planejamento de ensino

14
PLANEJAMENTO DE ENSINO Estaremos nesta unidade trabalhando o planejamento na escola. Leia o texto que se apresenta abaixo. Entregue os plano de unidade solicitados até 23/06. O importante no estudo do texto desta unidade é que vocês tenham percebido a correlação existente entre os tipos de planejamento de ensino. Mais importante ainda é que tenham conseguido elaborar um Plano de Curso, um Plano de Unidade e um Plano de Aula, obedecendo à correlação estudada. Esta é a tarefa que avaliará a aprendizagem do conteúdo trabalhado durante o texto. Com sua equipe construa um plano de unidade conforme modelo apresentado no texto abaixo, e junto com os planos de aula, faça a entrega em um arquivo compactado no local indicado abaixo. plano de unidade 1 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E DE ENSINO Trabalharemos nesta unidade com as modalidades de planejamento de ensino mais aplicadas nas salas de aula, nas suas versões de planos de ensino . Não poderíamos, porém, estudar tais tipos de planejamento escolar, sem antes nos referirmos a modalidades de planejamentos educacionais mais amplos, tais como: o Plano Nacional de Educação, as Diretrizes Curriculares ou as Propostas Pedagógicas das secretarias estaduais e municipais de educação e os projetos político-pedagógicos das escolas. Veja por exemplo os PCNEM e os PCN+. É nestes planejamentos mais amplos que o planejamento didático ou de ensino tem origem, recebendo sua orientação filosófica, legal e política. Dois autores tratam muito bem desta hierarquia de planejamentos educacionais: Maximiliano Menegolla e Ilza Martins Sant’Ana de quem transcrevemos o texto abaixo. _______________ MENEGOLLA, Maximiliano; SANT’ANA, Ilza Martins. Níveis de Planejamento Educacional e de Ensino. In: Por que planejar? Como planejar? Currículo – área – aula. Petrópolis: Vozes, 1991.p.48-49. _______________ “NÍVEIS DE PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E DE ENSINO” segundo Maximiliano Menegolla e Ilza Sant’Anna O processo de planejamento educacional é feito e se desenvolve em vários e determinados níveis. Temos o planejamento em nível nacional,

Upload: thaisa-alyvia

Post on 05-Jul-2015

3.414 views

Category:

Documents


34 download

TRANSCRIPT

Page 1: PLANEJAMENTO DE ENSINO

PLANEJAMENTO DE ENSINO

Estaremos nesta unidade trabalhando o planejamento na escola.

Leia o texto que se apresenta abaixo. Entregue os plano de unidade solicitados até 23/06.

O importante no estudo do texto desta unidade é que vocês tenham percebido a correlação existente entre os tipos de planejamento de ensino. Mais importante ainda é que tenham conseguido elaborar um Plano de Curso, um Plano de Unidade e um Plano de Aula, obedecendo à correlação estudada. Esta é a tarefa que avaliará a aprendizagem do conteúdo trabalhado durante o texto.

Com sua equipe construa um plano de unidade conforme modelo apresentado no texto abaixo, e junto com os planos de aula, faça a entrega em um arquivo compactado no local  indicado abaixo.

plano de unidade

1 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E DE ENSINO

Trabalharemos nesta unidade com as modalidades de planejamento de ensino mais aplicadas nas salas de aula, nas suas versões de planos de ensino . Não poderíamos, porém, estudar tais tipos de planejamento escolar, sem antes nos referirmos a modalidades de planejamentos educacionais mais amplos, tais como: o Plano Nacional de Educação, as Diretrizes Curriculares ou as Propostas Pedagógicas das secretarias estaduais e municipais de educação e os projetos político-pedagógicos das escolas. Veja por exemplo os PCNEM e os PCN+. É nestes planejamentos mais amplos que o planejamento didático ou de ensino tem origem, recebendo sua orientação filosófica, legal e política.

Dois autores tratam muito bem desta hierarquia de planejamentos educacionais: Maximiliano Menegolla e Ilza Martins Sant’Ana de quem transcrevemos o texto abaixo.

_______________

MENEGOLLA, Maximiliano; SANT’ANA, Ilza Martins. Níveis de Planejamento Educacional e de Ensino. In: Por que planejar? Como planejar? Currículo – área – aula. Petrópolis: Vozes, 1991.p.48-49.

