os desafios da escola pÚblica paranaense na … · dramatização da fábula “o lobo e o...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA CATÁLOGO
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Leitura e adaptação das fábulas de La Fontaine a Lobato
Autor Ineide Ruiz Galdona
Disciplina/Área (ingresso no PDE) Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Tancredo de Almeida Neves – Rua José Carlos Pace, 1866. Morumbi II
Município da escola Foz do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação Foz do Iguaçu
Professor Orientador Deise da Silva Guttierres
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE – Campus Foz do Iguaçu
Relação Interdisciplinar História
Resumo
Este projeto abordará o gênero textual fábulas, onde iremos estimular e desenvolver o potencial dos alunos para uma leitura agradável, cheia de sentidos e capaz de aproximar animais ou seres inanimados (em apólogos) ao universo humano. A leitura precisa conquistar um espaço relevante e consistente no dia a dia de nossos educandos. Espera-se que, através das fábulas, os alunos se interessem mais pela leitura e se tornem capazes de relacionarem o que leem às suas atitudes do cotidiano. O processo tem o objetivo de levar o aluno à prática da leitura com estratégias de leitura e de escrita.
Palavras-chave fábulas; leitura; adaptação.
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo Alunos do 7º ano do Ensino Fundamental
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Professor PDE: Ineide Ruiz Galdona
Orientador: Deise da Silva Guttierres
Trabalho desenvolvido como requisito parcial para o cumprimento do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE 2013.
Foz do Iguaçu Dezembro – 2013
O processo de ensino-aprendizagem de Literatura e o gosto pela leitura, sob
o uso do gênero textual fábula, deve ser prazeroso e estimulante.
Intenciona-se desenvolver diferentes possibilidades de comunicação através
da leitura de fábulas, abrindo novos entendimentos e reconhecimento de atitudes
como a solidariedade, a justiça social, contra a ganância, o autoritarismo, o espírito
de vingança e a vaidade.
As aulas de leitura em sala de aula, sempre geram conflitos, pois os alunos
sentem-se pressionados a desenvolver estas leituras. Embora estejamos no
Séc.XXI, onde a tecnologia leva nossos estudantes a conhecimentos diversificados,
devemos incentivá-los à leitura efetiva e de maneira crítica, para que sintam a
necessidade dos saberes múltiplo.
A realidade dos alunos, a falta de interesse quando os textos e temas
trabalhados fogem do dia a dia, nos leva a mostrar a importância da leitura para o
conhecimento de certas atitudes humanas.
Portanto, este projeto se propõe a trabalhar o gênero textual fábulas, que os
levará a um mundo mágico e ao mesmo tempo, perceber que a vida é sempre cheia
de bons ensinamentos.
Analisaremos as Fábulas de Esopo, La Fontaine e Monteiro Lobato. A fábula
é um gênero narrativo que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvido
por um escravo chamado Esopo, que viveu no Século 6º a.C., na Grécia Antiga.
A fábula faz parte da tradição de literatura oral e, apesar de ter surgido há
quase dois mil anos, continua um gênero desenvolvido atualmente, na literatura
escrita. Muitos escritores recriaram velhas fábulas dando-lhes novos finais ou novos
significados.
Este trabalho será desenvolvido com uma turma do sétimo ano do Ensino
Fundamental no Colégio Estadual Tancredo de Almeida Neves em Foz do Iguaçu.
Para tanto, a produção didático- pedagógica se apresenta em forma de unidade
didática, mostrando como as aulas de leitura de fábulas serão desenvolvidas.
Apresentação do projeto aos alunos, através de slides, para despertar o
interesse pela leitura de fábulas, levando-os a desenvolver habilidades de leitura,
compreensão e interpretação da moral da história, percebendo a cultura dos povos
do Oriente no século 6º A.C, onde a leitura em voz alta teve muita importância na
transmissão de ensinamentos para uma convivência humana com solidariedade e
justiça social.
Por isso, através desta Unidade Didática, pretende-se fazer, pela mediação
do professor, a prática de leitura de fábulas com o intuito de que os alunos se
interessem mais pela leitura, contribuindo para a formação de leitores críticos,
valorizando a leitura como uma fonte de prazer e entretenimento.
A fábula teve a sua origem no Oriente, onde existe uma vasta tradição,
passando depois para a Grécia, onde foi cultivado por Hesíodo, Arquíloco e,
sobretudo Esopo. Foram os romanos, entre os quais sobressai Fedro, que inseriram
a fábula na literatura escrita.
