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Proceedings EIC – Encontro de Iniciação Científica 2019
A Fatec de Cruzeiro – Faculdade de Tecnologia Prof. Waldomiro May tem o
prazer de convidar a todos os profissionais e estudantes para acessarem os Proceedings
com os trabalhos apresentados no EIC – Encontro de Iniciação Científica, edição de 2019,
que teve lugar na Fatec Cruzeiro – Prof. Waldomiro May.
Tradicionalmente o EIC conta com a presença de alunos e professores que
pesquisam e discutem os diversos temas sobre Tecnologia. Foram apresentados, como
parte da programação, trabalhos de diversas áreas de conhecimento, bem como
lançamento de livros e atividades culturais.
O EIC é, assim, um importante espaço de debate e divulgação do conhecimento
científico produzido no nível superior. Esperamos que você possa se beneficiar das
discussões realizadas nesse espaço.
Conselho Científico
• Profa. Dra. Benedita Hirene de França Heringer, FATEC, Cruzeiro/SP, Brasil
• Profa. Dra. Ana Lúcia Magalhães, FATEC – Cruzeiro/SP, Brasil; PUC - Pontifícia
• Universidade Católica/SP
• Prof. Dr. Herlandí de Souza Andrade, FATEC - Guaratinguetá/SP, Brasil
• Profa. Dra. Denise Ferreira Laurito Nascimento, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil
• Prof. Me. José Walmir Gonçalves Duque FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil
• Prof. Me. Norio Ishisaki, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil
• Prof. Me. Éber José dos Santos, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil
• Prof. Dr. Henrique Martins Galvão, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil; UNIFATEA -
Centro
• Universitário Teresa D'Ávila - Lorena/SP, Brasil
• Prof. Dr. Marcílio Farias da Silva, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil; FCN - Faculdade
Canção
• Nova - Cachoeira Paulista/SP
• Prof. Dr. Messias Borges Silva, EEL/USP - Escola de Engenharia de Lorena -
Universidade
• de São Paulo - Lorena/SP
• Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil; UNIFATEA -
Centro
• Universitário Teresa D'Ávila - Lorena/SP
• Profa. Dra. Ingrid Meirelles Salvino Tomaszewski, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil
Preparação e Suporte Técnico
• Sr. Jenner Bernardes, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil
• Prof. Me. Pedro Otávio, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil
Revisão
• Profa. Dra. Ana Lúcia Magalhães, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil
• Prof. Me. Éber José dos Santos
• Profa. Natália Ramos, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil
Editor
• Profa. Dra. Ana Lúcia Magalhães, FATEC – Cruzeiro – SP, Brasil
Publicação On Line:
• www.fateccruzeiro.edu.br/eic/downloads/publicacoes
SUMÁRIO
A APLICAÇÃO DO PROTOCOLO OPERACIONAL PADRÃO (POP) NO SETOR DE
TERAPIA OCUPACIONAL ............................................................................................ 8
A ESTRATÉGIA DA COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA VENDAS POR MEIO DO
WHATSAPP BUSINESS ............................................................................................... 22
A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE PEQUENAS EMPRESAS COM
FOCO NA FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES. ............................................................. 34
A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO COMPORTAMENTO
ORGANIZACIONAL CONTEMPORÂNEO ............................................................... 48
A LIDERANÇA E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL APLICADAS NO CONTEXTO
DE GESTÃO DE PROJETOS ....................................................................................... 61
A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA
(MODELO KANBAN ELETRÔNICO) PARA GERENCIAMENTO DE ESTOQUE DE
MATÉRIA PRIMA ........................................................................................................ 74
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA RESISTÊNCIA A CORROSÃO EM AÇO
300M SOLDADO VIA PROCESSO A LASER ............................................................ 91
APLICAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) PARA
OTIMIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS EM UMA EMPRESA
DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA. .............................................................................. 115
AS VANTAGENS NO PLANEJAMENTO ADEQUADO DE LAYOUT DENTRO DAS
INDÚSTRIAS .............................................................................................................. 131
AVALIAÇÃO ERGONÔMICA EM UMA EMPRESA DE LUBRIFICANTES E
DESENGRAXANTES. ................................................................................................ 143
BRANDING: A IMPORTÂNCIA DE UMA BOA GESTÃO DA MARCA .............. 157
DESAFIOS NA EXPORTAÇÃO PARA A UNIÃO EUROPÉIA: ESTUDO DE CASO
DE UMA EMPRESA FABRICANTE DE FITA DE BORDA ................................... 175
EMPREENDEDORISMO: FATORES CONTRIBUINTES PARA A
SOBREVIVÊNCIA OU MORTALIDADE DAS MICROEMPRESAS ..................... 196
ESCOLA AUSTRÍACA DE ECONOMIA VS ECONOMIA POLÍTICA MARXISTA
...................................................................................................................................... 208
ESTUDO COMPARATIVO DE BANCOS DE DADOS NOSQL PARA
ARMAZENAMENTO DE DADOS DO ..................................................................... 220
ESTUDO DE CASO: RECREAÇÃO APLICADA A MEIOS DE HOSPEDAGEM . 233
FESTA DAS NAÇÕES DE JUIZ DE FORA: ............................................................. 245
GET TOGETHER: ESTUDO E IMPLEMENTAÇÃO DE UMA APLICAÇÃO
BLOCKCHAIN USANDO SMART CONTRACTS ................................................... 245
IMAGEM INSTITUCIONAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO DE
CASO SOBRE O EVENTO MATEMÁTICA VANGUARDA .................................. 262
INDÚSTRIA 4.0: O CRESCIMENTO DA IMPLANTAÇÃO DESSE CONCEITO NAS
INDÚSTRIAS DA REGIÃO DE CRUZEIRO-SP. ..................................................... 284
MERCADO DE TRABALHO, RH E LIDERANÇA NA INDÚSTRIA 4.0 ............... 301
O CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA DE GAMES POR MEIO DE EVENTOS DE E-
SPORTS ....................................................................................................................... 314
O PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NO MODELO PITCH .......... 328
OS 3 M’S DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO (MUDA, MURA E MURI
CONHECENDO E ELIMINANDO-OS) ..................................................................... 341
OS DIFERENTES TIPOS DE PERSONALIDADE NO AMBIENTE
ORGANIZACIONAL INFLUENCIANDO O FATOR MOTIVACIONAL .............. 355
OS EFEITOS DA TECNOLOGIA NA PRIMEIRA ETAPA DA INFÂNCIA DE 0 A 6
ANOS ........................................................................................................................... 387
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TURÍSTICOS NO VALE DO PARAÍBA: ANÁLISE
SOBRE AGENCIAMENTO DE VIAGENS ............................................................... 406
PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE
AMOSTRAS EM UMA INDÚSTRIA DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS ..... 428
PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA ANDON PARA REALIZAR
O MONITORAMENTO OPERACIONAL EM UMA ESCOLA DE TORNEARIA
MECÂNICA ................................................................................................................. 442
PROPOSTA DE MELHORIA NO CONTROLE E ENDEREÇAMENTO DO
ESTOQUE DE CHAPAS DE AÇO NUMA INDÚSTRIA DO RAMO METALÚRGICO
...................................................................................................................................... 459
PROTÓTIPO AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO PARA FISIOTERAPIA .................. 474
PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DE DADOS DE MONÓXIDO DE
CARBONO, TEMPERATURA E UMIDADE EM AMBIENTES FECHADOS ....... 496
RECOLOCAÇÃO PROFISSIONAL: A TERCEIRA IDADE NO MERCADO DE
TRABALHO ................................................................................................................ 513
REPRESENTAÇÕES DAS IDENTIDADES CULTURAIS E GASTRONÔMICAS 533
SISTEMA COMPUTACIONAL PARA CIDADES INTELIGENTES: UMA
PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DE CÂMERAS DIGITAIS VISANDO A GESTÃO
DA MOBILIDADE URBANA EM VIAS PÚBLICAS .............................................. 552
SISTEMA DE CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA DE VEÍCULOS EM
ESTACIONAMENTOS USANDO VISÃO COMPUTACIONAL ............................ 569
TENDÊNCIAS DE MARKETING EM EVENTOS: ANÁLISE DE EVENTOS GEEKS
...................................................................................................................................... 580
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A APLICAÇÃO DO PROTOCOLO OPERACIONAL PADRÃO (POP) NO
SETOR DE TERAPIA OCUPACIONAL
GRAZIELE MARTINS GONÇALVES
ROSINEI BATISTA RIBEIRO
THUANE CRISTINA FERREIRA ROCHA
Resumo
A presente pesquisa expõe os aspectos que permeiam a qualidade e suas ferramentas em
atendimentos hospitalares, em particular o uso do Procedimento Operacional Padrão (POP) com
o auxílio do 5W2H uma ferramenta utilizada no mapeamento e padronização de processos, por
meio de indicadores gerenciais que são divididos em 7 etapas, sendo elas ferramentas que
contribuirão na melhoria continua dentro do setor de Terapia Ocupacional em um Hospital
visando padronizar os processos internos, estratégias e metas definidas por meio da utilização das
ferramentas descritas. Espera-se também um atendimento padronizado, qualificado e eficiente na
realização dos procedimentos, o qual venha atender as exigências dos padrões de qualidade em
especial as atender as expectativas dos pacientes internados que necessitam de terapia, a fim de
promover a reabilitação quanto as alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psicomotoras,
decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos ou de doenças adquiridas.
Palavra-chave: Protocolo Operacional Padrão (POP). Hospital. 5W2H. OSM (Organização,
Sistemas de Métodos). Terapia Ocupacional.
Abstract
The present research exposes aspects that permeate the quality and its tools in hospital care, in
particular the use of the Standard Operating Procedure (SOP) with the help of 5W2H, a tool used
in the mapping and standardization of processes, through management indicators that are divided
into 7 stages, being these tools that will contribute to the continuous improvement within the
Occupational Therapy sector in a Hospital aiming to standardize the internal processes,
strategies and goals defined through the use of the described tools. It is also expected a
standardized, qualified and efficient attendance in the accomplishment of the procedures, which
will attend the requirements of the quality standards, especially to meet the expectations of
hospitalized patients who need therapy, in order to promote rehabilitation regarding cognitive
alterations , affective, perceptive and psychomotor, arising or not from genetic, traumatic or
acquired disorders
Keywords: why, what, where, when, who, how e how much.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa busca compreender qual o grande desafio no setor hospitalar
e o gerenciamento de seus processos. Para isto a busca por recursos que os façam obter
êxito são incansáveis. Pode-se destacar o Protocolo Operacional Padrão (POP) como uma
ferramenta de contribuição e auxílio do 5W2H. Esse por sua vez, vem se tornando um
sólido sistema de melhoria contínua planejando e descrevendo de maneira clara e objetiva
protocolos a serem executados.
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A investigação, portanto, parte do seguinte problema de pesquisa: Qual a
contribuição do POP dentro dos processos do setor de Terapia Ocupacional de um
hospital?
Sugere-se a hipótese de que, a aplicação do POP dentro do setor hospitalar, pode
auxiliar nas relações financeiras e no seu desempenho, contribuindo, sobretudo nos
processos internos e crescimento da organização, buscando um atendimento padronizado
de excelência.
Defende-se, também, que o POP não só ajuda a entender como um problema
surge, mas, também como pode ser solucionado padronizando ações realizadas no dia a
dia.
No que concerne à contribuição ao conhecimento científico, qualquer estudo que
se atente em colocar em relevo as abordagens do POP, tendo por objetivo a sistematização
das abordagens já existentes, é pertinente, visto que este auxiliará o gerenciamento da
estratégia no planejamento e soluções diárias.
Em razão das lacunas ainda existentes em um amplo processo de padronização
dos atendimentos hospitalares, que vivem em uma busca constante de excelência em
serviços prestados, a presente pesquisa objetiva contribuir com os estudos sobre o POP
por meio de uma abordagem qualitativa.
O objetivo geral será aplicação de uma ferramenta que visa sanar e/ou diminuir as
ocorrências, deficiências diárias de procedimentos dentro do ambiente hospitalar,
identificando as principais ocorrências do departamento de Terapia Ocupacional,
analisando as dificuldades encontradas e elaborando um planejamento estratégico
considerando o uso da ferramenta POP e 5W2H.
Como metodologia, adotou-se a pesquisa bibliográfica. Procedeu-se à leitura
crítica das obras pertinentes ao enfrentamento do tema e à comprovação das hipóteses,
além da leitura de livros pertinentes ao objeto de pesquisa.
1. ORGANIZAÇÃO SISTEMAS E MÉTODOS
Oliveira et al (2018), descrevem o conceito de OSM tem por finalidades a
racionalização na distribuição de tarefas, a padronização de ferramentas e documentos, a
eliminação de atividades desnecessárias, a elaboração de formulários e manuais, evitar o
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desperdício de tempo e re-trabalho, redução de custos e principalmente, minimização de
esforços e maximização de resultados.
Trata-se de programar as atividades e processos em grupos e etapas de forma
coordenadas, atribuindo as funções, responsabilidades para quem irá realizar a atividades,
e delegar a esses indivíduos a autoridade necessária para a execução de suas atribuições.
Os sistemas são construídos com base em dados e informações coletadas, sua
elaboração está dentro dos próprios objetivos organizacionais, ou seja, um sistema é
construído com um fim próprio, devendo atender a um objetivo específico, seja ele
operacional ou financeiro.
Eles possuem duas figuras importantes, o locutor (quem fornece a informação,
podendo ser máquina, grupo de pessoas ou indivíduo) e o ouvinte/ou receptor (que é quem
recebe a informação).
O sistema, ainda, deve levar em consideração o ambiente em que serão instaladas
as realizações das atividades. O sistema ainda é composto por inputs (tudo que o sistema
importa ou recebe do mundo exterior), outputs (pode ser uma ou várias, é o resultado do
processamento das entradas que o sistema envia para o exterior), feedback (é a resposta
do que foi entendido pelo ouvinte), e processamento (fase em que os dados são
processados e transformados em informação).
Os métodos buscam facilitar o processo de criação da área de OSM (organização,
sistemas e métodos), considerados processos que representam um conjunto de atividades
sequenciais que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e,
preferencialmente, suplantar as necessidades e expectativas dos clientes externos e
internos da empresa.
2. GESTÃO DA QUALIDADE E FERRAMENTAS
Segundo Rodrigues (2014, p.04), o conceito de qualidade não é novo e revendo a
história pode-se identificar diversas preocupações com a qualidade dos produtos que
datam do início da existência da humanidade.
Garvin (1988) pondera que Walter A. Shewhart, junto com Joseph Juran, foram
responsáveis pelo desenvolvimento do controle estatístico da qualidade. Shewhart deu
uma definição concisa e mensurável do controle da produção, apresentando técnicas de
monitoramento e avaliação da produção diária, e identificou a variabilidade como um
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fator da vida industrial que pode ser previsto usando princípios de probabilidade e
estatística.
Com isso, um evento pode ser controlado se, graças às experiências reunidas, for
possível prever, dentro de certos limites, a sua variabilidade no futuro.
Para Mendes (2007, p.14) apud FONSECA (2014), a gestão da qualidade total
como modelo de gestão teve origem no Japão e foi adaptado posteriormente por empresas
norte-americanas e europeias. Autores como Deming, Juran, Crosby, Feigenbaun,
Taguchi, Ishikawa, entre outros, são considerados os grandes mestres da gestão da
qualidade e descreveram em seus trabalhos alguns princípios fundamentais para a
implementação deste novo modelo.
Segundo Carvalho (2006, p. 08), alguns autores fazem marcações temporais entre
as principais tendências, embora a interseção e a complementaridade entre os modelos
predominantes em cada época sejam grandes. Uma das classificações mais adotadas é a
de David Garvin, que classifica a evolução da qualidade em quatro eras.
De acordo com Martins, Costa e Neto (1998, p.302), as eras são divididas em 4
etapas, sendo elas: inspeção, controle estatístico da qualidade, garantia da qualidade e
gestão estratégica da qualidade, conforme tabela 1.
Tabela 1: As Quatros Principais Eras da Qualidade
Fonte: Adaptado de Martins, R. A.& Costa, P.L., Neto (1998, p.302).
Quando se pensa em qualidade imagina-se um produto acabado ou um serviço
realizado. Entretanto, toda essa qualidade esperada precisa vir desde o processo de
fabricação ou laboração. Para isso a gestão da qualidade vem sendo utilizada com uma
incidência muito maior para melhorar desempenho, diminuir e/ou minimizar erros, evitar
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desperdícios e aumentar lucros. Com a evolução dos processos a qualidade passou a ser
uma responsabilidade de todos os setores em uma organização.
Atualmente, a gestão da qualidade abrange uma visão macro da existência
humana, influenciando modos de pensar e de agir. Qualidade não significa apenas o
controle da produção, a qualidade intrínseca de bens e serviços, o uso de ferramentas e
métodos de gestão, ou a assistência técnica adequada. Num sentido mais amplo, o
conceito de qualidade total ou de gestão da qualidade passou a significar modelo de
gerenciamento que busca a eficiência e a eficácia organizacional Marshall Junior (et
al,2010, p.17)
Para Pearson (2011, p. 6), a gestão da qualidade diz respeito a todas as pessoas
envolvidas em um processo. Uma pessoa não pode garantir sozinho todo um processo
sem erros, mas, se ela se envolver no processo a probabilidade de sucesso irá aumentar.
Outro fator que influencia a gestão da qualidade são as ferramentas, elas garantem a
previsibilidade do resultado final, padronizando processos e rotinas.
2.1 Ferramentas da Qualidade
Fazer qualidade é procurar a satisfação dos clientes em primeiro lugar e a
verificação deste princípio fez com que muitas empresas se sobressaíssem nos últimos
anos. Tal verificação é feita por meio de ferramentas da qualidade.
As ferramentas sempre devem ser utilizadas como meio para atingir metas e
podem identificar e melhorar a qualidade, bem como onde podemos chegar.
A qualidade não pode estar separada das ferramentas básicas usadas no controle,
melhoria e planejamento da qualidade, visto que estas fornecem dados que ajudam a
compreender a razão dos problemas e determinam soluções para eliminá-los.
Para Gobis, Campanatti (2012), uma gestão de qualidade eficiente necessita da
criação de um conjunto de estratégias e planos de ação com o intuito de acompanhar o
desenvolvimento da produção, onde o processo evolutivo da gestão da qualidade é obtido
através da interação de toda a empresa por um longo período, de forma contínua e
progressiva.
A administração da qualidade utiliza várias ferramentas na obtenção de resultados,
entre elas destacam-se: Diagrama de causa-efeito, Folha de verificação, Histograma,
Gráfico de Pareto, Diagrama de Correlação, Fluxograma e Gráfico de Controle.
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Especialmente nesse estudo se priorizará o 5W2H no contexto do Protocolo Operacional
Padrão POP.
2.2 POP - Protocolo Operacional Padrão
O Protocolo Operacional Padrão (POP), também conhecido como Norma
Operacional Padrão (NOP), tem o objetivo básico de garantir, por meio de uma
padronização de tarefas, os resultados esperados por cada rotina. É uma ferramenta
simples, que fornece as instruções de trabalho para toda equipe em um setor de atuação,
garantindo uma assistência padronizada e segura de se realizar.
De acordo com Fonseca (2014, p.08), o Protocolo Operacional Padrão (POP), é
uma forma sistematizada e padronizada de um procedimento técnico-assistencial ou
administrativo. Tem a finalidade de garantir e alcançar resultados esperados por ocasião
de sua realização, livre de modificações indesejáveis, objetivando esclarecer, orientar a
execução de uma determinada tarefa ou procedimento.
Para Colenghi (2007, p.23), estes são instrumentos simples do rol das informações
técnicas e gerenciais da área da qualidade. As instruções de trabalho, também conhecidas
como POP, têm uma importância capital dentro de qualquer processo funcional cujo
objetivo básico é o de garantir, mediante uma padronização, os resultados esperados por
cada tarefa executada. É importante entender que esta ferramenta visa uma sistematização
dos processos, permitindo aos profissionais da equipe compor o andamento de
determinado procedimento de maneira eficaz e segura.
A avaliação de procedimentos operacionais padrão implantados em um serviço de
saúde afirmam que a descrição e a oficialização de técnicas e processos de trabalho têm
muitas vantagens, como facilitar a supervisão dos procedimentos e a educação
permanente da equipe, configurando-se como uma ferramenta na busca da qualidade
assistencial e administrativa.
Um estudo realizado aponta a necessidade do POP ser claro, explicativo,
atualizado e de acordo com a realidade do setor. Assim, o POP permite padronização e
atualização das técnicas, maior segurança tanto para o paciente quanto para o funcionário
do serviço, controle de gastos e economia de tempo.
A partir dessas potencialidades, a construção e a validação de um POP vêm da
necessidade percebida no ambiente de trabalho. Os manuais ou POP asseguram ao
paciente um tratamento planejado, em que cada ação é cuidadosamente estudada para
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melhor atendê-los. Só se pode melhorar o que se conhece bem e só se pode repetir um
sucesso se este for normatizado.
Sob este enfoque os manuais são considerados importantes ferramentas na
padronização, pois possibilitam a reunião das informações de maneira sistematizada,
tendo como principal finalidade o esclarecimento e orientação para a execução das ações
relacionadas às rotinas ou procedimentos, constituindo-se um instrumento de consulta
(Brasil, 2002).
É sabido que em uma organização existem várias tarefas e setores co-dependentes
e quando ocorre um erro, este poderá atingir outros processos. O POP visa diminuir e/ou
erradicar esses erros de maneira simples, sendo eficaz no treinamento de um novo
colaborador ou na verificação de coordenadores ou auditores. Quanto à parte prática, cada
uma das etapas de elaboração do POP deverá ter a participação da equipe envolvida e se
necessário a contratação de um profissional especializado na área de qualidade. É
essencial que cada profissional tenha total conhecimento de seu setor e suas funções para
que a partir destes elabore os POPs.
2.3 Ferramenta 5W2H
Segundo Marsshall (2010, p.115), o método 5W2H é uma ferramenta utilizada
principalmente no mapeamento e padronização de processos, na elaboração de planos de
ação e no estabelecimento de procedimentos associados a indicadores. Sua função é
gerenciar e deve ser de fácil entendimento, estabelecendo responsabilidades, métodos,
prazos, objetivos e recursos associados.
O 5W2H representa as iniciais das palavras em inglês:
1) why (por que),
2) what (o que),
3) where (onde),
4) when (quando),
5) who (quem),
6) how (como) e
7) how much (quanto custa)
O método consiste em responder essas setes perguntas de modo que todos os
aspectos básicos e essenciais de um planejamento sejam analisados.
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De acordo com Franklin (2006, p.30) at al BRUM 2013, a ferramenta 5W2H é
entendida como um plano de ação, ou seja, resultado de um planejamento como forma de
orientação de ações que deverão ser executadas e implementadas, sendo uma forma de
acompanhamento do desenvolvimento do estabelecido na etapa de planejamento.
O gerenciamento de processos pode se tornar complexo e através de respostas
objetivas e simples essa ferramenta permite organizar e identificar necessidades para a
elaboração de um planejamento.
Segundo BRUM (2013, p.30), a tabela 2 resume os questionamentos da
metodologia e o conteúdo esperado para as respostas de cada pergunta.
Tabela 2: Quadro explicativo da metodologia 5W2H.
Passos Conteúdo das respostas Exemplo de perguntas
What Ações necessárias ao tema O que deve ser ou esta sendo feito?
analisado Quais os insumos do
problema/processo?
O que se pretende extrair do problema
/processo?
Quais os métodos , materiais e
tecnologias que devem ser utilizados?
Why Justificativas das ações Por que ocorre este problema?
Por que executar desta forma?
Para que atuar neste problema?
Where Locais influenciados pelas Onde ocorre/ocorreu o problema?
ações Onde é preciso atuar para corrigir o
problema?
Who Responsabilidades pelas ações Quem são os agentes envolvidos?
Quem conhece melhor processo?
Quais pessoas deverão executar cada
plano de ação.
When Definir prazos Quando começar e terminar?
Quando deverão ser executadas cada
etapa do plano?
How Métodos a serem utilizados Como será executado o plano?
Como registrar as informações
necessárias?
Como definir as etapas do processo?
How Much Definir orçamentos Quanto será o custo envolvido?
Quanto custará os recursos necessários?
Quanto custa corrigir o problema?
Fonte: Brum (2013, p.30)
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3. TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO HOSPITALAR
Segundo o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (2018), a
Terapia Ocupacional é uma profissão da área da saúde que promove prevenção,
tratamento e reabilitação de indivíduos portadores de alterações cognitivas, afetivas,
perceptivas e psicomotoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos ou
de doenças adquiridas por meio da utilização da atividade humana como base de
desenvolvimento de projetos terapêuticos específicos.
É uma área que tem intervenção voltada para a pessoa e seu grupo social. O
objetivo é ampliar o campo de ação, desempenho, autonomia e participação, considerando
recursos e necessidades de acordo com o momento e lugar, estimulando condições de
bem-estar e autonomia. Por meio do fazer afetivo, relacional, material e produtivo o
profissional contribui com os processos de produção de vida e saúde. Este profissional
pode trabalhar com tecnologias com objetivo de dar autonomia a pessoas que por diversas
demandas podem ter limitações e/ou dificuldades em sua vida social.
Analisando esses contextos, pode-se observar que a Terapia Ocupacional é uma
profissão que tem em seu eixo centralizador uma conexão forte com os contextos
hospitalares. Assim, nascida em contextos hospitalares e construída a partir da ação com
os doentes crônicos, a prática da Terapia Ocupacional constitui-se sempre vinculada à
vida ocupacional, pela utilização de ocupações ou atividades, sejam elas produtivas, de
autocuidado ou de lazer. CARLO e LUZO (2004, p. 5) apud JESUINO (2016).
No contexto hospitalar pode-se destacar funções como Procedimento de
avaliação, intervenção e orientação, realizado com o cliente internado e/ ou familiar e
cuidador, em pronto atendimento, enfermaria, berçário, CTI, UTI (neonatal, pediátrica e
de adulto), unidade coronariana, isolamento, brinquedoteca hospitalar, unidade materno-
infantil, internação domiciliar e unidade de desintoxicação, para intervenção o mais
precoce possível, a fim de prevenir deformidades, disfunções e agravos físicos e/ou
psicoafetivo-sociais, promovendo o desempenho funcional/ocupacional e qualidade de
vida durante a hospitalização.
4. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do estudo, a metodologia adotada é a do tipo exploratória,
bem como suportada por pesquisa bibliográfica relacionada ao tema abordado. Para Gil
(2009, p. 09), a pesquisa exploratória tem como propósito formulação de um problema
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para investigação mais aprimorada ou para a construção de hipóteses, envolvendo
literatura, estudo pessoas e análise que estimula a compreensão.
Segundo Andrade (2009, p.25), a pesquisa bibliográfica é o primeiro passo para
todas as atividades acadêmicas. Na sequência, será feito um estudo de caso, por meio de
levantamento de dados com o auxílio da ferramenta 5W2H, para identificar pontos de
melhorias nos processos de atendimentos de um Hospital da cidade de Cruzeiro, situada
no Vale do Paraíba estado de São Paulo. De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, o município se estende por 305,7 km² e conta com uma população
estimada em 81.895 habitantes no ano de 2018. A densidade demográfica é de 252
habitantes por km² no território do município e tem como municípios vizinhos, a cidade
de Cachoeira Paulista, Lavrinhas e Silveiras estando também a 23 km a Norte-Leste de
Lorena.
Figura 1: Local de coleta e realização de pesquisas.
Fonte: Google Maps.(2018)
Segundo Gil (2009,p.10), o estudo de caso indica princípios e regras a serem
observados ao longo de todo o processo de investigação, envolvendo as etapas de
formulação e delimitação do problema, da seleção da amostra, determinação dos
procedimentos para coleta e análise de dados, bem como dos modelos para a sua
interpretação.
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De modo a atender aos objetivos, a presente pesquisa faz uso do seguinte modelo
de pesquisa baseado na metodologia da ferramenta 5W2H e do POP, conforme exposto
figura 1.
Figura 1: Modelo de pesquisa.
Fonte: Autoras.
RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se com esta pesquisa, contribuir para o atendimento padronizado, dentro
das normas de processos que visam satisfazer as necessidades dos pacientes internados,
realizando procedimentos corretos no tempo programado pelo terapeuta ocupacional
designado para a tarefa. Com essa padronização, visará a saúde e o bem-estar de seus
pacientes por meio de um atendimento padronizado e qualificado. Com o objetivo de
padronizar os processos internos as estratégias e metas definidas por meio da utilização
do uso das ferramentas POP e 5W2H o setor de Terapia Ocupacional, trabalhará na
qualificação de seus funcionários, capacitando-os com treinamento e reunião mensal.
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Dessa forma, os colaboradores poderão expor suas visões e mostrar seus indicadores de
qualidade, contribuindo para estruturação do serviço padronizado e eficiente.
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A ESTRATÉGIA DA COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA VENDAS POR MEIO
DO WHATSAPP BUSINESS
DAYANE RODRIGUES PEREIRA
DIEGO DE MAGALHÃES BARRETO
TALISSA CÁSSIA CRISTINA DA SILVA
Resumo
Este estudo objetiva entender a estratégia utilizada nas redes sociais, mais especificamente no
aplicativo WhatsApp Business, e sua influência nas vendas de uma empresa. Será usado a revisão
bibliográfica para buscar conceitos técnicos em livros de marketing e comunicação para o
esclarecimento do estudo. O artigo mostrará de maneira pragmática as funções do aplicativo, e
como a chegada de tecnologias de comunicação possibilitou o desenvolvimento das vendas de
maneira rápida e efetiva. Espera-se que o texto possa mostrar a importância da estratégia eficaz
como fator crucial e determinante para o atendimento do cliente por meio da ferramenta, assim
como, entender como isso contribui para o desempenho da organização como todo.
Palavras-chave: Comunicação; Estratégia; WhatsApp; Vendas; Digital.
Abstract
This study aimed to use a strategy in social networks, more specifically the WThatsApp Business
application and its interface in the sales of a company. A literature review will be used for
research solutions in marketing and communication books to clarify the study. The articles of
pragmatic way the functions of application, and such as the date of the communications of the
informative the development of v2s from a quick and effective. What is it that the text can show
the importance of the strategy as essential and determinant for the performance of the client in
the same way as the program, as for the performance of the organization as a whole.
Keywords: Communication; Strategy; WhatsApp; Sales; Digital.
INTRODUÇÃO
A cada dia surgem novas tecnologias no mercado, e o ramo empresarial tende a
usar essas novas tecnologias para manter sua qualidade de serviço e assim continuar a sua
competitividade. O aplicativo WhatsApp Business é uma das ferramentas novas que vem
sendo utilizada desde de janeiro de 2018 por algumas empresas com o intuito de otimizar
o atendimento ao cliente com qualidade e rapidez.
Acredita-se que trabalhar a área de comunicação digital pode ser um jeito de
beneficiar os dois lados: empresa e consumidor. Sabe-se que existem várias plataformas
para o atendimento on-line e que nem todos os públicos estão acostumados com essa
comunicação considerada informal. Então, no presente projeto, pretende-se estudar as
estratégias voltadas para a área de vendas, em que sua maior comunicação é feita por
meio do aplicativo WhatsApp Business, como auxílio nas vendas e nas divulgações. O
estudo tem como base Philip Kotler e Martha Gabriel, que são autores renomados na área
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de marketing e comunicação. Segundo Martha Gabriel (2010, p.36), “o estudo descreve
que estratégia é definida como recursos que serão alocados para atingir o objetivo do
marketing. Desta forma, conhecer as possibilidades digitais de praça para combiná-las
com as tradicionais, em função das características do produto, pode trazer vantagens
competitivas a ele”.
Nesse sentido, é objetivo geral do trabalho relatar a definição da estratégia
aplicada na comunicação digital para aumentar as vendas de uma empresa. Para isso, foi
buscado conceitos de marketing e comunicação em livros, artigos e sites prestigiados do
ramo de comunicação. Mais à frente será feita uma pesquisa de campo com uma
microempresa que atua na cidade de Cruzeiro/SP, para identificar melhor os resultados
obtidos após a utilização do Whatsapp Business.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Marketing
Segundo Kotler e Keller (2015), marketing é a identificação e a satisfação das
necessidades humanas e sociais, como uma forma de suprir necessidades lucrativamente.
Com base na American Marketing Association, os mesmos autores (KOTLER; KELLER,
2015, p.29) descrevem marketing como: “atividade, o conjunto de conhecimentos e os
processos de criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para
consumidores, clientes, parceiros e sociedade como um todo”.
Existem vários significados para o marketing, podendo ser complexas ou com um
foco específico. Entretanto uma das definições mais usadas é sobre como o cliente busca
o produto para satisfazer a sua necessidade pessoal e em atender os desejos pessoais.
Martha Gabriel (2010, p.28) menciona que “O marketing é dirigido para satisfazer
necessidades e desejos humanos e, dessa forma, precisa levar em consideração o público-
alvo antes de tudo, conhecendo-o para poder satisfazê-lo”. Ainda sobre o conceito de
marketing, Chiavenato (2014, p.33) descreve com o uma atividade ampla e constante
dentro de uma organização.
Marketing envolve ações coordenadas de vender, divulgar, propagar,
promover, distribuir, definir preço, construir marca, atender o cliente e, mais
do que isso, encanta-lo e fidelizá-lo. [...] Todas as atividades de marketing são
feitas em resposta às necessidades, aos desejos e às expectativas do público
consumidor, que são mutáveis.
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Com isso, coloca-se o cliente como o público-alvo da atuação do marketing.
Assim partam-no para conhecer o melhor perfil do cliente, para a estratégia que será usada
para atraí-lo, mediante a identificação do seu perfil. Como o mundo está em constante
mudança, é necessária uma mudança na estratégia de marketing para sempre continuar a
satisfazer seus clientes e atrair um novo público.
1.2. Marketing Digital
No mundo atual algumas pessoas entendem que o marketing digital se baseia em
rádio, TV e folhetos impressos. Mas não é bem assim, com a tecnologia ganhando seu
espaço e o uso frequente no dia a dia, as empresas apostam em novos meios de
comunicação, por meio das redes sociais, na qual o alcance de atingir o público é maior
do que os métodos de comunicação convencionais. Frisando que esses métodos são muito
mais caros dos que o de mídias sociais e tendo um alcance menor de atingimento de
público-alvo. Ferreira Junior e Azevedo (2015, p. 60) trazem em sua obra a definição de
Marketing Digital como:
É a atividade estratégica da empresa que utiliza ferramentas de marketing por
meio da Internet. É um trabalho que visa a fidelização do cliente, à avaliação
imediata do impacto das estratégias de comunicação utilizadas e a melhoria do
relacionamento empresa- cliente de forma dinâmica (FERREIRA JUNIOR;
AZEVEDO. 2015 p. 60).
Com o surgimento dessa ferramenta possibilita-se a divulgação de produtos e
aproximação de clientes com as empresas de forma mais fácil. Tornando-se ainda mais
próxima o modo de analisar o perfil do cliente e o que ele busca no seu produto ideal.
Para Cláudio Torres (2009), o marketing digital é uma ferramenta para facilitar as ações
da empresa por meio de: marketing de conteúdo, marketing viral, marketing de mídias
sociais, e-mail marketing, pesquisa on-line, publicidade on-line e monitoramento. Cada
um desses segmentos possui regras informais que precisam ser levadas em consideração
e a campanha deve ser adaptada para cada meio.
[...] quando você ouve falar de marketing digital, publicidade on-line,
marketing web, publicidade na Internet ou quaisquer outras composições
criativas que se possa fazer dessas palavras, estamos falando em utilizar
efetivamente a Internet como uma ferramenta de marketing, envolvendo
comunicação, publicidade, propaganda e todo arsenal de estratégias e
conceitos já conhecidos na teoria no marketing. (TORRES, 2009, p.45).
Como a imersão das empresas nos aplicativos ainda é uma novidade para o
mercado, poucas empresas adotam essa estratégia como seu diferencial. Sendo assim
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ainda é um campo pouco explorado e possibilita o avanço no relacionamento para as
organizações que são pioneiros na utilização dessa estratégia.
1.3. Comunicação
A competitividade dos dias atuais faz com que os colaboradores de uma empresa
procurem por uma comunicação mais ágil para a busca por clientes. Pensando-se sempre
em alinhar as ferramentas de comunicação digitais para uma estratégia bem realizada e
com alcance dos objetivos. Comunicação vai além de uma simples troca de palavras. É
levantar os braços em uma música, fazer um desenho. O ato de ver se a pessoa que emitiu
passou corretamente e a que recebeu a mensagem entendeu e a compreendeu. Sendo
assim, tendo a possibilidade na qual criou-se um diálogo. Kotler e Keller (2015, p.516)
descrevem os elementos no processo de comunicação da seguinte forma:
Mostra um macromodelo com os nove principais elementos de uma
comunicação eficaz. Dois deles representa as principais partes envolvidas – o
emissor e o receptor. Outros dois representam as principais ferramentas: a
mensagem e o meio. Outros quatro elementos representam as principais
funções de uma comunicação – codificação, decodificação, resposta e
feedback. O último elemento no sistema é o ruído, mensagens aleatórias e
concorrentes que podem interferir na comunicação pretendida. (KOTLER;
KELLER, 2015 p. 516)
De acordo com a Figura 1, a seguir, comunicação é compartilhar e estabelecer um
diálogo entre quem emite a mensagem e quem a recebe. O ruído é momento da emissão
da mensagem na qual ocorrem falhas entre a pessoa emissora e a receptora da mensagem.
Que pode ocasionar brigas recorrente a mensagem decodificada incorretamente.
Figura 1: Os elementos no processo de comunicação
Fonte: KOTLER; KELLER, 2015, p.516.
Assim, a comunicação mostra-se importante pois bem realizada evita ruídos,
desentendimentos ou até mesmo a falência de uma empresa.
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1.4. Vendas
Chiavenato (2014 p. 15) descreve venda como: “[...] uma ciência (com princípios
e conceitos), uma técnica (uma maneira especial de fazer) e uma arte (algo criativo e
inovador, capaz de encantar as pessoas)”, logo o processo de vendas está ligado com a
capacidade de criar valor ao cliente.
Vendas é popularmente conhecida pela troca dinheiro por produtos ou serviços,
ou seja, é transferir propriedade de algo para outra pessoa. O ato de vender, segundo
Christianini (2015, [s.p.]), “é a ação ou efeito de vender, ou seja, entregar algo a alguém
através de um tipo de pagamento”. A venda é um contrato através da prestadora de serviço
ao consumidor por um preço acordado. Através das vendas que uma organização obtém
renda e lucratividade. Segundo Chiavenato (2014, p.15), “Na prática, vender é entregar
valor e fazer valer a pena o investimento feito pelo comprador, tornando a compra algo
que ele pretenda realizar novamente”, o autor ainda aborda a necessidade de um
planejamento de vendas de acordo com o objetivo da organização e a importância de
alinhar a capacidade de estratégia com a expectativa do futuro e posicionamento da
empresa no mercado.
Vender é a parte de um conjunto de atividades e processos organizacionais que
busca intensificar cada vez mais o relacionamento entre organização e sua
clientela. Vender - e vender bem - significa colocar toda a organização a
serviço do cliente, antes, durante e depois do processo de venda propriamente
dito (CHIAVENATO, 2014, p.29).
A ação de vender deve estar estruturada para satisfazer e encantar o cliente da
melhor maneira possível, de forma que o ato de venda deve-se parecer natural aos olhos
do cliente e não uma abordagem forçada.
1.5. Estratégia
Segundo Johhnson, Scholes e Whittington (2011, p.25), a “estratégia é a
orientação e alcance de uma organização a longo prazo, que conquista vantagens num
ambiente inconstante por meio da configuração de recursos e competências com o intuito
de atender às expectativas dos stakeholders”, uma empresa que deseja competir no
mercado deve-se elaborar estratégias de acordo com a sua capacidade de execução com
o intuito de atrair e fidelizar uma fatia maior de clientes. Sendo assim, suas decisões
estratégicas devem atingir seu público-alvo, além de saber analisar o perfil do seu público.
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A decisão estratégica diz respeito a ação que a empresa deve tomar perante ao
mercado. As tomadas de decisões estratégicas são realizadas através do nível de
umaorganização. As estratégias em nível corporativo são escolhidas com o objetivo de
alcance geral da organização.
[...] A estratégia em nível corporativo, que diz respeito ao alcance total de uma
organização e que determina o valor das diferentes visões (unidades de
negócios) da organização. Pode incluir questões de cobertura geográfica, e
diversidade de produtos/serviços ou de uma unidade de negócios e como os
recursos devem ser alocados entre as diversas divisões da organização
(JOHHNSON; SCHOLES; WHITTINGTON, 2011 p.25).
Já as estratégias de negócios ou de nível competitivo tem o objetivo de orientar
asempresas de como competir no mercado e ter um ótimo resultado. Estratégia
operacional trata-se de recursos, processos e os colaboradores que se possam realizar em
nível de negócios.
A gestão estratégica é diferente do gerenciamento operacional; realiza-se no dia a
dia, e podendo-se influenciar nas tomadas de decisões em todos os aspectos da
organização. Sendo assim podendo-se ser apresentada por três elementos que a partir
deles podem-se compreender o posicionamento estratégico, as escolhas estratégicas e a
estratégia de ação. Por isso as empresas adotam novos meios de comunicação para melhor
atender seus clientes, visando um relacionamento mais, próximo usando as ferramentas
que o consumidor já está acostumado a utilizar, ou seja, o uso da comunicação digital
trata-se de uma vantagem estratégica perante aos concorrentes. Bueno (2015, p.16) relata
como é importante as organizações repensarem suas estratégias de comunicação.
Contemplar as mídias e redes sociais digitais com serenidade em seus
planejamentos pode ser interessante para efetivar o relacionamento direto com
seus públicos sem a necessidade de intermediário, considerando o baixo custo
e o alto grau de atratividade desses meios, em que os usuários, Co criadores
dos conteúdos, colaboram para construir a imagem das empresas.
Bueno (2015) ainda relata em sua obra, que empresas que pensam em estar a frente
de seus concorrentes, devem começar a implantar a estratégia de comunicação onde
incentiva os consumidores a interagirem entre si em prol da imagem da organização, e
não ficar apenas na comunicação convencional entre consumidor e empresa.
1.6. Redes Sociais
O e-commerce já está difundido na sociedade, e consiste na utilização de sites para
transferir ou facilitar vendas de bens ou serviços pela internet.
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A importância do e-commerce vem crescendo à medida que as empresas
adotam um sistema de canais virtual e real. A integração dos canais deve levar
em conta as vantagens da venda online e da venda convencional, afim de
maximizar a contribuição de ambas (KOTLER: KELLER, 2015, p.474).
Redes sociais é uma plataforma usada para pessoas interagirem entre si, dando
espaço para pessoas compartilharem-se informações umas com as outras e assim criando
uma rede de contatos. Com o aumento de pessoas aderirem-se a suas rotinas essa
plataforma, atraiu um grupo muito importante nas sociedades. Favero (2014, p. 40) define
redes sociais como “[...] plataformas que suportam em um espaço comum a partilha de
informações com outros usuários, de conteúdos diversos por meio de diferentes formatos,
criando redes ou comunidades colaborativas”. Com base na autora Favero (2014), às
mídias sociais é a comunicação feita dentro dessas plataformas on-line.De acordo com
Fonseca (2018, [s.p.]), do jornal eletrônico Exame, “Hoje, 87% das PMEs que usam o
WhatsApp acreditam que o aplicativo ajuda na comunicação comos clientes e 81%
acreditam que ele auxilia no crescimento de seus negócios”. As empresas viram nisso
uma grande oportunidade de criar uma comunicação entre cliente e organização, e
consequentemente um meio de uso do marketing digital. Pode-se assim atingir um grande
aumento nas suas vendas. Favero (2014) comenta a importância de observar que essas
plataformas exigem um comportamento social, e de como a empresadeve se portar nas
redes sociais de forma a construir uma boa imagem.
Com base na obra de Cipriani, o autor Bueno (2015, p.17) alerta sobre o uso
dasredes sociais por organizações:
Antes de tomar qualquer decisão sobre a atuação nas mídias e redes sociais
digitais, as organizações necessitam certificar-se de os objetivos de suas
estratégias de comunicação na internet são coerentes com os objetivos
definidos por seus planos de comunicação e planejamento estratégico; assim
como necessitam garantir que tais objetivos sejam de uma maneira empreender
valor.
Além de que é necessário determinar a abordagem mais adequada para operar os
meios virtuais de acordo com a identidade da organização.
1.7. WhatsApp Business
De acordo com Rafael Kiso (apud FONSECA, 2018), fundador da mLabs,
empresa de gestão de redes sociais, em uma entrevista para o jornal eletrônico Exame
comentou sobre o WhatsApp Business e como afeta o mercado digital atual.
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O WhatsApp é uma das ferramentas de mensagens instantâneas mais usadas
no mundo, com mais de 1,5 bilhão de usuários frequentes. A funcionalidade
Business vai ajudar as empresas a fornecerem dados verdadeiros sobre seus
serviços, além de novas funções que ajudarão, inclusive, no marketing digital
dos negócios (KISO apud FONSECA, 2018, [s.p.]).
Os criadores do aplicativo resolveram desenvolver a versão business com o foco
de atender empresas fornecendo seus dados mais verídicos e ajudando no marketing
digital da mesma.
Para utilizar esse recurso, a empresa cria um perfil corporativo que contém
informações da empresa como e-mail, horário de atendimento, e entre outros. Umas das
vantagens de utilizar o WhatsApp Business é uma função exclusiva de mensagens
automáticas que a empresa personaliza conforme sua necessidade, como por exemplo
respostas para perguntas mais frequentes ou uma breve apresentação da empresa ou
serviço, essa função otimiza o tempo de serviço, pois o funcionário não perde tempo
digitando tudo novamente para cada cliente, as mensagens automáticas podem ser
ativadas por um atalho do próprio teclado.
Outra função vantajosa são mensagens automáticas por ausência, ou seja, caso o
cliente entre em contato no número fora do horário efetivo de atendimento, o cliente
recebe automaticamente uma mensagem que também pode ser personalizada de acordo
com a empresa. Um outro recurso que o aplicativo proporciona para otimização de tempo
são as listas de transmissão, esse recurso possibilita a empresa passar o mesmo recado
para vários números diferentes ao mesmo tempo, porém a mensagem chega
separadamente à cada número e não como forma de grupo. O aplicativo conta com
recursos de etiquetas para as conversas em andamento, o que facilita a busca e a
visualização dos atendimentos, sendo outra vantagem para otimização de tempo e
organização para empresa.
O WhatsApp Business pode ser utilizado como ferramenta de relacionamento ao
cliente, de forma mais clara e objetiva, para que ambos tenham uma comunicação mais
rápida e amigável.
De acordo com a Figura 2, a seguir, o perfil da empresa dentro do aplicativo. Essas
informações são visíveis para os outros usuários. No perfil pode-se configurar o horário
de funcionamento, colocar o link de uma rede social ou site, assim os clientes deverão ser
direcionados a página da web, indicando qual setor a empresa atua, os produtos que
oferecem e sua localização.
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Na aba de configurações, a empresa tem acesso a estatísticas das mensagens, como
visualizar quantidade de mensagens enviadas, recebidas e até mensagens não entregues.
Essa aba também dá acesso as configurações de mensagens automáticas.
Fonte: Disponível em:< https://www.whatsapp.com/business/ > Acesso em:
15mar.2019.
1.7.1. Emojis
Os emojis ou emoticons são pictogramas que se utilizam de figuras para transmitir
mensagens de modo rápido, sem a necessidade de escrever textos explicativos.
O hábito de usar emojis na comunicação digital já faz parte da rotina dos
internautas do mundo inteiro. Levando em conta este fenômeno, as empresas podem
também incorporaram essa prática como estratégia de aproximação do cliente.
Em uma publicação de artigo eletrônico foi relatado resultados de pesquisas feitas
nos últimos anos para comparar o impacto do uso dos emojis por empresas na
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comunicação com seus consumidores, os dados relatados mostraram “que mais de 63%
dos conteúdos postados em mídias sociais são visuais [...] postagens no Facebook com
emojis apresentam uma taxa de likes 57% maior do que os textos isentos de emoticons”,
além de que foram apresentados outros resultados relevantes como:
As pesquisas apontaram que, atualmente, 80% das pessoas fazem uso dos
emojis em mensagens de texto, enquanto 76% utilizam o recurso no Facebook,
e outros 15% durante o uso de e-mails. Só os e-mails tiveram uma taxa de
abertura 20% a mais do que as mensagens contendo apenas texto.
(REDAÇÃO, 2018, [s.p.]).
Isso acontece porque os emoticons representam expressões humanas, e dessa
forma ajuda a humanizar a mensagem e transmitir o sentimento na comunicação, que
muitas vezes, não conseguimos passar por meio das palavras, além deixar o cliente mais
à vontade para fazer uso dos emojis também.
A utilização dos emojins deve ser utilizada de forma consciente por parte da
empresa, de forma que não polui e nem tirar o foco da mensagem principal. Algumas
empresas adotam o uso de apenas alguns emojis na comunicação do dia a dia, dessa forma
pode-se manter um padrão e identificação da empresa.
2. METODOLOGIA
No processo de conhecimento pretendido para o desenvolvimento desse estudo,
buscou-se, a princípio, pesquisas que fundamentam os conceitos utilizados. Nesse
sentido, a metodologia usada consta de uma pesquisa bibliográfica, que é a base para a
revisão da literatura e foram utilizados livros e artigos que tratam dos temas abordados.
A fundamentação teórica foi desenvolvida por meio de livros na área de comunicação,
marketing e artigos já publicados. Conforme Severino (2007, p.122), “a pesquisa
bibliográfica é aquela que se realizam a partir do registro disponível, decorrente de
pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.”, que
possibilita uma investigação técnica dos fenômenos de maneira mais ampla.
Foi também utilizada a pesquisa documental, que segundo Severino (2007, p.124)
“é a coleta de dados a partir de reportagens de jornais eletrônicos”, por artigos publicados
em sites de grande prestígio na área de marketing.
E futuramente será realizado uma pesquisa de campo em uma microempresa
situada na cidade de Cruzeiro/SP.
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RESULTADOS ESPERADOS
Observa-se que existe uma tendência de mais empresas adquirirem novas
ferramentas de comunicação no ramo de redes sociais e afins, para isso foi procurado
investigar conceitos de relacionamento de vendas que levam a entender o motivo dessa
imersão das empresas no mundo digital. Espera-se que o presente trabalho mostra como
o WhatsApp Business contribui para o aumento das vendas das empresas, e as vantagens
de ser usar essa ferramenta para otimização de tempo, pensando-se na comunicação ativa
entre empresa e cliente.
REFERÊNCIAS
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Leonidas Magno de. Modelo para o Projeto de TG (Trabalho de Graduação) da
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A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE PEQUENAS EMPRESAS COM
FOCO NA FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES
DAVI JOSÉ DA SILVA JUNIOR
DIEGO DE MAGALHÃES BARRETO
SAMUEL QUINTANA DE PAULA
Resumo
Empresas de pequeno porte no mercado atual enfrentam empresas maiores com um número
grande de clientes e muitos deles fiéis aos seus produtos e serviços. A fidelização é alcançada a
longo prazo, atendendo as necessidades do cliente para que assim surja a confiança e a
preferência. O objetivo geral deste projeto é o estudo e a pesquisa para o esclarecimento de
atividades que auxiliarão empresas no mercado atual com a fidelização de clientes. Os objetivos
específicos do projeto são buscar métodos e ferramentas para serem utilizados em pequenas
empresas que estão se lançando no mercado e também identificar possíveis pontos que podem ser
aprimorados. A metodologia utilizada será uma pesquisa bibliográfica, sendo possível
futuramente ser realizada uma pesquisa de campo. Os resultados esperados são identificação de
como as pequenas empresas podem ser bem-sucedidas no mercado atual focando na fidelização
e facilitar a compreensão deste conceito para que possa ser melhor aplicado.
Palavras-chave: Fidelização. Cliente. Empresa.
Abstract
Small businesses have a larger number of customers than customers and many of them are loyal
to their products and services. Loyalty is achieved in the long term, meeting the needs of the client
so that confidence and preference arise. The general objective is the study and research for the
clarification of activities that help companies to present themselves with a loyalty of clients. The
specific method is to look for schemes and tools to be used in the small companies that are
launching the market and can also identify points that can be improved. The study available is a
bibliographical research, being possible for field research. The expected results are the
identification of how companies can be successful in today's market.
Keywords: Loyalty. Client. Company.
INTRODUÇÃO
Pequenas e novas empresas de prestação de serviços e revenda de produtos que
emergem no mercado atualmente enfrentam corporações já sólidas e experientes, com um
número grande de clientes e muitos deles fiéis aos seus produtos e serviços. Isso torna
tudo muito mais difícil para essas organizações que, precisão não só ganhar clientes que
muitas vezes tem o hábito de comprar somente de um estabelecimento a qual adquiriu
confiança, como também fidelizá-los. Sendo que, ganhar novos clientes é uma tarefa
muita mais complicada do que manter clientes já existentes, o que torna a fidelização
muito importante para empreendimentos pequenos e iniciantes. A fidelização não é algo
simples a ser adquirida. Ela é alcançada ao longo do tempo, atendendo as expectativas e
as necessidades do cliente para que assim surja a confiança e a preferência pela empresa.
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Sendo assim, o objetivo geral deste projeto é analisar estudos sobre a fidelização
de clientes para o esclarecimento de atividades que podem auxiliar pequenas empresas a
se perpetuarem no mercado. Os objetivos específicos do projeto são, por meio da análise
de estudos referentes a fidelização de clientes, buscar métodos e ferramentas para serem
utilizados em pequenas empresas que estão se lançando no mercado, identificar possíveis
pontos onde esses métodos e ferramentas podem ser aprimorados e mostrar a importância
da fidelização no mercado atual.
A metodologia utilizada para atingir os objetivos propostos é a princípio de
pesquisa bibliográfica, sendo possível futuramente ser realizada uma pesquisa de campo
com empresas do médio Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo. Além disso, para o
embasamento teórico, utiliza-se dos estudos de Kotler e de outros autores, para mostrar
conceitos de fidelização que pequenas empresas possam utilizar para própria criação de
modelos competitivos, tornando-as em empresas de maior desempenho.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Pequenas Empresas
Pequenos negócios, são entidades específicas, com dificuldades administrativas
diferentes das grandes organizações, como: estrutura administrativa centralizada;
estratégias evidentes e de curto prazo; pouca especialização; simplicidade e informalidade
do sistema de informação e atuação em mercados locais. (Souza, Mazzali, 2008).
Essas características nos mostram porque os pequenos empreendimentos
enfrentam dificuldades no seu desenvolvimento comercial. A falta de especialização
muitas vezes pode gerar um mau atendimento ou um produto defeituoso, criando uma
imagem ruim da instituição.
1.1. Ferramenta de fidelização: marketing
Uma ferramenta que pode nos oferecer várias contribuições para a fidelização dos
clientes é o marketing, que segundo Kotler e Keller (2006, p. 22) afirmam que o requisito
principal de um profissional dessa área é o conhecimento das necessidades, dos desejos e
da demanda dos clientes. Conhecer o cliente promove uma maior facilidade para o
profissional entender suas necessidades e o que o motiva comprar seu produto (BARROS,
2018).
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Portanto, vemos que o marketing se mostra como uma ferramenta fundamental na
tarefa de fidelização de clientes, oferecendo informações sobre o seu público-alvo que
podem ser usadas como base na tomada de decisão; tornando maior o sucesso da empresa
na missão de reter seus clientes.
Pode-se definir o marketing como uma troca entre as organizações e os clientes,
que é gerada pela oferta de um determinado produto ou serviço e a demanda dos mesmos.
As organizações disponibilizam seus produtos ou serviços para receber em troca algum
acrescentamento, gerando um vínculo, uma troca de benefícios entre ambas as partes
(BARROS, 2018).
A fidelização busca a retenção de lucros evitando que os clientes comecem a
consumir de outras empresas. E a fidelidade dos clientes é algo um pouco mais
complicados de se obter, pois os clientes podem comprar, gostar do que compraram, mas
somente por um outro preço mais acessível podem não voltar a comprar (MOUTELLA,
2002).
Há uma grande diferença entre os clientes fiéis e não fiéis como mostra quadro 1
a seguir:
Quadro 1 – Clientes fiéis versos cliente não fiéis.
Clientes Fiéis Clientes não Fiéis
Compram de múltiplos canais Utilizam poucos ou um único canal
Consomem mais Compram eventualmente
Reclamam para resolver o problema Deixam de comprar
Recomendam para 5 pessoas Influenciam negativamente 13 pessoas
Mais baratos desse manter Mais caros de se recuperar
Aumentam as vendas e reduzem as despesas Diminuem as vendas e aumentam as despesas
Fonte: Moutella (2002, p. 5)
Clientes fiéis tendem a comprar pelo telefone, loja, internet etc. Tendem a consumir
mais que consumidores não fiéis. Os fregueses fiéis reclamam quando tem algum
problema, esperando que o problema seja resolvido pois acreditam na empresa e
buscam ajudar a melhorá-la. A fidelização dos compradores também traz uma
redução nos custos com a recuperação de clientes e agrega maior valor a marca da
empesa, como descreve Moutella (2002, p. 5),
Clientes fiéis são muito mais propensos a comprar através de mais de um canal
(telefone, loja, internet, etc) e tendem a consumir mais. E quanto mais fiéis,
maior a vida útil da carteira de clientes da empresa, menor o custo de
recuperação de clientes e maior valor financeiro agregado à marca. Clientes
fiéis reclamam quando têm uma experiência ruim, porque querem ver seu
problema resolvido, acreditam na marca/empresa e querem melhorá-la.
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Para uma empresa ter mais chances de sucesso no mercado, faz-se necessário a
escolha de um mercado-alvo. Esta escolha deve ser feita com cuidado e bem detalhada,
para que a empresa obtenha uma maior chance de sucesso, como descreve Kotler (2000,
p. 42): “as empresas têm maiores chances de se saírem bem quando escolhem seus
mercados-alvo com cuidado e preparam programas de marketing customizados”.
Um programa de marketing customizado também pode ser uma ferramenta eficaz
para reter clientes, pois quando se trabalha com um público-alvo, buscando atender suas
necessidades e seus desejos, há uma maior chance de fidelizá-lo, torná-lo um defensor da
empresa e pôr fim a indicação, transformando o cliente um parceiro da empresa.
1.1.1. Marketing de Relacionamento
O relacionamento com os clientes é o que move as empresas nos dias atuais, uma
empresa que não possua um bom relacionamento com seus clientes, não se desenvolve,
ou não permanece no mercado (AUGUSTO; ALMEIDA JÚNIOR, 2015).
Sobre o marketing de relacionamento, segundo Augusto e Almeida Júnior (2015),
algumas empresas de pequeno porte não possuem o conhecimento pleno desta ferramenta.
Para Kotler (2003, p. 25),
O cliente é nosso visitante mais importante. Ele não depende de nós – nós é
que dependemos dele. Não é um estranho em nosso negócio – é parte dele. Não
prestamos nenhum favor aos clientes quando os servimos [...] ao contrário, ele
é que nos presta um favor, ao dar-nos a oportunidade de servi-lo.
Com tudo isso, vemos que o cliente deve ser compreendido como personagem
principal para o crescimento da empresa. Nos dias atuais, a preocupação da empresa não
deve ser somente em oferecer um produto de qualidade, seu maior foco deve ser o cliente.
Para tanto, observa-se que a empresa deve pensar a frente do cliente, presumir seus
desejos e como satisfazê-los, proporcionando uma maior chance de conquista-lo.
Criar relacionamento com o cliente pode tornar essa tarefa mais fácil para a
empresa, pois, manter contato com o cliente proporcionará a possibilidade de conhecê-lo
cada vez melhor. Outro ponto forte da fidelização é que, se caso houver um deslize, um
cliente fidelizado pode ser muito mais fácil de recuperar e corrigir o erro. Medir o nível
de fidelidade do cliente é uma tarefa complicada, por isso investir nos meios para receber
um melhor feedback dos clientes é muito importante. Treinar os funcionários, por
exemplo, para observar os clientes, encorajá-los a comentar e informar as críticas ao
gestor. O erro de muitas empresas é não buscar conhecer seus clientes, focando somente
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no produto e no ganho de novos clientes, esquecendo de avaliar a satisfação dos clientes
atuais abrindo espaço para concorrência (AUGUSTO; ALMEIDA JÚNIOR, 2015).
Para que a empresa obtenha sucesso no mercado, todos os colaboradores devem
compartilhar a mesma visão, o mesmo pensamento e objetivo, sempre priorizando o
cliente. Para isso, deve haver investimento em treinamento técnico dos colaboradores,
tecnologia, qualidade do produto, competitividade de custos, satisfação do colaborador,
recursos humanoscom pessoas que gostem de se relacionar e resolver problemas etc.
(AUGUSTO; ALMEIDA JÚNIOR, 2015).
1.1.2. Relacionamento com Clientes
O relacionamento entre empresa e clientes é feito por intermédio de funcionários
aptos a realizarem suas atividades, que devem gerar uma percepção de valor agregado ao
cliente. Segundo Moutella (2002, p. 11), “o relacionamento com os clientes se dá em
vários níveis de acordo com seu grau de comprometimento com a fidelização”. Sendo
assim, o comprometimento da empresa em viabilizar o investimento em capacitação de
atendimento ao cliente fator determinante para melhorar o nível de satisfação do cliente,
como ilustra a Figura 1 a seguir:
Figura 1: Fatores de satisfação
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Fonte: Moutella (2002, p. 7)
Ainda conforme descreve Moutella (2002, p. 6), “a satisfação se mede através da
relação entre o que um cliente recebeu ou percebeu e o que esperava ver (Percepção x
Expectativa) ”. Se a percepção do Produto ou Serviço superar as expectativas que os
clientes possuem, o mesmo cliente aumentará muito sua satisfação e se tornará mais
adepto da empresa.
A relação com cliente ou grupo de clientes deve ser intimamente ligada por
diálogos, para que os produtos e serviços possam ser elaborados pensando unicamente
nas necessidades e desejo dos consumidores, por exemplo a confecção de uma roupa, que
do início deve ser desenha para atender as medidas de alguém, acompanhada pelos
tecidos, estampagens e demais itens que devem atender as necessidades e gostos do
consumidor, podemos dizer então que cada cliente é único e cada qual tem seu potencial
de relacionamento com a empresa.
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O nível de Relacionamento pode ser medido através de alguns comportamentos,
sendo estes normalmente de característica comportamental, como exemplo a frequência
e quantidade em que consome os produtos e serviços da organização que está atendendo
seus desejos e necessidades, conforme comprova o seguinte argumento de Pinto (2015,
p. 11), “é necessário estudar e acumular os dados transacionais dos clientes para aprender
com eles”. Depois de medido o nível de investimento do grupo de consumidores para
com a empresa, deve-se fazer a divisão individual dos clientes, para que todas ou o maior
número possível de necessidades sejam atendidas, como afirma Pinto (2015, p.12),
“Descobrir novas necessidades é descobrir novas oportunidades. Quanto mais
a empresa sabe sobre as necessidades de seus clientes, mais valor você tem
para eles. Quanto mais a empresa entende e responde a essas necessidades,
mais seus serviços são percebidos como diferenciados”.
Dentre os principais benefícios que existem sobre a retenção de clientes, ou seja,
a fidelização deles, pode ser citada os benéficos mútuos para as duas partes.
Primeiramente será agregado valor ao cliente que estará satisfeito com o produto ou
serviço que estará usufruindo, aumentando o seu nível de satisfação, ao mesmo tempo em
que será gerado valor para a empresa que estará captando recursos, que podem ser
utilizados para continuamente estarem investindo em desenvolvimento dos seus produtos
e ou serviços, atendimento ao cliente ou em qualquer outros setores corporativos,
desenvolvendo meios para que cada vez mais seja agregado valor ao cliente, gerando mais
valor para a empresa continuamente até que está atinja todo o seu potencial para com o
cliente que em todos os casos deverá ser somente teórica. Segundo Bergamo, Farah e
Giuliani (2007, p. 58),
O efeito provocado por um consumidor leal traz benefícios para a empresa,
entre os quais o crescimento da base de consumidores, pois esses clientes
recomendaram-na para outros, e a propensão dos novos consumidores é se
tornarem também leais clientes por conta dessa recomendação, mais do que se
tivessem escolhido a empresa por apelo publicitário.
Desta maneira, a gestão de empresas de maneira geral, quando bem direcionada
economiza recursos importantíssimos que poderiam estar mais bem alocados, dentro de
um setor específico como o setor de marketing ou setor comercial da empresa que
normalmente em pequenas empresas é realizada por um número baixo de pessoas. Poderá
ser melhor empregado porque o esforço em publicidade será menor, pois os mesmos
clientes devem fazer recomendações e criar potenciais consumidores da empresa, pois os
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mesmos já estarão adeptos da cultura da empresa, e a mesma já estará ciente das
preferencias e peculiaridades deles.
1.1.3. Gestão da Qualidade
Pequenas companhias que surgem no mercado atual, se deparam com um grande
número de concorrentes. A globalização aproximou organizações e clientes pela primeira
vez no mercado internacional, podendo as pequenas empresas considerarem a
possibilidade de um mercado ainda mais amplo e a Gestão da Qualidade como diferencial
competitivo. Tal qual afirmam Gobis e Campanatti (2012, p. 1),
A utilização de sistemas de qualidade dentro das organizações passou por um
processo de constantes mudanças que foram motivadas por fatores econômicos
e sociais de abrangência mundial. Entre eles podem-se destacar a
intensificação da concorrência, a alteração dos critérios de sucesso
empresarial, além das pressões para a adoção de técnica de gestão de qualidade
adequadas.
Com isso, podemos dizer que a qualidade é uma questão muito importante no
mundo empresarial. Com base no tema estudado, a qualidade no atendimento é um ponto
fundamental para ganhar a confiança do cliente, não sendo somente voltada ao produto.
1.1.3.1. Ciclo PDCA
Com a globalização as organizações se deparam com muitas mudanças no
mercado, tendo que buscar meios diferenciados e inovadores para se adaptarem,
atingirem suas metas, objetivos e se tornarem mais competitivas no mercado. Uma
ferramenta muito utilizada é o ciclo PDCA.
O ciclo PDCA é um método de gestão da qualidade e melhoria contínua, que,
segundo Peleteiro (2018, p. 35), “segue quatro etapas que são conectadas e buscam atingir
melhores resultados a cada giro do mesmo. Essas etapas são conhecidas como Plan
(Planejar), Do (Executar), Check (Verificar) e Act (Agir) e formam a base da aplicação
de melhoria contínua nas empresas” a qual as pequenas empresas devem fazer uso para
planejar e melhorar suas atividades, podendo também utilizá-lo para à fidelização de
clientes, pois o ciclo pode contribuir para melhorar o nível de satisfação. Porém, conforme
Peleteiro (2018, p. 36) explica, “ressalta-se a importância de ser conduzido um
treinamento para a equipe, explicando e ensinando a metodologia do PDCA antes de
iniciar o primeiro período de resolução dos problemas”.
Plan (planejar) é a fase de planejamento do ciclo, o qual serão reunidas todas as
informações que serão utilizadas na constituição do PDCA. Que segundo Peleteiro (2018,
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p. 36), “essa etapa pode ser subdivida em quatro partes, que são a Identificação do
Problema, Análise de Fenômeno, Análise de Processo e Plano de Ação, sendo seus
principais objetivos: definir quais metas serão perseguidas e o plano de ação necessário
para atingi-las”. Sendo assim o planejamento método pelo qual será avaliado a viabilidade
da implementação do Ciclo PDCA.
Do (execução). Se o planejamento é importante, a execução é a aplicação de todo
o conhecimentos e técnicas reunidas para utilização eficiente do PDCA, devem ser
reunidas todas as informações durantes este processo, também devendo haver
comprometimento da equipe de colaboradores e gestores em reunir todas as informações
para a próxima parte do ciclo, como descreve Peleteiro (2018, p. 49), “Sendo assim, o
importante dessa etapa é ter a disciplina para executar as ações planejadas, [...], pois o
resultado só virá com a execução do plano de ação”.
Check (checar). Se o planejamento e a execução foram bem planejados e
executados, esta parte seguinte do ciclo mostrará isso, através de gráficos ou avaliação
pessoal da situação e medirá o desempenho de todo ciclo, conforme afirma Peleteiro
(2018, p. 50), “Nessa etapa, será verificado se os indicadores de projeto atingiram os
objetivos esperados”
Act (Ação). Esta é a parte onde as devidas correções serão implantadas. Segundo
Peleteiro (2018, p. 50), “como podem surgir problemas apenas durante a execução das
atividades, essa etapa é importante para que as devidas correções de percurso para atingir
a meta possam ser tomadas, tendo em mãos e utilizando as novas informações geradas”.
Sendo essa a última parte do ciclo PDCA, lembrando que este é um processo de melhoria
contínua, após o final de cada ciclo o mesmo voltará ao início e um novo ciclo se iniciara.
Portanto, podemos tomar o ciclo PDCA como uma ferramenta para manter uma
rotina de fidelização. Como é um ciclo que após seu término retorna ao início, trazendo
todos os problemas e dificuldades encontrados no decorrer das atividades, pode ser
utilizado como um instrumento de melhoria continua focado na fidelização dos clientes.
Com base nos estudos desta pesquisa, pode-se dizer que a lealdade do cliente é algo que
se adquiri aos poucos, a longo prazo. Por isso, a introdução de uma rotina voltada à
fidelização pode ser muito eficaz para manter atenção total à satisfação do consumidor.
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1.2. Marketing Verde e a Logística Reversa
Nos dias atuais, os impactos ambientais provocados pelas atividades produtivas
das indústrias vem sendo cada vez mais observados pela sociedade. O aquecimento
global, a poluição dos rios e mares, vem preocupando as pessoas o que fez com que as
empresas começassem a pensar em melhores práticas de preservação do meio ambiente e
reutilização de materiais.
Segundo Shibao, Moori e Santos (2010, p. 3), “No atual cenário econômico,
muitas empresas procuram se tornar competitivas, nas questões de redução de custos,
minimizando o impacto ambiental e agindo com responsabilidade.” A crescente
preocupação dos consumidores com responsabilidades ambientais tem se tornado uma
fonte de preocupação das indústrias, que acompanham os pensamentos dos seus
consumidores, que estão se tornando mais atentos ao ambiente em que vivem, criando
expectativas em relação aos produtos que consomem e são ofertados pelas empresas,
como a utilização de métodos para o descarte e em alguns casos reutilização de alguns
componentes dos produtos ofertados no mercado, como por exemplo, embalagens de
plástico e alguns produtos como o papel.
Quando falamos sobre marketing verde ou logística reversa, queremos dizer que
os produtos devem a pós a venda ter um acompanhamento das empresas quando forem
descartados, que é confirmado por Shibao, Moori e Santos (2010, p. 5), “Logística
reversa, diz respeito ao fluxo de materiais que voltam à empresa por algum motivo tal
como, devolução de produtos com defeitos, retorno de embalagens, retorno de produtos
e/ou materiais para atender à legislação”.
As empresas devem ter condições tecnológicas e financeiras para o
reaproveitamento de alguns materiais e o descarte apropriado de outros, para que seja
criado valor não somente para o meio ambiente, como também para os seus clientes, que
provavelmente se tornarão adeptos aos meios corretos de descarte, já que cada vez mais
a preservação do meio ambiente vem sendo valorizada pelas pessoas.
O que pode ser obtido com isso é a preferência dos clientes para a empresa que dá
os devidos fins aos seus produtos. A preservação do meio ambiente não é mais vista
somente como uma obrigação, mas também como uma estratégia para atrair pessoas
preocupadas com a natureza e de redução de gastos, como diz Shibao, Moori e Santos
(2010, p. 3),
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No atual cenário econômico, muitas empresas procuram se tornar
competitivas, nas questões de redução de custos, minimizando o impacto
ambiental e agindo com responsabilidade. E descobriram que controlar a
geração e destinação de seus resíduos é uma forma a mais de economizar e que
possibilita a conquista do reconhecimento pela sociedade e o meio ambiente,
pois não se trata apenas da produção de produtos, mas a preocupação com a
sua destinação final após o uso.
Por meio do reaproveitamento de materiais recicláveis, a redução no custo de
produção pode ser significativa, proporcionando maior rentabilidade para a organização.
Mesmo as pequenas empresas em menor escala deverão ter vantagens com o
descarte apropriado de resíduos, algumas dessas vantagens sendo o aumento de número
de vendas e uma maior visibilidade da sociedade.
A coleta seletiva é uma forma simples e eficaz de separar os materiais recicláveis
que vem se desenvolvendo enormemente nos países de primeiro mundo (RIBEIRO;
LIMA, 2000). A prática da coleta seletiva nas empresas pode ser bem vista pelos
funcionários, já que não é mais vista somente como uma forma de atender à legislação.
Os próprios funcionários podem se tornar clientes e indicar a empresa para amigos por
constatarem a preocupação da mesma com o meio ambiente.
Portanto, quanto mais a empresa diminuir a responsabilidade dos clientes sobre os
aspectos negativos que podem ser causados ao consumirem seus produtos, investindo em
meios sustentáveis, melhor será a aceitação do mercado.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho é a princípio de base bibliográfica, está
relacionada com leitura de trabalhos, artigos e livros relacionados com o objeto de
pesquisa da área de fidelização de clientes.
Segundo Gil (2007, p. 8), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A
principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir o investigador à
cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia
pesquisar diretamente.
Utilizamos estudos de Kotler e de outros autores para demonstrar conceitos de
fidelização usados em diversas empresas, de diversos seguimentos que, podem ser
adotados por pequenas empresas iniciantes no mercado; visando a criação de seus
próprios modelos com base nos conceitos apresentados, tornando-as empresas de maior
desempenho e competitividade.
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Para o embasamento teórico, separamos estudos tratando da fidelização de
clientes e sua importância para o sucesso das empresas no mercado atual. Nos estudos
analisados buscamos identificar as ferramentas citadas pelos autores como ferramentas
de fidelização.
Como o marketing e suas derivações, que segundo os autores é uma ferramenta
fundamental. Também buscamos identificar a relevância desses estudos para o mercado
atual, se há a necessidade de mais estudos sobre o assunto e principalmente estudos sobre
fidelização voltados a pequenas empresas.
Pretende-se futuramente realizar uma pesquisa de campo com a elaboração de um
questionário para identificar qual o nível de preocupação e investimento da empresa na
fidelização de clientes. Esse questionário será composto por questões fechadas e será
respondido pelo gestor responsável.
3. RESULTADOS ESPERADOS
Com esta pesquisa esperamos compreender o que é necessário para uma empresa
ser bem-sucedida no mercado atual focando na fidelização. É fundamental que se
preocupe não somente com um produto de qualidade, mas também com o seu
relacionamento com o cliente? A empresa deve se preocupar somente em ganhar novos
clientes? Esse tipo de questão entre outras que buscamos responder com este estudo.
Empresas iniciantes muitas vezes buscam ganhar o máximo de clientes que
podem, mas em alguns casos não se preocupam em fidelizá-los perdendo para empresas
mais antigas a qual os clientes já criaram confiança. Esperamos confirmar se aderir a
visão dessas empresas mais graduadas seria o melhor caminho para que essas empresas
sejam bem-sucedidas.
Portanto, a necessidade de estudos expressando métodos de sucesso, já utilizados
no mercado por empresas mais graduadas, é muito significativo para empresas iniciantes
entenderem, aderirem ou criarem seus próprios meios de fidelização. Almejamos que
nosso estudo colabore com o desenvolvimento da fidelização de clientes para empresas
ainda jovens no mercado.
4. REFERÊNCIAS
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A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO COMPORTAMENTO
ORGANIZACIONAL CONTEMPORÂNEO
RENAN FRANCA GOMES NOGUEIRA
VICTÓRIA ISLANE CIPOLI
Resumo
A forte presença da tecnologia na atualidade trouxe avanços, referentes à rapidez, eficiência e
produtividade do serviço, porém, também acarretou prejuízos devido a sua má utilização, como a
falta de foco na utilização de uma ferramenta tecnológica. O uso das redes sociais no ambiente
organizacional é frequentemente discutido, porém, existem poucos estudos sobre a influência do
uso das redes sociais no comportamento organizacional. Nesse contexto, o objetivo geral desta
pesquisa é analisar o uso descompromissado das redes sociais, que influencia negativamente o
comportamento organizacional. Como metodologia, adotou-se a princípio a pesquisa
bibliográfica na busca de conceitos e teorias. Com a forte presença que as redes sociais ganharam
as empresas atentarem a esse fato e passaram a tentar usá-las como aliada, acompanhando suas
influências positivas, como facilidade na comunicação, aproximação dos seus colaboradores e
clientes. Porém, há influências negativas devido ao uso descompromissado por parte de seus
funcionários, mas também mostrando o uso de forma responsável pode ser um contributo para o
processo de comunicação imediata nas empresas.
Palavras-chave: Comportamento organizacional. Cultura Organizacional. Redes Sociais.
Abstract
The strong presence of technology at the present time has brought advances, referring to the
speed, efficiency and productivity of the service, however, it also entailed losses due to its misuse,
such as the lack of focus on the use of a technological tool. The use of social networks in the
organizational environment is often discussed, however, there are few studies on the influence of
the use of social networks on organizational behavior. In this context, the general objective of
this research is to analyze the uncompromised use of social networks, which negatively influences
organizational behavior. As a methodology, bibliographical research was used in the search for
concepts and theories. With the strong presence that the social networks won the companies to
attend to this fact and they began to try to use them as an ally, accompanying their positive
influences, like easiness in the communication, approach of its collaborators and clients.
However, there are negative influences due to uncompromised use by its employees, but also
showing the use in a responsible manner can be a contribution to the process of immediate
communication in companies.
Keywords: Organizational behavior. Organizational culture. Social networks.
INTRODUÇÃO
O comportamento organizacional busca estudar a aplicação do conhecimento
sobre como as pessoas agem dentro das organizações. Diante disso, na atualidade, busca-
se analisar a figura do colaborador na empresa, bem como os fatores que influenciam seu
comportamento, em especial as redes sociais com a influência da tecnologia.
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O uso das redes sociais no ambiente organizacional é frequentemente discutido,
porém, existem poucos estudos sobre a influência do uso das redes sociais no
comportamento organizacional.
Diante deste contexto, surge uma pergunta de pesquisa: Quais são as influências
das redes sociais no comportamento organizacional na atualidade?
Nesse sentido, o objetivo geral desta pesquisa é analisar o uso descompromissado
das redes sociais, que influencia negativamente o comportamento organizacional. Os
objetivos específicos são: estudar conceitos atrelados ao comportamento organizacional,
cultura organizacional, mostrar a presença das redes sociais na atualidade e verificar
possíveis mudanças de comportamento organizacional devido ao uso das redes sociais.
O comportamento organizacional é fundamental para uma empresa que deseja ter
diferencial competitivo no mercado atual, que é tão dinâmico, além de sofrer frequentes
mutações. Devido a isso, é importante investigar como a tecnologia, em especial as redes
sociais, têm influenciado no comportamento dos colaboradores, para diante disso, buscar
as melhores estratégias possíveis para desenvolver o grupo de trabalho.
A metodologia adotada foi a princípio de base bibliográfica na busca de conceitos
e teorias que possam embasar ações para a desenvolvimento da pesquisa. Na sequência,
aplicação de questionários numa determinada organização, focando no líder e
colaboradores, e ainda uma pesquisa aplicada a alunos e coordenadores da Fatec Cruzeiro.
Espera-se mostrar que o uso responsável das redes sociais pode ser um contributo
para o processo de comunicação imediata nas empresas.
1. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
O comportamento organizacional é um importante elemento de estudo na gestão
de pessoas. Para entender o objeto principal deste trabalho, faz-se necessário entender as
bases e os conceitos atrelados ao comportamento organizacional. Nesse sentido, a cultura
organizacional é também importante tema que está envolvido com o comportamento
organizacional.
De acordo com Oliveira (2013, p.1), pode-se dizer que o comportamento
organizacional é um estudo sistemático e aplicação do conhecimento sobre como as
pessoas (indivíduos e grupos) interagem dentro da organização.
De acordo com Dubrin (2003, p. 02), “o comportamento organizacional é a forma
que o indivíduo se comporta no ambiente de trabalho, a interação entre as pessoas e a
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organização em si”. Ou seja, a forma como o indivíduo se comporta dentro do ambiente
de trabalho, levando em consideração sua postura e os grupos nos quais o indivíduo está
inserido.
Corroborando com Chiavenato (2010) e Robbins, Judge e Sobral (2011, p.6),
definem comportamento organizacional como sendo: “Um campo de estudo que investiga
o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das
organizações com o propósito de aplicar este conhecimento em prol do aprimoramento
da eficácia de uma organização”.
De acordo com Edvinsson e Malone (1998), o capital em forma de imobilizado e
o trabalho na velha concepção de mão de obra cedeu o lugar a fatores que, na falta de
melhor expressão, designamos por intangíveis. Os ativos intelectuais tornaram-se os
elementos mais importantes no mundo dos negócios.
Sendo assim, a organização, por sua vez, deve oferecer um ambiente motivador a
fim de potencializar a capacidade do seu capital intelectual.
Essa relação demonstra, por exemplo, que não adianta tratar o funcionário, sem
antes se lembrar de que ele tem um lar e uma vida além daquela que desempenha
diariamente dentro do trabalho, isto é, em outras palavras, a empresa deve lidar como ser
humano atuante em sua totalidade, como humano que é (SOTO, 2002, p. 09).
O conceito de valor das pessoas deve ser diferente daquele atrelado à produção, e
reconhecer que as pessoas estão em outra esfera, uma superior, é de extrema importância
no que tange ao respeito e à dignidade, refutando, assim, o conceito antigo de que os
funcionários são apenas ferramentas econômicas de trabalho conforme a era do
Taylorismo.
2. REDES SOCIAIS
As redes sociais estão presentes cada vez mais na vida das pessoas. Atualmente,
elas são usadas para interação entre pessoas, de diversas regiões, que têm afinidades ou
não.
Elas são grandes conglomerados que possuem diversos usuários que trocam fotos,
mensagens, vídeos, notícias, acumulam amigos, jogam, entre outras atividades. As
principais redes sociais para o estudo deste trabalho são: Facebook e o Twitter
(GNIPPER, 2018).
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De acordo com Afonso (2009, p. 29), as redes sociais devem ser minuciosamente
analisadas, principalmente, pela forma com que tem se espalhado como um meio de
comunicação.
Com o desenvolvimento das ferramentas tecnológicas, principalmente aquelas
promovidas pelo advento da Internet, emergem em nossa sociedade novas formas de
relação, comunicação e organização das atividades humanas, entre elas, merecem
destaque o estudo de redes sociais virtuais.
As redes sociais servem para diversas finalidades, como para lazer, conhecer
novas pessoas com quem tenha afinidades, procurar oportunidades de empregos. De
acordo com Afonso (2009, p. 29), as Redes Sociais Virtuais podem ser usadas também
de outras formas:
A comunicação em rede tem sido explorada como instrumento de ativação de
movimentos sociais e culturais como a luta dos direitos humanos, feministas,
ambientalistas. Na educação, a participação em comunidades virtuais de debate
e argumentação encontra um campo fértil a ser explorado. Através dessa
complexidade de funções, percebesse que as redes sociais virtuais são canais
de grande fluxo na circulação de informação, vínculos, valores e discursos
sociais, que vêm ampliando, delimitando e mesclando territórios. Entre
desconfiados e entusiásticos, o fato é que as redes sociais virtuais são convites
para se repensar as relações em tempos pós-modernos.
O desenvolvimento que essas redes apresentam, são as responsáveis por atrair os
usuários, ainda mais se fornecerem fácil acesso através dos diversos dispositivos móveis
disponíveis atualmente no mercado, como smartphones, notebooks e tablets.
Todo o conteúdo da ferramenta, só poderia ser visualizado por usuários já
cadastrados; o mesmo valia para as “comunidades” onde havia a discussão ou troca de
informações sobre um determinado assunto que apenas os usuários pertencentes a essas
comunidades poderiam ver e participar delas (COSTA, 2010, p.47).
Em 2003, em fevereiro, Mark Zuckerberg criou o Facebook, uma rede social feita
primeiramente para alunos da Faculdade de Harvard, nos Estados Unidos, se
comunicarem entre si e que foi se expandindo muito rapidamente por outros países.
No Facebook não há um layout sofisticado, mas sim, de fácil visualização com
páginas consideradas “limpas” (porque não faz a publicação de várias propagandas). O
Facebook tem o objetivo de qualquer outra rede social, ou seja, manter as pessoas
conectadas.
Afonso (2009, p.30) traz a seguinte definição:
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O Facebook é uma rede social que reúne pessoas a seus amigos e àqueles com
quem trabalham, estudam e convivem. As pessoas participam do Facebook
para manter contato com seus amigos, carregar um número ilimitado de fotos,
compartilharem links e vídeos e aprender mais sobre as pessoas que conhecem.
Servindo, assim, como meio de facilitação da comunicação entre pessoas que
estão em diversos lugares diferentes.
Outro ponto importante do Facebook é a parte de privacidade, pois todas as
informações que se encontram nos perfis dos usuários podem ser gerenciadas através de
regras que possibilitam defini-los com permissão de visualizar estas informações
(SHIMAZAKI, 2011).
Em outubro de 2006, foi lançada outra rede social, o Twitter. Com proposta
diferenciada, seu objetivo é a troca de mensagens rápidas entre os usuários, ferramenta
esta que logo se tornou sucesso no mundo inteiro.
Para Rufino (2009, p.11) o twitter “é um micro-blogging, ou seja, um blog
limitado, que permite a publicação de apenas 140 caracteres. É uma proposta de trocar
informações e noticiar o que acontece em poucas palavras”.
O Twitter, que tem como símbolo um pássaro azul e o nome faz referência ao
piado do animal, foi criado, em outubro de 2006, por Jack Dorsey e é uma das redes
sociais que mais ganhou notabilidade nos últimos anos, estima-se que haja 11 milhões de
contas ativas. Ele poderia ser descrito como o SMS da internet ou um microblog.
Segundo Recuero (2009, p. 110), a plataforma supõe mais que um simples suporte
tecnológico, mas um espaço onde ocorre a interação entre sujeitos, deixando de ser
intermediário para virar intermediador.
Assim, a estética da rede social Twitter é muito mais atraente para a comunicação,
além de proporcionar a diminuição das barreiras físicas entre seus usuários, pois, assim,
eles não precisam mais estar face a face para se comunicarem um com os outros.
Por outro lado, Recuero (2009, p.112) diz que a sociabilidade na rede valoriza as
manifestações do cotidiano e, por isso mesmo, além disso, “a vida comum transforma-se
em algo espetacular, compartilhada por milhões de olhos potenciais. E não se trata de
nenhum evento emocionante. Não há histórias, aventuras, enredos complexos ou
desfechos maravilhosos”. Empobrecendo, de certa forma, o lado cultural da população,
visto que o conteúdo é de forma rápida e pouco elaborada, tendo espaço limitado e usado,
muitas vezes, para relatar coisas do cotidiano, nada relevante culturalmente.
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Segundo Afonso (2009, p. 33), a repercussão instantânea de uma gafe virtual é um
dos efeitos negativos de se usar as ferramentas das redes sociais. Outro problema
apontado é a dificuldade em ser capaz de adaptar o discurso a espaços onde a
informalidade é a regra.
De acordo com Costa (2010, p. 50), a maioria dos brasileiros no Twitter (80%)
segue ou já seguiu algum tipo de veículo informativo e é por este canal que se atualizam
das notícias.
As redes sociais são muito relevantes na sociedade atual, elas evoluíram com o
tempo e hoje são úteis tanto para as pessoas como para as empresas que as utilizam para
se comunicarem com seus colaboradores e clientes.
3. AS INFLUÊNCIAS DAS REDES SOCIAIS BRASILEIRAS NO
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL CONTEMPORÂNEO
As redes sociais estão presentes, também, no ambiente organizacional brasileiro,
sendo elas responsáveis pelo aumento da utilização da tecnologia, em especial, redes
sociais de grande influência, como Twitter, Facebook e Linkedin.
As redes sociais estão presentes no cotidiano de grande parte da população e as
empresas também foram atingidas por esse fenômeno e tiveram que se adaptar, ou
enxergar uma oportunidade através delas.
Como traz Moura (2011, p.2), em sua visão sobre a presença das redes sociais:
“As ações nas redes sociais visam promover experiências e interações diretas entre a
marca e o usuário, fortalecendo na mente do consumidor, conceitos ou reforços
intangíveis que venham à tona no momento da decisão de aquisição.
As redes sociais apresentam diversas finalidades, que são exploradas pelas
empresas hoje em dia, criando um vínculo maior com a sociedade em geral, atingindo
diversos públicos, ainda de acordo com Moura (2011, p.2):
A utilização das redes sociais tem motivações diferentes. No Twitter, o
principal interesse é a informação, com destaque para a busca de atualidades e
leitura de notícias. No Facebook, a principal motivação é cultivar os laços
sociais, mantendo contato com amigos e parentes. As empresas devem levar
em consideração que diferentes redes, com motivações para uso específicas,
devem gerar políticas de ação segmentada.
As empresas devem ater-se ao fato de que as redes sociais apresentam diversos
públicos e muitas faces. As empresas devem estar atentas a isso, pois influenciam no
comportamento de seus funcionários, por muitos deles estarem inseridos nesse meio,
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estarem acompanhando as inovações e novidades que acontecem e são informadas em
tempo real.
Além da comunicação, as empresas têm utilizado as redes sociais para recrutar
novos colaboradores., como afirma Gomes (2015, p.39):
Presentemente, existem diversas redes sociais que auxiliam no processo de
recrutamento na internet, como o Linkedin e Facebook. Estas redes sociais são
utilizadas por empresas que colocam as oportunidades de emprego online nas
redes sociais mais adequadas para o perfil pretendido.
Sendo assim, as empresas estão atentas às mutações e interações que estão
acontecendo por meio das mídias sociais, e com isso, estão entendendo e tentando, cada
vez mais, se aproximar de seus colaboradores com a utilização de diversas redes sociais,
como Facebook, Twitter e Linkedin.
3.1. Aspectos negativos das redes sociais
As redes sociais servem como canal de interação e aproximação entre empresas e
colaboradores, porém, por mais que existam os benefícios do uso da rede, há
desvantagens.
Em um estudo promovido por Alméri et al (2013, p. 5), foram analisados os
impactos das tecnologias, com destaque as redes sociais, nos ambientes organizacionais,
onde foram traçadas as desvantagens da utilização das redes sociais no comportamento
organizacional de seus colaboradores, que serão descritos no Quadro 1 a seguir:
Quadro 1: Análises os impactos das tecnologias em relação as redes sociais.
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Fonte: Alméri et al (2013, p. 5).
Nota-se que um dos fatores preocupantes para as empresas quanto às redes sociais
é quanto ao uso indevido pelo colaborador das redes sociais, que podem ocasionar a
divulgação de documentos sigilosos da empresa, causando grande impacto em sua
reputação ou competitividade.
Temos, também, a alteração do comportamento no relacionamento entre os
próprios colaboradores, que deixam de dialogar com seu colega de trabalho, para se
isolarem em seus computadores ou smatphones, como defendem Silva et al (2013, p. 10).
Diferente do relacionamento olho no olho, que é forte, duradouro, sincero, real,
autêntico e sólido, esse tipo de relacionamento é considerado um relacionamento frágil,
descartável e superficial, uma vez que não há compromissos ou vínculos entre os
envolvidos.
Sendo assim, pelo uso indevido das redes sociais no ambiente organizacional, as
pessoas tendem a se isolar, não realizarem seu trabalho com dedicação e excelência, além
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de acabar por não desenvolverem relacionamento com outros membros do grupo, não
criando assim uma sinergia, que é importante para todos na empresa.
Observa-se a clara influência das redes sociais no comportamento do colaborador,
quanto à influência negativa, destaca-se a diminuição drástica da produtividade.
3.2. Aspectos positivos das redes sociais
Frente às desvantagens que foram expostas anteriormente, as redes sociais não são
vistas apenas como algo negativo pelas empresas, tendo também seu aspecto positivo.
As redes sociais trouxeram grande avanço para toda a sociedade, inclusive para as
empresas, como conceitua Telles (2009, p 23):
Na geração digital, a tecnologia atinge todos os segmentos na vida de uma
pessoa: profissional, afetivo, familiar e pessoal. As pessoas estão interligadas
em rede, colaborando na troca de informação. O comportamento da geração
digital é fortemente influenciado pela evolução tecnológica, com a entrada nas
nossas vidas do que nos acostumamos a chamar de tecnologia da informação,
ou informática, que transformou nosso dia a dia.
Acompanhando a evolução das redes sociais e seu relacionamento com as
empresas, Alméri et al (2013, p. 5), anota que:
As redes digitais estão dispostas em uma infinidade de canais diferentes que
podem ser úteis aos interesses das organizações. A rapidez da expansão de
pessoas integradas nesses canais tem influenciado empresas a utilização dessas
redes como recursos orientados a construção de estratégia, praticidade e
aperfeiçoamento aos meios de comunicação.
Como as redes sociais são variadas e possuem diversos públicos-alvo, o
entendimento, por parte das empresas, das vantagens oferecidas por elas pode ser um
diferencial competitivo, ajudando na construção das estratégias, que devem ir em
consonância com o comportamento de seus colaboradores.
Alméri et al (2013, p. 5) elaboraram no mesmo estudo, as vantagens do uso das
redes sociais no comportamento organizacional dos colaboradores, que serão descritos no
Quadro 2 a seguir:
Quadro 2: Análise sobre os impactos positivos das tecnologias em relação as redes sociais.
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Fonte: Alméri et al (2013, p. 5).
Sobre os pontos citados anteriormente, podemos notar que as influências positivas
das redes sociais no ambiente corporativo são inúmeras, como aumentar a rapidez na troca
de informações entre os colaboradores, pela facilidade de acesso as redes sociais.
E essa rapidez impacta diretamente na “diminuição” da distância geográfica entre
diversos departamentos da empresa, isso faz com que os colaboradores não tenham mais
que sair de seus departamentos para se locomoverem até a outra pessoa para realizar um
tipo de conversa. Isso influencia diretamente no comportamento dos colaboradores pela
facilidade adquirida de contato, podendo aumentar, assim, a produtividade do
colaborador por não ter que se descolar.
As redes sociais, também, proporcionam a possibilidade da realização de
videoconferência, possibilitando se comunicar com qualquer lugar do mundo sem sair de
sua sala.
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Entre outros, destaca-se também o fato de o uso das redes sociais pelas empresas
impactarem na vida de todos, por meio da aproximação entre os colaboradores e as
empresas.
4. METODOLOGIA
Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 83),
todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em
contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são
ciências. Dessas afirmações podemos concluir que a utilização de métodos
científicos não é da alçada exclusiva da ciência sem o emprego de métodos
científicos.
A abordagem metodológica da pesquisa consiste em um debate bibliográfico
sobre o tema que tem por base o desenvolvimento do presente trabalho.
5 RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se mostrar que o uso responsável das redes sociais pode ser um contributo
para o processo de comunicação imediata nas empresas. Vale ressaltar que o uso indevido,
descompromissado pode prejudicar não só a empresa como um todo, como também o
próprio colaborador.
Com o desenvolvimento deste trabalho, espera-se mensurar os impactos que a as
redes sociais causam em ambientes de trabalho, no que concerne execução de atividades
diárias, bem como interação entre colaboradores.
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A LIDERANÇA E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL APLICADAS NO
CONTEXTO DE GESTÃO DE PROJETOS
CRISTIE ELLEN LOPES FERREIRA
LIGIA MARIA TEIXEIRA DE FARIA BREZOLIN
TALITA DA SILVA CORREA
Resumo
O presente artigo apresenta um estudo sobre a liderança e a inteligência emocional aplicadas no
contexto de gestão de projetos. Tem como objetivo geral analisar as principais habilidades e
competências que o gestor de projetos precisa ter para obter resultados satisfatórios no projeto.
Identificou-se que há cinco principais habilidades que o gestor de projetos precisa desenvolver:
liderança, comunicação, negociação, gerenciamento de conflitos e influência. E, em relação
inteligência emocional, identificou-se que há alguns elementos importantes, dentre eles estão: o
autoconhecimento, a automotivação, a gerência das relações com as outras pessoas, a
espontaneidade, a empatia, e a gerência de suas próprias emoções. A metodologia utilizada no
artigo foi a pesquisa bibliográfica elaborada a partir da seleção da literatura existente sobre o
assunto. Assim, espera-se contribuir para que o gestor desta área saiba utilizar a inteligência
emocional em favor da sua liderança e obtenha um maior desempenho na realização,
desenvolvimento e gerenciamento do projeto.
Palavras-chave: Gestão de Projetos. Liderança. Inteligência Emocional. Gestor de Projetos.
Abstract
This article presents a study on leadership and emotional intelligence applied in the context of
project management. Its main objective is to analyze the main skills and competences that the
project manager must have to obtain satisfactory results in the project. It was identified that there
are five main skills that the project manager needs to develop: leadership, communication,
negotiation, conflict management and influence. And in relation to emotional intelligence, it has
been identified that there are some important elements, among them are: self-knowledge, self-
motivation, the management of relationships with other people, spontaneity, empathy, and the
management of their own emotions. The methodology used in the article was the bibliographical
research elaborated from the selection of existing literature on the subject. Thus, it is hoped that
the manager of this area will be able to use the emotional intelligence in favor of his leadership
and obtain a greater performance in the realization, development and management of the project.
Keywords: Project management. Leadership. Emotional intelligence. Project Manager.
INTRODUÇÃO
Muito se tem discutido, recentemente, acerca de liderança em projetos,
principalmente quanto às características presentes no líder, tendo em vista os resultados
alcançados. O papel do gestor dentro de um projeto é fundamental para o seu sucesso,
sendo um fator crucial para o êxito de uma iniciativa dentro da empresa.
Muitos projetos não conseguem obter sucesso devido à falta de planejamento,
monitoramento, controle, gerenciamento das equipes, a falta de comunicação, dentre
outros problemas, que podem interferir diretamente na execução e no êxito do projeto.
Levando-se em consideração esses aspectos, o objetivo geral da pesquisa é analisar quais
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são as principais habilidades e competências que o gestor de projetos precisa alcançar
para obter sucesso em seu projeto. A metodologia utilizada no artigo foi a pesquisa
bibliográfica, buscando subsidiar os conceitos tratados neste trabalho. Assim, espera-se
contribuir para que o gestor desta área obtenha um maior desempenho na realização,
desenvolvimento e gerenciamento do seu projeto, juntamente com sua equipe.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Definição de Projeto
Para compreender de forma clara sobre a gestão de projetos, primeiramente é
preciso entender o que é um projeto.
Segundo Nocêra (2009, p.11), o termo projeto vem do latim projectu e significa
adiante, ou seja, ideia que se forma para executar ou realizar algo no futuro; plano;
intento; desígnio. É perceptível que um projeto é um empreendimento único, e a sua
existência deve-se basicamente à necessidade de planejamento específico para alcançar
seus objetivos, sendo estes objetivos compostos por custos, prazos, atividades, entre
outros aspectos.
Vargas (2016, p.8) define projeto como:
[...] um empreendimento não respectivo, caracterizado por uma sequência clara
e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo
claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros
predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade.
O PMI (Project Management Institute) é um instituto para profissionais de
gerenciamento de projetos. Segundo o PMI (2019), um processo é um conjunto de ações
e atividades inter-relacionadas que são executadas para criar um produto, serviço, ou
resultado pré-especificado. Cada processo é caracterizado por suas entradas, ferramentas
e técnicas que podem ser aplicadas, e as saídas resultantes.
1.1.1. Gestão de Projetos
Segundo Clements (2013, p.13), a “Gestão de Projetos significa planejar,
organizar, coordenar, liderar e controlar recursos para concretizar o objetivo do projeto”.
E, ainda, para Bento (2013, p.25), “Gestão de Projetos é a aplicação do conhecimento,
habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, de forma a atingir e exceder
as expectativas dos interessados pelo projeto”.
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De acordo com o PMI (2019, [s.p.]), o gerenciamento de projetos é “uma
competência estratégica para organizações, permitindo com que elas unam os resultados
dos projetos com os objetivos do negócio e, assim, melhor competir em seus mercados”.
O PMI (2019) ainda estabelece cinco grupos para o processo de gerenciamento
dos projetos, são eles: o início, o planejamento, a execução, o monitoramento e controle
e o encerramento. Dentre esses cincos grupos, Clements (2013) afirma que há duas
funções de maior relevância que envolve o processo de gestão de projetos, sendo a
primeira estabelecer o plano e a segunda executá-lo para concretizar o objetivo do projeto:
Tendo o patrocinador preparado o termo de abertura do projeto, o esforço em
geri-lo deve ser focado em estabelecer um plano-base realista que contenha um
roteiro de como o escopo do projeto será concretizado a tempo e dentro do
orçamento. O objetivo do projeto estabelece o que deve ser concretizado. O
processo de planejamento determina o que é necessário ser feito (escopo,
entregas), como será feito (atividades, sequência), quem o fará (recursos,
responsabilidade), quanto tempo será necessário (durações, programação),
quanto custará (orçamento) (CLEMENTS, 2013, p.13).
Em virtude do que foi mencionado, a empresa que investe em uma gestão de
projetos eficiente, se torna mais competitiva no mercado, agregando mais valor em sua
marca e deixando seus clientes cada vez mais satisfeitos.
1.2. Gestor de Projetos
De acordo com o PMI (2014, p.16) o gerente de projetos:
[...] é a pessoa alocada pela organização executora para liderar a equipe
responsável por alcançar os objetivos do projeto. O papel do gerente de
projetos é diferente de um gerente funcional ou gerente de operações.
Normalmente, o gerente funcional se concentra em proporcionar a supervisão
de gerenciamento de uma unidade funcional ou de negócios, e os gerentes de
operações são responsáveis pela eficiência das operações de negócios.
Segundo Maximiano (2006, p.182), a responsabilidade do gestor de projetos “é
assegurar a realização do projeto dentro dos padrões de desempenho da missão, prazo e
custo, o que exige a administração de comunicações, recursos humanos, contratos,
materiais e riscos”. E todas essas responsabilidades podem variar de empresa para
empresa, dependendo de muitos fatores como a complexidade do projeto, os interesses
do cliente, a estrutura do projeto, dentre outros.
1.2.1. Habilidades e competências do Gestor de Projetos
Para que a organização alcance resultados satisfatórios referente a seus projetos,
faz se necessário o investimento em sua liderança. É importante para um gestor de
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projetos buscar o aprimoramento de suas habilidades e competências para melhorar o
desempenho e resultado do projeto. Para PMI (2014, p.513), “gerentes de projetos
eficazes adquirem um equilíbrio de habilidades técnicas, interpessoais e conceituais que
os ajudam a analisar situações e a interagir de forma apropriada”.
1.2.2. Competências do Gestor de Projetos
De acordo com Rabechini Jr. (2005, p.72), “as competências em gestão referem-
se ao ambiente comportamental, de relacionamento pessoal e de domínio das capacidades
de influenciar indivíduos para o bem do projeto”. E, ainda, conforme Maximiano (2006,
p.194), “competências são as qualificações necessárias para o desempenho eficaz do
papel de gerente de projetos. As competências gerenciais agrupam-se em três categorias
principais: conhecimentos, habilidades e atitudes”. O autor descreve cada umas delas:
▪ Conhecimentos: são as informações que fazem parte do sistema de informação do
gerente. São obtidos por meio dos tipos de educação formal e informal e até mesmo
por experiências. Alguns conhecimentos são importantes para o gestor de projetos,
dentre eles estão, a competência técnica, conhecimento de ferramentas de
administração de projetos, compreensão de sistemas organizacionais e do ciclo de
vida.
▪ Habilidades: são as competências práticas, desenvolvidas pela experiência, que
permitem ao gestor lidar de maneira assertiva com as dificuldades dos projetos. Essas
habilidades são agrupadas em cinco categorias: interpessoais, conceituais, analíticas,
intrapessoais e pragmáticas.
▪ Atitudes: no âmbito da administração de projetos, as atitudes estão na base do
interesse do gerente por seu próprio cargo – a motivação intrínseca associada a
performance em seu papel de gerente. Há três motivações que estão relacionadas aos
papeis gerenciais: a liderança, a contribuição para o alcance dos objetivos da empresa
e a realização pessoal por meio da superação de dificuldades.
1.2.3. Habilidades do Gestor de Projetos
Segundo Vieira (2003, p. 23), “para exercer o nobre papel de gestor de projetos,
o gerente precisa de habilidades de administração geral, tais como: liderança,
comunicação, negociação, solução de problemas e influência”.
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1.2.3.1. Liderança
A liderança é uma grande ferramenta para o desenvolvimento da organização. Ela
auxilia nos processos da empresa, como mostra Silva (2015, p.236), que define a liderança
como “o processo de dirigir e influenciar as atividades de pessoas no sentido de alcançar
os objetivos de uma organização”. Dessa forma, a liderança é necessária dentro da
organização, pois ela influencia nos processos e nas atividades, a fim de se fazer com que
alcance as metas determinadas dentro da empresa. Para Ervilha (2012, p.73), “liderar é
influenciar e conduzir nas situações em que é identificado um objetivo claro e definido,
na busca dos resultados desejados”. A autora ressalta que a liderança é saber como
acompanhar a sua equipe nos processos, para assim, atingir os objetivos da empresa.
Silva (2015) mostra que a liderança é dividida de duas formas, a liderança formal
e a informal. A liderança formal, exercida por pessoas escolhidas para posições nas
organizações, ou seja, pessoas pré-designadas para exercer o cargo. Já a liderança
informal é exercida por pessoas que se tornam influentes por suas habilidades especiais,
que servem as necessidades de outros. Em suma, são pessoas que tem certa influência
sobre a equipe.
Além disso, nota-se que muitas vezes o gestor é visto como líder, o que nem
sempre ocorre dentro das organizações, como ressalta Cosme et al (2012, p.2), “por vezes
confunde se liderança com gestão, mas nem sempre os líderes são gestores ou vice e
versa, isto é, nada indica que o gestor seja líder”. Robbins (2005, p. 258) diz que “o
administrador utiliza a autoridade natural de sua posição na organização para obter o
comprometimento dos membros”. Já o líder, como já mencionado, é aquele que tem a
capacidade de influenciar sua equipe para conseguir chegar aos resultados exigidos pela
empresa. Muitas vezes ele pode ser escolhido de forma involuntária pelo grupo ou pela
equipe, como mostra Silva (2013, p.81), “o líder, por sua vez, é eleito pelo grupo de forma
explicita, por meio de uma votação, ou de modo implícito”.
De acordo com Silva (2013, p.84):
Há necessidade de conhecer melhor os estilos de liderança que podem estar
presentes no grupo; pela identificação desses elementos, será mais fácil
observar qual é o tipo de líder mais indicado para um grupo, observando-se,
desse modo, de que maneira se deve proceder para que os objetivos definidos
pelo grupo possam ser atingidos, salientando-se de que maneira a intervenção
do líder poderá facilitar esse processo.
Levando-se em consideração esses aspectos, há quatro estilos de liderança, sendo:
o autocrata, o democrático, o situacional e o Laissez-faire.
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▪ Estilo Autocrata: Para Silva (2013, p.84), “esse estilo de liderança mostra-se
adequado quando o principal objetivo do grupo é obter um bom índice de
produtividade, quanto mais organizadas puderem ser as tarefas, melhores serão os
resultados obtidos”. Ainda segundo a autora, pode-se afirmar que esse tipo de liderança
é mais reservado, visando sempre buscar os resultados das tarefas exercidas pela sua
equipe no ambiente organizacional. Para França (2006, p.59), nesse estilo, “o poder é
emanado de um núcleo centralizador e mobilizador das regras, decisões e informações.
O uso incorreto gera o autoritarismo, a ditadura, o monopólio e a verticalização do
poder”. O líder é o encarregado na realização da separação e monitoramento das tarefas
para sua equipe, porém, sem muita participação e envolvimento na mesma.
▪ Estilo Democrático: No estilo democrático, por sua vez, o grupo sempre será incluído
na tomada de decisões e das etapas. Silva (2013, p.84) fala que “nessa modalidade, o
grupo se incumbe de debater seus objetivos e seus integrantes participam de todas as
etapas para alcançá-los; o líder envolve-se diretamente com essas tarefas e permite que
o grupo se subdivida como desejar”. E assim, o grupo consegue ter um maior
envolvimento, criatividade e motivação, como expõe a autora, “esse estilo de liderança
favorece altos índices de motivação dos integrantes do grupo, estimulando sua
criatividade, autodeterminação e a cooperação”. Logo, esse estilo de liderança
contribui para o aumento da produtividade em relação à equipe dentro da organização.
▪ Estilo Laissez-faire: Nesse estilo de liderança, afirma Silva (2013, p.85), “a
participação no grupo é mínima; caberá às pessoas a definição de seus objetivos e os
procedimentos que deverão adotar para alcançá-los”. Em face a essa realidade, nesse
estilo é a equipe que determina como será feito as atividades e como será dividido as
tarefas, sem a interferência do líder. Esse estilo de liderança é mais recomendado para
situações onde os integrantes do grupo tenham maior conhecimento dos processos,
como dizem Cosme et al (2012, p.3), “é um estilo pouco aceitável, a não ser em casos
excepcionais em que os membros do grupo são especialistas e bem motivados”, e
podendo ser denominada como uma escolha prematura, “nesses casos a escolha do
líder pode ter sido precipitada e não irá contribuir para o melhor engajamento entre as
pessoas”, conclui Silva (2013, p.85).
▪ Estilo situacional: consiste no modo como o líder consegue se adaptar com a situação
e o tipo de liderança que melhor se enquadra nela. Segundo Silva (2013, p.85), nesse
tipo de liderança, o líder se denomina como: “autocrático, democrático, ou permissivo,
de acordo com a situação. Ele possui sabedoria em aplicar os três estilos de liderança
conforme a situação organizacional e esse exercício determinará seu sucesso pessoal
como líder”. Silva (2013, p.85) ainda ressalta que “é fundamental que se conheça o
comportamento do liderado e a situação organizacional para se exercer a liderança de
forma mais adequada”.
1.2.3.2. Comunicação
A comunicação é a chave para o êxito do projeto, para PMI (2013, p.515):
Uma comunicação eficaz dentro da equipe do projeto e entre o gerente de
projeto, os membros da equipe e todas as partes interessadas externas é
essencial. A comunicação aberta conduz ao trabalho em equipe e de alto
desempenho. Ela aprimora as relações entre os membros da equipe e cria
confiança mútua.
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Em virtude do que foi mencionado, a comunicação da equipe é a essência do
projeto, pois, ela que irá conduzi-lo para obter melhores resultados. Segundo o PMI
(2013, p.515), “o gerente de projetos deve estar ciente dos estilos de comunicação das
outras partes, das questões culturais, relacionamentos, personalidades e contexto geral da
situação”. E ainda segundo o instituto PMI (2013), “devem identificar os vários canais de
comunicação, entender quais informações devem fornecer, quais informações precisam
receber, e quais habilidades interpessoais os ajudarão a se comunicar de modo eficaz
[...]”. Ou seja, o gestor tem que utilizar de suas habilidades para saber se comunicar de
forma clara e sucinta, para que haja entendimento do grupo sobre o que está sendo
trabalhado.
O PMI (2013, p.515) ressalta que dentro da comunicação também é importante
saber escutar, e que isso auxilia nas tomadas de decisões, “fornecem ao usuário uma visão
melhor das áreas problemáticas, das estratégias de negociação e gerenciamento de
conflitos, do processo decisório e da resolução de problemas”.
1.2.3.3. Influência
Para PMI (2013, p.515), a influência “é uma estratégia de compartilhar o poder e
confiar nas habilidades interpessoais para fazer com que outros cooperem para o alcance
de objetivos comuns”. O autor explica que há diretrizes que podem influenciar os
membros da equipe, que são liderar, cumprir os objetivos, explicar como será tomada a
decisão e usar a habilidade interpessoal.
1.2.3.4. Gerenciamento de conflitos
Muitos fatores podem ocasionar em conflitos dentro de um projeto, como mostra
o instituto PMI (2013, p.518):
Os conflitos são inevitáveis em um ambiente de projeto. Os requisitos
conflitantes, a competição por recursos, as falhas de comunicação e muitos
outros fatores podem se tornar fontes de conflitos. No ambiente de um projeto,
o conflito pode produzir resultados disfuncionais. No entanto, se gerenciados
de modo eficaz, os conflitos podem, na verdade, ajudar a equipe a chegar a
uma solução melhor.
Desta forma, se o gestor souber como gerenciar os conflitos, ele auxiliará a equipe
na resolução do problema. E, de acordo com o PMI (2013, p.518), “o gerente de projetos
deve estar apto a identificar as causas do conflito e então gerenciar o conflito minimizado,
assim, os impactos negativos potenciais”.
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Além de saber como auxiliar sua equipe, é essencial que o gestor constitua
confiança entre os colaboradores no projeto, como explica o autor (PMI, 2013, p.518),
“O gerenciamento de conflitos em um ambiente de projetos envolve o estabelecimento
da confiança necessária para que todas as partes sejam abertas e honestas e se engajar na
busca de uma solução positiva para a situação que está criando o conflito”.
Conforme o instituto PMI (2013, p.518), o gerenciamento de conflitos “é um dos
maiores desafios enfrentados pelo gerente do projeto. Ele mobiliza todas as outras
habilidades interpessoais de um gerente do projeto a fim de conduzir a equipe a uma
solução bem-sucedida do conflito”.
1.2.3.5. Negociação
O PMI (2013, p.517) diz que a negociação é:
[...] uma estratégia de deliberação com as partes sobre os interesses em comum
ou divergentes visando o compromisso de se chegar a um acordo. A
negociação é uma parte integral do gerenciamento de projetos e, se bem-feita,
aumenta a probabilidade de êxito do projeto.
O autor ainda acrescenta que há habilidades e comportamentos que são essenciais
na hora da negociação, como, por exemplo, examinar a situação, distinguir entre desejos
e necessidades, concentrar-se nos interesses ao invés de posições, escutar com atenção e
sempre se comunicar de maneira clara e objetiva, dentre outras habilidades.
1.3. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
É de extrema importância a inteligência emocional para o gestor. Segundo Silva
(2013, p.57), “inteligência emocional (IE) envolve a habilidade de monitorar as próprias
emoções e as dos outros, discriminando-as e utilizando-as para guiar pensamentos e
ações”. Assim entende-se que a IE auxilia na tomada de decisões de forma mais eficaz e
precisa na organização. Para Robbins (2010, p.105), inteligência emocional “é a
capacidade da pessoa de ser autoconsciente do seu estado afetivo (reconhecer suas
próprias emoções quando as sente), detectar as emoções nos outros e administrar as pistas
e administrar as pistas e informações transmitidas pelas emoções”. Esses aspectos
mostram, que a pessoa que possui inteligência emocional, consegue ter um controle de
suas emoções, assim transfere uma estabilidade emocional para motivar a sua equipe.
Ainda para França (2006, p. 35), “a inteligência emocional é a capacidade de uma
pessoa intuir por meio de sentimentos, emoções e sensibilidade social”, a autora
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acrescenta que há alguns elementos relevantes dentro da inteligência emocional, como o
autoconhecimento, a automotivação, a gerência das relações com as outras pessoas, a
espontaneidade, a empatia, e a gerencia de suas próprias emoções. Dessa forma, a
inteligência emocional favorece na comunicação, no gerenciamento e no engajamento do
trabalho com sua equipe.
Para Lacombe (2005, p. 218), “líderes verdadeiramente eficientes se distinguem
por um alto grau de inteligência emocional, que abrange autoconhecimento, autocontrole,
motivação, empatia e habilidade social”. Observa-se que esses fatores são essenciais para
a formação de um líder eficaz. Lacombe (2005, p.219) descreve cada um deles:
• Autoconhecimento: é o primeiro componente da inteligência emocional. Pessoas que
tem alto grau de autoconhecimento reconhecem como seus sentimentos afetam a elas
próprias, aos outros e ao desempenho no trabalho. Autoconhecimento envolve a
compreensão clara de seus valores e objetivos. Em vista do que foi mencionado, o
gestor conhecendo a si mesmo, consegue ter um controle da situação, evitando que os
seus sentimentos afetem dentro do projeto.
• Autocontrole: é o componente da inteligência emocional que nos liberta de ficarmos
presos em nossos próprios sentimentos. E, isso é importante para criar um ambiente
de confiança e justiça, favorecendo o aumento na produtividade e diminuição das lutas
internas. O autocontrole auxilia o gestor a sempre manter o controle no ambiente,
evitando conflitos internos que possam ocorrer e, com isso, gerar confiança entre as
partes interessadas do projeto.
• Motivação: os líderes com inteligência emocional, tendem a motivar sua equipe a
sempre alcançar os objetivos estabelecidos no projeto. Ainda, segundo Lacombe
(2005, p.219):
Líderes procuram obter êxito além das expectativas. São motivados por fatores
internos: um desejo profundamente enraizado de realização pela própria
realização em si. Eles tendem a se manter realisticamente otimistas mesmo
quando os indicadores mostram que as coisas não estão indo bem.
Dessa forma, entende-se que se mesmo o projeto não estiver indo como o
esperado, o gestor buscar-se-á manter otimista, a fim de sempre motivá-los.
• Empatia: é um dos aspectos que mais transparece no líder, é ela que vai ajudar o
gestor na hora de saber identificar se a equipe está no equilíbrio para atingir os
resultados do projeto. A empatia para um líder, não significa procurar agradar a
todos ou tornar seus os sentimentos dos outros, significa considerar de forma
ponderada os sentimentos dos outros no processo de tomada de decisões
inteligentes.
• Habilidade social: as pessoas com essa habilidade tendem a ter um grande círculo
de conhecimentos pessoais e buscam encontrar interesses comuns com essas
pessoas. Dessa forma gestor precisa saber se comunicar de forma clara, para que
assim consiga ter um envolvimento com sua equipe.
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Levando-se em consideração os aspectos mencionados, todos são importantes
para formar um líder com inteligência emocional e, que essas habilidades auxiliam no
gerenciamento da equipe, a fim de se atingir os objetivos esperados no projeto.
2. A LIDERANÇA E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL APLICADA NA
GESTÃO DE PROJETOS
Segundo Rabechini Jr. (2005, p.148), “liderança foi considerada a habilidade mais
importante do gerente de projetos [...]. Está intimamente ligada ao conceito de influência,
ou seja, capacidade do líder de influenciar sua equipe visando aos resultados do projeto”.
Ainda segundo o autor, o desenvolvimento de projetos através do uso da gestão de
liderança exige, por parte dos gerentes, conhecimento dos enfoques motivacionais e
comportamentais dos envolvidos nas equipes de projeto.
Conforme Maximiano (2006, p.205):
A liderança orientada para o gerente compreende uma grande variedade de
comportamentos específicos e outros estilos, que dão maior importância à
participação do gerente no processo de administrar o projeto. A liderança
orientada para o gerente é designada como: liderança autocrática; liderança
orientada para a tarefa; liderança autoritária; liderança orientada para os
resultados.
Dessa forma, entende-se que a liderança na gestão de projetos é uma habilidade
de extrema importância para o gestor, assim como, a inteligência emocional, que segundo
Caruso e Salovery (2007, p.187), pode ajudar o líder em seis desafios centrais da
administração e da liderança, são eles: criar equipes eficientes; planejar e decidir com
eficiência; motivar as pessoas; comunicar uma visão; promover mudanças e gerar
relacionamentos interpessoais efetivos.
Ainda, de acordo com Caruso e Salovey (2006, p.186), “não existe maneira única
e conclusiva de formar um líder emocionalmente inteligente”. Segundo os autores
(CARUSO E SALOVEY, 2006, p. 186):
Se adquirir essa inteligência e a puser em prática, terá a chance de se tornar
algo ainda melhor: um líder de equipes e organizações com qualidades
positivas e duradouras que podem lhe proporcionar uma vantagem em termos
de lealdade e comprometimento, bem como no empenho da equipe por fazer a
coisa certa.
Percebe-se que, se o gestor de projetos possui inteligência emocional, ele
consegue lidar e incentivar de maneira positiva sua equipe para atingir bons resultados.
E, conforme os autores Caruso e Salovey (2006, p.187), as competências emocionais são
tão importantes quanto os conhecimentos técnicos.
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Considerando as implicações no desenvolvimento da inteligência emocional na
gestão de projetos há de se afirmar que ela traz benefícios ao projeto, auxiliando nas
tomadas de decisões, nas resoluções de conflitos, dentre diversas habilidades positivas
que farão do gestor um bom líder.
3. METODOLOGIA
A metodologia da presente pesquisa consiste numa abordagem teórica, a partir de
livros, sites, artigos relacionados ao tema. É uma pesquisa bibliográfica elaborada a partir
da seleção da literatura existente sobre o assunto.
De acordo com Brasileiro (2014, p.23), metodologia científica é o “conjunto de
normas e procedimentos padronizados para levar uma investigação ao seu objetivo: um
resultado confiável e convincente”.
Brasileiro (2014, p.29) diz que a pesquisa “é uma atividade cotidiana, uma atitude,
um questionamento sistemático crítico e criativo, ou o diálogo crítico permanente com a
realidade em sentido teórico e prático”. Ainda, segundo o autor, toda a pesquisa traz o
objetivo que será investigado, seja do tema, assunto ou fenômeno que será estudado.
Segundo Gil (2002, p.44), pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora
em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há
pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.
4. RESULTADOS ESPERADOS
Em virtude do que foi exposto, entende-se que é imprescindível para a obtenção
de bons resultados e para alcançar o sucesso de um projeto que a organização invista em
sua liderança dentro da gestão de projetos.
Assim, espera-se contribuir com o gestor de projetos para que alcance um maior
desempenho na realização, desenvolvimento e gerenciamento do seu projeto, juntamente
com sua equipe de trabalho.
REFERÊNCIAS
BENTO, Roberta Beatriz Aragon. Gestão de Projetos. São Paulo: Anhembi Morumbi,
2013.
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A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA
(MODELO KANBAN ELETRÔNICO) PARA GERENCIAMENTO DE
ESTOQUE DE MATÉRIA PRIMA
CASSIANO RODRIGUES FAUSTINO
LARISSA STEFANI RODRIGUES ALVES
ROSINEI BATISTA RIBEIRO
Resumo
A presente pesquisa ressalta a importância da fabricação enxuta (e da produção na quantidade e
no momento correto), usando ferramentas da qualidade, PCP e logística. Tem como objetivo
contribuir para a melhora no processo de armazenagem de matéria-prima, utilizando a
combinação do modelo Kanban eletrônico, o sistema RFID e logística de estoques, com os
princípios do Lean manufactory e Just In Time. O sistema RFID tem a função de realizar o
apontamento e rastreabilidade do item no estoque com a finalidade de agilizar o processo por
meio da automatização e acessibilidade, permitindo a visualização do que entrou, saiu e está no
estoque em tempo real. Desta forma será possível verificar se há um aumento na eficácia do
processo tanto na inserção do material no sistema, bem como na facilitação da rastreabilidade dos
mesmos no estoque eletronicamente. Com esses procedimentos, espera-se otimizar tempo com
inventários físicos, evitando problemas com erros de não realização de baixa sistêmica de
material, com material em estoque registrado contabilmente, mas inexistente fisicamente ou
quantidades divergentes.
Palavras-chave: Produção exuta. Kanban Eletrônico. Identificação por Radio Fraquência.
Abstract
The present research emphasizes the importance of lean manufacturing and production in the
right quantity and at the right time, using quality, PCP and logistics tools. The objective is to
improve the raw material storage process, using the Kanban model, electronic RFID system and
inventory logistics, with the principles of Lean manufactory and Just In Time. In this way, the
RFID system will allow item tracking and traceability in the inventory to be agile, automated and
accessible, allowing the visualization of what has entered, left and is in the inventory in real time,
dynamically, increasing efficiency both in insertion of the material in the system, as well as
facilitating their traceability in the inventory electronically, and finally, optimizing time with
physical inventories, avoiding problems such as inventory material and non-material physically
or divergent quantities and also problems with non-performing errors of material.
Keywords: Lean Manufactory. Electronic Kanban. Radio Frequency identification.
1. INTRODUÇÃO
Com um panorama cada vez mais competitivo e estando em um ambiente
globalizado, faz-se necessário que as empresas busquem estar à frente da concorrência
por meio da realização de atividades que visem a redução de custos e a melhoria de seus
processos continuamente.
A todo momento surgem novas ferramentas a serem utilizadas nos processos para
eliminar diferentes desperdícios contidos nas operações para auxiliar a fabricação ou
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manufatura enxuta. Um novo conceito de gestão com o pensamento de Manufatura
Enxuta é conhecido como produção enxuta.
O Lean Manufacturing é uma ferramenta muito útil na forma de gerenciamento
que visa a melhora do desempenho da empresa em seus requisitos principais, afetando
diretamente a qualidade e menor custo de seu produto.
O Lean Manufacturing traz consigo ferramentas que auxiliam este modelo de
indústria inovadora e competitiva, uma proposta de mudança de mentalidade e quebra de
paradigmas. Alguns fatores devem ser trabalhados uma vez que costumam ser grandes
obstáculos durante a fase de adaptação desta nova filosofia de trabalho. Em outras
palavras, para a implantação de um processo de manufatura enxuta e suas ferramentas, a
empresa deve saber em que situação ela está, e estabelecer de forma clara a razão para a
mudança.
Para a adoção de um novo pensamento sobre gestão torna-se essencial o
envolvimento de todos colaboradores, desde a direção até o setor de fabricação.
Uma organização voltada ao aumento da produtividade, eficiência e qualidade
deve evitar perdas, retrabalhos e aspectos que não agregam valor ao seu produto. Entender
o fluxo do material desde a aquisição das matérias-primas até a sua entrega evita a
fragmentação das atividades promovendo a coerência dos processos. A gestão dos
estoques está diretamente ligada à lucratividade da empresa. Ao gestor cabe garantir o
giro cada vez mais rápido das mercadorias sem colocar em risco o abastecimento das
linhas de produção e em consequência o atendimento aos pedidos.
A redução dos níveis de estocagem ganha importância acerca da diminuição das
margens de lucro nas organizações e do tempo de vida cada vez mais curto dos seus
produtos.
O administrador de materiais deve manter sob controle as quantidades dos
diferentes materiais existentes proporcionando o menor impacto financeiro dentro do
montante estocado.
Deixar de lado a importância da rotatividade das mercadorias pode impedir o
consumo de itens no tempo correto gerando acréscimo do nível de produtos obsoletos e
impróprios para utilização. Este estudo procura mostrar maneiras de eliminar e reduzir os
níveis de estoques e produtos que não são utilizados, ter informações mais precisa para
saber onde atuar no momento certo sem perda de tempo. A ferramenta utilizada para este
contexto é o sistema de rádio frequência (RFID).
