projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

62
1 PROJECTO: 0552_ENVELHECIMENTO+ATIVO_1_E Projecto financiado através dos Fundos Estruturais, POCTEP 2007-2013, co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) ATIVIDADE 1. COMITÉ TRANSFRONTEIRIÇO DE ESPECIALISTAS EM PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DA DEPENDÊNCIA BENEFICIÁRIO RESPONSÁVEL: BP. Xunta de Galicia - Consellería de Traballo e Benestar - Secretaría Xeral de Familia e Benestar BENEFICIÁRIOS PARTICIPANTES: B2. Universidad de A Coruña B3. Asociación Provincial de Pensionistas y Jubilados U.D.P. de A Coruña (UDP) B5. Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo do ISS, IP B7. Serviços de Acção Social da Universidade do Minho Seleccionar Seleccionar

Upload: phungque

Post on 08-Jan-2017

213 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

1

PROJECTO: 0552_ENVELHECIMENTO+ATIVO_1_E

Projecto financiado através dos Fundos Estruturais, POCTEP 2007-2013, co-financiado pelo

Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER)

ATIVIDADE 1. COMITÉ TRANSFRONTEIRIÇO DE

ESPECIALISTAS EM PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DA

DEPENDÊNCIA

BENEFICIÁRIO RESPONSÁVEL: BP. Xunta de Galicia -

Consellería de Traballo e Benestar - Secretaría Xeral de Familia e

Benestar

BENEFICIÁRIOS PARTICIPANTES: B2. Universidad de A Coruña

B3. Asociación Provincial de Pensionistas y Jubilados U.D.P. de A

Coruña (UDP) B5. Centro Distrital de Segurança Social de Viana do

Castelo do ISS, IP B7. Serviços de Acção Social da Universidade do

Minho Seleccionar Seleccionar

Page 2: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

2

DOCUMENTO FINAL VERSÃO 0.1.08.05.2013

B2. Universidad de A Coruña B3. Asociación Provincial de

Pensionistas y Jubilados U.D.P. de A Coruña (UDP)

ACÇÃO 2: NOVOS PROTOCOLOS E FERRAMENTAS

Page 3: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

3

ÍNDICE DE CONTEÚDOS

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 7 

1.1. Avaliação geriátrica integral ..................................................................................................... 7 

2. PROTOCOLOS E FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO ............................................................ 10 

2.1.Avaliação clínica ...................................................................................................................... 11 

2.2. Avaliação funcional ................................................................................................................ 15 

2.3. Avaliação mental..................................................................................................................... 27 

2.3.1. Avaliação cognitiva.......................................................................................................... 27 

2.3.2. Avaliação do estado emocional ........................................................................................ 31

2.4. Avaliação socio-familiar ......................................................................................................... 37 

2.5. Avaliação da satisfação com a aplicação ................................................................................ 43 

3. RESUMO ESCALAS PROPOSTAS ............................................................................................ 46 

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 48 

Page 4: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

4

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Índice de Charlson (Charlson et al., 1987) ........................................................................ 15

Tabela 2. Índice de Barthel (Mahoney & Barthel, 1965), (Baztán et al., 1993) ................................ 20

Tabela 3. Escala de Actividades Instrumentais da Vida Diária de Lawton e Brody (Lawton &

Brody, 1969) ...................................................................................................................................... 26

Tabela 4. Mini-Mental State Examination (Folstein et al., 1975), (Blesa et al., 2001) ..................... 29

Tabela 5. Tabela de correcção de pontuações em função da idade e escolaridade (Blesa et al., 2001)

............................................................................................................................................................ 30

Tabela 6. Escala de Ansiedade e Depressão de Goldberg (Goldberg et al., 1988), (Montón et al.,

1993) .................................................................................................................................................. 33

Tabela 7. Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage (Yesavage et al., 1983a), (Martínez et al.,

2002) .................................................................................................................................................. 36

Tabela 8. Escala de Recursos Sociais OARS (Duke University, 1978), (Grau et al., 1996) ............. 41

Tabela 9. Escala de Usabilidade de Sistemas (System Usability Scale, SUS), (Brooke, 1996) ........ 44

Page 5: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

5

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Ferramentas para uma detenção precoz da dependência em pessoas de idade avançada ... 47 

Page 6: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

6

ATIVIDADE 1. Comité transfronteiriço de especialistas em

prevenção e detecção precoce da dependência

ACÇÃO 2. Novos protocolos e ferramentas

A metodologia de trabalho aqui oferecida tem sido elaborada de forma conjunta pelo grupo de

especialistas da Asociación Provincial de Pensionistas y Jubilados U.D.P. de A Corunha e pelo

grupo de especialistas da Universidad de A Coruña. A selecção de protocolos e ferramentas do

presente relatório baseou-se no relatório de revisão anterior sobre “Prevenção e detecção precoce

da dependência e boas práticas em matéria de prevenção”; assim como na experiência prévia do

nosso grupo.

A principal finalidade deste relatório é seleccionar um protocolo existente ou, caso não seja

aplicável, definir um novo protocolo, de avaliação clínica, funcional, mental e sócio-familiar que

nos permita detectar a dependência de uma forma precoce na povoação da Galiza e norte de

Portugal. Tal permite fazer um seguimento conjunto da qualidade de vida das pessoas idosas e

possibilitar-nos-á realizar um seguimento da sua evolução. Os protocolos e ferramentas aqui

propostos, têm por objectivo final o de poder ser empregados pelo pessoal responsável dos

departamentos dos serviços sociais das câmaras e coordenações de saúde de residências e centros de

atenção a pessoas idosas.

RELATÓRIO: 02: 08.05.2013

Page 7: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

7

1. INTRODUÇÃO

1.1. Avaliação geriátrica integral

O envelhecimento é um processo biológico que faz parte da vida e caracteriza-se por uma redução

gradual e progressiva das reservas fisiológicas, tornando a pessoa idosa num ser vulnerável. Ligado

ao processo de envelhecimento, as características da pessoa que envelhece fazem com que esta seja

mais vulnerável a certas patologias, geralmente crónicas, que coexistem (pluripatologia), consumo

de numerosos fármacos (polifarmácia), deterioração funcional, tanto cognitiva como físico,

condições sociais e psicológicas desfavoráveis e risco de desenvolvimento de algumas das

chamadas síndromes geriátricas (quadro confusional agudo, quedas, imobilização, incontinência,

úlceras de decúbito ou desnutrição, entre outros). Todo isto exige, nos cuidados de saúde da pessoa

idosa, uma atenção que engloba diferentes disciplinas (Genua et al., 2002; San José & Villardel,

1996; Stuck et al., 1993; Tulloch, 2005).

Assim como acontece na medicina, onde cada dia surgem novos protocolos e guias de aplicação

clínica como norma para atingir uma resposta mais positiva em termos de saúde, a Geriatria dispõe

também da sua própria ferramenta no campo da avaliação do paciente de idade avançada. Esta

ferramenta é conhecida como Avaliação Geriátrica Integral (VGI). Entendemos o VGI como um

“processo diagnóstico multidimensional, interdisciplinar, desenhado para identificar e quantificar

problemas médicos, avaliar capacidades funcionais e psicossociais, de modo a atingir um

programa de tratamento global, optimizar a utilização de recursos assistenciais e garantir a

continuidade dos cuidados a longo prazo” (Rubenstein, 2004). Como é indicado na definição, a

VGI é um processo que envolve muitas disciplinas e torna-se dinâmico no tempo. Pretende-se com

ela descobrir os múltiplos problemas que pode apresentar a pessoa idosa, os seus recursos e

capacidades, avaliando deste modo a necessidade de serviços. A finalidade principal da VGI é a

elaboração de um programa individualizado de cuidados (PIA) para intervir nos problemas da

pessoa idosa o mais adequadamente possível (Ariño & Benavent, 2002). De acordo com isto,

citamos a seguir os objectivos da VGI (Ribera, 2010):

– Estabelecer um diagnóstico multidimensional

Page 8: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

8

– Planificar os cuidados da melhor maneira possível

– Definir qual a localização mais adequada para a pessoa de idade avançada

– Identificar os indivíduos em risco

– Rentabilizar ao máximo os recursos sanitários.

Do ponto de vista operacional, o processo de VGI traz consigo a necessidade de trabalhar em quatro

dimensões: a clínica, a funcional física, a funcional mental e a sócio-familiar.

Os pilares fundamentais da avaliação clínica são a historial clínico e o exame físico. Este fornece

informação sobre a pluripatologia, a polifarmácia, a comorbilidade, o estado nutricional e a

tendência à cronicidade, gravidade e morte (Fontecha, 2005; Rubenstein et al., 1984; Sánchez-

Ferrín et al., 1999). Existem dois aspectos principais a ter em conta no momento de avaliar um

paciente de idade avançada (Ribera, 2010). O primeiro é o tempo que necessitaremos para realizar

essa avaliação. O tempo será maior no paciente de idade avançada do que no paciente mais jovem,

devido principalmente a que o grau de comunicação inerente ao paciente mais idoso é, de forma

geral, mais reduzido devido aos défices sensoriais e cognitivos associados, assim como à lentidão

associada ao processo de vestir-se e despir-se. O segundo aspecto da avaliação clínica a ter em

conta é que devemos sempre ter em consideração o acompanhante, certificando-se que existe uma

compreensão das mensagens transmitidas e que as responsabilidades serão assumidas.

Entende-se por avaliação funcional o estudo da capacidade de executar, de maneira autónoma, as

acções mais ou menos complexas que compõem as rotinas quotidianas da forma desejada, tanto a

nível individual (auto-cuidado) como social (relação com o seu meio ambiente). Esta parte da

avaliação geriátrica abrange as duas divisões principais da actividade funcional: as Actividades

Básicas da Vida Diária (ABVD) e as Actividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD). As

primeiras envolvem o conjunto de actividades que a pessoa realiza habitualmente na sua vida diária

e que constituem o auto-cuidado básico (comer, vestir-se, tomar banho, controlar as funções

intestinais e de bexiga, etc.), enquanto as segundas referem-se ao conjunto de actividades que uma

pessoa precisa para viver de forma independente (preparar as refeições, tomar a medicação

adequadamente, utilizar o telefone, etc.); isto é, caso o sujeito não tenha capacidade funcional para

realizar este tipo de actividades, seria uma pessoa dependente.

Page 9: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

9

O objectivo da avaliação mental é detectar, diagnosticar e quantificar os transtornos da área

cognitiva e da área afectiva que possam interferir no auto-cuidado e na independência da pessoa

idosa. É importante realizar esta avaliação pela sua elevada frequência em pessoas de idade

avançada, assim como pela influência que tem em muitas das áreas funcionais da pessoa. Dentro

dela, engloba-se o estado cognitivo e afectivo e mede-se mediante provas de orientação, atenção,

compreensão verbal de ordens, memória, cálculo, linguagem e praxia construtiva.

Finalmente, uma secção a nunca esquecer quando se realiza a VGI é a avaliação sóciofamiliar.

Esta secção estuda a relação que existe entre a pessoa de idade avançada e o entorno social

envolvente. A principal informação recolhida prende-se com a rede social presente e passada, a qual

indica as possíveis perdas da pessoa, também como os contactos sociais que tem (amizades, grupos

de actividades culturais e desportivas, etc.).

Page 10: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

10

2. PROTOCOLOS E FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO

Para que o processo de VGI seja sistemático e estandardizado deverá apoiar-se numa série de

instrumentos que permitam preencher todas as dimensões do indivíduo e homogeneizar a recolha de

informação. No entanto, mesmo que pareça existir certo consenso entre profissionais, a realidade

das avaliações sistemáticas e homogéneas não é ainda um facto, havendo questões sobre o conteúdo

e sobre o método mais adequado de aplicação (Martín & Gorroñogoitia, 2009).

Algumas vantagens a salientar aquando da unificação de protocolos e ferramentas no quadro do

processo de VGI são:

– Facilitam o intercâmbio e a comparação de informação entre os distintos níveis assistenciais,

assim como entre centros, cidades e países (Carpenter, 1999)

– Possibilitam o processo de inclusão da informação em grandes bases de dados compatíveis,

o qual impulsiona sem dúvida, de maneira significativa, a pesquisa sobre os problemas do

paciente idoso (Cruz, 2000)

– Obriga os centros assistenciais a empregar instrumentos e escalas adequadamente validadas,

o qual influi favoravelmente na qualidade da assistência.

Mas a unificação de ferramentas apresenta também alguns inconvenientes. Neste sentido, as pessoas

de idade avançada caracterizam-se pela sua grande heterogeneidade, e, consequentemente, a

Geriatria converteu-se na disciplina que possui mais níveis assistenciais (González et al., 1998;

Miralles, 1999; Valero et al., 1998). Se pretendermos que a selecção e uniformidade de

instrumentos seja realizada dentro de cada nível assistencial e além disso, pretendermos que a

informação acompanhe a pessoa idosa ao longo dos mesmos, acabaria por surgir o problema que,

visto que cada nível assistencial tem objectivos diferentes (prevenção, detecção precoce,

diagnóstico, crivagem, intervenção, previsão prognóstica), provavelmente, o instrumento de

avaliação devesse variar também em função do objectivo (Cruz, 2000).

