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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3
MARISETE LUZ OLIVEIRA NERY
AVALIAÇÕES EXTERNAS NO CICLO I: A POSSIBILIDADE DE
INTERVENÇÃO A PARTIR DOS RESULTADOS APRESENTADOS
Salvador
2015
MARISETE LUZ OLIVEIRA NERY
AVALIAÇÕES EXTERNAS NO CICLO I: A POSSIBILIDADE DE
INTERVENÇÃO A PARTIR DOS RESULTADOS APRESENTADOS
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional
Escola de Gestores da Educação Básica Pública,
Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia,
como requisito para a obtenção do grau de Especialista
em Coordenação Pedagógica.
Orientador: Profª. Esp. Cristiane Regina Dourado
Vasconcelos
Salvador
2015
MARISETE LUZ OLIVEIRA NERY
AVALIAÇÕES EXTERNAS NO CICLO I: A POSSIBILIDADE DE
INTERVENÇÃO A PARTIR DOS RESULTADOS APRESENTADOS
Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em
Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de
Educação, Universidade Federal da Bahia.
Aprovado em janeiro de 2016.
BANCA EXAMINADORA
Primeiro Avaliador: ____________________________________________________
Segundo Avaliador. ____________________________________________________
Terceiro Avaliador. ____________________________________________________
À Deus, autor da vida. Sem Ele nada teria conseguido. E a todos que direta ou
indiretamente colaboraram para que eu pudesse chegar até aqui.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por me permitir concluir mais esta conquista.
Aos meus familiares, por entenderem e me apoiarem em mais essa caminhada. O meu
muito obrigada.
Ao Colégio Municipal Arani de Souza, na pessoa de Cristiane Magalhães e Equipe, por me
dar oportunidade de fazer minhas experiências e desenvolver meu Trabalho.
À Secretaria Municipal de Educação pela oportunidade.
À minha orientadora, Profª. Cristiane Regina Dourado Vasconcelos, por se fazer presente,
(mesmo tão longe), sempre que precisei, pela paciência e competência.
À Faculdade de Educação da UFBa e ao Programa Escola de Gestores, por levarem a cabo
esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos, como eu.
Aos companheiros de curso, por compartilhar suas angústias, suas noites mal dormidas e
por fim suas vitórias valeu galera!
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir
um castelo... (FERNANDO PESSOA).
NERY, Marisete Luz Oliveira. Avaliações Externas no Ciclo I: A possibilidade de
intervenção a partir dos resultados apresentados. 2015. Projeto Vivencial com
Especialização em Coordenação Pedagógica – Programa Nacional Escola de Gestores,
Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre a possibilidade de intervenção a partir dos
resultados apresentados nas Avaliações Externas do Ciclo I, do Ensino Fundamental I. A
pesquisa foi realizada com os professores que atuam nesta modalidade de ensino, do
Colégio Municipal Arani de Souza, em Iguaí/BA. Para realização do estudo foi utilizada
pesquisa bibliográfica, com uma relevância sobre os olhares dos teóricos que enriqueceram
esse trabalho com suas contribuições, além da elaboração e aplicação de questionário aos
professores, para que eles pudessem manifestar, de forma simples e objetiva, o que sabiam
sobre Avaliações Externas e como as utilizavam em suas práticas de ensino. A partir das
observações sobre as respostas dadas pelos professores, pode-se perceber que eles se
mostraram um tanto conservadores e às vezes apresentavam um olhar crítico reflexivo
sobre essas avaliações. Como proposta de intervenção faremos reuniões para juntos
encontrarmos meios que venham solucionar esse problema, ora percebido, através de
mudanças nas metodologias, com atividades lúdicas e planejamento participativo. Espera-se
com isso, sanar parte dos problemas apresentados, através da inovação do professor que
consequentemente resultará na melhoria do desempenho escolar dos alunos.
Palavras-chave: Avaliações Externas. Resultados. Intervenção.
ABSTRACT
This paper presents a reflection on the possibility of intervention from the results presented in
External Reviews of Cycle I of the Elementary School I. The survey was conducted with
teachers who work in this type of education, the Arani de Souza Municipal College in Iguaí /
BA. To conduct the study was used bibliographical research with a relevance on the eyes of
theorists who have enriched this work with their contributions, as well as developing and
implementing a questionnaire to teachers so that they could express in a simple and
objective way, what they knew on External Ratings and as used in their teaching practices.
From observations on the answers given by the teachers, it can be noticed that they showed
both conservative and sometimes had a reflective critical eye on these assessments. As
proposed intervention will do meetings to find ways to come together to solve this problem,
now realized, through changes in methodologies, with recreational activities and participatory
planning. It is hoped that this, solve part of the problems presented through innovation
teacher which consequently result in improved school performance of students.
Keywords: External Reviews. Results. Intervention.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CECOP
CMAS
Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica
Colégio Municipal Arani de Sousa
CP
IDEB
Coordenador Pedagógico
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
LDB
PPO
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Professor Pesquisador Orientador
UFBA Universidade Federal da Bahia
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................11
1MINHAS MEMORIAS.........................................................................................13
1.1VIDA PESSOAL E ESCOLAR.........................................................................13
1.2EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS.................................................................14
2 AVALIAÇÕES EXTERNAS: A busca de uma melhor qualidade no ensino e
aprendizagem........................................................................................................17
3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA........................................... 24
3.1 Caracterização do Colégio............................................................................ 24
3.2 Análises dos Dados....................................................................................... 27
3.3 Cronograma....................................................................................................29
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 30
REFERÊNCIAS................................................................................................... 31
APÊNDICES........................................................................................................ 32
INTRODUÇÃO
Ao perceber que os professores do Ciclo I, do Colégio Municipal Arani de
Souza - C.M.A.S. não demostravam nenhuma preocupação em relação aos resultados
das Avaliações Externas aplicadas os seus alunos, resolvi então fazer uma pesquisa
através de questionários o qual confirmou minhas dúvidas e que me inquietou mais
ainda. Com o resultado dessa pesquisa em mãos, pude perceber que os mesmos não
utilizavam dos resultados das Avaliações Externas e na maioria das vezes, nem se
preocupavam em saber quais eram as maiores dificuldades que seus alunos
apresentavam nessas avaliações, para então trabalharem em cima dessas
dificuldades, facilitando não só seu trabalho, mas principalmente, criando intervenções
para melhorar a aprendizagem dos seus alunos.
