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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Licenciatura em Gestão
Luis Miguel da Cunha Faria
junho 12017
Gesp.010.02
Escola Superior de Tecnologia e Gestão
Instituto Politécnico da Guarda
R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O
Luís Miguel da Cunha Faria
RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM GESTÃO
Junho de 2017
i
Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Ficha de identificação
Estagiário: Luís Miguel da Cunha Faria
Nº de aluno: 1010848
Curso: Licenciatura em Gestão
Instituição: Villafelpos Comércio e Industria Têxtil, S.A
Morada: R. de Sezim – Candoso (S.Tiago), Apartado 1082 4836-908 Guimarães, Portugal
Localidade: Guimarães
Telefone: (+351) 253 520 570
Fax: (+351) 253 524 676
Data de início do estágio: 03/11/2016
Data de fim do estágio: 13/01/2017
Duração do estágio: 400 horas
Supervisor na Instituição: Rafael Galvão
Grau Académico do Supervisor: Licenciado
Docente Orientador: Joaquim Mateus
Grau Académico do Orientador: Doutor
ii
Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Agradecimentos
Esta etapa não seria possível sem o auxílio de pessoas que direta ou indiretamente me
acompanharam durante os anos da minha formação académica, durante o período de estágio e
aquando da realização deste relatório.
Por isso, quero aproveitar, desde já, para manifestar o meu agradecimento a um
conjunto de pessoas, que estiveram sempre presentes ao longo desta caminhada. Em primeiro
lugar, agradeço de modo especial, à minha família que sempre me apoiou nas minhas decisões
e que sempre me proporcionou os meios necessários para concluir todas as etapas da minha
vida, à minha namorada por toda a força e apoio ao longo deste percurso académico, aos
amigos que aqui fiz por todos os bons momentos que com eles passei e a todos os docentes
pela partilha de conhecimentos que me fizeram evoluir.
Gostaria também de agradecer ao Instituto Politécnico da Guarda, em particular à
Escola Superior de Tecnologia e Gestão da Guarda, por proporcionar aos seus alunos um
primeiro contacto com o mundo profissional, ao meu orientador, Prof. Doutor Joaquim
Manuel Pereira Mateus, pela ajuda e orientação disponibilizada, à Villafelpos pela
oportunidade, apoio e ajuda que me proporcionou durante o estágio e um agradecimento
especial ao Dr. Rafael Galvão e à Dra. Raquel Sousa por todos os conhecimentos
transmitidos, todo o apoio e disponibilidade.
iii
Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Plano de estágio
O plano de estágio, definido entre o estagiário e o seu supervisor na empresa Villafelpos
Comércio e Industria Têxtil, S.A., inclui um conjunto diversificado de atividades,
nomeadamente:
Lançamento/classificação de documentos;
Conferência de faturas;
Arquivo documentos;
Reconciliação bancária;
Tratamento de estatísticas para o Instituto Nacional de Estatística (INE);
Declarações fiscais,
Processamento salarial.
iv
Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Resumo
O presente relatório de estágio curricular visa cumprir a última etapa para a conclusão
da Licenciatura em Gestão, ministrada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do
Instituto Politécnico da Guarda (IPG). O estágio decorreu na Villafelpos Comércio e Industria
Têxtil, S.A, com uma duração de 400 horas, entre três de novembro de dois mil e dezasseis e
treze de janeiro de dois mil e dezassete, e teve como finalidade, executar as atividades
mencionadas no plano de estágio.
As atividades desenvolvidas passaram essencialmente pela receção, arquivo,
classificação e lançamentos de documentos contabilísticos.
O estágio realizado foi bastante enriquecedor, uma vez que permitiu colocar em
prática os conhecimentos adquiridos durante o curso e, simultaneamente, proporcionou-me
um contacto real com o mundo do trabalho.
Palavras-Chave: Gestão, Contabilidade, Clientes e Organização.
Jel Classification: M1 - Business Administration; M10 - General
M4 – Accounting; M41 - Accounting
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Índice
Ficha de identificação ........................................................................................................ i
Agradecimentos ................................................................................................................ ii
Plano de estágio ............................................................................................................... iii
Resumo ............................................................................................................................ iv
Índice de Figuras ............................................................................................................. vii
Índice de Gráficos ........................................................................................................... vii
Glossário ........................................................................................................................ viii
Introdução ......................................................................................................................... 1
Capítulo I - Caracterização do local de estágio ................................................................ 2
1. Enquadramento ............................................................................................................. 3
1.1. Caracterização do local de estágio ........................................................................ 3
1.2. Organograma da empresa ...................................................................................... 6
1.3. Objetivos da Villafelpos ........................................................................................ 8
1.3.1. Missão ............................................................................................................... 8
1.3.2 Visão ................................................................................................................. 8
1.3.3. Projetos em curso .............................................................................................. 8
1.4. Vantagens em ser cliente ....................................................................................... 9
1.4.1. A estética ............................................................................................................ 9
1.4.2. Honestidade ........................................................................................................ 9
1.4.3. O Acrescentar Valor .......................................................................................... 9
1.4.4. A Paixão ............................................................................................................ 9
1.5. Investigação, Desenvolvimento e Inovação ........................................................ 10
1.6. Certificados ......................................................................................................... 10
1.6.1 SOGILUB ........................................................................................................ 11
1.6.2. STANDARD 100 by OEKO-TEX® ................................................................ 12
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1.6.3. Axpo Iberia ..................................................................................................... 13
1.7. Processo de Fabrico e Subcontratações ............................................................... 14
Capítulo II - Sector têxtil e vestuário2.1. Enquadramento sectorial ............................ 16
2.1. Enquadramento sectorial ....................................................................................... 17
2.2. Análise do sector têxtil e vestuário em Portugal ................................................... 22
2.3. Evolução dos Principais Indicadores nos últimos anos......................................... 24
2.4. Fases Marcantes que contribuíram para os anos negros na indústria Têxtil e
Vestuário em Portugal ................................................................................................ 27
2.5. Possíveis obstáculos no futuro .............................................................................. 27
2.6. Análise SWOT ...................................................................................................... 28
2.7. Principais clientes.................................................................................................. 31
2.8. Principais Fornecedores ........................................................................................ 32
2.9. Centros de investigação em Portugal .................................................................... 33
Capítulo III - O Estágio ................................................................................................... 35
3.1. Conduta ética e deontológica dos técnicos oficiais de contas ............................... 36
3.1.1. Código deontológico dos contabilistas certificados ........................................... 37
3.2. Normativo contabilístico ....................................................................................... 40
3.3. Receção, arquivo, classificação e lançamentos de documentos ............................ 42
3.4. Dossier Fiscal ........................................................................................................ 45
3.5. Contas mais utilizadas no lançamento de documentos ......................................... 47
3.5.1. Exemplos de lançamentos contabilísticos efetuados.......................................... 52
3.6. Intrastat .................................................................................................................. 57
3.7. Reconciliação bancária.......................................................................................... 58
3.8. Análise das contas ................................................................................................. 59
Conclusão ........................................................................................................................ 60
Bibliografia ..................................................................................................................... 61
vii
Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Índice de Figuras
Figura 1 Localização Villafelpos ...................................................................................................... 3
Figura 2 – Organograma ................................................................................................................... 6
Figura 3 - Certificado SOGILUB ................................................................................................... 11
Figura 4 - Certificado têxtil ............................................................................................................ 12
Figura 5 - Certificado Axpo Iberia ................................................................................................. 13
Figura 6 – Urdissagem .................................................................................................................... 14
Figura 7 – Tecelagem ..................................................................................................................... 15
Figura 8 – Toalhas Villafelpos ....................................................................................................... 15
Figura 9 – Sistema de negócios da indústria têxtil e do vestuário .................................................. 18
Figura 10 – Mapa continental considerando o número de empresas e exportações ...................... 22
Figura 11 – Mapa continental considerando emprego ................................................................... 23
Figura 12 – Recebimento clientes .................................................................................................. 52
Figura 13 – Recebimento clientes finalização ................................................................................ 53
Figura 14 – Lançamento 1 .............................................................................................................. 53
Figura 15 – Pagamento a fornecedores .......................................................................................... 53
Figura 16 – Lançamento 2 .............................................................................................................. 53
Figura 17 – Fatura .......................................................................................................................... 53
Figura 18 – Lançamento 3 .............................................................................................................. 53
Índice de Gráficos
Gráfico 1 - Exportações a nível nacional ....................................................................................... 24
Gráfico 2 - Importações a nível nacional ....................................................................................... 25
Gráfico 3 - Balança comercial ........................................................................................................ 26
Gráfico 4 – Principais clientes a nível nacional ............................................................................. 31
Gráfico 5 – Principais fornecedores a nível nacional ..................................................................... 32
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Glossário
INE- Instituto Nacional de Estatística
ESTG- Escola Superior de Tecnologia e Gestão
IPG- Instituto Politécnico da Guarda
GPS- Global Positioning System
QAD- Qualidade Ambiente e Design
SOGILUB- Sociedade de Gestão Integrada de Óleos Lubrificantes Usados a Certificação
IVA- Imposto sobre Valor Acrescentado
PME- Pequenas e Médias Empresas
SIGOU- Sistema Integrado de Gestão de Óleos Usados
OMC- Organização Mundial de Comércio
UE- União Europeia
TTIP- Transatlantic Trade and Investment Partnership
EUA- Estados Unidos da América
SWOT- Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats
I&D- Investigação e Desenvolvimento
TOC- Técnico Oficial de Contas
SNC- Sistema de Normalização Contabilística
POC- Plano Oficial de Contabilidade
IASB- International Accounting Standards Board
CE- Comunidade Europeia
IAS- International Accounting Standards
IFRS- International Financial Reporting Standards
EC- Estrutura Conceptual
BADF- Bases para a Apresentação de Demonstrações Financeiras
MDF- Modelos de demonstrações financeiras
CC- Código de Contas
NCRF- Norma Contabilística e de Relato Financeiro
PE- Pequenas Entidades
NI- Normas Internacionais
CTT- Correios e Telecomunicações de Portugal
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
CIVA- Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado
IES- Informação Empresarial Simplificada
IRC- Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas
CIRC- Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas
CGD- Caixa Geral de Depósitos
DDP- Entrega com Direitos Pagos.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Introdução
O presente relatório descreve as atividades realizadas durante o estágio, obrigatório
para o cumprimento dos requisitos necessários na obtenção do grau de Licenciado em Gestão
na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda. A escolha do
local para a realização do estágio teve como principal objetivo conhecer, de uma forma mais
profunda e detalhada, as atividades e procedimentos de gestão realizados numa empresa.
