve como defesa contra a avalanche de emoes e de
sensaes vegetativas, especialmente da ansiedade, da raiva e da excitao sexual.
funcionalmente idntica armadura do carter.Economia sexual: regulao da energia sexual do indivduo. Segundo Reich os
fatores envolvidos nesta regulao so de natureza psquica, social e biolgica.
Ego motor: parte do ego que coordena os movimentos transformando-os em
aes efetivas.
Ego sensor ou sensorial: parte do ego que d sentido percepo e organiza um
mapa mental do mundo.
Energia orgone: energia csmica primordial, presente universalmente;demonstrada visvel, trmica, eletroscopicamente e pelo contador Geiger-Muller. a
energia biolgica dos seres vivos.
Facing: trabalho utilizado na Biossntese que feito atravs do contato visual e
vocal, e da integrao entre sentimento, linguagem e percepo.
Garatujas: rabiscos infantis
Grounding: conceito utilizado na Bioenergtica e na Biossntese e baseia-se no
estabelecimento de uma boa relao entre os movimentos voluntrios, semi-voluntrios e involuntrios, e na recriao de um tnus muscular apropriado.
Id: reservatrio dos sentimentos primitivos, corresponde carga de energia
emocional que est associada aos sistemas orgnicos profundos do endoderma.
Libido: energia sexual. Energia no organismo que, depois de um certo nvel,
vivenciada como excitao sexual.
Parassimptico: parte do sistema nervoso vegetativo que nos prepara para
desistir de lutar ou fugir e est associado emoes contrastantes: um relaxamento
sadio e agradvel e um abandono na tristeza e no pesar.
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Potncia orgstica: capacidade de total abandono s contraes involuntrias do
corpo e descarga completa da excitao sexual.
Reflexo orgstico: contrao e expanso involuntrias e totais do organismo por
inteiro, verificadas quando este se encontra em repouso e o fluxo livre da energia
no est bloqueado.
Simptico: parte do sistema nervoso autnomo que nos prepara para situaes
de luta ou fuga e est associado s sensaes de raiva e medo.
Vegetoterapia caractero-analtica: conceito desenvolvido por Wilhelm Reich que
relaciona dialeticamente a unidade somato-psquica do sujeito, o momento
teraputico do paciente, a preveno e a recuperao das psicopatologias, e o
contexto espao-temporal da relao social do homem com o mundo em que vive.Volitivo: relativo vontade.
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II
ESPORTE
O esporte em geral subdividido como escolar, participativo e de alto nvel. Os
dois primeiros esto mais voltados educao, ao lazer e sade, j o terceiro visa
o desempenho.
A hiperexposio mundial do esporte, mais acentuadamente o de alto nvel na
mdia impressa, eletrnica e digital e os grandes investimentos na rea levaram os
esportes competitivos a um campo de evidncia muito grande. Suas influncias no
campo scio-cultural tambm so claramente visveis. Devido dimenso que
ocupa, um fenmeno que necessita de estudo interdisciplinar cuidadoso para
poder ser bem administrado e compreendido.
Lima (apudMACHADO, 1997, p.23), postula a universalizao do esporte como
fenmeno social caracterizante de todas as sociedades do nosso tempo. O que
sem dvida bem visvel e maximizado pelo marketinge pela mdia.
Cruz (apud BECKER & SAMULSKI, 1998), reafirma esta idia apontando o
esporte como um dos fenmenos scio-culturais mais importantes do sculo XX.
SINGER (1977), entende que quase todas as pessoas, como atores ou
espectadores, encontram-se envolvidos com o esporte. Entende ainda que a
quantidade de programas e artigos esportivos na mdia em geral, os ndices de
audincia e as finanas est diretamente ligado magnitude que os esportes
atingiram na sociedade.
SIMES, KINIJNIK & MACEDO (2000), analisando o esporte na atualidade,
observam que este nunca disps de tantos recursos cientficos e tecnolgicos para
poder ser reconhecido como uma das grandes organizaes financeiro-institucionais
como agora. Como conseqncia disto, enfatizam que o objetivo do esporte est
cada vez mais na direo de um crescente processo mercantilista que envolve a
produtividade esportiva.
