pedacinhos de outono
DESCRIPTION
Book about OutonoTRANSCRIPT
22222
“O Ca s amen t“O Ca s amen t“O Ca s amen t“O Ca s amen t“O Ca s amen t oooood o d o d o d o d o S rSrSrSrSr. D i ó s p i r. D i ó s p i r. D i ó s p i r. D i ó s p i r. D i ó s p i r oooooc om a c om a c om a c om a c om a S rSrSrSrSr. ª N. ª N. ª N. ª N. ª No zo zo zo zo z ”””””
33333D.ª N
oz
No Outono há nozes, castanhas, dióspiros, romãs, uvas,
maçãs, avelãs e azeitonas.
Também há muita chuva e trovoada.
A senhora D. Noz é muito refilona e chora muito por estar
naquela casca sem saída.
Sr. Diospiro
44444
Num dia de
Novembro, o senhor
Dióspiro ouviu um
enorme rebuliço e
tentou ajudá-la a sair
da casca, mas após
várias tentativas não
conseguiu
- Deixe estar, não fique triste
Sr.ª. Noz, porque há muitos
animais, especialmente os
roedores e aves que a podem
comer ou esmagar, disse o Sr.
Dióspiro.
- Muito obrigado pelos
avisos. Eu sou a D.ª Noz,
quem tenho o prazer de
conhecer?
- Dióspiro, ao seu
dispor.
Srª
Uva
s
Primas Castanhas
Primas Romãs
55555
- Podia refrescar-me um pouco? É que passei o Verão
escondida na minha casca dura!..., exclamou a D.ª Noz já
a transpirar...
- Com certeza! É um prazer!
Em breve se tornaram bons amigos.
Certo dia foram jantar a um restaurante só para
namorados e, passaram uma noite muito divertida,
comeram, dançaram e até cantaram no karaokê, no
final da noite quando saíram, vinham cansados mas
muito felizes pois já eram namorados.
Os pais deles, quando souberam desta paixão fizeram
uma reunião familiar para decidir o futuro destes frutos
apixonados.
Pai Dióspiro
Srª
Uva
s
66666
Sr. Diospiro e D.ª Noz
- Será que os devíamos casar?, perguntaram entre si.
- Sim! Boa ideia! - Acharam todos.
- E em que dia?
- Aproveitamos o Verão de S. Martinho, claro!
Os pais juntaram -se para decidir todos os preparativos do
casamento a escolher quais as comidas e decidir as bebidas. Já
a Mãe Noz e a Mãe Dióspiro foram com a noiva escolher um
vestido digno de uma princesa.
Entre tantas tarefas lá
chegou o Dia de S. Mar-
tinho, estava um dia
espectacular, até o sol que já
não se via à alguns dias
apareceu para dar os
parabéns aos noivos, na-
quele dia tão feliz e brilhou
tanto, que mais parecia
Verão.
88888
Era uma vez um ouriço que se chamava
Carrapiço e que não gostava do seu penteado.
Sempre que passava à beira do charco e se
via ao espelho na água do charco suspirava:
- Ai! Ai! Estes picos são a vergonha do meu
fochinho. Quem me vir pensa que eu não me
penteio ou então que vi bicho-homem e que fiquei
assustado.
99999
A Poupa que é
muito bonita e tem um
tufo de penas no alto da
cabeça, ouviu-o e disse-lhe:
- Porque não faz uma
permanente, vizinho ouriço.
Então oOuriço
Carrapiço foi a casa
do Mestre
Ondinhas que
penteava todas
as beldades da
mata.
Chegou lá e
disse:
- Faça-me
uma
permanente,
Senhor
cabeleireiro, por
favor.
1010101010
- Sim , senhor,
mas quer a quente ou
a frio?
- Qualquer coisa,
quero é que fique com
muitos caracóis.
Mas o cabeleireiro
por mais que se
esforçasse não
conseguiu enrolar os picos
do Ouriço.
O
Ouriço
Carrapiço
saiu
muito
triste, quase
a chorar.
Depois viu o
carneiro a pastar
e suspirou outra vez:
1111111111
- Ai! Ai! Quem me dera ter caracóis.
Mas a Pega ouviu o suspiro do
Ouriço e como é um pássaro muito
linguareiro começou logo a contar a
todos os animais da mata.
- O Ouriço Carrapiço quer caracóis!,
O Ouriço Carrapiço quer caracóis!, O
Ouriço Carrapiço quer caracóis!, gritou
ela.