Durante o período de estágio houve oportunidade para colocar em prática uma parte dos
conhecimentos adquiridos ao longo do curso, o que possibilitou uma boa integração.
O relatório apresenta três capítulos, o primeiro começa por apresentar a Villafelpos
Comércio e Industria Têxtil, S.A., de seguida no capítulo dois está referido o sector de
produção onde está inserida, sector têxtil e vestuário.
O terceiro capítulo é dedicado às atividades desenvolvidas no decorrer do estágio, para
o efeito e após um breve enquadramento, apresenta-se a conduta ética e deontológica
associada à profissão dos técnicos oficiais de contas, normativo contabilístico, receção,
arquivo, classificação e lançamentos de documentos, reconciliação bancária, “intrastat” e
análise de contas.
Por último, apresenta-se uma conclusão, onde será salientada a importância do estágio
realizado. São ainda apresentados alguns anexos, que se consideram relevantes para a
compreensão do presente relatório.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Capítulo I - Caracterização do local de estágio
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1. Enquadramento
Neste primeiro capítulo apresenta-se a identificação da empresa, a estrutura
organizacional, a missão, a visão, os valores, os recursos, os serviços, os clientes, os
fornecedores e a organização interna dos diversos processos da empresa. Evidencia-se
também o enquadramento sectorial bem como a sua análise.
1.1. Caracterização do local de estágio
A empresa Villafelpos – Comércio e Indústria Têxtil, S.A. é uma empresa que iniciou a
sua atividade em 1997. A sua sede situa-se na rua de Sezim, freguesia de Candoso S. Tiago,
concelho de Guimarães, pertencendo ao distrito de Braga.
A empresa tem uma página web: http://www.villafelpos.com/, bem como um email geral,
que permite a qualquer pessoa contactar a empresa para os mais diversos assuntos,
[email protected], e pode ser localizada a partir das seguintes coordenadas Global
Positioning System (GPS) 41º25’10’’N 8º19’20’’W. (Figura 1).
Figura 1 Localização Villafelpos
Fonte: Google Maps
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
De acordo com a Villafelpos, esta tem cerca de 80 funcionários, desde pessoal
administrativo, tecelagem, confeção, armazém de matérias-primas e armazém de produtos
acabados.
Com a mais evoluída tecnologia disponível no mercado, a Villafelpos tem atualmente uma
capacidade de produção de aproximadamente 80 toneladas/mês de toalhas e outros artigos em
felpo, mantendo sempre elevados padrões de qualidade.
Na Villafelpos, entende-se que a qualidade dos produtos e serviços é alcançada através da
integração perfeita dos recursos tecnológicos e humanos.
Uma organização pró-ativa, um controlo rigoroso, a formação, segurança e satisfação dos
colaboradores e o cumprimento de princípios de sustentabilidade são condições essenciais
para gerar produtos de qualidade.
Agilidade, competitividade, inovação e diferenciação são objetivos que a Villafelpos se
propôs atingir em absoluto.
Para a Villafelpos, existe um verdadeiro empenho em “satisfazer integralmente as
necessidades dos seus clientes, fornecendo produtos e serviços com a qualidade pretendida,
diferenciados através de design e inovação, nos prazos acordados”, Villafelpos - Since 1997.
Na área da Qualidade, Ambiente e Design (Q.A.D.), graças aos meios tecnológicos e
industriais disponíveis, aliados à política de qualidade aplicada, a Villafelpos cria produtos
que obedecem na íntegra às especificações do cliente e às mais exigentes e atuais regras de
produção têxtil.
O ambiente preocupa a Villafelpos e o modo como nele se insere. Todas as ações
desenvolvidas assentam em princípios de sustentabilidade e respeito pelas condições
ambientais e humanas, no sentido de criar soluções ecologicamente corretas, economicamente
viáveis, socialmente justas e culturalmente aceites.
Um gabinete de design dotado dos meios técnicos mais evoluídos do mercado e uma
equipa de experientes criativos em permanente interação com o sector industrial, garantem o
desenvolvimento e a criação de produtos com uma elevada componente de qualidade, imagem
e design.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
A Villafelpos quer ser reconhecida como uma empresa de referência mundial no fabrico
de têxteis para o lar, oferecendo inovação, qualidade, variedade e diferenciação, rege-se por
valores psicológicos, sociais e físicos que permitem criar uma identidade ao nível da empresa,
bem como ao nível de todos os que colaboram com a empresa: flexibilidade, espírito de
equipa, liberdade criativa, pró-atividade, organização e segurança. A sua estratégia é a
consolidação da permanência no mercado a longo prazo, considerando que a continuidade
saudável da organização assenta na qualidade, inovação e diferenciação, na formação dos seus
colaboradores, no respeito pelo meio ambiente e na garantia de condições de segurança e
saúde para todos os colaboradores.
A Villafelpos tem a certificação do SOGILUB (Sociedade de Gestão Integrada de Óleos
Lubrificantes Usados a Certificação); Axpo Iberia; a certificação Oko-Tex e o Diploma PME
Líder.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1.2. Organograma da empresa
O estágio decorreu no departamento de contabilidade, como podemos verificar na Figura
2 a empresa tem uma organização linear centralizada.
A direção, composta pelo proprietário, tem como função supervisionar e controlar todos
os outros departamentos e também é responsável pelas compras.
O Departamento de Contabilidade recebe os documentos que estão relacionados com a
atividade da empresa, nomeadamente faturas, recibos, documentos de vendas, entre outros,
classificando-os e enquadrando-os nas respetivas contas, de forma a facilitar os lançamentos
contabilísticos. Neste departamento são também tratados os aspetos relativos à realização de
reconciliações bancárias e às declarações fiscais, como é o caso do imposto sobre valor
acrescentado (IVA), e também cabe a este departamento efetuar o controlo das entradas e
saídas de dinheiro, o controlo de gastos e o controlo dos recursos humanos (presenças, faltas,
férias), assim como o atendimento geral.
O departamento comercial e de vendas planeia, dirige e coordena as atividades
relacionadas com a comercialização e a venda dos produtos da empresa. As suas funções são
muito importantes porque é através das vendas que promovem e realizam que a Villafelpos
Direção/
Gerência
Departamento
Comercial
Departamento
Design
Planeamento
Departamento de
Contabilidade
Confeção Tecelagem Urdissagem Expedição
Gestão da
Qualidade
Manutenção
Figura 2 – Organograma
Fonte : Elaboração própria
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
obtêm os recursos financeiros necessários à sua sobrevivência económica. Uma empresa só é
rentável quando consegue obter receitas superiores às suas despesas e o objetivo principal
destes gestores é assegurar que, através das suas vendas, a empresa tenha o maior volume
possível de receitas.
O planeamento é responsável por coordenar e planear várias secções na empresa, tais
como a confeção, tecelagem, urdissagem, expedição e também a manutenção.
O departamento de design está encarregado de idealizar, criar, desenvolver, configurar, e
elaborar novos conceitos e desenhos para as toalhas, para que os clientes tenham sempre
disponíveis novos conceitos e regressem.
O departamento de gestão da qualidade tem como função o controlo da qualidade dos seus
produtos e processos para que os erros sejam mínimos.
