planejamento de campanha eleitoral para miguel corrêa júnior
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MARKETING POLÍTICO E COMPORTAMENTO ELEITORAL
RODRIGO OTTONI DE SALVO COIMBRA
PLANEJAMENTO DE CAMPANHA ELEITORAL PARA MIGUEL CORRÊA JÚNIOR
MARKETING POLÍTICO EM ELEIÇÃO DE PREFEITO
BELO HORIZONTE
2013
RODRIGO OTTONI DE SALVO COIMBRA
PLANEJAMENTO DE CAMPANHA PARA ELEIÇÃO DE PREFEITO EM BELO HORIZONTE
Monografia apresentada como requisito para obtenção de título de especialista em Marketing Político: Mídia, Comportamento Eleitoral e Opinião Pública
Orientadora: Prof. Dra. Helcimara Telles
BELO HORIZONTE
2013
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
Curso de Especialização em Marketing Político
Monografia de Especialização intitulada “Planejamento de campanha para eleição de prefeito em Belo Horizonte”, da autoria de Rodrigo Ottoni de Salvo Coimbra, aprovada pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores:
Prof. Dra. Helcimara Telles - Orientadora
Prof. Dr. Pedro Santos Mundim
Belo Horizonte, 22 de maio de 2013
SUMÁRIO
Introdução............................................................................................................6
Capítulo I
Revisão da Literatura...........................................................................................8
1.1 Comportamento Eleitoral...............................................................................9
1.2 Sistema partidário........................................................................................14
1.3 Geografia Eleitoral.......................................................................................16
1.4 Representação Política................................................................................17
Capítulo II
Diagnóstico macro político de Belo Horizonte...................................................18
Capítulo III
Estratégias e Mobilização..................................................................................24
3.1 Proposições e corolários..............................................................................26
Capítulo IV
Planejamento Estratégico..................................................................................30
4.1 Pesquisas de opinião...................................................................................33
Análise Swot (Quadro I).....................................................................................38
CONCLUSÃO....................................................................................................39
Referências bibliográficas..................................................................................41
Apêndice............................................................................................................42
Resumo: Este trabalho se consiste em um planejamento estratégico de
campanha eleitoral para a próxima eleição de prefeito na cidade de Belo
Horizonte. A população escolherá, em 2016, através de uma eleição
majoritária, um candidato que simbolize ou uma expectativa de continuidade,
ou de mudança. A partir desse mapeamento será construído um conceito para
a campanha de Miguel Corrêa Júnior, uma das apostas do Partido dos
Trabalhadores (PT) para pleitear o cargo na prefeitura.
Abstract: This work consists of a strategic planning of electoral campaign for
the next election for mayor in the city of Belo Horizonte. The people will choose,
in 2016, through a majority election, a candidate who symbolizes or an
expectation of continuity or change. From that mapping will be built a concept
for the campaign of Miguel Correa Jr., one of the candidates in the Worker’s
Party (PT) to claim the Office at City Hall.
Palavras Chave: Marketing Político; Comportamento Eleitoral; Eleições;
Prefeito; Partido dos Trabalhadores.
Introdução
“Por trás da aparente desordem da vontade do eleitor, um padrão. Sob o inusitado resultado de muitas eleições, a lógica. O eleitor tem suas razões, e é possível conhecê-las. Antecipadamente, até. Mas só isso não é suficiente para vencer uma disputa, pois saber o que o eleitor deseja não significa poder suprir este desejo.” (Renato Pereira, prefácio do livro A cabeça do eleitor)
Entre tantos candidatos a várias eleições que acontecerão no Brasil, é
com orgulho que inicio um planejamento de campanha para um político do
porte de Miguel Corrêa Júnior, Deputado federal, vice-presidente do Partido
dos Trabalhadores (PT) em Minas Gerais e atual Relator do Orçamento da
União, cargo de confiança que a atual presidente concedeu-lhe. Apesar de
existirem outros nomes de grande importância no quadro de candidatos do PT,
Miguel é um forte candidato a pleitear o cargo de prefeito na capital mineira, em
2016.
Sua trajetória pode ser vista como principal marca a ser trabalhada
durante sua campanha. Miguel é um político que tem no currículo um fator que
o diferencia de qualquer candidato, em Belo Horizonte: em 2004, foi eleito o
vereador mais jovem da capital mineira, com 26 anos. Além disso, se elegeu
deputado federal logo em 2006, com 80.049 votos. Foi reeleito em 2010, com
mais de 113 mil votos.
O perfil de Miguel Corrêa Júnior tem suas raízes na fundação da ONG
“Mudança Já”, um trabalho voltado às comunidades carentes de Venda Nova.
Antes disso, já havia sido presidente por três mandatos do Diretório Central dos
Estudantes (DCE) da faculdade onde se formou em História, a UNI-BH. Por ter
começado tão cedo sua vida política, a experiência que adquiriu ao longo do
tempo o credencia a disputar o cargo de prefeito. Mas será importante tratar
deste tema com cautela durante a campanha. Sua juventude, ao mesmo tempo
em que pode transformar sua campanha e angariar eleitores que desejem um
candidato de renovação, pode ser tema de ataques dos adversários.
Além de representar um partido de enorme importância no cenário
político atual, Miguel Corrêa tem uma boa relação com figuras que atuam tanto
dentro quanto fora de seu partido. O principal aliado de Miguel é Fernando
Pimentel, um político que goza de reconhecimento e boa imagem perante o
eleitorado mineiro. Provável candidato a governador do estado, será
interessante ver de qual forma Corrêa participará da campanha de Pimentel: se
atuará nos bastidores ou se pretende ter exposição midiática para conquistar
cedo alguns eleitores de seu aliado.
Outro fato que beneficia sua campanha foi apresentado acima.
Nomeado por Dilma Rousseff relator do Orçamento da União, Miguel ocupará
um cargo de muita influência, o que pode trazer confiança a sua candidatura.
Como planejador de campanha, esse atributo certamente será trabalhado para
torná-lo prefeito.
Apesar de contar com esses aliados, não se deve contar com a
transferência de votos. Essa, aliás, é uma das seis regras criadas pelo autor do
livro “A cabeça do eleitor”, Alberto Carlos Almeida (2008). Esse conjunto de
regras serviu de inspiração para o desenvolvimento deste planejamento de
campanha, e será trabalhado de forma a fortalecer o projeto político de Miguel.
CAPÍTULO I
Revisão da Literatura
Ao profissional de marketing político o conhecimento técnico é fundamental, mas destaca-se que nesse caso não basta ser um bom cientista político ou um relevante agente de marketing. O marketing político não é puramente marketing ou unicamente política. (...) Assim, em virtude da relevância dos mecanismos de comunicação nas estratégias de marketing político, os jornalistas acabaram ocupando importante papel entre os profissionais aqui destacados. A despeito de tal constatação, é necessário salientar que o domínio das técnicas de comunicação não bastam para o sucesso nessa área. Conhecimentos sobre sociologia, estatística, metodologia de pesquisa, direito eleitoral, marketing e uma série de questões básicas tornam complexa a formação do profissional de marketing político. Assim, a escolha desse profissional por parte de candidatos e partidos se torna tarefa delicada. (DANTAS, Humberto. 2008. p. 157)
O caráter multidisciplinar do curso de especialização em Marketing
Político: Mídia, Comportamento Eleitoral e Opinião Pública da UFMG corrobora
o parágrafo transcrito acima. O objetivo deste trabalho é eleger um candidato
do PT ao fazer um plano estratégico de campanha, mas sua finalidade é
desenvolver uma pesquisa própria, obedecendo aos diferentes estudos que
foram propostos aos alunos.
Assim como o conhecimento técnico é difícil de ser aprimorado,
conforme frisou Humberto Dantas (2008), existem entraves inclusive no
desenvolvimento de pesquisas acadêmicas, como foi apontado por Pedro
Santos Mundim (2010), no artigo “Cientistas políticos, comunicólogos e o papel
da mídia nas teorias da decisão do voto”. Para ele, que concordando com
Rubim e Azevedo (1998, p.8), o entrave para o desenvolvimento de pesquisas
sobre comportamento eleitoral e mídia acontece por conta da “fraca
interlocução entre cientistas sociais – em especial cientistas políticos – e
comunicólogos”.
Embora essas discussões sejam extremamente pertinentes para a
“conformação de uma área temática interdisciplinar”, não é interessante para
este projeto se ater a um dos lados. É mais proveitoso prosseguir pelas teorias
de decisão do voto, estudos de mídia e opinião pública. As principais correntes
que explicam o processo de decisão do voto contam com fundamentação
científica. Mas isso não impede, de acordo com Alberto Carlos Almeida (2008)
que elas também não possam ser comprovadas de forma não-científica, isto é,
através da experiência pessoal de cada eleitor.
1.1 Comportamento Eleitoral
De acordo com Mundim (2010), na primeira tentativa de compreender o
comportamento eleitoral dos americanos, Paul Lazarsfeld, junto com outros
pesquisadores da Universidade de Columbia, desenvolveu a teoria sociológica
do voto. O que importava para a decisão de voto do eleitor, segundo a teoria,
eram a características sociais do grupo ao qual ele pertencia. Era uma questão
de identidade política (Figueiredo 1991 apud Mundim 2010). A mídia, nesse
caso, influenciava menos na decisão do voto do que os contatos pessoais do
eleitor.
Para Figueiredo (1991), as limitações da teoria sociológica podem ser
encontradas no fato de que ela torna o eleitor “prisioneiro” de sua origem e
classe social. Começa, assim, um olhar mais livre sobre o eleitor, onde ele
pode buscar suas convicções fora do ambiente familiar em que foi criado. Vale
notar que a mídia, até então, não se apresentava como um fator de influência
significativa no voto. O legado da teoria sociológica, de acordo com Mundim, é
a influência dos contatos pessoais.
