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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Patrimônio e consciência histórica: propostas de
atividades para refletir a construção de memória e
identidade
Coleção Didática PET História-UFPR
v. 01, n. 02
2014
Organizadores:
Felipe Barradas Correia Castro Bastos
Gabriel Elysio Maia Braga
Ivan Araujo Lima
Jéssica Louise Rocha Neiva de Lima
Karin Barbosa Joaquim
Kelleny Brasil Rodrigues
Maria Victoria Ribeiro Ruy
Michel Ehrlich
Projeto Gráfico e Capa:
Suellen Carolyne Precinotto
CURITIBA
2014
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
VENDA PROIBIDA
Endereço para correspondência Rua General Carneiro, no 460, 6o andar, sala 605
Centro – Curitiba – Paraná – Brasil CEP: 80060-150
e-mail: [email protected]
Impresso com recursos do FNDE
Patrimônio e consciência histórica: propostas de
atividades para refletir a construção de memória e
identidade
Periodicidade: irregular
ISSN: 2359-3393
Curitiba, PR: PET –História UFPR, 2014. (Volume 1)
Coleção Didática PET História-UFPR
Patrimônio e consciência histórica: propostas de
atividades para refletir a construção de memória e
identidade
Renata Senna Garraffoni (tutora do PET História)
Membros do PET: Alexandre Cozer Camila Flores Granella Douglas Figueira Scirea Felipe Barradas Correia Castro Bastos Gabriel Elysio Maia Braga Ivan Araujo Lima Jean Carlo Giodani Jéssica Rocha Neiva de Lima José Vinícius Maciel Josip Horus Giunta Osipi Karin Barbosa Joaquim Kelleny Brasil Rodrigues Maria Victoria Ribeiro Ruy Mayara Ferneda Mottin Michel Ehrlich Shirlei Batista dos Santos Suellen Carolyne Precinotto Willian Funke
PET – História Departamento de História
Universidade Federal do Paraná
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. SISTEMA DE BIBLIOTECAS. BIBIBLIOTECA DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO _____________________________________________________________________________ COLEÇÃO Didática PET História-UFPR / UFPR. Departamento de História ; [organizadores: Alexandre Cozer ... et al; projeto gráfico e capa: Suellen Carolyne Precinotto]. – v.1,n.1( 2014-) . – Curitiba, PR : PET-História UFPR, 2014.
v.1,n.2, 2014 Título do exemplar: Patrimônio e consciência histórica: propostas de atividades para refletir a construção de memória e identidade Irregular ISSN: 2359-3393 1. História - Estudo e ensino - Publicações seriadas. I. Universidade Federal do
Paraná. Departamento de História. PET. II. Cozer, Alexandre. III. Precinotto, Suellen Carolyne. 981.07
_____________________________________________________________________________ Sirlei do Rocio Gdulla CRB-9ª/985
Apresentação da coleção
O PET-História da Universidade Federal do Paraná foi fundado em 1992. Durante mais
de duas décadas o grupo tem desenvolvido uma série de atividades que visam explorar o eixo
básico do Programa de Educação Tutorial do MEC/SESU: relacionar atividades de ensino,
pesquisa e extensão. Nos últimos anos, em especial, alunos bolsistas e não bolsistas têm
realizado uma série de atividades inovadoras e buscado torná-las públicas para que a
comunidade extra acadêmica possa se beneficiar de seus resultados. Com auxílio das
ferramentas da internet, por exemplo, cada vez mais o trabalho tem ganhado visibilidade
nacional (muitas das atividades realizadas podem ser acessadas pelo blog do grupo
http://pethistoriaufpr.wordpress.com/) e a publicação anual da Revista Cadernos de Clio tem
permitido o contato de graduandos dos cursos de História do Brasil e do exterior, por meio da
difusão e publicação de pesquisas desenvolvidas por acadêmicos.
Dentro dessa perspectiva de disponibilizar materiais produzidos pelo grupo, nesse ano
de 2014 decidimos criar uma Coleção exclusiva para publicação de Material Didático produzido
no âmbito das atividades que envolvam alunos do PET-História da UFPR. A presente Coleção
visa, portanto, trazer a luz pesquisas inovadoras realizadas por petianos e seus colegas de
graduação no âmbito da Universidade com finalidade de divulgar o potencial desses trabalhos
para o uso com alunos nas escolas. Escrita em uma linguagem acessível, a Coleção Didática
tem como objetivo central problematizar temas de historiografia de diferentes períodos,
coletar documentos e propor reflexões que permitam aos professores da rede de ensino
pública e privada acesso a um material inédito que proporcione uma maior aproximação e
diálogo entre academia e escolas. Esperamos, com essa nova Coleção, estimular a todos,
petianos, graduandos em História, professores e alunos das escolas brasileiras, a produção
crítica do conhecimento sobre o passado, bem como explorar sua potencialidade de diálogo
entre diferentes modos de viver. O trabalho se baseia em perspectivas plurais que incluem
reflexões sobre temas que possam ajudar na construção de uma sociedade mais democrática,
colaborando assim para a formação cidadã dos jovens brasileiros.
