portefólio de estruturas e processos organizacionais
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
Universidade Lusófona de Humanidades e TecnologiasMestrado em Comunicação nas Organizações
Estruturas e Processos Organizacionais
Estruturas e Processos Organizacionais – Portefólio das aulas
Magda Sílvia Perdiz Pimentel Número – 21000561
Ano Lectivo 2010-2011
1
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
ÍNDICE
Introdução.……………………………….....................................................................4
Sábado, 23 de Outubro de 2010.…………………………….......................................5
1 – Conceito de organização
Sábado, 30 de Outubro de 2010.…………………………….......................................7
1 – O sistema organizacional e os processos de mudança
Sábado, 6 de Novembro de 2010.……………………………....................................10
1 - Modernidade e pós modernidade - Anthony Guidens e Boaventura Sousa Santos
Sábado, 13 de Novembro de 2010.……………………………..................................12
1 - Organização formal e organização informal
2 - A pessoa como base da organização
Sábado, 27 de Novembro de 2010.……………………………..................................14
1 – A perspectiva orgânica e a perspectiva mecânica das organizações
2 - Nível institucional, operativo e intermédio
Sábado, 4 de Dezembro de 2010.……………………………....................................17
1 - Administração Científica - o Taylorismo
2 - Teoria Clássica - Fayolismo
3 - Elton Mayo e as pesquisas na Western Eletric Company - Teoria das Relações
Humanas
Sábado, 11 de Dezembro de 2010.……………………………..................................22
1 - A motivação organizacional
1.1 - Abraham Maslow e a Teoria das Necessidades
1.2 - Herzberg e as variáveis ambientais e de conteúdo
2 - McGregor - a Teoria X e a Teoria Y
2
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Sábado, 18 de Dezembro de 2010.……………………………..................................26
1 - Kurt Lewin e a dinâmica de grupo
Sábado, 8 de Janeiro de 2011.…………………………….........................................28
1 - Cultura Organizacional - Mudamos hoje ou nos mudam amanhã2 – Liderança
3 – Conflito organizacional – Uma ameaça ou uma oportunidade para as organizações
Sábado, 15 de Janeiro de 2011………………………………………………………32
1 – Desenvolvimento organizacional
Sábado, 22 de Janeiro de 2011……………………………………………………....33
1 - Importância dos Media Sociais nas organizações
2 - Ética nas Redes Sociais
Sábado, 29 de Janeiro de 2011………………………………………………………36
1 - Responsabilidade Social das Organizações e o Desenvolvimento Sustentável
Sábado, 5 de Fevereiro de 2011……………………………………………………..38
1 - Responsabilidade Social Nas Organizações como ferramenta na Construção de
uma Imagem Positiva
Conclusão……………………………………………………………………………39
Bibliografia………………………………………………………………………….41
Anexos………………………………………………………………………………42
3
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INTRODUÇÃO
O presente portefólio/dossiê/paper surge no âmbito da disciplina de Estruturas e
Processos Organizacionais do Mestrado em Comunicação nas Organizações da
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. O objectivo deste trabalho é
apresentar de forma resumida todos os conceitos, matérias e tópicos estudados durante
o ano lectivo 2010-2011.
Conceitos e matérias abordadas na disciplina Estruturas e Processos Organizacionais
no ano lectivo 2010-2011:
Conceito de organização;
A Organização como sistema aberto e como sistema fechado;
A relação entre organização, sistema e ecossistema;
Mudança organizacional e processos de mudança;
Modernidade e Pós-modernidade. As perspectivas de Anthony Guidens e
Boaventura Sousa Santos;
A Organização como um sistema formal e como um sistema informal;
Metáforas organizacionais: metáfora orgânica e metáfora mecânica;
Níveis de empresa: empresa institucional, empresa operativa e empresa
intermédia;
Teorias organizacionais: Escola Científica (Taylor), Escola Clássica (Fayol) e
Escola das Relações Humanas (Mayo); Teoria das Necessidades de Maslow,
Herzberg e as variáveis ambientais, McGregor e as Teorias X e Y, Kurt
Lewin e a dinâmica de grupo e o desenvolvimento organizacional;
Cultura organizacional;
Liderança e tipos de líderes;
Conflito organizacional;
Importância dos Media Sociais para as organizações e Ética nas Redes Sociais;
Responsabilidade Social das Organizações e desenvolvimento sustentável;
Relação entre a Responsabilidade Social das Organizações e a construção da
imagem organizacional.
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Sábado, 23 de Outubro de 2010
Sumário: Conceito de Organização. O Sistema aberto e o sistema fechado. A relação
entre sistema e ecossistema. A proactividade e a flexibilidade do sistema: as
organizações enquanto sistemas.
Palavras-chave: organização; sistema aberto; sistema fechado; ecossistema;
mudança; entropia; flexibilidade
1 - Conceito de Organização
A organização é um sistema constituído por um conjunto de elementos em
interacção de uma forma integrada de forma a pôr em marcha processos de bens e
serviços, mantendo relações com o ecossistema. A organização vai buscar informação,
energia, substâncias (matérias-primas) ao ecossistema. Quanto mais fluxo se mantiver
com o ecossistema mais o sistema é aberto, fugindo à entropia (desaparecimento da
organização), sendo um sistema flexível. Por outro lado, quanto menos fluxo se
mantiver com o ecossistema mais o sistema é fechado e rígido.
Assim, a organização é composta por um conjunto de duas ou mais pessoas que
realizam tarefas, seja em grupo, seja individualmente, de forma coordenada e
controlada, actuando num determinado contexto ou ambiente, com vista a atingir um
objectivo pré-determinado através de diversos meios e recursos disponíveis, liderados
ou não por alguém com funções de planear, organizar, liderar e controlar.
Logo, para que exista uma organização, não basta que exista um conjunto de
pessoas que actuem com objectivos comuns, é necessário também que essas pessoas
se organizem, ou seja, que desenvolvam as suas actividades de forma coordenada e
controlada para atingir determinados resultados. Esta coordenação e controlo é
geralmente efectuada por um líder. Para além de um líder, a organização necessita de
recursos, que são todos os meios disponíveis e necessários à realização das
actividades. Os recursos podem ser humanos, materiais, tecnológicos, financeiros,
entre outros. Contudo, como os recursos são escassos é necessário saber geri-los.
2 - A organização como sistema - sistema aberto e sistema fechado
Quanto a sua natureza as organizações podem ser caracterizadas como sistemas
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fechados ou sistemas abertos. As organizações que possuem um sistema fechado não
apresentam um intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, recebem pouca ou
nenhuma influência do ecossistema e não o influenciam. O sistema fechado nas
organizações é típico das estruturas que se orientam sobretudo pelas teorias de Taylor
e Fayol, onde é considerada suficientemente independente para que os seus problemas
sejam analisados em torno da estrutura, tarefas e relações internas formais, sem
referência alguma ao ambiente externo.
O sistema fechado tem uma tendência inerente à movimentação para um equilíbrio
estático e à entropia. A entropia é à tendência que todos os sistemas apresentam
quando não há mais possibilidade para a transformação de energia ou trabalho. Assim,
a organização como sistema fechado tende a aumentar a entropia com o passar do
tempo, caminhando para a desordem e consequente declínio
Já as organizações que possuem um sistema aberto apresentam relações de
intercâmbio com o ambiente, por meio de entradas (inputs) e saídas (outputs). Os
sistemas abertos trocam matéria, energia e informação regularmente com o meio
externo. São eminentemente adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se
constantemente as condições do meio.
A maioria das organizações actuais são sistemas abertos, pois não podem ser
adequadamente compreendidas de forma isolada, mas sim pelo inter-relacionamento
entre diversas variáveis internas e externas, que afectam o seu comportamento.
Independentemente do sistema que possuem qualquer organização não fica imune
às alterações do meio ambiente. É necessário que sejam flexíveis para se poderem
ajustar de forma a não entrarem em entropia.
Comentário Crítico
O conceito de organização é difícil de definir. Organização pode ser definida como
um sistema constituído por várias pessoas, com objectivos comuns, que realizam
actividades de forma coordenada, de modo a manter relações com o ecossistema. De
facto, o ecossistema é muito importante para a a organização. As empresas devem ter
em conta que a sua relação com o meio externo pode ser uma ameaça ou uma
oportunidade para o seu desenvolvimento. Uma ameaça se evitarem o intercâmbio
com o ecossistema, arriscando entrar em entropia; uma oportunidade, se manterem
relações com o ambiente através de inputs e outputs.
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Sábado, 30 de Outubro de 2010
Sumário: O sistema organizacional e os processos de mudança. A inovação, e a
proactividade como componentes das estruturas organizacionais. As respostas
adaptativas das organizações eficazes.
Palavras-chave: mudança; organização; resistência, flexibilidade; inovação
1 - O Sistema organizacional e os processos de mudança
As empresas enfrentam actualmente inúmeros desafios que as obrigam a promover
mudanças nas suas estruturas organizacionais. A gestão da mudança é uma das
principais preocupações das organizações. Os processos de mudança continuam a ser
difíceis de administrar com eficácia.
A mudança organizacional é a implementação de novos procedimentos ou
tecnologias na reestruturação dos processos e estruturas organizacionais. A mudança
abrange a introdução de novas técnicas e desenvolvimentos, alguns até
desconhecidos, que constituem uma abordagem diferente daquilo que as pessoas
envolvidas geralmente consideram como a forma tradicional de realizar o trabalho. A
inovação surge como ferramenta de garantia de sustentabilidade das organizações.
