presidente prudent e

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Caracterização socioeconomica do municipio de presidente prudente

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Governador Geraldo Alckmin

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional Secretário Julio Semeghini

Secretária-Adjunta Cibele Franzese

Chefe de Gabinete Joaldir Reynaldo Machado

CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DAS REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO −−−− REGIÃO ADMINISTRATIVA DE PRESIDENTE PRUDENTE −−−−

MARÇO, 2013

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O trabalho Caracterização Socioeconômica das Regiões do Estado de São Paulo apresenta um estudo detalhado das Regiões Administrativas-RAs e Metropolitanas-RMs paulistas no campo econômico, demográfico, social e de rede urbana. Permite conhecer cada uma dessas regiões, auxiliando o Governo estadual a adequar suas politicas às principais características regionais. Na Caracterização, são apresentadas, inicialmente, as caracterizações político-administrativa, histórica e de infraestrutura viária da região e, a seguir, uma síntese analítica do conteúdo do conjunto do trabalho. No que diz respeito aos Aspectos Econômicos, foram identificados os principais produtos agropecuários e industriais e os principais serviços da região, abordando o encadeamento existente entre os setores e seu papel no desempenho econômico regional no período 1996 a 2008. Foram apresentados, ainda, dados de infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica, emprego, valor adicionado e valor adicionado fiscal, exportação e importação de produtos industriais, arranjos e aglomerados produtivos, entre outros dados e informações considerados relevantes na caracterização da região. As características sociais das Regiões Administrativas e Metropolitanas são avaliadas a partir do Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS, desenvolvido pela Fundação Seade, com o objetivo de caracterizar os municípios paulistas no que se refere às dimensões de renda, longevidade e escolaridade. Quanto ao tema da rede urbana, é possível verificar como se organiza a ocupação do território regional em metrópoles, aglomerações urbanas e centros urbanos. Em demografia, encontram-se informações como porte populacional dos municípios, taxa de crescimento da população, índice de envelhecimento e razão de dependência da população potencialmente inativa, além de projeções, até 2020. Este trabalho auxilia, portanto, os setores público e privado e a população em geral, em seus interesses e campos de atuação distintos, no conhecimento das regiões do Estado de São Paulo.

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Apresentação .............................................................................................................................. 5

Caracterização ............................................................................................................................ 9

Aspectos Econômicos .................................................................................................................. 13

Agropecuária ........................................................................................................................ 13

Indústria e Serviços .............................................................................................................. 19

Desempenho Econômico, 1996 a 2008 ............................................................................... 40

Aspectos Demográficos .............................................................................................................. 45

Aspectos Sociais e IPRS................................................................................................................ 51

Rede Urbana ............................................................................................................................... 55

Centro Regional de Presidente Prudente............................................................................ 58 Destaques da Região .................................................................................................................. 63 Números da Região ................................................................................................................... 64

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A Região Administrativa de Presidente Prudente, situada no extremo oeste do Estado de São Paulo, é a quarta maior em extensão territorial, com 23.952 km² ou 9,6% do território paulista. Nela se localizam 53 municípios distribuídos em três Bacias Hidrográficas: Médio Paranapanema (Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos-UGRHI 17); Peixe (UGRHI 21) e Pontal do Paranapanema (UGRHI 22).

RA de Presidente Prudente

1 Adamantina 15 Inúbia Paulista 29 Pacaembu 43 Sagres2 Alfredo Marcondes 16 Irapuru 30 Panorama 44 Salmourão3 Álvares Machado 17 Junqueirópolis 31 Pauliceia 45 Sandovalina4 Anhumas 18 Lucélia 32 Piquerobi 46 Santa Mercedes5 Caiabu 19 Marabá Paulista 33 Pirapozinho 47 Santo Anastácio6 Caiuá 20 Mariápolis 34 Pracinha 48 Santo Expedito7 Dracena 21 Martinópolis 35 Presidente Bernardes 49 São João do Pau d'Alho8 Emilianópolis 22 Mirante do Paranapanema 36 Presidente Epitácio 50 Taciba9 Estrela do Norte 23 Monte Castelo 37 Presidente Prudente 51 Tarabaí

10 Euclides da Cunha Paulista 24 Nantes 38 Presidente Venceslau 52 Teodoro Sampaio11 Flora Rica 25 Narandiba 39 Rancharia 53 Tupi Paulista12 Flórida Paulista 26 Nova Guataporanga 40 Regente Feijó13 Iepê 27 Osvaldo Cruz 41 Ribeirão dos Índios14 Indiana 28 Ouro Verde 42 Rosana

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Além de estar na área de influência da Hidrovia Tietê-Paraná, a RA tem como principais vias de acesso a Rodovia Raposo Tavares (SP 270), que faz a ligação com a capital e o Mato Grosso do Sul; a Assis Chateaubriand (SP 425), que liga a região ao Paraná e às regiões do oeste e norte do Estado de São Paulo; a Comandante João Ribeiro de Barros (SP 294), que conecta vários municípios da RA com o Rio Paraná e, no sentido oposto, com Bauru e a Rodovia Marechal Rondon; e a Julio Budiski (SP 501), que une Presidente Prudente à SP 294. É servida, ainda, pela ferrovia América Latina Logística-ALL, além do aeroporto de Presidente Prudente.

Infraestrutura Viária Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente

Fonte: Secretaria de Logística e Transportes. Elaboração: SPDR/UAM.

Assim como as outras regiões do oeste paulista, a de Presidente Prudente teve sua colonização determinada pela construção das ferrovias e pela cultura cafeeira. A chegada da Estrada de Ferro Sorocabana, no início do século XX, e a introdução do café na Alta Sorocabana (como ficou conhecida a região de Presidente Prudente) propiciaram sua integração ao processo de transformação econômica mais amplo que atingia o Estado. Inicialmente, a ocupação consolidou-se em torno da estrada de ferro, reforçando as funções urbanas de cidades como Presidente Prudente, Presidente Bernardes, Santo Anastácio, Presidente Venceslau e Presidente Epitácio. A região atravessou diversas fases econômicas, desde extração da madeira e criação de gado, passando pelo café (décadas de 20 e 30), algodão (décadas de 30 e 40), menta (durante a segunda guerra mundial), amendoim e, novamente, o gado. Recentemente, vem ocorrendo forte expansão da cana.

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As atividades extrativas vegetais estiveram associadas a serrarias e empresas madeireiras ligadas à navegação, em virtude da localização da região na divisa com os Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Instalaram-se algumas unidades industriais ligadas à construção naval e aos serviços de carga e descarga, além do Porto Fluvial de Presidente Epitácio. A partir da década de 1950, chegaram os primeiros frigoríficos, aumentando o interesse pela engorda de bovinos e, consequentemente, intensificando a formação e expansão de pastos e áreas de invernadas. Nos anos 1970, a região prudentina firmou-se como a área do Estado com o maior rebanho de bovinos de corte. A expansão da pecuária, o recuo das áreas de lavoura e a modernização da agropecuária, com as transformações na indústria, agiram sobre o movimento populacional e a urbanização, refletindo-se na diminuição da população rural, no crescimento da população urbana e na expansão do contingente empregado nos setores de comércio e serviços. Atualmente, a estrutura econômica regional é caracterizada pela integração entre as atividades primárias e secundárias. Conforme pode ser visto ao longo da seção INDÚSTRIA E SERVIÇOS, a agroindústria é o principal segmento da indústria de transformação. As divisões mais representativas são as de fabricação de produtos alimentícios, biocombustíveis, couros e calçados, vestuário e acessórios, que se destacam em termos de geração de empregos, de número de estabelecimentos e do valor adicionado fiscal. Destes segmentos, ocupam posição importante, nas exportações, o de alimentos, couros e calçados e combustíveis que, juntos, representaram 99,2% do total exportado em 2009, pela RA. Os municípios que mais concentraram empregos, nos principais segmentos da indústria regional em 2008, foram: Presidente Prudente, Teodoro Sampaio, Osvaldo Cruz e Panorama. Quanto ao setor terciário, na região, o comércio ocupava, em 2008, a primeira posição em número de estabelecimentos, com cerca de 40% do total regional. Já em termos de empregos, a liderança ficou com os serviços, com algo em torno de 25%. A sede regional, Presidente Prudente, que polariza, além dos municípios da região, áreas do Mato Grosso do Sul e Paraná, destaca-se em vários segmentos do comércio e em serviços de apoio às empresas e às famílias; de educação; e de atenção à saúde humana. O município também exerce a função de polo do Centro Urbano de Presidente Prudente. Como mostra a seção REDE URBANA, Álvares Machado e Regente Feijó guardam forte relação com Presidente Prudente, tanto no que diz respeito às interações espaciais (com deslocamento de pessoas ao trabalho e estudo), quanto em outras dimensões da vida social e da conexão territorial entre tais centros, pois, em alguns pontos, há, inclusive, contiguidade dos tecidos urbanos de Álvares Machado e Presidente Prudente. Em termos de empregos formais, no município de Presidente Prudente, os serviços ocupavam, em 2008, 34,4% do total dos postos de trabalho e o comércio, 26,7%, enquanto, na indústria de transformação, esse percentual era de 21,7% e, na administração pública, 9,4%.

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Embora não seja uma das RAs de maior dinamismo econômico, como pode ser visto na seção DESEMPENHO ECONÔMICO, alguns de seus municípios destacaram-se, com taxas de crescimento do Produto Interno Bruto-PIB superiores a 6,0% ao ano, entre 1996 e 2008: Sandovalina, Narandiba, Pauliceia, Rancharia e Iepê1. Rancharia, o maior dos municípios citados acima, com 28.809 habitantes2 em 2011, deve seu dinamismo a uma estrutura econômica mais diversificada e a sua relativa influência espacial, pois oferece diversas atividades de serviços, que atendem a população local e de municípios vizinhos. Adicionalmente, recebe visitantes em busca de lazer nas praias artificiais de sua represa. Nos municípios de Sandovalina, Narandiba, Iepê e Pauliceia, o crescimento expressivo do PIB é atribuído à expansão do complexo agroindustrial da cana-de-açúcar, com implantação e ampliação de usinas e destilarias na região, como ressaltado na seção INDÚSTRIA E SERVIÇOS. Da mesma forma, na seção AGROPECUÁRIA, sobressai o incremento da área ocupada, na RA, com cana-de-açúcar, entre 1995/96 e 2007/08, que passou de 92 mil hectares (ha) para 403 mil ha. A cana ocupava, em 2007/08, 18% do total da área da região. Em 1995/96, esse percentual era de 4%. Dentre as culturas da região, também apresentaram incrementos de área: amendoim, mandioca, soja, eucalipto e seringueira. A seção de DEMOGRAFIA aponta o baixo crescimento populacional que foi de 0,56% ao ano, no período 2000/2010, inferior às médias estadual, de 1,09%, e do município-polo, de 0,93%. Apresentaram taxas de crescimento negativas11 municípios. Na seção ASPECTOS SOCIAIS, observa-se que a região tem excelentes condições de educação, na qual ocupa a 3ª colocação no ranking das RAs, no Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS. Todavia, a região encontra-se na nona posição na dimensão longevidade e a penúltima, em riqueza. A distribuição dos 53 municípios da região, nos grupos do IPRS, mostra grande concentração nos Grupos 3 e 4. No terceiro Grupo, estão classificados 26 municípios que registraram baixos índices de riqueza e bons indicadores de longevidade e escolaridade; e, no Grupo 4, estão 21 municípios que, diferentemente do anterior, apresentaram resultado insatisfatório em uma das dimensões sociais. Cinco localidades foram classificadas, no Grupo 5, que apresenta indicadores baixos nas três dimensões, e apenas o município-sede da RA enquadrou-se no Grupo 1 que possui bons indicadores de riqueza, longevidade e escolaridade.

1 Na RA de Presidente Prudente, 22% dos municípios apresentaram dinamismo, 42% cresceram na média do conjunto do estado e 36% apresentaram estagnação. 2 FUNDAÇÃO SEADE. Informações dos Municípios Paulistas, 2012. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/imp/>. Acesso em: 29 mai. 2012.

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AGROPECUÁRIA A economia regional é baseada na produção agropecuária, com expressiva participação da cana-de-açúcar e pecuária bovina. O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária-LUPA3 apresenta, entre outros recortes territoriais, informações agrupadas segundo os Escritórios de Desenvolvimento Rural-EDRs4. Agrupamentos de EDRs possibilitam avaliação da produção agropecuária das Regiões Administrativas, levando em conta sua diversidade. No caso de Presidente Prudente, serão considerados, aqui, os municípios dos EDRs de Dracena5, Presidente Prudente6 e Presidente Venceslau7. É excluído o município de João Ramalho que se encontra no EDR de Presidente Prudente, mas pertence à RA de Marília. Adicionalmente, são incluídos os municípios de Inúbia Paulista, Lucélia, Osvaldo Cruz, Pracinha, Sagres e Salmorão que fazem parte do EDR de Tupã, mas pertencem à RA de Presidente Prudente. A área total8 ocupada com atividades agropecuárias, na RA, segundo o LUPA, permaneceu, praticamente, estável, entre 1995/96 e 2007/08. A área ocupada com cana, contudo, cresceu de 92 mil ha para 403 mil, ou 338%, no período considerado. Dentre as culturas da região, também apresentaram incrementos de área: amendoim, mandioca, soja, eucalipto e seringueira. Já o plantio de algodão, feijão e milho tiveram decréscimos expressivos, pois dos 41,3 mil ha de algodão, de 1995/96, por exemplo, passou-se a 825 ha, em 2007/08. Da mesma forma a área de feijão se reduziu, no mesmo período, de 20,2 mil para 2 mil ha e a de milho, de 62,6 mil para 31,2 mil ha. A cana-de-açúcar é predominante, na região. Em 2010, seu Valor da Produção Agropecuária-VPA foi de R$ 1,9 bilhão, ou 7,3% do Estado, e a cana contribuiu com 53% do VPA regional9. A cana ocupava, em 2007/08, 18% do total da área da região. Em 1995/96, esse percentual era de 4%. Em termos de EDRs, os aumentos foram, também, expressivos. No de Presidente Prudente, por exemplo, a cana ocupava 35 mil ha, em 1995/96, e, em 2007/08, passou a 191 mil ha, representando 21% da área total do EDR. No caso do de Dracena, a cana passou de 23 mil ha, em 1995/96, para 127 mil, em 2007/08, quando representou 29% da área total.

3 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Instituto de Economia Agrícola. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São Paulo - LUPA 2007/2008. São Paulo: SAA/CATI/IEA, 2008. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/projetoLUPA>. Acesso em: 23 mai. 2011. 4 O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA) apresenta dados relativos às explorações agropecuária do Estado de São Paulo. Segundo corte regional, estão disponíveis informações para: o total do Estado; conjuntos de municípios, agrupados segundo os 40 Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR); e os 645 municípios de São Paulo. 5 Compõem o EDR de Dracena: Adamantina, Dracena, Flora Rica, Flórida Paulista, Irapuru, Junqueirópolis, Mariápolis, Monte Castelo, Nova Guataporanga, Ouro Verde, Pacaembu, Panorama, Pauliceia, Santa Mercedes, São João do Pau D'Alho e Tupi Paulista. 6 Compõem o EDR de Presidente Prudente: Alfredo Marcondes, Álvares Machado, Anhumas, Caiabú, Emilianópolis, Estrela do Norte, Iepê, Indiana, João Ramalho, Martinópolis, Nantes, Narandiba, Pirapozinho, Presidente Bernardes, Presidente Prudente, Rancharia, Regente Feijó, Sandovalina, Santo Expedito, Taciba e Tarabaí. 7 Compõem o EDR de Presidente Venceslau: Caiuá, Euclides da Cunha Paulista, Marabá Paulista, Mirante do Paranapanema, Piquerobi, Presidente Epitácio, Presidente Venceslau, Ribeirão dos Índios, Rosana, Santo Anastácio e Teodoro Sampaio. 8 SEGUNDO o LUPA, a área total compreende: área com cultura perene; área com cultura temporária; área com pastagem; área com reflorestamento; área de vegetação natural; área em descanso, também conhecida como de pousio; área de vegetação de brejo e várzea; e área complementar compreende as demais terras da UPA, como aquelas ocupadas com benfeitorias (casa, curral, estábulo), represa, lagoa, estrada, carreador, cerca, bem como áreas inaproveitáveis para atividades agropecuárias. 9 TSUNECHIRO, Alfredo et al. Valor da Produção Agropecuária e Florestal do Estado de São Paulo em 2010. São Paulo: Informações Econômicas, volume 41, nº. 5, maio de 2011.

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O estudo Região de Influência das Cidades-Regic 200710 permite conhecer o destino da produção agropecuária de municípios selecionados do Estado11. Segundo o Regic, a cana, na RA, destina-se aos diversos municípios que possuem uma ou mais usinas e destilarias de álcool. Junqueirópolis, por exemplo, possui duas usinas e recebe cana dos municípios de Emilianópolis, Flora Rica, Irapuru, Ouro Verde, Pacaembu e Santa Mercedes12. Desde os anos de 2004 e 2005, a cana-de-açúcar vem conquistando espaços crescentes, com a instalação de novas destilarias. Esse processo deve ter se intensificado nos últimos anos, pois diversos municípios, no oeste da região, como Caiuá, Mirante do Paranapanema, Pauliceia e Sandovalina, por exemplo, não constam, no Regic, como destino da produção de cana, em 2007, mas possuíam usinas produtoras de etanol, cadastradas na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis-ANP, em 2011. O processo de expansão do negócio sucroalcooleiro vem ocorrendo não somente através da implantação de novas unidades processadoras, mas, também, pela ampliação de empresas já instaladas e da aquisição e reestruturação de usinas desativadas13. A unidade processadora, no município de Caiuá, por exemplo, foi construída nos anos 1980 e teve vários grupos controladores. A usina moeu, em 2008, 1,4 milhão de toneladas de cana, havendo intenção de ampliar a capacidade de processamento para 4 milhões de toneladas, até 2012. A maior parte da colheita ainda era manual, em 200814. A unidade do município de Santo Anastácio, por sua vez, estava desativada, quando foi adquirida, em 2006, com posterior ampliação da capacidade produtiva e renovação dos canaviais. Em decorrência disso, processou, na safra 2007/2008, cerca de 750 mil toneladas de cana e, aproximadamente, 1,5 milhão de toneladas, na safra 2008/2009. A empresa produzia, então, somente álcool, mas já havia projeto para produzir também açúcar e aumentar a capacidade da unidade processadora para 2,5 milhões de toneladas de cana15. A área plantada com cana era 60% própria, em terras arrendadas, e 40% de fornecedores. A usina terceirizava transporte e carregamento de cana, além do transporte dos trabalhadores. Até 2008, a colheita era manual, com emprego de cerca de 1.100 trabalhadores. No entanto, havia previsão de investimentos para mecanizar cerca de 30% a 40%, em 2008/200916. Uma unidade processadora de Narandiba foi, também, construída no contexto do Proálcool. Depois de estar inoperante por vários anos, foi reativada em 2005. Na safra 2005/2006, moeu apenas 60 mil toneladas de cana e, em 2006/2007, processou 200 mil toneladas17.