Primavera de 2014
PET-História da UFPR
Sumário Apresentação da coleção..............................................................................................................5
Oficina de Patrimônio: introdução e trajetória.............................................................................8
Atividades
UNESCO e patrimônio.................................................................................................................12
Distribuição de patrimônios mundiais........................................................................................13
Patrimônio artístico como construção.......................................................................................14
Os parques e a formação de identidade.....................................................................................16
O turismo seletivo.......................................................................................................................17
Patrimônio e preservação...........................................................................................................19
Construção da identidade...........................................................................................................20
Cidades Históricas e a Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba......................................................22
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Oficina de Patrimônio: introdução e trajetória
A Oficina de Patrimônio é uma das atividades realizadas pelo PET – Programa de
Educação Tutorial – do curso de História da Universidade Federal do Paraná, cujo objetivo
central é a problematização da concepção de Patrimônio Público, atrelando também questões
de memória, identidade e sentimento, para a desconstrução de uma ideia de Patrimônio
monumental entendido como um patrimônio eminentemente político e desvinculado de
subjetividades.
As atividades proporcionadas pela oficina se enquadram dentro da proposta dos
grupos PET de integrar ensino, pesquisa e extensão. A Oficina de Patrimônio encaixa-se
formalmente como uma atividade de extensão, por ser voltada para a comunidade externa à
universidade. No entanto, sua elaboração envolveu também pesquisa acadêmica sobre o
tema. Além disso, diversas das atividades propostas já foram aplicadas em sala de aula por
alunos integrantes do PET-História UPFR, desenvolvendo assim também a área de ensino. O
projeto foi idealizado pelos petianos em 2011, ideia que serviu como base para o atual
modelo, que passou a ser aplicado a partir de 2013, tendo desde então contado com a
participação de boa parte dos integrantes do grupo.
As diferentes versões da oficina de patrimônio foram aplicadas em diversas escolas de
Curitiba, situadas tanto em regiões mais centrais como periféricas, e a alunos dos mais
variados anos escolares – desde crianças de 5 anos de idade à jovens de 18 anos, concluintes
do ensino médio. Portanto, os questionamentos que propomos não se limitam a determinada
faixa etária ou etapa escolar, devendo somente a metodologia ser adequada a cada grupo. Em
função disso, a seleção de atividades que propomos é bastante eclética e visa dar subsídio aos
professores interessados em utilizá-la com seus alunos, independentemente da idade.
A ideia de retomar o projeto como oficina a ser aplicada em sala de aula surgiu no
primeiro semestre de 2013, após uma tentativa de levar o projeto a cabo no ano anterior, que
acabou não se concretizando. No ano seguinte, a professora Rosângela Santos, do Colégio
Estadual Professor Loureiro Fernandes, demonstrou interesse no projeto fazendo com que os
petianos retomassem os trabalhos da comissão responsável pela Oficina, fazendo um
levantamento bibliográfico sobre o tema, passando em seguida para a preparação das aulas,
que foram discutidas em reunião por todos os integrantes do grupo e pela tutora.
A primeira aplicação da oficina se deu em junho de 2013, em turmas de ensino médio
do Colégio Estadual Professor Loureiro Fernandes. Em duas aulas, o objetivo era conceituar
patrimônio e tombamento – problematizando com os alunos as questões políticas por trás
destes processos – e depois discutir o conceito de Arte em sala de aula, iniciando um debate
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do que poderia ou não ser considerado como arte e patrimônio. O resultado da oficina foi
bastante positivo, os alunos demonstraram interesse pelo tema, debateram as diversas
definições de patrimônio existentes, e identificaram a influência da política na categorização
do ser ou não arte e patrimônio. A atividade acabou se revelando uma excelente experiência
de extensão e ensino, sendo para alguns a primeira experiência de trabalho em sala de aula.
O sucesso obtido na primeira aplicação do projeto motivou os petianos a seguirem em
frente com as atividades. A partir do contato com Sérgio Rebelo, ex-bolsista do PET e
idealizador da Oficina, firmamos um apoio e parceria com o SESC Paraná – Serviço Social do
Comércio – o que proporcionou que as Oficinas de Patrimônio fossem estendidas para outros
dois colégios no bairro do Sítio Cercado e na Cidade Industrial de Curitiba, junto aos alunos de
contra turno participantes de projetos do SESC. Neste segundo momento, a dinâmica das aulas
foi diferente, e se alinhou a conteúdos trabalhados nas atividades realizadas pelo professor.