Logo, do ponto de vista individual, a mudança pode causar emoções e reacções que
tanto podem ser positivas como negativas.
Assim, a mudança organizacional é qualquer alteração, planejada ou não, ocorrida
na organização, decorrente de factores internos ou externos à organização que traz
algum impacto nos resultados e nas relações entre as pessoas no trabalho.
Todo o processo de mudança nas empresas requer reestruturações profundas na
organização. Ora, para que o processo de reestruturação tenha um menor impacto
negativo na empresa, e até nos seus funcionários, é fundamental que exista um
planeamento prévio para a implantação de todos os processos de mudança, de forma
transparente.
Existem diversas condicionantes que influenciam o processo de mudança de uma
organização, como o nível de recursos que a empresa dispõe, o sector de actividade
onde se insere, a maior ou menor necessidade de mudança, a qualidade da gestão e a
actual envolvente política, económica, social, tecnológica e ambiental.
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A resistência é o principal inimigo da mudança. As empresas estáticas, fechadas e
herméticas apresentam uma maior resistência à mudança, ao contrário das empresas
flexíveis e abertas que terão uma maior capacidade de resposta às novas estruturas e
procedimentos.
Algumas empresas ainda vivem numa situação de estagnação, onde ainda persistem
paradigmas de conservadorismo. Esse tipo de empresa, que considera a mudança um
risco para a organização e até mesmo para sua rotina de trabalho, possui um alto grau
de incertezas e resistências explícitas as mudanças.
Texto - Estrutura Organizacional e Equipes de Trabalho - Estudo da Mudança Organizacional em Quatro Grandes Empresas Industriais
Mário Sacomano Neto, do Departamento de Produção da Universidade Federal de
São Carlos, e Edmundo Escrivão Filho, do Departamento de Engenharia de Produção,
da Escola de Engenharia de São Carlos, estudaram a mudança na estrutura
organizacional em quatro empresas industriais e a formação de equipas de trabalho na
flexibilidade dos processos produtivos.
A primeira empresa é sueca na área dos electrodomésticos. Foi estruturada em
1994, a hierarquia passou de sete para cinco unidades de negócio. Em 1997 foi de
novo estruturada, passando de cinco para três unidades de negócio. Cada unidade é
autónoma. As actividades que não pertenciam à organização foram terciarizadas. A
mudança estrutural foi de desverticalização, com equipas operacionais. As áreas de
apoio foram as primeiras actividades a serem terciarizadas. A estrutura é por linha e
assessoria e as actividades são ligadas directamente à estrutura. O líder é rotativo,
estimulando todos a realizarem a actividade. Partiu de uma cultura autocrática para
uma participativa.
A segunda empresa é uma multinacional alemã no mercado dos automóveis. Em
1995 deixou de comprar motores e passou a produzi-los. As actividades que não
agregam valor ao produto foram terciarizadas. Passou a existir uma nova unidade de
produção, com equipas operacionais. A estrutura é por linha de assessoria e as
actividades são ligadas directamente à estrutura. O líder pode ser escolhido pela
gerência ou pela sugestão de profissionais inferiores. As equipas de trabalho reúnem-
se para resolver os problemas.
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A terceira empresa é uma multinacional norte-americana de fármacos. Em 1995
aumentou o número de funcionários com o objectivo de conseguir maiores níveis de
integração na organização. Existiu uma expansão estrutural com o crescimento da
empresa. Existem equipas operacionais e abertas para a intervenção em problemas. O
líder pode ser escolhido pela gerência ou pela sugestão de profissionais inferiores.
Expandiu as suas actividades. Passou de uma estrutura funcional para uma processual.
A quarta empresa é uma multinacional italiana de auto peças no sector do automóvel.
Em 1996 existiu uma mudança na estrutura organizacional. A linha de produção era
única e exigia grandes movimentos operacionais na mudança de produtos. A mudança
estrutural foi de desverticalização, com equipas operacionais, qualidade, eficiência e
desenvolvimento de novos produtos. As áreas de apoio foram as primeiras a serem
terciarizadas. O líder pode ser escolhido pela gerência ou pela sugestão de
profissionais inferiores. Passou de uma estrutura funcional para uma matricial. As
equipas fornecem um suporte indispensável à realização das actividades.
Com esta análise os estudiosos brasileiros concluíram que:
- As mudanças de desverticalização têm um impacto mais profundo ou exigem
adaptações profundas no fomentar de uma nova cultura (empresas 1 e 4);
- As mudanças de expansão têm a vantagem que as novas pessoas se incorporam num
novo sistema estrutural (empresa 3);
- As equipas são fundamentais para a mudança nas estruturas organizacionais;
- A gerência tem o papel de implementar inovações e estratégias;
- As empresas que permanecem muito tempo com a mesma estrutura têm mais
dificuldade em modificar-se. As pessoas têm dificuldade em assumir lideranças e
iniciativas por estarem tão aculturadas com o tipo de estrutura.
Comentário críticoO mundo não evoluiu se não existirem rupturas causadas por mudanças. As
organizações necessitam de transformar as suas técnicas, regras e procedimentos e de
saber lidar com a mudança. Mudar significa modificar os códigos e estruturas
anteriores e substituí-los por novos. No entanto, nem todas as empresas e
trabalhadores reagem bem às alterações. A resistência é um perigo para as
organizações, principalmente para aquelas que cujos sistemas são fechados, que têm
uma maior dificuldade em reagir à mudança.
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Sábado, 6 de Novembro de 2010
Sumário: A modernidade reflexiva de Guidens e os processos de mudança globais.
As respostas adaptativas e os processos de entropoização. A revolução pós moderna e
a lógica cultural da modernidade. Os impactos e os reflexos na estrutura das
organizações
Palavras-chave: modernidade; pós-modernidade; mudança; Guidens; Sousa Santos;
reflexividade; sociedade; organização
1 - Modernidade e pós modernidade - Anthony Guidens e Boaventura Sousa
Santos
Actualmente, a indústria já não é o motor da economia, mas sim a informação. O
capitalismo avançado, com base na indústria, deu origem ao capitalismo
informacional, com base nos sistemas de comunicação e informação interactiva.
Assistiu-se a uma mudança entre os modelos que comandavam a sociedade. A
sociedade moderna deu origem à sociedade pós moderna, devido ao impacto global
que os sistemas de informação provocaram com a comunicação interactiva. A
sociedade modernidade (século XVI - XX) é caracterizada pelo capitalismo avançado,
pela previsibilidade, certeza, estabilidade e emprego. Já a sociedade pós-moderna
(século XXI) é caracterizada pelo capitalismo informal, pela instabilidade, incerteza,
imprevisibilidade e trabalho; é uma sociedade de risco.
Algumas sociedades ainda possuem uma mentalidade moderna. É o caso de
Portugal, que continua a orientar-se por um modelo sociocultural que já foi
ultrapassado, não conseguido reagir às transformações do ecossistema.
Os sociólogos Anthony Guidens (1938 -) e Boaventura Sousa Santos (1940 -)
analisaram a estruturação, evolução e desenvolvimento das sociedades. Ambos são da
opinião que a sociedade moderna foi ultrapassada pela sociedade pós-moderna.
Guidens, no livro “Modernização Reflexiva” (escrito por Anthony Guidens, Ulrich
Beck e Scott Lash), desenvolve uma análise das relações entre a reflexividade
institucional e a destradicionalização do mundo moderno. O sociólogo inglês
considera que a modernidade deu origem á pós-modernidade, também conhecida por
modernidade reflexiva, de forma natural, não sendo necessário uma revolução. A
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reflexibilidade representa uma possibilidade de reinvenção da modernidade e das suas
formas de organização industriais. O mundo social é influenciado pelo conhecimento
humano reflexivo o que origina a ideia de crise, instabilidade, imprevisibilidade e
risco.
Já o sociólogo português Boaventura Sousa Santos apresenta uma teoria
contraditória; é da opinião que a pós modernidade só resulta com uma grande
revolução. Além disso, considera que a modernidade é irracional e disfuncional.
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Sábado, 13 de Novembro de 2010
Sumário: A organização formal e informal: A organização burocrática. A pessoa
como base na organização
Palavras-chave: pessoa; organização; organização formal; organização informal
1 - Organização formal e organização informal
A organização formal corresponde à componente da organização que estabelece a
forma como é efectuada a sua gestão, coordenação e controlo de pessoas e
actividades. Como tal, são criadas estruturas organizacionais, regras, políticas e
procedimentos, que regulam a forma como, quando e por quem são desempenhadas as
diversas tarefas necessárias ao funcionamento da organização.
Já a organização informal designa o conjunto de relações ou interacções que
surgem espontaneamente entre os seus membros e que não são previstas ou
formalizadas pela organização formal.
Apesar da organização formal possuir um grau de percepção e de compreensão
mais elevado e imediato, pois é esta que explica o que se faz e como se faz, as
relações informais entre os membros da organização assumem uma importância
fundamental pois é através delas que depende o ambiente de trabalho. É devido a esta
importância das relações informais que cada vez mais os responsáveis pelas
organizações se debruçam sobre o estudo das suas causas e consequências bem como
na procura de formas adequadas de as facilitar e fomentar.
