pão nosso - emmanuel - chico xavier

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    ndiceNo Servio Cristo ................................................................................ 71 Mos obra ..................................................................................... 92 Pensa um pouco ............................................................................ 113 O arado .......................................................................................... 124 Antes de servir ............................................................................... 145 Salrios .......................................................................................... 166 Valei-vos da luz.............................................................................. 187 A semente...................................................................................... 208 Ansiedades .................................................................................... 229 Homens de f................................................................................. 2410 Sentimentos fraternos .................................................................. 2511 O bem incansvel...................................................................... 2712 Pensaste nisso?........................................................................... 2913 Estaes necessrias .................................................................. 3114 Pginas ........................................................................................ 3315 Pensamentos ............................................................................... 3416 A quem obedeces? ...................................................................... 3617 Intercesso................................................................................... 3718 Provas de fogo ............................................................................. 3819 Falsas alegaes ......................................................................... 3920 A marcha...................................................................................... 4021 Mar alto ........................................................................................ 4222 Inconstantes................................................................................. 4423 No de todos............................................................................. 4624 Filhos prdigos............................................................................. 4825 Nas estradas ................................................................................ 5026 Trabalhos imediatos..................................................................... 5127 Esmagamento do mal .................................................................. 5328 E os fins? ..................................................................................... 5529 A vinha ......................................................................................... 5730 Convenes ................................................................................. 5831 Com caridade............................................................................... 6032 Cadveres.................................................................................... 6233 Trabalhemos tambm .................................................................. 6434 Lugar deserto ............................................................................... 6635 O Cristo operante......................................................................... 6836 At o fim....................................................................................... 70

    Francisco Cndido Xavier - Po Nosso - pelo Esprito Emmanuel 2

    COLEO ''FONTE VIVA''

    01 - Caminho, Verdade e Vida (1948)

    02 - Po Nosso (1950)

    03 - Vinha de Luz (1951)

    04 - Fonte Viva (1956)

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    37 Seria intil .................................................................................... 71

    38 Conta particular............................................................................ 7339 Convite ao bem ............................................................................ 7540 Em preparao............................................................................. 7741 No futuro ...................................................................................... 7942 Sempre vivos ............................................................................... 8143 Boas maneiras ............................................................................. 8344 Curas ........................................................................................... 8545 Quando orardes ........................................................................... 8746 Vs, entretanto............................................................................. 88

    47 O problema de agradar ................................................................ 8948 Compreendamos.......................................................................... 9149 Velho argumento.......................................................................... 9350 Preserva a ti prprio..................................................................... 9551 Socorre a ti mesmo ...................................................................... 9752 Perigos sutis................................................................................. 9953 Em cadeias ................................................................................ 10154 Razo dos apelos....................................................................... 10355 Coisas invisveis......................................................................... 105

    56 xitos e insucessos.................................................................... 10757 Perante Jesus ............................................................................ 10958 Contribuir ................................................................................... 11159 Sigamos at l ........................................................................... 11360 Lgica da Providncia ................................................................ 11561 O homem com Jesus ................................................................. 11762 Jesus para o homem.................................................................. 11963 O Senhor d sempre .................................................................. 12164 Melhor sofrer no bem ................................................................. 12365 Tenhamos paz ........................................................................... 12566 Boa-vontade............................................................................... 12767 M-vontade ................................................................................ 12868 Necessrio acordar .................................................................... 12969 Hoje............................................................................................ 13170 Elogios ....................................................................................... 13371 Sacudir o p ............................................................................... 13472 Contempla mais longe................................................................ 13673 Aprendamos quanto antes ......................................................... 13874 Ms palestras............................................................................. 14075 Murmuraes ............................................................................. 14176 As testemunhas ......................................................................... 142

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    77 Responder.................................................................................. 144

    78 Segundo a carne........................................................................ 14679 O mas e os discpulos.............................................................. 14880 O no e a luta .......................................................................... 15081 No paraso.................................................................................. 15282 Em Esprito................................................................................. 15483 Conforme o amor ....................................................................... 15684 Levantando mos santas ........................................................... 15885 E o adltero?.............................................................................. 16086 Intentar e agir ............................................................................. 162

    87 Pondera sempre......................................................................... 16488 Correes................................................................................... 16689 Bem-aventuranas ..................................................................... 16890 O trabalhador divino................................................................... 17091 Isso contigo ............................................................................. 17292 Deus no desampara ................................................................. 17493 O Evangelho e a mulher............................................................. 17694 Sexo........................................................................................... 17895 Esta a mensagem ................................................................... 180

    96 Justamente por isso ................................................................... 18297 Conserva o modelo .................................................................... 18498 Evita contender .......................................................................... 18699 Com ardente amor ..................................................................... 188100 Rendamos graas .................................................................... 190101 Resiste tentao.................................................................... 192102 Ns e Csar ............................................................................. 194103 Cruz e disciplina....................................................................... 196104 Direito sagrado......................................................................... 198105 Observao primordial ............................................................. 200106 H muita diferena ................................................................... 201107 Piedade.................................................................................... 203108 Orao ..................................................................................... 205109 Trs imperativos....................................................................... 207110 Magnetismo pessoal ................................................................ 209111 Granjeai amigos ....................................................................... 211112 Tabernculos eternos............................................................... 213113 Tua f....................................................................................... 215114 Novos atenienses..................................................................... 217115 A porta ..................................................................................... 218116 Ouam-nos............................................................................... 219

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    117 Em famlia ................................................................................ 221

    118 para isto ................................................................................ 223119 Ajuda sempre ........................................................................... 225120 Conciliao............................................................................... 227121 Monturo.................................................................................... 229122 Pecado e pecador .................................................................... 230123 Condio comum ..................................................................... 232124 No falta................................................................................... 233125 Separao................................................................................ 235126 O espinho................................................................................. 237

    127 Lei de retorno ........................................................................... 239128 porque ignoram..................................................................... 241129 Ao partir do po........................................................................ 242130 Onde esto?............................................................................. 243131 O mundo e a crena................................................................. 245132 Em tudo.................................................................................... 247133 O grande futuro ........................................................................ 249134 Nutrio espiritual .................................................................... 251135 Renovao necessria ............................................................. 253

    136 Conflito..................................................................................... 254137 Inimigos.................................................................................... 256138 Vejamos isso............................................................................ 258139 Oferendas ................................................................................ 260140 Saibamos lembrar .................................................................... 262141 Amor fraternal .......................................................................... 263142 Revides .................................................................................... 265143 No tiranizes ............................................................................ 267144 Fazei preparativos.................................................................... 268145 Obreiros ................................................................................... 270146 Seguir a verdade...................................................................... 272147 No s................................................................................... 274148 Ceifeiros................................................................................... 276149 Crer em vo ............................................................................. 278150 o mesmo ............................................................................... 279151 Ningum se retira..................................................................... 281152 De que modo?.......................................................................... 283153 No tropecemos....................................................................... 285154 Os contrrios............................................................................ 287155 Contra a insensatez ................................................................. 289156 Cu com cu ............................................................................ 291

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    157 O filho egosta .......................................................................... 293

    158 Governo interno ....................................................................... 295159 A posse do Reino ..................................................................... 297160 A grande luta............................................................................ 299161 Vs, que dizeis?....................................................................... 301162 Manifestaes espirituais ......................................................... 302163 Agradecer................................................................................. 304164 O diabo .................................................................................... 306165 Falsos discursos ...................................................................... 308166 Cura do dio............................................................................. 309

    167 Entendimento ........................................................................... 311168 De madrugada ......................................................................... 313169 Olhos........................................................................................ 315170 A lngua.................................................................................... 317171 Lei do uso................................................................................. 319172 Que despertas?........................................................................ 321173 Como testemunhar................................................................... 323174 Espiritismo na f....................................................................... 325175 Tratamento de obsesses ........................................................ 327

    176 Na revelao da vida................................................................ 329177 Guardemos sade mental ........................................................ 331178 Combate interior....................................................................... 333179 Entendamos servindo............................................................... 335180 Cr e segue.............................................................................. 337

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    No Servio CristoPorque todos devemos comparecer ante o tribunal doCristo, para que cada um receba segundo o que tiverfeito, estando no corpo, o bem ou o mal. Paulo. (2Epstola aos Corntios, 5:10.)

    No falta quem veja no Espiritismo mero campo de experi-

    mentao fenomnica, sem qualquer significao de ordem moralpara as criaturas.

    Muitos aprendizes da consoladora Doutrina, desse modo, li-mitam-se s investigaes de laboratrio ou a discusses filosfi-cas.

    imperioso reconhecer, todavia, que h tantas categorias dehomens desencarnados, quantas so as dos encarnados.

    Entidades discutidoras, levianas, rebeldes e inconstantes tran-sitam em toda parte. Alm disso, incgnitas e problemas surgempara os habitantes dos dois planos.

    Em vista de semelhantes razes, os adeptos do progresso efe-tivo do mundo, distanciados da vida fsica, pugnam pelo Espiri-tismo com Jesus, convertendo-nos o intercmbio em fator deespiritualidade santificante.

