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IREI folitécnico daiGuarda Polyteehnie 1)1 3ua.ida RELATÓRIO DE ESTÁGIO Licenciatura em Gestão Luis Miguel da Cunha Faria junho 12017

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IREIfolitécnicodaiGuarda

Polyteehnie1)1 3ua.ida

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Gestão

Luis Miguel da Cunha Faria

junho 12017

Page 2: Polyteehnie 1)1 3ua

Gesp.010.02

Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

Luís Miguel da Cunha Faria

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM GESTÃO

Junho de 2017

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i

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Ficha de identificação

Estagiário: Luís Miguel da Cunha Faria

Nº de aluno: 1010848

Curso: Licenciatura em Gestão

Instituição: Villafelpos Comércio e Industria Têxtil, S.A

Morada: R. de Sezim – Candoso (S.Tiago), Apartado 1082 4836-908 Guimarães, Portugal

Localidade: Guimarães

Telefone: (+351) 253 520 570

Fax: (+351) 253 524 676

Data de início do estágio: 03/11/2016

Data de fim do estágio: 13/01/2017

Duração do estágio: 400 horas

Supervisor na Instituição: Rafael Galvão

Grau Académico do Supervisor: Licenciado

Docente Orientador: Joaquim Mateus

Grau Académico do Orientador: Doutor

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ii

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Agradecimentos

Esta etapa não seria possível sem o auxílio de pessoas que direta ou indiretamente me

acompanharam durante os anos da minha formação académica, durante o período de estágio e

aquando da realização deste relatório.

Por isso, quero aproveitar, desde já, para manifestar o meu agradecimento a um

conjunto de pessoas, que estiveram sempre presentes ao longo desta caminhada. Em primeiro

lugar, agradeço de modo especial, à minha família que sempre me apoiou nas minhas decisões

e que sempre me proporcionou os meios necessários para concluir todas as etapas da minha

vida, à minha namorada por toda a força e apoio ao longo deste percurso académico, aos

amigos que aqui fiz por todos os bons momentos que com eles passei e a todos os docentes

pela partilha de conhecimentos que me fizeram evoluir.

Gostaria também de agradecer ao Instituto Politécnico da Guarda, em particular à

Escola Superior de Tecnologia e Gestão da Guarda, por proporcionar aos seus alunos um

primeiro contacto com o mundo profissional, ao meu orientador, Prof. Doutor Joaquim

Manuel Pereira Mateus, pela ajuda e orientação disponibilizada, à Villafelpos pela

oportunidade, apoio e ajuda que me proporcionou durante o estágio e um agradecimento

especial ao Dr. Rafael Galvão e à Dra. Raquel Sousa por todos os conhecimentos

transmitidos, todo o apoio e disponibilidade.

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iii

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Plano de estágio

O plano de estágio, definido entre o estagiário e o seu supervisor na empresa Villafelpos

Comércio e Industria Têxtil, S.A., inclui um conjunto diversificado de atividades,

nomeadamente:

Lançamento/classificação de documentos;

Conferência de faturas;

Arquivo documentos;

Reconciliação bancária;

Tratamento de estatísticas para o Instituto Nacional de Estatística (INE);

Declarações fiscais,

Processamento salarial.

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iv

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Resumo

O presente relatório de estágio curricular visa cumprir a última etapa para a conclusão

da Licenciatura em Gestão, ministrada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do

Instituto Politécnico da Guarda (IPG). O estágio decorreu na Villafelpos Comércio e Industria

Têxtil, S.A, com uma duração de 400 horas, entre três de novembro de dois mil e dezasseis e

treze de janeiro de dois mil e dezassete, e teve como finalidade, executar as atividades

mencionadas no plano de estágio.

As atividades desenvolvidas passaram essencialmente pela receção, arquivo,

classificação e lançamentos de documentos contabilísticos.

O estágio realizado foi bastante enriquecedor, uma vez que permitiu colocar em

prática os conhecimentos adquiridos durante o curso e, simultaneamente, proporcionou-me

um contacto real com o mundo do trabalho.

Palavras-Chave: Gestão, Contabilidade, Clientes e Organização.

Jel Classification: M1 - Business Administration; M10 - General

M4 – Accounting; M41 - Accounting

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v

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Índice

Ficha de identificação ........................................................................................................ i

Agradecimentos ................................................................................................................ ii

Plano de estágio ............................................................................................................... iii

Resumo ............................................................................................................................ iv

Índice de Figuras ............................................................................................................. vii

Índice de Gráficos ........................................................................................................... vii

Glossário ........................................................................................................................ viii

Introdução ......................................................................................................................... 1

Capítulo I - Caracterização do local de estágio ................................................................ 2

1. Enquadramento ............................................................................................................. 3

1.1. Caracterização do local de estágio ........................................................................ 3

1.2. Organograma da empresa ...................................................................................... 6

1.3. Objetivos da Villafelpos ........................................................................................ 8

1.3.1. Missão ............................................................................................................... 8

1.3.2 Visão ................................................................................................................. 8

1.3.3. Projetos em curso .............................................................................................. 8

1.4. Vantagens em ser cliente ....................................................................................... 9

1.4.1. A estética ............................................................................................................ 9

1.4.2. Honestidade ........................................................................................................ 9

1.4.3. O Acrescentar Valor .......................................................................................... 9

1.4.4. A Paixão ............................................................................................................ 9

1.5. Investigação, Desenvolvimento e Inovação ........................................................ 10

1.6. Certificados ......................................................................................................... 10

1.6.1 SOGILUB ........................................................................................................ 11

1.6.2. STANDARD 100 by OEKO-TEX® ................................................................ 12

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vi

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1.6.3. Axpo Iberia ..................................................................................................... 13

1.7. Processo de Fabrico e Subcontratações ............................................................... 14

Capítulo II - Sector têxtil e vestuário2.1. Enquadramento sectorial ............................ 16

2.1. Enquadramento sectorial ....................................................................................... 17

2.2. Análise do sector têxtil e vestuário em Portugal ................................................... 22

2.3. Evolução dos Principais Indicadores nos últimos anos......................................... 24

2.4. Fases Marcantes que contribuíram para os anos negros na indústria Têxtil e

Vestuário em Portugal ................................................................................................ 27

2.5. Possíveis obstáculos no futuro .............................................................................. 27

2.6. Análise SWOT ...................................................................................................... 28

2.7. Principais clientes.................................................................................................. 31

2.8. Principais Fornecedores ........................................................................................ 32

2.9. Centros de investigação em Portugal .................................................................... 33

Capítulo III - O Estágio ................................................................................................... 35

3.1. Conduta ética e deontológica dos técnicos oficiais de contas ............................... 36

3.1.1. Código deontológico dos contabilistas certificados ........................................... 37

3.2. Normativo contabilístico ....................................................................................... 40

3.3. Receção, arquivo, classificação e lançamentos de documentos ............................ 42

3.4. Dossier Fiscal ........................................................................................................ 45

3.5. Contas mais utilizadas no lançamento de documentos ......................................... 47

3.5.1. Exemplos de lançamentos contabilísticos efetuados.......................................... 52

3.6. Intrastat .................................................................................................................. 57

3.7. Reconciliação bancária.......................................................................................... 58

3.8. Análise das contas ................................................................................................. 59

Conclusão ........................................................................................................................ 60

Bibliografia ..................................................................................................................... 61

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vii

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Índice de Figuras

Figura 1 Localização Villafelpos ...................................................................................................... 3

Figura 2 – Organograma ................................................................................................................... 6

Figura 3 - Certificado SOGILUB ................................................................................................... 11

Figura 4 - Certificado têxtil ............................................................................................................ 12

Figura 5 - Certificado Axpo Iberia ................................................................................................. 13

Figura 6 – Urdissagem .................................................................................................................... 14

Figura 7 – Tecelagem ..................................................................................................................... 15

Figura 8 – Toalhas Villafelpos ....................................................................................................... 15

Figura 9 – Sistema de negócios da indústria têxtil e do vestuário .................................................. 18

Figura 10 – Mapa continental considerando o número de empresas e exportações ...................... 22

Figura 11 – Mapa continental considerando emprego ................................................................... 23

Figura 12 – Recebimento clientes .................................................................................................. 52

Figura 13 – Recebimento clientes finalização ................................................................................ 53

Figura 14 – Lançamento 1 .............................................................................................................. 53

Figura 15 – Pagamento a fornecedores .......................................................................................... 53

Figura 16 – Lançamento 2 .............................................................................................................. 53

Figura 17 – Fatura .......................................................................................................................... 53

Figura 18 – Lançamento 3 .............................................................................................................. 53

Índice de Gráficos

Gráfico 1 - Exportações a nível nacional ....................................................................................... 24

Gráfico 2 - Importações a nível nacional ....................................................................................... 25

Gráfico 3 - Balança comercial ........................................................................................................ 26

Gráfico 4 – Principais clientes a nível nacional ............................................................................. 31

Gráfico 5 – Principais fornecedores a nível nacional ..................................................................... 32