.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1.3. Objetivos da Villafelpos
A procura por melhores resultados é algo imprescindível para que as organizações
mantenham a competitividade, devido ao crescente nível de exigência pertencente a um novo
perfil de consumidores. As organizações apostam num conjunto próprio de caraterísticas,
missão, visão e valores que as identifiquem e diferencie das outras organizações, como se
pode ver pelo caso da Villafelpos Comércio e Industria Têxtil, S.A, que apresenta as suas
próprias caraterísticas. (Villafelpos - Since 1997)
1.3.1. Missão
De acordo com Villafelpos - Since 1997, “A VILLAFELPOS é uma empresa
especializada na produção, comercialização e assessoria na compra de atoalhados, robes,
complementos e na linha de bebé. Acompanhamos o nosso cliente com propostas
contemporâneas e na vanguarda da moda.”
1.3.2 Visão
A partir Villafelpos - Since 1997, a Villafelpos visa em “Ser reconhecido como um
parceiro versátil, flexível e com sensibilidade estética. Oferecemos uma resposta profissional
aportando valor e soluções adequadas a cada projeto. Trabalhamos para consolidar a nossa
posição internacional, através da nossa rede comercial presente em todo o mundo.”
1.3.3. Projetos em curso
A Villafelpos – Comércio e Indústria Têxtil, S.A., encontra-se ao abrigo do Programa
Operacional Competitividade e Internacionalização, apoiada pelo FEDER a desenvolver um
projeto no âmbito do Portugal 2020 – SI: Internacionalização n.º 13109, tipologia de Projetos
Individuais. O período de execução do investimento decorre entre um de outubro de dois mil
e quinze a trinta de setembro de dois mil e dezassete, tem como objetivo, reforçar a
competitividade das pequenas e médias empresas (PME), representando um investimento
elegível global de 175.250,00€ com uma taxa de financiamento de 45%
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1.4. Vantagens em ser cliente
1.4.1. A estética
A Villafelpos entende que a qualidade e o design dos produtos têm que ser
acompanhados por "doses" de sensibilidade. Cada proposta que fazem, é reveladora das
próprias inquietudes e das adquiridas através da cultura de cada país aos quais viaja.
1.4.2. Honestidade
A Villafelpos constrói relações sustentáveis e duradoiras, graças ao trabalho esmerado
com o cliente. Na VILLAFELPOS o cliente é acompanhado através duma equipa de
profissionais, oferecendo as melhores soluções, respeitando sempre as premissas indicadas.
1.4.3. O Acrescentar Valor
Na Villafelpos entende se o trabalho como uma forma de acrescentar valor ao projeto
do cliente, brindando soluções à sua medida.
1.4.4. A Paixão
A Villafelpos move-se pelo trabalho bem feito, pelo serviço prestado, para preservar o
prestígio.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1.5. Investigação, Desenvolvimento e Inovação
A Investigação tem proporcionado à Villafelpos uma infinidade de aptidões, incluindo a
capacidade de colocar no mercado produtos certos no tempo certo, criando enriquecedoras
parcerias tecnológicas com equipas de pesquisa e instituições reconhecidas como, por
exemplo, a Universidade do Minho,
A Investigação é por isso um dos combustíveis essenciais para as ações de Desenvolvimento e
Inovação.
O desenvolvimento é para a Villafelpos um processo dinâmico de melhoria para a
empresa, para os seus aliados e a subsequente melhoria nos resultados dos negócios e nos
relacionamentos. O desenvolvimento requer mudança, evolução, crescimento e progresso,
mas esses são exatamente os desafios que motivam a Villafelpos.
Para Villafelpos, a Inovação é o processo de transformar ideias em ação e convertê-las em
valor para o Mundo. É um elemento chave para o crescimento e a competitividade.
A Certificação do Sistema de Gestão de Investigação, Desenvolvimento e Inovação obtido em
2012, faz da Villafelpos um dos primeiros produtores de têxteis certificados em Portugal em
termos de Inovação.
1.6. Certificados
Normalização e certificação
O alargamento do mercado é, na maioria dos casos, um processo imprescindível para a
sobrevivência da empresa, a prazo. A criação de uma identidade própria perante o mercado
(Marcas), a garantia perante terceiros dos atributos reconhecidos da sua oferta (Certificação),
e a defesa dos seus produtos relativamente à concorrência (proteção do design e/ou modelos),
são ferramentas importantes para que a empresa opere com segurança no mercado
internacional. A Villafelpos não é exceção e também está certificada por algumas entidades,
descritas em seguida.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1.6.1 SOGILUB
A SOGILUB – Sociedade de Gestão Integrada de Óleos Lubrificantes Usados, Lda., é
uma sociedade por quotas, sem fins lucrativos gestora do Sistema Integrado de Gestão de
Óleos Usados (SIGOU), que visa a proteção do meio ambiente, gestão e reciclagem de óleos
usados e é a forma mais fácil e eficaz de cumprir todas as obrigações que a legislação
estabelece para os óleos usados, trata-se de um compromisso geracional, que honra e respeita
o legado das gerações passadas e fortalece o vínculo com as gerações futuras. Podemos ver
todo o processo de reciclagem de óleos usados a partir da Figura 3.
Figura 3 - Certificado SOGILUB
Fonte: : http://www.sogilub.pt/
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1.6.2. STANDARD 100 by OEKO-TEX®
O STANDARD 100 by OEKO-TEX® é um sistema de certificação internacional,
consistente, para matérias-primas, produtos intermédios e finais do sector têxtil em todas as
fases de processamento. O objetivo é alcançar produtos isentos de substâncias nocivas para a
saúde humana, (Figura 4).
A base fundamental é o sistema modular OEKO-TEX®: as certificações são possíveis
em todas as fases da cadeia têxtil, sendo que os certificados intermédios são reconhecidos.
Produtos e grupos de artigos que tenham sido testados com êxito podem ser publicitados e
comercializados com o rótulo OEKO-TEX®. "Confiança nos Têxteis" é o sinónimo mundial
para fabrico têxtil responsável desde a matéria-prima até ao produto final que se encontra
exposto nas lojas. É uma garantia para a indústria, para o comércio e para os consumidores.
Figura 4 - Certificado têxtil
Fonte: http://www.villafelpos.com/
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1.6.3. Axpo Iberia
A Villafelpos Comércio e Industria Têxtil, S.A tem também a certificação por parte da
Axpo Iberia, como consumidora de energia verde de classe A, esta energia é proveniente de
energia 100% renovável, sendo assim amiga do ambiente como podemos observar a partir na
Figura 5.
Figura 5 - Certificado Axpo Iberia
Fonte: http://www.villafelpos.com/
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
1.7. Processo de Fabrico e Subcontratações
A subcontratação ou outsourcing consiste em entregar parte das responsabilidades da
empresa a especialistas de outras empresas, ou seja, concentrar-se no que faz melhor e
entregar o resto a terceiros. Esta atividade tem vindo a ganhar cada vez mais importância no
seio das empresas em todo o mundo, sobretudo devido às parcerias estratégias que se geram.
No caso da Villafelpos a subcontratação é utilizada logo no início do processo, recorrendo
a empresas terceiras que efetuam o tingimento do fio.
Após o fio tingido e entregue à Villafelpos, este é levado para a área da urdissagem1, onde
é colocado em rolos de grandes dimensões, como podemos ver na Figura 6.
Figura 6 – Urdissagem
Fonte: Fonte: http://www.villafelpos.com/
1 A Urdissagem é um processo que consiste em ligar o fio para o transformar em rolos maiores que serão transferidos de seguida para as máquinas de tecelagem.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Após a urdissagem, os rolos de fio são levados para a tecelagem, onde são convertidos em
rolos de felpo, que posteriormente são cortados nos tamanhos necessários para as toalhas,
Figura 7.
Figura 7 – Tecelagem
Fonte: http://www.villafelpos.com/
O último passo e recorrendo novamente à subcontratação, passa por enviar todas as
toalhas para confeções, onde são terminadas e obtido o produto acabado. Na Figura 8
podemos observar alguns dos produtos produzidos na Villafelpos.
Figura 8 – Toalhas Villafelpos
Fonte: http://www.villafelpos.com/
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Capítulo II - Sector têxtil e vestuário
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
2.1. Enquadramento sectorial
Segundo a (ATP- Associação Têxtil e Vestuário de Portugal) as atividades produtivas de
têxteis e vestuário têm acompanhado a história da humanidade, evoluindo em sintonia com as
necessidades sentidas pelo ser humano. À medida que o homem modificava e se adaptava ao
meio ambiente, foram necessárias novas estruturas têxteis para responder a novas
necessidades. Esta procura de novas respostas resultou no desenvolvimento de estruturas e
matérias-primas, capazes de responder a necessidades tão diversas que variam desde a mais
básica peça de vestuário até às aplicações técnicas mais avançadas.