    Acreditamos que no se deve atacar outro crculo de vida,quando no nos encontramos interessados em melhorar a persona-lidade naquele em que respiramos.

    No vale pesquisar recursos que no nos dignifiquem.

    Eis por que para ns outros, que supomos trazer o coraoacordado para a responsabilidade de viver, Espiritismo no ex-pressa simples convico de imortalidade: clima de servio eedificao.

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    No adianta guardar a certeza na sobrevivncia da alma, alm

    da morte, sem o preparo terrestre na direo da vida espiritual. Enesse esforo de habilitao, no dispomos de outro guia maissbio e mais amoroso que o Cristo.

    Somente luz de suas lies sublimes possvel reajustar ocaminho, renovar a mente e purificar o corao.

    Nem tudo o que admirvel divino.

    Nem tudo o que grande respeitvel.

    Nem tudo o que belo santo.

    Nem tudo o que agradvel til.

    O problema no apenas de saber. o de reformar-se cadaum para a extenso do bem.

    Afeioemo-nos, pois, ao Evangelho sentido e vivido, compre-endendo o imperativo de nossa iluminao interior, porque, se-

    gundo a palavra oportuna e sbia do Apstolo, todos devemoscomparecer ante o tribunal do Cristo, a fim de recebermos, deacordo com o que realizamos, estando no corpo, o bem ou o mal.

    EMMANUEL

    Pedro Leopoldo, 22 de fevereiro de 1950.

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    1Mos obra

    Que fareis, pois, irmos? Quando vos ajuntais, cadaum de vs tem doutrina, tem revelao, tem lngua,tem interpretao. Faa-se tudo para edificao. Paulo. (1 Epstola aos Corntios, 14:26.)

    A igreja de Corinto lutava com certas dificuldades mais for-tes, quando Paulo lhe escreveu a observao aqui transcrita.

    O contedo da carta apreciava diversos problemas espirituaisdos companheiros do Peloponeso, mas podemos insular o verscu-lo e aplic-lo a certas situaes dos novos agrupamentos cristos,formados no ambiente do Espiritismo, na revivescncia do Evan-gelho.

    Quase sempre notamos intensa preocupao nos trabalhado-res, por novidades em fenomenologia e revelao.

    Alguns ncleos costumam paralisar atividades quando nodispem de mdiuns adestrados.

    Por qu?

    Mdium algum solucionar, em definitivo, o problema fun-

    damental da iluminao dos companheiros.Nossa tarefa espiritual seria absurda se estivesse circunscrita

    freqncia mecnica de muitos, a um centro qualquer, simples-mente para assinalarem o esforo de alguns poucos.

    Convenam-se os discpulos de que o trabalho e a realizaopertencem a todos e que imprescindvel se movimente cada qualno servio edificante que lhe compete. Ningum alegue ausncia

    de novidades, quando vultosas concesses da esfera superior

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    aguardam a firme deciso do aprendiz de boa-vontade, no sentido

    de conhecer a vida e elevar-se.Quando vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelao, o po-

    der de falar e de interpretar de que j sois detentores e colocaimos obra do bem e da luz, no aperfeioamento indispensvel.

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    2Pensa um pouco

    As obras que eu fao em nome de meu Pai, essas testi-ficam de mim. Jesus. (Joo, 10:25.)

    vulgar a preocupao do homem comum, relativamente s

    tradies familiares e aos institutos terrestres a que se prende,nominalmente, exaltando-se nos ttulos convencionais que lheidentificam a personalidade.

    Entretanto, na vida verdadeira, criatura alguma conhecidapor semelhantes processos. Cada Esprito traz consigo a histriaviva dos prprios feitos e somente as obras efetuadas do a co-nhecer o valor ou o demrito de cada um.

    Com o enunciado, no desejamos afirmar que a palavra estejadesprovida de suas vantagens indiscutveis; todavia, necessriocompreender-se que o verbo tambm profundo potencial recebi-do da Infinita Bondade, como recurso divino, tornando-se indis-pensvel saber o que estamos realizando com esse dom do SenhorEterno.

    A afirmativa de Jesus, nesse particular, reveste-se de impere-cvel beleza.

    Que diramos de um Salvador que estatusse regras para aHumanidade, sem partilhar-lhe as dificuldades e impedimentos?

    O Cristo iniciou a misso divina entre homens do campo, vi-veu entre doutores irritados e pecadores rebeldes, uniu-se a doen-tes e aflitos, comeu o duro po dos pescadores humildes e termi-nou a tarefa santa entre dois ladres.

    Que mais desejas? Se aguardas vida fcil e situaes de evi-dncia no mundo, lembra-te do Mestre e pensa um pouco.

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    3O arado

    E Jesus lhe disse: Ningum, que lana mo do arado eolha para trs apto para o reino de Deus. (Lucas,9:62.)

    Aqui, vemos Jesus utilizar na edificao do Reino Divino umdos mais belos smbolos.

    Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras imagens.Poderia reportar-se s leis do mundo, aos deveres sociais, aostextos da profecia, mas prefere fixar o ensinamento em bases maissimples.

    O arado aparelho de todos os tempos. pesado, demanda

    esforo de colaborao entre o homem e a mquina, provoca suore cuidado e, sobretudo, fere a terra para que produza. Constri obero das sementeiras e, sua passagem, o terreno cede para quea chuva, o sol e os adubos sejam convenientemente aproveitados.

    necessrio, pois, que o discpulo sincero tome lies com oDivino Cultivador, abraando-se ao arado da responsabilidade, naluta edificante, sem dele retirar as mos, de modo a evitar preju-zos graves terra de si mesmo.

    Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de miseri-crdia que caram sobre ns e que se foram sem qualquer aprovei-tamento para nosso esprito, no sol de amor que nos vem vivifi-cando h muitos milnios, nos adubos preciosos que temos recu-sado, por preferirmos a ociosidade e a indiferena.

    Examinemos tudo isto e reflitamos no smbolo de Jesus.

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    Um arado promete servio, disciplina, aflio e cansao; no

    entanto, no se deve esquecer que, depois dele, chegam semeadu-ras e colheitas, pes no prato e celeiros guarnecidos.

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    4Antes de servir

    Bem como o Filho do homem no veio para ser servi-do, mas para servir. Jesus. (Mateus, 20:28.)

    Em companhia do esprito de servio, estaremos sempre bem

    guardados. A Criao inteira nos reafirma esta verdade com clare-za absoluta.

    Dos reinos inferiores s mais altas esferas, todas as coisasservem a seu tempo.

    A lei do trabalho, com a diviso e a especializao nas tare-fas, prepondera nos mais humildes elementos, nos variados seto-res da Natureza.

    Essa rvore curar enfermidades, aquela outra produzir fru-tos. H pedras que contribuem na construo do lar; outras exis-tem calando os caminhos.

    O Pai forneceu ao filho homem a casa planetria, onde cadaobjeto se encontra em lugar prprio, aguardando somente o esfor-o digno e a palavra de ordem, para ensinar criatura a arte deservir. Se lhe foi doada a plvora destinada libertao da energia

    e se a plvora permanece utilizada por instrumento de morte aossemelhantes, isto corre por conta do usufruturio da moradiaterrestre, porque o Supremo Senhor em tudo sugere a prtica dobem, objetivando a elevao e o enriquecimento de todos os valo-res do Patrimnio Universal.

    No olvidemos que Jesus passou entre ns, trabalhando. E-xaminemos a natureza de sua cooperao sacrificial e aprendamoscom o Mestre a felicidade de servir santamente.

    Podes comear hoje mesmo.

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    Uma enxada ou uma caarola constituem excelentes pontos

    de incio. Se te encontras enfermo, de mos inabilitadas para acolaborao direta, podes principiar mesmo assim, servindo naedificao moral de teus irmos.

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    5Salrios

    E contentai-vos com o vosso soldo. Joo Batista.(Lucas, 3:14.)

    A resposta de Joo Batista aos soldados, que lhe rogavam es-

    clarecimentos, modelo de conciso e de bom senso.Muita gente se perde atravs de inextricveis labirintos, emvirtude da compreenso deficiente acerca dos problemas de remu-nerao na vida comum.

    Operrios existem que reclamam salrios devidos a ministros,sem cogitarem das graves responsabilidades que, no raro, con-vertem os administradores do mundo em vtimas da inquietao e

    da insnia, quando no seja em mrtires de representaes e ban-quetes.

    H homens cultos que vendem a paz do lar em troca da dila-tao de vencimentos.

    Inmeras pessoas seguem, da mocidade velhice do corpo,ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por no se conformaremcom os ordenados mensais que as circunstncias do caminho

    humano lhes assinalam, dentro dos imperscrutveis Desgnios.No por demasia de remunerao que a criatura se integrarnos quadros divinos.

    Se um homem permanece consciente quanto aos deveres quelhe competem, quanto mais altamente pago, estar mais intranqi-lo.