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Glossário

INE- Instituto Nacional de Estatística

ESTG- Escola Superior de Tecnologia e Gestão

IPG- Instituto Politécnico da Guarda

GPS- Global Positioning System

QAD- Qualidade Ambiente e Design

SOGILUB- Sociedade de Gestão Integrada de Óleos Lubrificantes Usados a Certificação

IVA- Imposto sobre Valor Acrescentado

PME- Pequenas e Médias Empresas

SIGOU- Sistema Integrado de Gestão de Óleos Usados

OMC- Organização Mundial de Comércio

UE- União Europeia

TTIP- Transatlantic Trade and Investment Partnership

EUA- Estados Unidos da América

SWOT- Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats

I&D- Investigação e Desenvolvimento

TOC- Técnico Oficial de Contas

SNC- Sistema de Normalização Contabilística

POC- Plano Oficial de Contabilidade

IASB- International Accounting Standards Board

CE- Comunidade Europeia

IAS- International Accounting Standards

IFRS- International Financial Reporting Standards

EC- Estrutura Conceptual

BADF- Bases para a Apresentação de Demonstrações Financeiras

MDF- Modelos de demonstrações financeiras

CC- Código de Contas

NCRF- Norma Contabilística e de Relato Financeiro

PE- Pequenas Entidades

NI- Normas Internacionais

CTT- Correios e Telecomunicações de Portugal

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

CIVA- Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado

IES- Informação Empresarial Simplificada

IRC- Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas

CIRC- Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas

CGD- Caixa Geral de Depósitos

DDP- Entrega com Direitos Pagos.

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1

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Introdução

O presente relatório descreve as atividades realizadas durante o estágio, obrigatório

para o cumprimento dos requisitos necessários na obtenção do grau de Licenciado em Gestão

na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda. A escolha do

local para a realização do estágio teve como principal objetivo conhecer, de uma forma mais

profunda e detalhada, as atividades e procedimentos de gestão realizados numa empresa.

Durante o período de estágio houve oportunidade para colocar em prática uma parte dos

conhecimentos adquiridos ao longo do curso, o que possibilitou uma boa integração.

O relatório apresenta três capítulos, o primeiro começa por apresentar a Villafelpos

Comércio e Industria Têxtil, S.A., de seguida no capítulo dois está referido o sector de

produção onde está inserida, sector têxtil e vestuário.

O terceiro capítulo é dedicado às atividades desenvolvidas no decorrer do estágio, para

o efeito e após um breve enquadramento, apresenta-se a conduta ética e deontológica

associada à profissão dos técnicos oficiais de contas, normativo contabilístico, receção,

arquivo, classificação e lançamentos de documentos, reconciliação bancária, “intrastat” e

análise de contas.

Por último, apresenta-se uma conclusão, onde será salientada a importância do estágio

realizado. São ainda apresentados alguns anexos, que se consideram relevantes para a

compreensão do presente relatório.

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2

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Capítulo I - Caracterização do local de estágio

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1. Enquadramento

Neste primeiro capítulo apresenta-se a identificação da empresa, a estrutura

organizacional, a missão, a visão, os valores, os recursos, os serviços, os clientes, os

fornecedores e a organização interna dos diversos processos da empresa. Evidencia-se

também o enquadramento sectorial bem como a sua análise.

1.1. Caracterização do local de estágio

A empresa Villafelpos – Comércio e Indústria Têxtil, S.A. é uma empresa que iniciou a

sua atividade em 1997. A sua sede situa-se na rua de Sezim, freguesia de Candoso S. Tiago,

concelho de Guimarães, pertencendo ao distrito de Braga.

A empresa tem uma página web: http://www.villafelpos.com/, bem como um email geral,

que permite a qualquer pessoa contactar a empresa para os mais diversos assuntos,

[email protected], e pode ser localizada a partir das seguintes coordenadas Global

Positioning System (GPS) 41º25’10’’N 8º19’20’’W. (Figura 1).

Figura 1 Localização Villafelpos

Fonte: Google Maps

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

De acordo com a Villafelpos, esta tem cerca de 80 funcionários, desde pessoal

administrativo, tecelagem, confeção, armazém de matérias-primas e armazém de produtos

acabados.

Com a mais evoluída tecnologia disponível no mercado, a Villafelpos tem atualmente uma

capacidade de produção de aproximadamente 80 toneladas/mês de toalhas e outros artigos em

felpo, mantendo sempre elevados padrões de qualidade.

Na Villafelpos, entende-se que a qualidade dos produtos e serviços é alcançada através da

integração perfeita dos recursos tecnológicos e humanos.

Uma organização pró-ativa, um controlo rigoroso, a formação, segurança e satisfação dos

colaboradores e o cumprimento de princípios de sustentabilidade são condições essenciais

para gerar produtos de qualidade.

Agilidade, competitividade, inovação e diferenciação são objetivos que a Villafelpos se

propôs atingir em absoluto.

Para a Villafelpos, existe um verdadeiro empenho em “satisfazer integralmente as

necessidades dos seus clientes, fornecendo produtos e serviços com a qualidade pretendida,

diferenciados através de design e inovação, nos prazos acordados”, Villafelpos - Since 1997.

Na área da Qualidade, Ambiente e Design (Q.A.D.), graças aos meios tecnológicos e

industriais disponíveis, aliados à política de qualidade aplicada, a Villafelpos cria produtos

que obedecem na íntegra às especificações do cliente e às mais exigentes e atuais regras de

produção têxtil.

O ambiente preocupa a Villafelpos e o modo como nele se insere. Todas as ações

desenvolvidas assentam em princípios de sustentabilidade e respeito pelas condições

ambientais e humanas, no sentido de criar soluções ecologicamente corretas, economicamente

viáveis, socialmente justas e culturalmente aceites.

Um gabinete de design dotado dos meios técnicos mais evoluídos do mercado e uma

equipa de experientes criativos em permanente interação com o sector industrial, garantem o

desenvolvimento e a criação de produtos com uma elevada componente de qualidade, imagem

e design.

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5

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

A Villafelpos quer ser reconhecida como uma empresa de referência mundial no fabrico

de têxteis para o lar, oferecendo inovação, qualidade, variedade e diferenciação, rege-se por

valores psicológicos, sociais e físicos que permitem criar uma identidade ao nível da empresa,

bem como ao nível de todos os que colaboram com a empresa: flexibilidade, espírito de

equipa, liberdade criativa, pró-atividade, organização e segurança. A sua estratégia é a

consolidação da permanência no mercado a longo prazo, considerando que a continuidade

saudável da organização assenta na qualidade, inovação e diferenciação, na formação dos seus

colaboradores, no respeito pelo meio ambiente e na garantia de condições de segurança e

saúde para todos os colaboradores.

A Villafelpos tem a certificação do SOGILUB (Sociedade de Gestão Integrada de Óleos

Lubrificantes Usados a Certificação); Axpo Iberia; a certificação Oko-Tex e o Diploma PME

Líder.

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6

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1.2. Organograma da empresa

O estágio decorreu no departamento de contabilidade, como podemos verificar na Figura

2 a empresa tem uma organização linear centralizada.

A direção, composta pelo proprietário, tem como função supervisionar e controlar todos

os outros departamentos e também é responsável pelas compras.

O Departamento de Contabilidade recebe os documentos que estão relacionados com a

atividade da empresa, nomeadamente faturas, recibos, documentos de vendas, entre outros,

classificando-os e enquadrando-os nas respetivas contas, de forma a facilitar os lançamentos

contabilísticos. Neste departamento são também tratados os aspetos relativos à realização de

reconciliações bancárias e às declarações fiscais, como é o caso do imposto sobre valor

acrescentado (IVA), e também cabe a este departamento efetuar o controlo das entradas e

saídas de dinheiro, o controlo de gastos e o controlo dos recursos humanos (presenças, faltas,

férias), assim como o atendimento geral.

O departamento comercial e de vendas planeia, dirige e coordena as atividades

relacionadas com a comercialização e a venda dos produtos da empresa. As suas funções são

muito importantes porque é através das vendas que promovem e realizam que a Villafelpos

Direção/

Gerência

Departamento

Comercial

Departamento

Design

Planeamento

Departamento de

Contabilidade

Confeção Tecelagem Urdissagem Expedição

Gestão da

Qualidade

Manutenção

Figura 2 – Organograma

Fonte : Elaboração própria

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7

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

obtêm os recursos financeiros necessários à sua sobrevivência económica. Uma empresa só é

rentável quando consegue obter receitas superiores às suas despesas e o objetivo principal

destes gestores é assegurar que, através das suas vendas, a empresa tenha o maior volume

possível de receitas.

O planeamento é responsável por coordenar e planear várias secções na empresa, tais

como a confeção, tecelagem, urdissagem, expedição e também a manutenção.

O departamento de design está encarregado de idealizar, criar, desenvolver, configurar, e

elaborar novos conceitos e desenhos para as toalhas, para que os clientes tenham sempre

disponíveis novos conceitos e regressem.

