o uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS TAMIRIS MURA CORTEZ O USO DE BENZODIAZEPÍNICOS POR IDOSOS: revisão da literatura FERNANDÓPOLIS 2012

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Page 1: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

TAMIRIS MURA CORTEZ

O USO DE BENZODIAZEPÍNICOS POR IDOSOS: revisão da

literatura

FERNANDÓPOLIS 2012

Page 2: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

TAMIRIS MURA CORTEZ

O USO DE BENZODIAZEPÍNICOS POR IDOSOS: revisão da

literatura

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação

em Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para

obtenção do título de bacharel em farmácia.

Orientadora: Profa. Eps.Vanessa Maira Rizzato

Silveira

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

Page 3: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

TAMIRIS MURA CORTEZ

O USO DE BENZODIAZEPÍNICOS POR IDOSOS: revisão da

literatura

Trabalho de conclusão de curso aprovado

como requisito parcial para obtenção do título

de bacharel em farmácia.

Aprovado em: __ de novembro de 20__.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Profa. Esp.Vanessa Maira Rizzato

Silveira (Orientadora)

Prof.MSc. Ocimar Antonio de

Castro

Prof. Dr. Anísio Storti

Profa. Eps. Vanessa Maira Rizzato Silveira

Presidente da Banca Examinadora

Page 4: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

Dedico este trabalho primeiramente à Deus,

pois sem ele, nada seria possível, e meus

sonhos não seriam concretizados.

Aos meus pais, que sempre me deram apoio, e

estiveram presentes acreditando em meu

potencial, me incentivando na busca de novas

realizações e descobertas.

Page 5: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

AGRADECIMENTOS

Agradeço, em primeiro lugar,àDeus, que sempre me amparou nos

momentos difíceis, me deu forças para continuar essa caminhada, e que

sempre me deu esperanças de que tudo daria certo.

Aos meus pais José Cortez e Marisa, por me amarem

incondicionalmente, me dando força, conselhos e muito amor.

A minha irmã Caren, por ser sempre minha grande companheira e

confidente.

A minha orientadora Profa Vanessa Maira Rizzato Silveira, pelas

oportunidades, os ensinamentos, a ajuda, a paciência e por acreditar que eu

seria capaz.

Aos meus professores Ocimar Antônio de Castro e AnísioStorti, por

todos os ensinamentos na graduação e por gentilmente aceitarem fazer parte

desse trabalho.

Page 6: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

A realização de um sonho depende de

dedicação. Há muita gente que espera que o

sonho se realize por mágica, mas toda mágica

é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde

está. Em verdade a ilusão é combustível dos

perdedores, pois... quem quer fazer alguma

coisa, encontra um meio.

“Quem não quer fazer nada, encontra uma

desculpa.”

Roberto Shinyashiki

Page 7: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

RESUMO

Os benzodiazepínicos são drogas com atividade ansiolítica que começaram a

ser utilizadas na década de 60. Eles estão entre os medicamentos mais usados

no mundo todo, havendo estimativas de que entre 1 a 3% de toda a população

ocidental já os tenha consumido regularmente por mais de um ano. Assim

como o número de idosos vem aumentando nas populações, o consumo de

medicamentos por essa faixa etária também mostra grande aumento, sendo

que os idosos são considerados o grupo etário mais medicado da sociedade.

Atualmente, há uma grande preocupação em relação ao uso de

benzodiazepínicos por pacientes idosos, uma vez que essa faixa etária está

mais propensa a desenvolver efeitos adversos importantes como náuseas,

fadiga, hipotensão, visão borrada, rash cutâneo, podendo ocorrer graves

consequências clínicas como, quedas, fratura de quadril, confusão e prejuízo

na memória com o uso dessa classe medicamentosa.Estudos têm mostrado

que as alterações nos receptores farmacológicos se constituem em uma das

principais causas da mudança da resposta nos idosos. No caso dos

benzodiazepínicos, além das alterações farmacocinéticas, pode haver um

aumento da sensibilidade a estes fármacos e potencialização de seus efeitos

farmacológicos. Para realização deste trabalho foram realizados levantamentos

bibliográficos sobre o tema: benzodiazepínicos e idosos. Através da análise

dos artigos científicos relacionados ao tema, pode-se dizer que o consumo de

benzodiazepínicos pela classe idosa é elevado. Por essas razões se preconiza

a boa orientação ao paciente sobre o uso racional dos medicamentos e a

educação terapêutica, com avaliação precisa da indicação e o cuidadoso

monitoramento do paciente idoso em uso de benzodiazepínicos.

Palavras-chave: Ansiolíticos. Benzodiazepínicos. Idosos.

Page 8: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

ABSTRACT

Benzodiazepines are drugs with anxiolytic activity that began to be used in the 60s. They are among the most commonly used drugs worldwide, with estimates that between 1-3% of the Western population already have consumed regularly for over a year. As the number of elderly people is increasing in population, consumption of drugs by this age group also shows a large increase, and the elderly are considered the age group most medicated society. Currently, there is great concern about the use of benzodiazepines for elderly patients, since this age group is more likely to develop significant adverse effects such as nausea, fatigue, hypotension, blurred vision, skin rash, severe clinical consequences may occur as falls, hip fractures, memory loss and confusion with the use of this drug class. Studies have shown that changes in pharmacological receptors constitute a major cause of the change in response in the elderly. In the case of benzodiazepines, in addition to pharmacokinetic changes, there may be an increased sensitivity to these drugs and potentiation of their pharmacological effects. For this study were conducted literature surveys on the topic: Benzodiazepines and the elderly. Through analysis of papers relating to this topic, it can be said that the use of the benzodiazepine class elderly is high. For these reasons it recommends the proper guidance to patients on the rational use of drugs and therapeutic education, with accurate assessment of the indication and careful monitoring of elderly patients in the use of benzodiazepines. Key words: Anxiolytics. Benzodiazepines. Elderly.

.