10 BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia. Região de Influência das Cidades - Regic, 2007. Rio de Janeiro: 2008. 11 DE ACORDO com a metodologia do Regic, foi perguntado, no item “Agropecuária – Distribuição da Produção”, qual o destino da maior parte da produção local. O seu Banco de Dados, contudo, não contem informações para a totalidade dos municípios do Estado de São Paulo, sendo, portanto, aqui utilizado o conjunto de informações existentes. O Regic aponta, ainda, que se identificam, pelo menos, cinco padrões distintos na distribuição da produção: o dos produtos de consumo imediato, para regiões vizinhas; o de produtos para agroindústria, presentes em pontos específicos do Estado; o de produtos destinados a centros atacadistas; o de produtos para abastecimento de cadeias varejistas; e o de produtos destinados à exportação, fluindo para cidades portuárias. 12 BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Relação de Fornecedores de Etanol Cadastrados. Disponível em: www.anp.gov.br. Acesso em: 4 out 2011. 13 OLIVEIRA, Ana Maria Soares. Reordenamento Territorial e Produtivo do Agronegócio Canavieiro no Brasil e os Desdobramentos para o Trabalho. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciência e Tecnologia, Campus de Presidente Prudente. Presidente Prudente, 2009. 14 OLIVEIRA, op. cit. 15 OLIVEIRA, op. cit. 16 OLIVEIRA, op. cit. 17 OLIVEIRA, op. cit.

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Outra unidade do município de Narandiba, diferentemente das demais empresas mencionadas, é resultado da implantação de projeto novo e iniciou suas operações, em julho de 2008. Projetada para moer em torno de 3,5 milhões de toneladas de cana e, como várias unidades novas, começou fabricando apenas álcool, mas já estava implantando fábrica de açúcar, com perspectiva de iniciar a produção, ainda na safra 2008/200918. A empresa começou a safra 2008/2009 com aproximadamente 80% da colheita mecanizada, mas teria contratado, ainda naquela safra, aproximadamente 1.500 trabalhadores para o corte manual. Com a aquisição de máquinas adicionais, possivelmente, a mecanização da colheita já tenha se aproximado dos 100% na safra 2009/201019. A usina do município de Teodoro Sampaio é, também, representativa do processo de expansão da cana, na região. Na safra 2005/2006, esmagou 897 mil toneladas de cana e em 2007/2008, 1,2 milhão de toneladas. O crescimento reflete não só o incremento do cultivo da cana e da produção de seus derivados, mas o fato da empresa encontrar-se mais capitalizada, por de ter sido adquirida por novo grupo empresarial20.

Distribuição geográfica da área cultivada de cana-de-açúcar 2007/2008

RA de Presidente Prudente e Estado de São Paulo

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR / UAM.

A produção de mandioca apresentou aumento de 278%, entre 1995/96 e 2007/08, passando de 2,3 mil para 8,7 mil ha. Em termos de EDRs, os aumentos foram expressivos no de Presidente Prudente, por exemplo, onde a lavoura ocupava um mil ha, em 1995/96, e passou a 5,1 mil ha, em 2007/08. No caso do

18 OLIVEIRA, op. cit. 19 OLIVEIRA, op. cit. 20 OLIVEIRA, op. cit.

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de Presidente Venceslau, a área cultivada passou de 1,5 mil ha, em 1995/96, para 3,1 mil, em 2007/08. Os municípios de Euclides da Cunha Paulista, Martinópolis, Mirante do Paranapanema e Rancharia foram responsáveis, em 2007/08, por 74% da área cultivada regional. Estudo do Instituto de Economia Agrícola-IEA21 aponta que, a despeito do crescimento da área plantada, houve queda da produtividade. Em 2000, a produtividade média da cultura, na região, era de 17,12 t/ha, e, em 2008, caiu para 16,9 t/ha. Isso teria ocorrido em função da perda de áreas mais produtivas para outras culturas, como a cana-de-açúcar, e a manutenção da produção em áreas mais reduzidas, com menores investimentos.

Distribuição geográfica da área cultivada de mandioca 2007/2008

RA de Presidente Prudente e Estado de São Paulo

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.

A produção de soja aumentou 140%, entre 1995/96 e 2007/08, passando de 14,3 mil para 34,3 mil ha. Em termos de EDRs, sobressai o de Presidente Prudente, por exemplo, onde a lavoura ocupava 13,4 mil ha, em 1995/96, e passou a 33,7 mil ha, em 2007/08. Iepê e Rancharia foram responsáveis, em 2007/08, por 26% da área cultivada regional. Em Iepê, atua uma cooperativa, com sede no Paraná, que possui entreposto e armazém, adquirindo, no município, soja, milho e trigo e fornecendo insumos agropecuários22.

21 SANTINI, Giuliana Aparecida; OLIVEIRA, Sandra Cristina; PIGATTO, Gessuir. Análise da relação das variáveis preço e produção da mandioca tipo indústria no Estado de São Paulo, 1996 a 2008. São Paulo: Informações Econômicas, volume 40, nº. 3, março de 2010. 22 DISPONÍVEL em http://www.corol.com.br/index.asp. Acesso em 09 jan.2012.

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Distribuição geográfica da área cultivada de soja 2007/2008 RA de Presidente Prudente e Estado de São Paulo

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.

Em termos de produção animal, a região tem, na pecuária bovina, uma importante atividade econômica. Os dados do LUPA apontam que, entre 1995/96 e 2007/08, o plantel de bovinos de corte praticamente se manteve estável, enquanto, na bovinocultura mista e de leite, houve decréscimo nos plantéis de 14% e 36%, respectivamente. Informações do Regic indicam intensa comercialização de bovinos, entre os municípios da região e de regiões vizinhas. Entre os principais municípios a que se destinam bovinos da RA, destacam-se: na RA de Araçatuba, os municípios de Andradina e Araçatuba; e na RA de São José do Rio Preto, o de Novo Horizonte. Na pecuária de corte, estudo do IEA23 registra que, na região, há possibilidade de melhoria da capacidade de lotação das pastagens24, o que viabilizaria aumento significativo de retorno para os produtores, pois mesmo nas condições atuais, com pastagens de nível considerado sofrível, com cerca de 0,8 cabeças/hectare, os retornos econômicos ainda são interessantes. A pecuária regional é reconhecida pela sua tradição na produção de gado nelore com: laboratórios de melhoramento genético; exposições agropecuárias; fabricação de medicamentos homeopáticos para o gado bovino (Presidente Prudente); produção de sementes especiais para pastagens (especialmente em Álvares Machado, Rancharia e Presidente Prudente); troncos para contenção bovina (destaque para

23 OLIVETTE, Mário Pires de Almeida et al. Evolução e prospecção da agricultura paulista: liberação da área de pastagem para o cultivo da cana-de-açúcar, eucalipto, seringueira e reflexos na pecuária, 1996 – 2030. São Paulo: Informações Econômicas, volume 41, nº. 3, março de 2011. 24 Número de cabeças de gado por hectare.

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Dracena); curtumes (Adamantina, Presidente Prudente, Pirapozinho etc.); frigoríficos (Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Rancharia etc.); e exploração do couro e sebo bovino (Pirapozinho)25.

Os diversos frigoríficos possuem atividades diferenciadas, em termos de aproveitamento de subprodutos e resíduos etc. tem como foco agregação de valor através da qualidade do produto, para concorrer com os estados do Centro-Oeste e Norte, onde os sistemas de produção adotados são, majoritariamente, voltados para produção de commodity 26. Presidente Epitácio, por exemplo, tem figurado como plataforma agroindustrial de produtos alimentícios derivados do beneficiamento bovino por parte de duas importantes empresas instaladas na cidade e atuando em nichos de mercado distintos: uma relacionada ao segmento de gelatinas e a outra ao segmento frigorífico e de couro27. O adensamento industrial, verificado na região, é ao mesmo tempo resultado e gerador de maior disponibilidade de fornecedores de insumos, de mão de obra qualificada e de serviços em diversos setores. Outra vantagem é o Estado de São Paulo abrigar um conjunto de organizações representativas dos agentes da cadeia produtiva, o que confere maior capacidade para a formulação e coordenação de políticas público-privadas28.

Distribuição geográfica da bovinocultura de corte 2007/2008 RA de Presidente Prudente e Estado de São Paulo

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.

25 JURADO DA SILVA, Paulo Fernando. Cidades pequenas e indústria: contribuição para a análise da dinâmica econômica na Região de Presidente Prudente-SP. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente, 2011. 26 SOUZA FILHO, Hildo Meirelles de; ROSA, Fabiano Tito; VINHOLIS, Marcela de Mello Brandão. Diagnóstico e recomendações para aumento da competitividade da cadeia produtiva da carne bovina do Estado de São Paulo. XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober). Rio Branco, 20 a 23 de julho de 2008. Disponível em: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/48453. Acesso em: 10 jan. 2012. 27 JURADO DA SILVA, op. cit. 28 SOUZA FILHO, op. cit.

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Quanto à avicultura de postura, houve ligeiro aumento, em termos regionais. Destacam-se os municípios de Osvaldo Cruz e Rancharia, que respondem por 71% do total da RA e se encontram próximos da região de Bastos, localizada na RA de Marília, fornecedora da matéria-prima necessária à atividade29. Bastos possui o maior plantel de aves de postura do país, a maior produção de ovos do Brasil e sua economia gira em torno do comércio de ovos, desde a década de 1950. A região de Bastos compreende outros 16 municípios, dentre os quais Osvaldo Cruz, que se caracterizam por terem na avicultura de postura importante fonte de renda30.

Distribuição geográfica da avicultura para ovos 2007/2008

RA de Presidente Prudente e Estado de São Paulo

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.

INDÚSTRIA E SERVIÇOS INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS E DE SERVIÇOS NA RA DE PRESIDENTE PRUDENTE O processo de ocupação do território da RA, em meados do século XIX, foi marcado por conflitos pela propriedade da terra. O povoamento regional, no entanto, se consolidaria com a produção intensiva de café, ocorrida após a implantação da Estrada de Ferro Sorocabana na região, a partir do final do século XIX. Em 1916, a ferrovia atingia Rancharia, em 1917, Indiana, em 1919, Regente Feijó, Presidente Prudente e Presidente Bernardes, em 1921, Santo Anastácio e Presidente Venceslau e, em 1922,

29 MEDEIROS, Célia M. S. V. O produtor familiar rural e a dinâmica econômica e social no espaço rural da região de Presidente Prudente nos anos 1980 – 90. Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia. São Paulo, 2002. 30 CORREZOLA, Luis de Macedo. Frequência de reações sorológicas para Mycoplasma gallisepticum em aves de postura de granjas comerciais localizadas no Estado de São Paulo. Instituto Biológico, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios. São Paulo, 2010.

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Presidente Epitácio, nas barrancas do Rio Paraná, formando, em seu caminho, diversos núcleos urbanos, integrando o território à economia estadual 31. As principais fases econômicas, a partir da década de 1920, – a do café, até meados da década de 1930, a do algodão, até a década de 1950, e, em menor escala, a do amendoim – consolidaram essa ocupação por meio das atividades agrícolas e de unidades agroindustriais de beneficiamento e transformação de produtos oriundos do campo. A década de 1930 foi marcada pela decadência do café em toda a região, dando origem à policultura, destacando-se o algodão e os cereais, e, em menor escala, a pecuária, levando, a partir daí, ao crescimento do processo de urbanização, do contingente de trabalhadores urbanos e do número de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, especialmente em Presidente Prudente. Nas cidades, ao longo da ferrovia, foram instaladas diversas indústrias de descaroçamento e beneficiamento de produtos agrícolas, particularmente de algodão, amendoim e mamona, voltados à produção de óleo, além de unidades produtoras de tecidos de algodão. Surgem, ainda, nos centros urbanos, indústrias de pequeno porte e de capital local voltadas à produção de bens de consumo32. No período 1930-1947, o cultivo do algodão dinamizou a região, tornando-se sua principal atividade econômica e Presidente Prudente consolidou-se como o maior núcleo urbano da Alta Sorocabana. No final da década de 1950, foi implantado o primeiro estabelecimento de ensino superior, pavimentada a rodovia Raposo Tavares – trecho Presidente Prudente-Assis –, implantadas escolas e recinto para exposição de animais e foi dado início à construção ferroviária do Ramal de Dourados. Com o declínio do algodão, na década de 1950, cai drasticamente o número de usinas de beneficiamento do produto e expande-se a pecuária extensiva, expulsando mão de obra do campo e promovendo concentração fundiária e aumento do contingente populacional urbano. Nesse período, surgem os primeiros frigoríficos, na região. Em 1960, o Frigorífico Bordon instala-se em Presidente Prudente, estimulando a implantação de outros frigoríficos e curtumes de capitais externos e internos à região. Na década de 1970, a RA possuía o maior rebanho de bovinos de corte do Estado, embora, com a criação do Proálcool, em 1975, e os incentivos do governo estadual, aos poucos, a cana-de açúcar foi avançando e se consolidando no campo33. Com a expansão da cana-de-açúcar e das usinas de açúcar e álcool − que potencializaram a integração da economia regional à economia estadual e nacional −, a modernização da agricultura e a maior complexidade do setor terciário e da centralidade de Presidente Prudente, a indústria local se diversificou como apoio às indústrias de transformação e da construção civil, implantando unidades industriais que não mais estabeleciam relação direta com as atividades do campo, como as dos ramos químico, de minerais não-metálicos e mecânico34.

31 SANTOS, Álvaro Barboza dos. Desenvolvimento Regional e Capital Social: uma Abordagem para a Microrregião de Presidente Prudente - SP, Presidente Prudente, 2005. 32 Idem, ibidem. 33 INSTITUTO LOCUS, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretaria de Desenvolvimento Territorial. Estudo Propositivo, Dinamização das Economias Territoriais, Território Pontal do Paranapanema - SP. Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável nos Territórios, Agosto de 2005. 34 SANTOS, Eliane Carvalho dos. A dinâmica recente do setor industrial e de seu mercado de trabalho formal da Região Administrativa de Presidente Prudente – SP. Geografia em Atos, n. 8, v.1. UNESP, Presidente Prudente, 2008.

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Ao final da década de 1980, os incentivos fiscais concedidos pelo Governo federal para as empresas se instalarem no Centro-Oeste do país deslocam a produção pecuária e muitos frigoríficos para Estados vizinhos. Em 2005, apesar de ainda contar com um dos mais elevados plantéis de gado bovino do país, a região abrigava poucos frigoríficos em atividade, em geral, os de capital local. As tentativas de atração de novas indústrias, nas décadas de 1970 e 1980, não foram bem sucedidas. Algumas grandes empresas se instalaram na região, no período 1973-1977, como a CICA, para industrialização de tomate produzido na região, e os curtumes Scarbord, Touro e Búfalo. No entanto, várias delas logo foram fechadas ou transferidas para outros locais, como ocorreu com a CICA e o Frigorífico Bordon, nos anos 1990, o que acabou desestruturando as respectivas cadeias produtivas e contribuindo para o esvaziamento do campo e o incremento da urbanização35. Ainda, o término das obras das UHE Engenheiro Sérgio Motta, Rosana e Taquaruçu interromperam o fluxo de investimentos, fechando milhares de postos de trabalho. O aumento do valor das transferências de recursos para os municípios que passaram a abrigá-las, oriundo dos acréscimos do valor adicionado estadual, não foi suficiente para dinamizar a economia regional. Na década de 1990, com a política cambial adotada pelo Governo federal, alguns ramos tradicionais da indústria, como os de calçados e madeira e mobiliário, tiveram forte declínio no número de estabelecimentos e de empregos, perdendo espaço, na economia regional36. A Pesquisa dos Investimentos do Estado de São Paulo-PIESP da Fundação Seade mostra que, no período 2000-2005, as intenções de investimento anunciadas para a região representaram apenas 0,3% do total anunciado para o Estado e reforçaram o perfil econômico regional, já que 48.3% destinavam-se ao segmento industrial de alimentos e bebidas, 11,9% ao de couros e calçados e 5,9% ao refino de petróleo e álcool. No período 2005-2011, a liderança no total dos investimentos anunciados na RA foi da indústria, seguida dos serviços, estes bastante concentrados no município-sede: • na Indústria, os investimentos associados à produção sucroalcooleira absorveram a maioria dos

anúncios, nos anos iniciais do período considerado. O ramo de alimentos e bebidas envolveu a construção de usinas de açúcar e álcool em vários municípios da região, entre eles Narandiba e Sandovalina. Nestes dois municípios, foram construídas, também, duas usinas para produzir álcool combustível e instaladas cogeradoras de energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Outros anúncios de expansão e criação de unidades de destilação de álcool, na região, também deram destaque ao segmento de refino de petróleo e álcool, e os investimentos de instalação de usina termelétrica em Caiuá, para gerar eletricidade a partir do bagaço de cana-de-açúcar, reforçaram o segmento de eletricidade, gás e água quente. Em Presidente Prudente, foram anunciados investimentos de expansão de unidade fabricante de couros para estofados e de ampliação de rede de saneamento básico;

• nos Serviços, tiveram destaque os anúncios de investimentos no setor de educação feitos pelo Serviço Social da Indústria-SESI, em Presidente Prudente e Álvares Machado, além da construção de centro educacional, em Osvaldo Cruz. Presidente Prudente foi o lócus de vários anúncios de investimentos no setor de serviços, entre eles os dos ramos de: transporte terrestre, com ampliação de frota de ônibus intermunicipais; comércio e reparação de veículos automotores e

35 SANTOS, Álvaro Barboza dos. Op.cit. 36 SANTOS, Eliane Carvalho dos. Op. cit.

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varejo de combustíveis, para implantação de concessionária; comércio de varejo e reparação de objetos, com a implantação de lojas, hipermercados e loja de departamentos, além da expansão de seus principais shoppings centers; atividades recreativas, culturais e desportivas, com a reforma de balneário; e alojamento e alimentação, devido à implantação de novos hotéis. Em Presidente Epitácio, foram feitos investimentos em atividades recreativas, culturais e desportivas, com a implantação do complexo esportivo do Centro de Atividades do Trabalhador-CAT; e

• na Agropecuária e Pesca, foram anunciados investimentos vinculados ao setor sucroalcooleiro,

voltados à ampliação da área de cultivo da cana-de-açúcar em Junqueirópolis. Assim, nos últimos anos, apesar da RA vir ostentado um dinamismo socioeconômico inferior ao do conjunto do Estado, com baixa atração de novos investimentos e perda de alguns já implantados para as regiões onde as vantagens comparativas são melhores, a concentração de investimentos no setor sucroalcooleiro vem conseguindo trazer certo dinamismo à economia regional e impulsionar o setor de serviços, especialmente no município-polo de Presidente Prudente. EMPREGOS E ESTABELECIMENTOS DA RAIS 2008

De acordo com os dados da Relação Anual das Informações Sociais-RAIS, do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2008, a RA possuía 20.947 estabelecimentos, ou 2,5% do total de empresas estaduais, que empregavam 164.415 pessoas, ou 1,4% do total de empregos formais do Estado. Entre as seções de atividades econômicas, o comércio ocupava a primeira posição em número de estabelecimentos, seguido dos serviços e do setor primário.

Participação dos Setores no Total dos Estabelecimentos Formais RA de Presidente Prudente −−−− RAIS 2008

Fonte: MTE/RAIS. Elaboração SPDR/UAM.

Em termos de empregos, a liderança fica com o setor de serviços, seguido de perto pela indústria de transformação e o comércio.

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Participação dos Setores no Total dos Empregos Formais RA de Presidente Prudente −−−− RAIS 2008

Fonte: MTE/RAIS. Elaboração SPDR/UAM.