O departamento de gestão da qualidade tem como função o controlo da qualidade dos seus

produtos e processos para que os erros sejam mínimos.

.

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8

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1.3. Objetivos da Villafelpos

A procura por melhores resultados é algo imprescindível para que as organizações

mantenham a competitividade, devido ao crescente nível de exigência pertencente a um novo

perfil de consumidores. As organizações apostam num conjunto próprio de caraterísticas,

missão, visão e valores que as identifiquem e diferencie das outras organizações, como se

pode ver pelo caso da Villafelpos Comércio e Industria Têxtil, S.A, que apresenta as suas

próprias caraterísticas. (Villafelpos - Since 1997)

1.3.1. Missão

De acordo com Villafelpos - Since 1997, “A VILLAFELPOS é uma empresa

especializada na produção, comercialização e assessoria na compra de atoalhados, robes,

complementos e na linha de bebé. Acompanhamos o nosso cliente com propostas

contemporâneas e na vanguarda da moda.”

1.3.2 Visão

A partir Villafelpos - Since 1997, a Villafelpos visa em “Ser reconhecido como um

parceiro versátil, flexível e com sensibilidade estética. Oferecemos uma resposta profissional

aportando valor e soluções adequadas a cada projeto. Trabalhamos para consolidar a nossa

posição internacional, através da nossa rede comercial presente em todo o mundo.”

1.3.3. Projetos em curso

A Villafelpos – Comércio e Indústria Têxtil, S.A., encontra-se ao abrigo do Programa

Operacional Competitividade e Internacionalização, apoiada pelo FEDER a desenvolver um

projeto no âmbito do Portugal 2020 – SI: Internacionalização n.º 13109, tipologia de Projetos

Individuais. O período de execução do investimento decorre entre um de outubro de dois mil

e quinze a trinta de setembro de dois mil e dezassete, tem como objetivo, reforçar a

competitividade das pequenas e médias empresas (PME), representando um investimento

elegível global de 175.250,00€ com uma taxa de financiamento de 45%

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9

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1.4. Vantagens em ser cliente

1.4.1. A estética

A Villafelpos entende que a qualidade e o design dos produtos têm que ser

acompanhados por "doses" de sensibilidade. Cada proposta que fazem, é reveladora das

próprias inquietudes e das adquiridas através da cultura de cada país aos quais viaja.

1.4.2. Honestidade

A Villafelpos constrói relações sustentáveis e duradoiras, graças ao trabalho esmerado

com o cliente. Na VILLAFELPOS o cliente é acompanhado através duma equipa de

profissionais, oferecendo as melhores soluções, respeitando sempre as premissas indicadas.

1.4.3. O Acrescentar Valor

Na Villafelpos entende se o trabalho como uma forma de acrescentar valor ao projeto

do cliente, brindando soluções à sua medida.

1.4.4. A Paixão

A Villafelpos move-se pelo trabalho bem feito, pelo serviço prestado, para preservar o

prestígio.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1.5. Investigação, Desenvolvimento e Inovação

A Investigação tem proporcionado à Villafelpos uma infinidade de aptidões, incluindo a

capacidade de colocar no mercado produtos certos no tempo certo, criando enriquecedoras

parcerias tecnológicas com equipas de pesquisa e instituições reconhecidas como, por

exemplo, a Universidade do Minho,

A Investigação é por isso um dos combustíveis essenciais para as ações de Desenvolvimento e

Inovação.

O desenvolvimento é para a Villafelpos um processo dinâmico de melhoria para a

empresa, para os seus aliados e a subsequente melhoria nos resultados dos negócios e nos

relacionamentos. O desenvolvimento requer mudança, evolução, crescimento e progresso,

mas esses são exatamente os desafios que motivam a Villafelpos.

Para Villafelpos, a Inovação é o processo de transformar ideias em ação e convertê-las em

valor para o Mundo. É um elemento chave para o crescimento e a competitividade.

A Certificação do Sistema de Gestão de Investigação, Desenvolvimento e Inovação obtido em

2012, faz da Villafelpos um dos primeiros produtores de têxteis certificados em Portugal em

termos de Inovação.

1.6. Certificados

Normalização e certificação

O alargamento do mercado é, na maioria dos casos, um processo imprescindível para a

sobrevivência da empresa, a prazo. A criação de uma identidade própria perante o mercado

(Marcas), a garantia perante terceiros dos atributos reconhecidos da sua oferta (Certificação),

e a defesa dos seus produtos relativamente à concorrência (proteção do design e/ou modelos),

são ferramentas importantes para que a empresa opere com segurança no mercado

internacional. A Villafelpos não é exceção e também está certificada por algumas entidades,

descritas em seguida.

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11

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1.6.1 SOGILUB

A SOGILUB – Sociedade de Gestão Integrada de Óleos Lubrificantes Usados, Lda., é

uma sociedade por quotas, sem fins lucrativos gestora do Sistema Integrado de Gestão de

Óleos Usados (SIGOU), que visa a proteção do meio ambiente, gestão e reciclagem de óleos

usados e é a forma mais fácil e eficaz de cumprir todas as obrigações que a legislação

estabelece para os óleos usados, trata-se de um compromisso geracional, que honra e respeita

o legado das gerações passadas e fortalece o vínculo com as gerações futuras. Podemos ver

todo o processo de reciclagem de óleos usados a partir da Figura 3.

Figura 3 - Certificado SOGILUB

Fonte: : http://www.sogilub.pt/

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12

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1.6.2. STANDARD 100 by OEKO-TEX®

O STANDARD 100 by OEKO-TEX® é um sistema de certificação internacional,

consistente, para matérias-primas, produtos intermédios e finais do sector têxtil em todas as

fases de processamento. O objetivo é alcançar produtos isentos de substâncias nocivas para a

saúde humana, (Figura 4).

A base fundamental é o sistema modular OEKO-TEX®: as certificações são possíveis

em todas as fases da cadeia têxtil, sendo que os certificados intermédios são reconhecidos.

Produtos e grupos de artigos que tenham sido testados com êxito podem ser publicitados e

comercializados com o rótulo OEKO-TEX®. "Confiança nos Têxteis" é o sinónimo mundial

para fabrico têxtil responsável desde a matéria-prima até ao produto final que se encontra

exposto nas lojas. É uma garantia para a indústria, para o comércio e para os consumidores.

Figura 4 - Certificado têxtil

Fonte: http://www.villafelpos.com/

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1.6.3. Axpo Iberia

A Villafelpos Comércio e Industria Têxtil, S.A tem também a certificação por parte da

Axpo Iberia, como consumidora de energia verde de classe A, esta energia é proveniente de

energia 100% renovável, sendo assim amiga do ambiente como podemos observar a partir na

Figura 5.

Figura 5 - Certificado Axpo Iberia

Fonte: http://www.villafelpos.com/

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14

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

1.7. Processo de Fabrico e Subcontratações

A subcontratação ou outsourcing consiste em entregar parte das responsabilidades da

empresa a especialistas de outras empresas, ou seja, concentrar-se no que faz melhor e

entregar o resto a terceiros. Esta atividade tem vindo a ganhar cada vez mais importância no

seio das empresas em todo o mundo, sobretudo devido às parcerias estratégias que se geram.

No caso da Villafelpos a subcontratação é utilizada logo no início do processo, recorrendo

a empresas terceiras que efetuam o tingimento do fio.

Após o fio tingido e entregue à Villafelpos, este é levado para a área da urdissagem1, onde

é colocado em rolos de grandes dimensões, como podemos ver na Figura 6.

Figura 6 – Urdissagem

Fonte: Fonte: http://www.villafelpos.com/

1 A Urdissagem é um processo que consiste em ligar o fio para o transformar em rolos maiores que serão transferidos de seguida para as máquinas de tecelagem.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Após a urdissagem, os rolos de fio são levados para a tecelagem, onde são convertidos em

rolos de felpo, que posteriormente são cortados nos tamanhos necessários para as toalhas,

Figura 7.

Figura 7 – Tecelagem

Fonte: http://www.villafelpos.com/

O último passo e recorrendo novamente à subcontratação, passa por enviar todas as

toalhas para confeções, onde são terminadas e obtido o produto acabado. Na Figura 8

podemos observar alguns dos produtos produzidos na Villafelpos.

Figura 8 – Toalhas Villafelpos

Fonte: http://www.villafelpos.com/

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Capítulo II - Sector têxtil e vestuário

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2.1. Enquadramento sectorial

Segundo a (ATP- Associação Têxtil e Vestuário de Portugal) as atividades produtivas de

têxteis e vestuário têm acompanhado a história da humanidade, evoluindo em sintonia com as

necessidades sentidas pelo ser humano. À medida que o homem modificava e se adaptava ao

meio ambiente, foram necessárias novas estruturas têxteis para responder a novas

necessidades. Esta procura de novas respostas resultou no desenvolvimento de estruturas e

matérias-primas, capazes de responder a necessidades tão diversas que variam desde a mais

básica peça de vestuário até às aplicações técnicas mais avançadas.