Cerca de quinze anos depois das pesquisas na Universidade de
Columbia, a teoria criada na Universidade de Michigan ficou conhecida como
Teoria psicológica do voto. Sua explicação para o que ocorre na decisão de
voto reside nas próprias inclinações da pessoa, ou suas predisposições
psicológicas, ao contrário da classe social.
Considerado por Bartels (2008 apud MUNDIM, 2010, p.348-349) o
“marco mais importante de todo cânone da pesquisa eleitoral”, a teoria
psicológica se diferenciou das demais ao prestar “especial atenção ao papel
que os valores (morais, sociais, políticos, etc.) dos indivíduos, adquiridos
durante os processos de socialização, podem exercer nas decisões políticas”.
Com uma hegemonia intelectual que superava as demais teorias até
então, a teoria psicológica introduziu os temas de alienação e engajamento nas
suas avaliações do comportamento eleitoral. Para Campbell (1964 apud
MUNDIM, 2010, p. 349), a identificação político-partidária, junto com o grau de
alienação-engajamento do cidadão, eram as formas de se compreender a
decisão do voto. Mesmo em pessoas pouco decididas politicamente, suas
inclinações psicológicas latentes influenciavam o voto.
Mundim consegue enxergar um ponto pertinente aos estudos sobre nível
de engajamento-alienação: ele mostra a diferença entre o sistema americano e
o brasileiro, onde, no primeiro caso, os cidadãos não são obrigados a votar. No
caso brasileiro, segundo Mundim (2010), o grau de engajamento-alienação
serve para comparar os cidadãos que prestam atenção às propagandas
políticas e à cobertura da imprensa, enquanto uns não têm o costume de
acompanhá-las.
Na visão de Converse (1962 apud MUNDIM, 2010, p.351), a influência
da mídia no comportamento eleitoral encontrava-se restrita, pois os indivíduos
que não buscavam informações não poderiam ser considerados aptos a mudar
de opinião, enquanto os que procuravam informações eram os indivíduos com
uma predisposição bem definida. Isso pode ser considerado um paradoxo na
teoria do comportamento eleitoral.
Uma das avaliações mais contundentes acerca do papel da mídia e sua
influência restrita no processo de decisão do voto foram feitas por Pippa Norris.
A autora diz que “se o comportamento eleitoral é estável, há pouco espaço
para a influência das questões que são debatidas durante a campanha,
cobertura pela imprensa dos discursos dos líderes [partidários] ou mesmo
qualquer fluxo de apoio partidário de curto prazo”. (NORRIS, 1999 apud
MUNDIM, 2010, p. 351).
Mesmo deixando um legado nos estudos do comportamento eleitoral, as
duas teorias, sociológica e psicológica, perderam parte da hegemonia
intelectual que tinham ao longo dos anos. Foi com a teoria da escolha racional,
de Anthony Downs (1999 apud MUNDIM, 2010, p. 353), que as pesquisas
apresentaram novas descobertas. A teoria econômica sugere que o eleitor vota
em um partido depois de avaliar suas diferenças e o impacto que ele pode
causar na sua vida, em especial, à sua vida econômica. Ele opta pelo partido
da situação se estiver contente com a sua atual condição ou, se estiver
insatisfeito, opta pela oposição.
O grau de incerteza é um ponto fundamental para compreender a teoria
de Downs, enquanto o mundo que vivemos é de muita informação, mas nem
sempre são informações completas. A busca do cidadão pela informação
encontra na mídia uma fonte incapaz de atendê-lo, e assim ele volta a fazer
sua avaliação de acordo com o mundo ao seu redor. Resta, assim, ao cidadão,
calcular o que vai ser mais vantajoso. Votar no governo em situação ou de
oposição. “O voto é uma forma de ação e accountability política que os
eleitores utilizam para interferir nos governos, maximizar o seu bem estar e
alterar os rumos da nação” (DOWNS, 1999 [1957]; MANIN, PRZEWORSK e
STOKES, 2006).
Para a teoria da escolha racional, o papel da mídia tem sua importância
na dimensão simbólica em que os indivíduos compreendem o mundo ao seu
redor. Com a expansão dos meios de comunicação, a imprensa passou a
determinar o fluxo de informações que atingem o eleitorado, e os governos
passaram a depender dela para comunicarem suas ações. Como Mundim
(2010, p. 359) afirma, na conclusão de seu artigo, a incorporação dos estudos
de mídia “daria a devida relevância ao mecanismo de disseminação de
informações mais importante da cena política contemporânea, sem a qual esta
não acontece”.
A teoria sociológica do voto trabalha com a idéia de que o eleitor vota de
acordo com o grupo social ao qual pertence. Por isso, os efeitos da mídia
seriam limitados, uma vez que a opinião dos eleitores próximos ao indivíduo
acabava por influenciá-lo mais ativamente. Apesar de a teoria ter sofrido uma
série de retaliações, é interessante para o desenvolvimento de campanhas
saber que alguns pontos continuam a acontecer da mesma forma em que
foram descobertos. Uma estratégia de comunicação, por exemplo, pode ter
seus efeitos limitados ainda hoje. É o que a teoria detectou como “exposição
seletiva”. Um eleitor com forte predisposição a não votar no PT, continuará
sendo um eleitor com tendências a votar no Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB), por exemplo. As informações são buscadas nos veículos em
que os eleitores conhecem a ideologia dos articulistas, e se identificam com
ela.
Se na teoria sociológica a identidade política do eleitor era definida pela
classe em que ele pertencia, a teoria psicológica tratava os valores morais do
indivíduo como elemento definidor de seu comportamento político. Era
preferível dizer que o eleitor tinha inclinações que partiam da sua percepção do
mundo, que podiam ser diferentes das pessoas que o cercavam. Ainda assim,
o papel da família nesse processo também era muito importante. O papel da
mídia para a teoria psicológica era ainda menos influente na decisão de voto do
que o modelo sociológico, pois a cobertura da imprensa podia pautar as
conversas no caso da teoria sociológica, mas no caso da teoria psicológica, as
informações não tinham poder de mudar as inclinações do indivíduo.
Ao utilizar o argumento de Popkin (1991, p. 31), Pedro Santos Mundim
expõe o conflito entre os olhares das duas teorias, sociológica e psicológica:
“embora Paul Lazarsfeld estivesse em grande parte certo quando disse que
nós pensamos politicamente como somos socialmente (...), [ele] não se deu
conta de quantas coisas diferentes nós somos socialmente, e quantas
maneiras diferentes nós podemos pensar politicamente”. (POPKIN, 1991 apud
MUNDIM, p. 347)
As principais obras que reúnem as pesquisas das duas teorias,
sociológica e psicológica, respectivamente, são: The People’s Choice e The
American Voter¹ (The People’s Choice e Voting. Pode-se dizer que o legado
principal deixado pela primeira é o poder de influência das informações
políticas transmitidas via contatos pessoais. Com o passar do tempo, o cenário
em que a segunda obra foi feita mudou muito, o que torna o seu legado uma
referência histórica, quando a mídia não era o mecanismo de disseminação
que conhecemos hoje. Existem alguns autores que argumentam também que
outro fato que mudou ao longo dos anos foi o grau de identificações político-
partidárias, mas isso é um pouco mais difícil de ser comprovado.
O aspecto econômico foi a principal marca a ser incorporada nas
análises de comportamento eleitoral, que teve como obra mais importante o
livro de Anthony Downs, “Uma teoria econômica da democracia”. Os
argumentos presentes na teoria são fortes, e dizem respeito à capacidade e o
interesse do eleitor na hora de escolher o candidato que trará mais benefícios a
sua vida. O chamado voto retrospectivo, bem como o voto na oposição, pôde
ser explicado com a teoria. Existe uma fórmula matemática que explica o voto
do eleitor, utilizando a avaliação que ele faz do governo e sua expectativa para
o próximo. O diferencial partidário também é utilizado, o que explica a opção
que ele faz entre um candidato e outro. O papel da informação é um ponto
crucial no processo da Escolha Racional, que pode ser explicado na fala de
Mundim sobre a comunicação dos governos com os eleitores:
Existe uma clara dimensão simbólica, ou interpretativa, das avaliações que os eleitores fazem das mudanças no seu bem-estar nos últimos quatro anos, e que os políticos tentam, de todas as maneiras, influenciar. Eles sabem que, para permanecerem no poder, ou conquistá-lo, precisam convencer os eleitores de que um governo, sob sua administração, é o seria o melhor dos mundos (FIORINA, 1981, p.5; FIGUEIREDO et al, 2001. p. 153-157). E, para isso eles utilizam de todas as formas e meios de comunicação disponíveis para alcançar e conquistar o maior número possível de eleitores. (MUNDIM, 2010, p. 357)
. Por isso, ao planejar uma campanha se faz necessário entender os
anseios do eleitor, e pensar um discurso que seja persuasivo no sentido de
captar e traduzir aquilo que a população quer ouvir, e depois, se for eleito,
cumprir o prometido.
1.2 Sistema Partidário
O sistema partidário é um conjunto de partidos que interagem de maneiras padronizadas. Essa definição implica três diferenças entre sistemas e não-sistemas. Primeiro, como Sartori (1976) mostrou, um sistema deve ter pelo menos dois elementos constitutivos; portanto precisa ter ao menos dois partidos. Segundo, a noção de interações padronizadas sugere que há algumas regularidades na distribuição do apoio eleitoral por partidos ao longo do tempo, mesmo que alguns deles ascendam e outros declinem. Terceiro, a idéia de um sistema implica alguma continuidade nos componentes que o formam. (MAINWARING; TORCALL, 2005, p.2)
Além da questão das ideologias e predisposições partidárias ter
importância nas teorias de comportamento político, é interessante pensar nos
seus efeitos dentro do sistema partidário. Uma característica das disputas
eleitorais, no Brasil, é que muitos votos são baseados na personalidade dos
candidatos, ao invés de ter relação direta com o partido ao qual pertencem.
