parte 1 cap. 2

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    uer pais, e 0 proposito de todo e qualquer pais ou dedo e qualquer tipo de questao que interes~e a geografia.

    preocupa

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    Trata-se, numa palavra, de conferir uma forma adaptadaos meios atuais de classifica~ao documentaria, a uma obraentro em pouco centenaria: a Bibliografia geografica inter-acional, completada pela Bibliografia cartografica interna-onal. Em fins do seculo XIX, atendendo a urn apelo deVidal de La Blache, Louis Raveneau elaborou com nota-

    el seguran~a e extensa cultura geografica urn metodo deoleta e de apresentac;:aode documentos geograficos, dentroas condi~6es das publica~6es e da pesquisa geograficagentes no decorrer do decenio de 1890. 0 trabalhoibliografico e 0 processamento da pesquisa prestavam-seuma ordenac;:aomuito minudosa com entradas multiplascompensadas pelas "chamadas". A entrada era ao mesmo

    mpo metodol6gica, pela classificac;:aodos titulos pOl'gran-es rubricas setoriais geograficas e pOl' capitulos regionais

    - no interior desses capitulos regionais - novamenteOl' grandes series sistematicas e nominativas, sendo ostulos classificados pOl' ordem alfabetica de nomes de auto-s no interior de cada capitulo. Para simplificar as pes-uisas sistematicas, foram introduzidos "bloqueios" pOl'ssuntos, no interior da divisao anteriormente exposta; urnndice remessivo dos nomes dos autores e retomando todoss tftulos, colocado no fim do volume al1ual e enriquecidoe "chamadas" aos anos precedentes, fizeram destes volu-es da Bibliografia geograjica anual, desde a sua cria~ao,

    strumentos exemplares de referenda e de pesquisa. Deferenda e de pesquisa pois a obra nao tinha como unicoscopo a apresenta~ao de uma enumera~ao fiel e sistema-ca: era tambem analftica e critica, comportando cada dta-ao algumas linhas de resumo e de observac;6es. Salvogumas altera~6es de detalhes, a Bibliografia geograjicaanteve sua unidade conceptual ate a Segunda Guerra

    Mundial, gra~as ao ininterrupto prop6sito de assim a con-ervar, a despeito das crescentes dificuldades advindas tantoos obst:kulos a transmissao cle documenta~ao cle pais para

    pais, quanto do aumento da prodUl;ao e da escassez deanalisadores para a quantidade de trabalhos diferentes

    publicados em lfnguas cacla vez mais numerosas. LouisRaveneau encontrara urn sucessor na pessoa de Elido Colin.Sob a dire~ao de ambos, a Bibliografia geografica anual,inidalmente francesa, tanto pOl' sua concep~ao como pelarealiza~ao, complemento documentarios dos Annales de geo-graphie, transformou-se ap6s quarenta anos de experie1!da,em Bibliographie geographique internationale, POl' dedsaodo Congresso Internadonal de Geografia reunido em Parisem 1931, e passou a contar com a colabora~ao de ge6grafosestrangeiros. Analftica e critica, pelo menos em parte (pois

    vai se tornando cada vez mais diffcil apor coment

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    de leitura teria podido realizar 0 que Louis Raveneau fezozinho ou com a colabora

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    II --- J1presentafaoe interpreta{ao geogr!Jfica dos documentos

    A conferic;ao dos documentos ou, para retomar umocabulo em yoga e utilizado um pouco acima, 0 estabele-mento de um "banco de documentac;ao", represent a ape-as um dos primeiros passos no sentido da elaborac;ao damateria-prima" dos trabalhos geograficos.

    A segunda etapa vem com 0 estabelecimento de cole-

    neas de slnteses basicas que sirvam de pontos de partidaara pesquisas em profundidade, ao tempo em que cons-tuem aferic;6es dos conhecimentos adquiridos num mo-ento determinado. A forma mais especificamente geogd-ca dessas coletaneas de slnteses e 0 mapa ou mais exata-ente, 0 atlas.