No entanto, a própria organização formal tem uma forte influência quer quantitativa
quer qualitativa sobre a organização informal, daí que a estrutura organizacional,
assim como as regras, políticas e procedimentos devam ser definidas por forma a
facilitar e incentivar as relações informais e assim proporcionarem um melhor
ambiente de trabalho e uma maior motivação dos trabalhadores.
Assim, a organização formal centra-se na gestão de processos de coordenação da
empresa, de meios racionais e sistemáticos para dirigir as actividades, enquanto que a
organização informal preocupa-se mais com as relações que as pessoas estabelecem
entre si.
Max Weber, designou a organização formal de burocrática, pois visava como
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aspectos essenciais a ênfase na forma, na especialização da tarefa e competência, nas
regras, normas e responsabilidades bem definidas e no registo de todos os
conhecimentos relevantes da vida organizacional.
2 - A pessoa como base da organização
Segundo o texto “A Pessoa como base da organização” as organizações são
afectadas pelos grupos que nelas existem. O comportamento do grupo resulta do
comportamento individual do indivíduo, em função da sua personalidade. No entanto,
quando ocorrem problemas as pessoas libertam-se dos grupos e lidam com
organização individualmente. Ao pensar no grupo temos de pensar no indivíduo e ao
pensar no indivíduo temos de pensar no grupo. Se tivermos em conta as últimas
decisões da organização chegamos à conclusão que as decisões que implicam uma
acção impessoalizada são desconsideradas das características do grupo. Assim, as
soluções acabam por fracassar. Ora, se as metas da organização não tiverem em conta
os objectivos das pessoas que a compõem não conseguem dirigir uma acção. Por isso,
existem conflitos entre os objectivos organizacionais e os objectivos individuais.
Administrar depende das pessoas. Este problema pode ser resolvido através da
sensibilidade e da flexibilidade, que podem orientar os comportamentos. Sensibilidade
para captar variações, necessidades e problemas e flexibilidade para variar e adaptar o
comportamento.
Comentário críticoEnquanto que o sistema formal preocupa-se com a parte estrutural da organização, o
sistema informal interessa-se mais pelas relações que as pessoas estabelecem entre si.
De facto, as duas componentes são importantes para qualquer empresa. A organização
não vive sem regras e processos assim como não se desenvolve sem os indivíduos que
as compõem. O ser humano é fundamental para a organização, embora só se tenha
chegado a essa conclusão muitos anos depois de se ter iniciado os estudos no seio da
organização. Foi com Elton Mayo, considerado o pai do "Movimento" das Relações
Humanas que a relevância do indivíduo começou a desenvolver-se. Ora, qualquer
organização que pretende prosperar não pode ter só em conta os processos formais, os
processos informais também devem ser analisados, pois organização sem indivíduo e
relações entre indivíduos não existe.
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Sábado, 27 de Novembro de 2010
Sumário: A perspectiva orgânica e a perspectiva mecânica das organizações; Níveis
institucionais, operativos e intermédios.
Palavras-chave: metáfora orgânica; metáfora mecânica; empresa institucional;
empresa operativa; empresa intermédia
1 - A perspectiva orgânica e a perspectiva mecânica das organizações
As organizações podem ser comparadas a metáforas pela forma como actuam,
interagem e estão estruturadas. Existem sobretudo quatro tipos de metáforas
organizacionais: metáfora mecânica, metáfora orgânica, metáfora cultural e metáfora
política.
Metáfora mecânica:
A organização é comparada a uma máquina e o comportamento organizacional é
mecânico. Os trabalhadores e os vários departamentos são considerados como
diferentes peças envolvidas na engrenagem que constitui a máquina. Cada pessoa e
departamento têm funções distintas. A organização só funciona se existir uma
articulação de todas as peças envolventes.
As organizações mecânicas têm dificuldade em adaptar-se a ambientes externos,
pois são estruturadas para alcançar metas predefinidas. Estas estruturas não reagem
bem a grandes transformações e mudanças. A metáfora da máquina não se preocupa
com o meio ambiente, isto é, trata a organização como um sistema fechado. As
decisões são tomadas dentro da organização e só reagem a situações externas quando
estão a ser atacados.
Resumindo
A ênfase é exclusivamente individual;
Relacionamento do tipo autoridade-obediência;
Divisão do trabalho e supervisão hierarquia rígidas;
A tomada de decisões é centralizada;
Solução de conflitos a través da repressão, arbitramento ou hostilidade
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Vantagens
Quando:
As tarefas não são ambíguas;
Meio ambiente é estável;
As relações humanas forem obedientes e comportarem-se segundo as normas
estabelecidas.
Desvantagens:
Estruturas rígidas, burocratização e padronização de processos e comportamentos;
Obsolência e entropia;
Reacção á mudança;
Canais de comunicação fixos
Alto grau de especialização;
Regela os aspectos de criatividade, sociais e de iniciativa;
Difícil adaptação à envolvente.
Metáfora orgânica
A organização é comparada a um órgão. Ao contrário da organização mecânica, a
orgânica adapta-se ao meio ambiente e antecipa os problemas. É constituída por
pessoas, que têm interesses em comum e estabelecem relações entre si. A estrutura é
informal e a organização procura satisfazer as necessidades dos seus trabalhadores.
Resumindo
A ênfase é nos relacionamentos entre e dentro dos grupos;
Confiança e crenças recíprocas;
Interdependência e responsabilidade compartilhadas;
Participação e responsabilidade multigrupal;
Amplo compartilhamento de responsabilidade e de controle;
Solução de conflitos através da negociação ou da solução de problemas
2 - Nível institucional, operativo e intermédio
Para se defrontar com os desafios externos e internos, as organizações, quaisquer
que sejam o seu tamanho ou natureza, diferenciam-se em três níveis organizacionais:
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institucional, intermédio e operacional.
O nível institucional é o ponto mais alto da hierarquia, onde se encontram os
principais dirigentes e onde são tomadas as principais decisões. As decisões tomadas
são orientadas para a organização como um todo e serve de discussão para encontrar
caminhos alternativos futuros. O planeamento é estratégico e as decisões são tomadas
a longo prazo. É composto por directores, proprietários ou accionistas. O nível
institucional lida com a incerteza e com a imprevisibilidade porque é interdependente
do ambiente e não consegue controlar os fenómenos ambientais.
No nível intermédio as decisões tomadas no nível institucional são divididas em
áreas específicas e cada gerente ou chefe de repartição toma a decisão adequada para
o seu departamento. O planeamento é táctico e é direccionado para médio prazo. O
nível intermediário recebe o nome de nível mediador, pois defronta-se com dois
componentes diferentes entre si: um componente sujeito à incerteza e ao risco devido
à sua interface com um ambiente externo mutável e complexo (nível institucional), e
outro componente voltado para a certeza e previsibilidade ( nível operacional)
O nível operacional está localizado nas áreas inferiores da organização. Tem como
principal responsabilidade a execução das varias rotinas e tarefas decididas no nível
intermediário. O planeamento operacional é bastante detalhado e direccionado para
curto prazo.
Comentário crítico
Pelas suas características, a metáfora mecânica pode ser comparada ao sistema
fechado, assim como a metáfora orgânica ao sistema aberto. A primeira ao ter uma
estrutura mais formal, não mantêm relações com o ecossistema, não reage bem à
mudança e entra facilmente em entropia. Já a segunda, ao ter uma estrutura mais
informal, sabe adaptar-se bem ao meio ambiente, não oferece resistência à mudança e
não têm tantas dificuldades de inovação e de transformação.
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Sábado, 4 de Dezembro de 2010
Sumário: A Escola Científica, Clássica e a Escola das Relações Humanas. O início
das experiências em Hawthorne por Elton Mayo. As dicotomias entre a Escola
Clássica e a perspectiva humanistica-comportamentalista.
Palavras-chave: administração científica, administração clássica; relações humanas;
Taylorismo, Faylorismo, Taylor, Faylor, Elton Mayo
1 - Administração Científica - o Taylorismo
Frederik Taylor (1956 - 1915) foi um dos primeiros a estudar a organização nas
actividades industriais, sendo considerado o “pai” da administração científica. Tinha
como princípios fundamentais aplicar a análise científica ao trabalho, para melhorá-lo,
em lugar de usar o empirismo, analisar os detalhes de cada operação e planejar como
melhorá-la, seleccionar o homem adequado a cada tarefa, especializando-o em detalhe
e controlando-o para ter a certeza do que ele faz. No livro “Princípios da
Administração Científica”, publicado em 1911, Taylor defende a racionalização do
trabalho, ou seja, a divisão das funções dos trabalhadores.
O Taylorismo defende os princípios do planeamento, da selecção, do controle e da
execução do trabalho. Planejar significa substituir os métodos empíricos por métodos
científicos testados; seleccionar pressupõe a distribuição dos trabalhadores nas tarefas
que melhor sabem desempenhar; controle em supervisionar o trabalho que está a ser
executado da forma como foi estabelecido e execução das responsabilidades para que
o trabalho seja o mais disciplinado possível.
A abordagem científica preocupava-se principalmente com o aumento da
produtividade, priorizando o desenvolvimento de métodos adequados para a execução
de cada tarefa. Os operários desempenhavam as suas funções de acordo com as
normas previamente estabelecidas, respeitando o que lhes era imposto. O trabalho é
controlado e existem punições para quem não respeita as regras.