Page 9: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mudanças na população de países que terão mais de 16 milhões de pessoas com 60 anos ou mais nos anos de 2025

16

Tabela 2 - Tipos de transtornos de ansiedade e suas características 22

Tabela 3 - Benzodiazepínicos ansiolíticos, doses usuais 29

Tabela 4 - Medicamentos e classes terapêuticas associadas a reações adversas em idosos 36

Page 10: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Pirâmides de faixa etária no Brasil nos anos de 2000 e 2010 15

Figura 2 - Estrutura central de uma benzodiazepina 25

Figura 3 - Fórmulas estruturais de outros compostos benzodiazepínicos 25

Figura 4 - Representação esquemática de terminação GABAérgica 28

Page 11: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................12 1 DESENVOLVIMENTO...........................................................................14

1.1 Melhor idade.............................................................................................14 1.1.1 Crescimento da população idosa........................................................14 1.1.2 Qualidade de vida na melhor idade.....................................................17 1.1.3 Consequências do envelhecimento para os serviços de saúde...............................................................................................................18

1.2 Benzodiazepínicos...................................................................................21 1.2.1 Fármacos ansiolíticos e ansiedade.....................................................21 1.2.2 Compostos benzodiazepínicos...........................................................24 1.3 Benzodiazepínicos e o uso por idosos..................................................34 2 OBJETIVOS..........................................................................................39 3 METODOLOGIA...................................................................................40 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................41 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................42

Page 12: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

12

INTRODUÇÃO

A história da psicofarmacologia moderna inicia-se no final da década de 40,

quando foram introduzidos os primeiros fármacos com a finalidade específica

de tratar os transtornos psiquiátricos (GORENSTEIN; SCAVONE, 1999).

Os ansiolíticos surgiram em 1950, com o meprobamato, que praticamente

desapareceu após a descoberta do clordiazepóxido, em 1950. A partir daí,

seguiu-se uma série de derivados que se mostraram muito eficientes no

controle da ansiedade, insônias e certos distúrbios epiléticos (ANJOS, 2005).

Os benzodiazepínicos são drogas com atividade ansiolítica que começaram

a ser utilizadas na década de 60. O clordiazepóxido foi o primeiro

benzodiazepínico lançado no mercado (1960), cinco anos após a descoberta

de seus efeitos ansiolíticos, hipnóticos e miorrelaxantes. Além da elevada

eficácia terapêutica, os benzodiazepínicos apresentaram baixos riscos de

intoxicação e dependência, fatores estes que propiciaram uma rápida

aderência da classe médica a esses medicamentos (ORLANDI; NOTO, 2005).

Uma ampla variedade de agentes tem a capacidade de deprimir o Sistema

Nervoso Central (SNC), provocando calma ou sedação (sonolência). Os

benzodiazepínicos são um exemplo desses agentes, e são classificados como

sedativo-hipnóticos. Os efeitos mais proeminentes relacionados a esta classe

são a sedação, hipnose, diminuição da ansiedade, relaxante muscular,

amnésia anterógrada e atividade anticonvulsivante (FOSCARINI, 2010).

Os medicamentos psicotrópicos (psique=mente, topos=alteração), são

modificadores seletivos do Sistema Nervoso Central e podem ser classificados,

segundo a Organização Mundial de Saúde em: ansiolíticos e sedativos;

antipsicóticos (neurolépticos); antidepressivos; estimulantes psicomotores;

psicomiméticos e potencializadores da cognição. Destas categorias, três

apresentam grande importância quando se fala em controle de vendas em

estabelecimento farmacêutico: os ansiolíticos (benzodiazepínicos), os

antidepressivos e os estimulantes psicomotores (ANDRADE, F; ANDRADE, C;

SANTOS, 2004).

Os benzodiazepínicos estão entre os medicamentos mais usados no mundo

todo, havendo estimativas de que entre 1 e 3% de toda a população ocidental

já os tenha consumido regularmente por mais de um ano. Em 2001, no mundo

Page 13: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

13

todo foram consumidas 26,74 bilhões de doses diárias e 6,96 milhões de doses

como hipnóticos.A prevalência do consumo destes fármacos é elevada no

Brasil. Segundo o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo um

em cada dez adultos recebe prescrição de benzodiazepínico, quase sempre

feita por clínico geral (ANDRADE, F; ANDRADE, C; SANTOS, 2004).

Uma pesquisa publicada pela IMS Health demonstrou a escalada do

benzodiazepínico clonazepam no Brasil, que do sexto lugar no ano de 2004

entre os dez medicamentos mais vendidos no Brasil, passou para a segunda

posição do ranking em 2008 (FOSCARINI, 2010).

Assim como o número de idosos vem aumentando nas populações, o

consumo de medicamentos por essa faixa etária também mostra grande

aumento, sendo que os idosos são considerados o grupo etário mais medicado

da sociedade, devido ao aumento das doenças crônicas nessa faixa etária

(FILHO, 2011).

Para o adequado manejo dos psicofármacos em idosos, é fundamental que

sejam consideradas as alterações fisiológicas próprias do envelhecimento, já

que a farmacocinética de praticamente todos os psicotrópicos será afetada por

estas mudanças (SANCHES et al, 2000).

Atualmente, há uma grande preocupação em relação ao uso de

benzodiazepínicos por pacientes idosos, uma vez que essa faixa etária esta

mais propensa a desenvolver efeitos adversos importantes com o uso dessa

classe medicamentosa. Dada essa importância do tema, as pesquisas tem

começado a priorizar as populações de usuários crônicos de

benzodiazepínicos, com o intuito de melhor identifica-las, principalmente entre

os idosos, para que se alcancem medidas preventivas mais efetivas (FILHO,

2011).

Page 14: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

14

1. DESENVOLVIMENTO

1.1 MELHORIDADE

1.1.1 Crescimento da população idosa

A velhice é a última etapa do processo de desenvolvimento humano.

Segundo a Organização das Nações Unidas, os anos de 1975 a 2025

corresponderão à “Era do Envelhecimento”, marcada pelo crescimento

demográfico da população idosa (SILVA; ALMEIDA; NETO, 2005).

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) existiam 390

milhões de pessoas acima de 65 anos em 1998 e estima-se que em 2025 essa

população será o dobro. Em muitos países em desenvolvimento,

especialmente na América Latina e Ásia é esperado um aumento de 300% na

população idosa chegando a dois bilhões de pessoas acima de 60 anos até

2025 (FRANCHI; MONTENEGRO, 2005).

Em 1900, a expectativa de vida no Brasil não ultrapassava os 33,7 anos;

em 1940 alcançou 39 anos; em 1950 chegou a 43,2 anos; em 1960 já era 55,9

anos; entre as décadas de 60 e 80 alcançou os 63,4 anos. Atualmente, está em

68 anos e em 2025 será de 80 anos (PACHECO; SANTOS, 2004). A

população brasileira vem envelhecendo desde o início da década de 60,

quando a taxa de fecundidade começou a alterar a estrutura etária, estreitando

progressivamente a base da pirâmide populacional como mostra na Figura 1.

