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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3
GIOVANNA ALMEIDA ARMENTANO
AS CONTRIBUIÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Salvador 2015
GIOVANNA ALMEIDA ARMENTANO
AS CONTRIBUIÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Profª Ma. Rafaela Melo Magalhães
Salvador
2015
GIOVANNA ALMEIDA ARMENTANO
AS CONTRIBUIÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.
Aprovado em _______________
Banca Examinadora
Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________
À minha família, pelo apoio diante das dificuldades. Em especial à minha mãe, pelas
palavras diárias de incentivo. Dedico também à minha professora orientadora, pela
sua amizade e otimismo, que me fizeram crescer pessoal e profissionalmente.
Ás minhas colegas de trabalho pela colaboração diante da pesquisa em questão,
para que se torne possível as mudanças necessárias.
Ao motorista da prefeitura, pela disponibilidade em nos conduzir até o local do curso,
tornando possível o andamento do curso.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me permitir mais esta conquista.
A meus familiares, pelo apoio neste momento. A todos, meu muito obrigado.
A minha orientadora, Profª. Rafaela Melo Magalhães, pela paciência e competência
ao me auxiliar nesta jornada.
À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, por
levarem a cabo esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos
como eu.
Mudar é, portanto trabalho conjunto dos educadores da escola
e supõe diálogo, troca de diferentes experiências e respeito à
diversidade de pontos de vista. (ORSOLON, 2012, p; 24).
ARMENTANO, GIOVANNA ALMEIDA. AS CONTRIBUIÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL. 2015. Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.
RESUMO
Este referido trabalho tem como tema, as contribuições do coordenador pedagógico
na formação continuada dos profissionais da educação infantil do Centro Municipal
de Educação Infantil Tia Lica. Enfatizando a leitura e a pesquisa junto às
educadoras, na busca para uma reflexão voltada à Coordenação Pedagógica
perante a formação continuada. Trata-se, portanto, de uma pesquisa-ação, que, na
iniciativa de articular teoria e prática, visa discutir e analisar as dificuldades
apresentadas, por parte do corpo docente, diante da formação continuada,
levantando as questões quanto às experiências, e obtendo o auxílio de autores da
área educacional. Incluindo assim, revisão da literatura, com uma discussão voltada
as possíveis contribuições do coordenador pedagógico aos professores,
observação, questionário aplicado com as professoras e uma proposta de
intervenção, a fim de incentivar a pesquisa voltado ao conhecimento. Assim sendo,
este estudo enfatiza, o papel do(a) coordenador(a) pedagógico(a) frente às
necessidades dos professores no caminho da docência, auxiliando de forma
significativa quanto às diferentes demandas produzidas no cotidiano escolar.
Palavras-chave: Coordenação Pedagógica; formação continuada; corpo docente;
pesquisa-ação.
ARMENTANO, GIOVANNA ALMEIDA. THE ENGINEER'S CONTRIBUTIONS IN EDUCATIONAL TRAINING OF CONTINUING PROFESSIONAL EDUCATION OF CHILDREN. 2015. experiential design (specialisation) - national program managers school, faculty of education, federal university of bahia, salvador, 2015.
RESUME
This work shows that the experience of the author, in a course on teaching
coordination, themed, contributions of the pedagogical coordinator in the continuing
education of professionals in early childhood education. Emphasizing the readings
and survey the educators in the search for a focused reflection on the Pedagogical
Coordination before to continuing education. It is, therefore, an action research, that
the initiative to articulate theory and practice, aims to discuss and analyze the
difficulties presented by the faculty in the face of continuing education, raising
questions about the experience, and getting the aid authors in the education sector.
Therefore, this paper emphasizes the role of (a) coordinator (a) teaching (a) meet the
needs of teachers in the way of teaching, helping significantly as the different
demands produced in everyday school life.
Keywords: Pedagogical Coordination; continuing education; faculty; action
research.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Variação das respostas referente ao questionário com
professoras (2015)------------------------------------------------------ 36
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica
CP Coordenador Pedagógico
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação
UFBA Universidade Federal da Bahia
UNOPAR Universidade Norte do Paraná
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................. 12
1 MEMORIAL................................................................................................. 15
1.1 VIDA ACADÊMICA...................................................................................... 15
1.2 VIDA PROFISSIONAL................................................................................. 17
1.3 EXPECTATIVAS.......................................................................................... 19
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 23
3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................ 30
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE
ESCOLAR..................................................................................................
31
3.2 METODOLOGIA.......................................................................................... 31
3.3 OPERACIONALIZANDO A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 40
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 41
ANEXO........................................................................................................ 43
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INTRODUÇÃO
O objeto de pesquisa, referente a contribuições do coordenador
pedagógico na formação continuada dos profissionais da educação infantil, foi
desenvolvido no Centro Municipal de Educação Infantil Tia Lica, com o objetivo de
refletir sobre as possíveis contribuições por parte do Coordenador pedagógico diante
da formação continuada.
Pois, são muitos os avanços na educação, surgindo então, a necessidade
de uma formação continuada que implica em vencer as dificuldades e deficiências
diagnosticadas na prática escolar voltada à competência profissional.
O ambiente escolar, em questão, apresentou-se favorável às
investigações, destacando a formação continuada de professores da educação
infantil, primeira e mais importante etapa da educação. Onde obtive grande
motivação pessoal por estar á frente da coordenação pedagógica e poder instigar os
profissionais acerca da importância da evolução dos seus conhecimentos, para o
desenvolvimento de um trabalho condizente com aquilo que é proposto na sua área
de atuação.
Observando que, a formação inicial apenas, não é suficiente para o
professor poder atuar satisfatoriamente. É preciso aprofundar-se sempre quanto aos
conhecimentos, para assim, poder atender às expectativas dos alunos. Segundo
Nóvoa (1991, p.30):
A formação continuada do professor (a) tem um importante papel na dinâmica escolar e poderá ser articulada com um modelo de formação contínua que valorize o espaço escolar e o permanente exercício da ação-reflexão-ação como um elemento intrínseco à formação docente. Assim, percebemos a relevância de um coordenador (a) pedagógico (a) para o aperfeiçoamento profissional do professor (a).
O Coordenador (a) Pedagógico (a) tem uma relação de contribuição com as novas
perspectivas da formação continuada dos docentes na busca de uma atuação
profissional eficiente. Percebendo, que desafios são postos diariamente, então, o
coordenador (a) pedagógico (a) deve implementar, propostas viáveis para que estes,
interessados em mudanças, consigam avançar em suas intervenções pedagógicas.
Dessa forma, o objeto de pesquisa vem abordar a formação continuada
dos docentes perante os novos desafios sociais, esperando que estes sejam mais
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versáteis, capazes de incentivar o desenvolvimento dos alunos na prática
pedagógica de maneira ampliada, fazendo com estes aprendam diante das
atividades propostas cotidianamente.
A formação continuada não pode ser concebida como um meio de acumulação (de cursos, palestras, seminários, etc., de conhecimentos e técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal e profissional, em interação mútua. E é nessa perspectiva que a renovação da formação continuada vem procurando caminhos novos de desenvolvimento. (CANDAU, 1997, p.64)
Percebemos que as mudanças podem levar algum tempo até chegar a escola, pois,
o trabalho de reconstrução permanente de uma identidade, não acontece de forma
rápida, mas, é importante que o coordenador(a) pedagógico(a) faça a sua parte,
contribuindo para a formação voltada a uma educação de qualidade.