Na indústria têxtil e vestuário podemos distinguir dois sectores fundamentais,

nomeadamente o sector têxtil e o sector de vestuário. A distinção entre estes dois sectores é

estabelecida com base nas atividades de produção que lhes estão associadas. O sector têxtil

encontra-se associado às atividades que se iniciam na obtenção das fibras, dos fios e tecidos,

passando pelos respetivos tratamentos ao nível de tinturaria e ultimação, bem como os têxteis

lar e os têxteis técnicos. O sector de vestuário encontra-se associado às atividades de

transformação dos materiais têxteis em vestuário, englobando atividades como o corte, a

confeção e o acabamento das peças de vestuário.

A Figura 9 apresenta a estrutura genérica do sistema de negócios da indústria têxtil e

vestuário. Com base nesta representação, é possível distinguir a abrangência e as fronteiras

dos sectores em análise. Dependendo dos produtos e mercados em causa, é possível

especificar os processos e as atividades que fazem parte da rede de fornecimento, assim como

os sectores que a estas se encontram associados.

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Figura 9 – Sistema de negócios da indústria têxtil e do vestuário

Fonte: http://www.atp.pt/

De acordo com o documento da ATP, a indústria têxtil e vestuário europeu opera

fundamentalmente em três mercados distintos: vestuário, têxteis para interiores (ex.:

cortinados, alcatifas) e lar (ex.: roupa de banho, roupa de cama), e têxteis técnicos. Os dois

primeiros subsectores estão fundamentalmente vocacionados para os mercados de consumo

(moda e decoração de interiores) e o terceiro para as aplicações industriais e profissionais. Em

anos recentes tem-se registado uma aproximação entre os sectores técnicos e os sectores

ligados à moda, verificando-se uma fusão dos dois em diversos tipos de produtos.

A confeção de produtos de vestuário sempre foi e continua a ser uma atividade de

mão-de-obra intensiva, enquanto a produção de têxteis é caraterizada como sendo de capital

intensivo, desde que teve inicio a sua mecanização em Inglaterra do final do século XVIII.

Sendo um sector caraterizado pela mão-de-obra intensiva e com baixos requisitos ao nível do

investimento de capital, o sector de vestuário é reconhecido pelos países mais pobres como

uma via para o desenvolvimento económico.

Os têxteis técnicos são um subsector da indústria têxtil e vestuário em franco

crescimento, abrangendo uma vasta diversidade de aplicações, desde as aplicações específicas

com elevado valor acrescentado (ex.: próteses e produtos ortopédicos), produtos com

consumo elevado e baixo valor acrescentado (ex.: tecidos em poliolefina e não-tecidos para

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aplicações de proteção no sector agrícola), produtos têxteis especializados (ex.: têxteis para a

indústria automóvel), vestuário com aplicações técnicas (ex.: vestuário para profissionais de

saúde, vestuário de desporto para utilização profissional), produtos de interior (ex.: cortinas

com proteção à chama) e produtos têxteis para o lar (ex.: roupa de cama com tratamento

antibacteriano).

As modernas empresas produtoras de têxteis recorrem a equipamentos produtivos

equiparáveis, convergindo frequentemente para os mesmos fornecedores ou para fornecedores

com tecnologias semelhantes. Por conseguinte, as diferenças ao nível do produto e da

qualidade devem-se fundamentalmente às competências dos recursos humanos (incluindo as

competências de concepção e desenvolvimento), aos procedimentos de produção e aos

métodos de controlo. Por outro lado, a produção de vestuário depende menos do investimento

de capital e mais das competências dos trabalhadores individuais e na sequência das

operações necessárias à produção.

A importância da mão-de-obra qualificada depende diretamente do processo e do

subsector em causa. Considerando dois extremos na cadeia de valor da indústria têxtil e

vestuário, podemos considerar diversos níveis de qualificação, desde o responsável pelo

desenvolvimento de uma coleção de produtos para determinado mercado ou o responsável

pela concretização de soluções têxteis para problemas específicos, até ao responsável por

determinada operação produtiva repetitiva realizada em centenas de peças de vestuário. No

entanto, apesar da diversidade de requisitos, a relevância das competências dos recursos

humanos encontra-se diretamente associada ao valor acrescentado do produto em causa, ao

nível da especificação e desempenho das aplicações e do segmento de mercado.

A necessidade de desenvolver novos produtos encontra-se dependente do mercado

alvo da empresa, do sector em que opera e da posição na cadeia de valor. No âmbito da

indústria têxtil e vestuário, pode-se considerar desde empresas que trabalham apenas em

regime de subcontratação, onde o desenvolvimento de novos produtos é nulo, até empresas

em que a capacidade de inovação, quer em termos de desempenho ou de design do produto, é

um fator fundamental para a sua capacidade competitiva. No entanto, independentemente dos

fatores relacionados com o mercado e o sector onde a empresa opera, o desenvolvimento de

novos produtos e serviços é uma caraterística comum a todos os processos da rede de

fornecimento. Desde o desenvolvimento de novas fibras até ao desenvolvimento de novas

soluções na área da distribuição e do aprovisionamento.

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O desenvolvimento de novos produtos pode ocorrer em diversas fases da cadeia de

valor, desde a concepção do produto até ao desenvolvimento de processos específicos na

cadeia de valor, como por exemplo no processo de acabamento têxtil. Para além do

desenvolvimento de novos produtos com base em novas fibras, fios ou tecidos, resultado de

iniciativas específicas de investigação e desenvolvimento, podem surgir novos produtos

provenientes do desenvolvimento de novas soluções tecnológicas destinadas ao fabrico de

produtos têxteis e de vestuário. Estes resultados surgem de diversos intervenientes, como:

centros tecnológicos, empresas multinacionais, pequenas e médias empresas, centros de

ensino e investigação, entre outros.

Os subsectores relacionados com os produtos têxteis e de vestuário com aplicações

especializadas, normalmente designados por têxteis técnicos, apresentam uma maior dinâmica

no ciclo de vida, na medida em que incorporam nos seus produtos os desenvolvimentos que

vão surgindo em diversas áreas científicas e tecnológicas. Um dos exemplos mais recentes é a

utilização da nanotecnologia no desenvolvimento de estruturas têxteis de elevado

desempenho.

Ao nível das tecnologias utilizadas nos sectores, e considerando o sistema de negócios

representado na Figura 9 podemos distinguir, de forma generalizada, as diferentes tecnologias

envolvidas em cada uma das atividades referidas, nomeadamente: matérias-primas (é

necessário distinguir entre as tecnologias envolvidas na obtenção das fibras naturais e nas

fibras e filamentos não-naturais), empresas têxteis (abrangem desde a transformação das

fibras em fios através da fiação e da texturização, tecelagem de tecidos, tricotagem de malhas,

e processos de ultimação), empresas de vestuário (encontram-se normalmente subdivididas

em corte, costura e acabamento, sendo a costura caraterizada por uma sequência de operações

que recorrem a tecnologias específicas), centros de distribuição (as tecnologias empregues

estão associadas fundamentalmente a operações de embalagem, etiquetagem, identificação e

armazenagem) e o ponto de venda (tecnologias associadas a sistemas de informação, cujo

objetivo fundamental prende-se com a optimização da rede de fornecimento, tendo em vista

objectivos específicos).

Em relação ao sector têxtil, existem constantes evoluções nas tecnologias empregues

nos mais diversos processos, desde o desenvolvimento de novas fibras e filamentos, passando

pelos processos de fiação, tecelagem, tricotagem, tingimento, acabamento, controlo da

qualidade, etc. Os desenvolvimentos registados abrangem diversas orientações, desde a

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procura de desempenho, melhoria da qualidade, desenvolvimento de novos compostos

químicos e corantes, até à automatização dos processos produtivos.

Para além dos desenvolvimentos tecnológicos que são registados nos meios de

produção diretos, existem ainda diversos desenvolvimentos que, apesar de não serem

desenvolvidos com o objetivo concreto de satisfazer as necessidades dos sectores têxtil e de

vestuário, encontram aplicação em áreas destes sectores, podendo originar impactos diversos,

como por exemplo: o estabelecimento de novos requisitos na qualidade, de novas capacidades

para o controlo dos processos de produção, o desenvolvimento de novos produtos, ou o

desenvolvimento de novas soluções com aplicação específica na indústria têxtil e vestuário.

A Villafelpos segue esta política para se situar na vanguarda e ser pioneira no sector.

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2.2. Análise do sector têxtil e vestuário em Portugal

Na Figura 10 podemos observar que o maior número de empresas encontra-se

concentrado no norte de Portugal com mais de 75% das empresas, principalmente situadas

nos distritos de Braga e Porto com 51% e 29% respetivamente. Podemos verificar também

que a nível de exportações acontece o mesmo, a maior parte das exportações a nível nacional

encontra-se no norte do país com mais 80%.