Page 15: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

15

Figura 1. Pirâmides de faixa etária no Brasil nos anos de 2000 e 2010

Fonte:Adaptado de IBGE (2010)

Page 16: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

16

No início da década de 80, o World Health StatisticsAnnuals (WHSA)

projetou que o Brasil passaria de 16º país com maior contingente de idosos no

mundo em 1950 para sexto no ano de 2025 (Tabela 1).

Tabela 1. Mudanças na população de países que terão mais de 16 milhões de

pessoas com 60 anos ou mais nos anos de 2025.

Países População (000.000 milhões)

Class.

em 1950 1950 1975 2000 2025

Class.

em 2025

China 1º 42 73 134 284 1º

Índia 2º 32 29 65 146 2º

URSS 4º 16 34 54 71 3º

EUA 3º 18 31 40 67 4º

Japão 8º 6 13 26 33 5º

Brasil 16º 2 6 14 32 6º

Indonésia 10º 4 7 15 31 7º

Paquistão 11º 3 3 7 18 8º

México 25º 1 3 6 17 9º

Bangladesh 14º 2 3 6 17 10º

Nigéria 27º 1 2 6 16 11º

Fonte: GARRIDO; MENEZES (2002)

Os indicadores demográficos que respondem pelo processo de

envelhecimento de determinada população são vários. Aqui dar-se-á destaque,

a priori, ao declínio da taxa de mortalidade infantil e a redução do índice de

fecundidade. Todavia, a reflexão sobre o envelhecimento de uma população

não pode e nem deve se resumir a uma mera análise demográfica, mas,

sobretudo, incluir os aspectos sócioeconômicos e culturais de um povo, a fim

de que se possa perceber de forma mais nítida as consequências, mudanças,

desafios e perspectivas que esse processo traz consigo (SILVA, 2005).

Page 17: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

17

1.1.2 Qualidade de vida na melhor idade

Em quase todos os países do continente, o fenômeno do

envelhecimento populacional é uma realidade. Segundo o IBGE (2002) no

Brasil 8,6% da população total é idosa e estima-se que até o ano de 2020 estes

poderão exceder 30 milhões de pessoas, representando 13% do total de

habitantes (CESCHIN; ALQUATI; XIMENES, 2012). A classificação de um

indivíduo como idoso não deve limitar-se apenas à idade cronológica, embora a

mesma tenha sido adotada de forma massiva e quase como exclusiva nas

discussões sobre o envelhecimento. É fundamental também levar em conta as

idades biológica, social e psicológica que não coincidem necessariamente com

a cronológica (SILVA, 2005).

No Brasil, para fins de levantamentos demográficos, considera-se idoso

o corte definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para os países

subdesenvolvidos ou em via de desenvolvimento, isto é, a partir de 60 anos

(SILVA, 2005).

Diante da realidade inquestionável das transformações demográficas

iniciadas no último século e que nos fazem observar uma população cada vez

mais envelhecida, evidencia-se a importância de garantir aos idosos não só

uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida (VECCHIA et

al, 2005).

O aumento da população idosa gera necessidades de mudanças na

estrutura social para que estas pessoas, ao terem suas vidas prolongadas, não

fiquem distantes de um espaço social, em relativa alienação, inatividade,

incapacidade física, dependência, e consequentemente, sem qualidade de vida

(FRANCHI; MONTENEGRO, 2005).

O medo e a negação da velhice, associados às aspirações individuais e

coletivas de retardar seu início e de manter a saúde, a funcionalidade e a

aparência dos adultos jovens, foram e são fundamentais ao fortalecimento do

interesse por caracterizar e promover boa qualidade de vida na velhice

(REBELATTO; MORELLI, 2004).

Page 18: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

18

A saúde e a qualidade de vida dos idosos, mais que em outros grupos

etários, sofrem a influência de múltiplos fatores físicos, psicológicos, sociais e

culturais. Assim, avaliar e promover a saúde do idoso significa considerar

variáveis de distintos campos do saber, numa atuação interdisciplinar e

multidimensional (ANDERSON et al, 1998). Vários elementos são apontados

como determinantes ou indicadores de bem estar na velhice: longevidade,

saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo, competência

social, produtividade, atividade, eficácia cognitiva, status social, renda,

continuidade de papéis familiares e ocupacionais e continuidade de relações

informais em grupos primários (principalmente rede de amigos) (NERI, 1993).

Cinco fatores são recomendados para o idoso ter saúde: vida

independente, casa, ocupação, afeição e comunicação. Se algum desses

fatores estiver deficiente a qualidade de vida do idoso estará comprometida

(FRANCHI; MONTENEGRO, 2005).

A compreensão do conteúdo da qualidade de vida na velhice é central

ao desenvolvimento de iniciativas de intervenção visando à prevenção e à

reabilitação nos vários contextos da vida do indivíduo e também ao

planejamento e à avaliação de serviços e políticas destinados a promover o

bem-estar dos idosos (REBELATTO; MORELLI, 2004).

Sabe-se que a qualidade de vida deve ser construída ao longo do

envelhecer, e não somente na velhice, já que ela depende da história de vida

de cada um. Porém a busca é individual e nunca é tarde para começá-la

(CESCHIN; ALQUATI; XIMENES, 2012).

O prolongamento da vida é uma aspiração de qualquer sociedade. No

entanto, só pode ser considerado como uma real conquista na medida em que

se agregue qualidade aos anos adicionais de vida (VERAS, 2009).

1.1.3 Consequências do envelhecimento para os serviços de

saúde

Atualmente, chegar à velhice é uma realidade populacional mesmo nos

países mais pobres. Ainda que a melhora substancial dos parâmetros de saúde

Page 19: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

19

das populações observada no século XX esteja longe de se distribuir de forma

equitativa nos diferentes países e contextos socioeconômicos, envelhecer não

é mais privilégio de poucos (VERAS, 2009).

O aumento da expectativa de vida de uma população está intimamente

vinculado à melhora das condições de vida, de educação e de atenção à saúde

prestada à mesma (CARVALHO FILHO, E.T; PAPALÉO NETTO, M., 2000).

A mudança na composição populacional já começou a provocar

consequências sociais, culturais e epidemiológicas preocupantes hoje, e talvez

alarmantes no futuro. Considera-se que a consequência epidemiológica de

maior expressão é a transição, fenômeno responsável pela mudança do perfil

de doença, no qual as doenças infecto-parasitárias cedem lugar

progressivamente às doenças crônicas não-transmissíveis, mais complexas e

onerosas, típicas das faixas etárias mais avançadas (PACHECO; SANTOS,

2004).