Tendo em vista a base agropecuária regional, a principal participação da região no total de cada seção de atividade econômica do Estado, em termos de emprego, é dada pelo setor primário, responsável por 4,1% do total dos postos de trabalho do setor primário estadual, seguido do Comércio, tendo a Indústria e os Serviços pequena participação no contexto paulista, conforme gráfico a seguir.

Participação da RA de Presidente Prudente no Total dos Empregos Formais do Estado RAIS 2008

Fonte: MTE/RAIS. Elaboração SPDR/UAM.

A sede regional é Presidente Prudente, que polariza − através da oferta de atividades industriais, comerciais, de educação, saúde e outros serviços − os demais municípios da região e, inclusive, municípios do Mato Grosso do Sul e do Paraná. Em termos de empregos formais, o setor primário e a

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indústria extrativa não chegam a somar 1,0% das atividades do município. Já os serviços ocupam 34,4% do total de seus postos de trabalho, o comércio 26,7%, a indústria de transformação 21,7%, a administração pública 9,4% e os serviços de eletricidade e gás e de captação, tratamento e distribuição de água, 1,2%. O setor da construção civil gerou, em 2008, 5,9% do total dos empregos formais municipais, indicando um crescimento do município-polo, naquele ano. No setor terciário, Presidente Prudente destaca-se em vários segmentos do comércio e em serviços de apoio às empresas e às famílias, como: transporte terrestre; correio e atividades de entrega; alojamento; alimentação; edição e impressão; rádio e televisão; prestação de serviços de informação; serviços financeiros; seguros, resseguros, previdência complementar e planos de saúde; atividades imobiliárias, de contabilidade e de auditoria; serviços de arquitetura, engenharia e análises técnicas; serviços para edifícios e atividades paisagísticas; serviços para escritórios e de apoio às empresas; e aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos intangíveis não-financeiros. Na área educacional, possui vários estabelecimentos de ensino de todos os níveis, e, no terceiro grau, entre outras instituições, destaca-se a Universidade Estadual Paulista-UNESP, que oferece cursos de graduação nas áreas de Arquitetura e Urbanismo, Ciência da Computação, Educação Física, Engenharia Ambiental, Engenharia Cartográfica, Estatística, Física, Fisioterapia, Geografia, Matemática, Pedagogia e Química, além de cursos de pós-graduação. Na área de atenção à saúde humana, o município oferece serviços e equipamentos de alta qualidade, possuindo mais de 15 hospitais, com destaque para o Hospital Regional de Presidente Prudente, que atende mais de 45 municípios, e a Santa Casa, além de várias Unidades Básicas de Saúde. A economia da RA se baseia nas atividades do campo, que se encadeiam com a indústria, como acontece com o cultivo da cana-de-açúcar e a produção de açúcar e álcool e com a pecuária e os frigoríficos e a fabricação de couros e calçados. Os estabelecimentos industriais concentram-se em municípios localizados ao longo dos principais eixos rodoviários da região, como Presidente Prudente, Regente Feijó, Presidente Bernardes, Presidente Venceslau, na Rodovia Raposo Tavares, e Dracena, Adamantina e Osvaldo Cruz, na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, ou em municípios banhados pelo Rio Paraná, como Presidente Epitácio, Panorama e Rosana37. Na indústria extrativa, o segmento mais relevante é o de minerais não-metálicos, responsável por 1,3% do total dos empregos regionais. Os estabelecimentos industriais ligados à exploração de minerais não-metálicos encontram-se, no geral, localizados em municípios banhados pelo Rio Paraná, como é o caso de Panorama, Pauliceia e Presidente Epitácio. Conforme pode ser visto em mais detalhes na parte referente aos arranjos produtivos locais, os municípios de Presidente Epitácio, Pauliceia, Panorama e Ouro Verde, juntamente com o município de Castilho, da RA de Araçatuba, participam de projeto da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de exploração de jazida de argila para fabricação de blocos, lajes e telhas, dimensionada em 135 milhões de toneladas, correspondendo à quarta maior reserva de argila do país.

37 SILVA, Paulo Fernando Jurado da. Contribuição para a discussão geográfica do setor secundário nas cidades pequenas da Região Administrativa de Presidente Prudente – SP. UNESP, Presidente Prudente, 2011.

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A indústria de transformação da RA é basicamente agroindustrial e possui importante participação dos segmentos de alimentos (setor sucroalcooleiro, processamento de carne bovina etc.), biocombustíveis, couros e calçados e confecções de vestuário e acessórios. Em 2008, do pessoal ocupado na indústria de transformação, a fabricação de produtos alimentícios foi responsável por 36,5% do total, seguida de biocombustíveis (22,6%), couros e caçados (8,6%), confecções de vestuário e acessórios (8,1%), minerais não-metálicos (5,5%) e móveis (2,6%). O conjunto do ramo metal-mecânico respondeu por 6,7% dos empregos industriais. Em 2008, os municípios que mais concentraram empregos, nos principais segmentos da indústria regional, foram: na fabricação de produtos alimentícios, Presidente Prudente (35,5% do total regional); na produção de biocombustíveis, Teodoro Sampaio (21,9% do total regional); na fabricação de produtos de couros e calçados, Presidente Prudente (77,4% do total regional); na confecção de vestuário e acessórios, Osvaldo Cruz (26,6% do total regional); na fabricação de produtos de minerais não-metálicos, Panorama (51,3% do total regional); e na fabricação de móveis, Osvaldo Cruz (44,2% do total regional).

Principais Atividades Industriais e de Serviços, segundo a RAIS 2008 RA de Presidente Prudente

PARTICIPAÇÃO

ATIVIDADES INDUSTRIAIS E DE SERVIÇOS NO TOTAL PRINCIPAIS MUNICÍPIOSESTADUAL

INDÚSTRIA EXTRATIVA

MINERAIS NÃO-METÁLICOS 1,8% PRESIDENTE EPITÁCIO, NARANDIBA, ROSANA, PANORAMA, PAULICEIA, ÁLVARES MACHADO

INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 4,5% PRES.PRUDENTE, PRES.EPITÁCIO, RANCHARIA, LUCÉLIA, PIRAPOZINHO, PRES.VENCESLAU

BEBIDAS 2,1% PRESIDENTE PRUDENTE, SANDOVALINA

CONFECÇÃO DE VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS 1,9% OSVALDO CRUZ, ADAMANTINA, PRES.VENCESLAU, PRES.PRUDENTE, ROSANA

COUROS E CALÇADOS 4,8% PRESIDENTE PRUDENTE, ADAMANTINA, PACAEMBU

BIOCOMBUSTÍVEIS 21,4% TEODORO SAMPAIO, JUNQUEIRÓPOLIS, NARANDIBA, CAIUÁ, REGENTE FEIJÓ

PRODUTOS DE MINERAIS NÃO METÁLICOS 2,1% PANORAMA, PRES.PRUDENTE, PRES.EPITÁCIO, PAULICEIA, DRACENA, INDIANA

MÓVEIS 1,8% OSVALDO CRUZ, DRACENA, PRES.PRUDENTE, ADAMANTINA, PRES.VENCESLAU

SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA

ELETRICIDADE E GÁS 3,3% PRESIDENTE PRUDENTE, ROSANA, OSVALDO CRUZ, DRACENA, TACIBA

CAPTAÇÃO, TRATAMENTO E DISTRIB. DE ÁGUA 2,2% PRES.PRUDENTE, DRACENA, ADAMANTINA, PRES.EPITÁCIO, OSVALDO CRUZ, PIRAPOZINHO

COMÉRCIO

COM. E REPAR. VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS 2,3% P.PRUDENTE, DRACENA, ADAMANTINA, OSVALDO CRUZ, PRES.VENCESLAU, REGENTE FEIJÓ

COM. VAREJISTA 1,7% P.PRUDENTE, DRACENA, P.EPITÁCIO, P.VENCESLAU, ADAMANTINA, OSVALDO CRUZ, RANCHARIA

SERVIÇOS

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO 2,2% PRESIDENTE EPITÁCIO, PAULICEIA

ALOJAMENTO 1,5% P.PRUDENTE, ÁLVARES MACHADO, P.EPITÁCIO, DRACENA, PIRAPOZINHO, ADAMANTINA, PANORAMA

RÁDIO E TELEVISÃO 1,8% PRES.PRUDENTE, DRACENA, ADAMANTINA, PRES.VENCESLAU, LUCÉLIA, OSVALDO CRUZ

ATIV.JURÍDICAS, DE CONTABILIDADE E AUDITORIA 1,5% PRES.PRUDENTE, ADAMANTINA, PRES.VENCESLAU, DRACENA, OSVALDO CRUZ

ATIV.DE SEDE DE EMPRESAS, CONSULT.EM GESTÃO EMPRES. 1,9% LUCÉLIA, PRES.PRUDENTE, DRACENA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1,7% PRESIDENTE PRUDENTE, ADAMANTINA, DRACENA

EDUCAÇÃO 1,8% PRES.PRUDENTE, ADAMANTINA, DRACENA, PRES.EPITÁCIO, PRES.VENCESLAU

ATENÇÃO À SAÚDE HUMANA 1,6% PRES.PRUDENTE, ADAMANTINA, DRACENA, PRES.VENCESLAU, RANCHARIA

ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVAS 1,7% PRES.PRUDENTE, PRES.VENCESLAU, ADAMANTINA, RANCHARIA, DRACENA, PRES.EPITÁCIO Fonte: MTE/RAIS. Elaboração SPDR/UAM.

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Os serviços de utilidade pública de eletricidade e gás e captação, tratamento e distribuição de água também são importantes na estrutura econômica regional, por ser a região banhada pelos rios Paraná, Peixe e Paranapanema, entre outros, onde encontram-se várias represas (Porto Primavera e Rosana, em Rosana, Capivara, em Iepê, e Taquaruçu, em Narandiba) e quatro usinas hidrelétricas: duas em Rosana (UHE Rosana e UHE Eng. Sérgio Motta – Porto Primavera), uma em Taciba (UHE Capivara) e outra em Sandovalina (UHE Taquaruçu). Tanto nos serviços de eletricidade e gás, quanto nos de captação, tratamento e distribuição de água, o principal destaque regional é Presidente Prudente, que concentra, respectivamente, 43,0% e 45,4% do total de empregos dos segmentos.

Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração

Produtos Alimentícios −−−− Distribuição de Empregos RA de Presidente Prudente

Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM.

Biocombustíveis −−−− Distribuição de Empregos RA de Presidente Prudente

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Nas atividades de comércio, se sobressaem o comércio e a reparação de veículos automotores e motocicletas e o comércio varejista, sobretudo em Presidente Prudente, responsável, respectivamente, por 53,2% e 39,1% do total regional.

Nas atividades de serviços, destacam-se: no transporte aquaviário, Presidente Epitácio (74,5% do total regional) e Pauliceia (25,5% do total regional), localizados às margens do Rio Paraná; em alojamento, Presidente Prudente (38,7% do total regional); em rádio e televisão, Presidente Prudente (64,7% do total regional), nas atividades jurídicas, de contabilidade e auditoria, Presidente Prudente (39,8% do total regional); nas atividades de sedes de empresas e de consultoria em gestão empresarial, Lucélia (94,7% do total regional); na administração pública, Presidente Prudente (20,4% do total regional); educação, Presidente Prudente (58,7% do total regional); na atenção à saúde humana, Presidente Prudente (52,6% do total regional; e nas atividades de organizações associativas, Presidente Prudente (35,1% do total regional). Em termos de empregos formais, a administração pública tem importante peso nas economias da maioria dos municípios, especialmente os de pequeno porte38, pela ausência de diversidade econômica. O caso mais emblemático é o de Pracinha, que tem 80,4% do total de seus empregos formais em atividades da Administração Pública.

Embora a região não se sobressaia no contexto estadual, nas atividades especificadas na tabela a seguir, elas têm maior concentração na estrutura econômica de alguns de seus municípios.

38 Os municípios onde a Administração Pública têm maior peso na estrutura econômica são: Caiabu, Emilianópolis, Estrela do Norte, Euclides da Cunha Paulista, Flora Rica, Mariápolis, Monte Castelo, Nova Guataporanga, Piquerobi, Pracinha, Ribeirão dos Índios, Sagres, Salmourão, Sandovalina, Santo Expedito, São João do Pau d´Alho e Taciba.

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Atividades com Relevância na Estrutura Econômica Municipal

ATIVIDADE MUNICÍPIO

BEBIDAS PRESIDENTE PRUDENTE, SANDOVALINAPRODUTOS DE MADEIRA IRAPURU, RANCHARIA, TARABAÍCELULOSE E PAPEL PRESIDENTE PRUDENTEPRODUTOS FARMOQUÍMICOS E FARMACÊUTICOS OURO VERDEPRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQS. E EQUIPS. PRES. PRUDENTE, INÚBIA PAULISTA, REGENTE FEIJÓEQUIPS.DE INFORMÁT.,PROD.ELETRÔN. E ÓPTICOS PRESIDENTE PRUDENTE, REGENTE FEIJÓMÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DRACENAVEÍCS.AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS ALFREDO MARCONDES, PRESIDENTE PRUDENTEOUTROS EQUIPS. DE TRANSPORTE, EXCETO VEÍCS.AUTOMS. PRESIDENTE EPITÁCIOMANUTENÇÃO, REPAR. E INSTAL. DE MÁQS. E EQUIPS. OSVALDO CRUZCONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS ALFREDO MARCONDES, DRACENA, PRES.PRUDENTEOBRAS DE INFRAESTRUTURA ALFR.MARCONDES,ÁLVARES MACHADO,INDIANA,P.PRUDENTESERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO DRACENA, ESTRELA NORTE, PAULICEIA, PRES.PRUDENTECOMÉRCIO ATACADISTA IEPÊ, JUNQUEIRÓPOLIS, PRES.PRUDENTE, STO.ANASTÁCIOTRANSPORTE TERRESTRE CAIABU, INDIANA, JUNQUEIRÓPOLIS, MARIANÓPOLIS, NANTES,

OSV.CRUZ, PACAEMBU, P.PRUDENTE, TARABAÍ, TEOD.SAMPAIOALIMENTAÇÃO PRESIDENTE PRUDENTEPRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO MIRANTE PARANAPAN.,OSV.CRUZ,PIRAPOZINHO,P.PRUDENTE SERVIÇOS FINANCEIROS PRESIDENTE PRUDENTE, PACAEMBUSEGUROS,RESSEG.,PREVIDÊNCIA COMPL.,PLANOS SAÚDE PRESIDENTE PRUDENTE, CAIUÁATIVIDADES IMOBILIÁRIAS DRACENA, PRESIDENTE PRUDENTESERV.ARQUITETURA, ENGENHARIA E ANÁLISES TÉCNS. MARTINÓPOLIS, PRESIDENTE PRUDENTEOUTRAS ATIVS.PROFISSIONAIS, CIENTÍF. E TÉCNICAS PRESIDENTE PRUDENTE, PRESIDENTE VENCESLAUALUGUÉIS Ñ-IMOBIL.E GESTÃO ATIVOS INTANG.Ñ FINANC. ÁLVARES MACHADO, PRES.EPITÁCIO, PRES.VENCESLAUSERVIÇOS P/EDIFÍCIOS E ATIVS.PAISAGÍSTICAS LUCÉLIA, PRESIDENTE PRUDENTESERV.DE ESCRITÓRIO E DE APOIO ÀS EMPRESAS ADAMANTINA, IRAPURU, PRES.PRUDENTE, DRACENAATENÇÃO À SAÚDE HUM. INTEGRADA C/ ASSIST. SOCIAL ADAMANTINA,DRACENA,FLÓRIDA PTA.,INÚBIA PTA.,IRAPURU,

JUNQUEIRÓPOLIS, OSV.CRUZ, PACAEMBU, PIRAPOZINHO,RANCHARIA, TEODORO SAMPAIO, TUPI PTA.

SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA SOC. S/ ALOJAMENTO ADAMANTINA, OSV.CRUZ, ROSANA, STO.ANASTÁCIOATIV. ARTÍSTICAS E DE ESPETÁCULOS OURO VERDEATIV. DE ESPORTES E LAZER PAULICÉIA,P.PRUDENTE,P.VENCESLAU,RANCHARIA,TUPI PTA.REPAR./MANUT.EQUIP.INFORMÁT.,COMUN.,OBJ.PESSOAIS TUPI PTA.OUTRAS ATIV. DE SERVIÇOS PESSOAIS LUCÉLIA,MARTINÓPOLIS,OSV.CRUZ,P.PRUD.,ROSANA,TUPI PTA.

Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM. VALOR ADICIONADO E VALOR ADICIONADO FISCAL Conforme dados da Fundação Seade, a RA, em 2009, tinha um PIB de R$ 12,379 bilhões, representando 1,1% do PIB estadual, e um PIB per capita de R$ 14.618,23, bastante inferior ao do Estado (R$ 26.202,22). O PIB per capita regional varia de R$ 5.451,04, em Pracinha, a R$ 66.347,62, em Sandovalina. Somente quatro municípios da região (Sandovalina, Narandiba, Taciba, Rosana e Nantes) possuem um PIB per capita superior ao da média estadual. A sede, Presidente Prudente, tem um PIB per

capita de R$ 17.433,77, acima da média da região, mas abaixo da média estadual. Os dados de Valor Adicionado-VA de 2009, utilizados para o cálculo do PIB, mostram que a indústria da RA gerou um VA de R$ 3.164,71 milhões, representando 27,8% do VA total da região e apenas 0,3% do VA da indústria paulista. Os municípios que mais contribuíram para o VA industrial regional, no geral, são os que possuem usinas hidrelétricas ou sucroalcooleiras em seu território: Rosana (19,9%), Presidente Prudente (18,3%), Rancharia (9,7%), Taciba (6,2%), Sandovalina (5,1%) e Pirapozinho (4,5%). Os serviços geraram um VA de R$ 7.487,40 milhões, correspondendo a 65,7% do VA regional e 1,2% do VA do setor de serviços do Estado. Os municípios que mais se destacaram no VA dos Serviços

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possuem maior centralidade regional: Presidente Prudente (35,3%), Dracena (5,5%), Adamantina (4,7%), Presidente Venceslau (4,0%), Rancharia (3,9%), Presidente Epitácio (3,8%) e Osvaldo Cruz (3,3%). Com base em dados da Fundação Seade, o gráfico a seguir mostra que, ao contrário do decréscimo da participação do setor primário no PIB ocorrido na maior parte das regiões paulistas, com a forte influência do setor sucroalcooleiro, no período 1999 – 2009, a RA teve aumento de 2,2% na participação da Agropecuária no PIB e de 1,0% da Indústria, enquanto o setor de Serviços teve queda de 3,1%.

De acordo com os dados da Fundação Seade, o Valor Adicionado Fiscal-VAF39 de 2009 (em reais de 2011) da RA foi de R$ 9,091bilhões, correspondendo a 1,3% do VAF do Estado. No total do VAF regional, o setor industrial participou com R$ 3,072 bilhões, ou 33,8%, os Serviços com R$ 2,982 bilhões (32,8%) e o Comércio com R$ 2,258 bilhões (24,8%). Os dados da tabela a seguir mostram, por ordem de importância, os municípios que mais se destacam nos principais segmentos econômicos da região, segundo o VAF.