1212121212
A raposa que é muito
espertalhona e tem jeito para
o negócio, arranjou logo um
cesto de caracóis e foi a casa
do Ouriço.
1313131313
Claro que o Ouriço comprou-lhe os caracóis
todos e ... agora anda muito feliz quando olha
para a água do charco e vê a sua sombra já
não suspira porque como enfiou um caracol em
cada pico está todo encaracolado.
Mas quando chegar
a Primavera e os
caracóis
puserem os
pauzinhos
ao sol o
Ouriço
Carrapiço vai
ter uma grande
surpresa.
1414141414
AAAAA GalinhaGalinhaGalinhaGalinhaGalinha
RRRRRuivuivuivuivuivaaaaa
AAAAA GalinhaGalinhaGalinhaGalinhaGalinha
RRRRRuivuivuivuivuivaaaaa
1515151515
A galinha ruiva teve uma ideia: «- E se
eu fizesse um delicioso bolo de milho?!
Todos iam gostar!»
Era muito trabalho: ela precisava de bastante
milho para o bolo.
Era uma vez uma galinha ruiva que morava
com seus pintainhos numa quinta.
No fim do Verão, ela viu que o milho estava
maduro, pronto para colher e vir a ser um
bom alimento.
1616161616
Quem a poderia
ajudar a colher a
espiga de milho no
pé? Quem a
poderia ajudar a
debulhar todo
aquele milho?
Quem a poderia ajudar a moer
o milho para fazer a farinha de
milho para o bolo?
Na quinta viviam outros animais: o cão,
o gato e o porco. Ela foi ter com eles.
- Quem pode me ajudar a colher o
milho para fazer um delicioso bolo?
- Eu não! - disse o gato, irritado. -
Acordaste-me para isso?
- Eu não! - disse o cachorro. - Gosto de
prato pronto.
- Eu não! - disse o porco. - Não
gosto de me sujar.
1717171717
Então, a galinha ruiva foi preparar
tudo sozinha: colheu as espigas,
debulhou o milho, moeu a farinha,
preparou o bolo e colocou-o no forno.
Quando o bolo ficou pronto ...
- Mas que cheirinho! - disse o
porco. - Vem da casa da galinha. Eu
também quero! Todos ficaram com água
na boca e foram a correr.
1818181818
- Eu quero! Eu quero!
Eu quero! - disseram os
três ao mesmo tempo.
Então a galinha ruiva
disse:
- Quem foi que me ajudou
a colher o milho e a a farinha
para fazer o bolo?
Todos ficaram calados.
(Ninguém tinha ajudado.)
- Então quem vai comer
o delicioso bolo de milho sou eu e meus
pintainhos, apenas. Vocês podem continuar a
descansar.
E assim foi: a galinha e seus pintainhos aproveitaram a festa
e nenhum dos preguiçosos foi
convidado.
1919191919
AAAAAdivinha qdivinha qdivinha qdivinha qdivinha quantuantuantuantuanto euo euo euo euo eu
gosgosgosgosgosttttto de ti no Outo de ti no Outo de ti no Outo de ti no Outo de ti no Outonoonoonoonoono
AAAAAdivinha qdivinha qdivinha qdivinha qdivinha quantuantuantuantuanto euo euo euo euo eu
gosgosgosgosgosttttto de ti no Outo de ti no Outo de ti no Outo de ti no Outo de ti no Outonoonoonoonoono
2020202020
A Pequena Lebre Castanha e a Grande
Lebre Castanha andavam aos saltinhos ao
vento do Outono.
Num dia de vento as folhas andam pelo ar.
Andaram a correr atrás das folhas até a Grande Lebre
Castanha já não poder mais.
- Tenho de descansar! – disse ela.
2121212121
Então uma grande caixa castanha
apareceu a rolar ao vento de
Outono.
A Pequena Lebre Castanha
conseguiu apanhar a caixa
quando ela ficou presa num
arbusto…
2222222222
lhe saltar para dentro.
- Que bela caixa!
Era óptima para lhe saltar
por cima….
Lhe altar para cima…
2323232323
A Grande Lebre Castanha estava a descansar debaixo de
uma árvore quando lhe aparaceu à frente uma caixa. Uma
grande caixa castanha.
Deu um pulo e depois ficou muito quietinha.
- SOU O MONSTRO DA CAIXA! - gritou alguém de
dentro da caixa.