Para ratificar estas afirmaes, basta observar os investimentos destinados scompeties olmpicas e s copas mundiais de futebol nos ltimos dez anos. Tais
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eventos passaram de meros espetculos desportivos a mega produes e a
movimentar mega investimentos. O fator globalizao tambm foi determinante, pois
em tempo real todo o planeta assiste mesma competio e esta sofre tambm o
impacto do marketing das marcas de produtos vinculados aos eventos.
2.1 Treinamento Esportivo
O treinamento esportivo a soma dos meios para se otimizar o desempenho
esportivo. Est envolvido pela interdisciplinaridade, pela pesquisa e tanto pelo
conhecimento cientfico-acadmico quanto pelo pragmtico desenvolvidos dentro
das cincias do esporte e tambm em reas correlatas.
Samulski (apud BENDA & ENNES, 2000), tem uma viso sistmica do
treinamento e o situa como uma abordagem completa do comportamento humano.
Entende ainda que seu objetivo o desenvolvimento sistemtico das habilidades e
capacidades para o rendimento esportivo.
Este pensamento endossado por Martin (apudWEINECK, 1999), para quem o
treinamento um processo que favorece alteraes positivas dos estados fsico,
motor, cognitivo e afetivo.Segundo BARBANTI (1990), que leva em conta o esporte de alto nvel, fala-se
em treinamento no sentido de preparar o atleta para nveis elevados de
performance, da o termo treinamento esportivo, que seria basicamente a
preparao tcnica, ttica, psicolgica e intelectual do indivduo por meio de
exerccios fsicos.
MATVIEV (1986) inclui o campo pedaggico a esse raciocnio entendendo que
o treinamento esportivo a preparao sistemtica organizada por meio deexerccios que de fato constituem um processo pedagogicamente estruturado de
conduo do desenvolvimento do atleta.
O fator planejamento acrescentado por DANTAS (1985), entendendo que o
treinamento esportivo o conjunto de procedimentos e meios para se conduzir um
atleta sua plenitude fsica, tcnica e psicolgica dentro de um planejamento
racional, visando executar uma performance mxima num tempo determinado.
Unindo os fatores pedaggicos, de planejamento e de rendimento Carl (apudWEINECK, 1999), entende o treinamento esportivo como o processo ativo,
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complexo, regular, planificado e orientado para a melhoria do aproveitamento e do
desempenho esportivos.
A forma de treinamento leva a formulaes e propostas diferenciadas em como
se obter a excelncia na performance atravs de propostas diversificadas.
Para MATVIEV (1986) as principais leis e conseqentes proposies para o
treinamento desportivo so:
1. a orientao para a mxima realizao, para a especializao intensa e para
a individualizao;
2. a unidade entre a preparao geral e a especial do atleta;
3. a continuidade do processo de treinamento;
4. a interdependncia da graduao e da tendncia para as cargas mximas;5. o carter ondulatrio da dinmica das cargas;
6. o carter cclico do processo de treinamento.
A testagem da eficincia dos mapeamentos posta prova nas competies,
nas quais so levadas a termo as propostas de preparao em suas mltiplas
facetas.
WEINECK (1999) entende que as competies esportivas servem para o
desenvolvimento e a mensurao do estado de treinamento e tambm paradesenvolver e estabilizar o desempenho. O autor seleciona alguns fatores que
considera influrem significativamente no desempenho competitivo: psiquismo,
sade, condicionamento, alimentao e ttica.
Figura 1: Fatores que Influenciam o Desempenho em Uma CompetioFonte: adaptado de Weineck (1999)
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individual s poder ser obtido atravs do desenvolvimento harmnico de todos os
fatores determinantes do desempenho expostos na figura 2.
Figura 2: Modelo Simplificado dos Componentes do Desempenho Esportivo
Fonte: adaptado de Weineck, 1999
DANTAS (1985), fazendo uma reflexo sobre a evoluo do esporte entende que
foram os princpios do treinamento total e da periodizao do treinamento os
responsveis pela revoluo que ocorreu no esporte nos ltimos 20 anos.
