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PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS VEGETATIVAS - EDÁFICAS - MECÂNICAS

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  • PRTICASCONSERVACIONISTAS

    VEGETATIVAS - EDFICAS - MECNICAS

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  • Prticas conservacionistas do solo e da gua

    Prticas conservacionistas do solo e da gua so tcnicas que contribuem muito para que a terra sempre nos d tudo aquilo que precisamos para viver.

    Se voc trabalha com agricultura e pecuria, observe, nas lavouras e pastos, se existem reas com solo exposto, pastagem fraca, caminhos de enxurrada, ravinamentos, voorocas, que indicam perda de solo e, consequentemente, perda de reas para a agropecuria.

    Existem solues para esses problemas, as quais podem tornar o solo saudvel novamente. Mas, nada disso acontecer, se no utilizarmos prticas conservacionistas que protejam o solo.

    Hoje, a falta de conscientizao e de informao acerca do adequado uso do solo acarreta uma grande perda em todos os sentidos, tendo como consequncias:

    USOINADEQUADO

    DO SOLO

    Aumento dasanidade.

    Aumento docusto da

    produo, devido necessidade derepor elementos

    perdidos.

    Processos deeroso, o que geraassoreamento noscorpos d'gua.

    Lixiviao dosolo e consequenteperda de matria

    orgnica e de minerais(potssio, fsforo,

    nutrientes).

    Compactaodo solo.

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  • No meio rural, o principal agente causador da perda de solo a eroso mecnica. Esta eroso causada pela exposio do solo ao contato direto com as gotas de gua da chuva, da irrigao (quando malconduzida) e enxurrada.

    o que a eroso?

    A eroso um processo de deslocamento do solo ou de rocha de uma superfcie. A eroso pode ocorrer por ao de fenmenos naturais ou antrpicos, isto , da natureza ou do ser humano. A chuva e o vento so os principais causadores da eroso natural. E o ser humano, diante de sua necessidade de plantar, produzir e construir, usa inadequadamente o solo e acelera fortemente os processos erosivos.

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    Processo erosivo causado pela m utilizao do solo

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  • como se forma o solo?

    O solo no aparece do nada. formado a partir de rochas intemperizadas, folhas secas, galhos de rvores e insetos mortos, ou seja, feito a partir de um conjunto de materiais bsicos matria orgnica e minerais que so necessrios no s para sua existncia, mas tambm para a existncia das plantas e, por consequncia, dos animais que esto sobre ele.

    Mas no s isso. O clima e o tempo tambm ajudam a formar o solo. A chuva, o calor e o frio atuam nesse processo.

    Voc sabia que h horizontes, poros e diferentes cores no solo? Os horizontes, que podem ser observados em barrancos ou perfis de solo, possuem nomes, como por exemplo: O, A, B e C. Cada um possui caractersticas, cores e formas diferentes. H uma grande variedade de cores, como: preta, vermelha, amarela, branco, marrom e cinza. um verdadeiro arco-ris.

    Os poros so espaos no solo, que tm tamanhos diferentes. Quanto maior a porosidade maior ser a capacidade de reter gua e ar. Quanto mais compactado estiver o solo, menos gua vai reter e mais difcil ser a respirao das razes.

    Quais so as principais prticas conservacionistas do solo?

    De maneira geral existem trs tipos principais de prticas conservacionistas, que so as vegetativas, as edficas e as mecnicas.

    Prticas conservacionistas vegetativas

    Florestamento e reflorestamento - So plantios de florestas, repovoamento das florestas existentes e/ou florestas que foram esgotadas. Ajudam a conservar o solo, protegem as encostas, retm gases nocivos ou desencadeadores do aquecimento global e possuem valor econmico para o produtor.

    Manejo de pastagens (uso racional de pastagens) - O pasto uma cultura perene e deve, portanto, ser encarado e manejado como tal, para que sua produo, qualidade e longevidade sejam asseguradas. A integrao lavoura-pecuria um manejo que resgata prticas tradicionais como a rotao de culturas e o manejo do gado em piquetes. Por meio de incentivos do governo, essa integrao vem sendo difundida pela EPAMIG e pela EMBRAPA.