A partir disso, esta pesquisa vem propor os objetivos voltados à
formação continuada e reflexão; atendimento às exigências educacionais e
Instigar o conhecimento por parte dos professores. Objetivos estes que visam
enfatizar os saberes dos professores, a fim de, provocar mudanças na postura e
no fazer pedagógico. Formando assim, profissionais competentes, dispondo de uma
fundamentação teórica consistente, voltada à capacidade de análise e reflexão
acerca de aspectos inerentes ao contexto escolar. Como diz Libâneo (1998, p.11):
Se pretendemos ter uma nova escola, faz-se necessário um novo
professor. Percebemos então, que estamos vivenciando um momento em
que a informação e o conhecimento são requisitos indispensáveis para a
vida profissional e não cabe nas escolas professores desarticulados e
desprovidos de conhecimentos, por isso o destaque ao coordenador(a)
pedagógico(a) na formação continuada do professor(a).
Seguindo então, com o pensamento de Libâneo(1988), que serve de destaque para
a formação do professor, esta pesquisa dispõe de etapas. A revisão da literatura,
onde retrata a formação continuada dos professores na busca de melhores
resultados na teoria e prática, uma análise dos conhecimentos prévios, por parte dos
professores, com levantamento da vida profissional e acadêmica, como pressuposto
para observar as habilidades dispensadas na área em que atua, discussões
coletivas sobre os saberes e dificuldades em relação à formação continuada,
seguida de um proposta de intervenção, por parte da coordenação pedagógica, a fim
de adquirir competências para o alcance de melhores resultados na prática docente.
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Ao longo do trabalho serão abordados capítulos, tais como, no primeiro
capitulo onde retrato minha trajetória voltada aos estudos. Seguida do relato da vida
profissional, observando uma relação de desafios e superação, diante da profissão
escolhida, mas, enfatizando a realização enquanto profissional em educação. E
enfim, as expectativas, de que a formação continuada dos professores na busca de
melhores resultados na teoria e prática possa ser concretizada.
O segundo capítulo de revisão bibliográfica. Salientando a revisão da
literatura, onde envolve uma discussão teórica relaciona à prática pedagógica,
seguida da proposta de intervenção no terceiro capítulo, onde encontra-se a
sugestão de um trabalho com troca de saberes, a ser desenvolvido junto às
professoras da educação infantil, a fim de melhorar o desempenho profissional.
Assim como, a metodologia onde serão definidas as etapas do trabalho, e como
será desenvolvido no decorrer de sua implantação, acompanhado de um
cronograma definindo as ações a serem executadas.
Por fim as considerações finais, considerando ser um trabalho voltado a
obter avanços educacionais, espera-se obtenção de resultados satisfatórios junto
aos professores. Pois, os desafios são sempre postos na educação, mas, a partir do
momento que se prioriza o saber, consegue-se perceber que sempre é possível
alcançar propósitos.
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CAPÍTULO 1. MEMORIAL
O objeto de estudo no qual defini, as contribuições do coordenador
pedagógico na formação continuada dos profissionais da educação infantil tem uma
relação intrínseca com minha formação pessoal, pois, no decorrer da minha
trajetória como ser humano, sempre fui incentivada a auxiliar de alguma forma as
pessoas em qualquer circunstância. Sempre tive também a necessidade de
incentivar as pessoas e entusiasmá-las. Não sei se, por exemplo, dos meus
genitores, até mesmo atitudes da minha própria índole, ou também, por eu ser filha
única, sentindo-me muito sozinha, sentia a necessidade de interagir com outras
crianças.
Pois, desde pequena durante as brincadeiras junto a outras crianças,
obtive o costume de utilizar um quadro negro pequeno para dar aulas, sempre
posicionando-me como professora formadora diante das demais colegas de infância.
Sempre gostei muito de crianças, e mesmo quando não as tinha por perto, colocava
sentada à mesa uma moça que morava com a gente e tomava conta da casa, e o
rapaz que morava na fazenda de meu pai, para fazer leituras e atividades propostas
por mim. Eu adorava ensinar alguém. Mas, sempre fui um pouco tímida quando
encontrava-me fora do meu ambiente familiar, pois, precisa interagir mais com
outras pessoas para vencer a timidez. Mas, como diz, Vigotsky(1998,p.6), é através
da interação social, que aprendemos e nos desenvolvemos, criamos novas formas
de agir no mundo, ampliando nossas ferramentas de atuação neste contexto cultural
complexo que nos recebeu, durante todo o ciclo vital.
1.1 VIDA ACADÊMICA
Estudei todo o ensino infantil em uma escola particular chamada Centro
Educacional Ministro Espínola, onde vivi experiências gratificantes na infância, com
momentos de contos, aprendi muitas músicas, cantinho com almofadas para a hora
do sono, enfim, obtive na educação infantil tudo aquilo que pode ser proporcionado a
uma criança nesta faixa etária.
Assim, no ano seguinte fui para a escola Mundo Infantil, onde estudei do
1º ao 4º ano, onde, utilizava-se o método Montessoriano, pois este valorizava o
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aluno e o ajudava a construir o conhecimento. Iniciei no primeiro ano do ensino
fundamental II, aos 11 anos de idade, onde não tive muita dificuldade, pois, as
propostas da educação infantil auxiliaram para o meu progresso.
A escola dava-me a liberdade de aprender brincando dentro das minhas
possibilidades, mas, direcionada às conquistas enquanto criança, em um ambiente
propício a um desenvolvimento das habilidades inerentes à faixa etária.
Para Montessori acredita que a escola tem que ser ativa, no sentido que a criança absorve o meio, na noção de silêncio e autocontrole, na progressão (inicialmente o controle de si, em seguida o controle das coisas), o respeito pelos outros, na modificação e adaptação do mobiliário às crianças, na utilização de materiais específicos que visam promover a aprendizagem nas diferentes áreas (sensorial, vida prática, Linguagem e Matemática), na concepção do Método Montessoriano, esses materiais são autocorretivos, graduados, isolam as dificuldades e devem ser explorados segundo a lição dos três tempos “informação, reconhecimento e fixação do vocabulário”. (KRAMER, 1993, p.27).
Nesta fase, iniciei curso de inglês para reforçar o aprendizado escolar. Sempre tive a
oportunidade de estudar com excelentes professores, inclusive pedia para comprar
vários livros de literatura para estarmos lendo e respondendo questionários durante
toda a fase, da antiga 5ª a 8º série, do ensino fundamental.
Já durante o três anos do ensino médio, percebi a diferença que faz um
educador que sabe elogiar quando é preciso. Foi muito relevante para mim, onde fui
considerada na sala de aula, como uma das melhores alunas em redação, mas,
acredito que a melhor parte deste aprendizado, foi ter tido a oportunidade de ser
aluna deste mesmo professor no ensino fundamental II e ter sido incentivada a ler
muitos livros para obter assim, o gosto pela leitura e conseguir obter êxito nas
redações.
E a cada escrita vinha o incentivo e os elogios. Assim, alunos das séries
mais avançadas saiam de suas salas para vir me pedir ajuda nas suas redações.
Vejo hoje, que o elogio e o incentivo por parte de um professor é capaz de fazer a
diferença. Até hoje, na minha trajetória, sigo assim, com a terapia do elogio e
dizendo sempre que todos nós somos capazes. E assim, o faço todos os dias no
meu ambiente de trabalho.
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1.2 VIDA PROFISSIONAL
Ao terminar o magistério, passei em um concurso para ensinar do 1º ao
4º, como era chamado antes. Mas, não assumi a vaga, por ser em uma zona rural
de difícil acesso. Então, recebi um convite para lecionar próximo a fazenda de meu
pai, também do 1º ao 4º ano, do ensino fundamental. Fiquei um pouco triste, pois,
teria que deixar a cidade para ir morar na zona rural, mas, eu não queria perder
outra oportunidade, então aceitei, e fiquei ensinando na zona rural de Lafaiete
Coutinho (BA), de 2000 a 2005.
Passei por muitas situações difíceis tendo que andar à pé 2 km, durante
dois anos consecutivos, e nos outros quatro anos, tive dificuldades com transporte.