No treinamento total, o atleta visto sistmica e biopsicossocialmente, o que
gera a necessidade, para o seu treinamento, de uma equipe multidisciplinar.
Somando-se isso ao treinamento total, necessria uma perfeita organizao do
tempo disponvel para treinamento, atravs do estabelecimento de objetivos que
devem ser alcanados a curto, a mdio e a longo prazo.
2.3 Treinamento Desportivo de Alto Rendimento
O treinamento esportivo no alto rendimento visa a excelncia no desempenho e a
superao de limites. Para este fim necessita de estruturao multifacetada que
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contemple plenamente as necessidades da modalidade especfica e tambm do
atleta. Neste treinamento, a exigncia do praticante vai aos extremos e a superao
sempre a palavra de ordem.
RBIO (1997), numa viso crtica, situa o esporte de alto rendimento na
atualidade como a instituio que movimenta as maiores somas de dinheiro do
planeta, que transforma o lazer em trabalho alienante, que submete o corpo do
atleta a um uso contnuo, resultando em inmeras contuses e na interrupo
prematura de grandes talentos.
O sistema de preparao de um atleta de alto nvel compreende trs
componentes no enfoque de VOZNIAK (1997):
- o sistema de competies;- o sistema de treinamento;
- o sistema de fatores que incidem sobre os dois primeiros.
A preparao psicolgica desponta no alto nvel como uma necessidade
premente, pois os atletas trabalham sob presso crescente e continuada. Saber
administr-la uma questo de sobrevivncia e de resultados.
De acordo com Jones & Hardy (apud DE ROSE JR, 1997), o esporte de
rendimento no simplesmente o produto de fatores fisiolgicos e biomecnicos,mas tambm de aspectos psicolgicos que tm papel fundamental no desempenho.
No esporte de alto nvel, a performance do atleta determinada,
aproximadamente, em 70% pelo fator psquico. Isso que leva a inferir que o
rendimento vai depender diretamente de um trabalho interdisciplinar. Puni, Tutko &
Richards (apudBRANDO, 1993).
Na concepo de TUBINO (1984), o treinamento desportivo de alta competio
pode ser considerado resumidamente em termos organizacionais como umacomposio de trs preparaes fundamentais (tcnico-ttica, fsica e psicolgica),
sob um controle (mdico, alimentar e de hbito de vida dos atletas) e dentro de uma
adequao de fatores influenciadores e condicionantes que porventura possam vir a
intervir no xito do atleta (material desportivo, clima, etc.).
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Segundo Tubino (apud DANTAS, 1985), existe uma hierarquia dentro dos
componentes do treinamento esportivo, demonstrada na figura que segue:
Figura 3: Hierarquia dos Componentes do Desempenho Esportivo
Fonte: Dantas (1985)
Para DANTAS (1985), o treinamento desportivo passa a ser um conjunto de
atividades bastante complexo, compreendendo:
- atividades de medicina preventiva;
- desenvolvimento da capacidade cardiopulmonar;
- desenvolvimento da capacidade neuromuscular;
- aquisio de tcnica;
- apreenso da ttica;
- mobilizao das foras psquicas;
- atividades de medicina desportiva;
- interveno social;
- treinamento invisvel (ou preparao complementar) alimentao, hbitos de
vida e recuperao.Conforme WEINECK (1999) o treinamento de alto desempenho tem os seguintes
objetivos:
1. introduo ao alto desempenho individual;
2. mximo aumento possvel da intensidade e do volume do treinamento;
3. especificao adicional dos mtodos e programas de treinamento;
4. aperfeioamento, estabilizao e variabilidade da tcnica esportiva;
Preparao Psicolgica
Preparao Ttica
Preparao Tcnica
Preparao Fsica
Preparao Mdica(manuteno dascondies de sade)
Aumentaonmero
deParticipantes
Aumentam
asexigncias
daPerformance
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5. aprimoramento e manuteno da capacidade de desempenho esportivo por
um perodo mximo de tempo possvel (prolongamento da fase de alto
desempenho).