Figura 10 – Mapa continental considerando o número de empresas e exportações

Fonte: http://www.atp.pt/

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Devido a fatores já analisados anteriormente, tanto a nível de empresas como de

exportações podemos constatar que a zona norte tem concentrada a maior parte das empresas

do sector têxtil e vestuário, consequentemente vemos na Figura 11 que também é a zona de

maior empregabilidade no país.

A Villafelpos encontra se na zona Braga, zona esta com os maiores números nacionais a

nível de exportações, empregabilidade e número de empresas do sector.

Figura 11 – Mapa continental considerando emprego

Fonte: http://www.atp.pt/

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2.3. Evolução dos Principais Indicadores nos últimos anos

Como podemos observar no Gráfico 1 o setor em Portugal a nível de exportações

manteve-se sempre acima dos 4 mil milhões de euros, com exceção dos anos de 2009/2010,

sendo que a partir desses houve um aumento quase crescente até atingir os 4,8 mil milhões de

euros em 2015.

(Portal do Instituto Nacional de Estatística)

Exportações do setor

Gráfico 1 - Exportações a nível nacional

Fonte: INE

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Importações do setor

Neste Gráfico 2 vemos que as importações estiveram sempre entre os 3 e os 3.7 mil

milhões de euros, havendo entre o ano 2014 e 2015 uma grande diminuição passando dos

3,617 mil milhões para os 2,86 mil milhões de euros.

Gráfico 2 - Importações a nível nacional

Fonte: INE

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Balança comercial

Em relação à balança comercial, como podemos observar no Gráfico 3, entre os anos de

2004 e 2010 houve uma ascensão negativa desde os 1,26 mil milhões de euros aos 420

milhões de euros, anos que condizem com a crise de 2008, após 2010 o sector conseguiu

acentuar uma crescente positiva até atingir em 2015 os 1,94 mil milhões de 2015 muito por

causa da diminuição das importações nesse mesmo ano.

Gráfico 3 - Balança comercial

Fonte: INE

Acerca do ano de 2016 ainda não existem valores oficiais, mas estima-se que o sector

vendeu um total de 5.063 mil milhões de euros, aproximando-se do máximo histórico

registado no início do século, sabe-se também que Espanha é largamente o país que mais tem

contribuído para este crescimento das exportações e é para onde o sector manda entre 30 a

40% de tudo o que produz. Em 2016, Espanha comprou mais €178 milhões a Portugal. Mas a

Alemanha também está a registar uma evolução positiva e foram faturados mais €26 milhões,

sobretudo no que toca aos têxteis técnicos e funcionais, tecidos e vestuário com alta

tecnologia incorporada. Existem também sinais curiosos, de países nórdicos a voltar a

contratar em Portugal. Como o caso da Suécia, por exemplo, que, embora partindo de uma

base muito baixa, regista um crescimento de 18%, mais €15 milhões.

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2.4. Fases Marcantes que contribuíram para os anos negros

na indústria Têxtil e Vestuário em Portugal

A qualidade e evolução da indústria têxtil portuguesa está a voltar ao panorama

internacional, através da valorização do produto nacional, com uma franca aposta na

modernização das fábricas, depois de um período, entre 2001 e 2009, que foi demolidor para

o sector e os seus agentes.

Em 2001, com a adesão da China à Organização Mundial de Comércio (OMC), aquele

país inicia uma imparável ascensão na conquista de quota de mercado na União Europeia

(UE), por via dos acordos bilaterais que permitiram ao gigante oriental introduzir nos

mercados ocidentais peças de roupa a preços de venda muito baixos. Este facto veio acelerar a

deslocalização industrial dos têxteis e do vestuário e o seu desaparecimento da maioria dos

países ocidentais. Também o alargamento da União Europeia a Leste, possibilitou a entrada

de países com vasto conhecimento nesta área e a abertura a mercados de custos laborais muito

baixos, como é o caso da Roménia, Polónia e Bulgária. Dois fatores que agravaram o

processo de desinvestimento em Portugal.

2.5. Possíveis obstáculos no futuro

Apesar do sector estar a passar por uma recuperação, justificada pelos melhores valores

dos últimos anos, existem fatores que podem voltar a condicionar o sector de têxteis e

vestuário no futuro, pois com uma América presidida por Donald Trump sabe-se que ainda

não é claro o rumo das suas relações comerciais com a Europa. As negociações para um

acordo de comércio transatlântico, Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP)

estão paradas. Os Estados Unidos da América (EUA) preferiam largamente os têxteis lares,

nota-se agora igualmente um apetite pelo vestuário. Já com o Reino Unido, em tempo de

Brexit, é esperar pelo que irá acontecer.

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2.6. Análise SWOT

A Análise SWOT é um sistema simples de análise que visa posicionar ou verificar a

posição estratégica de uma determinada empresa no seu ramo de atuação, e devido à sua

simplicidade metodológica pode ser utilizada para fazer qualquer tipo de análise de cenário ou

ambiente, desde a criação de um site à gestão de uma multinacional. Apresento uma análise

SWOT sobre o setor têxtil e vestuário em Portugal.

Produtividade em níveis ainda baixos;

Reduzida dimensão;

Baixa capitalização;

Fraquezas

Equipamento e tecnologias atualizadas;

Flexibilidade e grande reatividade;

Proximidade geográfica com a fronteira;

Proximidade com o porto;

Equipamentos modernos

Força

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Ameaças Endurecimento da concorrência internacional nos

produtos básicos, mas também em gamas de maior valor acrescentado;

Dificuldades no acesso ao crédito e elevado custo de

financiamento;

Insuficiente atratividade do sector para jovens profissionais, que optam por outras atividades;

Fecho de cursos superiores por falta de procura destes e

de formação profissional especializada;

Nichos de mercado; Oportunidades

Mercados emergentes;

Especialização industrial;

Concentração e cooperação empresarial para ganhar

dimensão crítica e competitividade;

Moda, marcas e distribuição “made in Portugal”;

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

No caso da Villafelpos, no tempo em que estagiei, pude verificar que o maior

problema foi a reduzida dimensão das instalações, consequentemente com baixa

produtividade. O que sugeria no caso da Villafelpos era um aumento do espaço para assim

aumentar a capacidade produtiva, receber encomendas maiores e não rejeitar nenhuma.

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2.7. Principais clientes

Espanha destaca-se claramente como sendo o principal cliente de Portugal atingindo 32%

do total de vendas, seguindo-se França com 14%, é de destacar que 8/10 dos principais

clientes de Portugal situam-se na Europa com a exceção dos EUA e Angola como podemos

ver no Gráfico 4. O mesmo se verifica na Villafelpos onde o maior cliente é Espanha.

Gráfico 4 – Principais clientes a nível nacional

Fonte: http://www.atp.pt/

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2.8. Principais Fornecedores

Como podemos ver no Gráfico 5 ao par dos clientes o maior fornecedor de têxtil e

vestuário em Portugal é a Espanha com 35% do total de importações, seguem-se a Itália,

Alemanha e França com 12%,7%,7% respetivamente, de salientar alguns países como a

China, índia e Turquia com 6%,3%,3% respetivamente. A Villafelpos também tem alguns

fornecedores, principalmente no que toca à compra de fio, localizados, por exemplo, na

Austrália, EUA e China.

Gráfico 5 – Principais fornecedores a nível nacional

Fonte: http://www.atp.pt/

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2.9. Centros de investigação em Portugal

Para além do Centro de Investigação da Universidade do Minho, com o qual a Villafelpos

mantém uma parceria, existem outros centros e universidades que se dedicam à investigação

na área dos têxteis e vestuários em Portugal, tais como:

CITEVE (Centro Tecnológico): ensaios laboratoriais, certificação de

produtos/consultoria técnica e tecnológica, I&D, Inovação, formação, e moda e design.

Vila Nova de Famalicão

MODATEX – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário,

Confecção e Lanifícios: Formação Profissional; Prestação de Serviços (formação e

consultoria técnica para as empresas do sector); Workshops e Seminários; Processo de

Reconhecimento de Competências e Certificação; Laboratório de Ensaios Técnicos; Projetos

Nacionais e Internacionais.

Porto, Lisboa e Covilhã, Vila das Aves e Barcelos

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CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes:

centro de I&D aplicado e de desenvolvimento de materiais e dispositivos inovadores à escala

semi-industrial, com enfoque em eletrónica (orgânica e embebida), polímeros (fibras e

revestimentos), materiais funcionais (nanomateriais e processos) e simulação numérica de

sistemas (edifícios e materiais).

Vila Nova de Famalicão

Existem também centros de investigação em várias universidades portuguesas tais como,

Universidade do Minho, Universidade do Porto Universidade de Aveiro e a Universidade da

Beira Interior.