_______________

“NÍVEIS DE PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E DE ENSINO” segundo Maximiliano Menegolla e Ilza Sant’Anna

O processo de planejamento educacional é feito e se desenvolve em vários e determinados níveis. Temos o planejamento em nível nacional, estadual ou de um sistema determinado, através do qual se definem e estabelecem as grandes finalidades, metas e objetivos da educação, onde deve estar implícita a própria filosofia da educação que a Nação pretende professar. No plano nacional de educação se reflete toda a política educacional de um povo, inserido num contexto histórico, que é desenvolvida a longo, médio ou curto prazo.

Num segundo nível, menos abrangente, temos os planos das escolas, com seus respectivos cursos, dos quais decorrem os planos curriculares, que definem e expressam a

sua filosofia de ação, seus objetivos e toda a dinâmica escolar, os quais fundamentam-se,

naturalmente, na filosofia da educação, expressa nos planos nacional e estadual.

A partir dos planos curriculares é planejada, de maneira sistemática e global, toda a ação escolar. Os planos das escolas vão operacionalizar, através dos seus planos setoriais e de ensino, o plano nacional de

Page 2: PLANEJAMENTO DE ENSINO

educação; por isso é de suma importância que os professores, ao elaborarem seus planejamentos de ensino, analisem o plano global de educação, para poderem imprimir, nos planos de ensino, a filosofia de educação, adaptada pela própria escola.

Num terceiro nível, surgem, como decorrência dos planos curriculares, os planos de ensino, que são os planos de disciplinas, de unidades e experiências propostas pela escola, professores, alunos ou pela comunidade.

Estes planos de ensino se situam num nível bem mais específico e concreto em relação aos outros. Eles definem e operacionalizam toda a ação escolar, configurada no plano curricular da escola.

Os planos de ensino são os meios para dinamizar a educação e o ensino, numa realidade escolar bem concreta, através do processo de ensino.

Nos planos de ensino são trabalhados os componentes fundamentais do plano curricular. Tais componentes são a filosofia educacional da escola, os objetivos, as disciplinas e os conteúdos. Por sua vez os planos de ensino especificam os objetivos, os conteúdos, os recursos humanos e materiais, os procedimentos e o processo de avaliação. Estes planos de ensino compreendem os planos de disciplinas, unidades, de aulas e de outras atividades ou experiências de ensino.

Nesta disciplina iremos focalizar especificamente o planejamento didático ou de ensino, e o projeto político-pedagógico da escola será trabalhado em outra disciplina a frente no curso.”

Este tipo de planejamento escolar recebe a denominação de plano ou de projeto na medida em que assumem características próprias, relativas ao seu dinamismo e à abordagem pedagógica a que se filiam. Os planos são instrumentos que geralmente têm seu suporte teórico na pedagogia tecnicista, exigindo, por isso mesmo, uma maior técnica na redação de seus componentes, que devem guardar entre si, uma certa correlação e serem expressos com uma maior exatidão de termos. Já os projetos têm seu suporte teórico na pedagogia da Escola Nova e no Construtivismo, apresentando-se com uma redação mais solta, sem tanta exigência na correlação de suas partes componentes, que devem expressar o que e como se pretende trabalhar sem, entretanto, tanta precisão nos termos empregados.

Parafraseando Celso Vasconcelos (2000:96), pode-se dizer que o conceito de projeto tem um significado mais dinâmico, referindo-se mais a processo, enquanto que a denominação de plano nos remete à idéia de produto. Decorre daí o fato da elaboração do projeto ir sendo modificada ao longo de sua execução.

Atualmente, se trabalha preferencialmente com a denominação de pedagogia de projeto, tendo em vista a abordagem dinâmica e construtivista que tem assumido o processo ensino/aprendizagem. Nos concentraremos aqui somente aos planos de ensinos.

Trabalharemos tendo por base um texto original de Marcos Masetto “UM PLANO E SEUS COMPONENTES” submetido a adaptações, recortes e contribuições da professora Cibele de Mello Costa, da Universidade Federal de Alagoas.

_______________

12 MASETTO, Marcos Tarciso. Um Plano e Seus Componentes. In: Didática: a aula como centro. 4ed. São Paulo: FTD,1997 (Coleção aprender e ensinar).