2.3.1 Comisso tcnica
Dentro da concepo interdisciplinar na preparao do atleta as pessoas ligadas
a este processo necessitam de integrao e coordenao para somar esforos
sintonizadamente em uma mesma direo.
Segundo TUBINO (1984), a denominao de comisso tcnica refere-se ao
grupo de pessoas reunidas num processo de treinamento, que trazem
especializaes nas diferentes reas da preparao.
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Quadro 1: Atividades de Treinamento Total Distribudas entre os Membros da
Comisso Tcnica
FUNO ATIVIDADE RESPONSVELPreparao Fsica Preparao neuromuscular.
Preparao orgnica (cardiovascularpulmonar).Periodizao do treinamento.
Preparador Fsico
PreparaoTcnico-Ttica
Preparao tcnica.Preparao ttica.Controle direto dos atletas.
Tcnico
PreparaoMdica
Planejamento e fiscalizao da alimentao.Profilaxia e recuperao de doenas e leses.Preveno de acidentes atravs da inspeo delocais e material de treinamento.Realizao de testes, exames e controles.
Preveno da aplicao das cargas de trabalhoexcessivas.Outras atividades da medicina desportiva.
Mdico
PreparaoPsicolgica
Psicodiagnstico.Socializao dos atletas.Abordagens psicolgicas individuais.Regulagem e controle do stress e tensespsicolgicas.Correo de desvios ou deturpaes decomportamento.Orientao da comisso tcnica quanto ao modode agir de cada atleta.
Psiclogo
Preparao
Complementar
Providncia e gerenciamento de alojamento,
materiais e locais de treinamento, transporte,vesturio e concentrao.Confeco e atualizao da caderneta detreinamento de cada atleta.Providncia de atividades para as horas de lazer.Providncia das solicitaes da comisso tcnica.Verificao do correto cumprimento do quadro detrabalho semanal e do planejamento de trabalhodirio.Superviso das atividades dos auxiliares tcnicos.
Supervisor
Fonte: Dantas (1985)
Para SANTOS & SHIGUNOV (2000) uma comisso tcnica composta por
diversos profissionais, com a inteno de proporcionar o suporte ideal na preparao
do atleta.
medida que os meios cientficos e tecnolgicos evoluem, e as exigncias de
desempenho aumentam, tambm havendo alterao na concepo e na
composio da comisso tcnica.
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realizada dentro de blocos de treinamento. Nestes blocos so planejadas as
composies de cada ano, ms, semana, dia e sesso de treinamento. Analisando
os blocos ou fases tem-se:
- macrociclo (ano de treinamento);
- mesociclo (grupo de meses ou ms de treinamento);
- microciclo (semana de treinamento);
- sesso de treinamento (treino);
Para ZAKHAROV (1992), na estrutura de preparao do atleta, convm destacar
cinco nveis de organizao:
1. sesso de treino;
2. microciclo;3. mesociclo;
4. macrociclo;
5. preparao de longo prazo.
Observa-se que da mesma maneira que a composio da comisso tcnica foi se
alterando com o crescimento das exigncias, aumentaram tambm no treinamento
desportivo as variedades da sua organizao. Isso fica claramente exposto na
proposta de etapas e formas de organizao do treinamento desportivo formuladaspor GOMES & TEIXEIRA (1997):
- sesso de treino;
- unidade de treino;
- microciclo de treino;
- mesociclo de treino;
- macrociclo de treino;
- ciclo olmpico de treino;- treinamento de muitos anos.
Segundo TUBINO (1984), chama-se periodizao de um treinamento de alto
rendimento sua diviso em etapas, as quais tero como propsito:
1. estabelecer um prognstico com base na constatao das possibilidades de
performance dos atletas;
2. canalizar o treinamento para que os atletas cheguem a uma condio, que
servir de suporte para uma forma desportiva tima;
3. preparar os atletas para que possam atingir a forma desportiva desejvel numa
determinada poca, a qual dever corresponder poca da performance;
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4. prosseguir nos estmulos de treinamento para que os atletas se apresentem
durante as performances com a forma alcanada;
5. orientar a reduo de estmulos de treinamento em pocas determinadas, para
que haja uma recuperao fsica e psicolgica.
