os desafios da escola pÚblica …§ões da família no processo de aprendizagem do aluno, no...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICA- PEDAGÓGICA
PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO TURMA PDE 2013
Título: PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA ESCOLA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Autora RENI TEREZINHA LENTSCK
Escola de atuação COLÉGIO ESTADUAL DE LARANJAL-EFM
Município da escola LARANJAL
Núcleo Regional deEducação
PITANGA
Orientador (a) DRª NILSA DE OLIVEIRA PAWLAS
Instituição deEnsino Superior
UNICENTRO
Disciplina/Área(entrada no PDE)
GESTÃO ESCOLAR
Produção DidáticaPedagógica
CADERNO TEMÁTICO
RelaçãoInterdisciplinar
SOCIOLOGIA – PSICOLOGIA - GESTÃO
Público Alvo PAIS E PROFESSORES
Localização LARANJAL
Apresentação A produção didática pedagógica com o títuloParticipação da família na escola: desafios epossibilidade, reflete sobre as funções e contribuiçõesda família, no processo de ensino aprendizagem noespaço escolar, e nos leva a uma indagação. Comoencontrar alternativas para que a parceria entre famíliae escola aconteça? A família contemporânea cada vezmais se exime de responsabilidades e transfere para aescola a tarefa de educar. Esta por sua vez nãoconsegue dar conta sozinha necessitando do apoio dacomunidade. O material apresentado discutirá aimportância da participação da família naaprendizagem do aluno, e alternativas que favoreçama participação da família na escola. Busca analisarcom a direção escolar e professores ações dos alunosque favorecem a aprendizagem, assim como aimportância do acompanhamento da família nasatividades escolares. Será desenvolvido com famíliase professores, por meio de estudos reflexivos voltadosa temática apresentada, mesa redonda, dinâmicas evídeos.
Palavras chave FAMÍLIA; ESCOLA; APRENDIZAGEM
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PITANGA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO - OESTE – UNICENTRO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA ESCOLA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
RENI TEREZINHA LENTSCK
Caderno Temático de IntervençãoPedagógica na Escola. Elaboradopor Reni Terezinha Lentsck.Apresentado à Secretaria de Estadoda Educação, Superintendência daEducação Programa deDesenvolvimento EducacionalEquipe Pedagógica do PDE soborientação da Profª Drª Nilsa deOliveira Pawlas
LARANJAL - PR2013
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Sumário Identificação........................................................................................ 3
Apresentação...................................................................................... 5
Encaminhamento Metodológico.......................................................... 6
Unidade I: FAMÍLIA ..............................................,............................. 8
1.1 Conceito de família ...................................................................... 9
1.2 Função social da Família.............................................................. 13
1.3 Participação da família na vida escolar do filho........................... 14
1.4 Cronograma …............................................................................. 17
Unidade II: ESCOLA........................................................................... 18
2.1 Escola e sua origem...... …........................................................... 19
2.2 Escola e família uma parceria perfeita.......................................... 21
2.3 Cronograma …............................................................................. 23
Unidade III: GESTÃO ESCOLAR E APRENDIZAGEM...................... 24
3.1 A gestão escolar e sua dimensão participativa............................. 25
3.2 Gestão escolar e docência........................................................... 27
3.3 Gestão escolar e aprendizagem................................................... 28
3.4 Cronograma …............................................................................. 30
4 Considerações Finais ….................................................................. 30
Textos.................................................................................................. 31
Artigos................................................................................................. 31
Vídeos................................................................................................. 31
Bibliografia …...................................................................................... 32
Anexos: Questionários …................................................................... 33
Apresentação
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O presente material pedagógico trata-se de um caderno temático. É o
resultado da 2ª etapa do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, criado
pelo Governo do Paraná, com a proposta de formação continuada dos educadores
da rede pública estadual
Este caderno temático oferece subsídios teóricos metodológicos voltados
para o envolvimento da família na escola. Tem como foco principal a conscientização
e motivação da família, sua importância na participação e acompanhamento da vida
escolar de seu filho(a), e resgate do papel da família no processo de aprendizagem.
Com o título de Participação da família na escola: desafios e possibilidades, é
um material aberto que propõe diálogo e reflexão da teoria sobre a prática, e
pretende melhorar o trabalho pedagógico, ao levar a compreender funções e
contribuições da família no processo de aprendizagem do aluno, no espaço escolar.
O material didático foi desenvolvido pela professora PDE Reni Terezinha
Lentsck para intervenção pedagógica no Colégio Estadual de Laranjal E. F. M, sob a
orientação da professora Drª Nilsa de Oliveira Pawlas, vinculada à Universidade
Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO. Os textos usados para elaboração do
material, tiveram como base diversos autores que discutem a temática em questão
na certeza, que sirva como objeto de reflexão para gestão escolar, famílias e
professores.
Portanto, espera-se que este estudo possa analisar junto com direção escolar
e professores, ações dos alunos que favorecem a aprendizagem, assim como a
importância do acompanhamento da família na escola. São instituições
indispensáveis na vida do aluno, dessa forma pretende-se envolver a família no
acompanhamento e auxílio das atividades escolares realizadas em casa.
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ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
“Os filhos não precisam de pais gigantes,mas de seres humanos que falem a sualinguaguem e sejam capazes de penetrar-se o coração”
Augusto Cury
O presente caderno temático constitui-se de um material pedagógico a ser
discutido pelas famílias, professores e gestão escolar de maneira dialógica e
reflexiva, tem por finalidade fazer com que todos os envolvidos no processo ensino
aprendizagem (professores, pais e gestão escolar) reflitam sobre os temas
apresentados e que a partir das reflexões possam rever suas práticas, bem como a
importância da parceria entre família e escola para contribuição no processo ensino
aprendizagem, planejar ações que oportunizem a parceria pretendida neste estudo.
O interesse em realizar esse trabalho vem do distanciamento existente entre
família e escola, duas instituições importantes na vida do aluno. Na experiência de
35 anos de trabalho na educação, primeiramente nos anos iniciais, posteriormente
como professora de língua portuguesa na rede estadual, e na gestão escolar me
preocupava em observar o número reduzido de pais que participavam das reuniões
para entrega de boletins ou mesmo em outros eventos que eram convidados pela
escola.
É visível identificar que quando a família participa das atividades escolares,
há um melhor desempenho escolar dos alunos. Portanto, é imprescindível valorizar
e incentivar essa participação dos pais, para discutir a importância da família no
acompanhamento da aprendizagem do aluno, no espaço escolar.
Quando exerci a função de diretora no Colégio Estadual Pinhal Grande E. F.