    POl'uma dialetica bastante simples, correspondendo '30esmo tempo a um tipo de progressao do conhecimento, apresentac;ao cartografica significa, sob formas varias, 0

    ponto de partida e 0 ponto terminal do trabalho geografico.Assim sendo, nao devera causal' estranheza 0 reiteradoretorno do tema cartografico, neste ensaio metodol6gico.Sendo linguagem --- 0 meio de expressao do ge6grafo ---o mapa apresenta, em diferentes etapas da aquisic;ao doconhecimento, um balanc;o do que se encontra assimiladoe integrado a imagem global do espac;o. DHerindo do mapa"topografico", ou mais exatamente "corografico", de cara-tel' estritamente descritivo, 0 mapa dos ge6grafos e umainterpretac;ao. E fragmentario na interpretac;ao do conjuntodos dados e dos fenomenos geograficos --- e, pOl' conse-guinte, setorial ou global. Podemos nos sentir propensosa julgar que 0 mapa setorial e objetivo enquanto 0 mapaglobal seria subjetivo. Com efeito, 0 mapa setorial indicatudo que e conhecido e localizavel numa determinada ordemde ideias. Nao se exime, pOl' certo, de considerar e deexprimir analogias ou relac;6es, mas estas analogias e rela-c;6essao sempre inerentes ao assunto. Um mapa geol6gicofornece uma imagem da distribuic;ao dos afloramentos, tao precisa quanto 0 permit a a sua escala. Pode comportar alem disso indicac;6esde dep6sitos de cobertura, e dos prin-cipais acidentes tectonicos reconhedveis no terreno, jazidasde f6sseis e de materiais uteis.O objeto do mapa agrkolae a representac;ao simulti'inea da utilizac;ao do solo e dorendimento das diferentes culturas. Mas a interferenciade dados diversos torn a difkil a combinac;ao de sua repre-

    sentac;ao. A engenhosidade do cart6grafo encontra limites pot um lado na c1areza da leitura do documento e, POl'outro lado, no prec;o de custo da execuc;aoe da reproduc;ao.E dHkil representar simultaneamente estados e movi-mentos. Um mapa da populac;ao que fornec;a ao mesmotempo uma imagem da localizac;ao, das migrac;6es e docrescimento, constitui um documento delicado cujo simbo-lismo tem de scr necessariamente simplificador. A fideli-dade imp6e 0 conf1'Onto de documentos particulares. A

    de codificar as publicac;6ese que cabe a func;ao de triagem.a medida em que encontrem a sua disposic;ao um c6digoeciso e, ao mesmo tempo, amplamente aberto, esta sele-aodeveria ser relatlvamente Hcil pois 0 trabalho ou artigo

    ue nao afinasse pe10 diapasao do c6digo deveria ser eHmi-ado. Nao obstante, mesmo providas de um instrumentoe selec;ao cuidadosamente elaborado, as equipes que sentregam ao exame e a triagem das publicac;6es deverao ser umerosas e muito bem preparadas atraves da aquisic;aodema cultura geografica completa. Ate 0 momento, pareceue 0 Servic;o Central de Bibliografia de Moscou, respon-avel pe10s Referatnyi J urnali foi 0 unico que conseguiusolver os problemas tecnicos assim propostos, grac;as a

    m enorme investimento de meios de trabalho e de pessoal.as para a e1e tel' acesso pressup6e-se 0 conhecimento dangua russa. . .

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    slntese implica uma seler;:ao. 0 mapa regional constituiuma modalidade de expressao mais doscaracteres origi-nais que da globalidade dos dados. So tera valor se baseadonuma coler;:aode documentos sectoriais fidedignos (ver mais alem a pagina 103).