No entanto, se por acaso deixarmos momentaneamente de parte o cariz teórico e acordarmos a

necessidade de implementar instrumentos uniformes para realizar a VGI do quadro do Projecto

“Novas práticas institucionais, de base transfronteiriça, sobre o envelhecimento activo”, a

Page 11: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

11

principal das perguntas práticas que se coloca é “quais os instrumentos a incluir na nossa

avaliação?”. Neste sentido, numa primeira aproximação ao tópico, o grupo de especialistas da

Associação Provincial de Pensionistas e Reformados (U.D.P.) de A Corunha e o grupo de

especialistas da Universidad de A Coruña, baseando-se numa revisão bibliográfica pormenorizada

[ver Actividade 1 (Comité Transfronteiriço de Especialistas em Matéria de Prevenção), Acção

1 (Orientação Estratégica: Focagens Estratégicas: Visão 2020 do sector), Bloco 1 (Estado da

Arte)], também como na sua própria experiência, recomenda o emprego dos seguintes protocolos e

ferramentas na realização de uma VGI adequada no quadro do nosso nível de actuação:

2.1. Avaliação clínica

Em geral, o modelo para a realização da avaliação clínica de um paciente, seja este de idade

avançada ou não, é estabelecido a partir do modelo biomédico que deve de incluir:

– Dados pessoais

– Historial farmacológico, onde se recolherá a informação relativa aos fármacos consumidos

no passado e aos consumidos na actualidade, mostrando especial interesse nos efeitos

secundários

– Antecedentes familiares, onde são de grande importância as doenças cardiovasculares e as

demências

– Anamnese, onde recolher antecedentes médicos, quiméricos e exames complementares aos

quais se submeteu o paciente

– Exame físico, que, além de ser igual à do adulto, deve incluir dados psicológicos, cognitivos

e neuropsiquiátricos

Além disso, à medida que avançamos em idade, aumenta o número de doenças com tendências

crónicas ou de invalidez. Mais do que uma única doença, as pessoas de idade avançada apresentam

síndromes complexas com um alto índice de comorbidade, sendo a média estimada de 4,1 doenças

crónicas em maiores de 65 anos e de 4,7 em maiores de 75 anos (Espina, 2011). Não dispomos de

um índice ideal para avaliar a comorbidade no âmbito da avaliação clínica, pois este depende do

objectivo desejado, das possibilidades do lugar de aplicação e da população de referência

Page 12: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

12

(população geral, crianças, pessoas idosas). Uma revisão da literatura médica encontra diferentes

testes de diagnóstico e de acompanhamento da comorbidade. De todas elas, empregámos o Índice

de Charlson (Charlson et al., 1987) como método válido e fiável para medir a comorbidade

(Tabela 1). Originalmente, o Índice de Charlson (1987) desenhou-se para prever a mortalidade, na

realidade, das 19 doenças que inclui, todas foram seleccionadas pela relação que mantêm com a

mortalidade. No estudo original vaticina-se uma mortalidade de 8%, num espaço de 10 anos, em

sujeitos com uma pontuação de 0 no mesmo e uma mortalidade de 59%, também num prazo de 10

anos, nos sujeitos com pontuação igual ou superior a 3. Além disso, este índice tem sido validado

para predizer resultados funcionais após um icto (Tessier et al., 2008), descreveu-se também como

um bom indicador de saúde auto-percebida basal, e um ano depois (Heller et al., 2009) foi adaptado

para poder utilizar-se em pacientes com amputações (Melchiorre et al., 1996), foi transformado em

questionário (Katz et al., 1996) e foi combinado com a idade para formar um índice de idade-

comorbidade (Charlson et al., 1994).

Além disso, justificamos a sua utilização de acordo com:

– É o índice de comorbidade mais empregado, tanto em estudos internacionais como nacionais

(Beddhu et al., 2000; Charlson et al., 1987; Cleves et al., 1997; Deyo et al., 1992; D’Hoore

et al., 1996; Ghali et al., 1996; Katz et al., 1996; Millán-Calenti et al., 2011; Millán-Calenti

et al., 2012a; Librero et al., 1999; Mulrow et al., 1994; Romano et al., 1993; Roos et al.,

1987)

– Possui validade de concorrência, pois quatro das seis comparações com outros índices de

comorbidade produziram coeficientes de correlação que superavam os 0,40 (Extermann et

al., 1998; Gabriel et al., 1999; Kieszak et al., 1999; Liu et al., 1997; Mulrow et al., 1994;

Rochon et al., 1996)

– Possui validade preditiva, confirmada através de relações significativas entre o Índice de

Charlson e diversos resultados como a mortalidade, a incapacidade, as readmissões e

durações de estadia prolongada em hospitais (Charlson et al., 1987; Cleves et al., 1997;

D’Hoore et al., 1996; D’Hoore et al., 1993; Ghali et al., 1996; Kieszak et al., 1999;

Page 13: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

13

Melchiorre et al., 1996; Newschaffer et al., 1998; Poses et al., 1996; Rochon et al., 1996;

Roos et al., 1987; Skiest et al., 1996; West et al., 1996)

– Possui validade de constructo (Beddhu et al., 2000; Deyo et al., 1992; Extermann et al.,

1998; Ghali et al., 1996; Katz et al., 1996; Librero et al., 1999; Liu et al., 1997; Mulrow et

al., 1994; Newschaffer et al., 1998; Rochon et al., 1996; Romano et al., 1993; Skiest et al.,

1996)

– Oferece uma boa fiabilidade teste-reteste (Gabriel et al., 1999; Katz et al., 1996; Liu et al.,

1997; Newschaffer et al., 1998)

– Possui a vantagem de estar traduzido para espanhol.

Enfarte do miocárdio: deve existir evidência no historial clínico de que o paciente foi

hospitalizado por este motivo, ou evidências de que existiram mudanças em enzimas e/ou no

electrocardiograma

1

Insuficiência cardíaca: deve existir um historial de dispneia de esforços e/ou sinais de

insuficiência cardíaca no exame físico que responderam favoravelmente ao tratamento com

diuréticos ou vasodilatadores. Não poderão ser incluídos como tais os casos dos pacientes

que foram submetidos a estes tratamentos, mas sem possibilidade de constatar que houve

melhora clínica dos sintomas e/ou sinais.

1

Doença arterial periférica: inclui claudicação intermitente, intervenções de bypass arterial

periférico, isquemia arterial aguda e aneurisma da aorta (torácica ou abdominal) de > 6 cm

de diâmetro

1

Doença cerebrovascular: pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) com mínimas

sequelas ou AVC transitório

1

Demência: pacientes com evidência no historial clínico de deterioro cognitivo crónico 1

Page 14: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

14

Doença respiratória crónica: deve existir evidência no historial clínico, no exame físico e

no exame complementar de qualquer doença respiratória crónica, incluindo doenças

pulmonares obstrutivas crónicas (DPOC) e asma

1

Doença do tecido conectivo: inclui lúpus, polimiosite, doença mista, polimialgia reumática,

artrite de células gigantes e artrite reumatóide

1

Úlcera gastro-duodenal: inclui os sujeitos que receberam tratamento por um ulcus e

sujeitos que tiveram hemorragias por úlceras

1

Hepatopatia crónica leve: sem evidência de hipertensão portal, inclui pacientes com

hepatite crónica

1

Diabetes: inclui os cuidados com insulina ou hipoglicemiantes mas sem complicações

tardias, não serão incluídos os pacientes tratados unicamente com dieta

1

Hemiplegia: evidência de hemiplegia ou paraplegia como consequência de um AVC ou

outra condição

2

Insuficiência renal crónica moderada/severa: inclui pacientes em diálise, ou com

creatininas > 3 mg/dl objectivadas de maneira repetida e constante

2

Diabetes com lesão em órgãos-alvo: evidência de retinopatia, neuropatia ou nefropatia,

incluem-se também antecedentes de cetoacidose ou descompensação hiperosmolar

2

Tumor ou neoplasia sólida: inclui pacientes de cancro, mas sem metástases documentadas 2

Leucemia: inclui leucemia mielóide crónica, leucemia linfóide crónica, policitemia vera,

outras leucemias crónicas e todas as leucemias agudas

2

Linfoma: inclui todos os linfomas, Waldestrom e mieloma 2

Page 15: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

15

Hepatopatia crónica moderada/severa: com evidência de hipertensão portal (ascite,

varizes esofágicas ou encefalopatia)

3

Tumor ou neoplasia sólida com metástase 6

Sida definido: não inclui portadores assintomáticos 6

Índice de comorbidade (soma pontuação total) =

Tabela 1. Índice de Charlson (Charlson et al., 1987)

2.2. Avaliação funcional

A avaliação da função física é uma tarefa de rotina nos centros e unidades de reabilitação (Wade,

1992). Os índices para medir a incapacidade física são cada vez mais utilizados na pesquisa e na

prática clínica, especialmente em pessoas idosas, cuja prevalência de incapacidade é sempre maior

do que na população geral (Applegate et al., 1990; Benítez & Vázquez; 1992; Guralnik et al.,

1996). Desta forma, durante os últimos 50 anos desenvolveram-se muitas escalas para medir a

função nas actividades da vida diária (AVD) e, apesar de existir um excesso de instrumentos na

literatura (Feinstein et al., 1986), é preciso sermos cautelosos no momento da escolha, pois muitos

deles não têm sido validados. Grande parte dos instrumentos empregados para medir as AVD,

incluem itens de actividades de autocuidados e de mobilidade (Avlund, 1977; Wiener et al., 1990).

Ainda que muito importantes, as AVD possuem a limitação de apresentar um efeito-tecto nas

populações clínicas (Coster et al., 2004), sendo muito pouco prevalentes na população geral. Por

consequência disto, e para uma correcta pesquisa gerontológica, o espectro de actividades deve ser

alargado, incluíndo assim as AIVD (Lawton & Brody, 1969).

Do ponto de vista da pesquisa, e dentro da população espanhola, as duas escalas mais utilizadas

para avaliar as ABVD são o Índice de Katz (IK), (Katz et al., 1963) e o Índice de Barthel (IB),

(Mahoney & Barthel, 1965). O IK é uma das escalas mais conhecidas para a avaliação das ABVD.

Foi construída e revista especificamente para a população idosa e tem sido aplicada com fins de

Page 16: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

16

pesquisa, prognóstico, estudos epidemiológicos, treino a profissionais e avaliação de tratamentos

(Montorio, 1994). Este índice é composto por 6 elementos, ordenados de modo crescente quanto à

dependência banho, vestir, ir à casa de banho, mobilidade, continência e alimentação. Quanto à

avaliação, pode fazer-se de duas maneiras, a primeira trata de classificar em 7 grupos (A-G),

enquanto a segunda tem uma forma dicotómica, outorgando 0 ou 1 pontos a cada item segundo o

sujeito seja dependente ou independente, respectivamente. O IK tem-se mostrado altamente

replicável, com coeficientes de entre 0,94 e 0,97 (Sherwood et al., 1977), possui uma consistência

interna adequada a um alpha de Cronbach de 0,91 e uma fiabilidade inter-juízes máxima, com um

coeficiente de correlação de Pearson de 1,00 (Montorio et al., 1998). Ende as principais vantagens

para utilizar o IK estão: a sua simples manipulação e o escasso tempo de aplicação, enquanto o seu

principal inconveniente é que requer um avaliador treinado para a sua aplicação.

O IB (Mahoney & Barthel, 1965) é o instrumento que entendemos como sendo idóneo para avaliar

a função física em pessoas idosas. Ao contrario d o IK, este avalia 10 actividades básicas da vida

diária: capacidade de comer, deslocar-se da cadeira para a cama e voltar, levar a caso a higiene

pessoal, ir à casa de banho, tomar banho, deslocar-se, subir e descer escadas, vestir-se e manter o

controlo intestinal e urinário. A sua pontuação oscila entre 0 (completamente dependente) a 100

(completamente independente) e as categorias de reposta facilitam entre 2 e 4 alternativas com

intervalos de cinco pontos em função do tempo empregado para a sua realização e a necessidade de

ajuda para levá-la a cabo. Este instrumento foi validado na população espanhola por Baztán et al.

(1993), (Tabela 2).

Parâmetro Situação do paciente Pontuação

Comer Independente. Consegue utilizar qualquer instrumento

necessário, capaz de cortar a comida, barrar a manteiga, usar

condimentos, etc., por si mesmo. Come em tempo razoável. A

comida pode ser cozinhada e servida por outra pessoa.

10

Page 17: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

17

Precisa de ajuda para cortar a carne ou o pão, barrar a

manteiga, etc., mas consegue comer sozinho.

5

Dependente. Precisa ser alimentado por outra pessoa. 0

Lavar-se (tomar

banho)

Independente. Consegue lavar-se completamente, seja

utilizando o duche, a banheira ou permanecendo em pé e

aplicando a esponja sobre todo o corpo. Inclui entrar e sair da

casa de banho. Pode realizar tudo sem estar uma pessoa

presente.

5

Dependente. Precisa alguma ajuda ou supervisão. 0

Vestir-se Independente. Consegue vestir e despir a roupa, atar os

cordões dos sapatos, abotoar a roupa e colocar outros

complementos de que precisa (por exemplo, funda, colete,

etc.) sem ajuda.

10

Precisa de ajuda, mas realiza sozinho, no mínimo, metade das

tarefas em tempo razoável.

5

Dependente. 0

Arranjar-se Independente. Realiza todas as actividades pessoais sem

qualquer ajuda. Inclui lavar a cara e as mãos, pentear-se,

maquilhar-se, barbear-se e lavar os dentes. Os utensílios

necessários para isto podem ser fornecidos por outra pessoa.