Em ambos os colégios, manteve-se a primeira parte do projeto, de conceituação e
problematização do conceito de patrimônio, mas a segunda parte da oficina foi adaptada aos
conteúdos das turmas. No Colégio Estadual Ivo Leão, na Cidade Industrial de Curitiba, foi
realizada uma atividade acerca da linha de trem Curitiba/Paranaguá e das cidades históricas do
litoral paranaense, e no Colégio Estadual Professor Teobaldo Leonardo Kletembergno, no Sítio
Cercado, as discussões foram relacionadas às ideias de patrimônio com História oral, memória,
história do bairro e identidade.
Ainda no ano de 2013, os petianos apresentaram os resultados da Oficina de
Patrimônio em dois eventos: o ENAF – Encontro das Atividades Formativas – e o Encontro
Paranaense de PIBID e PET História, concluindo o ano de retomada do projeto – objetivando
divulgá-lo e submeter a ideia à análise crítica de outros grupos.
No curso do ano de 2014 mantivemos a parceria com o Colégio Estadual Professor
Loureiro Fernandes, aplicando uma oficina sobre Arte com seus alunos. Também mantivemos
as atividades com SESC Paraná, aplicando uma oficina sobre Memória no Colégio Estadual
Euzébio da Motta no bairro do Boqueirão, juntamente com a Professora Cláudia Unti. Outra
nova experiência surgiu com a APP Sindicato – antiga parceira do PET História – quando fomos
convidados a aplicar a oficina para os filhos dos sindicalizados durante os dois dias da VII
Conferência Estadual da APP Sindicato. As crianças tinham entre 5 e 13 anos, portanto
elaboramos duas oficinas com metodologias especificas para as idades: com os mais novos foi
realizada uma atividade sobre a ideia de identidade paranaense e, com os mais velhos, sobre a
ideia de patrimônio pessoal – além de realizarmos uma visita guiada ao Museu Paranaense,
atividades que tiveram resultados muito proveitosos.
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Após as aplicações dessas oficinas, por meio de debates entre os petianos e com os
professores em cujas turmas as oficinas foram aplicadas, surgiu a ideia de construir um
material didático com orientações para os próprios professores poderem aplicar tais oficinas
ou criarem, tendo como base as propostas existentes, novas atividades adequadas às
necessidades de seus alunos.
Utilizamos como amparo bibliográfico a discussão realizada por Pedro Paulo Funari e
Sandra Pelegrini (2006), propondo inicialmente trabalhar com os alunos a questão histórica
acerca do surgimento da concepção de Patrimônio Cultural e Artístico na sociedade Ocidental.
Concebemos a importância de se abordar o surgimento da ideia de Patrimônio em suas
íntimas relações com o desenvolvimento histórico dos Estados Nacionais, para então
dialogarmos como a ideia de patrimônio como facilmente forjada para o desenvolvimento e
construção de determinadas ideias de identidade da Nação, como aborda Hobsbawm (1983)
em A Origem das Tradições.
Como a intenção da Oficina é justamente problematizar questões que envolvem o
conceito de patrimônio a partir da desconstrução de uma identidade nacional como algo
natural, percorremos a seguinte abordagem histórica: das primeiras definições de
patrimonium, ainda na antiguidade romana, à formação das noções modernas de patrimônio a
partir do século XVIII e XIX, no intuito de problematizar e desconstruir o conceito atual.
A partir dessas reflexões é possível analisar como a nossa concepção de patrimônio
está intrinsecamente ligada ao que entendemos por História, atrelada a um conceito
eurocêntrico – que parte de princípios ainda vinculados aos antigos conceitos de Estado
Nação, como o de identidade homogênea de uma sociedade.
As questões que propomos são fundamentais para entender os pontos que queremos
enfatizar nessa proposta didática: o papel político de quem define e constrói memórias; como
aquilo que será lembrado ou esquecido é uma ação ética no presente daquele que o faz.
Sendo assim, problematizar a construção do que é um patrimônio pelas políticas estatais e
institucionais nos leva, no limite, a questionar o papel do historiador dentro da academia e do
engajamento na política como um todo.
A problematização do papel do historiador em suas dimensões éticas e políticas
enquanto definidor da memória dos indivíduos nos possibilita rever de modo crítico conceitos
como memória, sentimento, identidade e o próprio conceito de História. Propomos refletir
juntamente aos alunos como a construção de memória está atrelada aos nossos sentimentos
pessoais e, consequentemente, a nosso posicionamento de identidade no mundo.