Principais Atividades da RA de Presidente Prudente, segundo o VAF 2009 PARTICIPAÇÃO

ATIVIDADE NO TOTAL PRINCIPAIS MUNICÍPIOSESTADUAL

Indústria Extrativa 1,0% Presidente EpitácioIndústria de Transformação 0,9% P.Prudente,Rancharia, Teod.Sampaio,Adamantina,Flórida Pta.,Pirapozinho, J unqueirópolis Produtos Alimentícios 4,2% P.Prudente,Rancharia,Martinópolis,Regente Feijó,Lucélia,P.Epitácio,Caiuá,Álvares Machado Combustíveis 1,6% Flórida Pta.,Junqueirópolis,Adamantina,Dracena,Sto.Anastácio,Pacaembu,Pauliceia,Ouro Verde Couros e Calçados 4,9% Adamantina, Pres.Prudente, Pacaembu, Indiana, Rancharia Produtos Químicos 0,2% Pres.Prudente, Álvares Machado, Osvaldo Cruz, Martinópolis Vestuário e Acessórios 0,7% Osv. Cruz,Adamantina,P.Prudente,P.Venceslau,Pirapozinho,Dracena,Tupi Pta.,Álvares Machado Móveis 1,0% Dracena, Osvaldo Cruz, Pres.Prudente, Adamantina, Junqueirópolis Bebidas 0,3% Presidente Prudente Montadoras e Autopeças 0,0% Presidente Prudente, Adamantina, Alfredo Marcondes Minerais Não-Metálicos 0,2% Panorama, Pres.Prudente, Pres.Epitácio, Pauliceia, Dracena, Teodoro SampaioComércio 1,2% P.Prudente,Narandiba,Dracena,Regente Feijó,Adam antina,P.Epitácio,P.Venceslau,Osv.Cruz Comércio Atacadista 0,8% Narandiba, Pres.Prudente, Regente Feijó,Junqueirópolis, Iepê, Nantes, Rancharia, Dracena Comércio Varejista 1,5% P.Prudente,Dracena,Adamantina,P.Epitácio,P.Venceslau,Regente Feijó,Osvaldo Cruz,RanchariaServiços 1,9% Rosana, Pres.Prudente, Taciba, Sandovalina, Ada mantina, Dracena, Osvaldo Cruz

Fonte: Fundação Seade, valor Adicionado Fiscal-VAF 2009. Elaboração: SPDR/UAM.

39 Calculados pela Secretaria da Fazenda do Estado como a diferença entre o valor das saídas de mercadorias e dos serviços de transporte e de comunicação prestados no território regional e o valor das entradas de mercadorias e dos serviços de transporte e de comunicação adquiridos, em cada ano civil, os dados do VAF permitem verificar a participação de cada ramo produtivo na região.

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O VAF da Indústria é relativamente pulverizado na RA, embora ocorra maior concentração em: Presidente Prudente (13,0%), Rancharia (7,6%), Teodoro Sampaio (5,4%), Adamantina (5,3%), Flórida Paulista (4,7%), Pirapozinho (4,3%), Junqueirópolis (4,3%) e Martinópolis (4,2%), municípios que também são relevantes na concentração de empregos. Os ramos da Indústria que mais geram VAF, na RA, são também os principais geradores de postos de trabalho industriais, conforme mostram os dados da RAIS de 2008. Produtos Alimentícios (63,8%) e Combustíveis (22,5%), assim como ocorre com relação aos dados de emprego, são as atividades que mais contribuem para o VAF industrial regional. Outros segmentos relevantes são os de Couros e Calçados (3,0%), Produtos Químicos (2,4%), Vestuário e Acessórios (1,1%) e Móveis (0,9%), que mostram sua relevância tanto na geração de impostos como de empregos. A indústria da região de Presidente Prudente contribui com apenas 0,9% do total do VAF industrial do Estado, tendo participação mais elevada no total estadual somente as divisões de Couros de Calçados (4,9%), Produtos Alimentícios (4,2%), Combustíveis (1,6%), Móveis (1,0%) e Indústria Extrativa (1,0%). O VAF do Setor Terciário da RA foi, em 2009, de R$ 5,24 bilhões, correspondendo a 57,6% do total do VAF regional, tendo os Serviços participado com 56,9% e o Comércio com 43,1%. Os municípios que mais se destacam nos Serviços são Rosana (35,4%), Presidente Prudente (19,0%), Taciba (103%) e Sandovalina (6,9%) que, com exceção de Presidente Prudente, abrigam grandes usinas hidrelétricas, aqui computadas nesse setor. Já no Comércio, Presidente Prudente concentra o VAF regional (44,7%), seguido de Narandiba (7,5%), Dracena (5,1%) e Regente Feijó (4,4%). Com exceção de Presidente Prudente, que se destaca tanto no VAF da Indústria como no do terciário, não existe uma relação direta entre os municípios que mais geram VAF industrial e os que se destacam no VAF do Comércio e dos Serviços, na região. EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DA RA DE PRESIDENTE PRUDENTE Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial da RA é historicamente superavitária. Em 2009, o superávit foi de US$ 456,32 milhões FOB, tendo a região exportado mercadorias e serviços que totalizaram US$ 490,90 milhões e importado produtos e serviços no valor total de US$ 34,58 milhões. As duas tabelas subsequentes referem-se, respectivamente, aos 40 primeiros produtos das listas dos principais produtos exportados e importados pelos municípios da RA.

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Principais Produtos Industriais Exportados em 2009

PRODUTOS MUNICÍPIOS US$ FOB

ALIMENTÍCIOS 339.260.328,00

PREPARAÇÕES ALIMENTÍCIA, CONSERVAS,CARNES, DE BOVINOS Presidente Epitácio, Presidente Prudente 101.630.298,00

BAGAÇOS E OUTS.RESÍDUOS SÓLIDOS,DA EXTR.DO ÓLEO DE SOJA E ÓLEO DE SOJA Osvaldo Cruz 79.605.839,00

AÇÚCAR DE CANA,EM BRUTO Lucélia, Adamantina, Caiuá,Teodoro Sampaio 69.786.556,00

CARNES, PEDAÇOS E MIUDEZAS DE GALOS/GALINHAS,CONGELADOS Rancharia 35.774.704,00

OUTS.AÇÚCARES DE CANA,BETERRABA,SACAROSE QUÍM.PURA,SOL. Presidente Prudente 30.106.822,00

CAFÉ NÃO TORRADO,NÃO DESCAFEINADO,EM GRÃO Adamantina 13.804.529,00

OUTRAS PREPARAÇÕES ALIMENTIÍCIAS Pirapozinho 3.087.935,00

SUCOS DE LARANJAS,CONGELADOS,NAO FERMENTADOS Adamantina 1.750.000,00

OUTROS PRODUTOS DE CONFEITARIA,SEM CACAU Lucélia 1.372.154,00

POS P/PREPARS.DE CREMES,SORVETES,GELATINAS,FLANS,ETC. Pirapozinho 1.253.101,00

EXTRATOS E SUCOS,DE CARNES,DE PEIXES,DE CRUSTACEOS,ETC. Presidente Epitácio 1.088.390,00

DE COUROS E CALÇADOS 108.808.709,00

OUTS.COUROS/PELES,INT.BOVINOS,PENA FLOR,PREPARS.ETC. Presidente Prudente 52.978.781,00

OUTS.COUROS BOVINOS,INCL.BÚFALOS,N/DIV.UMID.PENA FLOR Adamantina 21.388.531,00

OUTRAS OBRAS DE COURO NATURAL OU RECONSTITUÍDO Presidente Prudente 14.381.615,00

OUTS.COUROS/PELES,BOVINOS,INCL.BÚFALOS,ÚMIDOS Adamantina, Presidente Prudente 9.623.870,00

OUTS.COUROS/PELES BOVINOS,SECOS,PENA FLOR Presidente Prudente, Adamantina 8.874.489,00

OUTS.CALÇADOS.SOL.EXT.BORR./PLÁST.COURO/NAT. Osvaldo Cruz 1.561.423,00

COMBUSTÍVEIS 13.760.152,00

ALCOOL ETILICO N/DESNATURADO C/VOL.TEOR ALCOOLICO>=80% Presidente Prudente, Lucélia, Teodoro Sampaio 13.760.152,00

QUÍMICOS 3.931.281,00

OUTRAS CERAS PREPARADAS Pirapozinho 2.249.402,00

OUTS.DERIVADOS DE ÁCIDOS GRAXOS INDUSTRIAIS,PREPARS.ETC Pirapozinho 1.681.879,00 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Elaboração SPDR/UAM.Obs.: O produto "Outras Sementes Forrageiras para Semeadura", que aparecia três vezes entre os principais produtos exportados, como exportação de Álvares Machado, Presidente Prudente e Rancharia, foi considerado agrícola e, portanto, substituído pelos produtos industriais seguintes na lista.

Os produtos da pauta de exportação da região têm baixo valor agregado e mostram a força do setor de alimentos, que concentrou 72,8% do total exportado em 2009, seguido de couros e calçados (23,4%), combustíveis (3,0%) e produtos químicos (0,8%). Destacam-se, entre os principais municípios exportadores: Presidente Prudente (alimentos, couros e calçados e combustíveis); Osvaldo Cruz (produtos derivados da soja); Presidente Epitácio (processamento de carne bovina); Adamantina (couros e calçados e alimentos); Rancharia (alimentos); e Lucélia (açúcar e álcool).

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Principais Produtos Industriais Importados em 2009

PRODUTOS MUNICÍPIO US$ FOB

PRODUTOS QUÍMICOS 15.381.648PRODS.MUCILAGINOSOS E ESPESSANTES, GOMA XANTANA Pirapozinho 3.281.668

OUTRAS CERAS ARTIFICIAIS Pirapozinho 2.910.173

OUTRAS ENZIMAS PREPARADAS Pirapozinho 2.755.499

PRODUTOS TANANTES,A BASE DE SAIS DE CROMO Adamantina 883.853

MATÉRIAS PÉCTICAS (PECTINAS) Pirapozinho 792.623

OUTS.DERIVADOS DE ÁCIDOS GRAXOS INDUSTRIAIS,PREPARS.ETC Pirapozinho 642.724

OUTROS POLIALCOOIS,NÃO SATURADOS Pirapozinho 580.341

ÁCIDO FÓRMICO Presidente Prudente 425.431

OUTROS POLIETERPOLIOIS,EM FORMAS PRIMÁRIAS Osvaldo Cruz 421.332

ÁCIDO ALÍINICO,SEUS SAIS E ESTERES,EM FORMA PRIMÁRIA Pirapozinho 419.147

MISTURA DE ISOMEROS DE DIISOCIANATOS DE TOLUENO Osvaldo Cruz 394.500

CARBOXIMETILCELULOSE COM TEOR>=75%,EM FORMAS PRIMÁRIAS Pirapozinho 346.894

(4-HIDROXI-4METILPENTIL)-3-CICLOEXENO-1-CARBOXIALDEID Presidente Prudente 329.524

OUTROS ETERES-FENOIS Pirapozinho 291.002

PIGMENTOS A ÁGUA PREPARADOS,UTILIZ.P/ACABAM.DE COUROS Presidente Prudente 244.828

CELULOSE MICROCRISTALINA,EM PÓ Pirapozinho 227.819

OUTROS POLIFENOIS Pirapozinho 217.931

ÁCIDO TARTÁRICO Pirapozinho 216.359

OUTROS 4.175.174

INSTRUMENTOS MUSICAIS,PTES. E ACESS.P/INSTRS. MUSICAIS Regente Feijó 3.979.533

ARTEFATOS DE JOALHARIA,DE OUTROS METAIS PRECIOSOS,ETC. Presidente Prudente 195.641

PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 3.602.473

FARINHA DE TRIGO Presidente Prudente 2.453.418

MISTURAS UTIL.MATÉRIA BÁSICA P/INDS.ALIMENTAR/DE BEBIDA Pirapozinho 509.290

ARROZ ("CARGO" OU CASTANHO),DESCASCADO,NAO PARBOILIZADO Dracena 357.526

GORDURAS E ÓLEOS,VEGETAIS,HIDROGENS.INTERESTERIFS.ETC. Pirapozinho 282.239

PRODUTOS ELETROELETRÔNICOS 1.528.782

OUTROS APARS.TRANSMISS.C/RECEPTOR DE TV Regente Feijó, Pres.Prudente 1.528.782

PRODUTOS DE BORRACHA 1.168.632PASSAGEIROS Presidente Prudente 1.168.632

PRODUTOS DE METAL, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 682.774PARTES DE COLUNAS DE DESTILACAO OU DE RETIFICACAO Pirapozinho 556.240

COMUNS Presidente Epitácio 493.097

OUTS.MÁQUINAS E APARS.P/PREPAR/CURTIR/TRAB.COUROS/PELES Presidente Prudente 189.677

COUROS E CALÇADOS 442.417COUROS/PELES,BOVINOS,INTEIROS Presidente Prudente 442.417

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Elaboração: SPDR/UAM.

As principais importações regionais, em 2009, foram de produtos químicos (57,0%), instrumentos musicais e joias (15,5%), produtos alimentícios (13,4%), aparelhos transmissores (5,7%), pneus (4,3%), produtos metal-mecânicos (2,5%) e couros de bovinos (1,6%). Nas importações, o principal destaque municipal é Pirapozinho − que importa, sobretudo, matéria-prima química e alimentícia para a fabricação de produtos alimentícios e farmoquímicos − seguido de Presidente Prudente, que importa produtos de

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todos os ramos industriais, e Regente Feijó, que se destaca pelas importações de instrumentos musicais e aparelhos transmissores com receptor de TV. Recentemente, a região vem apresentando um aumento de sua participação no comércio exterior, com a importação de ácidos, produtos de origem animal, instrumentos e acessórios musicais, cavalos, tecidos, entre outros, e a exportação de tripas bovinas, açúcar de cana, sementes forrageiras, amplificador elétrico e materiais para uso elétrico40. ARRANJOS E AGLOMERADOS PRODUTIVOS Os arranjos produtivos locais-APLs da RA, em sua maioria, são embrionários, não tendo conseguido estruturar, ainda, uma governança comum ou estabelecido plenamente ações de cooperação entre as empresas componentes e destas com entidades públicas e privadas. Alguns deles, no entanto, são reconhecidos e apoiados, como o APL de Cerâmica Vermelha de Panorama e Região41.

• APL de Cerâmica Vermelha de Panorama/Oeste Paulista e a Extração Minerária

O APL de Cerâmica Vermelha de Panorama ou do Oeste Paulista, envolvendo, na RA de Presidente Prudente, os municípios de Panorama, Pauliceia, Presidente Epitácio e Ouro Verde, é o único considerado maduro, na região, tendo o reconhecimento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado. Segundo informações fornecidas por técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas-IPT, em 2009, a região do Vale do Rio Paraná abrigava 236 pequenas e microempresas especializadas na produção de peças de cerâmica vermelha, gerando cerca de 1.500 postos de trabalho. Com a construção da usina hidrelétrica Sérgio Motta e o enchimento do reservatório de Porto Primavera, as águas cobriram as jazidas de argila tradicionalmente lavradas pelos ceramistas locais, o que inviabilizou seu uso. A partir daí, o abastecimento do APL foi feito por meio do estoque de grande quantidade de argila retirada dos depósitos que seriam submersos para a formação do reservatório. Esta estocagem foi custeada pela Companhia Energética de São Paulo-CESP e é usada, até hoje, para o abastecimento do APL, mas está próxima do esgotamento, o que provocará um problema grave de falta de matéria-prima para o parque cerâmico. Há cerca de 180 empresas produtoras de blocos, lajes e telhas, que usam a argila em seus processos produtivos, contribuindo para a geração de três mil empregos diretos e cinco mil empregos indiretos na região. As duas mineradoras ativas conseguem responder por somente 25% da argila destinada a um consumo médio mensal de 127 mil metros cúbicos e uma produção média de 50,7 milhões de peças cerâmicas/mês. Frente a esse entrave, as Prefeituras de Junqueirópolis, Panorama e Pauliceia recorreram ao Programa de Apoio Técnico aos Municípios-Patem, desenvolvido pelo IPT, para a realização de estudos que indicassem a viabilização de novos campos para produção sustentável de argila. Estes

40 O IMPARCIAL. Regional de Presidente Prudente figura na 24ª colocação em ranking de exportação estadual. Presidente Prudente, 01 de agosto de 2012. 41 REDESIST – Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais – UFRJ. Análise do Mapeamento e das políticas para Arranjos Produtivos Locais no Brasil. Apoio BNDES, 2009-2010.

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culminaram com o dimensionamento e caracterização tecnológica de dois novos campos, em Castilho e Presidente Epitácio. Em 2009, foi finalizado o relatório do IPT, apontando a descoberta da quarta maior reserva de argila do Brasil, calculada em torno de 135 milhões de toneladas, uma quantidade suficiente para abastecer as indústrias cerâmicas do APL da região, na fabricação de blocos, lajes e telhas, por 85 anos. A matéria-prima encontrada possui grande espessura da camada de minério e pequena espessura da camada de solo que cobre o minério, o que a torna muito atrativa para as minas produtoras de argila para a indústria cerâmica. A reserva, dividida entre os campos de Castilho e Presidente Epitácio, poderá transformar a produção de argila em um dos principais fatores de desenvolvimento regional. Por meio do estudo Bases Técnicas, Legais e Modelo de Zoneamento Minerário para Garantia de Suprimento de Matérias-Primas, foi elaborado um modelo de zoneamento estabelecendo as áreas aptas para a atividade de mineração, de forma compatível com as normas ambientais e com as outras atividades de uso e ocupação do solo. Além disso, foram estruturados os subsídios técnicos e legais necessários para a inserção da atividade de mineração no ordenamento territorial dos cinco municípios que centralizam as reservas de argila do APL: Castilho, Presidente Epitácio, Pauliceia, Panorama e Ouro Verde. A presença do reservatório da Usina Hidrelétrica Eng. Sergio Motta (Porto Primavera) condiciona, de forma decisiva, a atividade de mineração, seja na sustentação das operações de dragagem dos sedimentos de areia e cascalho ou nos aspectos de caráter restritivo para atividades no entorno. A CESP, responsável pela administração da usina, mantém uma faixa de controle em todo o contorno da represa, incluindo uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, na foz do Rio Aguapeí, para conservar a diversidade biológica da área. Os estudos feitos pelo IPT indicaram a viabilidade de um desenvolvimento sustentável da mineração, na região, desde que seguidos alguns critérios de ordenamento territorial para a extração mineral, cuja adoção torna viável o aproveitamento dessas jazidas de argila. A área abrangida pelos depósitos encontra-se quase integralmente em zonas preferenciais para a mineração, de acordo com o modelo de zoneamento estabelecido pelo IPT. O principal depósito, que está localizado em Castilho, tem 115 milhões de toneladas de argila, 97% da qual está em zona preferencial de mineração e 3% em zona controlada. O depósito de Campinal, em Presidente Epitácio, tem 84% das reservas em zona preferencial e 16% em zona controlada42. Os estudos abrangeram, também, o mercado produtor e consumidor de areia e cascalho, cuja produção era estimada, em 2011, em um milhão de metros cúbicos por ano, com capacidade instalada de 1,8 milhão/ano, em uma região sem pedreiras. Os produtos comercializados são a areia classificada no mercado como grossa, média e fina, e o cascalho nas categorias prevalecentes de pedrisco e pedra 1. Atualmente, 12 empreendimentos estão em atividade para atender ao mercado consumidor de municípios paulistas e dos Estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul,

42 INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – IPT. IPT atesta a viabilidade de novas reservas de argila. Portal do Governo do Estado / SP Notícias, 05 de julho de 2011.

