produÇÃo de tensoativo biolÓgico por penicillium … · momentos de cansaço e desânimo pude...
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PRODUÇÃO DE TENSOATIVO BIOLÓGICO POR Penicillium corylophilum
Fernanda Pinheiro de Souza
.Rio de Janeiro
2009
FERNANDA PINHEIRO DE SOUZAAluna do curso de Biotecnologia
Matrícula: 0613800064
PRODUÇÃO DE TENSOATIVO BIOLÓGICO POR Penicillium corylophilum
Trabalho de Conclusão de Curso,
TCC, apresentado ao Curso de Graduação em
Biotecnologia, da UEZO como parte dos
requisitos para a obtenção do grau de
Tecnólogo em Biotecnologia, sob a orientação
da Profª Judith Liliana Solórzano Lemos.
Rio de Janeiro
Julho de 2009
PRODUÇÃO DE TENSOATIVO BIOLÓGICO POR Penicillium corylophilum
Elaborado por Fernanda Pinheiro de Souza
Aluna do Curso de Biotecnologia da UEZO
Este trabalho de Graduação foi analisado e aprovado com
Grau: 10
Rio de Janeiro, 23 de julho de 2009.
_____________________________________________Profª. Drª Maria de Fátima Sarro.
Membro
_____________________________________________Profª. Drª Marise Costa de Mello.
Membro
_____________________________________________Prof. de TCC, M.Sc. Rafael Berrelho Bernini.
_____________________________________________Profª orientadora, Drª Judith Liliana Solórzano Lemos.
Presidente
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
JULHO DE 2009
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FICHA CATALOGRÁFICA
S719p Souza, Fernanda Pinheiro. Produção de tensoativo biológico por Penicillium corylophilum / Fernanda
Pinheiro Souza. — 2009. 16 f.; 30 cm.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação Tecnológica emBiotecnologia)—Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, Rio de Janeiro, 2009. Bibliografia: f. 15-16.
1. Petróleo 2. Biorremediação 3. Penicillium corylophilum 4. Biossurfactante. I. Título.
CDD 665
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me dar o fôlego de vida, por
ter me sustentado com saúde e forças a cada dia.
À minha família que sempre me apoiou e me
incentivou a buscar o melhor caminho, onde nos
momentos de cansaço e desânimo pude encontrar
força e motivação.
A minha Orientadora Liliana Lemos e ao meu
professor de TCC I e II Rafael Bernini pela
compreensão, dicas e sugestões que me foram de
suma importância na realização deste trabalho.
À técnica de laboratório Mônica por ter estado
presente e me apoiado durante as atividades
práticas para execução deste trabalho.
Aos colegas de estudo Akio Kosaka, Bruno
Gabriel, Vânia Priscila, Paula Fernandes e em
especial ao Marcelo Eugênio pelas atividades em
grupo desenvolvidas e pela divertida e agradável
companhia.
A todos os professores que com muito afinco e
dedicação nos proporcionaram um aprendizado
com qualidade.
Ao Centro Universitário Estadual da Zona Oeste
que proporciono não só a mim, mas a muitos outros
alunos uma oportunidade de formação superior
através de um ensino de qualidade.
RESUMO
Os tensoativos biológicos ou biosurfactantes são moléculas anfifílicas, ou seja,
compostos que apresentam uma parte apolar (hidrofóbicas) e outra parte polar (hidrofílica).
Esses compostos são produzidos por microrganismos para aumentar a acessibilidade de
substratos hidrofóbicos às células, facilitando o desenvolvimento da microbiota existente e,
conseqüentemente, favorecendo a biodegradação. O presente trabalho teve por objetivo
estudar o desenvolvimento do processo de produção de tensoativo biológico a partir do
fungo Penicillium corylophilum, o qual já tem sido usado na biorremediação de borras
oleosas principalmente relacionadas com acidentes ambientais com derramamento de
petróleo. O ensaio foi desenvolvido em três estágios: cultivo da cepa, fermentação e
análise da tensão superficial (usando um tensiômetro para avaliar o potencial de produção
de tensoativo). O resultado encontrado para a tensão superficial ficou na faixa de 50mN/m
indicando baixo potencial de produção de tensoativo pelo fungo sob as condições
utilizadas. Valores de tensões superficiais desejáveis encontram-se na faixa de 35mN/m a
40mN/m.