Esopo inventava histórias em que os animais eram os personagens. Por
meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele procurava
transmitir sabedoria de caráter moral ao homem. A fábula faz parte da tradição de
literatura oral e, apesar de ter surgido há quase dois mil anos, continua um gênero
desenvolvido atualmente na literatura escrita. Muitos escritores recriaram velhas
fábulas dando-lhes novos finais ou novos significados.
Vamos conhecer a versão original de Esopo “A cigarra e as formigas”:
No inverno, as formigas estavam fazendo secar o grão molhado, quando
uma cigarra faminta, lhes pediu algo para comer. As formigas lhe disseram: “Por
que, no verão, não reservaste também o teu alimento?”. A cigarra respondeu: “Não
tinha tempo, pois cantava melodiosamente”. E as formigas, rindo disseram: “Pois
bem, se cantavas no verão, dança agora no inverno”.
A fábula mostra que não se deve negligenciar em nenhum trabalho, para
evitar tristezas e perigos.
Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo. Moderna,
1994.
Questionamentos orais:
- Você sabe o que é uma fábula? - Já ouviu ou leu alguma? Quem são os
personagens?
Retomando a fábula “A cigarra e as formigas” falaremos sobre os
ensinamentos - chamados de moral da história e que vêm no final do texto e
reproduzem geralmente um provérbio. Alguns provérbios são bem conhecidos e
falados pelo povo: “Nem tudo o que reluz é ouro”; “Antes tarde que nunca”; “As
aparências enganam”; “Quem vê cara não vê coração”, e a moral da fábula A cigarra
e as formigas “Os preguiçosos colhem o que merecem”.
Em seguida, apresentaremos a biografia do famoso Monteiro Lobato e as
versões da fábula A cigarra e as formigas escritas por Lobato: A Cigarra Boa e A
Cigarra Má. Nas histórias escritas por ele, há elementos colocados de maneira
proposital para atrair atenção e aguçar os sentidos mais inimagináveis de seus
espectadores ficcionais e leitores. Após a leitura silenciosa, faremos oralmente
comparações das duas fábulas.
Trecho das versões de Monteiro Lobato:
Monteiro Lobato reescreveu a fábula A cigarra e as formigas, dando a ela
dois finais diferentes. Os trechos que vamos ver iniciam-se com o interesse da
formiga em saber o que a cigarra fizera antes do inverno.
A formiga boa
“- E que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse.
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah! ... – exclamou a formiga recordando-se.
– Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para
encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria
nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos
sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui
terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A formiga má
[...] a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não
soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.
- Que fazia você durante o bom tempo?
- Eu... eu cantava! ...
- Cantava? Pois dance agora, vagabunda! – e fechou-lhe a porta no nariz: a cigarra
ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um
aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som estridente daquela
cigarra morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usurária morresse quem
daria pela falta dela?
Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da humanidade.
Monteiro Lobato. Fábulas. São Paulo. Brasiliense, 2004.
Debater com os alunos:
Ao ler as frases abaixo, percebemos que o autor tinha uma intenção:
a) Convencer o leitor de que cantar e dançar são coisas sem importância;
b) Aconselhar o leitor para que não deixe de fazer o que é importante para ele
mesmo, para não se ver em apuros depois;
c) Valorizar os artistas, mostrando que eles são importantes para a humanidade.
Obs. Levar o aluno a entender que o trabalho deve sempre vir antes do lazer e
também a dividir melhor o seu tempo, cumprir com alegria seus afazeres para ter a
recompensa merecida.
“O trabalho é o grande libertador do homem: só a ociosidade o escraviza”.
(Fernandes Soares)
La Fontaine, que viveu na França entre 1621 e 1695, tornou-se conhecido
principalmente pelas recriações que fez das fábulas de Esopo. Esse Francês achava
que era possível educar crianças e adultos por meio de fábulas e com isso criticar o
modo de vida da sua época, denunciando as misérias e as injustiças do período em
que viveu.
Vamos fazer leitura da fábula A cigarra e a formiga de La Fontaine. Bocage
(Trad.)
Tendo a cigarra em cantigas
Folgado todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brio,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso estio.
“Amiga, - diz a cigarra
- Prometo a fé d’animal,
Pagar-vos antes de agosto
Os juros e o principal.”
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta:
“No verão em que lidavas?”
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: “Eu cantava
Noite e dia, a toda hora.
- Oh! Bravo! torna a formiga;
Cantavas? Pois dança agora!”