No ano de 2005 iniciei a faculdade de Pedagogia à distância (UNOPAR),
onde tinha que frequentar, duas vezes por semana. Tinha que me deslocar da zona
rural para frequentar a faculdade.
Mas, foi um período muito bom, pois, a faculdade auxiliou-me quanto à
prática na sala de aula. Em 2006, fui chamada para lecionar na sede do mesmo
município. Fiquei muito feliz, pois, poderia ir para casa todos os dias. Durante toda a
graduação, não tive muitas dificuldades quanto ao aprendizado, pois, gostava muito
do curso de pedagogia, identifiquei-me tanto que estou até hoje na educação, no
mesmo município. Toda esta trajetória trouxe muita experiência.
Percebo como foi relevante em minha vida, o período que lecionei na
zona rural, tendo a oportunidade de contribuir tanto com crianças de famílias de
baixo poder aquisitivo, que contaram comigo para aprender. Foi uma missão muito
difícil, pois, tive que me adaptar a morar em uma zona rural, mas, me acostumei
diante de tantos olhinhos desejosos de conhecimento, sabendo que eu poderia
proporcionar isto a eles da melhor forma, como fiz. Segundo GALVÃO (2000),
As trocas relacionais da criança com os outros são fundamentais para o desenvolvimento da pessoa. As crianças nascem imersas em um mundo cultural e simbólico, no qual ficarão envolvidas em um “sincretismo subjetivo”, por pelo menos três anos. Durante esse período, de completa diferenciação entre a criança e o ambiente humano, sua compreensão das coisas dependerá dos outros, que darão às suas ações e movimentos formato e expressão. ( GALVÂO, 2000, p.134)
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Hoje são adolescentes, tenho o privilégio de sempre reencontrá-los e ver que todos
conseguiram dar um passo à frente e avançar de alguma forma. E saber que eu tive
grande participação nesse processo.
Por isso, sinto-me honrada por minha profissão: professora sim, com
orgulho. Atualmente estou na função de Coordenadora Pedagógica do Centro
Municipal de Educação Infantil Tia Lica (Proinfância), sou apaixonada pelo que faço,
apesar de algumas decepções quanto ao desânimo por parte dos educadores, da
rede pública da atualidade, diante de alguns desajustes em relação ao salário e
reconhecimento por parte dos gestores.
Mas, mesmo assim, continuo com uma perspectiva otimista diante da
educação, pois, é gratificante cada ação que conseguimos realizar em prol de
crianças para que estas possam aprender e descobrir-se como seres capazes que
são.
Percebo que, no meu fazer pedagógico, o que mais me aproximou do
tema foi perceber que posso contribuir de várias formas para que este educador do
século XXI, que esta tão desestimulado, encontre sua verdadeira paixão por ensinar.
Pois, todos eles passaram pela mesma trajetória de lecionar no início da carreira, na
zona rural do município, diante de tantas dificuldades.
Então, preciso mostrar que temos uma missão de juntas fazermos a
diferença diante de tantas experiências já vividas, entender que temos muito ainda a
contribuir. E tenho certeza, que ao encontrar colegas com tão poucas perspectivas,
saberei sempre buscar subsídios suficientes para incentivá-los.
Esta especialização é mais um suporte para que eu possa aperfeiçoar-me
ainda mais e poder intervir junto às educadoras da escola na qual atuo.
Quanto à relação do objeto de estudo com a minha formação
profissional tem “tudo a ver”, pois, sou professora há 15 anos e sete meses, sendo
que estou a cinco anos atuando como coordenadora pedagógica na educação
infantil (creche e pré escola), onde me identifico muito com a missão de promover
formação continuada, junto às educadoras, não só nos momentos de planejamento
pedagógico, mas sim continuamente, com o intuito de melhorar as ações cotidianas
voltadas ao ensino aprendizagem.
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1.3 EXPECTATIVAS
Sou graduada em pedagogia com especialização em gestão e supervisão
escolar, e atualmente cursando especialização em coordenação pedagógica a fim,
de aprimorar os meus conhecimentos, para que eu possa dar melhores
contribuições às educadoras, no que tange à formação continuada.
Minha atuação profissional relaciona-se com o meu objeto de estudo, ou
seja, a formação continuada das educadoras, no que tange algumas condições
básicas que precisam existir para que o professor consiga obter bons resultados na
sua prática junto aos alunos. Por isso, as expectativas são as melhores possíveis,
em se tratando de um objeto de estudo que envolve prática e teoria.
Pois, ambas são muito importantes diante da responsabilidade de
mediação, instigando-me a enfrentar situações onde exista falta de estímulo,
propondo sempre uma análise e discussão a cerca do que está causando tão
situação e contribuindo para resolver algo que possa estar acontecendo dentro da
escola ou trazidos de fora.
Sem dúvida, a partir desta pesquisa, as formações com os docentes só
irão complementar os seus conhecimentos de organização, comunicação e
desenvolvimento afetivo e emocional. Desenvolvendo uma prática educativa que
promova o desenvolvimento dos alunos e autonomia da escola.
Como coordenadora pedagógica, procuro mostrar referências teóricas
necessárias para embasar a análise de qualquer ação durante as formações
continuadas. Entendendo, que a formação continuada é essencial para o
desenvolvimento dos professores no contexto educacional, a fim de atender às
demandas da nova sociedade e enfrentando os desafios. Exigindo um profissional
da educação qualificado, capaz de ser reflexivo e crítico.
Pois, sabe-se que a atual formação do professor é deficiente na maioria
das vezes, para garantir a aprendizagem. Havendo necessidade de proporcionar
ao professor, além da formação inicial, oportunidades para adquirir novas
competências.
Nessa perspectiva, os conhecimentos obtidos durante as formações,
implicam em informações essenciais . Reconhecendo que, para saber ensinar não
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basta a experiência, mas sim, saberes relacionados com à ação pedagógica. Assim,
a orientação instrutiva adotada como princípio para formação dos professores em
serviço, é aprender a fazer.
Pois, a experiência do saber no início da minha carreira como professora
do campo, com classe multisseriada, foi permeada de algumas dificuldades, por
muitas vezes, não saber fazer. Pois, recebia na escola, crianças que percorriam
horas de carro para chegarem à escola, já com estresse e fome, sendo que a
merenda era escassa prejudicando assim, o aprendizado. Além de poucos recursos
didáticos. Sem falar que os alunos do campo eram muito carentes tanto no
aprendizado quanto no afetivo, eles dependiam muito de mim como profissional,
pois, precisava ser paciente e compreensível, pois, os alunos necessitavam de
atenção e não apenas de conteúdo, ou seja, eles necessitavam de uma pessoa
qualificada que realmente soubesse entender a sua realidade e não de apenas um
professor.
O educador do campo primeiramente tem que saber diagnosticar o
problema do educando. E a partir daí, buscar metodologias que beneficiem o
aprendizado dos alunos. Sendo que, descobrindo os problemas, favorecerá o
trabalho com métodos que possam desenvolver a linha de raciocínio do
aluno. Devendo prevalecer o diálogo professor-aluno, pois, este é fundamental na
mediação dos conhecimentos, frente as dificuldades.
O diferencial para amenizar as situações que apareciam, foram as
formações continuadas nos encontros com a coordenadora pedagógica, que
mantinha as formações mensais, mesmo com muito sacrifício para ir aos encontros
em um povoado, e isso fez a diferença. Fez-me despertar para uma criatividade
mais ampla na minha atuação como educadora e com certeza contribuiu para que
eu fosse indicada ao cargo de coordenadora pedagógica.
Nas formações líamos materiais voltados às nossas necessidades
referentes à sala de aula multisseriada, discutindo sobre as melhores estratégias
para resolvê-las.