Esse tema é objeto de estudo de alguns teóricos, entre eles, David Samuels
(1997), que se interessou pelo caso específico do sistema brasileiro.
De acordo com Samuels, a principal característica da política eleitoral,
no Brasil, é o individualismo. Mas sua pesquisa propõe uma inversão nessa
regra, de forma a entender como os partidos possam criar meios de fortalecer
suas legendas. Para o autor, o único partido que consegue obter esse tipo de
voto de forma regular e constante é o PT. A explicação para isso tem a ver com
a criação do partido, a forma como ele se organizou de baixo pra cima, ao
contrário dos demais partidos, que trabalhavam com hierarquias internas.
As estratégias que concederam ao PT um status de legenda forte no
sistema são apontadas por Samuels, a saber: “um alto nível de
accountability por parte da liderança, um elevado grau de democracia
intrapartidária, um baixo nível de rotatividade dos deputados e a promoção do
voto de legenda”.
Ao contrário dos outros partidos brasileiros, o PT institucionalizou, ao longo do tempo, um comportamento coeso. Essa estratégia política não só contribuiu para aumentar a votação total do Partido, como também lhe garantiu uma porcentagem de votos de legenda sempre maior que a dos demais partidos. Assim, embora alguns partidos
possam eventualmente promover sua legenda, várias razões podem explicar por que o PT conseguiu manter a importância de sua sigla ao longo do tempo: porque institucionalizou uma série de regras internas que valorizam o Partido para cada um de seus membros; porque baseou suas campanhas no trabalho da militância; e porque durante seus primeiros dez anos evitou entrar em coligações eleitorais que poderiam prejudicar o desenvolvimento de sua legenda partidária (SAMUELS, 1997).
Em uma democracia, existem dois principais perfis de governo. Um mais
conservador, outro mais liberal. É a polarização que conhecemos por esquerda
e direita, mas também existe o centro. Na atual conjectura dos partidos
brasileiros, a grande tendência dos movimentos políticos é se aproximar do
centro, de forma a conquistar o eleitorado médio, nem tão conservador, nem
tão liberal.
Um dos maiores exemplos dessa estratégia vem do próprio PT. Apesar
de sua origem popular e sindicalista, hoje o partido tem um perfil mais próximo
do centro, mantendo uma imagem de governo que se preocupa com as classes
menos favorecidas.
Miguel Corrêa Júnior é um político de identidade consonante com o perfil
do partido em que atua. Quando fundou a ONG “Mudança Já”, seu objetivo era
fornecer um meio das comunidades carentes se desenvolverem, através de
cursos profissionalizantes. Esse tipo de política, de cunho assistencialista, é
uma diferença entre partidos de centro-direita.
Para o sistema partidário, é essencial existir partidos que divergem entre
si, e quanto mais claro for a bandeira deles, mais fácil para a população
escolher um partido. Em grandes cidades, onde muitas pessoas com baixa
renda procuram oportunidades para trabalhar, a existência de aglomerados e
favelas acaba se tornando um foco de atenção dos políticos, em função da
grande quantidade de votos que podem conquistar.
Para a realização da campanha de Miguel, os estudos de geografia
eleitoral podem ajudar a medir a base eleitoral que o candidato possui, bem
como os lugares onde é pouco conhecido.
1.3 Geografia Eleitoral
O estudo da diferenciação geográfica dos votos é um importante elemento não somente para se conhecer as diferenciações socioespaciais, mas também para o entendimento das diferentes correlações de poder nas diversas partes do país. Uma interpretação geográfica permite, por exemplo, entender as elites locais e suas estratégias de manutenção de poder, o que vai repercutir em suas demandas aos governos estaduais e ao governo federal, ou ainda de como, em determinados momentos, estas mesmas elites podem ter seu poder diminuído. (TOLEDO JÚNIOR, 2007, p. 172)
Apesar de ser uma área ainda em desenvolvimento, a geografia eleitoral
é uma ferramenta que pode ser aplicada tanto em pesquisa prévia para
campanhas quanto em governos que estão no poder. No caso deste trabalho, é
interessante planejar algumas análises de território onde o candidato tem
potencial de crescimento, fazer uma pesquisa localizada dos principais
problemas de uma região, manter contato com a base eleitoral e outros casos.
Miguel Corrêa Júnior tem uma base eleitoral consistente nas regiões ao
norte da cidade, como Venda Nova, Ribeirão das Neves e Santa Luzia. Com o
trabalho da ONG voltado a essas regiões, será necessário averiguar como a
população desses lugares avalia atualmente a importância desse trabalho, de
forma a reforçar durante a campanha esse vínculo do candidato com a região.
Outro fato importante que diz respeito a essa ferramenta de geopolítica
será compreender os níveis de penetração que Miguel poderá atingir em outras
regiões, com perfil diferente do norte da cidade. É esperado que a campanha
consiga sensibilizar ambos os perfis de eleitores, de todas as regiões.
1.4 Representação Política
De acordo com Fátima Anastasia (2004, p.17) “por representação
política se entende o conjunto de relações estabelecidas entre os cidadãos e
os governantes eleitos”. Ao contrário do que alguns podem achar, os
mandantes numa democracia são os eleitores, enquanto os governantes são
os mandatários. Mas em seguida, Anastasia aponta os problemas que até
então não existiam, antes da representação:
A solução propiciada pelo método representativo ensejou, porém, a produção de novos e diferentes problemas, relacionados: (1) à natureza dos laços que unem representados e representantes; (2) à capacidade de os primeiros vocalizarem suas preferências perante os segundos e fiscalizarem e monitorarem suas ações e omissões; (3) e à vontade e à capacidade de os segundos efetivamente agirem em nome dos cidadãos e na defesa de seus melhores interesses.( Anastasia, 2004, p. 18)
Ao fazer um programa de Marketing para um partido que está no poder,
pensar na representatividade que ele oferece a população deve ser feita de
maneira a fortalecer sua relação com o eleitorado. Para o PT, que ao longo dos
anos, na visão de alguns analistas, se moveu da esquerda para o centro no
prisma ideológico, é importante se precaver sobre o assunto em debates.
Como assessor, é necessário propor ao candidato um discurso que enfatize os
principais lemas do partido, isto, é, a defesa dos direitos dos trabalhadores,
principalmente.
CAPÍTULO II
Diagnóstico macro político de Belo Horizonte
Com a derrota de Patrus Ananias, em 2012, e depois de uma ruptura da
aliança eleitoral entre PT e PSDB, que se uniram na campanha de Márcio
Lacerda (PSB), o cenário da capital mineira passou a ser mais parecido com o
que era antigamente. Em função da articulação entre Fernando Pimentel e
Aécio Neves, a eleição de prefeito, em 2008, foi um caso atípico em Belo
Horizonte. De acordo com Helcimara Telles (2011), que analisou essa eleição
em um capítulo do livro “Como o eleitor escolhe o seu prefeito”, a federalização
foi a principal marca do discurso utilizado pelas duas figuras, Pimentel e Aécio.
A autora comenta:
A parceria Aécio-PT se apresentava como um projeto de promoção dos interesses públicos sobre os interesses dos estados (...). O slogan “Meu partido é BH” – síntese desta retórica política -, bem como o tema da parceria, reiteradamente repetidos, expressavam o tom conciliatório e apartidário com que foi modulada a propaganda da aliança” (TELLES, 2011,p.101)
De acordo com Telles, as expectativas sobre o eleitor, para os
envolvidos na aliança, eram de que o voto seria dado sob influência da
avaliação retrospectiva e visando o continuísmo, uma vez que as pesquisas de
opinião mostravam a aprovação dos governos estadual e federal, onde muitas
obras foram feitas durante o mandato de Pimentel.
Para Antônio Lavareda (2011), ao observar as marcas das eleições
municipais em todo o território nacional, percebeu a influência da “economia,
da parceria, e da continuidade” nas decisões de voto e no comportamento
eleitoral. Ele se lembrou da crise e da grave situação financeira que assolou o
planeta, tendo a quebra do Banco Lehman Brothers como símbolo do
problema; mas nada disso, segundo ele, apareceu na agenda das campanhas
municipais brasileiras.
De tal maneira, a oposição governamental, naquele momento, não era
bem vista aos olhos da opinião pública. O clima positivo, o sentimento de
satisfação, contentamento, beneficiou os partidos que estavam no poder
(Lavareda, 2011).
Outro fato que fortalece a campanha de um partido como o PT, também
lembrado por Lavareda, é o recall das notícias que a população tinha sobre o
governo Lula, tendo como conseqüência uma avaliação da presidência que
nunca antes havia sido tão positiva na história brasileira. Através da dimensão
subjetiva é que Lavareda explica a influência na decisão do voto de um assunto
que teoricamente não faz parte das agendas municipais. Isso, a meu ver, pode
ser uma permanência para a próxima eleição que este trabalho tem como foco.
Mesmo com a avaliação positiva e a presença de Pimentel e Aécio
recorrente nas propagandas, a eleição de Márcio Lacerda não aconteceu com
facilidade. Na disputa em segundo turno, Leonardo Quintão (PMDB) chegou a
ficar dez pontos percentuais à frente de Lacerda. Muita campanha negativa foi
feita, um vídeo infame do candidato foi amplamente divulgado, e as estratégias
da aliança passaram a ser mais contundentes e diversificadas. A estratégia de
realçar a reputação personalizada do candidato, adotada no início do HGPE, foi
substituída por salientar a reputação partidária no segundo turno.
A experiência dessa eleição é importante no planejamento de 2016 pela
volatilidade apresentada no comportamento eleitoral e também pelo impacto
que a campanha de Leonardo Quintão causou com os métodos utilizados pelos
coordenadores. O populismo, embora seja rechaçado por uma parcela da
sociedade, mostrou que pode angariar muitos votos dentro do eleitorado de
Belo Horizonte. E, também, candidatos que contam com apoios importantes,
não são necessariamente uma escolha geral da cidade.