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Capítulo III - O Estágio

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3.1. Conduta ética e deontológica dos técnicos oficiais de

contas

A Ética consiste num conjunto de atitudes e valores morais positivos, que aplicados no

ambiente de trabalho, tornam-se particularmente relevantes para um bom funcionamento das

atividades da empresa e das relações de trabalho entre funcionários e clientes. A deontologia é

uma filosofia moral contemporânea, mais propriamente, ciência do dever e da obrigação,

originada pela conduta ética. De modo, que cada profissão tem a sua deontologia própria para

regular o exercício da profissão, tendo em conta o Código de Ética da mesma.

A profissão de Técnicos Oficiais de Contas exige uma conduta irrepreensível baseada em

aspetos éticos e deontológicos de grande importância. O contabilista certificado deve seguir

valores como o sigilo profissional, responsabilidade, competência, dignidade e honra.

No decorrer do meu estágio fui-me apercebendo de como os princípios éticos e deontológicos

estão constantemente presentes na vida de um Técnico Oficial de Contas. Todos estes aspetos

se refletem com clareza na Villafelpos e me foram transmitidos. Está presente ainda a forma

correta e educada nas relações entre todos os colaboradores e para com todos os clientes e

fornecedores, de forma a existir respeito mútuo e criar assim um bom ambiente de trabalho.

O princípio da competência, tal como o nome nos indica, as funções têm de ser exercidas de

forma responsável e diligente, aplicando os conhecimentos e técnicas em harmonia com a lei

e princípios contabilísticos e éticos.

O sigilo profissional acerca de documentos ou factos da qual exista conhecimento têm que ser

mantidos em segredo tanto pelos Técnicos Oficiais de Contas como dos seus colaboradores,

sendo dessa forma a aplicação do princípio da confidencialidade, deverá existir um tratamento

de igual forma entre as diversas entidades a quem é prestado serviços respeitando assim o

princípio da equidade.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

3.1.1. Código deontológico dos contabilistas certificados

De seguida, transcrevem-se os artigos do código deontológico relacionados com o referido

anteriormente.

Artigo 1.º - Âmbito de aplicação

O presente Código Deontológico aplica-se a todos os contabilistas certificados com inscrição

em vigor, quer exerçam a sua atividade em regime de trabalho dependente ou independente,

integrados ou não em sociedades de profissionais, ou em sociedades de contabilidade.

Artigo 2.º - Deveres gerais

No exercício da profissão, os contabilistas certificados devem respeitar as normas legais e os

princípios contabilísticos em vigor, adaptando a sua aplicação à situação concreta das

entidades a quem prestam serviços, pugnando pela verdade contabilística e fiscal, evitando

qualquer situação que ponha em causa a independência e a dignidade do exercício da

profissão.

Artigo 3.º - Princípios deontológicos gerais

1 - No exercício da profissão, os contabilistas certificados devem orientar a sua atuação

pelos seguintes princípios:

a) O princípio da integridade implica que o exercício da profissão se paute por padrões

de honestidade e de boa-fé;

b) O princípio da idoneidade implica que os contabilistas certificados aceitem apenas os

trabalhos que se sintam aptos a desempenhar;

c) O princípio da independência implica que os contabilistas certificados se mantenham

equidistantes de qualquer pressão resultante dos seus próprios interesses ou de

influências exteriores, por forma a não comprometer a sua independência técnica;

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

d) O princípio da responsabilidade implica que os contabilistas certificados assumam a

responsabilidade pelos atos praticados no exercício das suas funções;

e) O princípio da competência implica que os contabilistas certificados exerçam as suas

funções de forma diligente e responsável, utilizando os conhecimentos e as técnicas

ao seu dispor, respeitando a lei, os princípios contabilísticos e os critérios éticos;

f) O princípio da confidencialidade implica que os contabilistas certificados e seus

colaboradores guardem sigilo profissional sobre os factos e os documentos de que

tomem conhecimento, direta ou indiretamente, no exercício das suas funções;

g) O princípio da equidade implica que os contabilistas certificados garantam igualdade

de tratamento e de atenção a todas as entidades a quem prestam serviços, salvo o

disposto em normas contratuais acordadas;

h) O princípio da lealdade implica que os contabilistas certificados, nas suas relações

recíprocas, procedam com correção e civilidade, abstendo-se de qualquer ataque

pessoal ou alusão depreciativa, pautando a sua conduta pelo respeito das regras da

concorrência leal e pelas normas legais vigentes, por forma a dignificar a profissão.

2 - Os contabilistas certificados devem eximir-se da prática de atos que, nos termos da lei,

não sejam da sua competência profissional.

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Artigo 10.º - Confidencialidade

1 - Os contabilistas certificados e os seus colaboradores estão obrigados ao sigilo

profissional sobre os factos e documentos de que tomem conhecimento no exercício das

suas funções, devendo adotar as medidas adequadas para a sua salvaguarda.

2 - O sigilo profissional abrange ainda documentos ou outras coisas que se relacionem,

direta ou indiretamente, com os factos sujeitos a sigilo.

3 - A obrigação de sigilo profissional não está limitada no tempo, mantendo-se mesmo após

a cessação de funções.

4 - Cessa a obrigação de sigilo profissional quando os contabilistas certificados tenham sido

de tal dispensados pelas entidades a que, prestam serviços, por decisão judicial ou ainda

quando previamente autorizados pelo conselho diretivo, em casos devidamente

justificados.

5 - Os membros dos órgãos da Ordem não devem revelar nem utilizar informação

confidencial de que tenham tomado conhecimento no exercício dos cargos associativos,

exceto nos casos previstos na lei.

De acordo com Código deontológico - OCC Ordem dos Contabilistas Certeficados.

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3.2. Normativo contabilístico

A adesão de Portugal às Comunidades Europeias, a globalização, internacionalização e

cotação determinou a necessidade de se proceder a alguns ajustamentos em matérias

contabilísticas. Assim, o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) aprovado pelo

Decreto-Lei n.º 158/ 2009, de 13 de julho, destinou-se a revogar o Plano Oficial de

Contabilidade (POC) aprovado pelo Decreto-Lei n.º410/ 89, de 21 de novembro, e legislação

complementar.

O SNC entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2010, visando a harmonização entre o quadro

contabilístico nacional e as normas internacionais de contabilidade emitidas pela:

International Accounting Standards Board (IASB) e adaptadas pela União Europeia

(UE). De modo, que o SNC firmou o Regulamento (CE) n.º 1606/ 2002, que veio

estabelecer a adoção e a utilização, das normas internacionais de contabilidade.

International Accounting Standards (IAS) e International Financial Reporting Standards

(IFRS) entre outras normas de relato financeiro, mostrando as alterações ocorridas nos

últimos anos.

O SNC vem na linha da modernização contabilística constituída pelos seguintes elementos

fundamentais:

Estrutura conceptual (EC) – conjunto de conceitos contabilísticos estruturantes, que

“regula” todo o sistema.

Bases para a apresentação de demonstrações financeiras (BADF) – são regras sobre o

que constitui e a que princípios essenciais devem obedecer um conjunto completo de

demonstrações financeiras.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Modelos de demonstrações financeiras (MDF) – formatos padronizados para as várias

demonstrações financeiras, até mesmo um modelo orientador para o anexo.

Código de contas (CC) – estrutura codificada e uniforme de contas.

Norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) – o núcleo central do SNC adaptou

normas e interpretações a partir das IFRS adotadas pela UE, constituindo 28 instrumentos de

normalização, com os respetivos tratamentos técnicos a adotar ao nível de reconhecimento,

mensuração, apresentação e divulgação.

Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades (NCRF – PE)

Normas que de forma unitária e simplificada, contempla os tratamentos de

reconhecimento, mensuração, de apresentação e divulgação, utilizadas por entidades

de menor dimensão.

Normas internacionais (NI) – Interpreta entidades de finalidade especial e técnicas de

mensuração das imparidades do ativo.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

3.3. Receção, arquivo, classificação e lançamentos de

documentos

A maioria dos documentos contabilísticos são rececionados via Correios e Telecomunicações

de Portugal (CTT), onde existe um apartado que recebe toda a correspondência, e também via

fornecedor quando os mesmos acompanham a mercadoria em questão. Toda essa

documentação é entregue na contabilidade, para se fazer os respetivos lançamentos.

Os documentos são agrafados junto à guia referente ao transporte de mercadorias em questão

(Anexo I) e agrupados por diários nas respetivas pastas onde são descriminadas da seguinte

forma:

No diário 01-Caixa são arquivadas e registadas todas as faturas/recibos das compras que são

pagas em numerário.

No diário 02-Bancos são arquivados e registados todos os pagamentos a fornecedores,

recebimentos dos clientes por transferência bancaria, juros e pagamentos que sejam efetuados

por cartão.

No diário 03-Compras são arquivadas e registadas todas as faturas e notas de crédito/débito de

todos os fornecedores ou prestadores de serviços.

Nota de débito de devolução mercadorias.

No diário 04-Operações Diversas são arquivados e registadas todas as letras que se aceitam

aos fornecedores.