Na época a coordenadora pedagógica vinha do município de Jequié e era
muito conceituada e experiente, assim nos dava subsídios para desenvolvermos um
bom trabalho, apesar das dificuldades. Esta levava jogos pedagógicos para
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aplicarmos com os alunos, além de nos orientar como proceder com cada faixa
etária. Pois, trabalhar com classe multisseriada era muito difícil.
A formação deficitária por parte dos professores da rede pública de
ensino, também foi uma experiência para que eu escolhesse este objeto de estudo,
pois, hoje sabemos que a maioria dos municípios não cumprem a lei destinada para
que o planejamento (formação continuada) seja feito dentro da carga horária.
Sendo assim, os professores não tem tempo para pesquisarem ou
mesmo se aperfeiçoarem para obterem um melhor desempenho. Então, isso
atentou-me para que a necessidade de destacar a importância da formação
continuada dos professores em educação infantil.
Diante do envolvimento com o projeto vivencial, o mais impactante para
minha prática, foi a busca por conhecimento, pelas descobertas. Pois, a reflexão à
respeito de tudo que pesquisamos, projetou em mim uma grande mudança.
Percebendo que, a formação permanente precisa constituir-se em
processo que permita reciclar a formação inicial e que mantenha o professor
imbuído do espírito de investigação e pesquisa-ação refletindo na e sobre sua
prática pedagógica continuamente. Portanto, de acordo com NÓVOA (1995 p.28-31)
A formação de professores deve ser concebida como uma das componentes da mudança, em conexão estreita com outros setores e áreas de intervenção... A formação não se faz antes da mudança, faz-se durante, produz-se nesse esforço de inovação e de procura dos melhores percursos para a transformação da escola... Toda a formação encerra um projeto de ação. E de transformação. E não há projeto sem opções. As minhas passam pela valorização das pessoas e dos grupos que tem lutado pela inovação no interior das escolas e do sistema educativo.
E na escola, o impacto vai ser ainda melhor, a partir do exemplo de coordenador
pesquisador diante do projeto vivencial, refletindo sobre a própria prática com auxílio
de um orientador, a fim de encontrar subsídios para melhorar ainda mais a formação
continuada dos professores da educação infantil.
Pois, o professor só se torna capaz de aceitar mudanças no cotidiano
escolar, a partir de uma reflexão sobre si mesmo sobre suas ações. Cabendo o
aprimoramento do professor, dentro do seu próprio ambiente de trabalho.
A capacitação do professor, precisa ser contínua, e direcionada às
dificuldades por ele apontadas. Como coordenadora pedagógica, sinto-me
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responsável por uma boa qualidade na educação da referida escola, instigando
sempre os professores a estarem em busca de novas práticas de pesquisa.
A troca de experiência que realizo no trabalho como coordenadora
pedagógica, norteia o desenvolvimento de toda a prática pedagógica no cotidiano
escolar. Tenho as atribuições de orientar, coordenar, propor alternativas de trabalho
para melhorar o ensino e a aprendizagem, mediar conflitos, dialogar com as famílias,
realizar atividades administrativas, entre outras.
Esta reflexão sobre a função no cotidiano escolar é de fundamental
importância em todas atividades, para que, seja possível a reflexão sobre a prática
pedagógica e a necessidade da formação continuada para melhor exercer a prática
almejada.
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CAPÍTULO 2. REVISÃO DE LITERATURA
O coordenador pedagógico como articulador da prática pedagógica dos professores da educação infantil.
O objetivo deste estudo, conforme já mencionado, é destacar a
importância da articulação por parte do(a) coordenador(a) pedagógico(a) na
formação continuada dos professores, perante às exigências educacionais, a fim de
se obter melhor desempenho diante da prática educativa.
Por isso, a formação continuada como objeto de estudo, prioriza tal
desempenho por parte do professor, de forma, que este profissional entenda a
necessidade de reciclar-se a partir de estudos, pesquisas e reflexões dinamizadas
pela presença constante do coordenador(a) pedagógico(a).
André e Vieira (2006) defendem que é preciso relacionar os saberes com o
trabalho, mostrar que eles têm origem social, são plurais, evoluem ao longo da
carreira e que são saberes humanos sobre humanos. Esses aspectos constituem
fios condutores de suas reflexões sobre os saberes docentes. O trabalho do
coordenador pedagógico revela grande capacidade de articular diferentes tipos de
saberes para solucionar os desafios do cotidiano.
Vimos então, que para tais professores conseguirem desenvolver um bom
trabalho, é preciso estudos e reflexões para melhorar a qualidade que deverá ser
dispensada na sala de aula. O professor durante as reuniões de planejamento deve
buscar junto ao coordenador(a) qualidade, devendo sempre repensar, renovar e
orientar a formação do educador, para uma melhor prática em todo o âmbito
escolar. Nóvoa afirma:
“A formação continuada deve alicerçar-se numa reflexão na prática e sobre
a prática”, através de dinâmicas de investigação-ação e de investigação-
formação, valorizando os saberes de que os professores são portadores.
(NÓVOA, 1991, p.30).
Assim, percebemos que o desafio do coordenador pedagógico frente à formação
continuada do professor, deve ser alicerçada em uma visão mediativa, visando os
saberes dos professores.
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Pois, o grande desafio que os coordenadores pedagógicos tem
enfrentado atualmente na formação dos professores de educação infantil, é o
trabalho à respeito do processo de construção de uma proposta coletiva, que articule
as vivências, experiências e a realidade dos alunos com os conhecimentos
produzidos. Para tal o coordenador(a) pedagógico(a) deve acompanhar o trabalho
dos professores, diante das suas atribuições, como: Assessorar tecnicamente a
construção do Projeto Político Pedagógico da escola em todas as suas etapas;
elaboração, implementação e avaliação junto aos docentes.
Uma vez que, quando os professores referem-se à prática cotidiana não
conseguem, às vezes, deixar de lado, algumas concepções pré-estabelecidas
tradicionalmente.
Assim, sempre proponho às educadoras durante as discussões de
planejamento o não rompimento com o tradicional, pois, sabemos que existem
ações relevantes para que ocorra o aprendizado sim. Acontece que como
coordenadora pedagógica, lembro às educadoras que, os nossos alunos nasceram
em meio à globalização, onde a informatização não nos permite acolher apenas o
tradicional.
É preciso ser um professor pesquisador e atualizado a fim de oferecer
formas de aprendizagem lúdicas e desafiadoras, pois, nossos alunos da educação
infantil de hoje, nos surpreendem a todo instante, então é preciso uma formação
contínua. Devemos nos preocupar com as novas concepções e perspectivas
educacionais, daí então, a importância de reuniões periódicas na escola, a fim de
discutir as possibilidades de inovar o aprendizado referente ao currículo escolar em
questão.
É uma concepção de formação que faz das práticas profissionais dos
professores contextos de “requalificação do coletivo de trabalho.” (NÓVOA,
1992, p.32).
Para atender às necessidades educacionais dos professores, torna-se
necessário um trabalho contínuo de orientação e valorização dos saberes dos
professores. O coordenador pedagógico deve então, em estar atento às
necessidades dos educadores durante as formações continuadas a fim de oferecer
uma aprendizagem significativa.
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Pois, sabemos que os educandos da atualidade são questionadores,
mesmo sendo crianças, estas necessitam de atitudes inovadoras por parte do
professor, então este deve ser subsidiado constantemente pelo coordenador(a)
pedagógica(o).
O coordenador pedagógico necessita ter embasamento teórico para
dialogar e mostrar aos professores que é possível realizar mudanças na sala de
aula, observando às necessidades da turma e como fazer acontecer a
aprendizagem que contemple a todos. Mas, as reuniões de planejamento, ainda
acontecem em curto prazo de tempo, pois, como na maioria das escolas, ainda não
se cumpre a carga horária exigida por lei.
Sendo que durante muito tempo, quando se falava em formação de
professores, falava-se certamente da formação inicial do professor. Mas, hoje esta
formação deve ampliar cada vez mais os conhecimentos dos professores.