O fato que tornou essa eleição atípica, de acordo com Telles, foi a
ausência da polarização entre PSDB e PT, tradicionais adversários nas
disputas eleitorais, tanto federal quanto estadual e municipal. Dessa forma, a
autora indaga se as identidades partidárias funcionaram como um atalho para o
voto, uma vez que não havia oposição.
Historicamente, desde a redemocratização, Belo Horizonte sempre foi
governada por partidos situados ao centro ou à esquerda. De acordo com
pesquisas, o eleitorado petista em Belo Horizonte alcançava 30%1. Neste
trabalho, é interessante pesquisar os reflexos das últimas eleições, se a aliança
com o PSDB representa algo negativo sobre a imagem do PT, e se outras
forças de esquerda podem estar aumentando dentro do eleitorado.
Para manter a força da legenda, durante o planejamento da campanha
de Miguel, o programa de governo deve ser feito de forma rigorosa, pois é
assim que se dá personalidade a uma campanha política. No manual de
campanha política, desenvolvido por Ronald Kuntz, o autor explica a
importância do programa de governo:
Um programa serve para divulgar o quanto um candidato é inteligente, conhecedor dos problemas da comunidade e sensível a eles, provando ao eleitorado a sua competência, seriedade, honestidade e capacidade de solucionar problemas, mostrando-se moderno e afinado com as aspirações populares. (KUNTZ, 1988, p.67)
A presença de um evento de âmbito mundial, a ser realizado em nosso
país, em 2014, certamente mexerá com o sentimento da Opinião Pública.
Resta aos políticos e seus assessores saber como isso pode influenciar nos
discursos, e sempre determinar em qual lado se colocar. A Copa do mundo é
um evento que trará impacto a uma já delicada área da Ciência Política, e que
interessa muito aos partidos e, por extensão, ao PT: a representação política.
A única forma de tecer previsões e antecipar o cenário de uma eleição
majoritária é recolhendo todas as informações que são divulgadas pelos meios
de comunicação e estar atento à repercussão que elas podem causar. Além
disso, é preciso fazer pesquisas antes e durante a campanha, para aprimorar
as estratégias de comunicação.
Mesmo que a indicação dos candidatos que irão pleitear um cargo só
aconteça perto das eleições, o processo de manobras do jogo político acontece
1 (Pesquisa Ipespe/UFMG, set. e out. 2008 citada por Telles, 2011)
o tempo todo, com regularidades de tempo diferentes. Não é incomum, na atual
conjectura do sistema partidário, mudanças ocorrerem abruptamente. Um
exemplo disso envolve Miguel Corrêa, que chegou a ser indicado como vice
prefeito de Márcio Lacerda, em 2012, mas não acabou acontecendo. A decisão
de romper a aliança com o PT foi uma estratégia de Lacerda para iniciar um
projeto político dentro de seu partido, o PSB.
Quando foi eleito em 2008, Lacerda era uma novidade para o eleitorado
de Belo Horizonte. O principal entusiasta de sua candidatura a prefeito foi
Aécio Neves, que almejava ter o partido em uma coligação numa possível
eleição a presidente, o que não aconteceu. Como o PT e PSB até então eram
partidos aliados, além do apoio formal de Aécio Neves, Márcio Lacerda contou
com o apoio de Fernando Pimentel, ambos bem avaliados pelo eleitorado de
BH.
Vale dizer que a campanha de Lacerda teve em seu limite de
investimento um valor de 14 milhões de reais2, o maior entre todas as
campanhas, e ainda assim foi uma disputa acirrada. Leonardo Quintão chegou
a ultrapassar o candidato do PSB, mas não conseguiu manter a liderança.
É interessante relembrar como a aliança aconteceu e, também, os
motivos dela ter acabado. Em 2012, Lacerda rompeu o pacto com o PT,
deixando este último partido em uma situação de emergência, com pouco
tempo para construir uma oposição ao governo que ajudou a criar. A escolha
de Patrus Ananias, a meu ver, foi uma decisão sensata. O próprio Miguel
Corrêa, numa entrevista de 2013, assumiu ter aberto mão da disputa em
função da envergadura política e da experiência de Patrus.
Um fato que é importante ser colocado na construção de cenários é as
eleições que acontecerão antes de 2016. Embora as coligações não estejam
formadas, elas só serão construídas após a eleição de presidente, em 2014.
Além da atual presidente provavelmente disputar a reeleição, os nomes de
Eduardo Campos, Aécio Neves e Marina Silva são os mais fortes até o
2 Investimento das campanhas acessado em abril de 2013: http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_3/2008/07/06/em_noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=70386/em_noticia_interna.shtml
momento. Mas pode ser que alguns deles se unam para ter mais tempo de
televisão, um fato de extrema importância nas campanhas.
Se acontecer uma aliança em 2014, é provável que ela tenha reflexos na
escolha do candidato de Lacerda, em 2016. Pode ser que o PSB indique
alguém do partido, ou o próprio vice de Lacerda, Délio Malheiros, do PV. Não
há como prever se o PSDB terá um candidato, mas também existe essa
possibilidade. Se isso acontecer, Miguel Corrêa pode disputar tanto contra um
tradicional adversário, do PSDB, ou contra um forte concorrente, que terá o
apoio do atual prefeito. Resta saber como a população avaliará o governo
municipal nos próximos três anos.
Apesar dessa incerteza sobre o cenário, é certo que o PT terá um
candidato, que fará oposição ao atual governo. É com essa mentalidade que
esse planejamento está sendo feito. A disputa do governo estadual, que tem
como principal candidato Fernando Pimentel, servirá como teste para a
candidatura de Miguel a prefeito, pois são políticos que atuarão juntos em
ambas as eleições.
Uma das principais estratégias para um candidato de oposição é o
ataque aos pontos negativos da atual gestão, tanto do governo quanto a
imagem do mandatário. Nesse sentido, a campanha de Miguel não precisa
fazer uma oposição tão radical, mas é importante mostrar à população todos os
erros cometidos por Lacerda, e também as promessas não cumpridas.
A desconstrução de um candidato acontece de várias formas e, ao que
parece, Lacerda tem sido alvo de muitas críticas, mas nenhuma tão séria. É
importante saber a opinião da população, para saber qual estratégia adotar. Se
o governo estiver bem avaliado, a oposição deve ser moderada. Se estiver mal
avaliado, a oposição pode ser mais contundente.
É interessante ressaltar a existência de alguns movimentos novos na
capital que, embora apartidários, demonstram uma profunda rejeição à atual
gestão. Algumas medidas do governo de Lacerda foram mal recebidas por
esses movimentos, como a desocupação das comunidades Dandara, Irmão
Dorothy e Camilo Torres. São problemas como esses, que ferem os direitos
humanos, que podem ser explorados por Miguel para conquistar os eleitores
inconformados com o atual prefeito.
Na área de Políticas Culturais, Lacerda também sofre com as críticas.
Muitas medidas propostas pelo governo não foram discutidas com a população,
nem seus representantes. No governo de Lacerda, decretos proibindo eventos
em praças públicas, comerciantes e artesãos atuarem nas ruas e parques,
dificuldade para bares funcionarem com mesas nas ruas, tudo isso gerou
revolta na opinião popular. Mesmo assim, todas essas questões podem não ter
atingido o grosso do eleitorado. Por isso, pesquisas de opinião encomendadas
na campanha precisarão medir os efeitos da atual gestão.
Para complementar a questão da desconstrução do adversário, é
justamente tocar naquilo que ele é mais conhecido. Por ser um empresário que
virou político e que tem como principal característica a “realização de obras”.
Tendo em vista a Copa do Mundo, nada mais previsível do que existirem tais
obras. Mas na campanha pode ser questionado o custo real das medidas do
governo, a saber: higienização social, desalojamento de famílias e benefícios
pessoais através do dinheiro público. Vale frisar, tudo depende da avaliação do
governo pela população, o que definirá o tom dos ataques direcionados ao
adversário.
CAPÍTULO III
Estratégias e Mobilização
Alberto Carlos Almeida (2008, p.34-86) propõe algumas regras para
qualquer disputa eleitoral, quais sejam:
• Primeira regra: ganhar a eleição contra um governo bem avaliado não é pra quem quer, é pra quem pode.
• Segunda regra: candidato que tem identidade não tem pés de barro. • Terceira regra: em eleição, quem é mais lembrado larga na frente em uma corrida
curta. Portanto, às vezes é preciso disputar várias eleições antes de se tornar o favorito.
• Quarta regra: para ser eleito é preciso ter currículo e prometer resolver problemas importantes do eleitorado
• Quinta regra: Quem não tem potencial de crescimento não vai longe. • Sexta regra: não se deve contar com a transferência de votos
As principais estratégias para a campanha de Miguel Corrêa deverão ser
feitas tendo em mente as regras acima. Além de serem claras e objetivas,
elas são realistas no sentido de que algumas disputas são mais difíceis que
outras, dependendo de qual lado o candidato está, de sua experiência e
ousadia.
Na primeira regra, o papel de pesquisas de opinião é muito importante.
Através delas é que podemos saber a opinião do eleitorado acerca do
governo, e se a chance da oposição é existe ou não. Se Márcio Lacerda
estiver bem avaliado, a principal estratégia é fazer uma oposição moderada,
mas mostrando as falhas do seu governo, por exemplo: o não cumprimento
das construções das Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEIs),
que aconteceu por falta de investimento da prefeitura, que optou por investir
em projetos visando a Copa do Mundo. Esse fato é uma boa questão de se
colocar em um debate, por exemplo.
A segunda regra dialoga com a primeira, no sentido de criar uma
identidade para o candidato através dos pontos a serem cobrados de um
prefeito. Miguel Corrêa, ainda pouco conhecido, deve sempre lembrar os
eleitores de sua trajetória, de tudo que fez para as populações carentes. A
melhor forma para fazer com que ele seja visto como um candidato sem
“pés de barro” é dar-lhe uma imagem de político preocupado com os
direitos das classes inferiores, que busca igualdade entre as pessoas.