A organização é um sistema fechado e mecânico, pois não recebe influências do
exterior, do meio ambiente e encarada como uma máquina. (metáfora mecânica)
Como sistema fechado é previsível e estável.
O modelo da administração científica mesmo oferecendo muitas vantagens
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
apresentava algumas críticas. O Taylorismo ignorava as necessidades dos
trabalhadores, gerando muitas vezes conflitos entre administradores e trabalhadores.
Como consequência disso, os trabalhadores sentiam-se explorados, pois eram exigidos
a trabalhar cada vez mais. Além disso, transformou o homem numa máquina. O
operário era encarado como um grupo e era tratado como uma engrenagem do sistema
produtivo, passivo e desencorajado de tomar iniciativas, já que os gerentes não
ouviam as ideias das classes hierárquicas inferiores.
Um exemplo do modelo da administração científica, caracterizado pela metáfora
mecânica, é o filme “Tempos Modernos” (1936), de Charles Chaplin. Retrato da vida
urbana nos Estados Unidos, nos anos 30, após a crise de 1929, caracterizada pelo
desemprego, fome e desigualdades sociais, o filme critica a modernidade, o
capitalismo e a industrialização. O trabalho dos operários é desumano e
desvalorizado; cada trabalhador é considerado como uma “peça” da linha de
montagem, não tem identidade, nem personalidade. O homem é tratado como um
objecto do trabalho mecanicista.
2- Teoria Clássica - Fayolismo
Paralelamente aos estudos de Taylor, Jules Henri Fayol (1841-1925) defendia
princípios semelhantes na Europa. Ao contrário de Taylor, que considerava que
qualquer operário estava sujeito a qualquer chefe, Fayol acreditava apenas na unidade
de comando, na qual um operário responderia apenas a um único superior. Defende os
princípios da divisão do trabalho, da autoridade e responsabilidade, da unidade de
comando e da unidade de direcção.
Dividiu as unidades industriais em seis categorias: actividades técnicas (produzir),
actividades comerciais (vender, comprar), actividades financeiras (busca de capitais),
actividades de segurança (proteger pessoas), actividades contáveis (cuidar de acções,
custos) e actividades administrativas. Além disso, Fayol identificou 14 princípios
básicos de administração, semelhantes aos de Taylor:
Divisão do trabalho – Especialização de todos os funcionários - operários e
supervisores
Autoridade – Direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão
obedecidas.
Disciplina – Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas
18
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
para todos os funcionários.
Unidade de comando – Um funcionário deve receber ordens apenas de um chefe.
Unidade de direcção – O controle único é possibilitado com a aplicação de um
plano para o grupo de actividades com os mesmos objectivos.
Subordinação dos interesses individuais Os interesses gerais da organização
devem prevalecer sobre os interesses individuais.
Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários.
Centralização - As actividades vitais da organização devem ser centralizadas.
Linha de Comando (Hierarquia) - Defesa incondicional da estrutura hierárquica,
respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.
Ordem - Deve ser mantida em toda organização
Equidade - A justiça deve prevalecer em toda a organização, justificando a
lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. Direitos iguais.
Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências negativas
sobre o desempenho da empresa.
Iniciativa - Capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.
Espírito de equipa - O trabalho deve ser em conjunto
Resumindo
Concepção do homem como essencialmente mau;
Avaliação negativa dos indivíduos ou abstenção da avaliação;
Resistência e temor à aceitação das diferenças individuais;
Supressão da expressão dos sentimentos;
Desconfiança das pessoas e fuga à aceitação de riscos
A Administração clássica também teve críticas, sendo a principal a obsessão
pela unidade de comando. Paralelamente, os trabalhadores continuam a
sentir-se explorados e a organização como sistema fechado que é não
responde ao meio ambiente.
3 - Elton Mayo e as pesquisas na Western Eletric Company - Teoria das Relações
Humanas
George Elton Mayo (1880 - 1949) foi o criador do movimento de relações
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
humanas. A abordagem humanista da teoria organizacional contrariou vários
postulados da abordagem clássica de Fayol e da Administração Científica de Taylor. A
ênfase na estrutura e nas tarefas foi substituída pela ênfase nas pessoas. A natureza do
ser humano como ‘’homo social’’ substituiu a concepção de ‘’homo economicus’’ , ou
seja, as pessoas são motivadas e incentivadas por estímulos financeiros.
Descontente com a Abordagem Clássica da Administração, Elton Mayo realizou
uma série de experiências numa fábrica no bairro de Hawthorne, em Chicago, a
Western Eletric Company, entre 1927 e 1932. As experiências em Hawthorne tinham
como objectivo inicial estudar a relação entre a luminosidade no ambiente de trabalho
e a eficiência e a produtividade dos operários. No entanto, após a primeira experiência
o foque central estendeu-se para o estudo da fadiga, dos acidentes de trabalho, da
rotação de trabalhadores e do efeito das condições físicas de trabalho sobre a
produtividade dos operários. Os pesquisadores concluíram que os resultados da
experiência eram prejudicados por variáveis de natureza psicológica. A partir daí,
tentaram eliminar ou neutralizar o factor psicológico. As experiências desenvolveram-
se em quatro fases.
Na 1ª Fase da experiência, pretendia-se verificar o efeito sobre o rendimento dos
operários. Com efeito, reuniu-se dois grupos em salas diferentes, que faziam o mesmo
trabalho, em condições idênticas sendo, um grupo experimental e o outro de
referência. O primeiro trabalhava com uma luz que variava e o outro sempre com a
mesma iluminação. Não foi encontrada uma relação entre as duas variáveis, isto é,
entre a iluminação e a produtividade dos operários, mas sim com os factores
psicológicos. Na 2ª Fase da experiência seis empregadas foram constituídas como
grupo de referência enquanto que as restantes continuavam o trabalho nas mesmas
condições. Concluiu-se que o grupo de referência trabalhava com maior liberdade e
menos ansiedade, tinha um ambiente mais amistoso e sem pressões e desenvolveu a
liderança e os objectivos em comuns. Na 3ª fase, baseados nas conclusões de fase
anterior em que as operárias do grupo de referência tinham atitudes diferentes das do
grupo de controle, os pesquisadores começaram a estudar as relações humanas,
deixando para trás as condições físicas de trabalho. Realizou-se uma série de
entrevistas, com o objectivo de analisar as atitudes e sentimentos dos trabalhadores. A
4ª Fase teve como objectivo analisar a organização informal dos operários. Para isso,
foi formado um grupo experimental, composto por nove soldadores e dois inspectores.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
Os pesquisadores observaram uma solidariedade grupal e uma uniformidade de
sentimentos entre os operários.
Com as experiências na Western Eletric Company Elton Mayo concluiu que:
A produtividade é determinada pelas relações entre os trabalhadores e não pelas
condições físicas dos operários;
O comportamento dos trabalhadores está condicionado às normas sociais, agindo
de forma a obter recompensas e não sanções;
Os trabalhadores são um grupo desorganizado que actua pelo seu próprio
interesse, de forma calculada (hipótese do populacho);
As atitudes e sentimentos devem ser encaradas como factores de motivação,
afectando a produtividade e a moral.
Comentário crítico
As teorias da Administração Científica e Clássica de Taylor e Faylor orientam-se
sobretudo pela metáfora mecânica, enquanto que a teoria das Relações Humanas de
Mayo segue a metáfora orgânica. Taylor e Faylor preocupavam-se sobretudo com o
trabalho, o desenvolvimento de métodos adequados para a execução de cada tarefa de
modo a aumentar a produtividade (organização formal). Já Mayo interessava-se mais
pelas pessoas do que propriamente pela estrutura (organização informal). A escola das
Relações Humanas veio revolucionar a forma como eram estudadas as organizações.
O indivíduo deixou de ser uma peça envolvente da máquina para uma pessoa com
características e personalidades próprias.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
Sábado, 11 de Dezembro de 2010
Sumário: A problemática motivacional nas organizações. As teorias da motivação.
Maslow e a teoria das necessidades. Herzberg e as variáveis ambientais (higiénicos) e
de conteúdo. McGregor e as Teorias X e Y
Palavras-chave: motivação; necessidades; Maslow; Herzberg; Teoria das
Necessidades; Teoria X; Teoria Y; McGregor; Teoria dos dois factores
1 - A motivação organizacional
Nas Organizações a motivação é muito importante, pois é através dela que os
funcionários aumentam ou diminuem a sua produtividade. Abraham Maslow e
Frederck Herzberg estudaram a motivação no ambiente de trabalho.
1.1- Abraham Maslow e a Teoria das Necessidades
O psicólogo norte-americano Abraham Maslow (1908- 1970) estudou a motivação
e a personalidade do indivíduo com base no holismo, dinamismo (vitalismo) e
homeostase. O holismo é uma ideia que pressupõe que o conjunto possui algo mais do
que a soma das partes. Para Maslow os indivíduos não são meros agregados de
órgãos, tem as suas próprias características e personalidades. O dinamismo é uma
teoria filosófica que defende que todos os fenómenos da vida têm características sui
generis diferido dos fenómenos da física e da química e a existência dos fenómenos
da vida não podem ser reduzidos à existência da matéria inerte. A homeostase é uma
propriedade de um sistema aberto, como os seres vivos, de regular o seu ambiente
interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio
dinâmico controlados por mecanismos de regulação inter-relacionados.
Maslow criou uma classificação das necessidades humanas, conhecida por Teoria
das Necessidades (1954), Hierarquia das Necessidades ou Pirâmide das Necessidades.