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em um raio de influência de 750 quilômetros. Ao contrário da argila, o setor produtivo de areia encontra-se plenamente estabelecido e estruturado dentro de padrões técnicos satisfatórios43. A idéia é que os resultados do modelo de zoneamento minerário sejam incorporados aos planos diretores municipais, para que as prefeituras tenham condições de promover o ordenamento territorial e garantir a atividade sustentável da mineração44. A extração do material da reserva será feita pela Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista-Incoesp, que recebeu licença do Governo federal para explorar a área45.

• Curtimento de Couro em Presidente Prudente

A presença da pecuária e da atividade frigorífica, no município de Presidente Prudente, levou, a partir de 1935, à instalação de curtumes e de pequenas manufaturas, como selarias, artesanato e calçados, complementando, assim, a cadeia produtiva bovina, na região. No entanto, dos cinco curtumes instalados até 2002, somente três funcionavam em 2003, recebendo matéria-prima da própria região e processando, em média, 1.200 peles de animais por dia. Um desses curtumes trabalha com couro acabado, exportando-o para Itália, Portugal, China e Estados Unidos. No mercado interno, o produto tem como destino a própria cidade, além de Jaú, Birigui e Franca46. Segundo dados da RAIS, o município abrigava, em 2008, 27 estabelecimentos do ramo de preparação de couros, fabricação de artefatos de couro e calçados, gerando 2.596 empregos formais. Através do Fórum Regional de Desenvolvimento e do Núcleo de Desenvolvimento da Região de Presidente Prudente, buscou-se o desenvolvimento do setor coureiro e a qualificação da mão de obra do setor, a fim de alavancar a economia regional, tendo como foco uma parceria mais consolidada com produtores pecuaristas e com os frigoríficos, para que se limitassem as perdas de qualidade do couro associadas a defeitos gerados na criação (feridas, bernes e parasitoses) e no transporte, ou a utilização excessiva de dispendiosos produtos químicos, para compensar a má qualidade do produto47. Quando o gado é transportado para o abate, em caminhões, podem ocorrer mais problemas com o couro, principalmente pela existência de pontas de pregos e parafusos nas carrocerias e de lascas de madeira que machucam o animal na viagem. No frigorífico, não há uma preocupação maior com o couro do animal. A esfola não é feita com propriedade, normalmente as facas são inadequadas, danificando o couro. Além disso, nem sempre existe boa conservação da pele até que esta chegue ao curtume48.

43 Idem. Ibidem. 44 Idem. Ibidem. 45 FOLHA DE SÃO PAULO. SP anuncia descoberta do "pré-sal" da argila no interior. 1º de agosto de 2009. 46 CAMPOS, Fábio Henrique. A Indústria de Curtimento de Couro em Presidente Prudente: a Relação Sociedade-Natureza em Questão. UNESP. Presidente Prudente, 2003. 47 Idem. Ibidem. 48 SANTOS, Álvaro Barboza dos. Desenvolvimento Regional e Capital Social: uma Abordagem para a Microrregião de Presidente Prudente - SP, Presidente Prudente, 2005.

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Apesar do crescimento do número de abates, desde o ano 2000, pelo aumento da oferta do pecuarista produtor, observa-se que a cadeia produtiva do couro não se desenvolveu na microrregião. Recentemente, um dos curtumes (Vitapelli) que, no passado, havia empregado quatro mil trabalhadores, passou a demiti-los por causa de dívidas, chegando a 800 funcionários. O setor de peles e couros ocupa posição de destaque, na pauta de exportação regional. Considerando-se apenas a diferença de US$ 16,25 de valor agregado entre a peça de couro wet-

blue de boa e de má qualidade no mercado internacional, estima-se que, anualmente, a microrregião perde, por desperdício, algo em torno de US$ 11,830 milhões pela falta de conservação e manejo do couro49. Assim, além da necessária atualização do parque fabril da indústria de curtumes, a modernização da indústria de couros e calçados passa, em primeiro lugar, pelo desenvolvimento de um programa voltado a todos os segmentos da cadeia produtiva de bovinos (pecuaristas, frigoríficos, curtumes e produtores de calçados e artefatos de couro), para a obtenção de couro de melhor qualidade, e pela participação de centros públicos e privados de desenvolvimento científico e tecnológico50.

• A estância de Presidente Epitácio e o Circuito Turístico Oeste Rios

O potencial turístico da região está ligado à existência de reservas de mata nativa, como a Estação Ecológica de Caiuá e o Parque Estadual do Morro do Diabo, e de dois dos maiores rios do país, o Paraná e o Paranapanema, que banham a região e que apresentam variedade de peixes e pequenas ilhas fluviais. O desenvolvimento do ecoturismo e do turismo de aventura, na região, concorre para valorizar os recursos naturais e culturais nos destinos, sustentando-os para as futuras gerações51. Presidente Epitácio é a única estância turística da região. O município, localizado no Pontal do Paranapanema, sofreu impactos ambientais causados pela formação da usina hidrelétrica Eng. Sergio Motta (Porto Primavera), em Rosana, mas, com as obras mitigatórias e os programas compensatórios pela construção da usina52, a represa que ocupa parte do município passou a ter um aproveitamento múltiplo, possibilitando o aumento dos esportes náuticos e a expansão de diversas atividades ligadas ao turismo53. A beleza paisagística constituída pelo Rio Paraná e, principalmente, a formação do Grande Lago, após a construção da usina, propiciam um cenário apropriado ao turismo e às práticas esportivas, especialmente as atividades náuticas de lazer e o turismo da pesca. Próximo ao centro da cidade, fica o Parque Figueiral, com praia artificial, restaurante e palco para grandes shows. A ponte Maurício Joppert, com cerca de 2,5 quilômetros de extensão, permite vislumbrar a dimensão do

49 Idem. Ibidem. 50 CAMPOS, Fábio Henrique. Op. cit. 51 LOMBELLO JUNIOR, Waldemar. Análise do Potencial para o Desenvolvimento de Atividades Ecoturísticas e do Turismo de Aventura Integrados na Região do Pontal do Paranapanema. UNESP, Rosana, 2007. 52 As ações mitigatórias e compensatórias envolveram, entre outras: implantação de programas de conservação, recuperação e proteção ambientais nas áreas de influência da represa; construção do novo Parque Figueiral, do porto fluvial e do canal de navegação; proteção de encostas; encabeçamento da ponte Prof. Maurício Joppert; relocação do sistema de água da Sabes; pontes para a travessia em diversos cursos d´água; obras de infraestrutura aplicadas ao retro-porto; píer turístico; reforma e ampliação da Santa Casa; urbanização da rodovia Marginal que deu origem ao Parque da Orla Fluvial; construção de ciclovia com passagem sobre o córrego Caiuá; pavimentação da estrada que liga Presidente Epitácio ao distrito do Campinal; e criação de poços de abastecimento de água em agrovilas. 53 SANTOS, Ricardo dos. Meio Ambiente e qualidade de vida na estância turística de Presidente Epitácio – São Paulo. UNESP, Presidente Prudente, 2010.

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Rio Paraná. Outros pontos de visitação são a igreja de São Estevão, a casa do artesão e o clube de águas termais54. A pesca esportiva, especialmente do tucunaré, é o segmento mais representativo do turismo de Presidente Epitácio, mas os pacotes oferecidos geralmente concentram-se nos finais de semana e são mais intensos em determinados períodos do ano, de modo que as pousadas têm menor taxa de ocupação entre os meses de maio a agosto. A atividade turística, assim, tem como característica a sazonalidade, o que causa diversos transtornos às localidades que têm o setor como a principal atividade econômica. Por outro lado, em períodos de alta temporada, o excesso de contingente populacional transitório pressiona a infraestrutura, instaurando desconforto e descontentamento para parcelas significativas da população, em decorrência do aumento do custo de bens de consumo local ou pela escassez de determinados produtos. Na média do ano, o índice de ocupação atinge cerca de 50% ao mês. Entretanto, a ocupação mais efetiva se concentra nos finais de semana e nos feriados prolongados55. Além da divulgação e organização de eventos e comemorações tradicionais, a Prefeitura Municipal vem desenvolvendo um trabalho de planejamento de novos eventos relacionados às atividades náuticas e esportivas, como a Regata Fluvial, o Campeonato de Jet Ski, o Campeonato de Motocross, o Campeonato de Som Automotivo, a Copa Kart, a Copa de Paraquedismo, o festival de Pipas, o Passeio Ciclístico e os Jogos de Verão. A cidade possui diversos grupos de artistas que atuam nas áreas de arte cênica, música, artes plásticas e artesanato em geral. Presidente Epitácio integra os municípios do Circuito Turístico Oeste Rios. Este foi criado pelo Escritório Regional de Presidente Prudente do SEBRAE, com o objetivo de desenvolver o potencial turístico do Pontal do Paranapanema, da Alta Paulista e da Alta Sorocabana. O Circuito está sendo formado por meio de cursos e consultorias turísticas para as micro e pequenas empresas da região, cuja economia se baseia no setor primário e para comerciantes e empreendedores locais com interesse em se engajar no projeto56. Além da estância de Presidente Epitácio, os demais municípios abrangidos pelo projeto são Iepê, Martinópolis, Panorama, Pauliceia, Presidente Prudente, Rancharia, Rosana, Santo Expedito e Teodoro Sampaio. O Circuito tem como grande atrativo os rios Paraná e Paranapanema, com suas extensas pontes, praias de água doce, balneários, lagos e represas, além de eventos e festividades, tendo, inclusive, locais de peregrinação, como a cidade de Santo Expedito. A visitação é intensa, em alguns de seus municípios, mas proveniente do entorno próximo, havendo necessidade de maior divulgação para além dos limites regionais57. O Circuito tem como governança as Prefeituras Municipais e as Associações Comerciais da região, cuja proposta é a de promover a sustentabilidade dos negócios turísticos, culturais e artesanais no

54CAMARGO, Keila Bonin Reis de. Estudo do Turismo na Perspectiva Geográfica no Município de Presidente Epitácio. UNESP, Rio Claro (SP), 2008. 55 Idem. Ibidem. 56 CAMARGO, Keila Bonin Reis de. Op. cit. 57 DIÁRIO OFICIAL ESTADO DE SÃO PAULO. Circuito busca alavancar turismo na região oeste do Estado de São Paulo. São Paulo, 24 de junho de 2010.

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território, a partir da melhoria de gestão e operação dos produtos turísticos existentes e da criação de novos, com o intuito de diversificar a oferta turística e a economia regional. Os roteiros que fazem parte do Circuito são: roteiro das águas (náutico, pesca, lazer aquático e balneários); roteiro de campo, rural e agroturismo; roteiro natureza, ecológico e aventura; e roteiro cultural, com museu arqueológico, igrejas e centro cultural. Teodoro Sampaio e Rosana têm seu território banhado pelos rios Paraná e Paranapanema. Teodoro Sampaio possui um balneário municipal, que promove passeios de barco. O destaque do município é o Morro do Diabo, localizado no parque homônimo, que possui a maior faixa de mata primária de todo interior do Estado, com 33 mil hectares, onde se refugiam diversas espécies vegetais e animais, inclusive espécies de animais endêmicas como o mico leão da cara preta. Ainda, tem como importante ponto turístico a Igreja Matriz de Teodoro Sampaio e o Balneário Recanto dos Eucaliptos. A cidade atrai visitantes para suas festas Teodoro Fest Pesca e Teodoro Fest

Rodeio. Rosana tem como principais atrativos o encontro dos rios, as barragens das hidrelétricas Eng. Sérgio Motta e de Rosana, as ilhas fluviais, o turismo de pesca, o balneário e o Horto Florestal. As várias obras de mitigação dos impactos socioambientais causados pela construção da usina hidrelétrica e a formação do lago artificial no Rio Paraná também refletiram-se direta ou indiretamente no setor turístico de Panorama, dando novas características ao município. O Rio Paraná tornou-se o principal atrativo turístico, sobretudo através da pesca esportiva, que atrai pessoas de várias regiões e que conta com infraestrutura e equipamentos para a realização da atividade, como guias de pesca, marina, hotéis e pousadas. Ainda, ocorrem anualmente, no município, eventos, como o carnaval fora de época, o Pan Verão, a travessia do Rio Paraná, a festa de ano novo e os shows ao vivo no balneário municipal58. Pauliceia é um dos principais destinos de pesca do Circuito, que conta com lagos e represas, além de eventos e festividades como, por exemplo, travessia do Rio Paraná a nado. O circuito não se limita às cidades ao longo dos Rios Paraná e Paranapanema. Há ainda o núcleo formado por Presidente Prudente e localidades ao redor. Mas, mesmo nessas cidades, a água – proveniente de lagos e represas – é um de seus pontos característicos. Foge à regra Santo Expedito, que tem no turismo religioso seu principal atrativo. Em 2009, na semana de 19 de abril, dedicada ao santo padroeiro, a localidade recebeu 75 mil pessoas, incluindo fiéis de países como Chile e México. Capital regional, Presidente Prudente, concentra a melhor infraestrutura do Circuito, com aeroporto, hotéis e demais serviços. Entre os atrativos estão o Parque Ecológico Cidade da Criança, o Terra Parque Hotel de Lazer, o Centro Cultural Matarazzo, as Thermas do SESC e o Parque Aquático.

58 SILVA, Willian Ribeiro da; ITO, Claudemira Azevedo. A produção do território turístico em Panorama-SP: uma contribuição à geografia do turismo. Campus de Presidente Prudente – Faculdade de Ciências e Tecnologia – Geografia. Anais do XVI Encontro Nacional dos Geógrafos, realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre – RS, 2010.

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Próximo a Presidente Prudente, localiza-se Martinópolis, que tem no balneário municipal e na igreja de Santa Bibiana seus principais atrativos, além de eventos. Outra cidade vizinha a Presidente Prudente é Rancharia, que também possui balneário municipal, o Rancho Quarto de Milha – fundado por criadores dessa raça de cavalos, trazida dos Estados Unidos e que teve em Rancharia seu berço no Brasil -, além de tanques-rede para criação de tilápias. A cidade oferece eventos como o Fest Peixe, a Festa do Peão e a Cavalgada de Nossa Senhora Aparecida. Quase na divisa entre São Paulo e Paraná, próxima do Rio Paranapanema, está Iepê, cujos principais pontos turísticos são a represa Final do Asfalto, o Museu de Arqueologia e a Cachoeira Águas do Sol59.

CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA E DOS SERVIÇOS DA RA Mesmo abrigando importantes hidrelétricas − que aumentam o PIB dos municípios onde se localizam (Rosana, Sandovalina e Taciba) −, a RA gerou um PIB, em 2009, que representa apenas 1,1% do PIB estadual, não acompanhando, portanto, a participação de 2,0% de sua população no conjunto do Estado. A estrutura econômica regional sempre teve como base as atividades do campo, cuja dinâmica imprime sua marca sobre a indústria. A estrutura produtiva tem, assim, um forte perfil agroindustrial. Na indústria de transformação, destacam-se o setor de alimentos e bebidas, com predomínio da produção sucroalcooleira e do processamento da carne bovina, e o setor de biocombustíveis, este com projeto de expansão em municípios do Pontal do Paranapanema (Caiuá, Mirante do Paranapanema, Presidente Epitácio e Teodoro Sampaio), a partir do cultivo de novos produtos agrícolas, como a macaúba. O setor secundário, por apresentar-se assentado em segmentos simples, tradicionais e relacionados à fabricação de bens de consumo não-duráveis (produtos alimentícios, bebidas, confecção de vestuário e acessórios, combustíveis, couros e calçados, produtos de minerais não-metálicos e móveis), não tem tido a força necessária para dinamizar a economia regional e para reter ou atrair população60. A predominância de micro e pequenas empresas industriais, na região − a maioria surgida a partir da iniciativa de empreendedores locais −, também concorre para que a modernização do processo produtivo ocorra de forma lenta61, não havendo concentração industrial ou setores intensivos em tecnologia relevantes. No entanto, municípios que vêm sendo palco da expansão de usinas sucroalcooleiras − como Caiuá, Flórida Paulista, Junqueirópolis, Narandiba, Pauliceia, Sandovalina e Marabá Paulista, que se apoia numa indústria de confecções de vestuário e acessórios dinâmica − têm conseguido crescer e atrair população. Conforme a composição setorial do PIB, tanto a agropecuária como a indústria vêm crescendo em participação, associadas, em grande parte, ao setor sucroalcooleiro e à fabricação de combustíveis. Por isso, os postos de trabalho que foram criados recentemente ampliaram as oportunidades para trabalhadores da cultura de cana-de-açúcar, trabalhadores volantes da agricultura, alimentadores de linha de produção, motoristas de caminhão, trabalhadores de serviços de manutenção de edifícios e

59 DIÁRIO OFICIAL ESTADO DE SÃO PAULO. Op. Cit. 60 Segundo a resenha de estatísticas “SP Demográfico” de novembro de 201, da Fundação Seade, entre 2000 e 2010, a RA de Presidente Prudente apresentou taxa de migração negativa (-0,8 migrante ao ano por mil habitantes). 61 SANTOS, Eliane Carvalho. A dinâmica recente do setor industrial e de seu mercado de trabalho formal da Região Administrativa de Presidente Prudente – SP. Geografia em Atos, n. 8, v. 1, UNESP, Presidente Prudente, 2008.

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logradouros, cozinheiro geral e tratoristas agrícolas, ocupações associadas a um nível de ensino e a requisitos de treinamento não muito elevados62. Nas últimas décadas, algumas cidades vêm abrigando empresas globais, de capital externo a elas, que participam diretamente do comércio internacional, exportando, no geral, produtos alimentícios, produtos de couros e calçados, combustíveis e produtos químicos. A indústria extrativa e a indústria de produtos de minerais não-metálicos regionais deverão ter um forte impulso, dada a descoberta da quarta maior reserva de argila do Brasil, na região de Castilho e Presidente Epitácio, calculada em torno de 135 milhões de toneladas, uma quantidade suficiente para abastecer as indústrias cerâmicas produtoras de blocos, lajes e telhas da região, por muitos anos. Apesar da saída de alguns frigoríficos para outras áreas do país e da intensificação da cultura da cana-de-açúcar, a RA ainda tem seu espaço rural bastante marcado pela pecuária63, cujo produto é processado e, em boa parte, exportado, constituindo-se um dos principais itens da pauta de exportações da região, particularmente, de Presidente Epitácio e Presidente Prudente. No entanto, a cadeia produtiva bovina não conseguiu se estabelecer, de forma plena, na região. As atividades de comércio e de serviços são desenvolvidas, predominantemente, em empresas de pequeno porte e os serviços de apoio às empresas e aqueles mais modernos e sofisticados de apoio às famílias concentram-se no município-polo de Presidente Prudente, que, assim, estende sua influência por toda a Região Administrativa. O ecoturismo, o turismo de aventura e as atividades esportivas e de lazer têm potencial de desenvolvimento, sobretudo nos municípios do Circuito Turístico Oeste Rios, dada a existência de reservas de mata nativa e de rios − especialmente o Paraná e o Paranapanema − e lagos formados pelo seu represamento, para o funcionamento de usinas hidrelétricas, de grande beleza paisagística. DESEMPENHO ECONÔMICO, 1996 A 2008 Esta seção tem como objetivo analisar o desempenho econômico da RA a partir do comportamento do PIB municipal ao longo do período de 1996 a 2008. Para tanto, é utilizada a taxa média geométrica de crescimento do PIB ao ano (em %) e a metodologia proposta por Azzoni64, que permite a identificação de municípios dinâmicos, estagnados e daqueles que acompanharam o ritmo de crescimento do conjunto do Estado65. A utilização de ambas busca uma avaliação mais completa, já que a metodologia desenvolvida por Azzoni evita um problema geralmente encontrado em estudos que utilizam taxas geométricas de crescimento

62 FUNDAÇÃO SEADE. FOCO 2010. Publicação integrante do Diagnóstico para Ações Regionais da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo. Região Administrativa de Presidente Prudente, 2010. 63 SANTOS, Eliane Carvalho. Op. cit. 64 AZZONI, C. R. Identificação Empírica de Áreas Dinâmicas, Áreas Estagnadas e Áreas em Retrocesso: Possível Alternativa Metodológica. Ciclo de Seminários - Políticas Públicas em Debate. São Paulo: Fundap, 27 de junho de 2008. 65 Todos os valores referentes ao PIB, apresentados nesta seção, estão expressos segundo preços de 2000, ajustados pelo Deflator Implícito do PIB Nacional, conforme disponibilizado no site www.ipeadata.gov.br. Importante ressaltar que a serie histórica do PIB, utilizada neste estudo, tem algumas ressalvas por iniciar-se em 1996. A atual série oficial do PIB dos municípios brasileiros, calculada pelo IBGE em parceria com as instituições estaduais de estatística (em São Paulo, com a Fundação Seade), inicia-se em 1999. Como sua metodologia sofre frequentes mudanças, cada vez que isso ocorre, os dados pretéritos do PIB são recalculados, de modo a permitir sua comparabilidade temporal.