As Avaliações externas têm como principal característica a unificação de
uma matriz de avaliação, onde são padronizados seus objetivos, o qual, o principal
é avaliar a Educação Básica brasileira e contribuir para a melhoria de sua qualidade
para todos os alunos. Desta forma, pode-se fazer comparações entre escolas/alunos,
com base bem estruturada, através dos resultados obtidos, principalmente por se
tratar de avaliações de larga escala, pois abrange um todo da nossa educação, e,
todos num mesmo período de tempo.
Neste sentido, o presente trabalho objetivou a construção de uma proposta
de intervenção, a partir dos resultados apresentados das avaliações externas do Ciclo
I, do Colégio Municipal Arani de Souza, como também da pesquisa feita com os
professores. Também pretendo, com o desenvolvimento desta proposta, estudar
as avaliações externas aplicadas aos alunos do Ciclo I deste Colégio, para junto aos
professores encontrar meios que facilitem o uso dos resultados destas avaliações, de
forma a favorecer não só o entendimento e desenvolvimento dos nossos alunos, mas
também, para um melhor desenvolvimento na sua vida pessoal, acadêmica e
profissional.
A pesquisa buscou entender de que maneira os professores e gestores
do Colégio Municipal Arani de Souza utilizavam os resultados das Avaliações
Externas aplicadas aos alunos do Ciclo I.
A avaliação externa como processo para decidir a respeito da vida escolar
do aluno é novo no Brasil e pode ser vista como meio para observar o
desenvolvimento do aluno, as metodologias utilizadas, e assim, o desenvolvimento da
escola como um todo. Segundo Alavarse, 2013:
A avaliação é, então, um processo e uma condição necessários para
que se possam estabelecer e acompanhar metas qualitativas e
quantitativas e verificar se estas últimas são atingidas. Com esse
olhar, a avaliação é capaz de fomentar nas escolas e nas redes uma
interpelação sistemática sobre a qualidade de suas práticas e dos
seus resultados, articular os contributos da avaliação externa com a
cultura e os dispositivos de auto avaliação das escolas e reforçar a
capacidade das escolas de desenvolver sua autonomia, regulando o
funcionamento do sistema educativo. ( Alavarse, 2013, p.14).
Com o desenvolvimento dessa pesquisa foi possível obter informações
importantes e necessárias sobre as avaliações externas, principalmente as aplicadas
aos alunos do Ciclo I, atendendo a uma necessidade pessoal, enquanto Coordenadora
Pedagógica, devo estar preparada para ajudar os professores e quando preciso, sanar
as dúvidas apresentadas pelos Pais e/ou Responsáveis.
Desde que se iniciou os primeiros estudos a respeito das avaliações
externas e até os dias atuais, temos muito o que estudar. Todas as vezes que nos
reunimos com a equipe escolar, um dos temas mais discutidos é avaliação, tanto a
interna quanto a externa.
Portanto, os estudos sobre avaliação permitiram sublinhar e refletir a
importância das avaliações externas como ponto de apoio para o acompanhamento do
desenvolvimento de alunos e da escola e a tomada de decisões, inclusive com a
participação dos diversos segmentos que compõem as redes. A realização das
avaliações externas da educação básica por si só não é responsável por trazer
qualidade aos processos e práticas educacionais, mas pode-se alcançar alguma
evolução pelo grau de importância e reflexão que é destinada aos resultados. A
apresentação desta pesquisa expõe uma série de dificuldades e questões que podem
ser trazidas com mais lucidez e clareza ao meio pedagógico das escolas através de
formações que realmente sejam voltadas ao atendimento das dificuldades.
1. MINHAS MEMÓRIAS
1.1 VIDA PESSOAL E ESCOLAR
Esse memorial além de fazer parte do conteúdo exigido para o TCC em
Coordenação Pedagógica, mostra aos que tiverem a oportunidade de lê-lo, um pouco
sobre minha vida acadêmica e profissional, alguns dos momentos divertidos e também
difíceis para chegar até aqui, com a finalidade de fazer a diferença, sendo “mais um” na
busca para um melhor futuro educacional.
Sou Marisete Luz Oliveira Nery, nasci em Iguaí em 1966 e até hoje
continuo aqui em Iguaí, onde moro e trabalho. Filha de Salvador Evangelista de Oliveira
e Edite Luz Oliveira, tenho sete irmãos, sendo dois homens e cinco mulheres. Meus
pais sempre foram motivo de orgulho para nós, exemplo a ser seguido em todos os
sentidos, sempre presentes em nossas vidas, vibrando com cada vitória alcançada por
cada um de nós.
Às vezes precisamos ser estimulados a voltar ao tempo para relembrar a
nossa trajetória profissional e perceber que mudanças aconteceram. Daí podemos ver
o que aconteceu de positivo e negativo, para que possamos levar à frente os nossos
objetivos. É gratificante relembrar e escrever momentos que foram tão importantes
para a minha vida profissional. Sem eles, não teria galgado degraus que me levaram à
profissão que exerço atualmente, responsável, em grande parte, pelo meu sustento. O
estudo acadêmico aprimorou o meu saber e adquiri conhecimentos antes estranhos à
minha formação, ou sem uma pesquisa mais detalhada.
Posso dizer que as experiências adquiridas são inúmeras e nos
levam sempre a uma reflexão sobre nós mesmos, como por exemplo: Que tipo de
educador estou sendo? Qual a minha contribuição na formação do caráter desses
cidadãos que estão sob a minha responsabilidade? Chego à conclusão que meu
compromisso enquanto educadora e a minha responsabilidade é enorme, pois não
posso ser mais um na multidão, mas um que faça a diferença, como bem ressaltou
Augusto Cury (2003, p. 153), “a educação não precisa de reforma, mas de uma
revolução. A educação do futuro precisa pensadores, empreendedores, sonhadores,
líderes, não apenas do mundo em que estamos, mas do mundo que somos”.