Na indústria têxtil e vestuário podemos distinguir dois sectores fundamentais,
nomeadamente o sector têxtil e o sector de vestuário. A distinção entre estes dois sectores é
estabelecida com base nas atividades de produção que lhes estão associadas. O sector têxtil
encontra-se associado às atividades que se iniciam na obtenção das fibras, dos fios e tecidos,
passando pelos respetivos tratamentos ao nível de tinturaria e ultimação, bem como os têxteis
lar e os têxteis técnicos. O sector de vestuário encontra-se associado às atividades de
transformação dos materiais têxteis em vestuário, englobando atividades como o corte, a
confeção e o acabamento das peças de vestuário.
A Figura 9 apresenta a estrutura genérica do sistema de negócios da indústria têxtil e
vestuário. Com base nesta representação, é possível distinguir a abrangência e as fronteiras
dos sectores em análise. Dependendo dos produtos e mercados em causa, é possível
especificar os processos e as atividades que fazem parte da rede de fornecimento, assim como
os sectores que a estas se encontram associados.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Figura 9 – Sistema de negócios da indústria têxtil e do vestuário
Fonte: http://www.atp.pt/
De acordo com o documento da ATP, a indústria têxtil e vestuário europeu opera
fundamentalmente em três mercados distintos: vestuário, têxteis para interiores (ex.:
cortinados, alcatifas) e lar (ex.: roupa de banho, roupa de cama), e têxteis técnicos. Os dois
primeiros subsectores estão fundamentalmente vocacionados para os mercados de consumo
(moda e decoração de interiores) e o terceiro para as aplicações industriais e profissionais. Em
anos recentes tem-se registado uma aproximação entre os sectores técnicos e os sectores
ligados à moda, verificando-se uma fusão dos dois em diversos tipos de produtos.
A confeção de produtos de vestuário sempre foi e continua a ser uma atividade de
mão-de-obra intensiva, enquanto a produção de têxteis é caraterizada como sendo de capital
intensivo, desde que teve inicio a sua mecanização em Inglaterra do final do século XVIII.
Sendo um sector caraterizado pela mão-de-obra intensiva e com baixos requisitos ao nível do
investimento de capital, o sector de vestuário é reconhecido pelos países mais pobres como
uma via para o desenvolvimento económico.
Os têxteis técnicos são um subsector da indústria têxtil e vestuário em franco
crescimento, abrangendo uma vasta diversidade de aplicações, desde as aplicações específicas
com elevado valor acrescentado (ex.: próteses e produtos ortopédicos), produtos com
consumo elevado e baixo valor acrescentado (ex.: tecidos em poliolefina e não-tecidos para
19
Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
aplicações de proteção no sector agrícola), produtos têxteis especializados (ex.: têxteis para a
indústria automóvel), vestuário com aplicações técnicas (ex.: vestuário para profissionais de
saúde, vestuário de desporto para utilização profissional), produtos de interior (ex.: cortinas
com proteção à chama) e produtos têxteis para o lar (ex.: roupa de cama com tratamento
antibacteriano).
As modernas empresas produtoras de têxteis recorrem a equipamentos produtivos
equiparáveis, convergindo frequentemente para os mesmos fornecedores ou para fornecedores
com tecnologias semelhantes. Por conseguinte, as diferenças ao nível do produto e da
qualidade devem-se fundamentalmente às competências dos recursos humanos (incluindo as
competências de concepção e desenvolvimento), aos procedimentos de produção e aos
métodos de controlo. Por outro lado, a produção de vestuário depende menos do investimento
de capital e mais das competências dos trabalhadores individuais e na sequência das
operações necessárias à produção.
A importância da mão-de-obra qualificada depende diretamente do processo e do
subsector em causa. Considerando dois extremos na cadeia de valor da indústria têxtil e
vestuário, podemos considerar diversos níveis de qualificação, desde o responsável pelo
desenvolvimento de uma coleção de produtos para determinado mercado ou o responsável
pela concretização de soluções têxteis para problemas específicos, até ao responsável por
determinada operação produtiva repetitiva realizada em centenas de peças de vestuário. No
entanto, apesar da diversidade de requisitos, a relevância das competências dos recursos
humanos encontra-se diretamente associada ao valor acrescentado do produto em causa, ao
nível da especificação e desempenho das aplicações e do segmento de mercado.
A necessidade de desenvolver novos produtos encontra-se dependente do mercado
alvo da empresa, do sector em que opera e da posição na cadeia de valor. No âmbito da
indústria têxtil e vestuário, pode-se considerar desde empresas que trabalham apenas em
regime de subcontratação, onde o desenvolvimento de novos produtos é nulo, até empresas
em que a capacidade de inovação, quer em termos de desempenho ou de design do produto, é
um fator fundamental para a sua capacidade competitiva. No entanto, independentemente dos
fatores relacionados com o mercado e o sector onde a empresa opera, o desenvolvimento de
novos produtos e serviços é uma caraterística comum a todos os processos da rede de
fornecimento. Desde o desenvolvimento de novas fibras até ao desenvolvimento de novas
soluções na área da distribuição e do aprovisionamento.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
O desenvolvimento de novos produtos pode ocorrer em diversas fases da cadeia de
valor, desde a concepção do produto até ao desenvolvimento de processos específicos na
cadeia de valor, como por exemplo no processo de acabamento têxtil. Para além do
desenvolvimento de novos produtos com base em novas fibras, fios ou tecidos, resultado de
iniciativas específicas de investigação e desenvolvimento, podem surgir novos produtos
provenientes do desenvolvimento de novas soluções tecnológicas destinadas ao fabrico de
produtos têxteis e de vestuário. Estes resultados surgem de diversos intervenientes, como:
centros tecnológicos, empresas multinacionais, pequenas e médias empresas, centros de
ensino e investigação, entre outros.
Os subsectores relacionados com os produtos têxteis e de vestuário com aplicações
especializadas, normalmente designados por têxteis técnicos, apresentam uma maior dinâmica
no ciclo de vida, na medida em que incorporam nos seus produtos os desenvolvimentos que
vão surgindo em diversas áreas científicas e tecnológicas. Um dos exemplos mais recentes é a
utilização da nanotecnologia no desenvolvimento de estruturas têxteis de elevado
desempenho.
Ao nível das tecnologias utilizadas nos sectores, e considerando o sistema de negócios
representado na Figura 9 podemos distinguir, de forma generalizada, as diferentes tecnologias
envolvidas em cada uma das atividades referidas, nomeadamente: matérias-primas (é
necessário distinguir entre as tecnologias envolvidas na obtenção das fibras naturais e nas
fibras e filamentos não-naturais), empresas têxteis (abrangem desde a transformação das
fibras em fios através da fiação e da texturização, tecelagem de tecidos, tricotagem de malhas,
e processos de ultimação), empresas de vestuário (encontram-se normalmente subdivididas
em corte, costura e acabamento, sendo a costura caraterizada por uma sequência de operações
que recorrem a tecnologias específicas), centros de distribuição (as tecnologias empregues
estão associadas fundamentalmente a operações de embalagem, etiquetagem, identificação e
armazenagem) e o ponto de venda (tecnologias associadas a sistemas de informação, cujo
objetivo fundamental prende-se com a optimização da rede de fornecimento, tendo em vista
objectivos específicos).
Em relação ao sector têxtil, existem constantes evoluções nas tecnologias empregues
nos mais diversos processos, desde o desenvolvimento de novas fibras e filamentos, passando
pelos processos de fiação, tecelagem, tricotagem, tingimento, acabamento, controlo da
qualidade, etc. Os desenvolvimentos registados abrangem diversas orientações, desde a
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
procura de desempenho, melhoria da qualidade, desenvolvimento de novos compostos
químicos e corantes, até à automatização dos processos produtivos.
Para além dos desenvolvimentos tecnológicos que são registados nos meios de
produção diretos, existem ainda diversos desenvolvimentos que, apesar de não serem
desenvolvidos com o objetivo concreto de satisfazer as necessidades dos sectores têxtil e de
vestuário, encontram aplicação em áreas destes sectores, podendo originar impactos diversos,
como por exemplo: o estabelecimento de novos requisitos na qualidade, de novas capacidades
para o controlo dos processos de produção, o desenvolvimento de novos produtos, ou o
desenvolvimento de novas soluções com aplicação específica na indústria têxtil e vestuário.
A Villafelpos segue esta política para se situar na vanguarda e ser pioneira no sector.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
2.2. Análise do sector têxtil e vestuário em Portugal
Na Figura 10 podemos observar que o maior número de empresas encontra-se
concentrado no norte de Portugal com mais de 75% das empresas, principalmente situadas
nos distritos de Braga e Porto com 51% e 29% respetivamente. Podemos verificar também
que a nível de exportações acontece o mesmo, a maior parte das exportações a nível nacional
encontra-se no norte do país com mais 80%.