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Uma ferramenta que pode ajudar muito no controle de estoque, rastreabilidade,
coleta de dados mais eficaz, otimização do tempo e espaço, redução de tempo com
inventários, assim antecipando irregularidades no processo é denominada Sistema de
Identificação por Radiofrequência ou RFID (Radio Frequency IDentification). Essa
ferramenta pode ajudar a elevar o nível de competitividade da empresa com uma gestão
de manufatura enxuta.
Com a implantação do RFID, a gestão de estoques passa a buscar atender as
diferentes demandas no menor período de tempo evitando o abastecimento desnecessário.
Os menores custos operacionais na manutenção dos estoques podem ser compreendidos
na redução dos desperdícios por excesso de abastecimento decorrente de falhas de
planejamento.
O alinhamento de ferramentas disponíveis (RFID) nesta nova filosofia poderá
informar ao gestor de materiais a capacidade de conhecer melhor o perfil dos seus
fornecedores, clientes, produtos e processos ligados à sua área de negócio.
Esta pesquisa ressalta a importância da fabricação enxuta (e da produção na
quantidade e no momento correto), usando ferramentas da qualidade, PCP e logística.
Tem como objetivo contribuir para a melhora no processo de armazenagem de matéria-
prima, utilizando a combinação do modelo Kanban eletrônico, o sistema RFID e logística
de estoques, com os princípios do Lean manufactory e Just In Time.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Lean Manufactory (Manufatura Enxuta)
De acordo com Womack e Jones (1992), a manufatura enxuta se início com o
Sistema Toyota de Produção, composto por um conjunto de recomendações e princípios
que as empresas industriais devem seguir com o intuito de tornarem sua produção enxuta
e ágil e, se potencializarem no tempo, perante a atual dinâmica do mercado.
Nas palavras de Andrade (2006, p. 65),
A manufatura enxuta, ou originalmente lean manufacturing, foi cunhada após
uma pesquisa de benchmarking em empresas, para denominar aquelas que no
desempenho de suas atividades procuravam sempre “fazer cada vez mais com
cada vez menos”.
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Segundo Andrade (2006), a implantação e uso destas técnicas e ferramentas
promove uma nova configuração dos sistemas produtivos. Além da redução de custos, a
adoção do sistema produtivo enxuto resulta em um sistema flexível para adaptar-se às
variações da demanda, o rápido atendimento ao cliente em decorrência da redução do
tempo de espera e, também, a produção visando a qualidade.
Andrade (2006, p. 89) afirma que:
A adoção da manufatura enxuta em ambientes produtivos de inúmeras
organizações se deu por conta dos seus requisitos que se tornaram “critérios
conquistadores de clientes.
Pesquisadores como Womack e Jones (1992) procuraram estabelecer alguns
princípios que, segundo eles, serviriam como um guia confiável para a ação de implantar
a produção enxuta. A aplicação destes princípios, segundo Womack e Jones (1992), evita
que “gerentes se afoguem nas técnicas ao tentarem implementar partes isoladas de um
sistema enxuto sem entender o todo”.
Andrade (2006, p. 89) apresenta estes princípios:
1. Definir detalhadamente o significado de valor de um produto a partir da
perspectiva do cliente final, em termos das suas especificações como preço,
prazo de entrega, etc;
2. Identificar a cadeia de valor para cada produto ou família de produtos, além
dos dados de cada operação de transformação necessária, bem como o fluxo
de informação inerente a esta família ou produto;
3. Gerar um fluxo de valor com base na cadeia de valor obtida, de modo que
ocorra sem interrupções, objetivando reduzir e, se possível, eliminar as
atividades que não agreguem valor que componham a cadeia identificada;
4. Configurar o sistema produtivo de forma que o acionamento se dê, a partir do
pedido do cliente, sejam eles internos ou externos, de forma que o fluxo da
programação seja puxado e não empurrado.
5. Buscar incessantemente a melhoria do fluxo de valor por meio de um
processo contínuo de redução de perdas.
Considerando os itens apresentados por Andrade (2006), pode-se perceber que
para se implantar a manufatura enxuta é fundamental a identificação e eliminação de
desperdícios pelo uso das práticas relacionadas.
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2.2 Just In Time
Para SEIBEL (2004), na busca industrial para evitar desperdícios, a manufatura
enxuta busca operar de tal forma que os produtos finais sejam produzidos apenas na
quantidade e no momento demandado, bem como os itens componentes possam chegar
às estações de trabalho na quantidade e no momento em que são necessários. Evita-se,
desta forma, não apenas a superprodução, o tempo de espera do cliente pelo produto.
Para Andrade (2006), esta forma de produzir apenas no momento e na quantidade
certa (Just in Time) é conseguida pela operacionalização do Sistema Puxado de Produção,
cujo funcionamento está baseado na seguinte lógica: o processo subsequente vai ao
processo precedente buscar apenas os itens que necessitam ser processados e apenas no
momento exato.
2.3. Logística integrada (LI) e gestão da cadeia de suprimentos (GCS)
O potencial considerável de evolução da logística e os impactos operacionais
significativos que representa nas organizações a tornam crítica para o sucesso da empresa
em penetrar em novos mercados. Rushton et al. (1989 apud BAUMGARDT, 2002)
definem a logística como o movimento eficiente de produtos acabados do fim da linha de
produção para o consumidor e, em alguns casos, abrange o movimento de matérias-
primas da fonte de suprimento para o início da linha de produção. Para Coughlin et al.
(2001), a logística transformou-se em um conceito da gestão da cadeia de suprimentos
que, por sua vez, acompanha sempre os elementos de maior valor agregado da cadeia.
De acordo com Ching (2001), o alto desempenho na cadeia de logística integrada
(LI) requer maior qualidade nos processos, foco nas necessidades do serviço prestado ao
cliente, provendo melhoria na estrutura de custos por meio de todo o processo e
otimização de prazos de entrega. Para Arbache et al. (2004), a LI é uma forma organizada
de perceber todos os processos que geram valor para o cliente final de um produto,
independentemente de onde ele esteja sendo executado, se na própria empresa ou em
alguma outra com a qual há algum tipo de relacionamento.
Essa mudança conceitual na forma como as empresas gerenciam sua relação com
o produto ofertado ao mercado, passando a compartilhar com outros componentes da
cadeia os processos-chave do negócio, é justamente o GCS (ARBACHE et al., 2004).
Wanke (2003) ressalta que o GCS é uma tarefa mais complexa que a gerência
logística dos fluxos de produtos, serviços e informações relacionadas do ponto de origem
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para o ponto de consumo. Uma ferramenta muito utilizada que pode ajudar nesta gestão
é o Kanban.
2.4.Kanban
Ohno (1997) afirma que o sistema Kanban foi desenvolvido na década de 60 com
o objetivo de simplificar e dar agilidade as atividades de programação e controle da
produção. Foi desenvolvido analogamente ao sistema de ressuprimento encontrado nos
supermercados americanos, onde os itens das prateleiras são repostos somente nas
quantidades em que foram consumidas e no momento certo. Dessa forma, pode ser
considerado uma ferramenta utilizada para sinalizar as necessidades de um processo
produtivo, ou seja, informar o que produzir, quanto e quando.
Rasteiro (2009), aborda que a dinâmica de abastecimento dos supermercados e do
sistema Kanban, mostra que o cliente é quem determina quando e em que quantidade o
item deve ser reposto.
Georgetti (2004) afirma que este é o mais antigo e mais conhecido método de
puxar a produção, consistindo em um sistema visual de informações (Figura 1), criado e
desenvolvido por Taiicho Ohno, ex-presidente da Toyota no pós-segunda guerra.
Figura 1: Modelo esquemático dos componentes do RFID
Fonte: www.isoflex.com.br
Tagliari (2002) diz que o Kanban de forma mais ampla define-se como um sistema
de informação que coordena vários departamentos de processo interligados em uma
empresa. Segundo Monden (1998, apud NAZARENO, 2008), as regras que devem ser
cumpridas para que o Sistema Kanban funcione, uma alternativa, é o uso da ferramenta
no modo eletrônico.
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2.4.1. Kanban eletrônico
De acordo com Rasteiro (2009), o Kanban eletrônico é uma solução tecnológica
desenvolvida para ser um sistema integrado provedor de informações de apoio a
implantação e sustentação de metodologias de produção puxada em empresas. Para
Viegas e Canto (2005), a diferença em essência está no uso da internet e outras
tecnologias de informação em substituição aos tradicionais cartões de Kanban. Esta
tecnologia tem como principal função informar quantidades, de peças em estoques
mostrando quantas e quando repor no estoque.
Rasteiro (2009) também afirma que as principais funções consistem no controle
de cartões de forma eletrônica, através de código de barras ou RFID (Radio Frequency
IDentification), e a extensão deste controle pode ser feita para a produção de um fábrica
toda, podendo fazer o acompanhamento desde o início da entrada da matéria-prima até o
seu produto acabado.
Os recursos computacionais de um sistema de Kanban eletrônico atualmente estão
sendo muito utilizado, permitindo a administração das atividades de produção em tempo
real através do acompanhamento de índices de controle de apoio à tomada de decisões.
Estes índices orientam os responsáveis pela produção sobre mudanças em função das
variações da demanda ou na aplicação de melhorias em um setor específico.
2.5. Sistemas e tecnologias de informação (TI) integrando a cadeia de suprimentos
O avanço da tecnologia da informação (TI) está fortemente ligado ao
desenvolvimento industrial, uma vez que a TI desponta como uma aliada ao gestor
moderno. A logística é uma atividade complexa que exige velocidade e precisão nas
decisões, tornando a TI indispensável para tal.
Segundo Carvalho (2006), o mundo se depara com a Revolução da Informação,
no qual o volume e a velocidade das informações estão em níveis inimagináveis décadas
atrás.
De acordo com Carvalho (2006, p. 02):
A revolução da informática fez com que a área de tecnologia da informação
evoluísse muito rapidamente num espaço relativamente curto de tempo,
beneficiando diretamente diversas áreas técnicas, entre as quais se pode
ressaltar a logística moderna.
Sendo assim, a TI traz formas práticas para a logística, facilitando o
gerenciamento de materiais no prazo certo, nos locais solicitados.
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Para isso, é necessário a administração da cadeia de suprimentos por diferentes
elos, em que os administradores devem comunicar-se para que esta se torne uma
organização competitiva através da redução dos estoques.
Uma nova tendência, denominada como Internet das coisas (IoT), vem para
facilitar e ajudar a TI nesta nova forma de gerenciamento de dados, trazendo agilidade e
exatidão.
2.5.1. Internet das Coisas (IoT)
De acordo com Ashton (2011), a expressão “Internet of Things” surgiu nos anos
90 no MIT Auto-ID Labs. Surge do desenvolvimento de RFID e Wireless Sensor
Networks e tem como objetivo interligar e integrar o mundo físico e o mundo cibernético.
A IoT é uma rede de objetos físicos com sensores e conexão à internet, que são
capazes de coletar e transmitir dados. Essa conexão permite não apenas controlar
dispositivos remotamente, como também compartilhar dados que podem ser analisados e
usados para melhorar produtos e tornar serviços mais eficientes.
Na indústria a IoT pode automatizar a produção, medir a produtividade real de
cada equipamento, distribuir e otimizar suprimentos, monitorar equipamentos que
precisam de manutenção, tanto entre máquinas quanto entre fábricas diferentes.
Segundo Diniz (2006), a IoT traz uma nova realidade, de uma nova necessidade
de conexão, ou seja, para além das capacidades já existentes. Isto irá dar origem a dois
novos conceitos: H2T (Human to Thing) e T2T (Thing to Thing). Estes dois conceitos
explicam a evolução que se dá com a introdução da IoT no quotidiano.
Para Diniz (2006), passa-se então relação de H2T (humano-coisa) para T2T
(coisa-coisa). Isto quer dizer que, até aos dias de hoje, para que os equipamentos
funcionassem entre si, era necessária uma pessoa para que tal acontecesse e com a
introdução da internet das coisas deixa de ser necessário a intervenção das pessoas. As
coisas passam a funcionar e a comunicar entre si autonomamente. Como exemplos, pode
ser observado em empresas que fazem uso da IoT e também das redes RFID em armazéns
de grossistas para ligar os objetos aos computadores, ficando tudo a uma única rede
(T2T).
2.6. Conceito de Identificação Rádio- frequência (RFID)
Para entendermos melhor o que é a tecnologia RFID, antes devemos entender o
que está por traz desta nas mais diversas perspectivas.
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Para Glover (2006) e Grasso (2004) uma visão em tecnológica, RFID vem
sendo utilizado desde a segunda grande guerra, quando o Reino Unido utilizou
dispositivos para diferenciar aeronaves retornando de batalhas de aviões
inimigos. Antes desta nova tecnologia em outro contexto, a tecnologia de
identificação por código de barras foi desenvolvida e amplamente usada para
a identificação de produtos. Na visão de negócio, identificar um item de
qualquer produto e conseguir acompanhar sua movimentação ao longo da
cadeia de processo tem um impacto enorme na visibilidade e no gerenciamento
da mesma. Na visão da implantação, esta tecnologia é um diferencial entre
projetos de TI, pois depende de processos que estão acontecendo no mundo
físico: a cadeia de suprimentos. Por este motivo ela não pode ser instalada em
um data-center igual aos outros sistemas de TI, ela tem que estar presente nos
eventos da cadeia de suprimentos estão acontecendo, assim o conceito de
computação nas extremidades é um diferencial em relação às outras
implantações.
Segundo Mark Roberti, fundador e editor do RFID Journal em POIERER (2005):
“RFID irá influenciar todas grandes e médias empresas que produzem, transportam ou
vendem produtos – em todos os setores”.
É uma tecnologia que, por meio de ondas de rádio frequência, permite que
dados sejam armazenados e recuperados em um circuito integrado (chip). O
RFID tem como objetivo básico viabilizar a captura automática de
características e identidade de objetos (veículos, documentos, caixas, paletes,
produtos), animais e até pessoas. Rasteiro (2009).
De acordo com Finkenzeller (2003), todo sistema de captura de dados por RFID
possui o seguinte conjunto de componentes:
● Leitores / Gravadores
● Antenas
● Etiquetas RFID
● Software para gerenciamento do sistema de leitura
● Infra-estrutura de instalação
Na figura 1, pode-se observar o funcionamento do RFID
Figura 2: Modelo esquemático dos componentes do RFID
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Fonte: NAZARENO, 2008
2.6.1. Etiquetas de RFID (tag)
Rasteiro (2009) explica que o tag faz o trabalho de associar dados a um objeto
físico, ou seja, cada tag tem um sistema de armazenamento e comunicação de dados.
Pode-se encontrar duas características universais em todos os tags, sendo eles: são
anexados para identificar produtos e capazes de transmitirem informação através de ondas
de rádio. Também pode-se ter outras capacidades, mas estas não são universais, ou seja:
a possibilidade de serem desligados por um comando e nunca mais responderem a um
interrogador, a capacidade de serem graváveis (uma ou mais vezes), terem protocolos de
anti-colisão e encriptação, e o mais importante, seguirem padrões de mercado. Na Figura
2 é apresentado um exemplo de um tag.
Figura 2: Foto de um TAG
Fonte: Nazareno, 2008
Rasteiro (2009) apresenta os componentes das etiquetas RFID que estão na sua
estrutura, conforme abaixo:
● Sensor: responsável pela aquisição da grandeza física exigida pela aplicação
(temperatura, luminosidade, etc.).
● Antena: por meio do qual o chip se comunica com o leitor.
● Processador ou chip: responsável pela execução dos protocolos de comunicação e
pela gestão dos dados armazenados em sua memória.
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● Encapsulamento: invólucro externo no qual o chip, a antena e o sensor são
acomodados.
O conjunto processador e antena de uma etiqueta também é chamado de Inlay. A
geometria e tamanho da antena interna do tag influenciam diretamente na interação do
Inlay com o leitor, sendo assim encontra-se uma grande diversidade de formatos e
tamanhos de antenas nas etiquetas Rasteiro (2009).
E acrescenta, no mercado encontram-se vários tipos de antena. A geometria e
tamanho da antena interna do tag influencia diretamente na interação do Inlay com o
leitor. Assim a diversidade de modelos de etiquetas, e utilidade é grande para melhor
adaptação de negócios.
Na Figura 3 é apresentado uma comparação entre RFID ativo e RFID passivo. Figura 3: RFID ativo versus Passivo.
Fonte: Nazareno, 2008.
Rasteiro (2009) apresenta o leitor RFID também o conhecido também como
interrogador, transmite energia por meio de ondas eletromagnéticas através de suas
antenas a um tag próximo que capta esta onda e a converte em energia. Energia esta, que
é utilizada para transmitir de volta sua identidade (armazenada internamente), a qual é
captada pelas antenas do interrogador que recebe a identificação e a envia para outros
subsistemas.
Figura 4: Dispositivo de leitura
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Fonte: https://www.solucoesindustriais.com.br/. Acesso 20 Mar 2019
E explica: o leitor é onde o tag se liga com a rede, e é responsável por se comunicar
com os tags e transmitir estes dados adiante, integra sua parte físicas a antena, o
controlador e a interface de rede.
Código de produto eletrônico (EPC)
Rasteiro (2009) afirma que o EPC é um padrão de identificação de processos para
aplicação empresarial do RFID à cadeia de suprimentos. A estrutura do código EPC
garante a identificação única para cada produto. Para isso, a quantidade e distribuição das
informações disponíveis dentro da etiqueta são padronizadas, conforme Quadro 1.
Quadro 1: Descrição dos componentes da rede EPC (GS1 Brasil, 2005).
Número EPC
Identificar global e único, que serve como um ponteiro para realizar consultas sobre um objeto que ele identifica.
Etiqueta EPC (tag)
Portador de dados do EPC que se comunica com as leitoras por RF. É constituído por um chip e por uma antena.
Reader / Leitora Diapositivo de captura de dados/; portátil ou fluxo (instalado), que conecta-se à rede EPC.
EPC míddleware
Software que controla as leitoras. Pode funcionar como um repositório local de números EPCs e informações associadas.
NOS
Object Name Service: recurso distribuído que "conhece" aonde as informações associadas ao número EPC podem ser encontradas (assim como o DNS PARA INTERNET).
EPC Information Service: Serviço de informação de EPCs que mantem todos os dados
EPC-IS relativos a um EPC. (utiliza o PML que é o vocabulário definido em XML, para permitir
consultas e obter dados relacionados aos números EPCs)
Fonte: Rasteiro, 2009.
Conclui-se então que o EPC padroniza o chip RFID físico, as informações
armazenadas no chip e as transações para utilização dessas informações.
Aplicação do sistema do software
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Gomes, J. E. 2006, apud Akkermans, H. A. (2003) apresentam que quando se
implanta um sistema EPC, aplicando-se as etiquetas RFID nos produtos a serem
rastreados e instalando-se leitores e antenas em cada ponto estratégico da cadeia de
suprimentos, é necessária a interligação de toda essa infra-estrutura com os sistemas de
gestão já em operação.
2. METODOLOGIA
A presente pesquisa consiste em referências bibliográficas a partir de livros,
artigos, sites entre outros. Para Gil (2002, p.17), a pesquisa é “o procedimento racional e
sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são
propostos”.
Para a obtenção destas evidências é necessário a utilização de uma metodologia
que auxilie os pesquisadores na melhor forma de se obter conhecimento sobre o assunto
que se pretende abordar.
De acordo com Marconi e Lakato (2005, p. 83), metodologia:
É o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança
e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros
– traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões
do cientista.
Com base nas informações apresentadas pelos autores neste estudo bibliográfico,
realizar-se-á uma pesquisa para verificar a viabilidade de aplicação de recursos de
tecnologia em uma empresa do Vale do Paraíba.
A princípio está sendo estudada a estrutura básica e sua funcionalidade para
conhecer melhor a tecnologia RFID, para então levar aos colaboradores que trabalham
diretamente com a área de estoque de matéria prima para entender como a utilização do
RFID nesta área de estoque pode facilitar e ajudá-los na identificação automática dos
materiais que serão puxados a produção, mais rápido, fácil e com uma coleta de dados
precisa.
Pretende-se realizar uma entrevista semiestruturada com colaboradores da área de
estoque de matérias prima dessa empresa se torna de suma importância, para coletar os
dados e assim entender como o RFID pode trazer benefícios para empresa, como: baixo
nível de estoque, ganho de tempo em relação de puxada de matéria prima para produção,
tomada de decisões, mas rápida e ganho de tempo com inventários.
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Portanto, com o auxílio deste estudo, mostrando como utilizar esta ferramenta
RFID, poderemos avaliar os resultados após a implementação desta tecnologia, para
procurar entender os itens de melhora e o que ainda falta melhorar em relação à utilização
do RFID nas empresas.
Figura abaixo ilustra esta metodologia:
3. RESULTADOS ESPERADOS
Ao se realizar esta pesquisa, espera-se que se possa colaborar para uma utilização
do Sistema RFID, a fim de otimizar as informações para tomada de decisões em menor
tempo e eficácia, auxiliando a empresa a se tornar mais competitiva em relação aos seus
concorrentes, alcançando qualidade e melhoria de seus processos continuamente.
4. REFERÊNCIAS
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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA RESISTÊNCIA A CORROSÃO EM
AÇO 300M SOLDADO VIA PROCESSO A LASER
BRENDO CALANDRIA PINHEIRO DA SILVA
ROSINEI BATISTA RIBEIRO
Resumo
A indústria de manufatura aeroespacial, aeronáutica e automobilística incorporou como uma nova
alternativa o processo de soldagem a laser. O presente trabalho visa analisar o comportamento da
corrosão microestrutural em aço 300M soldado via processo a laser. Caracterizar o material
soldado por meio do processo a laser e conforme recebido. Os parâmetros avaliados nesta
pesquisa foi a morfologia e a classificação dos pites da microscopia da superfície do material. A
metodologia que será utilizada consiste no ensaio de corrosão realizado pelo método de imersão
no período de (15,30,45 e 60) dias. A avaliação da microestrutura do material será caracterizada
por meio de microscopia óptica (MO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Será
analisado o metal base (MB), a zona termicamente afetada (ZTA) e o cordão de solda (zona
fundida – ZF). Além, de determinar a microdureza HV (ASTM 384) do aço. Os resultados obtidos
servirão para avaliar o comportamento e a morfologia da corrosão do material diante do método
de imersão por pesagem de perda de massa do material.
Palavras-chave: Aços Aeronáuticos. Corrosão. Soldagem a laser. Propriedades Mecânicas.
Morfologia.
Abstract
The aerospace, aeronautics and automotive manufacturing industry incorporated as a new
alternative the process of laser welding. The present work aims to analyze the behavior of
microstructural corrosion in 300M steel welded by laser process. Characterize the welded
material by means of the laser process and as received. The parameters evaluated in this research
were the morphology and classification of microscopic pites from the surface of the material. The
methodology consists of the corrosion test carried out by the immersion method in the period of
(15.30,45 and 60) days. The evaluation of the microstructure of the material will be characterized
by means of optical microscopy (MO) and scanning electron microscopy (SEM). The base metal
(MB), the thermally affected zone (ZTA) and the weld bead (melt zone - ZF) were analyzed. In
addition, to determine the HV microhardness (ASTM 384) of the steel. The results obtained were
to evaluate the behavior and the morphology of the corrosion of the material before the immersion
method by weighing the mass loss of the material.
Keywords: Aeronautical Steel.Corrosion. Laser Welding. Mechanical properties. Morphology.
INTRODUÇÃO
O Programa Espacial Brasileiro (PEB) embora iniciante em comparação com o
americano ou europeu, é notável ressaltar que, trouxe muitos benefícios ao
desenvolvimento nacional e principalmente econômico. Por isso, criou-se uma
necessidade em desenvolvimento técnico – científico para suprir à produção de peças e/ou
componentes, e obter auto - suficiência nacional. Logo, eliminaria a dependência em
importação de materiais, componentes e aumentaria o desenvolvimento que,
desencadearia o surgimento de vagas de emprego no país (BOSCOV,1996).
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O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) desenvolveu o
projeto de foguetes baseado em sistemas propulsivos usando propelentes sólidos. No
entanto, esta opção levou a necessidade de desenvolver estruturas metálicas com a função
de alojar esses blocos juntamente ao corpo do foguete. Essa estrutura recebe o nome de
envelopes motores (propulsores), pois são projetadas com o objetivo de obter um peso
morto mínimo, ou seja, ligas metálicas com uma série de parâmetros da engenharia
mecânica (BOSCOV, 1996).
Encontrar aços que satisfaçam esses parâmetros em uma única liga é impossível,
por isso, se fez necessário desenvolver aços pensando no setor aeronáutico e aeroespacial
com características importantes como: elevada resistência específica (resistente e leve),
alta resistência mecânica à fadiga, boa soldabilidade e tenacidade à fratura após o
tratamento térmico de têmpora e revenimento.
Na década de 1970, apresentava-se no cenário de tratamentos térmicos e/ou
termomecânicos que, consistia em controle da diversidade de transformação de fases, do
controle da morfologia e também do tamanho dos grãos do aço. Os aços SAE (Society of
Automotive Engineers) 4340 e 300M podem ser classificados como aços ARBL (alta
resistência e baixa liga) e são amplamente utilizados nos setores de aeronaves, veículos
lançadores de satélites, finalidades estruturais, aplicações automotivas e equipamentos.
Atualmente, no Brasil os Veículos Lançadores de Satélites (VLS), utilizam o aço de ultra
– alta resistência 300M para a confecção dos propulsores. O desenvolvimento do aço
300M no Brasil basicamente é uma evolução tecnológica do aço 4340, apresentando
similarmente uma taxa de carbono verossimilhante ao aço 4340, no entanto, apresenta-se
vanádio e um alto teor de silício em sua composição química. Portanto, estes elementos
permitem ao aço 300M um nível crescente de resistência mecânica extremamente
elevada, e por isso, demonstrando ser um substituto em potencial (ABDALLA et al.,
2007).
Na década de 80, a DCTA elaborou uma concatenação com empresas brasileiras
para cooperação em relação ao projeto de estudo do maraging 300, objetivando futuras
substituições ao aço 300M (família maraging) nos VLS e sondagem. No entanto,
lentamente e gradativamente está sendo substituído o aço 300M pelo maraging 300, pelas
vantagens que esse aço oferece, mas necessita ser estudado suas influências nos
parâmetros de soldagem.
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O trabalho possui tripla relevância: científica, social e pessoal. No âmbito ao
conhecimento científico, à pesquisa do aço ultra – alta - resistência 300M contribuirá para
a indústria bélica e, principalmente no setor aeroespacial obtendo o domínio do processo.
Na contribuição social, o estudo da análise do comportamento da corrosão possa
contribuir para a sociedade fomentando vagas de emprego, auxiliando setores industriais
importantes na compreensão do controle da corrosão no aço aeronáutico, aeroespacial e
veículos lançadores de satélites (VLS). Na dimensão pessoal, a realização de um estudo
com a junção teórica e prática, o que potencializa este projeto de trabalho.
O objetivo geral do trabalho foi avaliar o comportamento da corrosão
microestrutural em aço 300M soldado via processo a laser. Caracterizar o material
soldado por meio do processo a laser e conforme recebido. Os parâmetros avaliados nesta
pesquisa foram a morfologia e a classificação dos pites da microscopia da superfície do
material.
A metodologia que será utilizada consiste no ensaio de corrosão realizado pelo
método de imersão (ASTM G-31) no período de (15,30,45 e 60) dias. Exposição em meio
salino. A avaliação da microestrutura do material será caracterizada por meio de
microscopia óptica (MO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foi analisado o
metal base (MB), a zona termicamente afetada (ZTA) e o cordão de solda (zona fundida
– ZF). Determinar a microdureza HV (ASTM 384) do material.
Os resultados obtidos foram para avaliar o comportamento e a morfologia da
corrosão do material diante do método de imersão por pesagem de perda de massa do
material.
Ao final da pesquisa teórica serão construídos os resultados esperados e
discussões referente a análise do comportamento da corrosão no aço aeronáutico 300M,
que permitirão as exposições das considerações epistemológicas do projeto de pesquisa.
A fundamentação teórica apoia-se nos trabalhos de autores da engenharia de
processos como Cardoso (2010), Abdalla et al (2007), Askeland; Wright (2015), Gentil
(2014) e outros.
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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Aços de Ultra - Alta Resistência (UHSS)
Aços de ultra – alta resistência comumente são utilizados em aplicações
estruturais, onde se aplicam elevadas cargas e, se exige uma resistência em contrapartida
na interação do peso desses aços (VAYNMAN; FINE; MANGANELLO, 1997).
É imprescindível notar nesses materiais o seu desempenho com relação as suas
propriedades mecânicas, ductilidade e tenacidade à fratura fundamental para aplicação
desses materiais na indústria. Não há valores que indicam a resistência mínima para ser
considerado como ultra – alta resistência, no entanto essas ligas habitualmente
apresentam elevado limite de escoamento superiores a 1400 MPa (ASM HANDBOOK,
2014).
A classe deste material de ultra – alta resistência abrange uma diversidade de
famílias. E, pode ser dividido em 4 distintos aços, conforme enumeração abaixo:
a) Aços de médio carbono e baixa liga;
b) Aços de média endurecíveis ao ar;
c) Aços de alta tenacidade à fratura;
d) Aços Maraging.
Os aços de médio carbono e baixa liga incluem os aços SAE – AISI 4130, 4140 E
4340. O aço 4340 ao longo dos anos sofreu diversas mudanças, evoluindo para o aço
300M. O teor do elemento silício (Si) é aumentado para reduzir a fragilização durante o
tratamento térmico chamado revenido (CARDOSO, 2010).
1.2. Aço 300M
Os aços AISI 300M são aços de ultra – alta resistência empregados na indústria
aeroespacial. Este aço possui característica e/ou propriedade mecânica como: boa
resistência mecânica e tenacidade, elevada resistência à tração e limite de escoamento
(ABDALLA et al., 2007).
O aço 300M é uma modificação do 4340, todavia se distingue apenas pelo alto
teor de silício, incrementos do elemento vanádio e molibdênio, e pelo aumento de teor de
carbono, isso proporciona ao aço 300M, elevado limite de escoamento e maior resistência
à tração. A cerne do alto teor de silício é garantir a prevenção da fragilização durante o
tratamento térmico aplicado a este aço (ABDALLA et al., 2007). Logo, o aço 300M, em
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termos de composição química, é simplesmente um aço AISI/SAE 4340 com algumas
adições de elementos Si, Mo e V.
Quadro 1: Comparação dos aços aeronáuticos e sua composição química.
Aço C S P Si Mn Cr Ni Mo V
4340 0,39 0,0010 0,0017 0,26 0,64 0,80 1,82 0,22 -
300M 0,39 0,0005 0,0009 1,78 0,76 0,76 1,69 0,40 0,08
Fonte: Abdalla et al. (2007, adaptação do autor, 2019)
O manganês (Mn) é um ótimo estabilizador da fase austenítica. O silício (Si)
adicionado no aço 300M, tem o objetivo de retardar a precipitação da cementita (Fe3C),
assim retardando a FMR (Fragilização da Martensita Revenida). Logo, aumenta a sua
dureza em solução sólida e, consequentemente aumenta a resistência mecânica em altas
temperaturas (CALLISTER, 2012).
O Veículo Lançador de Satélites (VLS) e alguns veículos de sondagem fazem
parte da PEB, e utilizam o aço 300M para a construção dos propulsores. O envelope
metálico que contém o propelente necessita suportar altas pressões de trabalho no
momento da queima do mesmo, cujo valor é 60 bar. Por isso, o aço de ultra – alta
resistência 300M é um potencial enorme para substituir o aço 4340, pois possui excelentes
resultados obtidos após a determinação dos parâmetros de tratamento térmico e soldagem
desse aço (BOSCOV, 1996).
1.2. Corrosão
O conceito de corrosão segundo Gentil (1996), persistentemente difundido e
aceito universalmente, podendo ser definido a corrosão como a deterioração de um
material. Normalmente, o material é metálico e suas causas são por ação química e/ou
eletroquímica em relação a interação do meio que está inserido o material atrelado aos
esforços mecânicos que o mesmo é estimulado.
Essa deterioração do material é uma interação físico-química entre o próprio
material e seu meio operacional (ambiente). Assim, o material possui modificações
prejudiciais indesejáveis como por exemplo: desgastes, variações químicas e
consequentemente alterações nas estruturais do material, portanto fica inapropriado a
utilização do material. Ainda segundo o autor Gentil (1996), a corrosão pode ser
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caracterizada um processo espontâneo, pois está constantemente modificando os
materiais metálicos, assim a durabilidade e desempenho dos mesmos passam a não
satisfazer suas respectivas funções conforme projetado.
A corrosão é um fenômeno fortemente dispendioso para as indústrias. Em suas
formas e comparando com um país considerado uma superpotência como os EUA que,
anualmente 3% do seu PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, centenas de bilhões de
dólares anualmente (ASKELAND; WRIGHT, 2015).
Parafraseando Lesko (2004), é possível observar que a natureza por si só tende a
voltar em seu estado inicial. Podemos destacar algumas ligas e suas aplicações na
engenharia. Os aços inoxidáveis como, Al, Ti e suas ligas possuem uma camada óxido
passivo, que se forma naturalmente na superfície desse metal reduzindo à taxa de
corrosão. As propriedades dos metais se classificam em: propriedades mecânicas e
físicas.
A resistência à corrosão é a capacidade do material em resistir à deterioração da
superfície. Suas causas são basicamente por oxigênio, produtos químicos e outros
agentes. É fato que a ferrugem está associada a corrosão e, por isso, se relaciona ao
ambiente em que o metal está exposto. Sua perda gradativa de átomos que são removidos
do material sólido é o resultado de um circuito elétrico que é produzido. Assim, essa perda
de átomo degrada o material formando um subproduto sólido (óxidos e hidróxidos de
ferro) (LESKO, 2004).
As falhas estruturais nos componentes se devem a fatores relacionados a corrosão
localizada, pois essa camada de óxido passiva que se forma na superfície do material
acelera as descontinuidades e/ou defeitos. Por exemplo, formação de poros, buracos,
trincas e consequentemente a fratura. Assim, existe permanentemente uma influência
suscetível de modificação na corrosão por pites, sendo um ataque localizado resultante de
uma rápida penetração e remoção do metal em pequenas áreas (ASKELAND; WRIGHT,
2015).
É fundamental identificar a causa dos pites, porque há uma influência na sua
formação, como por exemplo: presença de outro material (inclusão), nomenclatura da
liga, a escolha do processo de fabricação também pode ser um fator de descontinuidades,
estímulos externos, elevada solicitação mecânica de trabalho, poros, buracos, inclusões,
substâncias químicas, composição, e integridade da camada de óxido formada na
superfície.
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Figura 1: Esquema da corrosão conforme aparência da superfície.
Fonte: ICZ Portal da Galvanização (2017).
É possível enumerar os materiais e componentes predisposto à corrosão localizada
em diferentes meios. Os halogenetos ou halogêneos (Flúor, Cloro, Bromo) são
responsáveis pela formação da camada de óxido passivo destes metais e ligas, pois são
expostos aos ânions agressivos em solução. A corrosão sob tensão é um fenômeno de
corrosão localizada por efeito do ambiente corrosivo e da tensão mecânica de tração. Essa
corrosão pode ocorrer mesmo com tensão abaixo do limite de escoamento, por causa do
ataque do ambiente corrosivo. Em materiais metálicos, a corrosão se manifesta com
trincas finas e profundas (ASKELAND; WRIGHT, 2015, p.224).
1.2.1. Corrosão uniforme
Conceituando Askeland e Wright (2015, p.605), uma das formas mais comuns de
corrosão eletroquímica, é a corrosão uniforme. O metal é colocado em um eletrólito e
algumas regiões do material se comportam de forma anódicas em relação a outras.
Entretanto, a localização dessas regiões se move continuamente uma vez ou outra, assim
o metal é corroído de forma uniforme. A corrosão uniforme processa-se sobre toda a
extensão da superfície do material, assim ocorre como consequência perda gradativa da
espessura. A determinação da velocidade da corrosão uniforme é bem mais simples
informar do que a corrosão localizada.
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1.2.2. Localizada
Qualquer corrosão é localizada, contudo pela divergência da classificação
adotaremos as três principais como: corrosão por pite, alveolar e por placas.
Segundo Askeland e Wright (2015, p.605-608), a corrosão galvânica são células
eletroquímicas que são divididas em: células de composição, células de tensão e células
de concentração. Portanto, o que provoca a corrosão alveolar ou por pites é seu padrão de
célula de concentração do oxigênio, ou seja, está ligado a privação de oxigênio. Em uma
reação catódica é o eletrodo de oxigênio, assim os elétrons se movimentam da região com
pouco oxigênio (ânodo), para a região com maior quantidade de oxigênio (cátodo).
Assim, depósitos, por exemplo, como ferrugem ou gotículas de água protegem o metal
subjacente do oxigênio. Como consequência, o metal sob depósito é o ânodo e por isso
corrói. Seguindo esse princípio, a corrosão por fresta são trincas e fendas que têm menor
concentração de oxigênio do que em comparação com o metal básico ao redor, assim a
ponta da trinca ou fenda é o ânodo.
A corrosão por pites ou puntiforme são pequenos pontos ou áreas pequenas do
material metálico caracterizado pites, que são cavidades formadas no material com certa
profundidade geralmente maior que seu diâmetro. A corrosão alveolar é inversamente a
por pites, pois sua profundida é geralmente menor que seu diâmetro e, são sulcos ou
escavações que se processam no material metálico de forma localizada. A corrosão por
placas forma placas ou escavações de forma localizada na superfície do material. Para
informar a determinação da velocidade da corrosão localizada, um dos métodos seria se
caso a área corroída estivesse limitada e, se a área perdesse de forma constante, assim
poderia calcular a perda da massa pelo quociente da área atingida. Ou, outra maneira seria
fotos ilustrativas com maior localização da corrosão. Contudo, se a corrosão é por pites
esse método informará muito pouco sobre a velocidade da corrosão, portanto deve-se
determinar o número de pites por unidade de área, o tamanho médio e a profundidade
máxima ou médias dos mesmos.
Logo, com auxílio computacional é possível realizar previsões de quando (tempo)
o material será perfurado (GENTIL, 2014).
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1.2.3. Corrosão intergranular ou intercristalina
A corrosão intergranular ou intercristalina ocorre nos grãos cristalinos na estrutura
cristalina do material, por isso o material perde as propriedades mecânicas na qual fratura
sobre o menor estímulo ou esforço solicitado e fratura. Chama-se corrosão sob tensão
fraturante (CST). No entanto, para compreender a corrosão intergranular é necessário
lembrar que, uma liga bifásica tem menor resistência à corrosão do que uma liga
monofásica de composição similar. Portanto, a ferrita é um exemplo anódico em relação
a fase cementita do aço, logo essas pequenas microcélulas fazem com que o aço corroa
galvanicamente. (ASKELAND; WRIGHT, 2015).
Então, a corrosão intergranular ocorre pela precipitação de uma segunda fase e/ou
uma segregação nos contornos de grão produzindo uma célula galvânica. A segregação
são impurezas que segregam durante o processo de fabricação do material e, são
segregados durante a solidificação do material.
1.2.4. Corrosão Transgranular
Segundo Askeland; Wright (2015), a corrosão transgranular também se processa
na rede cristalina do material, contudo seus efeitos são mais perigosos do que a corrosão
intergranular. Pois, a menor solicitação mecânica esse material pode fraturar justamente
porque perdera suas propriedades mecânicas.
1.2.5. Corrosão Filiforme
Esse tipo de corrosão ocorre semelhante a finos filamentos, em que se propagam
em todas direções, contudo não se cruzam. Porém, ocorre em materiais que receberam
revestimentos protetivos, por exemplo, tintas, metais e poliméricos ocorrendo o
deslizamento deste filme sobre o substrato (ASKELAND; WRIGHT, 2015).
1.2.6. Empolamento pelo Hidrogênio
O hidrogênio no estado atômico possui um potencial de difusão em materiais
metálicos. Logo, se o hidrogênio é gerado sobre a superfície acaba ocasionando a
migração para o interior, que por sua vez toda estrutura cristalina possui defeitos. Esses
defeitos podem ser de processos de fabricação como laminações e inclusões de materiais.
O hidrogênio passa de atômico para molecular ocasionando altas pressões no
interior do material, esse acúmulo próximo a superfície do material provoca deformações
que ocasiona empolamento do material (ASKELAND; WRIGHT, 2015).
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1.2.7. Em torno do cordão de solda
Segundo Askeland; Wright (2015), ainda existe o tipo de corrosão que ocorre no
contorno do material que passo pelo processo de algum tipo de soldagem. Por isso,
observa-se principalmente na ZTA (zona termicamente afetada).
1.3. Norma ASTM G - 31
Ás ténicas para a avaliação da corrosão na indústria possuem como presuposto a
constante e persistente resposta adequada e segura avaliação dos seus produtos fornecidos
aos mercados em combate à corrosão. O quadro 2, divide os ensaios de corrosão na
academia:
Quadro 2:Técnicas de avaliação da corrosão
Fonte: Askeland; Wright (2015, p.98, adaptação do autor, 2018).
Assim, conforme quadro 2, é possível estudar os possíveis mecanismos de
corrosão, controle de qualidade de produtos, caracterização dos meios de exposição e a
verificação do desempenho dos mesmos. A corrosão pode ser medida por meio da perda
de massa (gravimétrico). A fórmula será lançada no excel para a elaboração da planilha
de cálculo:
A taxa de corrosão 1e/ou velocidade de desenvolvimento do processo corrosivo,
expressa pela variação depreciativa da massa por unidade de tempo (mm/ano ou mpy). A
figura 2 abaixo, foi construído no software GeoGebra a velocidade da taxa de corrosão
por meio de uma função qualquer e uma tangente em um ponto. Pois, podemos determinar
a taxa de corrosão instantânea, porque a taxa não é constante, ou a taxa de corrosão média
depois de um período de tempo.
Figura 2: Determinação da velocidade da taxa de corrosão.
1 Tc: Taxa de corrosão
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Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Portanto, o gráfico no eixo da ordenada demonstra a perda de massa versus o
tempo no eixo da abcissa. A ideia da velocidade média de corrosão é, o total da perda de
massa do material dividido pelo tempo total do ensaio de imersão dos corpos de prova
(CPs).
Outra maneira de determinar a perda de massa em função do tempo no ensaio de
corrosão seria encontrando a área da amostra, ou seja, uma figura mais exata como
quadrado: base multiplicado pela altura. E, em seguida, aplicando a cinemática da perda
de massa:
Portanto, a corrosão por imersão segue a norma ASTM G-31 e, consiste em uma
série de parâmetros para encontrar a perda de massa em função do tempo (ASTM G-31,
2004).
1.4. Soldagem a Laser
A palavra Laser é formada pelas iniciais de “Light Amplification by Stimulated
Emission of Radiation”, que pode ser entendida como sendo “Amplificação de Luz por
Emissão Estimulada de Radiação”. A soldagem a Laser e soldagem por feixes de elétrons
são denominadas soldagens de alta tecnologia. Todavia, o processo de soldagem a laser
(laser beam welding – LBW) utiliza-se um feixe de luz concentrada, coerente e alta
intensidade direcionada e precisa focada na peça (RIVA; LIMA; OLIVEIRA, 2009).
Quadro 3: Vantagens da soldagem a laser
1. Não necessita de vácuo.
2. Não há geração de raios x.
3. Melhor qualidade de solda.
4. Menos fusão incompleta, respingos e porosidade.
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5. Flexibilidade elevada no caso de manipulação de feixes por meio de fibras ópticas.
6. Versatilidade na automação de soldagem por robôs.
Fonte: Lesko (2004, p.98, adaptação do autor, 2018).
Conforme quadro 3, a soldagem a laser é utilizada mundialmente, inclusive no
setor automobilístico. Logo, a tecnologia de soldagem a laser possuem dados consistentes
e universais. Por exemplo: o custo total da solda, a produtividade requisitada baseada no
processo, os materiais, a espessura, a qualidade e as propriedades da solda, possibilidade
de automatização, posição da soldagem, o conhecimento e as habilidades necessárias e
disponíveis e os possíveis impactos ambientais (ION, 2005). Na figura 3 abaixo, segue
um exemplo de processo de soldagem por condução.
Figura 3: Esquema do processo de soldagem por condução.
Fonte: Riva; Lima; Oliveira (2009, p.48-50).
Conforme ilustra cima (figura 3), o mecanismo de soldagem a laser pelo método
de condução acontece com parâmetros bem definidos em relação a ordem de
trabalho/potência (10^4/cm²), assim é possível fundir o material criando a junção de
vaporização necessária. Logo, o fenômeno de radiação é absorvida na superfície do
material soldado e transferido para o interior do material por meio da condução.
Todo processo de soldagem ocorre a passagem do estado sólido ao líquido no
fornecimento de calor na área soldada e, em seguida, a solidicação do material. Assim,
uma poça fundida e uma zona afetada por calor (ZAC) se forma semelhante a um perfil
transversal aproximadamente de formato esférica. Geralmente, existe uma profundidade
irrisória de penetração, porém com perfil transversal verossimilhante circular
(RIVA;LIMA;OLIVEIRA,2009, p.48-50). A seguir, na figura 4, é ilustrado outro método
do processo de soldagem a laser por meio da penetração.
Figura 4: Desenho esquemático do processo de soldagem por penetração.
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Fonte: Riva; Lima; Oliveira (2009, p.48-50).
O processo de soldagem a laser por penetração é diferente do processo de
soldagem a laser por condução, pois, no primeiro a energia é absorvida na superfície do
material, porém na soldagem por penetração a energia é distribuída ao longo do canal a
ser soldado. Ou seja, as paredes mantém a temperatura de vaporização do material.
Normalmente, a temperatura é constante, já que o calor é dependente do gradiente
da temperatura e da velocidade do fluxo de calor. Isso pode ser visto, quando observamos
a figura 4, o fluxo de calor geraddo é na direção radial e, é fortemente influenciado por
uma corrente de convecção que ocorre na superfície e no interior do material
(RIVA;LIMA;OLIVEIRA,2009, p.48-50).
1.5. Tratamento Térmico
“A operação ou conjunto de operações realizadas no estado sólido compreendendo
o aquecimento, a permanência em determinada temperatura e o resfriamento, realizado
com a finalidade de conferir ao material determinadas características” (FREITAS, 2014,
p.1).
Os tratamentos isotérmicos são caracterizados durante a transformação das
propriedades do aço no ponto “eutetoide”. Assim, a medida que a temperatura de
transformação decresce, a perlita (microconstituinte do ponto eutético) se torna
progressivamente mais fina antes que comece a fase “metaestável” da formação da
microconstituintes bainita.
Portanto, a temperatura é um fator importante nos tratamentos térmicos. A
martensita também é obtida em temperaturas mais baixas (ASKELAND; WRIGHT,
2015, p. 412).
Os tratamentos térmicos são essenciais nas indústrias, pois oferecem
características pertinentes a solicitação de trabalho, aos estímulos que o material poderá
sofrer com o ambiente em que está inserido e, principalmente o objetivo de conferir ao
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projeto a escolha correta de quais materiais empregar segundo as formas e funções dos
mesmos.
Destacaremos os quatro tratamentos térmicos usualmente empregados para os
aços na indústria em geral:
Alívio de tensões; Recozimento pleno; Normalização; e Esferoidização.
A seguir na figura 5, está ilustrado os parâmetros utilizados nos tratamentos
térmicos. O aço por ser um material que podemos trabalhar conforme as fases estáveis
desejáveis para cada trabalho que este será estimulado.
Figura 5: Diagrama de fases do aço
Fonte: Askeland; Wright (2015, p.407).
Conforme figura 3 abaixo, segue a ilustração do gráfico de equilíbrio. Tratamento
para alívio de tensões: em materiais, o tratamento para alívio de tensões recebe essa
nomenclatura, pois esse tratamento térmico térmico possui como objetivo eliminar o
encruamento em aços que apresentam aproximadamente 0,25% C. Sua finalidade é
eliminar e/ou reduzir as tensões residuais do material.
Recozimento e normalização-endurecimento por dispersão: nesse segundo tipo de
tratamento térmico, os aços podem ser endurecidos por dispersão, ou seja, pelo controle
que há do tamanho e da morfologia da perlita. Isso acontece pelo aquecimento que existe
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no processo chamado de austenitização, logo é produzida uma austenita mais homogênea
e monofásica; logo uma fase gama de configuração CFC (cúbica de face centrada). Assim,
no recozimento, ou recozimento pleno, esse aço é resfriado lentamente sem a necessidade
de retirar do forno, como consequência obteremos uma perlita grosseira.
No terceiro tipo de tratamento térmico, a normalização o aço é resfriado mais
rapidamente, porque é colocado ao ar e, por isso produz uma perlita fina. Para a
normalização, a austenitização possui uma temperatura específica, o aço é retirado do
forno e exposto ao ar para ser resfriado. Portanto, o resfriamento ao ar é mais rápido do
que resfriar na água ou óleo, logo resulta em uma perlita fina e proporciona ganhos nas
propriedades mecânica do material, por exemplo, a resistência mecânica elevada.
O quarto e último tipo de tratamento térmico usual é esferoidização – melhoria da
usinabilidade. No diagrama de fases, a cementita (Fe3C) possui uma característica
indesejável de baixa usinabilidade. No entanto, pelo tratamento denominado de
esferoidização é possível modificar a morfologia da cementita. Neste tratamento o
material permanece determinadas horas e com uma determinada temperatura, como
resultado obtemos a mudança de lamelas para glóbulos da morfologia cementita. Logo, a
àrea de contorno e a correspondente energia superficial é menor. Chamamos de
microestrutura esferoidita, pois possui uma matriz de ferrita macia e com boa
usinabilidade martensita (ASKELAND; WRIGHT, 2015, p.410-411).
2. METODOLOGIA
Os materiais a serem utilizados neste projeto estão ilustrados abaixo e, segue o
fluxograma das etapas deste trabalho de pesquisa.
Figura 6: Fluxograma das etapas de execução do plano de trabalho.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
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Conforme se observa na figura 4, o fluxograma é essencial para a definição e,
realização de cada etapa. Pois, esta metodologia científica estabelece a divisão de etapas
a serem resolvidas individualmente.
2.1. Materiais
Os materiais a serem utilizados nesta pesquisa serão chapas de aços 300M de uso
aeronáutico, com espessuras de aproximadamente 3 mm, fornecida pelo Instituto de
Estudos Avançados (IEAv) do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial
(DCTA).
Figura 7: Chapa (corpo de prova) soldada e abaixo a “gravatinha”
Fonte: O autor (2019).
Esta chapa estava na EEL USP Lorena – SP, foi submetida ao processo de
soldagem a laser do IEAv/DCTA em São José dos Campos.
Foi idealizado os CPs soldado e CR conforme chapa retangular acima, portanto
traçamos 9 amostras para ambos os CPs, todos com um furo como preparação do ensaio
de imersão. O software utilizado foi o Inventor Profissional 2016.
Figura 8: Equipamento da máquina de corte a laser.
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Fonte: O autor (2019).
A figura 8, ilustra o equipamento utilizado para cortar os CPs. A laser se encontra
no laboratório da universidade Unifatea – Lorena (SP).
Figura 9: CP modelo idealizado no Inventor.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
No Inventor Profissional 2016, além do esboço 2D para determinar a área (base x
altura), foi possível estabelecer o tipo de material, por isso, a figura 5 possui a aparência
semelhante ao aço deste trabalho, além das características mecânicas e físicas.
Figura 10: Broca de 2 mm utilizado para furar os CPs.
Fonte: O autor (2019).
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Conforme a figura 5, é uma broca de aço rápido com diâmetro de 2 mm para
furadeira. Projetada exclusivamente para furadeiras de bancada ou manuais, essa broca é
temperada com tratamento térmico, garantindo resistência a deformação e ruptura.
Figura 11: Furadeira de Impacto 1/2" para furar os CPs.
Fonte: O autor (2019).
Furadeira da marca DeWalt, modelo DWD502, tamanho do mandril de 13 mm –
1/2’’, potência de 710 W, utilizada principalmente como ferramenta de impacto.
Perfuração máxima em aço 10 mm e velocidade de 0 a 2.600 rpm.
Figura 12: Os CPs cortados e furados.
Fonte: O autor (2019).
A figura 9 abaixo, segue os exemplos dos CPs e o paquímetro para medir as áreas
das amostras. O cálculo da área foi importante para determinar a perda de massa em
função do tempo.
Figura 13: Dimensionamento das áreas dos CPs.
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Fonte: O autor (2019).
Paquímetro universal DIGIMESS 300 mm, fabricado com aço inoxidável
temperado.
Capacidade de 300 mm – 12”, graduação de 0,02 mm/.001”.
Quadro 4: Dimensionamento dos CPs
CPs soldado Área CRs Área
S1 S = 81,9 mm² CR1 S = 108, 55 mm²
S2 S = 87 mm² CR2 S = 148 mm²
S3 S = 81,6 mm² CR3 S = 258 mm²
S4 S = 77,6 mm² CR4 S = 95,7 mm²
S5 S = 178 mm² CR5 S = 137,6 mm²
S6 S = 116,44 mm² CR6 S = 244,8 mm²
S7 S = 123 mm² CR7 S = 132,86 mm²
S8 S = 91 mm² CR8 S = 138,45 mm²
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
A amostra 9 foi realizada a caracterização e/ou metalografia do material para
determinar o histórico de processamento do material, os microconstituintes e a análise
química do aço 300M.
2.2. Métodos
A caracterização do material sem solda e soldado pelo processo a laser. A
princípio a caracterização do aço 300M é analisado na dualidade: longitudinal e
transversal. Pois, a chapa acima da figura 4, possui o histórico de processo de fabricação
por laminação. Portanto, haverá um alongamento dos grãos.
Esse projeto é multidisciplinar, por isso envolve algumas instituições parceiras
para atingir o objetivo do trabalho. Por isso, as etapas abaixo seguem sendo realizadas na
FEG/UNESP, localizada em Guaratinguetá – SP, no laboratório de química. Em seguida,
o embutimento dos corpos de prova e a metalografia dos mesmos para caracterizar o
material conforme recebido e soldado.
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Corrosão por imersão (estático), conforme norma ASTM G-31; Preparação da
superfície e das amostras; Determinação do peso e área dos CPs; Exposição em meio
salino/tempo; Microscopia da superfície para determinar pites ativos e passivos;
Cinemática (perda de massa) do experimento de 1 a 4 conforme os quadros 4 e 5 abaixo.
Quadro 5: Lote de CPs sem solda.
Sem solda Tempo (dias)
Amostra: 1 e 2 15
Amostra: 3 e 4 30
Amostra: 5 e 6 45
Amostra: 7 e 8 60
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Para a entrega do trabalho final, talvez o número de dias possa ser a cada 10 dias.
Isso é válido para o lote de CPs sem solda e soldado.
Quadro 6: Lote de CPs soldado.
Soldada Tempo (dias)
Amostra: 1 e 2 15
Amostra: 3 e 4 30
Amostra: 5 e 6 45
Amostra: 7 e 8 60
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Analisaremos os corpos de prova em relação a perda de massa por meio de uma
balança sensível. Pois, a corrosão não é um fator constante e, por isso, deve ser analisada
do ponto de vista de pesagem.
Segue o procedimento com as amostras no quadro 6, em relação ao ensaio de imersão:
Quadro 7: Etapas do procedimento com as amostras.
1. Medir as áreas expostas.
2. Limpeza com álcool isopropílico no ultrassom por 12 min.
3. Secagem com corrente forçada de ar quente durante 15 min.
4. Pesagem em balança analítica.
5. Imersão por duplicata em água salina sintética em temperatura ambiente.
6. Retiradas de duas a cada 48 horas.
7. Lavagem com água três vezes no ultrassom por 12 min.
8. Secagem em estufa de fluxo forçado à 105° C por 30 min.
9. Pesagem em balança analítica.
10. Repetir etapas 8 e 9 até massa constante ou diferença de 0,0002 gramas.
11. Calcular as perdas de massa percentual por unidade de área exposta (PMR).
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12. Graficar PMR versus tempo de imersão e analisar comportamento.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
2.2.1. Soldagem a Laser
A escolha do método de soldagem é fundamental para todo e qualquer processo
produtivo, pois é necessário avaliar uma série de fatores primordiais. A figura 4, mostra
o equipamento para o processo de soldagem a laser.
Figura 14: Esquema de montagem do lase
Fonte: Abdalla et al. (2007).
A figura 4, demonstra o esquema de montagem da laser a ser utilizado nesse
trabalho de pesquisa. Será um laser a fibra de alta potência, fabricado pela IPG Photonics
Ltda., modelo YLR-2000, instalado no Laboratório Multiusuário de Desenvolvimento e
Aplicações de Lasers e Óptica (DEDALO), do IEAv/DCTA.
2.3. Caracterização Microestrutural
A metalografia clássica norma ASTM 3 – 11, caracteriza-se pelos procedimentos
que, prescrevem conceitos generalizados em relação a preparação de corpos de prova para
análise microscópica. Para analisar a microestrutura do aço 300M empregado neste
projeto serão utilizadas técnicas de microscopia óptica (MO) e microscopia eletrônica de
varredura (MEV). As análises serão realizadas no metal base (MB), na zona termicamente
afetada (ZTA) e no cordão de solda (Zona Fundida – ZF).
2.3.1. Análise da microestrutura no software Image J
Consiste em um programa/software livre e gratuito, obtido por meio da Internet
pelo link:http://rsb.info.nih.gov/ij. É uma análise automatizada que permite ao usuário a
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programação conforme a necessidade do projeto, na manipulação das imagens,
binarização, filtros e níveis de cinza, além dos cálculos com imagens para delimiter a àrea
da figura. Essa ferramenta auxilia na análise da microestrutura e permite a manipulação
de algumas variáveis de processamento conforme a escolha do usuário.
2.4. Ensaios de Microdureza
Para esta pesquisa foi estabelecida na norma ASTM 384, a dureza por
microindentação (HV) será obtida pelo ensaio de dureza Vickers por endentação com o
objetivo de se obter o perfil de dureza das amostras por meio da região soldada.
2.5. Ataque Químico
A taxa de corrosão possui uma análise quantitativa: potencial de corrosividade e
taxa uniforme. Embora, responsável pelo ataque químico a metais, normalmente, é
utilizado o NaCl (5%) como ataque químico em uma superfície metálica devidamente
polida, utilizando um ácido adequado que, por sua vez diversas características na
microestrutura são reveladas permitindo a análise do material por meio de técnicas de
microscopia.
3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Ao final deste projeto, foram construídos os resultados esperados da pesquisa A
soldagem a laser comparadas com outras possui muitas vantagens. A soldagem
oxiacetilênica, por exemplo, a fonte de calor é de baixa intensidade, tempo de soldagem
são longos e o metal sólido vizinho fica muito aquecido. As soldagens pelo arco elétrico
utilizam fnte de calor muito intensa, reduzindo a zona térmicamente afetada (ZTA) e
rápido resfriamento. Soldagem por atrito utiliza o próprio calor gerado pela rotação entre
as faces da junta para unir as partes.É interessante ressaltar também a importância da
compreensão de informações da soldagem a laser com ou sem tratamento térmico (pós-
soldagem) do aço aeronáutico.
Além do entendimento do processo de soldagem, é necessário compreender o
comportamento da corrosão e associar os aspectos da microestrutura, a classificação e a
morfologia dos pites do aço. É óbvio e perfeitamente aceitável desenvolver, gerar novas
tecnologias e procedimentos capazes de contribuir para a melhoria das propriedades
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eletroquímicas e mecânicas do aço aeronáutico 300M. Espera-se, que o trabalho possa
contribuir para um novo nível de formação e desenvolvimento de qualificação no
departamento de materiais. E, seria muito interessante a participação em congressos e a
publicação desta pesquisa em periódicos e/ou revistas especializadas.
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APLICAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) PARA
OTIMIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS EM UMA
EMPRESA DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA
IVONALDO JUSTINO GONÇALVES
PAULO HENRIQUE SILVA CONRADO
RODRIGO AUGUSTO CASSIANO
ROSINEI BATISTA RIBEIRO
Resumo
Embora seja uma metodologia aplicada na indústria, poucos estudos referem-se à adequação da
TPM (Manutenção Produtiva Total) em setores que são interligados à cadeia produtiva de uma
empresa, como o setor administrativo, que engloba desde o financeiro, recursos humanos, até o
planejamento estratégico. Assim, este artigo visa mensurar as vantagens da aplicação da TPM ao
ser implementada no setor administrativo de uma empresa prestadora de serviços de manutenção
elétrica mecânica, civil e refrigeração. Para tanto, este estudo de caso apresenta um levantamento
bibliográfico sobre o assunto. E com a aplicação da metodologia, espera-se uma redução no tempo
das atividades, juntamente com uma maior eficiência durante a execução destas.
Palavras-chave: TPM; Implementação; Gestão da Qualidade, Produção Industrial Setores
Administrativos.
Abstract
Although it is an applied methodology in the industry, few studies refer to the adequacy of TPM
(Total Productive Maintenance) in sectors that are interconnected to the productive chain of a
company, such as the administrative sector, which includes everything from financial, human
resources, to strategic planning. Thus, this article aims to measure the advantages of applying
TPM when it is implemented in the administrative sector of a company providing mechanical,
civil and refrigeration electrical maintenance services. Therefore, this case study presents a
bibliographical survey on the subject. And with the application of the methodology, it is expected
a reduction in the time of the activities, together with a greater efficiency during the execution of
these.
Keywords: TPM; Implementation; Quality Management, Industrial Production Administrative
Sectors.
INTRODUÇÃO
Com a chegada da Revolução Industrial e, posteriormente, a Segunda Guerra
Mundial, houve modificações no processo produtivo tendo como consequência a
mecanização de equipamentos e instalações de novas áreas industriais (NOGUEIRA et
al., 2012). Hoje, na era da globalização, as constantes mudanças e incertezas incentivam,
ainda mais, as indústrias a tornar seus processos mais eficientes, com padrões de
qualidades e métodos específicos que devem ser gerenciados corretamente, desde a parte
administrativa até o acabamento do produto final, a fim de evitar falhas futuras, os quais
devem ser de conhecimento do gestor de produção para que possa evitar perdas em toda
a cadeia produtiva. Quanto aos equipamentos, estes necessitam de manutenção para o
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bom funcionamento, a qual, por muito tempo, foi negligenciada pelos responsáveis por
acreditarem que o seu custo era alto e por tanto não valia o investimento.
Em vista disto, pode-se dizer que a sobrevivência das empresas depende muito do
empenho por melhorias contínuas, por uma gestão de qualidade com uso de ferramentas
adequadas que evitem o desperdício e que preveja o risco antecipadamente. Assim,
justifica-se esse trabalho em virtude das constantes mudanças no cenário da indústria que
diante de altas taxas de impostos e infraestrutura precária ainda assim não podem deixar
de serem competitivas para se manter no mercado.
Este artigo tem como objetivo principal relacionar a ferramenta TPM,
Manutenção Produtiva Total (Total Productive Maintenance), utilizada nos setores de
produção como um fator para a otimização em procedimentos administrativos. A TPM
surgiu em 1969, durante a fase de reconstrução do Japão, com uma metodologia de
manutenção contínua na qual envolvia todos os seus funcionários, daí o termo
Manutenção Produtiva Total (CARRIJO e TOLEDO, 2006).
Neste contexto, visando um maior entendimento sobre o assunto proposto, esta
pesquisa será realizada com embasamento teórico e prático. Teórico, em virtude das
informações coletadas por meio de referenciais bibliográficos como Carrijo e Toledo
(2006), Paladini, (2004), Palmeira e Tenörio (2002) e trabalhos disponibilizados on-line;
prático, pelo fato que se pretende, por meio de um estudo de caso, aplicar o TPM no setor
administrativo de uma empresa de engenharia que presta serviços de manutenção elétrica
e mecânica, com intuito de averiguar a sua aplicabilidade.
Com este trabalho, por meio da aplicação de uma ferramenta utilizada em setores
industriais de manutenção e produção em um ambiente administrativo, espera-se uma
melhor organização, uma maior agilidade e um ganho na produtividade da empresa.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. O surgimento da TPM – Manutenção Produtiva Total
A manutenção preventiva originou-se nos Estados Unidos e passou a ser utilizada
no Japão após a Segunda Guerra Mundial, em 1950. Até então, a indústria japonesa atuava
apenas com a manutenção corretiva, ou seja, a manutenção que ocorre após a falha,
quebra de uma máquina ou equipamento (FREITAS, 2009).
Como uma forma de sobreviver no momento pós-guerra eminente, o Japão, com
o apoio de pesquisadores americanos, como Edward Deming e Joseph Juran, passou então
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a conscientizar a todos sobre a importância da qualidade no setor produtivo e, desta forma,
os japoneses investiram em métodos de melhoria contínua com eliminação de
desperdícios vinculados ao aumento da qualidade e de produtividade (CARRIJO e
TOLEDO, 2006).
Yamaguchi (2005, p. 6-8) postula que, em meados das décadas de 50 e 60, já
existiam ferramentas de manutenção corretiva e preventiva, conforme segue:
• 1951(PM) – Manutenção Produtiva: Acompanhamento das condições físicas do
equipamento;
• 1957 – (CM) Manutenção Por Melhoria: prevenção de defeitos em equipamentos;
• 1960 – (MP) Prevenção Contra a Manutenção: grupos de projetos elaborados para
evitar a manutenção, com a ideia de participação de todos os envolvidos.
Para Carrijo e Toledo (2006), foi em 1969 que surgiu a definição de TPM, quando
então a empresa Nippondenso2, participante do Grupo Toyota, que tinha como base o
slogan “Manutenção produtiva com participação total dos empregados”, uniu a
aplicabilidade das ferramentas de manutenção já citadas como PM, CM e MP em uma
metodologia de manutenção contínua na qual envolvia todos os seus funcionários, daí o
termo TPM.
Yamaguchi (2005) contribui ao afirmar que a TPM é uma evolução da PM:
A partir de 1969, a Nippondenso, pertencente ao grupo Toyota, sediada no
Japão, introduziu o TPM, através da evolução da PM (Manutenção Produtiva)
o qual pregava a PM e era chamada de “Total PM”. Esta evolução culminou
na obtenção do “PM Award” prêmio concedido pelo JIPE (Japan Institute of
Plant Engineers) em 1971. Devido a excepcional desempenho obtido pela
empresa, o TPM foi desde então desenvolvido pelo JIPE e posteriormente pela
JIPM3 (p. 8).
Dessa forma, a Nippondenso tornou-se a primeira empresa a conquistar as
certificações em qualidade produtiva com base na TPM.
De acordo com Palmeira (2002), no decorrer dos anos, a TPM passou por
mudanças, as quais podem ser divididas em quatro gerações, que aconteceram a partir de
seu surgimento, conforme apresentado no Quadro 1, a seguir:
Quadro 1: As quatro gerações da Manutenção Produtiva Total
2 Nippondenso atualmente conhecida como DENSO Corporation - fabricante mundial de
componentes automotivos com sede na cidade de Kariya, província de Aichi, no Japão. 3 Japan Institute of Plant Maintenance
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Fonte: Adaptado de Palmeira; Tenörio (2002, p. 92)
.
Com a análise dos dados históricos, nota-se a evolução desta ferramenta
metodológica, que, inicialmente, era utilizada somente para fábricas e em setores
produtivos e a cada geração foi aumentada a abrangência e, hoje, com um conceito mais
abrangente do seu original, passou a incorporar também os aspectos da gestão
administrativa da organização.
3.2. Objetivo da Manutenção Produtiva Total - TPM
Pode-se dizer que o principal objetivo da TPM parte do princípio de que quando a
manutenção é feita de modo eficiente é possível obter zero em perdas, zero em
acidentes, zero em falha de equipamentos, visando uma redução de custos empresariais,
envolvendo a necessidade de atingir a máxima eficácia de todo o sistema produtivo e
atingindo uma maior competitividade no mercado.
Conforme Suzuki (1994 apud JUNIOR e SILVA, 2010, p.4), os objetivos podem ser
definidos em cinco pontos, a saber:
1) Criar uma organização que maximize a eficiência dos sistemas produtivos;
2) Gerenciar a planta como uma organização que minimize as perdas, por meio do
estabelecimento de metas orientadas a “zero acidentes” e “zero defeitos”, ao
longo do ciclo de vida dos elementos produtivos;
3) Envolver todos os departamentos na implantação do TPM, incluindo o
desenvolvimento de novos produtos, vendas e administração;
4) Envolver todos os funcionários desde a alta gerência até os operadores de chão
de fábrica;
5) Orientar as ações visando atingir a meta de “zero perdas”, utilizando-se das
atividades de pequenos grupos de trabalho.
Basicamente, entende-se que o TPM é uma ferramenta metodológica que busca a
eliminação de perdas em todos os setores da organização, por meio do gerenciamento do
setor produtivo aliado a uma manutenção eficaz com a participação total.
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1.1. As 16 Perdas da Manutenção Produtiva Total
Um dos principais conceitos da TMP é a eliminação das perdas. Com o passar dos
anos, foram identificadas dezesseis fontes que influenciaram negativamente em todo o
processo de uma empresa. Essas perdas da TPM subdividem-se em três grupos (mão de
obra, equipamentos e recursos). Adiante, na Figura 1, estão todas as perdas da TPM:
Figura 1: Estrutura das 16 grandes perdas por falta de manutenção
Fonte: SILVEIRA (2016) - adaptado de JMA Consultants Inc.
Visto que este artigo tem enfoque na aplicação da TPM no setor administrativo,
serão destacadas, a seguir, somente as cinco grandes perdas de mão de obra:
1) Falhas Administrativas: competem principalmente à gestão e ao gerenciamento,
como erros em documentações e falta de comunicação entre a alta direção e os
colaboradores;
2) Falhas Operacionais: ocorrem devido à falta de planejamento ou manejo
indevido, quando o setor não segue a linha planejada para a execução das
atividades ocasiona em perdas e retrabalhos;
3) Desorganização: ocasiona perdas de tempo na atividade a ser executada;
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4) Perdas Logísticas: layout não adequado interfere negativamente nas execuções
operacionais e na movimentação;
5) Medições e Ajustes excessivos: fiscalizações excessivas e desnecessárias
ocasionam em perdas de tempo.
Para Marocco (2013), essas perdas em geral podem ser sanadas, pois, afinal:
O programa da TPM é sustentado por oito pilares, são princípios que quando
adequadamente seguidos geram, por consequência, os resultados que as
empresas brasileiras precisam: qualidade, competitividade e eficiência (p.13).
Embora cada pilar possua suas próprias características, os de sustentação, quando
aplicados corretamente possibilitam a adequação dessa ferramenta metodológica em
todos os setores, incluindo um ambiente administrativo ou off-line, no qual se espera que,
como resultado, a manutenção preventiva possa transformar as falhas administrativa,
operacionais, desorganização e medições em excessos em um total de perdas zero.
1.2. Os pilares da Manutenção Produtiva Total - TPM
Para atingir o seu objetivo a TPM se pauta em 8 pilares. Segundo Marocco (2013,
p. 25), podem-se descrever tais pilares da seguinte forma:
1) Melhoria Focada ou Específica: Ênfase na manutenção corretiva de melhorias
voltadas para perdas crônicas relacionadas ao maquinário;
2) Manutenção Planejada: Por meio do planejamento consegue-se estar atento a
possíveis falhas, de modo que é possível manter uma melhoria contínua nos
equipamentos, mantendo a disponibilidade, a confiabilidade e a redução de
custos;
3) Gestão Antecipada: Tem como base a prevenção da manutenção. O gestor deve
planejar a manutenção levando em conta o histórico do equipamento e de quem
irá operá-lo;
4) Treinamento e Educação: refere-se à importância do treinamento técnico e
comportamental de todos os envolvidos e de acordo com as atividades exercidas;
5) Manutenção Autônoma: destina-se aos treinamentos teóricos e práticos
oferecidos aos operadores para que possam conhecer plenamente o equipamento
utilizado e proativamente oferecer melhorias contínuas;
6) Manutenção da Qualidade: manutenção em dia gera confiança nos
equipamentos, em sua qualidade e disponibilidade para uso;
7) Melhoria dos Processos Administrativos: tem como objetivo aprimorar os
processos a fim de reduzir as perdas geradas pelo trabalho de escritório e os
desperdícios, tornando as atividades mais eficientes, contribuindo assim para o
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gerenciamento da empresa. É conhecido também como TPM de escritório ou
offline;
8) Pilar da Segurança, Saúde e Meio Ambiente: refere-se à melhoria contínua
visando melhores condições de trabalho, com redução dos riscos referentes à
segurança de todos os colaboradores e também do meio ambiente.
No sétimo pilar da TPM, a manutenção produtiva total também deve ser feita nos
processos gerenciais, afinal, esta é a primeira etapa para uma real implantação de todo o
processo nos demais setores. Depreende-se, assim, que a TPM pode ser aplicada em toda
a cadeia produtiva, ou seja, desde a parte operacional ao setor administrativo.
1.3. A Manutenção Produtiva Total em Setores Administrativos
Paladini (2004, p. 209) cientifica que um ambiente off-line pode ser definido como
“[...] sendo aquele em que enfatiza as atividades não diretamente ligadas ao processo de
fabricação, mas relevantes para adequar o produto ao uso que dele se espera desenvolver”.
Desta forma, entende-se que em um ambiente off-line, neste caso, pode ser identificado
como os setores operacionais administrativos que servem de suporte para a área de
manutenção e produção, dentre outros como: Departamento de Compras, Logística,
Recursos Humanos e Treinamento.
Para Marocco (2013, p.16), “a gestão inteligente da manutenção ganha
importância pela necessidade das organizações de exporem seus produtos e serviços aos
mercados globalizados”. Ou seja, a empresa busca por meio da gestão o melhor modo de
promover melhorias visando resultados, para tanto, ela trabalha o seu gerenciamento de
modo a acompanhar devidamente os processos referentes à manutenção e produção desde
equipamentos a mão de obra. Ainda, Ribeiro (2004, p. 66) certifica que “o pilar de
melhorias administrativas está voltado para as áreas de planejamento, desenvolvimento,
engenharia, as quais não agregam valor diretamente à área de produção” (apud CARRIJO
e TOLEDO, 2006, p.3).
Com o objetivo de ressaltar a necessidade de envolver todos os setores dentro do
conceito de TPM, Suzuki (1992, p. 43) definiu que “[...] a extensão do TPM para outras
áreas além da produção e da manutenção dos equipamentos é vital para promover a
manufaturabilidade e a qualidade dos produtos” (apud CARRIJO e TOLEDO, 2006, p.3).
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Assim, para a manufaturabilidade de um produto, faz-se necessário o envolvimento dos
setores administrativos para que haja o bom planejamento, controle e organização.
1.4. Implementação da Manutenção Produtiva Total – TPM
Conforme Suzuki (1994), a implementação da TPM normalmente ocorre em
quatro fases, dentre elas: Preparação, Introdução, Implantação e Consolidação (apud
RESENDE e DIAS, 2014, p.3). Essas fases podem ser divididas em doze passos e
apresentadas em 3 etapas conforme mostra a Figura 2, a seguir:
Figura 2: As 12 Implementações da Manutenção Produtiva Total
Fonte: Os autores (adaptado de Silveira, 2016)
Assim, os procedimentos para a implantação devem ser executados pela empresa
seguindo as etapas apresentadas.
1ª Fase – Preparação (passos 1-5): esta fase se inicia com a decisão da diretoria de
realizar a implementação da TPM e termina quando o plano mestre de desenvolvido é
planejado e realizado de acordo com os seguintes cinco passos:
Passo 1 – A alta direção da empresa declara a decisão da implantação da TPM;
Passo 2 – Iniciam-se as atividades de educação, treinamento e divulgação;
Passo 3 – Etapa de organização e promoção da TPM;
Passo 4 – Estabelecimento dos objetivos e diretrizes;
Passo 5 – Elaboração do plano-mestre de desenvolvimento (apud RESENDE e
DIAS, 2014, p.3).
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2ª Fase – Introdução (passo 6): Quando ocorre o lançamento do projeto. Esta fase
consiste na apresentação por parte da diretoria sobre a metodologia a ser aplicada, os
objetivos, metas e planos de implementação que foram definidos durante a fase de
preparação (TENÓRIO; PALMEIRA, 2002).
3ª Fase – Implantação (passos 7-11): Início da implementação da TPM no setor
produtivo, com base em seus oito pilares de sustentação.
4ª Fase – Consolidação (passo 12): Como o próprio nome já diz é a fase em que
ocorre a execução plena das atividades planejadas. O objetivo desta fase é manter os
níveis e resultados que foram obtidos pela empresa, incentivando a continuidade das
atividades já então executadas nos departamentos por meio dos 8 pilares de sustentação
da TPM (TENÓRIO; PALMEIRA, 2002).
1.5. Etapas de Implementação da Manutenção Produtiva Total (TPM) em ambiente
off-line:
Quando se trata de implementação, deve-se levar em conta que tais mudanças não
irão ocorrer de um dia para o outro, pois envolve tempo para aplicar e colher resultados.
Para Carrijo e Toledo (2006), em um ambiente administrativo, ao qual se aplica a
TPM off-line, as características da implantação envolvem:
• Manutenção e inovação: uso de TI para a automatização de tarefas repetitivas para
melhoraria e inovações na produtividade nestes tipos de atividades;
• Fornecedores e clientes administrativos: cria-se um elo entre cliente-fornecedor ao se
fornecer as informações administrativas de ambas as partes;
• Quebra de barreiras entre os departamentos: redução do administrativo necessário;
• Variações no ritmo e fluxo de trabalho: os setores administrativos se organizam de
acordo com o ritmo, dificuldades e demanda do trabalho de tempo em tempo;
• Funções administrativas comuns a todas as áreas: classificação das tarefas
administrativas diárias de cada setor de acordo com sua função básica a fim de serem
identificadas as oportunidades de melhorias nesses fluxos;
• Tornar os arquivos pessoais como informações compartilhadas: as empresas que
aplicam a TPM compartilham os arquivos pessoais, o que possibilita recuperar
informações mais rapidamente.
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Desse modo, percebe-se que o TPM aplicado em um ambiente off-line pode
resultar em benefícios para a empresa como um todo, objetivando a qualidade por meio
da redução de quebras zero em todas as competências, por meio de um bom planejamento
e prevenção de riscos.
2. METODOLOGIA
Metodologia é o tópico do projeto de pesquisa que abrange maior número de itens,
pois responde às seguintes questões: Como? Com quê? Onde? Quanto? (LAKATOS,
2003).
Para a realização deste artigo, serão utilizadas pesquisas em estudos bibliográficos
e online de trabalhos já realizados acerca do assunto. Para Gil (2002, p. 37), o estudo de
caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e
sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira
que permita seu amplo e detalhado conhecimento.
O trabalho está centrado no seguinte problema de pesquisa: Qual o benefício da
implantação do TPM na área de gestão de uma organização?
A partir disso, algumas questões de pesquisa poderão nortear o desenvolvimento
do estudo, tais como:
• É possível mensurar quantitativa e qualitativamente a qualidade das atividades
administrativas desenvolvidas pela empresa, após a aplicação da ferramenta TPM?
• Que procedimentos uma empresa deve adotar para que seja possível a
implementação do TPM?
• Até que ponto a aplicação da TPM na área administrativa reflete na eficiência
também dos processos produtivos?
A aplicação da ferramenta TPM será feita, a partir de um diagnóstico prévio,
obtido por meio de uma análise SWOT da empresa. O diagnóstico tem por objetivo:
• Conhecer o quadro de funcionários da empresa, bem como o seu fluxo de
trabalho;
• Entender o modelo de gestão e como funciona a delegação de tarefas ao setor
operacional;
• Levantar quais são os clientes e a demanda de solicitações de serviço para
empresa em estudo.
O quadro representado na Figura 3, adiante, apresenta os principais fatores internos e
externos, obtidos na empresa estudada pelos autores.
Figura 3: Análise SWOT Utilizada na Empresa
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Fonte: Os autores (2018)
A partir desse levantamento de informações, apresentados na matriz SWOT, será
feito um estudo estratégico de aplicação da TPM na área de gestão da organização.
Mediante essas informações, reforça-se que este estudo está compreendido de 4
fases: 1º semestre de 2017 (levantamento teórico e identificação do corpus); 2º semestre
2017 até 2º semestre 2018 (aplicação da ferramenta na empresa); 1º semestre de 2019
(coleta dos dados) e 2º semestre 2019 (apresentação dos resultados obtidos com as
considerações finais).
3. RESULTADOS ESPERADOS
O foco deste artigo é voltado para aplicação do TPM em um ambiente
administrativo. Para o estudo de caso, quanto a sua aplicabilidade, foi escolhida uma
empresa localizada no interior do Vale do Paraíba, Estado de São Paulo. A organização
atua no segmento de prestação de serviços em diversos nichos de mercado, que estima
pela qualidade e excelência dos trabalhos de sua equipe de engenheiros, nas áreas de
elétrica, mecânica, civil e refrigeração.
3.1. Implementação da TPM
Esta etapa consiste na execução do plano de ação e no acompanhamento da
melhoria. O primeiro passo na aplicação do plano de ação foi a realização de organização
no escritório de trabalho, que começou pelos documentos dos funcionários e também com
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repasse das informações para os demais funcionários, de modo que o funcionamento das
atividades de um determinado processo fosse compartilhados para todos os participantes,
o quais serão orientados em como realizar suas funções e também agir conforme uma
determinada situação ou ocorrência de erros durante o processo de trabalho. Porém,
somente a alteração na instrução de trabalho não é suficiente para que a melhoria seja
implantada. O alinhamento com os funcionários por meio de reuniões e treinamentos é
essencial para a consolidação da alteração.
Com a análise, foi possível identificar os possíveis pontos para serem aprimorados
no setor administrativo da organização, tais como: a utilização de um sistema de gestão
integrado (ERP), que permite o controle de vários dados financeiros da empresa, e a
contratação de funcionários para estes setores da organização. O quadro 2 apresenta o
status da empresa antes da implementação da TPM e todas as propostas apresentadas.
Quadro 3: Comparativo do Atual Sistema da Empresa e Com a Proposta Apresentada
Fonte: Os autores (2019)
Algumas propostas já foram implementadas e já tiveram resultados, os quais estão
sendo analisados. Dentre as propostas que apresentaram resultados, destacam-se:
Integração de um Sistema ERP; Aumento do Quadro de Funcionários.
3.2. Integração de um Sistema ERP
O sistema ERP foi sugerido parar ser adquirido na empresa em estudo, visto que
é composto por vários módulos, entre eles: recursos humanos, compras, vendas, controle
de estoque.
A integração do sistema ERP pode ser dividida em dois momentos: o primeiro,
pela captura das informações que nele serão incluídas, e, em seguida, a análise das
informações para a tomada de decisão.
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Antes da aplicação, eram utilizadas planilhas distintas no Microsoft Excel e as
informações administrativas e financeiras ficavam separadas em pastas, salvas na nuvem,
conforme apresentado na imagem 4, adiante.
Figura 4: Antigo Sistema de Organização de Documentos Administrativos e Financeiro
Fonte: Os autores (2018)
O sistema ERP foi instalado em 2018 e levou três meses para ajustar a sua
integração aos funcionários administrativos. Nesse período, foram realizados
treinamentos para que a utilização desse sistema passasse a fazer parte da cultura do dia
a dia dos funcionários.
A imagem adiante (5) apresenta o sistema ERP que a empresa passou a adotar.
Figura 5: Sistema ERP de Gestão Financeira Implementado na Empresa
Fonte: Os autores (2019)
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É importante destacar que as melhorias sugeridas foram resultadas de trabalhos
desenvolvidos pelas áreas de melhoria contínua na empresa. Um destes resultados
gerados pela implantação do ERP foi a agilidade e disponibilidade dos dados, além de
poupar tempo nas atividades de realização de documentação manualmente. É consenso
entre todos que viabilizaram este trabalho que o aumento da produtividade e economia de
tempo foram fruto de todos envolvidos nesse processo.
3.3. Aumento do Quadro de Funcionários
Com base nos dados da visita, foi sugerido ao sócio gestor a contratação de pelo
menos mais um funcionário para composição da área administrativa, ajudando assim nas
atividades diárias, a qual o gestor executava, que, por sua vez, não tinha muito tempo para
focar na estratégia da empresa em captar mais contratos e, por consequência, não tinha
um controle detalhado sobre as entradas de recursos na empresa e saída. A imagem 6
representa uma parcela do antigo organograma utilizado empresa, com os respectivos
funcionários em que se contava apenas com o sócio diretor para as atividades rotineiras
do setor administrativo da empresa.
Figura 6: Antigo Organograma da Empresa
Fonte: TMA Engenharia (2017)
Em junho de 2018, os sócios realizaram a contratação de dois novos colaboradores
para atuarem no setor administrativo, cada um em uma filial da empresa (Lorena e São
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Paulo). O funcionário de São Paulo atua na rotina administrativa e o colaborador de
Lorena opera com a rotina administrativa e financeira, conforme a imagem 7, a seguir.
Figura 7: Atual Organograma da Empresa
Fonte: TMA Engenharia (2017)
Com essa ajuda, o sócio gestor participou de licitação, obtendo mais dois contratos
de suma importância na empresa, passando de 18 para 24 funcionários em um período de
6 meses.
REFERÊNCIAS
CARRIJO, José Ricardo Scareli; TOLEDO, José Carlos de. A implementação da
metodologia de Total Productive Maintenance-TPM em ambientes administrativos: um
estudo de caso em um departamento de uma indústria gráfica. XII SIMPEP – Bauru, SP,
7 a 9 de novembro de 2005. Disponível em:
<http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_12/copiar.php?arquivo=CARRIJO_JRS_
A%20implement a%E7%E3o%20da.pdf> Acesso em: 25 mar. 2017 16:30.
FREITAS, Éder Benevides. Engenharia de Produção. TPM – Manutenção Produtiva
total. Artigo online, publicado em 15 de maio e 2009. Disponível em:
<http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2009/05/tpm-
manutencaoprodutivatotal.html>. Acesso em: 15 mar. 2019.
GIL, Antônio Carlos. - Como elaborar projetos de pesquisa - 4. ed. - São Paulo: Atlas,
2002.
JUNIOR, Joel da Conceição; SILVA, Sérgio Luís da Silva. Implementação dos
conceitos do TPM (total productive maintenance) no processo de desenvolvimento de
produtos: estudo de caso na indústria automobilística. In: Encontro Nacional de
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MAROCCO, Gustavo Salomão. A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO
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DE CASO. Juiz de Fora 2013. Disponível em: <
http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2013_1_Gustavo.pdf> Acesso em 28 mar. 2017
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PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas 2004.
PALMEIRA, J. N.; TENÖRIO, F. G. Flexibilização Organizacional: Aplicação de um
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SILVEIRA, Cristiano Bertolucci. Os 16 Grandes Tipos de Perdas na Indústria.
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YAMAGUCHI, Carlos Toshio. TPM – Manutenção Produtiva Total. São João Del Rei
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AS VANTAGENS NO PLANEJAMENTO ADEQUADO DE LAYOUT DENTRO
DAS INDÚSTRIAS
AURELIANO HENRIQUE DE SOUZA
BRUNO BITTENCOURT PERRONI
HELEN CAROLINE SILVA DINIZ
JOSÉ RICARDO CRISPIM BARBOSA
LEONIDAS MAGNO DE MORAIS
Resumo
Este artigo busca mostrar a importância da escolha assertiva de um layout para cada tipo de
situação. É possível perceber que um layout bem planejado gera um impacto positivo a indústria,
podendo minimizar os custos das operações e melhorar a produtividade dos processos.
Apresentaremos alguns tipos de layout que são mais utilizados, e que quando implementados de
forma estratégica gera a otimização dos procedimentos de fabricação do determinado produto.
Mostraremos que o layout pode ser colocado individualmente ou juntamente com outros tipos,
para que se possa obter os resultados esperados, deixando claro que é preciso uma análise do
ambiente escolhido para instalação e implementação do layout, olhando para especificações e
técnicas estudadas no presente artigo.
Palavras-chave: Layout, Planejamento, Impacto, Implementação.
Abstract
This article tries to show the importance of the assertive choice of a layout for each type of
situation. You can see that a well-planned layout has a positive impact on the industry, which can
minimize transaction costs and improve process productivity. We will present some types of layout
that are most used, and that, when implemented in a strategic way, generate the optimization of
the manufacturing procedures of the product in question. We will show that the layout can be
placed individually or in conjunction with other types, so that the expected results can be
obtained, making clear that an analysis of the chosen environment for installation and
implementation of the layout is necessary, observing the specifications and techniques studied in
this article.
Keywords: Layout, Planning, Impact, Implementation.
INTRODUÇÃO
O tema de Layout refere-se, sobretudo estabelecer ou redirecionar o arranjo físico
de uma instalação. Assim sendo, máquinas, equipamentos, mão de obra, áreas de
movimentação e estoques são ajustadas de forma harmônica. Tendo como finalidade
proporcionar o melhor desempenho dos funcionários e dos equipamentos, de forma que
o trabalho proceda de modo simples e descomplicado.
Com uma preparação de layout feita de maneira equivocada toda a capacidade e
produtividade da organização serão atingidas, provocando paradas no procedimento,
perca de tempo para ajuste gerando assim falhas no estoque e atrasos nas entregas dos
pedidos, além de aumentar os custos altos e gerar prejuízos.
Ao planejar e analisar qual tipo de layout se encaixa melhor no espaço físico da
indústria é possível oferecer economia nos custos e maior produtividade dos
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colaboradores, evitando possíveis transtornos em uma reformulação de um novo layout
para a indústria.
Como justificativa, o trabalho visa mostrar a importância que o layout tem quando
planejado adequadamente, de modo que seja possível aproveitar ao máximo os recursos
disponíveis, sendo os de colaboradores ou equipamentos, durante a execução dos
processos. Ao criar uma trajetória de produção, é possível diminuir o tempo entre um
processo e outro, tendo um controle maior de onde está o produto e em que fase se
encontra. Sem um layout adequado podem ser gerados gargalos na produção, excesso de
mão de obra, recursos ociosos e desperdício de tempo gerando maiores custos a empresa.
O objetivo desta pesquisa é mostrar a importância da escolha adequada do layout
de acordo com a necessidade e tipo de produto ou serviço prestado. Com isso busca
melhorar entre outros fatores determinantes como: melhor aproveitamento de espaço,
tempo e produtividade.
Como fundamentação teórica foram estudados os principais conceitos dos autores
Hergaru, Mecklenburgh e Francis, Siqueira, Slack, Chambers e Jhonston, Ambrose e
Harris, entre outros.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com os conceitos estudados será possível demonstrar a importância que um layout
tem dentro da industria e apresentar seus tipos mais utilizados, sua melhor maneira de
planejamento e como deve ser implantado dentro do espaço físico disponível.
1.1. Conceito de Layout
Para definir o layout de uma indústria é necessário decidir como será o ambiente
de cada processo, ou seja, como será seu arranjo físico. É preciso definir como todo
material, equipamentos, maquinários e pessoas envolvidas no processo deverão estar
posicionados para melhor atender o processo de produção.
A expressão layout ou disposição física está atrelada a acomodações industriais,
contudo, sua aplicação é mais abrangente e pode se estender a instalações como, lojas
comerciais, escritórios, armazéns, e assim por diante. Por conceito podemos atestar que
layout é a forma que um determinado espaço é ordenado.
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Desta forma, HERAGU (1997), classifica o layout de uma instalação como sendo
a disposição de tudo o que é necessário para a produção de bens ou prestação de serviços
sendo a instalação, a área que facilita o desempenho de qualquer trabalho.
O layout é uma característica intrínseca a qualquer operação, visto que determina
a sua forma, aparência e a maneira como materiais, informações e clientes fluem através
dessa operação (SLACK, et al., 1997). A vista disto o autor delineia layout padrão aquele
que procura reduzir o distanciamento total percorrido, com o deslocamento mais
apropriado dos materiais em busca de custos reduzidos no armazenamento com maior
flexibilidade.
O estudo do planejamento de layout, normalmente é abordado como fator
quantitativo, tendo como objetivo minimizar o custo de movimentação de pessoas e
materiais numa instalação concreta, (MECKLENBURGH, 1985 e FRANCIS et al.,1992).
Ainda assim, segundo FRANCIS e WHITE, (1974), o estudo de layout deve considerar
fatores qualitativos, tais como, a segurança da instalação, a flexibilidade do layout, o ruído
e a estética.
Nas diversas aplicações das concepções de layout a particularidades para cada
caso, vale ressaltar que o senso de melhoria continua converge em todas essas aplicações
no que tange seu objetivo final que é criar/ ajustar a disposição dos elementos matérias e
humanos da melhor forma possível, para que a fluidez dos processos progrida ao mais
baixo custo com desenvolvimento sustentável em todos os âmbitos.
1.2. Tipos de layout
De acordo com Siqueira (p.99, 2009) layout é a forma em que são distribuídos os
recursos produtivos no espaço. Na indústria é possível identificar alguns tipos básicos de
layout que são muito encontrados, eles podem ser feitos de várias formas.
Vamos nos aprofundar no conhecimento de quatro deles que são:
▪ O layout Funcional;
▪ Layout em linha;
▪ Layout celular;
▪ Layout de posição fixa.
Layout Funcional, os recursos são posicionados em locais específicos formando
áreas ou setores. Tendo assim, uma plasticidade para que seja possível atender as
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mudanças que surgem no mercado, porém o seu percurso se torna mais longo até chegar
a sua finalização. A figura 1, ilustra um modelo de layout funcional dentro de uma
metalúrgica que contém áreas de usinagem, pesagem, furação, montagem e acabamento
(SIQUEIRA, p. 100, 2009).
Figura 1: Modelo de layout funcional dentro de uma metalúrgica
Fonte: Siqueira (p.100, 2009)
O layout funcional é bem flexível e pode atender produtos diversificados com
quantidades variáveis, sendo adequado para as indústrias com produções que podem ser
feitas em pequenas ou médias quantidades.
Layout em linha não é muito flexível, por isso acaba sendo indicado para
operações que são pouco diversificadas e seu investimento em equipamentos pode ser
bem alto. Seus recursos são colocados de forma linear, de acordo com a sequência das
operações. Esse tipo de layout também pode ser colocado em outras formas como em S,
U ou L(SIQUEIRA, p. 100, 2009).
Figura 2: Modelo de layout em linha com formato U
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Fonte: Siqueira (p. 101, 2009)
O layout em linha tem seu caminho definido, sendo preferido pelas indústrias na
fabricação de um produto em larga escala que tornara a produção ainda mais eficiente.
Layout celular é constituído por duas ou mais estações em um mesmo local, onde
é possível executar por completo uma etapa da fabricação. Entre as células existe um
fluxo em linha, tornando sua flexibilidade média e com índice de qualidade elevado, por
isto, exige um comprometimento grande por parte dos colaboradores de cada célula.
Nesta figura, podemos observar uma fábrica de aparelhos com duas estações (SIQUEIRA
p.101, 2009).
Figura 3: Modelo layout celular com duas estações
Fonte: Siqueira (p. 101, 2009)
O layout celular, seus produtos podem ser encaminhados para outra célula com
outro tipo de produção, tendo uma maior flexibilidade nos processos e diminuindo os
estoques e transportes de materiais.
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Layout de posição fixa é praticamente impossível de ser movido por ser muito
grande e pesado, por isto, é colocado de forma fixa e os outros equipamentos utilizados
na produção são deslocados ao seu redor. Na figura a seguir podemos observar um modelo
de layout fixo onde um navio está sendo construído, os trabalhadores e equipamentos
devem se deslocar em torno para sua produção (SIQUEIRA, p. 102, 2009).
Figura 4:Modelo de layout fixo na produção de um navio
Fonte: Siqueira (p. 102, 2009)
O layout de posição física, os produtos que estão sendo produzidos não se movem,
pois se torna praticamente impossível seu deslocamento devido ao tamanho e peso de
seus componentes. Esse tipo de processo é utilizado na construção de pontes, navios,
aviões entre outros.
Existem algumas maneiras para escolher o tipo de layout mais adequado para a
indústria em seu sistema produtivo. Com base em uma ferramenta de Slack, Chambers e
Jhonston (2008) que é apresentada como uma solução que considera os volumes e as
variedades na produção, onde a decisão deve ser tomada avaliando as vantagens e
desvantagens de cada layout (SIQUEIRA, p. 103, 2009).
Figura 5:Ferramenta para decisão de layout
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Fonte: Siqueira (p.103, 2009)
Os tipos de layout dentro uma indústria tem grande importância e se mal planejado
poderá prejudicar andamento da produção devido as máquinas estarem fora de lugar ou
distantes, o que gera grande perda de tempo, espaço e dificulta a condução do estoque
dentro do setor, podendo ocasionar perdas de peças no decorrer da fabricação. Que levam
a indústria ser ineficaz em seus processos diminuindo as possibilidades de gerar mais
lucros.
1.3. Planejamento de layout
O planejamento de um layout consiste no ato de organizar determinadas atividades
e processos para atingir um objetivo, quando bem elaborado a chance de êxito é
promissora. O planejamento proporciona redução de tempo e dinheiro, como também
aperfeiçoa a chance de melhoria e com isso garante o sucesso, também colabora para a
diminuição de risco na produção. O desenvolvimento adequado do mesmo mostra aos
gestores o aproveitamento de uma grande oportunidade de como otimizar os recursos
disponíveis.
Segundo Ambrose e Harris (2012, p. [9]), “O Layout é o arranjo de elementos de
um design em relação ao espaço que eles ocupam e em conformidade com um esquema
estético geral. Também podemos chamá-lo de gestão da forma e do espaço”. O Layout,
portanto, busca minimizar os custos e os espaços dentro de uma organização visando
melhorar o rendimento do mesmo trazendo benefícios aos indivíduos que se utilizam
dessa ferramenta.
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Após o desenvolvimento do Layout, inicia-se um processo de seleção, onde
essa ferramenta passa por uma avaliação de viabilidade e aprovação entre as
áreas envolvidas onde analisam se os critérios utilizados no projeto que foram
satisfeitos (KERNS, 1999 apud TORTORELLA, FOGLIATTO, 2008, p. 612).
Após o desenvolvimento do arranjo físico, os gestores analisam a esquematização
da ferramenta e viabilizam sua utilização no espaço físico industrial na qual houve
solicitação.
De acordo com MUTHER, “Além disso, eles permitem que o usuário-chave e os
envolvidos que irão aprovar o layout participem das decisões tomadas” (MUTHER et al,
2000 apud TORTORELLA, FOGLIATTO, 2008, p. 612).
Apesar do problema de layout de uma empresa ser um tema de grande
relevância prática, a literatura sobre sistemática para avaliação das alternativas
de layout e relativamente ilimitada. A avaliação de alternativa de layout
consiste em analisar as condições de tempo, espaço e informação. Assim
permitindo encontrar soluções para tornar objetiva a avaliação do layout
proporcionando uma seleção da melhor alternativa. (LIN; SHARP, 1999 apud
TORTORELLA, FOGLIATTO, 2008, p. 612).
Portanto para começar uma empresa devem-se analisar quais os principais
objetivos da mesma, para então conseguir dar início a um processo de estruturação, o
layout é de extrema importância para qualquer instituição, deve ser bem planejado desde
a entrada da matéria prima até a sua saída, buscando minimizar o tempo e os custos e
melhorar a qualidade de seus produtos, além de atender as expectativas de seus usuários
trazendo maior conforto em seus locais de trabalho.
O responsável pela elaboração do planejamento de layout deve analisar diversas
vertentes, Russel (2002) apud Neumann; Scalice (2015 p. 14) ressalta que “as decisões
fundamentais para o planejador de layout envolvem o volume de capital a investir, a
facilidade de criação de pontos de estoque, o ambiente e atmosfera do trabalho...”, ou
seja, todo o ambiente necessita de prévia análise para execução do planejamento.
1.4. Impacto e implementação de um layout
De acordo com Siqueira (p.98, 2009) um layout bem planejado gera grandes
impactos positivos, onde causa um desempenho maior na produção. Isso permite que as
operações para fabricação de determinados produtos sejam mais eficazes e eficientes,
tornando os resultados garantidos. Por isso se torna necessário um planejamento
adequado e preciso na escolha do layout e na sua implantação.
Em alguns casos o layout é planejado de maneira incorreta, fazendo-se necessária
algumas mudanças. Além de causar confusão nos fluxos, perder muito tempo na
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produção. Porém, é difícil de serem realizadas, já que geram grandes custos, tendo que
provavelmente ser parada toda uma linha de produção para o reajuste do layout que está
gerando resultados insatisfatórios (SIQUEIRA, p.98,2009).
A sua implementação ou mudança, normalmente é defina pelo nível estratégico
ou tático da empresa, pois envolve um bom planejamento e grandes custos. Esse tipo de
decisão por ser feita por vários motivos, como para introdução de uma nova linha de
processos para fabricação de determinados produtos, um elevado custo operacional,
melhoria do espaço físico. O layout deve ser flexível as mudanças, pois podem ocorrer
algumas necessidades da parte da operação como redução da distância percorrida pelos
processos de produção, considerando uma boa utilização do espaço (PEINADO E
GRAEML, 2007).
De acordo com Slack et al. (p.214, 2007) para se decidir como implantar um layout
deve ser analisada suas vantagens e desvantagens e ter um entendimento correto sobre
elas. Tendo em vista, os custos aproximados de sua escolha, pois ter o valor exato dos
custos se torna difícil obter já que existem vários fatores a analisar.
Tabela 1: Vantagens e desvantagens de cada tipo de Layout
TIPOS DE LAYOUT
VANTAGENS
DESVANTAGENS
Espaço utilizado é maior;
FUNCIONAL
Flexibilidade; Menor Dificuldade em controlar
investimento; Alcance da
fluxos; Tempo alto de
supervisão. produção.
Reduz tempo; Fácil controle; Alto investimento;
LINHA Produção simples; Baixa Inflexibilidade;
necessidade de inspeção. Vulnerabilidade na produção.
Redução de espaço, estoques, Alto investimento;
CELULAR lead-time; Operários Dificuldade em alterar o
multifuncionais; Motivação. layout; Capacidade adicional.
Baixa eficiência; Produtos de
FIXO
Produto não se move; baixa escala; Grande
Variedade na mão de obra;
movimentação de mão de obra
e equipamentos.
Fonte: Slack et al. (p.214, 2007) Adaptado
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Antes de implementar um layout deve ser analisados todos os aspectos da
indústria, como qual produto será produzido, o espaço físico e suas vantagens e
desvantagens. Isto faz com que os equipamentos, os colaboradores, as instalações e
maquinário estejam alocados de forma adequada, para que sejam evitadas futuras
mudanças por erro no modelo de layout. Como já foi dito, gera grandes custos uma
mudança no layout e pode se tornar longo o processo de reparo, afetando todo o fluxo de
materiais, e atrasos no cumprimento de contratos com os clientes.
2. METODOLOGIA
Para elaboração deste trabalho foram feitas pesquisas bibliográficas e eletrônica
referentes ao assunto de layout e suas vantagens como artigos, teses e livros. Por meio
destas informações adquiridas, este trabalho vem falar de forma simples e objetiva os
tipos de layout e suas vantagens e assim conseguir transmitir uma informação clara e de
fácil compreensão.
3. PROBLEMÁTICA
Dentre todos os motivos para se reorganizar o layout de uma empresa observamos
a defasagem de seus modelos atuais com necessidade de serem adequados para a melhoria
organizacional da produção, dos quais elencamos alguns deles:
- Quando adquirimos na linha de produção novos produtos, o layout deve ser alterado
modificando assim o método de produção para melhor eficiência, fluxo de matérias,
equipamentos e estocagem de produtos.
- Os recursos que ficam distantes uns dos outros podem ocasionar um deslocamento
desnecessário dos colaboradores, gerando uma perda de tempo na produção muito alta.
- As condições das instalações inapropriadas como sinalização, iluminação, ventilação e
temperatura.
- Cortes de mão de obra ou equipamentos que geram um novo fluxo de produção.
4. RESULTADOS ESPERADOS
Esperamos que este trabalho tenha uma contribuição para um melhor
entendimento de layout e como ele pode ser um procedimento que executado de forma
estratégica irá contribuir na otimização dos processos de produção, aumentando a
produtividade e tornando a organização mais competitiva. Nesse estudo, vimos que o
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layout atribuiu várias vantagens para a indústria quando utilizado adequadamente de
acordo com cada tipo de processo da produção.
Ao planejar um layout será possível diminuir custos para indústria, de forma que
reduzirá os investimentos com transporte de uma operação para outra, o tempo se tornará
mais produtivo, o espaço será utilizado de forma mais adequada. Com isso, podemos
harmonizar e integrar todos os procedimentos de produção, resultando em um rendimento
máximo de todos os fatores da produção.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O layout dentro de uma indústria é essencial para seu desempenho de forma
positiva, pois se os equipamentos, maquinários e os colaboradores não estiverem
trabalhando em forma proporcional e adequada aos processos, a produção se torna frágil
ficando propicia a erros de controle de materiais, imprevistos em relação ao tempo,
podendo ocasionar extravios de produtos durante sua fabricação.
Podemos perceber que para a elaboração de um layout é uma tarefa difícil e
desafiadora, pois são envolvidos vários fatores para seu planejamento sendo eles,
humanos, equipamentos, espaço físico e maquinário. No entanto ao minimizar a distância
em qual será percorrida pelo produto ate a sua produção final, e aproximando os setores
com processos parecidos e seguintes ao o outro, pode-se obter um resultado maior na
produtividade da indústria.
Com um layout feito adequadamente dentro dos processos de produção na
indústria, será possível melhorar os fluxos, o espaço físico dos equipamentos, reduzir
custos e tempo de produção, tornando a organização ainda mais competitiva em relação
ao mercado.
REFERÊNCIAS
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Leonidas Magno de. Modelo para o Projeto de TG (Trabalho de Graduação) da
Fatec Cruzeiro – Professor Waldomiro May. Cruzeiro: Centro Paula Souza, 2017.
Disponível em:<http://www.fateccruzeiro.edu.br/downloads/projetos/artigo2017.doc>.
Acesso em: 1 Mar.2019.
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Disponívelem:<https://books.google.com.br/books?id=Red7DwAAQBAJ&printsec=fro
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SIQUEIRA, j. P. (2009). Gestão de Produção e Operações.Curitiba: IESDE
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AVALIAÇÃO ERGONÔMICA EM UMA EMPRESA DE LUBRIFICANTES E
DESENGRAXANTES
IVONALDO JUSTINO GONÇALVES
ROSINEI BATISTA RIBEIRO
VÂNIA DA SILVA GONLÇALVES
Resumo
As doenças ocupacionais, ou seja, as doenças relacionadas com o ambiente de trabalho, além de
atingir a vida do trabalhador, têm implicações legais. Dentre elas, estão a LER (Lesões por
Esforços Repetitivos) e o DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Este
trabalho tem como objetivo identificar e amenizar os riscos causados pelos movimentos
repetitivos dos colaboradores de uma empresa de lubrificantes e desengraxantes ao executarem
as tarefas diárias. O levantamento de dados será a partir de medições e imagens de 1 (um)
colaborador do setor de produção, para analisar os esforços realizados por ele. A partir do
levantamento de dados, será desenvolvido um protótipo para auxiliar nas atividades. Espera-se
que este trabalho consiga melhorar os postos de trabalho evitando assim futuras lesões que possam
prejudicar a saúde física e mental dos colaboradores.
Palavras-chave: LER/DORT; Ergonomia; Qualidade de Vida.
Abstract
Occupational diseases, ie diseases related to the work environment, in addition to reaching the
life of the worker, have legal implications. Among them are the LER (Repetitive Strain Injuries)
and the DORT (Work-Related Musculoskeletal Disorders). This work aims to identify and
minimize the risks caused by the repetitive movements of the employees of a lubricants and
degreasers company when performing the daily tasks. The data collection will be based on
measurements and images of 1 (one) collaborator of the production sector, to analyze the efforts
made by him. From the data collection, a prototype will be developed to assist in the activities. It
is hoped that this work will improve the jobs, thus avoiding future injuries that could harm the
physical and mental health of employees.
Keywords: LER / DORT; Ergonomics; Quality of life.
INTRODUÇÃO
Segundo a pesquisa de 2013 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), cerca de 3.568.095 trabalhadores disseram ter tido diagnóstico de
LER/DORT, sendo uma das doenças ocupacionais mais frequentes nas estatísticas da
Previdência Social.
Este trabalho tem como objetivo identificar e amenizar os riscos causados pelos
movimentos repetitivos dos colaboradores ao executar as tarefas diárias dentro de uma
empresa de lubrificantes e desengraxantes.
O projeto justifica-se pois irá proporcionar uma diminuição nos custos opercionais
e principalmente, melhorar a qualidade de vida dos funcionarios diminuindo o esforço
repetitivo e a ergonomia inadequada que pode causar lesões nos músculos, tendões,
nervos e ligamentos.
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Neste contexto, visando um maior entendimento sobre o assunto proposto, esta
pesquisa, será realizada com embasamento teórico e prático. Teórico, em virtude das
informações coletadas por meio de referenciais bibliográficos como Ildo (2010), Silveira
(201?), Capeletti (2013) e trabalhos disponibilizados on-line; prático, pelo fato que se
pretende, por meio da aplicação do método Rula, identificar possíveis não conformidades
nas atividades desempenhadas pelos colaboradores e propor melhorias.
Com este trabalho, avaliação ergonômica em uma empresa de lubrificantes e
desengraxantes, espera-se melhorar a satisfação pessoal dos colaboradores e também
organização, uma maior agilidade e um ganho na produtividade da empresa.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Automatização
A automação industrial e promovida pela implementação da tecnologia em um
processo, para que ele seja simplificado e agil. O intuito dela é substituir metodologias de
trabalhos defasados que provocam perda de tempo em setores de uma empresa por
recursos tecnológicos que potencializam o trabalho.
Tem como intuito melhorar as condições de trabalho das pessoas para eliminiar
os riscos e perigos, consequentemente aumentando a segurança nos postos de trabalho,
melhorar a produtividade aumentando o número de itens produzidos por hora e
simplificar a produção.
Cada vez mais os segmentos de produção industrial, geração e distribuição de
energia, transportes e muitos outros requerem um número crescente de novos
sistemas e máquinas automatizadas. Isto se deve ao aumento da produção, aos
custos mais baixos de componentes de automação e máquinas, a qualidade e
estabilidade de novos produtos e à necessidade de substituir trabalhos
perigosos e monótonos dos operadores. (SILVEIRA, 201?)
O sistema automatizado é composto por 2 partes principais:
▪ Parte operacional: Segundo Silveira (201?), é a parte responsável pela atuação direta
no processo que faz com que a máquina se mova e realize a operação desejada, através
do acionamento e pré-acionamento dos dispositivos como motores, cilindros, válvulas,
pistões, compressores de ares e por dispositivos como sensores de visão, indutivo,
capacitivo, etc.
▪ Parte de controle: Segundo Silveira (201?), é a parte programável do sistema que
geralmente utiliza o CLP (Controlador Lógico Programável), ele é considerado o
cérebro na automação industrial, pois é capaz de se comunicar com todos os
componentes que compõem este sistema. Antigamente era utilizado temporizadores,
placas eletrônicas, módulos lógicos e relês eletromagnéticos.
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1.2. Ergonomia
A ergonomia está presente no ser humanos desde os homens das cavernas, quando
perceberam que poderiam transformar materias do dia-a-dia em facilitadores de suas
atividades, como por exemplo: afiar uma pedra e amarra-la em um pedaço de galho para
usar como lança. A ergonomia é um estudo cientifico das relações entre o homem e a
máquica, com a intenção de facilitar o trabalho do homem.
O termo ergonomia deriva-se de duas palavar gregas: ergo = trabalho nomos =
leis, normas e regras.
A ergonomia contribui para melhorar a eficiência, a confiabilidade e a
qualidade das operações industriais. Isso pode ser feito basicamente por três
vias: aperfeiçoamento do sistema homem-máquina-ambiente, organização do
trabalho e melhoria das condições de trabalho. (IIDA, 2005, pag. 19)
Oficialmente a ergonomia surgiu com a Sociedade de Pesquisa em Ergonomia,
sendo datado em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, logo após o fim da 2ª Guerra Mundial,
com a necessidade de corrigir os erros que foram cometidos com a produção em massa
de aviões, tanques, submarinos e armas. Engenheiros, médicos e cientistas deram início
a estudos sobre alavancas, pedais, botões, campo de visão dos tanques, etc.
São considerados riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso,
postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse,
trabalho em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e
repetitividade, imposição derotina intensa. (AGAHNEJAD, 2011, pág. 37)
A partir de 1960 os arquitetos e designers começaram a estudar sobre novas
formas afim melhoras as condições de trabalho em industrias. Já em 1980 ocorre um
avanço na área ergonômica, com o sistema carrossel de armazenagem, que proporcional
o operador não precisar abaixar, subir escadas ou andar longas distâncias para procurar
ou armazenar um determinado, os itens solicitados são trazidos automaticamente até a
altura proporcional para que o operário retire sem causar riscos de lesões por esforço.
A aplicação sistemática da ergonomia na indústria é feita identificando-se os
locais onde ocorrem problemas ergonômicos mais graves. Estes podem ser
reconhecidos por certos sintomas como alto índice de erros, acidentes,
doenças, absenteísmos e rotatividade dos empregados. Por trás dessas
evidências podem estar ocorrendo uma inadaptação das máquinas, falhas na
organização do trabalho ou deficiências ambientais, que provocam dores
musculares e tensões psíquicas nos trabalhadores, resultando nos sintomas
acima mencionados. (IIDA, 2005, pag. 20)
Conforme diz a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a ergonomia
tem como objetivo intervenções e projetos que visam a aumentar a segurança, o conforto,
o bem-estar e a eficácia das atividades humanas.
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1.3. Os Tipos de Ergonomia
De acordo com Iida (2005), existem 3 principais tipos de ergonomia, são eles:
▪ Ergonomia física – caracteriza-se pela anatomia humana, antropometria, fisiologia e
biomecânica, relacionados com a atividade física. Sendo eles a postura no trabalho,
manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos
relacionados ao trabalho, projeto de postos de trabalho, segurança e saúde do
trabalhador.
▪ Ergonomia cognitiva – Caracteriza-se pelos processos mentais, como a percepção,
memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre as
pessoas e outros elementos de um sistema. Sendo eles a carga mental, tomada de
decisões, interação homem-computador, estresse e treinamento.
▪ Ergonomia organizacional – Caracteriza-se pela otimização dos sistemas sócio
técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Sendo eles
as comunicações, projeto de trabalho, programação do trabalho em grupo, projeto
participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede,
teletrabalho e gestão da qualidade.
1.4. LER e DORT
A LER (Lesão por esforço repetitivo) e a DORT (Distúrbio Muscular Relacionado
ao Trabalho), são doenças que afetam os músculos e sistema nervoso, sendo desencadeia
por tarefas repetitivas, posições desagradáveis e esforços por longos períodos de tempo.
(KUORINKA e FORCIER, 1995)
Segundo o Ministério da Saúde (2009), para que se possa prevenir e evitar a
LER/DORT, as principais medidas são a adaptação e ou ajustamento do meio ambiente
(posto de trabalho), às características do corpo humano.
1.5. Método RULA
O método RULA (Rapid Upeer Limb Assessment)) é utilizado para avaliar e
analisar a postura e a angulação entre os membros e o corpo para identificar riscos que
merecem atenção maior, utilizando diagramas para mostrar a amplitude de movimentos
nas articulações e as forças exercidas pelos segmentos em análise. Ele avalia os membros
superiores e inferiores, sendo assim o corpo foi dividido em 2 grupos, A e B.
• Grupo A, membros superiores: braços, antebraços e punhos.
• Grupo B, membros inferiores: pescoço, tronco, pernas e pés
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São atribuídos valores de 1 a 7 progressivamente, sendo 1 menor risco de lesão e
7 maiores riscos de lesão para o membro avaliado. Após os registrados nas tabelas 1 e 2,
os valores são lançados na tabela 3, onde se torna visível a pontuação final da avaliação
da postura.
Grupo A: Membros superiores: braços, antebraços e punhos.
Braços: De acordo com Capeletti (2013), a análise do braço é pontuada de acordo
com a amplitude do movimento durante a atividade (figura 1), valores que variam de 1 a
4. A essa pontuação, deve-se adicionar 1 ponto quando o braço está abduzido ou o ombro
elevado; por outro lado deve-se subtrair 1 ponto se o braço está apoiado, atenuando a
carga. A pontuação segue a seguinte ordem da esquerda para a direita das silhuetas, 1-2-
2-3-4.
Figura 1: Amplitude do braço.
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)
Antebraços: De acordo com Capeletti (2013), a análise do antebraço é similar à
do braço, (figura 2), analisa-se as posturas e se atribui pontos (1 ou 2). A esta pontuação,
deve-se adicionar 1 ponto quando o antebraço cruza a linha média do corpo ou se há
afastamento lateral.
Figura 2: Amplitude dos antebraços.
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)
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Punhos: De acordo com Capeletti (2013) a pontuação do punho se dá de 1 a 3
(figura 3). Sendo que se deve adicionar 1 ponto se o punho apresentar desvio lateral
(radial ou ulnar). Verifica-se a realização ou não de rotações do punho (prono supinação)
e as pontuações devem ser: 1 ponto para amplitude média e 2 para rotações de grandes
amplitudes.
Figura 3: Amplitude do pulso.
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)
Grupo B: Membros inferiores: pescoço, tronco, pernas e pés.
Pescoço: De acordo com Capeletti (2013), a postura do pescoço é analisada (figura
4), atribui-se os valores de 1 a 4 conforme a amplitude dos movimentos realizada durante
a atividade. Deve-se adicionar 1 ponto quando pescoço está inclinado lateralmente ou
rodado.
Figura 4: Amplitude do pescoço.
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)
Tronco: De acordo com Capeletti (2013), a postura do tronco é analisado (figura
5), atribuindo valores de 1 a 4. Da mesma forma que para o pescoço, adiciona-se 1 ponto
quando o tronco estiver inclinado lateralmente ou rodado, ou ainda se o indivíduo estiver
sentado. A pontuação, da esquerda para a direita, 1-2-3-4, para cada silhueta.
Figura 5: Amplitude do tronco.
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Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)
Pernas e pés: os pontos são atribuídos da seguinte maneira, 1 quando estão
apoiados e 2 quando não estão apoiados. Quando os valores registrados das tabelas 1 e 2
em mãos, eles são cruzados e lançados no quadro 3 da pontuação geral.
Quadro 1: Contração muscular.
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)
O quadro 2, adiante, apresenta a relação, pontuação, entre a força utilizada na
realização das atividades, com a intensidade com que ela é realizada.
Quadro 2: Força e carga.
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)
O quadro 3 a seguir, mostra a relação entre a contração muscular, quadro 1, e a
força, quadro 2, conforme a atividade desenvolvida.
Quadro 3: Pontuação geral.
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Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)
2. METODOLOGIA
Metodologia é o tópico do projeto de pesquisa que abrange maior número de itens,
pois responde às seguintes questões: Como? Com quê? Onde? Quanto? (LAKATOS,
2003, p.221).
Para a realização deste artigo, serão utilizadas pesquisas em estudos bibliográficos
e web gráficos de trabalhos já realizados acerca do assunto. Para Gil (2002, p. 37), o
estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências
biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos,
de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.
O trabalho está centrado no seguinte problema de pesquisa: Qual o benefício e
uma ferramenta automatizada para mitigar os esforços repetitivos realizados pelos
funcionários da empresa?
Figura 6: Tampa menor da bombona.
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Fonte: Autores (2019)
O fluxograma apresentado, representa as etapas deste trabalho que já foram
realizadas e as que ainda serão realizadas ao decorrer da pesquisa.
• Pesquisas – Foram realizadas pesquisas bibliograficas e webgraficas sobre o
tema abordado. Utilizado-se do laboratório de materiais, texturas e modelagens
do UNIFATEA.
Figura 7: Laboratório de Materiais, Texturas e Modelagem do UNIFATEA.
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Fonte: Autores (2018)
• Automatização – Estudo através de pesquisar em livros e artigos publicados para
que fosse possivel compreender melhor o tema e efetuar a escreita do artigo.
• Ergonomia – Estudo através de pesquisar em livros e artigos publicados para que
fosse possivel compreender melhor o tema e efetuar a escreita do artigo.
• Análise do setor a receber a intervenção – Com visitas periodicas a empresa
Anaser Industrial LTDA, observou-se qual processo necessita de uma atenção
melhor e uma mudança.
Figura 8: Empresa Anaser Industrial e Comercial Ltda.
Fonte: Autores (2018)
• Desenvolvimento do propósta- Em posse das informações obtidas será
elaboradoum protótipo de uma ferramenta facilitadora para abrir as tampas das
bombonas.
• Aplicação do método rula - será aplicado no setor de produção, para ver a
rotação do pulso do colaborador que abre as tampas da bombona, ele realiza esse
movimento de rotação durante todo o expediente, tornado-se um movimento
repetitivo que a longo prazo poderá se tornar prejudicial a saúde do mesmo.
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• Protótipo - será desenvolvido a partir da utilização do aço para ser modelado de
acordo com as tampas da bombona e para que a outra extemidade se encaixe em
uma parafusadeira.
Atualmente, a atividade desenvolvida é com a utilização de uma chave manual,
conforme apresentado na imagem 9, adiante
Figura 9: Chave que abre as tampas.
Fonte: Autores (2019)
Figura 10: Tampa maior da bombona.
Fonte: Autores (2019)
Figura 11: Tampa menor da bombona.
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Fonte: Autores (2019)
Figura 12: Parafusadeira ilustrativa.
Fonte: www.lojadomecanico.com.br (2019)
• Teste – Após a finalização do protótipo será realizado testes de rotação e força,
para compreender se a sua utilização será viavel
• Novo protótico – caso haja algum resultado não satisfatório, o protótipo será
avaliado e corrigido.
• Utilização na empresa – após a ser aprovado nos testes, será implantado na
empresa a nova ferramenta.
3. RESULTADOS ESPERADOS
A empresa em estudo está no mercado desde 1990, situada na cidade de Lorena,
São Paulo, fornece óleo lubrificante, fluídos de refrigeração, protetivos (anticorrosivos)
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e desengraxantes (líquidos em pós) para empresas do estado e de todo o Brasil.
Atualmente a empresa conta com 07 colaboradores, entre produção, laboratório de
pesquisa e desenvolvimento, vendas e administrativo.
Espera-se que o protótipo passe nos teste e que seja implementado na empresa,
gerando assim menos riscos à saúde do colaborador responsavel por abrir e fechar as
tampas por esforço repetitivo e que com isso melhore a qualidade de vida nos posto de
trabalho.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao CNPq pela concessão da bolsa PIBITI e a empresa
Anaser Industrial e Comercial Ltda.
REFERÊNCIAS
AGAHNEJAD, Payman. Análise ergonômica no posto de trabalho numa linha de
produção utilizando método Niosh – um estudo de caso no pólo industrial de
Manaus. Disponível em:
<http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/2730/1/Dissertacao_AnaliseErgonomica
Posto.pdf> Acesso em: 03 de outubro de 2018.
CAPELETTI, Ben Hur Giovani Mascarello. Aplicação do método RULA na
investigação da postura adotada por operador de balanceadora de pneus em um
centro automotivo. Disponível em: <
http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/2730/1/Dissertacao_AnaliseErgonomicaP
osto.pdfAcesso em: 21 de dezembro de 2018.
GIL, Antônio Carlos. - Como elaborar projetos de pesquisa - 4. ed. - São Paulo:
Atlas, 2002.
IIDA, Itiro; Ergonomi Projeto e Produção 2º ed. rev. e amplitude – São Paulo: Edgard
Blucher, 2005.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios: pesquisa básica − 2001 a 2014. IBGE; 2013 [citado em 2015 maio 15].
Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/pns2013.pdf
KUORINKA, I., FORCIER, L., editors. Work-related musculoskeletal disorders
(WMSDs): a reference book for prevention. Great Britain: Taylor & Francis; 1995.
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LAKATOS, Marconi. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo Editora
Atlas S.A. – 2003.
SILVEIRA, Cristiano Bertolucci. O que é Automação
Industrial. Disponível em: < https://www.citisystems.com.br/o-que-e-
automacao-industrial/> Acesso em: 02 de março 2019.
PAIM, Cleverson; PERAÇA, Daniele; SAPPER, Flávia; MOREIRA, Içara; MOREIRA,
Thaísa. Análise ergonômica: métodos RULA e OWAS aplicados em uma instituição
de ensino superior. Disponível em:
<http://www.revistaespacios.com/a17v38n11/a17v38n11p22.pdf> Acesso em: 03 de
março de 2019.
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BRANDING: A IMPORTÂNCIA DE UMA BOA GESTÃO DA MARCA
DIEGO DE MAGALHÃES BARRETO
JULIA MOTA MOREIRA, JESSICA CAROLINA VIEIRA
LIDIANE STEFANI LAURINDO MARCELINO
Resumo
Ao analisar o atual conceito mercadológico, nota-se uma baixíssima demanda de empresas que
estão focadas no intuito de construir um vínculo direto com o consumidor por meio da marca.
Tanto é que existem sucessos e insucessos na gestão e construção da imagem, bom
relacionamento e novas estratégias para conquistar e fidelizar, pois garantir transparência e
qualificação de identidade da marca é um compromisso que se deve ter.
O intuito deste artigo é verificar o impacto de uma boa gestão da marca, demonstrando o valor de
um bom posicionamento focado na imagem da empresa. Por meio do estudo de caso elaborado
sobre a marca Rio 2016, é possível notar o impacto que as ferramentas utilizadas nas pesquisas
interferem no mercado, o que faz com que os gestores e profissionais de marketing que aderem e
adotam esse método contem com um retorno positivo.
Palavras-chave: Marca; Estratégia; Mercado.
Abstract
When analyzing the current marketing concept, there is a lack of demand from companies that
are focused on building a direct link with the consumer through the brand. So much that there
are successes and failures in the management and construction of the image, good relationship
and new strategies to win and loyalty, since guaranteeing transparency and qualification of the
brand identity is a commitment that must be had. The purpose of this article is to verify the impact
of good brand management, demonstrating the value of a good positioning focused on the
company image. Through the study developed in the Rio 2016 brand, it is possible to denote the
impact that the tools used in the surveys interfere in the market, causing that the managers and
marketers that adhere and adopt this method will have a positive return.
Keywords: Brand; strategy; market.