Sero expostos na seqncia, dois planejamentos de treinamento, um resumido,
voltado ginstica aerbica e enfocando o aspecto temporal, e outro de vlei,
especificando e detalhando as atividades de cada fase. Como j mencionado, a
periodizao e o planejamento so fatores diferenciais expressivos na preparao
desportiva de alto-rendimento.
GOMES & MOREIRA (1997) descrevem a periodizao do treinamento de um
grupo de Ginstica Aerbica Esportiva que contou com 26 semanas de preparao:1. etapa de incorporao (4 semanas);
2. etapa bsica geral de desenvolvimento (8 semanas);
3. etapa bsica especial de desenvolvimento (7 semanas);
4. etapa pr-competitiva (6 semanas);
5. etapa de competio (2 dias).
HERNANDES JR. (2000) descreve dentro de sua concepo e atendendo s
demandas especficas da modalidade, um planejamento de periodizao para otreinamento de voleibol:
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Quadro 2: Planejamento de Periodizao Para o Voleibol
Fases/Mesociclos Contedo/Objetivos
PreparaoBsica
* Aumento da Fora Mxima e da massa muscular atravs damusculao e diminuio do percentual de gordura.* Condicionamento Global, especialmente as capacidades em que seencontrem maiores deficincias.* Treinamento da Potncia Aerbica atravs de treinamento intervalo(Ex.: tiros de 1000 a 1500m, perfazendo um total mximo de 5 a 9 kmde volume por sesso).* Utilizao de exerccios aerbicos de durao contnua. (Ex.:Corridas com durao entre 15 a 30 minutos, o que equivale aaproximadamente 3 a 5 Km).* Incio do desenvolvimento da resistncia anaerbica atravs deexerccios de durao entre 50 segundos e 3 minutos comintensidades mximas, dentro das previstas para o perodo. (Ex.: tiros
de 600 a 800 , perfazendo um total mximo de 3 a 6 km de volumepor sesso).* Incio do trabalho com pliometria em baixa intensidade.* Treinamento Tcnico dos aspectos em que o atleta apresentadeficincias.*Utilizao de coletivos para a observao das caractersticas tticasda equipe.
PreparaoPr-competitiva
* Incio do treinamento da Fora Rpida em musculao e da Forade Potncia atravs de exerccios com medicine-ball, priorizando asmusculaturas dos membros inferiores e cintura escapular.* Incremento do treinamento da resistncia anaerbica, iniciandoexerccios em que, estejam envolvidos gestos tcnicos damodalidade em vez de utilizao de exerccios de corrida.
* Aumento da intensidade do trabalho pliomtrico, buscando a fusoda fora de potncia desenvolvidas nos movimentos de musculaopara movimentos especficos da modalidade.* Aprimoramento da potncia aerbica.* Aumento do volume dos treinos tcnicos e tticos, e incio dotreinamento psicolgico, visando ao aprimoramento do esprito deequipe.
PreparaoCompetitiva
* Busca do mximo desempenho da fora rpida e da fora depotncia atravs de treinos com movimentos tcnicos especficos damodalidade.
* Utilizao de treinos em que se combinem movimentosexplosivos de musculao (fora rpida) com pliomtricos (fora
de potncia) - treinamentos complexos, sendo estes pliomtricosadaptados s situaes reais de desempenho.* nfase no treinamento da resistncia anaerbica atingindo omximo de intensidade e simulando os possveis tempos de aointervalo das situaes de competio.* Treinamento para manuteno da potncia aerbica obtida nasfases anteriores.* Aumento no volume das preparaes tcnicas e tticas doatleta, visando adaptao s caractersticas da competio.* Ateno especial preparao psicolgica do atleta,preparando-o para o estresse decorrente das situaes de jogo edo calendrio esportivo, alm da integrao mxima do espritode equipe.