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  • Plantas de cobertura - As culturas de cobertura, incluindo os adubos verdes e a manuteno dos restos culturais na superfcie do solo, diminuem as variaes de temperatura do solo, reduzem as perdas por eroso, retm maior quantidade de gua, diminuem a evaporao e o escoamento superficial, evitam processos erosivos

    e promovem maiores rendimentos dos cultivos agrcolas. As principais plantas utilizadas como cobertura do solo so as leguminosas e as gramneas cultivadas e tambm as plantas nativas.

    Plantio direto - Consiste em preparar a terra em sulcos apenas na linha de plantio. Na superfcie do solo, entrelinhas, vai-se formando uma camada de cobertura morta aps capinas ou aplicao de herbicidas nas plantas espontneas. Essa forma de preparo evita o revolvimento desnecessrio do solo.

    culturas em faixas - A cultura em faixas consiste no cultivo de duas ou mais espcies em faixas alternadas, localizadas em bandas contguas de largura varivel ou em diferentes camadas (culturas secundrias), na mesma parcela e na mesma poca de cultivo. A cultura em faixas alternadas promove, assim, uma interao favorvel entre diversas plantas ou variedades. Essa prtica tem efeitos benficos na

    porosidade e na biodiversidade do solo, promove os ciclos de nutrientes e aumenta os rendimentos.

    cordes de vegetao permanente - So cordes (fileiras) de plantas cultivadas em curva de nvel, com uma largura de 2 metros. eficiente no controle

    de eroso. Preferencialmente, devem-se empregar espcies que deem retorno econmico para o agricultor. Comumente so utilizados: cana-de-acar, capim-elefante, capim-santo e colonio, etc.

    alternncia de capinas - Consiste na prtica de alternar as pocas de capinas em ruas ou leiras adjacentes, durante o perodo de chuvas. Realiza-se a capina rua sim, rua no (nas lavouras plantadas em nvel), sempre pulando uma ou duas ruas e somente aps algum tempo deve-se capin-las. Isto permite que sempre uma ou duas ruas, imediatamente abaixo daquelas recentemente capinadas, permaneam

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  • com mato. Isso faz com que a terra transportada das ruas capinadas seja retida pelas ruas com mato.

    ceifa do mato - Cortam-se as plantas daninhas a uma pequena altura da superfcie do solo, evitando danificar seu sistema radicular. A parte da planta daninha

    que no cortada torna-se uma vegetao protetora de cobertura.

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    Exemplo de prtica conservacionista vegetativa

    cobertura morta - uma das prticas mais simples e benficas que se pode usar na plantao. Cobertura morta simplesmente uma camada protetora do material que est espalhado em cima do solo, como recortes de grama, palha, casca de rvores e materiais similares. Protege o solo da eroso, reduz o impacto das chuvas, conserva a umidade, mantm a temperatura e impede o crescimento de plantas daninhas. Tambm pode melhorar a condio do solo. Como essas coberturas decompem-

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  • se lentamente, fornecem matria orgnica, que ajuda a manter a qualidade do solo. Isso melhora o crescimento das razes, aumenta a infiltrao de gua e, tambm,

    melhora a capacidade de reteno de gua do solo. A matria orgnica uma fonte de nutrientes para as plantas e proporciona um ambiente ideal para as minhocas e outros organismos benficos ao solo.

    Faixa de bordadura - Trata-se do estabelecimento de faixas nas reas marginais s terras cultivadas, que objetivam, principalmente, controlar a velocidade do vento, evitar o excesso de enxurrada e criar um ambiente adequado para plantas e animais que possam ser teis.

    Quebra-ventos - So barreiras utilizadas para reduzir e/ou redirecionar o

    vento. Geralmente, so formados por rvores e arbustos, mas tambm podem ser de outros materiais. A reduo da velocidade do vento modifica e proporciona melhorias

    s condies ambientais, por meio do controle do microclima da rea protegida.

