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Notas de sala de aula sobre os anos dourados da Antropologia Social Britânica. Nesta apresentação nos centramos na figura de Radcliffe-Brown

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Page 1: Os Anos Dourados Radcliffe-Brown

Os anos dourados da Antropologia britânica

• Radcliffe‐Brown   Inspiração teórica

• Malinowski  arquétipo do trabalho de campo.

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Radcliffe‐Brown (1881‐1955)

1922, The Andaman Islanders.1931, Social Organization of Australian Tribes.1940, On Joking Relationships: Africa: Journal of the International African Institute, Vol. 13, No. 3 (Jul., 1940), pp. 195–210 doi:10.2307/11560931952, Structure and Function in Primitive Society: posthumously1957, A Natural Science of Society: based on a series of lectures at the University of Chicago in 1937 and posthumously published by his students

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Radcliffe‐Brown (1881‐1955)

1881‐ nasceu  em Birmingham.1091‐1906 Estuda em Cambridge, Ciência Mental e Moral.1905‐ Participa da Reunião da Brithsh Association for the Advancement of Science em Africa do Sul1906‐ 08. ‐Parte para pesquisa Andaman com financiamento. Anthony Wilking Student in Ethnology.1908‐14‐ Fellowship da Trinity College.1909‐1910 – Professor (reader) de Etnologia na London School of EconomicsSociologia Comparativa em Cambridge.

Page 4: Os Anos Dourados Radcliffe-Brown

1910‐1913‐ Anthony Wilkin Student – Viaja a Australia1913‐ Universidade de Birmingham – Antropologia para missionários, administradores, comerciantes.1914 – Reunião em Austrália, doença. Leciona em escola primaria de Sydney1916 – 19, Ilhas Tonga, Diretor de Educação.1919‐ Africa do Sul – Etnologo do Transvaal Museum, Pretoria.1921 – Cadeira de antropologia na Universidade da Cidade do Cabo.

Page 5: Os Anos Dourados Radcliffe-Brown

1926 – 1931. Sydney . Cadeira de Antropologia (Fundação Rockefeller)1931‐ 37 Chicago1935‐36. Prof. Visitante em Yenchin, na China.1937‐ 46 Professorship em Oxford – Fellow of All Souls College.1942‐44. Brasil, São Paulo.1946‐ 50. Cria o Departamento de Sociologia da Universidade Farouk I, Alexandria.1950.‐ Simon Visiting Professor, Universidade de Manchester1951‐ 1954‐Research fellow em Africa do Sul1954‐ Retorna a Inglaterra. 1955‐ Preside Associatio of Social Anthropologist

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Polêmica com W.H.R. Rivers entre 1910‐1914

1930 Polêmica com Malinowski e com Antropólogos americanos (Linton)

Paradigmas anterioresEvolucionismoDifusionismo

Tylor – Evolução da religiãoFrazer – Magia simpaticaAssociasionismo

similaridadecontiguidade

Publica “método” em 1923, depois da morte de Rivers

Page 7: Os Anos Dourados Radcliffe-Brown

• Radcliffe‐Brown– Rivers– Kropotkin– Haverlock Ellis (sexologista)– Marx– Ciências Naturais– Escola francesa 

• Leitor do L´Année Sociologique• Carta a Mauss em 1812• Leu a Divisão social do trabalho de Durkheim.

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Sobre a Estrutura Social (1940)

• “A Escola Funcional na realidade não existe; é um mito inventado pelo Malinowski”. “No há lugar para ‘escolas’, neste sentido, nas ciências naturais, e considero a antropologia social como um ramo destas ciências”. “Não cabe a ele fazer discipulos”. 

• Antropologia como ciência teórico‐natural da sociedade humana.

• Métodos semelhantes aos empregados nas ciências físicas ou biológicas. Sociologia comparada. 

Page 9: Os Anos Dourados Radcliffe-Brown

• Estudo da sociedade humana vs estudo da cultura.

• Fenômenos sociais como relações de associação entre organismos individuais. Antropologia como o estudo das formas de associação. Fatos observáveis, concretos.