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anual: municípios menores e mais pobres, com um pequeno incremento no PIB, alcançam uma taxa de crescimento extremamente elevada66. A avaliação da taxa média geométrica de crescimento do PIB, contudo, não deve ser abandonada, uma vez que ela consegue captar o crescimento dos municípios maiores e mais ricos que, em geral, na metodologia de Azzoni, sempre estão entre aqueles com maior PIB. Por esse motivo, não lhes é possível migrar para um grupo mais rico, o que caracteriza o dinamismo na metodologia proposta. Os resultados mostram que a RA apresentou uma taxa média geométrica de crescimento do PIB de 1,63% ao ano, taxa inferior a média do conjunto do Estado de 3,58% ao ano. No entanto, 22% de seus municípios apresentaram dinamismo, dos quais merecem ênfase Sandovalina, Narandiba, Pauliceia, Rancharia e Iepê, com taxas de crescimento do PIB superiores a 6,0% ao ano, no período em avaliação67. Rancharia, o maior dos municípios citados acima, com 28.809 habitantes68 em 2011, deve seu dinamismo a uma estrutura econômica mais diversificada e a sua relativa influência espacial, já que é centro de zona B, em termos de centralidade na rede urbana, segundo classificação do IBGE69. O município oferece diversas atividades de serviços, que atendem a população local e de municípios vizinhos, e possui unidades agroindustriais voltadas aos mercados interno e externo, que também movimentam a agropecuária local70. Com seu perfil agroindustrial, a cidade destaca-se na bovinocultura, na avicultura e na produção de soja, de milho e de cana-de-açúcar, conforme seção AGROPECUÁRIA do presente estudo. Simultaneamente, seus estabelecimentos industriais direcionam-se para produção de alimentos, bebidas e álcool etílico, com destaque para a fabricação de laticínios e para as atividades frigoríficas de processamento de carne bovina e de aves. Na rodovia Homero Severo Lins (SP 284), encontram-se unidades industriais frigorificas que produzem carne com/sem osso, miúdos, sebo, farinha de carne e osso bovino, além de oferecer uma Boutique de Carnes para atender ao público. No segmento de carne de frango, merece ênfase estabelecimento industrial com capacidade para abater mais de 100 mil aves por dia, produzindo aves inteiras e em cortes temperados e congelados, comercializados nos mercados interno e externo, como Ásia, África e Oriente Médio71. A presença destas atividades em Rancharia, que também recebe visitantes em busca de lazer nas praias artificiais de sua represa, gera empregos e dinamiza a economia local, com reflexos sobre seu PIB, como mostra o estudo. Nos municípios de Sandovalina, Narandiba, Iepê e Pauliceia, o crescimento expressivo do PIB é atribuído à expansão do complexo agroindustrial da cana-de-açúcar na região. A implantação e a ampliação das usinas e destilarias, nestes pequenos municípios, representa grande potencial de crescimento econômico,

66 AZZONI, op. cit. 67 Quanto aos demais municípios da RA de Presidente Prudente, 42% cresceram na média do conjunto do estado e 36% apresentaram estagnação. 68 FUNDAÇÃO SEADE. Informações dos Municípios Paulistas, 2012. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/imp/>. Acesso em: 29 mai. 2012. 69 IBGE. Regiões de Influência das Cidades – REGIC. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. 201 p. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/regic.shtm >. Acesso em: 04 jun. 2012. 70 JURADO DA SILVA, Paulo Fernando. Cidades pequenas e indústria: contribuição para a análise da dinâmica econômica na Região de Presidente Prudente-SP. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente, 2011. 71 Idem. Ibidem.

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pois aumenta as oportunidades de emprego e de expansão dos rendimentos locais, traduzindo-se na ampliação do PIB municipal. Estudos72 indicam que o movimento acentuado de instalação de destilarias e usinas, nas diversas regiões do Estado, favoreceu o crescimento do emprego73 e das economias locais74. Este quadro deve-se ao seu elevado potencial de geração de postos de trabalho industriais e agrícolas75 que alimentam a demanda agregada local e dinamizam a economia do município como um todo. Ademais, a utilização de inúmeros serviços de apoio às atividades da usina (manutenção, assistência técnica, informática, transporte, segurança) e de serviços de consumo familiar e urbanos por seus trabalhadores também estimula a expansão do emprego e das atividades do setor terciário. Outra fonte de dinamismo resulta do arrendamento de terras e da compra da cana-de-açúcar de produtores independentes pelas usinas. Neste último caso, vale destacar que o processo ocorre mediante contratos que podem envolver o financiamento dos custos de implantação da cultura e dos custos de produção, para pagamento posterior em produto76. O arrendamento das terras e a compra da cana de produtores independentes representam a entrada de recursos adicionais na economia municipal e, portanto, um estímulo ao dinamismo local. Estudos sobre a localização da produção de açúcar e álcool, no território paulista, identificaram o adensamento da produção nas regiões pioneiras, como Ribeirão Preto, e o crescimento expressivo nas áreas consideradas não tradicionais, como o oeste e noroeste do Estado77. Diante da escassez de terras e da presença de terrenos com declividade que impedem o corte mecanizado, nas regiões mais tradicionais, em simultâneo ao aprimoramento da infraestrutura de transporte paulista, que permitiu a melhor condução da produção pelo território, o oeste e o noroeste do Estado apresentaram-se como alternativa viável a sua expansão78. O contexto positivo do setor, iniciado nos anos 2000, incentivou a expansão da agroindústria canavieira naquelas regiões, com reflexos sobre o PIB de seus municípios. Todavia, o fato do dinamismo econômico destas pequenas localidades estar, em muitos casos, atrelado à expansão do complexo agroindustrial da cana-de-açúcar não indica que apenas a instalação de usinas e destilarias provoca o crescimento econômico, mas que foi esta a tendência dos últimos anos, em função da conjuntura vivida.

72 CHAGAS, André Luis Squarize; TONETO Jr, Rudinei; AZZONI, Carlos Roberto. A expansão da cana-de-açúcar e seu impacto nas receitas municipais: uma aplicação de painéis espaciais dinâmicos para municípios do estado de São Paulo. In: SOBER-Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, 2009, Porto Alegre. Anais... XLVII Congresso SOBER-Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, 2009. 73 Vale lembrar que sua maior parte, no estado de São Paulo, é de trabalhadores formais. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), no Estado de São Paulo, o maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, a formalização passou de 80,4%, em 1992, para 93,8%, em 2005. Ver MORAES, Márcia Azanha Ferraz Dias. Indicadores do Mercado de Trabalho do Sistema Agroindustrial da Cana-de-Açúcar do Brasil no Período 1992-2005. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 875-902, out-dez. 2007. 74 VIAN, Carlos E.F.; BELIK, Walter. Os desafios para a reestruturação do complexo agroindustrial canavieiro do Centro-Sul. ECONOMIA, Niterói (RJ), v. 4, n. 1, p. 153-194, jan./jun. 2003. 75 Sobre o emprego agrícola na lavoura canavieira, vale destacar que a mecanização crescente da colheita e, portanto, da redução da demanda por trabalhadores, representa muito mais uma predominância da demanda por maõ de obra mais especializada (tratoristas, operadores de máquinas, motoristas, técnicos, engenheiros agrônomos, etc.) e uma queda no contingente de migrantes sazonais ocupados nesta tarefa, do que uma diminuição dos postos de trabalho para a população local. No estado de São Paulo, 100% do cultivo, do carregamento e do transporte cana são mecanizados, enquanto, na colheita, a mecanização é de 35%, e, ainda assim, é relevante o emprego nestas atividades (MORAES, 2007). Ver também NOVAES, José Roberto Pereira; et al. Jovens migrantes canavieiros: entre a enxada e o facão. Relatório de situação-tipo para a pesquisa Juventude eIntegração Sul-Americana. Rio de Janeiro, 2007. 76 SEVERÍNIA (Município). Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, 2010-2013. São Paulo: Prefeitura Municipal de Severínia, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, Casa da Agricultura. 2010. 77 CHAGAS, et al., op. cit.; VIAN, BELIK, op. cit. Ver também OLIVETTE, Mário Pires de Almeida; NACHILUK, Kátia; FRANCISCO, Vera Lúcia Ferraz dos Santos. Análise comparativa da área plantada com cana-de-açúcar frente aos principais grupos de culturas nos municípios paulistas, 1996-2008. Informações Econômicas, SP, v.40, n.2, fev. 2010. 78 VIAN, BELIK. op. cit. Ver também BINI, Danton Leonel de Camargo. Mudanças na Composição das Culturas Agrícolas e a Urbanização na Região de Araçatuba, Estado de São Paulo. São Paulo: Informações Econômicas, volume 39, nº. 5, maio de 2009.

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Tal conjuntura caracteriza-se pela maior demanda por açúcar no mercado externo, pela mudança no paradigma energético mundial, pela possibilidade de cogeração de energia elétrica a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar e pelo crescimento do consumo interno de álcool, desde 2003, com introdução dos carros flexfuel no Brasil. Somados a estes elementos, a elevação do preço do petróleo e a crise energética recente também incentivaram o aumento da produção de etanol79, representando novas oportunidades de crescimento para o setor, que se refletiram na instalação e na ampliação de usinas e destilarias no Estado de São Paulo80. Inserida neste contexto, a RA e continuou a atrair investimentos do segmento. Segundo a PIESP, em 2008, cerca de 79,0% dos investimentos anunciados para a região destinaram-se a implantação de usinas de açúcar e álcool81.

Em resumo, as atividades econômicas que determinaram o crescimento do PIB dos municípios da RA de Presidente Prudente estão ligadas ao seu perfil agroindustrial e ao contexto de expansão do complexo da agroindústria canavieira pelo interior do Estado, que abarcou as regiões oeste e noroeste, consideradas não tradicionais neste setor.

Taxa média geométrica de crescimento do PIB ao ano (em %) RA de Presidente Prudente e Estado de São Paulo – 1996 a 2008

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. Elaboração: SPDR/UAM.

79 CHAGAS, et al., op. cit. 80 Ibid.; VIAN, BELIK, op. cit.; OLIVETTE; et al., op. cit. 81 FUNDAÇÃO SEADE. Boletim FOCO, ed. 2010. Região Administrativa de Presidente Prudente. Publicação integrante do diagnóstico para ações regionais da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/projetos/simtrabalho/boletim2010.php>. Acesso em: 22 mai. 2012.

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A população da RA de Presidente Prudente, em 2010, era de pouco mais de 833 mil habitantes, representando 2% do total estadual, de acordo com dados do Censo Demográfico 2010. Observa-se que, nas últimas décadas, a RA, assim como outras regiões, vem seguindo a tendência estadual de decréscimo das taxas anuais de crescimento. Nota-se também que entre 1980 e 2010, a participação da população regional, em relação à estadual, diminuiu e suas taxas de crescimento foram inferiores às do Estado.

Evolução da População Total Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 1980 a 2010

RA de Presidente Prudente

Estado de São Paulo

Distribuição Relativa

RA/ESP (%)1980 662 163 25 042 074 2,641991 734 312 31 588 925 2,322000 788 195 37 035 456 2,132010 833 530 41 262 199 2,02

Anos

População Total

Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010.

Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 1980 a 2010

2,131,78

1,090,94 0,790,56

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

1980/1991 1991/2000 2000/2010

Estado de São Paulo RA de Presidente Prudente

% ao ano

Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010.

Grande parte dos municípios apresentou taxas de crescimento na faixa entre 0% e 1% ao ano, no período 2000/2010 (31 municípios). A taxa mais elevada foi observada em Pracinha (7,16%). Apresentaram taxas de crescimento negativas 11 municípios (Caiabu, Euclides da Cunha Paulista, Flora

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Rica, Indiana, Monte Castelo, Presidente Bernardes, Ribeirão dos Índios, Rosana, Sagres, Santo Anastácio e São João do Pau d’Alho). O município de Presidente Prudente registrou crescimento inferior à média estadual (0,93% contra 1,09% ao ano). Importante ressaltar que, segundo dados da Fundação Seade82, a RA apresentou taxa negativa de migração na última década (-0,8 ao ano por mil habitantes), no entanto essa taxa foi superior a das décadas anteriores, o que pode representar uma recuperação demográfica da região.

Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População (% ao ano) Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 2000 a 2010

Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Elaboração: SPDR / UAM.

Em 2010, a RA apresentou grau de urbanização de 88,8%, abaixo da média estadual de 95,9%. No total, 12 municípios da região registraram urbanização acima de 90%. Observa-se que a RA possuía, em 2010, maior concentração de municípios com até 5 mil habitantes (43,4%). Dentre os mais populosos, além do município de Presidente Prudente, com mais de 130 mil habitantes, encontravam-se três municípios com população superior a 30 mil habitantes (Adamantina, Dracena e Presidente Venceslau); e 23 localidades possuíam menos de 5 mil habitantes.

82 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade. Tendências Recentes da Migração nas Regiões Administrativas do Estado de São Paulo. São Paulo: SP Demográfico, ano 11, n. 7, 2011.

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Proporção de Municípios segundo Faixas de Tamanho da População Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 2010

18,9

7,610,2

43,4

1,9 0,01,4

18,618,924,3 20,818,9

15,1

0,00,0

20,0

40,0

60,0

Até 5 mil Mais de 5mil a 10 mil

Mais de 10mil a 20 mil

Mais de 20mil a 50 mil

Mais de 50mil a 100 mil

Mais de100 mil a500 mil

Mais de500 mil

Faixas de Tamanho da População

Estado de São Paulo RA de Presidente Prudente

Em %

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.

Municípios segundo Faixas de Tamanho da População Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 2010

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.

A razão de dependência da população potencialmente inativa (43%) em relação a 100 pessoas em idade disponível para as atividades econômicas era, em 2010, superior à média estadual (41,5%). Este dado

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indica o contingente populacional potencialmente inativo a ser sustentado pela parcela da população potencialmente produtiva. O aumento da longevidade ocorrido nas últimas décadas na população paulista e brasileira influência diretamente nesse índice.

Razão de Dependência e Índice de Envelhecimento Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 2010

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.

Razão de Dependência Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 2010

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.

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A quantidade de idosos para cada 100 crianças, expressa pelo índice de envelhecimento, em 2010, era de 50,6%, superior média estadual (36,5%). Destaca-se que o grupo etário com mais de 14 e menos de 65 anos representava 70% do total da população da região, percentual igual ao apresentado pelo Estado.

Índice de Envelhecimento Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 2010

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.

Proporção da população total por grandes grupos etários Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 1980 a 2020

9,64,2

33,7

4,0

62,3

36,8

59,0

70,1

20,3

7,4

69,7

22,8

12,210,4

70,0

19,6 17,6

70,2

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

0 a 14 anos 15 a 64anos

65 anos emais

0 a 14 anos 15 a 64anos

65 anos emais

Estado de São Paulo Presidente Prudente

1980 2010 2020

Em %

Fonte: IBGE. Fundação Seade.

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O mesmo pode ser observado nas pirâmides etárias da população, que mostram que a região apresentou acentuado envelhecimento da população entre 1980 e 2010, com provável prosseguimento desta tendência até 2020. Verifica-se, também, redução do contingente de crianças e adolescentes com até 14 anos de idade em razão da queda das taxas de fecundidade e natalidade.

Pirâmides Etárias Estado de São Paulo e RA de Presidente Prudente – 1980 a 2020

Estado de São Paulo

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4

5 a 9

10 a 14

15 a 19

20 a 24

25 a 29

30 a 34

35 a 39

40 a 44

45 a 49

50 a 54

55 a 59

60 a 64

65 a 69

70 a 74

75 e M ais

1980 2010 2020

Homens Mulheres

Idade

Em %

RA de Presidente Prudente

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4

5 a 9

10 a 14

15 a 19

20 a 24

25 a 29

30 a 34

35 a 39

40 a 44

45 a 49

50 a 54

55 a 59

60 a 64

65 a 69

70 a 74

75 e Mais

1980 2010 2020

Homens Mulheres

Fonte: IBGE. Fundação Seade.