Ensinar hoje é diferente do que era há vinte anos. Fundamentalmente, porque não tem a mesma dificuldade trabalhar com um grupo de crianças homogeneizadas pela seleção ou enquadrar a cem por cento as crianças de um país, com os cem por cento de problemas sociais que essas crianças levam consigo. Daí o desencanto que atinge muitos professores, que não souberam redefinir o seu papel perante esta nova situação. (NÓVOA, 1995, p.96)
Sabe-se, que não é fácil, atuar na prática da sala de aula, pois, o professor não
possui fórmulas prontas para enfrentar os desafios. Mas, a formação continuada é
justamente para encontrar junto à equipe de professores, soluções adequadas à sua
realidade do educador.
Às vezes, o coordenador(a) pedagógica(o) precisa orientar os professores
para mudanças em sua prática, utilizando novos métodos de ensino e avaliação
para seus alunos. Precisando sempre reconhecer, onde estão as deficiências no
trabalho desenvolvido e superá-las.
Assim, o professor nunca deve agir de forma isolada na escola. É preciso
estabelecer planos estratégicos realizáveis com coordenador pedagógico. Levando
em conta, que é preciso reorganizar as ações diárias necessárias, a fim de obter
bons resultados.
O professor é responsável pela formação dos seus alunos, então, deve
manter sempre o contato com as famílias, com o apoio do coordenador(a)
26
pedagógico(a), para que estas possam acompanhar as mudanças ocorridas na
escola.
E o coordenador(a) pedagógico(a), deve ser o articulador entre a escola e
a família, apresentando as ações oriundas das formações continuadas, explicitando
o currículo, as normas, documentos e leis referentes ao pedagógico, para que a
comunidade conheça melhor o desempenho da escola e faça parte da formação das
crianças. Segundo Libâneo (2004, p.227),
“O termo formação continuada vem acompanhado de outro, a formação inicial. A formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos e práticos destinados à formação profissional, completados por estágios. A formação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando o aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional.”
Assim, as famílias passarão a conhecer e acreditar na prática docente, observando
sua eficácia ou não, diante da aprendizagem escolar dos seus filhos. Por isso, o
coordenador(a) pedagógico(a) deve estar sempre presente na escola a fim de
orientar e informar às famílias.
A orientação do coordenador(a) pedagógico(a), além abranger às
famílias, deve preocupar-se também em questões de incentivo da prática
pedagógica, pois, sabe-se que o professor que trabalha o dia todo e chega em casa
à noite, não tem tempo suficiente para aprimorar sua prática e tão pouco sentir-se
motivado. Portanto cabe ao coordenador(a) pedagógico(a), buscar atualização
constante para incentivar e mostrar ao professor que ele é capaz de cumprir o seu
papel e transformar a educação.
Para Libâneo (2005), o planejamento é o ponto de partida. Nele são
expressas as ações a serem realizadas em função da tomada de decisão a respeito
dos objetivos que se pretende alcançar. Resulta em um plano ou projeto para a
instituição.
Os problemas vão sendo diagnosticados à medida que o coordenador(a)
pedagógico(a) prioriza um momento junto com o professor para observar as
características dos seus alunos e assim, dialogar a respeito com os familiares. A fim
de conhecer melhor a individualidade de cada aluno, entendendo as dificuldades e
oferecendo subsídios a partir das ações curriculares, contemplando assim o
aprendizado.
27
Às vezes, alguns professores perdem-se em tais propostas do currículo
escolar, mas, com o grupos de estudos, distribuídos em horários semanais,
direcionados às necessidades da escola e orientados pelo coordenador(a)
pedagógico(a), pode sim, acontecer a efetivação do aprendizado.
Sabemos que as escolas enfrentam questões burocráticas,
obrigatoriedade de cumprir os tempos e currículos, além, de falta de recursos
financeiros, mas, não se pode deixar de lado a importância da formação continuada
para o efetivo aperfeiçoamento dos professores.
A Formação Continuada deve um fator primordial na atuação dos
professores, dando condições para atender necessidades de seus alunos e de suas
próprias expectativas quanto à prática diária. É necessário oferecer alternativas para
atender aos anseios dos professores.
Tais alternativas mencionadas acima, trata-se de todo e qualquer material
didático, lúdico ou outros condizentes com o currículo e que deverão ser orientados
pela coordenação pedagógica.
Mas, para isso, o coordenador deve rever seus conhecimentos e
experiência adquiridos ao longo dos anos em sala de aula, para então orientar os
professores. Pois, sabemos que a experiência auxilia de forma positiva nos
momentos de dúvidas e dificuldades perante os desafios educacionais.
Tardif (2002), ao analisar algumas das conseqüências práticas e políticas
da pesquisa desenvolvida em centros superiores e em universidades, adverte que a
pesquisa não pode ser privilégio de pesquisadores dessas unidades de ensino, visto
compreender que os professores devem ser considerados enquanto sujeitos
produtores de conhecimento e não apenas como cobaias e colaboradores.
Fica claro então, que os professores devem ser produtores de
conhecimento para poder atuar com qualidade. Dessa forma, fica evidente, o papel
do coordenador(a) pedagógico(a) na formação contínua do professor. Pois, este o
ajudará a ter dinamismo diante do seu papel de professor, ampliando o seu
conhecimento e se desenvolvimento enquanto educador.
Perrenoud (1993, 1999) considera que, para se compreender o que se
passa entre a investigação e o ensino importa ter uma imagem realista e adequada
da prática pedagógica e de sua relação com o conhecimento. Mas, se os
28
professores não compreendem bem em que condições e com que tipo de
racionalidade desenvolvem o seu trabalho, não poderão saber em que medida os
resultados da investigação em educação podem incidir sobre as suas práticas.
Cada professor necessita obter subsídios adequados à sua prática
pedagógica, fazendo uma ligação entre a formação inicial e a construção de novas
aprendizagens. Assim, o(a) coordenador(a) pedagógico(a) deve se preocupar em
ensinar aos professores, a tomarem iniciativas diante do trabalho desempenhado,
pois, necessita-se de profissionais que sejam capazes de inovar a sua prática
diária.
E incentivos para inovar, é papel do coordenador pedagógico, além de
acompanhar e orientar a prática da docência.
Paulo Freire (1996) chama a atenção dos professores para uma análise
da sua formação com a discussão de que eles são sujeitos inerentemente
pesquisadores. A promoção da pesquisa aliada à prática reflexiva é algo que está
posto na natureza do professor, sendo considerado que “não há ensino sem
pesquisa e pesquisa sem ensino” e que o fazer da prática está permeado pelo
pensar e pensar o que fazer. O foco de formação na escola apresenta uma visão
que sai da aprendizagem individualista para a aprendizagem coletiva, que envolve
toda a organização escolar, a partir de um processo de reflexão crítica da prática e
da pesquisa.
Percebe-se então, que o coordenador(a) pedagógico(a) é que deve ser
responsável por articular este incentivo, construindo coletivamente momentos que
inicie o interesse por pesquisar o que for direcionado à sua prática. Fortalecendo
assim, o processo de reflexão, do qual fazem parte.
O coordenador formador deve criar novas situações de pesquisa a cada
encontro coletivo com os professores, em busca de outras opções, ou investigações
que possam ajudá-lo na prática.
Pois, a partir das pesquisas propostas, começam a surgir novas
concepções sobre o papel desse profissional e quem é ele, valorizando suas formas
de expressão, pensamento, cultura, crenças e valores. Pois, na educação infantil,
então, é preciso incentivar demasiadamente a pesquisa, para que o professor
29
conheça cada etapa de aprendizado da criança, conseguindo assim, maior êxito na
aprendizagem. Trazendo novamente Freire (1997, p.25):
Quem ensina, aprende ao ensinar, e quem aprende, ensina ao aprender. Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.