    Prticas conservacionistas edFicas

    uso do solo de acordo com sua capacidade - A capacidade de uso do solo pode ser expressa como sua adaptabilidade para fins diversos, sem que sofra

    esgotamento pelos fatores de desgaste e empobrecimento, por meio de cultivos anuais, perenes e pastagem. Por esse sistema so definidas classes homogneas

    de terra, de acordo com sua mxima capacidade de uso, sem risco de degradao do solo, especialmente no que diz respeito eroso acelerada.

    adubao verde - Consiste em cultivar plantas (principalmente leguminosas), Consiste em cultivar plantas (principalmente leguminosas),Consiste em cultivar plantas (principalmente leguminosas), que depois sero fragmentadas, servindo de cobertura at serem decompostas, objetivando melhorar as propriedades fsicas, qumicas e biolgicas dos solos agricultados. O agricultor ter ainda menos gastos com inseticidas e herbicidas, j que a adubao verde mantm os organismos vivos do solo, os quais controlam espcies invasoras.

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  • eliminao e controle do fogo - As causas mais frequentes dos incndios florestais so as prticas agropastoris, resultantes da queima para limpeza de terrenos, para fins florestais, agrcolas ou pecurios. Ao realizar uma queimada preciso considerar que o fogo afeta diretamente: a vegetao, o ar, o solo, a gua, a vida silvestre, a sade pblica e a economia. O fogo somente deve ser utilizado aps um diagnstico cuidadoso que indique ser ele mais seguro, barato, eficiente e prtico do que outros tratamentos.

    calagem - uma prtica agrcola, relativamente simples, que consiste na aplicao de calcrio no solo, para combater sua acidez e corrigir seu pH, o que acaba por conferir aumento na produtividade das culturas. A calagem considerada uma das prticas que mais contribui para o aumento da eficincia dos adubos e, consequentemente, da produtividade e da rentabilidade na agropecuria.

    adubao qumica - A adubao qumica aquela em que o adubo usado formado por compostos qumicos originados de minerao ou de indstrias. Na adubao qumica, adicionam-se aos solos adubos sintticos, que contm nitrgenio fixado por meios industriais e transformado em nitrato. Nos adubos qumicos, alm do nitrato, geralmente esto presentes outros produtos, como o fsforo e o potssio (K). O emprego excessivo de fertilizantes gera desequilbrio ecolgico. Os agentes decompositores no conseguem recicl-los na mesma proporo em que so adicionados ao solo, o que provoca eutrofizao, bem como alteraes caracterizadas pelo decrscimo de matrias orgnicas e reteno de gua.

    adubao orgnica - Na prtica da agricultura, no manejo do solo e das plantas, deve-se encarar a terra como um sistema complexo, onde pode viver em equilbrio um nmero incalculvel de microscpicos seres animais e vegetais, que garantem a perfeita fertilidade do solo e a sanidade das plantas. Os adubos orgnicos (estercos, compostos etc) so considerados os fertilizantes mais completos e equilibrados. A matria orgnica supre as plantas com elementos nutritivos, reduz as perdas de nutrientes por lavagem dos fertilizantes qumicos de elevada solubilidade, favorece o desenvolvimento de microorganismos do solo e propicia melhor agregao de suas partculas, melhorando, assim, seu arejamento.

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  • Prticas conservacionistas Mecnicas

    distribuio racional dos caminhos e corredores - Quando corretamente planejados, os caminhos e corredores presentes em uma propriedade facilitam o trabalho do agricultor e ainda ajudam no controle da eroso. necessrio fazer uma distribuio racional dos caminhos que devem ficar o mais nivelados possvel (corredores de nvel). A distncia entre os corredores em nvel varia de acordo com a declividade do terreno e do tipo de cultura.