M conseguia um bom resultado com os pais que participavam e se envolviam
diretamente com a escola, isso reforçou meu interesse em desenvolver o presente
trabalho, acreditando que na maioria das vezes, os pais não têm claro que sua
participação na escola serve como apoio para o desenvolvimento de um trabalho
satisfatório dos profissionais envolvidos no processo ensino aprendizagem.
Por meio de questionário para pais e professores serão coletadas
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informações referentes ao tema trabalhado, e posteriormente servirá como objeto de
discussão na aplicação do projeto, detectando as fragilidades entre família e escola
para apontar alternativas que favoreçam a participação ativa da família na escola,
auxiliando a reflexão da problemática levantada.
O material apresenta textos para estudos e reflexões durante os encontros,
além disso serão exibidos vídeos, mesa redonda e dinâmicas.
Para implementação do Projeto, é fundamental que a escola como instituição
de ensino – aprendizagem desenvolva suas atividades procurando atender o
educando em busca de superação nas dificuldades enfrentadas no dia a dia escolar.
A parceria com a família é imprescindível na busca de alternativas que
favoreçam a aprendizagem. Sendo assim, questiona-se: Como melhorar a parceria
família e escola, tendo como foco principal a aprendizagem do aluno? A carga
horária prevista para aplicação do projeto é de 32 horas, sendo 4 horas com gestão
e equipe pedagógica, 8 horas com professores e 20 horas com as famílias. Optou-se
em dividir o referido caderno temático em 3 (três) unidades, sendo: Unidade I. com
textos direcionados à Família. Unidade II textos voltados à Escola e Unidade III.
textos voltados à Gestão Escolar e Aprendizagem.
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1. FAMÍLIA
O poema, ao ser feito, deve mudar alguma coisa,
nem que seja apenas o próprio poeta. Se, ao poeta, depois de fazer o poema,
resta o mesmo que antes, o poema não terá sentido.
Ferreira Gullar
Esta unidade é composta por 3 encontros com duração de 4 horas cada, com
os objetivos de discutir a importância da família no acompanhamento da
aprendizagem do aluno no espaço escolar, apontar alternativas que favoreçam a
participação ativa da família na escola e envolver a família no acompanhamento de
auxílio das atividades escolares realizadas em casa. Os primeiros encontros da
unidade serão destinados a atividades de apresentação do projeto de
implementação, do cronograma, assim como estudos de textos reflexivos,
dinâmicas e vídeos motivadores sobre a temática. No terceiro encontro acontecerá
uma mesa redonda com profissionais da saúde sobre tema saúde do escolar, com
orientações para as famílias.
1.1 CONCEITO DE FAMÍLIA
Dentre as diversas espécies existentes e conhecidas sobre a Terra, o homem
é o mais dependente ao nascer. Nesta situação, necessariamente deve ser cuidado,
alimentado, higienizado, aquecido, afagado. Enfim depende de outros seres para
sobreviver. No entanto trata-se da espécie humana, não basta estar vivo e desde o
nascimento, o homem é introduzido em uma organização social nutrida pelas mais
variadas necessidades e simbolismos, colocando-o em contínua e indefinida
dependência do outro (YAEGASHI, 2007).
O primeiro grupo ao qual o ser humano pertence, convencionalmente
denominado família é algo paradoxalmente contraditório. É um conceito velho se
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considerarmos que o homem, invariavelmente, em seus primeiros anos de vida, vai
necessitar dos cuidados alheios, e qualquer que seja o vínculo de consanguinidade,
de filantropia etc. que o prende aos adultos circundantes, devendo sempre contar
com alguém ou com um grupo de pessoas que lhe ofereçam cuidados primários
para sua sobrevivência. E é um conceito novo à medida que a família vai se
transformando e remodelando-se de acordo com os contornos da sociedade na qual
está inserida.
Contudo, para compreendermos a família é necessário que se faça um
resgate histórico sobre as transformações sofridas por esta instituição social
(YAEGASHI, 2007).
Segundo (OSÓRIO,1996). Através dos tempos a família passou por várias
mudanças, conforme estudos antropológicos:
- família consanguínea: havia promiscuidade sexual, os irmãos casavam-se entre si.
Posteriormente, houve a interdição do relacionamento sexual entre pais e filhos e
entre irmãos.
- família por grupo (ou família punaluana): os membros de um grupo casam-se com
os de outro grupo, mas não entre si;
- família sindesmática ou de casal: caracteriza-se pela coabitação de vários casais
sob a autoridade matriarcal responsável pela coesão grupal (povos primitivos);
- família matriarcal: em virtude da vida nômade dos povos primitivos, os homens
saíam à procura do alimento e as mulheres ficavam nos acampamentos com os
filhos. Havia a ausência do papel paterno. Em algumas sociedades, a autoridade
paterna recaia sobre a figura do tio materno.
- família patriarcal: com o desenvolvimento da agricultura surge a autoridade do
patriarca ou “chefe de família”, que geralmente vivia num regime poligâmico;
- família monogâmica: é o tipo de família que hoje prevalece no mundo ocidental. A
fidelidade conjugal é condição para o reconhecimento de filhos legítimos. A
propriedade (bens) é passada de geração em geração. Existe a necessidade de
demarcação de território.
Assim, ao longo dos tempos a instituição matrimonial (casamento) nasceu
vinculada aos ritos de iniciação de passagem da infância para a vida adulta. Mas
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com o surgimento da noção de propriedade, o casamento passou a configurar-se
também como transação ou troca (ex. trocar uma irmã por uma noiva; pagar um dote
para ressarcir o noivo; adotar o sobrenome do marido como uma forma de indicar
que é de propriedade dele).
A partir da Idade Média, Estado e Igreja passaram a disputar a contrato a
quem caberia a prerrogativa de estabelecer o contrato nupcial. Entretanto, mesmo
na atualidade, as variáveis ambientais, sociais, econômicas, culturais, políticas,
religiosas determinam as distintas composições das famílias.
Quando se fala em família logo pensamos em pai, mãe e filhos, no modelo
tradicional que tínhamos há tempos atrás. E hoje, qual é o modelo de família que se
tem? Atualmente depara-se com várias formas de estrutura familiar, e considera-se
várias definições que se adequam à realidade contemporânea.
A família pode assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, sua formação
consiste num homem, numa mulher e nos filhos, sejam biológicos ou adotados que
moram na mesma casa. Também temos as famílias de pais únicos ou monoparental,
que é na verdade uma estrutura nuclear modificada pelas circunstâncias como:
divórcio, óbito, abandono de lar. Existem também as famílias alternativas que são as
comunitárias e as homossexuais (ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do
mesmo sexo, que podem ter filhos adotados).