Palavras-Chave: Petróleo; Biorremediação; Penicillium corylophilum; Tensoativo Biológico.
SUMÁRIO
Página
AGRADECIMENTOS ..........................................................................................................4
RESUMO...............................................................................................................................5
SUMÁRIO..............................................................................................................................6
Página.....................................................................................................................................6
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................1
2. REVISÃO DE LITERATURA .........................................................................................3
2. OBJETIVO ........................................................................................................................7
3. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................8
4.RESULTADO E DISCUSSÕES.......................................................................................11
5. CONCLUSÃO..................................................................................................................13
6. PERSPECTIVAS.............................................................................................................14
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................15
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento crescente da sociedade moderna e contemporânea é
fundamentado na exploração do petróleo. O aumento desta demanda implica no alto risco
de derrames acidentais, que podem ser minimizados, mas não totalmente eliminados
(PEREIRA e LEMOS, 2004). Pesquisas que buscam alternativas de tratamento aos
impactos causados pelo ser humano estão sendo realizadas com objetivo de reduzir os
problemas ambientais gerados. Na busca de novas tecnologias, estudos vêm demonstrando
que os processos biológicos podem ser as melhores escolhas. Nesse contexto surgem à
produção de tensoativos de origem biológica.
Os tensoativos podem ser quimicamente sintetizados (sintéticos) ou produzidos por
microrganismos (tensoativo biológico). Os tensoativos sintéticos têm origem petroquímica,
podem ser catiônicos, aniônicos, não iônicos ou anfóteros, e são usados como dispersantes
de óleos. Por outro lado os tensoativos biológicos podem ser produzidos por bactérias,
leveduras e fungos, sendo classificados de acordo com a sua natureza bioquímica e o tipo
de espécies microbianas produtoras de tensoativo biológico (UYSAL e TURKMAN,
2005).
Diferentemente dos surfactantes sintéticos, que são classificados de acordo com a
natureza dos seus agrupamentos polares, os tensoativos biológicos constituem uma das
principais classes de tensoativos naturais e são classificados pelo seu peso molecular, sua
composição química e sua origem microbiana (DESAI E BANAT, 1997).
A composição química dos tensoativos biológicos pode estar incluída nos grupos
químicos tais como: glicolípidios, lipopeptidios, fosfolipídios, lipoproteínas, ácidos graxos
e surfactantes poliméricos. A estrutura química dos tensoativos biológicos é altamente
influenciada pelos substratos e as condições do meio de cultura (PUNTUS et al., 2005).
Os tensoativos biológicos exibem um amplo potencial industrial, e de aplicação
ambiental para a biorremediação de ambientes contaminados por petróleo e derivados. Ao
contrário dos sintéticos, estes apresentam propriedades bem interessantes como
biodegradabilidade e baixa toxicidade, que incentivam a sua produção em escala industrial
(MULLIGAN, 2005). O tipo e o rendimento do tensoativo biológico são influenciados por
parâmetros como a fonte de carbono, possibilidade de limitação de nutrientes, fatores
físicos e químicos, temperatura e pH (FIECTHER, 1992).
Entre os fungos produtores de biosufactantes temos o Penicillium corylophilum que
já vem sendo empregado na biorremediação de solos contaminados com petróleo
(ARAÚJO e LEMOS, 2002). Nesse trabalho, a produção de biosufactante a partir desse
fungo sob as condições experimentais empregadas foi avaliada.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. PETRÓLEO
O petróleo é uma substância oleosa, inflamável e menos densa que a água. Ele
consiste basicamente em compostos de apenas dois elementos (82 a 87% de carbono e de
12 a 15% de hidrogênio) que, no entanto, formam grande variedade de complexas
estruturas moleculares. Além do número praticamente infinito de hidrocarbonetos que
formam o óleo cru ainda estão presentes, geralmente, pequenas quantidades de enxofre,
nitrogênio e oxigênio. Os hidrocarbonetos podem ser classificados em três grupos:
1. Hidrocarbonetos aromáticos: são constituídos de moléculas hidrofóbicas, tem baixa
solubilidade em água, o que contribui para a sua persistência no meio ambiente.