• Não observamos uma cultura, visto que esta palavra denota não uma realidade concreta nas uma abstração, empregada como vaga abstração. 

Page 10: Os Anos Dourados Radcliffe-Brown

• A observação direta não nos revela que esses seres humanos estão relacionados por uma complexa rede de relações sociais. “Emprego o termo ‘estructura social’ para designar esta rede de relações sociais realmente existente”. (R.‐B. p. 234)

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• A ciência Natural é a investigação sistemática da estrutura do universo tal qual nos é revelado pelos sentidos.  Empirismo – método indutivo. 

• Fenômenos sociais são uma classe distinta de fenômenos naturais. As estruturas sociais são tão reais quanto os organismos individuais.

Page 12: Os Anos Dourados Radcliffe-Brown

Estrutura social como rede

• Dizer que estamos estudando estruturas sociais não significa a mesma coisa que dizer que estudamos relações sociais. (...)Determinada relação social entre duas pessoas só existe como parte de ampla rede de relações sociais, implicando muitas outras pessoas, e é esta rede que considero objeto de investigações. 

Page 13: Os Anos Dourados Radcliffe-Brown

• Cita Evans‐Pritchard (Nuers), como exemplo de trabalho com estrutura como grupos sociais duraveis.

• “Considero como parte da estrutura social todas as relações de pessoa a pessoa”. Ex. parentesco. Numa tribo australiana toda a estrutura social baseia‐se numa rede de tais relações de pessoa a pessoa, estabelecida através de conexões genealógicas”.

• Inclui sob estrutura social a diferenciação de indivíduos e classes por suas posições sociais.

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• No estudo da estrutura social a realidade concreta é uma “serie de relações realmente existentes”, em dado lapso de tempo, que agrupa certos seres humanos.

• A ciência (diferente da história ou da biografia) não se interessa pelo particular, peculiar, mas apenas pelo geral, pelas especies, pelos fatos que se repetem. As relações concretas de Jack e Hill podem ser lançadas em nossos apontamentos e servir de exemplificação (...)

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• Distinção entre estrutura –realidade concreta existente‐ e forma estrutural, descrita pelo pesquisador.

• Continuidade não é estática, é dinâmica, como a estrutura orgânica do corpo vivo. A vida social constantemente renova a estrutura. (...)Mas enquanto a estrutura social muda deste modo, a forma estrutural permanece relativamente constante. (...) Mesmo nas transformações mais revolucionarias mantém alguma continuidade estrutural.

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Aspecto espacial da estrutura social

• É raro que encontremos uma comunidade absolutamente isolada, sem contacto com o exterior. No presente momento da história, a rede de relações sociais espalha‐se por todo o mundo.   Dificuldade de definir sociedade. Imperio Britanico ou aldeia, República China.

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• Se tomamos determinada localidade conveniente e de tamanho apropriado, podemos estudar o sistema estrutural tal como aparece na região, isto é, a rede de relações que liga os habitantes entre sim e com o povo de outras regiões.

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• Intimamente ligado a estrutura, a concepção de “personalidade social” como posição ocupada por um ser humano numa estrutura social, o complexo formado por todas as suas relações sociais com outros. 

• Tudo ser humano que viva numa sociedade é duas coisas: individuo e pessoa. 

• O ser humano como pessoa é um complexo de relacionamentos sociais. Cada um remete a uma posição na estrutura social. 

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• Não podemos estudar pessoas a não ser nas condições de estrutura social, nem podemos estudar a estrutura social exceto em termos de pessoas que são as unidades de que ela se compõe. 

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• Método deve combinar um “profundo estudo das sociedades simples” com a comparação sistemática de muitas sociedades. A comparação é indispensável. 

• As pesquisas já no mais se confinam a sociedades “primitivas”.

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• Morfologia comparativa da sociedade, devemos ter em mente alguma espécie de classificação dos sistemas estruturais. (Fortes, E‐P, Africam sistems)

• Estudo fisiológico. Como persistem os sistemas estruturais?

• Chama de fisiologia social, não apenas a estrutura, mas toda especie de fenômeno social (moral, direito, boas maneiras, religião, etc)

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• Vida social. Observar comunidade por um ano, verificar certas atribuições, divisão do trabalho. Aspectos importantes da estrutura social.