2 UM PLANO E SEUS COMPONENTES

Quando se trabalha com o conceito de planejamento, convém que primeiramente se estabeleça uma correlação/diferenciação entre os termos planejamento, plano e projeto, que muitas vezes são usados indiscriminadamente. Masetto (1997:86) escreve textualmente:

Page 3: PLANEJAMENTO DE ENSINO

Se para nós o planejamento na escola é um processo voltado para a organização de ações que permitam a consecução de objetivos educacionais, o plano é um documento escrito, que registra de forma organizada um conjunto de decisões para um determinado tipo de planejamento.(Grifo nosso)

Um plano de ensino é um documento que precisa ser muito bem pensado e claramente redigido, para que possa nortear a prática pedagógica. Como documento escrito, um plano de ensino apresenta os seguintes componentes: identificação, objetivos, conteúdos, estratégias (metodologia, ou procedimentos), avaliação, cronograma e bibliografia. Estes componentes aparecem em todos os planos, desde o mais abrangente, que é o plano pedagógico da escola, até o mais simples, o plano de uma aula, passando pelos planos de série, curso e disciplinas. Todos estes tipos variam conforme a amplitude maior (ou menor) da ação pedagógica. O plano, (registro escrito do planejamento) representa um elemento de comunicação entre professores (particularmente os da mesma série ou disciplina), alunos, coordenação e direção da escola. Com o objetivo de ensinar, de uma maneira prática, a elaborar um plano de ensino, para uma disciplina, Marcos Masetto apresenta um roteiro que facilitará esta tarefa:

Cada aluno escolhe livremente uma disciplina que gostaria de lecionar. Gradativamente, após a apresentação das características gerais de cada parte do plano, o aluno vai elaborando o seu próprio plano de ensino.

Uma vez escrito, este plano poderá receber um feedback ou avaliação do professor e dos colegas, de tal forma que faça imediatamente os ajustes ou correções, se for o caso. Assim procedendo, ao chegarmos à última parte (bibliografia) teremos o plano de uma disciplina elaborado e redigido.

A seguir, serão apresentados detalhadamente, os diferentes componentes e etapas de um plano de ensino.

2 UM PLANO E SEUS COMPONENTES2.1 IDENTIFICAÇÃO

Esta parte inicial de qualquer plano de ensino, como o próprio nome indica, discrimina a que disciplina ou atividade se refere, quais as condições básicas em que será realizado, para que série e turmas e escola se destina, quem é o professor responsável, carga horária, etc.

Começando, então, experimentem elaborar e redigir (em grupo) a identificação de um plano. Para tanto, vocês poderão basear-se no exemplo a seguir.

Escola: Escola de Ensino Fundamental Professora Laura Dantas

Centro Educacional e de Pesquisa Aplicada

Série : 6ª Grau: Ensino Fundamental

Ano: 2003

Turno : Matutino

Disciplina: Ciências

Professor responsável : Helena Gomes Moura

Nº de alunos: 40 p/turma Nº de turmas: 03

Carga horária anual : 80 h/aula p/turma

Carga horária semanal : 2h/aula, sendo 1h/dia

Page 4: PLANEJAMENTO DE ENSINO

2 UM PLANO E SEUS COMPONENTES2.2 OBJETIVOS

São resultados previamente desejados pelo professor, expressos em conhecimentos que serão adquiridos, habilidades ou atitudes que serão desenvolvidas, por meio das disciplinas cursadas em um determinado período letivo e que se espera, perduram pela vida afora. Indicam aquilo que um aluno deverá ser capaz de fazer como conseqüência de seu desempenho em atividades de uma determinada escola, série, disciplina ou mesmo de uma aula. (MASETTO 1997:88)

A formulação dos objetivos de um plano dará ao professor uma orientação para selecionar o conteúdo, escolher as estratégias de ensino e elaborar o processo de avaliação. Através dos objetivos, quem tiver acesso ao plano ficará sabendo o que se espera do curso, disciplina ou assunto, proposto para uma série, unidade ou aula.

Entretanto, há que se ter cuidado com a redação, pois, objetivos descritos de forma ampla e genérica, com propósitos muito abrangentes, não conseguem orientar a elaboração dos outros componentes do plano e, muito menos, as ações do professor e dos alunos, no desenvolvimento de um curso, unidade, ou aula. Por esse motivo, é importante atentar para a existência de dois tipos de objetivos:

a) Objetivos Gerais

Referem-se a expectativas mais amplas e mais complexas, que poderão ser alcançadas, ao final de uma série, de uma disciplina, ou de áreas da aprendizagem.