A criação e a educação dos filhos nos sistemas familiares tradicionais são de
responsabilidade dos pais e da escola. Enfim, observa-se inúmeros tipos e
estruturas familiares que a sociedade e a própria cultura vão produzindo
classificando-as como: tradicional, perfeita, desestruturada, moderna e problemática.
Isso nos reporta até nossas escolas pois temos alunos que moram com avós ou
outros parentes.
No âmbito legal, o artigo 26, da Constituição Federal de 1988, aborda um
novo conceito de família: união estável entre o homem e a mulher (§ 3º) é a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (§ 4º ). E ainda
reconhece que: os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher (§ 5º) (BRASIL, 1988). Já o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) – Lei 8.069/90 que regula os direitos da criança e
do adolescente, dispõe no Capítulo 3 -” Do direito à Convivência Familiar e
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Comunitária ” artigo 19: ”Toda criança ou adolescente tem o direito a ser criado e
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta,
assegurada a convivência familiar e comunitária [...]” (BRASIL, 1990).
Considerando a base legal, é evidente a responsabilidade que a família tem
com as crianças e adolescentes, porém já não é possível afirmar que é na família
que se encontra segurança. Pois muitos são os problemas vivenciados pelas
famílias como: o álcool, a falta de respeito e as dificuldades financeiras.
Na escola convive-se com alunos de diversos modelos familiares, mas com
toda certeza uma coisa, pode-se afirmar, o aluno tem um responsável, seja os pais,
os avós, irmãos ou quem possua sua guarda, e que essa pessoa tem por obrigação
legal de zelar por sua sobrevivência e educação num ambiente agradável, seguro
que propicie seu desenvolvimento global.
Segundo (OSÓRIO,1996, P.14):
[…] a família não é uma expressão passivel de conceituação, mas tãosomente de descrições; ou seja: é possível descrever as várias estruturasou modalidades assumidas pela família através dos tempos, mas nãodefiní-la ou encontrar algum elemento comum a todas as formas com quese apresenta este agrupamento humano.
Diante disso, pode-se descrever a família de diversos modos, sem esquecer
que é no ambiente familiar que se molda os tipos de pessoas, a fim de que possam
exercer suas funções, mas a escola deve ser a aliada mais próxima da família
contribuindo assim para a formação do aluno. Ainda, a escola deve propor a família
discussões mostrando a importância do acompanhamento da aprendizagem do
aluno no espaço escolar.
1.2FUNÇÃO SOCIAL DA FAMÍLIA
“Os pais devem de acordo com ocrescimento dos filhos, delegar a elesresponsabilidades conforme suasnecessidades, seus desejos e suas ações.”
Tarsizo de Oliveira
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Cabe a família a responsabilidade pela sobrevivência psíquica e física da
criança, pois, é nela que ocorrem os primeiros aprendizados afetivos, sociais e
cognitivos. A criança deve ser cercada de cuidados especiais por parte dos pais ou
responsáveis pois, carregar as características hereditárias, localizar-se
biologicamente é relativamente fácil, porém vai muito além, é um sentimento pessoal
uma responsabilidade social com muitas solicitações, exigências e expectativas.
Embora a cada momento histórico corresponda um modelo de família
preponderante, ele não é o único, assim não podemos falar de família, mas de
famílias, para que se possa contemplar o termo diversidade de relações que
convivem em nossa sociedade.
Outro aspecto a ressaltar, diz respeito ao significado social da família. A
família continua sendo a instituição responsável pelos cuidados das crianças e
adolescentes, proteção, afeto e educação é o primeiro e mais importante canal de
iniciação de aprendizagem. Os pais devem auxiliar os filhos a desenvolver a
autonomia e assim descobrir seu próprio espaço, entretanto sem perder de vista,
intervindo quando necessário.
A Família é o espaço essencial para o desenvolvimento social do sujeito. A
família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção
integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou
forma como vêm se estruturando (KALOUSTIAN,1998). É a família que propicia os
aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem estar
de seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e
informal. É em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e
onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se
constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.
A família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura,
mas é também o centro da vida social. A educação bem sucedida da criança na
família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento
produtivo quando for adulto. A família tem sido, e será a influência mais poderosa
para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas. Nas sociedades
caracterizadas pela heterogeneidade, a família vem sendo colocada em questão no
momento em que a sociedade se depara com a presença de organizações familiares
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diferentes (GOKHALE, 1980).
O que se espera da família é que a mesma dê suporte necessário aos filhos
para que os mesmos saibam lutar pelo que desejam tendo um referencial positivo,
devem saber que nada nasce pronto correr atrás daquilo que almejam, porém sem
desrespeitar o próximo pois assim, atrai para si o respeito que necessita.
(ZAGURY 2008,) nos coloca:
[…] as lutas que temos que travar com nossos filhos, dia após dia, horaapós hora, minuto após minuto. É uma tarefa árdua, longa ecansativa,porém é a melhor forma para nos levar a ter filhos cidadãos,responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres, em vez de criaturasegocêntricas, anti-sociais, hedonistas ao extremo, sem capacidade de lutasem tolerância à frustração e, em consequência, sem capacidade de adiarsatisfação.
Na atualidade, parece que a família encontra-se “desempoderada” de suas
funções educativas, entretanto, a função da família em relação à educação dos
filhos, vai muito além de garantir uma vaga na escola e a permanência na mesma,
requer também disponibilidade de tempo, motivação incentivo aos filhos a
apreciarem e desenvolver as atividades escolares com responsabilidade.
1.3 PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DO FILHO
“A participação é uma vivência coletiva e nãoindividual, de modo que somente se podeaprender na praxis grupal. Parece que sé seaprende participar participando”.Bordenave
A família deve colocar a importância da escola na vida do filho, mostrar os
caminhos que os estudos abrem na vida do indivíduo. Antes da criança entrar no
ambiente escolar os pais devem fazer uma abordagem, através da qual, a criança
tenha prazer em frequentar a escola. A participação na vida escolar pode e deve
acontecer, mas sem dúvida é uma das preocupações da escola atualmente o que
fazer para atrair a família com objetivo de compartilhar a responsabilidade. A família
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deve participar ativamente da vida escolar de seu filho, um aspecto que tem-se
discutido entre escola, famílias e professores, são as tarefas para realizar em casa,
pois na maioria das vezes os alunos não realizam, como observou (PAROLIM, 2007,
p. 68) em suas pesquisas com pais e alunos:
Observo que, apesar das teorias que embasam a nossa prática educativa,os testemunhos vêm inflamados de emoção e distantes das teoriaspreconizadas. Essa realidade vivida não corresponde aos que oseducadores gostariam de viver. Encontrei no tema lição de casa umarealidade que é vivida/sofrida e distante da idealizada. [...] Poucas, escolas,educadores ou crianças falam bem e de forma construtiva dessa “tarefa”.Parece que a lição de casa está em volta de uma sombra e precisa serclareada. Ela é ou tem sido em muitas escolas e famílias uma tarefa que nãotem servido para nada, e não é responsabilidade de ninguémespecificamente.