Figura 10 – Mapa continental considerando o número de empresas e exportações
Fonte: http://www.atp.pt/
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Devido a fatores já analisados anteriormente, tanto a nível de empresas como de
exportações podemos constatar que a zona norte tem concentrada a maior parte das empresas
do sector têxtil e vestuário, consequentemente vemos na Figura 11 que também é a zona de
maior empregabilidade no país.
A Villafelpos encontra se na zona Braga, zona esta com os maiores números nacionais a
nível de exportações, empregabilidade e número de empresas do sector.
Figura 11 – Mapa continental considerando emprego
Fonte: http://www.atp.pt/
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
2.3. Evolução dos Principais Indicadores nos últimos anos
Como podemos observar no Gráfico 1 o setor em Portugal a nível de exportações
manteve-se sempre acima dos 4 mil milhões de euros, com exceção dos anos de 2009/2010,
sendo que a partir desses houve um aumento quase crescente até atingir os 4,8 mil milhões de
euros em 2015.
(Portal do Instituto Nacional de Estatística)
Exportações do setor
Gráfico 1 - Exportações a nível nacional
Fonte: INE
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Importações do setor
Neste Gráfico 2 vemos que as importações estiveram sempre entre os 3 e os 3.7 mil
milhões de euros, havendo entre o ano 2014 e 2015 uma grande diminuição passando dos
3,617 mil milhões para os 2,86 mil milhões de euros.
Gráfico 2 - Importações a nível nacional
Fonte: INE
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Balança comercial
Em relação à balança comercial, como podemos observar no Gráfico 3, entre os anos de
2004 e 2010 houve uma ascensão negativa desde os 1,26 mil milhões de euros aos 420
milhões de euros, anos que condizem com a crise de 2008, após 2010 o sector conseguiu
acentuar uma crescente positiva até atingir em 2015 os 1,94 mil milhões de 2015 muito por
causa da diminuição das importações nesse mesmo ano.
Gráfico 3 - Balança comercial
Fonte: INE
Acerca do ano de 2016 ainda não existem valores oficiais, mas estima-se que o sector
vendeu um total de 5.063 mil milhões de euros, aproximando-se do máximo histórico
registado no início do século, sabe-se também que Espanha é largamente o país que mais tem
contribuído para este crescimento das exportações e é para onde o sector manda entre 30 a
40% de tudo o que produz. Em 2016, Espanha comprou mais €178 milhões a Portugal. Mas a
Alemanha também está a registar uma evolução positiva e foram faturados mais €26 milhões,
sobretudo no que toca aos têxteis técnicos e funcionais, tecidos e vestuário com alta
tecnologia incorporada. Existem também sinais curiosos, de países nórdicos a voltar a
contratar em Portugal. Como o caso da Suécia, por exemplo, que, embora partindo de uma
base muito baixa, regista um crescimento de 18%, mais €15 milhões.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
2.4. Fases Marcantes que contribuíram para os anos negros
na indústria Têxtil e Vestuário em Portugal
A qualidade e evolução da indústria têxtil portuguesa está a voltar ao panorama
internacional, através da valorização do produto nacional, com uma franca aposta na
modernização das fábricas, depois de um período, entre 2001 e 2009, que foi demolidor para
o sector e os seus agentes.
Em 2001, com a adesão da China à Organização Mundial de Comércio (OMC), aquele
país inicia uma imparável ascensão na conquista de quota de mercado na União Europeia
(UE), por via dos acordos bilaterais que permitiram ao gigante oriental introduzir nos
mercados ocidentais peças de roupa a preços de venda muito baixos. Este facto veio acelerar a
deslocalização industrial dos têxteis e do vestuário e o seu desaparecimento da maioria dos
países ocidentais. Também o alargamento da União Europeia a Leste, possibilitou a entrada
de países com vasto conhecimento nesta área e a abertura a mercados de custos laborais muito
baixos, como é o caso da Roménia, Polónia e Bulgária. Dois fatores que agravaram o
processo de desinvestimento em Portugal.
2.5. Possíveis obstáculos no futuro
Apesar do sector estar a passar por uma recuperação, justificada pelos melhores valores
dos últimos anos, existem fatores que podem voltar a condicionar o sector de têxteis e
vestuário no futuro, pois com uma América presidida por Donald Trump sabe-se que ainda
não é claro o rumo das suas relações comerciais com a Europa. As negociações para um
acordo de comércio transatlântico, Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP)
estão paradas. Os Estados Unidos da América (EUA) preferiam largamente os têxteis lares,
nota-se agora igualmente um apetite pelo vestuário. Já com o Reino Unido, em tempo de
Brexit, é esperar pelo que irá acontecer.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
2.6. Análise SWOT
A Análise SWOT é um sistema simples de análise que visa posicionar ou verificar a
posição estratégica de uma determinada empresa no seu ramo de atuação, e devido à sua
simplicidade metodológica pode ser utilizada para fazer qualquer tipo de análise de cenário ou
ambiente, desde a criação de um site à gestão de uma multinacional. Apresento uma análise
SWOT sobre o setor têxtil e vestuário em Portugal.
Produtividade em níveis ainda baixos;
Reduzida dimensão;
Baixa capitalização;
Fraquezas
Equipamento e tecnologias atualizadas;
Flexibilidade e grande reatividade;
Proximidade geográfica com a fronteira;
Proximidade com o porto;
Equipamentos modernos
Força
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Ameaças Endurecimento da concorrência internacional nos
produtos básicos, mas também em gamas de maior valor acrescentado;
Dificuldades no acesso ao crédito e elevado custo de
financiamento;
Insuficiente atratividade do sector para jovens profissionais, que optam por outras atividades;
Fecho de cursos superiores por falta de procura destes e
de formação profissional especializada;
Nichos de mercado; Oportunidades
Mercados emergentes;
Especialização industrial;
Concentração e cooperação empresarial para ganhar
dimensão crítica e competitividade;
Moda, marcas e distribuição “made in Portugal”;
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
No caso da Villafelpos, no tempo em que estagiei, pude verificar que o maior
problema foi a reduzida dimensão das instalações, consequentemente com baixa
produtividade. O que sugeria no caso da Villafelpos era um aumento do espaço para assim
aumentar a capacidade produtiva, receber encomendas maiores e não rejeitar nenhuma.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
2.7. Principais clientes
Espanha destaca-se claramente como sendo o principal cliente de Portugal atingindo 32%
do total de vendas, seguindo-se França com 14%, é de destacar que 8/10 dos principais
clientes de Portugal situam-se na Europa com a exceção dos EUA e Angola como podemos
ver no Gráfico 4. O mesmo se verifica na Villafelpos onde o maior cliente é Espanha.
Gráfico 4 – Principais clientes a nível nacional
Fonte: http://www.atp.pt/
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
2.8. Principais Fornecedores
Como podemos ver no Gráfico 5 ao par dos clientes o maior fornecedor de têxtil e
vestuário em Portugal é a Espanha com 35% do total de importações, seguem-se a Itália,
Alemanha e França com 12%,7%,7% respetivamente, de salientar alguns países como a
China, índia e Turquia com 6%,3%,3% respetivamente. A Villafelpos também tem alguns
fornecedores, principalmente no que toca à compra de fio, localizados, por exemplo, na
Austrália, EUA e China.
Gráfico 5 – Principais fornecedores a nível nacional
Fonte: http://www.atp.pt/
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
2.9. Centros de investigação em Portugal
Para além do Centro de Investigação da Universidade do Minho, com o qual a Villafelpos
mantém uma parceria, existem outros centros e universidades que se dedicam à investigação
na área dos têxteis e vestuários em Portugal, tais como:
CITEVE (Centro Tecnológico): ensaios laboratoriais, certificação de
produtos/consultoria técnica e tecnológica, I&D, Inovação, formação, e moda e design.
Vila Nova de Famalicão
MODATEX – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário,
Confecção e Lanifícios: Formação Profissional; Prestação de Serviços (formação e
consultoria técnica para as empresas do sector); Workshops e Seminários; Processo de
Reconhecimento de Competências e Certificação; Laboratório de Ensaios Técnicos; Projetos
Nacionais e Internacionais.
Porto, Lisboa e Covilhã, Vila das Aves e Barcelos
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes:
centro de I&D aplicado e de desenvolvimento de materiais e dispositivos inovadores à escala
semi-industrial, com enfoque em eletrónica (orgânica e embebida), polímeros (fibras e
revestimentos), materiais funcionais (nanomateriais e processos) e simulação numérica de
sistemas (edifícios e materiais).
Vila Nova de Famalicão
Existem também centros de investigação em várias universidades portuguesas tais como,
Universidade do Minho, Universidade do Porto Universidade de Aveiro e a Universidade da
Beira Interior.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Capítulo III - O Estágio
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
3.1. Conduta ética e deontológica dos técnicos oficiais de
contas
A Ética consiste num conjunto de atitudes e valores morais positivos, que aplicados no
ambiente de trabalho, tornam-se particularmente relevantes para um bom funcionamento das
atividades da empresa e das relações de trabalho entre funcionários e clientes. A deontologia é
uma filosofia moral contemporânea, mais propriamente, ciência do dever e da obrigação,
originada pela conduta ética. De modo, que cada profissão tem a sua deontologia própria para
regular o exercício da profissão, tendo em conta o Código de Ética da mesma.