5

Dependente. Precisa de alguma ajuda. 0

Page 18: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

18

Evacuação Continente. Nenhum episódio de incontinência. Caso

necessite de enema ou supositórios é capaz de administrá-los

a si próprio.

10

Acidente ocasional. Menos do que uma vez por semana ou

precisa de ajuda para administrar enemas ou supositórios.

5

Incontinente. Inclui administração de enemas ou supositórios

por terceiros.

0

Micção (Avaliar a

situação a semana

anterior)

Continente. Nenhum episódio de incontinência (seco dia e

noite). Capaz de utilizar qualquer dispositivo. Para pacientes

com sonda, inclui poder trocar o saco sozinho.

10

Acidente ocasional. No máximo um em 24 horas, inclui

precisar de ajuda para a manipulação de sondas ou

dispositivos.

5

Incontinente. Inclui pacientes com sonda incapazes de agir

sozinhos.

0

Ir à casa de banho Independente. Entra e sai sozinho. Consegue tirar e vestir a

roupa, limpar-se, evitar manchas na roupa e puxar o

autoclismo. Consegue sentar-se e levantar-se da sanita sem

ajuda (pode utilizar barras como apoio). Consegue utilizar um

penico (bacia, garrafa, etc.) e esvaziá-lo completamente sem

ajuda e sem se sujar.

10

Precisa de ajuda. Consegue agir sozinho com pouca ajuda no

equilíbrio, tirar e vestir a roupa, mas pode limpar-se sozinho.

Ainda consegue utilizar a sanita.

5

Page 19: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

19

Dependente. Não consegue agir sozinho sem assistência

maior.

0

Deslocar-se

sofá/cama

Independente. Sem ajuda em todas as fases. Se utilizar cadeira

de rodas aproxima-se da cama, trava, desloca o repousa pés,

fechar a cadeira, senta-se num lado da cama, deita-se e

estende-se, e é capaz de volta para a cadeira sem ajuda.

15

Mínima ajuda. Inclui supervisão verbal ou pequena ajuda

física, como é a oferecida por uma pessoa não muito forte e

sem treino.

10

Grande ajuda. Capaz de estar sentado sem ajuda, mas

precisa de muita assistência (pessoa forte ou treinada) para

sair/entrar na cama ou deslocar-se.

5

Dependente. Precisa de grua ou levantamento completo por

duas pessoas. Incapaz de permanecer sentado.

0

Deambulação Independente. Pode caminhar no mínimo 50 m., ou o seu

equivalente, em casa sem ajuda ou supervisão. A velocidade

não é importante. Pode usar qualquer ajuda (bengalas,

muletas, etc.), excepto andarilho. No caso de utilizar prótese,

consegue pô-la e tirá-la sozinho.

15

Precisa de ajuda. Supervisão ou pequena ajuda física (pessoa

não muito forte) para andar 50 m. Inclui instrumentos ou

ajudas para permanecer em pé (andarilho).

10

Independente em cadeira de rodas em 50 m. deve conseguir

deslocar-se, atravessar portas e contornar esquinas sozinho.

5

Page 20: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

20

Dependente. Caso utilize cadeira de rodas, e tenha de ser

empurrado por terceiros.

0

Subir e descer

escadas

Independente. Consegue subir e descer um andar sem ajuda

nem supervisão. Pode utilizar o apoio que precisar para andar

(bengala, muletas, etc.) e o corrimão.

10

Precisa de ajuda. Supervisão física ou verbal. 5

Dependente. Incapaz de subir degraus. Precisa de

levantamento (elevador).

0

Tabela 2. Índice de Barthel (Mahoney & Barthel, 1965), (Baztán et al., 1993)

São várias as características que podemos referir sobre este índice que nos levam a propô-lo e

escolhê-lo como idóneo para avaliar as ABVD:

– É um dos índices mais utilizado no nosso meio (Ribera, 2010)

– Oferece informação adicional à fornecida pelo IK

– É tão simples e rápido de utilizar quanto o IK, além de possuir um baixo custo

– Um dos critérios de avaliação do IK costuma ser confuso pela sua designação em letras,

enquanto o IB possui categorias bem definidas para a sua qualificação

– Tem maior sensibilidade do que o IK a pequenas mudanças

– Pode ser administrado periodicamente, sendo sugerido um intervalo mínimo de duas

semanas entre duas administrações consecutivas (Granger et al., 1979)

– É de grande utilidade na avaliação do seguimento dos pacientes idosos, assim como na

quantificação da dependência em pacientes submetidos a um processo de reabilitação

– Comprovou-se que o IB preenchido pelo próprio paciente idoso tem uma alta correlação

com os dados obtidos na entrevista ao seu cuidador

– Pode empregar-se em diferentes populações, desde centros de reabilitação física, para

avaliar a capacidade funcional de pacientes com incapacidades (Yarkony et al., 1988) e

Page 21: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

21

especialmente de pacientes com acidentes cerebrais vasculares (Fortinsky et al., 1981;

Mahoney & Barthel, 1965; Mahoney et al., 1958), a domicílios, para calcular a necessidade

de cuidados pessoais e organizar melhor os serviços de ajuda a domicílio (Fortinsky et al.,

1981), incluindo a sua utilização em unidades de geriatria como parte do protocolo de VGI

(Alarcon et al., 1993)

– Devido às características positivas que apresenta e ao seu uso amplamente difundido,

empregou-se como referência para estudar as características das novas medidas, como é o

caso do teste de "Get Up and Go Test" (teste de levantar-se e andar), (Podsiadlo &

Richardson, 1991) ou do “Frail Elderly Functional Assessment” (avaliação funcional do

idoso debilitado), (Gloth et al., 1995) entre outros

– Demonstrou-se a sua utilidade na construção de outros instrumentos de avaliação do grau de

dependência para a realização da ABVD (Baztán et al., 1993)

– Mesmo que o seu uso esteja tão generalizado quanto o IK, o IB tem sido recomendado pelo

Royal College of Physicians of London e pela British Geriatrics Society (1992) como escala

de escolha para a avaliação das AVD nas pessoas idosas (Jitapunkul et al., 1994; Stone et

al., 1994).

A única desvantagem que, a nosso ver, apresenta este índice, é que, apesar de ter sido criado

principalmente para avaliar a evolução funcional dos pacientes e ainda que tenhamos suficiente

evidência empírica que demonstra sua capacidade para detectar um progresso ou deterioração em

níveis intermédios do estado funcional (Mahoney & Barthel, 1965; Mahoney et al., 1958), tem una

capacidade limitada para detectar mudanças em situações extremas (Wellwood et al., 1995). Assim,

por exemplo, caso uma pessoa com pontuação 0 entre numa situação de inconsciência e, por tanto,

num nível maior de dependência, o IB não muda. O mesmo acontece na parte alta da escala.

Em seguida serão descritas em detalhe as propriedades psicométricas do IB. Relativamente à

fiabilidade, esta não foi calculada quando o teste foi desenvolvido originariamente, mas sim em

1988, quando se encontrou o primeiro estudo da mesma (Loewen & Anderson, 1988). Nesse estudo

comprovou-se a fiabilidade a partir de provas de concordância inter e intra-observador. Para tal,

catorze terapeutas observaram gravações de vídeo de diferentes pacientes e pontuaram a realização

Page 22: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

22

de distintas actividades. Os resultados do estudo mostram uma boa fiabilidade inter-observador com

índices de Kappa de entre 0,47 e 1,00 e uma boa fiabilidade intra-observador, com índices de Kappa

de entre 0,84 e 0,97 (Collin et al., 1987; Loewen & Anderson, 1988). A avaliação da consistência

interna revelou-se também boa, com um alpha de Cronbach de entre 0,86 e 0,92 (Shah et al., 1989).

Quanto à validade do IB, e mais especificamente a validade de constructo, observou-se que o IB é

um bom indicador para predizer a mortalidade (Wylie, 1967; Wylie & White, 1964) possivelmente

graças à boa capacidade do IB para medir incapacidade, condição relacionada com mortalidade.

A respeito da avaliação das AIVD, dispomos no nosso meio de diversas escalas para realizar uma

medição. As duas mais empregadas são a Escala de Actividades Instrumentais da Vida Diária de

Lawton e Brody (Lawton & Brody, 1969) e o Questionário de Actividades Funcionais de Pfeffer

(FAQ), (Pfeffer, 1982). Após uma exaustiva revisão bibliográfica, assim como da nossa experiência

clínica, propomos empregar a primeira delas devido aos motivos detalhados a seguir.

O FAQ é um questionário muito simples, desenhado para estudos na comunidade em indivíduos

normais ou com alterações funcionais leves, do qual dispomos de uma versão adaptada para o

espanhol (Louis et al., 2010). Avalia onze actividades funcionais pontuadas de acordo com uma

escala de quatro possibilidades que oscilam entre a completa independência ou com capacidade de

realização dessa actividade (0) e a total incapacidade da sua execução ou da dependência nela (3).

Uma pontuação igual ou superior a 6 pontos é suspeita de um deficit patológico nas AIVD (por

demência, incapacidade física, comorbilidade ou outra causa), (Baldereschi et al., 1994). No

entanto, e dentro do contexto da presente pesquisa, uma importante desvantagem na sua eleição é

que, mesmo que o formato do FAQ seja o de um instrumento para avaliar as actividades da vida

diária e a sua validação mostrou que tem uma alta correlação (r=0,72) com a Escala de Actividades

Instrumentais da Vida Diária de Lawton e Brody (Lawton & Brody, 1969), este teste é empregado

habitualmente em conjunto com o MMSE (Folstein et al., 1975) como um teste de crivagem

cognitiva (objecto que apresenta uma alta capacidade discriminativa e fiabilidade na sua versão

espanhola), (Baldereschiet et al., 1994; Quiroga et al., 2004; Villanueva-Iza et al., 2003). Além

disso, outro dos principais inconvenientes do FAQ é que, mesmo que a avaliação das actividades

funcionais possa ser realizads pelo próprio sujeito, recomenda-se serem feitas por alguém próximo,

Page 23: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

23

pois em sujeitos normais a fiabilidade é elevada, mas no caso de pessoas com alteração cognitiva,

esta fiabilidade reduz-se. Nomeadamente, o sujeito com alterações cognitivas costuma

sobrevalorizar a sua capacidade funcional (Bermejo, 2007; Karagiozis et al., 1998).

A Escala de Actividades Instrumentais da Vida Diária de Lawton e Brody (Lawton & Brody,

1969) é a escala mais utilizada a nível mundial para avaliar funcionalmente a pessoa de idade

avançada (Tabela 3). Foi das primeiras escalas a ser desenvolvida e é muito útil para avaliar

funcionalmente as pessoas idosas em estados iniciais ou incipientes de dependência. É muito

recomendada quando se trata de avaliar pessoas idosas que não estão institucionalizadas e que

apresentam o risco de perda da sua autonomia. À diferença do FAQ, esta escala tem sido desenhada

para ser administrada por profissionais, sem precisar da informação facilitada por um familiar ou o

cuidador principal. Valoriza a capacidade funcional dos sujeitos na realização de tarefas que

envolvem a utilização de aparelhos habituais e actividades sociais da vida diária. Desta forma, um

resultado normal indica que pode realizar as AIVD normalmente e que pode viver de modo

independente na comunidade. Os itens utilizados compreendem actividades como cuidar da casa,

lavar a roupa, preparar a comida, ir às compras, utilizar o telefone, utilizar meios de transporte, gerir

dinheiro e a responsabilidade face à utilização de medicamentos. A cada item é atribuído o valor

numérico de 1 (independente) ou 0 (dependente). A pontuação final é a soma do valor de todas as

respostas e oscila entre 0 (máxima dependência) e 8 (independência total).