    Desde muito, esclarece a filosofia popular que para a grande

    nau surgir a grande tormenta.

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    Contentar-se cada servidor com o prprio salrio prova de

    elevada compreenso, ante a justia do Todo-Poderoso.Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua-te a

    valorizar as concesses do Cu.

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    6Valei-vos da luz

    Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas novos apanhem. Jesus. (Joo, 12:35.)

    O homem de meditao encontrar pensamentos divinos, ana-

    lisando o passado e o futuro.Ver-se- colocado entre duas eternidades a dos dias que seforam e a que lhe acena do porvir.

    Examinando os tesouros do presente, descobrir suas oportu-nidades preciosas.

    No futuro, antev a bendita luz da imortalidade, enquanto queno pretrito se localizam as trevas da ignorncia, dos erros prati-

    cados, das experincias mal vividas. Esmagadora maioria depersonalidades humanas no possui outra paisagem, com respeitoao passado prximo ou remoto, seno essa constituda de runa edesencanto, compelindo-as a revalorizar os recursos em mo.

    A vida humana, pois, apesar de transitria, a chama que voscoloca em contacto com o servio de que necessitais para a ascen-so justa. Nesse abenoado ensejo, possvel resgatar, corrigir,

    aprender, ganhar, conquistar, reunir, reconciliar e enriquecer-seno Senhor.

    Refleti na observao do Mestre e apreender-lhe-eis o lumi-noso sentido. Andai enquanto tendes a luz, disse Ele.

    Aproveitai a ddiva de tempo recebida, no trabalho edifican-te.

    Afastai-vos da condio inferior, adquirindo mais alto enten-

    dimento.

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    Sem os caractersticos de melhoria e aprimoramento no ato de

    marcha, sereis dominados pelas trevas, isto , anulareis vossaoportunidade santa, tornando aos impulsos menos dignos e re-gressando, em seguida morte do corpo, ao mesmo stio de som-bras, de onde emergistes para vencer novos degraus na sublimemontanha da vida.

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    7A semente

    E, quando semeias, no semeias o corpo que h denascer, mas o simples gro de trigo ou de outra qual-quer semente. Paulo. (1 Epstola aos Corntios,15:37.)

    Nos servios da Natureza, a semente reveste-se, aos nossosolhos, do sagrado papel de sacerdotisa do Criador e da Vida.

    Gloriosa herdeira do poder divino, coopera na evoluo domundo e transmite silenciosa e sublime lio, tocada de valoresinfinitos, criatura.

    Exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida,

    as requisies justas de trabalho, os lugares prprios, os temposadequados.

    H homens inquietos e insaciados que ainda no conseguiramcompreend-la. Exigem as grandes obras de um dia para outro,impem medidas tirnicas pela fora das ordenaes ou das armasou pretendem trair as leis profundas da Natureza; aceleram osprocessos da ambio, estabelecem domnio transitrio, alardeiammentirosas conquistas, incham-se e caem, sem nenhuma edifica-o santificadora para si ou para outrem.

    No souberam aprender com a semente minscula que lhes dtrigo ao po de cada dia e lhes garante a vida, em todas as regiesde luta planetria.

    Saber comear constitui servio muito importante.

    No esforo redentor, indispensvel que no se percam de

    vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palestra, uma

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    hora, uma frase pode representar sementes gloriosas para edifica-

    es imortais. Imprescindvel, pois, jamais desprez-las.

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    8Ansiedades

    Lanando sobre ele toda a vossa ansiedade, porqueele tem cuidado de vs. (1 Epstola a Pedro, 5:7.)

    As ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo

    de til na Terra.Invariavelmente, o homem precipitado conta com todas asprobabilidades contra si.

    Opondo-se s inquietaes angustiosas, falam as lies de pa-cincia da Natureza, em todos os setores do caminho humano.

    Se o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veioao mundo, no na categoria de trabalhador em tarefa santificante,

    mas por desesperado sem remisso.Se a criatura refletisse mais sensatamente reconheceria o con-

    tedo de servio que os momentos de cada dia lhe podem oferecere saberia vigiar, com acentuado valor, os patrimnios prprios.

    Indubitvel que as paisagens se modificaro incessantemente,compelindo-nos a enfrentar surpresas desagradveis, decorrentesde nossa atitude inadequada, na alegria ou na dor; contudo, repre-

    senta impositivo da lei a nossa obrigao de prosseguir diariamen-te, na direo do bem.

    A ansiedade tentar violentar coraes generosos, porque asestradas terrenas desdobram muitos ngulos obscuros e problemasde soluo difcil; entretanto, no nos esqueamos da receita dePedro.

    Lana as inquietudes sobre as tuas esperanas em Nosso Pai

    Celestial, porque o Divino Amor cogita do bem-estar de todosns.

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    Justo desejar, firmemente, a vitria da luz, buscar a paz com

    perseverana, disciplinar-se para a unio com os planos superio-res, insistir por sintonizar-se com as esferas mais altas. No olvi-des, porm, que a ansiedade precede sempre a ao de cair.

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    9Homens de f

    Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras eas pratica, assemelh-lo-ei ao homem prudente que e-dificou a sua casa sobre a rocha. Jesus. (Mateus,7:24.)

    Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpre-tados conta de expresses mximas do Cristianismo, na galeriados tipos venerveis da f; entretanto, isso somente aconteceuquando os instrumentos da verdade, efetivamente, no olvidarama vigilncia indispensvel ao justo testemunho.

    interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos osdiscpulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica. Dase conclui que os homens de f no so aqueles apenas palavrosose entusiastas, mas os que so portadores igualmente da ateno eda boa-vontade, perante as lies de Jesus, examinando-lhes ocontedo espiritual para o trabalho de aplicao no esforo dirio.

    Reconforta-nos assinalar que todas as criaturas em servio nocampo evanglico seguiro para as maravilhas interiores da f.Todavia, cabe-nos salientar, em todos os tempos, o subido valor

    dos homens moderados que, registrando os ensinos e avisos daBoa Nova, cuidam, desvelados, da soluo de todos os problemasdo dia ou da ocasio, sem permitir que suas edificaes individu-ais se processem longe das bases crists imprescindveis.

    Em todos os servios, o concurso da palavra sagrado e in-dispensvel, mas aprendiz algum dever esquecer o sublime valordo silncio, a seu tempo, na obra superior do aperfeioamento de

    si mesmo, a fim de que a ponderao se faa ouvida, dentro daprpria alma, norteando-lhe os destinos.

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    10Sentimentos fraternos

    Quanto, porm, caridade fraternal, no necessitaisde que vos escreva, visto que vs mesmos estais instru-dos por Deus que vos ameis uns aos outros. Paulo.(1 Epstola aos Tessalonicenses, 4:9.)

    Forte contra-senso que desorganiza a contribuio humana,no divino edifcio do Cristianismo, o impulso sectrio que ator-menta enormes fileiras de seus seguidores.

    Mais reflexo, mais ouvidos ao ensinamento de Jesus e essasbatalhas injustificveis estariam para sempre apagadas.

    Ainda hoje, com as manifestaes do plano espiritual na re-

    novao do mundo, a cada momento surgem grupos e personali-dades, solicitando frmulas do Alm para que se integrem nocampo da fraternidade pura.

    Que esperam, entretanto, os companheiros esclarecidos paraserem efetivamente irmos uns dos outros?

    Muita gente se esquece de que a solidariedade legtima escas-seia nos ambientes onde reduzido o esprito de servio e onde

    sobra a preocupao de criticar. Instituies notveis so condu-zidas perturbao e ao extermnio, em vista da ausncia doauxlio mtuo, no terreno da compreenso, do trabalho e da boa-vontade.

    Falta de assistncia? No.

    Toda obra honesta e generosa repercute nos planos mais altos,conquistando cooperadores abnegados.

    Quando se verifique a invaso da desarmonia nos institutosdo bem, que os agentes humanos acusem a si mesmos pela defec-

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    o nos compromissos assumidos ou pela indiferena ao ato de

    servir. E que ningum pea ao Cu determinadas receitas de fra-ternidade, porque a frmula sagrada e imutvel permanece conos-co no amai-vos uns aos outros.

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    11O bem incansvel

    E vs, irmos, no vos canseis de fazer o bem. Pau-lo. (2 Epstola aos Tessalonicenses, 3:13.)

    muito comum encontrarmos pessoas que se declaram can-

    sadas de praticar o bem. Estejamos, contudo, convictos de quesemelhantes alegaes no procedem de fonte pura.

    Somente aqueles que visam determinadas vantagens aos inte-resses particularistas, na zona do imediatismo, adquirem o tdiovizinho da desesperao, quando no podem atender a propsitosegosticos.

    indispensvel muita prudncia quando essa ou aquela cir-

    cunstncia nos induz a refletir nos males que nos assaltam, depoisdo bem que julgamos haver semeado ou nutrido.