INTRODUÇÃO
Compreende-se que a marca vem sendo utilizada com o intuito de identificar e
diferenciar um produto ou serviço dos concorrentes como citado por Kotler e Armstrong
(1998). Ela é o grande patrimônio para uma empresa, e para distinguir-se no mercado,
deve desenvolver estratégias para criar ou fortalecer a imagem da marca, agregando além
das qualidades técnicas, os valores esperados pelos consumidores, ou seja, um conjunto
de atributos tangíveis e intangíveis que relacione o produto ao usuário, já que estão
atualmente cada vez mais bem informados, mais críticos e mais conscientes.
A abordagem da pesquisa concentra-se em um estudo de caso da marca Rio 2016,
que se trata dos jogos olímpicos sediados no Brasil. Sabe-se da importância desse evento
para o país e principalmente para a cidade do Rio de Janeiro, onde a marca precisa de
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uma boa gestão para garantir o sucesso em geral do evento. Por meio da pesquisa
consegue-se identificar os fatores responsáveis pelo êxito da marca com a aplicação do
branding, que utilizou essa ferramenta para adquirir posicionamento. Para atingir o foco
principal deste trabalho é preciso contextualizar o conceito de branding. Kotler (1994)
afirma que branding é muito mais do que dar nome a uma oferta. Branding é fazer certa
promessa aos clientes sobre como viver uma experiência e um nível de desempenho
completo. A gestão da marca envolve uma atividade de planejamento estratégico, como
o branding sensorial que está ligado às emoções e branding equity aos significados que
ela passa para o consumidor.
Por meio dessas estratégias é possível criar uma comunicação direta com o público
e compreender melhor o impacto que se pode causar no consumidor e no mercado.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. MARCA
Segundo Kotler e Armstrong (1998), a marca é um nome, termo, sinal, símbolo
ou combinação destes, que tem o propósito de identificar os bens ou serviços de uma
empresa ou grupo de empresas e diferenciá-los da concorrência. Obviamente se fala muito
mais do consumidor, pois com maior precisão, a marca é capaz de aprimorar suas
respostas para o que os clientes desejam ou necessitam.
Aaker (1998) afirma que as pessoas tendem a comprar uma marca conhecida, pois
se sentem confortáveis com o que lhes é familiar, confiável e tem boa qualidade. Uma
marca reconhecida será, assim, frequentemente selecionada diante de outra desconhecida.
Pode-se dizer que existem várias formas de identificar algum produto, empresa ou
serviço através da marca. Ela é a união de atributos tangíveis e intangíveis relacionados,
simplesmente, ao ato de “marcar”, um sinal, um traço, alguma forma, ou ainda uma
expressão deixada por alguém. Assim, gerenciadas de forma adequada, criam e geram
valor, além de impactar sistematicamente na hora de decisão da compra.
Quando se relaciona a palavra marca ao termo branding, torna-se muito mais que
apenas um logotipo, uma embalagem, um nome ou um design. Grandes marcas são
construídas e apresentam uma gestão de crescimento e prosperidade por meio de um
conjunto de experiências, que mantém a imagem da empresa sempre em um lugar de
destaque na lembrança do consumidor.
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1.2. BRANDING
Brand em inglês significa “marca” e a expressão “branding” resume a prática de
gestão da marca. O mercado busca a valorização da imagem da empresa e não somente
do produto/serviço em si. Sua construção é um conjunto de ações estratégicas, que quando
usadas de forma eficiente contribuem para a construção da percepção positiva do
consumidor em relação a sua empresa. Pavitt (2003, p.21) explica que “[...] é
principalmente o processo de afixar um nome e uma reputação para algo ou alguém”.
Para expressar o sentimento, Kotler (1994) afirma que branding é muito mais do
que dar nome a uma oferta, é fazer certa promessa aos clientes sobre como viver uma
experiência e um nível de desempenho completo.
Da mesma forma, segundo Walter Landor (1975), responsável pela gestão visual
da Coca-cola e da Levi’s, produtos são feitos nas fábricas, mas marcas são construídas na
mente. Branding não é um logo, identidade, produto e não é o que se diz e sim o que
dizem sobre sua empresa. É fazer com que um potencial consumidor, direto ou indireto,
parceiros, funcionários, acionistas e fornecedores perceba a marca como a única solução
para o que buscam.
Ele é um sistema de comunicação que deixa claro porque a marca importa, é achar
e comunicar algo que atraia os consumidores para a marca.
A melhor forma de compreender o conceito é, primeiro, entender o processo de
construção de uma marca, elaborado por três junções: definição do negócio,
posicionamento e proposta de valor.
• Um negócio deve transmitir de forma clara qual será o produto ou serviço
oferecido.
• O posicionamento é a relação direta para as estratégias de reputação, ele irá
determinar onde a marca se localizará na escolha do consumidor e todos os
cuidados em relação às opiniões de seus serviços.
• A proposta de valor é basicamente resumida em qual benefício será entregue ao
cliente que consumir a marca.
Após definir a identidade da empresa, deve-se avaliar para quem vai se revelar ao
mercado, ou seja, a escolha do público-alvo. “O sucesso de um processo de
posicionamento só é possível com a adequada segmentação do mercado em perspectiva”
(OLIVEIRA; CAMPOMAR, 2007, p. 48). O ponto da questão é o mercado em
perspectiva, nesse contexto não se pode priorizar todos os segmentos ao mesmo tempo.
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A Unilever, por exemplo, é uma das grandes marcas corporativas que agrega à sua marca
inúmeras outras marcas (exemplo: Nescau e Dove). Para esse fator será necessário um
estudo mais aprofundado de cada item. “A empresa deve analisar seus mercados e
ambientes de marketing a fim de descobrir oportunidades atraentes e evitar ameaças
ambientais” (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.33).
Segundo Wally Olins (1989, p.10), fundador da conceituada consultoria de marcas
que leva o seu sobrenome, falar sobre marca e a construção do branding é entender que o
design estratégico faz parte da identidade corporativa: “Branding: persuadir os de fora a
comprar e persuadir os de dentro a acreditar”.
A gestão da marca envolve uma atividade de planejamento estratégico que visa a
identidade visual da empresa e pretende alcançar uma posição única na mente dos
consumidores. De modo geral, significa a ação de administrar a imagem de uma
organização.
Em um ambiente empresarial, o termo “Gestão da Marca” é considerado
fundamental e muito utilizado, principalmente pelos profissionais de Marketing, pode ser
exibida como a missão da empresa e o seu posicionamento, que ambos devem ser
coerentes e o que se vende deve ser real. O branding é o trabalho que deve ser permanente
e com o foco voltado para ações estratégicas, que faça com que a imagem da empresa se
mantenha sempre em destaque na mente do consumidor.
O posicionamento consiste no desenvolvimento e na transmissão (alicerçada
em uma marca) de uma proposta de valor, a partir de aspectos significativos
para um determinado público-alvo, os quais serão processados e comparados
com concorrentes, dando origem ao posicionamento percebido (OLIVEIRA;
CAMPOMAR, 2007, p.47).
A marca representa-se em três aspectos essenciais: definição do negócio,
posicionamento e proposta de valor. Algumas ações de Marketing fazem uma ligação
emocional direta da marca com os clientes, utilizando tais ferramentas por meio da
ambientação das lojas, promoções, campanha publicitária, diferenciais em ofertas de
produtos, discurso de imprensa, ações sociais, endomarketing4, entre outros. Algumas
marcas exploram e fornecem uma experiência voltada ao emocional, para isso existe o
brand sensorial.
4 Endomarketing: o termo Endo é oriundo do grego Endus e significa para dentro, logo seu conceito
é definido como o estudo do marketing para o público interno da empresa.
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1.3. BRAND SENSORIAL
Para Lindstrom (2007), as marcas se veiculam à memória dos consumidores,
ligada diretamente as suas emoções. Essa afirmação pode ser entendida ao explorar os
sentidos humanos e conquistar muitos clientes com isso. As marcas devem oferecer uma
experiência sensorial e emocional completa, porque, ao ter sua emoção atingida, o
consumidor tem sua razão influenciada e isso vai afetar no processo decisório de compra.
• O cheiro no que diz respeito ao olfato, se conecta diretamente às lembranças.
• A audição é relacionada ao som, o que gera o ânimo.
• O toque gera o contato, que se oportuniza por meio do tato, proporcionando o bem-
estar.
• O paladar frisa a importância do sabor, do prazer e do humor.
• A visão cria a primeira impressão, gerando o impacto e se estabelece a
diferenciação.
Entre uma pessoa que cumprimenta com um aperto de mão fraco e outra que além
de dar um aperto de mão firme aprimora-se com um sorriso, tem-se impressões
diferenciadas entre uma pessoa e outra, a primeira pode transmitir ser alguém sem força
e sem personalidade. Com a marca não é diferente, ela tem aproximadamente dois
segundos para causar uma impressão instantânea nas pessoas. Desta forma, torna-se
relevante explorar os cinco sentidos de forma intensa e precisa, mas de maneira cautelosa,
sem deixar evidências para o consumidor final.
Lindstrom (2007) aconselha que é relevante que as organizações invistam de
forma igualitária no plano de gestão de suas marcas e em um plano sensorial para elas.
Pode se dizer que a marca sensorial expressa sua identidade nos pontos de contato com o
consumidor por meio de: cores, imagens, formatos, sons, atendimento, texturas, formas
de utilização dos produtos, entre outros pontos. Cada um é entendido com o intuito de
fortalecer o posicionamento da marca, atua-se sozinha ou interligada a outras estratégias.
O branding sensorial (LINDSTROM, 2007), como o próprio nome indica,
compreende o planejamento e gestão de marcas sob o ponto de vista sensorial, com o
objetivo de estabelecer um compromisso emocional com o consumidor. A criação de
estratégias origina-se de uma profunda análise sobre a marca e leva em conta uma quinta
auditoria sensorial:
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• a montagem da marca;
• a dramatização da marca;
• a assinatura da marca;
• a implementação;
• a avaliação da marca sensorial.
Por sua finalidade, envolve uma análise crítica das estratégias implementadas,
considerando em que grau a marca sensorial alcançou o efeito desejado sem perder sua
autenticidade.
Sob o ponto de vista sensorial, a gestão de marcas pode garantir altos níveis de
fidelidade do consumidor em um propósito mercadológico saturado por apelos
publicitários. O branding sensorial auxilia na criação de uma plataforma única, calcada
em um vínculo emocional capaz de transitar em diferentes mercados, consumidores e
linhas de mercadorias. Para Lindstrom (2007), por meio do reconhecimento do poder dos
sentidos, os profissionais de marketing encontrarão novos meios para elaborar um vínculo
especial e duradouro com seus clientes, pelo prazer e apreciação das marcas sensoriais.
Ao abordar sobre como o cliente constrói uma imagem favorável das marcas no mercado,
fala-se de brand equity.
1.4. BRAND EQUITY
A marca só começa a significar algo para o consumidor a partir da aproximação
de ambos. Quando o consumidor constrói uma imagem favorável da marca, essa imagem
é justamente o valor da marca ou brand equity.
“O brand equity é o valor agregado atribuído a produtos e serviços [...] é um
importante ativo intangível que representa valor psicológico e financeiro para a empresa”
(KOTLER; KELLER, 2006, p.270).
Para Keller (2014), uma marca tem brand equity positivo quando é designada,
pois os consumidores reagem de forma mais favorável a um produto de que quando a
marca não é identificada. De forma mais simples, o consumidor é mais receptivo quando
consome determinado produto de sua marca favorita quando este é distinguido.
Apesar da marca ser importante, o foco da comunicação está no consumidor,
portanto, deve demonstrar importância por seu público. Para que o brand equity seja
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sempre positivo, será necessário gerar situações favoráveis envolvendo o consumo da
marca.
“O conhecimento da marca consiste em todos os pensamentos, sensações,
imagens, experiências, crenças etc. ligados à marca. Especificamente, elas devem criar
associações fortes, favoráveis e exclusivas com os clientes” (KOTLER; KELLER, 2006,
p.271).
Um exemplo sobre ações que criam fortes associações com os clientes foi de um
jornal em São Paulo, que teve a ideia de presentear alguns formadores de opiniões, com
uma semana de almoço grátis, era um marmitex entregue como mala-direta. Sobre a
tampa do recipiente estava impressa a primeira folha do jornal, informação e satisfação
de necessidades, sendo entregue em horário de almoço. O que fortalece o brand equity
são exemplos como esse, que propõe uma experiência com a marca e faz com que o
consumidor se sinta importante e divulgue o tal presente.
1.5. O QUE O BRANDING FAZ?
A multinacional UNILEVER possuía desde 1930 um símbolo modernista que
significava união, uma marca conservadora e sólida em 2005, ela renovou sua marca
representando as 13 submarcas da empresa em apenas um símbolo, que retratam um
pouco da história da organização, juntamente com aspectos de produtos, natureza e
vitalidade. Segundo Furrier (2008), depois de iniciar um projeto de branding em 2006, o
índice de conhecimento da marca era de 7% com faturamento bruto de 9,5 bilhões de
reais, passou para 73% no ano passado com o faturamento bruto de 11,9 bilhões. Uma
empresa é sempre melhor sucedida se for criada uma atmosfera que fascine não apenas
os que entram em contato com ela, mas também todos os que fazem parte dela.
Para Furrier (2008), quando se deseja um reposicionamento da marca, é preciso
explorar o empreendedorismo e correr alguns riscos importantes em relação ao atual eixo
de clientes atendidos, pois essa atual base pode ser abalada quando a intenção é atingir
um novo segmento. Quando isso acontece, o segmento anterior, composto por clientes já
fixos e constantes, é praticamente perdido, pois a comunicação não é mais direcionada
aos mesmos. O risco está justamente em tentar atingir um novo público sem ter a certeza
do retorno garantido pelo anterior. Por esse motivo é necessário “[...] rever a estratégia
de comunicação por completo e alterar elementos de um composto de marketing já
existente para suportar o programa de reposicionamento” (FURRIER, 2008, p. 166). Para
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que não haja erros e perdas financeiras para a empresa, é necessário analisar todos os
pontos do mix de marketing, como preço, praça, produto e promoção.
1.2. RELACIONAMENTO ENTRE MARCA, CONSUMIDOR E MERCADO
A gestão da marca se torna essencial para criar uma conexão com o público,
primeiramente é necessário conhecer melhor o público-alvo e seus pensamentos. E por
meio dessas informações consegue-se criar uma comunicação direta, uma ação eficaz e
um bom relacionamento.
“Os consumidores buscam por produtos que proporcionem emoção e prazer.
Buscam por produtos com características específicas e que possam refletir as suas
próprias personalidades” (OLIARI; ANNUSECK, 2010, p.5).
A publicidade e o marketing são os responsáveis por encontrar formas relevantes
de abordagem e relação em meio a tantos apelos. Lindstrom (2007) impõe as marcas
sensoriais, ou brandsense neste contexto. Ao analisar o pressuposto de que os seres
humanos compreendem o mundo por meio dos sentidos, o pesquisador afirma que o
diferencial destas marcas no mercado está em serem planejadas, levando em consideração
as dimensões sensoriais que fornecem um vínculo emocional com o consumidor, que
oportuniza a entrarem em contato com suas memórias, convencendo-os por intermédio
do lado irracional.
O mercado está cada vez mais dinâmico, competitivo e completo de novas
informações, por isso a marca é a representação da empresa. Trabalhar esses aspectos
pode ser trabalhoso, pois requer tempo e dedicação, em função disso é fundamental que
a empresa trabalhe fortificando sua marca, fazendo com que exista uma ligação emocional
positiva.
2. METODOLOGIA
A metodologia usada foi um estudo de caso, que se aprimorou como método
qualitativo. Para Yin (2001), o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que
compreende um método, abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise de
dados.
O estudo de caso foi elaborado como foco nos Jogos Olimpícos Rio 2016 e uma
análise mais detalhada sobre cada etapa, na procura de identificar como uma boa gestão
da marca pode transformar ou interferir no resultado final, além da importância referente
ao sucesso. O estudo demonstra que para isso é necessário ter o conhecimento das
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necessidades do público, criando e desenvolvendo um projeto que tenha um efeito
positivo. Por meio dos materiais utilizados na realização da pesquisa, com foco principal
em analisar as diversas características da marca com a inclusão do branding e seus
métodos utilizados. Posteriormente, serão exibidas as análises sobre a aplicação do
branding na marca Olimpíadas Rio 2016, que teve grande influência e repercussão no
mercado.
3. RESULTADOS OBTIDOS
Classificado como o maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos têm
como objetivo estimular a competição sadia entre os povos dos continentes do mundo. O
herói Hércules criou as Olimpíadas por volta de 2.500 a.C., na Grécia Antiga, segundo a
mitologia grega foi em homenagem ao seu pai, Zeus. No entanto, os primeiros registros
históricos são de 776 a.C., quando os atletas vencedores começaram a ter seus nomes
registrados. Como consequência e aprimoramento desse evento que ocorre a cada quatro
anos, continua-se evoluindo e nos anos atuais há novos destaques estratégicos, que
envolvem a marca como base de reconhecimento para a cidade e país em que os jogos
são sediados.
Por meio de pesquisas, pode-se verificar que os criadores da marca Rio 2016,
utilizaram três estratégias de identidade visual: o Seixo – a base da marca, pictogramas e
tipografia – paixão e transformação. A seguir, serão apresentados os reflexos sobre a
marca no país, que utilizou a estratégia de branding.
1.1. O SEIXO – A BASE DA MARCA
O Seixo é o símbolo representado na marca que lhe arredonda as arestas, foi o
ponto de partida para a criação da identidade visual da marca, em que a imagem é
encarregada de manter a uniformização da comunicação, que interliga todas as áreas,
tanto nos Jogos Olímpicos quanto os Jogos Paraolímpicos.
Reunir informações que podem envolver diversas atividades profissionais e
incluir projetos como logotipo, design de produtos e web design consiste no
desenvolvimento da identidade visual, faz com que toda referência visual de
reconhecimento crie uma associação do produto/serviço e empresa, a caminho do sucesso
pela importante estratégia que é a comunicação. Martins (2000, p. 73) afirma que “por
mais que um nome pareça perfeito e seja exclusivo, ele apenas existirá como marca
quando puder ser percebido como um sinal gráfico pelos consumidores”.
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Com o grande desenvolvimento da venda de produtos das empresas nos últimos
anos, Strunck (2001, p.67) destaca que “hoje, se uma empresa não tem uma boa imagem,
não causa uma boa impressão à primeira vista e isso com certeza irá refletir no seu
crescimento e na sua valorização no mercado”. Pode-se concluir que a elaboração de
símbolos, cores e logotipos, é essencial para o progresso de toda empresa.
Figura 1 – Marca: Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
Fonte: https://www.google.com.br/search?q=Olimpiadas+rio+2016&rlz=1C1GCEU_pt-
BRBR821BR821&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiku9yU7dTeAhWIDZAKHZ9NA
2gQ_AUIDigB&biw=1440&bih=789#imgrc=jhKpZ8_x9pIfFM:
As sinuosidades e gama de cores foram inspiradas no que a cidade do Rio de
Janeiro representa para o mundo, incorporando todas suas características e
individualidades, com foco no convite para a maior celebração esportiva, acomodando
atletas, mídia e público com simpatia, diversidade e respeito.
Devem ser ilustrados outros pontos principais, não apenas a Cidade Maravilhosa,
pois o Brasil é um país com muitas culturas, com vários atributos, qualidades e
particularidades. O look5 conduziu todo o planejamento e desenvolvimento da marca e
das outras cidades integrantes: Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Manaus e Salvador,
que também são cenários das competições. Conforme demonstra a figura 2 a seguir:
Figura 2 – Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Salvador
5 Look: Visual. Conjunto, composição ou configuração em acessórios.
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Fonte: https://www.google.com.br/search?q=Olimpiadas+rio+2016&rlz=1C1GCEU_pt-
BRBR821BR821&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiku9yU7dTeAhWIDZAKHZ9NA
2gQ_AUIDigB&biw=1440&bih=789#imgrc=L97ml9kpUBpBeM:
1.2. A COMUNICAÇÃO VISUAL POR MEIO DE PICTOGRAMAS
Otto Neurath é o criador da ISOTYPE (Sistema Internacional de Educação
Tipográfica e Visual). O sistema estabelecido de comunicação visual por pictogramas é
uma linguagem visual universal, criada para ser compreendida independentemente do
idioma nativo do leitor. Segundo Neurath (apud KITT, 2012), partindo do princípio que
pictogramas são representações que podem ser compreendidas facilmente, elas podem
auxiliar na compreensão de informações que são muito complexas ou muito demoradas
de serem lidas e compreendidas somente com textos. Ele afirma e traz influências de que,
“Palavras dividem, imagens conectam” (NEURATH apud KITT, 2012, p.4).
É interessante ressaltar a importância dos pictogramas relacionados a cada
esporte implantado nas Olimpíadas, pois além de especificar o esporte também garante
identidade própria dentre os demais. Vale lembrar que se trata de um evento mundial, em
que pessoas de vários países se reúnem e necessitam de facilidade na comunicação,
principalmente visual em torno de todas as áreas que fazem ligação com o evento.
Beth Lula (2016), responsável pelo projeto e gerente da marca do comitê
Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, intencionada em deixar um
legado para o design brasileiro, pensou em todos os detalhes para que isso fosse possível.
O trabalho durou 16 meses e envolveu 28 profissionais jovens, da área de design e
experientes do Pan de 2007, dentre eles envolveu as federações internacionais, vários
setores do Comitê Rio 2016, do COI e do Comitê Paralímpico Internacional. Segundo
Lula (2016), os esportes e o Rio serviram de inspiração: suas curvas, a natureza
exuberante, os movimentos dos atletas, a ginga do brasileiro e do carioca.
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A criação dos pictogramas oficiais da competição foram influenciados pelas
belezas naturais e arquitetônicas do Rio de Janeiro, o “R” lembra a pedra da Gávea e as
curvas das letras a Praia de Copacabana. Envolvidos pelo desenho do seixo, somando no
total 64 pictogramas, sendo 41 olímpicos e 23 paralímpicos, que usaram como fontes as
letras da marca dos Jogos de 2016, transformaram a identidade visual dos esportes com
muita inovação e evidências da história da cidade escolhida para o sucedido. Os
pictogramas foram utilizados nos estádios, nas tabelas de jogos, placas de identificação e
tornaram a comunicação acessível para todas as pessoas e idiomas.
Nas figuras a seguir, se pode observar e apontar os comparativos de inovação em
todos os aspectos que as Olímpiadas de 2016 visou atribuir na identidade visual dos
esportes.
A figura 3 ilustra os pictogramas das olimpíadas de Londres 2012, como
comparativo mais atual das olimpíadas do Rio 2016:
Figura 3 – Pictogramas das olimpíadas de Londres 2012.
Fonte: https://www.logotipo.pt/blog/pictogramas-olimpicos-do-london-2012/
A figura 4 ilustra a inovação dos pictogramas remodelados para as Olimpíadas de
2016 no Rio de Janeiro:
Figura 4 – Pictogramas dos jogos olímpicos Rio 2016
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Fonte: http://www.bloggokin.it/2014/01/09/la-storia-dei-pittogrammi-olimpici-di-rio-
2016/pictos_alexferro_28102013-6107/
Ao analisar as figuras acima, percebem-se os diferenciais utilizados no design dos
pictogramas das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, que obteve fatores históricos e
envolveram a identidade do país, concedendo inovação, características únicas e
personalidade na remodelação dos pictogramas, enquanto na ilustração da figura de
Londres que sediou os jogos anteriormente, não há nenhum vestígio de preocupação com
a diferenciação, ou a valorização dos pictogramas por mérito da organização do evento
no país.
1.3. TIPOGRAFIA – PAIXÃO E TRANSFORMAÇÃO
De acordo com a definição do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
(HOUAISS, 2001, [s.p.]), tipografia é o “[...] conjunto de procedimentos artísticos e
técnicos que abrangem as diversas etapas da produção gráfica (desde a criação dos
caracteres até a impressão e acabamento), espelhados no sistema de impressão direta com
o uso de matriz em relevo; imprensa [...]”. As composições tipográficas têm como
objetivo a boa legibilidade e a construção de um visual envolvente, que atraia o leitor e
contextualize com o conteúdo e o intuito da publicação.
A tipografia criada para os Jogos Olímpicos de 2016 tem o propósito de traduzir
de maneira clara a essência dos jogos, focado na paixão e transformação. Segundo a Tátil
Design ([s.d.]), responsável pela criação da marca, o propósito era deixar um legado para
a cultura brasileira, ela reproduz a fluidez do traço do pincel no papel alternando entre o
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traço fino e grosso, fazendo a palavra Rio única e contínua. O logotipo expressivo,
gestual, com as letras interligadas de forma fluida, reforça o desejo de união e a essência
humana e acolhedora da marca, traduzindo a simpatia carioca. O desenho tipográfico
exclusivo combina excelência e leveza, inspiração e atenção aos detalhes.
Figura 5: Marca Rio 2016
Fonte: https://www.google.com.br/search?q=rio+2016+olimpiadas&rlz=1C1GCEU_pt-
BRBR821BR821&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj1vNaa_dTeAhXGEZAKHd2nC4sQ
_AUIDigB&biw=1440&bih=789#imgrc=EiRG7MiQg7oe4M:
1.4. REFLEXO DO BRANDING APLICADO A MARCA RIO 2016 NO PAÍS
Todo o conceito sobre a criação da marca veio da ideia de Paixão e
Transformação. Segundo Marcelo Boschi (apud LEVIN, 2016), coordenador de MBA
Estratégica da ESPM Rio, no início à repercussão era muito negativa na mídia antes dos
Jogos começarem, tudo era criticado, por conta da baixa capacidade de gestão, além de
serem incapazes de lidar com os problemas, seriam incapazes de gerenciar um evento
deste porte. Do ponto de vista de branding, o evento foi extremamente benéfico para o
Brasil, mais para o Rio em particular, pois surpreendeu a todos positivamente. Mais do
que o design, do que a forma, cada marca precisa ter uma alma e um propósito. De acordo
com a agência Tátil ([s.d.]), o resultado foi de uma marca humana, feita da mistura de
povos, atletas e culturas, que acolhe com um abraço e tem um jeito apaixonante de
celebrar.
As principais marcas patrocinadoras dos Jogos Olímpicos Rio 2016 também
tiveram um resultado positivo. Conforme afirma Levin (2016), em notícia publicada no
site Meio & Mensagem, a Nissan registrou o aumento de um ponto percentual de market
share6 no Brasil desde o início dos Jogos passando para 3,5%. A marca obteve 2,4 bilhões
de impressões no Twitter para a hashtag específica da Nissan. Esses foram os resultados
6 Market Share: Market, em inglês, é mercado, e share é quota ou fatia. Market Share pode ser
traduzido literalmente como quota de mercado, que é a expressão utilizada em Portugal, ou mesmo
participação no mercado.
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de um trabalho que buscou gerar awareness7 para a sua marca e fazer um
reposicionamento. Para isso, atuou em algumas frentes: patrocinou o Revezamento da
Tocha, que levou seu nome a todo País; lançou um novo carro, o Nissan Kicks; investiu
em mídia on-line e off-line; e interagiu com o público no Rio de Janeiro.
Para Fred Gelli (apud LEVIN, 2016, [s.p.]), sócio e diretor criativo da Tátil
Design, especialista em trabalhar o branding de marcas, os patrocinadores fizeram
praticamente o marketing tradicional, com a vinculação de sua imagem a dos Jogos, sem
aproveitar as conexões que existem entre a essência de cada uma delas com os Jogos. O
branding é responsável por essa ligação de sentimento com a marca, esse era o objetivo a
ser atingido por meio de toda gestão.
Pode-se então classificar a Olimpíada Rio 2016, como um grande sucesso, não só
para os organizadores, como também para patrocinadores e sociedade. A Tátil Design
([s.d.]) ainda informou que foi a marca bem mais avaliada de todos os jogos. Apenas no
lançamento, foram mais de 25 mil referências nas redes sociais, com transmissão de TV
por satélite para mais de 50 países. Loredana Sarcinella, diretora sênior de marketing da
divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, classificou como excelente o resultado
dos Jogos Olímpicos para a marca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nota-se a partir do desenvolvimento do presente estudo, que o Branding ou Gestão
da Marca se faz necessário em qualquer empreendimento que tenha o intuito de
permanecer no mercado ou deixar seu legado. Ao citar a marca e algumas funções
essenciais de causas e efeitos do Branding, percebe-se a primordialidade em levar a gestão
dessas funções traçadas e bem estruturadas.
Além da boa gestão da marca, as ferramentas a serem implementadas são de
extrema importância para o sucesso. O Brand sensorial e o Brand equity são
indispensáveis em marcas, como, de exemplo as Olimpíadas. É com eles que se absorvem
todas as informações que diz respeito a aproximação da marca com o público, tendo-se
todo o cuidado com cada detalhe, cor, estrutura, design e principalmente as informações
relevantes sobre as pessoas a serem alcançadas, para que o envolvimento com o público
consumidor seja evidentemente marcante e cativante. É exatamente o caso da marca que
envolve o seixo, pictogramas e tipografia dos esportes das Olimpíadas Rio 2016, em que
7 Awareness: É uma expressão em inglês, derivada de aware, que significa ter conhecimento ou
percepção de algo. Awareness significa a qualidade do que está ciente, atento, advertido
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a gestão visou incrementar toda essência da cidade, da cultura do país, a recepção calorosa
e muitos detalhes importantes que, por fim, resultou em elogios e uma ótima afeição de
muitos sentimentos positivos que marcaram a história do evento no Brasil.
A evolução dos esportes do movimento olímpico é notória em todas as regiões do
mundo, mas a evolução dos conceitos e importância da marca que cada país precisa
reproduzir quando se tem a honra de sediar esse evento, nunca foi tão sonhada e
reproduzida como ocorreu no Rio 2016, levando-se em consideração que foi a trigésima
primeira edição desse evento de nível mundial. Em todas as edições foram utilizadas
características de pictogramas e tipografia, porém além da última reprodução sediada no
Brasil, dificilmente encontra-se outra na história olímpica que deixou um legado tão e
influenciador com a marca toda tracejada com a história, beleza e paixão do país, que
com toda certeza envolveu o público e expandiu um cartão postal acolhedor de boas-
vindas à nível mundial.
Portanto conclui-se que para obter sucesso e triunfo com qualquer marca, é
necessário uma boa gestão e domínio sobre as ferramentas do Branding, que,
consequentemente, influenciará em todas as etapas desde criação a reconhecimento no
mercado.
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DESAFIOS NA EXPORTAÇÃO PARA A UNIÃO EUROPÉIA: ESTUDO DE
CASO DE UMA EMPRESA FABRICANTE DE FITA DE BORDA
LUCIANO THOME E CASTRO
THOMAZ MARTINS DE AQUINO
Resumo
Este artigo teve por objetivo estudar uma empresa que fabrica fita de borda melamínica e plástica
e que têm por atuação o mercado moveleiro nacional e internacional. Foram identificados os
principais desafios e adequações que a indústria teve que realizar visando exportação para o
mercado europeu. Neste contexto, a empresa teve de aplicar melhorias para que fossem sanados
os problemas e as adequações perante às exigências que o mercado europeu faz para que se possa
comercializar os produtos importados dos países produtores de componentes para móveis. Para a
elaboração do presente artigo, foi realizada uma pesquisa qualitativa com base em conceitos
bibliográficos e sites especializados. Um dos métodos utilizados na pesquisa foi um estudo de
caso, valendo-se da obtenção de documentos técnicos que mostram os dados estatísticos de não
conformidade dos produtos reprovados no ano de 2018. Há que se considerar ainda o processo de
simulação dos processos na empresa em questão, visando os a identificação dos gargalos
estruturais.
Palavras-chave: Comércio Exterior. Qualidade. Melhoria Contínua.
Abstract
The objective of this article was to study a company that manufactures melamine and plastic edge
tape and that have a performance the national and international furniture market. The main
challenges and adjustments that the industry had to carry out in order to exportto the European
market were identified. In this context, there were improvements that the company had to apply
in order to remedy the problems and adaptations to the requirements of the European market so
that products imported from the countries producing furniture components could be marketed.
For the elaboration of this article, qualitative research was carried out based on bibliographical
concepts and specialized sites. One of the methods used in the research was a case study, using
technical documents showing statistics from non-conformity of the products fail in the year
2018.It is also necessary to consider the process of simulation of the processes in the company in
question, aiming at identifying the structural bottlenecks.
Keywords:Foreign Trade. Quality. Continuous Improvement.
INTRODUÇÃO
Para haver a exportação para a União Europeia há que se considerar a exigência
de certificações de garantia de qualidade nos produtos que são expedidos pelos países
produtores para esse bloco econômico. Com isso, os exportadores precisam atender a
diversas exigências aduaneiras, para que suas empresas possam comercializar para esse
mercado. Ao exportar, as empresas têm que aperfeiçoar a mão-de-obra, melhorar a
qualidade e a apresentação do produto e aprimorar os processos industriais.
O presente artigo apresenta uma análise de uma empresa do setor moveleiro com
enfoque nos problemas de qualidade que são apresentados frente a diversas reclamações
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de clientes. A indústria tem por objetivo expandir suas vendas para o mercado europeu, e
com isso, foi necessário sanar essas dificuldades primeiramente, a fim de se elaborar um
Plano de Exportação para a União Europeia.
A justificativa para este trabalho é que, com base nas informações colhidas na
empresa, deveria ser elaborado um Plano de Ação para que não houvesse mais
reclamações de clientes e a empresa poderia, assim, concretizar a sua expansão de
mercado para a União Europeia.
O Objetivo Geral deste trabalho foi elaborar um Plano de Ação para sanar os
problemas de qualidade nos produtos, para então poder elaborar o Plano de Exportação
para a União Europeia, cujos Objetivos Específicos foram analisar os problemas de
qualidade que os produtos da empresa possuem, através das reclamações de clientes,
estudar as ferramentas da qualidade e propor um Plano de Ação à empresa para que a
qualidade dos produtos possa ser garantida além de elaborar um Plano de Exportação para
a União Europeia.
Os autores escolhidos para embasar a Fundamentação Teórica do artigo foram
autores conceituados nas áreas de gestão, como German Segre (2012) na área de
Comércio Exterior, Hitt (2008) na área de Planejamento Estratégico empresarial, dentre
outros autores.
Para a realização do presente artigo, foi feita uma pesquisa qualitativa com base
em conceitos bibliográficos e sites especializados, bem como a utilização de estudo de
caso. O mesmo foi realizado em uma empresa do ramo de componentes para a fabricação
de móveis, valendo-se da obtenção de documentos técnicos que mostram os dados
estatísticos dos produtos não conformes do ano de 2018.
A indústria brasileira fabricante de fita de borda melamínica e plástica está em
vias de realizar uma parceria comercial com uma empresa que tem sede em Praga, capital
da República Tcheca. A organização estrangeira ficará responsável por comercializar os
produtos originários do Brasil na Europa. Com a formulação do Plano de Ação para que
não haja mais reclamações devido à falta de qualidade dos produtos, será possível haver
a exportação para a União Europeia sem ter o risco de objeções por parte dos clientes.
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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. GESTÃO DA QUALIDADE
Conforme a Academia Person (2011, p.4), a Ge stão da Qualidade é uma filosofia
de gestão organizacional que foi criada após a Segunda Guerra Mundial e colocada em
prática especialmente pelos japoneses.
A qualidade está ligada a três fatores: redução de custos, aumento da
produtividade e satisfação dos clientes. É fazer o melhor, com menor custo, entregando
produtos que atinjam as expectativas dos clientes ou até supere.
1.1.1. GRÁFICO DE PARETO
Segundo a Academia Person (2011, p.92), esse princípio acredita que 80% dos
efeitos derivam de 20% das causas. É um gráfico de barras verticais que mostra essa
classificação do problema, permitindo a definição de prioridades.
O Gráfico 1 mostra um exemplo de como deve ser o Gráfico de Pareto.
Gráfico1: Exemplo do Gráfico de Pareto
Fonte: Microsoft Suport office. (2018).
O gráfico de Pareto possui colunas em ordem decrescente e uma linha que
representa a porcentagem total acumulada, ilustrando os problemas maiores que
prejudicam a situação que está sendo analisada (Academia Person, 2011).
1.1.2. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO (ISHIKAWA)
O diagrama de Ishikawa, espinha de peixe ou diagrama de causa e efeito, é
utilizado para mostrar a relação entre as causas e os efeitos de um determinado processo.
É bastante utilizado quando um processo é problemático e não alcança o efeito desejado
(Academia Person, 2011).
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A Figura 1 mostra a estrutura de um Diagrama de Causa e Efeito.
Figura 1: Diagrama de Ishikawa.
Fonte: Dicionário Financeiro. (2018).
O Diagrama de Ishikawa é composto, em sua estrutura por: Métodos - que
significa analisar os procedimentos utilizados, Matéria-Prima - em que é feita a inspeção
das características dos materiais utilizados, pela sua qualidade e pelo fornecimento dos
materiais, Mão-de-Obra - em que é preciso analisar a aplicação através dos trabalhadores,
pelo treinamento fornecido, e por possíveis imprudências, que possam ser a causa para os
problemas, Máquinas - em que é preciso realizar inspeção no maquinário utilizado, pela
sua manutenção ou deterioração, que possam estar causando as falhas na produção e Meio
Ambiente – em que é necessário analisar as características do ambiente de trabalho
(arranjo físico), como também por aspectos do clima, como calor, frio e poeira, e
Medidas–onde analisa-se as medidas tomadas por uma gestão, que podem não ter sido as
melhores para o processo, sendo a possível causa para os problemas em questão.
1.1.3. 5W 2H.
A planilha 5W2H (a sigla 5W se refere a cinco questões, em inglês, que exigem
uma resposta concreta: What (O que?), Who (Quem?), When (Quando?), Where (Onde?),
e Why (Por que?). Em seguida vem o 2H, que envolve duas perguntas: How (Como?) e
How much (Quanto?), questionando como será feito o projeto e o quanto irá custar para
a empresa); é um plano de ação, uma ferramenta administrativa que pode ser utilizada em
qualquer empresa existindo um objetivo a ser alcançado de forma organizada e planejada,
determinando como serão realizadas as ações, porque, por quem, quando, onde, e quanto
irá custar para a organização. (ProLucro,2013)
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Na planilha 5W2H é necessário ter as causas do problema e realizar cada etapa de
forma correta. Ela designa uma sigla que contém todas as iniciais dos processos em inglês
como se pode verno Quadro 1.
Quadro 1: Planilha 5W 2H.
Fonte: EscolaEdit. (2018).
As questões que deverão ser respondidas na planilha devem ser O que (What): O
que será feito, etapas; Quem (Who): Por quem será feito, quais colaboradores estarão
envolvidos no processo; Quando (When): Qual é a data inicial e a data final para ser
realizado o plano de ação, pode ser feito um cronograma para ajudar; Onde (Where):
Onde será feito, deverá ser feito dentro ou fora da empresa, qual setor; Porque (Why):
Por que isso precisa ser feito, quais benefícios, é importante para a empresa e para os
clientes, vai solucionar algum processo ou problema da organização; Como (How): Quais
as etapas e ações que são precisas para alcançar o objetivo; Quanto (HowMuch): Qual o
custo para cumprir com as tarefas determinadas, qual valor dos materiais e dos recursos
humanos necessários. Calcular todas as despesas com recursos, equipamentos e
processos.
1.1.4. O PROCESSO DE SIMULAÇÃO
O processo de simulação é constituído pela modelagem do sistema em questão via
modelo lógico-matemático no qual são conduzidos experimentos que permitem fazer
inferências próximas da realidade.
Neste trabalho foi utilizado o software Visual Object Net++ para a simulação do
processo de produção da fita de borda, visando melhor compreensão do processo para
visualização dos “gargalos” e possíveis melhorias.
A Figura 2 apresenta a visão macro do processo de produção de fita de borda
melamínica da empresa estudada.
Figura 2: Simulação do processo de produção de fita de borda.
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Fonte: Autores. (2019).
O processo de produção de fita de borda melamínica têm início no setor de
Impressão. São utilizadas as matérias-primas papel de 1 m² de largura e tinta nesse
primeiro processo. As tintas vêm formuladas da sala de tintas, isto é, já misturadas de
acordo com o padrão aprovado pelo cliente. As impressoras são utilizadas nesse processo
para ser feito as bases e os veios de cada produto de forma a imitar o desenho da madeira
ou outro conforme o padrão A4. O papel é desbobinado na impressão e a tinta é impressa
por cima dele, gravando o desenho. Depois no final deste processo, o papel é rebobinado
e levado por uma paleteira manual até um estoque verticalizado para a cura da tinta. Esse
processo normalmente deve ser feito em 48 horas para que a tinta seque.Depois do
processo de cura, a bobina de papel impresso segue para o setor de Impregnação. Neste
processo são utilizadas as matérias-primas de Solução Impregnante Básica (SIB) e verniz.
Na formulação de SIB são utilizados resina acrílica, ureia, formol, álcool e aditivos UC e
CT03. Essa mistura química é colocada em uma banheira das impregnadoras, isto é,
máquinas com banheiras e fornos. O papel é desbobinado e é mergulhado nessa banheira
e depois seco em um forno de 180°C. Após a primeira secagem o papel é passado por um
processo de aplicação da primeira camada de verniz ou primer. São utilizadas barras
untadas com o primer para ser aplicado no papel. Após esse processo o papel é novamente
seco em um forno a 180°C. Depois desse processo é utilizada outra camada de verniz
aplicada da mesma forma do que o primer e o papel novamente é passado no forno. Após
isso o papel é rebobinado e supervisionado por um revisor que avalia se ficou de acordo
com o padrão aprovado pelo cliente. No caso de desvio de tonalidade, é imediatamente
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abortada a produção para que haja o retrabalho no setor de Impressão. O papel impresso
consegue ser retrabalhado, porém o papel impregnado não consegue ser retrabalhado,
ocasionando perda para a empresa quando feito de forma errônea.
Após esse processo, há um último processo em que o papel é gofrado, isto é,
passado por uma máquina que grava a textura. A gofradeira aplica verniz fosco e abaixa
o brilho do papel ao mesmo tempo em que grava texturas. Após isso, o papel é levado
para uma máquina de revisão, em que é conferido novamente para ver se não há defeitos.
Após isso, o papel fica no estoque e deverá depois ser embalado e enviado ao cliente, ou
então refilado em tiras menores de acordo com a especificação de cada produto.
A empresa tem clientes no mercado interno e externo, exportando atualmente para
35 países em vários continentes, sendo a Europa a última fronteira a ser transposta.
1.2. PROCESSO DE EXPORTAÇÃO PARA A UNIÃO EUROPEIA
1.2.1. O PAPEL DA UNIÃO EUROPEIA NO MERCADO MOVELEIRO
Segundo o site oficial da União Europeia, o bloco econômico é uma parceria
econômica e política com características únicas, constituída por 28 países europeus, que,
em conjunto, abarcam uma grande parte do continente europeu.
A União Europeia (UE), baseia-se nos princípios do Estado de direito: toda a sua
ação deriva de tratados voluntária e democraticamente aprovados por todos os Estados-
Membros. Nesses tratados, estão definidos os objetivos do bloco econômico nos seus
muitos domínios de intervenção, inclusive dando origem a uma moeda única, o euro. As
pessoas também podem circular livremente em quase todo o continente. Tornou-se
também muito mais fácil viver e trabalhar noutro país integrante do bloco.
Os Países membros da UE são: Áustria, que entrou no acordo em 1995;Bélgica,
em 1958; Bulgária, em 2007; Chipre, em 2004; Croácia, em 2013;República Tcheca, em
2004; Dinamarca, em 1973; Estônia, em 2004; Finlândia, em 1995; França, em 1958;
Alemanha, em 1958; Grécia, em 1981; Hungria, em 2004; Irlanda, em 1973; Itália, em
1958; Letônia, em 2004; Lituânia, em 2004; Luxemburgo, em 1958; Malta, em 2004;
Países Baixos, em 1958; Polônia, em 2004; Portugal, em 1986; Romênia, em 2007;
Eslováquia, em 2004; Eslovênia, em 2004; Espanha, em 1986; Suécia, em 1995; Reino
Unido, em 1973.
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A caminho da adesão à UE: Países candidatos: Albânia, Antiga República
iugoslava da Macedónia, Montenegro, Sérvia e Turquia. Potenciais países candidatos:
Bósnia e Herzegovina e Kosovo.
Segundo a Apex Brasil (2018), o continente com as maiores oportunidades para o
mercado moveleiro do Brasil é a Europa. Os países Alemanha, França, Reino Unido,
Holanda, Itália, Polônia e Rússia concentram essas oportunidades, sobretudo Alemanha
e França, que juntas importam 50% dos móveis. Já o Reino Unido importou US$56,8
milhões em móveis no ano de 2018.
1.2.2 ACESSO AO MERCADO EUROPEU: REPÚBLICA TCHECA
A República Tcheca (Českárepublika, em tcheco) é um país independente, sem
saída para o mar, localizada no centro da Europa. Seu território de 78.866 km², limita-se
a oeste e noroeste com a Alemanha; a nordeste e leste com a Polônia; a sudeste com a
Eslováquia e ao sul, com a Áustria, como se pode ver na Figura 3.
Figura 3: Mapa da República Tcheca
Fonte: Mapa Múndi (2018)
A capital é Praga, e a maioria dos 10,4 milhões de habitantes do país são tchecos
(94%), sendo que eslovacos, Roma (ciganos), silésios, poloneses, alemães e ucranianos
constituem minorias. A maioria dos cidadãos tchecos são cristãos, divididos entre
católicos romanos e protestantes. O idioma oficial do estado é o tcheco. A moeda utilizada
no país é a coroa tcheca. A República Tcheca está atualmente a preparar a adoção do euro.
É um país membro do espaço Schengen desde 2007. As cidades principais são: Praga,
Brno, Ostrava, Pizen, Olomouc. O clima é temperado continental. A Densidade
demográfica do país é de 137,1 hab./km² (estimativa 2017).
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A República Tcheca é uma república parlamentarista, em que o chefe de governo
é o primeiro-ministro e o chefe de Estado o Presidente. O país foi fundado em 1993,
depois da divisão da Checoslováquia em República Checa e Eslováquia. Está dividido
em 14 regiões, incluindo a capital, Praga. O primeiro ministro, desde 2017, é
AndrejBabiš.
Em 2016, os principais setores da economia tcheca foram a indústria (32,1 %), o
comércio e os serviços de transportes, alojamento e restauração (18,6 %), a administração
pública, a defesa, a educação, a saúde e os serviços sociais (14,7 %). No que diz respeito
às exportações, 84 % destinam-se a outros países da União Europeia (Alemanha – 32 %;
Eslováquia – 8 % e Polónia – 6 %). Das exportações para o exterior da União Europeia,
2 % destinam-se aos Estados Unidos e outros 2 % à Rússia. No que respeita às
importações, 79 % provêm de países da UE (Alemanha - 31 %, Polónia - 10 % e
Eslováquia - 6 %). Das que provêm do exterior da UE, destacam-se as importações
provenientes da China (7 %) e as da Coreia do Sul (2 %).
A República Tcheca será o país escolhido para o processo de exportação para a
União Europeia, pois a empresa que será parceira na expansão comercial para a Europa
tem sede em Praga, capital da República Tcheca.
1.2.3. PROCESSO DE EXPORTAÇÃO
Para a realização de uma exportação tem que haver um planejamento constante
para todos os processos fluírem de maneira adequada. São exigidos dos exportadores os
seguintes requisitos:
- Nos objetivos sociais do contrato social da empresa constar a “exportação
e importação, por conta própria, de terceiros e por encomenda”;
- Possuir um cadastro no Sistema Radar.
De acordo com Segre (2012, p. 48) “o sistema Radar ou Ambiente de Registro e
Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros, foi disponibilizado, em 21 de
agosto de 2002, para todas as Unidades Aduaneiras da Secretaria da Receita Federal. Os
requisitos de acesso são determinados através de Instruções Normativas da Secretaria da
Receita Federal. Basicamente, é um sistema que permite ao governo habilitar ou não uma
empresa a operar no comércio exterior, através necessidade de habilitação do seu
responsável legal”.
- Elaborar a Proforma Invoice para a negociação com o importador.
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O documento denominado Proforma Invoice (Fatura Proforma) é conforme Segre
(2012, p. 68) “de responsabilidade do exportador, emitido a pedido do importador, para
que este providencie a Licença de Importação, se for o caso, e tomar outras providências”.
- Realizar o Contrato de Câmbio.
Segundo Segre (2012, p. 86) “o contrato de câmbio é um instrumento particular,
bilateral, no qual um vendedor se compromete a entregar certa quantidade de moeda
estrangeira sob determinadas condições (taxas, prazos, forma de entrega, etc.) a um
comprador, recebendo em contrapartida o equivalente em moeda nacional”.
- Registro de exportação no SISCOMEX
De acordo com Segre (2012), o Sistema Integrado de Comércio Exterior
(SISCOMEX) foi criado pelo decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992 e é um sistema
informatizado que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle do
comércio exterior, mediante um fluxo único de informações através de computadores.
- Documentos necessários para a exportação
Segundo Segre (2012, p. 68) “os documentos utilizados na importação ou
exportação variam de acordo com a existência ou não de acordos comerciais, o tipo de
produto e outras variáveis”. Alguns dos documentos mais utilizados são: Nota Fiscal
(DANFE), Conhecimento de Embarque Nacional e Internacional, Fatura Comercial
(CommercialInvoice), Packinglist ou Romaneio de Carga, Certificado de Origem,
Certificado de Fumigação, Certificado de Análise e Certificado de Seguro.
Nota Fiscal (DANFE):a nota fiscal acompanha a mercadoria desde a saída do
estabelecimento até o efetivo desembaraço físico junto à Secretaria da Receita Federal.
Conhecimento de Embarque Nacional e Internacional: o conhecimento de
embarque é o documento emitido pela empresa transportadora que atesta o recebimento
da carga, as condições de transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao
destinatário legal, no ponto de destino preestabelecido, conferindo a posse de
mercadorias.
Commercial Invoice (Fatura Comercial): a CommercialInvoice é um documento
internacional, emitido pelo exportador, que, no âmbito externo, equivale à nota fiscal,
cuja validade começa a partir da saída da mercadoria do território nacional e é
imprescindível para o importador desembaraçar a mercadoria no país destino.
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Packing List ou Romaneio de Carga: o Packing List ou Romaneio de Carga é o
documento que é emitido pelo exportador relacionando os produtos e respectivas
quantidades a serem exportadas.
Certificado de Origem: o Certificado de Origem é o documento providenciado
pelo exportador, sendo expedido pelas federações da agricultura, da indústria e do
comércio, por associações comerciais, centros e câmaras de comércio.
Certificado de Fumigação é um comprovante que garante que a embalagem foi
sanitizada.
Certificado de Análise: o Certificado de Análise é um documento emitido pelo
vendedor ou exportador que declara formalmente, a qualidade do produto a ser vendido
ou embarcado de acordo com as exigências feitas pelo comprador e também a quantidade
de cada componente que compõe o produto.
Certificado de Seguro: o Certificado de Seguro é o documento necessário quando
a condição de venda envolve a contratação de seguro da mercadoria. Deve ser
providenciado antes do embarque, junto a uma empresa seguradora, de livre escolha do
exportador.
- Exportação Indireta
Segundo Segre (2012, p. 57), as exportações podem ser realizadas por meio de
intermediários, sendo que dentre esses intermediários há as seguintes diferenças: empresa
comercial exclusivamente exportadora, empresa comercial de atividade mista (que opera
tanto nas atividades de mercado interno como da importação e exportação), cooperativas
ou consórcios de fabricantes ou exportadores e indústria cuja atividade comercial de
exportação seja desenvolvida com produtos fabricados por terceiros.
Trading company é a empresa que compra mercadoria em um mercado para
revendê-la em outro. Não deixa de ser uma exportação indireta, mas é diferente do que
operar através de uma comercial exportadora.
As comerciais exportadoras são empresas que têm por objetivo social a exportação
indireta de produtos, ou seja, a Empresa Comercial Exportadora recebe mercadorias do
fabricante com o fim específico de exportar. A Comercial Exportadora não estabelece
nenhuma modalidade de sociedade, não está vinculada a composição de capital, de
registro e de movimentação mínima de valores etc. Pode ser, portanto, qualquer empresa
que exporta, até mesmo uma indústria que também opere comercialmente na exportação,
constituindo-se como qualquer outra empresa. Já a Trading Company é uma organização
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comercial que atende especificamente a algumas exigências como: obter um registro
especial, possuir um capital mínimo próprio, constituir-se sob a forma de sociedade por
ações. Basicamente, a Trading Company é uma Empresa Comercial Exportadora que
atende exigências especiais.
- Incoterms
Segundo o site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(2019) os Incoterms surgiram em 1936, quando a Câmara Internacional do Comércio
(CCI), com sede em Paris, interpretou e consolidou as diversas formas contratuais que
vinham sendo utilizadas no comércio internacional.
Segundo Segre (2012, p. 70) “os Incoterms fixam direitos e obrigações, tanto do
exportador como do importador, estabelecendo com precisão o significado do preço
negociado entre ambas as partes”. Uma operação de comércio exterior com base nos
Incoterms reduz a possibilidade de interpretações controversas e de prejuízos a uma das
partes envolvidas. A importância dos Incoterms reside na determinação precisa do
momento da transferência de obrigações, ou seja, do momento em que o exportador é
considerado isento de responsabilidades legais sobre o produto exportado.
Os Incoterms definem regras apenas para exportadores e importadores, não
produzindo efeitos com relação às demais partes, como transportadoras, seguradoras,
despachantes etc. São de denominados condições de venda e são reconhecidos
mundialmente por exportadores e importadores.
Os Incoterms regulam a distribuição dos documentos, as condições de entrega da
mercadoria, a distribuição dos custos da operação e a distribuição dos riscos da operação;
porém não regulam a legislação aplicável aos pontos não considerados pelos Incoterms e
a forma de pagamento da operação.
Apesar de o seu uso ser facultativo, os Incoterms são utilizados em praticamente
todas as operações do comércio internacional.
O constante aperfeiçoamento dos processos negocial e logístico, com este último
absorvendo tecnologias mais sofisticadas, fez com que os Incoterms passassem por
diversas modificações ao longo dos anos, culminando com um novo conjunto de regras,
conhecido atualmente como Incoterms 2000. A partir de 1º de janeiro de 2011 entrou em
vigor a versão Incoterms 2010, que extinguiu 2 termos do Incoterms 2000, ficando
portanto com 11 fórmulas contratuais, sendo elas: EXW – ExWorks (ex-fábrica); FAS –
Free Alongside ship (livre ao lado do navio); FCA – Free carrier (livre no transportador);
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FOB – Free on board (livre a bordo); CFR – Cost and freight (custo e frete); CPT –
Carriage paid to... (Transporte pago até...); CIP – Carriage and insurance paid to...
(transporte e seguro pagos até...); CIF - Cost, insurance and freight (custo, seguro e frete);
DAT – Delivered at terminal (entregue no terminal); DAP – Delivered at place (entregue
no local designado) e DDP – Delivered duty paid (entregue com direitos pagos).
- Barreiras ao comércio internacional
Segundo Segre (2012, p.31) “não há uma definição precisa para barreira, ela pode
ser qualquer lei, regulamento, política, medida ou prática governamental que acarreta
restrições ao comércio exterior”.
De acordo com Maia (2007, p.208) “há barreiras necessárias e também barreiras
inaceitáveis”. As necessárias são implantadas quando a produção nacional está sendo
agredida por empresas do exterior com a finalidade de destruir a produção nacional e os
empregos gerados por ela. E as barreiras inaceitáveis são os monopólios, os oligopólios,
os trusts, os cartéis e o dumping.
Segundo Maia (2007, p.209) “o dumping consiste em vender no exterior por preço
abaixo do custo de produção”. O objetivo é destruir o concorrente e ficar dono do
mercado, pois dessa forma terá meios de impor preços e condições. De acordo com Segre
(2012, p.29) “a competência para julgar os processos que envolvem a prática de dumping
é da Organização Mundial do Comércio (OMC). Quando constata efetivamente a prática,
a OMC autoriza os países em que se localizam as empresas prejudicadas a adotar taxas
antidumping”.
De acordo com Segre (2012, p. 31) “as barreiras mais comuns são as seguintes:
- Barreiras tarifárias ou alfandegárias”
As barreiras tarifárias são representadas pelas alíquotas de imposto de importação,
taxas diversas e valoração aduaneira. Essas tarifas incidem na entrada do produto quando
de sua importação.
- Barreiras não tarifárias
As barreiras não tarifárias são as disposições legais distintas dos impostos de
importação, cujo objetivo principal é limitar a importação de mercadorias por
determinado país (quotas ou anuências prévias para importação).
Restrições quantitativas, licenciamento de importações, procedimentos
alfandegários, medidas antidumping e compensatórias são exemplos de barreiras não
tarifárias.
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Essas barreiras podem proporcionar exigências legítimas de segurança e proteção
à saúde, e também, podem apresentar outras formas de protecionismo disfarçado por
demandas legítimas da sociedade, tendo, pois, grande importância como forma de
proteção aos mercados nacionais.
- Barreiras técnicas.
As barreiras técnicas podem surgir em consequência da falta de transparência nas
normas e nos regulamentos ou da imposição de procedimentos de avaliação demorados
ou dispendiosos.
Essas barreiras são definidas como normas e regulamentos técnicos, regulamentos
sanitários, fitossanitários e de vigilância animal.
É importante observar que as normas e os regulamentos técnicos não são barreiras
comerciais. Entretanto, as barreiras técnicas podem assumir caráter protecionista, não
apresentar a necessária transparência ou impor procedimentos morosos ou dispendiosos
de avaliação de conformidade.
As barreiras técnicas podem também ocultar intenções protecionistas, ao
apresentarem regulamentos excessivamente rigorosos, discriminação com relação ao
produto importado ou inspeções caracterizadas pelo arbítrio ou excesso de zelo.
- Transporte Internacional de Carga
Conforme Segre (2012, p. 124) “o transporte é o principal componente do sistema
logístico. Sua importância pode ser medida através de pelo menos três indicadores
financeiros: custos, faturamento e lucro”.
O transporte ainda representa, em média, 60% dos custos logísticos, 3,5% do
faturamento e, em alguns casos, mais que o dobro do lucro. Além disso, o transporte tem
um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o
tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos.
O transporte internacional pode ser realizado pelos meios aéreo, marítimo e
terrestre, ou pela combinação dos mesmos em uma mesma remessa que denominamos
Multimodalidade. Cada um possui custos e características operacionais próprias, que os
tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos.
Os critérios para escolha de modais devem sempre levar em consideração aspectos
de custos, por um lado, e características dos serviços, por outro. Em geral, quanto maior
o desempenho em serviços, maior tende a ser o custo do mesmo.
- Custos e formação de preço na exportação
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Segundo o Sebrae SP (2015), a elaboração do preço de exportação depende de
vários fatores como:
a. Competidores potenciais;
b. Custos de produção;
c. Esquemas de financiamento à exportação;
d. Tratamento tributário aplicável à exportação;
e. Elevado custo logístico de exportação;
f. Preços praticados por competidores de terceiros países;
g. Comportamento dos consumidores;
h. Novas tecnologias.
Para a formação do preço de exportação, deve ser realizado um estudo das
condições de mercado, de forma a verificar a viabilidade de exportação dos produtos da
empresa. Essa análise é fundamental para o conhecimento das condições dos produtos a
serem exportados.
Os primeiros fatores a serem analisados são o custo de produção e a meta de lucro,
bem como as pressões competitivas no mercado internacional, para que a escolha do
preço determine a viabilidade exportadora. Outro ponto levantado para a formação do
preço é a estratégia de comercialização do produto. Quando um novo produto é colocado
no mercado ele é pouco conhecido, a princípio deve ter um preço um pouco inferior ao
do produto fabricado pelos concorrentes, entretanto com o mesmo nível de qualidade ou
até mesmo superior aos produtos que estão no mercado.
- Forma de Pagamento
Nas transações internacionais, para evitar os riscos de natureza comercial segundo
o site Aprendendo a Exportar (2019), o exportador deve tomar algumas precauções para
receber o pagamento. Por sua vez, o importador também necessita de segurança quanto
ao devido recebimento da mercadoria, nas condições acertadas com o exportador.
É necessário para exportação definir com clareza a forma de pagamento que
atenderá tanto o importador, quanto o exportador, sendo feita de comum acordo, levando
em consideração a confiança de ambas as partes.
Cobrança Documentária (Sight Draft)
De acordo com o site Aprendendo a exportar (2019), a cobrança documentária é
caracterizada pelo manuseio de documentos pelos bancos.
Os bancos intervenientes nesse tipo de operação são meros cobradores
internacionais de uma operação de exportação, cuja transação foi fechada diretamente
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entre o exportador e o importador, não lhes cabendo a responsabilidade quanto ao
resultado da cobrança documentária.
O exportador embarca a mercadoria e remete os documentos de embarque a um
banco, que os remete para outro banco, na praça do importador, para que sejam
apresentados para pagamento (cobrança à vista) ou para aceite e posterior pagamento
(cobrança a prazo).
Para que o importador possa desembaraçar a mercadoria na alfândega, ele
necessita ter em mãos os documentos apresentados para cobrança. Portanto, após retirar
os documentos do banco, pagando à vista ou aceitando (assina, manifestando
concordância) a cambial para posterior pagamento, o importador estará apto a liberar a
mercadoria.
Segre (2012, p. 92), remete que, “por envolver um terceiro na transação (banco),
a modalidade de cobrança documentária pode ser classificada como de médio risco para
ambas as partes”.
Existem duas modalidades de cobrança: cobrança à vista e a prazo.
Na cobrança à vista, o risco para o exportador é limitado, pois os documentos
necessários ao desembaraço da mercadoria somente serão liberados pelo banco cobrador
contra pagamento por parte do importador. Porém, o importador poderá recusar-se a
pagar. Nesse caso, resta ao exportador procurar novo comprador para a mercadoria ou
trazer a mesma de volta ao país.
O importador também corre o risco de pagar o embarque para a liberação dos
documentos e no momento do desembaraço constatar falta, modificação ou avaria na
mercadoria, restando somente a possibilidade de reclamação junto ao exportador e/ou
companhia de seguros ou, ainda, início de ação judicial contra o exportador.
Na cobrança a prazo o risco é maior, pois a documentação será liberada mediante
aceite de saque, o qual deverá ser pago no vencimento. Caso isso não ocorra, restará ao
exportador iniciar cobrança judicial no país do importador.
Sob aspecto cambial, a legislação brasileira prevê o prazo máximo de 180 dias
após o embarque para as cobranças de exportação e 360 dias para as cobranças de
importação.
O exportador, depois de efetuado o embarque da mercadoria, entregará os
documentos de exportação ao banco do país de origem, para que envie ao banqueiro no
exterior, que se encarregará da cobrança. Os documentos são enviados ao exterior junto
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com as instruções precisas a fim de realizar a cobrança. O banco do país de origem garante
o fechamento da taxa de câmbio, liquidação dos dólares originados com a exportação e o
crédito em conta corrente no mesmo dia.
- Fluxo de Exportação
O fluxo de exportação é o passo a passo resumido de todas as informações já
levantadas pela empresa e as etapas pelas quais os produtos irão passar para chegar ao
cliente. A Figura 4 ilustra o fluxo de exportação de uma empresa.
Figura 4: Fluxo de exportação
Fonte: PUC Goiás (2014)
O fluxo de exportação tem início com o planejamento o levantamento de todas as
informações necessárias para o conhecimento do cliente e do mercado. Logo depois há o
processo de negociação com o importador: o câmbio, o frete, o seguro, local de embarque
e desembarque e desembaraço aduaneiro, assim como os prazos, lead time de produção e
transit time da mercadoria. Nesta fase também é importante negociar a forma de
pagamento.
Com o uso destas informações é elaborada a Proforma Invoice (Fatura Proforma)
e encaminhada ao importador. Com o aceite da proposta é gerado o pedido de compra e
a negociação é então finalizada. Estando tudo em conformidade é elaborado a
Commercial Invoice (Fatura Comercial).
A empresa nesta fase está pronta para preparar a mercadoria para o embarque. É
solicitado também o Registro de Exportação no SISCOMEX.
Para a o transporte deve-se fazer o Booking, isto é, a reserva do espaço que a carga
irá ocupar no navio e a data da exportação, para tanto a empresa deve juntamente com o
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setor de expedição realizar a unitização da carga, com as características volume, peso,
dimensões e tipo de embalagem que vai ser utilizado.
Com os dados coletados na unitização o próximo passo é emitir o Packing List,
documento que será necessário para o desembaraço da mercadoria e para orientação do
importador quando os produtos chegarem ao destino. Juntamente com o Packing List a
empresa emite a Nota Fiscal (DANFE) que vai acompanhar a mercadoria desde a saída
da empresa até o desembaraço físico realizado pela Secretaria da Receita Federal.
O exportador providencia o transporte até o porto de origem juntamente com todos
os documentos necessários: Packing List e Nota Fiscal. Quando a mercadoria chega até
o porto inicia-se o despacho aduaneiro: Registro da DDE Declaração para Despacho de
Exportação (esta declaração é feita aproveitando os dados do RE); há a confirmação da
presença de carga, recepção dos documentos e a parametrização (canal verde, laranja e
vermelho), os auditores fiscais farão as análises. É feito também os acertos e ao
pagamento do frete de responsabilidade do exportador.
A companhia transportadora atesta o recebimento da carga, as condições de
transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao importador através do Bill of
Landing (BL). Depois da carga desembaraçada a fiscalização faz a averbação e a
mercadoria é despachada para a exportação. Após este procedimento é fornecido pelo
SISCOMEX um comprovante de exportação.
Com a mercadoria embarcada, a Empresa consolida toda a documentação e envia
a cópia para o importador: Nota Fiscal, Registro de Exportação, Commercial Invoice,
Conhecimento de Embarque, Apólice de Seguro, Comprovante de Exportação,
Certificado de Fumigação, Certificado de Origem, Certificado de Análise.
A finalização do fluxo se dá na liquidação do Câmbio, isto é, o procedimento de
entregar a moeda estrangeira ao Banco autorizado, que efetua o pagamento do valor
equivalente em moeda nacional no valor da taxa de câmbio que foi acertada na data do
fechamento do câmbio.
2. METODOLOGIA
Para a realização do presente artigo, foi realizada uma pesquisa qualitativa com
base em conceitos bibliográficos e sites especializados para uma explicação conceitual
sobre a Gestão da Qualidade, Comércio Exterior. Foi feita uma simulação da produção
da empresa em um software para encontrar os “gargalos”. Um dos métodos utilizados na
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pesquisa foi um estudo de caso. O estudo de caso foi realizado em uma empresa do ramo
de componentes para a fabricação de móveis, na Região Metropolitana do Vale do Paraíba
e Litoral Norte, valendo-se da obtenção de documentos técnicos que mostram os dados
dos produtos não conformes de 2018. Através destes dados foi possível formular o
Gráfico de Pareto para representar as 20% das causas responsáveis por 80% dos
problemas. Será utilizada a ferramenta Diagrama de Ishikawa para extratificar as causas
subclassificadas pela empresa e será feito o Plano de Ação utilizando a ferramenta 5W2H.
Após isso, será confeccionado o Plano de Exportação para a empresa.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O principal desafio da empresa estudada neste projeto foi que ao exportar para a
República Tcheca, e ser revendidos os produtos para a União Europeia, corria-se o risco
de ter muitas reclamações de clientes, sendo estas decorrentes de problemas com a
qualidade dos produtos da empresa. A empresa enfrenta problemas com matérias-primas
e atrasos constantes nas entregas dos produtos devido aos problemas com as máquinas e
o processo de fabricação que é praticamente artesanal. É necessário garantir a
repetibilidade, de acordo com o padrão aprovado pelo cliente, das fitas de borda.
Conforme a simulação no software Visual Object Net++, foi visto que o principal gargalo
na empresa deve-se ao desvio de tonalidade, pois a matéria-prima que necessita de mais
atenção é a tinta que é utilizada para formular a cor dos produtos. Com base na simulação,
no Gráfico de Pareto e no Diagrama de Ishikawa, será elaborado um plano de ação com
base nos dados obtidos da empresa.
Para a confecção do plano de ação, foi primeiramente colhido os dados de 2018
da empresa dos produtos não conformes. Com estes dados, foi possível elaborar o Gráfico
de Pareto conforme ilustrado pelo Gráfico 2.
Gráfico 2: Gráfico de Pareto das Não Conformidades de 2018
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Fonte: De autoria dos alunos.
De acordo com o Gráfico de Pareto, foi possível ver que 42,92% das causas de
reprovação dos produtos na empresa estão classificados como “Não Classificadas/
Outras”, 33,37% das causas estão classificados como “Fora de Tonalidade” e 7,86%
foram classificados como “Outros”; totalizando 84,15% das causas de não conformidade
de produtos reprovados da empresa no ano de 2018.
O Diagrama de Ishikawa será utilizado para extratificar as possíveis causas dos
produtos reprovados classificados como “Não Classifacadas/ Outras” e “Outros”. Com a
estratificação, será possível confeccionar o Plano de Ação para resolver os problemas dos
produtos não conformes. Só assim será confeccionado o Plano de Exportação para a
União Europeia.
REFERÊNCIAS
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em <https://http://www.apexbrasil.com.br/Content/imagens/581b6489-f158-45fd-afec-
70173efadeec.pdf> Acesso em 15/03/2019.
DICIONÀRIO FINANCEIRO: Diagrama Ishikawa,2018. Altura: 354 pixels. Largura:
630 pixels. Formato JPG. Disponível em:
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<https://www.dicionariofinanceiro.com/diagrama-de-ishikawa/> Acesso em:
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2008.
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Exterior Competitivo. 4ªed. Ed. Aduaneiras, 2010.
MAIA, Jayme de M. Economia Internacional e Comércio Exterior. 433 p.11ª Ed.
Atlas.2007.
MICROSOFT Suport Office: Criar Gráfico de Pareto, Redmond, Washington – USA,
2018. Altura: 270 pixels. Largura: 454 pixels. Formato PNG. Disponível em: <
https://support.office.com/pt-br/article/criar-um-gr%C3%A1fico-pareto-a1512496-
6dba-4743-9ab1-df5012972856> Acesso em: 22/09/2018.
OLIVEIRA, Otávio José de Gestão da Produção e Operações: Bases para a
Competitividade, Atlas – SÃO Paulo, 2014.
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PETENATE, Marcelo: 5W 2H execução prática, Bela Vista – SÃO Paulo, 2018.
Altura: 342 pixels. Largura: 1030 pixels. Formato PNG. Disponível em:
https://www.escolaedti.com.br/conheca-o-5w2h-e-suas-contribuicoes/# Acesso
em:22/09/2018.
SEGRE, German. Manual Prático de Comércio Exterior. 4ªed. Ed Atlas. 2012.
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EMPREENDEDORISMO: FATORES CONTRIBUINTES PARA A
SOBREVIVÊNCIA OU MORTALIDADE DAS MICROEMPRESAS
BEATRIZ STÉFANI DE OLIVEIRA ALVES FONSECA
MARCILIO FARIAS DA SILVA
Resumo
As microempresas são essenciais para o crescimento e desenvolvimento econômico do Brasil. Há
uma grande importância no processo de estruturação e organização, portanto, a necessidade de
analisar o processo de gerenciamento das empresas é essencial. O objetivo deste projeto é analisar
os fatores condicionantes de sucesso/fracasso que resultam na sobrevivência/mortalidade das
microempresas e identificar as estratégias que o empreendedor utiliza para ter destaque diante de
seus concorrentes. Para isso, a fundamentação teórica se baseia em autores da área, que
acrescentem informações importantes para a análise. A metodologia se baseia em um estudo
bibliográfico do tipo exploratório e futuramente será realizado um estudo de caso. Pretende-se,
com esta análise, ter uma visão ampla dos microempreendedores no mercado e relatar possíveis
falhas no gerenciamento que possam vir a afetá-lo futuramente.
Palavras-chave: Microempresas. Empreendedor. Fatores condicionantes. Gerenciamento.
Abstract
Microenterprises are essential for the growth and economic development of Brazil, there is great
importance in the process of structuring and organization. Therefore, the need to analyze the
business management process is essential. The objective of this work is to analyze the factors of
success / failure that result in the survival / mortality of microenterprises and to identify the
strategies that the entrepreneur uses to stand out from his competitors. For this, the theoretical
basis is based on authors of the area who add important information for the analysis. Having as
methodology a bibliographic study of the exploratory type and in the future a case study will be
carried out. The purpose of this analysis is to have a broad vision of microentrepreneurs in the
market and to report possible management failures that may affect them in the future.
Keywords: Microenterprises. Entrepreneur. Conditioning factors. Management.
INTRODUÇÃO
No Brasil, as microempresas movimentam milhões de reais por ano e empregam
milhares de trabalhadores. Com isso, a economia tem se fortalecido com a ajuda desse
setor. Esses tipos de empresas têm características próprias, são mais ágeis, flexíveis e
adaptam-se com mais facilidade do que as de grande porte. Atuantes em todos os setores
de atividade, essas empresas representam um fôlego extra para a economia nacional e
para o sustento de muitas famílias. É também uma oportunidade para os jovens se
ingressarem no mercado de trabalho e uma alternativa de renda para muitos que passaram
dos 40 anos de idade e têm dificuldade de se reestabelecer no mercado de trabalho.
Em um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE, 2016), a taxa de sobrevivência das microempresas com até 2 anos
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de atividade foi de 76,6%, a maior taxa já calculada para aquelas nascidas no período de
2008 a 2012.
Mesmo com os indicadores positivos de sobrevivência, não se pode desprezar o
índice de mortalidade, visto que essa taxa é complementar à da sobrevivência, que
apresenta 23,4%.
Nesse sentido, o objetivo geral deste projeto é analisar os fatores determinantes
de sobrevivência/mortalidade das microempresas e identificar as estratégias que o
empreendedor utiliza para ter destaque diante de seus concorrentes. Para tanto, como
objetivos específicos serão realizadas análises do processo decisório e de planejamento
para identificar os fatores condicionantes de sucesso/fracasso das microempresas.
Também será realizada uma análise do perfil do empreendedor para identificar as
características e fatores que contribuem para tal, uma vez que as microempresas são um
dos fatores primordiais para a economia do Brasil, pois são responsáveis por mais da
metade dos empregos com carteira assinada.
A metodologia que constitui com o desenvolvimento do trabalho se deu, a
princípio pela pesquisa bibliográfica do tipo exploratória e pretende-se realizar o estudo
de caso futuramente.
Justifica-se este projeto pela necessidade de conhecer e analisar os fatores
determinantes para a sobrevivência/mortalidade das microempresas e de fazer um estudo
detalhado dos fatores condicionantes de sucesso/fracasso para avaliar como os
empreendedores agem diante das circunstâncias para que os cases de sucesso se tornem
exemplares e os erros não sejam repetidos.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O conceito de empreendedorismo foi utilizado inicialmente pelo economista
Joseph Schumpeter, em 1950. Empreendedorismo significa empreender, resolver um
problema ou situação complicada. É um termo muito usado no âmbito empresarial e
muitas vezes está relacionado com a criação de empresas ou produtos novos. Empreender
é também agregar valor, saber identificar oportunidades e transformá-las em negócio
lucrativo.
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1.1. Características do empreendedor
Existem diversos estudos que identificam os fatores de sucesso/fracasso das
microempresas no Brasil. Há um consenso de que a sobrevivência/mortalidade está
relacionada aos aspectos das características do empreendedor.
Para Hisrich e Peter (2004, p. 29), “o conceito de empreendedor fica mais refinado
quando são considerados princípios e termos de uma perspectiva empresarial,
administrativa e pessoal”.
Para empreender com eficácia e assegurar o sucesso do negócio, Luecke (2007)
afirma que é preciso que o empreendedor alie análise, planejamento estratégico,
capacidade de implementação e controle para o seu negócio, que são os elementos
fundamentais para o êxito de empreendimentos inovadores.
Portanto, ao iniciar um novo negócio, o empreendedor deve ter consciência de que
isso envolve risco e esforço para que seja superado o desafio da criação de algo novo.
Contudo, ao decidir por desenvolver uma nova empresa, o empreendedor assume a
responsabilidade e os riscos pelo desenvolvimento e sobrevivência da criação, além de
lidar com novos desafios passa também a fazer parte da economia.
Luecke (2007, p.29) define o empreendedor como “aquele que combina recursos,
trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes. Também é
aquele que introduz mudanças, inovações e uma nova ordem”.
O empreendedor é o visionário dentro de cada ser, o catalisador das mudanças e
diante disso,
O empreendedor vive no futuro, nunca no passado, raramente no presente. É
mais feliz quando livre para construir imagens de “e se” e de “e quando”. O
empreendedor é a personalidade criativa, sempre lidando melhor com o
desconhecido, perscrutando o futuro, transformando possibilidades em
probabilidades, caos em harmonia (GERBER, 1992, p. 22).
O empreendedor deve apresentar algumas características básicas para o sucesso
de seus negócios, como exemplo: as necessidades, o conhecimento, as habilidades e os
valores, nesse sentido, o empreendedor deve estabelecer metas, obter informações, ter
planejamento, estar atento às oportunidades, ter qualidade e eficácia, saber calcular os
riscos, ter persistência, comprometimento e acima de tudo autoconfiança sobre si.
No empreendedorismo, podem-se constatar três critérios de comportamento:
• Tomada de iniciativa;
• Aceitação de riscos/fracassos;
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• Organização dos mecanismos socioeconômicos.
Hisrich e Peter definem empreendedorismo como:
O empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor dedicando o
tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e
sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da
satisfação e independência econômica e pessoal, ou seja, é o processo de criar
algo novo e assumir os riscos e as recompensas (HISRICH e PETER, 2004, p.
29).
Nesse sentido, um empreendedor qualificado é aquele que combina recursos,
trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes; também é
aquele que introduz mudanças e traz inovações, como organização, criação e riqueza.
Há pessoas que nascem em famílias empreendedoras, passam de geração a
geração, tornando grandes empresas respeitáveis, mas há também os que se deparam com
o empreendedorismo repentinamente, muitas vezes pela busca de novos desafios, assim
como cita Dornelas:
A decisão de se tornar empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso.
Esse fato pode ser testado fazendo-se uma pergunta básica a qualquer
empreendedor que você conhece: O que o levou a criar sua empresa? Não se
surpreenda se a resposta for: “Não sei, foi por acaso...” (DORNELAS, 2016,
p. 31).
Na verdade, isso ocorre devido a diversos fatores sociais, econômicos, externos.
Para a pessoa que inicia seu próprio negócio, que busca novos desafios, a experiência
pode ser de entusiasmo, frustração, ansiedade e trabalho duro. Elas se acham aptas a
empreender, mas há um alto índice de fracasso diante das diversas situações como baixa
venda, concorrência intensa, falta de capital e de capacidade administrativa. Portanto, os
riscos financeiros e emocionais podem ser altíssimos.
Filion (2008) acredita que o sucesso de um empreendimento, principalmente
considerando as características das micro e pequenas empresas, é resultante do perfil do
próprio empreendedor, pois elas são fundamentais para o alcance do sucesso, uma vez
que o êxito aparece apenas para aqueles que embarcam em um processo de
aprimoramento contínuo, e para manter-se no mercado é preciso ter espírito
empreendedor.
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1.2.As Microempresas no Brasil
Segundo o World Bank (2006), as empresas de pequeno porte apresentam, no
mínimo, três contribuições para a economia. A primeira diz respeito ao seu impacto no
mercado de trabalho expresso pela geração de novas vagas de emprego e por esse motivo
contribui automaticamente com a redução da pobreza. A segunda contribuição refere-se
ao fato de que elas são fontes inesgotáveis de atividades e inovação, o que colabora no
desenvolvimento do talento empreendedor. E a terceira por dar impulso e incentivo à
economia pela abertura de novos empreendimentos e introdução de novas atividades.
Tavares (2008) salienta que as microempresas são fundamentais para a economia
do país e por isso têm sido alvo cada vez maior de políticas específicas com a finalidade
de promover e contribuir para a sua sobrevivência no mercado. Dentre tais políticas, a
autora aponta como exemplo a referida Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas, que
tem como finalidade criar facilidades em questões tributárias como o Super Simples.
O número de empresas optantes pelo Simples chegou a 11,8 milhões em
maio/2018, sendo 6,9 milhões de Microempreendedor Individual (MEI) e 4,9 milhões de
Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), conforme o gráfico 1.
Gráfico 1 – Empresas optantes pelo simples nacional (Maio/2012 a Maio/2018)
FONTE: Panorama Sebrae, 2018.
O total de empresas cadastradas no Simples registrou alta de 1,2% em maio, na
comparação com abril. O crescimento do total de empresas continua no MEI, que avançou
1,8% na mesma comparação, com isso reforça a tese de que as Micro e Pequenas
empresas são de importância para a economia do país.
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Para auxiliar e apoiar as micro e pequenas empresas, Palermo (2002) cita a criação
do SEBRAE. A autora afirma que a organização é uma instituição técnica que oferece
apoio ao pequeno empreendedor para o desenvolvimento do seu negócio e das suas
atividades empresariais de pequeno porte, direcionada para o fortalecimento das micro e
pequenas empresas. A instituição oferece suporte pessoal e também por meio do seu site
que possui uma gama de informações fundamentais para quem deseja abrir uma empresa.
Tal suporte é dado desde a elaboração do Plano de Negócios, passando pela escolha do
tipo de negócio até sua formalização. Além disso, há ainda atendimento personalizado,
pessoalmente, nas diversas cidades brasileiras, com vários postos de atendimento.
No entanto, mesmo com o auxílio do SEBRAE, é preciso que sejam realizadas
mais atuações por meio do governo, assim como segmentos da iniciativa privada, ações
voltadas à realidade do país. Essa seria uma forma de valorizar a capacidade
empreendedora que os brasileiros possuem na busca de soluções para os problemas
existentes.
Dolabela (1999) destaca que, mesmo com apoio legal para se manter no mercado,
a mortalidade das microempresas ainda ocorre constantemente. Mesmo assim ainda
representam grande significância para o mercado, seja na geração de novos empregos ou
no desenvolvimento econômico e tecnológico.
1.3. A sobrevivência das microempresas no Brasil
O SEBRAE (2016) realizou uma pesquisa sobre a taxa de sobrevivência das
empresas com até dois anos de atividade, tendo como referência as empresas brasileiras
constituídas em 2012, as informações sobre estas empresas disponíveis na Secretaria da
Receita Federal (SRF) até 2014. O resultado foi o índice de 76,6% (Gráfico 2). Essa foi
a maior taxa de sobrevivência de empresas com até dois anos já calculada para as
empresas nascidas em todo o período compreendido entre 2008 e 2012.
Gráfico 2 – Taxa de sobrevivência das empresas de até 2 anos de funcionamento
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FONTE: SEBRAE, 2016
Esse é o estudo mais atualizado atéo presente momento e pode-se analisar como
esse índice vem influenciando os empreendedores a abrirem seu próprio negócio. As
causas para o sucesso das micro e pequenas empresas estão ligadas à capacidade de
inovarem no processo de gestão e no uso de novas tecnologias. Nesse sentido, aponta-se
o fator da inovação como diferencial para a sustentabilidade das organizações.
Contudo, para que elas se mantenham sustentáveis é importante que o
empreendedor tenha uma visão mais ampla do mercado, sendo o plano de negócio a etapa
fundamental para o sucesso do empreendimento. Antes que seja iniciado, deve-se decidir
qual será o negócio para que, assim, seja uma empresa de permanente crescimento no
mercado. Portanto, para criar uma empresa, é preciso que o empreendedor tenha uma
diversidade de conhecimentos a respeito do ramo que deseja atuar, estabelecendo
objetivos, metas e procedimentos operacionais.
Entre julho e agosto de 2016, o SEBRAE realizou uma pesquisa com 2.006
empresas, criadas nos anos de 2011 e 2012. A pesquisa tinha o propósito de identificar os
fatores que determinam a sobrevivência das empresas. Como resultado, verificou-se que
a sobrevivência das empresas não resulta apenas de um único fator, mas depende da
combinação de um conjunto de fatores: os “fatores contribuintes”. Esses podem ser
agrupados em, pelo menos, quatro grandes conjuntos, expostos no Quadro 1.
Quadro 1 – Fatores contribuintes para a sobrevivência das empresas.
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FONTE: SEBRAE, 2016
Diante da pesquisa, pode-se confirmar o exposto neste estudo, em que as
principais características devem ser observadas e alinhadas para que haja sucesso.
A criação e o desenvolvimento de um negócio, só ocorre pela real necessidade dos
consumidores a serem satisfeitas e esse é o primeiro fator associado ao sucesso, visto que
muitos negócios são abertos diante da necessidade existente no mercado de ser satisfeita.
Existe uma maneira para a análise de oportunidades, conhecido como 3Ms do
empreendedorismo, que tem como base uma série perguntas que formam um checklist,
subdivididas em três categorias. “Os 3Ms são definidos como Demanda de Mercado,
Tamanho e Estrutura de Mercado e Análise de Margem” (DORNELAS, 2016, p. 61), que
auxiliam o empreendedor a analisar o potencial de sua ideia. É recomendável que seja
aplicado para descobrir se se trata de uma boa oportunidade de negócio. Há um
questionário a ser realizado a cada “M”. Após analisar e responder todas as perguntas, o
empreendedor terá uma visão global do cenário mercadológico, o que lhe permitirá definir
o futuro de seu empreendimento, o que auxilia o empreendedor a entender seu mercado
e o de seus competidores. É importante fazer um checklist no final do questionário para
analisar os pontos fracos e fortes.
1.4. A mortalidade das Microempresas no Brasil
Como a taxa de mortalidade é complementar à da sobrevivência, pode-se dizer
que a taxa de mortalidade das empresas com até dois anos caiu de 45,8%, nas empresas
nascidas em 2008, para 23,4%, nas empresas nascidas em 2012, conforme exposto no
Gráfico 3.
Gráfico 3 – Taxa de mortalidade das empresas de até 2 anos de funcionamento.
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FONTE: SEBRAE, 2016
As taxas de mortalidade das micro e pequenas empresas sempre despertaram o
interesse dos pesquisadores em diversas partes do mundo, e com o gráfico é possível
compreender o motivo, pois um estudo aprofundado renderia uma ótima análise.
Em pesquisa realizada pelo SEBRAE (2014), foram identificados os principais
fatores responsáveis pelo fechamento prematuro das empresas:
• Comportamento empreendedor pouco desenvolvido;
• Deficiência no planejamento;
• Políticas insuficientes de apoio ao setor;
• Falta de mão de obra especializada;
• Falta de infraestrutura e instabilidade econômica;
• Falta de clientes;
• Falta de estratégia de marketing;
• Falta de capital de giro e lucros;
• Custo de criação da empresa muito alto;
• Seleção e gestão de pessoas sem competência para o negócio.
Entretanto, entre eles, o que tem maior peso para o fechamento é o financiamento,
uma vez que a falta de capital foi e ainda tem sido um grande agravo desse segmento.
Segundo Dornelas (2016), “o índice de mortalidade das micro e pequenas
empresas brasileiras, nos primeiros anos de existência, atinge percentuais não
desprezíveis”. Esse fato não é uma particularidade somente do Brasil. Nos Estados
Unidos, a mortalidade dos startups também é alto. Uma pesquisa realizada pelo SBA
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(Small Bussiness Administration), órgão do governo americano de auxílio às pequenas
empresas, concluiu que o motivo da mortalidade é a falha ou falta de planejamento
adequado do negócio.
No Brasil, os fatores de mortalidade das empresas nacionais não são muito
diferentes: a falta de planejamento aparece nos primeiros lugares, como a principal causa
do insucesso, seguida de deficiências de gestão, políticas de apoio insuficientes,
conjuntura econômica e fatores pessoais. “Essas falhas podem acontecer devido a
armadilhas no gerenciamento do dia a dia das micro e pequenas empresas”.
(DORNELAS, 2016, p. 91)
2. METODOLOGIA
A Metodologia científica é o estudo dos métodos necessários para a elaboração de
um trabalho científico que aborda as principais regras para uma produção científica,
fornecendo as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor desempenho e
qualidade de um trabalho científico. Portanto, “Em suma, método científico é a lógica
geral, tácita ou explicitamente empregada para apreciar os méritos de uma pesquisa”
(NAGEL, 1969, p. 19).
A pesquisa bibliográfica tipo exploratória é muito utilizada para realizar um
estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa que será realizada e permite ao
pesquisador definir seu problema de pesquisa e formular a sua hipótese com mais
precisão. O objetivo desse tipo de estudo é procurar padrões, ideias ou hipóteses. Segundo
Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos, e podem ser também
publicações periódicas (jornais e revistas).
Segundo Marconi e Lakatos (2017), a pesquisa de campo é utilizada com o
objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos
fenômenos ou as relações entre eles. Marconi e Lakatos (2017) ainda dizem que a
pesquisa de campo consiste na observação de fatos, fenômenos, tal como ocorrem
espontaneamente, coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que
presumem relevantes, para analisá-los. Visto isso, pode-se perceber que a pesquisa de
campo será utilizada para fundamentar, analisar e colher o material.
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Nesse sentido, a metodologia que constitui o desenvolvimento deste trabalho é a
pesquisa bibliográfica do tipo exploratória e pretende-se realizar um estudo de caso com
os empreendedores da cidade de Cruzeiro, por meio de um questionário para identificar
as características do empreendedor e de sua empresa, as dificuldades que o empreendedor
encontra para gerenciar sua empresa, os fatores determinantes de sucesso/fracasso de seu
empreendimento, dentre outras. Com o estudo de caso finalizado, a conclusão do projeto
terá um embasamento.
3. RESULTADOS ESPERADOS
Pretende-se com a conclusão deste projeto, ter uma visão de como os
microempreendedores da cidade de Cruzeiro reagem ao mercado, conhecer suas
características, os fatores condicionantes de sucesso/fracasso e os fatores determinantes
para a sobrevivência/mortalidade da empresa. Pretende-se também conhecer os métodos
que os microempreendedores utilizam para se manterem ativos no mercado diante das
diversas concorrências. Com isso, o conhecimento adquirido será atribuído ao
empreendedor e contribuirá para possíveis situações emergenciais.
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ESCOLA AUSTRÍACA DE ECONOMIA VS ECONOMIA POLÍTICA
MARXISTA
FELIPE RODRIGUES
JOSE AUGUSTO PAES DECCACHE
JOSÉ FELIPE VICENTE DE OLIVEIRA
MATHEUS MOTA FERREIRA DA SILVA
PABLO LEITE JUNQUEIRA
Resumo
A presente pesquisa consiste em uma análise teórica sobre economia e a relação do estado na
escola austríaca de economia e economia política marxista. Serão apresentados pontos de vista
diferentes em relação às duas escolas no que se refere ao intervencionismo do estado na vida de
cada um. A metodologia consiste numa pesquisa bibliográfica, que abrange diversos autores
especialista no assunto abordado. O objetivo dessa pesquisa é analisar estas formas de governo e
como elas contribuem para a formação de uma sociedade mais livre e que dê uma maior
importância ao indivíduo. Portanto, o tema é de total interesse dos mesmos, pois nele é descrito
como essas duas escolas distintas operam no governo. Espera-se com este estudo compreender
melhor a maneira como o governo interage com a população e sua influência.
Palavras-chave: Economia. Política. Intervencionismo. Estado.
Abstract
The present research consists of a theoretical analysis on economics and the relation of the state
in the Austrian school of economics and Marxist political economy. Different views will be
presented in relation to the two schools regarding state interventionism in the life of each one.
The methodology consists of a bibliographical research, which covers several authors specialized
in the subject matter. The purpose of this research is to analyze these forms of government and
how they contribute to the formation of a freer society that gives greater importance to the
individual. Therefore, the theme is of total interest to them, as it is described in these two distinct
schools operating in government. It is hoped that this study will better understand how
government interacts with the population and its influence.
Keywords: Economy. Policy. Interventionism. State.
INTRODUÇÃO
O estudo de diferentes pensamentos econômicos é tarefa essencial para a
compreensão dos fundamentos teóricos e metodológicos que permeiam as propostas
políticas. Falar da escola austríaca de economia e economia política marxista não é tarefa
fácil, pois esses dois pensamentos sobre formas de governos divergem em vários
aspectos, tais como: a produção, a acumulação, a circulação e a distribuição de riquezas.
Essas divergências são o ponto de partida para a presente pesquisa que tem como
foco principal compreender o impacto desses dois pensamentos econômicos na
sociedade. A contribuição da compreensão desses pensamentos está ligada diretamente à
tomada de decisão dos governantes do país. Sendo assim, a escola austríaca de economia
e economia política marxista serão abordadas com base em autores que defendem essas
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formas econômicas de governar uma nação. E, desta forma, chegar a um entendimento
geral de qual seria a forma de governo mais vantajosa para a sociedade.
A linha de pensamento econômico austríaca é voltada, principalmente, para o
estudo das relações humanas, procurando compreender de modo verdadeiro e simples a
economia. Segundo esta escola, verdadeiro pelo fato da economia ser regida pela ação
humana, que nada mais é que as relações entre os homens no dia-a-dia, considerados por
eles como economia prática ou real. Conforme explica Mises (2009, p.29);
“Liberdade na sociedade significa que um homem depende tanto dos demais
como estes dependem dele. A sociedade, quando regida pela economia de
mercado, pelas condições da economia livre, apresenta uma situação em que
todos prestam serviços aos seus concidadãos e são, em contrapartida, por eles
servidos”.
E simples pelo fato de que todo o estudo tem como fator principal explicar o que
ocorre na economia prática, do qual resultam as teorias sobre economia. Esta linha de
pensamento desconsidera como teorias econômicas qualquer fórmula que pregue uma
economia planejada, como no Keynesianismo e no Socialismo, onde seria impossível um
cálculo econômico lógico e as próprias ações humanas seriam planificadas, subtraindo,
assim, a liberdade individual.
O objetivo dessa pesquisa é analisar estas formas de governo e como elas
contribuem para a formação de uma sociedade mais livre e que dê uma maior importância
ao indivíduo. Já que para muitos de nossos representantes no governo, a forma mais
comum de se resolver um problema é pensando na sociedade como um todo, porém nem
sempre o que é bom para um é bom para o outro.
A partir de grandes nomes como, Ludwig Von Mises, fazendo referência à escola
austríaca de economia e Karl Marx sobre economia política marxista, serão analisados
seus maiores pensamentos sobre política e como esses dois pensadores encaravam a arte
de governar. Assim sendo, a escola austríaca de economia e economia política marxista
serão analisados a partir de uma abordagem histórica, que não pretende descrever a
história destes movimentos, mas mostrar que estas formas de encarar a política podem
influenciar muito na vida de cada pessoa da nação e como mudou cada país em que
penetrou.
Espera-se com o desenvolvimento da pesquisa, apresentar diversos pontos de
vistas para que se possa entender qual desses pensamentos seria mais apropriado para
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uma sociedade livre. Para tanto, a metodologia utilizada neste estudo foi à pesquisa
bibliográfica em sites, livros e artigos publicados sobre o tema.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O artigo será desenvolvido através das ideias de grandes autores que tiveram
grandes contribuições para o estudo da economia. Dessa forma, inicialmente será
necessário abordar alguns aspectos teóricos, que são fundamentais para o entendimento
do mesmo.
1.1. ESCOLA AUSTRÍACA DE ECONOMIA
A escola austríaca de economia é baseada numa política econômica liberal, que
visa a livre concorrência num livre mercado. Sendo contra a quaisquer meios de governos
intervencionistas, que queiram interferir no mercado, criando leis que prejudicam a
competitividade de empresas privadas e favorecendo empresas estatais que monopolizam
o mercado, dificultando não só a vida do empresário quanto à do consumidor. Segundo
Ludwig Von Mises (1966, p.984):
Onde predominam as ideias intervencionistas, só aqueles que se identificam
com os interesses de um grupo de pressão podem fazer uma carreira política.
(...) O verdadeiro estadista procura invariavelmente estabelecer políticas de
longo prazo; aos grupos de pressão só interessam os resultados de curto prazo.
(Mises, 1966, p. 984).
O nome desta escola vem do fato de os primeiros teóricos serem de origem
austríaca, a saber: Carl Menger (autor de Princípio de Economia Política), Eugen Von
Bohm-Bawerk (que contestou a teoria da mais-valia de Karl Marx em A Teoria da
Exploração do Socialismo-Comunismo), e também Ludwig Von Mises que é considerado
um dos principais autores da Escola Austríaca (autor de Ação Humana).
Fica fácil de perceber que, para Mises governantes com pensamentos
intervencionistas, apenas buscam os interesses daqueles que tem os mesmos
pensamentos, desfavorecendo aqueles que divergem da sua opinião, criando barreiras
para a diversidade de ideias e prejudicando assim a população. Nas palavras de Hayek
(2001, p. 1):
Se algum dia se terá uma moeda decente, ela não virá do governo: ela será
emitida por empresas privadas, porque prover o público com boa moeda que
pode ser confiável e seu uso não apenas um negócio extremamente lucrativo
impõe ao emitente uma disciplina na qual o governo nunca e jamais será
sujeito. É um negócio que uma empresa com concorrentes conseguirá manter
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somente se ela der ao público uma moeda tão boa quanto todos seus
concorrentes. (Hayek, 2001, p. 1).
Percebesse que Hayek usa o exemplo da moeda para dar uma ênfase na má
qualidade de serviços prestados por governos intervencionistas, pois para o governo
interessa satisfazer uma pequena parte da população, desde que seja lucrativo aos que
compartilham do mesmo interesse. Entretanto, Hayek afirma que, a melhor solução é tirar
tais poderes das mãos do governo e transferir ao setor privado, que tem mais capacidade
de oferecer um serviço de qualidade a população, fazendo jus a livre concorrência e
lutando sempre para oferecer o melhor serviço possível.
Na perspectiva de Hayek, é razoável supor que o indivíduo esteja em equilíbrio,
no sentido de que seus planos apresentem coerência e compatibilidade com o
conhecimento que ele possui. Contudo, a passagem do equilíbrio individual para o
equilíbrio geral (no sentido de envolver todos os participantes do mercado) não é trivial,
na medida em que requer compatibilidade entre os planos dos inúmeros participantes do
mercado, em particular com relação ao comportamento esperado dos demais indivíduos.
Diante disso, cumpriria aos economistas explicar a passagem do equilíbrio individual ao
geral por meio da maior compatibilização do conhecimento e dos planos. O problema da
maior parte dos economistas é que a escolha metodológica deles é estudar estados de
equilíbrio, admitindo conhecimento perfeito. Por isso a necessidade de estudo do
processo de mercado, onde acontece a revisão de planos com a descoberta, transmissão e
difusão de conhecimento.
Assim, pode-se argumentar que o problema central, para a economia Austríaca, é
o problema do conhecimento, e que isso se vincula à opção não de se estudar estados de
equilíbrio, mas o processo de mercado por meio do qual ocorre a coordenação de planos.
Tal fato fica explícito na própria definição de Escola Austríaca que dá destaque ao
processo de mercado como tema central, segundo diferentes autores.
Boettke (1994) fala que, a despeito da heterogeneidade existente dentro do
austrianismo, existem ao menos dois objetivos e três princípios metodológicos que
conferem ao austrianismo um grau de coesão que justifica a utilização do termo “Escola”.
Os objetivos perseguidos por um autor austríaco seriam (i) apresentar os eventos
econômicos em termos da ação humana direcionada a um propósito (purposive human
action) e (ii) relatar as consequências não intencionais dessa ação humana. Para atingir
estes dois objetivos, os três postulados metodológicos seriam: (i) individualismo
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metodológico; (ii) subjetivismo metodológico; e (iii) foco em processos ao invés de
estados de equilíbrio.
Já Rizzo (2009, 2013), mais voltado aos desenvolvimentos recentes feitos pelo
austrianismo, cita oito temas que caracterizam a identidade Austríaca. Nas suas palavras:
(1) the subjective, yet socially embedded, quality of human decision making; (2)
the individual’s perception of the passage of time (‘real time’); (3) the radical uncertainty
of expectations; (4) the decentralization of explicit and tacit knowledge in society; (5) the
dynamic market processes generated by individual action, especially entrepreneurship;
(6) the function of the price system in transmitting knowledge; (7) the supplementary role
of cultural norms and other cultural products (‘institutions’) in conveying knowledge; and
(8) the spontaneous - that is, not centrally directed - evolution of social institutions.
(Rizzo, 2013, p. 50-51).
Kirzner (1987), por sua vez, mostra que, no começo da década de 1930, a Escola
Austríaca era reconhecida como um capítulo importante, mas já encerrado, da história do
pensamento econômico. Em parte isso se devia a que muitos dos austríacos entendiam
que o austrianismo havia sido absorvido pela corrente principal da profissão, deixando de
existir razão que justificasse uma escola autônoma, seja pela vitória da posição defendida
por Menger no Methodenstreit a respeito da possibilidade de teorização em Economia
contra a crítica historicista, seja porque muitas das contribuições Austríacas à teoria
econômica haviam sido incorporadas pelos economistas de fora da Áustria (Kirzner,
1987).
Tal visão teria surgido com a geração de Böhm-Bawerk e Wieser, que se
enxergavam não como uma alternativa radical à abordagem mainstream, mas como
colaboradores dela - ao contrário de Menger, que procurou guardar distância entre sua
abordagem e as de Walras e Jevons (Boettke, 1994).
No entendimento da escola, a intervenção do Estado prejudica o conjunto das
relações econômicas, por isso defende o laissez-faire. No seu conjunto, as intervenções
são vistas como uma prática equivocada, perniciosa e trazem danos e consequências
desastrosas. O Estado mínimo é condição essencial para florescer o “espírito capitalista”,
prevalecendo a radicalização da crença smithiana da mão invisível, na capacidade autor
reguladora do mercado e na crença da lei de Say. Logo, “quem pede maior intervenção
estatal está, em última análise, pedindo mais compulsão e menos liberdade”. Partindo
desta defesa, a postura da escola quanto a não intervenção do Estado é muito mais
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aguerrida do que os próprios clássicos. Em última instância, há por detrás desta visão, que
a espada do Leviatã é uma arma opressora que apunhala as liberdades individuais.
Neste debate, Ludwig von Mises dá uma atenção especial à atividade bancária. A
intervenção do governo no mercado de crédito, ou seja, na sua intensificação/expansão
“está fadada ao fracasso. Mais cedo ou mais tarde resultará numa catástrofe”. Ao lançar
crédito no mercado, faz aumentar a quantidade de dinheiro em circulação e isso gera
inflação. O mesmo se dá para os gastos “irresponsáveis” do governo, que são uma espécie
de fermento para dívidas públicas e pressionam a inflação.
1.2. ECONOMIA POLÍTICA MARXISTA
A economia marxista se refere ao corpo do pensamento econômico que nasce das
obras de Karl Marx. Para Marx o intervencionismo faria o interesse dos trabalhadores e
administraria melhor uma nação, pois para o mesmo uma nação tem que ser teleguiada
por uma espécie de “ditador”, criando regras e normas para um convívio harmonioso e
pleno. Marx não acreditava na propriedade privada e na livre concorrência. Para ele o
estado deveria produzir tudo que uma nação necessita. Segundo Engels (1884, p.69):
O Estado não é, pois, de forma alguma, um poder imposto à sociedade de fora
para dentro; tampouco é a realização da ‘ideia moral’ ou ‘a imagem e realidade da razão’.
É, antes, um produto da sociedade num determinado estágio de desenvolvimento; é a
revelação de que essa sociedade se envolveu numa irremediável contradição consigo
mesma e que está dividida em antagonismos irreconciliáveis que não consegue exorcizar.
(Engels, 1884, p. 69).
Fica claro perceber que, na visão de Engels um estado intervencionista é essencial
no convívio de uma sociedade, pois em sua perspectiva a sociedade está sempre em
conflito consigo mesmo. Eis que entra o papel do estado, com normas e leis para conciliar
um convívio adequado, mesmo que para isso o estado tenha que interferir nas decisões
dos indivíduos, impondo leis sem ter que prestar nenhum esclarecimento quanto a isso.
Segundo Marx (1964, p.78):
Através da emancipação da propriedade privada diante da comunidade o Estado
se torna uma entidade separada ao lado e de fora da sociedade civil, mas não é nada mais
do que a forma de organização que a burguesia necessariamente adota para fins internos
e externos, para a garantia mútua de sua propriedade e interesses. (Marx, 1964, p. 78).
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Para Marx o estado só é produtivo para a sociedade quando se torna
intervencionista, pois para o mesmo, outra forma de governo levaria os governantes a
tomar decisões que coubesse a burguesia. Sendo assim, ele defende que, por meio de
decisões que o próprio estado acha ser o correto para a população, não cabendo ao povo
decidir o que é correto ou não para sua vida.
2. METODOLOGIA
A metodologia cientifica é a área que determina a maneira e os métodos utilizados
para a elaboração de um trabalho científico, ou seja, ela irá nortear todo o processo de
pesquisa apresentando as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor
desempenho na realização do trabalho.
Para o desenvolvimento deste artigo a metodologia adotada baseou-se na pesquisa
bibliográfica com o intuito de revisar e filtrar algumas teorias e informações sobre o tema.
Segundo Gil (2007) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A principal
vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir o investigador a cobertura
de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar
diretamente.
Já para Severino (2007), a pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir
do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, e, documentos impressos,
como livros, artigos, teses, etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricos já trabalhados
por outros pesquisadores e devidamente registrados.
3. RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se alcançar com este artigo o entendimento das diferentes formas de
governo aqui abordadas, para que haja uma melhor forma de interação da população com
o estado, e com isso melhorando a relação de ambos. Um melhor entendimento sobre o
tema pode favorecer a tomada de decisões da população na hora de escolher seus futuros
governantes, e assim, melhorando cada vez mais a política de seu país. Este artigo
pretende também buscar a compreensão daqueles que querem conhecer um pouco mais
sobre o tema abordado e consequentemente informá-los sobre a relação estado/população.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreender o tema abordado é de suma relevância as pessoas que vivem em
nossa sociedade, pois o entendimento proporcionará uma visão mais ampla das decisões
e os rumos que os governantes estão a levar o país. Não procurar se informar sobre tais
pensamentos, pode acarretar em uma possível decisão errada acerca de um futuro
governante do nosso país, que não segue essa mesma linha de pensamentos. Sabendo da
importância do esclarecimento de uma nação, estudar sobre o assunto pode ajudar na
tomada de decisão no momento em que as pessoas forem escolher, seja um governante
ou até mesmo uma empresa onde deseja trabalhar. Dessa forma, falar sobre a Escola
Austríaca de Economia e Economia política marxista se torna um peso na decisão final
de algo, afetando o futuro da sociedade.
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ESTUDO COMPARATIVO DE BANCOS DE DADOS NOSQL PARA
ARMAZENAMENTO DE DADOS DO
EUGENIO SPER DE ALMEIDA
GLENDA PAOLA BARBOZA LAMI
Resumo
A demanda para atender ao grande volume de dados gerados na web fez com que se buscassem
novas formas de armazenamento de dados que possibilitassem maior escalabilidade a baixo custo,
o que levou ao surgimento do banco de dados NoSQL, chamados, dessa forma, por não fazerem
uso de álgebra relacional. O Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA) é um banco de
dados relacional que armazena dados provenientes de sensores, ou seja, existe um grande volume
de dados sendo gerados em um espaço curto de tempo, que necessitam, assim, de uma solução de
banco de dados escalável, sendo o NoSQL uma opção viável. A grande quantidade de bancos de
dados NoSQL existentes dificulta a escolha. Esta pesquisa procura, por meio de revisões
bibliográficas e estudo da natureza dos dados armazenados do SINDA, definir qual seria a melhor
opção de banco de dados NoSQL para armazenamento e análise dos dados do SINDA.
Palavras-chave: Banco de dados, NoSQL, Dados observacionais;
Abstract
The demand to meet the large volume of data generated on the web made it necessary to search
for new forms of data storage that would allow greater scalability at low cost, which led to the
emergence of NoSQL databases, so called because they did not make use of relational algebra.
The Integrated Environmental Data System (SINDA) is a relational database that stores data
from sensors, that is, there is a large volume of data being generated in a short space of time,
thus requiring a database solution scalable, with NoSQL being a viable option. The large number
of existing NoSQL databases makes it difficult to choose. This research searches through
bibliographic reviews and study the nature of the data stored in SINDA, defining which would be
the best option of NoSQL database for storage and analysis of SINDA data.
Keywords: Data Bases, NoSQL, Observational data;
INTRODUÇÃO
Com o aumento do volume de dados gerados na Web, em geral dados não
estruturados (texto) ou semiestruturados (html, xml etc), propiciam um aumento da
necessidade de armazenamento, somado à necessidade de maior disponibilidade e
velocidade no acesso aos dados. Isso fez com que novas tecnologias de armazenamento
fossem estudadas, o que levou ao desenvolvimento dos bancos de dados NoSQL.
Sistemas distribuídos e técnicas de consulta foram desenvolvidas para tentar solucionar a
necessidade de alto desempenho nas consultas a essas estruturas de dados. (DE SOUZA,
2014).
O Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA) é um banco de dados
relacional que armazena regularmente dados provenientes de diferentes tipos sensores.
Esse volume crescente de dados heterogêneos necessita de uma solução de banco de
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dados escalável e que seja de baixo custo de implantação e manutenção. Por essas
características, a utilização de bancos NoSQL aparenta ser uma boa opção. Entretanto,
existem na atualidade muitos bancos de dados NoSQL, o que torna difícil a escolha.
Estudos realizados em trabalhos anteriores (De Oliveira, 2014; De Souza, 2014;
Lóscio et. al., 2011; entre outros) e levantamento das principais características na tentativa
de elencar as diferenças e semelhanças entre os vários tipos de banco NoSQL, dispõem
essas informações de forma gráfica que facilita sua visualização e comparação.
Com isso, espera-se que este trabalho contribua para identificação dos possíveis
bancos de dados NoSQL que possam ser utilizados para o armazenamento dos dados do
SINDA, e também possa servir de referência para outros trabalhos que envolvam o uso
de sensores.
A finalidade deste trabalho, portanto, é estabelecer um comparativo entre bancos
de dados NoSQL de diferentes estruturas de armazenamento para a escolha dos mais
indicados para armazenamento e manipulação de dados do SINDA.
Este artigo foi dividido em quatro seções. A Seção 1 contém a introdução, a seção
2 traz um embasamento teórico, com apresentação de um detalhamento sobre o SINDA,
o conceito de banco de dados NoSQL e suas classificações, qual a amostra de bancos de
dados selecionados para a pesquisa, e um comparativo entre os bancos; a seção 3
apresenta os resultados esperados e, por fim, na seção 4 estão as referências.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. SINDA
Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA) é um sistema responsável por
processar, armazenar e repassar os dados aos seus usuários. Os dados são coletados nas
Plataformas de Coleta de Dados (PCDs), que são formadas por uma constelação de
satélites que carregam a bordo o sistema DCS (Transportador de Coleta de Dados).
(SANTOS et. al. ,2013)
O SINDA visa atender demandas e necessidades de uso de dados ambientais pelas
instituições consideradas integrantes do Segmento Usuário de Satélites de Coleta de
Dados Ambientais, tais como: Agência Nacional de Água (ANA), Centro de Previsão do
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) /Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (CETESB), entre outros. Essas instituições dependem da quantidade e qualidade
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dos dados adquiridos pelos satélites, recebidos em solo e disponibilizados aos usuários
na fase de operação do satélite. (SANTOS et. al. , 2013).
Os dados, antes de serem enviados para o SINDA, são transmitidos pelas PCDs
para os satélites orbitais, retransmitidos por estes e recebidos nas estações de Cuiabá e/ou
Alcântara. As principais atribuições do SINDA são: cadastrar as PCDs e os usuários,
tratar, armazenar e distribuir os dados para os usuários, além de fazer a manutenção da
base de dados históricos, gerenciar os números de identificação (IDs) das PCDs, gerenciar
as redes de plataformas de coleta e interface com os usuários, apoiar na especificação de
aquisição das PCDs e demais atividades de processamento específico a pedido dos
usuários. (SANTOS et. al. , 2013).
Para ter acesso aos dados do SINDA é preciso selecionar uma das estações de
monitoramento e o período de tempo que não pode ultrapassar um ano. Em seguida, pode-
se salvar esses dados em um arquivo com formato “xls”. Nesses arquivos, cada registro
do sensor está em uma linha, enquanto nas colunas estão dispostos os atributos com seus
respectivos valores. A primeira coluna guarda a data e hora, e funciona como uma espécie
de chave para cada registro, tornando-o único.
A tabela 1 traz um exemplo de registro do SINDA, cujos dados compreendem o
período de primeiro de fevereiro de 2018, às dez horas da manhã até primeiro de fevereiro
de 2018, às quinze horas.
Tabela 1- estação: Cruzeiro do Sul/AC, Latitude: -7.617, Longitude: -72.667, Altitude:
Fonte:SINDA, 2018.
1.2.Banco de dados NoSQL
Os bancos de dados NoSQL são assim chamados por não usarem álgebra
relacional e nem possuírem linguagem de consulta nativa SQL (DE OLIVEIRA, 2014).
Eles surgiram como uma alternativa aos bancos relacionais, devido ao alto custo de
armazenamento de dados não estruturados e escalabilidade para dados provenientes da
Web. Outros fatores que contribuíram para o crescimento da utilização dos bancos
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NoSQL e que tornam esses bancos capazes de manipular um grande volume de dados se
deve às suas características como: escalabilidade, alta disponibilidade, esquema flexível
e simples manipulação.
● Escalabilidade: possibilidade de aumentar a capacidade de armazenamento de dados
com o menor custo possível e de forma uniforme. Existem duas formas de escalabilidade:
horizontal e vertical, sendo que na primeira, significa adicionar mais nós ao sistema,
usando técnicas de clustering, a segunda significa adicionar recursos em um único nó do
sistema, acrescendo mais memória ou um disco rígido mais rápido.
● Alta disponibilidade: significa que o sistema precisa ser tolerante a falhas de software,
ou seja, ele precisa manter-se funcionando o máximo de tempo possível, além de ser
capaz de autogerenciamento de memória e estar apto a responder todas as requisições em
todo o tempo possível.
● Esquema Flexível: Nos bancos de dados NoSQL a organização de como o banco de
dados é construído não é um esquema pré-determinado, ou seja, sua construção é mais
simplificada e não possui um esquema, isso facilita a inserção de dados de diferentes
formatos. Em um banco de dados relacional, um campo de texto dedicado ao
armazenamento desse tipo de dado pode ser definido, porém, a indexação e consulta não
têm desempenho satisfatório para a maioria das aplicações Web atuais.
● Simples manipulação: Em sua maioria, os bancos NoSQL são simples de manipular
e configurar devido à simplicidade de sua estrutura, o que muitas vezes faz com que os
próprios desenvolvedores sejam capazes de executar essa tarefa.
1.3. Classificação dos bancos de dados NoSQL
Existem quatro tipos mais comuns de bancos de dados: NoSQL, chave-valor,
família de Coluna, Documento e grafo. (LÓSCIO et al., 2011).
1.3.1. Chave-Valor
Um armazenamento de chave-valor funciona de forma muito semelhante a uma
tabela hash, em que cada valor é associado a uma chave exclusiva e é por meio dela que
o dado pode ser armazenado e acessado. É mediante a utilização de uma função hash
apropriada que é possível a gravação do dado no banco e a distribuição de chaves.
(ZOINERTEJADA e O LPROD, 2018).
A chave-valor não faz distinção entre os dados que estão sendo armazenados,
como se eles fossem opacos ao sistema de armazenamento (figura 1). Alguns bancos
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apenas limitam o tamanho dos dados a serem armazenados e cabe à aplicação as regras
de definição de esquema de quais dados podem ser armazenados. (ZOINERTEJADA e
OLPROD,2018)
Figura 1– Esquema de chave valor
Fonte:Microsoft, 2018
Essa ausência de esquema faz com que os bancos de dados chave-valor sejam
altamente otimizados para aplicativos que utilizam pesquisas simples através das chaves
ou intervalo de chave, mas não é otimizado para pesquisas mais elaboradas onde se deseja
a união de dados de tabelas diferentes, e também em filtragem de dados a partir de valores
não chave. (ZOINERTEJADA e OLPROD, 2018).
A maioria dos bancos de chave-valor só permite leitura e gravação de um único
valor por chave, além de realizar apenas operações como consulta simples, inserção e
exclusão. Os dados chave-valor podem ser acessados utilizando as operações:
● get (chave): recupera o valor ou uma lista associada a chave passada como parâmetro;
● put (chave, valor): cria um novo registro associado a chave;
● delete (chave): exclui um registro através da chave;
A persistência dos dados, os armazenamentos chave-valor podem ser classificados
em três tipos:
● Armazenamento na memória: possui acesso muito rápido e é indicado para
informações temporárias. Ex. Informações de sessão de usuário acessada por servidores
de aplicativo;
● Armazenamento persistente: tem alta disponibilidade, pois as informações não
transacionais, são armazenadas no HDD/SSD;
● Armazenamento híbrido: primeiro mantém na memória e depois transfere os dados
para o HDD/SSD. (DAVOUDIN e CHEN , 2018)
1.3.2. Família de Coluna
Banco de dados de família de colunas pode ser entendido como contendo dados
de tabelas com linhas e colunas (ZOINERTEJADA e OLPROD,2018). Os dados são
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indexados por uma tripla (linha, coluna e timestamp), onde linhas e colunas são
identificadas por chaves e o timestamp permite diferenciar múltiplas versões de um
mesmo dado. (DE SOUZA, 2014)
Possuem esquema otimizado para a leitura de dados estruturados pois armazenam
os dados contiguamente na coluna. (DE OLIVEIRA, 2014).
Um recurso interessante desse tipo de banco é poder usar a mesma chave de linha
para dados, pertencentes à mesma entidade, que estão em famílias de colunas distintas,
criando interconexão entre elas (ZOINERTEJADA e OLPROD, 2018), o que é
exemplificado na figura 2.
Figura 2- Diagrama de famílias de colunas
Fonte:Microsoft, 2018
1.3.3. Documento
O modelo orientado a documento é semelhante ao chave-valor, porém, enquanto
este apresenta uma grande tabela hash para todo o banco, no modelo documento, cada
registro é tomado como um documento, ou seja, em cada documento existe um conjunto
de chaves e valores. (DE SOUZA, 2014).
Todo documento possui uma chave própria, que dependendo do banco é gerada
automaticamente assim que um novo registro é gravado e, em outros casos, o banco
permite que seja especificado o valor de um dos campos como chave. (ZOINERTEJADA
e OLPROD,2018)
Neste modelo, os dados são armazenados em formatos como XML, YAML,
JSON, BSON ou texto. Os documentos não precisam possuir a mesma estrutura.
Geralmente cada documento contém todos os dados de uma mesma entidade, o que
favorece a flexibilidade e otimiza as buscas, respetivamente. (ZOINERTEJADA e
OLPROD,2018)
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A figura 3 mostra um banco de dados de documento em que podem ser observadas
duas chaves, cada uma com um valor único e associada a um registro. Percebe-se que os
registros não possuem a mesma estrutura, ou seja, no primeiro registro, cuja chave é 1001,
para o “CustomerID: 99”, são adicionados dois produtos: “productID: 2010” e
“productID: 4365”, enquanto que para o registro de chave 1002 é associado apenas uma
produto “productID: 220”.
Figura 3 - Esquema de armazenamento do modelo document
Fonte:Microsoft, 2018
1.3.4. Grafo
Diferentemente dos demais bancos de dados NoSQL, o banco de dados baseado
em grafo é considerado o que possui maior complexidade (DE OLIVEIRA, 2014) Esse
banco armazena objetos e acessa as informações por meio desses objetos. Sua estrutura é
baseada em grafos, ou seja, é composto por vértices, onde são armazenados os objetos e
as arestas que representam as interconexões entre esses objetos. (ZOINERTEJADA e
OLPROD,2018)
Este tipo de banco de dados pode ser pensado como um multigrafo rotulado e
direcionado. Cada par de nós pode ser conectado por mais de uma aresta, fornecendo um
ganho de performance e permitindo um melhor desempenho das aplicações que possuem
esse tipo de estrutura, como aplicações em redes sociais, se comparado aos bancos
relacionai (DE OLIVEIRA, 2014).
De acordo com o mesmo autor, os bancos de dados garfos possuem grande
potencial de aplicabilidade em que as interconexões das informações ou a topologia dos
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dados são tão ou mais importantes que os dados. Os dados são armazenados em grafos
para permitir consultas eficazes, através da rede de nós e vértices, e análises das relações
entre as entidades. A Figura 3 mostra um esquema gráfico das relações (representada
pelas setas) entre os dados pessoais das entidades funcionários e departamento de uma
empresa. (ZOINERTEJADA e OLPROD,2018)
Figura 3- Dados de pessoal de uma organização estruturados como um grafo
Fonte:Microsoft.com
1.4.Soluções abordados na comparação
Foram selecionados dezesseis bancos de dados NoSQL, mediante critério de
popularidade, cujos dados foram extraídos do levantamento8 realizado pela equipe Solid
IT, divulgados no site DB-Engines, e o suporte fornecido pelos sites oficiais dos bancos.
Essa seleção resultou nos seguintes bancos de dados NoSQL: Microsoft Azure Table
Storage, Datastax Enterprise, Memcached, Cassandra, Couch Base, Couch DB, Dynamo
DB, Hazelcast, Hbase, MarkLogic, Hypertable, Microsoft Azure Cosmos DB (grafo),
Neo4J, Mongo, OrientDB, ArangoDB e Redis.
8 O levantamento realizado pela Solid IT considerou os seguintes critérios para definir a pontuação
no rank de popularidade dos bancos Relacionais e NoSQL: Frequência de menções em pesquisas (google,
Bing e Yandex); Frequência com que aparecem em discussões técnicas (Stack Overflow e DBA Stack
Exchange); Número de ofertas de trabalho onde são mencionados como conhecimento esperado (Indeed e
Simply Hired); Número de menções em perfis profissionais (LinkedIn e Upwork.); Relevância em trabalhos
sociais (Twitter).
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A tabela 1 mostra a posição dos bancos de dados NoSQL no ranking geral dos
bancos de dados existentes (dados de março de 2019), que incluem os bancos relacionais
e NoSQL.
Tabela 1– Posição no rank geral de popularidade dos bancos de dados NoSQL
Posição no Rank Bancos NoSQL Pontuação
5º Mongo DB 401.34
8º Redis 146.12
11º Cassandra 122.80
17º Hbase 58.80
21º Dynamo DB 54.49
22º Neo4J 48.58
23º Couch Base 33.80
24º Memcached 28.73
27º Microsoft Azure Cosmos DB 24.83
33º Couch DB 18.63
37º MarkLogic 13.74
42º Datastax Enterprise 9.33
44º Hazelcast 8.02
51º OrientDB 6.13
62º Microsoft Azure Table Storage 4.52
64º ArangoDB 4.26
Fonte:db-engines, 2019.
Nota-se que nos dez mais populares estão Mongo DB, um banco baseado em
documentos e Redis, baseado em chave-valor.
Nesta pesquisa, por ser desenvolvida em uma instituição governamental, faz-se
necessário conhecer a classificação mercadológica dos bancos de dados, pois a prioridade
é trabalhar com bancos NoSQL gratuitos. A tabela 2 categoriza os bancos de dados
segundo sua classificação mercadológica, se possuem licença de código aberto (open
Source) ou se são comerciais, ou seja, cobram por sua utilização, e também segundo o
modelo no qual cada banco foi estruturado.
Tabela 2- Banco de dados NoSQL por estrutura de armazenamento e tipo de uso
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Fonte:db-engines, 2019.
Como pode ser observado na tabela 2, dos quatro bancos de dados NoSQL mais
utilizados de cada modelo, a maioria é open source.
Outra característica importante a se saber sobre um banco de dados NoSQL é em
quais linguagens ele possui suporte para desenvolvimento e manipulação. A tabela 3
relaciona cada banco utilizado nesta pesquisa com as linguagens mais utilizadas do
mercado. Uma informação que se destaca ao observar a tabela é que todos os bancos
selecionados possuem suporte para as linguagens Java e Python.
Tabela 3- Banco de dados NoSQL e as principais linguagens suportadas
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Fonte:db-engines, 2019.
2. METODOLOGIA
Este trabalho é desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
como projeto de iniciação científica. Os passos para o desenvolvimento da pesquisa são:
• Revisão bibliográfica;
• Análise do formato dos dados fornecidos pelo SINDA.
• Estabelecimento de um critério para a seleção da amostra de bancos de dados NoSQL
que serão abordados na pesquisa;
• Análise das categorias de bancos de dados que utilizam o formato semelhante de
dados do SINDA;
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• Definição do banco de dados que será utilizado para armazenamento e análise de
dados de sensores ambientais;
3. RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que este trabalho contribua para identificar as características presentes
em cada banco de dados NoSQL e avaliar os métodos utilizados na literatura para
armazenamento de dados em bancos de dados NoSQL.
Espera-se também que, ao final, seja possível a identificação dos bancos de dados
NoSQL mais adequados para serem utilizados ao armazenamento dos dados do SINDA.
Agradecimento
Ao CNPq, bolsa PIBIC, processo 102773/2019-0
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ESTUDO DE CASO: RECREAÇÃO APLICADA A MEIOS DE HOSPEDAGEM
DANIEL PINTO TAVARES
DANIELE NEVES DA SILVA
ÉBER JOSE DOS SANTOS
EVELINE APARECIDA DA SILVA OLIVEIRA
Resumo
A recreação é uma forma lúdica de oferecer bem-estar a quem dela se beneficia. Este trabalho
tem como objetivo esclarecer e mostrar que existem padrões de qualidade voltados à
aplicabilidade da recreação aos meios de hospedagem. Reside aqui a justificativa para tratar do
tema, pois, observa-se que há certo equívoco quanto à aplicação de atividades recreativas, então,
é preciso mostrar que existem regras estabelecidas para tais atividades que devem ser respeitadas.
As bases teóricas permeiam assuntos como meios de hospedagem e suas classificações, diferenças
de recreação e lazer, segurança e modos de se lidar com cada faixa etária que está participando
de alguma atividade, um melhor esclarecimento sobre hospitalidade e os benefícios da recreação.
O método científico utilizado é o estudo de caso, visto que o trabalho tem como unidade de análise
o Hotel Mira Serra da cidade de Passa Quatro – MG. Foram analisadas bibliografias sobre os
assuntos citados, presentes em livros e artigos, e planejada uma pesquisa de campo composta por
entrevista a ser realizada com o gestor do empreendimento e dois questionários a serem aplicados
para recreadores e hóspedes. Espera-se que este estudo possa fornecer suporte para entender
melhor como deve ser a atuação de um recreador e a quão benéfica ou não é a atividade recreativa
para meios de hospedagem. Também, almeja-se que este trabalho sirva de fonte de pesquisa para
futuros estudos voltados à mesma temática.
Palavras-chave: Recreação. Hospitalidade. Meios de Hospedagem.