2. Hidrocarbonetos alifáticos: abrangem substâncias gasosas, líquidas e sólidas tanto
em cadeias lineares como ramificadas. O estado físico é muito importante, pois
indica a susceptibilidade ao ataque microbiano. Em geral, compostos gasosos e
líquidos são mais rapidamente atacados.
3. Hidrocarbonetos alicíclicos: os mais estudados são os cicloalcanos, provavelmente
porque eles sejam mais resistentes ao ataque microbiano.
Estruturas mais complexas (tais como estruturas com cadeias ramificadas ou estruturas com anéis
condensados) são mais resistentes à biodegradação, significando que poucos micro-organismos podem
degradar aquelas estruturas e as taxas de degradação são mais baixas que as taxas de degradação de estruturas
de hidrocarbonetos simples encontrados no petróleo (MENDONÇA, 2004).
Como a maioria do petróleo é extraída em locais distantes do seu consumo é normal
que este seja transportado em grandes quantidades. Os mais importantes métodos de
transporte de petróleo ocorrem por reservatórios oceânicos e por oleodutos sobre a terra.
Estes métodos de transporte podem poluir o ambiente através de acidentais
derramamentos. Para se ter uma idéia, em 18 de janeiro de 2000 uma ruptura no oleoduto
próximo a uma refinaria na Baía de Guanabara, no Estado do Rio de Janeiro rompeu-se,
causando a liberação de aproximadamente 1,3 milhões de litros de petróleo bruto na Baía.
Em 16 de julho de 2000, uma ruptura no oleoduto próximo à refinaria Presidente Getúlio
Vargas, localizada a aproximadamente 20 km de Curitiba, capital do Estado do Paraná,
liberou aproximadamente 4 milhões de litros de petróleo bruto nos rios da região. Em 4 de
novembro de 2000, a colisão entre o navio de bandeira cipriota Vergina II e o píer sul do
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terminal da Companhia na cidade de São Sebastião, causou a liberação de
aproximadamente 700 barris de petróleo bruto no canal de São Sebastião. O vazamento
atingiu praias em São Sebastião e em Ilhabela. Em 16 de fevereiro de 2001, a ruptura do
oleoduto Araucária-Paranaguá, causou a liberação de 50 mil litros de petróleo bruto nos
rios Sagrado, Meio, Neves e Nhundiaquara, localizados no Estado do Paraná.
Para tentar reverter o impacto causado por tais derramamentos foram desenvolvidas
técnicas que incluem métodos físicos, químicos e biológicos para remediar as áreas
contaminadas por petróleo e seus derivados. As técnicas que aplicam métodos biológicos
são denominadas de biorremediação, que é a utilização de organismos que transformam ou
acumulam compostos químicos de alto risco, para eliminar ou transformar os poluentes
presentes no solo ou outros ambientes em amostras ambientais. As técnicas de
biorremediação podem ser realizadas no local do derrame (in situ) ou fora deste (ex situ)
(MOREIRA e SIQUEIRA, 2002).
2.2. TENSOATIVOS
Os tensoativos constituem uma classe importante de compostos químicos
amplamente utilizados em diversos setores industriais. Uma característica comum a todos
os tensoativos é sua dupla natureza química; com distintas atividades hidrofílicas e
hidrofóbicas numa única molécula. Por isso são conhecidos como compostos anfifílicos.
Estas propriedades fazem os surfactantes serem adequados para uma ampla gama de
aplicações industriais envolvendo: detergência, emulsificação, lubrificação, capacidade
molhante, solubilização e dispersão de fases (NITSCHKE e PASTORE, 2002).
Os tensoativos tendem a se concentrar nas interfaces onde ajudam a fazer a
dispersão. Na interface óleo/água, quando os surfactantes são adicionados, estes penetram
nessa interface, facilitando a formação de pequenas gotas, que ficam dispersas. Quando o
surfactante adsorve essa interface, facilita a mistura do óleo com a água (COELHO e
ACHER, sd).