    O aprendiz sincero no ignora que Jesus exerce o seu minist-rio de amor sem exaurir-se, desde o princpio da organizaoplanetria. Relativamente aos nossos casos pessoais, muita vezter o Mestre sentido o espinho de nossa ingratido, identificando-nos o recuo aos trabalhos da nossa prpria iluminao; todavia,nem mesmo verificando-nos os desvios voluntrios e criminosos,jamais se esgotou a pacincia do Cristo que nos corrige, amando,e tolera, edificando, abrindo-nos misericordiosos braos para aatividade renovadora.

    Se Ele nos tem suportado e esperado atravs de tantos scu-los, por que no poderemos experimentar de nimo firme algumaspequenas decepes durante alguns dias?

    A observao de Paulo aos tessalonicenses, portanto, muitojusta. Se nos entediarmos na prtica do bem, semelhante desastre

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    expressar em verdade que ainda nos no foi possvel a emerso

    do mal de ns mesmos.

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    12Pensaste nisso?

    Sabendo que brevemente hei de deixar este meu ta-bernculo, segundo o que tambm nosso Senhor Jesus-Cristo j mo tem revelado. - (2 Epstola a Pedro,1:14.)

    Se muitas vezes grandes vozes do Cristianismo se referiram asupostos crimes da carne, necessrio mencionar as fraquezas doeu, as inferioridades do prprio esprito, sem concentrar falsasacusaes ao corpo, como se este representasse o papel de verdu-go implacvel, separado da alma, que lhe seria, ento, prisioneirae vtima.

    Reparamos que Pedro denominava o organismo, como sendoo seu tabernculo.

    O corpo humano um conjunto de clulas aglutinadas ou defluidos terrestres que se renem, sob as leis planetrias, oferecen-do ao Esprito a santa oportunidade de aprender, valorizar, refor-mar e engrandecer a vida.

    Freqentemente o homem, qual operrio ocioso ou perverso,imputa ao instrumento til as ms qualidades de que se achaacometido. O corpo concesso da Misericrdia Divina para quea alma se prepare ante o glorioso porvir.

    Longe da indbita acusao carne, reflitamos nos milniosdespendidos na formao desse tabernculo sagrado no campoevolutivo.

    J pensaste que s um Esprito imortal, dispondo, na Terra,por algum tempo, de valiosas potncias concedidas por Deus s

    tuas exigncias de trabalho?

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    Tais potncias formam-te o corpo.

    Que fazes de teus ps, de tuas mos, de teus olhos, de teu c-rebro? sabes que esses poderes te foram confiados para honrar oSenhor iluminando a ti mesmo? Medita nestas interrogaes esantifica teu corpo, nele encontrando o templo divino.

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    13Estaes necessrias

    Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejamapagados os vossos pecados e venham assim os temposdo refrigrio pela presena do Senhor. (Atos, 3:19.)

    Os crentes inquietos quase sempre admitem que o trabalho deredeno se processa em algumas providncias convencionais eque apenas com certa atividade externa j se encontram de possedos ttulos mais elevados, junto aos Mensageiros Divinos.

    A maioria dos catlicos romanos pretende a iseno das difi-culdades com as cerimnias exteriores; muitos protestantes acre-ditam na plena identificao com o cu to-s pela enunciao dealguns hinos, enquanto enorme percentagem de espiritistas se crna intimidade de supremas revelaes apenas pelo fato de haverfreqentado algumas sesses.

    Tudo isto constitui preparao valiosa, mas no tudo.

    H um esforo iluminativo para o interior, sem o qual homemalgum penetrar o santurio da Verdade Divina.

    A palavra de Pedro massa popular contm a sntese do vasto

    programa de transformao essencial a que toda criatura se sub-meter para a felicidade da unio com o Cristo. H estaes indis-pensveis para a realizao, porquanto ningum atingir de vez aeterna claridade da culminncia.

    Antes de tudo, imprescindvel que o culpado se arrependa,reconhecendo a extenso e o volume das prprias faltas e que seconverta, a fim de alcanar a poca de refrigrio pela presena doSenhor nele prprio. A chegado, habilitar-se- para a construo

    do Reino Divino em si mesmo.

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    Se, realmente, j compreendes a misso do Evangelho, identi-

    ficars a estao em que te encontras e estars informado quantoaos servios que deves levar a efeito para demandar a seguinte.

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    14Pginas

    Mas a sabedoria que vem do alto primeiramentepura, depois pacfica, moderada, tratvel, cheia de mi-sericrdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hi-pocrisia. (Tiago, 3:17.)

    Toda pgina escrita tem alma e o crente necessita auscultar-lhe a natureza. O exame sincero esclarecer imediatamente a queesfera pertence, no crculo de atividade destruidora no mundo ouno centro dos esforos de edificao para a vida espiritual.

    Primeiramente, o leitor amigo da verdade e do bem analisar-lhe- as linhas, para ajuizar da pureza do seu contedo, compre-endendo que, se as suas expresses foram nascidas de fontessuperiores, a encontrar os sinais inequvocos da paz, da modera-o, da afabilidade fraternal, da compreenso amorosa e dos bonsfrutos, enfim.

    Mas, se a pgina reflete os venenos sutis da parcialidade hu-mana, semelhante mensagem do pensamento no procede dasesferas mais nobres da vida. Ainda que se origine da ao dosEspritos desencarnados, supostamente superiores, a folha que no

    faa benefcio em harmonia e construo fraternal , apenas,reflexo de condies inferiores.

    Examina, pois, as pginas de teu contacto com o pensamentoalheio, diariamente, e faze companhia quelas que te desejamelevao. No precisas das que se te figurem mais brilhantes, masdaquelas que te faam melhor.

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    15Pensamentos

    Quanto ao mais, irmos, tudo o que verdadeiro, tu-do o que honesto, tudo o que justo, tudo o que pu-ro, tudo o que amvel, tudo o que de boa fama, seh alguma virtude e se h algum louvor, nisso pensai.

    Paulo. (Filipenses, 4:8.)Todas as obras humanas constituem a resultante do pensa-

    mento das criaturas. O mal e o bem, o feio e o belo viveram, antesde tudo, na fonte mental qu os produziu, nos movimentos inces-santes da vida.

    O Evangelho consubstancia o roteiro generoso para que amente do homem se renove nos caminhos da espiritualidade supe-rior, proclamando a necessidade de semelhante transformao,rumo aos planos mais altos. No ser to-somente com os primo-res intelectuais da Filosofia que o discpulo iniciar seus esforosem realizao desse teor. Renovar pensamentos no to fcilcomo parece primeira vista. Demanda muita capacidade derenncia e profunda dominao de si mesmo, qualidades que ohomem no consegue alcanar sem trabalho e sacrifcio do cora-

    o. por isso que muitos servidores modificam expresses ver-

    bais, julgando que refundiram pensamentos. Todavia, no instantede recapitular, pela repetio das circunstncias, as experinciasredentoras, encontram, de novo, anlogas perturbaes, porque osobstculos e as sombras permanecem na mente, quais fantasmasocultos.

    Pensar criar. A realidade dessa criao pode no exteriori-zar-se, de sbito, no campo dos efeitos transitrios, mas o objeto

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    formado pelo poder mental vive no mundo ntimo, exigindo cui-

    dados especiais para o esforo de continuidade ou extino.O conselho de Paulo aos filipenses apresenta sublime conte-

    do. Os discpulos que puderem compreender-lhe a essncia pro-funda, buscando ver o lado verdadeiro, honesto, justo, puro eamvel de todas as coisas, cultivando-o, em cada dia, tero encon-trado a divina equao.

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    16A quem obedeces?

    E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eternasalvao para todos os que lhe obedecem. Paulo.(Hebreus, 5:9.)

    Toda criatura obedece a algum ou a alguma coisa.Ningum permanece sem objetivo.

    A prpria rebeldia est submetida s foras corretoras da vi-da.

    O homem obedece a toda hora. Entretanto, se ainda no pdedefinir a prpria submisso por virtude construtiva, que, noraro, atende, antes de tudo, aos impulsos baixos da natureza,

    resistindo ao servio de auto-elevao.Quase sempre transforma a obedincia que o salva em escra-

    vido que o condena. O Senhor estabeleceu as gradaes do ca-minho, instituiu a lei do prprio esforo, na aquisio dos supre-mos valores da vida, e determinou que o homem lhe aceitasse osdesgnios para ser verdadeiramente livre, mas a criatura preferiuatender sua condio de inferioridade e organizou o cativeiro. O

    discpulo necessita examinar atentamente o campo em que desen-volve a prpria tarefa.

    A quem obedeces? Acaso, atendes, em primeiro lugar, s vai-dades humanas ou s opinies alheias, antes de observares oconselho do Mestre Divino?

    justo refletir sempre, quanto a isso, porque somente quandoatendemos, em tudo, aos ensinamentos vivos de Jesus, que

    podemos quebrar a escravido do mundo em favor da libertaoeterna.

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    17Intercesso

    Irmos, orai por ns. Paulo. (1 Epstola aos Tessa-lonicenses, 5:25.)