A profissão de Técnicos Oficiais de Contas exige uma conduta irrepreensível baseada em
aspetos éticos e deontológicos de grande importância. O contabilista certificado deve seguir
valores como o sigilo profissional, responsabilidade, competência, dignidade e honra.
No decorrer do meu estágio fui-me apercebendo de como os princípios éticos e deontológicos
estão constantemente presentes na vida de um Técnico Oficial de Contas. Todos estes aspetos
se refletem com clareza na Villafelpos e me foram transmitidos. Está presente ainda a forma
correta e educada nas relações entre todos os colaboradores e para com todos os clientes e
fornecedores, de forma a existir respeito mútuo e criar assim um bom ambiente de trabalho.
O princípio da competência, tal como o nome nos indica, as funções têm de ser exercidas de
forma responsável e diligente, aplicando os conhecimentos e técnicas em harmonia com a lei
e princípios contabilísticos e éticos.
O sigilo profissional acerca de documentos ou factos da qual exista conhecimento têm que ser
mantidos em segredo tanto pelos Técnicos Oficiais de Contas como dos seus colaboradores,
sendo dessa forma a aplicação do princípio da confidencialidade, deverá existir um tratamento
de igual forma entre as diversas entidades a quem é prestado serviços respeitando assim o
princípio da equidade.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
3.1.1. Código deontológico dos contabilistas certificados
De seguida, transcrevem-se os artigos do código deontológico relacionados com o referido
anteriormente.
Artigo 1.º - Âmbito de aplicação
O presente Código Deontológico aplica-se a todos os contabilistas certificados com inscrição
em vigor, quer exerçam a sua atividade em regime de trabalho dependente ou independente,
integrados ou não em sociedades de profissionais, ou em sociedades de contabilidade.
Artigo 2.º - Deveres gerais
No exercício da profissão, os contabilistas certificados devem respeitar as normas legais e os
princípios contabilísticos em vigor, adaptando a sua aplicação à situação concreta das
entidades a quem prestam serviços, pugnando pela verdade contabilística e fiscal, evitando
qualquer situação que ponha em causa a independência e a dignidade do exercício da
profissão.
Artigo 3.º - Princípios deontológicos gerais
1 - No exercício da profissão, os contabilistas certificados devem orientar a sua atuação
pelos seguintes princípios:
a) O princípio da integridade implica que o exercício da profissão se paute por padrões
de honestidade e de boa-fé;
b) O princípio da idoneidade implica que os contabilistas certificados aceitem apenas os
trabalhos que se sintam aptos a desempenhar;
c) O princípio da independência implica que os contabilistas certificados se mantenham
equidistantes de qualquer pressão resultante dos seus próprios interesses ou de
influências exteriores, por forma a não comprometer a sua independência técnica;
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
d) O princípio da responsabilidade implica que os contabilistas certificados assumam a
responsabilidade pelos atos praticados no exercício das suas funções;
e) O princípio da competência implica que os contabilistas certificados exerçam as suas
funções de forma diligente e responsável, utilizando os conhecimentos e as técnicas
ao seu dispor, respeitando a lei, os princípios contabilísticos e os critérios éticos;
f) O princípio da confidencialidade implica que os contabilistas certificados e seus
colaboradores guardem sigilo profissional sobre os factos e os documentos de que
tomem conhecimento, direta ou indiretamente, no exercício das suas funções;
g) O princípio da equidade implica que os contabilistas certificados garantam igualdade
de tratamento e de atenção a todas as entidades a quem prestam serviços, salvo o
disposto em normas contratuais acordadas;
h) O princípio da lealdade implica que os contabilistas certificados, nas suas relações
recíprocas, procedam com correção e civilidade, abstendo-se de qualquer ataque
pessoal ou alusão depreciativa, pautando a sua conduta pelo respeito das regras da
concorrência leal e pelas normas legais vigentes, por forma a dignificar a profissão.
2 - Os contabilistas certificados devem eximir-se da prática de atos que, nos termos da lei,
não sejam da sua competência profissional.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Artigo 10.º - Confidencialidade
1 - Os contabilistas certificados e os seus colaboradores estão obrigados ao sigilo
profissional sobre os factos e documentos de que tomem conhecimento no exercício das
suas funções, devendo adotar as medidas adequadas para a sua salvaguarda.
2 - O sigilo profissional abrange ainda documentos ou outras coisas que se relacionem,
direta ou indiretamente, com os factos sujeitos a sigilo.
3 - A obrigação de sigilo profissional não está limitada no tempo, mantendo-se mesmo após
a cessação de funções.
4 - Cessa a obrigação de sigilo profissional quando os contabilistas certificados tenham sido
de tal dispensados pelas entidades a que, prestam serviços, por decisão judicial ou ainda
quando previamente autorizados pelo conselho diretivo, em casos devidamente
justificados.
5 - Os membros dos órgãos da Ordem não devem revelar nem utilizar informação
confidencial de que tenham tomado conhecimento no exercício dos cargos associativos,
exceto nos casos previstos na lei.
De acordo com Código deontológico - OCC Ordem dos Contabilistas Certeficados.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
3.2. Normativo contabilístico
A adesão de Portugal às Comunidades Europeias, a globalização, internacionalização e
cotação determinou a necessidade de se proceder a alguns ajustamentos em matérias
contabilísticas. Assim, o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 158/ 2009, de 13 de julho, destinou-se a revogar o Plano Oficial de
Contabilidade (POC) aprovado pelo Decreto-Lei n.º410/ 89, de 21 de novembro, e legislação
complementar.
O SNC entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2010, visando a harmonização entre o quadro
contabilístico nacional e as normas internacionais de contabilidade emitidas pela:
International Accounting Standards Board (IASB) e adaptadas pela União Europeia
(UE). De modo, que o SNC firmou o Regulamento (CE) n.º 1606/ 2002, que veio
estabelecer a adoção e a utilização, das normas internacionais de contabilidade.
International Accounting Standards (IAS) e International Financial Reporting Standards
(IFRS) entre outras normas de relato financeiro, mostrando as alterações ocorridas nos
últimos anos.
O SNC vem na linha da modernização contabilística constituída pelos seguintes elementos
fundamentais:
Estrutura conceptual (EC) – conjunto de conceitos contabilísticos estruturantes, que
“regula” todo o sistema.
Bases para a apresentação de demonstrações financeiras (BADF) – são regras sobre o
que constitui e a que princípios essenciais devem obedecer um conjunto completo de
demonstrações financeiras.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Modelos de demonstrações financeiras (MDF) – formatos padronizados para as várias
demonstrações financeiras, até mesmo um modelo orientador para o anexo.
Código de contas (CC) – estrutura codificada e uniforme de contas.
Norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) – o núcleo central do SNC adaptou
normas e interpretações a partir das IFRS adotadas pela UE, constituindo 28 instrumentos de
normalização, com os respetivos tratamentos técnicos a adotar ao nível de reconhecimento,
mensuração, apresentação e divulgação.
Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades (NCRF – PE)
Normas que de forma unitária e simplificada, contempla os tratamentos de
reconhecimento, mensuração, de apresentação e divulgação, utilizadas por entidades
de menor dimensão.
Normas internacionais (NI) – Interpreta entidades de finalidade especial e técnicas de
mensuração das imparidades do ativo.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
3.3. Receção, arquivo, classificação e lançamentos de
documentos
A maioria dos documentos contabilísticos são rececionados via Correios e Telecomunicações
de Portugal (CTT), onde existe um apartado que recebe toda a correspondência, e também via
fornecedor quando os mesmos acompanham a mercadoria em questão. Toda essa
documentação é entregue na contabilidade, para se fazer os respetivos lançamentos.
Os documentos são agrafados junto à guia referente ao transporte de mercadorias em questão
(Anexo I) e agrupados por diários nas respetivas pastas onde são descriminadas da seguinte
forma:
No diário 01-Caixa são arquivadas e registadas todas as faturas/recibos das compras que são
pagas em numerário.
No diário 02-Bancos são arquivados e registados todos os pagamentos a fornecedores,
recebimentos dos clientes por transferência bancaria, juros e pagamentos que sejam efetuados
por cartão.
No diário 03-Compras são arquivadas e registadas todas as faturas e notas de crédito/débito de
todos os fornecedores ou prestadores de serviços.
Nota de débito de devolução mercadorias.
No diário 04-Operações Diversas são arquivados e registadas todas as letras que se aceitam
aos fornecedores.
No diário 07-Vendas são arquivadas e registadas todas as faturas, notas de crédito e de débito
emitidas aos clientes.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Segundo o nº1 do artigo 52º do Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (CIVA), os
sujeitos passivos encontram-se obrigados a arquivar e conservar em boa ordem durante os 10
anos civis subsequentes todos os documentos contabilísticos.