Aspecto a avaliar Pontuação

Capacidade para usar o telefone Utiliza o telefone por iniciativa própria 1

Consegue marcar bem alguns números familiares 1

Consegue atender o telefone, mas não marcar 1

Não consegue utilizar o telefone 0

Fazer compras Realiza todas as compras necessárias

independentemente

1

Page 24: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

24

Realiza independentemente pequenas compras 0

Precisa de ir acompanhado para fazer qualquer

compra

0

Totalmente incapaz de comprar 0

Preparação da comida Organiza, prepara e serve as comidas por si

próprio adequadamente

1

Prepara adequadamente as comidas sempre que os

ingredientes lhe sejam fornecidos

0

Prepara, aquece e serve as comidas, mas não

segue uma dieta adequada

0

Precisa de alguém para lhe preparar e servir as

comidas

0

Tarefas domésticas Mantém a casa sozinho ou com ajuda ocasional

(para trabalhos pesados)

1

Realiza tarefas leves, como lavar os pratos ou

fazer as camas

1

Realiza tarefas leves, mas não consegue manter

um adequado nível de limpeza

1

Precisa de ajuda para todas as tarefas da casa 1

Não participa em nenhuma tarefa da casa 0

Lavagem da roupa Lava ele próprio toda a sua roupa 1

Page 25: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

25

Lava ele mesmo pequenas peças de roupa 1

Toda a lavagem de roupa deve de ser feita por

terceiros

0

Utilização de meios de

transporte

Viaja sozinho de transportes públicos ou conduz o

seu próprio carro

1

Consegue apanhar um táxi, mas não utiliza outro

meio de transporte

1

Viaja de transportes públicos quando

acompanhado de outra pessoa

1

Utiliza apenas o táxi ou o automóvel com ajuda de

terceiros

0

Não viaja 0

Responsabilidade relativamente

à sua medicação

Consegue tomar a sua medicação à hora certa e

com a dose correcta

1

Toma a sua medicação sempre que a dose lhe seja

preparada com antecedência

0

Não consegue administrar a sua medicação 0

Gestão de assuntos económicos Trata dos seus assuntos económicos por si próprio 1

Realiza as compras de cada dia, mas precisa de

ajuda nas grandes compras, bancos…

1

Incapaz de manusear dinheiro 0

Page 26: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

26

Tabela 3. Escala de Actividades Instrumentais da Vida Diária de Lawton e Brody (Lawton & Brody, 1969)

São várias as características que podemos referir sobre este índice que nos levam a propô-lo como

idóneo para avaliar as ABVD:

– Trata-se de um instrumento validado no nosso meio e amplamente utilizado nele (Cruz,

1992; Millán-Calenti et al., 2011; Millán-Calenti et al., 2012a; Millán-Calenti et al., 2010;

Millán-Calenti et al., 2012c)

– Possui um critério de pontuação muito simples, obtido a partir da soma dos seus itens

– Utilizou-se como indicador para determinar o tipo e nível de cuidados necessários que

devem ser fornecidos à pessoa de idade avançada, possuindo capacidade de discriminar

níveis de gravidade (Montorio, 1994)

– A informação é recolhida directamente pelo profissional e pode ser obtida mediante

perguntas ao indivíduo

– O tempo de aplicação é breve, requerendo-se para a sua realização uma média de 4 minutos

(Montorio, 1994)

– Tem sido recomendada pelo grupo de especialistas da Royal College of Physicians of

London e pelo grupo de especialistas da British Geriatrics Society (1992) como escala de

escolha para a medição da qualidade de vida, além de ser a escala de escolha para avaliar as

AIVD por muitos outros autores (Rubenstein et al., 1988).

Uma possível crítica à aplicação deste instrumento é que apresenta um problema de género, pois

inclui tarefas que às vezes a pessoa idosa nunca realizou por razões socioculturais (Montorio, 1990).

Por exemplo, pode haver homens que nunca tenham cozinhado e mulheres que nunca tenham

gerido dinheiro. Para evitar este senão, o instrumento na sua versão em castelhano inclui a

alternativa “no lo hace, pero podría hacerlo solo/a” (“não o faz, mas poderia fazê-lo sozinho/a), o

qual é equivalente com um maior grau de independência. Apesar desta crítica, continua a ser a

escala mais recomendada para avaliar as AIVD.

Mesmo que sejam poucos os estudos realizados para comprovar as propriedades psicométricas da

Escala de Lawton e Brody (1969), todos eles coincidem em apontar que a escala possui uma boa

Page 27: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

27

fiabilidade inter-juízes (Israël et al., 1984; Montorio et al., 1998) e uma grande consistência interna,

avalizada pela relação hierárquica mostrada no cumprimento das actividades avaliadas entre si, e

delas em relação às AVD, apresentando valores de alpha de Cronbach de entre 0,81 (Lyons et al.,

2002) e 0,93 (Montorio et al., 1998). Tem uma boa validade concorrente (Montorio et al., 1998)

com outras escalas que medem AIVD e com escalas de avaliação cognitiva. Além disso, a partir da

sua criação, serviu de modelo a escalas posteriores de AIVD, o qual tem contribuído para melhoras

nas suas qualidades métricas.

2.3. Avaliação mental

Esta parte da avaliação é importante pela frequência com que se altera e pelos efeitos que tem em

muitas das áreas funcionais. Nela devem ser contemplados dois aspectos fundamentais: as funções

cognitivas e o estado emocional. Para levar a cabo a avaliação mental devemos partir do historial

clínico, exploração física e neurológica, explorações complementares e a realização de uma

avaliação neuropsicológica através dos instrumentos oportunos. A informação pode ser

complementada junto do cuidador principal do paciente ou familiar que o acompanhar, pois sempre

podem acrescentar informação fundamental em relação às mudanças observadas na situação

funcional, mental e social da pessoa de idade avançada, mudanças no feitio e aparição de

transtornos no comportamento.

Devido ao objectivo deste trabalho, descuraremos a parte clínico-médica e de explorações

complementares e centrar-nos-emos na exploração neuropsicológica básica; isto é, na avaliação

cognitiva e na avaliação afectiva.

2.3.1. Avaliação cognitiva

Apesar de existir um vasto conjunto instrumentos que avaliam o estado cognitivo, a escala mais

clássica, mais utilizada a nível mundial e mais comum entre os investigadores é o Mini-Mental

State Examination (MMSE), (Folstein et al., 1975). O MMSE permite realizar uma avaliação da

função cognoscitiva geral e, aproximadamente em 5-10 minutos, fornece informação suficiente

sobre a presença ou não de um défice cognitivo. É composta por 30 perguntas agrupadas em 7

categorias: orientação temporal (5 pontos), orientação espacial (5 pontos), memória imediata (3

Page 28: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

28

pontos), memória de fixação (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), linguagem (8 pontos) e

construção visual (1 ponto). Em geral, a pontuação total da prova é obtida pela soma de todas as

respostas correctas.

Em Espanha utilizaram-se diferentes versões do MMSE (Blesa et al., 2001; Lobo et al., 1979;

López-Pousa et al., 1990; Pí & Olivé, 1994). O Mini-Examen Cognoscitivo (MEC) de Lobo é um

instrumento validado em Espanha com uma sensibilidade de 90,7% e uma especificidade de 69%.

No entanto, enquanto o desenho do MEC é similar ao do MMSE, é diferente por incorporar itens

diferentes e a pontuação total é de 35 em vez de 30. A versão de Blesa et al. (2001) conhecida por

Mini-Mental State (MMS), é aquela que propomos que se utilize no presente estudo (Tabela 4).

Trata-se de uma versão adaptada do MMSE para espanhol na qual, para além de respeitar o desenho

original de Folstein et al. (1975), corrige a pontuação obtida por idade e anos de escolaridade, o que

permite que a pessoa idosa seja avaliada de uma forma mais precisa.

Pontos

1. Diga-me o dia

A) Dia

C) Mês

E) Ano

B) Data

D) Estação

…… (5)

2. Onde estamos?

A) Cidade

C) País

E) Andar

B) Região

D) Lugar

…… (5)

Page 29: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

29

3. Repita estas três palavras: BICICLETA – COLHER – MAÇÃ

(Repetir até aprender e contar o número de tentativas)

Nº de tentativas _______ …… (3)

4. Peça ao sujeito para contar a partir de 100 em ordem decrescente de 7 em 7

(Se não conseguir, pedir para soletrar de trás para a frente a palavra MUNDO) …… (5)

5. Lembra-se das três palavras que lhe disse antes? …… (3)

6. Mostrar um LÁPIS. O que é isto? Repetir com um RELÓGIO …… (2)

7. Repita esta frase: “NEM SIM, NEM NÃO, NEM MAS” …… (1)

8. Pegue neste papel com a mão direita, dobre-o ao meio e ponha-o em cima da

mesa …… (3)

9. Leia isto e faça o que diz. FECHE OS OLHOS …… (1)

10. Escreva uma frase: conte-me qualquer coisa por escrito …… (1)

11. Copie este desenho

…… (1)

TOTAL ……….

PONTOS A AJUSTAR POR BLESA ……….

TOTAL AJUSTADO ……….

Tabla 4. Mini-Mental State Examination (Folstein et al., 1975), (Blesa et al., 2001)

Page 30: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

30

A pontuação máxima possível de atingir é de 30 pontos e calcula-se somando as pontuações

parciais em cada uma das 11 secções. Quanto menor for a pontuação, maior será o grau de alteração

apresentado pela pessoa. Uma vez atingida a pontuação total, aplicam-se os critérios de correcção

da pontuação em função da idade e da escolaridade (Tabela 5). A tendência é, em geral, classificar a

severidade da deterioração em 3 níveis: 24-30 na deterioração, 18-23 deterioração cognitiva leve e

0-17 deterioração cognitiva severa (Woodbury & Fillenbaum, 1996). O ponto de referência aceite

pela grande parte dos autores como indicativo de deterioração cognitiva, e que tem sido escolhido

ao longo dos distintos estudos, é de 24 pontos (Peña-Casanova et al., 2004).

Idade

<50 51-75 >75

Educação <8 0 +1 +2

9-17 -1 0 +1

<17 -2 -1 0

Tabela 5. Tabela de correcção de pontuações em função da idade e escolaridade (Blesa et al., 2001)

São várias as características que podemos referir sobre este índice que nos levam a propô-lo como

idóneo para avaliar o estado cognitivo dos sujeitos idosos:

– Trata-se do teste breve mais utilizado a nível mundial (Millán-Calenti et al., 2011; Millán-

Calenti et al., 2012a; Millán-Calenti et al., 2009; Millán-Calenti et al., 2012c; Muñoz-

Mendoza et al., 2011)

– Com perto de 40 anos de existência, o MMSE goza de grande popularidade, convertendo-se

assim num instrumento quase obrigatório na avaliação e seguimento rotineiro de pacientes

nos quais se suspeita de deterioração cognitiva (Morris & Fulling, 1988)

Page 31: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

31

– Emprega-se não só em estudos complexos, mas também em custosos projectos de pesquisa

sobre a demografia e a história natural das demências (Pi et al., 1996; Rubin et al., 1989;

Shore et al., 1983)

– Permite realizar uma crivagem da demência e situar os pacientes em graus de deterioração

(Peña-Casanova et al., 2004)

– Possui a vantagem de ser muito útil para realizar um seguimento da possível deterioração

cognitiva do paciente, podendo realizar-se uma nova avaliação a cada 6-12 meses, de acordo

com a evolução que apresenta a pessoa idosa.

O inconveniente que coloca este teste é que pode ser bastante insensível às mudanças cognitivas

produzidas nas demências leves, muito leves ou questionáveis (do Ser & Peña-Casanova, 1994).

Além disso, deve ser citada a dificuldade que apresenta no momento de se aplicar em sujeitos

analfabetos.

Relativamente às propriedades psicométricas, o MMSE possui uma alta sensibilidade (87%) e uma

alta especificidade (82%) na detecção da demência (Folstein et al., 1975). Do mesmo modo, valores

obtidos na fiabilidade teste-restes (0,89) e na fiabilidade inter-juízes (0,82) mostram que o MMSE é

um instrumento eficaz na língua inglesa (Folstein et al., 1975). A validade concorrente tem sido

demonstrada com extensivos testes neuropsicológicos (Cobb et al., 1993) além de estudos

longitudinais (Mitrushina & Satz, 1991). Contudo, sendo o MMSE um teste amplamente utilizado

em estudos cognitivos (Tombaugh & McIntyre, 1992), a sua especificidade encontra-se limitada

pelo seu elevado número de falsos positivos em pessoas idosas com baixo nível cultural e com

idade elevada (Liu et al., 1994).

2.3.2. Avaliação do estado emocional

A depressão é o transtorno psiquiátrico mais frequente em pessoas idosas. Na realidade, os sintomas

depressivos e as alterações do estado de ânimo podem encontrar-se até 20% dos homens e 40% das

mulheres idosas (Millán-Calenti et al., 2012a). Isto tem importantes repercussões sobre a sua

qualidade de vida, a sua situação funcional e cognitiva, prolonga as estadias no hospital e é motivo

de numerosas consultas, internamentos e tratamentos.

Page 32: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

32

Nesta secção de avaliação do estado emocional, cabe referir que existem diversas escalas de

carácter geral. De entre todas, propomos aplicar à nossa população de pessoas idosas não

institucionalizadas a Escala de Ansiedade e Depressão de Goldberg (EADG), (Goldberg et al.,

1988), na sua versão adaptada para espanhol (Montón et al., 1993), (Tabela 6), enquanto no caso de

pessoas idosas institucionalizadas a escala de aplicação recomendada é a Escala de Depressão

Geriátrica de Yesavage (Geriatric Depression Scale, GDS), (Yesavage et al., 1983). No que

concerne a EADG, o autor da mesma desenvolveu-a a partir de uma versão modificada da

Psychiatric Assessment Schedule, com a finalidade de atingir uma entrevista de curta duração para

ser utilizada pelos médicos não psiquiatras como instrumento de crivagem. É uma escala muito

simples de utilizar, hétero-administrada e com duas subescalas, uma de ansiedade e outra de

depressão. Possui uma grande eficácia na detecção de transtornos de depressão e/ou ansiedade.

Cada uma das subescalas estrutura-se em 4 itens iniciais de despistagem para determinar se é ou não

provável a existência um transtorno mental, e um segundo grupo de 5 itens formulados apenas em

caso de respostas positivas às perguntas de despistagem (2 ou mais na subescala de ansiedade, 1 ou

mais na subescala de depressão). Os sintomas contidos nas escalas referem-se aos 15 dias anteriores

à consulta e seguem uma ordem crescente. Os pontos de referência são: maior ou igual a 4 para a

escala de ansiedade, e maior o igual a 2 para a escala de depressão, com pontuações mais altas

quanto mais severo for o problema (sendo o máximo possível de 9 em cada uma das subescalas).