    Muitas criaturas sorriem ironicamente quando se lhes fala das

    oraes intercessrias.O homem habituou-se tanto ao automatismo teatral que en-contra certa dificuldade no entendimento das mais profundasmanifestaes de espiritualidade. A prece intercessria, todavia,prossegue espalhando benefcios com os seus valores inalterados.No justo acreditar seja essa orao o incenso bajulatrio aderramar-se na presena de um monarca terrestre a fim de obter-mos certos favores.

    A splica da intercesso dos mais belos atos de fraternidadee constitui a emisso de foras benficas e iluminativas que,partindo do esprito sincero, vo ao objetivo visado por abenoadacontribuio de conforto e energia. Isso no acontece, porm, apretexto de obsquio, mas em conseqncia de leis justas. Ohomem custa a crer na influenciao das ondas invisveis dopensamento, contudo, o espao que o cerca est cheio de sons que

    os seus ouvidos materiais no registram; s admite o auxiliotangvel, no entanto, na prpria natureza fsica vem-se rvoresvenerandas que protegem e conservam ervas e arbustos, a lhesreceberem as bnos da vida, sem lhes tocarem jamais as razes eos troncos.

    No olvides os bens da intercesso.

    Jesus orou por seus discpulos e seguidores, nas horas supre-

    mas.

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    18Provas de fogo

    E o fogo provar qual seja a obra de cada um. Paulo. (1 Epstola aos Corntios, 3:13.)

    A indstria mecanizada dos tempos modernos muito se refere

    s provas de fogo para positivar a resistncia de suas obras e,ponderando o feito, recordemos que o Evangelho, igualmente, sereporta a essas provas, h quase vinte sculos, com respeito saquisies espirituais.

    Escrevendo aos Corntios, Paulo imagina os obreiros huma-nos construindo sobre o nico fundamento, que Jesus-Cristo,organizando cada qual as prprias realizaes, de conformidadecom os recursos evolutivos.

    Cada discpulo, entretanto, deve edificar o trabalho que lhe peculiar, convicto de que os tempos de luta o descobriro aosolhos de todos, para que se efetue reto juzo acerca de sua quali-dade.

    O aperfeioamento do mundo, na feio material, pode forne-cer a imagem do que seja a importncia dessas aferies de gran-de vulto. A Terra permanece cheia de fortunas, posies, valores einteligncias que no suportam as provas de fogo; mal se aproxi-mam os movimentos purificadores, descem, precipitadamente, osdegraus da misria, da runa, da decadncia. No servio do Cristo,tambm justo que o aprendiz aguarde o momento de verificaodas prprias possibilidades. O carter, o amor, a f, a pacincia, aesperana representam conquistas para a vida eterna, realizadaspela criatura, com o auxilio santo do Mestre, mas todos os disc-

    pulos devem contar com as experincias necessrias que, noinstante oportuno, lhe provaro as qualidades espirituais.

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    19Falsas alegaes

    Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altssimo?Peo-te que no me atormentes. (Lucas, 8:28.)

    O caso do Esprito perturbado que sentiu a aproximao de

    Jesus, recebendo-lhe a presena com furiosas indagaes, apre-senta muitos aspectos dignos de estudo.

    A circunstncia de suplicar ao Divino Mestre que no o ator-mentasse requer muita ateno por parte dos discpulos sinceros.

    Quem poder supor o Cristo capaz de infligir tormentos aquem quer que seja? E, no caso, trata-se de uma entidade ignoran-te e perversa que, nos ntimos desvarios, muito j padecia por si

    mesma. A vizinhana do Mestre, contudo, trazia-lhe claridadesuficiente para contemplar o martrio da prpria conscincia,atolada num pntano de crimes e defeces tenebrosas. A luzcastigava-lhe as trevas interiores e revelava-lhe a nudez dolorosae digna de comiserao.

    O quadro muito significativo para quantos fogem das ver-dades religiosas da vida, categorizando-lhe o contedo conta deamargo elixir de angstia e sofrimento. Esses espritos indiferen-tes e gozadores costumam afirmar que os servios da f alagam ocaminho de lgrimas, enevoando o corao.

    Tais afirmativas, no entanto, denunciam-nos. Em maior oumenor escala, so companheiros do irmo infeliz que acusavaJesus por ministro de tormentos.

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    20A marcha

    Importa, porm, caminhar hoje, amanh e no dia se-guinte. Jesus. (Lucas, 13:33.)

    Importa seguir sempre, em busca da edificao espiritual de-

    finitiva. Indispensvel caminhar, vencendo obstculos e sombras,transformando todas as dores e dificuldades em degraus de ascen-so.

    Traando o seu programa, referia-se Jesus marcha na dire-o de Jerusalm, onde o esperava a derradeira glorificao pelomartrio. Podemos aplicar, porm, o ensinamento s nossas expe-rincias incessantes no roteiro da Jerusalm de nossos testemu-nhos redentores.

    imprescindvel, todavia, esclarecer a caracterstica dessajornada para a aquisio dos bens eternos.

    Acreditam muitos que caminhar invadir as situaes de evi-dncia no mundo, conquistando posies de destaque transitrioou trazendo as mais vastas expresses financeiras ao crculopessoal.

    Entretanto, no isso.Nesse particular, os chamados homens de rotina talvez de-tenham maiores probabilidades a seu favor.

    A personalidade dominante, em situaes efmeras, tem amarcha inada de perigos, de responsabilidades complexas, deameaas atrozes. A sensao de altura aumenta a sensao dequeda.

    preciso caminhar sempre, mas a jornada compete ao Espri-to eterno, no terreno das conquistas interiores.

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    Muitas vezes, certas criaturas que se presumem nos mais altos

    pontos da viagem, para a Sabedoria Divina se encontram apenasparalisadas na contemplao de fogos-ftuos.

    Que ningum se engane nas estaes de falso repouso.

    Importa trabalhar, conhecer-se, iluminar-se e atender ao Cris-to, diariamente. Para fixarmos semelhante lio em ns, temosnascido na Terra, partilhando-lhe as lutas, gastando-lhe os corpose nela tornaremos a renascer.

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    21Mar alto

    E, quando acabou de falar, disse a Simo: Faze-te aomar alto, e lanai as vossas redes para pescar. (Lu-cas, 5:4.)

    Este versculo nos leva a meditar nos companheiros de lutaque se sentem abandonados na experincia humana.

    Inquietante sensao de soledade lhes corta o corao.

    Choram de saudade, de dor, renovando as amarguras pr-prias.

    Acreditam que o destino lhes reservou a taa da infinita a-margura.

    Rememoram, compungidos, os dias da infncia, da juventude,das esperanas crestadas nos conflitos do mundo.

    No ntimo, experimentam, a cada instante, o vago tropel dasreminiscncias que lhes dilatam as impresses de vazio.

    Entretanto, essas horas amargas pertencem a todas as criatu-ras mortais.

    Se algum as no viveu em determinada regio do caminho,espere a sua oportunidade, porquanto, de modo geral, quase todoEsprito se retira da carne, quando os frios sinais de inverno semultiplicam em torno.

    Em surgindo, pois, a tua poca de dificuldade, convence-te deque chegaram para tua alma os dias de servio em mar alto, otempo de procurar os valores justos, sem o incentivo de certasiluses da experincia material. Se te encontras sozinho, se te

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    sentes ao abandono, lembra-te de que, alm do tmulo, h compa-

    nheiros que te assistem e esperam carinhosamente.O Pai nunca deixa os filhos desamparados, assim, se te vs

    presentemente sem laos domsticos, sem amigos certos na paisa-gem transitria do Planeta, que Jesus te enviou a pleno mar daexperincia, a fim de provares tuas conquistas em supremas li-es.

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    22Inconstantes

    Porque aquele que duvida semelhante onda domar, que levada pelo vento e lanada de uma paraoutra parte. (Tiago, 1:6.)

    Inegavelmente existe uma dvida cientfica e filosfica nomundo que, alojada em coraes leais, constitui precioso estmulo posse de grandes e elevadas convices; entretanto, Tiago refe-re-se aqui inconstncia do homem que, procurando receber osbenefcios divinos, na esfera das vantagens particularistas, costu-ma perseguir variadas situaes no terreno da pesquisa intelectualsem qualquer propsito de confiar nos valores substanciais davida.

    Quem se preocupa em transpor diversas portas, em movimen-to simultneo, acaba sem atravessar porta alguma.

    A leviandade prejudica as criaturas em todos os caminhos,mormente nas posies de trabalho, nas enfermidades do corpo enas relaes afetivas.

    Para que algum ajuze com acerto, com respeito a determi-nada experincia, precisa enumerar quantos anos gastou dentrodela, vivendo-lhe as caractersticas.

    Necessitamos, acima de tudo, confiar sinceramente na Sabe-doria e na Bondade do Altssimo, compreendendo que indispen-svel perseverar com algum ou com alguma causa que nos ajudee edifique.

    Os inconstantes permanecem figurados na onda do mar, ab-sorvida pelo vento e atirada de uma para outra parte.