Abstract
Recreation is a playful way of offering well-being to those who benefit from it, this work aims to
clarify and establish standards of quality aimed at the applicability of recreation to the means of
lodging. here is a justification here for dealing with the subject, because it is observed that there
is a certain misunderstanding about the application of recreational activities, so it is necessary
to show that there are established rules for such activities that must be respected. Theoretical
bases permeate subjects such as lodging and classifications, differences in recreation and leisure,
safety and ways of dealing with each age group participating in some activities, a better
understanding of hospitality and the benefits of recreation. The scientific method used is the case
study, since the work has as unit of analysis the Hotel Mira Serra in the city of Passa Quatro -
MG. Bibliographies were analyzed on the mentioned subjects, in books and articles, and a field
research was planned, consisting of an interview to be carried out with the project manager and
two questionnaires to be applied to recreators and guests. It is hoped that this study may provide
support to better understanding on how a recreator should behave and how beneficial or the
recreational activity is for lodging facilities. Also, it is hoped that this work will serve as a
research source for future studies focused on the same theme.
Keywords: Recreation. Hospitality. Means of Hosting.
INTRODUÇÃO
Pela vivência prática como recreador de um dos autores deste artigo, percebe-se
que a recreação é uma forma de lazer e entretenimento voltada para o bem-estar dos
participantes, que usa de práticas físicas e motoras. Em meios de hospedagens, têm se
tornado um atrativo e um diferencial.
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O Curso Superior que regulamenta a profissão de recreador é o de Educação
Física. Também são necessárias habilidades de persuasão, carisma e habilidades motoras,
uma vez que muitas das atividades são físicas, principalmente quando envolvem dança,
alongamentos e esportes.
A recreação é uma forma legítima de interação e contato humano em ambiente em
que ninguém se conhece. Ela busca no interior do indivíduo a sua inibição, treina seu
senso de justiça, até sua liderança. Em um meio de hospedagem, foco deste estudo,
quando são incluídas atividades recreativas para os hóspedes, pode-se ter em mente que
haverá integração entre pessoas de todos os níveis sociais, estados e cidades, com
costumes e educações totalmente diferentes.
A partir dessas características, este artigo, que estuda a recreação no âmbito de um
hotel, poderá ajudar profissionais da área e até gestores a encontrarem um padrão de
qualidade para aplicação de atividades recreativas, além de o estudo ser uma fonte para
futuras pesquisas e projetos com o mesmo tema.
Para o desenvolvimento deste artigo, foi utilizado o método estudo de caso, visto
que a unidade de análise é um hotel da cidade de Passa Quatro–MG. Para tanto, será
aplicada pesquisa de campo com questionários e entrevista de forma a conhecer a
experiência dos hóspedes com atividades aplicadas pelos recreadores do hotel, bem como
a visão da gerência sobre a recreação como valor agregado ao serviço de hospedagem.
Algumas questões de pesquisa norteiam este trabalho: Como aplicar uma recreação a um
hotel?; Quais são os aspectos a serem considerado quando se aplica a recreação?; Quais
métodos de segurança para realizar recreação com todas as faixas de idade?
Para a fundamentação teórica, foram selecionados alguns autores que tratam de
hospitalidade, meios de hospedagem e recreação, tais como: Castelli (2016), Cavallari e
Zacharias (2014), Mian (2003), Melo e Alves Jr. (2012) e Ribeiro (2014).
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Hospitalidade
De acordo com Castelli (2016, p.3), a hospitalidade é o ato de hospedar, ou seja,
receber e cuidar de alguém que está acostumado com um ambiente diferente do anfitrião.
Quando se aplica a hospitalidade a um hotel, sempre terá que haver um ambiente
amistoso, acolhedor, hospitaleiro que contribua como fator decisivo e atrativo para o
cliente permanecer e retornar.
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O mesmo autor ainda afirma que existem várias razões para falar de hospitalidade.
Ela está em todo lugar e se torna importante em vários aspectos, como: doméstico, social
e comercial, conforme apontam Lashley & Morrison (2004, apud Castelli, 2016, p. 3).
Tais autores ainda afirmam que esses três domínios de convivência (Figura 1) apresentam
características específicas e que “não se pode, por exemplo, confundir a hospitalidade
oferecida no domínio doméstico com aquela ofertada no domínio comercial e/ou público”
(p.3).
Figura 1: Domínio/oferta da hospitalidade
Fonte: Lashley & Morrison, (2004, apud Castelli, 2016)
A Figura 1 retrata o sistema de hospitalidade que engloba os três domínios. É
válido ressaltar que eles não se manifestam isoladamente, mas sim, se entrelaçam, ou seja,
no domínio público pode haver também o comercial, se considerado um almoço de
negócios, por exemplo, em que se pratica a hospitalidade de ambas as esferas.
1.2. Meios de Hospedagem
Segundo o SBCLASS (Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de
Hospedagens), os meios de hospedagem são classificados de acordo com o Quadro 1:
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Quadro 1: Classificação de Hospedagem
Estabelecimento com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem
Hotel alimentação, ofertados em unidades individuais e de uso exclusivo dos
hóspedes, mediante cobrança de diária.
Hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que disponha de serviços de
Resort estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio
empreendimento.
Hotel Empreendimento localizado em ambiente rural, dotado de exploração
Fazenda agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo.
Cama & Hospedagem em residência com no máximo três unidades habitacionais para
Café uso turístico, com serviços de café da manhã e limpeza, na qual o possuidor do
estabelecimento resida.
Edificação preservada em sua forma original ou restaurada, ou ainda que tenha
Hotel sido palco de fatos histórico-culturais de importância reconhecida, ou seja,
Histórico aqueles tidos como relevantes pela memória popular, podendo o
reconhecimento ser formal ou informal.
Empreendimento de característica horizontal, composto de no máximo 30
Pousada unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação e
alojamento temporário.
Unidades habitacionais que disponham de dormitório, banheiro, sala e cozinha
Flat/Apart- equipada, em edifício com administração e comercialização integradas, com
Hotel serviço de recepção, limpeza e arrumação.
Fonte: SBClass (2018)
Dentre as tipologias apresentadas no Quadro 1, o Hotel, Resort, Hotel Fazenda e
Hotel Histórico são meios de hospedagem que comportam a recreação, por ter espaço
amplo, que propicia a aplicação de gincanas, jogos, brincadeiras etc, e atender a uma
grande demanda de hóspedes, assim se pode explorar todas as idades, o que colabora na
fidelização dos clientes.
1.3. Lazer e Recreação
Cavallari e Zacharias (2014, p.15) afirmam que “O lazer é o estado de espírito em
que o ser humano se coloca, instintivamente (não deliberadamente), dentro do seu tempo
livre, em busca do lúdico (diversão, alegria, entretenimento). ”
Lazer implica no tempo vago ou livre de obrigações que cada pessoa tem e,
diferentemente de recreação, necessita que a pessoa entenda que o divertimento, o lúdico
e o entretenimento podem acontecer em qualquer situação ou/em qualquer hora, afirmam
Cavallari e Zacharias (2014). Nos dias atuais, o lazer é considerado menos importante
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que o trabalho, por se pensar que terá de gastar dinheiro para se divertir, mas, pelo
contrário, há exemplos de espaços com atividades de lazer sem custos: praças, praias,
eventos culturais, reuniões de família, brincadeiras infantis, futebol com os amigos,
parques e até o próprio tempo ocioso do indivíduo.
Os teóricos apontam ainda que “a recreação é o fato, ou o momento, ou a
circunstância que o indivíduo escolhe espontânea e deliberadamente, através do qual ele
satisfaz (sacia) seus anseios voltados ao seu lazer”. (CAVALLARI e ZACHARIAS,
2014, p.15).
A atividade de recreação necessita de uma pessoa com predisposição, um estado
de espírito favorável com vontade de se dedicar a alguma atividade voltada para o lúdico.
Este pode ser entendido como tudo que leva a pessoa a se divertir, se entreter, se alegrar,
passar o tempo. Vale ressaltar que esse estado de espírito acontece espontaneamente, ou
seja, não pode ser provocado, talvez estimulado, observam Cavallari e Zacharias (2014).
A Figura 2 apresenta algumas tipologias de recreação, com base em Melo e Alves
Júnior (2012), que podem ser aplicadas nos mais diversos ambientes, inclusive em meios
de hospedagem.
Figura 2: Atividades Recreativas
Fonte: Melo e Alves Júnior (2012)
Para melhor entendimento, cada tipologia é explicada na sequência.
➢ Brincadeiras
Segundo Cavallari e Zacharias (2014), a brincadeira não tem objetivo competitivo,
nem precisa ser vencida, pois só terá continuidade se houver motivação e interesse por
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ela. Além disso, não segue uma formalidade, ou seja, não há uma evolução regular e nem
maneiras formais de se desenvolver como regras, finalização, ápice, modificações e
consequências.
➢ Jogos
Conforme os mesmos autores, os jogos são diferentes de brincadeiras, pois
possuem objetivo competitivo; almeja-se alcançar a vitória, ou seja, haverá vencedor
porque em um jogo pressupõe-se a vitória e a derrota. Apresentam uma evolução regular,
portanto, têm começo, meio e fim, existindo maneiras formais como regras, final, ápice,
modificações e consequências.
Os autores ainda destacam a importância de se fixar a diferenciação de faixas
etárias entre brincadeiras e jogos. De acordo com a faixa etária que estiver pretendendo
animar, o recreador poderá escolher que tipo de atividade empregar, pois, com base em
suas características, é notório que as brincadeiras atingem faixas etárias mais baixas,
enquanto pequenos jogos atingem as intermediárias e grandes jogos são mais propícios
às mais elevadas.
Cavallari e Zacharias (2014) afirmam ainda que o recreador pode se valer de
pequenos ou grandes jogos, adaptando-se às regras de acordo com as necessidades do
grupo. A diferença entre pequenos e grandes jogos é que, nos primeiros, as regras são
cobradas de forma mais flexível, são mais simples e em menor quantidade e a atuação do
profissional é apenas como orientador. Por outro lado, nos grandes jogos as regras são
cobradas de forma totalmente rígida e complexa, em maior quantidade e o profissional
atua como um árbitro que cobra regras. (CAVALLARI e ZACHARIAS, 2014).
➢ Esporte
Para Mian (2003, apud PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2018, online)9, uma
definição precisa de esporte é impossível devido à grande variedade de significados.
Quase tudo que é entendido sob o termo esporte é menos determinado por análises
9https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/turismo-e-hotelaria/perfil-do-profissional-
do-lazer/36620
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científicas em seus domínios do que pelo uso diário e desenvolvimento histórico e
transmitido pelas estruturas sociais, econômicas, políticas e judiciais.
De acordo com o estudioso, uma definição bastante aceita para esporte é que se
trata de atividade competitiva, institucionalizada, que envolve esforço físico vigoroso ou
o uso de habilidades motoras relativamente complexas, por indivíduos cuja participação
é motivada pela combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos.
➢ Gincana
Cavallari e Zacharias (2014, p.73) asseveram que, de todas as
atividadesrecreativas, as gincanas são vistas pelos participantes como uma das mais
empolgantes e atrativas. Em função disso, o trabalho do recreador se torna bastante
prazeroso e criativo.
Gincanas são lúdicas, competitivas e sempre buscam um vencedor. Desse modo,
são classificadas como jogos que possuem algumas caraterísticas que podem ser
atividades físicas e/ou mentais. Seu final é sempre previsto e há regras que podem ser
simples ou complexas. O que as diferencia dos outros jogos são as atividades
extremamente motivantes que potencializam a competividade, assim são envolvidas em
grandes jogos, atestam Cavallari e Zacharias (2014).
1.3.1. Adequação das atividades as diversas faixas etárias
Cavallari e Zacharias (2014) deixam claro que não acreditam que existam
atividades específicas para determinadas faixas etárias. Qualquer atividade pode ser
adaptada a qualquer uma delas, sempre com respeito às características das idades.
No caso de portadores de necessidades especiais, vale ressaltar que não se pode
tratá-los conforme sua idade cronológica e sim sua maturidade mental. Dessa forma, o
profissional responsável deve analisar o comportamento e assim definir qual faixa etária
deverá ser realocado o indivíduo, cientificam os autores.
Para crianças e adolescentes, há que se ter em mente o risco de machucados e
ferimentos, pois, por mais seguras que sejam, as brincadeiras podem oferecer algum risco
na prática; é preciso também levar em conta a mentalidade de cada um, pois o recreador
responsável terá que ter ideia de como cada criança é e se comporta. Para crianças
pequenas, a partir dos quatro até seis anos de idade, são requeridas atividades com maior
movimentação, sabendo-se que elas começam a lidar bem com regras, aceitam-nas e as
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compreendem. Essa faixa etária, também, começa a se interessar por números, letras e
palavras.
Adolescentes sempre gostam de intensas atividades e nessa idade começam a
compreender melhor as diferenças de habilidades motoras entre os sexos, assim, o
profissional precisa saber que nessa faixa etária as meninas já estão na pré-puberdade e
os meninos são mais infantis, de modo que os riscos nas atividades se tornam maiores,
afirmam Cavallari e Zacharias (2014).
Para os adultos, a recreação pode incluir mais atividade física, o que exige um
preparo maior por parte do profissional, pois não somente ensinará, mas orientará cada
atividade proposta. O alongamento é essencial para o começo de qualquer atividade.
Importante mencionar ainda que essa faixa etária valoriza mais a atividade lúdica, dando
preferências para as atividades em grupo, pois têm a dificuldade de se expor por medo de
passar vergonha ou algum constrangimento.
A terceira idade valoriza a atividade em grupo, lúdica, física e cultural, uma vez
que sentem necessidade de corrigir as pessoas, encontram dificuldade de aceitar algo novo
e aceitam muito mais a participação do que o resultado. O recreador precisa saber as
limitações de cada indivíduo e compreender que não pode forçar ou influenciar alguma
atividade mais intensa, finalizam os teóricos.
1.3.2. Benefícios da aplicabilidade da recreação
Dentre os benefícios da aplicabilidade da recreação, há a qualidade de vida,
desenvolvimento de capacidade de liderança e atividades físicas.
Mian (2003, p.29) afirma que a qualidade de vida se dá na percepção do próprio
indivíduo da sua posição no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive
em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Pode ser explicada
ou até mesmo classificada por seis grandes domínios, que são: físico, psicológico, nível
de independência, relações sociais, meio ambiente e espiritualidade (religiosa, crenças
pessoais).
Em uma atividade de recreação, o participante exerce e comanda mais influência
do que os outros membros do grupo e está na posição de tomar decisões que impactam
suas ações e sentimentos podendo, efetivamente, organizar, controlar e dirigir o trabalho
dos outros. Nesse sentido desenvolve sua capacidade de liderança, afirma Mian (2003,
p.28),
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Para Menescal et al. (2000, online),
O bom recreador é aquele que vive na liderança, a condição de participante.
Que sabe olhar o interesse de todos, que escuta o desejo comum, que procura
na medida do possível, aproximar-se de cada um, sem perder a noção de grupo.
Segundo Mian (2003), influenciar pessoas e grupos com atos ou objetivos
definidos pode ser realizado devido ao prestígio pessoal ou por meio dos seus ciclos
sociais assim aceitos por todos, para serem liderados.
O autor observa, ainda, que, num sentido mais restrito, a atividade física é todo
movimento corporal produzido por músculos esqueléticos, que provocam um gasto de
energia, onde destaca a importância da prática de atividades físicas para todas as idades
são as seguintes: promover a integração entre os participantes, por meio de atividades
lúdicas; resgatar a cultura popular e não deixá-la se perder com o tempo; ter contato com
as brincadeiras (de regras mais flexíveis) e com os jogos (regras mais definidas), que seus
pais brincavam; prevenir futuros problemas que a falta a atividade física poderá causar-
lhes, como a obesidade, a hipertensão, o estresse e a tendinite (que são agravados por
jogos eletrônicos, como videogame e o computador, por exemplo); e trabalhar a fantasia
e o faz-de-conta das crianças, por intermédio de jogos com personagens caracterizados,
que nela desenvolvem as mais diversas reações.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada para este artigo é o estudo de caso, como aponta Yin
(2015), que investiga um fenômeno/situação específico de forma aprofundada e
se estrutura por meio de um Protocolo composto de algumas partes, dentre elas: questões
de pesquisa (questões que o trabalho responde); proposições de estudo (representam os
objetivos da pesquisa, ou seja, porque se pretende pesquisar sobre determinado tema);
unidade de análise/dados (permite o recorte adequado da investigação e que dados o
pesquisador precisará para dissertar e discutir a temática em estudo).
Assim, para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica com base no protocolo e em autores que discutem o tema ora tratado neste
trabalho, e planejada uma pesquisa de campo a ser realizada no Hotel Mira Serra Passa
Quatro-MG. Foi elaborado um questionário (Apêndice A) a ser aplicado com os hóspedes
e outro com os recreadores (Apêndice B), cada qual com cinco perguntas fechadas. Além
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disso, foi feito um roteiro de entrevista estruturada (Apêndice C), com cinco questões
abertas, a ser aplicada ao gestor do hotel.
Considerando que o hotel contém 172 unidades habitacionais e, em um final de
semana, poderá haver uma lotação mínima de 344 pessoas, se todos os leitos forem
ocupados na configuração dupla/casal, tomou-se como base tal número de hóspedes e, a
partir disso, foi realizado o cálculo amostral10 para definição de uma amostra que
revelasse um resultado confiável, embora para estudos de casos, não sejam necessárias
amostras amplas. Desse modo, chegou-se ao número de 182 hóspedes que deverão ser
entrevistados. Caso haja totalidade de respostas aos questionários, os resultados terão
confiabilidade de 95%.
3. RESULTADOS ESPERADOS
O foco deste artigo é a Recreação e Hospitalidade aplicada a Meios de
Hospedagem. Para o estudo de caso, foi escolhido um hotel localizado na cidade de Passa
Quatro, Estado de Minas Gerais. A proposta se baseou na ideia de como é realizada e
vista a recreação no meio de hospedagem.
Espera-se com esta pesquisa mostrar que existe um padrão de aplicabilidade de
recreação que deve ser seguido por profissionais atuantes da área. Outra contribuição é
que este trabalho poderá ser fonte de pesquisa para futuros estudos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério do Turismo. Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de
Hospedagem (SBCLASS). Disponível em:
http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-classificacao/mtur-site/Entenda?tipo=2
Acesso em: 15 nov. 2018.
CASTELLI, Geraldo. Gestão Hoteleira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
CAVALLARI, Vinicius Ricardo; ZACHARIAS, Vany. Trabalho com Recreação. 13.
ed. São Paulo: Ícone, 2014.
MELO, Victor Andrade de; ALVES JR, Edmundo de Drummod. Introdução ao Lazer.
2. Ed. Altura: 7,17 cm Largura: 16,46 cm, formato: JPEG. Barueri SP: Manole, 2012.
10 https://www.publicacoesdeturismo.com.br/calculoamostral/
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MENESCAL et al. Perfil do profissional de lazer. Disponível em:
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/turismo-e-hotelaria/perfil-do-
profissional-do-lazer/36620. Acesso em: 2 nov. 2018.
MIAN, Robson. Monitor de Recreação: Formação Profissional. São Paulo: Editora
Texto Novo, 2003.
RIBEIRO, Olívia Cristina Ferreira. Lazer e Recreação. 1. ed.. São Paulo: Érica, 2014.
SANTOS, Glauber Eduardo de Oliveira. Cálculo amostral: calculadora on-line.
Disponível
em: http://www.calculoamostral.vai.la. Acesso em: 29 nov. 2018.
YIN, Robert.K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5ª ed. Trad. Cristhian
Matheus Herrera. Porto Alegre, RS: Bookman, 2015.
APÊNDICE A
Hóspede – Questionário
1- Tem o hábito de frequentar hotéis para qual finalidade?
( ) Férias ( ) Lazer ( ) Negócios
2- Antes de se hospedar, procura saber se há recreação no hotel?
( ) Sim ( ) Não
3- Em sua opinião a recreação é um meio de entretenimento?
( ) Sim ( ) Não
4- Costuma participar de Atividades da Recreação?
( ) Sim ( ) Não
5- Em sua opinião a recreação é necessária em hotel?
( ) Sim ( ) Não
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APÊNDICE B
Recreador - Entrevista
1. Já fez algum tipo de curso para trabalhar como Recreador?
( ) Sim ( ) Não ( ) Pretende fazer
2. Com qual dessas faixas etárias prefere trabalhar?
( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) Terceira Idade
3. Qual é a maior dificuldade que encontra em trabalhar na área da recreação?
( ) Espaço físico ( ) Falta de material ( ) Clima (chuva e sol)
4. Sabendo que estamos em constante mudanças e atualizações, com que periodicidade
costuma realizar uma reciclagem:
( ) 6 meses ( ) 1 ano ( ) 1 ano e meio ( ) Não considera importante
5. Na sua opinião, quais os benefícios se aplica em uma recreação?
( ) Socialização ( ) Atividade Física ( ) Exercitar a criatividade ( ) Interação
APÊNDICE C - GESTOR – ENTREVISTA
1. Os funcionários recebem treinamentos de hospitalidade?
2. A recreação é um ponto forte para os hóspedes retornar ao hotel?
3. Qual o público que mais frequenta o hotel?
4. Para qual público é redirecionada a recreação?
5. Quais benefícios a recreação traz para o hotel?
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FESTA DAS NAÇÕES DE JUIZ DE FORA: GET TOGETHER: ESTUDO E
IMPLEMENTAÇÃO DE UMA APLICAÇÃO BLOCKCHAIN USANDO SMART
CONTRACTS
MARIA FERNANDA DE FRANÇA PEREIRA
RESUMO
A evolução da tecnologia é cada vez mais rápida e tem impacto direto na sociedade - o modo
como as pessoas veem o dinheiro mudou drasticamente e a tecnologia começou a afetar a
economia com o nascimento do Bitcoin, a primeira Criptomoeda do mundo, que foi inicialmente
proposta em 2008 e em 2018 inspirou este artigo. Em face ao cenário das Criptomoedas, este
trabalho tem por objetivo desenvolver um protótipo de aplicação de Crowdfunding, fazendo uso
da Blockchain e que possa ser capaz de processar Smart Contracts dentro da Ethereum Network,
a fim de demonstrar a efetividade da aplicação de métodos, técnicas e ferramentas adequadas a
esse contexto moderno de tecnologia. Para o desenvolvimento da solução, foi admitida a
Criptomoeda Ethereum, totalmente digital e descentralizada. Fazendo uso de uma API
disponibilizada pela Ethereum, a web3, foi possível escrever as transações na Blockchain e, para
uma interface amigável, foi utilizada a biblioteca React.js. Em paralelo, para viabilizar a escrita
dos contratos, foi utilizada a linguagem Solidity, baseada em Javascript. Como resultado do
trabalho, obteve-se um sistema eletrônico de transação descentralizado que não necessita de um
intermediário, que conta com assinaturas digitais que permitem forte controle sobre propriedade
prevenção de gasto duplo, tudo isso por meio de uma rede peer-to-peer que utiliza prova de
trabalho para criar um registro público, que é impraticável para fraudadores modificarem.
Portanto, o artigo oferece uma visão atual sobre aplicações envolvendo Criptomoedas e mostra o
quão eficazes são essas soluções modernas referentes a transações de capital.
Palavras-chave: 1. Blockchain; 2. Smart Contracts; 3. Crowdfunding; 4. Criptomoedas
ABSTRACT
The evolution of technology is increasingly rapid and has a direct impact on society - the way
people view money has changed dramatically, and technology has begun to affect the economy
with the birth of Bitcoin, the first Cryptomane in the world, which was initially proposed in 2008
and in 2018 inspired this article. This work aims to develop a Crowdfunding application
prototype, making use of Blockchain and able to process Smart Contracts within the Ethereum
Network, in order to demonstrate the effectiveness of the application of methods, techniques and
tools appropriate to this modern technology context. For the development of the solution, the
Criptomoeda Ethereum, totally digital and decentralized, was admitted. Using an API provided
by Ethereum, web3, it was possible to write the transactions in Blockchain and, for a user-friendly
interface, the React.js library was used. In parallel, to make viable the writing of the contracts,
the language Solidity, based on Javascript, was used. As a result of the work, a decentralized
electronic transaction system that does not require an intermediary, which has digital signatures
that allow strong control over property double expense prevention, is achieved through a peer-
to-peer network that uses proof of work to create a public record, which is impractical for
fraudsters to modify. Therefore, the article offers a current insight into applications involving
Cryptomanes and shows how effective these modern solutions are for capital transactions.
Keywords: 1. Blockchain; 2. Smart Contracts; 3. Crowdfunding; 4. Criptomanes
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INTRODUÇÃO
O comércio na Internet passou a depender quase exclusivamente de instituições
financeiras que servem como “terceiros confiáveis” para processar pagamentos
eletrônicos. Enquanto o sistema funciona bem para a maioria das transações, ainda sofre
das fraquezas inerentes do modelo baseado em confiança.
As instituições financeiras atuam como uma “contra-parte” confiável para facilitar
a transação, mas elas gastam tempo resolvendo disputas e lidando com transações
fraudulentas. Isso, obviamente, aumenta o custo de se performar uma transação por meio
da Internet e torna as transações relativamente caras.
Hoje existe uma versão “Peer-to-peer” de dinheiro eletrônico que permite
pagamentos on-line enviados diretamente de uma parte para outra sem passar por uma
instituição financeira. Nesse sistema, as transações criptográficas serão
computacionalmente impossíveis de serem revertidas, protegendo assim os usuários
contra qualquer tipo de fraude nas transações. Este sistema de dinheiro (Criptomoeda)
Peer-to-peer ainda por cima é capaz de resolver um problema antigo que é o “gasto
duplo”, ou seja, quando se executam duas transações online simultaneamente com uma
mesma moeda.
O sistema dessas chamadas Criptomoedas funciona com uma cadeia de
assinaturas digitais (Blockchain), que podem ser passadas de uma pessoa para outra,
utilizando uma assinatura eletrônica (Hash). Durante este processo, o remetente da moeda
assina eletronicamente as transações passadas e também a chave pública do receptor para
quem está enviando aquela moeda.
Analogamente, seria como assinar o recebimento de uma encomenda e, então,
escrever um endereço para onde a encomenda deverá ser enviada, mantendo assim
validadas as transferências pelos próprios mantenedores das moedas. Este registro
histórico das transações cria a Blockchain das Criptomoedas, que é essencialmente um
livro contábil de todas as transações de Criptomoedas que ocorreram até então.
Visando contornar problemas com moeda e instituições no ambiente de
Crowdfunding, este artigo mostra uma nova visão sobre os meios de pagamento e
transações no mundo das Criptomoedas, como funcionam e onde podem ser aplicadas.
Em face ao cenário supracitado das Criptomoedas, este trabalho tem por objetivo
desenvolver um protótipo de aplicação Crowdfunding fazendo uso da blockchain, que
possa ser capaz de processar Smart Contracts dentro da Ethereum Network, a fim de
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demonstrar a efetividade da aplicação de métodos, técnicas e ferramentas adequadas a
esse contexto moderno de tecnologia.
1. CRIPTOMOEDAS E BLOCKCHAIN
A base teórica deste artigo consiste em Criptomoedas e Blockchain – técnicas e
métodos de desenvolvimento serão explicitados e jusitificados na seção 2, metodologia,
deste trabalho.
1.1. Criptomoedas
A evolução da tecnologia é cada vez mais rápida e tem impacto direto no mundo
e em várias áreas da sociedade, visando sempre melhorá-la e/ou simplificá-la. O modo da
sociedade de ver o dinheiro mudou drasticamente e a tecnologia começou a afetar
diretamente a economia com o nascimento do Bitcoin, a primeira Criptomoeda
descentralizada do mundo – Bitcoin foi inicialmente apresentada em 2008 na “The
Cryptography Mailing List” (Um grupo de discussão sobre criptografia).
Um usuário conhecido somente pelo seu pseudônimo, Satoshi Nakamoto fez uma
proposta no mínimo interessante, a criação de uma moeda virtual descentralizada,
segundo Satoshi:
O que é preciso é um sistema de pagamentos eletrônicos baseado em provas
criptográficas em vez de confiança, que permita que duas partes interessadas
em fazer transações diretamente façam-nas sem a necessidade de um
intermediário confiável. Transações que são computacionalmente
impraticáveis de reverter podem proteger vendedores de fraude, e serviços de
proteção poderiam ser facilmente implementados para proteger os
compradores (algo como PagSeguro, Paypal ou MercadoPago fazem
atualmente).” (SATOSHI, 2008, The Cryptography Mailing List)
Após o lançamento da moeda em 2009 e a declaração de que seu código seria
open-source, outras moedas começaram a surgir e desenvolvedores começaram a estudar
a tecnologia a fim de desenvolver aplicações capazes de realizar transações com
criptomoedas. Atualmente existem mais de 1195 versões de Criptomoedas de acordo com
o site de empreendedores startse.com (fonte: coinmarketcap.com) e o mercado tende a
crescer cada vez mais. A chave do sucesso das criptomoedas é a Blockchain, assunto a
ser tratado na próxima sub-seção.
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1.2. Blockchain
Blockchain trata de uma tecnologia que viabiliza as criptomoedas – é na
Blockchain onde são feitas, armazenadas e replicadas as transações. Essa foi a grande
invenção por trás do sistema das moedas e o futuro da Blockchain aponta outros usos
além do financeiro. Segundo Don Tapscott (Blockchain Revolution p.10) a Blockchain é
conhecida por revolucionar a era digital:
A tecnologia que, provavelmente, terá o maior impacto sobre o futuro da
economia mundial chegou, e não são carros autodirigidos, energia solar ou
inteligência artificial. Essa tecnologia é conhecida por Blockchain. A primeira
geração da revolução digital nos trouxe a internet da informação. A segunda
geração – impulsionada pela tecnologia do Blockchain – está nos trazendo a
internet do valor: uma nova plataforma distribuída que pode nos ajudar a
remodelar o mundo dos negócios e a transformar a velha ordem dos assuntos
humanos para melhor.
Uma definição interessante do conceito na era 1.0 da Blockchain foi citada por
Vitalik Buterin, co-fundador da Ethereum, capturando o sentido amplo do que é uma
Blockchain:
“Uma blockchain é um computador mágico para o qual qualquer pessoa pode
fazer upload de programas e deixar os programas auto-executáveis, onde o
estado atual e todos os anteriores de cada programa são sempre publicamente
visíveis, e que possui uma garantia criptoeconômica muito forte de que
programas rodam em execução. A cadeia continuará a executar exatamente da
maneira que o protocolo blockchain especifica ”. (Buterin 2015, 1)
Pilkington (2015) argumenta que essa definição carece de rigor científico, pois
“computador mágico” é um termo discutível - transmite a ideia de que as aplicações
executadas em tal plataforma têm um alcance global: “sem fronteiras nacionais ou
geopolíticas, e se estendem sem limites para o futuro” (Davidson, De Filippi en Potts
2016, 8). No entanto, essa definição é interessante para os recursos que ela omite.
O uso abstrato de tal definição permite que Buterin (2015) enfatize a ideia de que
blockchain é “informacional e processual” (Pilkington, 2015). Além disso, a definição
carece de termos financeiramente carregados, tais como: razão, dinheiro, criptomoeda,
transações e taxa de hash.
Buterin (2015) complementa sua própria definição dizendo “… eles são
[Blockchains] sobre a liberdade de criar um novo mecanismo com um novo conjunto de
regras extremamente rápido e empurrá-lo para fora. Eles são Lego Mindstorms para
construir instituições econômicas e sociais”.
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O que é importante para a visão geral de Buterin (2015) é que as Blockchains não
precisam se relacionar com uma esfera monetária. Como explica Pilkington (2015), os
conceitos de "Criptoeconomia" e "finalização de pagamento" não definem a Blockchain,
mas são características fundamentais das aplicações Blockchain. Consequentemente, a
visão de Buterin (2015) prediz que Blockchains podem existir sem tokens subjacentes.
Há uma nuance, no entanto: “a moeda é necessária para fazer com que blocos de
criptografia funcionem…” Mas a moeda está lá simplesmente como encanamento
econômico para incentivar a participação consensual, manter depósitos e pagar taxas de
transação, não como o ponto central da mania especulativa, interesse do consumidor e
excitação” (Buterin, 2015).
Gideon Greenspan apoia a visão de Buterin, afirmando: "Se modificarmos nosso
esquema de" banco de dados "para que cada linha possa representar vários ativos, em vez
da moeda nativa do Blockchain, poderemos nos livrar dessa moeda por completo. Isso
nos deixa com uma Blockchain como uma forma de alcançar consenso e segurança em
um aplicativo financeiro peer-to-peer para qualquer classe de ativo.” (Greenspan 2015).
De qualquer forma, nem todos os especialistas concordam com essa definição do
Blockchain. Muitos parecem argumentar que Blockchains sem Tokens subjacentes não
podem existir. “A moeda é parte integrante do mecanismo de incentivo da rede para
manter sua segurança; os dois têm uma relação simbiótica existencial” (Swanson 2015,
8). Da mesma forma, Jeremy Allaire diz: "Tem de haver um valor subjacente ao Token
usado para mover o valor ..." (Allaire 2015).
Embora o debate ainda não tenha sido encerrado, pode-se argumentar que o último
autor está fechando o tópico e deixa pouco ou nenhum espaço para a expansão do
Blockchain em aplicativos não relacionados a finanças. Essas definições que limitam os
bloqueios a uma esfera monetária têm menos interesse pelas aplicações Blockchain 3.0.
No entanto, todos os autores parecem concordar que a moeda é um aspecto
importante nas Blockchains, seja sua representatividade apenas “Um encanamento
econômico para incentivar a participação de consenso” ou uma parte inseparável e
fundamental do processo. Por uma questão de pesquisa e raciocínio intelectual, este
documento considera a definição de Buterin (2015) como uma base para a tecnologia
Blockchain, sem prejudicar a importância da moeda na propagação da tecnologia em
aplicações não financeiras.
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Quanto ao seu funcionamento, a Blockchain trabalha como um livro caixa de
todas as transações realizadas com as moedas e as armazena na rede. Sobre sua
confiabilidade e persistência Muhammad Mannir Ahmad Getso (THE BLOCKCHAIN
REVOLUTION AND HIGHER EUCATION p.57), Mestre em Engenharia de Sistemas
de Computação afirma:
O blockchain é uma tecnologia relativamente nova usada para verificar e
armazenar registros de transações de criptomoedas on-line, como o Bitcoin. O
sistema é redundante e distribuído, dificultando que as transações sejam
rescindidas, duplicadas ou falsificadas. Além de moedas on-line, o blockchain
tem usos potenciais em saúde, educação e muitos outros campos.
A Blockchain realmente é muito poderosa e segura pelo fato de os dados serem
replicados a todo momento e cada nó de sua cadeia possuir uma cópia completa de toda
base de dados, sempre visando proteger as transações nela realizadas, um outro grande
benefício dessa tecnologia é o chamado P2P, que elimina a necessidade de um
intermediário nas transações. Muhammad Mannir Ahmad Getso (THE BLOCKCHAIN
REVOLUTION AND HIGHER EUCATION p.58) diz que: “A Blockchain funciona
como uma plataforma global, distribuída e altamente segura, um banco de dados onde
poderíamos armazenar e trocar coisas de valor e onde poderíamos confiar uns nos outros
sem intermediários no processo”.
2. METODOLOGIA
2.1. Divisão das Tecnologias
O desenvolvimento do projeto e o uso de seus materiais e métodos foram divididos
em dois setores: Front-end e Back-end. No setor Front-end foram dispostas tecnologias
referentes a interface onde o usuário terá contato com o aplicativo, definindo estruturas
visuais e construindo a navegação entre telas.
No setor do Back-end foi construída toda a lógica por trás da aplicação, como a
escrita do Smart Contract responsável pelas transações e a conexão da aplicação com a
rede Ethereum e sua Blockchain.
No setor do Front-end com foco em facilidade de acesso e performance, a
aplicação foi desenvolvida com interface voltada totalmente para a web fazendo uso da
biblioteca React para o Front-end, seguindo padrões modernos de UX e design, para que
o usuário não se intimide com essa tecnologia complexa.
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2.2. O Back-end
Para o desenvolvimento do Back-end da aplicação foi necessário um grande
estudo sobre a arquitetura utilizada, pois trata-se de uma tecnologia completamente nova
que se encontra no início de seu desenvolvimento.
Graças a Ethereum network e seu forte apreço por desenvolvedores, a API escrita
em JavaScript Web3 foi escolhida para a interação com a rede e a Blockchain - por ser
criada pela própria comunidade Ethereum, fornece uma base sólida de ferramentas de
interação, envio e recebimento de dados por meio de chamadas RPC.
2.2.1. Web3
Quanto a API responsável por interagir com a Blockchain Ethereum, a melhor
opção no mercado é o Web3.js, uma api desenvolvida pelos próprios criadores da
Ethereum Network.
O Web3.js funciona com qualquer nó Ethereum, que expõe uma camada RPC. O
Web3 também contém o objeto eth - web3.eth (especificamente para interações
blockchain Ethereum) e o objeto shh - web3.shh (para interação Whisper). Para efetivar
transações e realizar testes na aplicação foi utilizada uma sub-rede da Ethereum chamada
de rinkeby, que facilita a obtenção da moeda.
2.2.2. Solidity
Como linguagem chave foi utilizada a Solidity, que é essencialmente uma
linguagem de programação para escrever Smart contracts. Com o Solidity, é possível criar
aplicativos que simulem uma campanha de financiamento coletivo, uma loteria, um
empréstimo ou qualquer outro tipo de instrumento financeiro. O Solidity é conhecido por
ser bastante semelhante ao Javascript e excepcionalmente fácil de aprender para quem
tem experiência anterior em JS.
Para interagir com a rede Ethereum foi utilizado um plugin do Chrome chamado
Metamask, que funciona como uma espécie de carteira para armazenar Ethereum.
2.2.3. Web3 - Solidity
Existem aspectos diferentes a serem considerados no desenvolvimento de
aplicações
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Blockchain com Ethereum, tais como, por exemplo:
• Desenvolvimento de contrato inteligente (Smart Contract) - código de escrita
que é implantado no Blockchain com a linguagem de programação Solidity.
• Desenvolvimento de sites ou clientes que interagem com o Blockchain – escrita
do código que lê e grava dados do Blockchain com contratos inteligentes.
O Web3.js permite cobrir a segunda responsabilidade citada acima: desenvolver
clientes que interagem com a Etherem Blockchain. O Web3.js é uma coleção de
bibliotecas que permitem realizar ações como enviar Ether de uma conta para outra, ler e
gravar dados de contratos inteligentes, criar contratos inteligentes e muito mais.
Basicamente pode-se usar o Web3.js para ler e gravar na Ethereum Blockchain.
Para que isso fique mais claro o entendimento do Web3.js interagir com o
Blockchain Ethereum. A Figura 01 apresenta um exemplo de diagrama de cliente com
Ethereum:
Figura 01 – Interação Web3.js e Ethereum
Fonte: Website Ethereum (2018)
Web3.js “fala” com a Blockchain Ethereum via JSON RPC, que significa
"Remote Procedure Call" - trata-se de um protocolo para as chamadas da rede. Ethereum
é uma rede Peer-to-peer de nós que armazena uma cópia de todos os dados e códigos no
Blockchain. O Web3.js permite realizar solicitações a um nó Ethereum individual com
JSON RPC para ler e gravar dados na rede.
Quanto à primeira responsabilidade citada acima é possível contar com o
SolidityJS (Linguagem orientada a contratos), que nada mais é do que uma linguagem
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feita para escrever Smart Contracts. Pode-se pensar que é uma forma de controlar uma
conta bancária com código. Totalmente baseada em Javascript, oferece uma facilidade de
aprendizado para quem já teve contato com a linguagem.
A Solidity foi inicialmente proposta em agosto de 2014 por Gavin Wood. A
linguagem foi posteriormente desenvolvida pela equipe de Solidity do projeto Ethereum,
liderada por Christian Reitwiessner. É uma das quatro línguas (sendo as outras Serpente,
Viper (experimental) e Mutan (depreciado) destinadas a atingir a Máquina Virtual
Ethereum (EVM).
Atualmente, o Solidity é o idioma principal do Ethereum, bem como em outros
Blockchains privados executados em plataformas que competem com o Ethereum, como
o Monax e sua Blockchain Hyperledger Burrow, que usa o Tendermint para obter acesso.
2.2.4. Metamask
MetaMask é um plugin desenvolvido para ser utilizado no Google Chrome e
FireFox que permite que um usuário rode Ethereum Apps diretamente no seu navegador
sem executar um nó completo na Ethereum Network.
O MetaMask inclui um cofre de identidade seguro, fornecendo uma interface de
usuário para gerenciar suas identidades em sites diferentes e assinar transações
Blockchain.
O MetaMask desempenha um papel importantíssimo para a Criptomoeda
Ethereum pois tem a missão de tornar o Ethereum mais fácil de usar para o maior número
de pessoas possível.
2.2.5. Ethereum Network
A Ethereum Network: É uma plataforma descentralizada que é capaz de executar
contratos inteligentes (Smart contracts) e aplicações descentralizadas fazendo uso da
tecnologia Blockchain. São aplicações que funcionam exatamente como programadas,
gerando assim confiabilidade nos sistemas, sem qualquer possibilidade de censura, fraude
ou interferência de terceiros. Isso porque o contrato (Smart contracts) é imutável.
Em sua base possui uma máquina virtual descentralizada Turing completude, a
chamada Ethereum Virtual Machine (EVM), que pode executar scripts usando uma rede
internacional de nós públicos (Blockchain). Pode-se entender a Blockchain como uma
tecnologia que é capaz de armazenar registros de transações em um arquivo que funciona
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como uma espécie de planilha pública distribuída e de segurança garantida por
criptografia. As transações publicadas na Blockchain são verificadas e validadas pelos
próprios usuários num processo conhecido como mineração.
A mineração ocorre via execução de códigos de natureza criptográfica, sendo
assim, o sistema pode funcionar num protocolo distribuído recompensando seus usuários
pelo poder computacional empregado por eles. Contratos inteligentes "assinados" no
Blockchain do Ethereum e a mineração são pagos em Ether, o combustível da plataforma.
O Ethereum foi fundado por Vitalik Buterin em janeiro de 2014, e formalmente
apresentado para a comunidade na forma de um White Paper (assim como o Bitcoin). A
definição formal da Virtual Machine do Ethereum (EVM) foi escrita por Gavin Wood.
O ponto que torna o Ethereum diferente da moeda digital mais difundida do
mundo (o bitcoin), é que o Ethereum visa levar a tecnologia do Blockchain e os contratos
inteligentes para "tudo" que possa ser programado.
O princípio é que toda transação, execução de código e registro, assinatura de
contrato digital, ou qualquer outra aplicação que seja executada na rede do Ethereum seja
paga em Ether, sendo assim, o Ethereum pode ser considerado um grande computador
onde os usuários pagam pela quantidade de recurso utilizado.
O Ether é uma moeda digital utilizada dentro da plataforma do Ethereum para
rodar os contratos inteligentes, serviços computacionais dentro da rede e para pagar taxas
aos mineradores. O Ether é negociado nas corretoras com o código ETH.
2.3. Front-End
O React JS, que surgiu em 2011, é o responsável por todo setor do front-end. React
foi desenvolvido por engenheiros de software do Facebook. A primeira implementação
do React foi na timeline do próprio Facebook no mesmo ano de 2011; um ano mais tarde
seu uso também foi implementado no feed do Instagram. O React é uma biblioteca open
source, em JavaScript, usada para construção de interfaces.
Por ter um objetivo muito bem definido, ele é capaz de realizar essa tarefa com
excelência, principalmente em relação a manipulação do DOM (Document Object
Model), afinal, trata-se de uma biblioteca focada em construção de interfaces e uma de
suas maiores qualidades deve ser manipular o DOM. É nesse quesito que o React se
destaca e é por isso que ele é tão utilizado atualmente.
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Um dos grandes diferenciais do React é o Virtual-DOM. O v-dom é uma técnica
simples e complexa ao mesmo tempo. Simples no conceito e complexa na aplicação.
Simples porque ela é apenas uma representação em JavaScript puro (memória) do DOM
“real”. A manipulação do dom não é algo “produtivo”, é extremamente lento e causa
vários problemas nas aplicações. Então com v-dom passamos a manipular esse objeto e
não o DOM real. Quando o objeto v-dom é atualizado um algoritmo calcula a diferença
entre o v-dom e o DOM real, alterando então partes do DOM. É muito mais produtivo
alterar os elementos DOM no JavaScript, processa-los e “aplicar de uma vez” na Árvore
DOM do navegador. React veio com o objetivo de facilitar isso.
Para entender um pouco melhor o motivo do React facilitar o desenvolvimento e
ser aplicado nesse projeto é necessário falar sobre web componentes. Trata-se de uma
técnica que vem sendo discutida desde 2009. Componentes Web são um conjunto de
normas atualmente sendo produzidas por engenheiros do Google que permitem a criação
de componentes reutilizáveis em documentos e aplicações web. A intenção por trás deles
é trazer a engenharia de software baseada em componentes para a web.
Um web component tem a capacidade de criar Custom Tags HML que encapsulam
estrutura (HTML), estilo (CSS) e comportamento (JavaScript). Pode-se entender como
trechos de HTML reaproveitáveis.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Resultados
Aplicando as ferramentas utilizadas e métodos apresentados o resultado do
desenvolvimento foi uma interface simples, agradável e intuitiva para lidar com a
aplicação. Quanto à estrutura do projeto, foram aplicadas as boas práticas de programação
Javascript, preconizadas pela biblioteca do React, resultando na árvore de pastas
apresentada na Figura 02 a seguir:
Figura 02 – Árvore de Pastas do Projeto
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Fonte: Os Autores (2018)
O ReactJS foi aplicado no design e nas rotas entre as páginas da aplicação, com
transições suaves e um reaproveitamento de código baseado nos princípios dos Web
Components. Um bom exemplo de componente reaproveitável no código da aplicação,
conforme visto na Figura 03 a seguir:
Figura 03 – Componente reaproveitável
Fonte: Os Autores (2018)
Uma vez apresentada a estrutura do projeto, serão mostradas as páginas
implementadas do sistema. Em primeiro lugar, a Página inicial do sistema que contém
todas as campanhas que foram cadastradas na plataforma, conforme visto na Figura 04 a
seguir:
Figura 04 – Página inicial do sistema
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Fonte: Os Autores (2018)
Em seguida, apresenta-se na Figura 05 a seguir o Formulário de criação de
campanha, onde o mantenedor deve definir um valor mínimo de contribuição para
participar da campanha:
Figura 05 – Formulário de Criação de campanha
Fonte: Os Autores (2018)
Seguindo adiante, na Figura 06 é possível visualizar uma campanha - no primeiro
campo pode-se ver informações sobre o mantenedor da campanha, no segundo campo
pode-se ver informações sobre contribuição mínima para se tornar um aprovador de
retiradas da campanha, no terceiro campo pode-se ver a quantidade de requisições de
retirada existentes na campanha, no quarto campo pode-se ver o número de pessoas que
realizaram doações para essa campanha e no quinto campo pode-se ver o valor em Ether
que a campanha arrecadou até o momento. Para facilitar contribuições existe um campo
na lateral direita da tela para que outros usuários possam contribuir com a campanha em
questão com apenas um clique:
Figura 06 – Formulário de Visualização de campanha
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Fonte: Os Autores (2018)
Uma nova tela, mostrada na Figura 07, permite que contribuintes com título de
aprovadores podem localizar essa área no sistema – nesse recurso pode-se ter acesso às
requisições de retirada de fundo das campanhas que participam e podem decidir se
concordam com as retiradas ou não:
Figura 07 – Consulta e Aprovação de Requisições de Retirada de Fundos
Fonte: Os Autores (2018)
Por fim, na Figura 08, é mostrada uma tela do sistema na qual o mantenedor
poderá solicitar retiradas, preenchendo devidamente os campos solicitados e oferecendo
uma breve descrição sobre o motivo de tal retirada:
Figura 08 – Criação de Requisição de Retirada de Fundos das Campanhas
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Fonte: Os Autores (2018)
3.2. Discussão
Ao finalizar esse projeto, alguns resultados eram esperados como funcionalidades
perceptíveis na aplicação implementada:
• Um sistema eletrônico de transação descentralizado que não necessita de um
intermediário;
• Assinaturas digitais que permitem forte controle sobre propriedade e o gasto
duplo é prevenido;
• Uma rede Peer-to-peer que utiliza prova de trabalho sendo usada para criar um
registro público que é impraticável para fraudadores modificarem.
O esperado com o desenvolvimento da aplicação foi obter a possibilidade de
passar adiante informações e conhecimento sobre este tema que gera tanto interesse
atualmente. Foi discutido que o desenvolvimento deste projeto é apenas um dos meios
em que se pode aplicar soluções financeiras dentro do atual mundo das Criptomoedas.
Essa área tende a mudar muito como o dinheiro e as transações financeiras serão tratadas
daqui para a frente e isso causa um impacto enorme na vida das pessoas, tornando assim
este assunto tão importante para nossas vidas.
Foi avaliado também que o resultado da aplicação foi muito positivo e confiável
em relação ao uso das tecnologias citadas. Transações realizadas numa Blockchain se
mostraram totalmente confiáveis e irreversíveis, economizando tempo e dinheiro e
solucionando grandes problemas em relação ao modelo atual de transações (baseado em
confiança), garantindo assim que as pessoas que fazem uso dessa tecnologia possam
desfrutar de um padrão de segurança altíssimo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve como objetivo construir uma aplicação Blockchain usando Smart
Contracts – para tal, foi usado um caso de Crowdfunding onde o doador pode participar
mais nas decisões das campanhas, tornando assim um aplicativo mais confiável e atraente
para esse público-alvo.
O trabalho também ofereceu uma visão atual sobre aplicações envolvendo
Criptomoedas e também mostrou que podem ser consideradas plausíveis essas modernas
soluções referentes a transações e manipulação de capital. Percebeu-se, também, seu
vasto espectro de aplicação como, por exemplo, loterias, bancos e até a área de logística,
em uma transportadora, na qual aplicações devessem rastrear algum objeto ou carga.
As tecnologias empregadas na construção da solução se demonstraram
tecnicamente apropriadas e ofereceram um bom resultado ao permitir entregar, de fato,
as funcionalidades requeridas pela aplicação: a prática integração de Web3 com
Blockchain viabiliza a interação com Ethereum. Em consonância com a Web3, a Solidity
facilitou a construção de Smart Contracts. Em termos de front-end, o React altamente
direcionado a manipulação do DOM, mais especificamente V-DOM, viabiliza web
components. Percebe-se, em todas essas tecnologias a presença forte e crescente do
"JavaScript" como um padrão, tanto no back quanto no front-end.
Por meio das tecnologias citadas, esse trabalho também apresentou a importância
de se utilizar criptografia (por sua segurança e confiabilidade) e que os dados sejam de
conhecimento público, diferentemente das instituições financeiras tradicionais: permite-
se transparência e evita-se fraudes no mercado financeiro, ao se eliminar custos extras
com transações e resolver problemas como o gasto duplo (uso de uma mesma moeda
digital mais de uma vez).
REFERÊNCIAS
BUTERIN, V. (2015, Agosto 21). An Introduction to Futarchy. Acesso em: 15
abr2018, Ethereum Blog: https://blog.ethereum.org/2014/08/21/introduction-futarchy/
BUTERIN, V. (2015, May 6). DAOs, DACs, DAs and More: An
IncompleteTerminology Guide. Acesso em: 15 abr 2018, Ethereum
Blog:https://blog.ethereum.org/2014/05/06/daos-dacs-das-and-more-anincomplete-
terminology-guide/
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>. Acesso em: 24 mar 2018. Conteúdo oficial relacionado ao Ethereum. Disponível em:
<https://www.ethereum.org/>. Acesso em: 24 mar 2018.
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<https://web3js.readthedocs.io/en/1.0/>. Acesso em: 8 abr 2018.
Conteúdo oficial e github relacionado a Solidity. Disponível em:
<https://github.com/ethereum/solidity>. Acesso em: 12 abr 2018.
Conteúdo oficial relacionado a Metamask. Disponível em: <https://metamask.io/>.
Acesso em: 15 abr 2018.
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<https://github.com/ethereum/wiki/wiki/White-Paper>. Acesso em: 26 mar 2018.
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Github oficial web3js. Disponível em: <https://github.com/ethereum/web3.js/>.
Acesso em: 8 abr 2018.
Github oficial Metamask. Disponível em: < https://github.com/MetaMask>. Acesso
em: 8 abr 2018.
LOMBA, ALEX Ethereum: O Guia de Insider Completo Para Universo de
Ethereum Abrangente Que, Desde Programação, Mineração Até Contratos
Inteligentes, Investimento, Negociação E Tecnologia Blockchain. 7 mar 2018.
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IMAGEM INSTITUCIONAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO
DE CASO SOBRE O EVENTO MATEMÁTICA VANGUARDA
JULIANA VIEIRA DA SILVA
MARIA FERNANDA DE FRANÇA PEREIRA
MARIANA RAMOS DE OLIVEIRA ESPÍNDOLA
TAYARA SEVERINO RAMOS
Resumo
Diante de um cenário organizacional competitivo, no qual conteúdos informativos e produtos
estão disponíveis para grande parte dos consumidores, o trabalho de comunicação institucional
de uma empresa deve buscar estratégias para expor a marca da instituição, de forma a definir a
identidade e a imagem institucional para os seus públicos. Buscou-se com este artigo, por meio
de um estudo de caso, analisar quais as possíveis contribuições do projeto de responsabilidade
social Matemática Vanguarda, para a imagem da emissora de televisão que realiza esse evento, a
Rede Vanguarda. A fundamentação teórica foi construída a partir de autores renomados para o
debate acerca de comunicação e imagem institucional, bem como eventos. Para o
desenvolvimento do estudo de caso, utilizou-se da observação direta da final do Matemática
Vanguarda 2018 e realização de entrevistas semiestruturadas com os organizadores e
participantes do evento. Conclui-se com o presente estudo que o projeto de responsabilidade
social em análise estreita relacionamento com os envolvidos. A empresa cria e fortalece a sua
imagem e mostra que suas ações conseguem atingir positivamente uma parcela da sociedade.
Palavras-chave: Comunicação Institucional. Imagem Institucional. Eventos. Responsabilidade
Social.Rede Vanguarda.
Abstract
In the face of a competitive organizational scenario, in which informative content and products
are available to most consumers, the work of institutional communication of a company should
seek strategies to expose the institution's brand, in order to define its identity and image for the
public. This article, a case study, aimed to analyze the possible contributions of Matemática
Vanguarda, a social responsibility project, to the image of the television station that performs
this event, Rede Vanguarda. The theoretical basis was constructed from authors renowned in
order to sustain the debate about communication and institutional image as well as events. For
the development of the case study, we used direct observation of the finals of Matemática
Vanguarda 2018 and semi-structured interviews with the organizers and participants of the event
were also carried out. It was concluded with the present study that the social responsibility project
under analysis has a close relationship with those involved, ans therefore the company creates
and strengthens its image within the public. And also shows that its actions can positively reach
a portion of society.
Keywords: Institutional Communication. Institutional Image. Events. Social responsability. Rede
Vanguarda.
INTRODUÇÃO
As empresas procuram gradativamente comunicar-se diretamente com o seu
público, logo, a área de eventos pode atuar na construção desse relacionamento, uma vez
que permite ao público vivenciar a marca, seja por meio de execução de eventos próprios
ou patrocínio de terceiros. Os participantes associam a marca ao momento único e
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emocionante por ela proporcionado. A música, a iluminação, a infraestrutura e as atrações
criam uma atmosfera na qual a empresa reflete sua imagem.
Diante desse contexto, uma das alternativas buscadas pelas organizações é o
investimento em eventos com foco em responsabilidade social, no qual é possível
trabalhar a imagem institucional da empresa de forma positiva e transmitir parte da sua
missão, visão e valores. Com os impactos causados pela produção em massa, os projetos
de responsabilidade social são uma via para ações que visam promover o
desenvolvimento da cidadania, educação, acesso à cultura e à preservação do meio
ambiente.
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar as possíveis contribuições da promoção
de eventos de responsabilidade social para a imagem institucional da Rede Vanguarda,
em específico o evento socioeducativo Matemática Vanguarda, junto ao público
participante.
O presente artigo justifica-se pela necessidade de estudos sobre eventos de
responsabilidade social como estratégia para a promoção de uma marca. Espera-se que
esta pesquisa possa contribuir com reflexões sobre o tema e instigar as organizações a
investirem nesse tipo de ação, pois alia benefícios tanto para a imagem institucional da
empresa promotora, quanto para a sociedade civil, que é impactada por projetos de cunho
social, cultural e ambiental.
Considerando tais aspectos, a metodologia utilizada foi um estudo de caso com a
emissora de televisão Rede Vanguarda e os trabalhos realizados para a divulgação da
imagem institucional, por meio de eventos de responsabilidade social. A fim de
acompanhar os procedimentos do evento e recolher informações relevantes para o
presente trabalho, realizou-se observação direta da fase final do evento Matemática
Vanguarda 2018, e, com isso, foram efetuadas entrevistas semiabertas e coleta de
depoimentos das pessoas envolvidas com o evento, os idealizadores, os organizadores e
os representantes das escolas.
Com o trabalho, pontuou-se que as realizações de eventos socioeducativos
possibilitam à empresa aproximação com a comunidade. É notório que os eventos
socioeducativos propiciam a criação de laços com o público, pois, neste caso, ao
participar do evento, ele se sente socialmente valorizado, por meio de conhecimentos e
méritos, parte importante para a organização e o sucesso do evento. Todavia, destaca-se
que o capital investido não traz retorno financeiro imediato, mas sim a longo prazo, com
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o posicionamento positivo da imagem institucional e a construção de relacionamentos
duradouros com o público.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL NAS EMPRESAS
A comunicação é uma importante estratégia para agregar valor à marca e
fortalecer a imagem da empresa aos seus parceiros e ao mercado consumidor. Para que a
comunicação entre os diversos setores seja eficiente, é necessário que o trabalho seja feito
em conjunto e alinhado ao mesmo objetivo, considerando a missão, visão e valores da
organização.
Bueno (2003) destaca que a comunicação de uma organização não pode ser
resultado de esforços individuais, pois a imagem da empresa precisa ser uniforme e todos
os setores precisam estar alinhados a esse objetivo, portanto a organização deve se
apresentar para o público externo da mesma forma que o público interno a visualiza.
Por isso, o departamento de comunicação ou relações públicas11 é responsável por
planejar, coordenar e gerenciar os processos comunicativos organizacionais e os
relacionamentos com os diversos públicos de interesse da empresa. A comunicação
integrada emerge do encontro das comunicações administrativas, institucionais,
mercadológicas e internas, que, segundo Kunsch (2003), juntas, formam o mix composto
da comunicação organizacional.
A comunicação institucional garante visibilidade da marca, produto ou serviço e
é responsável por transmitir a imagem da empresa, de forma que a missão, visão, valores,
políticas e filosofia se tornem conhecidos entre todos seus parceiros e pelos
consumidores, sejam eles público interno ou externo.
De acordo com Rego (1986), a comunicação institucional objetiva conquistar
simpatia, credibilidade e confiança para ter a influência político-social e afirmar que o
propósito não é somente tornar visível a marca da empresa, mas fazer com que ela seja
11 Segundo Cesca (2012, p.26), a denominação “relações públicas” vem sendo substituída, nas
organizações, pelos seguintes termos: “gerente de comunicação”, “coordenador de comunicação interna”,
“coordenador de serviços ao consumidor”, “coordenador de relações com a comunidade”, “diretor de
relações governamentais”, “gerente de relações institucionais”, “coordenador de relações com meio
ambiente”, “coordenador de relações com o terceiro setor”, “assessor de imprensa, analista de
comunicação”, entre outros. que acreditam na empresa e em seu potencial, é o que afirmam Grunig, Ferrari
e França (2011, p 33):
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reconhecida por meio de seus valores e, em especial, exibir ao seu público de interesse o
comprometimento no bom êxito das ações e na busca pela satisfação de seus
colaboradores e clientes, construindo, assim, um bom relacionamento e, por
consequência, bons resultados.
Para gerir a comunicação institucional de uma organização, normalmente recorre-
se ao setor de relações públicas ou departamento de comunicação e marketing. Cabe a
essa seção zelar pelo bom relacionamento entre a empresa e seus colaboradores,
fornecedores e clientes, transmitindo as mensagens corretamente. Vale destacar que as
atividades de relações públicas e marketing estão interligadas, porém possuem funções
diferentes. As relações públicas são responsáveis pela comunicação e relacionamento
ligados à organização com seu público, o marketing, por sua vez, com o mercado, focando
nas vendas (KUNSCH, 2003).
A imagem da empresa começa pelo bom relacionamento que ela possui interna e
externamente, portanto agir com transparência é conquistar a credibilidade e atrair
parceiros que acreditam na empresa e em seu potencial, é o que afirmam Grunig, Ferrari
e França (2011, p 33):
As organizações que se comunicam bem com seus públicos com os quais se
relaciona sabem o que esperar desses públicos, e os públicos sabem o que
esperar delas. É possível que nem sempre haja acordo ou relacionamento
amigável, mas as partes entendem uma a outra – e o entendimento é o objetivo
primordial das relações públicas.
A comunicação é negociação que, quando bem feita, é capaz de gerar resultados
positivos e, é por meio do bom gerenciamento das relações públicas, que ela acontece,
pois permite que as mensagens sejam transmitidas sem a existência de ruídos, gerando
benefícios para a empresa, tornando seus públicos satisfeitos.
1.2. IMAGEM INSTITUCIONAL
Antes de aprofundar no debate sobre imagem institucional, faz-se necessário
pontuar as diferenças entre imagem e identidade, pois são conceitos profundamente
atrelados. A imagem é como a empresa é vista pelo seu público, assim, pode ser diferente
de acordo com cada tipo de público que atinge. A identidade é única e independe do
público, consiste na missão, visão, valores, nome, logotipo, instalações e as demais peças
exibidas pela empresa. De acordo com Argenti (2014, p. 84), “a imagem é o reflexo da
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identidade de uma organização. Em outras palavras, é a organização sob o ponto de vista
de seus diferentes públicos”.
Dessa forma, cabe à área de comunicação administrar e zelar pela imagem e
identidade da organização, considerando que esse setor é responsável pelo
relacionamento entre os diversos públicos. A empresa que se compromete com o bem
social contribui para a criação de sua imagem positiva perante seu público, pois estes irão
associar tais ações à empresa. Costa (2001) destaca que a imagem é a representação
mental, bem como um efeito de causas diversas, dentre elas estão: percepções, sensações,
emoções e experiências dos indivíduos.
Quando o mesmo produto é oferecido por diferentes empresas, muitos dos
consumidores, na hora da compra, se guiam mais pela imagem da empresa do que pelo
produto em si. Kunsch (2003, p. 171) relata que:
A imagem representa o que está na cabeça do público a respeito do
comportamento institucional das organizações e dos seus integrantes, qual é a
imagem pública, interna, comercial e financeira que passa pela mente dos
públicos e da opinião pública sobre as mesmas organizações.
A imagem institucional é o que a empresa realiza e apresenta, isso deve caminhar
lado a lado com sua identidade, para que possam ser transmitidos os valores básicos da
organização. A identidade, para Costa (2001, p. 214), “se define por dois parâmetros: o
que a empresa é e o que ela faz”.
Portanto, a construção de uma imagem positiva e de uma identidade forte é
decorrente de um conjunto de ações correlativas entre os diversos setores da empresa e
os instrumentos utilizados pelas relações públicas, destacando-se os projetos de
responsabilidade social como o comprometimento da organização com o meio em que
está inserida.
1.3. RESPONSABILIDADE SOCIAL
O termo responsabilidade social vem ganhando forças e se tornou uma ferramenta
importante para as empresas de sucesso, sobretudo por fortalecer a imagem institucional
junto ao público de interesse das organizações. Seu objetivo está fortemente associado ao
comprometimento das organizações em promover ações e projetos voltados para a
escolaridade, profissionalização, cultura e também a preocupação com o meio ambiente,
a diminuição da poluição e meios de minimizar os impactos causados pela produção em
massa (KUNSCH, 2003).
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Para o Instituto Ethos12 (2000, p 31), a responsabilidade social é:
Compromisso de cada um com a qualidade de vida, com a preservação da
natureza e com uma sociedade mais justa. Também é fundamental que cada
líder assuma o seu papel como cidadão e como dirigente empresarial, cuidando
para que os valores, políticas e práticas da organização se orientem por uma
política de responsabilidade diante de toda sociedade. A responsabilidade
social das empresas ultrapassa a geração de emprego, o pagamento de
impostos, a implantação de ações filantrópicas isoladas, muitas vezes
paliativas, mas ainda assim importantes em uma sociedade profundamente
marcada pela desigualdade e que privilegia o capital em detrimento da
dignidade humana. Para o Brasil de hoje, a grande contribuição das empresas
é colaborar para a construção de uma sociedade mais justa e ambientalmente
sustentável.
A empresa Itaú realiza um trabalho exemplar de responsabilidade social. Criadora
da Fundação Itaú Social tem como objetivo gerir, apoiar e desenvolver projetos voltados
para comunidade e visa o progresso das políticas públicas de educação, por meio de
metodologia focada na qualidade de ensino, atuando de forma integrada com os governos
municipais, estaduais e federal (ITAU, 2018).
Um dos seus projetos é o “Leia para uma Criança”, de acordo com o site
institucional tem como intuito incentivar a leitura do adulto para com a criança, com foco
em fortalecer os vínculos e incentivar a educação desde a infância. Desde sua criação, já
foram distribuídos
Ressalta-se que com a alta competitividade no mercado, em que as empresas
prestam o mesmo serviço, com o aumento da tecnologia e lançamentos de novos produtos
a todo tempo, os clientes estão mais exigentes. Isso inclui, além da qualidade de produtos
e serviços, a escolha por empresas que estão alinhadas à responsabilidade social e nesse
compromisso de ajudar a sociedade em sua transformação de melhoria.
1.4. EVENTOS
Eventos vêm conquistando seu espaço em diversas áreas e segmentos e utilizam-
se de inovação, de tecnologia e de serviços diferenciados. Dados da ABEOC (2018) 13
apontam, por meio de uma pesquisa em parceria com SEBRAE (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que foram realizados no ano de 2013 no Brasil
12 Instituto Ethos é uma Organização da Sociedade Civil de Interesses Públicos, tendo como missão
mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável. para a
sociedade mais de 51 milhões de livros impressos e mais de 3 milhões de livros enviados para bibliotecas
públicas, organizações da sociedade civil e escolas (ITAÚ, 2018). 13 ABEOC: Associação Brasileira de Empresas de Eventos.
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mais de 590 mil eventos nacionais e internacionais, contribuindo para o incremento da
economia e geração de empregos.
Observa-se que esse setor está em crescimento, levando em consideração que os
eventos são realizados com diversos objetivos como festas sociais, aniversários,
casamentos, bodas de casamento, baile de debutante, formatura e também para apresentar,
promover ou vender sua marca e/ou seus produtos. Portanto, as metas devem estar
alinhadas com a sua categoria, tipologia, abrangência, área de interesse e público alvo.
Segundo Britto e Fontes (2002, p. 20), evento é a “ação profissional que envolve
pesquisa, planejamento, organização, coordenação, controle e implementação de um
projeto, visando atingir o seu público-alvo com medidas concretas e resultados
projetados”. Com base nessa definição, a realização de eventos exige esforços de todos
os envolvidos e consiste em um conjunto de estratégias de planejamento, estudo e
conhecimento, que tem como objetivo atingir o seu público seja ele comercial ou não.
Cesca (2012, p. 20) afirma que “para relações públicas, evento é a execução do
projeto devidamente planejado de um acontecimento, com o objetivo de manter, elevar
ou recuperar o conceito de uma organização juntamente ao seu público de interesse".
As empresas participam de eventos das mais diversas formas, sejam como
patrocinadoras ou promotoras visando lançar uma marca, produto e/ou serviço; aumentar
a receita e clientes; apresentar os valores da instituição aos envolvidos; recuperar a
imagem da organização ou manter o relacionamento com seu público.
Realizar ou patrocinar eventos de lazer, entretenimento ou de responsabilidade
social permite à empresa se interligar a diversos públicos, estimular os envolvidos a
associar a marca ao produto promovendo a relação entre empresa e consumidor. Com a
execução de eventos de responsabilidade social, as organizações apresentam ao público
o comprometimento que possuem perante a sociedade, além de transmitir seus valores e
missão. Será apresentado e analisado neste trabalho o evento socioeducativo Matemática
Vanguarda, realizado pela Rede Vanguarda.
1.5. REDE VANGUARDA
Conforme consta no Manual de Regulamento do evento Matemática Vanguarda,
(REDE VANGUARDA, 2016), a Rede Vanguarda é uma emissora regional, filiada da
Rede Globo e composta por duas empresas, TV Vale do Paraíba Ltda na cidade de São
José dos Campos/SP, local sede da Rede Vanguarda e a geradora, inaugurada em 2003,
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TV Taubaté Ltda em Taubaté/SP. Cabe ressaltar que, após essa inauguração, a emissora
passou a ser denominada por Rede Vanguarda.
De acordo com o site institucional da Rede Vanguarda (2018a), atualmente a
empresa possui 72 canais e cobre 46 municípios e seus distritos, que abrange o Vale do
Paraíba, Litoral Norte, Serra da Mantiqueira, Região Bragantina e Vale Histórico. Foi
eleita seis vezes como a melhor TV regional pela Academia Brasileira de Marketing e
recebeu o Prêmio Comunicação da Revista Propaganda. É considerada uma das emissoras
mais modernas da América Latina por usar equipamentos e tecnologia inovadora (REDE
VANGUARDA, 2018a).
Além dos investimentos em alta definição para levar imagem de qualidade, a Rede
Vanguarda tem uma programação diversificada. Com um jornalismo de 24 horas, a
emissora utiliza de ferramentas para levar ao público informações atualizadas e mantê-lo
próximo e atuante por meio do aplicativo Vanguarda Repórter, que permite ao
telespectador enviar notícias e curiosidades da região e o Vancop14 que agiliza todo o
processo jornalístico da emissora (G1, 2018).
A Rede Vanguarda (2018b) oferece, além de informação com os telejornais Bom
Dia Vanguarda, Link Vanguarda e Jornal Vanguarda, entretenimento com diversos
programas locais como o Madrugada Vanguarda, Papo Vanguarda, Vanguarda Mix,
Roteiro Vanguarda e os produzidos pela Rede Globo, que são transmitidos pelo sinal da
emissora. Conforme o site da Rede Vanguarda (2018c), a TV possui 43 dos canais dos
programas mais vistos no Brasil, mais de 2,8 milhões de telespectadores e 51% da
audiência da TV aberta.
A Rede Vanguarda está presente também na internet e utiliza das redes sociais
Facebook e Instagram, site próprio e dois sites interligados com a Rede Globo, além do
Youtube. Nos sites, o número de visitantes por mês chega a ser de 1,6 milhão no G1, no
Globo Esporte.com, 624 mil, e no seu próprio site TV Vanguarda, 24 mil visitantes por
mês (REDE VANGUARDA, 2018d).
Dentre as suas programações, a empresa também se preocupa e promove ações de
responsabilidade social. Em apresentação no seu canal do Facebook, a emissora relata
qual a sua missão para com o público: “Nossa missão é entreter, informar, interagir com
a comunidade, defender a liberdade de expressão, divulgando fatos com responsabilidade
14 Vancop é o helicóptero utilizado para as reportagens externas da emissora
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e imparcialidade, contribuindo para o progresso cultural, político econômico e social da
nossa região” (REDE VANGUARDA, 2003).
A empresa conta com inserções nos intervalos comerciais de campanhas de
responsabilidade social como a Prevenção da Dengue, Gacc – Criança com câncer15,
Festas Beneficentes e apoio a projetos de cunho social, cultural, educacional e esportivo,
somando um investimento em 2018 no valor de R$ 3,9 milhões (REDE VANGUARDA,
2018c).
Além de campanhas e de apoio a projetos, a empresa realiza eventos esportivos
como a Copa Vanguarda de Futsal Masculino, evento dessa categoria mais antigo
realizado pela emissora, em sua 20ª edição. Além de lazer e de entretenimento, a
responsabilidade social se faz presente nesse projeto, metade dos valores arrecadados com
a venda de ingressos é entregue a instituições beneficentes das cidades que sediam os
jogos. A Rede Vanguarda produz outros eventos de cunho esportivo, tais como, a Taça
Vanguarda de Futsal, a Copa Vanguarda de Beach Soccer, a Taça Vanguarda de
Basquete, que têm como objetivo o entretenimento e interação entre os moradores dos
municípios da área de cobertura da emissora (REDE VANGUARDA, 2018e).
A Rede Vanguarda (2018f) realiza também eventos socioeducativos como a
Gincana da Solidariedade, que tem como objetivo a arrecadação de alimentos para
beneficiar entidades da região. O projeto teve início em 2000 e se encontra em sua 19ª
edição. Até hoje foram arrecadados três milhões e 237 mil quilos de alimentos, mais de
300 instituições foram beneficiadas com as doações.
A disputa acontece entre as escolas dos municípios que recebem o sinal da Rede
Vanguarda e ganha a escola que fizer a maior pontuação na arrecadação dos alimentos.
Na última edição, cada escola teve que doar uma cadeira de rodas para alguma instituição
de caridade e ainda elaborar atividades culturais. O evento mobiliza alunos, professores,
coordenadores e toda a comunidade para arrecadar os alimentos. A empresa também
promove o Matemática Vanguarda, objeto da investigação desta pesquisa, que será
apresentado no corpus de análise do artigo.
15 O GACC é uma instituição social sem fins lucrativos que nasceu em 1991 para garantir a
crianças e adolescentes com câncer as chances de cura. Para isso, desde 1998, possui um hospital que, em
parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), é referência no tratamento
da doença, principalmente os casos de maior complexidade e alcançando altos índices de cura. Por ano,
mais de 3.500 pacientes são atendidos. Além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o GACC atua no
desenvolvimento do ensino e pesquisa. Fundamentado na parceria universidade, empresa e comunidade.
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2. METODOLOGIA
Para a fundamentação teórica utilizou-se a pesquisa bibliográfica, que reside no
levantamento, leitura e fichamento de livros e artigos acadêmicos extraídos de revistas e
de eventos científicos, assim como em sites especializados nos conteúdos relacionados a
este trabalho. Segundo Stumpf (2011, p. 52), “a revisão de literatura é uma atividade
continua e constante em todo trabalho acadêmico e de pesquisa, iniciando com a
formulação do problema e/ou objetivos de estudo e indo até a análise dos resultados”.
Para o embasamento dos conceitos chave desta pesquisa, foram utilizados os
seguintes autores: Bueno (2003), Rego (1986) Grunig, Ferrari e França (2011), Kunsch
(2003) Argenti (2014) e Costa (2001) para abordar os temas de comunicação e imagem
institucional; Instituto Ethos (2000), para responsabilidade social, e Brito e Fontes (2002)
e Cesca (2012) com o foco em eventos, entre outros.
Com o objetivo de avaliar as possíveis contribuições da promoção de eventos de
responsabilidade social para a imagem institucional da Rede Vanguarda, em específico o
evento socioeducativo Matemática Vanguarda, juntamente ao público participante, fez-
se uso do método estudo de caso.
De acordo com Yin (2001, p. 32), essa metodologia “é uma inquirição empírica
que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto de vida real, quando
a fronteira entre fenômeno e contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes
de evidência são utilizadas”. O autor complementa que o poder diferenciador do estudo
de caso reside em “sua capacidade de lidar com ampla variedade de evidências –
documentos, artefatos, entrevistas e observações” (YIN, 2001, p. 27).
Posto isso, foram realizadas entrevistas de caráter qualitativo, semiestruturadas,
seguindo um roteiro com abordagem em profundidade e respostas indeterminadas
(DUARTE, 2011) com os idealizadores do evento, os representantes de três das escolas
selecionadas para a fase final do Matemática Vanguarda 2018, o depoimento do aluno
bicampeão do evento e do prefeito da cidade de São José do Barreiro, cidade vencedora
nos dois últimos anos.16
16 Os roteiros das entrevistas podem ser conferidos ao final do trabalho, no apêndice.
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3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Para a execução da análise, realizou-se observação direta da fase final do
Matemática Vanguarda 2018, que aconteceu no dia 26 de outubro, entre as 14 e 17 horas,
no Auditório do CEFE17, em São José dos Campos/SP.
No decorrer do evento, foram realizadas entrevistas com o gerente de
comunicação e eventos da Rede Vanguarda, Valério Luiz Fernandes; o organizador e
apresentador do evento, Daniel Pasqualin; representantes das escolas classificadas para
fase final; prefeito Alexandre Siqueira Braga, da cidade vencedora, São José do Barreiro;
e o aluno bicampeão João Gabriel Pereira da Silva.
Os resultados estão estruturados em dois eixos de análise: o primeiro diz respeito
à perspectiva dos idealizadores do evento e, consequentemente, da emissora, e o segundo
visa apresentar o ponto de vista das instituições de ensino e dos alunos que as
representaram.
3.1. CORPUS DA ANÁLISE: O EVENTO MATEMÁTICA VANGUARDA
Conforme o Regulamento do Matemática Vanguarda (REDE VANGUARDA,
2016), o evento é um projeto focado na educação, na competição e na responsabilidade
social. O intuito é estimular a participação em eventos socioeducativos dos alunos com
idade entre 09 e 13 anos, matriculados nas escolas da rede pública, municipais e estaduais,
cursando o ensino fundamental em uma das 46 cidades e seus distritos, da área de
cobertura da Rede Vanguarda, dentre eles, Vale do Paraíba, Litoral Norte, Vale Histórico,
Serra da Mantiqueira e Região Bragantina.
Ainda de acordo com o regulamento do evento (REDE VANGUARDA, 2016), o
projeto é dividido em três fases - seletiva, classificatória e final:
Fase seletiva: realizada nas cidades participantes, sob a responsabilidade das
Secretarias de Educação. As cidades inscritas realizam as suas próprias
seletivas entre escolas participantes, quando será conhecido o aluno que
representará a cidade na fase seguinte. Caso não tenha a participação da
Secretaria de Educação de alguma cidade, caberá a Diretoria Regional de
Ensino indicar o representante daquela cidade, caso haja interesse. Fase
classificatória: São formados quatro grupos conforme critérios da organização
do Projeto. Os alunos de cada grupo competem entre si. O primeiro colocado
de cada grupo irá direto para a final. Fase final: os quatro alunos classificados
na fase classificatória disputarão a final. Nessa fase, são feitas vinte e cinco
perguntas.
17 CEFE: Centro de Educação do Formador.
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As fases classificatórias e finais são realizadas pela organização do projeto,
seguindo as regras do uso somente de papel e caneta para a execução das contas. Os
participantes têm trinta segundos para apresentarem os resultados, deixando a folha sobre
a mesa para que o apresentador divulgue à plateia as respostas de cada questão. Os alunos
são classificados em cada fase conforme o número de acertos e pontuação final.
A competição ranqueia os alunos da fase final em primeiro, segundo, terceiro e
quarto lugar, de acordo com o desempenho. A premiação para o 1º lugar é o troféu
campeão e valor R$ 2.300,00; o 2º colocado recebe o troféu vice-campeão e R$ 1.000,00;
o 3º e 4º lugar recebem o troféu de acordo com a sua posição18 (REDE VANGUARDA,
2016).
Os finalistas da edição 2018 foram de duas escolas estaduais e duas municipais,
em 4º lugar: Thales Henrique Elotério – 12 anos, escola EE Padre Chico, da cidade de
Lagoinha; 3º lugar: Thiago Kouji Okubo – 13 anos, da escola EMEF Proª Maria
Aparecida Ujio, de Caraguatatuba; 2º lugar: Amanda Eduarda da Silva Lima – 12 anos,
da escola EE José Siqueira Bueno, de Piracaia; e o bicampeão do evento João Gabriel
Pereira da Silva – 13 anos, da escola EMEF Cônego Benedito Gomes França, da cidade
de São José do Barreiro.
3.2. PERSPECTIVA DA EMISSORA E DOS COLABORADORES DOS
EVENTOS
O evento Matemática Vanguarda surgiu há 11 anos, fruto da união de esforços de
Daniel Pasqualin, organizador e mediador do evento, em parceria com a emissora Rede
Vanguarda. Pasqualin (2018) afirma que seu envolvimento com eventos socioeducativos
surgiu no momento em que sentiu a necessidade de deixar um legado para sua filha. Foi
então que idealizou e criou há mais de 20 anos a Gincana da Solidariedade, um evento
que tem como objetivo principal incentivar os alunos a se preocupar com a sociedade e,
assim, arrecadar alimentos e distribuir entre as instituições necessitadas.
Até o ano de 2018, já foram arrecadados mais de três milhões de quilos de
alimento. Assim, Daniel Pasqualim percebeu a força que a juventude possui e o legado,
18 Existe também a premiação oferecida pelo apoiador Villarreal Supermercados: 1º lugar:
notebook, mochila exclusiva Villarreal, celular, vale livros no valor de R$ 200,00, vale compras no
supermercado no valor de R$ 400,00 e festa na escola em homenagem ao vencedor; 2º lugar: notebook,
mochila Villarreal, vale livros no valor de R$ 200,00 e vale compras no supermercado no valor de R$
300,00; 3º lugar: notebook, mochila Villarreal, vale livros no valor de R$ 200,00, vale compras no Villa no
valor de R$ 200,00 e 4º lugar: mochila Villarreal e vale livros no valor de R$ 200,00.
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que antes era somente para a filha, é deixado para todas as cidades participantes
(PASQUALIN, 2018).
Ressalta-se que a parceria com a emissora teve início em 1999, quando aceitaram
a união com Pasqualin e desde então surgiram novos projetos, como o caso do Tabuada
Vanguarda, que iniciou em 2008 e, a partir de 2015, passou a se chamar Matemática
Vanguarda, por envolver não somente a multiplicação, mas também operações de
soma, subtração e divisão.
Em relação ao Matemática Vanguarda, Fernandes (2018) relata que promover
eventos socioeducativos é a oportunidade de expor para a sociedade que a educação
pública ainda é eficiente e, desta forma, promover o ensino oferecido pelos professores e
valorizar o aprendizado do aluno.
Após serem questionados sobre os principais desafios encontrados na realização
de eventos de cunho educacional, Pasqualin e Fernandes (2018) reconhecem que
convencer as escolas a participarem é a maior dificuldade, pois existe uma grande
resistência por parte delas. Nem todas as convidadas participam do evento, acredita-se
que o motivo seja exatamente por medo de se expor na mídia, em especial na TV, afirmam
os entrevistados.
Nesses casos, os organizadores apresentam a seriedade do projeto e também a
história de sucesso do evento. Segundo os entrevistados, após aderirem ao projeto pela
primeira vez, grande parte das escolas continuam participando nos anos seguintes, a
exemplo da EMEF Cônego Benedito Gomes França, da cidade de São José do Barreiro,
representada pelo aluno João Gabriel Pereira da Silva, que foi o vencedor da edição 2017
e 2018.
Consoante com esses relatos é evidente o vínculo que o evento criou com as
escolas participantes e, por consequência, também com a Rede Vanguarda, promotora do
evento. Conforme mencionado anteriormente, para ter bons resultados, não basta apenas
tornar a marca conhecida, deve-se estabilizar um relacionamento com os clientes, de
forma a transmitir valores, credibilidade, confiança e comprometimento (REGO, 1986).
Assim como em outras organizações, Fernandes (2018) confessa que, para a
execução do evento, não utilizam profissionais ligados diretamente ao setor de relações
públicas, mas outros colaboradores da área comunicação da Rede Vanguarda. A equipe é
formada por Fernandes, o gestor de comunicação e eventos, profissionais de marketing,
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jornalismo, vendas e Daniel Pasqualin, colaborador externo, responsável por organizar e
coordenar a parte estrutural do projeto.
O fato da Rede Vanguarda ser uma empresa de comunicação facilita e potencializa
o seu poder de divulgação de eventos, bem como de criação e de solidificação de
relacionamento com seu público, uma vez que apresentadores e programas entram nas
casas dos telespectadores diariamente. Com isso, Fernandes (2018) explica que “Nós
temos um ‘canhão’ de comunicação, como não usar isso para um projeto social? Não só
fazer pelo social, mas fazer para melhorar a vida da pessoa mais carente e formar
cidadãos”
Fernandes (2018) afirma que os eventos de responsabilidade social realizados pela
emissora não trazem retorno financeiro direto, contudo, a emissora prefere ter sua marca
vinculada a eventos que promovam o envolvimento com a população, pois, dessa forma,
contribuem para a formação escolar de crianças e adolescentes e mostram para a
comunidade que a Rede Vanguarda está socialmente comprometida com a educação e a
solidariedade.
Quando perguntado sobre as possíveis contribuições sociais que o Matemática
Vanguarda realiza, Pasqualin (2018) reconhece que o projeto é feito com dedicação e
deixa para as crianças somente valores positivos, distanciando-as da realidade ruim do
mundo de hoje marcado pelas drogas na juventude. O organizador do evento acredita que
a parceria com emissora fez o projeto ganhar força e atrair mais pessoas interessadas em
participar e se envolver e, com isso, o objetivo de incentivar a educação é alcançado.
Essas afirmações vão ao encontro do pensamento de Kunsch (2003) de que, com
o passar do tempo, as organizações descobrem que sua missão não é apenas produzir e
prestar serviços em função de gerar rentabilidade, mas também ponderar retornos sociais,
tendo em vista que os resultados são atingidos em aperfeiçoamento do conceito
institucional e na construção de uma imagem estável e resistente.
Avaliou-se que, além de promover a ação, a emissora consegue envolver a
sociedade e, mediante a sua natureza comunicacional, os eventos socioeducativos tornam-
se cada vez mais (re) conhecidos. Destaca-se que o evento não apresenta um lucro
imediato para emissora, entretanto, este é responsável por manter, construir e melhorar o
relacionamento com o público da Rede Vanguarda, além da realização pessoal para seus
idealizadores.
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3.3. PERSPECTIVAS DOS PARTICIPANTES
Com a finalidade de analisar qual a perspectiva que o público envolvido possui do
evento e da emissora em estudo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as
representantes das escolas participantes: professora de Educação Física Márcia Cristina
Grandchamp da escola EMEF Cônego Benedito Gomes França, de São José do Barreiro;
professora e coordenadora pedagógica Natália Siqueira Pinto Macedo da escola EMEF
Professora Maria Aparecida Ujio, de Caraguatatuba; e a professora de matemática Cíntia
Oliveira da escola EE Padre Chico, de Lagoinha. Também foram entrevistados o prefeito
Alexandre Siqueira Braga de São José do Barreiro e o aluno João Gabriel Pereira da Silva,
bicampeão da Matemática Vanguarda nos anos de 2017 e 2018.
Questionadas sobre o envolvimento das escolas com o evento, as professoras
Grandchamp, Macedo e Oliveira (2018) ressaltam que o primeiro contato é feito pela
emissora com a Secretaria de Educação dos munícipios, em seguida é realizada uma
reunião com as escolas das cidades para instruir sobre o processo de seleção interna.
Depois de uma triagem entre os selecionados de cada escola, elege-se um único
representante de cada cidade.
As professoras destacam que a participação no evento é, hoje, uma tradição e que
a comunidade escolar espera por ele anualmente.
Kunsch (2003) certifica que o público se baseia no que a empresa mostra fazer,
ou seja, nas atitudes perante a sociedade, assim é criada na cabeça de cada um a imagem
da organização. Deste modo, observou-se que a empresa promotora criou laços com as
escolas participantes, pois elas se sentem parte do projeto, portanto, fidelizam-se ao
evento e, por conseguinte, com a Rede Vanguarda.
Ao responder a pergunta sobre quais as contribuições que esse evento
socioeducativo traz para a comunidade escolar, em termos de formação cidadã dos alunos
e transmissão de valores, Oliveira (2018) testemunha que, com o evento, as crianças têm
a oportunidade de conhecer outras realidades, se posicionarem em um mundo
desconhecido para elas e perceberem que é possível grandes conquistas.
Segundo a professora, mesmo morando em uma cidade pequena como Lagoinha,
que possui apenas cinco mil habitantes, as crianças que residem na cidade não são menos
merecedoras que qualquer outra que resida em municípios maiores da região, e que o
projeto faz com que elas saiam da zona de conforto. O acontecimento traz visibilidade
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para a escola e todos os envolvidos, uma vez que a cidade não tem acesso à outra
emissora, a não ser os que possuem TV a cabo (OLIVEIRA, 2018).
Macedo (2018) conclui dizendo:
Eu acho que acima de tudo é a oportunidade que todos têm de participar, e
eventos como esses nos ajudam a descobrir talentos que possuímos na escola
e eles são múltiplos, alguns são bons em artes, outros em língua portuguesa e
alguns em cálculos. E quando descobrimos esses talentos, nós professores em
conjunto com os pais, podemos acompanhar melhor o aluno e os incentivar e
apoiar.
Essas afirmações revelam que eventos socioeducativos como o Matemática
Vanguarda, propiciam a valorização e incentivo do estudo na rede pública e também na
percepção de talentos entre os alunos. Segundo a professora de Lagoinha, ex-partipantes
estão na faculdade de engenharia, pois, por meio do evento de responsabilidade social,
descobriram o amor e talento pela matemática, dessa forma, foi com foco em seus
objetivos que chegaram onde estão hoje, em uma faculdade estadual e construindo um
futuro, fruto do Matemática Vanguarda (OLIVEIRA, 2018).
Com esses apontamentos, constatou-se que a Rede Vanguarda executa o trabalho
de comunicação institucional por meio de eventos de responsabilidade social, como o
Matemática Vanguarda, visto que o evento conquista a simpatia e a credibilidade do
público que são transferidas para a marca Vanguarda.
No que se refere à percepção da imagem da empresa, o prefeito de São José do
Barreiro declara que a Rede Vanguarda é importante para o Vale Histórico, pois possui
uma vasta abrangência e, com isso, é parceira dos municípios e usa do Matemática
Vanguarda para somar e contribuir com a educação e a cultura dos jovens, passando assim
uma imagem positiva e de comprometimento perante a comunidade (BRAGA, 2018).
Para a professora de São José do Barreiro, Grandchamp (2018):
A emissora é um meio de comunicação de massa que todo mundo sabe, tudo
mundo vê. E eles [os alunos], claro, não deixam de ver também e, esse evento
eu acho que traz um envolvimento muito grande dos alunos, eles gostam, eles
ficam esperando, mesmo aqueles que não são muito chegados em matemática,
mas gostam de estar ali participando, de se envolver, de estar junto. Eu acho
que isso faz com que una a escola, motive mais os alunos. Porque todos sabem
que são capazes, entra todo mundo na competição, todos que querem e eles se
sentem capazes, eles se sentem parte daquilo, principalmente da nossa escola
e é uma competição, mas também um momento de aprendizado para eles, tudo
isso como consequência do evento e da Rede Vanguarda.
O bicampeão do Matemática Vanguarda, aluno da escola EMEF Cônego Benedito
Gomes França, de São José do Barreiro, relata como se sente em participar do programa
e também em como é tratado pela emissora:
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É um processo de preparação muito complicado porque tem que treinar desde
o começo e diariamente, mas é muito bom e vale a pena e eu só tenho a
agradecer ao meu treinador Professor Chico, a minha professora de matemática
Luciana e a equipe Vanguarda, que são pessoas muito humildes, muito alegres,
que me trazem paz e tranquilidade, é uma equipe muito boa. Só tenho que
agradecer, eu criei uma amizade com todos aqui, muito legal estar com eles
(SILVA, 2018).
Com todos os relatos aqui apresentados, notou-se que o evento, mesmo com foco
localizado, por ser voltado para a comunidade escolar, é um projeto bem visto e enriquece
a formação do cidadão e a educação das crianças e adolescentes. Com isso, a emissora
criou laços e uma imagem positiva perante seu público, pois os depoimentos dos
participantes ressaltam que a Rede Vanguarda faz um bom trabalho de comprometimento
social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No universo das organizações, a imagem institucional transmitida para o público
é reflexo do que estes veem da atuação comunicacional, bem como ações realizadas pelas
organizações. Isso é mais do que oferecer produtos de qualidade e por bom preço, é
persuadir todas as partes interessadas mostrando que a organização possui valores, além
de obtenção de lucro.
O evento Matemática Vanguarda é um dos braços de atuação para construção de
laços e consolidação do relacionamento da Rede Vanguarda com seu público e, pensando
em uma perspectiva mercadológica, ao manter relacionamentos, a empresa conquista e
fideliza seus clientes que, no caso de uma emissora de televisão, é convertido em
audiência. Se ela é alta, consequentemente será buscada por empresas anunciantes que
almejam divulgar sua marca e/ou seu produto, pagando valores elevados por este serviço.
Após a realização das entrevistas e o auxílio dos autores que baseiam este trabalho,
é possível perceber que com a promoção de eventos socioeducativos, a Rede Vanguarda
mostra-se preocupada com o meio em que está inserida e coopera com as escolas públicas
incentivando alunos a se dedicarem aos estudos. A mensagem que a Rede Vanguarda
transmite é que a educação gera bons resultados na vida acadêmica e permite aos
discentes se desenvolverem como cidadãos mais comprometidos com a sua carreira e com
a sociedade como um todo.
No caso da Matemática Vanguarda, no momento em que as crianças se sentem
parte importante para a realização do evento, elas descobrem que com força de vontade e
dedicação podem ser vencedoras, haja vista terem aprendido em sala de aula o que é
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cobrado na competição. Posto isto, o aluno envolve seus colegas, sua escola e sua família;
em decorrência, a empresa cria, consolida sua imagem e mostra que de fato as ações de
envolvimento socioeducativo acontecem e chegam ao alcance da sociedade.
Estrategicamente essas ações de comunicação são criadas para estreitar o
relacionamento com seu público de interesse, uma vez que atinge o emocional este se
sente parte importante do projeto e busca mostrar que a instituição está próxima do seu
público e comprometida em minimizar as desigualdades.
Constatou-se que ao desenvolver um projeto como o Matemática Vanguarda, após
várias edições, o evento já conquistou sua visibilidade e a empresa tem a função de
organizar e divulgar o projeto constantemente, para que ele não saia da lembrança da
comunidade. Mas as ações de fato são realizadas pela população e o maior trabalho é feito
nas escolas, pois sem bons professores e alunos que apreciem as contas, o programa não
teria sucesso, dessa forma, o estudo e a dedicação precisam acontecer diariamente.
Percebe-se, por fim, que foi construída uma parceira com a própria sociedade, pois
estes também são responsáveis por parte da realização social. De forma planejada, a
emissora une o canal de comunicação que possui para alcançar o maior número de pessoas
envolvidas com os eventos e, por consequência, atrela a sua marca, mas o trabalho vem
da própria comunidade para ela mesma.
REFERÊNCIAS
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YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman,
2001.
APÊNDICE I - ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
Roteiro para representante da Rede Vanguarda
Nome do Profissional:
Cargo:
Tempo de atuação na empresa:
Questões
1) Quando e de que forma surgiu a iniciativa da TV Vanguarda em promover eventos
socioeducativos?
2) Atualmente, quem planeja, organiza e coordena esses eventos? Este trabalho é
realizado por um profissional de Relações Públicas? Uma equipe que integra
diversos profissionais? Quem são eles e qual a formação respectivamente?
3) Quais são os principais desafios na elaboração do evento Matemática Vanguarda?
4) Como é realizado o contato com as escolas participantes?
5) O que levou a TV Vanguarda a investir nesses eventos? É um trabalho de
responsabilidade social? Caso positivo, de que forma a emissora avalia sua
contribuição perante a sociedade?
6) E quais tipos de retorno que a TV Vanguarda obtém com esses eventos, em termos
de imagem e financeiros?
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7) Existe na empresa algum tipo de política/cultura relacionada patrocínio e apoio a
eventos e projetos sociais? Quais os critérios adotados?
APÊNDICE II - ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
Roteiro para os representantes das escolas participantes do Matemática Vanguarda 2018
Nome da Escola:
Nome do Profissional:
Cargo:
Questões:
1) Como se deu o envolvimento da escola para participar da competição Matemática
Vanguarda? (De quem foi iniciativa? Quem coordenou as ações? Como foi feita a
seleção interna do aluno (a)? E externa?)
2) De que forma ocorreu o engajamento da direção/coordenação, professores e demais
alunos?
3) De acordo com a sua avaliação, quais são as contribuições desse evento
socioeducativo para a comunidade escolar? (Para o ensino das disciplinas? Para
formação cidadã dos alunos? Transmissão de valores positivos/saudáveis?).
4) Qual é a sua percepção em relação à imagem da TV Vanguarda? (Você acredita que
é uma empresa que contribui para a sociedade? De que forma? E os eventos
socioeducativos que realizam?).
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INDÚSTRIA 4.0: O CRESCIMENTO DA IMPLANTAÇÃO DESSE CONCEITO
NAS INDÚSTRIAS DA REGIÃO DE CRUZEIRO-SP
DENER SAMUEL PENA SOUZA
FERNANDO DE CARVALHO BARROS
IGOR ALEXANDRE FIORAVANTE
WELYSON FILIPE DE OLIVEIRA
Resumo
A descoberta de novos conceitos e tecnologias permitiram evoluções significativas em um curto
espaço de tempo. Este trabalho tem como objetivo identificar o grau de conhecimento a respeito
do conceito de Indústria 4.0 e quais os principais desafios a serem enfrentados para sua adoção,
além de desenvolver um material técnico científico para consulta. O método utilizado foi um
levantamento bibliográfico por meio de pesquisas em sites, livros e artigos relacionados ao tema,
também será desenvolvido um questionário que será utilizado como base para uma análise
qualitativa sobre como as empresas da região de Cruzeiro/SP planejam aderir esta revolução, e,
quais técnicas serão utilizadas para alcançar esse objetivo. Portanto, espera-se, que, por meio do
estudo de caso, possa se obter novas e relevantes informações sobre a atual situação em que se
encontram as empresas da região, além de disseminar e contribuir com informações significativas
à empresários, gestores e estudantes sobre o referido tema.
Palavras-chave: Revolução Industrial. Avanço tecnológico. Implantação da Indústria 4.0.
Abstract
The Discovery of new concepts and technologies have allowed significant evolutions in a short
space of time. This work has as main objective to identify knowledge about the concept of Industry
4.0 and what are the main challenges to be faced in its adoption, in addition to developing a
scientific technical material for consultation. The method used was was a bibliographical survey
through research on websites, books and articles related to the topic, will also be developed a
questionnaire that will be based on the qualitative analysis on how companies in the region of
Cruzeiro/SP, plan to join to the revolution, and what techniques will be used to achieve this goal.
Therefore, it is hoped, that, by means of the case study, to obtain new and relevant information
about the current situation of companies in the region, in addition to disseminate and contribute
important information to the entrepreneurs, managers and students on the subject to.
Keywords: Industrial Revolution. Technological Advancement. Deployment of Industry 4.0.
INTRODUÇÃO
Desde o princípio da humanidade o homem busca desenvolver métodos e
tecnologias para melhorar seu modo de sobreviver e facilitar o seu trabalho. A história da
evolução industrial passa por períodos de Revolução, desde o aperfeiçoamento da
máquina a vapor por James Watt, colocando a indústria têxtil como símbolo da produção
excedente, gerando a riqueza da época, criando um novo modelo econômico, passando
pela criação da linha de produção em massa, por Henry Ford, tornando a produção
empurrada, reduzindo o custo e popularizando o produto. Segue com o protagonismo a
Internet e consolidada entre as pessoas como um grande canal de comunicação
convergente de todas as tecnologias, até chegarmos a tão utilizada internet das coisas e
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tudo que ela abrange criações cada vez mais complexas e que proporcionam facilidade e
conforto num ambiente onde todos os equipamentos e máquinas estão conectados em
redes e disponibilizando informações de forma única. (DANGEL, 2016).
A 4º Revolução industrial transformará a vida das pessoas será possível ter acesso
a uma grande variedade de produtos, e novas formas de geração e distribuição de energia
e meios de transportes mais eficientes. Baseando-se na internet que algum tempo atrás
havia revolucionado o mundo com novos acessos de informações e o modo de
relacionamento com as pessoas, porém desta vez ela irá contribuir para um novo modelo
de manufatura que trará praticidade, e automatização dos seus processos, tornando a
empresa mais produtiva e consequentemente mais competitiva no mercado. (BEZERRA,
2018).
Este trabalho visa abordar uma nova tendência que vem sendo popularizada em
todo o mundo: a Indústria 4.0, utilizando de um novo método de trabalho com internet
como base para interligação de máquinas no processo. Tem como objetivo identificar o
nível de conhecimento e a importância da Quarta Revolução Industrial, na realidade das
empresas da região de Cruzeiro, avaliando o grau de maturidade quanto ao conceito da
Indústria 4.0 e os desafios a serem enfrentados para sua adoção, bem como essas
organizações estão se preparando para essa adequação e contribuir com informações
relevantes a empresários, gestores e estudantes sobre o referido tema, por meio dessa
pesquisa técnico-científica.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O mundo vem passando por mudanças desde os tempos mais antigos, através disso
as formas de se trabalhar também passaram por uma cadeia evolutiva. Essas mudanças
no modo de trabalho são conhecidas mundialmente como revoluções industriais, elas
trouxeram uma ampla variedade tecnológica que nos influenciam até hoje. Segundo
Bezerra (2018), chamado de Revolução Industrial o processo que levou à substituição das
ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de
produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril.
Seguindo essa grande linha de descobertas e invenções, os avanços tecnológicos
que surgiram ao longo do tempo, acabaram acarretando uma diferença entre os países de
primeiro mundo para os demais, devido suas insuficiências financeiras e políticas.
Proporcionando aos países mais industrializados com maior poder econômico e político,
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uma grande vantagem em relação aos demais países. Portanto essa minoria não conseguia
acompanhar os desenvolvimentos da industrialização, com isso, continuaram apenas
como fornecedores de matérias-primas.
Como as revoluções anteriores à quarta revolução está trazendo novas inovações
tecnológicas, que tem como principais: Internet das Coisas (internet of things- IOT), big
data, Manufatura Aditiva, Realidade Aumentada, cyber security, cloud computing,
Sistemas Integrados (vertical e horizontal), e muito mais segurança das informações.
Isso será possível devido a total automatização das empresas por meio de sistemas
inteligentes, robóticos, comunicação integrada e cooperada com os seres humanos em
tempo real. Portanto, tais diferenciais geram autonomia de operação, otimização de mão
de obra e informações relevantes para a tomada de decisão.
Pode-se notar, dessa forma, que as revoluções tecnológicas não transformaram
somente as indústrias e os meios de produção, mas também o próprio espaço geográfico
e as relações humanas sejam em âmbito estrutural ou cultural (PENA, 2016).
As revoluções ocorrem pelo avanço tecnológico de determinada época que
transforma o modo de se fazer e de pensar da sociedade, passando assim pela cultura até
chegar ao setor industrial.
A figura 1 a seguir exemplifica a evolução cronológica das revoluções industriais
e a descrição detalhada de cada evolução, levando em consideração os pontos chaves de
cada momento da história.
Figura 1: Revoluções Industriais
Fonte: A quarta revolução industrial. Disponível em:< https://endeavor.org.br/tecnologia/industria-40-
oportunidades-de-negocio-de-uma-revolucao-que-esta-em-curso//>Acesso em: 13nov. 2018.
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1.1. Pilares da Indústria 4.0
1.1.1. Internet das coisas (internet of things- IOT)
Internet das coisas é uma tradução da expressão em inglês internet of things, que
descreve um cenário em que inúmeros objetos estão conectados à internet e se comunicam
mutuamente. Essa nova tecnologia tem como objetivo conectar itens que são utilizados
diariamente, tornando o mundo digital mais próximo do físico.
Devido à falta de tempo que as pessoas possuem no seu cotidiano, acabam gerando
necessidade de se conectar à internet utilizando métodos diferentes, que permitem que
dispositivos façam atividades para que o ser humano não precise fazer. Esses dispositivos
conversam por diferentes protocolos dentro da mesma rede, acompanham nossas
atividades, armazenam informação e, a partir daí nos auxiliam no dia a dia
(HOSTGATOR, 2018).
Com isso, a ideia não é apenas para ter mais dispositivos para se conectar, como
por exemplo: computadores, smatphones, TV’s e videogames, mas sim para tornar esses
acessórios mais eficientes e assim podendo otimizar e economizar recursos naturais, para
saúdes e outras oportunidades.
• Como funciona a internet das coisas:
De forma simples, a Internet das Coisas trata de objetos conectados entre si pela rede, que
trocam informações para facilitar ou criar diversas ações. Para isso acontecer há um
conjunto de fatores (HOSTGATOR, 2019). Sobretudo, existem três componentes que
precisam trabalhar conjuntamente para que funcione bem dentro do conceito da internet
das coisas, são eles: dispositivos, a rede e um sistema de controle.
• Os dispositivos: Os mesmos são aqueles utilizados no dia a dia, como: geladeira, carro,
celulares, tv’s. Portanto, é necessário que estes acessórios estejam implementados com
itens que possibilitem a comunicação com os demais.
• Sistema de controle: Se encarrega de utilizar os dados capturados dos dispositivos,
através disso eles são processados e cada aspectos são controlados pelo mesmo podendo
causar novas conexões.
• A rede: É o meio de comunicação utilizado, que são essas tecnologias utilizadas:
Bluetooth, Wifi, e dados móveis (3G, 4G e 5G).
Compreende-se que a internet das coisas não é uma realidade muito distante, pois
já é utilizada em algumas áreas. Com isso, sabe-se que quando for totalmente aplicada irá
trazer muitas mudanças para o cotidiano das pessoas, trazendo maior eficácia na hora de
reproduzir uma tarefa através de dispositivos interligados pela a mesma.
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1.1.2. Big Data Analytics
O conceito de Big Data Analytics é a análise de dados gerados por equipamentos
e transformar os mesmos em informações para que possam ser usadas. Desde os meados
da década de cinquenta antes mesmo de alguém pensar no termo “Big Data”, as
organizações faziam o estudo de dados, mesmo que de maneira simples e manual
buscando encontrar melhorias e novas tendências.
Segundo NASCIMENTO (2017), O diferencial do Big Data está justamente
atrelado à possibilidade e oportunidade em cruzar esses dados por meio de diversas fontes
para se obter insights rápidos e preciosos. Nos dias de hoje que é visto uma grande
concorrência para se ganhar a confiança de um cliente nos força a inovar e com ajuda
desta ferramenta isso poderá ocorrer de modo mais eficaz.
Por isso o Big Data é tão essencial nos dias de hoje. Conseguimos obter
informações de mercado por meio de nossos consumidores, extraindo o que eles estão
dizendo sobre tudo o que você faz. Insatisfações, satisfações, desejos, necessidades, entre
outros são possíveis de captar em mídias sociais e cruzar com dados internos de sua
empresa e assim criar insights incríveis (NASCIMENTO, 2017).
Esta ferramenta tem como conceito gerar valores ou dados. Quanto mais dados
forem obtidos, maior esforço para gerar informações, com o máximo de velocidade
causando assim uma superioridade para quem estiver utilizando desta incrível ferramenta.
1.1.3. Segurança
Sabe-se que o conceito da indústria 4.0 está diretamente ligado à internet devido
a sua conectividade entre as máquinas, equipamentos e softwares de gerenciamento.
A utilização destas tecnologias nos sistemas industriais, focando no uso da internet
das coisas e inteligência artificial, otimiza o sistema fazendo com que o mesmo produza
mais num período menor, porém o avanço da conectividade preocupa pelo fato de ocorrer
uma quebra de sigilo de informações compartilhadas na rede.
As falhas de segurança, comumente, são heranças de sistemas legados e decorrem
da ascensão da conectividade (ALMEIDA, 2018). Dispositivos que utilizam a tecnologia
IOT (Internet das coisas) ao serem implementados em sistemas fabris que não possuem
tal suporte torna complexa a garantia de segurança, pois ocorre uma defasagem de itens
que comporte tamanha tecnologia de uma forma segura.
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Pode-se ver que os riscos não podem ser desconsiderados, um ataque cibernético
pode ocasionar uma parada intencional nas operações, espionagem industrial, roubo e
vendas de dados, sequestro e bloqueio de informações. Contudo, não há apenas lados
negativos, algumas ferramentas surgiram com o objetivo de ajudar a acabar com a
probabilidade desses pequenos problemas aparecerem.
Segundo ALMEIDA (2018), não se pode ignorar que a atual dinâmica dos
negócios requer a informação em todos lugares. Portanto, faz-se necessário assegurar a
proteção das operações como um todo, implementando sistemas de segurança em um
nível mais estratégico. As novas tecnologias possuem grandes capacidades para otimizar
um sistema de produção, porém deve-se colocar a segurança em primeiro lugar.
1.2. Requisitos da Indústria 4.0
De acordo com SILVEIRA, ([2016?]) “Existem seis requisitos que são necessários para
a implantação da indústria 4.0”. São eles:
Quadro 1: Requisitos da indústria 4.0
Esse sistema possui a capacidade de tomada de
Interoperabilidade: decisões com as interações de banco de dados entre o
ser humano e a máquina em rede.
O objetivo é o monitoramento e rastreabilidade de
Virtualização todos os processos da empresa por meio de sensores
colocados estrategicamente na planta.
É o processo de tomada de decisões por meio do
Descentralização sistema cyber-físico nos processos produtivos e no
ciclo de trabalho.
É a operação em tempo real, um dos problemas
enfrentados nas organizações é a dificuldade ou erro
Capacidade nas tomadas de decisões. Esse sistema auxilia na
tomada de decisões com interpretações e
transformações de dados permitindo instantaneamente
serem tomadas as decisões.
A internet de serviços é um recurso de arquitetura de
Orientação a serviços software orientado para serviço, é otimizada e
customizada aliada ao conceito internet of services.
É o conceito semelhante do sistema “puxado”
caracterizado pele nível de demanda do mercado.
Neste conceito de demanda a produção é mais flexível,
Modularidade logo as máquinas podem ser facilmente mudadas. Por
meio desses sistemas inteligentes a tendência natural é
a mudança na rotina e no ambiente de trabalho de
forma a contribuir nos ganhos de produtividade e
lucratividade.
Fonte: Silveira ([2016?], adaptação dos autores,2019).
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Conforme ilustrado no quadro 1, os alicerces da indústria 4.0 e suas descrições
demonstram de maneira holística os principais requisitos para o entendimento da quarta
revolução.
1.2.1 Formação multidisciplinar
Para trabalhar numa indústria 4.0, os profissionais terão de desenvolver um perfil
multidisciplinar.
“As indústrias continuarão precisando de gente com formação específica, mas eles
terão de lidar cada vez mais com áreas sobre as quais não estudaram na faculdade”
(CEZAR TAURION, 2015).
Segundo Maia (2015) “Isso depende de uma boa dose de iniciativa e
conhecimentos, além do que a profissão exigia no passado”. O profissional de hoje
necessita de novas formas de desenvolver produtos e serviços com qualidade e de forma
diferenciada. Essa será as novas maneiras de gerir riquezas. Precisa transformar suas
ideias em projetos inovadores que atendam ao mercado.
As empresas possuem o capital intelectual como seu maior bem, por isso, é
necessário compreender que, qualquer bem ou serviço a ser oferecido passará pelos
colaboradores. Logo os investimentos por parte da empresa devem incentivar esse
profissional a dar seu melhor.
1.2.2. Capacidade de Adaptação
De acordo Maia (2015) “Está chegando ao fim a era do técnico que só aperta
botões”. Às máquinas não serão mais subordinadas ao ser humano como
tradicionalmente, pois obedecerá aos comandos por softwares de suas funções. Mas
poderão tomar decisões sobre seu funcionamento e ciclo de trabalho da perspectiva de
manutenção preventiva e será comunicada.
Parte dos comandos será por móbile, além de que esses profissionais precisam se
adequar a essas novas tendências tecnológicas e aprende lidar com funcionamento dessas
máquinas inteligente. Caso não consiga se adaptar sofrera alterações na rotina de trabalho
e possível não ficara na empresa.
1.2.3. Senso de Urgência
A disseminação dos sistemas de big data vai permitir que os funcionários tenham
cada vez mais acesso a informações que antes eram restritas aos sistemas internos das
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empresas. De casa, por meio de um celular ou de um tablet, os empregados poderão
interferir num processo que acontece a quilômetros de distância, dentro da fábrica.
Os profissionais da indústria do futuro terão de aprender a equilibrar essa dinâmica
e de entender os limites entre o que é urgente e o que pode ser resolvido depois (CEZAR
TAURION, 2015).
Depois da revolução industrial as organizações nunca mais foram as mesmas.
A era da informação é a moeda de troca dos níveis crescentes da tecnologia
que auxilia a tendência humana em melhorar as suas atividades cotidianas. “A
facilidade que a tecnologia proporciona deve alterar a rotina do trabalho”
(CEZAR TAURION, 2015).
1.2.4. Bom Relacionamento
Embora a tecnologia esteja transformando a maneira como as coisas são
fabricadas, algumas regras para se manter um profissional relevante não mudam tanto
assim. Ter um bom relacionamento com os colegas de trabalho continuará sendo
importante, ainda mais em um ambiente em que o avanço da automação exigirá
competências diferentes de cada um.
Cultura organizacional é o conjunto de hábitos, crenças, valores e tradições,
interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização. Representa a
maneira tradicional e costumeira de pensar e fazer as coisas e que não são
compartilhadas por todos os membros da organização (CHIAVENATO, 2003,
p. 373).
Em outras palavras são os aspectos informais e não escritos que vão orientar o
comportamento dos funcionários. Entre os especialistas é forte a ideia de que, num
ambiente cada vez mais digitalizado, a colaboração ganhará força.
Com o avanço dos sistemas de big data e da chamada internet das coisas, o
controle da produção poderá ser feito remotamente. “É uma questão de tempo para que
indústrias de todo tipo se adaptem a esse novo conceito” (OSVALDO MAIA, 2015).
As organizações que querem se manter no mercado de forma competitiva para
sobreviver precisará acompanhar as tendências tecnológicas e se adaptar a elas ou
simplesmente se tornará ultrapassada. “Quem quiser trabalhar nas fábricas do futuro terá
de desenvolver habilidades técnicas e interpessoais bem específicas” (CEZAR
TAURION, 2015). Uma ilustração do conteúdo que foi apresentado acima. Confira a
imagem:
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Figura 2: Ciclo da Indústria 4.0.
Fonte: Indústria 4.0: A indústria 4.0 vai impactar o mundo-encontrado
em:http://www.grouppromotion.com/industria-4-0/industria-4-0
1.3. Aspectos Sociais e Econômicos
Segundo Venturelli (2014) a indústria 4.0 ainda não é uma realidade mais com o
avanço da tecnologia, sua existência se torna cada vez mais próxima.
A preocupação de que aconteça uma grande queda da mão-de-obra devido à
automatização que se desenvolve gradualmente, pressuposição certamente aceitável,
como também é verdade que a modificação industrial vai levar o aperfeiçoamento dos
trabalhadores; serão necessários, de fato, profissionais para controlar e administrar as
máquinas transversalmente do computador. No mundo já existem fortes permutas para as
quais os objetos que nos cercam estão cada vez mais conectados uns com os outros e ao
homem, essa ideia se chama internet das coisas. Os otimistas discutem que as tarefas mais
repetitivas serão mudadas por outras mais inovadoras, para o benefício do trabalhador.
“Quem quiser trabalhar nas fábricas do futuro terá de desenvolver habilidades
técnicas e interpessoais bem específicas” (CEZAR TAURION, 2015).
Pensando no lado ecológico as indústrias serão mais limpas, não somente
a produção mais limpa, mas também o gasto será limpo. À reutilização será realidade
caso possível, a fim de acabarem com os desperdícios, energia e matéria-prima
não pode ser reaproveitado então o consumo será mais consciente.
Países com a iniciativa da indústria inteligentes como Alemanha, EUA e França,
têm seus governos pretendendo aumentar e continuar a produzir tecnologia industrial.
Países emergentes como Brasil, China, Índia vão começar a consumir essas tecnologias
para aumentar a eficiência na sua manufatura.
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O impacto das novas tecnologias e do novo modelo de produção será maior do
que todas as revoluções anteriores juntas, proporcionando um aumento
significativo na economia doméstica dos países que estejam preparados para
esse novo cenário. Especialistas estimam que o Produto Bruto Mundial alcance
a cifra de 90.000 bilhões de dólares, impulsionado por novas tecnologias e pela
modernização dos processos produtivos (SANTOS, 2016).
Vê-se que com o avanço da tecnologia e com o novo modelo de produção o
impacto desta revolução será bem maior do que as outras juntas, ocorreu um aumento
significativo na economia do país que estiver preparado para esta situação. Alguns
especialistas estipulam um acréscimo significativo no Produto Bruto Mundial. Veja a
imagem a seguir:
Figura 3: Estimativa de arrecadamento das revoluções.
Fonte: http://www.revistaferramental.com.br/novo/artigos/industria-40sistemasinteligentes-para-
manufatura-do-futuro/8.
1.4. Indústrias 4.0 no Contexto Mundial e no Brasil
No quesito indústria 4.0 a tecnologia do Brasil ainda é obsoleta se for comparado
a outros países desenvolvidos. As máquinas usadas nas fábricas brasileiras têm em média
quinze anos, já na Alemanha elas são renovadas em no máximo cinco anos. Isso ocorre,
pois, a economia é fechada, dificultando o investimento em novas tecnologias.
A cultura brasileira é retardatária. Achamos que o sucesso de um
empreendimento tem a ver com número de postos de trabalho gerados,
enquanto a Europa e os EUA estão focados em competências técnicas que só
eles têm. A lição de casa é bem mais profunda (ZAWISLAK, 2015).
Para o Brasil começar a entrar no contexto da quarta revolução industrial, deve-se
primeiro mudar seus conceitos. “Temos algumas experiências isoladas no Brasil em
direção a esse futuro, bem distante da realidade da Alemanha” (DANGEL, 2015).
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Poucas fábricas brasileiras estão preparadas para as indústrias 4.0. Essas
indústrias, geralmente são estrangeiras e seguem os princípios de seus países de origem.
O Brasil ainda está em transição da segunda para a terceira revolução industrial e isso
também é um fator que prejudica a integração da quarta revolução no país. “As indústrias
locais inovam muito pouco. Está focado na redução de custos, o que acaba impactando
na qualidade dos produtos” (ZAWISLAK, 2015).
A qualidade dos produtos nacionais comparados aos produtos importados também
é um ponto que vale ser ressaltado, pois ainda pecamos muito nesse quesito.
Considerando que a indústria brasileira precisa competir globalmente e que se
encontra atrás nessa corrida, é preciso saltar etapas. O esforço de digitalização
precisa ser realizado, simultaneamente, em todas as dimensões (FONSECA,
2016).
Para o Brasil ainda é muito difícil competir com os países que já se adaptaram ao
modelo indústria 4.0, pois eles utilizam recursos e tecnologias que o Brasil não possui.
No mundo inteiro as empresas estão cada vez mais buscando adquirir tecnologias
para se manter competitiva no mercado nessa nova era criada pela quarta revolução.
“Seus efeitos ainda não muito claros provocam grande entusiasmo quanto ao
desenvolvimento tecnológico, mas também grande preocupação quanto aos impactos no
emprego global” (LIBERAL, 2016).
Apesar de que alguns países no mundo já adotam esse sistema de manufatura,
ainda é muito pouco. A maioria dos países ainda não está nem perto de alcançar os EUA
e a Alemanha que são referências em indústria 4.0.
1.5. Impactos da Indústria 4.0
Nesse novo modelo de indústria falar de impactos é o mesmo que falar em
mudança, melhorias, deve-se considerar como alto a descentralização que esse modelo
irá causar. Segundo Silveira ([2016?]) os trabalhos manuais e repetitivos estão sendo
escassos, porém com o desenvolvimento nas pesquisas e muitas demandas, surgiram
oportunidades para funcionários tecnicamente capacitados, para trabalhar com as
variedades que compõem uma fábrica inteligente.
Outro ponto que será abalado pela quarta revolução industrial será a pesquisa e
desenvolvimento nos campos de segurança em T.I. Confiabilidade da produção e
interação máquina-máquina (SILVEIRA, [2016?]). As máquinas vão conseguir corrigir
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seus defeitos através de informações obtidas por si mesmas, isso irá ajudar na maior
produtividade e serão mais eficazes e eficientes.
Flexibilidade que tende a acontecer com as linhas de produção também é algo
muito notável, Haminsch, et al. (2015) [...] “mais flexíveis e mais eficientes para fabricar
produtos de alta qualidade com custos reduzidos”.
Os impactos irão muito além de ganhos na produção e diminuição dos
desperdícios, a produtividade no chão de fábrica será algo impressionante nunca visto
antes. Sabendo-se que no mercado a rapidez é algo essencial, a indústria 4.0 vem
desenvolvendo soluções e aprimoramentos para que novos produtos estejam disponíveis
no mercado com um menor prazo, os maiores impactos causados pela indústria 4.0 será
uma mudança que afetará o mercado como um todo que consiste na criação de novos
modelos de negócios.
Em um mercado cada vez mais exigente, muitas empresas já procuram integrar ao
produto necessidades e preferências específicas de cada cliente (SILVEIRA, [2016?]).
O mundo está sempre em constante mudança, com novas ideias, e técnicas, porém
com a capacidade de integrar-se em cadeias globais de valor que difundem uma melhor
comunicação, podendo ser da relação com os clientes, fornecedores, ciclo de produção e
a distribuição do produto.
1.6. Desafios para Incorporação e Desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil
A quarta revolução ou à indústria 4.0 trouxe um novo método de funcionamento
no modelo de manufatura, baseado na internet e na sua conectividade, que coleta dados
em tempo real, estratégias de gestão e automação. Em busca de uma maior
competitividade no mercado, adaptar-se a novas tecnologias é primordial, mas no Brasil
ainda há vários obstáculos para a aplicação da mesma nas organizações (SANTINI,
2018).
Segundo CNI (Confederação Nacional da Indústria, 2016) no médio e longo
prazo, a incorporação das novas tecnologias em uma estratégia para o desenvolvimento
da indústria brasileira será essencial para a competitividade do país e para melhorar a sua
participação nas cadeias globais de valor. Em alguns países essa nova forma de indústria
se tornou uma realidade, devido à alguns governos que trabalharam juntamente com as
empresas para aplicá-lo. Para o Brasil se torna um duplo desafio se adequar a esses novos
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avanços tecnológicos, com tal agilidade a fim de evitar que a diferença do gap de
competitividade aumente do Brasil para os seus principais competidores.
Nos outros países que estão aderindo essa nova revolução ocorre uma
homogeneidade entre os setores industriais fazendo que seja aplicado da mesma forma e
ao mesmo tempo. Porém, no Brasil ocorre uma heterogeneidade entre os setores
industriais, exigindo uma maior cautela para a política industrial, deixando-a mais
flexível para dar suporte aos diversos setores (SANTINI, 2018).
Devido a essa ampla variedade de tecnologias que surgiram ao longo dos anos e
foram aperfeiçoadas nesta nova forma de indústria, ocorrerão dificuldades na sua
aplicação no Brasil. A sua execução trará alguns obstáculos como: Falta de conhecimento,
custo de implantação, falta de qualificação, pouca infra instrutora e incentivos,
inexperiência na sua transição e ausência de projeto piloto (SANTINI, 2018).
Percebe-se que a implantação desta revolução no Brasil passará por dificuldades
caso não ocorra um verdadeiro plano para se aplicar de maneira correta, as organizações
acabaram ficando para trás, deixando a economia do país em baixa no mercado.
2. METODOLOGIA
Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 43-44) pesquisa bibliográfica define-se
como o levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas,
artigos e sites. Este artigo foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas como, livros,
artigos e sites relacionados ao tema, sua finalidade é colocar o pesquisador em contato
direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado tema, com objetivo de permitir
o reforço paralelo na análise de suas pesquisas.
Yin (2005) define estudo de caso como uma estratégia de pesquisa que
compreende um método que abrange coletas e análise de dados. Para explorar o tema,
será realizado um estudo de caso através de um questionário que tem como propósito
principal o desenvolvimento e absorção de novas informações relevantes sobre o
desdobramento e o crescimento da 4ª Revolução Industrial.
Para aprofundar-se sobre o conhecimento do tema, será elaborado um questionário
pelos autores a serem respondidos por profissionais que atuam nas empresas da região de
Cruzeiro/SP, o método utilizado de estudo de caso, é considerado por Yin (2005) como
um tipo de análise qualitativa. Yin (2005) apresenta quatro aplicações para o Método do
Estudo de Caso utilizado neste trabalho: para explicar ligações causais nas intervenções
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na vida real que são muito complexas para serem abordadas por pesquisas e/ou estratégias
experimentais; para descrever o contexto da vida real no qual a intervenção ocorreu; para
fazer uma avaliação, ainda que de forma descritiva, da intervenção realizada; e para
explorar aquelas situações onde as intervenções avaliadas não possuam resultados claros
e específicos.
Portanto, no devido artigo será utilizado o método de análise qualitativa, aplicando
um questionário para evidenciar os reais status das empresas na região de Cruzeiro/SP
sobre a indústria 4.0. O questionário será para fins de estudos por isso será submetido ao
comitê de ética (UNIFATEA) para que se obtenha um devido desdobramento do
questionário nas suas aplicações, assim constituído através da plataforma Google drive
para obtenção dos gráficos comparativos, para que logo se possa demonstrar esse avanço
tecnológico conhecido também como: 4ª Revolução Industrial. Devido às diversas etapas
do presente artigo, foi elaborado um fluxograma para melhor detalhar o desenvolvimento.
Figura 3: Etapas a elaboração trabalho.
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
3. RESULTADOS ESPERADOS
A discussão sobre a Industria 4.0 é recente no Brasil, uma das preocupações dessa
pesquisa será identificar o nível de conhecimento e a importância da Quarta Revolução
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Industrial na realidade das empresas da região de Cruzeiro, avaliando o grau de
maturidade quanto ao conceito da Indústria 4.0 e os desafios a serem enfrentados para sua
adoção, bem como essas organizações estão se preparando para essa adequação.
Almeja-se contribuir para a disseminação efetiva sobre o conceito e técnicas
de aplicação dessa temática, inclusive, difundir a nível introdutório seu significado
(tecnologias, expectativas e riscos) para que as empresas possam seguir os próximos
passos rumo à implementação, ocorrendo por meio do levantamento de dados e
conhecimentos científicos que serão agrupados ao longo da pesquisa.
Espera-se com os dados obtidos desenvolver material científico prático, para que
este sirva de apoio a empresários, gestores e estudantes como embasamento nas tomadas
de decisões relativas à implementação das referidas tecnologias desse novo conceito.