O envelhecimento populacional é um dos maiores desafios da saúde

pública contemporânea. Constituindo os idosos o grupo etário que tem crescido

de forma mais rápida no Brasil e considerando serem eles portadores de

múltiplas afecções, não surpreende, que também entre nós o custo médico-

social seja muito elevado (CARVALHO FILHO, E.T;PAPALÉO NETTO, M.,

2000).

O Brasil hoje é um “jovem país de cabelos brancos”. A cada ano, 650 mil

novos idosos são incorporados à população brasileira, a maior parte com

doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. Um dos resultados dessa

dinâmica é a maior procura dos idosos por serviços de saúde. As internações

hospitalares são mais frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior

quando comparado a outras faixas etárias. Desta forma, o envelhecimento

populacional se traduz em maior carga de doenças na população, mais

incapacidades e aumento do uso dos serviços de saúde (VERAS, 2009).

É provável que o aumento do número de pessoas idosas na população

tenha impactos diversos, os quais implicarão em diversos segmentos da

sociedade. Entre elas, destaca-se a necessidade de melhorias nos serviços de

Page 20: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

20

saúde, uma vez que o envelhecimento traz consigo doenças mentais, sejam

elas neurológicas ou psiquiátricas (WAGNER, 2006).

O indivíduo idoso pode ser portador de quadros psiquiátricos próprios

desta faixa etária, como demências, estados depressivos ou quadros psicóticos

de início tardio. Outras vezes, tratam-se de transtornos iniciados na juventude,

cujos portadores atingem a melhor idade, como esquizofrenia, transtorno

afetivo bipolar, disritmia e transtornos ansiosos. Todos implicam em prejuízo,

tanto do ponto de vista funcional como em termos de qualidade de vida. Muitos

destes transtornos exibem importante melhora mediante tratamento

medicamentoso, isolado ou associado a outras formas de terapia (SANCHES

et al, 2000), tais como o uso de fármacos ansiolíticos.

Page 21: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

21

1.2 BENZODIAZEPÍNÍCOS

1.2.1 Fármacos ansiolíticos e ansiedade

Os ansiolíticos são fármacos utilizados no combate aos sintomas

causados pela ansiedade. Esta disfunção do sistema nervoso central é mal

característico do final do século XX. Atualmente, os transtornos mentais em

prevalência situam-se no mesmo nível das doenças cardiovasculares, incluindo

a hipertensão. Destes transtornos, a ansiedade é o problema mais frequente

visto em atendimento médico primário e na população de modo geral

(JUSCELINO et al, 2003).

A palavra ansiolítico tem sentido figurado, pois, literalmente, significa “o

que decompõe a ansiedade”. O termo passou a ser largamente empregado a

partir da década de 1970 para designar o grupo de fármacos utilizados no

tratamento da ansiedade patológica (LARINI, 2008).

A ansiedade é uma emoção básica, essencial ao adequado

desempenho do homem. No entanto, algumas vezes pode atingir graus

patológicos, interferindo e prejudicando no seu desempenho, provocando

assim um sofrimento de tal intensidade que é necessária a intervenção

terapêutica (FUCHS, WANNMACHER; FERREIRA, 2006).

A ansiedade é considerada uma emoção semelhante ao medo. Porém,

enquanto o medo é consequência de uma situação definida, na ansiedade a

fonte do perigo é incerta ou desconhecida (LARINI, 2008).

Dentro de certos limites, a ansiedade é considerada normal, e o paciente

não precisa de nenhum tipo de tratamento. Se o quadro tende a se aprofundar

ou prolongar, interferindo com o desempenho normal do indivíduo, é

necessário fazer sua avaliação clínica. Certos estados de ansiedade, são

considerados transtornos psíquicos e, como tais, tornam-se objeto de

tratamento psicológico e/ou farmacológico (LARINI, 2008).

Ao avaliar um paciente ansioso deve-se diferenciar entre os tipos

normais e patológicos da ansiedade. A ansiedade normal é caracterizada pela

Page 22: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

22

sensação ou sentimento difuso, desagradável e vago de apreensão,

frequentemente acompanhado por sintomas como palpitações, cefaleia, aperto

no peito e leve desconforto abdominal. Já um paciente com ansiedade

patológica requer uma completa avaliação neuropsiquiátrica e um plano de

tratamento individualizado (KAPLAN, SADOCK; GREBB, 1997).

Os transtornos de ansiedade podem ser classificados nos seguintes

tipos (Tabela 2).

Tabela 2: Tipos de transtornos de ansiedade e suas características.

Tipos de transtornos Características

Transtornos com situação de pânico Sem agorafobia: início súbito de

apreensão intensa, medo ou terror,

frequentemente associado a uma situação

de catástrofe iminente.

Com agorafobia: ataque de pânico em

que a pessoa sente medo de lugares e

situações em que a fuga é difícil ou

embaraçosa.

Agorafobia sem ataques de pânico A pessoa apenas sente um medo mórbito

de se achar sozinho em grandes espaços

abertos, porém não há ataque de pânico.

Fobias Estado de angústia, impossível de ser

dominado, que se traduz por violenta

reação de esquiva que sobrevém de

modo relativamente persistente, quando

determinados tipos de objetos ou

situações se fazem presentes,

imaginados ou mencionados.

Transtornos obsessivo-compulsivos Caracterizados como preocupações

constantes e recorrentes (obsessões),

que causam ansiedade e desconforto

acentuado, com comportamento

Page 23: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

23

estereotipado do paciente e o

cumprimento de rituais com o intuito de

aliviar a ansiedade.

Transtornos de estresse pós-traumáticos Caracterizados pela lembrança de

acontecimentos extremamente

traumáticos, acompanhados de vigilância

extrema e de esquiva a qualquer situação

ou estímulo que levem a uma associação

ao trauma.

Transtornos de estresse agudo Semelhantes aos transtornos de estresse

pós-traumáticos, ocorrendo

imediatamente após o trauma.

Transtornos de ansiedade induzidos por

situações diversas

Ocorrem por preocupação excessiva e

persistente com fatos e situações do

cotidiano ou são causados pelo uso

abusivo de determinadas drogas e

ocorrem no período de abstinência.

Não-especificados Transtornos de ansiedade intensa ou

esquiva fóbica que não se enquadram em

nenhuma das situações colocadas

anteriormente.