Interpretando o texto:
1. A fábula de La Fontaine está em prosa ou em verso? Justifique.
2. Veja como aparecem os verbetes abaixo em um dicionário:
Penúria; trincasse; brio; estio.
3. Vejamos os ensinamentos e as atitudes da cigarra e da formiga, que nos leva
a perceber que o trabalho organizado só traz proveito.
Apresentar mais algumas fábulas de La Fontaine para leitura como: O leão e
o rato; A raposa e as uvas; O gaio que se revestiu das penas do pavão e O
lobo e o cordeiro, tendo como objetivo levar o leitor a refletir sobre a “moral da
história”, comparando e dando sua opinião própria, concordando ou discordando
com a visão do autor expressa no texto.
Agendar a ida à Sala de Informática para leitura de fábulas escolhidas por eles
após acessarem os sites
http://www.videobrinquedo.com.br
http://www.fabulascancoes.webnode.com.br
http://www.sitededicas.ne10.uol.com.br
http://asfabulasdeesopo.blogspot.com.br
Acessar o site do projeto Tamar-Ibama: preservação de tartarugas marinhas.
Leitura individual e silenciosa; escolha de uma fábula que mais gostou; copiar
no caderno para posteriormente dar-lhe um final diferente. Pesquisar no
dicionário as palavras desconhecidas.
Retomando a leitura das fábulas em versos de La Fontaine, vamos fazer a
dramatização da fábula “O lobo e o cordeiro”. Escolher três participantes que
farão os papéis do lobo, do cordeiro e do narrador e os demais “dirige” a atuação
dos atores. As falas devem ser bem expressivas, com ritmo e entonação adequados.
Produzam o cenário com papelão ou pano. Podem utilizar um fundo musical.
Apresentar na sala de aula para os colegas.
Esclarecer as dificuldades de vocabulário e acompanhar os ensaios dos
grupos.
O lobo e o cordeiro A razão do mais forte é a que vence no final
(nem sempre o Bem derrota o Mal).
Um cordeiro a sede matava
nas águas limpas de um regato.
Eis que se avista um lobo que por lá passava
em forçado jejum, aventureiro inato,
e lhe diz irritado: - “Que ousadia
a tua, de turvar, em pleno dia,
a água que bebo! Hei de castigar-te!”
- Majestade, permiti-me um aparte” –
diz o cordeiro. – “Vede
que estou matando a sede
água a jusante,
bem uns vinte passos adiante
de onde vos encontrais. Assim, por conseguinte,
para mim seria impossível
cometer tão grosseiro acinte”.
- “Mas turvas, e ainda mais horrível
foi que falaste mal de mim no ano passado.
- “Mas como poderia” – pergunta assustado
o cordeiro -, “se eu não era nascido?”
- “Ah, não? Então deve ter sido
teu irmão.” – “Peço-vos perdão
mais uma vez, mas deve ser engano,
pois eu não tenho mano.”
- “Então, algum parente: teus tios, teus pais...
Cordeiros, cães, pastores, vós não me poupais;
por isso, hei de vingar-me” – e o leva até o recesso
da mata, onde o esquarteja e come sem processo.
La Fontaine. Fábulas, 1992.
Esta é a fábula mais famosa de todas, pois nos mostra que o forte tem
sempre razão e é difícil argumentar sobre isso. Mas pensem que devemos ser
espertos para vencer os argumentos do lobo que se julga mais forte e cheio de
razões.
Distribuir um envelope com uma fábula em tiras para cada grupo de cinco
alunos. Em seguida, colocar em ordem a fábula. Depois dessa organização, cada
grupo vai escrever a fábula em folha separada. Faremos a leitura em voz alta, logo
após comentar a moral da história.
As fábulas utilizadas são: A assembleia dos ratos, A raposa e as uvas, O
leão e o camundongo, A raposa e o galo, O burro e a pele de leão, A lebre e a
tartaruga, A galinha dos ovos de ouro, O rato do campo e o rato da cidade.
Comparando versões de uma mesma fábula.
Trabalharemos agora com a fábula “O leão e o rato” em três versões,
contadas por autores diferentes – Esopo, na Grécia antiga, cerca do século IV A.C,
La Fontaine, no século XVII, e Monteiro Lobato, no início do século XX.