A autora evidencia a necessidade de reflexão sobre as tarefas de casa, tanto
por parte da escola como por parte da família. A escola deve trabalhar com o aluno a
importância e objetivo da atividade, com uma certa preparação do aluno, para o que
deveria ser uma atividade agradável não se torne uma situação de conflito,
principalmente na família. A lição de casa jamais deve ser vista como um castigo no
ambiente familiar, muitas vezes a família alega não poder ajudar o filho por falta de
tempo, grau de escolaridade baixa entre outros esquecendo que, a presença,
mesmo que seja com tempo reduzido pode representar confiança e segurança,
suprindo muitas vezes uma disponibilidade maior de tempo, porém com um certo
vazio.
A atividade de casa é um assunto que deve contemplar o cronograma das
reuniões com os pais, e o professor como mediador deve expor com clareza a
finalidade da mesma pois é notório que há muitos conflitos em sala de aula. O
envolvimento da família no acompanhamento e auxílio das atividades escolares é
importante, porém não se pode isentar o aluno também de sua responsabilidade.
(PAROLIM, 2007, p. 69) reforça que o aluno “possui compromissos e
necessita aprender a realizá-los”, portanto, a atividade de casa deve levar o aluno a
uma reflexão onde possa pesquisar, colher certos resultados, reforçando seu
aprendizado da sala de aula.
Outro aspecto importante são as visitas que as famílias devem fazer à escola,
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demostrando interesse pelas atividades que os filhos realizam no âmbito escolar.
Quando há a participação ativa dos pais ou responsáveis e argumentação sobre os
assuntos relacionados a escola são visíveis os resultados positivos, se tornando a
família uma aliada direta da instituição escolar.
A participação da família na escola muito mais que uma obrigação, deve
tornar-se um canal aberto de trocas de ideias, afim de favorecer o processo
educativo (LOPEZ, 2000).
São inúmeros os desafios no compromisso de educar. Cada vez mais, tanto
para a escola como para a família, é preciso saber lidar com situações que
comprometem o aprendizado, que muitas vezes não se resolvem somente com o
saber técnico, mas também com a capacidade de relacionar-se e trabalhar em
grupo.
Algumas alternativas podem favorecer a participação ativa da família na
escola:
1 - Procure a escola quando notar que seu filho(a) apresenta alguma
dificuldade, converse com os professores, gestores e pedagogos;
2 - Elogie os progressos que ocorre, chame atenção quando necessário sem
ofender;
3 - Valorize a pessoa e a função do professor, diretor e demais funcionários;
4 - Visite escola observem sua organização, converse com gestor,
professores, pedagogos e os funcionários;
5 - Reforce a importância do uso do uniforme se a escola assim o exige;
6 - Pergunte ao filho(a) o que ele aprendeu e como isso é importante na vida;
7 - Programe um horário e um local arejado com boa iluminação para realizar
as atividades de casa e acompanhá-lo, mesmo que você não tenha conhecimento
do conteúdo que o aluno esteja estudando, mas a preocupação e motivação em
estar próximo já é um meio de sentir-se seguro e ajudar a sanar a dificuldade;
8 - Não deixe para preocupar-se somente no final do ano, monitore o boletim
escolar de seu filho(a) se o resultado está satisfatório, elogie, se não estiver bom,
converse com ele(a), questione a gestão escolar, pedagogo e professores e define
juntos estratégias de ação para reverter a situação e saber como sua participação
poderá auxiliar no aprendizado .
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O contato da família com os professores é de suma importância, por meio
desse contato pode-se construir um caminho onde o compromisso com uma
formação baseada em valores, torna-se efetiva.
1.4 CRONOGRAMA UNIDADE I
DATASATIVIDADES Fev/14 Mar/14 Abr/141º Encontro
Apresentação e objetivos do projeto, material
usado Banners , entregue questionário aos pais
para responderem. Em grupos, leitura e
discussão dos textos “ A família em primeiro
lugar, Somos quem somos”, discussão dos
mesmos, vídeo Papel dos pais na educação,com
comentário do mesmo. Os Textos, vídeos e
artigos que serão usados para o
desenvolvimento das ações estão referenciados
na Produção Didático – pedagógica. 4 horas2º Encontro
Dinâmica “Aprender sobre a vida no contexto
escolar”, entrega de folders com sugestões de
ações que favoreçam a participação da família
na escola, leitura socializada do mesmo. Em
pequenos grupos leitura e discussão dos textos,
“Família e educação, Pais fazem as tarefas dos
filhos”, refletir sobre o acompanhamento escolar
do filho(a) Vídeo “Filhos são cópia dos pais”
comentário . 4 horas3º Encontro
Mesa redonda com profissionais da saúde
enfermeiro, nutricionista e fisioterapeuta tema:
saúde do escolar. Questionamentos para os
profissionais. 4 horasTotal 12 horas
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2. ESCOLA
“A educação é um processo social, édesenvolvimento. Não é a preparação para avida, é a própria vida.”
John Dewey
Esta unidade será constituída por dois encontros com quatro horas de
duração cada, tendo como público-alvo os pais. Os textos que constituem essa
unidade, são baseados na obra de autores que discorrem sobre a instituição escolar,
com os seguintes temas: Escola e sua origem, e Escola e família: uma parceria
perfeita.
2.1 ESCOLA E SUA ORIGEM
A escola deve traçar metas para construir uma participação ativa da família no
espaço escolar. Ao relacionar-se com os pais, a escola deve superar as idealizações
ainda existentes, reconhecendo a diversidade de formas de organização familiar, e,
sobretudo tratando pedagogicamente essa realidade.
O processo de institucionalização da educação correlaciona-se ao surgimento
da sociedade de classes que, por sua vez, tem a ver com o processo de
aprofundamento da divisão do trabalho. Nas sociedades primitivas, caracterizadas
pelo modo coletivo de produção, a educação consistia numa ação espontânea, que
não diferenciava-se das outras ações desenvolvidas pelo homem. Dessa maneira, a
educação coincidia inteiramente com o processo de trabalho coletivo e comum a
todos os membros da comunidade. Com o desenvolvimento das sociedades em
classes, houve também a divisão da educação, e é nesse interím que se origina a
escola (PARANÁ, 2006).