ESCALA DE ANSIEDADE

1. Sentiu-se muito excitado, nervoso ou tenso? SIM NÃO

2. Esteve muito preocupado por qualquer coisa? SIM NÃO

3. Sentiu-se muito irritável? SIM NÃO

4. Teve dificuldade em relaxar? SIM NÃO

(Caso se verifiquem duas ou mais respostas afirmativas, continue a perguntar)

Page 33: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

33

5. Tem dormido mal, teve dificuldades em dormir? SIM NÃO

6. Teve dores de cabeça ou pescoço? SIM NÃO

7. Teve algum dos seguintes sintomas: tremores, formigueiros, enjoos,

suores, diarreia? (sintomas autonómicos)

SIM NÃO

8. Esteve preocupado com a sua saúde? SIM NÃO

9. Teve alguma dificuldade para conciliar o sono ao adormecer? SIM NÃO

ESCALA DE DEPRESSÃO

Sentiu-se com pouca energia? SIM NÃO

Perdeu o interesse pelas coisas? SIM NÃO

Perdeu a confiança em si próprio? SIM NÃO

Sentiu-se sem esperanças? SIM NÃO

(Caso se verifiquem respostas afirmativas a qualquer uma das perguntas

anteriores, continuar)

Teve dificuldades em concentrar-se? SIM NÃO

Perdeu peso? (devido à falta de apetite) SIM NÃO

Tem acordado demasiado cedo? SIM NÃO

Sentiu-se mais lento? SIM NÃO

Acha que tem tido mais tendência a estar pior no período da manhã? SIM NÃO

Tabela 6. Escala de Ansiedade e Depressão de Goldberg (Goldberg et al., 1988), (Montón et al., 1993)

Page 34: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

34

Ainda que a EADG tenha o inconveniente de, na população geriátrica, a validade preditiva da

subescala de ansiedade não ser muito alta e a capacidade discriminatória das duas subescalas ser

menor (Neal & Baldwin, 1994), várias são as características que podemos referir sobre este índice

que nos levam a propô-lo como idóneo para avaliar o estado emocional das pessoas de idade

avançada:

– Trata-se de um instrumento amplamente utilizado e validado no nosso meio (Montón et al.,

1993)

– É uma escala breve e muito simples de empregar, além de possuir uns bons índices de

sensibilidade e validade

– Avalia-se na mesma escala, e ao mesmo tempo, os dois transtornos mais frequentes na

pessoa de idade avançada, isto é, a ansiedade e a depressão

– Tem um poder discriminatório bom entre ansiedade e depressão, além de fornecer

informação sobre a gravidade dos sintomas.

No que toca às propriedades psicométricas, a EADG na sua totalidade (tendo em conta a parte de

ansiedade e depressão) tem uma sensibilidade de 83% e uma especificidade de 82%. Sempre que

considerarmos unicamente a subescala de depressão, esta apresenta uma alta sensibilidade para

captar pacientes diagnosticados com transtornos depressivos (85,7%) e uma capacidade

discriminatória para os transtornos de ansiedade um pouco baixa (captou 66% dos pacientes com

transtornos de ansiedade). A subescala de ansiedade tem uma sensibilidade um pouco menor (72%)

mas, à diferença da subescala de depressão, apresenta maior capacidade discriminatória (detecta

apenas 42 % dos transtornos depressivos). A validade convergente da EADG com outros

instrumentos de crivagem de ampla difusão é alta. Assim, por exemplo, com o Mini International

Neuropsychiatic Interview mostra-se uma sensibilidade de 74% e uma especificidade de 72% (Lobo

et al., 1995).

Relativamente à Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage (Yesavage et al., 1983a), a publicação

original tinha como finalidade desenhar um auto-relatório de depressão específico para pessoas de

idade avançada, além de tentar melhorar a especificidade dos instrumentos de depressão (Brink et

al., 1982). A escala original era composta por 100 elementos, incluindo 12 itens de género

Page 35: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

35

somático, que foram posteriormente reduzidos a 30, tendo sido eliminados os elementos somáticos

do seu desenho definitivo. Nesta versão de 30 itens, há perguntas orientadas à possível presença de

sintomatologia psiquiátrica e à qualidade de vida, evitando-se questões sobre sintomas somáticos. O

paciente deve responder SIM ou NÃO a cada pergunta. O ponto de referência estabeleceu-se em 14

pontos onde foi achado um coeficiente alpha de Cronbach de 0,94 para a fiabilidade de duas

metades e uma fiabilidade teste-reteste de 0,85 com 20 sujeitos e um intervalo de uma semana (p <

0,001), (Yesavage et al., 1983b). Existe uma versão reduzida de 15 perguntas (Sheikh & Yesavage,

1986), que requer de apenas de 5 a 7 minutos para ser completada, o que tem a vantagem de reduzir

os problemas de fatiga e perda de atenção que costumam apresentar as pessoas de idade avançada.

Para a interpretação desta escala, o ponto de referência situa-se em 5/6; uma pontuação de 0 a 5

pontos indica normalidade; entre 6 e 9 pontos indica depressão provável, e uma pontuação igual ou

superior a 10, depressão estabelecida. A correlação encontrada entre a versão de 30 perguntas e a de

15 é superior a 0,80 (Alden et al., 1989; Lesher & Berryhill, 1994) mostrando uns dados de

sensibilidade e especificidade equiparáveis entre as duas versões (Lesher & Berryhill, 1994). A

nossa proposta é empregar, no presente estudo, a adaptação validada para castelhano da versão curta

de 15 perguntas (Martínez et al., 2002), (Tabela 7) por considerá-la um instrumento útil na

despistagem de depressão na população de idade avançada, que se encontra institucionalizada.

1. Encontra-se, de uma forma geral, satisfeito/a com sua vida? SIM NÃO

2. Tem abandonado muitas das suas tarefas habituais e hobbies? SIM NÃO

3. Sente que a sua vida está vazia? SIM NÃO

4. Sente-se aborrecido/a frequentemente? SIM NÃO

5. Encontra-se bem disposto a maior parte do tempo? SIM NÃO

6. Teme que qualquer coisa de mau possa acontecer-lhe? SIM NÃO

Page 36: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

36

7. Sente-se feliz a maior parte do tempo? SIM NÃO

8. Sente-se com frequência desamparado/a, desprotegido/a? SIM NÃO

9. Prefere ficar em casa, em vez de sair e fazer coisas novas? SIM NÃO

10. Acha que tem mais problemas de memória do que a maioria das pessoas? SIM NÃO

11. Neste momento, acha que é maravilhoso estar vivo? SIM NÃO

12. Sente-se útil actualmente? SIM NÃO

13. Sente-se cheio/a de energia? SIM NÃO

14. Sente-se sem esperança neste momento? SIM NÃO

15. Acha que a maioria das pessoas está em melhor situação do que a sua? SIM NÃO

As respostas que indicam depressão estão em negrito. Cada uma destas respostas vale um

ponto.

Tabela 7. Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage (Yesavage et al., 1983a), (Martínez et al., 2002)

São várias as características que podemos referir sobre esta escala que nos levam a propô-la como

idónea para avaliar o estado emocional das pessoas idosas institucionalizadas:

– É uma das escalas mais empregadas na actualidade para avaliar estados depressivos na

pessoa de idade avançada (Millán-Calenti et al., 2011; Millán-Calenti et al., 2012a;

Yesavage et al., 1983a; Yesavage, 1988)

– É uma escala breve e muito simples de aplicar, para além de possuir bons índices de

sensibilidade e especificidade (McGivney et al., 1994; Van MarwijK et al., 1993; Yesavage

et al., 1983a; Yesavage, 1988)

Page 37: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

37

– Pode ser utilizada com adultos idosos com boa saúde, com doença médica, e aqueles com

deterioração cognitiva leve a moderada. Além disso, foi amplamente aplicado a pessoas

idosas a viver em comunidade, assim como a pacientes institucionalizados, de atenção a

casos de agudos e de cuidados de longo prazo.

– Tem uma boa correlação com outras escalas clássicas utilizadas na crivagem da depressão

(Salamero & Marcos, 1992)

– É a escala de escolha recomendada pelo Grupo de trabalho da Sociedade Espanhola de

Medicina Familiar e Comunitária.

Como inconveniente podemos referir que o GDS não substitui a entrevista diagnóstica realizada

pelo psicólogo, além de não servir para avaliar as tentativas de suicídio, muito frequentes na

população idosa com depressão.

Em referência às propriedades psicométricas, a sensibilidade do GDS foi de 92% e a especificidade

foi de 89% sempre que a avaliação foi realizada com critérios diagnósticos. A validade e

confiabilidade da ferramenta foram sustentadas tanto na consulta como na pesquisa clínica. Num

estudo de validação, que comparava os questionários curto e longo de GDS para a auto-qualificação

dos sintomas da depressão, ambos cumpriram o seu objectivo para diferenciar entre adultos com

sintomas depressivos e não deprimidos com uma correlação alta (r = 0.84, p < 0.001) (Sheikh &

Yesavage, 1986).

2.4. Avaliação sócio-familiar

Pode dizer-se que o bem-estar social está relacionado com a capacidade de gerir os problemas de

saúde e preservar a autonomia, apesar de poderem existir limitações funcionais. O propósito desta

avaliação é o de estudar a relação entre a pessoa idosa e o entorno social onde se encontra imerso.

Os seus principais aspectos são as interacções sócio-familiares, incluindo as actividades, o apoio e

os recursos. É um género de avaliação muito difícil de efectuar, pois utiliza parâmetros subjectivos,

como o são as relações interpessoais. Em qualquer dos casos, o seu interesse vai além da qualidade

de vida no sentido estrito. Sabe-se que em idades avançadas a situação social e os problemas

Page 38: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

38

derivados desta guardam uma inter-relação muito estreita com os problemas de saúde e devem ser

analisados e tratados de maneira conjunta.

A seguir os aspectos a recolher (Ribera, 2010):

– Morada e situação familiar. Inclui saber se a pessoa idosa vive sozinha ou acompanhada e,

neste último caso, até que ponto essas pessoas são independentes no auto-cuidado de

maneira eficaz

– Meios económicos. Quais são os meios económicos de que dispõe a pessoa idosa, e caso não

os possua, estudar a possibilidade de o sujeito aceder a eles, suficiência ou não para as suas

necessidades e capacidade para a sua gestão

– Apoios sociais externos. Nesta secção trata-se de averiguar se conta ou não com um

cuidador, seja formal ou contratado, o grau de preparação dele e a sua adequação às

características da pessoa idosa. Deve também recolher-se informação a propósito de outros

eventuais apoios externos, públicos ou privados.

Dentro desta secção de avaliação sócio-familiar, cabe referir que existem diversas escalas de

carácter geral. Quase todas têm um valor condicionado pel o termo de apoio social ser relativo entre

os diferentes países, regiões, etnias, situação económica, etc. Assim, é preciso ser prudente no

momento de escolher a escala mais apropriada, pois esta deve ajustar-se à idiossincrasia da

população à qual será aplicada. No nosso pais, a mais propagada, é a Escala de Recursos Sociais

OARS (Older American Resources and Services Procedures), (Duke University, 1978), que está

compreendida dentro de um conjunto mais amplo que mede o funcionamento social dos adultos

idosos. Propomos empregar esta escala na sua versão validada para castelhano (Grau et al., 1996),

(Tabela 8). A secção de recursos sociais estuda aspectos estruturais (família, amizades, visitas) e

percepção de apoio (disponibilidade de uma pessoa que a ajude caso seja necessário), avaliando-se

de acordo com uma escala de 6 categorias que compreende desde os recursos sociais excelentes e

bons, até a incapacidade total, passando pela incapacidade moderada e grave.

Page 39: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

39

Actividade a avaliar

Gostaria de que respondesse a algumas perguntas em relação aos seus familiares e amigos

1. Estado civil?

1. Solteiro/a

2. Casado/a ou junto/a

3. Viúvo/a

4. Divorciado/a ou separado/a

5. NS/NR

2. Quem vive consigo em sua casa?

(MARCAR 'SIM' OU 'NÃO' PARA CADA UMA DAS SEGUINTES)

SIM NÃO

a) Ninguém…………………………………………………………………. 1 0

b) Marido/Mulher………………………………………………………… 1 0

c) Filhos/as……………………………………………………………….. 1 0

d) Netos/as……………………………………………………………… 1 0

e) Pais ou sogros……………………………………………………… 1 0

f) Irmãos/as ou cunhados/as…………………………………………... 1 0

g) Outros familiares (ESPECIFICAR)…………………………………… 1 0

h) Amigos/as…………………………………………………………….. 1 0

Page 40: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

40

i) Auxiliar (assalariado ou emprestando-lhe um quarto sem ser familiar…. 1 0

3. Quantas pessoas conhece o suficiente para visitá-las em sua casa?

3. Cinco ou mais

2. Três ou quatro

1. Uma ou duas

0. Ninguém

4. NS/NR

4. Aproximadamente: quantas vezes é que falou ao telefone na semana passada com alguém -

amigos, familiares ou outros - (sendo que ligaram para si ou sendo você a ligar)? (CASO NÃO

TENHA TELEFONE FAZ-SE IGUALMENTE A PERGUNTA)

3. Uma vez por dia ou mais

2. De duas a seis vezes por semana

1. Uma vez por semana

0. Nenhuma

4. NS/NR

5. Quantas vezes, na última semana, passou algum tempo com alguém com quem não vive,

isto é, foi você visitá-los ou visitaram-no a si, ou saíram juntos fazer alguma coisa?