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O estudo dos aspectos sociais da RA de Presidente Prudente é desenvolvido a partir do IPRS, criado pela Fundação Seade, com o objetivo de proporcionar uma ferramenta analítica que traduza a situação de cada um dos municípios paulistas nas dimensões centrais do desenvolvimento humano. Desta forma, o índice é composto por inúmeros indicadores que medem as condições municipais em termos de renda, escolaridade e longevidade, apresentando uma tipologia, constituída de cinco grupos83, que resumem a situação de um, segundo as três dimensões citadas84. A região ocupa a terceira colocação no indicador de escolaridade, a nona posição na dimensão longevidade e a penúltima, em riqueza. A distribuição dos 53 municípios da região, nos grupos do IPRS, mostra grande concentração nos Grupos 3 e 4. No terceiro Grupo, estão classificados 26 municípios que registraram baixos índices de riqueza e bons indicadores de longevidade e escolaridade; e, no Grupo 4, estão 21 municípios que, diferentemente do grupo anterior, apresentaram resultado insatisfatório em uma das dimensões sociais. Cinco localidades foram classificadas, no Grupo 5, que apresenta indicadores baixos nas três dimensões, e apenas o município-sede enquadrou-se no Grupo 1, que possui bons indicadores de riqueza, longevidade e escolaridade. Em termos de longevidade, há espaço para melhorias na RA. Dentre as variáveis que a constituem, apenas a taxa de mortalidade infantil reduziu-se, passando de 13,6 para 12,1 óbitos por mil nascidos vivos, entre 2006 e 2008 – a média do Estado foi de 12,7 óbitos por mil nascidos vivos, neste último ano. A taxa de mortalidade perinatal, contudo, estabilizou-se em 15,3 óbitos por mil nascidos vivos, acima da média estadual de 13,9 por mil nascidos vivos. As demais variáveis mantiveram-se estáveis e abaixo da média do conjunto do Estado85. Logo, a RA apresenta uma situação caracterizada, simultaneamente, pela diminuição da mortalidade infantil e pela resistência à queda da mortalidade perinatal. A redução da taxa de mortalidade infantil indica a eficácia das iniciativas públicas de ampliação do saneamento básico e da cobertura vacinal, além de ser influenciada pela queda na taxa de fecundidade, pela renda familiar e pela escolaridade das mães. Deste modo, os esforços regionais devem se concentrar nas ações de saúde para melhorar a atenção no pré-natal, no parto e ao recém-nascido, elementos determinantes da mortalidade perinatal86. Para efeito

83 Grupo 1 do IPRS: agrega municípios com elevados indicadores na dimensão de riqueza, escolaridade e longevidade. Grupo 2 do IPRS: engloba municípios que, embora apresentem indicadores de riqueza elevados, não exibem bons indicadores de escolaridade e longevidade. Grupo 3 do IPRS: grupo dos municípios com nível de riqueza baixo, mas com bons indicadores nas demais dimensões. Grupo 4 do IPRS: formado por municípios que apresentam indicadores de riqueza baixos e indicadores de longevidade e/ou escolaridade intermediários. Grupo 5 do IPRS: grupo dos municípios mais desfavorecidos em termos de riqueza, escolaridade e longevidade. 84 O ÍNDICE PAULISTA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL - IPRS tem como finalidade caracterizar os municípios paulistas no que se refere ao desenvolvimento humano, através de indicadores sensíveis a variações de curto prazo e capazes de incorporar informações relevantes referentes às diversas dimensões de renda, longevidade e escolaridade. Cada uma destas dimensões é expressa por meio de um indicador sintético que pode assumir valores entre 0 e 100. Os indicadores sintéticos são constituídos da combinação linear de um conjunto de variáveis, com ponderações específicas. A estrutura de ponderação foi obtida de acordo com um modelo de análise fatorial, em que se estuda o grau de interdependência entre diversas variáveis. Para maiores informações sobre a metodologia de cálculo dos indicadores, variáveis selecionadas, ponderações atribuídas a cada variável, entre outras informações, consultar http://www.seade.gov.br/projetos/iprs/ 85 A dimensão de longevidade é composta pelas taxas de mortalidade de pessoas de 15 a 39 anos (por mil habitantes) e de mortalidade de pessoas de 60 anos e mais (por mil habitantes), além das taxas de mortalidade infantil e perinatal. 86 FUNDAÇÃO SEADE, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS, 2010. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/projetos/iprs/>. Acesso em: 14 mai. 2012.

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de ilustração, vale destacar que o setor público busca ampliar a cobertura destas ações na RA, uma vez que a proporção de mães com sete ou mais consultas no pré-natal foi inferior à média do conjunto do Estado, em 40% dos municípios87. Na dimensão de escolaridade, a RA encontra-se entre as melhores, ocupando a 3ª colocação no Estado, e ainda apresenta tendência de melhoria dos indicadores. A proporção de jovens de 15 a 17 anos, com ensino fundamental completo, alcançou 82,8%, frente à média estadual de 77,5%; e o percentual de jovens de 18 e 19 anos, com ensino médio completo, aumentou para 63,8%, superando a média estadual de 56,6%. Ademais, a taxa de atendimento escolar das crianças de 5 e 6 anos de idade também se ampliou (86,9%) e ficou acima da média paulista (82,0%). A maior conclusão dos estudos pelos jovens é confirmada por outros indicadores, elaborados pela Fundação Seade, não inclusos no IPRS. A taxa de abandono escolar88, por exemplo, apresenta-se em patamares inferiores à media do conjunto do Estado, nas etapas fundamental e média, na maior parte dos municípios. No ensino fundamental, 75% deles apresentaram taxa de abandono inferior à média estadual e, no ensino médio, 57%89. De maneira semelhante, a taxa de distorção idade-série90, para o conjunto da RA, alcançou 7,6%, no ensino fundamental, e 12,7%, no ensino médio, taxas inferiores às médias estaduais de 10,2% e 12,7%, respectivamente91. O desempenho regional no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo-Idesp também foi satisfatório, com mais de 60% dos municípios apresentando resultados superiores à media do conjunto do Estado, no ensino fundamental e médio92, o que complementa a avaliação positiva sobre seu indicador educacional no IPRS. Na dimensão de riqueza, a RA classificou-se na penúltima colocação, embora tenham apresentado crescimento, com relação à edição anterior do IPRS. Destaca-se a ampliação de 7% no valor adicionado fiscal per capita regional, em ritmo superior ao observado para o conjunto do Estado (3%), e o aumento de 7% no rendimento médio do emprego formal, em maior intensidade ao ocorrido no Estado (4%). Ainda assim, todos os indicadores que a constituem estão em pior situação, frente à média estadual: o consumo anual de energia elétrica por ligação no comércio, na agricultura e nos serviços foi de 7,28 MW (média estadual de 18,73 MW); o indicador consumo de energia elétrica por ligação residencial foi de 1,94 MW (média estadual de 2,41 MW); o indicador rendimento médio do emprego formal foi de R$ 1.041 (média estadual de R$ 1.663); e o indicador o valor adicionado fiscal per capita foi de R$ 8.3171 (média estadual de R$ 14.418). Tem-se, com isso, uma situação na qual a população é relativamente bem escolarizada, mas não encontra muitas oportunidades em uma economia de menor dinamismo, como mostraram os indicadores da dimensão de riqueza do IPRS e como apontou a seção DESEMPENHO ECONÔMICO deste estudo – a RA apresentou uma taxa média geométrica de crescimento do PIB de 1,63% ao ano, contra a média do conjunto do Estado de 3,58% ao ano.

87 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade, Painel SP, 2011. Os dados referem-se ao ano de 2008. 88 A taxa de abandono escolar reflete a proporção de alunos de um determinado nível/segmento de ensino que deixaram de frequentar a escola no decorrer do ano letivo, em relação ao total de alunos matriculados nesse mesmo nível/segmento. 89 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade, op. cit. Os dados referem-se a 2009. 90 A taxa de distorção idade-série indica o percentual de alunos com pelo menos dois anos a mais que a idade adequada para cursar uma série de um determinado nível de ensino, em relação ao total de alunos dessa série e nível. 91 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade, op. cit. Os dados referem-se a 2009. 92 É importante lembrar que os resultados do Idesp referem-se apenas a rede estadual de ensino. Os dados apresentados são do ano de 2008.

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Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS RA de Presidente Prudente e Estado de São Paulo – 2008

Fonte: Fundação Seade/Alesp, 2010.

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A ocupação da região de Presidente Prudente originou-se com migrantes mineiros, de início na área compreendida entre os rios Tietê, ao norte, Paraná, a oeste, e Paranapanema, ao sul. Aos poucos, organizou-se modesta rede urbana, com a pecuária tendo estado presente desde a chegada de invernistas, na segunda metade do século XIX93. Nesse período, a ocupação se deu nos espaços livres e de vegetação menos densa que permitiam manutenção da atividade desses primeiros pioneiros: criação de cavalos, mulas, bois, porcos e agricultura de subsistência, tendo deixado, praticamente, intocadas as áreas florestais94. Com o interesse no plantio do café, grandes glebas foram loteadas e a ocupação intensificada, nas duas primeiras décadas do século XX. Contudo, a ocupação efetiva só ocorreu com a implantação da Estrada de Ferro Sorocabana. Em 1919, foram inauguradas as estações de Presidente Prudente e Regente Feijó e a ligação até a margem do Rio Paraná ocorreu quando a estrada de ferro alcançou Presidente Epitácio, em 192295. A estruturação da rede urbana foi ditada pela estrada de ferro e empresas loteadoras, com produtores de café se instalando próximos ao eixo da ferrovia, evitando os solos baixos dos vales. A atividade pecuária, por sua vez, já estava estabelecida nos vales e espigões dos afluentes dos rios do Peixe, Santo Anastácio e Paranapanema96. Se inicialmente, a ocupação deu-se somente ao longo da ferrovia, a entrada das frentes pioneiras expandiu-a para os espigões além da ferrovia e trouxe e os vales do rio do Peixe e do Paranapanema. Os últimos municípios criados estão situados nas terras próximas ao Rio Paranapanema97. Na década de 1950, o tecido urbano era caracterizado por uma configuração mais compacta e contínua territorialmente, além das cidades se localizarem distantes umas das outras, sendo interligadas pela ferrovia e por estradas municipais98. Vinte anos depois, as principais vias de circulação encontravam-se pavimentadas. Destacam-se as rodovias Raposo Tavares (SP 270) − interligando Regente Feijó, Presidente Prudente e Álvares Machado - e Assis Chateaubriand (SP 425) − interligando Pirapozinho e Presidente Prudente. Quanto à expansão territorial urbana, houve, nessa época, avanço mais significativo de Presidente Prudente em direção à rodovia. As demais cidades também se expandiram, porém em menor ritmo e ainda mantendo uma forma mais compacta e contínua99.

93 MEDEIROS, op. cit. 94 MARQUES, Paulo Passini. Técnica, modernização e produção do espaço: um estudo sobre o papel da estrada de ferro nas transformações sócio-espaciais da zona da Alta Sorocabana. Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia. São Paulo, 2009. 95 POLETTI, Gabriele Regina. Processo de uso e ocupação das reservas florestais do Pontal do Paranapanema – SP. Disponível em: http://www4.fct.unesp.br/semanas/geografia/geografiaambientaledasaude/TCGAS03%20-%20Gabriele%20Regina%20Poletti.pdf. Acesso em 12 jan.2012. 96 MEDEIROS, op. cit. 97 POLETTI, op cit.. 98 MIYAZAKI, Vitor Koiti. Um estudo sobre o processo de aglomeração urbana: Álvares Machado, Presidente Prudente e Regente Feijó. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente, abril de 2008. 99 MIYAZAKI, (2008a), op. cit.

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A região atravessou diversas fases econômicas, desde extração da madeira e criação de gado, passando pelo café (décadas de 20 e 30), algodão (décadas de 30 e 40), menta (durante a segunda guerra mundial)100, amendoim e, novamente, o gado. Recentemente, vem ocorrendo forte expansão da cana101. A fase do café foi próspera, tendo trazido crescimento da economia e população. Com sua crise, teve início o ciclo do algodão e do amendoim, inclusive com a instalação de agroindústrias. A partir da década de 1940, a pecuária de corte passa a ser atividade econômica predominante, tendo encontrado condições satisfatórias para se desenvolver graças à tradição criatória dos colonizadores que utilizavam o gado como fornecedor de alimentos, bem como animais de tração102. Em 1940, a estrada de ferro transportava as primeiras boiadas engordadas na região para frigoríficos de São Paulo, Sorocaba e Cotia. A partir dos anos 1950, frigoríficos estabeleceram-se, na região, o que impulsionou a atividade de criação e engorda103. Ainda que o gado de corte tenha sido o que mais se desenvolveu, a produção de leite sempre esteve presente. Nos anos 1960, houve aumento da oferta de leite, como forma dos proprietários rurais diversificarem a produção, que até o final da década de 1970, abastecia a capital paulista104. A elevação da produção de leite deveu-se, em grande parte, à instalação da Cooperativa de Laticínio Vale do Paranapanema-COOLVAP105. Entre as décadas de 1970 e 1990, houve novo avanço da pecuária, além de tentativas de introdução da fruticultura e, em alguns municípios, início do cultivo de cana. Nas áreas urbanas, predominam as atividades comerciais e de serviços, destacando-se algumas indústrias diversificadas em Dracena e a indústria oleiro-ceramista em Panorama e Pauliceia106. 100 A REGIÃO tornou-se produtora para suprir a indústria farmacêutica norte-americana que, em função da guerra, deixou de ser abastecida pela Japão. Com o fim da guerra, houve, também, o declínio da produção regional. 101 PRESIDENTE PRUDENTE (Município). PLANO Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, 2010 – 2013. Prefeitura Municipal de Presidente Prudente, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, Casa da Agricultura de Presidente Prudente, Escritório de Desenvolvimento Rural de Presidente Prudente. s/d. 102 PRESIDENTE PRUDENTE (Município), op. cit. 103 MEDEIROS, op. cit. 104 STEVANATO, Adriana Salas; HESPANHOL, Antonio Nivaldo. Os Pequenos Produtores de Leite da Região de Presidente Prudente - S. P. Brasil. Disponível em: https://doc-04-94-docsviewer.googleusercontent.com/viewer/securedownload/. Acesso em: 17 jan.2012. 105 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério. O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO PRUDENTINO NA ONDA DO CAPITALISMO NACIONAL: UMA LEITURA GEOGRÁFICA. Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina. São Paulo, 20 a 26 de março de 2005. Disponível em: https://doc-10-94-docsviewer.googleusercontent.com/viewer/securedownload. Acesso em 12 jan.2012. 106 SEGATTI, Sônia. A expansão da agroindústria sucroalcooleira e a questão do desenvolvimento da microrregião de Dracena - SP. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Campus de Presidente Prudente. Presidente Prudente, dezembro de 2009.

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Mancha Urbana da RA de Presidente Prudente

Em termos de Rede Urbana107, a RA conta com o Centro Regional108 de Presidente Prudente.

107 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Economia e Planejamento, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano – Emplasa e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade. Estudo da Morfologia e da Hierarquia Funcional da Rede Urbana Paulista e da Regionalização do Estado de São Paulo. Sumário Executivo. São Paulo, novembro 2010. 108 AGLOMERAÇÃO urbana é unidade que compõe mancha contínua de ocupação, constituída de mais de uma unidade municipal, envolvendo fluxos intermunicipais, complementaridade funcional e integração socioeconômica, decorrente de especialização, complementação e/ ou suplementação funcional.

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• Centro Regional de Presidente Prudente

Com a expansão da Estrada de Ferro Sorocabana, multiplicaram-se os núcleos urbanos, dentre os quais Presidente Prudente, a partir da união de dois núcleos de colonização, criados para desempenhar papel de centro de ligação entre o sertão e o mundo povoado. Assim, o município, criado em 1921, passa a ser o local para vendas de terras, constituindo-se centro de abastecimento de produtos e instrumental para o trabalho109. Tanto a criação de loteamentos urbanos como a delimitação das glebas rurais foi controlada desde o início por dois grandes proprietários de terras, que foram os responsáveis pela formação do núcleo urbano primordial110. O desenvolvimento local originou-se da expansão da economia cafeeira, através da compra de lotes de terras ao longo da Estrada de Ferro Sorocabana, com a formação dos dois núcleos urbanos (Vilas Goulart e Marcondes) que posteriormente formaram a cidade, que passou por mudanças nas suas atividades econômicas111. O município teve, na década de 1920, o café como a atividade econômica mais importante, exercida por proprietários de terras, empreiteiros e colonos. A produção do café, foi substituída por outras culturas, como o algodão e amendoim, a partir dos anos 1930. A cultura do algodão foi favorecida pela expansão da indústria têxtil brasileira e pela exportação do produto. Houve impulso econômico na região, principalmente, com a introdução do algodão fibra longa que tinha preços atrativos no mercado internacional. Houve, também, a instalação de indústria de beneficiamento112. A expansão territorial urbana e o crescimento populacional viabilizaram a presença da atividade comercial e da prestação de serviços tanto públicos quanto privados, materializada na constituição de infraestrutura básica e equipamentos urbanos. Aos poucos, o comércio de produtos agrícolas (pequenas mercearias que vendiam produtos derivados do leite, do milho, etc.) passou a conviver com outros tipos de empreendimentos no setor de comércio e serviços, como farmácias, bares, lojas de tecidos, armazéns, além da prestação de serviços médicos, dentários, de advocacia e educacionais113. Dessa forma, Presidente Prudente adquire relevância, no contexto regional, com a instalação de empreendimentos do setor terciário além das serrarias, das máquinas de beneficiar o algodão, dos primeiros frigoríficos, até a implantação do Distrito Industrial o que acaba por conferir à cidade a condição de polo regional114.

109 PRESIDENTE PRUDENTE (Município), op. cit. 110 BOSCARIOL, RENAN AMABILE. OS agentes estatais na produção do espaço urbano em cidades do interior paulista: Marília, Presidente Prudente, Araçatuba e São José do Rio Preto. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente, 2011. 111 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 112 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 113 SILVA, Márcia. O poder local em Presidente Prudente - SP, o comerciante e suas representações sociais. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente, 2000. Disponível em: http://www4.fct.unesp.br/pos/geo/dis_teses/00/00_marcia.pdf. Acesso em: 23 jan. 2012. 114 PRESIDENTE PRUDENTE (Município), op. cit.

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Vários dos atuais municípios da região foram criados a partir de Presidente Prudente, como, por exemplo: Santo Anastácio (1925); Presidente Venceslau (1926), Presidente Bernardes (1935), Presidente Epitácio (1948), Marabá Paulista (1953) e Teodoro Sampaio (1964)115. Cidades mais próximas de Presidente Prudente, como Álvares Machado, Pirapozinho e Regente Feijó, fazem parte de processo de formação socioespacial semelhante, tendo surgido a partir da intensificação de sua atividade econômica e crescimento do povoamento116. Os núcleos urbanos que deram origem à cidade de Presidente Prudente ocuparam inicialmente as áreas de topos, no espigão divisor de águas localizado onde hoje é a Estação Ferroviária e suas proximidades. Posteriormente, com o crescimento territorial urbano, a cidade se expandiu sobre um relevo composto por colinas médias e amplas, incorporando outras áreas, além dos fundos de vale117. No início da década de 1980, a área urbana de Presidente Prudente avançou para além da Rodovia Raposo Tavares (SP 270), com a aprovação e implantação de loteamentos. Neste caso, observa-se que a cidade expandiu-se com mais intensidade a oeste do núcleo urbano inicial, aproximando-se do município de Álvares Machado. Da mesma forma, ainda no final da década de 1970, foram criados loteamentos localizados em Álvares Machado, distantes da sede municipal e próximos ao limite municipal com Presidente Prudente118. Assim sendo, há dispersão das áreas urbanas, que passam a estar localizadas cada vez mais distantes e em descontinuidade em relação ao centro da cidade e ao tecido urbano consolidado. A localização desses bairros demanda maiores investimentos, por parte do poder público, para disponibilizar serviços como água, esgoto, iluminação pública, transporte coletivo etc.119. A expansão não se deu de forma homogênea e uniforme. Sua dinâmica englobou, em um primeiro momento, os compartimentos geomorfológicos mais altos e com topos suaves e, posteriormente, seguiu ocupando os espigões secundários para, por fim, alcançar as partes mais baixas. O crescimento territorial da cidade que foi orientado, num primeiro momento, pela ferrovia, direcionou a expansão da malha urbana no sentido norte-sul pelas áreas de topos. Aos poucos, o sítio urbano foi se constituindo de acordo com o relevo, com o poder público municipal passando a investir em projetos de urbanização de fundos de vale, incorporando-os ao tecido urbano por meio da retificação, canalização e aterro para a construção de parques, transformando antigas barreiras em elementos de valorização do solo urbano120. Ao sul, a cidade cresceu rompendo a barreira formada pela SP 270, por meio da implantação de alguns loteamentos121. A expansão territorial em direção à zona sul, por exemplo, ocorreu com o prolongamento de avenidas importantes para além da rodovia. Neste setor da cidade, a partir da

115 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Economia e Planejamento, Coordenadoria de Planejamento Regional, Instituto Geográfico e Cartográfico. Municípios e Distritos do Estado de São Paulo. São Paulo, 1995. 116 JURADO DA SILVA, op. cit. 117 PEDRO, Leda Cerrea; MIYAZAKI, Vitor Koiti. A Cartografia Geográfica Crítica no estudo da apropriação do relevo em área urbana: o caso de Presidente Prudente-SP. Caminhos de Geografia v. 12, n. 40. Uberlândia, dezembro de 2011. Disponível em http://www.ig.ufu.br/revista/caminhos.html Acesso em: 13 jan. 2012. 118 MIYAZAKI, (2008a), op. cit. 119 MIYAZAKI, (2008a), op. cit. 120 PEDRO, op. cit. 121 PEDRO, op. cit.