Exemplo: elaborar um plano de curso para a disciplina Ciências, com o conteúdo da 5ªsérie do ensino fundamental.

Este objetivo provavelmente só será atingido pelos alunos de Didática, no final do estudo do conteúdo “Planejamento de ensino.”

b) Objetivos Específicos

Referem-se a expectativas mais simples, mais concretas, que serão alcançadas em menor tempo. Trata-se daqueles objetivos que serão atingidos no final de uma aula ou de uma unidade de trabalho e, em geral, explicitam desempenhos observáveis.

Exemplo: identificar os componentes de um Plano de Ensino.

Este objetivo será facilmente atingido a partir do primeiro contato do aluno com o conhecimento do que seja plano de ensino.

Para que os objetivos de um plano sejam redigidos de forma eficiente, facilitando a compreensão e a execução do que se propõe, devem apresentar algumas características:

a) Realismo: representar as reais necessidades dos alunos e as expectativas do professor.

b) Viabilidade: ter a possibilidade de ser atingidos dentro dos limites de tempo, recursos e competências da escola, dos professores e dos alunos.

c) Clareza: isto é, definir claramente os comportamentos, atividades e atitudes que se esperam do aprendiz durante e no final do estudo dos assuntos abordados.

Na redação de objetivos de ensino recomendam-se alguns cuidados para que os mesmos se tornem de fácil compreensão por parte de quem irá executá-los, acompanhá-los, ou que venha a ter acesso ao plano de ensino:

Page 5: PLANEJAMENTO DE ENSINO

a) Os objetivos são expressos através de frases que trazem os verbos no tempo infinitivo. É importante que se observe este detalhe para que os objetivos não sejam confundidos com as estratégias ou metodologia que, por sua vez, têm sua redação expressa por substantivos.

Exemplo de redação de objetivo : localizar municípios de Alagoas no mapa do Estado.

Exemplo de redação de estratégia : localização do município em que mora, no mapa apresentado pela professora.

b) Os verbos usados nos objetivos, particularmente nos objetivos específicos, devem se referir a ações observáveis, ações ou comportamentos pouco abrangentes que facilitem a clareza do que se quer atingir.

Exemplos de verbos que expressam ações claramente observáveis : identificar (num determinado contexto); reconhecer; caracterizar; relacionar; definir; selecionar; explicitar; analisar; (dependendo da abrangência da análise).

Verbos como: conhecer, compreender, valorizar, por indicarem ações ou atitudes menos observáveis, tendo portanto uma maior abrangência, devem ser evitados ou usados na redação de objetivos mais gerais.

1- Continuando a elaboração do plano simulado, redijam agora os objetivos gerais e específicos para o curso, ou disciplina que vocês vão ministrar.

2- Discutam com os colegas os objetivos redigidos, para que possam ser avaliados quanto à clareza e aos demais itens indicados anteriormente.

3- A partir dessa discussão vocês poderão refazer os objetivos do plano.

2 UM PLANO E SEUS COMPONENTES2.3 CONTEÚDO

É o conjunto de assuntos que serão estudados durante o curso em cada disciplina. Assuntos que fazem parte do acervo cultural da humanidade, traduzidos em linguagem escolar para facilitar sua apropriação pelos estudantes. Estes assuntos são selecionados e organizados a partir da definição dos objetivos, sendo assim meios para que os alunos atinjam os objetivos de ensino.

Um plano de curso ou de disciplina não pode reduzir-se a uma lista de itens ou temas. Conforme Masetto(p.93) “Muitas vezes também ocorre a definição dos objetivos a partir dos conteúdos apresentados”. Na seleção dos conteúdos, pode-se utilizar alguns critérios. Assim os assuntos devem ser:

· atualizados;

· relacionados diretamente com a vida e a realidade do aluno;

· capazes de despertar interesse, curiosidade e lançá-lo a novos desafios;

· adequados à sua faixa etária;

· com condições de integrar conhecimentos de várias áreas, disciplinas ou ciências evitando, dessa forma, a fragmentação e compartimentalização do saber;

· promissores de diferentes ângulos de análise e diferentes interpretações.