Fiz o “Curso Primário” de 1ª a 4ª série, atual 1º ao 5º Ano, na Escola
Estadual Alice D‟Esquivel Silva, hoje Escola Municipal Alice e Ester que oferece o
Ensino Fundamental II do 6º ao 9º Ano nos turnos Matutino e Vespertino, também EJA
no Noturno.
Aos 11 anos fui pro “Colégio” atual Fundamental II e em 1983, aos 17
anos, concluí o Magistério no Colégio Municipal de Iguaí. Neste mesmo ano concluí
também o curso de Técnico em Contabilidade no Colégio Florestal em Nova
Canaã. Naquele tempo tudo era festa! Saíamos do curso de Magistério às 17h e às
19h já tínhamos que estar no curso de Contabilidade na cidade vizinha há 6 km da
nossa cidade. Íamos como se fosse festa, íamos de “pau de arara”, pois era o único
meio de transporte que nos restava, e às vezes voltávamos andando, mesmo assim
não reclamávamos.
Em fevereiro de 1984 casei-me com Leandro Borges Nery Filho,
um homem abençoado por Deus e preparado para cuidar da família que Deus
preparou pra ele. Fruto dessa nossa união nos veio duas lindas filhas: Kalline que já
se casou, trabalha e mora hoje em São Paulo e é uma excelente profissional e
Mayana que se formou em Enfermagem, trabalha aqui nos distritos de Ponto Chique e
Palmeirinha e é também uma excelente profissional. Agradeço muito a Deus pelas
filhas que tenho.
1.2 EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS
Em 1986, trabalhei como professora numa turma multisseriada na área rural,
onde atuei por 4 anos, numa fazenda próxima à fazenda onde fui morar assim que me
casei. Foi um desafio muito grande, onde eu aprendi muito a trabalhar com as
diferenças.
Em 1989 tive a experiência de trabalhar numa escola particular, o Colégio
Integrado Manoel Lobo, com a turma do Jardim, por um período de 4 anos. Eram
turmas legais, foi uma realidade bem diferente da vivida antes.
Em 1996 trabalhei na Escola Municipal Arani de Souza, onde atuei como
professora alfabetizadora e também fazia parte da equipe responsável pela pré-
escola, foi um aprendizado muito enriquecedor para mim. Lá, nós tínhamos uma
equipe maravilhosa de trabalho. E em 2003, trabalhei nessa mesma escola como
professora de Matemática da 5ª série, hoje o 6º ano, nos turnos vespertino e
noturno. Esta foi outra experiência totalmente diferente das anteriores, foi muito bom
também. Em 2004 fiquei de apoio na direção da Escola Municipal Jabes de Souza e
em 2005 foi convidada para trabalhar como Diretora Escolar na Escola Municipal
Moisés Dantas Rêgo, onde atuei por 4 anos.
Ainda em 2005 tive a oportunidade de me ingressar na Faculdade
UNOPAR (Universidade Norte do Paraná) no curso de Pedagogia, em Itapetinga, uma
cidade há 98 km de distância de Iguaí. Conclui o curso em junho de 2008 em outra
cidade mais próxima, em Poções.
Logo após a conclusão do curso, me matriculei na Pós-
Graduação de Psicopedagogia, pelo Instituto Pró Saber, onde por motivo de força
maior não consegui concluir. Em seguida tive a oportunidade de participar de um novo
curso, o Progestão. Este curso foi muito interessante para mim, pois tive a
oportunidade de atualizar os meus conhecimentos, uma vez que já estive à frente da
gestão de uma escola. Através desse curso, nos veio a oportunidade de fazer
uma pós-graduação em Gestão Escolar e Educacional e mais uma vez enfrentei e
venci mais esse desafio.
Agora me veio mais esta oportunidade que eu tanto almejava que é a Pós
em Coordenação Pedagógica pela UFBA e espero com esse novo trabalho
acrescentar em minha vida acadêmica novos conhecimentos e quem sabe, poder
compartilhar com meus colegas minhas experiências. Afinal, a união faz a força!
A todo tempo estamos sujeitos a uma avaliação. Nós temos uma facilidade
muito grande de observar e julgar, quer seja na nossa vida pessoal, profissional ou
acadêmica. Desde que nascemos já começamos a ser avaliados pelas nossas
atitudes e ou falta delas. E quando chegamos à vida acadêmica essa avaliação passa
a ser obrigatória e muitas vezes desleal.
Hoje a avaliação, conforme define Luckesi (1996, p. 33), "é como um
julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma
tomada de decisão".
Desde que comecei a atuar como Coordenadora Pedagógica tive a
preocupação em relação aos resultados das avaliações externas, que na maioria das
vezes, não “batia” com os resultados das avaliações internas.
Pretendo com as experiências adquiridas encontrar soluções para que em
conjunto com gestores e professores do Ciclo I do Colégio Municipal Arani de
Souza possamos, através de observação dos resultados das avaliações
externas, como também das propostas que essa avaliação traz, propor um trabalho de
estudos coletivos que venha a contribuir para um melhor entendimento dos
professores quanto a sua prática avaliativa.
Não pretendo parar por aqui, gostaria de ainda poder fazer um dia quem
sabe um Mestrado, pois continuo em busca de novos conhecimentos. Assim que
surgir uma oportunidade, isto deixará de ser sonho e se tornará realidade se depender
da minha vontade, pois continuo em busca de novos conhecimentos.
2.AVALIAÇÕES EXTERNAS: A busca de uma melhor qualidade
no ensino e aprendizagem.
Para que tenhamos uma educação de qualidade, que é o que tanto
almejamos e é o que resulta numa boa aprendizagem, precisamos começar praticando
mudanças, mudanças essas que devem começar dentro de cada um dos envolvidos.