Segundo o psicólogo as necessidades são primeiro fisiológicas (alimentação e
reprodução), depois de segurança (estabilidade e protecção), de pertença/afiliação (na
comunidade, de ser amado), de estima (prestígio, status, auto-estima) e no fim de
auto-realização (realização máxima do potencial individual). Para Maslow as
necessidades. de um nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
um nível mais alto.
Embora a teoria das necessidades tenha sido considerada melhor que as anteriores
no âmbito da personalidade e da motivação surgiram críticas ao modelo de Maslow.
Uma pessoa pode estar auto-realizada mas não conseguir uma completa satisfação das
suas necessidades fisiológicas.
1.2- Herzberg e as variáveis ambientais e de conteúdo
Frederck Herzberg (1923- 2000) estudou a forma como os factores de higiene
influenciam a motivação e consequentemente a produtividade. Na teoria dos Dois
Factores analisa a motivação e a satisfação das pessoas, identificando dois factores; os
factores higiénicos e os motivacionais. Os primeiros são aqueles que se referem às
condições que rodeiam o indivíduo no seu ambiente de trabalho, englobando as
condições físicas e ambientais de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas
da empresa, etc. São os factores tradicionalmente utilizados pelas organizações para
se obter motivação dos funcionários. Herzberg considera que os empregados sentem-
se satisfeitos ou motivados com a realização pessoal, o reconhecimento pelo trabalho,
o próprio trabalho, a responsabilidade e o progresso profissional. Pelo contrário,
sentem-se insatisfeitos com a política da empresa, o estilo administrativo, o salário, a
supervisão, as condições de trabalho e as relações com os colegas. Os factores de
higiene, à semelhança dos cuidados profilácticos, que não curam a doença apenas a
ajudam a não se agravar, não gerem satisfação se ocorrem mas se pioram geram
insatisfação. A melhoria dos factores de higiene (a sua existência) não aumenta a
satisfação mas a sua piora (a sua ausência) traz insatisfação.
Os factores motivacionais incluem o tipo de cargo, as tarefas e funções
desempenhadas pelo indivíduo na empresa. Estes factores podem aumentar o nível de
satisfação e de produtividade.
Os factores higiénicos podem ser denominadas de contexto e inserem-se nas três
primeiras necessidades de Maslow (fisiológicas, segurança e pertença) e os factores
motivacionais de conteúdo, inserindo-se nas duas últimas necessidades (auto-estima e
auto-realização) da Pirâmide das Necessidades.
Resumindo
Maslow e Herzberg estudaram a relação entre motivação e produtividade. Maslow
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
identificou cinco necessidades: as necessidades fisiológicas, as necessidades de
segurança, as necessidades sociais, as necessidades de estima e as necessidades de
auto-realização. Herzberg identificou duas: as higiénicas e as motivacionais.
2 - McGregor - a Teoria X e a Teoria Y
Douglas McGregor (1906-1964) confronta as teses da Abordagem Clássica e
Estrutural e a Escola das Relações Humanas. McGregor formulou na década de 50 do
século XX duas teorias: Teoria X e Teoria Y, onde apresenta a maneira pela qual as
pessoas se comportam dentro das organizações. A primeira é baseada num sistema
rígido e de controle; a segunda valoriza as capacidades e o desenvolvimento pessoal.
A Teoria X caracteriza-se por ter um estilo autocrático, idêntico ao apresentado na
Administração Científica de Taylor, na Clássica de Fayol e na Burocrática de Weber.
Os indivíduos são instrumentos inertes aos quais a empresa atribui tarefas. A empresa
paga-lhes e espera que as tarefas sejam executadas. Os trabalhadores são preguiçosos
e indolentes por natureza e necessitam de motivação, pois encaram o trabalho como
um meio para ganhar dinheiro. Os indivíduos não gostam de assumir
responsabilidades e preferem ser dirigidos. Como tem um estilo administrativo de
fiscalização e de controle demasiado rígido, não existe uma capacidade de
participação e de desenvolvimento das capacidades individuais.
A Teoria Y baseia-se no facto de os indivíduos quererem e necessitarem de
trabalhar. As pessoas têm motivação básica e padrões de comportamento adequados e
capacidades para assumir responsabilidades. Considera que os comportamentos de
indolência e resistência á mudança são causados pela perda de oportunidades das
pessoas em se tornarem satisfeitas através dos seus trabalhos. Esta teoria fundamenta-
se numa integração entre o indivíduo e a organização e pretende que a empresa crie
condições de modo a que a organização e o indivíduo cumpram os seus objectivos. A
teoria Y desenvolve um estilo democrático, a través do qual administrar é um processo
de criar oportunidades e proporcionar orientação para os objectivos. A organização
deve proporcionar condições para que as pessoas desenvolvam a motivação e
alcancem os seus objectivos pessoais.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
Resumindo
Teoria X:
O ser humano não aprecia o trabalho e evita-o;
Existe uma necessidade de coacção, controle e punição;
Os indivíduos não gostam de assumir responsabilidades e preferem ser dirigidos;
As pessoas têm pouca ambição e procuram acima de tudo a segurança;
O ser humano é indolente e preguiçoso e precisa de ser punido
Teoria Y
O ser humano gosta de trabalhar;
As capacidades individuais e os objectivos pessoais são valorizados;
Existe uma ligação entre o indivíduo e a organização
Comentário crítico
Maslow para além de estudar o indivíduo dentro da organização, a sua personalidade e
características, tal como fizera Mayo, debruçou-se ainda sobre os aspectos
motivacionais que influenciam a sua produtividade. Para tal, construiu uma pirâmide,
designada de Teoria das Necessidades, onde classificou as necessidades humanas de
fisiológicas, de segurança, de pertença, de estima e de auto-realização. Herzberg,
tendo em conta a teoria de Maslow identificou apenas duas variáveis que influenciam
a motivação: os factores higiénicos e os motivacionais. De facto, a motivação é um
aspecto muito importante a ser estudado dentro das organizações. Estudar a
personalidade dos indivíduos no ambiente de trabalho não chega, é necessário
perceber que a motivação pode condicionar a produtividade e consequentemente o
lucro. Uma pessoa com as necessidades satisfeitas possuiu uma maior motivação do
que aquela com as mesmas necessidades insatisfeitas.
O objectivo de McGregor era confrontar a Abordagem Clássica e a Abordagem das
Relações Humanas. Para tal, construiu duas teorias, a Teoria X e a Teoria Y. A
primeira é baseada num sistema fechado, numa organização formal, rígida e
controlada, onde os processos de trabalho são o mais importante. A segunda centra-se
num sistema aberto, numa organização informal, onde se valoriza as capacidades dos
indivíduos. Ora, na prática, a Teoria X pode ser comparada à Abordagem Clássica e a
Teoria Y à Abordagem das Relações Humanas.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
Sábado, 18 de Dezembro de 2010
Sumário: Apresentação e Comentários sobre o Filme "Se os Olhares Matassem"- O
comportamento organizacional. Kurt Lewin e a dinâmica de grupo
Palavras-chave: comportamento; organização; grupo, Lewin
Filme “Se os Olhares Matassem”
O filme “Se os olhares matassem” (do original “If looks could kill“) é um retrato
sobre o poder do comportamento, e o relacionamento interpessoal.
Um detective interroga várias pessoas, com diferentes personalidades, que devido à
forma como se comportaram influenciaram de forma positiva ou negativa o
comportamento da vítima. A vítima é um cidadão comum que é tão mal atendido por
uma série de pessoas em diversos serviços, nomeadamente no posto médico, na
sapataria, nos correios ou na estação de comboios, que acaba por se descontrolar e
atira-se para dentro de um lago. No entanto, os autores do crime, as pessoas que
tiveram um comportamento desadequado, não podem ser considerados criminosos,
apenas ignorantes, pois ignoram o poder do comportamento.
Ao serem analisados os diferentes comportamentos destas personagens foi possível
concluir que o comportamento gera comportamento, ou seja, o comportamento
humano condiciona o comportamento dos outros; o comportamento é uma escolha,
pois é possível escolher a forma como os indivíduos se comportam; e o
comportamento pode ser usado para ajudar ou dificultar uma transacção.
Assim, a forma como as pessoas se comportam perante clientes ou colegas de
trabalho pode determinar o sucesso ou o fracasso de cada uma das interacções em que
participam, ou seja pode condicionar o comportamento dos outros.
1 - Kurt Lewin e a dinâmica de grupo
O psicólogo alemão Kurt Lewin (1890 - 1974) foi pioneiro no estudo da dinâmica
de grupo. Segundo Lewin, a dinâmica de grupo é o estudo das forças que agem no
seio dos grupos, as suas origens, consequências e condições modificadoras do
comportamento do grupo. Para o psicólogo as variações individuais do
comportamento humano com relação à norma são condicionadas pela tensão entre as
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
percepções que o indivíduo tem de si mesmo e pelo ambiente psicológico em que se
insere. Para tal, Lewin estudou pequenos grupos, analisando as variáveis de coesão,
de grupo, de motivação, de participação, de produtividade, de preconceitos, de
tensões, de pressões e formas de coordenar um grupo. A formação do grupo
fundamenta-se na ideia das relações interpessoais, ou seja, concordância comum sobre
os objectivos e sobre os meios a alcança-los.