O aprendizado acontece por parte daqueles que sentem necessidade de
desenvolver-se profissionalmente. Mas, para isso, é preciso ter consciência das
dificuldades, e estar aberto ao aprendizado sempre.
Assim, o coordenador(a) pedagógico(a) devem apresentar uma formação
que seja de aprendizado. Pesquisando sempre para conhecer o que ainda é
indiferente na prática.
Desse modo, é possível salientar que, a escrita dos parágrafos acima,
associada ao meu objeto de estudo, evidencia mais uma vez o coordenador
pedagógico como percussor da trajetória do professor, no que diz respeito, à sua
prática educacional.
Sem o acompanhamento deste profissional não acontece a tão discutida
excelência no aprendizado. Por isso, discute-se também à cerca da formação de tal
profissional, pois, este necessita de estudos que lhe ofereça uma amplitude de
conhecimentos para que possa assim, oferecer subsídios aos professores de forma
efetiva. Dessa forma, vimos que, é possível destacar as possibilidades que o
coordenador pedagógico pode oferecer enquanto profissional articulador entre os
professores.
De tal maneira que é visivelmente observado na escola as mudanças
ocorridas devido aos conhecimentos e trocas de saberes em formação. Então, fica
evidente nesta pesquisa que cada dificuldade exposta pelo professor deve ser
analisada, diagnosticada e acolhida pelo(a) coordenador(a) pedagógico(a) a fim de
apresentar resultados satisfatórios, almejando sempre uma educação prioritária de
qualidade.
30
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
CONSTRUÍNDO SABERES PARA A MELHORIA DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DAS PROFESSORAS DO CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL TIA LICA
As discussões sobre a formação continuada têm como objetivo refletir
sobre a importância da prática pedagógica do professor, sugerindo repensar a
formação continuada atentando-se para o foco principal, que é, oferecer condições
para melhorar a prática docente, tornando-a mais eficaz, no que se diz respeito à
concretização de uma aprendizagem significativa e a construção do conhecimento.
Dessa forma, cria-se o projeto de intervenção construindo saberes para
alcançar a melhoria da prática pedagógica, tendo como ênfase o estudo coletivo e
contínuo a fim de que o educador possa inovar e transformar suas ações. Sendo
que este projeto de intervenção está relacionado ao eixo temático: Aprendizagem
escolar e trabalho pedagógico, do curso de especialização em coordenação
pedagógica, da Universidade Federal da Bahia.
Tal intervenção irá apontar caminhos, evidenciando que é impossível um
professor obter êxito nas suas atribuições, se não houver um acompanhamento
contínuo por parte da coordenação pedagógica.
Assim, este projeto de intervenção destina-se aos professores da
educação infantil, com o objetivo de proporcionar uma visão mais ampla dos seus
saberes, experimentando outras formas de fazer educação com o apoio e incentivo
do(a) coordenador(a) pedagógico(a).
Mas, sabe-se que para que este(a) coordenador(a) pedagógico(a), possa
atuar com eficiência e qualidade junto aos professores, é preciso adquirir conceitos e
habilidades voltados à tal prática, e para isso a especialização em coordenação
pedagógica, ao longo do curso, tem ofertado subsídios voltados à leituras
diversificadas, discussões e troca de saberes.
Unindo teoria à prática dos cursistas, proporcionando conhecimento e
iniciativa para que estes possam dispensar aos professores um acompanhamento
pedagógico com qualificação.
31
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR
O Centro Municipal de Educação Infantil Tia Lica (proinfância), está
situado na zona urbana do município de Lafaiete Coutinho-Ba. Onde inaugurado em
12 de outubro de 2014, para atender crianças de 0 à 6, na modalidade educação
infantil, creche e pré-escola em tempo integral. Contando com 8 professoras
graduadas em pedagogia e 10 auxiliares de classe. Com acompanhamento diário de
uma coordenadora pedagógica. Dispondo de espaço físico e recursos necessários
ao andamento das propostas pedagógicas.
3.2 METODOLOGIA
É de extrema importância a necessidade do aprimoramento dos estudos
para compreender melhor as práticas pedagógicas e oferecer uma aprendizagem
significativa aos alunos
Julgando após discussões nos planejamentos, ser necessário algo que
traga maior motivação e conhecimento nas formações continuadas. Sendo
observado que tal questionamento associa-se o tempo insuficiente para tais
formações necessárias.
A proposta de intervenção para os professores da educação infantil pela
coordenação pedagógica tem por objetivos, a troca de saberes, a partir de temas
propostos, construção de conhecimentos coletivamente, revisão dos documentos
pedagógicos da escola e expressão das necessidades pedagógicas dos
professores.
Assim, o planejamento na referida escola, acontece de forma satisfatória
com os professores, mas, sabe-se que há constantemente mudanças progressivas
na área da educação. Então, entende-se que para acompanhá-las, é preciso a
mediação contínua por parte do coordenador pedagógico. Este deve ser persistente
quando se trata de formação do professor, pois, cada um tem dificuldades
diferenciadas, no que tange à sua prática pedagógica no momento do aprendizado,
assim como seus alunos.
Trazendo então, objetivos condizentes com a proposta pedagógica da
escola, como o aprimoramento das práticas pedagógicas dos professores da
educação infantil. Percebendo os professores como autores dos seus próprios
32
saberes melhorando o ensino-aprendizagem, através de pesquisa-ação no
estabelecimento de ensino.
Investigando sempre por parte do coordenador, o nível de aprendizagem
e motivação despertada nas professoras, apresentando métodos de trabalho,
baseado na construção do conhecimento coletivo.
A formação continuada vem sendo oferecida às professoras, procurando
atender aos modelos pedagógicos atuais, mas, sabe-se que cada professor possui
uma concepção de ensino-aprendizagem para enfatizar a sua ação docente, mas, é
papel da coordenação pedagógica orientar com ações transformadoras para
aprimorar o conhecimento.
Foi observado que as educadoras têm dificuldade em trabalhar com
ideias de alguns modelos teóricos, para a construção de novos saberes, mas,
sabendo que tais dificuldades, são devidas na maioria das vezes à falta de
conhecimento, pesquisa e leitura, pelo fato do curto tempo para aprofundamento dos
estudos.
Por isso, através dos planejamentos pedagógicos e influência das
discussões e materiais disponibilizados pelo curso de especialização em
coordenação pedagógica, foi possível auxiliá-las com um melhor embasamento e
assim, criando uma proposta de intervenção voltada à mudanças quanto ao
aprender e ensinar.
Assim, a proposta de intervenção, despertou a ideia de aprofundamento,
pois, a partir daí, os professores opinaram quanto aos temas e aspectos que
deveriam ser discutidos a fim de usarem a favor da prática pedagógica.
Entenderam então, que a construção do conhecimento poderia ser mais
rica e eficiente se houvesse maior tempo disponível e uma intervenção coletiva, com
troca de saberes, direcionada à formação continuada e um melhor conhecimento.
Foi realizado, no início, um levantamento das principais características da
realidade investigada neste estudo, a partir de observações, que duravam uma hora,
ocorrendo três vezes por semana, ao longo de um mês, com o auxílio do roteiro de
observação. Onde foi analisado o desempenho das professoras na sala de aula.
33
Foi proposto às professoras leituras e discussões, para que pudessem
argumentar e raciocinar logicamente à respeito da importância da aquisição do
conhecimento voltados à aprendizagem significativa dos alunos da educação infantil.
Em seguida, foi feita uma análise comparativa entre o plano de curso e
proposta pedagógica utilizada pela professora no Centro Municipal de Educação
Infantil Tia Lica.
Depois de tais etapas, junto às professoras, foram observadas posturas
convincentes de interesse e entusiasmo em querer discutir sobre assuntos
referentes à sua prática, mostrar um pouco do seu desempenho em sala de aula,
não obscurecendo a necessidade de apoio constante par a melhoria da sua prática
na sala de aula. Enfatizando o quanto o(a) coordenador (a) pedagógico(a) é
indispensável.