Fonte:Adaptado de LARINI, 2008

Os principais fármacos utilizados contemporaneamente no tratamento da

ansiedade incluem os benzodiazepínicos, buspirona, antidepressivos,

inibidores da monoamino oxidase (MAO) e bloqueadores beta-adrenérgicos

(FUCHS, WANNMACHER; FERREIRA, 2006).As drogas tidas como

ansiolíticas são, em sua quase totalidade, pertencentes à classe dos

benzodiazepínicos. Recentemente incluíram-se entre elas a buspirona e os

betabloqueadores. Todos os benzodiazepínicos, além de ansiolíticos, são

também sedativos e hipnóticos. Essas duas últimas propriedades exigem o

emprego de doses mais elevadas do que as usualmente utilizadas. Há,

Page 24: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

24

portanto, grande margem de segurança no seu uso clínico. Seu grande

inconveniente é o risco de dependência (SILVA, 2000).

Além do tratamento da ansiedade aguda e dos estados depressivos, os

compostos benzodiazepínicos são empregados nas seguintes situações

(LARINI, 2008):

a) no tratamento da síndrome de abstinência que ocorre no alcoolismo

(clordiazepóxido, diazepam e oxazepam);

b) como adjuvantes em procedimentos cirúrgicos, para aliviar a ansiedade

e a tensão (diazepam, clordiazepóxido e midazolam);

c) como sedativos ansiolíticos (alprazolam, bromazepam, clordiazepóxido,

lorazepam e oxazepam);

d) na sedação consciente (diazepam);

e) no tratamento dos distúrbios do sono (insônia) (flurazepam, quazepam,

estazolam, temazepametriazolam, entre os principais, e bromazepam,

diazepam, clordiazepóxido, lorazepam, midazolam e nitrazepam, entre

outros);

f) nas crises convulsivas graves e recorrentes, na epilepsia (diazepam,

clonazepam e nitrazepam);

g) nas crises mioclônicas (síndrome de Lennox-Gastaut), tônico-clônicas e

nos tremores (clordiazepóxido, diazepam e lorazepam);

h) nos espasmos dos músculos esqueléticos (diazepam, clonazepam,

lorazepam e midazolam);

i) na cefaleia tensional; e no tratamento da amnésia anterógrada, quando

a perda da memória acontece depois de fato motivador.

1.2.2 Compostos benzodiazepínicos

Os primeiros benzodiazepínicos foram sintetizados na década de 50

pelo doutor Leo H. Sternbach. A denominação que essas drogas receberam se

deve ao fato de sua estrutura central consistir em um anel benzênico fundido

com um de sete membros de 1,4-diazepina (Figura 2) (BERNIK, 1999).

Page 25: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

25

Figura 2. Estrutura central de uma benzodiazepina

Fonte: BERNIK, 1999

Só a partir dos anos 60, com o lançamento do clordiazepóxido, os

benzodiazepínicos passaram a ser amplamente utilizados no tratamento da

ansiedade. Além dos efeitos ansiolíticos, são capazes de produzir sedação,

relaxamento muscular (em altas doses)amnésia anterógrada e efeito

anticonvulsivante (FUCHS, WANNMACHER; FERREIRA, 2006). Na figura 3,

são mostradas as fórmulas estruturais de outros compostos benzodiazepínicos.

Figura 3. Fórmulas estruturais de outros compostos benzodiazepínicos.

Page 26: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

26

Fonte: Adaptado de Larini, 2008

O conhecimento dessa estrutura tornou possível o desenvolvimento de

diversas moléculas relacionadas, entre elas o diazepam, um fármaco cerca de

três a dez vezes mais potente do que o clordiazepóxido (SENA et al, 2011).

Os benzodiazepínicos representam um marco no tratamento da

ansiedade e da insônia e foram, durante muito tempo, os medicamentos mais

prescritos em todo o mundo, levando em conta todas as enfermidades

humanas. Depois, com a comprovação de que o consumo elevado foi o motivo

do uso abusivo dos compostos benzodiazepínicos, houve diminuição sensível

nas prescrições (LARINI, 2008).

Todos os derivados benzodiazepínicos possuem propriedades

farmacológicas semelhantes. Não existem dados que mostre superioridade de

nenhum deles como ansiolítico. Até recentemente se constituíam na primeira

escolha para tratamento de ansiedade generalizada e ansiedade atípica. Sua

eficácia nessas patologias já fora estabelecida em centenas de estudos clínicos

(FUCHS, WANNMACHER; FERREIRA, 2006).

Page 27: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

27

A maioria dos benzodiazepínicos que chegou ao mercado foi

selecionada por um alto potencial ansiolítico em relação à depressão da função

do Sistema Nervoso Centra (SNC) (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2003). O

ácido -aminobutírico (GABA) é considerado o principal neurotransmissor

inibitório do Sistema Nervoso Central de mamíferos e seus sinais são

traduzidos em mensagens intraneurais por duas famílias polimórficas de

receptores, GABAA e GABAB(BERNIK, 1999).

O GABAA, presente nos canais iônicos de cloro tem a função de

aumentar a condutância de cloro nos neurônios pré-sinápticos e, o GABAB, que

atua via proteína-G intracelular, aumentando a condutância de canais de

potássio associados(GRALLERT; TAVARES; ARAÚJO, 2003).

O GABA é considerado o neurotransmissor mais abundante do sistema

nervoso central, onde cerca de 30 a 40% de todas as sinapses estão

envolvidas com a transmissão desse mensageiro. Considera-se que o GABA

funcione como neurotransmissor inibitório em diversas vias do sistema nervoso

central (LARINI, 2008).

No decorrer da última década, ficou claro que todos os

benzodiazepínicos de uso clínico tem a capacidade de promover a ligação do

principal neurotransmissor inibitório, o ácido -aminobutírico (GABA), a

receptores GABA do subtipo GABAA, que ocorre em forma de canais de cloreto

de múltiplas subunidades, regulados por ligantes. Os benzodiazepínicos

intensificam as correntes iônicas induzidas pelo GABA através desses canais

(HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2003).

O receptor GABAA é formado por cinco unidades proteicas, que se unem

para delimitar um canal iônico, específico para o transporte dos íons cloreto.

Devido ao gradiente de concentração, forma-se uma corrente de íons Cl-

dirigida para o interior da célula. O influxo dos íons Cl- promove a

hiperpolarização da membrana, dificultando a sua despolarização por

influências excitatórias, resultado em inibição do tipo pós-sináptica (LARINI,

2008).

Os compostos benzodiazepínicos ligam-se a sítios específicos, de alta

afinidade, localizados na membrana celular, que são distintos, porém

Page 28: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

28

adjacente, ao receptor GABAA. A interação dos compostos benzodiazepínicos

com seus receptores específicos aumenta a afinidade dos receptores GABAA

com o seu neurotransmissor, ocasionando a abertura dos canais adjacente,

possibilitando a entrada dos íons cloreto. Esse fato, por sua vez, acarreta

aumento da hiperpolarização da célula e posterior diminuição da

despolarização do neurônio (diminuição da excitabilidade neuronal) (LARINI,

2008).