A Oficina de Patrimônio busca sensibilizar os alunos com relação à construção de
memória, de maneira que ao definirmos algo como ‘memória’ estabelecemos o que será
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lembrado e definido como patrimônio – seja este relativo à humanidade ou pessoal. Trabalhar
com esta construção nos possibilita inserir em sala de aula outras questões atreladas ao papel
político daquele que constrói memórias, tornando particularmente produtivas outras questões
trabalhadas no decorrer da oficina, como arte marginal e patrimônio periférico ou as
imbricações entre patrimônio urbano metropolitano e o regional.
Nas páginas que seguem são apresentadas algumas propostas de atividades como
sugestões de meios de abordar com alunos as discussões teóricas expostas acima – elas
podem e devem ser adaptadas para assuntos que apresentem maior familiaridade com os
alunos. Não pretendemos com isso esgotar as possibilidades de discussão do tema em sala de
aula, pelo contrário: esperamos que as propostas abram oportunidades e forneçam subsídios
para professores as aperfeiçoarem e também criarem novas formas de discutir o conceito de
patrimônio e todos os assuntos que o cruzam.
Um bom e divertido trabalho!
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UNESCO e Patrimônio
Para auxiliar na problematização sobre o que deve ou não ser preservado e tombado
como patrimônio, propusemos a seguinte atividade aos estudantes. Foi proposto que a
realizassem em casa para que, na aula seguinte, pudéssemos partir das suas respostas para
abordar questões relativas à seleção dos patrimônios a serem escolhidos como
representativos da Humanidade, do país, da cidade ou do bairro.
Segundo o site da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO), sítios candidatos a serem incluídos na lista do Patrimônio Mundial devem
satisfazer alguns dos seguintes critérios de seleção:
Os bens culturais devem:
I. Representar uma obra-prima do gênio criativo humano, ou
II. Ser a manifestação de um intercâmbio considerável de valores humanos durante um
determinado período ou em uma área cultural específica, no desenvolvimento da arquitetura,
das artes monumentais, de planejamento urbano ou de paisagismo, ou
III. Aportar um testemunho único ou excepcional de uma tradição cultural ou de uma
civilização ainda viva ou que tenha desaparecido, ou
IV. Ser um exemplo excepcional de um tipo de edifício ou de conjunto arquitetônico ou
tecnológico, ou de paisagem que ilustre uma ou várias etapas significativas da história da
humanidade, ou
V. Constituir um exemplo excepcional de habitat ou estabelecimento humano tradicional ou
do uso da terra, que seja representativo de uma cultura ou de culturas, especialmente as que
tenham se tornado vulneráveis por efeitos de mudanças irreversíveis, ou
VI. Estar associados diretamente ou tangivelmente a acontecimentos ou tradições vivas, com
idéias ou crenças, ou com obras artísticas ou literárias de significado universal excepcional (o
Comitê considera que este critério não deve justificar a inscrição na Lista, salvo em
circunstâncias excepcionais e na aplicação conjunta com outros critérios culturais ou naturais).
É igualmente importante o critério da autenticidade do sítio e a forma pela qual ele esteja
protegido e administrado.
Com base nos critérios da UNESCO, busque dois sítios que, na sua opinião,
poderiam ser incluídos na lista de Patrimônio Mundial. Embase suas escolhas
segundo os critérios acima e com o que foi visto em sala de aula.
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Distribuição de patrimônios mundiais
Ao entrarmos no site da Unesco temos acesso ao seguinte mapa, que apresenta,
através de pontos coloridos, todos os patrimônios da humanidade tombados pela instituição.
Observe (levando que conta que os pontos amarelos são patrimônios culturais, os pontos
verdes são naturais, os vermelhos são aqueles em risco e os patrimônios mistos são
representados por pontos verde-e-amarelos):
No momento em que esse mapa foi acessado, existia um total de 1007 patrimônios espalhados
pelo mundo (número que tende a aumentar). Levando em conta essas observações, responda:
Em que região do mapa nota-se uma maior concentração de patrimônios?
Por que existem lugares sem nenhum patrimônio? Isso significa necessariamente que
nesses lugares não existe nada que mereça ser preservado?
Por que na Europa não existem patrimônios em risco?
Ao ver que a distribuição não é igual em todo o mundo, você acha que existe algum
tipo de seleção naquilo que é considerado patrimônio mundial da humanidade?
Essa atividade tem por objetivo perceber o predomínio de uma visão eurocêntrica
naquilo que é considerado patrimônio, podendo com isso ajudar o aluno a pensar em
meios de posicionamentos críticos que podemos ter em relação a essas seleções –
ideológicas, porém naturalizadas.
http://whc.unesco.org/en/list. Acesso em: 04/11/2014
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Patrimônio artístico como construção
Através das duas imagens apresentadas a seguir, pode-se realizar uma reflexão sobre o
conceito de patrimônio artístico, analisando de que forma a ideia hegemônica de arte é
construída, porquê, por quem e por quais interesses. Dessa forma, pretende-se problematizar
por que certas expressões são consideradas arte e outras não, sem o intuito de estabelecer
uma forma de arte como mais autêntica a nível nacional ou regional, mas objetivando mostrar
que a definição de determinada obra como patrimônio artístico é sempre fruto de uma
escolha política e não de uma obviedade ou algo determinável por critérios técnicos, qualquer
que seja a escolha tomada.