No diário 07-Vendas são arquivadas e registadas todas as faturas, notas de crédito e de débito

emitidas aos clientes.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Segundo o nº1 do artigo 52º do Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (CIVA), os

sujeitos passivos encontram-se obrigados a arquivar e conservar em boa ordem durante os 10

anos civis subsequentes todos os documentos contabilísticos.

Após a receção dos documentos, estes são provisoriamente colocados em pastas de arquivo

devidamente identificadas. Posteriormente são separados, arquivados e classificados pelo

funcionário responsável pelo acompanhamento da empresa em questão.

Na fase da separação, os documentos são cuidadosamente analisados, seguidamente são

separados os documentos relevantes daqueles sem caráter contabilístico, como é o exemplo,

das guias de remessa e de transporte.

Um dos requisitos a verificar é em relação às faturas ou documentos equivalentes aceites, em

sede de IVA, tornando-se necessário conferir se contêm os elementos estabelecidos no n.º 5

do artigo 36º do CIVA:

5 - As facturas devem ser datadas, numeradas sequencialmente e conter os seguintes

elementos: (Redacção do D.L. n.º 197/ 2012, de 24 de Agosto, com entrada em vigor

em 1 de Janeiro de 2013).

a) Os nomes, firmas ou denominações sociais e a sede ou domicilio do fornecedor de

bens ou prestador de serviços e do destinatário ou adquirente, bem como os

correspondentes números de identificação fiscal dos sujeitos passivos de imposto;

b) A quantidade e denominação usual dos bens transmitidos ou dos serviços prestados,

com especificação dos elementos necessários à determinação da taxa aplicável; as

embalagens não efectivamente transaccionadas devem ser objecto de indicação

separada e com menção expressa de que foi acordada a sua devolução;

c) O preço, líquido de imposto, e os outros elementos incluídos no valor tributável;

d) As taxas aplicáveis e o montante de imposto devido;

e) O motivo justificativo da não aplicação do imposto se for caso disso;

f) A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os

serviços foram realizados ou em que forem efectuados pagamentos anteriores à

realização das operações, se essa data não coincidir com a da emissão da factura.

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44

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Na Villafelpos os documentos são separados por natureza e tendo em atenção o período a que

dizem respeito (mensal). Posteriormente os documentos são organizados e arquivados em três

dossiers: o primeiro vai da conta 11 à 22, o segundo com a conta 31 e o terceiro da 43 à 71

com a respetiva identificação numerada em cada documento, facilitando assim a sua consulta

sempre que necessários. No departamento financeiro tive como principais tarefas, a

responsabilidade de tratar de todo o arquivo de documentação e realizar os lançamentos

contabilísticos efetuados na Villafelpos.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

3.4. Dossier Fiscal

O dossier fiscal é um processo de documentação fiscal e contabilístico, que em norma não é

entregue à administração fiscal, no entanto o mesmo deverá encontrar-se disponível no local

onde se encontra centralizada a contabilidade. Durante o estágio foi minha responsabilidade

arquivar toda a documentação referente ao dossier fiscal.

Segundo o artigo 130º do Código do IRC, todas as empresas, com exceção das isentas nos

termos do artigo 9.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas

(CIRC), são obrigadas a organizar um processo de documentação fiscal relativo a cada

período de tributação, até ao termo do prazo para a entrega da Informação Empresarial

Simplificada (IES), devendo manter em boa ordem durante 10 anos.

A Portaria n.º 92-A/ 2011, de 28 de Fevereiro, define o conjunto de documentos que

completam o dossier fiscal, os quais serão citados:

O processo de documentação fiscal, também designado por dossier fiscal, a que se referem

os artigos 129.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares e

130.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, é constituído

pelos seguintes documentos:

1. Relatório de gestão, parecer do conselho fiscal e documento de certificação legal de

contas quando legalmente exigidos; 2. Lista e documentos comprovativos dos créditos incobráveis;

3. Mapa, de modelo oficial, de provisões, perdas por imparidade em créditos e

ajustamentos em inventários; 4. Mapa, de modelo oficial, das mais-valias e menos-valias;

5. Mapa, de modelo oficial, das depreciações e amortizações;

6. Mapas, de modelo oficial, das depreciações de bens reavaliados ao abrigo de diploma

legal;

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

7. Mapa do apuramento do lucro tributável por regimes de tributação; 8. Mapa de controlo de prejuízos no Regime Especial de Tributação de Grupos de

Sociedades (artigo 71.º do Código de IRC); 9. Mapa de controlo das correcções fiscais decorrentes de diferenças temporais de

imputação entre a contabilidade e a fiscalidade; 10. Outros documentos mencionados nos Códigos ou em legislação complementar que

devam integrar o processo de documentação fiscal, nomeadamente nos termos:

a) Dos artigos 38.º, 49.º 63.º, 64.º, 66.º, 67.º, 78.º e 120.º do código de IRC;

b) Do artigo 78.º do Código do IVA;

c) Do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 159/ 2009, de 13 de Julho”

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

3.5. Contas mais utilizadas no lançamento de documentos

As contas que mais utilizei ao realizar os lançamentos contabilísticos foram as contas das

classes 1,2 e 3, as quais apresento e explico, de seguida. No final da secção, apresento alguns

exemplos de como as utilizei. (João Rodrigues, 2012)

Contas da classe 1

11 Caixa

12 Depósitos à ordem

13 Outros depósitos bancários

14 Outros instrumentos financeiros

Conta 11- Caixa

Debita-se:

- pelas vendas e prestações de serviços a dinheiro;

- pelos recebimentos de clientes;

- pelos levantamentos efetuados em bancos.

Credita-se:

-pelos pagamentos efetuados em dinheiro (compras, dívidas a fornecedores, ordenados e

salários, etc.);

-pelos depósitos bancários efetuados em numerário.

Conta 12- Depósitos à ordem

Debita-se:

-pelos depósitos efetuados, transferências recebidas de clientes, empréstimos obtidos, juros

recebidos, etc.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Credita-se

-pelos pagamentos efetuados, por cheque ou por transferência bancária, liquidações de

empréstimos, juros pagos, etc.

Conta 13- Outros depósitos bancários

Esta conta inclui depósitos a prazo e outros depósitos, nomeadamente, os depósitos com aviso

prévio. É debitada pela constituição ou reforço dos depósitos, sendo creditada pelo resgate,

total ou parcial, desses depósitos.

Contas da classe 2

21 Clientes

22 Fornecedores

23 Pessoal

24 Estado e outros entes públicos

25 Financiamentos obtidos

26 Acionistas/Sócios

27 Outras contas a receber e a pagar

28 Diferimentos

29 Provisões

Conta 21- Clientes, c/c

211 Clientes – títulos a receber

212 Clientes – títulos a receber

218 Adiantamentos de clientes

219 Perdas por imparidade acumuladas

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Conta 211- Clientes, c/c

Debita-se:

-pelas vendas e prestações de serviços a crédito, por contrapartida das contas 71- Vendas ou

72- Prestações de serviços.

Credita-se:

-pelo recebimento dos clientes, por débito da conta 11- Caixa 12- Depósitos à ordem;

-pela emissão de letras ou outros títulos a receber, por débito da conta 212- Clientes – títulos a

receber;

-por devoluções de vendas, por contrapartida da conta 717- Devoluções de vendas;

Conta 212-Clientes – títulos a receber

Debita-se

-pela emissão da letra ou título a receber, por contrapartida da conta 211 - Clientes, c/c.

Credita-se

-pelo recebimento da letra, por débito da conta 12- Depósitos à ordem;

-pelo reconhecimento da imparidade nas dívidas a receber. Caso a perda tenha sido já

reconhecida, debita-se a conta 219 – Perdas por imparidade acumuladas. Se a perda não foi

ainda (total ou parcialmente) reconhecida, debita-se a conta 683- Dívidas incobráveis.

Conta 22- Fornecedores

221 Fornecedores c/c

222 Fornecedores – títulos a pagar

228 Adiantamentos a fornecedores

229 Perdas por imparidade acumuladas

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Conta 221- Fornecedores c/c

Credita-se

- pelas compras a crédito de bens e serviços, por débito da conta 31- Compras ou da conta 62

– Fornecimentos e serviços externos;

-pela transferência das faturas inicialmente creditadas na conta 225 – Faturas em receção e

conferência.

Debita-se

-pelos pagamentos efetuados aos fornecedores, por crédito da conta 12- Depósitos à ordem;

-pelo aceite de letras ou outros títulos a pagar, por crédito da conta 222 – Fornecedores –

Títulos a pagar;

- pelas devoluções a fornecedores, por crédito das contas 317- Devoluções de compras ou 62-

Fornecimentos e serviços externos;

-pelos descontos comerciais e abatimentos obtidos após a emissão da fatura, por crédito da

conta 318- Descontos e abatimentos em compras ou da conta 62-Fornecimentos e serviços

externos;

-pelos descontos financeiros obtidos, por crédito da conta 782. Descontos de pronto

pagamento.