Figura 4.Representação esquemática de terminação GABAérgica.

.

FONTE: Portal São Francisco, disponível em:

<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/ansiedade/ansiedade-6.php>)

Os benzodiazepínicos são bem absorvidos pelo trato gastrointestinal,

com biodisponibilidade variando entre 80% e 100%. A administração por via

intramuscular é errática em praticamente todos os benzodiazepínicos, com

exceção do lorazepam e do midazolan. Esse grupo medicamentoso apresenta

elevada lipossolubilidade, o que possibilita sua passagem para o cérebro

(SENA et al, 2011).

Page 29: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

29

Em função da meia-vida de excreção, os compostos benzodiazepínicos

podem ser classificados em (LARINI, 2008):

a) compostos de ação curta, com meia-vida menor do que 6 horas

(triazolam, brotizolam, midazolam e oxazepam);

b) compostos de ação intermediária, com meia-vida de 6 a 24 horas

(alprazolam, lorazepam, temazepam, flunitrazepam e estazolam);

c) compostos com ação prolongada, com meia-vida maior que 24 horas

(clordiazepóxido, diazepam, flurazepam, nitrazepam e quazepam).

E dependendo da meia-vida dos metabólitos ativos, sua ação pode

prolongar-se para além da ação do agente original (SENA et al, 2011).

As doses usuais e a indicação dos principais benzodiazepínicos

ansiolíticos são encontradas na tabela 3.

Tabela 3. Benzodiazepínicos ansiolíticos, doses usuais.

Substância Apresentação Dose

mínima e

máxima

(mg/dia)

Alprazolam Comprimido –

0,25; 0,5; 1 e 2

mg

0,25 a 3 Transtorno do pânico e

agorafobia

Transtorno de ansiedade

generalizada

Ansiedade associada à

depressão

Transtorno disfórico pré-

menstrual

Síndrome do intestino irritável e

outros sintomas associados com

ansiedade

Mania – fase aguda (adjuvante)

Psicose aguda (adjuvante)

Bromazepam Comprimido –

3 e 6 mg

Cápsula

1,5 a 18 Sintomas agudos de ansiedade

Transtorno de ansiedade

generalizada

Page 30: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

30

(liberação

lenta) – 3 e 6

mg

Solução oral –

2,5 mg/mL

No controle de ataques de pânico

Fobia social

Insônia

Pré-anestésico

Clonazepam Comprimido –

0,25; 0,5 e 2

mg

Solução oral –

2,5 mg/Ml

0,5 a 8 Transtorno do pânico e

agorafobia

Fobia social

Síndrome de Lennox-Gastaut

Crises convulsivas acinéticas e

mioclônicas

Crises de ausência

Crises convulsivas atônicas

Mania- fase aguda (coadjuvante)

Psicose – fase aguda

(coadjuvante)

Clorazepato Comprimido –

5, 10 e 15 mg

5 a 60 Síndrome de abstinência

alcoólica

Crises convulsivas parciais

Clordiazepóxido Comprimido –

10 e 25 mg

Frasco-ampola

– 100 mg +

Ampola

solvente – 2 Ml

5 a 75 Pré-operatório

Síndrome de abstinência na

libação alcoólica

Cloxazolam Comprimido –

1, 2 e 4 mg

1 a 12 Transtorno do pânico e

agorafobia

Fobia social

Diazepam Comprimido –

5 e 10 mg

Ampola – 2

mL/10 mg

2,5 a 30 Transtorno do pânico e

agorafobia

Transtorno de ansiedade

generalizada

Atetose

Convulsões (adjuvante)

Page 31: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

31

Ansiedade durante

procedimentos endoscópicos

(adjuvante) (via endovenosa)

Pré-operatório (sintomas

ansiosos) (via endovenosa)

Alívio da ansiedade anterior a

cardioversão (via endovenosa)

Tratamento inicial do estado

epiléptico

Insônia

Lorazepam Comprimido –

1 e 2 mg

0,5 a 6 Transtorno do pânico e

agorafobia

Transtorno de ansiedade

generalizada

Pré-operatório (sintomas

ansiosos) (via endovenosa)

Tratamento inicial do estado

epiléptico (parenteral)

Insônia

Espasmos musculares

Psicose na síndrome de

abstinência alcoólica

Cefaleia

Mania – fase aguda (adjuvante)

Psicose – fase aguda (adjuvante)

Oxazepam Cápsula – 10,

15 e 20 mg

Comprimido –

15 mg

30 a 120 Transtorno do pânico e

agorafobia

Fobia social

Fonte: SENA et al, 2011

Os benzodiazepínicos podem ser divididos, de acordo com sua

concentração, em eminentemente ansiolíticos ou hipnóticos. Assim, o

diazepam, clordiazepóxido, alprazolam e estazolam situam-se entre os

Page 32: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

32

primeiros, enquanto o flurazepam, flunitrazepam, lorazepam e triazolam, ficam

entre os hipnóticos (REBELATTO; MORELLI, 2004).

Em geral, os compostos benzodiazepínicos apresentam baixa

toxicidade, especialmente quando administrados de forma isolada. Todavia,

essa toxicidade pode ser significativamente aumentada quando da combinação

com o álcool etílico e com barbitúricos (LARINI, 2008).

Entre os efeitos colaterais dos benzodiazepínicos, a sedação, que se

caracteriza clinicamente por sonolência, alentecimento psicomotor e fala

pastosa, constitui um dos principais empecilhos ao uso dessas substâncias

(SENA et al, 2011).

Os compostos benzodiazepínicos provocam o estado de dependência

física em grau variável, conforme o composto considerado e a duração do

tratamento. A dependência psicológica é mais comum do que a física, podendo

ocorrer com qualquer dose (LARINI, 2008).

Com a interrupção súbita da administração dos fármacos

benzodiazepínicos, é comum a ocorrência de síndrome de abstinência. Entre

os sintomas mais frequentes relacionados com a suspensão de tranquilizantes

benzodiazepínicos, podem ser destacados os seguintes (LARINI, 2008):

Manifestações autonômicas, como tremores, taquicardia e

sudorese;

Espasmos musculares;

Cefaleia;

Distúrbios gastrintestinais;

Distúrbios no sono, com insônia e alteração do padrão de sono;

Hipersensibilidade ao som e à luz;

Ansiedade;

Perda acentuada de peso.