A dinâmica de grupo pressupõe a teoria de “o todo é diferente da soma das partes”,
ou seja, o grupo é diferente de todos os indivíduos que o constituem. Um grupo pode
ser de alta ou de baixa maturidade. A alta maturidade é caracterizada por um conjunto
de pessoas muito dinâmicas, ambiciosas e cultas, com necessidade de auto-realização.
Na baixa modernidade os indivíduos gostam de ser controlados, têm pouca ambição,
aspirações limitadas e desafios materiais de motivação como o salário.
Lewin concluiu ainda que o comportamento humano não depende somente do
passado ou do futuro, mas do campo dinâmico actual e presente. A teoria de campo
está ligada à teoria da Gestaltismo, sobre tudo no que se refere à interdependência das
diferentes relações causais entre o parcial e o global na experiência do comportamento
Comentário crítico
Lewin chegou à conclusão que o grupo de trabalho também deveria ser estudado no
seio das organizações. Enquanto que Mayo, Maslow, Herzberg e McGregor (Teoria Y)
apenas se interessaram pelo indivíduo, Lewin procurou analisar a dinâmica de grupo.
Ora, o grupo é constituído por vários indivíduos com diversas características e
personalidades e como tal não pode ser considerado como sendo a soma de todos os
indivíduos. Logo "o todo é diferente da soma das partes".
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Sábado, 8 de Janeiro de 2011
Sumário: Cultura organizacional: tipologias culturais. Liderança: tipos de lideres e estilos de liderança. Conflito organizacional. Apresentação e discussão de trabalhos.
Palavras-chave: Cultura organizacional; liderança; líder; conflito; organização
1 - Cultura Organizacional - Mudamos hoje ou nos mudam amanhã
O sucesso de uma organização não depende apenas dos seus recursos humanos e
financeiros, das suas tecnologias e equipamentos, das suas estruturas e processos, mas
também da sua cultura organizacional.
A cultura organizacional é um conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos através
de normas, valores, atitudes e políticas compartilhados por todos os membros de uma
organização. Tratam-se de procedimentos que todos os trabalhadores de uma dada
organização devem adoptar e seguir tanto na realização das suas tarefas como na
resolução dos seus problemas. Todas as organizações possuem a sua própria cultura,
que as distingue das demais e que explica muitos dos fenómenos que ocorrem no seu
ambiente sobretudo interno.
Se com a Administração Científica o homem era apenas encarado como uma peça
da máquina, sem importância ou reconhecimento, com a Escola das Relações
Humanas e com as abordagens seguintes a individualidade do ser humano começa a
ser estudada assim como a relevância da cultura no seio das organizações. As
experiências iniciadas por Elton Mayo em Hawthorne são um exemplo disso.
Ora, para que a organização consiga sobreviver e desenvolver novos processos de
adaptação, de criatividade e de mudança, necessita de mudar a sua cultura
organizacional. A cultura organizacional envolve artefactos, valores compartilhados,
pressupostos básicos. Os artefactos podem ser caracterizados como padrões de
comportamento entre os membros de uma organização; os valores compartilhados são
as crenças que são importantes para as pessoas e os pressupostos básicos são os
valores que os trabalhadores acreditam.
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Existem quatro tipos de cultura organizacional, que estão associados à liderança
organizacional: cultura de poder, cultura de papéis, cultura de tarefa e cultura de
pessoa. A cultura de poder é caracterizada por poucas regras e procedimentos; na
cultura de papéis a ênfase é dado aos pilares que sustentam a organização; a cultura de
tarefa orienta as pessoas para trabalhos específicos ou projectos e na cultura da pessoa
o indivíduo é ponto central da organização.
2 - Liderança
O estudo da liderança tem ganho nos últimos anos uma dedicação por parte de
diversos investigadores e estudiosos. A liderança é uma temática bastante importante
no contexto organizacional, na medida em que é através dela que um determinado
grupo consegue alcançar os seus objectivos comuns.
A Liderança é a capacidade que uma determinada pessoa ou pessoas têm de motivar
e influenciar outras pessoas, de forma a contribuir para a realização de determinados
propósitos. Um líder é uma pessoa encarregue de comandar uma dada tarefa,
actividade ou organização, tendo autoridade sob os seus subordinados.
Perante várias situações um líder pode agir de determinadas maneiras. Existem
várias teorias de liderança: Teoria dos traços e de personalidade, teoria
comportamental, teoria contingencial/situacional, teoria da liderança carismática e
teoria da liderança transformacional.
A teoria dos traços e de personalidade consiste na avaliação e selecção de líderes
com base nas suas características físicas, mentais, sociais e psicológicas. A teoria
comportamental refere-se aos comportamentos que diferenciam os líderes dos não
líderes. Segundo a teoria contingencial não existe um único estilo ou característica de
liderança válidas para todas as situações. Na teoria da liderança carismática o líder
consegue ter influência sobre um grupo de pessoas sem que se consiga explicar
objectivamente a razão. Já na teoria da liderança transformacional o líder dirige e
motiva os seus subordinados na direcção dos objectivos estabelecidos, clarificando os
papéis e exigências da tarefa e apela à consciência dos liderados no sentido de
alcançarem elevados ideais e valores.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
Para além das várias teorias de liderança existem ainda três estilos de liderança,
identificados por White e Lippit, que tem como foco os seus liderados: o autocrático,
o democrático e o liberal. O líder autocrático é centralizador e define os objectivos
dos seus subordinados e o método de trabalho, não dando oportunidade a estes de
participarem no processo decisório; o democrático toma as decisões em função da
participação do grupo no geral, aceitando as decisões do grupo, mesmo que
contrariem a sua opinião e o liberal toma poucas decisões, deixando a maior parte
delas para seus subordinados, que têm uma grande liberdade.
3 - Conflito organizacional - uma ameaça ou uma oportunidade para as
organizações
Vivemos numa época em que as diferenças entre os indivíduos são cada vez mais
significativas e, como tal, o aparecimento de conflitos é inevitável. Quando se pensa
em conflito é comum associá-lo a algo negativo e a evitar. No entanto, este pode ter
aspectos positivos no contexto organizacional, contribuindo para o desenvolvimento
da organização.
Ao longo dos tempos, o valor e a centralidade que tem sido atribuído ao conflito no
seio das organizações teve várias perspectivas. A abordagem tradicional, na década de
30 e 40 do século XX considerava que o conflito deveria ser evitado, pois era uma
perturbação ao desenvolvimento organizacional; a abordagem das relações humanas,
na década de 40 à década de 70 do século XX, continua a considerar o conflito como
algo negativo mas já não pode ser evitado porque é uma consequência natural; e a
abordagem interacionista, a actual, começa a estimulá-lo.
Nas organizações o conflito surge quando existe uma divergência de opiniões entre
as diferentes entidades sociais, ou seja, ocorre quando uma pessoa, grupo ou
organização bloqueia as acções de uma outra pessoa grupo ou organização. Os
conflitos podem ser intrapessoais, interpessoais, intragrupais, intergrupais,
interorganizacionais e intraorganizacionais.
O início do processo conflitual pode ter muitos antecedentes. Pode surgir devido,
por exemplo, á escassez de recursos, à diferença de personalidades, a necessidades
pessoais, à insatisfação com o papel administrativo, etc. No entanto, existem formas
de gerir o conflito. Rahim, Bonoma e Thomas identificaram cinco estilos de gestão de
conflitos: evitamento, acomodação, dominação, compromisso, e integração.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
Ora, os conflitos tanto podem ser positivos como negativos. Por um lado,
fortalecem as relações entre o grupo, desenvolvem a criatividade, aumentam a
motivação e a produtividade, e facilitam a inovação a mudança e a adaptação. Por
outro, criam ambientes de trabalho desagradáveis, enfraquecem os relacionamentos
laborais e provocam stress e insatisfação no trabalho.
Apesar de possuírem vantagens para a organização, actualmente muitas empresas
continuam sem saber lidar com o conflito, considerando-o inimigo do
desenvolvimento organizacional, ignorando-o ou eliminando-o. No entanto, o conflito
tanto pode ser uma ameaça ou uma oportunidade para a organização, dependendo da
forma como é gerido. Assim, é uma ameaça se for evitado ou incorrectamente
administrado e é uma oportunidade se for gerido da forma adequada.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
Sábado, 15 de Janeiro de 2011
Sumário: Kurt Lewin e o desenvolvimento organizacional
Palavras-chave: Lewin; D.O; Desenvolvimento organizacional; dinâmica de grupo;
ambiente
1 - Desenvolvimento Organizacional
A Teoria do Desenvolvimento Organizacional (D.O.) surgiu nos anos 60 do século
passado, na sequência do surgimento de um conjunto de ideias relacionadas com o
homem, a organização e o meio ambiente. Baseando-se na Teoria Comportamental, na
Dinâmica de Grupo, iniciada por Kurt Lewin, e na Teoria Geral dos Sistemas, opõem-
se à Teoria Científica, que considerava a organização um sistema fechado. Esta teoria
centra-se mais nas pessoas do que propriamente nas técnicas e recursos
organizacionais. Além disso, o desenvolvimento organizacional está ligado aos
conceitos de mudança e, consequentemente, à capacidade adaptativa da organização à
mudança. Os modelos de D.O. incidem a sua análise em quatro variáveis: o meio
ambiente, a estrutura da organização, os grupos sociais e o indivíduo.