Conta 222 – Fornecedores – títulos a pagar

Credita-se

-pelo aceite de letras ou outros títulos a fornecedores de bens e serviços, por débito da conta

221 – Fornecedores c/c.

Debita-se

-pelo pagamento da letra e outros títulos, por créditos da conta 12 – Depósitos à ordem;

-pela reforma de letras e outros títulos, por crédito da conta 221 – Fornecedores c/c.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Contas da classe 3

31 Compras

32 Mercadorias

33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

34 Produtos acabados e intermédios

35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

36 Produtos e trabalhos em curso

37 Ativos biológicos

38 Reclassificação e regularização de inventários e ativos biológicos

39 Adiantamentos por conta de compras

Conta 31- Compras

311 Mercadorias

312 Matérias-primas, subsidiarias e de consumo

313 Ativos biológicos

...

317 Devoluções de compras

318 Descontos e abatimentos em compras

No sistema de inventário permanente:

Debita-se:

-pelo valor das compras e das despesas adicionais de compras, por crédito da conta 11- Caixa

ou 12- Depósitos à ordem, caso se trate de compras a pronto pagamento, ou da conta 221-

Fornecedores c/c ou 225- Faturas em receção e conferência, cão as compras sejam efetuadas a

crédito.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Credita-se:

-pela transferência para as respetivas contas de Inventários:

32 Mercadorias

33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

37 Ativos biológicos

3.5.1. Exemplos de lançamentos contabilísticos efetuados

Recebimento de clientes

Figura 12 – Recebimento clientes

Fonte: Villafelpos

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Figura 13 – Recebimento clientes finalização

Fonte: Villafelpos

Sempre que efetuava um recebimento de clientes tinha de recorrer ao programa Multi, abrir

“Lançamentos SNC” e abrir na conta “211 N/Recibo”. De acordo com os dados fornecidos

efetuava o lançamento, o que podemos observar a partir das figuras 12, 13 e 14.

240,80€

123,49€

61380,41€

61744,7€

Figura 14 – Lançamento 1

Fonte: Elaboração própria

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Pagamento a fornecedores

Figura 15 – Pagamento a fornecedores

Fonte: Villafelpos

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Em relação aos pagamentos a fornecedores creditava a conta do banco de onde era feita a

transferência, neste caso 1201, referente à Caixa Geral de Depósitos (CGD) pelo valor de

43256,28 euros, de seguida debitava as contas 69811201 e 698201 referentes a outros gastos e

perdas e também a conta 221 relativo ao fornecedor em questão de acordo com as figuras 15 e

16.

Figura 16 – Lançamento 2

Fonte: Elaboração própria

30,3€

6,97€

85€

3,4€

43103,71€

43256,28€

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Lançamento de faturas

Figura 17 – Fatura

Fonte: Villafelpos

Quando efetuava um lançamento de fatura abrimos o documento 301 N/Fatura, colocava a

data e número de fatura e procedia de seguida ao lançamento de acordo com as figuras 17 e

18.

Figura 18 – Lançamento 3

Fonte: Elaboração própria

48,65€

11,19€

59,84€

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

3.6. Intrastat

O Intrastat refere se ao tratamento de informação por parte do INE para a realização de

estatísticas. Para iniciar a utilização do Intrastat foi necessário deslocar-me ao programa de

contabilidade e solicitar um balancete geral das contas do IVA 24321 (IVA dedutível

existências, taxa normal mercado intracomunitário), no qual existia IVA de compra de

matérias-primas, na 24322 (IVA dedutível imobilizado, taxa normal mercado

intracomunitário), existia a compra de uma máquina jacquard e na 24323 (IVA dedutível

outros bens e serviços, taxa normal mercado intracomunitário) existiam comissões, as quais

não entram no mapa do Intrastat. Recorri ao site https://webinq.ine.pt/home: Aderentes,

Palavra passe e entrar. De seguida, no menu “Responder” escolhi a opção INTRA CH –

Comércio intracomunitário - Fluxo de chegada e responder.

Nos períodos ativos selecionava o mês em questão e clicava no formulário online.

Selecionava preencher uma declaração nova e iniciava o preenchimento dos seguintes

campos:

Código da mercadoria (52051200 número que está sempre na fatura);

País de origem da mercadoria (Espanha);

A região para onde vai a mercadoria (12-Ave);

Código de entrega (DDP-Entrega com direitos pagos);

Natureza da transação (11-Compra/Venda);

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

3.7. Reconciliação bancária

A reconciliação bancária é um dos procedimentos necessários para o encerramento das contas,

sendo um dos mais importantes.

A reconciliação bancária é o processo de confrontação entre os movimentos existentes no

extrato bancário e os registados no extrato contabilístico.

Para um melhor controlo, a Villafelpos efetua reconciliações bancárias mensais. Quando a

atividade era realizada por mim, o procedimento era o seguinte: recolhia o extrato bancário e

depois deslocava-me à contabilidade, onde imprimia o extrato da conta 12-Depósitos à

Ordem, do respetivo banco.

Nalguns casos, detetei valores diferentes relativos a lapsos no lançamento na contabilidade, os

quais foram corrigidos de imediato. Também detetei despesas bancárias que constavam no

extrato bancário, mas que ainda não estavam lançadas na contabilidade.

Verifiquei também que no extrato bancário não existiam registos de cheques, apesar de já

constarem no extrato contabilístico. Esta situação era devido a cheques em trânsito, que

apesar de já terem sido emitidos para pagamentos, ainda não tinham sido descontados no

banco.

Todas estas situações são identificadas, as possíveis de corrigir são retificadas através de

notas de lançamento nas respetivas contas e as restantes são transportadas para um mapa de

reconciliação bancária em Excel (Anexo II) que a Villafelpos utiliza, para ser feito o

apuramento do saldo, tornando mais fácil efetuar a conciliação.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

3.8. Análise das contas

Este processo, na Villafelpos, não é só realizado no encerramento das contas, mas sim ao

longo de todo o ano, sendo realizadas conferências às contas correntes e reconciliações

bancárias para minimizar a possibilidade de existência de erros.

Recorri ao programa “MULTI” e conferi os extratos das contas correntes dos clientes e

fornecedores. Os saldos deviam estar conciliados e para tal era necessário pedir aos

fornecedores os extratos dos saldos para os comparar com os da contabilidade.

A conferência dos pagamentos e recebimentos com os depósitos à ordem era bastante simples,

uma vez que a reconciliação bancária já se tinha realizada.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Conclusão

O estágio curricular é um passo importante para a inserção na vida ativa, pois é o primeiro

contacto com o mercado de trabalho e o cruzamento de conhecimentos adquiridos ao longo do

curso de Licenciatura com a realidade empresarial. No estágio foi possível conhecer e

integrar-me no ambiente e na equipa de trabalho que permitiu consolidar e complementar os

conhecimentos adquiridos durante o curso de Gestão, nomeadamente na área da

Contabilidade. Considero que o estágio na Villafelpos foi uma experiência enriquecedora e

extremamente positiva, tanto a nível profissional como pessoal.

No presente Relatório de Estágio tentei descrever as diversas atividades desenvolvidas

durante o estágio, as quais permitiram atingir objetivos de aprendizagem importantes do

desenvolvimento da área de conhecimento da contabilidade.

Acabei por escolher o meu local de estágio na minha zona de residência, devido à maior

proximidade, numa empresa de têxteis porque a maior parte das empresas a atuar na zona de

Braga realiza os seus trabalhos nos sectores têxteis e de calçado e achei por bem realizar o

meu estágio numa dessas empresas. Aspetos negativos em relação ao meu estagio são poucos

os que posso apontar, tais como, as dimensões reduzidas do meu local de estágio, bem como o

grau de parentesco com um dos funcionários da Villafelpos que fez com que não pudesse

realizar um dos pontos do meu plano de estágio, o processamento de salários, devido à

confidencialidade. Contudo, considero que todas as atividades propostas pelos colegas foram

executadas com o êxito e a responsabilidade exigida devido à satisfação dos meus

supervisores.

Concluo assim que chega ao fim mais uma etapa na minha vida, que foi superada e

enriquecedora em vários aspetos, como por exemplo, as relações pessoais e a experiência

adquirida.

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61

Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Bibliografia

ATP- Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. (s.d.). Obtido de

http://www.atp.pt/. [consultado em 13/04/2017]

João Rodrigues. (2012). Sistema de Normalização Contabilística SNC Explicado.

In P. editora.

Portal do Instituto Nacional de Estatística. (s.d.). Obtido de

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpgid=ine_main&xpid=INE. [consultado em

20/04/2017]

Villafelpos - Since 1997. (s.d.). Obtido de http://www.villafelpos.com/.

[consultado em 27/03/2017]

Código deontológico - OCC Ordem dos Contabilistas Certeficados.

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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017

Índice anexos

Anexo I – Guia Remessa ................................................................................................. 63

Anexo II– Reconciliação Bancária (Excel) ..................................................................... 65

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Anexo I – Guia Remessa

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65

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Anexo II– Reconciliação Bancária (Excel)

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