Um dos aspectos na educação que precisa de mudanças é no que diz respeito às
avaliações, e nós educadores na maioria das vezes, nos sentimos inseguros em
inovar, pois toda inovação requer muito estudo, dedicação, ou seja, mudanças de
paradigmas. Com esforço e determinação de todos, essa transformação pode ser
possível. Segundo Hoffamann, 2002:
Para transformar a escola, lugar em que ocorre a gestão educacional
de um trabalho coletivo, é necessário que ocorra uma reflexão
conjunta de professores, alunos e comunidade, pois a partir disso
desencadeiam-se processos de mudança muito mais amplos do que
a simples modificação das práticas de ensino. (HOFFMANN, Jussara.
2002, p.213)
Devemos ter uma preocupação voltada para a qualidade na elaboração de
uma avaliação da aprendizagem, pensando no desenvolvimento do aluno, no que
realmente ele obteve de aprendizagem, como também ter clareza quanto à sua
finalidade, para a partir daí nos preocuparmos com a forma com que será efetuada
sua aplicação.
Até pouco tempo, a preocupação maior quanto às avaliações da
aprendizagem era a forma de como seria sua aplicação, porém, precisamos nos ater
para que o método não seja a nossa principal preocupação, e sim, qual o seu objetivo.
Hoffmann (2002) nos chama a atenção de que: “é a compreensão e definição da
finalidade da avaliação da aprendizagem que deve nortear as metodologias e não o
inverso, como se tem observado até agora”.
A autora Jussara Hoffmann, 2002 resume os princípios básicos – as setas
do caminho – a seguir, apontando para onde vamos, que podem ser visualizados no
quadro a seguir:
QUADRO 01 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA AVALIAÇÃO
Construído pela autora, baseado em (HOFFMANN, Jussara 2002)
Precisamos repensar a avaliação, principalmente por se tratar de um tema
tão polêmico. Esse é o primeiro passo para sabermos se realmente a metodologia
aplicada está condizente com o que queremos para nossos alunos, para assim
obtermos os resultados esperados. Todos devemos nos unir com o mesmo propósito,
discutindo assim, os princípios que fundamentam a avaliação.
Os teóricos confirmam a necessidade de replanejamento das ações
pedagógicas, a partir dos resultados obtidos nas avaliações, buscando assim uma
maior conscientização entre professores, gestores e toda comunidade escolar. Como
afirma Hoffmann (2002), “a finalidade da avaliação é promover a evolução da
aprendizagem dos educandos e a promoção da qualidade do trabalho educativo”.
Para alguns educadores é mais fácil e cômodo continuar na mesmice, pois
o novo provoca medo, requer mudanças, estudos, quebra de paradigmas... sendo
assim, é muito mais prático continuar praticando o que se vem há muito tempo sendo
praticado, desde os tempos antigos, e continuando com essa tendência quantitativa, o
professor não precisa se preocupar em inovar e, se necessário, pode até manipular os
resultados. Demo enfoca que “a tendência humana é olhar a realidade com uma
DE PARA
Avaliação para classificação, seleção,
seriação.
Avaliação a serviço da aprendizagem,
da formação, da promoção da cidadania.
Atitude reprodutora, alienadora,
normativa.
Mobilização em direção à busca de
sentido e significado da ação.
Intenção prognóstica, somativa,
explicativa e de desempenho.
Intenção de acompanhamento
permanente de mediação e intervenção pedagógica
favorável à aprendizagem.
Visão centrada no professor e em
medidas padronizadas de disciplinas fragmentadas.
Visão dialógica, de negociação,
referenciada em valores, objetivos e discussão
interdisciplinar.
Organização homogeneizada,
classificação e competição.
Respeito às individualidades,
confiança na capacidade de todos, na interação e
na socialização.
perspectiva quantitativa, pois a mesma é mais fácil de ser entendida e manipulada”.
(Pedro Demo, 2008)
Enquanto educadores, devemos ter um olhar mais voltado para a
qualidade na educação, pois o desenvolvimento do aluno será resultado do que vamos
propor a ele, de que forma ele, o aluno, é conduzido, e, dependendo de como os
conduzimos, nós vem os resultados. Demo nos traz à seguinte reflexão:
Na qualidade não vale o maior, mas o melhor; não o extenso, mas o
intenso; não o violento, mas o envolvente; não a pressão, mas a
impregnação. Qualidade é estilo cultural, mais que tecnológico;
artístico, mais que produtivo; lúdico, mais que eficiente; sábio, mais
que científico. (Pedro Demo, 2008, p.24 )
Para que as mudanças tão necessárias nas metodologias, nas
elaborações das avaliações, nas aplicações, no agir como um todo principalmente em
relação às avaliações externas tão esperados aconteçam, é necessário um maior
comprometimento, maior envolvimento não só dos professores, mas de pais, alunos e
toda comunidade escolar. É necessário que todos os envolvidos se comprometam
com essa causa que é tão almejada e necessária.
A resistência às mudanças pode ter vários fatores, entre eles: insegurança
em praticar o novo, falta de conhecimento, ou até mesmo defesa natural diante de
situações até então desconhecidas. Neste sentido, para que essas mudanças
aconteçam, precisam ser bem definidas, bem elaboradas, e acima de tudo precisa do
“querer” dos envolvidos.
Porém, cabe à equipe escolar chamar todos à responsabilidade, fazendo
reuniões periódicas com os envolvidos, registrando em ata e nos documentos internos
da escola, para que tenha valor legal, para assim se fazer (pela equipe escolar), se
necessário, cobranças a quem for de direito.
Conforme afirma Vasconcelos, 2003:
Ao indicar mudanças, remete-nos à necessidade de envolvimento de
todos com tal processo; para haver mudança, é preciso compromisso
com uma causa, que pede tanto a reflexão, a elaboração teórica,
quanto à disposição afetiva, o querer. No entanto tão logo emerge
esta compreensão, vem também a ponderação de que a mudança
não depende apenas do indivíduo, dado que os sujeitos vivem em
contextos históricos que limitam suas ações em vários
aspectos. (VASCONCELLOS, Celson, 2003.)