Segundo Chiavenato (1999) o "desenvolvimento organizacional é toda a mudança
planeada. O desenvolvimento da organização é um processo planeado de
modificações culturais e estruturais, visando a institucionalização de uma série de
tecnologias sociais, de tal forma que a organização fique habilitada a diagnosticar,
planear e implementa essas modificações com ou sem assistência externa".
O D.O. pode ser posto em prática quando, por exemplo, existe uma necessidade de
modificar uma estratégia, de tornar a organização num lugar mais consistente com as
necessidades individuais e ambientais, de melhorar a colaboração intergrupal e de
adaptar a organização a um novo ambiente.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
Sábado, 22 de Janeiro de 2011
Sumário: A importância dos media sociais para as organizações; Redes sociais e os
processos da organização; a ética e a necessidade de controlo da rede social.
Apresentação e discussão de trabalhos.
Palavras-chave: Media sociais, Redes sociais; novas tecnologias; Web 2.0, ética e
segurança
1 - Importância dos Media Sociais nas organizações
As redes sociais são um dos maiores fenómenos da Era Tecnológica e do
Conhecimento. O desenvolvimento da internet e o aparecimento da Web 2.0 veio
facilitar as relações pessoais, interpessoais e organizacionais e o fluxo de informações
através de redes de interesse comum. O termo Web 2.0 surgiu em 2004 pela empresa
O’Reilly Media, fundada por Tim O’Reilly, para designar a colaboração e a partilha de
informação na Internet. Segundo Tim O’Reilly a “ Web 2.0 é a mudança para uma
Internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta
nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que
aproveitem os efeitos da rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas
pessoas, aproveitando a inteligência colectiva”.
Uma rede social é uma estrutura social composta por pessoas ou organizações
conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores, interesses,
informações e objectivos comuns. As redes sociais podem ser encarados pelas
organizações como uma ferramenta de trabalho que ajudará no desenvolvimento e
crescimento organizacional. Logo, para além de uma componente lúdica, os social
media também podem ter uma componente laboral, pois possibilitam uma interacção
entre as organizações e o público.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Portefólio da unidade curricular Estruturas e Processos Organizacionais
A Nike e a Ensitel são dois exemplos de organizações que usaram as redes sociais
para comunicar com os clientes. No entanto, enquanto que a Nike soube utilizar de
uma forma positiva as possibilidades dos social media, a Ensitel não o soube fazer.
2 - Ética nas Redes Sociais
As redes sociais não possuem só vantagens. A falta de segurança na rede é um dos
problemas da Web 2.0, que põe em causa a ética dos operadores.
Segundo Sócrates, a ética compreende todas as acções que permitem atingir as
virtudes, qualidades pessoais boas em si e determinantes do grau de bondade existente
em todas as outras realidades.
Os utilizadores estão sujeitos a perigos como pornografia infantil, pedofilia,
invasão da privacidade, manipulação de imagens, partilha de informações pessoais,
publicidade enganosa, entre outros. Existe uma falsa sensação de segurança, pois
apesar do seu uso ser feito em casa, partilha-se com estranhos informações pessoais
que podem comprometer a segurança física da pessoa no mundo real.
Em Portugal existem leis que protegem os cidadãos da falta de segurança. Contudo,
existe um atraso na revisão das leis e artigos que prevêem a protecção dos cibernautas.
No entanto, existem projectos que ajudam a prevenir os riscos nas redes. Na União
Europeia, o Safer Internet Action Plan e o DOTE.SAFE denunciam, controlam e
filtram conteúdos. Já em Portugal o Projecto Dadus sensibiliza os jovens e
educadores para as questões da protecção de dados e da privacidade e o
MiudosSegurosNa.Net tem como principal objectivo alertar para os perigos na rede,
respondendo a pedidos de ajuda e reencaminhando reencaminha os casos mais
perigosos para as autoridades competentes.
Livro – “Redes”, de Cássio Martinho
O livro “Redes”, tal como o nome indica, aborda a problemática das “redes”. As
redes transformaram as relações sociais, as formas de aprender e de trabalhar. Redes
estão em todo o lado: redes sociais, organizacionais. O mundo urbano e os serviços
que suportam a sociedade contemporânea são constituídos por redes. Se na sociedade
industrial os processos de trabalho eram comparados á máquina agora são comparados
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à rede. Quando se fala em rede pensa-se que é um instrumento de comunicação à
distância e em tecnologias de comunicação e informação. Mas rede também pode ser
o correio, telefone. A Web é um campo fértil para o trabalho da rede, pois os sites
permitem a criação de bases de dados, transmissão de informação ou troca de
comentários.
A rede tem três aspectos: quantidade, dispersão geográfica e interligação. A rede
permite uma ligação à distância através do computador. A rede é constituída por
pontos (pessoas, organizações) e linhas (relações e comunicação entre elas). As linhas
são mais importantes que os pontos pois é o relacionamento que dita a qualidade da
rede. Quanto mais linhas existirem mais densa é a rede. A rede é constituída por
relações não lineares, pois a informação circula de forma aleatória e pela ausência de
hierarquia. As redes são sistemas abertos e descentralizados em constante
relacionamento com o meio, que permitem conexões. As redes multiplicam-se devido
a conexões aleatórias. São horizontais e não hierárquicas porque não existe um centro
na rede, cada ponto conectado pode ser o próprio centro.
Milgram e Watts estudaram o número médio de conexões necessárias entre um
ponto e o outro ponto de qualquer rede. Concluíram que quanto maior for a rede
menor é o número, isto é, quanto mais conexões menor é o número de pontos
intermediários. Assim, na rede existe múltiplos caminhos para se deslocar de um
ponto para o outro. Segundo Genekan um ponto não consegue conhecer a extensão
completa da rede. Uma única conexão pode ligar dois pontos estranhos quanto mais
conectado for um ponto maior é a facilidade de fazer novas conexões.
Redes são ainda estruturas invisíveis, informais e tácticas. Existe uma incapacidade
de se saber a extensão da rede, pois na realidade não se sabe quantos círculos de
relacionamento as pessoas têm.
Concluindo, rede é uma arquitectura plástica, não-linear, aberta, descentralizada,
plural, dinâmica, horizontal e capaz de auto-regulação. Uma organização sem
hierarquia não tem qualquer controlo ou governo, os membros ajustam-se de acordo
com os seus interesses. Na rede existe uma participação voluntária, pois as pessoas
participam quando querem e desejam, as conexões fazem-se de forma não linear e
imprevisível.
As redes podem ser temáticas, territoriais, de informação e operativas. As redes
temáticas são organizadas devido a um tema, questão ou problema. As redes
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territoriais têm como base o território. Redes de informação são comuns no âmbito da
produção científica, constituídas por espaços de veiculação de notícias e intercâmbio
de conhecimentos. As redes operacionais também desenvolvem pesquisas e estudos.
A rede nasce após ser accionada, quando um grupo identifica uma capacidade de
projecto comum. Pode surgir de forma individual ou colectiva.
Sábado, 29 de Janeiro de 2011
Sumário: A Responsabilidade Social das Organizações, o Desenvolvimento
Sustentável e os processos organizacionais. Apresentação e discussão de trabalhos.
Palavras-chave: Responsabilidade Social das Organizações; RSO; Desenvolvimento
Sustentável
1 - Responsabilidade Social das Organizações e o Desenvolvimento Sustentável
A degradação ambiental, que caracteriza as sociedades actuais, foi acompanhada
por uma consciencialização por parte dos agentes económicos sobre a urgência de se
começar a preocupar com o meio ambiente, com os recursos naturais e com o
desenvolvimento sustentável. A partir da década de 70 do século XX começaram a
realizar-se várias conferências com o objectivo de alterar os padrões de consumo e os
modelos económicos vigentes. O Clube de Roma e a Conferência de Estocolmo,
ambos em 1972, marcam a origem do debate em torno do desenvolvimento
sustentável. Quatro anos depois, a OCDE publica as Directrizes da OCDE para as
empresas multinacionais, que incluem um conjunto de práticas empresariais para as
empresas.
Mas é em 1987, na Comissão Brundtland, que o Desenvolvimento Sustentável é
apresentado como sendo “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente,
sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias
necessidades. O conceito de desenvolvimento sustentável é também apresentado na
Cimeira da Terra/Cimeira do Rio (1992) e na Cimeira Social em Copenhaga (1995),
onde é salientado a sua dimensão económica, ambiental e social. O alcance dos
objectivos do Desenvolvimento Sustentável é desenvolvido com a criação do World
Business Council for Susteinable Development (1995), uma instituição com empresas
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de 30 países, que pretende promover o debate e a partilha de experiências sobre a
mudança de gestão tradicional para o modelo de gestão sustentável. Dois anos depois,
com o Tratado de Amesterdão e com o Protocolo de Quioto foram afixadas metas a
atingir pelos países industrializados na redução da emissão de gases que provocam o
efeito de estufa.
Já no ano de 2000, na Estratégia de Lisboa foi abordado novamente o problema da
responsabilidade social das empresas, no que se refere à igualdade de oportunidades,
inclusão social e desenvolvimento sustentável.
Com o Desenvolvimento Sustentável “surgiu” um novo conceito, o de
responsabilidade social das organizações (RSO). A RSO é a integração voluntária de
preocupações sociais e ambientais por parte das organizações nas suas operações e
interacção com outras partes, ou seja, é o contributo das organizações para o alcance
dos objectivos do desenvolvimento sustentável. Logo, uma organização socialmente
responsável tem em consideração, nas decisões que toma, a sociedade onde se insere e
o meio ambiente que a rodeia; procura promover uma sociedade mais justa e um
ambiente mais limpo.