Ao fazer a análise do plano de curso e proposta pedagógica da escola, foi
observado que ambos estão interligados, e que as professoras tem conhecimento de
todos os seus itens a partir das reuniões de planejamento com a coordenação
pedagógica. Dizendo que preza a aplicabilidade dos mesmos em sala de aula de
forma reflexiva, onde todos possam aprender.
Assim, os instrumentos de pesquisa utilizados nesta Proposta de
Intervenção foram à observação sistemática e aplicação de questionário que
fundamentou a presente proposta, com levantamento do perfil das professoras,
considerando suas necessidades pedagógicas.
Uma das características que enriquecem este tipo de pesquisa é sua
flexibilidade quanto às respostas, conforme a necessidade observada pelas
educadoras.
O método utilizado é a pesquisa-ação, onde sua utilização possibilitou aos
participantes condições de investigar sua própria prática de forma crítica e reflexiva.
Onde foram envolvidos pesquisador e pesquisados, na busca de melhorar a prática
educativa, enfatizando a figura do(a) coordenador(a) pedagógico(a).
Quanto à metodologia do trabalho, foram feitos questionários,
apresentando questões abertas, sendo distribuídos entre as professoras da creche e
pré escola, do Centro Municipal de Educação Infantil Tia Lica, onde atende crianças
34
de 10 meses à 5 anos e 11 meses. Estas fizeram a leitura das perguntas e
responderam de acordo às suas opiniões.
Tendo o questionário, como objetivo central compreender como as
professoras percebem a contribuição das ações da coordenação pedagógica
realizadas na escola no âmbito da formação continuada. Assim, as professoras
foram convidadas a exporem suas ideias acerca dos impactos e limites em relação a
elas mesmas.
Os dados foram analisados considerando como eixos o trabalho coletivo,
o papel da equipe diretiva, a aproximação e integração entre diferentes áreas do
conhecimento, o professor como produtor de saber e a relação dialógica entre
professoras e entre professoras e alunos.
Os questionários respondidos pelas 5 educadoras, possuíam 9 questões
abertas, onde foi fundamental para a verificação da prática docente. Ficando
evidente a partir dos dados coletados, a necessidade de participação nas formações
continuadas, cursos e trocas de conhecimento com colegas educadores a fim de
melhorar a prática docente.
Foram observadas algumas dificuldades acentuadas de aprendizagens ou
limitações por parte das professoras, observando, que a maior dificuldade para
melhorar o seu o aprimoramento diante dos saberes inerentes à sua prática
pedagógica, é o fator tempo, pois, todas trabalham em tempo integral, ficando
assim, as formações continuadas reduzidas.
Entretanto, na prática, o caminho da formação contínua do professor, que
teoricamente deveria ser responsável por minimizar ou mesmo extinguir as
deficiências conceituais, práticas e epistemológicas da formação inicial
deste profissional, assim como oferecer novos caminhos oriundos dos
avanços científicos, tecnológicos e econômicos da sociedade, vem também
sendo objeto de críticas... (GRANVILLE, 2007, p.168)
Compreende-se então, a formação continuada, como primordial, tendo a
escola como espaço articulador, voltado à oferecer melhores condições de trabalho
aos professores. As propostas de mudança sempre devem ser levantadas,
discutidas e concretizadas no projeto político pedagógico garantindo a promoção da
tomada de consciência para a construção coletiva de saberes. Pois, foi também
observado diante das respostas do questionário que, algumas professoras não tem
35
lido ou pesquisado sempre, para que estas leituras possam auxiliar a sua prática
pedagógica.
O olhar crítico e reflexivo sobre as políticas educacionais, incluindo as de
formação docente, na atual realidade é exigência numa sociedade tão
desigual. Particularmente, a partir dos anos 1990, a prioridade dos governos
tem sido a inserção do país no mercado globalizado, de forma que as
políticas sociais vêm se mantendo atreladas ao bom desempenho da
economia, cabendo à educação, de forma subordinada, o que sobra e não o
que atenderia às necessidades efetivas da população. (Saviani, 2000).
Entendemos que, às professoras cabe a mediação entre o aluno e o conhecimento
que permita-lhe o entendimento da realidade dos seus alunos e a promoção do
desenvolvimento individual. E essa mediação implica em associar a aprendizagem
do aluno à formação continuada do professor.
Observa-se diante da tabela, apresentada a seguir, que 3 professoras não
responderam se fazem leitura de algum teórico. As demais afirmam fazer leituras de
3 teóricos ou mais, afim de embasar sua prática pedagógica. 4 professoras disseram
ter conhecimento do currículo da educação infantil, apenas uma não respondeu.
Quanto à pergunta se o planejamento dá subsídios para atuar em sala de
aula, apenas uma não respondeu, as demais disseram que sim. Quanto ao método
utilizado na sala de aula para auxiliar no aprendizado dos alunos, todas
responderam, mas, percebe-se que algumas respostas estão sem fundamento
algum, dando a entender que não estão cientes do que vem a ser método.
Analisando os questionários percebemos que as professoras necessitam
de uma contínua e dinâmica construção do conhecimento profissional, e que lhes
seja concedida as contribuições teóricas como subsídios que possibilitem a reflexão
e a orientação da prática. Não que seja omissão da coordenação pedagógica, mas,
sim o pouco tempo que é destinado às formações continuadas.
Sendo, que os profissionais na educação da referida escola obterão uma
conquista para o ano de 2016, que será o comprimento da carga horária destinada à
formação continuada prevista em lei, que lhes permitam a discussão dentro da
escola, coletivamente, visando uma formação mais direcionada ao conhecimento,
com o objetivo de analisar a relação entre o saber teórico e o fazer pedagógico.
Pode ser observado na tabela abaixo, as respostas das professoras
quanto aos questionários:
36
TABELA
PROFESSORAS PARTICIPA DOS
PLANEJAMENTOS
LEITURAS CONHECIMENTO
DO CURRÍCULO
ALGUM
MÉTODO
UTILIZADO
PROFESSORA 1
SIM
NÃO
RESPONDEU
SIM
SIM
PROFESSORA 2
SIM
2 TEÓRICOS
SIM
SIM
PROFESSORA 3
SIM
NÃO
RESPONDEU
SIM
SIM
PROFESSORA 4
SIM
NÃO
RESPONDEU
SIM
SIM
PROFESSORA 5 SIM 5 TEÓRICOS NÃO RESPONDEU SIM
Analisa-se então, a importância da intervenção pedagógica por parte do
coordenador pedagógico na escola. Conhecendo as indagações do professores,
como foi realizado nesta fase de diagnostico do problema, para então, buscar
coletivamente formas de resolução dos problemas. Pois, educação de qualidade
obtêm-se a partir de discussões e parceria por parte dos envolvidos.
3.3 OPERACIONALIZANDO A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
As questões do questionário instigaram as professoras do Centro
Municipal de Educação Infantil Tia Lica a refletirem sobre sua aprendizagem e as
respostas revelaram o quanto puderam comparar a relação teoria e prática, o quanto
desfrutaram de uma ação metodológica que, como afirmaram, levou-as a refletir
sobre o fazer pedagógico no cotidiano da sala de aula.
Ressaltando que algumas questões sem respostas merecem especial
atenção. Remete a pensar urgente que seria viável uma proposta de intervenção, e
um dos objetivos da proposta é aprimorar as práticas educativas, promovendo uma
37
reflexão crítica e produtiva da atividade docente, possibilitando mudanças efetivas
no modo como os professores vêem seu próprio trabalho cotidiano.