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MERCADO DE TRABALHO, RH E LIDERANÇA NA INDÚSTRIA 4.0
GISELE MELO GIORNES
MARCIA CRISTINA ANANIAS DA SILVA RUBEZ DE CASTRO
Resumo
Este trabalho tem por objetivo analisar qual o mercado de trabalho ideal para a Indústria 4.0, as
modificações necessárias no mercado atual, qual o perfil desse novo profissional, qual o papel
que a liderança desempenha para que as mudanças sejam aderentes ao que a nova indústria
demanda e como o comportamento organizacional é um fator que auxilia todo o processo.
Questionamentos como quais são os desafios encontrados pelos profissionais, quais os impactos
positivos e negativos da Indústria 4.0, o que pode a tecnologia trazer para essa revolução industrial
serão alguns dos motivadores da pesquisa. A metodologia utilizada neste artigo será a pesquisa
bibliográfica em livros, sites e artigos publicados sobre o tema. Como resultado esperado é uma
análise do mercado de trabalho e dos profissionais no contexto da Indústria 4.0.
Palavras-chave: Mercado de trabalho. Liderança. Indústria 4.0. Tecnologia. Cultura
organizacional.
Abstract
This paper aims to analyze the ideal job market for industry 4.0, what changes needed in the
current market, what is the profile of new professional, what role does leadership play in order
to change for new industry demands and how organizational behavior is a factor that assists the
whole process. Some questions such as what challenges are faced by professionals, what positive
and negative impacts of industry 4.0, what can technology brings to this industrial revolution will
be the motivators of this research. The methodology used in this article will be the bibliographical
research in books, websites and published articles on the subject. An expected result is an analysis
of the labor market and professionals in the context of Industry 4.0.
Keywords: Job market. Leadership. Industry 4.0. Technology. Organizational culture.
INTRODUÇÃO
A quarta Revolução Industrial já está presente no Brasil. A Indústria 4.0 (I4.0) é
o resultado dessa revolução e trouxe a integração entre dados, tecnologias, redes e
pessoas, com foco em métodos e processos inteligentes de produção. Para que essa
mudança ocorra, é preciso que a realidade acompanhe as novas demandas, que haja
cooperação, entendimento, capacitação, criatividade, inovação e sobretudo pessoas que
abracem o novo tempo.
De acordo com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel: “A Indústria 4.0 é a
transformação completa de toda a esfera da produção industrial através da fusão da
tecnologia digital e da internet com a indústria convencional. ” (FIRJAN, 2016, p. 7)
Não apenas a forma como o trabalho passa a ser realizado sofre alterações. O
mercado de trabalho precisa se adequar assim como os profissionais e as empresas
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precisam mudar. Esta pesquisa é importante para auxiliar os profissionais que estão
chegando ao mercado de trabalho a reconhecerem o que deles será solicitado e,
principalmente, para aqueles que já estão inseridos nesse mercado e que precisam se
adequar à nova realidade profissional.
O objetivo geral desta pesquisa é analisar as mudanças necessárias no mercado de
trabalho para que o novo profissional se integre na Indústria 4.0 para fomentar o debate
sobre esse novo mercado. Já os objetivos específicos são:
• Reconhecer as modificações que a Indústria 4.0 realiza no mercado de trabalho.
• Definir o perfil do novo profissional.
• Reconhecer o papel da liderança na mudança para a Indústria 4.0.
• Reconhecer a importância da gestão da mudança nesse processo.
Para tal análise, serão utilizados autores como Klaus Schwab, Ana Cristina
Limongi-França, Edgar H. Schein e Jean Pierre Marras.
A metodologia será a pesquisa bibliográfica neste momento, tendendo a evoluir
para estudos de casos existentes.
O resultado esperado será a análise do mercado de trabalho e dos profissionais no
contexto da Indústria 4.0, sinalizando as mudanças necessárias para que tais profissionais
possam estar capacitados a terem a melhor performance nesse novo cenário.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Indústria 4.0
Indústria 4.0 é a definição dada à evolução da indústria utilizando o que há de
mais moderno na produção de bens de consumo, por exemplo: big data, internet das
coisas, inteligência artificial, processo e pessoas, em suma, engloba a automação, a
tecnologia da informação e principais inovações tecnológicas. É uma transformação nos
modos de produção.
Essa indústria representa a fusão entre o mundo real e o virtual. É a indústria do
futuro, também conhecida como Fábricas Inteligentes. O conceito é que máquinas e
sistemas conectados tenham autonomia e capacidade para decidir e adequar os processos
quando for necessário. São três os grandes motivadores da Indústria 4.0:
• Grande avanço na capacidade dos computadores.
• Enorme quantidade de informação digitalizada.
• Novas estratégias de inovação englobando pessoas, pesquisa e tecnologia.
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As Revoluções Industriais trouxeram mudanças no modo de produção das
indústrias. A quarta revolução iniciou com a integração das máquinas, processos e
pessoas.
Figura 1: Evolução e mudanças nos padrões tecnológicos com as Revoluções Industriais
Fonte: PwC Brasil (2016, p. 8)
Seis são os princípios que caracterizam a Indústria 4.0: tempo real – coleta e
tratamento de dados instantâneas, o que permite a tomada de decisão em tempo real;
virtualização – cópia virtual das fábricas inteligentes, o que permite rastrear e monitorar
remotamente todos os processos; descentralização – a máquina é a responsável pela
tomada de decisão; orientação a serviços – softwares são orientados a disponibilizar
soluções como serviços; modularidade – módulos podem ser acoplados e desacoplados
de acordo com a demanda da fábrica, o que flexibiliza a alteração de tarefas; e
interoperabilidade – máquinas e sistemas podem se comunicar. (FIA, 2018)
Os avanços tecnológicos mais relevantes, considerados pilares da I4.0, são:
• Internet das Coisas – conexão de aparelhos físicos à rede, hiperconectividade, é uma
das bases da I4.0.
• Big data – grande quantidade de dados coletada e armazenada na rede, algoritmos que
propiciam robôs tratarem e aproveitarem melhor esses dados.
• Inteligência artificial – é o que permite a tomada de decisão da máquina sem a
interferência humana.
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• Segurança – a preocupação muda o foco do comportamento humano para garantir
mais robustez nos sistemas de informação e prevenção de problemas de comunicação
entre máquinas.
• Computação em nuvem – servidores compartilhados e interligados pela internet onde
os sistemas são armazenados.
Os três principais impactos da Indústria 4.0, citados por Schwab (2017, p. 35-37)
são o crescimento econômico, a produtividade e empregos.
Na transição para a I4.0, diversos são os impactos. Na economia, os efeitos estarão
na macroeconomia (consumo, emprego, padrão de comércio, inflação e investimento). A
forma de trabalho terá mudanças na natureza do trabalho entre indústrias e ocupações. A
grande preocupação está na automação, que causa impacto no mercado de trabalho e no
capital humano necessário. O mercado de trabalho demandará novos cargos e ocupações,
exigindo criatividade, cognição e desenvolvimento de novas ideias. A área de Recursos
Humanos precisará de capital humano adequado e capacitado, assim como profissionais
com capacidade de aprender e mudar. A liderança também necessitará de mudanças nos
modelos de gerenciamento. Criar uma cultura de inovação será imprescindível, assim
como uma gestão da mudança orientada para a nova tecnologia.
1.2. Mercado de Trabalho
O mercado de trabalho se caracteriza pela oferta de trabalho das empresas e a
procura dos profissionais aptos a desempenharem as funções, estando ou não
empregados. É dinâmico e influenciado pelo crescimento econômico.
Com a chegada da Indústria 4.0, o mercado de trabalho precisou se adequar a esse
novo modo de produção, onde a automação é o elemento principal das indústrias que já
estão nessa fase. Portanto, há uma preocupação que os empregos não existam mais. Em
realidade, as profissões sofrerão uma adequação necessária ao modo de produção, na qual
a qualificação é a resposta para tais preocupações. É fato que as profissões mais
mecanizadas serão substituídas pela máquina, que terá poder de decisão com base em
informações predeterminadas. Por outro lado, novos postos de trabalho especializados
serão demandados para tarefas indiretas como informática, engenharia e outras. De
acordo com Schwab (2016, p. 1), “estamos no início de uma revolução que está mudando
fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos um com o
outro”.
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O que se espera do profissional da I4.0 é que tenha formação multidisplinar e
esteja em constante qualificação profissional. O trabalho será menos manual e mais
estratégico. O profissional que não se adequar, ficará mais vulnerável e corre o risco de
aumentar o número de desempregados.
Um novo mercado de trabalho se configura e o impacto da tecnologia no mercado
de trabalho é inegável. O que se demanda dos profissionais para essa nova indústria são
habilidades como pensamento crítico, criatividade, solução de problemas complexos,
trabalho em equipe, capacidade de avaliação e decisão, flexibilidade cognitiva entre
outras.
A importância do capital humano nas fábricas inteligentes é indiscutível.
Entretanto, a interação homem-máquina requer capacitação e qualificação dos
funcionários para lidar com sistemas que devem ser inovadores e colaborativos.
1.3. Área de Recursos Humanos
A área de Recursos Humanos (RH) tem participação fundamental na I4.0. “Na era
do Big Data, imagine quantas informações o departamento de RH não poderá recolher e
obter total visão das necessidades de cada colaborador, processo e operação de suas
unidades ou departamento. O detalhamento certamente será rico e trará possibilidades
imensas. [...] A introdução de tecnologias inovadoras ao RH é fundamental nesse
processo. ” (GUERRA, 2017)
Figura 2: Fases evolutivas do RH
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Adaptado pela autora.
Fonte: Jean Pierre Marras (2011, p. 11)
As cinco fases evolutivas do RH, de acordo com Marras (2011, p. 11),
compreendem as seguintes características:
• Fase Contábil – Década de 1930. Marco da evolução. Preocupação apenas com os
custos da organização. Sem preocupação com remuneração justa para os trabalhadores.
• Fase Legal – Décadas de 1930 e 1950. Chefe de pessoal surge. Era Getulista.
Consolidação das Leis de Trabalho.
• Fase Tecnicista – Décadas entre 1950 e 1965. - Surge o gerente de pessoal, em meio
ao nível operacional-tático, para recrutar, selecionar, treinar e descrever cargos e salários.
Higiene pessoal e segurança de trabalho.
• Fase Administrativa – Décadas entre 1965 e 1985. Revoluções movidas pelos
trabalhados com o movimento sindical. Gerente de RH mais voltado para os indivíduos e
suas relações.
• Fase Estratégica – De 1985 até os dias atuais. Participação estratégica e efetiva dos
Recursos Humanos no planejamento estratégico da empresa. Atua diretamente na busca
de resultados.
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Essa visão estratégica do RH é a que perdura até os dias de hoje. De acordo com
ela, a organização deve ser vista integramente (visão holística), sendo que os objetivos
não devem mais ser definidos e atingidos por áreas, é preciso que ter um olhar para todos
os departamentos e neles também está a área de Gestão de Pessoas. Todas essas áreas
devem estar interligadas e focadas no mesmo objetivo, o da organização.
Para Chiavenato (2010. p. 15), a Gestão de Pessoas moderna é formada por
atividades integradas entre si para criar as condições para aumentar o capital humano e o
intelectual os integrantes e das organizações. Essas atividades configuram seis processos:
• Agregar pessoas: São usados para incluir novas pessoas na empresa através do
recrutamento e seleção.
• Aplicar pessoas: São usados para desenhar as atividades que serão realizadas, além da
análise e descrição de cargos, que orientam as pessoas e a avaliação de desempenho.
• Recompensar pessoas: São utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas
necessidades individuais mais elevadas. Podem ser recompensas, remuneração,
benefícios e serviços sociais.
• Desenvolver pessoas: São usados para capacitar e fomentar o desenvolvimento
profissional e pessoal das pessoas, por exemplo, treinamento e desenvolvimento, gestão
do conhecimento e de competências, aprendizagem, programas de mudanças e
desenvolvimento de carreias e programas de comunicação.
• Manter as pessoas: São usados para criar um bom clima organizacional, condições
ambientais e psicológicas satisfatórias, como, higiene, disciplina, administração da
cultura organizacional, segurança, qualidade de vida e manutenção de relações sindicais.
• Monitorar pessoas: São usados para acompanhar e controlar as atividades de cada
funcionário, além de verificar resultados, por exemplo, banco de dados e sistemas de
informações gerenciais.
Dentro do conceito de RH estratégico, há um tipo de organização chamado linha-
staff, que é o resultado da combinação dos tipos de organização linear e funcional, com o
objetivo de unir as vantagens desses dois tipos de organização e diminuir as desvantagens.
Esse modelo de organização é mais completo e complexo.
Nessa organização, coexistem os órgãos de linha (execução) e os de assessoria
(apoio e consultoria). Há um superior e uma staff, ou equipe, com diversos funcionários,
que devem ser especialistas que levam seu conhecimento para auxiliar as metas da
empresa, ou seja, há um líder que conta com profissionais para atuarem ativamente nas
áreas específicas.
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Esse modelo de trabalho contrata pessoas que saibam lidar com todos os temas
que dizem respeito à empresa, o que faz com que nenhum setor fique defasado. O líder
funciona como um consultor e pode ser aquele que toma a decisão final.
O modelo organização linha-staff é uma maneira conjunta e unificada, onde toda
a estrutura organizacional consegue interagir durante a execução do trabalho, o que
garante o controle da qualidade do serviço e representa um bom cenário para a Indústria
4.0. Esse modelo auxilia muito na implantação da nova Revolução Industrial, já que o
RH se torna apoio das outras áreas da empresa para em uma posição estratégica, deixando
de ser apenas quem controla as pessoas e realiza o pagamento. Toda a estrutura
organizacional interage durante a realização do trabalho, além de contar com funcionários
especializados, resultados que afetam a produtividade de forma crescente, com qualidade
de entrega e alcance de metas. O modelo também mostra o mapeamento do perfil e as
tendências de comportamento, podendo chegar a uma gestão de pessoas eficaz, que
desenvolva as capacidades dos colaboradores. O método trabalha os perfis
comportamentais, a otimização do processo de gestão de pessoas, o desenvolvimento de
funcionários, trazendo resultados positivos para a empresa.
Caso não se encontre o profissional qualificado no mercado de trabalho para a
Indústria 4.0, será importante investir na formação desse profissional, que já conhece a
cultura organizacional da empresa. Formar um especialista é mais interessante que buscar
pessoas de fora. Entretanto, ter atenção nos profissionais que ainda estão em formação
deve estar na pauta das instituições de ensino. Viviane Ribeiro, do Centro Paula Souza,
identifica como ponto importante na formação dos novos profissionais que atuarão na
I4.0 a integração e a conectividade nos conteúdos e disciplinas, “baseada em projetos e
problemas reais”. Afirma que “A interconectividade que avança nas fábricas também
coloca em evidência o ensino baseado em habilidades e competências e a sintonia que
deve ter com as novas tecnologias e tendências”. (RIBEIRO, 2017)
1.4. Liderança
A liderança também deve se adequar a esse novo paradigma, precisa ter uma visão
estratégica. O estilo a ser adotado deve ser o da liderança transformacional, ou seja, o
líder colabora com seus liderados para identificar pontos de melhorias no ambiente, nos
processos e no comportamento de profissionais, além de se manter constantemente
atualizado.
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Segundo Limongi-França (2011, p. 72): “A liderança transformacional é a
influência do líder sobre os seus liderados, tendo como característica o compartilhamento
de significados, valores e projetos de vida aceitos, praticados e admirados de forma
recíproca e intensa.” Essa visão vai ao encontro da reinvenção da gestão, com líderes
capazes de implantar as modificações necessárias para aumentar a motivação, o
engajamento e o desempenho dos funcionários. É um estilo de liderança necessário, pois
é pautado na inovação e agilidade, também é importante para moldar a cultura da empresa
a essa nova realidade.
Novas habilidades serão necessárias para os líderes do futuro. É esperado dos
líderes uma postura dinâmica com características como abordagem motivacional, tomada
de decisão, inclusão, transparência. A gestão deve se adequar ao novo modelo,
demandando uma cultura da inovação que use modelos de inovação aberta, crie processos
de inovação e faça essa gestão de acordo com a estratégia de negócios da empresa. Outro
ponto relevante é o uso de dados e tecnologias para a tomada de decisão e gestão, pois
esse uso não deve ficar restrito apenas à automação, mas deve permear as ações de todos
os funcionários.
1.5. Cultura Organizacional
Uma empresa não é apenas o que ela produz. Toda empresa, independentemente
de seu tamanho, possuiu um conjunto de valores que é compartilhado pelos seus membros
em sua totalidade e que a diferencia das outras empresas. A cultura organizacional é o
que a empresa valoriza e usa para atingir seus objetivos. Essa cultura pode ser formal ou
não. É um organismo vivo, que se adequa ao momento e às diretrizes da empresa. A
cultura organizacional é o que diferencia as empresas, forma a identidade e promove o
engajamento dos membros da empresa.
De acordo com Schein (2009, p. 1):
"Cultura é um fenômeno dinâmico que nos cerca em todas as horas, sendo
desempenhada e criada por nossas interações com outros e moldada pelo
comportamento da liderança, e um conjunto de estruturas, rotinas, regras e
normas que orientam e restringem o comportamento. Esses processos
dinâmicos da criação e do gerenciamento da cultura são a essência da liderança
e fazem-nos perceber que liderança e cultura constituem dois lados da mesma
moeda."
Ou seja, são os líderes que transmitem para os liderados o comportamento ideal
no trabalho, são os propagadores. O papel da liderança é criar e inserir a cultura em um
grupo. São os líderes que iniciam a criação do processo cultural. Schein (2009, p. 211)
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ressalta que “A cultura é criada por experiências compartilhadas, mas é o líder que inicia
esse processo ao impor suas crenças e suposições desde o início”.
A área de Recursos Humanos (RH) é quem originalmente acompanha a cultura
organizacional, sendo implementada pelas lideranças da organização. É uma área
fundamental “não só pela implementação de um programa formal de identificação e
fixação de uma cultura organizacional, mas principalmente pela sua manutenção ao longo
do tempo”. (MARRAS, 2011, p. 298)
Figura 3: Pressupostos da cultura organizacional
Adaptado pela autora.
Fonte: Jean Pierre Marras (2011, p. 299)
A importância da cultura organizacional em uma mudança tão sensível como a
chegada da Indústria 4.0 está em seus membros compreenderem os valores
compartilhados, como a liderança influencia positivamente os funcionários e o caminho
que será seguido.
Como mudam todos os processos e o organograma da empresa, é preciso um
planejamento antes de a empresa entrar na Quarta Revolução Industrial. Também é
necessário desenvolver a cultura organizacional de valorização da estratégia.
As mudanças nas empresas não acontecem de uma hora para outra. Elas envolvem
as estruturas e processos que auxiliam os funcionários a se adaptarem com o novo cenário.
Os desafios são grandes e conseguir a adesão dos funcionários representa o maior de todos
esses desafios. Para auxiliar nesse processo, a liderança é um fator fundamental. É o líder
que deve ter a visão de onde a empresa precisa chegar e compartilhar com os envolvidos
essa importância.
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Segundo Marras (2011, p. 311), os tempos modernos impulsionam o homem a
uma corrida voraz na luta por sobrevivência e desenvolvimento. Essa luta é por sede de
informação, de saber, ter, bem-estar, vencer, estando a empresa nesse mesmo movimento
e luta — no caso das empresas a abertura de mercados e a globalização são fatores de
decisão. A implantação da Indústria 4.0 é um propulsor dessa mudança na cultura
organizacional.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste artigo foi a pesquisa bibliográfica de autores que já
abordaram os temas Indústria 4.0, mercado de trabalho, liderança e comportamento
organizacional. A seguir serão feitos estudos de caso de empresas que já tem como
realidade a Indústria 4.0, para análise das mudanças ocorridas nas profissões e funções, o
que o RH de tais empresas promove para seus funcionários em termos de adequação ao
novo paradigma das indústrias, além da conduta da liderança e da cultura organizacional.
A pesquisa bibliográfica inclui toda a bibliografia sobre o tema a ser estudado que
já foi publicada seja em revistas, boletins, livros, teses entre outros tipos de publicação.
Manzo (1971, p. 32) afirma que a bibliografia correta "oferece meios para definir,
resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde
os problemas não se cristalizaram suficientemente".
É importante ressaltar que não basta repetir o que já foi dito e escrito, a pesquisa
bibliográfica permite analisar o tema sob nova abordagem para chegar a conclusões
inovadoras. (MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 57)
Qualquer pesquisa, seja qual for a área escolhida, exige a pesquisa bibliográfica
em primeiro lugar, para o levantamento da questão, para fundamentação teórica e para
justificar quais serão as contribuições da própria pesquisa. (RAMPAZZO, 2005, p. 53)
3. RESULTADOS ESPERADOS
Como resultado, espera-se uma visão ampla do mercado de trabalho na Indústria
4.0, quais as possibilidades para os profissionais já inseridos nesse mercado e o que deve
ser propiciado para os futuros profissionais, a análise do papel da liderança e da gestão
da mudança nesse cenário inovador e tão inicial no Brasil.
O estudo de casos trará dados reais e atuais da implantação da I4.0 no Brasil. Por
meio de questionários, será feita análise de empresas multinacionais que já estejam na
I.40 em suas sedes e também o status atual dessa indústria no Brasil. Também será
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importante analisar como uma empresa nacional se insere na Quarta Revolução Industrial.
A partir desses questionários e análises, será possível criar um relatório robusto com o
status atual da Indústria 4.0 no Brasil, quais as mudanças necessárias para que ela seja
realidade no país e quais os próximos passos para uma estruturação eficaz.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Indústria 4.0 já é uma realidade. No Brasil, ainda está em desenvolvimento a
implementação desse modelo. O principal desafio do país é integrar especialistas e
indústrias para aumentar o conhecimento sobre os benefícios da I4.0 na cadeia produtiva.
A busca pela informação e atualização profissional devem ser constantes. É
preciso não temer a tecnologia, mas antecipar os desafios e se adequar. O Brasil possui
uma indústria que ainda está pouco envolvida com a tecnologia. Para mudar essa
condição, será preciso formar profissionais qualificados para planejar, executar e
gerenciar essas inovações tecnológicas, além de ter criatividade e proatividade.
O grande desafio da Indústria 4.0 é a interação entre tecnologia, pessoas e
domínios físicos. O maior recurso da empresa segue sendo o capital humano e o papel
que o RH desempenhará será de atuação estratégica, ainda nas funções recrutar,
selecionar e desenvolver colaboradores nas novas tecnologias. É o momento de investir
em inovação e conhecimento.
O papel do líder é de incentivador e multiplicador do novo modelo, ele que
replicará as definições do mercado de trabalho e as adequações do RH para cada empresa.
É pelo seu modelo que os trabalhadores irão se empenhar em estar preparados e abertos
para a I4.0.
De fato, as máquinas não irão substituir as pessoas, mas é um novo momento em
que ser faz necessária a reorganização do trabalho, com gestores capacitados e
funcionários também.
Importante lembrar também a relevância da cultura organizacional na
implementação dessa indústria. Remodelar essa cultura para a inovação da Indústria 4.0
é um trabalho realizado pelo RH junto com a diretoria. Após a definição da nova cultura,
a liderança tem um papel crucial junto com os trabalhadores, é ela que promoverá a
adesão ao modelo, que mostrará o melhor caminho a seguir, que dará os passos com sua
equipe para fazer a Quarta Revolução Industrial acontecer.
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https://www.baguete.com.br/noticias/21/02/2017/como-tornar-o-rh-mais-global —
Acesso em: 7 mar. 2019.
MANZO, A. J. Manual para la preparación de monografías: una guía para
presentear informes y tesis. Buenos Aires: Humanistas, 1971.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa:
planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração,
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estratégico.São Paulo: Saraiva, 2011.
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Disponível em: https://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/servicos/assets/consultoria-
negocios/2016/pwc-industry-4-survey-16.pdf — Acesso em: 6 mar. 2019.
RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e
pós- graduação. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
SCHEIN, Edgar H. Cultura organizacional e liderança. São Paulo: Atlas, 2009.
SCHWAB, Klaus. A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Edipro, 2017.
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O CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA DE GAMES POR MEIO DE EVENTOS DE
E-SPORTS
ALINE RODRIGUES SIQUEIRA
BENIZA FIGUEIRA
GUILHERME AUGUSTO GUIMARAES FERREIRA
Resumo
O projeto de pesquisa apresenta uma proposta de estudo que discutirá as competições de e-Sports,
de forma a identificar seus legados e discutir seu potencial econômico. A metodologia aplicada
inclui pesquisas bibliográficas sobre o desenvolvimento histórico dos e-sports, com foco na
evolução da tecnologia da informação e comunicação, coleta de dados empíricos em sites oficiais
dos eventos e clubes participantes, pesquisa de campo, entrevistas com a organização do evento
e aplicação de questionário para os atletas. Espera-se, por meio do estudo, a constatação do alto
rendimento dos torneios de e-Sports.
Palavras-chave: E-Sport. Eventos. Legados.
Abstract
The research project presents a study proposal that will discuss e-Sports competitions in order to
identify their legacies and discuss their economic potential. The applied methodology includes
bibliographical research on the historical development of e-sports, focusing on the evolution of
information and communication technology, empirical data collection on official sites of events
and participating clubs, field research, interviews with the organization of the event and
questionnaire for the athletes. It is hoped, through the study, to verify the high performance of e-
sports tournaments.
Keywords: E-Sport. Events. Legacy.
INTRODUÇÃO
Este projeto de pesquisa tem por objetivo geral estudar a produção de eventos de
jogos eletrônicos para, a partir da identificação de seus legados, entender o seu potencial
econômico.
O crescimento da indústria de games19 se dá pelo progressivo desenvolvimento da
tecnologia da informação e da comunicação a partir de 1958, quando surgiu o primeiro
jogo eletrônico: Tennis for Two. Esse primitivo jogo desenvolvido pelo físico americano
Higinbotham consistia em uma adaptação de um osciloscópio20 para um software
(programa para computador) que descreveria a trajetória de uma bola em movimento,
com o qual o jogador deveria interagir. Três anos depois, o Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT) lança o primeiro jogo de tiro: Spacewar, no cenário é possível
controlar naves para destruir o oponente lançando torpedos.
19 Tradução do inglês: jogo 20 Instrumento de medição e representação gráfica de sinais de tensão.
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Em 1975 foi lançado o primeiro console: Odyssey 100, que chegou nas prateleiras
custando US$ 100,00. Era acompanhado por dois controles e 12 jogos instalados em sua
memória: Table Tennis, Tennis, Hockey, Cat and Mouse, Football, Ski, States, Roullete,
Haunted House, Analogic, Simon Says e Submarine. Considerando que o console
funcionava em apenas em televisores da marca Magnavox e que a população americana
da década de 70 era de aproximadamente 200 milhões de habitantes, em apenas seis meses
foram vendidas 100 mil unidades do console (BRANS, 2017, p. 28)
Paralelo ao lançamento do Odyssey 100 surgiram os fliperamas, mais conhecidos
como Arcades: máquinas de jogos geralmente encontradas em casas especializadas que
funcionam através das compras de fichas ou uso de moedas. Dentre os mais famosos
arcades (também conhecidos como fliperamas) destaca-se o Atari PONG (CLUA;
BITTENCOURT. 2005, p. 1314).
A década de 80 foi marcada pelo surgimento de novos consoles como Nintendo e
MasterSystem. A empresa Nintendo é criadora do famoso Super Mario Bros, jogo que já
vendeu mais de 40 milhões de cópias em todo mundo. A década também apresenta o uso
do CD Rom como mídia de compartilhamento de informações e o surgimento de um novo
gênero: Role-Playing Game21 (RPG), um jogo dinâmico que consiste na inserção do
jogador na trama que vai se revelando ao longo da narração, permitindo ao jogador
assumir a responsabilidade por suas ações in game22. É como em uma peça de teatro que
é escrita à medida que acontece, apesar de contar com uma história preestabelecida pelos
criadores (BATISTA et al. 2009, p. 107).
O primeiro jogo de RPG para console foi lançado pela Nintendo em 1986,
chamado Legend of Zelda. Com a popularização da internet foi lançado na década de 90
o primeiro RPG Online. Mais tarde, em 1997 a empresa Blizzard lança Diablo que
combina a narrativa com uma interface rica em recursos gráficos trazendo ênfase na
animação e dando origem ao gênero: Massively Multiplayer Online Role Playing
(MMORPG), que permite a interação simultânea dos jogadores por meio da internet. Com
a internet também se consolidou o lado social da indústria de games, uma característica
que permite relacionar os jogos com outras formas de interação online, como o
compartilhamento de vídeos.
21 Em português: jogo de interpretação de papéis 22 Decisões que o jogador faz no jogo
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O século XXI é marcado pelo progresso na indústria de games. Em 2000 a
companhia americana Valve lançou Counter Strike, que foi um fenômeno. O jogo de tiro
em primeira pessoa trata de uma guerra entre Terroristas e Policiais, no qual o jogador
pode escolher qualquer um dos dois times e matar os jogadores da equipe inimiga.
Durante esse período no Brasil o acesso à banda larga ainda não era acessível para maior
parte da população, foi quando surgiram as Lan Houses: lojas com computadores de ótima
qualidade com diversos jogos e conexão com a internet, disponível para os clientes que
pagavam por hora.
Considerando este cenário de rápido desenvolvimento, o projeto de pesquisa
pretende de maneira específica: a) contextualizar e descrever o surgimento e a
consolidação dos eventos de games a partir do desenvolvimento da tecnologia da
comunicação, entendendo como a vinculação dos esportes eletrônicos (e-Sports) com as
novas mídias (internet, redes sociais e plataformas streaming23) permitiu a ascensão de
um novo nicho de mercado para o setor de eventos; b) descrever e analisar o cenário dos
eventos de games no Brasil e, de forma específica, o caso do TUeSports, bem como seus
legados; c) discutir, a partir do caso estudado, o potencial econômico e os impactos dos
eventos de e-sport na indústria do entretenimento.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Quando se compara a história dos eventos, percebe-se o crescimento em números,
o aumento da complexidade e o surgimento de novas modalidades de eventos, sobretudo
a partir de 1990 (GIACÁGLIA, 2010, p.3).
Com essas mudanças, ampliaram-se as exigências presentes na produção de
eventos, uma vez que o consumidor passou a ser mais exigente, buscando por
experiências, não apenas pelo produto. Analisando esse cenário é possível entender o
quão ligados estão os eventos com o desenvolvimento dos campeonatos de e-Sports, que
deixaram de lado as pequenas lan houses24 em busca de estádios para alocação de grandes
torneios de abrangência internacional e alvo de altos investimentos.
As competições de jogos eletrônicos tornaram-se cada vez mais comuns
permitindo a criação de vários campeonatos, por exemplo o World Cyber Games em
23 Forma de distribuição digital contínua de mídias (filmes, jogos e música). Exemplo: Netflix,
Steam e Spotify. 24 Pequenos estabelecimentos onde os usuários pagam por hora para utilizar o computador com
acesso à Internet.
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Seoul, na Coréia do Sul. O evento contou com a presença de 174 competidores de 17
países e distribuiu US$ 200 mil dólares em premiação (BRANS, 2017, p. 28). Nota-se
então uma nova segmentação de eventos esportivos: Torneios de Eletronic-Sports (e-
Sports).
O termo e-Sport foi usado pela primeira vez em uma comparação sobre o esporte
tradicional e o esporte eletrônico, divulgada em um comunicado de imprensa pela Online
Game Association (WAGNER, 2006, p.1, apud PEREIRA, 2014, p. 24). A partir disso as
partidas passaram a ser transmitidas pela Entertainment and Sports Programming
Network (ESPN), intensificando grandes investimentos e a ascensão de um novo
mercado.;
Com a disseminação dos campeonatos, os videogames passaram a ser vistos por
uma perspectiva profissional ainda que seu objetivo principal seja o entretenimento.
Começaram a aparecer os primeiros jogadores profissionais do novo esporte que
dedicavam horas para treinamento para participar de competições de alto nível em que se
faz necessário o controle físico, empenho mental, ambiente competitivo e participação do
atleta (na maioria das vezes em equipes) assim como os esportes “tradicionais”.
Ao final do século XX, também foi observado o desenvolvimento de várias
cidades, ocasionado pelas transformações na economia mundial que deu grande destaque
aos megaeventos. (OLIVEIRA, 2011, p. 259).
Dentre os grandes eventos do segmento desde o surgimento, destaca-se World
Electronic Sports Games (WESG) da AliSports. Empresa fundada em 8 de setembro de
2015, é construída sobre a base do Alibaba e visa impulsionar a indústria de esportes
como um todo, buscando desenvolver a plataforma básica de economia esportiva da
China. Seu atual Chief Executive Officer (CEO) 25é o ex-vice-presidente do Shangai
Media Group26, Zhang Dazhong. Atualmente a WESG conta com a maior premiação em
dinheiro da história dos e-Sports, chegando à US$ 800 mil em 2017 para o primeiro lugar,
o segundo lugar recebeu US$ 400mil e o terceiro US$ 200 mil, segundo informações
publicadas no site da ESPN em 2017.27 Considerando o rápido desenvolvimento
tecnológico supracitado nota-se a presença ativa do público através da participação em
campeonatos e da resposta ativa em mídias, como as plataformas streaming.
25 Tradução do inglês: Diretor Executivo. 26 Um dos maiores conglomerados de mídia e cultura da China. 27 Mais informações em: <http://www.espn.com.br/noticia/662502_counter-strike-envyus-vence-
wesg-e-fica-com-maior-premiacao-da-historia>. Acesso em: 02 out. 2018.
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Os públicos estão se fazendo nitidamente presentes ao modelarem ativamente
os fluxos de mídia, e produtores, gerentes de marca profissionais de serviço ao
consumidor e comunicações corporativas estão acordando para a necessidade
comercial de ouvi-los e de responder a eles de maneira ativa. (JENKINS,
GREEN, FORD, 2014, p. 25).
Essa interação do público com o ambiente virtual de entretenimento se dá
principalmente pelo fluxo de conteúdos nos meios de comunicação, motivados pela
substituição da radio fusão pela Internet, que permite a cooperação de multiplataformas
para promover maior entretenimento (JENKINS, 2009, p. 33). Em se tratando de games,
o crescimento se dá principalmente pelo uso de plataformas tanto para produzir e/ou
consumir tutoriais, quanto para transmitir campeonatos ao vivo e promover maior
interação da marca com o público, conforme mostra a tabela a seguir sobre as estatísticas
do WESG 2016:
Tabela 1 Números do WESG 2016
WESG 2016
Países e regiões participantes 125
Competidores 63,256
Visualizações de livestream28 375,893,813
Premiação total (dólar) $ 5,500,00
Fonte: Site oficial WESG29
Como mostra a tabela, os jogos produzem um impacto cultural e social muito
significativo (AOYAMA e IZUSHO, 2004, p. 121), que tornaram possível o rápido
crescimento da WESG em poucos anos desde sua criação.
Já o cenário brasileiro tem como referência o Campeonato Brasileiro de League
of Legends (CB LoL), da empresa inglesa Riot Games. A premiação total é de R$ 200 mil
reais por Split (torneios que acontecem em cada semestre do ano).30
Em 2017, a final do CB LoL aconteceu no estádio do Mineirinho em Belo
Horizonte (BH). A partida pode ser assistida por aproximadamente 2,6 milhões de
pessoas, por meio de streaming online nos canais da Riot Games, no YouTube e no
Twitch.TV31. Também na TV a cabo, pelo SporTV 2.32
28 Twitch.TV: plataforma de streaming ao vivo e on-demand. 29 Disponível em: <http://2017.wesg.com/en>. Acesso em: 16 de mar. 2019. 30 Mais informações em: <http://www.espn.com.br/noticia/665415_league-of-legends-cblol-
2017-mantera-r-200-mil-como-premiacao>. Acesso em: 02 out. 2018. 31 Plataforma de streaming. 32 Mais informações em: > https://globoesporte.globo.com/sportv/e-sportv/noticia/26-milhoes-
assistiram-a-final-do-campeonato-brasileiro-de-lol.ghtml> . Acesso em: 16 mar. 2019.
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Além do CB LoL, a Riot Games também atua como parceira na promoção de
outros eventos em território brasileiro como o Circuito Desafiante realizado pela Promo
Arena e o Torneio Universitário de E-Sport (TUe-Sport) da Iron Storm TV. O Circuito
Desafiante possui a mesma premiação do CB LoL, é um torneio que consiste na
classificação de novos times para os grandes torneios profissionais, semelhante à
classificação da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol para a Copa Libertadores.
Já o TUeSport, foi criado em 2016 por ex-membros de atléticas universitárias e
utiliza desse cenário competitivo e conta com faculdades do Brasil inteiro. É dividido em
2 splits, em que no segundo semestre de 2017 teve a participação de 84 organizações
estudantis de 11 estados diferentes. Colaborou com aproximadamente R$13.000,00 de
doações para os institutos: Adote um Focinho e Gabriel Medina (dinheiro 100%
arrecadado das inscrições). O Torneio Universitário também enviou 5 dos melhores
jogadores para representar o Brasil no Desafio Brasil X Portugal, em Penafiel – Portugal,
conforme o site oficial do torneio.33
A Medida em que os campeonatos ganharam espaço entre os grandes
investimentos, conforme publicado no site da Newzoo,34 foi votado o Projeto de Lei nº
383 de 2017 que apresenta a regulamentação da prática esportiva eletrônica e do “atleta”
eletrônico, que já recebem o mesmo tratamento de jogadores de futebol, por exemplo. No
qual contam com centros de treinamento e assistência de profissionais qualificados.
1.1. Legados
Em se tratando de legados, a literatura já bastante consolidada constitui-se de uma
pesquisa que toma por base eventos esportivos como os Jogos Olímpicos, Copa do Mundo
de Futebol da Federação Internacional de Futebol (FIFA World Cup) que passaram pelo
Brasil e podem contribuir com o debate acadêmico da temática.
Observa-se que os estudos deste âmbito apresentam de um lado os legados
materiais, e de outro, os imateriais. (CASHMAN, 1998, p 111 apud RAEDER, 2013, p
11). Um dos argumentos para a realização desses megaeventos esportivos é que eles
constituem uma estratégia para a promoção do desenvolvimento social e econômico nas
33 Mais informações em: <http://tuesport.com.br/edicoes_anteriores/2017-s2/>. Acesso em: 02
out. 2018. 34 Mais informações em: < https://newzoo.com/insights/infographics/brazil-games-market-2018>
Acesso em: 02 out. 2018.
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localidades sedes, geralmente a partir do turismo. Soma-se a isso os investimentos
realizados na preparação das sedes para receber o evento, que acabam gerando melhorias
permanentes para as populações locais. Trigo et al. resume:
Os estados e municípios brasileiros estão visualizando os benefícios que a
atividade turística pode representar no equilíbrio das contas públicas. Isto faz
que sejam canalizados investimentos para as áreas de infraestrutura como
aeroportos, recuperação do patrimônio histórico, saneamento básico e outros,
com o objetivo de atrair os empresários interessados em investir no turismo em
nosso país nos mais diversos segmentos da atividade. A criação de novos
empregos é um dos objetivos principais do direcionamento para a atividade
turística. (TRIGO et al, 2000, p. 279).
O conceito de legados pode ser entendido como sendo o conjunto de bens
materiais e imateriais que se conformam no espaço geográfico por meio de ações que são
desenvolvidas para a implementação do evento. Dentre os legados imateriais destacam-
se: a percepção dos cidadãos sobre o município, capacitação técnica de profissionais,
produção de conhecimentos, mudanças na imagem urbana a partir da publicidade, dentre
outros. Entre os legados materiais pode-se destacar: ações que incorporam à paisagem
urbana (como instalações esportivas, estruturas de transporte, elementos de comunicação
e segurança) através de recursos direcionados para o aumento de circulação de capital.
(CASHMAN, 1998, p 111 apud RAEDER, 2013, p 11).
São muitas as perspectivas que podem ser utilizadas para avaliar os benefícios de
um megaevento, fazendo com que seja preciso quantificar e qualificar os legados para
que se possa utilizar como referência para avaliação do potencial econômico de
determinado evento.
Embora este projeto de pesquisa reconheça a importância e a contribuição que os
legados imateriais podem oferecer para o desenvolvimento da temática, os recursos
limitados para a realização deste estudo inviabilizam a análise. Portanto, serão estudados
apenas os legados materiais e, de forma específica, os investimentos privados na
realização de eventos, nos jogadores profissionais e na construção de centros de
treinamento de algumas equipes.
Figura 1 Treinamento da equipe INTZ
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Fonte: SporTV
Dentre as equipes brasileiras de maior destaque no cenário mundial de e-sports,
destaca-se a INTZ e-Sports Club que inaugurou em 2018 o maior centro de treinamento
para cyber atletas da América Latina. O espaço conta com uma área, dividida em quatro
andares, de aproximadamente 1000m² para comportar até 30 atletas. O planejamento do
espaço também disponibilizou uma área administrativa e salas personalizadas para os
patrocinadores receberem streamers35 e influenciadores da equipe, além de uma sala para
receber entrevistas e torcidas (comporta 50 pessoas).36
1.2. Patrocínio e marketing esportivo
Marketing esportivo é um segmento do marketing promocional que se diferencia
da publicidade tradicional devido baixo valor cobrado nas mídias tradicionais e o alto
relacionamento com os consumidores, que consequentemente possui menor risco e maior
eficácia (PITTS e STOLAR, 1996, p.80).
O marketing esportivo baseia-se sobre os mesmos quatro. Os que servem de
base para o marketing em sentido amplo (...). No caso específico do esporte
deve-se acrescentar outro P, este sim próprio desta disciplina: a Paixão.
(CARDIA, 2000, p. 279).
Contursi (1996, p.23) afirma que uma organização pode aumentar seu mercado
baseado nos benefícios oferecidos pelo marketing esportivo, uma vez que a imagem
transmitida pelos eventos esportivos representa valores como desempenho, conquista e
35 Produtores de conteúdo para streaming. 36 Mais informações em: < https://sportv.globo.com/site/e-sportv/noticia/intz-inaugura-maior-
gaming-house-da-america-latina-em-sp-veja-fotos.ghtml> Acesso em: 17 mar. 2019.
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energia. Com isso, o patrocínio esportivo atua como um meio de negociação entre
empresas, clubes e produtores de eventos por meio do favorecimento de trocas monetárias
e da compra de direitos, além da fidelização de clientes e melhoria no relacionamento
com o público-alvo (MELO, NETO. 2013, p 83 apud ROCHA, et al. 2016, p. 192).
Diz-se também que se pode definir o mercado através do produto, que se divide
em nível primário, pessoas que se relacionam com o esporte ativamente; e secundário,
que possuem um propósito para utilização do esporte (CARDIA, 2004, p. 117).
No primário, encontram-se todas as pessoas que se relacionam direta ou
indiretamente com a prática do esportiva: produtores, treinadores, atletas, clínicas com
profissionais especializados e espectadores, sendo este último dito como o verdadeiro
mercado uma vez que não adianta existir um praticante sem haver quem consuma.
No secundário encontram-se os anunciantes, que trabalham para atingir o público
com eficácia e de maneiras diferenciadas; os publicitários, semelhantes aos anunciantes
mas que possuem maior vantagem financeira e dinamismo com público; e os
patrocinadores, aqueles que buscam diferenciação com os concorrentes e sua atuação se
baseia no estímulo emotivo do público para favorecimento social; (POZZI, 1988, p. 92)
ou seja, são mercados que se envolvem com o esporte para atingir seus próprios
propósitos.
1.3. Público
Dentro do universo dos games, o termo nerd tem-se tornado cada vez mais comum
para identificar um grupo social, que se popularizou a partir de 1970 como forma de
identificar um jovem que se dedica aos estudos e também que possui uma relação com
um determinado conjunto de bens culturais, com elementos da cultura pop explícitos em
videogames, quadrinhos, produções audiovisuais e na literatura.
Análoga ao desenvolvimento desses interesses, a ficção científica possui grandes
autores e científicas referências do público nerd, que com o desenvolvimento da
tecnologia e da comunicação, descobriu-se que nerds consomem.
Figura 2 Estádio Mineirinho (BH) na final do CB LoL 2017
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Fonte: ESPN
Em 2015 a Evenbrite37 realizou uma pesquisa sobre o comportamento de estudos
dos consumidores de games e a influência dos eventos de videogames. O estudo contou
com respostas de mais de 1,5 mil jogadores e fãs que participaram de eventos realizados
com o uso da plataforma entre 2013-2014, em que o responsável pelo setor de parcerias
da Evenbrite, Christine Bohle concluiu: “Eventos ao vivo têm o poder de fazer crescer o
engajamento e de conduzir o comportamento de compra do consumidor desse segmento,
e isso é exatamente o que estamos vendo nas comunidades de gamers com os torneios e
competições de e-Sports. ”38
2. METODOLOGIA
O trabalho de graduação que será produzido por esta pesquisa estará organizado
em três capítulos.
No primeiro, pretende-se fazer a contextualização histórica do objeto de estudo.
Para tanto, será feita uma pesquisa bibliográfica sobre o desenvolvimento histórico dos
eventos de e-Sports, com foco na relação entre mídias e esportes digitais.
No segundo capítulo, será feita a descrição do Torneio Universitário de e-Sports
e semelhantes através da coleta de dados empíricos em mídias online oficiais dos eventos
e dos clubes participantes nos seguintes sites:
37 Plataforma online de gerenciamento de eventos. 38 Mais informações em: <https://www.tecmundo.com.br/video-game-e-jogos/79812-estudo-
eventbrite-esports-revela-impacto-eventos-vivo.htm> Acesso em: 17 mar. 2019.
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a) TUeSports <http://tuesport.com.br/>
b) WESG <http://2017.wesg.com/en>
c) LoL E-sports <https://br.lolesports.com/>
d) CNB <https://cnb.gg/>
Propõe-se uma pesquisa de campo que conta com a participação da autora como
observadora na realização de uma das rodadas dos jogos. Por fim, pretende-se fazer
entrevistas semiestruturadas online com membros da organização do evento e pesquisa
fechada com os “atletas” por meio da elaboração e envio de formulário em plataformas
digitais como Google Docs.
Para entender melhor o perfil dos atletas, o formulário será dividido em duas
etapas, sendo: a primeira para definir o perfil socioeconômico, com informações como
gênero, faixa etária, grau de escolaridade e renda familiar. A segunda etapa abordará
questões diretamente ligadas a experiência dos jogadores e práticas de consumo.
O terceiro capítulo trará a análise dos dados onde serão destacados os legados
materiais desenvolvidos na implementação do evento para aumento de circulação de
capital, permitindo assim, levantar questões sobre o potencial econômico dos e-Sports.
3. RESULTADOS ESPERADOS
O que se espera com a pesquisa é a identificação de um alto rendimento
econômico da indústria de games através dos eventos de e-Sports.
De forma específica, pretende-se constatar predisposições básicas para o
crescimento econômico por meio do incentivo dos mercados, dos direitos de propriedade
e das trocas monetárias refletido no comportamento dos consumidores e dos vendedores,
uma vez que os torneios de e-Sports são eventos ricos em legados materiais e imateriais,
gerando serviços que atingem atualmente 75,7 milhões jogadores e pode movimentar até
1,5 bilhões de reais segundo dados publicados no site da Newzoo39 em julho de 2018,
números não desprezíveis para a política macroeconômica e objeto de consideráveis
investimentos públicos e privados, motivados pela eficácia do marketing esportivo e os
39 Mais informações em: <https://newzoo.com/insights/infographics/brazil-games-market-
2018/>. Acesso em 02 set. 2018.
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baixos riscos apresentados (PARKIN, 2009, p. 558; VASCONCELOS; GARCIA, 2010,
p. 27).
Considerando este favorável panorama de grande crescimento, o Projeto de Lei nº
383 de 2017 votado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), apresenta a
regulamentação do esporte eletrônico e da profissão do “atleta eletrônico”. Conforme
publicado no site do Senado40, o autor do projeto, senador Roberto Rocha (PSDB-MA)
destaca a importância do e-Sport para socialização, diversão e aprendizagem. (BRASIL,
[2017], p.5), que assim como o xadrez pode ser classificado como esporte devido
necessidade do controle físico, empenho mental, ambiente competitivo e participação do
atleta, na maioria das vezes em equipes (PEREIRA. 2014, 112 f).
Estudos recentes apresentam que o Brasil conta com 375 empresas do segmento
de games, que segundo o relator, senador José Medeiros (Pode-MT) é propícia a
aprovação no CCT sob a forma do substitutivo41, elaborado pelo senador Davi
Alcolumbre (DEM-AP). As mudanças que a aprovação da PL 383 pode causar são
diversas, uma vez que se pensa em apoios e patrocínios é imprescindível para um
promotor de eventos também tratar sobre Leis de Incentivo, que atuam como estímulo
para grandes empresas como condicionante para influência do sucesso das ações de
marketing. (ZAN, 2011, p. 20).
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O PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NO MODELO PITCH
AMANDA PIRES DE ARAUJO
LUCAS SIMÕES RAMIRES
TAÍSE ELEN LOPES
Resumo
Em uma época em que os avanços tecnológicos contribuem para a competitividade constante
entre as empresas, pessoas são consideradas verdadeiro capital humano. Cada vez mais as
empresas buscam por profissionais eficazes capazes de aumentar os objetivos organizacionais e
consequentemente, alcançar o sucesso pessoal e profissional. Desta forma o objetivo deste
trabalho é apresentar os conceitos e direcionamentos do processo de recrutamento e seleção em
formato pitch e investigar como esse processo contribui para a escolha de novos colaboradores.
Será demonstrada através de revisão bibliográfica os conceitos do processo de recrutamento e
seleção e também a pesquisa de campo que terá como finalidade mostrar o processo de seleção
no modelo pitch, além de descrever as contribuições e avanços obtidos dentro das organizações
após a utilização deste processo. Com esse projeto buscou-se identificar a viabilidade de utilizar
o modelo pitch no processo de seleção, com o intuito de selecionar novos colaboradores através
de apresentações pessoais.
Palavras-chaves: Recrutamento, Seleção, Pitch.
Abstract
In a time when technological advances contribute to steady growth between companies.
Increasingly as companies sought by professionals can increase organizational goals and,
consequently, achieve personal and professional success. In this way the work is presented to the
concepts and drivers of the process of recruiting and selecting research and development articles
as a process for choosing new collaborators. They will be demonstrated through the bibliographic
review of the recruitment and selection processes and also of a case study that can improve the
selection process in the model, besides describing and monitoring the information on the use of
this process. What is a process that seeks to identify the feasibility of using the selection process,
in order to improve the new package through personal power.
Keywords: Recruitment, Selection, Pitch.
INTRODUÇÃO
A importância do recrutamento e de seleção tem levado as empresas a
aperfeiçoarem seus processos na busca de candidatos adequados aos cargos existentes nas
organizações.
O processo de recrutamento e seleção visa à importância que se tem a recrutar e
selecionar pessoas que possuam determinadas características desejadas, pois o candidato,
em toda sua complexidade, é o recurso essencial do processo seletivo dentro das
empresas.
O pitch é uma apresentação curta, que pode ser utilizada dentro do processo de
seleção, onde os candidatos devem apresentar suas características, suas habilidades. Na
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maioria das vezes, o pitch é o primeiro contato marcante, podendo durar um pouco mais
de 30 segundos ou até 15 minutos.
O objetivo geral da pesquisa é apresentar os conceitos e direcionamentos do
processo de recrutamento e seleção em forma pitch e investigar como esse processo
contribui para a escolha de novos colaboradores.
A relevância da pesquisa possui tripla dimensão: científica, social e pessoal. No
que concerne à contribuição ao conhecimento científico, a futura pesquisa trará uma
adequação e flexibilidade da importância do processo de recrutamento e seleção
proporciona e consequentemente aos seus benefícios tornando-se indispensáveis para
contribuição na atualidade.
Pretende-se, para tanto, observar como a empresa pode fazer o uso inteligente do
processo de seleção além de aumentar a eficácia da empresa e identificar a importância
do pitch na hora de contratar pessoas.
Estruturalmente, o projeto está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo
será abordado sobre recrutamento de pessoal, no segundo capítulo, abordam-se a
definição de seleção de pessoas dentro de uma empresa. Já o terceiro e último capítulo
discorre sobre o processo pitch.
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1. Recrutamento
As empresas dependem da dedicação e empenho de seus funcionários para atingir
seus objetivos e metas - não há empresa sem pessoas, desta forma os funcionários são
considerados o bem mais valioso das empresas. É necessário buscar pessoas que se
adequem as necessidades e exigências dos cargos disponíveis, para isso existe o processo
de recrutamento.
O recrutamento é método mais utilizado pelas empresas, pois é através dele que
as empresas divulgam e oferecem as vagas de empregos disponíveis visando a busca por
profissionais qualificados para preenchê-las, como cita Chiavenato (2010, p.115):
Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair
candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da
organização. É basicamente um sistema de informação, por meio do qual a organização
divulga e oferece ao mercado de recursos humanos as oportunidades de emprego que
pretende preencher. (CHIAVENATO, 2010, p. 115)
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O recrutamento de pessoas é importante não só para as empresas, mas também
para as pessoas, pois como foi visto anteriormente o recrutamento ao mesmo
tempo em que ajudam as empresas a divulgarem e preencherem as vagas de
emprego disponíveis ajudam também as pessoas muitas vezes a se inserirem
no mercado de trabalho ou mesmo se manterem nele.
Assim como as organizações oferecem oportunidades de emprego e determinam
os requisitos necessários que os candidatos devem ter, as pessoas também escolhem o
local onde pretendem trabalhar muitas vezes levando em conta a questão dos benefícios
oferecidos e a qualidade do ambiente de trabalho.
Sabe-se que o recrutamento é importante para as organizações, por isso é
necessário que haja qualidade no processo de recrutamento, pois possui grande influência
sobre os candidatos, como afirma Chiavenato (2010, p.125) “Embora a eficácia do
recrutamento seja importante, é necessário considerar que a qualidade do processo de
recrutamento produz forte impacto sobre os candidatos. ”
Quanto maior o número de candidatos selecionados para participar do processo
de recrutamento, melhor será o resultado para a organização, pois a cada etapa o número
de candidatos reduz, como mostra a Figura 1:
Figura 1 - Pirâmide seletiva do recrutamento
Fonte: Chiavenato (2010, p.125).
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4.2. Tipos de Recrutamento
O recrutamento é divido em dois processos que se diferem entre si. O
recrutamento interno serve como um incentivo aos funcionários, pois as oportunidades
são oferecidas diretamente para os colaboradores que já atuam dentro das empresas, logo,
o recrutamento externo busca os candidatos fora da empresa de modo que permita a
escolha de pessoas que atendam às necessidades e expectativas das organizações como
pode ser visto na Figura 2:
Figura 2 – Recrutamento Interno e Recrutamento Externo
Fonte: Chiavenato (2010, p. 115).
4.2.1. Recrutamento Interno
O Recrutamento Interno é um processo de seleção onde as vagas são preenchidas
através de funcionários que já atuam dentro da empresa, podendo ser feito através de
promoção de pessoal, planos de carreira e desenvolvimento de pessoal. Sendo assim, o
recrutamento interno é uma fonte poderosa de motivação para os funcionários que já
fazem parte da empresa.
Para Caxito (2008, p.21):
No processo de recrutamento interno, as vagas são preenchidas por meio da
seleção de funcionários que já atuam na empresa. Ou seja, os candidatos
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aprovados correspondem a funcionários atuantes que serão transferidos ou
promovidos para outras da mesma empresa.
As empresas buscam através do recrutamento interno, manter os seus
colaboradores mais eficientes e desempenhados para que sirva como uma motivação,
assim agregando mais conhecimento e desenvolvendo novas práticas de trabalho.
No recrutamento interno devem ser destacados os seguintes aspectos:
1. Aproveita melhor o potencial humano da organização. 2. Motiva e encoraja
o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários. 3. Incentiva a
permanência e a fidelidade dos funcionários a organização. 4. Ideal para
situações de estabilidade e pouca mudança ambiental. 5. Não requer
socialização organizacional de novos membros. 6. Probabilidade de melhor
seleção, pois os candidatos são bem conhecidos. 7. Custa financeiramente
menos do que fazer o recrutamento externo.
Deste modo, tanto os colaboradores quanto os funcionários são favorecidos
quando as organizações utilizam o processo de recrutamento através das fontes internas
Além das vantagens, o recrutamento interno também apresenta algumas
desvantagens, conforme afirma Chiavenato (2010, p.117):
1. Pode bloquear a entrada de novas ideias, experiências e expectativas. 2.
Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual. 3. Mantém quase inalterado
o atual patrimônio humano da organização. 4. Ideal para empresas burocráticas
e mecanísticas. 5. Mantém e conserva a cultura organizacional existente. 6.
Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua.
Apesar das desvantagens, o recrutamento interno ainda é prioridade dentro das
organizações, pois os funcionários sentem-se motivados com um possível crescimento
dentro da empresa, como cita Scremin (2014, p.01):
As vantagens ainda superam as desvantagens. Os colaboradores sentem-se
valorizados, trabalham com foco e pró atividade, buscam o desenvolvimento e
aperfeiçoamento por saber que existe uma possibilidade real de crescimento na
organização.
4.2.2. Recrutamento Externo
O recrutamento externo é um processo que busca atrair novos colaboradores fora
da organização, como afirma Caxito (2008, p.114): “No caso do recrutamento externo o
preenchimento das oportunidades é feito por meio da admissão de candidatos de fora da
organização”
Para que o recrutamento externo ocorra, as empresas buscam atrair pessoas
qualificadas para as vagas existentes e os interessados devem enviar seus currículos, pois
é um dos requisitos principais para que o processo se inicie, como afirma Chiavenato
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(2010, p. 118): “O processo de recrutamento inicia com o candidato preenchendo a sua
proposta de emprego ou apresentando seu curriculum vitae à organização. ”
Em toda a organização e até mesmo no processo de recrutamento externo, o papel
dos profissionais de recursos humanos é fundamental, sendo eles responsáveis por todo o
processo, de modo que consiga atingir os objetivos e metas da organização, como afirma
Milkovich (2010, p.158):
Na maioria das organizações, os profissionais de recursos humanos têm um
papel fundamental no processo de seleção externa. Frequentemente, eles
projetam e recomendam as técnicas especificas de seleção, conduzem o
processo e, em geral, ajudam a interpretar seus resultados, assegurando o
atingimento das metas dos empregados, da organização e da legislação.
É extremamente importante a participação dos profissionais de recursos humanos
em um processo de seleção externa, pois eles possuem todo um conhecimento específico
que garante a qualidade no processo, de modo que contribuam para a empresa atingir seus
resultados.
Antes de se iniciar um processo de recrutamento é necessário que os profissionais
analisem se realmente é necessário, pois como qualquer outro processo, envolve tempo e
dinheiro.
Segundo Chiavenato (2010, p.120-124):
As principais técnicas de recrutamento externo são: anúncios e jornais
especializados; agências de recrutamento; contratos com escolas,
universidades e agremiações; cartazes ou anúncios em locais visíveis;
apresentação de candidatos por indicação; consulta aos arquivos de candidatos;
recrutamento virtual e banco de candidatos ou banco de talentos.
Dentre as técnicas citadas acima, a empresa pode escolher qualquer uma, de forma
que as pessoas selecionadas se adequem ao perfil procurado.
Assim como no recrutamento interno, o recrutamento externo também possui suas
vantagens, como cita Chiavenato (2010, p.119):
1.Introduz sangue novo na organização: talentos, habilidades e expectativas.2.
Enriquece o patrimônio humano, pelo aporte de novos talentos e habilidades.
3. Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e destrezas.
4. Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações. 5.
Incentiva a interação da organização com o MRH. 6. Indicado para enriquecer
mais intensa e rapidamente o capital humano.
Quando a empresa utiliza o método do recrutamento externo ela renova seu quadro
de funcionários trazendo novas ideias que contribuam para um melhor desempenho, de
modo que aumente a produtividade e contribua para o sucesso da organização.
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Apesar de ser um método bastante utilizado pelas empresas, o recrutamento
externo possui algumas desvantagens, como afirma Chiavenato (2010, p.119):
1.Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização.
2.Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos.
3.Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos.
Isso significa custos operacionais. 4. Exige esquemas de socialização
organizacional para os novos funcionários. 5. É mais custoso, oneroso,
demorado e inseguro que o recrutamento interno.
Ao optar pelo método de recrutamento externo, a empresa precisa conhecer todos
os aspectos negativos, e verificar se realmente é importante, de modo que se possa evitar
gastos desnecessários.
Apesar do recrutamento possuir altos custos, ele é essencial para o sucesso de
qualquer empresa pois ela precisa de profissionais qualificados e comprometidos para
preencherem o quadro de funcionários, de modo que garantam um melhor desempenho
de toda a organização.
1.3 Avaliação dos Resultados do Recrutamento
Após a realização do processo de recrutamento, tanto o interno como o externo, a
empresa precisa identificar quais foram os resultados obtidos e se os objetivos e metas
foram alcançados.
A avaliação dos resultados é extremamente importante pois ajuda a verificar se o
processo de recrutamento foi positivo, como cita Chiavenato (2010, p.124-125) “Como
toda e qualquer atividade importante, o recrutamento deve proporcionar resultados para
ambas as partes. A avaliação dos resultados é importante para aferir se o recrutamento
está realmente cumprindo a sua função e a que custo. ”
Quando a empresa utiliza a avaliação dos resultados ela é capaz de realizar
mudanças dentro da organização caso os resultados não tenham sidos satisfatórios.
É extremamente importante que os recrutadores sejam treinados e capazes de fazer
um processo de qualidade, como afirma Chiavenato (2010, p.125):
Os esforços de recrutamento são mais bem-sucedidos quando os recrutadores
são escolhidos e treinados. Embora a eficácia do recrutamento seja importante,
é necessário considerar que a qualidade do processo de recrutamento produz
forte impacto sobre os candidatos.
Embora o recrutamento seja importante, é preciso que haja qualidade em todo o
processo, pois os resultados das organizações dependem de seus colaboradores.
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Ainda, segundo Chiavenato (2010, p.126), existem três critérios de medidas
utilizadas para avaliar o recrutamento da empresa, sendo eles: medidas globais, medidas
orientadas para o recrutador e medidas orientadas para o método utilizado para o
recrutamento, conforme exemplifica a Figura 3:
Figura 3 - Medidas para avaliar o recrutamento
Fonte: Chiavenato (2010, p.126)
Quando a empresa utiliza qualquer um destes métodos, é possível avaliar todo o
processo de recrutamento, sendo capaz de identificar possíveis erros.
Após o término do processo de recrutamento na empresa, é iniciado o processo de
seleção dos candidatos, onde será escolhido qual candidato está apto para aquela
determinada vaga. Diante disto, no próximo capítulo falaremos sobre a seleção de pessoas
nas empresas.
A organização deve buscar o maior número de candidatos possíveis para a vaga,
pois conforme a Figura 3, a cada etapa do processo o número de candidatos é reduzido,
deixando os mais importantes e que estejam disponíveis a atender todas as necessidades
da empresa.
Após o término do processo de recrutamento na empresa, é iniciado o processo de
seleção dos candidatos, onde será escolhido qual candidato está apto para aquela
determinada vaga.
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1.1.1. Seleção
O processo de seleção de pessoas é importante para as organizações pois ele
contribui para atrair somente as pessoas que têm o perfil necessário ao qual a empresa
busca, conforme afirma Chiavenato (2010, p.133):
A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que
apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que
apresentam características desejadas pela organização. (CHIAVENATO,
2010, p. 133)
Deste modo, a seleção de pessoas refere-se ao processo pelo qual as empresas
buscam encontrar os profissionais que atendem ao perfil exigido pelas organizações.
Na visão de Lacombe (2005, p.79) “A seleção abrange o conjunto de práticas e
processos usados para escolher, dentro os candidatos disponíveis, aquele que parece ser
o mais adequado para a vaga existente. ”
O processo de seleção consiste em analisar as características e qualidades
profissionais dos candidatos, verificando se as condições e comportamento do mesmo se
adequam com o perfil necessário buscado pela organização.
Em um processo de seleção onde se tem vários candidatos a chance se de
selecionar a pessoa certa é maior, pois as diferenças no modo de comportamento, no modo
de tratar os colegas, e na forma de como se lida com alguns problemas dentro das
organizações, são observados pelos profissionais no momento do processo e isto interfere
diretamente na decisão de contratação.
De acordo com Chiavenato (2010, p. 135), a melhor maneira de definir seleção é
representando como uma comparação entre duas variáveis, conforme pode ser visto na
figura 4:
Figura 4 - Seleção de pessoal como uma comparação.
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Fonte: Chiavenato (2010, p.135).
Conforme visto na Figura 4, de um lado estão os requisitos do cargo a serem
preenchidos, e do outro, o perfil do candidato que se apresenta para concorrer as vagas
disponíveis.
No processo de seleção, podemos utilizar o modelo pitch, que é uma apresentação
pessoal dos candidatos, buscando despertar o interesse dos avaliadores.
1.1.2. Pitch
O pitch é uma apresentação objetiva e clara dos principais pontos de um negócio,
com a intenção de despertar o interesse do avaliador, conforme cita (Augusto, 2016):
Pitch é um termo utilizado especialmente para Startups que precisam captar
investidores. Trata-se de um discurso curto, de poucos minutos, que resume
aquilo que há de essencial sobre o negócio, visando provocar o interesse dos
ouvintes e conquistar certa confiança. (AUGUSTO, 2016)
Para construir um pitch, o apresentador deve ter um discurso prático, objetivo e
claro, expondo seus diferencias em relação aos concorrentes. Esse método simplifica a
filtragem dos melhores candidatos para preencher determinada vaga de emprego.
Levando em conta também a diminuição do tempo comparado o que é utilizado durante
as entrevistas, a apresentação já busca o objetivo individual e interesse de quem participa,
conforme cita (Melo 2014):
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O pitch nada mais é do que uma apresentação curta de um produto. A grande
diferença é que ela adota uma metodologia para facilitar a comunicação e
entendimento entre quem tem algo a oferecer e as pessoas interessadas
(geralmente investidores ou compradores). Na maioria das vezes, o pitch é o
primeiro contato marcante, pode durar um pouco mais de 30 segundos (pith
elevator) ou até 15 minutos (em apresentações formais), e que o leva
posteriormente a novos patamares de negociação e entrosamento. (MELO,
2014)
Diferentemente do modo tradicional de entrevista, o pitch irá modificar o formato
de seleção facilitando que o candidato consiga agradar e convencer que está preparado
para ser contratado.
Esse modelo de apresentação não tem a obrigatoriedade de utilizar os três minutos,
o tempo será desenvolvido de acordo com a capacidade do grupo, priorizando e levando
em conta a individualidade de cada indivíduo como afirma (ALBANEZ, 2016):
Porém, a princípio, já digo que o pitch não precisa ter necessariamente três
minutos, pode ter mais ou menos, e isso vai depender da situação em que ele
surge. Mas três (minutos) pode ser uma boa média para transmitir uma ideia,
com dinamismo, ineditismo e ainda vender. (ALBANEZ, 2016)
A intenção da apresentação no modelo pitch é estimular a criatividade e a
desenvoltura durante o tempo utilizado. Pois como para muitos indivíduos será uma
participação inédita, e possivelmente existira uma grande dificuldade por parte dos
indivíduos ao realizar a apresentação.
2. METODOLOGIA
Como metodologia, adotou-se a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo
descritiva, exploratória e qualitativa com o intuito conhecer a teoria e prática para filtrar
algumas informações sobre o tema.
Segundo Gil (2007), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material
já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A principal
vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir o investigador a cobertura
de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar
diretamente.
A metodologia cientifica é a área que determina o modo e os métodos utilizados
para a elaboração de um trabalho científico, ou seja, ela irá mostrar todo o processo de
pesquisa, apresentando suas as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor
desempenho na realização do trabalho.
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Segundo ANDRADE (2009), o desenvolvimento de uma pesquisa de campo,
exige um planejamento geral e um plano específico para a coleta de dados, bem como
relatório escrito das várias etapas da pesquisa, incluindo os resultados obtidos.
Será realizada a pesquisa de campo através de uma apresentação sobre o formato
do modelo pitch, para que os alunos de um programa social de educação profissional de
jovens de baixa renda possam aprender sobre o processo, fazendo sua própria
apresentação pessoal, com o intuito de convencer o entrevistador que está apto a ingressar
no mercado de trabalho. Será aplicado um questionário no início da pesquisa e após a
apresentação. Será verificado, ao longo do projeto, a viabilidade desse processo, se houve
ou não a introdução dos participantes no mercado de trabalho.
3. RESULTADOS ESPERADOS
Com este projeto, espera-se identificar a viabilidade de um novo modelo de
processo de seleção, com o intuito de selecionar através das apresentações perfis
adequados as vagas.
Neste cenário, foi observado que um olhar mais atento para o processo de seleção
é um ponto significativo para o desenvolvimento e engajamento das empresas, visto que
todas as atividades dependem diretamente dos colaboradores. Portanto, assegurar a
satisfação dos colaboradores pode fazer com que eles produzam mais e muito melhor e
atrair novos talentos para a empresa.
Por isso, em continuidade do projeto, será aplicada uma pesquisa de campo para
verificar a viabilidade do método pitch, e apontar qual é a maior dificuldade em todo o
processo, procurando maneiras que ajudem a melhorar e torná-lo flexível para ser
utilizado por qualquer empresa.
REFERÊNCIAS
ALBANEZ, Juliana. Pitch: 3 minutos para comunicar e vender. Barueri: Novo Século, 2016.
Acesso em: 16 out. 2018. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=Q!Y
vDwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=pitch&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiEltG0
geveAhUCxpAKHWWVDnwQ6AEIOjAC#v=onepage&q=pitch&f=false.
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração
de trabalhos na graduação. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2009.
AUGUSTO, Bruno. 7 Passos Para Construir Seu Elevator Pitch.
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ACESSO em: 16 out. 2018. Disponível em: http://www.venatusconsultoria.com.br/201 6/09/7-
Passos-para-construir-seu-picth-pessoal/
CAXITO, Fabiano de Andrade. Recrutamento e seleção de pessoas. 2008
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: O novo papel de recursos humanos nas
organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
LACOMBE Francisco José Masset. Recursos humanos: Princípios e Tendências. São
Paulo: Saraiva, 2005.
MELLO, Fabio Bandeira (2014) - Como elaborar um pitch fantástico?
Acesso em: 16 out. 2018. Disponível em: http:///www.administradores.com.br/artigos/
Carreira/como-elaborar-um-pitch-fantástico/81613/.
MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, John W. Administração de recursos humanos. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2010.
PRODANOV, C. C. Manual de metodologia científica. 3. ed. Novo Hamburgo, RS:
Feevale, 2006.
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OS 3 M’S DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO (MUDA, MURA E MURI
CONHECENDO E ELIMINANDO-OS)
CARLOS ROBERTO Q DE SOUZA
EVALDO PEREIRA DE PAULA JUNIOR
LEONIDAS MAGNO DE MORAIS
MILIANY OLIVEIRA DE ANDRADE
Resumo
Muda, Mura e Muri palavras de origem japonesa que traduzidas significam Desperdício
(Muda), Distribuição (Mura) e Sobrecarga (Muri), assim nomeado por Taiichi Ohno
(1988) criador do Sistema Toyota de Produção. Este artigo pretende apresentar
explicações e prevenções de como os desperdícios podem aparecer em uma linha de
produção gerando inúmeros problemas e afetando principalmente no valor do produto
final. A metodologia utilizada foi de pesquisa bibliográfica feita por meio de livros, web
site e artigos. A fundamentação teórica abrange características históricas de como foi
criado e qual o impacto causado caso empregando-as corretamente em uma empresa.
Espera-se ter informado satisfatoriamente sobre a relevância urgência dos conceitos
desenvolvidos pela empresa japonesa Toyota e foco na eliminação dos 3 M’s, de forma
abrangente em todos os setores fabris e focando na organização e padronização como
um todo.
Palavras-chave: Desperdício; Excesso; Sobrecarga.
Abstract
Muda, Mura and Muri Japanese words that translate mean Waste (Muda), Distribution
(Mura) and Overload (Muri), named after Taiichi Ohno (1988) creator of the Toyota
Production System. This article aims to present explanations and precautions of how
waste can appear in a production line generating numerous problems and mainly
affecting the value of the final product. The methodology used was bibliographic
research made through books, web site and articles. The theoretical rationale covers
historical features of how it was created and what impact it had if it was correctly
employed in a company. It is expected to have satisfactorily reported on the urgent
relevance of the concepts developed by the Japanese company Toyota and focus on
eliminating the 3 M's, comprehensively across all manufacturing sectors and focusing
on organization and standardization as a whole.
Keywords: Overproduction; Overload; Rework.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo tem como propósito apresentar, nomear e erradicar os mais variados
tipos de desperdícios gerados em uma organização ou linha de produção. Conceito
relativamente simples, entretanto, se aplicado corretamente e com urgência, os ganhos
serão gigantescos, tanto para a empresa quanto para os trabalhadores em geral, assim
como, evitará a elevação de custos de produção e danos maiores.
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Em 1950, após a Segunda Guerra Mundial, o Japão passava por uma imensa crise
financeira, sem recursos e investimentos para produção em massa, situação que quase
levou a falência da Montadora Toyota. Mediante este quadro, os japoneses Eiji Toyota,
Taiichi Ohno, Shigeo Shingo e o professor americano Deming iniciaram estudos para
melhorias daquele cenário, com o propósito de criar medidas de melhoria no próprio
sistema de produção e assim salvar a indústria no país. Perante um mercado que visava
variedades e qualidade, Ohno estudou técnicas de como atender as exigências dos
clientes, mesmo com poucos recursos, comparado ao mercado norte americano.
Taiichi Ohno, nascido em 29 de fevereiro de 1912, em Dalian (China), foi o
principal responsável pela criação do Sistema Toyota de Produção e escritor do livro
"Sistema Toyota de Produção", de 1988. Livro criado com o intuito de compartilhar todas
suas experiências e inovações do sistema, utilizado para melhorias do setor industrial,
com propostas de eliminar desperdícios e produzir sem defeitos. Neste livro ele aborda
problemas gerados pela produção em massa e descreve como a Toyota o superou. O
sucesso do livro foi tão grande que, segundo a revista Time, a obra foi considerada um
dos vinte e cinto livros mais utilizados em gestão de negócios.
Este sistema só foi explorado por outras empresas após passarem pela crise do
petróleo em 1973, afetando governos, sociedades e empresas mundiais, onde mesmo em
meio à crise conseguiram manter o lucro maior que as demais empresas.
Mediante os resultados que a Toyota estava obtendo mesmo durante a crise, outras
empresas começaram a se interessar pelo Sistema criado por Ohno (1988), já que eles
estavam tendo resultados bem melhores que os seus.
Taiichi Ohno (1988, p.23)
Antes da crise do Petróleo, quando eu conversava com as pessoas sobre a
tecnologia de fabricação e o sistema de produção da Toyota, as pessoas
demonstraram pouco interesse pelo tema. Contudo, quando o rápido
crescimento parou, tornou-se bastante óbvio que uma empresa não poderia ter
lucratividade usando o sistema convencional de produção em massa americano
que havia funcionado tão bem por tanto tempo.
No Sistema Toyota de Produção era visado primeiramente o que o cliente queria
obter, como meio de produzir o correto, diminuindo estoques, evitando desperdícios e
melhorando os resultados.
Após estudos sobre o mercado americano, Taiichi Ohno (1988) percebeu que a
produção em massa, vista nos outros países, não seria um padrão buscado pelo Japão,
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pois sua ideia era produzir apenas o pedido feito pelo cliente, não gerar estoques e
aumentar as vendas da Toyota, visando economia e principalmente a qualidade.
Dentre os temas abordados por Ohno (1988) em seu livro, deu-se ênfase neste
trabalho ao Muda, Mura e Muri, conhecidos como os “3m’s da Toyota”, palavras em
japonês que significa desperdício, variação e sobrecarga, sendo elas responsáveis pelo
processo de identificação dos desperdícios que podem ser aplicadas em vários setores de
uma empresa.
Com o avanço da tecnologia e necessidade constante de melhorias nas
organizações, nosso trabalho tem por objetivo alertar sobre os três tipos de desperdícios
que devem ser excluídos das empresas, evitando gastos desnecessários, tempo ocioso e
sobrecarga de maquinários, inclusive a sobrecarga braçal dos funcionários.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O desperdício gerado em uma linha de produção, geralmente é ocasionado
por falta de conhecimento e técnicas. Para começar a entender sobre os 3M’s
primeiramente é preciso entender o que é Lean Manufacturing.
Figura 1 –Ilustração de Lean combatendo os 3M’s numa temática japonesa.
Fonte:http://www.barbararodeker.com/2016/01/03/muda-mura-y-muri-the-three-japanese-lean-fights-
with/
Lean Manufacturing ou produção enxuta, é a técnica produzida e utilizada no
Sistema Toyota de Produção para diminuir desperdícios, aumentando a qualidade e
produtividade. Criada na década de 1950, esta técnica foi responsável por deixar a
empresa Toyota como principal exemplo de produção enxuta no mundo.
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Esta técnica é utilizada mundialmente em vários ramos de atividades, visando
melhoria contínua, redução de custos, agilidade na produção, maior capacidade produtiva
e melhor ambiente de trabalho para os funcionários.
Segundo Ohno (1988)
Tudo o que estamos fazendo é olhar para a linha temporal que se inicia quando
o cliente nos faz encomendas até ao momento em que recebemos o dinheiro…
E estamos a reduzir esse tempo através da redução dos desperdícios que não
acrescentam valor.
Figura 2 – Charge Ex: Muda, Muri, Mura
Fonte: https://ideiasesquecidas.com/2015/05/30/muri-mura-muda/
2.1. Muda (Desperdício)
Quando as pessoas pensam em resíduos na fabricação, normalmente focam em
todo o material de sucata que é jogado fora ou por sorte reciclado, porém, muitas vezes
se esquecem de todas as outras ações que desperdiçam tempo, recursos e dinheiro.
Podemos dividir o Muda em dois grupos, o Tipo 1, desperdícios que não podem
ser eliminados, dando exemplo como atividade de inspeção em uma empresa. E o tipo 2,
desperdícios que podem ser eliminados, como por exemplo, retrabalho e movimentação
dos funcionários.
Ohno (1988) desenvolveu sete tipos de desperdícios, através do ponto de vista do
Lean Manufacturing, são eles:
2.1.1. Defeitos:
Muitas vezes causada por um cliente que não define correto o que quer do produto,
fazendo com que se fabrique algo inadequado para o uso, tendo que refazer o trabalho e
gastar mais tempo e mão de obra. Pode ser ocasionado também por falha de controle do
processo, mão de obra não qualificada ou fornecedores desqualificados.
Esses defeitos causam muitos danos, como desperdício de tempo, insatisfação do
cliente e uma visão negativa para empresa, fazendo com que diminuam sua credibilidade
e lucro.
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2.1.2. Excesso de Produção ou Superprodução
Causado por produzir mais do que o necessário ou produzir muito mais rápido que
o recomendado.
Este excesso é produzido por metas de produção, que muitas vezes são
desnecessárias, pois vão contra o Just Time, que visa produzir apenas o que foi pedido.
Tal erro pode ocasionar estoques de produtos, que com o passar do tempo podem não
serem vendidos e ocupar espaço que poderia ser utilizado para algo mais importante na
empresa.
2.1.3. Espera
Tempo ocioso de funcionários ou máquinas, responsáveis pelo desperdício de
tempo. Isso ocorre por atraso da matéria-prima, demora nas informações de como
executar o trabalho ou disponibilidade de outros recursos que fazem parte daquele
processo.
2.1.4. Transporte
Movimentos desnecessários de material, ferramentas ou equipamentos. Este
desperdício é gerado muitas vezes quando se entrega um material inadequado, algum
documento em local errado, no qual é causado desperdício de tempo e gasto a mais de
combustível, quando tais entregas são feitas por veículos.
2.1.5. Deslocamento
Movimento desnecessário dos trabalhadores, ocasionado por ambiente de
trabalho, estoque ou células desorganizadas, instruções de trabalho não padronizadas ou
não compreendidas, dentre outras atividades irregulares. Qualquer movimento de abaixar,
levantar, deslocar ou procurar peças e documentos são desperdícios que devem ser
removidos através de mudanças feitas na linha de produção, e assim ajudar na economia
do tempo.
2.1.6. Estoque
Produção em excesso, demora na entrega do produto ao consumidor, fabricação
de grandes lotes de produtos, desiquilíbrio na linha, ou até mesmo excesso de matéria-
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prima. Esses desperdícios são ocasionados por falta de organização nas compras e
fabricação, e acabam afetando espaços, podem danificar produtos armazenados por muito
tempo e até mesmo perda por validade ou defeitos.
2.1.7. Processamento Inapropriado
Ocorre quando se produz de maneira desnecessária e inapropriada algo que não
agrega valor ao produto, causando aumento de custo.
2.2. Mura (Variação)
Mura é um tipo de resíduo causado por irregularidades na produção e nos serviços.
Também é causado quando os padrões são inexistentes ou não são seguidos. Um exemplo
comum é quando as empresas aumentam a produção para atingir as metas, mesmo quando
não há demanda dos clientes. Isso força o departamento de vendas a se apressar para
tentar atender aos pedidos e cria um fardo à medida que o departamento de expedição se
apressa em enviar os produtos antes do final do mês.
O resultado? Os clientes recebem produtos ou serviços inconsistentes. A produção
se esforça para completar grandes encomendas e fica ocioso conforme as encomendas
diminuem. Ainda mais preocupante é que o Mura cria Muri (sobrecarga), que por sua vez
prejudica os esforços para eliminar os sete desperdícios de Muda.
2.3. Muri (Sobrecarga)
A terceira categoria de desperdício é o resultado de tarefas ou processos que são
excessivamente difíceis ou que sobrecarregam os trabalhadores. Na maior parte, causado
quando não há:
• treinamento adequado;
• padrões para seguir;
• ferramentas erradas para o trabalho.
Quando os trabalhadores não têm as ferramentas certas para o trabalho, por
exemplo, as tarefas se tornam muito mais difíceis, levando mais tempo e potencialmente
danificando o produto. Por exemplo, o trabalho de chapa metálica com o martelo e o
carrinho errado danificará o painel no qual você está trabalhando - triplicando o tempo
necessário para concluir a tarefa e exigindo que os produtos sejam retrabalhados.
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Da mesma maneira, usar sua caixa de entrada de e-mail para gerenciar as tarefas
que você precisa concluir torna-se as tarefas mais difíceis do que deveriam. Manter e-
mails para lembrá-lo de tarefas a serem concluídas faz com que centenas, se não milhares,
de e-mails se acumulem. Como resultado, leva muito tempo para encontrar informações
importantes e pode fazer com que você as ignore, possivelmente fazendo com que os
projetos fiquem atrasados ou fazendo com que outras pessoas parem de trabalhar
enquanto esperam por uma resposta.
Figura 3 -Esquemática dos 3 M's em uma máquina da linha de produção
Fonte: 3M's (www.lean.org consultado a 22-05-2015)
2.4. Como eliminar os 3Ms?
Patenate (2019) destaca que: “Um plano de ação eficaz para eliminar os 3
desperdícios serve para identificar os gargalos de produtividade e, dessa forma, otimizar
todo o funcionamento da empresa. ”
Normalmente, o Muda pode ser combatido por todos, mas para ser
definitivamente eliminado, precisa de interferências gerenciais, assim como o Mura e o
Muri.
Um ótimo primeiro passo é elaborar um balanço detalhado de todos os setores:
• processos e atividades desempenhadas;
• composição das equipes;
• distribuição das funções;
• descrição de todas as máquinas e equipamentos;
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• levantamento dos recursos materiais e financeiros.
Com essas informações, será mais fácil identificar as inconsistências que estão
encaminhando para as falhas. A busca pelos gargalos deve envolver uma profunda análise
de possibilidades e projeções de resultados, além, é claro, da reunião com as equipes para
uma perspectiva mais precisa dos problemas enfrentados.
A participação coletiva é fundamental, principalmente na avaliação das alterações
que serão implementadas após a etapa anterior. Com uma cultura de feedback, as
melhorias funcionarão realmente para eliminar os desperdícios. Assim, o negócio
crescerá em ritmo saudável e com muito mais estabilidade.
Silveira (2019), engenheiro elétrico com Pós-Graduação MBA em Gestão de
Projetos pela FVG (Fundação Getúlio Vargas) e certificação internacional em Gestão de
Projetos pelo PMI (Project Management Institute):
Os 3Ms (Muda, Mura e Muri) podem ser comparados, em uma analogia com
o corpo humano, como sendo três vírus mortais que combinados são capazes
de resultar desde em anormalidades na saúde da pessoa quanto a completa
falência da mesma. Na empresa este cenário não é diferente....
Deve-se sempre tratar com urgência a eliminação do muda, muda e muri em
uma organização, fazendo uma análise ampla desde o chão-de-fábrica até o
escritório administrativo, de forma a abranger a organização como um todo.
Os 3Ms não escolhem local ou empresa e podem ser observados em
organizações públicas ou privadas, pequenas, grandes ou médias. Estes vírus
“devoram” recursos em todos os níveis, a todo instante com duração de
minutos, dias, semanas e meses. É preciso desenvolver critérios e
principalmente uma cultura permanente nas organizações para que os 3Ms
sejam detectados e diagnosticados o quanto antes para que assim possam ser
remediados. Trabalho que deve ser constante e acontecer em todos os lugares,
nas pequenas células ou grupos de trabalho, de forma a evitar que se torne
difundida na organização que elevará os custos de produção e refletirá em
danos maiores para a empresa.
Exemplos de mura, muri e muda ocorrem todos os dias em todos os tipos de
empresas. Muitas sequer percebem esses fenômenos escondidos em processos mal
desenhados, frutos de sistemas de gestão ultrapassados.
É preciso desenvolver critérios e principalmente uma cultura permanente nas
organizações para que os 3M’s sejam detectados e diagnosticados o quanto antes para que
assim possam ser eliminados. Este trabalho deve ser constante e acontecer em todos os
lugares, nas pequenas células ou grupos de trabalho, de forma a evitar que se torne uma
epidemia na organização que elevará os custos de produção e refletirá em danos maiores
para a empresa.
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Figura 4 – Simples exemplo do dia-a-dia
Fonte: Disponível em: <https://theleanway.net/muda-mura-muri>. Acesso em:
2.5. Pesquisa de aplicação do conteúdo
Título: Aplicação do sistema Toyota de produção no processo de carregamento
das entregassem uma fábrica de cimentos.
Autores: Mario Vitor Bessa de Souza
Instituição: Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia, Departamento
de Engenharia de Produção, 2016
No projeto em questão foram aplicadas ferramentas e técnicas de Lean
Manufacturing no processo de carregamento das entregas de uma Fábrica de
Cimentos do Grupo Votorantim. O resultado obtido foi uma evolução de
aproximadamente 12% no resultado do KPI que mede a produtividade do
processo. (SOUZA (2016)
É possível concluir que os objetivos do projeto foram alcançados. Uma vez que
os gargalos foram identificados através dos desperdícios encontrados na Fábrica (espera,
movimentação, transporte, superprodução e estoque); o MFV e os sete desperdícios
representam as ferramentas e métodos do Sistema Toyota de Produção; foram
apresentadas propostas de melhoria para o TMAC (nova política de estoques, novo
layout, utilização das travas do sistema SAP, realocação de um colaborador e alteração
do limite de veículos no interior da unidade); por fim, foi realizada uma análise das
melhorias. Um ponto importante a ser notado foi a mobilização de diferentes níveis
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hierárquicos dentro da companhia, principalmente dos gestores. Sendo assim, o
andamento do estudo foi positivamente afetado, fazendo com que diferentes opiniões, de
diversos setores, fossem consideradas. Como o projeto todo foi realizado em parceria com
os colaboradores e gestores da unidade, as propostas apresentadas já estão sendo aplicadas
no processo de carregamento e, nos primeiros meses, apresenta uma melhoria de
aproximadamente 12% no resultado do KPI TMAC. Existe uma grande dificuldade na
implementação de ferramentas de Produção Enxuta em grandes empresas e,
especialmente, para a empresa em estudo, por se tratar de uma empresa tradicional
familiar. Existem diversos pontos a serem melhorados para adoção de um sistema enxuto.
Observando resumidamente o artigo acima, vimos que a empresa citada melhorou
em 12% os resultados, aplicando o método de produção enxuta, que foca em reduzir
desperdícios, consultar os clientes e o mercado antes de fabricar os produtos, nivelar
tarefas executadas por máquinas e funcionários, de acordo com a capacidade limite, evitar
estoque parado, entre outros erros que a fábrica estava cometendo. Com a aplicação dos
métodos todos saíram ganhando, desde os proprietários, até os fornecedores.
2.6. Modo prático de como aplicar o conceito.
Nesta figura, a marcação do piso ajuda a manter a área organizada, e o
quadro de sombra ajuda os funcionários a identificar rapidamente onde as ferramentas
pertencem.
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Fonte: Disponível em: <https://www.kaizen.com/blog/post/2018/05/09/muda-mura-muri.html>. . Acesso
em:
O objetivo da fabricação Lean é encontrar e eliminar muda, mura e muri, a fim de
melhorar a qualidade, segurança e eficiência. Uma ferramenta Lean que pode ajudá-lo a
eliminar essas formas de desperdício é o sistema 5S. O 5S ajuda a organizar, limpar o
local de trabalho usando os cinco princípios “S”: organizar, definir em ordem, brilhar,
padronizar e sustentar.
Ordenar é o primeiro passo no 5S. Durante essa fase, você remove ferramentas,
suprimentos e equipamentos que não fazem parte do processo de trabalho. Isso desativa
o local de trabalho, liberando espaço que antes era mal utilizado.
Definir em ordem é o próximo passo, exigindo que você organize o local de
trabalho e tudo o que há nele para melhorar o fluxo de trabalho, com base em como o
trabalho é realmente feito.
“Shine” (brilho), o terceiro passo, exige que você limpe o local de trabalho e
restaure tudo à sua condição original. Isso facilita a identificação de defeitos de
equipamentos e produtos que, de outra forma, poderiam estar ocultos.
Padronizar, a quarta etapa, exige que você desenvolva regras que garantam que o
trabalho seja concluído de forma consistente e que o 5S seja aplicado de maneira uniforme
e regular.
Sustentar é o passo final do 5S. Isso requer que você trabalhe para garantir que o
5S se torne um hábito diário.
Figura 5 – Foto do exemplo citado acima.
Fonte: Disponível em: <https://www.kaizen.com/blog/post/2018/05/09/muda-mura-muri.html>. Acesso
em:
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3. METODOLOGIA
Com o intuito de fortalecer o objetivo foi abordada nesta proposta uma pesquisa
bibliográfica feita por meio de livro, web sites e artigos.
Sobre o Sistema Toyota de Produção há vários materiais bibliográficos
disponíveis, sendo assim, definimos abordar primeiramente o conceito histórico do
sistema criado por Ohno (1988) passando por suas motivações e objetivos chegando ao
foco do trabalho, o significado e conceitos práticos dos 3M’s. Nossa fundamentação
teórica, abordamos o Lean Manufacturing e seu propósito, ferramenta fundamental para
entender e introduzir o conceito dos 3M’s em uma linha de produção e como evitá-los.
E finalizando com uma pesquisa de aplicação do sistema Toyota no processo de
carregamento das entregas em uma fábrica de cimentos, citando os métodos e os
resultados alcançados.
4. RESULTADOS ESPERADOS
Com base nos dados apresentados, esperamos ter informado de forma clara e
satisfatória sobre a importância dos conceitos desenvolvido e implantada pela empresa
japonesa Toyota. Podemos afirmar que toda empresa deve ter como filosofia tratar com
urgência e foco a eliminação dos 3M’s, realizar ampla análise em todos os setores fabris,
do chão-de-fábrica até ao escritório administrativo, de forma a abranger a organização e
padronização como um todo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDBURY, Joel; MUDA, MURA, MURI - Kaizen Institute Blog. Disponível em:
<https://www.kaizen.com/blog/post/2018/05/09/muda-mura-muri.html>. Acesso em
CRISTIANO B. SILVEIRA. O modelo 3M do sistema Toyota de Produção –
Citisystems. Disponível em:
<https://www.citisystems.com.br/muda-mura-muri/>. Acesso em:
DOYLE, Daniella. O que é Lean Manufacturing? – Siteware. Disponível em:
<https://www.siteware.com.br/processos/o-que-e-lean-manufacturing/>. Acesso em:
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NASAJON, Cláudio. Evite o excesso de produção – Blog. Disponível em:
<https://claudionasajon.com.br/excesso-de-producao/>. Acesso em:
OHNO, Taiichi. O sistema de produção toyota, além da produção em larga escala.
Portland: Productivity Press, 1988. Tradução de Taiichi Ohno.
PATENATE, Marcelo. 3 Ms – Muda, Mura e Muri: saiba o que são e como eliminá-
los. Mestre em Estatística e Colunista – Escola EDTI. Disponível em:
<https://www.escolaedti.com.br/3ms-muda-mura-e-muri-saiba-o-que-sao-e-como-
elimina-los/>. Acesso em
PICCHI, Flávio. Empresas precisam eliminar muda, mura e muri – Época
Negócios. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/colunas/Enxuga-
Ai/noticia/2017/05/empresas-precisam->. Acesso em:
SILVEIRA, Cristiano B. 7 Desperdícios na Produção – Citisystems. 2019.
Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/7-desperdicios-producao/>. Acesso
em:
SOUZA, Mario Vitor Bessa de. Aplicação do sistema Toyota de produção no processo
de carregamento das entregas em uma fábrica de cimentos. 2016. viii, 57 f., il.
Monografia (Bacharelado em Engenharia de Produção) Universidade de Brasília,
Brasília, 2016. Disponível em:< http://bdm.unb.br/handle/10483/15144>. Acesso em:
SUAREZ, Gregório. Sistema Toyota de Produção para Iniciantes – Quality Way.
Disponível em: < https://qualityway.wordpress.com/2017/11/26/sistema-toyota-de-
producao-para-iniciantes-por-gregorio-suarez/comment-page-1/ >. Acesso em:
WOMACK, James. Lean Institute Brasil. Disponível em:
<https://www.lean.org.br/artigos/350/mura,-muri,-muda-.aspx>. Acesso em:
Anexos
Figura 6 –Simbologia 3M’s
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Fonte: Disponível em: <https://www.iebschool.com/blog/agile-3ms-mudas-muris-muras-agile-scrum/>.
Acesso em:
Figura – 7 – Simbologia dos 7 desperdícios do Muda
Fonte: Disponível em: <https://www.iebschool.com/blog/agile-3ms-mudas-muris-muras-agile-scrum/>.
Acesso em:
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OS DIFERENTES TIPOS DE PERSONALIDADE NO AMBIENTE
ORGANIZACIONAL INFLUENCIANDO O FATOR MOTIVACIONAL
CRISTIE ELLEN LOPES FERREIRA
LAIZA HELENA SILVA COSTA
MARCIA CRISTINA ANANIAS DA SILVA RUBEZ DE CASTRO
TALITA DA SILVA CORREA
VITORIA ALVARENGA DE OLIVEIRA
Resumo
Este artigo apresenta um estudo sobre diferentes tipos de personalidades e seus traços usando o
indicador de tipo Myers-Briggs e o modelo Big Five, mostrando a influência de cada
personalidade no ambiente organizacional e a teoria dos temperamentos, que possuem quatro
tipos: o melancólico, o colérico, o fleumático e, o sanguíneo. O objetivo deste trabalho é mostrar
os diferentes tipos de personalidade no ambiente organizacional, que podem influenciar o fator
motivacional e, identificou-se que há sete principais tipos de personalidades, dentre elas estão: o
automonitoramento, a autoestima, o maquiavelismo, o centro de controle, personalidades do Tipo
A e B e a proativa. A metodologia utilizada no artigo foi a fundamentação bibliográfica. Assim,
conclui-se que a identificação dos tipos de personalidades que existem no ambiente
organizacional, pode auxiliar gestores na condução assertiva dos seus colaboradores, podendo
aumentar o envolvimento e a motivação no ambiente organizacional, proporcionando melhor
desempenho e envolvimento de sua equipe.
Palavras-chave: Personalidade. Ambiente Organizacional. Temperamento. Motivação.
Abstract
This article presents a set on different personality types and their traits using the Myers-Briggs
type indicator and the Big Five Model, showing the influence of each personality in the
organizational environment and the theory of temperaments, that in dived on four types: the
melancholic, the choleric, the phlegmatic, and the sanguine one. The objective of this work was
to show the personality types in the organizational, that can influence the motivational factor,
identify it that there are seven main types of personalities, among them are: self-monitoring, self-
esteem, Machiavellianism, personalities of Type A and B and proactive. The methodology used
in the article was the bibliographic foundation. Thus, we conclude the identification of the types
of personalities that exist in the organizational environment, can assist managers in the assertive
conduct of their employees, can increase the involvement and motivation in the organizational
environment, providing better performance and involvement of their team.
Keywords: Personality. Organizational Environment. Temperament.Motivation.
INTRODUÇÃO
Toda organização, seja ela de pequeno ou grande porte, é constituída por
diferentes tipos de pessoas, cada qual com suas características, modo de agir e pensar,
comunicar e se relacionar. Há diferentes tipos de personalidade que moldam o
comportamento do indivíduo e muitos conflitos são gerados por não haver essa
compreensão de como lidar com os diferentes tipos de características que cada pessoa
possui. A metodologia utilizada no artigo foi a pesquisa bibliográfica, buscando subsidiar
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os conceitos tratados neste trabalho. Com isso, foi importante entender cada uma dessas
personalidades e temperamentos, para melhor compreender o comportamento das pessoas
dentro do ambiente organizacional. Assim, é essencial apresentar para as empresas, como
cada tipo de personalidade influencia tanto na vida social de seus colaboradores, quanto
no ambiente de trabalho, podendo o gestor trabalhar de forma mais eficaz na gestão de
conflitos e aumentar o envolvimento e a motivação de seus colaboradores dentro do
ambiente organizacional. Levando-se em consideração esses aspectos, o objetivo deste
trabalho foi mostrar os diferentes tipos de personalidade no ambiente organizacional
influenciando o fator motivacional. Dessa forma, espera-se contribuir com as mesmas,
mostrando como lidar com cada tipo de personalidade e identificar a existência dessas
personalidades dentro da organização.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Comportamento Organizacional
Segundo Chiavenato (2014, p. 8), o comportamento organizacional (CO), é o
estudo de pessoas e equipes atuando em organizações, que se encontram em um ambiente
dinâmico, mutável e competitivo; trata-se da influência que grupos e indivíduos causam
dentro do ambiente empresarial e, vice-versa, com a influência das organizações sobre
pessoas e grupos. Ou seja, o comportamento organizacional retrata a influência que as
organizações causam no seu ambiente interno e externo e nas pessoas. Abrange a área do
conhecimento para todos que necessitam lidar com organizações, principalmente liderar,
trabalhar e realizar nelas um trabalho de qualidade e com excelência. É uma disciplina
acadêmica que retrata o comportamento humano dentro de organizações. Diz- se,
comportamento organizacional, mas na verdade, não são as organizações que se
comportam de tal maneira e sim as pessoas que se comportam nas organizações, o mais
correto seria chamar, comportamento humano nas organizações.
1.2. Pessoas certas no cargo
Para que uma organização consiga um bom resultado e obtenha crescimento, ela
precisa de colaboradores adequados para cada cargo e função e, para isso, é necessário
recrutar e selecionar primeiramente pessoas com o perfil do cargo que irá exercer. Todo
ser humano é diferente um do outro e cada qual com uma característica diferente. Diante
disso, é importante selecionar pessoas certas para o cargo certo, afim, de trazer bons
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resultados para a empresa. Chiavenato (2010, p.133) diz que, “se não houvesse as
diferenças individuais e se todas as pessoas fossem iguais e reunissem as mesmas
condições individuais para aprender e trabalhar, a seleção de pessoas seria totalmente
desnecessária”.
Em suma, a variabilidade humana é grande, todos possuem características
individuais diferentes umas das outras, seja física, como o peso, a força, a estatura etc.,
como também, as psicológicas, sendo elas, as habilidades, os temperamentos, a
inteligência e o caráter, por exemplo. Levando em consideração todos esses aspectos,
quando uma pessoa é mal selecionada e colocada em um cargo que não possui o perfil,
pode ser que o seu rendimento não seja tão satisfatório como a de uma pessoa que possui
esse perfil, além de, como consequência a desmotivação por não conseguir desempenhar
bem a função que a foi atribuída. Por esse motivo, o gestor, juntamente com o RH
(Recursos Humanos), precisa recrutar e selecionar de forma estratégica, pessoas com
características que se adequam ao perfil do cargo. E, para auxiliá-los na tomada de
decisão, há softwares que fazem análise do perfil comportamental, como por exemplo, o
CIS Assessment, que é um software de análise de perfil comportamental com base na
Teoria DISC, onde, fornece uma série de informações relacionadas ao perfil do indivíduo,
tais como: lidar com problemas e desafios, estilo de liderança, tomada de decisão,
relacionamento com as pessoas e como as influencia, melhor área de atuação, dentre
outras.
1.3. A influência do Marketing Pessoal no ambiente organizacional
Segundo Ciletti (2011), há diversidade no mercado de trabalho, onde, temos
percepções sobre diferentes grupos de pessoas,
Embora suas impressões possam ser verdadeiras para uma pessoa, ou mesmo
para muitas pessoas, em determinado grupo, elas não são exatas para a
totalidade do grupo e conduzem a falsas suposições. Você deve tentar deixar
de lado suas noções preconcebidas e ver cada pessoa como única. (CILETTI,
2011, p.219)
Dentro do ambiente organizacional, é imprescindível que cada indivíduo deixe de
lado conceitos pré-estabelecidos sobre pessoas ou grupos, pois, muitos conflitos são
gerados por esse falso conceito que a pessoa tem, pela falta de conhecimento sobre os
mesmos. Neste sentido, é preciso considerar qual é a comunicação mais adequada que as
pessoas devem ter com indivíduos de diferentes culturas. Ciletti (2011, p.265) diz que, “o
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primeiro passo na comunicação efetiva com pessoas de diferentes culturas é pensar sobre
os valores dos grupos culturais e estabelecer se eles se aplicam a seus colegas de
trabalho”.
1.4. Teoria dos temperamentos
Bernardello (2006) define,
A teoria dos quatros temperamentos pode ser rastreada até a teoria dos quatro
humores, defendida pelo Grego Hipócrates, segundo a qual existem quatro
fluidos corporais básicos: sangue, fleuma, bile amarela e bile negra. Os gregos
afirmavam que a predominância de um ou mais destes fluidos determina o tipo
de humor ou temperamento de cada indivíduo. Assim, o sangue, como o
próprio nome já diz, estaria ligado ao humor do tipo sanguíneo; a fleuma,
associada à linfa e aos mucos que circulam no corpo, ao humor fleumático; a
bile amarela ao humor colérico, e a bile negra (ou escura) ao humor
melancólico. O médico grego Galeno, em seu tratado, Pericraison, de
temperamentis, formulou tão bem essa teoria que ela permaneceu como a
grande obra de referência sobre o assunto durante séculos. Galeno foi o
primeiro a chamar os humores de “temperamentos”, mas manteve a
classificação de: colérico, fleumático, melancólico e sanguíneo.
(BERNARDDELLO, 2006, p. 5)
Ainda segundo Bernardello (2006), a teoria dos temperamentos originou-se dos
mitos e práticas da antiguidade, evoluindo a partir da teoria dos quatros humores de
Hipócrates, percorrendo pelo grego Galeno, surgindo então, as teorias de personalidade
de Myer-Briggs, David Keirsey, Jung, onde é usada até hoje na psicologia, dentre outros.
É importante que as pessoas tenham conhecimento sobre a existência desses
temperamentos, para que assim, identificando qual temperamento tem maior
predominância em sua maneira de ser e agir, permitirá que elas possuam um
autoconhecimento de si mesmas, e, conhecendo esses temperamentos, saberão melhor
lidar com as pessoas em sua volta.
1.4.1. Temperamento colérico
Os indivíduos que possuem esse temperamento têm como características a
ambição, eles sempre buscam algo maior, crescer no mundo dos negócios, possuem
espírito de liderança, lutam pelos seus objetivos, não desistem fácil e possuem força de
vontade ao enfrentar os obstáculos.
Dentre as características que o colérico possui, há também nele pontos fracos.
Entre eles estão: o autoritarismo, onde a pessoa com esse temperamento sempre quer estar
no poder e, para isso ela não mede esforços para exercer sua autoridade perante seus
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subordinados, podendo até mesmo passar por cima de pessoas e agindo com má conduta
ética. Também, esse indivíduo pode ser imprudente muitas vezes, pois pelo fato dele
querer conquistar seus objetivos a qualquer custo, também por sua ansiedade, acaba
deixando o bom senso de lado. E, por fim, o orgulho e a teimosia, que segundo
Bernardello (2006, p.17), “em busca pela perfeição e realização em todos os campos de
sua vida, o colérico torna-se obstinado e tem dificuldade de voltar atrás, mesmo quando
fica claro que está errado”.
1.4.2. Temperamento sanguíneo
Bernardello (2006, p.18) vai dizer que “uma das características mais marcantes
do sanguíneo é o otimismo e a grande confiança que tem em si mesmo, o que o faz correr
riscos sem planejar”. Os indivíduos que possuem esse temperamento costumam participar
com entusiasmo em novas coisas, porém, muitas vezes não conseguem concluir aquilo
que começam. São pessoas que estão sempre alegres e acabam contagiando os que estão
em sua volta. Agem mais com o coração do que com a razão, sabem se comunicar, são
bons oradores e, ainda segundo Bernardello (2006), “no campo profissional, os
sanguíneos gostam de trabalhos que valorizem contatos pessoais e a interação social”.
1.4.3. Temperamento melancólico
Indivíduos que possuem esse tipo de temperamento, são considerados
introvertidos, reservados e, muitas vezes podem apresentar timidez. Bernardello (2006)
diz que,
[...] ele também é um excelente planejador e costuma organizar sua vida no âmbito
mental, antes de colocar suas ideias em prática. Assim, os melancólicos são excelentes
estrategistas e consultores, porque ponderam tudo antes de agir e dão valor aos pequenos
detalhes que podem fazer a diferença. (BERNARDELLO, 2006, p.22)
Dentro do ambiente organizacional, o melancólico pode contribuir muito com a
empresa, pois, esse indivíduo gosta sempre de estar analisando as situações, é prudente e
nunca irá tomar uma atitude sem pensar nas possíveis consequências que possam
prejudicar o bom andamento do trabalho. É detalhista, criativo, fala pouco, mas é preciso
no que fala.
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1.4.4. Temperamento fleumático
O fleumático é um tipo de pessoa bem equilibrada, sabe ponderar as coisas, não
costuma demostrar seus sentimentos, é calmo, regrado, ótimo reconciliador, possui um
fino gosto pelas coisas, mas também é indeciso, descompromissado, não se envolve com
nada e deixa tudo para amanhã.
Para Bernardello (2006),
Por sua natureza conciliadora e flexível, o fleumático, em geral, costuma ficar
em cima do muro. Se o assunto não lhe diz respeito diretamente, ele prefere se
calar, o que o prejudica no médio e longo prazo, principalmente em sua vida
profissional, pois seu silêncio pode ser visto como falta de iniciativa.
(BERNARDELLO, 2006, p.27)
O silêncio e a passividade do fleumático segundo a autora, não tem a intenção de
ser algo ofensivo. Pois, esse indivíduo sempre busca evitar problemas e desentendimentos
que podem ocorrer com as pessoas em sua volta.
1.5. Personalidade
Ao descrevermos o que seria personalidade, temos que deixar de lado aquela
antiga ideia de que ela é somente o jeito de uma pessoa agir diante das situações.
Personalidade “[...] refere-se a um conceito dinâmico que descreve o crescimento
e o desenvolvimento de todo o sistema psicológico de um indivíduo.” (ROBBINS 2005
p.78), ou seja, ela analisa o todo, seria como uma soma de qualidades, maneiras de reagir
e interagir, comportamento, pensamentos, os traços mensuráveis que uma pessoa
expressa.
1.5.1. Determinantes da personalidade
O que determina a personalidade de alguém é algo dificultoso de garantir. Uns
dizem que o fator determinante é a hereditariedade, outros o ambiente em que se encontra,
e recentemente surgiram os que dizem que ela é determinada pelo fator situação. De fato,
“a personalidade de um indivíduo adulto é considerada, de maneira geral, como resultado
de fatores ambientais e hereditários, moderados pelas condições situacionais.”
(ROBBINS 2005 p.78).
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1.5.2. Hereditariedade
De acordo com Robbins (2005 p.78) “A hereditariedade se refere a todos os
fatores determinados na concepção.” São detalhes como estatura, beleza, temperamento
adquiridos dos pais por seus perfis biológicos, físicos e psicológicos. Na abordagem da
hereditariedade é perceptível que “[...] a personalidade de um indivíduo está na estrutura
molecular de seus genes [...]” (ROBBINS 2005 p.78)
Há três fundamentos que destacam a hereditaried ade como um importante
fator na determinação da personalidade de alguém:
O primeiro deles estuda os fundamentos genéticos do comportamento e
temperamentos humanos entre crianças pequenas. O segundo estuda irmãos
gêmeos separados no nascimento. O terceiro, a coerência na satisfação com o
trabalho no decorrer do tempo e em diferentes situações. (ROBBINS 2005
p.78)
Os três fundamentos alcançaram resultados positivos. No primeiro foi constatado
que alguns traços como timidez, medo e angústia geralmente são determinados pela
herança dos pais da mesma forma que a estatura ou a beleza. No segundo, os resultados
indicaram que mesmo afastados, os gêmeos possuíam muitas coisas em comum, segundo
Robbins (2005 p.79) “os pesquisadores descobriram que a genética é responsável por
cerca de 50 por cento das variações de personalidade e por mais de 30 por cento da
variação dos interesses ocupacionais e de lazer. ” E no terceiro, descobriu-se que a
satisfação é algo próprio do indivíduo sem relação alguma com o ambiente externo.
Seguindo essa linha, se as características da personalidade estivessem ligadas
exclusivamente a hereditariedade, seria definida no nascimento e nada poderia mudá-las.
Mas elas não são delimitadas a hereditariedade.
1.5.3. Ambiente
A cultura na qual estamos, a infância que tivemos, os princípios de nossa família
e a convivência com nossos amigos são algumas das influências que a vida nos apresenta.
Conforme diz Robbins (2005 p.79) “o ambiente ao qual estamos expostos tem um papel
importante na formação de nossa personalidade.”.
“A hereditariedade determina os parâmetros ou limites, mas o potencial total de
um indivíduo será determinado pelo seu ajuste às demandas e exigências do ambiente”.
(ROBBINS 2005 p.79). Tem-se então como conclusão, que tanto a hereditariedade como
o ambiente são determinantes primários da personalidade igualmente importantes.
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1.5.4 Situação
O fator situação intervém na hereditariedade e no ambiente.
“A personalidade de uma pessoa, embora coerente e estável de maneira geral,
pode mudar em determinadas situações. ” (ROBBINS, 2005 p.79). Ou seja, independente
de quão seguro de sua personalidade você é, em algumas situações podemos nos
surpreender com aspectos de nossa personalidade que não imaginávamos que existissem.
1.5.5. Traços de personalidade
Robbins (2005, p. 80) afirma que os primeiros estudos relacionados a área de
estrutura da personalidade, tiveram como objetivo identificar e classificar características
persistentes que pudessem descrever o comportamento das pessoas. Timidez,
agressividade, submissão, preguiça, ambição, lealdade e acanhamento são características
que podem ser grandemente difundidas em diversas situações, chamadas de traços de
personalidade. E quanto maior o número de ocorrências com essas características, maior
a importância para a descrição do indivíduo.
Antigamente, acreditava-se que os traços de personalidades podiam auxiliar na
seleção de funcionários, visando a adequação das pessoas ao trabalho e direcionando a
adaptação a um tipo específico de tarefa, podendo ser usado para o melhor desempenho
dos funcionários dentro da empresa.
Há duas abordagens dominantes para a identificação e classificação dos traços de
personalidades, chamadas Tipos Myers-Briggs e o Modelo Big Five.
1.5.5.1. O indicador de tipos Myers-Briggs
De acordo com Robbins (2005, p.80), o indicador de tipos Myers-Briggs (Myers-
Briggs Type Indicator, em inglês, também conhecido pela sigla MBTI), é uns dos
modelos mais utilizados pela tipologia de personalidade, sendo este, um teste contendo
cem questões para que as pessoas respondam como agem ou se sentem em determinadas
situações.
A partir das respostas dadas, elas são classificadas como extrovertidas ou
introvertidas (E ou I), de bom-senso ou intuitivas (S ou N, segundo as letras dos termos
em inglês), racionais ou emocionais (T ou F) e perceptivas ou julgadoras (P ou J). Estes
termos são definidos da seguinte maneira:
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E ou I: Extrovertidos versus Introvertidas. As pessoas extrovertidas são aquelas
que possuem uma boa comunicação com todos, alegre, divertida, sociável. Já as
introvertidas são quietas e tímidas.
S ou N: Bom senso versus Intuitivos. Os indivíduos do tipo bom senso são os
práticos, detalhistas, organizados, que preferem a rotina. Os intuitivos possuem uma visão
ampliada, criativa, com a capacidade de observação.
T ou F: Racionais versus Emocionais. Os tipos racionais possuem um rápido
raciocínio, facilidade de distinguir as coisas e solução de problemas. Já os emocionais
usam seus valores pessoais e suas emoções.
P ou J: Perceptivos versus Julgadores. Os indivíduos perceptivos são flexíveis,
espontâneos e com habilidades de perceber e compreender facilmente. Os tipos
julgadores gostam de estar no controle e preferem seu mundo organizado e estruturado
da maneira que achar correto.
Ainda segundo Robbins (2005, p.80), há 16 combinações com esses tipos de
personalidades. Como exemplo, os do tipo INTJ são os visionários, que possuem mentes
originais, tomam iniciativa e acreditam em suas ideias. São caracterizados como céticos,
críticos, teimosos, independentes e determinados. Os do tipo ESTJ são os organizados,
realistas e decisivos. Possuem habilidades em dirigir e organizar atividades. O tipo ENTP
é o conceitualista e uma pessoa inovadora, porém, individualista, atraído por ideias novas
e que não aprecia tarefas rotineiras.
1.5.5.2 Modelo Big Five
Robbins (2005, p.81) diz que “nos anos recentes, um número considerável de
pesquisas indica que cinco dimensões básicas dão a base para todas as outras e englobam
as variações mais significativas na personalidade humana”. Os cinco fatores são:
1º Extroversão: Diz respeito ao bom relacionamento do indivíduo com o
próximo, costumam ser divertidos, sociáveis e afirmativos. Os introvertidos são aqueles
que apresentam características de comportamento tímido, quietos e reservados.
2º Amabilidade: São pessoas simpáticas, receptivas e confiantes. As pessoas com
baixa pontuação nessa dimensão são mais frias e desagradáveis.
3º Consciência: São indivíduos que apresentam características confiáveis,
organizada e persistente. Já os opostos são aqueles que apresentam facilidade em
distração, mal organizadas e pouco confiáveis.
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4º Estabilidade emocional: São pessoas com a habilidade de administrar suas
emoções. As estabilidades positivas geralmente são calmas, autoconfiantes, seguras. Já
as negativas, são ansiosas, nervosos e inseguros.
5º Abertura para experiências: A última dimensão se trata de pessoas sempre
dispostas a inovações. São criativas e curiosas. Na outra ponta desta dimensão tendem a
ser convencionais e se dão bem com o que lhe é familiar.
Segundo Robbins (2005, p. 82), a pesquisa realizada sobre estas cinco dimensões
retratou importantes relações entre elas e o desempenho no trabalho. Os resultados
mostraram que a consciência foi um previsor de desempenho de todos os grupos
ocupacionais. Logicamente com essas descobertas, as evidências também apontam para
uma relação relativamente forte entre a consciência e o comportamento de cidadania
organizacional. Para as demais dimensões da personalidade, a previsibilidade depende
tanto do critério de desempenho como do grupo ocupacional, envolvendo muita interação
social.
1.5.6. Os tipos de personalidade e a influência no ambiente organizacional
No ambiente organizacional é preciso saber lidar com vários tipos de
personalidades. Robbins (2005, p.82) diz que há “alguns atributos específicos de
personalidade que são vistos como poderosos indicadores do comportamento nas
organizações”, ou seja, dentro das personalidades existe alguns atributos que influenciam
o comportamento das pessoas dentro da empresa. Robbins (2005, p.82) acrescenta que há
7 principais a serem citados, “O primeiro se refere onde uma pessoa acredita estar o centro
de controle de sua vida e, os outros são o maquiavelismo, a autoestima, o
automonitoramento, a propensão para correr riscos e as personalidades do Tipo A e B, e
as proativas”. Assim, é preciso compreender cada um deles.
1.5.6.1 Centro de controle
Robbins (2005, p.82) mostra que há dois tipos de centro de controle, os internos e
os externos. O autor distingue os internos e os externos como, “[...] aquele que acredita
controlar o próprio destino, foi denominado como interno, enquanto o outro tipo, que
acredita que sua vida é controlada por fatores alheios à sua vontade, é chamado de
externo”. Os do grupo interno, são pessoas que controlam mais suas ações dentro do
ambiente organizacional, são pessoas que tem mais proatividade e costumam tomar mais
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decisões no ambiente de trabalho, enquanto as externas funcionam melhor seguindo
ordens e as regras dentro do mesmo, como afirma Robbins (2005).
1.5.6.2. Maquiavélico
Pessoas que possuem alto nível maquiavélico, são mais manipuladores e tem
menos probabilidade de serem persuadidas do que os indivíduos que possuem menor
nível maquiavélico. Robbins (2005, p. 83) afirma, “As personalidades altamente
maquiavélicas manipulam mais, vencem mais e são menos persuadidas, mas persuadem
mais do que aqueles indivíduos de pouco maquiavelismo”. Robbins ainda acrescenta
dizendo que eles conseguem interagir melhor pessoalmente do que indiretamente, assim,
dando espaço para ter um envolvimento emocional e conseguindo improvisar para
conseguir convencer as pessoas pouco maquiavélicas. Entretanto, para Robbins (2005),
[...]os indivíduos altamente maquiavélicos são bons funcionários? A resposta
depende do tipo de trabalho e se as implicações éticas serão consideradas na
avaliação do desempenho. Em trabalhos que requerem habilidades de barganha
(como nas vendas negociações trabalhistas) ou que oferecem recompensas
significativas pelo sucesso (como vendas comissionadas), os indivíduos
altamente maquiavélicos serão produtivos. Mas se os fins não justificarem os
meios, se houver padrões absolutos de comportamento [...], fica difícil prever
o desempenho desses indivíduos. (ROBBINS, 2005, p.83)
Em suma, pessoas altamente maquiavélicas acabam tendo um melhor
desempenho em trabalhos que elas possam usar a habilidade de se comunicar, do que em
trabalhos que acabam possuindo padrões de comportamento pré-estabelecidos.
1.5.6.3. Autoestima
A autoestima para grande parte das pessoas pode estar apenas relacionada a
imagem pessoal. Porém, ela influencia em muitas áreas, inclusive no ambiente de
trabalho. Robbins (2005, p. 83) defende que, “[...] a autoestima tenha uma relação com a
satisfação no trabalho. Diversos estudos confirmam que as pessoas com autoestima
elevada estão mais satisfeitas com seu trabalho do que as que tem baixa autoestima. ” A
satisfação ou insatisfação dentro do ambiente de trabalho acabam influindo na autoestima
do indivíduo, o que provavelmente vai influenciar no seu desempenho dentro da
organização.
Para Robbins (2005, p.83), “[...]indivíduos com baixa autoestima são mais
vulneráveis às influências externas. ” Ou seja, elas ficam a par da aceitação e dependentes
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da análise positiva de outros indivíduos, assim, acabam tendo uma menor chance de
assumir uma posição diferente como os indivíduos com uma autoestima elevada.
Em suma, Robbins (2005) afirma,
[...] a autoestima está diretamente relacionada às expectativas de sucesso. Os
indivíduos com autoestima elevada acreditam possuir a capacitação de que
necessitam para ter sucesso no trabalho. Eles também aceitam correr mais
riscos na seleção de suas tarefas e tem maior probabilidade do que os
indivíduos com baixa autoestima de escolher serviços poucos convencionais.
(ROBBINS, 2005, p. 83)
Contudo, pessoas com autoestima elevada tem mais propensão a correr riscos
dentro de uma empresa, do que indivíduos que possuem uma autoestima baixa, podendo
assim influenciar no ambiente de trabalho.
1.5.6.4 Automonitoramento
De acordo com Robbins (2010, p.83), o automonitoramento se refere à
“capacidade do indivíduo para ajustar seu comportamento a fatores externos
situacionais”. Ou seja, a pessoa que possui um bom automonitoramento apresenta
diferentes comportamentos de acordo com as situações e, costumam observar os
comportamentos de outras pessoas e se adequam com mais facilidade. Pessoas com baixo
automonitoramento, tem dificuldade de se adaptar às situações, pois, costumam ter o
mesmo tipo de comportamento em todo lugar. Geralmente, indivíduos com alta
capacidade de automonitoramento tendem a ser bons líderes, desempenhando bem suas
funções e conforme as situações, demonstram competência em lidar com diferentes tipos
de públicos.
1.5.6.4. Personalidade Tipo A
O indivíduo que apresenta personalidade do tipo A, tem como característica
buscar sempre de forma crescente, resultados e objetivos para a obtenção de determinadas
coisas em um curto período. Segundo Robbins (2005, p.84), essas pessoas em seu
trabalho, estão sempre preocupadas na quantidade que estão produzindo e não na
qualidade do produto, pois, para elas, o mais importante é produzir cada vez mais e em
prazos cada vez menores. São pessoas que estão sempre em movimento, agitadas, fazem
mais de uma coisa ao mesmo tempo e não suportam ficar paradas, sem fazer nada.
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1.5.6.5. Personalidade Tipo B
Pessoas que possuem essa personalidade, diferentemente do tipo A, são mais
tranquilas, não são acompanhadas por um sentimento de urgência e impaciência, não
sentem pressionadas para obtenção de resultados rápidos em curto prazo, conseguem
relaxar durante seu trabalho sem se sentirem culpadas e, não se preocupam em expor suas
conquistas e realizações para outras pessoas, desde que não seja preciso. Para Feola
(2015), as pessoas com esse tipo de personalidade “tendem a colocar menos pressão sobre
si, levando uma vida com menores níveis de stress. Ainda que tenham ambições, o fato
de não conseguirem realizá-las não lhes acarreta uma grande derrota”.
1.5.6.6. Personalidade proativa
Pessoas proativas possuem iniciativa para a realização de atividades, agem e
identificam oportunidades futuras que possam ocorrer. Esses indivíduos são vistos como
bons líderes, que podem contribuir para um bom desempenho de uma empresa, pois, não
desistem fácil perante um desafio e sim, persistem até o fim para a obtenção dos
resultados esperados pela mesma e, cuidam do planejamento de sua carreira.
1.6. Fatores motivacionais no ambiente de trabalho
1.6.1. Conceito de motivação
Quando falamos de motivação, devemos estar conscientes de que ela não se
conquista de uma forma fixa e única. Segundo Robbins, “o nível dela varia tanto entre os
indivíduos, quanto em apenas um único individuo em diferentes momentos”. Portanto, ao
analisarmos a motivação devemos também analisar o indivíduo e então, a forma de
conquistá-lo será eficiente.
Podemos então definir a motivação de acordo com Robbins (2010, p.196) como
“processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa
para alcançar determinado objetivo”.
No ambiente organizacional, Robbins (2010, p.197) interpreta esses três
componentes da seguinte forma: a intensidade, que se refere a quanto esforço a pessoa
despende, que no caso é o primeiro elemento que identificamos ao falar de motivação.
No entanto, uma alta intensidade não significa resultados positivos de desempenho
profissional, a não ser que haja uma convergência para uma direção favorável a
organização. Sendo assim, é necessário cogitar qualidade do esforço e a intensidade, a
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fim de buscar uma direção que harmonize com os objetivos da empresa e do funcionário.
Por fim, a persistência que se refere a medida de quanto tempo a pessoa consegue manter
seu esforço. Indivíduos que são motivados da maneira correta, irão se conservar na sua
função até que atinjam seus objetivos.
1.6.2. Teoria de Maslow
Segundo Robbins (2010, p.197), uma das teorias mais conhecidas sobre
motivação é a hierarquia de necessidades, de Abraham Maslow, onde, segundo o autor,
“dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco categorias de necessidades”,
que são: fisiológica, que envolve a fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades
corporais; segurança, que inclui segurança e proteção contra danos físicos e emocionais;
social, sendo a afeição, aceitação, amizade e o sentimento de pertencer a um grupo;
estima, que compõe-se fatores internos de estima, incluindo respeito próprio, realização
e autoestima e fatores externos, como status, reconhecimento e atenção e, por fim,
autorrealização, força de se tornar tudo aquilo que se é capaz de ser. Inclui crescimento,
alcance do próprio potencial e autodesenvolvimento.
Apesar de, mesmo que todas essas necessidades citadas anteriormente não sejam
supridas por completo, o indivíduo sempre que conseguir satisfazer uma de suas
necessidades, sempre tentará buscar satisfazer as demais necessidades, assim,
sucessivamente. É importante que a empresa sempre fique atenta e se preocupe com seus
colaboradores, no sentindo de, se essas necessidades estão sendo supridas, pois, um dos
fatores que desmotivam os funcionários é justamente a ausência delas.
1.6.3. Teoria de Elton Mayo
1.6.3.1. Grupos informais
Toda organização possui grupos informais, Chiavenato (2014, p.109) diz que, “os
grupos informais constituem a organização humana da empresa, muitas vezes em
contraposição à organização formal estabelecida pela direção”. Os grupos informais são
grupos de colaboradores que se formam dentro das organizações e que muitas vezes vão
de contrapartida com as formas definidas pela empresa. Ainda segundo Chiavenato
(2014, p.109), “os grupos informais definem suas regras de comportamento, formas de
recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças que cada
participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento”. As regras
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determinadas pelo grupo vão influenciar no comportamento do indivíduo no ambiente
organizacional, seja em suas atitudes ou na forma de execução do trabalho, para que
melhor se assimile na forma de agir do grupo.
1.6.3.2. Relações Humanas
Para que se entenda a interação social, de acordo com Chiavenato (2014), é preciso
estudar sobre as relações humanas. Dentro do ambiente organizacional, cada pessoa
possui um tipo diferente de personalidade que influencia no seu comportamento
organizacional. Apesar dessas diferentes personalidades, o colaborador ao se inserir em
um grupo informal, ele tenta se moldar aos comportamentos dos demais indivíduos do
grupo, como mostra Chiavenato (2014, p.109), “as pessoas procuram ajustar-se às demais
pessoas e grupos: querem ser compreendidas, aceitas e participar, no intuito de atender a
seus interesses e aspirações. ” O comportamento do indivíduo acaba mudando e se
modificando devido as normas e regras do grupo em que se está inserido. Portanto, é
necessário que o gestor compreenda as relações humanas como algo necessário para a
criação de uma atmosfera em que o colaborador se sinta confortável e motivado a
produzir, afirma o autor.