Estudos relacionados às práticas avaliativas nos mostram, não só no que
diz respeito à educação, como também na nossa vida como um todo, que devemos
refletir diante das nossas ações, pois, a forma como avaliamos não pode ser diferente
da forma como agimos no nosso dia a dia em sala de aula com nossos alunos.
Qualquer que seja a mudança, antes da atuação, precisa ser analisada e
experimentada, para então ser executada, como nos traz Vasconcellos, 2003:
Qualquer inovação, antes de existir na realidade, configura-se na
imaginação do sujeito. Fica claro, pois, o desafio de sermos criativos
para imaginar novas formas de arranjo da prática educativa em geral,
e da avaliativa em particular, e delas tirarmos transformação, aliada à
fruição e alegria. (Vasconcelos, 2003)
A avaliação tem a função de ajudar não só o trabalho do professor, como
também o desenvolvimento do aluno, desde que ela seja bem programada. Os
objetivos da avaliação, quando bem claros, possibilitam aos alunos conhecerem seus
pontos fracos e pontos fortes, podendo assim, superar suas dificuldades. Não adianta
os professores mudarem suas práticas, sem assim mudar suas atitudes. Ele, o
professor, precisa valorizar o trabalho do seu aluno, valorizando assim seu
trabalho. Vasconcellos, 2003 nos afirma que:
A avaliação, para assumir o caráter transformador, antes de tudo
deve estar comprometida com a aprendizagem da totalidade dos
alunos. Este é o seu sentido mais radical, é o que justifica sua
existência no processo educativo. A observação mais atenta aponta
que as mudanças na avaliação têm ocorrido, mas não no
fundamental, que é a postura de compromisso em superar as
dificuldades percebidas. A questão principal não é a mudança de
técnicas, mas é a mudança de paradigma, posicionamento, visão de
mundo e valores. (Vasconcellos, 2003, p. 41)
O professor precisa ter bem definido os objetivos que pretendem alcançar
com seus alunos em relação às avaliações, o que nem sempre acontece. Muitas
vezes percebemos que alguns professores utilizam desse instrumento como „trunfo‟
nas mãos para pressionar alunos e pais, se esquecendo de que os resultados
alcançados servem de norte para o prosseguimento do seu trabalho. Em algumas
situações ainda temos professores que se exaltam quando o resultado da sua turma
não é bom esquecendo de que esse resultado pode estar ligado a vários fatores,
inclusive ao seu próprio trabalho. Arredondo; Diago, 2009, nos trazem a seguinte
reflexão: (...)“Mudar a concepção e a prática da avaliação leva, necessariamente, a
mudar também a concepção de seu ensino em favor de uma melhor aprendizagem do
aluno”. (Arredondo; Diago 2009, p.465)
O professor é o principal responsável pelo desenvolvimento do aluno e
esse desenvolvimento requer uma mudança não só na maneira de avaliar, como de
seu atuar em sala de aula. Nesse sentido, cabe ao professor utilizar das avaliações,
após sua aplicação, para trabalhar em sala com os alunos, para que eles (os alunos)
percebam seus erros e acertos. Com isso o professor interage com o aluno e o
aluno com o professor. Arredondo; Diago, 2009 afirmam que:
O professor atua como um crítico reflexivo, e não somente como
classificador, fato pelo qual também deve se ocupar do ensino e da
prática da auto avaliação. A correção informada e comentada de um
trabalho ou um exame ajuda a aprender. Nesse sentido, é importante
que a correção tenha como base e intenção a informação para a
formação do aluno que não é o mesmo que uma avaliação sobre o
aluno. Com esse enfoque da “avaliação formadora”, estamos
revitalizando a avaliação formativa, atribuindo-lhe uma função
medular no processo de ensino-aprendizagem, considerando-a como
uma ferramenta para aprender. O mais relevante da avaliação é seu
caráter interativo, que se realiza no e junto com o aluno enquanto
este desenvolve seu processo de aprendizagem. (ARREDONDO;
DIAGO, 2009, p. 474,475)
Arredondo; Diago, 2009 nos aponta que: o professor é a todo o momento
avaliado com vistas a uma nova prática avaliativa, pois ele é o principal realizador da
avaliação, é ele quem prepara os alunos, elabora e aplica as avaliações internas. Ao
praticar uma avaliação, o professor não só está preparando o aluno para um bom
resultado do processo de ensino aprendizagem, mas ele também está preparando-o
para o bom andamento de sua vida pessoal.
A avaliação deve ser elaborada dentro do contexto que foi trabalhado em
sala, sendo assim, o aluno deve estar preparado para tal. Uma boa avaliação não é
aquela que reprova, mas aquela que oportuniza ao aluno e ao professor refletirem
sobre o que foi estudado durante o processo. A mesma também deve acompanhar o
processo de aprendizagem do aluno, o desenvolvimento do professor e por último, os
resultados. Gatti, 2003 diz que:
Uma das características mais importantes desta avaliação é que o
avaliador é, ao mesmo tempo, o responsável direto pelo processo
que vai avaliar. É o próprio professor que trabalha com os alunos
quem os avalia: não uma pessoa qualquer ou um técnico
especializado. Isto implica que pensemos a avaliação em sala de aula
como uma atividade contínua e integrada às atividades de ensino,
algo que é decorrente destas atividades, inerente a elas e a seu
serviço. (GATTI, 2003, p.99)
Se a avaliação for praticada de forma equivocada, poderá trazer malefícios
principalmente aos alunos, causando neles o desinteresse de ir à escola, sensação de
fracasso, desconfiança nos professores, sensação de exclusão, dentre outros.