Nesse sentido, é preciso realizar uma proposta significativa para as
professoras. Destacando que, partilhar experiências é fundamental, para que na
medida do possível. Em se tratando das questões relacionadas à formação de
professores, Nóvoa (1997, p. 25) afirma que a mesma “deve estimular uma
perspectiva crítico-reflexiva que forneça ao professor os meios de um pensamento e
que facilite as dinâmicas de auto-formação participada”.
A proposta é que possam, pela teoria, obter conhecimento, problematizando-o
diariamente. Fazer estes perceberem que podem teorizar a mesma prática,
passando inclusive a escrever sobre ela, após o término do PI. O trabalho é
intencional e com finalidades objetivas.
A proposta de intervenção - PI é promover a troca de experiências entre
professores que lecionam no mesmo nível de ensino(Educação Infantil) do Centro
Municipal de Educação Infantil Tia Lica, com temas específicos, diante das
observações feitas nos questionários por parte da coordenadora pedagógica,
construindo coletivamente os saberes.
A aplicação da presente proposta possibilitará às professoras,
coordenadora e gestora a promover uma formação continuada mais significativa à
proposta que é desenvolvida habitualmente, garantindo assim, um conhecimento
mais amplo do processo sistemático e complexo da educação, em direção ao
domínio do conhecimento com uma nova visão pedagógica.
A PI acontecerá no início do ano letivo de 2016, onde será feita a leitura
dos questionários com as professoras, coordenadora pedagógica e gestora, onde
haverá discussão quanto às dificuldades apresentadas diante das respostas e serão
feitas 2 reuniões para escolha dos temas que serão utilizados no estudo coletivo, a
fim de que as professoras possam ampliar seus conhecimentos à cerca das
questões inerentes à sua prática pedagógica.
Este estudo coletivo com troca de saberes, ocorrerá durante 5 meses,
sendo que não deixarão de acontecer as formações continuadas semanais nas
escolas.
38
E para enfatizar um melhor conhecimento à respeito dos temas, haverá
um sorteio, onde em cada encontro, dois professores deverão ficar responsáveis por
apresentar algo sobre o tema de forma clara e objetiva, utilizando recursos que
melhor lhe convir. Pois, na condição de simples ouvinte não há para progressão
cognitiva. Assim, serão confeccionados folder para divulgação dos temas e os
nomes das professoras que irão falar sobre cada um. A coordenação ficará
responsável pela condução dos trabalhos.
Diante desta pesquisa ação, percebe-se a necessidade e importância do
coordenador pedagógico, na rotina diária dos professores. Pois, estes, na maioria
das vezes, percebendo-se em meio à tantas atribuições, necessitam de aporte para
encarar os desafios diários da prática pedagógica.
Dessa forma, espera-se que a partir das ações desenvolvidas neste
projeto de intervenção, que seja possível aos professores um maior interesse em
participar das formações continuadas para compreender e reconhecer melhor a sua
prática, a fim de adquirir habilidades e competências exigidas na formação atual do
professor da educação infantil.
Pois, sabermos que o importante apenas, não é apenas dispor de bons
recursos didáticos, e sim, dedicar-se e esforçar-se pra conseguir bons resultados na
educação.
CRONOGRAMA DE AÇÕES DA PI
AÇÕES META PERÍODO
GRUPO
PARTICIPANTE
RECURSOS
CARGA
HORÁRIA
Propostas a
partir de
estudos
voltados à
melhoria da
prática
pedagógica
Aprimorar as
ações
coletivas, para
uma educação
significativa e
participativa.
FEVEREIRO
Gestor,
Coordenador
pedagógico e
professores
Divulgar por meio
de folder aos
professores,
esclarecendo os
objetivos e
procedimentos.
20h
39
Ações
envolvendo
questões
voltadas às
dificuldades
encontradas
pelas
professoras
referente à
educação
infantil
Auxiliar as
professoras na
aquisição de
conhecimentos
à cerca das
teorias
voltadas à
educação
infantil
MARÇO
Gestor,
professoras,
coordenadora
Pedagógica
Retroprojetor,
pen drive,
cartolina, livros,
caneta, pincel
atômico. Para
explanação das
atividades
propostas.
20h
Fortalecer a
formação
continuada
dos
docentes.
Capacitar em o
corpo docente
para que
enfatizem o
conhecimento.
ABRIL
Gestor,
professoras,
coordenador a
Pedagógica.
Diagnóstico das
necessidades
detectadas pela
coordenação por
parte das
professoras(papel
ofício, piloto,
caneta)
20h
Estudo
coletivo dos
temas
escolhidos
registrando a
avaliação de
desempenho
de cada um.
Realizar
avaliação de
desempenho
das
professoras
voltado à de
melhoria da
qualidade de
ensino.
MAIO E
JUNHO
Gestor,
professoras,
Coordenador a
pedagógica.
Retroprojetor
para exibição do
vídeo dos
estudos e
trabalhos
realizados para
auto- avaliação
das práticas
desenvolvidas
durante a PI, para
análise,
discussão e
aprimoramento
da sua prática
pedagógica.
20h
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir deste objeto de estudo pode-se perceber que o coordenador
pedagógico tem a função primordial em oferecer subsídios necessários à rotina
diária do professor, a fim de melhorar a sua prática educativa.
Observando assim, a necessidade reflexiva da importância da formação
continuada dispensada aos profissionais da educação, analisando e articulando com
clareza, suas necessidades de cunho profissional e educativo, visando buscar
possíveis soluções de forma coletiva. Pois, a experiência pedagógica aliada à
estudos reflexivos, fará a diferença no aperfeiçoamento da prática de cada
professor, sabendo que, esta é desafiadora.
Mas, a partir da análise da situação em questão, que é o aperfeiçoamento
do professor, faz-se necessário, a compreensão do coordenador pedagógico diante
das necessidades diárias, para então, auxiliar os professores na lida com os
conflitos, oferecendo assim, possibilidades de vencê-los. O importante é que o
coordenador pedagógico desenvolva junto aos professores no ambiente de trabalho,
uma relação de cumplicidade, auxiliando e orientando a prática docente, diante das
situações que lhe são apresentadas.
Assim, foi oportunizado à pesquisa-ação junto aos professores, com
aplicação de questionários à cerca da prática diária, sendo que os resultados foram
relativamente satisfatórios, pois, houve a participação efetiva dos professores, com
exposição das suas necessidades e indagações à respeito da sua prática
pedagógica, onde os resultados serão avaliados e voltados à melhoria da prática
docente.
Percebendo então, que este trabalho direcionado à formação continuada
dos profissionais da educação, poderia ter obtido maior destaque, se os professores
disponibilizassem de um tempo maior voltado às discussões.
Destacando assim, a relevância deste trabalho para a minha prática
enquanto coordenadora pedagógica. Pois, fez-me compreender de forma elementar,
a importância desta valiosa função.
41
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de; VIEIRA, Marli M. da Silva. O coordenador
pedagógico e a questão dos saberes. In: ALMEIDA, Laurinda Ramalho de;
PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza (Org.). O coordenador pedagógico e a
questão da contemporaneidade. São Paulo: Edições Loyola, 2006. 142 p.
CANDAU, Vera M. (Org.). Magistério: construção e cotidiano. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1997.
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42
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43
ANEXO
QUESTIONÁRIO
1.Para você, o que significa formação continuada?
2. Nas formações continuadas você obtém subsídios para atuar em sala de aula?
4. Você utiliza algum método específico para auxiliar no aprendizado dos seus
alunos em sala de aula?
5. Para você, o planejamento em equipe traz resultados?
6.o que é planejado durante as reuniões pedagógicas(formações continuadas?)
7. A Coordenadora Pedagógica contribui com a sua atuação de que forma nas
formações continuadas?
8. Nos últimos 2 anos, você tem realizado estudo sobre a sua área de
atuação(Educação Infantil)?
9. Você tem conhecimento do currículo e das diretrizes para a educação infantil?