A extensão e a severidade dos efeitos colaterais destas drogas podem

ser minimizadas conhecendo-se sua meia-vida. A forma de prescrever os

benzodiazepínicos é bastante variável, recomendando-se que essas drogas

não sejam usadas de forma regular por períodos superiores a duas semanas e,

se um intervalo maior for necessário, que a dosagem seja variada de tempos

em tempos. Uma preocupação ainda maior deve ser tomada quando se lida

Page 33: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

33

com benzodiazepínicos de meia-vida curta, pois já existem evidências

suficientes de que estes provocam dependência com maior facilidade

(REBELATTO; MORELLI, 2004).

Page 34: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

34

1.3 BENZODIAZEPÍNICOS E O USO POR IDOSOS

A parcela de idosos na população brasileira vemcrescendo muito nas

últimas décadas. Entre as décadas de 1940 e 1970, houve um grande aumento

da expectativa de vida da população, devido, sobretudo, às ações de saúde

pública, como vacinação e saneamento básico; e devido aos avanços médico-

tecnológicos. Além disso, os processos de urbanização e planejamento familiar

que marcaram a década de 1960 acarretaram uma significativa redução da

fecundidade, resultando um aumento da proporção de pessoas com 65 anos

ou mais (NÓBREGA; KARNIKOWSKI, 2005).

Constituindo os idosos o grupo etário que tem crescido de forma mais

rápida no Brasil e considerando serem eles portadores de múltiplas afecções,

não surpreende que também entre nós o custo médico-social seja muito

elevado. Nessa faixa são comuns as demências, os acidentes vasculares

cerebrais, as coronariopatias, o diabetes mellitus e inúmeras outras doenças

crônico-degenerativas causadoras de dependência física e/ou psíquica

frequentemente definitiva (CARVALHO FILHO, E.T.; PAPALÉO NETTO, M.,

2000)

Sendo marcado por uma elevação da frequência de doenças crônico-

degenerativas, o processo de envelhecimento é acompanhado por uma maior

demanda pelos serviços de saúde e por medicamentos, o que predispõe

grandemente a população geriátrica aos riscos daprática de polifarmácia (uso

de cinco ou mais medicamentos) e aos efeitos adversos dos medicamentos. No

entanto, deve-se atentar para o fato de que o organismo idoso apresenta

mudanças em suas funções fisiológicas que não devem ser desconsideradas,

pois podem levar a uma farmacocinética diferenciada e maior sensibilidade

tanto aos efeitos terapêuticos quanto adversos das drogas(NÓBREGA;

KARNIKOWSKI, 2005).

A resposta clínica a terapia farmacológica é individual e depende de

vários fatores como idade, gênero, etnia, fatores genéticos, doenças, exposição

inicial ao medicamento. Na terapia farmacológica devem ser consideradas as

alterações farmacocinéticas (relação entre a dose administrada e as

concentrações do fármaco na circulação sistêmica) e as alterações

Page 35: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

35

farmacodinâmicas (relação entre as doses administradas do fármaco e a

reposta farmacológica observada). A idade avançada é caracterizada por

insuficiência nas funções de muitos processos regulatórios responsáveis por

produzir integração entre células e órgãos. Importantes alterações

farmacocinéticas e farmacodinâmicas ocorrem com o envelhecimento (COSTA,

2009).

Ainda segundo o mesmo autor, as várias alterações farmacocinéticas

observadas em idosos associam-se com mudanças em sua capacidade de

absorção; na diminuição na depuração renal dos fármacos devido à redução do

fluxo plasmático e da taxa de filtração glomerular; na redução da atividade das

enzimas microssomaishepatocíticas e do fluxo plasmático hepático; nas

alterações do volume de distribuição dos fármacos pela diminuição da água

corporal total e dos níveis de albuminemia, e aumento da gordura corporal.

Os processos farmacocinéticos de metabolização e excreção são

responsáveis pela eliminação dos fármacos e de seus metabólitos do

organismo, determinando, assim, seus efeitos finais. Sendo assim, disfunções

renais induzidas porprocessos patológicos tendem a alterar a fisiologia normal

humana, resultando em modificações no processo de eliminação dos fármacos

do organismo. Pacientes portadores de doenças renais crônicas (DRC)

apresentam alto risco para o desenvolverem de reações adversas, devido ao

aumento daconcentração plasmática dos fármacos. Pacientes idosos podem

apresentar uma redução na função renal em decorrência de alterações na

filtração glomerular, fluxo sanguíneo renal e secreção tubular. A taxa de

filtração glomerular é considerada a mudança farmacocinética mais importante

nos idosos, reduzindo em 25 a 40% (FRANCO et al, 2007).

De todos os parâmetros farmacológicos, talvez a distribuição e a

metabolização sejam os mais afetados pelo envelhecimento do organismo. A

biodisponibilidade de drogas hidrossolúveis administradas por via oral, por

exemplo, pode estar aumentada, haja vista que o idoso possui menor teor de

água no organismo, o que acarreta redução em seu volume de distribuição.

Além disso, o fluxo sanguíneo hepático costuma estar diminuído, por vezes

reduzido quase à metade, com consequente redução do metabolismo de

primeira passagem dos fármacos. Drogas lipossolúveis, como o diazepam, por

exemplo, apresentam maior volume de distribuição no idoso, pois a proporção

Page 36: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

36

de tecidoadiposo nesses indivíduos é maior(NÓBREGA; KARNIKOWSKI,

2005).

Estudos têm mostrado que as alterações nos receptores farmacológicos

se constituem em uma das principais causas da mudança da resposta nos

idosos. No caso dos benzodiazepínicos, além das alterações farmacocinéticas

já citadas, pode haver um aumento da sensibilidade a estes fármacos e

potencialização de seus efeitos farmacológicos. A concentração plasmática de

diazepam necessária para a sedação consciente é normalmente reduzida 2 a 3

vezes entre as idades de 20 a 80 anos (FRANCO et al, 2007). O mesmo

ocorre com o midazolam, quando doses menores também são necessárias

para a sedação de pacientes com idade mais avançada (FRANCO et al, 2007).

Uma interação ocorre quando um medicamento influencia a ação de

outro.A gravidade, prevalência e possíveis consequências das interações

medicamentosas estão relacionadas a variáveis como condições clínicas

dosindivíduos, número e características dos medicamentos. Esses fatores são

agravados pelo mau uso não intencional que ocorre devido a problemas

visuais, auditivos e de memória. Deste modo, idosos representam o grupo mais

vulnerável, visto que a maioria das interações medicamentosas ocorre através

de processos que envolvem a farmacocinética e/ou farmacodinâmica do

medicamento como citada na Tabela 4 (SECOLI, 2010).