O quadro de Pedro Américo, datado de 1888 (66 anos após a independência do Brasil),
foi encomendado pelo então imperador Dom Pedro II, com a intenção de representar a
declaração de independência do Brasil em 7 de setembro de 1822. Consuelo Schlichta (2009),
em sua análise do quadro, destaca que Américo procura no “inventar uma independência,
transformando-se, se não na única, talvez na principal certidão visual de nascimento do Brasil-
nação” e apresenta Dom Pedro I como um estadista.
Imagem: Independência ou Morte, 1888. Pedro Américo. Oléo sobre tela, 760 x 415cm Museu paulista- USP, São Paulo. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Independence_of_Brazil_1888.jpg
Acesso em: 04/11/2014
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A segunda imagem é uma fotografia de um grafite dos muros de Curitiba, de autoria
não identificada. De acordo com Pennachin (2003), a origem do grafite (e também da
pichação) é associada à população negra de origem porto-riquenha de Nova York, na década
de 1960. Portanto, desde sua origem, o grafite é tratado como uma arte marginal, de uma
população excluída. Além disso, o autor destaca que o grafite acaba sendo, geralmente, uma
expressão efêmera. Ao contrário de formas de expressão vistas como patrimônio, não há, na
maioria dos casos, um esforço de preservá-los.
A partir disso, pode-se propor alguns questionamentos aos alunos.
O que é Arte? Quais critérios utilizamos para construir esse conceito?
Quem define o que é ou não arte? Por quê? Quais critérios essas pessoas utilizam?
Quais as principais diferenças entre o quadro de Pedro Américo e o grafite?
Em que contexto foi feito o quadro de Pedro Américo? Quais as motivações por trás
dessa obra? O que e quem ela representa? E no caso do grafite?
Por que o quadro de Pedro Américo é geralmente considerado patrimônio artístico e é
preservado em um museu e com o grafite não ocorre necessariamente o mesmo?
Imagem: Muro com grafite na região central de Curitiba (PR), em 2011 http://4.bp.blogspot.com/gMBhi7Z8OXI/TtBUVw7XHtI/AAAAAAAAE3g/uWkXS48HWTI/s640/WCT_03+de+agosto+de+2011_0042.jpg Acesso em: 04/11/2014
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Os parques e a formação de identidade
A fim de observar os tipos de lugares de memória que são valorizados na cidade, pode-
se realizar com os alunos visitas guiadas a parques e praças comemorativas. Aqui, na cidade de
Curitiba, esta atividade pode ser bastante frutífera, visto a grande quantidade de parques
espalhados pela cidade.
Apresentamos, a seguir, um modelo de exercício relacionado a um parque conhecido
na cidade de Curitiba. O Bosque João Paulo II, mais conhecido como Bosque do Papa, foi
construído em Curitiba em decorrência da visita do referido Papa polonês à capital
Paranaense, em 1980. A construção do bosque marcou o estabelecimento de um espaço que
se tornaria ponto importante de sociabilidade entre descendentes de poloneses, abrigando
um palco para apresentações culturais, lojas de artesanato e gastronomia polonesa, além de
casas e ferramentas nos modelos tipicamente usados por aquele povo.
Buscando problematizar o bosque enquanto lugar de memória de uma população
específica, sugerimos algumas perguntas que podem guiar as discussões, a partir de uma visita
guiada ao local:
Por que Curitiba possui um bosque que homenageia os imigrantes vindos da Polônia?
(Aqui, recomenda-se retomar a história da imigração polonesa e o contexto de criação
do parque, atrelado a um plano urbanístico europeizante)
Você conhece lugares de memória de outras populações dentro da cidade? Se sim,
cite-os e aponte com quais deles você possui maior afeição e por que.
Você acha que faltam lugares de memória para outros grupos dentro de Curitiba?
Quais?
A partir destas perguntas, intenta-se, mais amplamente, que os alunos possam refletir
conjuntamente sobre questões a respeito da celebração de patrimônios das diversas etnias
que compõem a população da cidade, assim como as relações de identificação que os alunos
estabelecem com os diferentes espaços comemorativos. A atividade pode ser adaptada a
diferentes parques e praças, buscando-se problematizar de forma histórica a construção de tais
locais.