Devemos reconhecer que, mesmo com tantas “mudanças”, ainda encontramos nas
escolas a tão temida „semana de prova‟. Enquanto não acontecer essa mudança de
mentalidade, iremos continuar errando. Cabe a nós começarmos a abrir caminhos
para essa nova cultura avaliadora. Como nos mostra Gatti, 2003:
(...)Sentimentos negativos em relação às provas vão sendo
desenvolvidos ao longo dos anos de escolarização e,
indubitavelmente, se quiser mudá-los leva-se algum tempo. Porém
algumas medidas podem ser tomadas para o desenvolvimento de
atitudes mais positivas em relação às provas. Podemos destacar
alguns aspectos relativos a esta questão
para reflexão discussão: Primeiro, cuidar do que parece óbvio, mas
nem sempre é cuidado: preparar bem as provas e os alunos para as
realizar. Segundo, dar provas com certa frequência. Um número
maior de provas permite uma diminuição da pressão sobre os alunos
quanto ao seu desempenho. Terceiro, usar a prova corrigida como
meio de ensino. ( GATTI, 2003, p. 103, 104)
As avaliações externas para a maioria dos envolvidos – pais, professores,
e até mesmo os alunos – são vistas como um “bicho papão”, alunos ficam nervosos,
professores e pais preocupados, e o que deveria acontecer nem sempre acontece,
que seria uma forma de ajudar os professores através dos resultados obtidos a rever
suas práticas pedagógicas, melhorando assim o aprendizado dos alunos, pois este é o
seu principal objetivo. Os professores precisam entender melhor a proposta das
avaliações externas, utilizando seus resultados para avaliar seus alunos,
fazer replanejamento e melhorar sua prática de ensino.
Oliveira (2011, p. 137), apoiando-se em Nevo (1998), aponta que as
avaliações externas que deveriam ser uma forma de ajudar os professores, ao se
apropriarem dos resultados e reverem seus métodos pedagógicos, principalmente em
relação às avaliações, parecem ter sido mais programadas para produzir informações
para os gestores de redes educacionais. E ainda, para a autora, as informações dos
resultados das avalições externas, em especial para as escolas, devem unir com o
trabalho do professor, de maneira a aperfeiçoar suas práticas pedagógicas.
E para reforçar o que vimos até aqui, (OCIMAR; MACHADO), destacam
que as experiências com as avaliações externas, até fora do Brasil, surgiram da
necessidade de se observar os resultados das redes de ensino, como também para
fornecer aos interessados (gestores), dados, para a partir daí, desenvolver políticas
educacionais direcionadas a um melhor desenvolvimento na aprendizagem dos
alunos. Deve-se salientar que uma das principais características das avaliações
externas é a definição de uma matriz de avaliação, onde vem definidos os objetos de
avaliação como também o emprego de provas padronizadas, para que se consiga
fazer comparações fundadas em resultados mais objetivos entre redes e escolas,
pensando sempre no aprendizado dos alunos.
3.PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Diante do diagnóstico feito após observação, foram identificadas algumas
dificuldades, apresentadas pelos professores, entre elas: trabalhar com atividades
lúdicas, com os resultados das avaliações externas, como também em aproveitar os
erros apresentados para trabalhar estas dificuldades apresentadas pelos alunos. Daí
fez-se necessário a elaboração desse projeto.
Através do resultado do diagnóstico foi definido um plano de trabalho com
professores, equipe de diretores, equipe de coordenadores, buscando encontrar meios
que venham apresentar metas a serem alcançadas. Para isso estarão sendo feitas
reuniões para encontrar meios que venham trazer melhorias nas práticas pedagógicas
em sala de aula, através de planejamento participativo.
Serão desenvolvidas atividades lúdicas principalmente as relacionadas às
habilidades apresentadas nas avaliações externas durante todo o ano letivo, por se
tratar de atividades atrativas. Ao trabalhar essas dificuldades acredita-se que os
alunos apresentarão uma melhoria substancial nos resultados, tanto das avaliações
externas, quanto as internas e consequentemente nos estudos de modo geral.
O presente projeto tem como principal objetivo a inovação do professor e
consequentemente a melhoria do desempenho escolar dos alunos, o qual estaremos
trabalhando durante todo ano letivo de 2016.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO COLÉGIO
O Colégio Municipal Arani de Souza se localizada à Rua Fulgêncio
Teixeira, nº 259, Centro no Município de Iguaí, numa área de fácil acesso. O Colégio
Arani atende a três modalidades de ensino: sendo, Fundamental I, Fundamental II e
Educação de Jovens e Adultos; é composto por 01 sala de diretoria, 01 sala de
professores, 01 sala de coordenação, 01 secretaria, 01 sala de mecanografia, 01
biblioteca, 01 cozinha, 01 almoxarifado, 02 banheiros para funcionários, 01 banheiro
com acessibilidade, 03 banheiros masculinos e 03 femininos, 01 pátio coberto, 01
pátio descoberto, dezessete salas de aula, nas quais funcionam 14 (quatorze) turmas
das séries iniciais do ensino fundamental I e 03 (três) turmas do fundamental II (6º
Ano) pela manhã, 17 (dezessete) turmas do fundamental II (6º ao 9º Anos) à tarde e,
07 (sete) turmas de Educação de Jovens e Adultos, à noite. A equipe docente do
Fundamental I é formada por 17 (dezessete) professores no matutino, 28 (vinte e oito)
professores no vespertino e 06 (seis) professores no noturno; a equipe conta ainda
com 01 (uma) diretora, 02 (duas) vice-diretoras, 04 (quatro) coordenadoras
pedagógicas, sendo duas no matutino, uma no vespertino e uma no noturno, 01(uma)
secretária, (03) três digitadores, (02) dois porteiros, (04) quatro auxiliares de serviços
gerais, e uma média de 1200 (hum mil e duzentos) alunos frequentes, sendo alguns
do centro, outros dos bairros no entorno da escola como também do meio rural.
O Colégio Arani desenvolve Atividades Complementares de Letramento e
Alfabetização, Matemática, Teatro, Leitura, Dança, Fanfarra e Educação para a
sustentabilidade. O Colégio Arani como quase todos os colégios públicos recebe
alunos de classe média e classe baixa, que na sua maioria sobrevivem dos programas
do governo federal e muitos deles vivem à margem da sociedade. Alguns são filhos de
dependentes químicos, prostitutas, alguns são filhos de pais separados vivendo com
padrastos ou madrastas, outros vivem com avós. E é essa a realidade que
enfrentamos.