3. Uma vez por dia ou mais 0. Nenhuma

2. De duas a seis vezes por semana 4. NS/NR

1. Uma vez por semana

6. Tem alguém em quem possa confiar?

1. Sim 2. Não 3. NS/NR

7. Encontra-se sozinho/a com muita frequência, às vezes ou quase nunca?

Page 41: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

41

0. Com muita frequência

1. Algumas vezes

2. Quase nunca

3. NS/NR

8. Vê os seus familiares ou amigos com a frequência que deseja, ou não?

1. Sempre que quer 0. Não com a frequência que deseja 2. NS/NR

9. Há alguém que possa ajudá-lo/a caso esteja doente ou incapacitado/a, por exemplo, a sua

mulher ou o seu marido, um membro da sua família ou um amigo? (REFERE-SE A AJUDA

SOCIAL, NÃO ECONÓMICA)

1. Sim 0. Não há ninguém disposto e capaz

de ajudar

2. NS/NR

Caso afirmativo, formular a seguinte pergunta:

10. Há alguém que possa cuidá-lo/a o tempo necessário, apenas por pouco tempo, ou alguém

para o ajudar às vezes (por exemplo: levando-o/a ao médico ou preparando-lhe a comida

ocasionalmente...?)

3. Alguém que o/a cuidasse indefinidamente (tanto tempo quanto necessário)

2. Alguém que o/a cuidasse por pouco tempo (de algumas semanas até seis meses)

1. Alguém que ajudasse às vezes (levando-o/a ao médico ou preparando-lhe refeição)

4. NS/NR

Tabela 8. Escala de Recursos Sociais OARS (Duke University, 1978), (Grau et al., 1996)

Pelo conjunto das razões expostas a seguir, é proposta como idónea para valorizar a situação sócio-

familiar no nosso estudo:

Page 42: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

42

– É a escala mais conhecida e aceite para a avaliação do funcionamento social da pessoa de

idade avançada (Menéndez y San José, 1995)

– Tem-se empregado com muita frequência dentro da população espanhola (Ceresuela et al.,

2008; Espejo et al., 1998; Millán-Calenti et al., 2011; Millán-Calenti et al., 2012a; Millán-

Calenti et al., 2012b; Millán-Calenti et al., 2010; Millán-Calenti et al., 2012c; Formiga et

al., 2006; Lázaro et al., 2007)

– Permitir obter uma grande quantidade de informação num intervalo curto de tempo (Grau et

al., 1996)

– Foi adaptada para nosso meio e comprovada sua fiabilidade e validade (Eiroa, 1994; Grau et

al., 1996)

– Tem uma grande utilidade para atribuir recursos a pessoas idosas (Eiroa et al., 1996;

Fillenbaum, 1998)

– Foi utilizada como ferramenta para validar outras escalas de actividade social (Pinsonnault

et al., 2009).

Relativamente às propriedades psicométricas do OARS (Duke University, 1978), para determinar a

sua validade, foi submetido à avaliação de um grupo de especialistas. Quatro das cinco dimensões

avaliadas no questionário (saúde física, saúde mental, actividades da vida diária e recursos

económicos) alcançaram uma boa validade de conteúdo e de consenso, no entanto, a dimensão de

recursos sociais não conseguiu ser examinada por não se encontrar um standard externo apropriado

para comparar. No início pensou-se empregar como critério de comparação trabalhadores sociais,

pois são os profissionais encarregados de medir o nível de funcionamento na área dos recursos

sociais. Ao informá-los que, para avaliar a dimensão social, iriam utilizar os mesmos itens que

emprega o OARS, determinou-se que não se avaliaria a validade desta parte da escala. Aplicar o

critério destes trabalhadores seria o equivalente a comparar administrações alternativas do OARS

(entrevista vs. questionário) em vez de comparar o OARS com um standard externo. Sobre a

fiabilidade teste-reteste (extensão na qual se dá a mesma resposta na segunda vez em que se passa o

teste) observou-se uma boa consistência interna, e em relação à fiabilidade inter-juízes (medida da

Page 43: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

43

consistência entre dois ou mais avaliadores) observou-se um acordo na pontuação dos diferentes

itens. Os avaliadores estiveram de acordo 74% das vezes.

2.5. Avaliação da satisfação com a aplicação

Pretende-se mediante esta avaliação estudar a satisfação do utilizador recorrendo a um sistema

informático ou dispositivo tecnológico, do género dos de Teleassistência Avançada

(Telegerontología), após ter interagido com o mesmo. Uma revisão da literatura científica

encontra distintas escalas para avaliar a satisfação no que toca à sua usabilidade, de entre todas, a

Escala de Usabilidade de Sistemas (System Usability Scale, SUS), (Brooke, 1996) é das mais

utilizadas e populares (de Andrés, 2012). Esta escala foi desenvolvida como parte da introdução da

engenharia de usabilidade aos sistemas de escritório da Digital Equipment Co. Ltd. É uma escala

tipo Likert (de 1 a 5) e consta de 10 afirmações, onde as positivas com as negativas são alternadas, e

nas quais o participante tem de dizer em que medida concorda com as mesmas. Em função das

respostas obtemos um índice de usabilidade do software que varia entre 0 ye100 (Tabela 9).

Completamente de acordo

Completamente

em desacordo

1. Acho que gostaria de utilizar o

dispositivo de Telegerontología® 1 2 3 4 5

2. Achei o dispositivo demasiado

complexo 1 2 3 4 5

3. Acho que o dispositivo é fácil de

utilizar 1 2 3 4 5

4. Acho que precisaria do apoio de um

técnico para poder utilizar o

dispositivo

1 2 3 4 5

Page 44: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

44

5. Acho que as distintas funções que

compõem o dispositivo estavam bem

integradas

1 2 3 4 5

6. Acho que havia demasiada

inconsistência neste dispositivo (difícil

de perceber ou bloqueios)

1 2 3 4 5

7. Considero que a maioria das

pessoas aprenderia a utilizar o

dispositivo muito rapidamente

1 2 3 4 5

8. O dispositivo é complexo 1 2 3 4 5

9. Senti-me muito seguro na utilização

do dispositivo 1 2 3 4 5

10. Foi necessário aprender muitas

coisas antes de poder utilizar o

dispositivo

1 2 3 4 5

Tabela 9. Escala de Usabilidade de Sistemas (System Usability Scale, SUS), (Brooke, 1996)

São várias as características que podemos referir sobre esta escala que nos levam a propô-la como

idónea para avaliar a satisfação do utilizador com a aplicação:

– Mostrou ser uma ferramenta valiosa de avaliação de satisfação, além de ser robusta e fiável

(Brooke, 1996)

– Possui uma consistência interna, medida através do coeficiente alfa, de 0,91 (Bangor et al.,

2008)

– Mesmo que não tenha sido medida directamente, existe evidência implícita de ser uma

escala fiável (Tullis & Stetson, 2009)

Page 45: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

45

– Foi experimentado numa infinidade de ocasiões, pelo qual a sua eficácia é muito alta (de

Andrés, 2012).

Page 46: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

46

3. RESUMO ESCALAS PROPOSTAS

De acordo com o anteriormente exposto, o grupo de especialistas da Asociación Provincial de

Pensionistas y Jubilados U.D.P. de A Coruñae o grupo de especialistas da Universidad de A

Coruña, propomos como instrumento de avaliação da dependência um conjunto de instrumentos

que deveriam de conter, no mínimo, as seguintes escalas (figura 1):

– Avaliação clínica:

o Breve historial clínico preenchido

o Índice de comorbilidade de Charlson (Charlson et al., 1987)

– Avaliação funcional:

o Escala de Actividades Instrumentais da Vida Diária de Lawton e Brody (Lawton

& Brody, 1969)

o Escala de Actividades Básicas da Vida Diária (Mahoney & Barthel, 1965)

– Avaliação mental:

o Cognitiva: Mini-Mental State (Folstein et al., 1975), (Blesa et al., 2001)

o Estado emocional:

Escala de Ansiedade e Depressão de Goldberg (Goldberg et al., 1988),

(Montón et al., 1993) em pacientes comunitários

Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage (Yesavage et al., 1983a),

(Martínez et al., 2002) em pacientes institucionalizados

– Avaliação sócio-famliar:

o Escala de Recursos Sociais OARS (Duke University, 1978), (Grau et al., 1996)

– Avaliação satisfação utilizador com a aplicação:

o Escala de Usabilidade de Sistemas (Brooke, 1996).

Page 47: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

47

Figura 1. Ferramentas para uma detecção precoce da dependência em pessoas de idade avançada

Page 48: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

48

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alarcón, M. T., González, J. I., Bárcena, A., Sánchez-del Corral, F., Muñoz, C., & Salgado

A. (1993). Características del "paciente geriátrico" al ingreso en la unidad de agudos de un servicio

de geriatría. Revista Española de Geriatría y Gerontología, 28, 285-290.

Alden, D., Austin, C., & Sturgeon, R. (1989). A correlation between the Geriatric

Depression Scale Long and Short Forms. Journal of Gerontology, 44(4), 124-125.

Applegate, W. B., Blass, J. P., & Williams, T. F. (1990). Instruments for the functional

assessment of older patients. The New England Journal of Medicine, 323, 1207-1213.

Ariño, S., & Benavent, R. (2002). La valoración geriátrica integral, una herramienta

fundamental para el diagnóstico y el tratamiento. Jano, 62, 1863-1865.

Avlund, K. (1997). Methodological challenges in measurements of functional ability in

gerontological research. A review. Aging (Milan, Italy), 9, 164-174.

Baldereschi, M., Meneghini, F., Quiroga, P., Albala, C., Mamo, J., Muscat, P., … Katzman,

R. (1994). Cognitive versus functional screening for dementia across different countries: cross-

cultural validaton of the Mini-Mental State Examination (MMSE) and the Pfeffer activities

questionnaire (PFAQ) against the standardised clinical diagnosis of dementia. Neurology, 44,

(suppl. 2), A365.

Bangor, A., Kortum, P. T., & Miller, J. T. (2008). An Empirical Evaluation of the System

Usability Scale. International Journal of Human-Computer Interaction, 24, 574-594.

Baztán, J. J., González, J. I., & del Ser, T. (1994). Escalas de actividades de la vida diaria.

En T. del Ser & J. Peña-Casanova (Eds.), Evaluación neuropsicológica y funcional de la demencia

(pp. 137-164). Barcelona: J. R. Prous Editores.

Baztán, J. J., Pérez, J., Alarcón, T., San Cristóbal, E., Izquierdo, G., & Manzarbeitia, J.

(1993). Índice de Barthel: instrumento válido para la valoración funcional de pacientes con

enfermedad cerebrovascular. Revista Española Geriatría y Gerontología, 28, 32-40.

Page 49: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

49

Beddhu, S., Bruns, F. J., Saul, M., Seddon, P., & Zeidel, M. L. (2000). A simple

comorbidity scale predicts clinical outcomes and costs in dialysis patients. American Journal of

Medicine, 108, 609-613.

Benítez, M. A., & Vázquez, J. R. (1992). Valoración del grado de autonomía de los

ancianos. Atención Primaria, 10, 888-891.

Bermejo, F. (2007). Salud y capacidad funcional en los mayores. Estudio de la cohorte

NEDICES. Madrid: Ediasa.

Blesa, R., Pujol, M., Aguilar, M., Santacruz, P., Bertran-Serra, I., Hernández, G., …

Normadem Group. (2001). Clinical validity of the ‘mini-mental state’ for Spanish speaking

communities. Neuropsychologia, 39(11), 1150-1157.

Brink, T. L., Yesavage, J. A., Lum, O., Heersema, P. H., Adey, M., & Rose, T. L. (1982).

Screening tests for geriatric depression. Clinical Gerontologist, 1, 37-43.

Brooke J. (1996). SUS: a “quick and dirty” usability scale. En P.W. Jordan, B. Thomas,

B.A. Weerdmeester, A.L. McClelland (Eds.), Usability Evaluation in Industry (pp.189-194).

Londres: Taylor and Francis.

Carpenter, G. I., Hirdes, J. P., Ribbe, M. W., Ikegami, N., Challis, D., Steel K, … Fries, B.

(1999). Targeting and quality of nursing home care. A five nation study. Aging (Milan, Italy), 11,

83-89.

Ceresuela, A., Rubio, S., Rodríguez, B., David, J. M., Cuerda, C., & Lorente, T. (2008).

Social inequality and changes in quality of life among the elderly in rural areas of the Province of

Cuenca (Spain) between 1994 and 2002. Revista Española de Geriatría y Gerontología, 43(4), 221-

228.

Charlson, M. E., Pompei, P., Ales, K. L., & Mackenzie, C. R. (1987). A new method of

classifying prognostic comorbidity in longitudinal studies: Development and validation. Journal of

Chronic Diseases, 40, 373-383.

Page 50: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

50

Charlson, M., Szatrowski, T. P., Peterson, J., & Gold, J. (1994). Validation of a combined

comorbidity index. Journal of Clinical Epidemiology, 47, 1245-1251.

Cleves, M. A., Sanchez, N., & Draheim, M. (1997). Evaluation of two competing methods

for calculating Charlson’s comorbidity index when analyzing short-term mortality using

administrative data. Journal of Clinical Epidemiology, 50, 903-908.

Cobb, J. L., D’Agostino, R. B., & Wolf, P. A. (1993). Norms for the Mini-Mental State

Examination. Journal of the American Medical Association, 270, 2178.