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    Quando servires ou quando aguardares as bnos do Alto,

    no te deixes conduzir pela inquietude doentia. O Pai dispe deinumerveis instrumentos para administrar o bem e sempre omesmo Senhor Paternal, atravs de todos eles. A ddiva chegar,mas depende de ti, da maneira de procederes na luta construtiva,persistindo ou no na confiana, sem a qual o Divino Poder en-contra obstculos naturais para exprimir-se em teu caminho.

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    23No de todos

    E para que sejamos livres de homens dissolutos emaus, porque a f no de todos. Paulo. (2 Epstolaaos Tessalonicenses, 3:2.)

    Dirigindo-se aos irmos de Tessalnica, o apstolo dos genti-os rogou-lhes concurso em favor dos trabalhos evanglicos, paraque o servio do Senhor estivesse isento dos homens maus edissolutos, justificando apelo com a declarao de que a f no de todos.

    Atravs das palavras de Paulo, percebe-se-lhe a certeza deque as criaturas perversas se aproximariam dos ncleos de traba-lho cristianizante, que a malcia delas poderia causar-lhes preju-zos e que era necessrio mobilizar os recursos do esprito contrasemelhante influncia.

    O grande convertido, em poucas palavras, gravou advertnciade valor infinito, porque, em verdade, a cor religiosa caracterizara vestimenta exterior de comunidades inteiras, mas a f ser pa-trimnio somente daqueles que trabalham sem medir sacrifcios,por instal-la no santurio do prprio mundo ntimo. A rotulagem

    de cristianismo ser exibida por qualquer pessoa; todavia, a fcrist revelar-se- pura, incondicional e sublime em raros cora-es. Muita gente deseja assenhorear-se dela, como se fora meraletra de cmbio, enquanto que inmeros aprendizes do Evangelhoa invocam, precipitados, qual se fora borboleta erradia. Esque-cem-se, porm, de que se as necessidades materiais do corporeclamam esforo pessoal dirio, as necessidades essenciais doesprito nunca sero solucionadas pela expectao inoperante.

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    Admitir a verdade, procur-la e acreditar nela so atitudes pa-

    ra todos; contudo, reter a f viva constitui a realizao divina dosque trabalharam, porfiaram e sofreram pela adquirir.

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    24Filhos prdigos

    E caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu paitm abundncia de po, e eu aqui pereo de fome! (Lucas, 15:17.)

    Examinando-se a figura do filho prdigo, toda gente idealizaum homem rico, dissipando possibilidades materiais nos festinsdo mundo.

    O quadro, todavia, deve ser ampliado, abrangendo as modali-dades diferentes.

    Os filhos prdigos no respiram somente onde se encontra odinheiro em abundncia.

    Acomodam-se em todos os campos da atividade humana, res-valando de posies diversas.

    Grandes cientistas da Terra so perdulrios da inteligncia,destilando venenos intelectuais, indignos das concesses de queforam aquinhoados. Artistas preciosos gastam, por vezes, inutil-mente, a imaginao e a sensibilidade, atravs de aventuras mes-quinhas, caindo, afinal, nos desvos do relaxamento e do crime.

    Em toda parte vemos os dissipadores de bens, de saber, detempo, de sade, de oportunidades...

    So eles que, contemplando os coraes simples e humildes,em marcha para Deus, possudos de verdadeira confiana, expe-rimentam a enorme angstia da inutilidade e, distantes da pazntima, exclamam desalentados:

    Quantos trabalhadores pequeninos guardam o po da tran-

    qilidade, enquanto a fome de paz me tortura o esprito!

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    O mundo permanece repleto de filhos prdigos e, de hora a

    hora, milhares de vozes proferem aflitivas exclamaes iguais aesta.

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    25Nas estradas

    E os que esto junto do caminho so aqueles em quema palavra semeada; mas, tendo-a eles ouvido, vem lo-go Satans e tira a palavra que neles foi semeada. Jesus. (Marcos, 4:15.)

    Jesus o nosso caminho permanente para o Divino Amor.

    Junto dele seguem, esperanosos, todos os espritos de boa-vontade, aderentes sinceros ao roteiro santificador.

    Dessa via bendita e eterna procedem as sementes da Luz Ce-lestial para os homens comuns.

    Faz-se imprescindvel muita observao das criaturas, para

    que o tesouro no lhes passe despercebido.A semente santificante vir sempre, entre as mais variadas

    circunstncias.

    Qual ocorre ao vento generoso que espalha, entre as plantas,os princpios de vida, espontaneamente, a bondade invisvel dis-tribui com todos os coraes a oportunidade de acesso senda doamor.

    Quase sempre a centelha divina aparece nos acontecimentosvulgares de cada dia, num livro, numa particularidade insignifi-cante do trabalho, na prestimosa observao de um amigo.

    Se o terreno de teu corao vive ocupado por ervas daninhase se j recebeste o princpio celeste, cultiva-o, com devotamento,abrigando-o nas leiras de tua alma. O verbo humano pode falhar,mas a Palavra do Senhor imperecvel. Aceita-a e cumpre-a,

    porque, se te furtas ao imperativo da vida eterna, cedo ou tarde oanjo da angstia te visitar o esprito, indicando-te novos rumos.

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    26Trabalhos imediatos

    Apascentai o rebanho de Deus que est entre vs, ten-do cuidado dele, no por fora, mas espontaneamente,segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganncia,mas de nimo pronto. (1 Epstola a Pedro, 5:2.)

    Naturalmente, na pauta das possibilidades justas, ningumdever negar amparo ou assistncia aos companheiros que acenamde longe com solicitaes razoveis; entretanto, constitui-nosobrigao atender ao ensinamento de Pedro, quanto aos nossostrabalhos imediatos.

    H criaturas que se entregam gostosamente volpia da in-quietao por acontecimentos nefastos, planejados pela menteenfermia dos outros e que, provavelmente, nunca sobreviro.

    Perdem longo tempo receitando frmulas de ao ou desfe-rindo lamentos inteis.

    A lavoura alheia e as ocorrncias futuras, para serem exami-nadas, exigem sempre grandes qualidades de ponderao.

    Alm do mais, imprescindvel reconhecer que o problema

    difcil, ao nosso lado ou a distncia de ns, tem a finalidade deenriquecer-nos a experincia prpria, habilitando-nos soluodos mais intrincados enigmas do caminho.

    Eis a razo pela qual a nota de Simo Pedro profunda e o-portuna, para todos os tempos e situaes.

    Atendamos aos imperativos do servio divino que se localizaem nossa paisagem individual, no atravs de constrangimento,

    mas pela boa-vontade espontnea, fugindo cada vez mais aos

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    nossos interesses particularistas e de nimo firme e pronto para

    servir ao bem, tanto quanto nos seja possvel.s vezes, razovel preocupar-se o homem com a situao

    mundial, com a regenerao das coletividades, com as posies eresponsabilidades dos outros, mas no justo esquecermo-nosdaquele rebanho de Deus que est entre ns.

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    27Esmagamento do mal

    E o Deus de paz esmagar em breve a Satans debai-xo dos vossos ps. Paulo. (Romanos, 16:20.)

    Em toda parte do Planeta se poder reconhecer a luta sem tr-

    guas, entre o bem e o mal.Manifesta-se o grande conflito, sob as mais diversas formas,e, no turbilho de seus movimentos, muitas almas sensveis, demodo invarivel, conservam-se na atitude de invocao aos gniostutelares para que estes venham arena combater os inimigos queas atordoam, prostrando-os de vez.

    Solicitar auxlio ou recorrer lei da cooperao representam

    atos louvveis do Esprito que identifica a prpria fraqueza, con-tudo, insistir para que outrem nos substitua no esforo, que so-mente a ns outros cabe despender, demonstra falsa posio,suscetvel de acentuar-nos as necessidades.

    Satans, representando o poder do mal, na vida humana, seresmagado por Deus; todavia, Paulo de Tarso define, com bastanteclareza, o local da vitria divina. O triunfo supremo verificar-se-sob os ps do homem.

    Quando a criatura, pela prpria dedicao ao trabalho ilumi-nativo, se entregar ao Pai, sem reservas, efetuando-lhe a vontadesacrossanta, com esquecimento do velho egosmo animal, apreen-dendo a grandeza de sua posio de esprito eterno, atingir avitria sublime.

    O Senhor Todo-Paternal j se entregou aos filhos terrestres,mas raros filhos se entregaram a Ele. Indispensvel, pois, no

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    esquecer que o mal no ser eliminado, a esmo, e sim debaixo dos

    ps de cada um de ns.

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    28E os fins?

    Mas nem todas as coisas edificam. Paulo. (1 Eps-tola aos Corntios, 10:23.)