O LEÃO E O RATO (Reconhecido)
Um leão estava dormindo e um rato passeava sobre seu corpo. Acordando e
tendo apanhado o rato, ia comê-lo. Como o rato suplicasse que o largasse, dizendo
que, se fosse salvo, lhe pagaria o favor, o leão sorriu e deixou-o ir. Não muito
depois, o leão foi salvo, graças ao reconhecimento do rato. Com efeito, preso por
caçadores e amarrado a uma árvore com uma corda, logo que o ouviu gemendo, o
rato se aproximou, roeu a corda e o libertou, dizendo: “Recentemente riste, não
acreditando em uma retribuição da minha parte, mas agora vês que também entre
os ratos existe reconhecimento”.
A fábula mostra que, nas reviravoltas da sorte, os muito poderosos
têm necessidade dos mais fracos.
ESOPO: fábulas completas, 1994.
Nessa fábula de Esopo, o ratinho convenceu o leão de que poderia retribuir
o favor. Ele foi esperto e inteligente, pois sabia da fama do leão, animal feroz e que
poderia devorá-lo.
O LEÃO E O RATO – Curvo Semedo (Trad.)
Saiu da toca aturdido
Daninho pequeno rato,
E foi cair insensato
Entre as garras de um leão.
Eis que o monarca das feras
Lhe concedeu liberdade,
Ou por ter dele piedade,
Ou por não ter fome então.
Mas essa beneficência
Foi bem paga, e quem diria
Que o rei das feras teria
De um vil rato precisão!
Pois que uma vez indo entrando
Por uma selva frondosa,
Caiu em rede enganosa
Sem conhecer a traição.
Rugidos, esforços, tudo
Balda sem poder fugir-lhe;
Mas vem o rato acudir-lhe
E entra a roer-lhe a prisão.
Rompe com seus finos dentes
Primeira e segunda malha;
E tanto depois trabalha,
Que as mais também rotas são.
O seu benfeitor liberta,
Uma dívida pagando,
E assim à gente ensinando
De ser grata à obrigação.
Também mostra aos insofridos,
Que o trabalho com paciência
Faz mais que a força, a imprudência
Dos que em fúria sempre estão.
LA FONTAINE, Fábulas, 2012.
O LEÃO E O RATINHO (Monteiro Lobato)
Ao sair do buraco viu-se um ratinho entre as patas do leão. Estacou, de pelos em
pé, paralisado pelo terror. O leão, porém, não lhe fez mal nenhum.
-Segue em paz, ratinho; não tenhas medo de teu rei.
Dias depois o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, debateu-se, mas
quanto mais se agitava mais preso no laço ficava.
Atraído pelos urros, apareceu o ratinho.
- Amor com amor se paga – disse ele lá consigo e pôs-se a roer as cordas. Num
instante conseguiu romper uma das malhas. E como a rede era das tais que rompida
à primeira malha as outras se afrouxam, pôde o leão deslindar-se e fugir.
Mais vale paciência pequenina do que arrancos de leão.
LOBATO, Monteiro. Fábulas, 2004.
Questionamentos orais:
Comparando as fábulas, o que muda e o que permanece nas reescrituras?
Debater com os alunos que nestas fábulas várias morais são possíveis
dependendo do que o fabulista quer destacar e qual a sua intenção: Os
pequenos amigos podem ser grandes nas horas difíceis; Mais vale a gratidão
e a paciência do que a força; Amor com amor se paga.
O tema a ser abordado é a esperteza da raposa, que tenta convencer o galo
sobre o acontecimento da paz entre os animais. Apresentaremos para leitura as
fábulas A raposa e o galo de La Fontaine e O galo que logrou a raposa de
Monteiro Lobato, para que os discentes percebam que a esperteza nem sempre
surte os resultados esperados.
A RAPOSA E O GALO. (La Fontaine)
Uma raposa faminta, que caminhava pelo bosque, viu um majestoso galo pousado
no galho de uma árvore. O galo era experiente e muito esperto, e não se deixaria
enganar facilmente pela astuta raposa. Mas, assim mesmo, a raposa chegou ao pé
da árvore e disse ao galo, como se fossem antigos conhecidos:
- Senhor galo! Estava mesmo procurando o senhor. Trago-lhe uma boa notícia!
- Uma boa notícia? Então diga, Dona Raposa! Quis saber o galo, muito interessado.
– Não precisa mais ter medo de mim, porque acabou a guerra entre as nossas
espécies. Então, alegre-se, senhor galo!
– Ora! Eu fico muito contente que não pretenda mais me caçar, dona raposa, disse
o galo, com felicidade.