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O turismo seletivo
O objetivo dessa atividade é problematizar a imagem que construímos sobre os lugares
e, consequentemente, a imagem que construímos sobre nossas próprias identidades. Além
disso, problematizar também as seleções que devemos fazer para construir tais imagens –
excluindo o que não é atrativo e enfatizando aquilo que mais nos interessa.
Ao visitarmos uma cidade pela primeira vez, sempre acabamos recorrendo a mapas
que nos mostram os pontos turísticos do lugar, normalmente locais de patrimônio e pontos
históricos escolhidos como lugares destinados a turistas. Observe o mapa abaixo que mostra a
rota do ônibus Linha Turismo, que percorre os principais pontos da cidade de Curitiba:
A partir do mapa, podem ser propostas algumas questões aos alunos:
Quais são os pontos que mais te chamaram atenção?
Por que esses pontos foram escolhidos? Que imagem se pretende passar com essas
escolhas?
Por que existem tantos pontos ligados à imigração? Você acha que existem grupos que
também compõe a história da cidade, mas que foram esquecidos nesse roteiro?
Para vocês, uma pessoa que só conheça Curitiba através desses locais, vai ter que
impressão sobre a cidade?
Imagem: http://www.urbs.curitiba.pr.gov.br/transporte/linha-turismo. Acesso em: 04/12/2014
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Depois de propostas as questões acima, exponha aos alunos este segundo mapa, que
representa todo o município de Curitiba, e a rota da Linha Turismo está em destaque:
Considerando os pontos turísticos e as observações feitas sobre o primeiro mapa, é
possível propor algumas questões:
Pode-se observar que a Linha Turismo se concentra em uma pequena região da
cidade. Por quê?
A linha não vai até bairros pobres e à periferia da cidade. Por que não é interessante
levar os turistas até esses lugares?
Você acha que o turista que faz o percurso da Linha Turismo realmente conhece a
cidade de Curitiba?
Que imagem de Curitiba se constrói através desses lugares? O que você acha disso?
Que lugares você incluiria no roteiro da Linha Turismo?
Imagem: http://www.guiaturismocuritiba.com.br/ Acesso em: 04/12/2014
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Patrimônio e preservação
O Belvedere da Praça João Cândido é um edifício construído em 1915, inicialmente
para servir como um mirante de Curitiba. Em 1966, foi tombado pelo Patrimônio Histórico do
Paraná. Desde sua construção, foi sede de várias entidades, e atualmente encontra-se em
estado de abandono, assim como a praça ao redor. A partir da reportagem da Gazeta do Povo,
é possível observar como a situação é analisada: “A pintura azul e branca do imóvel a cada dia
dá lugar a uma nova pichação. As vidraças das janelas pouco a pouco foram quebradas e já
estão, em sua maioria, espalhadas pelo chão do imóvel, que é referência na praça e um primor
da Belle Époque na capital. As portas foram arrombadas e o interior está tomado por um forte
odor de urina e fezes.”.
Com base no exposto acima, pode-se pensar em algumas questões:
Dos prédios da sua cidade que são tombados pelo Patrimônio Histórico, todos estão
bem preservados? Se não, por que isso acontece?
Manter um edifício antigo em boas condições é mais caro e complicado do que uma
construção mais recente, pois requer uma série de cuidados especiais e profissionais
específicos para não danificar a estrutura original. Quando o edifício é tombado, esses
cuidados são obrigatórios por lei e, consequentemente, os proprietários do imóvel ou
o Estado (quando pertence ao governo) tem dificuldades e pouco interesse em
Imagem: Daniel Castellan. Agência de Notícias Gazeta do Povo
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reformar essas edificações com a frequência necessária. Você considera importante a
manutenção física do patrimônio histórico? Por quê?
De acordo com a reportagem da Gazeta do Povo, o governo do Paraná pretende
limpar o Belvedere e em seguida instalar unidades de polícia no local. Na sua opinião,
qual seria o uso ideal dos prédios históricos? Deveria existir um maior contato com a
população? Como deveria ser esse acesso?
Através destas reflexões, a intenção é debater com os alunos a preferência por se manter
certos edifícios históricos bem preservados, e outros em estado de abandono. É interessante
lembrar em que regiões da cidade cada um deles está localizado, que grupo social ou que
momento histórico eles simbolizam, e qual pode ser a relação entre essas características e seu
estado de conservação. Outra questão importante é procurar saber se o imóvel é propriedade
privada ou do Estado, o que também pode indicar se a sua restauração é viável e interessante
para o responsável. Por fim, é importante lembrar também que o contato da população em
geral com essas edificações tombadas muitas vezes é através de uma relação distante e
desinteressada. Pode-se encerrar o debate perguntando aos alunos quais estratégias poderiam
ser tomadas para aproximar as pessoas dos símbolos históricos da sua cidade, e qual seria a
melhor forma de fazer isso (fazendo do local um centro cultural, promover visitas guiadas ao
público, etc).