A palavra escola deriva do grego e significa etimologicamente o lugar do ócio.
A organização da escola advém da educação dos membros da classe dominadora,
que se dispunham ao ócio, ao lazer, e ao tempo livre. A educação da classe
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dominada se contrapõe a isso ao coincidir com o processo de trabalho. Vê-se, pois,
que já na a origem da instituição educativa, ela recebeu o nome de escola
(PARANÁ, 2006).
A escola, tal como conhecemos hoje, é intitulada pelos historiadores da
educação como Escola Moderna, e começou a se configurar no final do século XVI e
ao longo do século XVII (PARANÁ, 2006).
Antes disso, nas sociedades antigas e medievais, já havia a preocupação
com a educação de seus jovens, os quais estudavam individualmente, sob a
orientação de um mestre, ou em pequenos grupos independente da idade
(PARANÁ, 2006).
Hoje a escola apresenta-se como uma das mais importantes instituições
sociais, pois faz a mediação entre o indivíduo e a sociedade, ao transmitir a cultura e
modelos sociais de comportamentos (PARANÁ, 2006).
O saber sociológico contribui a desneutralizar a instituição escolar que
significa que ela foi pensada e construída por pessoas como professores, religiosos
ou governantes que tinham interesse e necessidades próprias daquele momento
histórico (PARANÁ, 2006).
E que antes desse modelo escolar, existiam outras formas criadas pela
sociedade para transmitirem às suas crianças e jovens os saberes necessários para
vida social. Portanto, cabe a nós e ás próximas gerações também pensarmos e
construirmos escolas que estejam mais próximas as nossas necessidades e nossos
sonhos.
(PAROLIM, 2005, p. 61), afirma:
A escola é uma instituição potencialmente socializadora. Ela abre um espaçopara que os aprendizes construam novos conhecimentos, dividam seusuniversos pessoais e ampliem seus ângulos de visão, assim comoaprendem respeitar outras verdades, outras culturas e outros tipos deautoridade Nessa. Instituição, o mundo de conhecimento, da informação, ouseja o mundo objetivo, mistura-se aos dos sentimentos das emoções e daintuição, ao dito mundo do subjetivo. É emoção e razão que se fundam embusca da sabedoria.
A autora afirma que a escola é um espaço de construção e socialização de
ideias e conhecimentos, é nela que o aluno deve ser estimulado a ampliar seus
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horizontes. A sala de aula é o espaço de descobrimento de novos talentos, que
necessitam de motivação e estímulos constantes para desenvolver determinadas
atividades específicas que não são comuns a todos. Ademais, a escola deve
procurar conhecer o universo do aluno com mais amplitude, pois sabe-se que é na
escola que o aluno adquire conhecimento técnico e aprendizagem, entretanto sem
esquecer que para atingir aquilo que lhe é proposto, deve-se respeitar seus
sentimentos e emoções.
Segundo (VASCONCELLOS, 2006) “escola forte não é a que empanturra o
aluno de conteúdo, mas a que o leva a pensar, a criar, se relacionar, a fazer, a
construir um projeto de vida”. Portanto, todo trabalho desenvolvido nessa instituição
deve estar voltado para a realidade, a partir da qual buscamos melhorar nossa
compreensão para transformá-la permanentemente.
2.2 ESCOLA E FAMÍLIA UMA PARCERIA PERFEITA! E O QUE FAZER
PARA QUE ISSO ACONTEÇA?
“Quem sabe onde quer chegar, escolhe ocaminho certo e o jeito de caminhar.”
Thiago de Mello
A parceria entre escola e família é uma preocupação que acontece
constantemente no Colégio Estadual de Laranjal, mas acredita-se que este
questionamento não se restringe somente a esta instituição. A discussão dessa parte
da unidade busca aparato teórico em autores que discorrem sobre o assunto.
Família e escola, as duas maiores responsáveis pela educação de crianças e
adolescentes em nossa sociedade, embora tenham mesmo objetivo final,
apresentam papeis diferentes, mas apoiando-se uma a outra podem formar uma
parceria eficiente.
A escola necessita da cooperação direta da família, os professores precisam
conhecer as dinâmicas internas e o universo cultural vivenciado pelos alunos para
que compreende-los e terem condições de intervir no desenvolvimento nas
23
expressões de sucesso e não do fracasso. Precisam dessa relação de parceria
para poderem partilhar com a família os aspectos de conduta dos filhos.
É cada vez mais evidente a necessidade da família estar em sintonia com a
escola, com efeito o sucesso escolar depende em grande parte do apoio direto e
sistemático da família. Segundo (REIS, 2007, p. 6), “[...] a escola nunca educará
sozinha, de modo que a responsabilidade educacional da família jamais cessará.
Uma vez escolhida a escola, a relação com ela apenas começa. É preciso diálogo
entre escola, pais e filhos.”
É fundamental que se entenda que a escola não poderá sozinha sustentar
essa relação de união entre as duas instituições, visto que a escola aborda vários
assuntos, além de rendimento escolar e problemas disciplinares, vindos de
situações diferenciadas. Dessa forma, a família deve estar ciente que uma vez
matriculado seu filho na escola é o início de um envolvimento não só da criança ou
do adolescente com a escola mas, dos pais ou responsáveis. É o início de um
processo não só na vida do aluno mas sim, da família que deverá discutir sua
importância no acompanhamento da aprendizagem do aluno no espaço escolar.
A escola por sua vez em seu espaço coletivo não deve se isentar do que lhe é
primordial na formação do cidadão, mas no que se refere ao processo de formação
de valores seu papel é de coadjuvante. Para (MOREIRA, 2006, p. 46), “[...] as
práticas familiares aliadas ao trabalho na escola criam outras possibilidades de
comunicação nas quais todos aprendem, reavaliando valores e vivenciando novas
experiências comunitárias”.
O aluno leva para escola características próprias adquiridas no ambiente
familiar reconhecidas a partir de sua socialização, quando positivas a escola deverá
aproveitá-las como elo de comunicação ao dissiminá-las para outras famílias. Isso
poderá melhorar a autoestima, maior crença em suas convicções mais força para
lutar a manter um vínculo afetivo com a família. No intuito de cooperação, deixa-se
algumas sugestões de ações que a escola poderá realizar para facilitar o
envolvimento dos pais e da comunidade na escola.