No que tange aos solos que sofreram derramamentos de petróleo, a presença dos
tensoativos se torna crucial no tratamento daqueles submetidos a um longo intemperismo
devido ao fato do poluente estar mais aderido na sua matriz. Neste caso, o tensoativo
disponibilizaria o poluente para o ataque microbiano.
A grande maioria dos tensoativos disponíveis comercialmente é sintetizada a partir
de derivados de petróleo e, na maioria dos casos, a adição de tensoativos sintéticos inibe a
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biodegradação por serem tóxicos aos microorganismos. Já os compostos de origem
microbiana facilitam o desenvolvimento da microbiota existente e, conseqüentemente,
aumentam a biodegradação (ROCHA, 1999) por não terem efeitos danosos ao ambiente e
não serem tóxicos aos microorganismos (MORÁN et al., 2000). Os tensoativos biológicos
consistem em subprodutos metabólicos de bactérias, fungos e leveduras. Entretanto, as
referências quanto ao emprego de fungos como produtores de tensoativos são escassas,
merecendo, portanto, um pouco da nossa atenção. Por outro lado, comparado ao volume de
trabalho feito na identificação de cepas microbiológicas em processos de fermentação, e de
isolamento e caracterização das espécies, pouco tem sido feito na definição da aplicação da
tecnologia de tensoativos (BOGNOLO, 1999).
Há diversos tipos de tensoativos e uma variedade de microorganismos envolvidos é
demonstrada no quadro 1.
Quadro 1 - Principais classes de biosurfactantes e microorganismos envolvidos.
Peso Molecular Tensoativo Biológico Microorganismos
Baixo Peso Ramnolipídios Pseudomonas aeroginosaMolecular Lipídio Trealose Arthrobacter paraffineus
Rhodococccus erythropolisMycobacterium sp.
Lipídio Soforose Candida lipolyticaTorulopsis bombicola
Viscosina Pseudomonas fluorescensSurfactina Bacillus subtilis
Gramicidinas Bacillus polymyxaFosfolipídios Acinetobacter spp.
Lipopeptídeos Bacillus pumilisBacillus licheniformis
Pseudomonas fluorescens
Lipídio Poliol Rhodotorula glutinisRhodotorula graminis
Serrawettin Serratia marcencesÁcidos graxos Corynebacterium lepus
Arthrobacter parafineusPenicillium spiculisporum
Talaromyces trachyspermus
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Lipídios Sulfonil Capnocytophaga spp.Diglicerídeos diglicosil Lactobacillus fermentii
Alto Peso Alasan Acinetobacter radioresistensMolecular Emulsan Acinetobacter calcoaceticus
Biodispersan Acinetobacter calcoaceticusLiposan Candida lipolytica
Lipoproteína manana Candida tropicalisPolissacarídeo sulfatado Halomonas eurihalina
Heteropolissacarídeo acetil Sphingomonas paucimobilis
2.3. FUNGOS
Os fungos são organismos uni ou multicelulares, sendo encontrados em
praticamente todas as regiões do planeta e que desempenham um importante papel para a
manutenção do equilíbrio ecológico dos ecossistemas, podendo ser encontrados sob a
forma de vida livre ou formando associações com algas. Seu corpo é dividido entre o
micélio e o corpo de frutificação, que é o responsável pela reprodução dos mesmos, que se
dá a partir dos esporos, que são células reprodutoras. Já o micélio é constituído por uma
trama de filamentos, chamados de hifas.
Devido ao seu crescimento micelial, os fungos ramificam-se rapidamente no
substrato, digerindo-o através da secreção de enzimas extracelulares; disponibilizando,
desta forma, o acesso para o ataque bacteriano (ARAÚJO e LEMOS, 2002).
Fungos do gênero Penicillium pertencem à família Trichocomaceae e ao filo
Ascomicota, tendo como características principais talos septados e reprodução assexuada
através de propágulos denominados conídios. Trata-se de um grupo de microrganismos
amplamente distribuído na natureza e de grande importância biológica, devido à
diversidade de estruturas químicas que podem ser isoladas em função do metabolismo
secundário. A espécie estudada nesse trabalho, Penicillium corylophilum, pode ser
encontrada em material em decomposição, no solo, em grãos de cereais e em ambientes
com baixa umidade.