    Preparo do solo e plantio em contorno - Este tipo de ao tem por objetivo reduzir a eroso e facilitar os tratos da lavoura. Consiste nas operaes de cultivo no

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    A adubao uma prtica conservacionista edfica que melhora a produtividade da cultura

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    sentido transversal ao declive, seguindo curvas de nvel. Quando o preparo do solo feito morro abaixo, isto , no sentido do declive, o processo de eroso facilitado e aumenta a perda de solo.

    sulcos e camalhes em pastagens - uma prtica indicada, principalmente, para reas de pastagens. So equivalentes a um terrao de dimenses reduzidas, construdos em linhas de nvel, com arados reversveis, de aiveca ou de disco, tombando a terra sempre para o lado de baixo. A grande vantagem dos sulcos e camalhes a melhor distribuio e reteno das guas das chuvas. Em consequncia da melhor conservao da gua, a vegetao torna-se mais densa e mais vigorosa nas proximidades dos sulcos e dos camalhes.

    canais divergentes - So construdos entre duas reas contguas, de diferentes nveis, visando proteo da superfcie mais baixa das enxurradas. reas a serem protegidas podem ser lavouras situadas em encostas, acima das quais situam-se outras lavouras, em nveis mais altos, que deixam escorrer guas pluviais. Esses canais so construdos em toda a extenso do permetro que limita as duas superfcies e visam, portanto, o desvio das guas, para que no atinjam a rea em nvel mais baixo, evitando, assim, inundao, eroso ou assoreamento ou, ainda, carreamento de venenos. Essas reas podem tambm ser vrzeas, suscetveis aos problemas de enxurradas, ou mesmo lagos ou audes, que necessitam ser protegidos contra desmoronamentos, carreamento de venenos e mesmo assoreamento.

    canais escoadouros - So canais de dimenses apropriadas, vegetados, capazes de transportar com segurana a gua captada de vrios sistemas de terraceamento ou outras estruturas. So, em geral, as depresses no terreno, rasas e largas, com declividades moderadas e estabelecidas com um leito resistente eroso.

    Patamares - Consistem em plataformas construdas em terrenos de grande inclinao, formando degraus. No patamar, deve ser plantada a cultura e o talude deve ser recoberto com vegetao rasteira, desde que no seja invasora, para

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  • manter sua estabilidade. Em solos pouco permeveis esse tipo de prtica no recomendado. construdo manualmente ou com trator de esteira equipado com lmina frontal.

    Banquetas individuais - So bancos construdos individualmente para cada planta, onde a movimentao de terra se d apenas no local que se vai cultivar, indicados para culturas perenes.

    terraos - O objetivo fundamental do terraceamento reduzir riscos de eroso hdrica e proteger mananciais (rios, lagos, represas. etc.). Baseia-se no parcelamento das rampas, isto , divide-se uma rampa comprida (mais sujeita eroso) em vrias menores (menos sujeitas eroso), por meio da construo de terraos.

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    Plantio em terraos com objetivo de reduzir riscos de eroso

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  • ProJetodelineamento do potencial erosivo da bacia do rio Paranaba (Pn-igaM)

    eQuiPe tcnica

    Ivair Gomes (Coordenador do projeto) - EPAMIGEliane Maria Vieira - EPAMIG

    Marley Lamounier Machado - EPAMIGMaria Llia Rodriguez Simo - EPAMIG

    Thomaz Correa e Castro da Costa EMBRAPAElena Charlotte Landau - EMBRAPA

    Daniel Pereira Guimares EMBRAPAElpdio Incio Fernandes Filho UFV

    Marx Leandro Naves Silva UFLA Fbio Giannetti IPLA

    Bolsistas de iniciao cientficaDaiane Vanessa de Miranda

    Daniela Oliveira SilvaDener Correia da Silva

    Jackson Antnio de SouzaJuliana Silvrio Alves

    Lucas Rodrigues de Souza Marcela Ribeiro LeiteMria Aparecida Silva

    Roberto Martins FerreiraMarina Freitas Vilaa

    revisoMarlene A. Ribeiro Gomide

    Projeto grficoFabriciano Chaves Amaral

    Financiamento

    realizaoempresa de Pesquisa agropecuria de Minas gerais - ePaMig

    Departamento de Pesquisa - Departamento de PublicaesAv. Jos Cndido da Silveira, 1.647 - Cidade Nova

    31170-000 - Belo Horizonte - MG - Tel.: (31) 3489-5000 - www.epamig.br

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