Os conteúdos de um plano de ensino são geralmente organizados em unidades, o que facilita tanto o detalhamento do assunto a ser estudado quanto a escolha das estratégias (metodologias, técnicas de ensino, procedimentos do professor e dos alunos) que serão desenvolvidas. Facilita também a forma de avaliação a ser empregada.

Page 6: PLANEJAMENTO DE ENSINO

Sabemos que as Secretarias de Educação e o próprio Ministério da Educação, através de suas propostas e parâmetros curriculares, já definem, ou na melhor das hipóteses, sugerem os temas e assuntos de cada série e área de estudo. Sabemos também que os próprios livros didáticos já trazem um rol de conteúdos organizados por série. Tal fato não invalida, porém, que o professor, conhecendo sua turma, conhecendo o conteúdo proposto para a série ou séries em que leciona, pautado nos objetivos que pretende ver atingidos pelos alunos, não possa selecionar e organizar os assuntos mais apropriados para a sua realidade.

De acordo com os dados da identificação de seu plano simulado e com os objetivos especificados anteriormente, escolham agora os assuntos ou temas que podem ser trabalhados por vocês e seus prováveis alunos durante o ano letivo. Organizem sistematicamente esses assuntos, a partir dos objetivos específicos formulados. Comparem sua lista de itens com os assuntos indicados em livros didáticos para a série ou disciplina que vocês planejaram. Discutam o resultado dessa comparação com seus colegas de grupo.

2 UM PLANO E SEUS COMPONENTES2.4 ESTRATÉGIAS

Consistem nas atividades que serão realizadas pelo professor e pelos alunos e nos meios empregados para a realização do ensino-aprendizagem. Entre os meios incluem-se: as técnicas de ensino (individuais – inclusive a velha aula expositiva – e as dinâmicas de grupo); os recursos (audiovisuais, físicos, humanos, da informática); a organização da sala de aula (disposição dos móveis e carteiras, exploração do espaço da sala, deslocamento físico de professores e alunos); o material didático utilizado, desde o quadro de giz até os multimeios mais complexos e avançados (visuais, auditivos), e atividades extra-classe, como utilização de bibliotecas.

Citando Masetto (p.96) textualmente pode-se admitir que no mundo da globalização “os bens culturais, as diferentes expressões artísticas e os conhecimentos científicos, antes restritos a uma minoria privilegiada, podem agora ser compartilhados mais democraticamente.”

Por este motivo, a escola precisa utilizar-se de toda uma tecnologia atual: rede de computadores, TV, vídeos, videogames, câmeras, filmes, slides, projetores e retropojetores, equipamentos de som, revistas especializadas, entre outros, para que os alunos fiquem a par dos acontecimentos do dia-a-dia, do saber elaborado historicamente e do uso da tecnologia.

Apresentamos, a seguir, um quadro esquemático de estratégias, com base nas contribuições de Marcos Masetto. O professor deverá usá-las procurando fazer uma correlação com os objetivos pretendidos e com as diferentes situações de sala de aula:

· Aula expositiva ou exposição didática, de preferência dialogada e com a utilização de recursos audiovisuais.

· Estudo de textos : com roteiro de questões, ou com interpretação livre.

· Realização de experiências dentro ou fora de laboratórios.

· Técnicas de auto conhecimento, de sensibilização.

· Instrução programada.

· Fichas didáticas.

· Módulos de ensino.

· Problematização e análise crítica da realidade.

· Assembléias.

Page 7: PLANEJAMENTO DE ENSINO

· Debates.

· Dinâmicas de grupo: painel simples, painel integrado, Philips 66, G.V.(grupos de verbalização) / G.O.(grupos de observação), seminários.

· Pesquisas: bibliográficas, de campo, de opinião.

· Estudo de caso e estudo do meio.

· Excursões.

· Entrevistas.

· Estágios.

· Elaboração de relatórios.

Agora procurem listar uma série de estratégias que serão usadas em cada unidade do plano de curso ou de disciplina que vocês vêm elaborando, procurando estabelecer uma correlação com os objetivos e conteúdos traçados em seu plano.