Construção da identidade
O Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná se localiza na Praça Santos
Andrade, no centro da cidade de Curitiba. Inaugurado em 1915 – três anos após a fundação da
universidade – o prédio tinha uma aparência muito diferente da qual vemos hoje. Observe a
foto da fachada original:
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Além de passar por diversas obras de ampliação, como a construção de blocos laterais,
o edifício passou por uma reforma completa da fachada. A obra foi concluída em 1955 e
transformou completamente seu estilo, fazendo dele um edifício neoclássico. Pintado de
branco em 2012 – em comemoração ao centenário da fundação da universidade – essa é sua
aparência atual:
Imagem: http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/conselho-universitario-recusa-proposta-de-tombamento-do-predio-historico-da-ufpr/. Acesso em: 04/11/2014
Imagem: http://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-esta-entre-as-mil-melhores-do-mundo/. Acesso em: 04/11/2014
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Através da análise das duas imagens, é possível propor algumas questões:
Quais diferenças você percebe entre as duas fachadas? Por que você acha que ela foi
alterada?
O prédio te lembra de alguma outra construção antiga?
Por que o estilo neoclássico? Por que você acha que foi feita essa ligação entre um
prédio moderno curitibano a uma cultura do passado?
A partir de sua arquitetura, qual a imagem você imagina que se pretendia construir
sobre a Universidade Federal do Paraná?
Você acha que ao construir o prédio no estilo neoclássico, buscava-se emprestar um
pouco da legitimidade construída sobre esse passado?
O objetivo dessa atividade é mostrar como podemos construir nossa imagem e identidade
através da memória – usando referências históricas como legitimação no presente. Como
exemplo, usamos o edifício histórico da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba – que fica
na rota turística – e que desde sua construção passou por uma mudança radical.
Sugestão:
Outro tema que pode ser debatido com os alunos são os usos do passado, ou seja,
problematizar como buscamos no passado características históricas que justifiquem, legitimem
e unifiquem o presente – consequentemente também construindo uma imagem e analisando
esse passado somente dentro daquilo que nos agrada. Existem muitos textos sobre isso, de
acesso gratuito e online. Indicamos a tese de doutorado de Glaydson José da Silva, intitulada
Antiguidade, arqueologia e a França de Vichy: usos do passado1, defendida na Unicamp em
2005 – e disponível online na biblioteca digital da universidade. A indicação liga-se à atividade
proposta, que fala de um edifício neoclássico, porém o conceito pode ser aplicado a diferentes
outros contextos e adaptado a assuntos familiares aos alunos que participaram da atividade.
Cidades Históricas e a Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba
Após uma introdução sobre os conceitos de patrimônio, memória e identidade dada
aos alunos, é interessante trabalhar assuntos temáticos para melhor expor essas noções – se
baseando em assuntos com as quais há maior chance de eles terem contado ou alguma
1 SILVA, Glaydson José da. Antiguidade, arqueologia e a França de Vichy: Usos do passado. Tese
(Doutorado) - Curso de História, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000348012>. Acesso em: 08 dez. 2014.
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familiaridade. No exemplo a seguir, sobre as cidades históricas do litoral do Paraná – Antonina,
Morretes e Paranaguá – e a estrada de ferro Paranaguá-Curitiba podem ser trabalhadas a
história dos locais citados em sala, com o auxílio de imagens. Na internet há um amplo acervo
com imagens das cidades e da ferrovia, a seguir alguns exemplos:
Imagem: Teatro Municipal de Antonina http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=653221 Acesso em: 05/11/2014
Imagem: Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba http://christianbarbosa.blogspot.com.br/p/estrada-de-ferro-curitiba-paranagua.html Acesso em: 05/11/2014
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Imagem: Construção do viaduto da Estrada de ferro http://www.curitibacultura.com.br/sites/default/files/styles/large/public/field/image/noticias/viaduto_da_estrada_de_ferro_paranagua-curitiba_c._1884.jpg?itok=epzrnEMn Acesso em: 05/11/2014
Imagem: Estação ferroviário do Marumbi – Morretes, Paraná http://www.estacoesferroviarias.com.br/pr-cur-paran/marumbi.htm Acesso em: 05/11/2014
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Trabalhando principalmente com Paranaguá, pode-se problematizar a instauração da
capital do Paraná em Curitiba, no ano de 1853, sendo que a cidade do litoral ainda possuía
grande importância econômica. Atualmente, essas cidades têm uma importância turística
muito grande no estado. Paranaguá possui alguns museus para visitação, Morretes investe no
turismo gastronômico e Antonina sedia o festival de inverno da Universidade Federal do
Paraná.