2424242424
SANTO ORELHUDO!!!!!!
A Grande Lebre Castanha
piscou os olhos e pensou que
estava sonhar, porque nunca
tinha ouvido falar do
monstro da caixa.
- Aqui vou eu! – Falou a caixa, dando um pulo
enorme, e a Grande Lebre Castanha saltou para
trás da árvore.
- Não sei se não fuja! – Disse a
Grande Lebre Castanha.
2525252525
- Não! – Gritou a caixa, que de repente
voou pelo ar. – Sou só eu!
E ali estava a Pequena
Lebre Castanha, que ria
a bom rir…
2626262626
- Mas sabes uma coisa? - disse a Grande Lebre
Castanha.
- O quê? - disse a Pequena Lebre Castanha.
- Eu sou um Grande Monstro Castanho … e vou-te
apanhar!!
- Não és um monstro? – Disse Grande Lebre Castanha.
E apanhou mesmo. E deu-lhe um grande abraço
e muitos miminhos!!!!
2828282828
- Ao Outono, Avô?- pergunta a Ana admirada!
- Que estás a fazer, Avô?
Não ouves, Avô?
- Quê?.. Estás aí?.. Estou a
tocar, não vês?… Não ouves,
Ana?
- Bem vejo, bem oiço, mas não
é tocar por tocar, deves estar a
inventar…- exclama a Ana
- É isso… Estou a ver se consigo
inventar uma canção dedicada ao
Outono…
2929292929
- Sim,
(responde o
avô), ao
Outono,
gosto muito
do Outono, é
mesmo a
estação de
que mais
gosto.
3131313131
- Sim Ana, do Outono, porque
não?… Tens alguma coisa
contra o Outono?
- Não tens razão, Ana… As férias também
não podiam durar sempre, perdiam a
graça.
- Ai isso é que tenho, avô!…
Acabam-se as férias, começam
as aulas.
3232323232
- Isso é verdade.- respondeu a Ana
- E voltar às aulas, - diz o avô- , também é bom, vais
aprender coisas novas, voltas a encontrar os teus
colegas do ano passado, vais conhecer outros, vais
fazer novas amizades… E há aqueles jogos, aquelas
brincadeiras…
- Isso é verdade, pensa a Ana.
3333333333
- Vês, Ana? Ainda bem que já começas a gostar um
bocadinho do Outono, porque eu estava a contar contigo,
estava e estou…
- Para quê, Avô?
- Para me dares uma ajudinha nesta canção.
- É uma canção infantil, Avô?
- Será ou não, depende da tua ajuda, veremos.
- Vou chamar o João… O meu irmão tem mais jeito
- Está bem, chama-o, mas não te dispenso, venham os
dois…
3434343434
O Outono
é uma estação muito bela,
gosto dela.
Cai a folha amarela
cai no chão.
É no Outono que me
apaixono, que me
abandono, que me
impressiono, que me…
que me…
3535353535
- Que me dá o sono, que ressono…, diz o João, Interrompendo e
gozando.
- João, não me digas que também não gostas do Outono.
3636363636
- Gosto mais do Verão, avô.
- No Verão, está muito calor, diz-lhe o avô.
- Mas no Verão eu vou para a praia.
- João, mas nem toda a gente pode ir para a praia.
- Isso é verdade, avô.
- Ó, João até a Ana já me dá razão.
- O Outono é um tempo
mais calmo.-, explica a Ana.
- É isso mesmo…afirma o
avô todo contente.
3737373737
O Outono é a calma
o Outono tem alma
é o tempo ideal.
Nem o fogo que abrasa
nem o frio de tremer
é a graça
é a asa
é o sal
é o riso
é o siso
é o mar
apetece cantar
apetece viver.
3838383838
- Já está. Avô?- interrompe o joão.
- Era bom, era… Uma cantiga…
- Tem muito que se lhe diga, conclui a Ana.
- Até já rimas sem querer… É isso, tem que se lhe diga, mas, com a
vossa ajuda, talvez se consiga alguma coisa de jeito., riu-se o avô.
- No Outono também começam a aparecer os vendedores de
castanhas com aqueles carrinhos muito giros…
- … aquele calorzinho bom, lembra a Ana!
E até há aquelas primeiras
chuvas, João… A gente
acha graça, saem das
gavetas as capas, os
carapuços…
E não sei se vocês já
repararam que, depois
dessas chuvas, fica um
cheiro bom no ar, afirma o avô.