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década de 1990, foram implantados alguns loteamentos fechados, voltados para um público de renda mais elevada, ocupando as altas, médias e baixas vertentes, em uma área de cabeceira de drenagem122. Nas últimas décadas, o processo de expansão territorial passou a ser caracterizado, cada vez mais, por descontinuidades, por meio da implantação de loteamentos dispersos e distantes do centro, como é o caso de bairros nos setores sudoeste e nordeste123. A expansão mais intensa, para oeste, pode ter sido influenciada por diversos fatores, tais como os aspectos históricos (a forma que se deu o loteamento nos dois núcleos urbanos iniciais), a disposição da estação ferroviária para oeste, a topografia mais acidentada a leste, a estrutura fundiária do entorno etc.124. Adicionalmente, o setor oeste passou por uma série de melhorias decorrentes de investimentos públicos, em contraposição ao relevo mais acidentado do setor leste, que inclusive abriga áreas de deposição de resíduos sólidos. Essas áreas menos atrativas foram utilizadas para a implantação de conjuntos habitacionais e loteamentos populares125. Alguns autores sugerem que Presidente Prudente, Álvares Machado e Regente Feijó apresentaram expansão tal que possuiriam, atualmente, áreas com continuidade territorial (entre Álvares Machado e Presidente Prudente) ou manifestando tendência neste sentido (entre Regente Feijó e Presidente Prudente)126. Álvares Machado e Regente Feijó guardam forte relação com Presidente Prudente, tanto no que diz respeito às interações espaciais (com deslocamento de pessoas ao trabalho e estudo), quanto em outras dimensões da vida social e da conexão territorial entre tais centros, pois, em alguns pontos, há contiguidade dos tecidos urbanos de Álvares Machado e Presidente Prudente127. Alguns bairros da cidade de Álvares Machado já fazem limite com bairros de Presidente Prudente, e há forte tendência à ocupação contínua, ao longo das duas principais vias de articulação: a Rodovia SP 270 e a Estrada Intermunicipal Arthur Boigues Filho128. Na Rodovia Raposo Tavares, porém, no trecho entre Álvares Machado e Presidente Prudente, há poucos estabelecimentos industriais, apesar do núcleo industrial de Álvares Machado também estar localizado às margens desta via. As instalações do campus II da Universidade do Oeste Paulista-UNOESTE, contudo, ocupam áreas tanto em Álvares Machado quanto em Presidente Prudente129. Em Regente Feijó, não se verificaria, ainda, continuidade territorial em relação à Presidente Prudente, mas estaria sendo constatada tendência nesse sentido, principalmente quando se observa a ocupação existente ao longo da SP-270, devido à localização dos distritos industriais

122 PEDRO, op. cit. 123 PEDRO, op. cit. 124 MIYAZAKI, (2008a), op. cit. 125 PEDRO, op. cit. 126 MIYAZAKI, Vitor Koiti. Interações espaciais em cidades pequenas e médias: o caso do processo de aglomeração urbana. XV Encontro Nacional de Geógrafos “O espaço não pára. Por uma AGB em movimento”. São Paulo, 20 a 26 de julho de 2008. 127 JURADO DA SILVA, op. cit. 128 MIYAZAKI, (2008b), op. cit. 129 MIYAZAKI, (2008a), op. cit.

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(tanto de Regente Feijó quanto de Presidente Prudente) e do Distrito de Espigão, pertencente a Regente Feijó. Além disso, há uma grande quantidade de loteamentos de chácaras de lazer ao longo da Rodovia Ângelo Rena, que também interliga Presidente Prudente a Regente Feijó130. Presidente Prudente encontra-se nas Bacias Hidrográficas do Rio Peixe (UGRHI 21) e do Pontal do Paranapanema (UGRHI 22). O município, que se assenta sobre o espigão divisor da Bacia Hidrográfica do Rio Peixe, ao norte, do Rio Santo Anastácio, ao sul e sudoeste e do Rio Paranapanema, a sudeste131, tem suas bacias hidrográficas formadas por pequenos cursos d’água que se dirigem ao Rio Paraná. É cortado pelos córregos do Veado e do Cedro, que pertencem à Bacia Hidrográfica do Rio Santo Anastácio, integrante da UGRHI 22, e pelo córrego da Onça e Rio Mandaguari, que pertencem à UGRHI 21132. O município abrigava 207,4 mil habitantes, em 2010, ou 25% do total da RA. Sua taxa anual de crescimento populacional, entre 2000 e 2010, foi inferior à dos períodos 1980/1991 e 1991/2000. Presidente Prudente registrou, entre 2000 e 2010, taxa de 0,93%, inferior à média do Estado, de 1,09%. Presidente Prudente se destaca no contexto regional em função da centralidade que desempenha, com expressiva oferta de serviços públicos e privados (hospital regional, clínicas médicas e odontológicas especializadas, universidades etc.) e pela presença de atividades comerciais133. A partir dos anos 1950, intensificou-se a expansão das atividades industriais, imobiliárias, comerciais e de serviços134. Antes da intensificação da industrialização no município, existiam estabelecimentos de indústrias de pequeno porte. Entre os setores que atuavam naquela época, destacam-se: fábricas de bebidas, matadouros, atividades artesanais (fábricas de sapatos) etc.135. O desenvolvimento do setor industrial pode ser classificado em duas fases: a primeira, caracterizada pelo predomínio de capital externo; enquanto na segunda, houve proeminência de capital local136. A indústria com base em capital externo teve ciclos de expansão e declínio, de acordo com o tipo de setor em que atuava, como, por exemplo, as indústrias beneficiadoras de produtos agrícolas, no período de 1937 a 1983, e as indústrias frigoríficas, entre 1960 e 1990137. A indústria de capital local iniciou-se na década de 1940, tendo sido constituída, essencialmente, por pequenas unidades fabris de imigrantes. Na década de 1970, estas empresas, que geralmente atuavam no segmento das indústrias de bens de consumo não-duráveis, tiveram destaque, tanto local como regional e, nos anos de 1980, aumentaram as suas áreas de atuação ao englobar o mercado nacional e, alguns casos, o internacional138.

130 MIYAZAKI, (2008b), op. cit. 131 GODOY, Manoel Carlos Toledo Franco; SILVA, Lucia Elena Rodrigues; SOUZA FILHO, Alcides. O risco tecnogênico no planejamento físico territorial: Exemplo de área de ampliação do Distrito Industrial de Presidente Prudente – SP. Disponível em: HTTP://agbpp.dominiotemporario.com. Acesso em 23 jan.2012. 132 MUSEU e Arquivo Histórico Prefeito Antonio Sandoval Netto. História de Presidente Prudente. Disponível em: http://museu.presidenteprudente.sp.gov.br/historiapp.php. Acesso em 20 jan.2012. 133 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 134 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 135 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 136 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 137 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 138 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit.

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Em função de sua localização, Presidente Prudente tornou-se ponto de passagem para os que se dirigiam para o Paraná e Mato Grosso do Sul e ponto de chegada para aqueles que se dirigiam para o Oeste Paulista, conferindo-lhe o papel de centro fornecedor e receptor de mercadorias, produtos e serviços. Atualmente a cidade é polo comercial e prestador de serviços139. A primeira área que concentrou as atividades comerciais foi o centro, onde há comércio e serviços. No comércio, destaca-se, comercialização de eletrodomésticos. Na prestação de serviços, há agências bancárias, serviços médicos e estabelecimentos destinados a automóveis140. Com a expansão do tecido urbano, houve especialização funcional e emergência de novas centralidades141, com shoppings centers relacionados às novas estratégias de ocupação urbana. No município há dois, com o primeiro, de 1986, localizando-se próximo ao centro, e o segundo, construído posteriormente, mais distante da região central142. O movimento comercial e de serviços, ao longo dos anos, além de se ampliar, diversificou-se para atender às necessidades do crescimento constante da população e pelo fato de que a cidade passava a ser um dos pontos de referência da região. O município conta, inclusive, com quatro instituições de ensino superior, entre as quais a Universidade Estadual Paulista143.

139 PRESIDENTE PRUDENTE (Município), op. cit. 140 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 141 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 142 SOUSA, Adriano Amaro de; SPOSITO, Eliseu Savério, op. cit. 143 PRESIDENTE PRUDENTE (Município), op. cit.

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ASPECTOS

SOCIAIS

Área Total 2010 (km²)

Pop. Total 2011

Taxa de Crescim. Populac.

2000 a 2010 (%

a.a.)

Grau de Urbaniz.

2010 (%)

Cana de Açúcar - Área Tot. Ocupada 2007/2008

(ha)

Soja - Área Tot.

Ocupada 2007/2008

(ha)

Bovinocultura corte -

n. de cabeças 2007/2008

Nº de Estabelec.

2008

Nº de Empregos

2008

PIB 2008 (em R$ milhões)

PIB per capita

2008 (em R$)

Taxa média geométrica de crescim.

1996 a 2008 (em

%)

IPRS 2008

Adamantina 411,8 33.825 0,09 94,5 16.737,2 - 9.324 911 6.891 443,97 12.918,76 0,06 Grupo 4

Alfredo Marcondes 119,5 3.909 0,51 83,7 149,2 - 3.546 45 234 33,87 8.414,03 4,71 Grupo 3

Álvares Machado 346,3 23.596 0,38 90,1 482,8 - 6.293 332 1.860 179,01 7.554,93 3,69 Grupo 3

Anhumas 320,9 3.769 0,92 81,9 6.809,0 43,5 24.096 32 111 34,65 8.883,71 4,94 Grupo 3

Caiabu 252,0 4.072 -0,01 81,4 9.895,4 - 5.561 44 63 32,48 7.864,84 -3,10 Grupo 3

Caiuá 535,5 5.125 1,86 38,3 6.395,6 - 36.995 29 1.601 80,72 15.132,20 5,37 Grupo 4

Dracena 488,0 43.518 0,66 92,3 10.861,5 - 34.024 1.203 7.433 496,76 11.292,91 1,62 Grupo 4

Emilianópolis 223,3 3.032 0,43 82,7 5.706,1 - 13.604 33 76 25,67 8.126,30 2,86 Grupo 3

Estrela do Norte 263,3 2.661 0,12 79,0 6.204,4 - 14.886 18 71 25,90 10.402,29 -0,09 Grupo 4

Euclides da Cunha Paulista 577,1 9.530 -0,62 63,8 136,5 - 27.977 60 177 59,43 5.838,35 10,07 Grupo 4

Flora Rica 225,1 1.717 -2,14 80,9 5.391,2 - 7.219 15 24 29,19 14.282,92 5,43 Grupo 3

Flórida Paulista 524,9 13.017 1,44 78,9 23.013,6 39,0 20.777 155 1.075 127,50 9.427,44 4,72 Grupo 4

Iepê 596,1 7.663 0,49 88,8 10.961,9 9.029,3 22.678 97 380 111,36 14.266,48 6,11 Grupo 4

Indiana 127,6 4.816 -0,21 85,5 223,4 - 7.975 81 356 33,92 7.108,43 4,03 Grupo 3

Inúbia Paulista 86,7 3.659 0,89 87,5 3.407,5 63,0 6.575 54 378 46,10 12.146,81 4,64 Grupo 3

Irapuru 213,4 7.819 0,42 70,7 3.919,0 - 11.324 90 316 50,98 6.501,24 3,23 Grupo 5

Junqueirópolis 582,8 18.890 0,96 82,2 17.204,2 - 29.005 380 3.375 191,52 9.714,48 3,47 Grupo 3

Lucélia 314,5 20.031 0,82 86,6 10.601,2 - 5.410 400 3.681 190,62 9.475,45 1,30 Grupo 4

Marabá Paulista 917,1 4.928 2,65 44,5 13.335,6 - 73.798 25 111 47,75 8.251,20 2,11 Grupo 5

Mariápolis 186,1 3.921 0,15 80,1 1.409,5 - 8.996 38 45 27,34 7.018,40 2,01 Grupo 4

Martinópolis 1.253,2 24.400 0,81 84,0 27.922,8 1.068,9 83.090 294 1.321 224,45 8.886,96 2,93 Grupo 3

Mirante do Paranapanema 1.237,9 17.139 0,51 58,9 6.799,1 380,6 40.907 159 632 110,81 6.167,53 2,18 Grupo 3

Monte Castelo 233,2 4.060 -0,08 79,0 3.528,0 - 5.481 23 75 48,80 11.816,36 3,27 Grupo 3

Nantes 285,4 2.750 1,75 89,8 5.627,3 4.371,9 16.855 30 107 79,95 30.432,33 - Grupo 3

Narandiba 358,1 4.342 1,37 72,4 5.256,7 3.933,8 19.326 35 1.945 98,67 23.884,13 11,63 Grupo 3

Nova Guataporanga 34,1 2.185 0,42 86,8 697,9 - 39 15 50 14,61 6.713,09 1,80 Grupo 4

Osvaldo Cruz 247,9 31.035 0,42 89,9 3.230,6 - 9.997 763 5.081 309,96 9.897,51 2,33 Grupo 3

ASPECTOS ECONÔMICOS

Agropecuária Indústria e Serviços Produto Interno Bru to - PIB

Números da Região

Estado de São Paulo, RA de Presidente

Prudente e Municípios

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

Page 65: Presidente Prudent e

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ASPECTOS

SOCIAIS

Área Total 2010 (km²)

Pop. Total 2011

Taxa de Crescim. Populac.

2000 a 2010 (%

a.a.)

Grau de Urbaniz.

2010 (%)

Cana de Açúcar - Área Tot. Ocupada 2007/2008

(ha)

Soja - Área Tot.

Ocupada 2007/2008

(ha)

Bovinocultura corte -

n. de cabeças 2007/2008

Nº de Estabelec.

2008

Nº de Empregos

2008

PIB 2008 (em R$ milhões)

PIB per capita

2008 (em R$)

Taxa média geométrica de crescim.

1996 a 2008 (em

%)

IPRS 2008

Ouro Verde 266,5 7.862 0,87 92,0 9.192,0 - 9.640 90 229 64,56 7.996,49 7,90 Grupo 4

Pacaembu 339,7 13.292 0,55 73,7 10.312,1 - 8.148 181 690 93,66 6.850,50 0,83 Grupo 5

Panorama 353,1 14.672 0,67 97,1 3.950,8 - 21.407 330 2.129 121,48 8.376,80 3,60 Grupo 5

Paulicéia 373,9 6.445 1,81 83,1 11.335,0 - 18.309 91 939 60,95 10.600,57 9,69 Grupo 4

Piquerobi 482,5 3.543 0,17 75,5 3.171,4 - 35.580 22 131 33,28 8.861,02 0,30 Grupo 4

Pirapozinho 480,8 24.945 1,11 95,0 16.749,5 1.289,0 20.596 463 2.643 386,29 15.473,85 4,17 Grupo 3

Pracinha 63,1 3.044 7,09 47,9 1.118,5 - 5.320 14 20 15,64 5.042,23 - Grupo 5

Presidente Bernardes 753,7 13.476 -0,76 77,4 3.103,8 623,0 46.556 182 785 116,46 7.598,56 -2,06 Grupo 4

Presidente Epitácio 1.281,8 41.511 0,51 93,3 1.794,1 - 85.829 712 5.478 361,37 8.862,55 1,94 Grupo 4

Presidente Prudente 562,1 209.396 0,94 98,0 9.785,0 13,0 20.828 5.878 51.284 3.182,33 15.435,91 -0,36 Grupo 1

Presidente Venceslau 755,0 37.962 0,15 95,7 9.574,5 85,0 57.276 839 4.850 383,50 9.995,29 0,87 Grupo 3

Rancharia 1.584,7 28.809 0,02 89,7 22.300,4 8.804,5 125.168 543 3.656 598,46 20.538,95 6,37 Grupo 4

Regente Feijó 265,1 18.639 0,85 92,2 2.078,9 169,6 17.974 358 3.329 248,18 14.044,46 4,91 Grupo 4

Ribeirão dos Índios 197,0 2.184 -0,15 84,6 3.174,6 - 17.649 22 38 25,45 11.016,02 - Grupo 3

Rosana 741,2 19.326 -2,02 80,5 622,9 - 36.908 212 1.267 691,69 35.602,93 5,34 Grupo 3

Sagres 148,9 2.390 -0,19 76,0 4.931,5 - 2.679 17 113 22,84 9.721,68 -2,88 Grupo 3

Salmourão 172,8 4.857 0,90 89,7 7.360,8 - 10.585 36 56 41,38 8.715,42 3,34 Grupo 3

Sandovalina 455,4 3.760 1,83 69,8 19.425,6 1.238,2 19.284 37 148 148,61 44.203,96 13,38 Grupo 4

Santa Mercedes 166,9 2.834 0,09 86,8 4.085,8 - 10.989 20 54 23,63 9.030,34 2,72 Grupo 3

Santo Anastácio 552,6 20.451 -0,13 93,2 4.619,7 60,0 35.885 374 2.129 194,10 9.157,76 1,25 Grupo 4

Santo Expedito 93,9 2.830 1,05 88,4 1.998,3 - 8.892 21 42 24,34 8.340,84 4,11 Grupo 3

São João do Pau d'Alho 117,9 2.096 -0,38 81,1 503,2 - 5.155 15 23 22,69 10.354,08 4,08 Grupo 3

Taciba 608,3 5.762 0,91 84,9 17.675,4 2.701,5 25.329 70 134 217,74 38.626,55 12,83 Grupo 3

Tarabaí 197,2 6.689 1,34 92,5 2.716,9 - 20.416 66 345 42,72 6.668,17 2,70 Grupo 4

Teodoro Sampaio 1.556,7 21.517 0,67 81,2 19.726,6 392,7 57.368 320 3.523 179,42 8.500,40 -8,08 Grupo 4

Tupi Paulista 244,7 14.362 0,71 78,5 5.337,7 - 4.303 286 1.401 136,96 9.578,79 1,41 Grupo 3

RA de Presidente Prudente 23.777,1 838.063 0,56 88,8 402.552,2 34.306,5 1.273.831 16.560 122.905 10.593,71 12.581,65 1,63 N.A.

Estado de São Paulo 248.209 41.692.668 1,09 95,9 5.497.1 39,1 396.426,8 5.762.945 779.414 11.337.758 1.003.015,76 24.457,00 3,58 N.A. Fonte: Fundação Seade, 2011.

Números da Região

Estado de São Paulo, RA de Presidente

Prudente e Municípios

ASPECTOS DEMOGRÁFICOSASPECTOS ECONÔMICOS

Agropecuária Indústria e Serviços Produto Interno Bru to - PIB

Page 66: Presidente Prudent e

_________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 66

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional

Unidade de Articulação com Municípios

Planejamento Regional

Marcelo Sacenco Asquino

Ivani Vicentini

Maria Angélica Campello Pasin Portella Pereira

Carmen Célia Granziera Miyake

Leila Tendrih

Manuela Santos Nunes do Carmo

Pablo March Frota de Miranda Lima

Sandra Matsuzaki Costa

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional Alameda Jaú, 389 Jardim Paulista

CEP: 014020-000 São Paulo-SP Tel.: (11) 2575-5054

www.planejamento.sp.gov.br [email protected]