A “Escola Arani” foi criada na gestão do Prefeito Arivaldo Vieira em 1994
com o objetivo de atender alunos da Educação Infantil e Fundamental I, porém com o
sucesso, passou a Colégio atendendo também o Fundamental II e consequentemente
o EJA. O Colégio recebeu esse nome em homenagem a professora Arani de Souza,
uma das primeiras professoras formadas do nosso município e também foi professora
do então prefeito, uma homenagem mais que merecida, pois a professora Arani
sempre teve sua vida dedicada à família, ao Magistério e à igreja.
É um Colégio que tem uma credibilidade muito boa da nossa comunidade,
pais e estudantes a acolhem muito bem. Mesmo com todo esforço e dedicação dos
envolvidos, ainda encontramos problemas de distorção idade/série, o qual nos leva a
enfrentar problemas de aprendizagem de alguns dos nossos alunos. Boa parte dos
alunos vivem em condição de vulnerabilidade, pois residem em bairros onde as drogas
e a prostituição já tomaram conta da região. Também enfrentam problemas de
desestrutura familiar, desamor e abandono.
Trabalho como Coordenadora Pedagógica do Fundamental I - Anos Iniciais
(1º ao 3º Anos) desde o segundo semestre de 2013, juntamente com outra
Coordenadora que atende do 4º ao 6º Anos. Tenho observado e trabalhado as
necessidades pedagógicas dos professores dia a dia. Como tenho relatado nas
minhas escritas, as minhas angústias são muitas, principalmente em relação às
elaborações e aplicações das avaliações, onde a avaliação quantitativa reina sobre a
qualitativa, sendo assim, a aprendizagem dos alunos fica restrita a notas. Para
mim, enquanto coordenadora, só resta tentar juntamente com os professores sanar
esse problema que percebi e venho aos poucos tentando resolver, trazendo os
professores a uma reflexão sobre seus conhecimentos acerca desse assunto, como
também das vantagens que a avaliação qualitativa traz não só para os alunos como
também para os professores, pois trata do desenvolvimento do aluno, do verdadeiro
aprendizado, pois como também foi citado por mim na fundamentação teórica, mais
vale a qualidade que a quantidade e para melhor reflexão, Demo 2008, nos traz que:
Na qualidade não vale o maior, mas o melhor; não o extenso, mas o
intenso; não o violento, mas o envolvente; não a pressão, mas a
impregnação. Qualidade é estilo cultural, mais que tecnológico;
artístico, mais que produtivo; lúdico, mais que eficiente; sábio, mais
que científico. (Pedro Demo, 2008, p.24 )
Há algum tempo havia percebido e muito me incomodei com essa
situação, porém só agora com esse curso que estou fazendo e com o
desenvolvimento das etapas do TCC, me senti mais segura e fortalecida em ajudar os
professores.
Com o desenvolvimento desse trabalho pretendo dar minha parcela de
contribuição para tentar sanar as dificuldades apresentadas pelos professores,
contribuindo assim para uma melhoria na construção de uma prática avaliativa do
Colégio em questão. Pretendo enquanto Coordenadora Pedagógica juntamente com
os professores planejar novas práticas avaliativas em prol de uma melhoria no
desenvolvimento dos nossos alunos, fazendo novas descobertas em relação às
dificuldades apresentadas por eles, buscando saná-las através de atividades atrativas,
dinâmicas, que prendem a atenção dos mesmos. Segundo Jussara Hoffmann, 2010:
A proposta é que a avaliação traga reflexões sobre as oportunidades
e os desafios para uma avaliação autêntica, colocada como um
caminho de construção e reconstrução dos saberes porque a
avaliação é essencial á educação. É necessária a tomada de
consciência a respeito da avaliação unicamente como meio de
verificação de nota, porque ela vem passando ao longo dos tempos,
causando resultados distorcidos de uma prática perigosa.
(HOFFMANN, Jussara. 2010, p.95)
3.2 ANÁLISE DE DADOS
Os dados nos mostram que os professores do Ciclo I do C.M.A.S. apesar de
atuarem na mesma instituição, apresentam respostas diversificadas, porém resistentes
ao novo. Observe os conceitos dos Professores sobre principais às dificuldades em
avaliar seus alunos e o que eles entendem a respeito das avaliações externas.
Questão 1 – Professor, para você, qual a melhor forma de avaliar seus alunos?
(P1) Para mim, a melhor forma de avaliar meus alunos é através de testes e provas;
(P2) Avaliar é um tanto complicado, pois envolve vários fatores, procuro avaliá-los a
cada atividade, e ao final, através de avaliações que fazem parte do sistema do
colégio.(P3) Avalio meus alunos de forma unificada através de testes e provas para
saber como anda o desenvolvimento dos mesmos.
Questão 2 – Você concorda com essa nova mudança de avaliação quantitativa para
avaliação qualitativa? Por quê?
(P1) Na minha opinião não acho que vai mudar muita coisa, pois o aluno já tá
acostumado a esse tipo de avaliação e com essa mudança pode complicar o
entendimento dos alunos e dos pais. (P2) Acredito que para o aluno vai ser mais
rentável, e para nós professores mais interessante, pois podemos acompanhar o
desenvolvimento do aluno dia-a-dia. Mudanças sempre são boas, precisamos sempre
inovar, porém para que essa mudança dar certo, precisamos mudar também nossas
metodologias. (P3) Prefiro ainda continuar avaliando meus alunos através de notas,
pois os resultados ficam mais claros ao final.
Questão 3 – Qual a sua maior dificuldade: elaborar as avaliações ou avaliar seus
alunos?
(P1) Para mim, tanto elaborar quanto avaliar não é muito difícil, pois já trabalho muito
tempo com a mesma série/ano. (P2) Sinto dificuldades tanto em elaborar quanto
avaliar meus alunos, pois como falei em uma das respostas anteriores, avaliar envolve
vários fatores, cada aluno tem/vem de uma realidade diferente, então tenho que
encontrar alguma forma que não venha prejudicá-los nem venha facilitá-los. Avaliar
nos compromete e muito, por isso temos que ser cautelosos em praticar essas
atividades. (P3) Não fica difícil avaliar, pois quando a gente elabora as avaliações já
elaboramos pensando na hora de avaliar.