    Sempre existiram homens indefinveis que, se no fizeram

    mal a ningum, igualmente no beneficiaram a pessoa alguma.Examinadas nesse mesmo prisma, as coisas do caminho pre-cisam interpretao sensata, para que se no percam na inutilida-de.

    lcito ao homem dedicar-se literatura ou aos negcios ho-nestos do mundo e ningum poder contestar o carter louvveldos que escolhem conscientemente a linha de ao individual no

    servio til. Entretanto, ser justo conhecer os fins daquele queescreve ou os propsitos de quem negocia. De que valer aoprimeiro a produo de longas obras, cheias de lavores verbais ede arroubos tericos, se as suas palavras permanecem vazias depensamento construtivo para o plano eterno da alma? em queaproveitar ao comerciante a fortuna imensa, conquistada atravsda operosidade e do clculo, quando vive estagnada nos cofres,aguardando os desvarios dos descendentes? Em ambas as situa-

    es, no se poderia dizer que tais homens cogitavam de realiza-es ilcitas; todavia, perderam tempo precioso, esquecendo queas menores coisas trazem finalidade edificante.

    O trabalhador cnscio das responsabilidades que lhe compe-tem no se desvia dos caminhos retos.

    H muita aflio e amargura nas oficinas do aperfeioamentoterrestre, porque os seus servidores cuidam, antes de tudo, dos

    ganhos de ordem material, olvidando os fins a que se destinam.

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    Enquanto isso ocorre, intensificam-se projetos e experimentos,

    mas falta sempre a edificao justa e necessria.

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    29A vinha

    E disse-lhes: Ide vs tambm para a vinha e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. (Mateus, 20:4.)

    Ningum poder pensar numa Terra cheia de beleza e possi-

    bilidades, mas vogando ao lu na imensidade universal.O Planeta no um barco desgovernado. As coletividadeshumanas costumam cair em desordem, mas as leis que presidemaos destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmo-nia. Essa verificao nos ajuda a compreender que a Terra avinha de Jesus. A, vemo-lo trabalhando desde a aurora dos scu-los e a assistimos transformao das criaturas, que, de experi-ncia a experincia, se lhe integram no divino amor.

    A formosa parbola dos servidores envolve conceitos profun-dos. Em essncia, designa o local dos servios humanos e refere-se ao volume de obrigaes que os aprendizes receberam doMestre Divino.

    Por enquanto, os homens guardam a iluso de que o orbe po-de ser o tablado de hegemonias raciais ou polticas, mas percebe-ro em tempo o clamoroso engano, porque todos os filhos darazo, corporificados na Crosta da Terra, trazem consigo a tarefade contribuir para que se efetue um padro de vida mais elevadono recanto em que agem transitoriamente.

    Onde quer que estejas, recorda que te encontras na Vinha doCristo.

    Vives sitiado pela dificuldade e pelo infortnio?

    Trabalha para o bem geral, mesmo assim, porque o Senhorconcedeu a cada cooperador o material conveniente e justo.

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    30Convenes

    E disse-lhes: O sbado foi feito por causa do homem,e no o homem por causa do sbado. (Marcos, 2:27.)

    O sbado, nesta passagem evanglica, simboliza as conven-

    es organizadas para o servio humano. H criaturas que por elassacrificam todas as possibilidades de elevao espiritual. Quaiscertos encarregados dos servios pblicos que adiam indefinida-mente determinadas providncias de interesse coletivo, em virtudeda ausncia de um selo minsculo, pessoas existem que, porbagatelas, abandonam grandes oportunidades de unio com aesfera superior.

    Ningum ignora o lado til das convenes. Se fossem total-mente imprestveis, o Pai no lhes permitiria a existncia no jogodas circunstncias. So tabelas para a classificao dos esforosde cada um, tbuas que designam o tempo adequado a esse ouquele mister; todavia, transform-las em preceito inexpugnvelou em obstculo intransponvel, constitui grave dano tranqili-dade comum.

    A maioria das pessoas atende-as, antes da prpria obedincia

    a Deus; entretanto, o Altssimo disps todas as organizaes davida para que ajudem a evoluo e o aprimoramento dos filhos.

    O prprio Planeta foi edificado por causa do homem.

    Se o Criador foi a esse extremo de solicitude em favor dascriaturas, por que deixarmos de satisfazer-lhe os divinos desg-nios, prendendo-nos s preocupaes inferiores da atividadeterrestre?

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    As convenes definem, catalogam, especificam e enumeram,

    mas no devem tiranizar a existncia. Lembra-te de que foramdispostas no caminho a fim de te servirem. Respeita-as, na feiojusta e construtiva; contudo, no as convertas em crcere.

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    31Com caridade

    Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade. Paulo. (1 Epstola aos Corntios, 16:14.)

    Ainda existe muita gente que no entende outra caridade, a-

    lm daquela que se veste de trajes humildes aos sbados ou do-mingos para repartir algum po com os desfavorecidos da sorte,que aguarda calamidades pblicas para manifestar-se ou que lanaapelos comovedores nos cartazes da imprensa.

    No podemos discutir as intenes louvveis desse ou daque-le grupo de pessoas; contudo, cabe-nos reconhecer que o domsublime de sublime extenso.

    Paulo indica que a caridade, expressando amor cristo, deveabranger todas as manifestaes de nossa vida.

    Estender a mo e distribuir reconforto iniciar a execuo davirtude excelsa. Todas as potncias do esprito, no entanto, devemajustar-se ao preceito divino, porque h caridade em falar e ouvir,impedir e favorecer, esquecer e recordar. Tempo vir em que aboca, os ouvidos e os ps sero aliados das mos fraternas nosservios do bem supremo.

    Cada pessoa, como cada coisa, necessita da contribuio dabondade, de modo particular.

    Homens que dirigem ou que obedecem reclamam-lhe o con-curso santo, a fim de que sejam esclarecidos no departamento daCasa de Deus, em que se encontram. Sem amor sublimado, haversempre obscuridade, gerando complicaes.

    Desempenha tuas mnimas tarefas com caridade, desde agora.Se no encontras retribuio espiritual, no domnio do entendi-

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    mento, em sentido imediato, sabes que o Pai acompanha todos os

    filhos devotadamente.H pedras e espinheiros? Fixa-te em Jesus e passa.

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    32Cadveres

    Pois onde estiver o cadver, ai se ajuntaro as -guias. (Mateus, 24:28.)

    Apresentando a imagem do cadver e das guias, referia-se o

    Mestre necessidade dos homens penitentes, que precisam recur-sos de combate extino das sombras em que se mergulham.

    No se elimina o pntano, atirando-lhe flores.

    Os corpos apodrecidos no campo atraem corvos que os devo-ram.

    Essa figura, de alta significao simbolgica, dos mais for-tes apelos do Senhor, conclamando os servidores do Evangelho

    aos movimentos do trabalho santificante.Em vrios crculos do Cristianismo renascente surgem os que

    se queixam, desalentados, da ao de perseguidores, obsessores everdugos visveis e invisveis. Alguns aprendizes se declaramatados influncia deles e confessam-se incapazes de atender aosdesgnios de Jesus.

    Conviria, porm, muita ponderao, antes de afirmativas des-

    se jaez, que apenas acusam os prprios autores. imprescindvel lembrar sempre que as aves impiedosas se

    ajuntaro em torno de cadveres ao abandono.

    Os corvos se aninham noutras regies, quando se alimpa ocampo em que permaneciam.

    Um homem que se afirma invariavelmente infeliz fornece aimpresso de que respira num sepulcro; todavia, quando procura

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    renovar o prprio caminho, as aves escuras da tristeza negativa se

    afastam para mais longe.Luta contra os cadveres de qualquer natureza que se abri-

    guem em teu mundo interior. Deixa que o divino sol da espiritua-lidade te penetre, pois, enquanto fores atade de coisas mortas,sers seguido, de perto, pelas guias da destruio.

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    33Trabalhemos tambm

    E dizendo: Vares, por que fazeis essas coisas? Nstambm somos homens como vs, sujeitos s mesmaspaixes. (Atos, 14:15.)

    O grito de Paulo e Barnab ainda repercute entre os aprendi-zes fiis.

    A famlia crist muita vez h desejado perpetuar a iluso doshabitantes de Listra.

    Os missionrios da Revelao no possuem privilgios ante oesprito de testemunho pessoal no servio. As realizaes quepoderamos apontar por graa ou prerrogativa especial, nada mais

    exprimem seno o profundo esforo deles mesmos, no sentido deaprender e aplicar com Jesus.

    O Cristo no fundou com a sua doutrina um sistema de deu-ses e devotos, separados entre si; criou vigoroso organismo detransformao espiritual para o bem supremo, destinado a todosos coraes sedentos de luz, amor e verdade.

    No Evangelho, vemos Madalena arrastando dolorosos enga-

    nos, Paulo perseguindo ideais salvadores, Pedro negando o DivinoAmigo, Marcos em luta com as prprias hesitaes; entretanto,ainda a, contemplamos a filha de Magdala, renovada no caminhoredentor, o grande perseguidor convertido em arauto da BoaNova, o discpulo frgil conduzido glria espiritual e o compa-nheiro vacilante transformado em evangelista da Humanidadeinteira.

    O Cristianismo fonte bendita de restaurao da alma paraDeus.