A partir dessas observações de contexto, pode-se pensar:
Que importância teve a estrada de ferro Paranaguá-Curitiba quando da sua construção?
Qual o papel da estrada de ferro na economia do Paraná? Sua construção causou
mudanças nas cidades históricas do litoral?
Qual o papel das cidades do litoral na formação do estado?
Qual a influência que a escolha de Curitiba como capital teve na preservação dos
patrimônios históricos e culturais dessas cidades?
Qual a importância dessas cidades hoje? Estão elas conservadas? Por que elas são
consideradas patrimônio do estado do Paraná?
Por que as cidades que se voltam mais para o turismo preservam mais seus
patrimônios?
A estrada de ferro, hoje em dia mantida pelo setor privado, está em boas condições,
mas as paradas na serra dor mar estão, em sua maioria, abandonadas. Por que isso
acontece?
Sugestão:
Pode-se trabalhar também a história de Ildefonso Pereira Corrêa, o Barão do Serro
Azul – personagem histórico curitibano ligado à exploração do mate, mas que se liga à estrada
de ferro devido a sua morte – em específico à construção da memória deste personagem, que
transita entre o herói e o traidor. Pode-se problematizar a construção de sua imagem e por
quais motivos foi considerado traidor em sua época e agora, com sua memória reconstruída,
acaba sendo considerado herói.
Para iniciar esses debates, o filme O Preço da Paz, de 2003, dirigido por Paulo Morelli,
pode ser uma boa fonte. Afinal, o tema tratado são as atitudes do Barão do Serro Azul ao ver
Curitiba cercada, reações essas que vão condená-lo como traidor e vão resultar em sua morte.
O professor pode problematizar a memória construída sobre o barão na história do Paraná,
mas também deve problematizar o filme – que funciona como uma ferramenta de
reconstrução dessa imagem, e que transforma o barão em um inocente herói.
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Referências utilizadas no material e que podem ajudar as alunas e os alunos em suas
reflexões
BATISTA, Rodrigo. Moradores reclamam do abandono do Belvedere da Praça João Cândido:
Cedido há dois meses para a Academia Paranaense de Letras (APL), o espaço é ocupado com
frequência por moradores de rua e usuários de drogas. Gazeta do Povo. Curitiba. 28 nov. 2014.
Disponível em:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1516897. Acesso em:
08 dez. 2014.
FUNARI, P. Paulo; PELEGRINI, Sandra. Patrimônio Histórico e Cultural. Rio de Janeiro: Zahar,
2006.
GAZETA DO POVO. Curitiba, 28 nov. 2014. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1516897>. Acesso em: 04/12/2014.
GIMENES, Maria Henriqueta S. G. Cozinhando a Tradição: Festa, Cultura e História no Litoral
Paranaense. Tese (Doutorado em História) – Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
HOBSBAWM, E. J. (Eric J.) et al. A invenção das tradições. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
OLIVEIRA, Gabriel R. de. Patrimônio ferroviário de Curitiba como itinerário cultural: Uma
proposta metodológica. Anais do 3° colóquio ibero-americano paisagem cultural, patrimônio e
projeto - desafios e perspectivas. Belo Horizonte, 2014. Disponível em:
http://www.forumpatrimonio.com.br/paisagem2014/artigos/pdf/178.pdf. Acesso em:
05/12/2014.
O PREÇO da Paz. Direção de Paulo Morelli. Intérpretes: Lima Duarte, Herson Capri, Giulia Gam,
José de Abreu, Camila Pitanga, Danton Mello. Roteiro: Walter Negrão. [s.i.]: Ma Produção
Artística e Cultural, 2003. (103 min.), son., color. Baseado no livro de Túlio Vargas.
PENNACHIN, Deborah L. Signos Subversivos: Das Significações De Graffiti E Pichação:
Metrópoles contemporâneas como miríades sígnicas. XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação. Belo Horizonte, 2003.
SCHLICHTA, Consuelo A. B. D. Independência ou Morte (1888), de Pedro Américo: a pintura
histórica e a elaboração de uma certidão visual para a nação. XXV Simpósio Nacional de
História – ANPUH. Fortaleza, 2009.
VARGAS, Túlio. A Última Viagem do Barão do Serro Azul. 1ª edição. Curitiba: O Formigueiro,
1973.
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ZANIRATO, Silvia H. O patrimônio cultural em cidades novas. Leituras da política patrimonial
paranaense. Anais do II Encontro Cidades Novas - A Construção De Políticas Patrimoniais:
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Londrina: Centro Universitário Filadélfia – UniFil, 2009. Disponível em:
http://web.unifil.br/docs/semana_educacao/1/completos/06.pdf. Acesso em: 05/12/2014.
Sites
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