pec-eja: experiências em economia solidária (módulo 2)
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Experiências em
Economia Solidária
Financiador: SESU / SECAD / MEC
Executor: DER, DPE, DCS, CRP/UFV
11 e 12 de Fevereiro de 2012.
Prof. Antônio Carlos Miranda
Prof. Altair Dias de Moura
Roteiro1. O que é Economia Solidária (ES)?
2. Origem da ES.
3. A ES no Brasil.
4. Tipologia das experiências de geração de renda.
5. O empreendimento e o empreendedor.
6. O processo empreendedor.
7. Características do comportamento empreendedor.
8. Empreendedores refugiados.
9. Tipos de refugiados.
10. Variação no estilo de fazer negócio.
11. Tendências gerais da ES.
12. ES e os empreendimentos.
13. O solidarismo empreendedor.
14. Contrastes entre a ES e os empreendimentos capitalistas.
15. Círculos de desenvolvimentos dos EES
16. O fator “C”.
17. Benefícios da ES.
18. Potencial educativo da ES.
19. Desafios da ES.
20. Exemplos de experiências em ES.
O que é Economia Solidária (ES)?
O conjunto de atividades econômicas – de
produção, distribuição, consumo, poupança e
crédito – organizadas e realizadas por
trabalhadores de forma coletiva e autogestionária.
Este conceito explica os valores e principíos
fundamentais da ES: cooperação, autogestão,
solidariedade e ação econômica.
O que é Economia Solidária (ES)?
Autogestão + Solidarização de capital;
Existem diferentes terminologias para
referir-se a esse fenômeno;
Em muitas circunstâncias ocorre o uso
inadequado dos termos, principalmente por
desconhecimento.
A origem da ES.
Contexto Mundial - Revolução Industrial (origem da
empresa “moderna” vinculando tecnologia com objetivo
de lucro) + desenvolvimento do capitalismo;
Do ponto de vista dos objetivos e das finalidades:
produção e maximização dos lucros;
Contexto nacional - Crise do emprego na década de
1980;
Se o desemprego acaba perde-se a perspectiva quanto
ao aumento do número de práticas de ES?
A ES no Brasil.
Uma resposta importante dos trabalhadores em relação
às transformações ocorridas no mercado de trabalho;
Existem organizações coletivas tais como associações e
cooperativas;
Existem, ainda, grupos informais de pequenos
produtores ou prestadores de serviços - individuais e
familiares -, que trabalham em separado mas que
compram insumos, processam e comercializam seus
produtos de forma coletiva.
Tipologia das experiências de geração de renda.
Projetos assistenciais meios de sobrevivência
emergenciais, atenuam as condições precárias de vida material; transitórios, geram apenas efeitos imediatos e permanecem dependentes de agentes externos
Projetos promocionais formas de subsistência
provêem as necessidades básicas, via produção para autoconsumo ou geração de renda complementar; não logram acumulação e tendem à insolvência na falta de novos aportes externos
Projetos alternativos empreendimentos solidários
logram algum nível de acumulação e crescimento; mediante planificação e investimentos, alcançam estabilidade mínima e chances de viabilidade; requerem o desenvolvimento de uma nova racionalidade econômica
O empreendedorismo e o empreendedor.
O ato de empreender está relacionado à:
Identificação, análise e implementação de oportunidades
de negócio;
Foco na inovação e na criação de valor ;
Novas empresas, empresas estabelecidas, organizações
com enfoque social e entidades de natureza
governamental;
O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e
cria um negócio para capitalizar sobre ela;
Avaliação dos riscos e da possibilidade de fracasso.
O processo empreendedor.
O processo empreendedor inicia-se quando
fatores externos, ambientais e sociais aliados às
aptidões pessoais do empreendedor surgem,
possibilitando o início de um novo negócio.
Quais são as características mais
comuns do comportamento empreendedor?
• Busca de oportunidades e iniciativa
• Persistência
Come on! It can‘t go
wrong every time...
Vamos lá, não podemos errar
todas...
• Comprometimento
Atrasado
Bêbado
Batom
• Exigência de qualidade e eficiência
Enfermeira, acesse a Internet, vá até cirurgia.com e clique no ícone ‘Você está
totalmente perdido’.
• Correr riscos calculados
Acabei o meu banho.