- Já reparei, sim, senhor… Cheira
a terra.
- É isso mesmo, diz a Ana, cheira
a terra molhada…
3939393939
E, no Outono, há uma luz muito bonita, uma suavidade nos tons, nas
coisas… (Retomando a canção.)
Proponho um trono
para o Outono
um sonho
uma canção.
O Outono é a estação
da minha predilecção,
da minha adoração, da
minha afeição, do meu
coração…
4040404040
– Ão, ão, ão, ão, ão, ão…diz o João, interrompendo, gozando
– Estás aqui para me ajudar ou para me gozar?, ri o avô
– As duas coisas, Avô.
– Tinhas razão, João… Era “ão” a mais, parecia conversa de cão…
– Um título giro seria talvez “Viva o Outono!”, pergunta a Ana.
– Boa, diz o João!… Vamos cantar o “Viva o Outono!”
– Viva o Outono/que é o tempo dos cantores, diz cantando o avô.
– Eu acho que é mais o tempo dos pintores… Há a tal luz muito
bonita…, interrompe a Ana.
– Pode ser dos pintores e também dos cantores… Porque não?
Comecemos pelos pintores, para fazer a vontade à Ana.
4141414141
Viva o Outono
que é o tempo dos
pintores
tem luz
tem cores
tem harmonia…
– E os cantores?, pergunta o João.
Vai de seguida… Talvez assim…,
tenta o avô
Viva o Outono
que é o tempo dos cantores
tem som
tem cores
tem poesia.
4242424242
– A coisa já começa a tomar
forma., afirma o avô.
– Viva o Avô que é o Outono em
pessoa!, canta a Ana
– Boa, essa é boa!, interrompe o
João.
O Avô ama o Outono
ama o Outono da vida
ama a vida
bem cantada
bem pintada
bem vivida…
– O Avô não é para aqui chamado., interrompe o Avô.
4343434343
– Se o Avô é o Outono
acho o Outono bonito
é do Outono que eu gosto
eu quero
eu canto
eu pinto
eu grito
eu grito um viva ao Outono.
E eu dou
um viva ao Avô!
4545454545
A pintora Rosa Ratinha pintava quase todos
os seus quadros no estúdio. Só no Outono é que
saía para pintar ao ar livre. O Outono era a
estação preferida de Rosa. Havia tantos matizes
surpreendentes na paisagem!
4646464646
Certa vez, num belo dia de Outono, a
pintora embalou tela, cavalete e t intas e
foi passear para junto de um tranquilo lago
não longe de casa.
Conhecia um lugar bonito e plano em cima
de uma rocha de onde tinha vista para os
bosques e montanhas ao fundo. Aí montou o
cavalete com a tela e começou a pintar com
pinceladas generosas.
4747474747
Na árvore oca que
estava por detrás dela,
morava um gnomo da
montanha que a
observava enquanto
pintava.
4848484848
— Isto é que é um quadro esquisito! —
disse ele, quando Rosa acabou de pintar. —
Nem se vê o lago nem as montanhas. Como
se chama este quadro?
4949494949
— O quadro chama-se As cores do
Outono — disse Rosa Ratinha. — Não
se vê o lago nem as montanhas, é
verdade. Só pintei o Outono, aquilo que
sinto quando olho para esta paisagem.
— Ah, agora entendo — disse o gnomo. —
É muito interessante.
5050505050
De repente, levantou-se um vento forte que
arrancou a tela do cavalete. Ela foi pelo ar a
voar e desapareceu entre as árvores na margem
do lago. Rosa Ratinha desceu a montanha e foi
buscar o quadro. Tinha dois rasgões e havia
muitas folhas, agulhas de pinheiro e pedrinhas
coladas na tinta fresca.
5151515151
— Que pena — disse o gnomo da montanha.
— O quadro agora está estragado.
— De forma alguma! — exclamou Rosa Ratinha.
— Agora é que está completo! O vento do Outono
também participou na pintura e imortalizou-se no
quadro com estes dois rasgões.
E as folhas que estão coladas também são bem-
vindas. Agora, o quadro tem uma história e só agora
começou a viver!
5252525252
PPPPPedacinhos de Outonoedacinhos de Outonoedacinhos de Outonoedacinhos de Outonoedacinhos de Outono
Realizado pela Turma do Jardim de Infância do PicãoCom a Educadora Fátima Lopes
Ilustração: Alunos da sala do JIPicãoCompilação de Histórias de vários autores.