A terceira regra pode ser o principal aprendizado da campanha, caso
não haja a vitória que o candidato espera. Na política, muitas vezes um
candidato só consegue ser eleito depois de disputar algumas vezes aquele
cargo.
Apesar de jovem, Miguel Corrêa já tem um currículo consistente. Ele se
elegeu por conta de um trabalho de transformação social que ajudou a criar,
e isso faz diferença para muitas pessoas. Na campanha, sempre será
colocado que Miguel é um candidato empenhado em ajudar quem precisa,
que defende a bandeira dos trabalhadores. Seu currículo corrobora essa
idéia.
O potencial de crescimento de Miguel tem muitas chances de ser
favorável, uma vez que ele representa um partido de grande expressão no
território. Além disso, conta com uma base sólida em Venda Nova e cidades
vizinhas que podem participar influenciar no voto da capital.
A transferência de votos é uma questão que gera polêmica, pois não
deve ser tida como certa, como foi colocado na sexta regra. Mesmo sendo
um aliado de Fernando Pimentel, é essencial criar uma campanha com o
perfil do PT sem utilizar em demasia a imagem de políticos em detrimento
da de Miguel. Temos um exemplo recente de que a transferência de votos
não deve ser tida como certa, na eleição de Márcio Lacerda. Mesmo com
Aécio Neves e Anastasia, Lacerda quase perdeu a eleição para Leonardo
Quintão.
3.1 Proposições e corolários
Ao construir uma proposta metodológica para estudos de propaganda
eleitoral, Marcus Figueiredo, junto com outros colaboradores do artigo
“Estratégias de Persuasão em Eleições Majoritárias: Uma Proposta
Metodológica para o Estudo da Propaganda Eleitoral” classificou a disputa
eleitoral como uma disputa entre estratégias de persuasão, usadas nas
campanhas. Tal teoria pode ser verificada dentro da própria estrutura do
sistema democrático, onde sempre existirá uma tensão sobre as expectativas
do mundo futuro e a avaliação que os eleitores fazem da vida atual. Dessa
maneira, as principais formas de argumentação usadas pelos
candidatos/partidos se constituem a partir do campo em que eles atuam numa
determinada eleição, a saber: situação ou oposição. Para um candidato que
está no poder, e almeja ser reeleito, ou eleger um sucessor, sua principal
orientação no discurso é apresentar as conquistas da sua gestão. Se a
avaliação que a população fizer da sua gestão for negativa, os opositores têm
mais chances de sucesso eleitoral. Do outro lado, o discurso da oposição se
baseia na demonstração dos fracassos da última gestão e, conseqüentemente,
na apresentação de programas de governo para contornar essa situação.
Sobre a estrutura discursiva utilizada nas campanhas:
A lógica da competição eleitoral exige de cada campanha a seguinte estrutura discursiva:
1. descrever um mundo atual, dentre os possíveis, que melhor represente as condições sociais em que as pessoas vivem; aqui o objetivo é persuadir a todos de que “ o copo com água está quase vazio ou quase cheio” ;
2. descrever um mundo futuro, dentre os possíveis, desejável para a maioria do eleitorado; aqui o objetivo é persuadir as pessoas de que, no mínimo, “ o copo com água não ficará quase vazio” , isto é, a situação melhorará;
3. a melhor maneira de se construir o mundo futuro desejável é fazer X; e
4. a única garantia de que X será feito é através do candidato, do grupo político ou do partido ao qual está ligado; esses atores se tornam os garantidores da realização do mundo futuro desejável. (FIGUEIREDO et al, 1998, p. 4)
Essa forma de enxergar o embate entre candidatos permite
entendermos a retórica utilizada pelos atores, bem como o argumento central
de suas campanhas. Como afirma Riker (1996 apud Figueiredo), ao decifrar o
argumento das campanhas podemos entender o motivo que leva um candidato
a sair vitorioso nas urnas, e os outros, não. É importante lembrar que a
conjectura de uma eleição nunca é igual a outra, os partidos estão sempre se
renovando e os problemas de uma cidade variam entre si, o que leva as
campanhas a trabalharem com diferentes proposições, trazendo necessidade
de se fazer pesquisas recorrentes para saber como as pessoas irão se
comportar durante uma eleição.
Para aplicar essa teoria no cenário da eleição de prefeito em Belo
Horizonte, fazer um planejamento de pesquisas quantitativas e qualitativas é o
primeiro passo na descoberta da proposição e o corolário que permitirão
desenvolver uma estratégia de retórica para imprimir no discurso de Miguel
Corrêa. O primeiro elemento da disputa já é conhecido, pois se trata de uma
campanha de oposição, já citado neste trabalho. O segundo elemento é medir
a opinião pública sobre a atual administração. A última pesquisa disponível3
sobre o tema, realizada antes da reeleição de Lacerda, em 2012, apontava os
seguintes números:
- 51% avaliavam o governo como Ótimo
- 34% como Regular
- 12% como Ruim
- 2% NS/NR
Dessa forma, entre as seis proposições imaginadas por Marcus
Figueiredo, devemos estar atentos a configuração que o embate retórico pode
adotar: ele pode ser reduzido a um tema que domina os demais (Princípio
dominante), ou pode ser definido como Princípio da Dispersão, onde nenhum
tema ganha destaque sobre os demais. A meu ver, Miguel Corrêa tem
condição de se apresentar como um “garantidor do mundo futuro possível”, um
3 http://www.jogodopoder.com/blog/politica/marcio-‐lacerda-‐prefeito-‐melhor-‐avaliado-‐do-‐brasil/ Acessado em maio de 2013
corolário adequado numa eleição onde não há um tema dominante. Por isso,
uma das primeiras orientações é não insistir em um só tema, de forma a criar
uma imagem de político aberto e preocupado com as demais áreas. No
entanto, devemos estar atento aos principais problemas apontados pela
população. Em 2012, as críticas recaíam sobre a saúde, segurança e trânsito,
respectivamente4. O Estado de Minas, desde então, publicou uma série de
manchetes/matérias sobre a dificuldade que o prefeito teria para cumprir com
suas promessas, tanto pelos problemas políticos quanto pela dificuldade real
de sanar os problemas. Sobre os problemas políticos, o jornal divulgou a lista
de parlamentares que provavelmente deixariam de apoiar Lacerda após a
ruptura com o PT, além da expectativa do PSDB também abandonar a aliança,
em função do projeto político de Aécio Neves de se tornar presidente.
Ao barrar 90% dos nomes indicados pelos tucanos aos cargos da
prefeitura, Márcio Lacerda fez uma escolha que o deixou praticamente sozinho
com seus aliados. Uma das indicações do PSDB foi o nome do deputado
estadual João Leite para o comando da Secretaria de Obras, e que também foi
barrado pelo prefeito. Esse constante desagrado ao partido que tanto o apoiou
pode levar o PSDB a indicar inclusive João Leite para pleitear o cargo de
Lacerda, sendo assim um possível adversário de Miguel Corrêa.
Se trabalharmos com a proposição de que nenhuma interpretação sobre
o mundo atual será dominante, no momento da eleição, o trabalho dos
assessores de Miguel será criar uma imagem de credibilidade, uma vez que o
candidato não tem uma área em que se tornou conhecido na cidade. Ainda
assim, o trabalho da ONG pode ser o início de uma campanha que se baseará
numa história de ascensão social, uma vez que ele ajudou a transformar o
lugar em que cresceu. Por isso, o foco da campanha será de sensibilização do
eleitorado, apresentação do candidato e a garantia de trabalho baseada na
legenda.
Como estratégia discursiva, o principal elemento para a retórica de
Miguel será mostrar uma interpretação diferente da proposta pela situação.
Esse trabalho nada mais é do que encontrar falhas no governo, por exemplo: a
demora na entrega do Hospital Dr. Célio de Castro, no bairro Milionários; as
4 Pesquisa Ibope citada pelo Estado de Minas, 30 de dezembro de 2012.
obras mal planejadas na construção do BRT; a falta de investimento na saúde,
em geral. Por mais que o prefeito fale que a área da saúde avançou nos
últimos anos, esse tema é geralmente constante nas agendas da cidade de
Belo Horizonte. Para a tarefa, é interessante pensar os outros temas que
podem dominar os demais, e essa possibilidade sempre existe. Com a crise
financeira com assolou os países europeus, embora ela não tenha sido sentida
pelos brasileiros, pode ser que seus reflexos sejam tardios. Planejar um
programa de governo com destaque para a segurança, com intuito de terminar
as obras em avenidas principais do trânsito, investimento no lazer e cultura da
população são apostas que podem trazer apelo popular na campanha de
Miguel.
CAPÍTULO IV
Planejamento Estratégico
Primeira fase: Análise da situação atual (Avaliação de recursos financeiros,
políticos, humanos, materiais)
Análise interna:
O período no qual o partido de Miguel Corrêa Júnior se encontra, pode-
se dizer, é um período de transição. A principal forma em que essa transição se
reflete é numa estratégia de renovação do perfil dos candidatos que
tradicionalmente compuseram o PT, mais especificamente nas grandes
cidades. Um exemplo dessa estratégia, e que deu certo, foi a eleição de
Fernando Haddad para prefeito de São Paulo, em 2012.
É reconhecido por diferentes tipos de pessoas o empenho de Luis Inácio
Lula da Silva para tornar o PT uma das maiores legendas do sistema partidário
brasileiro. E, nessa empreitada, o ex-presidente prova para os que não
acreditavam em sua liderança que sua imagem tem alto teor de influência,
tanto sobre o eleitorado quanto sobre a opinião pública.
Em Belo Horizonte, o partido não programou a mesma estratégia feita
em São Paulo, pelo seguinte motivo: existia, até pouco tempo antes da eleição,
uma aliança entre PT e PSB, que governaram a cidade entre 2008 e 2012. O
esperado era que Miguel Corrêa Júnior sairia como vice na chapa de Márcio
Lacerda, prefeito que tentava a reeleição. No entanto, o PSB decidiu romper a
aliança, e o PT teve pouco tempo para agir como oposição. Escolheu um
candidato com experiência, de forma a balancear a disputa.