MM... Foi
rápido.
Prazo é prazo !!
• Estabelecimento de metas
• Busca de informações
• Planejamento e monitoramento sistemáticos
• Persuasão e rede de contatos
• Independência e autoconfiança
Srs passageiros a má notícia é que o piloto teve um infarto, a boa é que vou tentar pousar o avião !
Empreendedores refugiados
O empreendedor não é somente aquele
indivíduo que abre uma empresa, mas também
aquele que empreendem para escapar de alguns
fatores ambientais.
A este tipo de empreendedor convencionou-se
chamar de “Refugiado”, conforme nomenclatura
adotada por Knight (1980).
Tipos de refugiados
Refugiado estrangeiro;
Refugiado corporativo;
Refugiado dos pais;
Refugiado do lar;
Refugiada feminista;
Refugiado social;
Refugiado educacional.
(Knight, 1980)
Variação no estilo de fazer negócios
O estilo de fazer negócios dos empreendedores segue um
continuum em que dois padrões básicos estão nas
extremidades. (Smith, 1967)
O empreendedor artesão: habilidades técnicas e pequenos
conhecimentos de gestão. Sua abordagem quanto ao
processo decisório se caracteriza por:
• Orientação de curto prazo;
• Centralização;
• Poucas fontes de capital na abertura da empresa;
• Marketing – preço, qualidade e reputação;
• Esforço de vendas basicamente por motivos pessoais.
Variação no estilo de fazer negócios
O empreendedor oportunista: com educação técnica mais
estudos orientados para assuntos mais amplos, como
administração, economia, legislação e línguas.
Sua abordagem quanto ao processo decisório se caracteriza
por:
• Evitar o paternalismo;
• Delegar autoridade as pessoas;
• Estratégias de marketing e esforços de venda mais variados;
• Obter capitalização original de várias fontes;
• Crescimento futuro planejado;
• Utilizar sistemas de registro e controle, orçamento apropriado, oferta
precisa e pesquisa sistemática de mercado. (Smith, 1967)
EES
Empresas autogestionárias
Movimentos Sociais
Cooperativas
RedesFeiras
Centrais
Estado
Grupos Comunitários
Entidades Civis
Associações de produtores
Fonte: Grupo de Pesquisa em Economia Solidária - UNISINOS
Tendências gerais da ES.
Crescimento numérico expressivo dos empreendimentos
associativos de cunho econômico
Alterações no perfil dos empreendimentos
diversificação de atividades, composição social e atores
sociais envolvidos neste campo;
reordenamento dos segmentos predominantes;
Realidade dinâmica, ambivalente e contraditória
experiências de economia autenticamente popular e solidária;
inexistente interdependência econômica: débil integração
solidária;
Descaminhos.
ES e os empreendimentos.
Setores produtivos: Agropecuária;
Industria;
Serviços.
Formas de organização: Grupos informais;
Associações e cooperativas;
Microempresas.
Origens: Laços familiares;
Vínculos comunitários;
Empresas em situação falimentar;
Entidades de classe;
Movimentos sociais .
O solidarismo empreendedor.
Espírito Solidário
Empreendimentos Econômicos Solidários
Espírito Empresarial
Idealismo
Realismo
– propriedade social– cooperação– democracia– autogestão
– gerenciamento– planejamento– capacitação– eficiência– viabilidade econômica
Fonte: Grupo de Pesquisa em Economia Solidária – UNISINOS.
Contraste entre a ES e as empresas capitalistas .
Capital a serviço do trabalho;
Igualdade frente aos meios de produção;
Superação estrutural da subordinação do
trabalhador;
Vínculo entre as dimensões social e econômica;
Presença da ética na esfera econômica.
Circuitos de desenvolvimento dos EES.
Gestão partilhada: Inibe a divisão social do trabalho e práticas não igualitárias;
Eleva o grau de comprometimento dos trabalhadores e
promove a confiança mútua;
Dispõe ao zelo no trabalho e à eficiência produtiva.
O trabalho partilhado: Converte a divisão técnica em assunto de gestão,
estimulando a criatividade e valorizando competências;
Favorece a polivalência e a flexibilidade no trabalho;
Estimula a participação nos processos decisórios.