– Muito bem! Então venha até aqui para que possamos nos abraçar como
verdadeiros irmãos chamou a raposa, com simpatia. O galo percebeu o perigoso
truque da raposa, e respondeu:
- Sim, dona raposa, vamos comemorar essa paz. Mas... só um momento. O galo
fingiu olhar para o horizonte e disse:
- Vejo dois amigos cães vindo para cá. A raposa ficou assustada, porque poderia ter
visitas indesejáveis e exclamou:
- Dois cães vindo para cá? Não pode ser! O galo vendo a preocupação da raposa,
acrescentou:
- Sim. Vamos esperá-los para comemorarmos todos juntos! A raposa ficou muito
assustada e se apressou a sair dali. Ela, que pretendia caçar o galo, poderia ser
devorada por cães terríveis. A raposa despediu-se, enquanto se encaminhava para
o bosque:
- O abraço fica para outro dia, senhor galo. Tenho um compromisso agora. Adeus!
Com profundo mau humor e de estômago vazio, a raposa desapareceu dentro da
floresta. O galo viu a raposa sair às pressas, e riu-se por ter passado a perna
naquela que certamente, o caçaria se caísse na sua conversa.
O GALO QUE LOGROU A RAPOSA. (Monteiro Lobato)
Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa
árvore. A raposa, desapontada, murmurou consigo: “Deixe estar, seu malandro, que
já te curo!” E em voz alta:
- Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra ente os animais.
Lobo e cordeiro, gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos
andam agora aos beijos como namorados. Desça desse poleiro e venha receber o
meu abraço de paz e de amor.
- Muito bem! – exclamou o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que eleza
vai ficar o mundo, limpo de guerras, crueldade e traições! Vou já descer para
abraçar a amiga raposa, mas como lá vem vindo três cachorros, acho bom esperá-
los, para que também eles tomem parte na confraternização.
Ao ouvir falar em cachorro, Dona Raposa não quis saber de histórias, e tratou de
pôr-se ao fresco, dizendo:
- Infelizmente, amigo Có-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos
cães. Fica para outra vez a festa, sim? Até logo.
E raspou-se.
Após a leitura em voz alta da fábula feita pelo professor, o aluno deverá
incluir novos personagens modificando o final. Esse final pode ser surpreendente,
diferente de tudo que já vimos. Dê um título e use sua imaginação para a escrita de
uma fábula diferente.
RODA DE LEITURA
Alunos em círculo, cópias de Fábulas diversas para cada aluno. Elegem uma
fábula, fazem a leitura e em seguida pedir que compartilhem suas impressões e o
que entenderam da fábula lida. De maneira organizada cada um fará sua exposição
oral e comentários que julgarem convenientes.
Agora vamos assistir o DVD – Fábulas – lições para a vida, uma maneira
divertida de memorização das fábulas, algumas já apresentadas aos alunos: A
formiga e a cigarra; A lebre e a tartaruga; Os músicos de Bremen; O galo e a
raposa; O pastor brincalhão; O lobo disfarçado; O leão e o camundongo e A
lebre e a raposa.
Filme: Vida de Inseto.
Ao assistirem o filme Vida de Inseto, observem bem a organização das
formigas, suas ações e habilidades. Numa comunidade regrada, há sempre o
“encarregado” dos trabalhos e dos operários que obedecem às ordens. Após assistir
o filme, colocar os alunos em círculo para discussão dos melhores momentos.
- O que chamou especialmente sua atenção?
- Vocês gostariam que algo tivesse acontecido de forma diferente?
- Houve alguma coisa de que vocês não gostaram?
- Que personagem vocês acharam mais interessante?
Retomando a aula anterior (Filme Vida de Inseto) chegar às conclusões
finais através da escrita de um parágrafo sobre os questionamentos orais.
Vamos nos divertir assistindo treze clipes musicais:
GALINHA ROXA E QUADRADA E A TURMA DA LAURINHA
Os fantoches os levarão a um mundo de fantasia, beleza e simplicidade.
Trabalhando a ilustração.
Atividade divertida e prazerosa onde você vai mostrar seus talentos com os
desenhos e a pintura, fazendo a escolha de uma das fábulas lidas para ilustrar, não
se esquecendo do título da fábula. Depois de pronto vamos montar um painel: “As
fábulas que eu li”.
Retomando as atividades, chegou o momento de pôr em prática as
habilidades pessoais de cada um. Faça a escolha das figuras de animais
apresentadas e inicie a sua produção de texto. Não esqueçam os elementos que
caracterizam a estrutura das fábulas, observando os conflitos e desfecho final,
podendo ao elaborar o seu texto fazer a comparação de diferentes histórias. A
narrativa pode ser em forma de prosa ou verso, os personagens são os animais com
características humanas, não esquecendo a “moral da história”.