Questão 4 – Você utiliza os resultados das avaliações para replanejamento e
intervenções?
(P1) Não. Sempre que termina uma avaliação, já é o final da unidade, então sigo os
conteúdos da unidade seguinte. (P2) Procuro sempre voltar os assuntos quando
percebo que os alunos apresentaram dificuldades, até então tenho percebido que os
resultados apresentados melhoraram bastante, às vezes até os alunos que
sobressaíram melhor ajudam os colegas o que é bem interessante. (P3) Não. Pois me
preocupo com os conteúdos que eles precisam ver e se for voltar, atrasa todo o
conteúdo que deve ser dado.
Questão 5 – Para você qual a finalidade das avaliações externas?
(P1) As avaliações externas servem para o governo fazer um acompanhamento do
desenvolvimento dos alunos. (P2) Considero as avaliações externas, como uma forma
de avaliar alunos/professores/municípios..., para assim reforçar em todos a
capacidade de desenvolver a autonomia, em busca da melhoria educacional. (P3) Na
minha opinião serve só para o governo, pois para a escola não são tão importantes
quanto as avaliações internas, pois não serve para aprovar nem reprovar os alunos.
Após observar as respostas dadas pelos professores pude observar que: o
(P1) trouxe respostas um tanto tradicionalistas, mostrando-se um professor
conservador, sem nenhuma inovação; Já o (P2) em suas respostas, nos mostra uma
grande preocupação com o desenvolvimento dos seus alunos, mostra uma grande
preocupação em inovar, apresentando respostas mais convincentes, onde nos mostra
preocupação a todo tempo em relação ao desenvolvimento da turma; com
pensamentos mais reflexivos; Em se tratando do (P3) nos traz respostas um tanto
diferentes, principalmente por pensar em nivelar a aprendizagem da turma, só se
preocupando com notas ao final, também se mostra muito tradicional.
Pelo que pode-se observar através das respostas acima, é que o professor
não dá oportunidade ao aluno a (re) construção do seu saber, pelo contrário, faz com
que ele (o aluno) se sinta responsável pelo que ainda não aprendeu, já que o
professor não faz seu verdadeiro papel.
A avaliação é um tema bastante discutido dentro do espaço escolar,
porém, as avaliações externas, já são menos comentadas, a não ser no período das
aplicações e ou na chegada dos resultados, onde todos ficam apreensivos tanto com a
aplicação quanto, e, principalmente com os resultados.
3.3 CRONOGRAMA
AÇÕES PERÍODO
Realização de duas reuniões com a equipe
docente para estudar os resultados das
avaliações externas
Fevereiro
Construção da proposta de intervenção
junto à equipe docente Fevereiro / 2016
Execução da proposta Primeiro semestre de 2016
Avaliação de resultados Junho / 2016
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As observações das relações no ambiente escolar são de fundamental
importância para percebermos as falhas, como também os sucessos da equipe ali
apresentados, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento do trabalho do
professor e consequentemente o desenvolvimento do principal envolvido, aluno.
Com os achados da pesquisa, foi possível perceber que os resultados
dessas Avaliações não eram tão importantes para os professores do Colégio Municipal
Arani de Souza, e que na maioria das vezes eles não se interessavam pelos
resultados. Os professores não tinham a prática de utilizarem os resultados para
perceberem em que nível estavam seus alunos e em o que eles (professores)
precisavam trabalhar em prol do desenvolvimento deles (alunos).
As avaliações fazem parte do processo de ensino e aprendizagem e por
esse motivo deve ser bem elaboradas para fácil entendimento do aluno. Cabe ao
professor buscar conhecer os vários tipos de avaliações, escolhendo a que melhor
adeque a sua realidade (turma) não se esquecendo do principal que é a construção do
conhecimento.
Então, pensando nesse problema, utilizarei dos resultados dessas
Avalições, e junto aos professores, buscarei pesquisar quais os conteúdos que eles
(os alunos) tiveram mais dificuldades e a partir daí traçar planos e estratégias para
melhorar as metodologias que até então estão sendo aplicadas. Como já estávamos
concluindo o ano letivo na finalização deste estudo, esta proposta será continuada no
ano letivo de 2016, em prol da melhoria dos nossos alunos.
Não pretendo com isso resolver na íntegra essa situação, mais na medida
do possível, não medirei esforços para tentar resolver essa problemática que tanto me
angustiou e continua me angustiando. Graças ao desenvolvimento desse Trabalho
pude perceber esse problema e junto aos professores que agora estão se mostrando
interessados e preocupados em melhorar suas metodologias em prol dos alunos, será
esse o nosso desafio para 2016.
REFERÊNCIAS
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externas e qualidade na educação básica: articulações e tendências, Est. Aval. Educ.,
São Paulo, v. 24, n. 54, p. 12-31, jan./abr. 2013
Aneb e Anresc (Prova Brasil) - Inep portal.inep.gov.br/web/saeb/aneb-e-anresc
ARREDONDO, S. C.; DIAGO, Jésus C. Avaliação educacional e promoção escolar,
São Paulo: Unesp, 2009
DEMO. Pedro. Avaliação qualitativa: Polêmicas do nosso tempo. Campinas, S.P:
Autores Associados, 2008 , 9ª ed.
GATTI, Bernardete A. O professor e a avaliação em sala de aula, Doutora em
Psicologia pela Universidade de Paris VII. Professora da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo – PUC-SP. Coordenadora do Departamento de Pesquisas
Educacionais da Fundação Carlos Chagas, SP, 2003. [email protected].
HOFFAMANN. Jussara Maria Lerch. Avaliar para promover: as setas do caminho. 9.
Ed. Porto Alegre: Mediação, 2001.
LUBISCO; VIEIRA; SANTANA, 2008. NBR 6028 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2003) e ao Manual de estilo acadêmico: monografias,
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VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem - Práticas de
Mudança: por uma práxis transformadora. São Paulo: Libertad, 2003.
APÊNDICE
Termo de Compromisso