Após a receção dos documentos, estes são provisoriamente colocados em pastas de arquivo
devidamente identificadas. Posteriormente são separados, arquivados e classificados pelo
funcionário responsável pelo acompanhamento da empresa em questão.
Na fase da separação, os documentos são cuidadosamente analisados, seguidamente são
separados os documentos relevantes daqueles sem caráter contabilístico, como é o exemplo,
das guias de remessa e de transporte.
Um dos requisitos a verificar é em relação às faturas ou documentos equivalentes aceites, em
sede de IVA, tornando-se necessário conferir se contêm os elementos estabelecidos no n.º 5
do artigo 36º do CIVA:
5 - As facturas devem ser datadas, numeradas sequencialmente e conter os seguintes
elementos: (Redacção do D.L. n.º 197/ 2012, de 24 de Agosto, com entrada em vigor
em 1 de Janeiro de 2013).
a) Os nomes, firmas ou denominações sociais e a sede ou domicilio do fornecedor de
bens ou prestador de serviços e do destinatário ou adquirente, bem como os
correspondentes números de identificação fiscal dos sujeitos passivos de imposto;
b) A quantidade e denominação usual dos bens transmitidos ou dos serviços prestados,
com especificação dos elementos necessários à determinação da taxa aplicável; as
embalagens não efectivamente transaccionadas devem ser objecto de indicação
separada e com menção expressa de que foi acordada a sua devolução;
c) O preço, líquido de imposto, e os outros elementos incluídos no valor tributável;
d) As taxas aplicáveis e o montante de imposto devido;
e) O motivo justificativo da não aplicação do imposto se for caso disso;
f) A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os
serviços foram realizados ou em que forem efectuados pagamentos anteriores à
realização das operações, se essa data não coincidir com a da emissão da factura.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Na Villafelpos os documentos são separados por natureza e tendo em atenção o período a que
dizem respeito (mensal). Posteriormente os documentos são organizados e arquivados em três
dossiers: o primeiro vai da conta 11 à 22, o segundo com a conta 31 e o terceiro da 43 à 71
com a respetiva identificação numerada em cada documento, facilitando assim a sua consulta
sempre que necessários. No departamento financeiro tive como principais tarefas, a
responsabilidade de tratar de todo o arquivo de documentação e realizar os lançamentos
contabilísticos efetuados na Villafelpos.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
3.4. Dossier Fiscal
O dossier fiscal é um processo de documentação fiscal e contabilístico, que em norma não é
entregue à administração fiscal, no entanto o mesmo deverá encontrar-se disponível no local
onde se encontra centralizada a contabilidade. Durante o estágio foi minha responsabilidade
arquivar toda a documentação referente ao dossier fiscal.
Segundo o artigo 130º do Código do IRC, todas as empresas, com exceção das isentas nos
termos do artigo 9.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas
(CIRC), são obrigadas a organizar um processo de documentação fiscal relativo a cada
período de tributação, até ao termo do prazo para a entrega da Informação Empresarial
Simplificada (IES), devendo manter em boa ordem durante 10 anos.
A Portaria n.º 92-A/ 2011, de 28 de Fevereiro, define o conjunto de documentos que
completam o dossier fiscal, os quais serão citados:
O processo de documentação fiscal, também designado por dossier fiscal, a que se referem
os artigos 129.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares e
130.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, é constituído
pelos seguintes documentos:
1. Relatório de gestão, parecer do conselho fiscal e documento de certificação legal de
contas quando legalmente exigidos; 2. Lista e documentos comprovativos dos créditos incobráveis;
3. Mapa, de modelo oficial, de provisões, perdas por imparidade em créditos e
ajustamentos em inventários; 4. Mapa, de modelo oficial, das mais-valias e menos-valias;
5. Mapa, de modelo oficial, das depreciações e amortizações;
6. Mapas, de modelo oficial, das depreciações de bens reavaliados ao abrigo de diploma
legal;
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
7. Mapa do apuramento do lucro tributável por regimes de tributação; 8. Mapa de controlo de prejuízos no Regime Especial de Tributação de Grupos de
Sociedades (artigo 71.º do Código de IRC); 9. Mapa de controlo das correcções fiscais decorrentes de diferenças temporais de
imputação entre a contabilidade e a fiscalidade; 10. Outros documentos mencionados nos Códigos ou em legislação complementar que
devam integrar o processo de documentação fiscal, nomeadamente nos termos:
a) Dos artigos 38.º, 49.º 63.º, 64.º, 66.º, 67.º, 78.º e 120.º do código de IRC;
b) Do artigo 78.º do Código do IVA;
c) Do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 159/ 2009, de 13 de Julho”
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
3.5. Contas mais utilizadas no lançamento de documentos
As contas que mais utilizei ao realizar os lançamentos contabilísticos foram as contas das
classes 1,2 e 3, as quais apresento e explico, de seguida. No final da secção, apresento alguns
exemplos de como as utilizei. (João Rodrigues, 2012)
Contas da classe 1
11 Caixa
12 Depósitos à ordem
13 Outros depósitos bancários
14 Outros instrumentos financeiros
Conta 11- Caixa
Debita-se:
- pelas vendas e prestações de serviços a dinheiro;
- pelos recebimentos de clientes;
- pelos levantamentos efetuados em bancos.
Credita-se:
-pelos pagamentos efetuados em dinheiro (compras, dívidas a fornecedores, ordenados e
salários, etc.);
-pelos depósitos bancários efetuados em numerário.
Conta 12- Depósitos à ordem
Debita-se:
-pelos depósitos efetuados, transferências recebidas de clientes, empréstimos obtidos, juros
recebidos, etc.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Credita-se
-pelos pagamentos efetuados, por cheque ou por transferência bancária, liquidações de
empréstimos, juros pagos, etc.
Conta 13- Outros depósitos bancários
Esta conta inclui depósitos a prazo e outros depósitos, nomeadamente, os depósitos com aviso
prévio. É debitada pela constituição ou reforço dos depósitos, sendo creditada pelo resgate,
total ou parcial, desses depósitos.
Contas da classe 2
21 Clientes
22 Fornecedores
23 Pessoal
24 Estado e outros entes públicos
25 Financiamentos obtidos
26 Acionistas/Sócios
27 Outras contas a receber e a pagar
28 Diferimentos
29 Provisões
Conta 21- Clientes, c/c
211 Clientes – títulos a receber
212 Clientes – títulos a receber
…
218 Adiantamentos de clientes
219 Perdas por imparidade acumuladas
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Conta 211- Clientes, c/c
Debita-se:
-pelas vendas e prestações de serviços a crédito, por contrapartida das contas 71- Vendas ou
72- Prestações de serviços.
Credita-se:
-pelo recebimento dos clientes, por débito da conta 11- Caixa 12- Depósitos à ordem;
-pela emissão de letras ou outros títulos a receber, por débito da conta 212- Clientes – títulos a
receber;
-por devoluções de vendas, por contrapartida da conta 717- Devoluções de vendas;
Conta 212-Clientes – títulos a receber
Debita-se
-pela emissão da letra ou título a receber, por contrapartida da conta 211 - Clientes, c/c.
Credita-se
-pelo recebimento da letra, por débito da conta 12- Depósitos à ordem;
-pelo reconhecimento da imparidade nas dívidas a receber. Caso a perda tenha sido já
reconhecida, debita-se a conta 219 – Perdas por imparidade acumuladas. Se a perda não foi
ainda (total ou parcialmente) reconhecida, debita-se a conta 683- Dívidas incobráveis.
Conta 22- Fornecedores
221 Fornecedores c/c
222 Fornecedores – títulos a pagar
…
228 Adiantamentos a fornecedores
229 Perdas por imparidade acumuladas
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Conta 221- Fornecedores c/c
Credita-se
- pelas compras a crédito de bens e serviços, por débito da conta 31- Compras ou da conta 62
– Fornecimentos e serviços externos;
-pela transferência das faturas inicialmente creditadas na conta 225 – Faturas em receção e
conferência.
Debita-se
-pelos pagamentos efetuados aos fornecedores, por crédito da conta 12- Depósitos à ordem;
-pelo aceite de letras ou outros títulos a pagar, por crédito da conta 222 – Fornecedores –
Títulos a pagar;
- pelas devoluções a fornecedores, por crédito das contas 317- Devoluções de compras ou 62-
Fornecimentos e serviços externos;
-pelos descontos comerciais e abatimentos obtidos após a emissão da fatura, por crédito da
conta 318- Descontos e abatimentos em compras ou da conta 62-Fornecimentos e serviços
externos;
-pelos descontos financeiros obtidos, por crédito da conta 782. Descontos de pronto
pagamento.
Conta 222 – Fornecedores – títulos a pagar
Credita-se
-pelo aceite de letras ou outros títulos a fornecedores de bens e serviços, por débito da conta
221 – Fornecedores c/c.