Este é o momento oportuno para interagir com o grupo e individualmente
escrever sua fábula que será única! Lembre-se que você já é um conhecedor
profundo do gênero textual Fábulas. Você poderá utilizar expressões como: ”um
dia”, “certo dia”, “era uma vez”, “no dia/manhã seguinte”... Na lista de animais já
apresentados, escolha os de sua preferência, veja as características de cada um
para escrever uma história interessante e divertida; não se esqueça da sua intenção
ao criar a “moral da história”.
Retomando a reescrita das fábulas, faremos a correção e a cópia final para
organizarmos a produção dos alunos para a montagem do livro.
Preparação da capa do livro; verificar as ilustrações; elaborar convite para a
exposição dos trabalhos.
Momentos finais da nossa Produção Didático-Pedagógica. Por fim,
divulgaremos os trabalhos realizados numa exposição no saguão do colégio.
Convidaremos os pais, alunos e a comunidade para participarem do evento.
O objetivo do material didático apresentado é proporcionar aos educandos
momentos de leitura prazerosa. A efetivação dessas leituras se dará a partir da
determinação da ideia principal, ideias secundárias, captação de detalhes,
sequências e relações de causa-efeito, onde analisaremos atitudes, sentimentos e
emoções.
Primeiramente faremos um levantamento do que sabem a respeito de fábula
para que possam fazer contato com o gênero citado e incentivá-los à leitura com
atividades diferenciadas: uso do dicionário para compreensão de vocábulos
desconhecidos, leitura silenciosa, rodas de leitura, oralidade, escrita, debates,
reescritas e bibliografia dos autores.
A cada fábula estudada, pretende-se que os alunos sejam motivados à
leitura através de questionamentos orais para que assimilem os ensinamentos de
caráter instrutivo.
É primordial que o professor tenha o material solicitado com antecedência,
pois, para trabalhar algumas fábulas utilizaremos vídeos, filmes e músicas
relacionadas com as fábulas lidas. Com isso o trabalho se desenvolverá de maneira
satisfatória.
LA FONTAINE, Jean de, 1621 – 1695. Fábulas: antologia/ La Fontaine. – 4 ed. – São Paulo: Martin Claret, 2012. – (Coleção a obra prima de cada autor; 200)
LOBATO, Monteiro, 1882 – 1948. Fábulas/ Monteiro Lobato; [ilustrações de capa e miolo Manoel Victor Filho]. – São Paulo. Brasiliense, 2004. – (Sítio do Picapau Amarelo).
LA FONTAINE, J. de. 1992. Fábulas de La Fontaine. Belo Horizonte, Itatiaia.
FERNANDES, Monica Teresinha Ottoni Sucar. Trabalhando com os gêneros do discurso – narrar – fábula. São Paulo. FTD. 2001.
ESOPO: fábulas completas/tradução direta do grego, introdução e notas por Neide Copertino de Castro Smolka – São Paulo: Moderna, 1994. – (Coleção travessias)
KOCH, Ingedore Villaça. Ler e compreender: os sentidos do texto / Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias. – 3. ed., 7ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2012.
BELLI, Roberto. Fábulas de La Fontaine. TODOLIVRO LTDA.
FÁBULAS – DVD – Editora Bicho Esperto. FILME: Vida de Inseto. Duração: 95 min. DVD – Galinha Roxa e Quadrada e a Turma da Laurinha. Duração: 30 min.
http://asfabulasdeesopo.blogspot.com.br – Acessado em 05 /10/2013 http://fabulascancoes.webnode.com.br - Acessado em 05/10/2013 http://sitededicas.ne10.uol.com.br – Acessado em 10/11/2013
VIDA DE INSETO
Gênero: Animação
Direção: Andrew Stanton, John Lasseter
Roteiro: Andrew Stanton, Bob Shaw, Donald McEnery
Elenco: David Foley, Hayden Panettiere, Julia Louis-Dreyfuss, Kevin Spacey, Phyllis
Diller
Produção: Darla K. Anderson, Kevin Reher
Fotografia: Sharon Calahan
Trilha Sonora: Randy Newman
Duração: 96 min.
GALINHA ROXA E QUADRADA E A TURMA DA LAURINHA
País: Brasil
Gênero: Infantil
Ano de produção: 2013
Duração: 30 Min.
Censura: Livre
Áudio: Português
Legendas: Português
Produtora: Europa Filmes
Direção: Luiz Brombal