Fonte: Hernandes Junior (2000)
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2.4. A Mulher no Esporte
Os diferentes esportes, historicamente, foram concebidos para os homens. Nos
Jogos Olmpicos da Grcia Antiga, por exemplo, no era permitida a participao de
mulheres. As provas esportivas da Antigidade favoreciam as caractersticas fsicas
masculinas (eram necessrios um considervel volume muscular, fora e
velocidade). Esse caminho tambm se manteve na reinstaurao do ideal olmpico.
O Baro Pierre de Coubertin (fundador dos Jogos Olmpicos modernos) era contra a
participao feminina nas competies olmpicas por considerar que o esporte
trabalhava caractersticas indesejveis para a mulher. As mulheres iniciaram sua
participao olmpica em 1900, na Frana, com apenas onze representantes.
FRANCO (2000); TAMBURRINI (1999).
No transcorrer do sculo XX, mais acentuadamente aps a dcada de 60, a
mulher conseguiu conquistar um espao de maior significado no esporte
impulsionado, sem dvida, pela maior participao na produo scio econmica,
poltica e cultural. Os avanos conquistados pela mulher, a ampliao de seu papel
e sua representatividade tambm lhe trouxeram um nus, que o equivalente ao
que a mulher atleta tambm experimenta na atualidade.Simes, Knijnik & Macedo (2000, p. 63), situando o esporte inserido na categoria
de sistema dominante enfocam sua exposio como palco que tem levado as
mulheres a aceitar os desafios de competir e encarar de frente as situaes
problemticas como as relaes de gnero, cor, raa e ideologia.
Dessa participao cada vez mais efetiva das mulheres na cena esportiva tem-se
nitidamente a analogia com um do retorno das amazonas. Para Tamburrini (1999,
p.2), as mulheres tm aperfeioado o nvel de suas apresentaes esportivasaproximando-se do nvel tcnico dos atletas masculinos.
O paralelo tambm observvel na vida em geral, onde as mulheres esto se
igualando e superando os homens, intelectual e profissionalmente.
Sobre os conflitos e armadilhas apresentadas pela participao da mulher no
esporte, Knijnik (2001, p. 2) reporta o seguinte:
O esporte para mulheres parece se manter, historicamente, preso a
armadilhas. Nos primrdios do movimento olmpico, s mulheres era vedada
a participao, cabendo-lhes apenas a entrega dos louros aos vencedores.
Com a evoluo feminina na sociedade, a participao da mulher no
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esporte de rendimento na atualidade um fato inexorvel; porm, as
atletas, por estarem envoltas nestes ideais de beleza que percorrem o
imaginrio social, por tentarem se encaixar a todo custo nos padres
exigidos por uma sociedade que insiste em priorizar outros quesitos que no
aqueles indispensveis para o rendimento esportivo, parecem se sacrificar
ao mximo para cumprir com estas exigncias.
Na viso de KNIJNIK (2001) os preconceitos que versavam sobre as limitaes
femininas em praticar diversas modalidades esportivas, migraram atualmente para o
fato de as mulheres serem reconhecidas mais pelos seus dotes fsicos do que pelas
suas proezas atlticas.
KOSAKA (2000), fazendo uma anlise da participao feminina no ambiente
esportivo, a partir de sua experincia pessoal como atleta olmpica, aponta que emrelao a equipes, as masculinas so mais valorizadas. Em relao a valores
econmicos identifica salrios mais baixos e investimentos menores nas equipes
femininas. Como desafios para a mulher ser bem sucedida no esporte aponta que
alm dos adversrios, treinamentos intensos, presses e viagens constantes,
tambm tem que ser administrada a falta de apoio e o reconhecimento de amigos e
familiares. Conclui que o custo para a atleta ser bem sucedida bastante elevado.
KNIJNIK (2001), relatando uma pesquisa realizada com jogadoras de handebol,chama ateno para as contradies e os conflitos encontrados em relao
imagem corporal. De acordo com o autor em um momento as jogadoras desejam
uma imagem corporal forte e atltica, mas em seus sonhos relatam o desejo de um
corpo frgil e socialmente feminino.
O paralelo com a situao da mulher profissional de qualquer outra rea tambm
verdadeiro, pois esto em cena os valores atuais em choque com os da mulher
tradicional.