• “Ora as atividades são efetuadas porque proporcionam certa espécie de “prazer” conforme sugiro que se chame, e o aspecto característico da vida social é que as atividades das pessoas proporcionem prazer a outras pessoas”

(Bentham; Kropotkin)

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• Assim, em toda sociedade há não apenas a atribuição de atividades, mas também de prazer delas resultantes, e uma especie de maquinaria social, relativamente simples ou, as vezes, altamente complexa, pela qual o sistema atua.

• Critica a “maquinaria” dos economistas. Interesse em tipo e quantidade de bens produzidos, distribuídos, etc.não se aplica a “sociedades primitivas”.

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• “Para os economistas e políticos do Canadá o potlach dos índios do noroeste da América era simplesmente desperdício tolo e foi por isso proibido. Para o antropólogo era o mecanismo para a manutenção da estrutura social de linhagens, clãs e metades, com o qual se combinava uma ordem hierárquica definida por privilégios”. 

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• As relações sociais só são observadas, e só podem ser descritas em relação à conduta recíproca das pessoas em jogo. A forma de uma estrutura social tem de ser descrita, portanto, pelos padroes de conduta seguidos pelos indivíduos e grupos no trato mútuo. Estes padroes são parcialmente formulados em normas (escritas ou práticas).

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• Existe relação social entre dois ou mais organismos individualmente quando há certo ajuste de seus respectivos interesses, pela convergencia de interesses, ou pela limitação dos conflitos que possam surgir da divergencia de interesses.

• “Interesse” no sentido amplo, toda conduta proposital. Interesse e valor são termos correlatos.

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• O estudo da estrutura social leva imediatamente ao estudo de interesses ou valores como determinantes das relações  sociais.

• Quando duas ou mais pessoas têm um interesse comum em certo objeto, pode‐se dizer que esse objeto tem um valor social para as pessoas assim associadas. 

• “O estudo dos valores sociais neste sentido é, pois, parte do estudo da estrutura social”. (RB.pp245‐246)

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• Valores rituais, valores expressos nos ritos e mitos.

• Cita estudos de magia e bruxaria de Evans‐Pritchard sobre os Zande.

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• As instituições sociais,(...) no sentido de modos padronizados de conduta, constituem o maquinismo pelo qual a estrutura social, que é uma rede de relações sociais, mantém a existência e continuidade próprias.

• Função social como certo modo socialmente padronizado de agir ou pensar como relacionado com a estrutura social e para cuja existência e continuidade contribui. 

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• Retoma arguição. Alem da morfologia e fisiologia social, tem a investigação dos processos élos quais as estruturas sociais se transformam, como surgem novas estruturas.

• Estudo da transformação social. Processo especial de mudança. Modificação da vida social sob a influência ou dominação de invasores e conquistadores europeus [Colonialismo].

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• “Os europeus, por meios pacíficos ou violentos estabeleceram controle sobre a região, sob o que chamamos de regime “colonial”. Nova estrutura social surge e depois passa a desenvolver‐se. A população agora inclui certo número de europeus –funcionarios do governo, missionarios, comerciantes e, em alguns casos colonos. (...) Ergue‐se ali nova estrutura política e económica na qual os europeus, embora poucos em número, exercem influência dominadora” (pp 248)

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• Europeus e africanos constituem classes diferentes no seio da nova estrutura, com línguas diferentes, diferentes costumes e modos de vida, bem como padrões de idéias e valores diferentes.

• “Sociedades compositas” – “Sociedades plurais”

• Critica Malinowski por tentativa de simplificação. Na são duas culturas em “interação”. Há incorporação num sistema estrutural político e econômico. 

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• Progresso como termo para o processo pelo qual os seres humanos adquirem maior controle sobre o meio físico mediante o aumento do conhecimento e aperfeiçoamento da técnica.

• “O modo pelo qual hoje somos capazes de destruir consideráveis porções de cidades por bombardeios aéreos é um dos mais recentes e impressionantes resultados do progresso”.