1 - Parabenizar os pais pelas realizações positivas de seus filhos;
2 - Eleger um grupo de pais para representantes de turmas;
3 - Envolver os pais em atividades como contação de histórias e gincanas;
24
4 - Promover atividades desportivas envolvendo a participação dos pais.
5 - Realizar palestras e discussões com os pais sobre questões sociais e
culturais presente no cotidiano escolar como: (saúde, drogas, nutrição,
adolescência, qualidade de vida, etc), estabelecendo parcerias com profissionais
especialistas na área que se proponham em realizar um trabalho em prol da
comunidade escolar.
Acredita-se que o empenho da escola em realizar ações para melhorar o
envolvimento dos pais, poderá facilitar a aprendizagem, assim como os pais poderão
sentir-se parte integrante na vida escolar dos filhos, na busca de uma educação de
qualidade.
2.3 CRONOGRAMA UNIDADE II
ATIVIDADES
DATAS
Maio/14 Maio/141º Encontro
Trabalharemos com Slides sobre a origem da escola,
conversa interativa sobre o material apresentado,vídeo
“Família e educação” comentário do mesmo,apresentação
do Regimento escolar e do Projeto Político Pedagógico da
escola com slides das ações que referem-se aos pais,
contempladas nestes documentos. 4 horas2º Encontro
Vídeos “Escola em parceria com a família e Papel dos pais
no processo de aprendizagem”. Em pequenos grupos
leitura e discussões sobre o texto “Escola e educação”,
mesa redonda com alunos representantes de turmas, pais
direção e professores sobre: Possíveis ações que facilitem
a aprendizagem do aluno,síntese das discussões.
Encerramento do encontro com confraternização entre os
participantes.
4 horasTotal 8 horas
26
3. GESTÃO ESCOLAR E APRENDIZAGEM
“O caminho para a mudança será construídono dia a dia, à medida que vamoscompreendendo os problemas educacionais”.
Neidson Rodrigues
Esta unidade será composta de três encontros de quatro horas cada,
divididos em duas temáticas, a saber: Gestão escolar e Aprendizagem na
perspectiva de uma análise junto com direção e professores de ações dos alunos
que favoreçam o bom andamento das aulas.
3.1 A GESTÃO ESCOLAR E SUA DIMENSÃO PARTICIPATIVA
O trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo, realizado a partir da
participação conjunta e integrada dos membros de todos os segmentos da
comunidade escolar. Portanto, afirmar que gestão pressupõe a atuação participativa
representa um pleonasmo de reforço a essa importante dimensão da gestão escolar.
Assim, o envolvimento de todos os que fazem parte, direta ou indireta, do processo
educacional no estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada
de decisões, na proposição, implementação, monitoramento e avaliação de planos
do processo de ação, visando os melhores resultados do processo educacional, é
imprescindível para o sucesso da gestão escolar participativa (LUCK et al., 2002).
A gestão compartilhada e participativa é a melhor forma de avançarmos em
direção a boa qualidade nas relações de trabalhos e por consequência na melhoria
efetiva do ensino aprendizagem no estabelecimento de ensino. Desta forma, cabe à
gestão escolar criar estratégias de ações que envolvam a família a fazer parte da
escola, trabalhando de forma conjunta na solução dos problemas e tomada de
decisões, visando o sucesso das práticas educativas.
Se o objetivo da escola é o ensino aprendizagem dos alunos, a organização
escolar necessária é aquela que melhor contribui com o trabalho dos professores,
analisando as ações dos alunos que favoreçam o bom andamento das aulas numa
27
interdependência do ensinar e aprender envolvendo a família. A organização e
gestão do trabalho escolar, bem como a mobilização das pessoas para a realização
das atividades em equipe é a principal via para superação dos desafios do cotidiano
escolar.
(LUCK,1998, p. 89) afirma que:
A abordagem da gestão participativa pode trazer benefícios significativospara as escolas em que a gestão de pessoas se dê de tal forma queencoraje tanto a criatividade como o trabalho em equipe, na resolução dosdesafios do cotidiano.
A partir deste ponto de vista pode-se afirmar que a gestão escolar deve
viabilizar formas organizativas e metodológicas que favoreçam a participação num
espaço educativo aberto, para que profissionais da educação e a família possam
caminhar juntos e tornar a instituição um lugar de aprendizado e desenvolvimento de
capacidades intelectuais, sociais, afetivas e cognitivas, que são os propósitos da
gestão participativa.
No entanto, nenhuma participação acontece na escola se não houver no seu
interior uma gestão democrática, que já na Constituição Federal preconizava que, “o
ensino será ministrado com base legal nos seguintes princípios - Gestão
Democrática do ensino Público, na forma da lei (Art. 206. Inciso VI). Também está
contemplada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), os
princípios que fundamentarão o ensino, que deve ser “ministrado com base nos
princípios da Gestão Democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino.”
Portanto, através dos textos legais retratados, aponta-se a necessidade de
um envolvimento de toda comunidade escolar, mais especificamente da família. Pois
um sistema democrático de governo está relacionado diretamente a uma
participação popular, não só com relação aos direitos políticos, mas em uma maior
amplitude, como a participação da sociedade nas questões sociais, econômicas e
educacionais.
28
3.2 GESTÃO ESCOLAR E DOCÊNCIA
“Uma escola que não consegue se decidir por um projetoeducacional caminha sem direção e tem poucas chancesde contribuir para a formação cidadã e para o plenodesenvolvimento das aulas e futuras gerações”. Moacir Gadotti
É consenso que os professores gostam de trabalhar em escolas bem dirigidas
e organizadas, constituindo a gestão escolar um componente decisivo em todo o
processo de construção do planejamento, organização e desenvolvimento do projeto
político da escola, onde se busca a qualidade do ensino. Porém, é realidade ainda,
que o processo de forma de trabalho coletivo é uma luta constante para que se
efetive de forma satisfatória, onde se busque atender de forma plena as
especificidades da comunidade escolar, mesmo que isso esteja contemplada no
Projeto Político Pedagógico da escola.
A escola deve ser um ambiente acolhedor onde possa agregar a comunidade
em seu entorno, e esse ambiente deve ser propiciado pelo gestor como
representante da escola e da comunidade criando mecanismo que possa possibilitar
uma participação enriquecedora.
(PARO,1997, p.102) afirma:
Uma estrutura administrativa da escola adequada à realização de objetivoseducacionais de acordo com os interesses das camadas trabalhadoras,deve também prever mecanismos que facilitem e estimulem a participaçãodos pais e membros da comunidade em geral nas decisões aí tomadas.