Debita-se
-pelo pagamento da letra e outros títulos, por créditos da conta 12 – Depósitos à ordem;
-pela reforma de letras e outros títulos, por crédito da conta 221 – Fornecedores c/c.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Contas da classe 3
31 Compras
32 Mercadorias
33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
34 Produtos acabados e intermédios
35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
36 Produtos e trabalhos em curso
37 Ativos biológicos
38 Reclassificação e regularização de inventários e ativos biológicos
39 Adiantamentos por conta de compras
Conta 31- Compras
311 Mercadorias
312 Matérias-primas, subsidiarias e de consumo
313 Ativos biológicos
...
317 Devoluções de compras
318 Descontos e abatimentos em compras
No sistema de inventário permanente:
Debita-se:
-pelo valor das compras e das despesas adicionais de compras, por crédito da conta 11- Caixa
ou 12- Depósitos à ordem, caso se trate de compras a pronto pagamento, ou da conta 221-
Fornecedores c/c ou 225- Faturas em receção e conferência, cão as compras sejam efetuadas a
crédito.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Credita-se:
-pela transferência para as respetivas contas de Inventários:
32 Mercadorias
33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
37 Ativos biológicos
3.5.1. Exemplos de lançamentos contabilísticos efetuados
Recebimento de clientes
Figura 12 – Recebimento clientes
Fonte: Villafelpos
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Figura 13 – Recebimento clientes finalização
Fonte: Villafelpos
Sempre que efetuava um recebimento de clientes tinha de recorrer ao programa Multi, abrir
“Lançamentos SNC” e abrir na conta “211 N/Recibo”. De acordo com os dados fornecidos
efetuava o lançamento, o que podemos observar a partir das figuras 12, 13 e 14.
240,80€
123,49€
61380,41€
61744,7€
Figura 14 – Lançamento 1
Fonte: Elaboração própria
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Pagamento a fornecedores
Figura 15 – Pagamento a fornecedores
Fonte: Villafelpos
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Em relação aos pagamentos a fornecedores creditava a conta do banco de onde era feita a
transferência, neste caso 1201, referente à Caixa Geral de Depósitos (CGD) pelo valor de
43256,28 euros, de seguida debitava as contas 69811201 e 698201 referentes a outros gastos e
perdas e também a conta 221 relativo ao fornecedor em questão de acordo com as figuras 15 e
16.
Figura 16 – Lançamento 2
Fonte: Elaboração própria
30,3€
6,97€
85€
3,4€
43103,71€
43256,28€
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Lançamento de faturas
Figura 17 – Fatura
Fonte: Villafelpos
Quando efetuava um lançamento de fatura abrimos o documento 301 N/Fatura, colocava a
data e número de fatura e procedia de seguida ao lançamento de acordo com as figuras 17 e
18.
Figura 18 – Lançamento 3
Fonte: Elaboração própria
48,65€
11,19€
59,84€
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
3.6. Intrastat
O Intrastat refere se ao tratamento de informação por parte do INE para a realização de
estatísticas. Para iniciar a utilização do Intrastat foi necessário deslocar-me ao programa de
contabilidade e solicitar um balancete geral das contas do IVA 24321 (IVA dedutível
existências, taxa normal mercado intracomunitário), no qual existia IVA de compra de
matérias-primas, na 24322 (IVA dedutível imobilizado, taxa normal mercado
intracomunitário), existia a compra de uma máquina jacquard e na 24323 (IVA dedutível
outros bens e serviços, taxa normal mercado intracomunitário) existiam comissões, as quais
não entram no mapa do Intrastat. Recorri ao site https://webinq.ine.pt/home: Aderentes,
Palavra passe e entrar. De seguida, no menu “Responder” escolhi a opção INTRA CH –
Comércio intracomunitário - Fluxo de chegada e responder.
Nos períodos ativos selecionava o mês em questão e clicava no formulário online.
Selecionava preencher uma declaração nova e iniciava o preenchimento dos seguintes
campos:
Código da mercadoria (52051200 número que está sempre na fatura);
País de origem da mercadoria (Espanha);
A região para onde vai a mercadoria (12-Ave);
Código de entrega (DDP-Entrega com direitos pagos);
Natureza da transação (11-Compra/Venda);
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
3.7. Reconciliação bancária
A reconciliação bancária é um dos procedimentos necessários para o encerramento das contas,
sendo um dos mais importantes.
A reconciliação bancária é o processo de confrontação entre os movimentos existentes no
extrato bancário e os registados no extrato contabilístico.
Para um melhor controlo, a Villafelpos efetua reconciliações bancárias mensais. Quando a
atividade era realizada por mim, o procedimento era o seguinte: recolhia o extrato bancário e
depois deslocava-me à contabilidade, onde imprimia o extrato da conta 12-Depósitos à
Ordem, do respetivo banco.
Nalguns casos, detetei valores diferentes relativos a lapsos no lançamento na contabilidade, os
quais foram corrigidos de imediato. Também detetei despesas bancárias que constavam no
extrato bancário, mas que ainda não estavam lançadas na contabilidade.
Verifiquei também que no extrato bancário não existiam registos de cheques, apesar de já
constarem no extrato contabilístico. Esta situação era devido a cheques em trânsito, que
apesar de já terem sido emitidos para pagamentos, ainda não tinham sido descontados no
banco.
Todas estas situações são identificadas, as possíveis de corrigir são retificadas através de
notas de lançamento nas respetivas contas e as restantes são transportadas para um mapa de
reconciliação bancária em Excel (Anexo II) que a Villafelpos utiliza, para ser feito o
apuramento do saldo, tornando mais fácil efetuar a conciliação.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
3.8. Análise das contas
Este processo, na Villafelpos, não é só realizado no encerramento das contas, mas sim ao
longo de todo o ano, sendo realizadas conferências às contas correntes e reconciliações
bancárias para minimizar a possibilidade de existência de erros.
Recorri ao programa “MULTI” e conferi os extratos das contas correntes dos clientes e
fornecedores. Os saldos deviam estar conciliados e para tal era necessário pedir aos
fornecedores os extratos dos saldos para os comparar com os da contabilidade.
A conferência dos pagamentos e recebimentos com os depósitos à ordem era bastante simples,
uma vez que a reconciliação bancária já se tinha realizada.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Conclusão
O estágio curricular é um passo importante para a inserção na vida ativa, pois é o primeiro
contacto com o mercado de trabalho e o cruzamento de conhecimentos adquiridos ao longo do
curso de Licenciatura com a realidade empresarial. No estágio foi possível conhecer e
integrar-me no ambiente e na equipa de trabalho que permitiu consolidar e complementar os
conhecimentos adquiridos durante o curso de Gestão, nomeadamente na área da
Contabilidade. Considero que o estágio na Villafelpos foi uma experiência enriquecedora e
extremamente positiva, tanto a nível profissional como pessoal.
No presente Relatório de Estágio tentei descrever as diversas atividades desenvolvidas
durante o estágio, as quais permitiram atingir objetivos de aprendizagem importantes do
desenvolvimento da área de conhecimento da contabilidade.
Acabei por escolher o meu local de estágio na minha zona de residência, devido à maior
proximidade, numa empresa de têxteis porque a maior parte das empresas a atuar na zona de
Braga realiza os seus trabalhos nos sectores têxteis e de calçado e achei por bem realizar o
meu estágio numa dessas empresas. Aspetos negativos em relação ao meu estagio são poucos
os que posso apontar, tais como, as dimensões reduzidas do meu local de estágio, bem como o
grau de parentesco com um dos funcionários da Villafelpos que fez com que não pudesse
realizar um dos pontos do meu plano de estágio, o processamento de salários, devido à
confidencialidade. Contudo, considero que todas as atividades propostas pelos colegas foram
executadas com o êxito e a responsabilidade exigida devido à satisfação dos meus
supervisores.
Concluo assim que chega ao fim mais uma etapa na minha vida, que foi superada e
enriquecedora em vários aspetos, como por exemplo, as relações pessoais e a experiência
adquirida.
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Bibliografia
ATP- Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. (s.d.). Obtido de
http://www.atp.pt/. [consultado em 13/04/2017]
João Rodrigues. (2012). Sistema de Normalização Contabilística SNC Explicado.
In P. editora.
Portal do Instituto Nacional de Estatística. (s.d.). Obtido de
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpgid=ine_main&xpid=INE. [consultado em
20/04/2017]
Villafelpos - Since 1997. (s.d.). Obtido de http://www.villafelpos.com/.
[consultado em 27/03/2017]
Código deontológico - OCC Ordem dos Contabilistas Certeficados.
62
Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Índice anexos
Anexo I – Guia Remessa ................................................................................................. 63
Anexo II– Reconciliação Bancária (Excel) ..................................................................... 65
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Anexo I – Guia Remessa
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Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
65
Luís Faria – Relatório de Estágio 2017
Anexo II– Reconciliação Bancária (Excel)
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