    A necessidade leva, desta maneira, a nor;:ao de atlas.Por atlas deve-se entender evidentemente uma coler;:aodemapas que se complementem uns aos outros e em escalaque possibilite a mais elevada precisao de representar;:aodedados (escala essa que pode ser variavel de acordo com adensidade e com a localizar;:aoespedfica desses dados). Aormula dos chamados atlas "regionais" atende a esta preo-

    cupar;:ao. Todavia, contanto que haja uma certa simplifi-car;:ao,e tambem no caso de paises ainda pouco explorados,o atlas pode ser urn atlas nacional, sobretudo se 0 Estadoem questao nao tiver as dimensoes de urn continente oude urn subcontinente. A execur;:aode urn atlas atende aocarater mobilizador de dados heterogeneos da geografia;a de per si obra geografica, e1a se presta de maneira admi-avel e muito utH a cooperar;:aode espedalistas que agem

    como fornecedores e, ate certo ponto, como interpretadoresde dados, e de geografos e cart6grafos cuja funr;:aoe empres-ar forma e significar;:ao a documentar;:ao coletada. Em

    outras palavras, e uma obra geografica realizada sobre umabase pluridisdplinar.

    ge6grafo a principal modalidade de transmissao de seus conheci-mentos e, POl'. c.nseguinte,de sua contribui\:ao original. Ja e maisc.mplexaa mlssao de u~ centro .de documenta\:ao. Em prindpio,nao :e saba para q~e ha de servtt 0 mapa setorial ou 0 mapa dere1a\:oes ~lUS se esta elaborando. Pro~e?~-se a esta elabora~ao por-que se dlspoe de elementos que a posslblhtam e queassim adquiremforma geogriifica. Vai constituir urn instrumento de trabalho parausa p~blico e que? segundo ~.ori:nta~ao da pesquisa, sera explorado par~ fmahdades d1Ver~as: utlhza\:ao dlreta ou semidireta numa apli-ca\:ao d.e. ale_ance hmltado, ou integra\:ao num sistema mais geralde moblhza\:ao total do~ dados: l?-0liticade organiza\:ao regional, estu-dos de mercado e de Implanta\:ao funcional etc.

    ~ conveniente estabe1ecer uma distin\:ao entre dois procedi-mentos similares mas distintos: 0 de pesquisador isolado e 0 doscentros de documenta\:ao e de aplica\:ao. Segundo a concep\:ao tradi-dicional da tese de doutoramento, slmbolo da pesquisa fundamentalna Fran~a, 0 pesquisador vai realizando balanl:os sucessivos de seusnventarios setoriais, a fim de ai descobrir, atraves da aplica\:ao do

    metodo correlativo e comparativo, os elementos primaciais que cons-ituirao 0 travejamento de seus mapas de sintese final. Destamaneira, distin~ao essencial e a que opOe os mapas operacionais,'csel'vados a cxcmplo do fichatio de documcnta\:ao, ao dominio cla

    pesquisa primaria, aos mapas de Cxpl'cssao que constitucm para 0

    Com excer;:aodos mapas muito simples - que, nocaso, saG os menos interessantes - os mapas implicam a presenr;:a de urn certo numero de artifices executores quetransgridem a realidade material elementar para assegurar a posslbilidade de sua representar;:ao. Como exemplo maissugestivo, ai esta 0 dos mapas representativos cia locali-zar;ao de popular;oes. Segundo a escala e a densidade do povoamento, sera necessarlo recorrer a uma menor ou maior generalizar;ao. 0 habitante e artificialmente integrado aurn grupo numerico que pode nao existir objetivamente:no caso de urn habitat disperso, por exemplo, :urn pontoque represente 100 habitantes traduz 10 ou 15 unidadesiamiliares distintas e esparsas. A localizar;:aodesse sinale uma abstrar;:ao. Obedece a urn esquema interpretativoconvencional: centro geometrico da localizar;:aoreal das pes-soas em questao ou local de mais forte concentrar;:ao etc.

    Numa representar;:ao de relac;:oes,a determinac;:aoda escalade sinais pode derivar da aplicac;:aopuramente matematica~o calculo das medias e medianas, ou resultar do prop6-Slto de por em evidencia cortes ou oposic;:oesexpressivasde uma certa situac;:aodo meio. Por outro lado mesmo prov:ida de uma escala de convenc;:oese de uma'legenda preClsa e completa, 0 mapa exige da parte do leitor umaatenc;:aoe uma experiencia tanto maiores quanto mais com- plexos e interferentes forem os dados por ele representados.

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    s o chega a atingir plenamente seu objetivo de informa~aoquando provido de um comentario duplo de execu~ao ede interpreta~ao. 0 comentario de execU