1.6.3.3. Teoria das relações humanas
O comportamento dos indivíduos é influenciado pelo grupo de trabalho que ele
convive. Conforme Chiavenato (2014, p.108), “Os trabalhadores não agem ou reagem
isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. A qualquer desvio das
normas grupais, o trabalhador sofre punições sociais ou morais dos colegas, no intuito de
se ajustar aos padrões do grupo”. O colaborador tende a trabalhar de acordo com as
normas e padrões sociais estabelecidos pelo grupo de trabalho, pois se ele não seguir
determinado padrão ele poderá sofrer alguma punição do grupo e assim se sentirá
desmotivado a produzir.
Contudo, os grupos informais dentro da empresa não influenciam apenas no
comportamento organizacional do colaborador, mas também influenciam na forma de
execução do trabalho.
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2. METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foi utilizado à pesquisa bibliográfica. Será uma
pesquisa bibliográfica elaborada a partir da seleção da literatura existente sobre o assunto.
Segundo Gil (1996), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material
já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, podendo ser
também publicações periódicas (jornais e revistas). Serão pesquisados artigos científicos
e livros que, de alguma forma, estão ligados ao tema.
Segundo Marconi e Lakatos (1991), a pesquisa de campo é utilizada com o
objetivo de conseguir informações e ou conhecimentos acerca de um problema, para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos
fenômenos ou as relações entre eles. Marconi e Lakatos (1991) ainda dizem que, a
pesquisa de campo consiste na observação de fatos, fenômenos, tal como ocorrem
espontaneamente, coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que
presumem relevantes, para analisá-los.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este estudo, conclui-se que a identificação dos diferentes tipos de
personalidade e temperamentos dentro da organização pode contribuir para que o gestor
consiga administrar melhor os conflitos internos e compreender e agir de forma correta
com cada colaborador. Assim como também, aplicando os fatores motivacionais, o gestor
pode influenciar seus colaboradores no direcionamento, desempenho e envolvimento
pessoal e profissional nas atividades desenvolvidas dentro do espaço organizacional.
REFERÊNCIAS
Bernardello, Maiza P. Os 4 Temperamentos. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2006.
Chiavenato, Idalberto. Comportamento Organizacional: A dinâmica do sucesso das
organizações. Editora: Manole, 3º edição, 2014.
Chiavenato, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Chiavenato, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 9 ed. Barueri, SP:
Manole, 2014.
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Ciletti, Dorene. Marketing pessoal. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
Feola, Silvia. A e B: o mundo dividido entre dois tipos de pessoas. Estadão: São
Paulo, 20jul. 2015. Disponível em: http://brasil.estadao.com.br/blogs/cotidiano-
transitivo/a-e-b-o-mundo-dividido-entre-dois-tipos-de-pessoas/. Acesso em: 24 nov.
2017.
GIL,A. C.. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas,
1996.
MARCONI, Mariana de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de
Metodologia Científica. 3 ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1991.
Robbins, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson, 2005.
Robbins, Stephen P. Comportamento Organizacional. 14. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2010.
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PLANEJAMENTO E CONTROLE: Orçamento Empresarial
Resumo
O planejamento e controle são métodos utilizados dentro das organizações para planejar e
organizar de maneira eficaz e eficiente as áreas de finanças. A escolha do tema foi devido ao
número de organizações que entram em estado de insolvência por falta de conhecimento e
preparo. O presente trabalho tem como objetivo geral elaborar o orçamento empresarial em
formato de Excel para microempresas e pequenas empresas. O objetivo específico é elaborar
planilhas auxiliares de controle de receitas e gastos das empresas. A metodologia utilizada é a
pesquisa bibliográfica, exploratória e documental. Os resultados esperados envolvem a
continuidade do projeto, que será desenvolver planilhas auxiliares em Excel, para apontar o
Demonstrativo do Resultado do Exercício Projetado, o Balanço Patrimonial Projetado e o Fluxo
de Caixa Projetado, a fim de apresentar os resultados do período atual e futuro da organização, e
assim planejar e controlar o orçamento empresarial.
Palavras-chave: Planejamento. Controle. Orçamento. Planilha.
Abstract
Planning and control are methods used within organizations to effectively plan and organize
finance areas. The choice of theme was due to the number of organizations that enter into
insolvency due to lack of knowledge and preparation. The present work has as general objective
to elaborate the business budget in format of Excel for microenterprises and small companies.
The specific objective is to prepare auxiliary worksheets for the control of revenues and expenses
of companies. The methodology used is bibliographic, exploratory and documentary research.
The expected results involve the continuity of the project, which will be to develop Excel
spreadsheets to indicate the Projected Statement of Income, Projected Balance Sheet and
Projected Cash Flow, in order to present the results of the current and future period of the
organization, and so plan and control the business budget.
Keywords: Planning. Control. Budget. Spreadsheet.
INTRODUÇÃO
No Brasil, pode-se observar dezenas de micro e macro empresas tentando se
reestruturar devido à crise política e social que afetou economicamente o país. Com isso,
muitas empresas fecharam suas portas decretando insolvência e outras diminuíram suas
vendas, tornando mais difícil manter seus colaboradores e o seu capital de giro.
De acordo com pesquisas realizadas por órgãos públicos como o IBGE – Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística e SERASA - Centralização de Serviços dos Bancos,
nos anos de 2014 e 2015 foram apresentados que 708,6 mil empresas novas entraram no
mercado enquanto 713,6 mil foram fechadas causando um número aproximado de 1,6
milhões de pessoas desempregadas no país.
Dados mostram que apenas uma a cada quatro empresas sobrevive após
recuperação judicial. Além de outros fatores como falta de preparo para lidar com as
mudanças de mercado, o que está relacionado diretamente com a economia, ou até mesmo
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não contar com profissionais capacitados ou ignorar as necessidades de demanda do
mercado, o que é referente à situação social.
Em toda empresa existe uma estrutura de planejamento e controle para que as
decisões sejam eficientes e eficazes. A melhoria de performance maximiza a eficiência
da gestão de processos, visando a melhoria da competitividade da empresa no mercado,
o aumento da rentabilidade e valorização do negócio.
O planejamento é essencial para manter a parte estratégica, a financeira, as vendas,
as operações, o estoque, os custos, os produtos e o bom atendimento ao cliente. O controle
é responsável pela análise sobre o que foi planejado e está em execução, ou seja, verifica
todo o processo em andamento.
A escolha do tema justifica-se pelas médias e as grandes empresas de capital
aberto (Sociedade Anônima), que na sua maioria utilizam nas suas atividades sistemas
integrados de informática, que possibilitam realizar o planejamento e controle “Online”,
pois esses sistemas oferecem esses recursos. Já as microempresas e pequenas empresas
não utilizam sistemas sofisticados, portanto, um simples controle em Excel poderá ser útil
para o planejamento e controle.
O presente estudo tem como problema de pesquisa as microempresas e pequenas
empresas que não utilizam as ferramentas de planejamento e controle, o Orçamento
Empresarial.
O objetivo geral é elaborar o modelo de orçamento empresarial em Excel para
microempresas e pequenas empresas e como objetivo específico elaborar planilhas
auxiliares de controle de receitas e os gastos das empresas.
Como metodologia adotou-se a pesquisa bibliográfica, exploratória e documental
para o levantamento de dados sobre o tema em questão, objetivando teorias para fundar
as práticas com vias a soluções para a situação problema do tema em questão. Autores
que fundamentam o trabalho são: Capucho (2017), Chiavenato (2014) e Maximiano
(2009).
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Planejamento
O planejamento é utilizado como uma ferramenta dentro de uma empresa ou no
dia a dia de um indivíduo.
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O planejamento consiste em identificação, análises, estruturação, coordenação de
missão, propósitos, objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas internas e externas,
programas, projetos e atividades, a fim de alcançar de modo mais eficiente, eficaz, efetivo
o máximo do desenvolvimento possível, com a melhor concentração de esforços e
recursos.
Conforme Chiavenato (2007, p. 166) o planejamento é “[...] a função
administrativa que determina o que se deve fazer e quais objetivos devem ser alcançados”.
De certa forma o planejamento consiste a partir de uma ideia e para a execução da
mesma é necessário elaborar etapas para um desenvolvimento eficiente.
Em vista aponta-se que o planejamento é decidir antecipadamente, ou seja,
controlar o seu próprio futuro (FREZATTI, 2000, p. 17).
O indivíduo que utiliza o planejamento como uma ferramenta no seu trabalho
demonstra um interesse em prever e organizar ações e processos que vão acontecer no
futuro.
No conceito de planejamento pode-se abordar o planejamento empresarial e os
níveis de planejamento, sendo eles, estratégico e operacional.
1.1.1. Planejamento Empresarial
O planejamento empresarial é utilizado dentro das organizações, visando uma
definição antecipada dos resultados a serem alcançados, por meios necessários para que
isso ocorra.
As empresas precisam ter três tipos de decisões distintas. A primeira é a decisão
estratégica, que é a escolha do mercado em que o produto ou serviço será colocado. A
segunda é a decisão administrativa, que consiste na estruturação dos recursos da empresa
para obter um desempenho otimizado e a terceira é a decisão operacional, que está ligada
ao preço, produção, controle e políticas estratégicas (FREZATTI, 2000, p. 18).
Os objetivos do planejamento empresarial é definir a missão, ou seja, saber o
motivo da existência da organização e qual a sua contribuição para o ambiente,
delimitando expectativas de longo prazo. Os objetivos em longo prazo possibilitam o
monitoramento e as suas principais características, sendo elas a negociação entre
acionistas e executivos. E a divisão dos objetivos em atributo, padrão e meta.
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1.1.2. Planejamento Estratégico
O planejamento estratégico é o nível em que se encontram os principias
responsáveis pelas decisões da empresa, sendo eles, o presidente, os sócios e os diretores.
Nesse nível são definidos todos os processos e objetivos das organizações. Ele pode ser
definido como o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável
entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado.
No planejamento estratégico os processos são sistemáticos e de uma sequência de
análises e decisões (MAXIMIANO, 2009, p. 96).
Para o autor Chiavenato e Sapiro (2004 p. 39):
Planejamento estratégico é o processo continuo, sistematicamente e com o
maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que
envolvem riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à
execução dessas decisões, através de uma retroalimentação organizada e
sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as
expectativas alimentadas.
Sendo assim, percebe-se que o planejamento estratégico é fundamental dentro das
organizações e para a execução das atividades.
1.1.3. Planejamento Operacional
O planejamento Operacional é um processo para definir as atividades e os recursos
necessários. Neste processo existem as seguintes etapas ou decisões, sendo elas, a análise
dos objetivos, o planejamento do uso do tempo, o planejamento dos recursos, a avaliação
dos riscos e a previsão dos meios de controle (MAXIMIANO 2009, p. 117).
O planejamento operacional é necessário para o bom desempenho organizacional
e para as decisões de “o que fazer” e “como fazer”.
1.2. Histórico do Orçamento
A existência de orçar veio juntamente com a humanidade. Os homens das
cavernas precisavam prever o quanto de alimentos para os longos invernos teriam que
guardar, desenvolvendo assim o orçamento.
A origem da palavra orçamento vem dos antigos romanos, que usavam uma bolsa
de tecido chamada de fiscus para coletar os impostos cobrados na época. No início da
Idade Média, a tesouraria do Reino Unido era conhecida como “fisc”. Na França, o termo
era conhecido como bouge ou bougette, que vem do latim bulga. Entre os anos de 1400 e
1450 o termo bougette tornou-se parte do vocabulário inglês. (LUNKS, 2003, p.35).
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Com o passar dos tempos o orçamento se desenvolveu através da Constituição
inglesa de 1689, que determinava a cobrança de certos impostos e gastos de recursos por
parte do rei e do primeiro ministro, autorizada pelo Parlamento.
Em meados do século XVIII, o primeiro ministro levava ao Parlamento os planos
de despesas envoltos em uma grande bolsa de couro, cerimônia que passou a chamar-se
de opening of the budget, ou abertura do orçamento. A palavra budget substituiu o termo
bolsa e em 1800 foi incorporada ao dicionário inglês. (LUNKS, 2003, p.36).
Os métodos orçamentários conhecidos hoje se desenvolveram no século XIX. As
principais modificações aconteceram no governo de Napoleão, como forma de obter mais
controle sobre as despesas.
Por volta de 1860, a França tinha desenvolvido um sistema de contabilidade
uniforme, que foi aplicado a todos os departamentos e todas as unidades dentro dos
departamentos. Foi estabelecido um ano fiscal padrão e convenções de tempo para
prestação de contas. Uma das exigências dos departamentos era explicar a programação
fiscal das contas para todos os recursos que foram alocados e os procedimentos padrão e
relatórios de fim de ano que comparavam estimativas e gastos, introduzidos também um
sistema de auditoria, bem como a reversão dos recursos não utilizados e o registro de
todos os recursos solicitados. (LUNKS, 2003, p.36).
Os franceses foram os pioneiros na elaboração dos métodos e etapas necessárias
para a elaboração do orçamento, logos os outros países viram a importâncias desses
desenvolvimentos e começaram a fazer suas adaptações para melhor atender as suas
necessidades.
No Reino Unido, o primeiro ministro Gladstone, na metade do século XIX, viu
nas técnicas orçamentárias francesas um modo promissor para controlar finanças do
governo. E em 1861, a Inglaterra criou o Comitê de Contas Público no Parlamento e, em
1866, os Escritórios de Controladoria e Auditoria Geral, substituindo as práticas
oportunistas do passado pelos procedimentos sistemáticos com o objetivo de equilibrar
as contas do governo. Nos Estados Unidos, no início do século XX, foram desenvolvidos
conceitos e uma série de práticas para planejamento e administração financeira que
vieram a ser conhecida como o “movimento do orçamento público”. O orçamento público
consistia em um plano elaborado contendo todas as atividades do governo que
compreendia todas as receitas e todas as despesas para um período fiscal definido, que
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usava um número limitado de contas-padrão para promover os gastos. (LUNKS, 2003,
p.36).
Em 1907, Nova Iorque implantou o orçamento público. E em 1921, foi aprovada
a obrigatoriedade do orçamento público pelo Congresso norte americano, que exigia uma
proposta anual ao congresso, cobrindo as receitas e despesas federais durante o próximo
ano fiscal.
Em empresas privadas, o orçamento foi utilizado primeiramente por Brown,
gerente financeiro da Du Pont de Memours, nos Estados Unidos em 1919. (LUNKS,
2003, p.37).
No Brasil, o orçamento começou a ser estudado em meados de 1940, foi pouco
utilizado nas décadas seguintes até perceberem sua importância.
Atingiu o apogeu a partir de 1970, quando as empresas passaram a adotar com
mais frequência em suas atividades. (LUNKS, 2003, p.37).
Imagem 1: Mostra a Evolução dos Métodos Orçamentários
Fonte: Autores adaptado Lunkes (2003, p. 38)
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Podem-se ainda considerar outros métodos, como o orçamento padrão, orçamento
de tendência e o orçamento incremental.
1.3. Planejamento Orçamentário
Quando se fala de planos, formalmente se entende que há um projeto futuro de
melhoria. Dentro do contexto orçamentário trata-se de uma melhoria para a empresa tendo
como objetivo o controle financeiro ou a maximização do valor da instituição.
Segundo Padoveze (2005, p. 31) “[...] o orçamento aprovado não deixa de ser um
meio de liberação de recursos para todos os setores da empresa [...]”.
A falta de planejamento orçamentário é a procedência de problemas quando se
trata de controle das finanças. Todos os processos devem ser amplamente pensados, a fim
de evitar riscos que podem comprometer as organizações. Observa-se que o planejamento
orçamentário é de responsabilidade da controladoria ligada diretamente ao diretor
financeiro.
Em vista disso, Padoveze (2005, p. 31) diz “[...] o conjunto das peças
orçamentárias será utilizado para o processo de projeções e planejamento, permitindo,
inclusive, estudos para períodos posteriores”.
A partir dessas projeções o planejamento orçamentário tem como objetivo
demonstrar as posições em que a empresa poderá se encontrar no futuro.
Os objetivos constituem enunciados das posições em que a empresa deseja estar
futuramente, em termos de algum aspecto ou de vários aspectos, essenciais
(SANVICENTE 1997, p. 209).
Para que o planejamento seja efetivo, são formuladas tarefas a serem
desempenhados em prazos específicos, sendo eles planejamento a longo prazo e
planejamento a curto prazo.
O planejamento a longo prazo parte do princípio de desenvolver previsões sobre
o comportamento esperado do ramo de atuação da empresa, a fixação de objetivos amplos
e a elaboração dos documentos que formalizam o processo de planejamento.
Enquanto que o planejamento a curto prazo demonstra um plano para o primeiro
segmento anual, do plano de longo prazo, decorre dos estudos do ambiente e dos objetivos
incluídos no plano inicialmente feito para vários anos futuros.
Além de serem diferenciados quanto à dimensão do prazo para o qual são
elaborados, os planos, como formalização do processo de planejamento, podem se
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projeções ou níveis desejados de desempenho ou de recursos (SANVICENTE, 1997, p.
209).
Para que o planejamento seja aplicado, são necessários expressões quantitativas e
orçamentos, para obter valores específicos da empresa para desenvolver o planejamento
a curto e longo prazo.
Portanto pode-se dizer que num plano de desempenho, o plano representa um
nível desejável de atuação suficientemente adequando, no período futuro considerado.
Para a continuação das atividades da empresa.
Contudo, vale ressaltar que o planejamento orçamentário tem outros objetivos,
onde devem ser buscados e consultados em seu conjunto, sendo uma ferramenta ideal
para o processo de coerência de diversos objetivos corporativos e setoriais (PADOVEZE,
2005, p. 31).
1.4. Controle Orçamentário
Após o planejamento orçamentário ser desenvolvido é aplicado no controle
orçamentário. É por meio do controle orçamentário baseado em documentos e relatórios
comparativos que se pode perceber os reais resultados alcançados durante o período de
planejamento, e assim gerando medidas corretivas que se fazem necessárias.
O controle orçamentário baseia-se em registros e na totalização de recursos
mensais. A partir destes dados elaboram-se as demonstrações de valores previstos e
valores realizados e das diferenças ocorridas.
Nos orçamentos resumidos os dados sobre as realizações são fornecidos pela
contabilidade, em sua maior parte. Nos orçamentos analíticos os dados provem de
diversos setores, notadamente do controle estatístico, que não deve faltar em nenhuma
empresa (LIMA, 1980, p. 201).
Portanto para controlar é preciso registrar os dados aos acontecimentos ocorridos
durante o período de planejamento.
Para Sanvicente (1997 p. 212):
A formalização do planejamento anual ocorre através dos planos e orçamentos
para o período. A formalização do controle orçamentário, por sua vez, dar-se
através de relatórios de execução, indicando a comparação entre os valores
orçados e os valores realizados bem como as diferenças entre eles e as análises
corresponde, conforme seja necessário.
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Esta função é específica da contabilidade da instituição, que utilizará
características específicas como, a geração dos dados contábeis para a inclusão nos
relatórios deve obedecer a subdivisões por áreas de responsabilidades e os dados de
receita e despesa devem estar sujeitos a análise em termos de sua variabilidade em relação
a algum bem como refletir, no plano de contas, a sua controlabilidade efetiva pelas
unidades administrativas a que tiverem sido atribuídas.
1.4.1. Demonstrativo de Resultado (DRE) Projetado
Demonstrativo de Resultado do exercício demonstra o nível de vendas em
determinado período de tempo projetado, os custos correspondentes a essas vendas, as
dispensas incorridas no período e o lucro/ prejuízo desses períodos. As vendas são obtidas
por meio do Market Share.
O Demonstrativo de Resultado do exercício projetado atende os interesses de
vários seguimentos e gestores de várias instituições. As vendas brutas interessam
principalmente ao governo, pois por meio deste consegue calcular os impostos que a
empresa recolhe.
As vendas líquidas interessam a todos os colaboradores da empresa; o lucro bruto
interessa especificamente ao gestor da área produtiva. O lucro operacional interessa ao
dirigente da empresa e o lucro líquido após o imposto de renda interessa aos
Stakeholder42.
O demonstrativo de resultado tem como objetivo demonstrar valores acumulados
em um período de tempo, baseados em relatórios indicadores de resultados das atividades
em um período específico.
Segundo Sanvicente (1997, p. 166) “[...] utilizaremos um relatório em que a
empresa indica os resultados das suas atividades num período especificado”. Portanto, os
dados da chamada Demonstração dos Resultados são valores acumulados entre datas.
Durante este período nota-se o acumulo das receitas e das despesas do período,
assim conhecendo os resultados desse intervalo de tempo, ou seja, seus lucros e prejuízos.
42 Todas as partes envolvidas
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1.4.2. O Market Share
Market Share significa participação de mercado, em português, e é a fatia ou quota
de mercado que uma empresa tem no seu segmento ou no segmento de um determinado
produto.
De acordo com o Kotler (2000, p. 44), o Market Share identificará o potencial
total (Market Share Nacional) e o potencial da área (Market Share Regional) das vendas
setoriais que estão ocorrendo do mercado.
O Market Share serve para avaliar a força e as dificuldades de uma empresa, além
da aceitação dos seus produtos.
O Market Share, geralmente apresentado enquanto um índice percentual, ajuda na
comparação com a concorrência e dá uma visão real do quanto à empresa pode expandir
dentro do segmento, ou se vai tomar como estratégia a conquista de novos mercados.
Também é um ponto importante a ser observado por investidores, tanto pelo potencial da
empresa como também do próprio mercado em que atua.
De acordo com Nunes e Haigh (2003, p. 67):
Em um mercado competitivo, quando surge a concorrência, o objetivo da
empresa, além de vender, passa a ser também manter e conquistar Market
Share 10 de seus concorrentes. O seja, ela precisa agora “brigar” por um
pedaço de pizza do mercado em que atua.
Toda a atividade competitiva é norteada por um posicionamento frente ao
mercado de atuação. Assim sendo, a concorrência é muito forte e influenciadora das
definições e estratégias a serem tomadas. Com isso, toda empresa, produto ou serviço
acaba criando um Market Share, ou seja, uma participação de mercado diante da sua
atuação.
Assim, verifica-se que dividir o mercado e possuir uma participação forte requer
da organização um equilíbrio em sua atuação para apresentar todos os possíveis elementos
participativos do processo de forma equacionada, pois assim, o empreendimento
conseguirá, diante de seu desenvolvimento, atingir patamares positivos e altamente
competitivos, conquistando, portanto, a tão sonhada vantagem competitiva.
Um bom exemplo dessa participação do mercado, e que pode esclarecer este
processo, é o setor de bebidas, mais especificadamente o de cerveja. Existe uma marca
nacional muito forte, que possui um Market Share alto diante das demais, de forma a deter
uma comercialização e exposição de seus produtos ao mercado muito mais significativa
e participativa.
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O cálculo do Market Share é baseado nas vendas totais daquele segmento. A
empresa interessada em conhecer sua fatia de mercado considera suas vendas em um
determinado período e as divide pelas vendas totais, ou seja, da própria empresa e de
todas as outras concorrentes, e no mesmo espaço de tempo. O resultado é o percentual de
quota de mercado.
O cálculo do Market Share é baseado nas vendas totais daquele segmento. A
empresa interessada em conhecer sua fatia de mercado considera suas vendas em um
determinado período e as divide pelas vendas totais, ou seja, da própria empresa e de
todas as outras concorrentes, e no mesmo espaço de tempo. O resultado é o percentual de
quota de mercado.
1.4.3. Balanço Patrimonial Projetado
O Balanço Patrimonial Projetado demonstra o saldo das contas patrimoniais da
empresa nos períodos. O ativo mostra a aplicação dos recursos da empresa em bens e
direitos. O passivo mostra as origens de recursos da empresa que são divididos em capital
de terceiros e capital próprio. Os capitais de terceiros são constituídos por financiamentos
espontâneos compostos dos itens do passivo circulante e os recursos de instituições
públicas e privadas. O capital próprio são recursos oriundos dos acionistas e os lucros
obtidos.
Para Sanvicente (1997; p. 165), o balanço patrimonial projetado é uma maneira
“[...] importante para a análise financeira, pois os valores apresentados num balanço são
de natureza distinta da possuída pelos valores da Demonstração de Resultados ou de uma
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos”.
O ativo demonstra onde os recursos da empresa foram aplicados. Enquanto que o
passivo mostra a origem desses recursos. Assim é determinado, que a soma do ativo e do
passivo sejam equivalente, balanceando os dois lados do balanço patrimonial. Devido a
essas condições é permitido que se faça projeções futuras de curto e longo prazo, afim de
almejar uma situação futura favorável para a instituição.
1.4.4. Fluxo de Caixa Projetado
O Fluxo de Caixa projetado exibe todas as entradas de recursos e saídas de
recursos de uma empresa em um determinado período de tempo. Todas as entradas e
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saídas de recursos de um período são conhecidas como Fluxo Líquido. O fluxo líquido
pode ser positivo ou negativo conforme o caso.
Há duas subdivisões no fluxo de caixa sendo eles o fluxo convencional e o fluxo
não convencional.
O fluxo de caixa convencional é composto por somente uma entrada e várias
saídas ou uma única saída e várias entradas. Enquanto que o fluxo de caixa não
convencional é integrado por várias estradas e saídas.
Segundo Hoji (2014, p. 74) “em um fluxo de caixa, deve existir pelo menos uma
saída e pelo menos uma entrada (ou vice-versa) ”.
A partir da verificação dos dados registrados anteriores do fluxo de caixa, se pode
desenvolver o fluxo de caixa projetado, assim planejando possíveis medidas para
aumentar as entradas, a fim de melhorar a situação futura da instituição.
2. METODOLOGIA
A metodologia da presente pesquisa é bibliográfica, exploratória e documental,
que está relacionada com o trabalho Ishisaki (2003), além da leitura de artigos e livros
relacionados com o objeto da pesquisa da área de planejamento, controle e orçamento
empresarial, sites e documentos online.
Dessa forma, Andrade (2009, p. 25) explica que a pesquisa bibliográfica é [...] o
primeiro passo para todas as atividades acadêmicas. [...]. Ela é obrigatória nas pesquisas
exploratórias, na delimitação do tema de uma pesquisa, no desenvolvimento do assunto,
nas citações, na apresentação das conclusões.
Segundo GIL (2007, p. 8) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A
principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir o investigador à
cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia
pesquisar diretamente.
Para o autor Ciribelli (2003, p. 54) a pesquisa exploratória “[...] é o primeiro passo
de qualquer Trabalho Cientifico. É também denominada Pesquisa Bibliográfica”.
Severino (2007, p. 124) define a pesquisa documental como “[...] toda forma de
registro e sistematização de dados, informações, colocando-os em condições de análise
por parte do pesquisador”.
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3. RESULTADOS ESPERADOS
Com esta pesquisa, espera-se conhecer a importância da gestão orçamentária e a
relevância da aplicação e desenvolvimento em microempresas e pequenas empresas, a
fim de identificar e solucionar problemas de planejamento e controle orçamentário.
Percebe-se que diversas instituições têm problemas com controle financeiro, o que
pode ocasionar a situação de insolvência, sendo necessárias ferramentas para auxiliar e
facilitar a administração das finanças. Neste contexto observa-se a relevância de uma boa
gestão do orçamento da instituição, pois a partir do planejamento se desenvolve as
estratégias para manter a organização da empresa no dia a dia, além de ter uma previsão
dos próximos períodos, assim possibilitando a maximização da empresa.
Por isto, em continuidade da pesquisa, serão desenvolvidas planilhas auxiliares
em Excel, para apontar o Demonstrativo do Resultado do Exercício Projetado, o Balanço
Patrimonial Projetado e o Fluxo de Caixa Projetado, a fim de apresentar os resultados do
período atual e futuro da instituição. Dessa forma, pode-se planejar, controlar e
acompanhar o orçamento empresarial.
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OS EFEITOS DA TECNOLOGIA NA PRIMEIRA ETAPA DA INFÂNCIA DE 0
A 6 ANOS
DAYANE ESTEFANY ROSA PEREIRA DE BARROS
FLAVIANE MENDES MIRANDA
MARCOS ROBERTO DOS SANTOS
MICHELE DONIZETE DA CONCEIÇÃO
NATANE DOS SANTOS
Resumo
Neste trabalho foram abordadas questões, como o uso desenfreado e rotineiro da tecnologia na
primeira infância. Foram expostas nesta pesquisa as discussões de como a criança reage perante
tamanha exposição tecnológica, e também como esses recursos tecnológicos inovadores e
viciantes podem ser usados de forma construtiva ao invés de destrutiva. Abordando também as
gerações baby boomers, e gerações X, Y, Z sempre colocando suas facilidades e dificuldades
perante as inovações, observando suas evoluções até os dias atuais, abordando o ponto que se
encontra atualmente. O objetivo geral da pesquisa foi analisar por que as crianças estão deixando
de brincar, exercitar, ou seja, deixando a vida social para permanecerem conectadas em um mundo
virtual, possibilitando um aspecto que parece ser bom, mas pode tornar-se prejudicial à saúde
física e psicológica da criança. Como metodologia optou-se pela pesquisa bibliográfica de modo
a embasar as hipóteses levantadas. Como conclusão constatou-se que não se pode esquecer que
em meio à negatividade há também o lado positivo, a tecnologia em boas mãos e sendo bem
planejada ela pode revolucionar a maneira de pensar e o conhecimento, ou seja, ela usada da
maneira correta pode colaborar para uma evolução na primeira etapa da infância. linha em branco
Palavras-chave: Tecnologia. Inovação. Conexão. Evolução.
Abstract
This job was addressed issues such as the rampant and routine use of early childhood technology.
Discussions on communication issues have been exposed, as well as how innovative and addictive
technological resources can be used constructively to the president of destructive. Also abandon
the baby boomer generations, and classes X, Y, Always their conventions and their conditions of
innovation, observing their evolutions to the present day, approaching the point that they are
currently. The overall goal of the consultation was to analyze why children are waiting to play,
exercise, ie leaving social life to stay connected in a virtual world, enabling an aspect that seems
to be good, but become harmful to health physical and psychological aspects of the child .. How
is the methodology of the bibliographic research so as to base as hypotheses raised. As the
conclusion is that one can not be forgotten as a positive one, a technology in good hands and
being well planned can revolutionize a way of thinking knowledge, that is, it is used worldwide
for an evolution in the first stage of childhood .
Keywords: Technology. Innovation. Connection. Evolution.
INTRODUÇÃO
Quando se trata de qualquer assunto relacionado a educação infantil, sabemos que
são tratados de uma faixa etária de 0 a 5 anos. Este trabalho está evidenciando os pontos
positivos e negativos da tecnologia, dentro e fora da escola, nessa sociedade em que a
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tecnologia muda constantemente, todos precisam estar sempre preparados para o novo
mundo.
Até um tempo atrás as crianças eram motivadas e tinham como distração as
brincadeiras corriqueiras, desenvolvidas no quintal de casa ou nas calçadas com crianças
de mesma idade. O que tornava o brincar um momento não só de descontração, mas
também de troca de experiências e de motivação para o aprendizado.
Na atualidade de forma geral perdeu-se muito este costume do brincar, as crianças
são motivadas desde muito cedo a utilizarem o celular. enquanto comem ou quando os
pais procuram momentos de mantê-las ocupadas de modo a sobrar-lhes tempo suficiente
para outros afazeres, porem a criança ainda não sabe as consequências de usar os métodos
tecnológicos sem o aprendizado e o suporte de limites que deveriam ter, a pesquisa vai
estar mostrando como a criança reage perante as mudanças, e quais meios os familiares
utilizam para impor limites, para o melhor desenvolvimento infantil.
A pesquisa teve como objetivo, analisar de que forma a exposição tão precoce a
esta tecnologia pode contribuir para o crescimento e desenvolvimento das crianças na
idade de 0 a 6 anos de idade. Tem como objetivo também falar da importância do brincar,
mas sem desprezar a importância da tecnologia citando sempre os limites e o
desenvolvimento das crianças de hoje, abordando e refletindo a importância da tecnologia
e seus pontos positivos e negativos.
A relevância da pesquisa possui tripla dimensão: científica, social e pessoal. No
que concerne ao conhecimento cientifico, qualquer estudo que se preocupe em analisar o
desenvolvimento do ser humano desde sua fase inicial contribui para o entendimento e
estudo dos indivíduos. Na sociedade atual qualquer estudo que favoreça o
desenvolvimento da criança de forma humanizada e prazerosa é valido.
Em razão das lacunas ainda existentes, em um amplo processo educativo
igualitário, à pesquisa tem o objetiva contribuir com estudos no sentido de preencher
lacunas existentes no âmbito do desenvolvimento infantil com a presença das tecnologias
disponíveis na atualidade.
Como as pesquisadoras se interessam pelo tema, viram a oportunidade para
desenvolverem seus conhecimentos pelo tema de forma a colocá-los em prática no
exercício da função de educadoras. Este estudo vai favorecer as atividades, bem como a
aplicação do que foi aprendido. Além disso, tornou-se um lugar comum à aplicação das
práticas aqui relacionadas, bem como a integração e socialização das crianças, que é
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condição indispensável ao exercício da cidadania e desenvolvimento do indivíduo em sua
singularidade.
Como metodologia foi utilizada a pesquisa bibliográfica, a análises de obras
pertinentes ao enfrentamento do tema, bem como ao embasamento das hipóteses
apresentadas, foram utilizadas também obras de autores e artigos disponíveis online.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Há alguns anos a tecnologia começou a crescer porem estava limitada apenas para
família com condições financeiras boas. Esse novo horizonte de conhecimento trouxe
com ele uma expansão de materiais que muitos ainda não sabem manipular. Até hoje
novos meios de técnicas são utilizados para aprimorar esta área da tecnologia sempre
pensando no benefício e no progresso.
Outra questão que a tecnologia faz pensar é que já na primeira infância a criança
que não tem certo limite diante de tantas inovações ficara presa em uma ilusão virtual,
ficando a maior parte do tempo diante de uma tela. As crianças são estimuladas e depois
acabam ficando dependentes dessas novas informações que são apresentadas, cada vez
mais cedo, hoje dificilmente você vai conhecer uma criança que ao pegar um celular ela
não vai deslizar seu dedo na tela em uma apresentação de imitação, ou seja acabou se
tornando uma cultura familiar o ensinamento de manipular um celular.
A cultura e a tecnologia (tecnologia entendida como cultura), uma vez que, é
pelas decisões adultas (a escolha do artefato a ser utilizado não é da criança,
tampouco é neutra) que a criança pode participar das modificações culturais de
seu meio ativamente, agindo de acordo com suas necessidades e interesses (ou
sendo obrigada a agir e acordo com o planejamento docente e as demandas
curriculares) (MACHADO, 2009, p. 24)
Com tudo isso hoje, na primeira infância, as crianças estão cada vez mais fixadas
e conectas no ambiente tecnológico, as crianças estão sendo cada vez mais aprimoradas
a escolherem o que as chamam mais atenção em uma tela, mexendo com seu desempenho
e aprendizado. Segundo Altoé e Silva:
Assim sendo, verificamos que as tecnologias estão presentes em todos os
lugares e em todas as atividades que realizamos. Isso significa que para
executar qualquer atividade necessitamos de produtos e equipamentos, que são
resultados de estudos, planejamentos e construções específicas. Ao conjunto
de conhecimentos e princípios científicos que se aplica ao planejamento, à
construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de
atividade nós chamamos de tecnologia. Portanto, para que os instrumentos
possam ser construídos, o homem necessita "pesquisar, planejar e criar
tecnologias" (ALTOÉ; SILVA, 2005, p.17).
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A tecnologia foi criada para melhorar tudo o que já existia porem o que era apenas
para facilitar e ampliar os conhecimentos na rotina cotidiana acabou se tornando
distrações, para o conhecimento e prejudicando outas gerações. Alguns tipos de
tecnologias que acabaram repercutindo no mundo foram os desenhos, músicas, vídeos e
outras. São as que mais fixam os olhares das crianças diante da construção dos novos
saberes.
A pesquisa irá relacionar que os dias atuais estão cada vez mais tecnológicos e
quanto mais a se desenvolve, mais se sabe que se está em processo de construção. Toda
e qualquer tecnologia vai impactar no modo de compreender e de se relacionar, desta
forma pensa-se, o que está havendo na evolução de 0 a 6 anos muitos concordam e outros
nem tanto. A tecnologia interfere ou modifica o desenvolvimento da primeira etapa? E a
resposta é que sim, porque nos dias atuais a tecnologia corresponde a novos aprendizados,
novas modificações, ela interfere na vida social e interfere até na maneira de criação da
criança e sua característica cultural.
De acordo com Sancho:
A tecnologia constitui um novo tipo de sistema cultural que reestrutura o
mundo social e ao escolhermos as nossas tecnologias nos tornamos o que
somos e desta forma fazemos uma configuração do nosso futuro (SANCHO,
1998, p.27).
Este sistema prepara a sociedade para um novo momento, momento este de
integração e desenvolvimento mútuo, todos com base na tecnologia, focados e
objetivando um futuro muito próximo, tornando essa geração que está conectada em
provavelmente adultos que não saberiam viver sem tecnologia aprimoradas.
3. A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA LÚDICA
Para que a criança viva com qualidade, a primeira coisa que deve ser incentivada
é a brincadeira, desde o seu primeiro brinquedo. Muitos pensam que brincadeira é uma
maneira de apenas liberar a energia, mas o que parece ser apena uma brincadeira acaba
sendo um estimulo à aprendizagem. Ao brincar a criança demonstra o que ela realmente
está sentindo através do seu modo de agir, é nela que a criança encontra confrontos e
emoções que serão transferidas posteriormente ao seu mundo real determinando seu
modo de agir. De acordo com Machado:
Os brinquedos e jogos, inanimados, podem até atrair a curiosidade da criança
caso ela tenha sido estimulada pela família a utilizar e se divertir com tais
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recursos em sua experiência anterior, mas invariavelmente os jogos, cores,
sons, recursos multimídia, o teclado, o mouse, a possibilidade de apertar botões
e acionar programas, abrir janelas e variar as brincadeiras irão fazer com que
o computador ganhe a disputa. (MACHADO 2007, p.10).
Através dos anos jogos simples foram se modificando, brincadeiras que eram
fáceis aumentaram seu grau de dificuldade, como por exemplo, as bonecas de
antigamente eram de pano e as crianças estimulavam sua criatividade, imitando como
seria a sua voz, seu choro e suas frases. Nos dias atuais os pais optam por oferecer aos
filhos brinquedos que prendam sua atenção e os mantenham calmos e tranquilos por mais
tempo, gerando muitas vezes limitações no desenvolvimento dos pequenos.
Limitações estas que num determinado momento os levarão às sérias
consequências, como por exemplo se uma criança assiste o mesmo desenho como se fosse
uma rotina e nele há encontra luta e agressividade certamente a imitação desta criança
será a mesma, demonstrando aquilo que ele ou ela está vendo. Desde a imitação das
influências dos desenhos e jogos, até as imitações de reações dos pais. Tudo isso é uma
forma da criança demostrar o aprendizado que está tendo através do que vê.
Segundo Leontiev:
[...] sabemos como o brinquedo aparece na criança em idade pré-escolar. Ele
surge a partir de sua necessidade de agir em relação não apenas ao mundo dos
objetos diretamente acessíveis a ela, mas também em relação ao mundo mais
amplo dos adultos. Uma necessidade de agir como um adulto surge na 14
criança, isto é, de agir de modo que ela vê os outros agirem da maneira que lhe
disseram, e assim por diante (LEONTIEV, 1998, p. 125)
Esta interação que a criança desenvolve com o brinquedo é necessária e muito
importante para seu desenvolvimento e da formação da personalidade própria. Antes os
familiares tinham um controle sobre a tecnologia, também tinham diversas interatividades
para as crianças, e sempre que os pais não gostavam do que estava sendo apresentado na
TV ou em videogames aos filhos simplesmente desligavam e tratavam de procurar outra
ocupação para as crianças.
Sobre estas situações de interação ressalta Vygotsky:
A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança;
pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em
relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é
que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O
segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço –
ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e
ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-
se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a
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sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o
prazer do brinquedo. (VYGOTSKY, 1998, p. 130)
A tecnologia hoje é fundamental para as mudanças da característica humana, hoje
o que mais chama atenção da criança de 2 a 5 anos são os desenhos, porque não basta ela
assistir uma vez, ela tende a querer assistir o mesmo episódio por vários dias e depois
coloca em pratica tudo aquilo que aprendeu, repetindo atitudes e comportamentos, porque
a expectativa é que a criança consiga elaborar e colocar em pratica aquilo que ela está
visualizando assim ela acaba se identificando ou não com certas atitudes apresentadas
para ela . Com isso a tecnologia mostra para a criança novas experiências e traz novos
tipos de curiosidades.
Tudo isso interfere na maneira de pensar da criança, ela está sempre disposta a
aprender coisas novas desde uma brincadeira em conjunto que irá aprimorar seus
aspectos, ou até mesmo uma brincadeira onde ela vai trabalhar apenas o individual. Sabe-
se que tudo que a criança aprende na primeira etapa é o que vai estimular ela a aprender
mais coisas, muitas das crianças preferem brincar em um mundo imaginário do que ficar
em sua realidade.
No primeiro momento as crianças observam e aprendem e através desse estimulo,
e despertada a curiosidade de entenderem o que se passa ao seu redor, deixando de ser
meros espectadores, passando à uma posição de questionadores.
Com tudo isso compreende-se que os vídeos educacionais, as músicas, os
desenhos e os assuntos estipulados, se forem bem planejados através do uso tecnológico
podem trazer benéficos no aprendizado.
3.1. AS REAÇÕES DAS GERAÇÕES COM A TECNOLOGIA
No passado as gerações eram divididas a cada 25 anos, marcados por mudanças
no comportamento e na forma de agir, com o passar dos anos este período foi reduzido
para 10 anos, visto a velocidade com que as transformações vinham ocorrendo no mundo,
em parte pela globalização e pelo alcance da tecnologia.
As gerações estão divididas em categorias de acordo com sua data de nascimento:
Baby boomers, Geração X, Geração Y e Geração Z.
As pessoas que nasceram entre os anos 1948 a 1963 vem da geração baby
boomers, nascidos após a Segunda Gerra, este boom se refere à assustadora taxa de
natalidade ocorrida nos Estados Unidos no período pós-guerra. Sobre os baby boomers
conceituam Carrara, Nunes e Sarsur:
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Pontuam que os indivíduos dessa geração vivenciaram a esperança pelo
desenvolvimento econômico do pós-guerra, o aumento da competitividade e
da dedicação ao trabalho em detrimento da vida pessoal e da necessidade de
reconhecimento e valorização (CARRARA, NUNES E SARSUR, 2013, p. 4)
Cada geração tem suas motivações e inspirações, e as pessoas pertencentes a esta
geração, puderam experimentar um período de grandes transformações na forma de
trabalhar e de se relacionar.
Ainda segundo os mesmos autores:
Em geral, essa geração vive para trabalhar, atua conforme regras estabelecidas,
demonstra forte compromisso e lealdade com a organização e procura
estabilidade e segurança nessa relação. Tendem a preferir sistemas de
reconhecimento por senioridade, sendo indicadores de sucesso a posição
ocupada na hierarquia e o ganho financeiro. No ambiente organizacional
evitam conflitos, utilizam a habilidade política ao lidar com a autoridade e são
cautelosos diante de mudanças (CARRARA; NUNES; SARSUR, 2013, p. 4).
Depois dos baby boomers os seus descendentes foram chamados de geração X, a
diferença entre eles era que essa nova geração, tinha um maior interesse em estudar para
entender o momento em que eles viviam, tinham as preferências e valores diferentes da
época anterior, buscavam qualidades e sempre estavam à procura de seus direitos e suas
liberdades, eram apegados a regras e as normas, as pessoas dessa geração se tornaram
profissionais que tinham a inspiração e segurança do emprego e foi marcada por um
período onde elas se esqueciam da qualidade de vida e principalmente da convivência
familiar.
De acordo com Santos et al:
Quanto aos principais benefícios oportunizados pela contratação de pessoas
pertinente a geração X destacou-se a qualidade, o melhor atendimento, o
aumento da lucratividade e as melhores condições de trabalho. Também se
destacaram pelo crescimento profissional. Quanto aos pontos fracos
identificados para a melhoria, verificou-se a falta de contentamento com as
decisões tomadas por outras pessoas e a batalha, um tanto quanto conflituosa,
por posições mais elevadas na empresa. Percebeu-se a aversão à supervisão e
a busca pela ascensão profissional como os principais objetivos dessa geração.
(SANTOS et al., 2011, p. 11).
Após a geração X vieram também seus descendentes que foram chamados de
geração Y que seriam consequentemente os filhos da geração X eles vivem em um
ambiente tecnológico, e que além da TV tem os celulares e os tablets, ou seja, essa geração
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é a que mais tem convívio com a internet, tendo assim pessoas que se dedicam cada vez
mais ao trabalho do que as pessoas que estão a sua volta. Essa época prefere ficar em
frente ao computador dialogando online ao invés de irem aos seus amigos. As pessoas
dessas épocas valorizavam o tempo livre e o agora, não se importam tanto com o futuro,
são consideradas imediatistas, acerca das frustações ressalta Lipkin e Perrymore:
As frustrações da Geração Y também são evidentes porque as pessoas dessa
geração querem viver a vida agora, não quando se aposentarem. A Geração Y
valoriza o tempo livre, a energia e a saúde no trabalho, que deve ser parte da
vida, não a própria vida. Nisso reside o contraste de valores que está fazendo
o mundo corporativo balançar hoje em dia. (LIPKIN, PERRYMORE, 2010, p.
3)
Essa geração é muito dependente da tecnologia para sua vida social e convívio
diário, querem crescer com ajuda das informações revolucionárias, essa geração está
aprimorando e elaborando maneiras para que no futuro a tecnologia ofereça não apenas
uma facilidade útil para uma boa vida.
E ainda através da geração Y chegara também a nova formação da era, ou seja,
uma nova turma que se chamará geração Z, ela sim se beneficiará com os novos avanços
da tecnologia tendo em vista que as modificações acontecem diariamente, sempre são
aprimoradas para melhor. Se a geração y era dinâmica a geração Z é bem mais, eles estão
conectados em vários dispositivos tendo grande potencial e com multitarefas em seu
ambiente, a visão dessa geração é ampla, porém é uma geração que foge das regras
comuns, e querem liberdade em um todo, reforçando tal ideia Ceretta e Froemming
afirmam:
[...] essa geração deseja liberdade em tudo aquilo que faz, desde a liberdade de
escolha à liberdade de expressão. Considera normal a proliferação de canais de
vendas e de tipos de produtos e marcas, ao contrário das gerações mais velhas.
Espera escolher onde trabalhar, utilizando-se da tecnologia para fugir das
regras tradicionais do escritório e integrar a vida profissional à vida doméstica
e social. (CERETTA; FROEMMING, 2011, p.18).
3.2. A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
Na educação o professor tem que saber desenvolver uma maneira de introduzir a
tecnologia juntamente com o aprendizado cognitivo trabalhando sempre a interação e a
motivação. Através da introdução da música e da arte é possível criar pontes que
desenvolvam o conhecimento individual e conjunto.
A tecnologia ainda é muito discutida, porém é uma forma mais dinâmica que está
sendo introduzida na sala de aula, mas não basta apenas ser inovadora se não tiver a
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colaboração do professor possibilitando os diversos recursos que podem ser utilizados, o
planejamento de qual técnica utilizar em sala de aula, sempre tendo um caminho
alternativo e tendo reflexão de como esses projetos irão afetar a construção do
conhecimento infantil.
Hoje a tecnologia é uma maneira também mais fácil da colaboração dos pais com
a escola, o aplicativo WhatsApp é uma abordagem de auxiliar a rotina do grupo da sala
de aula mandando mensagens de reuniões, opiniões e tendo sempre informações
diretamente com os professores, uma forma muito mais rápida de comunicação e
interação.
Quando se fala da educação não se refere apenas ao aluno e sim também ao
professor que muitas das vezes não aceita que a tecnologia entre em sala de aula, porém
não percebem o quanto é bom ter a colaboração de um computador para demonstrar
imagens, filmes e até mesmo tirar dúvidas e se esquecem que se tirarem a tecnologia das
salas de aula, simplesmente estarão tirando uma coisa que já está na rotina diária da
criança, e como já é um procedimento que vem de casa significa que o aprendizado
começa da rotina e da família.
Segundo Bock:
Aprendizagem da criança inicia-se muito antes de sua entrada na escola, isto
porque desde o primeiro dia de vida, ela já está exposta aos elementos da
cultura e à presença do outro, que se torna o mediador entre ela e a cultura. A
criança vai aprendendo a falar e a gesticular, a nomear objetos, a adquirir
informações a respeito do mundo que a rodeia, a manusear objetos da cultura;
ela vai se comportando de acordo com as necessidades e as possibilidades.
(BOCK, 2007, p. 162)
A criança aprende primeiramente convivendo com sua cultura, portanto é
fundamental que os educadores sejam facilitadores do ensino e aprendizagem e evitem
conflitar com características que são próprias do meio social em que convivem, bem como
de valores e conhecimentos que herdaram de seus familiares.
Hoje a internet dentro da escola tem o objetivo e a finalidade de cooperar com o
ensino e a aprendizagem através de projetos de forma a orientar os alunos e no saber como
utilizar de maneira correta a tecnologia tendo sempre como motivação passar a
observação das vantagens e perigos que a internet oferece, sobre estas ideias reforça
Moran:
As mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos curiosos e
motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores
qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de
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caminhada do professor-educador. Alunos motivados aprendem e ensinam,
avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. Alunos que provêm de
famílias abertas, que apoiam as mudanças, que estimulam afetivamente os
filhos, que desenvolvem ambientes culturalmente ricos, aprendem mais
rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas mais produtivas
(MORAN, 2000, p.17-18)
Com todas as dificuldades de aceitação das atividades tecnológicas com os
diversos tipos de professores, a primeira coisa que o professor tem que pensar com tudo
isso é em multiplicar o saber, ou seja, a construção teórica e a pratica de renovação e
tendo assim como destacada a importância da troca de experiência em ambientes ricos
em diversidade. A relação aberta não é só de professor para aluno, mas vem também do
reconhecimento do trabalho feito para melhoria do aprendizado dando méritos e
colaborações para que também o professor tenha novas capacitações para melhorar o seu
modo de transmitir o conhecimento.
Os elementos utilizados para uma boa aula muitas das vezes podem ser elaborados
e melhorados se os próprios professores estiverem adequados a aceitação da mudança, é
gratificante para um professor saber que seu planejamento da rotina pode ser modificado
para melhoria do seu trabalho quando adquiridos novos conhecimentos didáticos.
Sobre a atitude do professor destaca Demo:
O professor deve ser um pesquisador, assumindo um compromisso com o
questionamento reconstrutivo a fim de ultrapassar a simples socialização do
conhecimento. Para tanto, é fundamental a consciência crítica, o
questionamento para a construção ou para a realização de intervenção
alternativa. O professor ao estruturar o planejamento da sua aula e ao utilizar
novas técnicas estará experimentando outras propostas pedagógicas,
qualificando o processo de ensino aprendizagem (DEMO, 1998, p. 113).
O professor tem sempre que estar atualizado pois a escola e suas culturas estão
sendo mudadas constantemente e juntamente com os avanços da nova geração,
justamente com tudo o que acontecido está se desenvolvendo em nossa era novas
metodologias, capazes de atingirem resultados nunca antes imaginados ou estipulados,
mas não basta apenas colocar um computador nas salas, o professor tem que ter a
consciência que se trata de um instrumento que aprofundará os conhecimentos de todos
que o utilizarem e que devem estar sempre aliadas com informação e comunicação que o
educador passa para os alunos.
As tecnologias serão uma ferramenta a mais que reforçará as práticas tradicionais
de ensino. “As tecnologias não se modificam sozinhas o processo de ensinar e aprender,
mas a atitude básica, pessoal e institucional diante da vida, do mundo, de si mesmo e do
outro e das atitudes fundamentais das instituições escolares” (MORAN, 2007 p 89),
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reforçando que os profissionais têm de ser preparados para aproveitarem ao máximo os
recursos disponíveis.
É necessário que o educador reconheça a importância da tecnologia para o melhor
empenho de sua classe, tudo isso sempre voltado para a elaboração de seus conteúdos
com a ajuda da tecnologia para melhor empenho de ambas as partes, se o professor tem
um bom convívio com seus alunos, umas das melhores maneiras para um bom resultado
na aprendizagem é interligar o que os alunos gostam de fazer no seu horário de lazer e
aprimorar de alguma forma esses conteúdos em sala de aula, sobre esta prática ressalta
Moram:
[...] na sociedade da informação, todos estamos reaprendendo a conhecer, a
comunicar-nos, a ensinar; reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico,
a integrar o individual, o grupal e o social. É importante conectar sempre o
ensino com a vida do aluno. Chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis:
pela experiência, pela imagem, pelo som, pela representação (dramatizações,
simulações), pela multimídia, pela interação on-line e off-line. (MORAN,
2000, p.61).
A interação de um aluno com um professor é algo significativo para ambas as
partes, porque quando há um convívio dentro de classe que ajude a estimular o
conhecimento com coisas que o aluno goste de fazer, simplesmente vai fluir e haverá
resultados significativos para todos, ou seja, basta ter a consciência que o professor faz
parte dos ensinamentos dessas novas gerações.
3.3. A TECNOLOGIA EXAGERADA
Sabe-se que a tecnologia da comunicação, representada pela internet foi algo que
ultrapassou as barreiras das culturas e aprimorou a comunicação social, porem hoje um
dos primeiros recursos que os pais utilizam para que seus filhos se comportem no decorrer
do dia é entregar em suas mãos um celular, um tablet ou a TV na intenção de deixá-lo
calmo, porem se esquecem que com tal atitude pode negligenciar com a questão da
atenção e do afeto que muitas vezes eles tanto necessitam.
Elas vivem um momento de enclausuramento coletivo, “As crianças do período
moderno têm dificuldades em expressar publicamente seus sentimentos, aflições e
desejos por meio do mundo real, com isso, isolam-se dentro de seus domicílios, já que, a
tecnologia satisfaz suas necessidades (PREVITALE, 2006, p. 87), elas isolam-se mesmo
quando estão cercados por pessoas.
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O excesso absurdo da tecnologia que ultimamente se tornou comum é pelo simples
fato que não há mais contribuição na participação dos pais na vida cotidiana dos filhos,
hoje o que dá a impressão é que os pais perderam o interesse da vida dos filhos, mesmo
que tal comportamento seja inconsciente e que esteja mais ligado à correria e atribulação
no dia-a-dia.
A tecnologia entra como ilusão de companhia, ou seja, ver filmes e desenhos que
interajam chamando as crianças para brincarem juntos, acaba sendo melhor do que a
presença dos familiares, o uso exagerado faz com que a criança se prejudique em todos
os aspectos tanto físico virando uma criança sedentária e sem vontade de praticar outras
coisas comuns como esportes e brincadeiras, sendo prejudicial a sua saúde.
O nível de atividade física nas crianças tem demonstrado que a tecnologia tem
ganhado espaço no mundo das crianças e vem diminuindo a atividade física na
infância. As crianças vem se tornando cada vez mais sedentárias por hábitos
como assistir televisão, jogar vídeo games, usar computadores (MACHADO,
2011, p.13).
Com isso dá para observar que as brincadeiras que eram para serem estimuladas
e valorizadas não estão sendo nem praticadas, os hábitos de antigamente de correr, pular
gritar em brincadeiras estas como: esconde-esconde, pega-pega, taco, bolinha de gude,
entre outras foram trocados pelo o estimulo de jogos online e aparelhos eletrônicos
liberados pelos pais dando a liberdade para a pratica tecnológica sem limites.
O uso excessivo da tecnologia influencia em vários aspectos rotineiros de uma
criança, a família tem obrigação de limitar horários, e o que as crianças visualizam. Se
são coisas adequadas para sua idade e quais os benefícios que serão obtidos em sua rotina
diária, dando sempre preferência aos aplicativos, programas e tecnologias que favoreçam
a interação e o aprendizado. segundo Chimelli:
Na família aprende-se o que são valores, virtudes, e como vive-los, a partir do
exemplo dos pais. Na família forma-se a consciência, educam-se a inteligência
e a vontade através do exercício contínuo do bem ser (amor, carinho,
segurança, limites, proteção, confiança, respeito, oportunidades, formação de
hábitos, convivência, coerência...) e do bem-estar (as necessidades básicas do
ser humano – alimento moradia, vestuário, estudos, serviços de saúde, lazer,
...tantas) (CHIMELLI, 2002, p. 49).
É na família que o indivíduo estabelece seus limites, suas crenças e valores, e se
lança no mundo embasado por estes mesmos princípios que o nortearão até a fase adulta.
Observar, orientar, conversar e acompanhar tudo o que a criança está vendo, vai ser uma
forma de passar vários ensinamentos segundo as regras dos pais. Pois segundo Chimelli
(2002, p. 48), “os pais devem ser o exemplo dos filhos” e seu suporte e guia.
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Além de tudo isso a exposição excessiva aos computadores e celulares ou mesmo
uma televisão, seja para assistirem filmes desenhos, vídeos os apenas para jogar, pode
causar danos físicos ao sujeito, devido à claridade fixa em seus olhos, sentado ou deitado
da maneira que acha mais confortável pode trazer danos à saúde, muitos ignoram esse
fato, porém quando o uso se trata de uma criança entre 0 a 6 anos pode trazer prejuízos
pelo resto de suas vidas.
Usando muito tempo a criança começa a ter sonos irregulares por exagerar no
tempo em frente a uma tela vendo diversos desenhos. Se torna cada vez mais comum, o
isolamento e o estimulo dos pais, que acabam se tornando um vício, e deixando a criança
sempre se sentindo sozinha. E sua companhia é o desenho, filmes, jogos, ou seja,
induzindo a criança antissocial e com problemas de saúde. Até a maneira que a criança
senta pode ser prejudicial para seu desenvolvimento, causando problemas sérios em sua
coluna por falta de exercícios físicos e pela exagerada tensão nos músculos.
É importante citar “uma conscientização corporal do próprio indivíduo,
principalmente, em relação a uma postura correta e a melhor maneira de minimizar todo
o esforço pelo qual o corpo é submetido nas infinitas atividades diárias” (VERDERI,
2001, p. 36), buscando sempre posições ergonomicamente corretas. Neste sentido,
“incorporadas à espécie e à coluna vertebral, essas alterações anatômicas, sofreram,
constantemente, novas modificações devido a fatores como idade, hábitos, tipo de
trabalho e outros” (KNOPLICH, 1982, p. 16), ou seja, esse modo errado de se sentar ou
mesmo de se ajustar aliado a outros fatores podem gerar perdas que se mostrarão
irrecuperáveis no futuro.
As alterações posturais são desvios que podem afetar qualquer estrutura óssea do
corpo, mas mais frequentemente atingem a coluna. As principais alterações posturais são:
Escoliose, Hipercifose e Hiperlordose da coluna vertebral.
Na questão ocular e o excesso da exposição à claridade é algo prejudicial deixando
os olhos das crianças irritados, vermelhos e secos induzindo a uma sensibilidade à luz, ou
seja, síndrome da visão do computador.
Blehm et al (2005) definem a síndrome como um “conjunto de queixas oculares
experimentadas pelos usuários de computador que tipicamente incluem fadiga visual,
queimação e irritação ocular, visão embaçada e olho seco” (BLEHM et al., 2005), já a
Occupational Safetyand Health Administration – OSHA, a define como “conjunto de
problemas oculares e visuais experimentados durante ou relacionados ao uso de
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computadores” (BALI; NAVIN; THAKUR, 2007, p. 14), em ambos os casos os
malefícios acabam se sobrepondo aos benefícios.
Outras possibilidades são os problemas psicológicos que se iniciam na primeira
etapa da criança, adquiridos com o uso extensivo destas tecnologias visuais, ou seja, uma
criança que fica muito tempo em frente a uma diversidade de desenhos sem limites
propostos tem grande chance de se tornar uma criança agitada e ansiosa, ocasionando
distúrbios de humor, ou seja, cansaço irritabilidade, entre outros.
Tudo isso prejudica em todos os aspectos o desenvolvimento infantil, criando a
partir daí uma personalidade onde o prazer da criança será ficar isolada de tudo que há a
sua volta para apenas ficar onde ela se sinta bem, ou seja, em frente a uma tela, passando
a um comportamento compulsivo e depois consequentemente um adulto com as mesmas
dificuldades, isso não melhora com o tempo se nada for feito, sobre estes danos reforça
Silva et al:
A dependência de internet pode trazer prejuízos na vida do indivíduo em
diversas esferas de sua vida, seja em casa ou no trabalho, quando se torna um
comportamento compulsivo (SILVA et al, 2011, p. 25).
São conhecidos hoje como hábitos, mas que no futuro poderão desencadear
transtornos e síndromes que não permitirão que as vantagens obtidas com sua utilização
tenham grandes aproveitamentos.
4. METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa Bibliográfica de modo a embasar as hipóteses
levantadas pelos autores de forma fundamentar o assunto.
Como metodologia foram analisadas as obras pertinentes ao enfrentamento do
tema, bem como ao embasamento das hipóteses apresentadas, foram utilizados livros,
também obras de autores, e artigos disponíveis online. Afirmando a hipótese levantada,
que a tecnologia pode ser prejudicial ou se for bem trabalhada pode ser benéfica. A
pesquisa também abordou os levantamentos sobre a proposta do tema, por partes dos
autores do material discutido.
Através da situação levantada, sobre a tecnologia ter seus malefícios, e influenciar
diretamente as crianças, provocando prejuízos. Se os adultos não souberem abordar com
consciência os métodos de aprendizagem a criança pode ficar alienada e viciada no
mundo tecnológico. Mostrando que através do brincar a criança tende a evolui e tem
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motivação com vários benéficos, tanto para a formação do indivíduo como para se tornar
social e sadio nos dias atuais.
Foi abordado a elaboração de um questionário que foi respondido pela as crianças,
além de observações e conversas informais com professores e alunos de uma escola. E
através das respostas foi feito um planejamento de transferência de aprendizagem
expondo a importância do brincar.
Foi realizada a coleta de dados através da observação das crianças durante as
brincadeiras
Foi utilizado o ambiente de informática, em um momento livre, para observação
qual seria a reação e quais finalidades eles iriam se conectar. Nessa realização verificamos
que muitos entraram em redes sociais, até mesmo os menores.
Construímos meios de reflexão no momento da aplicação, conscientizando que a
tecnologia pode ser prejudicial.
Foi realizada uma conversa, explicando que sem motivação dos adultos a criança
acabam não tendo o conhecimento e o próprio interesse por brincadeiras culturais que
antes eram comuns.
Foi realizada gincanas e outros jogos estimulando as criatividades e a interação de
todos os participantes, brincadeiras onde foram envolvidos métodos pedagógicos que
incentivava a evolução e as dificuldades dos alunos, e as habilidades.
Observamos que ao estimular as crianças, obtivemos a participação e a interação
de todos, em todas as atividades. Ou seja, sem criticarem a hipótese de que poderiam
escolher a sala de informática para jogar.
Através da elaboração, de interações, estratégias e aulas recreativas foi
apresentado que o brincar é mais importante e mais saudável do que ficar em frente a uma
tela em um mundo tecnológico.
Através de observação constante, sobre a aplicação do projeto. Verificamos que
ao longo das aulas praticadas as crianças preferiam brincar e interagirem ao invés de
ficarem na sala de informática, jogando jogos de suas escolhas, ou seja depois de
estímulos, explicações conversações tivemos a percepção que as crianças preferem
brincar porem não tem esse incentivo através dos familiares.
Pretende-se que a criança no uso da tecnologia se desenvolva de forma sadia e
com qualidade, não se tornando refém e deixando de brincar, viver as peculiaridades
própria da idade.
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Metodologia ainda em aplicação.
CONCLUSÃO /CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde o princípio os avanços tecnológicos vêm sendo aprimorados, e atualizados
para um melhor benefício do ser humano. Os conhecimentos sempre foram passados
paras novas gerações, sempre tendo em vista elaborações de novas invenções, com tudo
isso, os recursos foram “beneficiando” o lazer, a educação e o trabalho revolucionando
infinitos assuntos.
A tecnologia é essencial para a escola, o aluno e o professor podendo observar que
com todas as informações, podem ser válidas para uma transformação individual ou
conjunta, tantas evoluções podem trazer benefícios, para um bebe uma criança ou até
mesmo um adulto. Tendo em vista explorar seus reflexos, sentimentos, coordenação e até
mesmo aprimorando, mais conhecimento psicológico para uma melhor evolução.
Essa evolução é continua fazendo com que as pessoas, desde as crianças
soubessem o que é um celular, tablet e vários outros objetos tecnológicos, e isso também
fez com que quase todas as pessoas se esquecessem da importância do estimularem as
brincadeiras.
As reações das gerações antigas sobre a importância da brincadeira fizeram com
que eles não se aproximassem tanto dessas novas oportunidades de avançar, a reflexão
sobre esse assunto, traz também os pontos negativos sobre os riscos com tanto
aprimoramento da tecnologia, as doenças, perigos e outros aspectos que as novas
tecnologias podem trazer. Ou seja, juntamente com o prazer e o lazer, trazem também os
riscos, vícios entre outros malefícios que podem ser evitados através de observações e
estímulos.
A tecnologia é importante para nosso desenvolvimento, por exemplo: há desenhos
que estimulam o conhecimento, como também tem desenhos que podem prejudicar, ou
seja tudo tem o seu ponto de vista positivo e o seu lado negativo, com a tecnologia e o
brincar não é diferente, o brincar traz benefícios, desde o social quanto no
desenvolvimento infantil, trazendo benefícios em todos os aspectos, tanto na saúde
quanto na educação, a família tem que observar e estimular o que é necessário para
melhorar e capacitar a criança, mas também verificar e observar o que irá prejudica-la.
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O aprendizado nunca é demais então a conclusão chegada foi que a tecnologia é
sim um universo de novos conhecimentos, porem para todas as idades tem que impor
certos limites, e levando novas possibilidades para o desenvolvimento da criança, como
introduzi-la ao meio de conhecimento das brincadeiras, ajudando a incluía-la no meio
social com suas próprias realidades.
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TURÍSTICOS NO VALE DO PARAÍBA:
ANÁLISE SOBRE AGENCIAMENTO DE VIAGENS
ÉBER JOSE DOS SANTOS
SIMONE DE JESUS MARTINS LOPES
Resumo
O mercado de viagens e turismo tem tradicionalmente um papel significativo na economia. Em
2016, foi responsável por 3,2% do PIB brasileiro, o que justifica o estudo do tema. Este artigo
estuda o mercado de agências de viagens da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral
Norte (o agregado das duas áreas é conhecido por RMVPLN), especialmente o da chamada Sub-
Região 3, que inclui nove municípios vizinhos ou próximos a Cruzeiro, SP. Foi realizado o
levantamento de todos os prestadores de serviços de agenciamento de viagens credenciados no
Sistema Cadastur, mostradas 7 realidades de negócios, bem e identificadas suas tipologias,
pacotes mais comercializados e como está a adaptação necessária para enfrentar o aumento da
competição promovido pelas transações comerciais online. O método científico utilizado é o
estudo de caso: além do embasamento teórico foi aplicada pesquisa de campo por meio de
entrevistas com gestores de nove estabelecimentos. Os resultados demonstram crescimento do
número de agências a partir das duas últimas décadas, concentração desse aumento em duas
cidades principais, predominância do serviço emissivo e reelaboração de estratégias de negócios
para enfrentar a concorrência do e-commerce.
Palavras-chave: Agenciamento de viagem. Turismo. Gestão de negócios.
Abstract
The travel and tourism market has a significant role in the economy of Brazil. In 2016, travel &
tourism accounted for 3.2% of the Brazilian GDP, which justifies the study of the theme. This
article studies the market for travel agencies in the Paraíba Valley Metropolitan Area of Brazil,
as well as the Northern Coast of the state of Sao Paulo (the aggregate of both areas is known as
RMVPLN), especially the so-called Sub-Region 3, which includes nine municipalities neighboring
or near the city of Cruzeiro. A survey was made of all providers of travel agency services,
accredited in an official list of businesses related to tourism called Cadastur System, showing 7
business realities, as well as identifying travel agency types, pointing out the most commercialized
packages and studying how the agencies are coping with increased competition by online
business. The scientific method used was the case study. Therefore, in addition to the theoretical
study, field research was applied through of interviews with nine travel agency managers. The
results show a growth in the number of travel agency bureaus along the last two decades with
concentration in two cities, predominance of sending over receiving tourists and re-elaboration
of business strategies to face e-commerce competition.
Keywords: Travel agency. Tourism. Business management.
INTRODUÇÃO
A área de turismo tem ganhado representatividade nos últimos anos, conforme
evidencia o Plano Nacional de Turismo 2018 – 2022, publicado pelo Ministério do
Turismo, que traz dados importantes sobre o panorama turístico no Brasil. Pelo
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diagnóstico realizado em 2016, a participação direta do segmento na economia brasileira
foi de U$$ 56,8 bilhões, o que corresponde a 3,2% do PIB43.
Até 2027, a WTTC44 prevê um crescimento de 3,3%, o que representará 9,1% do
PIB. O relatório também mostra que a Receita Cambial Turística, que inclui o turismo
internacional, registrou U$$ 5,8 bilhões, um pouco abaixo da média computada nos
últimos 10 anos, mas ainda assim o resultado da atividade turística no país é considerado,
por especialistas, como positivo.
Nesse contexto, apesar de existirem centenas de trabalhos acadêmicos sobre
turismo, ainda é relevante tratar do assunto por um viés, talvez ainda não muito explorado,
como é o caso deste artigo, que se inscreve na linha de pesquisa Turismo, Organizações
e Sustentabilidade e propõe estudar sobre o mercado de agenciamento de viagens.
Para o desenvolvimento do trabalho, delimitou-se o tema, ou seja, selecionou-se
as agências de viagens e turismo da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral
Norte (RMVPLN), do estado de São Paulo, especificamente, da Sub-Região 3, que
contempla 9 (nove) municípios – de Cachoeira Paulista a Roseira. Assim, foi realizado
levantamento de todos os prestadores de serviços do segmento, devidamente
credenciados no Cadastur, mostrada a realidade de mercado de uma amostra desse
universo de agências de viagens, identificadas suas tipologias, verificados os tipos de
pacotes mais comercializados, tanto emissivos quanto receptivos e, por fim, tomado
conhecimento sobre como os empreendedores têm trabalhado com a popularidade das
transações comerciais online (e-commerce).
Mediante esses objetivos, o método científico mais adequado é o Estudo de Caso,
que estuda determinados casos com profundidade. Para tanto, foi desenvolvido um
protocolo com questões de pesquisa, proposições de estudo, unidade de análise, lógica
que liga dados às proposições e definidos critérios de análise. Dentre as questões que
norteiam a pesquisa estão: Qual o impacto do e-commerce nas agências de viagens? Quais
as ferramentas que os agentes de viagens utilizam para gerar negócios? Que tipos de
pacotes são mais comercializados? Qual o perfil dos clientes das agências emissivas e
receptivas?
Além da pesquisa webgráfica e documental, que consta de consultas em sites
como IBGE, Ministério do Turismo, Emplasa e Assembleia Legislativa de São Paulo,
43 Produto Interno Bruto 44 World Travel & Tourism Council
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foram consultados autores importantes que fornecem sustentação ao trabalho, como
Badaró (2002), Candioto (2012), Costa (2014), Fontes Filho (2006) e Pellizzer (2013),
para citar os principais.
E, para ter um resultado prático, foi desenvolvido um roteiro de entrevista aplicado
aos empreendimentos selecionados para análise.
A partir dos resultados da pesquisa, observou-se que para atuar na área de turismo
com serviços de agenciamento, o empreendimento precisa ser legalmente constituído,
pois assim terá oportunidade de se credenciar junto ao sistema Cadastur, obrigatório e
previsto em legislação. Na Sub-Região 3, algumas agências emissivas enfrentaram o
impacto do avanço tecnológico, porém houve crescimento nesse setor a partir do
investimento em atendimento personalizado para retenção de clientes.
1. REVISÃO DE LITERATURA
Com o intuito de mostrar a realidade de mercado das agências de turismo da Sub-
Região 3, composta pelas cidades de Aparecida do Norte, Cachoeira Paulista, Canas,
Cunha, Guaratinguetá, Lorena, Piquete, Potim e Roseira, tipologia, pacotes turísticos
mais comercializados, suas tecnologias e inovações, será apresentado quadro teórico, a
partir de pesquisas bibliográficas que subsidiarão a análise dos resultados e discussões,
seção 3, de forma a compreender como é o processo da atual dinâmica do mercado de
agenciamento de viagens na RMVPLN.
1.1 Turismo
O turismo desenvolveu-se rapidamente nas últimas décadas, tornando-se
importante em vários segmentos que envolvem qualidade de vida e bem-estar e, com isso,
encontra-se em constante transformação e acompanha as tendências do mercado.
A atividade turística visa lazer, entretenimento, profissionalismo, realização de
sonhos e felicidade do turista, com ampla ação para o planejamento e estabelecimento de
prioridades e objetivos para se chegar a uma situação previamente desejada.
Diversos autores definem turismo e, para este trabalho, optou-se pelo conceito de
Pelizzer (2013, p. 01): “conjunto de elementos sociais, políticos, culturais e econômicos
provocados ou gerados pelo deslocamento de turistas (de um pólo emissivo para um pólo
receptivo)”. A escolha pelo teórico se deu pelo fato de a definição estar associada ao
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serviço de agência de viagem que emite ou recebe turistas nos destinos em que estão
instaladas.
Também não se pode deixar de citar o conceito de turismo aceito mundialmente e
referenciado em variadas obras sobre o assunto, atribuído à Organização Mundial do
Turismo (OMT). Segundo a OMT (2011, apud DANTAS & BRANCO, 2015, p. 49), o
turismo “compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas
em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um
ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras”.
Nota-se, pelas definições, que o termo também se refere ao deslocamento de
pessoas que procuram pelo prazer, lazer e bem-estar.
A literatura apresenta uma diferença entre turismo, já definido, e viagem.
Conforme Badaró (2003, p.22), “viagem, no sentido amplo do termo, pode ter diversos
objetivos não necessariamente turísticos”.
Vale ressaltar que, de acordo com Pellegrini Filho (2000, apud COSTA, 2014, p.
52), turista
É toda pessoa que se desloca para fora de seu lugar de residência permanente
por mais de 24 horas, efetuando pernoite, sem a intenção de fixar residência
ou exercer atividade remunerada, realizando gastos de qualquer espécie com
renda auferida fora do local visitado.
Existem diversos tipos de turismo sob diferentes classificações, dentre eles:
Turismo Religioso, Turismo de Massa, Turismo de Incentivo, Turismo Cultural, Turismo
de Eventos, Turismo de Estudos, Agroturismo, Turismo Rural, Turismo Náutico,
Turismo Ecológico e Turismo de Aventura.
Para Badaró (2003, p. 27-30), o turismo é classificado por diferentes critérios,
como evidencia o Quadro 1:
Quadro 1: Classificação de turismos quanto a diversos critérios
Quando envia turistas para fora de sua
Por natureza Emissivo região.
Economicamente passivo.
Receptivo
Quando recebe turistas de outras regiões.
Economicamente ativo.
Nacional
Desenvolvido por turistas que residem no
Nacionalidade dos próprio país.
turistas Estrangeiro
Desenvolvido por turistas que entram no
país.
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De Minoria Destinos menos procurados. Pelo volume
De massa Destinos mais procurados.
Composição social Classes privilegiadas, média Depende do poder aquisitivo do turista.
ou popular
Livre
O turista escolhe tanto a temporada quanto a
Autonomia destinação.
Dirigido Respeitar o calendário anual.
Duração Excursionista, fim de semana, férias, tempo indeterminado.
Frequência Regular ou esporádico.
Alojamento Hoteleiro ou extra hoteleiro.
Fonte: A autora (adaptado de Badaró, 2003)
Badaró (2003, p. 30) afirma que
Uma vez exposta essa classificação, verifica-se a importância de se proceder,
hipoteticamente, a cruzamentos entre diversos tipos de turismo sob a
perspectiva das classes sociais, objetivando uma posterior identificação de
conflitos surgidos dos diferentes tipos de turismo e possíveis soluções sob a
égide do direito.
Os critérios são importantes para que se conheça de forma clara e objetiva a
classificação, de modo a atender os fatores para a movimentação de pessoas. Por sua vez,
os serviços turísticos podem ser oferecidos por meio das agências de turismo, de forma a
suprir a necessidade de cada cliente, analisar a melhor solução e a disponibilidade
financeira de cada indivíduo. Para que tais serviços sejam prestados com qualidade e o
turista possa fazer seus roteiros de viagem com segurança, o Governo Federal instituiu,
por meio da Lei nº 11.771/08, o Sistema Cadastur (Cadastro dos Prestadores de Serviços
Turísticos), no âmbito no MTur (Ministério do Turismo), em parceria com Órgãos
Oficiais de Turismo das Unidades da Federação, que visa promover o ordenamento, a
formalização e a legalização dos prestadores de serviços turísticos no Brasil. Portanto, é
um cadastro obrigatório para boa parte do trade turístico, que tem como objetivo reunir
todos aqueles empreendimentos, pessoas físicas ou jurídicas, que estejam legalmente
constituídos e em operação.
O Mtur (2011) elaborou o “Manual de Orientações para Cadastramento dos
Prestadores de Serviços Turísticos junto ao Ministério do Turismo” com a finalidade de
orientar os prestadores de serviços turísticos para o correto cadastramento no Sistema
Cadastur. De acordo com o documento (p. 4-5), o cadastro no Cadastur apresenta as
seguintes vantagens:
✓ comprovar que o empreendimento turístico está legalmente constituído;
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✓ certificar que está em funcionamento e em operação;
✓ atestar que o profissional atende aos requisitos legais para o exercício da
atividade;
✓ disponibilizar informações ao turista sobre os prestadores de serviços
cadastrados; e
A seguir, no Quadro 2, é apresentada a relação de estabelecimentos que,
necessariamente, têm de possuir o Cadastur e aqueles para quem o cadastro é opcional,
para operar seus serviços turísticos:
Quadro 2: Empreendimento com cadastro obrigatório e opcional no Cadastur
Obrigatório Opcional
Meios de hospedagem Casa de Espetáculos & Equipamento de Animação Turística
Agências de turismo Centro de Convenções
Guia de Turismo Empreendimento de Entretenimento e Lazer & Parque Aquático
Transportadoras turísticas Locadora de veículos para turistas
Organizadoras de Empreendimento de Apoio ao Turismo Náutico e à Pesca Desportiva
Eventos
Acampamentos turísticos Prestador Especializado em Segmentos Turísticos
Parques temáticos Prestador de Infraestrutura de Apoio para Eventos
Restaurante, Cafeteria, Bar e Similares
Fonte: MTur345 (2018, online)
Verifica-se, pelo Quadro 2, que as agências de turismo, para operarem no território
nacional, precisam conter o Certificado Cadastur, cujo cadastro pode ser online ou por
meio dos Órgãos Estaduais de Turismo.
No que concerne à definição de Agência de Turismo, a Lei nº 11.771, de 17 de
setembro de 2008, dispõe em seu art. 27, Subseção III:
Art. 27. Compreende-se por agência de turismo a pessoa jurídica que exerce a
atividade econômica de intermediação remunerada entre fornecedores e
consumidores de serviços turísticos ou os fornece diretamente. (BRASIL,
2008, online)
Pelo dispositivo legal, a agência de turismo auxilia antes, durante e depois da
viagem, atende os clientes individualmente para oferecer a melhor solução, conforme os
desejos e a disponibilidade financeira, com segurança, cordialidade e experiência.
Outra fonte oficial é a Lei 12.974, de 15 de maio de 2014, que estabelece as
funções da agência do turismo, dentre as quais estão intermediação na comercialização
de reserva e contratação de passagens aéreas, meios de hospedagens, locação de veículos,
45 www.turismo.gov.br
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seguros de viagens etc. Tais atribuições são citadas por Marcela Candioto (2012), em sua
obra sobre agências de viagens do Brasil.
Candioto (2012, p. 9) classifica as agências de turismo em duas categorias:
Operadoras turísticas ou agências produtoras: organizam pacotes
turísticos, desenvolvem roteiros e conjugam em um só preço os itens de uma
viagem: transporte, hospedagem, alimentação, serviços (guia de turismo,
passeios, entretenimento etc.), facilitando a comercialização dos destinos
turísticos. Agências de viagens ou distribuidoras: empresas que fazem a
conexão entre o consumidor final (turista) e os produtos turísticos das
operadoras, além dos demais fornecedores independentes (meios de
hospedagem, de transporte, alimentação e inúmeros outros serviços turísticos).
(grifos nossos).
Pela citação, percebe-se que as operadoras criam os pacotes e as agências
comercializam para os clientes finais, ou seja, são pessoas jurídicas que atuam como
intermediadoras.
A mesma autora (p. 10-11) ainda apresenta a classificação de cada grupo de
empreendimentos, conforme o Quadro 3:
Quadro 3: Classificação das Operadoras Turísticas e Agências de Viagens
Operadoras turísticas ou agências produtoras Agências de viagens ou distribuidoras
Operadoras turísticas nacionais desenvolvem Agência de viagem vendedora revende os
roteiros e pacotes turísticos aéreos, marítimos, produtos elaborados pelas operadoras turísticas
rodoviários ou mistos, dentro do território produtoras, como também, meios de transporte,
nacional. hospedagem, alimentaçao e entretenimento
recebendo, na maioria dos casos, uma comissão
de seus fornecedores.
Operadoras turísticas internacionais
Agência de viagem representante revende os desenvolvem roteiros e pacotes turísticos aéreos,
produtos e serviços elaborados por uma ou mais marítimos, rodoviários ou mistos, em países
operadoras turísticas ou fornecedor. distintos daquele que esta estabelecida.
Operadoras turísticas locais ou receptivas atuam
no atendimento e na prestação de serviços no
local onde estão estabelecidas.
Ambas (vendedoras e representantes) têm Operadoras turísticas mistas atuam tanto como
caráter varejista e atendem ao consumidor final, operadora nacional quanto internacional e
prestando serviços, assessoria e informações receptiva.
detalhadas sobre os produtos. Operadoras turísticas segmentadas podem ser
nacionais ou internacionais. Desenvolvem
pacotes e roteiros para um determinado nicho de
mercado.
Fonte: A autora (adaptado de Candioto, 2012, pp. 10,11)
Com o advento da Internet, surgiu, ainda, outro tipo de agência de viagem: as
chamadas OTAs (Online Travel Agencies), que, segundo Sass (2017), tiveram origem em
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1996, nos EUA, com a Travelcity. Basicamente, são empresas do segmento que
promovem vendas online de produtos e serviços relacionados ao turismo.
Neves (2017, online) afirma que
as Online Travel Agencies (OTAs), como Booking.com, Hotels.com (empresa
da Expedia), Decolar.com, entre outras, têm crescido no número de vendas de
diárias em hotéis, nos últimos anos, o que tem sido resultado da queda nos
meios de vendas diretas.
O consumidor tem preferência por esse tipo de serviço por ser mais rápido, em
muitos casos eficientes, práticos, além do custo benefício. Por outro lado, há clientes que
ainda optam pelas agências físicas, pois sentem mais segurança ao negociar com um
agente de viagens presencial, que passe confiança na relação comercial.
Ainda, segundo Candioto (2012, p. 11), há outras empresas do segmento do
turismo que prestam suporte às agências de viagens. São as consolidadoras, que repassam
e revendem o transporte aéreo para as agências de turismo que não possuem o
credenciamento necessário para essa operação no SNEA (Sindicato Nacional das
Empresas Aeroviárias) ou IATA (International Air Transport Association, Associação
Internacional de Transporte Aéreo), dependendo se for voo nacional ou internacional,
respectivamente.
Existem, também, os General Sales Agents (GSAs), que se caracterizam como
uma forma de representação de um determinado produto ou serviço, servindo como
atacadista na distribuição às agências de viagem de um determinado país ou região.
Atendem exclusivamente a operadoras turísticas e agências de viagem, e não ao
consumidor final.
É pertinente a este estudo mencionar sobre Gestão de Negócios, de modo a
entender como empreendedores de agenciamento de viagens e turismo fazem a gestão de
suas empresas.
1.2 Gestão de negócios
Em empreendimentos de pequeno e médio porte - como é o caso das agências de
viagens da Sub-Região 3 da RMVP - geridos, muitas vezes, pelos próprios proprietários
e que pretendem crescer, faz-se necessário mais do que uma simples mudança
organizacional, é preciso que os empreendedores atuem como administradores, ou seja,
façam uma gestão profissional da empresa.
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De acordo com Silva, Oliveira e Prado (2005, p. 4), o bom administrador executa
cinco operações básicas, que, juntas, resultam na integração dos recursos em um
organismo viável e em desenvolvimento: fixa objetivos, organiza, lidera, avalia e
desenvolve pessoas. Cabe a ele, então, se adequar à empresa, conhecer pontos fortes e de
melhoria para que possa atingir os objetivos propostos, de forma eficiente, e aprimorar o
crescimento da empresa.
Dentre as ferramentas disponíveis que podem ajudar na boa gestão de um negócio,
existe o Plano de Negócios, que, segundo Fontes Filho (2006, p. 87), consiste em
um relatório ou documento de trabalho onde são detalhados, de forma clara e
objetiva, todos os aspectos importantes de um novo empreendimento,
incluindo as oportunidades de negócio identificadas, a definição de objetivos
esperados, os recursos e ações necessárias seu alcance, e a forma como o
empreendimento será gerenciado para o alcance dos objetivos.
Percebe-se que o plano é importante para descrever os objetivos e a forma como
serão alcançados, analisar a viabilidade do negócio, identificar possíveis riscos e quanto
mais detalhado, mais amplas serão as chances de acertos e sucesso do novo
empreendimento.
Com a evolução da tecnologia, novos formatos de negócios surgiram como o e-
commerce.
Cruz et al. (2017) afirmam que, com o surgimento do comércio eletrônico nos
EUA, em 1995, esse novo formato de venda chegou ao Brasil em 2000, com a promessa
de revolucionar o comércio varejista, com um conceito totalmente inovador.
É comum a confusão entre os termos e-commerce e e-business, mas Chaffey
(2015, online) esclarece a diferença:
E-commerce são transações mediadas eletronicamente entre uma organização
e qualquer terceiro com o qual ela se relacione. Não se restringem somente a
compra e venda de produtos, mas incluem atividades de pré-vendas e pós-
vendas ao longo da cadeia de suprimentos. E-businesses incluem pesquisas e
desenvolvimento, marketing, manufatura e logística de entrada e mídia. (grifos
nossos)
O e-commerce assume um papel cada vez mais expressivo na competitividade do
mercado no setor de turismo, possibilitando o contato direto entre a empresa e o cliente,
o que facilita a informação e a venda. Desse modo, torna-se preciso entender a
necessidade e desejo do consumidor, identificar a intenção por realizar compra on-line,
além de levar em consideração três aspectos: confiança, design e segurança, explicados
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por Oneto et al. (2015) que se baseiam em teorias de Araújo, Silva e Christo (2002), Ponte
et al. (2015) e Kim, Chung e Lee (2011).
Nesse universo online, a confiança é um fator primordial para a compra, assim, os
sites precisam transmitir confiabilidade e credibilidade por meio das referências,
aparência de suas páginas, comentários de clientes, experiência e informações claras e
positivas.
O design também é um atrativo para o internauta e, como está em constante
mudança de tendências, precisa estar atualizado e ser funcional para que o usuário tenha
a praticidade ao realizar sua pesquisa.
Por fim, a segurança é a garantia de que o usuário receberá seu produto/serviço,
conforme a descrição no site.
Mediante esse novo cenário, o empresário que se propõe a comercializar produtos
e serviços virtualmente tem de se adaptar a essa nova forma e cuidar, especialmente, do
modo como se apresenta aos seus clientes, pois, diferentemente da loja física, esses são
conhecidos pelo visual do produto, avaliações de compradores etc.
Assim, o e-commerce possui característica como flexibilidade de negócios,
diferencial das demais formas de comércio, podendo realizar compra ou venda de vários
tipos de produtos.
Sass (2017) comenta que, do total de vendas em turismo, em 2016, 16% foram
efetuadas via agências de viagens online, como Expedia, Booking, Decolar e Viajanet,
denominadas de OTAs, e afirma ainda que enquanto o turismo total crescerá em média
3% nos próximos anos, no Brasil, o turismo online chegará a 12%, alcançando 48% de
penetração em 2020.
Esses dados devem suscitar preocupação nos agentes de viagens que mantêm suas
empresas físicas, uma vez que demonstram uma tendência do consumidor a usar cada vez
mais a Internet para efetuar suas compras, portanto, é importante associar criatividade e
inovação, para se reinventar no mercado e garantir sobrevivência.
1.3 Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte
A Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN),
composta por 39 municípios, foi criada pelo Governador do Estado de São Paulo, Geraldo
Alckmin, ao promulgar, em 09/01/2012, a Lei Complementar 1.166/2012, que estabelece
em seu texto os seguintes objetivos:
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I - o planejamento regional para o desenvolvimento socioeconômico e a
melhoria da qualidade de vida;
II - a cooperação entre diferentes níveis de governo, mediante a
descentralização, articulação e integração de seus órgãos e entidades da
administração direta e indireta com atuação na região, visando ao máximo
aproveitamento dos recursos públicos a ela destinados;
III - a utilização racional do território, dos recursos naturais e a proteção do
meio ambiente, dos bens culturais materiais e imateriais;
IV - a integração do planejamento e da execução das funções públicas de
interesse comum aos entes públicos atuantes na região;
V - a redução das desigualdades regionais (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
DE SÃO PAULO, 2012, online).46
Conforme tal dispositivo legal, a RMVPLN é dividida em sub-regiões:
Quadro 4: Divisão da RMVPLN em Sub-regiões
Sub-Região 1 Caçapava, Igaratá, Jacareí, Jambeiro, Monteiro Lobato, Paraibuna, Santa Branca e
São José dos Campos;
Sub-Região 2 Campos do Jordão, Lagoinha, Natividade da Serra, Pindamonhagaba, Redenção da
Serra, Santo A. Pinhal, São B. Sapucaí, São L. Paraitinga, Taubaté e Tremembé;
Sub-Região 3 Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Cunha, Guaratinguetá, Lorena, Piquete, Potim
e Roseira;
Sub-Região 4 Arapeí, Areias, Bananal, Cruzeiro, Lavrinhas, Queluz, São José do Barreiro e
Silveiras;
Sub-Região 5 Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
Fonte: A autora (adaptado da Lei Complementar 1.166/2012)
Geograficamente, a RMVPLN está distribuída conforme a Figura 1, a seguir:
Figura 1: Mapa da RMVPLN
46 https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2012/lei.complementar-
1166-09.01.2012.html
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Fonte: Emplasa (2017)
Dados do IBGE (2017) mostram que a população estimada da Sub Região 3 era
de 350.201 habitantes em 2017, distribuídos entre as nove cidades que a compõe,
conforme mostrada no Quadro 4.
A seleção da Sub-Região 3 para análise se justifica por se buscar, com este estudo,
compreender tendências de crescimento e a forma como as agências de turismo evoluíram
com as inovações tecnológicas, além dessa região deter o foco maior em turismo.
2. METODOLOGIA
Dentre os métodos científicos, para este artigo, elegeu-se o Estudo de Caso
conforme definido por Yin (2015). A escolha se justifica pelo fato de que se pretendeu
analisar as agências de turismo da Sub-Região 3 da RMVPLN, ou seja, tais
estabelecimentos foram estudados de forma aprofundada para levantar suas
características. Tal procedimento vai ao encontro da teoria de Yin (2015), que defende o
uso do Estudo de Caso quando o pesquisador almeja, justamente, analisar de forma
sistemática determinado caso.
A partir dessa escolha, elaborou-se um protocolo para o desenvolvimento do
estudo. Assim, foram delineadas questões de pesquisa, proposições de estudo, unidade de
análise, lógica que liga os dados às proposições e os critérios de análise.
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Com relação às fontes de pesquisa, valeu-se de artigos disponíveis em sites
confiáveis e obras que tratam de assuntos como agenciamento de viagem, turismo e
gestão de negócios, para dar embasamento teórico e contribuir para a discussão dos
resultados obtidos.
Adicionalmente, foi aplicada uma pesquisa de campo com proprietários de nove
agências de viagens receptivas e emissivas, devidamente pertencentes ao Sistema
Cadastur, existentes nas cidades que compõem a Sub-Região 3, que revelou um universo
de 35 (trinta e cinco) empreendimentos, distribuídos entre os nove municípios eleitos
como unidade de análise, os quais foram analisados quanto ao tempo de mercado e
localização geográfica. Para aplicação da entrevista, que visou conhecer como funciona
a prestação de serviços de cada empreendimento, como se dá a sua gestão e como encaram
o e-commerce e a ampliação das OTAs no mercado, foram selecionados nove
estabelecimentos, com base na relevância no mercado e tipo de prestação de serviço
(emissivo/receptivo), e, também, no retorno obtido pela pesquisadora quanto à
disponibilidade e aceite de concessão da entrevista por parte dos gestores, o que configura
como uma amostra por acessibilidade, conforme Vergara (2010).
3. RESULTADOS OBTIDOS
Como primeiro procedimento de pesquisa, foi realizado levantamento, a partir do
site Cadastur, de todas as agências de viagens presentes nas nove cidades da Sub-Região
3 da RMVPLN. Como mencionado, foram identificados 35 (trinta e cinco)
estabelecimentos, elencados no Quadro 5.
Quadro 5: Relação de agências de turismo da Sub-Região 3 da RMPLN
Município Agências
Alc Turismo
Aparecida Aparecida Tur
Agência Neto Master Turismo
Edimea Excursões
Cachoeira Paulista Encanturismo
Peregrinações com Maria
Voo de Águia Viagens
Canas Chacon Agência de Viagens e Turismo com Frota Ltda Me
Cunha Shalom Passagens Aéreas e Turismo
Accetur Agência de Turismo e Locação de Veículos Ltda
Guaratinguetá Adriano Reis Viagens e Turismo
Aerovalp Turismo
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Friends & Trips
Guaratrekking Turismo – Eireli – Me
Matheus Augusto Farias da Silva
Momento Turismo
Mundial Tur
Rocco Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me
Sambatur Viagens
Tirelli Turismo
Trevus Turismo
Vale Paraibana Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me
Vibe Vale Viagens – Agência de Ecoturismo
Carpe Diem Turismo Especializado
Eco Vale Trip Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me
Famitur
Feg Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me
Intercities Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me
Lorena JM Viagens
Lorentur Viagens Ltda – Me
Neytur Viagens
Otimatur Agência de Viagens e Turismo Ltda-Me
Start Intercâmbio e Turismo
Vaiviver - Ecoturismo e Aventura
Piquete Não consta
Potim Não consta
Roseira Francisco Monteiro Fernandes Da Cunha Turismo Me
Fonte: A autora (adaptado de https://cadastur.turismo.gov.br/hotsite/#!/public/sou-prestador/inicio)
A partir desse quadro, foram gerados dois gráficos que apresentam variáveis
interessantes para o objetivo deste trabalho.
O Gráfico 1, a seguir, mostra a concentração de abertura de agências no período
de quase 40 anos (1980 – 2018).
Gráfico 1: Concentração de abertura de agências de 1980 - 2018
Fonte: A autora
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Pelo que se pode observar houve crescimento do número de estabelecimentos,
sobretudo, nas duas décadas mais recentes, mesmo nesse período de transição em que as
OTAs começaram a tomar conta do mercado de agenciamento (SASS, 2017). Esse
crescimento de 2011 em diante pode ter reflexos também da Lei nº 11.771/08, que
instituiu o Sistema Cadastur, cadastro obrigatório para a prestação de serviços de
agenciamento que alimentou tal plataforma com mais estabelecimentos. Outros fatores
também podem ter contribuído como a comercialização do turismo religioso doméstico
no Circuito Religioso do Vale do Paraíba, pois, embora as agências estudadas sejam
predominantemente emissivas (Gráfico 6), atuam também em serviços receptivos; o
incentivo do Ministério do Turismo para o turismo nacional que faz aumentar a demanda
por pacotes; e, consequentemente, o crescimento da oferta de estabelecimentos que os
oferecem.
A pesquisa revela, também, o número de empreendimentos por cidade, conforme
Gráfico 2.
Gráfico 2: Número de agências por cidade
Fonte: A autora
Guaratinguetá e Lorena, destacadas no resultado, são cidades maiores e
economicamente bem desenvolvidas, com isso oferecem opções de localização
estratégica dessas agências, pois possuem fluxo maior de pessoas, o que contribui para
fomentarem potenciais consumidores de viagens emissivas, como evidencia Badaró
(2003), que classifica o turismo por natureza emissiva e receptiva. Essa inferência se
confirma ao se observar que as cidades de Piquete e Potim, consideradas pequenas, não
contêm agências de viagens, ao menos, devidamente credenciadas.
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Acerca das entrevistas aplicadas com os gestores de nove agências, foram
abordadas questões relativas ao perfil do público, pacotes mais comercializados, serviços
oferecidos, desafios e impactos com a tecnologia e quais as medidas adotadas a partir da
propagação do e-commerce (CRUZ et al., 2017; CHAFFEY, 2015).
Gráfico 3: Tipo de público atendido pelas agências
Fonte: A autora
Os clientes são diferentes, como se pode observar, com necessidades e
expectativas diversas, e que desejam escapar da rotina diária e obrigações, descansar e
recuperar-se do trabalho ou estresse. Os motivos e condições variam em virtude da idade,
situação sócioeconômica, vida conjugal, disponibilidade de tempo livre, dentre outros.
Interessante observar que há uma demanda da melhor idade, o que se deve ao fato de que
a aposentadoria, por volta dos 65 anos, criou um grupo de pessoas ativas que realizam
viagens internacionais e nacionais. Além disso, as agências têm oferecido pacotes
personalizados e com preços acessíveis a esse grupo de cliente.
Os gestores também foram questionados quanto ao uso de sistemas de compras de
passagens aéreas utilizados, uma vez que atuam com serviços emissivos. Os resultados
estão no Gráfico 4:
Gráfico 4: Uso de sistemas para emissão de passagens aéreas
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Fonte: A autora
Os resultados do gráfico evidenciam que as agências consultadas não possuem
credenciamento no SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) ou IATA
(International Air Transport Association, Associação Internacional de Transporte Aéreo),
portanto, não estão habilitadas para emitirem passagens aéreas. Assim, em entrevista, os
gestores afirmaram que não trabalham com sistemas como Amadeus, Galileo ou Sabre e
que se valem das consolidadoras, empresas devidamente credenciadas a essas instituições
e que prestam serviços a agências menores que não detêm tais credenciamentos, conforme
pontua Candioto (2012).
Os pacotes mais comercializados pela amostra de agências da Sub-Região 3 estão
dispostos no Gráfico 5.
Gráfico 5: Destinos mais comercializados
Fonte: A autora
O resultado revela o Nordeste como destino mais escolhido pelos clientes das
agências, o que vai ao encontro da pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, em
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2017, que apontava uma tendência de brasileiros que pretendiam viajar em 2018 para o
nordeste brasileiro.
O que se pode depreender também é que o Nordeste, além de ser uma região com
nove estados, o que amplia o leque de opções para o turista, é uma destinação turística
rica de belezas naturais, tradições, festejos, diversificada gastronomia e com ampla
infraestrutura de hospedagem, representada até por marcas de redes hoteleiras
internacionais.
Acerca dos tipos de serviços oferecidos, os resultados estão compilados no
Gráfico 6.
Gráfico 6: Tipo de serviço oferecido
Fonte: A autora
A maioria das agências entrevistadas mencionou que seus serviços são emissivos,
embora também atuem como receptivas, mas o grande nicho de mercado são as viagens
para fora da localidade onde estão instaladas, sejam elas rodoviárias, aéreas ou marítimas,
nacionais ou internacionais. Tais resultados dialogam com o Gráfico 2 ao passo que o
desenvolvimento econômico das cidades de maior concentração de agências –
Guaratinguetá e Lorena – contribui para um poder aquisitivo maior dos clientes, o que
permite destinar parte do orçamento pessoal para o lazer, que contempla as viagens
(PELIZZER, 2013).
Sobre os desafios enfrentados pelos gestores com o advento da tecnologia, o
Quadro 6 apresenta os principais apontados pelos entrevistados.
Quadro 6: Principais desafios enfrentados com o advento da tecnologia
Concorrências
Necessidade de conferência de todos os
detalhes
Falta de Marketing
Falta de segurança dos sistemas e-
commerce
Baixa nas vendas Reciclagem de funcionários
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Oferecimento de diferenciais competitivos e
Participação em eventos de inovação
tecnológica
inovação
Fonte: A autora
Pelo quadro, observa-se que a tecnologia trouxe um impacto positivo para a
maioria, o que fez com que as agências passassem por um processo de inovação
organizacional de produtos e serviços para atender a essa nova demanda de clientes e
concorrer em igualdade com as OTAs, gerando modelos e planos de negócios mais ágeis,
criativos e produtivos (FONTES FILHO, 2006).
Por fim, quando questionados sobre o impacto do e-commerce e que medidas de
gestão foram adotadas para esse novo cenário de mercado, ou seja, das vendas online, os
gestores disseram que tal novidade instigou-os a investir em novas tecnologias para atrair
esse cliente que realiza compra online, como um site mais interativo, ampliação dos
canais de distribuição e de relacionamento com os clientes, como o uso constante das
redes sociais. Por outro lado, eles acreditam que a compra online ainda causa certa
resistência pela insegurança do mundo virtual, portanto, têm procurado capacitar seus
funcionários para agirem como consultores de viagens e não mais como simples agentes.
Um consultor pode oferecer informações que a internet não disponibiliza, afirmam os
respondentes, assim têm apostado em um atendimento personalizado e de qualidade, com
a finalidade de reter e prospectar novos clientes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do estudo realizado, os objetivos gerais e específicos bem como as
questões de pesquisas levantadas no protocolo deste artigo foram atingidos e respondidas,
respectivamente.
Pelos resultados, depreende-se que o mercado de agenciamento na RMVPLN é
bastante representativo, pois, embora se tenha estudado somente uma Sub-Região, o
quantitativo de 35 estabelecimentos mostra uma tendência de que outras cidades maiores
como São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, por exemplo, contenham um número que
segue esse comportamento da Sub-Região 3, ainda mais se considerado que esses
municípios, juntos, têm uma representatividade econômica significativa.
Especificamente, pelos resultados obtidos, foi possível perceber que as teorias
apresentadas pelos teóricos selecionados para este artigo têm correlação com a realidade
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de mercado encontrada por meio das agências da Sub-Região 3 investigadas. De forma
resumida, os empreendimentos tiveram de se formalizar e se credenciar no Cadastur,
precisaram adequar suas estruturas organizacionais para que pudessem continuar
competitivos no mercado cuja concorrência com as OTAs tem crescido, mudaram
estratégias de gestão e se adaptaram às novas tendências dos negócios, de modo a oferecer
um atendimento personalizado e, estabelecer uma relação de parceria e confiança entre
cliente e prestador de serviços.
Depreende-se, por fim, que este artigo contribui com a pesquisa acadêmica e
propicia novas abordagens para futuras pesquisas, a partir dos limites de estudo definidos
até aqui.
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PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
DE AMOSTRAS EM UMA INDÚSTRIA DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS
EVERTON GOMES MACHADO
LEONIDAS MAGNO DE MORAIS
LUIZ FELIPE OLIVEIRA BIONDI
Resumo
Atualmente, há uma necessidade das organizações de se adaptarem continuamente de modo a se
tornarem cada vez mais competitivas no mercado. Este projeto apresenta a implementação de um
Centro de Distribuição de Amostra - CDA com intuito de resolver os problemas de produção com
as necessidades da engenharia, ainda, contribuir para o incremento da eficiência e eficácia na
organização
e meios logísticos de distribuição das amostras, ao proporcionar a redução dos custos operacionais
e ganho de produtividade. Após análise do processo produtivo, numa empresa da região produtora
de componentes e conjuntos automotivos, mediu-se o local e os fluxos utilizados em processo a
fim de promover a produção e distribuição de mercadorias na quantidade, local e momento certos.
Sugeriu-se que a produção continuasse mantendo o mesmo arranjo físico por processo, porém foi
proposto um centro de distribuição de amostra numa área estratégico na Prensaria Leve,
diminuindo movimentos desnecessários e ganhos financeiros indiretos proporcionados com
elevados custos operacionais e logísticos. Além da proposição da criação do CDA, destaca-se a
melhor integração entre os setores de produção, qualidade e engenharia de desenvolvimento. O
projeto será realizado por meio de um estudo de caso com apoio em estudo bibliográfico.
Palavras-chave:. CDA. PPAP. Fluxo. Modelo.
.
Abstract
Actually, there is a need for organizations to continually adapt to become increasingly
competitive in the marketplace. This paper presents an implementation of a Sample Distribution
Center (CDA) with the purpose of solving production problems with the needs of engineering,
then, as contributing to the increase of efficiency and effectiveness in the organization and logistic
means of distribution of the samples, by providing the reduction of operating costs and
productivity gains. After analyzing the production process, a company in the region producing
automotive components and assemblies measured the location and the flows used in the process
in order to promote the production and distribution of goods in the right quantity, place and time.
It was suggested that production should continue to maintain the same physical arrangement by
process,but a sample distribution center was proposed in a strategic area in Light Press, reducing
unnecessary movements and indirect financial gains provided with high logistic operating costs.
In addition to the proposal for the creation of CDA, the best integration between the production,
quality and development engineering sectors is highlighted. The project will be carried out
through a case study with support in a bibliographic study.
Keywords: CDA. PPAP. Flow. Model
INTRODUÇÃO
O mercado econômico mundial tem se mostrado cada vez mais instável e
competitivo, onde os consumidores se tornaram mais exigentes, com isso empresas
tiveram que repensar suas estruturas de produção para permanecer no mercado atual.
Correa e Correa (2006) ressalta que o principal objetivo das escolhas de um
arranjo físico é assegurar a estratégia competitiva da operação, estabelecendo um elo entre
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o projeto de layout e as prioridades da empresa. Portanto, cabe o gestor utilizar de forma
ideal o arranjo físico por meio das instalações industriais, procurando alinhar a alocação
dos recursos produtivos e melhorando o fluxo de operações, tornando-se uma ferramenta
de fundamental importância na estratégia e competitividade da empresa.
A empresa em questão possui linhas exclusivas de prensas para fabricação de
estampados com diferenciados materiais, dimensões, peso e espessura. Além da
estamparia, possuem diversos processos de usinagem e montagem dos mais complexos
conjuntos e know-how na aplicação de tratamento superficial, adequando-se as mais
diversas necessidades do mercado de autopeças.
Abordando a justificativa, espera-se que esse projeto de pesquisa traga uma
contribuição acadêmica e científica nas lacunas gerais do conhecimento que serão
abordados e, por outro lado, pessoal e social a fim de alcançar a contribuição técnica de
melhoria institucional.
A justificativa baseia-se na dificuldade da empresa em estocar, padronizar o
processo para obtenção das amostras, pois possuem vários locais (ECOAT, Pintura Pó,
Conjuntos Leves, Expedição, Áreas de recebimento, Metrologia de chassis, sala de
engenharia de desenvolvimento, entre outros) de estocagem e sem efetiva
responsabilidade das áreas de produção, resultando em movimentos desnecessários e
perdas financeiras indiretas, além de proporcionar com elevado custo operacional
logístico. De modo mais específico, espera-se que todo projeto de pesquisa traga uma
contribuição acadêmica e científica para a sua área de conhecimento.
Este projeto tem o objetivo geral de apresentar uma implementação de um Centro
de Distribuição de Amostra, com intuito de resolver os problemas de produção com as
necessidades da engenharia, ainda, contribuir para o incremento da eficiência e eficácia
na organização e meios logísticos de distribuição das amostras, ao proporcionar a redução
dos custos operacionais e ganhos de produtividade. Partiremos da premissa, com um local
estratégico na Prensaria Levede resolver os problemas relacionados às amostras de peças
menores, isso numa área que possui sua própria logística e controle de produtos
(fornecedores, comodatos).
Para que o objetivo seja atingido, será realizado o estudo da disposição física
existente nos vários setores de produção, onde será observado o fluxo dos processos e
estocagem de amostras, a movimentação dos operários, estagiários e empilhadeiras até o
destino (produtos semiacabados e acabados).
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Os objetivos específicos deste trabalho são:
a) . Realizar o estudo da disposição física da área modelo (Prensaria Leve), layout
(ver Figura 3) existente nos vários setores de produção;
b) Analisar o fluxo dos processos e estocagem de amostras, a movimentação dos
operários entre as áreas do processo produtivo, estagiários e empilhadeiras até o destino
(produtos semi-acabados e acabados);
c) Esboçar, discutir e melhorar o projeto de implementação do Centro de
Distribuição de Amostra.
O presente trabalho insere-se no âmbito de um estudo de caso, tendo como
objetivo, apresentar propostas de implementação de melhorias associada a mudanças no
layout e no processo produtivo de amostra de peças automobilísticas. Para o
desenvolvimento do tema, foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de
pesquisas em sites, livros e artigos relacionados ao tema. A pesquisa se embasará em
Slack (2016); Peiter (2009); Soares (2009); Correa (2006); Figueiredo, Fleury e Wanke
(2003); Lummus&Vokurka (1999); e outros para melhor compreensão de tais sistemas e
reflexão sobre possibilidades de aplicação dos mesmos.
Espera-se criar um bom projeto para implantação de um Centro de Distribuição
de Amostra na Prensaria Leve como modelo a ser seguido futuramente para outras áreas.
Acredita-se que se não for realizado a implementação do CDA, pode-se levar a padrões
de fluxo longos, estoque de materiais, tempos de processamento longo, atrasos na entrega
dos produtos, fluxos imprevisíveis e altos custos. (SLACK et al, 2013, p.201).
Este trabalho é constituído por três capítulos, apresentados da seguinte forma: o
primeiro capítulo apresenta considerações importantes acerca da importância da escolha
de um arranjo físico para uma melhor estratégia competitiva no mercado. Em seguida são
apresentados as justificativas e os objetivos.
O primeiro capítulo apresenta a revisão bibliográfica, acerca de temas sobre
Estrutura Organizacional, Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos (SCM), Estoques,
Centro de Distribuição, PPAP e Fluxograma de Materiais e Recursos.
O segundo capítulo, apresenta as informações da metodologia sobre o estudo de
caso com as informações e problematização de uma empresa produtora de componentes
e conjuntos automotivos, situada no Vale do Paraíba no Estado do estado de São Paulo.
Será apresentado à alta capacidade produtiva da empresa e o aumento de novos produtos
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para serem desenvolvidos, juntamente com a problemática do processo de produção de
amostras e a implementação de um CDA.
Em seguida, no terceiro capítulo, são abordados a Análise e Discussão dos
Resultados, com a implementação de um Centro de Distribuição de Amostras na
Prensaria Leve com finalidade de redução do lead time, melhor fluxo de integração entre
os setores de produção, qualidade e engenharia de desenvolvimento.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Estrutura Organizacional
Para selecionar os processos críticos, a empresa optou por abordar todos os
macroprocessos, processos e sub processos de forma a substituir o mapeamento utilizado
baseado na Gestão Funcional. Entende-se por macroprocesso aquele processo que
envolve mais que uma função na estrutura organizacional, cuja operação tem um impacto
significativo no modo como a organização funciona.
Para os autores (HARRINGTON, 1993, 1997), sub processo é a parte que tem um
objetivo específico em apoio ao processo e contribui para a missão do mesmo. O
mapeamento das atividades e tarefas foi realizado em um segundo momento, após o
amadurecimento da implantação dos macroprocessos definidos.
Dessa maneira, observa-se que uma boa gestão da Cadeia de Suprimentos resulta
no crescimento da satisfação dos clientes.
1.2. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM)
A cadeia de suprimentos é definida como o conjunto de atividades que envolvem
a distribuição do produto para o consumidor final, desde a aquisição de matéria-prima,
manufatura e montagem, armazenagem, controle de estoques, controle de entrada e saída
de materiais, distribuição entre os elos da cadeia, entrega ao consumidor e também o
sistema de informações envolvido (LUMMUS & VOKURKA, 1999).
Furlaneto (2002) ressalta que a cadeia de suprimentos é um sistema envolvendo
os fornecedores de matéria prima, os processadores, os serviços de distribuição e
comercialização e os clientes, todos estes ligados por meio da aquisição de produtos e
fluxo de recursos e informações. Sua formação deve ser uma decisão estratégica, por ser
composta por diversas empresas.
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Segundo Lummus&Vokurka (1999), o gerenciamento da cadeia de suprimentos
(SCM) é responsável por integrar e coordenar as atividades da cadeia de suprimentos,
conciliando as principais áreas da cadeia, com o intuito de promover a produção e
distribuição de mercadorias na quantidade, local e momento certos (SIMCHI-LEVI et al.,
2003)
Relacionado com SCM, o Estoque é atender as demandas de acordo com a
constante procura, continuidade na gestão do estoque com um bom gerenciamento
administrativo nas operações permitindo um local adequado para armazenar as matérias-
primas.
1.3. Estoques
Gestão de estoques, segundo Martins, Petrônio G (2006), constitui uma série de
ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados,
bem localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e
controlados. Segundo dados do Instituto Imam (2000), a administração dos estoques está
relacionada com o planejamento e o controle de estoques de materiais ou de produtos que
serão utilizados na produção ou na comercialização de bens ou serviços.
O controle do estoque é de suma importância para a realização de um centro de
distribuição, pois o planejamento e controle da cadeia de suprimentos consideram
aspectos importantes do processo de produção e este necessita da organização estruturada
de um estoque.
1.4. Centro de Distribuição
Autores como Figueiredo; Fleury e Wanke, (2003, p.27) afirmam que o
gerenciamento da cadeia de suprimentos é “a gestão dos fluxos correlatos de informações
e de produtos que vão do fornecedor ao cliente, tendo como contrapartida os fluxos
financeiros”. Já o Global Supply Chain apresenta que “o gerenciamento de cadeia de
suprimentos consiste na integração dos principais processos de negócio a partir do
consumidor final para o fornecedor inicial de produtos, serviços e informações que
adicionam valor”
Segundo Soares (2009, p. 20) o Centro de Distribuição
é um armazém que tem por missão realizar a gestão dos estoques de
mercadorias na distribuição física. Suas atividades englobam recepção,
expedição, manuseio e armazenagem de mercadorias, administração de
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informações, emissão de notas fiscais, conhecimentos de transporte e outros
documentos e, em alguns casos, agregação de valor intrínseco (físico), como a
colocação de embalagens e rótulos e preparação de kits comerciais (“compre
dois e leve três”, por exemplo).
A distribuição física de produtos constitui-se em permanente desafio logístico. A
escolha do posicionamento e da função das instalações de armazenagem é uma definição
estratégica. É parte de um conjunto integrado de decisões, que envolvem políticas de
serviço ao cliente, políticas de estoque, de transporte e de produção que visam prover um
fluxo eficiente de materiais e produtos acabados ao longo de toda a cadeia de suprimentos
(LACERDA, 2000).
Os Centros de distribuição tornaram-se uma opção adequada, apresentando a
melhor versão da armazenagem, pois permitem mais competitividade por meio dos
avanços tecnológicos, otimização dos espaços, redução de tempo e dos custos
operacionais.
1.5. PPAP
O PPAP é o processo de aprovação da peça de produção derivado do APQP-PPAP
desenvolvido no final dos anos 80 por uma comissão das empresas Ford, General Motors
e Chrysler. Seu propósito é determinar se todos os requisitos dos registros de projeto de
engenharia do cliente e especificações estão adequadamente entendidos pela organização,
e que o processo tem potencial para produzir um produto. (AIGI, [s.n], 2008).
Para PPAP (2006) a organização deve ter registro para produto e peça vendável,
incluindo registros de projeto para componentes ou detalhes de produto. Onde o registro
de projeto estiver em formato eletrônico, por exemplo: dados numéricos de CAD/CAM,
a organização deve fabricar uma cópia em papel (ex.: gravuras, relatório de
Dimensionamento Geométrico e de Tolerância (GD&T), desenhos) para identificar as
medições tomadas.
Para Peiter (2009) o PPAP possui 18 elementos essenciais a saber, destacando:
14. A mostra do Produto: é uma quantidade pré-definida de peças que
podem ser usadas para os ensaios, montagem de veículo protótipo, por
exemplo;
15. Amostra Padrão: peça aprovada no ensaio dimensional que é mantida
pela organização para comprovar o atendimento aos requisitos químicos,
físicos, metalúrgicos e dimensionais especificados pelo Cliente;
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A Figura 1 mostra os itens que compõe um automóvel e suas peças que antes de
serem produzidas em série, elas passam por um processo de aprovação de amostras:
Figura 1 – Exemplos de peças de um automóvel
Fonte: Disponível em <https://www.maosaoauto.com.br/2017/10/qualidade-de-pecas-e-suas-
diferencas/>Postedby Fernando Ivanenko | Publicado em 27/10/2017. Acesso em 27/03/2019
A partir o PPAP, observa-se as etapas de desenvolvimento de um sistema de
avaliação da qualidade com aplicação na linha exclusiva de prensas para a fabricação de
estampados em uma empresa do setor de produção de componentes automotivos.
1.6. FLUXOGRAMA DE MATERIAIS E RECURSOS
Conforme ensinamentos de Bertaglia (2003), a gestão do fluxo logístico pode ser
compreendida como as etapas das informações logísticas e também do
processo de movimentação de produtos. Por fim, a gestão compreende: nas informações,
financeiro, fluxo de materiais/produtos e reverso.
A Figura 2 apresenta um resumo esquemático da definição de logística.
Figura 2 – Definição esquemática de logística.
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Fonte: Disponível em <https://www.logisticadescomplicada.com/logistica-empresarial-conceitos-e-
definicoes/>Posted on 1 de fevereiro de 2010 by Leandro Callegari Coelho in Gestão da Cadeia de
Suprimentos, Logística, Supply Chain Management. Acesso em 25/03/2019.
O fluxo físico dos materiais dispõe o produto no local, no momento e na
quantidade solicitada pelo cliente, seja ele interno ou externo. Ele agrega valor ao
processo, devendo estar em perfeita sintonia com o fluxo de informações.
O objetivo da movimentação de materiais é transportar e estocar os materiais do
início ao fim do processo produtivo, com o mínimo de transferências possíveis, e entregá-
los nos locais apropriados de trabalho ou centros de produção, de modo a evitar
congestionamentos, atrasos e manuseios desnecessários.
Moura (1997) expõe sobre a movimentação de materiais como um estudo dos
movimentos internos da empresa, diferentemente da movimentação externa que se
resume em transporte. O fluxo dessa movimentação de materiais está relacionado com o
transporte de matérias-primas e produtos acabados, com o armazenamento e distribuição
dos materiais no âmbito interno da empresa.
Refere-se, então, como a produção e eliminação de movimentos de materiais, em
qualquer área da empresa, por quaisquer meios de movimentos ou estocagem, que
direcionará mudança de posição de qualquer material para processamento de
armazenagem ou estocagem, exceto quando em operações de consumo de materiais.
2. METODOLOGIA
O estudo de caso foi feito numa empresa da região produtora de componentes e
conjuntos automotivos, situada no Vale do Paraíba no Estado de São Paulo.
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A empresa tem alta capacidade produtiva e todo seu know-how em produção de
componentes estruturais para veículos comerciais. Com o aumento de novos produtos
para serem desenvolvidos e a necessidade de produção das amostras, isso para atender as
documentações técnicas para liberação da produção e atendimento ao cliente, precisou
reavaliar o processo capaz de resolver os problemas de produção com as necessidades da
engenharia, ainda, contribuir para o incremento da eficiência e eficácia na organização e
meios logístico de distribuição das amostras, ao proporcionar a redução dos custos
operacionais e ganhos de produtividade no novo LAYOUT.
Este projeto será realizado por meio de pesquisas bibliográficas como, livros,
artigos e sites relacionados ao tema.
Este projeto mostra uma implementação estrutural de um arranjo físico para um
Centro de Distribuição de Amostras, onde o processo é capaz de resolver os problemas
da engenharia e produção, identificando com melhor êxito as peças conforme a
necessidade da Engenharia de Desenvolvimento, e ainda, contribuir para o incremento da
eficiência e eficácia na organização e meio logístico para o envio de amostras nos
processos produtivos e embarque para o cliente. Neste novo layout em foco estrutural
podemos reduzir custos operacionais e alcançar melhorias em todo o processo produtivo.
Segundo Marconi e Lakatos (2011, p. 43-44) pesquisa bibliográfica define-se
como o levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas,
artigos e sites. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo
que foi escrito sobre determinado tema, com objetivo de permitir ao cientista o reforço
paralelo na análise de suas pesquisas. Além de pesquisas bibliográficas, foram realizadas
visitas técnicas a empresa que foi utilizada como objeto para o estudo de caso.
Yin (2001) define o estudo de caso como uma estratégia de pesquisa que
compreende um método que abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise
de dados. A pesquisa proporcionou maior compreensão da questão da logística na
implementação de um Centro de Distribuição de Amostra.
Para explorar o tema foi realizado um estudo de caso no local estratégico na
Prensaria Leve, onde partir-se-á da premissa, de resolver os problemas relacionados às
amostras de peças menores, isso numa área que possui sua própria logística e controle de
produtos (fornecedores, comodatos) ao proporcionar a redução dos custos operacionais e
ganhos de produtividade no novo LAYOUT.
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A metodologia empregada pretendeu investigar as relações entre os conceitos
teóricos e práticos envolvidos na questão do rearranjo físico.
O layout (Planta da Empresa) no setor de produção geral, como demonstra o processo a
seguir na figura 3:
Figura 3: Layout do Setor de Produção Geral
Fonte: Indústria Automotiva
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A Figura 3 ilustra o arranjo físico global por processo, cada área e um setor de funções e equipamentos
variados. Para cada área de processo há um local de estoque de amostras.
O problema maior é que são vários itens e clientes para cada amostra produzida.
Itens que são desenvolvidos pela engenharia com o auxílio da produção. Cada estoque
não tem um controle de entrada e saída e precário apoio logístico.
Assim, quando existe a necessidade de embarcas os itens em desenvolvimento, há
uma dificuldade dos engenheiros e produção desenvolver mecanismos capaz de atender
a demanda da engenharia e ao mesmo tempo não prejudicar a produção normal dos itens
liberados para produção.
3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS – PRENSARIA LEVE
A ideia inicial foi criar um Centro de Distribuição de Amostra na Prensaria Leve,
indicado no quadrado preto, como modelo a ser seguido futuramente para outras áreas,
conforme na Figura 4:
Figura 4: Layout do Setor de Produção Geral
Fonte: Indústria Automotiva
A principal finalidade dos CDs consiste em oferecer melhores níveis de serviço
ao cliente, através da redução do lead time, com isso se estabelece a diminuição dos
movimentos desnecessários e ganhos financeiros indiretos, pois com o ganho de tempo
na identificação das amostras, se agiliza todo o processo de produção e envio de peças,
além de melhorar o fluxo de integração entre os setores de produção, qualidade e
engenharia de desenvolvimento, oferecendo condições para agilizar o atendimento dos
pedidos.
De acordo com, MOURA (2000) apud SANTOS (2006), destacamos as
principais:
Vantagens:
Melhoria nos níveis de serviço em função de reduções no tempo e no
desempenho das entregas ao cliente/usuário;
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Redução nos gastos com transporte de distribuição;
Facilita a gestão de materiais;
Tende a melhorar o nível de serviço e o atendimento de pedidos completos
isentos de danos, avarias e não conformidades;
Reduz a burocracia;
Reduz custos de armazenagem;
Reduz custos de inventários;
Reduz custos de controle;
Reduz custos de comunicação;
Aumenta a produtividade.
Já com o autor HILL (2003) apud SANTOS (2006), os fatores principais que
levam ao uso dos Centros de Distribuição são basicamente: “Redução do lead time;
Desempenho nas entregas; Localização geográfica”
Espera-se alcançar com este projeto, solucionar os problemas de produção com as
necessidades da engenharia, contribuir para o incremento da eficiência e eficácia na
organização e meios logísticos de distribuição de amostras utilizando o processo PPAP,
proporcionando desta forma, a redução dos custos operacionais e ganhos de
produtividade.
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PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA ANDON PARA
REALIZAR O MONITORAMENTO OPERACIONAL EM UMA ESCOLA DE
TORNEARIA MECÂNICA
IGOR DE SOUZA COUTINHO
IGOR GABRIEL SILVA
LEONIDAS MAGNO DE MORAIS
MATEUS SANTIAGO FERNANDES
MATEUS WILLIANS RAFAEL
Resumo
Diante do cenário atual, as empresas têm buscado investir na melhoria contínua dos processos
produtivos, onde um desses processos é a gestão visual, que possibilita o entendimento e com
uma rápida visualização compreender a situação atual de uma linha de produção. O presente
trabalho apresenta um estudo de caso propondo um monitoramento operacional há uma tornearia
mecânica, com auxílio do sistema Andon. Com a aplicação desse sistema, é possível realizar o
monitoramento operacional de cada torno mecânico, armazenar um histórico a ser utilizado para
o planejamento de manutenções futuras e dar autonomia ao operador relatar falhas da máquina.
A partir da implementação desse sistema integrado ao torno mecânico é possivel obter uma
agilidade para tomada de decisão para uma eventual falha da máquina e ajudar, através de dados
armazenados, um melhor planejamento de manutenção.
Palavras-chave: Gestão Visual; Sistema Andon; Monitoramento de Máquina; Manutenção
Mecânica; Torno Mecânico.
Abstract
Given the current scenario, companies have sought to invest in the continuous improvement of
production processes, where one of these processes is the visual management, which allows the
understanding and with a quick visualization to understand the current situation of a production
line. The present work presents a case study proposing an operational monitoring there is a
mechanical turning, with the help of the Andon system. With the application of this system, it is
possible to perform the operational monitoring of each lathe, store a history to be used for the
planning of future maintenance and give the operator autonomy to report machine failures. From
the implementation of this integrated system to the lathe it is possible to obtain agility for decision
making for a possible machine failure and to help, through stored data, a better maintenance
planning.
Keywords: Visual Management; Andon System; Machine Monitoring; Mechanical Maintenance;
Lathe.