2.4.1 Diferenas anatmico fisiolgicas
Existem inmeras diferenas antomo-fisiolgico-funcionais entre homens e
mulheres conforme a descrio feita por GHORAYEB, LOPES & BAPTISTA (1999) e
WEINECK (1999), as quais so abaixo sintetizadas:
- Do ponto de vista fisiolgico, existem diferenas entre os sexos. Essasdiferenas manifestam-se com importante papel na capacidade fsica pois,
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tanto o aspecto fisiolgico quanto o aspecto estrutural desfavorecem a mulher
em atividades que tm como exigncia a fora. J para elevar o VO2 mx.
(consumo mximo de oxignio) em ambos os sexos, no h diferena na
necessidade exigida, quanto freqncia, intensidade e durao do
exerccio.
- Comparando o metabolismo basal da mulher ao do homem, a mulher apresenta
um metabolismo basal 10% menor do que o do homem.
- Quanto aos nveis de presso arterial, a sistlica e a diastlica esto entre
5mmHg e 10mmHg mais elevadas no homem (at 18 anos, quando tende a
igualar). Na mulher, a presso sistlica eleva-se ligeiramente no climatrio.
- Na mulher as vias respiratrias (como fossas nasais, traquia e brnquios) so
menores, assim como o pulmo, tanto em peso quanto em tamanho. Em
relao ao esgotamento e aproveitamento perifrico de oxignio, a mulher est
em desvantagem em relao ao homem. Tambm existem diferenas em
relao a depsitos celulares de energia.
- A mulher possui uma absoro mxima de oxignio de 2000 200 ml (absoluto)
e 32 40 ml/Kg (relativo) enquanto que no homem a absoro chega a 3300
200 ml e 40 55 ml/Kg.- Os sistemas cardiovascular e sangneo apresentam algumas diferenas: na
mulher o nmero mdio de hemcias em repouso 10% menor do que no
homem. No grupo etrio de 20 a 30 anos, as mulheres apresentam cerca de
15% menos hemoglobina e 6% menos hemcias por mm3, indicando ento, que
nos homens existe maior capacidade de transporte de oxignio.
- O homem tem maior freqncia cardaca do que a mulher pelo tamanho do seu
corao, que maior. O transporte de 1 litro de oxignio de 9 litros de sangue,nas mulheres, com um contedo mdio de O2 sangneo de 16,7 ml/100ml. Nos
homens a capacidade de 8 litros e o O2 sangneo de 19,2 ml/100ml. Isso
ocorre pela maior concentrao de hemoglobina e maior tamanho do corao.
Em resumo, correspondendo menor massa corporal total e massa muscular,
as medidas de corao e circulao so menores na mulher do que no homem.
O menor tamanho do corao implica maior necessidade de oxignio, alm de
apresentar valores menores de sangue, hemoglobina e eritrcitos que ohomem.
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- No que se refere musculatura, a mulher dispe tanto de forma relativa quanto
de forma absoluta de uma menor massa muscular que o homem. Na puberdade
a parcela de msculos aumenta de 27% para 41,8% nos meninos e para 35,8%
nas meninas. Em relao s fibras musculares, no existem diferenas sexuais
especficas. Em se tratando de fora, dependendo do grupo muscular a fora da
mulher equivale de 54% a 80% fora do homem.
- Na mdia, as mulheres so de 10 a 15 cm mais leves do que os homens. As
mulheres tm formao ssea 25% mais leve do que os homens. O homem
possui extremidades mais longas do que as mulheres, mas o tronco feminino
tem um comprimento relativamente maior. Na mulher o tronco equivale cerca de
38% do comprimento do corpo, enquanto que no homem equivale a 36%. Amulher tem ombros mais estreitos que o homem. Em mdia a largura dos
ombros excedem cerca de 3 cm a largura dos quadris nas mulheres faz diferena
de 15 cm.
- As maiores diferenas de esqueleto entre homens e mulheres aparecem na
regio da bacia ssea. Na mulher esta equivale a 54% do comprimento do
tronco e no homem equivale a 50%.