Collin, C., Davis, S., Horne, V., & Wade, D. T. (1987). Reliability of the Barthel ADL

Index. International Journal of Rehabilitation Research, 10, 356-357.

Coster, W. J., Haley, S. M., Andres, P. L., Ludlow, L. H., Bond, T. L. Y., & Ni, P. (2004).

Refining the conceptual basis for rehabilitation outcome measurement. Medical Care, 42(Suppl 1),

I62-72.

Cruz, A. J. (1992). Valoración pronóstica de la valoración funcional. Revista Española de

Geriatría y Gerontología, 27(8), 68.

Cruz, A. J. (2000). ¿Debemos uniformar los instrumentos de evaluación geriátrica? Revista

Española de Geriatría y Gerontología, 35(5), 251-253.

de Andrés, F. (2012). Uso de tecnologías abiertas (Processing) en el desarrollo de

interfaces avanzadas de visualización y acceso de datos: Estudio del caso Organic.Edunet.

Universitat Oberta de Catalunya. Disponible en http://hdl.handle.net/10609/11761

del Ser, T., & Peña-Casanova, J. (1994). Evaluación neuropsicológica y funcional de la

demencia. Barcelona: Prous editores.

Deyo, R. A., Cherkin, D. C., & Ciol, M. A. (1992). Adapting a clinical comorbidity index

for use with ICD-9-CM administrative databases. Journal of Clinical Epidemiology, 45, 613-619.

D’Hoore, W., Bouckaert, A., & Tilquin, C. (1996). Practical considerations on the use of the

Charlson comorbidity index with administrative data bases. Journal of Clinical Epidemiology, 49,

1429-1433.

Page 51: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

51

D’Hoore, W., Sicotte, C., & Tilquin, C. (1993). Risk adjustment in outcome assessment: the

Charlson comorbidity index. Methods of Information in Medicine, 32, 382-387.

Duke University Center for the Study of Aging and Human development. (1978).

Multifunctional assessment: the OARS methodology. Durham: Duke University.

Eiroa, P. (1994). Valoración multidimensional de la tercera edad en el municipio de Vigo.

Tesis doctoral. Santiago de Compostela: Universidad de Santiago de Compostela.

Eiroa, P., Vázquez-Vizoso, F. L., & Veras, R. (1996). Discapacidades y necesidades de

servicios en las personas mayores detectadas en la encuesta de salud OARS-Vigo. Medicina

Clínica, 106, 641-648.

Espejo, J., Martínez, J., Rubio, V., Dueñas, R., Fernández, M. J., & Yun A. (1998). Recursos

sociales en mayores de 60 años. Su relación con factores sociodemográficos y de salud (Proyecto

ANCO). Atención Primaria, 21, 88-86.

Espina, F. J. (2011). Valoración geriátrica integral. En J. C. Caballero & J. Benitez (Eds.),

Manual de atención al anciano desnutrido en el nivel primario de salud (pp. 19-28). Madrid:

Ergon.

Extermann, M., Overcash, J., Lyman, G. H., Parr, J., & Balducci, L. (1998). Comorbidity

and functional status are independent in older cancer patients. Journal of Clinical Oncology, 16,

1582-1587.

Feinstein, A., Josephy, B. R., & Wells, C. K. (1986). Scientific and clinical problems in

indexes of functional disability. Annals of Internal Medicine, 105, 413-420.

Fillenbaum, G. (1998). Multidimensional Functional Assessment of Older Adults. The Duke

Older Americans Resources and Services Procedures. Nueva York, Hillsdale: Lawrence Erlbaum

Associates.

Folstein, M. F., Folstein, S. E., & McHugh, P. R. (1975). “Mini-mental state”. A practical

method for grading the cognitive state of patients for the clinician. Journal of Psychiatric Research,

12(3), 189-198.

Page 52: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

52

Fontecha, B. (2005). Valoración geriátrica. Visión desde el Hospital de Día. Revista

Multidisciplinar de Gerontología, 15(1), 23-25.

Formiga, F., Chivite, D., Solé, A., Manito, N., Ramón, J. M., & Pujol R. (2006). Functional

outcomes of elderly patients after the first hospital admission for decompensated heart failure (HF).

A prospective study. Archives of Gerontology and Geriatrics, 43(2), 175-185.

Fortinsky, R. H., Granger, C. V., & Seltzer, G. B. (1981). The use of functional assessment

in understanding home care needs. Medical Care, 19, 489-497.

Gabriel, S. E., Crowson, C. S., & O’Fallon, W. M. (1999). A comparison of two

comorbidity instruments in arthritis. Journal of Clinical Epidemiology, 52, 1137-1142.

Genua, M. I., Miró, B., Hernanz, R., Martínez, M., Miró, M., & Pardo C. (2002). Geriatría.

En J. Bonal, A. Domínguez-Gil, M. C. Gamundi, V. Napal & E. Valverde (Eds.), Farmacia

hospitalaria. Tomo 3 (pp. 959-991). Madrid: Doyma.

Ghali, W. A., Hall, R. E., Rosen, A. K., Ash, A. S., & Moskowitz, M. A. (1996). Searching

for an improved clinical comorbidity index for use with ICD-9-CM administrative data. Journal of

Clinical Epidemiology, 49, 273-278.

Gloth, F. M., Waltson, J., Meyer, J., & Pearson, J. (1995). Reliability and validity of the

Frail Elderly Functional Assessment Questionnaire. American Journal of Physical Medicine &

Rehabilitation, 74, 45-53.

Goldberg, D., Bridges, K., Duncan-Jonnes, P., & Grayson, D. (1988). Detecting anxiety and

depression in general medical settings. British Medical Journal, 97, 897-899.

González, J. I., Gutiérrez, J., & Alarcón, M. T. (1998). Aplicación de la valoración geriátrica

para el correcto uso de niveles asistenciales en la atención al anciano. Propuesta de un diagrama

objetivo de toma de decisiones. Revista Española de Geriatría y Gerontología, 33, 115-120.

Granger, C. V., Dewis, L. S., Peters, N. C., Sherwood, C. C, & Barrett, J. E. (1979). Stroke

rehabilitation: analysis of repeated Barthel Index measures. Archives of Physical Medicine and

Rehabilitation, 60, 14-17.

Page 53: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

53

Grau, G., Eiroa, P., & Cayuela, A. (1996). Versión española del OARS multidimensional

Functional Assessment Questionnaire: adaptación transcultural y medida de la validez. Atención

Primaria, 17(8), 486-495.

Grupo de trabajo de la Sociedad Española de Medicina Familiar y Comunitaria. (1997).

Atención al anciano. Madrid: Eurobook S. L.

Guralnik, J. M., Fried, L. P., & Salive, M. E. (1996). Disability as a public health outcome in

the aging population. Annual Review of Public Health, 17, 25-46.

Heller, D. A., Ahern, F. M., Pringle, K. E., & Brown, T. V. (2009). Among older adults, the

responsiveness of self-rated health to changes in Charlson comorbidity was moderated by age and

baseline comorbidity. Journal of Clinical Epidemiology, 62, 177-187.

Israël, L., Kozarevic, D., & Sartorius, N. (1984). Source book of geriatric assessment.

Nueva York: Karger.

Jitapunkul, S., Kamolratanakul, P., & Ebrahim, S. (1994). The meaning of activities of daily

living in a thai elderly population: development of a new index. Age and Ageing, 23, 97-101.

Karagiozis, H., Gray, S., Sacco, J., Shapiro, M., & Kawas, C. (1998). The Direct

Assessment of Functional Abilities (DAFA): a comparison to an indirect measure of instrumental

activities of daily living. The Gerontologist, 38, 113-121.

Katz, J. N., Chang, L. C., Sangha, O., Fossel, A. H., & Bates, D. W. (1996). Can

comorbidity be measured by questionnaire rather than medical record review? Medical Care, 34,

73-84.

Katz, S., Ford, A. B., Moskowitz, R. W., Jackson, B. A., & Jaffe, M. W. (1963). Studies of

illness in the aged. The index of ADL: A standardized measure of biological and psychosocial

function. The Journal of the American Medical Association, 185, 914-919.

Kieszak, S. M., Flanders, W. D., Kosinski, A. S., Shipp, C. C., & Karp, H. (1999). A

comparison of the Charlson comorbidity index derived from medical record data and administrative

billing data. Journal of Clinical Epidemiology, 52, 137-142.

Page 54: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

54

Lawton, M. P. & Brody, E. M. (1969). Assessment of older people: self-maintaining and

instrumental activities of daily living. The Gerontologist, 9, 179-186.

Lázaro, A., Rubio, E., Sánchez, A., & García, J. C. (2007). Functional capacity for daily

living activities among senior citizens attending Community Centers in the city of Zaragoza, Spain,

2005. Revista Española de Salud Pública, 81(6), 625-636.

Lesher, E. L., & Berryhill, J. S. (1994). Validation of a Geriatric Depression Scale-short

form among inpatients. Journal of Clinical Psychology, 50(2), 256-260.

Librero, J., Peiro, S., & Ordinana, R. (1999). Chronic comorbidity and outcomes of hospital

care: length of stay, mortality, and readmission at 30 and 365 days. Journal of Clinical

Epidemiology, 52, 171-179.

Liu, M., Domen, K., & Chino, N. (1997). Comorbidity measures for stroke outcome

research: a preliminary study. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 78, 166-172.

Liu, H. C., Teng, E. L., Lin, K. N., Hsu, T. C., Guo, N. W., Chou, P., … Chiang, B. N.

(1994). Performance on a dementia screening test in relation to demographic variables. Study of

5297 community residents in Taiwan. Archives of Neurology, 51, 910-915.

Lobo, A., Ezquerra, J., Gómez, F., Sala, J., & Seva, A. (1979). El mini-examen

cognoscitivo. Un test sencillo y práctico para detectar alteraciones intelectuales en pacientes

médicos. Actas Luso Españolas de Neurología y Psiquiatría, 7, 189-201.

Lobo, A., Morton, C., Campayo, J., & Pérez, M. J. (1995). Detección de la morbilidad

psíquica en la práctica médica. El nuevo instrumento EADG. Zaragoza: Luzán.

Loewen, S. C., & Anderson, B. A. (1988). Reliability of the Modified Motor Assessment

scale and the Barthel Index. Physical Therapy, 68, 1077-1081.

López-Pousa, S., Llinás, J., Amiel, J., Vidal, C., & Vilalta, J. (1990). CAMDEX: una nueva

entrevista psicogeriátrica (CAMDEX: a new psychogeriatric interview). Actas Luso Españolas de

Neurología, Psiquiatría y Ciencias Afines, 18, 290-295.

Page 55: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

55

Louis, E. D., Benito-León, J., Vega-Quiroga, S., & Bermejo-Pareja, F. (2010). The

neurological disorders in central Spain (NEDICES) study group. Cognitive and motor functional

activity in non-demented community dwelling essential tremor cases. Journal of Neurology,

Neurosurgery and Psychiatry, 81, 997-1001.

Lyons, K. S., Zarit, S. H., Sayer, A. G., & Whitlatch, C. J. (2002). Caregiving as a Dyadic

Process: Perspectives from Caregiver and Receiver. The Journals of Gerontology Series B:

Psychological Sciences and Social Sciences, 57(3), P195-204.

Mahoney, F. I., & Barthel, D. W. (1965). Functional Evaluation: The Barthel Index.

Maryland Medical Journal, 14(2), 61-65.

Mahoney, F. I., Wood, O. H., & Barthel, D. W. (1958). Rehabilitation of chronically ill

patients: the influence of complications on the final goal. Southern Medical Journal, 51, 605-609.

Martín, I., & Gorroñogoitia, A. (2009). Efectividad de la valoración geriátrica integral en

atención primaria. Madrid: Portal Mayores, Informes Portal Mayores, nº 92.

Martínez, J., Onís, M. C., Dueñas, R., Albert, C., Aguado, C., & Luque, R. (2002). Versión

española del cuestionario de Yesavage abreviado (GDS) para el despistaje de depresión en mayores

de 65 años: adaptación y validación. Revista de Medicina Familiar y Comunitaria, 12, 620-630.

McGivney, S. A., Mulvihil, M., & Taylor, B. (1994). Validating the GDS depression screen

in the nursing home. Journal of the American Geriatrics Society, 42, 490-492.

Melchiorre, P. J., Findley, T., & Boda, W. (1996). Functional outcome and comorbidity

indexes in the rehabilitation of the traumatic versus the vascular unilateral lower limb amputee.

American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation, 75, 9-14.

Menéndez, M., & San José, A. (1995). Valoración geriátrica funcional. instrumentos de

evaluación funcional y sistema de información para centros asistenciales. Madrid: Fundación Caja

de Madrid.

Millán-Calenti, J. C., Maseda, A., Rochette, S., Vázquez, G. A., Sánchez, A., & Lorenzo, T.

(2011). Mental and psychological conditions, medical comorbidity and functional limitation:

Page 56: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

56

differential associations in older adults with cognitive impairment, depressive symptoms and co-

existence of both. International Journal of Geriatric Psychiatry, 26(10), 1071-1079.

Millán-Calenti, J. C., Sánchez, A., Lorenzo, T. & Maseda A. (2012a). Depressive symptoms

and other factors associated with poor self-rated health in the elderly: gender differences. Geriatrics

& Gerontology International, 12(2), 198-206.