INTRODUÇÃO
O Sistema de Produção Toyota teve sua origem no Japão em 1950, por parte de
Eiji Toyoda e seu engenheiro de produção de Taiichi Ohno, que após terem visitado e
estudado cada canto da fábrica de Ford no Estados Unidos, analisaram que não era
possível implantar a produção em massa no Japão, pois o país se recuperava
economicamente e infraestruturamente após a Segunda Guerra Mundial.
A partir disso decidiram então criar um sistema de produção que faria da virtude
uma necessidade. Por exemplo, a falta de capital incentivou o desenvolvimento de
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máquinas flexíveis e tamanho certo, além de trocas rápidas. As restrições legais às
demissões de trabalhadores criaram uma imagem da Toyota como uma comunidade e
estabeleceu as bases para que o funcionário se envolvesse de forma intensiva e ajudasse
a solucionar os problemas.
Com o passar do tempo o Sistema de Produção Toyota criou uma cultura, que
tinha por objetivo atingir a excelência. Essa cultura passa por valores, atitudes e
comportamento, visando processos produtivos padronizados, realizando no tempo certo,
mantendo qualidade em todas etapas, capacitando e envolvendo seus colaboradores na
melhoria contínua, dando a eles ferramentas que permitia ver e eliminar a causa dos
desperdícios.
Devido a ideia de melhorar desempenho e incentivar a maior participação dos
colabores no processo, foi desenvolvido um sistema de gestão visual, capaz de informar
aos colaboradores sobre controle de estoque, planejamento de produção, métodos para
soluções de problemas, controle de manutenção, controle de produção, entre outras
formas, pois é um processo de melhoria contínua.
O controle da produção foi aperfeiçoado com a implementação do sistema Andon,
que sua função é mostrar o status da estação de trabalho, informar sobre anormalidades
de operação, dar autonomia ao operador para que possa identificar e parar a linha de
produção devido a problemas e evitar que o processo produtivo continue. Esse processo
é realizado através de equipamentos de sinalização visível e sonoro, capaz de fornecer
informações instantâneas e agilizar na tomada de decisão, sendo implantado em um lugar
de boa visualização na fábrica.
Com a finalidade de monitorar uma tornearia mecânica, espera-se com a proposta
de implementação de um sistema Andon atingir uma melhor comunicação entre alunos,
professores e equipe de manutenção em eventuais falhas da máquina, assim também
melhorar o planejamento de manutenção da tornearia mecânica, através de um histórico
operacional de cada torno mecânico.
O objetivo geral da pesquisa é propor a implementação do sistema Andon no
monitoramento operacional de cada torno mecânico.
Objetivos específicos:
- Integrar o torno mecânico, professor e equipe de manutenção com o sistema Andon;
- Dar autonomia para o operador relatar problemas durante a operação;
- Fazer um histórico operacional de cada torno mecânico.
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A fundamentação teórica do trabalho se baseou nos seguintes autores: Vazzoler,
I. G.; Silveira, C. B.; Xenos, H. G.; Ricardo, E.; Vergara, S. C.
O presente trabalho é um estudo de caso com uma proposta de implementação do
sistema Andon no monitoramento operacional de cada torno mecânico, seguindo os
seguintes métodos: análise da comunicação sem o sistema Andon; análise da
comunicação com o sistema Andon implementado; integração de aluno, professor e
equipe de manutenção com o sistema Andon Werma.
Com isso o sistema Andon aplicado ao controle operacional de cada torno
mecânico, possibilita soluções mais rápidas e o armazenamento de dados para que a
manutenção seja melhor planejada, possibilitando uma maior disponibilidade das
máquinas aos alunos e redução de custos quanto à manutenção.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Gestão Visual
Na metade do século XX os japoneses passaram a investigar e sistematizar
modelos de gestão direcionados, principalmente, aos procedimentos operacionais fabris.
Concomitante, junto a essa busca por melhores desempenhos foram desenvolvidas
propostas que incentivavam a maior participação dos colaboradores no processo, o
trabalho em equipe e o uso de instrumentos gerenciais. Os japoneses até hoje induzem
seus operários a pensar e a criar. Por isso, incentivam a criatividade e o acesso a
informações (Paladini, 1998).
Desde o início, principalmente após a disseminação da filosofia Lean (que utiliza
o gerenciamento visual, mapeamento de fluxo de valor e outros mecanismos visuais), a
Gestão Visual tem se mostrado importante por buscar meios rápidos e simples que
permitam aos envolvidos saber o estado atual da situação e colaborar com a organização
(Womacck, 1998; Locher, 2008; Osterwalder e Pigneur, 2010; Lean Institute Brasil,
2012).
O Lean Institute Brasil (2012) define Gestão Visual como um sistema de
planejamento, controle e melhoria contínua que integra ferramentas visuais simples que
possibilitam o entendimento, e permitam com uma rápida visualização compreender a
situação atual. Isso apoia o trabalho padronizado, a aderência dos processos e viabiliza
melhorias.
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A Gestão à Vista surge para facilitar e otimizar os processos e para melhorar as
estratégias de gestão de pessoas que já existem. Essa prática aumenta a motivação e a
autogestão dos funcionários, além de trabalhar o engajamento das equipes (Vazzoler,
2016).
Além disso, quando as informações estão facilmente disponíveis, as pessoas
recebem mais autonomia para tomar decisões: o que impacta positivamente na satisfação
pessoal dos seus colaboradores (Vazzoler, 2016).
Essa autonomia também permite que os problemas sejam solucionados mais
rapidamente, resultando em menores perdas produtivas (Vazzoler, 2016).
As perdas, que são atividades que geram custos e não agregam valor, impactam
na eficiência das operações e quanto maior for a eficiência, maior a produtividade,
competitividade e o ganho (Vazzoler, 2016).
Por finalidade, a Gestão Visual busca permitir aos envolvidos visualização e
compreensão, tornando a situação mais transparente, ajudando a focar em processos e a
priorizar o que realmente é necessário. Pode-se ainda, fornecer informações que gerem
ações no ponto da comunicação e a manutenção e atualização de tais informações deve
ser feita pelos que realmente fazem o trabalho, que na maioria das vezes são os primeiros
a perceber as anormalidades. E, finalmente, deve estar conectada aos objetivos do negócio
(Meredith & Mantel, 2006; Osterwalder e Pigneur, 2010, Lean Institute Brasil, 2012). A
Figura 1 representa as vantagens quando há clareza e disponibilidade das informações.
Figura 1: Vantagens da gestão à vista para empresas
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Fonte: https://endomarketing.tv/gestao-a-vista/#.XJjGtFRKjIV
3.2. Sistema Andon
Sistema Andon é um sistema de comunicação de suporte ao operador por meio de
sinais visuais e auditivos, assim permite que o processo de produção continue sem ser
afetado por fatores externos ou internos de diversos tipos e a linha seja parada. O Sistema
Andon apoia o princípio de melhoria contínua, ajudando a cumprir os objetivos da
empresa (GUTIERREZ; CAMELO, 2005).
Andon é uma forma de gestão à vista de ocorrências na linha de produção que
podem ser apresentadas em forma de alerta sonoro ou representações visuais: quadros,
sinalizadores (Silveira, 2013).
Segundo Silveira (2013), o Andon é um sistema utilizado pelos operadores da
linha de produção ou mesmo pelo próprio equipamento para sinalizar a produtividade ou
alguma falha no processo, solicitando assim a ajuda de técnicos de manutenção,
engenheiros e outros responsáveis pela resolução do problema. As falhas podem ser
variadas, como:
- Material ruim;
- Falta de material;
- Problema com o dispositivo ou com a máquina;
- Ausência de funcionário;
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- Demora no setup.
Além de alertar sobre a produtividade e os problemas da linha de produção, o
Andon é utilizado para minimizar a movimentação do operador e ainda tem como
premissa a resolução imediata de problemas, contribuindo para a melhora na gestão da
produtividade com o aumento da eficiência e agilidade (Silveira, 2013).
Segundo Silveira (2013), o Andon permite a empresa obter os seguintes
benefícios:
- Os problemas de produção são relatados imediatamente quando ocorrem
reduzindo o tempo perdido e o risco de atraso na entrega;
- Regula e padroniza o trabalho dos trabalhadores;
- Aumento efetivo de produção, permitindo que os operadores visualizem em
tempo real o objetivo de produção com relação ao produzido, fornecendo o feedback
instantâneo a toda a equipe. Assim, eleva a motivação e moral dos funcionários;
- Permite uma revisão automática do planejamento e das metas com base no
acompanhamento em tempo real da produção;
- Permite a criação e o acionamento de toda uma “cadeia de ajuda” para atingir os
objetivos de produção;
- Reduz custos associados à coleta e entrada de dados manualmente;
- Reduz erros associados à coleta e entrada de dados manualmente;
- Minimiza as perdas de produção, permitindo a análise em tempo real do
problema e providências para sua correção;
- Permite a geração de dados históricos de problemas e produção que podem ser
utilizados para ajudar a identificar problemas subjacentes, aumentando a capacidade de
identificar agilmente correções para problemas específicos.
Na figura 2 segue exemplos de Andon.
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Fonte: https://www.citisystems.com.br/andon/
Liker e Meier (2008) aconselham que antes de tentar construir um sistema, é
importante entender o ciclo completo do problema, desde o reconhecimento até sua
resolução e prevenção. Todo esse ciclo é repetido muitas vezes durante o dia. Os
problemas estão constantemente vindos à tona e sendo corrigidos, com mínima
interrupção do fluxo de produção.
3.3. Monitoramento de máquina
Anastasia, Vilhena e Brito (2013, p. 31), afirmam que o monitoramento é um
acompanhamento contínuo e simultâneo, com o objetivo de conduzir os gestores para
decisões necessárias em relação a seus objetivos e metas. É uma função peculiar à gestão
que permite a implantação de medidas corretivas para melhorar os processos,
desempenhado por indicadores combinados regulamente por diferentes fontes, gerando
informações relacionadas ao desempenho.
O monitoramento permite identificar problemas sistêmicos bem como medidas
para soluções em tempo hábil. No contexto da manutenção industrial, a falha é o desfecho
da capacidade de um determinado item realizar a função requerida. É a atenuação parcial
ou total da capacidade de um componente ou equipamento desenvolver a sua função
durante uma frequência determinada, o item deverá passar por uma ação corretiva,
levando o processo a um estado de indisponibilidade. (XENOS, 1998, p. 67) Para Xenos
(1998, p. 84), um sistema de tratamento de falhas é essencialmente uma estrutura de
gerenciamento de informações e de ações posteriores.
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Na composição, a análise de falhas tem como finalidade chegar à causa
fundamental da falha abordada, definindo ações corretivas, assim como medidas de
controle, garantindo a melhoria contínua nos processos. (HELMAN E ANDERY, 1995,
p. 20).
3.4. Manutenção mecânica
A literatura disponibiliza diversas definições de manutenção, cujos enfoques são
estabelecidos de acordo com os objetivos que se pretenda alcançar. No geral, a premissa
básica gira em torno da correção e prevenção de falhas, sendo que de acordo com o
enfoque, o ambiente de aplicação ou a criticidade da falha, tornam-se mais relevantes os
aspectos sobre elementos econômicos envolvidos, otimização da produção, preservação
do meio ambiente, disponibilidade dos equipamentos, segurança de operadores etc.
Citam-se, a seguir, alguns exemplos sobre a definição de manutenção.
De acordo com Motter (1992), manutenção é um conjunto de técnicas e de
organização capazes de conservar tão bem quanto novas, máquinas, instalações e
edificações, durante o maior tempo possível, com máxima eficiência (limites a serem
conquistados), tendo sempre em vista diminuir desperdícios, satisfazer e motivar tanto os
que recebem como os que fazem manutenção.
A Norma Brasileira NBR 5462-1994 define manutenção como a combinação de
ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou
recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida
(ABNT, 1994).
Para Tavares (1996), a manutenção se constitui de todas as ações necessárias para
que um item seja conservado ou restaurado, de modo a poder permanecer de acordo com
uma condição especificada.
Xenos (1998) definiu as atividades de manutenção de equipamentos como as
ações necessárias a manter as condições de operação e seu desempenho pelo
restabelecimento de eventuais deteriorações destas condições.
Para Pinto e Xavier (2001), a manutenção deve garantir a disponibilidade da
função dos equipamentos atendendo à produção, mas preservando o meio ambiente, com
confiabilidade, segurança e custos adequados.
Segundo Moubray (2003) a função manutenção assegura que os ativos físicos
continuam fazendo tudo aquilo que seus usuários querem que eles façam.
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De acordo com Fogliatto (2009), equipamentos (e sistemas) reparáveis são
aqueles sobre os quais ações de manutenção podem ser aplicadas durante um intervalo de
tempo. Segundo Xenos (2004), Kardec e Nascif (2001), Branco Filho (2008) e Pereira
(2009) a atividade de manutenção pode ser dividida em: Manutenção corretiva;
Manutenção preventiva; Manutenção preditiva e Engenharia de Manutenção. Os autores
as definem como sendo:
- Manutenção Corretiva: consiste no conserto da máquina ou equipamento,
somente após a quebra, substituindo a peça avariada por outra que faça com que o sistema
volte a funcionar corretamente, corrigindo o problema. É a forma mais cara de
manutenção quando encarada do ponto de vista total do sistema. Pode ser dividida em
duas fases:
Programada e de emergência.
a) Programada: O reparo pode ser programado e planejado para uma data
posterior, ficando a máquina em pane até ser consertada. Ela é mais barata e segura que
a manutenção de emergência.
b) Emergência: O reparo deve ser efetuado imediatamente. Geralmente implica
em altos custos, pois a quebra inesperada pode gerar perdas na produção e da qualidade
do produto.
- Manutenção Preventiva: baseada em planejamento e organização. É feita não
quando a máquina ou equipamento está com defeitos, mas sim para prevenir o surgimento
de avarias, é realizada para manter o equipamento e prolongar sua vida útil. Este modelo
de manutenção serve como precaução, para que não haja surpresas desagradáveis ou
acidentes que possam pôr em risco vidas humanas, por exemplo. Está relacionada com a
conservação periódica, ou seja, com os cuidados e consertos que são feitos entre
determinados períodos com o intuito de preservar.
Uma empresa ao implantar uma manutenção preventiva estará almejando
aumentar a disponibilidade dos equipamentos e máquinas, a qualidade dos produtos e
elevar o nível de competitividade da empresa.
- Manutenção Preditiva: é um conjunto de atividades de acompanhamento das
variáveis ou parâmetros que indicam a performance ou desempenho dos equipamentos,
de modo sistemático, visando a definir a necessidade ou não de intervenção. Para Xavier
(2003) quando a intervenção, fruto do acompanhamento preditivo, é realizada, estamos
fazendo uma Manutenção Corretiva Planejada. Esse tipo de manutenção é conhecido
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como manutenção baseada na condição, permite que os equipamentos operem por mais
tempo e a intervenção ocorra com base em dados e não em suposições.
- Engenharia de Manutenção: também chamada de Manutenção Melhorativa, para
Kardec e Nascif (2001) é onde foca-se na causa básica do problema, ou seja, ao contrário
de somente reparar, eliminar a razão do defeito/falha, através de estudo do projeto do
equipamento, análise dos problemas e modificações. É considerada por muitos autores o
tipo de manutenção que requer mais tempo para ser desenvolvida em uma empresa que
busca as melhorias para esta atividade. É o último estágio a ser alcançado por empresas
que buscam a confiabilidade de sistemas.
3.5. Torno mecânico
De acordo com Ricardo (2014), a máquina-ferramenta, também chamada de
máquina operatriz no Brasil, é uma máquina utilizada na fabricação de peças metálicas,
plásticas etc. de revolução, por meio da movimentação mecânica de um conjunto de
ferramentas. O torno mecânico é a máquina ferramenta mais antiga e dele derivaram todas
as outras inventadas pelo homem. Inicialmente, os movimentos de rotação da máquina
eram gerados por pedais. A ferramenta para tornear ficava na mão do operador que dava
forma ao produto. Daí a importância de sua habilidade no processo de fabricação. Quando
a ferramenta foi fixada à máquina, o operador ficou mais livre para trabalhar. Pode-se
dizer que nesse momento nasceu a máquina-ferramenta, que está representada na figura
3.
Figura 3: Primeira máquina-ferramenta
Fonte: https://www.ebah.com.br/content/ABAAABM2gAB/usinagem-torno-mecanico
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Torno mecânico é uma máquina-ferramenta utilizada para executar operações de
usinagem cilíndrica externa ou interna e outras operações que normalmente são feitas por
furadeiras, fresadoras e retificadoras, com adaptações relativamente simples.
A principal característica do torno é o movimento rotativo contínuo realizado pelo
eixo-árvore, conjugado com o movimento de avanço da ferramenta de corte. As outras
características importantes são o diâmetro do furo do eixo principal, a distância entre
pontas e a altura da ponta, que compreende a distância ao fundo da cava, ao barramento
e ao carro principal (Ricardo,2014) . A figura 4 representa as características estrutural de
um torno mecânico universal, modelo Romi-tormax 20.
Figura 4: Torno mecânico universal e suas características
Fonte: https://pt.slideshare.net/EltonRicardo/aula-02-torno-mecnico?from_action=save
3.5.1. Operações do Torno Mecânico
De acordo com Ricardo (2014), o torneamento é um processo de usinagem que se
baseia no movimento da peça ao redor de seu próprio eixo, com a retirada progressiva de
cavaco. O cavaco é cortado por uma ferramenta de um só gume cortante, com dureza
superior à do material a ser cortado.
As operações de torneamento consiste em:
Torneamento cilíndrico externo - consiste em dar um formato cilíndrico a um
material em rotação submetido à ação de uma ferramenta de corte.
Faceamento - operação que permite fazer no material uma superfície plana
perpendicular ao eixo do torno, de modo a obter uma face de referência para as medidas
que derivam dessa face.
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Furação - permite abrir furos de centro em materiais que precisam ser trabalhados
entre duas pontas ou entre placa e ponta.
Torneamento Cônico - o torneamento cônico externo admite duas técnicas: com
inclinação do carro superior e com desalinhamento da contraponta. O torneamento com
inclinação do carro superior é usado para tornear peças cônicas de pequeno comprimento.
O torneamento cônico com deslocamento do carro superior consiste em inclinar o carro
superior de modo a fazer ferramenta avançar manualmente ao longo da linha que produz
o corte no ângulo de inclinação desejado.
2. METODOLOGIA
Segundo Vergara (2011), a pesquisa é classificada em dois critérios básicos:
quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins trata-se de uma pesquisa aplicada,
pois o apresenta objetivo prático de melhorar o planejamento de manutenção e monitorar
a condição operacional da tornearia mecânica, podendo resolver os problemas concreto e
quanto aos meios um estudo de caso em uma escola de tornearia mecânica para propor a
implementação do sistema Andon no monitoramento operacional de cada torno
mecânico.
Por meio do sistema Andon pode-se comunicar com mais facilidade os problemas
causados durante a operação do torno mecânico. Com a ajuda do sistema Andon, com sua
forma de gestão visual de relatar as ocorrências na operação da máquina, pode-se agir na
causa raiz diminuindo o tempo de atendimento ao problema, assim obtendo um aumento
da disponibilidade operacional da máquina ao aluno.
O presente trabalho é um estudo de caso em uma escola de tornearia mecânica,
onde na sua área de ensino possui 16 torno mecânico. As coletas de dados foram feitas
com professores, equipe de manutenção e alunos, onde foi identificado os problemas de
comunicação em ocorrências de falhas operacionais do torno mecânico, pois a um
processo longo de comunicação entre a falha até que acontece a manutenção da máquina.
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2.1. Comunicação na tornearia mecânica sem a implementação do sistema Andon
Segundo o fluxograma acima, a comunicação sem o sistema Andon exige da
movimentação de aluno e professor para conseguir comunicar a falha, assim a um
desperdício de aprendizado, devido ao aluno não poder operar aquela máquina e tempo
de manutenção, pois há um longo processo, desde a comunicação da falha até a
manutenção do torno mecânico.
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2.2 Comunicação na tornearia mecânica com a implementação do sistema Andon
Observação: O botão de comando verde é permitido o acionamento somente pela
equipe de manutenção.
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A condição operacional do torno mecânico é monitorada através do sistema
Andon, onde ao acionar o botão amarelo ou vermelho é relatado o software,
proporcionando ação imediata e o aluno não precisa se deslocar até o professor. O sistema
Andon permite a comunicação rápida e apresentação da gravidade da falha por meio da
sinalização.
O relatório de falha armazenado no software da possibilidade de análise para
futuras manutenções planejada, além de eliminar a utilização de papel para registrar o
relatório escrito.
1.1. Integração do Sistema Andon Werma com a equipe de manutenção, professor
e aluno
O sistema Andon Werma irá proporcionar, de acordo com a figura 11, uma gestão
visual na tornearia mecânica, através da coluna de sinalização que ficará em cima do torno
mecânico, onde a ocorrência de alguma falha na máquina o aluno irá acionar o botão de
comando vermelho ou amarelo.
Figura 5: Coluna de sinalização sobre o torno mecânico
Fonte:https://3dwarehouse.sketchup.com/model/a55c9d4c26a654867469e7b5396088fd/torno -
mecanico?hl=pt-BR (adaptada)
Após o aluno acionar um dos botões de comando, o software recebe essa
informação, que aparece no monitor do professor e equipe de manutenção em tempo real,
como é representado na figura 12.
Figura 6: Comunicação em tempo real pelo sistema Andon Werma
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Fonte: http://www.leanworkshopgroup.com/werma/ (adaptada)
2. RESULTADOS ESPERADOS
Acreditamos que o sistema Andon aplicado ao monitoramento operacional de
cada torno mecânico, possibilita a comunicação mais rápida em eventuais falhas,
acompanhando em tempo real a condição operacional de cada máquina e registrando um
armazenamento de dados, para que a manutenção seja melhor planejada, possibilitando
uma maior disponibilidade das máquinas aos alunos e redução de custos quanto à
manutenção.
REFERÊNCIAS
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Visual: uma proposta de modelo para facilitar o processo de desenvolvimento de
produtos. 2012. Disponível: http://www.juliomontex.com.br/wp
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a- vista/#.XJ_Ghvdkj/V. Acesso em: 7 mar. 2019.
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conceito de sistema andon no processo produtivo de indústrias metálicas. 2016.
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análise de falhas: um estudo aplicado ao processo de manutenção Industrial de
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http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_226_321_28640. Acesso em: 13 mar.
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ABNT NBR 5462 - Confiabilidade e Mantenabilidade, 1994.
Tavares, L. A. Excelência na manutenção. Estratégias para otimização e gerenciamento.
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Xenos, H. G. Gerenciando a manutenção produtiva. Belo Horizonte: editora de
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https://pt.slideshare.net/EltonRicardo/aula-02-torno- mecnico?from_action=save.
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VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 13 ed. São
Paulo: Atlas, 2011.
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PROPOSTA DE MELHORIA NO CONTROLE E ENDEREÇAMENTO DO
ESTOQUE DE CHAPAS DE AÇO NUMA INDÚSTRIA DO RAMO
METALÚRGICO
ERIK LEONEL LUCIANO
JENNIFER MARCELA DOS SANTOS ALMEIDA
OLIVIA LUANA NKEMDIRIM CORREA ONYILIAGHA
ROSINEI BATISTA RIBEIRO
Resumo
Devido a importância de um eficiente controle de estoque paras empresas em geral, foi escolhido
uma empresa do ramo metalúrgico para Estudo de Campo. Com a visita in loco foram levantados
os seguintes problemas: Problema crítico de fluxo de gestão de estoque de chapas de aço. Mistura
das chapas de várias categoriais, características e espessuras empilhadas em cima da outra.
Dificuldade de movimentação e localização pelo operador. Falta de padronização do layout do
estoque. Mistura de chapas decapadas e não decapadas. Por esse motivo, o objetivo geral desse
projeto será propor melhorias no controle e endereçamento do estoque de chapas de aço, tendo
como objetivo específico a otimização e maximização do controle logístico do estoque, com a
alteração no layout visando facilitar a movimentação e localização dos materiais. O presente
trabalho justifica-se devido a relevância do tema e seu teor prático, possibilitará conhecer mais de
perto o dia a dia da indústria. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica, com o
levantamento dos principais referenciais teóricos como Dias (1996), Gonçalves (2012), entre
outros e estudo de campo, com a realização da visita in loco e de entrevistas. Espera-se que ao
final desse projeto os objetivos gerais e específicos sejam alcançados.
Palavras-chave: Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Balanceamento de Linha. Gestão de
Estoque. Aços Avançados.
Abstract
Due to the importance of efficient inventory control for companies in general, a metalworking
company was chosen for Field Study. With the on-site visit, the following problems were raised:
Critical steel sheet stock management flow problem. Mixture of plates of various categories,
characteristics and thicknesses stacked on top of each other. Difficulty of movement and location
by the operator. Lack of standardization of inventory layout. Mixture of pickled and un pickled
sheets. For this reason, the overall objective of this project will be to propose improvements in
the control and addressing of the steel sheet stock, with the specific objective of optimizing and
maximizing the logistical control of the stock, with the alteration in the layout in order to facilitate
the movement and location of the materials. The present work is justified due to the relevance of
the theme and its practical content, it will allow to know more closely the day to day of the
industry. The methodology used is the bibliographical research, with the survey of the main
theoretical references such as Dias (1996), Gonçalves (2012), among others and field study, with
the realization of the on-site visit and interviews. It is hoped that at the end of this project the
general and specific objectives will be achieved.
Keywords: Supply Chain Management. Line Balancing. Inventory Management. Advanced Steels.
INTRODUÇÃO
As empresas que atuam como fabricantes ou montadoras, voltadas para a
produção de bens, dependem fortemente de um estoque bem gerenciado por uma série de
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razões. No fim das contas, uma empresa que dependa de produção não pode sobreviver
sem um bom sistema de gerenciamento de estoques.
Sabe-se que a gestão cautelosa dos estoques permite a empresa executar suas
operações sem problemas, com continuidade. Se uma organização fabrica produtos que
dependem de matérias-primas, é evidente que a empresa precisa de um bom estoque de
matérias-primas para que as operações sigam sem contratempos.
Além disso, sabe-se que um sistema de gerenciamento de estoques bem
administrado permite que uma empresa possa cortar custos desnecessários eliminando
desperdícios.
E devido a importância de um eficiente controle de estoque paras empresas em
geral, e para dar um teor prático a esse projeto, foi escolhido uma empresa do ramo
metalúrgico da região alvo para o Estudo de Campo que por questões de sigilo será
denominada de empresa X.Com a primeira visita in loco foram levantadas as seguintes
situações problemas: Problema crítico de fluxo de gestão de estoque de chapas de aço
onde o processo logístico de controle de estoque precisa ser urgentemente melhorado. Há
a mistura de chapas de aço de várias categoriais, características e espessuras empilhadas
em cima da outra, misturando as chapas pretas (não decapadas) e as chapas brancas
(decapadas), dificultando sua movimentação e localização de operador. Evidenciou-se a
falta de padronização do layout. Foi enfatizado pelo Gestor da área que precisa ser feito
um jeito que as duas categorias de chapas decapadas e não decapadas possam ser
enxergadas pela logística de força separada.
Sua Principal Vulnerabilidade: A armazenagem das Chapas está sendo feito do
modo Blocada onde há um grande problema de movimentação das chapas; Pediu-se que
o foco do Projeto seja o melhoramento do estoque de chapas. Além disso, o Hack das
chapas são descartados, não sendo reaproveitados, vendido como sucata para Amsted:
Pediu-se que fosse pensado num modo de melhor aproveitamento do Hack. Comentou-
se que está sendo feito a migração do Logix para o SAP onde está tendo divergências
devido aos problemas de logística no estoque.
Por esse motivo, o objetivo geral desse projeto será propor melhorias no controle
e endereçamento do estoque de chapas de aço numa indústria do ramo metalúrgico, tendo
como objetivo específico a otimização e maximização do controle logístico do estoque
de chapas de aço, com a alteração no layout do estoque visando facilitar a movimentação
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e localização dos materiais, permitindo uma fácil identificação das diferentes
características pelos funcionários da empresa. Álias, será proposto um jeito que as duas
categorias de chapas decapadas e não decapadas possam ser enxergadas pela logística de
forma separada.
O presente trabalho justifica-se devido a relevância do tema contando com seu
teor prático, possibilitando aos alunos do Curso de Gestão da Produção Industrial a
conhecer mais de perto a indústria e a sentir na pele alguns dos problemas em seu dia a
dia.
Além disso, o trabalha tratará de aspectos como os principais objetivos da
armazenagem, sobre o endereçamento logístico, sobre os sistemas existentes de
endereçamentos, sobre os benefícios de um bom endereçamento, sobre como é divido,
quais são as etapas. Será explicado também como funciona um sistema de armazenamento
blocado, o mesmo utilizado pela empresa estudo de campo, sobre a montagem desse
sistema, sobre o endereçamento nesse tipo de sistema, sobre as faixas limitadoras e
vantagens desse sistema.
A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica, com o levantamento dos
principais referenciais teóricos do assunto como Dias (1996), Gonçalves (2012), Jacinto
et al (2016), Moura (2005), Pozo (2010), entre outros. E estudo de campo, com a
realização da visita in loco e de entrevistas com os gestores e funcionários da área a ser
estudada. A análise bibliográfica foi uma das ferramentas escolhidas pois a realização da
pesquisa bibliográfica é fundamental para que se conheça e analise as principais
contribuições teóricas sobre um determinado tema ou assunto. E o Estudo de Campo pois
é um tipo de pesquisa que procura o aprofundamento de uma realidade específica.
Espera-se que ao final desse projeto, que as propostas que serão sugeridas possam
facilitar a movimentação e localização das chapas de aço pela logística da empresa. E que
os objetivos gerais e específicos possam ser alcançados.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Pozo (1999) a armazenagem faz parte do processo logístico e é
considerada uma atividade de apoio que dá suporte as atividades primárias possuindo a
função de atender com efetividade a gestão da cadeia de suprimento.
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Pozo (2010, p.11) a conceitua como “o processo que envolve administração dos
espaços necessários para manter os materiais estocados”. Assim, entre os objetivos da
armazenagem, Gonçalves (2012) cita os seguintes:
✓ Maximizar o uso dos espaços;
✓ Facilitar o acesso aos itens do Depósito;
✓ Proteger e abrigar os materiais;
✓ Facilitar a movimentação interna do Depósito;
✓ Maximizar a utilização de mão de obra e equipamentos.
Para Jacinto et al (2016), para que tais objetivos possam ser alcançados e os
clientes tenham as suas necessidades satisfeitas, é necessário que exista um esmiuçado
planejamento das operações de armazenagem.
Os objetivos dos armazéns, que são os locais destinados para o armazenamento
dos materiais, segundo Moura (2005, p.131) é “fornecer o material certo, na quantidade
certa, no lugar certo e no momento certo”.
Além disso, Jacinto et al (2011, p.5) citam como objetivos a “maximização do
serviço ao cliente, utilização de mão de obra, equipamentos, espaço, energia, giro de
estoque, acesso 4 às mercadorias, proteção dos itens, controle de perdas, produtividade e
minimização de custos”. Existem quatro funções básicas que fazem parte da
armazenagem, segundo Moura (1997): receber, estocar, separar e expedir.
Sobre o Layout dos armazéns, de acordo com Dias (1996), layout pode ser
definido como o arranjo de homens, máquinas e materiais que permite integrar o fluxo de
materiais e a operação dos equipamentos de movimentação. Este arranjo interfere
diretamente na realização de uma operação eficiente e efetiva de armazenagem, pois, é o
layout que determina, tipicamente, o grau de acessibilidade ao material, os locais de áreas
obstruídas, a eficiência de mão-de-obra, a segurança do pessoal e do armazém.
Segundo Moura (1997), os objetivos do layout devem ser:
✓ Assegurar a utilização máxima do espaço;
✓ Propiciar a mais eficiente movimentação de materiais;
✓ Propiciar a estocagem mais econômica, com relação às despesas de
equipamento, espaço e mão-de-obra;
✓ Propiciar flexibilidade máxima para satisfazer as necessidades de
mudança, de estocagem e de movimentação.
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1.1. ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO
O endereçamento logístico é mais um dos diversos processos que exige o
conhecimento de técnicas e boas práticas em busca de resultados efetivos. Existem
diversas formas de realizar esse conjunto de etapas, garantindo a ordem dentro do seu
armazém.
Moura (2004) afirma que o endereçamento é uma ferramenta que auxilia de forma
simples e eficaz na localização de um produto no estoque, possibilitando uma perfeita e
correta armazenagem. Através de uma orientação geográfica acompanhada por
sinalização estabelece locais específicos para as mercadorias proporcionando um
entendimento simples e fácil a ponto de qualquer pessoa que entre no estoque consiga
localizar o item, evitando cálculos e controlando melhor a entrada e a saída do mesmo.
Esse sistema emprega ruas, números e andares para assim atribuir endereços fixos às
prateleiras.
Como o próprio nome já diz, trata-se de uma padronização dos espaços dentro do
galpão por meio de endereços com o objetivo de facilitar o fluxo logístico interno.
Foco direto para a movimentação de mercadorias e equipamentos, o mal
endereçamento do local de armazenagem pode trazer grandes prejuízos para o setor.
Portanto, é preciso investir em uma maneira simples e de lógica fácil, capaz de ser
entendida por todo o público que tem algum contato com o armazém.
Muito mais simples do que possa parecer, a premissa básica dessa atividade se
baseia na criação de um plano com orientação geográfica, fortalecido pela sinalização. O
ideal é que as pessoas não tenham que fazer cálculos ou sintam dificuldades para se
localizar no espaço.
Portanto, ao pensar sobre tal iniciativa, vale a pena considerar, sobretudo, a
facilidade de movimentação. Do mesmo modo, deverá lembrar de tornar claro os locais
onde guardar e retirar mercadorias. Nos próximos tópicos, vamos falar melhor sobre os
grandes benefícios que a empresa pode ganhar com tal investimento.
De acordo com Rodrigues (2007) os sistemas de endereçamento mais comuns são:
✓ Alfabético: os materiais são codificados de acordo com as letras do
alfabético.
✓ Alfanumérico: é a possibilidade de combinar letras e números,
normalmente é dividido em grupos e classes.
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✓ Numérico ou decimal: é o mais utilizado e recomendado por apresentar
enorme amplitude de inúmeros itens de estoque.
Segundo Moura (2004) no endereçamento ocorre a necessidade de observação de
alguns fatores e objetivos para maior eficiência e organização do trabalho, sendo
primordial realizar um planejamento do espaço nas áreas de recebimento e expedição que
inclui identificar os materiais a serem recebidos e expedidos, como também, determinar
as docas de recebimento e a necessidade de espaço para movimentação de materiais
também é importante realizar um planejamento do espaço de estocagem determinando os
materiais e as quantidades que serão estocados além de determinar o tipo de localização
que poderá ser fixa e aleatória.
1.2. BENEFÍCIOS DO ENDEREÇAMENTO NO ARMAZÉM
Dentre as principais vantagens dessa iniciativa, podemos ressaltar dois grandes
tópicos extremamente valiosos para a cadeia logística dentro das organizações. São eles:
Mais rapidez: A velocidade de locomoção dentro de um Centro de Distribuição
(CD) é um fator muito relevante para o processo logístico. Como você deve saber, as
operações que acontecem dentro de um armazém têm forte ligação com o tempo. Por isso,
toda prática que puder ser implementada com a promessa de otimizar a produção ganha
destaque.
Mais compatibilidade: O endereçamento logístico (principalmente por números)
também traz a vantagem da compatibilidade de identificação, facilitando os processos.
Códigos de barras são muito utilizados em conjunto com coletores de dados Warehouse
Management System (WMS). Mais adiante, você verá como os códigos de barra e a
rapidez no deslocamento se conectam com o endereçamento em questões mais práticas.
1.3. COMO É DIVIDIDO O ENDEREÇAMENTO NO ARMAZÉM
Os endereços dentro de um armazém costumam ser feitos seguindo o mesmo
formato utilizado na identificação das moradias nas cidades. Eles seguem o seguinte
padrão:
✓ corredores = ruas;
✓ módulos = edifícios;
✓ nível = andar;
✓ vão = apartamento.
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Um dos grandes benefícios dessa analogia com a vida é a facilidade que as pessoas
encontram para se localizarem dentro do lugar. Por isso, para atenuar ainda mais a
identificação dos colaboradores com o sistema estabelecido, deve se evitar utilizar letras.
Afinal de contas, se estiver na rua 5 e deseja chegar na rua 15, fica fácil calcular
que faltam 10. Seu cálculo seria tão rápido se você precisasse calcular a distância entre
as ruas “J” e “V”.
1.4. QUAIS SÃO AS ETAPAS DO ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO
Blocados: No caso de blocados, o endereçamento está ligado ao endereço de um
bairro só de casas. Isso significa que não é preciso indicar o nível ou o vão (conforme a
correlação que deixamos acima). Assim, é necessário dar endereço apenas para a área,
rua e número da posição do palete.
Faixas limitadoras e de pedestres: Assim como o uso de faixas limitadoras está
presente no código de trânsito das cidades, no armazém não é diferente. Para demarcar as
posições de blocados e o alinhamento dos paletes no piso inferior de uma estrutura, deve-
se utilizar faixas de largura entre 10 e 15 cm. Além de garantir segurança para quem
transitar pelo local, a pintura das faixas contribui para o alinhamento com os padrões
internacionais, ressaltando organização e excelência.
Sinalização e identificação do endereçamento: Como o nome já diz, é a
sinalização que fará com que os colaboradores saibam se localizar e se locomover de
forma estratégica dentro do galpão. Vale lembrar que esse é um dos investimentos que se
recupera com mais velocidade, já que tanto o armazenamento quanto a expedição ganham
em qualidade quase que de imediato.
Etiquetas devem seguir um planejamento meticuloso, sendo aplicadas de maneira
visível para as pessoas. Se essa etapa for feita sem atenção à legibilidade e
posicionamento, o efeito poderá ser contrário ao imaginado, trazendo mais prejuízos do
que vantagens. Sinalização de trânsito de transportes
A sinalização é também uma ferramenta de apoio para o trânsito dentro do CD. É
normal que hajam espaços com corredores mais estreitos, e outros mais largos. Por conta
disso, você poderá definir a mão de direção para cada rua do CD, evitando o risco de
colisões e acidentes.
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No piso, você também pode aproveitar para colocar a cultura preventiva em
prática sinalizando não só sobre a mão de direção de cada rua, mas também mencionando
a preferência nos cruzamentos e túneis.
Placas de rua
É claro que quando o endereçamento logístico é a pauta principal, não podemos
pular este tópico. As placas de rua (ou placas de corredor) são essenciais para a
comunicação. Elas devem ter o tamanho adequado para que sejam vistas de longe.
No começo, meio e fim de cada corredor, as placas devem ser instaladas de acordo
com as características do espaço, facilitando a vida de quem está transitando e prevenindo
acidentes. Códigos de barra
Por fim, os códigos de barra configuram a melhor opção na otimização da busca
por produtos e mercadorias. Além disso, eles podem auxiliar no endereçamento das
prateleiras e estantes, como Porta Pallet, Drive-in e Push-Back, fazendo conexão com os
softwares utilizados por sua empresa. Para a melhor utilização desse recurso, sugerimos
a utilização de:
• números, e nunca letras;
• boa quantidade de números pares, favorecendo a codificação da leitura digital;
• barras mais largas;
• cuidado com a quantidade de caracteres presentes, pois precisa seguir de acordo
com o espaço disponível na própria etiqueta.
1.5. SISTEMA DE ARMAZENAGEM BLOCADO
Como a empresa objeto do estudo de campo já tem em seu setor de logística
implantado o sistema de armazenagem blocado, então se faz necessário destrinchar como
funciona esse sistema.
O sistema de armazenagem blocado é aquele em que os paletes são estocados
diretamente um sobre o outro, colocando-se o primeiro diretamente sobre o piso do
almoxarifado. No caso de se utilizar esse modelo de sistema de armazenagem, a altura
máxima deve ser determinada pelo peso e pela estabilidade da pilha de paletes,
considerando-se, obviamente, o pé-direito do local.
A aplicação do sistema é de grande utilidade quanto existem vários paletes por
item e quando o giro do estoque é elevado.
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A principal característica do sistema é a pequena área que deve ser usada para
circulação. O palete, neste modelo de armazenagem, fica mais protegido, já que, quando
não está sendo movimentado, a estrutura fica no formato de um blocado, sendo o tipo de
armazenamento mais utilizado nos espaços mais restritos, protegendo produtos de alto
valor agregado, mantendo em espaços menores maior densidade de armazenagem.
1.6. MONTAGEM DO SISTEMA DE ARMAZENAGEM BLOCADO
O sistema de armazenagem blocado consiste num bloco de estrutura contínua,
mantendo corredores para circulação e armazenando a carga em paletes, desde que os
itens sejam pouco variados, não precisando de alta seletividade ou velocidade de
movimentação.
Os componentes do sistema são, em geral, semelhantes aos utilizados em estantes
convencionais para paletes, embora a estrutura, desta maneira, apresente mais fragilidade,
já que se trata de um armazenamento um tanto instável, precisando de algumas estruturas
extras para se estabilizar.
No modelo de estrutura, como existe baixa seletividade, a retirada dos paletes é
feita de forma mais lenta e, entre o drive-in e drive-thru, apresenta alguma diferença, uma
vez que, no primeiro, a arrumação da estrutura impossibilita a empilhadeira de atravessar
os corredores, enquanto que no segundo é possível manter a movimentação, fazendo a
arrumação da parte superior.
Trata-se, portanto, de um modelo de armazenagem onde o aproveitamento do
espaço é mais importante do que a agilidade no processo de armazenamento.
1.7. ENDEREÇAMENTO NO SISTEMA DE ARMAZENAGEM BLOCADO
No sistema é importante criar códigos de endereçamento para diferentes áreas de
armazenagem, principalmente para permitir o crescimento do espaço do almoxarifado.
Assim,é importante manter estruturas porta paletes, áreas de blocado interna e externa,
trabalhando de acordo com as exigências da logística para os itens estocados. Com o
sistema de endereçamento, torna-se mais prático aumentar o espaço de armazenamento,
continuando com a numeração de corredores em sua sequência sem haver necessidade de
trocar nomes de ruas de outros locais.
No sistema, a identificação pode indicar até mesmo diversos galões que estejam
no mesmo local ou em locais diferentes, sabendo-se sempre onde estão os itens
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armazenados. O endereçamento, no sistema de armazenagem blocado, pode corresponder
ao mesmo tipo de endereçamento de um local residencial, por exemplo, não havendo
necessidade de indicar níveis ou vãos, endereçando-se apenas a área, o corredor e o
número da posição do palete.
1.8. FAIXAS LIMITADORAS NO SISTEMA DE ARMAZENAGEM
BLOCADO
É importante também criar faixas de larguras até 15 cm para demarcar as posições
dos blocados e o alinhamento dos paletes no piso inferior de uma estrutura. A pintura de
faixas ajuda a evitar acidentes e possibilita uma convivência segura entre operadores de
empilhadeira e demais trabalhadores do local, além de visitantes, se houver.
De acordo com as normas de segurança, a correta sinalização das faixas de
movimentação devem atender os padrões internacionais, demonstrando organização e
garantindo a segurança dos trabalhadores, prevenindo possíveis acidentes.
1.9. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA DE ARMAZENAGEM
BLOCADO
O sistema de armazenagem blocado garante a integridade do material
acondicionado, facilitando a movimentação com empilhadeiras ou paleteiras, embora
dificulte a utilização do sistema FIFO (first in-first out), devido à limitação de
movimentação e da dimensão das estruturas de pilhas.
Embora limite o sistema FIFO, o sistema de armazenagem blocado facilita a
movimentação com a empilhadeira ou paleteira, podendo ser criado ainda um sistema de
armazenamento de 45 graus, possibilitando melhor movimentação dos equipamentos.
Nesse caso, no entanto, deve-se observar que, apesar de ganho de área nas áreas de
movimentação, cria-se áreas perdidas.
Na implantação e utilização do sistema de armazenagem blocado, para se evitar o
uso de empilhamento em 45 graus, há a necessidade de aumentar a largura do corredor,
possibilitando à empilhadeira fazer o giro de 90 graus.
A empresa pode, também, agregar o sistema de armazenagem blocado a outros
sistemas, utilizando os que mais lhe são convenientes para maximizar o espaço e fazer a
melhor movimentação, obtendo um mix e destinando cada tipo de material ao seu sistema
mais apropriado.
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Sua desvantagem é que não há um acesso individual a cada item. Há desperdício
de tempo na localização do item e um grande risco de danos ao estoque e ao pessoal.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada nesse trabalho é a análise bibliográfica com levantamento
dos principais teóricos e a Estudo de Campo, com a realização da visita in loco e
entrevistas com os gestores da área e seus funcionários.
2.1. DA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA
A análise bibliográfica foi uma das ferramentas escolhidas pois a realização da
pesquisa bibliográfica é fundamental para que se conheça e analise as principais
contribuições teóricas sobre um determinado tema ou assunto. Para Koche (1997, p. 122)
afirma que a pesquisa bibliográfica pode ser realizada com diferentes fins: a) para ampliar
o grau de conhecimentos em uma determinada área, capacitando o investigador a
compreender ou delimitar melhor um problema de pesquisa; b) para dominar o
conhecimento disponível e utilizá-lo como base ou fundamentação na construção de um
modelo teórico explicativo de um problema, isto é, como instrumento auxiliar para a
construção e fundamentação de hipóteses; c) para descrever ou sistematizar o estado da
arte, daquele momento, pertinente a um determinado tema ou problema.
Os principais teóricos consultados até o momento para elaboração desse projeto
são Koche (1997), Ventura (2002), Moura (2004), Rodrigues (2007), Moura (1997/2005),
Jacinto et. al (2011/2016), Dias (1996), Pozo (2010), Gonçalves (2012), Rodrigues
(2007).
2.2. DO ESTUDO DE CAMPO
O Estudo de Campo foi a outra ferramenta escolhida pois é um tipo de pesquisa
que procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizado por
meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com
informantes que captam as explicações e interpretações do que ocorre naquela realidade.
Para Ventura (2002, p. 79), a pesquisa de campo deve merecer grande atenção,
pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem (das pessoas que serão
escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão coletados os
dados e os critérios de análise dos dados obtidos. Estrutura de um estudo de campo a)
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Introdução: Além das características comuns de uma introdução (tema, delimitação,
objetivo, justificativa, procedimentos metodológicos...), a pesquisa de campo exige que
se deixe claro o campo (empresa, comunidade, bairro, escola, prefeitura, rua etc) em que
foi realizada a pesquisa.
No dia 01 março de 2019 foi feito visita in loco com entrevista direta entre
responsável pelo setor de logística da empresa, orientador e orientandos. Nesse dia foi
possível fazer uma síntese da situação problema, com a delimitação do tema e
agendamento de futuras visitas. No entanto, através da exposição do responsável
apareceram várias dúvidas posteriores, onde foi feito um questionário que foi enviado via
e-mail no dia 22 março de 2019 com perguntas que ajudarão a enriquecer esse trabalho,
sendo elas:
1) Quem são os Clientes Internos que recebem as chapas de aço da logística?
2) Quanto aproximadamente chega em toneladas ou quantidades por mes e ano?
3) Quem são os fornecedores das Chapas?
4) Qual o tamanho e largura da menor e maior chapa?
5) O suporte ou rack são feitos na empresa ou são comprados?
6) Quantos funcionários aproximadamente trabalham no setor que trabalham
com estoque de chapas? Quantos turnos?
7) Quais as principais dificuldades encontradas pelos operados ou
empilhaderistas ao lidar com a movimentação das chapas de aço?
8) Como a logística faz o endereçamento, separação e classificação? Segue uma
ordem ou padrão?
9) Quais as principais dificuldades encontradas para se localizar as chapas
solicitadas?
10) Qual é o tamanho aproximado em m2 do estoque de chapas?
11) As chapas decapadas e não decapadas estão misturadas ou ficam separadas?
12) Existe coisa específica que chamaram a atenção de vocês para implantar o
sistema de estoque de chapas na forma blocada em relação aos outros tipos?
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como resultados esperados deseja-se que ao final desse presente projeto os
objetivos gerais e específicos consigam ser atingidos com a elaboração de diversas
propostas de melhorias no controle e endereçamento do estoque de chapas de aço da
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empresa alvo do estudo de campo gerando uma otimização do seu sistema de
endereçamento de chapas de aço. Espera-se que possa ser possível criar um método que
as chapas decapadas e não decapadas possam ser enxergadas pelos operadores de forma
separada. E que, com a escolha pelo gestor da empresa em implantar uma das propostas
que possa trazer um ganho de eficiência em seu processo logístico possibilitando redução
de desperdício de tempo na localização do item, com a eliminação de movimentações
desnecessárias, além da redução de custos e perdas de matérias. Espera-se também que
possa ser possível, ao final desse projeto, facilitar de algum modo o acesso individual a
cada item no estoque.
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DeLocalização E Endereçamento De Estoque: Um Estudo De Caso Em Um Centro
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http://www.geprofatecjahu.com.br/gepro/index.php/gepro/2016/paper/download/237/16
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PROTÓTIPO AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO PARA FISIOTERAPIA
CARLOS HENRIQUE LOUREIRO FEICHAS
EDUARDO HIDENORI ENARI
GABRIEL RODRIGUES MODESTO
IVAN MARQUES DOS REIS
THAIS BARBOSA MARQUES
Resumo
Em um tratamento fisioterapêutico atual, existem algumas barreiras que podem se tornar
obstáculos para o avanço dos pacientes em “enfermidades” existentes desde seu nascimento ou
pós-traumáticos, principalmente em crianças, principalmente aquelas que ainda estão aprendendo
movimentos comuns como: andar, sentar, ficar em pé, movimentar os braços etc. Assim, o
presente trabalho parte de uma importante questão: o que poderia ser feito para aperfeiçoar e
agilizar o processo de aprendizado ou recuperação do paciente? Dessa forma, o objetivo geral
deste trabalho foi desenvolver um dispositivo que capture “contrações musculares” por meio dos
conceitos da Eletromiografia de Superfície e que alimente um sistema computacional que permita
ao fisioterapeuta acompanhar a evolução do tratamento por meio de gráficos relacionados a essas
contrações musculares. Este trabalho apresenta um estudo e identificação de sensores que são
utilizados para acompanhar essas contrações; uso desses sensores juntamente com a tecnologia
arduino para capturar as contrações musculares; desenvolvimento de um sistema que gera gráficos
a partir dos dados transmitidos pelo arduino e que disponibilize uma interface que pode ser
utilizada por um profissional da área de saúde durante o tratamento. Desenvolveu-se, assim, o
protótipo de um sistema para captura da contração muscular baseado no arduino, uma aplicação
web que registra os dados do paciente e apresenta a resposta muscular por meio de gráficos que
podem ser facilmente manuseados pelo fisioterapeuta.
Palavras-chave: Saúde; Fisioterapia neurológica; Tratamento; Trauma físico; Dispositivo
médico; Sistema Web.
Abstract
In a current physiotherapeutic treatment, there are some barriers that can become obstacles for
the advancement of patients in "infirmities", existing since birth or post-traumatic, especially in
children, who are still learning common movements, such as: walking, sitting , standing up,
moving arms, etc. Thus, the present work is based on an important question: what could be done
to improve and speed up the process of learning or recovering the patient? Thus, the general
objective of this work was to develop a device that captures "muscular contractions" through the
concepts of Surface Electromyography, and to feed a computational system that allows the
physiotherapist to follow the evolution of the treatment, by means of graphs related to these
muscle contractions. This work presents a study and identification of sensors that are used to
follow these contractions; use of these sensors along with Arduino technology to capture muscle
contractions; development of a system that generates graphs from the data transmitted by the
Arduino and that provides an interface that can be used by a healthcare professional during the
treatment. Based on this, a prototype arthritic-based muscle contraction system was developed,
a web application that records patient data and displays muscle response through graphs, which
can be easily manipulated by the physiotherapist.
Keywords: Health; Neurological Physioterapy; Treatment; Physical trauma; Medical device;
Web System.
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INTRODUÇÃO
É considerada deficiência motora qualquer déficit ou anomalia que tem como
consequência qualquer tipo de dificuldade, alteração e/ou não existência de determinado
movimento considerado normal em pessoas sem deficiência. A deficiência tem diferentes
origens que se diferenciam por grupos musculares, estrutura óssea, estrutura ósseo-
articular ou anomalia do Sistema Nervoso Central (SNC). Deficiências motoras podem
ter o caráter definitivo (não sofrem alterações com o passar do tempo) ou evolutivo
(sofrem alterações com o passar do tempo). Considerando as causas das deficiências
motoras, elas podem ter causas como congênitas (nascem com a pessoa) e adquiridas
(desenvolvidas com o tempo) (TEIXEIRA, 2010).
Tratamentos fisioterapêuticos são utilizados em pessoas com deficiência motora
para auxiliar no desenvolvimento ou reabilitação. A principal área da fisioterapia em que
se encaixa o tratamento para essas pessoas é a Fisioterapia Neurofuncional, que trabalha
a prevenção e o tratamento de disfunções do sistema nervoso central e/ou sistema nervoso
periférico. Recursos fisioterapêuticos como cinesioterapia (terapia pelo movimento),
eletroterapia (pela eletricidade), equoterapia (com ajuda de cavalos) e outros, são os
procedimentos seguidos por profissionais de fisioterapia. (ABRAFIN, 2009).
Em uma avaliação de contrações e/ou lesões musculares ainda são empregados
recursos humanos, como visão e tato dos fisioterapeutas. Porém, para otimizar esse
processo, é possível captar contrações por eletromiografia (EMG). A EMG é a
metodologia de captação de contrações para diagnóstico, que visa avaliar problemas
nervosos ou musculares. A princípio, a captação é feita por meio de um par de eletrodos
colados à pele, em que esses eletrodos farão a medição da atividade elétrica gerada pelo
músculo avaliado em questão (ENOKA, 2000).
A utilização de máquinas e dispositivos para avaliações físicas está presente em
grandes centros e clínicas de fisioterapia. Infelizmente essa realidade não é encontrada
em todas as clínicas de porte médio e pequeno, muito presente em cidades do interior. A
solução possível adotada neste trabalho, foi a utilização de dispositivos baseados no
arduino, para desenvolvimento de equipamentos de baixo custo, permitindo que mais
clínicas tenham acesso a dispositivos de apoio ao tratamento de seus pacientes. Isso
porque o arduíno possui shields que cumprem a função de um sensor EMG. Eles captam
o movimento muscular e os transformam em dados digitais. Esses dados foram
capturados para serem trabalhados de forma que fosse possível desenvolver interfaces
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visuais, com gráficos e/ou números para dar suporte ao Fisioterapeuta. A seguir, a Figura
1 demonstra, inicialmente, o funcionamento da arquitetura deste trabalho:
Figura 1 - Arquitetura inicial do funcionamento do dispositivo.
Fonte: Autoria própria, 2018.
Com o intuito de auxiliar na melhor avaliação e identificação de determinadas
lesões ou traumas, o objetivo do trabalho é desenvolver um protótipo de dispositivo que
visa capturar reações musculares por meio de sensores colocados estrategicamente em
músculos indicados por especialistas em fisioterapia. Dessa forma, os sensores ligados a
um músculo capturam contrações musculares e geram dados que serão apresentados por
meio de gráficos, para serem analisados por um fisioterapeuta, proporcionando mais
informações para decidir a melhor indicação de tratamento, bem como acompanhar a
evolução dos resultados, armazenando todos os dados para futura consulta. O dispositivo
proporciona, inicialmente, uma boa precisão em diagnósticos, a partir de um estudo
prévio de como realizar análises a partir dos gráficos gerados, para que o fisioterapeuta e,
principalmente o paciente, sintam-se seguros ao buscar melhores formas de tratamento
para diferentes situações, bem como acompanhar os progressos.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Mello (2006, p. 86), “a fundamentação teórica apresentada deve
servir de base para a análise e interpretação dos dados coletados na fase de elaboração do
relatório final. Dessa forma, os dados apresentados devem ser interpretados à luz das
teorias existentes”.
A seguir, estão as bases teóricas utilizadas, demonstrando o que são bem como as
tecnologias já existentes e qual o diferencial deste trabalho em relação a tais tecnologias.
2.1. ANATOMIA
Moore e Dalley (2001) definem “Anatomia - o estudo da estrutura e função do
corpo - é uma das ciências médicas básicas mais antigas”. A anatomia tem três principais
abordagens: Anatomia Regional, Anatomia Sistêmica e Anatomia Clínica (MOORE;
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DALLEY, 2001). A anatomia serve de base para o conhecimento, mesmo que superficial,
da forma e da função dos músculos que poderão ser analisados pelo dispositivo.
A seguir, a Figura 2 mostra a anatomia muscular do corpo humano e seus
respectivos nomes:
Figura 2 - Anatomia muscular do corpo humano
Fonte: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemamuscular.php Acesso em 25/Abril/2018
2.2. FISIOTERAPIA
Segundo o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional),
fisioterapia é “uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos
funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações
genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica, média complexidade
e alta complexidade.
De acordo com a ABRAFIN (Associação Brasileira de Fisioterapia
Neurofuncional), fisioterapia Neurofuncional é
a área de especialidade da Fisioterapia que atua de forma preventiva, curativa,
adaptativa ou paliativa nas sequelas resultantes de danos ao Sistema Nervoso,
abrangendo tanto o Sistema Nervoso Central como o Periférico, bem como
àqueles com doenças neuromusculares (do neurônio motor, da placa motora e
do músculo propriamente dito – miopatias).
2.3. ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE
A eletromiografia de superfície (EMG-S) consiste na captação dos potenciais de
ação emanados pelo músculo esquelético durante a contração. Essa captação é realizada
por meio de eletrodos fixados na pele que registram a diferença de potencial provocada
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pelo constante deslocamento de íons positivos e negativos para o interior e exterior das
estruturas musculares (GUYTON; HALL., 2006).
A EMG-S é uma ferramenta aplicável em diversos ramos das ciências da saúde e
fisiologia humana. Nas áreas do treinamento físico e reabilitação, a EMG-S é utilizada
para avaliar a fadiga no sistema neuromuscular (MERLETTI; PARKER, 2004). Por se
tratar de procedimento não invasivo e de execução relativamente simples, a EMG-S
permite monitorar, de forma contínua, o processo de exaustão dos músculos. Tal
característica representa uma vantagem em relação a outros métodos que quantificam a
fadiga somente ao final do esforço ou dependem de procedimentos mais complexos,
como coleta sanguínea (CIFREK et al., 2009). O mesmo consiste no registro da atividade
elétrica gerada pelos potenciais de ação de todas as unidades motoras recrutadas durante
a ação. O sinal elétrico das fibras musculares percorre passivamente o volume condutor
que recobre o músculo (tecido conjuntivo, tecido adiposo e todas as demais estruturas) e
é captado por eletrodos fixados na pele, como exemplificado na Figura 3 a seguir:
Figura 3 - Eletrodos de superfície fixados na pele (A) e ilustração de seu
funcionamento na captação dos potenciais de ação das unidades motoras através do
volume condutor (B)
Fonte: Rocha Júnior., V. A. (2016).
2.4. CONTRAÇÃO MUSCULAR – ISOCINÉTICA
Como base principal deste projeto, temos a contração muscular, mais
especificamente a Isocinética, que se dá por meio da utilização de um aparelho
denominado “Dinamômetro Isocinético”, em que o indivíduo realiza um esforço
muscular máximo ou submáximo que se acomoda à resistência do aparelho. A contração
ocorre em uma velocidade angular constante, permitindo mensurar a força aplicada pelo
músculo em toda a amplitude articular do movimento.
Para tal, o ‘aparelho isocinético’ é um ‘dinamômetro eletromecânico’ com sistema
servomotor, que atualmente se apresenta todo computadorizado. O indivíduo realiza um
esforço muscular máximo ou submáximo que se acomoda à resistência do aparelho. Este
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se caracteriza por possuir velocidade angular constante, permitindo realizar movimento
na sua amplitude articular. A força exercida pelos grupos musculares varia durante o arco
de movimento, devido ao seu braço de alavanca que se altera conforme a amplitude do
movimento. Tem-se, então, o chamado momento angular de força ou torque. A resistência
oferecida também é variável conforme a força realizada em cada ponto da amplitude
articular. Mas a velocidade angular é sempre constante, em graus por segundo (°/seg.),
definida previamente pelo examinador. O aparelho isocinético é um recurso valioso, que
pode ser indicado tanto para a avaliação do equilíbrio funcional muscular como também
para a reabilitação das lesões do aparelho locomotor (HISLOP; PERRINE, 1967).
Porém há uma desvantagem significativa, que é o preço, ou seja, na maior parte
dos casos, o aparelho só consegue ser adquirido por, por exemplo, grandes clubes de
futebol, para análise e recuperação dos jogadores. A Figura 4 é a representação do
aparelho de isocinética, junto ao paciente realizando o exame:
Figura 4 - Representação do Dinamômetro Isocinético
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-6-Aparelho-para-realizacao-de-exercicio-isocinetico-
flexao-extensao-joelho_fig4_312095829. Acesso em 26/Abril/2018
2.5. APLICAÇÃO WEB
Aplicações web se destinam a sistemas de informática que fazem uso de
navegadores por meio da internet ou aplicativos desenvolvidos com tecnologias web, tais
como HTML, CSS e Javascript. A execução dos aplicativos ocorre através de servidores
HTTP (Web Host) ou servidores locais (máquina própria) (APLICAÇÕES WEB; 2018).
Um servidor web tem como função receber uma requisição (request) do cliente
por meio do browser e, assim, devolver uma resposta (response) para o usuário. O
navegador é o responsável por permitir que o usuário faça suas solicitações, além de ser
responsável também por mostrar ao usuário as respostas dadas pelo servidor em relação
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à requisição feita anteriormente. As requisições e respostas são escritas em HTML
(HyperText Markup Language). Na Figura 5 está representada a forma como a
comunicação é feita entre servidor e browser.
Figura 5 - Comunicação entre browser e servidor
Fonte: Autoria Própria, 2018.
Uma aplicação web pode consistir mais do que apenas cliente e servidor, pode ser
dividida em mais camadas, tais como:
a) Camada de apresentação: Camada que exibe informações ao usuário;
b) Camada Lógica: Camada responsável por consultar, editar, atualizar e deletar
informações através de formulários;
c) Camada de dados: Camada que retém os dados e informações da aplicação. Um
website pode ser facilmente confundido com uma aplicação web, porém um site é
apenas um conjunto de páginas WEB, escritas em HTML & CSS, como o intuito de
informar o usuário, são páginas não dinâmicas.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a criação do dispositivo, foi necessário o aprofundamento nos estudos em
áreas específicas da computação, biomedicina e da anatomia humana, como: Engenharia
de Software, Arduino (Microcontrolador), Python, Django, HTML5, CSS3, JavaScript,
Materialize, Banco de Dados (MongoDB), Interface Homem x Máquina, Sensor EMG e
Anatomia / Funcionamento Muscular.
3.1. ENGENHARIA DE SOFTWARE
A Engenharia de Software está relacionada a todos os aspectos da produção de
software, desde os estágios iniciais de especificação do sistema até sua manutenção,
depois que o software entrar em operação. Para fornecer uma introdução ao
funcionamento da interação do fisioterapeuta com o dispositivo e software, temos os
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Requisitos Funcionais e os Não Funcionais do software, o Diagrama de Contexto e o Caso
de uso:
2.1.1 REQUISITOS FUNCIONAIS
Segundo Sommerville, requisitos funcionais são: “declarações de serviços que o
sistema deve fornecer, como o sistema deve reagir a entradas específicas e como o sistema
deve se comportar em determinadas situações. Em alguns casos, os requisitos funcionais
podem também estabelecer explicitamente o que o sistema não deve fazer”. A seguir,
estão descritos os requisitos funcionais deste projeto:
a) Cadastrar Usuário: O fisioterapeuta pode se cadastrar no sistema a fim de
utilizá-lo;
b) Cadastrar Paciente: O fisioterapeuta pode cadastrar seu paciente no sistema
para que seja possível gerar registros atualizados;
c) Consultar Ficha: O fisioterapeuta pode consultar a ficha de um determinado
paciente de acordo com suas necessidades;
d) Cadastrar Avaliação: O fisioterapeuta pode cadastrar uma avaliação atualizada
realizada em um determinado paciente para alimentar a ficha do paciente;
e) Atualizar Ficha: O fisioterapeuta pode atualizar a ficha de seus pacientes com
avaliações realizadas e anotações, quando necessário;
f) Excluir Ficha: O fisioterapeuta pode excluir a ficha de um paciente caso haja
necessidade.
2.1.2. REQUISITOS NÃO FUNCIONAIS
Segundo Sommerville, requisitos não funcionais são: “Restrições sobre os
serviços ou as funções oferecidas pelo sistema”. A seguir estão descritos os requisitos não
funcionais deste projeto:
b) Login: O fisioterapeuta pode logar no sistema através de login e senha;
c) SGBD: O sistema de gerenciamento de banco de dados é o MongoDB;
d) Gerar Gráficos: O sistema é responsável por gerar gráficos para avaliação dos
pacientes;
e) Usabilidade: O sistema possui uma interface simples para facilitar a vida do
fisioterapeuta.
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f) Segurança: O sistema possui proteção dos dados dos profissionais e dos
pacientes.
2.1.3. DIAGRAMA DE CONTEXTO
Diagrama de contexto é uma ferramenta que possibilita a representação do sistema
e o fluxo dos dados (VAZQUEZ; SIMÕES, 2016). No caso do projeto, o diagrama de
contexto representado na Figura 6 demonstra, em forma de imagem, a relação dos dois
atores que o sistema tem. Para acesso a todas as funcionalidades que o sistema dispõe
será preciso o login.
Figura 6 - Diagrama de Contexto
Fonte: Autoria própria, 2018.
2.1.4. DIAGRAMA DE CASO DE USO
Um diagrama de caso de uso documenta todo o sistema de acordo com o ponto de
vista de um ator (PRESSMAN, 2011). O diagrama de caso de uso do projeto está
representado na Figura 7, em que a representação está sendo do ponto de vista do
fisioterapeuta (ator); o usuário principal do sistema, que conta com as funcionalidades
representadas nos balões do meio e que a maioria das funcionalidades só é permitida
através da efetuação do login.
Figura 7 - Diagrama de Caso de Uso
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Fonte: Autoria própria, 2018.
2.2. ARDUINO
O Arduino (Microcontrolador) é uma placa de prototipagem eletrônica de código
aberto, que inclui hardware e software livres, visando oferecer ferramentas adaptáveis e
de baixo custo para a criação de projetos interativos de diversos fins. O Arduino permite,
por meio de suas portas digitais e analógicas, que outros dispositivos se conectem a ele,
como os Shields. Shields são placas de circuito que podem ser conectadas ao Arduino,
fazendo com que seja possível expandir seu potencial. Além do Hardware, o Arduino
possui o software, que é o Arduino IDE, ambiente multiplataforma que proporciona o
desenvolvimento de códigos que são compilados e gravados no microcontrolador, e
exercem papel fundamental para o sucesso de projetos que o utilizam (ARDUINO, 2017).
Para o projeto foi utilizado o Arduino MEGA 2560, que contém 54 pontos de
entrada e saída digitais, 16 entradas analógicas e 4 portas para comunicação serial, com
memória flash de 256 KB. Junto ao Arduino foi utilizado um shield EMG, descrito no
item seguinte. A Figura 8 mostra um resumo dos componentes de uma placa arduino:
Figura 8 - Componentes do Arduino Mega
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Fonte: https://www.embarcados.com.br/arduino-mega-2560/. Acesso em 26 de Abril de 2018
2.3. SENSOR EMG
Sensores de EMG (Eletromiografia de superfície), são utilizados para avaliar os
padrões de ativação muscular. São tradicionalmente utilizados em pesquisas médicas e
para exames de distúrbios neuromusculares. Atualmente os sensores estão sendo
utilizados em próteses, mais precisamente na área de robótica em sistemas de controle. O
sensor utilizado no projeto, foi o Muscle Sensor v3, o qual capta os sinais analógicos dos
músculos através de eletrodos colados à pele, e converte em voltagem, para que assim
sejam mostrados em forma numérica. Para o projeto a faixa de amostragem analisada pelo
sensor, é a leitura analógica entre 0 – 1023, onde ela é convertida em voltagem para a
faixa entre o – 5v. (MUSCLE SENSOR V3, 2018). O sensor está representado na Figura
9:
Figura 9 - Sensor Muscle v3 - Responsável por conectar eletrodos a protoboard/arduino.
Fonte: http://www.advancertechnologies.com/p/muscle-sensor-v3.html. Acesso em 15 de Outubro de
2018
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2.4. PYTHON
Python é uma linguagem de alto nível, com tipagem dinâmica e forte,
multiparadigma, que suporta os paradigmas de orientação a objetos, imperativo, funcional
e procedural, multiplataforma, além de ser interpretada. Sua sintaxe é considerada
elegante. É uma linguagem open source, até para projetos comerciais.
O nome da linguagem é inspirado no grupo de humor britânico “Monty Python”.
Foi criada em 1991 pelo holandês Guido van Rossum, com o objetivo de legibilidade e
produtividade. Atualmente é mantida pela Python Software Foundation (PSF),
organização sem fins lucrativos.
A linguagem Python possui diversos recursos, tais como: meta-classes,
decorators, herança múltipla. Possibilidade de utilização de pacotes e bibliotecas de
terceiros, além de sua gama em frameworks disponíveis, como: Django, Flask, entre
outros. Para este projeto, foi utilizado o Python na versão 3.6.7, em sua versão estável
(PYTHON, 2018).
2.5. DJANGO
Django é um framework web e open source, escrito em Python, para o
desenvolvimento web ágil. Utiliza o princípio DRY (Don’t Repeat Yourself - Não se
repita). Criado em 2005 pela equipe do Lawrence Journal-World com o intuito de ser um
sistema de gerenciamento de um site jornalístico, atualmente é mantido pela Django.
Software Foundation. Sites como: Instagram, Pinterest, Mozilla, utilizam o
Django em sua estrutura. (DJANGO, 2018).
O framework segue o padrão MTV (model-template-view), apresentado na Figura
10, que é bem similar ao padrão MVC (model-view-controller):
Figura 10 - Padrão MTV Django
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Fonte: https://www.tutorialspoint.com/django/django_overview.htm. Acesso em 20/Outubro/2018
A figura representa o padrão Model-Template-View, que se define por:
a) URLs (Universal Resource Locator) - Mapeia rotas e recursos do sistema, pelo qual
o usuário irá acessar, por exemplo: www.site.com.br/login, sendo esse exemplo a rota
para o acesso do login;
b) View - Intermediário entre Model e Template, responsável pela requisição (request)
do objeto e retorno da resposta (response) e redirecionando (redirect) para outra URL;
c) Model - Onde são definidos os modelos do banco de dados, como tabelas ou
collections;
d) Template - Representação visual do sistema dada ao usuário, sendo elas páginas
HTML com estilos (CSS) e interações (JS).
Django é um framework de alta produtividade e agilidade com grandes recursos
como urls amigáveis, painel administrativo, sistema de templates, sistema de rotas,
formulários, segurança (DJANGO, 2018). Para este projeto, foi utilizado o Django em
sua versão 2.1.2, estável.
2.6. MATERIALIZE
Framework web responsivo baseado no Material Design da Google foi criado em
2014 por um grupo de estudantes da Universidade Carnegie Mellon, dos Estado Unidos.
O Materialize é um framework cujo objetivo é acelerar o processo de criação da parte
front-end, focando no usuário (User Experience). Ele oferece artifícios como: Slider,
Lightbox, Captions, Modais, Transitions, Waves, Grid voltado ao responsivo, Cards, ou
seja, todos os elementos para um melhor desenvolvimento da parte front-end de um site,
sistema web e desktop. Neste projeto, a versão do Materialize utilizada foi a 1.0.0
(MATERIALIZE, 2018).
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2.7. CHART.JS
Chart.JS é uma biblioteca Javascript responsável em auxiliar na criação de
gráficos para designers e desenvolvedores (CHARTJS, 2018), plotando diversos tipos de
gráficos, utilizando-se da tag <canvas>, presente no HTML. A biblioteca gera oito tipos
diferente de gráficos (Linha, Pizza, Barra e outros). A biblioteca também se encarrega da
customização do estilo dos gráficos, facilitando no desenvolvimento de uma aplicação
que necessite expor dados em forma de gráficos. Neste projeto, foi de extrema
importância, uma vez que o fator principal de análise deste projeto são os gráficos.
2.8. MONGODB
O banco de dados consiste em um conjunto de dados relacionados logicamente,
os quais, por exemplo, podem conter dados e informações sobre determinados
procedimentos realizados em um paciente, que, mais tarde, poderão ser acessados. São
projetados para gerir grandes volumes de dados e informações relativos aos mais variados
domínios de conhecimento (MACHADO, 2008). Neste projeto foi utilizado o banco de
dados não relacional e open source, MongoDB. MongoDB é um banco de dados orientado
a documentos, com escalabilidade e flexibilidade, com consulta e indexação
(MONGODB, 2008). Mais especificamente, foi utilizado, neste projeto, o MongoDB
server, na versão 4.0.3, para fazer a integração com o Django por meio da engine Djongo,
que permite a criação de collections através dos Models do Django.
2.9. LINGUAGENS WEB
2.9.1. HTML5
HTML5 (HyperText Markup Language - Linguagem de marcação de hipertexto,
versão 5) é uma linguagem web responsável pela marcação de uma página web, que tem,
nessa versão 5, o princípio de semântica e acessibilidade na linguagem, para melhor
adaptação a diversos dispositivos, sistemas e navegadores (HTML5, 2018).
2.9.2. CSS3
CSS3 (Cascading Style Sheets - Folhas de Estilo em Cascata, versão 3) é uma
linguagem que trabalha junto ao HTML para estilização das páginas, fazendo com que os
elementos assumam tamanhos, posições, cores e outros atributos de acordo com as
definições programadas para cada um ou para um conjunto (CSS3, 2018).
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2.9.3. JAVASCRIPT
JavaScript é uma linguagem de programação interpretada, criada em dezembro de
1995 por Brendan Eich, cujo objetivo era fazer parte dos navegadores, para que pudessem
interpretar scripts sem a necessidade deles passarem pelo servidor. Atualmente a
linguagem tem como características: a tipagem dinâmica, o paradigma imperativo e
estruturado, baseado em objetos, funcional, funções de primeira classe. Além do mais,
pode funcionar tanto como uma linguagem procedural quanto como uma linguagem
orientada a objetos (JAVASCRIPT, 2018).
2.10. INTERFACE HOMEM x MÁQUINA
A interface Homem x Máquina trata-se da parte de redução de aspectos negativos
na experiência do usuário com o sistema, tais como: decepção, arrependimento de utilizar
um sistema e outras. Porém, por outro lado, trata-se de elevar os aspectos positivos, tais
como: funções desejadas e atingidas e satisfação que o sistema traz ao usuário ao utilizá-
lo. (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013).
2.11. FUNCIONAMENTO MUSCULAR
O Funcionamento muscular engloba anatomia e fisioterapia, bem como os
sensores e a isocinética. Para o estudo da anatomia foi utilizado como base no livro
“Anatomia: orientada para a clínica”. Além deste livro, foram utilizadas práticas de
aplicação com o acompanhamento de um fisioterapeuta, fornecendo o conhecimento
necessário para utilização do dispositivo.
Para o estudo dos sensores foi realizada uma pesquisa sobre tipos que mais se
adequam ao problema a ser solucionado.
Para compreender a captação da contração muscular isocinética, foi feito um
estudo sobre o dinamômetro isocinético, entendendo seu funcionamento, obstáculos,
aplicação e benefícios que são de suma importância para este trabalho.
2.12. MÉTODO
O método é responsável por definir a estruturação do desenvolvimento do projeto
como um todo. A estrutura de construção do projeto seguiu as seguintes fases, fases estas
baseadas na abordagem sequencial (SOMMERVILLE, 2011).
a) LEVANTAMENTO DE REQUISITOS
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Nesta parte do trabalho, foi definido qual seria o escopo do projeto: um dispositivo
que analisa o músculo e gera dados numéricos para serem visualizados em forma de
gráficos em um sistema web. A ênfase maior foi dada ao dispositivo composto pelo
Arduino e pelo sensor EMG.
b) ANÁLISE E PROJETO DO SISTEMA
Nessa fase do projeto foi definida a modelagem do sistema e do dispositivo, sendo
a modelagem do sistema baseada nos casos de usos, e a do dispositivo baseada na
disposição dos sensores e demais componentes. Em seguida, foi criado o diagrama do
banco de dados.
c) IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
Na fase de implementação do projeto foram feitas três partes. A primeira foi a
montagem do dispositivo com Arduino, Sensores EMG e Protoboard. A segunda parte
foi relacionada à montagem do dispositivo, pois nessa fase foi implementado o código
responsável pela leitura dos dados que o sensor capturou. Na terceira parte foi
desenvolvido o sistema web em Django, no padrão MTV. Na Figura 11, a seguir, é
possível visualizar a arquitetura proposta:
Figura 11 - Ilustração da arquitetura utilizada no projeto
Fonte: Autoria própria, 2018.
Essa estrutura da arquitetura proposta inicialmente, demonstra as partes
componentes do projeto. Na primeira parte temos o paciente com o sensor de EMG e seus
respectivos eletrodos, dispostos estrategicamente no paciente, ligados ao arduino. Para
este trabalho foram utilizados 3 (três) sensores, sendo eles: o eletrodo representado pela
cor amarela funciona como o “terra”, para que a eletricidade do corpo não interfira na
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captação dos sinais, e os eletrodos verde e vermelho são os responsáveis por captar os
sinais analógicos do músculo. Após a captação desses sinais, está representado o servidor
(Raspberry pi 3), inicialmente proposto para este trabalho, que recebe os dados analisados
pelo sensor EMG e Arduino, e logo após envia os dados para o dispositivo do
fisioterapeuta (computador, tablet ou celular) através da requisição feita pelo mesmo
através da interface web, com gráficos gerados a partir da leitura dos dados dos sensores.
3. RESULTADOS OBTIDOS
O dispositivo deste trabalho foi testado, avaliado e aprovado por um profissional
da área de fisioterapia, que definiu quais movimentos e quais lugares dos eletrodos para
melhor análise. É preciso ressaltar que a aprovação se deve a proposta inicial deste
trabalho, ainda necessitando de ajustes para coleta de dados mais precisas a partir dos
trabalhos futuros.
A Figura 12 representa o dispositivo montado e analisando o músculo do
antebraço através dos eletrodos do sensor EMG, enquanto o antebraço se encontra em
repouso. O momento do repouso serve para que o sistema monte uma linha de base, como
no gráfico, representado na Figura 13. A linha de base é um comparativo em relação a
análise do músculo após uma contração ou movimentação.
Figura 12 - Dispositivo montado com braço em repouso
Fonte - Autoria Própria, 2018.
Figura 13 - Gráfico com os dados do braço em repouso
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Fonte - Autoria Própria, 2018
Na Figura 14 novamente o dispositivo montado, porém o antebraço se encontra
em contração concêntrica (o músculo se aproxima de suas inserções, há o encurtamento).
A contração foi exercida para que o sistema analisasse o movimento e gerasse no gráfico,
como representado na Figura 15, o dado fora da linha de base. No gráfico da Figura 15,
percebe-se, antes do pico da contração, a linha de base mencionada anteriormente e, após
o pico, percebe-se a volta para a linha de base representada pelo relaxamento do músculo.
Figura 14 - Dispositivo com o braço em contração
Fonte - Autoria Própria, 2018.
Figura 15 - Gráfico com os dados da contração
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Fonte - Autoria Própria, 2018
4. CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS
O objetivo inicial deste trabalho era criar um dispositivo para auxiliar o
fisioterapeuta a diagnosticar, acompanhar e decidir a melhor forma de tratar o paciente,
com bons resultados e com baixo custo para as partes envolvidas. O trabalho apresentou
a necessidade do estudo de sensores de Eletromiografia de Superfície e suas unidades de
corrente elétrica para captação dos movimentos musculares, bem como o Arduino,
analisando como seria possível gerar dados após essa captura pelos sensores e como um
sistema web poderia interagir com este dispositivo para gerar gráficos no momento da
avaliação muscular comandada pelo fisioterapeuta.
Dessa forma, foi criado o dispositivo de análise muscular com Arduino e sensor
de Eletromiografia de Superfície, que está integrado a um sistema web, em que é possível
receber os sinais musculares de um então músculo avaliado, utilizando estes sinais para
gerar gráficos monitorados por um fisioterapeuta, a fim de gerar visualmente a melhor
análise do músculo em avaliação para indicação de evolução.
Como trabalhos futuros, deseja-se aprimorar visualmente a interface web;
implementar um sistema de calibragem mais preciso para coleta de linha de base, onde
os dados coletados serão mais precisos que no protótipo, uma vez que a linha de base
permite que o músculo em análise tenha uma medida em repouso e em movimento, que
variam de pessoa para pessoa; aprimorar o uso do EMG com um medidor acelerômetro
dentro do gráfico de análise, para que seja possível definir até onde pode ser realizado o
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movimento do músculo que esteja sendo analisado; realizar testes em áreas diferentes do
corpo além da área de estudo já utilizada nesse protótipo e iniciar testes clínicos
ambulatoriais em pessoas com idades diferentes e consequentemente tônus diferentes,
fazendo com que a área de estudo seja mais ampla e funcional para beneficiar todo e
qualquer tipo de paciente.
Pode-se concluir que o dispositivo cumpriu as expectativas da proposta inicial e
tem grande potencial de análise, uma vez que o mercado de análise fisioterápica é restrito
a grandes clínicas com capital elevado ou em ambientes de mestrado, fazendo com que a
proposta de baixo custo e para clínicas de baixo porte seja totalmente válida. Outro
diferencial desse dispositivo é a flexibilidade de utilização, mesmo em atendimentos
homecare, ou seja, fora da clínica, pois muitos pacientes não podem sair de suas casas ou
simplesmente se sentem mais confortáveis ao serem atendidos em suas residências. Esse
dispositivo junto a sua interface web permite que as análises possam ser feitas nestes
ambientes.
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PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DE DADOS DE MONÓXIDO DE
CARBONO, TEMPERATURA E UMIDADE EM AMBIENTES FECHADOS
JHON KENNEDY DE ALMEIDA PEREIRA NOVAIS
LUIS FERNANDO DE ALMEIDA
Resumo
Com o desenvolvimento social e a urbanização, o ser humano passou a permanecer mais tempo
em locais fechados. Porém, muitas vezes, esses ambientes não são lugares adequados para
permanecer por um longo período de tempo. Além das consequências graves à saúde, é observada
a queda de desempenho do ser humano na realização de tarefas cotidianas, tais como atividades
intelectual, laboral e outras, sendo em ambiente empresarial, público ou residencial. Nesse
sentido, o projeto consiste do aprimoramento de uma plataforma para monitoramento da
qualidade do ar de um determinado ambiente interno. Neste trabalho, são implementadas as
seguintes funcionalidades adicionais: acesso remoto ao sistema, sensor de umidade e um buzzer
para emitir alertas sonoros. Os testes realizados demonstram a capacidade do protótipo em realizar
o monitoramento dos itens propostos, possibilitando aos usuários visualizarem a condição do
ambiente interno inserido, possibilitando tomar decisões sensatas e evitar acidentes graves ou até
fatais.
Palavra-chave: Arduino; Umidade; Temperatura; Monóxido de Carbono; Ambiente Fechado.
Abstract
With social development and urbanization, the human being started to stay longer in closed
places. However, often these environments are not suitable places to stay for a long period of
time. In addition to the serious health consequences, the performance of the human being is
observed in the accomplishment of daily tasks, such as intellectual, labor and other activities,
being in a business, public or residential environment. In this sense, the project consists of the
improvement of a platform for monitoring the air quality of a certain internal environment. In
this work, the following additional functionalities are implemented: remote access to the system,
humidity sensor and a buzzer to emit audible alerts. The tests carried out demonstrate the ability
of the prototype to perform the monitoring of the proposed items, allowing users to visualize the
condition of the internal environment inserted, making possible sensible decisions and avoiding
serious or even fatal accidents.
Keywords: Arduino; Humidity; Temperature; Carbon Monoxide; Closed Environments.
INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, o homem busca abrigo, proteção e segurança nos ambientes
artificiais onde vive. As características atuais das sociedades desenvolvidas e em
desenvolvimento, fazem com que um elevado número de indivíduos passe a maior parte
do seu dia em ambientes fechados. Segundo Quadros (2008), o desenvolvimento social e
a consequente urbanização, e as formas de trabalho sedentárias tomam o lugar do trabalho
ao ar livre nas cidades urbanizadas, podendo-se afirmar que passamos a maior parte do
tempo em ambientes fechados.
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Ao longo dos anos, muitos acidentes graves e até mesmo fatais, vêm ocorrendo
pela inalação de monóxido de carbono (CO). Um caso em massa que pode ser destacado
é o acidente de trem na Itália durante a II Guerra Mundial, na região de Balvano, no sul
do país, onde uma locomotiva teve uma interrupção brusca quando estava em um trecho
íngreme, no interior do túnel do exército, ou seja, um ambiente fechado levou a morte,
por volta de 520 pessoas.
O debate sobre qualidade do ar interno não é algo novo, existem publicações do
século XIV que já discutiam o assunto e até sugeriam algumas soluções. Segundo Haines
e Wilson (1998), a solução para o problema seria a ventilação adequada desses ambientes.
Anos mais tarde, surgiam os sistemas de ar condicionado, porém com o passar do tempo,
observou-se que trabalhadores de ambientes internos estariam reclamando da qualidade
do ar desses ambientes, assim como os estudos de Zhang (2004) revelaram que as
concentrações de poluentes nesses ambientes poderiam ser de até cinco vezes maiores
que as de ambientes externos.
Segundo Dangelo e Fattini (1998), o funcionamento de todo o corpo, em síntese,
depende das trocas gasosas entre Oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2). O sistema
respiratório um dos principais responsáveis pela manutenção da homeostase do corpo
humano, constituído por dois pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro
e para fora das cavidades pulmonares, realizando o processo de hematose. Os órgãos que
constituem esse sistema são fossas nasais, boca, faringe, laringe, traqueia, brônquio,
bronquíolos e alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
O poluente foco do trabalho é o monóxido de carbono, que mesmo sendo essencial
na indústria química para a transformação de alguns compostos orgânicos, pode causar
sérios problemas a saúde humana. Isso se justifica, segundo Böhm (2011), por se tratar
de um gás incolor, inodoro, insípido produzido por queima incompleta de combustível
contendo átomos de carbono, e que prejudica a oxigenação dos tecidos. Com isso esse
elemento é classificado como um asfixiante sistêmico.
O grande número de horas que as pessoas ficam em ambientes fechados e a difícil
detecção do monóxido de carbono são justificativas sociais plausíveis para a realização
desse trabalho.
Dentro desse cenário, o objetivo da pesquisa é aprimorar o trabalho desenvolvido
e proposto por Souza (2018), onde será acrescentado alguns sensores à plataforma para
possibilitar acesso remoto ao sistema.
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Para tanto, ações específicas como adaptar uma plataforma de prototipagem
eletrônica de sensores de monóxido de carbono (MQ-7), umidade e temperatura (DHT
11), por fim, desenvolver uma aplicação para dispositivo móvel com acesso local e
remoto que irá coletar informações fornecidas pela rede de computadores através dos
sensores e informar em tempo real, os dados da concentração do monóxido de carbono,
umidade e temperatura ao usuário e ainda emitir alertas caso as concentrações dos
sensores estejam acima do tolerável a saúde.
Como resultados da pesquisa, espera-se contribuir na busca de soluções para
minimizar o número de incidentes causados pelo CO. No caso específico do software
apresentado neste trabalho, essa contribuição provém de uma interface bem intuitiva e de
fácil manuseio, possibilitando ao usuário monitoramento do nível de concentração do CO,
umidade e temperatura no local instalado.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nessa seção, o referencial teórico traz estudos sobre a poluição do ar,
monitoramento e internet das coisas.
1.1. POLUIÇÃO DO AR
Com o desenvolvimento dos grandes centros urbanos e o consumo cada vez mais
exagerado, o ser humano é o grande responsável por tornar o mundo cada dia mais
poluído. O ar impróprio e nocivo pode causar sérios problemas tanto para o homem como
para os demais seres vivos. Segundo Santos (2011) a poluição pode ser entendida, como
a presença de substâncias geradas por humanos ou pela própria natureza, essas
substâncias podem colocar em risco à qualidade de vida de todos os seres vivos.
Desde a revolução industrial que aconteceu na Europa nos séculos XVIII e XIX
(HISTORIA, 2012), a poluição começou a crescer, mas foi no começo do século XX que
se intensificou com o crescimento de indústrias automobilísticas, porém, como citado
anteriormente, a poluição do ar também pode ocorrer por causas naturais, os vulcões são
exemplos disso.
Com base na Figura 1, é possível identificar os principais agentes poluidores do
ar. Nesta figura, é importante destacar a presença do Monóxido de Carbono (parte do
objeto de estudo deste projeto).
Figura 1: Poluentes Atmosféricos
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Fonte: Santos (2011).
1.2. MONÓXIDO DE CARBONO
O monóxido de carbono é representado pela fórmula química CO, é um gás
incolor e inodoro proveniente da combustão incompleta de combustíveis fósseis (carvão
mineral, petróleo e gás natural).
O monóxido de carbono é um óxido neutro extremamente letal: se inalado em
altas concentrações (acima de 400 partículas por milhão) pode matar por
asfixia. Isso ocorre porque, ao ser inspirado, o monóxido de carbono é capaz
de estabelecer ligações químicas altamente estáveis com a hemoglobina das
hemácias, formando a carboxiemoglobina (HbC), o que as impossibilita de
transportar oxigênio em todo o processo de respiração. Por isso, esse óxido foi
muito utilizado na Segunda Guerra Mundial pelos nazistas para extermínio dos
judeus nas câmaras de gás. Como é desprovido de cheiro e cor, a presença do
monóxido de carbono não é facilmente percebida, por isso, o gás é comumente
taxado como assassino silencioso (CARDOSO, 2017).
É importante destacar que o monóxido de carbono (CO) é capaz de inibir a troca
de oxigênio do sangue com os tecidos vitais e, em concentrações elevadas, pode provocar
a morte por envenenamento, afetando principalmente o sistema cardiovascular e nervoso
(COELHO, 2007). Através de pesquisas realizadas, foi encontrada a associação de
monóxido de carbono com atendimentos por infecções de vias aéreas superiores em São
Paulo (SP) (MARTINS et al, 2002).
1.3. LIMITES DE EXPOSIÇÃO AO MONÓXIDO DE CARBONO (CO)
Os limites admitidos podem variar de país para país. Nos Estados Unidos, as
normas estabelecidas pelo National Institute for Occupational Safety and Healthy
(NIOSH, 1978), que a exposição seja de 35ppm para até 10 horas de trabalho, 40 horas
por semana com um teto de 200ppm. Conforme Occupational Safety and Health
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Administration (OSHA, 1991), é permitido para 8 horas de trabalho a concentração de
50ppm. No Brasil, de acordo com as normas NR-7 (NR-7,1994), que estabelece os
parâmetros para controle biológico da exposição a alguns agentes químicos, é de apenas
39ppm para 8 horas de trabalho para o monóxido de carbono.
Contudo, mesmo com as normas estabelecidas, o índice de CO identificado em
ambientes de trabalho pode ultrapassar os limites permitidos. Em concordância com um
estudo realizado por Goudreau (1992), 46% das oficinas mecânica de Montreal (Canadá),
ultrapassam o limite que é de 35ppm. Um estudo realizado pela Fundacentro, a dose
excedeu o limite de CO que é de 39ppm em shopping center e de prédios comerciais do
Rio de Janeiro (FONSECA, 2003).
1.4. UMIDADE RELATIVA DO AR
Conforme Tipler (1995), o ar atmosférico é composto de uma mistura de gases
com cerca de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e uma parcela pequena de dióxido de
carbono, vapor de água e alguns outros gases. Toda a pressão que é exercida pela
atmosfera em um ponto a soma das pressões parciais dos gases que o compõem, pois,
segundo a Lei de Dalton, diz cada um dos gases tem comportamento independente um
dos outros (SEARS et al, 1984).
Para um estudo do conforto térmico humano, é sempre levado em conta conhecer
a umidade relativa à umidade de saturação do que conhecer a umidade absoluta do ar
atmosférico (BARROS, 2010).
De acordo com Sears (1984), a Umidade Relativa do Ar (UR) é determinado como
a relação, e apresenta em porcentagem, através da umidade absoluta e a umidade no seu
ponto de saturação para uma determinada temperatura ou a relação entre as pressões
parcial de vapor e a pressão de saturação, à mesma temperatura.
Em concordância com Esganzela (2014), exemplificado na Tabela 1, quando uma
mistura de água contem 25 g de vapor por 1 m3 de ar a 40 °C aponta uma umidade relativa
de 50%. Logo podendo ocorrer a saturação, UR = 100%, reduzindo a mistura, sem
remoção da água do ar, a umidade relativa sobe, podendo ocorrer à saturação, UR=100%.
Tabela 1: Relação entre saturação e temperatura do ar
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Fonte: Silva (2006)
A Tabela 2 mostra os baixos níveis de umidade e o que devemos fazer em relação
aos dados descritos abaixo.
Tabela 2: Baixo níveis de umidade do ar assim classificados
Nível de umidade Estado Descrição
20% a 30% Atenção
É recomendável nesse caso a não realização de esforços físicos
durante os períodos mais quentes do dia que vai das 11h às 15h
no horário convencional
12% a 20 Alerta
Não realizar muitos esforços entre as 10h e 16h, devendo
consumir muito liquido, e evitar lugares muito aglomerados e
fechados e, se houver a necessidade, utilizar soro fisiológico para
os olhos e narinas
Abaixo de 12% Emergência
Manter todas as recomendações acima mencionadas, sendo
necessário umidificar locais fechados com aparelhos específicos
ou com toalhas molhadas.
Fonte: Pena (2019, adaptado pelo autor).
1.5. O MONITORAMENTO DE ATIVIDADES ATRAVÉS DO SOFTWARE
EMBARCADO
Atualmente, o sistema embarcado vem sendo utilizado em diversas áreas, como
por exemplo, em máquinas de lavar roupa, veículos, fogão, geladeiras, micro-ondas entre
outros.
Segundo Taurion (2005), já não é possível ver a sociedade vivendo sem estes
sistemas, mas alerta que pode haver falhas que podem causar pequenos contratempos até
danos a integridades físicas das pessoas. Fatos desta natureza podem ser evidenciados,
como por exemplo, uma situação ocorrida em 2015 e reportada pelo site Olhar Digital
demonstra que o sistema pode conter falhas que com isso, uma empresa utiliza de um
software enganador com o propósito de enganar os testes de medição de poluentes.
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Entre as dezenas de sistemas eletrônicos inteligentes embarcados nos carros
mais modernos, os veículos com motor a diesel trazem um software específico
que monitora a quantidade de combustível não queimado que sai pelo
escapamento. Para evitar essa emissão, no escapamento dos carros a diesel da
Volks existe um compartimento que absorve e captura o óxido de nitrogênio –
caso contrário o NOx seria jogado na atmosfera. O software ilegal utilizado
pela empresa é, na verdade, um algoritmo dentro de um desses sistemas
eletrônicos que faz parecer que o automóvel atende os padrões de emissão.
(OLHARDIGITAL, 2015).
A cada dia, o setor automobilístico pode ser uma referência de forte uso de
sistemas embarcados. Vários modelos de veículos já estão equipados com painéis
eletrônicos, injeção eletrônica etc.
A injeção eletrônica é um sistema responsável pela alimentação de combustível e
gerenciamento eletrônico do motor, ajudando também na redução de consumo de
combustível e emissão de gases poluentes.
1.6. O PAPEL DA INTERNET DAS COISAS (IOT) PARA ALAVANCAR O
DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA
O conceito de IOT visa disseminar a ideia de conectividade, ou seja, procura
estabelecer comunicação entre equipamentos com tecnologias e sistemas diferentes. Com
isso podemos citar como exemplo a indústria 4.0.
Desde a década dos anos 80, braços robóticos vêm executando funções como
soldar, mover equipamentos, etc. Com a indústria 4.0, essas máquinas já podem
comunicar entre elas, trocando dados e informações, ou seja, capacidades de tomar
decisões sem nenhuma interação humana.
Segundo uma matéria publicada no site Olhar Digital (2017), a indústria 4.0 ainda
se encontra em desenvolvimento, mesmo em países desenvolvidos ainda existe muita
evolução para acontecer, mas especialistas afirmam que isso irá causar um impacto
traumático nos postos de empregos.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O desenvolvimento deste trabalho consistiu nas seguintes etapas:
• Pesquisa Bibliográfica: foi realizado um estudo com base em alguns acidentes causados pelo
monóxido de carbono, principalmente em ambientes fechados como: garagem, oficina entre
outros, onde a maior parte das fontes produtoras são os veículos de motor a combustão
interna.
• Modelagem da plataforma: nesta etapa, todos os componentes que fazem parte do projeto
foram organizados e montados em uma placa de protótipo.
• Programação da plataforma: através dos ambientes de desenvolvimento integrado (IDE), foi
realizada toda a programação para que a plataforma pudesse fazer a leitura dos dados.
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• Programação da página e aplicativo: foi desenvolvido uma página web e um web aplicativo
para que o usuário pudesse visualizar esses dados de forma fácil e visual, além de poder
configurar para que fossem notificados caso o nível de concentração desses fosse
inadmissível.
• Acesso remoto: foi criado uma conta e domínio dinâmico no No-IP, liberada a porta necessária
no roteador para o Arduino, e criado uma Zona Desmilitarizada (DMZ) com o IP do mesmo
para que pudesse acessar diretamente o Arduino quando acessasse o domínio.
• Testes: após a etapa de programação, foram definidos e realizados os testes visando a validação
do protótipo.
• Análise dos resultados: foram analisados os resultados destes testes a fim de verificar a
funcionalidade do protótipo.
Para desenvolvimento deste trabalho foram utilizados: plataforma de
prototipagem Arduino, módulo E-+.
+++-thernet Shield, sensor MQ-7 e o sensor DHT 11, sensor Buzzer Ativo,
Ambientes de desenvolvimento, como, IDE Arduino, e APP Inventor, DDNS No-IP,
linguagens JavaScript, CSS 3, HTML 5. Esses itens são descritos com mais detalhes nas
subseções seguintes.
2.1. ARDUINO MEGA (MICROCONTROLADOR)
Plataforma de prototipagem eletrônica composta por um microcontrolador,
circuitos de entrada/saída e de fácil conectividade a um computador, e sua programação
é realizada via Ambiente de Desenvolvimento Integrado IDE utilizando uma linguagem
de programação baseado em C/C++, dispensando o uso de equipamento extras além de
um único cabo USB. Essa plataforma é muito utilizada em projetos de automação
residencial até industrial. Com o Arduino é possível utilizar uma enorme quantidade de
componentes e sensores como de temperatura, umidade, magnético, gás etc.
2.2. ETHERNET SHIELD
A placa Ethernet Shield é um componente que permite o Arduino se conecte à
uma rede local ou à internet. Ele fornece acesso a rede IP nos protocolos TCP ou UDP.
Esse Shield ainda possui um slot para cartão micro SD para guardar e armazenar arquivos
de um servidor na rede, compatível com as plataformas de prototipagem eletrônica mais
tradicionais, inclusive com o Arduino MEGA usado nesse projeto.
2.3. SENSOR MQ-7
A Figura 4 exibe o sensor de MQ-7 que tem como objetivo detectar o gás
Monóxido de Carbono no ambiente. Este sensor é muito usado em projetos de segurança
e automação residencial com o objetivo de identificar o gás CO que é altamente tóxico
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para o ser humano. Com esse sensor é possível ao identificar a alta concentração de CO
no ambiente, emitir alarme, destravar portas, enviar alertas com o intuito de evitar a
inalação do mesmo.
2.4. SENSOR DHT 11
Tem baixo consumo de corrente elétrica e possui em seu interior um sensor de
umidade capacitivo e um termistor usado principalmente para medir a umidade e
temperatura. Esse sensor detecta os valores de umidade e temperatura no ambiente, faz a
comunicação com o microcontrolador e envia através da plataforma Arduino para que
possa ser lido e ou armazenado.
2.5. BUZZER ATIVO
O Buzzer Ativo é um componente eletrônico composto por duas camadas de metal
e uma terceira camada interna de cristal Piezoelétrico, possui tensão de operação de 3,5 a
5v, muito utilizado para projetos de campainhas e alarmes pois possui bipe contínuo.
Neste projeto será utilizado para alertar o usuário quando o ambiente estiver em condições
de impróprias de permanência.
2.6. ARDUINO IDE
IDE, Integrated Development Environment ou Ambiente de Desenvolvimento
Integrado, em português, que consiste em um programa de computador que tem
características e ferramentas para apoiar no desenvolvimento do software, deixando
assim, o processo mais ágil e fácil. Dentre algumas características encontradas na IDE,
as principais são: Editor, a interface utilizada para escrever o código-fonte do programa
e o compilador que compila o código-fonte do programa, escrito em uma determinada
linguagem de programação para transformar em linguagem de máquina.
2.7. AMBIENTE DE DESENVOLVIMENTO MIT APP INVENTOR
O ambiente de desenvolvimento do App Inventor, online, que possui muitas
ferramentas para desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis Android. Ele
possui várias interfaces de usuário, layout, media etc.
O App Inventor é muito conhecido e usado por desenvolvedores e criado pela
empresa Google e mantida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Com ele é
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possível criar aplicativos para dispositivos móveis com sistema operacional Android. A
sua utilização é muito simples e fácil.
Essa plataforma de desenvolvimento se torna uma alternativa para aqueles que
precisam desenvolver aplicativos para dispositivos móveis Android e não possuem muito
conhecimento de programação.
2.8. LINGUAGENS HTML5, CSS3 E JAVA SCRIPT
O HTML5 (Hypertext Markup Language 5- “Linguagem de marcação de
hipertexto”) foi desenvolvido por Tim Berners-Lee. É uma linguagem baseada em
marcação. Essas marcações são as chamadas tags. A utilizada neste projeto é a quinta
versão da linguagem HTML. Essa nova versão traz consigo importantes mudanças quanto
ao papel do HTML no mundo da Web, através de novas funcionalidades como de
semântica e acessibilidade.
O CSS3 (Cascading Style Sheets 3 - “Folha de estilo") é uma linguagem para que
seja configurado o visual das páginas do sistema, a qual será responsável pela cor, fonte
e todo o layout. A principal função do CSS3 é abolir as imagens de plano/Background de
fundo, bordas arredondadas, apresentar transições e efeitos para criar animações de vários
tipos, como um simples relógio de ponteiro.
O JavaSript – linguagem de programação orientada a objetos – é uma linguagem
leve, mas que possui um núcleo que permite ser utilizada para diversos propósitos, tanto
para o lado cliente, quanto para o lado servidor. No lado cliente, é capaz de fornecer
objetos para que consiga monitorar o navegador web, colocando elementos em um
formulário HTML, permitindo que usuários respondam a esses eventos, através de cliques
de mouse, por exemplo. No lado servidor, também fornece objetos, mas para se
comunicar com o banco de dados ou realizar uma manipulação de arquivos.
2.9. NO-IP
NO-IP é um provedor de DNS dinâmico para serviços pagos e gratuitos, ou seja,
serve para identificar dispositivos com endereços IP remotamente, mesmo que seu acesso
à internet seja através de IP dinâmico. Muito utilizado para acessar remotamente as
câmeras de segurança. No serviço gratuito é possível a criação de até 3 hostnames e
necessário a confirmação de dos domínios a cada 30 dias.
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3. O PROTÓTIPO PROPOSTO
A Figura 2 ilustra a plataforma utilizando o Arduino juntamente com o Shield,
sensor DHT11, MQ7 e Buzzer em funcionamento, capturando as concentrações de
monóxido de carbono, umidade e temperatura do ambiente e emitindo sinais sonoros
quando necessário.
Figura 2: Protótipo proposto
Fonte: O Autor (2019).
Conforme a Figura 3, todos os dados que estão sendo lidos pela plataforma, tais
como a concentração de monóxido de carbono, umidade e temperatura sendo exibidos no
monitor da IDE do Arduino em um intervalo de 1 segundo.
Figura 9: Leitura dos dados
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Fonte: O Autor (2019).
3.1 DESENVOLVIMENTO
A primeira etapa caracteriza-se pela definição dos requisitos do sistema e de todas
as ferramentas a serem utilizadas. Após essa definição foi elaborado o diagrama de casos
de uso, com a utilização do software Astah Professional, para mostrar como ocorre a
interação do usuário com o sistema e as principais funcionalidades. Assim como pode ser
visto na figura 4, o usuário terá a opção de consultar a concentração do monóxido de
carbono, umidade e temperatura do ambiente, e ainda configurar os valores ideais para
que o sistema possa emitir um sinal de alerta.
Figura 4: Diagrama de caso de uso
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Fonte: O Autor (2019).
A segunda etapa consistiu em construir a plataforma de prototipagem, Arduino,
juntamente com o sensor de monóxido de carbono MQ-7, umidade e temperatura DHT
11 e Buzzer Ativo. Após isso, foi feita a comunicação com a placa Ethernet Shield W5100
para enviar os dados da concentração de monóxido de carbono, umidade e temperatura
do ambiente pela rede de computador local.
A terceira etapa foi desenvolver um aplicativo mobile e uma página web como
forma de visualizar a concentração desses componentes de forma mais visual e interativa,
além de possibilitar a visualização em gráfico e o recebimento de notificações quando os
valores não estiverem em condições ideais de permanência.
A quarta etapa foi a criação de uma conta gratuita no No-IP e criação de um
domínio. Após isso, foi feito o login no roteador e na parte de DNS Dinâmico foi
configurado com a conta criada no No-IP, e então foi feito a liberação da porta 81 no
roteador e criado uma Zona Desmilitarizada (DMZ) com o IP do Arduino, para quando
acessar o domínio, ir direto no Arduino. Após essas configurações foi possível acessar
remotamente o sistema digitando o domínio na URL de qualquer navegador.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a validação deste protótipo foram definidos os seguintes testes em uma
garagem fechada de aproximadamente 6m2 por 3 horas:
• Monóxido de Carbono: foi ligado um carro e acessa uma pequena fogueira no local para
consumir oxigênio e produzir monóxido de carbono.
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• Temperatura: com a pequena fogueira acessa a temperatura no local foi aumentada.
• Umidade: com a temperatura alterada e a fumaça gerada pela fogueira, a umidade relativa
do ar também foi comprometida.
Tabela 3 – Resultados dos Testes Realizados
Sensor de Concentração Descrição do Teste
Monóxido de Carbono 10.61 ppm
Umidade 39% Sem simulação
Temperatura 22º Celsius
Monóxido de Carbono 46.57 ppm
Umidade 23% Com Simulação
Temperatura 40º Celsius
Fonte: O Autor (2019).
Os estudos decorrentes das pesquisas realizadas mostram que o monóxido de
carbono apresenta alto risco à saúde das pessoas, podendo causar sérios danos, graves
acidentes e ainda podendo ser fatal quando exposto a grande concentração de CO. Nos
resultados apresentados percebe-se que mesmo com alguns limites estabelecidos, a média
de concentração em determinado ambiente se apresenta acima do permitido.
A umidade do ambiente também representa um fator importante em modo geral,
principalmente para algumas pessoas que têm alguns problemas respiratórios e precisam
estar em ambientes com a umidade controlada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho propôs o aprimoramento de uma plataforma utilizando Arduino,
para monitoramento da emissão de CO, umidade e temperatura em ambiente fechado e
ou locais com grandes fontes produtoras de monóxido de carbono. Os testes realizados
demonstraram que o protótipo, por meio de seus sensores e do software implementado, é
capaz de realizar o monitoramento desses itens. Entretanto, ressalta-se que o projeto
apresentado é um protótipo, levando em conta as margens de erro e limitações dos
sensores, MQ7 e DHT 11. Para uma medição mais precisa dos dados se faz necessário a
utilização de sensores mais robustos.
Os efeitos gerados pela habitação de um ambiente com o ar impróprio e nocivo
são devastadores, entretanto, não é uma tarefa fácil identificar um ar impróprio e nocivo
à olho nu. Desse modo, entender as variáveis que podem impactar esse cenário, pode ser
muito útil para o desenvolvimento de práticas sistêmicas e integradoras de tratamento,
que, em uma perspectiva mais ampla, são necessários equipamentos específicos para
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fazer a leitura desse ar frequentemente, e, caso apresente alguma nocividade ao ser
humano, possa notifica-lo para que tome as devidas providências.
Portanto, o protótipo contribui para o avanço de um sistema com o intuito de
realizar a medição de monóxido de carbono, umidade e temperatura, em ambientes
fechados, de pouca ventilação. Além disso, com o aplicativo ou através da página web o
usuário pode obter acesso as concentrações desses gases nos ambientes em tempo real e
remotamente, podendo saber quando esses ambientes estão próprios ou impróprios de
permanência.
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RECOLOCAÇÃO PROFISSIONAL: A TERCEIRA IDADE NO MERCADO DE
TRABALHO
ALINE APARECIDA DE CARVALHO SILVA MARCOLINO
ELIZABETH THOMAZ PEREIRA
KAROLINA GUEDES HENRIQUE
Resumo
A expectativa de vida da população mundial está crescendo. Portanto, observa-se que a
oportunidade de permanecer no mercado de trabalho para as pessoas que estão envelhecendo
ainda é uma barreira a ser superada. Diante disso, o objetivo desta pesquisa é fazer uma revisão
bibliográfica sobre o tema e uma pesquisa de campo sobre este assunto, mostrando a importância
dos mais velhos para o mercado de trabalho e mostrando, também, para os gestores como os
idosos ainda podem ser parte de suas equipes de colaboradores. Espera-se esclarecer que, embora
essas pessoas tenham algumas limitações, eles podem contribuir no mercado de trabalho para o
crescimento da sociedade.
Palavras-chave: Gestores. Empresas. Terceira Idade. Mercado de Trabalho.
Abstract
The life expectancy of the world's population is growing. Therefore, it is noted that the opportunity
to remain in the labor market for people who are aging is still a barrier to be overcome. Given
this, the objective of this research is to make a bibliographic review on the subject and a field
research on this subject, showing the importance of the older ones to the labor market and
showing, also, for managers how the elderly can still be part of their staff teams. It is hoped to
clarify that, although these people have some limitations, they can contribute in the labor market
to the growth of society.
Keywords: Managers. Companies. Third Age. Labor Market.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo evidenciar que, com o envelhecimento da
população, muitos idosos desejam e/ou precisam ser mantidos ou reinseridos no mercado
de trabalho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado
no site G1 (2018), indicam que o país está envelhecendo de forma muito rápida. Em 2060,
o percentual da população com 65 anos ou mais de idade chegará a 25,5% (58,2 milhões
de idosos), enquanto em 2018 essa proporção é de 9,2% (19,2 milhões), o que implica
diretamente no envelhecimento da força produtiva. Com isso, as empresas precisam
analisar as políticas adotadas para que os idosos possam trabalhar ou voltar a trabalhar,
visto que eles possuem um grande capital intelectual, vindo a contribuir positivamente
para o crescimento da empresa.
No Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso (2003), todo cidadão acima de 60
anos é considerado idoso, e os direitos dos idosos estão basicamente garantidos nesse
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estatuto, inclusive o direito ao exercício da atividade profissional, respeitando suas
condições físicas, intelectuais e psíquicas.
Para Cepellos (2013), as principais vantagens para as empresas em ter
profissionais mais velhos compondo o quadro de colaboradores são: experiência
profissional, conhecimentos técnicos adquiridos, ideias e pontos de vistas diferentes
dentro das equipes, comprometimento e responsabilidade, capacidade de transmitir aos
colaboradores mais jovens a cultura organizacional.
Este trabalho tem como fundamentação autores como Braga (2013), Tridapalli
(2017) e Monaco (2016), além de fontes de pesquisa como Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que realizou uma
pesquisa em 2013 com 95 empresas de pequeno a grande porte. Foram constatados que
88% das instituições pesquisadas não desenvolvem campanhas para recrutamento e
seleção para candidatos mais velhos e 73% delas não tem uma postura de aceitação na
contratação de profissionais idosos, aposentados ou próximo de ser aposentar.
Para isso, está sendo feita uma pesquisa bibliográfica exploratória com a intenção
de mostrar a contribuição dos idosos para o ambiente de trabalho e mostrar características
que favorecem o olhar das empresas para esses idosos. Futuramente, será feito uma
pesquisa de campo, com aplicação de questionários na tentativa de identificar as
dificuldades encontradas pelos idosos na recolocação e/ou permanência no mercado de
trabalho.
Portanto, o objetivo deste trabalho é conscientizar as empresas da importância da
reinserção do idoso no mercado de trabalho. Mostrando que eles podem contribuir para o
crescimento de uma instituição, com todas as suas experiências, desenvolvendo tarefas
com mais eficiência e menos desperdício e, serem mais seguros nas tomadas de decisões.
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1. Crescimento da população idosa
De acordo com Pereira (2014, p. 40) envelhecer é um processo pelo qual todos
irão passar, e essas transformações acarretam perdas e ganhos. Atualmente, a expectativa
de vida da população é maior que a expectativa que seus pais tinham no passado, isso nos
projeta para um futuro mais “idoso”.
Segundo Pereira (2014, p.23), a própria OMS (Organização Mundial da Saúde),
possui princípios diferenciados para definir o processo de envelhecimento. No ano de
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1982, a OMS instituiu que nos países considerados mais ricos, o processo de
envelhecimento tem início a partir dos 65 anos e nos países em desenvolvimento, se inicia
aos 60 anos. No Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso (2003), é considerado idoso
todo cidadão acima de 60 anos. Os direitos dos idosos estão basicamente garantidos no
chamado Estatuto do Idoso, onde dão a eles direito assegurado relacionado à saúde, ao
transporte público, ao trabalho, à violência e ao abandono.
De acordo com dados do IBGE (2018), em 2060, o percentual da população com
65 anos ou mais de idade chegará a 25,5% (58,2 milhões de idosos), enquanto em 2018
essa proporção é de 9,2% (19,2 milhões). Já os jovens (0 a 14 anos) deverão representar
14,7% da população (33,6 milhões) em 2060, frente a 21,9% (44,5 milhões) em 2018.
Bueno (2016, p. 1) cita que, as novas tecnologias trouxeram avanços na medicina
gerando a capacidade de vencer a morte precoce com a diminuição das doenças
infecciosas. Segundo o autor, também, houve além do aumento da expectativa de vida ao
nascer, a diminuição da taxa de fecundidade e, como consequência, a redução da taxa de
natalidade. Tivemos ainda a diminuição à falta de acesso aos cuidados básicos de saúde.
Todos esses fatores contribuem para o aumento do percentual de idosos.
Ser idoso não significa que a pessoa se tornará incapaz, inútil e não poderá se
socializar, pelo contrário, segundo Pereira (2014, p. 38), as pessoas idosas têm a frente
um grande desafio, pois esse é o tempo denovas oportunidades, de dar um rumo diferente
à vida, de inserção em novas atividades, e até mesmo de aprimoramento dos
conhecimentos. Esses fatores apontam para um futuro, onde as instituições não terão outra
alternativa a não ser investir na população idosa.
Marzano (2018) considera que neste cenário crescente, há a necessidade de pensar
que, além do envelhecimento impactar setores importantes como saúde, urbanismo,
assistência social, economia e, principalmente previdência social, a sociedade deve se
preparar para receber esse público ofertando possibilidades e oportunidades para que
possam ter oportunidades de trabalho ou geração de renda informal.
4.2. Mercado de Trabalho
Em diversas línguas, o trabalho possui significados diferentes. De acordo com o
significado que aparece no dicionário básico jurídico, (TARANTI, 2011), trabalho é
“aplicação de forças e faculdades humanas para alcançar uma determinada atividade
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coordenada, de caráter físico ou intelectual, necessária a qualquer tarefa, serviço ou
empreendimento”.
Segundo Albornoz (1994) trabalho também é conceituado como uma forma de
exercer uma determinada atividade com ocupação permanente, ofício e profissão. Para
Bezerra (2018), o trabalho é extremamente necessário para a formação do ser, e também
da própria expansão do capitalismo. Segundo o IBGE, o trabalho pode ser compreendido
de duas formas, o trabalho remunerado, que é a forma onde o trabalhador é submetido às
condições de oferta e demanda do mercado de trabalho, ou seja, um empregado trabalha
cumprindo uma jornada de trabalho e recebendo remuneração ou o trabalho por conta
própria, onde a pessoa trabalha em seu próprio empreendimento.
Neves e Silva, 2014 (apud, SOUZA e SOUZA, 2012, p.46) afirmam que, o
sistema capitalista marcou o início dos meios de produção e capital de propriedade
privada, onde decorreu da utilização do trabalho assalariado em maior escala, surgindo
assim, o mercado de trabalho como uma questão fundamental no funcionamento da
economia. O mercado de trabalho é um considerável indicador de que a atividade
econômica é importante para o crescimento e desenvolvimento de certas localidades.
A década de 90 foi marcada pela globalização, pelo acesso as novas tecnologias
da informação e comunicação, o mercado de trabalho passou a sofrer uma mudança na
configuração de vida individual, social ecultural. A competitividade e a produtividade se
tornaram padrão no mundo da produçãoe do trabalho (ANTUNES, 2007, apud LIMA et
al., 2017, p.03).
No Brasil, de acordo com Santos, 2017 (apud, Trevizan, 2017, p. 04), além dos
problemas na economia global, os fatores internos do Brasil, como o cenário político foi
um relevante problema que levou a crise econômica entre 2010 e 2016. Com isso, o
mercado de produção foi afetado, não somente o indivíduo, como também a própria
sociedade e a própria dinâmica de trabalho. Essa realidade atual, segundo a reportagem
publicada no site Educando seu Bolso (2018) mudou as relações de trabalho, tanto na
questão jurídica relacionada a elas, quanto nas mudanças da economia. Por exemplo, com
o aumento dos tributos relacionados à produção, aumentou também o número de recursos
em fundos de previdências, entres outras questões. Para os indivíduos, isso afetou a
própria relação do indivíduo com seu trabalho.
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Outro fato relevante é que, além das questões do trabalho, o indivíduo passou a
tomar decisões sobre sua vida em áreas que o emprego formal, até então, atendia. Por
exemplo, a aposentadoria.
As características do trabalho no Brasil são também investigadas na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, onde é retratada anualmente a situação da
força de trabalho do país, captando a desocupação e as formas de inserção das pessoas
ocupadas no mercado de trabalho e a sua remuneração. (Brasil em Síntese, 2018).
De acordo com a reportagem do site da Agência Brasil, publicada em 2018, a taxa
de desemprego no país caiu 0,6 pontos percentuais e fechou o trimestre em julho com
12,3%, comparado ao trimestre anterior de 12,9%. Os dados divulgados pelo IBGE
mostram que, mesmo com uma população de desempregados de 12,9 milhões de pessoas,
o número significa uma queda de 4,1% em relação ao trimestre fevereiro-abril, quando a
população desempregada era de 13,4 milhões. Esse número tambémé 3,4% menor do que
quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, quando havia 13,3 milhões de
desempregados (Agência Brasil, 2018).
Deste modo, podemos analisar que o mercado de trabalho passou por evoluções,
e que essas contribuíram para o bom desenvolvimento tanto dos trabalhadores quanto do
próprio mercado. E que, apesar da crise que assolou o país nos últimos anos, o mercado
de trabalho vem tendo que se reerguer. Desta forma, o atual cenário no mercado e em
todo Brasil está melhorando levando as empresas a conseguirem se manter ativas nos seus
ramos de atividade, proporcionando uma permanência e até mesmo recolocação dos
trabalhadores no mercado de atividades.
4.2.1. Os Jovens no Mercado de Trabalho
O trabalho realiza um papel fundamental na vida das pessoas, uma vez que
concede identidade. É um elemento de dignidade para a sociedade, principalmente, para
quem está no exercício de sua função. Para inúmeros jovens, trabalho significa também
a transição para a vida adulta.
O trabalho realiza na vida do jovem uma função relevante, relacionada à
independência financeira, por exemplo, tornando um dos assuntos de maior relevância
para eles, conforme afirma Santos, 2018 (apud, COELHO et al, 2008, p. 96).
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Os jovens no mercado de trabalho atual estão ligadosa geração Y (nascido entre
1984 a 1996) e geração Z (nascidos depois de 1997). Suas características, segundo Braga
(2013), em relação ao trabalho são inúmeras, sendo as mais relevantes: a habilidade de
fazer várias coisas ao mesmo tempo, a capacidade de absorver grande número de
informação, a rapidez de raciocínio e a vontade de aprender.
Desta forma, a autora (BRAGA, 2013), afirma que, quando esses jovens que já
estão inseridos no mercado de trabalho enfrentam situações difíceis, eles não conseguem
satisfazer suas expectativas ou não sabem lidar com valores distintos dos seus, e acabam
não reconhecendo as perspectivas de avanço na carreira, levando-os a tomarem a decisão
deescolher outra organização.
A autora ainda retrata que, essa nova geração, às vezes, está no mercado de
trabalho apenas procurando uma atividade que faça mais sentido para elas. Finalmente, o
que os jovens das gerações Y e Z esperam é adquirir aprendizado e crescimento
profissional como um todo; executar tarefas que gerem reconhecimento, e ofereçam
segurança e remuneração justa; e, talvez o mais importante, um trabalho que permite um
futuro profissional que seja desejável.
Por esses motivos, muitos jovens almejam muito mais do mercado onde estão
inseridos ou, até mesmo, encontram dificuldades de inovar seus processos de trabalho, e
com isso acabam buscando outro emprego.
É evidente que as gerações Y e Z possuem características que pode ajudar a
agregar um bom desempenho das empresas. Porém, é possível perceber que a inserção
dos jovens vem sofrendo alterações. As características de serem comprometidos com a
empresa e estarem sempre em busca de qualificação acabam se tornando um diferencial
na hora de conquistar uma vaga de emprego.
Contudo, segundo Tridapalli et al. (2017, p.133), os jovens da atualidade encaram
o trabalho como uma forma de satisfazer seus desejos pessoais. Essas características
acabam tornando os jovens desta geração pouco fiel ao emprego e aos objetivos da
empresa, pois trocam com facilidade de emprego e não conseguem enxergar dentro da
empresa caminhos que possam levá-los a alcançar seus objetivos. Mediante esta
realidade, a contratação de pessoas mais velhas pode ser uma alternativa para as empresas.
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4.2.2. Os Idosos no Mercado de Trabalho
Com o um aumento da população idosa, cresce também o aumento da população
economicamente ativa (PEA), e como no Brasil estar aposentado não significa parar de
trabalhar, muitos idosos continuam exercendo suas atividades mesmo recebendo o
benefício da aposentadoria, segundo Camargo (2001 apud BUENO, 2016, p.12).
De acordo com o Art. 26, do Estatuto do Idoso (2003, p. 19), “O idoso tem direito
ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e
psíquicas”.
Porém, os idosos têm encontrado dificuldade em permanecer ou até mesmo voltar
a serem ativos no mercado. Segundo a reportagem, publicada no site da G1 (2013) muitos
idosos se aposentam, mais querem permanecer ativos, no entanto, eles encontram
dificuldade, muitas vezes, por conta do preconceito, como cita um entrevistado na
reportagem: “muitos acreditam que por conta da idade, nós não temos mais condições de
trabalhar”, entretanto, ele ainda afirma que os anos de prática podem ser um diferencial
para algumas empresas.
Com o aumento da expectativa de vida dos idosos nos últimos anos, as instituições
não terão alternativas a não ser investir nas pessoas mais velhas. Segundo Júnior e
Ventura (apud BUENO, 2016, p.02), as organizações sabem da importância de ter
funcionários mais velhos em seu meio, mas elas não têm nenhum programa preparado ou
estratégia para aproveitar o capital intelectual que eles possuem. Isso mostra o despreparo
das instituições e de seus gestores, que não sabem como lidar com o envelhecimento e
seu capital humano.
Em uma pesquisa realizada pela fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2013, com
95 empresas de pequeno a grande porte, foram constatados que 88% das instituições
pesquisadas não desenvolvem campanhas para recrutamento e seleção para candidatos
mais velhos. Setenta e três por cento delas não tem postura de aceitação na contratação
de profissionais idosos, aposentados ou próximo de ser aposentar. Isso é comum em um
cenário onde existem muitos profissionais jovens, e no qual as empresas não percebem a
importância da contratação de idosos, até que passem a enfrentar escassez de talentos.
De acordo com Cepellos (2013, p.83), os gestores não exercem a gestão de idade
de fato, tentando inserir e/ou manter os idosos na organização. A única coisa que a
instituição procura fazer nesse sentido são programas de conscientização dos seus
funcionários sobre a importância de trabalhar com idosos. Programa esses, que para a
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autora não são eficazes quando o objetivo é derrubar as barreiras para promover a inclusão
e permanência do idoso no mercado de trabalho.
Conforme Pereira (2014, p.33), a sociedade em geral deve conceder oportunidade
para os idosos, mesmo sabendo que o envelhecimento varia de pessoa para pessoa. É de
extrema importância que se tenha a valorização do ser humano, pois através dessas novas
oportunidades é que se proporciona uma melhoria na sua autoimagem e autoestima.
Os idosos que tanto contribuíram e ainda contribuem para a formação da
sociedade com seus valores e experiências, não podem ser excluídos dos direitos que são
a eles assegurados, pois como disse o Papa Francisco (2015) em audiência geral, “uma
sociedade que descarta os seus idosos é uma sociedade sem dignidade, perde as suas
raízes e vigor; uma sociedade que não se rodeia de filhos, que os considera um problema,
um peso, não tem futuro”. É dentro desse contexto que se percebe a importância de pensar
sobre a inclusão do idoso no mercado de trabalho como um sujeito que luta pela sua
dignidade. Uma luta que não tem idade, não tem barreiras, mas que se faz necessária em
respeito à experiência e vontade de existir em essência.
4.2.2.1. Características do Idoso no Ambiente de Trabalho
O trabalho é uma das razões para que qualquer pessoa se desenvolva, e através
dele é construída a identidade de cada indivíduo. Sendo assim, devemos levar em
consideração a importância da inclusão da pessoa idosa no mercado e no ambiente de
trabalho (POLLETINNI, 2018).
Para Vitório (2017), é nítida a importância do trabalho na vida do idoso, pois
contribui para o desenvolvimento físico, o aprendizado e para o desenvolvimento de
fatores emocionais das pessoas que estão envelhecendo.
De acordo com Santos (2018), médico geriatra da Universidade Federal do Estado
de São Paulo (Unifesp), em matéria publicada no site da revista Exame, a atividade
profissional é benéfica para os idosos porque a função cotidiana melhora o envolvimento
e autoestima que são essenciais para o envelhecimento saudável e ativo.