Apesar de Patrus Ananias ter uma trajetória que dá inveja em muitos
políticos, sua campanha não vingou. O recall de Márcio Lacerda, assim como a
imagem de seu governo, eram evidências apontadas pelas pesquisas, o que
indicava um clima desfavorável ao PT.
É importante ressaltar que a renovação não é uma tarefa urgente para o
PT, mas uma jogada que visa o longo prazo.
Ambiente externo:
Miguel Corrêa Júnior é deputado federal e conta com uma base eleitoral
consistente na região norte da cidade, bairros como Barreiro e Venda Nova,
além de cidades vizinhas, como Ribeirão das Neves e Santa Luzia. Porém, seu
nível de conhecimento dentro do eleitorado da capital tende a ser baixo, por
nunca ter disputado um cargo majoritário até o momento.
Uma das marcas de sua candidatura é o apoio de Fernando Pimentel,
político bem avaliado na cidade e em todo o estado, provável candidato petista
ao governo de Minas. Não se espera que seus votos sejam transferidos, por
isso a campanha deve ter um conceito atrelado a Miguel Corrêa Júnior, e por
extensão ao modo petista de governar.
A tarefa de eleger um candidato logo na primeira vez em que disputa um
cargo majoritário é difícil, mas temos exemplos animadores dentro da história
recente do partido: a eleição da presidenta Dilma Rousseff, uma das apostas
mais ousadas de Lula.
Para cumprir o objetivo do candidato, que é se eleger prefeito, a principal
orientação para a campanha é mostrar todas as falhas do atual governo, propor
meios de melhorar a qualidade de vida e mostrar como isso vai ser feito,
através de um plano de governo.
O tom da campanha, caso as pesquisas mostrem que a prefeitura está
bem avaliada, será de oposição moderada, dando ênfase na continuidade das
obras iniciadas. É importante mostrar que o trabalho será feito a não perder
tempo e nem recursos, problemas que são mal recebidos pela população de
forma geral.
Sobre o ambiente externo, existem pontos favoráveis (citados acima) e
desfavoráveis à candidatura, a saber: os outros partidos estão unidos em um
projeto de evitar o crescimento do PT, por exemplo: pode acontecer uma
aliança entre PSB e PSDB, tanto para o governo quanto para a prefeitura. Se
Márcio Lacerda desocupar o cargo de prefeito para sair ou como vice, ou como
governador, Délio Malheiros (PV), que é o atual vice-prefeito de Belo Horizonte,
pode disputar sua reeleição, contando com a administração pública ao seu
comando.
Perfil de Miguel Corrêa Júnior
O perfil de Miguel Corrêa Júnior tem suas raízes na fundação da ONG
“Mudança Já”, um trabalho voltado às comunidades carentes de Venda Nova.
Antes disso, já havia sido presidente por três mandatos do DCE da faculdade
onde se formou em História, a UNI-BH. Por ter começado tão cedo sua vida
política, a experiência que adquiriu ao longo do tempo o credencia a disputar o
cargo de prefeito. Mas será importante tratar deste tema com cautela durante a
campanha. Sua juventude, ao mesmo tempo em que pode transformar sua
campanha e angariar eleitores que desejem um candidato de renovação, pode
ser tema de ataques dos adversários.
Além de representar um partido de enorme importância no cenário
político atual, Miguel Corrêa tem uma boa relação com figuras que atuam tanto
dentro quanto fora de seu partido. O principal aliado de Miguel é Fernando
Pimentel, um político que goza de reconhecimento e boa imagem perante o
eleitorado mineiro. Provável candidato a governador do estado, será
interessante ver de qual forma Corrêa participará da campanha de Pimentel: se
atuará nos bastidores ou se pretende ter exposição midiática para conquistar
cedo alguns eleitores de seu aliado.
Outro fato que beneficia sua campanha foi apresentado acima.
Nomeado por Dilma Rousseff relator do Orçamento da União, Miguel ocupará
um cargo de muita influência, o que pode trazer confiança a sua candidatura.
Como planejador de campanha, esse atributo certamente será trabalhado para
torná-lo prefeito.
4.1 Pesquisas de Opinião
A Campanha Eleitoral é essencialmente um diálogo intenso entre o projetista político e os eleitores e cabe aos profissionais responsáveis ajudar a tornar esse diálogo o mais produtivo possível. Muitos criticam o Marketing Político, responsabilizando-o por uma suposta perda de conteúdo das Campanhas Eleitorais. Supondo que tal perda seja real, a responsabilidade por ela é puramente dos interlocutores desse diálogo – candidatos/partidos de um lado e eleitores do outro – que o Marketing Político só procura mapear e sistematizar, para torná-lo mais eficiente. (CERVELLINI, Silvia. 2008 p. 42)
Dentro do processo de marketing que se pretende descobrir os anseios
dos consumidores, no caso deste trabalho, os eleitores, as três fases propostas
por Cervellini (2008) permitem desenvolver as estratégias de forma a não
perder em nenhum momento o diálogo que se trava entre o candidato e o
eleitorado.
• Fase I – Mapeamento de contexto social e político
• Estado de espírito/clima
• Agenda/Temas da campanha
• Qualidade/condições de vida
• Avaliação da atual administração
• Adesão a discursos alternativos
• Mapeamento de lideranças
• Conhecimento dos pré-candidatos
• Destaques positivos e negativos dos pré-candidatos
• Pré-disposições eleitorais/Preferência entre pré-candidatos
• Fase II – Posicionamento e discurso
• Matriz de imagem dos pré-candidatos
• Atributos mais associados
• Temas mais associados
• Matriz de imagem dos partidos/grupos políticos
• Razões de preferência
• Razões de rejeição
• Conhecimento e reação a propostas/discursos
• Teste de conceitos
• Linhas de comunicação
• Fase III – Monitoramento
• Evolução das intenções de voto
• Evolução da Rejeição
• Evolução de Imagem
• Atualização da Agenda
• Avaliação de Comunicação
• Teste de propostas
• Pré-teste de comunicação
• Georeferenciamento
• Simulações/Prognósticos
Ao obedecer a essas três fases do processo de pesquisa de opinião, um
candidato, junto com seus estrategistas, certamente possui mais chances de
fazer uma campanha forte e apta a ter sucesso. O mais importante, no entanto,
é saber ler o resultado dessas pesquisas, bem como fazer as perguntas no
questionário.
No caso de Miguel Corrêa, que disputa pela primeira vez uma campanha
majoritária, provavelmente não terá menção espontânea a seu favor. Mas
através de um questionário, podemos saber se o fato de ter um aliado como
Fernando Pimentel, fazer parte de um partido como o PT, podem fazer seu
potencial de crescimento ser um fato positivo.
MÉTODO QUANTITATIVO
Através de uma amostra da população, é possível reunir uma série de
opiniões acerca de um tema que se deseja pesquisar. Em política, muitas
pesquisas de opinião são feitas para uso interno dos partidos, de forma a
orientar as ações de marketing e a construção do discurso.
O que permite traçar esse panorama sobre a opinião pública é um
cálculo estatístico que se baseia numa réplica da população que seja
representativa do conjunto. Por se tratar de trabalho que exige rigorosidade,
alguns termos são muito utilizados quando se fala em amostragem: viés,
variável, margem de erro, intervalo de confiança, entre outros.
Um dos tipos de amostra mais utilizados em pesquisas políticas é a
amostra por cotas. Ela é considerada não-probabilística por dividir a população
em subgrupos, de forma, a saber, o que pensam determinadas pessoas sobre
um tema, candidato ou o que se desejar pesquisar. Exemplos desses
subgrupos são: homem e mulher, brancos e negros, escolaridade baixa e
escolaridade alta, jovens, adultos e idosos.
Numa campanha eleitoral, é interessante saber como o discurso e os
temas de um candidato são recebidos e, às vezes, existem diferenças entre o
recebimento por parte de um grupo e outro. Por exemplo, um candidato pode
ser bem avaliado pela população negra e mal avaliado pela população branca.
Se a pesquisa comprovar isso, é o caso de criar estratégias para convencer o
eleitorado que rejeita aquele candidato.
Um dos casos de marketing político que representa bem um problema
desses, e que foi contornado com sabedoria, foi na eleição de Lula, em 2002.
Quando o responsável pela comunicação política da campanha “descobriu” que
Lula era mais rejeitado entre as mulheres, decidiu incluir um número grande de
mulheres grávidas em um dos programas. Através da sensibilização, conseguiu
converter uma parte do eleitorado que até então não estava disposto a votar no
candidato. Isso só aconteceu devido a pesquisas, tanto quantitativas, por cotas,
quanto qualitativas, com grupos femininos.
Para a campanha de Miguel, muitas pesquisas deverão ser feitas. É
interessante saber se o eleitorado estará disposto a votar em um candidato
petista que tem o apoio do possível governador, por exemplo. Se a resposta
for, em geral, positiva, será o caso de incluir o político nas ações da campanha,
o que provavelmente pode acontecer. Outro fato que é preciso saber é se a
idade de Miguel pode ser um obstáculo a sua candidatura. Tudo isso será
desenvolvido em questionário, com o cuidado de não provocar viés nas
respostas.
MÉTODO QUALITATIVO
A principal característica desse tipo de pesquisa é a forma como se
aborda os pesquisados. Ao contrário do método quantitativo, a intenção aqui é
averiguar em profundidade as opiniões, de forma a descobrir elementos
subjetivos nas respostas. Quando se quer descobrir a raiz de algum problema,
por exemplo, os pesquisadores utilizam ou técnica de Grupos de Discussão, ou
Entrevista em Profundidade.