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    O mal de muitos aprendizes procede da idolatria a que se en-

    tregam, em derredor dos valorosos expoentes da f viva, queaceitam no sacrifcio a verdadeira frmula de elevao; imagi-nam-nos em tronos de fantasia e rojam-se-lhes aos ps, sentindo-se confundidos, inaptos e miserveis, esquecendo que o Pai con-cede a todos os filhos as energias necessrias vitria.

    Naturalmente, todos devemos amor e respeito aos grandesvultos do caminho cristo; todavia, por isto mesmo, no podemos

    olvidar que Paulo e Pedro, como tantos outros, saram das fraque-zas humanas para os dons celestiais e que o Planeta Terreno uma escola de iluminao, poder e triunfo, sempre que buscamosentender-lhe a grandiosa misso.

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    34Lugar deserto

    E ele lhes disse: Vinde vs aqui, parte, a um lugardeserto, e repousai um pouco. (Marcos, 6:31.)

    A exortao de Jesus aos companheiros reveste-se de singular

    importncia para os discpulos do Evangelho em todos os tempos.Indispensvel se torna aprender o caminho do lugar parteem que o Mestre aguarda os aprendizes para o repouso construti-vo em seu amor.

    No precioso smbolo, temos o santurio ntimo do coraosequioso de luz divina.

    De modo algum se referia o Senhor to-somente soledade

    dos stios que favorecem a meditao, onde sempre encontramossugestes vivas da natureza humana. Reportava-se cmara silen-ciosa, situada dentro de ns mesmos.

    Alm disso, no podemos esquecer que o Esprito sedento deunio divina, desde o momento em que se imerge nas correntes doidealismo superior, passa a sentir-se desajustado, em profundoinsulamento no mundo, embora servindo-o, diariamente, consoan-

    te os indefectveis desgnios do Alto.No templo secreto da alma, o Cristo espera por ns, a fim derevigorar-nos as foras exaustas.

    Os homens iniciaram a procura do lugar deserto, recolhen-do-se aos mosteiros ou s paisagens agrestes; todavia, o ensina-mento do Salvador no se fixa no mundo externo.

    Prepara-te para servir ao Reino Divino, na cidade ou no cam-

    po, em qualquer estao, e no procures descanso impensadamen-te, convicto de que, muita vez, a imobilidade do corpo tortura da

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    alma. Antes de tudo, busca descobrir, em ti mesmo, o lugar

    parte onde repousars em companhia do Mestre.

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    35O Cristo operante

    Porque aquele que operou eficazmente em Pedro parao apostolado da circunciso, esse operou tambm emmim com eficcia para com os gentios. Paulo. (Gla-tas, 2:8.)

    A vaidade humana sempre guardou a pretenso de manter oCristo nos crculos do sectarismo religioso, mas Jesus prossegueoperando em toda parte onde medre o princpio do bem.

    Dentro de todas as linhas de evoluo terrestre, entre santu-rios e academias, movimentam-se os adventcios inquietos, osfalsos crentes e os fanticos infelizes que acendem a fogueira daopinio e sustentam-na. Entre eles, todavia, surgem os homens daf viva, que se convertem nos sagrados veculos do Cristo operan-te.

    Simo Pedro centralizou todos os trabalhos do Evangelhonascente, reajustando aspiraes do povo escolhido.

    Paulo de Tarso foi poderoso m para a renovao da gentili-dade.

    Atravs de ambos expressava-se o mesmo Mestre, com um sobjetivo o aperfeioamento do homem para o Reino Divino.

    tempo de reconhecer-se a luz dessas eternas verdades.

    Jesus permanece trabalhando e sua bondade infinita se revelaem todos os setores em que o amor esteja erguido conta desupremo ideal.

    Ningum se prenda ao domnio das queixas injustas, encaran-

    do os discpulos sinceros e devotados por detentores de privil-gios divinos. Cada aprendiz se esforce por criar no corao a

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    atmosfera propcia s manifestaes do Senhor e de seus emiss-

    rios. Trabalha, estuda, serve e ajuda sempre, em busca das esferassuperiores, e sentirs o Cristo operante ao teu lado, nas relaesde cada dia.

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    36At o fim

    Mas aquele que perseverar at ao fim ser salvo. Jesus. (Mateus, 24:13.)

    Aqui no vemos Jesus referir-se a um fim que simbolize tr-

    mino e, sim, finalidade, ao alvo, ao objetivo.O Evangelho ser pregado aos povos para que as criaturascompreendam e alcancem os fins superiores da vida.

    Eis por que apenas conseguem quebrar o casulo da condiode animalidade aqueles Espritos encarnados que sabem perseve-rar.

    Quando o Mestre louvou a persistncia, evidenciava a tarefa

    rdua dos que procuram as excelncias do caminho espiritual. necessrio apagar as falsas noes de favores gratuitos da

    Divindade.

    Ningum se furtar, impune, percentagem de esforo quelhe cabe na obra de aperfeioamento prprio.

    As portas do Cu permanecem abertas. Nunca foram cerra-das. Todavia, para que o homem se eleve at l, precisa asas de

    amor e sabedoria. Para isto, concede o Supremo Senhor extensacpia do material de misericrdia a todas as criaturas, conferindo,entretanto, a cada um o dever de talh-las. Semelhante tarefa,porm, demanda enorme esforo. A fim de conclu-la, recruta-se acontribuio dos dias e das existncias.

    Muita gente se desanima e prefere estacionar, sculos a fio,nos labirintos da inferioridade; todavia, os bons trabalhadores

    sabem perseverar, at atingirem as finalidades divinas do caminhoterrestre, continuando em trajetria sublime para a perfeio.

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    37Seria intil

    Respondeu-lhes: J vo-lo disse e no ouvistes; paraque o quereis tornar a ouvir? (Joo, 9:27.)

    muito freqente a preocupao de muitos religiosos, no

    sentido de transformarem os amigos compulsoriamente, concla-mando-os s suas convices particularistas. Quase sempre seempenham em longas e fastidiosas discusses, em contnuos jogosde palavras, sem uma realizao sadia ou edificante.

    O corao sinceramente renovado na f, entretanto, jamaisprocede assim.

    indispensvel diluir o prurido de superioridade que infesta

    o sentimento de grande parte dos aprendizes, to logo se deixamconduzir a novos portos de conhecimento, nas revelaes gradati-vas da sabedoria divina, porque os discutidores de ms inclina-es se incumbem de interceptar-lhes a marcha.

    A resposta do cego de nascena aos judeus argutos e inquiri-dores padro ativo para os discpulos sinceros.

    Lgico que o seguidor de Jesus no negar um esclarecimen-

    to acerca do Mestre, mas se j explicou o assunto, se j tentoubeneficiar o irmo mais prximo com os valores que o felicitam,sem atingir o alheio entendimento, para que discutir? Se um ho-mem ouviu a verdade e no a compreendeu, fornece evidentessinais de paralisia espiritual. Ser-lhe- intil, portanto, escutarrepeties imediatas, porque ningum enganar o tempo, e o sbioque desafiasse o ignorante rebaixar-se-ia ao ttulo de insensato.

    No percas, pois, as tuas horas atravs de elucidaes minu-ciosas e repetidas para quem no as pode entender, antes que lhe

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    sobrevenham no caminho o sol e a chuva, o fogo e a gua da

    experincia.Tens mil recursos de trabalhar em favor de teu amigo, sem

    provoc-lo ao teu modo de ser e tua f.

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    38Conta particular

    Ah! se tu conhecesses tambm, ao menos neste teu di-a, o que tua paz pertence! Jesus. (Lucas, 19:42.)

    A exclamao de Jesus, junto de Jerusalm, aplica-se muito

    mais ao corao do homem templo vivo do Senhor que cidade de ordem material, destinada runa e desagregao nossetores da experincia.

    Imaginemos o que seria o mundo, se cada criatura conhecesseo que lhe pertence paz ntima.

    Em virtude da quase geral desateno a esse imperativo davida, que os homens se empenham em dolorosos atritos, assu-

    mindo escabrosos dbitos.Atentemos para a assertiva do Mestre ao menos neste teudia. Estas palavras convidam-nos a pensar na oportunidade deservio de que dispomos presentemente e a refletir nos sculosque perdemos; compelem-nos a meditar quanto ao ensejo detrabalho, sempre aberto aos espritos diligentes.

    O homem encarnado dispe dum tempo glorioso que provi-

    soriamente dele, que lhe foi proporcionado pelo Altssimo emfavor de sua prpria renovao.

    Necessrio que cada um conhea o que lhe toca tranqili-dade individual. Guarde cada homem digna atitude de compreen-so dos deveres prprios e os fantasmas da inquietude estaroafastados. Cuide cada pessoa do que se lhe refira conta particu-lar e dois teros dos problemas sociais do mundo surgiro natu-ralmente resolvidos.

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    Repara as pequeninas exigncias de teu crculo e atende-as,

    em favor de ti mesmo.No caminhars entre as estrelas, antes de trilhares as sendas

    humildes que te competem.

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