- A mulher apresenta 1,75 vezes mais gordura do que o homem. A porcentagemdo depsito corporal total equivale na mulher a 28,2% e no homem 18,2%.
- A adaptao da mulher ao calor diferente. A temperatura cutnea
mais alta nas estaes quentes e mais baixas nas estaes frias, por possurem
10% a mais de tecido adiposo, que funciona como isolamento e previne perda
de calor pelos rgos internos. A tolerncia ao calor basicamente menor nas
mulheres e a possibilidade de termorregulao biologicamente menos
acentuada que nos homens.- Em relao perda de gua, devido transpirao, parece que as mulheres
so menos tolerantes que os homens, pois, j num grau menor de desidratao
aparecem sinais de esgotamento.
Segundo Androizola (apud SIMES, KNIJINIK & MACEDO, 2000, p.67), nem
todas as diferenas fisiolgicas entre os sexos esto a favor dos homens e afirma
que as mulheres tendem a ser mais resistentes a certas leses como tendinites ou
distenses musculares, devido s inseres dos msculos e ligamentos no
esqueleto. O autor entende que isto pode facilitar o desempenho feminino em
modalidades que necessitem de mobilidade e flexibilidade.
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2.4.2 Capacidade de desempenho da mulher nas principais formas de
exigncia motora
As principais capacidades de desempenho referem-se coordenao, fora,
mobilidade, resistncia e velocidade. Os comparativos destas capacidades entre os
sexos sero descritos com base na sintetizao das idias apresentadas por
WEINECK (1999) e TUBINO (1984).
- a coordenao semelhante entre homens e mulheres;
- a fora mxima at os 12 anos equivalente para ambos os sexos e no incio
da vida adulta os homens ficam um tero acima das mulheres;
- as mulheres possuem maior capacidade de mobilidade e flexibilidade, pois
seus
msculos e ligamentos so mais elsticos e flexveis;
- a capacidade de resistncia da mulher menor que a do homem, devido a
esta
possuir medidas cardiopulmonares menores;
- a velocidade na mulher inferior do homem devido a sua reduzida taxa de
testosterona
2.4.3 Menstruao e rendimento esportivo
Durante a menstruao (1 dia ao 4 dia), cerca de 70% das mulheres alcanam
um desempenho igual ou melhor no esporte. Em 30% ocorre uma diminuio do
desempenho, mesmo que em propores reduzidas. Considera-se a fase
intermenstrual (12 dia ao 22 dia) uma fase de reduzida capacidade de
desempenho. Na maioria das mulheres o desempenho ideal alcanado na fase
ps-menstrual (23 dia ao 28 dia). Disfunes menstruais, em particular a
amenorria, podem ocorrer em mulheres que se exercitam muito, pela liberao da
prolactina que leva anovulao e ao hipoestrogenismo. O retardo da puberdade
pode acontecer em atletas jovens. Tais dados encontram-se em WEINECK (1999);
LOPES & BAPTISTA (1999)
Esses dados so relevantes e precisam ser levados em conta, pois so variveisque podem interferir diretamente no desempenho. So acentuados tambm por se
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apresentarem como um fenmeno comum e interessante que a sincronizao dos
ciclos menstruais entre mulheres que trabalham juntas. Como exemplo, no time do
Paran Vlei Rexona de 2001-2002, em torno de 60% do grupo tinha o ciclo
menstrual sincronizado.
2.4.4 Gnero e esporte
Segundo GARCIA & LEMOS (2000), gnero o que enfatiza as qualidades
fundamentalmente sociais baseadas nas distines dos sexos. Explica que as
diferenas entre sexos referem-se s diferenas biolgicas entre homens e
mulheres, e gnero refere-se s caractersticas e comportamentos psicolgicos e
sociais associados a homens e mulheres.
Os papis sociais institucionalizados so os geradores de boa parte das
dificuldades e conflitos encontrados na insero social e esportiva da mulher dentro
de uma sociedade que apesar dos avanos ainda se sustenta sobre os pilares do
patriarcado.
Sears (apudGARCIA E LEMOS, 2000) entende socializao como o processo no
qual