As pesquisas qualitativas devem ir além de uma simples descrição do que as pessoas dizem a respeito de um tema ou de um candidato. Sua riqueza está na capacidade de levantar e analisar o que não é verbalizado. Para isso são empregadas técnicas projetivas, onde o entrevistado/participante abandona de certa forma, o controle racional do que está expressando. (CERVELLINI, 2008, p. 55)
Algumas das técnicas utilizadas em pesquisas qualitativas são, de
acordo com Cervellini (2008, p.55):
• Agrupamento: mapeamento qualitativo das “marcas”. Dados os nomes que se
deseja investigar, solicita-se aos participantes que agrupem por similaridade e
obtém-se aqui os critérios espontâneos de segmentação e os atributos/valores
que diferenciam os concorrentes.
• Associações-livres: primeira palavra que vem à mente quando ouve falar de
(candidato); se (candidato) fosse um automóvel seria..., se fosse um animal
seria...
• Role-playing: simulação, faz de conta.
• Colagem: respondentes folheiam uma pilha de revistas e recortam figuras,
desenhos e palavras que expressem a imagem de um partido político, ou de
um discurso, ou mesmo de um candidato
Uma das principais vantagens de se fazer esse tipo de pesquisa é a
possibilidade de se colher informações concomitantemente à pesquisa, e
assim explorar quais opiniões se mantém fortes e outras que são só
impressões. Para um candidato ainda não conhecido, é possível descobrir,
através de alguns testes com imagem, qual a impressão que ele passa. No
caso de Miguel, será possível ouvir tanto críticas quanto elogios, e fazer um
planejamento do discurso baseado nesses fatos. O mesmo vale para
descobrir as qualidades e fraquezas dos adversários.
Para este trabalho, a indicação de roteiro para Grupos de Discussão
será feita com objetivo de testar alguns comerciais e outros tipos de peças
para avaliar a imagem que Miguel Corrêa provoca nas pessoas.
Análise SWOT
A análise Swot foi desenvolvida com o objetivo de criar um esboço do
cenário em que um candidato, ou um produto, será lançado. No marketing
político, assim como no empresarial, realizar alguns testes e pesquisas se faz
essencial no desenvolvimento das estratégias. Para a polítca, é interessante
realizar uma análise swot tanto do próprio candidato quanto dos adversários,
para criar estratégias de ataque e defesa.
Quadro I
Análise SWOT Miguel Corrêa Júnior
S – Strenghts (Forças)
ü Legenda forte ü Boa reputação ü Começou cedo na política ü Fundou uma ONG ü Comunicativo
W – Weakness (Fraquezas)
ü Primeira eleição majoritária ü Pouco conhecido da grande
maioria do eleitorado
O – Opportunities – Oportunidades
ü Tempo de televisão durante a campanha
ü Apoios importantes ü Disponibilidade de recursos
T – Threarts – Ameaças
ü Dificuldade de penetração em alguns nichos do eleitorado
ü Sua juventude pode ser encarada como falta de experiência
Conclusão
Quando comecei este planejamento, utilizei uma citação que poderia ser
encaixada em qualquer caso de marketing político, por isso a revisito também
na conclusão do trabalho. Mesmo tendo um objetivo definido, que é fazer com
que Miguel Corrêa Júnior seja eleito, por mais profissional que seja sua equipe
de assessores, algumas eleições não são simples de se ganhar. Fazer essa
antecipação, ao contrário do que possa parecer, não é esperar uma derrota,
mas sim entender o papel do personagem principal de uma eleição: os
eleitores.
Como avaliação geral deste trabalho, vejo que o cenário da eleição se
encontra aberto, com oportunidades reais para o candidato petista conquistar o
cargo que almeja. O principal fato que me leva a acreditar nessa hipótese é a
estrutura do partido, somada ao potencial de crescimento do candidato. Mesmo
que Miguel Corrêa seja um nome novo para a grande maioria dos eleitores, ele
tem um perfil bem alinhado à filosofia do PT. Se a campanha conseguir
sensibilizar aqueles que se identificam com as causas do partido, outros
eleitores podem achar diferentes motivos para votar na pessoa do candidato,
uma estratégia que se tornou típica nas eleições brasileiras. Se a campanha
conseguir conquistar o chamado voto personalista, além dos votos ideológico-
partidários, a expectativa será alta, caso aconteça um segundo turno.
Assim, o foco da campanha recai sobre a história de vida do candidato,
bem como sua capacidade de governar uma cidade como Belo Horizonte. As
pesquisas qualitativas apontarão os primeiros indícios de sua figura perante os
eleitores, para depois criar subsídio para pensar nas estratégias de
comunicação da campanha.
Entre as teorias que explicam o processo de decisão do voto, acredito
que todas elas possam trazer à campanha uma parcela de contribuição. Como
legenda, o PT é um dos poucos partidos fortes e bem compreendidos, no perfil
das suas políticas, dentro do sistema partidário. Esse fato explica a preferência
de muitos eleitores que buscam um governo preocupado com a inclusão social
e o bem estar da sociedade como um todo.
A Escolha racional pode ser o principal trunfo para fazer deste
planejamento uma previsão próxima da realidade em que a eleição será
disputada. Com o PT na presidência, com possibilidade de conquistar o
governo do estado, caso ocorra, o clima será favorável na eleição municipal.
Mas esse fato só poderá ser averiguado em pesquisas de opinião. Mesmo com
o voto personalista, ainda existem eleitores que pensam na estrutura partidária
antes de votar. Essa tarefa certamente será importante no desenvolvimento
estratégico das ações de marketing eleitoral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Carlos Alberto. A cabeça do eleitor: estratégia de campanha, pesquisa e vitória eleitoral. Rio de janeiro: Ed. Record, 2008.
DANTAS, Humberto. O político e o profissional de marketing: uma relação em múltiplas dimensões. In: FIGUEIREDO, Rubens (Org.). Marketing Político em Tempos Modernos. Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2008.
CERVELLINI, Silvia. Campanhas eleitorais e pesquisa de opinião. In: FIGUEIREDO, Rubens (Org.). Marketing Político em Tempos Modernos. Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2008.
MUNDIM, Pedro Santos. Cientistas políticos, comunicólogos e o papel da mídia nas teorias de decisão do voto. Revista Política Hoje, v. 19, n.2, 2010.
SAMUELS, David. Determinantes do voto partidário em sistemas eleitorais centrados no candidato: evidências sobre o Brasil. Dados, vol. 40, n.3. Rio de Janeiro, 1997.
TOLEDO JÚNIOR, Rubens de. O lugar e as eleições: A expressão territorial do voto no Brasil. Geotextos, vol. 3, n. 1 e 2, p. 171-183. 2007.
KUNTZ, Ronald A. Marketing Político: Manual de campanha eleitoral. São Paulo: Global, 1986.
MAINWARING, S; TORCAL, M. Teoria e institucionalização dos sistemas partidários após a terceira onda de democratização. Opinião Pública, v.11, n.2, Campinas, out. 2005.
LAVAREDA, A; TELLES, H (org.). Como o eleitor escolhe seu prefeito. Campanha e voto nas eleições municipais. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2011.
ANASTASIA, Fatima; ANTUNES, Felipe. A Reforma da Representação. Reforma política no Brasil. 2004.
FIGUEIREDO, M; ALDÉ, A; DIAS, H; JORGE, V. Estratégias de Persuasão em Eleições Majoritárias: Uma Proposta Metodológica para o Estudo da Propaganda Eleitoral. IUPERJ, 1998
Apêndice
Questionário / Pesquisa Quantitativa
Antes de tudo, observar se o perfil do entrevistado se enquadra na pesquisa, apresentar a empresa, o motivo da pesquisa, destacar a confidencialidade e anotar nome, sexo e bairro em que o entrevistado/a reside. 1- Você é eleitor registrado em Belo Horizonte? - Sim - Não – Substitua o entrevistado 2- Você ou alguém deste domicílio trabalha ou já trabalhou em (ler os
itens): Empresa de pesquisa – Agência de publicidade – Jornal – Empresa de relações públicas - Sim – Substitua o entrevistado - Não 3- Quantos anos você tem? (Marcar a faixa etária) 1- 16 a 17 anos 2- 18 a 25 anos 3- 26 a 34 anos 4- 35 a 44 anos 5- 45 a 59 anos 6- 60 anos ou mais 4- Até que ano você cursou na escola? 1 - Até 4ª série do ensino fundamental 2 - De 5ª à 8ª série do ensino fundamental 3 – Ensino médio completo ou incompleto 4 - Superior completo ou incompleto 5- NS (substitua o entrevistado) 5- Como você classifica a sua situação de trabalho, atualmente?
1 – Trabalhando em emprego com carteira assinada ou é funcionário público estatutário 2 - Trabalhando em emprego sem carteira assinada 3 - Trabalhando como autônomo ou é profissional liberal 4 – Empregador 5 - (PEA) Está desempregado há menos de 1 ano 6 - (NÃO PEA) Está desempregado há mais de 1 ano 7 - (NÃO PEA) É estudante, aposentado ou dona-de-casa 6- Você se considera uma pessoa muito interessada, mais ou menos
interessada, pouco interessada ou nada interessada em questões
sobre a política (governos, partidos, eleições, etc.)?