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2. OBJETIVO
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a produção de tensoativo biológico a
partir do fungo Penicillium corylophilum, visando o seu emprego na bioremediação de solo
(ex situ) contaminado por petróleo.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. AMOSTRA
Fungo Penicillium corylophilum. Esse microrganismo estava conservado em areia e
foi isolado no trabalho desenvolvido por ARAÚJO e LEMOS (2002) a partir de um solo de
Guararema/SP contaminado com petróleo.
3.2. PROCEDIMENTOS
O ensaio foi dividido em 3 etapas: Cultivo da linhagem, Fermentação e Análise da
tensão superficial.
3.2.1. CULTIVO DA LINHAGEM
3.2.1.1. PREPARO DO MEIO
Para preparar o meio de cultura Batata Dextrose Agar (BDA), 20g de batatas (sem
casca) foram cozidas em água e o líquido obtido após o cozimento foi reservado e
acrescido de 2g de glicose e 2g de Agar (Quadro 2). Após a dissolução completa dos todos
os componentes do meio, 4,0 mL foram distribuídos em tubos e esterilizados a 0,5 atm por
15 minutos e ao final desse processo, os tubos foram mantidos inclinados até solidificação
do meio BDA.
Quadro 2. Composição e preparo do meio de cultura, g/100 mL
3.2.1.2. CULTIVO
Antes de iniciar o processo de cultivo da linhagem, foi necessário fazer uma
suspensão dos fungos conservados em areia com de 3ml de solução salina a 0,9%. O
plaqueamento do fungo para tubos inclinados, os quais continham o meio de cultura BDA,
foi realizado com auxilio de uma alça. Esse procedimento foi realizado por três vezes,
sendo que nas duas primeiras, os tubos foram incubados a temperatura ambiente e na
última em estufa a 28ºC. O tempo de incubação em todos os casos foi de 7 dias.
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Composição Batata cortada em pedaços de ± 0,5 cm de lado
Glicose Ágar
Quantidade 20g 2,00g 2,00g
3.2.2. FERMENTAÇÃO
Ao final do tempo de incubação de crescimento dos fungos, os conídeos formados
foram suspensos em 4,0 mL de solução salina a 0,9%. Para a etapa de fermentação, 2 ml
dessa suspensão foram retirados e inoculados em um frasco cônico de 250 ml contendo
100 ml do meio de cultura mineral, cuja composição está descrita no Quadro 3. O frasco
foi tampado com rolha de gaze e algodão e permaneceu sob agitação num agitador
magnético, na velocidade 3, como mostra a figura 1. Para favorecer a produção de
tensoativo, 0,4 ml de óleo de soja estéril, usado como fonte de carbono pelos fungos, foram
adicionados somente no sétimo dia do ensaio.
Quadro 3. Composição do meio mineral, g/100mL
Figura 1: Cultivo de P. corylophilum em meio líquido mineral
O tempo de fermentação, após a adição da fonte de carbono, variou para os fungos
crescidos a temperatura ambiente e em estufa a 28 ºC. Para a primeira e segunda vez que
os fungos cresceram a temperatura ambiente, o tempo de fermentação foi de dois e quatro
dias, respectivamente. Para terceira vez, onde o crescimento ocorreu em estufa a 28ºC, a
fermentação durou 6 dias. Para a determinação da tensão superficial, em todos os casos
citados, ao termino da fermentação, as amostras foram filtradas em funil usando papel de
filtro comum como esquematizado a seguir:
1ª vez de cultivo da linhagem: amostras filtradas 2 dias após a adição do óleo de
soja.
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Composto Quantidade (g)KH2PO4 0,5460Na2HPO4 0,4760NH4Cl 0,2500MgSO4.7H2O 0,0800NaCl 0,0100
2ª vez de cultivo da linhagem: amostras filtradas 4 dias após a adição do óleo de
soja.
3ª vez de cultivo da linhagem: amostras filtradas 6 dias após a adição do óleo de
soja.