Os vínculos externos: Reforço da identidade grupal e da legitimidade social;
Capitalização de dividendos políticos e econômicos.
O fator “C”: cooperação, comunidade, coletividade,
colaboração...
“Consiste no fato de que um elemento comunitário, de ação
e gestão conjunta, cooperativa e solidária, apresente no
interior dessas unidades econômicas efeitos tangíveis e
concretos sobre o resultado da operação econômica.
Efeitos concretos e específicos nos quais se possa
discernir uma particular produtividade dada pela
presença e crescimento do referido elemento comunitário,
análoga à produtividade que distingue e pela qual se
reconhecem os demais fatores econômicos.”
RAZETO, Luis. “Economia de solidariedade e organização popular”. In: GADOTTI, Moacir e GUTIÉRREZ, Francisco (Orgs.) (1993). Educação comunitária e economia popular. São Paulo: Cortez, pp.40-41 (Col. Questões da Nossa Época, 25)
Benefícios da ES.
Sobrevivência imediata;
Subsistência material;
Aumento da renda familiar;
Reinserção social;
Reativação da vida comunitária;
Qualificação técnica e profissional;
Desenvolvimento da autogestão e do espírito democrático;
Participação na sociedade;
Consciência social e política.
Potencial educativo da ES.
O aprendizado fica com os trabalhadores;
O aprendizado é compartilhamento;
O protagonismo dota as práticas de
significado;
Os significados geram vivência comprometida
com relações de solidariedade;
Os educandos tornam-se SUJEITOS de sua
educação.
Desafios da ES.
Integração econômica entre os EES;
Estruturas de escoamento, comercialização e troca;
Espaços comuns de formação, debate e
intercâmbio;
Política de suportes financeiros;
Geração e disseminação de tecnologias
apropriadas;
Alternativas adequadas à formalização dos EES.
Exemplos: O caso do Estado de Tocantins.
Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares
– ITCP’s.
Premissas: Com o cooperado e não para cooperado (educação dialógica);
Interferência do técnico na velocidade e ritmo da incubação;
veracidade dos diagnósticos realizados;
feedback - a cooperativa precisa “ver” e “sentir” os resultados
do trabalho de incubação.
Metodologia de incubação é operacionalizada em três
eixos: Legislação (LEG),
Viabilidade Econômico-Financeira (LEG) e;
Capacitação/Desenvolvimento Humano (CDH).
O caso da Corporación Cooperativa Mondragón - MCC.
O sacerdote José María Arizmendiarrieta
ensinava o pensamento cristão aplicado à vida
real e princípios como:
Democracia, Solidariedade, autogestão e educação.
O sacerdote acreditava que a associação entre
educação cristã e conhecimento técnico;
Pregava idéias como “hay de socializar el
saber para democratizar el poder” .
O caso da Corporación Cooperativa Mondragón - MCC.
Seus pensamentos guiam muitas das decisões
estratégicas e de gestão praticadas até hoje, tais como:
Planejamento estratégico e definição do modelo organizacional;
Criação de departamentos de P&D;
Aumento da sinergia entre as organizações;
Barateamento do custo do capital;
Melhora de eficiência e competência em acordo com os princípios
básicos do cooperativismo: solidariedade, inter-cooperação e
transformação social;
A diversificação existente de produto nas agrupações setoriais se
torna importante estrategicamente para a realização de relações
horizontais e verticais.
O caso da Associação das Costureiras do Bairro Uruguai.
As cooperadas são oriundas do antigo “polo têxtil”
criado na região e passaram anos exercendo
funções dentro de uma cadeia produtiva fabril.
“A Ascosi começou a dez anos, com 22
associados. Registramos o grupo com 14 pessoas
e, por algum tempo, chegamos a ficar com apenas
duas”, diz a presidente Marlene Assis.
O caso da Associação das Costureiras do Bairro Uruguai.
A dupla jornada das cooperadas.
E nem todas se entregam totalmente às tarefas, por
sempre estarem atrás de algo melhor.
A questão do associativismo se espraia por outras
linhas, que vão desde o uso de ferramentas de
gestão, falta de infraestrutura para produção
continua, e, ausência no grupo de alguém que
entenda e realize “design de produtos”.
PERGUNTAS ???
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!
Nos vemos mais tarde [email protected]