Tabela 4. Medicamentos e classes terapêuticas associadas a reações adversas em idosos.

Classe

terapêutica/Medicamentos

Reações Adversas Consequência clínica

Antiinflamatórios não

esteroidais

Irritação e úlcera gástrica,

nefrotoxicidade.

Hemorragia, anemia,

insuficiência renal,

retenção de sódio.

Anticolinérgicos Redução da motilidade do

trato gastro-intestinal, boca

seca, hipotonia vesical,

sedação, hipotensão

ortostática, visão borrada.

Constipação, retenção

urinária, confusão,

quedas.

Benzodiazepínicos Hipotensão, fadiga, Fratura de quadril,

Page 37: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

37

náusea, visão borrada,

rash cutâneo.

quedas, prejuízo na

memória, confusão.

Beta-bloqueadores Redução da contratilidade

miocárdica, dacondução

elétrica e da frequência

cardíaca, sedação leve,

hipotensão ortostática.

Bradicardia,

insuficiência cardíaca,

confusão, quedas.

Digoxina Redução da condução

elétrica cardíaca, distúrbios

no trato gastro-intestinal.

Arritmias, náusea,

anorexia.

Neurolépticos Sedação, discinesia tardia,

redução dos efeitos

anticolinérgicos, distonia.

Quedas, fratura de

quadril, confusão,

isolamento social.

Fonte:SECOLI, 2010

O conhecimento das mudanças fisiológicas no idoso e as possíveis

consequências nos processos farmacocinéticos (absorção, distribuição,

metabolização e excreção) e/ou farmacodinâmicos (mecanismo de ação), são

indispensáveis no momento da prescrição (FRANCO et al, 2007).

Embora entre os idosos as reações adversas a medicamentos

apresentem-se com maior gravidade que entre os jovens, não são, muitas

vezes, identificadas ou relatadas. A idade por si só não representa um fator de

risco, mas um indicador para co-morbidade, pois neste grupo a farmacocinética

alterada e a polifarmácia são as variáveis mais diretamente associadas as

reações adversas a medicamentos (SECOLI, 2010).

Entre os idosos, deve-se destacar também sua propensão à toxicidade,

devido ao envelhecimento (o medicamento fica mais tempo no organismo),

pelas co-morbidades, pela polifarmácia (uso de diversos medicamentos,

apresentando interações medicamentosas) e pelo uso inadequado de

medicamentos (MENDONÇA; CARVALHO, 2005).

A atenção farmacêutica é uma modalidade de exercício profissional em

que o farmacêutico assume um papel ativo em benefício do paciente, ajudando

o prescritor na seleção apropriada e na dispensação dos medicamentos, ele

Page 38: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

38

assume, dessa forma, responsabilidade direta na colaboração com outros

profissionais de saúde e com os pacientes, para alcançar o resultado

terapêutico desejado (ANDRADE; SILVA; FREITAS, 2004).

Ainda segundo os mesmos autores, outras atribuições dos

farmacêuticos são: O monitoramento da utilização dos medicamentos por meio

da ficha de controle farmacoterapêutico; o aconselhamento aos doentes a

cerca do uso de medicamentos de venda livre (medicamentos de indicação

farmacêutica); a participação em programas de educação para a saúde em

colaboração com outros membros da equipe de saúde e a construção de

indicadores que visem mensurar a efetividade das intervenções.

Page 39: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

39

2 OBJETIVOS

O presente trabalho teve por objetivofazer um levantamento bibliográfico

acerca do uso de benzodiazepínicos por idosos.

Pesquisou-se sobre o envelhecimento populacional e o efeito desta nova

realidade para os serviços de saúde, como o papel do profissional médico,

onde este deve promover uma correta orientação ao paciente, alertando o

usuário, em especial aos idosos, sobre os efeitos provocados pela utilização do

medicamento.

A importância dos profissionais farmacêuticos, que deve zelar pelo uso

adequado dos medicamentos, orientando os pacientes na hora da

dispensação.

Também foi analisada a farmacocinética dos idosos, o uso que eles fazem

dos benzodiazepínicos e a importância de uma assistência eficiente ao idoso,

como a orientação do uso racional dos medicamentos e a educação

terapêutica.

Page 40: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

40

3 METODOLOGIA

Para realização deste trabalho foram realizados levantamentos

bibliográficos sobre o tema: benzodiazepínicos e idosos.

Para tal, utilizou-se como recursos artigos científicos extraídos de revistas

científicas, livros referentes a área dos benzodiazepínicos e idosos, e

pesquisas virtuais em sites de revistas científicas e portais acadêmicos.

Page 41: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

41

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho mostrou que nas últimas décadas a população vem

envelhecendo, modificando assim a realidade da sociedade atual. A diminuição

da taxa de fecundidade, a diminuição da taxa de mortalidade e melhoras na

qualidade de vida contribuíram para a formação dessa nova realidade.

A maior parte da população adulta já fez ou faz uso de benzodiazepínicos,

pincipalmente mulheres acima de 50 anos que sofrem de transtornos de

ansiedade.

A ansiedade é um dos grandes males dos tempos atuais, e os idosos

padecem deste mal principalmente quando estão vivendo em condições de

vida precárias, seja no âmbito emocional ou físico.

Os benzodiazepínicos são fármacos ansiolíticos usados no tratamento da

ansiedade. Em geral, eles apresentam baixa toxicidade, porém o uso por

idosos merece bastante atenção, já que na terceira idade há mudanças na

capacidade de absorção.

Através da análise dos artigos científicos relacionados ao tema, conclui-se

que o consumo de benzodiazepínicos pela classe idosa é elevado. Deve-se

atentar para este fato, pois em idosos a capacidade de absorção destes

medicamentos é diferenciada, devido a alterações farmacocinéticas. Pode-se,

também, haver mal uso dos benzodiazepínicos devido a problemas inerentes

ao envelhecimento, tais como visuais, auditivos e de memória.

É de suma importância então que o paciente idoso seja bem orientado de

forma esclarecedora, em especial pelo profissional farmacêutico, pois assim,

ele vai assegurar a correta utilização dos medicamentos pelos idosos,

contribuindo para o seu uso racional.Deve-se fazer uma avaliação precisa da

indicação e um monitoramento cuidadoso do paciente idoso em uso de

benzodiazepínicos.

Page 42: O uso de benzodiazepínicos por idosos revisão da literatura

42

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