3.2.3. ANÁLISE DA TENSÃO SUPERFICIAL
Para análise da tensão superficial, as amostras filtradas anteriormente foram
colocadas, uma de cada vez, em um aparelho denominado tensiômetro, o qual consiste
basicamente de uma balança de torção que usa um fio para aplicar a força necessária para
remover um anel de platina da superfície do líquido a ser testado. Essa análise é
qualitativa, é permite avaliar a produção de tensoativos através da medida da redução da
tensão superficial em relação a tensão da água (70mN/m). De acordo com a literatura, as
tensões na faixa de 35mN/m a 40mN/m, indicam que o microorganismo é promissor na
produção de biosurfactantes, mas para que seja considerado um eficiente produtor, os
valores encontrados devem estar abaixo de 35mN/m (SILVA e TAPIA, 2002).
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4. RESULTADO E DISCUSSÕES
4.1. CULTIVO DA LINHAGEM
Após os 7 dias de incubação do fungo Penicillium corylophilum em meio BDA a
temperatura ambiente, foi observado uma coloração branca típica de crescimento micelial,
indicando que o fungo não atingiu o seu ponto ótimo de crescimento (Figura 2).
Provavelmente, isso tenha ocorrido pelas condições empregadas durante a incubação. Por
outro lado, as culturas incubadas em estufa a 28 ºC apresentaram ótimo crescimento
(Figura 3), foi observada a presença de um tapete verde uniforme devido ao aparecimento
dos conídeos. Isso indica que o fungo P.corylophilum necessita de temperatura controlada (em
torno de 28ºC) para o eficiente aparecimento dos conídeos e colabora com a hipótese de que
a incubação a temperatura ambiente não seja adequada.
Figura 2: Tubos inclinados contendo P. corylophilum em BDA, cultivado em temperatura
ambiente
Figura 3: Placa de Petri contendo P. corylophilum em BDA, cultivado em estufa a 28 ºC
1
4.2. PRODUÇÃO DE TENSOATIVO
Em relação à produção de tensoativo pelo fungo P. corylophilum, observou-se que
o valor médio encontrado ficou acima de 40mN/ (Quadro 3), indicando uma baixa
produção de biosufactante. Entretanto, REICHE e LEMOS (2005) usando a mesma
estratégia de adição tardia da fonte de carbono, após 7 dias de inoculação, encontraram um
valor de 34,9 mN/m. O resultado obtido foi atribuído ao estresse em relação à fonte de
carbono a que foram submetidas as células microbianas que, provavelmente, favoreceu a
produção de tensoativo por P. corylophillum. Uma vez que no presente trabalho foi
observado baixa produção de tensoativo tanto pelas culturas crescidas a temperatura
ambiente quanto em estufa a 28ºC, outras condições usadas, como por exemplo, o uso de
um agitador magnético durante a fermentação ao invés de um shaker com agitação a 150
rpm, como empregado no trabalho de REICHE e LEMOS (2005) tenha influenciado na
divergência dos resultados.
Quadro 3. Valores de tensão superficial em mN/m para P.corylophilum após 2, 4 (crescidos a
temperatura ambiente) e 6 (crescidos em estufa a 28ºC) dias de cultivo
1
Fungo 2 dias 4 dias 6 diasP.corylophilum
50,25 56,80 55,52
5. CONCLUSÃO
A produção de biosufactante por P. corylophilum sob as condições experimentais
usadas não favoreceu a produção de biosufactante, pois os valores encontrados para a
tensão superficial ficaram todos acima de 40mN/m.
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6. PERSPECTIVAS
Supõe-se que as condições empregadas durante o ensaio tenham sido as
responsáveis pelo o não favorecimento da produção do tensoativo biológico por P.
corylophilum. Dessa forma, sugere-se a repetição desse experimento para confirmar essa
hipótese e a influência do procedimento realizado na produção do biosufactante,
principalmente em relação ao crescimento fúngico a temperatura ambiente e ao tipo de
agitador empregado. Outras sugestões seriam:
1- Construir uma curva de crescimento através da relação massa do fungo X
rendimento de tensoativo e determinar a média da sua tensão superficial.
2- Testar a quantidade ideal de substrato, ou seja, adicionar diferentes quantidades de
substrato.
3- Verificar, estatisticamente, a tendência observada de quanto menor o tempo de
fermentação, menor o valor da tensão superficial.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PUNTUS, I.F.; SAKHAROVSKY, V.G.; FILONOV, A.E.; BORONIN, A.M. Surface
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