1 - Muito interessada
2 - Mais ou menos interessada
3 - Pouco interessada OU
4 - Nada interessada
5 – NR
7- Que você se lembre, esta semana você conversou com familiares, amigos ou colegas de trabalho sobre política, governo e eleições?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não lembra/NS/NR
8- Se a eleição para prefeito de Belo Horizonte fosse hoje, em quem você votaria? (Espontânea)
------------------------------ (Anotar o nome) ( ) Ninguém/branco/nulo ( ) NS ( )NR
9- A) Como você se sente morando em Belo Horizonte? Você está (ler
até a opção 5): 1 – Muito satisfeito 2 - Satisfeito 3 – Nem satisfeito nem insatisfeito 4 – Insatisfeito 5 – Muito insatisfeito 6 – NS 7 – NR B) Como você se sente morando no bairro XXXX? 1 – Muito satisfeito 2 - Satisfeito 3 – Nem satisfeito nem insatisfeito 4 – Insatisfeito 5 – Muito insatisfeito 6 – NS 7 – NR 10- Sua percepção sobre a vida em Belo Horizonte, nos últimos quatro
anos, é de que a cidade: 1- Melhorou 2- Está igual 3- Está pior 4- NS 5- NR
11- Sua percepção sobre a vida no bairro XXXX, nos últimos quatro
anos, é de que: 1- Melhorou 2- Está igual 3- Está pior 4- NS 5- NR
12- O que melhorou em Belo Horizonte nos últimos quatro anos? (Anotar)
------------------------ 1- NS 2- NR
13- O que piorou em Belo Horizonte nos últimos quatro anos? (Anotar) -------------------- 1- NS 2- NR
14- De uma maneira geral, como você avalia o desempenho da prefeitura
de Belo Horizonte (em relação a obras, ações, medidas, etc.) Está sendo ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo?
1- Ótimo 2- Bom 3- Regular 4- Ruim 5- Péssimo 6- NS 7- NR 15- Você lembra o nome do atual prefeito de Belo Horizonte? 1- Acertou (Márcio Lacerda) 2- Errou (outro nome) 3- NS 4- NR 16- De uma maneira geral, como você avalia o desempenho do prefeito
Márcio Lacerda, o modo como ele se comporta a frente da prefeitura? Está sendo ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo?
1- Ótimo 2- Bom 3- Regular 4- Ruim 5- Péssimo 6- NS 7- NR
17- Para você, qual a principal marca da administração do prefeito Márcio Lacerda na prefeitura de Belo Horizonte, aquilo em que ele mais se destaca? (Anotar)
--------------------------- 1- Nenhuma 2- NS
18- Para você Márcio Lacerda:------------------ (Ler 1 e 2) 3- Nenhuma das duas 4- NS/Não conhece suficiente 5- NR
1 – É sincero/tem credibilidade; OU
2 - Não é sincero/não tem credibilidade?
1 – Tem pulso forte, é decidido; OU
2 – Não tem pulso forte, não é decidido?
1 – É honesto; OU
2 – Desonesto?
1 – È um líder, um bom político; OU
2 – Não é um líder, um bom político?
1 – É próximo do povo/Está interessado nos problemas das pessoas;OU
2 - Não é próximo do povo/não está interessado nos problemas das pessoas?
1 – É um bom administrador/competente; OU
2 – É um administrador ruim/incompetente?
1 – É inteligente; OU
2 – Não é inteligente?
1 – Tem experiência política; OU
2 – Não tem experiência política?
1 - Tem palavra, cumpre suas promessas; OU
2 - Não tem palavra; não cumpre suas promessas?
1 – Tem acesso ao governo federal; OU
2 – Não tem acesso ao governo federal?
1 – Conhece bem Belo Horizonte e seus
problemas; OU
2 - Conhece pouco?
1 – Tem acesso ao governo estadual; OU
2 – Não tem acesso ao governo estadual?
1 – “É bom de serviço”; OU
2 – Não “é bom de serviço”?
1 – É presente; OU
2 – É ausente?
1 – Se comunica o suficiente com a
população; OU
2 – Não se comunica o suficiente?
19- Vou citar algumas pessoas que atuam na política em Belo Horizonte
e gostaria que você me respondesse algumas perguntas sobre cada uma delas.
A) Com relação a -------------- você diria que:
(1) Conhece bem/tem muitas informações sobre ele(a) (2) Conhece, mas não muito/Tem algumas informações sobre ele(a) (3) Conhece só de nome/só de ouvir falar
- Se a resposta estiver nas opções acima, prosseguir. Se não, apresentar outro nome
(4) Não conhece/ É a primeira vez que ouve falar no nome
(5) NR
B) Como você classifica a opinião que você tem de --------------. Você diria que tem uma opinião muito positiva, positiva, regular, negativa, ou muito negativa sobre ele (a)? (1) Muito positiva (2) Positiva (3) Regular (4) Negativa (5) Muito negativa (6) NS (7) NR
C) Sendo ---------------- candidato(a) a prefeito(a) de Belo Horizonte, você
diria que (ler até opção 4): (1) Tem uma grande possibilidade de você votar nele (a) (2) Tem uma possibilidade média/ razoável (3) Tem uma possibilidade pequena, OU (4) Não tem nenhuma possibilidade de você votar (5) NS/ Não conhece o suficiente para opinar (6) NR
A B C
Délio Malheiros (PV)
João Leite (PSDB)
Miguel Corrêa Jr. (PT)
20- Quais são as suas expectativas para a próxima eleição? Você prefere uma administração semelhante ou diferente da qual a cidade tem hoje?
1- Semelhante 2- Diferente 3- NS 4- NR
21- A) Em qual das seguintes áreas você acha que a prefeitura tem
deixado mais a desejar? B) E em qual a prefeitura tem atuado melhor?C) Dê uma nota pra cada uma das áreas. (Moderador: alternar a ordem de leitura em cada entrevista)
1- Área de cultura, esportes e lazer 2- Área de meio ambiente e ecologia 3- Área de urbanização de vilas e favelas 4- Área de transporte coletivo 5- Programas sociais 6- Área de asfaltamento/ pavimentação de ruas 7- Limpeza urbana (coleta de lixo nas ruas e casas) 8- Conservação/construção de parques, praças e jardins 9- Na área de trânsito
A)-------------------
B)-------------------- C)---------------------
Sobre problemas do município:
22- Qual, na sua opinião, é o principal problema que (citar os itens abaixo) tem hoje? E em segundo lugar?
Belo Horizonte - Primeiro lugar: - Segundo lugar: O centro de Belo Horizonte - Primeiro lugar: - Segundo lugar: O seu bairro - Primeiro lugar: - Segundo lugar 23- Para cada problema que eu vou citar, gostaria que você me dissesse
se este problema é muito grave, se o problema existe, mas não é muito grave, ou se este não é um problema aqui no seu bairro.
Em relação a ................. você diria que, aqui no seu bairro, esse é um problema : 1- Muito grave 2- Existe esse problema, mas não é muito grave, OU 3- Esse não é um problema aqui no seu bairro 4- NS/ NR
FALTA DE LIMPEZA URBANA FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO
FALTA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA FALTA DE SEGURANÇA
PÚBLICA, DE POLICIAMENTO
TRANSPORTE COLETIVO INSUFICIENTE, RUIM
EDUCAÇÃO PÚBLICA
FALTA DE CALÇAMENTO/PAVIMENTAÇÃO DE RUAS E AVENIDAS
HOSPITAIS E POSTOS DE SAÚDE
TRÂNSITO DESEMPREGO
ABASTECIMENTO DE ÁGUA INSUFICIENTE, RUIM
FALTA DE URBANIZAÇÃO
POBREZA/MENDIGOS/MENORES VIVENDO NAS RUAS
EXCESSO DE CAMELÔS E AMBULANTES
24- Sobre os programas desenvolvidos pela Prefeitura de BH, quais são os dois programas que mais se destacam em sua opinião?
1- ------------------------ 2- ------------------------- 3- Não conhece 4- NR
25- A) Você tem simpatia por algum partido político? (Se sim) Por qual destes partidos você tem mais simpatia ou preferência?
B) E tem algum partido que você tem antipatia ou rejeição? (Se sim) por qual destes partidos você tem antipatia ou rejeição?
01 - PMDB
02 - PPS
03 – PSDB
04 - PT
05 – PAN
12 - PL
13 - PPB (PPR/PP)
14 – PC DO B
15 – PV
16 – PSB
06 - PTB
07 – DEM (Democratas) (ex-PFL)
08 – PDT
09 – PSTU
10 – PHS
11 – PMN
17 – PSOL
18 – PRB
19 – Outro
20 – Não
21 – NS/NR
26- Para você, Belo Horizonte precisa hoje de um prefeito que, após ser eleito: (ler até opção 4):
1 - Continue com todas as políticas da atual administração;
2 - Mude algumas e continue com a maioria das políticas da atual
administração;
3 - Continue algumas e mude a maioria das políticas da atual
administração; OU
4 - Mude todas as políticas da atual administração municipal?
5 - NS
6 - NR
27- Independente de quem for candidato a prefeito na próxima eleição, apenas pensando em apoio, se Fernando Pimentel apoiar um candidato e Aécio Neves apoiar outro, em qual candidato você votaria (ler opções 1 e 2)
1 – No candidato apoiado por Fernando Pimentel; OU
2 – No candidato apoiado por Aécio Neves?
3 – Depende de quem for o candidato (ESPONTÂNEA)
4 – O apoio é indiferente, tanto faz (ESPONTÂNEA)
5 – NS
6 – NR
28- De uma maneira geral, como você avalia o desempenho da presidente Dilma, o modo como ela se comporta a frente da Presidência da República. Está sendo ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo (moderador: se a resposta for “regular”, perguntar se é mais pra positivo ou negativo)?
1- Ótimo 2- Bom 3- Regular Positivo 4- Regular Negativo 5- Ruim 6- Péssimo 7- NS/NR
29- Dentre estas faixas, em qual se encaixa a renda total por mês das pessoas que moram no seu domicílio, somando a sua e de todos os outros, considerando todas as fontes como salário, hora-extra, aluguel, pensão, aposentadoria, bicos e etc., e excluindo todos os empregados domésticos?
1 – Até R$ 380,00 (até 1 SM) 2 – De R$ 381,00 a R$ 1.900,00 (de 1 a 5 SM) 3 – De R$ 1.901,00 a R$ 3.800,00 (de 5 a 10 SM) 4 – De R$ 3.801,00 a R$ 7.600,00 (de 10 a 20 SM) 5 – Mais de R$ 7.600,00 (mais de 20 SM 6 – NS/NR (substituir o entrevistado)