A escola torna-se um espaço interativo quando gestores e corpo docente
discutem e partilham ideias. Muitos gestores e professores reclamam da falta da
participação dos pais na vida escolar dos filhos, mas mesmo assim muitas vezes
não se mostram confortáveis quando há algum questionamento ou cobrança no que
se refere a qualidade do ensino escola.
Entende-se que a gestão escolar e os professores atuam como
incentivadores e facilitadores, oportunizando a família a participar da realidade vivida
pela escola de forma colaborativa. Dessa forma, é importante que gestores e
professores discutam ações positivas praticadas pelos alunos e que favoreçam a
aprendizagem como: atividades realizadas em sala de aula com interesse, trabalhos
29
entregues em datas previstas, bom relacionamento com colegas e professores, bem
como as atitudes trazidas da família que possam contribuir para uma boa
aprendizagem.
3.3 GESTÃO ESCOLAR E APRENDIZAGEM
“ Se a educação sozinha não transforma asociedade, sem ela, tampouco, a sociedademuda”. Paulo Freire
A gestão escolar e a família poderão desenvolver no aluno o pensamento de
que as dificuldades e os problemas são oportunidades e pontos de partida para se
tornarem agentes participativos com iniciativas que possam favorecer sua atuação
de filho e aluno. Essa participação da comunidade poderá levá-los a compreender
melhor o funcionamento do espaço escolar.
Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor ofuncionamento da escola, conhecer com mais profundidade todos os quenela estudam e trabalham intensificar seu envolvimento com ela e, assim,acompanhar melhor a educação ali oferecida. (GADOTTI, 2004, p. 16).
Portanto, as ações educativas que acontecem na escola, poderão melhorar a
medida que, toda comunidade juntamente com a equipe, que faz parte do coletivo
interno, direção, funcionários, professores e alunos conheçam a realidade de sua
escola e envolvam-se diretamente, com o ensino aprendizagem para que este
ocorra de forma satisfatória.
A aprendizagem é inferida quando ocorre uma mudança ou modificação no
comportamento, mudança esta que permanece por períodos relativamente longos
durante a vida do indivíduo. Conforme, (GAGNÉ) “[...] Uma vez que acontece a
aprendizagem ela permanece e pode mudar o comportamento da pessoa, e não
acontece somente na escola, é um processo contínuo permanente na vida do ser
humano” (1980, p. 6), é conveniente que cada pessoa busque apropriar-se de todo
ensino à ela oferecido tornando-se um elemento universal para sua vida.
Para (FERNANDEZ,1990, p. 76).
30
Um processo que não se limita nem ao ambiente escolar nemexclusivamente a criança. Como experiência, a aprendizagem constitui-secomo elemento universal próprio do humano, já que, ao possibilitar atransmissão de conhecimento garante a continuidade do coletivo e permitea diferenciação e trans formação dos indivíduos. Aprender para a autorapressupõe a associação entre cognição, desejos e necessidades.
A aprendizagem é uma constante na vida das pessoas, quando se adquire um
novo conhecimento esse poderá ser compartilhado possibilitando o crescimento
intelectual do indivíduo. Para (FREIRE,1996, p. 23) “[...] quem ensina aprende ao
ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Quando acontece o processo de
ensino aprendizagem poderá ocorrer ao mesmo tempo os dois processos, tanto para
o ensinante quanto para o aprendente. Dessa forma, sendo a aprendizagem um ato
contínuo todo o conhecimento adquirido em casa, poderá contribuir para o bom
aprendizado na escola. A escola deve observar os conhecimentos adquiridos na
família trazidos para escola e transformá-los em ações que favoreçam sua
formação, ações como: Convidar a família a participar de gincanas culturais,
palestras com profissionais da saúde envolvendo a família e a escola, material visual
para estímulos e valorização da importância da família e da escola na vida do
educando. Ações essas que desenvolvidas, contribuirão no desempenho escolar
tendo o envolvimento da família e da escola.
Portanto, a relação família e escola devem ser tratadas com ações
específicas voltadas para educação integral do aluno num ambiente receptivo a
todos, na perspectiva de uma educação de qualidade.
31
3.4 CRONOGRAMA UNIDADE III
ATIVIDADES
DATAS
Fev/14 Mar/14 Abr/141º Encontro
Apresentação do material através de slides,vídeo
“Gestão democrática teoria e prática”,
comentárioLeitura do artigo “Em busca de uma
compreensão de relações entre família e escola”
discussão sobre o mesmo. 4 horas2º Encontro
Leitura e discussão do texto “Problemas de
aprendizagem” mesa redonda com profissionais da
educação sobre: Gestão escolar e aprendizagem,
questionamentos para os membros da mesa.
4 horas3º Encontro
Dinâmica, “Força do trabalho em equipe” Reflexão
sobre o encontro anterior, círculo de discussões
sobre os encontros realizados, como forma de
avaliação. Encerramento com apresentação de
poesias e dança com alunos. 4 horasTotal 12 horas
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Partindo do princípio de que a educação é um direito de todos e que a família
e a escola são as primeiras instituições onde o ser humano inicia seu processo de
socialização e aprendizagem, é preciso superar essa distância existente entre
ambas.
Sendo assim espera-se que este material possa contribuir para que essa
parceria entre família e escola aconteça, de forma que as reflexões e atividades
vivenciadas por famílias, professores e alunos durante o desenvolvimento do projeto
32
contribua para uma constante reflexão sobre esse tema de grande abrangência.
Portanto, a discussão sobre “Família e escola” é um assunto que não se
esgota aqui. Havendo a necessidade de continuar a pesquisar e analisar a
problemática, tendo a convicção que pode-se transformar a realidade, ao contribuir
para um ensino e aprendizagem de melhor qualidade.
SUGESTÕES DE MATERIAIS COMPLEMENTARES: TEXTOS:
1 - A família em primeiro lugar. Revista Veja, Edição 1739, ano 35, nº 7, 2002.
2 - A liberdade e os novos tempos de Içami Tiba. Disciplina o limite na medidacerta, São Paulo: Gente, 1996.
3 - A família e a Educação. Tarsizo de Oliveira e Carla E.D. de Oliveira. Erros eAcertos na Educação, Santa Maria- RS: Pallotti s/d.
4 - Imagem do professor Tarsizo de Oliveira e Carla E.D. de Oliveira. Erros eAcertos na Educação, Santa Maria- RS: Pallotti s/d.
5 - O diálogo na Família Tarsizo de Oliveira e Carla E.D. de Oliveira. Erros eAcertos na Educação, Santa Maria- RS: Pallotti s/d.
6 - Problemas de Aprendizagem Tarsizo de Oliveira e Carla E.D. De Oliveira. Errose Acertos na Educação, Santa Maria- RS: Pallotti s/d.