2 UM PLANO E SEUS COMPONENTES2.5 AVALIAÇÃO

O conceito de avaliação está muito ligado ao de julgamento, formação de um juízo sobre alguém ou alguma coisa. Historicamente, a avaliação escolar foi usada como medida de aprovação ou reprovação dos alunos, após a realização de uma tarefa ou o desenrolar de um período letivo. Masetto escreve:

Na verdade, a avaliação acompanha todo o processo de aprendizagem e não só um momento privilegiado (o da prova ou teste) pois é um instrumento de feedback contínuo para o educando e para todos os participantes. Nesse sentido, fala da consecução ou não dos objetivos da aprendizagem. [...] O processo de avaliação se coloca como um elemento integrador e motivador e não como uma situação freqüentemente carregada de ameaça, pressão ou terror.( 1997:98).

No exercício das atividades didáticas, devem ser avaliados: a aprendizagem dos alunos, o desempenho do professor, o desenvolvimento do que foi planejado, o alcance ou não dos objetivos propostos. A avaliação da aprendizagem se constitui num processo, numa ação contínua que deve perpassar todo o período dedicado ao ensino/aprendizagem. Deve representar uma análise por parte do professor e dos alunos, a respeito do que foi alcançado, para que resulte numa tomada de posição no sentido de refazer ou continuar o desenvolvimento das ações e do conteúdo selecionados. Não deve representar apenas um julgamento unilateral e momentaneamente estanque, feito pelo professor a respeito da aprendizagem do aluno.

Os resultados das avaliações escolares devem apresentar o aspecto qualitativo. Sabe-se que o sistema educacional exige o registro dos resultados da avaliação escolar em forma de notas ou conceitos. Estes símbolos, porém, só terão de fato valor, se representarem , em código, a aprendizagem de fato realizada.

Há uma tendência geral entre os alunos, e até entre os professores, de confundir a avaliação da aprendizagem com a aplicação e correção de provas ou testes. Segundo Masetto: “A prova é uma técnica avaliativa e, como tal, não pode ser identificada com todo o processo de avaliação.”

As técnicas avaliativas se constituem em instrumentos que permitem ao professor e aos alunos verificar se o desempenho de ambos conseguiu, de fato, a aprendizagem desejada. Estas técnicas devem apresentar características como :

· fornecer informações necessárias ao acompanhamento do processo de ensino/aprendizagem;

Page 8: PLANEJAMENTO DE ENSINO

· suscitar reflexão e análise sobre os progressos ou insucessos apresentados na aprendizagem;

· sugerir o uso de outros conteúdos e estratégias de ensino;

· permitir um diálogo entre professor e alunos;

· efetuar o registro de informações obtidas;

A seguir será apresentada uma série de técnicas avaliativas que poderão ser aplicadas em diferentes situações de verificação da aprendizagem:

· prova discursiva ou dissertativa;

· testes objetivos: simples ou de múltipla escolha, com questões de lacunas, com

· questões verdadeiras ou falsas;

· chamada oral;

· provas com consulta;

· relatórios;

· observação da participação dos alunos nas atividades realizadas;

· dissertação;

· questionários com perguntas abertas, ou que induzem a uma só resposta;

· entrevistas;

· soluções de casos apresentados;

· trabalhos de pesquisa;

· observação com roteiro e registro;

· provas práticas;

De posse destas informações, continuem a redação de seu plano de curso ou de disciplina indicando as técnicas avaliativas que serão utilizadas em cada unidade.

2 UM PLANO E SEUS COMPONENTES2.6 CRONOGRAMA

O cronograma das atividades previstas em qualquer tipo de planejamento de ensino consiste na distribuição dessas atividades por um período letivo, que poderá ser de um mês ou bimestre, até um ano ou o tempo que for preciso para o desenvolvimento das atividades docentes e discentes. Masetto (p.101) diz que o cronograma: “Dá a indicação realista do que fazer com a carga horária semanal, semestral ou anual de que se dispõe. Permite ao professor e ao aluno controlar o desenvolvimento do curso evitando atrasos e flexibilizando os objetivos.”

Continuando seu trabalho de elaboração de um plano de curso simulado, estabeleçam um cronograma de atividades, definindo tempo para cada uma delas e para todo o curso.

Page 9: PLANEJAMENTO DE ENSINO

2 UM PLANO E SEUS COMPONENTES2.7 BIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA

É a relação de todo o material impresso consultado para a elaboração e provável execução do plano. Pode se constituir de livros, revistas, jornais, qualquer produção científica ou literária, inclusive de autoria do professor ou dos alunos.