Millán-Calenti, J. C., Sánchez, A., Lorenzo-López, L., & Maseda, A. (2012b). Laboratory

values in a Spanish population of older adults: a comparison with reference values from younger

adults. Maturitas, 71(4), 396-401.

Millán-Calenti, J. C., Tubío, J., Pita-Fernández, S., González-Abraldes, I., Lorenzo, T.,

Fernández-Arruty, T., & Maseda, A. (2010). Prevalence of functional disability in activities of daily

living (ADL), instrumental activities of daily living (IADL) and associated factors, as predictors of

morbidity and mortality. Archives of Gerontology and Geriatrics, 50(3), 306-310.

Millán-Calenti, J. C., Tubío, J., Pita-Fernández, S., González-Abraldes, I., Lorenzo, T., &

Maseda, A. (2009). Prevalence of cognitive impairment: effects of level of education, age, sex and

associated factors. Dementia and Geriatric Cognitive Disorders, 28(5), 455-460.

Millán-Calenti, J. C., Tubío, J., Pita-Fernández, S., Rochette, S., Lorenzo, T., & Maseda, A.

(2012c). Cognitive impairment as predictor of functional dependence in an elderly sample. Archives

of Gerontology and Geriatrics, 54(1), 197-201.

Miralles, R. (1999). Valoración e intervención geriátrica. ¿Cuánto y dónde? Revista

Española de Geriatría y Gerontología, 34, 59-61.

Mitrushina, M., & Satz, P. (1991). Reliability and validity of the Mini-Mental State Exam in

neurologically intact elderly. Journal of Clinical Psychology, 47, 537-543.

Montón, C., Pérez-Echevarría, M. J., Campos, R., García, J., & GMPPZ. (1993). Escalas de

ansiedad y depresión de Goldberg: una guía de entrevista eficaz para la detección del malestar

psíquico. Atención Primaria, 12, 345-349.

Page 57: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

57

Montorio, I. (1990). Evaluación psicológica en la vejez: Instrumentación desde su enfoque

multidimensional. Tesis doctoral. Madrid: Universidad Autónoma de Madrid.

Montorio, I. (1994). La persona mayor. Guía aplicada de evaluación psicológica. Madrid:

INSERSO.

Montorio, I., Izal, M., López, A., & Sánchez, M. (1998). La Entrevista de Carga del

Cuidador. Utilidad y validez del concepto de carga. Anales de Psicología, 14(2), 229-248.

Morris, J. C., & Fulling, K. (1988). Early Alzhelmer’s disease. Diagnostic considerations.

Archives of Neurology, 45, 345-349.

Mulrow, C. D., Gerety, M. B., Cornell, J. E., Lawrence, V. A., & Kanten, D. N. (1994). The

relationship between disease and function and perceived health in very frail elders. Journal of the

American Geriatrics Society, 42, 374-380.

Muñoz-Mendoza, C. L., Cabañero-Martínez, M. J., Millán-Calenti, J. C., Cabrero-García, J.,

López-Sánchez, R., & Maseda-Rodríguez, A. (2011). Reliability of 4-m and 6-m walking speed

tests in elderly people with cognitive impairment. Archives of Gerontology and Geriatrics, 52(2),

e67-70.

Neal, R. M., & Baldwin, R. C. (1994). Screening for anxiety and depression in elderly

medical outpatients. Age and Ageing, 23(6), 461-464.

Newschaffer, C. J., Bush, T. L., Penberthy, L. E., Bellantoni, M., Helzlsour, K., & Diener-

West, M. (1998). Does comorbid disease interact with cancer? An epidemiologic analysis of

mortality in a cohort of elderly breast cancer patients. The Journals of Gerontology Series A:

Biological Sciences and Medical Sciences, 53, M372–378.

Peña-Casanova, J., Gramunt, N., & Gich, J. (2004). Test Neuropsicológicos. Barcelona:

Masson.

Pfeffer, R. I., Kurosaki, T. T., Harrah, C. H., Chance, J. M., & Filos, S. (1982).

Measurement of the functional activities in older adults in the community. Journal of Gerontology,

37, 323-329.

Page 58: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

58

Pí, J., Olivé, J. M., & Esteban, M. (1994). Mini Mental State Examination: association of the

score obtained with the age and degree of literacy in an aged population. Medicina Clínica, 103,

641-644.

Pi, J., Olivé, J. M., Roca, J., & Masana, L. (1996). Prevalence of dementia in a semi-rural

population of Catalunya, Spain. Neuroepidemiology, 15, 33-41.

Pinsonnault, E., Dubuc, N., Desrosiers, J., Delli-Colli, N., & Hébert, R. (2009). Validation

study of a social functioning scale: The social-SMAF (social-Functional Autonomy Measurement

System). Archives of Gerontology and Geriatrics, 48(1), 40-44.

Podsiadlo, D., & Richardson, S. (1991). The timed "Up & Go": a test of basic functional

mobility for frail elderly persons. Journal of the American Geriatrics Society, 39, 142-148.

Poses, R. M., McClish, D. K., Smith, W. R., Bekes, C., & Scott, W. E. (1996). Prediction of

survival of critically ill patients by admission comorbidity. Journal of Clinical Epidemiology, 49,

743-747.

Quiroga, P., Albala, C., & Klaasen, G. (2004). Validación de un test de tamizaje para el

diagnóstico de demencia asociada a edad, en Chile. Revista Médica de Chile, 132, 467-478.

Ribera, J. M. (2010). Valoración del paciente anciano. En J. C. Millán-Calenti (Ed.),

Gerontología y Geriatría: Valoración e Intervención (pp. 21-35). Madrid: Médica Panamericana.

Romano, P. S., Roos, L. L., & Jollis, J. G. (1993). Adapting a clinical comorbidity index for

use with ICD-9-CM administrative data: differing perspectives. Journal of Clinical Epidemiology,

46, 1075-1079, discussion 1081-1089.

Rochon, P. A., Katz, J. N., Morrow, L. A., McGlinchey-Berroth, R., Ahlquist, M. M.,

Sarkarati, M., & Minaker, K. L. (1996). Comorbid illness is associated with survival and length of

hospital stay in patients with chronic disability. A prospective comparison of three comorbidity

indices. Medical Care, 34, 1093-1101.

Page 59: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

59

Roos, L. L. J., Nicol, J. P., & Cageorge, S. M. (1987). Using administrative data for

longitudinal research: comparisons with primary data collection. Journal of Chronic Diseases, 40,

41-49.

Royal College of Physicians and the British Geriatrics Society. (1992). Standardized

assessment scales for elderly people. London: Royal College of Physicians and the British

Geriatrics Society.

Rubenstein, L. Z. (2004). Joseph T. Freeman award lecture: comprehensive geriatric

assessment: from miracle to reality. The Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and

Medical Sciences, 59(5), 473-477.

Rubenstein, L. Z., Josephson, K. R., Wieland, D., English, P. A., Sayre, J. A., & Kane, R. L.

(1984). Effectiveness of a geriatrics evaluation unit. a randomized clinical trial. The New England

Journal of Medicine, 311(26), 1664-1670.

Rubenstein, L. Z., Robbins, A. S., Schulman, B. L., Rosado, J., Osterweil, D., & Josephson,

K. R. (1988). Falls and instability in the elderly. Journal of American Geriatric Society, 36 (3), 266-

278.

Rubin, E. H., Morris, J. C., Grant, E. A., & Vendegna, T. (1989). Very mild senile dementia

of the Alzheimer type I. Clinical assessment. Archives of Neurology, 46, 379-382.

Salamero, M., & Marcos, T. (1992). Factor study of the Geriatric Depression Scale. Acta

Psychiatrica Scandinavica, 86, 283-286.

Sánchez-Ferrín, P., Magaña, M., Asunción, J., Dejoz-Preciado, M. T., Quintana-Riera, S., &

González-Ortega, F. (1999). Valoración geriátrica en ancianos con fractura proximal de fémur.

Revista Española de Geriatría y Gerontología, 34(2), 65-71.

San José, A., & Vilardell, M. (1996). Unidades funcionales interdisciplinarias de geriatría en

hospitales generales. Funcionamiento y análisis de su efectividad. Medicina Clínica, 106, 336-343.

Shah, S., Vanclay, F., & Cooper, B. (1989). Improving the sensitivity of the Barthel Index

for stroke rehabilitation. Journal of Clinical Epidemiology, 42, 703-709.

Page 60: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

60

Sheikh, J. L., & Yesavage, J. A. (1986). Geriatric Depression Scale (GDS): Recent evidence

and development of a shorter version. En T. L. Brink (Ed.), Clinical Gerontology: A guide to

assessment and intervention (pp.165-173). Nueva York: Haworth Press.

Sherwood, S. J., Morris, J., Mor, V., & Gutkin, C. (1977). Compendium of Measures for

Describing and Assessing Long Term Care Populations. Boston: Hebrew Rehabilitation Center for

Aged.

Shore, D., Overman, C. A., & Wyatt, R. J. (1983). Improving accuracy in the diagnosis of

Alzheimer’s disease. The Journal of Clinical Psychiatry, 44, 207-212.

Skiest, D. J., Rubinstien, E., Carley, N., Gioiella, L., & Lyons, R. (1996). The importance of

comorbidity in HIV-infected patients over 55: a retrospective case–control study. American Journal

of Medicine, 101, 605-611.

Stone, S. P., Ali, B., Auberleek, I., Thompsell, A., & Young, A. (1994). The Barthel Index

in clinical practice: use on a rehabilitation ward for elderly people. Journal of the Royal College of

Physicians of London, 28, 419-423.

Stuck, A. E., Siu, A., Wieland, G. D., & Rubenstein, L. Z. (1993). Comprehensive geriatric

assessment: a meta-analysis of controlled trials. The Lancet, 342(8878), 1032-1036.

Tessier, A., Finch, L., Daskalopoulou, S. S., & Mayo, N. E. (2008). Validation of the

Charlson Comorbidity Index for predicting functional outcome of stroke. Archives of Physical

Medicine and Rehabilitation, 89, 1276-1283.

Tombaugh, T. N., & McIntyre, N. J. (1992). The Mini-Mental State Examination: a

comprehensive review. Journal of the American Geriatric Society, 40, 922-935.

Tullis, T. S., & Stetson, J. N. (2004). A Comparison of Questionnaires for Assessing Website

Usability. Ponencia presentada en UPA Annual Conference, Minneapolis, Minnesota.

Tulloch, A. J. (2995). Effectiveness of preventive care programmes in the elderly. Age and

Ageing, 34(3), 203-204.

Page 61: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

61

Valero, C., Regalado, P. J., González, J. I., Alarcón, M. T., & Salgado, A. (1998).

Valoración geriátrica integral: diferencias en el perfil de los pacientes de distintos niveles

asistenciales. Revista Española de Geriatría y Gerontología, 33, 81-90.

Van MarwijK, H., Arnold, Y., Bonnema, J., & Kaptein, A. (1993). Selfreport depression

scales for elderly patients in primary care: a preliminary study. Family Practice, 10(1), 63-65.

Villanueva-Iza, C., Bermejo Pareja, F., Berbel-Garcia, A., Trincado-Soriano, R., & Rivera-

Navarro, J. (2003). Validación de un protocolo clínico para la detección de demencia en la

población. Revista de Neurología, 36, 1121-1126.

Wade, D. T. (1992). Measurement in Neurological Rehabilitation. Nueva York: Oxford

University Press.

Wellwood, I., Dennis, M. S., & Warlow, C. P. (1995). A comparision of the Barthel Index

and the OPCS disability instrument used to measure outcome after acute stroke. Age and Ageing,

24, 54-57.

West, D. W., Satariano, W. A., Ragland, D. R., & Hiatt, R. A. (1996). Comorbidity and

breast cancer survival: a comparison between black and white women. Annals of Epidemiology, 6,

413-419.

Wiener, J. M., Hanley, R. J., Clark, R., & Van Nostrand, J. F. (1990). Measuring the

activities of daily living: comparisons across national surveys. Journals of Gerontology, 45, S229-

237.

Woodbury, M., & Fillenbaum, G. (1996). Psychometric characteristics of the Mini-Mental

State Examination in patients with Alzheimer’s disease - a grade of membership analysis of

CERAD data: part II. International Journal of Geriatric Psychiatry, 11, 543-553.

Wylie, C. M. (1967). Measuring end results of rehabilitation of patients with stroke. Public

Health Reports, 82, 893-898.

Wylie, C. M., & White, B. K. (1964). A measure of disability. Archives of Environmental

Health, 8, 834-839.

Page 62: projecto: 0552_envelhecimento+ativo_1_e atividade 1. comité

62

Yarkony, G. M., Roth, E. J., Heinemann, A. W., & Lovell. L. L. (1988). Spinal cord injury

rehabilitation outcome: the impact of age. Journal of Clinical Epidemiology, 41, 173-177.

Yesavage, J. A. (1988). Geriatric Depression scales. Psychopharmacology Bulletin, 24, 709.

Yesavage, J. A., Brink, T. L., & Rose, T. L. (1983a). Development and validation of a

geriatric depression screening scale: A preliminary report. Journal of Psychiatric Research, 17, 37-

49.

Yesavage, J. A., Brink, T. L., Terrence, L. R., & Adey, M. (1983b). The Geriatric

Depression Rating Scale: comparison with other self-report and psychiatric rating scales. En T.

Crook, S. Ferris, R. Bartus (Eds.), Assessment in geriatric psychopharmacology (pp.153-167).

Nueva Canaan: Mark Powley Associates.