ARTIGOS:1 - Artigo - Em busca de uma compreensão das relações entre família e escola Ana da Costa Polonia - http:// www.Scielo.br/pdf/ pee/v9n2/v9n2a12pdf acesso em28/10/2013 às 14:00 horas
2 - Artigo- O gestor como facilitador nos processos de Ensino e Aprendizagemhttp://scholar.google.com.br/Scholar? q=related: Lny81 acesso em 28/10/2013
VÍDEOS:
1 - Escola em parceria com a família. Disponível em: http:// www Youtube.com/Watch.= w.U6 Chn QOSK.
2 - Filhos são a cópia dos pais. Disponível em: http:// Youtube.com/ Watch v = Ubh752g2d M8
33
3 - Papel dos pais na educação. Disponível em: http:// Youtube./Watch 4z pjtRURGas
4 - Papel do Gestor. Disponível em: http://Youtube.com/Watch? v=m EFVLgVZfQ4
5 - Gestão da Escola - Gestão Democrática Teoria e Prática. Disponível em:http://Youtube.com/Watch?=rWymyHsnnTL
6 - O papel dos pais no processo de aprendizado. Disponível em:http://www.Youtube.com/Watch? v=U1HAudcyCf8 Música para Dinâmica
Pais e filhos
Legião Urbana
http:/ www. Youtube.com/ watch? v=Zr66vNx-tZQ
Ilustrações
Lucas Taborda
Referências:
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. São Paulo: Cortez,1990.
______. Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil:MEC. Ministério da Educação,1996.
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação: 9.394/96. Brasília: Ministério daEducação ,1996.
FERNANDEZ, A. A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas,1990.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonômia. Saberes necessários à prática educativa.São Paulo: Paz e Terra,1980.
GAGNÉ, R. M. Princípios essenciais da aprendizagem para o Ensino. PortoAlegre: Globo,1980.
GOKHALE, S. D. A família desaparecerá? In Revista Debates sociais, nº 30 anoXVI Rio de Janeiro: 1980.
KALOUSTIAN, S. M (org) Família brasileira a base de tudo. São Paulo: Cortez,Unicef, 1988.
LOPEZ, J. S. Educação na família e na escola. São Paulo: Loiola, 2002.
34
LUCK, H., et al, (orgs). A escola Participativa. O trabalho do gestor escolar. 2 ed.Rio de Janeiro: 1998.
MOREIRA, P. R. Psicologia da Educação. 2ª ed. São Paulo: FTD,1996.
OSÓRIO, L. C. Família hoje. Porto Alegre: Artes Médicas,1996.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Sociologia/ vários autores. Curitiba:2006.
PARO, V. H Estrutura da escola e educação como prática democrática. In:CORREA, Bianca Cristina, GARCIA, Teise Oliveira (org) Políticas educacionais eorganização do trabalho na escola São Paulo: Xamã, 2008.
PAROLIM, I. C. Pais e educadores: quem tem tempo de estudar? Porto Alegre:Mediação, 2007.
REIS, R. P. In: Mundo Jovem nº 373 Autoridade e poder na família. São Paulo:2008.
VASCONCELLOS, Celso dos S. O Currículo Organizado em Ciclos de Formação.Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidianoda sala de aula, São Paulo: Libertad, 2006.
YEGASHI, S. F. R. Família desenvolvimento e aprendizagem escolar: um olharpsicopedagógico. In: Rosin S; Monteiro. E Infância e Práticas Educativas. Maringá:Eduem, 2007.
ZAGURY, T. Limites sem trauma-construindo cidadãos . Rio de Janeiro: Record,2008.
35
QUESTIONÁRIO
Senhores pais ou responsáveis, o presente questionário objetiva coletar dados para auxiliar na realização do Projeto de Intervenção Pedagógica – PDE, que aborda a relação entre escola e família.
Conto com sua valiosa colaboração, desde já agradeço.
1 - Qual seu nível de escolaridade?( ) nunca estudei ( ) fundamental 1º ao 5º ano ( ) fundamental 6º ao 9º ano( ) ensino Médio ( ) ensino Superior ( ) pós Graduação.
2 - Você participa das reuniões na escola de seu filho(a)?( ) sim ( ) não ( ) às vezes.
3 - Para você, qual é a responsabilidade da família na educação dos filhos?( ) cuidar / Educar ( ) acompanhar o desenvolvimento ( ) mandar à escolaoutras funções: _______________________________________________________
4 - Para você, qual a função da escola?( ) cuidar das crianças / adolescentes / jovens ( ) ensinar a ler, escrever e calcular( ) ensinar uma profissão ( ) ensinar a conviver bem com as outras pessoas
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( ) preparar para o vestibular ( ) outros____________________________________________________________
5 - Como você avalia a interação entre família e escola?( ) boa ( ) regular ( ) ruimComente____________________________________________________________
6 - Em relação ao desempenho escolar do seu filho quando ele não apresenta resultado satisfatório o que você faz?( ) evito ir à escola para não ouvir reclamações( ) exijo que estude mais( ) vou à escola para saber o motivo e como ajudá-lo.
7 - Como você tem acompanhado o estudo de seu filho(a)?( ) não tenho tempo para acompanhar ( ) não tenho paciência ( ) ajudo a estudar as lições ( ) vou às reuniões bimestrais ( ) outros _______________________________________________________________
8 - Você considera que participar nas atividades da escola pode ajudar no desempenho do aluno(a)?( ) sim acredito ( ) só no comportamento ( ) talvez ( ) não
9 – Que tipo de palestra ajudaria na educação de seu filho(a)?( ) violência ( ) sexualidade ( ) drogas ( ) saúde escolar( ) Outros______________________________________________________________
10 - Faça algum comentário sobre a participação dos pais na escola.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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QUESTIONÁRIO
Prezado professor, o presente questionário objetiva coletar dados para auxiliar na realização do Projeto de Intervenção Pedagógica – PDE, que aborda a relação entre escola e família.
Conto com sua valiosa colaboração, desde já agradeço.
1 - Na sua opinião, a que se deve a ausência dos pais a escola?( ) Falta de tempo por questões de trabalho ( ) Falta de comunicação Escola / Família ( ) Falta de interesse( ) Outros______________________________________________________________
2 – Professor, para você, existe diferença de rendimento escolar entre alunos de famílias que participam na escola, daqueles em que os pais são ausentes? Por quê?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3 – Porque é necessário desenvolver atividades de interação entre a família e a escola? Dê exemplos na sua prática docente._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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4 – Qual é o papel do professor na integração família – escola?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________