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Sábado, 5 de Fevereiro de 2011
Sumário: A Responsabilidade Social das Organizações, a Construção de uma imagem
positiva da organização. Apresentação e discussão de trabalhos.
Palavras-chave: Responsabilidade Social das Organizações; RSO; imagem;
organização
1 - Responsabilidade Social nas Organizações como ferramenta na construção de
uma imagem positiva
A RSO é um factor importante para a criação da imagem das organizações. Através
de práticas de responsabilidade social as organizações para além de diferenciarem-se
de outras, podem construir também uma imagem positiva. Ora, numa crescente
evolução e desenvolvimento de mercados cada vez mais competitivos e globais, a
organização deixa de ser encarada apenas como uma instituição produtiva, com
objectivos financeiros, e surge com uma nova lógica sociocultural com
responsabilidades sociais e ambientais. Tendo em conta esta realidade, uma boa
gestão da imagem organizacional passa também pela criação de valor acrescentado,
como factor de diferenciação no mercado com uma cultura, identidade e valores.
A imagem organizacional constrói-se através da percepção dos públicos e do meio
envolvente da empresa e engloba conceitos como a identidade, os valores e a cultura.
As relações com os públicos podem ser melhoradas através da utilização de boas
práticas sociais e ambientais. A RSO surge como uma forma de reforçar essas mesmas
relações.
Nos últimos anos, as organizações têm vindo a ganhar mais consciência que é
necessário adoptar uma missão, um código de conduta ou uma declaração de
princípios, em que enunciam os seus objectivos, valores fundamentais e
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responsabilidades para com as diversas partes interessadas. A RSO traduz-se numa
integração adequada da empresa na respectiva envolvente local. Actualmente, muitas
são as instituições que já perceberam as vantagens da introdução de uma política de
responsabilidade social na formação de uma imagem positiva organizacional. O Delta
Cafés e The Body Shop foram algumas das empresas que apostaram em iniciativas
sociais e ambientais.
CONCLUSÃO
A temática das estruturas e dos processos organizacionais reúne um conjunto vasto
e infinito de conceitos, matérias, teorias e perspectivas. A estrutura corresponde à
forma como as organizações se organizam e se articulam para desenvolver as suas
tarefas e o processo é o meio pelo qual se realizam essas mesmas actividades. Abordar
o conceito de organização significa analisar uma série de temas que nela se articulam.
É necessário perceber conceitos como mudança, flexibilidade, rigidez, inovação,
criatividade, adaptação, desenvolvimento, pessoa, grupo, entropia, proactividade,
ecossistema, ambiente, burocracia, modernidade, cultura, sociedade, conflito,
liderança, responsabilidade social, entre outros. Paralelamente, estudar a forma como
são estruturadas as empresas implica compreender as diversas teorias organizacionais
que surgiram ao longo dos anos, assim como os diferentes estudiosos que por elas se
orientaram.
Neste sentido, torna-se evidente a dificuldade em se definir “organização”.
Organização é um sistema constituído por um conjunto de elementos, que realizam
tarefas de forma coordenada e controlada, com vista a atingir um determinado
objectivo através de diversos meios e recursos disponíveis, de modo a pôr em marcha
processos de bens e serviços. A organização depende do ecossistema, pois é através
dele que encontra informação, energia e substâncias (matérias-primas). Ora, quanto
mais fluxo se mantiver com o ecossistema mais o sistema é aberto e flexível, fugindo
à entropia (desaparecimento da organização), e quanto menos fluxo se mantiver com o
ecossistema mais o sistema é fechado e rígido. Os sistemas fechados têm uma maior
dificuldade em adaptar-se à mudança. A organização não consegue sobreviver se não
souber adaptar-se à mudança. A mudança organizacional é a implementação de novos
procedimentos ou tecnologias na reestruturação dos processos e estruturas
organizacionais.
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No que diz respeito à forma como actuam, interagem e estão estruturas as
organizações podem ser comparadas a metáforas. A metáfora mecânica compara a
organização a uma máquina, em que os trabalhadores e os vários departamentos são
considerados como diferentes peças envolvidas na engrenagem que constitui a
máquina. Já a metáfora mecânica compara a organização a um órgão, constituído por
pessoas que têm interesses em comuns, e que se adapta ao meio ambiente.
A forma como são estruturadas e organizadas as organizações sofreu rupturas ao
longo dos anos. Vários foram os estudiosos que se debruçaram na análise das
estruturas e dos processos organizacionais, que elaboraram teorias e perspectivas. A
Escola Científica (Frederik Taylor) segue-se por uma metáfora mecânica,
caracterizada por princípios como o planeamento, a selecção, o controle e o
desenvolvimento de métodos adequados para execução de cada tarefa, assim como a
Escola Clássica (Henri Fayol). Com o início das experiências na Western Electronic
Company, levadas a cabo por Elton Mayo, os estudiosos deixaram de se preocupar
apenas com a estrutura e tarefas para se interessarem pelo homem (Teoria das
Relações Humanas) e mais tarde pela sua personalidade, motivação, necessidades
(Teoria das Necessidades - Abraham Maslow; e Teoria dos Dois Factores -
Fredereck Herzberg) e a importância do grupo ( Dinâmica de Grupo – Kurt Lewin).
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NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
BOWDITCH, James L., BUONO, Anthony F., Fundamentos De Comportamento
Organizacional, LTC Editora
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral de administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2000.
CORADI, Carlos Daniel, O comportamento em administração de empresas,
Biblioteca Pioneira de Administração e Negócios
CUNHA, Miguel Pinha, REGO, Arménio, CUNHA, Rita Campos e CARDOSO,
Carlos Cabral. Manual de comportamento organizacional e gestão. Lisboa: Editora
RH, 2004
MARQUES, Carlos Alves, CUNHA, Miguel Pina, Comportamento Organizacional
e Gestão de Empresas. Dom Quixote, 2000
NETO, Mário Sacomano, FILHO, Edmundo Escrivão, Estrutura Organizacional e
Quipes de Trabalho: Estudo da Mudança Organizacional em Quatro Grandes
Empresas Industriais
NEWSTROM, John W. Comportamento Organizacional: O Comportamento
Humano no Trabalho, MC Graw-Hill, 2008
ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento Organizacional. Pearson Higher
Education, 2005
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ANEXOS
ANEXOS I – A organização e o meio envolvente
ANEXO II – Quadro características dos sistemas organizacionais
ANEXO III – Quadro sistemas mecânicos e sistemas orgânicos
ANEXO IV – Quadro sistemas mecânicos e sistemas orgânicos
ANEXO V – Quadro nível institucional, intermédio e operacional
ANEXOS VI – Quadro nível institucional e operacional
ANEXOS VII – Teoria das Necessidades de Maslow
ANEXOS VIII – Quadro Teorias Administrativas
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ANEXO I – A organização e o meio envolvente
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ANEXO II – Quadro características dos sistemas organizacionais
ANEXO III – Quadro sistemas mecânicos e sistemas orgânicos
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ANEXO IV – Quadro sistemas mecânicos e sistemas orgânicos
Institucional Estratégico
(somatório dos
níveis
tácticos). É a
meta final.
Genético e
sintético
Longo prazo Macroorientad
o. Aborda a
empresa como
totalidade
Intermédio Táctico (não é
a meta final;
objectivos
estratégicos)
Menos
genético e
mais
detalhado
Médio prazo Aborda cada
unidade da
empresa
Operacional Operacional Detalhado e
analítico
Curto prazo Micro
orientado.
Aborda cada
tarefa
isoladamente
ANEXO V – Quadro Nível Institucional, Intermédio e Operacional
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Níveis da empresa Lógica Características Abordagens
Operacional Sistema fechado Certeza,
previsibilidade,
planeamento e
controlo
Administração
Científica (Taylor),
Clássica (Fayol) e
Burocrática
(Weber)
Institucional Sistema aberto Interdependência
entre sistema e
ambiente, incerteza
e imprevisibilidade
Teorias Modernas
da Administração
ANEXO VI - Quadro Nível institucional e operacional
ANEXO VII - Teoria das Necessidades de Maslow
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Ênfase Teorias administrativas Principais enfoques
Nas tarefas Administracao Cientifica Racionalização do trabalho
ao nível operativo
Na estrutura a)- Teoria Clássica/Teoria
Neoclássica
b)- Teoria Burocrática
c)- Teoria Estruturalista
a)- Organização formal e
principios gerais da
administraçao
b)- Organização Burocrática
c)- Organização formal e
informal. Análise
interorganizacional
Nas pessoas d)- Teoria das Relações
Humanas
e)- Teoria do Comportamento
Organizacional
f) Teoria do Desenvolvimento
Organizacional
d)- Organização informal,
motivacao, liderança
e)- Teoria de decisões.
Integração dos objetivos
organizacionais e individuais
f)- Mudança organizacional.
Sistema aberto
No ambiente g)- Teoria
Estruturalista/Teoria Neo-
Estruturalista
h)- Teoria da Contigência
g)- Análise ambiental
h)- Sistema Aberto
Na tecnologia Teoria da Contigência Administração tecnológica
ANEXO VIII – Quadro Teorias administrativas
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