Além de melhorar a qualidade do processo de envelhecimento, os idosos possuem
características positivas, que os diferem dos indivíduos mais jovens em um ambiente de
trabalho. (MONACO, 2016).
Em reportagem realizada pela revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, o
presidente do Instituto de Longevidade Mongerai Aegon, Nilton Molina (apud
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MONACO, 2016), afirma que as empresas estão começando a entender que, dependendo
da atividade a ser realizada, a experiência da pessoa mais velha é mais produtiva que o
recurso do funcionário mais novo, devido a carga de experiências já vivenciadas.
Nilton (apud MONACO, 2016) destaca algumas características que segundo ele,
diferenciam os idosos no ambiente de trabalho. A primeira característica evidenciada por
ele foi o fator da decisão, que segundo o autor, em momentos de prudência na empresa,
a experiência faz toda a diferença. Logo, os profissionais mais velhos tendem a ser mais
ágeis para tomar decisões.
Os funcionários mais jovens geralmente estão fascinados pela carreira e se
desapontam com as limitações e insucessos encontrados no desenvolvimento do trabalho.
Na contramão do jovem, o idoso por ser mais experiente está mais habituado a ouvir
“Não” e na visão de Nilton (apud MONACO, 2016), isso faz com que o idoso seja mais
resiliente.
Em uma reportagem divulgada pela Folha de São Paulo, Fraga e Pinto (2018)
apontam mais características positivas para a contratação de idosos. O profissional idoso
não se irrita facilmente quando perguntado várias vezes sobre uma mesma questão,
entende melhor a necessidade dos clientes e tem mais disposição para atendê-los.
As autoras observaram ainda, que os colaboradores idosos têm as menores taxas
de absenteísmo e rotatividade, ou seja, são mais assíduos e fiéis, faltam menos ao trabalho
e não se deslumbram facilmente com outras ofertas de emprego.
Os mais velhos ganham também em responsabilidade, dedicação e resistência. Os
idosos dificilmente executam uma tarefa sem entenderem todo o processo ao qual estão
envolvidos, realizam suas atividades com mais empenho, e geralmente respeitam prazos
estabelecidos, tendo grande nível de eficiência na realização das tarefas atribuídas a eles,
visando contribuir com o crescimento da empresa e a sua satisfação pessoal (FRAGA e
PINTO, 2018). Além disso, segundo Ribas (2018), os idosos têm mais “jogo de cintura”
para lidar com situações diversas e com clientes mais exigentes.
João Lins (apud VITÓRIO, 2017), professor da Fundação Getúlio Vargas afirma
em matéria publicada no site da revista Exame, que se o Brasil criasse instrumentos e
políticas para ampliar a empregabilidade dos mais velhos, o valor do PIB (Produto Interno
Bruto) aumentaria em 18,2 bilhões de reais por ano, isso significa aproximadamente 0,3%
do valor total do PIB. Lins destaca que o valor é pouco, mas a vantagem de utilizar essa
mão de obra vai além do crescimento econômico, passa por uma economia na previdência
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e uma melhora na qualidade de vida dessas pessoas, sem contar que as empresas também
ganhariam com a contratação desses profissionais.
A mudança de pensamento em relação a essas questões é um processo lento,
porque a cultura brasileira valoriza mais os jovens. Contudo essa visão já começou a
mudar, diz Mórris Litvak (apud FRAGA E PINTO, 2018), presidente executivo da
MaturiJobs, start up de recolocação profissional para pessoas acima de 50 anos.
Além de todas as características positivas dos idosos para o ambiente de trabalho,
Ribas (2018) afirma que também é preciso salientar que tem a questão do idoso querer
permanecer inserido no mercado ativo, ocupado e útil, além da questão financeira.
Todas essas questões afetam diretamente o mercado de trabalho trazendo novos
desafios às empresas e aos gestores. Um deles é justamente o equilíbrio e a harmonia das
gerações diferentes em um mesmo ambiente, uma vez queambos agregam valores ao
mercado: os mais velhos com suas experiências, alto padrão de qualidade e empenho e os
mais jovens com entusiasmo, fácil adaptação e familiaridade com tecnologias (RIBAS,
2018).
Segundo o escritor e especialista Luciano Meira (apud RIBAS, 2018) é de
responsabilidade das empresas e dos gestores saberem aproveitar o que cada um tem de
melhor a oferecer e conseguir manter o equilíbrio das diferentes gerações no ambiente
organizacional.
Para Meira (apud RIBAS, 2018), os trabalhadores brasileiros ainda não estão
preparados, mas precisam se adaptar para esse novo cenário, cada vez mais real no
mercado de trabalho.
4.3. Iniciativas para reinserção do idoso no mercado de trabalho
Com o aumento da expectativa de vida da população idosa e a busca por encontrar
talentos em um mercado cada vez mais competitivo, nos últimos anos, muitas empresas
vem mudando seu conceito em relação à contratação de profissionais idosos. Esses
profissionais podem sim, buscar uma oportunidade de se inserir novamente no mercado
de trabalho. Algumas empresas já estão contando com programas de inclusão, onde parte
da vaga ofertada é preenchida exclusivamente por profissionais idosos. Como afirma uma
reportagem publicada no site Feliz Melhor Idade.
Normalmente, quando uma empresa abre um processo seletivo, a maioria
especifica a idade que a pessoa deve possuir para preencher aquela determinada vaga.
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Porém, este conceito vem sendo mudado nos últimos anos e algumas empresas já estão
proporcionando aos idosos uma nova oportunidade de serem inseridos novamente no
mercado de atividade. Muitas empresas já estão percebendo que, os idosos possuem
vitalidade e capacidade de aprender novas habilidades, e com isso contribuírem para o
sucesso da empresa.
De acordo com a reportagem publicada no site Atividade Legislativa (2018), foi
criado recentemente pelo Senado um projeto de Lei (PLS) 154/2017, de autoria do
Senador Pedro Chaves (PSC-MS), que incentiva as empresas na contratação de idosos
com idade igual ou superior a 60 anos. O site evidência que, a proposta apresentada prevê
que o empregador poderá deduzir da contribuição social, o valor do salário para cada
semestre de contrato de trabalho, e a empresa também poderá deduzir a base de cálculo
da contribuição social sobre o lucro líquido, o total da remuneração paga ao idoso. O
Senador Chaves afirma que, este é um iniciativo às empresas a contratarem mais idosos,
assegurando aos trabalhadores todos os seus direitos (Infonet, 2018).
Algumas empresas conhecidas já adotam essa iniciativa de inclusão contratando
profissionais com mais de 50 anos, através de projetos e programas que tem como
principal objetivo trabalhar a reinserção dessas pessoas no mercado de atividade. A rede
de fast food
Bob’s é um exemplo dessa prática. Ela possui um programa chamado: Projeto
Melhor Idade onde oferecem capacitação e a inserção dos idosos no mercado, como
mostra a reportagem publicada no site Vagas Abertas, publicada em 2018.
A empresa Playstation de games, também é uma das empresas que no ano de 2017,
começou a contratar pessoas com mais de 60 anos. Como mostra a reportagem publicada
no site Instituto Longevidade (2017), a empresa criou uma política que faz com que 10%
da equipe de promotores até 2017, fosse representado por trabalhadores com mais 60
anos.
Porém, há uma empresa que possui o Programa Terceira Idade há mais ou menos
duas décadas. Ela é o grupo Pão de Açúcar, onde contrata mais de 2.000 pessoas acima
de 50 anos. O grupo Pão de Açúcar relata que possuir pessoas idosas no quadro de
funcionários é motivador, além do que, acaba possibilitando a troca de experiência tanto
na parte profissional, quanto na experiência de vida. A reportagem ainda relata outra
grande rede de supermercado, o Extra, que também possuiu programas para a contratação
de idosos.
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Vale salientar que como mostra a reportagem Via de Carreira, publicada em 2017,
mesmo os idosos que já estão aposentados por tempo de serviço ou idade, podem disputar
as vagas. Conforme previsto em lei, os aposentados que tem o propósito de continuar
ativo no mercado de trabalho, possui os mesmos direitos de outros trabalhadores
registrados sob regime CLT.
Portanto, as iniciativas de contratação de idosos é um processo que vem crescendo
ao longo dos anos. As empresas já estão começando a ter uma nova visão de mercado
quando se fala em contratar idosos. Pois, com o aumento da expectativa de vida, muitos
optam por continuar a trabalhar ou muitos estão à busca de se reinserir novamente no
mercado, e essas oportunidades fazem com que eles se sintam valorizados pela sociedade
em geral, proporcionando uma realização tanto profissional quanto pessoal.
2. METODOLOGIA DE PESQUISA
Este artigo foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas em livros, artigos
científicos e reportagens relacionados com o tema. Segundo Lakatos e Marconi (2003,
p.43-44), a pesquisa bibliográfica define-se como o levantamento de toda a bibliografia
já publicada em forma de livros, revistas, artigos e sites. Trazendo como finalidade
colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre
determinado tema, com objetivo de permitir o reforço paralelo na análise de suas
pesquisas.
Posteriormente para explorar o tema, será realizada uma pesquisa de campo.
Segundo Mattar (2005, p.152), uma pesquisa de campo permite a construção de um
modelo da realidade. A partir deste modelo de realidade, é possível delimitar as formas
de fazer uma observação. Existem técnicas de observação bastante diversas, mas a
escolha de uma ou mais técnicas deve ser determinada por modelos prévios, que no fundo
fazem parte da própria hipótese da pesquisa. Para isso, será aplicado um questionário de
perguntas com respostas fechadas de múltipla escolha em idosos da comunidade.
Questionário que se encontra em anexo.
Essa pesquisa de campo será realizada com os idosos do Centro de Convivência
do Idoso (CCI) e com os alunos da universidade aberta da terceira idade de uma
instituição de ensino superior localizados em uma cidade do interior do Estado de São
Paulo, perfazendo uma total de aproximadamente 50 idosos com idade a partir de 60 anos.
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Segundo Mathias 2017, um questionário de resposta fechada, no formato de múltipla
escolha, produz resultados facilmente quantitativos, de modo que nos auxilia no processo
de análise, pois, por mais que exista uma variação de perguntas fechadas, o respondente
sempre terá que escolher entre as opções de alternativas pré-determinada. A aplicação
desse questonário auxiliará na identificação das dificuldades encontradas pelos idosos em
relação a recolocação e/ou permanecia no mercado de trabalho. O resultado desta
pesquisa será demonstrado, posteriormente, através de gráficos e tabelas para melhor
visualização.
5. RESULTADOS ESPERADOS
A partir desses levantamentos será possível gerar conhecimento científico sobre o
assunto. O trabalho poderá ser fonte de pesquisa para futuros artigos correlacionados
sobre a recolocação dos idosos no mercado de trabalho, visto que é um tema de bastante
relevância no cenário atual e que precisa ser mais explorado.
Espera-se também com nesta pesquisa, conscientizar as empresas da importância
de manter e/ou reinserir os idosos no mercado de trabalho, mostrar a elas que manter em
seu quadro de funcionários pessoas idosas, e pode vir a contribuir para o crescimento da
empresa, visto que eles possuem alto capital intelectual adquirido com seus anos de
experiência vivenciados. Espera-se também esclarecer para uma parcela da sociedade,
que não acredita no potencial do idoso, que com todas as suas limitações, os idosos podem
continuar contribuindo para o crescimento de uma instituição e da sociedade, exterminado
o preconceito, mantendo-se sempre ativo e tendo mais respeito e dignidade nessa nova
fase da vida.
4. REFERÊNCIAS
ALBORNOZ, Suzana. O que é trabalho, São Paulo: editora Brasiliense, 200. Coleção
primeiros passos - Vol. 171. Ano de edição: 1994. 6ª Edição. Disponível em:
<https://brito964.files.wordpress.com/2013/06/o-que-c3a9-trabalho-suzana-
albornoz.pdf>. Acesso em: 03 out.2018.
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Leonidas Magno de. Modelo para o Projeto de TG (Trabalho de Graduação) da Fatec
Cruzeiro – Professor Waldomiro May. Cruzeiro: Centro Paula Souza, 2017. Disponível
em: http://www.fateccruzeiro.edu.br/downloads/projetos/artigo2017.doc>. Acesso em:
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ALVARENGA, Darlan. BRITO Carlos. 1 em cada 4 brasileiros terá mais de 65 anos em
2060, aponta IBGE, 2018. Disponível em:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/07/25/1-em-cada-4-brasileiros-tera-mais-
de-65-anos-em-2060-aponta-ibge.ghtml. Acesso em: 2 out.2018.
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 9ª
Edição. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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+faculdades+humanas+para+alcan%C3%A7ar+uma+determinada+atividade+coordena
da+de+car%C3%A1ter+f%C3%ADsico+ou+intelectual,+necess%C3%A1ria+a+qualqu
er+tarefa,+servi%C3%A7o+ou+empreendimento&source=bl&ots=NBwJRlXvHl&sig=
1i8s9M8O_TgaKEzop3AzF-wGB5E&hl=pt
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Q%3D%3D>. Acesso 28 out.2018.
ANEXO
Questionário de pesquisa de campo:
1. Gênero?
Masculino
Feminino
Não quero declarar
2. Qual a sua faixa etária?
Entre 60 e 64 anos
Entre 65 e 69 anos
Entre 69 e 74 anos
Entre 75 e 79 anos
Acima de 80 anos
3. Qual seu grau de escolaridade?
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Ensino superior incompleto
Ensino superior completo
Sem escolaridade
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4. É aposentado?
Sim
Não
5. Se a questão anterior foi SIM, mesmo aposentado você continua trabalhando?
Sim
Não
6. Se a resposta anterior for não, se houvesse a oportunidade, você gostaria de
reinserir no mercado de trabalho novamente?
Sim
Não
Talvez
7. Se a resposta anterior for sim, quais fatores influenciariam sua permanência
no mercado de trabalho após adquirir o benefício da aposentadoria?
Necessidade de complementar a renda
Sentir-se produtivo
Realização pessoal
Por ter me aposentado jovem
8. Em sua opinião, as empresas oferecem oportunidade para as pessoas com mais
de 60 anos?
Sim
Não
Não sei responder
9. Você acredita que, a integração de jovens e idosos no ambiente de trabalho
pode contribuir para o crescimento organizacional?
Sim
Não
Talvez
Depende da situação
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10. Em um ambiente de trabalho, você se adaptaria trabalhando com pessoas mais
jovens?
Sim
Não
Depende da situação
11. O mercado de trabalho age de forma preconceituosa com a presença de idosos
no mercado de trabalho?
Sim
Não
12. Se sim, que tipo de preconceito?
Por ser idoso
Por ser aposentado
Pelo grau de escolaridade
Pela função exercida
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REPRESENTAÇÕES DAS IDENTIDADES CULTURAIS E GASTRONÔMICAS
MARIA FERNANDA DE FRANÇA PEREIRA
Resumo
As Festas das Nações têm cada vez mais se popularizado por diversas cidades do país e com
objetivos diversos, embora a sua origem esteja relacionada com a celebração dos processos
imigratórios que colaboraram para a formação social brasileira. Por meio do estudo de caso
embasado em Yin (2001), objetivou-se com este trabalho investigar as diversas relações
identitárias da Festa das Nações, edição de 2015, do município de Juiz de Fora, MG, com foco
nos aspectos culturais e gastronômicos. Esse evento local celebra os povos que imigraram para a
cidade e parte da sua relevância se dá por ter sido uma festa tradicional durante o período de 1950
e 1980, que marcou a história da cidade. Para o desenvolvimento da pesquisa, construiu-se um
debate teórico sobre o conceito, as características, as especificidades e as potencialidades dos
eventos culturais e gastronômicos, bem como a suas contribuições para o turismo. Para apoiar o
método científico estudo de caso, utilizou-se de entrevista semiestruturada aplicada à organização
da festa e observação participante durante o transevento. Um breve histórico das edições
anteriores foi traçado, a fim de construir um quadro comparativo com a edição de 2015. Por fim,
verificou-se com a análise que algumas nacionalidades têm suas representações das identidades
culturais e gastronômicas mais elaboradas em detrimento de outras.
Palavras-chave: Eventos Culturais. Eventos Gastronômicos. Identidade. Festas das Nações. Juiz
de Fora.
Abstract
The Festivals of Nations have become increasingly popular in various cities of Brazil and with
different goals, although their origin is related to the celebration of the immigrant processes that
contributed for the Brazilian social formation. Through the case study based on Yin (2001), the
objective of this paper was to investigate the various identity relations of the Festival of Nations,
edition of 2015, in the city of Juiz de Fora, Minas Gerais, focusing on its cultural and gastronomic
aspects. This local event celebrates the people who immigrated to the city and part of its relevance
is given to the fact that it was a very traditional celebration during the period of 1950 and 1980,
which marked the history of the city. For the development of the research, a theoretical debate
was built on the concept, characteristics, specificities and potential of cultural and gastronomic
events, as well as their contributions to tourism. In order to support the scientific method, a case
study, a semi-structured interview was applied to the organization of the party and a participant
observation was held during the festival. A brief history of the previous editions was drawn up,
in order to construct a comparison with the 2015 edition. Finally, it was verified with the analysis
that some nationalities have their representations of cultural and gastronomic identities more
elaborated than others.
Keywords: Cultural Events. Gastronomic Events. Identity. Festivals of the Nations. Juiz de Fora.
INTRODUÇÃO
A história do Brasil é marcada pela imigração de diferentes países que ajudaram
no processo de colonização, ou seja, esses imigrantes trouxeram suas distintas culturas,
tradições e gastronomia que foram incorporadas à cultura brasileira.
A Festa das Nações é um evento comemorativo dessas trocas culturais, um modo
de celebrar e reavivar a cultura de países que aqui se aportaram. Espalhada por diferentes
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cidades brasileiras que receberam imigrantes, também foi realizada em Juiz de Fora, MG,
entre os anos de 1950 e 1980 e retomada em 2015.
Neste artigo pretendeu-se analisar a representação das identidades culturais e
gastronômicas dos países participantes da edição de 2015 da cidade de Juiz de Fora, que
foi escolhida justamente por ser um momento de possível retomada do evento. Para isso,
avaliou-se as relações culturais dos países representados com a cidade sede do evento,
buscando identificar as motivações da escolha da participação de algumas nações em
detrimento de outras.
A análise de cardápios da praça de alimentação e os respectivos restaurantes
participantes e a interpretação de apresentações das manifestações culturais que
ocorreram durante o evento foram consideradas como elementos componentes da
pesquisa, com intuito de verificar a representatividade dessas nacionalidades.
Esse evento marcou a história de Juiz de Fora por 30 anos e, curiosamente, foi
retomado três décadas depois. A recente história da cidade faz parte da festa, mas também
resgata memórias de um passado mais distante, quando pessoas de distintas nações
imigraram em busca de um futuro melhor e assim contribuíram para o desenvolvimento
local e deixaram suas marcas culturais.
Ao ser retomada em 2015, a Festa das Nações passa a ser ressignificada na cidade,
por pessoas que já participaram de edições anteriores e de outras que não tiveram contato.
Ao se reinventar, confronta memórias e elementos modernos, e como o também precisa
ser vendável, os organizadores investem em estratégias de comunicação com o seu
público.
Por ser um evento cultural e gastronômico, se relacionar com a história da cidade
e com identidade cultural em várias instâncias, ou seja, dos descendentes de imigrantes,
dos juiz-foranos e das identidades nacionais representadas, torna-se um instigante e
complexo objeto de estudo, que, ao ser revelado, pode trazer esclarecimentos sobre as
relações identitárias entre a gastronomia e seu povo.
Para desenvolvimento deste estudo, realizou-se pesquisa bibliográfica por meio
de livros, artigos acadêmicos, notícias e reportagens veiculadas na mídia juiz-forana. Por
meio do estudo de caso, aplicou-se entrevistas semiestruturadas com os organizadores da
Festa das Nações do ano de 2015 e observação participante durante o evento para a coleta
de dados, paea criar um comparativo entre os eventos do passado e o contemporâneo.
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Na primeira seção realizou-se um debate conceitual sobre eventos culturais e
gastronômicos, de modo a criar subsídios para a compreensão da Festa das Nações.
Destacou-se o importante papel do turismo para essas modalidades de eventos. Na análise
dos resultados, foi traçado um breve histórico da Festa das Nações e sobre a imigração
em Juiz de Fora, e também acerca da edição de 2015. Por fim, foram analisadas as
possíveis representações das identidades culturais e gastronômicas nesse contexto.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Eventos Culturais
Os eventos culturais têm como protagonistas fatos ou manifestações culturais,
artísticas ou folclóricas individuais, comunitárias, regionais ou nacionais, podendo ter
também escala internacional. Essas expressões podem ser artes visuais, literatura, teatro,
danças, músicas, artesanato, gastronomia, entre outros. Os objetivos mais comuns desse
tipo de evento são divulgação, reconhecimento e comercial.
De acordo com o Ministério do Turismo brasileiro (BRASIL, 2010), os eventos
culturais promovem os bens materiais e imateriais47 da cultura de um povo e de uma
região. Em muitos casos, auxiliam na preservação do patrimônio histórico e cultural, pois
são eles o centro da atração turística.
Os eventos culturais englobam as manifestações temporárias, enquadradas ou
não na definição de patrimônio, incluindo-se nessa categoria os eventos
gastronômicos, religiosos, musicais, de dança, de teatro, de cinema, exposições
de arte, de artesanato e outros. (BRASIL, 2010, p.16)
Além de revitalização e divulgação do patrimônio cultural, os eventos culturais
proporcionam momentos de lazer, diversão e conhecimento. Também têm o poder de
movimentar a economia local e fortalecer a vida na cidade, potencializando a inclusão,
sustentabilidade e criatividade. Para Ali-Knight e Robertson (2006), a produção cultural
47 Segundo o Ministério do Turismo (2010), considera-se patrimônio histórico e cultural os bens
de natureza material e imaterial que expressam ou revelam a memória e a identidade das populações e
comunidades. São bens culturais de valor histórico, artístico, científico, simbólico, passíveis de se tornarem
atrações turísticas. São divididos em bens materiais, ou seja, palpáveis, como coleções arqueológicas;
acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e
cinematográficos; núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos. E em bens imateriais, que não
palpáveis, porém dinâmicos. São expressões de vida e tradições, transmitidas por gerações e recriadas,
motivando um sentimento de identidade e continuidade. Dessa forma, podem ser considerados bens
imateriais: conhecimentos enraizados no cotidiano das comunidades; manifestações literárias, musicais,
plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do
entretenimento e de outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, santuários, praças e demais
espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais.
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cria empregos, atrai investimentos e enriquece a vida dos indivíduos que vivem e
trabalham na cidade, bem como daqueles que a visitam: “a cultura traz superioridade para
a imagem e o perfil da cidade e torna cada comunidade única em sua história e posição
frente ao mundo” (ALI-KNIGHT e ROBERTSON, 2006, p.6).
Os eventos culturais mais comuns são vernissage, exposições, feiras, mostras,
concursos, oficinas, festas, festivais, lançamentos de livros, desfiles, concertos, shows,
saraus, palestras, entre outros. Podem envolver como tema a literatura (Festa Literária
Internacional de Paraty - Flip), o cinema (Festival de Cinema de Tiradentes), as artes
visuais (Bienal de Artes de São Paulo).
Feiras e festivais de gastronomias, como a Festa das Nações de Juiz de Fora, cada
vez mais têm se tornado um dos pilares dos eventos culturais que acontecem pelo Brasil
afora. Além de ser um atrativo cultural, os eventos gastronômicos aliam alimentação com
aquisição de novas experiências e conhecimento. A seguir, debate-se sobre os eventos
gastronômicos, suas implicações para as identidades culturais e para o turismo.
1.2. Gastronomia, Identidade Cultural e Turismo
Assim como os eventos, a gastronomia acompanha a humanidade desde seus
primórdios. Na verdade, alimentar-se é uma das necessidades mais básicas do homem,
sem a qual não seria possível sobreviver, mas para além das questões biológicas e
fisiológicas, a gastronomia é cultura e linguagem.
Na raiz etimológica da palavra, gastronomia significa leis do estômago, bem como
o seu estudo, “gaster” quer dizer ventre e “nomo” lei/conhecimento (FRANCO, 2001,
p.35). Não é apenas culinária, igualmente diz respeito às bebidas, aos ingredientes
utilizados na elaboração dos pratos, aos utensílios utilizados na preparação e às
características socioculturais que envolvem o seu preparo e consumo.
Diversos fatores influenciam a gastronomia e por ela são influenciados como
geografia, economia, sociedade e classe social, gênero, religião, ética, estética, entre
outros. Por exemplo, sabe-se que certos tipos de alimentos só se desenvolvem em solos e
climas específicos ou de tabus alimentares em algumas religiões, como a carne de vaca
para o hinduísmo e o porco para judeus, mulçumanos e adventistas do sétimo dia.
Schluter sintetiza o debate sobre a gastronomia como necessidade fisiológica e
como cultura:
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Na alimentação o homem biológico e o homem social ou cultural estão
estreitamente ligados e reciprocamente implicados, já que nesse ato conjunto
de condicionamentos múltiplos e regulagem de caráter bioquímico,
termodinâmico, metabólico ou psicológico; pressões ecológicas, modelos
socioculturais; preferências e aversões individuais ou coletivas; sistema de
representações ou códigos (prescrições ou proibições, associações e
exclusões); gramáticas culinárias, etc. Tudo isto influi na escolha, na
preparação e no consumo dos alimentos. (SCHLUTER, 2003, p.16)
Por meio de cores, aromas e sabores, cada sociedade constrói sua gastronomia,
bem como uma relação de identidade local, regional ou até mesmo nacional, pois ela
possui caráter coletivo e capacidade histórica, de memória e herança familiar e,
consequentemente, cultural. A gastronomia é capaz de perpetuar e replicar hábitos e
modos de fazer por gerações e assegura a continuação de tradições de um povo e de sua
história.
A alimentação é um fator de diferenciação cultural, que permite manifestação,
classificação, identificação ou não de integrantes em relação a uma cultura. As
identidades culturais não são naturais, são construções discursivas, simbólicas e
imagéticas, mediadas pela linguagem e tensionadas pelo jogo de poder, no qual se fala
sobre si próprio e o outro numa relação entre igualdade e alteridade, para se localizar
socialmente e definir a que grupos pertencer ou não (HALL, 2003).
Para Schluter (2003, p.32), a identidade pode ser comunicada pelas pessoas por
meio da gastronomia, que “reflete suas preferências, aversões, identificações e
discriminações e, quando imigram, a levam consigo, reforçando o seu sentido de
pertencer ao lugar que deixaram”. A cultura de uma região pode ser conhecida por seus
pratos, insumos, culinária ou na visita de um mercado local.
Logo, acessar e conhecer outras culturas pode ser feito pela gastronomia. É
crescente o número de pessoas que buscam esse tipo experiência, seja por meio de
restaurantes étnicos, do turismo ou de eventos especializados.
O turismo pode movimentar o setor gastronômico de duas formas. Primeiramente,
por uma questão básica, as pessoas que estão viajando precisam se alimentar. E turistas
que buscam uma imersão cultural maior na cidade visitada, desejam compreender os
costumes locais e hábitos alimentares, assim, consomem pratos típicos e conhecem seus
produtos e modos de preparo.
O turismo cultural, de acordo com Costa (2009), são viagens que buscam
conhecimento, “através do legado cultural; interações com comunidades e locais; das
curiosidades de um povo (como lendas, mitologias, costumes, receitas típicas, etc), que
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mostram a identidade local em visitação” (COSTA, 2009, p.68). Como mencionado
anteriormente, no caso do turismo cultural, o principal atrativo é o patrimônio cultural,
formado por bens materiais e imateriais; a gastronomia se encaixa no segundo grupo.
Pode-se observar que a gastronomia tem potencial catalisador para o turismo.
Além de conhecimento, o turista busca interação e integração com a comunidade local, e
a cozinha passa a ser um cenário para o envolvimento. Em contrapartida, pode contribuir
para a preservação e valorização do patrimônio cultural local e para os residentes ao passo
que proporciona incremento na renda e intercâmbio cultural.
1.3 Eventos Gastronômicos
Em muitos eventos, a comida é imprescindível para a sua boa execução e, por
muitas vezes, desempenha um papel central, ou seja, é o motivo da reunião das pessoas.
Isso ocorre tanto em festividades familiares, como aniversários e casamentos, quanto
coletivamente como o Natal e Páscoa. Os alimentos e bebidas servidos nessas ocasiões
não são o que se consome cotidianamente, são refeições diferenciadas, com ingredientes
menos usuais da culinária trivial, o que confere uma aura especial.
A partir de Zanella (2006, p.199), pode-se pensar especificamente sobre eventos
gastronômicos. Para o autor, estes têm potencial de integração familiar e social e
constituiem-se como importante ferramenta de desenvolvimento local ou regional ao
colaborar em distintas atuações:
promover e divulgar a localidade ou região; revigorar a imagem de quem o
promove; atrair novos clientes, estimulando o mercado potencial; apresentar
novos pratos, serviços e instalações; aumentar receitas de vendas; absorver
novas técnicas de serviço pela participação de especialistas; revigorar ou
mudar a forma de administração dos estabelecimentos; e aumentar os índices
de ocupação na baixa temporada. (ZANELLA, 2006, p.199)
O autor ainda ressalta que, de uma forma geral, os eventos gastronômicos estão
atrelados a outras tipologias, seja com promoções paralelas ou atuação complementar,
tais como exposições ou feiras. Para Zanella (2006, p.199), principalmente ao assumir o
protagonismo, “o tema de evento um evento gastronômico deve inspirar qualidade, sabor
e despertar a atenção e o interesse público”.
Os eventos gastronômicos agem de forma complementar ao turismo cultural,
contudo cada vez mais tem se tornado protagonista. Outro tipo de evento gastronômico
são os que atuam como atrativo para movimentar a economia dentro da própria cidade e
para seus residentes, que buscam opções de lazer diferenciadas do convencional.
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O Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Tiradentes (MG) é um
exemplo da primeira situação. Em sua 22ª edição no de 2019, o evento ocorre no mês de
agosto e utiliza como cenário a cidade histórica de Tiradentes, e apesar de apresentações
culturais, shows e feira de artesanato, a gastronomia é o atração principal, visto que traz
a cozinha regional brasileira e a internacional à mesa dos visitantes de cerca de 40 mil
turistas na última edição (G1 Zona da Mata, 2015).
O Comida Di Buteco ilustra o segundo caso. Criado em 2000 e organizado pela
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), é um concurso gastronômico
que acontece em 20 cidades do Brasil e, especialmente em Minas Gerais tem mais
representantes, como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberlândia, Montes Claros e Poços
de Caldas.
O objetivo desse evento é resgatar e valorizar a gastronomia produzida pelos
botecos, acionando a memória afetiva dos participantes. Cada ano é pensado em um tema
e cada boteco cria um “tira gosto” para participar. O júri e o público votam e elegem o
campeão. Esse tipo de evento até pode gerar certo fluxo turístico, mas a maioria dos
participantes são os próprios moradores da cidade, que aproveitam para conhecer novos
estabelecimentos e apreciar novos pratos ou prestigiar o boteco de sua preferência.
O tema é outro elemento importante nos eventos gastronômicos. Existem diversas
maneiras de estabelecer suas bases. O evento pode ter inspiração em único alimento e
todos os pratos são desenvolvidos a partir dele. As festas do milho que acontecem pelo
Brasil afora utilizam esse ingrediente como motivo e oferecem seus derivados como
pamonha, curau, bolo, pastel e escondidinho.
Há a possibilidade de o evento ser inspirado em um único prato típico, este
etendido como “uma iguaria gastronômica tradicionalmente preparada e degustada em
determinado local representando uma ligação com a história de quem prepara e a degusta
integrando um panorama cultural que extrapola o prato em si” (CUNHA e OLIVEIRA,
2009, p.10). O prato típico reforça a identidade cultural de uma localidade e de seu povo.
Por fim, um evento gastronômico pode reunir vários tipos de pratos que são
inspirados em uma localidade, nacionalidade ou até possuir caráter internacional ou ter
uma forma especial em que são disponibilizados, como os foods trucks, que oferecem
comidas gourmetizadas ou não, de fácil consumo, em caminhões itinerantes.
A partir dessa discussão, pode-se dizer que os eventos gastronômicos podem atuar
para a valorização do patrimônio histórico, resgatando a memória coletiva local ou
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regional e fortalecendo laços identitários. Também pode impulsionar o turismo cultural
agindo como protagonista ou de forma complementar a outras atrações e se tornar opção
de lazer para os moradores da cidade sede. E, ainda, movimentar a economia local por
meio de investimentos, fluxo turístico ou renda para comerciantes e moradores, que, de
alguma forma, vendem algum produto associado à gastronomia.
2. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento dos aportes teóricos deste trabalho utilizou-se a pesquisa
bibliográfica, que reside no levantamento, leitura e fichamento de livros e artigos
acadêmicos extraídos de revistas e eventos científicos. Segundo Stumpf (2011, p. 52), “a
revisão de literatura é uma atividade contínua e constante em todo trabalho acadêmico e
de pesquisa, iniciando com a formulação do problema e/ou objetivos de estudo e indo até
a análise dos resultados”.
Como a unidade de análise da pesquisa trata-se de um recorte específico, a
metodologia de pesquisa utilizada foi o estudo de caso. De acordo com Yin (2001, p. 32),
essa metodologia “é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo
dentro de um contexto de vida real, quando a fronteira entre fenômeno e contexto não é
claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas”.
O estudo de caso permite a utilização de distintas ferramentas metodológicas para
coleta de evidências, tais como documentos, artefatos, entrevistas e observações (YIN,
2001). Salienta-se que notícias e reportagens publicadas na imprensa local de Juiz de Fora
desempenharam relevante papel no processo de reconstrução de informações históricas
pertinentes ao tema.
Recorreu-se também à aplicação de entrevista semiestruturada com um dos
organizadores do evento, cujo objetivo foi coletar informações sobre o processo de
planejamento e organização do evento, bem como a avaliação do pós-evento feita pelos
atores sociais e instituições envolvidas na Festa das Nações 2015.
Com a finalidade de complementar a pesquisa com informações sobre a dinâmica
do evento in loco, utilizou-se da observação participante em dois períodos distintos: na
quinta-feira (1º de outubro de 2015) à noite e no sábado (3 de outubro de 2015) no período
da tarde. Essa técnica de coleta de dados possibilita o pesquisador se inserir no grupo
pesquisado, participar e acompanhar suas atividades e vivenciar a situação concreta que
abriga o objeto de sua investigação (PERUZZO, 2011). Isso possibilitou o conhecimento
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dos cardápios ofertados na praça de alimentação, a degustação de parte dos pratos típicos,
apreciação das apresentações musicais e de dança, a interação do público com o evento e
o transevento, com seus aspectos positivos e negativos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na seção de análise e discussão dos resultados foi feito um breve levantamento
histórico sobre a relação da imigração em Juiz de Fora com a Festa das Nações da cidade.
Em seguida, o corpus da análise é apresentado, ou seja, a edição do evento em 2015 e,
por fim, as possíveis representações das identidades culturais e gastronômicas nesse
contexto foram identificadas e avaliadas.
3.1. Breve Histórico da Festa das Nações de Juiz de Fora
Diversas cidades brasileiras e instituições como escolas e igrejas realizam e
celebram a Festa de Nações com diferentes objetivos, como culturais, turísticos,
educativos, filantrópicos ou comerciais, mas a ideia central desse tipo de evento é colocar
em evidência a cultura de outros países, sobretudo os que têm uma ligação histórica mais
profunda com o país ou a cidade sede. Ou seja, essa festa é um dos eventos que rememora
a colonização e imigração de distintas nações para o Brasil.
Outros países que não tinham essa relação também passaram a integrar a Festa das
Nações motivada por influências e intercâmbios culturais, curiosidades e facilidades
estratégicas, pois muitas vezes o conhecimento sobre um país, como os Estados Unidos
da América, era maior do que outros cujo elo histórico fosse mais concreto. Este
fenômeno pode ser atribuído à globalização, que diminui as barreiras geográficas e
intensifica o fluxo informacional, ainda que desigual, entre culturas distantes.
Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, é um dos municípios brasileiros que tem
um passado de realizações da Festa das Nações. Além da formação social brasileira
constituída por indígenas, portugueses e negros, o município recebeu imigrantes italianos,
alemães e sírio-libaneses, que acabaram constituindo-se em grupos de maior
expressividade social e cultural na cidade.
Na publicação Primeiro Livro Festa das Etnias de Juiz de Fora: Afrodescentes,
alemães, italianos, libaneses, sírios e portugueses48 (2007), feita pela Prefeitura de Juiz
48 A Festa das Etnias é uma realização da Prefeitura de Juiz de Fora, sua primeira edição foi em
2007 e evento aconteceu até 2015, ainda não sabemos se terá continuidade. A sua organização é similar a
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de Fora, fica evidente que esses grupos étnicos marcaram a história da cidade e tiveram
maior influência cultural. Porém o município recebeu em menor número famílias
espanholas, francesas e estadunidenses.
De acordo com o jornal Tribuna de Minas (2015a), a Festa das Nações de Juiz de
Fora se tornou um evento tradicional na cidade entre as décadas de 1950 e 1980, depois
foi interrompida por três décadas até o resgate no de 2015. Sua origem está associada ao
bairro Bom Pastor, onde moradores se uniram para organizar uma festa com o objetivo
de arrecadar fundos para a construção de uma Igreja Católica. Conforme Miranda49, esse
evento surgiu em 1963, por meio da iniciativa dos moradores do Bom Pastor para
arrecadar fundos para terminar a igreja do bairro (MIRANDA, 2016).
O empreendimento deu tão certo que, mesmo após a construção da igreja, a Festa
das Nações continuou com objetivos filantrópicos, assim, foi construído um prédio para
funcionar as Obras Sociais do bairro Bom Pastor e diversas entidades beneficentes e
instituições de caridades receberam parte do dinheiro arrecadado para manutenção de seu
funcionamento e ações sociais.
Segundo Miranda, as barracas eram distribuídas para famílias que contribuíram
para a formação de Juiz de Fora, que tivessem descendência de outra nacionalidade e
fossem organizados em associações.
Em Juiz de Fora, eles buscaram as origens e aquelas famílias que contribuíram
para a formação de Juiz de Fora. Então em Juiz de Fora, notadamente e
historicamente, a gente sabe que quem contribuiu aqui foram os portugueses;
italianos; alemães, melhor, povos germânicos; os sírio-libaneses, que aqui são
tratados de maneira próxima ou igual, a gente coloca duas nações no mesmo
tratamento, mas são nações distintas, os sírios e os libaneses. Também tiveram
importância outros grupos como os norte-americanos, que tiveram influência
no Instituto Granbery da Igreja Metodista; os espanhóis também tiveram uma
participação aqui. Essas que falei primeiro tiveram influência maior e outras
que foram trazendo algumas influências para cá. E essas colônias eram
organizadas de alguma maneira, como tem até hoje alguma organicidade. É o
caso, por exemplo, da Associação Brasil e Alemanha (...), a Sociedade
Portuguesa (...), o Clube Espanhol. E tinham representantes que montavam as
tendas levando a gastronomia de cada país e valorizando cada país.
(MIRANDA, 2016)
Além da gastronomia, essas associações culturais promoviam apresentações de
danças típicas e outros tipos de atrações e também ornamentavam as barracas inspiradas
Festa das Nações, contudo somente as etnias de maior expressividade recebem espaço nesse evento. São
elas os portugueses, alemães, italianos, sírios, libaneses e afrodescendentes.
49 Realizou-se uma entrevista semiestruturada, gravada em áudio, com Marcos Miranda, executivo
da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Zona da Mata e um dos organizadores da Festa
das Nações 2015.
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no país representado. Com o sucesso da Festa das Nações, brinquedos do parque
PlayCenter foram montados em plena Avenida Rio Branco, uma das principais ruas da
cidade, em várias edições.
Diversos fatores contribuíram para o término da Festa das Nações. Segundo um
dos idealizadores, o empresário Campos50, parte do problema se deu devido ao inchaço
do evento, “Infelizmente, o crescimento acarretou outros problemas, que envolviam
segurança, limpeza e muita gente do bairro deixou de incentivar” (TRIBUNA DE
MINAS, 2015a).
Consequentemente, o deslocamento do evento para vários lugares fez com ele
fosse se descaracterizando com o tempo. Outro fator que colaborou para esse processo
foi quando uma produtora de eventos, com uma visão empresarial, passou a organizá-lo.
O fato de sair de onde ele foi gestado, foi criado, foi um problema e o outro
problema era a visão que era meramente empresarial, eu acho que acabou
perdendo o foco. Acabou tendo festas grandes, que foram realizadas no Parque
de Exposições de Juiz de Fora, mas eram festas que podiam ser quaisquer
festas, podia ser Festa Country, que era a mesma coisa tinha mais ou menos a
mesma identidade. Não mais valorizava a gastronomia dos países, já não tinha
mais aquela ligação com as colônias. Isso se perdeu ao longo do tempo.
(MIRANDA, 2016)
Após 30 anos, a Festa das Nações foi retomada e repaginada, com manutenção de
algumas das características anteriores e acrescida de novos elementos para se modernizar
e atrair o público antigo e o novo. O primeiro caso está atrelado mais com a relação afetiva
com o evento, já o segundo público é motivado principalmente pela busca de experiências
gastronômicas, mas ambos procuram opções de lazer. A seguir, buscou-se compreender
como se deu o processo de retomada e organização da edição 2015, considerando os
interesses de diversos atores sociais e instituições.
3.2. Edição 2015: O Resgate Da Festa Das Nações
O retorno da Festa das Nações no ano de 2015 é resultado da parceria entre a
Abrasel Zona da Mata e da Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF)
e do apoio da prefeitura da cidade. De acordo com o ex-prefeito51 da cidade, "É importante
resgatarmos ações e projetos que valorizam as raízes, a tradição e a cultura da nossa
50 João Carlos Campos foi um dos idealizadores da primeira versão da Festa das Nações nos anos
1960. O depoimento foi concedido ao Jornal Tribuna de Minas. 51 O prefeito Bruno Siqueira (MDB) cumpriu mandato entre os anos de 2013 e 2018, abrindo mão
do mandato para concorrer a outros cargos políticos.
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cidade. É mais uma oportunidade de ampliarmos a autoestima da população de Juiz de
Fora" (TRIBUNA DE MINAS, 2015a).
Houve uma convergência de interesses entre essas instituições, que isoladamente
amadureciam a ideia de resgatar o evento. Logo, cada um desses órgãos se comprometeu
com a organização de sua alçada. Esta pesquisa deter-se-á apenas em elementos que
dizem respeito à identidade cultural gastronômica, sem enfoque nas questões de
infraestrutura ou logísticas.
A Festa das Nações aconteceu de 1º a 4 de outubro de 2015, na quinta e sexta de
18h a 1h, no sábado de 11h a 1h e no domingo entre 11h e 19h. Retornou ao seu local de
origem, a Praça Bom Pastor, e contou com mais de 1.400 metros quadrados de área
coberta, espaço livre para circulação, recreação infantil e instalação de dez barracas de
comidas e bebidas típicas de cada um dos países homenageados.
Com slogan “As memórias de cada um, vividas por todos”, a festa também
manteve o caráter filantrópico das edições iniciais, com doação de 10% da renda total do
evento para entidades assistenciais. De acordo com o jornal Tribuna de Minas (2015b),
17 entidades de Juiz de Fora foram beneficiadas com repasse de R$ 40.600,00 referentes
à arrecadação.
Coube à Abrasel Zona da Mata organizar o setor de gastronomia da Festa das
Nações. Segundo Marcos Miranda (2016), diretor executivo desse órgão, os dez
restaurantes convidados foram os que já eram associados à Abrasel e que tinham
proximidade com a nação a ser representada.
Assim, a Alemanha foi responsabilidade do Das Haus Comedoria. A Argentina
foi representada pela Churrasqueira. O Serra do Ibitipoca Hotel de Lazer e o restaurante
Bistrô a Três foram responsáveis pela Espanha. O Garagem Gastrobar pelo Brasil. O São
Bartolomeu representou os Estados Unidos. A culinária francesa ficou a cargo do Savoir-
Faire Bistrô. O Assunta à frente da italiana. A Adega Dom Manuel foi representante de
Portugal. E a Estância Dom Viçoso e o Espeto & Cia ficaram com a barraca das nações
síria e libanesa.
Além da gastronomia, a Festa das Nações 2015 também contou com apresentações
de shows e danças para representar as culturas dos países participantes e ao mesmo tempo
oferecer mais lazer e entretenimento durante o evento. Ao longo da programação
ocorreram apresentações de danças típicas árabes (grupos Silmara, Tânia Paula e Nabak),
dança italiana (grupo Tarantolato), alemã (conjunto Schmetterling) e tango argentino.
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Para representar a negritude no Brasil houve apresentações de capoeira e do Grupo
H.F. CREW Danças Urbanas. O Arte Dança Performance trouxe diversos tipos de dança
de salão. E os shows ficaram por conta das bandas de rock Martiataka e Tuka’s Band e
de forreggae52 Arrasta Roots.
Por meio de observação participante e acompanhamento de mídia e redes sociais,
pode-se inferir que o evento foi bem sucedido. A estimativa inicial para o evento foi de
20 mil pessoas, ao final, a contabilização se aproximou de 35 mil pessoas (MIRANDA,
2016). Este fato fez com que algumas barracas estivessem despreparadas para esse
número de público, o que acabou gerando filas e esperas demoradas e, no domingo, alguns
pratos esgotaram-se mais cedo.
Com acertos e alguns erros, a retomada da Festa das Nações resgatou e valorizou
a cultura da cidade, bem como dos países que imigraram e ajudaram a construir Juiz de
Fora, propiciando aos frequentadores rememorarem essa história ou conhecê-la, além de
lazer e gastronomia. Do ponto de vista econômico mostrou-se sustentável e lucrativa,
além de gerar mais visibilidade aos restaurantes participantes, que tiveram aumento de
demanda de seus clientes por meio do evento.
3.3. As Representações das Identidades Culturais e Gastronômicas: aspectos
positivos e conflitos
A Festa das Nações de Juiz de Fora, edição 2015, foi um evento que reuniu a
gastronomia de diversos países. Relacionou-se com a cultura local, ao prestigiar alguns
países que colonizaram ou imigraram para a cidade e, ao mesmo tempo, contemplou a
cozinha internacional, ao trazer pratos de outros países que não têm uma ligação histórica
profunda com ela.
Ao se pensar sobre identidades culturais no contexto da Festa das Nações 2015,
há que considerar dois elementos distintos. Primeiramente, em relação à identidade da
cidade em si. Uma festa tradicional, que existiu por 30 anos, ligou-se e até confundiu-se
com a história de Juiz de Fora. O slogan “As memórias de cada um, vividas por todos”
reforça esse laço trabalhado como conceito pela organização do evento.
De acordo com Halbwachs (1990), lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir,
repensar com imagens e ideias de hoje, as experiências do passado. Para o autor, “cada
52 Estilo musical que mistura forró com reggae.
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memória individual é um ponto de vista sobre a memória coletiva, e este ponto de vista
muda conforme o lugar que ali eu ocupo, e que este lugar muda segundo as relações que
mantenho com outros meios” (HALBWACHS, 1990, p. 77).
Essa também é a percepção dos organizadores desse evento. Para Miranda (2016),
iniciativas como a Festa das Nações devem ser regatadas para alimentar a autoestima do
juiz-forano, mas também modernizar-se. “Juiz de Fora precisa resgatar algumas coisas
positivas, não com uma perspectiva saudosista, mas de retomar em outros moldes e outros
padrões, trazendo para outra realidade” (MIRANDA, 2016).
O compartilhamento de memórias individuais e coletiva pode ser experimento por
um evento, como a Festa das Nações.
A memória é uma intersecção entre a experiência individual com a coletiva,
bem como entre passado e presente. É também construção social em devir, é
repensada e refeita conforme as necessidades da sociedade, ou seja, ambas
estão em constante interação e negociação. [...] É através da memória que as
identidades coletivas são fundadas, as representações, mitos, ritos e heranças
estabelecem vínculos e “unidades” identitárias. (PEREIRA, 2011, p.30-31).
Outra questão a ser pensada sobre identidade cultural nesse evento diz respeito à
representatividade das nações escolhidas para participar. Pode-se observar que alguns
países têm maior ligação histórica e cultural com Juiz de Fora em detrimento de outros.
Contudo, como já relatado anteriormente, procurou-se manter também a inspiração das
edições anteriores em que famílias e associações culturais coordenavam as barracas. Isso
explica o fato de alguns países com menor expressividade cultural terem seu espaço.
Dos cinco grupos de imigrantes com mais influência em Juiz de Fora, quatro
foram representados: os portugueses, cuja barraca trouxe bolinho de bacalhau, sardinhas
fritas e pastel de nata mais conhecidos como de Pastel de Belém; outro grupo foi
composto pelos sírios e libaneses, que ofertaram pão sírio com labne, homus e
babaganuche, além de kaftas. Também tiveram barracas dos italianos, que, entre vários
pratos, serviram polenta e risoto, e os alemães com comidas típicas como salsichão e o
tradicional joelho de porco.
Porém, a cultura africana não teve representatividade, nenhuma barraca foi
montada para que iguarias de matriz africana fossem vendidas. Isso gerou revolta em
algumas pessoas na página que foi criada para evento no Facebook53, que acusaram a
53 A ACEF (Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora), que foi uma das instituições
organizadoras da Festa das Nações 2015, criou na rede social Facebook, na parte destinada a Eventos, uma
página e convite para Festa das Nações 2015. Nesse espaço virtual havia interações entre os membros
convidados que discutiam a festa em diversos aspectos, sendo a ausência da barraca africana um dos
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Festa das Nações de preconceituosa e racista, inclusive foi criada a hashtagm
#nãoesxistenegronaFestadasNações.
De acordo com Miranda (2016), a Festa das Nações foi organizada em 45 dias,
não havia nenhum restaurante especializado em culinária africana e, apesar de três
tentativas de contato com o Grupo Afro de Juiz de Fora, não foi possível mobilizá-lo a
tempo, pois a organização demorou a dar uma resposta. É pertinente ressaltar que a
culinária africana foi tema do JF Sabor, um dos mais importantes eventos realizados pela
a Abrasel Zona da Mata (ABRASEL, 2016) e que durante as atrações culturais houve
apresentações de capoeira e de dança de rua voltada para o hip hop, ambas, expressões
culturais afro-brasileiras.
Entre os pratos da barraca espanhola estava a paella e dos Estados Unidos da
America os hambúrgueres, que embora inventados na Holanda, se popularizaram lá. No
caso desses dois países, eles não tiveram um forte fluxo migratório para Juiz de Fora, mas
algumas famílias, que, em algum momento, foram importantes para a cidade, como os
fundadores do colégio Granbery (1889), os missionários John Mcphearson Lander e John
W. Wolling (PIRES, 2013,)
No entanto, há um grupo que não tem vínculo histórico mais efetivo que seriam
as barracas da França e Argentina. Algumas famílias desses países migraram para Juiz de
Fora, porém não tiveram a mesma projeção que as citadas anteriormente. Entre algum
dos seus pratos, a barraca francesa serviu frites rustiques, coq au vin (drume ao molho de
vinho e bacon com purê de batatas) e profiterolis. Por sua vez, a barraca argentina
ofereceu churrasco com cortes de carne típicos da sua região.
É importante ressaltar que também foi montada a barraca brasileira, que na sua
gastronomia reúne contribuições de matrizes indígenas, negras, portuguesas e de seus
imigrantes. Um exemplo dessa mistura foi o prato arroz de frango com quiabo, que é uma
referência na cozinha mineira. Nas edições passadas existiu a barraca Cabo Frio54, que
trazia a comida típica do litoral brasileiro, mas em 2015 a Abrasel optou por trabalhar
somente com estados nacionais.
principais temas. Disponível em: https://www.facebook.com/events/771322659646646/?active_tab=posts.
Acessado em: 11 dez 2015. 54 Essa cidade litorânea do estado do Rio de Janeiro recebe muitos turistas juizforanos em suas
praias.
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De um modo geral, as barracas se atentaram de fato em reproduzir pratos típicos
das nações representadas, mas que ao mesmo tempo pudessem ser comercializados com
facilidade. Ou seja, recorreu-se a pratos que foram popularizados pela cozinha
internacional ou que são familiares em consequência da imigração.
No que se refere as escolhas das nações participantes, observou-se que a Festa das
Nações 2015 preocupou-se em manter sua estrutura original com alguns reajustes. Então
o trabalho de pesquisa se concentrou mais nos esforços de buscar a memória do evento
para a sua construção, como a escolha da maioria das nações e a filantropia. Contudo,
trouxe elementos novos como a gestão das barracas por restaurantes e também se mostrou
aberta para sugestões e críticas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gastronomia como manifestação cultural pode ser entendida como patrimônio
cultural imaterial, porque sustenta o caráter coletivo e capacidade histórica, de memória
e herança familiar e, consequentemente, cultural. É capaz de dar continuidade e replicar
hábitos e modos de fazer por gerações e garante a perpetuação de tradições de um povo e
de sua história.
A Festa das Nações 2015 de Juiz de Fora é um evento cultural e gastronômico,
pois traz como protagonista a gastronomia de diversos países que de alguma forma
contribuíram para a cidade em seu desenvolvimento, sua história e cultura. Assim, resgata
a memória e tradições e valoriza a história da cidade por meio da cozinha, fortalecendo
os laços sociais e a identidade cultural do juiz-forano.
Esse evento toca a identidade cultural em dois aspectos, em relação à cidade e as
representações edificadas dos países participantes. Ao resgatar um evento que ocorreu
por 30 anos na cidade e que ficou 30 sem acontecer, a Festa das Nações 2015 reaviva a
memória de quem experenciou, recria para quem não participou e também se coloca como
acontecimento novo, criando relações identitárias.
O outro aspecto diz respeito à capacidade de pratos típicos serem parte e
representarem uma identidade cultural, uma vez que a gastronomia de uma região ou
países revela sobre sua geografia, clima, produtos, história, religião, hábitos, dentre outros
aspectos sociais. Ao trazer um pouco da gastronomia de outros países e mesmo a
brasileira, a Festa das Nações 2015 possibilitou a experiência de identificação e alteridade
e o acesso a outras identidades.
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Por fim, também é importante destacar as contribuições institucionais e
comerciais que a Festa das Nações 2015 promoveu e pode promover nas edições futuras.
Pode-se citar alguma delas: a divulgação da cidade; revigoramento da imagem de quem
o organiza, neste caso, a Abrasel e ACEJF e mesmo a prefeitura da cidade; a atração de
novos clientes, estimulando o mercado potencial; apresentação de novos pratos e serviços
e, consequentemente, o aumento receitas de vendas.
REFERÊNCIAS
ALVARELI, Luciani Vieira Gomes; TOBIAS, Eurídice da Conceição; MORAIS,
Leonidas Magno de. Modelo de artigo Fatec Cruzeiro – Professor Waldomiro May.
Cruzeiro: Centro Paula Souza, 2017. Disponível em:
http://www.fateccruzeiro.edu.br/downloads/projetos/artigo2017.doc. Acesso em: 10
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SISTEMA COMPUTACIONAL PARA CIDADES INTELIGENTES: UMA
PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DE CÂMERAS DIGITAIS VISANDO A
GESTÃO DA MOBILIDADE URBANA EM VIAS PÚBLICAS
ANIBAL EVARISTO FERNANDES
BRUNO BASTOS MELO
BRUNO BUSTAMANTE FERREIRA LEONOR
Resumo:
A área da Tecnologia da Informação - TI, tem se tornado fundamental para todas as áreas do
conhecimento humano. Um dos aspectos de interesse atuais está relacionado a mobilidade urbana,
pois essa possui impacto direto na gestão pública de recursos para a tomada de decisão de controle
de fluxo nos grandes centros urbanos. As principais cidades do mundo, tais como Singapura,
Tóquio e Londres estão investindo em sistemas inteligentes, integrados com câmeras, resultando
em uma grande quantidade de dados relacionadas com o tráfego urbano. Há que se considerar que
o conceito de cidades com sistemas integrados remete às cidades digitais que respeitem a
sustentabilidade, cujo foco não está apenas na inclusão digital, mas permitir também que as
cidades sejam autossustentáveis. Contudo, é importante ressaltar os desafios existentes para que
uma cidade se torne sustentável tecnologicamente, pois há que se considerar a integração e
comunicação máquina-máquina com o compromisso da análise rápida e segura dos dados. Nesse
contexto, faz-se necessário que diversos projetos sejam criados a fim de atender as expectativas
das cidades inteligentes. Este trabalho visa contribuir com um dos pilares das cidades inteligentes
na gestão e controle do tráfego urbano, tendo como objetivo principal o desenvolvimento de um
sistema computacional para a captação de dados, em tempo real, que seja capaz de identificar e
contar os veículos monitorados por câmeras instaladas em vias públicas. O sistema está preparado
para suportar uma base de dados que possam ser transformados em informações, por meio de
gráficos e tabelas, para futura tomada de decisão relacionada com a mobilidade urbana.
Palavra-Chave: Cidades inteligentes, Tecnologia, Tráfego Urbano, Sistemas Inteligentes,
Sustentabilidade.
Abstract:
The area of Information Technology - IT, has become fundamental for all areas of human
knowledge. One of the interesting aspects nowadays is related to urban mobility, since this one
has direct impact in the public management of resources for the decision of control of flow in the
great urban centers. The major cities in the world such as Singapore, Tokyo and London are
investing in intelligent systems, integrated with cameras, resulting in a lot of data related to urban
traffic. The concept of cities with integrated systems must be considered as referring to digital
cities that respect sustainability, which focus not only on digital inclusion, but also to allow cities
to be self-sustaining. However, it is important to highlight the challenges that exist to make a city
technologically sustainable, since it is necessary to consider machine-to-machine integration and
communication with a commitment to rapid analysis and data security. In this context, it is
necessary that several projects be created in order to meet the expectations of smart cities. This
work aims to contribute to one of the pillars of intelligent cities in the management and control
of urban traffic, having as main objective the development of a computer system for data capture,
in real time, that is able to identify and count the vehicles monitored by cameras installed on
public roads. The system is prepared to support a database that can be transformed into
information, through graphs and tables, for future decision making related to urban mobility.
Keywords: Smart Cities, Technology, Urban Traffic, Smart System, Sustainability.
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INTRODUÇÃO
Um dos indicadores de qualidade de vida atualmente é a mobilidade urbana. O
constante crescimento das cidades, em alinhamento ao crescimento de veículos obtidos
devido ao fácil acesso de crédito para compra do mesmo, são notáveis o aumento de
engarrafamento e a lentidão devido ao grande fluxo de veículos em vias públicas.
Em virtude do exposto acima, este trabalho vislumbra a possibilidade da criação
de um sistema inteligente, capaz de realizar o monitoramento de câmeras instaladas em
vias públicas e quantificar os veículos que passam perante a mesma. O sistema será
responsável pelo tratamento dos dados capturados e da disponibilização de informações
para uma melhor gestão, possibilitando estudos para aprimoramento de projetos de vias
e outros artefatos que possam melhorar a mobilidade urbana.
Atualmente há uma vasta quantidade de câmeras instaladas próximo as vias
públicas, que fazem o trabalho de monitoramento. Esse projeto propõe uma
funcionalidade a mais para essas câmeras, que se trata da coleta quantitativa dos veículos
que trafegam no ambiente monitorado pelas câmeras. O reaproveitamento das câmeras já
instaladas viabiliza a aplicação do projeto, já que a demanda seria no processamento de
identificação dos veículos e em sua quantificação.
O principal objetivo desse trabalho é a criação de um sistema de gerenciamento
de fluxo de tráfego autônomo, inteligente e eficaz. Utilizando técnicas de processamento
digital de imagem para o reconhecimento do veículo, uma base de dados para o
armazenamento das informações coletadas e processadas pelo sistema, e um portal que
possibilite a visualização desses dados de uma forma organizada através de gráficos e
tabelas.
Os objetivos específicos deste projeto são: reaproveitamento das imagens
coletadas pelas câmeras, utilizar tecnologias de processamento de imagem com a
biblioteca OpenCV, desenvolver um algoritmo capaz de identificar veículos e armazenar
essas informações em uma base de dados.
A elaboração deste projeto pode ser divido em três etapas. A definição do escopo
do projeto, desenvolvimento do sistema e avaliação dos dados obtidos.
Na primeira etapa, serão analisados os requisitos para o desenvolvimento do
projeto, para que o categorize com características fundamentais para ser
consideravelmente útil e preciso neste campo.
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Na segunda etapa, o processo de desenvolvimento será iniciado. Durante essa
etapa é notável a necessidade de novas subetapas, bem como a preparação do ambiente
para início do desenvolvimento, a criação do algoritmo de reconhecimento, a criação de
uma base dados para armazenar os dados processados pelo algoritmo e uma plataforma
acessível para que possa ser possível fazer a análise estatística dos dados armazenados na
base de dados.
A partir da finalização da segunda etapa e da obtenção de dados para análise, será
possível acessar o portal de transparência dos dados, para analisar os resultados obtidos
pela captura das câmeras. Assim, nesta etapa será possível aprimorar, corrigir e adaptar
todo o sistema para atingir os resultados aguardados.
Desta forma, é esperado que com a criação desse projeto, o trabalho da gestão de
fluxo de trafego possa ser facilitado pela autenticidade dos dados coletados e processados
pelo sistema.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O grande crescimento populacional e a mobilização das pessoas que residiam em
zonas rurais para zonas urbanas, impulsiona um conjunto de estudos a fim de quantificar
a população e compreender os impactos que este crescimento pode resultar. Segundo
Hwang (2018), no ano de 1.800, a população humana na Terra era de 1 Bilhão de pessoas,
e 211 anos depois, em 2011, a população chegou ao número de 7 Bilhões de pessoas.
Ainda em relação aos estudos de Hwang (2018), projeta-se que em 2023, a população
atinja o marco de 8 Bilhões, e em 2100, estabilize-se em torno de 10 e 12 Bilhões de
pessoas.
Devido a essa grandeza populacional, em 2012, foi realizada no Brasil a
conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, também conhecida
como Rio+20, com o intuito de reiterar seus compromissos com a sustentabilidade do
desenvolvimento, sobretudo, no que se refere ao modo como estão sendo utilizados os
recursos naturais no planeta. Neto, Silva e Monte-Mór (2014), em seu trabalho sobre o
Rio+20, examinam a questão de urbanização, ofertando uma visão crítica dos desafios e
algumas recomendações para reorientar as políticas urbanas. Foram privilegiadas duas
dimensões em seu trabalho, a primeira na qual trata a necessidade de ações para
reformulação da estrutura do espaço e da rede urbana das grandes cidades e metrópoles,
e a segunda tratando sobre a gestão e dimensões institucionais associadas a essa
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reformulação. É notável a preocupação existente a respeito do expansionismo
populacional, pois há uma exaustiva tarefa na gestão e na demanda de recursos
necessários para suprir a necessidade de cada indivíduo.
Atualmente, existem diversos projetos voltados para reformulação das cidades,
com o objetivo de atender a demanda populacional sem prejudicar a qualidade de vida.
Esses projetos são denominados de Smart Cities (cidades inteligentes), que visam
solucionar os impactos causados pelo expansionismo populacional por meio de práticas
sustentáveis.
A esse respeito, Guedes et Al (2015) declaram:
O conceito “Smart City” é um conceito recente e inovador que possui uma
perspetiva muito flexível, permitindo a sua adaptação a cidades, povoações,
territórios ou comunidades. A necessidade da criação deste conceito advém da
forte urbanização das cidades a nível mundial, uma vez que trouxe novos
desafios à gestão das cidades e dos seus recursos que, por sua vez, levaram à
criação de um modelo virtual de uma cidade eficiente e sustentável (Guedes et
Al, 2015).
Em virtude do exposto acima, é notável que a eficiência de uma cidade inteligente
se faz justa no comprometimento com a sua infraestrutura. De acordo com Chede (2011)
“[... ] infraestrutura é uma extensa e complexa rede de componentes que inclui pessoas,
empresas, sistemas de transporte, comunicação, segurança pública, água, saneamento,
energia, saúde e assim por diante”.
É de grande importância que toda infraestrutura seja mantida ativa, pois caso haja
uma interrupção em algum componente, como o fornecimento de energia ou no sistema
de telecomunicação, há o potencial de paralisar toda a cidade e suas atividades. Para
Ghedin (2013), “para que uma cidade seja classificada como cidade inteligente, é
necessário que sejam avaliados cinco indicadores, são eles, economia, meio ambiente,
governo, mobilidade urbana e estilo de vida”.
Em vista dos indicadores citado por Ghedin (2013), a constante atuação de
inovação e aprimoramento tecnológico se faz necessária, e essa tendência é irreversível,
uma vez que o mundo está se tornando mais interconectado. Segundo Chede (2011), um
mundo ou uma cidade mais instrumentada e interconectada consegue obter e tratar dados
de forma muito mais rápida e eficiente. Sendo assim, se torna clara a importância da
constante coleta dos dados para serem analisados e transformados em informação. De
acordo com Guedes et Al (2015), uma cidade inteligente faz o uso consciente da
tecnologia da informação como suporte para facilitar a análise dos dados, visto que pode
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ser incorporada em todas as decisões de gestão de uma cidade como forma de oferecer
serviços mais eficientes. Com base nisso, ao utilizar a tecnologia da informação como
auxilio na análise dos dados, é necessário o desenvolvimento de modelos e algoritmos
analíticos que possam quantificar e qualificar esses dados, transformando-os em
informação.
A transformação de uma cidade tradicional para uma cidade inteligente, é um
projeto trabalhoso e exaustivo, e se torna imprescindível uma avaliação da cidade atual e
das necessidades de mudanças para que se atinja os qualificadores que indicam e definem
uma cidade como cidade inteligente. Apresentadas as circunstâncias, é necessária uma
análise e definição de escopo a fim de se obter uma sequência de medidas a serem
trabalhadas e aprimoradas. Segundo Ismail (2018), o transporte inteligente deve ser o
primeiro passo no movimento da cidade inteligente. Isso pode incluir o monitoramento
de padrões de tráfego, áreas de pedestres altamente trafegadas, estações de metrô, horários
de trens e muito mais. Segundo Araújo (2018), o paulistano leva uma hora e cinquenta e
sete minutos para se deslocar, ida e volta, pela cidade de São Paulo para realizar a
atividade principal, como trabalho ou estudo. O que afeta diretamente na qualidade de
vida da população, um outro indicador que compõe as cidades inteligentes.
O congestionamento no fluxo de veículos em vias, pode trazer diversos
problemas, como o stress que o motorista adquire ao ficar preso no congestionamento.
Segundo Dantas (2018), “ficar várias horas sentado com as pernas encolhidas pode causar
vários problemas circulatórios: as pernas incham, ficam doloridas e os efeitos das varizes
são agravados, podendo até levar à trombose venosa profunda em algumas pessoas”. Em
consequência desses cenários, é necessário precaver essas ocasiões desenvolvendo uma
boa gestão de trafego urbano. Portanto, o controle intensificado no monitoramento do
trafego urbano, pode facilitar as tarefas das demais áreas que compõem uma cidade
inteligente, como a logística de entrega de recursos, a segurança e a saúde.
Referente ao controle intensificado do trafego urbano, Ismail (2018) declara:
Ele fornece uma abordagem holística para o gerenciamento de riscos, pois
fortalece as capacidades de preparação e resposta a emergências para as
cidades, incluindo evasão de tarifas, vandalismo ou violência, emergências
médicas, rastreio de obstruções e outros tipos semelhantes de eventos
perturbadores (Ismail, 2018).
Como fator primário para a transformação de uma cidade tradicional em cidade
inteligente, a mobilidade urbana deve atingir o índice necessário para que possa facilitar
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o desenvolvimento das demais áreas. Para que o gerenciamento da mobilidade urbana
possa ser feito, é necessário obter informações sobre o estado atual das vias públicas, o
volume e o fluxo de veículos e de pessoas na região a ser estudada. É inevitável o auxílio
da tecnologia para realização dessa tarefa. A captação de dados e seu respetivo
processamento para transformar em informação se torna essencial, exigindo uma
demanda de algoritmos que possam trabalhar de forma rápida e eficiente, a fim de atender
suas requisições.
Com base nos trabalhos citados anteriormente, torna-se compreensível que as
cidades atuais necessitam ser transformadas em cidades inteligentes, a fim de melhorar a
qualidade de vida de seus habitantes e atender seus serviços de modo eficiente, além de
manter a integridades dos dados e o gerenciamento dos recursos mais proveitosamente.
Segundo Ismail (2018), os sistemas de transporte são um dos componente chave de
qualquer cidade, com isso, vislumbra-se a importância da tecnologia no desenvolvimento
e no auxílio da gestão na mobilidade urbana, que busca realizar a coleta de dados e a
pratica de quantificar e qualificar esses dados a fim de se obter uma informação,
permitindo a aplicação de tomadas de decisões em dados confiáveis.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para o desenvolvimento do projeto, foi necessário um estudo aprofundado em
algumas áreas da computação, como processamento digital de imagem, manipulação de
Threads, estrutura de dados e arquitetura de sistemas. Foi necessário também um estudo
de estatísticas no ramo da matemática, a fim de que os gráficos gerados pelo sistema,
fosse eficientes e concisos em sua elaboração.
2.1. Métodos
O projeto em todo seu desenvolvimento, seguiu um ciclo de vida para definição
dos processos de acordo com as normas ISO/IEC 12207:1998.
Segundo Morais (2009) a NRB ISO/IEC 12207:1998 estabelece uma estrutura
para processos de ciclo de vida de software, com uma terminologia bem definida, que
pode servir de referência para indústria de software, ou seja, o ciclo de vida de um
software é uma estrutura que contém atividades, tarefas e processos envolvidos em seu
desenvolvimento, incluindo operações e manutenções em um produto de software
abrangendo a vida do sistema. Com isso, foram analisados os modelos de
desenvolvimento existentes e selecionado o que melhor regeria todo o progresso do
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projeto, orientando-se, como parâmetros, a necessidade de se ter uma resposta após o
desenvolvimento de cada funcionalidade.
2.1.1. Ciclo de Vida
O modelo de desenvolvimento adotado foi o modelo espiral, proposto por Barry
Boehm em 1988. Este modelo, segundo Nepomuceno (2012), tende a criar um roteiro de
atividades e etapas para que se alcance uma maturidade do processo evolutivo de
desenvolvimento de sistemas complexos e obter, ao final, um produto em sua forma mais
completa possível.
Fundamentando-se nesse modelo, o projeto foi fragmentado e está sendo
desenvolvido em módulos, a fim de que cada modulo possa trabalhar de forma
independente e ao final do desenvolvimento de cada modulo já possa ser obtido algum
resultado e, possa ser integrado aos módulos já existentes, conforme Figura 1.
Figura 1 – Modelo espiral
Fonte: Silva (2016)
Para uma gestão eficiente do projeto, foram criados dois módulos: operacional e
estratégico.
O módulo operacional é composto por dois sistemas, o primeiro consiste em um
sistema de web páginas, responsável pelo cadastro das câmeras, usuários e logradouros,
e um segundo sistema que irá operar sobre o ambiente principal do computador, ese é
responsável pela identificação dos veículos monitorados pelas câmeras e da sustentação
de dados na base de dados.
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O módulo estratégico consiste em um sistema de web página, responsável por
apresentar os dados através de informações (gráficos e tabelas). A arquitetura dos
módulos pode ser compreendida na Figura 2.
Figura 2 – Arquitetura do Projeto
Fonte: O autor.
2.1.2. Levantamento de Requisitos
Em um primeiro cenário, foi realizado um levantamento de requisito do projeto
para definição de escopo. Dentro de cada módulo, os requisitos foram aperfeiçoados e
detalhados, resultando em uma definição mais determinística.
2.1.3. Planejamento e Modelagem
Após o levantamento de requisitos, foi iniciado a fase de planejamento, que pode
ser dividida em duas etapas, sendo a primeira etapa a modelagem dos dados em diagramas
utilizando a linguagem UML, que será especificado nos diagramas descritos na sessão de
materiais, e uma segunda etapa que refina a modelagem dos dados em relação ao banco
de dados.
Com os dados modelados, foi definido um fluxo de desenvolvimento dentro dos
módulos, correspondente as descrições dos diagramas na UML. Ao final de cada tarefa,
a mesma era submetida a testes unitários a fim de obter sua autenticidade no sistema,
prosseguida de uma análise dos resultados obtidos conforme os resultados esperados
pelos requisitos.
2.2. MATERIAIS
Para o desenvolvimento desse projeto, foram selecionados os materiais que
melhor atendem os requisitos do projeto mantendo um custo relativo em processamento,
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em vista de que a manipulação de imagens requer um custo elevado de processamento.
As linguagens de programação selecionadas para o projeto, foram Python3, JavaScript,
PHP e SQL.
Para auxiliar no desenvolvimento do projeto, também foram utilizadas algumas
bibliotecas e frameworks, a fim de atender os requisitos do projeto otimizando rotinas e
tarefas.
De acordo com Zanette (2017), uma biblioteca é um conjunto de funções prontas
com a disposição de fornecer de forma rápida, soluções que atendam de modo eficiente
um determinado problema, já framework é uma estrutura real, ou conceitual, que visa
servir como guia para o desenvolvimento do projeto.
As bibliotecas utilizadas foram OpenCV, NumPy, ChartJS e o Framework
Materialize.
2.2.1. Python 3
O Python3 é uma linguagem de programação de alto nível, de tipagem dinâmica.
A linguagem foi projetada com a filosofia de enfatizar a importância do esforço do
programador sobre o esforço computacional. Prioriza a legibilidade do código sobre a
velocidade ou expressividade. Sua atuação no projeto é de grande importância, uma vez
que todo algoritmo de monitoramento, manipulação das Threads no sistema operacional
e de identificação dos veículos, foram escritos nesta linguagem.
2.2.2. JavaScript
O JavaScript é uma linguagem de programação de alto nível, de tipagem dinâmica.
A linguagem possui implementação como parte dos navegadores web para que scripts
pudessem ser executados do lado do cliente e interagissem com o usuário sem a
necessidade deste script passar pelo servidor, controlando o navegador, realizando
comunicação assíncrona e alterando o conteúdo do documento exibido.
2.2.3. PHP
O PHP, acrônimo para Personal Home Page, é uma linguagem de programação de
alto nível, de tipagem dinâmica. A linguagem possui atuação próxima ao servidor, é
responsável por atender as requisições vindas pelos clientes, realizar o mapeamento das
páginas e a validação dos dados, além de fazer as requisições de dados no servidor.
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2.2.4. SQL
O SQL, acrônimo para Structured Query Language, é a linguagem padrão para
banco de dados relacionais. Sua utilidade se encontra na interação com os SGBDs
(Sistemas de Gerenciamento de Bando de Dados) e execução de várias tarefas como
inserção e alteração de registros, criação de objetos no banco de dados, gerenciamento de
usuários, realização de consultas em informações e controle de transações. Todas as
operações realizadas no banco de dados podem ser solicitadas ao SGBD utilizando esta
linguagem.
2.2.5. OpenCV
A biblioteca que foi utilizada para análise dos dados recolhidos pela câmera, foi o
OpenCV (Open Source Computer Vision Library), como o próprio nome já faz referência,
é uma biblioteca de código livre para fins acadêmicos e comerciais. Essa biblioteca tem
como foco o processamento de imagens, foi projetada para eficiência computacional e
com um forte foco em aplicações em tempo real.
2.2.6. NumPy
A biblioteca NumPy é uma biblioteca básica da linguagem Python que permite
trabalhar com arranjos, vetores e matrizes de N dimensões, de uma forma comparável e
com uma sintaxe semelhante ao software proprietário Matlab, mas com muito mais
eficiência, e com toda a expressividade da linguagem.
2.2.7. Materialize
O Framework Materialize é composto por um conjunto de estilizações
desenvolvidas em CSS, que trabalham em conjunto com as animações escritas em
JavaScript. Seu objetivo é facilitar o desenvolvimento front-end, estilizando a página web
e deixando-a responsiva com poucas linhas de códigos.
2.2.8. ChartJS
ChartJS é uma biblioteca JavaScript responsável em auxiliar na criação de
gráficos para designers e desenvolvedores, plotando diversos tipos de gráficos. A
biblioteca também se encarrega da customização do estilo dos gráficos, facilitando no
desenvolvimento de uma aplicação que necessite expor dados em forma de gráficos.
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2.2.9. UML
A UML, Unified Modeling Language, é uma linguagem de notação utilizada para
elaboração da estrutura de um projeto de software, de acordo com Ventura (2019) a UML
é uma linguagem poderosa para comunicação em equipes de produção de software.
Segundo Ventura (2019), a UML ajuda muito a deixar o escopo claro, pois
centraliza numa única visão (o diagrama) um determinado conceito, utilizando uma
linguagem que todos os envolvidos no projeto podem facilmente entender.
A linguagem UML se expressa através em um conjunto de diagramas, sendo cada
diagrama composto por elementos que possuem relação entre si.
De acordo com Dicio (2019), um diagrama é um modo de representação feito
através de gráficos, de esquemas, de linhas, de pontos: diagrama elétrico. Para expressar
o processo deste trabalho, foram utilizados os diagramas de classe, caso de uso e
sequência.
2.2.9.1. Diagrama de Caso de Uso
O diagrama de Caso de Uso, Segundo Pressman (2011) descreve como o usuário
interage com o sistema definindo os passos necessários para atingir um objetivo
específico. No contexto de caso de uso, um usuário é representado por um ator.
Neste projeto, há três tipos de atores, o primeiro ator é o usuário de cadastros, que
é responsável por gerenciar os cadastros (Câmeras e endereços) no sistema, o segundo
ator é o administrador, que tem acesso em todas as áreas que compõe o sistema. O terceiro
ator não necessita realizar uma autenticação no sistema para interagir, ou seja, o terceiro
usuário é qualquer pessoa que acesse a página para consultar as informações que objetiva
este trabalho. O diagrama de caso de uso, pode ser visto na Figura 3.
Pode-se observar que o sistema possui três usuários: a) visitante, cujo acesso está
relacionado somente com consultas, b) usuário cadastrado que pode gerenciar uma
câmera e c) administrador, que possui acesso irrestrito ao sistema.
Figura 3 – Diagrama de Caso de Uso
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Fonte: O autor.
2.2.9.2. Diagrama de Classe
O diagrama de Classe, diferentemente do diagrama de caso de uso, não se
preocupa em abordar as interações dos usuários com o sistema.
De acordo com Pressman (2011), o diagrama de classe “[...] fornece uma visão
estática ou estrutural de um sistema, mas não mostra a natureza dinâmica das
comunicações entre os objetos das classes no diagrama”.
O diagrama de classe elaborado para atender os requisitos do projeto, pode ser
visto na figura 4.
Figura 4 – Diagrama de Caso de Classe
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Fonte: O autor.
2.2.10. Processamento de Imagens
O processamento de imagens é um conjunto de técnicas que atuam sobre uma
imagem e visam novos processamentos de dados, tais como aprendizagem de máquina e
reconhecimento de padrões, diferentemente do tratamento de imagem, que tem como
objetivo somente a manipulação de figuras para sua representação final.
As técnicas de processamento de imagem, em sua maioria, envolvem o tratamento
de imagem, no qual são aplicados padrões de processamento de sinal.
3. RESULTADOS OBTIDOS
O sistema está em fase de testes e foi projetado para captar imagens de vias
públicas cadastradas no sistema, além de fornecer informações referentes aos dados
capturados, como a quantidade de veículos contabilizados em todos bairros da cidade em
análise, a quantidade de veículos semanais e mensais, além de apresentar uma média
diária de veículos que circulam pela cidade. Todo o monitoramento é composto por uma
linha reta que se comporta em dois estados.
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O primeiro estado é expresso pela cor laranja, e indica que não há veículo para ser
contabilizado, ou seja, o sistema está aguardando um veículo para ser identificado. O
segundo estado é representado pela cor magenta, e indica quando um veículo é
contabilizado, após contabilizar o veículo, o estado volta a ser laranja.
A Figura 5 representa o monitoramento no estado laranja, onde está aguardando
um veículo trafegar sobre a linha indicadora.
Figura 5 – Monitoramento da via – estado laranja
Fonte: O autor.
Quando um veículo passa pela linha determinística, o sistema altera o estado da
linha para magenta e contabiliza aquele veículo, conforme apresentado na Figura 6.
Figura 6 – Monitoramento da via – estado magenta
Fonte: O autor.
Com os dados capturas e armazenados pelas câmeras é possível realizar o
principal objetivo desse trabalho, transformar dados em informação por meio de gráficos
e tabelas, permitindo o controle e monitoramento das vias públicas.
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Como descrito na sessão de Materiais e Métodos, o sistema está dividido em dois
módulos, um modulo operacional e um modulo analítico. O modulo analítico permite que
se analise o trafego de uma determinada cidade dentro de um intervalo de tempo, que é
definido pelo próprio usuário. A Figura 7, exemplifica uma análise realizada na cidade de
Piquete.
Figura 7 – Modulo Mirim Analítico – Informações gerais
Fonte: O autor.
A Figura 7 representa uma prévia dos requisitos do projeto, com isso, deve-se
considerar que o sistema se comportou adequadamente, pois ocorreu a contagem dos
veículos na região monitorada conforme o esperado, e foi realizado o levantamento e
armazenamento desses dados sobre a região em um determinado intervalo de tempo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O crescimento populacional, principalmente nos grandes centros urbanos, tem
consequências diretas na mobilidade urbana, com impacto direto na tomada de decisão
dos órgãos públicos. O acesso à informação correta, em tempo real, relacionada com o
deslocamento de veículos em grandes vias, torna-se essencial para decisões estratégicas
que visem a melhoria do deslocamento urbano.
O sistema desenvolvido está em fase de testes e foi projetado para captar imagens
de uma via pública em tempo real para um número ilimitado de câmeras no processo. O
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desenvolvimento utilizou as principais ferramentas tecnológicas disponíveis com
integração de processamento digital de imagens para a identificação de veículos em
movimento.
Espera-se que o sistema possa contribuir para a mobilidade urbana, permitindo
um fluxo de tráfego mais elaborado e menos vagaroso. E permitindo que as cidades que
implantarem o sistema, estejam um passo mais próximo das cidades inteligentes.
REFERÊNCIAS
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pedestres se sentem inseguros. Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/noticia/2018/09/18/paulistano-demora-quase-3-horas-por-dia-no-transito-e-88-
dos-pedestres-se-sentem-inseguros-diz-pesquisa.ghtml> Acesso em 25 de Mar.2019.
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<https://www.ibm.com/developerworks/community/blogs/ctaurion/entry/infraestrutura_
para_ as_cidades_inteligentes?lang=en> Acesso em 03 de Mar. 2019.
DANTAS Tiago, Perigos do trânsito para saúde. Disponível em:
<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/saude-bem-estar/perigos-transito-para-
saude.htm> Acesso em 20 de Mar. 2019.
DICIO, Dicionário online de Português. Disponível em:
<https://www.dicio.com.br/diagrama/> Acesso em 11 de Mar. 2019.
Disponível em: <http://theconversation.com/7-5-billion-and-counting-how-many-
humans-can-the-earth-support-98797> Acesso em 03 de Mar. 2019.
GHEDIN Rodrigo, As cidades Inteligentes vão mudar nossas vidas. Disponível em:
<https://papodehomem.com.br/as-cidades-inteligentes-vao-mudar-nossas-vidas/>
Acesso em 04 de Mar. 2019.
HWANG Andrew, 7.5 Billions and counting: How many humans can the Earth
support?
ISMAIL Nick, Intelligent transportation: The most important pillar of a smart?
Disponível em: <https://www.information-age.com/intelligent-transportation-smart-
cities-123473979> Acesso em 04 de Mar. 2019.
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<http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17315/material/IS
O_1 2207.pdf > Acesso em 11 de Mar. 2019.
NEPOMUCENO Dênys, Modelos Incrementais, Espiral e de Prototipação. Disponível
em: <http://engenhariadesoftwareuesb.blogspot.com/2012/12/blog-post.html> Acesso
em 09 de Mar. 2019.
NETO John, SILVA Harley, MONTE-MÓR Roberto Dinâmica Populacional,
urbanização meio ambiente. Disponível em:
<http://www.unfpa.org.br/Arquivos/urbanismo1.pdf> Acesso em 03 de Mar. 2019.
PRESSMAN Roger, Engenharia de Software: Uma abordagem Profissional.
Disponível em:<http://paginapessoal.utfpr.edu.br/wolff/disciplinas/et7bh-sistemas-
flexiveis-de-manufatura/s14-enga-de-requisitos-01-12-15/S14%20-
%20Apendice%201%20-%20Introducao%20a% 20UML-%20Pressman-
%202011.pdf/at_download/file> Acesso em 12 de Mar. 2019.
VENTURA Plinio, O que é UML (Unified Modeling Language). Disponível em:
<https://www.ateomomento.com.br/diagramas-uml/> Acessado em 11 de Mar. 2019.
ZANETTE Alysson, Framework x Bibliotecas x API. Disponível em: <
https://becode.com.br/framework-biblioteca-api-entenda-as-diferencas/> Acesso em 03
de Mar. 2019.
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SISTEMA DE CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA DE VEÍCULOS EM
ESTACIONAMENTOS USANDO VISÃO COMPUTACIONAL
DAWILMAR GUIMARAES ARAUJO
RICARDO AMARAL DE ANDRADE
Resumo
Desde o surgimento dos estacionamentos particulares de veículos, o controle de entrada e saída,
bem como a liberação da passagem, é feita de forma manual. Tal ação repetitiva pode ser
automatizada, organizada e classificada de forma que a margem de erro humano seja minimizada.
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma solução que agregue independência
computacional ao processo de controle de fluxo de veículos, com o auxílio de tecnologia
embarcada e redes neurais de reconhecimento óptico de caracteres. Ao final deste trabalho,
espera-se obter um sistema autônomo, no sentido de permitir a entrada e saída de veículos sem
intervenção humana, com registros de data e hora, minimizando erros e possíveis tentativas de
fraudes e/ou possíveis eventualidades, como a perda do tíquete de identificação.
Palavras-chave: Identificação automática de veículos. Visão computacional. Redes neurais.
Abstract
Since the emergence of private parking lots, the entry and exit control, as well as the release of
the passage, is done manually. Such a repetitive action can be automated, organized and
classified so that the human margin of error is minimized. This work aims to present a solution
that adds computational independence to the vehicle flow control process, with the aid of
embedded technology and optical character recognition neural networks. At the end of this work,
it is expected to obtain an autonomous system, in order to allow the entry and exit of vehicles
without human intervention, with date and time records, minimizing errors and possible attempts
of fraud and/or possible eventualities, such as loss of the identification ticket.
Keywords: Automatic vehicle identification. Computer Vision. Neural networks.
INTRODUÇÃO
Com o advento dos veículos automotores, foi necessária a criação de algum
código que o identificasse unicamente em meio a todos os outros. O sistema de
identificação por placas tem um número único que o identifica e diferencia em meio a
tantos outros. Segundo Contisini (2016), esta identificação existe desde 1901, e com a
crescente frota no país, precisou ser revisado diversas vezes.
A fim de evitar roubos, penalizar o usuário correto pela transgressão de alguma
lei de trânsito, entre outras necessidades, que são suportadas pela identificação única dos
veículos automotores, a automatização de serviços associados aos veículos também é
identificada. A exemplo, a entrada e saída de veículos de forma confiável tem sido uma
tendência, com cada vez mais empresas surgindo para trazer mais um diferencial no
relacionamento com o cliente.
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Soluções para estes problemas estão associadas ao uso e poder computacional
alcançado hoje, que nos permite ir muito além do que está disponível no mercado, mas
esse poder também traz um grande desafio: como desenvolver um sistema para agilizar e
otimizar este cenário de forma totalmente autônoma?
Diante o exposto, é sabido que toda automação visa retirar o trabalho manual e/ou
repetitivo das tarefas humanas, fazendo o homem focar em outras tarefas que demandem
mais decisões intuitivas. Quanto mais repetitiva uma tarefa for, maior a chance de ela ser
automatizada, controlada por um equipamento que a execute em menos tempo, e de forma
suficientemente confiável.
Conforme Souza (2000, p. 13) o processamento digital de imagens é uma área
surgida na década de 60, mas que devido às limitações tecnológicas da época, teve um
crescimento limitado até os anos 80, com os avanços da microeletrônica. Na sequência
veio a evolução computacional. Atualmente há um conjunto de hardware e software
suficientemente potente, além de novas técnicas de processamento visual, para entregar
resultados confiáveis, em um tempo aceitável.
Tendo como base os conceitos da identificação visual de objetos via software, o
presente tema propõe a criação de um algoritmo, em conjunto com um hardware
dedicado, que seja capaz de reconhecer as placas de identificação de automóveis, extrair
os caracteres que compõem a identificação, e registrar em um banco de dados.
Para tanto, serão estudados e colocados em prática os conceitos de captura e
processamento de imagens digitais, a criação e aplicação de um algoritmo que relacione
a imagem da placa com os caracteres correspondentes, o armazenamento da informação
adquirida e o acionamento do hardware de liberação da passagem.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O algoritmo a ser desenvolvido contará com redes neurais para, a partir da imagem
tratada, extrair os caracteres que compõem a placa de um veículo, automatizando o
processo de liberação da entrada e saída do estacionamento.
Estacionamentos que contam com alguma automação (como entrada de shopping
centers) se limitam a permitir a entrada mediante o pressionamento de um botão, que gera
um código sequencial de entrada, e registra esse código no sistema. Na saída, o cliente
precisa se encaminhar ao local de pagamento, onde será cadastrada a quitação. Na catraca
de saída, o código gerado anteriormente é verificado através de um leitor óptico,
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consultado no servidor central, e liberado. Nenhuma “inteligência” é atrelada aos
equipamentos. Existem três pontos de melhoria nesse cenário:
• O reconhecimento da placa do veículo gerará um código único, que pode ou não
emitir algum tíquete para o cliente. No caso de clientes mensalistas, por exemplo, o
tíquete será desnecessário, o que gerará além de uma economia de papel, benefício
ao meio ambiente.
• O pagamento tradicional já aceita cartões (além de dinheiro em moeda corrente, que
está entrando em desuso paulatinamente), então na saída, ao invés de escanear o
código gerado, o sistema será capaz de consultar a placa do veículo, calcular o valor
a ser pago, e através de um terminal de cartão, fazer a cobrança, o que eliminará o
atendimento humano no ponto de pagamento, normalmente localizado próximo às
portas de acesso ao interior do edifício.
• Será realizado um registro da placa do veículo, que poderá ter diversos usos futuros,
desde estatísticos até mesmo servindo como prova legal de casos jurídicos.
1.1 Captura e Identificação de Imagens
Segundo Souza (2000) e Campos (2001), o reconhecimento óptico trabalha com
redes neurais artificiais, para se obter um resultado o mais próximo da realidade possível.
Redes neurais são, segundo Haykin (1994 apud CAMPOS, 2001) “sistemas
paralelos distribuídos, compostos por unidades de processamento simples que computam
determinadas funções matemáticas”.
Campos (2001) resumiu o processo de captura da imagem em cinco etapas:
II. a aquisição da imagem, que no caso será feita por uma câmera estrategicamente
colocada de modo a ter a placa do veículo no centro da imagem, a fim de facilitar a
separação da informação útil do que pode ser desprezado na análise. Com a imagem
capturada, a etapa posterior, ou pré-processamento, visa;
III. remoção de ruídos, que nada mais são que erros na formação da imagem, que o olho
humano automaticamente despreza, mas que a máquina precisa aprender a
diferenciar de uma informação relevante da imagem. Isto é conseguido utilizando
técnicas matemáticas, para remover (ou no mínimo atenuar) estes sinais, fazendo
conversões ou escalonamentos que visam melhorar a imagem adquirida para
aumentar a chance de acerto do algoritmo.
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IV. a segmentação, ou particionamento da imagem em setores com características
comuns entre si, como cores ou texturas é a próxima etapa. A representação nada
mais é do que uma catalogação de acordo com as características internas ou externas
da área que foi segmentada.
V. Por fim, o reconhecimento e a interpretação são consideradas etapas de alto nível,
que tornam a compreensão dos conceitos “menos precisos e mais especulativos”
(Campos, 2001).
1.2 Sistemas de Placas
Para tal, será aproveitado o fato fundamental de que as placas seguem um padrão
em conformidade com as resoluções vigentes, o que tornará o reconhecimento dos
caracteres viável.
Sabendo que todas as placas utilizam um padrão já definido segundo a resolução
241 do Contran (CONTRAN, 2007), já se tem condições iniciais de delimitar o domínio
do problema, que consiste no reconhecimento óptico de padrões, de modo que a extração
dos caracteres da placa seja mais assertivo.
Figura 1: modelo de emplacamento atual.
Fonte: Resolução 231. Contran, 2007.
O padrão a partir de 1999 (conforme a Figura 1) conta com três letras, um hífen e
quatro números, gerando uma combinação de 175.742.424 (cento e setenta e cinco
milhões, setecentos e quarenta e dois mil, quatrocentos e vinte e quatro possibilidades).
Esse número é conseguido porque existem vinte e seis letras no alfabeto, e dez
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possibilidades numéricas por dígito (exceto a combinação 0000). Então 26 x 26 x 26 x
9999 gera uma quantidade maior que o padrão anterior. Porém, em 2015 foi previsto que
essas combinações se esgotarão em 10 anos. O emplacamento conta também com uma
tarjeta metálica com o estado e cidade do registro.
Figura 2: Fonte “Mandatory”, padrão a partir de 2008 conforme a Resolução 231 do Contran.
Fonte: Resolução 231. Contran, 2007.
A fonte usada, de nome “Mandatory”, é similar à usada na Grã-Bretanha desde
2001. Também é obrigatória, segundo a resolução 231 do Contran, e como é padrão,
facilitará ainda mais o reconhecimento dos caracteres, por ter contornos e traços bem
definidos, que poderão criar regras adicionais no algoritmo de verificação, aumentando a
taxa de acerto do reconhecimento.
A Figura 3, mostra exemplos de aquisição de imagens que serão processadas para
a extração dos códigos das placas e liberação da catraca.
Figura 3: Exemplos de imagens com foco na placa de identificação.
Fonte: Campos, 2000, p. 14.
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1.3 Cores das Placas
Além do padrão reflexivo cinza para veículos particulares, existe um padrão de
cores para cada utilização específica do veículo, conforme a Tabela 1:
Tabela 1: padrão de cores conforme a atividade do veículo.
Placa com texto preto e fundo cinza: Veículos particulares
Placa com texto branco e fundo vermelho: Transportes públicos e veículos de
aluguel (ônibus, táxis, vans escolares, caminhões que prestam serviços a
terceiros, ou seja, frete).
Placa com texto vermelho e fundo branco: Autoescolas.
Placa com texto preto e fundo branco: Uso oficial (Governos, Polícias,
Corpos de Bombeiros etc.).
Placa com texto cinza e fundo preto: Automóveis de colecionadores (com
mais de trinta anos e em excelente estado de conservação e certificado de
originalidade).
Placa com texto branco e fundo verde: Experiência, os carros que estão em
reparo nas concessionárias ou oficinas e que precisam ser testados na rua, ou
carros das montadoras que ainda estão em fase de testes para ver seu
desempenho.
Placa com texto branco e fundo azul claro: Uso diplomático-consular, com as
siglas na tarjeta que descreve o estado, dividido em: ADM (Administrativo), CC
(Corpo Consular), CD (Corpo Diplomático), CMD (Chefe de Missão
Diplomática, exclusiva do Embaixador), OI (Organismo Internacional) no local
do estado.
Placa com texto branco e fundo azul escuro: Usada pelas montadoras para
testes em modelos antes do seu lançamento. O tom do azul é mais escuro que a
placa de uso diplomático.
Placa com texto dourado e fundo preto: Utilizadas em carros oficiais de
governadores, prefeitos, presidente da Assembleia Legislativa, presidentes de
Câmaras, presidente de Tribunais Estaduais ou federais e outros. O fundo é
preto e os caracteres alfanuméricos dourados. As placas possuem o Brasão da
República Federativa do Brasil, do Estado ou do Município coloridos, alinhados
à esquerda na placa.
Placa presidencial: Carros oficiais utilizados somente pela Presidência da
República, pela Vice-Presidência dela, pelos presidentes do Senado, pelos da
Câmara, pelos ministros, pela Advocacia Geral dela e pela Procuradoria-Geral.
A placa possui o Brasão da República Federativa do Brasil, colorido, alinhado à
esquerda na placa.
Fonte: Resolução 241. Contran (2007).
Todas as variações de placa utilizam a mesma fonte (exceto a placa presidencial),
o que facilitará a implementação de um código que faça o reconhecimento dos caracteres,
fundamental para este projeto.
A nova legislação (regulamentada conforme a resolução 510 do Contran), em
vigor a partir de setembro de 2018, modifica o padrão das placas para padronizar a
identificação em todos os países participantes do Mercosul, conforme a Figura 4. Embora
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haja mudanças à vista, o presente trabalho poderá ser adaptado às novas regras de
dimensões, cores e caracteres, e manter as funcionalidades iniciais propostas.
Figura 4: novo padrão Mercosul de identificação.
Fonte: Resolução 510. Contran, 2014.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para o desenvolvimento do trabalho, será usado um computador de baixo custo, a
fim de minimizar o custo total. Tal equipamento necessitará de memória RAM e de
armazenamento suficiente para comportar um sistema operacional, o software
controlador da câmera de captura e do algoritmo de reconhecimento das placas. As opções
do mercado atualmente que atendem a estes requisitos são:
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• Arduino Yun
• BeagleBone xM
• BeagleBone A6
• Cubieboard
• Pcuino
• Rascal Micro
• Raspberry Pi modelo B
• Raspberry Pi modelo 3
Apesar de existirem inúmeros outros modelos de placas de computador
considerados de baixo custo, a disponibilidade de muitos é restrita a mercados de outros
países, sendo pouco conhecidos ou com informações na comunidade insuficientes para
justificar seu uso.
Por se tratar de projeto de baixo custo, foi definido um limite de 50 dólares como
teto do valor do computador a ser escolhido.
Isto posto, apenas as seguintes placas atenderam a regra:
• Cubieboard
• Raspberry Pi modelo B
• Raspberry Pi modelo 3
Ambos suportam as necessidades que o algoritmo tem para executar sua função,
porém o modelo Cubieboard foi descartado por dois fatores: ter armazenamento fixo e
limitado a 4GB, enquanto os outros modelos se adequam dinamicamente às memórias
mais novas; e por ter um número menor de interfaces de comunicação. Coincidentemente,
também é o modelo de maior custo dos três, mas conta com um processador intermediário
entre os modelos de Raspberry Pi (ganha do modelo B em velocidade, mas perde para
modelo 3).
A Tabela 2 ilustra isso de forma mais clara.
Tabela 2: comparativo das placas disponíveis no mercado para o projeto.
Cubieboard Raspberry Pi Model B Raspberry Pi Model 3
Preço $49,00 $20,00 $35,00
Processador 1 GHz ARM Cortex-A8 BCM2835 ARM11 700 MHz 1.2 GHz Cortex-A53 64bit
Gráfico Mali-400 Broadcom VideoCore IV
RAM 512 MB
Armazenamento Flash 4 GB NAND Cartão SD Cartão microSD
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Tamanho 3.94” x 2.4” 3.37” × 2.125”
Tensão 5V
Interfaces I2C, SPI, IR GPIO, UART, I2C, SPI
USB 2.0 SIM
Dispositivo USB Host USB Host USB Host
Rede SIM
Wi-Fi Não SIM
Fonte: o autor.
A linguagem Python será utilizada, com as bibliotecas necessárias para a captura
da imagem da placa do veículo (através de uma câmera, ou sensor de imageamento
similar), e o reconhecimento dos caracteres desta, através de um algoritmo a ser
desenvolvido para tal. Uma base de dados com uma estrutura relacional base conforme a
Figura 5, em destaque a tabela lado esquerdo-superior será mantida.
A lógica da automação e controle, vista na Figura 5, completa-se com a
liberação da catraca, feita por comandos internos ao Raspberry Pi.
Figura 5: Esquema do projeto
Fonte: o autor.
Além do comando de liberação da catraca, um comando também fará o registro
das informações pertinentes no banco de dados, que poderá estar armazenado localmente,
ou em qualquer outro computador que possa ser acessado via rede.
3. RESULTADOS ESPERADOS
O projeto contará com o registro e liberação da cancela de entrada de forma
autônoma, através do registro da placa do veículo, por meio do reconhecimento visual
enquanto o veículo está parado aguardando a cancela se erguer.
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Na saída, após a quitação do valor cobrado pela estadia, a liberação também será
feita através do reconhecimento visual da placa do veículo. O registro da entrada e saída
será feita em um banco de dados, podendo servir de diversas formas, desde um controle
de clientes mensalistas, até mesmo fornecer dados do fluxo de clientes, que podem ser
usados para, por exemplo, possíveis promoções ou eventos, a fim de potencializar os
lucros.
O trabalho visa, então: um algoritmo que seja capaz de reconhecer um objeto
automaticamente analisando uma imagem ao vivo, ou através de foto, uma vez a placa,
composta por elementos visuais (letras e números), que identifica o veículo, e registra sua
entrada na base de dados automaticamente, liberando a catraca; e por fim, a saída também
registrará a data e hora, onde poderá ser calculado o tempo de estadia do cliente, e abrirá
a cancela da saída do estacionamento.
O registro será feito em banco de dados, e poderá ser acessado via Internet. O
monitoramento também poderá ser feito em tempo real.
Com a concretização do projeto, espera-se adquirir expertise na área de
reconhecimento de padrões em conjunto com inteligência artificial, áreas estas que estão
que franco desenvolvimento, o que abre oportunidades únicas de trabalho.
REFERÊNCIAS
Jornal do Carro. Disponível em: <https://goo.gl/CqGC7J>. Acesso em: 13 ago 2018.
CAMPOS, T. J. D. Reconhecimento de Caracteres Alfanuméricos de Placas em
Imagens de Veículos. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001.
DENATRAN. Resolução 231, 2007. Disponível em: <https://goo.gl/Qgg87D>. Acesso
em: 14 ago 2018.
DENATRAN. Resolução 241, 2007. Disponível em: <https://goo.gl/6c5gzL>. Acesso
em: 14 ago 2018.
DENATRAN. Resolução 510, 2014. Disponível em: <https://goo.gl/Ttr4At>. Acesso
em: 07 set 2018.
DENATRAN. Resolução 372, 2014. Disponível em: <https://goo.gl/v7bwF3>. Acesso
em: 14 ago 2018.
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FLATOUT. A História e a Evolução das Placas de Carro do Brasil. Disponível em:
<https://goo.gl/gfQ7uZ>. Acesso em: 18 ago 2018.
SOUZA, F. P. C. D. Localização e Leitura Automática de Caracteres
Alfanuméricos. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000.
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TENDÊNCIAS DE MARKETING EM EVENTOS: ANÁLISE DE EVENTOS
GEEKS
ÉBER JOSE DOS SANTOS
MATHEUS SALES
PATRICK LEITE JUNQUEIRA
THAYNARA FATIMA FERREIRA FONTES DOS SANTOS
Resumo
O mercado de eventos tem um papel representativo na economia e, em 2013, foi responsável por
4,3% do PIB brasileiro, segundo dados coletados pela ABEOC Brasil, o que justifica a
investigação desse segmento. Assim, este artigo tem como objetivo estudar as tendências do
Marketing em eventos geeks, a partir da análise da Comic Con Experience (CCXP), feira que
acontece anualmente em São Paulo para esse tipo de público. Para isso, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica sobre marketing, em livros, sites especializados e, ainda, uma pesquisa de campo foi
planejada. O método científico utilizado é o estudo de caso, que conta com a elaboração do
protocolo e construção de um questionário que será aplicado via e-mail ao público do evento,
contendo cinco perguntas, e uma entrevista com um dos organizadores. Espera-se que os dados
coletados sejam suficientes para realizar a análise das ações de marketing utilizadas nessa feira.
Palavras-chave: Marketing. CCXP. Eventos.
Abstract
The event market has a representative role in the economy and, in 2013, was responsible for 4.3%
of Brazilian GDP, according to data collected by ABEOC Brasil, which justifies the investigation
of this segment. Thus, this article aims to study the trends of Marketing in geeks events, from the
analysis of the Comic Con Experience (CCXP), a fair that happens annually in São Paulo for this
type of public. For this, a bibliographic research was carried out on marketing, in books,
specialized sites and, still, a field research was planned. The scientific method used is the case
study, which counts on the elaboration of the protocol and construction of a questionnaire that
will be applied via e-mail to the public of the event, containing five questions, and an interview
with one of the organizers. It is hoped that the data collected will be sufficient to carry out the
analysis of the marketing actions used in this fair.
Keywords: Marketing. CCXP. Events.
INTRODUÇÃO
Um estudo realizado pela ABEOC Brasil55, em parceria com o SEBRAE, em
2013, revela que foram realizados 590 mil eventos no Brasil, o que gerou em torno de R$
209,2 milhões e movimentou a economia com a criação 7,5 milhões de empregos. Dentre
as mais variadas áreas de interesse, os eventos geek 56têm movimentado o mercado de
consumo com os seus quadrinhos, camisetas, arctic figures57 e a experiência única de
55 Link: http://www.abeoc.org.br/2014/10/abeoc-brasil-e-sebrae-apresentam-estudo-sobre-do-
setor-de-eventos/ 56 Link: http://www.abeoc.org.br/2015/10/eventos-geek-ganham-espaco-no-mercado/?s=geek 57 Esculturas imóveis, de elevado valor monetário, que retratam uma cena de filme ou série e que
apresentadas em eventos Geeks.
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participar de eventos voltados para a cultura pop nerd, de forma que vêm ganhando cada
vez mais espaço entre o público mais jovem.
Nesse sentido, o objetivo geral desta pesquisa é entender o funcionamento do
marketing no evento da CCXP - a Comic Con Experience ou CCXP tem origem em São
Paulo e encontra-se na sua quinta edição, com público participante de aproximadamente
30 mil - para descobrir tendências. Os objetivos específicos levantados visam saber o
quanto as tendências de marketing mudaram em eventos nos últimos anos e qual o retorno
para uma empresa organizadora de eventos fazer um investimento em novas ações de
marketing.
Cabe observar que o marketing é muitas vezes a porta de entrada de uma empresa
e, longe de ser apenas um meio de propaganda de produtos e serviços oferecidos, é
importante para gerar valor e efetuar vendas. Um trabalho de marketing bem feito faz
com que um empreendimento esteja à frente da concorrência e por esse motivo é tão
importante estudar tal segmento em eventos. Assim, este estudo poderá trazer
contribuições para futuras pesquisas acadêmicas, além de ser uma referência para
trabalhos que tratam de eventos geeks.
O metodo científico utilizado é o estudo de caso, para tanto, será aplicado um
questionário via e-mail e realizada uma entrevista com um dos organizadores da CCXP.
Este artigo tem embasamento teórico nos estudos de Richers (2001), Zitta (2014),
Martin (2015) e Coutinho (2010), além de pesquisas webgráficas.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com o objetivo de mostrar a realidade sobre as tendências de marketing tendo em
foco os eventos Geeks, em especial a CCXP (Comic Con Experience), e detalhes sobre
como é feita a divulgação do evento, programação, publicidade de novos games e novos
consoles, suas tecnologias e inovações, será apresentado nas próximas subseções suporte
teórico, a partir de pesquisas bibliográficas e webgráficas, que subsidiará a análise dos
resultados e discussões, quando o artigo for concluído, de forma a compreender como é
o processo de lançamento das novas tendências nesse segmento.
4.1. Marketing
Como foi apresentado por Santângelo (2009), em artigo publicado no site
www.administradores.com.br, o marketing surgiu no pós-guerra, quando ocorreu um
maior avanço na industrialização mundial, que fez com que houvesse uma competição
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mais forte entre as empresas e maior disputa de mercado. Produzir e vender produtos e
serviços de qualidade já não era mais suficiente para alcançar a meta de lucro das
empresas. O cliente passou a ter o poder de escolha, assim, selecionava qual alternativa
no mercado oferecia melhor custo-benefício e atendia suas necessidades. As
organizações, ao reconhecer que estaria nas mãos dos clientes a escolha final, começaram,
então, a desenvolver técnicas como pesquisa de mercado, comunicação das qualidades e
dos benefícios dos produtos em veículos de massa, expansão e diversificação dos canais
de distribuição, adequação de produtos e serviços, de acordo as necessidades e desejos
dos clientes. E, dessa forma, passaram a investir em Marketing, definido como “as
atividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à busca e realização de
trocas para com o seu meio ambiente, visando benefícios específicos” (RICHERS, 2001,
p.17).
Há quem pense que marketing se resuma somente em “propaganda”. Segundo
Keller & Kotler (2006, apud BROCHATO et al., 2009, p. 8), propaganda é “qualquer
forma paga de apresentação não pessoal e promocional de ideias, bens ou serviços por
um patrocinador identificado”, isso se deve porque todos os dias a sociedade é
bombardeada com comerciais de televisão, anúncios em jornais e revistas, outdoors,
telemarketing. De acordo com o Código de Ética dos Profissionais de Propaganda no
Brasil,
A propaganda é a técnica de criar opinião pública favorável a um determinado
produto, serviço, instituição ou ideia, visando orientar o comportamento
humano das massas num determinado sentido (CÓDIGO DE ÉTICA DOS
PROFISSIONAIS DA PROPAGANDA NO BRASIL, 2014, on-line).
Na realidade, a questão de vendas e propaganda é apenas uma parte desse
universo. A administração mercadológica, como função empresarial, integra ao conjunto
de funções desempenhadas pela empresa, tal como produção, finanças, logística, recursos
humanos, sistema de informação, engenharia dos produtos, pesquisa tecnológica, entre
outros. Assim, o marketing engloba a tomada de decisão, a gestão de recursos, a
coordenação de processos e a avaliação de resultados, como qualquer função empresarial.
Para Santângelo (2009), a palavra marketing pode ser traduzida assim: market +
ing, que significa “Mercado em ação”. Mercadologia em sua essência é usar de todas as
ferramentas e recursos possíveis para satisfazer as necessidades e desejos do cliente.
Armstrong (2007, apud SOUZA, 2016, on-line) menciona que, de modo geral, “o
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marketing é um processo administrativo e social pelo qual os indivíduos e organizações
obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação e troca de valor com os outros”.
O marketing e suas ferramentas definirão as estratégias de uma empresa para se
posicionar no mercado, que se valerá das ferramentas disponíveis para abordar, fazer
parte da decisão e gerar fidelidade aos clientes.
1.2 Eventos
O evento é uma atividade social determinada, um acontecimento especial.
Conforme Zitta (2014, p.23), “Evento é um acontecimento onde se reúne diversas pessoas
com os mesmos objetivos e propósitos sobre uma atividade, tema ou assunto. ”
Desse modo, infere-se que evento é um fato que foge da rotina e que precisa ser
devidamente planejado.
1.2.1. Classificação
Para Martin (2015), muitos autores e especialistas tentam encontrar formas para
agrupar os inúmeros tipos de eventos, pois existe um número vasto de classificações que
podem ser adotadas.
A seguir, serão apresentados alguns critérios de classificações mais utilizados em
eventos, com base no livro “Manual Prático de Eventos”, de Vanessa Martin.
De acordo com Andrade (2002, apud MARTIN, 2015, p.37), existem vários tipos
de eventos, que podem ser destacados segundo a sua abrangência:
a. Mundial – reúne participantes de todos os continentes;
b. Internacional – no mínimo 20% dos participantes representam outro
continente que não aquele onde se realiza;
c. Latino-Americano – no mínimo 20% dos participantes representam
quatro outros continentes que não aquele onde se realiza o evento;
d. Brasileiro – reúne participantes de todos os Estados;
e. Regional – reúne participantes de determinada região de um país, de um
continente ou do mundo (sub-brasileiro, Mercosul, pan-americano);
f. Municipal – de interesse local, cuja tarefa é limitada e restrita a um
município.
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Para Tenan (apud MARTIN, 2015, p.38), a classificação da data ou frequência do
evento leva em conta quatro critérios:
b. Permanentes – o evento ocorre periodicamente
c. Esporádicos – os intervalos para acontecer o evento são irregulares.
d. Únicos – acontecem apenas uma vez.
e. De oportunidade – eventos marcantes da história ou tradição local.
Eventos também são agrupados por dimensão, porte ou tamanho, que, de acordo
com Allen (apud MARTIN, 2015, p.39), leva em consideração quatro critérios:
b. Megaevento – o evento mobiliza um grande número de pessoas,
classificado como um evento grandioso, pois atrai a cobertura televisiva.
c. De grande porte – é operado por empresas privadas e mobiliza milhares
de participantes.
d. De médio porte – normalmente realizado com adesão de menos que mil
participantes.
e. De pequeno porte – um segmento ou setor em que o número de
participantes é reduzido.
Existem três tipos de perfis para os participantes, conforme observa Martin (2015,
p. 41):
b. Geral – os participantes são de setores diferentes.
c. Dirigido – são eventos destinados a profissionais de certa atividade e
interesses comuns.
d. Específico ou especializado – composto de técnico e profissionais de
uma determinada área com interesses comuns, como os eventos médicos.
Martin (2015, p. 41) afirma que os eventos podem ter dois tipos de adesão, aberto
ou fechado, assim o organizador pode escolher qual a melhor forma para realizar a adesão
dos participantes:
a. Fechado – o organizador do evento toma para si todas as despesas e
emite os convites para os participantes, pois se trata de um evento
específico.
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b. Aberto – existem dois critérios, cada participante paga o seu convite ou o
acesso é livre, sem restrições e nem taxas de admissão.
Quanto à tipologia, a mesma autora classifica os eventos de acordo com o Quadro
1:
Quadro 1: Tipologia de Eventos
Fonte: Os autores (adaptado de Martin, 2003, p. 45)
A seguir estão descritas duas dessas tipologias, com base em Coutinho (2010),
que convergem com os eventos geeks, corpus deste artigo.
✓ Feira:
A feira é uma iniciativa mercadológica de uma ou várias empresas que se
associam para divulgar e promover seus produtos, técnicas ou serviços, visando à
comercialização. A finalidade principal da feira é, em última instância, a conquista de
mercado, isto é, o aumento da demanda pelos produtos em exposição. Exemplo: Beauty
Fair.
✓ Workshop:
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São encontros onde há uma parte expositiva seguida de demonstrações do objeto
(produto) que gerou o evento. Poderá fazer parte de um evento de maior amplitude.
Exemplo: Workshop Realismo Colorido (mostra técnicas de tatuagem seguidas de
demonstração prática).
A seguir é apresentado o evento geek que se classifica nessas duas tipologias
supracitadas.
1.3. Eventos Geeks
Segundo o site Entretendo58, as primeiras convenções criadas para o segmento
nerd foram representadas pelo evento Comin Con, que trouxe várias novidades dessa
Geek é um sinônimo para nerd e ambos os termos são uma gíria muito usada para
caracterizar pessoas com um jeito peculiar, que exercem diversas atividades intelectuais
e que geralmente têm muita afinidade com tecnologia, cuja cultura envolve tecnologia,
eletrônica, HQ’s, filmes, livros, jogos eletrônicos ou de tabuleiro e etc.
Para Matos et al. (2011), o nicho mercadológico voltado para cultura pop tem
atraído bastante entusiastas, fazendo o consumo de quadrinhos, filmes, arctic figures,
entre outros produtos, crescer e assim gerar uma identidade e personalidade para o grupo.
“A esfera do consumo é hoje central no cotidiano do mundo globalizado, não só para os
jovens, mas para os sujeitos contemporâneos de forma geral, ainda que caiba àquele lugar
privilegiado no processo cultural” (ENNE, 2010, apud MATOS et al., 2011, p. 9).
Estrategicamente, essa tipologia de eventos é marcada por um marketing bem
elaborado e contemporâneo com vistas a chamar a atenção do público.
1.3.1 Marketing em Eventos Geeks
De acordo com o blog He:blog59, o público alvo para esses eventos são os geeks
e é na internet que eles procuram se manter informados sobre as novidades tecnológicas
que envolvem seu universo, e é também no meio digital que as empresas fazem a
58 link: http://www.entretendo.com.br/noticias/834/Saiba-como-surgiu-o-maior-evento-de-
Cultura-Pop-do-mundo-a-Comic-Con cultura, em 1970, em San Diego (Califórnia/EUA), e hoje se tornou
a maior convenção de cultura pop do planeta.
59 link: https://helabs.com/blog/como-atrair-o-publico-geek-para-o-seu-negocio/
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divulgação de seus eventos, assim atingem diretamente o público desejado ao fazerem
campanha nas redes sociais mais populares, como WhatsApp, Facebook e o Youtube.
Os Geek´s são pessoas apaixonadas por histórias em quadrinho e personagem de
filmes de heróis, admiradores de games e de tecnologias. São conhecidos como os nerds
do passado e, hoje, são influenciadores de um grupo muito fiel.
De acordo com He:blog, dentre as estratégias para atrair o público geek, estão:
➢ Manter a credibilidade.
Para atrair este público, é necessário em primeiro lugar garantir informações
corretas, pois um pequeno detalhe errado pode fazer com que se perca completamente a
credibilidade. Tendo isso em mente, uma boa estratégia que vem sendo utilizada por
diversas companhias é produzir conteúdo sobre o seu produto. Por exemplo, se a
especialização é vendas de games eletrônicos, criar um blog que traga informações sobre
o jogo, abrir fóruns para discussão sobre o produto e editar vídeos mostrando o game em
si são ações eficazes para atrair os consumidores. Há outras como:
➢ Buscar sempre exclusividade.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada para este artigo é o estudo de caso, discutido por Yin
(2015), que investiga um fenômeno/situação específico de forma aprofundada e
se estrutura por meio de um Protocolo composto das seguintes partes: questões de
pesquisa (questões que o trabalho responde); proposições de estudo (representam os
objetivos da pesquisa, ou seja, porque se pretende pesquisar sobre determinado tema); e
unidade de análise/dados (permite o recorte adequado da investigação e que dados o
pesquisador precisará para dissertar e discutir a temática em estudo).
Assim, para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica com base no protocolo e em autores que discutem o tema ora tratado neste
trabalho e um questionário a ser enviado para o e-mail construído na plataforma Survey
Monkey (Apêndice A) com participantes do evento CCXP, unidade de análise deste
estudo.
O questionário aplicado foi elaborado da seguinte forma: 5 (cinco) questões: todas
fechadas, ou seja, o respondente terá opção de assinalar somente 1 (uma) alternativa de
resposta, de modo a facilitar a tabulação dos dados coletados.
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Também foi preparado um roteiro de entrevista com um dos organizadores
composto por 5 (cinco) perguntas abertas.
O universo da pesquisa é composto de 227 mil pessoas (base de 2017), com faixa
etária de 05 a 65 anos. Considerando a inviabilidade de contatar todos os participantes,
optou-se por definir uma amostra confiável [embora para o método estudo de caso não
seja necessário ter um número significativo de respondentes] a partir do universo total,
assim, foi realizado o Cálculo Amostral no Survey Monkey60 e chegou-se a 1.835 (mil,
oitocentos e trinta e cinco) pessoas, uma amostra que traz confiabilidade de 99% nos
resultados e com margem de erro de 3%.
3. RESULTADOS PARCIAIS
3.1. CCPX
A Comic Con Experience ou CCXP surgiu em 2014 na capital paulista. Segundo
o site oficial61 do evento, a primeira edição em São Paulo contou com um total de 97 mil
pessoas na convenção; na sua quinta edição, em 2018, o total de pessoas foi de 262 mil
(Figura 2), o que só reforça como a cultura nerd no Brasil tem se consolidado. Segundo
matéria de Fábio Gomes, veiculada no site Ometele62, a quinta edição, em Dez/2018,
marcou cinco anos de CCXP e foi a maior da história. O espaço Artists´ Alley, que é
considerado o coração da Comin Con, contou com 352 mesas e recebeu mais de 540
quadrinistas brasileiros e estrangeiros.
Figura 1: A maior do mundo é nossa
Fonte: Comic Con Experience
60 https://pt.surveymonkey.com/mp/sample-size-calculator/ 61 Link: https://www.ccxp.com.br/a-ccxp 62 Link: https://www.omelete.com.br/quadrinhos/ccxp-2018-mais-de-540-nomes-sao-
confirmados-no-artists-alley-deste-ano
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Figura 2: Número de participantes
2018
2017
5º Edição
4º Edição
2016
3º Edição
2015
2º Edição
1º Edição
2014
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000
Fonte: Os autores (adaptado do Site oficial da Comic Com Experience)
Segundo dados do próprio site da CCXP, o evento de 2018, durante os seus 4 dias
de feira, de 6 a 9 de dezembro, foi o maior festival de cultura pop do mundo, visto que
contou com um total de 262 mil pessoas na convenção, tendo 32 mil pessoas a mais do
que o da última edição, tornando assim o maior festival de cultura pop do mundo.
3.1.1. Classificação do evento
De acordo com a teoria de classificação de eventos apresentada, o evento se
classifica da seguinte forma:
• Abrangência: mundial
• Dimensão: megaevento
• Data: permanente
• Tipologia: feira & workshop
• Adesão: aberto
Com embasamento em todas as teorias dos autores citados neste artigo, pode-se
definir a CCXP como um evento mundial, pois tem a participação de celebridades de
várias localidades do mundo e o seu público é bastante vasto. É um megaevento, pois, em
sua última edição, o total do público chegou a 262 mil pessoas.
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A Comic Con vem acontecendo todos os anos no Brasil, desde 2014, desse modo,
pode ser classificada como um evento com data permanente, pela sua constante e regular
realização.
A tipologia enquadra-se em feira e workshop, pois há a associação de várias
empresas ligadas a essa cultura, como a Netflix, com suas séries de heróis; a Sony, com
o seu console e jogos; e HBO, com suas séries voltadas à fantasia, como Game Of
Thrones; há, também, a parte expositiva de produtos e objetos, como HQ´s e arctic
figures.
A CCXP é um evento aberto com adesão, pois o foco não é apenas os nerds e sim
o maior número de público e não precisa ser “nerd” para apreciar o mundo dos heróis.
3.3. Resultados Esperados
O foco deste artigo é voltado para as tendências de marketing em eventos geek.
Para o estudo de caso, foi escolhido o evento CCXP, que acontece em São Paulo, capital.
Trata-se de um megaevento geek brasileiro de cultura pop que abrange as áreas dessa
indústria como: história em quadrinhos, filmes, séries e videogames.
A proposta consiste em entender quais são as melhores maneiras de atrair o
público geek para um evento ao ponto de torná-lo executável nessas dimensões.
Além do resultado parcial obtido, que procurou trazer, por enquanto, dados sobre
o evento e sua classificação, espera-se, com esta pesquisa, a partir de uma análise mais
aprofundada, identificar as ferramentas de marketing que foram utilizadas para a
divulgação a edição de 2018 e investigar a influência desse marketing no público-alvo da
CCXP. Desse modo, pretende-se entender mais sobre essa tipologia de evento que vem
crescendo cada vez mais no Brasil e, assim, buscar aperfeiçoamento do assunto para
aplicação em eventos futuros de mesma natureza.
REFERÊNCIAS
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Brasil e SEBRAE apresentam estudo sobre do setor de eventos. Disponível em:
http://www.abeoc.org.br/2014/10/abeoc-brasil-e-sebrae-apresentam-estudo-sobre-do-
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http://www.unisalesiano.edu.br/encontro2009/trabalho/aceitos/CC36919369893.pdfAce
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COUTINHO, Helen Rita Menezes. Organização de eventos. 2010. Disponível em:
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_hosp_lazer/061112_org_eventos.pdf
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DUARTE, João David Oliveira. Organização e gestão de eventos. 2009. Disponível
em:https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/1198/1/Monografia_Jo%C3%A3o%20Duarte
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ENTRETENDO. Saiba como surgiu o maior evento de Cultura Pop do mundo, a
Comic Con! Disponível em: http://www.entretendo.com.br/noticias/834/Saiba-como-
surgiu-o-maior-evento-de-Cultura-Pop-do-mundo-a-Comic-Con Acesso em: 08 nov.
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HE: BLOG. Como atrair o público geek para o seu negócio? Disponível em:
https://helabs.com/blog/como-atrair-o-publico-geek-para-o-seu-negocio/ Acesso em: 11
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GOMES, Fábio de Souza. CCXP 2018/ Mais de 540 nomes são confirmados no
Artists’ Alley deste ano. 2018. Disponível em:
https://www.omelete.com.br/quadrinhos/ccxp-2018-mais-de-540-nomes-sao-
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MATOS, Patrícia. O nerd virou cool: identidade, consumo midiático e capital
simbólico em uma cultura juvenil em ascensão. 2011. Disponível em:
http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sudeste2011/resumos/R24-1149-1.pdf
Acesso em: 05 nov. 2018.
RICHERS, Raimar. O que é marketing: Primeiros 27 passos. 15.ed. São Paulo:
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SANTÂNGELO, Caio César Ferrari. A origem e evolução do marketing. Disponível
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SIGNIFICADOS. Significado de Geeks. Disponível em:
https://www.significados.com.br/geeks/ Acesso em: 14 mar. 2019
SOUZA, Clebson Ferreira de Souza. Marketing digital a evolução do marketing.
Disponível em: https://www.administradores.com.br/artigos/academico/marketing-
digital-a-evolucao-do-marketing/98294/l Acesso em: 11 out. 2018.
SURVEY MONKEY. Obtenha as respostas que você precisa. Disponível em:
https://pt.surveymonkey.com Acesso em: 28 nov. 2018.
ZITTA, Carmem. Organização de eventos: da ideia a realidade. 5.ed.Brasilia: SENAC
DF. 2014.
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO - SURVEY MONKEY
1-Como você ficou sabendo do evento?
A) Amigos
B) Internet
C) Rádio/Tv
D) outros
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2-Você viu divulgação deste evento?
A) sim, bastante
B) sim, razoavelmente
C) não me lembro
D) não
3-Você já sabia do acontecimento desse evento?
A) sim, desde o início
B) sim, há vários anos
C) não, fiquei sabendo este ano
D) não, fiquei sabendo agora
4- Você já foi a um evento como esse?
A) sim, várias vezes
B) sim, uma vez
C) não, mas tenho vontade
D) não, não tenho interesse
5- Qual meio de divulgação você acha que foi mais utilizado?
A) YouTube
B) Facebook
C) Twitter
D) Instagram
E) Televisão
APÊNDICE B - ENTREVISTA COM OS ORGANIZADORES
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1-De onde surgiu a ideia de realizar este tipo de evento?
2- Qual o meio de divulgação mais importante para esse tipo de evento?
3- Qual é a expectativa para o evento deste ano?
4- De onde vêm as inspirações para divulgação do evento?
5- Qual o desafio mais importante na divulgação do evento?
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