Existe uma certa diferença entre Referências Bibliográficas e Bibliografia. As referências bibliográficas se constituem na relação das obras cujos trechos foram textualmente citados na redação de um trabalho científico ou literário. A Bibliografia é a relação de obras estudadas para fundamentar o trabalho. Divide-se em: Bibliografia Básica e Bibliografia Complementar. A primeira se constitui nas obras e textos que serão estudados e utilizados diretamente no desenvolvimento das atividades planejadas. Bibliografia Complementar é o conjunto de obras e textos sugeridos que “ampliará os horizontes do conhecimento permitindo um certo aprofundamento naquele tema ou tópico específico”. Masetto (p.101).

A bibliografia de qualquer trabalho científico, inclusive de um plano de ensino, precisa ser atualizada e está redigida segundo as normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

De posse dos textos (livros, artigos, revistas, poemas, letras de canções, jornais etc) que fundamentarão seu plano de curso, organizem a bibliografia correspondente. As indicações bibliográficas podem ser indicadas para cada unidade do plano de curso, detalhando assim as obras que serão consultadas para cada temática do plano.

Depois de registrar todos os componentes de seu plano de curso, vocês têm em mãos um documento que muito os ajudará a desenvolver seu trabalho didático. Podem usá-lo como orientação para a elaboração de futuros planos de curso ou disciplina na sua área de atuação nas escolas.

3 PLANO DE UNIDADE E DE AULA

Após terem elaborado o plano de curso vamos agora partir para a elaboração de um plano de unidade retirado desse plano de curso.

· O primeiro passo poderá ser utilizar cada objetivo específico, colocando-o como objetivo geral da unidade.

· A seguir, separem os itens do conteúdo que se encaixam nesse objetivo e para cada um desses itens formulem um objetivo. Estes objetivos serão específicos de cada item do conteúdo.

· Agora escolham no rol das estratégias previstas no plano de curso aquelas que serão usadas na unidade do plano de curso e com a qual vocês estão trabalhando.

· Escolham também os instrumentos ou técnicas de avaliação que melhor se adequarem ao conteúdo focalizado na unidade e aos objetivos traçados para este conteúdo.

· Separem também, da bibliografia prevista para o curso, os materiais bibliográficos (livros – revistas – periódicos etc) que serão utilizados como consulta para trabalhar o conteúdo desta unidade.

· Quanto ao cronograma para as atividades desta unidade, já está previsto no plano de curso. É só retirá-lo e anexar ao plano de unidade que estão elaborando.

Depois destes procedimentos vocês terão elaborado o Plano de Unidade, retirado do Plano de Curso. Daí poderão partir para a elaboração do Plano de Aula. Vamos lá!

Os procedimentos para a elaboração de um Plano de Aula, retirado de um Plano de Unidade são semelhantes aos anteriores, quando da elaboração do Plano de Unidade:

Page 10: PLANEJAMENTO DE ENSINO

· O primeiro passo é escolher um ou mais objetivos específicos do Plano de Unidade. Estes serão os objetivos da aula. Não há necessidade de dividi-los e denominá-los de geral e específicos, simplesmente de objetivos.

· A seguir, retirem do Plano de Unidade o ou os itens do conteúdo que pretendem desenvolver durante a aula. O conteúdo da aula será chamado de tema e dividido em sub-temas .

· Escolham também as estratégias através das quais o tema e sub-temas serão trabalhados. Se necessário, para maior clareza, detalhem as estratégias.

· Escolham também, no plano de unidade, os instrumentos e técnicas de avaliação que lhes permitirão acompanhar o processo de aprendizagem durante a aula.

· Indiquem o material bibliográfico que servirá de suporte para o conteúdo a ser trabalhado na aula.

Estará pronto o plano de aula. Não foi fácil ? Parabéns !

O importante no estudo deste texto é que vocês tenham percebido a correlação existente entre os tipos de planejamento de ensino. Mais importante ainda é que tenham conseguido elaborar um Plano de Curso, um Plano de Unidade e um Plano de Aula, obedecendo à correlação estudada. Esta é a tarefa que avaliará a aprendizagem do conteúdo trabalhado durante o texto. Escolha um tema e uma ano do ensino médio para realizar sua atividade, e poste no moodle.